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1. SÍNTESE FÁTICA
2. DO MÉRITO
2.1 DO RELAXAMENTO DA PRISÃO PREVENTIVA
O Requerente não ostenta quaisquer das hipóteses situadas no art. 312 do Código
de Processo Penal, as quais, nesse ponto, poderiam inviabilizar o pleito de liberdade
provisória.
Como se vê, o Requerente, perante a autoridade policial respondeu às perguntas
formuladas e explicou que por desatenção acabou colidindo, demonstrou em sua defesa
preliminar que é réu primário e de bons antecedentes, comprovando, mais, possuir
residência fixa, morando no mesmo lugar há mais de vinte anos e ocupação lícita, sendo
dono de uma pequena oficina de veículos.
Não é preciso muitas delongas para saber-se que é regra fundamental, extraída da
Carta Magna, que é dever de todo e qualquer magistrado motivar suas decisões judiciais, à
luz do que reza o art. 93, inc. IX da Constituição Federal:
- A interpretação do art. 310, II, do CPP deve ser realizada à luz dos
arts. 282, § 2º, e 311, também do mesmo estatuto processual penal, a
significar que se tornou inviável, mesmo no contexto da audiência
de custódia, a conversão, de ofício, da prisão em flagrante de
qualquer pessoa em prisão preventiva, sendo necessária, por isso
mesmo, para tal efeito, anterior e formal provocação do Ministério
Público, da autoridade policial ou, quando for o caso, do
querelante ou do assistente do MP. Magistério doutrinário.
Jurisprudência." (STF MC em HC 186421 - SC, MIN. CELSO DE
MELO. 17/07/2020)
Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
Diante dos fatos narrados e por se tratar de um dos principais princípios trazidos
pelo nosso ordenamento jurídico, a liberdade deverá ser resguardada e a prisão será um
ato excepcional, quando não houver mais a possibilidade da manutenção da liberdade.
É válido ressaltar que o acusado é réu primário, possui residência fixa, dono de
estabelecimento, casado, pai de quatro filhos e não possui antecedentes criminais,
conforme documentos anexos. É a primeira vez que o Sr. Pedro se depara com essa
situação narrada nos fatos acima, então é possível que Vossa Excelência conceda o
pedido de liberdade provisória com fiança ao suposto acusado, visto que essa prisão é
uma medida excepcional, imposta somente em último caso.
Assim está disposto na Constituição Federal em seu artigo 5º, LXVI:
Destaca-se que o Requerente não possui alta periculosidade, nem está ligado a
qualquer organização criminosa, razão pela qual sua liberdade não ocasionará prejuízos à
ordem pública, nem tampouco a firmeza da instrução criminal, assim confirma o artigo
321 do Código de Processo Penal, vide baixo:
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5º, inciso LVII, consagra o princípio
da presunção de inocência, dispondo:
“ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal
condenatória”.
Nesse diapasão, o art. 8º, I, do Pacto de São José da Costa Rica, recepcionado em
nosso ordenamento jurídico (art. 5º, § 2º da CF/88 – Decreto Executivo 678/1992 e
Decreto Legislativo 27/1992), reafirma, em sua real dimensão o princípio da presunção
da inocência, in verbis:
“Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma sua inocência
enquanto não se comprove legalmente sua culpa”.
Desse modo, o requerente faz jus aos benefícios da liberdade provisória, nos termos
do artigo 350 do Código de Processo Penal.
Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a situação
econômica do preso, poderá conceder-lhe liberdade provisória,
sujeitando-o às obrigações constantes dos arts. 327 e 328 deste Código e
a outras medidas cautelares, se for o caso. (Redação dada pela Lei nº
12.403, de 2011).
Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, que
decidirá em 48 (quarenta e oito) horas. (Redação dada pela Lei nº 12.403,
de 2011).
Diante todo o exposto é evidente que a liberdade provisória é uma medida que deve
ser concedida com fiança, uma vez que, verificada a ausência dos requisitos previstos no
art. 312 do Código de Processo Penal.
Vale ressaltar que, fica a cargo de Vossa Excelência a aplicação de alguma medida
cautelar diferente de prisão, sendo o caso, poderá aplicar medidas cautelares diversas da
prisão, conforme resguarda os artigos 282 e 321 do CPP. Portanto as medidas cautelares
da prisão estão presentes no artigo 319 do CPP, onde estas possuem a mesma finalidade
da prisão preventiva.
Desta forma, faz-se necessário a concessão de liberdade provisória ao requerente.
3. DOS PEDIDOS
Nesses termos,
DATA/LOCAL
ADVOGADO/OAB