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Introdutória

quinta-feira, 12 de agosto de 2021 07:56

 Relação jurídica e suas situações jurídicas subjetivas:

▪ Direito subjetivo de crédito [exigir] e dever de prestar (CREDOR X DEVEDOR) - quando uma
norma incide sobre um fato, cria uma relação jurídica entre os envolvidos, na qual um pode
exigir de outro uma conduta (vender um carro)
▪ Direito protestativo [direito subjetivo de modificar uma ação jurídica pela vontade - divórcio] e
estado de sujeição. [está sujeito a vontade do outro]
▪ PREESCRIÇÃO: perda da exigibilidade de um direito subjetivo de crédito. [não pode usar da força
do Estado pra exigir/ DÍVIDAS. Exemplo: devendo 500 mil, passou 10 anos, hipoteticamente do
período de validade do contrato, não pode usar o Estado pra cobrar]
▪ DECADÊNCIA: perda do direito protestativo. [não pode alterar uma relação jurídica/ PRAZOS.
Exemplo: nos primeiros 30 dias pode trocar a roupa, depois não pode.]
▪ CONTRATO: duas partes firmam um acordo de vontades, uma parte pode exigir a conduta de
outra parte, se uma delas não cumprir, pode pedir pro Estado exigir.
▪ DEVER é conduta praticada pra interesse alheio.

 Diferente de situações jurídicas não relacionadas [PESSOA FÍSICA X

▪ Faculdade: liberdade de agir, não é um direito, porém é uma faculdade jurídica. (cortar o cabelo)
▪ Ônus: necessitada de praticar uma conduta do próprio interesse sob pena de sanção. (ver as
aulas da universidade- sanção de não se formar)

 Relação jurídica obrigacional - é a relação jurídica que um sujeito de direito [ou mais] tem direito
a uma prestação a ser realizada por outro [outros] tendo o dever de satisfazer um interesse do
primeiro [os]
 Quando uma norma incide sobre um fato, cria uma relação jurídica entre os envolvidos no qual
um pode exigir uma conduta do outro. - OBRIGAÇÕES PRA AMBAS AS PARTES..

 ELEMENTOS:
▪ Sujeito ativo e passivo unidos por um vínculo pelo qual o sujeito passivo deve prestar

CARACTERÍSTICAS:
 Caráter pessoal (não real): consiste num vínculo jurídico pelo qual o sujeito ativo pode exigir do
sujeito passivo determinada prestação. Constitui uma relação de pessoa a pessoa e tem como
elementos o sujeito ativo, o sujeito passivo e a prestação. O negócio jurídico gera obrigações
pessoais [não reais], o direito de exigir a entrega física para enfim adquirir direito de propriedade
exemplo - compra e venda de bem móvel [propriedade da jaqueta comprada]
 Caráter relativo (não absoluto):
▪ direitos (subjetivamente) absolutos - direitos reais e da personalidade.
▪ Obrigação propter rem: o suporte fático é a titularidade de um direito real sobre o bem (o dono
de algo é devedor aquilo - dono do apê pagar condomínio
▪ Direito relativo: irrelevância pra terceiros
Exceção: efeitos benéficos - seguro de vida (se ele morrer pagar para os filhos, apesar do
contrato ser entre o pai e o banco, pode BENEFICIAR terceiros.
CASO ZECA PAGODINHO

 Fontes das Obrigações:


▪ Fatos naturais X Fatos jurídicos - fato jurídico (sem vontade humana), ato-fato jurídico
(oriundo de ação ou omissão humana, mas vontade não é considerada pela norma - criança que
encontra tesouro)
▪ CONTRATO
▪ ATO UNILATERAL
▪ ATO ÍLICITO
▪ LEI: parentesco [pensão], propriedade de automóvel, dano causado em estado de necessidade
▪ CRÍTICA

Página 1 de Direito das Obrigações


▪ CRÍTICA

OBS: posição simultânea de credor e devedor nos contratos sinalagmáticos [contratos de carro, credor
do dinheiro é o vendedor, credor do carro é o comprador]

 Obrigação exigível: o sujeito de direito pode exigir [tem a pretensão] de outro o cumprimento
de um dever de prestar
 Pretensão: início - inadimplemento (exige termo) / fim - prescrição
 TERMO: evento futuro e certo., divide-se em termo inicial (início dos efeitos negociais, suspende
o exercício mas não a aquisição do direito) e termo final (põe fim as consequências derivadas do
negócio tendo eficácia resolutiva)

 Surgimento da relação obrigacional e da obrigação exigível:


▪ sem realização do negócio jurídico
▪ ocorrência de todos os elementos da hipótese de incidência
▪ uma ocorrência apenas parcial do suporte de incidência da norma que prevê o surgimento do
direito é mera expectativa de direito, não produzindo efeitos jurídicos (ex.: situação em que falta
um mês para a aquisição do bem por usucapião, situação em que faltam três contribuições para
a aposentadoria etc.)
▪ Se o negócio jurídico é fonte da obrigação, o surgimento desta é um efeito daquele
▪ Negócio inexistente = obrigação inexistente
▪ a “obrigação nula”, na verdade, não é obrigação, mas apenas aparência de obrigação (obrigação
juridicamente inexistente)
▪ se essa aparência levar à produção de algum efeito, ele será apenas fático, não jurídico (ex.: por
desconhecer a nulidade, o devedor realiza o pagamento; como nada era devido, ela pode exigir a
sua devolução)
▪ negócio jurídico existente e válido sujeito a condição suspensiva
Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes,
subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.
 CONDIÇÃO: evento futuro e incerto, suspensiva (subordinação da eficácia jurídica e dos
direitos/obrigações dos decorrentes) e em resolutiva (enquanto a condição não se realizar,
vigorará o negócio jurídico)

Página 2 de Direito das Obrigações


Introdução Direito das Obrigações
quarta-feira, 18 de agosto de 2021 22:47

Direitos não patrimoniais: À pessoa humana - direitos da personalidade


Direitos patrimoniais: reais (das coisas) ou obrigacionais. (das pessoas ou de crédito)

