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Português • 9.

° ano
(Para)Textos 

Guia do Professor

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(Para)Textos 9.° ano

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1.1. Na ilustração, podemos observar uma escola, onde se vê, junto a um bloco, um conjunto de alunos de caneta e BI/cartão do cidadão na mão a ouvir a chamada da professora.
Por uma janela, conseguimos perceber que os alunos estão sentados por filas e se preparam para fazer um exame. Vê-se um relógio que marca as 08:45h.
Noutro bloco da escola está localizado o Serviço de Psicologia e Orientação. O edifício apresenta di­­ferentes cartazes, que identificam os di­­­­ferentes cursos e áreas vocacionais,
que estão a ser observados por alguns es­­­tudantes.
1.1.1. Resposta pessoal.
2. Conforme a citação, confiando nas nossas capacidades e independentemente da nossa origem, podemos ir mais além e seguir os nossos objetivos e sonhos.

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1.1. Resposta pessoal.
2.1. Ambas as personagens, trajando de escuro, se encontram numa ponte sobre um rio, tendo como cenário o pôr do sol alaranjado. A figura de Munch, de olhos arregalados,
emite um grito de angústia, levando as mãos à cabeça, para tapar os ouvidos. A personagem da ilustração revela serenidade e concentração no que está a ouvir, um audiobook
d’Os Lusíadas. As mãos, de modo semelhante ao da pintura original, fixam-se nos headphones, reforçando a ideia de concentração e abstração. A personagem de Munch
encontra-se sozinha, apenas dois vultos se destacam mais longe. Em redor da figura principal da ilustração da capa, surgem personagens e elementos que integram os textos do
manual.
3.1. Pela ordem dos textos do manual: Semáforo: “A consequência dos semáforos”, p. 38; Fantasma sem cabeça: “O Fantasma de Canterville”, p. 49; Diógenes: “A História de
Listo Mercatore”, p. 58; Rapazito e laranjeira: “A flor e a escola”, p. 63; Ama com duas crianças: “A aia”, p. 82; Índio: “Os habitantes de Vera Cruz”, p. 93; Júpiter: “Consílio dos
deuses do Olimpo”, p. 131; Vasco da Gama: Os Lusíadas, pp. 151, 155, 164…; Camões: “Luís, o poeta, salva a nado o poema”, “Camões dirige-se aos seus contemporâneos”,
pp. 193, 194; Campanário: “Ó Sino da minha aldeia”, p. 196; Personagens na barca: Auto da Barca do Inferno: Anjo, Diabo: pp. 227-275; Fidalgo: p. 232, Onzeneiro: p. 240;
Frade e Moça: p. 252; Judeu: p. 261; Enforcado: p. 270; Cavaleiro: p. 274.
Nota sobre O Grito:
No seu quadro mais famoso, O Grito […], do qual existem cinquenta versões para além do quadro de 1893, atualmente na Galeria Nacional de Oslo, observamos o medo e
a solidão do Homem num cenário natural que – longe de oferecer qualquer tipo de consolação – absorve o grito e o faz ecoar por detrás da baía até aos vultos sangrentos do
céu. A baía, os pequenos barcos à vela e a ponte com a balaustrada cortando diagonalmente o quadro sugerem que o cenário era Nordstrand.
O diário de Munch contém uma passagem escrita em Nice durante um perío­­do da doença, em 1892, e o qual faz lembrar esta cena: “Eu estava a passear cá fora com dois
amigos e o sol começava a pôr-se – de repente o céu ficou vermelho, cor de sangue – Eu parei, sentia-me exausto e apoiei-me a uma cerca – havia sangue e línguas de fogo por
cima do fiorde azul-escuro e da cidade – os meus amigos continuaram a andar e eu ali fiquei, em pé, a tremer de medo – e senti um grito infindável a atravessar a Natureza.”
in Munch, Taschen (ed. Ulrich Bischoff), 1997 (com supressões)

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Educação Literária
Apesar de as obras e os textos indicados na Lista de Obras e Textos anexa às Metas Curriculares de Português se referirem especificamente ao domínio da Educação
Literária, as autoras entendem que os textos literários são propensos ao desenvolvimento quer da Educação Literária quer da Leitura. Consequentemente, são apresenta-
das em relação a cada tex­to literário, na rubrica “EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA”, propostas de trabalho que permitem desenvolver, em articulação, conteúdos comuns
a esses dois do­mínios (e.g. tema, ideia principal, pon­to de vista, universo de referência).

Materiais áudio e vídeo


Apresentação para o início do ano le­­tivo disponível no CD de Recursos.

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As autoras basearam-se na lista de autores e de textos das Metas Curriculares de Português e dos Programas de Português para o Ensino Básico para a seleção do corpus literá-
rio deste manual:
• Episódios de Os Lusíadas, de Luís de Camões:

Canto I – estâncias 1-3, 19-41; Canto III – estâncias 118-135; Canto IV – estâncias 84-93; Canto V – estâncias 37-60; Canto VI – estâncias 70-94; Canto IX – estâncias 18-29 e
75-84; Canto X – estâncias 142-144, 145-146 e 154-156 – pp. 122-188
• Uma peça teatral de Gil Vicente:

– Auto da Barca do Inferno, pp. 227-280


• Duas narrativas de autores portugueses:

– Eça de Queirós, “A aia”, p. 82


– Vergílio Ferreira, “A palavra mágica”, p. 95
• Duas crónicas:

– Maria Judite de Carvalho, “História sem palavras”, p. 30


– António Lobo Antunes, “A consequência dos semáforos”, p. 38
• Um conto de autor de país de língua oficial portuguesa:

– Machado de Assis, O Alienista, p. 74 e Guião de Leitura, p. 79


• Um texto de autor estrangeiro:

– Oscar Wilde, O Fantasma de Canterville, p. 49, e Guião de Leitura, p. 53


• Um texto de literatura juvenil:

– José Mauro de Vasconcelos, Meu Pé de Laranja Lima, p. 63, e Guião de Leitura, p. 68


• Quatro poemas de Fernando Pessoa:

–“Se estou só, quero não ’star”, p. 198; “Ó sino da minha aldeia”, p. 196; “Mar português”, p. 150; “O Mostrengo”, p. 163
• Doze poemas de dez autores diferentes:

– Camilo Pessanha, “Floriram por engano as rosas bravas”, p. 216


– Mário de Sá-Carneiro, “O recreio”, p. 204
(Para)Textos 9.° ano

– Irene Lisboa, “Monotonia”, p. 206


– Almada Negreiros, “Luís, o poeta, salva a nado o poema”, p. 193
– José Gomes Ferreira, “III [O tempo parou]”, p. 208 e “XIX [Errei as contas no quadro]”, p. 209
­– Jorge de Sena, “Camões dirige-se aos seus contemporâneos”, p. 194
– Sophia de M. B. Andresen, “Camões e a tença”, p. 130 e “Porque”, p. 210;
– Carlos de Oliveira, “Quando a harmonia chega”, p. 218, “Vilancete castelhano de Gil Vicente”, p. 243
– Ruy Belo, “E tudo era possível, p. 202
– Nuno Júdice, “Fragmentos”, p. 214

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Grupo I
Parte A
1. C.; A.; E.; D.; G.; B.; F.
2.1. b.; 2.2. b.; 2.3. d.; 2.4. c.
3. “[d]os anjos-cupidos ( putti)”.

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Parte B
4.1. Em primeiro lugar, o narrador remetia-se ao silêncio diante dessas perguntas. Logo que as visitas se iam embora, começava a conversar com um companheiro imaginado.
5. A ânsia que o narrador, enquanto filho único, alimentava por um companheiro fixou-se em Farrusco (um cão de pano), criando com ele uma relação de amizade. Mais que um
animal de estimação, Farrusco era o amigo ou o irmão de todas as horas, com quem falava, se divertia, se ria, amuava, zangava…
6.1. O narrador, zangado com Farrusco, lançou-o para lá de um alto muro, arrependendo-se de imediato. Surgiu, entretanto, um rapazito descalço que, a troco de um tostão,
dado pela mãe do narrador, foi recuperar o cão de pano. Na mente do narrador, tinha sido uma intervenção do Anjo da Guarda, que assumira forma de menino pobre.
6.2. A imagem do majestoso Anjo da Guarda, “de asas enormes, vestindo de branco ou de azul ou de cor-de-rosa” (ll. 13-14) contrasta com o “rapazito descalço”, “muito sujo”
(l. 42) que o narrador interpretou como uma transformação do grande Anjo.
7.1. O narrador declara que não é fácil ser filho único, como todo o leitor filho único reconhecerá, devido a uma certa solidão vivenciada na infância. Ora, de­­pois de referir os
seres que o ajudaram a ultrapassar a sua solidão (Anjo da Guarda, Farrusco), o narrador, ao deitar fora o cão de pano, atribui esse ato a um capricho momentâneo. Deste modo
se relaciona a solidão da infância com o capricho irrefletido do narrador, verificando-se, assim, coerência lógica entre as duas expressões.

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Parte C
8. Planificação
Tema: O abandono de animais em Portugal.
Tipo de texto*: texto expositivo
Estrutura:
Introdução – apresentação do tema;
Desenvolvimento – razões/fatores que levam ao abandono de animais; consequências do abandono de animais;
Conclusão – síntese/reforço das ideias apresentadas.
*Nota: O aluno deverá produzir um texto predominantemente expositivo, bem or­­ga­­nizado (articulando uma parte inicial, uma parte de desenvolvimento e uma parte final) e
correto, nos planos ortográfico, de pontuação, lexical, morfológico e sintático).

Tipo de texto/género de texto


No verbete do Dicionário Terminológico dedicado à “tipologia textual” considera-se que “um texto, sempre singular, está ligado pelo género a uma família de textos”.
Corroborando esta perspetiva (que se encontra desenvolvida por Maria Antónia Coutinho, em Texto(s) e Competência Textual, FCG/FCT, 2003), seguem-se as noções de tipo
de texto e género de texto:
– Tipo de texto (ou de sequência textual): conceção de texto (ou de sequência textual) como unidade composicional, culturalmente fixada e adquirida por cada indivíduo
(narrativa, descritiva, argumentativa, explicativa, dialogal/conversacional);
– Género de texto: modalidade de co­­municação histórica e socioinstitucionalmente instituída. Ex.:
• Géneros textuais jornalísticos: crónica (de imprensa), editorial, entrevista…;

• Géneros textuais científicos/académicos: artigo de divulgação científica, verbete de dicionário…;

• Géneros textuais literários: crónica (literária), conto, romance, soneto, epopeia…

Grupo II
1. e um tostão foi-lhe oferecido pela mãe.
2. 1. f.; 2. e.; 3. a.; 4. d.; 5. b.
3. O rapazito que vinha pelo passeio saltou o muro.
4. Pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo, 3.ª pessoa do singular.
5. a. antonímia; b. hiperonímia/hiponímia.
6.1. a.
6.2. b.
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Grupo III
Sugestão de aspetos a avaliar:
A. Tema/Assunto (há pessoas que funcionam, na vida diária, como anjos da guar­­da) e género textual [texto de opinião (com explicitação de opinião, argumentação e exemplifi-
cação); 3.ª pessoa];
B. Coerência e pertinência da informação (progressão temática; organização – in­­­tro­­­dução, desenvolvimento e conclusão);
C. Estrutura e coesão (mecanismos de coe­­são textual; pontuação);
D. Morfologia e sintaxe (estruturas sintáticas; conexão frásica);
E. Repertório vocabular;
F. Ortografia.

Recursos de apoio ao professor


Grelha de avaliação da escrita disponível no CD de Recursos.

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1.1. Resposta pessoal.
Sugestão de resposta: Até há pouco tempo, líamos livros e revistas apenas impressos. Com o advento e desenvolvimento das novas tecnologias, há agora novas formas de
acedermos a jornais, revistas, emissões de rádio e obras literárias. Assim, na ilustração, são apresentados modos tradicionais no acesso aos meios de comunicação e à leitura,
como, por exemplo, a leitura de livros, jornais e revistas impressos e a audição de programas radiofónicos através da internet.
Por outro lado, na ilustração destacam-se também suportes e espaços mo­dernos, nomeadamente: a leitura de ebooks em ebook readers, a leitura de jornais/revistas online em
cibercafés, em tablets ou com recurso a smartphones e a escuta em smartphones.
O mesmo ponto de vista é partilhado por Henrique Monteiro, que considera que os jornais existirão enquanto existirem leitores – com as novas tecnologias, aparecem novos
suportes de leitura, que convivem, lado a lado, com os já existentes.

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1.1. 1. Crónica; 2. Editorial; 3. Recensão; 4. Araújo; 5. Fazenda; 6. Cais; 7. Carvalho; 8. Armando; 9. Miseráveis; 10. Lobo.

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PRÉ-LEITURA
Materiais áudio e vídeo
Poema “Amor é um fogo que arde sem se ver” lido por Luís Gaspar e respetiva transcrição textual disponíveis no CD de Recursos.
1.1. O verso significa que o amor provoca sentimentos intensos (“fogo”) e contraditórios (“que arde sem se ver”) em quem ama.
2. Neste título decalca-se o verso camoniano, com intenção satírica – o tema em causa já não é o amor, mas os incêndios florestais portugueses.
Materiais projetáveis
Síntese com as características da en­­trevista disponível no CD de Recursos.

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LEITURA
1. A “farsa” a que o autor se refere são os incêndios florestais de verão.
1.1. O autor usa o termo com um duplo sentido: mentira e representação teatral.
1.2. Ricardo A. Pereira denuncia essa “farsa”, através da redação deste texto.
2. D. – parágrafo 2; C. – parágrafo 3; A. – pa­­rágrafos 4-10; B. – parágrafo 11.
3.1. A entrevista não é real (embora pareça); a comprová-lo está a sua conclusão, em que o jornalista se despede do ministro com um “Adeus e até para o ano no mesmo sítio
e à mesma hora.” (ll. 85-87), isto é, mostrando que se trata de uma entrevista estereotipada, feita todos os anos na época dos incêndios.
3.2. Ao entrevistar o bombeiro, o autor apresenta um estereótipo da personagem que se queixa da falta de condições efetivas para combater os incêndios (embora possa estar
subjacente uma crítica à economia paralela gerada pelos fogos florestais e associada à compra de helicópteros pelo Estado); ao entrevistar o ministro, representa-se, também de
forma estereotipada, o modo como o poder político age pe­­rante a situação (fazendo promessas vãs).
3.3. A confusão entre as duas palavras realça o carácter recorrente dos incêndios e das suas consequências.
4.1. a. O pastiche está presente no título, em que se decalca um verso camoniano, mas alterando a realidade em causa (“amor “ > “Portugal”), usando a palavra “fo­go” deno-
tativamente (incêndio florestal) e alterando o último verbo (“ver” > “prever”). A alteração do verbo é deveras significativa, pois é usada com um duplo sentido (o fogo é previsí-
vel, mas aparentemente é encarado como se se tratasse de uma novidade). b. A máxima Ter um filho, escrever um livro e plantar uma árvore é parafraseada e alterada
subversivamente (“… um livro e queimar uma árvore” – ll. 106-107), remetendo para a quantidade de incendiários que existem em Portugal. c. No segundo parágrafo, recorre-
-se à ironia para, de forma paradoxal, realçar a forma como os portugueses se admiram com os fogos florestais – como se estes não fossem tradição em Portugal. d. No último
parágrafo, refere-se, recorrendo à hipérbole, que “Portugal parece ser um país que tem mais pirómanos por metro quadrado do que árvores” (ll. 97-99); critica-se, assim, quer a
ausência de árvores (gerada pelos sucessivos incêndios) quer os hábitos pirómanos do povo português.
5.1. O texto de Ricardo A. Pereira é uma crónica (de imprensa). Publicado na re­­­vista Visão, o texto refere-se a um facto quotidiano e atual (os incêndios de ve­­rão), apresentando
a perspetiva crítica do cronista face ao assunto.
Textos complementares
Verbete “Crónica”, in Carlos Reis e Ana Cristina Macário Lopes, Dicionário de Narratologia, disponível no CD de Recursos.
(Para)Textos 9.° ano

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GRAMÁTICA
1. a. oração coordenada copulativa; b. ora­­­­ção subordinada adjetiva relativa (restritiva); c. oração subordinada substantiva completiva; d. oração subordinada adverbial final.
2. Resposta pessoal.
Exemplos de resposta: a. Há ali um in­­cêndio, que estou a ver fumo. b. É necessário reconhecer que os incêndios são um flagelo. c. Os fogos florestais são de tal forma graves que
é necessário erradicá-los definitivamente. d. O fogo que alastra na­­quele monte reacendeu a noi­­­te passada.

ORALIDADE
Materiais áudio e vídeo
Crónica radiofónica “Morrer de pé”, Pano para mangas – Antena 1 e respetiva transcrição disponíveis no CD de Recursos.
Pré-escuta
1.1. Esta expressão poderá ser usada quando nos referimos a algo ou alguém que é, de forma digna, persistente nas suas opiniões e posições, inclusivamente até à morte.
Escuta
2. Um homem, para cumprir integralmente a sua função no mundo, deverá ser pai, escrever um livro e plantar uma árvore. O simbolismo, respetivamente, é deixar descendência,
deixar obra e deixar terra [a árvore deverá ser plantada como compensação do papel gasto no livro].
2.1. O cronista não cumpriu na totalidade a máxima, na medida em que, embora tivesse escrito e publicado um livro e plantado várias árvores, nomeadamente um pinheiro
“familiar”, não teve filhos.
3. Este texto foi redigido devido a uma árvore que deveria ser património de todos os lisboetas, o grande cipreste do Príncipe Real, e que, aos cento e quarenta anos de idade,
luta pela sobrevivência.
Pós-escuta
4. Os portugueses não valorizam o património natural, muito pelo contrário – na medida em que destroem as florestas propositadamente, provocando incêndios florestais (segundo
Ricardo Araújo Pereira) e destruindo/vandalizando e não cuidan­do de árvores que mereciam ser património natural (segundo Gobern).

Recursos de apoio ao professor


Grelha de avaliação da oralidade disponível no CD de Recursos.

OUTROS TEXTOS
Artigo de divulgação científica
Embora nas Metas Curriculares de Português se apresente como descritor de desempenho a leitura de “textos científicos” (integrado no objetivo “Ler textos diversos”), devido
ao carácter excessivamente técnico dos mesmos (quer em termos de conteúdo quer ao nível da terminologia), por uma questão didática apresentam-se no manual propostas de
leitura de textos/artigos de divulgação científica.
1.1. Embora se trate de dois textos diferentes (o primeiro é um cartoon e o segundo, um excerto de um artigo de divulgação científica), o tema é comum: os incêndios florestais.
1.2. O primeiro texto é um texto produzido na área jornalística pelo cartoonis­­ta Luís Afonso. Articulando imagem e texto, o cartoonis­­ta recorre ao humor para veicular uma crítica
social (a previsibilidade da situação calamitosa dos incêndios florestais em Portugal, na época de verão). O segundo texto é produzido por especialistas na área da meteorologia, que
recorrem a uma linguagem técnica e objetiva para transmitirem informações sobre os incêndios florestais.

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PRÉ-LEITURA
1.1. Na pintura, apresenta-se uma cena de anoitecer citadino. Ao fim do dia, a multidão movimenta-se numa rua/avenida de uma cidade; não há qualquer sinal de comunicação
entre as personagens – cada qual ruma em direção a determinado destino, alheio à multidão, em isolamento total, silenciosamente e sem estabelecer contacto visual com os
outros. O olhar “esbugalhado” e a face distorcida e irreconhecível das personagens sugere uma ideia de impessoalidade e de ausência de individualidade.
(Nota: O único indivíduo que se destaca desta massa humana será o próprio Munch, o vulto à direita, que ruma em sentido contrário à multidão.)

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EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
1.1. Maria Judite de Carvalho relata a saída de casa, a viagem de metro, a deambulação pela rua, a ida ao supermercado e o regresso a casa.
1.2. A autora manifesta o seu ponto de vista em relação ao que relata, comentando subjetivamente os factos que vai narrando – “o olho mágico da carruagem” (l. 3); “Tenho,
de repente, saudades” (l. 14); “Não gosto.” (l. 20).
2.1. O recurso expressivo usado nas duas expressões é a metáfora; na primeira expressão, ao fazer referência ao “olho mágico”, a autora sugere o fascínio provocado pela
evolução das tecnologias; na segunda, ao associar o som do metropolitano ao som do mar, realça o ruído ensurdecedor e mecânico gerado pelo movimento do metro – em
oposição ao silêncio das pessoas que nele viajam.
2.1.1. Exemplo de resposta: O quotidiano da sociedade massificada, que age mecanicamente, é ainda sugerido pela enumeração assindética (“Ela chega, para, parte.”, ll. 3-4;
“Tudo aquilo é bonito, bem arranjado, atraente, higiénico, impessoal.”, ll. 8-9).
2.1.2. Exemplo de resposta: A autora comenta, com alguma ironia, os factos narrados, recorrendo ao discurso parentético (“(estamos na era do metal)”), ao diminutivo (“latas
e latinhas”, ll. 7-8), à personificação e à repetição (“As máquinas sabem o que fazem. As meninas das máquinas também.”, l. 13) e realçando a sua indignação por meio da per-
gunta retórica (“Verá sequer as caras que desfilam dian­­te de si?”, ll. 10-11).
3.1. A autora tem vontade de reagir contra a passividade e a alienação das pessoas com quem se cruza/cruzará e de interagir/comunicar com elas.
4. A autora pretende refletir, em tom de crítica, sobre as consequências do progresso – nomeadamente, sobre a falta de comunicação originada pelos avanços tecnológicos.
4.1. O título pode ser encarado como uma síntese das reflexões da autora – o quotidiano atual das pessoas é marcado pela ausência de comunicação.
5. O texto de Maria Judite de Carvalho é uma crónica, pois trata-se de um texto em que se registam e co­­men­tam subjetivamente factos do quotidiano, refletindo sobre um aspeto
social: a ausência de comunicação numa sociedade massificada. Apesar de, inicialmente, ser um texto de carácter jornalístico (publicado no Diário de Lisboa em 1971), esta crónica
tem qualidade estética e estilística (visível, por exemplo, na forma como a autora usa os recursos expressivos). Encontra-se também publicada no livro Este Tempo – Crónicas.

GRAMÁTICA
1. b.; 2. c.; 3. d.; 4. b.; 5. a.; 6. f.
(Para)Textos 9.° ano

ESCRITA
Nota: Pretende-se, com esta atividade de escrita, que os alunos iniciem a produção de textos escritos com argumentação contrária a outros e que mobilizem a reflexão sobre as
especificidades da crónica literária para escrever um texto pessoal, de forma autónoma e fluente (cf. Metas Curriculares).
Recursos de apoio ao professor
Grelha de avaliação da escrita disponível no CD de Recursos.

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PowerPoint® Didáticos
PowerPoint® “Pronomes pes­soais em adjacência verbal” dispo­­nível no CD de Recursos e no e-Manual.

exercícios
1. a. Quando a entregaste? – pro­­nome colocado à esquerda do verbo, por se integrar numa frase interrogativa iniciada por um advérbio interrogativo (quando); b. Trá-los, ime-
diatamente. – pronome colocado à direita do verbo, com a forma lo, porque a forma verbal termina em -z; c. Eu nunca lhe telefonei. – pronome colocado à esquerda do verbo,
por se integrar numa frase com uma palavra com valor negativo (nunca); d. Eu escrevê-lo-ei, assim que chegar a casa. – pronome integrado no verbo, por este estar conjugado
no futuro do indicativo; e. O professor já os imprimiu. – pronome colocado à esquerda do verbo, por se integrar numa frase com o advérbio já; f. Fecha-la, por favor? – pronome
colocado à direita do verbo, com a forma la, porque a forma verbal termina em -s.

Pág. 33
PRÉ-LEITURA
1.1. Ainda que o estudo refira que a evolução das mãos do homem se ficou a dever a questões de sobrevivência, nomeadamente, de luta, a mão tem outras funções que, por um lado,
lhe estão as­­­sociadas (como “ameaçar, bater, ma­­tar”) mas que, por outro, se lhe opõem radicalmente, sendo, por isso, paradoxais (“permite fabricar e utilizar ferramentas, criar arte e
expressar emoções e intenções complexas”).
1.2. A característica será “expressar emo­­­ções e intenções complexas”.

Pág. 35
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
1. a. Permanência da infância ao longo de toda a vida.; b. ll. 3-10; c. Apresentação do tema a abordar na crónica (“mãos dadas”).; d. ll. 11-95; e. Apresentação do contexto de
produção e publicação do livro O Fogo e as Cinzas.; f. Reflexão sobre as “mãos dadas” como tema literário e como ato social.; g. Tentativa de relacionamento entre a infância
passada e o momento presente (escrita da crónica).; h. ll. 96-98; i. Articulação entre a realidade e o assunto abordado na escrita.
2. A crónica tem como ponto de partida o facto de um casal descer “a rua de mãos dadas” (ll. 6-7).
2.1. Não se trata de um facto real, mas fictício/inventado – “Posso inventar histórias quase infinitas acerca deste casal, que também inventei a descer a rua de mãos dadas, como
inventei eu estar à janela da sala.” (ll. 7-10).
3. O cronista utiliza a frase para introduzir uma nova temática – a recordação da infância motivada pela descrição de um espaço físico (“uma paisagem perdida no tempo, ou
uma vila alentejana recuperada da infância”, ll. 19-21).
4. Segundo o autor, a infância está sempre presente ao longo da vida, aflorando em certos momentos (por meio da recordação).
5. O cronista tem já uma certa idade, pois dá a entender que se encontra “no ou­­tono” da vida (l. 56).
5.1. A idade leva o autor a acrescentar episódios inventados às suas memórias de infância.
6. A incerteza domina o último parágrafo, na medida em que o cronista duvida se será ele que caminha na rua, de mãos dadas com alguém. A imaginação e a recordação do
passado são de tal forma nítidas que se misturam/confundem com a realidade.
6.1. A indefinição (que resulta da articulação entre a realidade e a imaginação/ficção) poderá ser associada à recordação do passado, também ela difusa e indefinida.

GRAMÁTICA
1. a. Há-o mas sem evasivas; b. vasculharam-nos; c. para os quais Manuel da Fonseca os escrevera; d. faz com que eu […] lhes acrescente pequenos episódios sem importância.
2.1. a. Não nos obrigam a desistir da in­­fância; b. Não se acredite.
2.2. c. Sim, esqueçamo-lo!; d. Sim, di­­vi­so-lhes os rostos.
3. a. obrigar-me-ei, obrigar-te-ás, obrigar-se-á, obrigar-nos-emos, obrigar-vos-eis, obri­­gar-se-ão; inventá-lo-ei, inventá-lo-ás, inventá-lo-á, inventá-lo-emos, inventá-lo-eis, inventá-lo-ão;
b. obrigar-me-ia, obrigar-te-ias, obrigar-se-ia, obrigar-nos-íamos, obrigar-vos-íeis, obrigar-se-iam; inventá-lo-ia, inventá-lo-ias, inventá-lo-ia, inventá-lo-íamos, inventá-lo-íeis, inventá-lo-
-iam.

Págs. 36-37
PRÉ-LEITURA
Materiais áudio e vídeo
Excerto da série televisiva Os Miseráveis disponível no CD de Recursos.
Ficha técnica:
Título original: Les Misérables
Realização: Josée Dayan
Elenco: Gérard Depardieu, John Malkovich, Virginie Ledoyen…
Autoria: Didier Decoin (baseado no ro­­mance de Victor Hugo)
Ano: 2001
1.1. As personagens são Jean Valjean, ex-presidiário, e um padre (Bispo de Digne).
(Para)Textos 9.° ano

1.2. Quando os guardas levam Valjean ao Bispo de Digne, acusado de roubar os seus talheres de prata, este afirma-lhes que lhos deu, livrando-o de voltar para a prisão. Antes de
Valjean partir, oferece-lhe também os candelabros de prata (Nota: Os candelabros são símbolo da luz, remetendo para uma caminhada que Valjean irá percorrer).
1.2.1. A forma bondosa como o bispo trata Valjean poderá levá-lo a refletir sobre as suas atitudes (como o roubo dos talheres) e, assim, a procurar o caminho do bem e da
redenção.

LEITURA
1.1. a. breve; b. crítica; c. descrevem-se; d. comentários; e. depreciativa; f. adjetivos.
2.1. 1. b.; 2. a.; 3. b. Nas expressões 1. e 3. fazem-se comentários pessoais relativamente ao livro Os Miseráveis – a prová-lo estão os adjetivos qualificativos “Longo”, “com-
plexa” e “denso” (este último no grau superlativo absoluto analítico) e a enumeração (no primeiro caso) ou os advérbios “só” e “mesmo” e a construção paralelística (no
segundo caso). Na ex­­pressão 2. o tom expositivo é marcado, sobretudo, pela linguagem ob­­jetiva/denotativa (visível na seleção vocabular).
3. De acordo com Filipa Melo, o romance aborda temas intemporais.
3.1. Na obra valorizam-se temas como a redenção moral, o amor, a justiça, o bem e a igualdade.
4.1. A contra-argumentação está presente na primeira frase do texto – nela a autora apresenta os aspetos desfavoráveis do livro (extensão, complexidade e densidade) – sendo
refutada logo na segunda frase (“Contudo”); a partir deste momen­­to, apresentam-se argumentos que evidenciam a qualidade do livro (escolha politicamente correta, pois a obra
aborda temas intemporais); de seguida, exemplifica-se a argumentação anterior com elementos da história narrada (“Como Jean Valjean […] suicidar-se no final”, ll. 14-22) e, final-
mente, apresenta-se uma citação de Victor Hugo (argumento de autoridade), reforçando a argumentação.
4.2. O teor da recensão é, indiscutivelmente, favorável em relação à obra em apreço.

GRAMÁTICA
1. encontro – nome comum contável; com – preposição simples; cada – quantificador universal; ativos – adjetivo qualificativo; objetivos – nome comum contável.
2. a. O bem e a igualdade devem ser promovidos pela lei para bem de todos. b. Os Miseráveis e outras obras, como, por exemplo, O Corcunda de Notre-Dame, fo­­ram escritas por
Victor Hugo.

Oficina de Oralidade / Oficina de Escrita


Sugestão: Por se considerar que o tratamento de temas comuns entre a oralidade e a escrita pode ser bastante benéfico para o desenvolvimento de competências dos alunos,
propõe-se, nesta subunidade, a realização de duas oficinas distintas sobre temas relacionados com a leitura – uma de oralidade (apreciação crítica oral) e outra de escrita
(produção de texto argumentativo sobre a questão da perdurabilidade do livro impresso).

Pág. 38
PRÉ-LEITURA
1.1. Resposta pessoal.
Sugestão de resposta: O fotógrafo tinha, provavelmente, a intenção de retratar o bulício e a movimentação do trânsito de uma cidade que, mesmo à noite, é muito ativa.

Págs. 39-40
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
1. O facto do quotidiano em que se baseia a crónica é a existência de semáforos.
1.1. O cronista sente aversão relativamente aos semáforos e aos problemas quotidianos por eles causados.
1.1.1. A aversão é suscitada por duas razões: a possibilidade de provocar um acidente e de ficar sem carro devido às hesitações do para-arranca, provocadas pela alteração de
cor dos semáforos; a abordagem de que é alvo por parte de pedintes e vendedores quando é retido num semáforo.
2.1. a. Condução agressiva; impaciência/má educação; b. Curiosidade mórbida; c. Companhias de seguros; d. Taxistas; e. Venda de diversos produtos irrelevantes (pensos rápidos,
jornais…); f. Pedintes de do­­nativos; g. Mendigos; h. Burlões; i. Ci­­dadãos com deficiência; j. Finalistas da faculdade; k. Toxicodependentes.
3.1. Resposta pessoal.
Exemplo de resposta: Com a expressão “e ainda por cima tenho de aturar o pirilampo mágico e a Nossa Senhora de alumínio do tablier, o esqueleto de plástico pendurado do
retrovisor, o autocolante da menina de cabelos compridos e chapéu” (ll. 8-10), o cronista identifica e enumera ironicamente os objetos que, tipicamente, podem ser encontrados
nos táxis (e nos carros em geral) por serem muito apreciados pela sociedade portuguesa da década de oitenta (em que foi produzida esta crónica), mas que, para ele, revelam mau
gosto (desde os símbolos de instituições sociais aos ícones religiosos e profanos, passando pelo logótipo de discotecas).
4.1. Por parar em tantos semáforos e por ser abordado por sucessivos pedintes, o cronista dá tudo o que tem consigo (in­­cluindo a roupa, os sapatos e o próprio carro), tornando-
-se um assaltante de automóveis retidos nos semáforos. Para além disso, deixa de ser pontual, sendo, por isso, criticado pelos amigos.
5. b.

GRAMÁTICA
1. a. As aspas delimitam uma citação.; b. Os dois pontos introduzem uma enumeração; a vírgula separa elementos de uma enumeração.; c. Os parênteses curvos delimitam uma
exemplificação; o pon­­to final marca a presença de uma abreviatura (et caetera).; d. Os dois pontos introduzem uma explicitação/conclusão.
2.1. Exemplo de resposta: a. apartamentos, estradas, túneis, parques; b. cozinha, sala, corredor, quarto; c. te­­clado, ecrã, rato, bateria.
2.2. Dos seguintes conjuntos, distingue os merónimos dos hipónimos:
a. Merónimos: escamas, espinhas, guelras, boca; hipónimos: carapau, salmão, bacalhau; b. Merónimos: raiz, tronco, folhas, flores; hipónimos: pinheiro, so­­breiro, acácia.
c. Merónimos: lombada, capa, badanas, folhas; hipónimos: juvenil, policial, de notas; d. Merónimos: casca, caroço, polpa; hipónimos: reineta, golden, starking, gala.

Materiais áudio e vídeo


Crónica de António Lobo Antunes lida por Luís Gaspar e respetiva transcrição disponíveis no CD de Recursos.
(Para)Textos 9.° ano

Pág. 41
PRÉ-LEITURA
Nota:
Revista Cais
Fundada em 1994, a CAIS é uma associação de solidariedade social sem fins lucrativos, reconhecida como pessoa coletiva de utilidade pública.
Os seus objetivos são:
• colocar na ordem do dia as temáticas relacionadas com a pobreza e exclusão social;

• potenciar o trabalho em rede e consolidar parcerias;

• valorizar os beneficiários (utentes) do sistema social enquanto elementos críticos e ativos;

• desenvolver e implementar estratégias de intervenção social adequadas às necessidades das populações-alvo.

O preço de capa são 2€ e a receita das vendas reverte para os vendedores (70%).
A revista Cais não é um porto de chegada, mas um ponto de partida, uma resposta de transição para a vida ativa.
in http://www.cais.pt (consult. em 18-12-2012)
1.1.1. A posição em que a revista se encontra remete-nos simbolicamente para uma casa, enfatizando um dos objetivos principais do projeto: “contribuir para o melhoramento
global das condições de vida de pessoas sem casa/lar”.

