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Resumos de Português 1º teste 2º Período Mariana Costa 10ºE

1. Justifica a importância do primeiro paragrafo do excerto, tendo em conta a globalidade do texto.


O título do capítulo compreende uma espécie de síntese que antecipa o seu conteúdo. Neste caso, ficamos a saber
que o capítulo XV vai abordar duas questões: a preparação de Lisboa para o cerco encetado pelos castelhanos e as
medidas tomadas para proteger a cidade do mesmo (no sentido de viver o máximo de tempo possível sob cerco).

2. Indica as medidas tomadas pelo povo e pelo Mestre, assim que souberam que o cerco à cidade
estava iminente.
No segundo parágrafo, o cronista relata que o Mestre determinou que fosse recolhido o máximo de mantimentos
possível e que os trouxessem para dentro das muralhas: recolheram víveres (pão, carnes e outros alimentos);
transportaram gado morto em embarcações desde as lezírias para salgar. Ainda no segundo parágrafo, Fernão Lopes
dá conta da reação distinta das pessoas ao cerco: um grupo decidiu apoiar o Mestre e refugiou-se dentro das
muralhas (“muitos lavradores com as molheres e filhos”; “e doutras pessoas da comarca d’arredor”); outro
abandonou Lisboa e refugiou-se entre Setúbal e Palmela, (” e se forom contra Setuval, e pera Palmela”); um terceiro
grupo apoiou Castela e deslocou-se para as localidades que estavam sob seu domínio (“e taes i houve que poserom
todo o seu, e ficarom nas vilas que por Castela tomarom voz.”).

2º Parágrafo

✓ Metonímia: refere-se aos habitantes que tomaram partido / apoiaram D. Beatriz e o rei de Castela;
✓ Coloquialismo (“Onde sabee”): uso da 2.ª pessoa do plural e conectores aditivos – cativa e aproxima o leitor
dos factos narrados;
1. Adjetivação expressiva: «grande e poderoso cerco» – intensifica a dimensão e a força do cerco castelhano

3. Explica as medidas de segurança que foram tomadas em Lisboa durante o cerco liderado pelo rei de
Castela.
A partir do terceiro parágrafo, o cronista relata o que foi feito para defender a cidade de Lisboa, nomeadamente “as
gentes da cidade”: repararam e fortificaram os muros; distribuíram a guarda dos muros pelos nobres e burgueses,
apoiados por grupos de soldados armados; estabeleceram um sistema de alarme em cada quadrilha sendo ele, o
repicar de um sino lá colocado (sempre que os vigias ouviam tocar o sino, dirigiam-se rapidamente para a secção de
uma muralha que estavam incumbidos de proteger, bem como pessoas das outras torres e a restante população);
controlo apertado das entradas e saídas das portas da cidade (por elas não passava ninguém, mesmo conhecido ou
«importante», sem que o Mestre autorizasse ); construíram duas cercas de estacas na ribeira (duas estacadas
“grandes e fortes”, feitas “de grossos e valentes paus”; e por fim construíram um muro exterior ao acampamento [a
barbacã] desde a porta de Santa Catarina até à torre de Álvaro Pais, que não estava ainda concluída .

4. Clarifica a contribuição das raparigas para a proteção e resistência da capital.


As raparigas contribuíam apanhando pedras para construir a muralha exterior, e cantando de forma provocatória,
ameaçando os castelhanos do mesmo destino que tiveram o Conde Andeiro e o bispo de Lisboa (“ Se quiserdes
carneiro,/ qual derom ao Andeiro; / se quiserdes cabrito,/ qual derom ao Bispo”).

5. Explica a comparação que o cronista faz entre os Portugueses e os “filhos de Israel”.


Esta comparação visa exacerbar as qualidades dos portugueses que, simultaneamente, cuidavam da defesa da
cidade e repeliam os ataques dos inimigos (”com ua mao poinham a pedra, e na outra tiinham a espada para se
defender”).

