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Teste de avaliação

INSTITUTO DO EMPREGO E
Linguagem e Comunicação – LCB3_B FORMAÇÃO PROFISSIONAL, I.P.

Nome N.o Curso Data / /


Avaliação Formador

Grupo I
Texto A

Leia o texto com atenção. Se necessário, consulte as notas.

Contos de fadas tradicionais


A arte de contar histórias é, sem sombra de dúvida, a maior e melhor forma de expressão
utilizada pelas sociedades para se revelar, inventar e até mesmo construir-se perante a procura
de significados para a sua existência. É historicamente difícil precisar quando e como esta arte
teve início. Mas como toda a arte, nasceu certamente do desejo de expressão.
5 Os contos de fadas são obras de arte. Pertencem ao património mundial ancestral sob
diferentes formas, fazem parte do universo cultural de nações e gerações, desde as eras mais
remotas. Perpetuaram-se ao longo dos tempos, tendo como característica primordial lidar com
os conteúdos essenciais da condição humana. De acordo com a intenção literária sempre foram
vistos como narrativas a traduzir o imaginário, atualizando ou interpretando, nas suas diversas
10 variantes, questões universais, como os conflitos e a formação de valores.
Dadas as suas características peculiares, são tomados como objeto de análise de diferentes
áreas do conhecimento. Para a psicologia, os contos de fadas são encarados como um poderoso
instrumento que ajuda a pensar e sentir, e que pode exercer a função de mediador1, quando o que
se deseja é oferecer às crianças, aos jovens e até mesmo aos adultos, um veículo para se
15 compreenderem a si e às suas experiências no mundo.
Como forma de literatura tradicional de transmissão oral, a qual se foi preservando pela sua
repetição ao longo de gerações, a sua origem perde-se e confunde-se com todas as grandes
descobertas dos primeiros tempos da Humanidade. Assim sendo, no conto de fadas coabita2 a
memória da Humanidade, os conflitos do inconsciente, a ideologia, a experiência, a história, a
20 cultura que, em comum, têm o seu caráter absolutamente humano. Devemos, pois, encará-lo
também numa abrangência3 histórica e geográfica, como um fenómeno cultural, pois nele
repousam o conhecimento e a tradição por ter resistido ao tempo e se ter mantido, pela oralidade,
através de gerações.
Todos nós temos na nossa memória recordações e momentos em que esta arte se fez presente
25 e nos encantou, em que o «Era uma vez…» nos transportava de imediato para um outro plano,
fazendo-nos viajar pelo fantástico e maravilhoso mundo da imaginação. Em que nestes «Era uma
vez…», fomos princesas salvas por príncipes que apareciam em cavalos brancos, fomos Brancas
de Neve, Cinderelas, fadas boas e por vezes até bruxinhas.

Natacha Vicente, «Contos de fadas tradicionais: narrativas ímpares na infância»,


disponível em http://repositorio.ispa.pt, consultado em junho de 2020 (texto adaptado).

1. mediador: meio, interveniente que medeia.


2. coabita: partilha o mesmo espaço de habitação.
3. abrangência: âmbito, amplitude.

1
1. Assinale com✗ a única afirmação falsa.
(A) A arte de contar histórias terá nascido da necessidade de expressão.
(B) O estudo da literatura tradicional interessa a áreas restritas do conhecimento.
(C) A transmissão oral tem mantido vivo este tipo de literatura.
(D) O início dos contos transporta-nos para um mundo fantástico.

2. Assinale com✗, de 2.1 a 2.4, a opção que completa cada frase, de acordo com o sentido do texto.

2.1 Os contos de fadas, que se perpetuam no tempo, tratam


(A) conflitos do quotidiano.
(B) temáticas do irreal conforme a intenção literária.
(C) pormenores do dia a dia.
(D) questões essenciais à condição humana.

2.2 Estas histórias são objeto de investigação para


(A) diversas áreas do saber.
(B) a Psicologia.
(C) a Geografia e a História.
(D) a Psicologia, a Geografia e a História.

2.3 Os elementos sublinhados em «a qual se foi preservando pela sua repetição ao longo de
gerações» (linhas 16 e 17) têm como antecedente a expressão
(A) «forma» (linha 16).
(B) «transmissão oral» (linha 16).
(C) «literatura tradicional» (linha 16).
(D) «a sua origem» (linha 17).

2.4 Os contos de fadas transportam-nos para um mundo em que


(A) somos princesas e príncipes.
(B) podemos assumir vários papéis.
(C) podemos ser bons ou maus.
(D) viajamos pela nossa memória.

2
Texto B

Leia o texto com atenção. Se necessário, consulte as notas.

