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I - DOS FATOS
Relata o BOPM que, durante “batida policial” na Rua Levi Antunes de Souza, 2324, Centro, em Nova
alvorada do Sul-MS, em local de residência dos pacientes, foram autuados em flagrante delito pela suposta
prática de tráfico e associação para o tráfico, delitos tipificados respectivamente nos artigos 33 e 35 da
Lei 11.343/2006.
O paciente teve a sua prisão preventiva decretada mediante decisão do Meritíssimo Juiz, em audiência de
custódia, convertendo a prisão em flagrante em prisão preventiva, com base, em suma, no argum ento
principal de que o paciente teria praticado crime de extrema gravidade, fato este que tornaria necessária a
manutenção da custódia para a garantia da ordem pública e que as medidas cautelares diversas da prisão se
revelam inadequadas.
II – DO DIREITO
II - acaba de cometê-la;
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da
infração;
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.
II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei;
III - quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo;
V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza;
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seg uintes:
Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro)
horas após a realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a presença do
acusado, seu advogado constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério
Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente: (Redação dada pela Lei nº 13.964,
de 2019)
De acordo com a súmula 145 do Supremo Tribunal Federal, “não há crime quando a preparação do flagrante
pela polícia torna impossível a sua consumação”, ou seja, não há crime quando o fato é preparado mediante
provocação ou induzimento, direto ou por concurso, de autoridade, que o faz para fim de aprontar ou arranjar
o flagrante.
A súmula, portanto, incide no momento em que a autoridade policial, provoca a execução do delito,
surpreendendo o indivíduo em flagrante, interferindo, consequentemente na sua consumação, resultando,
como entendimento de nossa corte suprema, o crime impossível e o flagrante nulo.
Portanto, tratando-se de verdadeiro crime de ensaio, configura-se forma irregular de prisão, não tendo valor
como peça coercitiva da liberdade.
Ou seja, o flagrante preparado é ilegal e se denomina como crime impossível, baseado na espécie de crime
impossível por obra do agente provocador, onde verificamos o comportamento instigador da polícia,
evitando desta forma a consumação do crime, excluindo por consequente sua tipicidade.
Há, pois, provocação sempre que a polícia intervier, direta ou indiretamente, no próprio iter criminis, uma
ação que leve o suspeito a cometer um determinado crime que não cometeria se não fosse a atuação policial.
Por hora, cumpre ressaltar, que, com a intervenção policial, estes, agem para que o resultado seja
evitado. Estamos diante do fato de que, o meio utilizado para configuração do crime, seja absolutamente
ineficaz à consumação impedindo o resultado advindo da conduta.
LOPES JR. esclarece que referido flagrante não passa de uma cilada, uma encenação teatral, tendo em vista
que o agente é induzido à prática de um delito por um agente provocador, geralmente um policial ou alguém
a seu serviço
Periculum In Mora verifica-se o receio que a demora da decisão judicial cause um dano grave ou de difícil
reparação ao bem tutelado.
Isso frustraria por completo a apreciação ou execução da ação principal.
Portanto, juntamente com o fumus boni iuris, o periculum in mora é requisito indispensável para a
proposição de medidas com caráter urgente (medidas cautelares, antecipação de tutela).
Fumus Boni Iuris verifica-se um sinal ou indício de que o direito pleiteado de fato existe.
Não há, portanto, a necessidade de provar a existência do direito, bastando a mera suposição de
verossimilhança.
Esse conceito ganha sentido especial nas medidas de caráter urgente, juntamente com o periculum in mora.
A configuração do periculum in mora exige a demonstração de existência ou da possibilidade de ocorrer um
dano jurídico ao direito da parte de obter uma tutela jurisdicional eficaz na ação principal.
III – DO PEDIDO
Ante o exposto, requer que seja concedida a ordem de habeas corpus, liminarmente, em favor do paciente,
uma vez que presentes a probabilidade de dano irreparável e a fumaça do bom direito, a fim de que seja
relaxada a prisão em flagrante ou concedida a liberdade provisória com ou sem medidas cautelares e com ou
sem fiança, no que for mais favorável ao paciente e expedido o competente alvará de soltura.
Requer a concessão da presente ordem de habeas corpus com a consequente expedição de alvará de soltura,
concessão da liminar, regular prosseguimento do feito e no mérito a concessão definitiva do presente writ.
Requer ainda o regular prosseguimento do feito com a ratificação da liminar concedida, decretando-se a
liberdade provisória ao paciente.
Nesses termos,
Nome do advogado.
OAB do Advogado.