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LÍNGUA PORTUGUESA

Textos Literários
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TEXTOS LITERÁRIOS

RELEMBRANDO
• Processo coesivo do texto: estrutura diafórica do texto.
• É importante ter um bom léxico internalizado (um bom vocabulário), porque isso é um
elemento facilitador.

São duas as principais formas de caracterização do texto: texto literário e texto não
literário.

Textos literários

Elementos de construção do texto e seu sentido: textos literários.

• Texto é o tecido especial formado por palavras, orações, períodos, parágrafos e até
versos. Envolve elementos verbais e elementos não verbais (Ex.: charges).
• Os processos de construção do texto exigirão um domínio do sentido, da significação.
• Textos literários: são aqueles que evidenciam o predomínio da conotação (desvios
semânticos, valores figurados, plurívocos, translatos – porque haverá mudança,
passagem, em relação à significação).

 Obs.: na denotação, haveria o valor dicionarizado (valor unívoco). Um recurso mnemônico


muito utilizado é: denotação faz referência ao dicionário. O predomínio da denotação
caracteriza o texto não literário.
5m

Textos literários trabalham com palavras empregadas em seu valor plurívoco. Haverá,
então, muitas possibilidades de compreensão e de interpretação. Por isso, é muito impor-
tante ter o domínio desse tipo de texto. O examinador deverá amarrar todos os detalhes com
muito cuidado, para não abrir margem para recursos.

Textos literários:

• Trabalham bastante com a ficção e com o entretenimento (sem compromisso significa-


tivo com a realidade);
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Ex.: fábulas – frequentemente, possuem animais que assumem ações humanas (figura
de linguagem: personificação/ prosopopeia). A fábula é uma estrutura ficcional que traz uma
lição de moral. Há, aí, uma alegoria (muito presente nos textos literários).

• Texto em prosa (apresenta períodos articulados em parágrafos) ou em verso (linhas


articuladas em estrofes que formam o poema: texto literário em versos);

Pode haver textos em prosa com predomínio da denotação, assim como textos em prosa
com o predomínio da conotação.
Ex.: texto “Como se conjuga um empresário” – o escritor cearense Mino criou uma situ-
ação com verbos: preocupação com a construção. Isso caracteriza o que é chamado de
função poética, que também se manifesta em parágrafos, não apenas em versos.
10m
A banca FGV sempre surpreende os candidatos; o texto a ser analisado pode ser uma
estrofe, um poema, um parágrafo, um texto longo etc.

O PULO DO GATO
Na prova discursiva, a FGV pode cobrar questões como:
“Desenvolva uma dissertação em prosa a respeito do seguinte tema”.
Dissertação em prosa significa dissertação em parágrafos. (Não inserir tabelas, gráficos,
desenhos etc.).
Dissertação é um gênero não literário, ou seja, fuja das conotações e das subjetividades.
A dissertação é constituída de: parágrafo de introdução, parágrafo de desenvolvimento e
parágrafo de fechamento.

• Três pessoas do discurso;


– 1ª pessoa: eu/ nós;
– 2ª pessoa: tu, vós;
– 3ª pessoa: ele, ela, eles, elas.

• Figuras de linguagem. A figura de linguagem mais presente em um texto literário é a


metáfora. Seus tipos são: metonímia, sinédoque, catacrese...
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Ex.: A previdência é um redemoinho de dinheiro público. (A: previdência/ B: redemoinho.)


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– Comparação entre A e B com valor conotativo. A previdência é como um redemoi-


nho de dinheiro público.
– “Como”: elemento de conexão que fica logicamente implícito. Quando ele é dito
explicitamente, tem-se um tipo especial de metáfora, denominado “símile”.

Metáfora: comparação com valor conotativo.

• Linguagem é:
– Subjetiva: função emotiva – presença da primeira pessoa do singular (eu). Ex.:
texto “eu e ele” de Luís Fernando Veríssimo.
– Conotativa: função poética da linguagem – preocupada com a construção, com a
seleção vocabular.