Págs. 42-43
LEITURA
1.1. O texto pode ser classificado como editorial. Apesar de não ser produzido por um membro da Direção editorial da revista Cais, este texto é assinado pelo presidente do Instituto
Politécnico de Leiria, que contribuiu para “dar à estampa este número da revista Cais”. Trata-se de um texto de opinião, pouco extenso, em que o autor exprime, de forma clara e
incisiva, a posição do IPL relativamente ao assunto abordado.
2.1. O primeiro momento corresponde aos dois primeiros parágrafos; o segundo, aos quatro últimos.
3.1. De acordo com o texto, a afirmação é verdadeira: é necessário ter entusiasmo quer para viver o dia a dia e para ultrapassar as dificuldades com que nos deparamos quer para
liderar e executar grandes obras, de forma empreendedora.
4.1. a. Deve-se viver a vida com intensidade, aproveitando todos os pequenos momentos que ela nos oferece.; b. Tudo deve ser feito com entusiasmo e dedicação total, mesmo
as pequenas coisas.; c. Cada um constrói o seu percurso pessoal – à medida que se vive, o percurso vai sendo adaptado.
4.2. Só se identifica o autor da última frase: o poeta espanhol António Machado.
4.3. Resposta pessoal.
5. Os destinatários prioritários deste editorial serão dois: as pessoas sem casa/lar (a quem é dada uma palavra de conforto e esperança) e aqueles que, através de pequenos ou
grandes atos dotados de entusiasmo, poderão “contribuir para o melhoramento global” das suas condições de vida.

GRAMÁTICA
1. 1. e.; 2. d.; 3. c.; 4. g.; 5. b.; 6. f.

ORALIDADE / OUTROS TEXTOS


Materiais áudio e vídeo
Canção “O primeiro dia”, de Sérgio Godinho, disponível no CD de Recursos.
2. Esta canção tem como destinatário alguém que perdeu a sua casa/lar, passando a vaguear pelas ruas, a passar a noite em casa de amigos, a andar sem rumo. No entanto, o
refrão sugere que é possível transformar as adversidades em desafios, ganhar coragem para recomeçar a viver, mudando a postura e modo de vida.
2.1. Resposta pessoal.

Recursos de apoio ao professor


Grelha de avaliação da oralidade disponível no CD de Recursos.

Pág. 44
PowerPoint® Didáticos
PowerPoint® “Texto e relações intratextuais” disponível no CD de Recursos e no e-Manual.
Nota: Todos os exemplos foram retirados do seguinte verbete en­­ci­clopédico: lentilha. in Infopédia [Em linha], Porto Editora, 2003-2009, in http://www.infopedia.pt/$lentilha (consult.
em 2013-02-05).
Textos complementares
Verbete de enciclopédia “lentilha” (integral), da Infopédia, disponível no CD de Recursos.

Pág. 47
1. Séculos V-XV – D. (“A aia”, p. 82); Século XV – F. (Os Lusíadas, pp. 122-188); Século XIX – A. (O Fantasma de Canterville, p. 49) e C. (O Alienista, p. 74); Século XX – B. (Meu Pé
de Laranja Lima, p. 63) e E. (“A palavra mágica”, p. 95).
1.1. Possivelmente, tratar-se-á de ações ficcionais, já que as personagens parecem ser agentes ficcionais em “mundos possíveis”, agindo em contextos espaciotemporais tam-
bém eles ficcionais.
1.1.1. É previsível que essas ações sejam narradas em textos literários.

Pág. 48
1. a. e b. 1. C. – Vergílio Ferreira; 2. F. – Machado de Assis; 3. B. – Oscar Wilde; 4. A. – Eça de Queirós; 5. E. – José Mauro de Vasconcelos; 6. D. – Luís Vaz de Ca­­mões.
(Para)Textos 9.° ano

Pág. 49
Nota:
Relativamente ao conto O Fantasma de Canterville, são apresentadas duas propostas de atividades distintas:
– a análise de um excerto da obra com unidade e com autonomia temática;
– a resolução de um Guião de Leitura da obra integral (p. 53).
Informação sobre a obra O Fantasma de Canterville, de Oscar Wilde:
Um diplomata americano compra, na velha Inglaterra, Canterville Chase, uma bela mansão da época Tudor, supostamente assombrada por um temível fantasma. A família
instala-se e estranhos fenómenos começam a acontecer: uma mancha de sangue no chão da biblioteca, ruídos noturnos de correntes arrastadas, gritos terríveis… No entanto
a família não se deixa intimidar e o seu comportamento desconcerta o fantasma que, de assustador passa a assustado, tremendo de medo ao menor ruído.
O Fantasma de Canterville é um clássico com todos os ingredientes de uma narrativa de terror, que não põe de lado a fina ironia e um hilariante sentido de humor.

pré-leitura
Materiais aúdio e vídeo
Excerto do filme O Fantasma de Canterville disponível no CD de Recursos.
Título: O Fantasma de Canterville
Realização: Crispin Reece
Ano: 1997
Duração: 87 minutos
Elenco: Ian Richardson, Celia Imrie
1.1. A família reage de forma inesperada. Sem sentirem qualquer receio, os Otis são movidos por uma atitude de curiosidade e alguma irreverência.
1.2. Virgínia é uma rapariga bonita, de cabelos loiros e compridos e de aspeto angélico.
1.2.1. Virgínia pede desculpa ao Fantasma por o ter molhado com o copo de água.

Págs. 51-52
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
1.1. O Fantasma encontra-se num estado contemplativo, olhando pela janela. Está muito triste, mergulhado numa depressão “profundíssima” (l. 15).
2.1. Virgínia confronta Sir Simon com a história do assassinato e condena-o pelo seu ato criminoso. Este responde-lhe de forma insólita, dizendo que a opinião dela é “filosofia
barata” (l. 31). Assim, Sir Si­­mon considera que os motivos que o levaram a matar a mulher eram válidos e aceitáveis, uma vez que ela era “vulgar” (l. 32), não sabia engomar, nem
cozinhar.
3.1. Havia uma mancha de sangue no chão da biblioteca.
3.2. Sir Simon usava tintas que tirava do estojo de Virgínia para dar mais cor à mancha.
4.1. a.
4.2. O Fantasma confere grande importância à ascendência nobre e ao estatuto social, logo ter “sangue azul” não era, para ele, um “pormenor”; foi, aliás, por encarar a esposa
como uma pessoa “vulgar” que a terá assassinado.
4.2.1. O recurso expressivo é a ironia.
4.3. a. Sir Simon considera os ingleses (ele incluído) um povo aristocrático, de tradição, com classe e educação.; b. Sir Simon considera os americanos um povo com pouca
educação, e sem tradição, que não sabe dar valor a “pormenores”, tão importantes como a origem aristocrática das famílias.
5.1. Virgínia: a., c., f.; Sir Simon: b., d., e.
6.1. Exemplo de resposta: a. “observan­­do as folhas doiradas das árvores” (l. 10); “mancha de sangue” (l. 44); “levou os en­­carnados (incluindo o vermelhão)” (l. 45); “os maravilhosos
pores do sol que se admiram daqui” (l. 46); b. “Os passos dela eram leves” (l. 14); “ao arrastar as correntes, ao gemer das fechaduras e a andar de noite pelos corredores” (ll. 21-22).
7. a. narrativo; b. ação; c. personagens; d. complexas; e. restrito; f. oral; g. anónimo; h. identificado.
7.1. Trata-se de um excerto de um conto literário, pois foi escrito por um autor identificado, o escritor Oscar Wilde, no sé­­culo XIX.

GRAMÁTICA
1. a. “retorquiu” (l. 20); b. “volveu” (l. 27); c. “anuiu” (l. 52); d. “sublinhou” (l. 29).
1.1. a. Ele retorquiu, olhando-a espantado, que achava absurdo que ela falasse do comportamento dele. Era uma cena absurda. Se ela fazia referência ao arrastar as correntes,
ao gemer das fechaduras e ao andar de noite pelos corredores, ele queria afirmar-lhe que era aquele o seu mister. Para aquilo é que ele estava ali.; b. O espetro, de forma afir-
mativa, com ar petulante, volveu que não negava, mas que aquilo era um assunto de família que não dizia respeito a ninguém.; c. Já mais humilde, o fantasma anuiu, mas per-
guntou o que é que ele podia/poderia ter feito. Naqueles dias era difícil conseguir sangue verdadeiro, e, como o irmão dela tinha começado a empregar o Sabão Sem Rival, ele
achara que era prático recorrer às tintas dela. Quanto à cor, era tudo uma questão de gosto, pois os Canterville tinham sangue azul, mas eles, americanos, nem ligavam àqueles
pormenores.; d. Virgínia, denunciando a sua origem puritana de Nova Inglaterra, sublinhou que não se devia matar as esposas.
2.1. Exemplo de resposta: a. O autocarro nunca para nesta paragem. (homografia); b. Quando entramos nos paços do concelho, ficamos deslumbrados. (homofonia); c. O gato
está com os pelos eriçados. (homografia); d. O senhor Henrique avia os clientes com rapidez. (homofonia); e. Encontrei uma barata na cozinha. (homonímia); f. Já sei a tabuada
de cor! / Não gosto nada de adormecer tarde. (homografia).
2.2.1. Exemplo de resposta: a. Quando é que o Francisco vem cá a casa?; b. O ocaso é um belo espetáculo!

Pág. 53
Teste de Verificação de Leitura
1. a. Sir Simon; b. Hiram Otis; c. Lucretia Otis; d. Virgínia; e. Washington; f. Duque de Cheshire; g. Sra. Umney; h. Lorde Canterville.
2.1. e.; k.
Aspetos Paratextuais
1. Na capa indica-se o nome do autor, o título da obra e a editora responsável pela publicação. Há ainda uma ilustração.
(Para)Textos 9.° ano

1.1. A ilustração relaciona-se com o título, mostrando um fantasma envergando um capuz, e vestido com um saiote preguea­­do, curto, umas meias compridas e sapatos, deixando
a descoberto os joelhos que quase batem um no outro. Envolto num lençol, que cobre a parte superior do corpo, o fantasma olha para a direita com olhos encovados e arregalados,
estando a sua boca semiaberta, por entre uns bigodes e uma barba pouco cuidados.
1.1.1. O Fantasma de Canterville parece ser um fantasma bastante peculiar: em vez de assustador, é apavorado e perturbado. A sua postura sugere receio e cansaço.
2. a. 1854; b. irlandesa; c. O Fantasma de Canterville; d. 1887; e. O Príncipe Feliz; f. O Retrato de Dorian Gray; g. O Leque de Lady Windermere; h. Salomé; i. Um Ma­­rido Ideal…;
j. Reading; k. Balada da Mas­­­morra de Reading; l. Paris.

Págs. 54-55
Guião de Leitura Orientada
Capítulo I
1.1. Hiram Otis: a.; c.; d. Lorde Canterville: b.; e.
2.1. A observação é irónica pois existem grandes diferenças entre a Inglaterra e os EUA, a todos os níveis, exceto na língua – que é, aparentemente, a mesma.
Nota: Como antiga colónia do Reino Unido, os EUA são um país anglófono, além de que, na altura (finais do séc. XIX), as sociedades dos dois países eram marcadamente diferentes
(os EUA, uma república, o Reino Unido, uma monarquia com uma aristocracia, etc.).
3.1. A mudança súbita no clima, marcada pelo estranho silêncio e pelas grossas gotas de chuva, confere uma atmosfera assustadora e dramática ao ambiente do Castelo de Can-
terville, como se se tratasse de um aviso aos futuros residentes.
Capítulo II
1. Embora inicialmente a mancha não tenha incomodado em nada a serenidade dos membros da família, o seu reaparecimento faz com que passem a interessar-se pelo caso.
1.1. O senhor Otis revê a sua posição quanto à existência de almas do outro mundo, a senhora Otis decide inscrever-se na Sociedade Espírita e Washington re­­dige uma carta aos
senhores Myers & Podmore sobre a eficácia dos seus sabões.
2.1. O destinatário é Hiram B. Otis.
2.2. O Fantasma surge sob a forma de um velho horrendo, de olhos ardentes como carvões, cabelos compridos e brancos, fato sujo e dilacerado, cheio de grilhetas e correntes.
3.1. Essas designações comprovam o espírito pragmático e pouco supersticioso dos americanos, que acreditam que tudo tem uma explicação natural e uma consequente reso-
lução.
4.1. As suas vítimas foram as seguintes: a duquesa viúva, a quem pregou um grande susto quando se vestia em frente ao espelho; as quatro criadas, a quem fazia negaças, que
acabaram com ataques de his­­­teria; o prior da freguesia, a quem apagou a vela, e que ficou a sofrer de perturbações mentais; a velha madame de Tremouillac, que, ao despertar, vira
um es­­­­queleto a ler o seu diário íntimo, sendo por isso acometida de febre cerebral e chegando a re­­con­­­ciliar-se com a Igreja; o perverso Lorde Canterville, que foi sufocado com um
valete de copas, confessando, ao morrer, que enganava ao jogo; o mordomo da casa que, depois de ter visto a mão verde do espetro, se suicidou; Lady Stut­field, que foi obrigada a
usar uma fita no pescoço para tapar a marca dos dedos do espetro, e que morreu afogada na lagoa.
5. O Fantasma, diante da reação de Otis, que lhe oferece um lubrificante para olear as suas correntes e grilhetas, fica de tal forma estupefacto que, ao princípio, não se mexe. Quando
uma almofada lhe é arre­­­messada, não tem outro remédio se­não fugir, recorrendo às facilidades da quarta di­­­­mensão. Já em segurança, num quartinho secreto, remói a sua inaudita
humilhação.
Capítulo III
1.1. Virgínia não tem medo do Fantasma – de facto, no diálogo que enceta com ele posteriormente (cap. V, p. 32) Virgínia manifesta impaciência e indignação por o Fantasma
lhe ter roubado as tintas da sua caixa de pintura e, sobretudo, por ter tido o mau gosto de usar o verde-esmeralda para pintar a nódoa de sangue.
2.1. Na segunda aparição, o Fantasma ma­­goa-se, ao tentar meter-se dentro de uma antiga armadura, sofrendo com as fisgas dos gémeos e com o revólver apontado pelo diplomata;
depois de soltar uma terrível gargalhada, depara com a senhora Otis a oferecer-lhe um remédio contra o mal de estômago. Tudo isto o faz andar adoentado por uns dias. A tentativa
se­­­­­guinte de assustar a família ainda é mais humilhante: depara com um espetro aterrador, vindo a descobrir, no dia se­­guinte, que se tratara de mais uma partida.
Capítulo IV
1. O Fantasma não só se sente cansado como também se assusta com os mais pequenos ruídos.
2. Sob os trajes de Jonas, o Desenterrado (um grande lençol, um abafo amarelo, a lanterna numa das mãos e um atiçador de lume na outra), o Fantasma, amedrontado por dois
vultos que levantam os braços e gritam “Huuu!”, galga a escadaria, en­­con­­­trando, no topo desta, Washington Otis, munido de uma bomba de água.
3.1. O Fantasma planeia encarnar o Mon­­­ge Vampiro ou Beneditino Lívido.
Capítulo V
1.1. Virgínia, ao entrar na sala das tapeçarias, encontra o Fantasma mergulhado em grande tristeza. Tenta consolá-lo, mas censura-o por ter matado a esposa, por ter roubado as suas
tintas, abrindo-lhe a possibilidade de emigrar para a América, onde muita gente pagaria bem por ter um fantasma na família. O Fantasma recusa a proposta, pois a América não o
seduz com as suas maneiras extravagantes, confessando depois que não dorme há trezentos anos e suscitando a compaixão da rapariga. Explica que só poderá repousar no cemitério,
mas, para tal, de acordo com a profecia escrita na janela da biblioteca, Virgínia terá que rezar pelo perdão dos seus pecados. Com uma luz estranha a cin­­­tilar-lhe nos olhos, Virgínia
aceita rezar ao Anjo da Morte, sendo conduzida pelo Fan­­tasma até ao extremo da sala, onde se abre uma caverna escura pela qual ambos entram.
(141 palavras)
Capítulo VI
1.1. O diplomata, acompanhado pelo filho mais velho, dois criados e o duquezinho de Cheshire, procura Virgínia no local onde um grupo de ciganos acampara; ao ver o local vazio,
Otis pensa, erradamente, que os ciganos levaram a sua filha e envia telegramas a todos os inspetores de polícia da comarca, partindo depois para Ascot, acompanhado pelo pequeno
duque, sem conseguir encontrar pistas sobre o paradeiro de Virgínia. Já no castelo, os homens esvaziam a água do tanque e esquadrinham todo o domínio, sem resultados.
2.1. Virgínia conduz a família a um quartinho de teto baixo, com uma janela de grades, onde jaz o esqueleto do Fantasma.
2.2. A redenção do Fantasma é sugerida pela velha amendoeira seca, em flor, sob o luar.
Capítulo VII
1.1. Quer a senhora Umney quer o reverendo Dampier tinham sido atormentados pelo Fantasma e estavam desejosos de o ver enterrado.
1.2. A Lua surge detrás da nuvem, espalhando claridade, e um rouxinol começa a cantar.

Pág. 56
Textos narrativos
Consideram-se textos narrativos aqueles em que há predomínio de sequências textuais narrativas e ocorrência das formas linguísticas próprias do mo­­­do narrativo.
(Para)Textos 9.° ano

Há géneros literários predominantemente narrativos (conto, novela, romance, epopeia…); no entanto, há frequentemente se­­­quên­­­cias narrativas em muitos ou­tros textos de
outros géneros, lite­­­rários e não literários (reportagem, relatório, debate…).
O Dicionário de Narratologia, de autoria de Carlos Reis e Ana Cristina Macário Lopes, evidencia estes mesmos aspetos.

Pág. 58
Informação sobre a obra Histórias Falsas, de Gonçalo M. Tavares:
Escritas no mesmo período, algumas destas Histórias Falsas foram sendo no entanto publicadas em momentos muito distintos […]. Não são histórias do género fantástico,
mas um homem – de há três mil anos – pode nelas utilizar objetos que ainda não existiam. Quando as escrevi o que me interessava era, em primeiro lugar, exercer um ligeiro
desvio do olhar em relação à linha central da história da filosofia; por outro lado, tinha curiosidade em perceber o modo como a ficção (verosímil ou nem tanto) se pode encostar
suavemente a um fragmento da verdade até ao ponto em que tudo se mistura e se torna uniforme.
Gonçalo M. Tavares, “Breve Nota”, in Histórias Falsas, Leya, 2010

PRÉ-LEITURA
1. a. barril; b. satisfação das necessidades mais sim­­ples; c. direta e imediata; d. crítico; e. corrupta.

Pág. 60
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
1.1. A transformação deve-se ao encontro com Diógenes e ao breve diálogo que tiveram.
1.1.1. Mercatore enfrenta Diógenes com arrogância, censurando a conduta do filósofo que, por nunca ter recorrido à bajulação do rei, vivia na pobreza (lentilhas era, então, um
prato dos pobres).
1.2. b.
1.3. Mercatore fica sem capacidade de resposta, “estarrecido” (l. 21), afastando-se ra­­pi­­­damente.
2. O termo “confirmação” indica que a insatisfação já estava instalada no íntimo da personagem, emergindo na sequência desse diálogo.
3.1. B., D., F., A., C., E.
3.2. Mercatore aprendeu uma lição com o encontro com Diógenes, não precisando mais dos seus conselhos e interpelações. Aprendendo a viver modestamente, não precisava mais
da bajulação e da mentira.

OFICINA DE GRAMÁTICA
1.1. a. “única filosofia”, “simples ho­­mem”, “velho criado”; b. “homem rico”, “sorriso fraco”, “carnes raras”.
1.2. “única” – exclusiva; apenas uma; “simples” – comum; vulgar; “rico” – abastado; com posses; “fraco” – débil, sem força ou energia; “raras” – invulgares; “velho” – antigo.

Pág. 61
1.3.1. 1. d.; 2. f.; 3. e.; 4. b.; 5. c.; 6. a.
1.4.1. a. nome; b. direita; c. objetivo; d. res­­tritiva; e. esquerda; f. subjetivo; g. qualitativo.

Pág. 62
OUTROS TEXTOS / OUTRAS ATIVIDADES
Outros textos
Texto informativo “Diógenes” disponível no CD de Recursos.
1.1. D., E., A., C., B.
Em D. introduz-se e sintetiza-se o tema (vida de Diógenes, o Cínico), fazendo-se uma pergunta que motiva a leitura; em E. apresentam-se os dois significados da alcunha cínico;
em A. apresentam-se as características gerais de Diógenes en­­quanto filósofo cínico; em C. relata-se um pequeno episódio que exemplifica as características referidas no pará-
grafo an­­terior; em B. conclui-se o texto referindo-se uma última qualidade – o humor – exemplificada com episódios humorísticos.

Pág. 63
Nota: Relativamente ao romance Meu Pé de Laranja Lima, são apresentadas duas propostas de atividades distintas:
– a análise de um excerto da obra com unidade e com autonomia temática;
– a resolução de um Guião de Leitura da obra integral (p. 68).

Informação sobre a obra Meu Pé de Laranja Lima, de J. M. Vasconcelos:


Nesta obra, Zezé narra, na primeira pessoa, alguns episódios sobre a sua infância, mais propriamente quando ti­nha cinco anos. São contadas situações, umas muito divertidas,
outras comoventes, to­­das elas marcantes para um menino travesso, mas também muito meigo. Zezé mostra como foram importantes para si acontecimentos como a entrada na
es­­cola, a forte amizade com Minguinho, a relação de amizade com Manuel Valadares…

PRÉ-LEITURA
1.1. Resposta pessoal.
Sugestão de resposta:
A imagem resulta de uma adaptação de um sinal de trânsito que alerta para uma situação de perigo – o local assinalado é frequentado por crianças (escola, parque de
jogos…). Foi acrescentado ao sinal de trânsito original um símbolo de afeto entre as pessoas – o coração vermelho.
A legenda Escola, amor e segurança está em consonância com a imagem, re­­metendo para o clima de afe­­­­tividade e segurança associados a esta instituição social.
(Para)Textos 9.° ano

Pág. 65
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
1.1. A flor que oferecia à Professora era roubada por Zezé do jardim de Serginho.
1.2. D. Cecília teve dificuldade em iniciar a conversa, pois, além de gostar de Zezé, o assunto a abordar era delicado.
2.1. a. ameaçadora; b. violência; c. afetivo; d. repreensão; e. suavizando.
3.1. Zezé justificou o seu ato, apresentan­do as seguintes razões: na casa de Serginho havia tantas flores, que ninguém dava pela falta de mais uma; tudo o que existe no mundo é de
Deus, logo as flores também o são; em sua casa não havia jardim com flores; Zezé não podia comprar flores, pois eram caras e ele não tinha dinheiro; o menino considerava que a
professora merecia ter sempre uma flor na secretária.
4.1. D. Cecília começa por ficar espantada com a argumentação de Zezé (“Ela ficou espantada com a minha lógica.”, l. 22), cala-se e chora ao compreender o objetivo do gesto do
menino (“Ela engoliu em seco.”, l. 26; “Ela tirou o lenço da bolsa e passou disfarçadamente nos olhos.” l. 33). Por fim, não consegue disfarçar a sua comoção (“Dessa vez ela ficou
com o lenço parado no nariz muito tempo.”, l. 43; “As lágrimas estavam descendo.”, l. 49).
5.1. Dorotília era ignorada pelas suas colegas devido à sua cor e também por ser muito pobre. Zezé era o único que convivia com ela. Sempre que a professora lhe dava comida,
o menino dividia-a com Dorotília, pois sabia que ela ainda era mais pobre do que ele.
6. Zezé é um menino traquina e vivaço, mas muito carinhoso, bondoso e solidário. Isso é visível na preocupação de agradar à professora e na partilha do seu lanche com Dorotília.
A Professora Cecília é justa, pois faz questão de esclarecer a informação que Godofredo lhe deu e de perceber a razão pela qual Zezé roubava as flores. É também bondosa, pois,
sabendo das dificuldades de Zezé, costumava oferecer-lhe dinheiro para comprar comida. As duas personagens têm uma relação muito especial, de cumplicidade, sendo que o
menino confia em absoluto na professora e esta compreende a verdadeira natureza dele.
7. a. participante/autodiegético; b. subjetivo; c. Zezé: protagonista/principal; D. Cecília: secundária; Godofredo: figurante; d. Zezé e D. Cecília: redonda; Godofredo: plana; e. escola;
f. meio social pobre, caracterizado pelas dificuldades económicas (a avaliar pelas personagens Zezé e Dorotília) / ambiente escolar; g. um dia de aulas (durante uma aula, até ao seu
final); h. Godofredo entra na sala e fala com a professora.; i. Terminada a aula, na sequência da conversa com Godofredo, a professora esclarece a situação com Zezé.; j. A profes-
sora faz um pacto com Zezé e o menino promete que não voltará a roubar flores.

Pág. 66
GRAMÁTICA
1.1. a. “Ficou arrumando” (l. 7), “estavam descendo” (l. 49); b. “me chamou” (l. 5), “Se via” (l. 7); c. “Tudo [-] que tem no mundo não é de Deus?” (ll. 20-21), “todo [-] sábado” (l.
46), “porque [-] Mamãe” (l. 47); d. “some” (l. 29); “enxergar” (l. 56).
1.2.1. a. “amarra”, “falar”, “nariz”, “afinal”; b. “dinheiro”, “pode”; c. “al­­gu­­ma”, “afinal”; d. “falar”, “flor”.
Nota: Diferentes realizações do português brasileiro
É conveniente que o professor relembre aos alunos que, em alguns casos, existem várias realizações possíveis do português brasileiro, na oralidade, consoante as variedades dialec-
tais em causa. Relativamente ao exercício proposto, pretende-se que os alunos tomem conhecimento das diferenças que dizem respeito à variedade falada nos estados do litoral do
Brasil, abaixo da Baía, inclusive (cf. Dicionário terminológi­­co).
2.1. a. “senhora”; b. “Dona Cecília”; c. formais; d. respeito; e. “você”; f. informal; g. proximidade; h. “coração de ou­­ro”; i. afeto.

Pág. 67
1. / 1.1. Sugestão:
Poderá articular esta atividade com a leitura dos poemas III e XIX da obra Poeta Militante (José Gomes Ferreira), disponíveis nas páginas 216 e 217 do manual.

OUTROS TEXTOS / ORALIDADE / ESCRITA


Materiais áudio e vídeo
Canção “Outra margem”, dos Trovan­­te, disponível no CD de Recursos.
Materiais projetáveis
Informação sobre “Apresentação oral” disponível no CD de Recursos.
Outros Textos
Texto “O que é um romance?” disponível no CD de Recursos.
2.1. Sugere-se a seguinte metodologia de trabalho:
1. Primeira leitura, pelo professor, do texto “O que é um romance?”, para que os alunos apreendam o sentido global do mes­mo.
2. Segunda leitura do texto, pelo professor; em paralelo, anotação, pelos alunos, das ideias-chave.
3. Elaboração, em trabalho de pares, de tópicos que sintetizem as principais ca­­racterísticas do romance.
4. Partilha oral dos tópicos produzidos. Anotação, no quadro, dos tópicos apresentados.
5. Organização dos tópicos registados no quadro, com vista à redação de uma síntese (planificação).
6. Redação conjunta de uma síntese das principais características do romance.
7. Leitura da caixa informativa relativa ao conto (pág. 52).
8. Elaboração de um quadro com as se­­melhanças e as diferenças entre o con­to e o romance.
Sugestão:
Materiais projetáveis
Encontra-se disponível, no CD de Re­­cursos, uma atividade de escrita e de oralidade para Meu Pé de Laranja Lima.
Recursos de apoio ao professor
Grelhas de avaliação da escrita e da oralidade disponíveis no CD de Recursos.

Pág. 68
Teste de Verificação de Leitura
1. 1. c.; 2. d.; 3. b.; 4. a.
(Para)Textos 9.° ano

2.1. Mangaratiba é um comboio, Luciano é um morcego que vive na antiga casa e Minguinho é um pé de laranja lima que se torna confidente do menino.
3. a. F. Zezé e Luís brincavam frequentemente no quintal da casa e faziam de conta que uma parte dele era o Jardim Zoológico.; b. V.; c. V.; d. F. – “Apanhar morcego” significava
saltar para a parte de trás de um carro e ir à boleia, sem o condutor saber.; e. V.; f. F. – Zezé era descendente de índios, da parte da mãe.

Aspetos Paratextuais
1.1. b.
1.2.1. b.; d.; e.
2.1. A emotividade da história é realçada na página 5, na dedicatória que o autor faz a pessoas que o marcaram ao longo da vida, referindo, especialmente, os que partiram cedo
de mais. Na página 7 (índice) há alguns títulos de capítulos que têm uma carga emocional muito forte (“Os dedos magros da pobreza”, “Numa cadeia eu hei de ver-te morrer” ou
“De pedaço em pedaço é que se faz ternura” ).

Págs. 69-70
Guião de Leitura Orientada
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
Primeira parte – Capítulos primeiro e segundo
1.1. Totoca e Zezé vão à nova casa, para a conhecer.
1.2. A mudança de casa é motivada por dificuldades financeiras, já que o pai dos meninos está desempregado.
1.3.1. Totoca refere-se ao facto de Zezé já conseguir ler, embora ainda não frequente a escola.
1.3.2. Jandira não acreditou que Zezé sabia ler e ameaçou bater-lhe, depois pensou que ele tivesse decorado o que leu e finalmente ficou estupefacta ao perceber que era verdade;
Glória ficou surpresa e nervosa e foi chamar uma vizinha; Totoca ficou zangado, pois pensava que Zezé estava a esconder alguma coisa; a avó ficou admirada e achou que “o mundo
estava perdido”, pois aquilo não era normal; finalmente, o Tio Edmundo ficou muito orgulhoso de Zezé e elogiou-o, di­­zendo que ele tinha um belo futuro pela frente.
2. Totoca era um menino esperto, mais velho do que Zezé e, como tal, ensinava-lhe muitas coisas. Protegia o irmão, mas ao mesmo tempo tinha ciúmes da inteligência de Zezé. O
Tio Edmundo era um homem em quem Zezé confiava e que compreendia o menino e sentia orgulho dele.
3.1. Os irmãos de Zezé eram Jandira, Glória, Totoca, Lalá e Luís. Zezé tinha ainda uma outra irmã que tinha sido dada a uma família do Norte.
3.2.1. Os meninos costumavam brincar no quintal e Zezé fazia de conta que aquele espaço se dividia em três: o Jardim Zoológico, a Europa e o avião. Quando visitavam o Jardim
Zoológico, Zezé fazia Luís acreditar que lá havia uma bilheteira, leões, macacos… Zezé fazia tudo o que podia para o irmão mais novo não deixar de sonhar.
4.1. As crianças desatam a correr e cada uma escolhe uma árvore para si.
4.1.1. Apesar de ser o último, Zezé consegue encontrar uma árvore: um pé de laranja lima, que o ouve e fala com ele.
Primeira parte – Capítulos terceiro, quarto e quinto
1.1. Motiva-os a possibilidade de receberem um presente de Natal, já que o dono da fábrica mandara comprar um camião cheio de brinquedos para dar aos meninos mais pobres.
1.2. Os meninos não alcançam o seu objetivo porque chegam atrasados. Os brinquedos já tinham sido todos distribuídos.
1.2.1. Os irmãos ficam muito tristes. Zezé tenta animar Luís, prometendo-lhe que, quando for grande, lhe dará muitos brinquedos. Zezé revela que, apesar de traquinas, tem um
coração de ouro. Tem uma grande adoração pelo irmão, sendo capaz de fazer qualquer coisa para o animar.
2.1. A ceia foi “tão triste que nem dava vontade de pensar”. Ninguém foi à Missa do Galo e todos jantaram em silêncio. O pai saiu de casa sem se despedir de ninguém, a avó
estava chorosa e foi para casa mais cedo com o Tio Edmundo, a mãe foi para o quarto e Glória chorava.
3.1. Zezé fica tão dececionado que, num misto de tristeza e de revolta, diz “Como é ruim a gente ter pai pobre!…”.
3.1.1. O seu desabafo é ouvido pelo pai, que fica tão triste e magoado que sai de casa. Zezé fica destroçado e, para tentar remediar a situação, pega na sua caixa de engraxar
sapatos e tenta arranjar fregueses, o que não é fácil por ser dia de Natal. Com o dinheiro arrecadado, compra uma carteira de cigarros caros para oferecer ao pai. O pai comove-se
e conversa com o filho.
4.1. Zezé é muito inteligente e aplicado, o “melhor aluno” da professora.
4.2. Entre ambos é estabelecida uma relação de amizade, confiança e cumplicidade.
4.3.1. Zezé pede à mãe que lhe compre um fato. Para ele, esta é a sua oportunidade de ter uma roupa de poeta.
5. Numa terça-feira, Zezé faltou à escola para esperar por Ariovaldo, um cantor de rua, que ia regularmente à rua do Progresso. Zezé gostava de o ouvir e nesse dia propôs-lhe que
o deixasse acompanhá-lo sempre que viesse. Ariovaldo concordou e tornaram-se amigos. A partir daí, Zezé passa a acompanhar o cantor.
Segunda parte – Capítulos primeiro, segundo e terceiro
1. B., D., G., F., E., A., C.
Segunda parte – Capítulos quarto, quinto e sexto
1.1. Durante a semana em que fica em casa, Zezé fica muito quieto, não mostrando vontade de fazer nada e passando o tempo com Minguinho.
1.2. Em vez de ir para a escola, Zezé vai ter com o Portuga, pois sabe que ele deve estar preocupado consigo.
2.1. Zezé pede-lhe para falar com a sua família e o tentar comprar, pois, se sair de casa, todos ficarão felizes. O Sr. Valadares, comovido, explica que não o pode fazer, mas promete-lhe
que o tratará sempre como um filho.
3.1. Totoca diz-lhe que a prefeitura vai alargar as ruas, necessitando de encurtar alguns quintais e isso significa que o pé de laranja lima será cortado.
Segunda parte – Capítulos sétimo, oitavo e nono
1.1. a. escola; b. carro; c. Portuga/Português/Manuel Valadares; d. comboio/Mangaratiba; e. morte; f. doente; g. corte/abate h. pé de laranja lima/Minguinho; i. amigo Português/Portuga;
j. ternura; k. Minguinho; l. despedida; m. verdadeiro/biológico; n. amor; o. homem/adulto; p. sau­­­dade/ternura/carinho; q. crescer; r. dor.

Pág. 73
exercícios
1. a. – 1./2. mestre/maestro; b. – 1./2. olho/óculo; c. – 1. livro; d. – 1./2. sereia/sirene.
(Para)Textos 9.° ano

1.1. As palavras das alíneas a., b. e d. são palavras divergentes, pois têm formas diferentes embora derivem do mesmo étimo latino. A palavra da alínea c. (que pode ser um
nome comum ou uma forma verbal do verbo livrar) pode derivar de dois étimos diferentes, tratando-se, por isso, de uma palavra convergente.

Pág. 74
Nota: Relativamente ao texto O Alienista, são apresentadas duas propostas de atividades distintas:
– a análise de um excerto da obra com unidade e com autonomia temática;
– a resolução de um Guião de Leitura da obra integral (p. 79).

Informação sobre a obra O Alienista, de Machado de Assis:


O Dr. Simão Bacamarte dedica-se, em Itaguaí, ao estudo da loucura, inaugurando a Casa Verde, instituição para doentes mentais. Todavia, e depois de um funcionamento
considerado regular, a Casa Verde começa a receber pacientes, até aí considerados “normais”, fruto da nova definição de loucura do médico. A regularidade dos internamentos
é tal que provoca na vila uma verdadeira revolta só apaziguada com um destacamento militar. A partir daí, o médico começa a explorar novas teorias que provocam uma verda-
deira reviravolta. A obra termina com uma reflexão final do alienista: afinal a loucura reside nos homens verdadeiramente equilibrados. Dado que o único homem que cumpre
esse requisito é ele próprio, Bacamarte interna-se na Casa Verde e torna-se o objeto do seu próprio estudo.

