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CADERNO DE QUESTÕES - AVALIAÇÃO VIRTUAL - [AV2]

CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINORTE

PROVA AV2

VALOR DA PROVA: 7,0 pontos

CURSO: DIREITO TURMA: 22620191N

DISCIPLINA: 1706 - DIREITO PROCESSUAL PENAL I TURNO

PROFESSOR: EDUARDO BARBOSA LIMA CANUTO MAT ( ) VESP ( ) NOT ( X )

ENVIO: Até 20:00 do dia 17 de JUNHO de 2021. Prova ( ) Trab. ( )

QUESTÃO 1

Segue reportagem na íntegra:

Ozélio de Oliveira, que foi condenado pelo sequestro do cantor gospel Wellington Camargo,
irmão da dupla Zezé Di Camargo e Luciano, é um dos cinco mortos em um confronto com a Polícia
Militar (PM), em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), na madrugada
de sábado (9). A informação sobre Ozélio foi confirmada ao G1 pelo delegado Fábio Machado.

Wellington Camargo foi sequestrado em 16 de dezembro de 1998 em sua casa, no Jardim


Europa, em Goiânia, por quatro homens armados, e foi resgatado no dia 21 de março de 1999
(Relembre o caso ao final da reportagem).
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Os cinco mortos na madrugada de sábado eram suspeitos de planejar o sequestro de um
empresário paranaense e foram localizados em dois carros após um trabalho de inteligência da
polícia.

Nesta quarta-feira (13), a Polícia Militar do Paraná informou que a corporação soube da
existência do plano de sequestro por denúncias e que o confronto ocorreu após tentativa de
abordagem dos suspeitos. Os nomes dos demais mortos não foram divulgados.

De acordo com a PM, nenhum policial foi ferido.

"Eles vieram de São Paulo, eram faccionados, do crime organizado, e estavam envolvidos
com situações criminosas", disse o tenente Cruz, da Polícia Militar, logo após o confronto.

Relembre o sequestro de Wellington Camargo

Após o sequestro de Wellington Camargo, o primeiro contato dos sequestradores com a


família dele foi feito cinco dias depois. Na ocasião, Wellington conversou por telefone com o irmão
Emanoel Camargo, que era o porta-voz da família nas negociações.

Na madrugada do dia 13 de março de 1999, os sequestradores enviaram a uma emissora


de televisão de Goiânia um pedaço da orelha de Wellington e um bilhete, para pressionar a família
a pagar o resgate. Após dois dias, exames confirmaram que a orelha era mesmo da vítima.

Cantor Wellington Camargo diz ainda ter 'pesadelo' 15 anos após sequestro

O resgate no valor de US$ 300 mil foi pago em 20 de março. No dia seguinte, Wellington foi
deixado pelos sequestradores dentro de um buraco, a 150 metros de uma estrada vicinal, entre
Goiânia e Guapó, na Região Metropolitana.

O cantor saiu do matagal e foi encontrado por dois motociclistas, que o reconheceram.

Em 23 de março de 1999, três dias após o pagamento do resgate, sete dos dez acusados
de participarem do sequestro de Wellington foram presos em Campo Grande (MS).

No dia 24, eles foram transferidos para Goiânia. Os outros três integrantes da quadrilha
acabaram presos posteriormente. Eles faziam parte de um grupo conhecido como "Quadrilha dos
Oliveira", que, segundo a polícia, era chefiado por Osmar Martins e Ozélio Oliveira.

A condenação de sete acusados presos ocorreu em novembro de 1999. Os demais, como


ainda estavam foragidos, foram julgados em processos separados.

Endereço eletrônico da reportagem:

https://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2021/01/13/sequestrador-de-irmao-de-zeze-di-
camargo-e-luciano-e-um-dos-mortos-em-confronto-em-sao-jose-dos-pinhais-diz-policia-
civil.ghtml

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Considerando a situação narrada, bem como os estudos acerca dos temas objeto da
questão, responda, conforme o que se pede e de acordo com as instruções apresentadas, a
seguinte sentença abaixo:

O sequestro de Wellington Camargo, irmão da dupla de cantores Zezé Di Camargo e


Luciano, foi um dos assuntos mais debatidos no ano de 1999 e até hoje é utilizado como referência
nas aulas dos cursos de direito.

Conforme reportagem, sua captura se deu em Goiânia e em seguida foi levado para um
município do interior de Goiás.

Considerando o deslocamento dos sequestradores e a passagem por municípios dentro do


Estado de Goiás, a competência do processamento e julgamento do presente crime de sequestro
será, independentemente de qualquer circunstância, do juízo do local da captura da vítima, ou seja,
de Goiânia, capital do Estado de Goiás.

