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, Português, 10.

º
ano

Guia do Professor
Sequência 0

Págs. 12-17

Aprendizagens Essenciais
L 10: Cartoon.
O 10: Expressão – Pontos de vista.
EL 10: Projeto de leitura.

Perfil dos Alunos


O professor poderá organizar um DAC em função das obras selecionadas ou temas dominantes.

Nota: No caderno Projeto de leitura, disponibiliza-se toda a informação, nomeadamente, sinopses de obras do PNL propostas pelos autores bem como documentos de apoio à
opera- cionalização do projeto de leitura.

2.1. Sugestão de resposta:


Apesar de o número de livros e outros documentos na Biblioteca Nacional, entre 1960 e 2018, ter aumentado, o número de leitores presenciais diminuiu. Esta diminuição
poderá advir dos seguintes fatores: decremento do hábito de frequentar as bibliotecas; diminuição dos hábitos de leitura; aumento das plataformas digitais que disponibilizam
livros.

Oralidade

Aprendizagens Essenciais
O 10: Compreensão – Tema.
O 10: Expressão – Exposição oral.

1.1.1. Bibliófilo – pessoa que gosta muito de livros; colecionador ou amante de livros. Bibliotecário – conservador, administrador ou funcionário de uma biblioteca.
1.2. A autobiografia de leitor de Alberto Manguel concluir-se-á em Lisboa, pois é lá que deixará os mais de 40 000 livros que foi colecionando ao longo da vida.
1.3. Esta doação é importante, uma vez que o rico espólio deste escritor, que abarca mais de 40 000 obras, integrará o Centro de Estudos de História e da Leitura, que ficará em
Lisboa,
no palacete dos Marqueses do Pombal.
1.4. Luís de Camões, Eça de Queirós e Fernando Pessoa.
Nota: transcrição do vídeo disponível no Dossiê do Professor – Materiais de apoio e no Manual Digital.
2. Sugestão de resposta:
Observam-se crianças que parecem estar a dar os primeiros passos na leitura. Contudo a legenda mostra que há, ainda, um elevado número de pessoas, nomeadamente mulheres e
crianças, que não sabem ler, o que acentua as desigualdades sociais, sobretudo nos países em desenvolvimento.

Escrita

Aprendizagens Essenciais
E 9: Artigo de opinião.

Leitura | Gramática

Cidadania e Desenvolvimento
G1: Desenvolvimento Sustentável.

Aprendizagens Essenciais
L 10: Texto de opinião.
G 10: Funções sintáticas; orações subordinadas.

2.1. C – B – A – E – D
2.2. A livre circulação de obras e a sua leitura são um contributo para assegurar a liberdade de expressão bem como para a promoção do debate público e do diálogo entre as pessoas.
2.3. O Prémio Voltaire pretende valorizar a coragem dos editores que, apesar de todas as adversidades, continuam a editar obras, permitindo, assim, que os autores exerçam
o seu di- reito à liberdade de expressão.
Nota: o ícone assinala os itens que incidem sobre conteúdos gramaticais.
3. b)
4. a) predicativo do sujeito;
b) sujeito;
c) modificador apositivo do nome.

1
5. Oração subordinada adverbial causal.

2
6. d)

Aprendizagens Essenciais
O 10: Expressão – Exposição oral (apreciação crítica)
E 10: Apreciação crítica.

Nota: No caderno Projeto de leitura, disponibiliza-se toda a informação, nomeadamente, sinopses de obras do PNL propostas pelos autores bem como documentos de apoio à
opera- cionalização do projeto de leitura.

Manual Digital

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Projeto de leitura

Págs. 18-19

Páginas em movimento
Esta sugestão de atividade, opcional, propõe o visionamento ativo do filme O substituto, de Tony Kaye (2011). Disponibiliza-se a apresentação do filme, podendo o professor, caso o
entenda, aceder ao filme, na íntegra, através de várias plataformas.
1. Resposta livre.
2. Sugestões de resposta:
a) A primeira aula; b) O confronto; c) O encontro; d) O retrato.
3.1. A perspetiva apresentada difere da de Henry, uma vez que, nos testemunhos apresentados, a maioria das pessoas refere que optou pela profissão como segundo recurso ou
porque
consideraria que iria obter salário mais elevado ou mais tempo livre.
4. Os alunos que não querem estar na escola devem ficar em casa.
5. a) As raparigas acreditam que precisam de ser bonitas, magras, famosas, estar na moda para serem felizes; os rapazes acreditam que as raparigas são objetos. b) Os poderes instituí-
dos tornam os adolescentes inaptos. c) Leitura. d) A leitura é um estímulo para a imaginação, para cultivar a consciência, é uma forma de defesa e de preservação da mente.
6. As afirmações falsas correspondem às alíneas b), d), f), g).
7.1. Apesar de tudo na vida deste professor apontar para o desapego, desde o facto de viver num apartamento vazio de decoração ao facto de ocupar um lugar de professor substituto,
Barthes precisa de estar sempre próximo das pessoas. Exemplos disso são: a forma como continua a visitar o seu avô, apesar do seu passado; o facto de ter recolhido uma jovem
das ruas; a forma como tenta orientar os seus alunos, como tenta ajudar os seus colegas, tentando fazê-los ver que cada um precisa de reconhecer e valorizar a sua individualidade
para conseguir viver num mundo coletivo.
8. Resposta livre.

Sequência 01

Págs. 22-23

Pensa fora da caixa


Nota: No caderno Manual de operacionalização de projetos disponibiliza-se toda a informação sobre o projeto que é proposto, no âmbito da Autonomia e Flexibilidade Curricular, se o
professor o pretender desenvolver com a turma.
Nesta unidade, propõe-se que, num trabalho interdisciplinar, se crie uma rede social, que poderá funcionar como um domínio de autonomia curricular (DAC), como preconizado no
artigo 9.º do decreto-lei n.º 55/2018.
Poderão participar neste projeto disciplinas como Geografia A, História A, História da Cultura e das Artes, Cidadania e Desenvolvimento.
1. A – 5; B – 2; C – 8; D – 4; E – 6; F – 7; G – 9; H – 3; I – 1.

Aprendizagens Essenciais
L 10: Leitura crítica e autónoma.
O 10: Expressão – Exposição oral.

Págs. 24-25

Nota: Os textos poéticos encontram-se organizados da seguinte forma:


Cantigas de amigo – cinco composições
Cantigas de amor – cinco composições
Cantigas de escárnio e maldizer – quatro composições
O Anexo 1 do documento Aprendizagens Essenciais, 10.º ano, Português determina a seguinte distribuição:
Cantigas de amigo – quatro
composições Cantigas de amor –
duas composições
Cantigas de escárnio e maldizer – uma composição
Ao apresentar-se um leque mais alargado de textos no manual, o professor poderá selecionar os que melhor se adequem ao perfil dos seus alunos.

Aprendizagens Essenciais

3
L 10: Ideias principais.
EL 10: Poesia trovadoresca: contextualização histórico-literária.

Verifica

1. (a) os iberos e os celtas. (b) falava-se um latim vulgar. (c) árabe. (d) de norte para sul / vertical. (e) galécio / galego, (f) baixas. (g) poesia. (h) língua oficial do reino.

Págs. 26-41

Pré- leitura | Oralidade

Cidadania e Desenvolvimento
G1: Interculturalidade.

Aprendizagens Essenciais
O 10: Compreensão – Reportagem.
O 10: Expressão – Pontos de vista com fundamentação.

1.2. Esta tradição permite que se mantenham laços culturais entre aldeias de países distintos, estabelecendo-se espaços comuns entre os dois países. Para além disso, promove mo-
mentos de interculturalidade. É esta união entre as duas comunidades que faz com esta tradição seja única no país, pelo que merece ser preservada.
Nota: transcrição do vídeo disponível no Dossiê do Professor – Materiais de apoio e no Manual Digital.

Verifica
1. b).

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Reportagem
Poesia trovadoresca

Educação Literária | Gramática

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Poesia trovadoresca: interpretar textos literários.
G 10: Orações subordinadas.

Sugestão:
Pode consultar mais informação sobre cantigas que são musicadas pelo grupo DOA em:
http://www.doa-music.com/gl/historia.html
Há, também, outras adaptações interessantes, entre elas, uma de Amancio Prada.
1. a) ermida de S. Simón; c) é cercada; d) as ondas são grandes e que não tem barqueiro nem remador nem sabe remar; e) morrerá no alto-mar; f) indicativo, pretérito imperfeito e per-
feito; g) gerúndio; h) indicativo, presente e pretérito perfeito; i) gerúndio; j) indicativo, pretérito perfeito; k) indicativo, presente e gerúndio; l) futuro; m) “Sedia” (v. 1), “cercarom” (v.
2), “atendendo” (v. 3); n) “cercarom” (v. 2), “som” (v. 2) e “atendendo” (v. 3); o) “cercarom” (v. 7), “hei” (v. 8), “morrerei” (v. 14); p) ansiedade; q) solidão; r) desespero; s) a donzela, o
amigo (ausente); t) a donzela dirige-se à ermida, aguardando pelo amigo; entretanto, a maré sobe e a donzela apercebe-se de que está em perigo; u) a ação dura o tempo
correspondente à subida da maré; v) a ermida de S. Simón.
2. O movimento das ondas traduz o estado emocional tumultuoso da donzela. Por isso, a subida da maré corresponde a um acentuar do seu isolamento.
3. No passado, a donzela estava na ermida – “Sedia-m’” (pretérito imperfeito) e as ondas cercaram-na – “cercarom-mi” (pretérito perfeito). No presente, a donzela apercebe-se do
perigo
–“que grandes som”, “Nom hei”, “sei”. Por fim, entrevê o seu desenlace trágico – “morrerei” (futuro).
4. Esta cantiga apresenta seis estrofes, ou coblas. Cada uma delas é composta por um dístico, seguido de um refrão. Os versos 4 e 5 repetem, com ligeiras alterações, a informação
constante nos versos 1 e 2. Este processo é repetido nas coblas seguintes. Para além disso, o verso 7 repete o verso 2, o verso 10 repete (parcialmente) o verso 5, o verso 13
repete o verso 8 e o verso 16 repete o verso 11, entre outros.
5. Oração subordinada adjetiva relativa explicativa.

Verifica
1. O paralelismo é um processo comum na poesia trovadoresca. Por isso, ocorre em muitas cantigas.
2. O leixa-pren consiste na repetição do último verso de cada estrofe (ou de cada par de estrofes) no primeiro verso da estrofe seguinte (ou par de estrofes seguintes).
3. O refrão consiste num conjunto de versos autónomos que se repetem no final de cada estrofe.
4. Os sentimentos da donzela podem variar desde a timidez, alegria, à ansiedade, tristeza, ciúme, vingança, entre outros.

Educação Literária | Gramática

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Poesia trovadoresca; interpretar textos literários; características formais do texto poético.
G 10: Origem e evolução do Português; orações subordinadas; funções sintáticas; processos fonológicos.

Sugestão:
Pode consultar mais informação sobre cantigas que são musicadas pelo grupo Pinhal d’El Rei em:
https://www.pinhaldelrei.com
1. a) a donzela procura saber notícias do “amigo”, manifestando inquietação; b) “se sabedes novas do meu amigo?” (v. 2) e “se sabedes novas do meu amado?” (v. 5); c) a donzela
consi- dera que o “amigo” lhe mentiu; d) “aquel que mentiu do que pôs conmigo?” (v. 8) e “aquel que mentiu do que mi há jurado?” (v. 11); e) o “amigo” está vivo e de boa

4
saúde;
f) “eu bem vos digo que é san’e vivo” (v. 14) e “eu bem vos digo que é viv’e sano” (v. 17); g) a hora do encontro ainda não tinha chegado; h) ”será vosco ant’o prazo saído” (v. 20) e “será
vosc[o] ant’o prazo passado” (v. 23).

Verifica
1. A donzela dirige-se a vários elementos da Natureza como o mar, o rio, as aves, de entre outros, para exprimir os seus sentimentos.
2. A moça poder-se-ia dirigir à mãe, às amigas ou às irmãs.
3. Os confidentes humanos da donzela ouviam-na com gentileza e ajudavam-na a concretizar os seus objetivos.

2. A donzela encontra-se angustiada pela ausência do seu amigo.


3. A cantiga pode dividir-se em duas partes. Na primeira, correspondente às quatro primeiras coblas, a donzela dirige-se às flores do pinheiro, perguntando-lhes se têm novidades do
seu “amigo”. Na segunda, correspondente às quatro últimas coblas, as flores respondem à donzela, tranquilizando-a.
4. A personificação da Natureza encontra-se evidente na resposta que as flores dão à donzela.
5. As flores desempenham o papel de confidentes da donzela.
6. Esta cantiga apresenta oito coblas, sendo cada uma delas composta por um dístico e refrão, constituindo um total de vinte e quatro versos. Quanto à métrica, os versos são decassi-
lábicos nos dísticos das quatro primeiras coblas e hendecassilábicos nos dísticos das quatro últimas coblas. O refrão apresenta um pentassílabo. O esquema rimático é:
aaR/bbR/aaR/ bbR/aaR/bbR/aaR/bbR/. Estamos perante uma cantiga com paralelismo perfeito.
7. 1. – d); 2. – a); 3. – f); 4. – b); 5. – c); 6. – e).
8. Oração subordinada substantiva completiva.
9. a) complemento direto; b) vocativo; c) complemento indireto; d) complemento direto; e) predicativo do sujeito.
10. Metátese.

Verifica
1.
a) síncope; crase; prótese.
b) sonorização; apócope.
c) síncope; sinérese.
d) metátese.
2.
a) metátese.
b) dissimilação.
c) metátese.

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Processos fonológicos

QuizEV
Processos fonológicos

Pré- leitura | Oralidade

Aprendizagens Essenciais
O 10: Expressão – Pontos de vista com fundamentação.

1.1. Os alunos poderão indicar sentimentos como calma, serenidade e tranquilidade. Estes sentimentos são suscitados pela musicalidade da cantiga e pela repetição do refrão.

Educação Literária | Gramática

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Poesia trovadoresca; interpretar textos literários.
G 10: Funções sintáticas.

1. O destinatário do poema é o “amigo” da donzela, a quem esta se dirige.


2. A primeira parte corresponde às coblas 1 a 4. A donzela evidencia alegria por se encontrar na presença do seu amado, a quem pede que se levante depois de um momento de intimi-
dade. Na segunda parte, correspondente às coblas 5 a 8, o “amigo” encontra-se ausente por sua vontade.
3. Na presença do “amigo”, quando o amor entre a donzela e o “amigo” se concretiza, as aves cantam e relembram o sentimento partilhado por ambos. Associa-se este momento à pri-
mavera. Contudo, com a partida do “amigo”, as aves já não se encontram presentes, não refletem o estado emocional da donzela e do “amigo”. O “amigo” partiu os ramos onde elas
pousavam e secou as fontes de onde bebiam e onde se banhavam. Associa-se este momento ao inverno.
4. Na primeira parte da cantiga, a donzela encontra-se alegre pela presença do “amigo”. Contudo, na segunda parte, o refrão adquire um sentido trágico, associado à nostalgia de um
sentimento de amor perdido.
5. a) “do meu amor e do voss[o]” (v. 8); c) “d’amor dizia[m]” (v. 2); d) “d’amor cantavam” (v. 5); e) “ment’haviam” (v. 8); f) “i enmentavam” (v. 11); g) “siíam” (v. 19); h) “beviam” (v. 20); i)
indi- cativo; pretérito imperfeito; j) “dormides” (v. 1); k) indicativo; pretérito perfeito; l) “tolhestes os ramos” (v. 14); m) “secastes as fontes” (v. 20).
6. Discurso direto.
7.1. Sujeito.

Verifica
1. Nas cantigas de amigo, a Natureza apresenta uma grande afinidade com as pessoas, refletindo os sentimentos humanos e participando no sentimento amoroso manifestado pela
donzela.

5
Educação Literária | Gramática

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Poesia trovadoresca; interpretar textos literários; características formais do texto poético.
G 10: Valores semânticos; funções sintáticas.

1. As personagens referidas na cantiga são as mães, as meninas e os “amigos”. As mães tencionam deslocar-se à ermida para rezar. As meninas, sob o pretexto de as acompanhar, ten-
cionam bailar para os seus “amigos”. Finalmente, os “amigos” tencionam ver as donzelas bailar.
2. As meninas convencem as mães a que se deixem acompanhar por elas, sob o pretexto de também irem rezar à ermida. Contudo, o seu propósito é ir ao encontro dos seus
“amigos”.
3. O modo conjuntivo tem como intenção retratar a atitude psicológica das donzelas, que pretendem que as suas mães se dediquem aos atos religiosos, para que elas possam,
então, bailar junto dos “amigos”, libertas do olhar vigilante e controlador das mães.
4. As donzelas são “fremosas em cós” (v. 9), isto é, são belas e apresentam-se descobertas, sem manto. São, ainda, “moças de bom parecer” (v. 15).
5. As donzelas revelam a alegria e a energia próprias da juventude. Por isso, bailam “em cós”, mostrando a exuberância e o arrebatamento de quem está apaixonado.
6. Esta cantiga apresenta uma dupla dimensão. Por um lado, as mães deslocam-se à localidade de “Sam Simom” com uma intenção religiosa – rezar, colocando velas em sinal de
devo- ção. Por outro lado, as meninas tencionam ir ao mesmo local para que, fora do espaço religioso, possam bailar livremente, mostrando-se aos seus “amigos”, uma vez que
sabem que também estes se deslocarão à ermida com o propósito de as ver.
7. Trata-se de uma cantiga de refrão (dístico). Apresenta três coblas constituídas, cada uma, por uma quadra e refrão. Quanto à métrica, os versos são decassilábicos e a rima é interpo-
lada e emparelhada, sendo o esquema rimático abbacc / deedcc / fggfcc.
8.1. No contexto em que ocorre – “punhemos d’andar” (v. 3) – a forma verbal adquire um valor semântico associado ao esforço, à luta para que se alcance um objetivo. Nesta situação
concreta, as donzelas esforçavam-se por convencer as mães a levá-las com elas à ermida.
9.1. Complemento oblíquo.
9.2. Sujeito.
9.3. Complemento direto.

Verifica
1. Na poesia trovadoresca, são inúmeros os cenários ou espaços mencionados: a vida rural, o espaço da fonte, como ponto de encontro, o rio ou a romaria. Outro cenário é constituído
pelo ambiente doméstico. Nas cantigas de amor, destaca-se o ambiente da corte. Os intervenientes são a donzela, a mãe, as amigas, o trovador (nas cantigas de amor).

Leitura

Aprendizagens Essenciais
L 10: Relato de viagem.
G 10: Modalidades de reprodução do discurso.

2. O texto apresenta como tema a viagem a pé que o narrador faz pela Estrada Nacional 2, os grupos com que se cruza nomeadamente.
3. Por exemplo: “Viseu” (l. 3); “Fátima” (l. 5); “Macieira” (l. 7).
4. a) Associados ao tema da viagem a pé pela Estrada Nacional 2 surgem os seguintes tópicos: os grupos com que o protagonista se cruza, nomeadamente, os peregrinos que se
dirigem
a Fátima e as distâncias percorridas.
b) O discurso centra-se na 1.ª pessoa, como se pode comprovar, por exemplo, pelos seguintes segmentos: “são os meus sabres de luz” (ll. 1-2); “ultrapassei”
(ll. 4-5); “Expliquei-lhes” (l. 12).
5. Discurso direto – “Venha connosco, não vê que está a ir pelo caminho errado?”; discurso indireto – Expliquei-lhes que este era o meu caminho errado e que não o trocaria por outro.

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Relato de viagem

Escrita

Aprendizagens Essenciais
L 10: Ideias principais – Síntese.
E 10: Síntese.

2. Proposta de textualização:
A 5 de maio comemorar-se-á o Dia Mundial da Língua Portuguesa, por decisão da UNESCO, que, pela primeira vez, reconhece o dia de uma língua que não é oficial neste organismo.
A proposta, aprovada por unanimidade, argumentava que a língua portuguesa é a mais falada do hemisfério Sul, sendo marcante em várias línguas.
Várias iniciativas marcarão o dia 5 de maio de 2020 e espera-se que esta distinção contribua para a promoção do português, ajudando também os países lusófonos. Pretende-se que o
português venha a ser uma das línguas de trabalho da ONU. (93 palavras)

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Síntese

Pág. 42

Em Exame
3. Tópicos de resposta:
–refrão: “muito me tarda / o meu amigo na Guarda.”;
– expressividade: o refrão realça o afastamento temporal (“tarda”) e físico (“Guarda”) entre a donzela e o seu “amigo”, revelando a consequência emocional que esta
6
separação excessiva (“muito”) provoca na donzela.

7
3. Exemplo de resposta:
O refrão da cantiga “muito me tarda / o meu amigo na Guarda.” realça o sofrimento do sujeito poético, provocado pelo afastamento temporal (“tarda”) e físico (“Guarda”) do “amigo”.
Com efeito, o advérbio “muito” mostra que a demora é excessiva, justificando-se, portanto, a preocupação da donzela.

Págs. 43-51

Pré-leitura | Oralidade

Cidadania e Desenvolvimento
G1: Interculturalidade.

Aprendizagens Essenciais
O 10: Compreensão – Documentário.

1.2.
a) África, Ásia e América.
b) Perigos da viagem; fascínio do mundo explorado; solidão; saudade, fragilidade humana e o destino humano.
c) Fado.
d) Destino.
e) Maria Severa (ícone), Alfredo Marceneiro, Hermínia Silva, Maria Teresa de Noronha.
f) Guitarra portuguesa de doze cordas e em forma de pera.
g) Amália Rodrigues.
h) Camané, Mísia, Cristina Branco, Kátia Guerreiro, Ana Moura, Mariza.
i) Símbolo reconhecido no mundo da identidade cultural portuguesa.
j) Testemunhos do seu património afetivo e memorial, periódicos, instrumentos, cartazes, adereços de atuação…
k) Carlos do Carmo.
Nota: transcrição do vídeo disponível no Dossiê do Professor – Materiais de apoio e no Manual Digital.

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Documentário
Poesia trovadoresca

Educação Literária | Gramática

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Poesia trovadoresca; interpretar textos literários; recursos expressivos.
G 10: Processos fonológicos; orações subordinadas.

1. O título do poema reflete a origem das cantigas de amor – a região da Provença, no sul de França.
2. O sujeito poético reconhece que os trovadores provençais “soem mui bem trobar” (v. 1). Contudo, fazem-no apenas na primavera e, na verdade, não sofrem realmente o amor não
correspondido. Contrariamente, o “eu” revela um amor verdadeiro e com grande sofrimento: “nom ham tal coita qual eu hei sem par” (v. 12).
3.1. O sujeito poético acusa os trovadores provençais, uma vez que estes apenas “trobam” na primavera e, para além disso, cantam um amor fingido/artificial (“e dizem eles que é
com amor” – v. 2). Há um elogio irónico a estes trovadores, pois apresentam belas cantigas. Contudo, o sofrimento transmitido não é verdadeiro (“sas senhores o mais e o melhor /
que eles podem […]” – vv. 8 e 9).
4. O recurso expressivo apresentado é a perífrase.
4.1. As perífrases apresentadas ao longo da cantiga remetem para a primavera. Estas expressões têm como objetivo reforçar a artificialidade do amor cortês. Na verdade, os
provençais
apenas na primavera mostram o seu sentimento pela “dona”.
5. A primavera é a estação do ano propícia às relações amorosas, em oposição ao inverno, que é um momento em que os sentimentos estão mais adormecidos. Assim, os
provençais compõem poemas só na primavera (“aquel tempo, log’ em trobar razom / nom ham” – vv. 16 e 17), o que enfatiza o facto de não sentirem um verdadeiro amor pela
“senhor”.
6. O “eu” apresenta um sofrimento crescente relativamente ao desgosto causado pela distância da sua “senhor”. Inicialmente, o sujeito poético refere sofrer por amor: “qual m’eu por
mia senhor vejo levar” (v. 6). Contudo, na segunda estrofe, já afirma que o seu sofrimento é inigualável: “nom ham tal coita qual eu hei sem par” (v.12). Por fim, conclui, na última
estrofe, que o seu amor levá-lo-á à morte: “que pois m’ há de matar” (v. 18).
7. a) metátese; b) paragoge.
8. “dizem eles” – oração subordinante; “que é com amor” – oração subordinada substantiva completiva.

Oralidade

Aprendizagens Essenciais
O 10: Expressão – Fundamentação.

Educação Literária

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Poesia trovadoresca; interpretar textos literários; recursos expressivos.

1. A cantiga é de amor, uma vez que, logo no primeiro verso, há a referência ao facto de o trovador pretender fazer um “cantar de amor” similar aos provençais e, por esse motivo, apre-
senta uma cantiga de mestria, isto é, sem refrão. Além disso, o “eu” configura-se, desde o início, como vassalo da “senhor” (“e querrei muit’i loar mia senhor” – v. 3). Por fim, é clara a
idealização e sobrevalorização desta mulher, uma vez que é física e psicologicamente inigualável: “comprida de bem / que mais que todas las do mundo val” (vv. 6 e 7).
2. A “senhor” é descrita como sendo bela e formosa (“nem fremosura nom fal” – v. 4). Além disso, o trovador considera-a, do ponto de vista psicológico, como um ser de uma

8
perfeição incomparável: honrada (“a que prez […] nom fal” – v. 4), bondosa (“nem bondade” – v. 5), virtuosa (“comprida de bem” – v. 6), sociável (“mui comunal” – v. 11) e sensata
(“bom sem” – v. 12).

9
3. Na primeira estrofe, a figura feminina é apresentada com características que a sobrevalorizam relativamente às restantes damas. Assim, de forma hiperbolizada, o sujeito poético
caracteriza a sua “senhor” como a mais perfeita de todas as mulheres que existem no mundo, o que se pode verificar pelo uso da comparação e da hipérbole: “tanto a fez Deus
comprida de bem / que mais que todas las do mundo val” (vv. 6 e 7).
4. Nesta cantiga, a referência a Deus confere à “senhor” uma perfeição ainda maior, na medida em que todas as suas características são uma dádiva de Deus, o que contribui para a
descrição desta mulher como um ser divino.
5. Na cantiga “Quer’eu em maneira de proençal”, o trovador está “em posição de servidão”, ou seja, é um ser subjugado pela beleza e pela perfeição da mulher (“Ca em mia senhor nunca
Deus pôs mal” – v.15). Na verdade, esta era a estratégia do amor cortês na época medieval – as cantigas de amor transmitiam um amor fingido e distante da realidade
medieval.
Assim, na sociedade feudal, o papel da mulher era de submissão ao marido e não de sobrevalorização, como demonstram as cantigas de amor (“o casamento visava […] as condições
da troca, da aquisição da esposa”).

Pré-leitura | Oralidade

Aprendizagens Essenciais
O 10: Compreensão – Síntese.

1.2. O “eu” deseja deixar de amar aquela que nunca o amou. Afirma, no refrão, que, se pudesse, gostaria de se vingar, fazendo-a sofrer tal como ele sofre. Apesar de pedir a Deus para o
ajudar a deixar de a amar, sabe que tal não é possível. Assim, o sofrimento do “eu” perdura, pois, apesar de não haver correspondência amorosa, ele sabe que jamais será capaz de
a fazer sofrer.

Educação Literária | Gramática

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Poesia trovadoresca; interpretar textos literários.
G 10: Formação de palavras.

1. “Se eu podesse desamar”:


b) A dona revela frieza e indiferença relativamente ao sujeito poético.
c) O “eu” mostra-se desiludido, triste, mas, por outro lado, revoltado e com intenções de se vingar da sua amada.
d) O sujeito lírico, perante a indiferença da sua amada, pretende vingar-se dela e fazê-la sofrer, tal como ela lhe provoca uma dor muito grande.
e) Nesta cantiga, por um lado, verificam-se as características do amor cortês: a vassalagem amorosa por parte do trovador, a proteção da identidade da “senhor”, a coita de amor (atra-
vés da indiferença da mulher amada)… Contudo, contrariamente às convenções estabelecidas pelo código do amor cortês, o sujeito poético não aceita o seu sofrimento amoroso e
re- volta-se, desejando vingar-se da sua “senhor”.
“A dona que eu am’e tenho por senhor”:
a) O trovador dirige-se a Deus e pede-lhe que lhe permita ver a sua “dona” ou que, em alternativa, lhe dê a morte.
b) O sujeito lírico demonstra estar apaixonado pela sua amada e revela saudades e uma mágoa (angústia, tristeza) profunda por não poder estar com a sua “dona”.
c) A “senhor” é luz para os olhos do sujeito lírico e é o ser mais perfeito que conhece (“Essa que vós fezestes melhor parecer / de quantas sei […]”)
d) O “eu” suplica a Deus que lhe permita ver a amada ou prefere morrer.
e) Estão presentes várias características do amor cortês: vassalagem amorosa do trovador (submissão total do “eu” à sua “dona”), a proteção da identidade da “senhor”, a coita de
amor, a perfeição inalcançável da “senhor”.
2. Na cantiga A, a coita de amor é vivenciada pelo “eu” com amargura, revolta e desejo de vingança. O sujeito poético, ao sentir um amor não correspondido por parte da sua
“senhor”, não se conforma e tenta transferir para a sua amada a coita de amor que o atormenta. Por sua vez, na cantiga B, o trovador revela um sofrimento tão profundo, a ponto de
preferir morrer, caso não tenha a sua amada por perto.
3.1. O trovador da cantiga A vive um conflito interior, pois, por um lado, pretende vingar-se da sua amada pelo sofrimento que esta lhe causa: “Assi me vingaria eu” (v. 5). Todavia,
por outro lado, não consegue abandonar o amor que sente por esta mulher: “Se eu podesse desamar” (v.1).
4. a) pretérito imperfeito do modo conjuntivo; b) presente do modo condicional; c) pretérito perfeito do modo indicativo.
5. a) e b) derivação por prefixação.
5.1. O prefixo des- tem o valor de negação.

Escrita

Aprendizagens Essenciais
E 10: Exposição sobre um tema.

2. Tópicos de resposta:
–Cantigas de amor: composições poéticas em que o trovador apaixonado presta vassalagem à “senhor”, mulher perfeita e superior, sofrendo de amor (coita de amor) face à não corres-
pondência amorosa, como se evidencia em “Se eu podesse desamar” e “A dona que eu am’e tenho por senhor”.
–Fado: género musical que dá a conhecer os sentimentos íntimos, como o desgosto de amor e a saudade, sugeridos pelo tom melancólico da canção e do som da guitarra portuguesa.

