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PROCESSUAL CIVIL
Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
Sumário
Gustavo Deitos
Apresentação. . .................................................................................................................................. 3
Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio.................................................................................. 5
1. Intervenção de Terceiros............................................................................................................ 5
1.1. Assistência Simples e Litisconsorcial................................................................................... 5
1.2. Denunciação da Lide.. ............................................................................................................... 9
1.3. Chamamento ao Processo.. ....................................................................................................15
1.4. Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica (IDPJ).. ................................. 17
1.5. Amicus Curiae.......................................................................................................................... 25
2. Litisconsórcio............................................................................................................................. 32
Questões de Concurso..................................................................................................................40
Gabarito............................................................................................................................................ 53
Gabarito Comentado..................................................................................................................... 54
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
Gustavo Deitos
Apresentação
Olá, querido(a) aluno(a) do Gran Cursos Online! Espero encontrá-lo muito bem! Neste cur-
so, apresento-lhe várias aulas autossuficientes de direito processual civil, com o objetivo de
lhe disponibilizar, de forma prática e completa, o substrato de conteúdo necessário para ter o
melhor desempenho possível na prova.
Esta aula, assim como as demais aulas em PDF, foi elaborada de modo que você possa
tê-la como fonte autossuficiente de estudo, isto é, como um material de estudo completo e
capaz de possibilitar um aprendizado tão integral quanto outros meios de estudo.
A preferência por aulas em PDF e/ou vídeos pertence a cada aluno, que, individualmente,
avalia suas facilidades e necessidades, a fim de encontrar seus meios de estudo ideais. Dessa
forma, o aluno pode optar pelo estudo com aulas em PDF e vídeos, ou somente com um ou
outro meio.
Aqueles que preferem estudar somente com materiais em PDF terão o privilégio de contar
com as aulas em PDF autossuficientes do nosso curso, a exemplo desta aula. De qualquer
forma, nada impede que as aulas em PDF sejam utilizadas como fonte de estudos de forma
aliada com as aulas em vídeo do Gran Cursos Online. Tudo depende, unicamente, da preferên-
cia de cada aluno.
Nesta aula, estudaremos especialmente os seguintes tópicos de Direito Processual Civil:
• Intervenção de terceiros: modalidades e regras;
• Litisconsórcio.
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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
Gustavo Deitos
Cordialmente, torço para que a presente aula que seja de profunda valia para você e sua
prova, uma vez que foi elaborada com muita atenção, zelo e consideração ao seu esforço, que,
para nós, é sagrado.
Caso fique com alguma dúvida após a leitura da aula, por favor, envie-a a mim por meio do
Fórum de Dúvidas, e eu, pessoalmente, a responderei o mais rápido possível. Será um grande
prazer verificar sua dúvida com atenção, zelo e profundidade, e com o grande respeito que
você merece.
Bons estudos!
Seja imparável!
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
Gustavo Deitos
TÍTULO III
DA INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
CAPÍTULO I
DA ASSISTÊNCIA
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
Gustavo Deitos
Seção I
Disposições Comuns
Art. 119. Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro juridicamente interessado em
que a sentença seja favorável a uma delas poderá intervir no processo para assisti-la.
Parágrafo único. A assistência será admitida em qualquer procedimento e em todos os graus de
jurisdição, recebendo o assistente o processo no estado em que se encontre.
Primeiro ponto importante: o terceiro, para atuar como assistente, deve ter interesse jurí-
dico. Explico.
Um terceiro pode vir a descobrir que, num determinado processo em andamento, discute-
-se questão que pode interferir em algum direito seu, ou gerar reflexos consideráveis sobre o
seu direito e/ou a forma de exercê-lo.
Ao examinar o processo, o terceiro verifica que, se o autor for vitorioso, seu direito não será
prejudicado, nem negativamente atingido. Neste caso, este terceiro poderá requerer sua parti-
cipação como assistente do autor.
É claro que, se a vitória do réu interessasse mais ao terceiro para proteger seu direito, ele
poderia requerer sua participação como assistente do réu.
O assistente pode ingressar no processo a qualquer tempo e grau de jurisdição: esteja o
processo tramitando perante uma Vara Cível ou pendente de recurso extraordinário no STF.
Isto não importa.
Ademais, não importa se o processo está na fase de conhecimento, liquidação ou de cum-
primento de sentença, ou se se trata de execução autônoma. A assistência será sempre pos-
sível para o terceiro juridicamente interessado.
Art. 120. Não havendo impugnação no prazo de 15 (quinze) dias, o pedido do assistente será defe-
rido, salvo se for caso de rejeição liminar.
Parágrafo único. Se qualquer parte alegar que falta ao requerente interesse jurídico para intervir, o
juiz decidirá o incidente, sem suspensão do processo.
Este artigo deixa clara a forma como o terceiro pode ingressar como assistente: a seu
próprio pedido.
Se o juiz perceber que o terceiro não tem nenhum interesse jurídico na causa, indeferirá
sua entrada como assistente. Todavia, se o juiz não perceber de plano a ausência de interesse
jurídico, o terceiro somente será impedido de atuar como assistente se uma das partes impug-
nar em 15 dias e tiver razão (obtiver o deferimento do juiz).
Obs.: A lei permite que quaisquer das partes apresente impugnação ao pedido de terceiro
para atuar como assistente. Isso significa dizer que até mesmo o assistido poderá
impugnar a entrada de seu assistente.
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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
Gustavo Deitos
Se uma das partes alegar que o terceiro não tem interesse jurídico, o juiz resolverá esta
questão nos próprios autos, sem suspensão do processo. Ao resolver tal questão, o juiz per-
mitirá ou rejeitará a participação do terceiro como assistente.
Antes de analisarmos os demais artigos, diferenciarei para você as duas espécies de
assistência.
ASSISTÊNCIA SIMPLES: embora o resultado da sentença possa afetar um direito do assis-
tente, essa sentença não produziria nenhum efeito sobre eventual relação jurídica mantida en-
tre o assistente e o adversário da parte que é assistida. É possível, neste caso, que o assistente
nunca tenha tido nenhuma relação jurídica diretamente com a parte contrária.
ASSISTÊNCIA LITISCONSORCIAL: o resultado da sentença tem o poder de influenciar
numa relação jurídica mantida entre o assistente e a parte adversa do assistido.
EXEMPLO
O assistente do autor celebrou um contrato (com o réu) de objeto idêntico àquele celebrado
pelo autor, o assistido. Neste caso, se o autor estiver postulando a nulidade do contrato por
vício de objeto, o assistente do autor será um assistente litisconsorcial, pois o resultado da
sentença (declaração de nulidade) provocaria consequências na relação jurídica mantida entre
o assistente do autor e o réu. É como se o autor e o seu assistente fossem litisconsortes
ativos, isto é, ambos autores.
Tanto na assistência simples como na assistência litisconsorcial, o assistente deve ter interes-
se jurídico. A diferença entre elas não está na natureza do interesse do assistente, mas no fato
de o assistente ter, ou não, relação direta com o adversário do assistido.
Seção II
Da Assistência Simples
Art. 121. O assistente simples atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os mesmos poderes
e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido.
Parágrafo único. Sendo revel ou, de qualquer outro modo, omisso o assistido, o assistente será con-
siderado seu substituto processual.
A regra do parágrafo único é uma novidade do CPC de 2015 e, portanto, muito explorada
em provas.
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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
Gustavo Deitos
Se o assistido for revel ou omisso de qualquer forma, o assistente passará a ser seu subs-
tituto processual, podendo postular, em nome próprio, um direito do assistido (legitimidade
extraordinária).
O PULO DO GATO
Não é somente a revelia (falta de contestação) que autoriza a substituição processual por
parte do assistente. Qualquer omissão havida por parte do assistido autorizará o assistente a
atuar como seu substituto processual. A revelia, no final das contas, é somente um exemplo
de omissão.
Art. 122. A assistência simples não obsta a que a parte principal reconheça a procedência do pe-
dido, desista da ação, renuncie ao direito sobre o que se funda a ação ou transija sobre direitos
controvertidos.
Em primeiro lugar, é necessário que o assistente tenha em mente que os direitos postula-
dos na ação pertencem ao assistido, que é a parte originária e legítima do processo. Portanto,
o assistido, por ser parte, naturalmente pode praticar atos processuais que beneficiem a parte
contrária, como os atos enumerados no art. 122:
• O assistido que for réu poderá reconhecer a procedência do pedido do autor, mesmo
sem o consentimento do assistente;
• O assistido que for autor poderá desistir da ação, mesmo sem o consentimento do as-
sistente;
• O assistido que for autor poderá renunciar ao direito que postula, mesmo sem o consen-
timento do assistente;
• O assistido, seja autor ou réu, poderá realizar transação (acordo) com a parte contrária,
mesmo sem o consentimento do assistente.
Art. 123. Transitada em julgado a sentença no processo em que interveio o assistente, este não
poderá, em processo posterior, discutir a justiça da decisão, salvo se alegar e provar que:
I – pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declarações e pelos atos do assistido, foi impe-
dido de produzir provas suscetíveis de influir na sentença;
II – desconhecia a existência de alegações ou de provas das quais o assistido, por dolo ou culpa,
não se valeu.
O assistente pode, em ação posterior (como parte principal), impugnar os termos da de-
cisão transitada em julgado proferida no processo em que atuou como assistente, pro-
fessor?
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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
Gustavo Deitos
Como regra geral, a resposta é NÃO. O assistente não poderá impugnar a decisão em pro-
cesso posterior no qual figure como parte. Há, contudo, exceções:
• 1) Se o assistente não teve a oportunidade de produzir provas relevantes. É possível
que ele tenha ingressado como assistente na fase recursal, ou depois do término da
instrução probatória;
• 2) O assistido deixou de fazer alegações ou de apresentar certas provas por dolo ou
culpa, e o assistente não sabia dessas alegações e/ou provas. Nesse caso, o assistente
teria sido privado da possibilidade de se manifestar sobre essas alegações e provas.
