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DIREITO

PROCESSUAL
CIVIL
Ações Possessórias e Embargos de
Terceiros

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Ações Possessórias e Embargos de Terceiros

Sumário
Gustavo Deitos

1. Ações Possessórias..................................................................................................................... 4
1.1. Teoria e disposições gerais. . .................................................................................................... 4
1.2. Procedimento da manutenção e da reintegração de posse...........................................13
1.3. Interdito proibitório. . .............................................................................................................. 18
2. Embargos de terceiro (ET)........................................................................................................19
Questões de Concurso.................................................................................................................. 27
Gabarito............................................................................................................................................44
Gabarito Comentado..................................................................................................................... 45

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Ações Possessórias e Embargos de Terceiros
Gustavo Deitos

Ações Possessórias e Embargos de Terceiro


Olá, querido(a) aluno(a) do Gran Cursos Online! Espero encontrá-lo muito bem! Neste cur-
so, apresento-lhe várias aulas autossuficientes de direito processual civil, com o objetivo de
lhe disponibilizar, de forma prática e completa, o substrato de conteúdo necessário para ter o
melhor desempenho possível na prova.
Esta aula, assim como as demais aulas em PDF, foi elaborada de modo que você possa
tê-la como fonte autossuficiente de estudo, isto é, como um material de estudo completo e
capaz de possibilitar um aprendizado tão integral quanto outros meios de estudo.
A preferência por aulas em PDF e/ou vídeos pertence a cada aluno, que, individualmente,
avalia suas facilidades e necessidades, a fim de encontrar seus meios de estudo ideais. Dessa
forma, o aluno pode optar pelo estudo com aulas em PDF e vídeos, ou somente com um ou
outro meio.
Aqueles que preferem estudar somente com materiais em PDF terão o privilégio de contar
com as aulas em PDF autossuficientes do nosso curso, a exemplo desta aula. De qualquer
forma, nada impede que as aulas em PDF sejam utilizadas como fonte de estudos de forma
aliada com as aulas em vídeo do Gran Cursos Online. Tudo depende, unicamente, da preferên-
cia de cada aluno.
Nesta aula, estudaremos especialmente os seguintes tópicos de Direito Processual Civil:
• Teoria e disposições gerais sobre as ações possessórias;
• Ação de reintegração de posse;
• Ação de manutenção de posse;
• Interdito proibitório;
• Embargos de terceiro.

A aula é acompanhada de exercícios selecionados e reunidos de modo a abranger todos os


pontos importantes da aula, a fim de que seu conhecimento seja ainda mais solidificado. O nú-
mero de exercícios é determinado de acordo com dois parâmetros: complexidade do conteúdo
e número de questões de concursos existentes. Por resultado, o número de exercícios dispo-
nibilizados é determinado de modo que seu conhecimento sobre os temas seja efetivamente
testado e fixado, mas sem que haja uma repetição obsoleta.
Nosso curso possibilita a avaliação de cada aula em PDF de forma fácil e rápida. Consi-
dero o resultado das avaliações extremamente importante para a continuidade da produção
e edição de aulas, como fonte fidedigna e transparente de informações quanto à qualidade
do material.
Peço-lhe que fique à vontade para avaliar as aulas do curso, demonstrando seu grau de
satisfação relativamente aos materiais. Seu feedback é importantíssimo para nós. Caso você
tenha ficado com dúvidas sobre pontos deste material, ou tenha constatado algum problema,
por favor, entre em contato comigo pelo Fórum de Dúvidas antes de realizar sua avaliação.

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Ações Possessórias e Embargos de Terceiros
Gustavo Deitos

Procuro sempre fazer todo o possível para sanar eventuais dúvidas ou corrigir quaisquer pro-
blemas nas aulas.
Cordialmente, torço para que a presente aula que seja de profunda valia para você e sua
prova, uma vez que foi elaborada com muita atenção, zelo e consideração ao seu esforço, que,
para nós, é sagrado.
Caso fique com alguma dúvida após a leitura da aula, por favor, envie-a a mim por meio do
Fórum de Dúvidas, e eu, pessoalmente, a responderei o mais rápido possível. Será um grande
prazer verificar sua dúvida com atenção, zelo e profundidade, e com o grande respeito que
você merece.
Bons estudos!
Seja imparável!

1. Ações Possessórias
1.1. Teoria e disposições gerais
Logo de início, você precisa saber que existem duas formas de tutela da posse: a autotu-
tela e a heterotutela.
• AUTOTUTELA: É prevista no art. 1.210, § 1º do Código Civil: “O possuidor turbado, ou
esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça
logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manuten-
ção, ou restituição da posse.”. Trata-se da possibilidade de o possuidor, mediante seus
próprios meios, “tomar de volta” ou defender a posse do bem, sem o ajuizamento de
nenhuma ação.
− Quando pretender manter a posse turbada, o possuidor poderá praticar atos de de-
fesa.
− Quando pretender tomar de volta a posse esbulhada, o possuidor poderá praticar o
desforço possessório.
• HETEROTUTELA: É o manejo de ação judicial destinada à manutenção ou à reintegração
da posse de um bem, isto é, mediante o ajuizamento das ações possessórias.

O exercício da autotutela não é condição para o ajuizamento da ação possessória. O pos-


suidor, ao ser esbulhado/turbado, tem apenas a faculdade de praticar atos de defesa e de
desforço possessório (autotutela da posse). Se quiser, o possuidor pode limitar-se a apenas
ajuizar a ação possessória.
O objeto de nossa aula é o estudo da heterotutela da posse, ou seja, é o estudo das ações
possessórias.
Ação possessória é um gênero que pode ser compreendido por meio de três diferen-
tes espécies:

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Ação de reintegração de posse (posse já perdida – esbulho)

Exemplo: Um terreno é invadido e seu dono é expulso das terras à força.


• Ação de manutenção de posse (posse perturbada, ou “turbada”, sem efetivo esbulho)

Exemplo: Um terceiro destrói o cercado de um terreno, ou tranca o portão de entrada de um


sítio.

Interdito proibitório (ameaça de turbação ou esbulho iminente).

Exemplo: Um grupo de manifestantes permanece em frente a determinado imóvel, manifestan-


do a intenção de invadi-lo, mas ainda sem praticar nenhum ato de tentativa.

DICA!
Na ação de reintegração de posse, a posse já foi perdida, ten-
do ocorrido o chamado esbulho.
Na ação de manutenção de posse, a posse ainda não foi per-
dida, mas está sendo perturbada (turbada) por um terceiro, ile-
gitimamente.
Na ação de interdito proibitório, a posse não foi perdida nem
perturbada, mas existe real ameaça de que se inicie a pertur-
bação ou o esbulho.

As ações possessórias servem para a tutela de bens móveis e imóveis, mas são mais co-
muns com relação a imóveis.
Para ajuizar a ação possessória, o autor deve comprovar sua legitimidade ativa demons-
trando que é possuidor do bem tratado na ação.
O possuidor pode ser tanto o possuidor indireto (proprietário de bem alugado, por exem-
plo) quanto o possuidor direto (locatário, por exemplo).
Inclusive, é possível que o possuidor direto defensa sua posse contra o possuidor indireto.
É o que autoriza o art. 1.197 do Código Civil: “A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu
poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem
aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto.”.
Veja, agora, o que dispõe o art. 73, § 2º do CPC:

Art. 73, § 2º Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é indis-
pensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado.

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As ações possessórias, em suas diferentes espécies, envolvem efetivo esbulho ou turba-


ção da posse de bem do autor. Elas não envolvem, necessariamente, um direito real, pois o
bem jurídico tutelado nestas ações é a posse, e não a propriedade. Afinal, o bem de posse
esbulhada/turbada não tem sua propriedade (direito real) afetada em nenhum aspecto.
Portanto, a regra do litisconsórcio entre cônjuges nas ações possessórias é diferente: só
haverá necessidade de participação do cônjuge do autor ou do réu em dois casos:
• 1) Cônjuges/companheiros eram conjuntamente possuidores do bem (compossuido-
res);
• 2) O esbulho ou a turbação tenha sido cometido por ambos os cônjuges/companheiros.

A mesma lógica acima vale para os companheiros conviventes em união estável.

1.1.1. Competência

A competência material para processar e julgar ações possessórias é, como regra geral,
da Justiça Estadual.
A competência será da Justiça Federal quando envolver direitos indígenas (art. 109, inciso
XI) e interesses da União, de suas autarquias e de suas empresas públicas (art. 109, inciso I).
É possível, ainda, que a competência seja da Justiça do Trabalho: quando a ação possessó-
ria tiver por causa de pedir algum fato decorrente do exercício do direito de greve ou da relação
de trabalho (Ex.: empregado demitido que não se retira de habitação concedida pelo emprega-
dor). É o que preceitua a Súmula Vinculante n. 23 do STF:
Súmula Vinculante n. 23
A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória ajuizada em
decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada.
As ações decorrentes do exercício do direito de greve não favorecem somente os tra-
balhadores.
Portanto, se a empresa tiver a posse de seus bens esbulhada, turbada ou ameaçada, po-
derá ajuizar alguma das três espécies de ações possessórias na Justiça do Trabalho. Nesse
caso, o juiz competente será o do local da situação do imóvel (art. 47, § 2º, CPC). Se o bem
não for imóvel, a regra de competência aplicável poderá ser a geral: prestação de serviços dos
empregados envolvidos (art. 651 da CLT).

A Súmula Vinculante n. 23 fala que ação possessória poderá ser julgada pela Justiça do Tra-
balho se decorrer do exercício do direito de greve. Outros casos que envolvam empregado e
empregador, como locação e comodato, são abrangidos pela competência da Justiça Comum,
e não se enquadram na referida súmula.

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Quanto à competência territorial, devemos partir da seguinte regra:

Art. 47, § 2º A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo
tem competência absoluta.

Importantíssimo: o § 2º institui uma relevantíssima exceção à regra geral, que você deve co-
nhecer em razão de ser muito explorada em prova.

Você está cansado de saber, a esta altura, que a competência territorial é eminentemente
relativa, e pode ser prorrogada se o réu nada alegar em preliminar de contestação.
A regra de competência do § 2º, que determina o foro de situação da coisa como compe-
tente para a ação possessória imobiliária, é de competência territorial, certo?

O § 2º do art. 47 estabelece a única hipótese (excepcional) em que uma regra de compe-


tência territorial terá caráter de competência absoluta!
Isso mesmo! O foro territorialmente competente para processar e julgar a ação possessó-
ria pertinente a imóveis (imobiliária) é de ordem pública, com status de competência absoluta,
e não pode ser prorrogado ou derrogado. Ademais, pode o juiz conhecer de eventual incompe-
tência territorial da ação possessória imobiliária de ofício.
Todavia, se o bem turbado/esbulhado/ameaçado for um bem móvel, será aplicada a regra
geral do art. 46 do CPC: “A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens mó-
veis será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu.”.

DICA!
Quando o bem objeto da ação possessória for móvel: compe-
tência do foro do domicílio do réu (competência relativa).
Quando o bem for imóvel: competência do foro da situação da
coisa (competência absoluta).

1.1.2. Disposições gerais do CPC

Neste subcapítulo, abordaremos, mediante comentários individualizados, os artigos das


disposições gerais do CPC, aplicáveis a todas as ações possessórias.

CAPÍTULO III
DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS

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Seção I
Disposições Gerais
Art. 554. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça
do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados.

O caput do art. 554 é muitíssimo cobrado em provas, e merece toda a sua atenção.

Muitas vezes, no mundo da prática, é difícil para as partes e para o juiz interpretarem se
determinada situação configura esbulho (perda da posse) ou turbação (perturbação da posse
ainda não esbulhada). Nestas situações, a diferença entre uma e outra é muito tênue, e pode
gerar diferentes interpretações para lados opostos: uns entendem que é esbulho, outros, que
é turbação.
Para prevenir a sociedade do risco de “errar” a ação nas situações em que a diferença entre
esbulho e turbação é tênue, o legislador tipificou, no caput do art. 554, o Princípio da Fungibili-
dade aplicado às ações possessórias: o juiz pode receber uma ação incorreta como se fosse
a correta, dependendo do objeto do pedido.

Exemplo: Um fazendeiro ajuíza ação de reintegração de posse em razão de sua fazenda ter
tido os portões trancados por manifestantes, mas o juiz, analisando o caso concreto, entende
que o que ocorreu foi apenas uma turbação da posse, e não esbulho. Logo, poderá o juiz rece-
ber a ação protocolada como de “reintegração de posse” como se fosse ação de manutenção
de posse. Trata-se de trocar uma por outra.

As ações possessórias são fungíveis, isto é, podem ser substituídas umas pelas outras, a
depender do entendimento do juiz quanto ao caso concreto.
O juiz, ao receber uma ação como se fosse outra, dará, de imediato, o tratamento que
entender devido, sem necessidade de o autor emendar a petição inicial ou praticar qualquer
outro ato.
Em razão de a própria lei permitir que o juiz dê tratamento diverso à ação, sua sentença que
eventualmente conceder reintegração quando o pedido for de manutenção não será conside-
rada extra petita nem ultra petita.

§ 1º No caso de ação possessória em que figure no polo passivo grande número de pessoas, serão
feitas a citação pessoal dos ocupantes que forem encontrados no local e a citação por edital dos
demais, determinando-se, ainda, a intimação do Ministério Público e, se envolver pessoas em situa-
ção de hipossuficiência econômica, da Defensoria Pública.

O § 1º também é muito explorado em provas.


Ele trata da ação possessória multitudinária, ou seja, da ação possessória que envolve
no poso passivo muitas pessoas. Trata-se de forma comum de ação possessória diante de
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invasões organizadas a terras, como aquelas perpetradas pelos chamados Movimentos dos
Sem Terra.
O § 1º institui uma forma especial de citação dos réus. Acompanhe.
• 1) Primeiramente, o oficial de justiça irá ao local para realizar a citação pessoal das pes-
soas que estiverem na invasão.
• 2) As pessoas que não estiverem no local quando da visita do oficial de justiça serão
citadas por edital.
• 3) Diante do grande número de pessoas no litígio, o Ministério Público será intimado,
uma vez que o litígio coletivo sobre terras atrai o interesse do MP para atuar como fiscal
da lei (custos legis), conforme o art. 178, inciso III do CPC.
• 4) Somente se houver pessoas economicamente hipossuficientes (sem condições de
contratar advogado), será intimada a Defensoria Pública para representar judicialmente
os necessitados que estiverem envolvidos no litígio.

O PULO DO GATO
O Ministério Público sempre será intimado, porque existe disposição legal atraindo sua atua-
ção como fiscal da lei diante de litígios coletivos sobre a posse de terras rurais ou urbanas (art.
178, III).
Já a Defensoria Pública apenas será intimada se houver pessoas em situação de hipossufici-
ência econômica.

§ 2º Para fim da citação pessoal prevista no § 1º, o oficial de justiça procurará os ocupantes no local
por uma vez, citando-se por edital os que não forem encontrados.

A tentativa de citação pessoal, pelo oficial de justiça, em ações possessórias multitudiná-


rias somente ocorrerá uma vez. Os réus que não se fizerem presentes nesta única tentativa
serão, todos, citados por edital.

§ 3º O juiz deverá determinar que se dê ampla publicidade da existência da ação prevista no § 1º e


dos respectivos prazos processuais, podendo, para tanto, valer-se de anúncios em jornal ou rádio
locais, da publicação de cartazes na região do conflito e de outros meios.

Como você estudou na aula sobre a comunicação dos atos processuais, a citação por edi-
tal é uma forma ficta de cientificar o réu da existência da ação. Na prática, a citação por edital
quase nunca é efetiva, porque dela os réus quase nunca tomam conhecimento.
No tocante às ações possessórias multitudinárias, o legislador teve uma preocupação
maior com a efetividade da citação. Ele ordena, no § 3º, que o juiz dê uma ampla publicidade
ao ajuizamento da ação possessória, mediante publicações e anúncios na mídia local ou regio-

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nal, dando ciência publicamente dos prazos processuais existentes (como prazos para deixar
o imóvel, em caso de deferimento de liminar de reintegração).

Art. 555. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de:


I – condenação em perdas e danos;
II – indenização dos frutos.

Nas ações possessórias, a reintegração/manutenção ou o interdito proibitório não são os


únicos pedidos possíveis. É possível que, nas próprias ações possessórias, os autores postu-
lem a condenação do réu ao pagamento de indenização por perdas e danos decorrentes do
esbulho, da ameaça ou da turbação.

Exemplo: Desvalorização do imóvel, perda de lucros de atividade econômica exercida no


imóvel, animais mortos etc.

Ainda, é possível que os autores postulem a condenação do réu a indenizar os frutos per-
didos em decorrência do esbulho ou da turbação.

Exemplo: aluguéis não pagos, produtos alimentícios que perecerem (frutas, ovos) etc.

Parágrafo único. Pode o autor requerer, ainda, imposição de medida necessária e adequada para:
I – evitar nova turbação ou esbulho;
II – cumprir-se a tutela provisória ou final.

Dentro de uma ação de reintegração ou manutenção de posse, é possível que o autor pos-
tule medida inerente ao interdito proibitório. É como se, dentro de uma ação de reintegração/
manutenção, também existisse uma ação de interdito proibitório: pode o autor requerer me-
didas para evitar nova turbação ou esbulho pelo réu (multa diária, bloqueio automático de
bens etc.).
Quando uma tutela provisória for concedida, ou quando a sentença definitiva for prolatada,
poderá o autor requerer a imposição de medidas para o cumprimento das determinações judi-
ciais (bloqueio de bens do réu, cancelamento de passaporte ou CNH etc.).

Art. 556. É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a pro-
teção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido
pelo autor.

O réu pode, perfeitamente, deduzir suas pretensões na própria contestação da ação pos-
sessória, sem necessidade de oferecer reconvenção.
É possível que o réu, ao contestar, alegue que ele é quem teve a posse turbada/esbulhada,
e que o culpado da história seria o autor, na verdade. Nessas situações, poderá o réu, na própria

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contestação, requerer a reintegração/manutenção de posse contra o autor, bem como reque-


rer a indenização por perdas e danos e frutos perdidos.

 Obs.: Situações como esta são mais comuns em ações possessórias que envolvam em um
polo o possuidor direto, e no outro o possuidor indireto.

Isso não significa que a reconvenção não seja possível. Ela é, sim, possível, mas não
obrigatória.
Cabe salientar que o prazo da contestação do réu é de 15 dias, assim como no procedi-
mento comum.

Art. 557. Na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação de
reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira pessoa.

Não podem as partes da ação possessória, durante o processamento desta, ajuizar ação
petitória (reivindicatória ou de reconhecimento do domínio) para discutir a propriedade do bem.
As ações petitórias (diferentes das ações possessórias) somente podem ser ajuizadas
depois do trânsito em julgado da ação possessória.
Antes do trânsito em julgado da ação possessória, somente poderá ser ajuizada ação de
reconhecimento do domínio em face de terceira pessoa.
Portanto, a proibição se aplica às mesmas partes da ação possessória, mas não alcança
terceiros.

Parágrafo único. Não obsta à manutenção ou à reintegração de posse a alegação de propriedade ou


de outro direito sobre a coisa.

A partir do Código Civil de 2002, o ordenamento jurídico não mais permita a chamada
“exceção de domínio”, na qual o réu alegava ser proprietário da coisa, e passava a discutir na
ação possessória a sua propriedade. Hoje em dia, não mais interessa, na ação possessória,
quem seja o proprietário do bem. Interesse apenas quem são os possuidores do bem. Por isso
é possível que um possuidor ajuíze ação possessória contra o proprietário, se este tomar para
si o imóvel de forma indevida/clandestina.

