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DIREITO

PROCESSUAL CIVIL
Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio

Sumário
Gustavo Deitos

Apresentação. . .................................................................................................................................. 3
Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio.................................................................................. 5
1. Intervenção de Terceiros............................................................................................................ 5
1.1. Assistência Simples e Litisconsorcial................................................................................... 5
1.2. Denunciação da Lide.. ............................................................................................................... 9
1.3. Chamamento ao Processo.. ....................................................................................................15
1.4. Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica (IDPJ).. ................................. 17
1.5. Amicus Curiae.......................................................................................................................... 25
2. Litisconsórcio............................................................................................................................. 32
Questões de Concurso..................................................................................................................40
Gabarito............................................................................................................................................ 53
Gabarito Comentado..................................................................................................................... 54

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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
Gustavo Deitos

Apresentação
Olá, querido(a) aluno(a) do Gran Cursos Online! Espero encontrá-lo muito bem! Neste cur-
so, apresento-lhe várias aulas autossuficientes de direito processual civil, com o objetivo de
lhe disponibilizar, de forma prática e completa, o substrato de conteúdo necessário para ter o
melhor desempenho possível na prova.
Esta aula, assim como as demais aulas em PDF, foi elaborada de modo que você possa
tê-la como fonte autossuficiente de estudo, isto é, como um material de estudo completo e
capaz de possibilitar um aprendizado tão integral quanto outros meios de estudo.
A preferência por aulas em PDF e/ou vídeos pertence a cada aluno, que, individualmente,
avalia suas facilidades e necessidades, a fim de encontrar seus meios de estudo ideais. Dessa
forma, o aluno pode optar pelo estudo com aulas em PDF e vídeos, ou somente com um ou
outro meio.
Aqueles que preferem estudar somente com materiais em PDF terão o privilégio de contar
com as aulas em PDF autossuficientes do nosso curso, a exemplo desta aula. De qualquer
forma, nada impede que as aulas em PDF sejam utilizadas como fonte de estudos de forma
aliada com as aulas em vídeo do Gran Cursos Online. Tudo depende, unicamente, da preferên-
cia de cada aluno.
Nesta aula, estudaremos especialmente os seguintes tópicos de Direito Processual Civil:
• Intervenção de terceiros: modalidades e regras;
• Litisconsórcio.

A aula é acompanhada de exercícios selecionados e reunidos de modo a abranger todos os


pontos importantes da aula, a fim de que seu conhecimento seja ainda mais solidificado. O nú-
mero de exercícios é determinado de acordo com dois parâmetros: complexidade do conteúdo
e número de questões de concursos existentes. Por resultado, o número de exercícios dispo-
nibilizados é determinado de modo que seu conhecimento sobre os temas seja efetivamente
testado e fixado, mas sem que haja uma repetição obsoleta.
Nosso curso possibilita a avaliação de cada aula em PDF de forma fácil e rápida. Consi-
dero o resultado das avaliações extremamente importante para a continuidade da produção
e edição de aulas, como fonte fidedigna e transparente de informações quanto à qualidade
do material.
Peço-lhe que fique à vontade para avaliar as aulas do curso, demonstrando seu grau de
satisfação relativamente aos materiais. Seu feedback é importantíssimo para nós. Caso você
tenha ficado com dúvidas sobre pontos deste material, ou tenha constatado algum problema,
por favor, entre em contato comigo pelo Fórum de Dúvidas antes de realizar sua avaliação.
Procuro sempre fazer todo o possível para sanar eventuais dúvidas ou corrigir quaisquer pro-
blemas nas aulas.

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Gustavo Deitos

Cordialmente, torço para que a presente aula que seja de profunda valia para você e sua
prova, uma vez que foi elaborada com muita atenção, zelo e consideração ao seu esforço, que,
para nós, é sagrado.
Caso fique com alguma dúvida após a leitura da aula, por favor, envie-a a mim por meio do
Fórum de Dúvidas, e eu, pessoalmente, a responderei o mais rápido possível. Será um grande
prazer verificar sua dúvida com atenção, zelo e profundidade, e com o grande respeito que
você merece.
Bons estudos!
Seja imparável!

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Gustavo Deitos

INTERVENÇÃO DE TERCEIROS E LITISCONSÓRCIO


1. Intervenção de Terceiros
Neste capítulo da aula, estudaremos cada uma das modalidades de intervenção de tercei-
ros no processo civil, mediante explanações teóricas e comentários individualizados a cada
dispositivo de lei pertinente à modalidade, com o fim de proporcionar a melhor explicação de
suas regras.
Antes de abordar cada modalidade, apresento para você uma breve classificação das mo-
dalidades de intervenção de terceiros nos processos:
• INTERVENÇÃO FORÇADA: é vista quando um terceiro é convocado a integrar um pro-
cesso, contra sua vontade, a pedido de uma parte e mediante deferimento do juiz;
− Hipóteses: denunciação da lide, chamamento ao processo, incidente de desconside-
ração da personalidade jurídica;
• INTERVENÇÃO VOLUNTÁRIA: o terceiro tem interesse em participar do processo, a fim
de se manifestar em determinados sentidos. Dessa forma, o próprio terceiro pede ao
juiz que o permita integrar o processo;
− Hipóteses: amicus curiae, assistente simples e assistente litisconsorcial.

Agora, vamos às modalidades específicas.

1.1. Assistência Simples e Litisconsorcial


A assistência é uma forma de intervenção voluntária de um terceiro no processo. Nin-
guém pode obrigar alguém a atuar como assistente num processo. Nem o juiz, nem as partes.
Quem requer a atuação de uma pessoa como assistente (simples ou litisconsorcial) é o pró-
prio assistente.
Basicamente, o assistente tem o dever de atuar de modo a praticar todos os atos proces-
suais possíveis e cabíveis para beneficiar e auxiliar uma das partes.
Adiante, trabalharemos com as regras positivadas sobre a assistência. Em seus comen-
tários, serão abordados os requisitos e elementos essenciais da assistência, bem como as
regras de seu tratamento no processo.

TÍTULO III
DA INTERVENÇÃO DE TERCEIROS

CAPÍTULO I
DA ASSISTÊNCIA

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Seção I
Disposições Comuns
Art. 119. Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro juridicamente interessado em
que a sentença seja favorável a uma delas poderá intervir no processo para assisti-la.
Parágrafo único. A assistência será admitida em qualquer procedimento e em todos os graus de
jurisdição, recebendo o assistente o processo no estado em que se encontre.

Primeiro ponto importante: o terceiro, para atuar como assistente, deve ter interesse jurí-
dico. Explico.
Um terceiro pode vir a descobrir que, num determinado processo em andamento, discute-
-se questão que pode interferir em algum direito seu, ou gerar reflexos consideráveis sobre o
seu direito e/ou a forma de exercê-lo.
Ao examinar o processo, o terceiro verifica que, se o autor for vitorioso, seu direito não será
prejudicado, nem negativamente atingido. Neste caso, este terceiro poderá requerer sua parti-
cipação como assistente do autor.
É claro que, se a vitória do réu interessasse mais ao terceiro para proteger seu direito, ele
poderia requerer sua participação como assistente do réu.
O assistente pode ingressar no processo a qualquer tempo e grau de jurisdição: esteja o
processo tramitando perante uma Vara Cível ou pendente de recurso extraordinário no STF.
Isto não importa.
Ademais, não importa se o processo está na fase de conhecimento, liquidação ou de cum-
primento de sentença, ou se se trata de execução autônoma. A assistência será sempre pos-
sível para o terceiro juridicamente interessado.

Art. 120. Não havendo impugnação no prazo de 15 (quinze) dias, o pedido do assistente será defe-
rido, salvo se for caso de rejeição liminar.
Parágrafo único. Se qualquer parte alegar que falta ao requerente interesse jurídico para intervir, o
juiz decidirá o incidente, sem suspensão do processo.

Este artigo deixa clara a forma como o terceiro pode ingressar como assistente: a seu
próprio pedido.
Se o juiz perceber que o terceiro não tem nenhum interesse jurídico na causa, indeferirá
sua entrada como assistente. Todavia, se o juiz não perceber de plano a ausência de interesse
jurídico, o terceiro somente será impedido de atuar como assistente se uma das partes impug-
nar em 15 dias e tiver razão (obtiver o deferimento do juiz).

 Obs.: A lei permite que quaisquer das partes apresente impugnação ao pedido de terceiro
para atuar como assistente. Isso significa dizer que até mesmo o assistido poderá
impugnar a entrada de seu assistente.

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Se uma das partes alegar que o terceiro não tem interesse jurídico, o juiz resolverá esta
questão nos próprios autos, sem suspensão do processo. Ao resolver tal questão, o juiz per-
mitirá ou rejeitará a participação do terceiro como assistente.
Antes de analisarmos os demais artigos, diferenciarei para você as duas espécies de
assistência.
ASSISTÊNCIA SIMPLES: embora o resultado da sentença possa afetar um direito do assis-
tente, essa sentença não produziria nenhum efeito sobre eventual relação jurídica mantida en-
tre o assistente e o adversário da parte que é assistida. É possível, neste caso, que o assistente
nunca tenha tido nenhuma relação jurídica diretamente com a parte contrária.
ASSISTÊNCIA LITISCONSORCIAL: o resultado da sentença tem o poder de influenciar
numa relação jurídica mantida entre o assistente e a parte adversa do assistido.

EXEMPLO
O assistente do autor celebrou um contrato (com o réu) de objeto idêntico àquele celebrado
pelo autor, o assistido. Neste caso, se o autor estiver postulando a nulidade do contrato por
vício de objeto, o assistente do autor será um assistente litisconsorcial, pois o resultado da
sentença (declaração de nulidade) provocaria consequências na relação jurídica mantida entre
o assistente do autor e o réu. É como se o autor e o seu assistente fossem litisconsortes
ativos, isto é, ambos autores.

Tanto na assistência simples como na assistência litisconsorcial, o assistente deve ter interes-
se jurídico. A diferença entre elas não está na natureza do interesse do assistente, mas no fato
de o assistente ter, ou não, relação direta com o adversário do assistido.

Seção II
Da Assistência Simples
Art. 121. O assistente simples atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os mesmos poderes
e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido.
Parágrafo único. Sendo revel ou, de qualquer outro modo, omisso o assistido, o assistente será con-
siderado seu substituto processual.

Lado positivo: o assistente pode exercer todos os poderes do assistido.


Lado negativo: ao assistente poderão ser impostos todos os ônus que, em tese, poderiam
ser impostos ao assistido.

A regra do parágrafo único é uma novidade do CPC de 2015 e, portanto, muito explorada
em provas.

