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14/02/2023.

TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES


“O homem é um ser social”.
Negócio Jurídico
Obrigações
Atos ilícitos

DIREITO DAS OBRIGAÇÕES  CONJUNTO DE NORMAS


IMPORTÂNCIA: DINAMISMO (instrumento de circulação de bens e serviços,
produção e organização)  MOVIMENTO ECONÔMICO
RESPONSABILIDADE CIVIL (solução de conflitos)
PRESERVAÇÃO DE VALORES (propriedade privada, autonomia privada, respeito
aos compromissos assumidos)
CARACTERÍSTICA: GRANDE CAPACIDADE DE ADAPTAÇÃO
Caráter Universal (“Direito sem fronteiras”, NORONHA, F.).

CÓDIGO CIVIL DE 2002: PARTE ESPECIAL (1º LIVRO)


INTERDISCIPLINARIDADE, p. ex.:
Dir. Administrativo
Dir. Empresarial
Dir. Trabalho
Dir. Consumidor
Dir. Internacional
Dir. Processual Civil

CONCEITOS BÁSICOS:
Obrigação lato sensu: toda e qualquer espécie de dever; qualquer regra de conduta
imposta ou atribuída a um conjunto de pessoas.
Obrigação stricto sensu: dever de prestar. A prestação é o núcleo, ponto de partida.
Prestar é dar ou fazer ou não dar ou fazer algo a outrem, amarrado ao poder de
exigência deste em relação àquele. Em outras palavras: Poder de exigir versus dever de
prestar (de caráter patrimonial).
Conteúdo jurídico de uma obrigação: Prestação pessoal econômica. Pessoas que
Toda obrigação abrange um conjunto de dois lados: positivo (credor) e negativo
(devedor).
Características: caráter transitório (começo, meio e fim) e caráter restrito (somente o
devedor deverá ser cobrado, pois há o caráter entre as partes envolvidas).
Obrigação jurídica: todo dever de prestar com caráter patrimonial (dar, fazer, não fazer);
dirigido a pessoas determinadas. Regras dentro do relacionamento. Possui vínculo
jurídico; sanção em caso de descumprimento.
Dever jurídico: comando somado a um comando coercitivo para um número
indeterminado de indivíduos; conotação ampla; toda necessidade imposta à uma pessoa
pelo Direito (comportamento); dirigido a um número indeterminado de indivíduos.
Dever moral: regras de convivência (cultura, costumes, cotidiano); não cria vínculo
jurídico; não obrigam de per si, ou seja, não possuem um meio coercitivo.
Relação obrigacional simples: direito para um; dever para outro.
Relação obrigacional complexa: direitos e deveres para todos. Reciprocidade entre
direitos e deveres. P. ex.: compra e venda (direito de receber e obrigação de pagar;
direito de receber e obrigação de entregar o produto). Deve ater-se à prestação que está
sendo disputada para poder responder “quem é o credor e quem é o devedor?”.
Relação obrigacional como um processo (Karl Larenz – Direito alemão): ter a
obrigação, além da complexidade que ela normalmente representa. Reconhecer os dois
lados, direitos e deveres a todos, entretanto, se deve reconhecer que daquele vínculo
podem surgir obrigações não escritas, mas convencionadas entre as partes.
Finalidades: satisfação do credor (prestação); responsabilização do patrimônio do
devedor e liberação do devedor.

Pontos para estudo:


1- O que é uma obrigação jurídica (ou obrigação em sentido estrito)?
Obrigação é a relação jurídica transitória, cuja natureza é econômica. Através dela, o
devedor fica vinculado ao credo, devendo cumprir determinada prestação. Na definição
de Flávio Tartuce, “conceitua-se a obrigação como a relação jurídica transitória,
existente entre um sujeito ativo, denominado credor, e outro sujeito passivo, o devedor,
e cujo objeto consiste em uma prestação situada no âmbito dos direitos pessoais,
positiva ou negativa. Havendo o descumprimento ou inadimplemento obrigacional,
poderá o credor satisfazer-se no patrimônio do devedor” (2022, p. 5).
2- Quais as principais características do Direito Obrigacional?
O Direito das Obrigações consiste num conjunto de normas regentes das relações
jurídicas de ordem patrimonial, de natureza pessoal, cujo objeto é a prestação de um
sujeito para com outrem.
3- Quais as principais características de uma relação jurídica obrigacional (ou
obrigação jurídica em sentido estrito)?
Os elementos da obrigação são subjetivos – os sujeitos: ativo (aquele que tem o direito
de exigir o cumprimento da obrigação) e passivo (aquele que assume um dever de
cumprir o conteúdo da obrigação) –; objetivo – conduta humana de dar/fazer ou não
dar/não fazer. (sintetizando Menezes Leitão, Flávio Tartuce aponta como principais
características: a patrimonialidade, a mediação ou colaboração devida [já “que o credor
não pode exercer directa e imediatamente o seu direito, necessitando da colaboração do
devedor para obter a satisfação de seu interesse” {MENEZES LEITÃO, 2006, p. 94}], a
relatividade e a autonomia] e imateriais – o vínculo jurídico que sujeita o devedor à
determinada prestação.
4- Qual a diferença entre obrigação jurídica e dever jurídico?
Conforme leciona Tartuce, “o dever jurídico engloba não só as relações obrigacionais
ou de direito pessoal, mas também aquelas de natureza real” (2022, p. 17). Em outras
palavras, o dever jurídico mantém relação com todos os ramos do Direito, sendo
aplicado a todos, envolvendo uma sanção pelo não cumprimento de um comportamento
prescrito pelas normas, enquanto a obrigação, definida no item 1, destoa, e muito, destas
características, uma vez que “a obrigação é uma relação jurídica, do lado passivo do
direito subjetivo, consistindo no dever jurídico de observar certo comportamento
exigível pelo titular deste” (GOMES, 1997, p. 6). Além disso, a obrigação tem como
uma de suas características a transitoriedade, que nem sempre é observada no dever
jurídico.
5- Qual a diferença entre obrigação jurídica e obrigação moral?
A obrigação moral carece de meios coercitivos; trata-se de comportamentos cotidianos,
aceitos pela sociedade, como regras de convívio. Apesar de não produzir efeitos
jurídicos, “não se pode afastar a influência que exercem os princípios da eticidade e da
socialidade sobre o direito obrigacional” (TARTUCE, 2022, p. 5).
6- Quais as finalidades de uma relação jurídica obrigacional (ou obrigação jurídica
em sentido estrito)?
Responsabilização patrimonial do devedor e satisfação à pretensão do credor.