Apesar de tal constatação, ainda há bancas que exploram a literalidade da Súmula 637 do STJ,
que versa sobre a exceção de domínio por parte dos entes públicos, em ações possessórias
que tenham como parte apenas particulares.

Súmula n. 637 do STJ

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O ente público detém legitimidade e interesse para intervir, incidentalmente, na ação pos-
sessória entre particulares, podendo deduzir qualquer matéria defensiva, inclusive, se for
o caso, o domínio.

Art. 558. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas da Seção II


deste Capítulo quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho afirmado
na petição inicial.
Parágrafo único. Passado o prazo referido no caput, será comum o procedimento, não perdendo,
contudo, o caráter possessório.

As ações possessórias podem seguir rito especial ou o rito comum.


O rito especial se aplica às ações possessórias de posse nova, isto é, as ações em que o
esbulho ou a turbação tenha ocorrido há menos de ano e dia.
Quando a turbação/esbulho tiver ocorrido há mais de ano e dia, o procedimento aplicável
será o procedimento comum, mas a ação continuará sendo tratada como ação possessória.
Portanto, as normas da “Seção II” (estudadas no capítulo n. 2 desta aula) somente se apli-
cam às ações possessórias de posse nova.
Na prática, o que caracteriza a ação de posse nova é a especialidade da fase inicial, que
trata da liminar de reintegração ou de manutenção.
Estudaremos com profundidade a liminar e os demais elementos da fase inicial no capítulo
n. 2, aplicável apenas às ações possessórias de posse nova.

Art. 559. Se o réu provar, em qualquer tempo, que o autor provisoriamente mantido ou reintegrado
na posse carece de idoneidade financeira para, no caso de sucumbência, responder por perdas e
danos, o juiz designar-lhe-á o prazo de 5 (cinco) dias para requerer caução, real ou fidejussória, sob
pena de ser depositada a coisa litigiosa, ressalvada a impossibilidade da parte economicamente
hipossuficiente.

Como vimos anteriormente, é possível que, na contestação, o réu peça indenização por
perdas e danos contra o autor, alegando que este carece de razão na situação concreta.
Nesta hipótese, caso o autor de fato não tenha razão, ele será condenado a pagar indeniza-
ção por perdas e danos ao réu, se ele houver requerido. Logo, demonstrando o réu que o autor
não tem idoneidade financeira para pagar essas indenizações em caso de sucumbência, o juiz
dará ao autor 5 dias para que requeira ao juízo a concessão de uma modalidade de caução
(garantia) a ser prestada nos autos, seja em bens (garantia real) ou apresentando-se um fiador
(fidejussória).
Se o autor não requerer uma forma de prestar caução, a coisa litigiosa será deposita-
da em juízo.

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 Obs.: A regra acima não se aplica quando o autor é pessoa economicamente hipossuficien-
te, isto é, que não tem condições de prestar garantia nos autos. Afinal, a falta de ido-
neidade financeira não se confunde com hipossuficiência econômica. Uma pessoa
pode não ser hipossuficiente e, ao mesmo tempo, ser inidônea para indenizar perdas e
danos, se o valor dessa indenização for muito elevado.

1.2. Procedimento da manutenção e da reintegração de posse


Agora que você conhece o conceito de cada espécie de ação possessória e a teoria geral
das ações possessórias como um todo, está na hora de partirmos ao estudo das disposições
processuais específicas da manutenção e da reintegração de posse.
Estas duas espécies de ação possessória são processualmente disciplinadas pela mesma
seção. Portanto, o estudo deste subcapítulo aplica-se tanto à ação de reintegração quanto à
de manutenção de posse.
Ainda, por força do art. 568 do CPC, a seção normativa abaixo comentada também se apli-
ca às ações de interdito proibitório.
Vamos lá!

Seção II
Da Manutenção e da Reintegração de Posse
Art. 560. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação e reintegrado em
caso de esbulho.

Este artigo é responsável pela diferenciação clássica entre ação de reintegração de posse
e ação de manutenção de posse:
Ação de reintegração de posse (posse já perdida – esbulho)

Exemplo: Um terreno é invadido e seu dono é expulso das terras à força.


• Ação de manutenção de posse (posse perturbada, ou “turbada”, sem efetivo esbulho)

Exemplo: Um terceiro destrói o cercado de um terreno, ou tranca o portão de entrada de um


sítio.

Art. 561. Incumbe ao autor provar:


I – a sua posse;
II – a turbação ou o esbulho praticado pelo réu;
III – a data da turbação ou do esbulho;
IV – a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a perda da posse, na ação
de reintegração.

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Gustavo Deitos

O art. 561 apresenta os elementos fáticos essenciais da ação de reintegração e da de ma-


nutenção de posse. Sem a demonstração destes quatro elementos, a ação possessória não se
considera devidamente instruída.
Embora a prova dos quatro elementos deste artigo não seja condição da ação, ela é essen-
cial ao julgamento do mérito de forma favorável ao autor.
Ao provar a sua posse, o autor demonstrará a condição em que possui (ou possuía) o imó-
vel: como locatário, usufrutuário, proprietário etc. Tanto o possuidor direto como o indireto são
legitimados a ajuizar ação possessória.
Também deve o autor narrar qual foi o ato praticado pelo réu, a configurar esbulho
ou turbação.

DICA!
Lembre-se que, mesmo que o autor indique que um fato con-
figura esbulho, mas que, na verdade, configure turbação, o juiz
poderá conferir a tutela apropriada à ação de manutenção de
posse, se estiverem presentes os pressupostos desta ação
(art. 554 – princípio da fungibilidade).

O autor também deixará claro que perdeu a posse, se a ação for de reintegração de posse,
ou que a sua posse se encontra turbada/perturbada, na ação de manutenção de posse.
Também é de suma importância a indicação da data em que teria ocorrido o esbulho ou a
turbação. Como veremos a seguir, a data de ocorrência do esbulho/turbação é essencial para
determinar o procedimento aplicável à ação.

Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição
do mandado liminar de manutenção ou de reintegração, caso contrário, determinará que o autor
justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada.
Parágrafo único. Contra as pessoas jurídicas de direito público não será deferida a manutenção ou
a reintegração liminar sem prévia audiência dos respectivos representantes judiciais.

Estudamos anteriormente que as ações possessórias podem seguir rito especial ou o


rito comum.
O rito especial se aplica às ações possessórias de posse nova, isto é, as ações em que o
esbulho ou a turbação tenha ocorrido há menos de ano e dia.
Quando a turbação/esbulho tiver ocorrido há mais de ano e dia, o procedimento aplicável
será o procedimento comum, mas a ação continuará sendo tratada como ação possessória.
Portanto, as normas da “Seção II” (estudadas neste capítulo) somente se aplicam às ações
possessórias de posse nova.
Para ilustrar:

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Na prática, o que caracteriza a ação de posse nova é a especialidade da fase inicial, que
trata da liminar de reintegração ou de manutenção.
A medida liminar fundada no art. 562, que se aplica somente aos procedimentos de pos-
se nova, não se sujeita aos requisitos da tutela provisória comum (fumus boni juris e pericu-
lum in mora).
Isso mesmo! A liminar do art. 562 não depende da demonstração conjunta de perigo de
dano e da probabilidade do direito.
A liminar do art. 562 depende somente de uma coisa: que o autor tenha demonstrado todos
os elementos fáticos constantes do art. 561: a sua posse, a turbação ou o esbulho praticado
pelo réu, a data da turbação ou do esbulho e a continuação da posse, embora turbada, na ação
de manutenção, ou a perda da posse, na ação de reintegração.

O PULO DO GATO
Em termos práticos, é possível afirmar que a liminar em ação possessória de posse nova de-
pende apenas da probabilidade do direito (fumus boni juris), uma vez que a prova de todos os
elementos do art. 561, se convencerem o juiz, tornam o direito provável, na prática.

Professor, quer dizer que as ações possessórias de posse velha não comportam a medida
liminar?

Não é isso, caro(a) aluno(a). As ações de posse velha até comportam a medida liminar,
mas esta será regida pelas disposições gerais das tutelas provisórias, e dependerá da demons-
tração da probabilidade do direito e do perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo
(fumus boni juris e periculum in mora).
Para ilustrar:

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Quando o caput do art. 561 diz: “estando a petição inicial devidamente instruída” ele quer
dizer: “preenchidos os requisitos do art. 561”. Portanto, preenchidos tais requisitos, pode ser
expedida a medida liminar no rito especial da posse nova.
A liminar pode ser concedida de duas maneiras:
• 1) DE PLANO: quando o juiz, sumariamente, ao analisar a petição inicial, ficar convenci-
do do esbulho ou da turbação. Neste caso, o juiz deferirá a liminar sem ouvir o réu.
• 2) APÓS AUDIÊNCIA DE JUSTIFICAÇÃO PREVIA: quando o juiz não ficar completamen-
te convencido ao ler a inicial, e precisar ouvir o réu antes de decidir se concede ou não a
liminar (o juiz precisa de maiores esclarecimentos). Neste caso, será marcada audiência
e será citado o réu para nela comparecer.
− Na audiência de justificação, o juiz procurará observar se o autor é, de fato possuidor
do bem, se ocorreu esbulho/turbação e a data da sua ocorrência.
− De acordo com o parágrafo único do art. 562, se o réu for pessoa jurídica de direito
público, a liminar somente poderá ser deferida mediante audiência de justificação
prévia. Somente nesta situação é que a audiência será obrigatória.

Art. 563. Considerada suficiente a justificação, o juiz fará logo expedir mandado de manutenção ou
de reintegração.

A liminar consistirá em determinar a reintegração da posse, em caso de esbulho, ou deter-


minar a manutenção da posse, em caso de turbação. Normalmente, a liminar dá um prazo ao

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réu para desocupar o bem ou retirar o embaraço que tenha criado, sob pena de multa, condu-
ção coercitiva, crime de desobediência e/ou outras sanções.

Art. 564. Concedido ou não o mandado liminar de manutenção ou de reintegração, o autor promo-
verá, nos 5 (cinco) dias subsequentes, a citação do réu para, querendo, contestar a ação no prazo
de 15 (quinze) dias.
Parágrafo único. Quando for ordenada a justificação prévia, o prazo para contestar será contado da
intimação da decisão que deferir ou não a medida liminar.

O caput se aplica às situações em que a liminar for concedida de plano, sem audiência de
justificação. Não confunda os prazos:

DICA!
5 dias: Autor promover a citação
15 dias: Contestar (mesmo prazo do procedimento comum)

Se o juiz conceder ou rejeitar a liminar na própria audiência de justificação, o prazo para o


réu contestar (de 15 dias) será contado da própria audiência.
Se a decisão do juiz for tomada após a audiência, em gabinete, o prazo de 15 dias para o
réu contestar será contado da sua efetiva intimação desta decisão.

Art. 565. No litígio coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho ou a turbação afirmado na pe-
tição inicial houver ocorrido há mais de ano e dia, o juiz, antes de apreciar o pedido de concessão
da medida liminar, deverá designar audiência de mediação, a realizar-se em até 30 (trinta) dias, que
observará o disposto nos §§ 2º e 4º.
§ 1º Concedida a liminar, se essa não for executada no prazo de 1 (um) ano, a contar da data de
distribuição, caberá ao juiz designar audiência de mediação, nos termos dos §§ 2º a 4º deste artigo.

Este artigo se aplica às ações de posse velha em que há pedido de liminar e muitas pes-
soas nos polos ativo e/ou passivo. A liminar, neste caso, será obrigatoriamente precedida de
audiência de mediação, que será realizada no prazo de 30 dias.
Não executada a liminar do litígio coletivo de posse velha no prazo de um ano a contar da
distribuição, o juiz também deverá designar audiência de mediação.

Aqui, não se trata de audiência de justificação, mas, propriamente, de audiência de mediação.


O objeto central dessa audiência não é o convencimento do juiz, mas, sim, a aproximação das
partes para a tomada de uma solução consensual.

§ 2º O Ministério Público será intimado para comparecer à audiência, e a Defensoria Pública será
intimada sempre que houver parte beneficiária de gratuidade da justiça.

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O PULO DO GATO
O Ministério Público sempre será intimado, porque existe disposição legal atraindo sua atua-
ção como fiscal da lei diante de litígios coletivos sobre a posse de terras rurais ou urbanas (art.
178, III).
Já a Defensoria Pública apenas será intimada somente se houver pessoas em situação de
hipossuficiência econômica, que por consequência seja beneficiária da gratuidade de justiça.

§ 3º O juiz poderá comparecer à área objeto do litígio quando sua presença se fizer necessária à
efetivação da tutela jurisdicional.

Não há limitação física para a diligência probatória. Pode o juiz, se entender necessário, ir
até o local do litígio coletivo para tomar conhecimento da situação do bem turbado/esbulhado
e da natureza real do conflito.

§ 4º Os órgãos responsáveis pela política agrária e pela política urbana da União, de Estado ou do
Distrito Federal e de Município onde se situe a área objeto do litígio poderão ser intimados para a
audiência, a fim de se manifestarem sobre seu interesse no processo e sobre a existência de possi-
bilidade de solução para o conflito possessório.
§ 5º Aplica-se o disposto neste artigo ao litígio sobre propriedade de imóvel.

A intimação dos órgãos públicos de política agrária e urbana podem ser intimados para a
audiência de mediação, isto é, a intimação desses órgãos é facultativa ao juízo. Não deixe a
banca te confundir trocando um verbo por outro: o verbo correto é “poderão”.

Art. 566. Aplica-se, quanto ao mais, o procedimento comum.

Perceba que a “especialidade” do rito especial termina na fase inicial. Passada a fase ini-
cial (de liminares nas ações em geral e audiências de mediação, nos litígios coletivos), o pro-
cedimento a ser observado será o comum: serão aplicáveis as regras da revelia e da confissão
quanto à matéria de fato, as regras do saneamento e organização do processo, de instrução e
julgamento, de recursos, de cumprimento de sentença etc.

1.3. Interdito proibitório


Seção III
Do Interdito Proibitório
Art. 567. O possuidor direto ou indireto que tenha justo receio de ser molestado na posse poderá
requerer ao juiz que o segure da turbação ou esbulho iminente, mediante mandado proibitório em
que se comine ao réu determinada pena pecuniária caso transgrida o preceito.

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Na ação de interdito proibitório, a posse não foi perdida nem perturbada, mas existe real
ameaça de que se inicie a perturbação ou o esbulho.

Exemplo: Um grupo de manifestantes permanece em frente a determinado imóvel, manifestan-


do a intenção de invadi-lo, mas ainda sem praticar nenhum ato de tentativa.

A concessão da liminar ou o deferimento da pretensão principal no interdito proibitório terá


uma medida coercitiva obrigatória: a imposição de multa ao réu.
A multa serve para coagir o réu a não esbulhar nem turbar o bem. A multa pode ser fixa (o
réu paga valor fixo se esbulhar/turbar) ou diária (há uma multa que aumenta a cada dia em que
durar o esbulho/turbação).
O fato de a imposição de multa ser obrigatória não exclui outras medidas que o juiz enten-
da adequadas ao caso concreto.

Art. 568. Aplica-se ao interdito proibitório o disposto na Seção II deste Capítulo.

Conforme o art. 568, o interdito proibitório é regido praticamente pelas mesmas regras
da Seção II.
Aplica-se ao interdito proibitório a Seção II integralmente, pois, como o esbulho ou a turba-
ção ainda não ocorreram (há apenas ameaça), a ação será certamente de posse nova.

2. Embargos de terceiro (ET)


Estudaremos o instituto dos embargos de terceiro mediante comentários individualizados
aos dispositivos do CPC que lhe são pertinentes, nos quais aprofundaremos os aspectos téc-
nicos e teóricos do instituto.

CAPÍTULO VII
DOS EMBARGOS DE TERCEIRO
Art. 674. Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre
bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo, poderá requerer
seu desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de terceiro.
§ 1º Os embargos podem ser de terceiro proprietário, inclusive fiduciário, ou possuidor.

Podem ser opostos embargos de terceiro, como o próprio nome diz, pelo terceiro (que não
faz parte do processo) que tiver algum de seus bens constritos pelo juiz (bloqueados e/ou
restringidos), a fim de defender sua posse e/ou sua propriedade.
Tanto o possuidor direto quanto o proprietário (possuidor indireto) podem opor embargos
de terceiro, que têm natureza de ação nova, cabível tanto durante a fase de conhecimento
quanto durante a fase de execução, por força do art. 675 do CPC.

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Por terem natureza de ação, os embargos de terceiro são processados em autos aparta-
dos, como se fossem, propriamente, um novo processo (como de fato são).
Perceba que o terceiro pode requerer o desfazimento ou a inibição do ato constritivo sobre
o bem. Isso significa que os embargos de terceiro podem ser:
• 1) PREVENTIVOS: opostos antes do ato constritivo, para evitar que o juiz bloqueie ou
restrinja os direitos inerentes à propriedade sobre o bem (uso, fruição e disposição).
Registro que os direitos inerentes à propriedade podem ser exercidos pelo possuidor
direto, com exceção da disposição.
• 2) REPRESSIVOS: opostos quando o ato constritivo já foi praticado pelo juiz, de modo
a requerer seu desfazimento, para que o bem volte a poder se usado, fruído e disposto
pelo possuidor ou proprietário.

 Obs.: O possuidor direto é aquele que, sendo proprietário ou não, usa e goza do bem, como o
locador ou o usufrutuário. O possuidor indireto é aquele que tem direitos sobre o bem,
mas não os exerce diretamente, como o proprietário de um imóvel alugado.

Inclusive o proprietário fiduciário pode opor embargos de terceiro. É o caso da instituição fi-
nanceira credora em contrato de alienação fiduciária (financiamento). O imóvel comprado com
o dinheiro do financiamento é de propriedade da instituição financeira até que as parcelas se-
jam todas pagas. A instituição financeira, enquanto proprietária do bem financiado, pode opor
embargos de terceiro, assim como o possuidor direito (que está pagando o financiamento).
Acentuo que somente aqueles que não são partes do processo é que podem opor embar-
gos de terceiro. As partes do processo, se não concordarem com a constrição de seus bens,
deverão utilizar-se das medidas processuais ordinárias contra esse ato (exceção de pré-execu-
tividade, embargos à execução etc., conforme a situação).
Cabe citar, ainda, a Súmula 621 do STF:

Súmula 621 do STF


Não enseja embargos de terceiro à penhora a promessa de compra e venda não inscrita
no registro de imóveis.

A Súmula 621 do STF diz que o promitente comprador do imóvel somente poderá opor em-
bargos de terceiro se a promessa tiver sido averbada no Cartório de Registro de Imóveis. Afinal,
a disposição de bens imóveis sem registro (publicidade) seria ineficaz.
Em face do CPC de 2015, essa súmula perdeu aplicabilidade diante da Súmula n. 84 do
STJ, que permite a oposição dos embargos de terceiro pelo promitente comprador, mesmo
que a promessa não tenha sido registrada. Afinal, o CPC permite a qualquer possuidor o direito
de opor os ET.

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Súmula n. 84 do STJ
É admissível a oposição de embargos de terceiro fundados em alegação de posse advinda
de compromisso de compra e venda de imóvel, ainda que desprovido do registro.

O PULO DO GATO
Se a banca lhe pedir que responda de acordo com a jurisprudência do STF, aconselho-lhe le-
var em conta a Súmula n. 621 do STF. Se a banca não disser nada específico, ou disser para
responder de acordo com as disposições do CPC ou de acordo com a jurisprudência do STJ,
aconselho-lhe levar em conta a Súmula n. 84 do STJ.