PRÉ-LEITURA
1.1. Resposta pessoal.
Definição dicionarística de loucura:
“1. estado de louco, alienação mental;
2. ato próprio de louco;
3. temeridade; imprudência;
4. extravagância; exagero.”
in Grande Dicionário da Língua Portuguesa, Porto Editora, 2010

Págs. 76-77
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
1.1. Um alienista é um médico que está encarregue de doentes psiquiátricos.
2. a. V.; b. F. – O boticário inicia a conversa inquirindo Bacamarte sobre as esposas de ambos.; c. F. – O protagonista mostra-se pouco interessado na esposa, mudando de assunto.;
d. V.
3. O projeto do alienista consiste numa experiência sobre a loucura que, em seu en­­tender, irá “mudar a face da Terra” (ll. 9-10).
4.1. b.
5.1. a. “a insânia abrangia uma vasta superfície de cérebros” (ll. 13-14); b. “As­sim, apontou com especialidade alguns personagens célebres […] Domiciano, Calígula, etc.” (ll.
17-20); c. “– A ferocidade, Sr. Soares, é o grotesco a sé­­rio.” (l. 24).
6.1. “Há melhor do que anunciar a minha idéia, é praticá-la” (l. 57).

GRAMÁTICA
1.1. a.
1.2. d.
2. a. intervieram; b. analisar-se-ia; c. se tivesse lembrado; d. teria poupado.

ESCRITA
Nota: Esta atividade poderá ser desenvolvida após a leitura da obra integral e da resolução do respetivo guião de leitura orientada (pp. 79-81).
1. Resposta pessoal.
Sugestão de pla­no:
Género de texto: texto de opinião
Intencionalidade comunicativa: comentar/dar opinião
Estrutura:
Tópico a abordar na introdução – contextualização do excerto na obra O Alienista; tomada de posição.
Tópicos a abordar no desenvolvimento (argumentos/contra-argumentos):
• definição objetiva de sanidade mental/loucura, seguida de exemplificação;

• apresentação da definição de loucura de Simão Bacamarte, seguida de exemplificação;

• confronfo das duas definições apresentadas;

Tópico a abordar na conclusão – Re­­forço da posição pessoal assumida.


Recursos de apoio ao professor
Grelha de avaliação da escrita disponível no CD de Recursos.

Pág. 78
ORALIDADE
Leitura de um texto sobre a pintura “A extração da pedra da loucura”, de Hieronymus Bosch, disponível na Faixa 1 do CD Áudio que acompanha o manual.
Materiais projetáveis
Pintura “A extração da pedra da loucura”, de Hieronymus Bosch, disponível no CD de Recursos.
Outros textos
Texto expositivo sobre a pintura “A ex­­tração da pedra da loucura”, de Hieronymus Bosch, disponível no CD de Recursos.
1.2. a. Estupidez; b. Punhal a atravessar a bolsa do dinheiro; c. Imbecilidade; d. Tu­­lipa; e. Crendice e superstição; f. Frade (ou jarro de vinho); g. Reflexo da realidade.
(Para)Textos 9.° ano

Pág. 79
Teste de Verificação de Leitura
1.1. c.; 1.2. b.; 1.3. a.; 1.4. a.; 1.5. c.
2. Chegando à conclusão de que o verdadeiro louco era o homem perfeitamente equilibrado, o Dr. Simão Bacamarte in­­ter­­na-se na Casa Verde, por só ele cumprir tais parâmetros. Passa
então a ser o examinador e o próprio paciente. Acaba por morrer na instituição passados alguns meses.

ASPETOS PARATEXTUAIS
1. As abas apresentam citações transcritas de O Alienista, uma breve síntese biobibliográfica de Machado de Assis e outras obras do autor publicadas pela editora Alma Azul.
2. Materiais áudio e vídeo
Vídeo Machado de Assis, um mestre na periferia, disponível no CD de Recursos.
2.1. / 2.2. Resposta pessoal.
Textos complementares
Verbete de enciclopédia sobre Machado de Assis disponível no CD de Recursos.

Págs. 80-81
Guião de Leitura Orientada
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
Sugestão:
Materiais áudio e vídeo
Encontra-se disponível, no CD de Re­­cursos, um pequeno filme com excertos de O Alienista, telefilme dirigido por Guel Arraes e Jorge Furtado, que poderá ser visionado pelos alunos
como motivação para o estudo da obra.
Capítulos I e II
1.1. Esta frase realça a antiguidade e o carácter remoto da história. Assim, a ex­­pressão “em tempos remotos” sugere, à semelhança do tradicional Era uma vez, um tempo indetermi-
nado/impreciso e longínquo; por outro lado, a expressão “um certo médico” remete para uma personagem anónima.
2. a.
3. Na escolha de uma esposa, o médico não se orientou por valores emotivos, fruto do amor, mas por princípios racionais ligados à ciência e orientados para a procriação.
4.1. Para superar esta situação, o médico mergulhou ainda mais no estudo da ciência e descobriu a área ainda inexplorada da “patologia cerebral”.
5. Em Itaguaí, não tratavam tradicionalmente os loucos e a ideia de juntá-los sob o mesmo teto afigurava-se um sinal de demência.
6. O título justifica-se pela elevada afluência de loucos à Casa Verde, o que fez com que a instituição tivesse de ser ampliada, com a construção de uma nova galeria de trinta e sete
cubículos.
7. 1. c.; 2. a., d., f.; 3. b., e.
7.1. João de Deus – “um sujeito que, chamando-se João de Deus, dizia agora ser o deus João, e prometia o reino dos céus a quem o adorasse, e as penas do Inferno aos outros” (p.
12).
Licenciado Garcia – “o licenciado Garcia, que não dizia nada, porque imaginava que no dia em que chegasse a proferir uma só palavra, todas as estrelas se despegariam do céu e
abrasariam a Terra; tal era o poder que recebera de Deus.” (p. 12).
Capítulos III e IV
1. O sacerdote mostra-se extremamente sensato e tenta alertar o Dr. Simão Bacamarte. Na sua opinião, não haveria benefícios em fazer investigações numa área que já estava perfei-
tamente definida, ou seja, os limites entre a sanidade mental e a loucura. Acha, inclusivamente, que poderia ser perigoso.
Capítulos V e VI
1. Simão Bacamarte começa, de forma coerente para ele, mas totalmente descontrolada para a população, a internar pacientes na Casa Verde, causando o pâ­­nico.
1.1. a. Costa; b. Tia do Costa; c. Mateus; d. Martim Brito.
2. A população estava esperançosa de que D. Evarista incutisse alguma sensatez no marido e evitasse a situação aterrorizadora e descontrolada que se vivia na vila.
Capítulos VII e VIII
1.1. • Recusa inicial da Câmara às reivindicações da representação do grupo rebelde;
• dissidência na Câmara, com o vereador Sebastião Freitas, seduzido pela expressão “Bastilha da razão humana”, a dar o seu aval à rebelião, advogando meios legais;

• marcha dos trezentos e cerco da Bastilha da Casa Verde;

• serena e corajosa intervenção do Doutor;

• ambição política do barbeiro Porfírio, que extrema as posições dos revoltados;

• chegada de um corpo de Dragões e in­­vestida da tropa;

• passagem de um terço dos Dragões para o lado dos revoltados;

• aparente triunfo da revolução, com a queda da Câmara e a assunção, por parte do barbeiro, do governo de Itaguaí;

• proclamação do feriado do dia da libertação;

• conivência do vigário Lopes.

2. Boticário – influenciável e idealista; Porfírio – vira-casaca e oportunista.


Capítulos IX e X
1.1. A partir do momento em que tomou o poder, o barbeiro deixou-se corromper e adotou um discurso prudente e moderado, abandonando os ímpetos revolucionários mais radicais.
2. Mitigada a revolta e apoiado por Porfírio, Simão Bacamarte ficou com o seu poder ainda mais fortalecido pois teve carta branca para aplicar as suas medidas
em prol da ciência, o que levou a internamentos desenfreados e desregrados, uma vez que, a partir daí, tudo era considerado loucura pelo alienista.
Capítulo XI e XII
1. Todos os habitantes de Itaguaí ficaram assombrados, ou seja, abismados com a saída de todos os pacientes da Casa Verde.
2. O parágrafo 4.º do ofício permitia ao alienista receber na Casa Verde pessoas que se achavam no pleno gozo do perfeito equilíbrio das suas faculdades mentais.
3.1. Resposta pessoal.
Sugestão de resposta: O mundo às avessas; A realidade ultrapassa a ficção…
Capítulo XIII
1.1. a. Era dada ao paciente uma oferta, por exemplo, uma casaca, uma bengala, um anel de brilhantes, uma distinção honorífica ou cargo político, consoante a gravidade do caso.; b. O
doente era colocado em situações tentadoras ou emotivamente difíceis e deixava-se atuar a vis medicatrix da natureza.
(Para)Textos 9.° ano

2.1. O doutor Bacamarte ia deduzindo que os últimos pacientes eram tão desequilibrados como os outros, logo não só não havia loucos em Itaguaí como também não havia um
cérebro são; ruía assim qualquer distinção entre loucura e sanidade. Deste modo, Bacamarte concluiu que o seu trabalho fora inteiramente inútil, pois todos os loucos estavam no
exterior do asilo.
Chegando à conclusão de que o verdadeiro louco era o homem perfeitamente equilibrado, o Dr. Simão Bacamarte internou-se na Casa Verde, por só ele cumprir tais requisitos.
3. Materiais áudio e vídeo
Excerto de O Alienista disponível no CD de Recursos.
Título: O Alienista
Ano: 1993
Direção: Guel Arraes e Jorge Furtado
Elenco: Marco Nanini, Giulia Gam, Milton Gonçalves, Cláudio Correa e Castro…
3.1. Resposta pessoal.
Sugestão de Resposta: O desfecho da história comprova que, em Itaguaí, os conceitos de sanidade e desequilíbrio mentais estavam totalmente confundidos. Para o alienista, os limites
entre um estado de loucura e de normalidade esbateram-se e confundiram-se de tal forma que lançaram a vila no caos. Deste modo, a obra termina com esta inquietante questão
proferida pela personagem do vereador Sebastião Freitas: será que o maior louco não seria, de facto, Simão Bacamarte?

Pág. 82
Informação sobre a obra Contos, de Eça de Queirós:
Para além de um excelente romancista, Eça de Queirós é reconhecido pela sua capacidade de contista. Na obra Contos, encontramos uma série de textos muito conhecidos e
estimados pelos leitores, como “Singularidades de uma rapariga loura”, “Um poeta lírico”, “No moinho”, “Civilização”, “O tesouro”, “Frei Genebro”, “Adão e Eva no paraí­so”,
“A aia”, “O defunto”, “José Matias”, “A perfeição” e “O suave milagre”.

PRÉ-LEITURA
1.1. Tendo como base as características do conto, é previsível que “A aia” seja um texto narrativo, de reduzida extensão, com uma ação simples e linear, poucas personagens,
caracterizáveis en­­quanto membros de determinado grupo social (cf. título) e um esquema temporal reduzido (prevê-se que o tempo cronológico seja curto).

Pág. 86-88
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
1. a. ll. 1-9; b. Breve caracterização do rei e seu reino. Partida do rei, deixando a sós rainha e príncipe; morte do rei; c. ll. 10-147; d. Reação das personagens à morte do rei,
assalto do palácio, troca de bebés pela aia, morte do filho da aia, reação das personagens ao salvamento do principezinho. e. ll. 148-152; f. Suicídio da ama, para ir ter com o
filho.
2. Tempo: “Era uma vez” (l. 1); espaço: “um reino abundante em cidades e searas” (ll. 1-2).
3.1. O rei persegue um “sonho de conquista e de fama” (ll. 5-6).
3.2. O rei inicia a sua marcha sob o signo da Lua cheia (enquadramento simbólico do sonho e da ilusão da conquista e da fama); porém, a Lua começa a minguar quando é
anunciada a morte do rei e a derrota das suas tropas.
3.3.1. O rei morre trespassado não por uma, mas por sete lanças (o número sete neste contexto surge associado à tragédia), à beira de um grande rio, que significa o limiar entre
a vida e a morte. Perece também a elite da nobreza guerreira (“flor da sua nobreza”, l. 9).
3.3.2. A morte do rei deixa o governo do reino entregue a uma mulher, ficando o reino vulnerável e à mercê do irmão do rei, homem cruel e impiedoso.
3.3.3. Os advérbios são “magnificamen­­te”, “desoladamente” e “ansiosamente” (ll. 10-11).
3.3.4. A faceta que suscita mais lágrimas é a de pai – comprovado pelo uso dos advérbios “sobretudo” e “ansiosamente” (l. 11), pela sua carga emotiva (em comparação com
os advérbios “magnificamente” e “desoladamente”).
4.1. O diminutivo tem um sentido afe­­tuo­­­so, pois, ao recorrer a este grau, o narrador realça a forma como a rainha vê o seu filho – como um ser humano frágil e indefeso, que
urge defender.
5.1. 1. a.; c.; e.; g.; 2. b.; d.; f.; h.; i.; j.
5.1.1. As duas personagens são bastante diferentes, sendo a imagem do tio inversa à do rei morto – se o rei é caracterizado pela sua nobreza, bravura e bondade, o tio é-o pela
devassidão e maldade. (Nota: a forma como as personagens são designadas pelo narrador, “rei” e “bastardo”, evidencia essas mesmas características.)
6.1. Os aspetos comuns são os seguintes: “tinham nascido na mesma noite de verão” (l. 24); alimentavam-se do “mes­mo seio”, o da aia (l. 24); eram ambos beijados pela rainha
e acarinhados pela aia; para além disso, “Os olhos de ambos reluziam como pedras preciosas” (ll. 27-28). Há, no entanto, um aspeto contrastante entre os dois, que marca a dife-
rença de classe social: enquanto o berço do principezinho “era magnífico e de marfim entre brocados”, o do escravozinho era “pobre e de verga” (ll. 28-29). O contraste social é
ainda sugerido pelas características físicas: o principezinho tinha “cabelo louro e fino” (ll. 25-26); o escravo, “negro e crespo” (l. 27).
7. Mais do que qualquer outra pessoa, a aia chorou copiosa e sentidamente a morte do seu rei.
7.1. A sua crença dizia-lhe que “a vida da Terra se continua no Céu” (ll. 33-34), pelo que acreditava que o seu rei continuava a viver depois da morte.
7.1.1. Para a aia, o céu reproduz a estrutura social existente na terra, mantendo o rei e os seus súbditos a hierarquia vivida na terra.
7.2.1. A sua preocupação com o principezinho é transmitida por verbos expressivos (“tremia”, l. 43), pela adjetivação expressiva (“longa infância”, l. 44, “anos lentos”, l. 45 – estes
adjetivos explicitam o tempo psicológico: a ansiedade e a angústia que cercarão o crescimento do principezinho), pela metáfora (“faminto do trono”, l. 47), a comparação (“de face
mais escura que a noite e coração mais escuro que a face”, ll. 46-47) e a frase exclamativa (“Pobre principezinho da sua alma!”, l. 48).
7.3. A aia, quanto ao relevo, é a personagem principal do conto, pois toda a ação gravita em torno dela (ll. 142-144), sendo a referência dela que intitula o conto. Quanto à
composição, é uma personagem modelada, visto que manifesta complexidade psicológica e moral (ll. 31-60).
8.1. B.; D.; G.; A.; C.; F.; E.
8.1.1. O processo é de encadeamento.
9.1. “Quem o salvara? Quem?…” (l. 112); “Serva sublimemente leal!” (ll. 113-114); “súplicas de que fosse recompensada, magnificamente, a serva admirável que salvara o rei e o
reino.” (ll. 118-119); “Mas como? Que bolsas de ouro podem pagar um filho?” (l. 120).
10.1. A “mãe ditosa” é a rainha e a “mãe dolorosa” é a aia. Na linha da exemplaridade do con­to, as personagens encarnam a mãe feliz, por o seu filho estar a salvo, e a mãe triste,
repleta de dor, pela perda do seu filho querido.
(Para)Textos 9.° ano

10.2. a. nome próprio; b. condição so­­cial; c. características psicológicas.


11.1. “Então um velho de casta nobre lembrou que ela fosse levada ao tesouro real, e escolhesse de entre essas riquezas, que eram as maiores da Índia, todas as que o seu desejo
apetecesse…” (ll. 120-123).
11.2. A personagem detém o prestígio da idade e da nobreza (características importantes numa sociedade tradicional).
12.1. A rigidez da face da aia não desaparece, e esta caminha “com um andar de morta” (l. 125).
12.2. “Todos seguiam, sem respirar, a­­que­­le lento mover da sua mão aberta. Que joia maravilhosa, que fio de diamantes, que pu­­nhado de rubis, ia ela escolher?” (ll. 142-144).
13. A narrativa é fechada, visto que a história conhece um desfecho: o suicídio da aia, a personagem principal.
Linguagem e estilo
1.1. O título indica a personagem principal do conto. A opção pelo determinante artigo definido sugere tratar-se de uma personagem especial, que reunirá em si todas as quali-
dades que distinguem uma excelente aia.
1.2. O carácter indefinido desses contornos, que não permite determinar com precisão nem o tempo histórico ou o tempo cronológico (intemporalidade) nem o es­­paço físico, ajudam
à exemplaridade da história, cujo teor humano pode ser aplicado a muitos tempos e lugares.
2. 1. Metáfora; 2. Comparação; 3. Repetição; 4. Antítese; 5. Metáfora; 6. Eufemismo; 7. Hipérbole; 8. Aliteração; 9. Enu­­­meração.
2.1. 1. A metáfora realça a rigidez e a lividez da face da aia, sugerindo a sua apatia e ausência de vida. 2. A comparação realça a beleza e o brilho dos olhos dos bebés. 3. A
repetição reforça a grandeza do reino, nascida não só da força, mas também do amor. 4. A antítese marca o contraste físico en­­tre os dois bebés: o príncipe e o escravo. 5. A
metáfora sugere que os que pereceram faziam parte da elite da nobreza. 6. O eufemismo, que suaviza a morte dos pajens, está de acordo com as crenças da ama num mundo
para além da morte. 7. A hipérbole exprime o carácter tenebroso e desprezível do irmão do rei. 8. A aliteração do “p” marca a cadência sinistra dos passos. 9. A enumeração
tem um efeito cumulativo, que sublinha a riqueza do tesouro.
3. Na frase estão presentes uma comparação e uma metáfora, que enfatizam o poder desigual e a fragilidade da mulher (“roca” ) em relação ao homem (“es­­pada”) numa
sociedade tradicional.
4.1. 1. c.; 2. b.; 3. d.; 4. a.

Pág. 89
GRAMÁTICA
1. e.; 2. d.; 3. g.; 4. a.
2. a. A Lua cheia que vira marchar o rei; b. atirou o príncipe para o pobre berço de verga; c. deitou o escravozinho no berço real; d. iluminava toda a face do príncipe; e. a aia foi
assim conduzida para a câmara dos tesouros.
3. Advérbios de predicado.
3.1. a. grau normal; b. grau comparativo de superioridade; c. grau normal.
3.1.1. a. muito/bastante/deveras… an­­­­­­sio­­­­samente; b. muito/bastante/deveras… sen­­­­­­­­­­­tidamente; c. muito/bastante/deveras… violentamente.
4. a.; d.; e.
4.1. a. O rei foi chorado magnificamente pela rainha.; d. Um sulco de matança e ruínas ia sendo deixado pelo bastardo.; e. A galeria de mármore foi abalada nesse instante por um
novo clamor.
5. “Só a ama leal parecia segura” – oração subordinante;“em que estreitava o seu príncipe” – oração subordinada adjetiva relativa restritiva;“que nenhuma audá­­cia pode transpor“
– oração subordinada ad­­jetiva relativa restritiva.

Pág. 90
ESCRITA / educação literária
Nota: A fase de textualização poderá ser complementada com a leitura da caixa informativa da pág. 219 (citação e referência bibliográfica).
Recursos de apoio ao professor
Grelha de avaliação da escrita disponível no CD de Recursos.

Pág. 93
PRÉ-LEITURA
1.1. Resposta pessoal.
Sugestão de tópicos resposta:
• Aspeto geral: homem índio, jovem, com a pele avermelhada e ar sereno;

• Aspetos particulares (de cima para baixo): Cabeça: adorno de penas sobre a cabeça, cabelo liso preto, rosto oval, pintado com vários tons, olhos expressivos, nariz bem de­­­lineado,

pena colorida espetada no na­­riz…; Ombros/tronco: ombros largos, tronco robusto, vários colares à volta do pesco­­ço…

Pág. 94
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
1.1. Na primeira parte (dois primeiros parágrafos) narra-se a chegada dos marinheiros a terra e o primeiro contacto com os nativos; na segunda parte (terceiro parágrafo) des-
crevem-se os nativos, física e psicologicamente.
2. B., D., C., A.
3.1. a. Inicialmente descreve-se o aspeto geral do grupo dos nativos (tom avermelhado, nudez), identificando-se os traços físicos mais salientes (rostos e narizes); de seguida
focam-se pormenores do rosto dos membros do grupo (destacando-se os beiços e o osso que os adorna) e, finalmente, descreve-se um nativo em particular. b. Na descrição
articulam-se traços físicos e traços psicológicos: a nudez dos nativos (traço físico) é associada à inocência (traço psicológico).
(Para)Textos 9.° ano

3.2. O escrivão parece impressionar-se, sobretudo com a beleza física dos seus rostos (“de bons rostos e bons narizes, bem feitos” – ll. 12-13) e com a sua nudez inocente (“Andam
nus, sem nenhuma cobertura […] mostrar o rosto.” – ll. 13-15) – o facto de andarem nus e não se envergonharem por isso sugere que se trata de homens primitivos, naturalmente
bons, ainda não corrompidos pela civilização.
4. Exemplo de resposta: a. “meteram--se (dentro)” (l. 3), “arribaram” (l. 3); b. “amainaram” (l. 3), “meteu(-se)” (l. 7); c. “E um pouco ante sol-posto” (l. 4), “já de noute”
(l. 10); d. “é” (l. 12), “Andam” (l. 13), “estão” (l. 14); e. “Traziam” (l. 15), “fazia” (l. 25); f. “feição” (l. 12), “rostos” (l. 12), “narizes” (l. 12); g. “pardos” (l. 12), “bons” (l. 12),
“nus” (l. 13).

GRAMÁTICA
1.1. a. Queda no início; b. Acrescento no fim.
1.1.1. a. Aférese; b. Paragoge.

Sugestão:

Sugere-se o visionamento do filme 1492: Cristóvão Colombo:


Título original: 1492: Conquest of Paradise
Realização: Ridley Scott
Ano: 1992
Duração: 149 minutos
Elenco: Gérard Depardieu, Armand Assante…

Pág. 95
Informação sobre a obra Contos, de Vergílio Ferreira:
Autor de uma obra multifacetada, repartida pelo romance, o conto, o ensaio e o diário, Vergílio Ferreira afirmou-se sobretudo como um dos grandes romancistas do século XX.
Vergílio adotará definitivamente como seus os temas da vida e da morte, do amor, da solidão, da sondagem das profundezas do “eu”, na mira de um autoconhecimento que passa
necessariamente pelo conhecimento do outro, da arte como forma de “dar a ver” o que a rotina do quotidiano esconde e como depuração da vida. […] Transversal a toda a pro-
blemática da sua ficção está ainda o problema da linguagem como instrumento de comunicação que tanto é fonte de (des)entendimento entre os homens como limitação para dizer
situações-limite. Daí a reflexão sobre a linguagem do quotidiano, sobre os (des)encontros que ela possa provocar, a que se opõe a palavra artística, a que nos coloca na senda do
invisível, que diz a angústia, mas também a fascinação e o “puro espanto de existir”.
in http://cvc.instituto-camoes.pt/conhecer/bases-tematicas/figuras-da-cultura-portuguesa/1446-vergilio-ferreira.html (consult. em 22-11-2012)

PRÉ-LEITURA
Materiais áudio e vídeo
Excerto radiofónico “A força da palavra” do programa Portugal Voluntário, da TSF – Rádio Notícias e respetiva transcrição disponíveis no CD de Recursos.
1.1. a. … precisava de ter algo para dar.b. … uma oficina sobre a força e a magia da palavra. c. … as palavras são poderosas. d. … dita de certa forma pode engrandecer/
alegrar uma pessoa e dita de outra forma pode entristecê-la/abatê-la. e. … dá importância às histórias e experiências que as pessoas lhe transmitem, como se de livros se tra-
tasse. f. … dá o que sabe e aprende o que não sabe.

Págs. 100-102
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
1.1. A história decorre numa aldeia e numa vila anónimas (“apareceu na aldeia” (l. 52), “‘Inócuo’ dera volta à aldeia” (l. 67), “A aldeia em peso tremeu” (l. 103), “tribunal da vila”
(l. 118), pertencentes a um meio rural (o Ramos da loja, “o trabalho de um homem de enxada” (l. 16), o taberneiro, o caldeireiro, o guar­da-livros, o Padre-Mestre…).
2.1. 1. c.; 2. i.; 3. e.; 4. d.; 5. a.; 6. f.; 7. h.; 8. b.; 9. g.
2.2. Em termos sociais, Silvestre era viúvo, um proprietário de terrenos que arrendava. Psicologicamente, era generoso, distribuindo tão facilmente as suas economias, que o povo
achava que o fazia movido por “um desejo urgente de comodidade” (ll. 6-7), para simplesmente se sentir em paz. A sua observação de que “o trabalho de um homem de enxada não
era de forma alguma bem pago” (ll. 16-17) revela que era um ho­­mem com preocupações sociais e, no decurso do diálogo com o Ramos da loja, demonstra ser pacato.
3. Na disputa entre o Ramos da loja e o Silvestre, o Ramos chamou-lhe “inócuo” (l. 30), querendo reforçar que o Silvestre era “um pobre-diabo” (l. 28), protegido das dificulda-
des da vida. O Silvestre, desconhecendo a palavra, julgou que se tratava de um insulto, replicando com o mesmo termo. Dois homens assistiram à disputa, e, logo de seguida,
difundiram o termo “à freguesia” (l. 40), acrescentando-lhe o significado de “vadio” (l. 45); com o passar do tempo, a palavra foi adquirindo novos significados, progressivamente
mais pejorativos. No final, esclareceu-se o significado original da palavra, mas tal não foi suficiente para que esta deixasse de ser usada com o valor negativo que foi ganhando.
4.1. a. “bêbedo” (l. 51); b. “trampolineiro ou ladrão dos finos” (ll. 58-59); c. ladrão dos “grossos” (l. 59); d. “de­­vasso e um assassino de caçadeira” (ll. 64-65); e. “parricida” (l. 93);
f. “escroque”; “sou­­­teneur” (l. 102).
4.2. B., A., E., D., G., F., C., J., I., H.
4.3. O termo “inócuo”, desprendido do seu significado próprio, registado no dicionário, foi ganhando novos significados, convertendo-se num insulto, recebendo aceções ofensivas,
consoante as situações. Assim, o termo tornou-se uma espécie de palavra mágica (no caso, de magia negativa), carregada de poderes ofensivos.
5.1. A palavra foi conhecida e proferida por todos os habitantes da aldeia, condensando, veiculando e extravasando todos os seus conflitos e ódios.
5.2. O recurso é a metáfora. A palavra, ao dar a volta pela aldeia, parece ter vida própria, possuindo o poder de secar o fel (metáfora de azedume) das discórdias, de fazer desapa-
recer o ódio do povo. Os verbos “secara” e “escoara” podem ser considerados me­­tafóricos, bem como “fel”.
5.3. Exemplos de resposta: “moca gros­­sa de ferro, seteada de puas” (l. 68), “arma terrível” (l. 69).
6.1.1. c.
6.1.2. a.; d.
(Para)Textos 9.° ano

7.1. Resposta pessoal.


Sugestão de resposta: Em teoria, os dicionários acabam por refletir os sentidos que as palavras vão adquirindo, pois o sentido dos termos evolui. No caso específico, a tentativa
do juiz de voltar a ligar o termo ao seu sentido original é uma tentativa, talvez frustrada, de pacificação.
8. A ação poderá ser classificada como aberta, visto que a última personagem referida imagina uma ação posterior, mantendo a saga da “palavra mágica” em aberto.

GRAMÁTICA
1.1. Apócope (inócuo > inoque) e aférese (inoque > noque).
2.1. a. nunca se tinha zangado com quem quer que fosse; b. gastar rapidamente o dinheiro em vinho; c. Por que despropositada razão estava ele a dar lições de moral?; d. não
tem grandes aborrecimentos, provocados pelas dificuldades da vida; e. o caldeireiro zangou-se com o freguês; f. tentou apaziguar o conflito, acalmar a situação; g. ter mais
cuidado com o que se diz.
2.2. a. palavras; b. sentido; c. expressões idiomáticas.
3.1. a. vadio, bordoada, jorna, ordinário; b. croia, lombeiro, arreou; c. pagnon, souteneur.

OUTROS TEXTOS
1.1. O conto de Vergílio Ferreira foca o problema da linguagem como um instrumento de comunicação que se transforma em fonte de desentendimento entre os homens; no
poema de Carlos Drummond de Andrade, o sujeito poético descreve a sua busca incessante da palavra que funciona como senha/chave da sua vida – e do mundo. Se no conto
a “palavra mágica” é negativa, gerando a violência, no poema, esta é positiva, estando relacionada com a própria identidade pessoal e social.

Pág. 103
ORALIDADE
Materiais áudio e vídeo
Vídeo “O poder das palavras” – Am­­nistia Internacional, disponível no CD de Recursos.
Pré-visionamento
1. Resposta pessoal.
Sugestão de resposta: A Amnistia Internacional luta pelos direitos humanos em todo o mundo e intervém em casos de pessoas presas e torturadas por abuso de autoridade,
independentemente do governo, ideologia, religião ou motivos económicos – é previsível que o tema esteja, por isso, relacionado com a defesa dos direitos humanos.
Visionamento
2. Segundo o vídeo, as palavras são poderosas: tanto podem trazer conforto a alguém, como prejudicar aqueles que as proferem (levando-os à prisão, à tortura e à morte),
apenas por quererem ter liberdade de expressão; o vídeo apela a que, com as nossas palavras, exijamos justiça, marquemos a diferença, sejamos um contributo de esperança
para as pessoas a quem foi negada a liberdade.
Pós-visionamento
3. Resposta pessoal.
Sugestão de tópicos a abordar:
Cada indivíduo deve:
• usufruir do direito à liberdade de ex­­pressão, civicamente (educadamente), sem medo de represálias;

• respeitar os pontos de vista dos outros, mesmo que não concorde com eles;

• lutar para que todos tenham direito à liberdade de expressão (defendendo os que têm dificuldade em expressar livremente a sua opinião).

ESCRITA
Recursos de apoio ao professor
Grelha de avaliação da escrita disponível no CD de Recursos.

Pág. 104
OUTRAS atividades / oralidade
1.1.1. A função do dicionário é a de com­­­pilar as palavras de uma língua ou dialeto, com a explicação do seu significado e informação adicional (classe, género, nú­­mero, flexão).
2.1. Resposta pessoal.
Exemplo de respos­­ta: Zoóbio.
2.2. Zoóbio.
2.3. Bactéria (hipónimo).
2.4. / 2.5. Que vive no interior do corpo dos animais. Nota: para explicitar o significado da palavra, o aluno poderá decompor a mesma em partes, explicitando o significado de
cada um dos elementos constituintes: zoo (animal) + bio (vida).
Materiais projetáveis
Informação sobre “Apresentação oral” disponível no CD de Recursos.

Pág. 105
PowerPoint® Didáticos
PowerPoint® “Evolução fonética e semântica” disponível no CD de Recursos e no e-Manual.

Animação “Evolução fonética


e se­­
mântica”, disponível no
e-Manual.
(Para)Textos 9.° ano

Pág. 106
Exercícios
1. a. síncope do /s/; b. redução vocálica do /a/; c. síncope do /t/; assimilação do /r/ pelo /s/; d. paragoge do /m/; e. síncope do /d/; crase do /u/; f. epêntese do /d/; g. apócope do /e/;
h. metátese do /e/ e do /r/; i. prótese do /e/.
2. a. 2. Retribuição pecuniária do serviço executado; ordenado; b. 2. Malandro; velhaco; trapaceiro.
2.1. Evolução semântica (a evolução fonológica originou mudanças no significante).

Pág. 107
Informação sobre a obra A Substância do Amor e Outras Crónicas, de Eduardo Agualusa:
Eduardo Agualusa, o escritor que nos diz “Quem eu sou não ocupa muitas palavras: angolano em viagem, quase sem raça. Gosto do mar, de um céu em fogo ao fim da tarde.
Nasci nas terras altas. Quero morrer em Benguela, como alternativa pode ser Olinda, no Nordeste do Brasil.”, dividiu A Substância do Amor e Outras Crónicas em três capítulos:
“Ficções”, “In­­quietações” e “Paixões”, que agrupam pequenas histórias de duas ou três páginas.
A Substância do Amor e Outras Crónicas caracteriza-se pelo humor negro e sarcástico mas com perspicazes observações sobre o estado do mundo e sobre o Homem, proferidas
por um narrador que reflete o seu gosto em contar histórias.

PRÉ-LEITURA
1.1. c.

Pág. 109
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
1.1. O Tradutor tinha o trabalho de traduzir em simultâneo, para outras línguas, os discursos do Presidente, isto é, no mo­­mento em que o Presidente os proferia. Uma vez que a
tradução implica uma certa margem de adaptação, o Presidente jogava com esse facto e com a semelhança entre as palavras tradutor e traidor.
2.1. Trata-se da sua predileção por fatos escuros e por óculos de sol, os quais raramente dispensava mesmo de noite, em casa de amigos. Uns garantiam que estava cego, outros
que fora o Presidente que mandara arrancar-lhe os olhos para que ele não visse o que se passava na sede do poder, o Palácio.
2.2. O termo “teia” é usado metaforicamente, sugerindo que há algo de manipulador, de intrincado, complexo e obscuro nos rumores existentes.
3.1. Todos se riam por o Tradutor repetir o que dele dizia, por troça, o Presidente (“É a minha sombra”, l. 12).
4.1. A biografia não era real – pelo contrário, era manipulada conforme os interesses políticos.
5.1. O Tradutor reproduzia o sotaque do Presidente, a sua calma, ficando ambos, a partir de certa altura, indistinguíveis na própria voz.
6. a. Comentava-se, com indignação, que o Presidente era um dos homens mais ricos do mundo.; b. A corrupção do Presidente era sintetizada, com escândalo, no apelido Senhor
Vinte por Cento.; c. No Palácio, a riqueza do Presidente era comentada com orgulho.; d. No Palácio, a corrupção escandalosa era aprovada, repetindo-se “com orgulho”, o
apelido Senhor Vinte por Cento.
7. A dispensa de conselheiros deu liberdade ao Tradutor, que aproveitou a oportunidade para perverter, por interesse pessoal, as palavras do Presidente, chegando a negociar dire-
tamente com os dirigentes estrangeiros.
8. Trata-se do trocadilho entre “Estado” e “estrado.” (ll. 48-49).
9.1. a.; c.; e.
10. O novo presidente declara que a Traição não existe, o que existe são pontos de vista diferentes.
10.1. Resposta pessoal.
Sugestão de resposta: Os pontos de vista diferentes são válidos em certos contextos (liberdade de opinião, de expressão, etc.), mas essa afirmação não legitima a traição. No pro-
cesso de tradução, é imperativo que haja fidelidade ao que é traduzido, embora haja margem para a interpretação.