16/02/2021.

RELAÇÃO JURÍDIA OBRIGACIONAL (stricto sensu)


Direitos versus Deveres
Relacionamento entre sujeitos;
Poder de exigir do outro um comportamento de caráter patrimonial versus Dever de
prestar (econômico).
Patrimônio  Direitos patrimoniais:
 Direitos Reais (pessoa + coisa): relação de domínio.
Conceito: poder direto e imediato de uma pessoa sobre uma coisa.
Características: um polo; poder e soberania (domínio).
Objeto imediato: exercício de um poder sobre a coisa.
Cooperação: independência para o exercício de poder.
Natureza: direito absoluto (efeito erga omnes); dever geral de abstenção.
Finalidade: proporcionar o direito de propriedade e a fruição da coisa.
Atributos: possui direito de sequela (“seguimento”) e direito de preferência.
Princípio diretriz: tipicidade (numerus clausulus – propriedade, hipoteca,
penhor, usufruto, anticrese).
Intensidade: direitos fortes (titular versus terceiro); direito absoluto.
Características gerais: em regra, caráter perpétuo (outros, caráter temporário);
coisas determinadas; renúncia unilateral.
 Direitos Obrigacionais (pessoa + pessoa): de créditos pessoais, isto é, relação
interpessoal.
Conceito: vínculo entre dois polos (prestação patrimonial).
Características: dois polos de interesse; prestação (conduta exigível do devedor).
Objeto imediato: comportamento (prestação) de outrem (devedor).
Cooperação: dever recíproco.
Natureza: direito relativo (efeitos inter partes); direitos e deveres exigíveis entre
as partes.
Finalidade: satisfação do credor e liberação do devedor.
Atributos: não possuem direito de sequela e nem direito de preferência.
Princípio diretriz: autonomia privada (numerus apertus).
Intensidade: direitos fracos (credor versus devedor). Direito relativo.
Características gerais: transitoriedade; coisas determinadas e determináveis;
renúncia bilateral.

OBRIGAÇÕES PROPTER REM:


 São obrigações acessórias a direitos reais; deveres de prestar “por causa da
coisa”.
 Natureza jurídica: direito híbrido (tertium genus).
É uma relação de crédito Dever jurídico
com causa real
Origem do dever ligada à titularidade sobre a coisa.

“Há situações em que a titularidade de direitos reais dá causa à identificação de


sujeito de determinada obrigação” (MIRAGEM, Bruno. Direito Civil – Direito
das Obrigações).
Pontos para estudo:

1- Quais os direitos que compõem a obrigação jurídica (stricto sensu);


São os direitos de relação interpessoal, p. ex. créditos pessoais.
2- Qual o conceito de direito obrigacional e de direito real;
Direito obrigacional pressupõe um vínculo entre dois polos; o direito real consiste em
poder imediato e direito de uma pessoa sobre uma coisa.
3- No que consiste a natureza de direito relativo dos direitos obrigacionais e de
direito absoluto dos direitos reais;
A natureza relativa dos direitos obrigacionais consiste em efeitos inter partes, ou seja,
os direitos e deveres são exigíveis entre as partes.
O direito absoluto dos direitos reais produz efeito erga omnes e pressupõe um dever
geral de abstenção.
4- Por que os direitos obrigacionais são chamados de direitos fracos ao passo que
os direitos reais são considerados direitos fortes;
Pois nos direitos obrigacionais está a se falar, em muitos casos, em expectativa de
direito, enquanto em direitos reais se fala de direito adquirido. Além disso, os direitos
obrigacionais pressupõem a “mediação ou colaboração devida”, uma vez que “o credor
não pode exercer directa e imediatamente o seu direito, necessitando da colaboração do
devedor para obter a satisfação de seu interesse” (MENEZES LEITÃO, 2006, p. 94).
5- Qual o princípio que direciona os direitos obrigacionais e os direitos reais;
Direitos obrigacionais são direcionados pelo princípio da autonomia privada, enquanto
os direitos reais são regidos pela sua tipicidade.
6- Qual a finalidade dos direitos obrigacionais e dos direitos reais;
A finalidade dos direitos obrigacionais consiste na satisfação do credor e liberação do
devedor. Já nos direitos reais, temos que a finalidade é proporcionar o direito de
propriedade e a fruição da coisa.
7- Explique algumas das características próprias dos direitos reais que os
distinguem dos direitos obrigacionais.
A primeira das características que se pode mencionar é a do caráter perpétuo que, em
geral, dotam os direitos reais, enquanto os direitos obrigacionais possuem um caráter
temporário (transitório). Além disso, os direitos reais representam um poder direto e
imediato de uma pessoa sobre uma coisa, portanto tutelam somente coisas
determinadas e sua renúncia é unilateral, enquanto os direitos obrigacionais podem
incidir sobre coisas determinadas e sobre as determináveis e a sua renúncia se dá de
forma bilateral.