Manual Digital

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Exposição sobre um tema

Pág. 52

Em Exame
2. Tópicos de resposta:
–expressões relacionadas com a morte e o lamento: “morreu” (vv. 1, 14 e 16), “quem nunca bem / houve” (vv. 1-2) “morto” (v. 4), “moir’eu” (v. 5), “pesar” (vv. 9 e 12), “quem lhe nunca
quis bem fazer” (v. 7), “foi morto com pesar” (v. 9) e “que lhe nunca fez bem” (v. 17).
–refrão: “ai, mia senhor, assi moir’eu!” (v. 5);
–coita de amor: estado de sofrimento amoroso provocado pela paixão não correspondida.
2. Exemplo de resposta:

10
A coita de amor consiste no estado de sofrimento amoroso em que se encontra o sujeito poético, provocado pela paixão não correspondida. De facto, os vocábulos relacionados com a

11
morte e o lamento – “morreu”, “morto”, “moir’ eu”, “pesar”, “quem nunca bem / houve”, “quem lhe nunca quis bem fazer” e “que lhe nunca fez bem” –, realçam o desespero e o queixume
do sujeito poético pelo amor não ser correspondido. Neste sentido, também o refrão (“ai, mia senhor, assi moir’eu!”) reforça o lamento do “eu” lírico, que se encontra consumido pela
coita de amor.

Págs. 53-58

Escrita

Cidadania e Desenvolvimento
G1: Interculturalidade.

Aprendizagens Essenciais
O 10: Expressão – Síntese oral.

1.2. Proposta
O vídeo promocional começa por apresentar imagens alusivas ao S. João de Sobrado. De seguida, é feita a apresentação da génese desta tradição: mourisqueiros contra bugios, que
lutam pela posse de uma imagem milagrosa de S. João. Ao longo do vídeo, vão aparecendo imagens recolhidas durante as festividades, sendo possível ver a presença de inúmeros
fo- liões e visitantes. Esta tradição realiza-se, anualmente, no dia 24 de junho, em Sobrado. Para promover o evento, destaca-se a cor dos trajes, o som dos guizos e das castanholas, bem
como o burburinho dos participantes que, de acordo com os organizadores, transformam esta festa numa das maiores manifestações culturais do mundo. O vídeo apela à
participação nesta tradição, garantindo que os visitantes quererão voltar, e termina com informação sobre o número de visitantes e de figurantes envolvidos no evento.
Nota: transcrição do vídeo disponível no Dossiê do Professor – Materiais de apoio e no Manual Digital.

Manual Digital

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Poesia trovadoresca

Educação Literária | Gramática

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Poesia trovadoresca; interpretar textos literários; recursos expressivos.
G 10: Funções sintáticas.

1. O alvo da crítica é “Dom Foão”.


2. As três comparações “come boi que fer tavão” (v. 3), “come bezerro tenreiro” (v. 8) e “come cam que sal de grade” (v. 13) estão associadas ao mundo rural e realçam a cobardia
deste
rico-homem em situação de guerra. Elas salientam a proveniência rural de “Dom Foão”.
3. Nesta cantiga, aborda-se a sátira aos ricos-homens, neste caso, nos campos de guerra da Andaluzia. Com efeito, “Dom Foão” estaria em fuga face aos cavaleiros
muçulmanos (os temíveis “genetes” africanos).
4. a) vocativo; b) modificador apositivo do nome; c) complemento direto.
5. a) pronome relativo, pois introduz uma oração subordinada adjetiva relativa explicativa; b) conjunção completiva, pois introduz uma oração subordinada substantiva completiva;
c) constituinte que integra a locução subordinativa temporal “sol que”, que introduz uma oração subordinada adverbial temporal.

Pré-leitura | Oralidade

Aprendizagens Essenciais
O 10: Expressão – Pontos de vista.

2. Na versão de Ary dos Santos, o riso é provocado pela forma jocosa como o poeta declama a cantiga. Já no concerto, o que provoca o riso é a situação de aparente
inadaptabilidade da soprano.

Educação Literária

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Poesia trovadoresca; interpretar textos literários; recursos expressivos.

1.1. A cantiga “Ai dona fea, fostes-vos queixar” é uma cantiga de escárnio, na medida em que o alvo da crítica por parte do trovador (a “dona fea”) não é identificado de forma
inequí-
voca. Na verdade, existem, apenas, algumas alusões indiretas que permitem identificar a dama (“velha e sandia”).
2. O sujeito poético desta cantiga é o trovador e o seu interlocutor é uma dama: a “dona fea”.
2.1. A senhor desta cantiga era “fea, velha e sandia”, isto é, não era fisicamente atraente nem apresentava qualidades psicológicas dignas de destaque. Além disso, demonstrava al-
guma presunção ao pretender ser louvada, quando, segundo o “eu”, era algo irrealista, tendo em conta as suas características.
3. Na cantiga apresentada são totalmente ignoradas as regras do amor cortês, uma vez que a senhor é desprezada e ridicularizada pelo trovador (paródia do amor cortês). Assim,
con- trariamente às cantigas de amor, em que a mulher era sobrevalorizada, elogiada e provocava dor e sofrimento no seu vassalo (o trovador), nesta cantiga, assiste-se
exatamente ao contrário do que o elogio cortês preconiza.
4. A ironia, nesta cantiga, está associada à “dona fea”, pois esta pretende ser louvada à maneira provençal; contudo, não apresenta características que sustentem esse louvor. Com
efeito, o trovador ridiculariza esta situação e acaba por dizer exatamente o contrário daquilo que pensa: “mais ora quero fazer um cantar / em que vos loarei todavia” (vv. 3 e 4).

Educação Literária | Gramática

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Poesia trovadoresca; interpretar textos literários.
G 10: Funções sintáticas; orações subordinadas

12
Manual Digital

Documento
“Direi-vos que mi aveo, mia senhor”, Rui Queimado

1. A cantiga apresentada, contrariamente às cantigas de amor, em que o trovador presta vassalagem à sua senhor e sofre de forma tão intensa que até deseja a morte, revela-se uma
sátira à forma de atuação de “Roi Queimado” perante a sua amada. Assim, o trovador denuncia que os sentimentos de “Roi Queimado” eram falsos, na medida em que, nos seus cantares,
terá dito que morreria por amor, porém ressuscitou ao terceiro dia: “feze-s’el em seus cantares morrer; / mais ressurgiu depois ao tercer dia” (vv. 6 e 7). Com efeito, através da ironia e da
paródia, o sujeito poético ridiculariza os sentimentos exagerados das cantigas de amor, bem como o facto de alguns jograis não serem bons trovadores.
2. O sujeito poético critica a falsidade e o convencionalismo dos sentimentos de alguns trovadores (“feze-s’el em seus cantares morrer; / mais ressurgiu depois ao tercer dia”, vv. 6 e
7).
Para além disso, também denuncia, satiricamente, a falta de engenho poético de “Roi Queimado” (“porque cuida que faz i maestria”, v.10).
3.1. Na cantiga apresentada, apesar de o destinatário da crítica ser “Roi Queimado”, o objetivo de Pero Garcia Burgalês é o de criticar todos os trovadores que, nas suas cantigas,
de forma exagerada e repetitiva, mencionam que irão morrer por amor. Assim, há a denúncia do artificialismo dos sentimentos transmitidos em algumas cantigas de amor.
4. a) Modificador. b) Complemento direto.
5. a) Oração subordinada adjetiva relativa restritiva. b) Oração subordinada substantiva completiva.

Oralidade

Aprendizagens Essenciais
O 10: Compreensão – Registo de informação.
O 10: Expressão – Síntese.

1.2. O humorista considera que as pessoas se ofendem com muita facilidade, o que dificulta a sua comunicação. Isto ocorre porque as pessoas têm dificuldade em entender uma piada,
pois não são capazes de interpretar o que é dito, não conseguindo entender que nem sempre o que um humorista diz é exatamente aquilo que quer dizer. Relativamente às redes sociais,
o humorista não lhes encontra vantagens. Por outro lado, acaba por admitir que as redes sociais têm vantagens, pois permitem que toda a divulgação seja rápida e fácil.
Nota: transcrição da entrevista disponível no Dossiê do Professor – Materiais de apoio e no Manual Digital.

Pág. 59

Em Exame
2. Tópicos de resposta
–a coita de amor consiste numa paixão que domina o sujeito poético, levando à loucura e à morte por amor;
–o sujeito poético ridiculariza os que atribuem o seu sofrimento ao amor, uma vez que o seu sofrimento se deve à fome, visto que morre de fome.
2. Exemplo de resposta
Nas cantigas de amor, a coita de amor é uma consequência da paixão avassaladora que domina o trovador, levando-o à loucura e até à morte por amor. Neste sentido, o sujeito
poético desta cantiga ridiculariza todos aqueles que atribuem o seu sofrimento ao amor, referindo que o seu sofrimento se deve à fome, ou seja, morre de fome e não de amor.

Págs. 60-61

Nota: No caderno Manual de operacionalização de projetos, disponibiliza-se toda a informação sobre o projeto que é proposto, no âmbito da Autonomia e Flexibilidade Curricular, se o
professor o pretender desenvolver com a turma.
Páginas de revisão
–Contextualização histórico-literária.
–Representações de afetos e emoções.
–Cantigas de amigo:
·Variedade do sentimento amoroso.
·Confidência amorosa.
·Relação com a Natureza.
–Cantigas de amor:
·A coita de amor e o elogio cortês.
–Cantigas de escárnio e maldizer:
·A dimensão satírica: a paródia do amor cortês e a crítica de costumes.
–Espaços medievais, protagonistas e circunstâncias.
–Linguagem, estilo e estrutura:
·Cantiga de amigo: caracterização temática e formal (paralelismo e refrão).
·Cantiga de amor: caracterização temática.
·Cantiga de escárnio e maldizer: caracterização temática.

Manual Digital

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Revisão da Unidade 1

Págs. 62-65

Nota: testes de avaliação e questões de aula sobre a Unidade 1 disponíveis no Dossiê do Professor e no Manual Digital.

Grupo I – Parte A
1. A apóstrofe retrata a profunda religiosidade que se vivia na época medieval. Assim, a donzela dirige um apelo a Deus, perguntando-Lhe se sabe onde se encontra o seu
“amigo”, uma vez que este não lhe manda notícias.
2. O “eu” manifesta ansiedade pela ausência do “amigo”, uma vez que este tinha combinado com a donzela que viria o mais cedo possível ao seu encontro, salvo se estivesse
13
ferido. O estado emocional da donzela é percetível na interrogação dos versos 1-2 – “[…] u é meu amigo, / que nom m’ envia mandado?”.

14
3. O refrão ilustra a fatalidade dos sentimentos retratados, comprovando a situação emocional pouco segura da donzela, consciente de que a qualquer momento poderá saber
notícias trágicas.

Manual Digital

Avaliação
Banco de testes interativos

Grupo I – Parte B
4.
(a) 2
(b) 3

Grupo I – Parte C
5. Proposta de resposta:
Nas cantigas de amigo, a donzela socorre-se de vários intervenientes para confidenciar os seus sentimentos: a Natureza (o mar, o rio, as árvores, a fonte). É o caso da cantiga “– Ai flores,
ai flores do verde pino”. Mas ocorre, também, que a donzela se pode dirigir ao amigo, a quem manifesta o seu amor, ou a tristeza pela sua ausência, como na cantiga “Levad’, amigo,
que dormides as manhanas frias”.
Em conclusão, as cantigas de amigo destacam-se pela atitude confessionalista da donzela, que procura um interlocutor a quem possa exteriorizar os seus sentimentos.

Grupo II
1. (B)
2. (A)
3. (C)
4. (D)
5. (B)
6. a) Predicativo do sujeito. b) Complemento direto.
7. 1. assimilação (o s assimilou o t); 2. síncope (do r).

Grupo III
Proposta de resposta:
De acordo com o autor do texto, a poesia trovadoresca tem sido minimizada em comparação com outras manifestações literárias nos ensinos básico e secundário.
Neste sentido, o autor defende que, pelo menos no ensino secundário, se deve estudar a lírica medieval, uma vez que, através desta, se preserva a memória nacional, se compreende
a mentalidade coletiva e a maneira de ser do povo português.
Assim, para o autor, a lírica trovadoresca deve ser considerada “monumento” nacional e ser divulgada a todos, como prevê a UNESCO, para não se perder a identidade
portuguesa. (92 palavras)

Págs. 66-67

Páginas em movimento
Esta sugestão de atividade, opcional, propõe o visionamento ativo do filme Pedro e Inês, de António Ferreira (2018) cuja didatização foi pensada de acordo com o conteúdo da
Educa- ção Literária abordado nesta unidade. Disponibiliza-se a apresentação do filme, podendo o professor, caso o entenda, aceder ao filme, na íntegra, através de várias
plataformas.
1. 1.º § – Os amores de Pedro e Inês constituem a mais bela e mais macabra história de amor de Portugal, dado o carácter vingativo de D. Pedro, que manda coroar Inês depois de
morta e assassina quem a matara. 2.º § – O filme apresenta quatro linhas narrativas que se entrecruzam: Pedro, doente mental, Pedro arquiteto, Pedro numa realidade no futuro e D.
Pedro I. 3.º § – A narrativa original daria mais valor ao filme, pelo que os sentimentos nele retratados resultam dos que já são mencionados na obra de Rosa Lobato de Faria.
2. O que caracteriza este filme é o facto de conter quatro narrativas em alternância, que se entrecruzam.
3. Enquanto na poesia trovadoresca o amigo se encontra ausente (cantigas de amigo) ou a senhor é distante e inalcançável, no argumento do filme, o amor de Pedro e Inês é súbito, fí-
sico, obsessivo, indomável e perturbador.
4. – 1. Pedro, doente psiquiátrico: 1.º – h); 2.º – b); 3.º e); 4.º – c); 5.º – g); 6.º – f); 7.º – a; 8.º – d). 2. Pedro, arquiteto: 1.º – e; 2.º – g); 3.º – a); 4.º – f); 5.º – c); 6.º – i); 7.º – h); 8.º –
b); 9.º – d).
3. Pedro, numa comunidade rural, no futuro: 1.º – e); 2.º – c); 3.º – f); 4.º – a); 5.º – b); 6.º – d). 4. Pedro, rei de Portugal: 1.º – b); 2.º – j; 3.º – d); 4.º – g); 5.º – f); 6.º – h; 7.º – c); 8.º –
i); 9.º
– a); 10.º – k); 11.º – e).
5. Tópicos para a apreciação crítica disponíveis no Dossiê do Professor – Materiais de apoio e no Manual Digital.

Págs. 70-71

Pensa fora da caixa


Nota: No caderno Manual de operacionalização de projetos disponibiliza-se toda a informação sobre o projeto que é proposto, no âmbito da Autonomia e Flexibilidade Curricular,
se
o professor o pretender desenvolver com a turma.
Nesta unidade, propõe-se que, num trabalho interdisciplinar, se organize uma exposição fotográfica na escola, que poderá funcionar como um domínio de autonomia curricular
(DAC), como preconizado no artigo 9.º do decreto-lei n.º 55/2018.

15
Poderão participar neste projeto disciplinas como História A, História B, Desenho A, Cidadania e Desenvolvimento.
1.1. D – agosto de 1963; F – abril de 1974; C – novembro de 1989; E – fevereiro de 1990; B – junho de 2015; A – dezembro de 2019.
1.2. Estas fotografias têm em comum o facto de terem captado momentos em que a união de um povo ou grupo de pessoas participou na luta pelos seus direitos.

16
Oralidade

Cidadania e Desenvolvimento
G 1: Direitos Humanos.

Aprendizagens Essenciais
O 10: Compreensão – Sintetiza o discurso.
O 10: Expressão – Exposição oral.
L 10: Organização interna do texto.

1. a) não fizeram pelos direitos humanos tudo aquilo a que, moralmente, estavam obrigados; as injustiças multiplicam-se; as desigualdes agravam-se; o crescimento da
ignorância; o alastramento da miséria.
b) – governos: não sabem, não podem ou não querem; ou não lhes permitem aqueles que são os verdadeiros governantes do mundo, isto é, o poder empresarial;
–cidadãos: esperam que os governos façam aquilo que, até agora, não fizeram;
c) – têm de tomar a palavra;
–têm de reivindicar os seus direitos, mas também assumir os seus deveres.

Págs. 72-73

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Crónica de D. João I: contexto histórico.

Nota: O manual disponibiliza os capítulos 11, 115 e 148 devidamente didatizados.


O Anexo 1 do documento Aprendizagens Essenciais, 10.º ano, Português determina a seguinte distribuição de excertos da Crónica de D. João I, de Fernão Lopes:
Excertos da 1.ª parte: capítulo 11 e capítulo 115 ou 148.
Ao apresentarem-se os três capítulos no manual, o professor poderá selecionar os que melhor se adequem ao perfil dos seus alunos.

Verifica
1. a) 2.; b) 3.
2. O conde Andeiro foi assassinado, pois começava a exercer demasiada influência na governação e comprometia as intenções dos nobres portugueses.
3. Os portugueses conseguiram resistir aos castelhanos, através de uma defesa eficaz das muralhas de Lisboa e da ajuda prestada por uma frota oriunda do Porto, que
conseguiu transportar víveres para a capital.

Págs. 74-75

1.1. a); b); e).


2. (a) – estudou, leu os clássicos e tornou-se tabelião;
–em 1418; é nomeado Guarda-mor da Torre do Tombo;
–em 1434; é nomeado cronista-mor do reino por D. Duarte, que o encarrega de escrever a história dos reis de Portugal; chegaram até nós apenas as crónicas de D. Pedro, D. Fernando
e D. João I; foi um historiador rigoroso;
–é um patriota; em 1454, é dispensado da função de cronista por D. Afonso V;
–1459 julga-se ser o ano da sua morte. (b) coloquialismo, vivacidade e visualismo – coloca em discurso direto as falas do povo; conta uma história de pessoas e não de factos;
escrita acessível. (c) Por isso, dois nobres (Álvaro Pais e o conde de Barcelos) conspiram a morte do conde Andeiro, amante de D. Leonor (viúva de D. Fernando). O Mestre de Avis é
convencido por estes nobres a matar o conde Andeiro. Entretanto, dá-se início à segunda parte do plano e, pelas ruas, um pajem brada que matam o Mestre no paço da
rainha.
Perante isto, o povo junta-se e vai em defesa do Mestre (revela-se, pela primeira vez, uma identidade nacional).
No ano seguinte, o rei de Castela cerca Lisboa para que o povo se renda e aceite o seu poder. No entanto, o povo resiste e, quatro meses depois, por causa da peste, os castelhanos le-
vantam o cerco.

Pré-leitura | Oralidade

Cidadania e Desenvolvimento
G 1: Direitos Humanos.

Aprendizagens Essenciais
O 10: Compreensão – Documentário. Sintetizar o discurso escutado.

1.1.
a) canção de intervenção;
b) na madrugada do dia 25 de abril de 1974;
c) “Limite”;
d) segunda senha militar;
e) Fim de Regime;
f) “E depois do adeus”.
1.2.1. Na canção, o povo assume um papel decisivo na mudança do país, ideia que se traduz no verso “o povo é quem mais ordena”. De facto, nas palavras de Tabucchi, após a revolução
de Abril, o povo viveu momentos de euforia, a qual se propagou rapidamente por todo o país, a “terra da fraternidade” referida no poema. Para Tabucchi, este foi o verdadeiro papel
do povo na revolução dos cravos: a “adesão entusiasta”, a “explosão de alegria coletiva”.

17
Págs. 76-81

Educação Literária | Gramática

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Crónica de D. João I; interpretar textos literários; recursos expressivos.
G 10: Funções sintáticas; processos fonológicos.

Manual Digital

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Crónica de D. João I

1.1. Álvaro Pais sugere que o pajem grite pelas ruas de Lisboa que o Mestre estaria a ser morto no paço, provocando a revolta do povo.
2. A população começa a juntar-se e a dirigir-se para os “Paaços da Rainha”, porque o pajem gritava pelas ruas que o Mestre se encontrava em perigo e o povo queria protegê-lo.
3. O pajem e Álvaro Pais são as personagens individuais que se movimentam ao longo do excerto. Os dois tentam, a todo o custo, ajudar o Mestre neste plano arquitetado
para legitimar a sua pretensão. A personagem coletiva é o povo, que, de forma eufórica e até enraivecida, se reúne para defender o Mestre, dirigindo-se ao paço da rainha.
4. O pajem, neste momento da ação, tem uma intervenção essencial, na medida em que mobiliza o povo e o incita a defender o Mestre.
5.1. Vocativo.
5.2. Complemento oblíquo.
5.3. Sujeito.
6.1. Sinérese.
6.2. Aférese.
6.3. Paragoge.
7. A multidão revela revolta: “— U matom o Meestre? que é do Meestre? quem çarrou estas portas?” (l. 33). Esta sequência de interrogações reflete igualmente algum nervosismo e
ansiedade por parte da população.
8.1. O recurso expressivo presente na expressão é a metáfora, que é reveladora da afirmação da consciência coletiva do povo, que logo se uniu para defender o Mestre.
8.2. O recurso expressivo apresentado é a antítese, cujo efeito é o de apaziguar a multidão, pelo facto de se referir que o Mestre estava vivo, contrariamente ao conde
Andeiro, que es- taria morto.
9. Sensações visuais: “Ũas viinham com feixes de lenha, outras tragiam carqueija pera acender o fogo […]” (ll. 44-45); “Entom os do Meestre, veendo tam grande alvoroço como este
[…]” (l. 50)…
Sensações auditivas: “Ali eram ouvidos braados […]” (l. 34); “[…] arroido atam grande […]” (l. 41).
9.1. O sensorialismo associado à linguagem permite tornar o relato mais realista, transportando o leitor para a cena descrita, fazendo-o ver e ouvir os acontecimentos narrados.
10. O povo tinha uma opinião negativa relativamente à rainha, pois considerava-a responsável pela situação do país: “Ó aleivosa! já nos matou uũ senhor, e agora nos queria
matar outro” (l. 66). Além disso, o povo acreditava que a rainha era uma mulher infiel e traidora e, como tal, merecia morrer: “— Ó que mal fez! pois que matou o treedor do Conde,
que nom matou logo a aleivosa com ele!” (ll. 62-63).
11.1. O cronista sugere que teria sido por determinação divina que o Mestre de Avis teria aparecido como salvador do reino — “são som a Deos graças” (l. 57); “beento seja Deos
que vos guardou desse treedor!” (ll. 71-72); “— Mantenha-vos Deos, Senhor. Beento seja Deos que vos guardou de tamanha traiçom […]” (ll. 84-85).
12.1. Neste excerto, é possível identificar a utilização de verbos de ação – “entrarom” (l. 68) – e vocabulário ligado aos sentidos, sobretudo à visão – “Ali se mostrou” (l. 55), “de o veer
vivo” (l. 74) – que conferem verosimilhança, dinamismo e visualismo à narração. Além disso, o coloquialismo da prosa de Fernão Lopes, que cativa e aproxima o leitor dos factos narra-
dos, é ainda visível no recurso ao discurso direto para a reprodução do diálogo entre o Mestre de Avis e a população.
13. O Mestre rapidamente se disponibilizou para ir socorrer o bispo, o que demonstra a sua preocupação e altruísmo.
14.
a) Mobilização da população da cidade pelos partidários do Mestre;
c) pajem, Álvaro Pais e povo;
d) A multidão dirige-se ao paço da rainha e ameaça invadi-lo;
e) Ruas de Lisboa e paço;
f) Povo;
g) O Mestre surge à janela do paço e dirige-se à multidão para a pacificar;
h) Paço da rainha;
j) O Mestre dirige-se para o Rossio, dispersando a multidão e indo tomar uma refeição em conjunto com os seus apoiantes;
l) Mestre e os fidalgos seus apoiantes.

Escrita

Aprendizagens Essenciais
E 10: Exposição sobre um tema.

Pág. 82

Em Exame:
2. Tópicos de resposta:
–Formas verbais: imperativo – “apacificae vos” (l. 6); pretérito imperfeito – “era” (l. 7); “tiinham” (l. 7); “aperfiavom” (l. 8) e “deziam” (l. 9); pretérito perfeito – “houverom” e “virom” (l. 9).
–Dinamismo: a utilização do imperativo, do pretérito perfeito e do pretérito imperfeito conferem realismo e movimento à narração no decorrer da ação, apresentando os
acontecimen- tos de forma verosímil.
2. Exemplo de resposta:
A par dos verbos no pretérito perfeito do modo indicativo (“houverom” e “virom”, l. 9) e imperfeito (“era , l. 7; “tiinham”, l. 7; “aperfiavom”, l. 8 e “deziam” l. 9), na linha 6, encontra-se
o modo imperativo (“apacificae vos”). Assim, confere-se realismo e movimento à narração dos eventos do passado, que, por isso, no decorrer da ação, surgem de forma
verosímil.

18
Págs. 83-89

Pré-leitura | Leitura

Cidadania e Desenvolvimento
G 1: Direitos Humanos

Aprendizagens Essenciais
L 10: Exposição sobre um tema.

1.1. “Guerra Fria” designa o período histórico do mundo ocidental, após a Segunda Guerra Mundial e até 1989, em que duas superpotências – EUA e URSS – exerceram a sua influência
política e militar sobre os países seus aliados. “Alemanha de Leste” foi um Estado que existiu entre 1949 e 1990, sob a designação oficial de República Democrática Alemã (RDA),
cor- respondente ao território administrado pela ocupação militar soviética, no final da Segunda Guerra Mundial. “Berlim Leste” designa a zona da cidade de Berlim
pertencente à RDA.
1.2. O Muro de Berlim foi construído no final da Segunda Guerra Mundial, com o objetivo de separar fisicamente as fronteiras entre as duas Alemanhas.
Por seu turno, a sua queda resultou do levantamento de restrições à circulação de pessoas entre a Alemanha Ocidental e a Alemanha de Leste.
1.3. O Muro de Berlim simboliza a divisão entre o mundo livre, os países do ocidente, sob a influência dos EUA, e o mundo totalitário dos países de leste, sob a influência da URSS. A sua
queda marca o fim da Guerra Fria e o advento de uma nova ordem mundial, que não se sustentava na bipolarização entre duas superpotências.
1.4. Este texto apresenta um carácter demonstrativo, evidenciando com clareza o tema da queda do Muro de Berlim, da sua simbologia e impacte na sociedade europeia, especifica-
mente alemã – “E havia muitas pessoas a tentar escapar. Inicialmente, fugiam pelas casas ao longo do Muro”. É, também, factual e objetivo na informação que veicula – “o Muro
de Berlim tinha pouco mais de 43 km de extensão e estava protegido com arame farpado, cães de guarda e 55 000 minas terrestres”.

Educação Literária | Gramática

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Crónica de D. João I; interpretar textos literários; recursos expressivos.
G 10: Orações coordenadas e subordinadas.

1.1. O Mestre sugeriu que os portugueses recolhessem o máximo de mantimentos possível e que os trouxessem para dentro das muralhas.
2.1. Aquando da ameaça do cerco, a população reagiu de forma distinta: uns decidiram apoiar o Mestre e proteger-se dentro das muralhas, outros decidiram abandonar a cidade e
refugiar-se
entre Setúbal e Palmela, levando os seus bens. Por fim, alguns apoiaram Castela e deslocaram-se para as vilas que estavam sob o seu domínio.
3. A expressão refere-se às populações que decidiram apoiar D. Beatriz e o rei de Castela.
3.1. Metonímia.

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Crónica de D. João I

4.1. “Entom os do Meestre”. As pessoas que apoiam a intenção revolucionária e as ideias defendidas pelo Mestre de Avis são referidas como “os do Meestre”.
5.1. a) O narrador procura justificar a decisão censurável do Mestre, de expulsar habitantes da cidade, apresentando argumentos cuja validade é alcançada ao provocar a reflexão no
leitor. b) O narrador fundamenta o desejo de morte dos habitantes da cidade, explicitando o seu sofrimento e levando o leitor a indignar-se perante tal situação. c) O narrador
evidencia a sua repulsa perante o sofrimento das pessoas, escusando-se a continuar a narrativa.
6. O Mestre ordenou que fossem tomadas medidas militares para proteger a cidade, nomeadamente através da construção de “fortes caramanchões de madeira” para guarda. Depois,
a vigia das muralhas foi repartida pelos fidalgos e cidadãos honrados e, para além disso, todos os que se encontravam de vigia tinham armas. O Mestre procurou, portanto, a melhor
forma de resistir aos castelhanos.
7.1. Sempre que os vigias ouviam tocar o sino, dirigiam-se rapidamente para a secção da muralha cuja proteção lhes estava atribuída.
8. Os senhores e capitães da cidade eram responsáveis pelas bandeiras de S. Jorge. Os fidalgos e cidadãos honrados guardavam as muralhas. Por fim, os clérigos e os frades
guardavam as torres que lhes tinham sido confiadas.
9. O Mestre mostrava a sua capacidade de liderança pois, por um lado, dormia pouco, percorrendo durante a noite a muralha e, por outro, via todas as suas ordens serem
cumpridas de forma diligente.
10. Junto à porta de S. Catarina havia sempre um local para o tratamento dos feridos, uma vez que era mais frequente haver confrontos nessa zona, entre os castelhanos e
os portugue- ses e, como tal, tinha de haver condições para recuperar aqueles que se feriam.
11.1. Oração subordinada adjetiva relativa restritiva.
11.2. Oração coordenada copulativa.
12. As “moças” apanhavam pedras para fazer a muralha exterior, revelando grande coragem. Para além disso, cantavam de forma provocatória, ameaçando o inimigo com o
mesmo destino que o conde Andeiro e o bispo tiveram.
13. a) Ordena que os responsáveis cumpram as tarefas de defesa;
b) Verifica, durante a noite, se as muralhas e as portas estão seguras;
c) Confia as chaves a homens da sua confiança;
d) Empreende a construção de estacas para proteger as zonas da ribeira.

Pág. 90

Aprendizagens Essenciais
L 10: Classificar ideias principais.

Verifica
1. A crise de 1383, mais do que um conflito entre classes por motivos económicos, envolveu toda a sociedade de forma transversal, independentemente do estrato social dos
envolvi- dos. A motivação para o envolvimento foi, sobretudo, a perceção de ilegitimidade da obediência a Castela ou a necessidade de respeitar a pretensão legítima de D.
19
Beatriz.
2. b) Afonso Eanes Penedo; c) dois mareantes do Porto (Salvador Domingues e Nicolau Domingues); d) D. Lourenço; e) D. Pedro de Castro; f) Álvaro Pires Cabral; g) Gonçalo Vasques

20
Coutinho.
3. Relativamente à tradição historiográfica, a Crónica de D. João I apresenta como principal novidade o facto de ser o povo o agente dos acontecimentos, quem faz a História.
4. Nun’Álvares Pereira e D. João.
5. Trata-se de uma figura que é reconhecida como o herói, fiel e honrado, sempre disposto a defender o seu senhor, D. João.
6.
(a) 3
(b) 1

Escrita

Aprendizagens Essenciais
E 10: Exposição sobre um tema.