Pág. 110
GRAMÁTICA
1.1. c.
2. a. estrela decadente; b. deformação profissional; c. Ler doce ler.
2.1. a. Há um trocadilho com a expressão estrela cadente. Associa-se o sentido de célebre ao adjetivo decadente para transmitir a ideia de alguém que perdeu a notoriedade.;
b. Há um trocadilho com a expressão formação profissional. Utiliza-se o termo deformação para transmitir o exagero associado a determinado há­­bito profissional.; c. Há um troca-
dilho com a expressão lar doce lar. Aproveitando a se­­melhança fonética entre lar e ler, bem como o significado da expressão original (o lar é sinónimo de conforto/tranquilidade)
transmite-se a ideia de que ler também é sinónimo dessas qualidades.
3.1.1. 1. b.; c.; 2. a.; d.
3.1.2. Apesar da evolução, ainda existe uma relação entre o significado original e o atual. Embora o “ministro” seja um mem­­­­­bro do governo com um ministério, esta função está
ainda hoje associada àquele que serve a causa pública/os interesses de um país; etimologicamente, “ditador” era aquele que reunia todos os poderes do Estado temporariamente
e atualmente refere-se a alguém que oprime os outros, que é prepotente. Essa opressão e prepotência estão associadas a líderes de Estado, ou seja, um ditador continua a ser
aquele que concentra em si todos os poderes, embora os obtenha por meios pouco claros.
4.1. a. adesão; b. soalheiro; c. mandado; d. racionamento.
4.2. a. adesão: manifestação de apoio ou de solidariedade; aderência: ligação de uma substância a outra; b. solarengo: relativo ou pertencente a um solar (casa nobre); soalheiro:
iluminado pelo sol; c. mandato: autorização para o desempenho de determinadas funções ou trabalhos; mandado: ordem de alguém para que se execute algo; ordem administrativa
emanada duma autoridade; d. racionalização: análise de algo à luz da razão; ra­­cionamento: escassez, limitação de bens.
(Para)Textos 9.° ano

Pág. 111
OUTROS TEXTOS / ESCRITA
Notas:
1. Maria do Carmo Figueira nasceu em 3 de abril de 1955 e, para além de professora auxiliar convidada de Tradução na Universidade Lusófona, é tradutora e monitora de vários
workshops de tradução literária e para legendagem.
2. O documentário To Translate (Pier Paolo Giarolo, Itália, 2008, 56 minutos) fala-nos da “viagem” das palavras entre um idioma e outro, transportadas pelo tradutor, que carrega
as malas e nos guia. A linguagem torna-se um instrumento musical e o tradutor, um padeiro que prepara o pão todos os dias.
1.1. Resposta pessoal.
Sugestão de resposta:
1§ – Projeção, no DocLisboa, do documentário To Translate;
2§ – Entrevistas a onze tradutores e imagens de padarias e padeiros de várias nacionalidades;
3§ – Testemunhos de tradutores de vá­­rias línguas sobre o seu trabalho;
4§ – Explicação da analogia feita pelo realizador entre a tradução e o fabrico do pão;
5§ – Apresentação de vários exemplos da exigência e dificuldade que caracterizam essa viagem das palavras, ou seja, a tradução.
Sugestão:
Outros textos
Encontra-se disponível, no CD de Re­­cursos, outro texto de Maria do Carmo Figueira, “Quebra-cabeças”, sobre as ques­­­­­tões problemáticas levantadas pelo ato de traduzir.

Pág. 113
1.1. 1. d.; 2. a.; 3. e.; 4. b.; 5. c.; 6. g.; 7. f.
2.1. Episódio de Inês de Castro.
Nota: A Ilha dos Amores é fictícia, não correspondendo a uma localização geográfica precisa; por uma questão didática, e dado que a Ilha é oferecida aos nautas Portugueses
na viagem de regresso a casa, localiza-se a mesma algures no Oceano Índico.

Episódios d‘Os Lusíadas


De acordo com Jorge de Sena (A Estrutura de Os Lusíadas e Outros Estudos Camonianos e de Poesia Peninsular do Século XVI, Edições 70, 1980), os episódios da epopeia
camoniana são os seguintes: Salado (III, 107-117), Inês de Castro (III, 118-135), Aljubarrota (IV, 28-45), Velho do Restelo (IV, 94-104), Adamastor (V, 37-60), Doze de Inglaterra
(VI, 43-69), S. Tomé (X, 118-119) e, porventura, a Tempestade (VI, 70-79).
Por uma questão didática (e entendendo o episódio como um bloco textual que, embora se encontre integrado no texto principal, se revela relativamente autossuficiente em
termos semânticos), consideram-se também como episódios o Consílio dos Deuses (I, 19-41), Despedidas em Belém (IV, 84-93) e a Chegada a Portugal (X, 142-144).
Textos complementares
Encontra-se disponível, no CD de Re­­cursos, um excerto do referido texto de Jorge de Sena.

Pág. 115
Exercícios
Sugere-se a seguinte metodologia de trabalho:
1. Leitura do texto A.
2. Resolução e correção do exercício 1.
1.
c. 1524 – Nascimento, provavelmente em Lisboa.
1542-1545 – Ida para Lisboa, onde conquista fama de bom poeta.
c. 1549 – Ida para Ceuta.
1551 – Regresso a Lisboa; Prisão na Cadeia do Tronco.
24.03.1552 – Ida para a Índia, na armada de Fernão Álvares Cabral.
1556 – Ida da Índia para Moçambique.
1569 – Ida de Moçambique para Lisboa.
1572 – Publicação de Os Lusíadas.
10.06.1580 – Morte, em Lisboa.
1587 – Publicação do Auto dos Anfitriões e do Auto do Filodemo.
1595 – Publicação de Rimas.
3. Leitura do texto B e anotação do tema e das ideias principais.
4. Apresentação oral das notas tomadas.
5. Resolução e correção do exercício 2.

Materiais projetáveis
Esquema “Contexto histórico-social e cultural do século XVI” e respetiva resolução disponíveis no CD de Recursos.

Textos complementares
Texto “O ideal renascentista da epopeia”, in António José Saraiva e Óscar Lopes, História da Literatura Portuguesa, disponível no CD de Recursos.

Pág. 116
PRÉ-LEITURA
1.1. Resposta pessoal.
Sugestão de tópicos a abordar:
(Para)Textos 9.° ano

Austeridade das condições de vida a bordo:


• má alimentação (pouco variada devido à insuficiência na armazenagem e conservação dos alimentos; falta de qualidade da água);

• doenças (p. ex.: escorbuto, devido à au­­sência de vitamina C na alimentação);

• insalubridade e exiguidade do espaço;

• longa duração das viagens;

• imprevisibilidade e/ou adversidade das condições de navegação (ventos, calmarias, temporais);

• possibilidade de naufrágios ou de ataques de inimigos;

• probabilidade de rixas e motins…

Págs. 117-118
LEITURA
1. a. XX; b. XVI; c. reportagem; d. tempo; e. suposta; f. quinhentistas.
2.1. b.; 2.2. a.; 2.3. a.; 2.4. c.
3. O sacerdote sente-se incomodado com a linguagem imprópria e injuriosa do nauta, daí que, de forma bem-humorada, o censure, afirmando que, já que perdia o dinheiro, ao
jogo, pelo menos, se contivesse na linguagem, para não ofender a Deus e resguardar a alma.
4. “E agora que se descobriu […], há três anos, o caminho marítimo para a Índia” (ll. 97-99).
5. Este texto é ficcional pois não relata um acontecimento verdadeiro/real, mas baseia-se na simulação da realidade. No século XVI, não se escreviam nem se publicavam artigos
jornalísticos; não ha­­via, tão-pouco, repórteres ou comunicação social; em vez disso, escreviam-se diários de bordo ou cartas (ex.: Carta do Achamento do Brasil, de Pêro Vaz de
Ca­­minha), dando conhecimento das novas descobertas. A forma como se simula a realidade (e o próprio artigo jornalístico) é bastante plausível (verosímil) – parece que a pessoa
que escreveu o texto é mesmo um repórter que viveu no século XVI.

GRAMÁTICA
1. 1. f.; 2. a.; 3. e.; 4. d.; 5. g.
2. a. É uma grande aventura sulcá-las.; b. O repórter da Visão conta-o.; c. Quem sabe se não as poderemos estabelecer. / Quem sabe se não poderemos estabele­cê--las.
2.1. Complemento direto.

Pág. 119
ORALIDADE
Materiais áudio e vídeo
Excerto do documentário televisivo Grandes Portugueses – Vasco da Ga­­­ma disponível no CD de Recursos.
Pré-visionamento
1. Vasco da Gama foi um intrépido marinheiro que liderou a sua armada até ao Oriente, em embarcações instáveis, por mares que não eram conhecidos. Este navegador ajudou
a revelar novos mundos ao mundo até aí conhecido.
Visionamento
2. Resposta pessoal.
Sugestão de resposta:
Vasco da Gama:
– descobriu o caminho marítimo para a Índia, em dificílimas circunstâncias, possibilitando o que hoje conhecemos como globalização;
– foi embaixador do rei de Portugal;
– desde muito jovem defendeu os interesses da corte portuguesa e, quando partiu para tão arriscada missão, ia imbuí­­­do do espírito de cruzada;
– contribuiu de forma decisiva para a construção do império ultramarino português, que chegou aos confins da Ásia Oriental, e pôs em ligação e intercâmbio gentes, produtos,
costumes, culturas e línguas de todo o mundo;
– abriu caminho, no séc. XV, ao mundo global em que hoje vivemos: foi pioneiro da globalização.
3. Vasco da Gama agiu de forma extraordinária ao liderar a frota até à Índia numa viagem dificílima, enfrentando correntes imprevisíveis num mar desconhecido. Depois desta via-
gem, as naus, “a caminho da Índia ou da costa oriental de África", passariam a usar esta rota. Este grande português possibilitou a ligação entre o Oriente e o Ocidente e, graças às
suas capacidades diplomáticas como embaixador, a criação de “uma aliança política e comercial com Portugal” e, por isso, rotas comerciais duradouras. Assim, pode considerar-se
este navegador como “o pioneiro, para o melhor e para o pior, do que hoje conhecemos por globalização”.
Pós-visionamento
4. Resposta pessoal.

Materiais projetáveis
Lista de outras personalidades portuguesas e respetivos feitos disponível no CD de Recursos.

TRABALHO DE PESQUISA
1.1. 1. Quadrante – Permitia determinar, a partir da Estrela Polar, a distância entre o ponto da partida e o lugar onde a nau se encontrava no sentido norte-sul.; 2. Balestilha –
Composta por duas peças (o virote e a soalha), possibilitava a medição, à noite, da altura em graus que unia o horizonte ao astro.; 3. Bússola – Era o instrumento mais importante
a bordo e indicava o norte. Foi inventada pel­­os chineses e era mais conhecida por agulha.; 4. Astrolábio – Permitia calcular a distância entre o ponto de partida e o lugar onde os
marinheiros se encontravam, a partir da altura do sol ao meio dia.; 5. Sextante – Era muito utilizado na navegação estimada, sendo o método de marear que determinava a
posição da nau, cruzando a informação do mapa com um local já conhecido. Permitia calcular a abertura angular de um astro e o horizonte, de forma a encontrar a posição atual do
navio.; 6. Ampulheta – Orientava a vida dos marinheiros e media o tempo através de um fio de areia. Fazia-se o acerto ao meio-dia com o astrolábio.

Outros textos
Encontra-se disponível, no CD de Re­­cursos, o texto “A ciência também em­­barcou”, publicado na revista Visão.
(Para)Textos 9.° ano

Pág. 120
Textos complementares
Encontram-se disponíveis, no CD de Recursos:
• o verbete “Epopeia”, in Carlos Reis e Ana Cristina Macário Lopes, Dicionário de Narratologia;

• Boletim Informativo da Fundação Calouste Gulbenkian, série II, n.º 25, 1972.

PowerPoint® Didáticos
PowerPoint® “A epopeia Os Lu­­­síadas” disponível no CD de Recursos e no e-Manual.

Pág. 122
Nota: Todas as subunidades d’Os Lusíadas são introduzidas por um friso cronológico que permite situar/contextualizar o excerto em análise na estrutura in­­ter­­na da epopeia.

PRÉ-LEITURA
1.1. Considerando a etimologia, o poeta apresentará na Proposição o tema que vai explorar.

Nota sobre os itálicos no texto:


Conforme acontece com a edição d’Os Lusíadas citada, são grafadas em itálico as palavras:
– que atualmente não se escrevem nem pronunciam como estão no texto (ex.: fermosa, Canto V, est. 57, v. 1);
– cuja acentuação aparece modificada por exigência do verso (ex.: Centimano – Canto V, est. 51, v. 2).

Págs. 123-124
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
1. A primeira parte corresponde às estâncias 1 e 2 (assunto do poema); a segunda, à estância 3 (propósito do poeta e da obra).
2.1. No primeiro verso apresentam-se os homens ilustres e os seus feitos de armas (“As armas e os barões assinalados”).
3.1. Para além dos homens ilustres, também são protagonistas da obra os reis responsáveis pela expansão da cristandade e do Império Português (“Reis que foram dilatando/A
Fé, o Império” ) e todos aqueles cujos feitos nunca serão esquecidos (“aqueles que por obras valerosas/Se vão da lei da Morte libertando”).
4. d.
5. “Cantando espalharei por toda a parte” (est. 2, v. 7).
5.1. Com a sua obra, o poeta pretende divulgar universalmente o grande valor dos lusos. A determinação da sua ação é marcada pelo futuro do indicativo (modo verbal associado
à enunciação de factos reais/certos) e pelo gerúndio, que, exercendo a função sintática de modificador do grupo verbal, aponta para o meio/modo como será feita a divulgação:
através de um canto que se prolongará no tempo.
6.1. O poeta pretende levar a todo o globo a glória dos Portugueses, se tiver talento (“engenho”) e habilidade (“arte”) para tal.
7.1. O herói d’Os Lusíadas é um herói coletivo – o povo Português –, como se comprova pela expressão “peito ilustre Lusitano” (est. 3, v. 5).
Nota: O professor poderá explicitar aos alunos que a expressão “peito ilustre Lusitano” é uma metonímia, na me­­dida em que se toma os Portugueses por uma característica sua
(valor/coragem).
7.1.1. O herói d’Os Lusíadas é digno de ser cantado por ter contribuído para a expansão da cristandade e do Império Português, por ter atravessado “mares nunca dantes
navegados”, passando por “perigos e guerras esforçados,/Mais do que prometia a força humana”, edificando um “Novo Reino”, e por ter cometido obras “valerosas”.
7.1.2. Este impulso dos Portugueses de ultrapassarem os limites até aí impostos ao Homem relaciona-se diretamente com o espírito humanista de valorização do Homem e dos
seus feitos. Assim, os Portugueses, com o seu valor e ânimo, “A quem Neptuno e Marte obedeceram”, triunfaram na navegação e nos feitos militares, chegando à condição de
mito.
8. O poeta pretende que sejam esquecidos os grandes nomes da Antiguidade, nomeadamente, Ulisses, Eneias, Alexandre Magno e Trajano, porque estes foram ultrapassados
pelos valorosos Portugueses, a quem até os deuses obedeceram. Assim, com o verso final (“Que outro valor mais alto se alevanta” ), o poeta anuncia que a fama dos Portugueses
ultrapassará a dos heróis cantados pelas epopeias antigas.
9. 1. f.; 2. c.; 3. g.; 4. d.; 5. a.
9.1. 1. A sinédoque realça que, apesar de só alguns terem ido para o mar, todos os Portugueses estão representados na obra épica de Camões.; 2. A hipérbole salienta o valor
dos Portugueses que realizaram feitos superiores ao que se esperava do homem.; 3. A enumeração enfatiza a ação dos reis na edificação do Império Português, especialmente
a ação na dilatação da Fé.; 4. A antonomásia realça uma característica tanto de Ulisses como de Eneias, a sabedoria, exaltando, assim, a mesma característica dos lusos (que os
ultrapassaram).; 5. A metonímia substitui, pela referência à “Musa antiga”, todos os heróis cantados pelas epopeias da Antiguidade, presentemente ultrapassados em valor pelos
Portugueses.
10.1. b. Exemplo: estrutura da primeira frase d’Os Lusíadas: CD (“As armas […] lei da Morte libertando”) + Modificador do GV (Cantando) + sujeito subentendido [Eu] + Núcleo
verbal (“espalharei”) + modificador do GV (“por toda parte”); c. cf. 9. e 9.1.; d. Alusão a Ulisses e Eneias.
11. Camões pretende, logo na Proposição, transmitir a dimensão épica da obra, valorizando as façanhas dos portugueses que ultrapassaram a sua condição de homens. Assim,
estes marinheiros vão ascendendo de homens aparentemente frágeis e pouco capazes a heróis que igualam os deuses. Deste modo, assistimos a uma mitificação do herói da obra.

GRAMÁTICA
1. b.
2. a. Verbo principal transitivo direto; b. Verbo auxiliar; c. Verbo principal transitivo indireto; d. Verbo principal intransitivo (“Cesse”); verbo principal transitivo direto (“canta”).

Pág. 125
ORALIDADE / escrita
Outros textos
Texto expositivo “A Proposição d’Os Lusíadas” disponível no CD de Recursos.
Leitura do texto sobre a Proposição de Os Lusíadas disponível na Faixa 2 do CD Áudio que acompanha o manual.
(Para)Textos 9.° ano

Pré-escuta
1. Resposta pessoal.
Escuta
2. a. assunto; b. Oriente; c. navegação; d. militares; e. marinheiros; f. homens; g. reis; h. indivíduos; i. propósito; j. estrutura; k. Viagem; l. História de Portugal; m. Mitologia;
n. Considerações do Poeta.
Pós-escuta
3. Resposta pessoal.
Sugestão de resposta:
Na Proposição d’Os Lusíadas apresenta-se o assunto e o objetivo da epopeia: divulgar amplamente as conquistas e navegações portuguesas no Oriente (com destaque para
os feitos dos militares que aí obtiveram grandes vitórias e dos marinheiros que sulcaram os mares). Para além disso, pretende-se divulgar outros aspetos relacionados com a
História de Portugal – nomeadamente os feitos dos reis que contribuíram para a difusão da Fé e do Império e dos indivíduos que, pelas suas obras “valerosas”, se tornaram
imortais. Daqui se conclui que, ao contrário do que acontecia nas epopeias da Antiguidade greco-latina (Ilía­da, Odisseia e Eneida), em que a ação girava em torno de um herói
individual (Aquiles, Ulisses e Eneias, respetivamente), o herói de Os Lusíadas é coletivo (povo português).
Nesta primeira parte da epopeia, é possível inferir os quatro planos que constituirão os pilares da estrutura da obra: Viagem (est. 1), História de Portugal (est. 2, vv. 1-6),
Mitologia (est. 3) e Considerações do Poeta (est. 2, vv. 7-8).

Pág. 128
Nota:
Embora a Invocação e a Dedicatória d’Os Lusíadas não integrem a Lista de Obras e Textos para Educação Literária prescritos nas Metas nem o corpus textual obrigatório
preconizado pelo PPEB, as autoras consideram que o estudo destas duas partes d’Os Lusíadas é essencial para a apreensão do sentido global da epopeia camoniana. Conse-
quentemente, são apresentadas propostas de trabalho com enfoque nestas duas partes constitutivas da epopeia.

PRÉ-LEITURA

Materiais áudio e vídeo


Música e letra “Os demónios de Alcácer Quibir”, de Sérgio Godinho, disponíveis no CD de Recursos.
1. Textos complementares
Artigo sobre D. Sebastião, da Infopédia, disponível no CD de Recursos.
2.1. A principal diferença entre a verdade histórica e a verdade narrada na canção reside no facto de esta última nos mostrar, de forma parodiada, um pedante rei
D. Sebastião que, ao contrário de perecer em Alcácer Quibir, sobreviveu e se encontrava na moirama a contar histórias, até morrer, vítima de tuberculose trazida pelo
excesso de nevoeiro.

Pág. 129
EDUCAÇÃO LITERáRIA / LEITURA
1. a. 4 e 5; b. 6 e 9; c. Tágides/ninfas do Tejo/filhas do Tejo; d. grandioso; e. valor; f. “ó bem nascida segurança […] pe­­que­­na Cristandade” (est. 6, vv. 1-4).; g. “ó novo temor da
Maura lança […] dar parte grande” (est. 6, vv. 5-8); h. epopeia/obra/obra épica; i. “um novo exemplo/De amor dos pátrios feitos valerosos, em versos devulgado numerosos”.
2.1. a. “agreste avena” e “frauta ruda” – sendo um instrumento musical de sopro utilizado pelos pastores, a flauta/avena é conotada com a ideia de simplicidade e bucolismo
(os adjetivos “agres­­te” e “ruda” realçam isso mesmo), sim­­­bolizando o “verso humilde” característico da poesia lírica, já cultivada por Camões; b. “tuba canora e belicosa” – a
tuba é um instrumento musical de sopro com um som bastante grave, conotado simultaneamente com a harmonia/melodia (“canora”) e a força guerreira (“belicosa”).
2.2. O estilo cultivado em Os Lusíadas é o estilo elevado, característico de qualquer epopeia.
2.2.1. 1. b.; 2. a.; 3. d.; 4. e.; 5. c.

Pág 130
GRAMÁTICA
1.1. a. “Tágides minhas”; b. “ó bem nascida segurança […] pequena Cristandade”, “ó novo temor da Maura lança […] dar parte grande)”; c. “contemplo”; d. “criado/Tendes”,
“Dai”; e. “Inclinai”, “ireis”, “Ponde”; f. “minhas”, “mi”, “me”; ­­g. “vós”, “vosso”,“vossas”, “vos­sa”; h. “vós”, “vos”.
1.1.1. Camões terá utilizado os vocativos e as formas de segunda pessoa do plural com um intuito persuasivo – a sua intenção era interpelar os destinatários e, de seguida,
fazer-lhes pedidos; para isso, optou por um tom fortemente apelativo, marcado pelo uso persistente de vocativos e pela repetição do modo imperativo.

OUTROS TEXTOS / educação literária


Sugere-se a seguinte metodologia de trabalho:
1. Leitura do exercício.
2. Audição do poema musicado “Camões e a tença” – disponível no CD de Recursos.
3. Se necessário, projeção do poema “Camões e a tença”.
Materiais projetáveis/Materiais áudio e vídeo
Poema “Camões e a tença”, de So­­phia de Mello Breyner Andresen e respetiva interpretação, por José Mário Branco, disponíveis no CD de Recursos.
4. Análise comparativa (oral) dos dois textos, focando a relação entre Camões e o Paço. É importante que os alunos:
– debatam ideias e justifiquem opiniões;
– fundamentem, com base nos dois textos, os seus pontos de vista/apreciações críticas.
5. Registo no quadro dos tópicos abordados.
6. Síntese escrita da resposta à pergunta 1.1.
1.1. Resposta pessoal.
Sugestão de resposta:
Na Dedicatória d’Os Lusíadas, Ca­­mões oferece a sua epopeia ao rei D. Sebastião (que representa o Paço), descrevendo o rei e a Pátria de forma bastante elogiosa: o monarca,
apesar de extremamente jovem, é encarado como garantia de independência de Portugal e de difusão do Cris­tianismo; os Portugueses, como povo guer­­­reiro de inestimável valor.
(Para)Textos 9.° ano

Em “Camões e a tença”, estabelece-se entre o Poeta, o Paço e a Pátria/País uma relação bastante diferente: Camões de­­pende de uma tença (paga com dificuldade), tença essa
dada pelo Paço, como esmola – gerando uma situação de humilhação e desconforto; a Pátria, neste segundo texto, é constituída por gente curvada, dobrada e entristecida, indiferente
ao seu talento/génio, empenho e ao valor da sua epopeia.
Se, na Dedicatória d’Os Lusíadas, en­­contramos um Camões ativo e confiante, no poema de Sophia deparamo-nos com um poeta dependente, im­­­­­­potente e desiludido.

Pág. 131
PRÉ-LEITURA
1.1. “vários”.
1.1.1. Exemplo de resposta: Polígono, poliglota, polifonia, polimorfo…
Leitura expressiva do texto disponível na Faixa 3 do CD Áudio que acompanha o manual.

Págs. 136-137
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
1.1. a.
1.1.1. a. marinheiros/Portugueses; b. ocea­­­­­no Índico; c. “navegavam”; d. “apartan­­do”; e. “respiravam”; f. “inchando”; g. “mostravam”; h. “cortando”; i. pretérito imperfeito;
j. gerúndio.

Textos complementares
Verbete “In medias res”, in Carlos Reis e Ana Cristina Macário, Dicionário de Narratologia, disponível no CD de Recursos.
2.1. b.
2.2. Júpiter solicita a Mercúrio, o mensageiro dos deuses, que convoque os deuses. As divindades vêm de todo o cosmos, para, em conselho, decidirem se os nautas portugueses
devem conseguir chegar à Índia.
3.1. A omnipotência dos deuses olímpicos é transmitida, sobretudo, por dois recursos: a adjetivação expressiva e a comparação hiperbólica. A primeira está presente em expres-
sões como “Olimpo luminoso”, “consílio glorioso”, “cristalino Céu fermoso” (dupla adjetivação, es­­tan­­do o primeiro adjetivo anteposto), “Alto Poder” (adjetivação anteposta),
“Padre […] sublime e dino” (du­­pla adjetivação), “gesto alto, severo e soberano” (tripla adjetivação)…; a se­­gunda, nos versos “Com hũa coroa e cetro rutilante,/De outra pedra
mais clara que diamante”.
4.1. O discurso de Júpiter começa na estância 24 e termina na 29.
4.2. Júpiter dirige-se aos deuses do Olimpo (“Eternos moradores do luzente,/ Estelífero Polo e claro Assento”).
4.3. De acordo com Júpiter, estava traçado pelo destino que os Portugueses deveriam chegar à Índia, construindo um grande império, que destronaria em mérito e fama os
quatro grandes impérios do mundo.
4.4. Júpiter, no seu discurso, refere que, no passado, os Portugueses ganharam fama “com Viriato, na inimiga/Guerra Romana” e com Sertório, “que, peregrino,/Fingiu na cerva
espírito divino”. No presente, os lusos, “cometendo/O duvidoso mar num lenho leve” arriscam-se “Por vias nunca usadas, não temendo/De Áfrico e Noto a força”, de modo a
chegar ao Oriente (“A ver os berços onde nasce o dia”).
4.5. O pai dos deuses profetiza que está predestinado ao povo Português o domínio do oceano Índico e a chegada à “nova terra que deseja”, depois de tão dura viagem.
4.6. Júpiter determina que, considerando o valor dos Portugueses e os perigos e adversidades que enfrentaram até àquele momento, os nautas merecem ser bem recebidos na
costa africana antes de prosseguirem viagem até à Índia.
5.1. a. Baco; b. Oponente; c. Teme que, no Oriente, os seus feitos sejam esquecidos.; d. Vénus; e. Adjuvante; f. Os Portugueses são parecidos com o povo ro­­­­mano.; g. O povo luso
cultiva o amor pelo próximo e pelas grandes causas.; h. A língua portuguesa deriva do latim.; i. A deusa Vénus seria celebrada onde os portugueses chegassem.; j. Marte; k. Adju-
vante; l. A argumentação de Baco é suspeita, já que este deus está de “estâmago” danado.; m. Mar­­­­te apoia os Portugueses porque pensa que estes merecem o seu apoio ou
porque, tendo tido uma relação com Vénus, toma o partido da deusa.; n. Apoiar os Portugueses.
6.1. Trata-se da estância 35.
6.2.1. O primeiro termo de comparação é introduzido por “Qual” (v. 1) e o segundo por “Tal” (v. 7).
6.2.2. O poeta compara o tumulto que se gera entre os deuses do Olimpo a uma forte tempestade, realçando a fúria dos ventos, a movimentação do arvoredo e os sons tem-
pestuosos.
6.2.3.1. O recurso expressivo é a aliteração. De facto, a repetição de sons fricativos e vibrantes (Qual Austro fero ou Bóreas, na espessura,/De silvestre arvoredo abastecida”) e
nasais (“Rompendo os ramos vão da mata escura,/Com ímpito e braveza desmedida;/Brama toda a montanha, o som murmura”) sugere o som do vento e a movimentação do
arvoredo motivado pela sua passagem. (Nota: A aliteração de sons consonânticos nasais surge articulada com a assonância de sons vocálicos na­­sais.)
7.1. a. Antonomásia/perífrase; b. Enumeração; c. Antítese; dupla adjetivação; d. Si­­nédoque; e. Anáfora.
8.1. A estância é uma oitava. O esquema rimático é ABABABCC (a rima é cruzada nos seis primeiros versos e emparelhada nos dois últimos).
8.2. a. Es|te|lí|fe|ro| Po|lo e| cla|ro A|ssen (to); b. Co|mo é| dos| Fa|dos| gran|des| cer|to in|ten (to); c. De A|ssí|rios|, Per|sas|, Gre|gos| e| Ro|ma (nos).
8.2.1. Os versos são decassilábicos.

Pág. 138
GRAMÁTICA
1.1. a. A vírgula isola o modificador apositivo do nome.; b. As vírgulas separam os elementos de uma enumeração.; c. As vírgulas isolam um advérbio conectivo.; d. As vírgulas
isolam o vocativo; e. As vírgulas delimitam a oração subordinante, que se encontra encaixada na oração subordinada completiva.; f. A vírgula isola o modificador.
2. 1. d.; 2. b.; 3. c.; 4. a.
PowerPoint® Didáticos
“A mitologia greco-latina n’Os Lusíadas” disponível no CD de Recursos e no e-Manual.
(Para)Textos 9.° ano

Sugestões:
•De modo a consolidar as aprendizagens, o professor poderá solicitar aos alunos quer a realização de sínteses finais de cada episódio quer a esquematização dos aspetos estruturais
e temáticos mais relevantes (cf. Quadro-resumo d’Os Lusíadas, disponível na pág. 188).
• O professor tem disponível, na página 199, uma atividade de compreensão do oral sobre o navegador Vasco da Gama; tal atividade poderá ser dinamizada após a conclusão do

estudo do episódio do Consílio dos Deuses, como motivação/apresentação do plano da viagem.

ESCRITA
Recursos de apoio ao professor
Grelha de avaliação da escrita disponível no CD de Recursos.

Pág. 139
PowerPoint® Didáticos
“A mitologia greco-latina n’Os Lusíadas” disponível no CD de Recursos e no e-Ma­­nual.

Pág. 140
Exercício
1. Mercúrio; 2. Tétis; 3. Vulcano; 4. Júpiter; 5. Vénus; 6. Baco; 7. ninfas; 8. Cupido.

Pág. 141
PRÉ-LEITURA
1.2. Tendo em conta o significado dos nomes, Inês poderá ser uma mulher pura, com bons sentimentos e, atendendo à simbologia do “cordeiro”, poderá ser também alguém
que se sacrifica pelos outros. Pedro poderá ser o nome de um homem duro e obstinado.
2.1. b.
2.2.1. a. Inês de Castro e D. Pedro, filho de D. Afonso IV. b. Indicação do local onde decorre parte da ação do episódio em análise.

Pág 142
Leitura expressiva do texto disponível na Faixa 4 do CD Áudio que acompanha o manual.

Págs. 145-146
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
1.1. O caso que se vai narrar aconteceu em Portugal, após a vitória obtida por D. Afonso IV na batalha do Salado, ou seja, no século XIV, mais propriamente em 1340.
2.1. A entidade abstrata é o Amor e o narrador caracteriza-o como sendo cruel, pois foi o causador da morte de Inês. Segundo o narrador, o Amor é “fero”, “áspero” e “tirano”,
pois alimenta-se das lágrimas e do sofrimento dos que amam.
2.1.1. O narrador personifica o amor, uma vez que lhe atribui qualidades tipicamente humanas. Para isso contribuem a apóstrofe articulada com a adjetivação anteposta (“fero Amor”),
a metáfora hiperbólica (“a sede tua/Nem com lágrimas tristes se mitiga”) e a dupla adjetivação (“áspero e tirano”).
3.1. Inês era uma mulher linda e jovem. Estava apaixonada e sentia-se muito feliz com a relação que tinha com D. Pedro, vivendo numa ilusão, pois acreditava que o amor entre
ambos era possível.
3.2. A Natureza assume-se como confidente dos sentimentos de Inês (“Aos montes insinando e às ervinhas/O nome que no peito escrito tinhas.”). Há, pois, uma relação de cumpli-
cidade entre a fidalga e a Natureza que a rodeia.
3.3. “Naquele engano da alma, ledo e cego,/Que a Fortuna não deixa durar muito”; “De noite, em doces sonhos que mentiam”.
4.1. O rei fica incomodado com a atitude do filho, pois a rejeição de outras mulheres gerava comentários e boatos entre o povo.
4.2. “Tirar Inês ao mundo determina”.
4.2.1. O recurso expressivo é o eufemismo.
4.3. Na estância 123, o narrador interroga-se relativamente à atitude do rei, não compreendendo como é possível que um homem tão forte, que lutou contra os Mouros, possa
usar as mesmas armas contra uma donzela indefesa e inocente.
5.1. Ao ver Inês, o rei fica comovido e sente-se, desde logo, tentado a perdoá-la.
5.2. Inês teme o facto de saber que irá deixar os seus filhos, tão pequenos, órfãos. Magoa-a também saber que, ao morrer, irá ficar para sempre privada do amor de Pedro.
6.1. a. Apela à humanidade do rei para que a perdoe, pois não é humano mandar matar uma donzela fraca só por esta se ter apaixonado por quem a conquistou (est. 127).; b. Apela
à piedade e ao respeito pelos seus filhos, que são também netos do monarca (est. 127).; c. Apela à clemência do rei, que, tal como sabe dar a morte aos mouros, saiba também dar
a vida, poupando-a (est. 128); d. Se, apesar da sua inocência, o rei a quiser castigar, implora pelo desterro, de forma a poder cuidar dos seus filhos, que tanto precisam dela (est. 129).
7.1. D. Afonso IV não pode perdoar Inês, pois os seus conselheiros convencem-no de que ela poderá representar um perigo para a independência de Portugal, caso D. Pe­­dro case
com ela.
7.2.1. O narrador recorre à comparação (compara Inês a Policena, uma vez que esta foi vítima da ira de Pirro e também foi sacrificada de forma cruel e impiedosa), à antítese e
à pergunta retórica (vv. 7-8).
8. a. Natureza; b. montes; c. flor; d. co­­lhida; e. ninfas; f. Mondego; g. Fonte dos Amores.
9.1. Resposta pessoal.
Sugestão de resposta: Ao longo do episódio, podemos concluir que D. Inês era uma mulher pura, inocente, vítima dos sentimentos que não pôde controlar. Além disso, no
momento em que é julgada, percebendo que não obterá perdão, sujeita-se ao sacrifício que lhe é imposto. Quanto a D. Pedro, depois de assumir o trono, perseguiu de forma
im­­placável os assassinos de Inês e vingou a sua morte de forma cruel e dura.
(Para)Textos 9.° ano

Pág. 147
GRAMÁTICA
1.1.
Aférese: alevantada > levantada; amostrais > mostrais
Síncope: fruito > fruto; enxuito > enxuto; despois > depois
Paragoge: co > com
Prótese: inda > ainda
Epêntese: indina > indigna
Assimilação: fermosos > formosos
Dissimilação: mininos > meninos
2.1. Sugestão de resposta: a. casual; b. mortal; c. povoado; d. ferocidade.

