Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
▪ Direito subjetivo de crédito [exigir] e dever de prestar (CREDOR X DEVEDOR) - quando uma
norma incide sobre um fato, cria uma relação jurídica entre os envolvidos, na qual um pode
exigir de outro uma conduta (vender um carro)
▪ Direito protestativo [direito subjetivo de modificar uma ação jurídica pela vontade - divórcio] e
estado de sujeição. [está sujeito a vontade do outro]
▪ PREESCRIÇÃO: perda da exigibilidade de um direito subjetivo de crédito. [não pode usar da força
do Estado pra exigir/ DÍVIDAS. Exemplo: devendo 500 mil, passou 10 anos, hipoteticamente do
período de validade do contrato, não pode usar o Estado pra cobrar]
▪ DECADÊNCIA: perda do direito protestativo. [não pode alterar uma relação jurídica/ PRAZOS.
Exemplo: nos primeiros 30 dias pode trocar a roupa, depois não pode.]
▪ CONTRATO: duas partes firmam um acordo de vontades, uma parte pode exigir a conduta de
outra parte, se uma delas não cumprir, pode pedir pro Estado exigir.
▪ DEVER é conduta praticada pra interesse alheio.
▪ Faculdade: liberdade de agir, não é um direito, porém é uma faculdade jurídica. (cortar o cabelo)
▪ Ônus: necessitada de praticar uma conduta do próprio interesse sob pena de sanção. (ver as
aulas da universidade- sanção de não se formar)
Relação jurídica obrigacional - é a relação jurídica que um sujeito de direito [ou mais] tem direito
a uma prestação a ser realizada por outro [outros] tendo o dever de satisfazer um interesse do
primeiro [os]
Quando uma norma incide sobre um fato, cria uma relação jurídica entre os envolvidos no qual
um pode exigir uma conduta do outro. - OBRIGAÇÕES PRA AMBAS AS PARTES..
ELEMENTOS:
▪ Sujeito ativo e passivo unidos por um vínculo pelo qual o sujeito passivo deve prestar
CARACTERÍSTICAS:
Caráter pessoal (não real): consiste num vínculo jurídico pelo qual o sujeito ativo pode exigir do
sujeito passivo determinada prestação. Constitui uma relação de pessoa a pessoa e tem como
elementos o sujeito ativo, o sujeito passivo e a prestação. O negócio jurídico gera obrigações
pessoais [não reais], o direito de exigir a entrega física para enfim adquirir direito de propriedade
exemplo - compra e venda de bem móvel [propriedade da jaqueta comprada]
Caráter relativo (não absoluto):
▪ direitos (subjetivamente) absolutos - direitos reais e da personalidade.
▪ Obrigação propter rem: o suporte fático é a titularidade de um direito real sobre o bem (o dono
de algo é devedor aquilo - dono do apê pagar condomínio
▪ Direito relativo: irrelevância pra terceiros
Exceção: efeitos benéficos - seguro de vida (se ele morrer pagar para os filhos, apesar do
contrato ser entre o pai e o banco, pode BENEFICIAR terceiros.
