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COMARCA: GOIÂNIA
A2
COMARCA: GOIÂNIA
VOTO
Da Admissibilidade
Do Mérito Recursal
À mov. 03, arquivo 04, pág. 122 – (PDF), na R.A.I nº 25563692, foram
apresentadas as imagens de como estaria a “estufa” para realização da
semeação e cultivo da droga. Em mov. 01, arquivo 05, Pág. 51 – (PDF), foi
anexado o Laudo Pericial Criminal (Constatação) em todos os
entorpecentes apreendidos.(…).”
Isto posto, REJEITO a denúncia, com fundamento no artigo 395, inciso III,
do Código de Processo Penal. (…).”
Nesse sentido, da leitura dos depoimentos prestados em sede inquisitorial extrai-se que
os policiais que participaram da diligência estavam em patrulhamento ostensivo pela região
quando visualizaram um indivíduo saindo de sua residência com um pacote em mãos. Os
Policiais Militares relataram que, assim que o homem visualizou a viatura, ficou bastante nervoso,
mudou de direção e se dirigiu ao portão de sua residência novamente. Diante da atitude suspeita,
a equipe resolveu realizar a abordagem, ocasião em que o indivíduo abordado foi identificado
como MURILLO MEDEIROS SILVA. Durante a busca pessoal, foi encontrada, em seu poder,
uma porção de substância esverdeada semelhante à maconha, a qual estava dentro da
embalagem. Após, os policiais relataram terem notando um forte odor da mesma substância,
vindo do interior da residência. Assim, questionaram ao requerido MURILLO MEDEIROS SILVA
sobre a droga que estava em sua posse, tendo ele afirmado que fazia o cultivo em sua
residência.
Assim, impende ressaltar que, nesse momento processual, considero temerário afirmar,
de maneira peremptória, que não existe justa causa para a ação penal, diante do acervo colhido
na fase investigativa, pois a dinâmica dos fatos acima descritos demonstra a existência de
fundada suspeita de flagrante delito acerca da ocorrência de tráfico de substâncias
entorpecentes, em via pública, por parte dos recorridos, o que é suficiente para justificar o
ingresso dos policiais na residência, sem ordem judicial, não sendo possível atestar, por ora, o
desrespeito à inviolabilidade domiciliar, insculpida no art. 5º, inc. XI, da CF, sendo certo que a
avaliação acerca da (i)licitude da ação policial e dos elementos indiciários poderão ser
aprofundados e melhor debatidos no bojo da ação penal, seara adequada ao revolvimento do
arcabouço fático probatório, garantindo-se às partes processuais o devido processo legal, com
exercício efetivo das garantias do contraditório e da ampla defesa, na esteira do que já foi
deliberado pelo colendo Supremo Tribunal Federal, nos seguintes termos:
Por derradeiro, verifica-se que a peça acusatória preenche todos os requisitos exigidos
pelo art. 41 do CPP e encontra-se respaldada por substratos probatórios consistentes a respeito
da materialidade e dos indícios de autoria do crime imputado aos recorridos, ausentes, pois, as
hipóteses de rejeição da inicial acusatória, descritas no art. 395 do CPP.
É como VOTO.
A2
1Manual de Processo Penal, volume único, 12ª ed. rev., atual. e ampl., São Paulo: Editora JusPodivm, 2023, p.
1.251.
ACÓRDÃO
Esteve presente e fez sustentação oral o advogado do 2º recorrido, Dr. Victor José da
Silva, OAB/GO 65296A.
Relator
S2