ORALIDADE
Materiais áudio e vídeo
Rubrica radiofónica “Última hora! Inês é morta!”, Portugal Passado – TSF-Rádio Notícias e respetiva transcrição disponíveis no CD de Recursos.
Pré-escuta
1. Resposta pessoal.
Sugestão de resposta: O título da notícia não parece adequado ao relato de um acontecimento do século XIV, pois re­­mete, de forma bastante expressiva, para uma notícia de
última hora, apresenta características mediáticas e até algo sensacionalistas e revela um elevado grau de informalidade na referência à vítima.
Escuta
2. a., c., d., e.
Pós-escuta
3. Resposta pessoal.
Sugestão de tópicos a abordar:
• relato quase em direto de um crime;
• acesso privilegiado do jornalista ao local do acontecimento, tendo informações em primeira mão;
• revelação de pormenores trágicos e desnecessários (sensacionalismo);
• entrevista de alguém que não está li­­gado ao crime, mas cuja opinião é considerada relevante (o adivinho do Choupal)…

Pág. 149
exercícios
1. c.
1.1. a. E |não| de a|gres|te a|ve|na ou| frau|ta|ru (da). Elisão: de + a = /da/; na + ou = /nou/; b. Ca|le|-se| de A|le|xan|dro e| de| Tra|ja (no). Elisão: de + A = /da/.
2.1. b.
2.2. c.
2.3. c.
3. a. Por| ma|res| nun|ca| dan|tes| na|ve|ga (dos); b. Mais| do| que| pro|me|ti|a a| for|ça hu|ma (na); c. No|vo| Rei|no,| que| tan|to| su|bli|ma (ram); d. Se a| tan|to| me a|ju|dar| o
en|ge|nho e| ar (te).

Pág. 150
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / PRÉ-LEITURA
1.1. Cada uma das sextilhas constitui uma das partes do poema. Na primeira sextilha, apresentam-se e concretizam-se os sacrifícios que o povo Português teve de fazer para
conquistar o mar; na segunda parte do poema, reflete-se sobre a importância desses mesmos sacrifícios.
1.1.1. Na primeira parte, o sujeito poético interpela o mar, personificando-o através da apóstrofe (“Ó mar salgado”) e caracterizando-o por meio da metáfora e da hipérbole: o
sal tem origem nas lágrimas (metáfora do sofrimento e da dor) dos Portugueses. A intensificação da dor coletiva e anónima é ainda marcada pela anáfora (“Quanta(o)s”).
Na segunda parte, a reflexão sobre a importância dos sacrifícios inerentes à conquista do mar é introduzida pela pergunta retórica “Valeu a pena?”.
1.2. Embora sem o referir diretamente, o poema aponta para os feitos de navegação portugueses na época dos Descobrimentos. O mar é Português no sentido em que foram
os Portugueses que primeiro o desbravaram e superaram os obstáculos que se lhes apresentavam, como a passagem do Cabo Bojador, na costa ocidental africana (por Gil Eanes,
em 1434). Essa glória causou, ao mesmo tempo, muito sofrimento humano, não só aos que partiam em viagem rumo ao desconhecido e, muitas vezes, à morte, mas também
aos familiares (pais, noivas, filhos) que ficavam à espera do incerto re­­gresso de quem partia.
Leitura expressiva do poema “Mar Português” disponível na Faixa 5 do CD Áudio que acompanha o manual.

Págs. 152-154
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
1.1. Os marinheiros e os soldados estão ansiosos por partir (“Cum alvoroço nobre e cum desejo” ), sentindo-se destemidos (“Temor nenhum” ) e inteiramente solidários com o
seu capitão, Vasco da Gama (“Estão pera seguir-me a toda a parte”).
2.1. 1. b.; 2. d.; 3. a.; 4. c.
2.1.1. Onde o doce Tejo mestura o licor e branca areia co salgado Neptuno.
2.1.2. a. Lisboa; b. mar; c. mitológico; d. épico; e. Ulisses; f. personifica.
3. Os soldados precisavam de “esforço” (perseverança, empenho).
4.1. O texto refere a presença “De mil religiosos diligentes” que acompanhavam os nautas “Em procissão solene” (est. 88, vv. 6-7).
5. O narrador do episódio é Vasco da Gama; o narratário, o rei de Melinde.
(Para)Textos 9.° ano

5.1. As formas verbais “Partimo[s]” e “contemplo”, o pronome pessoal “nos” e o determinante possessivo “meus” referem-se ao narrador; o pronome pessoal “te” e o vocativo
“ó Rei” referem-se ao narratário.
6.1. Vasco da Gama relembra a “dúvida e receio” (est. 87, v. 7) que o levavam a mal poder conter as lágrimas.
6.2. Os que ficam estão pessimistas (“Por perdidos as gentes nos julgavam” – est. 89, v. 2), descontentes e já com saudades (“Saudosos na vista e descontentes” – est. 88, v. 4).
Este estado de espírito não é partilhado pelos que se encontram prestes a embarcar, que, como se afirmara na estância 84, se sentem confiantes e ansiosos por partir. Por seu turno,
tanto os homens como as mulheres demonstravam pessimismo – as mulheres, chorando, os homens, em fundos suspiros.
7.1. A mãe tenta dissuadir o filho, frisando que o seu sustento (material e afetivo) na velhice depende dele e que, sem ele, ficará desamparada. A esposa considera que, sem o
amor do esposo, não consegue viver; morrendo, o esposo deita a perder a vida que também é a da amada (o amor é o sustentáculo da vida).
7.2. Resposta pessoal.
Sugestão de resposta:
Estas manifestações representam o sentimento de um grupo (as mães e as esposas – e, em última análise, os familiares dos que partem), pois as ânsias, os sentimentos e os
sofrimentos manifestados seriam sentidos por todos, e não apenas por uma mãe ou por uma esposa. O sentido de grupo é, pois, sugerido quer pelo recurso ao discurso direto,
quer pelo facto de os lamentos serem secundados pelos velhos, pe­­­­­­las crianças e pela Natureza.
8. Vasco da Gama decide não efetuar as despedidas convencionais.
8.1. Fá-lo para não intensificar a mágoa dos que partiam (e dos que ficavam) e para impedir que a comoção dissuada os nautas de embarcarem.
9. Em ambos os textos se representa poeticamente o sofrimento gerado pela partida dos marinheiros rumo a um destino incerto, realçando-se, sobretudo, o plano do amor
familiar – ilustrados pelas figuras da mãe e da noiva/esposa.

gramática
1.1. a. relacionais; b. qualificativos.
1.2. a. (adjetivos) relacionais; b. nomes; c. grau.
1.3.1. dulcíssimo, frigidíssimo, vaníssimo. (Nota: O superlativo absoluto sintético de frio e doce também admite a forma friíssimo e dolcíssimo, respetivamente.)

OUTROS TEXTOS / ORALIDADE


Materiais áudio e vídeo / Materiais projetáveis
Canção “Praia das Lágrimas” e respetiva letra, de Rui Veloso, disponíveis no CD de Recursos.
1.1. a. V. – O enunciador é uma mulher (“…eu só mais uma das que aqui choram…”) que se lamenta da falta de notícias do marido que partiu para o mar, em busca de novas
terras.; b. F. – O enunciador não compreende o que atrai os ho­­mens para o desconhecido, apresentando como hipóteses o dinheiro (“fortuna” ) ou o espírito de aventura (“bi­­­chos-
car­pin­tei­ros” ); c. F. – Os que ficavam estavam sem notícias durante longos períodos de tem­po (“que é do meu amor?/Seis anos já lá vão…” ).; d. V. – Como estavam muito tempo
sem receber notícias, as mulheres não sabiam se estariam viúvas ou se os maridos alguma vez regressariam (“Será que é morto/ou se amigou por lá?” ).; e. V. – A mulher (sujeito
enunciador) invoca o mar, como se estivesse a tentar obter notícias que não chegavam. A invocação é feita ao mar, uma vez que foi por mar que o marido partiu (“Poupa o meu
homem,/não lhe dês sumiço.” ).
2.1. a. “Despedidas em Belém” e “Mar Português”; b. “Despedidas em Belém”, “Mar Português” e “Praia das Lágrimas”; c. “Praia das Lágrimas”; d. “Despedidas em Belém”,
“Mar Português” e “Praia das Lágrimas”; e. “Mar Português”.
2.2. a. nautas; b. negativamente; c. sacrifício; d. glória; e. dor; f. se­­paração; g. lá­­grimas.
2.3. a.

Pág. 155
PRÉ-LEITURA
1.1. O Adamastor simboliza “os perigos que os portugueses enfrentaram nas viagens de descoberta pela costa africana.”
Leitura expressiva do texto disponível na Faixa 6 do CD Áudio que acompanha o manual.

Págs. 160-162
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
1.1. O espaço é marcado pela expressão “dali”; o tempo, por “cinco Sóis eram passados” (cinco dias).
1.2. O advérbio é “Prosperamente” e o adjetivo, “descuidados”.
1.2.1. Surge subitamente uma nuvem negra e carregada que faz escurecer o ar, ater­­­rorizando os nautas.
1.3.1. Gama, invocando Deus, suspeita que o que se aproxima é “ameaço di­­vino”, algo de secreto e desconhecido (“segredo” ) e, portanto, mais terrífico que uma tempestade
marítima natural.
2.1. Primeiramente, descreve-se a “figu­­ra” do gigante e depois a sua “estatura”; de seguida, especificam-se aspetos mais particulares, como “O rosto”, “a bar­ba”, “Os olhos”, “a
postura”, “os cabelos”, “A boca” e “os dentes”.
2.2. O principal recurso é a adjetivação, que ora é utilizada de forma dupla (“robusta e válida”, “disforme e grandíssima”, “Medonha e má”, “terrena e pálida” ), ora simples
(“carregado”, “esquálida”, etc.), podendo ainda encontrar-se flexionada no grau superlativo (“grandíssima” ).
2.3. a., c.: Por um lado, se Gama permanecesse imperturbável não seria humano; por outro, até o corajoso Gama fica estarrecido, o que sublinha o carácter terrífico do gigante.
3.1. A elogiosa apóstrofe inicial (“Ó gente ousada” ) é reforçada pela caracterização que a seguir se faz dos Portugueses: estes cometem grandes feitos, são incansáveis em guerras
e trabalhos e transgridem os limites ao rasgar os mares, desvendando “os segredos escondidos” do oceano (“do húmido elemento” ).
3.2. C., B., A., D.
Nota: O professor poderá informar os alunos de que as profecias são um ingrediente do “maravilhoso”, característico da obra épica.
3.3.1. a. apóstrofe; b. metáfora, sinédoque; c. dupla adjetivação, hipérbato; d. anáfora; dupla adjetivação; e. enumeração, assíndeto; f. personificação, hipérbole; g. metáfora,
sinédoque, dupla ad­­jetivação (anteposta), eufemismo.
3.4. a., c., d.
(Para)Textos 9.° ano

3.5. Imprevistamente, Adamastor reage como se lhe remexessem numa ferida secreta, como se “a pergunta lhe pesara”, retorcendo boca e olhos, soltando um “brado” de dor,
mudando o tom ameaçador, furioso e arrogante para um tom amargo, dolorido (“pesada”).
3.6. Resposta pessoal.
Sugestão de resposta: O Adamastor foi tocado no seu ponto fraco, levado a recordar o seu drama pessoal e as razões que conduziram à miséria da sua presente situação.
4.1. O Adamastor revela que, no mo­­mento presente, é o Cabo das Tormentas e que fora um titã, um gigante que se rebelara contra os deuses, chefiando a “marinha” titânica
contra a armada de Júpiter; explica que a paixão por Tétis o levara a abraçar a rebelião. Tendo reconhecido que a sua monstruosidade não seduziria a ninfa, tentou conquistá-la
pelas “armas”, mas foi vexatoriamente ludibriado. A dor da frustração amorosa é vividamente descrita: julgando abraçar a “branca” e “despida” Tétis, afinal apertava um “duro
monte/De áspero mato”, tendo-se transformado no penedo que abraçava. Acentuando a sua infelicidade, afigura-se-lhe que Tétis se passeia nas águas que o circundam a ele,
um Cabo imobilizado.
4.2. a. est. 51; b. est. 52; c. est. 50; d. est. 53; e. est. 55, 56; f. est. 53, 54; g. est. 59.; h. est. 58; i. est. 56, 57.
5. O Gigante desaparece repentinamente, embaraçado pela sua confissão, largando um “medonho” e amargo choro. Em simultâneo, atenuam-se os sinais iniciais de tempestade:
a nuvem desaparece e cessa o bramido do mar.
5.1. Gama suplica a Deus que impeça a realização das sinistras profecias do Adamastor.
6.1. Características líricas: a., b., d., f.
Características trágicas: c., e., g., h.

GRAMÁTICA
1.1. a. Pois vens vê-los; b. E da primeira armada, que a fizer por estas ondas insofridas; c. Aqui os porá. / Po-los-á aqui; d. Que, crendo tê-la nos braços; e. Enfim, neste remoto Cabo
a converteram. / En­­fim, converteram-na neste Cabo remoto; f. A Deus pedi que os removesse.
2. a. “Hũa nuvem”; b. Vasco da Gama (narrador) e a sua tripulação; c. “Outro […] liberal, cavaleiro, enamorado” e a sua “fermosa dama”; d. “alta es­­posa de Peleu”; e. “alta
es­­posa de Peleu”; f. “pe­­nedo”.

Pág. 163
ORALIDADE
Materiais áudio e vídeo
Encontra-se disponível, no CD de Re­­cursos, uma declamação do poema “O Mostrengo”, feita por Luís Gaspar, que poderá funcionar como modelo/exemplo de declamação.
Recursos de apoio ao professor
Grelha de avaliação da declamação disponível no CD de Recursos.

Pág. 164
PRÉ-LEITURA
Materiais áudio e vídeo
Excerto do filme Master and Commander: the Far Side of the World disponível no CD de Recursos.
1.1.1. Resposta pessoal.
Sugestão de resposta: A tempestade caracteriza-se pelo mar revolto, pelo nevoeiro e pela chuva intensa, que afeta o navio e o ambiente vivido entre os marinheiros: o mastro da
embarcação parte-se e é destruído, sendo levado pelo mar; um marinheiro cai ao mar – tentando a restante tripulação salvá-lo, incitando-o a ultrapassar a situação (no entanto, o
capitão toma a difícil decisão de não o salvar, pelo que este desaparece no mar); as ondas varrem o convés; no porão, os passageiros permanecem assustados. De forma a aligeirar
o navio, os marinheiros cortam as cordas, lançando carga ao mar.
Tema/motivo
Por uma questão didática, entende-se a tempestade simultaneamente como te­­­ma e motivo:
– tema: ideia central de uma obra literária/artística (ou de um excerto da mesma);
– motivo: unidade (temática) menor, que resulta da subdivisão de um tema; para além de imprimirem vivacidade ao tema a que estão subordinados, os motivos conferem coerência
interna e complexidade cultural aos textos.
Leitura expressiva do texto disponível na Faixa 7 do CD Áudio que acompanha o manual.

Págs. 169-170
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
1.1. a. 70-72; b. 73-79; c. 80-83; d. 84-91; e. 92-94.
2.1. São dois os sinais que indiciam o início de uma tempestade: o vento torna-se progressivamente mais forte (est. 70, vv. 5 e 7) e aparece uma “nuvem negra” (est. 70, v. 8).
2.2. O mestre manda recolher as velas: primeiro os “traquetes das gáveas” (est. 70, v. 6), depois a “grande vela” (est. 71, v. 4).
2.3. O mestre é, acima de tudo, um co­­mandante experiente, atento ao meio envolvente. As suas ordens são enérgicas e assertivas (note-se como recorre insistentemente ao modo
imperativo dos verbos amainar e alijar, de modo a orientar a atuação dos marinheiros). A forma como fala – “a grandes brados” e “rijamente” – de­­nuncia também a firmeza e a
segurança da sua liderança.
3.1. Embora tenham sido apanhados desprevenidos pela tempestade (est. 70, vv. 3-4) e, numa fase inicial, atuem de forma descoordenada e amedrontada (est. 72, vv. 1-2), ao ouvirem
o mestre, os marinheiros obedecem-lhe num misto de ânimo, dureza, esforço e cooperação, recolhendo as velas, lançando a carga ao mar, dando à bomba e meneando o leme.
3.2. Quanto às embarcações, a nau de S. Gabriel fica com a vela grande desfeita e cheia de água (est. 72-73); a nau S. Rafael, com o mastro partido e alagada (est. 75). Os animais,
por seu turno, tentam proteger-se da tempestade: os golfinhos escondem-se na cova marítima e as aves cantam tristemente (est. 77). Em relação à flora, são derrubados muitos
montes e arrancadas árvores (est. 79) e as areias do fundo do mar são remexidas.
3.3. a. O movimento agitado e impetuoso das águas é realçado pelas perífrases metafóricas (est. 76) e pelo adjetivo anteposto, no grau superlativo absoluto sintético (“altíssimos
mares”, est. 74).; b. A força impetuosa dos ventos é sugerida sobretudo pela personificação (est. 76, vv. 5-6; est. 79, v. 4), pela comparação (est. 84), pela hipérbole (est. 74, vv. 1-4) e
pela aliteração de sons sibilantes e nasais (est. 79, 84).; c. A intensidade dos relâmpagos e dos raios é enfatizada pelas comparações mitológicas de teor hiperbólico (est. 78) e pelo
adjetivo anteposto (“vivos raios”).
(Para)Textos 9.° ano

4.1. a. F. – Receando que o seu desejo de chegar à Índia não se concretize, Gama faz uma prece revelando-se inseguro e temendo pela vida.; b. F. – Gama invoca a Guarda
Divina na segunda pessoa do singular (“senhoreias”, “Tu”, “livraste”, “guardaste”…).; c. V. – est. 81, vv. 3-8; est. 82, vv. 7-8; d. V. – est. 83, vv. 5-8.
5.1. Entre as duas formas de descrição estabelece-se uma relação de contraste absoluto: no auge da tempestade descreve-se uma Natureza agitada, disfórica e destruída (montes
derrubados, árvores arrancadas, areias do fundo do mar revolvidas), indutora de sofrimento (cf. comportamento das “Alcióneas aves” e dos golfinhos); no período de acalmia, uma
Natureza calma e indutora de felicidade e de harmonia – manhã “clara”, “Ganges mur­­­­murando soa” (est. 92, vv. 1-2) (Nota: A harmonia é sugerida quer pelo léxico quer pelas
aliterações e assonâncias).
5.2. Ao avistar terra, Vasco da Gama ajoelha-se e agradece a Deus o facto de ter escapado à morte e chegado à Índia.

GRAMÁTICA
1.1. “traquetes das gáveas” (est. 70, v. 6), “amaina a grande vela” (est. 71, v. 4), “Alija” (est. 72, vv. 5, 6) , “dar à bom­ba” (est. 73, v. 2), “menear o leme” (est. 73, v. 6), “Talhas”
(est. 73, v. 7), “enxárcia” (est. 84, v. 4)…
1.1.1. a. especializado; b. técnico.
2.1. “vento” (est. 70, v. 5), “nuvem ne­­gra” (est. 70, v. 8), “raios” (est. 76, v. 8), “furiosas águas” (est 77, v. 4), “costa brava” (est. 77, v. 2), “Relampados” (est. 78, v. 6), “dilúvio”,
(est. 78, v. 7)…

Pág. 171
PRÉ-LEITURA
1.1. Resposta pessoal.
Sugestão de resposta: A Ilha dos Amores poderá ser um local habitado por belas mulheres, onde os nautas portugueses serão muito bem recebidos.

Pág. 174
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
1. D., E., C., B., A.
2.1. A deusa decidiu preparar uma ilha maravilhosa, com cores verdejantes e bem enfeitada, um local onde os portugueses pudessem parar e ter a recompensa por tão auda-
ciosa aventura.
2.2. As “aquáticas donzelas” iriam receber os nautas portugueses, recompensando-os com a sua beleza, as suas danças e o seu amor.
2.2.1. Para assegurar que as ninfas cumpriam o pretendido, Vénus incutir-lhes-ia sentimentos secretos nos seus corações, de modo a que elas se afeiçoassem aos portugueses.
2.2.2. “(Todas as que tem título de belas/Glória dos olhos, dor dos corações)/Com danças e coreias” (est. 22, vv. 3-5).
3.1. A “empresa antiga” refere-se ao auxílio que Cupido dera a Vénus quando foi necessário ajudar Eneias, também filho de Vénus, a ser bem recebido por Dido, rainha de
Cartago.
4.1. A deusa leva consigo “as aves que na vida/Vão da morte as exéquias celebrando”, ou seja, afasta as aves que anunciavam a morte (cisnes).
4.2. O plano delineado por Vénus estava já a ser cumprido, pois, quando a deusa se afasta, já se davam beijos “lascivos”, e por onde quer que ela passasse o ar e o vento
serenavam.
5. a.
6.1. a. Estância 28; b. Estância 26; c. Es­­tância 29; d. Estância 27.

Pág. 175
GRAMÁTICA
1.1. Exemplo de resposta: a. O João nunca mente aos seus pais.; b. O estudo da Maria não foi em vão!
1.2. Palavras convergentes.
2.1.1. b.
2.1.2. a.
2.2. Palavras divergentes.

OUTROS TEXTOS / ESCRITA


3. Resposta pessoal.
Sugestão de resu­­mo:
Produzida pela Cultural Kids e pelo Teatro D. Maria II, a peça Os Lusíadas rumo ao Oriente adapta a obra camoniana Os Lusíadas. A peça destina-se especialmente a um público
juvenil e pretende desenvolver o gosto pela epopeia de Camões e desmistificar o espaço do Teatro Nacional.
Tendo como cenário um túnel fictício que se abre da estação do metro até ao palco, os atores narram a história das viagens portuguesas, enquanto viajam de metropolitano
até à estação do Oriente.
Nesta peça, as viagens da epopeia foram transformadas pela dramaturga num percurso de metro; a música, o vídeo e o guarda-roupa da peça são reflexo de uma visita que
a equipa fez a Cabo Verde e a Moçambique.
(118 palavras)

Recursos de apoio ao professor


Grelha de avaliação da escrita disponível no CD de Recursos.

Pág. 177
PRÉ-LEITURA
1.1. Resposta pessoal.
(Para)Textos 9.° ano

Sugestão de tópicos a abordar:


– 1.º plano: na praia, à beira-mar, um soldado jovem olha atentamente para determinado local (não identificável), numa atitude de defesa/precaução (apesar de manter a espada
embainhada, segura-a com a mão direita);
– plano de fundo: no mar, há um bote que, envolto em nevoeiro, se aproxima da praia; ao fundo, uma caravela permanece ancorada, também no meio do nevoeiro.

Págs. 179-180
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
1.1. a. Apresentação de Lionardo; b. En­­contro de Lionardo com a ninfa Efire; c. Dis­­curso de Lionardo; d. Rendição de Efire a Lionardo; e. Casamento entre os nautas e as ninfas.
2.1. Resposta pessoal.
Sugestão de resposta: Lionardo pode caracterizar-se como apaixonado, galante e audaz.
3.1. b.
4.1. Lionardo, de forma ora galante, ora terna, ora apaixonada, suplica à ninfa que se deixe apanhar, pois está enamorado dela. Argumenta que já todas as outras ninfas se
cansaram e cederam aos desejos dos nautas e que, apesar da sua má reputação relativamente ao amor, ele é capaz de a amar, o que trará felicidade a ambos.
4.2. a. argumentativo; b. interrogativo; c. imperativo; d. refletir; e. suplicar.
5. Exemplo de resposta: “que famintos beijos”; “E que mimoso choro que soa­va!”; “Que afagos tão suaves”…
6.1. Resposta pessoal. Sugestão de resposta: O casamento é simbólico, pois a Ilha do Amores não existe, é um artifício do poeta para, mais uma vez, unir o humano e o divino.
A ilha é mítica, uma recompensa dada por Vénus aos portugueses por todo o esforço empreendido.
7. Este episódio é constituído por dez oitavas decassílábicas. A rima é cruzada nos seis primeiros versos e emparelhada nos dois últimos (ABABABCC).

GRAMÁTICA
1.1. a. conjunção subordinativa completiva; pronome relativo (com função de sujeito); b. conjunção subordinativa causal; c. pronome relativo (com função de complemento direto);
d. conjunção subordinativa comparativa.
1.2. a. oração subordinada substantiva completiva; oração subordinada substantiva relativa; b. oração subordinada adverbial causal; c. oração subordinada adjetiva re­­­­lativa restri-
tiva; d. oração subordinada adverbial comparativa.

ORALIDADE
Materiais áudio e vídeo
Excerto do documentário televisivo “Grandes Livros – Os Lusíadas” disponível no CD de Recursos.
Pré-visionamento
1. Resposta pessoal.
Sugestão de tópicos a abordar:
• texto que adota um género literário de reconhecido valor – a epopeia;
• texto em que se relata a história do povo português…

Visionamento
2. a. … um paraíso na terra.; b. … marinheiros de Vasco da Gama.; c. … celebrar os prazeres do corpo.
3. Os portugueses chegam cansados e desalentados.
Pós-visionamento
4. Resposta pessoal.
Sugestão de resposta:
Tal como o próprio nome sugere, a Ilha dos Amores tem como base o amor; embora tenha associado o amor à sensualidade, Camões encara todo o episódio de forma metafórica.
A Ilha dos Amores é “o paraíso na terra”, a recompensa dada aos marinheiros de Vasco da Gama pelo seu valor, ou, num âmbito mais geral, a compensação potenciada ao Homem
pelos Descobrimentos.
Em última análise, trata-se de uma recompensa ao puro amor – o amor desinteressado e altruísta, o amor à pátria e ao dever, o amor que está na base, na capacidade que o
Homem tem de su­­portar as adversidades e as dificuldades e de se sacrificar pelos outros. Tal amor, mais espiritual do que carnal, associado às “deleitosas/Honras, que a vida fazem
su­­bli­mada”, conduz (os feitos d) o Homem à imortalidade.

Pág. 181
PRÉ-LEITURA
1.1. Um epílogo é a parte final, ou seja, a conclusão de uma obra.

Pág. 183
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
1.1. “Assi foram cortando o mar sereno./ Com vento sempre manso e nunca irado”.
2.1. Camões sente-se desalentado porque os seus contemporâneos se revelavam uma “gente surda e endurecida”, imersa na “cobiça e na rudeza/Dhũa austera, apagada e vil
tristeza”. O poeta lamenta a falta de reconhecimento do valor da sua obra épica e sente-se cansado de cantar as glórias dos Portugueses sem que os homens do seu tempo
ouçam a mensagem e, por isso, ultrapassem a apatia e falta de valores e realizem novos feitos grandiosos.
3.1. Depois de exaltar as façanhas dos antepassados, Camões utiliza a conclusão da sua obra para refletir sobre o tempo presente e a falta de honra e valores, numa tentativa
de inspirar os seus contemporâneos a sair do desânimo e lutar por um futuro glorioso.
4. A partir da estância 154, o poeta, apesar de humilde nas suas palavras, exprime o valor do seu trabalho e da sua cultura e oferece os seus serviços ao rei D. Sebastião, quer
seja para o servir na guerra quer seja para cantar os feitos futuros do soberano.
4.1. Camões mostra, ao longo destas estâncias, as características de um homem renascentista, uma vez que se revela hu­­milde, mas muito orgulhoso das suas capacidades, da sua
cultura (“honesto estudo” e “en­­genho”) e da sua experiência (“Com longa es­­­­periencia misturado”).
(Para)Textos 9.° ano

5.1. b.
5.2. b.
6. a. rei D. Sebastião; b. “vassalos ex­­celentes”; c. façanhas; d. valor; e. desânimo; f. rudeza; g. glória passada; h. exem­­plo; i. futuro; j. desanimadores e pouco nobres; k. grandeza
de Portugal; l. passado; m. pre­­­sente; n. tempos futuros.

Pág. 184
GRAMÁTICA
1.1. Derivação por sufixação.
1.2. a. e d. – afixo -mente com valor de modo; b. e c. – afixo -eza com valor de qualidade.

ESCRITA
Sugestão:
Caso os alunos tenham dificuldade em mobilizar conhecimentos no momento da planificação do texto (registo de tópicos sobre o assunto em causa), poderá ser proveitoso
dinamizar uma atividade inicial, prévia ao trabalho de planificação, em que os alunos explorem o cartoon de Luís Afonso (focando a questão da crise de valores) e troquem impres-
sões sobre o tema. Alguns dos aspetos a abordar poderão ser os seguintes:
• exemplos, na História de Portugal, de mo­­­mentos de expansão e de momentos de crise;

• características dos momentos de euforia vs. características dos momentos de crise;

• característica dos portugueses: povo com capacidade de adaptação a momentos de crise…

Grelha de avaliação da escrita disponível no CD de Recursos.

Pág. 185
ORALIDADE
Materiais áudio e vídeo
Canção “Livro de reclamações”, dos Anaquim, e respetiva letra disponíveis no CD de Recursos.
Pré-escuta
1.1. Este livro pode ser usado quando, em espaços comerciais ou pertencentes ao Estado, temos algo a reclamar.
Escuta
Sugestão:
Materiais projetáveis
A fase de escuta poderá ser complementada com um exercício de completamento de texto. Encontra-se disponível, no CD de Recursos, a letra da música “Livro de reclamações”
(exercício de completamento e respetiva proposta de resolução).
2. A canção baseia-se no hino nacional “A Portuguesa”.
Materiais projetáveis
Letra do hino nacional “A Portugue­­sa”, de Henrique Lopes de Mendonça, disponível no CD de Recursos.
3. Resposta pessoal.
Sugestão de tópicos de análise textual:
• alteração de atitude do letrista enunciador: passividade/apatia/conformismo > in­­­­­­­­­conformismo/denúncia da injustiça;
• intenção do enunciador: analisar criticamente o momento presente;

• simbolismo do livro de reclamações: denúncia da injustiça, da apatia/falta de sentido de “missão”;

• intertextualidade com o hino nacional (“A Portuguesa”, em tom de censura/crítica e de paródia, com o objetivo de levar os contemporâneos à ação:

• “Não temos de marchar contra os ca­­nhões” (vs. “Contra os canhões marchar, marchar!” );

• “Entre as brumas da memória ergue-se a mesma história em repetições” (vs. “Entre as brumas da memória,/Ó Pá­­­tria sente-se a voz” );

• “Neste nobre povo” (vs. “Heróis do mar, nobre povo” );

• Semelhança com Os Lusíadas: denúncia do presente negativo, valorização do passado épico, incitação dos contemporâneos à ação.

Sugestão de resposta: Esta canção pretende ser uma análise crítica ao momento presente e suas dificuldades. Apesar de existir um tom de uma certa censura devido ao com-
portamento apático de algumas pessoas, o letrista apresenta o povo português como detentor de um carácter pacífico e tranquilo, porém, e tendo em conta o passado de
grandes ações, capaz de mudar o futuro e torná-lo mais risonho e glorioso.
Aludindo, num tom de paródia, a um símbolo nacional (o hino “A Portuguesa”), a canção explora facetas menos positivas, por exemplo, a da burocracia ou da atitude displicente
e pouco briosa no trabalho que alguns têm. A intenção, assim como a de Camões, é levar os portugueses a honrarem as capacidades e o valor que lhes advém do seu passado
glorioso e a, atuando de modo cívico, intervirem na sociedade, melhorando-a.
Pós-escuta
4.1. Resposta pessoal.
Sugestão de tópicos a abordar:
• nível pessoal/afetivo: contribuir para o bom relacionamento familiar; cultivar va­­lores como a amizade, a autoestima, a valorização do outro…

• nível social: cultivar valores como a solidariedade, a entreajuda…

• nível profissional: cumprir as suas tarefas profissionais, com dedicação e empenho…

Pág. 187
Exercício
1.1. D., B., C., A., E.

Textos complementares
Texto “O ideal renascentista da epopeia”, in António José Saraiva e Óscar Lopes, História da Literatura Portuguesa, disponível no CD de Recursos.
(Para)Textos 9.° ano

Pág. 188
Materiais projetáveis
“Quadro-resumo de Os Lusíadas” e res­­­petiva resolução disponíveis no CD de Recursos.

Pág. 191
1.1. Na ilustração, observamos a representação de uma personagem que, sentada a escrever, relembra, de forma emotiva, dois momentos de uma situação vivida num determinado
espaço. A descrição desse espaço é influenciada pelos sentimentos: à esquerda, a felicidade do rapaz ao lado da rapariga que ama transforma a natureza num locus amoenus, um
espaço alegre, aprazível e cheio de sol. À direita, no momento da separação (simbolizada pela rapariga que, de costas, leva uma mala na mão), a tristeza sentida pelo rapaz traduz-se
também na natureza, cinzenta e estéril. O espaço físico é uma extensão do espaço psicológico da personagem, logo, pode ser vivido subjetivamente.
1.2. O Homem é composto por uma vertente material e física e por outra intelectual e espiritual. A poesia é, por excelência, permeável à expressão dos sentimentos, sonhos e anseios.
Por isso, os poetas usam o texto poético para revelarem as emoções, mas também os sonhos que fazem parte de nós e que nos refletem, já que “Sonhar é encontrarmo-nos”. O
“sonhador verdadeiro” conhece-se na medida em que compreende e explora os seus sonhos. A poesia ajuda-nos a perscrutar a nossa dimensão afetiva e onírica e, assim, a espelhar
as paisagens da alma.

Pág. 192
1.1. a. com os seus nomes mágicos; b. que sem ti a astronomia; c. introduzem o tema da luz; d. na mulher amada,; e. prova a existência; f. e do espaço criador.
1.2. Os recursos expressivos são a comparação, o jogo de palavras, a metáfora, a antítese (contrastes) e a hipérbole.
1.2.1. Resposta pessoal.
Sugestão de resposta:
Comparação: Os teus olhos são brilhantes como constelações. Jogo de palavras: Mesmo com todas as tuas faltas, fazes-me muita falta. Metáfora: A minha amada tem cabelos
de oiro. Antítese: Em determinados momentos amo, noutros odeio. Hipérbole: Para ti tenho todo o tem­­­po do mundo.

Pág. 193
PRÉ-LEITURA / EDUCAÇÃO LITERÁRIA
Leitura expressiva do poema disponível na Faixa 8 do CD áudio que acompanha o manual.
1.1. O “português” evocado ao longo do poema é Luís de Camões.
Sugestão de tópicos a abordar:
− Tópicos referentes à biografia de Luís Vaz de Camões evocados no poema:
• Dados biográficos: embarcou para Ceu­ta, cumprindo serviço militar e aí perdeu um olho (vv. 8-15); escreveu Os Lusíadas (vv. 16-27);
• Dados lendários: ao naufragar, salvou Os Lusíadas a nado (vv. 32-39).
− Tópicos referentes à opinião de Ca­­mões sobre Portugal: rege-se pelo amor à pátria e à nação; autodefine-se como “Português/de Portugal” (vv. 64-65); encara o povo português
de forma nacional e coletiva, como “gente/de um só pensar” (vv. 82-83); a sua obra reflete essa gente e essa pátria (vv. 104-107).
1.2. Sugestão:
A atividade de leitura poderá ser complementada com uma atividade de recitação e/ou dramatização do poema.