Ao se deparar com um poema, percebe-se que a pessoa que redige se preocupa com a
rima e com a construção de cada verso, sendo que esses podem ser simétricos, assimétri-
cos... Há muita preocupação com a construção e com a seleção vocabular.
20m

– Polissêmica, plurívoca, que permitirá múltiplas possibilidades de compreensão e de


interpretação.

• Licença poética: o poeta e o cronista são livres para registrar a linguagem coloquial,
por exemplo. Um aluno, por sua vez, não.
• Espelha a ideologia do artista.

Gêneros textuais literários:

• Poema;
• Música;
• Crônica;
• Romance;
• Conto;
• Contos de fadas;
• Universo das alegorias:
– Fábula (presença de animais que assumem ações humanas);
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– Apólogo (presença de coisas que assumem ações humanas);


– Parábola;

• Teatro;
• Lenda;
• Charge e outros.

DIRETO DO CONCURSO
1. (FGV) Assinale a opção que apresenta a frase inteiramente construída com vocábulos
em sentido lógico, não figurado.
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a. “Os olhos são a morada da vergonha.”
b. “A juventude é a embriaguez sem vinho.”
c. “A velhice é o abrigo de todos os males.”
d. “Realizando coisas justas, tornamo-nos justos.”
e. “A consciência é um Deus para todos os mortais.”

COMENTÁRIO
Sentido lógico é o sentido denotativo, unívoco.
Nessa questão, todas as opções terão um sentido conotativo, exceto uma delas.

2. (FGV) Os segmentos machadianos a seguir têm o amor por tema. Assinale a opção
que mostra uma visão positiva desse sentimento.
a. “O amor é cego.”
b. “O amor é fecundo de ilusões.”
c. “Os amores novos fazem esquecer os velhos.”
d. “O amor para mim é o idílio de um semestre, um curto período sem chamas nem
lágrimas.”
30m
e. “O amor não nasce de uma circunstância fortuita, nem de uma longa intimidade, é
uma harmonia entre duas naturezas, que se reconhecem e completam.”

COMENTÁRIO
“Machadiano” significa que os trechos foram escritos por Machado de Assis.
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“Idílio” é um curto período; “Idílio” também é nome dado a um pequeno poema;


“Fortuita” significa gratuita.

3. (FGV) “A ciência é a inteligência do mundo; a arte, o seu coração”. (M. Gorki) A oposi-
ção entre ciência e arte nessa frase está, respectivamente, nos seguintes valores:
35m
a. entendimento X sentimento.
b. observação X interpretação.
c. repetição X criatividade.
d. fatos X hipóteses.
e. verdade X ilusão.

COMENTÁRIO

A FGV tem o hábito de trabalhar com textos pequenos para cada questão ou com um texto
longo para toda a prova.
“(...) a arte, o seu coração” – a vírgula em questão é vicária, ou seja, está no lugar de um
verbo. Esse trecho é equivalente a “a arte é o seu coração”.

Eu e ele

• Texto em prosa, organizado em três parágrafos.


• Ele = computador. Elemento de subjetividade, muito presente nos textos literários.

No vertiginoso mundo dos computadores, o meu, que devo ter há uns quatro ou cinco
anos, já pode ser definido como uma carroça. Nosso convívio não tem sido muito confortá-
vel. Ele produz um texto limpo, e é só o que lhe peço. Desde que literalmente metíamos a
mão no barro e depois gravávamos nossos símbolos primitivos com cunhas em tabletes até
as laudas arrancadas da máquina de escrever para serem revisadas com esferográfica, não
havia processo de escrever que não deixasse vestígio nos dedos. Nem o abnegado monge
copiando escrituras na sua cela asséptica estava livre do tinteiro virado. Agora, não. Damos
ordens ao computador, que faz o trabalho sujo por nós. Deixamos de ser trabalhadores bra-
çais e viramos gerentes de texto. Ficamos pós-industriais. Com os dedos limpos.

• “Carroça”: valor conotativo! Marca do texto literário.