1. Proposta de textualização:
No capítulo CXV, a população de Lisboa é caracterizada como um agente coletivo, cuja vontade e união são evidentes.
Por um lado, a distribuição dos vigias pelas torres assegura que cada um fique com a perceção de que, apesar de estar responsável por uma parte da muralha, engloba um todo coeso e
uno. Tal facto é verificável na situação em que, havendo vigias a descansar longe da muralha, sempre que soava o alarme, todos se dirigiam para os seus postos.
Por outro lado, os trabalhadores abandonavam os seus ofícios para ajudar na defesa da cidade. Para além disso, os membros do clero pegavam em armas, indo contra o costume de que
o clero apenas tinha como função rezar. Até as jovens ajudavam na construção da muralha exterior. Em suma, o sentimento de união era comum, estando todos sob as ordens do
Mestre, que se preocupava com a defesa da cidade. (150 palavras)

Pág. 92

Em Exame
2. Tópicos de resposta:
–o rei de Castela e o seu exército são elogiados pela sua força, preparação e número;
–a população humilde, o povo e as raparigas unem-se, na certeza de que a independência nacional está em causa e, por isso, precisam de ser corajosos e resistentes.
2. Exemplo de resposta:
A caracterização do rei de Castela e do seu exército é feita de modo bastante elogioso, uma vez que é realçado o facto de este ser um inimigo forte, bem preparado e numeroso. Neste
sentido, a população humilde, o povo e as raparigas são enaltecidos, pela sua união e coragem, devido à certeza de que a independência nacional está em causa e que, por isso, todos
precisam de ser corajosos e resistentes.

Pág. 93

Pré- leitura | Oralidade

Cidadania e Desenvolvimento
G1: Desenvolvimento sustentável.

Aprendizagens Essenciais
O 10: Compreensão – Documentário.
O 10: Expressão – Fundamentação.

1.1. O que mais indigna a primeira interlocutora é o facto de a pobreza constituir uma grande injustiça. Os mais ricos desperdiçam comida, vivendo ao lado de quem passa fome.
Estes,
para além de viverem em situações pouco dignas, não têm acesso a alimento e a outros bens.
1.2. A pobreza é considerada um estado, porque há sempre a esperança de que possa acabar. No entanto, para quem a vive, é um “estado duradouro”, pois dura demasiado tempo.
1.3. Dizer “Por favor” ou “Obrigado” significa que tivemos necessidade de pedir algo ou de agradecer por algo que nos deram. Para este aborígene, o normal será que todos
comparti- lhemos aquilo que temos. Se assim fosse, estas palavras não seriam necessárias.
2. Os alunos poderão concluir que o salário mínimo de 1974 está ao mesmo nível do salário mínimo de 2019.
3. Exemplo de resposta:
A imagem apresenta rostos anónimos que estão a ser empurrados por um espaço afunilado. Este afunilamento pode ser associado aos sacrifícios ou privações a que o povo é sujeito,
uma vez que os rostos aparentam sofrimento. As pessoas são incapazes de reagir.

Págs. 94-97

Educação Literária | Gramática

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Crónica de D. João I; interpretar textos literários; recursos expressivos.
G 10: Valores semânticos.

1. Os habitantes de Lisboa iam secretamente, de noite, em batéis, ao Ribatejo, onde se abasteciam de trigo.
1.1. Os portugueses tinham de enfrentar os castelhanos, que os esperavam em pequenos barcos.
2. A referência ao Porto relaciona-se com os habitantes que vieram daquela cidade para ajudar os lisboetas, vendo-se, depois, obrigados a se recolherem dentro da cidade.
3. Um habitante de Almada, que era por Castela, denunciou os habitantes de Lisboa, que, de noite, procuravam trazer alimentos para a cidade, a partir do rio. Por esse
motivo, foi, pos- teriormente, capturado pelos portugueses e morto.
4. Quando conseguiam apanhar trigo, este era em tão pouca quantidade, que havia necessidade de um milagre para o multiplicar e fazer chegar a todos os habitantes que se
encontra- vam cercados e com fome.

21
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Crónica de D. João I

5. A metonímia (neste caso em concreto, designação da cidade em vez dos seus habitantes) atribui o efeito de que todos os habitantes, sem exceção, sofriam das consequências que
Fernão Lopes relata.
6. O Mestre determinou que todos os pobres que não fossem responsáveis pela defesa da cidade teriam de ser expulsos dela. Além disso, as prostitutas e os judeus também
se viram obrigados a abandonar Lisboa.
6.1. Todos os que foram expulsos da cidade, num primeiro momento, foram bem recebidos pelos castelhanos. Contudo, quando estes se aperceberam da estratégia do
Mestre, rapida- mente obrigaram os portugueses a regressar à cidade.
6.2. Os mais pobres, os marginais e os judeus, quando se viram obrigados a regressar à cidade cercada, ficaram desesperados, pois sabiam que não iriam ser acolhidos pelo Mestre.
6.3. A expressão significa que havia habitantes da cidade que preferiam ser prisioneiros dos castelhanos do que passar fome dentro dos muros de Lisboa.
7. O cronista tenta desculpabilizar o Mestre, mostrando que este não tinha alternativa e, portanto, a única solução era “deitar fora as gentes minguadas” (ll. 27 e 28).
8. A interrogação retórica contribui para o efeito pretendido de justificar a atitude censurável do Mestre de Avis, como se não houvesse outra alternativa para a expulsão de
algumas pessoas.
9. O cerco provocava tristeza e levava a que houvesse discussões mesquinhas em virtude das privações por que passavam todos os habitantes.
9.1. A expressão significa que uma pessoa fica preocupada e triste quando pensa em situações aflitivas que lhe podem acontecer no futuro.
9.2. Apesar do sofrimento, sempre que a população era chamada a defender a cidade, reagia com coragem e valentia.
10.1. noturno (relativo à noite), notívago (aquele que vive de noite)…
10.2. filiação (indicação dos pais de alguém), filiar (adotar como filho)…
10.3. manual (feito à mão), manufatura (trabalho manual)…

Pág. 98

Verifica
1.1. a) flexão do joelho;
b) executar, fazer à mão;
c) levar, carregar para outro local.
2. a) candidato; b) pretendente a um cargo ou vaga;
c) soberbo; d) magnífico, sublime, mas também arrogante; e) honesto, reputado; f) peregrinação a Roma; g) peregrinação a um lugar religioso.
3. a) omnipresença; omnisciente; b) ocular; oculista; c) população; popularidade.
3. a) OMNIS significa todo. A palavra omnipresente, por exemplo, representa uma entidade que está presente em todo o lado ou que está sempre presente. b) OCULUS
originariamente significa olho, pelo que palavras como ocular, oculista, óculos, estão relacionadas com o órgão da visão. c) POPULUS, cujo significado é povo, deu origem a palavras
como popular ou popularidade, ambas com significados relacionados com o étimo original – ser-se famoso ou importante entre o povo ou para o povo, relativo ao povo.

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QuizEV
Valores semânticos

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Valores semânticos

Pág. 100

11. O Mestre sofria com os padecimentos da população da cidade de Lisboa e, tendo consciência de que nada poderia fazer para a auxiliar, tentava não ouvir o clamor do povo.
12. Os pais e as mães feriam-se no rosto, em desespero pela impotência que sentiam perante o sofrimento dos filhos.
13. A população, por um lado, tem de combater o inimigo castelhano, que a cercava e, por outro lado, tem de lutar contra a fome.
14. O real motivo para a falta de mantimentos não é o cerco nem a sua duração, propriamente dita, mas sim o facto de muitas pessoas se terem recolhido dentro das
muralhas, incluindo as que tinham chegado do Porto – “era per aazo das muitas gentes que se a ela colherom de todo o termo; e isso meesmo da frota do Porto quando veo” (ll.
131-132).
15. A expressão apela ao visualismo, que é característico do estilo de Fernão Lopes. O narrador dirige-se ao leitor, apelando à visão como forma de conferir vivacidade e realismo ao
relato.
16.
A – 5. – d);
B – 3. – e);
C – 4. – b);
D – 1. – a);
E – 2. – c).

Pág. 101

Em Exame
2. Tópicos de resposta:
–a falta de alimentos trouxe pobreza, miséria e revolta;
–consequências psicológicas: tristeza, sofrimento e desespero.
2. Exemplo de resposta:
A falta de alimentos, durante o cerco de Lisboa, gerou um ambiente de pobreza, miséria e revolta. Neste sentido, face a este ambiente, a população acaba por apresentar

22
características

23
psicológicas como a tristeza, o sofrimento e o desespero.

Pág. 102

Nota: No caderno Manual de operacionalização de projetos, disponibiliza-se toda a informação sobre o projeto que é proposto, no âmbito da Autonomia e Flexibilidade Curricular,
se
o professor o pretender desenvolver com a turma.

Páginas de revisão
–Contexto histórico
–Capítulos XI, CXV e CXLVIII de Crónica de D. João I, 1.ª parte.
–Afirmação da consciência coletiva.
–Atores (individuais e coletivos).

Manual Digital

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Revisão da Unidade 2

Págs. 105-109

Nota: testes de avaliação e questões de aula sobre a Unidade 2 disponíveis no Dossiê do Professor e no Manual Digital.

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Avaliação
Banco de testes interativos

Grupo I – Parte A
1. A falta de alimentos provocou as seguintes alterações na vida das pessoas:
–inflação descontrolada – “Na cidade nom havia triigo pera vender, e se o havia, era mui pouco e tam caro que as pobres gentes nom podiam chegar a ele;” (ll. 1 e 2);
–alteração do regime alimentar da população – “e começarom de comer pam de bagaço d’azeitona, e dos queijos das malvas e raizes d’ervas, e doutras desacostumadas cousas,
pouco amigas da natureza;” (ll. 4 a 6);
–morte da população – “achavom mortos home˜es e cachopos jazer inchados nas praças e em outros logares.” (ll. 9 e 10);
–pobreza e mendicidade – “Andavom os moços de tres e de quatro anos pedindo pam pela cidade” (ll. 18 e 19).
2.1. A subjetividade do narrador é evidente na admiração que demonstra perante o sofrimento geral – “bem mostravom seus emcubertos padecimentos” (l. 18). Para além disso,
a subjetividade do narrador é evidenciada através dos seus comentários, que refletem uma profunda tristeza – “que era triste cousa de veer” (ll. 20 e 21).
3. Os habitantes mostram-se solidários ao sentirem empatia pelo sofrimento dos outros – “Muitos esguardavom as prezes alheas com chorosos olhos” (l. 24).

Grupo I – Parte B
4.
(a) 4;
(b) 2.

Grupo II
1. (B)
2. (D)
3. (A)
4. (A)
5. (C)
6. “um friso” (linha 4).
7. Complemento oblíquo.

Grupo III

Exemplo de resposta: O Mestre de Avis é retratado na Crónica de D. João I com características que apontam qualidades próprias do futuro rei. Na verdade, o Mestre procura
pacificar a multidão e apresentar-se como um líder, quando o povo se desloca ao paço da rainha, suspeitando do seu assassinato. Contudo, é nos preparativos para a defesa do cerco de
Lisboa que o Mestre de Avis evidencia as suas qualidades. Organiza a defesa militar de forma exemplar e revela-se sempre presente, com custo próprio, percorrendo constantemente a
muralha da cidade, incentivando e animando os seus apoiantes. Finalmente, nos momentos de grande adversidade, como durante a fome, o Mestre procura assegurar a sobrevivência
de todos e a integridade da defesa de Lisboa, sem a qual a independência do país não se poderia ter garantido. (130 palavras)

Pág. 110

Páginas em movimento
Esta sugestão de atividade, opcional, propõe o visionamento ativo do filme O rei, de David Michôd (2019), cuja didatização foi pensada de acordo com o conteúdo da Educação
Literária abordado nesta unidade. Disponibiliza-se a apresentação do filme, podendo o professor, caso o entenda, aceder ao filme, na íntegra, através de várias plataformas.
1. O filme O rei trata da coroação de Henrique V de Inglaterra e da batalha que este se viu forçado a travar contra França.
2.1. a) Henrique V no seu trono, rodeado de membros da igreja. b) A irmã do rei dá-lhe conselhos. c) Os cavaleiros franceses preparam-se para atacar. d) O exército inglês
pronto para a batalha.

24
3. a), b), d), f), g), i), j), l), o), p), r).
4. No capítulo XI da Crónica de D. João I, o Mestre revela ser consciente do seu papel enquanto líder, comandando a revolta da população contra os partidários de Castela.
Revela-se,
também, apaziguador, ao tranquilizar a população, revelando-se vivo e saudável.
5. As qualidades humanas que Henrique V mais valoriza são a honestidade e a verdade.
6. As cenas das batalhas no filme O rei caracterizam-se pela movimentação dos participantes, sendo muito semelhantes à movimentação da população junto do paço da rainha D.
Leonor.
7. Durante o cerco de Lisboa, os homens responsáveis pela defesa da muralha moviam-se rapidamente, mal se apercebessem de um ataque castelhano. O mesmo se verifica na ação do
exército de Henrique V, na batalha contra os franceses. Assim, o visualismo é evidente em ambos.
8. O sentido a que o narrador faz apelo é a audição. Assim, quer nos conflitos entre portugueses e castelhanos, no cerco de Lisboa, quer nas batalhas retratadas no filme, o ruído resul-
tante dos combates é o estímulo mais evidente.
9. Quer o rei Henrique V quer o Mestre de Avis se revelam líderes nas ações que tomam. Henrique V incita as suas tropas no momento que antecede a batalha e decide o momento exato
em que deve intervir. Para além disso, participa diretamente nos combates. De modo semelhante, o Mestre de Avis anima os que protegem as muralhas da cidade, atribui tarefas
aos seus súbditos, visita de noite a muralha, envolvendo-se diretamente na defesa de Lisboa.
10. a) 4; b) 2; c) 6; d) 3; e) 5; f) 1.
11. Tópicos para a apreciação crítica disponíveis no Dossiê do Professor – Materiais de apoio e no Manual Digital.

Sequência 03

Págs. 114-115

Nota: No caderno Manual de operacionalização de projetos disponibiliza-se toda a informação sobre o projeto que é proposto, no âmbito da Autonomia e Flexibilidade Curricular,
se o professor o pretender desenvolver com a turma. Nesta unidade, propõe-se que, num trabalho interdisciplinar, se participe no projeto #wiki4women, através da colaboração na
Wi- kipedia, enriquecendo-a com perfis de mulheres que se destacaram por algum motivo. Esta atividade poderá funcionar como um domínio de
autonomia curricular (DAC), na escola como preconizado no artigo 9.º do decreto-lei n.º 55/2018. Poderão participar neste projeto disciplinas como História A, História B, Línguas
Estrangeiras, Filosofia, Economia A, Biologia e Geologia e Cidadania e Desenvolvimento.
1 – B; 2 – D; 3 – F; 4 – G; 5 – A; 6 – C; 7 – H; 8 – E

Oralidade

Aprendizagens Essenciais
O 10: Compreensão – Documentário.
O 10: Expressão – Exposição oral.

1.1. O retrato da mulher apresentada é o de alguém que tem de ser boa mãe, boa dona de casa, boa esposa. A mulher trabalha fora de casa, mas tem também de fazer as tarefas domés-
ticas sozinhas. As entrevistadas parecem resignadas à sua função, exceção feita à última interlocutora, que revela alguma revolta pela sua dupla condição de mulher doméstica e
tra- balhadora.
1.2. Resposta livre. Os alunos poderão apontar semelhanças como o facto de a mulher continuar a trabalhar fora de casa, mas acumular as tarefas domésticas. Como diferenças, os
alunos poderão referir o facto de, cada vez mais, as mulheres terem uma vida profissional exigente.
2.1. Conclusões:
–em Portugal, há mais mulheres do que homens, tendo a maior parte entre 25 e 64 anos;
–a maior parte dos diplomados portugueses são mulheres, mas apenas 48,9 % da população empregada é feminina;
–há uma elevada percentagem de mulheres com 65 anos ou mais que vivem sozinhas.

Págs. 116-119

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Farsa de Inês Pereira: contextualizar textos literários.

Nota: O Anexo 1 do documento Aprendizagens Essenciais, 10.º ano, Português determina a abordagem de uma obra de Gil Vicente, a escolher entre Farsa de Inês Pereira (leitura
inte- gral) ou Auto da Feira (leitura integral). No Manual Digital, disponibilizam-se recursos didáticos para a abordagem de Auto da Feira, de modo a que o professor selecione a
obra que melhor se adeque ao perfil dos seus alunos.

Verifica
1. A obra de Gil Vicente foi inicialmente transmitida em folhas soltas. O autor morreu sem fazer a compilação dos seus textos, tendo esta sido concluída pelo filho, já sob a censura da
Inquisição.
2. Gil Vicente contactou com representações litúrgicas e com algum repertório, como os momos.
3. A expressão significa que os hábitos sociais se corrigem através do recurso ao cómico. Assim, Gil Vicente, ao criticar a sociedade, nas suas obras, chama a atenção para os
defeitos das pessoas. Gil Vicente critica os escudeiros, os fidalgos, o povo, os frades, etc.

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Farsa de Inês Pereira: natureza e estrutura da obra.

Verifica
1. e 1.1. a) F. Os emissores do texto dramático são o dramaturgo, o encenador e os atores. b) V. c) V. d) F. A ausência de narrador coloca o leitor numa posição privilegiada,
possibilitando o contacto com várias conceções da realidade, de acordo com cada personagem. e) V.

25
Verifica
1. Trata-se de um género considerado menor.
2. A farsa imita situações pouco elevadas, representando a vida do dia a dia, de forma satírica e cómica, partindo de um conflito geralmente de base social ou familiar.
3. A estrutura da farsa caracteriza-se por não se encontrar dividida em atos nem cenas, com pouco rigor nas referências temporais e espaciais, por um número reduzido de
personagens e pela presença eventual de uma personagem redonda.
4. O tema da farsa resulta de um conflito entre forças opostas, na família ou no relacionamento amoroso.

Pré-leitura | Oralidade

Aprendizagens Essenciais
O 10: Compreensão – Documentário.

1. (a) – 1502 – Monólogo do Vaqueiro (também conhecido por Auto da Visitação – primeira peça escrita e representada por Gil Vicente);
–O ambiente social da primeira metade do século XVI: ambição, infidelidades, alcoviteiras, conquista de liberdade,…
(b) – Intemporalidade das características dos diversos tipos de mulheres, as conservadoras e as transgressoras.
(c) – Reconstituição de uma visão satírico-dramática da sociedade portuguesa do século XVI;
–Crítica social de todas as classes.

Educação Literária | Oralidade

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Farsa de Inês Pereira: interpretar textos literários.

1. A redação desta farsa resulta da resposta de Gil Vicente a uma sugestão de que as suas obras eram um plágio de outros autores.
2.1. Perder um cavalo para ter um burro significa passar para uma situação pior.
2.2. O dito popular sugere que mais vale a docilidade do burro em detrimento da força e elegância do cavalo.

Manual Digital

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Farsa de Inês Pereira

Págs. 120-121

Manual Digital

Educação Literária | Gramática

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Farsa de Inês Pereira: interpretar textos literários.
G 10: Funções sintáticas – Complemento do nome; étimo.

1. Inês sente-se:
–enraivecida, furiosa, por ter de realizar tarefas de que não gosta – “Renego deste lavrar” (verso 1); “e que raiva” (verso 6);
–aborrecida com a vida monótona que leva – “Oh, Jesu! Que enfadamento” (verso 5);
–compadecida, compassiva, piedosa em relação a si própria – “Coitada, assi hei de estar” (verso 10).
2. As interrogações evidenciam a revolta de Inês Pereira. Assim, Inês:
–questiona a inutilidade da sua situação – vv. 10 a 13;
–lamenta-se pelo desperdício de tempo que vive – vv. 14 a 16;
–revolta-se pelo seu aprisionamento – vv. 17-18;
–interroga-se sobre a sua condição – vv. 26 e 27;
–expressa o seu lamento – vv. 29 a 31.
3.1. A Mãe mostra que já sabia que a sua filha, durante a sua ausência, não estaria a trabalhar (vv. 37-40).
4. As comparações referem-se a animais que estão presos ou que vivem dentro de um casulo, como Inês.
5. Inês critica a Mãe por esta ser muito lenta a encontrar um pretendente com quem se possa casar.
6.1. Inês deseja casar-se para:
a) se libertar do domínio da Mãe.
A Mãe considera que Inês:
c) deve ter calma, pois só assim poderá encontrar um bom marido.
7.1. Complemento do nome;
7.2. Predicativo do sujeito;
7.3. Sujeito.
8.1. “precatares” – futuro do conjuntivo; “virão” – futuro do indicativo.
8.2. Nestes versos, a Mãe aconselha Inês a ter calma. Por isso, a forma verbal “precatares” ocorre no modo conjuntivo, sugerindo uma possibilidade futura, reforçada pela forma verbal
“virão”.
9.1. Sou.
9.2. Verbo copulativo.

26
Pág. 122

Verifica
1. a. da farsa.
b. de uma vida divertida e social.
c. para concretizar o seu sonho.
d. de vida.
e. de libertação.
f.com Pêro Marques.
2. Não está presente um complemento do nome na alínea e). A expressão “de preocupações” é complemento do adjetivo livre. Nas restantes frases, os alunos poderão também
identifi- car os complementos do nome:
a. de Inês.
b. desta figura.
c. a uma nova realidade.
d. pela jovem.
3. A – 1; B – 2; C – 1; D – 2; E – 1.

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QuizEV
Complemento do nome e do adjetivo

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Funções sintáticas

Pág. 125

Educação Literária | Gramática

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Farsa de Inês Pereira: interpretar textos literários.

1. Lianor apresenta à Mãe e a Inês uma proposta de casamento.


2.1. Lianor Vaz foi perseguida e assediada por um frade.
2.2. A Mãe desconfia da história narrada pela alcoviteira, uma vez que esta não se encontra arranhada.
2.3. Gil Vicente critica o clero por não respeitar o celibato.
3. Inês procura um marido “avisado” (v. 182) e “discreto em falar” (v. 184). Lianor apresenta um marido “rico, honrado, conhecido” (v. 186).
4. A Mãe exagera o nível cultural da filha.
5. Inês – pretende alcançar a liberdade. É impedida pela Mãe, que se lhe opõe.
Mãe – procura incutir hábitos de boa moça em Inês. A obstinação de Inês é um obstáculo.
Lianor – tenciona assegurar o casamento de Inês.
6. a) “Hui!”; b) “sabe”; c) “tudo”.

Págs. 126-129

Educação Literária

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Farsa de Inês Pereira: interpretar textos literários; recursos expressivos.

Educação Literária
1.1. b) quem quer casar não deve escolher muito. c) “Mais quero eu quem m’adore, / que quem faça com que chore” (vv. 241-242) – deve escolher alguém que a trate bem e não
quem a faça sofrer. d) Pêro não usou palavras elogiosas. e) O discurso de Pêro era rude e despropositado.
2. Pêro Marques queixa-se de Inês o ignorar, recusando-se a dançar e cantar junto a ele. Deste modo, procura saber as intenções de Inês relativamente a ele.
3. Inês, após a Mãe lhe dizer que tem de se arranjar para receber Pêro Marques, refere, troçando, que não será necessário, uma vez que o seu pretendente não será uma pessoa de
cor- tesias e, por isso, não necessitará de o agradar.
4. A Mãe reforça a sua posição desde o início, mostrando a Inês que mais vale casar com alguém ingénuo e simples do que com um homem muito sabedor, mas que lhe faça a vida
difícil.
5. Pêro Marques é um lavrador simplório, apaixonado por Inês. É desconhecedor das normas de comportamento social.
6.1. Pêro quer presentear Inês Pereira com peras da sua pereira, pois considera que ela iria ficar muito contente; contudo, pelo caminho perdeu o seu presente.
6.2. Verifica-se um cómico de situação, na medida em que Pêro, atrapalhado, não encontra o seu presente e tira inúmeros objetos do seu barrete. Inês, por sua vez, fica aborrecida
com
a sua atitude.
7.1. Todo o diálogo com Pêro Marques é repleto de ironia, uma vez que Inês faz troça do seu pretendente, por exemplo:
“Fresco vinha aí o presente / com folhinhas borrifadas.” (vv. 314-315); "(O galante despejado!)" (v. 324).
8.1. b) “Pois, senhora, eu quero-me ir / antes que venha o escuro.” (vv. 335-336). c) “Ficai-vos ora com Deus: / cerrai a porta sobre vós” (vv. 360-361). d) “Se eu fora já casado, /
d’outra arte havia de ser” (vv. 325-326). f) "(Quão desviado este está!” (v. 328). g) “e este, tomade-o lá!”) (v. 331). i) “Pessoa conheço eu / que levara outro caminho…” (vv. 365-366).
j) “Se fora outro homem agora, / e me topara a tal hora, / estando comigo às escuras, / dissera-me mil doçuras, / ainda que mais não fora.” (vv. 369-373).
9. Pêro Marques tem a expectativa de lograr o casamento com Inês Pereira, não se apercebendo do repúdio da rapariga.
10. As perguntas mostram que Pêro se revela preocupado com o facto de Inês se encontrar sozinha, sem luz. Deste modo, Pêro revela ser cuidadoso com a rapariga, temendo que
27
esta
possa ser alvo de assédio.

28
Págs. 130-132

Nota: Os processos ou tipos de cómico não estão previstos especificamente no Programa e Metas nem nas Aprendizagens Essenciais. Contudo, consideramos tratar-se de um assunto
que se inclui na linguagem e estilo, sendo abordado pelos professores na análise de texto que fazem com os
alunos. O professor pode explorar a definição completa em:
Texto A – Cómico de carácter – https://edtl.fcsh.unl.pt/encyclopedia/comico-de-caracter/
Texto B – Cómico de situação – https://edtl.fcsh.unl.pt/encyclopedia/comico-de-situacao/
Texto C – Cómico de linguagem – https://edtl.fcsh.unl.pt/encyclopedia/comico-de-linguagem/

Verifica
2. a) B; b) C; c) A.
3. Cómico de situação – A forma como Pêro Marques se senta na cadeira.
4. A Mãe confunde a expressão “mor gado” proferida por Pêro Marques, que faz referência às suas posses, com a expressão “morgado”, o herdeiro primogénito de todos os bens. Daí
a sua exclamação de alegria no v. 285, pois assume que o sustento económico de Inês estaria bem assegurado.

Educação Literária | Gramática

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Farsa de Inês Pereira: interpretar textos literários.
G 10: Atos de fala.

1.1. Inês idealizou casar-se com um homem discreto, terno e que soubesse tocar viola. Para a personagem central da obra, não eram importantes os bens materiais nem a compleição
física.

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Farsa de Inês Pereira

2.1. A Mãe mostra uma opinião contrária à da filha, uma vez que a avisa de que não é possível sobreviver sem dinheiro e que os bens materiais são essenciais.
3. Os Judeus entram em cena para mostrarem a Inês, que os contratou, que conseguiram encontrar um marido ideal para si.
3.1. Gil Vicente apresenta estas personagens com o intuito de caricaturar as habilidades comerciais dos judeus casamenteiros.
4. Ambos têm a função de convencer Inês a casar com o pretendente que lhe apresentam.

Pág. 133

Verifica
1. a) Ato de fala compromissivo. b) Ato de fala assertivo. c) Ato de fala declarativo.
2. a) Ato de fala expressivo.
b) Ato de fala compromissivo. c) Ato de fala assertivo. d) Ato de fala diretivo.

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Atos de fala

Págs. 134-138

Educação Literária | Gramática

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Farsa de Inês Pereira: interpretar textos literários; recursos expressivos.
G 10: Registos de língua.

1. O excerto apresentado pode dividir-se em dois momentos. No primeiro, dos versos 481 a 533, o Escudeiro entra em cena e especula sobre o real aspeto de Inês Pereira, que não
corresponde ao que lhe foi dito pelos Judeus. Depois, centra-se no diálogo entre o Escudeiro e o Moço, bem como nos conselhos da Mãe a Inês sobre como esta se deverá
comportar. No segundo momento, dos versos 534 a 669, o Escudeiro chega a casa de Inês e, através do seu discurso, vai rapidamente seduzi-la com a ajuda dos Judeus.
2. O Escudeiro especula sobre o aspeto de Inês Pereira e considera que poderá ser uma mulher de mau porte e feia, pretendendo avaliar se se trata de uma mulher faladora (“garrida”)
ou sisuda.
3. “hás-te de pôr em feição / de falar pouco e não rir. / E mais, Inês, não muito olhar, / e muito chão o menear, / por que te julguem por muda; / porque a moça sisuda / é uma perla
pera amar.” (vv. 501-507).
4. Na época vicentina, a mulher ideal para casar deveria ser trabalhadora, recatada e discreta. Na verdade, deveria passar despercebida e entregar-se às tarefas domésticas.
5. O Escudeiro espera que o casamento com Inês lhe traga um maior desafogo a nível financeiro.
6. O Escudeiro é “afoitado pela mão” (v. 644), isto é, valente, mas também atrevido em pegar no que não lhe pertence. A referência ao gavião (v. 645) alude a uma ave de rapina, o que
significa que o Escudeiro é desonesto, pois rouba o que não lhe pertence. É uma figura que se envolve em brigas – “onde se derem pancadas” (v. 652), mas provavelmente cobarde –
“senão, apanhar…” (v. 654).
7. a) sedutor; b) envolvente / galante; c) carinhoso / terno; e) rústico; f) vulgar; h) verdadeiro.
8. Os apartes do Moço são essenciais para se compreender a personalidade do Escudeiro: mentiroso, presunçoso, pobre e fanfarrão.
9. O Escudeiro seduz Inês, através de um vocabulário elogioso – “fresca rosa” (v. 535), “despejo” (v. 539), “mui graciosa donzela” (v. 540).

29
10. O efeito cómico resulta de o Escudeiro se querer fazer passar por alguém que não é. Traz uma viola que é emprestada e, ao ameaçar parti-la na cabeça do Moço, este
responde que, depois, não haveria quem a pagasse.
11. A Mãe revela ironia, uma vez que acredita que Inês não terá feito a melhor escolha.
12. A Mãe apercebe-se de que os Judeus estão a convencer Inês a casar com o Escudeiro, embora saibam que ele não é um pretendente adequado. Nesta sua fala, a Mãe
refere a capa- cidade dos Judeus para enganar Inês tão bem.
13. Inês fica deslumbrada com o discurso do Escudeiro, pois este é de uma classe superior, revela-se galante, cortês e toca viola. Assim, decide, de imediato, casar-se com Brás da
Mata.
14. Esta intervenção mostra claramente a intenção dos Judeus: lucrar com este casamento.
15. a) interjeição; verbo copulativo. b) pronome pessoal; conjunção coordenativa copulativa. c) advérbio de tempo; determinante possessivo. d) advérbio de lugar; advérbio de lugar.
16. a) presente do modo condicional. b) futuro do modo indicativo. c) presente do modo conjuntivo. d) futuro do modo indicativo.