Pág. 194
Nota: Mais informações sobre a vida e a obra de Jorge de Sena em http://www.letras.ufrj.br/lerjorgedesena/port/ (consult. em 05-12-2012).

Pág. 195
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
1.1. O título é muito relevante para a compreensão do poema, na medida em que apresenta o sujeito poético e os seus destinatários – Luís de Camões e os seus contemporâneos.
1.2. No título recorre-se à terceira pessoa do singular (“dirige-se”) para se apresentar o sujeito poético do poema; ao longo do texto, colocando-se, ficcionalmente, no papel de
Camões, o sujeito poético ex­­pressa os seus sentimentos na primeira pessoa (“Podereis roubar-me tudo”, v. 1), recorrendo constantemente à segunda pessoa do plural (“Podereis”,
v. 1, “sa­­beis,” v. 16, “pilhais”, v. 17) para interpelar o destinatário apresentado no título do poema.
2. a. vv. 1-8; b. Constatação da possibilidade de usurpação das palavras, ideias e estilo por outros escritores; c. vv. 9-11; d. vv. 12 a 25; e. Previsão de consequências futuras para
os usurpadores (o es­­quecimento, ao contrário de Camões, que será por todos louvado).
3. a. Através da enumeração e da gradação, identifica-se, por ordem de importância, a diversidade e a quantidade de motivos pelos quais a escrita camoniana ficou conhecida.;
b. A enumeração, a gradação e o assíndeto realçam o não reconhecimento de que Camões poderá ser alvo – desde a não citação/esquecimento à valorização dos usurpadores.;
c. Nestes versos salienta-se a repetição do pronome indefinido “tudo” (que sintetiza os motivos que tornaram a escrita camoniana célebre) e do pronome/determinante posses-
sivo “meu”, que sugere a autenticidade/originalidade da sua obra; para além disso, o advérbio “laboriosamente” é usado ironicamente, já que não há “labor” no ato de pilhar;
finalmente o verbo pilhar é metafórico, tendo o sentido de copiar/plagiar.
4.1. Resposta pessoal.
Sugestão de resposta:
A obra de Camões influenciou profundamente a nossa cultura, como poeta (na medida em que foi um renovador da língua portuguesa, tornando-se um modelo a seguir ao
nível da literatura) e como patriota (sendo um símbolo da nacionalidade e da identidade portuguesa, como se pode comprovar pela comemoração do feriado do dia 10 de junho,
Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas). Assim, podemos concluir que este poeta é uma referência na língua, na literatura e na cultura nacionais.

GRAMÁTICA
1. a. Verbo poder, na segunda pessoa do plural do futuro simples do indicativo. b. Verbo saber, na terceira pessoa do plural do futuro simples do conjuntivo. c. Verbo fingir, na
segunda pessoa do plural do presente do indicativo. d. Verbo fazer, na segunda pessoal do plural do condicional composto.
(Para)Textos 9.° ano

1.1. a. Tereis podido; b. tiverem sabido; d. faríeis.


2. a. Tudo me poderá ser roubado por vós.; b. E depois eu poderei não ser citado por vós, ser suprimido [por vós], ser ignorado [por vós].

Trabalho de pesquisa / Escrita


1.1. Resposta pessoal.
Sugestão de resposta:
Almada Negreiros (1893-1970) foi pintor, desenhador, vitralista, poeta, ro­­man­­­cista, ensaísta, crítico de arte, conferencista e dramaturgo. Tendo sido um impulsionador do Futu-
rismo em Portugal, participou ativamente na sociedade, através de uma escrita interventiva. Algumas das suas obras mais conhecidas são Manifesto Anti-Dantas (publicado na revista
Orpheu), Ultimatum Futurista às Gerações Portuguesas do Século XX e Cena do Ódio.

Materiais de apoio ao profesor


Grelha de avaliação da escrita disponível no CD de Recursos.

Pág. 196
PRÉ-LEITURA
1.1. a., c., e., f.
Leitura expressiva do texto disponível na Faixa 9 do CD Áudio que acompanha o manual.

Pág. 197
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
1.1. a. 1 e 2; b. O sujeito poético dirige-se ao sino, descrevendo as suas badaladas tristes.; c. 3 e 4.
2.1. b.; 2.2. c.; 2.3. a.; 2.4. c.
3. a. Neste verso o sujeito poético, através da apóstrofe, interpela o sino, conferindo-lhe o estatuto de confidente.; b. O sujeito poético personifica o sino, caracterizando-o como
triste – e sugerindo, assim, a sua própria tristeza.; c. Recorrendo à comparação (som do sino/sonho), o sujeito poético associa o carácter irreal do som do sino ao passado longín-
quo.; d. Nestes versos estão presentes a anáfora e a antítese. Com o recurso à anáfora, o sujeito poético reforça o efeito que o sino tem sobre si; com a antítese, enfatiza a ideia
de que o passado está cada vez mais “longe” e, por consequência, a saudade desse passado está cada vez mais “perto”.

Materiais áudio e vídeo


Poema “O menino de sua mãe”, de Fernando Pessoa, lido por Luís Gaspar, e respetiva transcrição disponíveis no CD de Recursos.

Págs. 198-199
Pré-leitura
1.1. Resposta pessoal.

EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA


1.1. O sujeito poético está inquieto porque não se sente bem seja só, seja acompanhado: quando está só, deseja ter companhia; quando está com os outros, deseja estar só.
1.2. O sujeito poético conclui que deseja sempre estar numa outra situação, diferente daquela em que efetivamente se encontra; tal conclusão é introduzida pelo conector
“Enfim”.
2. “Ser feliz é ser aquele./E aquele não é feliz.” O poeta considera que para ser feliz tem de deixar de ser ele próprio (“eu”) para passar a ser outra pessoa (“aquele”); no entanto,
mesmo sendo outra pessoa, também não é feliz.
2.1. O recurso expressivo é o paradoxo.
2.2. O sujeito poético não consegue ultrapassar o seu “eu”, ao demonstrar que sabe que o outro não pensa da maneira desejada, que possui pensamento e vontade autónomos
– o que acabará por não o satisfazer.
3.1. b.
3.2. a. 1.ª pessoa do singular (“estou”, “quero”); b. Generalização; c. 1.ª pessoa do singular (“eu”, “quis”); d. 3.ª pessoa do presente do indicativo ou do futuro do conjuntivo com
valor genérico (“faz”, “quer“, “é”, “falha”, “fizer”, “Fica”).
3.2.1. O sujeito poético, ao tomar cons­­ciê­­­ncia da sua situação, sente-se insatisfeito e infeliz.

ORALIDADE
Materiais áudio e vídeo
Canção “Estou além”, de António Variações, disponível no CD de Recursos.
1. O poema de Fernando Pessoa mostra-nos um sujeito poético em contradição consigo próprio. A canção de António Variações aborda o mesmo tema. A insatisfação é uma
característica própria do ser humano e, por isso, vemo-la explorada em textos de autores diferentes – isto porque ambos se sentem insatisfeitos com as condições que vivem num
determinado momento, ambicionando algo diferente, mas tendo consciência de que não ficariam satisfeitos se atingissem o que ambicionam.
2.1. Resposta pessoal.
Sugestão de resposta: Este sentimento de descontentamento constante traduz-se, no ser hu­­mano, em angústia e desalento, o que é claramente negativo. Porém, esta insatisfação
também poderá, positivamente, ser o motor de mudanças e avanços que fogem ao conformismo e acomodamento relativamente ao já co­­­nhe­­­cido.
Materiais áudio e vídeo
Poema “O menino de sua mãe”, de Fernando Pessoa, lido por Luís Gaspar, disponível no CD de Recursos.
(Para)Textos 9.° ano

Pág. 200
Combinações de rima
Seguimos a perspetiva de Cel­so Cunha e Lindley Cintra, Nova Gramática de Português Contemporâneo (uma das gramáticas de re­­­ferência preconizadas pelos no­­vos Progra-
mas de Português do Ensino Básico).
Relativamente à rima interpolada, ao contrário do estabelecido por aqueles autores (que consideram a existência de rima interpolada quando o primeiro verso rima com o
quarto e o segundo, com o terceiro, segundo o esquema ABBA), costuma também aceitar-se como interpolado o esquema ABCA.

Pág. 201
Exercício
1. Este soneto reproduz as regras formais do modelo italiano, sendo composto por catorze versos de­­cas­­­­­silábicos (In|ci |tam| no|ssos| ós|cu|los| ar |den(tes)!), distribuídos em duas
quadras e dois tercetos, com o esquema rimático abba abba cdc dcd (rima interpolada e emparelhada nas quadras e cruzada nos tercetos).
Materiais áudio e vídeo
“O soneto”, pequena antologia selecionada e lida por Luís Gaspar, e respetiva transcrição disponíveis no CD de Recursos.

Pág. 202
PRÉ-LEITURA
Materiais áudio e vídeo
• Poema “E tudo era possível”, declamado por Elisabete Caramelo, disponível no CD de Recursos.
• Biografia e poesia de Ruy Belo, ditas por Luís Gaspar, e respetiva transcrição disponíveis no CD de Recursos.

1.1. c.

Pág. 203
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
1.1. Na sua juventude, o sujeito poético tinha um conhecimento baseado na imaginação/não experienciado (“antes de ter saído/da casa de meus pais disposto a viajar”), gostava
de ler (“eu conhecia já o rebentar do mar/das páginas dos livros que já tinha lido”) e era sonhador.
1.1.1. Quando era jovem, ainda que não tivesse tido oportunidade de contactar com novas realidades e de descobrir outros destinos e mundos, o sujeito poético já conhecia
aquilo que os livros lhe mostravam. Através da leitura e da sua imaginação, conseguia ter uma visão abrangente do mundo.
1.2. A juventude foi uma época de ex­­trema importância para o sujeito poético, pois nesse tempo não havia limitações nem barreiras para a realização do que desejava e sonhava
(vv. 9-10; v. 14).
2.1. Nessa “outra vida” havia um mundo de possibilidades, “era tudo florido”. O sujeito poético acreditava que, se quisesse, havia solução para tudo. A sua vida atual é carac-
terizada pela saudade de um tempo que já passou, de um tem­­po de pureza em que, através dos sonhos, tudo era possível.
3. O sujeito poético pretende dizer que, quando se é criança, parece não haver limites para aquilo que se pode fazer.
4.1. Resposta pessoal.
Sugestão de resposta: A repetição da expressão “e tudo era possível” reforça a ideia de que, quando se é jovem/sonhador, tudo se pode realizar e não há entraves para aquilo
que se considera impos­­­sível.
5. O poema é constituído por duas quadras e dois tercetos. As rimas são interpoladas e emparelhadas, segundo o es­­­­­quema rimático ABBA ABBA CCD EED. Os versos são dodecassilá-
bicos: Na| mi |nha| ju|ven|tu|de an|tes| de| ter | sa|í (do).
5.1. Este texto é um soneto.
5.1.1. A última estrofe pode ser considerada “chave de ouro”, na medida em que apresenta um conteúdo bastante significativo, que contribui para a interpretação do poema:
a infância é uma fase da vida poderosa, devido às capacidades de imaginação, sonho e simplificação da realidade.

GRAMÁTICA
1.1. Verso 3 – Eu já o conhecia/Eu co­­nhecia-o, já; Verso 7 – E era só ouvi-lo falar; Verso 12 – Só sei que o tinha.
1.1.1. a. 12; b. 3; c. 7.
2.1. O pronome precede a forma verbal porque a frase em que se insere tem um advérbio de negação (“não”).

Pág. 204
PRÉ-LEITURA
Materiais áudio e vídeo
Declamação do poema “O recreio” por Mário Viegas disponível no CD de Re­­­­cursos.
1.1. Resposta pessoal.
Sugestão de resposta: Os sons monótonos do balouço e do vento, a par com a entoação e a declamação pausada de Mário Viegas, parecem sugerir uma sensação de calafrio,
de arrepio e um sentimento de desconforto e até receio.

Pág. 205
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
1.1. a.
1.2. c.
2.1. A atitude do menino pode ser considerada perigosa, uma vez que ele se encontra a baloiçar perto de um poço, num “balouço” em mau estado, cuja corda se encontra
prestes a rebentar. Perante a possibilidade real de cair ao poço, a criança continua a baloiçar.
(Para)Textos 9.° ano

2.2. O sujeito poético reage de for­­­ma displicente, quase indiferente (já notou que a corda estava “esgarçada”, mas isso não parece incomodá-lo) e até ironiza, ao dizer que se a
criança morrer afogada, se acaba a “folia”.
3.1. B., D., C., A.
4.1. A expressividade do poema é realçada pelas reticências, pelo travessão (sinais de pontuação) e pelos parênteses curvos (sinais auxiliares de escrita).
4.1.1. As reticências marcam a suspensão do pensamento e da frase, criando um ritmo regular, que sugere a indiferença do sujeito poético (vv. 4, 6, 10, 12, 13, 15-18); os travessões
introduzem comentários/reflexões subjetivos (vv. 5,11); os parênteses curvos marcam um aparte pa­­­ra esclarecimento imediato (v. 8).
4.2. O poema é constituído por seis estrofes – três quadras e três dísticos intercalados.
4.2.1. c.
5.1. No título, a noção de recreio remete para um espaço que se associa a crianças e no qual estas brincam alegremente, sendo, portanto, um espaço conotado com a diversão
e a alegria. No início do poema, a referência ao “balouço” e ao “menino de bibe” parece comprovar essa característica do espaço do recreio. No entanto, à medida que o poema
se desenvolve, o conceito de recreio passa a estar associado a uma ideia de perigo, de possível morte e até da aceitação natural da mesma.

Pág. 206
PRÉ-LEITURA
1.1. A monotonia reside no monocromatismo do ambiente, do ruído da chuva a cair, sempre igual, no aborrecimento que um dia de chuva provoca.
1.2. Resposta pessoal.
Sugestões de tópicos de resposta: hábitos enraizados, um trabalho repetitivo, uma música/livro/filme/… pouco interessantes; uma voz monocórdica…

Pág. 207
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
Leitura expressiva do texto disponível na Faixa 10 do CD Áudio que acompanha o manual.
1. Trata-se do romance da sua vida.
1.1. Esse romance caracteriza-se como “monótono”, sendo as suas palavras “iguais”, “inalteráveis”, “semelhantes”.
1.2. O “viver” é marcado pelo “cansa­ço” e pela “pobreza”.
1.3. “Andar como os dementes pelos can­­tos a repisar/o que já ninguém quer ouvir” (vv. 5-6).
2.1. Compõem a “matéria” da escrita o “desprecioso tempo à deriva” do sujeito poético, o seu queixar-se, castigar e lamentar, exercidos “sem qualquer esperança”, meramente
“por desfastio”.
2.1.1. Essa matéria não é exclusiva do sujeito poético, pois trata-se de uma miséria “comum e conhecida”, logo ex­­tensiva aos outros, ao ser humano em geral.
3. “Monotonia. Arte, vida…” (v. 14).
4.1. A metáfora está presente em “Gume frio, acerado, tenaz, eloquente. / Sino de poucos tons, impressionante.“ (vv. 18-19) – nestes versos, a monotonia é associada ao “Gume”
e ao “sino” (e às respetivas características). Ao ser associada ao “gume” de uma espada “frio, acerado, tenaz, eloquente”, a monotonia é comparada a algo que causa sofrimento,
incómodo, perturbador. O mesmo carácter perturbador é sugerido pela metáfora do “sino” – já que este, embora de poucos tons, como convém à monotonia, é “impressio-
nante”, marca, perturba.
4.2. Os recursos expressivos são a aliteração e a assonância de sons nasais (“interminamente repetir um/monóto­­no romance, o romance da minha vida”, vv. 1-2), a enumeração
(“Queixar-me, castigar e lamentar”, v. 8), o assíndeto (“Começar, recomeçar, interminamente repetir”, v. 1), a repetição (“Monotonamente, monotonamente.”, v. 13) e a pontuação,
nomeadamente as reticências, que marcam a suspensão do pensamento (vv. 3-4) e o ponto final a substituir a vírgula (v.14). Esses recursos expressivos, pelo seu carácter repetitivo,
marcam uma cadência melancólica, que transmite a ideia de monotonia expressa no poema.
5.1. Segundo o sujeito poético, a monotonia proporcionou-lhe “a arte da verdade”, a “pobreza” e “a constância”. Esses dons têm uma aceção positiva – sendo conotados com a
autenticidade, a ausência de importância dada aos bens materiais e a perseverança/firmeza.
5.2. Resposta pessoal.
Sugestão de resposta:
Sendo a monotonia a instância a que o sujeito poético apela, não admira que este peça o desinteresse, a indiferença perante o que ocorre, perante todo o tipo de entusiasmos…
6. O poema “Monotonia” adapta-se ao título da obra Um dia e outro dia, pois remete para um quotidiano cinzento, mo­­nótono, habitual.

GRAMÁTICA
1. a. e b. Orações subordinadas substantivas relativas.
1.1. São substantivas pois têm uma função sintática tipicamente desempenhada por gru­­­pos nominais – nomeadamente com­­ple­­­mento direto (a.) e predicativo do sujeito (b.).

ESCRITA
1.1. Resposta pessoal.

Pág. 208
PRÉ-LEITURA
1.1. Na ilustração, um rapaz, absorvido pelo espaço natural que o rodeia, está a caminho da escola, de modo bastante despreocupado.

Pág. 209
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
1.1. A reflexão do sujeito poético é motivada pela lembrança do percurso feito diariamente em direção à escola, o Colégio Francês.
1.2. A ida para a escola parecia ser um momento desagradável para o sujeito poético – já que que aquilo que o esperava era um diretor antipático (“um sorriso […] cínico”) e
severo (“a palmatória na gaveta da secretária”).
(Para)Textos 9.° ano

2. a. 5 e 6; b. 3 e 4; c. 9 e 10; d. 7 e 8; e. 1 e 2.

OUTROS TEXTOS / oralidade


1.1. Em ambos os textos está presente a revolta do sujeito poético contra o modelo de ensino que lhe foi ministrado: trata-se de um modelo opressor, que condiciona a liberdade
(III – “musgo de voo/ asas de gaiola”; XIX – “(De pé, humilhado diante do quadro preto.)/Errei as contas no quadro.”, baseado em castigos físicos (III, “a palmatória na gaveta da
secretária”), e na humilhação dos alunos (“(De pé, humilhado diante do quadro preto)”) – a escola é, em ambos os textos, encarada como um local de sofrimento (centrado na
repreensão e na punição do erro) e de aprisionamento, em que não há lugar para a liberdade e o sonho.
No entanto, se no poema III se foca o sofrimento causado pela recordação do passado escolar, no poema XIX incide-se na oposição entre a escola e a liberdade/sonho (vv.
7-10).

Pág. 210
PRÉ-LEITURA
Materiais áudio e vídeo
Canção “Porque”, integrado no projeto “Negros de luz – Canções da Inquietação”, disponível no CD de Recursos.
1.2. O poema provoca a inquietação e o desconforto, pois foca a oposição entre a justiça e a injustiça, a verdade e a mentira, a corrupção e a honestidade.

Pág. 211
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
1.1. a. 1, 2-3, 5-6; b. 4; c. 7; d. 8; e. 11; f. 13.
1.2. A oposição é marcada pela conjunção adversativa “mas” e pelo advérbio de negação “não”.
Nota: A oposição é ainda marcada pela conjunção “e”, no verso 12, cujo valor, neste poema, é também de contraste (e não apenas de adição).
1.3. O comportamento dos “outros” re­­ge-se pela habilidade interesseira, que leva a comportamentos oportunistas e calculistas – perpetuando a injustiça so­­cial; o comporta-
mento do destinatário do poema rege-se pela honestidade, pela coragem e pela capacidade de de­­nunciar a injustiça.
2.1. Os recursos expressivos são a metáfora, a anáfora e o paralelismo antitético. A anáfora e o paralelismo antitético (isto é, as construções frásicas paralelas/semelhantes –
“Porque os outros […] mas tu não.”) está presente em todas as frases do poema, realçando a diferença do comportamento de duas entidades opostas – “os outros” e “tu”. Para
além disso, os comportamentos são apresentados de forma metafórica: nos versos 5 e 6, por exemplo, o sujeito poético recorre à metáfora para caracterizar o comportamento
dissimulado, baseado no culto da aparência (“caiados”; “calada”) dos “ou­­tros”, comportamento que tem origem na podridão moral (“onde germina calada a podridão”). Nota:
Esta metáfora sugere, ainda, a preponderância da morte (“túmulos”; “podridão”).
3. b. Ao longo do poema, o sujeito poético pretende denunciar a injustiça dos “outros” e enaltecer o comportamento do seu destinatário que, movido por um comportamento
coerente, luta pela justiça e pela verdade.

GRAMÁTICA
1.1. “Porque os outros se mascaram” – oração subordinada adverbial causal.
1.2. a. “mas tu não” (vv. 1, 4, 7, 10, 13); b. “E se vendem” (v. 8); “E tu vais de mãos dadas com os perigos.” (v. 11); c. “o que não tem perdão” (v. 3); “Onde germina calada a
podridão.” (v. 6); d. “Para comprar o que não tem perdão.” (v. 3).
1.3. v. 1: mas tu não te mascaras; v. 4: mas tu não tens medo; v. 7: mas tu não te calas; v. 10: mas tu não és hábil; v. 13: mas tu não calculas.
1.4. Exemplo de resposta: Admiro-te/tenho esperança num mundo melhor…, porque os outros calculam mas tu não.

Pág. 212
PowerPoint® Didáticos
PowerPoint® “Oração subordinada: substantiva relativa e adjetiva relativa” disponível no CD de Recursos e no e-Manual.

Pág. 213
Exercícios
1.1. a. onde tu pensas; b. Quem entrar no final; c. com quem as convidou; d. quem acabou de chegar; e. a quem estava presente; f. onde nos vimos pela primeira vez.
Todas são orações subordinadas substantivas relativas.
1.1.1. a. Predicativo do sujeito; b. Sujeito; c. Complemento oblíquo; d. Complemento direto; e. Com­­plemento indireto; f. Modificador do grupo verbal.
2. e 2.1. a. O gelado que comi era delicioso. – oração subordinada adjetiva relativa restritiva; b. A equipa do Tiago, que fez um péssimo jogo, regressou ao balneário. –
oração subordinada adjetiva relativa explicativa; c. Gostava de ouvir os poemas que escreveste. – oração subordinada adjetiva relativa restritiva; d. O médico que operou
o meu irmão já se reformou. – oração subordinada adjetiva relativa restritiva; e. Este grupo, cujo trabalho estava excelente, terá a melhor nota. – oração subordinada
adjetiva relativa explicativa.
3. a. Modificador apositivo do no­­me; b. Modificador da frase.

Pág. 214
PRÉ-LEITURA
1. Todas as imagens são fragmentos – os dois primeiros são o que resta, aleatoriamente, de uma obra antiga; o último, uma parte extraída, voluntariamente, de uma pintura.
Leitura expressiva do texto disponível na Faixa 11 do CD Áudio que acompanha o manual.
Materiais projetáveis
Pintura “Rapariga com brinco de pé­­rola” (integral) disponível no CD de Re­­­cursos.
(Para)Textos 9.° ano

Pág. 215
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
1.1. O poema é constituído por sete dísticos.
1.2. A numeração poderá estar associada à necessidade de ordenação dos dísticos, que não têm unidade temática aparente.
1.3. O poema intitula-se “Fragmentos” porque é constituído por dísticos numerados – que não parecem formar um poema único/acabado, com unidade temática e es­­­­trutural, mas
que parecem constituir, pelo contrário, pequenas reflexões/impressões descontínuas, inconclusas e relativamente autónomas/independentes.
2.1. Efemeridade da vida/passagem do tempo: 1, 6, 7; Aspiração ao infinito: 2, 5; Carácter fragmentário da realidade: 1, 3, 4, 6, 7.
3. 1. a.; 2. b.; 3. d.; 4. c.
3.1. a. Para aconselhar, usa-se a frase de tipo imperativo, com o verbo flexionado no modo imperativo (“aceita”).; b. Para fazer uma constatação, usa-se a frase de tipo
declarativo, flexionando-se o verbo no presente do indicativo (“dura”, “é”, “pode”).; c. Para expressar um de­­sejo, recorre-se a uma frase inacabada, que culmina com reti-
cências (estando implícito o tipo exclamativo), com o verbo flexionado no pretérito imperfeito do conjuntivo (“chegassem” ).; d. Para narrar um acontecimento passado, usa-se
uma frase de tipo declarativo, com o verbo flexionado no pretérito perfeito simples do indicativo (“partiu”).
4. O dístico 6 remete para a oposição entre o que é incompleto/inacabado e o que é inteiro/uno e por isso pode ser intenso, mostrando que o fragmentário prevalece sobre a tota-
lidade. O dístico 7 conclui a ideia iniciada no fragmento 6, sugerindo que, após o estilhaçar de todos os segmentos (metáfora da intensidade e fluidez da vida), resta um último
fragmento, associado à morte e à sua perenidade.
4.1. Estes dísticos ocupam a posição final do poema pois, com eles, fecha-se o ciclo iniciado no dístico 1 (em que o sujeito poético aconselhava o interlocutor a aceitar a efemeridade
da vida) e completa-se o ciclo da vida, também ela in­­­­com­­­pleta/fragmentária (pois só se completa com a morte).

OUTROS TEXTOS / ESCRITA


Materiais áudio e vídeo
Poema “Apontamento”, escrito por Álvaro de Campos e interpretado por Margarida Pinto, disponível no CD de Recursos.
2. Resposta pessoal.
Sugestão de tópicos a abordar:
Semelhança:
− Fragmentaridade como característica da realidade (nada é, por si só, completo/uno, devido à interação que estabelece com outras realidades) – o “frag­­men­to”/”caco” é a única
realidade que permanece. O próprio título dos dois poemas (“Fragmentos”/ “Apontamento”) remete para o inacabado.
Diferenças:
− “Fragmentos”: foca-se a fragmentaridade do mundo exterior;
− “Apontamento”: foca-se a fragmentaridade do mundo interior – o sujeito poético compara a sua alma a um vaso vazio (sem conteúdo, inútil) – consequentemente, o partir-se/
fragmentar-se é a melhor solução: antes de se quebrar o sujeito poético sentia-se “vazio”; depois da fragmentação, sente que tem “mais sensações” do que tinha antes.
Textos complementares
Verbete “Fragmento”, da autoria de Latuf Isaias Mucci (in Carlos Ceia, E-Dicionário de Termos Literários) disponível no CD de Recursos.

Págs. 216-217
PRÉ-LEITURA
1.1. Um soneto é um poema composto por quatro estrofes, duas quadras e dois tercetos; os versos são decassilábicos e o es­­quema rimático tende a ser abba abba, ­­cdc (cdc)
dcd (cde).

EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA


Leitura expressiva do texto disponível na Faixa 12 do CD Áudio que acompanha o manual.
1.1. O símbolo da efemeridade da vida são as rosas bravas que floriram na estação errada, o inverno.
1.2.1. Trata-se da aliteração.
1.2.2. O som “v” sugere a ideia da passagem do vento, da sua sonoridade, da sua imaterialidade, tornando, assim, o poema mais expressivo.
2. O destinatário é o ser amado pelo sujeito poético. A sua presença é marcada pelo vocativo (“meu bem”), pelas formas de 2.ª pessoa do singular (“cismas”, “calas”, “enganavas”,
“Teus olhos”, “teu vulto”) e de 1.ª pessoa do plural (“va­­mos”, “nós”, “nós dois”, “nossos cabelos”).
2.1. O sujeito poético começa por apontar o silêncio do seu destinatário (“Porque me calas/As vozes com que há pouco me enganavas?”, vv. 3-4). Andam ambos de “mãos
dadas”, mas o pensamento é “alheio”, não se verificando reciprocidade ou convergência entre os dois. Além disso, os olhos do destinatário são caracterizados como sendo “tris-
tes”, confirmando-se a cisma em que se encontra. Trata-se portanto de uma relação um pouco distante, melancólica…
3. A metáfora remete para as noções de “ideal”, “ilusão” (é esse o sentido de expressões como “castelos no ar”), no­­ções essas que são realçadas pela forma como os “castelos”
são caracterizados (“doidos”, desfeitos cedo de mais). No contexto deste poema, os “castelos doidos” poderão ser encarados como metáfora do amor ou da juventude.
4.1. Os flocos de neve são associados a “pétalas”, o que remete para as rosas bravas referidas na primeira estrofe.
4.1.1. Os flocos de neve são comparados a uma espécie de véu “nupcial” em redor do vulto do destinatário, devido quer ao seu aspeto sedoso e translúcido quer ao facto de
cobrirem totalmente o vulto do ser amado.
4.2. a. velhice; b. triunfo; c. acrópole; d. sagrado; e. fim.
5. A interrogação final sugere que o ser humano não é senhor da sua vida. O sujeito poético ignora quem é que espalha a neve, quem embranquece os seus cabelos e os da sua
companheira, isto é, não controla nem o envelhecimento nem o fim da vida.
6. Quer as frases interrogativas e exclamativas quer a suspensão criada pelas reticências e pelos travessões veiculam as emoções e as inquietações do sujeito poético.

GRAMÁTICA
1.1. Trata-se de uma relação semântica de hiperonímia/hiponímia: a palavra “flor” é o hiperónimo, pois possui um significado geral, designando uma classe/grupo; a palavra “rosa”
é o hipónimo, pois possui um significado mais restrito, designando um elemento do grupo (“flor” ).
1.2. Exemplo de resposta: Cravo, malmequer, tulipa, margarida, lírio, orquídea, jarro…
1.3. “Floriram” (v. 1),“rosas bravas” (v. 1), “desfolhá-las” (v. 2), “pétalas” (v. 10), “flor” (v. 13).
(Para)Textos 9.° ano

1.4. Exemplo de resposta: Flor da idade, flor de estufa, fina flor, não ser flor que se cheire, ter os nervos à flor da pele…
1.5. Exemplo de resposta: Rosado, ro­­seira, roseiral, rosé, rosiflor, rosiluminoso.
2. a. “cismas”; b. “perscrutaram”.
Materiais áudio e vídeo
“O soneto”, pequena antologia selecionada e lida por Luís Gaspar e respetiva transcrição disponíveis no CD de Recursos.

Págs. 218-219
PRÉ-LEITURA
1.1. Excerto A – a., c.; excerto B – b., d.
1.2. Resposta pessoal.
Materiais áudio e vídeo
Dois excertos da “Suite Pássaro de Fogo”, de Igor Stravinsky, disponíveis no CD de Re­­cursos.
Nota:
O Pássaro de Fogo é uma composição de 1910 de Igor Stravinsky produzida para um ballet com o mesmo nome. Esta peça, baseada nas histórias populares russas, foi o seu
primeiro grande sucesso.
A personagem principal é o príncipe Ivan, que persegue o Pássaro de Fogo. Este, em troca da sua vida, compromete-se a ajudá-lo. Desejando casar com uma princesa, Ivan
desafia o poderoso Katschei, que envia inúmeras criaturas mágicas, logo derrotadas pelo Pássaro de Fogo. Este animal acaba mesmo por matar Katschei, neutralizando a sua
magia, que afetava os humanos. No final, todos comemoram a vitória.

EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA


1.1. a. prosa; b. poéticas; c. estética; d. subjetividade; e. recursos expressivos.
Materiais áudio e vídeo
Biografia e poesia de Carlos de Oliveira lidas por Luís Gaspar e respetiva transcrição disponíveis no CD de Recursos.
2.1. O sujeito poético entrega-se à atividade da escrita.
2.2. O sujeito poético declara que tem “o coração tranquilo”, que sabe que “a alegria se reconstrói e continua” (ll. 1-2). O seu otimismo resulta seja da madrugada seja da ativi-
dade humana que, em comunhão com a terra (“forças surgindo da terra inesgotável”, l. 4), irrompe, prolongando a vontade de viver.
3. “Como um rio lento e irrevogável, a humanidade está na rua.” (l. 5).
3.1. Trata-se da comparação e da dupla adjetivação, que sugerem que a humanidade avança “como um rio” (que faz mover as suas águas sem descanso, com um objetivo)
“lento e irrevogável” (persistente, sem desistir, sem abdicar). Apesar dos contratempos, a humanidade não deixa de existir.
4. O primeiro parágrafo pode ser sintetizado através da palavra tranquilidade; o segundo parágrafo, esperança (ou ânimo); o terceiro parágrafo, harmonia.

ESCRITA
Sugere-se a seguinte metodologia de trabalho:
1. Síntese oral das ideias principais focadas no texto “Quando a Harmonia chega” com enfoque no conceito de harmonia (trabalho coletivo);
2. Pesquisa, em enciclopédias, livros, internet, de informação sobre o conceito de harmonia;
3. Planificação do texto a produzir (trabalho individual) – Exemplo de plano:
− Introdução: apresentação denotativa da noção de harmonia;
− Desenvolvimento: reflexão sobre o va­­lor conotativo da noção de harmonia, no texto “Quando a harmonia chega”, e noutros textos (argumentação seguida de exemplificação
– citação direta ou paráfrase); opinião pessoal (argumentação seguida de exemplificação – relato de uma experiência pessoal);
− Conclusão: definição de harmonia, de­­no­­tativa e conotativamente;
− Referências bibliográficas.
4. Produção e revisão textual (trabalho individual). Nota: Na fase de produção, o professor poderá acompanhar indivi­dual­mente os alunos, auxiliando-os nas ci­­­tações e na produção
das referências bi­­bliográficas.
5. Leitura e apreciação coletiva dos textos.
6. Reformulação e registo de um dos textos no quadro (realçando as técnicas usadas para citar e para apresentar as re­­­fe­rências bibliográficas).

Pág. 220
PRÉ-LEITURA
1.1. a. As borboletas simbolizam a efemeridade, pois vivem pouco tempo.
Nota: Em geral, as borboletas vivem de duas semanas a um mês, havendo uma espécie cuja longevidade pode chegar aos nove meses.
Leitura expressiva do texto disponível na Faixa 13 do CD Áudio que acompanha o manual.