Seção III
Da Assistência Litisconsorcial
Art. 124. Considera-se litisconsorte da parte principal o assistente sempre que a sentença influir na
relação jurídica entre ele e o adversário do assistido.
EXEMPLO
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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
Gustavo Deitos
João provoca acidente de trânsito e danifica o veículo de Maria. João possui contrato de
seguro com a seguradora Você Seguro S/A. Maria, dias após o acidente, ajuizou ação inde-
nizatória contra João, postulando a reparação dos danos causados. João aciona seu seguro,
que se recusa a cobrir a despesa, alegando restrições contratuais. Na ação ajuizada por Maria,
é possível que João denuncie à lide a seguradora Você Seguro S/A, para que, caso João seja
derrotado, ele possa cobrar, regressivamente e no mesmo processo, o valor da despesa em
face da seguradora.
A denunciação da lide, como visto, serve para cobrar, regressivamente, uma pessoa que
esteja na posição de garantir eventual dívida ou de cobrir eventual despesa. Em razão disso, a
denunciação da lide somente é julgada depois do conflito principal do processo.
Afinal de contas, o julgamento da denunciação da lide só tem sentido se o denunciante
(parte principal do processo, que pede a denunciação da lide), é vencido/perdedor no processo.
Lembre-se: a denunciação da lide é apreciada somente depois do conflito principal, a fim
de que seja apurado se o denunciado é, de fato, responsável por indenizar o denunciante pelas
despesas decorrentes de sua condenação.
Em razão disso, se o denunciante for vencedor/vitorioso no processo, a denunciação da
lide não será nem mesmo apreciada, e será extinta.
Passadas essas importantíssimas noções iniciais, vamos, agora, dar atenção aos disposi-
tivos legais da denunciação da lide.
CAPÍTULO II
DA DENUNCIAÇÃO DA LIDE
Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes:
I – ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante,
a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam;
II – àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo
de quem for vencido no processo.
Primeiro ponto: a denunciação da lide pode ser promovida tanto pelo autor quanto pelo réu.
É uma ferramenta disponível a ambas as partes.
Agora, atentemo-nos às hipóteses de denunciação da lide:
• Inciso I: é o clássico caso em que uma pessoa compra de outra certo bem (móvel ou
imóvel) e, depois de um tempo, é citada como ré em ação que tem por objeto a reivin-
dicação da propriedade desse bem por um sujeito estranho ao negócio de compra e
venda;
− Nesta situação, o comprador/adquirente, réu, poderá denunciar à lide o vendedor
(alienante imediato), para, em caso de derrota, cobrar do vendedor o valor que pagou
pelo bem comprado, que, na verdade, era de propriedade do autor do processo;
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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
Gustavo Deitos
− Cobrar o valor pelo qual pagou é o principal direito decorrente da evicção (art. 450 do
Código Civil), além de outros constantes da lei civil, como indenização por frutos e
despesas contratuais;
• Inciso II: alguém, por disposição de lei ou por contrato, se obriga a indenizar alguém em
razão de determinado prejuízo, caso este venha a existir;
− Exemplo clássico é o das seguradoras, que celebram contratos de seguro com os
particulares, comprometendo-se a pagar por eventuais danos cobertos pelo contrato
de seguro. Quando a seguradora se recusa a cobrir o dano causado pelo segurado,
este pode denunciar a seguradora à lide;
− Outro exemplo, que ainda não é aceito de forma unânime, é o da ação ajuizada por
particular contra ente da Administração Pública, em razão de dano causado por culpa
de um agente público. Neste caso, muitos entendem que o ente público pode denun-
ciar à lide o agente culpado, porque este deve responder regressivamente pelo dano
culposamente causado a terceiros em razão de suas funções, por força do art. 37, §
6º, Constituição Federal.
§ 1º O direito regressivo será exercido por ação autônoma quando a denunciação da lide for indefe-
rida, deixar de ser promovida ou não for permitida.
Perceba que a denunciação da lide não é obrigatória, mesmo que o terceiro realmente seja
obrigado a indenizar o vencido/perdedor pela sua condenação judicial.
EXEMPLO
Se Chico provocar um acidente de trânsito e for condenado judicialmente a indenizar a pessoa
lesada, e deixar de promover a denunciação de sua seguradora à lide, Chico poderá, em outro
processo, cobrar se sua seguradora o valor que teve pegar ao autor da ação indenizatória, em
razão dos danos decorrentes do acidente automobilístico.
§ 2º Admite-se uma única denunciação sucessiva, promovida pelo denunciado, contra seu ante-
cessor imediato na cadeia dominial ou quem seja responsável por indenizá-lo, não podendo o de-
nunciado sucessivo promover nova denunciação, hipótese em que eventual direito de regresso será
exercido por ação autônoma.
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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
Gustavo Deitos
É possível que o denunciado faça, também, uma denunciação da lide contra outra pessoa,
professor?
EXEMPLO
Uma seguradora, denunciada à lide, pode cobrar de outra seguradora o valor de algum item da
apólice de seguro, que, por questões de logística, é pago pela primeira seguradora (denunciada
à lide) e, depois, ressarcida por outra seguradora.
Neste caso, aquele que for denunciado pelo denunciado (denunciado sucessivo) não po-
derá fazer nova denunciação da lide no mesmo processo.
Caso o “denunciado do denunciado” (denunciado sucessivo) possa cobrar o valor regressi-
vamente de outra pessoa, ele deverá fazê-lo por meio de outra ação judicial.
Para ilustrar:
Art. 126. A citação do denunciado será requerida na petição inicial, se o denunciante for autor, ou
na contestação, se o denunciante for réu, devendo ser realizada na forma e nos prazos previstos no
art. 131.
Quando o autor denunciar alguém à lide, para prevenir-se de eventuais despesas que possa
ter (Ex.: denunciação de seguradora de seguro-garantia judicial), deverá requerer a denuncia-
ção na própria petição inicial.
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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
Gustavo Deitos
Obs.: Denunciação da lide promovida pelo autor é algo mais raro, vez que esta forma de
intervenção de terceiro é muito mais comumente promovida pelo réu.
Por outro lado, se o réu pretender requerer a denunciação de alguém à lide, deverá fazê-lo
na contestação.
Em qualquer caso, o denunciante deverá promover a citação do denunciado no prazo de
30 dias a contar do deferimento da denunciação da lide. O transcurso desse prazo sem a pro-
moção da citação acarretará a ineficácia da denunciação, que será considerada não realizada.
Quando o denunciado residir em outra comarca, seção ou subseção judiciárias, ou em lu-
gar incerto, o prazo para a promoção da citação do denunciado será de dois meses (art. 131,
parágrafo único, aplicável por força de remissão do art. 126).
Art. 127. Feita a denunciação pelo autor, o denunciado poderá assumir a posição de litisconsorte do
denunciante e acrescentar novos argumentos à petição inicial, procedendo-se em seguida à citação
do réu.
Veja bem: o denunciado pelo autor tem total interesse pela vitória do autor, porque, se o
autor for vencedor, o denunciado não precisará pagar nada ao denunciante.
Dessa forma, se o denunciado pelo autor resolver acrescentar argumentos à petição inicial
a fim de dar maior sustentação aos pedidos do autor, o denunciado passará a ocupar a posição
de parte principal, no polo ativo, em litisconsórcio.
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vel, todavia, que o réu deixe de se opor à pretensão do autor, limitando-se a atuar somente em
prol de seu pedido de indenização regressiva contra o denunciado.
Parágrafo único. Procedente o pedido da ação principal, pode o autor, se for o caso, requerer o
cumprimento da sentença também contra o denunciado, nos limites da condenação deste na ação
regressiva.
Imagine que tenham sido utilizados todos os meios executivos possíveis contra o réu: ten-
tativa de bloqueio de contas bancárias, busca de bens etc. Ao final de todas as tentativas, o
autor não conseguiu ver seu crédito satisfeito.
Se o réu tiver denunciado alguém à lide, poderá o autor requerer que o cumprimento de
sentença (medidas executivas) seja direcionado ao denunciado, desde que no limite da res-
ponsabilidade regressiva do denunciado.
EXEMPLO
Se o denunciado pelo réu tiver a responsabilidade de ressarci-lo de 30% do valor líquido da con-
denação, o autor somente poderá requerer o cumprimento de sentença contra o denunciado
com relação aos mesmos 30%. O que exceder a este limite não será de obrigação do denun-
ciado.
Art. 129. Se o denunciante for vencido na ação principal, o juiz passará ao julgamento da denuncia-
ção da lide.
Parágrafo único. Se o denunciante for vencedor, a ação de denunciação não terá o seu pedido exa-
minado, sem prejuízo da condenação do denunciante ao pagamento das verbas de sucumbência
em favor do denunciado.
Neste artigo, está o elemento principal da denunciação da lide: ela somente é julgada se o de-
nunciante perder no julgamento dos pedidos principais do processo (ação principal).
Se o denunciante for vencedor na ação principal, a denunciação da lide não será sequer
apreciada, porque a sua finalidade não seria atendida.
A denunciação da lide serve para viabilizar o direito de regresso do denunciante em face do
denunciado. Se não houver nada que o denunciante precise cobrar do denunciado (por ter sido
vencedor), não haverá razão nenhuma para que a denunciação da lide seja apreciada pelo juiz.
Neste caso, o denunciante pagará ao denunciado todas as despesas decorrentes da de-
nunciação, em virtude do princípio da causalidade. Afinal, foi o denunciante, ainda que vence-
dor da ação principal, que deu causa à integração do denunciado ao processo.