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Se o assistido for revel ou omisso de qualquer forma, o assistente passará a ser seu subs-
tituto processual, podendo postular, em nome próprio, um direito do assistido (legitimidade
extraordinária).

O PULO DO GATO
Não é somente a revelia (falta de contestação) que autoriza a substituição processual por
parte do assistente. Qualquer omissão havida por parte do assistido autorizará o assistente a
atuar como seu substituto processual. A revelia, no final das contas, é somente um exemplo
de omissão.

Art. 122. A assistência simples não obsta a que a parte principal reconheça a procedência do pe-
dido, desista da ação, renuncie ao direito sobre o que se funda a ação ou transija sobre direitos
controvertidos.

Em primeiro lugar, é necessário que o assistente tenha em mente que os direitos postula-
dos na ação pertencem ao assistido, que é a parte originária e legítima do processo. Portanto,
o assistido, por ser parte, naturalmente pode praticar atos processuais que beneficiem a parte
contrária, como os atos enumerados no art. 122:
• O assistido que for réu poderá reconhecer a procedência do pedido do autor, mesmo
sem o consentimento do assistente;
• O assistido que for autor poderá desistir da ação, mesmo sem o consentimento do as-
sistente;
• O assistido que for autor poderá renunciar ao direito que postula, mesmo sem o consen-
timento do assistente;
• O assistido, seja autor ou réu, poderá realizar transação (acordo) com a parte contrária,
mesmo sem o consentimento do assistente.

Art. 123. Transitada em julgado a sentença no processo em que interveio o assistente, este não
poderá, em processo posterior, discutir a justiça da decisão, salvo se alegar e provar que:
I – pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declarações e pelos atos do assistido, foi impe-
dido de produzir provas suscetíveis de influir na sentença;
II – desconhecia a existência de alegações ou de provas das quais o assistido, por dolo ou culpa,
não se valeu.

O art. 123 trata de responder ao seguinte questionamento:

O assistente pode, em ação posterior (como parte principal), impugnar os termos da de-
cisão transitada em julgado proferida no processo em que atuou como assistente, pro-
fessor?

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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
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Como regra geral, a resposta é NÃO. O assistente não poderá impugnar a decisão em pro-
cesso posterior no qual figure como parte. Há, contudo, exceções:
• 1) Se o assistente não teve a oportunidade de produzir provas relevantes. É possível
que ele tenha ingressado como assistente na fase recursal, ou depois do término da
instrução probatória;
• 2) O assistido deixou de fazer alegações ou de apresentar certas provas por dolo ou
culpa, e o assistente não sabia dessas alegações e/ou provas. Nesse caso, o assistente
teria sido privado da possibilidade de se manifestar sobre essas alegações e provas.

Seção III
Da Assistência Litisconsorcial
Art. 124. Considera-se litisconsorte da parte principal o assistente sempre que a sentença influir na
relação jurídica entre ele e o adversário do assistido.

Acima, apresentei-lhe uma diferenciação entre a assistência simples e a litisconsorcial.


A assistência litisconsorcial, basicamente, sujeita-se às mesmas regras da assistência
simples, com as necessárias adaptações ao fato de a decisão ter o condão de interferir na
relação jurídica entre o assistente e o adversário do assistido.
Há muitos doutrinadores que criticam a existência da “assistência litisconsorcial”, pois,
segundo eles, não haveria razão para admitir uma figura processual que não é propriamente
uma parte, e nem propriamente um terceiro.
Isso porque, se o “assistente” discutirá questões sobre uma relação jurídica da qual ele é
parte, não haveria motivos para que ele atuasse como um assistente, “refém” dos atos prati-
cados pelo assistido, que poderia de um dia para o outro desistir ou renunciar sem sua autori-
zação (art. 122). No final das contas, o assistente litisconsorcial deveria ser tratado como um
verdadeiro litisconsorte (parte principal).
E é pelos mesmos motivos que muitos alunos estranham a figura da assistência litiscon-
sorcial e têm dificuldades para entendê-la. Fique tranquilo: as provas objetivas podem ater-se
somente às disposições objetivamente constantes do CPC, a menos que o edital preveja apro-
fundamentos doutrinários sobre a assistência.

1.2. Denunciação da Lide


A denunciação da lide é uma forma forçada de intervenção de terceiros, porque o terceiro
interveniente atua no processo, em tese, contra a sua vontade.
A utilidade da denunciação da lide está na possibilidade da ação regressiva de uma par-
te em face de um terceiro, em razão de eventual condenação no processo principal. Dou-lhe
um exemplo.

EXEMPLO

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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
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João provoca acidente de trânsito e danifica o veículo de Maria. João possui contrato de
seguro com a seguradora Você Seguro S/A. Maria, dias após o acidente, ajuizou ação inde-
nizatória contra João, postulando a reparação dos danos causados. João aciona seu seguro,
que se recusa a cobrir a despesa, alegando restrições contratuais. Na ação ajuizada por Maria,
é possível que João denuncie à lide a seguradora Você Seguro S/A, para que, caso João seja
derrotado, ele possa cobrar, regressivamente e no mesmo processo, o valor da despesa em
face da seguradora.

A denunciação da lide, como visto, serve para cobrar, regressivamente, uma pessoa que
esteja na posição de garantir eventual dívida ou de cobrir eventual despesa. Em razão disso, a
denunciação da lide somente é julgada depois do conflito principal do processo.
Afinal de contas, o julgamento da denunciação da lide só tem sentido se o denunciante
(parte principal do processo, que pede a denunciação da lide), é vencido/perdedor no processo.
Lembre-se: a denunciação da lide é apreciada somente depois do conflito principal, a fim
de que seja apurado se o denunciado é, de fato, responsável por indenizar o denunciante pelas
despesas decorrentes de sua condenação.
Em razão disso, se o denunciante for vencedor/vitorioso no processo, a denunciação da
lide não será nem mesmo apreciada, e será extinta.
Passadas essas importantíssimas noções iniciais, vamos, agora, dar atenção aos disposi-
tivos legais da denunciação da lide.

CAPÍTULO II
DA DENUNCIAÇÃO DA LIDE
Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes:
I – ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante,
a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam;
II – àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo
de quem for vencido no processo.

Primeiro ponto: a denunciação da lide pode ser promovida tanto pelo autor quanto pelo réu.
É uma ferramenta disponível a ambas as partes.
Agora, atentemo-nos às hipóteses de denunciação da lide:
• Inciso I: é o clássico caso em que uma pessoa compra de outra certo bem (móvel ou
imóvel) e, depois de um tempo, é citada como ré em ação que tem por objeto a reivin-
dicação da propriedade desse bem por um sujeito estranho ao negócio de compra e
venda;
− Nesta situação, o comprador/adquirente, réu, poderá denunciar à lide o vendedor
(alienante imediato), para, em caso de derrota, cobrar do vendedor o valor que pagou
pelo bem comprado, que, na verdade, era de propriedade do autor do processo;

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− Cobrar o valor pelo qual pagou é o principal direito decorrente da evicção (art. 450 do
Código Civil), além de outros constantes da lei civil, como indenização por frutos e
despesas contratuais;
• Inciso II: alguém, por disposição de lei ou por contrato, se obriga a indenizar alguém em
razão de determinado prejuízo, caso este venha a existir;
− Exemplo clássico é o das seguradoras, que celebram contratos de seguro com os
particulares, comprometendo-se a pagar por eventuais danos cobertos pelo contrato
de seguro. Quando a seguradora se recusa a cobrir o dano causado pelo segurado,
este pode denunciar a seguradora à lide;
− Outro exemplo, que ainda não é aceito de forma unânime, é o da ação ajuizada por
particular contra ente da Administração Pública, em razão de dano causado por culpa
de um agente público. Neste caso, muitos entendem que o ente público pode denun-
ciar à lide o agente culpado, porque este deve responder regressivamente pelo dano
culposamente causado a terceiros em razão de suas funções, por força do art. 37, §
6º, Constituição Federal.

§ 1º O direito regressivo será exercido por ação autônoma quando a denunciação da lide for indefe-
rida, deixar de ser promovida ou não for permitida.

Perceba que a denunciação da lide não é obrigatória, mesmo que o terceiro realmente seja
obrigado a indenizar o vencido/perdedor pela sua condenação judicial.

Se o vencido/perdedor do processo deixar de promover a denunciação da lide, ele poderá,


mesmo assim, em ação autônoma posterior, cobrar do sujeito regressivamente responsável o
valor a que foi condenado a pagar no primeiro processo.

EXEMPLO
Se Chico provocar um acidente de trânsito e for condenado judicialmente a indenizar a pessoa
lesada, e deixar de promover a denunciação de sua seguradora à lide, Chico poderá, em outro
processo, cobrar se sua seguradora o valor que teve pegar ao autor da ação indenizatória, em
razão dos danos decorrentes do acidente automobilístico.

§ 2º Admite-se uma única denunciação sucessiva, promovida pelo denunciado, contra seu ante-
cessor imediato na cadeia dominial ou quem seja responsável por indenizá-lo, não podendo o de-
nunciado sucessivo promover nova denunciação, hipótese em que eventual direito de regresso será
exercido por ação autônoma.

O § 2º trata de responder ao seguinte questionamento:

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É possível que o denunciado faça, também, uma denunciação da lide contra outra pessoa,
professor?

Sim, é possível, caso o denunciado (responsável por indenizar o perdedor do processo)


também possa ser indenizado por outra pessoa.

EXEMPLO
Uma seguradora, denunciada à lide, pode cobrar de outra seguradora o valor de algum item da
apólice de seguro, que, por questões de logística, é pago pela primeira seguradora (denunciada
à lide) e, depois, ressarcida por outra seguradora.

Neste caso, aquele que for denunciado pelo denunciado (denunciado sucessivo) não po-
derá fazer nova denunciação da lide no mesmo processo.
Caso o “denunciado do denunciado” (denunciado sucessivo) possa cobrar o valor regressi-
vamente de outra pessoa, ele deverá fazê-lo por meio de outra ação judicial.
Para ilustrar:

Art. 126. A citação do denunciado será requerida na petição inicial, se o denunciante for autor, ou
na contestação, se o denunciante for réu, devendo ser realizada na forma e nos prazos previstos no
art. 131.

Quando o autor denunciar alguém à lide, para prevenir-se de eventuais despesas que possa
ter (Ex.: denunciação de seguradora de seguro-garantia judicial), deverá requerer a denuncia-
ção na própria petição inicial.

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 Obs.: Denunciação da lide promovida pelo autor é algo mais raro, vez que esta forma de
intervenção de terceiro é muito mais comumente promovida pelo réu.