1. Valor: 0,5 - A afirmação está:

2. Valor: 0,5 - A base, legal e ou jurisprudencial, que confirma sua indicação acima é:

3. Valor: 0,75 - Justifique suas afirmações anteriores:

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QUESTÃO 2

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Segue reportagem na íntegra:

A Polícia Civil desvendou um crime de tentativa de latrocínio ocorrido, neste sábado (12), no
município de Pacajá, sudeste paraense. Dois envolvidos no crime foram presos em flagrante. Os
acusados são Dário Santos de Jesus, 21 anos, e Rayfran da Silva Franco, 20 anos. As informações
apuradas são de o fato criminoso ocorreu por volta de 11:30 da manhã, na Fazenda Deus Me Deu,
localizada na Vicinal KM 309, zona rural do município. A vítima é o fazendeiro Antônio Francisco
Chagas, 57 anos, dono da propriedade rural. As primeiras informações apuradas, logo após o
crime, foram que a vítima estava no quintal de sua residência, onde foi atingido por um disparo de
arma de fogo, do tipo espingarda calibre 20.

As investigações apontaram que os dois presos atiraram na vítima, pois pretendiam roubar
gado da fazenda que é de propriedade da vítima e da esposa dele, ambos idosos. Um dos
acusados, Rayfran, havia sido acolhido na fazenda pelo idoso e estava hospedado havia 15 dias
na propriedade. A vítima foi levada com vida ao Hospital de Pacajá e não corre risco de morrer. Na
ocasião do disparo, segundo relatos da vítima, o acusado teria dito no local do crime que o tiro teria
sido acidental.

Em sua versão, o acusado alegou que, no momento em que manuseava a arma, pretendia
atingir um gavião, mas acabou atingindo a vítima sem querer. No entanto, essa versão foi derrubada
pelas investigações que provaram a verdadeira intenção do acusado e do comparsa em cometer o
crime de latrocínio. "Informações obtidas pela equipe conjecturam que a dupla aproveitou da boa
vontade do casal de idosos e tentou roubar o gado das vítimas", explicou o delegado Walmir Racine,
titular da Delegacia de Pacajá.

A equipe de plantão da Delegacia de Pacajá, formada pelos investigadores Melo e Rudson,


e escrivão Mário Sérgio, sob coordenação do delegado, no decorrer da apuração do crime, efetuou
a prisão em flagrante de Rayfran e do comparsa dele no crime, Dário de Jesus. Ambos foram
autuados por tentativa de latrocínio contra o fazendeiro e estão presos à disposição da Justiça.

Endereço eletrônico da notícia:

https://www.policiacivil.pa.gov.br/polícia-civil-desvenda-tentativa-de-latrocínio-com-
prisão-de-autores-do-crime-em-pacajá

Considerando a situação narrada, bem como os estudos acerca dos temas objeto da
questão, responda, conforme o que se pede e de acordo com as instruções apresentadas, a
seguinte sentença abaixo:

A notícia trata da prisão de acusados envolvidos em crime de latrocínio. Consta nas


informações que um dos acusados durante o interrogatório na delegacia, afirmou que ao manusear
a arma de fogo, buscava atingir um gavião.

Considerando a inusitada versão, resta claro que, ao tentar se defender do crime de


latrocínio, o referido acusado, acaba por confessar a tentativa da prática do crime ambiental previsto
no artigo 29 da Lei 9.605/98, assim, é possível afirmar que a presente confissão é considerada
prova para o processo penal, inclusive capaz de justificar sua condenação em eventual ação penal.

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1. Valor: 0,5 - A afirmação está:

2. Valor: 0,5 - A base, legal e ou jurisprudencial, que confirma sua indicação acima é:

3. Valor: 0,75 - Justifique suas afirmações anteriores:

QUESTÃO 3

5
Endereço eletrônico da notícia:

http://gazetabragantina.com.br/2021/05/07/autuado-por-homicidio-e-outros-crimes-
em-menos-de-48-horas-cpj-identifica-autor-de-atropelamento-homem-nao-tinha-cnh/

Considerando a situação narrada, bem como os estudos acerca dos temas objeto da
questão, responda, conforme o que se pede e de acordo com as instruções apresentadas, a
seguinte sentença abaixo:

As informações apresentadas na reportagem indicam que o acusado cometeu o crime de


homicídio, que conforme a Constituição Federal, artigo 5º, XXXVIII, é crime doloso contra a vida e
por isso será julgado pelo tribunal do júri. Além do homicídio, cometeu também os crimes comuns
de fraude processual e omissão de socorro.