Verifica
1. a) formal; b) formal; c) informal; d) informal; e) formal.

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QuizEV
Tempos verbais em frases complexas
Situações de comunicação e registos de língua

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Registos de língua

Págs. 138-139

Leitura

Aprendizagens Essenciais
L 10: Exposição sobre um tema.

2. Os direitos das mulheres na História.


3. Os conflitos armados são perpetrados por homens na posse de armamento e em clara vantagem numérica e física. Aproveitando-se do caos e do terror lançado, humilham física e
verbalmente as mulheres.
4. A mutilação sexual, a penalização (excessiva) pelo uso de certo vestuário, como calças, ou certas partes do seu corpo ficarem visíveis ou pelo adultério.
5. Elina Guimarães, Maria Velho da Costa, Maria Isabel Barreno e Maria Teresa Horta.
6. O texto é marcado pela objetividade, como se verifica através da apresentação de factos, dados e interpretações imparciais como, por exemplo, a referência à Convenção sobre a
Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres (1979), as alterações legislativas mencionadas em Portugal e a referência a escritoras que lutaram pela defesa dos
direitos das mulheres.

Págs. 140-142

Pré-leitura | Oralidade

Cidadania e Desenvolvimento
G 1: Igualdade de Género.

Aprendizagens Essenciais
O 10: Expressão – Síntese oral; exposição oral.

1.1. O tema é a violência no namoro. Palavras e expressões que remetem para este tema: “só Tua”, “medo”, “risco de te perder”, “Digo o que não penso”, “como tu queres”,
“obedecemos”, “sempre a sós”, “ciúme”, “controlar”.
1.2. A canção remete para o problema da violência no namoro, dando a conhecer os sinais que mostram que a relação não é saudável, como o facto de a outra pessoa olhar,
manifes- tando um sentimento de posse; a perda da individualidade própria na expressão das opiniões, na escolha das roupas; o controlo e o ciúme exercidos pela outra pessoa; o
ceder a chantagens por medo de perder o amor do outro.
2.1. Proposta de estrutura:
Introdução – violência doméstica (conjugal, entre pais e filhos, no namoro).
Desenvolvimento – causas económicas, psicológicas, sociais. Assegurar acompanhamento psicológico e social para os agentes de violência; promover contextos e
comportamentos que estimulem o convívio saudável entre as pessoas.
Conclusão – Trabalhar em Cidadania e Desenvolvimento temas sobre o respeito da liberdade individual, igualdade de género e outros que permitam espoletar valores associados à
tolerân- cia e à convivialidade saudável entre pessoas.

Educação Literária | Gramática

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Farsa de Inês Pereira: interpretar textos literários.

1.1. Quer no quadro quer no excerto está representado o quotidiano do século XVI, numa festa de casamento. De facto, este excerto apresenta a festa do casamento de Inês com Brás
da Mata. Nela, vive-se um ambiente de alegria, onde todos cantam e dançam. Por seu turno, o quadro de Pieter Brugel retrata o mesmo cenário, podendo observar-se os convivas de um
casamento, bailando alegremente num ambiente de festa ao ar livre.
2.1. “que lhe tenhais muito amor, / que amado sejais no céu” (vv. 751-752).
2.2. É utilizado o modo conjuntivo nas formas verbais “tenhais” e “sejais”, uma vez que se expressa o pedido da Mãe, que faz votos de uma vida de casal feliz. Nada garante que
esse pedido seja atendido, o que justifica o uso do modo conjuntivo.

30
Verifica
1. O contraste entre diferentes realidades permite alcançar a sátira. Na verdade, as figuras sociais de baixa condição, como a moça de vila (Inês Pereira), procuram a sua ascensão
so- cial, situação que é satirizada por Gil Vicente. O mesmo acontece com o frade, que vive entre a realidade das regras morais a que tem de obedecer e a dissolução dos seus costumes.
A sátira social vicentina resulta do conflito entre estes mundos.
2. Critica-se o clérigo, o escudeiro, a moça de vila e o vilão (Pêro Marques).

Págs. 140-142

Leitura

Aprendizagens Essenciais
L 10: Cartoon.

Verifica
1. A principal intenção do cartoon é a de criticar uma situação ou figura da atualidade. Para que cumpra a sua função, exige um conhecimento cultural abrangente e uma inserção
nas referências culturais da sociedade do autor e dos leitores.
2. A intencionalidade crítica do cartoon é apresentar a denúncia de que a igualdade entre géneros, na sociedade, é meramente aparente. Apesar de se sugerir que mulheres e
homens partem de um mesmo ponto, para concretizar os seus objetivos profissionais, na verdade, as mulheres, de acordo com o cartoon, têm muitas mais dificuldades, obstáculos,
pois as ta- refas domésticas representam uma dimensão que, muitas vezes, os homens não têm de ter em conta.
2.1. O efeito cómico consegue-se com o inesperado dos obstáculos que são postos nas pistas em que as mulheres correm: roupa a secar, tábua de passar a ferro, máquina da roupa.

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Cartoon

Pág. 144

Educação Literária

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Farsa de Inês Pereira: interpretar textos literários; recursos expressivos.

1.1. Nestes versos, combinam-se três recursos expressivos: a ironia, a metáfora e a interrogação retórica. De facto, é com ironia que Brás da Mata se refere a Inês como sendo um
tesouro que tinha de guardar, destacando-se, neste caso, a metáfora, que revela o lado possessivo deste recém-marido, que vê a sua mulher como algo valioso que tinha de guardar e
esconder dos demais. Por último, as palavras do Escudeiro destacam-se numa interrogação retórica, que está de acordo com o modo de ser da personagem: prepotente e
enganador.
2. Depois do casamento, Brás da Mata sedutor dá lugar a Brás da Mata déspota, que grita com a mulher – “Porque bradais vós comigo?” (v. 764) – e que a mantém em cativeiro – “Já vos
pre- guei as janelas, / por que não vos ponhais nelas” (vv. 775-776) –, afirmando que a mulher tem de ser dominada – “Vós não haveis de mandar / em casa somente um pelo;”
(vv. 789-790).
3. O Moço assume uma posição crítica em relação ao seu amo, considerando que o Escudeiro não passa de um pobre que, se tivesse dinheiro, não precisaria de ir para as “partes
d’Além” fazer-se cavaleiro, como se comprova pelo aparte “(Se vós tivésseis dinheiro, / não seria senão bem…)” (vv. 800-801). Para além disso, mal lhe paga para comer – “Co
dinheiro que leixais / não comerei eu galinhas…” (vv. 807-808). Por último, as palavras do Moço parecem revelar que não concorda com a forma como o Escudeiro trata Inês, ao
afirmar “Se- nhora, o que ele mandou / não posso menos fazer.” (vv. 825-826) e “Vós perdoai-me, senhora, / porque vos hei de fechar.” (vv. 832-833).

Escrita

Aprendizagens Essenciais
E 10: Exposição sobre um tema.

1. Proposta de textualização:
Antes de casar, Inês vive com a mãe, que a mantém em casa, fechada. Após o casamento, a situação de cativeiro mantém-se, pois o marido não a deixa sair, impedindo-a de falar com
estranhos. Em solteira, Inês bordava e cantava, enquanto fantasiava uma vida de liberdade, que pusesse fim aos seus dias de amargura. Desejava poder sair e divertir-se como as
demais jo- vens da sua idade, acreditando que o casamento lhe daria acesso a essa liberdade.
Esta fantasia de Inês dá lugar à frustração, pois o casamento com Brás da Mata logrou as suas expectativas. A visão idealizada do casamento que Inês tinha dá lugar a uma vivência
triste, pois acaba por casar com um homem possessivo que a mantém como que num cativeiro.
Em suma, a visão libertadora que Inês tinha do casamento revelou-se uma ilusão, consciencializando-se de que o casamento era, afinal, sinónimo de subjugação. (149 palavras)

Pág. 146

Educação Literária | Gramática

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Farsa de Inês Pereira: interpretar textos literários; recursos expressivos.
G 10: Funções sintáticas; orações subordinadas.

1. Metonímia.
2. O Escudeiro morreu em Marrocos, para onde tinha partido para lutar contra os mouros. A morte deste é cómica, uma vez que foi morto por um simples pastor quando
cobardemente fugia de uma batalha.
2.1. Os escudeiros são retratados como sendo fanfarrões e gabarolas, fazendo-se passar, entre outras coisas, por valentes cavaleiros. Assim sendo, a morte do Escudeiro, cobarde-
mente, sem glória e dignidade, revela a falsidade que os caracteriza.
3. Esta fala revela a indignação de Inês perante a eventualidade de colocar luto pelo marido.
4. O Moço fica curioso e ansioso com a carta. Face à notícia da morte do Escudeiro, revela tristeza, como se evidencia através da frase exclamativa e da interjeição.
5.1. Inês.

31
5.2. Complemento direto (la) e sujeito (ela).
5.3. Lianor Vaz.
6.1. Oração subordinada adverbial condicional: “S’eu por ele ponho dó”.

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Farsa de Inês Pereira

Pág. 148

Leitura

Aprendizagens Essenciais
L 10: Apreciação crítica.

1. O objeto desta apreciação crítica é o documentário “Amazing Grace”, do produtor Alan Elliott.
1.1. O objeto em análise é descrito no primeiro parágrafo.
2. “Ainda bem que foi para a frente” (l. 13); “A catarse é tamanha que nem os operadores das câmaras parecem perceber o que se está a passar ali boa parte do tempo.” (ll. 19 e 20);
“por este filme-concerto da rainha do soul vale muito sair da sala de casa e ir ao cinema.” (ll. 26 e 27).
3. O crítico considera que este filme é “uma viagem no túnel do tempo”, pois permite que o espectador se sinta como se estivesse a assistir a um concerto de Aretha Franklin no ano
de 1972.
4. A referência a Beyoncé e Bob Dylan no parágrafo dedicado à apreciação final do filme “Amazing Grace” reforça a sua apreciação positiva. Através da referência a dois outros
filmes sobre duas estrelas da música, o crítico mostra que o de Aretha Franklin nada fica a dever aos outros e, como tal, merece ser visto no grande ecrã.
5. “Ainda bem que foi para a frente” (l. 13); “é algo que arrepia” (l. 14).
6. A expressão significa que o filme é merecedor de ser visto numa sala de cinema, dada a sua qualidade.

Escrita

Aprendizagens Essenciais
E 10: Apreciação crítica.

2. Proposta de textualização:
Vale Abraão, realizado por Manoel de Oliveira, é o filme que traz ao grande ecrã o romance homónimo de Agustina Bessa-Luís.
A apresentação parece cumprir o seu objetivo: levar o cinéfilo ao cinema para ver este filme. De facto, em menos de dois minutos, conseguimos perceber que Ema, casada com
Carlos,
gostava de ler romances de amor, coisa que, ao que parece, as mulheres da época não deveriam fazer.
Num cenário idílico e fortemente religioso, refletido nas palavras de uma voz em off que deduzimos seja de alguém próximo de Ema, acompanhamos os passos desta mulher
num casa- mento que se prevê indesejado.
A apresentação do filme centra-se, então, na personagem de Ema e, apesar de tirar o véu a grande parte do enredo do filme, prenda-nos com algumas imagens do Douro
vinhateiro e deixa em aberto algumas questões, às quais apenas conseguiremos dar resposta se virmos a longa metragem.
Afinal, Ema é descrita como uma mulher que, pela sua beleza, representava um perigo. Para quem? Para os homens? Para as outras mulheres? Para si mesma? Perguntas que a
apresen- tação deixa no ar e que o verdadeiro cinéfilo gostará de descobrir por si mesmo. (191 palavras)

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Apreciação crítica

Pág. 150

Em Exame
2. Tópicos de resposta:
–Lianor Vaz aconselha Inês Pereira a voltar a casar, uma vez que a jovem nada pode fazer para contrariar a sua viuvez;
–Inês Pereira, através da ironia, destaca que não é fácil esquecer um marido com tantas qualidades como o seu;
–a personagem disfarça a alegria que sente por se ter libertado do marido.
2. Exemplo de resposta:
Lianor Vaz, face à viuvez da jovem Inês Pereira, aconselha-a a voltar a casar, uma vez que a jovem nada pode fazer para contrariar esta situação. Por sua vez, Inês Pereira, através
da
ironia, destaca que não é fácil esquecer um marido com tantas qualidades como o seu, disfarçando a sua alegria e libertação no luto do marido.

Pág. 151

Pré-leitura | Leitura

Cidadania e Desenvolvimento
G 1: Igualdade de género.

Aprendizagens Essenciais
L 10: Leitura crítica e autónoma.

1.1. A tira de banda desenhada mostra, através do humor, que um cargo de grande responsabilidade, como o de presidente, não pode ser atribuído a uma mulher. Mostra também, com
ironia, a inovação que seria o facto de uma mulher ser presidente. Por sua vez, a obra vicentina, através da personagem Inês Pereira, dá a conhecer as limitações impostas à mulher
medieval, que vive submissa, sob a autoridade da mãe ou do marido, sem liberdade, com os direitos sociais cerceados, tendo como única opção uma vida desprovida de
sentido.
32
Educação Literária | Leitura

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Farsa de Inês Pereira: interpretar textos literários.

Págs. 153-154

1.1. As vinhetas do grupo A correspondem ao momento em que Inês decide casar com Pêro Marques. As vinhetas do grupo B são relativas ao momento em que Inês encontra o
Ermitão.
1.2. Através desta farsa, ficamos a conhecer melhor o universo rural e familiar medieval; uma sociedade que, em virtude da ausência da figura paterna, coloca nas mães um sentido de
urgência em casar as filhas, para que tenham alguma proteção no futuro e possam ascender socialmente. No caso de Inês Pereira, este é o momento em que a jovem, depois de
uma experiência negativa com o Escudeiro, tem oportunidade de casar novamente, mas agora sem grandes anseios (“Não lhe quero mais saber; / já me quero contentar…”, vv.
956 e 957).
2. Sugestão de resposta: As vinhetas são um excerto de uma adaptação para banda desenhada da Farsa de Inês Pereira, de Gil Vicente.
Trata-se de uma adaptação muito bem conseguida, pela forma como as personagens são retratadas. Um pormenor curioso é a presença de alguns animais como uma galinha, um cão
e um pato, em várias vinhetas, contribuindo para um ambiente de ruralidade.

Educação Literária

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Farsa de Inês Pereira: interpretar textos literários.

1.1. No final da farsa, Inês entoa uma cantiga, na qual Pêro Marques é o “marido cuco”, “gamo” e “cervo”, animais que, metaforicamente, simbolizam o marido enganado e traído.
Esta cantiga, que Pêro Marques também entoa, cantando o refrão “Pois assi se fazem as cousas”, surge no final da peça e comprova o seu carácter burlesco. De facto, a cena final é
satírica e provocadora de riso, articulando o cómico de linguagem e o cómico de situação.
2. Este último quadro comprova o ditado popular que serviu de mote à escrita desta farsa – “Mais quero asno que me leve que cavalo que me derrube”. De facto, a cena final, na qual
Pêro Marques transporta Inês às costas, confirma que a vida ensinou a Inês que era melhor ter um asno como marido, que é dócil e que lhe permite levar uma vida a seu gosto, do
que um cavalo, que a derrubara e prendera em casa.

Verifica
1. Farsa de Inês Pereira é a obra mais trabalhada de Gil Vicente.
2. A farsa retrata a situação de jovens raparigas de baixa condição que pretendiam ascender socialmente, através do casamento. Nesse sentido, foca um fenómeno que era
comum na sociedade da época, a ponto de merecer um tratamento satírico por parte de Gil Vicente.
3. A cena final representa a situação do marido ingénuo, que é traído pela mulher, que o convence a transportá-la para junto do traidor. Para cúmulo, o encontro é com um
ermitão, um membro do clero, que deveria fazer voto de castidade.

Pág. 158

Em Exame
2. Exemplo de resposta:
Através do Ermitão, personagem da Farsa de Inês Pereira, Gil Vicente pretende criticar e denunciar a imoralidade do clero na sociedade de quinhentos.
De facto, na farsa vicentina, o dramaturgo critica diferentes tipos sociais, sendo que a devassidão e o incumprimento do voto de castidade do clero é denunciado pelo autor. No
início da peça, a imoralidade dos religiosos é exposta com o assédio físico por um clérigo a Lianor Vaz. Por sua vez, no fim da farsa, esta imoralidade é retratada na fala do Ermitão que
declara o seu amor a Inês Pereira, mostrando falta de pudor e respeito pelos votos que professa enquanto religioso, terminando mesmo por marcar um encontro amoroso com a
personagem feminina. Em suma, na Farsa de Inês Pereira, Gil Vicente recorre à figura do clérigo e do Ermitão para criticar a imoralidade e falta de respeito desta classe social.
(145 palavras)

Pág. 159

Nota: No caderno Manual de operacionalização de projetos, disponibiliza-se toda a informação sobre o projeto que é proposto, no âmbito da Autonomia e Flexibilidade Curricular,
se
o professor o pretender desenvolver com a turma.
Raquel Gaião Silva, bióloga, vencedora do concurso The Global Youth Video Competition, organizado no âmbito da Cimeira do Clima da ONU.
Sara Guimarães Gonçalves, empresária, primeira portuguesa a conquistar um dos prémios do Instituto Europeu de Inovação em Tecnologia (EIT), com uma startup que pretende
pou- par água, na categoria EIT Woman, destinada a projetos desenvolvidos por mulheres na União Europeia.
Francisca Salema, estudante, organizadora da Greve Climática Estudantil, em maio de 2019.
Isabel Silva Costa, jornalista, vencedora do prémio internacional “Comunicar África”, com o documentário Joias do Príncipe, da RTP.
Inês Caleiro, designer, fundadora e criativa da marca de sapatos GUAVA, foi distinguida com o prémio Dream Award, no Fashion Crowd Challenge, em Xangai.
Maria do Mar Pereira, socióloga, venceu o Prémio Philip Leverhulme 2017, atribuído pelo reconhecimento de dois estudos pioneiros sobre sexismo em escolas e universidades
portu- guesas.

Págs. 160-161

Páginas de revisão
Farsa de Inês Pereira (integral).
Caracterização das personagens.
Relações entre as personagens.
Representação do quotidiano.
Dimensão satírica.
Linguagem, estilo e estrutura:

33
–características do texto dramático;
–a farsa: natureza e estrutura da obra.

34
Manual Digital

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Revisão da Unidade 3

Págs. 162-165

Nota: testes de avaliação e questões de aula sobre a Unidade 3 disponíveis no Dossiê do Professor e no Manual Digital.

Grupo I – Parte A
1. Os avisos do Escudeiro são importantes porque:
–permitem ao Escudeiro instruir o Moço relativamente à atitude submissa e respeitadora que deve ter para com o seu amo;
–contribuem para evidenciar o carácter dissimulado do Escudeiro.
As falas do Moço mostram a forma como ironiza a situação, sugerindo que o Escudeiro não lhe dá sapatos, por não ter dinheiro para os
pagar. Os apartes destacam, também, a verdadeira situação financeira do Escudeiro e o casamento por interesse que este procura.
2.1. No diálogo com o Moço, o Escudeiro mostra-se:
–autoritário – “avisa-te, que hás de estar / sem barrete onde eu estou.” (vv. 510 e 511);
–preocupado com as aparências – “E se cuspir, pela ventura, / põe-lhe o pé e faz mesura.” (vv. 514 e 515); “está tudo dissimulado,” (v. 519);
–mentiroso – “e mais calças, te prometo.” (v. 531)
No diálogo com Inês, o Escudeiro revela-se:
–interesseiro, nos elogios que tece a Inês – “fresca rosa” (v. 535), “minha alma”. (v. 541);
–falso, mostrando aparente desinteresse – “pode falecer no mais.” (v. 556).

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Avaliação
Banco de testes interativos

3. Latão e Vidal são casamenteiros, interessados na concretização do casamento de Inês com Brás da Mata, uma vez que daí resultará um benefício económico para eles. Assim, os
apartes evidenciam:
–Latão – ironia, ao elogiar a eloquência do Escudeiro, no seu esforço por parecer um bom partido. Preocupa-se exclusivamente em assegurar a concretização do casamento.
–Vidal – constata o efeito das palavras do Escudeiro junto de Inês, que se cala por se sentir admirada, sugerindo que o casamento se concretizará.

Parte B
A Farsa de Inês Pereira é uma obra que reflete o pensamento da sociedade quinhentista relativamente ao modelo de mulher.
Na verdade, a Mãe, mulher simples e do povo, entende que o casamento é a única forma de uma mulher sobreviver condignamente. Assim, aconselha a filha a não ser preguiçosa e
a casar com um homem rico e humilde, como é o caso de Pêro Marques. Contudo, como Inês escolhe conhecer o Escudeiro, a Mãe mantém a mesma perspetiva conformista no que
se refere à atuação da mulher e diz-lhe que, no encontro, se deve manter calada e ser submissa. Na mesma linha de pensamento, surge Lianor Vaz, que se revela igualmente
conservadora, indicando a Inês que não deve ser tão senhora e que, na sua situação, sendo uma rapariga do povo que não pode pagar um dote, não deverá ser demasiado exigente e,
como tal, deverá aceitar Pêro Marques, que pretende casar consigo. Concluindo, Gil Vicente, além de provocar o riso e o entretenimento da corte, deixou-nos um testemunho da
sociedade da sua época e, neste caso em particular, dos estereótipos associados à postura e vida da figura feminina no século XVI.

Grupo II
1. (C)
2. (D)
3. (C)
4. (B)
5. (B)
6. Complemento do nome.
7. Assertivo.

GRUPO III
Tópicos de resposta
Apresentação e descrição sucinta do objeto:
–o cartoon apresenta quatro vinhetas que seguem uma lógica narrativa;
–as vinhetas mostram dois balões, um rosa, que simboliza o género feminino, esvaziado, e um azul, que remete para o género masculino, completamente cheio;
–nas vinhetas, surge uma menina que se apercebe da diferença entre os balões e decide encher o balão correspondente ao género feminino.
Comentário crítico:
–o cartoon representa a luta pela igualdade de género, uma problemática, infelizmente, ainda atual e face à qual as mulheres têm ainda de lutar; a menina volta atrás e só deixa o cená-
rio após encher o balão rosa, de modo a ficar ao mesmo nível do azul.
Apreciação crítica final:
–o cartoon consegue, com humor, destacar a luta diária das mulheres pela igualdade de género.

Págs. 166-167

Páginas em movimento
Esta sugestão de atividade, opcional, propõe o visionamento ativo do filme Elementos secretos, de Theodore Melfi (2017), cuja didatização foi pensada de acordo com o conteúdo da Educação
Literária abordado nesta unidade. Disponibiliza-se a apresentação do filme, podendo o professor, caso o entenda, aceder ao filme, na íntegra, através de várias plataformas.

35
1. O filme retrata o papel de três mulheres no programa espacial, desconstruindo muitos dos preconceitos sobre o género e a cor de pele. A Farsa de Inês Pereira ridiculariza o papel
de género e os estigmas sociais (os judeus casamenteiros, por exemplo).
2.1. a) As mulheres não sabem fazer reparações nos automóveis. b) A polícia manda parar com maior frequência pessoas de cor negra. c) As mulheres estão em minoria em reuniões de
chefias. d) Nos EUA, as pessoas de cor negra, durante a maior parte do século XX, eram alvo de segregação, sendo obrigadas, por exemplo, a tomar as refeições em público
separada- mente.
3. 1.º § – O filme passa-se nos anos 60 do século XX, no contexto da Guerra Fria. Três mulheres afro-americanas, na NASA, contribuíram para a chegada do primeiro norte-americano
ao
espaço, apesar da segregação de que são alvo. Os seus cálculos matemáticos serão cruciais para que John Glenn consiga orbitar o
planeta. 2.º § – O filme, de Theodore Melfi, inspira-se na obra biográfica de Margot Lee Shetterly, sendo composto por um elenco de
atores de renome.
4. As protagonistas do filme, três cientistas contratadas pela NASA, têm de lutar contra o preconceito de serem mulheres de cor negra. Na Farsa de Inês Pereira, é posta em
cena uma jovem do sexo feminino, que se vê subjugada pela mãe e pelo primeiro marido. Em ambos os casos, as personagens tentam afirmar-se face aos valores sociais
vigentes.
5. e 5.1.
a) V; b) F – Quem resolve o problema do motor de arranque do carro é Dorothy.; c) V; d) V; e) F – Mrs. Mitchell comenta não acreditar ter de ir à sala dos computadores de cor.; f) F –
Mary tem a noção de que não é engenheira por ser mulher e de cor negra.; g) V; h) F – Katherine é vista como uma intrusa cujo trabalho é irrelevante. i) V; j) F – Katherine consegue
apresentar cálculos matemáticos que a tornam imprescindível no projeto.; k) Mary é impedida de ocupar o cargo de engenheira devido à sua cor de pele.; l) V; m) V; n) F – Dorothy aciona
o compu- tador IBM com sucesso.; o) V; p) V.
6. Tópicos para a apreciação crítica disponíveis no Dossiê do Professor – Materiais de apoio e no Manual Digital.

Sequência 04

Pág. 170

Nota: No caderno Manual de operacionalização de projetos, disponibiliza-se toda a informação sobre o projeto que é proposto, no âmbito da Autonomia e Flexibilidade Curricular, se
o professor o pretender desenvolver com a turma. Nesta unidade, propõe-se que, num trabalho interdisciplinar, se crie um TED Talk, que poderá funcionar como um domínio de
auto- nomia curricular (DAC), na escola como preconizado no artigo 9.º do decreto-lei n.º 55/2018. Poderão participar neste projeto disciplinas como História A, História B, Línguas
Estran- geiras Filosofia, Economia, Biologia e Geologia e Cidadania e Desenvolvimento.
1.1. Por exemplo: Miguel Torga; Pepetela; Manuel Alegre; Chico Buarque.
2.1. Sophia de Mello Breyner Andresen.
Nota: A lista de galardoados com o Prémio Camões pode ser consultada no Dossiê do Professor – Materiais de apoio e no Manual Digital.

Pág. 171

Oralidade

Aprendizagens Essenciais
O 10: Compreensão – Registo de informação.
O 10: Expressão – Fundamentação; apreciação crítica.

1. a) Em Portugal, lê-se pouca poesia, devido à forma como esta chega aos alunos. b) Considera que se estuda o que é objetivo e não o que é subjetivo: dissecam-se Os
Lusíadas, aprendem-se figuras de estilo, ouve-se falar da desigualdade social das rimas: as pobres e as ricas; c) Portugal é descrito como um país que vive uma dualidade entre o
passado e o presente, onde existe uma mistura entre orgulho e vergonha; um país que é “um retângulo melancólico”; d) A palavra saudade; e) Património cultural, literário e poético;
f) Deseja um país que tenha orgulho do seu património e que leia os seus poetas; g) A sua cultura; h) A cultura serve para alterar o paradigma, cria uma massa crítica, um povo pensante
e exigente. Logo, a cultura movimenta-nos.
1.2.1. Resposta livre.
2. No graffiti pode ver-se uma criança sobre o mundo que dá corda a uma engrenagem que, saindo do seu coração, faz o mundo girar. Metaforicamente, este graffiti pode representar a
criatividade, que é inata às crianças, como alavanca para fazer o mundo avançar.

Págs. 172-175

Nota: Os textos poéticos encontram-se organizados da seguinte forma:


–corrente tradicional – sete composições
–sonetos – doze composições
O Anexo 1 do documento Aprendizagens Essenciais, 10.º ano, Português determina a seguinte distribuição: Rimas (escolher quatro redondilhas e oito
sonetos). Ao apresentar-se um leque mais alargado de textos no manual, o professor poderá selecionar os que melhor se adequem ao perfil dos seus
alunos.

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Luís de Camões, Rimas: contextualização histórico-literária.

Verifica
1. Os séculos XV e XVI são marcados pela desintegração do feudalismo e pelo desenvolvimento económico.
2. As obras são Utopia, de Thomas More, e O Príncipe, de Maquiavel.
3. Trata-se do Renascimento.

Verifica
1. Michelet (1855) e Burckhardt (1860).

36
2. Este movimento surgiu em Florença, no século XV, e caracteriza-se pela retoma da cultura da Antiguidade Clássica greco-latina, adotando o Humanismo e o Classicismo
como con- ceções e princípios orientadores.
3. Camões foi diretamente influenciado por escritores gregos e romanos, por um lado, mas também por autores italianos, especificamente Petrarca.

37
Aprendizagens Essenciais
E 10: Síntese.

Verifica
1. Proposta de textualização:
O Homem é o centro do movimento do Humanismo – inspiração, destino, objeto e ponto de partida para a descoberta do mundo. Este movimento abrange conceções que
aproximam a Antiguidade Clássica do cristianismo, promovendo a libertação do pensamento e o entusiasmo pela ciência.
O Classicismo promove a imitação como processo de criação e aceita a intemporalidade do Belo, assim como o respeito pelas regras de cada género e a apreciação pela clareza e
sim- plicidade, na literatura. A imitação implica que o artista se inspire em si para ser original. (82 palavras)

Verifica
1. Camões compôs poemas na medida tradicional com frescura e graciosidade, não desprezando a redondilha. Para além disso, na medida nova, elevou o soneto a um nível estético
imparável, associando a forma aos temas de modo exemplar.
2. A obra literária de Camões é muito vasta. A lírica camoniana tem mais de 600 poemas, com influência tradicional e clássica, petrarquista, visível no retrato da mulher. A medida velha
caracteriza-se formalmente pela redondilha menor e maior. A medida nova destaca-se pelo uso do verso decassilábico. O tema central é o amor, mas também se aborda o desconcerto
do mundo, a mudança, a mulher amada, a Natureza e as reflexões sobre a vida pessoal. A sua poesia apresenta inúmeros recursos expressivos.

Manual Digital

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Rimas

Págs. 176-182

Pré-leitura | Oralidade

Cidadania e Desenvolvimento
G 1: Igualdade de Género.

Aprendizagens Essenciais
O 10: Compreensão – Registo de informação.
O 10: Expressão – Síntese oral.

1. a) Filipa Melo – entrevistadora; Ana Isabel Buescu – entrevistada; b) o petrarquismo idealizava a mulher do ponto de vista físico e moral; c) a mulher idealizada era honesta,
calada, discreta, virtuosa, sendo inalcançável; já a mulher real não correspondia a este ideal; d) os ditos e as anedotas apresentam as mulheres reais; e) Simão Silveira “servia de
amor” uma dama, Joana de Mendonça. Certo dia, ouviu-a urinar e percebeu que ela seria uma mulher como as outras.

Educação Literária | Gramática

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Luís de Camões, Rimas: interpretar textos literários; recursos expressivos; características formais do texto poético.
G 10: Orações subordinadas.