23/02/2022.

ELEMENTOS ESSENCIAIS DA OBRIGAÇÃO JURÍDICA:


Elementos materiais:
Elemento subjetivos (sujeitos): ativo (beneficiário da obrigação; credor;
pode exigir a prestação do devedor) e passivo (aquele que assume o
dever; devedor; responde com seu patrimônio). Duplicidade de subjetiva
(dois polos).
No caso do credor, temos a capacidade de direito versus capacidade de
fato. Para ser credor, a capacidade de direito basta, mas para a execução
da obrigação, é necessário a capacidade de fato e, na ausência desta,
representação ou assistência (autorização; representação se a
incapacidade for absoluta ou assistência em incapacidade relativa).
No caso do devedor, necessariamente está a se falar em capacidade de
fato, pois o devedor deve ser apto para se obrigar, isto é, assumir a
obrigação. No caso dos incapazes ou relativamente incapazes,
necessariamente deve existir a representação ou assistência.
A ausência de impedimentos, isto é, as restrições legais, se mantém se a
fonte da obrigação for um negócio jurídico.
“Na atualidade, dificilmente alguém assume a posição isolada de credor
ou devedor em uma relação jurídica. Na maioria das vezes, as partes são,
ao mesmo tempo, credoras e devedoras entre si, presenta a
proporcionalidade de prestação denominada sinalagma, como ocorre no
contrato de compra e venda” (TARTUCE, 2022, p. 7).
Regras gerais: caráter relativo dos direitos obrigacionais (eficácia inter
partes); princípio do “mau pagador”; momento da identificação dos
sujeitos (desde a formação ou até a execução da relação jurídica) –
sujeitos (credor/devedor) determináveis; indeterminação dos sujeitos =
nulidade.
Elemento objetivo (objeto): conteúdo da obrigação. A prestação
envolve uma ação (dar; fazer) ou omissão (não fazer).
Objeto imediato (conduta devida) e objeto mediato (coisa ou serviço
colocados em circulação. Desta forma, temos que o elemento imediato
(mais próximo) é a prestação e o elemento mediato (mais remoto) é a
coisa, tarefa ou abstenção, ou seja, o bem jurídico tutelado.
O objeto deve ser lícito, isto é, conforme à ordem jurídica.
É necessário verificar a possibilidade, isto é, a viabilidade material e
jurídica do bem. Frise-se a diferença entre impossibilidade absoluta e a
impossibilidade relativa, conforme se extrai da redação do art. 106, do
CC/2002, verbis: “A impossibilidade inicial do objeto não invalida o
negócio jurídico se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição
a que ele estiver subordinado”. ACRESCENTAR COMENTÁRIO
NERY E PELUSO
Verifica-se, também, a determinabilidade, isto é, a individualidade da
prestação, bem como sua patrimonialidade, ou seja, seu conteúdo
econômico.
Em casos que tratem de declaração de vontade (Negócio Jurídico), deve-
se respeitar forma prescrita ou não defesa em lei (meio para a
manifestação da vontade).
Elemento imaterial:
Vínculo jurídico: o elo entre o direito (patrimonial) de um em virtude do
dever (de prestar) de outro e com força impositiva, p. ex. o crédito de um
é o débito de outrem. Esta definição está bem delimitada pela inteligência
do art. 391, do CC/2002, verbis: “Pelo inadimplemento das obrigações
respondem todos os bens do devedor”. ACRESCENTAR
COMENTÁRIO NERY E PELUSO
A juridicidade permite associar a ideia de que algo tem relevância para o
Direito, conferindo a situação um caráter coercitivo, sancionatório, que,
pela redação do já citado art. 391, do CC/2002, atingindo o patrimônio do
devedor.
Assim, sintetizando, temos que os pilares do vínculo jurídico são
pautados no binômio garantia-responsabilidade, em que há a sujeição do
patrimônio do devedor, preservando o equilíbrio entre a liberdade
individual do devedor e a seriedade da prestação para mobilizar o
aparelho jurídico. A sanção (a força coercitiva), portanto, é exercida pelo
poder judiciário.
Há dois prismas pelos quais pode se estudar o vínculo jurídico:
Teoria unitária: é indispensável conectar ao débito a
responsabilidade. São indissociáveis. Um segue o outro desde a
formação à execução da relação jurídica.
Teoria dualista: permite a separação de débito e responsabilidade.
Para esta teoria, débito está inserido na fase da formação da
relação jurídica e a responsabilidade na fase da execução.
Sustenta que há situações em que há o débito, mas não
necessariamente a responsabilidade. O contrário também
acontece. Tartuce (2022, p. 39) exemplifica as duas situações da
seguinte forma: 1. Débito sem responsabilidade: “ocorre na
obrigação natural ou incompleta, que não pode ser exigida”. 2.
Responsabilidade sem débito: ocorre na fiança.
Por fim, a relação jurídica obrigacional poderá conter deveres acessórios
de conduta, pautados no princípio da boa-fé objetiva.