CASO ZECA PAGODINHO
OBS: posição simultânea de credor e devedor nos contratos sinalagmáticos [contratos de carro, credor
do dinheiro é o vendedor, credor do carro é o comprador]
Obrigação exigível: o sujeito de direito pode exigir [tem a pretensão] de outro o cumprimento
de um dever de prestar
Pretensão: início - inadimplemento (exige termo) / fim - prescrição
TERMO: evento futuro e certo., divide-se em termo inicial (início dos efeitos negociais, suspende
o exercício mas não a aquisição do direito) e termo final (põe fim as consequências derivadas do
negócio tendo eficácia resolutiva)
Elementos
- sujeito ativo (credor)
- sujeito passivo (devedor)
- objeto: prestação (conduta ativa ou passiva)
- vínculo
Sujeito ativo e passivo unidos por um vínculo pelo qual o sujeito passivo deve prestar
Principais distinções
Os direitos obrigacionais (jus ad rem) diferem, em linhas gerais, dos reais (ius in re):
a) quanto ao objeto, porque exigem o cumprimento de determinada prestação, ao passo que
os direitos reais incidem sobre uma coisa;
b) quanto ao sujeito, porque o sujeito passivo é determinado ou determinável, enquanto, nos
direitos reais, é indeterminado (são todas as pessoas do universo, que devem abster se de
molestar o titular);
c) quanto à duração, porque são transitórios e se extinguem pelo cumprimento ou por outros
meios, enquanto os direitos reais são perpétuos, não se extinguindo pelo não uso, e sim nos casos
expressos em lei (desapropriação, usucapião em favor de terceiro etc.);
d) quanto à formação, pois podem resultar da vontade das partes, sendo ilimi tado o número
de contratos inominados (numerus apertus), ao passo que os di reitos reais só podem ser criados
pela lei, sendo seu número limitado e regulado por esta (numerus clausus);
e) quanto ao exercício, porque exigem uma figura intermediária, que é o deve dor, enquanto
os direitos reais são exercidos diretamente sobre a coisa, sem necessidade da existência de um
- Direito relativo
- regra: irrelevância para terceiros
- exceção: efeitos benéficos (art. 436, p. único, do CC) [exemplo: seguro
de vida (se ele morrer pagar para os filhos, apesar do contrato ser entre o pai e o banco, pode
BENEFICIAR terceiros.)]
- tutela externa do crédito?
- Caso “Zeca Pagodinho”
- eficácia externa do direito relativo ou responsabilidade por ato ilícito?
- naturais
- jurídicos que dão origem aos vínculos obrigacionais (relevância para o direito)
▪ fato jurídico (sem vontade humana)
Obrigação exigível
- é a relação jurídica em que um sujeito de direito (ou mais de um) pode exigir (tem a
pretensão) de outro (ou outros) o cumprimento de um dever de prestar
Pretensão
- início: inadimplemento [descumprimento]: pode o credor valer se do princípio da
responsabilidade [a consequência jurídica patrimonial do descumprimento da relação obrigacional].
Mas, se normalmente andam de parelha, às vezes podem estar separados, como no caso da
fiança, em que a Haftung é do fiador, enquanto o Debitum é do afiançado.
- fim: prescrição
RESUMO DE OBRIGAÇÃO
Execução forçada
- tutela [proteção] específica como regra: o juiz protege o direito do credor, ou seja,
forçar o cumprimento da responsabilidade do devedor através das multas [exemplo: Roberto Carlos
não quer cantar em tal festa mas já se comprometeu, se não cantar paga multa]
- tutela pelo equivalente: juiz indeniza o valor perdido pelo credor em dinheiro. [exemplo:
Já passou o dia da festa e ele não cantou, é indenizado pelo equivalente em dinheiro perdido pelo
dono da festa]
- quanto à exigibilidade
- perfeita (ou civil ou completa): há exigibilidade. [pode forçar sujeito a cumprir
buscando tutela perante o judiciário]
- imperfeita (ou incompleta ou natural [inexigível]): não há exigibilidade (ex.: dívidas
prescritas, dívidas de jogo tolerado).
Obs.: não confundir com obrigação moral
(ex.: dar gorjeta), que é mera doação.
Obrigações de Dar
EFEITOS
▪ Dar - transmite propriedade. Exemplo: aluga um carro, obrigação do credor do carro é de dar o
carro e do credor do dinheiro é dar o dinheiro do aluguel.
▪ Entregar - transfere a posse, ou seja, entrega da coisa vendida. Exemplo: entregar o carro após
o pagamento
▪ Restituir - devolver o que recebeu do credor. Exemplo: obrigação do locatário do carro de
devolver ele após o uso.
FINS PROCESSUAIS
▪ Entregar coisa
▪ Pagar quantia
PRESTAÇÃO DE COISA
▪ DAR COISA CERTA (exemplo: entregar exatamente o carro que comprou)
Art. 233- A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados,
salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso.
- DEPENDE DO CASO CONCRETO.
- O acessório segue o destino do principal
Art.. 234- Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da
tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se
a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos.
- Perecimento [perda da coisa] natural ou jurídico.