Por outro lado, se o réu pretender requerer a denunciação de alguém à lide, deverá fazê-lo
na contestação.
Em qualquer caso, o denunciante deverá promover a citação do denunciado no prazo de
30 dias a contar do deferimento da denunciação da lide. O transcurso desse prazo sem a pro-
moção da citação acarretará a ineficácia da denunciação, que será considerada não realizada.
Quando o denunciado residir em outra comarca, seção ou subseção judiciárias, ou em lu-
gar incerto, o prazo para a promoção da citação do denunciado será de dois meses (art. 131,
parágrafo único, aplicável por força de remissão do art. 126).

Art. 127. Feita a denunciação pelo autor, o denunciado poderá assumir a posição de litisconsorte do
denunciante e acrescentar novos argumentos à petição inicial, procedendo-se em seguida à citação
do réu.

Veja bem: o denunciado pelo autor tem total interesse pela vitória do autor, porque, se o
autor for vencedor, o denunciado não precisará pagar nada ao denunciante.
Dessa forma, se o denunciado pelo autor resolver acrescentar argumentos à petição inicial
a fim de dar maior sustentação aos pedidos do autor, o denunciado passará a ocupar a posição
de parte principal, no polo ativo, em litisconsórcio.

Art. 128. Feita a denunciação pelo réu:


I – se o denunciado contestar o pedido formulado pelo autor, o processo prosseguirá tendo, na ação
principal, em litisconsórcio, denunciante e denunciado;
II – se o denunciado for revel, o denunciante pode deixar de prosseguir com sua defesa, eventual-
mente oferecida, e abster-se de recorrer, restringindo sua atuação à ação regressiva;
III – se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor na ação principal, o denunciante po-
derá prosseguir com sua defesa ou, aderindo a tal reconhecimento, pedir apenas a procedência da
ação de regresso.

Quanto ao inciso I, a lógica é praticamente a mesma aplicada à denunciação promovida


pelo autor: se o réu acrescentar fundamentos à contestação, apresentando uma peça própria
de contestação, ele passará a ter status de parte principal, no polo passivo, em litisconsórcio
com o réu.
Já os incisos II e III devem ser interpretados com cuidado. Quando o denunciado for revel
ou confessar os fatos alegados pelo autor, as consequências descritas nesses incisos (deixar
de se defender e/ou de recorrer) são meras possibilidades enunciadas pelo legislador. Não
são obrigações, portanto.
Conclusão: se o denunciado pelo réu for revel ou confesso, o denunciante poderá, se qui-
ser, prosseguir normalmente com sua contestação, com produção de provas etc. Será possí-
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vel, todavia, que o réu deixe de se opor à pretensão do autor, limitando-se a atuar somente em
prol de seu pedido de indenização regressiva contra o denunciado.

Parágrafo único. Procedente o pedido da ação principal, pode o autor, se for o caso, requerer o
cumprimento da sentença também contra o denunciado, nos limites da condenação deste na ação
regressiva.

Imagine que tenham sido utilizados todos os meios executivos possíveis contra o réu: ten-
tativa de bloqueio de contas bancárias, busca de bens etc. Ao final de todas as tentativas, o
autor não conseguiu ver seu crédito satisfeito.
Se o réu tiver denunciado alguém à lide, poderá o autor requerer que o cumprimento de
sentença (medidas executivas) seja direcionado ao denunciado, desde que no limite da res-
ponsabilidade regressiva do denunciado.

EXEMPLO
Se o denunciado pelo réu tiver a responsabilidade de ressarci-lo de 30% do valor líquido da con-
denação, o autor somente poderá requerer o cumprimento de sentença contra o denunciado
com relação aos mesmos 30%. O que exceder a este limite não será de obrigação do denun-
ciado.

Art. 129. Se o denunciante for vencido na ação principal, o juiz passará ao julgamento da denuncia-
ção da lide.
Parágrafo único. Se o denunciante for vencedor, a ação de denunciação não terá o seu pedido exa-
minado, sem prejuízo da condenação do denunciante ao pagamento das verbas de sucumbência
em favor do denunciado.

Neste artigo, está o elemento principal da denunciação da lide: ela somente é julgada se o de-
nunciante perder no julgamento dos pedidos principais do processo (ação principal).

Se o denunciante for vencedor na ação principal, a denunciação da lide não será sequer
apreciada, porque a sua finalidade não seria atendida.
A denunciação da lide serve para viabilizar o direito de regresso do denunciante em face do
denunciado. Se não houver nada que o denunciante precise cobrar do denunciado (por ter sido
vencedor), não haverá razão nenhuma para que a denunciação da lide seja apreciada pelo juiz.
Neste caso, o denunciante pagará ao denunciado todas as despesas decorrentes da de-
nunciação, em virtude do princípio da causalidade. Afinal, foi o denunciante, ainda que vence-
dor da ação principal, que deu causa à integração do denunciado ao processo.
E por ser a denunciação da lide uma forma forçada de intervenção de terceiros, com cer-
teza o denunciado participou do processo contra sua vontade. Logo, nada mais justo que o

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denunciante (vencedor da ação principal) pagar as despesas decorrentes de sua participação


no processo.

O PULO DO GATO
As bancas exploram muito a regra do art. 129, especialmente de seu parágrafo único, porque
alguns candidatos não imaginam que seja possível o vencedor da ação ter de pagar por despe-
sas de sucumbência. Portanto, recomendo-lhe que dê uma atenção especial, em seu estudo,
ao art. 129, parágrafo único.

1.3. Chamamento ao Processo


O chamamento ao processo é uma forma de intervenção forçada de terceiros, que pode ser
promovida exclusivamente pelo réu.
O resultado prático do chamamento ao processo é a excepcional formação, pelo réu, de
um litisconsórcio passivo. Digo que esse litisconsórcio é excepcional porque, como regra ge-
ral, é o autor quem dá origem ao litisconsórcio passivo, incluindo em sua petição inicial mais
de um réu. Aqui, como veremos melhor, é o próprio réu quem forma o litisconsórcio passivo,
a fim de que não responda pela dívida toda, ou de se eximir do cumprimento de uma obriga-
ção cobrada.
Para que o réu promova o chamamento ao processo, ele pode fazer isso por vontade e ini-
ciativa própria, independentemente do consentimento do autor.

CAPÍTULO III
DO CHAMAMENTO AO PROCESSO
Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu:
I – do afiançado, na ação em que o fiador for réu;
II – dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles;
III – dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o pagamento da
dívida comum.

O primeiro ponto a se observar é que todas as hipóteses de chamamento ao processo têm


relação com o direito das obrigações: fiança e obrigações solidárias. Dessa forma, conclui-se
que o chamamento ao processo somente é cabível diante de matérias obrigacionais.
Agora, é importante darmos atenção a cada inciso, para entender as hipóteses de cabimen-
to do chamamento ao processo.
No inciso I, vemos a situação em que o fiador é réu (cobrado pela dívida que afiançou). O
fiador, conforme o art. 818 do Código Civil, responde subsidiariamente pela dívida da pessoa
afiançada. Portanto, o devedor principal é o afiançado.

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Logo, o fiador pode chamar o afiançado ao processo para que atue, ao seu lado, como réu
(litisconsórcio passivo), e seja considerado como o primeiro responsável pelo pagamento da
dívida. Nesta situação, se o afiançado tiver bens que satisfaçam a obrigação, o fiador (primeiro
réu da ação) ficará eximido de qualquer pagamento.

O PULO DO GATO
Como acertadamente sustentam os doutrinadores Marinoni, Arenhart e Mitidiero1, o fiador
pode chamar ao processo o devedor principal, mas o inverso não é possível. Não pode o afian-
çado chamar o fiador ao processo, porque o afiançado tem uma responsabilidade maior pelo
pagamento. Somente quem seja tão ou mais devedor que o réu é que pode ser chamado, por
ele, ao processo.

No inciso II, possibilita-se aos fiadores o chamamento ao processo dos outros fiadores
que não tiverem sido processados pelo autor. Dessa forma, o(s) fiador(es) que já forem réus
no processo poderão repartir suas obrigações de pagar com os demais fiadores, tudo na forma
estabelecida no contrato havido entre as partes.
Já no inciso III, permite-se aos devedores solidários o chamamento ao processo dos deve-
dores solidários que não tiverem sido incluídos pelo autor ao polo passivo. Dessa maneira, os
réus primitivos poderão repartir suas obrigações com os outros devedores, pagando, por fim,
uma cota menor do débito.

DICA!
O chamamento ao processo, exclusivo do RÉU, cabe por parte
de:
FIADOR
DEVEDOR SOLIDÁRIO

Art. 131. A citação daqueles que devam figurar em litisconsórcio passivo será requerida pelo réu
na contestação e deve ser promovida no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de ficar sem efeito o
chamamento.
Parágrafo único. Se o chamado residir em outra comarca, seção ou subseção judiciárias, ou em
lugar incerto, o prazo será de 2 (dois) meses.

O primeiro elemento importante do art. 131 é a consequência processual do chamamento


ao processo: o “chamado” torna-se litisconsorte passivo, passando, a partir daí, a ser tratado
como parte principal ao lado do réu que o chamou.

1
MARINONI, ARENHART, MITIDIERO. Novo curso de processo civil: tutela dos direitos mediante procedimento comum,
volume 2. 3. ed. rev. ampl. e atual. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2017.

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Outro elemento importantíssimo é o momento processual oportuno para a promoção do


chamamento ao processo: na contestação. Se o chamamento for solicitado na contestação, o
réu terá 30 dias para promover a citação do terceiro “chamado ao processo”.
Se o prazo de 30 dias for desrespeitado pelo réu, o chamamento ao processo ficará sem
efeito, como se não tivesse sido realizado.

Se o terceiro a ser chamado ao processo residir em outra comarca, seção ou subseção judi-
ciárias, ou em lugar incerto, a promoção da citação poderá se submeter ao prazo máximo de
DOIS MESES.
Dois meses, caro(a) aluno(a), é algo bem diferente de “sessenta dias”. A forma de contagem
dos prazos em meses e em dias é diferente, de modo que o termo final do prazo de dois meses
pode ser diferente daquele do prazo de sessenta dias.
Portanto, leve para a prova que, se o prazo de 30 dias for insuficiente em razão da distância
ou da incerteza da residência do chamado, o prazo será de dois meses. Recomendo-lhe que
somente considere o prazo de “sessenta dias” se todas as demais afirmativas estiverem ma-
nifestamente erradas.

 Obs.: O prazo de 30 dias poderá ser dilatado se a demora da realização da citação decorrer
exclusivamente da morosidade dos serviços do Poder Judiciário.

Art. 132. A sentença de procedência valerá como título executivo em favor do réu que satisfizer a
dívida, a fim de que possa exigi-la, por inteiro, do devedor principal, ou, de cada um dos codevedores,
a sua quota, na proporção que lhes tocar.

