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PORTUGUÊS | 8º ano

Conto Contigo

TESTE DE AVALIAÇÃO – PORTUGUÊS


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GRUPO I
Compreensão do Oral

Para responderes ao item que se segue, ouve, com atenção, a


reportagem sobre o lançamento da obra 35 Contos dos Irmãos Grimm.

1. Assinala as seguintes afirmações como verdadeiras (V) ou falsas (F), de


acordo com a reportagem que acabaste de ouvir. Escreve o número do
item, as alíneas e a classificação escolhida para cada uma delas.
a) Os contos dos Irmãos Grimm têm por base as histórias que passaram
oralmente de geração em geração.
b) Os Irmãos Grimm ficaram nas “bocas do mundo” porque criaram contos
sobre o fim do mundo.
c) Diversos contadores de histórias dão vida e voz ao novo livro lançado
pela Editora Boca.
d) A obra 35 Contos dos Irmãos Grimm tem histórias da autoria de António
Fontinha e de Maria Morais, entre outros.
e) António Fontinha fez da arte de contar histórias a sua profissão.
f) O contador de histórias não necessita de recorrer ao improviso, uma vez
que sabe todas as histórias de cor.
g) Quando António Fontinha se esquece de alguma parte da história que
está a contar fica preocupado e embaraçado com a situação.
h) Alice tem presença assídua nas sessões de contos e adora ouvir o pai a
contar histórias.
i) Segundo Fontinha, a tradição oral portuguesa deveria ser valorizada.
j) Apesar de os contos recolhidos pelos Irmãos Grimm terem mais de dois
séculos, continuam a ter aceitação nos dias de hoje.

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Conto Contigo

GRUPO II

Leitura

Lê o texto com atenção.

Livros ao deitar
José Jorge Letria nunca esqueceu o tom nem o humor que a mãe usava
ao narrar-lhe lendas e mitos. A mãe de Catarina Sobral lia-lhe quase todas as
noites. Maria Teresa Maia Gonzalez ouvia atentamente as histórias que o pai
contava à mesa de jantar. Episódios assim marcaram estes autores na forma
5 como posteriormente deram azo às histórias por eles escritas ou ilustradas.

Os tempos eram outros, o movimento editorial era pobre e com poucas


alternativas, mas foi assim que José Jorge Letria se deparou com os contos de
Andersen e com contos portugueses tradicionais. “Tudo contribui, de forma
mais ou menos intensa, para despertar o nosso interesse e a nossa
10 curiosidade intelectual. Eu não escapei a essa regra de ouro. Ensinaram-me
que o livro e a leitura eram paixões de que não me afastaria.”

Maria Teresa Maia Gonzalez enveredou pela escrita de histórias infantis


e juvenis devido a uma memória cheia de afetos que a ligam à infância, sempre
muito presente. Com várias dezenas de livros editados, foi através de A Lua de
15 Joana que ficou conhecida. O pai tinha uma predileção pelas aventuras de
Júlio Verne, o que a levou a lê-las de fio a pavio; a mãe gostava de livros que
se relacionassem com a Natureza e tinha um gosto especial pelas fábulas.
“Lembro-me que algumas me faziam impressão, muitas são dramáticas e
trágicas”, conta a escritora.

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Catarina Sobral optou por seguir o mundo da ilustração e lembra-se que
os livros que mais a influenciaram quando pequena foram Alice no País das
Maravilhas, Huckleberry Finn, Tom Sawyer, João Sem Medo e O Principezinho.
“Todos eles são livros fora da norma, com boas doses de loucura. Talvez por
isso tenham ficado retidos na memória”.

25 A infância é uma fase determinante para formar adultos interessados no


saber. A experiência das palavras e dos mundos que se abrem acaba por
despertar o entusiasmo pela leitura. “Podemos tornar-nos leitores compulsivos,
mesmo que os nossos pais o não sejam, mas dificilmente acontece o
contrário”, contou Catarina. A ilustradora gostava especialmente de aventuras.
Começou com Enid Blyton e depois Júlio Verne, seguindo-se Cervantes. A sua
apetência pelo desenho nunca desapareceu: “Quando começamos a aprender

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a escrita, vamos desaprendendo o desenho. Às vezes, chega-se mesmo a


parar de desenhar (embora nunca se pare de escrever). Eu nunca parei de
desenhar.”

A personalidade humana forma-se muito cedo e tudo o que acontece


35 nessa altura é fundamental para moldar o carácter e a forma como se vai
encarar o mundo. “Tudo o que nos fortalece a memória e o referencial cultural
acaba sempre por apoiar o nosso trabalho criativo como escritores”, explica
José Jorge Letria.
Elsa Garcia, Estante, n.º 5, 2015 (adaptado)

1. As afirmações apresentadas referem-se a informações do texto. Escreve a


sequência de letras que corresponde à ordem pela qual essas informações
surgem no texto.