- Culpa [falta de cuidado] ou Dolo [intenção de produzir o resultado]
- Tradição: entrega física da coisa. [propriedade dos bens móveis]
registros [propriedades dos bens imóveis]
- Se a coisa estragou antes da tradição, desfaz o vínculo do contrato.
- Antes da tradição: se for sem culpa, somente restitui o preço [res peris domino]
- Condição suspensiva: evento futuro incerto
- Depois da tradição: tem a obrigação de pagar, independente do que aconteceu quando o bem já
estava em suas mãos [exemplo: Mc Donald´s não deve te dar outra batata se você derrubar a
sua depois de comprar]
Art. 235- Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a
obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu.
- Credor pode desfazer a obrigação ou aceitar a coisa com abatimento do valor.
Art. 236- Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no
estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das
perdas e danos.
- Pode querer o valor da coisa, ou aceitar a coisa deteriorada porém pode pedir o dinheiro para
consertá-la.
Art. 237- Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos,
pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver
a obrigação.
Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais
perdas e danos.
- Ex.: bater um carro emprestado.
Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual
Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem despesa ou
trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização
- Prevalece o contrato sobre o que está na lei, mas normalmente, são feitos contratos verbais,
portanto, não há cláusulas adicionais
Art. 1.219.. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis,
bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem
detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias
necessárias e úteis.
- Ex.: Ilana alugou uma casa, ela trocou o assento de todos os vasos, e ao sair do imóvel alugado,
Ilana cobrou o preço que foi pago nos 4 assentos, ela está correta e deve ser paga, segundo a
lei.
Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe
assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias.
- Ao contrário da obrigação de dar stricto sensu (art. 237), aqui o credor não pode optar pela
resolução.
Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos.
Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem ser
restituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e custeio; devem ser também
restituídos os frutos colhidos com antecipação.
Art. 1.215. Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e percebidos, logo que são
separados; os civis reputam-se percebidos dia por dia.
Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como
pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé;
tem direito às despesas da produção e custeio.
▪ DAR COISA INCERTA (exemplo: dez sacas de café, sem especificação da qualidade.)
Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade
- Se o objeto, por exemplo, fosse um carro, deveria ser indicado pela placa ou pelo número de
chassi para não ser algo incerto.
- Ex.: quando um dono de uma loja de roupa pede produto ao ser fornecedor, falando apenas,
"quero 200 camisetas", e não as escolhe especificamente.
Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao
devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior,
nem será obrigado a prestar a melhor. o Cedendo-se a escolha ao credor, é possível escolher a
melhor.
- Norma dispositiva, permite a disposição dos elementos
Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda
que por força maior ou caso fortuito.
- O gênero não perece. Em regra, não perece, pois é possível encontrar mais coisas em outra
fonte. Todavia, se o gênero é limitado (quantidade escassa, referência expressão as coisas de
propriedade de alguém ou localizadas em certo local etc.), extingue-se a obrigação,
responsabilizando-se o devedor por perdas e danos apenas em caso de culpa.
- Ex.: um vendedor de carros fecha um negócio para vender 3 HB20's , porém, no mesmo dia um
raio caiu onde seus 3 carros estavam estacionados e fez com que os 3 pegassem fogo. Ele vai
ter que dar um jeito de dar outros 3 HB20's para o cliente, pois não foi especificado no contrato
quais HB20's seriam vendidos, portanto, tem mais desse carro no mundo e ele tem a obrigação
de dar os 3 carros.
▪ OBRIGAÇÃO DE FAZER
Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele
só imposta, ou só por ele exequível.
Art. 248. Se a prestação do fato se tornar impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação;
se por culpa dele, responderá por perdas e danos.
- Ex.: você contrata um encanador e o pagar antecipadamente, mas ao chegar, o condomínio não
permite a entrada pois é proibido mexer no encanamento do prédio. Você pega o dinheiro de volta e
o encanador não presta o serviço.
Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo executar à custa
do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível.
Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial,
executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido.
- A regra é a autorização judicial (proibição de autotutela). A exceção é para os casos de urgência.
Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne
impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar.