Se, no processo, um dos réus efetuar o pagamento de toda a dívida, ele poderá utilizar a
sentença condenatória como título executivo judicial para cobrar dos demais devedores o va-
lor que eles deveriam ter pago.
1) Se o fiador pagar a dívida inteira, poderá cobrar do(s) afiançado(s) o valor integral
da dívida.
2) Se um dos devedores solidários pagar a dívida inteira, poderá cobrar dos demais deve-
dores a cota correspondente a cada um deles.
Os efeitos práticos do pagamento integral da dívida por um dos réus é a sub-rogação nos
direitos do autor: poderá cobrar a parte de cada um dos outros devedores.

1.4. Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica (IDPJ)


O Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica (IDPJ) é um procedimento ins-
taurado por decisão interlocutória do juiz, a requerimento das partes ou do MP interveniente
(nunca de ofício), a fim de possibilitar que os sócios da empresa respondam pelas dívidas da

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empresa. Logo, a instauração do IDPJ acarretará a citação dos sócios para que exerçam o con-
traditório, manifestando-se nos autos.
O IDPJ só passou a ter um procedimento certo e balizado a partir do Novo CPC (2015).
Antes disso, o procedimento do IDPJ, embora aceito pela jurisprudência, variava muito entre
alguns tribunais. Muitos juízes e tribunais utilizavam o IDPJ previsto no Código de Defesa do
Consumidor, que permitia ao juiz instaurar o IDPJ inclusive de ofício, tendo em vista o critério
da hipossuficiência do consumidor (muitas vezes associado à maior vulnerabilidade de uma
das partes, no contexto examinado).
Trataremos dos pressupostos legais do IDPJ, com maior profundidade, no item “1.4.1.”
desta aula.
De início, é importante apresentar-lhe o que dispõe o art. 1.062 do CPC, que consta das
disposições finais e transitórias do Código:

Art. 1.062. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica aplica-se ao processo de com-


petência dos juizados especiais.

São de competência dos Juizados Especiais Cíveis as ações em geral cujo valor não exce-
da a 40 (quarenta) salários-mínimos (art. 3º, inciso I, Lei n. 9.099/95), com exceção de algumas
ações especiais mencionadas no art. 3º da Lei dos Juizados Especiais.
Portanto, além de o IDPJ ser naturalmente cabível no procedimento comum do CPC, ele
também pode ser instaurado nos processos que tramitam nos Juizados Especiais Cíveis.

CAPÍTULO IV
DO INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da
parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo.
§ 1º O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os pressupostos previstos
em lei.
§ 2º Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da personalidade
jurídica.

De início, perceba: o IDPJ NÃO pode ser instaurado de ofício pelo juiz. Deve haver, para
tanto, requerimento da parte interessada, ou requerimento do MP, quando ele estiver atuando
como fiscal da lei.
O § 1º quer dizer que a parte (ou o MP), quando requerer a instauração do IDPJ, deve com-
provar que os pressupostos legais para a desconsideração da personalidade jurídica estão
presentes no caso concreto.
Os pressupostos legais são: DESVIO DE FINALIDADE e CONFUSÃO PATRIMONIAL (art. 50
do Código Civil).

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A Medida Provisória n. 881/2019, convertida na Lei n. 13.874/2019, alterou significativa-


mente o art. 50 do Código Civil, definindo textualmente os parâmetros de configuração desses
dois pressupostos. Trabalharemos, num subtítulo adiante apresentado, as modificações intro-
duzidas sobre os pressupostos do IDPJ, em razão de sua possível cobrança em prova.
O § 2º, por sua vez, autoriza o juiz a efetuar a Desconsideração INVERSA da Personalidade
Jurídica, que consiste na regra contrária à desconsideração direta e comum.
DESCONSIDERAÇÃO DIRETA DA PJ: sócio passa a responder por débitos da pessoa jurídica.
DESCONSIDERAÇÃO INVERSA DA PJ: pessoa Jurídica passa a responder por débitos do
sócio ou titular.

Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimen-


to, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial.
§ 1º A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao distribuidor para as anotações
devidas.
§ 2º Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica for
requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica.
§ 3º A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do § 2º.
§ 4º O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais específicos para
desconsideração da personalidade jurídica.

O IDPJ não é um procedimento exclusivo de uma determinada fase processual. Ele pode
ser instaurado A QUALQUER MOMENTO, desde que exista pretensão de responsabilizar al-
guém por certo débito.
Inclusive, o IDPJ pode ser requerido logo na Petição Inicial, na qual haverá fundamentação
apontando que a pessoa jurídica ré deve obrigações ao autor, mas que, por razões especiais
(confusão entre o patrimônio da empresa e dos sócios ou desvio da finalidade empresarial), os
sócios devem ser responsabilizados pela dívida.
Se o IDPJ for requerido logo na petição inicial, será citado(a) para integrar o polo passivo:
1) O Sócio, tratando-se de Desconsideração Direta;
2) A Pessoa Jurídica, tratando-se de Desconsideração Inversa.
A rigor, o IDPJ é uma modalidade de Intervenção de Terceiros, pois o capítulo que prevê o
IDPJ insere-se no Título do CPC que trata da intervenção de terceiros.
Todavia, se o IDPJ for requerido logo na petição inicial, o que ocorrerá é que o sócio ou a
pessoa jurídica (chamados em razão da desconsideração direta ou inversa) integrarão o polo
passivo desde o início.
A consequência imediata da instauração do IDPJ, por decisão interlocutória do juiz (aten-
dendo requerimento da parte ou do MP), é a SUSPENSÃO do processo. Todavia, se o IDPJ for
requerido logo na Petição Inicial, não haverá que se falar em suspensão, pois o processo nem
mesmo havia começado.

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DICA
Só há como suspender um processo que já esteja tramitan-
do/fluindo. Se o processo ainda não existisse até então, não
haveria objeto a ser suspenso. É nessa razão que se funda a
ressalva do § 3º.

Como já dito, os pressupostos legais são: DESVIO DE FINALIDADE e CONFUSÃO PATRI-


MONIAL (art. 50 do Código Civil).
DESVIO DE FINALIDADE: uso da pessoa jurídica para finalidades diversas daquelas institu-
ídas por meio do contrato social.

EXEMPLO
Pessoa jurídica criada somente para participar de certame licitatório específico, após conluio
com agente público corrupto.

CONFUSÃO PATRIMONIAL: bens dos sócios e da pessoa jurídica misturam-se de forma


aleatória.

EXEMPLO
Sócio transfere seus bens à pessoa jurídica para que não sejam penhorados numa ação judi-
cial específica; pessoa jurídica paga despesas pessoas do sócio, e vice-versa.

Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e reque-
rer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias.

Após a publicação da decisão interlocutória instaurando o IDPJ, será citado(a) para exercer
o contraditório no processo, como terceiro interveniente:
• 1) O Sócio, tratando-se de Desconsideração Direta;

2) A Pessoa Jurídica, tratando-se de Desconsideração Inversa.


Essencialmente, a “manifestação” que o sócio ou a PJ deverão apresentar terá caráter de
contestação, mas não é, propriamente, uma contestação. É uma simples manifestação, de
cunho contraditório e com natureza de defesa, na qual o sócio ou a PJ apresentarão seus ar-
gumentos e requererão a produção das provas que tiverem (documentos, testemunhas etc.).
O prazo para essa simples manifestação é de 15 DIAS, a contar da ciência da citação.

Art. 136. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisão interlocutória.
Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo interno.

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A instauração do IDPJ pode ser precedida, às vezes, de produção de provas (instrução).


Podem ser provas documentais, testemunhais e – dificilmente – periciais, além de outras em
direito admitidas.
Está neste artigo a previsão de que o IDPJ é instaurado por meio de DECISÃO INTERLOCU-
TÓRIA (não por sentença, muito menos por despacho).
Ademais, em caso de instauração de incidente de desconsideração da personalidade jurídi-
ca (IDPJ) diretamente no Tribunal (seja em grau de recurso, seja em processos de sua compe-
tência originária), a decisão monocrática do relator que instaura o IDPJ poderá ser impugnada
por Agravo Interno, a ser julgado pelo órgão colegiado (Turma).
Se a decisão que instaurar o IDPJ for proferida por juiz de primeiro grau, caberá agravo de
instrumento ao tribunal (TJ/TRF), conforme o art. 1.015, IV, CPC.

Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em


fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente.

A consequência processual da fraude à execução, quando assim reconhecida pelo juiz, é


prevista no art. 792, § 1º, do CPC: “A alienação em fraude à execução é ineficaz em relação
ao exequente”.
Ademais, a configuração de fraude à execução sujeita o executado ao pagamento de
multa por Ato Atentatório à Dignidade da Justiça, prevista no art. 774, parágrafo único, do
CPC. A multa terá valor de até 20% do valor atualizado da execução. Veja o que diz o referido
dispositivo:
O IDPJ, como vimos acima, serve para que o sócio ou a PJ sejam responsabilizados por
débitos da PJ ou do sócio, respectivamente (desconsideração direta ou inversa). A motivação
do autor/exequente para requerer o IDPJ, muitas vezes, funda-se na suspeita de que a PJ está
transferido seus bens penhoráveis para seus sócios – ou vice-versa –, para frustrar futura exe-
cução das obrigações.

DICA
Conclusão: se o juiz instaurar o IDPJ fundamentando sua deci-
são em ocorrência de fraude à execução, a alienação fraudu-
lenta será, desde logo (desde a instauração do IDPJ), conside-
rada ineficaz em relação ao autor/exequente.

1.4.1. Pressupostos Materiais do IDPJ – ALTERAÇÕES da MP n. 881/2019,


convertida na Lei n. 13.874/2019

A Medida Provisória n. 881 de 2019, posteriormente convertida na Lei n. Lei n. 13.874/2019,


dispõe sobre liberdade econômica, livre mercado e regulação. Como parte dos propósitos des-

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ta MP, houve maior detalhamento técnico acerca dos pressupostos materiais para a instaura-
ção do IDPJ.
Estes pressupostos materiais, como vimos, são desvio de finalidade e confusão patrimo-
nial. A MP detalhou a forma de constatação desses dois pressupostos, reduzindo, na prática,
o resultado da interpretação do juiz
Além disso, a MP 881/2019 criou restrições objetivas e subjetivas ao alcance da desconsi-
deração da personalidade jurídica. Veja, primeiramente, o que diz o caput do art. 50 do Código
Civil, alterado pela MP 881:

Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou
pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe
couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações
de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa
jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso.

RESTRIÇÃO SUBJETIVA: os únicos sócios e administradores que responderão pelas obri-


gações da pessoa jurídica serão aqueles que, de forma direta ou indireta, tenham sido benefi-
ciados pelo abuso da personalidade jurídica.