1. Há uma donzela – “Leanor” – que se dirige à fonte.


2. A primeira volta apresenta a caracterização da indumentária da donzela. Na segunda volta, caracteriza-se “Leanor”, e refere-se o efeito da sua beleza.
3.1. Metáfora, que traduz a beleza das mãos da jovem.
3.2. Comparação; entre a cor da saia e a da neve e hipérbole, exagerando a pureza da cor branca;
3.3. Enumeração, apontando as características da figura feminina;
3.4. Metáfora, que traduz a beleza do cabelo da jovem e a sua cor;
3.5. Personificação e hipérbole, que contribuem para ilustrar o efeito da beleza da donzela;
3.6. Hipérbole, que acentua a graciosidade da figura feminina.
4. a) “Descalça”; b) “Leva”; c) “traz”; e) “de fina escarlata”; f) “de chamalote”; g) “de cote”; h) “a touca”; i) “fita”; j) “a garganta”; k) “cabelos”; l) “tão linda”.
5. Os elementos que associam o poema às cantigas de amigo são a presença da donzela que se dirige à fonte, o ambiente bucólico e a atitude de “Leanor”: “não segura”.
6. O verde está associado à Natureza, à juventude, refletindo a idade de “Leanor”. O branco associa-se à pureza e à inocência da jovem. Finalmente, o vermelho associa-se à paixão.
7. As formas verbais como “vai” (vv. 1 e 3), “Leva” (v. 4) e “traz” (v. 8) correspondem a verbos de movimento, contribuindo para uma ideia de ação e de vitalidade.
8. Diminutivos como “saínho” (v. 7) e “vasquinha” (v. 8) contribuem para um efeito de graciosidade e de fragilidade.
9. O segmento “e não segura”, no refrão, traduz as ideias de fragilidade e de inocência, sugerindo a insegurança de “Leanor”.
10. Trata-se de uma composição, cujo mote apresenta três versos e duas voltas ou glosas de sete versos, sendo o último verso o refrão. Quanto à métrica, trata-se de uma
redondilha maior – versos de sete sílabas métricas – (medida velha): Des/cal/ça/ vai/ pa/ra a/fon/[te]. O esquema rimático é: abb // cddccbb // effeebb. Assim, a rima é emparelhada (vv. 2-
3; 5-6; 7-8; 9-10; 12-13; 14-15; 16-17) e interpolada (por exemplo: vv. 4-7; 11-14).
11. a) oração subordinada adverbial comparativa; b) e c) orações subordinadas adverbiais consecutivas.
11.1. Através destas orações, o sujeito poético apresenta a imagem de uma donzela particularmente bela, cuja graciosidade provoca um efeito surpreendente e exagerado.
12. Presente do indicativo.
12.1. “Leva na cabeça” (v. 4); “vai fermosa” (v. 17).

Verifica
1. A mulher amada é perspetivada como:
–um ser celestial; inalcançável;

38
–uma feiticeira (Circe) que prende o “eu” por amor;
–uma figura cuja ausência causa uma mágoa resignada ou revoltada no “eu”;
–uma figura que se confunde com uma natureza idílica.
2. A metáfora significa que a beleza da figura feminina é celestial, como se ela fosse uma divindade.
3. A expressão significa que o tema do retrato da amada, em Camões, é apenas uma forma de chegar ao tema do amor.
4. Em Camões, o amor é impossível, pois a mulher é inatingível, logo a sua distância impede a concretização de um amor, pelo menos no sentido físico.

Educação Literária

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Luís de Camões, Rimas: interpretar textos literários; recursos expressivos.

1. Nestas endechas, o sujeito poético faz o elogio da beleza da amada.


2. As palavras “cativa” e “cativo” adquirem um duplo sentido. Bárbara é uma escrava, uma cativa, mas é quem prende de amor o sujeito poético, que se torna, assim, seu
escravo senti- mental, “cativo” de amor.
2.1. Aliteração. Contribui para a musicalidade do texto, acelerando o seu ritmo.
3. b) “singular”; c) “olhos”; d) “graça”; e) “Pretos”; f) “Pretidão”; h) “sossegados”; i) “doce”; j) “mansidão”; k) “o siso”; l) “Presença”; m) “cativa”; n) “cativa”.
4. A escrava Bárbara é de uma beleza exótica, com um rosto peculiar. Os seus olhos pretos evidenciam uma expressividade que traduz um estado de alma de serenidade e sisudez.
Os cabelos negros são igualmente belos e toda a sua figura revela graciosidade e recato.
5. Bárbara apresenta-se com olhos e cabelos pretos, parecendo diferente, “estranha” (v. 33), afastando-se do ideal de beleza petrarquista – a mulher de pele e olhos claros e de
cabelos
loiros.
6. O sujeito poético encontra-se apaixonado pela cativa, por isso, metaforicamente, está preso de amor por ela, “cativo” (v. 4). Como tal, a sua vida é feita em função dela – “nela vivo”
(v.
5) e, por isso, ela não quer que o “eu” “viva” (v. 6) a não ser para ela.
6.1. Nos versos 39 a 42, o “eu” confirma o seu estado de submissão amorosa. No entanto, a paixão que sente pela cativa dá-lhe alento – “é força que viva”.
7. O “eu” refere que as flores do campo e as estrelas do céu não são tão belas como os amores que sente por Bárbara. Esta comparação apresenta um tom hiperbólico,
sendo a intenção do “eu” acentuar o efeito de Bárbara nos sentimentos que nutre por ela.
8. O povo, observando a beleza exótica de Bárbara, abandona o ideal estético petrarquista – “o povo vão / perde opinião / que os louros são belos” vv. 24-26), reconhecendo que
os cabelos belos são os de cor preta, como os da cativa.
9. A neve, sendo branca, ao observar a doçura da figura de Bárbara, confessa que se apresenta com a cor trocada, isto é, a neve deveria ser de cor preta.
10. 1. – a) – C); 2. – c) – A); 3. – d) – B); 4. – b) – D).

Educação Literária

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Luís de Camões, Rimas: interpretar textos literários; recursos expressivos.

1. O soneto tem como tema a figura feminina.


2. A anáfora do determinante artigo indefinido “um” surge genericamente no início dos versos – “Um mover”, v. 1; “um despejo”, v. 5, etc. Tem como efeito comprovar a impossibilidade
de o “eu” definir as características da figura feminina. A imagem que dela tenta retratar é, deste modo, algo indefinível, só suscetível de ser idealizado.
3. O poema divide-se em duas partes. Na primeira, correspondente às quadras e ao primeiro terceto, o “eu” enumera as qualidades morais e psicológicas da mulher amada. Na segunda
parte, correspondente ao segundo terceto, o “eu” compara a figura feminina à sua Circe, sintetizando a beleza idealizada desta mulher, com a expressão “celeste fermosura” que nele
provoca um efeito de encantamento.
4. b) “riso”; c) “gesto”; d) “brando e piadoso”; e) “brando e honesto”; g) “despejo”; h) “repouso”; i) “bondade”; j) “ousar”; k) “brandura”; l) “medo”; m) “ar”; n) “sofrimento”.
5. Esta metáfora consiste na associação do sentimento amoroso a um veneno que mantém o “eu” sob o seu efeito.
6. A idealização da figura feminina é evidente pelo facto de o “eu” sintetizar todos os elementos que refere no poema na expressão “fermosura”.
7. Circe é uma feiticeira da mitologia grega, referida, por exemplo, na obra Odisseia de Homero. Surge referida neste poema de Camões por fazer parte da estética do
Renascimento a referência a elementos mitológicos e culturais da Antiguidade Clássica.

Verifica
1. O platonismo ou neoplatonismo, corrente do século XVI, sustenta que o indivíduo vive numa realidade de aparências, de sombras, em que recorda uma existência passada ideal. Ora,
uma vez que na expressão do amor, Camões constata a inacessibilidade da amada, recorre ao idealismo próprio do neoplatonismo. Nisso consiste o petrarquismo. Assim, existe uma
relação de equivalência entre os termos, consistindo o ideal petrarquista numa apropriação do platonismo para efeitos de expressão de um sentimento – o amor idealizado.

Pág. 183

Educação Literária

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Luís de Camões, Rimas: interpretar textos literários; recursos expressivos; características formais do texto poético.

1. a) “fios d’ouro”; b) “reluzente”; c) “docemente”; d) “Honesto”; e) “s’esquece”.


2. O retrato é idealizado, pois o “eu” refere: “que fôra, se de vós não fôra ausente” (v. 8), isto é, se os olhos, mesmo ausentes, são percecionados como “em mil divinos raios encendidos”
(v. 6), como seriam se estivessem perante a mulher amada? Para além disso, o seu riso apenas se perceciona em “doces ecos” na alma (v. 11).
3. Os aspetos psicológicos destacados pelo “eu” são o recato – “da mão bela recolhidos” (v. 2) – a candura – “olhos, que vos moveis tão docemente” (v. 5) e a franqueza – “Honesto
riso”
(v. 9).
4. No verso 1, o “eu” associa o cabelo da mulher a ouro, atribuindo-lhe, assim, grande valor. No verso 10, os dentes e os lábios da figura feminina são associados,
respetivamente, a pé- rolas e a corais.

39
5. A expressão traduz o desejo do “eu” de materializar esta figura feminina.

40
6. O poema é um soneto, apresentando duas quadras e dois tercetos, em verso decassilábico. O esquema rimático é abba / abba / cde / cde e a rima é interpolada e
emparelhada nas quadras e interpolada nos tercetos. A rima é sempre grave, consoante e predominantemente pobre.

Págs. 184

Em Exame
Tópicos de resposta
–as voltas mostram a beleza e a graciosidade da cor verde dos olhos da mulher amada capaz de ofuscar a beleza (a “graça”) a todas as outras cores como o azul;
–a repetição da palavra “graça” consiste num trocadilho, um jogo de palavras.
Exemplo de resposta
Tendo em conta o conteúdo das voltas, o sujeito poético realça a beleza e a graciosidade da cor verde dos olhos da mulher amada, característica que a torna perfeita, excelsa, aos seus
olhos. Assim, através da repetição da palavra “graça”, resulta um jogo de palavras, um trocadilho que sublinha o facto de a cor verde dos olhos da amada tirarem a graça, a beleza a
outras cores, inclusivamente a cor azul, que é perdição para outros.

Pág. 185

Pré-leitura | Oralidade

Cidadania e Desenvovimento
G 1: Desenvolvimento Sustentável.

Aprendizagens Essenciais
O 10: Compreensão – Interpretar textos orais.
O 10: Expressão – Exprimir pontos de vista.

1.1. a) V. b) F – José Manuel Bolieiro quer combater a “contemplação ignorante” da Natureza. c) F – Fernando Alves cita Caeiro para mostrar que é através da contemplação que
fruímos
a Natureza. d) V. e) V.
2. Resposta livre.
De acordo com o cronista, cada um de nós pode limitar-se a contemplar a Natureza pela mera fruição desse ato, rejeitando as palavras de José Manuel Bolieiro, que, implicitamente,
critica aqueles que o fazem em Ponta Delgada. Por esta razão, introduziu o geocaching, que envolve a contemplação associada à descoberta do património.

Educação Literária | Gramática

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Luís de Camões, Rimas: interpretar textos literários; recursos expressivos; características formais do texto poético.
G 10: Anáfora.

Manual Digital

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Rimas

Págs. 186-187

1. O sujeito poético compara a cor verde dos olhos da sua amada à verdura dos campos e à cor do limão. Assim, o tema da cantiga é a beleza da mulher e o seu efeito na Natureza.
2. a) “Verdes”; c) “verdura”; d) “pasto”; e) “d’ervas”; f) “paceis”; g) “vosso mantimento”; i) nostálgico / saudoso; j) apaixonado.
3. As apóstrofes têm como intenção mostrar ao campo e aos animais que dele se alimentam que a verdura é comparável à beleza dos olhos da sua amada.
4. A forma verbal “mantendes” associa-se à ideia de sustento alimentar. O duplo sentido consiste no facto de, por um lado, as ovelhas se alimentarem da verdura do campo e, por
outro,
de o “eu” viver das lembranças dos momentos com a sua amada.
4.1. Tal como os campos servem de alimento para os animais, assim a amada é a fonte de amor e felicidade do sujeito poético, alimentando o seu coração.
5. A repetição do advérbio de negação “não” acentua o efeito de surpresa perante a explicitação que o “eu” apresenta do alimento dos animais. Para além disso, reflete a
incompreensão
de que o sujeito poético dá conta, pois a Natureza parece indiferente perante a sua visão da realidade: a verdura dos campos não são ervas, mas “graças dos olhos” da sua amada.
6. Este poema é composto por um mote com quatro versos e duas voltas de oito versos cada. No final de cada volta, repete-se o último verso do mote. São versos de cinco
sílabas métri- cas – redondilha menor – e o esquema rimático é: abab // cddccbeb // fggffbab. A rima é aguda “paceis” (v. 13), do “coração” (vv. 12 e 20), por exemplo e
grave. É consoante e rica.
7. 1. c); 2. e); 3. d); 4. d); 5. b); 6. a).

Educação Literária

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Luís de Camões, Rimas: interpretar textos literários; recursos expressivos; características formais do texto poético.

Pág. 188

1. e), b), c), d), a).


f) “suspendidas”; g) “prende”; h) “alma”; i) “se lhe rende”; j) “pasma”.
2.
2.1. (D);

41
2.2. (B);
2.3. (D).

42
3. O “eu” dirige-se aos animais, explicando-lhes que o seu sustento se deve ao olhar de Helena sobre os pastos.
4. As anástrofes destacam os elementos da Natureza que são influenciados pelo olhar de Helena: “Os ventos” e as “flores”.
5. A repetição da expressão “seus olhos”, semelhante a um refrão, destaca o efeito do olhar de Helena.
6. O “Amor” surge divinizado, personificado, daí a utilização da letra maiúscula. Porém, o poder transformador e sedutor do olhar de Helena é de tal ordem que o próprio sentimento
divinizado do “Amor” se ajoelha – “posto em giolhos” – em sinal de submissão e rende-se.
7. O olhar de Helena tem o poder de transformar a Natureza, pois, se a figura feminina não olhasse para os campos, nasceriam frutos espinhosos e não erva macia.
8. Trata-se de uma composição com mote próprio de três versos e três voltas em redondilha menor, com sete versos (sétima). O esquema rimático é: abb / cddccbb / effeebb /
ghhggbb. A rima é predominantemente emparelhada, grave, consoante e rica.

Verifica
1. A Natureza é um pano de fundo ou enquadramento para que a situação amorosa surja ou para que o “eu” exponha os seus sentimentos.
2. A expressão remete para um contexto idílico, próprio de um paraíso, numa era em que o ser humano ainda não habitava a Terra.
3. a) V; b) V; c) F; d) F; e) V.

Educação Literária | Gramática

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Luís de Camões, Rimas: interpretar textos literários; recursos expressivos.
G 10: Funções sintáticas; orações coordenadas.

1. b) “sombra dos verdes castanheiros” (v. 2). c) “manso caminhar destes ribeiros” (v. 3). d) “o rouco som do mar, a estranha terra” (v. 5). e) “o esconder do sol pelos outeiros” (v. 6). f)
“o recolher dos gados derradeiros” (v. 7). g) “a rara natureza / com tanta variedade nos ofrece” (vv. 9 e 10). i) “tudo m’enoja” (v. 12). j) “m’avorrece” (v. 12). k) “estou passando / nas
mores alegrias, mor tristeza” (vv. 13 e 14)
2. “fermosura desta fresca serra” (v. 1) / “sombra dos verdes castanheiros” (v. 2) / “manso caminhar destes ribeiros” (v. 3).
3. A Natureza configura um quadro tranquilo e harmonioso, próprio do locus amoenus. Contudo, tal não impressiona o sujeito poético, que, na ausência da mulher amada, se sente
dominado pela tristeza.
4. No último terceto, através da anáfora presente nos versos 12 e 13 “Sem ti, […];/ sem ti, […]”, o sujeito poético reitera a impossibilidade de aproveitar a beleza da Natureza
sem a pre- sença da sua amada, a quem se dirige.
5. O último verso é a chave de ouro do soneto, pois, através da antítese (“alegrias / tristeza”), o sujeito poético demonstra a sua angústia por estar rodeado de um cenário
idílico, mas não o apreciar.
6. A Natureza surge como uma forma de enaltecimento da figura feminina.
7. a) complemento do nome. b) modificador restritivo do nome. c) modificador / complemento indireto. d) sujeito / complemento direto.
8. “e m’avorrece” (v. 12)

Oralidade

Cidadania e Desenvovimento
G 1: Desenvolvimento Sustentável.

Aprendizagens Essenciais
O 10: Compreensão – Reportagem; registo de informação.
O 10: Expressão – Exposição oral.

1.1.
–O planeta enfrenta uma emergência global: aumento populacional;
–A população está equipada com tecnologia cada vez mais complexa;
–Estas alterações do sistema ecológico têm consequências, como, por exemplo, a vaga de frio polar nos EUA ou as cheias na Califórnia, a seca que Portugal enfrentou em 2018 e os
violentos incêndios de Pedrógão;
–As novas gerações estão mais comprometidas com este problema.
1.2. O ser humano, nos últimos anos, tem sido negligente e o seu distanciamento da Natureza tem provocado o desaparecimento de vários ecossistemas e as alterações climáticas a
que
assistimos.

Educação Literária | Gramática

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Luís de Camões, Rimas: interpretar textos literários; recursos expressivos.
G 10: Funções sintáticas (complemento do adjetivo).

1. a) “campos” (v. 1); c) “claras e frescas” (v. 2); d) “silvestres” (v. 5); e) “ásperos” (v. 5); f) “fazer meus olhos ledos.” (v. 8); g) “como vistes,” (v. 9); h) “verduras deleitosas, / nem águas que
correndo alegres vêm.” (vv. 10 e 11); i) “lembranças tristes;” (v. 12); j) “lágrimas saudosas;” (v. 13); k) “saudades de meu bem.” (v. 14); l) “ledos,” (v. 8); m) “saudades” (v. 14).
2. O tema é a saudade e a Natureza.
3. O interlocutor do “eu” são os elementos da Natureza. Dois elementos que o comprovam – “sabei que” (v. 7) ou qualquer um dos vocativos dirigidos aos vários elementos da
Natureza
–“Alegres campos”, “verdes arvoredos” (v. 1).
4. e 4.1. Na primeira parte – vv. 1-6 –, o “eu” dirige-se a elementos da Natureza, através de diferentes recursos expressivos: apóstrofes, personificação – “Alegres campos” (v. 1), sendo a
Natureza confidente; enumerações e adjetivos expressivos – “claras e frescas águas” (v. 2), “silvestres montes”, “ásperos penedos” (v. 5), o que contribui para a caracterização de
um espaço ideal, tal como a metáfora – “águas de cristal” (v. 2). Assim, o “eu” apresenta a Natureza como tranquila, harmoniosa, idílica, associada à ideia do locus amoenus.
Na segunda parte – vv. 7-11 –, o “eu” confessa à Natureza que esta, no presente, já não o alegra como no passado – “já não podeis fazer meus olhos ledos” (v. 8).
Na terceira parte – vv. 12-14 –, o “eu” admite o motivo do seu sofrimento – a ausência e saudades da sua amada, através das metáforas associadas ao processo de florescimento – “Se-
mearei” (v. 12), “regando-vos” (v. 13) e “nascerão” (v. 14).
5. No passado, a Natureza, associada à amada, dava felicidade ao “eu”. No presente, predomina a tristeza, e a Natureza traz-lhe “lembranças tristes” (v. 12) pois o “eu” associa-a à

43
ausência da amada – “já não podeis fazer meus olhos ledos” (v. 8), “me já não vedes como vistes” (v. 9). No futuro, o “eu” espera converter o seu desgosto amoroso em “saudades de
meu bem” (v. 14).
6. Complemento do adjetivo.

Verifica
1. a) de representar a Natureza; b) com a beleza da mulher amada; c) de refletir o estado de alma do sujeito poético; d) ao amor; e) com a lírica camoniana.
2. d) com o estudo das Rimas.
3. Por exemplo: a) Estou confiante na mudança de atitude do ser humano face à Natureza. b) Estou ansioso por ler esse poema. c) O meu professor é um entusiasta da obra de
Camões.
d) Ele parece satisfeito com a sua decisão.

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Complemento do nome e do adjetivo

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Funções sintáticas

Págs. 194-203

Pré-leitura | Leitura

Aprendizagens Essenciais
L 10: Apreciação crítica.

2. Trata-se de uma apreciação crítica, neste caso, do livro O Banquete, de Platão.


2.1. O objeto – a obra O Banquete, de Platão – é descrito sucintamente no terceiro parágrafo. Para além disso, a linguagem, embora clara e objetiva, é, também, valorativa,
como se comprova através da leitura das linhas 22 a 25.
3. Esta obra deveria ser de leitura obrigatória, pois explora as relações humanas e consegue focar os vários aspetos relativos a este sentimento.
4. Resposta livre.

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Rimas

Educação Literária | Gramática

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Luís de Camões, Rimas: interpretar textos literários; recursos expressivos; características formais do texto poético.
G 10: Orações subordinadas.

1. Trata-se de um vilancete, uma vez que parte de um mote, seguido de três voltas de sete versos (sétimas), que desenvolvem as ideias contidas no mote. Os versos são em
redondilha menor.
2. A utilização do pretérito imperfeito do modo conjuntivo (“soubesse” / “semeasse”, vv. 1 e 3), sugere a ideia de uma hipótese sobre o conhecimento da origem do amor e o
seu desen- volvimento. Por sua vez, o presente do modo indicativo (“nace”, v. 2) remete para o amor que continua a nascer.
3. Os “abrolhos” são belos, mas têm espinhos afiados e, portanto, magoam quem lhes tocar. Assim, o amor também é belo. Contudo fere o “eu”.
4. O amor pode provocar um sentimento de felicidade, contudo também de engano, tristeza e desilusão.
5. b) “que tal erva pace / em forte hora nace.” (vv. 16-17); c) “danos” (v. 4); e) “lindos abrolhos” (v. 12); g) “que não magoasse.” (v. 24).
6. A metáfora predomina no poema, uma vez que o sujeito poético se identifica com um “lavrador” (v. 5) que semeia e colhe uma planta. Assim, tal como na “terra florida”
existem “abro- lhos”, também o amor tem efeitos contraditórios.
7. Camões define, em várias composições poéticas, o amor como sendo um sentimento contraditório. Na verdade, a ciência, na atualidade, explica de forma clara os efeitos
contraditó- rios do amor no ser humano.
8. A rima é interpolada nos 1.º e 4.º versos das voltas e emparelhada nos 2.º e 3.º, 4.º e 5.º e 6.º e 7.º versos. É predominantemente grave, ocorrendo, também, vários exemplos de
rima
aguda – “lavrador” (v. 5), “amor” (v. 6), “perdi” (v. 18), “vão” (v. 19), “colhi” (v. 21), etc. É, ainda, consoante e rica.
9. a) Oração subordinada substantiva relativa. b) Oração subordinada adjetiva relativa restritiva. c) Oração subordinada adverbial condicional. d) Oração subordinada adjetiva
relativa restritiva.

Verifica
1. Existem duas perspetivas sobre este sentimento. Por um lado, o amor é perspetivado à maneira petrarquista, neoplatónica, idealizado, em que a dor da ausência é vista como
uma oportunidade de purificação. Faz-se não um retrato físico da mulher amada, mas sim um retrato da impressão que a sua beleza causa. Por outro lado, o amor é fonte de inquietação
e de sofrimento. A mulher perturba o “eu”, sendo a ausência e a morte temas dominantes.
2. O neoplatonismo não é compatível com o sentimento de desejo do “eu”, no mundo sensível, isto é, dos sentidos. Por isso, culmina na angústia e no sofrimento que a ausência da
mulher amada provoca no “eu”.
3. Laura representa o amor espiritual, platónico, Vénus o amor sensual e Circe o amor que causa sofrimento.

Educação Literária | Gramática

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Luís de Camões, Rimas: interpretar textos literários; recursos expressivos.
G 10: Valor modal.

44
1. O soneto apresenta como tema o amor. O assunto consiste na tentativa de definição deste sentimento, através dos paradoxos que ele apresenta.
2. e 2.1. O poema apresenta duas partes. A primeira – as duas quadras e o primeiro terceiro – em que se procura encontrar a definição de amor através de frases de tipo declarativo e
com um valor assertivo. A segunda parte – o último terceto – apresenta uma interrogação em que o “eu” se surpreende pela incessante busca do amor por parte dos seres humanos,
tendo em conta os inúmeros paradoxos e o sofrimento permanente a que este sentimento está associado.
3. 1. c); 2. g); 3. d); 4. b); 5. f); 6. j); 7. a); 8. e); 9. i); 10. h).
4. A maiusculização da palavra “Amor” tem como efeito o reconhecimento do seu poder sobre o ser humano, como se fosse uma divindade.
5. A anáfora da forma verbal “é” resulta da repetição de frases declarativas afirmativas, o que traduz uma dificuldade permanente do “eu” em encontrar a definição deste sentimento. A
repetição do determinante artigo indefinido “um” tem um efeito semelhante, especialmente porque se encontra associado ao modo infinitivo dos verbos, o que acrescenta, ainda,
uma dimensão atemporal.
6. e 6.1. As antíteses como “contentamento descontente” (v. 3), “ganha em se perder” (v. 8) e os paradoxos como “arde sem se ver” (v. 1), “dói, e não se sente” (v. 2), entre outros,
contri- buem para expressar a intenção do sujeito poético de demonstrar a impossibilidade de definir este sentimento.
7. Modalidade epistémica com valor de certeza.

Verifica
1. a) Modalidade deôntica com valor de obrigação.
b) Modalidade epistémica com valor de probabilidade.
c) Modalidade apreciativa.
d) Modalidade epistémica com valor de certeza.
e) Modalidade deôntica com valor de permissão.
f) Modalidade deôntica com valor de permissão.
g) Modalidade epistémica com valor de certeza.
Nota: O Dicionário Terminológico não contempla o valor de possibilidade, no âmbito da modalidade epistémica, mas sugere-se a sua inclusão.

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Valores modais

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Valores modais

Educação Literária | Gramática

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Luís de Camões, Rimas: interpretar textos literários; recursos expressivos; características formais do texto poético.
G 10: Formação de palavras; orações coordenadas e subordinadas; funções sintáticas.

1. O tema é o amor platónico. O sujeito poético aponta um conjunto de alterações no seu estado psicológico, provocadas pelo seu estado emocional.
2. a) “tremendo estou de frio”; b) “rio”; d) “chego ao Céu”; e) “um fogo me sai”; f) “um rio”; g), h), i), “agora”; j) “hora”; k) “mil anos”; l) “vos vi”.
3. As marcas do “eu” são evidentes pela presença de elementos sintáticos na primeira pessoa, como por exemplo, pronomes – “me” (v. 1) – e formas verbais – “acho” (v.1), “estou” (v. 2).
4. a) As antíteses explicitam o estado de perturbação e confusão do “eu”, que tanto expressa um sentimento como o seu contrário; b) Os vocábulos contribuem para explicitar um
estado
psicológico de perturbação emocional do “eu”.
5. a) Evidenciar o estado de perturbação e de confusão do “eu”, que tanto expressa um sentimento como o seu contrário.
5. b) Acentuar a intensidade dos sentimentos manifestados pelo “eu” – agitação emocional – “da alma um fogo me sai” e “da vista um rio”. c) Demonstrar a incerteza do “eu” e a
sua ins- tabilidade emocional. d) Evidenciar a perceção contraditória da passagem do tempo para o “eu”.
6. A apóstrofe sugere que todo o poema é dirigido à amada do sujeito poético.
7. A rima é consoante, rica e grave. Os versos são decassílabos e o esquema rimático é abba / abba / cde / cde. Assim, a rima é emparelhada nos segundo e terceiro versos
das quadras, interpolada no primeiro e quarto versos das quadras e cruzada nos tercetos.
7.1. Tan / to / de / meu / es / ta / do / m’a / cho in / cer[to]
8. a), b) e c) Derivação por prefixação.
9. a) oração subordinada adverbial consecutiva; b) oração coordenada copulativa; c) oração coordenada copulativa; d) oração subordinada adverbial condicional; e) oração
subordi- nada substantiva completiva; f) oração subordinada substantiva completiva; g) oração subordinada adverbial causal.
10. a) complemento direto; b) predicativo do complemento direto; c) complemento do adjetivo; d) complemento direto; e) complemento oblíquo; f) predicativo do sujeito; g)
comple- mento oblíquo; h) sujeito.

Educação Literária | Gramática

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Luís de Camões, Rimas: interpretar textos literários; recursos expressivos.
G 10: Orações subordinadas; funções sintáticas.

1. a) Se a amada conseguir lembrar-se da vida terrena, tem de se recordar do seu amor ardente e puro.
b) Se ela se comove com o sofrimento e com a mágoa do sujeito poético, tem de suplicar a Deus que o leve para junto dela.
2. O interlocutor do “eu” é a amada.
2.1. Entre o “eu” e o “tu” existia uma relação de amor, que se torna evidente a partir dos versos 7 e 8: “não te esqueças daquele amor ardente / que já nos olhos meus tão puro
viste”.
3.1. A antítese está presente em “lá” e “cá”, “céu” e “terra”, “repousa […] eternamente” e “viva […] sempre triste” (vv. 3-4). Estas antíteses reforçam a ideia da separação do sujeito
poético
da amada, remetendo para a oposição entre a vida e a morte.
4.1. Os eufemismos apresentados ao longo do soneto são: “[…] te partiste / tão cedo desta vida, descontente, / repousa lá no Céu eternamente” (vv. 1-3); “Se lá no assento etéreo,
onde subiste” (v. 5); “perder-te” (v. 11); “[…] que teus anos encurtou” (v. 12) e “te levou” (v. 14). Procura-se suavizar a ideia da morte da amada, até porque o sujeito poético acredita

45
que esta se mantém viva no mundo espiritual.

46
5. As orações condicionais introduzem os argumentos do sujeito poético, com o intuito de a amada se comover com a dor que ele sente pela morte.
6. O imperativo reforça a vontade do sujeito poético: juntar-se à sua amada. Assim, ele implora, em jeito de prece, que a amada peça a Deus que encurte a sua vida para que
possam, finalmente, reunir-se no Céu.
7. O sujeito poético apenas ficará satisfeito quando a sua amada estiver de novo ao alcance dos seus olhos: a união ocorrerá, novamente, através do olhar do “eu”.
8. a) vocativo. b) complemento oblíquo. c) complemento direto.
9. a) oração subordinada adjetiva relativa explicativa. b) oração subordinada adjetiva relativa restritiva.

Oralidade

Aprendizagens Essenciais
O 10: Expressão – exposição oral.