E por ser a denunciação da lide uma forma forçada de intervenção de terceiros, com cer-
teza o denunciado participou do processo contra sua vontade. Logo, nada mais justo que o
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O PULO DO GATO
As bancas exploram muito a regra do art. 129, especialmente de seu parágrafo único, porque
alguns candidatos não imaginam que seja possível o vencedor da ação ter de pagar por despe-
sas de sucumbência. Portanto, recomendo-lhe que dê uma atenção especial, em seu estudo,
ao art. 129, parágrafo único.
CAPÍTULO III
DO CHAMAMENTO AO PROCESSO
Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu:
I – do afiançado, na ação em que o fiador for réu;
II – dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles;
III – dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o pagamento da
dívida comum.
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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
Gustavo Deitos
Logo, o fiador pode chamar o afiançado ao processo para que atue, ao seu lado, como réu
(litisconsórcio passivo), e seja considerado como o primeiro responsável pelo pagamento da
dívida. Nesta situação, se o afiançado tiver bens que satisfaçam a obrigação, o fiador (primeiro
réu da ação) ficará eximido de qualquer pagamento.
O PULO DO GATO
Como acertadamente sustentam os doutrinadores Marinoni, Arenhart e Mitidiero1, o fiador
pode chamar ao processo o devedor principal, mas o inverso não é possível. Não pode o afian-
çado chamar o fiador ao processo, porque o afiançado tem uma responsabilidade maior pelo
pagamento. Somente quem seja tão ou mais devedor que o réu é que pode ser chamado, por
ele, ao processo.
No inciso II, possibilita-se aos fiadores o chamamento ao processo dos outros fiadores
que não tiverem sido processados pelo autor. Dessa forma, o(s) fiador(es) que já forem réus
no processo poderão repartir suas obrigações de pagar com os demais fiadores, tudo na forma
estabelecida no contrato havido entre as partes.
Já no inciso III, permite-se aos devedores solidários o chamamento ao processo dos deve-
dores solidários que não tiverem sido incluídos pelo autor ao polo passivo. Dessa maneira, os
réus primitivos poderão repartir suas obrigações com os outros devedores, pagando, por fim,
uma cota menor do débito.
DICA!
O chamamento ao processo, exclusivo do RÉU, cabe por parte
de:
FIADOR
DEVEDOR SOLIDÁRIO
Art. 131. A citação daqueles que devam figurar em litisconsórcio passivo será requerida pelo réu
na contestação e deve ser promovida no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de ficar sem efeito o
chamamento.
Parágrafo único. Se o chamado residir em outra comarca, seção ou subseção judiciárias, ou em
lugar incerto, o prazo será de 2 (dois) meses.
1
MARINONI, ARENHART, MITIDIERO. Novo curso de processo civil: tutela dos direitos mediante procedimento comum,
volume 2. 3. ed. rev. ampl. e atual. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2017.
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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
Gustavo Deitos
Se o terceiro a ser chamado ao processo residir em outra comarca, seção ou subseção judi-
ciárias, ou em lugar incerto, a promoção da citação poderá se submeter ao prazo máximo de
DOIS MESES.
Dois meses, caro(a) aluno(a), é algo bem diferente de “sessenta dias”. A forma de contagem
dos prazos em meses e em dias é diferente, de modo que o termo final do prazo de dois meses
pode ser diferente daquele do prazo de sessenta dias.
Portanto, leve para a prova que, se o prazo de 30 dias for insuficiente em razão da distância
ou da incerteza da residência do chamado, o prazo será de dois meses. Recomendo-lhe que
somente considere o prazo de “sessenta dias” se todas as demais afirmativas estiverem ma-
nifestamente erradas.
Obs.: O prazo de 30 dias poderá ser dilatado se a demora da realização da citação decorrer
exclusivamente da morosidade dos serviços do Poder Judiciário.
Art. 132. A sentença de procedência valerá como título executivo em favor do réu que satisfizer a
dívida, a fim de que possa exigi-la, por inteiro, do devedor principal, ou, de cada um dos codevedores,
a sua quota, na proporção que lhes tocar.
Se, no processo, um dos réus efetuar o pagamento de toda a dívida, ele poderá utilizar a
sentença condenatória como título executivo judicial para cobrar dos demais devedores o va-
lor que eles deveriam ter pago.
1) Se o fiador pagar a dívida inteira, poderá cobrar do(s) afiançado(s) o valor integral
da dívida.
2) Se um dos devedores solidários pagar a dívida inteira, poderá cobrar dos demais deve-
dores a cota correspondente a cada um deles.
Os efeitos práticos do pagamento integral da dívida por um dos réus é a sub-rogação nos
direitos do autor: poderá cobrar a parte de cada um dos outros devedores.
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empresa. Logo, a instauração do IDPJ acarretará a citação dos sócios para que exerçam o con-
traditório, manifestando-se nos autos.
O IDPJ só passou a ter um procedimento certo e balizado a partir do Novo CPC (2015).
Antes disso, o procedimento do IDPJ, embora aceito pela jurisprudência, variava muito entre
alguns tribunais. Muitos juízes e tribunais utilizavam o IDPJ previsto no Código de Defesa do
Consumidor, que permitia ao juiz instaurar o IDPJ inclusive de ofício, tendo em vista o critério
da hipossuficiência do consumidor (muitas vezes associado à maior vulnerabilidade de uma
das partes, no contexto examinado).
Trataremos dos pressupostos legais do IDPJ, com maior profundidade, no item “1.4.1.”
desta aula.
De início, é importante apresentar-lhe o que dispõe o art. 1.062 do CPC, que consta das
disposições finais e transitórias do Código:
São de competência dos Juizados Especiais Cíveis as ações em geral cujo valor não exce-
da a 40 (quarenta) salários-mínimos (art. 3º, inciso I, Lei n. 9.099/95), com exceção de algumas
ações especiais mencionadas no art. 3º da Lei dos Juizados Especiais.
Portanto, além de o IDPJ ser naturalmente cabível no procedimento comum do CPC, ele
também pode ser instaurado nos processos que tramitam nos Juizados Especiais Cíveis.
CAPÍTULO IV
DO INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da
parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo.
§ 1º O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os pressupostos previstos
em lei.
§ 2º Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da personalidade
jurídica.
De início, perceba: o IDPJ NÃO pode ser instaurado de ofício pelo juiz. Deve haver, para
tanto, requerimento da parte interessada, ou requerimento do MP, quando ele estiver atuando
como fiscal da lei.
O § 1º quer dizer que a parte (ou o MP), quando requerer a instauração do IDPJ, deve com-
provar que os pressupostos legais para a desconsideração da personalidade jurídica estão
presentes no caso concreto.
Os pressupostos legais são: DESVIO DE FINALIDADE e CONFUSÃO PATRIMONIAL (art. 50
do Código Civil).
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O IDPJ não é um procedimento exclusivo de uma determinada fase processual. Ele pode
ser instaurado A QUALQUER MOMENTO, desde que exista pretensão de responsabilizar al-
guém por certo débito.
Inclusive, o IDPJ pode ser requerido logo na Petição Inicial, na qual haverá fundamentação
apontando que a pessoa jurídica ré deve obrigações ao autor, mas que, por razões especiais
(confusão entre o patrimônio da empresa e dos sócios ou desvio da finalidade empresarial), os
sócios devem ser responsabilizados pela dívida.
Se o IDPJ for requerido logo na petição inicial, será citado(a) para integrar o polo passivo:
1) O Sócio, tratando-se de Desconsideração Direta;
2) A Pessoa Jurídica, tratando-se de Desconsideração Inversa.
A rigor, o IDPJ é uma modalidade de Intervenção de Terceiros, pois o capítulo que prevê o
IDPJ insere-se no Título do CPC que trata da intervenção de terceiros.
Todavia, se o IDPJ for requerido logo na petição inicial, o que ocorrerá é que o sócio ou a
pessoa jurídica (chamados em razão da desconsideração direta ou inversa) integrarão o polo
passivo desde o início.
A consequência imediata da instauração do IDPJ, por decisão interlocutória do juiz (aten-
dendo requerimento da parte ou do MP), é a SUSPENSÃO do processo. Todavia, se o IDPJ for
requerido logo na Petição Inicial, não haverá que se falar em suspensão, pois o processo nem
mesmo havia começado.
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DICA
Só há como suspender um processo que já esteja tramitan-
do/fluindo. Se o processo ainda não existisse até então, não
haveria objeto a ser suspenso. É nessa razão que se funda a
ressalva do § 3º.
EXEMPLO
Pessoa jurídica criada somente para participar de certame licitatório específico, após conluio
com agente público corrupto.
EXEMPLO
Sócio transfere seus bens à pessoa jurídica para que não sejam penhorados numa ação judi-
cial específica; pessoa jurídica paga despesas pessoas do sócio, e vice-versa.
Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e reque-
rer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias.
Após a publicação da decisão interlocutória instaurando o IDPJ, será citado(a) para exercer
o contraditório no processo, como terceiro interveniente:
• 1) O Sócio, tratando-se de Desconsideração Direta;
Art. 136. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisão interlocutória.
Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo interno.
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DICA
Conclusão: se o juiz instaurar o IDPJ fundamentando sua deci-
são em ocorrência de fraude à execução, a alienação fraudu-
lenta será, desde logo (desde a instauração do IDPJ), conside-
rada ineficaz em relação ao autor/exequente.
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ta MP, houve maior detalhamento técnico acerca dos pressupostos materiais para a instaura-
ção do IDPJ.
Estes pressupostos materiais, como vimos, são desvio de finalidade e confusão patrimo-
nial. A MP detalhou a forma de constatação desses dois pressupostos, reduzindo, na prática,
o resultado da interpretação do juiz
Além disso, a MP 881/2019 criou restrições objetivas e subjetivas ao alcance da desconsi-
deração da personalidade jurídica. Veja, primeiramente, o que diz o caput do art. 50 do Código
Civil, alterado pela MP 881:
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou
pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe
couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações
de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa
jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso.
