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TJ-RS
OFICIAL DE JUSTIÇA
PORTUGUÊS
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Edital
BANCA: FGV
CARGO: Oficial de Justiça
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Português
TIPOLOGIA TEXTUAL
A narração
É a modalidade de texto que se relaciona com objetos do mundo real. Na narração, o objetivo
do autor é contar um fato, relatar acontecimentos, reais ou imaginários.
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Ex.: “A moça chega com sapatinho baixo, saia curta, cabelos lisos castanhos arrumados em
rabo-de-cavalo, sorri dentes branquinhos muito pequenos, como de primeira dentição, e
fala o senhor me deixa telefonar? de maneira inescapável.” (ÂNGELO, Ivan. Bar. – Adaptado)
A narração e a descrição
Vale lembrar que é muito comum que a narração contenha aspectos descritivos. No texto
narrativo, observa-se a presença constante não apenas da caracterização das cenas em que se
desenrola a trama, mas também a qualificação dos personagens que dela participam.
Ex.: “Ouvi primeiro o ruído de cascos pisando a grama, mas continuei deitado de bruços
na esteira que havia estendido ao lado da barraca. Senti nitidamente o cheiro acre muito
próximo. Virei-me devagar, abri os olhos. O cavalo erguia-se interminável à minha frente.
Em cima dele havia uma espingarda apontada para mim e atrás da espingarda um velhinho
de chapéu de palha, que disse logo o seguinte:
– Filhos de uma puta.” (PIROLI, Wander. Crítica da razão pura.)
Neste trecho, que inicia uma narração, o que se percebe é o comprometimento inicial do autor
em caracterizar não só a cena como também os personagens da história que se inicia.
A descrição
É a modalidade de texto que trata das características de uma pessoa, de um objeto, de uma
paisagem ou de uma simples situação, em determinado período de tempo. Em uma modalidade
abstrata, a descrição pode caracterizar sentimentos, sensações. É o tipo de texto que lida com
detalhamentos, pormenores do elemento que retrata.
Ex.: “O amor estava de chambre verde, recostado na cama cheia de almofadas. As mãos
branquíssimas descansando entrelaçadas na altura do peito. Ao lado, um livro aberto e cujo
título deixei para ler depois e não fiquei sabendo.” (TELLES, Lygia Fagundes. A estrutura da
bolha de sabão.)
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O trecho inicia-se com uma narração – ações evoluindo em uma sequência cronológica
(“Cheguei em casa...”). Entretanto, logo a seguir, o autor interrompe sua sequência narrativa
para caracterizar uma cena – tem-se uma pausa na narração para um trecho descritivo. Na
descrição, as ações são concomitantes (“minha mulher jogando paciência”, “minha filha no
quarto treinando empostação de voz”, “a copeira servia à francesa”).
A dissertação
Aquilo que chamamos didaticamente de dissertação consiste na exposição de ideias, razões.
Se, por um lado, na descrição e narração predominam termos concretos, que se referem a
pessoas do mundo, ao menos presumidamente, real, na dissertação, predominam os conceitos
abstratos, muitas vezes fora das esferas do tempo e do espaço. Não há, portanto, em princípio,
uma progressão temporal entre os enunciados, mas relações de natureza lógica (causa e efeito,
uma premissa e uma conclusão...).
Em textos de concursos públicos, costuma-se subdividir os textos dissertativos em duas
modalidades – o texto dissertativo expositivo e o texto dissertativo opinativo-argumentativo.
O primeiro tem por objetivo discutir um assunto, expor o que se sabe sobre ele sem defesa de
ponto de vista do autor. Já a segunda modalidade tem como meta a persuasão, o convencimento
– neste tipo de texto o autor utiliza estratégias argumentativas que visam defender sua tese.
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Ex.: “Recente documento, elaborado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística), revela que o Brasil é um país mergulhado na sujeira: metade dos municípios
não têm serviço de esgoto sanitário, 70% do lixo das cidades são jogados em lixões e
alagados (rios, lagos, mar, etc.) e apenas poucos municípios fazem coleta seletiva de lixo.”
Nesse caso, o objetivo do texto é aumentar o número de informações do leitor sobre o assunto
do lixo. Por meio de dados estatísticos e exemplos e de uma linguagem objetiva, o autor atinge
seu objetivo – apresentar possíveis novidades ao seu leitor.
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Relações de
subordinação. (Causa e
Discutir, abstrair,
Efeito). Aparecimento
Dissertativo discorrer, conceituar. Não é relevante.
de testemunhos de
Não descrever.
autoridade, dados
estatísticos, exemplos.
