EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOT JUIZ DE DIREITO 15ª VARA
CRIMINAL DA COMARCA DE MACEIÓ – ESTADO DE ALAGOAS
Processo nº. 0727029-33.2012.8.02.0001
JARDIAEL CORREIA DE SILVA, brasileiro, amasiado,
autônomo, portador do RG n° 7.853.924 SSP/AL, com domiciliado na Rua José Nobio, nº. 270 Povoado Poxim, Município de Coruripe – Estado de Alagoas, por seu advogado e bastante procurador, que esta subscreve, vem, mui respeitosamente, perante a presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 310, 316 e 318, inciso III do Estatuto Processual Penal, apresentar NOVO pedido de
LIBERDADE PROVISÓRIA ou PRISÃO DOMICILIAR
pelos motivos de fatos e de direito que a seguir passa a expor:
DOS FATOS
O peticionário já havia postulado anteriormente o pedido de
liberdade provisória, sob os consistentes argumentos de que é portador de bons antecedentes criminais (certidões já anexadas), primário e residência fixa.
O petitório daquela oportunidade foi negado pelo MM. Juiz,
acatando o parecer do ilustre representante do Ministério Público o qual fundava-se na Lei dos Crimes Hediondos, alegando ainda a garantia da ordem pública, tendo em vista a gravidade social configurada no crime de tráfico de drogas, restando configurado um dos requisitos autorizadores da prisão preventiva por se tratar a imputação que ora lhe é feita de tráfego de substância entorpecente. Ocorre que na ocasião pouco ou nada se sabia a respeito do peticionário, uma vez que hoje se tornou chefe de família, pois sua companheira a Sra. Ana Claudia dos Santos Silva, deu a luz ao seu primeiro filho, conforme declaração de nascimento anexa, necessitando assim, do amparo do requerente, que ainda só não registrou o menor porque encontra-se recolhido no sistema prisional.
O requerente possuí meios de sustento próprio, pois
trabalha em seu próprio estabelecimento, sendo proprietário de um salão de jogos eletrônicos, com vários Playstation, que fica em sua residência, conforme fotos anexas, o que lhe proporciona um padrão de vida condigno, não necessitando por estes motivos, de quaisquer meios ilícitos para auferir rendas.
Antes do nascimento de seu filho, sua esposa era quem
administrava o negócio, mais como está sob resguardo por conta do parto, sua companheira precisa dar a máxima atenção ao menor recém-nascido, tendo em vista a necessidade de permanência da criança com a mãe, especialmente por conta do aleitamento materno.
Deste modo, sua esposa e seu filho dependem
financeiramente do requerente para seus sustentos.
Portanto, Excelência, o peticionário tem ocupação lícita
em sua residência, tem um relacionamento estável, tem um filho a quem socorre e tem domicílio certo, consoante demonstra os documentos anexos.
O requerente não é nenhum delinquente que mereça estar
encarcerado, demonstrando que a substância apreendida destinava-se ao consumo próprio, o que, tristemente, só causaria prejuízo a ele próprio.
Assim, por medida de justiça, em obediência ao Artigo 5º,
LXVI da Constituição Federal e dispositivos legais de leis infraconstitucionais, requer o beneficio da liberdade provisória em favor do requerente.
DO DIREITO
O Requerente preenche os requisitos legais para a
concessão da liberdade provisória como passaremos a demonstrar:
O artigo 310 do Código de Processo Penal, em seu
parágrafo único, prevê as hipóteses em que o juiz poderá decretar a liberdade provisória: Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). I - relaxar a prisão ilegal; ou (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato nas condições constantes dos incisos I a III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a todos os atos processuais, sob pena de revogação. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
É o caso dos autos, em que inexistem os requisitos para a
prisão preventiva, ou seja:
A garantia da ordem pública não está em perigo com a
soltura do réu, tendo em vista que é um trabalhador honesto, responde somente a este crime; crime este que é de perigo abstrato, sendo que em nenhum momento expôs a coletividade a perigo concreto, sendo certo que não delinquirá se receber a benesse de responder ao processo em liberdade;
A instrução criminal não terá nenhum inconveniente
com a soltura do réu, tendo em vista que não prejudicará a instrução do processo em curso, e não se furtará ao cumprimento da reprimenda imposta. Ressalte-se que as provas já foram colhidas pelas autoridades policiais;
A aplicação da lei penal está assegurada, tendo em
vista que o réu tem residência fixa, família para sustentar com seu trabalho e ocupação honesta e lícita no seu estabelecimento comercial que fica em sua própria residência.