É majoritário na jurisprudência – embora com algumas discordâncias – que o sócio de


uma empresa é um caso de terceiro para fins de ET.
Outro caso corriqueiro de terceiro opositor de ET é o cônjuge ou companheiro do executado,
pretendendo defender a sua meação, quando a execução recai sobre bens de sua quota parte.
O art. 674, § 2º, do CPC esclarece quem são os terceiros, para fins de ET:

§ 2º: Considera-se terceiro, para ajuizamento dos embargos:


I – o cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios ou de sua meação, ressal-
vado o disposto no art. 843;
II – o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a ineficácia da alienação
realizada em fraude à execução;

 Obs.: É o caso da fraude à execução: o executado transfere bem para a propriedade do irmão,
e o juiz declara essa alienação ineficaz por ser fraude à execução. Neste caso, o irmão
“laranja” poderia opor ET.

III – quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsideração da personalidade
jurídica, de cujo incidente não fez parte;

 Obs.: Este caso ocorre geralmente quando, no processo principal, instaura-se incidente de
desconsideração da PJ para atacar os bens dos sócios da pessoa jurídica, mas um
determinado sócio não é citado para manifestar-se sobre o incidente. Neste caso, tal
sócio não pode ser executado, pois não teve a oportunidade de se manifestar (exercer
o contraditório).

IV – o credor com garantia real para obstar expropriação judicial do objeto de direito real de garantia,
caso não tenha sido intimado, nos termos legais dos atos expropriatórios respectivos.

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 Obs.: Frequentemente, enquadram-se neste inciso os bancos, quando a constrição recai


sobre veículos e imóveis financiados, pois pende sobre esses bens Alienação Fiduciá-
ria, que é um instituto que assegura ao banco a propriedade do móvel/imóvel até que
todas as parcelas do financiamento sejam pagas. Há outros casos que se enquadram
neste inciso, como hipoteca, anticrese, penhor, leasing, dentre outros.

Cabe citar, ainda, a Súmula n. 195 do STJ:

Súmula n. 195 do STJ


Em embargos de terceiro não se anula ato jurídico, por fraude contra credores.

O objeto dos embargos de terceiro restringe-se ao desfazimento ou ao impedimento de


um ato constritivo sobre bem de terceiro. Não é possível cumular, nos embargos de terceiro,
a pretensão de anular negócio jurídico em razão de fraude contra credores, que é um vício do
negócio jurídico tratado nos arts. 158 e seguintes do Código Civil.

Art. 675. Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de conhecimento en-
quanto não transitada em julgado a sentença e, no cumprimento de sentença ou no processo de
execução, até 5 (cinco) dias depois da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da arre-
matação, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta.
Parágrafo único. Caso identifique a existência de terceiro titular de interesse em embargar o ato, o
juiz mandará intimá-lo pessoalmente.

Na fase de conhecimento, os embargos de terceiro poderão ser opostos a qualquer tempo,


desde que ainda não transitada em julgado a sentença.
Afinal de contas, a existência de discussão sobre bem que, no momento, pertence a um
terceiro estranho ao processo pode configurar ameaça de constrição, ainda mais se houver al-
gum pedido de tutela provisória no sentido de bloquear o bem sobre o qual paira a controvérsia.
Na execução, o prazo para oposição dos ET é de 5 DIAS após a ocorrência de adjudicação,
alienação por iniciativa particular ou de arrematação, no processo principal, do bem envolvido.
Em qualquer caso, os ET devem ser opostos ANTES que o juiz assine a Carta de Adjudicação
ou da Carta de Arrematação. Se a Carta for assinada antes desse prazo, os ET não poderão
ser opostos.
O legitimado ativo a opor os ET é o terceiro que sofrer constrição judicial supostamente
indevida sobre seus bens, ou que for ameaçado de constrição, sejam bens móveis, imóveis ou,
inclusive, dinheiro (como ocorre nos casos de bloqueio da conta judicial por engano). Essa é a
regra do art. 674 do CPC, estudada anteriormente.
Por constrição, entenda qualquer ato judicial que impeça o livre uso, gozo e disposição
do bem (penhora, indisponibilidade etc.). O desfazimento da constrição deverá ser postula-

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do quando ela já tiver ocorrido, e a inibição, quando há no momento somente ameaça de


constrição.
O sujeito passivo (embargado) é a parte que se beneficia pela constrição do bem do tercei-
ro. Normalmente, é o exequente.
Conforme o parágrafo único do art. 675, é possível que o juiz, de ofício, verifique que um
terceiro específico teria interesse jurídico sobre o bem.

Exemplo: O juiz pretende penhorar bens móveis do executado, e encontra um veículo financia-
do em favor do Banco XXX. Poderá o juiz, antes de penhorar tal veículo, intimar o Banco XXX
para que se manifeste, informando dados requisitados pelo juiz. É comum que o juiz solicite o
número restante de parcelas do financiamento, para poder penhorar o veículo logo depois que
o financiamento for integralmente pago, e o veículo passar à propriedade plena do executado.

Art. 676. Os embargos serão distribuídos por dependência ao juízo que ordenou a constrição e
autuados em apartado.
Parágrafo único. Nos casos de ato de constrição realizado por carta, os embargos serão oferecidos
no juízo deprecado, salvo se indicado pelo juízo deprecante o bem constrito ou se já devolvida a
carta.

Conforme o art. 676 do CPC, os ET serão distribuídos por dependência ao juízo que orde-
nou a constrição e autuados em apartado. Portanto, o juízo competente para conhecer dos ET
é aquele que ordenou a constrição (penhora/bloqueio).
Ademais, o fato de os ET serem autuados em apartado evidencia a natureza de ação autô-
noma ostentada pelos ET, como já salientado.
É possível que a constrição seja realizada em cumprimento de Carta Precatória ou Carta
de Ordem. Nesses casos, o juízo competente para julgar os ET, em regra, será o juízo depreca-
do, isto é, aquele que recebeu a Carta.
Mesmo quando se tratar de constrição em cumprimento de Carta, será competente o juízo
deprecante (que expediu a Carta para o outro juízo) em duas situações (exceções à regra geral):
• 1) Carta já foi devolvida pelo juízo deprecado ao juízo deprecante, encontrando-se a exe-
cução, agora, sob os cuidados do deprecante
• 2) Juízo deprecante apontou para o bem que deveria ser constrito (bloqueado, penhora-
do), indicando-o para constrição, sem que o juízo deprecado precisasse fazer qualquer
busca de bens.

Art. 677. Na petição inicial, o embargante fará a prova sumária de sua posse ou de seu domínio e da
qualidade de terceiro, oferecendo documentos e rol de testemunhas.
§ 1º É facultada a prova da posse em audiência preliminar designada pelo juiz.

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Logo na petição inicial, deve ficar claro que o embargante é possuidor ou proprietário
do bem. Quando for proprietário, bastará a juntada de documentos (registro do imóvel). Já
quando for apenas possuidor, a prova poderá resumir-se em documentos, ou estender-se a
testemunhas.
Caso seja necessária a oitiva de testemunhas, o juiz designará audiência preliminar, com
o fim de provar a legitimidade do embargante.
É possível que o embargante peça, liminarmente, a manutenção ou a reintegração na posse
do bem constrito, provisoriamente. Essa liminar poderá ser apreciada de plano ou na audiência
preliminar, a critério do juiz.

§ 2º O possuidor direto pode alegar, além da sua posse, o domínio alheio.


§ 3º A citação será pessoal, se o embargado não tiver procurador constituído nos autos da ação
principal.

É normal que o embargado, que é parte do processo principal, já tenha advogado na fase de
execução. Neste caso, a citação para responder aos ET ocorrerá por intermédio do advogado.
Se, todavia, o embargado ainda não tiver advogado, ele será citado pessoalmente, pelos
meios ordinários (oficial de justiça, normalmente).

§ 4º Será legitimado passivo o sujeito a quem o ato de constrição aproveita, assim como o será seu
adversário no processo principal quando for sua a indicação do bem para a constrição judicial.

Nem sempre o autor/exequente do processo principal será o único embargado, embora ele
seja o maior beneficiário da constrição.
Se o réu/executado tiver indicado o bem à penhora, poderá ele figurar no polo passivo
dos ET, como embargado, junto com o autor/exequente. Afinal, a penhora de um bem de ter-
ceiro é algo que seria proveitoso ao executado, que deixaria de ter um de seus próprios bens
penhorados.

Art. 678. A decisão que reconhecer suficientemente provado o domínio ou a posse determinará a
suspensão das medidas constritivas sobre os bens litigiosos objeto dos embargos, bem como a
manutenção ou a reintegração provisória da posse, se o embargante a houver requerido.
Parágrafo único. O juiz poderá condicionar a ordem de manutenção ou de reintegração provisória
de posse à prestação de caução pelo requerente, ressalvada a impossibilidade da parte economica-
mente hipossuficiente.

Provada a posse/domínio do bem pelo embargante, ficarão suspensos os atos de cons-


trição do bem, que poderão voltar a ser usados e gozados pelo titular de sua posse/domínio.
Ademais, se o embargante tiver postulado medida liminar de manutenção (em caso de amea-
ça de constrição) ou de reintegração (em caso de efetiva constrição), terá deferida a manuten-
ção/reintegração se provada a posse/domínio.

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Isso, entretanto, não significa que o bem não poderá voltar a ser penhorado. Afinal de con-
tas, a procedência ou improcedência dos ET será determinada apenas ao final, na sentença, e
não na apreciação da liminar.
A critério exclusivo do juiz, poderá ser exigido do embargante, para reintegração/manuten-
ção na posse do bem, o pagamento de uma caução (garantia), que será devolvido ao final. Se
o embargante for economicamente hipossuficiente (for pobre na acepção jurídica do termo),
ele não poderá ser constrangido a pagar essa garantia.

Art. 679. Os embargos poderão ser contestados no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual se seguirá
o procedimento comum.

De acordo com o art. 679 do CPC, os ET poderão ser contestados pelo exequente no prazo
de 15 DIAS. Após a contestação, seguir-se-ão os procedimentos normais do procedimento
comum (réplica, saneamento e audiência de instrução e julgamento, se necessária).
Analisados os fundamentos do ET e a contestação do exequente do processo principal, o
juiz julgará o mérito dos ET. Se os ET forem procedentes, o juiz cancelará o ato de constrição
indevida sobre os bens do terceiro embargante, determinando que a posse do embargante
seja mantida (em caso de ameaça de constrição) ou que o embargante seja reintegrado à pos-
se do mesmo bem (em caso de já ter ocorrido efetiva constrição).
Entretanto, se os ET forem improcedentes, o juiz simplesmente ordenará o prosseguimento
dos atos executórios, especialmente mencionando que a constrição deva ser mantida, indican-
do-se a próxima fase da execução (expropriação do bem mediante alienação ou adjudicação,
por exemplo).
Essas regras são depreendidas do art. 681 do CPC:

Art. 681. Acolhido o pedido inicial, o ato de constrição judicial indevida será cancelado, com o reco-
nhecimento do domínio, da manutenção da posse ou da reintegração definitiva do bem ou do direito
ao embargante.

Resta analisarmos, agora, o art. 680.

Art. 680. Contra os embargos do credor com garantia real, o embargado somente poderá alegar que:
I – o devedor comum é insolvente;
II – o título é nulo ou não obriga a terceiro;
III – outra é a coisa dada em garantia.

Se o embargante for um credor com garantia real (credor hipotecário, credor pignoratício
etc.), a matéria de defesa do embargado, na contestação, será restrita: somente poderão ser
alegadas as questões de direito enumeradas nos incisos I a III, taxativamente. Para fins de pro-
va, recomendo-lhe a leitura reiterada desses incisos, para você conhecer as restritas matérias
de defesa contra o credor com garantia real.
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A alegação de outras matérias, naturalmente, levará à procedência dos ET e ao desfazi-


mento/inibição do ato constritivo.

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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (2019/FGV/MPE-RJ/ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO – PROCESSUAL) Depois de
seis meses de turbação da posse praticada por um grupo de pessoas em uma fazenda, foi pro-
posta ação de manutenção de posse, com pedido de liminar, para compelir o grupo a cessar o
ilícito. Porém, antes de o juiz apreciar o pedido liminar, tal grupo efetivamente invadiu o local,
ocupando as terras.
Nessa hipótese, é correto afirmar que:
a) como a situação fática mudou entre a propositura da ação e o exame da liminar, deverá o
juiz intimar o autor para emendar a petição inicial, na forma do art. 321 do Código de Processo
Civil, corrigindo o vício e adequando o procedimento;
b) por se tratar de litígio coletivo pela posse de imóvel, antes de apreciar o pedido de conces-
são da medida liminar, deverá o juiz designar audiência de mediação, a realizar-se em até 30
(trinta) dias;
c) o juiz deverá receber a ação de manutenção como reintegração de posse e analisar o pedido
de liminar. Em caso de deferimento, será expedido o mandado liminar de manutenção ou de
reintegração; caso contrário, determinará que o autor justifique previamente o alegado, citan-
do-se o réu para comparecer à audiência que for designada;
d) por se tratar de litígio coletivo pela posse de imóvel, o juiz deverá examinar o pedido de li-
minar e, em seguida, determinar a citação dos réus, que, por se tratar de ato solene, deverá ser
pessoal a todos os ocupantes, devendo o oficial de justiça promover tantas diligências quantas
forem necessárias até a citação das referidas pessoas;
e) estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição
do mandado liminar de manutenção ou de reintegração; caso contrário, determinará a citação
do réu para apresentar sua resposta.

002. (2019/FCC/MPE-MT/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) No que tange às ações


possessórias, é correto afirmar:
a) Contra as pessoas jurídicas de direito público poderá ser deferida de imediato a manutenção
possessória, mas a reintegração liminar dependerá de prévia audiência dos respectivos repre-
sentantes judiciais.
b) No litígio coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho ou a turbação afirmado na petição
inicial houver ocorrido há menos de ano e dia, o juiz, antes de apreciar o pedido de concessão
da medida liminar, deverá designar audiência de mediação, a realizar-se em até quinze dias.
c) É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de condenação em perdas e danos, mas
a indenização dos frutos deverá ser pleiteada por ação autônoma.
d) Na pendência de ação possessória é possível, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação de
reconhecimento do domínio, que obstará a manutenção ou a reintegração de posse.

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e) A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do
pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam prova-
dos. No caso de ação possessória em que figure no polo passivo grande número de pessoas,
serão feitas a citação pessoal dos ocupantes que forem encontrados no local e a citação por
edital dos demais, determinando-se, ainda, a intimação do Ministério Público e, se envolver
pessoas em situação de hipossuficiência econômica, da Defensoria Pública.

003. (2019/FCC/SANASA/CAMPINAS- PROCURADOR JURÍDICO) Na escritura de compra


e venda do imóvel, o proprietário transferiu o domínio tendo sido efetivado o registro e asse-
gurada a posse para o adquirente. Este ajuizou ação de reintegração de posse contra terceiro
que, após a desocupação do imóvel pelo vendedor, dele se apossara. A contestação aduz que
a posse é um fato material, pelo que haveria falta de legitimidade para o autor da ação reinte-
grar-se por ainda não haver exercido qualquer posse, e, pleiteia o pagamento de indenização
por danos morais, sem, contudo, comprovar a dor sofrida por eventual ato praticado pelo au-
tor da ação.
Nesse caso,
a) apenas se justificaria a ação se o autor houvesse, mediante desforço imediato, tentado re-
tornar à posse do imóvel.
b) deve ser rejeitado o argumento da defesa, pois houve a transmissão da posse por ocasião
da assinatura da escritura, devendo também ser rejeitado o pedido de indenização por danos
morais, ante à ausência de comprovação do dano e do nexo causal.
c) é impossível a ação, pois reclamaria a presença de um possuidor esbulhado, sendo certo
que o possuidor era o alienante do imóvel.
d) o adquirente não é parte legítima para figurar no polo ativo da demanda, pois o vendedor/
antigo proprietário foi quem transferiu o domínio.
e) a defesa deve ser acolhida pelo juiz.

004. (2019/IESES/TJ-SC/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS) Segundo o


disposto no Código de Processo Civil, relativamente às ações possessórias:
I – A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conhe-
ça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos este-
jam provados.
II – É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de condenação em perdas e danos e
indenização dos frutos.
III – É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a
proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho
cometido pelo autor.
IV – Na pendência de ação dominial é vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação pos-
sessória, exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira pessoa.

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É correto o que se afirma em:


a) Apenas II.
b) Apenas I, II e III.
c) Apenas I, II e IV.
d) I, II, III e IV.

005. (2019/FGV/DPE-RJ/TÉCNICO SUPERIOR JURÍDICO) Fernando, tendo sofrido turbação


na posse de imóvel de sua propriedade, propôs ação de manutenção de posse, em cujo polo
passivo figura um grande número de pessoas.
Nesse cenário, é possível que:
a) o juiz conheça do pedido como reintegração de posse, caso entenda que já ocorreu o esbu-
lho, e não a turbação da posse;
b) seja feita a citação dos réus que se encontrarem no imóvel objeto da lide, sem a necessida-
de de citação por edital daqueles que ali não forem localizados;
c) haja intimação da Defensoria Pública, ainda que não envolva pessoas em situação de hipos-
suficiência econômica;
d) qualquer réu demande o reconhecimento do domínio em face do autor;
e) o juiz conheça do pedido como reivindicatória, caso entenda que a causa de pedir envolve o
reconhecimento do domínio.

006. (2019/INSTITUTO AOCP/PC-ES/PERITO OFICIAL CRIMINAL - ÁREA 8) Júlio, no dia 25


de agosto de 2018, após muitas ameaças, invadiu o imóvel onde Roberto residia com sua fa-
mília, localizado na cidade de São Paulo (SP), e o impediu de entrar no imóvel, trocando todas
as fechaduras e mantendo a casa constantemente fechada. Durante a invasão, Júlio causou
vários danos ao imóvel de Roberto. Com base no caso apresentado e nas disposições do Códi-
go de Processo Civil em vigor, sobre Ações Possessórias, assinale a alternativa correta.
a) O ato praticado por Júlio configura turbação e enseja a propositura de Ação de Manuten-
ção de Posse.
b) Caso Roberto ingresse com a Ação Possessória cabível, poderá cumular, ao pedido posses-
sório, a condenação de Júlio à reparação por perdas e danos, pelos danos causados ao imóvel
no ato da invasão.
c) Caso Roberto ingresse com o tipo de Ação Possessória incorreta para o caso, o Juiz deverá
extinguir a Ação para que Roberto ingresse com a Ação adequada.
d) A Ação Possessória proposta por Roberto, no dia 05 de fevereiro de 2019, deverá seguir o
Procedimento Comum.
e) Na petição inicial, Roberto não precisará provar a data do ato de invasão praticado por Júlio,
já que esta não tem relevância jurídica para o processo.

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007. (2018/IDECAN/CRF-SP/PROCURADOR) Evidenciada a turbação ou esbulho poder-se-á


ser interposta ação possessória a qual, a depender da data de interposição, observará ao rito
especial ou ao rito comum. Sendo comum ou especial, não é afeta a caracterização da posses-
sória, havendo tão somente a distinção dos ritos. Sobre as ações possessórias e os diferentes
ritos, é correto afirmar que:
a) As ações possessórias de bens imóveis, independentemente do rito a que se submeterem,
terão como competência absoluta o foro do domicílio do réu, isto por acreditar o legislador que
este, turbado ou esbulhado em sua posse, terá melhores condições de defender o que lhe é
assegurado por direito.
b) Intentada dentro do prazo de ano e dia a contar da data de início da violência, a ação pos-
sessória observará ao rito especial, cujo procedimento é totalmente distinto daquele adotado
no rito comum. O único processo idêntico em ambos os ritos é a fase liminar, a qual exigirá a
comprovação da urgência e do risco de dano.
c) Tendo-se em discussão a posse de determinado bem, afetando-se diretamente aos diretos
do proprietário, será este o principal legitimado para interposição das possessórias, ainda que
não detenha a posse do bem. O possuidor justo também será legitimado à ação, o possuidor
injusto, contudo, não poderá figurar como parte.
d) Intentada a devida ação possessória de força nova, observar-se-á o rito especial, o qual
distingue-se especialmente quanto a fase liminar, na qual poder-se-á de plano ser deferida a
liminar ou mesmo após audiência de justificação. O deferimento da liminar neste procedimen-
to exigirá tão somente a demonstração, em cognição sumária, de que o autor era detentor da
posse e foi esbulhado ou mesmo turbado.

