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A Galinha

de Virgílio Ferreira

O autor

Virgílio Ferreira (1916-1996)


Foi um escritor, professor e ensaísta português. Os seus romances revelam uma
análise profunda do ser humano, com uma pontinha de sarcasmo e humor negro.
Temas como a morte, o mistério, o amor, o sentido do universo, o vazio de valores, a
arte, são recorrentes na sua produção literária, que lhe valeu o Prémio Camões em
1992. Entre as suas obras mais conhecidas estão:

Manhã Submersa (1954)

Aparição (1959)

Alegria Breve (1965)

Em Nome da Terra (1990)

Para sempre (1983)

Entre muitos outros.

Resumo do conto

O conto relata a polémica em torno de duas galinhas de barro, compradas numa feira,
por duas irmãs. (A mãe e a tia do narrador da história). A mãe era uma senhora
pacífica, que não gostava de se meter em conflitos. Pelo contrário, a tia, era agressiva,
invejosa, falsa e desconfiada.

Toda esta polémica, desencadeou-se a partir do momento em que a tia do narrador


viu a mãe deste comprar uma galinha. Ela quis outra igual. Regateando o preço
comprou mais barato.

Mas com o seu mau feitio, desconfiada como era, pensou que tinha comprado um
artigo de pior qualidade. E com alarido e malvadez, quis trocar com a irmã, que já as
tinha em casa, resguardadas para não se partirem, uma vez que veio embora da feira
mais cedo. Entre insultos, lá saiu de casa da irmã e foi, rua fora, até se perder de vista.
Tendo encontrado o pai do narrador, recomeçou a discussão, ofendendo-se
mutuamente, com assuntos do passado, que nada tinham a ver com os factos. É nesta
fase que entra o tio, que aqui já partiu para a agressão física. Envolvendo toda a
população, e alguns já embriagados, aproveitavam o domingo, quando se juntava
mais gente, para criar confusão.

Houve mortes, feridos e detenções. Até que resolveram chamar as autoridades, para
ver se impunham respeito. Ao princípio ainda resultou, mas depois, alguém mandou
uma pedra que acertou na cabeça dum guarda e a confusão instalou-se de novo.

Quando a população já estava reduzida a metade e chegaram à conclusão que a


guerra não compensava, chegou finalmente a paz.

O narrador acabou por perder o tio, o pai e a mãe.

No final do conto, demonstrando toda a sua falsidade, a tia, teve o atrevimento de se


deslocar a casa do narrador, aos ais, chorando lágrimas de “crocodilo” remexendo
num assunto que, para ela, não tinha ficado resolvido, querendo trocar novamente a
galinha. Contudo, no final, acaba por levar a mesma.

Caracterização das personagens

Narrador: menino calmo e inocente

Mãe: pacífica, não gosta de se envolver em confusões

Pai: corajoso e teimoso

Tio: bruto e casmurro

Tia: invejosa, falsa e desconfiada

Relevância das personagens

O protagonista é o narrador, o menino.

As personagens secundárias são os pais do narrador e os tios.

Os figurantes são os habitantes da aldeia e os agentes de polícia.


Tempo

O conto é intemporal, pois não há qualquer referência temporal no texto.

Narrador

O narrador é autodiegético, o que significa que fala na 1ª pessoa do singular e narra a


história com as suas próprias vivências.

Lugar

Percebe-se que a ação decorre no meio rural, numa aldeia, pois há imensas
referências ao quotidiano português e às feiras.

Esta história contém uma moral, um ensinamento, à maneira das fábulas.

MORAL DA HISTÓRIA:

Nunca se deve invejar, nem cobiçar o alheio. Este tipo de sentimentos só semeia a
discórdia e a guerra entre os humanos.

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