(A) Maria Teresa Maia Gonzalez atribui um carácter dramático e trágico


às fábulas.

(B) Ao contrário de outras pessoas, Catarina Sobral nunca deixou de


desenhar.

(C) Cervantes é um dos autores que Catarina Sobral associa à aventura.

(D) A mãe de José Jorge Letria tinha o hábito de lhe contar lendas e
mitos.

(E) José Jorge Letria considera que o trabalho criativo é influenciado por
vários fatores.

2. Para responderes a cada item (2.1. a 2.3.), seleciona a opção que permite
obter uma afirmação adequada ao sentido do texto. Escreve o número do
item e a letra que identifica a opção escolhida.

2.1. Na infância de José Jorge Letria,


(A) os livros tinham fraca qualidade.
(B) havia pouca diversidade de livros.
(C) os livros eram pouco interessantes.
(D) havia livros com preços acessíveis.

2.2. Catarina Sobral acredita que os hábitos de leitura das crianças


(A) dependem do tipo de livros que os pais lhes leem na infância.
(B) tendem a ser um reflexo dos hábitos de leitura dos pais.
(C) tendem a reproduzir os gostos literários dos pais.
(D) dependem da quantidade de livros que os pais têm em casa.

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2.3. Segundo Catarina Sobral, os livros que mais a influenciaram quando


era pequena
(A) são os mais adequados para o público infantil.
(B) foram escritos e ilustrados pelo mesmo autor.
(C) determinaram o seu estilo pessoal de ilustração.
(D) têm características que os tornam excecionais.

Fonte: Prova 91/Época Especial, 2016

GRUPO III
Educação Literária

Lê o texto com atenção.

Aquele que vê

A mãe pôs o carro em andamento e tomou o caminho da quinta.


– Pregaste-me um susto – disse ela. – O que andavas a fazer?
– Desculpa – disse William, ainda meio absorto. – foi por causa da
rapariga que conheci na biblioteca. Estive a mostrar-lhe o livro dos irmãos
5 Grimm e depois saí com ela. Era estranha e desapareceu sem dizer quem era.
– Qual rapariga? O Sr. Beckford disse-me que tu saíste sozinho.
– Ele não a viu!? – admirou-se William.
– Pelos vistos…
– Estivemos os dois a ver o livro dos Grimm. Como é possível que não a
10 tenhas visto? – insistiu o rapaz.
– Que queres que te diga? Ele disse que estavas sozinho, que saíste e
voltaste a entrar e voltaste a sair. Sozinho, não me falou de nenhuma rapariga.
William ficou a pensar naquilo. Também a Sra. Peel parecia não ver a rapariga
quando estava a ler. Além disso, também reparara que ela, na rua se desviava
15 sempre das pessoas que vinham em sentido contrário, como se elas também
não a pudessem ver.
Seria então possível que também só ele a visse? Que também ela não
fosse uma criatura deste mundo e que, como os duendes e as fadas, apenas ia
a caminho da vida dela?
20 A mãe interrompeu-lhe os pensamentos.
– Quem era essa rapariga?
– Não sei. Cheirava bem. Mas não era perfume, era mesmo o cheiro que
a pele dela ia largando. Eu senti…
– William! – disse a mãe a olhar para ele.
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Ele corou. Até as orelhas começaram a ferver de repente.

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Conto Contigo

– Chamou-me Grimm – disse por fim, com a cabeça baixa, ainda a


recuperar da onda de calor que o envolvera.
– Grimm?
– Eu disse que era Zimmer e ela insistiu e disse que iam chamar-me
30 sempre assim.
A mãe ia distraída, talvez a pensar na sua história.
– Porquê? – perguntou. Mas isso era o que William também queria
saber.
– Só sei que é por causa dos outros, os dois irmãos alemães que
recolheram as histórias. Será que eu vou fazer o mesmo quando crescer? Ela
35 disse: “Um Grimm! És outro como ele. Ao tempo que não há nenhum!” Logo,
sou o outro. O outro Grimm.
– Pode ser – condescendeu a mãe. – Afinal, o nosso Primeiro era tio
deles e tu és filho de uma escritora. E gostas de ler e de escrever. E de
histórias. És o que se chama “um pequeno Grimm”.
40 William não apreciou a ideia.
– Cala-te. Quando muito, sou um pequeno Zimmer, e não sei o que vou
fazer quando for grande, nem me interessa. E talvez não seja bem isso. Ela
disse que “Grimm” quer dizer “aquele que vê”.
– Os melhores escritores são visionários. Chegam a ver coisas que só
45 acontecem mais tarde – explicou a mãe.
– Não se trata disso, mas de ver mesmo. E eu vi os duendes.
A mãe sorriu longamente.
– Viste-os com o teu coração. Como o Grimm.
Lá vinha ela com aquelas tretas bonitas, que nada queriam dizer,
50 pensou William. O que seria isso ver com o coração?
– Os dois irmãos Grimm vinham mesmo aqui à quinta passar férias com
o tio? – perguntou.
– Já te disse que sim. Está registado no diário do Primeiro, que se
perdeu quando se deu a inundação. Há fotografias deles aqui, quando eram
55 novos, há as histórias que se contam, e há a dedicatória do Wilhem: “Ao meu
querido tio Carl Zimmer. Graças a ele, os meus olhos abriram-se para um novo
mundo.”
– Os meus olhos também se abriram. Mas que novo mundo será esse?
– murmurou William.
Álvaro Magalhães, O Último Grimm.
Vila Nova de Gaia: Edições Asa, 2007