008. (2018/FCC/PREFEITURA DE CARUARU - PE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO) João


Melo propõe ação de manutenção de posse em razão de turbação em área imobiliária de sua
propriedade. Antes mesmo da citação do réu esbulhador, seu vizinho, Antonio Pereira, este
consuma o esbulho, invadindo a área que pertence a João Melo. Nesse caso:
a) o juiz poderá conhecer do pedido como ação reintegratória de posse, sem necessidade de
ajuizamento de nova ação, outorgando a proteção correspondente, se provados os fatos, tudo
com fundamento no princípio da fungibilidade processual.
b) o autor, João Melo, precisará ajuizar nova ação, uma vez que os fundamentos fáticos da
ação reintegratória de posse são diversos dos da ação de manutenção, vigorando a respeito o
princípio da congruência ou vinculação.
c) o autor necessitará propor nova demanda porque o pedido é diverso nas duas ações, em
respeito ao princípio da congruência ou adstrição.
d) a ação inicial deverá ser aproveitada, mas o juiz precisará designar audiência de justifi-
cação, necessariamente, antes da concessão de eventual liminar, vigorando o princípio da
eventualidade.

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e) na hipótese não é possível o aproveitamento dos atos processuais, o que só acontece quan-
do a ação originária é de interdito proibitório e na evolução dos fatos passa a ser de manuten-
ção possessória, com base na natureza dúplice das demandas dessa natureza.

009. (2018/FCC/PGE-AP/PROCURADOR DO ESTADO) Em relação às ações possessórias,


a) é possível, tanto ao autor quanto ao réu, na pendência da ação possessória, propor ação de
reconhecimento do domínio em face de ambos ou de terceira pessoa.
b) no caso de ação possessória em que figure no polo passivo grande número de pessoas,
serão feitas a citação pessoal dos ocupantes que forem encontrados no local e a citação por
edital dos demais, determinando-se, ainda, a intimação do Ministério Público e, se envolver
pessoas em situação de hipossuficiência econômica, da Defensoria Pública.
c) impede a manutenção ou reintegração da posse a alegação de propriedade ou de outro di-
reito sobre a coisa.
d) por ser de natureza mandamental, o pedido possessório não pode ser cumulado com per-
das e danos, que devem ser pleiteados por ação própria.
e) além de contestar o pedido possessório, se o réu quiser demandar proteção possessória
para si, alegando que foi ele o ofendido em sua posse, deverá fazê-lo por meio de reconvenção.

010. (2020/FCC/TJ-MS/JUIZ SUBSTITUTO/ADAPTADA) Em relação às ações reguladas por


procedimentos especiais, julgue o item subsequente:
No caso de ação possessória em que figure no polo passivo grande número de pessoas, serão
feitas a citação pessoal dos ocupantes que forem encontrados no local e a citação por edital
dos demais, determinando-se, ainda, a intimação do Ministério Público e, se envolver pessoas
em situação de hipossuficiência econômica, da Defensoria Pública.

011. (2019/CESPE/PREFEITURA DE CAMPO GRANDE - MS/PROCURADOR MUNICIPAL)


Dionísio ajuizou ação possessória em desfavor de Paulo sob o fundamento de que, durante os
últimos seis meses, o demandado estaria lhe prejudicando a entrada em seu próprio terreno,
visto que Paulo havia descarregado um caminhão de areia no portão de entrada da proprie-
dade de Dionísio. Ao redigir a exordial, o advogado do autor narrou nos fatos a ocorrência de
esbulho, o que justificaria o ajuizamento da referida ação como de reintegração de posse.
Julgue o item subsecutivo, no que se refere a procedimentos especiais, contestação, reconven-
ção e petição inicial.
O único meio processual cabível para que Paulo pudesse expor suas pretensões na demanda
possessória seria a reconvenção, na qual ele poderia pleitear proteção possessória e indeniza-
ção por prejuízos.

012. (2019/CESPE/PREFEITURA DE CAMPO GRANDE - MS/PROCURADOR MUNICIPAL)


Dionísio ajuizou ação possessória em desfavor de Paulo sob o fundamento de que, durante os

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últimos seis meses, o demandado estaria lhe prejudicando a entrada em seu próprio terreno,
visto que Paulo havia descarregado um caminhão de areia no portão de entrada da proprie-
dade de Dionísio. Ao redigir a exordial, o advogado do autor narrou nos fatos a ocorrência de
esbulho, o que justificaria o ajuizamento da referida ação como de reintegração de posse.
Julgue o item subsecutivo, no que se refere a procedimentos especiais, contestação, reconven-
ção e petição inicial.
Se Dionísio não fosse o proprietário do bem imóvel objeto de ação possessória, mas tão so-
mente o inquilino, ele teria legitimidade para promover a referida demanda.

013. (2019/CESPE/PREFEITURA DE CAMPO GRANDE - MS/PROCURADOR MUNICIPAL)


Dionísio ajuizou ação possessória em desfavor de Paulo sob o fundamento de que, durante os
últimos seis meses, o demandado estaria lhe prejudicando a entrada em seu próprio terreno,
visto que Paulo havia descarregado um caminhão de areia no portão de entrada da proprie-
dade de Dionísio. Ao redigir a exordial, o advogado do autor narrou nos fatos a ocorrência de
esbulho, o que justificaria o ajuizamento da referida ação como de reintegração de posse.
Julgue o item subsecutivo, no que se refere a procedimentos especiais, contestação, reconven-
ção e petição inicial.
Nas ações possessórias, é admissível que o autor faça pedido liminar em relação ao restabe-
lecimento pleno de sua posse, bastando para tanto que comprove a existência dos mesmos
requisitos básicos das tutelas provisórias de urgência, quais sejam, o periculum in mora e o
fumus boni iuris.

014. (2019/CESPE/PREFEITURA DE CAMPO GRANDE - MS/PROCURADOR MUNICIPAL)


Dionísio ajuizou ação possessória em desfavor de Paulo sob o fundamento de que, durante os
últimos seis meses, o demandado estaria lhe prejudicando a entrada em seu próprio terreno,
visto que Paulo havia descarregado um caminhão de areia no portão de entrada da proprie-
dade de Dionísio. Ao redigir a exordial, o advogado do autor narrou nos fatos a ocorrência de
esbulho, o que justificaria o ajuizamento da referida ação como de reintegração de posse.
Julgue o item subsecutivo, no que se refere a procedimentos especiais, contestação, reconven-
ção e petição inicial.
No caso, como ocorreu somente o embaraço da plena posse de Dionísio, deveria ter sido ajui-
zada ação de manutenção de posse. Assim, o juiz, ao receber a inicial, deverá determinar a
emenda da exordial para adequação do pedido, nos termos do Código de Processo Civil.

015. (2019/VUNESP/CÂMARA DE SÃO MIGUEL ARCANJO - SP/PROCURADOR LEGISLA-


TIVO/ADAPTADA) No que diz respeito à capacidade processual dos cônjuges, julgue o item
subsequente.
Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é indispensá-
vel nas hipóteses de com posse ou de ato por ambos praticado.

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016. (2019/BANCA DO ÓRGÃO/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA – MATUTINA) Conforme


o Código de Processo Civil, no caso de ação possessória em que figure no polo passivo grande
número de pessoas, serão feitas a citação pessoal dos ocupantes que forem encontrados no
local e a citação por edital dos demais, determinando-se, ainda, a intimação do Ministério Públi-
co e, se envolver pessoas em situação de hipossuficiência econômica, da Defensoria Pública.

017. (2019/IADES/CRN - 3ª Região (SP e MS)/Advogado/ADAPTADA)


De acordo com os procedimentos especiais do Código de Processo Civil, julgue o item
subsequente.
Na pendência de ação possessória, é facultado, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação de
reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira pessoa.

018. (2019/CESPE/TJ-SC/JUIZ SUBSTITUTO) De acordo com as disposições do CPC, assi-


nale a opção correta relativa aos procedimentos especiais.
No caso da ação possessória multitudinária, o oficial de justiça procurará, por uma vez, os
ocupantes no imóvel, sendo citados por edital os que não forem encontrados na ocasião, inde-
pendentemente de outras diligências para citação por hora certa.

019. (2018/CESPE/PGM DE MANAUS/PROCURADOR DO MUNICÍPIO) Acerca das dispo-


sições do CPC relativas aos procedimentos especiais e ao processo de execução, julgue o
item seguinte.
Na hipótese do ajuizamento de ação de reintegração de posse quando se deveria ajuizar outra
ação possessória, o juiz poderá conhecer o pedido e outorgar a proteção legal correspondente,
desde que tenham sido comprovados os pressupostos da ação que deveria ter sido ajuizada.

020. (2018/FCC/SEFAZ-SC/AUDITOR-FISCAL DA RECEITA ESTADUAL - GESTÃO TRIBUTÁ-


RIA/ADAPTADA) Quanto aos sujeitos do processo, julgue o item subsequente:
Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é indispensá-
vel nas hipóteses de composse ou de ato por ambos praticados.

021. (2018/FCC/TRT - 15ª REGIÃO (SP)/ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA - OFI-


CIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR FEDERAL) Fábio Henrique ajuíza demanda possessória con-
tra Gabriel, seu vizinho. Pede reintegração na posse de seu imóvel, sem que, no entanto, tenha
se consumado esbulho, havendo apenas receio de ser molestado na posse de seu imóvel. Em
razão disso,
a) o juiz deverá determinar emenda à inicial, em dez dias, para que Fábio Henrique regularize o
pedido, sob pena de indeferimento e extinção do feito sem resolução de mérito.
b) haverá extinção imediata da ação, pois o pedido reintegratório possui procedimento incom-
patível com a ação adequada, que seria a de interdito proibitório.

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c) haverá aproveitamento do pedido, pois a propositura de uma ação possessória em vez de


outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente
àquela cujos pressupostos estejam provados.
d) o pedido não poderá ser aproveitado, por ser mais gravoso ao réu, o que só ocorreria na
situação inversa, em que se pedisse o interdito proibitório e já houvesse acontecido o esbulho.
e) haverá extinção do processo, sem resolução do mérito, pois o aproveitamento de uma ação
possessória por outra só se dá entre reintegração e manutenção de posse, mas não entre rein-
tegração e interdito proibitório.

022. (2018/IESES/TJ-CE/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/ADAPTA-


DA) Acerca das regras jurídicas dispostas no Código de Processo Civil e que definem a com-
petência interna, julgue o item subsequente:
A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem com-
petência absoluta.

023. (2018/FCC/ALESE/ANALISTA LEGISLATIVO - APOIO JURÍDICO) Em relação às ações


de manutenção e reintegração de posse, a legislação vigente estabelece:
a) Desde que concedido o mandado liminar de manutenção ou de reintegração, o autor promo-
verá, nos dez dias subsequentes, a citação do réu para, querendo, contestar a ação no prazo
de quinze dias.
b) Estando a petição inicial respectiva devidamente instruída, o juiz deferirá, apenas após ouvi-
do o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração, intimando-se o
réu para comparecer à audiência que for designada.
c) Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição
do mandado liminar de manutenção ou de reintegração, caso contrário, determinará que o
autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for
designada.
d) No litígio coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho ou a turbação houver ocorrido há
menos de ano e dia, o juiz, antes de apreciar o pedido de concessão liminar, designará audiên-
cia de mediação, a realizar-se em até 60 dias.
e) É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de indenização dos frutos, mas não o de
perdas e danos, que deve ser pleiteado por ação autônoma por exigir o procedimento ordinário.

024. (2018/FUMARC/CEMIG - MG/ADVOGADO JR) Considerando a disciplina das ações


possessórias no Código de Processo Civil vigente, Lei 13.105/2015, é CORRETO afirmar:
a) A ação de manutenção da posse não obsta a propositura pelas partes, entre si, de ação de
reconhecimento de domínio.
b) A disciplina atual das ações possessórias não confere tratamento distinto a litígios individu-
ais e coletivos pela posse de bem imóvel.

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Ações Possessórias e Embargos de Terceiros
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c) O Código aboliu os efeitos procedimentais da distinção entre posse nova e posse velha no
tratamento das ações possessórias.
d) O Código contém disposição específica sobre citação na ação possessória em que figure no
polo passivo grande número de pessoas.

025. (2018/CS-UFG/SANEAGO - GO/ADVOGADO) No que diz respeito às Ações Possessó-


rias, o Código de Processo Civil (Lei n. 13.105/2015) estabelece:
a) a ação possessória, sendo imobiliária, o juízo competente é o da situação da coisa, compe-
tência essa, absoluta.
b) a participação do cônjuge do autor ou do réu é dispensável nas hipóteses de composse ou
de ato por ambos praticados.
c) o possuidor tem direito de ser mantido na posse em caso de esbulho e reintegrado no caso
de turbação.
d) a justificação prévia para a concessão de liminar é exigida nas ações de manutenção e rein-
tegração de posse.

026. (2017/CESPE/PREFEITURA DE FORTALEZA - CE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO) Com


base na legislação processual e no Código Civil, julgue o seguinte item, acerca de ações pos-
sessórias e servidão urbanística.
No âmbito das ações possessórias, se houver pedido de reintegração de posse e a propriedade
do imóvel for controvertida, o juiz deverá, em primeiro lugar, decidir quanto ao domínio do bem
e, depois, conceder ou não a ordem de reintegração.

027. (2018/FCC/PGE-TO/PROCURADOR DO ESTADO) Referente às ações possessórias,


considere.
I – É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a
proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho
cometidos pelo autor.
II – A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conhe-
ça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos este-
jam provados.
III – Na pendência de ação possessória é possível ao réu, como meio de defesa, propor ação
de reconhecimento de domínio, sendo defeso porém ao autor o ajuizamento da ação dominial.
IV – Quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho, seu proce-
dimento admite liminar; após esse prazo o procedimento será ordinário, perdendo a ação seu
caráter possessório.
V – Se o réu provar, em qualquer tempo, que o autor provisoriamente mantido ou reintegrado
na posse carece de idoneidade financeira para, no caso de sucumbência, responder por perdas
e danos, o juiz designar-lhe-á o prazo de cinco dias para requerer caução, real ou fidejussória,

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Ações Possessórias e Embargos de Terceiros
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sob pena de ser depositada a coisa litigiosa, ressalvada a impossibilidade da parte economi-
camente hipossuficiente.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I, III e IV.
b) I, II e V.
c) II, III e IV.
d) I, II, IV e V.
e) III, IV e V.

028. (2017/CESPE/PGE-SE/PROCURADOR DO ESTADO/ADAPTADA) De acordo com a juris-


prudência do STJ e à luz do CPC, julgue o item subsequente
Nas ações possessórias, é vedado ao autor cumular pedido de indenização com pedido de
reintegração ou de manutenção da posse.

029. (2017/CONSULPLAN/TJ-MG/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS)


Sobre ação possessória, NÃO é correto afirmar:
a) Existe possibilidade de cumulação de pretensões de direito material, sem prejuízo do proce-
dimento especial possessório.
b) O CPC/15 possibilita expressamente, também, o ajuizamento de ação de reconhecimento
de domínio, na pendência de ação possessória, desde que em face de terceiro.
c) Novidade não antes admitida nas ações possessórias, o CPC/15 prevê expressamente a
possibilidade de requerimento de medidas necessárias e adequadas para a inibição de nova
turbação ou esbulho e para que seja cumprida a tutela provisória ou final.
d) A vedação de exceção de domínio na pendência de ação possessória e a irrelevância da
alegação de propriedade foram mantidas, uma vez que as ações possessórias se caracterizam
pela cognição sumária, de modo que o juiz está restrito ao exame do fato da posse.

030. (INÉDITA/2021) A respeito do interdito proibitório, espécie de ação possessória, julgue o


item subsequente:
O possuidor direto ou indireto que tenha justo receio de ser molestado na posse poderá reque-
rer ao juiz que o segure da turbação ou esbulho iminente, mediante mandado proibitório em
que se comine ao réu determinada pena pecuniária caso transgrida o preceito.

031. (2019/CESPE/PGM - CAMPO GRANDE – MS/PROCURADOR MUNICIPAL/ADAPTADA)


Julgue o item subsequente.
Na execução por carta precatória, se indicado pelo juízo deprecante o bem constrito ou se já
devolvida a carta, os embargos de terceiro serão oferecidos no juízo deprecante.

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032. (2020/CESPE/MPE-CE/PROMOTOR DE JUSTIÇA DE ENTRÂNCIA INICIAL) Com base


nas regras que regulamentam os procedimentos especiais no CPC e na legislação extravagan-
te, julgue o item subsequente:
Conforme o rito previsto para os embargos de terceiro, a competência para exame dessa me-
dida será do juízo deprecante em qualquer hipótese de constrição de bem de terceiro realizada
por carta precatória.

033. (2019/FCC/TJ-AL/JUIZ SUBSTITUTO) Os embargos de terceiro podem ser


a) ajuizados pelo adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a inefi-
cácia da alienação realizada em fraude à execução, dentre outras hipóteses.
b) impugnados em dez dias, após o que seguirão procedimento comum.
c) opostos até ser proferida a sentença nos autos em que ocorreu a constrição.
d) ajuizados somente pelo terceiro proprietário, ainda que fiduciário.
e) utilizados sempre para manutenção ou reintegração de posse, necessariamente em exame
inicial e com prestação de caução pelo embargante.

034. (2019/VUNESP/TJ-RS/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS) Quem,


não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre bens que pos-
sua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu
desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de terceiro, a respeito do qual, é correto
afirmar que
a) o possuidor direto, como autor da demanda, pode alegar a sua posse, mas não o domí-
nio alheio.
b) acolhido o pedido inicial, o ato de constrição judicial indevida será cancelado, porém sem o
reconhecimento do domínio, da manutenção da posse ou da reintegração definitiva do bem ou
do direito ao embargante.
c) o juiz poderá condicionar a ordem de manutenção ou de reintegração provisória de posse à
prestação de caução pelo requerente, ressalvada a impossibilidade da parte economicamente
hipossuficiente.
d) os embargos serão distribuídos por dependência ao juízo que ordenou a constrição, corren-
do nos mesmo autos onde foi emanada a referida ordem.
e) serão legitimados passivos o sujeito a quem o ato de constrição aproveita, assim como a
autoridade judicial que determinou a constrição.

035. (2018/INSTITUTO AOCP/TRT - 1ª REGIÃO (RJ)/ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDI-


CIÁRIA) De acordo com o Código de Processo Civil de 2015, quanto à Ação de Embargos de
Terceiro, assinale a alternativa INCORRETA.
a) Essa modalidade de ação presta-se ao livramento de constrição de patrimônio de terceiro
não envolvido com a lide principal.

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Ações Possessórias e Embargos de Terceiros
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b) Essa modalidade de ação viabiliza proteção possessória ou dominial em relação à sua função.
c) Essa modalidade de ação é cabível diante de gravame judicial e atos administrativos.
d) Contra os embargos do credor com garantia real, o embargado somente poderá alegar que:
o devedor comum é insolvente; o título é nulo ou não obriga a terceiro; outra é a coisa dada
em garantia.
e) A sentença de procedência determinará o desfazimento da constrição, determinará or-
dem de manutenção/reintegração de posse, levantamento da caução, se houver, e declarará
o domínio.