Exemplo de benefício direto: um sócio de uma empresa assina a Carteira de Trabalho de sua
empregada doméstica com o nome da empresa, como se ela fosse empregada da empresa,
enquanto trabalha na casa do sócio.
Exemplo de benefício indireto: uma empregada presta serviços para certa empresa, que não
registrou o vínculo em sua Carteira de Trabalho. Neste caso, todos os sócios são beneficiados,
indiretamente, pelo fruto do trabalho da empregada.
EXEMPLO
Créditos oriundos da relação de emprego mantida entre a pessoa jurídica e uma determinada
empregada.
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§ 1º Para fins do disposto neste artigo, desvio de finalidade é a utilização dolosa da pessoa jurídica
com o propósito de lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer natureza.
Exemplos de atos ilícitos com o uso de pessoa jurídica: sonegação de tributos, simulação de
contrato empresarial para mascarar relação de emprego (pejotização), eliminação de impedi-
mento para participação em licitação pública.
Como veremos no § 5º, o simples fato de a pessoa jurídica direcionar seus atos a ramo
diferente de atividade econômica é uma mera mudança de finalidade (lícita), e não um desvio
de finalidade apto a legitimar a desconsideração da personalidade jurídica. Essa regra coadu-
na-se às políticas de liberdade econômica instituídas e executadas pelo atual governo, com
fulcro nas demais disposições da MP 881.
A confusão patrimonial, como o próprio nome já sugere, é a mistura dos patrimônios dos
sócios/administradores com o patrimônio da pessoa jurídica, como se ambos fossem o mes-
mo sujeito.
Caso muito frequente (e retratado no inciso I) é aquele em que o sócio paga suas dívidas
pessoais, como aquisições de bens privados e quitação de dívidas de sua casa, usando a con-
ta bancária da pessoa jurídica. Essa conduta, para configurar confusão patrimonial, deve ser
repetitiva e contínua.
Portanto, se o contato entre os dois patrimônios ocorreu de formas isoladas, com motivo
técnico justificado, não será configurada a confusão patrimonial.
EXEMPLO
Não haverá confusão patrimonial se o sócio pagou guias de tributos da pessoa jurídica com
seu próprio dinheiro, enquanto a conta bancária da pessoa jurídica estava bloqueada até que
procedimentos bancários a liberassem.
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Outro caso de confusão patrimonial (inciso II) verifica-se quando há transferências de valo-
res entre a pessoa física e a jurídica sem uma razão economicamente lógica. Se a transferên-
cia não configurar repartição de lucros nem remuneração, ou qualquer outro motivo bastante
para justificar o repasse de valores, ela será havida por infundada, e a confusão patrimonial
ficará constatada.
O inciso II faz uma ressalva quanto a valores “proporcionalmente insignificantes”. Essa
insignificância é uma característica verificada quando o valor transferido de forma injustifica-
da não for suficiente para fazer com que a pessoa jurídica ou a pessoa física sintam alguma
diferença.
EXEMPLO
O patrimônio da empresa é de R$ 1.000.000,00, e o do sócio, de R$ 800.000,00. Se a empresa
transferir R$ 100,00 ao sócio, este valor será insignificante diante da proporção dos patrimô-
nios. Não são R$ 100,00 que poderão frustrar credores ou autorizar a prática de atos ilícitos
para benefício do sócio ou da empresa. Neste caso, a MP estabelece uma presunção de que
os pequenos valores, ao serem transferidos, referem-se a indenizações cotidianas de pouca
monta.
Por fim, o inciso III deixa aberta uma margem maior de interpretação pelo juiz. A MP 881,
no conjunto de suas disposições, não traz um conceito de “autonomia patrimonial”. Semanti-
camente, podemos entender que esta autonomia se refere à possibilidade de a pessoa jurídica
sobreviver com seu próprio patrimônio, valendo o mesmo raciocínio para a pessoa física; é a
desnecessidade de contínuo auxílio para subsistência.
Este parágrafo autoriza o uso dos mesmos pressupostos materiais, com seus devidos ba-
lizamentos, para a desconsideração inversa da personalidade jurídica (patrimônio da pessoa
jurídica respondendo por dívidas dos sócios e administradores).
§ 4º A mera existência de grupo econômico sem a presença dos requisitos de que trata o caput não
autoriza a desconsideração da personalidade da pessoa jurídica.
Entende-se por grupo econômico o conjunto de empresas sob a direção, controle ou admi-
nistração de outra, ou mesmo quando todas elas são autônomas, mas mantêm interesse inte-
grado, efetiva comunhão de interesses e atuação conjunta na atividade econômica. Todas as
empresas do grupo econômico respondem solidariamente pelas dívidas trabalhistas de cada
empresa (art. 2º, §§ 2º e 3º, CLT).
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O que o presente parágrafo está dizendo é que, muito embora as empresas do grupo eco-
nômico sejam solidariamente responsáveis pelos débitos trabalhistas de todo o grupo, o pa-
trimônio dos sócios só poderá ser afetado pela desconsideração da personalidade jurídica se
ficar comprovado que os sócios das demais empresas foram direta ou indiretamente benefi-
ciados pelo abuso da personalidade (requisito subjetivo do art. 50 do Código Civil). Ademais,
os referidos sócios, se foram beneficiados pelo abuso, responderão estritamente pelas obriga-
ções trabalhistas discutidas no processo (requisito objetivo do art. 50 do Código Civil).
O simples fato de a pessoa jurídica direcionar seus atos a ramo diferente de atividade
econômica é uma mera mudança de finalidade (lícita), e não um desvio de finalidade apto a
legitimar a desconsideração da personalidade jurídica. Essa regra coaduna-se às políticas de
liberdade econômica instituídas e executadas pelo atual governo, com fulcro nas demais dis-
posições da MP 881.
Essa norma tem por objetivo permitir que as empresas se arrisquem em novos nichos do
mercado, seja ampliando sua atuação, seja modificando o rumo de sua atuação.
EXEMPLO
O diretor de um hospital especializado em atender crianças com microcefalia pode ser nomea-
do como amicus curiae para conferir ao juiz maiores informações técnicas sobre a microcefa-
lia, suas causas e suas consequências. Ademais, o diretor, na qualidade de amicus curiae, pode
informar ao juiz as atividades e projetos que são realizados com o fim de prestar assistência
às famílias dessas crianças. Dessa forma, o juiz teria maiores noções técnicas, institucionais
e práticas do objeto da ação, podendo proferir uma decisão mais racional e justa.
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O interesse do amicus curiae nunca será afeto à subjetividade do processo, mas, sim, nos
reflexos da decisão sobre o objeto científico e/ou social com o qual atua, e sobre o qual apre-
sentará manifestação ao juiz.
Agora, partiremos aos conceitos elementares e às regras processuais aplicáveis ao “amigo
da corte”.
CAPÍTULO V
DO AMICUS CURIAE
Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema objeto
da demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a
requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de
pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com representatividade adequada, no
prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação.
EXEMPLO
Cientistas, professores renomados.
• 2) PESSOA JURÍDICA e/ou ENTIDADE ESPECIALIZADA: alguém se manifestará repre-
sentando uma associação, uma entidade sindical ou uma sociedade que atue num seg-
mento muito complexo e distinto do mercado, fornecendo dados sobre eventuais ativi-
dades, projetos ou processos em andamento sobre um importante assunto;
EXEMPLO
Associações que representem pessoas com deficiência, entidades sindicais de determinada
categoria, sociedades que atuem em ramo que dependa de pesquisas científicas complexas,
como as do ramo farmacêutico.
• 3) ÓRGÃO: é possível que um representante de um órgão público preste ao juiz infor-
mações sobre algum serviço prestado pelo órgão, bem como informações sobre uma
matéria muito específica, com a qual o órgão tenha atuado;
EXEMPLO
FUNAI, IBAMA.
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Ademais, não é em qualquer caso que se pode admitir a participação de um amicus curiae.
Sua participação somente será admitida se ficar demonstrada pelo menos uma das seguintes
situações:
• 1) RELEVÂNCIA DA MATÉRIA: a matéria em julgamento possui importância muito gran-
de nos dias atuais, de modo que a formação de precedentes sobre tal matéria tende
a causar significativo impacto em algum segmento da sociedade ou a algum evento
social;
• 2) ESPECIFICIDADE DO TEMA OBJETO DA DEMANDA: mesmo que o tema da ação não
seja tão relevante ou não tenha repercutido tanto, é possível que o tema, por carregar
uma complexidade técnica fora do comum, mereça análise por parte de um sujeito com
conhecimento e vivência acerca desse tema;
• 3) REPERCUSSÃO SOCIAL DA CONTROVÉRSIA: mesmo que a matéria não seja tão
complexa e/ou específica, é possível que a decisão final dependa de uma consideração
a diversos setores da sociedade afetados por ela. Neste caso, é comum ouvirem-se
associações e entidades sindicais, que explanarão os reflexos da decisão sobre suas
categorias e a forma como a demanda dessas coletividades seria melhor atendida.
Anote-se que o início da participação do amicus curiae no processo tem um prazo: 15 dias,
a contar da intimação do amicus curiae de sua nomeação como tal.
Ademais, a decisão que nomeia alguém para atuar como amicus curiae é IRRECORRÍVEL
de imediato. Portanto, não podem as partes interpor agravo de instrumento ou agravo interno
contra a decisão de nomeação de amigo da corte.
Cuidado: neste momento, estou te afirmado que a decisão que nomeia um amicus curiae não
pode ser recorrida. Isso significa que, se as partes não concordarem com a pessoa nomeada
como amiga da corte, nada poderá ser feito de imediato, e eventuais insurgências deverão ser
suscitadas somente no recurso contra a decisão definitiva.
