Nome:____________________________________________________________________

Ano: ____ Turma: ______ Nº.: ____

Disciplina: ___________________ Data: ___/__/___
Classificação: __________________________

Assinatura do Encarregado de Educação:________________________

Teste de Diagnóstico de PORTUGUÊS – 7.º ANO

GRUPO I

Lê o texto.

Até a camarada professora ficou espantada e interrompeu a aula quando

o Bruno entrou na sala. Não era só o que se via na mudança das roupas, mas
também o que se podia cheirar com a chegada daquele Bruno tão lavadinho.
No intervalo, em vez de irmos todos brincar a correr, cada um ficou só
5 espantado a passar perto do Bruno, mesmo a fingir que ia lá fazer outra coisa
qualquer. A antiga blusa vermelha tinha sido substituída por uma camisa de
manga curta esverdeada e flores brancas tipo Havai. Mas o mais espantoso era
o Bruno não trazer os calções verdes justos com duas barras brancas de lado. A
pele cheirava a sabonete azul limpo, as orelhas não tinham cera, as unhas
10 cortadas e limpas, o cabelo lavado e cheio de gel. Até os óculos estavam limpos.
Tortos, mas limpos.
Lá fora a gritaria continuava. O Bruno, ao contrário dos últimos seis anos
de partilha escolar, estava mais sério e mais triste.
Fiquei no fundo da sala. Eu era grande amigo do Bruno e mesmo assim
15 não consegui entender aquela transformação. Olhei o pátio onde as meninas Os da minha rua é
brincavam «trinta e cinco vitórias». Na porta, uma contraluz do meio-dia uma interessante
iluminava a cara espantada da Romina. Eu olhava a Romina, o sol na porta e o coleção de 23 contos
Bruno também. que traduzem em
ficção a infância do
O mujimbo já tinha circulado lá fora e eu nem sabia. Havia uma
autor passada na
20 explicação para tanto banho e perfumaria. Parece que o Bruno estava Maianga, em Angola.
apaixonado pela Ró. A mãe do Bruno tinha contado à mãe do Hélder todos os É um livro que fala de
acontecimentos incríveis da parte anterior: a procura dum bom perfume, o gel no como crescemos e da
cabelo, os sapatos limpos e brilhantes, a camisa de botões. A mãe do Bruno importância dos locais
disse à mãe do Hélder, «foi ele mesmo que me chamou para eu lhe esfregar as onde passamos a
25 costas». infância!
Depois do intervalo, o Bruno passou-me secretamente a carta.
Começava assim:
Romina: nos últimos dias já não consigo lanchar pão com marmelada e
manteiga e, mesmo que a minha mãe faça batatas fritas nunca tenho apetite de
30 comer. Ainda por cima de noite só sonho com os caracóis dos teus cabelos tipo cacho de uva…
A carta continuava bonita como eu nunca soube que o Bruno sabia escrever assim. Ele tinha a cara
afundada nos braços, parecia adormecido, eu lia a carta sem acreditar que o Bruno tinha escrito aquilo, mas
os erros de português eram muito dele mesmo.
Era uma das cartas de amor mais bonitas que ia ler na minha vida, e eu próprio, anos mais tarde, ia
35 escrever uma carta de amor também muito bonita, mas nunca tão sincera como aquela. […]

Ondjaki, Os da minha rua, Caminho

1
1. Circunda a única opção que te permite obter uma afirmação verdadeira, de acordo com o sentido do
texto.
1.1. Naquele dia, a entrada do Bruno na sala de aula encheu de espanto a professora e os alunos,
pois o rapaz
(A) atrasara-se muito e não se desculpou por este comportamento.
(B) estava com um ar invulgarmente sério e triste.
(C) apresentou-se com uma aparência cuidada, asseada e não usava as roupas habituais.
(D) usava um perfume bastante desagradável.

1.2. Antes de ir brincar para o recreio, cada aluno passou pelo Bruno para
(A) verificar se ele tinha uns óculos novos.
(B) lhe dizer que não gostava da sua nova imagem.
(C) tentar descobrir a causa do estranho comportamento do rapaz.
(D) apreciar a grande mudança na aparência do rapaz.

1.3. Ao observar a mudança operada no visual do Bruno, o narrador

(A) ficou tão espantado como os demais colegas da turma.
(B) rapidamente compreendeu que esta transformação se devia à paixão por Romina.
(C) concluiu que fora a mãe do rapaz a responsável pela alteração da imagem do filho.
(D) atribuiu esta transformação ao desejo de agradar à professora.