Pontos para estudo

1- Quais os elementos essenciais de uma obrigação jurídica (stricto sensu);


Elementos subjetivos (sujeitos) e elemento material (o vínculo jurídico).
2- Quem pode ser sujeito de uma relação jurídica obrigacional e quais os requisitos
de validade para que possa ser credor e/ou devedor;
Os sujeitos são credores e devedores. Para ser credor, a capacidade de direito basta, mas
para a execução da obrigação, é necessário a capacidade de fato e, na ausência desta,
representação ou assistência. Para ser devedor está a se falar em capacidade de fato, pois
o devedor deve ser apto para se obrigar, isto é, assumir a obrigação. No caso dos
incapazes ou relativamente incapazes, necessariamente deve existir a representação ou
assistência.
3- No que concerne a duplicidade subjetiva havida em uma relação jurídica
obrigacional;
Para haver a relação obrigacional, necessariamente devem estar presentes, pelo menos,
dois sujeitos, sendo um ativo e um passivo (credor e devedor, respectivamente).
4- Quais os momentos possíveis para a identificação do(s) sujeito(s) de uma relação
jurídica obrigacional;
Na concepção de Tepedino e Schreiber, “não é preciso que os sujeitos estejam
determinados no momento da constituição da obrigação. Tampouco mostra-se
indispensável a sua determinação para a manutenção da obrigação”. Para os
doutrinadores, basta que “sejam determináveis, ou seja, que a imputação subjetiva de
deveres e direitos se possa realizar, no momento oportuno, mediante critérios que
permitam a exigibilidade da obrigação”.
(TEPEDINO; SCHREIBER, 2021. http://genjuridico.com.br/2021/01/08/sujeitos-da-
relacao-obrigacional/)
5- No que consiste o caráter relativo da obrigação jurídica (stricto sensu);
Na toada do tópico anterior do presente estudo, o caráter relativo dos direitos
obrigacionais consiste na sua eficácia inter partes, entre sujeitos determinados ou
determináveis.
6- Qual o objeto de uma obrigação jurídica (stricto sensu);
O objeto da obrigação consiste em “uma prestação situada no âmbito dos direitos
pessoais, positiva ou negativa. Havendo o descumprimento ou inadimplemento
obrigacional, poderá o credor satisfazer-se no patrimônio do devedor” (TARTUCE,
2022, p. 5).
7- Quais os requisitos de validade atinentes ao objeto de uma relação jurídica
obrigacional;
o objeto deve ser lícito, isto é, conforme à ordem jurídica, sendo necessário verificar a
possibilidade, isto é, a viabilidade material e jurídica do bem. Frise-se a diferença entre
impossibilidade absoluta e a impossibilidade relativa, conforme se extrai da redação do
art. 106, do CC/2002, verbis: “A impossibilidade inicial do objeto não invalida o
negócio jurídico se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele
estiver subordinado”.
8- O que significa o vínculo jurídico para uma relação jurídica obrigacional;
Consiste na virtude do dever (de prestar) de um sujeito para outro e com força
impositiva, p. ex. o crédito de um é o débito de outrem. Esta definição está bem
delimitada pela inteligência do art. 391, do CC/2002, verbis: “Pelo inadimplemento das
obrigações respondem todos os bens do devedor”
9- Quais os pilares (são três) sob os quais se concretiza a ideia de vínculo jurídico
em uma obrigação jurídica (stricto sensu).
Garantia, responsabilidade e sujeição do patrimônio do devedor.

28/02/2023.

Fontes da Obrigação:
Causa/origem  elemento gerador
Vontade (manifestação lícita espontânea do querer; contrato e declarações de vontade
unilaterais de vontade [negócio jurídico]) + ato ilícito (comportamento humano
[ação/omissão] voluntário culposo, contrário ao Direito, causador de prejuízo a outrem
(inclui abuso de Direito).
Lei  Dever de prestar não volitivo. A lei é a suprema ratio (Fernando Noronha) do
Direito e é “a fonte imediata de todas as obrigações” (C. R. Gonçalves).