O STF, no ano de 2020, em teses publicadas no Informativo n. 985, entendeu, por maioria,
o seguinte:
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JURISPRUDÊNCIA
É recorrível a decisão denegatória de ingresso no feito como amicus curiae.
É possível a impugnação recursal por parte de terceiro, quando denegada sua participa-
ção na qualidade de amicus curiae.
ADI n. 3396 AgR/DF, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 06/08/2020 (Informativo n.
985).
2
Amici curiae é o plural de amicus curiae.
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− Por outro lado, se a questão apenas sinalizar que a decisão denegatória parte de
apenas um Ministro, sem sinalizar os vícios típicos das decisões objeto de ED, será
recomendável considerar o cabimento de agravo interno.
Obs.: Essa lógica dos recursos em espécie foi construída com base na funcionalidade do
sistema recursal dentro do próprio STF.
Procurando fugir dessa polêmica (mas acabando por criar outra), a banca FGV, em questão
do ano de 2021, entendeu que contra tal decisão denegatória seria cabível “pedido de reconsi-
deração”, que é uma forma não recursal de impugnação das decisões judiciais, com natureza
de simples petição. Veja a questão:
3
Letra e.
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Eu havia dito a você que esse entendimento não é pacífico no STF, e agora explicarei. É que,
no ano de 2018, foi publicado pelo STF outro Informativo (n. 920) no sentido de que tanto a
decisão que autoriza como a decisão que denega a participação do amicus curiae são irrecor-
ríveis. Veja:
JURISPRUDÊNCIA
Tanto a decisão do Relator que admite como a que inadmite o ingresso do amicus curiae
é irrecorrível.
RE n. 602584 AgR/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Luiz Fux, julgado em
17/10/2018 (Informativo n. 920).
Caro(a) aluno(a), minha posição é de que, se a banca explorar esse ponto tão polêmico,
muito provavelmente adotará o entendimento mais recente (o do Informativo n. 985, de 2020).
No entanto, ainda que adote tal entendimento, seria cabível recurso contra a questão com
base no Informativo n. 920. Afinal, ambos os entendimentos foram firmados em processos de
relatoria de Ministros que já se aposentaram (Celso de Mello e Marco Aurélio), e, no Informati-
vo mais recente (n. 985, de 2020), a maioria formada foi de 5x4, ocasião em que os Ministros
Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso não votaram.
Vê-se, portanto, que não é um tema pacífico na jurisprudência do STF.
§ 1º A intervenção de que trata o caput não implica alteração de competência nem autoriza a inter-
posição de recursos, ressalvadas a oposição de embargos de declaração e a hipótese do § 3º.
O sujeito nomeado como amicus curiae não tem o poder de deslocar a competência mate-
rial, pessoal ou funcional do órgão do Poder Judiciário.
EXEMPLO
Se um órgão da União for nomeado como amicus curiae em processo que tramita na Justiça
Estadual, o processo continuará na Justiça Estadual, e não será deslocado à Justiça Federal.
Agora, apresento-lhe uma regra muito explorada em provas, no que diz respeito à possibi-
lidade de o amicus curiae interpor recursos contra a decisão final.
REGRA GERAL: o amicus curiae NÃO pode interpor recursos, como apelação, recurso espe-
cial, agravo de instrumento, recurso extraordinário etc.
EXCEÇÕES: o amicus curiae poderá interpor os seguintes recursos:
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Obs.: Uma parte da doutrina, integrada por Marinoni, Arenhart e Mitidiero, entende que o
amicus curiae poderia recorrer de toda decisão que possa criar um precedente judicial,
como a decisão proferida em IAC (Incidente de Assunção de Competência), em recur-
sos extraordinários e especiais repetitivos e em outras decisões que possam ser utili-
zadas como precedentes, uma vez que o interesse do amicus curiae, por ser um inte-
resse institucional, tem direta relação com a probabilidade de fixação de precedentes,
e o IRDR não seria a única forma de construção de precedentes. Portanto, o legislador
disse “menos do que deveria dizer” ao editar a redação do § 3º.
§ 2º Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a intervenção, definir os poderes
do amicus curiae.
Além dos poderes legalmente conferidos (apresentar manifestação, opor embargos de de-
claração e recorrer da decisão que julga o IRDR), o juiz pode conceder ao amicus curiae outros
poderes não previstos em lei, como de impugnar laudos periciais, impugnar a contestação do
réu, postular a instauração de incidente de falsidade, dentre outros.
O PULO DO GATO
Os poderes de opor embargos de declaração e de recorrer contra a decisão que julga o IRDR,
por decorrerem de lei, não dependem de autorização judicial.
§ 3º O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de demandas
repetitivas.
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2. Litisconsórcio
Litisconsórcio é a participação de várias pessoas num mesmo polo (consórcio) de um li-
tígio (litis). Várias pessoas participam de um processo em conjunto, em razão de defenderem
seus direitos uma ao lado da outra, no mesmo “lado” do conflito.
Quanto à posição, o litisconsórcio pode ser ativo ou passivo.
ATIVO: várias pessoas (mais de uma) pleiteiam direitos no polo ativo da ação, isto é, na
condição de autores.
PASSIVO: várias pessoas (mais de uma) defendem-se de pretensões deduzidas contra to-
das elas, isto é, na condição de rés.
Quanto à obrigatoriedade, o litisconsórcio pode ser facultativo ou necessário.
FACULTATIVO: não é exigido que várias pessoas figurem no polo ativo ou no polo passi-
vo; nesse caso, os sujeitos reúnem-se em um dos polos por mera conveniência, sem impo-
sição legal.
NECESSÁRIO: a lei e/ou a natureza da relação jurídica impõe(m) que várias pessoas figu-
rem em um dos polos da ação, sendo devidamente citadas para participar do processo, sob
pena de a sentença ser ineficaz (art. 114 do CPC).
Obs.: No direito brasileiro, como regra geral, só existe litisconsórcio necessário no polo pas-
sivo da demanda. A doutrina majoritária não reconhece o “litisconsórcio ativo neces-
sário”, mas somente o litisconsórcio passivo necessário. Apesar disso, em casos bem
especiais, o STJ já reconheceu a existência de litisconsórcio ativo necessário, como
veremos mais adiante.
4
Trata-se de um conceito sedimentado na Súmula 406, item I, do TST. Tal conceito é teoricamente válido, também, para o
direito processual civil.
5
Trata-se, também, de conceito da Súmula 406, item I, do TST. Tal conceito é teoricamente válido, igualmente, para o direito
processual civil.
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JURISPRUDÊNCIA
APELAÇÕES CÍVEIS. JULGAMENTO SIMULTÂNEO DE AÇÃO DE USUCAPIÃO E DE AÇÃO
REIVINDICATÓRIA. AÇÃO DE USUCAPIÃO. PEDIDO JULGADO PROCEDENTE. INSTRU-
ÇÃO PROBATÓRIA QUE REVELOU A EXISTÊNCIA DE COMPOSSE. PROVAS COLHI-
DAS (TESTEMUNHAL E DOCUMENTAL) QUE DEMONSTRAM O EXERCÍCIO DA POSSE
TAMBÉM PELA MÃE DO AUTOR E SEUS IRMÃOS. HIPÓTESE DE LITISCONSÓRCIO ATIVO
NECESSÁRIO. IMPOSSIBILIDADE DE DECLARAÇÃO DA PROPRIEDADE A SOMENTE UM
DOS COMPOSSUIDORES. NECESSIDADE DOS COMPOSSUIDORES INTEGRAREM A LIDE.
EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO. DESCABIMENTO. OFENSA
AO PRINCÍPIO DA DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO. INTELIGÊNCIA DO ART. 6º DO
CPC/2015. FEITO QUE TRAMITA HÁ MAIS DE 20 ANOS. ANULAÇÃO DO PROCESSO A
PARTIR DA SENTENÇA PARA CITAÇÃO DE TODOS OS COMPOSSUIDORES. SOLUÇÃO
QUE SE REVELA MAIS JUSTA. (...) Assim, admitindo-se que os autores são possuidores
do imóvel usucapiendo – o que é questionável em razão de terem ingressado no imóvel
por serem filhos da Sra. XXX6, pessoa que adquiriu o lote n. 17 e por engano passou a
ocupar o lote n. 16 desde o início -, e estando amplamente comprovado, até mesmo pelos
depoimentos pessoais dos autores, que a Sra. XXX7 e os irmãos do autor YYY8 também
exerceram (e exercem) a posse sobre o imóvel usucapiendo, evidente que se trata de
litisconsórcio ativo necessário, nos termos do artigo 47 do Código de Processo Civil de
1973 (vigente à época do ajuizamento da ação) – correspondente ao 114 do Código de
Processo Civil/2015 -,: in verbis [...] Com efeito, tratando-se de composse, é obrigató-
6
Nome verdadeiro omitido pelo professor.
7
Nome verdadeiro omitido pelo professor.
8
Nome verdadeiro omitido pelo professor.
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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
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Obs.: Apesar de existirem situações excepcionais, devemos ter em conta que, como regra
geral, o litisconsórcio pode ser necessário com relação ao polo passivo da demanda.
EXEMPLO
Obrigações indivisíveis podem ser cobradas de um ou de todos os devedores solidários (art.
259 do Código Civil). Logo, pela natureza dessa relação jurídica, a sentença deve ser igual para
todos eles, eis que o objeto a ser julgado é indivisível. Neste caso, o credor da dívida poderá
ajuizar ação contra um ou, se quiser, contra todos os devedores, a seu critério. Veja: o litiscon-
sórcio é facultativo e, ao mesmo tempo, unitário.
Por fim, quanto ao momento de formação, o litisconsórcio pode ser originário ou posterior.
ORIGINÁRIO: a ação se inicia, desde o princípio, com o litisconsórcio formado.
POSTERIOR: o litisconsórcio se forma somente no decorrer da ação, tendo se iniciado o
processo somente com um autor e um réu.