2. Tópicos de resposta:
No soneto, o “eu” pede para morrer e ir ao encontro da sua amada. É um texto sofrido, que apresenta uma dor profunda. Por sua vez, o filme pretende transmitir um enorme
otimismo. O
espectador fica com a sensação de que é possível lidar com a proximidade da tragédia com um sorriso nos lábios.

Págs. 204-210

Leitura

Cidadania e Desenvolvimento
G 1: Desenvolvimento Sustentável.

Aprendizagens Essenciais
L 10: Sentido global.

1. Vhils reflete sobre a questão da identidade, da natureza humana, num mundo cada vez mais globalizado, implicando a perda de referências ou a criação de um novo
entendimento do que é a natureza humana.

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Rimas

Educação Literária | Gramática

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Luís de Camões, Rimas: interpretar textos literários.
G 10: Orações subordinadas; formação de palavras.

1. Esta composição poética demonstra a ambição desmedida como motivo para todos os problemas e sofrimento do “eu”.
2.1. A ave pretendeu voar até um lugar muito alto, aonde era impossível chegar e, como consequência, acaba por cair e morrer.
3. Este episódio revela, através da história do perdigão, as consequências negativas que advêm da ambição desmedida. Assim, mais do que o perdigão ter morrido, o “eu” pretende
destacar os males do ser humano.
4. Os versos apresentados pretendem transmitir que aqueles que se queixam da sua má sorte, do seu infortúnio, terão ainda um sofrimento maior e aumentarão a sua dor.
5. “Se a queixumes se socorre,” – oração subordinada adverbial condicional; “lança no fogo mais lenha” – oração subordinante.
6. a) derivação por sufixação. b) derivação por sufixação.

Educação Literária | Gramática

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Luís de Camões, Rimas: interpretar textos literários; recursos expressivos; características formais do texto poético.
G 10: Modalidades de reprodução do discurso.

1. O soneto apresenta como tema o desconcerto da vida pessoal.


2. a) “moura e pereça”; b) “eclipse nesse passo”; c) “monstros”; d) “sangue”; e) “as lágrimas”; f) “a cor”; g) “o mundo já se destruiu”; h) “não te espantes”; i) “desgraçada”.
3. O pleonasmo contribui para acentuar o desejo manifestado pelo “eu”. Através da anáfora do advérbio de negação, o sujeito poético mostra que renega veementemente a
sua existên- cia e o dia em que nasceu.
4. “moura”, “pereça” (v. 1); “queira” (v. 2); “torne” (v. 3); “padeça” (v. 4); “falte”, “escureça” (v. 5); “mostre” (v. 6); “nasçam-lhe”, “chova” (v. 7); “conheça” (v. 8); “cuidem” (v. 11).
4.1. Através das formas verbais do conjuntivo, o “eu” exprime uma vontade, um conjunto de intenções. Inicialmente, deseja que o dia em que nasceu não exista e, seguidamente,
expli- cita o que deverá ocorrer se esse dia tornar a surgir no ciclo do tempo.
5. “pasmadas”, “ignorantes” (v. 9); “temerosa” (v. 12).
5.1. As pessoas mostram-se incrédulas, desconhecedoras e com medo face aos fenómenos que observam, que indiciam o apocalipse, o que justifica os adjetivos utilizados.
6. O segmento ilustra a atitude do “eu” perante o dia do seu aniversário. A expressão “deitou ao mundo” revela desprezo pelo seu nascimento.

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QuizEV
Modo conjuntivo em frases complexas

7. O sujeito poético refere-se à sua própria vida e qualifica-a como “desgraçada”.


8. a) O / di / a em / que eu / nas / ci, / mou / ra e / pe / re[ça] ; mos / tre o / mun / do / si / nais / de / se a / ca / bar

47
–dez sílabas métricas – decassílabo.
b) Nas quadras, o 1.º e 4.º versos são graves e o 2.º e 3.º são agudos. Nos tercetos, o 1.º e 2.º verso são graves e o último é agudo.
9. a) duas quadras e dois tercetos. b) abba / abba / cde / cde. A rima é emparelhada nos 2.º e 3.º versos das quadras, interpolada nos 1.º e 4.º versos das quadras, e cruzada nos
tercetos.
c) A rima é consoante e é pobre nas quadras (verbos) exceto o v. 7 (nome) e rica nos tercetos.
10. Valor causal.
11. O sujeito poético pediu à gente temerosa que não se espantasse, uma vez que aquele dia tinha deitado / deitara ao mundo a vida mais desgraçada que jamais se tinha visto / vira.

Verifica
1. a) discurso indireto; b) citação; c) discurso direto; d) discurso indireto livre.

Educação Literária

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Luís de Camões, Rimas: interpretar textos literários; recursos expressivos.

Manual Digital

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Modalidades de reprodução do discurso

1. O soneto apresenta uma reflexão do sujeito sobre a sua vida.


Assim, o “eu” expressa o seu sofrimento, atribuindo-lhe diversas causas. Constata que as causas da desgraça foram os erros que cometeu, a pouca sorte e o amor.
2.1. As entidades que conspiraram contra o sujeito poético foram os seus erros, o destino e o amor. A enumeração (“Erros meus, má fortuna, amor ardente”, v. 1) reforça o peso dos
vários
elementos que se uniram, determinando a desgraça do “eu”.
3. O sujeito poético valorizou em demasia o amor e este foi o principal responsável pela sua dor e sofrimento.
4.1. O sujeito poético demonstra raiva e revolta, como resultado da frustração sentida durante toda a sua vida.
5. O sujeito poético amplia a sua revolta, causada pelas infelicidades que sempre viveu, e expressa de forma intensa o seu desejo de vingança, que serviria para dar ao “eu” o
descanso
que entende ser merecido.
6. O “eu”, através da memória, recorda a sua vida e o sofrimento pelo qual passou. Assim, o passado é importante para as decisões que o sujeito poético vai tomar no presente –
“não querer já nunca ser contente” (v. 8).
7.1. O uso da 1.ª pessoa prende-se com o facto de o “eu” analisar objetivamente o seu percurso de vida, culpando-se a si próprio daquilo que foi padecendo.
8. a) destino / “má fortuna” (v. 1). b) amor / “amor ardente” (v. 1). c) desejo de vingança / “Oh! quem tanto pudesse, que fartasse / este meu duro génio de vinganças!” (vv. 13 e 14)

Verifica
1. A sua obra lírica espelha a mágoa e um balanço da vida pessoal marcada pelo sofrimento e frustração, temas que dominam os seus poemas acerca da reflexão sobre a vida pessoal.
2. A experiência de vida do Poeta é o fundamento para o desenvolvimento deste tema. As suas experiências dolorosas levam-no a refletir sobre a vida.

Pág. 211

Em Exame
2. Tópicos de resposta:
–metáfora e valor expressivo: “no meio do caminho”, v. 10; associa a vida humana a um caminho que se tem de percorrer e realça que, a meio da vida, sente falta de algo
que sempre procurou;
–hipérbole e valor expressivo: “mil vezes caio”, v. 11; destaca a insistência com que o “eu” tenta ultrapassar os obstáculos colocados pela vida;
–tema do poema: a reflexão sobre o longo e difícil percurso de vida do “eu”, marcado pelo sofrimento, pela frustração e pelas dificuldades, mas também pela esperança, que o leva a
não
desistir de tentar ultrapassar essas mesmas dificuldades.
2. Exemplo de resposta:
Identificam-se, no primeiro terceto, tanto uma metáfora “no meio do caminho”, v. 10, como uma hipérbole “mil vezes caio”, v. 11. Por um lado, através da metáfora, o sujeito poético
associa a vida humana a um caminho que se tem de percorrer, realçando que a meio da vida sente falta de algo que sempre procurou. Por outro lado, a hipérbole destaca a insistência
com que o “eu” tenta ultrapassar os obstáculos colocados pela vida. Neste sentido, evidencia-se a temática da reflexão sobre a vida pessoal, a reflexão sobre o longo e difícil
percurso de vida do “eu”, marcado pelo sofrimento, pela frustração e pelas dificuldades, mas também pela esperança, que o leva a não desistir de tentar ultrapassar os
obstáculos.

Págs. 212-215

Pré-leitura | Oralidade

Cidadania e Desenvolvimento
G 3: Segurança, Defesa e Paz

Aprendizagens Essenciais
O 10: Expressão – Apreciação crítica.

1.
Nome masculino
1.falta de concerto
2.desarranjo

48
3.desordem; confusão.
in Infopédia
2.1.

49
–ao centro, figuras com cabeça de coelho, uma segurando outra ao colo;
–a figura que está no colo apresenta marcas de sangue à volta dos olhos e da boca;
–em primeiro plano, uma cegonha;
–predomina o azul e terracota ao fundo e destaca-se a cor azul no vestido da figura central;
–ao fundo, um gato observa.
2.2. Entende-se por “desconcerto” uma desordem, confusão ou transtorno. É o que esta pintura transmite, como se nada estivesse concertado. Esta obra denuncia os horrores
da guerra a que mulheres e crianças estão sujeitas.

Educação Literária

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Luís de Camões, Rimas: interpretar textos literários; recursos expressivos.

1. Neste poema, está presente o tema da mudança e do desconcerto.


2. A passagem do tempo, na primeira quadra, surge associada à passagem das estações do ano.
3. Os dois primeiros versos reiteram a ideia da passagem do tempo, associando-a ao tópico da mudança inerente à passagem das diferentes estações do ano, como se evidencia na
primeira estrofe.
4. “os fementidos Fados já deixaram / do mundo o regimento, ou desvario.” (vv. 7-8).
5.1. No primeiro verso, o sujeito poético refere a transformação natural que o tempo opera na Natureza, enquanto os versos 2 e 3 se referem ao estado de confusão em que o mundo
se
encontra.
6. Está presente uma enumeração dos elementos que provocam a desordem do mundo – “Casos, opiniões, natura e uso”. Desta forma, o “eu” reforça a ideia de que a
desordem do mundo se deve ao esquecimento de Deus, no seguimento do conteúdo do terceto anterior – “que parece que dele Deus se esquece.” (v. 11).
7. O esquema apresentado sintetiza o poema, na medida em que, na Natureza, a mudança é cíclica e renovadora, enquanto as ações do ser humano provocam a confusão, eviden-
ciando a temática do desconcerto.

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Rimas

Escrita

Aprendizagens Essenciais
E 10: Apreciação crítica.

1.1. A intenção deste exercício é que os alunos possam comparar as águas turvas da imagem, que impedem de ver de forma límpida e clara o fundo do rio, com a confusão e
falta de um rumo definido do mundo, refletida nos últimos oito versos do soneto analisado.

Educação Literária

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Luís de Camões, Rimas: interpretar textos literários; características formais do texto poético.

1.1. No poema, está presente a dicotomia entre “Fortuna, Caso, Tempo e Sorte” e “Verdade, Amor, Razão, Merecimento”. O sujeito poético crê que os últimos valores são a única
solução possível para solucionar a desordem ou o desconcerto em que o mundo se encontra.
1.2. Para o sujeito poético, o mundo é governado por “Fortuna, Caso, Tempo e Sorte” (v. 3), o que provoca a confusão e o desconcerto.
2.1. “não o alcança humano entendimento” (v. 8).
3. Através do uso do comparativo de superioridade do adjetivo bom, o sujeito poético compara os “Doctos varões” (v. 9) ao saber feito através da experiência, afirmando que é
“milhor ter muito visto” (v. 11), exaltando, assim, o saber pela experiência em detrimento do saber livresco.
4. O segundo terceto confirma o desconcerto sentido pelo “eu”, pois este passa por situações que não queria e, por outro lado, há situações que desejava, mas pelas quais não passa.
Assim, face à sua impotência perante tal desconcerto, assume que “o milhor de tudo é crer em Cristo” (v. 14).
5. Trata-se de um soneto, composto por duas quadras e dois tercetos, com versos decassilábicos, como se pode comprovar pela escansão, por exemplo, do verso 1 – Ver / da / de,
A / mor, / Ra / zão, / Me / re / ci / men[to] .
Quanto ao acento silábico, os versos são todos agudos.
O esquema rimático é abba / abba / cde / cde. Assim, a rima é emparelhada nos 2.º e 3.º versos das quadras, interpolada nos 1.º e 4.º versos das quadras, e cruzada nos tercetos.
Quanto
ao tipo de rima, ela é consoante e rica.
6. A escolha desta capa reforça o mérito dos jogadores portugueses, que alcançaram a vitória europeia com legitimidade e esforço.

Verifica
1. a) F; b) V; c) F; d) V; e) F.

Págs. 216-220

Educação Literária | Gramática

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Luís de Camões, Rimas: interpretar textos literários; recursos expressivos; características formais do texto poético.
G 10: Orações coordenadas.

1. Antítese.
1.1. O sujeito poético organiza a sociedade em dois grupos. Por um lado, os bons, e, por outro, os maus.
2. A metáfora retrata a felicidade em que os maus sempre viveram.

50
3. O “eu” apercebe-se da inversão de valores e decide adotar um estilo de vida censurável, na esperança de obter as vantagens que observou nos outros.
4. “mas” (v. 8).
5.1. O “eu”, procurando gozar dos mesmos benefícios dos “maus”, adota o mesmo comportamento. Contudo, contrariamente ao que esperava, foi castigado.
6. O poema divide-se em duas partes. A primeira, do verso 1 ao verso 8, apresenta verbos predominantemente no pretérito perfeito – “vi” (v. 1), “fui” (v. 8). Nela, o “eu” observa a sociedade,
expõe a sua estratégia e as consequências resultantes para si. Na segunda parte, versos 9 e 10, o “eu” explicita as consequências da sua ação. O presente do indicativo – “anda” (v. 10) – su-
gere a intemporalidade da circunstância que o sujeito poético constata.
7. Predominam formas verbais da 1.ª pessoa do singular, como “vi”, “fui”, e pronomes, como “m[e]” e “mim”.
8. abaabcddcd.
9. Oração coordenada adversativa.
10. Valor conclusivo.

Pré-leitura | Leitura

Cidadania e Desenvovimento
G 1: Desenvolvimento Sustentável.

Aprendizagens Essenciais
L 10: Leitura crítica e autónoma.
G 10: Orações subordinadas.

Nota: O Facebook surgiu a 4 de fevereiro de 2004.


1. O assunto da crónica são as mudanças que as redes sociais trouxeram aos nossos hábitos.
2. Estar a viver à antiga significa, neste caso, não ter contacto com as redes sociais, o que implica que a expressão de opiniões, gostos ou o ato de dar os parabéns a alguém seja
feito presencial e verbalmente e não através de uma rede social. Viver “como se fosse 2003” (ll. 8-9), isto é, antes do aparecimento do Facebook, implica também ter apenas alguns
amigos e não milhares deles, o que revela a ironia do cronista.
3. Entre 2003 e 2019, várias foram as mudanças operadas, a saber:
–as pessoas passaram a expressar os seus sentimentos e a dar os parabéns aos amigos através das redes sociais;
–as discussões passaram a ser online e alvo de comentários;
–as pessoas passaram a ter de gerir os likes porque tudo é público e pode provocar indignações;
–os estados de espírito deixaram de ser algo pessoal;
–as pessoas passaram a tornar públicas as fotografias.
4. Resposta livre.
5. Oração subordinada adverbial temporal.

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Rimas

Verifica
1. a) F; b) V; c) V.
2. O segmento significa que o facto de o Poeta ser sabedor da inevitabilidade da sua desgraça traz-lhe um sofrimento acrescido, pois sabe que nada pode fazer para o evitar e ao ter
conhecimento dele sofre ainda mais.
3. A ilustração representa a mudança na vida do ser humano. A pessoa tanto se sente bafejada pela sorte (a Fortuna), como depressa cai em desgraça, para depois, novamente, ter
momentos de sorte. Por isso, a vida é metaforicamente uma roda da sorte, da Fortuna, em que os acontecimentos ocorrem de forma aleatória. Nesse sentido, a mudança é instável,
imprevisível, sem qualquer regra, e, frequentemente, para pior.

Educação Literária | Gramática

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Luís de Camões, Rimas: interpretar textos literários; recursos expressivos.
G 10: Orações subordinadas; funções sintáticas.

1. O tema é a mudança.
2. a) “tempos”; b) “vontades”; c) “ser”; d) “confiança”; e) “mudança”; f) “novidades”; h) “saudades”; i) “cobre o chão de verde manto”; j) “converte em choro o doce canto”; k) “soía”.
3. As formas do verbo mudar contribuem para um efeito de alteração súbita e contínua das circunstâncias.
4. Para o “eu”, a mudança é negativa, pois as novidades do mundo são diferentes da sua “esperança”. Para além disso, as memórias passadas são associadas a lembranças
más, e as boas – caso existam – a um sentimento negativo de saudade.
4.1. A forma verbal “vemos” permite envolver o leitor na perspetiva que o “eu” apresenta da realidade.
5. Existe uma relação de oposição entre a forma como a Natureza e o “eu” evoluem. Assim, o inverno – estação do ano associada ao recolhimento e à tristeza – dá lugar à
primavera. Por seu turno, o “eu”, em sentido oposto, observa que o seu “doce canto” (v.11) regride para “choro”, isto é, a euforia dá lugar à melancolia.
6. A antítese contribui para o efeito de mudança constante que o poema procura transmitir, destacando o efeito da mudança no “eu”.
7. O último verso apresenta a ideia de que a mudança, para além de ser permanente, muda, no presente, de forma diferente de como mudava no passado – “como soía” (v. 14).
7.1. “espanto”.
8. O tempo verbal predominante é o presente do indicativo. Deste modo, as ideias apresentadas têm uma dimensão atemporal e, ao mesmo tempo, um valor de verdade.
9. a) sujeito; b) complemento do adjetivo; c) modificador restritivo do nome; d) complemento oblíquo; e) complemento direto.
10. a) oração subordinada adjetiva relativa explicativa.

51
Escrita

Aprendizagens Essenciais
E 10: Apreciação crítica.

1.1. Pretende-se que os alunos interpretem a mensagem subjacente ao cartoon – o uso da tecnologia torna a pessoa um náufrago social, isolado na sua ilha de tecnologia – e a relacio-
nem com o tema da mudança tratado por Camões, trazendo para a contemporaneidade a questão da mudança na sociedade e da insegurança daí resultante para o ser humano.

Págs. 221-223

Nota: No caderno Manual de operacionalização de projetos, disponibiliza-se toda a informação sobre o projeto que é proposto, no âmbito da Autonomia e Flexibilidade Curricular,
se
o professor o pretender desenvolver com a turma.

Páginas de revisão
–Contextualização histórico-literária.
–A representação da amada.
–A representação da Natureza.
–A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.
–A reflexão sobre a vida pessoal.
–O tema do desconcerto.
–O tema da mudança.
–Linguagem, estilo e estrutura:
–a lírica tradicional;
–a inspiração clássica;
–discurso pessoal e marcas de subjetividade;
–soneto: características;
–métrica (redondilha e decassílabo), rima e esquema rimático.

Manual Digital

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Revisão da Unidade 4

Págs. 224-227

Nota: testes de avaliação e questões de aula sobre a Unidade 4 disponíveis no Dossiê do Professor e no Manual Digital.

Grupo I – Parte A
1. O poema apresenta a dor da separação entre dois amantes, sendo que a Natureza é testemunha da despedida triste e melancólica do casal. Neste sentido, a temática camoniana
presente é a da Natureza, como cenário do amor.
2. Na primeira estrofe, o sujeito poético apela à celebração da Natureza (“quero que seja sempre celebrada”, v. 4). De facto, o “eu” solicita que esta seja sempre lembrada, uma vez
que foi testemunha do amor, ou seja, presenciou o sofrimento e a amargura de dois amantes que forçosamente têm de se separar ( “apartar-se d’ũa outra vontade”, v. 7) ao nascer do dia
com “lágrimas em fio” (v. 9) e “palavras magoadas” (v. 12).
3. No primeiro verso, o sujeito poético procede a uma caracterização antitética da “madrugada”. Por um lado, refere que a madrugada é triste, pois assiste à separação de um casal. Por
sua vez, é “leda”, uma vez que é bela e harmoniosa.
4.
a) abba / abba / cdc / dcd
b) Interpolada e emparelhada nas quadras; cruzada nos tercetos. Rima grave, consoante e predominantemente rica.

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Avaliação
Banco de testes interativos

Grupo I – Parte B
5. O sujeito poético lamenta-se porque o seu amor não é correspondido e a mulher que ele ama não lhe dá atenção – “porque me não vedes?” (v. 2).
6.
a) 4.
b) 1.

Grupo II
1. (A)
2. (C)
3. (A)
4. (B)
5. (D)
6. Oração subordinada adjetiva relativa explicativa.
7. Modalidade epistémica com valor de certeza.

52
GRUPO III
Exemplo de resposta:
A lírica camoniana evidencia uma semelhança com a atualidade, no que diz respeito aos temas tratados.
Efetivamente, Camões apresenta como temáticas principais o desconcerto pessoal e o amor, sendo que é este sentimento paradoxal que domina o poeta e é o responsável pela vida de
infortúnio e sofrimento, como se evidencia nos sonetos “Erros meus, má fortuna, amor ardente” e “Amor é fogo que arde sem se ver”. Estas temáticas sentimentais têm ainda hoje im-
pacto no ser humano, dominando o seu estado de espírito. Acrescente-se o facto de as temáticas camonianas da mudança e do desconcerto serem também bastante atuais. A
hipocri- sia, a ganância e a injustiça caracterizam desde sempre o ser humano que assiste à inevitável mudança do mundo (“Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”).
Em suma, através da poesia de Camões, é possível uma reflexão sobre temas sentimentais e humanistas, cuja pertinência se verifica ainda hoje. (150 palavras)

Págs. 228-229

Páginas em movimento
Esta sugestão de atividade, opcional, propõe o visionamento ativo do filme O Clube dos Poetas Mortos, de Peter Weir (1989), cuja didatização foi pensada de acordo com o conteúdo
da Educação Literária abordado nesta unidade. Disponibiliza-se a apresentação do filme, podendo o professor, caso o entenda, aceder ao filme, na íntegra, através de várias
platafor- mas.
1. a) educação irreverente, que apela à criatividade e imaginação dos alunos, visando quebrar a educação rígida da instituição; b) é através da poesia que o professor Keating mostra
aos seus alunos que, como seres humanos, vivemos de paixões. Por isso, a poesia faz parte da vida.
3.1. Resposta livre / Sugestões: a) A dúvida; b) A mudança; c) Estamos vivos, somos criativos; d) Oh, captain, my captain!
4.A – Liberdade, criatividade, individualidade:
a) telefonema de Deus, feito por Charles Dalton; b) aulas do professor Keating; c) o arrancar das primeiras páginas do compêndio de poesia; d) momento em que Todd tem de
ler o seu poema em voz alta; e) artigo escrito por Charles para o jornal do colégio, pedindo para serem admitidas raparigas no campus.
B – Intolerância, submissão, conformismo:
a) ameaça de expulsão; b) incitamento à denúncia de colegas; c) cerimónias do colégio; d) forma como as aulas são lecionadas.
5.1. V; 5.2. F; 5.3. V; 5.4. F; 5.5. V; 5.6. V; 5.7. V; 5.8. F; 5.9. V.
6.1. Os versos de Walt Whitman são declamados nas primeiras aulas do professor Keating. Através deles, perpassa a principal mensagem de se aproveitar o dia, dada a efemeridade
da
vida. Há que aproveitar o melhor de cada momento, pois “O tempo voa”.
7. a) O professor quer mostrar aos alunos que, apesar da rigidez da instituição, há regras que podem ser quebradas. Neste caso, uma vez que o que era dito nas primeiras páginas
do livro não estava de acordo com a mensagem que o professor queria transmitir sobre poesia, rasgar aquelas páginas representou a possibilidade de uma discordância. b) Keating
quis mostrar a Todd que não havia que ter medos, havia que assumir os seus receios, mas ter a coragem de se libertar deles. c) O professor quis, simbolicamente, mostrar aos alunos que
as coisas podem ser vistas de diferentes perspetivas. O subir para as mesas permitiu que os alunos abandonassem o olhar subserviente que assumiam naquela instituição.
8.1. O clube dos poetas mortos permitiu que os alunos dessem largas à sua imaginação e pudessem ser eles próprios. No fundo, era através do clube que eles viviam livremente, su-
gando “o tutano da vida”.

Sequência 05

Págs. 232-233

Pensa fora da caixa


Nota: No caderno Manual de operacionalização de projetos, disponibiliza-se toda a informação sobre o projeto que é proposto, no âmbito da Autonomia e Flexibilidade Curricular, se
o professor o pretender desenvolver com a turma. Nesta unidade, propõe-se que, num trabalho interdisciplinar, se crie um mural na escola ou na comunidade, que poderá funcionar
como um domínio de autonomia curricular (DAC), como preconizado no artigo 9.º do decreto-lei n.º 55/2018. Poderão participar neste projeto disciplinas como Biologia e Geologia,
Geometria Descritiva A, Desenho A, Geografia A, História A/B, Literatura Portuguesa e Cidadania e Desenvolvimento.
1.1. A – 3.; B – 1.; C – 2.; D – 4.

Oralidade

Aprendizagens Essenciais
O 10: Compreensão – Reportagem.

2. a) V. b) F – cidades como Paris e Londres. c) V. d) V. e) F – cerca de 200 obras de autores portugueses. f) F – surge uma pintura de Camões (e outra do Gigante Adamastor). g) F –
atual- mente, os artistas temem que esta forma de arte se institucionalize, dada a sua função social e estética.h) F – em Lisboa.

Pág. 234

Nota: O manual disponibiliza as seis reflexões do Poeta mencionadas no Anexo 1 do documento Aprendizagens Essenciais, 10.º ano, Português.
Ao apresentar-se a totalidade das reflexões do Poeta mencionadas nas Aprendizagens Essenciais, o professor poderá selecionar as três que melhor se adequem ao perfil dos
seus alu- nos.
Nota: O aluno poderá relembrar a contextualização histórico-literária deste período nas páginas 172 a 174.

Págs. 235-238

Pré-leitura | Oralidade

Aprendizagens Essenciais
O 10: Compreensão – Interpretar textos orais.

1.1. Os Lusíadas são, para D. José Tolentino de Mendonça, um livro que nos conduz a nós próprios, que nos ajuda a definir como indivíduos e como nação.
1.2. Camões ajudou a “desconfinar” Portugal porque ajudou a modelá-lo com intensidade e criatividade, não descurando os valores de cidadania. Acima de tudo, permitiu que cada um
dos portugueses se sentisse protagonista do projeto de construção do seu país.

53
Educação Literária | Gramática

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Luís de Camões, Os Lusíadas: interpretar textos literários; recursos expressivos.
G 10: Funções sintáticas; orações subordinadas.

1. A narrativa é subitamente interrompida iniciando-se a reflexão do Poeta. Esta caracteriza-se pela anáfora da interjeição “Oh!” (vv. 5 e 6), que reflete a admiração do Poeta perante a
circunstância que relata. Saliente-se ainda a adjetivação e a hipérbole – “Grandes e gravíssimos” –, que revelam a significância dos perigos a que o ser humano se sujeita. Por último,
destaca-se a frase exclamativa com que termina a primeira estância, que mostra a intensidade do sentimento de perplexidade resultante da contradição denunciada por
Camões.

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Os Lusíadas

2. As repetições “tanta”, “tanto”, “Tantas”, “tanta”, “tanto”, “Tanta” expressam a multiplicidade de circunstâncias que podem colocar em perigo o ser humano.
Para além disso, a anáfora “Onde” reflete a impossibilidade de o ser humano encontrar um local seguro para se proteger. Estas repetições tornam a interrogação retórica final da
estância ainda mais significativa, como se qualquer tentativa de o ser humano se proteger fosse vã.
3. O ser humano é frágil perante forças superiores. Assim, a interrogação retórica traduz a indignação do Poeta perante a ameaça à fragilidade humana. Deste modo, os dois
versos fi- nais demonstram a mitificação dos portugueses.
4. Complemento direto.
5. Oração subordinada adverbial causal.
6. Advérbio interrogativo.

Verifica
1. a) 3.; b) 1.
2. O Gigante Adamastor simboliza, através do recurso ao maravilhoso pagão, os perigos a que os marinheiros se sujeitaram. Contudo, apesar da sua fragilidade enquanto seres
huma- nos, estes homens ousaram navegar por mares desconhecidos e desafiar a Natureza, ultrapassando os limites da sua condição humana.

Escrita

Cidadania e Desenvolvimento
G 1: Direitos Humanos.

Aprendizagens Essenciais
E 10: Apreciação crítica.

Tópicos de resposta
2.
–O aluno deve identificar uma família que procura ser acolhida, mas que se depara com uma encruzilhada, não sabendo que caminho seguir.
–A mensagem vai ao encontro do artigo 14.º da DUDH, segundo o qual todo o cidadão tem o direito de procurar e beneficiar de asilo em outros países, sendo uma chamada de
atenção
para o problema dos refugiados que ocorre em diversos pontos do globo.
–Na estância 106, Camões estabelece um paralelismo entre o mar e a terra, como se não houvesse um único local onde o ser humano se pudesse proteger das circunstâncias que
lhe podem causar dano e fazer perigar a vida. Numa longa interrogação, o Poeta reflete sobre as contingências, as fragilidades e as inseguranças que rodeiam o ser humano, como se não
houvesse forma de se defender. No contexto da sociedade atual, é notória esta fragilidade referida pelo Poeta, uma vez que, quer por razões políticas, quer por razões sociais ou econó-
micas, cada vez mais os cidadãos se veem obrigados a abandonar as suas terras em busca de um destino que lhes proporcione mais segurança.

Pág. 239

Em Exame
2. Tópicos de resposta:
–a matéria épica surge da excecionalidade dos feitos alcançados, uma vez que os portugueses, com bravura e heroísmo, alcançam o objetivo a que se propuseram, a chegada a
Cale- cute;
–a mitificação do herói ocorre pela superação da pequenez humana, da condição mortal, aproximando-o dos deuses e adquirindo, assim, um estatuto divino – característica do
herói, a mitificação.
2. Exemplo de resposta:
Na obra, os marinheiros, liderados por Vasco da Gama, enfrentam e superam os vários obstáculos e ciladas a que estão sujeitos na viagem de descoberta para a Índia. Neste
sentido, ultrapassam a fragilidade, a insegurança e a pequenez inerentes à condição humana, adquirindo o estatuto divino – característica do herói, ou seja, mitificando-se.

Págs. 240-245

Pré-leitura | Oralidade

Cidadania e Desenvolvimento
G 3: Segurança, Defesa e Paz.

Aprendizagens Essenciais
L 10: Leitura crítica.
O 10: Expressão – Exposição oral.

1.1. Sem as armas não se podem manter as leis porque aquelas promovem a defesa do reino e da república; elas protegem dos perigos da estrada e dos mares. Concluindo, são as
armas
que mantêm a ordem.