Obrigação Natural:
Trata-se das obrigações com sujeitos e com objetos, mas sem vínculo jurídico, portanto
desprovida de força coercitiva, isto é, sem garantia; sem sanção; sem responsabilidade.
Não está revestida da actio, ou seja, há débito, mas não há responsabilidade.
Sua importância consiste em cumprimento espontâneo da obrigação, resultando no
benefício da soluti retentio ao credor (retenção).
O Código Civil de 2002 não trata especificamente da obrigação natural, mas faz
referências às consequências do cumprimento espontâneo do objeto pelo devedor
(direito de conservação/retenção do credor).
Há duas teorias sobre a natureza da obrigação natural:
Teoria clássica: obrigação jurídica imperfeita; devedor juridicamente vinculado
ao credor, mas este não dispõe de sanção. A principal crítica à esta teoria advém
da máxima sem coercibilidade, inexistência jurídica, pois é ausente o vínculo
jurídico.
Teoria moderna: dever extrajurídico; aspecto moral e social. O cumprimento não
é exigível, mas o adimplemento voluntário produz efeitos jurídicos. (Ver Caio
Mário: tertium genus [3º gênero] entre dever de consciência e dever jurídico).
Historicamente, Jus gentium versus Jus civile:
Pagamento  Obrigação Natural  liberalidade
Pagamento  Obrigação Jurídica (civil)  dever jurídico
Pontos para Estudo (fazer as questões da p. 40: TARTUCE. Direito Civil vol. 2. 2022
após o roteiro de estudos):
1- Quais as fontes de uma obrigação jurídica (stricto sensu) reconhecidas pelo
Direito Brasileiro;
São as fontes obrigacionais ao Direito brasileiro: a causa (origem) da obrigação, seu fato
gerador; manifestação livre do querer humano (vontade), o comportamento humano; por
fim, a lei.
2- Por que alguns doutrinadores brasileiros consideram a lei “suprema ratio” no
que diz respeito às fontes das obrigações jurídicas;
Alguns doutrinadores adotam esta postura porque a lei é a fonte imediata de todas as
obrigações, inclusive (na concepção de Pereira), “mesmo no campo contratual, não
haveria a força jurígena da manifestação volitiva se não fosse o poder obrigatório que a
lei lhe reconhece”.
3- No que consiste a vontade como fonte das obrigações jurídicas;
Tartuce leciona que na maioria das vezes, “a lei deve estar acompanhada de algo a
mais” (2022, p. 22. Grifo no original) e, para Fernando Noronha, este algo a mais é a
autonomia privada do indivíduo.
Para exemplificar, tem-se que a vontade é a manifestação lícita e espontânea do querer;
como p. ex. contratos e declarações de vontade unilaterais.
4- O que representa o ato ilícito como fonte das obrigações jurídicas;
Tem-se também que a vontade pode ser externada por meio de atos ilícitos
(comportamento humano [ação/omissão] voluntário culposo, contrário ao Direito,
causador de prejuízo a outrem [incluindo o abuso de Direito]).
5- O que é uma obrigação natural;
Trata-se de uma relação em que há sujeitos e objetos, mas não vínculo jurídico.
6- Qual a diferença entre obrigação natural e obrigação jurídica (stricto sensu);
É que a obrigação natural não é revestida de força coercitiva. Significa dizer que não há
garantia, sanção ou responsabilidade. Diz-se que, embora revestida do débito, não há o
dever, por assim dizer.
7- Qual a importância das obrigações naturais para o ordenamento jurídico apesar
de serem desprovidas de actio.
O pagamento espontâneo pelo devedor gera o direito de retenção para o credor, p. ex.: a
gorjeta que se paga ao garçom após o jantar.

02/03/2023.

Classificação das Obrigações: para identificar o regime jurídico aplicável.