A velha das galinhas


Havia uma velha, que estava sempre ao postigo1 até que horas. As filhas perguntavam-lhe:
– O que é que a mãe faz aí ao postigo por essa noite adiante?
– Deixem-se lá, filhas, que é do postigo que vos hei de casar.
Passado tempo foi a velha ao palácio falar à rainha:
5 – Venho aqui saber se Vossa Majestade quer mandar ensinar algumas galinhas a falar?
– Há de ter graça! disse a rainha. Quero, quero.
E mandou-lhe entregar uma dúzia de galinhas. A velha foi para casa, e uns poucos de dias
viveram à tripa-forra2 ela e mais as filhas, comendo galinha cozida e assada, frita e fritangada3.
Quando se acabaram, tornou a velha ao palácio, e disse à rainha:
10 – Ai, minha rica rainha, tenho uma paixão4 de estalar; as galinhas já estavam falando tão
claro, que hoje tencionava vir entregá-las. Quando as estava ajuntando, elas que começam numa
cantarolada:
Cocorocó, cacaracá,
A nossa Rainha com o Cabra está.
15 – Eu ainda as quis calar, mas as galinhas disseram-me que do poleiro bem viram o conde
Cabra entrar para o palácio; eu desesperada fechei-as, e venho saber o que quer Vossa Majestade
que se faça.
A rainha ficou muito desesperada, e deu-lhe ordem que fosse logo para casa, e que as matasse,
sem ficar nenhuma, e que não queria mais galinhas que falassem. E deu-lhe muito dinheiro, para
20 que a velha não dissesse a ninguém o que tinha acontecido, e que quando tivesse alguma
necessidade viesse ao palácio, que a ajudaria. Foi assim que a velha conseguiu arranjar meio de
casar as suas filhas, a quem a rainha deu muitos bons dotes.
Teófilo Braga, Contos tradicionais do povo português, vol. 3, Alfragide, Leya Sempre, 2008, pp. 254-255.

1. postigo: portinha ou janela pequena. 2. à tripa-forra: com fartura. 3. fritangada: fritalhada. 4. paixão: aflição.

1. Situe a ação do excerto no tempo e no espaço.


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2. Caracterize psicologicamente a «velha».


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3. Explique, por palavras suas, a artimanha da «velha» para retirar dinheiro à Rainha.
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4. Indique o recurso expressivo na frase: “Ai, minha rica rainha, tenho uma paixão de estalar”.
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5. Na sua opinião, as palavras da «velha» «– Deixem-se lá, filhas, que é do postigo que vos hei de
casar.» (linha 3) concretizaram-se? Justifique a sua resposta.
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Grupo II

1. Qual dos conjuntos seguintes é constituído apenas por palavras cujo processo de formação é o
mesmo?

(A) girassol – solar – solário – troca


(B) planeta – foguetão – astronauta – galáxia
(C) terráqueo – terreno – terraço – terrestre
(D) sublunar – lua de mel – lunático – lunar

2. Selecione todas as palavras que se formaram com o prefixo des-.


(A) desfazer
(B) desejar
(C) descer
(D) desenterrar
(E) desenfrear

3. Associe os adjetivos destacados nas frases (coluna A) ao respetivo grau (coluna B).

A B
a. A Maria é a mais alta da turma. 1. normal
b. O Zé é mais estudioso do que o Pedro. 2. comparativo de igualdade
c. O Mário está menos cansado do que o Manel. 3. comparativo de superioridade
d. O Manel está cansadíssimo. 4. comparativo de inferioridade
e. O Zé é bastante estudioso. 5. superlativo relativo de superioridade
f. A Ana ficou irrequieta. 6. superlativo relativo de inferioridade
g. A Sofia é a menos irrequieta da turma. 7. superlativo absoluto sintético
h. A Maria está tão feliz como a Rita. 8. superlativo absoluto analítico

a. b. c. d.

e. f. g. h.

4. Reescreva a frase no feminino.


O cão de raça beagle é um campeão audaz.
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Grupo III
Elabore um texto de opinião em que reflita sobre a importância que as histórias tiveram na sua
infância e que ainda têm atualmente na sua vida.

Pode seguir o plano de texto apresentado:


• o grau de importância das histórias na sua infância e na vida atual;
• o tipo de histórias que mais aprecia (histórias românticas, aventuras, banda desenhada,
filmes, jogos, letras de música…), justificando a sua preferência;
• a frequência com que lê/vê/ouve essas histórias;
• uma reflexão sobre a importância das histórias e sugestões de histórias interessantes.

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Observações:
Deve escrever entre 160 e 240 palavras.

1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo
quando esta integre elementos ligados por hífen (exemplo: /di-lo-ei/). Qualquer número conta como uma única palavra,
independentemente dos algarismos que o constituam (exemplo: /2021/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados, há que atender ao seguinte:
– um desvio dos limites de extensão implica uma desvalorização parcial até dois pontos;
– um texto com extensão inferior a 55 palavras é classificado com 0 (zero) pontos.

FIM
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