54
2. Sugestão de tópicos:
–a supremacia define-se pela superioridade ou autoridade suprema de algo;

55
– a supremacia das armas verifica-se no sentido em que a hegemonia das várias nações está ligada diretamente ao poder militar e à existência de armamento, sendo reveladora
da força ou fragilidade das várias nações; veja-se a tensão existente entre a Rússia, os Estados Unidos da América e a China;
– a supremacia das artes consiste na utopia de que o ser humano sempre procurou transformar em realidade, uma vez que é através da arte que o ser humano se expressa; o valor
da arte evidenciou-se na pandemia mundial de 2020, sendo reconhecida como um escape face ao isolamento social voluntário com o acesso gratuito a museus virtuais, a livros, ao
visiona- mento de filmes e séries.

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Os Lusíadas

Educação Literária | Gramática

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Luís de Camões, Os Lusíadas: interpretar textos literários.
G 10: Orações subordinadas; funções sintáticas, valor modal.

1. Através da frase exclamativa, é possível perceber o estado de espírito do poeta: admiração, alento, reconhecimento, orgulho. Estes sentimentos justificam-se, pois Vasco da Gama
tinha acabado de narrar ao rei de Melinde a História de Portugal e a viagem dos marinheiros desde Lisboa até Melinde.
2.1. Alexandre desejava ser louvado como Aquiles fora, na Ilíada. Não apreciava tanto os feitos de Aquiles, em combate, como o louvor que Homero lhes prestava.
Por sua vez, o que desperta a inveja de Temístocles são os monumentos, os “troféus” construídos em memória das vitórias militares de Melcíades. Nada mais agradava a
Temístocles do que a voz dos poetas que cantavam os feitos de Melcíades.
Assim, através da referência a Alexandre e a Temístocles, o poeta apresenta dois exemplos de pessoas de carácter nobre que sentem inveja pelo facto de outros serem louvados pelos
seus feitos.
3.1. “que em memória / Vença ou iguale os grandes já passados”. Trata-se de uma oração subordinada adverbial final.
4.1. Oração subordinada substantiva relativa.

Escrita

Aprendizagens Essenciais
E 10: Exposição sobre um tema.

1. A narrativa d’Os Lusíadas, dada a sua complexidade, apresenta um problema associado à organização dos conteúdos. De forma a evitar a monotonia, Camões socorre-se da ana-
lepse, encaixando a narrativa da História de Portugal na narrativa da viagem. Trata-se de uma estratégia muito inteligente, pois permite narrar os feitos heroicos de carácter
histórico dos portugueses como se fosse parte da narrativa da viagem. Desta forma, a narrativa da diversidade de episódios adquire consistência, mantendo a epopeia
interessante e apelativa.
5. Na estância 94, o Poeta refere o que sucedera com Virgílio: foi recompensado pelo imperador Octávio César Augusto, por glorificar Eneias. Por isso, o poeta romano recebeu
recom- pensas. Desta forma, Camões dá a entender que, sem os poetas, os heróis nunca veriam os seus feitos serem exaltados, pelo que os autores das epopeias deveriam ver o seu
mérito re- conhecido.
6. Na estância 96, o Poeta menciona três figuras relevantes da Antiguidade Clássica: César, Cipião e Alexandre. Estes heróis destacam-se pela sua capacidade bélica, mas também pela
cultura e pelo saber. Com efeito, o Poeta tenciona enaltecer a perfeição humana, reforçando a importância de os portugueses conciliarem as armas com o conhecimento: “[…] nũa
mão a pena e noutra a lança” (v. 35), incentivando, assim, ao surgimento de novos heróis, como modelo de perfeição humana.
6.1. César, grande militar, é comparado à eloquência de Cícero, grande orador. O Poeta demonstra que grandes guerreiros podem ser, também, notáveis nas letras.
7. Na estância 97, o Poeta manifesta vergonha por constatar que, ao contrário dos heróis da Antiguidade, os portugueses se caracterizam pela falta de cultura.
8. Na estância 97, o Poeta destaca que não houve uma nação cujos heróis não fossem cultos, excetuando a nação portuguesa. A razão apontada por Camões, exprimindo vergonha, é
o facto de não se incentivar em Portugal o gosto pelas letras.
9. Na estância 98, o Poeta alerta para as consequências da desvalorização das letras, nomeadamente o facto de, no futuro, não haver escritores que imortalizem os heróis e,
por conse- guinte, não haver registo dos seus feitos. Porém, o que mais entristece o Poeta é a indiferença dos portugueses em relação a esta situação.
10. O tom final da estância é de esperança, pois o amor pela pátria motivará o Poeta a escrever de forma eloquente as “grandes obras” (v. 70).
Deste modo, Camões incentiva os seus compatriotas a realizarem grandes feitos, porque serão sempre valorizados e louvados pela escrita ou por “outra qualquer via” (v. 71).
11. a) complemento direto; b) complemento do nome; c) complemento direto.
12. Modalidade epistémica com valor de certeza.
13. Os portugueses (“nação […] / Portuguesa” (est. 97, vv. 43-44).
14.1. (A).

Págs. 246

Em Exame
2. Exemplo de resposta:
N’Os Lusíadas, na reflexão do canto V, Luís de Camões refere vários heróis da Antiguidade Clássica com uma intenção crítica e didática.
Nessas estâncias, o Poeta enumera os heróis que se distinguiram não só pela sua capacidade guerreira, mas também pela sua sabedoria e cultura. Assim, faz alusão a Alexandre Magno,
leitor de Homero, a Temístocles, admirador dos feitos de Milcíades, ao Imperador Octávio, escritor de versos, ao Imperador César, eloquente como Virgílio e, por fim, a Cipião, autor de
comédias. Deste modo, através da valorização das qualidades dos heróis clássicos, o Poeta não só critica os heróis portugueses, mostrando que estes não têm estas virtudes, pois
são ignorantes e incultos, como também descreve um ideal de herói a imitar, o que tem “[…] nũa mão a pena e noutra a lança,”, est. 96. Em suma, Camões evoca os heróis da
Antiguidade para criticar e corrigir os heróis portugueses. (148 palavras)

Págs. 247-253

Pré-leitura | Oralidade

Cidadania e Desenvolvimento
G 1: Desenvolvimento Sustentável.

56
Aprendizagens Essenciais
O 10: Compreensão – Registo de informação.

1. a) Amália Rodrigues; Manuel Arriaga; Aquilino Ribeiro; Presidentes da República; escritores; Nuno Álvares Pereira; Infante D. Henrique; Pedro Álvares Cabral; Afonso de
Albuquerque; Almeida Garrett; Guerra Junqueiro, Óscar Carmona; Sidónio Pais; Humberto Delgado.
b) deriva do grego e significa “conjunto de deuses”;
c) o Panteão está localizado na freguesia de Santa Engrácia, onde se encontrava uma igreja que, depois de ter sido destruída por um temporal, foi alvo de obras de reconstrução que
demoraram 300 anos. Daí advém a expressão obras de Santa Engrácia;
d) recebe milhares de visitantes todos os anos.
2. a) V; b) V; c) F; d) V.
3. Tópicos de resposta:
–a importância da memória histórica coletiva para a identidade nacional.
–o reconhecimento do mérito de compatriotas.
–o exemplo de vida para as gerações futuras.

Manual Digital

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Os Lusíadas

Educação Literária | Gramática

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Luís de Camões, Os Lusíadas: interpretar textos literários; recursos expressivos.
G 10: Funções sintáticas; orações subordinadas; modalidades de reprodução do discurso no discurso; atos de fala; anáfora como mecanismo de coesão.

1. O Poeta invoca as Ninfas do Tejo e do Mondego para que possa continuar a sua tarefa árdua – a escrita desta epopeia. Camões justifica esse pedido de ajuda, revelando ter medo
de
não ser capaz de concluir um projeto tão complexo.
2. A metáfora dos versos 5 a 8 aproxima a atividade de escrita do Poeta à navegação em alto-mar. Através dela, Camões admite que sente tantas dificuldades em escrever – “vento tão
contrário” (v. 6) – que teme não conseguir terminar a sua tarefa – “o meu fraco batel se alague cedo” (v. 8).
3. A anáfora “Agora” traduz a multiplicidade de situações contraditórias que fazem o Poeta sentir-se perseguido pela desgraça: a pobreza, o degredo, a esperança, a vida em risco. Para
além disso, contribui para a expressão da vida do Poeta pautada pela desgraça e pela esperança infundada. Por último, permite uma interpretação do passado do Poeta, em que múlti-
plas vivências são experienciadas em simultâneo.
4. Camões refere que o destino – “Fortuna” – o fez percorrer o mundo, sujeito a inúmeras peripécias e circunstâncias, a saber:
–os perigos do mar – “Agora o mar” (v. 13);
–os perigos da guerra – “Os perigos Mavórcios” (v. 14);
–dificuldades económicas – “pobreza avorrecida” (v. 17);
–a condenação ao degredo – “hospícios alheios degradado” (v. 18);
–o naufrágio – “às costas escapando a vida” (v. 21).
5. Através da referência ao milagre bíblico de Ezequias, Camões mostra que o naufrágio que sofreu colocou a sua vida em perigo de tal maneira que o facto de se ter salvado
foi igual- mente milagroso.
6. Trata-se de uma apóstrofe, presente em “Ninfas minhas”.
6.1. Através da apóstrofe, o Poeta interpela as ninfas do Tejo e do Mondego e demonstra o sentimento de amor e de pertença à pátria, reforçado pelo uso do determinante
possessivo.
7. Os portugueses.

Verifica
1. Os dois aspetos mais relevantes do primeiro texto são, por um lado, o plano da viagem ser destacado e, por outro, a analepse em que a História de Portugal é narrada ao rei
de Me- linde.
8. 1. e.; 2. g.; 3. d.; 4. b.
9. a) vocativo; b) complemento direto.
10. a) pronome relativo; b) conjunção subordinativa causal; c) conjunção subordinativa consecutiva; d) conjunção subordinativa completiva; e) conjunção subordinativa comparativa;
f) pronome relativo.
11. Est. 78 – “Sem vós” (v. 3); “Vosso favor invoco” (v. 5); “se não me ajudais” (v. 7); est. 79 – “Olhai” (v. 9); “O vosso Tejo” (v. 10); est. 81 – “Ninfas minhas” (v. 25).
12.1. (B).
13. A ironia de Camões é evidente na estância 82, considerando a atitude dos portugueses perante o seu projeto d’Os Lusíadas. Assim, por exemplo, a expressão “engenhos de senho-
res” (v. 33) ilustra a perceção que o Poeta tem dos portugueses, sendo o oposto do que verbaliza. A mesma circunstância pode ser observada no segmento “Que assi sabem prezar,
com tais favores” (v. 35) pois, na verdade, Camões entende que os portugueses não o prezam nem o favorecem, pelo contrário, castigam-no.
14. Nestes versos, e através da ironia, o Poeta afirma que o facto de os portugueses maltratarem os que cantam os seus feitos ilustres desmotivará eventuais futuros poetas.
15. Através da expressão “em quem o não mereça” (est. 83, v. 46), Camões compromete-se a não utilizar o “favor” das ninfas em quem não seja merecedor de tal, ou seja, apenas glori-
ficará nos seus versos aqueles que forem dignos, pelo que o Poeta sugere que os portugueses não são merecedores do seu louvor.
16. “engenhos de senhores” (est. 82, v. 33).
17. Ato de fala diretivo.
18. Nestas estâncias, o Poeta apresenta os comportamentos que se recusa a louvar. Assim, este não cantará: aqueles que apenas se centram no seu próprio interesse, esquecendo
o respeito ao seu rei e ao seu país (est. 84, vv. 50-51); aqueles que são ambiciosos e desejam atingir cargos elevados para se tornarem ditadores (est. 84, vv. 53-55); aqueles que são cor-
ruptos, manipuladores e falsos (est. 85, vv. 57-60); aqueles que são dissimulados e usurpam o povo dos seus meios de subsistência (est. 85, vv. 62-64); aqueles que aplicam a lei con-
forme a classe social dos destinatários (est. 86, vv. 65-66); aqueles que não pagam ao povo trabalhador (est. 86, vv. 67-68); aqueles que não têm experiência e julgam os trabalhos dos
outros de forma injusta (est. 86, vv. 69-72).
19. Este verso menciona a figura mitológica de Proteu, que tinha o poder de se metamorfosear, conforme lhe conviesse. O Poeta critica, assim, aqueles que mudam de comportamento
conforme as circunstâncias.

57
20. As referências ao rei justificam-se pela intenção do Poeta de comentar a forma como aqueles que aconselham o rei devem agir, evidenciando a importância de adotarem
um com- portamento politicamente ético, sem corrupção e tendo sempre em consideração o interesse da nação.
21.1. O Poeta manifesta convicção relativamente às decisões que toma sobre quem não pretende ou quem tenciona louvar. Nos quatro últimos versos da estância 87, Camões
evidencia
confiança pelo apoio que receberá das divindades e alívio, por ser capaz de regressar ao seu projeto de escrita.
21.2. Na estância 87, Camões identifica aqueles que vai louvar: os que arriscam a vida em nome de Deus ou do seu rei. No entender do Poeta, só estes serão dignos do seu louvor.
22. As formas verbais no futuro do indicativo sugerem a intenção de o Poeta dar continuidade à sua epopeia, comprometendo-se a louvar apenas quem, no seu entender, for digno.
23. Camões menciona Apolo e as musas com a intenção de demonstrar que, em virtude do seu compromisso em louvar apenas aqueles que, na sua perspetiva o merecem, terá
inspira- ção redobrada, na continuação da escrita d’Os Lusíadas.
24. a) Camões; b) “quem”; c) “quem”; d) “Nenhum ambicioso”; e) [eu], Camões (subentendido); f) “Nenhum ambicioso”; g) “Nenhum”; h) “Nenhum”; i) “Nenhum”; j) “quem”; k) “quem”; l)
“Aqueles”; m) “Aqueles”; n) “a amada vida”; o) “a amada vida”.

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QuizEV
A anáfora como mecanismo de coesão

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A anáfora como mecanismo de coesão

Pág. 254

Em Exame
2.1. Tópicos de resposta:
–o verso revela que é possível aliar a força física à cultura e à sabedoria;
–o modelo de herói para o Poeta é aquele que tanto é guerreiro como também é culto;
–o Poeta critica os seus contemporâneos por não conciliarem estas duas funções – guerreiro e poeta.
2.1. Exemplo de resposta:
Através deste verso, o Poeta mostra o seu ideal de herói, como sendo aquele que concilia os feitos guerreiros, a força física, com a dedicação às letras e à cultura. Neste sentido,
Camões
critica os portugueses seus contemporâneos por não acumularem os dois feitos, uma vez que os considera guerreiros, mas ignorantes e incultos.

Págs. 255-259

Pré-leitura | Oralidade

Cidadania e Desenvolvimento
G 1: Desenvolvimento Sustentável.

Aprendizagens Essenciais
O 10: Expressão – Exposição oral.

1. Resposta pessoal.
2. Este excerto comprova o conteúdo dos provérbios, uma vez que, por dinheiro, o catual tentou enganar Vasco da Gama, acreditando que quem tem amigos não morre na
cadeia. Re- fere, também, o facto de os homens serem capazes de fazer tudo por ganância, acreditando que o dinheiro abre todas as portas.

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Os Lusíadas

Educação Literária | Gramática

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Luís de Camões, Os Lusíadas: interpretar textos literários; recursos expressivos.
G 10: Anáfora como mecanismo de coesão.

1. O Poeta faz um conjunto de considerações sobre o poder corruptor do dinheiro, ao narrar a situação em que Vasco da Gama se encontra. Este deixa-se ficar na nau, pois
não confia no regedor de Calecute, que lhe exige as mercadorias.
2. Trata-se de uma metáfora, que expressa a avidez e a ganância que o dinheiro desperta no ser humano.
3. O Poeta apresenta exemplos da Antiguidade e da mitologia, que evidenciam as consequências da ganância e cobiça, a saber:
–a cobiça do rei da Trácia, que matou Polidoro e que ficou com o ouro que o pai deste lhe enviara em troca da proteção do filho (est. 97, vv. 9-10);
–a sedução pelo ouro (Júpiter metamorfoseou-se numa chuva de ouro) que conduziu à gravidez da filha de Acrísio e, consequentemente, à morte de seu pai, cumprindo-se, assim, a
profecia do oráculo (est. 97, vv.11-12);
–a ganância que conduziu Tarpeia a trair os seus, ao entregar Roma aos inimigos, a troco de joias (est. 97, vv. 13-16).
4. a) 6., b) 1., c) 3., d) 5., e) 2., f) 4.
5. Nos últimos quatro versos da estância 99, o Poeta faz referência aos elementos do clero que, embora sob uma aparência de virtude, também se deixam corromper pelo poder do
ouro.
6. Anáfora.
7. e), n), b), l), d), i), a), f), g), c), j), m), h), k).

Leitura

Aprendizagens Essenciais

58
L 10: Exposição sobre um tema.

59
1. Tópicos de resposta:
–enunciação na 3.ª pessoa: “os povos da Europa desconheciam objetos como a porcelana” (ll. 22-23);
–frases de tipo declarativo: “Além disso, nenhum ser humano sabia a configuração do planeta Terra, nem sequer o número de continentes ou de oceanos existentes.” (ll. 26-27);
–carácter demonstrativo: “No entanto, os povos da Europa desconheciam objetos como a porcelana, animais como o rinoceronte, e mesmo a religião budista, por exemplo, e
tinham uma ideia muito imperfeita sobre a Índia, o seu território, as suas gentes e as suas crenças, apesar de consumirem intensamente as especiarias há mais de mil anos.” (ll. 22-
25).
2. Tópicos de resposta:
–No início do século XV, o mundo estava compartimentado e as civilizações fechadas sobre si mesmas;
–Desde que Gil Eanes passou o cabo Bojador, em 1434, deu-se início a um movimento de expansão europeia que vai persistir, contrariamente a outros movimentos que haviam
ocorrido
na Antiguidade, mas que não tiveram continuidade, apesar da sua grandiosidade.
3. Os europeus alimentavam hipóteses fantásticas, como a hipótese de a Terra ser plana, a existência de seres maravilhosos e de monstros que habitavam os mares. Contudo, com
as primeiras caravelas a sulcarem os mares do Atlântico e com a passagem do cabo Bojador, a expansão portuguesa contribuiu para que se derrubassem mitos persistentes,
transfor- mando, assim, o imaginário europeu.
3.1. A chegada de Colombo e Cortés às Américas.

Pág. 259

Em Exame
2. Tópicos de resposta:
–metáfora de dinheiro: “este encantador” que realça o efeito corruptor e ilusório do dinheiro;
–os quatro últimos versos da estância 99 mostram os efeitos que o dinheiro tem no comportamento do ser humano, nomeadamente, nos homens do clero, que deveriam ser indiferen-
tes à ganância e à cobiça, mas não o são; o clero deixa-se também corromper, vivendo na hipocrisia, escondendo, debaixo da sua capa de virtude, a ambição e o desejo
material.
2. Exemplo de resposta:
Através da metáfora “este encantador”, o Poeta realça o efeito corruptor e ilusório do dinheiro no ser humano, especificando a alteração de comportamento dos homens, em
particular, nos clérigos. Assim, denuncia a ganância, a cobiça e a hipocrisia daqueles que, debaixo de uma capa de virtude, procuram os valores materiais em detrimento dos valores
espirituais, consequência da ambição, ao deixarem-se encantar pelo poder do dinheiro.

Págs. 260-264

Pré-leitura | Oralidade

Cidadania e Desenvolvimento
G 1: Direitos Humanos.

Aprendizagens Essenciais
O 10: Compreensão – Documentário.

1. Tópicos de resposta:
–censurar atos de discriminação de todo o tipo, na convivialidade do dia a dia;
–proteger os mais vulneráveis da sociedade, ajudando-os através de ações de solidariedade (doação de roupa, calçado, comida);
–estimular a livre expressão de ideias.

Educação Literária | Gramática

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Luís de Camões, Os Lusíadas: interpretar textos literários; recursos expressivos.
G 10: Orações subordinadas.

1. O “prémio” é particularizado em expressões como “Honras” (v. 12), “preminencias” (v. 13), “triunfos” (v. 14), entre outras. Desta forma, Camões revela o verdadeiro sentido da alegoria
da Ilha dos Amores. A experiência sensual que as divindades proporcionam aos marinheiros representa o reconhecimento, a fama, a imortalidade, resultante do seu esforço, que supera
os limites da humanidade e os aproxima dos deuses.

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Os Lusíadas

2. A conjunção “que” tem, em ambos os casos, um valor causal. No excerto, a intenção do Poeta é justificar o motivo pelo qual o episódio da Ilha dos Amores e a relação entre as
ninfas e os marinheiros portugueses são simbólicos, não tendo existido. São uma mera representação alegórica da fama e do reconhecimento dos feitos dos marinheiros, elevando-
os à con- dição de divinos.
3. A mitificação resulta da “Fama”, que transporta aqueles que são dignos até ao “estelante Olimpo” (v. 19), a morada dos deuses, como resultado das “obras valerosas” (v. 21), que
se concretizam a muito custo e sofrimento – “Caminho da virtude, alto e fragoso,” (v. 23).
4. Através das referências às divindades, o Poeta explica que todas elas, antes de serem deuses, foram já humanas – “Todos foram de fraca carne humana” (v. 32). O que as tornou divinas
foi a imortalidade, prémio resultante do “esforço e arte”. Deste modo, o mito constrói-se como efeito da “Fama”, que divulga as “obras valerosas” de grande dificuldade, mas cuja
realização, com “esforço e arte”, eleva à condição divina aqueles que antes eram humanos.
5. A Fama anuncia os feitos realizados como se fosse uma trombeta, para que todos possam ouvir, isto é, reconhecer o mérito dos autores de tais feitos. A trombeta é tradicionalmente
utilizada como instrumento para anunciar o início de uma batalha, a chegada de uma figura importante.
6. Através da apóstrofe, o Poeta dirige-se aos que querem ser igualmente famosos como os deuses da Antiguidade Clássica – “Se quiserdes no mundo ser tamanhos,” (v. 38). Camões
começa por explicar que a Ilha dos Amores é uma alegoria para a fama, para a honra. Seguidamente, refere que as divindades do Olimpo são famosas pelos seus feitos, tendo sido an-
teriormente humanas. Por fim, dirige-se aos que estimam a fama, aos que querem ser mitificados, aconselhando-os a combater a preguiça.
7. Existe uma relação de causa – efeito: a causa ou origem para o efeito da fama é o despertar da preguiça. O efeito é expresso pela oração subordinada adverbial condicional e a causa
é expressa pelo imperativo.

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1. a) F; b) V; c) V; d) V; e) F; f) V; g) F; h) V.

61
8. A forma verbal no modo imperativo concretiza a exortação do Poeta dirigida a quem estima a fama (est. 92); sugere a atitude a tomar por quem procura reconhecimento pelo
mérito;
traduz um apelo de Camões.
9. Os dois últimos versos das estâncias 94 e 95 indicam as consequências – o reconhecimento, as honras, a imortalidade dada pela fama – perante a conduta que o Poeta
sugere ao longo desta reflexão:
–combater a preguiça;
– não deixar que a cobiça e a ambição dominem o espírito;
–lutar contra a tirania opressora;
–promover a igualdade perante a lei, garantindo a imparcialidade e a justiça;
–combater o inimigo mouro.
10. A referência ao rei ocorre no contexto de exortação ao comportamento ou atitudes virtuosas dos súbditos. Desta forma, Camões enquadra os comportamentos que sugere numa
dimensão política; relaciona o enaltecimento da figura do monarca com os comportamentos que sugere a quem estima a fama; valoriza o rei enquanto líder, tendo em conta o contexto
político do período da publicação d’Os Lusíadas.
11. A referência à Ilha dos Amores representa o retomar da ideia apresentada na estância 89 – a “Ilha angélica pintada” (v. 10). Esta simboliza as honras sendo que, para as
alcançar, para se ser recebido na “Ilha de Vénus” (v. 64), é necessário adotar os comportamentos que Camões sugere.

Escrita

Aprendizagens Essenciais
E 10: Síntese.

1.1. Sugestão de resposta:


A presença do maravilhoso n’Os Lusíadas evidencia-se na mitologia da Antiguidade Clássica – deuses do Olimpo, aqueles que verdadeiramente agem na narrativa – e do Hades e
outras criaturas não divinas (Fama, Credulidade e o Adamastor) inspiradas nos mitos relativos aos Gigantes. Camões conhecia estes mitos e incluiu-os na sua epopeia.
N’Os Lusíadas, a verdade histórica e o maravilhoso associam-se, como estratégia narrativa do Poeta, levando o leitor a ter dificuldade em distinguir o verdadeiro do falso, a teologia do
mito. (79 palavras)
Nota: Os graffiters Pichi & Avo são apaixonados por mitologia grega e representam todo esse amor nos muros da sua cidade, Valência. As obras foram ficando cada vez mais
conhecidas e a dupla começou a receber convites para pintar painéis noutros lugares, espalhando, pouco a pouco, a cultura grega por toda a Europa.
in
http://www.revistak7.com.br/, consultado a 26 de
agosto de 2019 (texto adaptado)

Pág. 265

Em Exame
2. Tópicos de resposta:
–a imagem sugere o perfil do autor da epopeia portuguesa; o poeta surge deitado, prostrado e cai-lhe uma lágrima em fio sobre um fundo vermelho;
–na epopeia, Camões enumera os vícios que caracterizam a sociedade sua contemporânea, como o ócio, a ambição, a tirania e a cobiça, criticando-a numa perspetiva didática.
2. Exemplo de resposta:
A imagem de André Carrilho sugere a figura do autor da epopeia portuguesa. Camões surge de perfil, prostrado e cai-lhe uma lágrima em fio sobre um fundo vermelho, o que lhe dá uma
tonalidade mais dramática. A amargura e a tristeza presentes no rosto do poeta remetem imediatamente para a crítica e os lamentos que Camões expõe ao longo da obra.
Na epopeia, para além da glorificação do povo português, Camões, nos finais de alguns dos cantos, apresenta reflexões de carácter crítico, que se centram na crise de valores e mudan-
ças sociais que marcaram a sociedade do século XVI. Na verdade, as riquezas dos Descobrimentos mudaram a atitude do homem do Renascimento, que se revela ganancioso, corrupto,
ingrato e também inculto e rude. De facto, a ilustração mostra a intensidade e a tristeza com que o Poeta sente a decadência da sociedade sua contemporânea, bem como o facto
de este aconselhar a sua renúncia a todos aqueles que pretendem aceder à “Ilha dos Amores”.
Concluindo, a força da imagem do ilustrador remete indubitavelmente para o carácter antiépico presente na epopeia camoniana. (185 palavras)

Págs. 266-271

Leitura

Cidadania e Desenvolvimento
G 1: Direitos Humanos.

Aprendizagens Essenciais
L 10: Cartoon.

1. O cartoon apresenta um bebé que dorme, coberto por uma manta com o símbolo das Nações Unidas.
De acordo com o artigo 30.º da DUDH, nenhum Estado, grupo ou pessoa tem o direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição de quaisquer dos
direitos e liberdades aí estabelecidos.
Assim, ao apresentar um bebé, este cartoon pretende mostrar a esperança num futuro melhor para a humanidade.

Educação Literária | Gramática

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Luís de Camões, Os Lusíadas: interpretar textos literários; recursos expressivos.
G 10: Orações subordinadas; atos de fala; formação de palavras; funções sintáticas; valor modal.

1. Camões dirige-se a Calíope, pois a sua capacidade criativa está diminuída, não pelo seu esforço – “não do canto” (v. 3), mas sim devido ao facto de o destinatário da sua obra ser
“gente surda e endurecida.” (v. 4). A pátria não favorece o seu génio, uma vez que se encontra num estado de profunda tristeza, cobiça e decadência.
2. Camões evidencia desânimo pela incapacidade de os portugueses enfrentarem as dificuldades com um espírito audaz.

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62
Os Lusíadas

63
3. O Poeta pretende explicitar a sua falta de inspiração para compor o seu poema épico. Ao referir-se à “Lira”, Camões indica o objeto através do qual o seu canto épico se exprime.
4. “que a Lira tenho / Destemperada e a voz enrouquecida”. Trata-se de uma oração subordinada adverbial causal.
5. Imperativo; ato de fala diretivo.
5.1. Na estância 146, o Poeta, depois de se lamentar sobre a incapacidade de os portugueses enfrentarem as adversidades com ânimo, dirige-se ao rei D. Sebastião, para lhe mostrar as
qualidades dos seus súbditos. O ato de fala diretivo ilustra a atitude de Camões, ao incentivar o monarca, evidenciando uma alteração na linha temática do texto.
6. A metáfora do verso 18 evidencia o carácter destemido dos portugueses, ao serem associados, pelo Poeta, a animais ferozes e bravos – “leões” e “touros” (v. 18).
7. Os portugueses são leais e obedientes ao rei D. Sebastião – “a tudo aparelhados” (v. 25), ”Sem dar reposta” (v. 28), ”prontos e contentes” (v. 28). Para além disso, não se acanham
pe- rante as dificuldades – ”A quaisquer vossos ásperos mandados / […] prontos” (vv. 27-28). Por último, são audazes e persistentes – “Demónios infernais […] / Cometerão
convosco” (vv. 30-31); “vencedor vos façam” (v. 32).
8. Derivação por sufixação.
9. a) complemento direto; b) complemento direto.
10. D. Sebastião deverá ser um monarca presente e próximo dos seus súbditos – “presença e leda humanidade” (v. 34). Deverá ainda ser justo na aplicação das leis, bem como rodear-
se
de pessoas experientes para ouvir os seus conselhos.
Desta forma, o monarca tirará proveito do carácter dos seus súbditos, que, assim, se sentirão predispostos para melhor servir o rei, nas mais adversas circunstâncias.
10.1. A enumeração exprime o valor que Camões atribui às pessoas com mais experiência na vida.
11. O clero deve atuar de acordo com a governação do monarca – “vosso regimento” (v. 44); rezar com disciplina e dedicação pelos pecados da humanidade; adotar uma
conduta ética de acordo com a sua posição social, desprezando a glória e o dinheiro.
12. Trata-se de uma metáfora. Através deste recurso, Camões explica que a ambição não é própria do clero, realçando a inutilidade dos bens materiais para os bons religiosos.
13. Modalidade deôntica com valor de obrigação.
14. a) complemento oblíquo; b) complemento do nome.
15. A nobreza é uma classe que o monarca deverá estimar, pois, através da sua ação,
–divulga a fé cristã;
–aumenta os territórios sob governo do rei;
–combate os inimigos do reino.
16.
Na 1.ª parte – versos 57-60 – Camões exorta D. Sebastião a agir de modo a que os restantes povos europeus (alemães, franceses, italianos e ingleses) admirem os portugueses, consi-
derando-os líderes, no conjunto das nações — “Mais que pera mandar” (v. 60). Já na 2.ª parte – versos 61-64 – o Poeta insiste na importância dos conselhos que as pessoas experientes
poderão dar ao monarca, pois o seu saber é mais próximo da realidade, mais concreto, do que o saber das pessoas que se dedicam ao estudo.
17. A expressão significa que a experiência militar não se adquire lendo ou fantasiando sobre batalhas, mas sim combatendo.
18. A referência ao episódio de Formião e Aníbal ilustra a importância que Camões dá à experiência de vida em detrimento do saber livresco. Assim, o exemplo contribui para
evidenciar
o valor que o Poeta dá à aprendizagem através da experiência, utilizando-o como conselho para o jovem monarca português.
19. Na interrogação presente nos versos 73-74 da est. 154, o Poeta considera-se indigno ao aconselhar o rei, pois não tem estatuto para tal, colocando-se numa atitude de súbdito
humilde. Contudo, Camões justifica a interpelação que faz a D. Sebastião, caracterizando a sua obra, que é louvada por quem é puro no seu louvor – “Da boca dos pequenos” (v. 75);
as duas dimensões da sua vida – o “honesto estudo” (v. 77) e a “longa esperiencia” (v. 78); a sua capacidade crítica – “engenho” (v. 79).
20. Camões revela
–entusiasmo para servir D. Sebastião pelas armas;
–predisposição para louvar o rei na sua obra;
–ânsia pelo reconhecimento régio – ”ser a vós aceito” (v. 83), ”Se me isto o Céu concede” (v. 85).
21. Com o objetivo de valorizar a figura do rei D. Sebastião, o Poeta refere-se ao medo do titã Atlante ao ver a Medusa, para assinalar que este é inferior ao medo de ver a figura de
D. Sebastião.
Para além disso, a “estimada e leda” (v. 93) Musa refere-se a Calíope, prometendo o Poeta, desta maneira, cantar pelo mundo os feitos heroicos de D. Sebastião.
Por último, o louvor de Aquiles na Ilíada não será alvo de inveja por Alexandre Magno, que se reconhecerá nos atos do jovem monarca, louvado por Camões.
Verifica
1. a) 3.; b) 1.