Enquadrar um fato em uma categoria é o mesmo que identificar preceitos e normas
específicas, “reduzindo-se todas as modalidades de tipo obrigacionais a uns poucos
grupos, consegue-se ter à mão, para qualquer eventualidade, jogos de princípios que
simplificam a solução das questões em torno de cada uma” (PEREIRA, C. M. S.).
No Direito Romano, as relações jurídicas eram divididas em clãs. Os romanos
separavam as os deveres em positivos e negativos e os dividiam, além disso, em dare,
facere (non facere) e praestare.
Já no Direito Moderno, está a se falar de relações jurídicas obrigacionais subdivididas
em dois grupos, convencionais (contratuais) ou não convencionais (não contratuais:
obrigações contraídas de maneira involuntárias, p. ex. aquelas decorrentes da lei).
O Direito Contemporâneo, por sua vez, classifica as obrigações jurídicas conforme o
elemento em destaque. Seus critérios são os sujeitos, objetos e conteúdos, que são
complementares entre si, embora um ou outro possa, eventualmente, se sobressair.
Nesse sentido, temos que se a classificação se realizar quando ao:
1. Sujeito:
1.1. Única: polos com sujeitos singulares; um titular de crédito e um
titular de débito.
1.2. Múltiplas (ou complexas): polos com pluralidade subjetiva; vários
titulares do crédito e (ou) vários titulares do débito. Se subdividem em:
1.2.1. Conjuntas: indivisibilidade. P. ex.: caso em que o objeto
não possa ser dividido. Suponha que o débito seja um carro e há
três devedores. O carro é indivisível, então os devedores pagarão
conjuntamente o valor do carro.
1.2.2. Fracionárias: divisibilidade. P. ex.: uma dívida de três mil
reais com três devedores. Cada um deles arcará com o equivalente
à sua parte da dívida.
1.2.3. Solidárias: ativa e passiva. Imagine o mesmo exemplo do
tópico anterior. Um pode responder pelos três mil reais, isto é, o
credor pode cobrar o valor integral da dívida. Trata-se da forma
de pagamento que foi convencionada. Outro exemplo possível é a
integralização do capital social: no caso de um dos sócios faltar
com sua parte, o(s) outro(s) é(são) responsável(eis) pela
integralização do valor que faltou.
2. Objeto: as relações jurídicas obrigacionais classificadas desta forma podem conter
mais de um tipo de objeto.
2.1. Dar: entregar ou restituir alguma coisa.
2.1.1. Coisa certa: objeto lícito, possível e determinado.
2.1.2. Coisa incerta: objeto lícito, possível e determinável.
2.2. Fazer: realizar uma atividade ou serviço.
2.2.1. Personalíssima (infungível): são objetos que não podem ser substituídos
por outro da mesma espécie. P. ex.: na contratação de um profissional
específico, não pode este ser substituído por outrem. Importa-se com quem
realizará o serviço ou atividade, isto é, só o devedor pode realizar.
2.2.2. Propriamente dita (fungível): são objetos que não podem ser substituídos
por outro da mesma espécie. P. ex.: na contratação de serviços de uma firma de
advocacia. Importa-se na realização do serviço em si, isto é, o devedor pode
atribuir o débito a outrem. No exemplo da firma de advocacia, qualquer dos
advogados associados poderá prestar serviços ao contratado.
2.3. Não fazer: não realizar alguma atividade.
A classificação quanto ao objeto pode ser realizada, ainda, em:
1. Simples: compreendem um único objeto (inclui a obrigação com faculdade de
substituição).
2. Complexas: compreendem vários atos ou vários objetos (multiplicidade
objetiva). Podem ser:
2.1. Cumulativas: se o devedor se compromete a entregar um carro e um
montante em dinheiro, ele deverá entregar ambos.
2.2. Alternativas: se o devedor se compromete a entregar um carro ou um
montante em dinheiro, ele poderá escolher qual entregará.
Podemos discutir, inclusive, se o objeto é:
1. Principais: compostas por condutas essenciais à relação jurídica; são
autônomas, independentes.
2. Acessórias: compreendem condutas que asseguram o cumprimento da
obrigação; são dependentes. Segue a regra de que o acessório acompanha o
principal.
3. Conteúdo:
3.1. Puras: não contém qualquer elemento acidental. P. ex.: a compra de um
doce da vitrine de uma confeitaria.
3.2. A termo: contém cláusula relativa à eficácia sujeita a um evento futuro e
certo. Podem ser termo inicial ou termo final.
3.3. Condicionais: contém a cláusula relativa à eficácia atrelada a um evento
futuro e incerto. Podem ser suspensivas ou resolutivas
3.4. Modais: relações gratuitas que contém cláusula de encargo.
Classificações em relação ao conteúdo podem ser divididas, ainda, em:
1. Positivas: vinculadas a um dever de dar ou fazer alguma coisa; ação (pessoal
[aptidão física ou intelectual do devedor] ou material [transferência de um bem
pelo devedor ao credor]).
2. Negativas: vinculadas a um dever de não fazer alguma coisa; omissão,
abstenção.
Ainda podem ser subdivididas em:
1. De meio: atuação do devedor voltada para um objetivo sem, contudo, estar
obrigado a atingi-lo.
2. De resultado: atuação do devedor vinculada à obtenção de um resultado.
3. De garantia: atuação vinculada a conceder maior segurança à relação jurídica,
atenuando os riscos ao credor.

07/03/2023.

Obrigação de dar:
Conceito: obrigação de entregar ou restituir (o bem é do credor e está em posse
temporária do devedor) algo a alguém.
Característica: obrigação positiva.
Conteúdo: direito obrigacional pessoal (uma conduta exigível).
Importância: obrigação corriqueira.
Modalidades: dar coisa certa X dar coisa incerta.

1. Obrigação de dar coisa certa:


Conceito: obrigação de entregar ou restituir objeto específico e individualizado (objeto
determinado).
Conteúdo: regra geral, bens infungíveis.
Composição: ato de entrega: tradição (móveis) X registro (imóveis).
Princípios: identidade da res debita (art. 313, do CC/02), isto é, da coisa devida; e
acessórios (art. 233, do CC/02). [Ver também art. 92, do CC/02]. Regra geral:
“acessório segue a sorte do principal” (art. 184, do CC/02).
Teoria dos riscos: risco é tudo o que expõe coisa à extinção ou à deterioração (parte-se
do pressuposto de que o credo não está obrigado a receber coisa diferente ou
deteriorada).
No caso da perda do objeto, fala-se em indisponibilidade. Nesse sentido, é a redação
do art. 234, do CC/02: “Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa
do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a
obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este
pelo equivalente e mais perdas e danos”.
Esquematizando, temos que:

Nesse sentido, também é a redação dos arts. 238 e 239, do CC/02: “Art. 238. Se a
obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da
tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus
direitos até o dia da perda. Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor,
responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos”.
Frise-se que as regras valem no silêncio das partes que podem, expressamente,
estabelecer regras diferentes (desde que não firam princípios constitucionais e a ordem
jurídica).
Assim, temos que:
Na deterioração do objeto, fala-se em degradação ou depreciação econômica.
Assim, disciplinam os arts. 235 e 236, do CC/02: “Art. 235. Deteriorada a coisa, não
sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa,
abatido de seu preço o valor que perdeu. Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o
credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a
reclamar, em um ou em outro caso, indenização das perdas e danos”.
Temos, então:

Também é a disciplina dos arts. 239 e 240, do CC/02: “Art. 239. Se a coisa se perder
por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos. Art. 240.
Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual
se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á o disposto no
art. 239”.
Dessa forma, temos:

Dos melhoramentos e acréscimos:


09/03/2023.