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• Ele: o computador.
• “Lhe peço”: peço a ele (ao computador).
• “Cunhas”: instrumentos em metal, em tabletes.
• “Vestígio nos dedos”: tinta preta ou vermelha da máquina de escrever.
• “Agora”: elemento dêitico – faz referência ao tempo em que o autor se encontra.
• “Pós-industriais”: faz referência ao mundo tecnológico.
40m

Mas com um custo. Nosso trabalho ficou menos respeitável. O que ganhamos em asseio
perdemos em autoridade. A um computador não se olha de cima, como se olhava uma
máquina de escrever. Ele nos olha na cara. Tela no olho. A máquina de escrever fazia o que
você queria, mesmo que fosse a tapa. Já o computador impõe certas regras. Se erramos,
ele nos avisa. Não diz “Burro!”, mas está implícito na sua correção. Ele é mais inteligente do
que você. Sabe mais coisas, e está subentendido que você jamais aproveitará metade do
que ele sabe. Que ele só desenvolverá todo o seu potencial quando estiver sendo progra-
mado por um igual. Isto é, outro computador. A máquina de escrever podia ter recursos que
você também nunca usaria (abandonei a minha sem saber para o que servia “tabulador”, por
exemplo), mas não tinha a mesma empáfia, o mesmo ar de quem só aguenta os humanos
por falta de coisa melhor, no momento.

• “Impõe”: termo relacionado a “autoridade”.


• “Você”: o autor dirige-se ao leitor.
• “Empáfia” significa arrogância.

Eu e o computador jamais seríamos íntimos. Nosso relacionamento é puramente profis-


sional. Mesmo porque, acho que ele não se rebaixaria ao ponto de ser meu amigo. E seu
ar de reprovação cresce. Agora mesmo, pedi para ele enviar esta crônica para o jornal e ele
perguntou: “Tem certeza?”
Luís Fernando Veríssimo.

• “Mesmo porque”: elemento de coesão sequencial.


• “Acho”: elemento de subjetividade.
• “Esta”: elemento dêitico: marca de quem redige.
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4. “No vertiginoso mundo dos computadores, o meu, que devo ter há uns quatro ou cinco
anos, já pode ser definido como uma carroça.” Está implícito nessa frase do texto que
a. o envelhecimento de computadores é muito rápido.
45m
b. o preço dos computadores há alguns anos era bem mais baixo.
c. a posse de um computador por pouco tempo nos dá ideia de nossa velhice.
d. os computadores tornam-se lentos com o passar do tempo.
e. o tempo de vida útil de um computador é mais longo a cada dia.

COMENTÁRIO

• O termo “implícito” faz referência a uma informação que deve ser inferida. O examina-
dor quer saber se o candidato domina a inferência sem extrapolar a realidade do texto
e por meio dos indícios que estão nesse trecho.
• “Vertiginoso” significa acelerado, rápido.
• “(...) O meu [computador], que devo ter há uns quatro ou cinco anos, já pode ser
definido como uma carroça” – elemento anacrônico: um computador de quatro ou
cinco anos não é da mesma época que uma carroça.
• A “carroça” poderia se referir, também, à lentidão, mas a associação principal do trecho
como um todo é com a ideia de vertigem, de aceleração.

5. O computador é personificado no texto, atribuindo-se-lhe ações humanas. Assinale o


segmento que não comprova essa afirmativa.
a. “Ele nos olha na cara. Tela no olho.”
b. “Já o computador impõe certas regras.”
50m
c. “Se erramos, ele nos avisa.”
d. “Não diz ‘Burro!’.”
e. “Ele é mais inteligente do que você. Sabe mais coisas, e está subentendido que você
jamais aproveitará metade do que ele sabe.”

COMENTÁRIO
“Atribuindo-se-lhe”. “Se”: partícula apassivadora. “Lhe”: objeto indireto.
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6. “Mesmo porque, acho que ele não se rebaixaria ao ponto de ser meu amigo.” Os conec-
tores no início desse segmento têm valor de
a. acréscimo e causa.
b. causa e concessão.
c. concessão e explicação.
d. explicação e oposição.
e. oposição e acréscimo.

GABARITO
1. d
2. e
3. a
4. a
5. d
6. c

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Fernando Moura.
�A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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