No sentido da possibilidade de responder em liberdade a este
processo é farta a jurisprudência, conforme: HABEAS CORPUS - PRISÃO PREVENTIVA - REVOGAÇÃO - RÉU PRIMÁRIO, DE BONS ANTECEDENTES, COM DOMICILIO CERTO ORDEM CONCEDIDA. PRISÃO PREVENTIVA - CUSTÓDIA DETERMINADA ANTE A AFIRMATIVA DA EXISTÊNCIA DE INDÍCIOS SUFICIENTES DE AUTORIA - IMPOSSIBILIDADE - SENDO O PACIENTE RÉU PRIMÁRIO, DE BONS ANTECEDENTES, COM DOMICILIO CERTO, FAZ "JUS" AO BENEFÍCIO DE ÁGUARDAR O JULGAMENTO DO PROCESSO EM LIBERDADE - REVOGAÇÃO DO DECRETO CAUTELAR". (TA/PR, HC 0086582500, 4ª Ccrim., j. 07/03/96, un., ac. 3138, pub. 22.03.96 – JUIS/Saraiva). (Grifo nosso).
Outra Jurisprudência:
PRISAO PREVENTIVA. AUSENCIA DE MOTIVACAO.
LIBERDADE PROVISORIA. ORDEM CONCEDIDA. H.C. Prisão em flagrante. Denúncia. Entorpecentes. Tráfico (art. 33, Lei 11.343/2006) e posse irregular de arma (art. 12, Lei 10.826/03). Liberdade provisória indeferida. Constrangimento. Se é verdade que a Lei 11.343/2006, em seu art. 44, veda a liberdade provisória, para os crimes previstos nos arts. 33, "caput" e par. 1., 34 e 37 da mesma lei, também é verdade que o art. 59, no caso de condenação, pelos mesmos crimes, permite o apelo em liberdade, se o réu for primário e de bons antecedentes. A vedação legal e automática à liberdade provisória não constitui norma de poder absoluto, devendo a sua interpretação e aplicação vincular-se aos princípios constitucionais fundamentais: devido processo legal, presunção de inocência, motivação das decisões. O direito à liberdade provisória constitui garantia constitucional (art. 5., LXVI, C.F.), e só pode ser negado se presente alguma das hipóteses que autorizam a prisão preventiva (art. 310, parágrafo único, C.P.P.). A necessidade da custódia cautelar deve estar, sempre, amplamente fundamentada. Não se pode restaurar a antiga prisão preventiva obrigatória, fundada na mera gravidade do crime, despida de qualquer motivação, violentando-se a norma constitucional. Tratando-se de crime hediondo, também a necessidade da custódia cautelar deve estar fundamentada de modo certo e objetivo, não se podendo presumir esta necessidade. A própria Lei 8.072/90, no seu art. 2., par. 2., determina que "em caso de sentença condenatória, o Juiz decidirá fundamentadamente se o réu poderá apelar em liberdade". Não se pode negar esse direito constitucional com a mera justificativa: "indefiro o pedido de liberdade provisória por expressa vedação legal". LIÇÃO DE PONTES DE MIRANDA: "A técnica da Justiça começa por enfrentar dois temas difícies: o da independência dos juízes e o da subordinação dos juízes à lei. Teremos ensejo de ver que a subordinação é ao direito, e não à lei, por ser possível a lei contra o direito". "A proibição de se aguardar o processo em liberdade, pela natureza do crime imputado no auto de prisão em flagrante, retiraria do Poder Judiciário a possibilidade de reparar qualquer lesão de direito. Na verdade, o julgador deverá conduzir seu raciocínio lógico- legal, com base nos princípios constitucionais e, só depois, nos infraconstitucionais" (Des. Silvio Teixeira). Ausentes os pressupostos da prisão preventiva nenhum deles sequer mencionado na decisão -, tem o Paciente direito à liberdade provisória. Ordem concedida. (TJRJ. HC - 2007.059.01084. JULGADO EM 13/03/2007. QUINTA CAMARA CRIMINAL - Unanime. RELATOR: DESEMBARGADOR SERGIO DE SOUZA VERANI)