036. (2018/FCC/TRT - 2ª REGIÃO (SP)/ANALISTA JUDICIÁRIO - OFICIAL DE JUSTIÇA AVA-


LIADOR FEDERAL) O Banco “X” ajuizou na comarca de São Paulo, Capital, ação de cobrança
contra o correntista Afonso, julgada procedente por sentença transitada em julgado. Iniciada
a fase de cumprimento de sentença, Afonso não cumpre espontaneamente a sentença conde-
natória. A penhora on-line é infrutífera. O Banco “X”, então, descobre a existência de um imóvel
comercial na cidade e comarca de Ribeirão Preto, requerendo a sua penhora. O Magistrado da
Capital, onde o feito tramita, determina, então, a expedição de carta precatória à comarca de
Ribeirão Preto para penhora do imóvel comercial em questão, de propriedade do devedor, e a
sua respectiva avaliação. Os atos são devidamente cumpridos pelo juízo deprecado. O Banco
exequente “X”, apresenta requerimento de adjudicação do bem imóvel comercial penhorado.
O executado é intimado para se manifestar sobre o requerimento e, em seguida, a adjudicação
é deferida pelo Magistrado. Stela, esposa do executado Afonso, pretende resguardar sua me-
ação no imóvel comercial objeto de adjudicação e, para tanto, deverá oferecer embargos de
terceiro perante o juízo
a) deprecado, onde foi realizada a constrição, no prazo de 5 dias depois da adjudicação.
b) deprecante, no prazo de 5 dias depois da adjudicação.
c) deprecante, no prazo de 15 dias depois da adjudicação.
d) deprecado, onde foi realizada a constrição, no prazo de 15 dias depois da adjudicação.
e) deprecante, no prazo de 10 dias depois da adjudicação.

037. (2018/VUNESP/TJ-SP/JUIZ SUBSTITUTO) Quanto aos embargos de terceiro, assinale


a alternativa correta.
a) Na fase de conhecimento, eles podem ser opostos até o trânsito em julgado e, no cumpri-
mento ou execução, no mesmo prazo para impugnação ou para embargos à execução.
b) Para obtenção de medida liminar, o embargante tem o ônus de apresentar prova pré-consti-
tuída de sua posse ou domínio.
c) No caso de embargos opostos por credor com garantia real, a lei estabelece um limite de
cognição horizontal ou em extensão.

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Ações Possessórias e Embargos de Terceiros
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d) Eles serão distribuídos livremente e caberá ao juízo que ordenou a constrição, tanto que
comunicado do ajuizamento da medida, eventualmente suspender o processo até julgamento
dos embargos.

038. (2018/FAUEL/PREFEITURA DE PARANAVAÍ - PR/PROCURADOR DO MUNICÍPIO) A


respeito dos embargos de terceiros, é correto afirmar que:
a) A decisão que reconhecer suficientemente provado o domínio ou a posse determinará a
suspensão das medidas constritivas sobre os bens litigiosos objeto dos embargos, bem como
a manutenção ou a reintegração provisória da posse, se o embargante a houver requerido.
b) Os embargos de terceiros podem ser opostos pelo terceiro proprietário, ainda que fiduciário,
mas não pelo possuidor
c) O credor com garantia real, devidamente intimado acerca do ato expropriatório, poderá
manejar embargos de terceiros a fim de obstar expropriação judicial do objeto de direito real
de garantia.
d) A citação será pessoal, mesmo se o embargado tiver procurador constituído nos autos da
ação principal.
e) Nos embargos de terceiros opostos pelo credor com garantia real, o embargante somente
poderá alegar que o devedor comum é insolvente, o título é nulo ou não obriga a terceiro ou que
outra é a coisa dada em garantia.

039. (2017/CONSULPLAN/TRE-RJ/ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA) Os


Embargos de Terceiros fazem parte do procedimento especial, previsto no Código de Processo
Civil, sendo possível sua utilização por quem, não sendo parte no processo, sofre constrição
ou sofre ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito in-
compatível com o ato constritivo. Sobre o ajuizamento dos embargos, assinale a alternativa
INCORRETA.
a) Pode defender-se por meio de embargos aquele que pretende negar ter adquirido bem em
fraude à execução.
b) O companheiro é terceiro legítimo para ajuizamento dos Embargos de Terceiros quando
defende a posse de bens próprios.
c) É admissível a oposição de Embargos de Terceiros fundados em alegação de posse advinda
do compromisso de compra e venda de imóveis, ainda que desprovido do registro.
d) Além da sentença que promova a anulação da penhora sobre o bem, é possível ainda em
sede de Embargos de Terceiros a declaração de nulidade do ato jurídico que verse sobre fraude
contra credores.

040. (2017/VUNESP/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS – SP/PROCURADOR) Con-


tra os embargos do credor com garantia real, cujo bem foi oferecido à penhora pelo devedor, o
embargado, executado na ação principal, poderá alegar como defesa:

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a) fraude à execução.
b) ofensa à coisa julgada.
c) fraude contra credores.
d) que o devedor comum é solvente.
e) que o título é nulo.

041. (2017/CESPE/Prefeitura de Fortaleza - CE/Procurador do Município)


Julgue o próximo item, a respeito de litisconsórcio, intervenção de terceiros e procedimentos
especiais previstos no CPC e na legislação extravagante.
Os embargos de terceiro somente podem ser utilizados no cumprimento de sentença ou no
processo de execução. Por esse motivo, no processo de conhecimento, o terceiro deve defen-
der seus interesses por intermédio de assistência ou oposição.

042. (2016/FCC/TRT - 20ª REGIÃO (SE)/ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA ESPE-


CIALIDADE OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR FEDERAL) Os embargos de terceiro
a) não admitem prova oral.
b) não podem ser opostos pelo cônjuge do devedor, salvo para defesa dos bens que poderá
vir a herdar.
c) podem ser opostos apenas no processo de execução.
d) são distribuídos livremente, não suspendendo o processo principal.
e) podem ser de terceiro proprietário, inclusive fiduciário, ou possuidor.

043. (2016/CESPE/TRT - 8ª REGIÃO (PA E AP)/ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁ-


RIA) Antônio ajuizou contra Pedro execução civil de título extrajudicial no valor de R$ 300.000.
Para garantia do juízo, foi penhorado bem imóvel pertencente a Pedro e sua esposa, Maria.
Apesar de não ser parte da execução, Maria foi intimada da penhora, conforme determinado
pela legislação processual.
Nessa situação hipotética, caso deseje tomar medida judicial com a única finalidade de prote-
ger sua meação referente ao bem penhorado, Maria deve
a) aguardar o término da execução e, oportunamente, ingressar com ação de nulidade
da sentença.
b) impetrar mandado de segurança, porque o CPC não prevê qualquer outro mecanismo para
sua defesa.
c) ingressar no processo como assistente simples de Pedro, demonstrando seu interes-
se no feito.
d) se valer da modalidade de intervenção de terceiros denominada oposição.
e) oferecer embargos de terceiro, que serão analisados pelo mesmo juízo que determinou
a penhora.

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044. (2021/CESPE/PGE-PB/PROCURADOR DO ESTADO) Assinale a opção que apresenta


a medida adequada àquele que sofra ameaça de constrição judicial sobre bem de que seja
possuidor.
a) interdito proibitório
b) manutenção na posse
c) reintegração na posse
d) embargos de terceiro
e) tutela cautelar

045. (2021/UNESC/PGM - CRICIÚMA - SC/PROCURADOR DO MUNICÍPIO) É possível a opo-


sição por meio de embargos de terceiro para se propor o desfazimento ou sua inibição, de
quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre bens
que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo, conforme dis-
põe o Art. 674 do CPC. Qual das pessoas abaixo não deve ser considerada um terceiro do
ponto de vista processual? Assinale.
a) O cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios ou de sua meação.
b) O Requerido (reconvinte) na ação que intenta uma desapropriação do imóvel e que, ao pro-
mover a reconvenção, aduz que o Autor e terceiros (reconvindos) devem uma indenização
pelas benfeitorias realizadas no imóvel objeto do litígio.
c) O adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a ineficácia da aliena-
ção realizada em fraude à execução
d) Quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsideração da personalidade
jurídica, de cujo incidente não fez parte
e) O credor com garantia real para obstar expropriação judicial do objeto de direito real de ga-
rantia, caso não tenha sido intimado, nos termos legais dos atos expropriatórios respectivos.

046. (2021/CESPE/MPE-AP/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) Luciano propôs uma


ação judicial em desfavor de Pedro, para a defesa da posse de um imóvel localizado na cidade
de São Paulo. Em contestação, o requerido apresentou a preliminar de ilegitimidade ativa, ale-
gando que o autor não é proprietário do bem imóvel objeto da lide, mas tão somente inquilino.
Tendo como referência a situação hipotética precedente, as disposições do CPC e o entendi-
mento dos tribunais superiores, assinale a opção correta, acerca das condições da ação e das
regras que regulamentam a ação possessória.
a) O CPC adota expressamente a teoria da asserção, segundo a qual a análise das condições
da ação é feita pelo juiz com base nas alegações apresentadas na petição inicial.
b) Na qualidade de inquilino, Luciano não tem legitimidade para promover a referida demanda.
c) Nessa espécie de ação, a participação de cônjuge do autor ou do réu é sempre indispensável.
d) Na pendência da ação possessória proposta por Luciano, nem ele, nem Pedro podem formu-
lar nova ação de reconhecimento de domínio, salvo em desfavor de terceira pessoa.

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e) Não é lícita ao autor a cumulação de pedido possessório com condenação em perdas e da-
nos e indenização aos frutos, devido à natureza especial do procedimento.

047. (2021/FCC/DPE-BA/DEFENSOR PÚBLICO) Sobre a ação possessória em que figure no


polo passivo grande número de pessoas,
a) a intervenção da Defensoria Pública como custos vulnerabilis representa os interesses dos
ocupantes citados por edital.
b) a citação pessoal dos ocupantes poderá ser realizada na pessoa do representante ou líder
comunitário local.
c) de acordo com o Código de Processo Civil, deve o oficial de justiça realizar a tentativa de ci-
tação pessoal dos ocupantes por duas vezes, de modo que os não encontrados no local serão
citados por edital.
d) quando o esbulho afirmado na petição inicial houver ocorrido há mais de ano e dia, antes da
apreciação do pedido liminar, o juiz deverá designar audiência de mediação para tentativa de
solução pacífica do conflito.
e) nas hipóteses em que não for autor da demanda, a intervenção do Ministério Público é dis-
pensável por envolver direitos disponíveis.

048. (2021/FGV/DPE-RJ/DEFENSOR PÚBLICO) A sociedade Crescer Ltda., proprietária de


um grande terreno na Comarca de Japeri, ajuizou, em 2003, ação reivindicatória em face de 15
famílias que ocupavam o terreno, transitando em julgado a sentença de procedência em julho
de 2019. Em virtude da morte do seu principal sócio, somente em fevereiro de 2021 a socie-
dade deu início ao cumprimento de sentença, percebendo então que, além dos réus originais,
várias outras famílias haviam se estabelecido no local. A requerimento da empresa, o juiz de-
terminou a expedição de mandado para que todos desocupassem o imóvel, inclusive os que
não residiam no local na época do ajuizamento da demanda. Marcos, um desses moradores,
recebeu ordem para sair do imóvel em 10 dias, sob pena de desalijo forçado. Muito assustado,
ele compareceu à Defensoria com a intimação e também com cópia da sentença criminal,
proferida em janeiro de 2020, que reconhecia a falsidade do título de propriedade apresentado
pela sociedade Crescer Ltda. para fundamentar a demanda reivindicatória.
Em relação à situação descrita, é correto afirmar que:
a) Marcos não possui legitimidade para interpor agravo de instrumento, eis que não foi parte
no processo anterior;
b) a Defensoria Pública poderá ajuizar, em nome próprio, ação de usucapião coletivo para a
defesa do direito dos moradores;
c) a sentença é nula em relação às novas famílias que foram residir no local, sendo cabível
ação rescisória;
d) é cabível a oposição de embargos de terceiro em favor de Marcos;

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e) em caso de litígios coletivos pela posse ou propriedade de imóvel, quando o esbulho ou tur-
bação tiver ocorrido há menos de ano e dia, o juiz, antes de apreciar o pedido de concessão da
liminar, deverá marcar audiência de mediação.

049. (2021/CESPE/TC-DF/PROCURADOR) Acerca de procedimentos especiais e de jurisdi-


ção voluntária, julgue o item que se segue.
O município possui legitimidade para oferecer oposição em ação possessória proposta origi-
nariamente entre particulares; nessa situação, o ente público poderá deduzir, conforme o caso,
matéria referente ao domínio do bem.

050. (2020/ITAME/CÂMARA DE CALDAZINHA - GO/ADVOGADO) Quem, não sendo parte no


processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais
tenha direito incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua ini-
bição por meio de embargos de terceiro. Considera-se terceiro para efeitos da lei o seguinte:
a) quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsideração da personalidade
jurídica, que tenha sido parte no incidente.
b) o credor sem garantia para obstar expropriação judicial do objeto de direito real de garantia,
caso tenha sido intimado, nos termos legais dos atos expropriatórios respectivos.
c) o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a ineficácia da aliena-
ção realizada em fraude à execução.
d) O devedor que figura no processo de execução como executado.

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Ações Possessórias e Embargos de Terceiros
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GABARITO
1. c 37. c
2. e 38. a
3. b 39. d
4. b 40. e
5. a 41. E
6. b 42. e
7. d 43. e
8. a 44. d
9. b 45. b
10. C 46. d
11. E 47. d
12. C 48. d
13. E 49. C
14. E 50. c
15. C
16. C
17. E
18. C
19. C
20. C
21. c
22. C
23. c
24. d
25. a
26. E
27. b
28. E
29. d
30. C
31. C
32. E
33. a
34. c
35. c
36. b

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GABARITO COMENTADO
001. (2019/FGV/MPE-RJ/ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO – PROCESSUAL) Depois de
seis meses de turbação da posse praticada por um grupo de pessoas em uma fazenda, foi pro-
posta ação de manutenção de posse, com pedido de liminar, para compelir o grupo a cessar o
ilícito. Porém, antes de o juiz apreciar o pedido liminar, tal grupo efetivamente invadiu o local,
ocupando as terras.
Nessa hipótese, é correto afirmar que:
a) como a situação fática mudou entre a propositura da ação e o exame da liminar, deverá o
juiz intimar o autor para emendar a petição inicial, na forma do art. 321 do Código de Processo
Civil, corrigindo o vício e adequando o procedimento;
b) por se tratar de litígio coletivo pela posse de imóvel, antes de apreciar o pedido de conces-
são da medida liminar, deverá o juiz designar audiência de mediação, a realizar-se em até 30
(trinta) dias;
c) o juiz deverá receber a ação de manutenção como reintegração de posse e analisar o pedido
de liminar. Em caso de deferimento, será expedido o mandado liminar de manutenção ou de
reintegração; caso contrário, determinará que o autor justifique previamente o alegado, citan-
do-se o réu para comparecer à audiência que for designada;
d) por se tratar de litígio coletivo pela posse de imóvel, o juiz deverá examinar o pedido de li-
minar e, em seguida, determinar a citação dos réus, que, por se tratar de ato solene, deverá ser
pessoal a todos os ocupantes, devendo o oficial de justiça promover tantas diligências quantas
forem necessárias até a citação das referidas pessoas;
e) estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição
do mandado liminar de manutenção ou de reintegração; caso contrário, determinará a citação
do réu para apresentar sua resposta.

a) Errada. O princípio da fungibilidade aplicado às ações possessórias (art. 554, caput) per-
mite ao juiz dar à ação o tratamento que entender adequado, independentemente de ter sido
ajuizada como ação de manutenção ou reintegração de posse. Portanto, a superveniência de
esbulho não exige a emenda da inicial, podendo o juiz tratar da pretensão como se a ação fos-
se de reintegração de posse.
b) Errada. Tal disposição normativa somente se aplica às ações de posse velha (esbulho/tur-
bação há mais de ano e dia). Confira o art. 565, caput: “No litígio coletivo pela posse de imóvel,
quando o esbulho ou a turbação afirmado na petição inicial houver ocorrido há mais de ano e
dia, o juiz, antes de apreciar o pedido de concessão da medida liminar, deverá designar audiên-
cia de mediação, a realizar-se em até 30 (trinta) dias, que observará o disposto nos §§ 2º e 4º.”.
c) Certa. Trata-se de conjugação das regras do art. 554, caput e 562, caput.

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d) Errada. No caso de ação possessória em que figure no polo passivo grande número de pes-
soas, serão feitas a citação pessoal dos ocupantes que forem encontrados no local e a citação
por edital dos demais (art. 554, § 1º, primeira parte).
e) Errada. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a
expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração, caso contrário, determinará
que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência
que for designada (art. 562, caput).
Letra c.

002. (2019/FCC/MPE-MT/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) No que tange às ações


possessórias, é correto afirmar:
a) Contra as pessoas jurídicas de direito público poderá ser deferida de imediato a manutenção
possessória, mas a reintegração liminar dependerá de prévia audiência dos respectivos repre-
sentantes judiciais.
b) No litígio coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho ou a turbação afirmado na petição
inicial houver ocorrido há menos de ano e dia, o juiz, antes de apreciar o pedido de concessão
da medida liminar, deverá designar audiência de mediação, a realizar-se em até quinze dias.
c) É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de condenação em perdas e danos, mas
a indenização dos frutos deverá ser pleiteada por ação autônoma.
d) Na pendência de ação possessória é possível, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação de
reconhecimento do domínio, que obstará a manutenção ou a reintegração de posse.
e) A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do
pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam prova-
dos. No caso de ação possessória em que figure no polo passivo grande número de pessoas,
serão feitas a citação pessoal dos ocupantes que forem encontrados no local e a citação por
edital dos demais, determinando-se, ainda, a intimação do Ministério Público e, se envolver
pessoas em situação de hipossuficiência econômica, da Defensoria Pública.

a) Errada. Contra as pessoas jurídicas de direito público não será deferida a manutenção ou a
reintegração liminar sem prévia audiência dos respectivos representantes judiciais (art. 562,
parágrafo único).
b) Errada. Tal disposição normativa somente se aplica às ações de posse velha (esbulho/tur-
bação há mais de ano e dia). Confira o art. 565, caput: “No litígio coletivo pela posse de imóvel,
quando o esbulho ou a turbação afirmado na petição inicial houver ocorrido há mais de ano e
dia, o juiz, antes de apreciar o pedido de concessão da medida liminar, deverá designar audiên-
cia de mediação, a realizar-se em até 30 (trinta) dias, que observará o disposto nos §§ 2º e 4º.”.
c) Errada. O art. 555 dispõe: “É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de: I - condena-
ção em perdas e danos; II - indenização dos frutos.”.

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d) Errada. Na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor
ação de reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira
pessoa (art. 557).
e) Certa. Trata-se das regras literais do caput do art. 554 e de seu § 1º.
Letra e.