Exemplo de benefício direto: um sócio de uma empresa assina a Carteira de Trabalho de sua
empregada doméstica com o nome da empresa, como se ela fosse empregada da empresa,
enquanto trabalha na casa do sócio.
Exemplo de benefício indireto: uma empregada presta serviços para certa empresa, que não
registrou o vínculo em sua Carteira de Trabalho. Neste caso, todos os sócios são beneficiados,
indiretamente, pelo fruto do trabalho da empregada.

RESTRIÇÃO OBJETIVA: a desconsideração da personalidade jurídica faz com que os só-


cios (beneficiados pelo abuso) respondam por certas e determinadas relações de obrigações.
Logo, o juiz deverá declarar quais são as dívidas que recairão sobre o patrimônio dos sócios.
Se a desconsideração da personalidade for inversa (dívida da pessoa jurídica cobrada dos
sócios), o procedimento será o mesmo: o juiz declarará quais são as dívidas dos sócios que o
patrimônio da pessoa jurídica deverá suportar.

EXEMPLO
Créditos oriundos da relação de emprego mantida entre a pessoa jurídica e uma determinada
empregada.

Os novos parágrafos do art. 50 do Código Civil, adicionados pela MP 881, conceituam e


balizam os pressupostos materiais do IDPJ. Veja:

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§ 1º Para fins do disposto neste artigo, desvio de finalidade é a utilização dolosa da pessoa jurídica
com o propósito de lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer natureza.

O desvio de finalidade que possibilita a instauração do IDPJ é necessariamente DOLOSO.


Deve o sócio/administrador ter a intenção clara de evadir-se de suas dívidas e/ou de praticar
atos ilícitos. A evasão de dívidas é o típico caso em que o sócio transfere seus bens pessoais
à pessoa jurídica, e vice-versa, para que os credores não sejam satisfeitos.

Exemplos de atos ilícitos com o uso de pessoa jurídica: sonegação de tributos, simulação de
contrato empresarial para mascarar relação de emprego (pejotização), eliminação de impedi-
mento para participação em licitação pública.

Como veremos no § 5º, o simples fato de a pessoa jurídica direcionar seus atos a ramo
diferente de atividade econômica é uma mera mudança de finalidade (lícita), e não um desvio
de finalidade apto a legitimar a desconsideração da personalidade jurídica. Essa regra coadu-
na-se às políticas de liberdade econômica instituídas e executadas pelo atual governo, com
fulcro nas demais disposições da MP 881.

§ 2º Entende-se por confusão patrimonial a ausência de separação de fato entre os patrimônios,


caracterizada por:
I – cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do administrador ou vice-ver-
sa;
II – transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, exceto o de valor propor-
cionalmente insignificante; e
III – outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial.

A confusão patrimonial, como o próprio nome já sugere, é a mistura dos patrimônios dos
sócios/administradores com o patrimônio da pessoa jurídica, como se ambos fossem o mes-
mo sujeito.
Caso muito frequente (e retratado no inciso I) é aquele em que o sócio paga suas dívidas
pessoais, como aquisições de bens privados e quitação de dívidas de sua casa, usando a con-
ta bancária da pessoa jurídica. Essa conduta, para configurar confusão patrimonial, deve ser
repetitiva e contínua.
Portanto, se o contato entre os dois patrimônios ocorreu de formas isoladas, com motivo
técnico justificado, não será configurada a confusão patrimonial.

EXEMPLO
Não haverá confusão patrimonial se o sócio pagou guias de tributos da pessoa jurídica com
seu próprio dinheiro, enquanto a conta bancária da pessoa jurídica estava bloqueada até que
procedimentos bancários a liberassem.

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Outro caso de confusão patrimonial (inciso II) verifica-se quando há transferências de valo-
res entre a pessoa física e a jurídica sem uma razão economicamente lógica. Se a transferên-
cia não configurar repartição de lucros nem remuneração, ou qualquer outro motivo bastante
para justificar o repasse de valores, ela será havida por infundada, e a confusão patrimonial
ficará constatada.
O inciso II faz uma ressalva quanto a valores “proporcionalmente insignificantes”. Essa
insignificância é uma característica verificada quando o valor transferido de forma injustifica-
da não for suficiente para fazer com que a pessoa jurídica ou a pessoa física sintam alguma
diferença.

EXEMPLO
O patrimônio da empresa é de R$ 1.000.000,00, e o do sócio, de R$ 800.000,00. Se a empresa
transferir R$ 100,00 ao sócio, este valor será insignificante diante da proporção dos patrimô-
nios. Não são R$ 100,00 que poderão frustrar credores ou autorizar a prática de atos ilícitos
para benefício do sócio ou da empresa. Neste caso, a MP estabelece uma presunção de que
os pequenos valores, ao serem transferidos, referem-se a indenizações cotidianas de pouca
monta.

Por fim, o inciso III deixa aberta uma margem maior de interpretação pelo juiz. A MP 881,
no conjunto de suas disposições, não traz um conceito de “autonomia patrimonial”. Semanti-
camente, podemos entender que esta autonomia se refere à possibilidade de a pessoa jurídica
sobreviver com seu próprio patrimônio, valendo o mesmo raciocínio para a pessoa física; é a
desnecessidade de contínuo auxílio para subsistência.

§ 3º O disposto no caput e nos § 1º e § 2º também se aplica à extensão das obrigações de sócios


ou de administradores à pessoa jurídica.

Este parágrafo autoriza o uso dos mesmos pressupostos materiais, com seus devidos ba-
lizamentos, para a desconsideração inversa da personalidade jurídica (patrimônio da pessoa
jurídica respondendo por dívidas dos sócios e administradores).

§ 4º A mera existência de grupo econômico sem a presença dos requisitos de que trata o caput não
autoriza a desconsideração da personalidade da pessoa jurídica.

Entende-se por grupo econômico o conjunto de empresas sob a direção, controle ou admi-
nistração de outra, ou mesmo quando todas elas são autônomas, mas mantêm interesse inte-
grado, efetiva comunhão de interesses e atuação conjunta na atividade econômica. Todas as
empresas do grupo econômico respondem solidariamente pelas dívidas trabalhistas de cada
empresa (art. 2º, §§ 2º e 3º, CLT).

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O que o presente parágrafo está dizendo é que, muito embora as empresas do grupo eco-
nômico sejam solidariamente responsáveis pelos débitos trabalhistas de todo o grupo, o pa-
trimônio dos sócios só poderá ser afetado pela desconsideração da personalidade jurídica se
ficar comprovado que os sócios das demais empresas foram direta ou indiretamente benefi-
ciados pelo abuso da personalidade (requisito subjetivo do art. 50 do Código Civil). Ademais,
os referidos sócios, se foram beneficiados pelo abuso, responderão estritamente pelas obriga-
ções trabalhistas discutidas no processo (requisito objetivo do art. 50 do Código Civil).

§ 5º Não constitui desvio de finalidade a mera expansão ou a alteração da finalidade original da


atividade econômica específica da pessoa jurídica.

O simples fato de a pessoa jurídica direcionar seus atos a ramo diferente de atividade
econômica é uma mera mudança de finalidade (lícita), e não um desvio de finalidade apto a
legitimar a desconsideração da personalidade jurídica. Essa regra coaduna-se às políticas de
liberdade econômica instituídas e executadas pelo atual governo, com fulcro nas demais dis-
posições da MP 881.
Essa norma tem por objetivo permitir que as empresas se arrisquem em novos nichos do
mercado, seja ampliando sua atuação, seja modificando o rumo de sua atuação.

1.5. Amicus Curiae


O amicus curiae é uma figura que pode ser visualizada por sua própria tradução: ami-
go da corte.
O amicus curiae tem uma grande diferença para com os outros terceiros intervenientes:
ele não atua em nenhum dos polos, nem mesmo como auxiliar, mas, sim, como um auxiliar do
próprio juiz.
Na prática, o amicus curiae não tem interesses próprios na causa, mas somente um deno-
minado “interesse institucional”. O interesse do amicus curiae é de zelar pela correta conside-
ração de um problema social ou de um projeto social específico.
Normalmente, a manifestação do amicus curiae surge para proporcionar ao julgador maior
aptidão para julgar, fornecendo-lhe informações de conhecimento técnico e/ou de conheci-
mento institucional.

EXEMPLO
O diretor de um hospital especializado em atender crianças com microcefalia pode ser nomea-
do como amicus curiae para conferir ao juiz maiores informações técnicas sobre a microcefa-
lia, suas causas e suas consequências. Ademais, o diretor, na qualidade de amicus curiae, pode
informar ao juiz as atividades e projetos que são realizados com o fim de prestar assistência
às famílias dessas crianças. Dessa forma, o juiz teria maiores noções técnicas, institucionais
e práticas do objeto da ação, podendo proferir uma decisão mais racional e justa.
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O interesse do amicus curiae nunca será afeto à subjetividade do processo, mas, sim, nos
reflexos da decisão sobre o objeto científico e/ou social com o qual atua, e sobre o qual apre-
sentará manifestação ao juiz.
Agora, partiremos aos conceitos elementares e às regras processuais aplicáveis ao “amigo
da corte”.

CAPÍTULO V
DO AMICUS CURIAE
Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema objeto
da demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a
requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de
pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com representatividade adequada, no
prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação.

Primeiro ponto: o amicus curiae pode ser:


• 1) PESSOA NATURAL (FÍSICA): alguém com elevado conhecimento técnico sobre uma
matéria, ou com muita experiência em determinadas questões mais específicas e com-
plexas;

EXEMPLO
Cientistas, professores renomados.
• 2) PESSOA JURÍDICA e/ou ENTIDADE ESPECIALIZADA: alguém se manifestará repre-
sentando uma associação, uma entidade sindical ou uma sociedade que atue num seg-
mento muito complexo e distinto do mercado, fornecendo dados sobre eventuais ativi-
dades, projetos ou processos em andamento sobre um importante assunto;

EXEMPLO
Associações que representem pessoas com deficiência, entidades sindicais de determinada
categoria, sociedades que atuem em ramo que dependa de pesquisas científicas complexas,
como as do ramo farmacêutico.
• 3) ÓRGÃO: é possível que um representante de um órgão público preste ao juiz infor-
mações sobre algum serviço prestado pelo órgão, bem como informações sobre uma
matéria muito específica, com a qual o órgão tenha atuado;

EXEMPLO
FUNAI, IBAMA.