Passadas estas importantes classificações teóricas, partiremos aos comentários individu-
alizados aos artigos do CPC pertinentes ao litisconsórcio.
TÍTULO II
DO LITISCONSÓRCIO
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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
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Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou passiva-
mente, quando:
I – entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide;
II – entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir;
III – ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito.
O art. 113 trata das hipóteses de litisconsórcio facultativo, tanto o ativo quanto o passivo.
As hipóteses deste rol praticamente resumem todas as circunstâncias em que mais de uma
pessoa terá interesse processual na causa.
O inciso I trata da comunhão de direitos ou de obrigações. No litisconsórcio ativo, haverá
mais de um autor quando eles, em conjunto, tiverem direito sobre um mesmo objeto litigioso.
Já no litisconsórcio passivo, haverá mais de um réu quando eles, juntos, forem devedores de
alguma prestação reconhecida e exigida pelos credores.
O inciso II, por sua vez, possibilita que, em vez de duas ou mais pessoas ajuizarem ações
separadas com iguais pedidos e/ou causas de pedir (conexas), elas ajuízem uma única ação.
Isso evita o surgimento de várias ações com objetos semelhantes, viabilizando o julgamento
conjunto de várias situações fáticas num único processo. Trata-se de uma “conexão prévia”, a
grosso modo.
Já o inciso III é chamado por parte da doutrina de “litisconsórcio impróprio”: permite que
as partes litiguem em conjunto quando, entre suas causas, houver certa afinidade em razão
de uma coincidência quanto à matéria de fato ou à matéria de direito a ser alegada por am-
bas. Trata-se de situações parecidas/semelhantes, mesmo que consistam em fatos diferentes
(causas de pedir diferentes).
EXEMPLOS
1) Duas pessoas vítimas de golpes com cartões de crédito podem, juntas, processar o golpista
requerendo perdas e danos em conjunto, mesmo que os golpes tenham sido distintos e em
lugares diferentes. Trata-se de um ponto comum de fato: prática de golpes por parte de uma
mesma pessoa (mesmo que as causas de pedir sejam distintas).
2) Duas pessoas diferentes desrespeitam normas ambientais distintas, causando danos a
direitos difusos. Poderia o Ministério Público, apontando ponto comum de direito, ajuizar ação
civil pública contra ambos, mesmo que tenham praticado violações distintas, por terem ofendi-
do um direito da mesma categoria (difusos relacionados ao meio ambiente).
Obs.: O litisconsórcio impróprio (inciso III) é o mais vago de todos: para ser aceito, depende
da interpretação do juiz acerca da plausibilidade da semelhança apontada pelos auto-
res litisconsortes. Por depender de certa subjetividade, será quase sempre formado
pelos autores (litisconsórcio ativo).
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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
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§ 1º O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes na fase de co-
nhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este comprometer a rápida solução
do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da sentença.
§ 2º O requerimento de limitação interrompe o prazo para manifestação ou resposta, que recomeça-
rá da intimação da decisão que o solucionar.
Obs.: Perceba de início um detalhe básico, porém importante: pode haver litisconsórcio em
qualquer fase do processo, inclusive em execuções autônomas fundadas em títulos
executivos extrajudiciais. No cumprimento de sentença, é suficiente que o título execu-
tivo judicial a ser cumprido seja exigível de todos os executados/litisconsortes.
Quando há grande número de litigantes num litisconsórcio, em quaisquer dos polos, fala-se
em litisconsórcio multitudinário. Embora o litisconsórcio, em certo grau, proporcione maior
celeridade e efetividade do direito, é possível que o grande número de litigantes num mesmo
processo cause tumulto e dificulte a tramitação do processo.
Imagine que a Secretaria da unidade judiciária tenha de controlar os prazos para dezenas
de pessoas se manifestarem, expedir intimações para todas estas pessoas de todos os atos
processuais de um mesmo processo, e manter os autos sempre atualizados e organizados.
No processo eletrônico, os sistemas de processos judiciais muitas vezes não são capazes de
proporcionar uma organização adequada para a participação de tantas pessoas num mes-
mo processo.
Nestas situações, o litisconsórcio pode ser fracionado: o juiz poderá determinar um limite
de litigantes por processo, determinando que o número excedente de litigantes deverá compor
os autos de outro processo, a fim de que a tramitação de todos os requerimentos e atos pro-
cessuais ocorra de forma correta e organizada.
O juiz pode determinar o fracionamento dos processos de litisconsórcio multitudinário de
ofício. É possível, também, que qualquer das partes requeira o fracionamento (§ 2º).
Quando o fracionamento for requerido por um ou mais litisconsortes, os prazos para manifes-
tações e respostas, como contestação e réplica, serão interrompidos, isto é, voltarão ao zero.
Neste caso, os prazos recomeçarão sua contagem (do zero) após a intimação da parte a res-
peito da decisão judicial que aceitar ou recusar o fracionamento/divisão.
Art. 114. O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação
jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser litiscon-
sortes.
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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
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É possível que uma disposição de lei exija que, para a sentença ser eficaz em relação a
alguém, deva haver a citação desse “alguém”. Se essa pessoa não for citada no processo, a
sentença simplesmente não será eficaz em relação à pessoa não citada.
EXEMPLO
Em ação de divisão e demarcação de terras particulares, devem ser citados todos os confinan-
tes e os condôminos, conforme o art. 570 do CPC.
Ademais, é possível que não exista disposição legal exigindo a citação de todos os envol-
vidos numa relação jurídica, mas a própria natureza dessa relação torna inviável que um dos
envolvidos seja compelido a cumprir uma decisão judicial sem participar do processo (sem
ser citado).
EXEMPLO
Em ação de anulação de casamento, o Ministério Público deve ajuizá-la contra ambos os côn-
juges. Não faz sentido que a ajuíze somente contra um deles.
Caro(a) aluno(a), antes de comentar o art. 115, comentarei o art. 116, para que aquele dis-
positivo seja compreendido de forma mais completa.
Art. 116. O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de deci-
dir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes.
O litisconsórcio, para ser considerado unitário, depende somente da natureza da relação jurí-
dica, e não de disposição de lei.
Não é possível que o juiz decida de forma diferente para um ou mais dos litisconsortes:
todos serão sentenciados de forma idêntica, pois a natureza da relação jurídica envolvida torna
ilógica eventual decisão diversa para uns e outros.
EXEMPLO
Jorge ajuíza ação monitória, postulando o cumprimento de uma obrigação devida solidaria-
mente por Marcos e Antônio. Tal obrigação seria de entregar um cavalo de raça muito rara,
comprado por Jorge. O juiz, obrigatoriamente, deverá proferir uma decisão igualmente aplicá-
vel a Marcos e a Antônio. Não há como o juiz dizer a Marcos que ele é obrigado a entregar o
cavalo e a Antônio o contrário, em razão da indivisibilidade do objeto (cavalo).
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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
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O PULO DO GATO
Você sabe que os litisconsórcios são necessários em razão de disposição de lei ou da nature-
za da relação jurídica (art. 114 do CPC). Quando um litisconsórcio for necessário em razão da
natureza da relação jurídica, ele será, por consequência, unitário.
Art. 115. A sentença de mérito, quando proferida sem a integração do contraditório, será:
I – nula, se a decisão deveria ser uniforme em relação a todos que deveriam ter integrado o proces-
so;
II – ineficaz, nos outros casos, apenas para os que não foram citados.
Parágrafo único. Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz determinará ao autor que
requeira a citação de todos que devam ser litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena de
extinção do processo.
Art. 117. Os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte adversa, como liti-
gantes distintos, exceto no litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as omissões de um não
prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar.
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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
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No litisconsórcio simples (quando a decisão poderá ser distinta em relação a uns e outros
litisconsortes), os sujeitos que compuserem o litisconsórcio – ativo ou passivo – serão consi-
derados litigantes diferentes, naturalmente.
Todavia, no litisconsórcio unitário (quando a decisão deverá ser igual para todos os litis-
consortes), os sujeitos que compuserem o litisconsórcio poderão ter seus poderes e deveres
fundidos como se fossem o mesmo litigante, desde que o ato ou a omissão decorrente do
exercício do poder ou do dever beneficie a todos eles.
Se no litisconsórcio unitário o ato ou a omissão decorrente do exercício do poder ou do
dever processual prejudicar um ou mais litisconsortes, eles serão considerados litigantes di-
ferentes, como no caso do litisconsórcio simples.
Art. 118. Cada litisconsorte tem o direito de promover o andamento do processo, e todos devem ser
intimados dos respectivos atos.
Como todos os litisconsortes são considerados partes do processo, todos eles poderão
promover o seu andamento, e, por certo, devem ser intimados de todos os atos processuais.
Não é possível que as partes convencionem que somente um dos litisconsortes será in-
timado das decisões ou poderá praticar atos processuais. Todos eles terão iguais direitos e
deveres no processo (como receber intimações e praticar atos processuais).
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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (2020/CESPE/TJ-PA/OFICIAL DE JUSTIÇA/AVALIADOR) Segundo regramento estabe-
lecido no CPC, o desmembramento do litisconsórcio multitudinário em razão do número ex-
cessivo de litigantes
a) ocorre na fase de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, desde que o
litisconsórcio seja facultativo.
b) é permitido somente antes da citação do réu, seja o litisconsórcio facultativo ou necessário.
c) é vedado em sede de execução, seja ela decorrente de título judicial ou extrajudicial.
d) depende da concordância de todas partes do processo, se o litisconsórcio for necessário
e unitário.
e) não pode ocorrer antes da liquidação de sentença, se o litisconsórcio for ativo e facultativo.
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e) multitudinário.