- Fica impossível deixar de fazer o que ele disse que não faria o A autoridade pública te compeliu a fazer
algo que em contrato, você afirmou que não faria
- Ex.: o BBB entra em investigação, e os ex-participantes devem quebrar a cláusula do contrato que não
Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele que o
desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos.
Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer,
independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido.
- O credor vai gastar, mas cobrará do devedor
Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou.
§ 1º Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra.
§ 2º Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada
período.
§ 3º No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o juiz, findo o
prazo por este assinado para a deliberação.
§ 4º Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao juiz a
escolha se não houver acordo entre as partes.
Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexequível,
subsistirá o débito quanto à outra.
- Ex.: possuo um contrato alegando que devo entregar 1 kg de orégano, ou 1 kg de maconha, logo, eu
entregarei 1 kg de orégano. O contrato não irá tornar-se totalmente ilícito, pois possui neste partes lícitas
Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não competindo ao
credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas
e danos que o caso determinar. o Ficando impossível as duas, ele indeniza pelo segundo perdido.
- Ex.: deveria ser entregue uma moto ou um carro, e o carro foi batido, tem-se o dever de entregar a moto.
Se o devedor perecer os 2 objetos, paga o equivalente do último.
Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por culpa do
devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos;
se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexequíveis, poderá o credor reclamar o
valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos.
- Você não perde a escolha independente do que houver.
- Ex.: o indivíduo bateu o carro, portanto, o credor possui o direito ao valor do carro, se a escolha é sua, e o
devedor bateu o carro e o bem pereceu, o credor tem direito ao dinheiro de um, ou do outro item.
Art. 256. Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-se á a
obrigação. o Distinção entre obrigação alternativa e obrigação de dar coisa incerta (ver art. 246)
▪ Obrigação divisível: cada um dos devedores é responsável por uma parte da dívida ou cada
um dos credores tem direito ao recebimento de apenas uma parte do crédito. Admite, portanto,
o cumprimento parcial
▪ Não basta a divisibilidade da prestação. Exige-se também a pluralidade de credores ou
devedores. "Art. 314. Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o
credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou". Se
houver somente um credor e um devedor, a obrigação será indivisível (ainda que a prestação
seja divisível)
▪ Se tiver 4 credores, irei dividir a dívida pelo mesmo número
▪ A divisibilidade é a regra: é presumida pela lei
○ Ex.: você tem um locatário que te deve R$1000, e ele pede para pagar 100 reais nessa
semana, e 900 reais na próxima, se for apenas um devedor, o credor não é obrigado a
aceitar
▪ Na verdade, existe no caso multiplicidade de obrigações, embora a causa de todas, ou seja, a
sua fonte, seja a mesma. Não pode um credor se recusar a receber apenas sua fração. Se um
credor interrompe a prescrição com relação à sua
Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não
suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão
determinante do negócio jurídico.
- Por sua natureza: carro, animal etc.
- Por motivo de ordem econômica: fracionamento faz com que cada porção perca muito
valor. Ex.: diamante de um tamanho raro, vale muito mais
- Pela razão determinante do negócio: exibição de carros antigos de diferentes donos, show
da dupla sertaneja
- Por força de lei: terreno não pode ser dividido em frações inferiores ao módulo rural (Lei
4.504/1964 - Estatuto da terra)
- Ex.: um grande terreno em um condomínio
- Posso dividir fisicamente, mas juridicamente aquilo sempre será uma coisa só
- Por força de convenção das partes: indivisibilidade do crédito estipulada em contrato para
que o credor possa cobrar a totalidade do crédito de qualquer um dos codevedores
- Não é exatamente correta
Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será
obrigado pela dívida toda.
Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em
relação aos outros coobrigados.
- Ex.: dois irmãos dividem um carro alugado, e no momento de devolver, um quer devolver
e o outro quer ficar com o carro sem pagar, então um vai, devolve o carro e paga o valor
do aluguel sozinho, tornando-se credor do valor não pago pela outra parte
Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira; mas o
devedor ou devedores se desobrigarão, pagando:
I - a todos conjuntamente;
II - a um, dando este caução de ratificação dos outros credores.