INDO ALÉM, NÃO BASTA DIZER OU PRESUMIR QUE O
CRIME É GRAVE, ALIÁS, NÃO SE TRATA DE DEFENDER O CRIME, MAS SIM DE SE APLICAR O DIREITO PRIMÁRIO DO CIDADÃO, PREVISTO EM NOSSA CONSTITUIÇÃO E TAMBÉM NO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL.
MAIS AINDA, NÃO HÁ NOS AUTOS SEQUER A MERA
POSSIBILIDADE DA REITERAÇÃO DA PRÁTICA CRIMINOSA POR PARTE DO REQUERENTE, E O STJ TEM EXIGIDO CONCRETUDE.
Nessa linha, o renomado TOURINHO FILHO ensina que:
"Cabe ao Juiz, em cada caso concreto, analisar os autos e
perquirir se existem provas atinentes a qualquer uma daquelas circunstâncias. De nada vale seu convencimento pessoal. De nada vale a mera presunção. Se a Constituição proclama a "presunção de inocência do réu ainda não definitivamente condenado", como pode o Juiz presumir que ele vai fugir, que vai prejudicar a instrução, que vai cometer novas infrações? Como pode o juiz estabelecer presunção contrária ao réu se a Lei Maior proclama-lhe presunção de inocência? Dizer o Juiz "decreto a prisão pro conveniência da instrução" ou "para assegurar a aplicação da lei", ou "para garantir a ordem pública", diz magnificamente Tornaghi, é a mais rematada expressão da prepotência do arbítrio e da opressão." (Código de Processo Penal Comentado; vol. I; ed. Saraiva; 1996; p. 489). (Grifo nosso).
Nossa jurisprudência tem atacado veementemente tais
decisões:
HABEAS CORPUS. PROCESSO PENAL. PRISÃO
PREVENTIVA. GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA E DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL. CONVENIÊNCIA DA INSTRUÇÃO CRIMINAL. FUNDAMENTOS VINCULADOS A PRESUNÇÕES E CONSIDERAÇÕES SUBJETIVAS.- A prisão preventiva, como exceção à regra da liberdade, somente pode ser decretada mediante demonstração cabal de sua real necessidade. Presunções e considerações abstratas a respeito do paciente e da gravidade do crime que lhe é imputado NÃO CONSTITUEM bases empíricas justificadoras da segregação cautelar para garantia da ordem pública e da aplicação da lei penal, nem por conveniência da instrução criminal. Ordem concedida." (HC 90862lSP - São Paulo, Rel. Ministro Eros Grau, julgado em 03.4.2007). (Grifo nosso).
No Superior Tribunal de Justiça:
"Em nosso Estado de Direito, a prisão provisória é uma
medida excepcional e, por essa razão, não pode ser utilizada como meio generalizado de limitação das liberdades dos cidadãos". (Ministro Gilmar Mendes – H.C. 95.009-4 / SP). (Grifo nosso).
No ordenamento constitucional vigente, A LIBERDADE É
REGRA, excetuada apenas quando concretamente se comprovar, em relação ao indiciado ou réu, a existência de "periculum libertatis", o que não acontece no caso em tela.