Pág. 221
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
1. a. F; b. V; c. V; d. V; e. F.
2. Os versos são contraditórios, pois, se a borboleta ignora a tristeza, não pode afogá-la, eliminá-la. No entanto, esta contradição poderá ser apenas aparente – através dela o
poeta sugere que a visão da borboleta suprime a tristeza de quem a contempla.
3.1. Os neologismos serão “pó de lua”, “lápis solar”, “castanho-raiz”, “cinzento-nuvem” (vv. 16-17).
3.1.1. O sujeito poético poderá ter tido a intenção de ilustrar a beleza natural da borboleta e sua harmonia com o meio natural e cósmico. Termos como “pó”, “lápis”, “raiz” e
“cinzento” sugerem as cores da própria Natureza.
(Para)Textos 9.° ano

4. O sujeito poético considera as borboletas irrequietas (v. 1), coloridas (v. 3) livres (vv. 5, 9), sonhadoras (v. 6), alegres (v. 10) e em constante interação e harmonia com a natureza
envolvente (vv. 14-20).
4.1. O beijo da borboleta é realizado pelos “olhos”, sem contacto físico. Trata-se de um beijo adequado ao ser sonhador e livre que a borboleta é.
5. O recurso expressivo é a sinestesia. Este recurso acumula a sensação olfativa (“cheiro”) e a sensação visual (“colorido”), sugerindo a noção de beleza, alegria e vivacidade da
borboleta.
6. As frases não são iniciadas por maiúscula.
6.1. Trata-se de uma liberdade do poeta, à semelhança de outros autores (Saramago, por exemplo). O poeta pode ter, propositadamente, utilizado apenas mi­­núsculas para
sugerir visualmente o teor do poema (o carácter leve e passageiro da realidade); a ideia de liberdade associada à borboleta é aplicada à escrita também – subvertendo algumas
regras.
7. Depois de apresentar as características e os comportamentos das borboletas (associados à vivência de situações simples e naturais), nos últimos dois versos, o sujeito poético
conclui que “a borboleta é um ser/de misteriosos nadas”. Poder-se-á dizer que, ao viverem, de forma inconsciente e natural, os “nadas”, as borboletas são misteriosamente feli-
zes. O título do poema sintetizará essa ideia, sugerindo ainda que, ao longo do poema, se apresentará uma receita “Para vivenciar nadas” – isto é, para se ser feliz.

GRAMÁTICA
1. “aterriza” – derivação por parassíntese; “desconhece” – derivação por prefixação; “cósmicos” – derivação por sufixação; “pó de lua”, “lápis solar”, “cast­­­anho-raiz”, “cinzento-
-nuvem”, “arcos íris” – composição morfossintática.

Pág. 225
1. Fidalgo: ao centro, a passear, vestido de vermelho; Corregedor e Procurador: vestidos, um de azul, outro de roxo e amarelo, atrás da mulher com uma galinha; Enforcado: a
caminho do pelourinho, à direita dos Cavaleiros; Sapateiro: em baixo à direita, na sua tenda; Frade: à direita, perto do barco, acompanhado de Florença; Judeu: à direita, com
um bode às costas; Cavaleiros das cruzadas: na praça do pelourinho, junto à igreja.
2.1. Ambas as frases abordam o tema da consciência, demonstrando que, na vida, devemos agir de modo a que a nossa consciência fique tranquila, pressuposto essencial para
uma existência feliz e harmoniosa com os demais.

Pág. 226
1.1. Tópicos a abordar ao longo do de­­bate:
Situações representadas:
• em primeiro plano, uma rapariga relembra e reflete sobre situações por que passou;

• em segundo plano, encontram-se representadas essas situações:

– na rua, um transeunte deixa cair uma nota, inadvertidamente;


– numa pastelaria, é entregue troco a mais à rapariga;
– no jardim, um adulto (provavelmente, o pai da rapariga), ralha com um rapaz (provavelmente, um irmão mais novo da rapariga), por este ter partido o vidro da janela;
– nas três situações, a rapariga apercebe-se do sucedido e questiona-se sobre a atitude a tomar;
• Sentimento da rapariga: conflito interior, dilema (honestidade/coragem vs. de­­so­­nestidade/cobardia);

• Representação iconográfica do confli­­to: anjo e diabo;

• Simbolismo do anjo e do diabo: anjo – bem/certo/correto; diabo – mal/errado/incorreto;

• Recurso expressivo que consiste na representação figurativa de conceitos abstratos: alegoria. O Diabo e o Anjo são figuras alegóricas que representam figurativamente os

conceitos abstratos do Bem e do Mal.


Sugestão: Poderá ser sistematizada, neste momento, a noção de alegoria (cf. Ficha Informativa n.º 5, pág. 91).

Pág. 227
PRÉ-LEITURA
Materiais áudio e vídeo
Excerto do documentário “Grandes Livros – Auto da Barca do Inferno” disponível no CD de Recursos.
1. a. … na arte, na mitologia, na religião e, sobretudo, nas nossas cabeças.; b. … os homens foram conseguindo explicar a origem de uma série de fenómenos naturais.; c. … as
duas faces/vozes da identidade humana, a da consciência e a do remorso.; d. … 1517. e. … o Diabo e o Anjo, que se deparam com um desfile de almas.
Nota: Apesar de este texto dramático ter uma estrutura definida, considerando a sua ligação ao teatro medieval, não está dividido em cenas ou atos. De modo a facilitar a sua
análise e estudo, as autoras dividiram a peça de acordo com a sucessão das personagens em cena.

Representação deste excerto de texto


dramático pela Companhia de Teatro
Filandorra disponível no e-Manual.

Pág. 228
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
1.1. O dramaturgo explica, na introdução do Auto da Barca do Inferno, que a rainha D. Leonor encomendou a peça, para que esta fosse representada na presença de D. Manuel.
1.2. Esta expressão mostra-nos que cada personagem chega ao cais logo depois de “espirar”, ou seja, no momento do fa­­lecimento.
2. 1. b.; 2. a.; 3. a.

Pág. 229
Materiais áudio e vídeo
Excerto do documentário “Grandes Livros – Auto da Barca do Inferno” disponível no CD de Recursos.
(Para)Textos 9.° ano

3. a. um ancoradouro na margem de um rio; b. entre este mundo e o outro; c. cais; d. duas embarcações; e. um Anjo; f. um Diabo ansioso e seu respetivo Companheiro; g. o
Inferno; h. o Céu; i. a sociedade portuguesa; j. fácil.
4.1. O Diabo prepara a embarcação para a chegada dos tripulantes, pelo que profere ordens constantemente, de modo a que o Companheiro execute as tarefas necessárias
rápida e corretamente.
4.2. b., d., f.
4.3. d.

GRAMÁTICA
1.1. a.
1.2. Variação histórica: “Asinha” (v. 10).Variedades sociais:
– calão: “Abaxa má-hora esse cu!” (v. 16);
– gíria (vocabulário náutico): “caro” (v. 3), “ré” (v. 3), “palanco” (v. 6), “poja lesta” (v. 17), “alija aquela driça” (v. 18) e “Verga alta! Âncora a pique!” (v. 22).
Variedades situacionais:
– registo corrente: “Põe bandeiras, que é festa.” (v. 21);
– registo popular: “Abaxa má-hora esse cu!” (v. 16);
– registo cuidado: “Ó poderoso dom Anrique/Cá vindes vós?” (vv. 23-24).

Pág. 230
Textos Complementares
Textos “Gil Vicente”, in Luciana Stegagno Picchio, História do Teatro Português (trad. Manuel Lu­­ce­na) e “Auto da Barca do Inferno”, in Infopédia, Porto Editora, 2003-2012 (consult.
2012-12-31), http://www.infopedia.pt/$auto-da-barca-do-inferno,2, disponíveis no CD de Recursos.
Materiais áudio e vídeo
Excerto radiofónico “Gil Vicen­­te”, do programa Portugal Passa­do, TSF-Rádio Notícias, e respetiva trans­­crição disponíveis no CD de Recursos.

Pág. 232
PRÉ-LEITURA
1.1. O provérbio significa que o rei, en­­quanto tal, pode atribuir a quem entender um título de nobreza, mas não a nobreza de sentimentos.

Leitura expressiva do texto disponível na Faixa 14 do CD Áudio que acompanha o manual.

Págs. 236-237
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
1.1. A. “Vem o Fidalgo e, chegando ao batel infernal, diz:” (1.ª didascália); B. “A estoutra barca me vou.” (v. 66); C. “Venha essa prancha!” (v. 120).
2.1. No final da cena anterior (p. 228), o Diabo referira-se ao Fidalgo fingindo-se surpreendido por tê-lo diante de si (vv. 23-24) e, nesta cena, ao ser confundido com uma dama
pelo nobre, replica cortesmente e de forma aparentemente servil “Senhor, a vosso serviço” (v. 30).
3.1. b.
3.2. a.
3.3. b.
4. a. Alega que a sua importância social devia ser suficiente para ser salvo.; b. De­­nuncia a vaidade e a presunção do Fi­­dalgo (incompatível com a barca, estreita/pequena de mais
para o acolher) e a sua tirania e desprezo pelos pobres e humildes.
5.1. Os símbolos são a cadeira e o “rabo”. Tanto um como outro simbolizam a sua classe social – a fidalguia – e o apego que o Fidalgo demonstra relativamente a esses sinais
de ostentação e poder.
5.2. Os símbolos do Fidalgo e o espaço das barcas são alegóricos porque representam ideias abstratas: a barca do Anjo, caracterizada como pequena/estreita (po­­dendo ser
conotada com a humildade e a justiça), representa o caminho para o Paraíso (é, pois, a via das virtudes, que conduz à salvação); a barca do Diabo, caracterizada como grande/larga
(poden­­do ser associada ao luxo, à grandeza e à vaidade), representa o caminho para o Inferno (sendo, assim, a via dos pecados/vícios que conduzem à perdição). Os símbolos
cénicos do Fidalgo denunciam os seus pecados/vícios, representando alegoricamente o poder, a vaidade e o luxo da nobreza.
6.1. O Diabo está alegre, pois arrebatou o seu primeiro passageiro (cf. vv. 110-111).
7.1. O Fidalgo autocensura-se por ter julgado que o inferno não existia, por achar que era adorado em vida e por ter pensado que o seu “estado”/posição social lhe garantiria
a salvação.
8.1. No final da cena anterior, o Diabo, ao ver o Fidalgo entrar em cena, apelidara-o de “poderoso Dom Anrique” (o adjetivo é usado ironicamente pois, apesar de ter sido poderoso
em terra, o Fidalgo deixa de ter poder após a morte). Nesta cena, emprega uma fórmula deferente e cortês “a vosso serviço” (v. 30), mas usa-a ironicamente – o seu serviço será
levá-lo para o inferno). Para além disso, “Vossa Doçura” é um termo que pretende remeter para outra característica, particularmente ridícula, do Fidalgo – a sua presunção de con-
quistador amoroso.
9.1. A amante é satirizada pela duplicidade amorosa e pelo seu carácter interesseiro; a esposa, pela infidelidade e pela hipocrisia.

GRAMÁTICA
1.1. a. recentes; b. uso; c. primitiva; d. de­­suso.
1.2. Exemplo de resposta: “jiricocins” (v. 72), “salvanor” (v. 72), “sandeu” (v. 134).
2. a. Paragoge do /m/; b. Síncope do /l / e contração por crase de /o/; c. Redução vocálica; d. Epêntese do /i/.

ESCRITA
Recursos de apoio ao professor
Grelha de avaliação da escrita disponível no CD de Recursos.
(Para)Textos 9.° ano

Pág. 238
PowerPoint® Didáticos
PowerPoint® “Estrutura interna e externa” do Auto da Barca do Inferno disponível no CD de Re­­cursos e no e-Manual.

Pág. 240
PRÉ-LEITURA
1.1. O homem conta o dinheiro, com ar sério e concentrado. A mulher suspende a leitura para observar o trabalho do ma­­rido.
2. h.
3. A prática da onzena consistirá na usura, ou seja, em emprestar di­­nheiro a juros excessivos. Como a palavra deriva de onze, os juros são cobrados à taxa de 11%.

Representação deste excerto de texto


dramático pela Companhia de Teatro
Filandorra disponível no e-Manual.

Pág. 242
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
1.1. “Onzeneiro, meu parente!” (v. 183).
2. “Na safra de apanhar/me deu Saturno quebranto.” (vv. 186-187). O onzeneiro foi surpreendido pela morte em plena atividade. A expressão “safra do apanhar” indica o frene-
sim com que a personagem se entregava ao seu ofício.
2.1. O Diabo troça dele, ironizando com o facto de o dinheiro não ter livrado o Onzeneiro da morte.
3. “Solamente pera o barqueiro/nom me leixaram nem tanto…” (vv. 190-191).
4.1. a. “esse bolsão/tomará todo o na­­vio” (vv. 216-217); b. “Não já no teu co­­ração.” (v. 219).
4.1.1. Sendo a barca do Anjo “estreita”, como convém à virtude, o pecado da ganância e da cobiça não “cabe” nessa barca, pois poderia conspurcá-la e corromper os seus
passageiros.
4.1.2. Sugestão de resposta: O Anjo procede do exterior para o interior, dos atos para a intenção que lhes subjaz.
5. a. O Onzeneiro julga, como o Fidalgo antes dele, que pode escolher a barca que mais lhe convém e que pode regressar ao mundo dos vivos.; b. O Onzeneiro acha que o Anjo
pensa como ele, julgando que, com dinheiro, o corromperá.
6.1. 1. b. O cómico reside na ironia e no tom jocoso com que o Diabo encara o carácter do Onzeneiro; 2. c. O cómico revela-se na linguagem demasiado familiar e da comparação
com o arrais que, na época, o público conhecia; 3. a. O cómico consiste no facto de o Onzeneiro se encontrar com o Fidalgo, tratando-o com cortesia, mas sendo por ele interpelado
de forma descortês.

Pág. 243
GRAMÁTICA
1.1. sabês > sabeis; pera > para; mui > muito; solamente > somente; nom > não; leixaram > deixaram; i > aí; cuidarês > cuidareis; havês > haveis; aqueloutro > aquele outro;
cures > cuides; estoutra > esta outra; Deos > Deus; alhea > alheia; reneguês > renegueis.
1.2. a. Deos; b. alhea; c. leixaram, cures, havês, sabês, cuidarês, reneguês; d. mui, solamente, nom, i; e. es­­­­­­toutra; aqueloutro; f. pera.

OUTROS TEXTOS / ORALIDADE


Materiais áudio e vídeo
Poema “Vilancete Castelhano de Gil Vi­­cente” interpretado pela Inoportuna (Tuna Masculina da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa) e incluído no CD Há palavras que
nos beijam, disponível no CD de Recursos.
1.1. Sugestão de tópicos a abordar:
– “Vilancete castelhano de Gil Vicente”: possibilidade de mudança efetiva de comportamento, atitude ou forma de en­­carar a vida: a esperança nunca morre;
– Auto da Barca do Inferno: argumento centrado no julgamento post mortem; crítica social e religiosa através da sucessão de personagens-tipo e do comportamento e vícios
destas; o dramaturgo pretende levar o espectador a tirar conclusões numa perspetiva moral, religiosa e cívica;
– temas comuns: binómios bem/mal; vi­­­­da/morte.

Pág. 244
PRÉ-LEITURA
1.1. a. Parvoíces.
1.2. O Parvo será, possivelmente, uma personagem inocente, que dirá “coisas sem tino”.
Leitura expressiva do texto disponível na Faixa 15 do CD Áudio que acompanha o manual.

Pág. 246
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
1.1. Joane é uma personagem diferente das restantes, pois apresenta uma simplicidade de espírito e uma franqueza que o levam a dizer tudo o que pensa e a ter até um discurso
desajustado. Isso é visível em versos como “Eu sô.” (v. 248), “É esta a naviarra nossa? […] Dos tolos.” (vv. 249-250), que mostram como Joane se vê a si próprio, ou seja, como um
tolo. Versos como “De pulo ou de voo?” (v. 251), “Samicas de caganeira.” (v. 257) ou “De cagamerdeira!/ Má ravugem que te dê!” (vv. 258-259) são reveladores de um discurso
desajustado, sem “filtro” e também cómico.
2.1. Joane reage de uma forma eufórica: responde ao Diabo que jamais se dirigirá ao Inferno e, às gargalhadas, insulta-o, recorrendo a vocabulário insultuoso e popular (calão).
(Para)Textos 9.° ano

2.2. Ao contrário das restantes personagens, que, ao serem confrontadas com a possibilidade de embarcarem no navio do Diabo, ficam indignadas e apresentam razões que, na sua
ótica, as ilibam do Inferno, o Parvo começa a injuriar o Diabo.
3.1. Os tipos de cómico que predominam na cena são o cómico de linguagem, como é visível pelo uso de linguagem cómica e de calão (vv. 258-259, 295), o cómico de situação,
quando Joane, confrontado com a possibilidade de entrar na barca do Inferno, insulta o Diabo (vv. 269, 275) e o cómico de carácter, visível na desadequação de Joane face à situa-
ção em que se encontra e em relação a si próprio (vv. 248, 298) e também na sua maneira de ser, sem regras e provocadora (v. 251).
4.1. O Anjo reage de forma positiva e permite que Joane faça parte da sua tripulação. Justifica a sua decisão, afirmando que o Parvo cometeu alguns erros não por maldade, mas
porque era um homem simples de espírito.
5. Joane era um homem muito simples de espírito, caracterizado pelo comportamento eufórico. Ao falar com o Diabo, apresenta um vocabulário desajustado, recorrendo frequentemente
ao calão, pa­­recendo não apresentar mecanismos de censura, uma vez que diz o que pensa. Ao falar com o Anjo utiliza uma linguagem cortês, revelando alguma ingenuidade (v. 298).
6.1. a. Anjo; b. crítica; c. Glória; d. eufórica; e. cómica; f. vícios.

GRAMÁTICA
1.1. Em todas as falas é infringido o princípio de cortesia.
2.1. a., c.
2.1.1. A forma de tratamento é informal e familiar, como se pode verificar pelo uso de verbos conjugados na 2.ª pessoa (“Põe aqui o pé!”, v. 260), de determinantes pessoais
da 2.ª pessoa (“Tua simpreza t’abaste”, v. 302) e pelo recurso a um vocabulário simples, pouco formal, por vezes até ofensivo, revelador de um à-vontade entre as personagens
(“Entra, tolaço enuco,/que se nos vai a maré!”, vv. 262-263).

Pág. 247
PRÉ-LEITURA
1. c.

Representação deste excerto de texto


dramático pela Companhia de Teatro
Filandorra disponível no e-Manual.

Págs. 248-249
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
1.1. “Santo sapateiro honrado.” (v. 309).
1.2. A autocaracterização (“santo” e “honrado”) revela desde logo a falta de humildade do Sapateiro.
Nota: Com o evoluir da cena, perceber-se-á também que se trata de uma personagem cínica e falsa, que tenta apresentar-se como virtuosa.
2.1. O Sapateiro apresenta os seguintes argumentos: morreu confessado e comungado (vv. 314, 321), ouviu muitas missas (v. 332), rezou pelos defuntos (v. 337) e deu dinheiro
à Igreja (v. 336).
3.1. O Diabo contra-argumenta, dizendo que o Sapateiro morreu excomungado, pois não confessou todos os seus pecados; era falso religioso, pois frequentava a Igreja e era
desonesto, tendo roubado o povo com a sua profissão.
4.1. O Anjo não o deixa entrar, pois diz que ele traz uma carga muito pesada (carga de pecados), e acrescenta que na sua barca não entra quem roubou descaradamente
enquanto viveu. Finalmente conclui que ele poderia ter tido o direito de entrar na sua barca, se tivesse tido uma vida honesta.
4.2. O Sapateiro é acusado de ser ladrão, falso e desonesto no exercício da sua profissão. O avental e as formas são símbolos do seu ofício e, como tal, da sua desonestidade.
5. b.
5.1. Ao perceber que não há outra solução, o Sapateiro resigna-se e não volta a tentar provar a sua inocência, o que poderá revelar a consciência da personagem relativamente
aos pecados cometidos e à gravidade das suas ações durante a vida.
6. Nesta cena destacam-se o cómico de linguagem – “Arrenegaria eu da festa,/e da puta da barcagem!” (vv. 318-319) e de carácter – “Santo sapateiro honrado.” (v. 309).

GRAMÁTICA
1.1. a. Na alínea e. existe um constituinte coordenado.; b. Os constituintes sublinhados nas alíneas a., b., c. e d. são subordinados; o constituinte sublinhado na alínea e. é
coordenado.; c. Na alínea b. o constituinte sublinhado restringe o sentido do nome.; d. Na alínea a. o constituinte sublinhado não pode antepor-se ao subordinante.
1.2. Oração subordinada substantiva: a.; c.; Oração subordinada adjetiva: b.; Oração subordinada adverbial: d.; Oração coordenada: e.
1.3. a. Oração subordinada substantiva completiva; b. Oração subordinada adjetiva relativa restritiva; c. Oração su­­bor­dina­da substantiva relativa; d. Oração subordinada adverbial
condicional; e. Oração coordenada copulativa.
1.4. Se tu tivesses vivido direito, elas tinham/teriam sido cá escusadas.

Pág. 250
OUTRAS ATIVIDADES
1.1. a. tanoeiro; b. almocreve; c. sapateiro; d. ferreiro; e. boticário; f. estalajadeiro; g. armador; h. barbeiro; i. taipador; j. carrasco; k. cirieiro; l. latoeiro; m. saltimbanco; n. tecedeira;
o. tosador; p. peleiro; q. cabouqueiro; r. tintureiro; s. odreiro; t. oleiro; u. telheiro; v. tijoleiro; w. curtidor; x. regateira; y. carniceiro; z. seleiro.
Materiais Projetáveis
Crucigrama com as soluções da sopa de letras disponível no CD de Recursos.

Pág. 252
PRÉ-LEITURA
1. As figuras representadas em primeiro plano são o Diabo, um Frade e uma mulher com as­­peto de camponesa; ao fundo, em segundo plano, está o Anjo.
(Para)Textos 9.° ano

1.1. A junção destas figuras em cena é aparentemente estranha, uma vez que encontramos, por um lado, o Diabo e um Frade juntos e, por outro, um frade e uma mulher que
parecem formar um casal.
Leitura expressiva do texto disponível na Faixa 16 do CD Áudio que acompanha o manual.

Pág. 255
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
1.1. a. Broquel; b. Espada; c. Casco; d. Capelo; e. Moça.
2.1. O latim era a língua oficial da Igreja.
2.2. A associação das duas frases resulta numa contradição, já que, na primeira, o Frade recorre a um cumprimento usado pelos religiosos e, na segunda, se autocaracteriza como
“cortesão”. O Frade não se apresenta comedido nem numa atitude de reflexão (como seria de esperar de um religioso, consciente do mo­­men­­to que estaria a passar), mas, pelo
contrário, revela-se efusivo, em festa, cantando e dançando, e sempre acompanhado pela Moça, Florença.
2.3. “E eles fazem outro tanto!” (v. 383).
3. O Frade, em sua defesa, argumenta que devia ser salvo porque era um elemento da Igreja que usava hábito e rezava. Para além disso, era virtuoso e comportava-se como os
restantes elementos do clero.
4.1. Sugestão de resposta: O silêncio do Anjo não é uma estratégia inocente da parte do dramaturgo. Há um contraste entre a ausência de resposta do arrais do Paraíso, moti-
vada pela perversidade e indignidade dos pecados do Frade. A vergonha pelo comportamento do clero leva o Anjo a nem sequer falar com o Frade.
4.2. O Parvo intervém neste momento, tendo uma função simultaneamente cómica e crítica. É a ele que cabe a função de apresentar um argumento de acusação, através do
cómico. O Parvo substitui o Anjo na denúncia da quebra do voto de castidade.
5. a. e b. Cómico de linguagem e de carácter; c. Cómico de situação.
6. Exemplos de resposta: a. “Gentil pa­­dre mundanal” (v. 391); b. “Devoto padre marido” (v. 415).
6.1. a. A ironia realça o comportamento incorreto e mundanal do Frade.; b. Este paradoxo realça o comportamento ilícito do religioso (que também era “marido” ), que deveria
ter revelado, com o seu comportamento e atitudes, devoção a Deus.
7. O Auto da Barca do Inferno é um auto de moralidade, na medida em que o texto denuncia os vícios de todas as classes sociais, inclusivamente o clero, com uma intenção
pedagógica.

Pág. 256
GRAMÁTICA
1. a. Futuro do indicativo (verbo tanger e fazer); b. Presente do indicativo (verbo fazer); c. Imperativo (verbo entrar); d. Ge­­rúndio simples (verbo viver); e. Presente do conjuntivo
(verbo dar); f. Infinitivo pessoal (verbo ser); g. Pretérito imperfeito do indicativo (verbo ter); h. Pretérito perfeito simples do indicativo.
1.1. a. Eu terei tangido e teremos feito um serão.; d. que nom temestes tendo vivido.; h. Tens furtado o trinchão, frade?

TRABALHO DE PESQUISA / DEBATE


1.1. Resposta pessoal.
1.2. Resposta pessoal.
Sugestão de tópicos a abordar:
– o Auto é um documento histórico que funciona como sátira, ou seja, o dramaturgo não apresenta uma fotografia da sociedade, mas sim uma caricatura do Portugal do século XVI;
– através do riso e da diversão, Gil Vicente alerta o seu público para a crise de valores que perpassa a sociedade do seu tempo, não esquecendo os mais ricos e poderosos.
Nota:
É importante que, ao longo do debate, os alunos:
− argumentem, no sentido de persuadir os colegas;
− estabeleçam relações com outros co­­nhe­cimentos;
− justifiquem pertinentemente as suas ideias e opiniões;
− considerem pontos de vista contrários e reformulem posições;
− retomem, precisem e resumam ideias, para facilitar a interação;
− usem a palavra com fluência e correção;
− diversifiquem o vocabulário e as estruturas utilizadas no discurso.

Pág. 257
PRÉ-LEITURA
1.1. Na pintura, encontramos três personagens: uma jovem e uma mulher mais velha, que é, claramente, uma alcoviteira a negociar com um homem.
Leitura expressiva do texto disponível na Faixa 17 do CD Áudio que acompanha o manual.

Págs. 259-260
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
1.1. “Diz que nom há de vir cá/sem Joana de Valdês.” (vv. 481-482); “Nom quero eu entrar lá.” (v. 484), “No é essa barca que eu cato.” (v. 486).
2.1. Os objetos encontram-se enumerados nos vv. 490-502.
2.2. a., b., d., e., g., h.
2.3. a. “Seiscentos virgos postiços” (v. 490), “casa movediça;/um estrado de cortiça/com dous coxins d’encobrir” (vv. 498-500); b. “cinco cofres de enleos” (v. 494); d. “alguns furtos
alheos,/assi em joias de vestir” (vv. 495-496), “guarda-roupa d’encobrir” (v. 497); e. “Seiscentos virgos postiços” (v. 490), “Três almários de mentir” (v. 493); g. “três arcas de feitiços”
(v. 491); h. “essas moças que vendia” (v. 502).
(Para)Textos 9.° ano

3.1. Brísida afirma que merece ir para o Paraíso, pois foi uma mártir durante toda a vida. Foi açoitada e teve de suportar vários tormentos devido à sua atividade. Chega mesmo
a dizer que, se ela for para o Inferno, toda a gente irá para lá.
4.1. Para agradar ao Anjo, Brísida recorre à estratégia da sedução, ou seja, fala para ele com uma linguagem elogiosa (“Barqueiro mano, meus olhos”, v. 517, “minha rosa”,
v. 522, “meu amor, minhas boninas”, v. 528), realçando algumas das suas características (“anjo de Deos”, v. 522, “olho de perlinhas finas!”, v. 529).
5.1. a., d., e.
5.2.1. a. convencer as raparigas a entrarem no mundo da prostituição; b. retirar da vida de miséria; c. não encontrar “dono”, alguém que tome conta delas.
5.3. Gil Vicente critica o clero normalmente corrupto e os que promovem a prostituição.
6.1. “Ora entrai, minha senhora” (v. 553), “se vivestes santa vida,/vós o sentirês agora” (vv. 555-556). O Diabo é irónico, quer ao tratar Brísida por minha “senhora” (com defe-
rência, sugerindo a nobreza de carácter e estatuto social) quer ao concluir que, se esta viveu uma vida santa, depois da morte sentiria os efeitos dessa santidade (o Diabo sabe
que a Alcoviteira não viveu uma vida santa e que vai ser castigada por isso).
GRAMÁTICA
1.1. a. “me” (complemento direto); b. “me” (complemento indireto); c. “te” (complemento indireto); d. “te” (complemento indireto); e. “vo” (complemento indireto); “lo” (com-
plemento direto).
1.1.1. a. Diabo; b. Brísida Vaz; c. Brísida Vaz; d. Brísida Vaz; e. Anjo/“Barqueiro mano, meus olhos” (v. 517); embarque na barca do Anjo/“prancha a Brísida Vaz!” (v. 518).
1.2./1.2.1. b. O pronome pessoal antecede o verbo porque está inserido numa oração subordinada.; c. O pronome pessoal está inserido numa frase de tipo interrogativo iniciada
por “quem”.; d. O pronome pessoal está integrado numa oração subordinada.

Pág. 261
PRÉ-LEITURA
1.1. d.

Representação deste excerto de texto


dramático pela Companhia de Teatro
Filandorra disponível no e-Manual.

Págs. 262-263
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
1. a. F. – O Judeu tem como símbolo cénico o bode.; b. F. – Ao contrário das restantes personagens, o Judeu não se dirige à barca do Anjo; para além disso, apesar de o seu destino
ser a barca do Diabo, não entra nela, pois vai a reboque.; c. V. – v. 558; d. V. – vv. 567-571; e. V. – vv. 576-579; f. V. – vv. 581-587; g. F. – Tais acusações são proferidas por Joane;
o Anjo não intervém nesta cena.; h. V. – vv. 601-604.
2.1. O comportamento do Judeu é atípico, na medida em que não manifesta interesse em entrar na barca do Anjo (pretendendo, pelo contrário, entrar na barca em que as restantes
personagens estão); também o Diabo tem um comportamento diferente do que tivera anteriormente, pois rejeita o Judeu na sua barca; o Anjo não dialoga sequer com a personagem
recém-chegada ao cais, ao contrário do que fez com as outras personagens.
2.1.1. Nesta cena, o Parvo tem uma função lúdica, suscitando o riso aquando do diálogo com o Judeu, e satírica/crítica, já que é ele que acusa o Judeu, denunciando os seus
pecados.
3.1. O cómico de linguagem está presente nas pragas que o Judeu roga ao Diabo (vv. 581-587).
4. a. católica; b. judaica.
GRAMÁTICA
1. a. Predicativo do sujeito; b. Complemento oblíquo; c. Complemento direto; d. Complemento indireto; e. Complemento direto; complemento oblíquo; mo­­di­­­ficador do grupo
verbal; f. Sujeito; vocativo; predicativo do sujeito.
1.1. a. “passo”; b. “comia”, “deu”; c. “vir”; d. “é” ,“sois”.
2. a. “Eis aqui quatro testões”/“e mais se vos pagará” – orações coordenadas copulativas; b. “Judeu, lá te passarão” – oração subordinante; “porque vão mais despejados.” –
oração subordinada ad­­verbial causal.
OUTROS TEXTOS
1. a. … culpados devido a questões religiosas: no cartoon, por serem responsáveis pela “morte de Jesus Cristo”; na cena do Judeu, por quererem integrar-se na sociedade qui-
nhentista, desprezando os preceitos católicos e não abdicando da re­­ligião judaica. b. … a lentidão da justiça portuguesa.

Pág. 264
Corregedor / Procurador
Nota: Ainda que na edição citada a atuação do Corregedor constitua a Cena IX e a do Procurador, a X, por uma questão didática agrupou-se na mesma subunidade a interven-
ção do Corregedor e do Procurador.

PRÉ-LEITURA
1. a. Meirinho; b. Corregedor; c. Ouvidor; d. Procurador.
Leitura expressiva do texto disponível na Faixa 18 do CD Áudio que acompanha o manual.

Págs. 268-269
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
1.1./1.2. Trata-se dos “feitos” (processos judiciais); o Diabo caracteriza-os como gentis, com um duplo sentido: por um lado, são documentos judiciais delicados/importantes; por
outro, são eles o símbolo dos pecados do Corregedor, sendo o adjetivo usado ironicamente.
(Para)Textos 9.° ano

2.1. O recurso expressivo é a ironia, construída com base na associação entre “santo” e “descorregedor”: o adjetivo contrasta com o nome, cujo prefixo nega o significado do
termo “corregedor” – aquele que corrige, endireita, aplica a justiça. Ao apelidar o Corregedor de “santo descorregedor”, o Diabo alude à corrupção dissimulada do juíz.
3. a., b., c.
3.1. Estes recursos funcionam como subterfúgios – na medida em que o Corregedor recorre a tecnicismos para confundir o seu interlocutor, como se ele fosse ignorante. Deste
modo, o Corregedor surge como alguém seguro do seu poder social (devido ao seu cargo, é inatacável), pensando que, ao falar em latim, ao apelar para um código formal (“Nom
é de regulae juris” – v. 622), ao apresentar argumentos de defesa e ao apelar à ajuda de um “meirinho do mar” se livra de complicações e evita o julgamento por corrupção.
3.2. O Corregedor culpa a mulher por receber subornos e recorda o provérbio popular que diz que o “dar quebra os pinedos” (v. 666), alegando que o direito não se pronuncia
quando se recebe alguma coisa (cf. vv. 667-668). Em sua defesa, argumenta ainda que só fez justiça, com equidade (vv. 651-652).
4.1. Os símbolos cénicos do Procurador são os livros de Direito.
4.2. O Procurador e o Corrergedor conheceram-se em vida, fazendo parte do mesmo contexto profissional (aparelho judicial) e tendo os mesmos tiques e defeitos – trata-se, por
isso, de personagens-tipo, que personificam a classe jurídica.
5.1. O Corregedor e o Procurador falam sobre o sacramento da confissão. Ambos se denunciam ao revelar que não cumpriram os preceitos religiosos: o Procurador, por não achar
que a morte se aproximava, o Corregedor, por se ter confessado, mas ocultando os seus pecados.
6.1. O Anjo trata-os por “pragas” (v. 711) e declara-os “odiosos” (v. 712), pois mostram-se “preciosos” (v. 713), apesar de serem “filhos da ciência” (v. 714) – o que exigiria
humildade. Por tudo isto, permanecem “carregados” (v. 726), manchados pelos seus pecados de corrupção. O Parvo acusa-os de receberem subornos (coelhos e perdigotos), de
terem praticado ações vândalas e blasfemas (“mijais nos campanairos”, v. 720), insultando-os de vários modos.
6.1.1. O Parvo assume, uma vez mais, os papéis de acusador e de ridicularizador, subvertendo uma das estratégias de poder dos representantes da justiça, isto é, o latim,
deturpando-o, o que gera uma situação humorística.
7. O Corregedor encontra Brízida Vaz, que condenou em vida; no entanto, depois de morto, deixa de poder exercer os seus poderes. Na nova situação, ambos, Corregedor e
Alcoviteira, são réus e condenados.
8. Exemplo de resposta: a. “gentil cárrega trazês!” (v. 608) – O Diabo está a ser irónico ao referir-se aos processos com que o Corregedor vem carregado por “gentil carga”.;
b. “E na terra dos danados” (v. 673) – A referência ao inferno é atenuada/suavizada.
9.1. As estrofes são oitavas. Os versos classificam-se como redondilhas maiores (ou heptassílabos) pois são versos com sete sílabas métricas. O esquema rimático é ABBAACCA
– trata-se de rima interpolada e emparelhada.

GRAMÁTICA
1.1. Aspeto, aparência.
1.2. Exemplo de resposta: estar de pernas para o ar; foi um ar que lhe deu; ir ao ar; dar-se ares; ter ar de; estar com bom/mau ar.
2.1. a. e b. Metátese.

OUTRAS ATIVIDADES / ESCRITA


1.1. 1. a.; 2. g.; 3. c.; 4. b.; 5. e.; 6. f.; 7. d.
2. Resposta pessoal.
Recursos de apoio ao professor
Grelha de avaliação da expressão es­­crita disponível no CD de Recursos.