Relação jurídica e suas situações jurídicas subjetivas


Direito subjetivo de crédito e dever de prestar:
▪ Direito subjetivo de crédito [exigir] e dever de prestar (CREDOR X DEVEDOR) - quando uma
norma incide sobre um fato, cria uma relação jurídica entre os envolvidos, na qual um pode exigir
de outro uma conduta (EXEMPLO: vender um carro)
Direito potestativo e estado de sujeição
▪ Direito protestativo [direito subjetivo de modificar uma ação jurídica pela vontade - divórcio] e
estado de sujeição. [está sujeito a vontade do outro]
▪ PREESCRIÇÃO: perda da exigibilidade de um direito subjetivo de crédito. [não pode usar da força do
Estado pra exigir/ DÍVIDAS. Exemplo: devendo 500 mil, passou 10 anos, hipoteticamente do período
de validade do contrato, não pode usar o Estado pra cobrar]
▪ DECADÊNCIA: perda do direito protestativo. [não pode alterar uma relação jurídica/ PRAZOS.
Exemplo: nos primeiros 30 dias pode trocar a roupa, depois não pode.]
▪ CONTRATO: duas partes firmam um acordo de vontades, uma parte pode exigir a conduta de
outra parte, se uma delas não cumprir, pode pedir pro Estado exigir.
▪ DEVER é conduta praticada pra interesse alheio.

Diferente de situações jurídicas não relacionais


- Faculdade: liberdade de agir, não é um direito, porém é uma faculdade jurídica. (cortar o
cabelo)
- Ônus: necessitada de praticar uma conduta do próprio interesse sob pena de sanção. (ver as
aulas da universidade- sanção de não se formar)

Relação jurídica obrigacional


- é a relação jurídica em que um sujeito de direito (ou mais de um) tem direito a uma
prestação a ser realizada por outro (ou outros), que tem o dever de prestar para satisfazer um
interesse do primeiro (ou dos primeiros).
- Quando uma norma incide sobre um fato, cria uma relação jurídica entre os envolvidos
no qual um pode exigir uma conduta do outro. - OBRIGAÇÕES PRA AMBAS AS PARTES..

Elementos
- sujeito ativo (credor)
- sujeito passivo (devedor)
- objeto: prestação (conduta ativa ou passiva)
- vínculo
Sujeito ativo e passivo unidos por um vínculo pelo qual o sujeito passivo deve prestar

Principais distinções
Os direitos obrigacionais (jus ad rem) diferem, em linhas gerais, dos reais (ius in re):
a) quanto ao objeto, porque exigem o cumprimento de determinada prestação, ao passo que
os direitos reais incidem sobre uma coisa;
b) quanto ao sujeito, porque o sujeito passivo é determinado ou determinável, enquanto, nos
direitos reais, é indeterminado (são todas as pessoas do universo, que devem abster se de
molestar o titular);
c) quanto à duração, porque são transitórios e se extinguem pelo cumprimento ou por outros
meios, enquanto os direitos reais são perpétuos, não se extinguindo pelo não uso, e sim nos casos
expressos em lei (desapropriação, usucapião em favor de terceiro etc.);
d) quanto à formação, pois podem resultar da vontade das partes, sendo ilimi tado o número
de contratos inominados (numerus apertus), ao passo que os di reitos reais só podem ser criados
pela lei, sendo seu número limitado e regulado por esta (numerus clausus);
e) quanto ao exercício, porque exigem uma figura intermediária, que é o deve dor, enquanto
os direitos reais são exercidos diretamente sobre a coisa, sem necessidade da existência de um

Página 3 de Direito das Obrigações


os direitos reais são exercidos diretamente sobre a coisa, sem necessidade da existência de um
sujeito passivo;
f) quanto à ação, que é dirigida somente contra quem figura na relação jurídica como sujeito
passivo (ação pessoal), ao passo que a ação real pode ser exercida contra quem quer que detenha
a coisa.

Características do Direito Obrigacional


- Caráter pessoal (não real- das pessoas ou créditos): consiste num vínculo jurídico pelo
qual o sujeito ativo pode exigir do sujeito passivo determinada prestação. Constitui uma relação de
pessoa a pessoa e tem como elementos o sujeito ativo, o sujeito passivo e a prestação
- ex.: compra e venda de bem móvel: negócio jur. gera obrigação; cumprimento
gera propriedade [exemplo: propriedade da jaqueta comprada]
- Caráter relativo [depende de outra pessoa] (não absoluto)
- Direitos (subjetivamente) absolutos
- direitos reais
- violação: faz nascer direito relativo
- direitos da personalidade
- Exemplo.: honra – dever geral – violação – indenização
- Figura híbrida? Misto de obrigação e direito real
- Exemplos: ÔNUS REAIS: direitos reais de garantia, obrigação
PROPTER REM (ou ambulatórias): o suporte fático é a titularidade de
um direito real sobre o bem (o dono de algo é devedor aquilo -
dono do apê pagar condomínio (Art. 1.336, I, CC) e eficácia real
- o suporte fático é a titularidade de um direito real sobre o bem
-

- Direito relativo
- regra: irrelevância para terceiros
- exceção: efeitos benéficos (art. 436, p. único, do CC) [exemplo: seguro
de vida (se ele morrer pagar para os filhos, apesar do contrato ser entre o pai e o banco, pode
BENEFICIAR terceiros.)]
- tutela externa do crédito?
- Caso “Zeca Pagodinho”
- eficácia externa do direito relativo ou responsabilidade por ato ilícito?