Apenas a alegação de gravidade ou "HEDIONDEZ" do
crime não pode servir como motivo extra "legem" para a não concessão da liberdade provisória. Neste sentido duas decisões do Tribunal Regional Federal da 1ª. e 2ª. Regiões:
"TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª. REGIÃO -
RELATOR: DESEMBARGADORA FEDERAL LILIANE RORIZ – EMENTA: - TRÁFICO INTERNACIONAL DE ENTORPECENTES. LIBERDADE PROVISÓRIA. LEI Nº 8.072/90. GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. APLICAÇÃO DA LEI PENAL. 1. A manutenção da prisão em flagrante só se justifica quando presentes os requisitos ensejadores da prisão preventiva, nos moldes do disposto no artigo 310, parágrafo único do CPP. Nos termos do que determina o parágrafo único do artigo 310 do CPP, verificando o magistrado a ausência de qualquer das hipóteses autorizadoras da prisão preventiva, prevista no artigo 312 do CPP, deverá conceder a liberdade provisória. 2. O fato do tráfico internacional de entorpecentes se tratar de crime hediondo, por si só, não basta para impedir a liberdade provisória, sendo essencial que haja uma motivação para a preventiva. Precedente do STJ. 3. Ausentes os fundamentos da prisão preventiva, visto que, pela documentação juntada aos autos, observa-se que a ré – servidora pública municipal de Caxambu há cerca de 25 anos - goza de um bom conceito junto à sociedade daquela cidade, participando ativamente de atividades de cunho social, além de cursos de atualização diversos, tendo também comprovado seu endereço residencial fixo. 4. A prisão preventiva se baseou na necessidade de assegurar a aplicação da lei penal e como garantia da ordem pública, não persistindo a motivação apontada para a prisão preventiva , pois nada indica que continuará a delinqüir ou que se furtará à aplicação da lei penal. 6. Remanescendo apenas a vedação contida na Lei de Crimes Hediondos e não sendo esta suficiente para impedir a liberdade provisória da paciente, cabe sua liberação. 7. Ordem concedida.". (Grifo nosso).
No mesmo sentido:
"TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1ª. REGIÃO -
HABEAS-CORPUS Nº 2006.01.00.029151-5/MA - Processo na Origem: 200637000038590 - RELATOR: O EXMO. SR. JUIZ TOURINHO NETO – EMENTA: PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. CRIME HEDIONDO. TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES. LIBERDADE PROVISÓRIA. LEI 8.072, DE 1990. Não se justifica a denegação da liberdade provisória a só vedação prevista no inciso II do artigo 2º da Lei 8.072, de 1990, sendo necessário que o juiz fundamente a decisão em um dos requisitos estabelecidos no artigo 312 do CPP." (Grifo nosso).
TJSP: “Embora preso em flagrante por crime inafiançável,
pode o réu ser libertado provisoriamente, desde que inocorram razões para sua prisão preventiva” (RT 523/376)
TACRSP: “É possível a concessão de liberdade provisória
ao agente primário, com profissão definida e residência fixa, por não estarem presentes os pressupostos ensejadores da manutenção da custódia cautelar” (RJDTACRIM 40/321)
Não é diferente a orientação da doutrina, pois como leciona
Mirabete:
Inseriu a lei 6.416, de 24-5-77, outra hipótese de liberdade
provisória sem fiança com vínculo para a hipótese em que não se aplica ao preso em flagrante qualquer das hipóteses em que se permite a prisão preventiva. A regra, assim, passou a ser, salvo as exceções expressas, de que o réu pode defender-se em liberdade, sem ônus econômico, só permanecendo preso aquele contra o qual se deve decretar prisão preventiva. O dispositivo é aplicável tanto às infrações afiançáveis como inafiançáveis, ainda que graves, a réus primários ou reincidentes, de bons ou maus antecedentes, desde que não haja hipótese em que se possa decretar a prisão preventiva. Trata-se, pois, de um direito subjetivo processual do acusado, e não de uma faculdade do juiz, que permite ao preso em flagrante readquirir a liberdade por não ser necessária sua custódia. (MIRABETE, Júlio Fabbrini. Código de Processo Penal Interpretado. 11 ed. São Paulo: Atlas, 2003. P.777)
Assim sendo, conclui-se ser admissível a concessão da
liberdade provisória, nos termos do artigo 310, parágrafo único do Código de Processo Penal, haja vista que o acusado tem atividade profissional em seu próprio domicílio, é primário e sem antecedentes criminais, tem agora uma família constituída, não se justificando, portanto a manutenção da prisão em flagrante.