Ademais, a participação do amicus curiae pode ser determinada:


• 1) DE OFÍCIO: o juiz nomeia uma pessoa natural, jurídica ou um órgão para se manifestar
sobre determinado assunto;

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• 2) A REQUERIMENTO DAS PARTES: as partes, de forma isolada ou conjunta, indicam al-


guém para se manifestar sobre determinado assunto, podendo o juiz deferir ou indeferir
o requerimento, analisando a necessidade da manifestação;
• 3) A PEDIDO DO PRÓPRIO AMICUS CURIAE: podem as pessoas naturais e jurídicas e
os órgãos requererem ao juiz a possibilidade de falarem nos autos sobre determinado
tema, demonstrando que a explanação pretendida é de grande valia para a prolação da
decisão final.

Ademais, não é em qualquer caso que se pode admitir a participação de um amicus curiae.
Sua participação somente será admitida se ficar demonstrada pelo menos uma das seguintes
situações:
• 1) RELEVÂNCIA DA MATÉRIA: a matéria em julgamento possui importância muito gran-
de nos dias atuais, de modo que a formação de precedentes sobre tal matéria tende
a causar significativo impacto em algum segmento da sociedade ou a algum evento
social;
• 2) ESPECIFICIDADE DO TEMA OBJETO DA DEMANDA: mesmo que o tema da ação não
seja tão relevante ou não tenha repercutido tanto, é possível que o tema, por carregar
uma complexidade técnica fora do comum, mereça análise por parte de um sujeito com
conhecimento e vivência acerca desse tema;
• 3) REPERCUSSÃO SOCIAL DA CONTROVÉRSIA: mesmo que a matéria não seja tão
complexa e/ou específica, é possível que a decisão final dependa de uma consideração
a diversos setores da sociedade afetados por ela. Neste caso, é comum ouvirem-se
associações e entidades sindicais, que explanarão os reflexos da decisão sobre suas
categorias e a forma como a demanda dessas coletividades seria melhor atendida.

Anote-se que o início da participação do amicus curiae no processo tem um prazo: 15 dias,
a contar da intimação do amicus curiae de sua nomeação como tal.
Ademais, a decisão que nomeia alguém para atuar como amicus curiae é IRRECORRÍVEL
de imediato. Portanto, não podem as partes interpor agravo de instrumento ou agravo interno
contra a decisão de nomeação de amigo da corte.

Cuidado: neste momento, estou te afirmado que a decisão que nomeia um amicus curiae não
pode ser recorrida. Isso significa que, se as partes não concordarem com a pessoa nomeada
como amiga da corte, nada poderá ser feito de imediato, e eventuais insurgências deverão ser
suscitadas somente no recurso contra a decisão definitiva.

O STF, no ano de 2020, em teses publicadas no Informativo n. 985, entendeu, por maioria,
o seguinte:

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JURISPRUDÊNCIA
É recorrível a decisão denegatória de ingresso no feito como amicus curiae.
É possível a impugnação recursal por parte de terceiro, quando denegada sua participa-
ção na qualidade de amicus curiae.
ADI n. 3396 AgR/DF, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 06/08/2020 (Informativo n.
985).

Esse entendimento, embora prevalecente, não é pacífico no STF. No entanto, é possível


depreendermos que o STF se atentou para o fato de que o art. 138, caput, do CPC dispõe ser
irrecorrível a decisão que “solicitar ou admitir a participação” do amicus curiae. O dispositivo
não estende a irrecorribilidade à decisão que inadmita a participação de alguém na condição
de amicus curiae.
Com base nisso, o entendimento divulgado no Informativo n. 985 do STF posiciona-se no
sentido de permitir a interposição de recursos tanto pelas partes como pelos terceiros que
pretendam atuar como amici curiae2 contra a decisão denegatória da participação do ami-
cus curiae.
Reitero: de acordo com esse recente entendimento do STF, e pela letra do art. 138, são
irrecorríveis as decisões que nomeiem ou permitam a participação de alguém como amicus
curiae. Só são recorríveis as decisões denegatórias dessa participação, tanto pelas partes
como pelos terceiros que pretendam integrar o processo nessa condição.

Professor, afinal de contas, qual seria o recurso cabível, em espécie?

Para responder tal pergunta, caro(a) aluno(a), tenho duas colocações:


• 1) Como esse entendimento ainda não é pacífico nem mesmo no próprio STF (como
veremos logo adiante), a banca já chegará muito longe se perguntar, numa questão, se
a decisão denegatória da participação do amicus curiae é recorrível. Cobrar qual seria
o recurso em espécie (se embargos de declaração, agravo interno ou outro recurso) já
seria uma inominável aventura acadêmica por parte da banca, o que torna pouquíssimo
provável que ela se atenha a tal detalhe;
• 2) Mesmo que a possibilidade de exploração desse detalhe seja pequena, oriento você
a, no contexto dado pela questão, procurar enquadrar a decisão denegatória em alguma
das hipóteses de interposição de embargos de declaração ou de agravo interno;
− Logo, se a questão sinalizar que a decisão denegatória tem omissão, contradição,
obscuridade ou erro material, o recurso cabível muito provavelmente será de embar-
gos de declaração;

2
Amici curiae é o plural de amicus curiae.

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− Por outro lado, se a questão apenas sinalizar que a decisão denegatória parte de
apenas um Ministro, sem sinalizar os vícios típicos das decisões objeto de ED, será
recomendável considerar o cabimento de agravo interno.

 Obs.: Essa lógica dos recursos em espécie foi construída com base na funcionalidade do
sistema recursal dentro do próprio STF.

Procurando fugir dessa polêmica (mas acabando por criar outra), a banca FGV, em questão
do ano de 2021, entendeu que contra tal decisão denegatória seria cabível “pedido de reconsi-
deração”, que é uma forma não recursal de impugnação das decisões judiciais, com natureza
de simples petição. Veja a questão:

001. (2021/FGV/DPE-RJ/DEFENSOR PÚBLICO) No âmbito da ADPF 635 se questionam a


política de segurança pública do governo do Estado do Rio de Janeiro, os índices injustificáveis
de letalidade promovida pelas intervenções policiais nas favelas e o uso desproporcional da
força por parte dos agentes de segurança contra a população negra e pobre.
O Movimento de Mães e Familiares de Vítimas do Estado procura a Defensoria Pública para
ingressar como amicus curiae na ADPF. O Relator da ação nega o pedido dizendo que o grupo
não possui personalidade jurídica.
Com relação à existência de medida cabível para viabilizar a participação do Movimento de
Mães e Familiares de Vítimas do Estado na ação, conclui-se que3:
a) diante da negativa de ingresso como amicus curiae, pode ser suscitado o ingresso na ação
na condição de custos vulnerabilis;
b) não pode ser tomada nenhuma medida porque a personalidade jurídica é condição sine qua
non para ser admitido como amicus curiae;
c) não pode ser tomada nenhuma medida porque falta atribuição à Defensoria Pública do Es-
tado do Rio de Janeiro para figurar como representante de amicus curiae no Supremo Tribu-
nal Federal;
d) diante da negativa, pode a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro requerer, em
nome próprio, a sua admissão como amicus curiae para defesa dos interesses do Movimento
de Mães e Familiares de Vítimas do Estado;
e) diante da negativa, deverá apresentar petição requerendo a reconsideração da decisão que
negou a admissão como amicus curiae, para garantia do acesso à justiça, que exige a ampla
participação das familiares em todas as etapas da investigação ou ação penal, notadamente
em casos de privação arbitrária do direito à vida que impliquem agentes estatais.

3
Letra e.

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Eu havia dito a você que esse entendimento não é pacífico no STF, e agora explicarei. É que,
no ano de 2018, foi publicado pelo STF outro Informativo (n. 920) no sentido de que tanto a
decisão que autoriza como a decisão que denega a participação do amicus curiae são irrecor-
ríveis. Veja:

JURISPRUDÊNCIA
Tanto a decisão do Relator que admite como a que inadmite o ingresso do amicus curiae
é irrecorrível.
RE n. 602584 AgR/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Luiz Fux, julgado em
17/10/2018 (Informativo n. 920).

Professor, e agora, qual entendimento devo levar para a prova?

Caro(a) aluno(a), minha posição é de que, se a banca explorar esse ponto tão polêmico,
muito provavelmente adotará o entendimento mais recente (o do Informativo n. 985, de 2020).
No entanto, ainda que adote tal entendimento, seria cabível recurso contra a questão com
base no Informativo n. 920. Afinal, ambos os entendimentos foram firmados em processos de
relatoria de Ministros que já se aposentaram (Celso de Mello e Marco Aurélio), e, no Informati-
vo mais recente (n. 985, de 2020), a maioria formada foi de 5x4, ocasião em que os Ministros
Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso não votaram.
Vê-se, portanto, que não é um tema pacífico na jurisprudência do STF.

§ 1º A intervenção de que trata o caput não implica alteração de competência nem autoriza a inter-
posição de recursos, ressalvadas a oposição de embargos de declaração e a hipótese do § 3º.

O sujeito nomeado como amicus curiae não tem o poder de deslocar a competência mate-
rial, pessoal ou funcional do órgão do Poder Judiciário.

EXEMPLO
Se um órgão da União for nomeado como amicus curiae em processo que tramita na Justiça
Estadual, o processo continuará na Justiça Estadual, e não será deslocado à Justiça Federal.

Agora, apresento-lhe uma regra muito explorada em provas, no que diz respeito à possibi-
lidade de o amicus curiae interpor recursos contra a decisão final.
REGRA GERAL: o amicus curiae NÃO pode interpor recursos, como apelação, recurso espe-
cial, agravo de instrumento, recurso extraordinário etc.
EXCEÇÕES: o amicus curiae poderá interpor os seguintes recursos:

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• 1) Embargos de Declaração: caso a decisão final (sentença ou acórdão) tenha sido


omissa, contraditória, obscura ou tenha cometido erro material no que se refira à maté-
ria acerca da qual o amicus curiae se manifestou. É possível que o juiz tenha se engana-
do quanto a alguma informação prestada pelo amigo da corte, e profira uma sentença
baseada em pressuposto fático equivocado, ou em informação distorcida ou mal com-
preendida;
− Os embargos de declaração do amicus curiae somente podem versar sobre a matéria
sobre a qual o amigo da corte se manifestou, porque ele somente possui interesse
institucional, e não diretamente no acolhimento dos pedidos do autor;
• 2) Recurso contra a decisão que julgar o Incidente de Resolução de Demandas Repe-
titivas (IRDR): quando o processo em que o amicus curiae atuar vier a adotar uma tese
fixada em IRDR, o amicus curiae poderá recorrer contra a decisão proferida no IRDR, a
fim de demonstrar a impossibilidade de que todos os casos sejam tratados da mesma
forma, em razão da forte distinção entre uns e outros.