- Fontes das obrigações:

- naturais
- jurídicos que dão origem aos vínculos obrigacionais (relevância para o direito)
▪ fato jurídico (sem vontade humana)

Página 4 de Direito das Obrigações


▪ fato jurídico (sem vontade humana)
- ato-fato jurídico (oriundo de ação ou omissão humana, mas vontade não
é considerada pela norma) (ex.: criança que encontra tesouro – art. 1.264)
- ato jurídico
- negócio jurídico (liberdade para estabelecer efeitos)
- ato jurídico em sentido estrito (efeitos previamente
estabelecidos por lei) (ex.: reconhecimento de filho)
- todos podem ser lícitos ou ilícitos
- ilícitos: geram obrigação se houver dano (indenização)
- lícitos: podem gerar obrigação se gerarem relação de crédito e débito
(poderiam gerar outros efeitos como, por exemplo, a aquisição da capacidade)
- por isso alguns autores falam que fontes são:
- contrato
- ato unilateral
- ato ilícito
- lei (parentesco, propriedade de automóvel, dano causado em
estado de necessidade/arts. 188, II e 929 do CC)
- crítica
- verdadeiras fontes: fatos jurídicos previstos em normas cuja
consequência é o surgimento de obrigação
- Obs.: posição simultânea de credor e devedor nos contratos sinalagmáticos

Obrigação exigível
- é a relação jurídica em que um sujeito de direito (ou mais de um) pode exigir (tem a
pretensão) de outro (ou outros) o cumprimento de um dever de prestar

Pretensão
- início: inadimplemento [descumprimento]: pode o credor valer se do princípio da
responsabilidade [a consequência jurídica patrimonial do descumprimento da relação obrigacional].
Mas, se normalmente andam de parelha, às vezes podem estar separados, como no caso da
fiança, em que a Haftung é do fiador, enquanto o Debitum é do afiançado.

- fim: prescrição

RESUMO DE OBRIGAÇÃO

Página 5 de Direito das Obrigações


Surgimento da relação obrigacional e da obrigação exigível
- sem realização de negócio jurídico
- ocorrência de todos os elementos da hipótese de incidência
- uma ocorrência apenas parcial do suporte de incidência da norma que prevê o
surgimento do direito é mera expectativa de direito, não produzindo efeitos jurídicos (ex.: situação
em que falta um mês para a aquisição do bem por usucapião, situação em que faltam três
contribuições para a aposentadoria etc.)
- a partir de negócio jurídico
- se o negócio jurídico é fonte da obrigação, o surgimento desta é um efeito daquele
- negócio inexistente = obrigação inexistente
- negócio nulo = obrigação inexistente
- a previsão de nascimento de obrigação em um negócio nulo não gera
obrigação, pois a nulidade acarreta a ineficácia
Art. 367. Salvo as obrigações simplesmente anuláveis, não podem ser objeto de novação
obrigações nulas ou extintas.
Art. 824. As obrigações nulas não são suscetíveis de fiança, exceto se a nulidade resultar apenas
de incapacidade pessoal do devedor. Parágrafo único. A exceção estabelecida neste artigo não
abrange o caso de mútuo feito a menor.
- a “obrigação nula”, na verdade, não é obrigação, mas apenas aparência
de obrigação (obrigação juridicamente inexistente)
- se essa aparência levar à produção de algum efeito, ele será apenas
fático, não jurídico (ex.: por desconhecer a nulidade, o devedor realiza o pagamento; como nada
era devido, ela pode exigir a sua devolução)
- negócio jurídico existente e válido sujeito a condição suspensiva
Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes,
subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.
- a condição suspensiva subordina o efeito do negócio jurídico, ou seja,
impede que nasça a obrigação
Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta se
não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa.
- antes do implemento da condição suspensiva não há direito subjetivo de
crédito

Página 6 de Direito das Obrigações


crédito
Art. 876. Todo aquele que recebeu o que lhe não era devido fica obrigado a restituir; obrigação
que incumbe àquele que recebe dívida condicional antes de cumprida a condição.
- antes do implemento da condição suspensiva não há o dever de prestar
- “dívida condicional”, portanto, não é verdadeiramente uma dívida, mas
apenas uma ocorrência parcial do suporte de incidência da norma que prevê o surgimento da
dívida.
Art. 130. Ao titular do direito eventual, nos casos de condição suspensiva ou resolutiva, é permitido
praticar os atos destinados a conservá-lo.
- “direito eventual”, portanto, não é verdadeiramente um direito, mas
também não é uma mera expectativa de direito, já que produz efeitos jurídicos permitindo atos de
conservação.
- com o implemento da condição surge a obrigação (plano da existência)
Art. 332. As obrigações condicionais cumprem-se na data do implemento da condição, cabendo ao
credor a prova de que deste teve ciência o devedor.
- a exigibilidade da obrigação, todavia, está condicionada à ciência do
devedor acerca do implemento da condição
- outro exemplo em que a obrigação já existe mas sua
exigibilidade está sujeita a condição: CPC: Art. 98. (.. ). § 3º Vencido o beneficiário, as obrigações
decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente
poderão ser executadas se, nos 5 (cinco) anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão
que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos
que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do
beneficiário.
- a obrigação surge com a eficácia da decisão que a
impõe, mas apenas é exigível com a alteração da situação financeira da parte condenada
- negócio jurídico existente e válido não condicionado
- a eficácia do negócio é imediata, surgindo imediatamente a obrigação
(plano da existência)
- a obrigação, por sua vez, pode ser:
- de exigibilidade imediata, o que é a regra
Art. 134. Os negócios jurídicos entre vivos, sem prazo, são exequíveis desde logo, salvo se a
execução tiver de ser feita em lugar diverso ou depender de tempo.
Art. 331. Salvo disposição legal em contrário, não tendo sido ajustada época para o pagamento,
pode o credor exigi-lo imediatamente.
- de exigibilidade diferida, em caso de incidência:
- de disposição legal específica estabelecendo condição de
exigibilidade (ex.: ciência do devedor sobre o implemento da
condição – art. 332)
- de disposição legal específica estabelecendo prazo
determinado
- da disposição legal genérica do art. 134, que exige prazo
determinável por razoabilidade
- de disposição negocial estabelecendo prazo (termo
inicial)
Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito.
- o termo subordina a exigibilidade da obrigação,
não os a obrigação (não o negócio) pode ser sujeita a termo
Art. 397. O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de pleno direito
em mora o devedor.
- até o esgotamento do termo (ex.: meia noite,
se o prazo foi estabelecido em dias), o devedor pode cumprir a obrigação sem consequências da
mora
Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos
prazos a que aludem os arts. 205 e 206. Parágrafo único. Não havendo termo, a mora se constitui
mediante interpelação judicial ou extrajudicial.
- com o esgotamento do termo, nasce a
exigibilidade (pretensão) da obrigação

