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Santarém – PA
2020
LIBERDADE PROVISÓRIA
DOS FATOS
Narram os autos, que o requerente foi preso em flagrante na data do dia 22 de abril de
2019, pela prática do crime tipificado no artigo 121 caput do Código Penal, encontrando-se
preso no Presídio Silvio Hall de Moura, sob a acusação de desferir golpes de faca em Carlos
Maia, por volta das 19 horas, no interior do bar situado na rua do Sol nº X, na cidade de
Santarém – PA.
Após uma briga com seu “amigo de bar” o requerente desferiu golpes de faca na vítima,
que não resistiu aos ferimentos, consequentemente vindo a óbito , em razão disso, o Delegado
de Policia, autuou o requerente em homicídio simples, art 121 caput do Código Penal.
DO DIREITO
Como bem se sabe, o art 310, III do Código de Processo Penal estabelece que “deverá
ser concedida liberdade provisória, com ou sem fiança, assim que recebido o auto de prisão em
flagrante”. Muito embora, o auto de prisão em flagrante tenha seguido todos os ditames legais,
e inafiançável o delito cometido pelo requerente, a prisão cautelar somente deve ser prorrogado
quando presentes os sustentáculos que autorizam a prisão preventiva.
A prisão cautelar é uma medida excepcional, visto que só será possível na presença do
periculum libertatis e fumus boni iuris. O art 5, LXVI da Constituição Federal, determina que
“ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória com
ou sem fiança”.
O mestre Norberto Avena discorre brilhantemente a cerca do instituto:
“A liberdade provisória é um direito subjetivo do
imputado nas hipóteses em que facultada por lei. Logo,
simples juízo valorativo sobre a gravidade genérica do
delito imputado, assim como presunções abstratas sobre a
ameaça à ordem pública ou a potencialidade a outras
práticas delitivas não constituem fundamentação idônea a
autorizar o indeferimento do benefício, se desvinculadas
de qualquer fator revelador da presença dos requisitos do
art. 312 do CPP. “(AVENA, Norberto Cláudio Pâncaro.
Processo Penal: esquematizado. 4ª Ed. São Paulo:
Método, 2018, p. 964)”.
DO PEDIDO
Ante o exposto, requer a Vossa Excelência, nos termos do art. 310, III, do Código de
Processo Penal, conceder-lhe liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a todos
os atos do processo, quando intimado.
Termos em que, ouvido o ilustre representante do Ministério Público e expedindo-se o
alvará de soltura, pede deferimento.
Termos em que,
pede deferimento.
Santarém, abril de 2020.
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Ellen Cristina Soares Sousa
OAB/PA:27020426