Contudo Senhor Magistrado, data máxima vênia, a prisão
preventiva merece ser REVOGADA, eis que ausentes os motivos para a subsistência da cautela de urgência na forma do art. 316 do CPP.
Assim, inocorrendo as hipóteses que, taxativamente, estão
dispostas no artigo 312, do Código de Processo Penal, qual seja, garantia da ordem pública, garantia da ordem econômica, conveniência da instrução criminal ou assegurara aplicação da lei penal, o requerente, faz jus ao direito constitucional da Liberdade Provisória, devendo ser expedido o competente alvará de soltura em favor do peticionário.
Da necessidade de soltura para cuidados com o filho e a esposa
Ainda que se entenda cabível a prisão preventiva, no caso,
de rigor seja ela aplicada na modalidade de prisão domiciliar, nos termos do artigo 318, inciso III, pelas razões que seguem.
A possibilidade de substituição da prisão preventiva pela
domiciliar, foi inserida no Código de Processo Penal pelo advento da Lei 12.403/11, que conferiu a seguinte redação ao artigo 318:
"Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela
domiciliar quando o agente for: I maior de 80 (oitenta) anos; II extremamente debilitado por motivo de doença grave; III imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência; IV gestante a partir do 7º (sétimo) mês de gravidez ou sendo esta de alto risco.
O requerente pretende o benefício, ora guerreado, haja
vista, haver demonstrado, claramente, o seu vínculo com a criança recém- nascida e, em particular, os cuidados especiais e imprescindíveis a ela destinados.
Conforme já exposto, a mãe do menor recém-nascido
encontra-se praticamente acamada, não tenho condições neste momento de trabalhar para cuidar do sustento de seu filho, e sendo o peticionário beneficiado com a prisão domiciliar, certamente voltará a exercer suas atividades de autônomo, pois seu negócio fica em sua própria residência, contribuindo assim para o sustento de sua família. Contudo, mostra viável a pretendida substituição, demostrando o requerente os requisitos necessários à sua concessão, haja vista, que está demonstrada a sua imprescindibilidade para os cuidados e sustento do infante.
Sendo assim, cabível, é o pedido de conversão da prisão
preventiva em prisão domiciliar, por interpretação extensiva, nos termos do artigo 318, inciso III.
DO PEDIDO
Ante ao exposto, conforme cabalmente demonstrado,
desde o início inexistiram motivos para a segregação do Requerente, e ora inexistem motivos a que ela perdure, pelas razões fáticas e jurídicas aduzidas, considerando-se ainda tudo mais que milita em favor do mesmo e que por certo o alto saber jurídico e senso de equidade de Vossa Excelência haverá de suprir, com fundamento no dispositivo anteriormente citado, requer o requerente, depois de ouvido o ilustre Sr. Promotor de Justiça:
1. os benefícios da LIBERDADE PROVISÓRIA a que tem direito,
expedindo-se, para tanto, o competente ALVARÁ DE SOLTURA;
2. se assim entender cabível a prisão preventiva, no caso, de rigor seja ela
substituída pela modalidade de PRISÃO DOMICILIAR, conforme os argumentos e fundamentações supra.