Inadimplemento (descumprimento do dever) e responsabilidade


- dois tipos de norma

Página 7 de Direito das Obrigações


- dois tipos de norma
- norma de conduta: “É permitido X”, “É proibido X”, “É obrigatório X”
- norma de consequência: “Se X, deve ser Y”, “Se não X, deve ser Y” [exemplo:
CÓDIGO PENAL]
- a norma de conduta estabelece o dever (Schuld, duty, debitum)
- a norma de consequência estabelece o que deve ocorrer em caso de não cumprimento
do dever, ou seja, a estabelece a responsabilidade pelo seu descumprimento (Haftung, liability,
obligatio) (ex.: sujeição a cumprimento forçado, pagamento de indenização por perdas e danos etc.)
- em regra, a consequência do descumprimento é suportada pelo próprio devedor (há
dever e responsabilidade)
- excepcionalmente, contudo:
- pode não haver norma secundária [consequência] que impute a responsabilidade
ou pode haver norma que expressamente a exclua desde sempre ou a partir de certo momento
(há dever sem responsabilidade)

OBRIGAÇÃO NATURAL: Não é moral, é jurídica inexigível. Se o devedor cumprir voluntariamente o


avençado, o credor goza da soluti retentio, podendo reter a prestação a título de pagamento da
prestação devida. Todavia, se o devedor não a cumprir voluntariamente, o credor não dispõe de
ação alguma para exigir judicialmente o seu cumprimento, não podendo executar coercitivamente
a obrigação. Trata-se, como já dito, de obrigação despida de sanção, de tutela judicial.
Efeitos: O principal efeito da obrigação natural consiste na validade de seu pagamento. Ao
dizer que não se pode repetir o que se pagou para cumprir obrigação judicial mente inexigível, o
art. 882 do Código Civil admite a validade de seu pagamento. E o faz porque a dívida existia, apenas
não podia ser judicialmente exigida. J Outro efeito inegável da obrigação natural é a irrepetibilidade
do pagamento. Se o devedor, que não está obrigado a pagá-la, vier a solvê-la de maneira volun-
tária, o seu ato torna-se irretratável, não cabendo a repetição (soluti retentio)

- obrigação definitivamente inexigível (“obrigação natural”)


- dívida de jogo tolerado (não compete pelo Estado - bingo):
As dívidas de jogo ou de aposta não obrigam a pagamento; mas não se pode recobrar a quantia,
que voluntariamente se pagou, salvo se foi ganha por dolo, ou se o perdente é menor ou interdito”.
Por conseguinte, a dívida resultante da perda no jogo, quer seja lícito (ou tolerável), quer ilícito (ou
proibido), constitui obrigação natural: o ganhador não dispõe, no ordenamento, de ação para exigir
seu pagamento.

- obrigação que passa a ser inexigível (“obrigação natural”)


- dívida prescrita: perda da exigibilidade do direito de crédito [exigir
o pagamento], dever sem responsabilidade [ainda deve mas não acontecerá nenhuma sanção se
não pagar].
- Responsabilidade ser imputada a sujeito diverso do devedor: para o terceiro
responsável, há responsabilidade sem deve (ex.: fiador- se tal pessoa não pagar, o fiador sofrerá as
consequências, mesmo não sendo ele que está devendo, ou seja, responsabilidade sem dever))
- tradicionalmente, afirma-se que a responsabilidade tem caráter patrimonial
- limitação da responsabilidade patrimonial – impenhorabilidade: a penhora sobre os
bens que integram o patrimônio do devedor, pois, a responsabilidade civil é patrimonial: é o
patrimônio do devedor que responde por suas obrigações.
- a exceção (responsabilidade pessoal, sobre a liberdade do devedor) por todos
admitida é a prisão do devedor de alimentos
- todavia, atualmente, a legislação processual prevê diversas formas de atuar sobre
a vontade do devedor, o que significa que existem várias formas de responsabilidade pessoal
(multa, suspensão de CNH, retenção de passaporte, bloqueio de cartão de crédito etc.)

Execução forçada
- tutela [proteção] específica como regra: o juiz protege o direito do credor, ou seja,
forçar o cumprimento da responsabilidade do devedor através das multas [exemplo: Roberto Carlos
não quer cantar em tal festa mas já se comprometeu, se não cantar paga multa]
- tutela pelo equivalente: juiz indeniza o valor perdido pelo credor em dinheiro. [exemplo:
Já passou o dia da festa e ele não cantou, é indenizado pelo equivalente em dinheiro perdido pelo
dono da festa]

Classificação das obrigações

Página 8 de Direito das Obrigações


Classificação das obrigações
- quanto ao caráter ativo ou passivo:
- positivas: dar e fazer [ação] [exemplo; vendeu o carro, tem a obrigação de DAR
o veículo]
- negativas: não fazer [omissão] [exemplo: ex bbb´s não podem revelar o valor do
cachê]

- quanto ao número de sujeitos


- única: um só devedor e um só credor
- múltipla: mais de um credor ou mais de um devedor

- quanto à autonomia da sua existência


- principal: existe por si só. [não pressupõe da existência de outro] (ex: pagar
aluguel)
- acessória: sua existência pressupõe a de outra (ex.: juros, multa (descumpriu o
primeiro dever), cláusula penal etc.).

- quanto à execução no tempo:


- instantâneas (ou transeuntes ou isoladas): se cumprem em um só ato ou fato
sendo cumprida imediatamente após sua constituição, como na compra e venda à vista
(ex.: entrega de um computador).
- periódicas (ou permanentes ou contínuas): são as que se cumprem
sucessivamente, em mais de um ato ou fato (ex.: pensão alimentícia, aluguel etc.).

- quanto à exigibilidade
- perfeita (ou civil ou completa): há exigibilidade. [pode forçar sujeito a cumprir
buscando tutela perante o judiciário]
- imperfeita (ou incompleta ou natural [inexigível]): não há exigibilidade (ex.: dívidas
prescritas, dívidas de jogo tolerado).
Obs.: não confundir com obrigação moral
(ex.: dar gorjeta), que é mera doação.

Página 9 de Direito das Obrigações


Estudo do Código Civil- Coisa Certa e Incerta
quinta-feira, 19 de agosto de 2021 07:41

 Obrigações de Dar
EFEITOS
▪ Dar - transmite propriedade. Exemplo: aluga um carro, obrigação do credor do carro é de dar o
carro e do credor do dinheiro é dar o dinheiro do aluguel.
▪ Entregar - transfere a posse, ou seja, entrega da coisa vendida. Exemplo: entregar o carro após
o pagamento
▪ Restituir - devolver o que recebeu do credor. Exemplo: obrigação do locatário do carro de
devolver ele após o uso.