▪ Ex.: um poderia dar poderes para o outro, para que esse receba, e posteriormente
o valor seja dividido
- Deve haver um documento comprobatório
- Caução é garantia, mas na prática, ninguém sabe o que pode ser o caução de fato
Art. 261. Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros assistirá
o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total.
▪ Ex.: C1 e C2 são credores de D, e D entrega a dívida apenas para C1, e ao ganhar a
dívida toda, ele torna-se possuidor de um valor indevido, enriquecimento sem causa,
pois ele só tinha direito à metade, portanto, ele deve dividir o valor com C2, em
50%
Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os outros;
mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente.
Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação,
compensação ou confusão.
- Remitir: perdoar
- Portanto, se existem 5 credores, e apenas um perdoar a dívida, isso não isenta a dívida para
com os demais, mas, a dívida agora restante, deve ter o desconto de um quinto
- Novação: extinção de uma obrigação pela criação de outra
- Compensação: extinção de dívidas entre as mesmas partes
- Confusão: extinção da obrigação porque a mesma pessoa envolve os dois polos
Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos.
▪ Ex.: dois devedores foram culpados pelo perecimento do cavalo, cada um
responderá por partes iguais, mas se apenas um foi o responsável, então
responderá sozinho por tal ato
- Antes do objeto perecer, a obrigação é indivisível, mas após perecimento, a obrigação pode vir
a se tornar individual
§ 1º Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, responderão
todos por partes iguais.
- Cada um responderá apenas por uma fração das perdas e danos
- A regra é diferente na solidariedade (art. 271)
§ 2º Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas
e danos.
Seção I
Disposições Gerais
Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor,
cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.
Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-devedores, e condicional,
ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro.
Seção II
Da Solidariedade Ativa
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.
▪ Lei de locação (Lei nº 8.245/1991): Art. 2º Havendo mais de um locador ou mais de um.
Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago.
- Dependendo do contexto, pode aceitar ou não o pagamento parcial.
- C1 deve 1.000 reais, porém pagou 800 reais. O C2 só pode cobrar 200 reais.
Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e
receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível.
- Espólio: ente despersonalizado, sujeito do Direito que fica sob posse dos bens do falecido até ser feito o
inventário e dividir entre os herdeiros.
Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade.
- A regra é diferente na indivisibilidade (art. 263)
Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que
lhes caiba.
Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros.
- Exceção: defesa pessoal [argumento pra não pagar, só pode ser alegada contra a pessoa específica]
defesa comum: pode ser alegada contra qualquer um dos credores (contrato pode ser nulo)
- Exemplo: Compensação. [você está me cobrando, mas me deve, eu deixo de pagar porque desconto o valor
que você me deve]
A, B e C são credores de D.
A é também devedor de D.
B cobra D.
D não pode alegar compensação.
Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais, mas o julgamento favorável
aproveita-lhes, sem prejuízo de exceção pessoal que o devedor tenha direito de invocar em relação a qualquer
deles.
- Princípio fundamental do Processo: contraditório [ouvir os 2 lados]
- Decisão definitiva no final do Processo: coisa julgada
- Coisa julgada prejudica o cara que não foi ouvido. Porém há várias chances de processos para os credores.
- C1 cobrou D e perdeu [juiz alegou contrato nulo], C2 pode cobrar o D e ganhar [juiz alegar contrato válido]? Sim.
- Coisa julgada pode beneficiar um terceiro. Exemplo: C2 pode aproveitar da decisão do processo anterior, se ele
tiver sido válido.
- C1 e D discutem, fixa-se contrato válido mas não houve pagamento. C2 vai procurar a validade do seu processo,
porém D alega compensação [defesa pessoal]
Seção I I
Da Solidariedade Passiva
Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a
dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente
pelo resto.
Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou
alguns dos devedores.
- Credor tem direito a conseguir tudo.
- O fato dele processar 1 só, não significa que ele está abrindo mão de processar os demais.
Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar
senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos
reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores.