6. Injuntivo: Tem por objetivo instruir em vista de uma ação. Ex.: manuais.
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1. (FAURGS – TJ-RS – ASSISTENTE SOCIAL JUDICIÁRIO – 2014)
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3. (FGV – AL – RO – ANALISTA LEGISLATIVO – ADMINISTRAÇÃO – 2018)
Observação
Vivemos tão apressados que estamos perdendo a habilidade de observar detalhadamente o
que nos cerca. Por outro lado, somos tão bombardeados por imagens e por estímulos visuais
que, para nos proteger do excesso, aprendemos a não perceber o que está em volta, aprende-
mos a nos proteger. Por isso, a propaganda fica cada vez mais agressiva. Os produtos precisam,
a qualquer custo, chamar a atenção do possível comprador, até que sejamos capazes de “ver
sem olhar”. Ou seja, mesmo sem estarmos interessados, não podemos escapar de perceber
uma imagem de propaganda.
Isso nos tem levado à autoproteção ou a uma atitude passiva, já que não é preciso fazer ne-
nhum esforço, pois a propaganda e as imagens se encarregam de nos invadir.
Entretanto, para apreciar a arte e saber ler imagens, uma primeira habilidade que precisamos
renovar, estimular e desenvolver é a observação. Ela deve deixar de ser passiva para tornar-se
ativa, voluntária: observo o que quero, porque quero, como quero, da forma que quero, quan-
do quero observar.
Se pedirmos a um amigo que descreva alguém, ele pode dizer genericamente: alto, magro, de
meia-idade: ou então ser bem específico: tem aproximadamente 1 metro e oitenta, é magro,
está vestido com uma calça azul, camisa branca, tênis, jaqueta de couro marrom, tem cabelos
escuros, encaracolados, curtos, olhos azuis, usa costeletas, tem um sinal escuro do lado direito
do rosto e cerca de 40 anos.
Essa segunda descrição é mais detalhada e demonstra mais observação. Naturalmente, se eu
estiver procurando tal pessoa, a partir dessa descrição detalhada, posso encontrá-la com mais
facilidade.
OLIVEIRA, J. e GARCEZ, L.
Explicando a Arte. Ed. Nova Fronteira. 2001.
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O texto 1 é parte de uma coluna de um jornal carioca e pertence ao seguinte gênero:
a) descritivo, pois nos dá características e qualifica o estado de violência no Brasil;
b) narrativo, pois fornece ao leitor uma sequência progressiva de ideias até a conclusão;
c) descritivo-narrativo, pois mistura os dois traços destacados nas opções anteriores;
d) dissertativo-expositivo, pois registra, de forma isenta, dados objetivos sobre um de nossos
maiores problemas;
e) dissertativo-argumentativo, pois defende ideias sobre as providências a serem tomadas no
combate à violência.
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
A ESTRUTURAÇÃO ARGUMENTATIVA
1. Introdução
Inicialmente se faz a introdução, que determinará o desenrolar do desenvolvimento. É neste
momento em que se apresenta o tema a ser discutido, a ideia-núcleo ou ideia principal, a tese.
2. Desenvolvimento
Na segunda fase do texto argumentativo, faz-se a análise crítica dos argumentos usados de
apoio para sua tese. Cada argumento é exposto em um parágrafo próprio. Dois a três parágrafos
é o padrão do desenvolvimento de um texto argumentativo. Ao argumento que normalmente
inicia o parágrafo de desenvolvimento dá-se o nome de tópico frasal.
Inicia-se, portanto, cada parágrafo do desenvolvimento com o que denominamos de tópico
frasal – que se constitui na ideia que irá direcionar o parágrafo, sendo, portanto, sua base.
A seguir, desenvolve-se a discussão iniciada pelo tópico frasal, na qual são utilizados diversos
recursos que servirão de apoio para o argumento defendido – exemplos, comparações,
narrativas, descrições, opiniões próprias – de forma coerente e organizada.
3. Conclusão
O parágrafo final é reservado à conclusão, na qual o autor retoma a ideia-núcleo, reescrevendo-a
e acrescentado-lhe, em geral, um juízo crítico, de forma a enriquecer os argumentos defendidos.
É o momento em que o autor opina, critica e, muitas vezes, oferece soluções concretas ao
problema discutido ao longo da argumentação.
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1. (FAURGS – TJ-RS – ADMINISTRADOR DE BANCO DE DADOS – 2018)
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Considere as afirmações abaixo sobre a expressão sublinhada na seguinte oração do texto: Os
regulamentos do novo Carnaval são as novas regras da cinematografia. (l. 41-42).
I – A expressão as novas regras da cinematografia, na oração em destaque, apresenta sentido
conotativo.
II – O sentido global do texto contradiz o conteúdo desta oração.
III – Se a palavra novo for deslocada para a posição imediatamente depois da palavra Carnaval ,
a oração terá seu sentido alterado.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.
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Quais estão corretas, de acordo com o texto?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.