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pessoa natural ou jurídica, na condição de amicus curiae, no prazo de 15 (quinze) dias de sua
intimação.
d) O Código de Processo Civil admite, como modalidade de intervenção de terceiros, o cha-
mamento ao processo requerido pelo réu, do afiançado, na ação em que o fiador for réu; dos
demais fiadores quando proposta a ação em face de um deles; ou dos demais devedores soli-
dários, quando o credor exigir de um ou de alguns o pagamento da dívida comum.
e) A denunciação da lide pode ser promovida tanto pelo autor como pelo réu, devendo a cita-
ção do denunciado ser requerida, se feita pelo autor, na petição inicial ou, se realizada pelo réu,
na contestação.
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b) Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz determinará ao autor que requeira a
citação de todos que devam ser litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena de sus-
pensão do processo.
c) Os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte adversa, como litigan-
tes distintos, exceto no litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as omissões de um não
beneficiarão os outros, mas os poderão prejudicar.
d) O litisconsórcio será unitário por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação
jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser
litisconsortes.
e) A sentença de mérito, quando proferida sem a integração do contraditório, será nula se a
decisão deveria ser uniforme em relação a todos que deveriam ter integrado o processo.
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GABARITO
1. a 37. E
2. b 38. b
3. a 39. e
4. C 40. c
5. d 41. e
6. d
7. C
8. b
9. d
10. b
11. c
12. e
13. b
14. b
15. d
16. E
17. C
18. C
19. E
20. C
21. E
22. E
23. e
24. e
25. e
26. d
27. e
28. c
29. d
30. c
31. e
32. a
33. e
34. a
35. b
36. C
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GABARITO COMENTADO
001. (2020/CESPE/TJ-PA/OFICIAL DE JUSTIÇA/AVALIADOR) Segundo regramento estabe-
lecido no CPC, o desmembramento do litisconsórcio multitudinário em razão do número ex-
cessivo de litigantes
a) ocorre na fase de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, desde que o
litisconsórcio seja facultativo.
b) é permitido somente antes da citação do réu, seja o litisconsórcio facultativo ou necessário.
c) é vedado em sede de execução, seja ela decorrente de título judicial ou extrajudicial.
d) depende da concordância de todas partes do processo, se o litisconsórcio for necessário
e unitário.
e) não pode ocorrer antes da liquidação de sentença, se o litisconsórcio for ativo e facultativo.
a) Certa. Conforme o art. 113, § 1º do CPC, “o juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo
quanto ao número de litigantes na fase de conhecimento, na liquidação de sentença ou na
execução, quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o
cumprimento da sentença.”.
b) Errada. Não existe tal limitação, uma vez que tal fracionamento poderá ocorrer na fase
de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução (art. 113, § 1º), bastando que
seja constatado o risco à rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento
da sentença.
c) Errada. É permitido o fracionamento em fase de execução (art. 113, § 1º).
d) Errada. O litisconsórcio necessário não pode ser fracionado.
e) Errada. É permitido o fracionamento em fase de liquidação (art. 113, § 1º), sendo o litiscon-
sórcio facultativo.
Letra a.
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a) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em plena conformidade
com o texto literal do art. 125 do CPC.
b) Certa. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta representa contrariedade ao art. 125,
§ 2º do CPC, que proíbe o denunciado sucessivo de fazer nova denunciação, hipótese em que
eventual direito de regresso será exercido por ação autônoma.
c) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em plena conformidade
com o texto literal do art. 130 do CPC.
d) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em plena conformidade
com o texto literal dos arts. 133 e 134 do CPC.
Letra b.
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Uma dívida solidária pode ser cobrada tanto de um devedor quanto de outro, conforme o art.
275 do Código Civil, que dispõe: “O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos
devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum (...)”. Logo, o litisconsórcio será facultativo.
Todavia, por se tratar de obrigação indivisível, não há como a decisão de mérito do juiz ser
diferente em relação a cada devedor, pois o objeto apreciado é exatamente o mesmo. Logo, o
litisconsórcio é facultativo (porque o autor pode cobrar somente de um dos credores, se qui-
ser) e unitário.
Letra d.
O art. 138, caput, permite, sim, a nomeação de amicus curiae em primeiro grau, pois tal possi-
bilidade é assegurada ao “juiz” e ao “relator”, expressa e literalmente.
Certo.
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Trata-se da regra do art. 114 do CPC: “O litisconsórcio será necessário por disposição de lei
ou quando, pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da
citação de todos que devam ser litisconsortes.”.
Letra d.
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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
Gustavo Deitos
c) quando alguém pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem
autor e réu.
d) para instaurar o incidente de desconsideração da personalidade jurídica.
e) para atuar como amicus curiae nas hipóteses legalmente previstas.
A questão explora a regra do caput do art. 134 do CPC, que permite a instauração de IDPJ na
fase de execução (inclusive no processo autônomo de execução). Portanto, se requerida a
desconsideração da personalidade jurídica na petição inicial, pode o juiz determinar a citação
direta do sócio, sem a instauração do incidente e sem suspensão do feito (art. 134, §§ 2º e 3º,
CPC). Em se tratando a citação do sócio de efeito de incidente específico (IDPJ), não há que se
falar em litisconsórcio.
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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
Gustavo Deitos
Letra c.
Intervenções “forçadas” são aquelas em que o terceiro passa a participar do processo mesmo
contra sua vontade. O chamamento ao processo somente pode ser promovido pelo réu (polo
passivo), conforme o art. 130, caput, CPC. As demais alternativas apresentam formas de inter-
venção de terceiros que nem sempre são requeridas pelo réu.
Letra e.
A letra “b” é a única que reproduz uma das hipóteses de chamamento ao processo (art. 130,
inciso II). As demais, embora reproduzam hipóteses parecidas com as dos demais incisos, in-
cluem aspectos e elementos que extrapolam as hipóteses literais e taxativas do art. 130 do CPC.
Letra b.
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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
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a) O litisconsórcio será necessário quando, pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de de-
cidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes.
b) Os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte adversa, como litigan-
tes distintos, exceto no litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as omissões de um não
prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar.
c) litisconsórcio será unitário por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação ju-
rídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser li-
tisconsortes.
d) Nos casos de litisconsórcio passivo facultativo, o juiz determinará ao autor que requeira a
citação de todos que devam ser litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena de extin-
ção do processo.
e) O juiz poderá limitar o litisconsórcio necessário quanto ao número de litigantes na fase de
conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este comprometer a rápida
solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da sentença.
a) Errada. O art. 116 dispõe que “o litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação
jurídica, o juiz tiver de decidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes.”. Nem
sempre o litisconsórcio unitário será necessário.
b) Certa. É a regra literal do art. 117 do CPC.
c) Errada. O art. 114 dispõe que “o litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quan-
do, pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação
de todos que devam ser litisconsortes.”.
d) Errada. Somente os casos de litisconsórcio passivo necessário é que o juiz determinará ao
autor que requeira a citação de todos que devam ser litisconsortes, dentro do prazo que assi-
nar, sob pena de extinção do processo (art. 115, parágrafo único, CPC).
e) Errada. O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes na
fase de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este comprome-
ter a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da sentença (art. 113,
§ 1º, CPC).
Letra b.
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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
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a) Errada. O interesse do amigo da corte é somente institucional, e não jurídico, pois, afir-
mando-se o contrário, concluir-se-ia que o amicus curiae teria interesse no resultado subjetivo
do processo.
b) Errada. Por não ter nenhum interesse em relação às partes, o amicus curiae não se sub-
mete a tais regras. Este é um posicionamento doutrinário, que a banca em questão adotou
como válido.
c) Errada. Podem as partes, também, requerer a nomeação de amicus curiae, e não somente
o juiz (art. 138, caput, CPC).
d) Certa. É a regra do art. 138, § 3º do CPC.
e) Errada. Seus poderes são definidos pelo juiz (art. 138, § 2º do CPC).
Letra d.
A exigência legal de outorga uxória/marital, pelo art. 73 do CPC, não constitui hipótese de
litisconsórcio. O que se exige é que o cônjuge do autor lhe dê seu consentimento para o ajuiza-
mento da ação sobre direito real relativo a bens imóveis. Não é, propriamente, caso de litiscon-
sórcio ativo necessário, que somente existe em pouquíssimas situações.
Errado.
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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
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Não é somente a revelia que viabiliza a atuação do assistente simples como substituto pro-
cessual do assistido. Confira a regra do art. 121, parágrafo único: “Sendo revel ou, de qualquer
outro modo, omisso o assistido, o assistente será considerado seu substituto processual.”.
Certo.
Ao renunciar expressamente ao direito de recorrer, o assistido não foi omisso. Logo, não pode
o assistente simples atuar como seu substituto processual, pois o assistente sujeita-se aos
mesmos ônus processuais que o assistido, e dentre esses ônus compreende-se a perda do
direito de recorrer em face da renúncia expressa (art. 1.000 do CPC).
Errado.
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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
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Os litisconsortes com advogados distintos não têm prazos dobrados, a não ser que o processo
seja físico (art. 229 do CPC).
Errado.
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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
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O objetivo do examinador era explorar a regra literal do art. 117, inserindo opções com expres-
sões trocadas para confundir o candidato. Confira a redação do art. 117: “Os litisconsortes se-
rão considerados, em suas relações com a parte adversa, como litigantes distintos, exceto no
litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as omissões de um não prejudicarão os outros,
mas os poderão beneficiar.”.
Letra e.
a) Errada. A denunciação da lide é facultativa. Se não for promovida, poderá ser ajuizada ação
autônoma para o exercício do direito de regresso contra outra pessoa, que poderia ter sido
denunciada à lide (art. 125, § 1º, CPC).
b) Errada. Não há disposição legal exigindo a concordância do autor com o chamamento ao
processo. Pode o réu promovê-lo sem tal consentimento, bastando o deferimento do juiz.
c) Errada. Pessoas naturais, assim como as jurídicas, podem atuar como amicus curiae (art.