Portanto, conforme as regras de definição de competências processuais, o presente caso


tem como juízo competente para o julgamento do crime doloso contra a vida o tribunal do júri, e os
demais crimes comuns – fraude processual e omissão de socorro - devem ser julgados por uma
das varas criminais ordinárias territorialmente competentes.

1. Valor: 0,5 - A afirmação está:

2. Valor: 0,5 - A base, legal e ou jurisprudencial, que confirma sua indicação acima é:

3. Valor: 0,75 - Justifique suas afirmações anteriores:

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QUESTÃO 4

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Segue reportagem na íntegra:

Sexta Turma reconhece como ilegal invasão domiciliar em crime de tráfico de drogas

Em decisão unânime, a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve


absolvição de um homem acusado de tráfico de entorpecentes ao reconhecer a ilicitude de prova
colhida em busca realizada no interior de sua residência sem autorização judicial.

De acordo com o processo, o denunciado, ao avistar policiais militares em patrulhamento de


rotina em local conhecido como ponto de venda de drogas, correu para dentro da casa, onde foi
abordado.

Após buscas no interior da residência, os policiais encontraram, no banheiro, oito pedras de


crack e, no quarto, dez pedras da mesma substância. Pelo crime previsto no artigo 33 da lei
11.343/06, o homem foi condenado, em primeira instância, à pena de quatro anos e dois meses de
reclusão, em regime inicial semiaberto.

Absolvição

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, no entanto, absolveu o acusado, com


fundamento no artigo 386, II, do Código de Processo Penal, por considerar ilícita a violação
domiciliar. Segundo o acórdão, “o fato de alguém retirar-se para dentro de casa ao avistar uma
guarnição da PM não constitui crime nem legitima a perseguição ou a prisão, menos ainda a busca
nessa casa, por não ser suficientemente indicativo de algum crime em curso”.

No STJ, o Ministério Público alegou que "havia situação de flagrância autorizadora do


ingresso em residência e das buscas pessoal e domiciliar, de forma que não houve a aventada
invasão de domicílio, causa da suposta ilicitude da prova coligida aos autos".

O relator do recurso da acusação, ministro Rogerio Schietti Cruz, não entendeu da mesma
forma. Segundo ele, o contexto fático anterior à invasão não permitia a conclusão da ocorrência de
crime no interior da residência que justificasse o ingresso dos agentes.

Mera intuição

“A mera intuição acerca de eventual traficância praticada pelo recorrido, embora pudesse
autorizar abordagem policial em via pública, para averiguação, não configura, por si só, justa causa
a autorizar o ingresso em seu domicílio, sem o consentimento do morador – que deve ser mínima
e seguramente comprovado – e sem determinação judicial”, disse o ministro.

Ele reconheceu que o combate ao crime organizado exige uma postura mais enérgica por
parte das autoridades, mas afirmou que a coletividade, “sobretudo a integrada por segmentos das
camadas sociais mais precárias economicamente”, precisa ver preservados seus “mínimos direitos
e garantias constitucionais”.

Entre esses direitos, destacou Schietti, está o de “não ter a residência invadida, a qualquer
hora do dia, por policiais, sem as cautelas devidas e sob a única justificativa, não amparada em

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elementos concretos de convicção, de que o local supostamente seria um ponto de tráfico de
drogas, ou que o suspeito do tráfico ali se homiziou”.

O relator ressalvou a eventual boa-fé dos policiais militares – sujeitos “a situações de risco
e à necessidade de tomada urgente de decisões” –, mas, como decorrência da doutrina dos frutos
da árvore envenenada, prevista no artigo 5º, LVI, da Constituição Federal, declarou nula a prova
derivada da conduta ilícita e manteve a absolvição do réu, no que foi acompanhado pela Sexta
Turma.

Endereço eletrônico da notícia:

https://stj.jusbrasil.com.br/noticias/454412317/sexta-turma-reconhece-como-ilegal-
invasao-domiciliar-em-crime-de-trafico-de-drogas

Considerando a situação narrada, bem como os estudos acerca dos temas objeto da
questão, responda, conforme o que se pede e de acordo com as instruções apresentadas, a
seguinte sentença abaixo:

Conforme análise realizada nas nossas aulas acerca da utilização da prova ilícita, resta
corroborado que uma condenação não pode ser lastreada em uma prova obtida através de meios
ilícitos, especialmente a da espécie da prova ilícita originária.

Destarte, é possível afirmar categoricamente que em situação alguma será válido a utilização
da prova ilícita originária no processo penal, notadamente, tendo como referência as orientações
constitucionais e legais.

1. Valor: 0,5 - A afirmação está:

2. Valor: 0,5 - A base, legal e ou jurisprudencial, que confirma sua indicação acima é:

3. Valor: 0,75 - Justifique suas afirmações anteriores:

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BOA PROVA!

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