FINS PROCESSUAIS
▪ Entregar coisa
▪ Pagar quantia

PRESTAÇÃO DE COISA
▪ DAR COISA CERTA (exemplo: entregar exatamente o carro que comprou)
Art. 233- A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados,
salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso.
- DEPENDE DO CASO CONCRETO.
- O acessório segue o destino do principal

Art.. 234- Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da
tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se
a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos.
- Perecimento [perda da coisa] natural ou jurídico.
- Culpa [falta de cuidado] ou Dolo [intenção de produzir o resultado]
- Tradição: entrega física da coisa. [propriedade dos bens móveis]
registros [propriedades dos bens imóveis]
- Se a coisa estragou antes da tradição, desfaz o vínculo do contrato.
- Antes da tradição: se for sem culpa, somente restitui o preço [res peris domino]
- Condição suspensiva: evento futuro incerto
- Depois da tradição: tem a obrigação de pagar, independente do que aconteceu quando o bem já
estava em suas mãos [exemplo: Mc Donald´s não deve te dar outra batata se você derrubar a
sua depois de comprar]

Art. 235- Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a
obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu.
- Credor pode desfazer a obrigação ou aceitar a coisa com abatimento do valor.

Art. 236- Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no
estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das
perdas e danos.
- Pode querer o valor da coisa, ou aceitar a coisa deteriorada porém pode pedir o dinheiro para
consertá-la.

Art. 237- Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos,
pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver
a obrigação.

Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais
perdas e danos.
- Ex.: bater um carro emprestado.

Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual

Página 10 de Direito das Obrigações


Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual
se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á o disposto no art.
239.

Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem despesa ou
trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização
- Prevalece o contrato sobre o que está na lei, mas normalmente, são feitos contratos verbais,
portanto, não há cláusulas adicionais

Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou dispêndio, o


caso se regulará pelas normas deste Código atinentes às benfeitorias realizadas pelo possuidor
de boa-fé ou de má-fé.
Parágrafo único. Quanto aos frutos percebidos, observar-se-á, do mesmo modo, o disposto
neste Código, acerca do possuidor de boa-fé ou de má-fé.

Art. 1.219.. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis,
bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem
detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias
necessárias e úteis.
- Ex.: Ilana alugou uma casa, ela trocou o assento de todos os vasos, e ao sair do imóvel alugado,
Ilana cobrou o preço que foi pago nos 4 assentos, ela está correta e deve ser paga, segundo a
lei.

Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe
assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias.
- Ao contrário da obrigação de dar stricto sensu (art. 237), aqui o credor não pode optar pela
resolução.

Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos.
Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem ser
restituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e custeio; devem ser também
restituídos os frutos colhidos com antecipação.

Art. 1.215. Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e percebidos, logo que são
separados; os civis reputam-se percebidos dia por dia.

Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como
pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé;
tem direito às despesas da produção e custeio.

▪ DAR COISA INCERTA (exemplo: dez sacas de café, sem especificação da qualidade.)

Seção I - Das Obrigações de Dar Coisa Incerta


- Norma dispositiva: a disposição dos elementos é permitida e legalizada. O contrato possui mais
validade do que a lei, visto que a norma é dispositiva.
- Norma cogente: as normas que se impõem por si mesmas, ficando excluído qualquer arbítrio
individual.

Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade
- Se o objeto, por exemplo, fosse um carro, deveria ser indicado pela placa ou pelo número de
chassi para não ser algo incerto.
- Ex.: quando um dono de uma loja de roupa pede produto ao ser fornecedor, falando apenas,
"quero 200 camisetas", e não as escolhe especificamente.

Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao
devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior,
nem será obrigado a prestar a melhor. o Cedendo-se a escolha ao credor, é possível escolher a
melhor.
- Norma dispositiva, permite a disposição dos elementos

Página 11 de Direito das Obrigações


Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção antecedente.
- É a concentração do débito. A partir daí a obrigação é de coisa certa. o O momento em que se
torna coisa certa não é o momento da entrega, e sim o momento da notificação do credor.

Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda
que por força maior ou caso fortuito.
- O gênero não perece. Em regra, não perece, pois é possível encontrar mais coisas em outra
fonte. Todavia, se o gênero é limitado (quantidade escassa, referência expressão as coisas de
propriedade de alguém ou localizadas em certo local etc.), extingue-se a obrigação,
responsabilizando-se o devedor por perdas e danos apenas em caso de culpa.
- Ex.: um vendedor de carros fecha um negócio para vender 3 HB20's , porém, no mesmo dia um
raio caiu onde seus 3 carros estavam estacionados e fez com que os 3 pegassem fogo. Ele vai
ter que dar um jeito de dar outros 3 HB20's para o cliente, pois não foi especificado no contrato
quais HB20's seriam vendidos, portanto, tem mais desse carro no mundo e ele tem a obrigação
de dar os 3 carros.

Página 12 de Direito das Obrigações


Estudo do Código Civil- Obrigação de Fazer e Não Fazer
sexta-feira, 3 de setembro de 2021 08:28