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Assinale a afirmativa cujo conteúdo pode ser considerado expressão de ponto de vista da auto-
ra do texto.
a) Os indígenas não conseguem promover sua própria integração à comunidade por carecerem
de um discurso autêntico.
b) Os indígenas não possuem voz própria, o que os tem impedido de se manifestarem de for-
ma genuína na defesa de seus interesses.
c) Os indígenas têm procurado defender interesses de outros grupos, que não reconhecem
neles legitimidade para as suas reivindicações.
d) Uma das formas de relegar os indígenas à condição de estrangeiros dentro de sua própria
terra é considerá-los manipulados por outros grupos.
e) A prática dos indígenas de se manifestarem sobre questões distantes de suas realidades lo-
cais os caracteriza como estrangeiros dentro de sua própria terra.
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Assinale a afirmativa cujo conteúdo pode ser considerado expressão de ponto de vista da auto-
ra do texto.
a) Os mundurucus não são indígenas legítimos.
b) Para os índios, não há alternativa além de virar mão de obra barata ou semiescrava em fa-
zendas.
c) O índio terena Oziel Gabriel e seu grupo não pensam e agem segundo suas próprias convic-
ções.
d) Em construções de usinas hidrelétricas, a melhor estratégia é tocar a obra para que não
haja atraso em sua conclusão.
e) Um protesto dos índios mundurucus no Tapajós não seria suficiente para que fossem ouvi-
dos em suas reivindicações.
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TJ/RS – OFICIAL DE JUSTIÇA PJ-H: OS ÚLTIMOS EDITAIS FORAM
PUBLICADOS EM 2010 (CONESUL) E 2014 (FAURGS).
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De acordo com o texto, qual das afirmações abaixo é correta?
a) Alguns assistentes virtuais já conseguem identificar e diferenciar certos casos de polissemia das
línguas naturais.
b) Impressiona a criação de recentes assistentes virtuais, motivada pelo fato de a inteligência artifi-
cial tornar-se rapidamente obsoleta.
c) O aumento da capacidade de armazenamento e de processamento de informações nos últimos
tempos torna desnecessários os filtros da inteligência artificial.
d) Limitações de ordem técnica ainda impedem que os robôs humanoides sejam usados no coti-
diano pelas pessoas.
e) Provavelmente em 200 anos, o homo sapiens dominará o planeta de uma forma ainda não vis-
ta, com todo o avanço tecnológico acumulado.
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Em relação à coesão do texto, é correto afirmar que
a) entre as expressões Carnaval (l. 01) e festa (l. 01), não há relação lexical.
b) o uso da expressão ali (l. 08) não contribui para a coesão do texto.
c) a forma verbal era (l. 20) é um caso típico de sujeito oculto.
d) o pronome relativo que (l. 24), por sua natureza, é elemento que contribui para a coesão
do texto.
e) as expressões carnaval sem transgressão subjetiva (l. 32) e carnaval sem transgressão (l.
26) estão numa relação lexical de sinonímia.
Se o penúltimo parágrafo do texto fosse introduzido por um nexo, qual melhor evidenciaria a
relação textual deste parágrafo com os que o antecedem?
a) conquanto
b) portanto
c) apesar
d) embora
e) contudo
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Quanto ao tipo de texto, assinale a alternativa correta.
a) Trata-se de um texto predominantemente argumentativo, em que a narração está a serviço
de defesa de um ponto de vista.
b) O texto é predominantemente explicativo, com o propósito fundamental de levar o leitor a
compreender uma determinada informação.
c) O texto é descritivo, pois orienta o interlocutor em relação a procedimentos que deve se-
guir.
d) Trata-se de um relato informal, em forma de crônica, cuja proposta é recriar para o leitor
uma situação cotidiana em linguagem literária.
e) O texto é predominantemente narrativo, visto que seu foco é a trama, que gira em torno de
personagens cuja vida é condicionada pelo ato de dirigir e que apresenta um momento de
complicação, que é o engarrafamento, a que se segue a solução final.
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No contexto em que se encontram, os dois pontos da linha 10 podem ser substituídos, com
ajustes de vírgula, pela expressão
a) por isso.
b) já que.
c) além do que.
d) se bem que.
e) no entanto.
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06. (UFRGS – CV – 2016)
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Embora não descreva a Revolução Francesa, arrolando fatos e elementos de seu contexto histó-
rico, vários desses fatos e elementos são mencionados no texto. Considere as seguintes afirma-
ções relacionadas a essas menções.
I – A Revolução Francesa esteve relacionada a um fenômeno histórico denominado Antigo Re-
gime.
II – A data de 1789 é apresentada como marco temporal no qual o processo denominado Revo-
lução Francesa atinge seu limite.
III – A conquista de uma prisão denominada Bastilha, cujo diretor foi degolado, é um fato rele-
vante na Revolução Francesa.
Que afirmações podem ser inferidas a partir das informações contidas no texto?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.
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