1.4. O vocábulo «mujimbo» (linha 19) poderia, no contexto, ser substituído pela palavra
(A) engano.
(B) segredo.
(C) boato.
(D) calúnia.

1.5. O narrador não teve dúvidas de que o Bruno fora realmente o autor da carta que lhe mostrara
devido
(A) à beleza das palavras que a preenchiam.
(B) à sensibilidade revelada na sua escrita.
(C) aos erros ortográficos presentes no texto.
(D) à sinceridade das emoções expressas no texto.

1.6. O recurso expressivo presente na frase «Ainda por cima de noite só sonho com os caracóis dos
teus cabelos tipo cacho de uva…» (linha 30) é
(A) a metáfora.
(B) a personificação.
(C) a comparação.
(D) a enumeração.

2. Transcreve do texto uma frase ou expressão que:

2.1. contenha uma sensação olfativa;
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2.2. prove que o narrador participa na história que narra.

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3. Explica por que motivo o narrador considera a carta do Bruno «(…) uma das cartas de amor mais
bonitas que ia ler na vida (…)» (linha 34).
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2
4. O excerto que acabaste de ler intitula-se «Os calções verdes do Bruno». Consideras este título
adequado ao texto? Justifica o teu ponto de vista, com base nos factos narrados no excerto.

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GRUPO II

Responde aos itens seguintes, de acordo com as orientações dadas.

1. Associa cada palavra sublinhada na coluna A à classe a que pertence, indicada na coluna B. Escreve,
em cada espaço da coluna A, a letra correspondente da coluna B.

COLUNA A COLUNA B
«em vez de irmos todos brincar» (l.4) a) Determinante possessivo
«outra coisa qualquer» (l.5) b) Quantificador
«o mais espantoso» (l.7) c) Advérbio
d) Determinante indefinido
«duas barras brancas de lado» (l.8)
e) Nome comum
«a cara espantada da Romina» (l.17)
f) Adjetivo qualificativo
«que me chamou» (l.24) g) Pronome indefinido
«pão com marmelada» (l.29) h) Preposição
«nunca tenho apetite» (l.29) i) Pronome demonstrativo
«os caracóis dos teus cabelos» (l.30) j) Pronome pessoal
«tão sincera como aquela» (l.35)

2. Preenche cada espaço do quadro seguinte com apenas uma das palavras abaixo apresentadas, de
acordo com o respetivo processo de formação. Cada palavra só pode ser usada uma vez.

Derivação Composição

meio-dia Infantojuvenil esverdeada

explicação desamor biblioteca

3. Completa as frases com as formas dos verbos apresentados entre parênteses nos tempo e modos
indicados.

Pretérito imperfeito do modo conjuntivo

É pouco provável que a mãe do Bruno ______________________ (saber) que o filho estava
apaixonado por Romina.

Pretérito perfeito composto do modo indicativo

Os da minha rua é um livro que eu ______________________ (reler) muitas vezes com prazer.

3
 Condicional
Ninguém ________________ (poder) adivinhar que o Bruno se apaixonara por Romina, pois,
habitualmente, o rapaz evitava a menina no recreio.

4. Reescreve as frases, substituindo as expressões sublinhadas pela forma adequada do pronome

pessoal.

4.1. Alguém viu a Romina no recreio?

________________________________________________________________________________
4.2. O Bruno não confessara aos colegas o que sentia por Romina.
________________________________________________________________________________

5. Associa cada elemento da coluna A ao único elemento da coluna B que lhe corresponde, de modo a
identificares a função sintática desempenhada pelo grupo frásico sublinhado em cada afirmação.

COLUNA A COLUNA B

(a) «Lá fora a gritaria continuava». (1) Sujeito

(b) «A pele cheirava a sabonete azul limpo». (2) Vocativo
(c) «O Bruno passou-me secretamente a carta». (3) Predicativo do sujeito
(d) «-Romina, estou sempre a pensar em ti!» (4) Modificador do grupo verbal
(e) «Até os óculos estavam limpos». (5) Complemento direto
(f) «O Bruno entrou devagar na sala». (6) Complemento indireto
(g) «Mais tarde, também eu escrevi uma carta de (7) Complemento oblíquo
amor.»

Chave: (a) ____(b) ____(c) ____(d) ____ (e)__ (f)___ (g)___

6. Lê a frase seguinte:

«Ao ler a carta do meu amigo, perguntei, com espanto:

— Bruno, foste tu que escreveste esta carta tão bonita?»

Completa a frase seguinte, reescrevendo em discurso indireto a fala do narrador. Faz apenas as
alterações necessárias.

Com espanto, perguntei________________________________________________________.

BOM TRABALHO!