003. (2019/FCC/SANASA CAMPINAS- PROCURADOR JURÍDICO) Na escritura de compra


e venda do imóvel, o proprietário transferiu o domínio tendo sido efetivado o registro e asse-
gurada a posse para o adquirente. Este ajuizou ação de reintegração de posse contra terceiro
que, após a desocupação do imóvel pelo vendedor, dele se apossara. A contestação aduz que
a posse é um fato material, pelo que haveria falta de legitimidade para o autor da ação reinte-
grar-se por ainda não haver exercido qualquer posse, e, pleiteia o pagamento de indenização
por danos morais, sem, contudo, comprovar a dor sofrida por eventual ato praticado pelo au-
tor da ação.
Nesse caso,
a) apenas se justificaria a ação se o autor houvesse, mediante desforço imediato, tentado re-
tornar à posse do imóvel.
b) deve ser rejeitado o argumento da defesa, pois houve a transmissão da posse por ocasião
da assinatura da escritura, devendo também ser rejeitado o pedido de indenização por danos
morais, ante à ausência de comprovação do dano e do nexo causal.
c) é impossível a ação, pois reclamaria a presença de um possuidor esbulhado, sendo certo
que o possuidor era o alienante do imóvel.
d) o adquirente não é parte legítima para figurar no polo ativo da demanda, pois o vendedor/
antigo proprietário foi quem transferiu o domínio.
e) a defesa deve ser acolhida pelo juiz.

O desforço possessório (forma autônoma de retomar a posse) não é condição da ação pos-
sessória. Ademais, o fato de a venda do imóvel ter sido perfeita e acabada já transfere a posse
do bem ao adquirente, que terá legitimidade para ajuizar ações possessórias em defesa desse
bem. O dano moral, como qualquer outro pedido, deve ter seus pressupostos comprovados
(neste caso, nexo de causalidade, dano e culpa/dolo), o que não ocorreu.
Letra b.

004. (2019/IESES/TJ-SC/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS) Segundo o


disposto no Código de Processo Civil, relativamente às ações possessórias:
I – A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conhe-
ça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos este-
jam provados.

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II – É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de condenação em perdas e danos e


indenização dos frutos.
III – É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a
proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho
cometido pelo autor.
IV – Na pendência de ação dominial é vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação pos-
sessória, exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira pessoa.
É correto o que se afirma em:
a) Apenas II.
b) Apenas I, II e III.
c) Apenas I, II e IV.
d) I, II, III e IV.

I – Certo. Trata-se da regra literal do art. 554, caput.


II – Certo. Trata-se da regra literal do art. 555, caput e incisos.
III – Certo. Trata-se da regra literal do art. 556, caput,
IV – Errado. É o contrário: Na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao autor quanto
ao réu, propor ação de reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão for deduzida em
face de terceira pessoa (art. 557).
Letra b.

005. (2019/FGV/DPE-RJ/TÉCNICO SUPERIOR JURÍDICO) Fernando, tendo sofrido turbação


na posse de imóvel de sua propriedade, propôs ação de manutenção de posse, em cujo polo
passivo figura um grande número de pessoas.
Nesse cenário, é possível que:
a) o juiz conheça do pedido como reintegração de posse, caso entenda que já ocorreu o esbu-
lho, e não a turbação da posse;
b) seja feita a citação dos réus que se encontrarem no imóvel objeto da lide, sem a necessida-
de de citação por edital daqueles que ali não forem localizados;
c) haja intimação da Defensoria Pública, ainda que não envolva pessoas em situação de hipos-
suficiência econômica;
d) qualquer réu demande o reconhecimento do domínio em face do autor;
e) o juiz conheça do pedido como reivindicatória, caso entenda que a causa de pedir envolve o
reconhecimento do domínio.

a) Certa. É a regra do art. 554, caput.


b) Errada. Os que não estiverem no local deverão ser citados por edital (art. 554, § 1º).

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c) Errada. As pessoas em situação de hipossuficiência econômica tornam necessária a intima-


ção da Defensoria (art. 554, § 1º).
d) Errada. Na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor
ação de reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira
pessoa (art. 557).
e) Errada. Não se aplica o princípio da fungibilidade a tais ações.
Letra a.

006. (2019/INSTITUTO AOCP/PC-ES/PERITO OFICIAL CRIMINAL - ÁREA 8) Júlio, no dia 25


de agosto de 2018, após muitas ameaças, invadiu o imóvel onde Roberto residia com sua fa-
mília, localizado na cidade de São Paulo (SP), e o impediu de entrar no imóvel, trocando todas
as fechaduras e mantendo a casa constantemente fechada. Durante a invasão, Júlio causou
vários danos ao imóvel de Roberto. Com base no caso apresentado e nas disposições do Códi-
go de Processo Civil em vigor, sobre Ações Possessórias, assinale a alternativa correta.
a) O ato praticado por Júlio configura turbação e enseja a propositura de Ação de Manuten-
ção de Posse.
b) Caso Roberto ingresse com a Ação Possessória cabível, poderá cumular, ao pedido posses-
sório, a condenação de Júlio à reparação por perdas e danos, pelos danos causados ao imóvel
no ato da invasão.
c) Caso Roberto ingresse com o tipo de Ação Possessória incorreta para o caso, o Juiz deverá
extinguir a Ação para que Roberto ingresse com a Ação adequada.
d) A Ação Possessória proposta por Roberto, no dia 05 de fevereiro de 2019, deverá seguir o
Procedimento Comum.
e) Na petição inicial, Roberto não precisará provar a data do ato de invasão praticado por Júlio,
já que esta não tem relevância jurídica para o processo.

a) Errada. O ato praticado pelo invasor foi de esbulho.


b) Certa. É a regra do art. 555, inciso I.
c) Errada. Conforme o caput do art. 554, pode o juiz receber a ação possessória pela espécie
que entender adequada, sem extinguir nem determinar a emenda da inicial.
d) Errada. A questão é do ano de 2009. Portanto, na data da questão, a ação era de posse nova,
pois o esbulho teria ocorrido há menos de ano e dia. Logo, a ação seguirá procedimento espe-
cial (art. 558, caput).
e) Errada. A data do esbulho é de muita relevância para o processo, pois, a depender do tempo
transcorrido entre o esbulho e o ajuizamento da ação, o rito processual será comum ou espe-
cial (art. 558).
Letra b.

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007. (2018/IDECAN/CRF-SP/PROCURADOR) Evidenciada a turbação ou esbulho poder-se-á


ser interposta ação possessória a qual, a depender da data de interposição, observará ao rito
especial ou ao rito comum. Sendo comum ou especial, não é afeta a caracterização da posses-
sória, havendo tão somente a distinção dos ritos. Sobre as ações possessórias e os diferentes
ritos, é correto afirmar que:
a) As ações possessórias de bens imóveis, independentemente do rito a que se submeterem,
terão como competência absoluta o foro do domicílio do réu, isto por acreditar o legislador que
este, turbado ou esbulhado em sua posse, terá melhores condições de defender o que lhe é
assegurado por direito.
b) Intentada dentro do prazo de ano e dia a contar da data de início da violência, a ação pos-
sessória observará ao rito especial, cujo procedimento é totalmente distinto daquele adotado
no rito comum. O único processo idêntico em ambos os ritos é a fase liminar, a qual exigirá a
comprovação da urgência e do risco de dano.
c) Tendo-se em discussão a posse de determinado bem, afetando-se diretamente aos diretos
do proprietário, será este o principal legitimado para interposição das possessórias, ainda que
não detenha a posse do bem. O possuidor justo também será legitimado à ação, o possuidor
injusto, contudo, não poderá figurar como parte.
d) Intentada a devida ação possessória de força nova, observar-se-á o rito especial, o qual
distingue-se especialmente quanto a fase liminar, na qual poder-se-á de plano ser deferida a
liminar ou mesmo após audiência de justificação. O deferimento da liminar neste procedimen-
to exigirá tão somente a demonstração, em cognição sumária, de que o autor era detentor da
posse e foi esbulhado ou mesmo turbado.

a) Errada. A competência territorial para a ação possessória imobiliária é o lugar de situação


da coisa. Trata-se de competência territorial absoluta, por exceção (art. 47, § 2º, CPC).
b) Errada. É exatamente o contrário: os ritos comum e especial se distinguem pela fase inicial,
pois apenas o especial comporta a liminar de simples demonstração da posse e do esbu-
lho/turbação.
c) Errada. Não existe nenhuma preferência legal pelo proprietário para o ajuizamento da ação
possessória. Basta que o autor demonstre ser possuidor do bem, seja proprietário ou não. O
possuidor injusto pode, sim, ser parte da ação possessória, normalmente no polo passivo da
ação, por ter cometido esbulho do bem.
d) Errada. De fato, os ritos comum e especial se distinguem pela fase inicial, pois apenas o
especial comporta a liminar de simples demonstração da posse e do esbulho/turbação. No
rito especial, o deferimento da liminar depende apenas de demonstração da probabilidade
do direito, que, nas ações possessórias, se resume na demonstração da posse e do esbulho/
turbação cometido pelo réu.
Letra d.
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008. (2018/FCC/PREFEITURA DE CARUARU - PE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO) João


Melo propõe ação de manutenção de posse em razão de turbação em área imobiliária de sua
propriedade. Antes mesmo da citação do réu esbulhador, seu vizinho, Antonio Pereira, este
consuma o esbulho, invadindo a área que pertence a João Melo. Nesse caso:
a) o juiz poderá conhecer do pedido como ação reintegratória de posse, sem necessidade de
ajuizamento de nova ação, outorgando a proteção correspondente, se provados os fatos, tudo
com fundamento no princípio da fungibilidade processual.
b) o autor, João Melo, precisará ajuizar nova ação, uma vez que os fundamentos fáticos da
ação reintegratória de posse são diversos dos da ação de manutenção, vigorando a respeito o
princípio da congruência ou vinculação.
c) o autor necessitará propor nova demanda porque o pedido é diverso nas duas ações, em
respeito ao princípio da congruência ou adstrição.
d) a ação inicial deverá ser aproveitada, mas o juiz precisará designar audiência de justifi-
cação, necessariamente, antes da concessão de eventual liminar, vigorando o princípio da
eventualidade.
e) na hipótese não é possível o aproveitamento dos atos processuais, o que só acontece quan-
do a ação originária é de interdito proibitório e na evolução dos fatos passa a ser de manuten-
ção possessória, com base na natureza dúplice das demandas dessa natureza.

A fungibilidade entre as ações possessórias é muitíssimo explorada em questões. Conforme


o art. 554, caput, “a propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o
juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos
estejam provados”. Logo, não é necessário ajuizar novamente a ação, nem emendar a inicial.
Letra a.

009. (2018/FCC/PGE-AP/PROCURADOR DO ESTADO) Em relação às ações possessórias,


a) é possível, tanto ao autor quanto ao réu, na pendência da ação possessória, propor ação de
reconhecimento do domínio em face de ambos ou de terceira pessoa.
b) no caso de ação possessória em que figure no polo passivo grande número de pessoas,
serão feitas a citação pessoal dos ocupantes que forem encontrados no local e a citação por
edital dos demais, determinando-se, ainda, a intimação do Ministério Público e, se envolver
pessoas em situação de hipossuficiência econômica, da Defensoria Pública.
c) impede a manutenção ou reintegração da posse a alegação de propriedade ou de outro di-
reito sobre a coisa.
d) por ser de natureza mandamental, o pedido possessório não pode ser cumulado com per-
das e danos, que devem ser pleiteados por ação própria.
e) além de contestar o pedido possessório, se o réu quiser demandar proteção possessória
para si, alegando que foi ele o ofendido em sua posse, deverá fazê-lo por meio de reconvenção.

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a) Errada. Na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor
ação de reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira
pessoa (art. 557).
b) Certa. É a regra literal do art. 554, § 1º.
c) Errada. Não obsta à manutenção ou à reintegração de posse a alegação de propriedade ou
de outro direito sobre a coisa (art. 557, parágrafo único).
d) Errada. O pedido de reintegração ou manutenção de posse pode, sim, ser cumulado com o
de perdas e danos (art. 555).
e) Errada. Nas ações possessórias, é possível que, na própria contestação, o réu alegue que
foi o ofendido em sua posse, demandando a proteção possessória e a indenização pelos pre-
juízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor. É a regra literal do art. 556,
caput do CPC. Não há necessidade de reconvenção.
Letra b.

010. (2020/FCC/TJ-MS/JUIZ SUBSTITUTO/ADAPTADA) Em relação às ações reguladas por


procedimentos especiais, julgue o item subsequente:
No caso de ação possessória em que figure no polo passivo grande número de pessoas, serão
feitas a citação pessoal dos ocupantes que forem encontrados no local e a citação por edital
dos demais, determinando-se, ainda, a intimação do Ministério Público e, se envolver pessoas
em situação de hipossuficiência econômica, da Defensoria Pública.

O item aborda a regra literal do art. 554, § 1º do CPC.


Certo.

011. (2019/CESPE/PREFEITURA DE CAMPO GRANDE - MS/PROCURADOR MUNICIPAL)


Dionísio ajuizou ação possessória em desfavor de Paulo sob o fundamento de que, durante os
últimos seis meses, o demandado estaria lhe prejudicando a entrada em seu próprio terreno,
visto que Paulo havia descarregado um caminhão de areia no portão de entrada da proprie-
dade de Dionísio. Ao redigir a exordial, o advogado do autor narrou nos fatos a ocorrência de
esbulho, o que justificaria o ajuizamento da referida ação como de reintegração de posse.
Julgue o item subsecutivo, no que se refere a procedimentos especiais, contestação, reconven-
ção e petição inicial.
O único meio processual cabível para que Paulo pudesse expor suas pretensões na demanda
possessória seria a reconvenção, na qual ele poderia pleitear proteção possessória e indeniza-
ção por prejuízos.

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Nas ações possessórias, é possível que, na própria contestação, o réu alegue que foi o ofendido
em sua posse, demandando a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultan-
tes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor. É a regra literal do art. 556, caput do CPC.
Errado.

012. (2019/CESPE/PREFEITURA DE CAMPO GRANDE - MS/PROCURADOR MUNICIPAL)


Dionísio ajuizou ação possessória em desfavor de Paulo sob o fundamento de que, durante os
últimos seis meses, o demandado estaria lhe prejudicando a entrada em seu próprio terreno,
visto que Paulo havia descarregado um caminhão de areia no portão de entrada da proprie-
dade de Dionísio. Ao redigir a exordial, o advogado do autor narrou nos fatos a ocorrência de
esbulho, o que justificaria o ajuizamento da referida ação como de reintegração de posse.
Julgue o item subsecutivo, no que se refere a procedimentos especiais, contestação, reconven-
ção e petição inicial.
Se Dionísio não fosse o proprietário do bem imóvel objeto de ação possessória, mas tão so-
mente o inquilino, ele teria legitimidade para promover a referida demanda.

O inquilino, por ser possuidor direto, também tem legitimidade ativa para ajuizar ação pos-
sessória, assim como o proprietário do imóvel alugado (possuidor indireto). A legitimidade do
possuidor consta do art. 560 do CPC: “O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso
de turbação e reintegrado em caso de esbulho.”.
Certo.

013. (2019/CESPE/PREFEITURA DE CAMPO GRANDE - MS/PROCURADOR MUNICIPAL)


Dionísio ajuizou ação possessória em desfavor de Paulo sob o fundamento de que, durante os
últimos seis meses, o demandado estaria lhe prejudicando a entrada em seu próprio terreno,
visto que Paulo havia descarregado um caminhão de areia no portão de entrada da proprie-
dade de Dionísio. Ao redigir a exordial, o advogado do autor narrou nos fatos a ocorrência de
esbulho, o que justificaria o ajuizamento da referida ação como de reintegração de posse.
Julgue o item subsecutivo, no que se refere a procedimentos especiais, contestação, reconven-
ção e petição inicial.
Nas ações possessórias, é admissível que o autor faça pedido liminar em relação ao restabe-
lecimento pleno de sua posse, bastando para tanto que comprove a existência dos mesmos
requisitos básicos das tutelas provisórias de urgência, quais sejam, o periculum in mora e o
fumus boni iuris.

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No caso retratado, o procedimento deve ser de posse nova, pois a turbação tem ocorrido nos
últimos seis meses. Logo, a medida liminar dependerá apenas da probabilidade do direito, e
não do perigo de dano. Somente se o procedimento fosse de posse velha é que seria neces-
sário demonstrar o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo (periculum in mora).
Errado.

014. (2019/CESPE/PREFEITURA DE CAMPO GRANDE - MS/PROCURADOR MUNICIPAL)


Dionísio ajuizou ação possessória em desfavor de Paulo sob o fundamento de que, durante os
últimos seis meses, o demandado estaria lhe prejudicando a entrada em seu próprio terreno,
visto que Paulo havia descarregado um caminhão de areia no portão de entrada da proprie-
dade de Dionísio. Ao redigir a exordial, o advogado do autor narrou nos fatos a ocorrência de
esbulho, o que justificaria o ajuizamento da referida ação como de reintegração de posse.
Julgue o item subsecutivo, no que se refere a procedimentos especiais, contestação, reconven-
ção e petição inicial.
No caso, como ocorreu somente o embaraço da plena posse de Dionísio, deveria ter sido ajui-
zada ação de manutenção de posse. Assim, o juiz, ao receber a inicial, deverá determinar a
emenda da exordial para adequação do pedido, nos termos do Código de Processo Civil.

O ato praticado pelo réu foi de turbação (perturbação da posse). Logo, a ação possessória
adequada é a de manutenção de posse. Ainda que o autor protocolasse a ação incorreta, o
juiz, com base no princípio da fungibilidade (art. 554, caput), poderia recebê-la como se fosse
a correta, sem emenda da inicial.
Errado.

015. (2019/VUNESP/CÂMARA DE SÃO MIGUEL ARCANJO - SP/PROCURADOR LEGISLA-


TIVO/ADAPTADA) No que diz respeito à capacidade processual dos cônjuges, julgue o item
subsequente.
Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é indispensá-
vel nas hipóteses de com posse ou de ato por ambos praticado.

Trata-se da regra literal do art. 73, § 2º do CPC.


Certo.

016. (2019 BANCA DO ÓRGÃO - MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA – MATUTINA) Conforme


o Código de Processo Civil, no caso de ação possessória em que figure no polo passivo grande
número de pessoas, serão feitas a citação pessoal dos ocupantes que forem encontrados no

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local e a citação por edital dos demais, determinando-se, ainda, a intimação do Ministério Públi-
co e, se envolver pessoas em situação de hipossuficiência econômica, da Defensoria Pública.

Trata-se da correta regra literal do art. 554, § 1º.


Certo.

017. (2019/IADES/CRN - 3ª Região (SP e MS)/Advogado/ADAPTADA)


De acordo com os procedimentos especiais do Código de Processo Civil, julgue o item
subsequente.
Na pendência de ação possessória, é facultado, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação de
reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira pessoa.

Na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação de
reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira pessoa
(art. 557).
Errado.

018. (2019/CESPE/TJ-SC/JUIZ SUBSTITUTO) De acordo com as disposições do CPC, assi-


nale a opção correta relativa aos procedimentos especiais.
No caso da ação possessória multitudinária, o oficial de justiça procurará, por uma vez, os
ocupantes no imóvel, sendo citados por edital os que não forem encontrados na ocasião, inde-
pendentemente de outras diligências para citação por hora certa.

Lembra do litisconsórcio “multitudinário”? É o litisconsórcio que envolve um número muito


grande de pessoas. A banca utilizou o termo para se referir ao art. 554, § 1º, que prevê a forma
de citação na ação possessória que envolva várias pessoas no polo passivo. A banca ainda
acrescentou que a citação por edital das pessoas ausentes não prejudica eventuais outras dili-
gências de citação por hora certa. De fato, não havendo proibição legal, pode o juiz determinar
a tentativa de citação por outro meio que entenda ser mais eficaz do que a citação por edital
(como a citação por hora certa).
Certo.

019. (2018/CESPE/PGM DE MANAUS/PROCURADOR DO MUNICÍPIO) Acerca das dispo-


sições do CPC relativas aos procedimentos especiais e ao processo de execução, julgue o
item seguinte.