1. Refere a razão pela qual William parecia distraído quando se encontrou


com a mãe.

2. “Ele corou. Até as orelhas começaram a ferver de repente.” (l. 25)

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2.1. Explica a reação de William ao ser repreendido pela mãe.

3. Justifica o desagrado do rapaz quando a rapariga lhe trocou o nome.

4. A mãe de William não ficou surpreendida com a convicção da rapariga


ao afirmar “Um Grimm! És outro como ele.” (l. 35)

4.1. Justifica esta afirmação.

5. Dá a tua opinião acerca da afirmação “Os melhores escritores são


visionários. Chegam a ver coisas que só acontecem mais tarde.”

GRUPO IV
Gramática

1. Associa a palavra sublinhada em cada frase da coluna A à classe e à


subclasse que lhe correspondem na coluna B.
Coluna A Coluna B

a) “Já te disse que sim”. (l. 53) 1. Pronome relativo

b) “Já te disse que sim”. (l. 53) 2. Conjunção subordinativa completiva


3. Advérbio de afirmação
c) “(…) há as histórias que se
4. Pronome pessoal
contam”. (ll. 54-55)
5. Conjunção subordinativa consecutiva
d) “Como é possível que não
a tenhas visto?” (ll. 9-10)

2. Classifica as orações destacadas nas frases.

a) “Ela disse que “Grimm” quer dizer “aquele que vê”. (ll. 42-43)
b) “Está registado no diário do Primeiro, que se perdeu quando se deu a
inundação.” (ll. 53-54)
c) As histórias são tão interessantes que a imaginação o transportou para
um novo mundo.

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3. Indica a função sintática dos segmentos sublinhados nas frases que se


seguem.
a) Estive a mostrar-lhe o livro dos irmãos Grimm.
b) Viste-os com o teu coração.
c) Lá vinha ela com aquelas tretas bonitas.
d) E gostas de ler e de escrever.
e) Mas que novo mundo será esse?

4. Seleciona a opção adequada.


No conjunto de palavras irmão, tio, familiar, mãe está presente uma relação de
a) sinonímia.
b) hiperonímia e hiponímia.
c) holonímia e meronímia.

GRUPO V
Escrita

Escreve um texto narrativo, com um mínimo de 120 e um máximo de


240 palavras, em que contes um episódio imaginado, com personagens de
uma história ou de um conto que tenhas lido.

Deves incluir uma descrição de uma personagem e um diálogo.

Segue a seguinte estrutura:


● Introdução (pode incluir uma descrição) – apresentação das
personagens, situadas no tempo e no espaço.

● Desenvolvimento (deve incluir um diálogo e uma descrição) –


desencadeamento da ação através de um conjunto de
acontecimentos ou peripécias.

● Conclusão – desenlace da ação com resolução dos conflitos,


problemas ou acontecimentos.

FIM

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COTAÇÕES
GRUPO I GRUPO II GRUPO III GRUPO IV GRUPO V

1. 10 pontos 1. 4 pontos 1. 5 pontos 1. 4 pontos Tema e género textual

2.1. 3 pontos 2.1. 5 pontos 2. 6 pontos 5 pontos

2.2. 3 pontos 3. 5 pontos 3. 10 pontos Coerência e pertinência

2.3. 3 pontos 4. 5 pontos 4. 2 pontos da informação


5. 5 pontos 5 pontos

Estrutura e coesão

5 pontos

Morfologia e sintaxe

5 pontos

Repertório vocabular

5 pontos

Ortografia

5 pontos

10 pontos 13 pontos 25 pontos 22 pontos 30 pontos

TOTAL: 100 pontos

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