Pág. 270
PRÉ-LEITURA
1.1. A imagem apresenta o Diabo, vestido de vermelho e com uns adereços junto da cabeça que simulam chifres, e um homem com uma corda de enforcado ao pescoço.

Representação deste excerto de texto


dramático pela Companhia de Teatro
Filandorra disponível no e-Manual.

Pág. 272
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
1.1. A situação também é válida para o Enforcado, pois este traz uma corda usada na forca, que, desde logo, o identifica como um réu condenado.
2. Sugestão de resposta: Provavelmente, o Enforcado terá sido condenado à forca por eles.
3.1. Tal como o tordo morre preso numa armadilha, também o Enforcado considera ter sido enganado por Garcia Moniz, que o iludiu e manipulou (vv. 760-761) – levando,
assim, a que este fosse condenado à forca.
4.1. “que o lugar dos escolhidos/era a forca e o Limoeiro” (vv. 780-781). Garcia Moniz afirma que é necessário ser preso e enforcado para ser escolhido por Deus (ou seja, ir para
o Paraíso).
5. Barrabás foi um ladrão que, condenado ao mesmo tempo que Jesus, se viu perdoado pela população, em detrimento de Cristo. O Enforcado estará a tentar estabelecer a
associação entre ele próprio e Barrabás, insinuando que também merecia perdão.
6.1. b., d.
7. O Enforcado não chega a dirigir-se à barca do Anjo, pois, ao dialogar com o Diabo, apercebe-se de que, mesmo depois de ter sofrido um castigo dado pelos humanos, não será
perdoado.
7.1. A personagem é o Judeu.
8.1. vv. 802-809.
9. a. Paraíso; b. a cadeia do Limoeiro; c. altos funcionários régios; d. crédulos; e. denunciar; f. manipulava.
(Para)Textos 9.° ano

Pág. 273
GRAMÁTICA
1. a. Palavra derivada por sufixação; b. Pa­­­lavra derivada por prefixação.
2.1. Derivação não afixal.
2.2. Exemplo de resposta: Estes bolos foram feitos pela minha avó. (feitos – particípio passado do verbo fazer )
2.3. Encerar.

OUTRAS ATIVIDADES / ORALIDADE


Materiais projetáveis
Pintura The Blue Devils, de George Cruikshank, disponível no CD de Recursos.
1.1. Resposta pessoal.
Sugestão de tópicos a abordar:
– Cruikshank retratou uma deprimente e solitária figura encolhida junto de um braseiro apagado;
– Todo o cenário (principalmente os livros e a lareira apagada) explora o lado deprimido do protagonista, que se encontra rodeado de figuras que enfatizam a sua prostração;
– para além da figura masculina, o cenário é composto por vários quadros e outras figuras diabólicas. A primeira pintura representa um naufrágio. O segundo quadro, que está
a ser retocado, representa um edifício em chamas. Por último, a terceira imagem apresenta um homem, muito semelhante ao protagonista, a ser agredido por uma mulher bas-
tante zangada, provavelmente, a sua esposa;
– o negativismo das pinturas é reforçado pelas figuras demoníacas que o tentam influenciar a escolher a morte em detrimento da vida. Podemos destacar dois diabos, um por
cima do seu ombro, que apresenta uma corda com um nó corredio, típica dos enforcados, e outro, pendurado na lareira, que lhe oferece uma navalha. Também se destaca, na
base da pintura, uma sucessão de figuras que, gradativamente, começa com um magistrado até um construtor de caixões. Todas estas personagens e elementos representam os
remorsos e a própria morte;
– o protagonista da pintura parece estar atormentado pelos remorsos – ao contrário do Enforcado do Auto da Barca do Inferno, que se mostra crédulo ao longo de toda a cena,
não se consciencializando da gravidade dos seus erros, e que só no final se apercebe, com surpresa, de que está condenado ao Inferno.

Pág. 274
PRÉ-LEITURA
1.1. As personagens são cavaleiros medievais, integrados numa cruzada; dois deles têm o símbolo da cruzada, nomeadamente no peito, no escudo e no estandarte; o terceiro,
sem escudo e sem estandarte, apresenta impresso na túnica um símbolo da atualidade – a arroba, característica dos endereços electrónicos.
1.2. A comicidade do cartoon resulta do facto de um dos cavaleiros medievais se fazer acompanhar por um símbolo que, além de remeter para a atualidade, transmite a ideia de
comunicação/diálogo, por oposição ao espírito guerreiro/bélico das cruzadas.

Pág. 276
EDUCAÇÃO LITERÁRIA / LEITURA
1.1. a. coletiva; b. “Cruz de Cristo”; c. escudo; d. fé Cristã; e. cantiga/canção; f. 836-839; g. “barca da vida”; h. “Quem morre por Jesus Cristo/não vai em tal barca como essa”;
i. 853-854; j. acusação; k. 855-862.
2.1. Resposta pessoal.
Sugestão de resposta:
Eu concordo com o comentário, pois considero que, de facto, na cena dos Cavaleiros se cifra “a moralidade da peça”: os Cavaleiros, por terem renunciado aos bens terrenos
e por terem morrido ao serviço da Fé (divulgando a palavra de Deus), têm como recompensa a entrada na barca do Anjo. Quer isto dizer que quem pratica o bem em vida será
recompensado após a morte, ao contrário de quem vive em “pecado”, em prol dos bens terrenos e prejudicando os outros.

GRAMÁTICA
1.1. “quatro” – quantificador numeral; “trazem” – verbo principal transitivo indireto; “pelo” – preposição (por ) contraída com determinante artigo definido (o ); “e” – conjunção
coordenativa copulativa; “Sua” – determinante possessivo; “santa” – adjetivo qualificativo; “católica” – adjetivo relacional; “morreram” – verbo principal intransitivo; “assi” –
ad­­vérbio de predicado; “é” – verbo copulativo.
1.2. a. Sujeito simples; b. Modificador do grupo verbal; c. Sujeito simples; d. Modificador restritivo do nome; e. Complemento direto (de “cantavam”); f. Predicativo do sujeito.
2. “Vós que nos demandais?” (v. 847).

Pág. 277
ORALIDADE / ESCRITA
Materiais áudio e vídeo
Excerto do documentário “Grandes Li­­vros – Auto da Barca do Inferno” disponível no CD de Recursos.
Pré-visionamento
1.1. Resposta pessoal.
Visionamento
2. a. As personagens vicentinas são personagens de sempre, com uma conduta universal, espelho da vida humana.; b. Os vícios do século XVI permanecem atuais, nomeada-
mente os que se referem ao abuso da autoridade, à prática da usura, ao ganho de dinheiro ilícito por meio da profissão, à religiosidade que se baseia no cumprimento de rituais
exteriores, mas que não é vivida interiormente…
Nota: Poderá ainda ser explorada a atualidade do tema geral do Auto da Barca do Inferno (condenação/salvação dos vivos e dos mortos; medo da morte).
3. Resposta pessoal.

Pág. 280
Materiais projetáveis
“Quadro-resumo das personagens do Auto da Barca do Inferno” e respetiva resolução disponíveis no CD de Recursos.
(Para)Textos 9.° ano

Págs. 283-285
Esta oficina de gramática baseia-se nas propostas apresentadas em J. Costa, A. Caldeira Cabral, A. Santiago e F. Viegas, Guião de Implementação do PPEB – Conhecimento
Explícito da Língua, ME-DGIDC, 2011.

1. Tipo de atividade: construção e mobilização de conhecimento + treino


2. Descritores de desempenho: sistematizar as regras de uso de sinais de pontuação para delimitar constituintes de frase; sistematizar processos de articulação de grupos e
de frases (articulação com regras de uso da vírgula).
3. Pré-requisitos: vírgula, constituinte da frase, oração subordinada, vocativo, modificador, modificador apositivo do nome, complemento, verbo, advérbio conectivo, oração
subordinada adjetiva relativa explicativa, oração subordina­da substantiva completiva.
4. Duração estimada: 45 minutos.

Para além dos descritores do PPEB, acima indicados, nesta oficina de gramática é trabalhado o seguinte descritor de desempenho (pertencente ao domínio da Escrita) refe-
renciado nas MCP: “consolidar as regras de uso de sinais de pontuação para delimitar constituintes de frase e para veicular valores discursivos”. (Helena C. Buescu et alii, Metas
Curriculares de Português, 2012).

ETAPA 1

1.1. a. Vírgula obrigatória – a separar o vocativo dos restantes elementos da frase; b. vírgula opcional – a separar o modificador do grupo verbal (grupo adverbial) dos restantes
elementos da frase; c. vírgula opcional – a separar o modificador da frase (grupo adverbial) dos restantes elementos da frase; d. vírgula obrigatória – a separar os vários elemen-
tos de uma enumeração; e. vírgula opcional – a separar o modificador do grupo verbal (grupo preposicional) dos restantes elementos da frase; f. vírgula obrigatória – a delimitar
a oração subordinada adjetiva relativa explicativa na frase/a delimitar o modificador apositivo do nome dos restantes elementos da frase.
2.1. a. 5.; b. 6.; c. 3.; d. 1.; e. 7.; f. 2.; g. 4.
Conclui e completa
a. vocativo/modificador apositivo do no­­­­me; b. modificador apositivo do nome/ vocativo; c. modificador; d. ver­­bo; e. an­­tepostas; f. intercaladas; g. enumeração; h. explicativo; i. conec-
tivo; j. início.

ETAPA 2

1.1. a. A vírgula está a separar o sujeito do predicado.; b. A vírgula está a separar o verbo do complemento direto.; c. A vírgula está a separar o verbo do complemento oblíquo.;
d. A vírgula está a separar o verbo do complemento agente da passiva.; e. A vírgula está a separar o verbo do predicativo do su­­jeito.; f. A vírgula está a separar o complemento direto
do predicativo do com­­­plemento direto.
Conclui e completa
a. predicado; b. direto/indireto/oblíquo/agente da passiva; c. indireto/oblíquo/agente da passiva/direto d. oblíquo/agente da passiva/direto/indireto; e. a­­­gente da passiva/direto/
indireto/ob­lí­­­­­­­quo; f. sujeito/complemento di­­reto g. com­­­plemento direto/su­­­­jeito; h. completivas.

ETAPA 3

1.1. Vírgula obrigatória – a., b.; Vírgula proibida – c., e., g.; Vírgula opcional – d., f.
Treina
1.1. a. Abre o livro, Joana, por favor.; b. Adoro almoçar neste restaurante!; c. Sempre que venho a esta livraria, encontro livros fantásticos.; d. A reciclagem é benéfica, isto é,
protege o ambiente.; e. A laranja é um fruto e a laranjeira, uma árvore.; f. Os nossos me­­lhores amigos casaram-se na sema­­na passada.; g. O meu tio, que foi um excelente
escultor, recebeu um prémio pelo seu trabalho.; h. Os meus amigos, embora viessem de longe, chegaram a tempo da minha festa.; i. O Renato não treinou muito. Contudo,
obteve bons resultados.

Págs. 286-288
Esta oficina de gramática baseia-se nas propostas apresentadas em J. Costa, A. Caldeira Cabral, A. Santiago e F. Viegas, Guião de Implementação do PPEB – Conhecimento
Explícito da Língua, ME-DGIDC, 2011.

1. Tipo de atividade: construção e mo­­bilização de conhecimento + treino


2. Descritores de desempenho: distinguir processos sintáticos de articulação de frases complexas; sistematizar relações entre constituintes principais de frases e as funções
sintáticas por eles desempenhadas.
3. Pré-requisitos: oração subordinada substantiva completiva; oração subordinada adjetiva relativa restritiva; complemento direto; modificador restritivo do nome; pronome
relativo; conjunção subordinativa completiva, conector.
4. Duração estimada: 60 minutos.

Para além dos descritores do PPEB, acima indicados, nesta oficina de gramática são trabalhados os seguintes descritores de desempenho (pertencentes ao domínio da Gra-
mática) referenciados nas MCP: “consolidar o conhecimento de todas as funções sintáticas”, “identificar orações substantivas relativas” e “dividir e classificar orações”. (Helena
C. Buescu et alii, Me­­tas Curriculares de Português, 2012).

ETAPA 1

1.1. Oração subordinada substantiva – b., c., f.; oração subordinada adjetiva – a.; d.; e.
2. a. F. – A oração subordinada da alínea a. é adjetiva relativa restritiva.; b. F. – A oração subordinada da alínea b. é substantiva completiva.; c. V.; d. F. – A oração subordinada
da alínea d. é adjetiva relativa restritiva.; e. V.; f. F. – A oração subordinada da alínea f. é substantiva completiva.
3. a. restritiva.; b. explicativa.
3.1. Apenas as adjetivas relativas restritivas se podem confundir com as subordinadas substantivas, pois ne­­nhu­­ma destas duas pode ser separada por vírgulas do resto da frase.
As adjetivas relativas explicativas, embora possam iniciar-se por que, na escrita, são sempre delimitadas por vígulas.
Conclui e completa
a. completivas; b. relativas restritivas; c. relativas explicativas; d. frase; e. vírgula.
(Para)Textos 9.° ano

ETAPA 2

1.1. completam o sentido do verbo na frase: b., c., f.; restringem o sentido do nome na frase: a., d., e.
1.2.1. a. – a., d., e.; b. – b., c., f.; c. adjetivas relativas restritivas; d. substantivas completivas.

Conclui e completa
a. substantivas completivas; b. verbo; c. não podem; d. sem sentido; e. adjetivas relativas restritivas; f. nome; g. po­­dem; h. o sentido.

ETAPA 3

1.1. a. oração subordinada adjetiva relativa restritiva // modificador restritivo do nome; b. oração subordinada substantiva completiva // complemento direto; c. oração subordinada
substantiva completiva // complemento direto; d. oração subordinada adjetiva relativa restritiva // modificador restritivo do nome; e. oração subordinada adjetiva relativa restritiva //
modificador restritivo do nome; f. oração subordinada substantiva completiva // complemento direto.

Conclui e completa
a. completivas; b. verbo; c. complemento direto; d. relativas restritivas; e. nome; f. modificador restritivo do no­­me.

Treina
1. a. oração subordinada adjetiva relativa restritiva; b. oração subordinada adjetiva relativa restritiva; c. oração su­bordinada substantiva completiva; d. oração subordinada substantiva
com­­­­­­pletiva; e. oração subordinada substantiva completiva; f. oração su­­bordinada adjetiva relativa restritiva.
1.1. modificador restritivo do nome – a., b., f.; complemento direto – c.; d.; e.

PowerPoint® Didáticos
PowerPoint® “Oração subordinada: substantiva re­­­­lativa e adjetiva relativa” disponível no CD de Recursos e no e-Manual.

Págs. 289-291
Nota: Esta oficina de escrita baseia-se nas propostas apresentadas em I. Niza, J. Segura e I. Mota, Guião de Implementação do PPEB – Escrita, ME-DGIDC, 2011.

Conteúdos
Nesta oficina de escrita pressupõe-se que os alunos mobilizem e desenvolvam conhecimentos sobre o texto argumentativo e sobre aspetos de coesão textual.

Sequência de atividades
Sugere-se a seguinte sequência de atividades:
ETAPA 1 Leitura e análise de um texto argumentativo

Ponto de partida para o trabalho (criação de um contexto)


1. Explicitação do produto final do trabalho a realizar (texto de argumentação contrária a outro sobre a perdurabilidade dos livros).
2. Leitura e análise do texto “A eterna questão do livro”.
2.1. Resolução dos exercícios 1.1. e 1.2.1.
1.1. a. Em 1988, o autor comprou o texto gravado de O Delfim (em cassete), que, atualmente, já não é consultável.; b. As edições em vídeo tam­­bém se tornaram obsoletas.;
c. As edições eletrónicas (Kindle) tornar-se-ão obsoletas. d. As invenções eletrónicas anulam-se sucessivamente, tornado-se rapidamente obsoletas.; e. Os livros impressos são
perduráveis; a sua leitura não de­­pende de tecnologias eletrónicas, mas apenas do conhecimento do leitor.; f. O livro eletrónico está a tornar-se moda. g. O livro eletrónico não
substituirá o livro impresso, mas coexistirá com ele (desde que não se torne obsoleto). h. Ao contrário do livro digital, o livro impresso permite criar laços de afetividade, devido
ao contacto físico (ao nível da visão, do tato, do olfato).; i. Contrariamente ao livro digital, o livro impresso não se tornará obsoleto.; j. Segundo Umberto Eco, os livros são
insubstituíveis/perduráveis.
1.2.1. Resposta pessoal.
Sugestão de tópicos a abordar:
– os novos formatos de livro não se tornam obsoletos – atualmente há programas de computador que fazem a conversão de ficheiros, garantindo a consultabilidade dos livros;
– os novos formatos permitem que os livros sejam legíveis em vários suportes (e não num só, como é o caso do livro impresso);
– relativamente aos livros impressos, os livros eletrónicos são mais ecológicos (na medida em que não usam como matéria-prima o papel), leves, transportáveis…

ETAPA 2 Produção do texto


3. Planificação do texto a produzir, com base nos argumentos listados. A planificação poderá ser feita através de tópicos, distribuídos ao longo do texto de forma coerente.
É conveniente que, nesta fase, os alunos planifiquem não só a distribuição de conteúdos, mas também a forma como os conteúdos vão ser dados a conhecer. O Professor poderá
iniciar esta fase do trabalho, fazendo as seguintes perguntas:
– Como vais apresentar o ponto de vista a defender? Com a constatação de um facto, com uma pergunta retórica, com uma afirmação polémica…?
– O que vais apresentar primeiro – os argumentos ou os contra-argumentos?
– Como vais organizar os teus argumentos e contra-argumentos? Por or­­dem crescente de importância (deixando os mais importantes para o fim)?
– Como vais terminar o texto? Reforçando o teu ponto de vista (com uma síntese das ideias apresentadas, com um apelo, com uma pergunta retórica)? Apresentando um
último argumento, irrefutável?
4. Redação de uma primeira versão do texto, utilizando alguns dos conectores apresentados.
5. Troca de textos entre os alunos.
6. Heterocorreção (orientada pelo Professor, de forma a que a crítica seja encarada construtivamente).
7. Redação da versão final dos textos.

ETAPA 3 Apreciação coletiva do texto


8. Leitura e apreciação coletiva dos textos produzidos pelos alunos.
9. Divulgação dos textos produzidos pelos alunos (no blogue da turma, no jornal da escola…).
(Para)Textos 9.° ano

Págs. 292-293
Nota: Esta oficina de escrita baseia-se nas propostas apresentadas em I. Niza, J. Segura e I. Mota, Guião de Implementação do PPEB – Escrita, ME-DGIDC, 2011.
Conteúdos
Nesta oficina de escrita pressupõe-se que os alunos mobilizem e desenvolvam conhecimentos sobre o texto ex­­positivo e sobre aspetos de coesão textual. Pressupõe-se também
que utilizem procedimentos adequados à organização e tratamento da informação.

Material necessário
Computadores com ligação à Internet.

Sequência de atividades
Sugere-se a seguinte sequência de atividades:
ETAPA 1 Pesquisa e tratamento de informação

Ponto de partida para o trabalho (criação de um contexto)


1. Explicitação do produto final do trabalho a realizar (texto expositivo sobre as consequências da emissão de gases que provocam efeito de estufa).
2. Leitura e análise da notícia “Peixes podem ficar mais pequenos com au­­mento de temperatura dos oceanos”.
2.1. Resolução do exercício 1.1.
1.1. As duas consequências são o aquecimento global e a diminuição do tamanho dos peixes.
2. Consulta do sítio da Internet Ciência Hoje (http://www.cienciahoje.pt).
2.1. Exploração do sítio, focando especificamente a secção Ciências > Ciências Naturais, Saúde, Água > Ambiente.
2.2. Resolução dos exercícios 2.1., 2.1.1. e 2.1.2.
2.1. / 2.1.1. / 2.1.2. Resposta pessoal.

ETAPA 2 Produção do texto


3. Planificação do texto a produzir, com base na informação pesquisada. Neste momento, é importante que os alunos se apercebam de que cada tópico deve ser devidamente
fundamentado com uma “evidência” (prova). De modo a desencadear este momento, o Professor poderá apresentar algumas formas de apresentar “evidências”:
– citação de obras ou peritos na matéria;
– referência a verdades ou princípios universais;
– alusão a eventos ou situações de carácter histórico;
– citação de provérbios, ditados e ou­­tras expressões do saber popular;
– relato de experiências pessoais.
4. Redação de uma primeira versão do texto, seguindo as instruções apresentadas. Neste momento, o Professor poderá acompanhar os alunos individualmente, auxiliando-os na
produção textual.
5. Autocorreção do texto, seguindo o guia de correção de texto expositivo (p. 294).
6. Redação da versão final dos textos.
7. Leitura dos textos em voz alta e apreciação coletiva dos mesmos.

Págs. 295-296
Nota: Esta oficina de oralidade baseia-se nas propostas apresentadas em F. Silva, F. Viegas, I. M. Duarte e J. Veloso, Guião de Implementação do PPEB – Oral, ME-DGIDC, 2011.

Conteúdos
Nesta oficina de oralidade pressupõe-se que os alunos mobilizem e desenvolvam conhecimentos sobre o texto argumentativo, sobre aspetos de coesão textual e sobre as
características da fala preparada.

Sequência de atividades
Sugere-se a seguinte sequência de atividades:
ETAPA 1 Análise de uma apreciação crítica oral (de livro)

Ponto de partida para o trabalho (criação de um contexto)


1. Explicitação do produto final do trabalho a realizar (texto de apreciação crítica oral).
Materiais áudio e vídeo
Episódio da rubrica “À Volta dos Livros”, da RTP/Antena 1, e respetiva transcrição disponíveis no CD de Re­­cursos.
2. Escuta ativa da apresentação do romance O Corsário dos Sete Mares – Fernão Mendes Pinto (de Deana Barroqueiro).
2.1. Resolução dos exercícios 1.1.1. e 1.1.2. e 1.1.3.
Nota: É importante que os alunos compreendam que, no exemplo em análise, a apreciação crítica oral do livro Peregrinação, de Fernão Mendes Pinto, surge encaixada numa
entrevista, sobre o livro O Corsário dos Sete Mares – Fernão Mendes Pinto.
1.1.1. A apreciação crítica oral é iniciada em “Sabe-se o que ele escreveu naquele maravilhoso livro da Peregrinação” e termina em “… e para os seus naturais.”. Nessa aprecia-
ção, dá-se uma opinião geral sobre o livro Peregrinação, e apresenta-se e reflete-se sobre as suas características.
1.1.2. a. Livro maravilhoso/extraordinário; b. Livro mais importante do século XVI, com enorme recetividade na época em que foi escrito; c. Primeiro grande livro de viagens;
d. Contraponto de Os Lusíadas – apresentando a perspetiva do homem comum, aventureiro, que se adapta a todas as circunstâncias, pioneiro da globalização; e. Por­­­tugueses
como povo pioneiro da globalização, iniciada na época dos Descobrimentos (cf. cabotagem).
1.1.3. a. “maravilhoso”; b. “extraordinária”; c. “importante”; d. “grande”; e. “é o grande livro de viagens, é o primeiro grande livro de viagens”; f. “…do homem comum,
daquele que sofreu, do aventureiro, do espírito português que se consegue adaptar a todas as circunstâncias”.

ETAPA 2 Preparação da apreciação crítica oral


3. Leitura autónoma de um dos livros apresentados nas sugestões de leitura do manual.
(Para)Textos 9.° ano

Nota: Esta oficina poderá ser feita depois de concluído o processo de leitura por parte dos alunos; nesse caso, o Professor deve pedir aos alunos que, enquanto leem o livro,
tomem notas dos aspetos mais pertinentes (temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência) e transcrevam do texto citações significativas (apontando os res-
petivos números de página).

ETAPA 3 Planificação, execução e avaliação da apreciação crítica oral


4. Planificação do texto oral a produzir, tendo em conta os aspetos listados em 1.1. (Etapa 1).
5. Treino da apreciação crítica oral, em trabalho de pares.
6. Execução da apreciação crítica oral.
Nota: Neste momento, deverão ser trabalhadas em simultâneo capacidades de saber ouvir e saber falar, respeitando-se os princípios reguladores da atividade discursiva.
7. Apreciação crítica oral do livro lido.

Págs. 297-298
Nota: Esta oficina de oralidade baseia-se nas propostas apresentadas em F. Silva, F. Viegas, I. M. Duarte e J. Veloso, Guião de Implementação do PPEB – Oral, ME-DGIDC, 2011.
Conteúdos
Nesta oficina de oralidade pressupõe-se que os alunos mobilizem e desenvolvam conhecimentos sobre o texto expositivo, sobre aspetos de coesão textual e sobre as carac-
terísticas da fala preparada. Simultaneamente, serão aplicadas as normas de citação e de referenciação bibliográfica.
Material necessário
Material de gravação áudio e vídeo,
computadores.
Sequência de atividades
Sugere-se a seguinte sequência de atividades:
ETAPA 1 Preparação da apresentação oral (recolha e seleção de informação)

Ponto de partida para o trabalho (criação de um contexto)


1. Explicitação do produto final do trabalho a realizar (apresentação oral so­­bre uma das centrais/parques de ener­­­­­­­­­gias renováveis de Portugal).
2. Leitura e análise do texto “As diferentes fontes de energia em Portugal”.
2.1. Resolução dos exercícios 1.1. e 2.1.
1.1. Portugal tem os seguintes recursos naturais: água, luz/sol, ondas e vento.
2.1. Resposta pessoal.
Exemplos de locais a pesquisar:
Centrais solares: Amareleja, Almodô­­var, Ferreira do Alentejo, Olva, Lamelas…
Centrais hidroelétricas/Barragens: Al­­­to-Lindoso, Miranda, Aguieira, Foz do Tua, Alqueva, Fridão, Alvito, Valeira, Bemposta, Carrapatelo, Pocinho, Picote, Baixo Sabor, Régua, Torrão,
Castelo do Bode, Fratel, Vilarinho das Furnas…
Centrais de biomassa: Mortágua, Carregosa, Constância, Portalegre, Figueira da Foz…
Centrais de aproveitamento das on­­das: Aguçadoura, Pico
Parques eólicos: Porto Santo, Figueiral, Sines, Pampilhosa da Serra, Lousã, Gardunha, Serra da Boa Viagem, Alvelos…

ETAPA 2 Preparação da apresentação oral


Materiais áudio e vídeo
Excerto da reportagem “Energias renováveis em Portugal”, do programa Linha da Frente, da RTP, disponível no CD de Recursos.
3. Visionamento ativo de um excerto da reportagem “Energias renováveis em Portugal”.
Nota: É importante que os alunos compreendam que, no exemplo em análise, a apresentação oral de Gertrudes Barros está integrada numa reportagem sobre energias renová-
veis em Portugal.
3.1. Resolução do exercício 2.1.
Sugestão de tópicos a abordar:
Adequação do conteúdo à situação – o conteúdo é objetivo e adequado à situação: Gertrudes Nunes apresenta as ca­­­­­rac­te­rísticas principais da central, focando as vantagens que
lhe estão associadas – não se detendo em demasia em ne­­nhu­­ma delas;
Coerência e coesão do discurso – o discurso é claro; as ideias são apresentadas de forma ordenada/organizada e gradual, proporcionando a progressão temática; as frases
encontram-se articuladas por meio de conectores interfrásicos adequados e diversificados (“para assim”, “para além de”, “e também”); as pausas são feitas correctamente,
delimitando o fim de uma ideia e o início de outra;
Cumprimento das regras gramaticais – não há erros de concordância (su­­jeito/ predicado – “Esta central […] tem […] é composta […] passa assim a obter […]”) nem de uso de
preposições; os verbos encontram-se flexionados corretamente;
Vocabulário – usa-se vocabulário técnico/adequado ao tema (“central”, “potência pico”, “Megawatt”, “captação e otimização da energia”, “fotovoltaico”), explicitando conteúdos
que possam ser pouco acessíveis a público não especializado técnico (“trackers” > “se­­guidores solares”);
Propriedades da voz e dos gestos – o som audível e bem articulado (todas as palavras são pronunciadas corretamente); a postura e a expressão facial são formais, adequando-
-se à situação.
ETAPA 3 Planificação, execução e avaliação da apresentação oral
4. Planificação do texto oral a produzir, tendo em conta a análise da apresentação oral visionada.
5. Preparação de um PowerPoint® que auxilie a apresentação oral.
6. Treino da apresentação oral, coordenando a planificação e o PowerPoint® e controlando rigorosamente o tempo.
7. Execução e gravação da apresentação oral.
8. Visualização da gravação e avaliação da apresentação oral.
(Para)Textos 9.° ano

Págs. 299-301
Conteúdos
Nesta oficina pressupõe-se que os alunos aprendam a distinguir textos literários de textos não literários, tendo em conta dois critérios distintos: as características estruturais e
linguísticas do texto e o seu contexto de produção.
Sequência de atividades
Sugere-se a seguinte sequência de atividades:
ETAPA 1 Leitura de dois textos
1. Leitura silenciosa dos dois textos.
2. Preparação da leitura expressiva em voz alta, pelos alunos.
Nota: O Professor poderá alertar os alunos para o facto de se tratar de dois textos com funções comunicativas diferentes; as estratégias de leitura expressiva deverão adequar-se
às respetivas intenções.
3. Leitura expressiva dos textos, em voz alta.
4. Reflexão sobre as estratégias de leitura expressiva nos dois textos.
Sugestão de tópicos a abordar:
Texto A – intenção comunicativa: informar; leitura fluente, mas objetiva, que não pretende emocionar os destinatários;
Texto B – intenção comunicativa: transmitir a beleza do conteúdo, através das palavras; leitura que pretende emocionar os destinatários.
ETAPA 2 Análise comparativa da linguagem e da estrutura dos dois textos
5. Resolução coletiva do questionário proposto.
1. Quanto ao sentido global, os dois textos abordam o mesmo tema – caracterização do burro e relacionamento entre o ser humano e o burro. Em termos de estrutura, ambos
os textos se encontram escritos em prosa, sendo encabeçados por um título e constituídos por três partes (introdução, desenvolvimento, conclusão), estruturadas em parágrafos.
2.1. b. Texto A: “Os burros eram também muito utilizados para serviços de carga e transporte”; c. Texto B: “Platero é pequeno, peludo, suave” (enumeração, assíndeto); “tão
brando por fora que se diria todo de algodão, que não tem ossos” (hipérbole, metáfora); “Só os espelhos de azeviche dos seus olhos são duros como dois escaravelhos de cristal
negro.” (metáfora, comparação); “focinhito”, “florzinhas”, “trotezinho” (diminutivo com valor afetivo), “debilmente” (advérbio usado expressivamente)… d. Texto A (“também
co­­nhecido por Asno, Jumento ou Je­gue”); e. Texto A (“híbridos (Mulas e Ma­­chos)”); f. Texto A (“Equus Asinus”, “Neolítico”, “híbrido”); g. Texto B (“aço”, “prata”, “lua”…).
2.2. a. Texto B. Nota: O Professor poderá, neste momento, levar os alunos a tentarem definir a noção de estético (estético: que diz respeito à apre­­­ciação do belo); b. Texto A.
2.3. Resposta pessoal. Nota: É importante que os alunos se consciencializem de que os textos em que predomina a função estética procuram produzir emoções no recetor.
2.4. Texto A – Texto não literário; Texto B – Texto literário.
2.4.1. Duas das características que conferem literariedade ao Texto B são os recursos expressivos (enumeração, me­­táfora, comparação, personificação…) e a linguagem usada com
um sentido subjetivo, conotativo e plurissignificativo.
ETAPA 3 Análise comparativa do contexto de produção dos dois textos
Como se sabe, a classificação de um texto como literário ou não literário não resulta exclusivamente do grau de literariedade nele existente – a literatura é, antes de mais, uma
instituição social. Assim, pretende-se que, nesta etapa, os alunos compreendam que o contexto em que os textos são produzidos também influencia a sua classificação.
6. Resolução coletiva do questionário proposto.
1.1. a. Juan Ramón Jiménez; b. Leitores de páginas da internet (interessados em aprofundar os seus conhecimentos so­­bre os burros); c. Leitores que apreciem a escrita literária e/
ou a obra de Juan Ramón Jiménez; d. Transmitir in­­for­ma­ção objetiva sobre os burros; e. Transmitir informação subjetiva sobre um burro em especial e sobre o seu relacionamento
com o escritor (cf. título – Platero e Eu ); f. Página da internet; g. Livro; h. Esfera literária.
1.2. As características do contexto de produção relacionam-se com o facto de os textos serem classificados como literários ou não literários – se um texto é produzido no con-
texto literário, com objetivos de ordem estética e por um escritor reconhecido como tal, tende a ser classificado como literário; se um texto é produzido em esferas não literárias
e se o seu objetivo não é transmitir o belo, tende a ser classificado como não literário.
7. Leitura da síntese final e sistematização escrita, no caderno, das principais diferenças entre texto literário e texto não literário.

Pág. 302
Conteúdos
Nesta oficina pressupõe-se que os alunos reconheçam e caracterizem o soneto e que reflitam sobre algumas possibilidades de estruturação deste gé­­nero literário (narrativa e
descritiva).
Sugere-se a seguinte sequência de atividades:
ETAPA 1 Identificação das características formais de um soneto

1. Síntese oral das características formais de um soneto (trabalho coletivo).


2. Ordenação dos versos dos sonetos A e B (trabalho de pares).
3. Resolução dos exercícios 1. e 1.1.
1. Soneto A: 12, 11, 13, 4, 8, 2, 10, 3, 5, 14, 6, 7, 1, 9. Soneto B: 1, 10, 8, 4, 2, 9, 11, 14, 6, 3, 7, 5, 12, 13.
1.1. Obedecendo a uma progressão te­­mática coerente, os versos foram agrupados em quatro estrofes (duas quadras e dois tercetos) segundo o esquema rimático ABBA ABBA CDE
CDE(DEC).
4. Projeção dos sonetos integrais.
Materias áudio e vídeo / Materiais projetáveis
Soneto A lido por Luís Gaspar e transcrição textual dos sonetos A e B no CD de Recursos.
ETAPA 2 Reflexão sobre a estrutura de um soneto

5. Resolução dos exercícios 1. e 2.


1. a. … peripécias (vv. 7-8) e situação final (vv. 9-14).; b. … transmitir factos ocorridos num passado distante, com uma certa duração temporal, isto é, que se prolongaram durante
“Sete anos”.; c. … “porém”.; d. … apresentar a reação de Jacob face ao facto de lhe ter sido negado o prometido e merecido casamento com Raquel.; e. … neles se indicam as
características de uma natureza amena e agradável.; f. … destacar as características dos elementos descritos (e não eventos ou ações).; g. … na constatação por parte do sujeito
poético de que a presença da mulher amada é essencial para que ele possa usufruir da beleza da na­­tureza (cf. natureza como es­­tado de alma).
(Para)Textos 9.° ano

2. Resposta pessoal.
Sugestão de tópico a abordar: ambas as estruturas despertam emoções no recetor:
– a primeira, ao narrar uma ação em que se foca o sentimento do amor (quem lê pode emocionar-se com a atitude do protagonista);
– a segunda, ao descrever elementos de uma natureza alegre, com o objetivo de realçar o sofrimento do sujeito poético (devido à ausência da mulher amada).
6. Leitura da síntese final.

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