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Na hipótese do ajuizamento de ação de reintegração de posse quando se deveria ajuizar outra


ação possessória, o juiz poderá conhecer o pedido e outorgar a proteção legal correspondente,
desde que tenham sido comprovados os pressupostos da ação que deveria ter sido ajuizada.

É a regra literal do art. 554, caput, que institui o princípio da fungibilidade aplicado às ações
possessórias.
Certo.

020. (2018/FCC/SEFAZ-SC/AUDITOR-FISCAL DA RECEITA ESTADUAL - GESTÃO TRIBUTÁ-


RIA/ADAPTADA) Quanto aos sujeitos do processo, julgue o item subsequente:
Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é indispensá-
vel nas hipóteses de composse ou de ato por ambos praticados.

Trata-se da correta regra literal do art. 73, § 2º.


Certo.

021. (2018/FCC/TRT - 15ª REGIÃO (SP)/ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA - OFI-


CIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR FEDERAL) Fábio Henrique ajuíza demanda possessória con-
tra Gabriel, seu vizinho. Pede reintegração na posse de seu imóvel, sem que, no entanto, tenha
se consumado esbulho, havendo apenas receio de ser molestado na posse de seu imóvel. Em
razão disso,
a) o juiz deverá determinar emenda à inicial, em dez dias, para que Fábio Henrique regularize o
pedido, sob pena de indeferimento e extinção do feito sem resolução de mérito.
b) haverá extinção imediata da ação, pois o pedido reintegratório possui procedimento incom-
patível com a ação adequada, que seria a de interdito proibitório.
c) haverá aproveitamento do pedido, pois a propositura de uma ação possessória em vez de
outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente
àquela cujos pressupostos estejam provados.
d) o pedido não poderá ser aproveitado, por ser mais gravoso ao réu, o que só ocorreria na
situação inversa, em que se pedisse o interdito proibitório e já houvesse acontecido o esbulho.
e) haverá extinção do processo, sem resolução do mérito, pois o aproveitamento de uma ação
possessória por outra só se dá entre reintegração e manutenção de posse, mas não entre rein-
tegração e interdito proibitório.

A fungibilidade entre as ações possessórias é muitíssimo explorada em questões. Conforme


o art. 554, caput, “a propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o

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juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos
estejam provados”. Logo, não é necessário ajuizar novamente a ação, nem emendar a inicial.
Letra c.

022. (2018/IESES/TJ-CE/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/ADAPTA-


DA) Acerca das regras jurídicas dispostas no Código de Processo Civil e que definem a com-
petência interna, julgue o item subsequente:
A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem com-
petência absoluta.

É a regra literal de competência constante do art. 47, § 2º do CPC.


Certo.

023. (2018/FCC/ALESE/ANALISTA LEGISLATIVO - APOIO JURÍDICO) Em relação às ações


de manutenção e reintegração de posse, a legislação vigente estabelece:
a) Desde que concedido o mandado liminar de manutenção ou de reintegração, o autor promo-
verá, nos dez dias subsequentes, a citação do réu para, querendo, contestar a ação no prazo
de quinze dias.
b) Estando a petição inicial respectiva devidamente instruída, o juiz deferirá, apenas após ouvi-
do o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração, intimando-se o
réu para comparecer à audiência que for designada.
c) Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição
do mandado liminar de manutenção ou de reintegração, caso contrário, determinará que o
autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for
designada.
d) No litígio coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho ou a turbação houver ocorrido há
menos de ano e dia, o juiz, antes de apreciar o pedido de concessão liminar, designará audiên-
cia de mediação, a realizar-se em até 60 dias.
e) É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de indenização dos frutos, mas não o de
perdas e danos, que deve ser pleiteado por ação autônoma por exigir o procedimento ordinário.

a) Errada. Concedido ou não o mandado liminar de manutenção ou de reintegração, o autor


promoverá, nos 5 (cinco) dias subsequentes, a citação do réu para, querendo, contestar a ação
no prazo de 15 (quinze) dias (art. 564, caput).
b) Errada. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a
expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração, caso contrário, determinará

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que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência
que for designada (art. 562, caput).
c) Certa. Vide comentário à letra b.
d) Errada. No litígio coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho ou a turbação afirmado
na petição inicial houver ocorrido há mais de ano e dia, o juiz, antes de apreciar o pedido de
concessão da medida liminar, deverá designar audiência de mediação, a realizar-se em até 30
(trinta) dias, que observará o disposto nos §§ 2º e 4º (art. 565, caput).
e) Errada. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de condenação em perdas e danos
e de indenização dos frutos (art. 555).
Letra c.

024. (2018/FUMARC/CEMIG - MG/ADVOGADO JR) Considerando a disciplina das ações


possessórias no Código de Processo Civil vigente, Lei 13.105/2015, é CORRETO afirmar:
a) A ação de manutenção da posse não obsta a propositura pelas partes, entre si, de ação de
reconhecimento de domínio.
b) A disciplina atual das ações possessórias não confere tratamento distinto a litígios individu-
ais e coletivos pela posse de bem imóvel.
c) O Código aboliu os efeitos procedimentais da distinção entre posse nova e posse velha no
tratamento das ações possessórias.
d) O Código contém disposição específica sobre citação na ação possessória em que figure no
polo passivo grande número de pessoas.

a) Errada. Na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor
ação de reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira
pessoa (art. 557).
b) Errada. A distinção entre os litígios individuais e coletivos sobre posse é vista em dispositi-
vos como o art. 562 e o art. 565 do CPC.
c) Errada. As ações de posse nova seguem o rito especial, enquanto as de posse velha seguem
o rito comum (art. 568, caput e parágrafo único).
d) Certa. A disposição específica consta do art. 554, § 1º: “No caso de ação possessória em
que figure no polo passivo grande número de pessoas, serão feitas a citação pessoal dos ocu-
pantes que forem encontrados no local e a citação por edital dos demais, determinando-se,
ainda, a intimação do Ministério Público e, se envolver pessoas em situação de hipossuficiên-
cia econômica, da Defensoria Pública.”.
Letra d.

025. (2018/CS-UFG/SANEAGO - GO/ADVOGADO) No que diz respeito às Ações Possessó-


rias, o Código de Processo Civil (Lei n. 13.105/2015) estabelece:

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Ações Possessórias e Embargos de Terceiros
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a) a ação possessória, sendo imobiliária, o juízo competente é o da situação da coisa, compe-


tência essa, absoluta.
b) a participação do cônjuge do autor ou do réu é dispensável nas hipóteses de composse ou
de ato por ambos praticados.
c) o possuidor tem direito de ser mantido na posse em caso de esbulho e reintegrado no caso
de turbação.
d) a justificação prévia para a concessão de liminar é exigida nas ações de manutenção e rein-
tegração de posse.

a) Certa. É a regra do art. 47, § 2º: “A ação possessória imobiliária será proposta no foro de
situação da coisa, cujo juízo tem competência absoluta.”.
b) Errada. Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é
indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado (art. 73, § 2º).
c) Errada. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação e reintegrado
em caso de esbulho (art. 560).
d) Errada. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a
expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração. Somente se o juiz não ficar
convencido da posse e do esbulho/turbação é que determinará que o autor justifique previa-
mente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada (regra do
art. 562).
Letra a.

026. (2017/CESPE/PREFEITURA DE FORTALEZA - CE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO) Com


base na legislação processual e no Código Civil, julgue o seguinte item, acerca de ações pos-
sessórias e servidão urbanística.
No âmbito das ações possessórias, se houver pedido de reintegração de posse e a propriedade
do imóvel for controvertida, o juiz deverá, em primeiro lugar, decidir quanto ao domínio do bem
e, depois, conceder ou não a ordem de reintegração.

Conforme o art. 557, parágrafo único, “não obsta à manutenção ou à reintegração de posse a
alegação de propriedade ou de outro direito sobre a coisa”.
Errado.

027. (2018/FCC/PGE-TO/PROCURADOR DO ESTADO) Referente às ações possessórias,


considere.

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Ações Possessórias e Embargos de Terceiros
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I – É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a
proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho
cometidos pelo autor.
II – A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conhe-
ça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos este-
jam provados.
III – Na pendência de ação possessória é possível ao réu, como meio de defesa, propor ação
de reconhecimento de domínio, sendo defeso porém ao autor o ajuizamento da ação dominial.
IV – Quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho, seu proce-
dimento admite liminar; após esse prazo o procedimento será ordinário, perdendo a ação seu
caráter possessório.
V – Se o réu provar, em qualquer tempo, que o autor provisoriamente mantido ou reintegrado
na posse carece de idoneidade financeira para, no caso de sucumbência, responder por perdas
e danos, o juiz designar-lhe-á o prazo de cinco dias para requerer caução, real ou fidejussória,
sob pena de ser depositada a coisa litigiosa, ressalvada a impossibilidade da parte economi-
camente hipossuficiente.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I, III e IV.
b) I, II e V.
c) II, III e IV.
d) I, II, IV e V.
e) III, IV e V.

I – Certo. É a regra literal do art. 556, caput.


II – Certo. É a regra literal do art. 554, caput.
III – Errado. Na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor
ação de reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira
pessoa (art. 557).
IV – Errado. Passado o período de ano e dia após o esbulho/turbação, será comum o procedi-
mento, não perdendo, contudo, o caráter possessório (regra do art. 558, parágrafo único).
V – Certo. É a regra literal do art. 559.
Letra b.

028. (2017/CESPE/PGE-SE/PROCURADOR DO ESTADO/ADAPTADA) De acordo com a juris-


prudência do STJ e à luz do CPC, julgue o item subsequente
Nas ações possessórias, é vedado ao autor cumular pedido de indenização com pedido de
reintegração ou de manutenção da posse.

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Ações Possessórias e Embargos de Terceiros
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É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de condenação em perdas e danos e de in-


denização dos frutos (art. 555).
Errado.

029. (2017/CONSULPLAN/TJ-MG/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS)


Sobre ação possessória, NÃO é correto afirmar:
a) Existe possibilidade de cumulação de pretensões de direito material, sem prejuízo do proce-
dimento especial possessório.
b) O CPC/15 possibilita expressamente, também, o ajuizamento de ação de reconhecimento
de domínio, na pendência de ação possessória, desde que em face de terceiro.
c) Novidade não antes admitida nas ações possessórias, o CPC/15 prevê expressamente a
possibilidade de requerimento de medidas necessárias e adequadas para a inibição de nova
turbação ou esbulho e para que seja cumprida a tutela provisória ou final.
d) A vedação de exceção de domínio na pendência de ação possessória e a irrelevância da
alegação de propriedade foram mantidas, uma vez que as ações possessórias se caracterizam
pela cognição sumária, de modo que o juiz está restrito ao exame do fato da posse.

a) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em perfeita consonân-
cia com o art. 555, que dispõe que “é lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de con-
denação em perdas e danos e de indenização dos frutos”.
b) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em perfeita consonân-
cia com o art. 557: “Na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao autor quanto ao réu,
propor ação de reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de
terceira pessoa.”.
c) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em perfeita consonân-
cia com o art. 555, parágrafo único, em termos literais.
d) Certa. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta é errada, pois o juiz analisa a posse e,
também, o ato de esbulho/turbação. Ademais, entendo que é um exagero dizer que a cognição
sumária seja uma característica das ações possessórias, pois a cognição sumária, nas ações
possessórias, figura no momento do deferimento ou não da medida liminar de reintegração/
manutenção de posse. Passado este momento processual, realiza-se a cognição exauriente
(diligências probatórias, audiências, instrução, até a sentença definitiva).
Letra d.

030. (INÉDITA/2021) A respeito do interdito proibitório, espécie de ação possessória, julgue o


item subsequente:

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O possuidor direto ou indireto que tenha justo receio de ser molestado na posse poderá reque-
rer ao juiz que o segure da turbação ou esbulho iminente, mediante mandado proibitório em
que se comine ao réu determinada pena pecuniária caso transgrida o preceito.

Trata-se a regra literal do art. 567.


Certo.

031. (2019/CESPE/PGM - CAMPO GRANDE - MS- PROCURADOR MUNICIPAL/ADAPTADA)


Julgue o item subsequente.
Na execução por carta precatória, se indicado pelo juízo deprecante o bem constrito ou se já
devolvida a carta, os embargos de terceiro serão oferecidos no juízo deprecante.

O item abordou a exceção à regra. A regra geral é de que, na execução por carta precatória,
os embargos de terceiro devem ser oferecidos no juízo deprecado. A exceção existe quando
é indicado pelo juízo deprecante o bem constrito ou se já devolvida a carta, caso em que os
embargos de terceiro devem ser oferecidos no juízo deprecante. É a regra fixada no CPC: “Nos
casos de ato de constrição realizado por carta, os embargos serão oferecidos no juízo depre-
cado, salvo se indicado pelo juízo deprecante o bem constrito ou se já devolvida a carta.” (art.
676, parágrafo único, do CPC de 2015).
Certo.

032. (2020/CESPE/MPE-CE/PROMOTOR DE JUSTIÇA DE ENTRÂNCIA INICIAL) Com base


nas regras que regulamentam os procedimentos especiais no CPC e na legislação extravagan-
te, julgue o item subsequente:
Conforme o rito previsto para os embargos de terceiro, a competência para exame dessa me-
dida será do juízo deprecante em qualquer hipótese de constrição de bem de terceiro realizada
por carta precatória.

Conforme o art. 676, parágrafo único, “Nos casos de ato de constrição realizado por carta, os
embargos serão oferecidos no juízo deprecado, salvo se indicado pelo juízo deprecante o bem
constrito ou se já devolvida a carta”.
Errado.

033. (2019/FCC/TJ-AL/JUIZ SUBSTITUTO) Os embargos de terceiro podem ser


a) ajuizados pelo adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a inefi-
cácia da alienação realizada em fraude à execução, dentre outras hipóteses.
b) impugnados em dez dias, após o que seguirão procedimento comum.

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c) opostos até ser proferida a sentença nos autos em que ocorreu a constrição.
d) ajuizados somente pelo terceiro proprietário, ainda que fiduciário.
e) utilizados sempre para manutenção ou reintegração de posse, necessariamente em exame
inicial e com prestação de caução pelo embargante.

a) Certa. A alternativa envolve a hipótese de cabimento do art. 674, § 2º, inciso II, sem excluir
outras hipóteses também enumeradas nos demais incisos do mesmo dispositivo.
b) Errada. O prazo é de 15 dias (art. 679).
c) Errada. Na fase de conhecimento, os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no
processo de conhecimento enquanto não transitada em julgado a sentença (art. 675). Portan-
to, não é apenas até a sentença que os ET podem ser opostos.
d) Errada. Os embargos podem ser de terceiro proprietário, inclusive fiduciário, ou possuidor
(art. 674, § 1º).
e) Errada. A liminar de manutenção ou reintegração da posse pode ser requerida ou não, a cri-
tério do embargante. Se requerida e deferida, a caução nem sempre será necessária, pois não
poderá ser exigida da parte economicamente hipossuficiente (art. 678, parágrafo único).
Letra a.

034. (2019/VUNESP/TJ-RS/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS) Quem,


não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre bens que pos-
sua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu
desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de terceiro, a respeito do qual, é correto
afirmar que
a) o possuidor direto, como autor da demanda, pode alegar a sua posse, mas não o domí-
nio alheio.
b) acolhido o pedido inicial, o ato de constrição judicial indevida será cancelado, porém sem o
reconhecimento do domínio, da manutenção da posse ou da reintegração definitiva do bem ou
do direito ao embargante.
c) o juiz poderá condicionar a ordem de manutenção ou de reintegração provisória de posse à
prestação de caução pelo requerente, ressalvada a impossibilidade da parte economicamente
hipossuficiente.
d) os embargos serão distribuídos por dependência ao juízo que ordenou a constrição, corren-
do nos mesmo autos onde foi emanada a referida ordem.
e) serão legitimados passivos o sujeito a quem o ato de constrição aproveita, assim como a
autoridade judicial que determinou a constrição.

a) Errada. O possuidor direto pode alegar, além da sua posse, o domínio alheio (art. 677, § 2º).

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b) Errada. Acolhido o pedido inicial, o ato de constrição judicial indevida será cancelado, com
o reconhecimento do domínio, da manutenção da posse ou da reintegração definitiva do bem
ou do direito ao embargante (art. 681).
c) Certa. É a regra literal do art. 678, parágrafo único.
d) Errada. Os embargos serão distribuídos por dependência ao juízo que ordenou a constrição
e autuados em apartado (art. 676).
e) Errada. Será legitimado passivo o sujeito a quem o ato de constrição aproveita, assim como
o será seu adversário no processo principal quando for sua a indicação do bem para a constri-
ção judicial (art. 677, § 4º). O juiz não é sujeito passivo dos embargos de terceiro.
Letra c.

035. (2018/INSTITUTO AOCP/TRT - 1ª REGIÃO (RJ)/ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDI-


CIÁRIA) De acordo com o Código de Processo Civil de 2015, quanto à Ação de Embargos de
Terceiro, assinale a alternativa INCORRETA.
a) Essa modalidade de ação presta-se ao livramento de constrição de patrimônio de terceiro
não envolvido com a lide principal.
b) Essa modalidade de ação viabiliza proteção possessória ou dominial em relação à sua função.
c) Essa modalidade de ação é cabível diante de gravame judicial e atos administrativos.
d) Contra os embargos do credor com garantia real, o embargado somente poderá alegar que:
o devedor comum é insolvente; o título é nulo ou não obriga a terceiro; outra é a coisa dada
em garantia.
e) A sentença de procedência determinará o desfazimento da constrição, determinará or-
dem de manutenção/reintegração de posse, levantamento da caução, se houver, e declarará
o domínio.

a) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em conformidade com
o art. 674, caput.
b) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta é correta, uma vez que o desfazi-
mento de um ato constritivo sobre o bem é medida que viabiliza a proteção da posse e/ou do
domínio, que não passará a outra pessoa.
c) Certa. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta é errada por estender o cabimento
dos embargos de terceiro à constrição administrativa, uma vez que somente a constrição judi-
cial pode ser atacada mediante embargos de terceiro.
d) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em conformidade com
a regra do art. 680.
e) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em conformidade com
a regra do art. 681. O referido dispositivo não prevê expressamente o levantamento da caução/
garantia, mas trata de uma consequência prática decorrente do art. 678, parágrafo único, que

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possibilita o condicionamento de liminar de reintegração/manutenção de posse à prestação


de caução. Logo, se os embargos forem julgados procedentes, a caução será devolvida ao
embargante.
Letra c.

036. (2018/FCC/TRT - 2ª REGIÃO (SP)/ANALISTA JUDICIÁRIO - OFICIAL DE JUSTIÇA AVA-


LIADOR FEDERAL) O Banco “X” ajuizou na comarca de São Paulo, Capital, ação de cobrança
contra o correntista Afonso, julgada procedente por sentença transitada em julgado. Iniciada
a fase de cumprimento de sentença, Afonso não cumpre espontaneamente a sentença conde-
natória. A penhora on-line é infrutífera. O Banco “X”, então, descobre a existência de um imóvel
comercial na cidade e comarca de Ribeirão Preto, requerendo a sua penhora. O Magistrado da
Capital, onde o feito tramita, determina, então, a expedição de carta precatória à comarca de
Ribeirão Preto para penhora do imóvel comercial em questão, de propriedade do devedor, e a
sua respectiva avaliação. Os atos são devidamente cumpridos pelo juízo deprecado. O Banco
exequente “X”, apresenta requerimento de adjudicação do bem imóvel comercial penhorado.
O executado é intimado para se manifestar sobre o requerimento e, em seguida, a adjudicação
é deferida pelo Magistrado. Stela, esposa do executado Afonso, pretende resguardar sua me-
ação no imóvel comercial objeto de adjudicação e, para tanto, deverá oferecer embargos de
terceiro perante o juízo
a) deprecado, onde foi realizada a constrição, no prazo de 5 dias depois da adjudicação.
b) deprecante, no prazo de 5 dias depois da adjudicação.
c) deprecante, no prazo de 15 dias depois da adjudicação.
d) deprecado, onde foi realizada a constrição, no prazo de 15 dias depois da adjudicação.
e) deprecante, no prazo de 10 dias depois da adjudicação.