2. Obrigação de dar coisa incerta:


Conceito: obrigação de entregar ou restituir objeto determinável (art. 243, do CC/2002).
Conteúdo: regra geral, bens fungíveis, indicados pelo gênero e quantidade. Diz-se uma
obrigação genérica, ainda que possível incluir a qualidade do objeto: o credor não é
obrigado a aceitar coisa de inferior qualidade quando ela vier mencionada na relação
jurídica obrigacional.
Conforme a redação do art. 244, do CC/2002, o qual disciplina que “nas coisas
determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o
contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será
obrigado a prestar a melhor”, usa-se a regra do meio-termo, isto é, o caráter mediano.
Característica: obrigação positiva.
Obs.: a indeterminação do objeto culmina na nulidade da obrigação (art. 166, do
CC/2002). Cabe frisar: na falta de indicação de gênero ou quantidade, a
indeterminação é absoluta e não há obrigação.
O estado de determinação genérica é transitório, isto é, temporário, pois finda quando da
execução da obrigação.
Quando do pagamento (momento da “concentração da escolha”), o direito à escolha,
disciplinado no art. 244, é do devedor, salvo os casos em que outra coisa foi estipulada
entre as partes”, atendo-se ao critério da qualidade média, ou seja, a regra do meio
termo.
Em regra geral, a escolha é do devedor e a exceção deve se dar por disposição expressa
(princípio da autonomia privada).
De mais a mais, o art. 245 prevê que “cientificado da escolha o credor, vigorará o
disposto na Seção antecedente”. Ou seja, neste momento converte-se em obrigação dar
coisa certa. Aqui, merece destaque o comentário de Gonçalves: “O ato unilateral de
escolha denomina-se concentração. Para que a obrigação se concentre em determinada
coisa não basta a escolha. É necessário que ela se exteriorize pela entrega, pelo depósito
em pagamento, pela constituição em mora ou por outro ato jurídico que importe a
cientificação do credor”.
Findando este tópico, é a redação do art. 246: “antes da escolha, não poderá o devedor
alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito”. Neste
momento, o legislador adota a Teoria dos Riscos na obrigação de dar coisa incerta
(genun nunquam perit: o gênero nunca perece). A responsabilidade é do devedor,
salvo hipóteses de gênero restrito. Aqui, vale trazer a baila o comentário de Flávio
Tartuce:
“Essa máxima genus non perit é aplicável apenas às coisas pertencentes a gênero
ilimitado. Exemplos: dinheiro, café, açúcar etc. Se a coisa pertencer a gênero limitado, o
perecimento de todas as espécies que a componham acarretará a extinção da obrigação,
responsabilizando-se o devedor pelas perdas e danos apenas na hipótese de ter
procedido com culpa”.

14/03/2023.

3. Obrigação de fazer:
Conceito: é a obrigação de prestar um serviço (atividade, trabalho).
Característica: é uma obrigação positiva.
OBS: pode o devedor ser responsável pela AÇÃO E pelo RESULTADO (serviço +
entrega – vide obrigação de PRAESTARE do Direito Romano)
Não se confunde obrigação de DAR com obrigação de FAZER.
Regra geral: Infungibilidade da obrigação de fazer (confiança + habilidade).
Espécies:

Teoria dos riscos: Impossibilidade de execução da obrigação de fazer (art. 248,


CC/02).

Quando da negativa (recusa) no cumprimento da obrigação:

Ainda nessa seara, tem-se que:

Particularidade da obrigação de fazer:


 Cláusula de lugar (local estipulado pelas partes ou circunstâncias);
 Cláusula de tempo (prazo ajustado pelas partes ou prazo médio);
 Cláusula de modo (técnica de prestação).
4. Obrigação de não fazer:
Conceito: é a obrigação de abstenção por parte do devedor, isto é, uma omissão.
Característica: é uma obrigação negativa.
Origem: legal ou convencional, cf. art. 390, CC/02.
Teoria dos riscos:

16/03/2023.

OBRIGAÇÕES COMPLEXAS
1. Cumulativas (ou conjuntivas)
Conceito: obrigação que contém pluralidade de objetos e o devedor somente se desonera
com a prestação de todos eles.
Adimplemento: cumprimento de todas as prestações assumidas pelo devedor.
Obs.: sem regulamentação específica no CC/02 porque se submete às obrigações de dar,
fazer e não fazer.
2. Alternativas (ou disjuntiva)
Conceito: obrigação que contém pluralidade de objetos e o devedor se desonera com a
prestação de apenas um deles.
Adimplemento: cumprimento de uma das prestações assumidas pelo devedor.
Conteúdo: obrigações positivas e negativas.
Não se confunde com: 1. Obrigação de dar coisa incerta (pelo caráter de obrigação
genérica) e 2. Obrigações cumulativas.
Requer a “concentração da prestação”: determinar o que será prestado.
Assim, temos que:
Obs.: Não há requisito formal específico para a escolha.
Regras gerais:
 artigo 252, parágrafo 1º, CC/02 –INTEGRALIDADE da prestação escolhida
 artigo 252, parágrafo 2º, CC/02 –obrigações periódicas = escolha a cada período
 artigo 252, parágrafo 3º, CC/02 –PLURALIDADE DE OPTANTES =
ACORDO UNÂNIME ou Juízo
 artigo 252, parágrafo 4º, CC/02 –escolha por TERCEIRO –SE NÃO: Juízo
Frise-se o princípio da integralidade: Art. 314. Ainda que a obrigação tenha por
objeto prestação divisível, não pode o credor ser obrigado a receber, nem o devedor a
pagar, por partes, se assim não se ajustou.