 Obs.: Uma parte da doutrina, integrada por Marinoni, Arenhart e Mitidiero, entende que o
amicus curiae poderia recorrer de toda decisão que possa criar um precedente judicial,
como a decisão proferida em IAC (Incidente de Assunção de Competência), em recur-
sos extraordinários e especiais repetitivos e em outras decisões que possam ser utili-
zadas como precedentes, uma vez que o interesse do amicus curiae, por ser um inte-
resse institucional, tem direta relação com a probabilidade de fixação de precedentes,
e o IRDR não seria a única forma de construção de precedentes. Portanto, o legislador
disse “menos do que deveria dizer” ao editar a redação do § 3º.

§ 2º Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a intervenção, definir os poderes
do amicus curiae.

Além dos poderes legalmente conferidos (apresentar manifestação, opor embargos de de-
claração e recorrer da decisão que julga o IRDR), o juiz pode conceder ao amicus curiae outros
poderes não previstos em lei, como de impugnar laudos periciais, impugnar a contestação do
réu, postular a instauração de incidente de falsidade, dentre outros.

O PULO DO GATO
Os poderes de opor embargos de declaração e de recorrer contra a decisão que julga o IRDR,
por decorrerem de lei, não dependem de autorização judicial.

§ 3º O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de demandas
repetitivas.

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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
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Parágrafo abordado no comentário ao § 1º.

2. Litisconsórcio
Litisconsórcio é a participação de várias pessoas num mesmo polo (consórcio) de um li-
tígio (litis). Várias pessoas participam de um processo em conjunto, em razão de defenderem
seus direitos uma ao lado da outra, no mesmo “lado” do conflito.
Quanto à posição, o litisconsórcio pode ser ativo ou passivo.
ATIVO: várias pessoas (mais de uma) pleiteiam direitos no polo ativo da ação, isto é, na
condição de autores.
PASSIVO: várias pessoas (mais de uma) defendem-se de pretensões deduzidas contra to-
das elas, isto é, na condição de rés.
Quanto à obrigatoriedade, o litisconsórcio pode ser facultativo ou necessário.
FACULTATIVO: não é exigido que várias pessoas figurem no polo ativo ou no polo passi-
vo; nesse caso, os sujeitos reúnem-se em um dos polos por mera conveniência, sem impo-
sição legal.
NECESSÁRIO: a lei e/ou a natureza da relação jurídica impõe(m) que várias pessoas figu-
rem em um dos polos da ação, sendo devidamente citadas para participar do processo, sob
pena de a sentença ser ineficaz (art. 114 do CPC).

 Obs.: No direito brasileiro, como regra geral, só existe litisconsórcio necessário no polo pas-
sivo da demanda. A doutrina majoritária não reconhece o “litisconsórcio ativo neces-
sário”, mas somente o litisconsórcio passivo necessário. Apesar disso, em casos bem
especiais, o STJ já reconheceu a existência de litisconsórcio ativo necessário, como
veremos mais adiante.

No necessário, há uma comunidade de direitos ou de obrigações que não admite solução


díspar para os litisconsortes, em face da indivisibilidade do objeto da ação4.
Já no facultativo, a aglutinação de autores se faz por conveniência e não pela necessidade
decorrente da natureza do litígio, pois não se pode condicionar o exercício do direito individual
de um dos litigantes no processo originário à anuência dos demais para retomar a lide. Em
outras palavras, ninguém é obrigado a ajuizar ações. Portanto, não há como exigir que alguém
convença outra pessoa a ocupar o polo ativo para pleitear determinado direito5.
Sobre a temática do “litisconsórcio ativo necessário”, é importante fazermos algumas con-
siderações.

4
Trata-se de um conceito sedimentado na Súmula 406, item I, do TST. Tal conceito é teoricamente válido, também, para o
direito processual civil.
5
Trata-se, também, de conceito da Súmula 406, item I, do TST. Tal conceito é teoricamente válido, igualmente, para o direito
processual civil.

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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
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Tradicionalmente, a doutrina costumava refutar a ideia de existência de litisconsórcio ne-


cessário quanto ao polo ativo da demanda (litisconsórcio ativo necessário), com base da im-
possibilidade jurídica de que alguém seja compelido a exercer o direito de ação.
No entanto, o direito processual civil brasileiro evoluiu para admitir, em determinadas cir-
cunstâncias, que certos sujeitos sejam citados para que integrem o polo ativo da ação. Estra-
nho, não é mesmo? Afinal, a citação é sempre associada ao réu. Até em razão dessa estra-
nheza é que, na prática, a providência mais comum é que o autor originário seja intimado para
regularizar o polo ativo, de modo que o outro sujeito processual se habilite nos autos.
O STJ vem consolidando sua jurisprudência no sentido de que, em caso de composse, am-
bos os cônjuges devem figurar no polo ativo da ação, em razão de ser juridicamente impossível
declarar-se a posse somente com relação a um dos compossuidores. Nesses casos, o STJ tem
tratado a formação de litisconsórcio ativo como condição para constituição e desenvolvimen-
to válido e regular do processo (pressuposto processual).
A título de exemplo, cito a seguinte ementa:

JURISPRUDÊNCIA
APELAÇÕES CÍVEIS. JULGAMENTO SIMULTÂNEO DE AÇÃO DE USUCAPIÃO E DE AÇÃO
REIVINDICATÓRIA. AÇÃO DE USUCAPIÃO. PEDIDO JULGADO PROCEDENTE. INSTRU-
ÇÃO PROBATÓRIA QUE REVELOU A EXISTÊNCIA DE COMPOSSE. PROVAS COLHI-
DAS (TESTEMUNHAL E DOCUMENTAL) QUE DEMONSTRAM O EXERCÍCIO DA POSSE
TAMBÉM PELA MÃE DO AUTOR E SEUS IRMÃOS. HIPÓTESE DE LITISCONSÓRCIO ATIVO
NECESSÁRIO. IMPOSSIBILIDADE DE DECLARAÇÃO DA PROPRIEDADE A SOMENTE UM
DOS COMPOSSUIDORES. NECESSIDADE DOS COMPOSSUIDORES INTEGRAREM A LIDE.
EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO. DESCABIMENTO. OFENSA
AO PRINCÍPIO DA DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO. INTELIGÊNCIA DO ART. 6º DO
CPC/2015. FEITO QUE TRAMITA HÁ MAIS DE 20 ANOS. ANULAÇÃO DO PROCESSO A
PARTIR DA SENTENÇA PARA CITAÇÃO DE TODOS OS COMPOSSUIDORES. SOLUÇÃO
QUE SE REVELA MAIS JUSTA. (...) Assim, admitindo-se que os autores são possuidores
do imóvel usucapiendo – o que é questionável em razão de terem ingressado no imóvel
por serem filhos da Sra. XXX6, pessoa que adquiriu o lote n. 17 e por engano passou a
ocupar o lote n. 16 desde o início -, e estando amplamente comprovado, até mesmo pelos
depoimentos pessoais dos autores, que a Sra. XXX7 e os irmãos do autor YYY8 também
exerceram (e exercem) a posse sobre o imóvel usucapiendo, evidente que se trata de
litisconsórcio ativo necessário, nos termos do artigo 47 do Código de Processo Civil de
1973 (vigente à época do ajuizamento da ação) – correspondente ao 114 do Código de
Processo Civil/2015 -,: in verbis [...] Com efeito, tratando-se de composse, é obrigató-
6
Nome verdadeiro omitido pelo professor.
7
Nome verdadeiro omitido pelo professor.
8
Nome verdadeiro omitido pelo professor.

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ria a formação de litisconsórcio ativo ad usucapionem necessário para a constituição e


desenvolvimento válido e regular do processo, sob pena de excluir os atos possessórios
do outro compossuidor, nos termos do art. 1.199 do Código Civil (art. 488 do Código
Civil de 1916), o que não foi observado no caso dos autos. (...) (STJ – AREsp: 1767097
PR 2020/0253021-6, Relator: Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, Data de Publicação: DJ
24/08/2021)

 Obs.: Apesar de existirem situações excepcionais, devemos ter em conta que, como regra
geral, o litisconsórcio pode ser necessário com relação ao polo passivo da demanda.

Quanto ao resultado da decisão, o litisconsórcio pode ser simples ou unitário.


SIMPLES: o juiz pode decidir o mérito da ação de forma diferente para os réus. Nada impe-
de que o juiz decida de forma igual para ambos, mas a lei não proíbe que ele decida de forma
diferente para cada um deles.
UNITÁRIO: o juiz deve, necessariamente, em virtude da natureza da relação jurídica, deci-
dir o mérito da ação de forma idêntica para todos os réus. Esta espécie de litisconsórcio tem
previsão no art. 116 do CPC.
O litisconsórcio unitário pode ser verificado tanto diante de litisconsórcio necessário quan-
to de litisconsórcio facultativo.
É mais comum que o litisconsórcio unitário seja constatado em litisconsórcios necessá-
rios, pois, nestes, a sentença só tem eficácia quando citados todos os sujeitos litisconsortes.
Todavia, também é possível que o litisconsórcio facultativo seja unitário. Dou-lhe um exemplo:

EXEMPLO
Obrigações indivisíveis podem ser cobradas de um ou de todos os devedores solidários (art.
259 do Código Civil). Logo, pela natureza dessa relação jurídica, a sentença deve ser igual para
todos eles, eis que o objeto a ser julgado é indivisível. Neste caso, o credor da dívida poderá
ajuizar ação contra um ou, se quiser, contra todos os devedores, a seu critério. Veja: o litiscon-
sórcio é facultativo e, ao mesmo tempo, unitário.

Por fim, quanto ao momento de formação, o litisconsórcio pode ser originário ou posterior.
ORIGINÁRIO: a ação se inicia, desde o princípio, com o litisconsórcio formado.
POSTERIOR: o litisconsórcio se forma somente no decorrer da ação, tendo se iniciado o
processo somente com um autor e um réu.
Passadas estas importantes classificações teóricas, partiremos aos comentários individu-
alizados aos artigos do CPC pertinentes ao litisconsórcio.

TÍTULO II
DO LITISCONSÓRCIO

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Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou passiva-
mente, quando:
I – entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide;
II – entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir;
III – ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito.

O art. 113 trata das hipóteses de litisconsórcio facultativo, tanto o ativo quanto o passivo.
As hipóteses deste rol praticamente resumem todas as circunstâncias em que mais de uma
pessoa terá interesse processual na causa.
O inciso I trata da comunhão de direitos ou de obrigações. No litisconsórcio ativo, haverá
mais de um autor quando eles, em conjunto, tiverem direito sobre um mesmo objeto litigioso.
Já no litisconsórcio passivo, haverá mais de um réu quando eles, juntos, forem devedores de
alguma prestação reconhecida e exigida pelos credores.
O inciso II, por sua vez, possibilita que, em vez de duas ou mais pessoas ajuizarem ações
separadas com iguais pedidos e/ou causas de pedir (conexas), elas ajuízem uma única ação.
Isso evita o surgimento de várias ações com objetos semelhantes, viabilizando o julgamento
conjunto de várias situações fáticas num único processo. Trata-se de uma “conexão prévia”, a
grosso modo.
Já o inciso III é chamado por parte da doutrina de “litisconsórcio impróprio”: permite que
as partes litiguem em conjunto quando, entre suas causas, houver certa afinidade em razão
de uma coincidência quanto à matéria de fato ou à matéria de direito a ser alegada por am-
bas. Trata-se de situações parecidas/semelhantes, mesmo que consistam em fatos diferentes
(causas de pedir diferentes).