Perceba que o bem a ser penhorado foi indicado pelo juízo deprecante. Veja o que dispõe o
art. 676, parágrafo único: “Nos casos de ato de constrição realizado por carta, os embargos
serão oferecidos no juízo deprecado, salvo se indicado pelo juízo deprecante o bem constrito
ou se já devolvida a carta”. Portanto, é perante o juízo deprecante que devem ser oferecidos os
embargos de terceiro. Quanto ao prazo de 5 dias, ele está em conformidade com o art. 675, que
dispõe: “Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de conhecimento en-
quanto não transitada em julgado a sentença e, no cumprimento de sentença ou no processo
de execução, até 5 (cinco) dias depois da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou
da arrematação, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta”.
Letra b.

037. (2018/VUNESP/TJ-SP/JUIZ SUBSTITUTO) Quanto aos embargos de terceiro, assinale


a alternativa correta.

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a) Na fase de conhecimento, eles podem ser opostos até o trânsito em julgado e, no cumpri-
mento ou execução, no mesmo prazo para impugnação ou para embargos à execução.
b) Para obtenção de medida liminar, o embargante tem o ônus de apresentar prova pré-consti-
tuída de sua posse ou domínio.
c) No caso de embargos opostos por credor com garantia real, a lei estabelece um limite de
cognição horizontal ou em extensão.
d) Eles serão distribuídos livremente e caberá ao juízo que ordenou a constrição, tanto que
comunicado do ajuizamento da medida, eventualmente suspender o processo até julgamento
dos embargos.

a) Errada. O art. 675 dispõe: “Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo
de conhecimento enquanto não transitada em julgado a sentença e, no cumprimento de sen-
tença ou no processo de execução, até 5 (cinco) dias depois da adjudicação, da alienação por
iniciativa particular ou da arrematação, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta.”.
b) Errada. A prova da posse/domínio não precisa ser pré-constituída. Pode ser provada até
mesmo mediante testemunhas em audiência preliminar (art. 677, § 1º).
c) Certa. Tal limite de cognição horizontal significa que somente determinadas matérias pre-
vistas em lei podem ser alegadas em defesa contra os ET do credor com garantia real. São as
hipóteses elencadas no art. 680.
d) Errada. Os embargos serão distribuídos por dependência ao juízo que ordenou a constrição
e autuados em apartado (art. 676, caput). Ademais, os ET não suspendem o processo princi-
pal, mas somente as medidas constritivas (art. 678, caput).
Letra c.

038. (2018/FAUEL/PREFEITURA DE PARANAVAÍ - PR/PROCURADOR DO MUNICÍPIO) A


respeito dos embargos de terceiros, é correto afirmar que:
a) A decisão que reconhecer suficientemente provado o domínio ou a posse determinará a
suspensão das medidas constritivas sobre os bens litigiosos objeto dos embargos, bem como
a manutenção ou a reintegração provisória da posse, se o embargante a houver requerido.
b) Os embargos de terceiros podem ser opostos pelo terceiro proprietário, ainda que fiduciário,
mas não pelo possuidor
c) O credor com garantia real, devidamente intimado acerca do ato expropriatório, poderá
manejar embargos de terceiros a fim de obstar expropriação judicial do objeto de direito real
de garantia.
d) A citação será pessoal, mesmo se o embargado tiver procurador constituído nos autos da
ação principal.

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e) Nos embargos de terceiros opostos pelo credor com garantia real, o embargante somente
poderá alegar que o devedor comum é insolvente, o título é nulo ou não obriga a terceiro ou que
outra é a coisa dada em garantia.

a) Certa. Trata-se da regra literal do art. 678, caput.


b) Errada. Os embargos podem ser de terceiro proprietário, inclusive fiduciário, ou possuidor
(art. 674, § 1º).
c) Errada. Considera-se terceiro, para ajuizamento dos embargos, o credor com garantia real
para obstar expropriação judicial do objeto de direito real de garantia, caso não tenha sido inti-
mado, nos termos legais dos atos expropriatórios respectivos (art. 674, § 2º, IV).
d) Errada. A citação será pessoal, se o embargado não tiver procurador constituído nos autos
da ação principal (art. 677, § 3º).
e) Errada. Contra os embargos do credor com garantia real, o embargado somente pode alegar
que o devedor comum é insolvente, o título é nulo ou não obriga a terceiro, outra é a coisa dada
em garantia (art. 680, incisos I a III).
Letra a.

039. (2017/CONSULPLAN/TRE-RJ/ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA) Os


Embargos de Terceiros fazem parte do procedimento especial, previsto no Código de Processo
Civil, sendo possível sua utilização por quem, não sendo parte no processo, sofre constrição
ou sofre ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito in-
compatível com o ato constritivo. Sobre o ajuizamento dos embargos, assinale a alternativa
INCORRETA.
a) Pode defender-se por meio de embargos aquele que pretende negar ter adquirido bem em
fraude à execução.
b) O companheiro é terceiro legítimo para ajuizamento dos Embargos de Terceiros quando
defende a posse de bens próprios.
c) É admissível a oposição de Embargos de Terceiros fundados em alegação de posse advinda
do compromisso de compra e venda de imóveis, ainda que desprovido do registro.
d) Além da sentença que promova a anulação da penhora sobre o bem, é possível ainda em
sede de Embargos de Terceiros a declaração de nulidade do ato jurídico que verse sobre fraude
contra credores.

a) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em conformidade com
o art. 674, § 2º, inciso II.
b) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em conformidade com
o art. 674, § 2º, inciso I.

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c) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em conformidade com
a Súmula 84 do STJ.
d) Certa. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta é errada por contrariar a Súmula n.
195 do STJ: “Em embargos de terceiro não se anula ato jurídico, por fraude contra credores”.
Letra d.

040. (2017/VUNESP/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS – SP/PROCURADOR) Con-


tra os embargos do credor com garantia real, cujo bem foi oferecido à penhora pelo devedor, o
embargado, executado na ação principal, poderá alegar como defesa:
a) fraude à execução.
b) ofensa à coisa julgada.
c) fraude contra credores.
d) que o devedor comum é solvente.
e) que o título é nulo.

Contra os embargos do credor com garantia real, o embargado somente pode alegar que o
devedor comum é insolvente, que o título é nulo ou não obriga a terceiro, ou que outra é a coisa
dada em garantia (art. 680, incisos I a III).
Letra e.

041. (2017/CESPE/Prefeitura de Fortaleza - CE/Procurador do Município)


Julgue o próximo item, a respeito de litisconsórcio, intervenção de terceiros e procedimentos
especiais previstos no CPC e na legislação extravagante.
Os embargos de terceiro somente podem ser utilizados no cumprimento de sentença ou no
processo de execução. Por esse motivo, no processo de conhecimento, o terceiro deve defen-
der seus interesses por intermédio de assistência ou oposição.

Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de conhecimento enquan-


to não transitada em julgado a sentença e, no cumprimento de sentença ou no processo de
execução, até 5 (cinco) dias depois da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da
arrematação, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta (art. 675, caput).
Errado.

042. (2016/FCC/TRT - 20ª REGIÃO (SE)/ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA ESPE-


CIALIDADE OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR FEDERAL) Os embargos de terceiro
a) não admitem prova oral.

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b) não podem ser opostos pelo cônjuge do devedor, salvo para defesa dos bens que poderá
vir a herdar.
c) podem ser opostos apenas no processo de execução.
d) são distribuídos livremente, não suspendendo o processo principal.
e) podem ser de terceiro proprietário, inclusive fiduciário, ou possuidor.

a) Errada. Admite-se a prova testemunhal (oral) para a demonstração da posse/domínio


(art. 677).
b) Errada. Considera-se terceiro, para ajuizamento dos embargos: I - o cônjuge ou companhei-
ro, quando defende a posse de bens próprios ou de sua meação, ressalvado o disposto no art.
843 (art. 674, § 2º).
c) Errada. Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de conhecimento
enquanto não transitada em julgado a sentença e, no cumprimento de sentença ou no proces-
so de execução, até 5 (cinco) dias depois da adjudicação, da alienação por iniciativa particular
ou da arrematação, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta (art. 675, caput).
d) Errada. Os embargos serão distribuídos por dependência ao juízo que ordenou a constrição
e autuados em apartado (art. 676).
e) Certa. É a regra literal do art. 674, § 1º.
Letra e.

043. (2016/CESPE/TRT - 8ª REGIÃO (PA E AP)/ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁ-


RIA) Antônio ajuizou contra Pedro execução civil de título extrajudicial no valor de R$ 300.000.
Para garantia do juízo, foi penhorado bem imóvel pertencente a Pedro e sua esposa, Maria.
Apesar de não ser parte da execução, Maria foi intimada da penhora, conforme determinado
pela legislação processual.
Nessa situação hipotética, caso deseje tomar medida judicial com a única finalidade de prote-
ger sua meação referente ao bem penhorado, Maria deve
a) aguardar o término da execução e, oportunamente, ingressar com ação de nulidade
da sentença.
b) impetrar mandado de segurança, porque o CPC não prevê qualquer outro mecanismo para
sua defesa.
c) ingressar no processo como assistente simples de Pedro, demonstrando seu interes-
se no feito.
d) se valer da modalidade de intervenção de terceiros denominada oposição.
e) oferecer embargos de terceiro, que serão analisados pelo mesmo juízo que determinou
a penhora.

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Trata-se das regras do art. 674, caput (cabimento dos embargos de terceiro), art. 674, § 2º, inci-
so I (legitimidade do cônjuge) e art. 676, caput (competência do juízo que ordenou a penhora).
Letra e.

044. (2021/CESPE/PGE-PB/PROCURADOR DO ESTADO) Assinale a opção que apresenta


a medida adequada àquele que sofra ameaça de constrição judicial sobre bem de que seja
possuidor.
a) interdito proibitório
b) manutenção na posse
c) reintegração na posse
d) embargos de terceiro
e) tutela cautelar

Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre bens
que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo, poderá requerer
seu desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de terceiro (art. 674, caput, CPC).
Letra d.

045. (2021/UNESC/PGM - CRICIÚMA - SC/PROCURADOR DO MUNICÍPIO) É possível a opo-


sição por meio de embargos de terceiro para se propor o desfazimento ou sua inibição, de
quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre bens
que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo, conforme dis-
põe o Art. 674 do CPC. Qual das pessoas abaixo não deve ser considerada um terceiro do
ponto de vista processual? Assinale.
a) O cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios ou de sua meação.
b) O Requerido (reconvinte) na ação que intenta uma desapropriação do imóvel e que, ao pro-
mover a reconvenção, aduz que o Autor e terceiros (reconvindos) devem uma indenização
pelas benfeitorias realizadas no imóvel objeto do litígio.
c) O adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a ineficácia da aliena-
ção realizada em fraude à execução
d) Quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsideração da personalidade
jurídica, de cujo incidente não fez parte
e) O credor com garantia real para obstar expropriação judicial do objeto de direito real de ga-
rantia, caso não tenha sido intimado, nos termos legais dos atos expropriatórios respectivos.

a) Errada. Tal hipótese enseja embargos de terceiro, conforme o art. 674, § 2º, inciso I, do CPC.

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b) Certa. Essa hipótese não é prevista em lei (rol do art. 674, § 2º, do CPC) como de cabimento
de embargos de terceiro.
c) Errada. Tal hipótese enseja embargos de terceiro, conforme o art. 674, § 2º, inciso II, do CPC.
d) Errada. Tal hipótese enseja embargos de terceiro, conforme o art. 674, § 2º, inciso III, do CPC.
e) Errada. Tal hipótese enseja embargos de terceiro, conforme o art. 674, § 2º, inciso IV, do CPC.
Letra b.

046. (2021/CESPE/MPE-AP/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) Luciano propôs uma


ação judicial em desfavor de Pedro, para a defesa da posse de um imóvel localizado na cidade
de São Paulo. Em contestação, o requerido apresentou a preliminar de ilegitimidade ativa, ale-
gando que o autor não é proprietário do bem imóvel objeto da lide, mas tão somente inquilino.
Tendo como referência a situação hipotética precedente, as disposições do CPC e o entendi-
mento dos tribunais superiores, assinale a opção correta, acerca das condições da ação e das
regras que regulamentam a ação possessória.
a) O CPC adota expressamente a teoria da asserção, segundo a qual a análise das condições
da ação é feita pelo juiz com base nas alegações apresentadas na petição inicial.
b) Na qualidade de inquilino, Luciano não tem legitimidade para promover a referida demanda.
c) Nessa espécie de ação, a participação de cônjuge do autor ou do réu é sempre indispensável.
d) Na pendência da ação possessória proposta por Luciano, nem ele, nem Pedro podem formu-
lar nova ação de reconhecimento de domínio, salvo em desfavor de terceira pessoa.
e) Não é lícita ao autor a cumulação de pedido possessório com condenação em perdas e da-
nos e indenização aos frutos, devido à natureza especial do procedimento.

a) Errada. A teoria da asserção, na verdade, preceitua que, em determinados casos, a análise


do preenchimento das condições da ação depende do aprofundamento nas questões de méri-
to, como, por exemplo, se o autor realmente manteve relação jurídica com o réu (a legitimidade
ativa dependeria de aprofundamento na matéria de fato).
b) Errada. A ação possessória é acessível tanto ao proprietário como ao possuidor, e o inquili-
no é possuidor.
c) Errada. Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é
indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado (art. 73, § 2º, CPC).
d) Certa. É a regra do art. 557 do CPC: “Na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao
autor quanto ao réu, propor ação de reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão for
deduzida em face de terceira pessoa”.
e) Errada. Dispõe o art. 555 do CPC: “É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de: I -
condenação em perdas e danos; II - indenização dos frutos”.
Letra d.

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047. (2021/FCC/DPE-BA/DEFENSOR PÚBLICO) Sobre a ação possessória em que figure no


polo passivo grande número de pessoas,
a) a intervenção da Defensoria Pública como custos vulnerabilis representa os interesses dos
ocupantes citados por edital.
b) a citação pessoal dos ocupantes poderá ser realizada na pessoa do representante ou líder
comunitário local.
c) de acordo com o Código de Processo Civil, deve o oficial de justiça realizar a tentativa de ci-
tação pessoal dos ocupantes por duas vezes, de modo que os não encontrados no local serão
citados por edital.
d) quando o esbulho afirmado na petição inicial houver ocorrido há mais de ano e dia, antes da
apreciação do pedido liminar, o juiz deverá designar audiência de mediação para tentativa de
solução pacífica do conflito.
e) nas hipóteses em que não for autor da demanda, a intervenção do Ministério Público é dis-
pensável por envolver direitos disponíveis.

a) Errada. Não existe tal restrição. A Defensoria Pública atua como terceiro, em cumprimento
de sua função institucional. Seu papel não se confunde com o do curador especial, que é in-
cumbido de representar os revéis citados por edital.
b) Errada. O art. 554, § 1º, do CPC deixa claro que cada pessoa será citada pessoalmente.
c) Errada. Antes da citação por edital, há uma única tentativa de citação pessoal mediante ofi-
cial de justiça (art. 554, § 2º, CPC).
d) Certa. Trata-se da correta regra do art. 565 do CPC.
e) Errada. O art. 178, inciso III, do CPC torna obrigatória a participação do MP nos casos de
litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana.
Letra d.

048. (2021/FGV/DPE-RJ/DEFENSOR PÚBLICO) A sociedade Crescer Ltda., proprietária de


um grande terreno na Comarca de Japeri, ajuizou, em 2003, ação reivindicatória em face de 15
famílias que ocupavam o terreno, transitando em julgado a sentença de procedência em julho
de 2019. Em virtude da morte do seu principal sócio, somente em fevereiro de 2021 a socie-
dade deu início ao cumprimento de sentença, percebendo então que, além dos réus originais,
várias outras famílias haviam se estabelecido no local. A requerimento da empresa, o juiz de-
terminou a expedição de mandado para que todos desocupassem o imóvel, inclusive os que
não residiam no local na época do ajuizamento da demanda. Marcos, um desses moradores,
recebeu ordem para sair do imóvel em 10 dias, sob pena de desalijo forçado. Muito assustado,
ele compareceu à Defensoria com a intimação e também com cópia da sentença criminal,
proferida em janeiro de 2020, que reconhecia a falsidade do título de propriedade apresentado
pela sociedade Crescer Ltda. para fundamentar a demanda reivindicatória.

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Em relação à situação descrita, é correto afirmar que:


a) Marcos não possui legitimidade para interpor agravo de instrumento, eis que não foi parte
no processo anterior;
b) a Defensoria Pública poderá ajuizar, em nome próprio, ação de usucapião coletivo para a
defesa do direito dos moradores;
c) a sentença é nula em relação às novas famílias que foram residir no local, sendo cabível
ação rescisória;
d) é cabível a oposição de embargos de terceiro em favor de Marcos;
e) em caso de litígios coletivos pela posse ou propriedade de imóvel, quando o esbulho ou tur-
bação tiver ocorrido há menos de ano e dia, o juiz, antes de apreciar o pedido de concessão da
liminar, deverá marcar audiência de mediação.

A situação de Marcos enquadra-se de modo perfeito no art. 674 do CPC: “Quem, não sendo
parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre
os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou
sua inibição por meio de embargos de terceiro”. Ele não foi parte do processo e está sofrendo
ameaça de constrição de bem de sua posse. Se os embargos de terceiro serão ou não proce-
dentes, é outra discussão.
Letra d.

049. (2021/CESPE/TC-DF/PROCURADOR) Acerca de procedimentos especiais e de jurisdi-


ção voluntária, julgue o item que se segue.
O município possui legitimidade para oferecer oposição em ação possessória proposta origi-
nariamente entre particulares; nessa situação, o ente público poderá deduzir, conforme o caso,
matéria referente ao domínio do bem.

A questão fundamenta-se na Súmula n. 637 do STJ: “O ente público detém legitimidade e inte-
resse para intervir, incidentalmente, na ação possessória entre particulares, podendo deduzir
qualquer matéria defensiva, inclusive, se for o caso, o domínio”.
Certo.

050. (2020/ITAME/CÂMARA DE CALDAZINHA - GO/ADVOGADO) Quem, não sendo parte no


processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais
tenha direito incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua ini-
bição por meio de embargos de terceiro. Considera-se terceiro para efeitos da lei o seguinte:
a) quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsideração da personalidade
jurídica, que tenha sido parte no incidente.

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b) o credor sem garantia para obstar expropriação judicial do objeto de direito real de garantia,
caso tenha sido intimado, nos termos legais dos atos expropriatórios respectivos.
c) o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a ineficácia da aliena-
ção realizada em fraude à execução.
d) O devedor que figura no processo de execução como executado.

A letra “c” é a única que reproduz hipótese do rol do art. 674, § 2º, do CPC (em seu caso, o
inciso II).
Letra c.

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Professor de cursos preparatórios para concursos públicos. Analista Judiciário do Tribunal Superior do
Trabalho (Gabinete de Ministro).
Outras convocações: Técnico Judiciário do TRT-SC (7° lugar) e Analista Judiciário do TRF da 3ª Região.
Aprovado em 8° lugar para Analista Judiciário do TRT-MS.

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