138 do CPC).
d) Errada. Justamente por atuar como litisconsorte do denunciante, o denunciado pelo autor
poderá acrescentar novos argumentos à petição inicial. Esta é, no final das contas, uma condi-
ção para atuar como litisconsorte ativo (art. 127 do CPC).
e) Certa. É a regra literal do art. 134, § 2º do CPC.
Letra e.
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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
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A questão explorou diretamente a regra do art. 130, inciso III, que permite o chamamento ao
processo de devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o pagamento da
dívida comum. Ademais, o art. 131 deixa claro que a pessoa chamada ao processo pelo réu
será sua litisconsorte. Por ser um litisconsórcio formado ao longo do processo, diz-se que o
litisconsórcio é posterior (ou “ulterior”), conforme a classificação exibida em aula.
Letra e.
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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
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c) Errada. Tal finalidade nada tem a ver com a denunciação da lide, que, na verdade, se destina
a garantir o direito de regresso, se necessário.
d) Certa. É a regra do art. 129, parágrafo único, CPC.
e) Errada. Somente pode haver duas denunciações: a do primeiro denunciado e, por parte des-
te, uma denunciação sucessiva. A partir do denunciado sucessivo, eventuais direitos de regres-
so devem ser exercidos em outras ações (art. 125, § 2º, CPC).
Letra d.
IO chamamento ao processo somente pode ser promovido pelo réu (polo passivo), conforme
o art. 130, caput, CPC. As demais alternativas apresentam formas de intervenção de terceiros
que nem sempre são requeridas pelo réu.
Letra e.
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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
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e) caso a entidade seja aceita como amicus curiae, ela poderá no futuro recorrer da sentença
e decisões posteriores.
a) Errada. O amicus curiae pode figurar em qualquer tempo e grau de jurisdição, desde o pri-
meiro grau até o STF.
b) Errada. A decisão que aceita ou rejeita o amicus curiae é irrecorrível, conforme o art.
138 do CPC.
c) Certa. O amicus curiae pode figurar em qualquer tempo e grau de jurisdição, desde o primei-
ro grau até o STF, e a decisão que aceita ou rejeita o amicus curiae é irrecorrível, conforme o
art. 138 do CPC.
d) Errada. Vide comentário à letra “a”.
e) Errada. Como regra geral, o amicus curiae não tem direito a recorrer, salvo no caso de embar-
gos de declaração ou recurso contra a decisão que julga o incidente de resolução de demandas
repetitivas, em defesa de seu interesse institucional, conforme §§ 1º e 3º do art. 139 do CPC.
Letra c.
O litisconsórcio é passivo por se concentrar no polo passivo, dos réus. É simples porque o
parâmetro da perda do poder familiar pode ser um para o pai e outro para a mãe, não neces-
sariamente igual para ambos. O mais complexo nesta questão é verificar se é facultativo ou
necessário. Trata-se de litisconsórcio facultativo, porque, embora ambos os genitores tenham
cometido atos que justifiquem a perda do poder familiar, o Ministério Público poderia, se assim
quisesse, ajuizar ações diferentes. O MP resolveu ajuizar uma única ação, com litisconsórcio
passivo, porque as duas causas são conexas (art. 113, II, CPC). Afinal de contas, o poder fami-
liar é tido por cada um dos genitores, sendo possível que um deles o perca e outro o mantenha.
Letra d.
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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
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É passivo, pois envolve dois réus. É originário, por ter se formado desde o início da ação, já
na petição inicial do MP. É necessário, porque não haveria como uma sentença de anulação
de casamento ser eficaz para um cônjuge não citado. É unitário, porque não é possível decidir
sobre a validade/nulidade do casamento de forma diferente para um dos cônjuges.
Letra c.
Como o sujeito executado é pessoa física, e a pretensão dos credores é de executar a pessoa
jurídica à qual o devedor transferiu seus bens, a forma de intervenção de terceiros a ser reque-
rida é a desconsideração da personalidade jurídica, mas na modalidade inversa (art. 133, § 2º,
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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
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CPC). Afinal, na modalidade comum (direta), o IDPJ direciona-se a atingir o patrimônio dos só-
cios da pessoa jurídica, e, no caso em análise, a pretensão dos credores é no sentido contrário.
Letra e.
Dispõe o art. 116 do CPC: “O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação jurí-
dica, o juiz tiver de decidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes”.
Letra a.
a) Errada. A citação do denunciado será requerida na petição inicial, se o denunciante for autor,
ou na contestação, se o denunciante for réu, devendo ser realizada na forma e nos prazos pre-
vistos no art. 131 (art. 126 do CPC).
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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
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b) Errada. O direito regressivo será exercido por ação autônoma quando a denunciação da lide
for indeferida, deixar de ser promovida ou não for permitida (art. 125, § 1º).
c) Errada. Admite-se uma única denunciação sucessiva, promovida pelo denunciado, contra
seu antecessor imediato na cadeia dominial ou quem seja responsável por indenizá-lo, não po-
dendo o denunciado sucessivo promover nova denunciação, hipótese em que eventual direito
de regresso será exercido por ação autônoma (art. 125, § 2º).
d) Errada. Feita a denunciação pelo autor, o denunciado poderá assumir a posição de litiscon-
sorte do denunciante e acrescentar novos argumentos à petição inicial, procedendo-se em
seguida à citação do réu (art. 127).
e) Certa. Trata-se da regra literal do art. 129, parágrafo único, do CPC.
Letra e.
a) Certa. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta afronta o disposto no art. 138, caput,
que permite a atuação, na condição de amicus curiae, de “pessoa natural ou jurídica, órgão ou
entidade especializada”.
b) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em total conformidade
com o disposto no art. 138, § 2º, do CPC.
c) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta é errada por contrariar a função
essencial do amicus curiae, que não é de tomar parte no litígio, mas apenas de munir o órgão
jurisdicional de informações sobre o tema.
d) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em total conformidade
com o disposto no art. 138, § 3º, do CPC.
Letra a.
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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
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b) O assistente litisconsorcial, por possuir relação jurídica acessória ao seu assistido, não lhe
é permitido recorrer da sentença sem que a parte a quem assiste o tenha feito.
c) O juiz ou relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema objeto da
demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício
ou a requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se, admitir a participação de
pessoa natural ou jurídica, na condição de amicus curiae, no prazo de 15 (quinze) dias de sua
intimação.
d) O Código de Processo Civil admite, como modalidade de intervenção de terceiros, o cha-
mamento ao processo requerido pelo réu, do afiançado, na ação em que o fiador for réu; dos
demais fiadores quando proposta a ação em face de um deles; ou dos demais devedores soli-
dários, quando o credor exigir de um ou de alguns o pagamento da dívida comum.
e) A denunciação da lide pode ser promovida tanto pelo autor como pelo réu, devendo a cita-
ção do denunciado ser requerida, se feita pelo autor, na petição inicial ou, se realizada pelo réu,
na contestação.
a) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em total conformidade
com o disposto no art. 122 do CPC.
b) Certa. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta afronta o disposto no art. 121, que
assegura ao assistente o direito aos mesmos poderes do assistido – inclusive de interpor
recurso. Tal dispositivo, naturalmente, estende-se à assistência litisconsorcial, uma vez que a
única diferença entre a assistência simples e a litisconsorcial é a de que, na última, a sentença
pode influir na relação jurídica entre o assistente e o adversário do assistido.
c) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em total conformidade
com o disposto no art. 138 do CPC.
d) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em total conformidade
com o disposto no art. 130, incisos I a III, do CPC.
e) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em total conformidade
com o disposto no art. 126 do CPC.
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Dispõe o art. 113, § 1º, do CPC: “O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao
número de litigantes na fase de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução,
quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento
da sentença”.
Certo.
Na verdade, tanto na assistência simples como na litisconsorcial o assistente deve ter interes-
se jurídico. A diferença entre ambos é a de que, na assistência litisconsorcial, a sentença pode
influir na relação jurídica entre o assistente e o adversário do assistido (art. 124).
Errado.
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tinção sem resolução do mérito, pois o art. 485 do CPC não prevê que a ausência de exame da
denunciação da lide seja causa de tal tipo de extinção.
d) Errada. Feita a denunciação pelo autor, o denunciado poderá assumir a posição de litiscon-
sorte do denunciante e acrescentar novos argumentos à petição inicial, procedendo-se em
seguida à citação do réu (art. 127 do CPC).
e) Errada. O direito regressivo será exercido por ação autônoma quando a denunciação da lide
for indeferida, deixar de ser promovida ou não for permitida (art. 125, § 1º, CPC).
Letra b.
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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
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I – Certo. Veja que a banca não levou em conta o entendimento do Informativo n. 985 do STF,
que ainda não existia à época, e se embasou unicamente no Informativo n. 920.
II – Errado. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica aplica-se ao processo de
competência dos juizados especiais (art. 1.062 do CPC).
III – Errado. A citação daqueles que devam figurar em litisconsórcio passivo será requerida
pelo réu na contestação e deve ser promovida no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de ficar
sem efeito o chamamento (art. 131 do CPC).
IV – Errado. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida
em fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente (art. 137).
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d) O litisconsórcio será unitário por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação
jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser
litisconsortes.
e) A sentença de mérito, quando proferida sem a integração do contraditório, será nula se a
decisão deveria ser uniforme em relação a todos que deveriam ter integrado o processo.
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Professor de cursos preparatórios para concursos públicos. Analista Judiciário do Tribunal Superior do
Trabalho (Gabinete de Ministro).
Outras convocações: Técnico Judiciário do TRT-SC (7° lugar) e Analista Judiciário do TRF da 3ª Região.
Aprovado em 8° lugar para Analista Judiciário do TRT-MS.
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