- Posso cobrar algo do herdeiro? Só o que tiver na herança
- Quota [fração proporcional ao que recebe na herança]
- A solidariedade não acaba, e se ela não acaba, você pode cobrar metade de forma solidária [500,00 pro D1 e
500,00 pro D2/ 250,00 pro D3 e 250,00 pro D4]
- Dívida maior que a herança? Só cobra o valor proporcional.
- Devedor é o espólio, no caso do falecimento. Depois da partilha, vê se ele deixou herança ou não e cobra só
uma parte do que ele herdou.
- Herdeiro herda dívida SOMENTE até o limite do valor da herança.
Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam aos
outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada.
- Pagamento: Até o valor pago, aproveita sim. O pagamento feito por um não ajuda os outros, até o valor pago.
- Porque o outro pode descontar o que ele deve, o pedaço pago pelo credor anterior. DESCONTA DA DÍVIDA
VALOR JÁ PAGO.
- Remissão [perdão]: C perdoa D1, mas não a dívida inteira, isso ajuda o D2 no pagamento. [Se ele perdoou o D1
não vai poder cobrar o mesmo valor do D2]
- O pagamento ou perdão obtido por um, beneficia os demais, SÓ até o valor pago [a dívida cai de 3.000,00 pra
2.000,00]
Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos devedores solidários e o
credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento destes.
- Qualquer negociação nova que o D1 fizer com o C, não prejudica o D2. [Negociou com D1 e quer cobrar do D2,
isso não pode]
- Pacto sunt servanda: os contratos devem ser cumpridos.
Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo
de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado.
- Obrigação solidária de entregar o veículo, um dos devedores quebrou o veículo e ficou impossível entregar o
produto. Ela se converte em pagar valor de mercado + perdas e danos.
- D1 bateu o carro, pode cobrar o carro inteiro do D2, ai ele cobra "meio carro" do outro. MAS PERDAS E DANOS
SÓ SE COBRA DO DEVEDOR QUE CAUSOU A IMPOSSIBILIDADE.
- Diferente da indivisível [Art. 263]
Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente
contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida.
- Juros da mora = juros do atraso.
- Você vai receber honorários de um processo, e gasta antecipadamente, mas o cliente não paga. Você deve
pagar juros ou multa do atraso no pagamento, então cobra juros do seu devedor que atrasou pra te pagar.
- 3.000,00 de aluguel - D1, D2 E D3/ D1 demora pra pagar, mas com o tempo do juros fica 3.300,00.
D1 paga 3.300,00, ele cobra do D2 então 1.100,00 e do D3 1.100,00. [100,00 de juros pra eles]
- Se um não pagou, os outros também não.
- Mas se conseguir atribuir a culpa de um atraso no pagamento a um devedor só, consegue cobrar o juros da
mora somente dele.
Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as comuns a todos;
não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro codevedor.
- O processado pode alegar exceções [defesas] pessoais e comuns.
- C vem cobrar D1, D1 não paga porque o contrato é nulo [DEFESA COMUM, contrato envolve todo mundo] - D2
Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores.
Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais.
- Abrir mão do próprio crédito - Remissão
- Deixar de ser solidário: ainda pode cobrar, muda a forma que ele recebe
- 3.000,00 de aluguel dos 3 amigos da república. C abre mão do aluguel solidário, ele só pode cobrar 1.000,00 de
cada um (cai na regra geral de ser divisível)
- Abre mão da solidariedade em relação ao D1, C pode cobrar solidariedade de D2. [cobrar 2.000,00]. D2 cobra
1.000,00 do D3.
Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos codevedores a sua
quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes
de todos os codevedores.
- 3 devedores, um pagou os 3.000,00; ele pode cobrar 1.000,00 do D2 e 1.000,00 do D3.
- Mas eles vão dividir a quota do insolvente [não tem capacidade de pagamento] entre eles.
- Se o insolvente virar solvente, ele paga a quota para os codevedores.
Art. 284. No caso de rateio entre os codevedores, contribuirão também os exonerados da solidariedade pelo
credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente.
- Junção entre Art. 282 e Art. 283.
- Rateio - rachar o prejuízo do insolvente.
- D1, apesar de não ser mais devedor solidário, é atribuído a ele a quota dos insolventes também.