Págs. 272-275

Nota: No caderno Manual de Operacionalização de Projetos, disponibiliza-se toda a informação sobre o projeto que é proposto, no âmbito da Autonomia e Flexibilidade Curricular,
se
o professor o pretender desenvolver com a turma.

Páginas de revisão
Imaginário épico:
–matéria épica: feitos históricos e viagem;
–sublimidade do canto;
–mitificação do herói;
Reflexões do Poeta
–canto I, ests. 105 e 106;
–canto V, ests. 92 a 100;
–canto VII, ests. 78 a 87;
–canto VIII, ests. 96 a 99;
–canto IX, ests. 88 a 95;
–canto X, ests. 145 a 156.
Linguagem estilo e estrutura:
–a epopeia: natureza e estrutura da obra;
–o conteúdo de cada canto.

64
–os quatro planos: viagem, mitologia, História de Portugal e reflexões do Poeta. Sua interdependência;

65
Nota: cf. pp. 234 e 235.

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Revisão da Unidade 5

Págs. 276-279

Nota: testes de avaliação e questões de aula sobre a Unidade 5 disponíveis no Dossiê do Professor e no Manual Digital.

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Avaliação
Banco de testes interativos

Grupo I – Parte A
1. Na estância 96, o Poeta apresenta exemplos de heróis da Antiguidade Clássica – Júlio César, cujo mérito bélico não lhe impedia a eloquência da escrita (vv. 9 a 12); Cipião, que
era protetor de um dramaturgo, Terêncio, que escreveu sobre a sua vida (vv. 13 e 14), e Alexandre Magno, que lia as obras de Homero com frequência (vv. 15 e 16), a fim de
expressar admi- ração pela cultura dos guerreiros da Antiguidade, que conciliam as armas e as letras. Desta forma, expõe o desprezo que sente pelos portugueses seus contemporâneos,
pela sua igno- rância, intensificando a oposição entre a realidade cultural do seu tempo e a da Antiguidade Clássica.
2. Nos quatro primeiros versos da estrofe 95, o Poeta explica que a nação portuguesa tem inúmeros e válidos heróis militares da mesma estirpe da dos maiores da Antiguidade Clássica.
Contudo, os heróis portugueses caracterizam-se pela sua rudeza e falta de tato, faltando-lhes qualidades que aqueles possuem. A característica que se encontra ausente nos portugue-
ses – a sabedoria – “douto e ciente” – provoca no Poeta um sentimento de vergonha (“Sem vergonha o não digo” ).
3. O conector “Por isso” introduz a razão pela qual os portugueses não são brilhantes escritores como Virgílio ou Homero: o facto de desprezarem a literatura, em particular o “verso e
rima”.
Tal costume levará a que, entre os portugueses, deixe de haver guerreiros da mesma estirpe de Eneias e Aquiles, pois, uma vez que os portugueses não leem sobre os seus feitos, não se
sentirão impelidos para igualar ou superar os feitos de heróis passados.
4. a) “nũa mão a pena e noutra a lança”; b) “quem não sabe arte, não na estima”.

Grupo I – Parte B
5. Tópicos de resposta:
N’Os Lusíadas:
- os heróis são representados na sua dimensão humana e histórica, o que é patente, por exemplo, nos protagonistas da viagem marítima até à Índia, nomeadamente Vasco da Gama
e
os marinheiros, cujos feitos permitiram a descoberta dos mares desconhecidos;
- os heróis são os portugueses, que, vencendo os seus medos e todos os perigos, foram capazes de superar a própria condição humana e de ascender ao plano dos deuses,
como se comprova, por exemplo, quando são recompensados na Ilha dos Amores.

Grupo II
1. (A)
2. (C); 3. (C); 4. (D); 5. (A).
6. Oração subordinada adjetiva relativa restritiva.
7. “os italianos […] os ingleses […] os franceses […] os alemães […]” (ll. 23-24).

Grupo III
Tópicos de resposta
Apresentação e descrição sucinta do objeto:
–As reflexões do Poeta n’Os Lusíadas surgem normalmente nos finais dos cantos e têm um objetivo crítico e didático.
Comentário crítico:
–Por exemplo, na reflexão do canto V, o Poeta lamenta o desprezo a que os portugueses seus contemporâneos votam as artes, em particular a literatura. Para tal, realça exemplos da
Antiguidade Clássica em que figuras ilustres liam ou escreviam textos literários ou de guerreiros famosos que sentiam inveja de outros serem louvados na literatura.
Apreciação crítica final:
–O Poeta consegue, através da sua argumentação e exemplos, deixar uma importante mensagem para os leitores d’Os Lusíadas seus contemporâneos e também para os
vindouros, o que representa um momento importante da obra, pelo seu carácter visionário e pela atitude pedagógica nela contida.

Págs. 280-281

Páginas em movimento
Esta sugestão de atividade, opcional, propõe o visionamento ativo do filme Ad astra, de James Gray (2019). Disponibiliza-se a apresentação do filme, podendo o professor, caso
o en- tenda, aceder ao filme, na íntegra, através de várias plataformas.
1. Sugestão de resposta:
–ambição;
–jogos de poder;
–vontade de descobrir novos mundos;
–ambição de estabelecer um domínio territorial para além do planeta Terra.
2.1. B – C – F – A – D – E
A – Trata-se do momento em que o Major McBride se encontra em Marte.
B – Constitui uma das cenas iniciais do filme, em que os astronautas correm perigo, depois de um acidente na estação espacial.

66
C – McBride numa reunião com as forças especiais, em que sabe que terá de partir numa missão para tentar descobrir o seu pai e destruir o Projeto Lima.
D – McBride dirige-se para Neptuno.
E – O Major encontra-se na órbita de Neptuno, a tentar salvar o pai.
F – Na Lua, o Major e o Coronel Pruitt veem-se envolvidos em confrontos.
3. O objetivo da missão é encontrar vida inteligente no espaço.
4. McBride encontra na Lua uma reprodução da vida na Terra, com áreas comerciais, pessoas em movimento e zonas de guerra.
5. O ser humano é considerado um papa-mundos porque não consegue parar de explorar. Começou pelas conquistas por terra, passou para as descobertas marítimas e investe agora
na exploração espacial, sempre na demanda de novos mundos.
6. Quer nas descobertas marítimas, quer na exploração espacial, o ser humano aventura-se na busca pelo desconhecido, precisando, para tal, de coragem e determinação. Em
ambas as situações, deixa para trás a vida familiar e emocional e é impelido por uma ambição em alargar o domínio territorial. Em ambas, perdem-se vidas em nome do patriotismo e da
ambi- ção, mas trazem-se novos mundos ao mundo.
7.1. Sugestão de resposta:
A imagem de Lomberg parece-nos fazer crer que a caravela navega através das estrelas, descobrindo mundos que apenas existiam nos sonhos dos exploradores. A gravura parece insi-
nuar que a expedição espacial é uma continuação da epopeia dos descobrimentos. Desta forma, parece contrariar as palavras de Camões, revelando que, afinal, o homem, mesmo
sendo um bicho da terra tão pequeno consegue ir cada vez mais além.
8. Tópicos para a apreciação crítica disponíveis no Dossiê do Professor – Materiais de apoio e no Manual Digital.

Págs. 284-294

Aprendizagens Essenciais
O 10: Compreensão – Documentário; reportagem.

Aplica
1. Marcas de género do documentário:
–proximidade com o real: o documentário é conduzido pela voz de Sophia;
–variedade temática: neste caso, o documentário conduz-nos por memórias e histórias da vida de Sophia de Mello Breyner;
–informação seletiva e representativa: foram selecionados os momentos mais marcantes da vida da poeta. Alguns exemplos: momento em que memorizou o primeiro poema;
relação com o avô; apresentação de partes do espólio da autora;
–marcas de subjetividade: forma como fala do avô; relato de aspetos pessoais da sua vida; apresentação de testemunhos na 1.ª pessoa.
Aplica
1. Marcas de género da reportagem:
–variedade de temas: relação entre os seres humanos e os animais em áreas como educação e saúde;
–multiplicidade de intervenientes: professores, alunos, psicólogos, entre outros.

Manual Digital

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Documentário
Reportagem

–alternância entre 1.ª e 3.ª pessoas: o repórter fala na 3.ª pessoa, mas os intervenientes, como o senhor Quintino ou Tiago Martins, por exemplo, falam na 1.ª pessoa;
–informação seletiva: aspetos relativos a estudos científicos realizados; exemplos de instituições que participaram no projeto; projetos desenvolvidos em estabelecimentos prisionais
espanhóis; aspetos da investigação sobre o comportamento animal;
–relação entre o todo e as partes: ao longo da reportagem estabelece-se a relação entre o papel que os animais podem ter em áreas como a educação ou a saúde (todo) e as pessoas
que foram alvo dessa intervenção positiva dos animais (parte). Desta forma, particulariza-se, exemplifica-se, comprova-se através dos exemplos e da presença dos intervenientes.

Aprendizagens Essenciais
O 10: Expressão – Exposição oral.

Leitura

Aprendizagens Essenciais
L 10: Relato de viagem.

Manual Digital

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Relato de viagem

Aplica
1.1. a) “estendíamos” (l. 1); “recebíamo-lo” (l. 2); “tivéssemos” (l. 7); “assistíssemos” (l. 8). b) “Era sol de julho” (ll. 1-2). c) Momentos narrativos: “Estendíamos as toalhas de praia sobre
a carroçaria de uma camioneta acidentada.” (l. 1); Momentos descritivos: “Num dos lados, o pátio enorme – pilhas desordenadas de troncos, uma colina de serradura mais alta do que
o telhado da carpintaria, montes de ripas imperfeitas e restos de madeira, o chão coberto por cascas de pinheiro. No outro lado, a horta estendida na distância – árvores carregadas
de fruta, retângulos verdes, rama à altura da cintura, dos joelhos, rente ao chão –, o cheiro da terra.” (ll. 3 a 6). d) “Deitados nas toalhas, talvez tivéssemos os olhos fechados – o sol a
forçar a luz através das pálpebras –, ou talvez assistíssemos ao céu – o sem-fim atravessado por uma réstia de nuvem, de véu ou de espectro, por pombos exatos, por brisas cheias
de vagar.” (ll. 7 a 9).

Aprendizagens Essenciais
L 10: Cartoon.

Aplica
1. a) carácter icónico; b) uso excessivo do telemóvel; ausência de espírito crítico; ausência de pensamento próprio; c) através da substituição das palas de um burro por dois
telemóveis, o autor do cartoon provoca o riso, mostrando que o ser humano, fazendo uma utilização excessiva do telemóvel e crendo em tudo o que vê, por exemplo, na informação
divulgada nas redes sociais, acaba por se comportar como um animal de carga, que apenas consegue ver o que está imediatamente à sua frente.

67
Manual Digital

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Cartoon

Leitura | Escrita

Aprendizagens Essenciais
E 10: Síntese.

Manual Digital

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Síntese

Aplica
1. Proposta de textualização:
Na obra O galego e o português são a mesma língua? – perguntas portuguesas sobre o galego, Marco Neves refere que os muçulmanos chegaram à Península Ibérica no sé-
culo VIII, depois dos celtas, romanos e germanos. Na época, a norte da península, falava-se o latim vulgar, mas as fronteiras entre os reinos eram muito voláteis.
O autor identifica, na faixa norte, cinco parcelas, correspondentes a cinco línguas, para ajudar a entender a origem das línguas ibéricas. O galego e o português
pertence- riam à parcela um, correspondente ao noroeste da Península, a Galécia.
No século XII, a língua falada era o galego, mas a língua escrita era ainda o latim. Com a expansão do reino de Portugal de norte para sul, a língua sofre influências do
mo- çárabe. Apenas no reinado de D. Dinis o galego se transformou na língua oficial do reino, mas ainda sem ter o nome de português. (148 palavras)
Aprendizagens Essenciais
L 10: Exposição sobre um tema.
E 10: Exposição sobre um tema.

Aplica
1. Hiperligações para apoio à pesquisa:
–https://www.comunidadeculturaearte.com/portugueses-compram-em-media-13-livros-por-ano-e-leem-nos-e-qual-e-a-sua-relacao-com-o-digital/
–https://www.noticiasmagazine.pt/2019/o-que-leem-e-como-leem-os-adolescentes/tendencias/235894/
–https://www.pordata.pt/ebooks/PT_EU2019v20191020/mobile/index.html

Manual Digital

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Exposição sobre um tema

2.1. Proposta de textualização:


A leitura é um importante fator de inclusão social. Ler é fundamental para que cada cidadão seja capaz de entender e interpretar o mundo que o rodeia. Ler implica a construção de
sentidos e a assunção de uma postura ativa face ao objeto escrito. Contudo, serão os jovens capazes de estabelecer esta ligação com a leitura? Serão capazes de entender a leitura
como um fator de inclusão social? Na verdade, que hábitos de leitura têm os mais novos?
Na verdade, os hábitos de leitura dos jovens portugueses estão aquém dos hábitos de leitura de outros jovens europeus. Um estudo realizado em 2016 pelo Gabinete de Estratégia,
Planeamento e Avaliação Cultural revela que 57 % da população europeia inquirida declarou ter lido pelo menos um livro por ano. O mesmo estudo aponta Portugal como um dos
paí- ses da Europa em que a taxa de leitores é mais baixa, pertencendo a maior parte dos leitores ao sexo feminino e tendo idades compreendidas entre os 25 e os 34 anos.
Segundo o mesmo inquérito, na Alemanha, no Luxemburgo, na Áustria e na Finlândia, cerca de uma em cada 5 pessoas leu mais de 10 livros no último ano. Por outro lado, em Portugal,
tal verifi- cou-se em apenas 5 % da população. Em jeito de conclusão, refira-se que o hábito da leitura, para além de ser impulsionador da inclusão social, forma cidadãos mais
críticos e cons- cientes da realidade que os rodeia.

Aprendizagens Essenciais
L 10: Apreciação crítica.
E 10: Apreciação crítica.

Manual Digital

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Apreciação crítica

Aplica

1. Propostas de textualização:
Rapé, México
Rapé, autor mexicano, apresenta um cartoon icónico. Nele, pode ver-se uma mão humana que, servindo-se de dois hashi (pauzinhos chineses), segura o mundo, aquecendo-o numa
fogueira. Na verdade, o artista parece querer mostrar que o ser humano trata o planeta com displicência. Talvez por isso tenha optado por colocar o planeta Terra num tamanho
claramente infe- rior ao tamanho da mão do homem que o segura.
Fazendo uso de uma mensagem meramente icónica, o autor parece não precisar de palavras para transmitir a mensagem de que a Terra está em perigo.
Rodrigo, Portugal
Rodrigo, artista português, apresenta um cartoon cujo tema é o atraso na justiça. Trata-se de um cartoon icónico-verbal, uma vez que é composto por imagem e palavras, neste
caso, apresentando um diálogo entre uma professora e os seus alunos.
Assim, numa visita a um museu, a professora mostra aos alunos uma estátua que representa a justiça. As crianças têm uma reação inesperada, reagindo como adultos e
mostrando que têm consciência de que a justiça não é tão célere como seria de esperar, uma vez que aparece representada como uma estátua, isto é, imóvel.
Desta forma, estamos perante um cartoon no qual, através da conjugação de uma imagem simples com um diálogo breve, o artista foi capaz de gerar o cómico e de denunciar
um pro- blema social.

68
Págs. 295-298

Aprendizagens Essenciais
EL 10: Características formais do texto poético.

Págs. 299-301

Aprendizagens Essenciais
G 10: Origem, evolução e distribuição do Português no mundo.

Manual Digital

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Origem, evolução e distribuição geográfica do Português no mundo

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Origem, evolução e distribuição geográfica do Português no mundo

Nota:
Poder-se-á assistir ao discurso do secretário executivo da CPLP, Francisco Ribeiro Telles, que reafirma a importância da língua portuguesa no mundo.
Hiperligação: https://www.cplp.org/id-2429.aspx

Págs. 302-305

Aprendizagens Essenciais
G 10: Processos fonológicos.

Nota: O professor pode dar aos alunos mnemónicas de apoio ao estudo dos fenómenos fonéticos:
Supressão – ASA (tira)
Inserção – PEP (põe)
À margem da página
Biidoro – vidro
Marumero –
marmelo Furasuko
– frasco

Manual Digital

QuizEV
Processos fonológicos

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Processos fonológicos

Aplica
1.
a) ACUME > gume;
b) MALUM > mau;
c) LEGALE > legal;
d) STRADO > estrado;
e) PERLA > pérola;
f) ASSI > assim.
Aplica
1.
a) síncope; crase; prótese
b) crase
c) sonorização; apócope
d) síncope; sinérese
e) metátese
f) palatalização; apócope
g) síncope; palatalização; prótese
h) sonorização; apócope
2.
a) metátese
b) dissimilação
c) metátese
d) sinérese
e) vocalização
f) assimilação
g) sinérese
h) aférese

69
Manual Digital

QuizEV
Valores semânticos

PowerPoint®
Valores semânticos

Aprendizagens Essenciais
G 10: Valores semânticos; étimo.

Aplica
1.
1. (a) preparar; (b) guarnecer de aparelhos ou equipamentos.
2. (a) trono de um deus; (b) lugar em que é possível alguém sentar-se.
3. (a) comprometido; (b) planeado, combinado.
4. (a) ânimo, coragem; (b) órgão do corpo.
5. (a) desafinado; (b) insensato, disparatado.
6. (a) rosto, semblante; (b) movimento corporal.
7. (a) remuneração feita por dia de trabalho; (b) publicação periódica ou uma série de notícias transmitidas pela televisão, rádio.
8. (a) civilização; (b) força pública que mantém a ordem.

2.
a) avesso (contrário, oposto); adverso (desfavorável, contrário).
b) átrio (espaço que serve de entrada principal a um edifício); adro (terreiro em frente ou à volta de uma igreja).
c) conselho (opinião, parecer que se emite sobre algo ou alguém); consílio (assembleia, reunião).
d) filiação (ascendentes: pai e mãe); filiar (adotar alguém como filho).
e) lacrimal (que diz respeito às lágrimas); lacrimogéneo (que faz chorar).
f) lácteo (relativo a leite); lactose (açúcar do leite).
g) parábola (narração alegórica associada a um valor moral); palavra (unidade linguística dotada de sentido).
h) pai (progenitor de um ou mais filhos); padre (segundo a religião, um indivíduo que recebeu a ordenação sacerdotal).

Págs. 306-319

Tema: Direitos humanos.


Nota: Em algumas secções das Páginas de consulta, os exemplos de frases ou palavras que servem as explicações gramaticais e os exercícios contêm informações relevantes para os
alunos, sobre temas de interesse cultural universal.

Aplica
1.1.
a) quantificador numeral
b) conjunção adversativa
c) advérbio de tempo
d) verbo copulativo
e) determinante artigo definido
f) adjetivo qualificativo
g) conjunção coordenativa copulativa
h) conjunção subordinativa temporal
i) advérbio de exclusão
j) pronome pessoal
k) advérbio relativo
l) adjetivo numeral
m)determinante possessivo
n) preposição
o) pronome relativo
p) conjunção subordinativa completiva
q) pronome relativo
r) preposição
s) advérbio de tempo
t) verbo auxiliar da passiva

Aprendizagens Essenciais
G 10: Processos de formação de palavras.

Tema: Arte urbana.

Manual Digital

QuizEV
Processos de formação de palavras

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Processos de formação de palavras

70
Aplica
1.
a) escorrer – es (prefixo de movimento para fora) + corr (forma de base) + e (vogal temática) + er (sufixo verbal);
b) invisível – in (prefixo de negação) + vis (forma de base) + ível (sufixo adjetival);
c) grafitar – grafit (forma de base) + a (vogal temática) + ar (sufixo verbal);
d) artisticamente – artístic (forma de base) + a (índice temático) + mente (sufixo adverbial).
2.
a) aerossóis – composição morfológica (radical + palavra); as restantes palavras são derivadas por sufixação;
b) maltratar – composição morfossintática (palavra + palavra); as restantes são formadas por composição morfológica.
3.
a) Conversão
b) Derivação não afixal
c) Derivação por sufixação
d) Conversão

Págs. 320-322

Aplica
1.1. a) amostrade; senom. b) senhor. c) se vos en prazer for.
Nota: Apesar de os processos irregulares de formação de palavras apenas estarem explicitamente previstos nas Aprendizagens Essenciais do 12.º ano, os autores entendem incluí-
los neste suplemento, permitindo já aos alunos ter uma visão globalizante deste domínio da lexicologia.

Aplica
1.
a) empréstimo não adaptado
b) empréstimo não adaptado
c) truncação / empréstimo não adaptado
d) extensão semântica
e) empréstimo adaptado
f) truncação / truncação
g) acrónimo / sigla
2.
a) influencers e show – anglicismos / empréstimos não adaptados
b) Youtube – anglicismo / empréstimo não adaptado; cantata – italianismo / empréstimo não adaptado
c) ecrã – galicismo / empréstimo adaptado
d) buldogue – anglicismo / empréstimo adaptado; chaise-longue e palmier – galicismo / empréstimos não adaptados; fitness – anglicismo / empréstimo não adaptado
3.
a) O intruso é moto. Trata-se de uma truncação. As restantes palavras são empréstimos adaptados.
b) O intruso é diciopédia. Trata-se de uma amálgama. As restantes palavras são truncações.
c) O intruso é paparazzi. Trata-se de um empréstimo não adaptado. Os restantes são amálgamas.
d) O intruso é OCDE. Trata-se de uma sigla. As restantes palavras são acrónimos.

Págs. 323-335

Aprendizagens Essenciais
G 10: Funções sintáticas.

Tema: igualdade de género.

Manual Digital

QuizEV
Funções sintáticas

PowerPoint®
Funções sintáticas

Aprendizagens Essenciais
G 10: Funções sintáticas: complemento do nome.

Manual Digital

QuizEV
Complemento do nome e do adjetivo

Aprendizagens Essenciais
G 10: Funções sintáticas: complemento do adjetivo.

71
Aplica
1.
a) modificador do nome restritivo
b) complemento do nome
c) predicativo do sujeito
d) complemento oblíquo
e) complemento direto
f) predicativo do sujeito
2. a) 8; b) 11; c) 10; d) 7; e) 13; f) 12; g) 1; h) 6; i) 5; j) 14; k) 4; l) 3; m) 9; n) 2.
3.
a) predicativo do sujeito
b) modificador do nome apositivo / modificador do nome restritivo
c) modificador / sujeito / complemento agente da passiva
d) modificador do nome restritivo
e) complemento direto / predicativo do complemento direto
4.
a) brasileira – modificador do nome restritivo
b) por ser a primeira mulher a orientar uma orquestra – complemento do adjetivo
c) pelo fim da escravatura – complemento do nome
d) que lutam por causas democráticas, humanitárias e culturais – modificador do nome restritivo; democráticas, humanitárias e culturais – modificador do nome restritivo; de
reconhe- cimento – complemento do nome

Aprendizagens Essenciais
G 10: Divisão e classificação de orações.

Tema: Ecologia.

Manual Digital

QuizEV
Orações complexas

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Coordenação e subordinação

Aplica
1. a) oração coordenada copulativa. b) oração coordenada disjuntiva. c) oração coordenada explicativa; oração coordenada conclusiva. d) oração coordenada disjuntiva. e)
oração coordenada adversativa. f) oração coordenada copulativa.
2. a) Usamos materiais descartáveis, mas fazemos reciclagem. b) Há que colocar o plástico no ecoponto amarelo, pois queremos reciclar. c) Seja responsável e recicle os resíduos. d)
Recicla hoje ou arriscas-te a não ter planeta amanhã.
e) Já não vou utilizar este plástico, logo coloco-o no ecoponto amarelo.
3. a) Há quem tente preservar o ambiente – oração coordenada; mas nem todos fazem a sua parte – oração coordenada adversativa; logo é difícil – oração coordenada conclusiva.
b) A pesca massiva não contribui para a preservação do meio ambiente – oração coordenada; pois afeta a biodiversidade dos ecossistemas marinhos – oração coordenada explicativa.
c) Não só dispense os sacos de plástico – oração coordenada; como também os detergentes tóxicos – oração coordenada copulativa. d) Recicla depressa – oração coordenada; que o
tempo para salvar o planeta está a passar – oração coordenada explicativa. e) A humanidade tem muitos recursos – oração coordenada; porém não é capaz de os preservar –
oração coordenada adversativa. f) A humanidade não se apercebe do mal que faz à biosfera – oração coordenada; nem quer saber – oração coordenada copulativa.

Aprendizagens Essenciais
G 10: Divisão e classificação de orações, incluindo orações subordinadas substantivas relativas.

Aplica

1.
a) oração subordinada adverbial temporal
b) oração subordinada adjetiva relativa explicativa
c) oração subordinada substantiva completiva
d) oração subordinada adverbial final
e) oração subordinada adverbial consecutiva
f) oração subordinada adverbial condicional
g) oração subordinada adverbial temporal
h) oração subordinada adverbial concessiva
2.
a) que constitui mais um resíduo de plástico – oração subordinada adverbial causal
b) que a pedra de alúmen é um ótimo substituto dos desodorizantes descartáveis – oração subordinada substantiva completiva
c) cujos componentes são mais ecológicos – oração subordinada adjetiva relativa restritiva
d) onde pode comprar produtos mais amigos do ambiente – oração subordinada substantiva relativa
e) que até podem ser mais caros – oração subordinada adjetiva relativa explicativa
3. c)
4. a) “que os cidadãos sejam cada vez mais sensíveis aos problemas ambientais” – oração subordinada substantiva completiva
c) “Quem preserva o ambiente” – oração subordinada substantiva relativa

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Págs. 336-343

Aprendizagens Essenciais
G 10: Valores modais.

Tema: Leitura.
Nota: O Dicionário Terminológico não contempla o valor de possibilidade, no âmbito da modalidade epistémica, mas sugere-se a sua inclusão.

Manual Digital

QuizEV
Valores modais

PowerPoint®
Valores modais

Aplica
1.
1 – A; 2 – D; 3 – F; 4 – D; 5 – E; 6 – C; 7 – B.
2.
a. Modalidade deôntica com valor de obrigação
b. Modalidade epistémica com valor de certeza
c. Modalidade epistémica com valor de certeza
d. Modalidade apreciativa
e. Modalidade deôntica com valor de permissão
f.Modalidade epistémica com valor de possibilidade
g. Modalidade epistémica com valor de probabilidade
h. Modalidade deôntica com valor de obrigação

Aprendizagens Essenciais
G 10: Registos de língua.

Aplica
1.
Enunciado A – registo informal; marcas: liberdade de vocabulário – “Era macaqueiro”; formas de tratamento informais – “Eras o rapaz que estava sempre a contar piadas?”
Enunciado B – registo formal; marcas: rigor vocabular – “convocam para colocar as pessoas no centro”; vocabulário adequado à situação comunicacional; formas de tratamento for-
mais: “Senhor presidente, Distintos chefes de estado e de governo, Excelências.”

Manual Digital

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Situações de comunicação e registos de língua

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Registos de língua

Aprendizagens Essenciais
G 10: Modalidades de reprodução do discurso no discurso [ação estratégica].

Tema: Humor.

Manual Digital

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Modalidades de reprodução do discurso

Aplica
1.
Citação: “Não há caçador que não acabe casado.” (l. 1);
Discurso indireto: “Disseram-me que quando era um pouco mais jovem, ao passear pelas famosas ramblas de Barcelona, onde vive, as mulheres em volta dele sussurravam.” (ll. 2 a
4);
Discurso direto: “Tive os meus casos”, confidenciou-me.” (l. 6).

Aprendizagens Essenciais
G 10: Atos de fala.

Manual Digital

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Atos de fala

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Aplica
1.
a) Ato de fala diretivo
b) Ato de fala expressivo
c) Ato de fala compromissivo
d) Ato de fala assertivo
e) Ato de fala diretivo
f) Ato de fala diretivo
g) Ato de fala assertivo
h) Ato de fala expressivo

Aprendizagens Essenciais
G 10: Anáfora como mecanismo de coesão e progressão do texto.

Manual Digital

QuizEV
A anáfora como mecanismo de coesão

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A anáfora como mecanismo de coesão

Aplica
1.1.1. “uma espécie de medida para aferir liberdades, de ponta de lança da liberdade de expressão.” (ll.1-2).
1.2. c)
1.3. “7 de janeiro de 2015” (l. 5); “Ainda não era meio-dia” (l. 6); “Durante vários dias” (ll. 10-11).
1.4. A referência ao jornalista britânico Mick Hume.
1.5. “seu” – Mick Hume; “-las” – liberdades – coesão referencial anafórica.
1.6. b)

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