▪ OBRIGAÇÃO DE FAZER

Capítulo II - Das Obrigações de Fazer


- Obrigação de fazer é aquela em que o devedor se obriga a prestar fato (ato) consistente num trabalho
físico ou intelectual ou na prática de um ato jurídico (ex.: pintar quadro, escrever livro, outorgar
escritura pública definitiva etc.).
• Ex.: eu acabei de passar em um concurso público, e agora recebo um salário de R$40.000, então
vejo um apartamento sendo alugado, e eu prometo para o dono do imóvel que assim que
começar a receber meu salário eu iria comparar e pagar em 10x de R$20.000. Eu tenha a
obrigação de cumprir o que eu disse que faria.
- Obrigação de fazer fungível (substituível) e infungível: o Fungível (ou genérica): ato pode ser praticado
por terceiro (ex.: reparar o celular) o Infungível (ou específica ou intuitu personae): apenas a realização
do ato pelo próprio devedor interessa ao credor (ex.: show do Roberto Carlos). O caráter infungível é
tácito.
- Obrigação de dar X fazer: o Critério da confecção da coisa: se a coisa está pronta, ainda que tenha
sido feita pelo devedor, é obrigação de dar se ainda deve ser confeccionada é obrigação de fazer.
• Na obrigação de dar é irrelevante a pessoa que realiza o adimplemento. Na de fazer, é relevante
na infungível e irrelevante na fungível. o Erro sobre a pessoa: nas de dar é irrelevante (acidental),
assim como nas de fazer fungíveis. Nas de fazer infungíveis, tal erro é essencial, anulando o
negócio.
• Ex.: eu chego no ateliê do Romero Brito, e falo que quero um autorretrato, ele me pede para
entrar na lista de espera, que dura 5 anos, e eu entro, logo, quando os 5 anos se completam, ele
entra em contato comigo e me informa que o quatro está pronto, e que eu devo depositar os R
$5.000.000,00 para ele. Assim, no início, tinha-se a obrigação de fazer, por parte do Romero Brito,
e após feito, torna-se uma obrigação de dar, por minha parte, referente ao pagamento.

Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele
só imposta, ou só por ele exequível.

Art. 248. Se a prestação do fato se tornar impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação;
se por culpa dele, responderá por perdas e danos.
- Ex.: você contrata um encanador e o pagar antecipadamente, mas ao chegar, o condomínio não
permite a entrada pois é proibido mexer no encanamento do prédio. Você pega o dinheiro de volta e
o encanador não presta o serviço.

Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo executar à custa
do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível.
Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial,
executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido.
- A regra é a autorização judicial (proibição de autotutela). A exceção é para os casos de urgência.

▪ OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER

Capítulo III - Das Obrigações de Não Fazer


- Ex.: não abrir loja na região, não vender produto do concorrente, não revelar segredo etc.
- Limites: direitos fundamentais (ex.: não casar, não trabalhar, não estudar, não cultuar certa religião etc.)

Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne
impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar.
- Fica impossível deixar de fazer o que ele disse que não faria o A autoridade pública te compeliu a fazer
algo que em contrato, você afirmou que não faria
- Ex.: o BBB entra em investigação, e os ex-participantes devem quebrar a cláusula do contrato que não

Página 13 de Direito das Obrigações


- Ex.: o BBB entra em investigação, e os ex-participantes devem quebrar a cláusula do contrato que não
permite dizer quando recebiam de cache
- Ex.: obrigação de não impedir que as pessoas transitem por certo local. Sobrevindo ordem do poder
público para se fechar a passagem, não há culpa do devedor ao fazer o que antes lhe estava vedado.

Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele que o
desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos.
Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer,
independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido.
- O credor vai gastar, mas cobrará do devedor

Página 14 de Direito das Obrigações


Estudo do Código Civil- Obrigação Alternativa
sexta-feira, 3 de setembro de 2021 08:35

Capítulo IV - Das Obrigações Alternativas


- Classificação das obrigações quanto à quantidade de objetos da prestação o Simples: só um ato ou
só uma coisa (ainda que seja uma universidade)
○ Cumulativas:
• Cumulativas próprias: Conjuntas: têm por objeto mais de uma prestação e todas devem
ser cumpridas (ex.: contrato de empreitada de materiais e mão de obra)
• Cumulativas impróprias:
• Alternativas a critério do credor (ou disjuntivas): têm por objeto mais de uma prestação
e o devedor se libera cumprindo apenas uma delas a critério do credor (ex.: CDC, em
caso de vício; art. 18: reparo em 30 dias ou substituição, restituição do valor ou
abatimento, a critério do consumidor)
• Alternativas a critério do devedor (ou facultativas): têm por objeto mais de uma
prestação e o devedor se libera cumprindo qualquer uma delas a seu critério (ex.:
seguradora - reparar o veículo ou entregar um veículo novo)

Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou.
§ 1º Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra.
§ 2º Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada
período.
§ 3º No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o juiz, findo o
prazo por este assinado para a deliberação.
§ 4º Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao juiz a
escolha se não houver acordo entre as partes.

Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexequível,
subsistirá o débito quanto à outra.
- Ex.: possuo um contrato alegando que devo entregar 1 kg de orégano, ou 1 kg de maconha, logo, eu
entregarei 1 kg de orégano. O contrato não irá tornar-se totalmente ilícito, pois possui neste partes lícitas

Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não competindo ao
credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas
e danos que o caso determinar. o Ficando impossível as duas, ele indeniza pelo segundo perdido.
- Ex.: deveria ser entregue uma moto ou um carro, e o carro foi batido, tem-se o dever de entregar a moto.
Se o devedor perecer os 2 objetos, paga o equivalente do último.

Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por culpa do
devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos;
se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexequíveis, poderá o credor reclamar o
valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos.
- Você não perde a escolha independente do que houver.
- Ex.: o indivíduo bateu o carro, portanto, o credor possui o direito ao valor do carro, se a escolha é sua, e o
devedor bateu o carro e o bem pereceu, o credor tem direito ao dinheiro de um, ou do outro item.

Art. 256. Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-se á a
obrigação. o Distinção entre obrigação alternativa e obrigação de dar coisa incerta (ver art. 246)

Página 15 de Direito das Obrigações


Estudo do Código Civil- Obrigações Divisíveis e Indivisíveis
quinta-feira, 2 de setembro de 2021 08:58

CAPÍTULO V - Das Obrigações Divisíveis e Indivisíveis


Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta
presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores.
- Ex.: se eu tenho dois credores e devo R$1000, então devo dar R$500 para cada

▪ Obrigação divisível: cada um dos devedores é responsável por uma parte da dívida ou cada
um dos credores tem direito ao recebimento de apenas uma parte do crédito. Admite, portanto,
o cumprimento parcial
▪ Não basta a divisibilidade da prestação. Exige-se também a pluralidade de credores ou
devedores. "Art. 314. Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o
credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou". Se
houver somente um credor e um devedor, a obrigação será indivisível (ainda que a prestação
seja divisível)
▪ Se tiver 4 credores, irei dividir a dívida pelo mesmo número
▪ A divisibilidade é a regra: é presumida pela lei
○ Ex.: você tem um locatário que te deve R$1000, e ele pede para pagar 100 reais nessa
semana, e 900 reais na próxima, se for apenas um devedor, o credor não é obrigado a
aceitar
▪ Na verdade, existe no caso multiplicidade de obrigações, embora a causa de todas, ou seja, a
sua fonte, seja a mesma. Não pode um credor se recusar a receber apenas sua fração. Se um
credor interrompe a prescrição com relação à sua

Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não
suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão
determinante do negócio jurídico.
- Por sua natureza: carro, animal etc.
- Por motivo de ordem econômica: fracionamento faz com que cada porção perca muito
valor. Ex.: diamante de um tamanho raro, vale muito mais
- Pela razão determinante do negócio: exibição de carros antigos de diferentes donos, show
da dupla sertaneja
- Por força de lei: terreno não pode ser dividido em frações inferiores ao módulo rural (Lei
4.504/1964 - Estatuto da terra)
- Ex.: um grande terreno em um condomínio
- Posso dividir fisicamente, mas juridicamente aquilo sempre será uma coisa só
- Por força de convenção das partes: indivisibilidade do crédito estipulada em contrato para
que o credor possa cobrar a totalidade do crédito de qualquer um dos codevedores
- Não é exatamente correta

Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será
obrigado pela dívida toda.
Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em
relação aos outros coobrigados.
- Ex.: dois irmãos dividem um carro alugado, e no momento de devolver, um quer devolver
e o outro quer ficar com o carro sem pagar, então um vai, devolve o carro e paga o valor
do aluguel sozinho, tornando-se credor do valor não pago pela outra parte

Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira; mas o
devedor ou devedores se desobrigarão, pagando:
I - a todos conjuntamente;
II - a um, dando este caução de ratificação dos outros credores.
▪ Ex.: um poderia dar poderes para o outro, para que esse receba, e posteriormente
o valor seja dividido
- Deve haver um documento comprobatório
- Caução é garantia, mas na prática, ninguém sabe o que pode ser o caução de fato

Página 16 de Direito das Obrigações


Caução é garantia, mas na prática, ninguém sabe o que pode ser o caução de fato

Art. 261. Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros assistirá
o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total.
▪ Ex.: C1 e C2 são credores de D, e D entrega a dívida apenas para C1, e ao ganhar a
dívida toda, ele torna-se possuidor de um valor indevido, enriquecimento sem causa,
pois ele só tinha direito à metade, portanto, ele deve dividir o valor com C2, em
50%

Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os outros;
mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente.
Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação,
compensação ou confusão.
- Remitir: perdoar
- Portanto, se existem 5 credores, e apenas um perdoar a dívida, isso não isenta a dívida para
com os demais, mas, a dívida agora restante, deve ter o desconto de um quinto
- Novação: extinção de uma obrigação pela criação de outra
- Compensação: extinção de dívidas entre as mesmas partes
- Confusão: extinção da obrigação porque a mesma pessoa envolve os dois polos

Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos.
▪ Ex.: dois devedores foram culpados pelo perecimento do cavalo, cada um
responderá por partes iguais, mas se apenas um foi o responsável, então
responderá sozinho por tal ato
- Antes do objeto perecer, a obrigação é indivisível, mas após perecimento, a obrigação pode vir
a se tornar individual
§ 1º Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, responderão
todos por partes iguais.
- Cada um responderá apenas por uma fração das perdas e danos
- A regra é diferente na solidariedade (art. 271)
§ 2º Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas
e danos.

Página 17 de Direito das Obrigações


Estudo do Código Civil- Obrigações Solidárias
quinta-feira, 2 de setembro de 2021 09:26

Seção I
Disposições Gerais

Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor,
cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.

Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.

Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-devedores, e condicional,
ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro.

Seção II
Da Solidariedade Ativa

▪ Numa solidariedade ativa, facilita o pagamento


○ Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação
por inteiro.
○ Utilidade: facilitar o pagamento
❖ Divisível: pagar a cada um a sua parte
❖ Indivisível: pagar a ambos ou a um com caução de ratificação
❖ Solidária (divisível ou indivisível): pagar a um só
▪ A solidariedade passiva, facilita a cobrança
○ Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente,
a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados
solidariamente pelo resto.
Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra
um ou alguns dos devedores.
○ Utilidade: aumenta a garantia para o credor
❖ Divisível: só pode exigir de cada um, a sua parte
❖ Solidária: pode exigir de um só o todo
❖ Devedor:
- Parte que lhe cabe: devedor e responsável
- Parte do outro: responsável sem dever
○ Porque solidária no caso de indivisível?
○ Ativa
❖ Pagamento para um não exige caução de ratificação
❖ Art. 271: convertendo-se em perdas e danos, continua podendo pagar para um só (em vez de 263, caput,
e 257)
○ Passiva
❖ Art. 279: todos respondem integralmente pelo equivalente; na indivisível, só o culpado seria responsável
(263, §§)

Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.

▪ Lei de locação (Lei nº 8.245/1991): Art. 2º Havendo mais de um locador ou mais de um.

Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago.
- Dependendo do contexto, pode aceitar ou não o pagamento parcial.
- C1 deve 1.000 reais, porém pagou 800 reais. O C2 só pode cobrar 200 reais.

Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e
receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível.
- Espólio: ente despersonalizado, sujeito do Direito que fica sob posse dos bens do falecido até ser feito o
inventário e dividir entre os herdeiros.

Página 18 de Direito das Obrigações


inventário e dividir entre os herdeiros.

Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade.
- A regra é diferente na indivisibilidade (art. 263)

Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que
lhes caiba.

Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros.
- Exceção: defesa pessoal [argumento pra não pagar, só pode ser alegada contra a pessoa específica]
defesa comum: pode ser alegada contra qualquer um dos credores (contrato pode ser nulo)
- Exemplo: Compensação. [você está me cobrando, mas me deve, eu deixo de pagar porque desconto o valor
que você me deve]
A, B e C são credores de D.
A é também devedor de D.
B cobra D.
D não pode alegar compensação.

Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais, mas o julgamento favorável
aproveita-lhes, sem prejuízo de exceção pessoal que o devedor tenha direito de invocar em relação a qualquer
deles.
- Princípio fundamental do Processo: contraditório [ouvir os 2 lados]
- Decisão definitiva no final do Processo: coisa julgada
- Coisa julgada prejudica o cara que não foi ouvido. Porém há várias chances de processos para os credores.
- C1 cobrou D e perdeu [juiz alegou contrato nulo], C2 pode cobrar o D e ganhar [juiz alegar contrato válido]? Sim.
- Coisa julgada pode beneficiar um terceiro. Exemplo: C2 pode aproveitar da decisão do processo anterior, se ele
tiver sido válido.
- C1 e D discutem, fixa-se contrato válido mas não houve pagamento. C2 vai procurar a validade do seu processo,
porém D alega compensação [defesa pessoal]

Seção I I
Da Solidariedade Passiva

Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a
dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente
pelo resto.
Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou
alguns dos devedores.
- Credor tem direito a conseguir tudo.

- O fato dele processar 1 só, não significa que ele está abrindo mão de processar os demais.

Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar
senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos
reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores.
- Posso cobrar algo do herdeiro? Só o que tiver na herança
- Quota [fração proporcional ao que recebe na herança]

Página 19 de Direito das Obrigações


- Quota [fração proporcional ao que recebe na herança]

- A solidariedade não acaba, e se ela não acaba, você pode cobrar metade de forma solidária [500,00 pro D1 e
500,00 pro D2/ 250,00 pro D3 e 250,00 pro D4]
- Dívida maior que a herança? Só cobra o valor proporcional.
- Devedor é o espólio, no caso do falecimento. Depois da partilha, vê se ele deixou herança ou não e cobra só
uma parte do que ele herdou.
- Herdeiro herda dívida SOMENTE até o limite do valor da herança.

Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam aos
outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada.
- Pagamento: Até o valor pago, aproveita sim. O pagamento feito por um não ajuda os outros, até o valor pago.
- Porque o outro pode descontar o que ele deve, o pedaço pago pelo credor anterior. DESCONTA DA DÍVIDA
VALOR JÁ PAGO.
- Remissão [perdão]: C perdoa D1, mas não a dívida inteira, isso ajuda o D2 no pagamento. [Se ele perdoou o D1
não vai poder cobrar o mesmo valor do D2]
- O pagamento ou perdão obtido por um, beneficia os demais, SÓ até o valor pago [a dívida cai de 3.000,00 pra
2.000,00]

Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos devedores solidários e o
credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento destes.
- Qualquer negociação nova que o D1 fizer com o C, não prejudica o D2. [Negociou com D1 e quer cobrar do D2,
isso não pode]
- Pacto sunt servanda: os contratos devem ser cumpridos.

Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo
de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado.
- Obrigação solidária de entregar o veículo, um dos devedores quebrou o veículo e ficou impossível entregar o
produto. Ela se converte em pagar valor de mercado + perdas e danos.
- D1 bateu o carro, pode cobrar o carro inteiro do D2, ai ele cobra "meio carro" do outro. MAS PERDAS E DANOS
SÓ SE COBRA DO DEVEDOR QUE CAUSOU A IMPOSSIBILIDADE.
- Diferente da indivisível [Art. 263]

Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente
contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida.
- Juros da mora = juros do atraso.
- Você vai receber honorários de um processo, e gasta antecipadamente, mas o cliente não paga. Você deve
pagar juros ou multa do atraso no pagamento, então cobra juros do seu devedor que atrasou pra te pagar.
- 3.000,00 de aluguel - D1, D2 E D3/ D1 demora pra pagar, mas com o tempo do juros fica 3.300,00.
D1 paga 3.300,00, ele cobra do D2 então 1.100,00 e do D3 1.100,00. [100,00 de juros pra eles]
- Se um não pagou, os outros também não.
- Mas se conseguir atribuir a culpa de um atraso no pagamento a um devedor só, consegue cobrar o juros da
mora somente dele.

Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as comuns a todos;
não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro codevedor.
- O processado pode alegar exceções [defesas] pessoais e comuns.
- C vem cobrar D1, D1 não paga porque o contrato é nulo [DEFESA COMUM, contrato envolve todo mundo] - D2

Página 20 de Direito das Obrigações


- C vem cobrar D1, D1 não paga porque o contrato é nulo [DEFESA COMUM, contrato envolve todo mundo] - D2
pode alegar também.
- C vem cobrar D1, D1 não paga porque ele deve pra ele.
- O que não pode: C cobrar D1, D1 alegar que não vai pagar porque C tá devendo pra D2 [defesa pessoal]

Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores.
Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais.
- Abrir mão do próprio crédito - Remissão
- Deixar de ser solidário: ainda pode cobrar, muda a forma que ele recebe
- 3.000,00 de aluguel dos 3 amigos da república. C abre mão do aluguel solidário, ele só pode cobrar 1.000,00 de
cada um (cai na regra geral de ser divisível)
- Abre mão da solidariedade em relação ao D1, C pode cobrar solidariedade de D2. [cobrar 2.000,00]. D2 cobra
1.000,00 do D3.

Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos codevedores a sua
quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes
de todos os codevedores.
- 3 devedores, um pagou os 3.000,00; ele pode cobrar 1.000,00 do D2 e 1.000,00 do D3.
- Mas eles vão dividir a quota do insolvente [não tem capacidade de pagamento] entre eles.
- Se o insolvente virar solvente, ele paga a quota para os codevedores.

Art. 284. No caso de rateio entre os codevedores, contribuirão também os exonerados da solidariedade pelo
credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente.
- Junção entre Art. 282 e Art. 283.
- Rateio - rachar o prejuízo do insolvente.
- D1, apesar de não ser mais devedor solidário, é atribuído a ele a quota dos insolventes também.

Página 21 de Direito das Obrigações


Art. 285. Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, responderá este por toda ela para
com aquele que pagar.
- Exemplo: locatário e fiador [responsável, mas não devedor]
Fez uma dívida e o fiador é responsável, pode o credor cobrar do fiador? Sim.
Fiador pode cobrar do devedor? Sim, e ainda com juros se houver atraso.
Não é devedor em sentido estrito, é devedor de sentido amplo [devedor não interessado na dívida e que não
paga, é o devedor que paga]
- COBRA 100% DO VALOR DO DEVEDOR

Página 22 de Direito das Obrigações

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