3. Obrigação com faculdade de substituição (ou facultativa)


Conceito: obrigação com cláusula que faculta ao devedor o cumprimento com
prestação diversa (indicada) em substituição ao objeto originário.
Característica: é obrigação simples.
Conteúdo: um objeto devido + um objeto facultativo (devedor).
Código Civil de 2002: omissão legislativa.
Não se confunde com obrigação alternativa.
Regras gerais:
Credor: acesso somente ao objeto originário.
Devedor: desoneração pelo objeto originário ou pelo objeto supletório.

Conforme a Teoria dos Riscos, a impossibilidade do objeto supletório não afeta a


relação jurídica obrigacional. Trata-se de mera faculdade do devedor.

21/03/2023.

Obrigação pura e simples: Obrigação que não contém cláusula limitadora da eficácia.
Contém apenas os elementos essenciais (sujeitos, objeto e vínculo jurídico).
Não depende de circunstância adicional para a sua execução.
Obrigação com elemento acidental: Obrigação que contém cláusula limitadora da
eficácia.
Decorre da vontade exclusiva entre as partes.
Elemento acidental vincula as partes (condição, termo, modo).
Obrigação condicional:
Conceito: obrigação cujo implemento está subordinado a uma condição.
Conteúdo: início ou fim da eficácia atrelada a um evento futuro e incerto.
Pluralidade de condições: Conjuntiva (ocorrer ao mesmo tempo) ou disjuntiva
(ocorrer uma ou outra).
Pressupostos: licitude e possibilidade (vide artigos: 122; 123, I; 124, do CC/2002).
Espécies:
Condição suspensiva: art. 125, CC/02. Expectativa de direito e de dever.
Até a ocorrência do evento futuro e incerto não há aquisição ou exercício do
direito, pois o dever está suspenso até que sobrevenha a condição.
Exigibilidade: art. 332, CC/02: momento da ocorrência do evento futuro e
incerto (ciência do devedor X poder de exigir do credor).
Interpretação invertida: art. 129, CC/02, verbis: “Reputa-se verificada, quanto
aos efeitos jurídicos, a condição cujo implemento for maliciosamente obstado
pela parte a quem desfavorecer, considerando-se, ao contrário, não verificada a
condição maliciosamente levada a efeito por aquele a quem aproveita o seu
implemento”.
Teoria dos riscos: art. 234, CC/02: análise da presença ou ausência da culpa do
devedor.
Condição resolutiva: art. 127, CC/02. Extinção da aquisição e do exercício do direito.
Até a ocorrência do evento futuro e incerto há vínculo jurídico e a
aquisição/exercício do direito.
Ocorrência do evento futuro e incerto, culminando no encerramento da eficácia
e, consequentemente, do vínculo jurídico.
Expectativa de conservação do direito.
Obrigação a termo:
Conceito: obrigação cujo implemento está subordinado a um termo.
Conteúdo: lapso temporal que subordina o início ou fim da eficácia à ocorrência de um
evento futuro e certo.
Pressupostos: licitude e possibilidade.
Obrigação sem termo: art. 331, do CC/02, verbis: “Salvo disposição legal em contrário,
não tendo sido ajustada época para o pagamento, pode o credor exigi-lo
imediatamente”.
Termo inicial (dies ad quo): art. 131, do CC/02. Suspende o exercício do direito, mas
permite a sua aquisição.
Aquisição do direito ocorre no momento da formação da relação jurídica
obrigacional.
Exercício suspenso até a ocorrência do evento futuro e certo.
Exigibilidade: art. 132, do CC/02.
Termo final (dies ad quem): Encerra a eficácia da relação jurídica obrigacional.
Aquisição e exercício do direito ocorrem no momento da formação da relação
jurídica obrigacional.
Eficácia da relação jurídica se encerra com a ocorrência do evento futuro e
certo.
Importância: inexecução das obrigações. Princípio dies interpellat pro homine
para a constituição em mora ou configuração do inadimplemento.
Obrigação modal:
Conceito: é a obrigação que onera o beneficiado (credor) em um encargo (atenção: RJO
gratuita, isto é, sem contraprestação [doação, p. ex.]).
Modo ou encargo: ação em favor de outrem para atender a uma certa finalidade.
Exigibilidade: aquisição e exercício do direito exigíveis desde logo (vide art. 136, do
CC/02).
Exigibilidade do encargo: ação para anulação por descumprimento ou ação para exigir
o cumprimento forçado.

23/03/2023.
Obrigação divisível:
Conceito: é a obrigação que permite ao credor exigir e receber a prestação em partes.
Regra geral: admitem a divisibilidade as coisas fungíveis e as obrigações de fazer que
possam ser cumpridas em etapas.
Obs.: se for obrigação única: para cumprir em partes  previsão expressa.

Obrigação indivisível:
Conceito: é a obrigação que contém uma prestação não suscetível de fracionamento.
Regra geral: versa sobre bens/serviços infungíveis.
Obs.: se for uma obrigação única  cumprimento integral, por conta da própria
natureza do objeto da obrigação.
Remissão: dívida remitida. Perdoada.

28/03/2023.
30/03/2023.
Remissão da solidariedade: quando a autonomia privada renuncia a solidariedade, cada
devedor pagará sua quota.
Remissão da quota: o devedor é perdoado e a parte que cabe aquele devedor é abatida
do valor total.
Remissão da dívida: nada a pagar por parte de nenhum dos devedores.
ATENÇÃO:

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