6. Explica o papel do Mestre de Avis no cerco.


O Mestre é uma figura individual fundamental, pois é ele que define os responsáveis pela defesa e proteção das
muralhas, mas também se envolve pessoalmente na defesa da cidade à noite, inspecionando os muros e torres.
Dorme pouco, vê todas as suas ordens serem cumpridas de forma diligente, mostrando toda a sua capacidade de
liderança. É diligente relativamente à organização da defesa da cidade. Possui capacidade tática: antecipa os
movimentos do adversário. Possui capacidade de liderança e de motivação (repartição da guarda dos muros e das
portas dos homens de valor e de confiança). Mostra ser organizado, preocupado, solidário e cauteloso.
7. Explica de que modo se pode dizer que houve uma afirmação da consciência coletiva na
'Crónica de D. João I'.
Na Crónica de D. João I emerge um sentimento coletivo do povo português que se traduz na consciência de se
pertencer a uma mesma nação. A consciência nacional dos portugueses advém, em grande medida, de temerem a
invasão estrangeira (castelhana) e de sentirem a independência do reino e a sua liberdade ameaçada durante a Crise
de 1383-1385. Por isso, Fernão Lopes faz a apologia do rei, mas, principalmente, da resistência ao inimigo
castelhano, dando voz a uma coletividade que não aceita o lugar que lhe é destinado, pois tal como nos diz o famoso
grito do 25 de abril “O povo é quem mais ordena / Dentro de ti, ó cidade”.

Características do povo:
➢ O povo de Lisboa manifesta-se contra a influência castelhana;
➢ é patriota, identificando-se, respeitando e admirando o Mestre de Avis, o que o leva a lutar bravamente
contra o inimigo;
➢ é diligente, rápido e eficaz a cumprir as ordens do Mestre, por exemplo relativamente à recolha de
alimentos;
➢ Participa coletivamente na defesa das muralhas; todos participam na defesa da cidade – é a identidade
nacional que se está a construir;
➢ Suporta as duras condições do cerco;
➢ é corajoso, valente e determinado (exemplo: a cantiga das moças);
➢ Mostra-se organizado durante o processo de recolha e conservação de alimentos;
➢ Revela grande prontidão na forma como todos respondem ao toque do sino, enchendo as muralhas;
➢ é prudente, pois “muitos lavradores com as mulheres e filhos, e cousas que tinham” acorrem a acolher-se
em Lisboa.

Estilo de Fernão Lopes:

➢ Objetividade: presente no rigor da pormenorização (Descrições pormenorizadas com valor descritivo e


informativo.
➢ Subjetividade: presente na apreciação crítica e emotiva dos factos relatados (interrogação retórica, frase
exclamativa), "pensa alto, comenta, interpela"
➢ Conjugação de planos: planos gerais (localização da cidade e dos atores coletivos que nela intervêm) e
planos de pormenor (incidência em grupos de personagens ciou
situações particulares).
➢ Visualismo: recursos (comparação, personificação, enumeração, hipérbole) e vocábulos que marcam o
sensorialismo da linguagem (atos de ver e ouvir). Uso da técnica da reportagem: o leitor "vê" e "sente os
acontecimentos, está no centro da ação.
➢ Coloquialismo: recursos expressivos (interrogação retórica, apóstrofe) e interpelação do interlocutor,
recorrendo à 2ª pessoa do plural.
➢ Dinamismo: recriação dos acontecimentos de forma dinâmica.
➢ Discurso direto e indireto: misturados, com períodos longos e curtos e alterados.
➢ Recolha dos factos em diversas fontes: documentais, monumentais e testemunhais.
➢ Interpretação dos factos acompanhada de uma ora discreta ora evidente ficcionalização.

Atores individuais:
O Mestre de Avis é:

✓ o protagonista desta narrativa, sendo crucial a sua ação nos episódios estudados;
✓ o defensor do reino, representa Portugal e o desejo de independência;
✓ comandante determinado e com carisma.
Álvaro Pais é:

✓ apoiante do Mestre, revela-se um homem com visão política quando desencadeia o levantamento popular
em Lisboa.

D. Leonor Teles é:

✓ vista como a traidora porque pretende entregar o trono ao rei de Castela e planeia a morte do Mestre.

Atores coletivos:
O povo é:

✓ uma personagem coletiva que intervém no rumo da História;


✓ tem um papel central no levantamento de Lisboa, na preparação da defesa da cidade e durante o cerco;
✓ revela uma consciência coletiva e um sentimento nacional que o levam a apoiar o Mestre e a unir-se contra
o inimigo estrangeiro.
✓ a importância dos feitos do povo português evoca a ideia de epopeia.
✓ no meio da multidão, reconhecem-se grupos e indivíduos: distinguem-se pequenos conjuntos de figuras e
mesmo vozes individuais.

Processos de referenciação anafórica:

Como é formada a língua?


➢ Arcaísmos: palavras que caíram em desuso.
➢ Neologismos: palavras novas.
➢ Estrangeirismos: palavras estrangeiras nós usamos como se fossem portuguesas.

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