EXEMPLOS
1) Duas pessoas vítimas de golpes com cartões de crédito podem, juntas, processar o golpista
requerendo perdas e danos em conjunto, mesmo que os golpes tenham sido distintos e em
lugares diferentes. Trata-se de um ponto comum de fato: prática de golpes por parte de uma
mesma pessoa (mesmo que as causas de pedir sejam distintas).
2) Duas pessoas diferentes desrespeitam normas ambientais distintas, causando danos a
direitos difusos. Poderia o Ministério Público, apontando ponto comum de direito, ajuizar ação
civil pública contra ambos, mesmo que tenham praticado violações distintas, por terem ofendi-
do um direito da mesma categoria (difusos relacionados ao meio ambiente).

 Obs.: O litisconsórcio impróprio (inciso III) é o mais vago de todos: para ser aceito, depende
da interpretação do juiz acerca da plausibilidade da semelhança apontada pelos auto-
res litisconsortes. Por depender de certa subjetividade, será quase sempre formado
pelos autores (litisconsórcio ativo).

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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
Gustavo Deitos
§ 1º O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes na fase de co-
nhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este comprometer a rápida solução
do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da sentença.
§ 2º O requerimento de limitação interrompe o prazo para manifestação ou resposta, que recomeça-
rá da intimação da decisão que o solucionar.

 Obs.: Perceba de início um detalhe básico, porém importante: pode haver litisconsórcio em
qualquer fase do processo, inclusive em execuções autônomas fundadas em títulos
executivos extrajudiciais. No cumprimento de sentença, é suficiente que o título execu-
tivo judicial a ser cumprido seja exigível de todos os executados/litisconsortes.

Quando há grande número de litigantes num litisconsórcio, em quaisquer dos polos, fala-se
em litisconsórcio multitudinário. Embora o litisconsórcio, em certo grau, proporcione maior
celeridade e efetividade do direito, é possível que o grande número de litigantes num mesmo
processo cause tumulto e dificulte a tramitação do processo.
Imagine que a Secretaria da unidade judiciária tenha de controlar os prazos para dezenas
de pessoas se manifestarem, expedir intimações para todas estas pessoas de todos os atos
processuais de um mesmo processo, e manter os autos sempre atualizados e organizados.
No processo eletrônico, os sistemas de processos judiciais muitas vezes não são capazes de
proporcionar uma organização adequada para a participação de tantas pessoas num mes-
mo processo.
Nestas situações, o litisconsórcio pode ser fracionado: o juiz poderá determinar um limite
de litigantes por processo, determinando que o número excedente de litigantes deverá compor
os autos de outro processo, a fim de que a tramitação de todos os requerimentos e atos pro-
cessuais ocorra de forma correta e organizada.
O juiz pode determinar o fracionamento dos processos de litisconsórcio multitudinário de
ofício. É possível, também, que qualquer das partes requeira o fracionamento (§ 2º).

Quando o fracionamento for requerido por um ou mais litisconsortes, os prazos para manifes-
tações e respostas, como contestação e réplica, serão interrompidos, isto é, voltarão ao zero.
Neste caso, os prazos recomeçarão sua contagem (do zero) após a intimação da parte a res-
peito da decisão judicial que aceitar ou recusar o fracionamento/divisão.

Art. 114. O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação
jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser litiscon-
sortes.

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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
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É possível que uma disposição de lei exija que, para a sentença ser eficaz em relação a
alguém, deva haver a citação desse “alguém”. Se essa pessoa não for citada no processo, a
sentença simplesmente não será eficaz em relação à pessoa não citada.

EXEMPLO
Em ação de divisão e demarcação de terras particulares, devem ser citados todos os confinan-
tes e os condôminos, conforme o art. 570 do CPC.

Ademais, é possível que não exista disposição legal exigindo a citação de todos os envol-
vidos numa relação jurídica, mas a própria natureza dessa relação torna inviável que um dos
envolvidos seja compelido a cumprir uma decisão judicial sem participar do processo (sem
ser citado).

EXEMPLO
Em ação de anulação de casamento, o Ministério Público deve ajuizá-la contra ambos os côn-
juges. Não faz sentido que a ajuíze somente contra um deles.

Caro(a) aluno(a), antes de comentar o art. 115, comentarei o art. 116, para que aquele dis-
positivo seja compreendido de forma mais completa.

Art. 116. O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de deci-
dir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes.

Conforme a classificação antes apresentada, no litisconsórcio unitário, o juiz deve, obri-


gatoriamente, em virtude da natureza da relação jurídica, decidir o mérito da ação de forma
idêntica para todos os réus.

O litisconsórcio, para ser considerado unitário, depende somente da natureza da relação jurí-
dica, e não de disposição de lei.

Não é possível que o juiz decida de forma diferente para um ou mais dos litisconsortes:
todos serão sentenciados de forma idêntica, pois a natureza da relação jurídica envolvida torna
ilógica eventual decisão diversa para uns e outros.

EXEMPLO
Jorge ajuíza ação monitória, postulando o cumprimento de uma obrigação devida solidaria-
mente por Marcos e Antônio. Tal obrigação seria de entregar um cavalo de raça muito rara,
comprado por Jorge. O juiz, obrigatoriamente, deverá proferir uma decisão igualmente aplicá-
vel a Marcos e a Antônio. Não há como o juiz dizer a Marcos que ele é obrigado a entregar o
cavalo e a Antônio o contrário, em razão da indivisibilidade do objeto (cavalo).
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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
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O PULO DO GATO
Você sabe que os litisconsórcios são necessários em razão de disposição de lei ou da nature-
za da relação jurídica (art. 114 do CPC). Quando um litisconsórcio for necessário em razão da
natureza da relação jurídica, ele será, por consequência, unitário.

Art. 115. A sentença de mérito, quando proferida sem a integração do contraditório, será:
I – nula, se a decisão deveria ser uniforme em relação a todos que deveriam ter integrado o proces-
so;
II – ineficaz, nos outros casos, apenas para os que não foram citados.

O art. 115 enumera as consequências da ausência de citação de todos os interessados no


litisconsórcio necessário.
Se o litisconsórcio necessário for unitário (inciso I), a sentença será nula, se não tiverem
sido citados todos os possíveis litisconsortes. Afinal de contas, se a decisão deve ser igual
para todos, todos devem ter a oportunidade de exercer o contraditório.
Por outro lado, se o litisconsórcio necessário for simples, a sentença será válida, mas não
produzirá efeitos sobre aqueles que não tiverem sido citados. Afinal de contas, ninguém pode-
ria garantir que o juiz decidiria de forma igual para os não citados. A sentença, portanto, será
válida, mas não terá efeito nenhum sobre os que não participaram do processo, mas somente
sobre aqueles que dele participaram.

Parágrafo único. Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz determinará ao autor que
requeira a citação de todos que devam ser litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena de
extinção do processo.

A nulidade ou a ineficácia da sentença sobre algumas pessoas com interesse na causa


pode causar grandes problemas de ordem prática. Em atenção a isto, o legislador criou a exi-
gência constante deste parágrafo único: se a causa for de litisconsórcio passivo necessário
(obrigatoriedade de várias pessoas figurarem como rés), o juiz dará ao autor um prazo para
requerer a citação dos demais réus, indicando seus endereços, sob pena de o processo ser
extinto sem resolução do mérito.

Art. 117. Os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte adversa, como liti-
gantes distintos, exceto no litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as omissões de um não
prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar.

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No litisconsórcio simples (quando a decisão poderá ser distinta em relação a uns e outros
litisconsortes), os sujeitos que compuserem o litisconsórcio – ativo ou passivo – serão consi-
derados litigantes diferentes, naturalmente.
Todavia, no litisconsórcio unitário (quando a decisão deverá ser igual para todos os litis-
consortes), os sujeitos que compuserem o litisconsórcio poderão ter seus poderes e deveres
fundidos como se fossem o mesmo litigante, desde que o ato ou a omissão decorrente do
exercício do poder ou do dever beneficie a todos eles.
Se no litisconsórcio unitário o ato ou a omissão decorrente do exercício do poder ou do
dever processual prejudicar um ou mais litisconsortes, eles serão considerados litigantes di-
ferentes, como no caso do litisconsórcio simples.

Art. 118. Cada litisconsorte tem o direito de promover o andamento do processo, e todos devem ser
intimados dos respectivos atos.

Como todos os litisconsortes são considerados partes do processo, todos eles poderão
promover o seu andamento, e, por certo, devem ser intimados de todos os atos processuais.
Não é possível que as partes convencionem que somente um dos litisconsortes será in-
timado das decisões ou poderá praticar atos processuais. Todos eles terão iguais direitos e
deveres no processo (como receber intimações e praticar atos processuais).

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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (2020/CESPE/TJ-PA/OFICIAL DE JUSTIÇA/AVALIADOR) Segundo regramento estabe-
lecido no CPC, o desmembramento do litisconsórcio multitudinário em razão do número ex-
cessivo de litigantes
a) ocorre na fase de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, desde que o
litisconsórcio seja facultativo.
b) é permitido somente antes da citação do réu, seja o litisconsórcio facultativo ou necessário.
c) é vedado em sede de execução, seja ela decorrente de título judicial ou extrajudicial.
d) depende da concordância de todas partes do processo, se o litisconsórcio for necessário
e unitário.
e) não pode ocorrer antes da liquidação de sentença, se o litisconsórcio for ativo e facultativo.

002. (2019/FUNDEP/MPE-MG/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) Sobre as interven-


ções de terceiros, assinale a alternativa incorreta:
a) É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes: I – ao alienante
imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a fim de que
possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam, e II – àquele que estiver obrigado, por lei
ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo.
b) Admite-se uma única denunciação sucessiva, promovida pelo denunciado, contra seu ante-
cessor imediato na cadeia dominial ou quem seja responsável por indenizá-lo, podendo o de-
nunciado sucessivo promover nova denunciação, hipótese em que eventual direito de regresso
será exercido na mesma ação.
c) É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu: I – do afiançado, na ação em
que o fiador for réu; dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles; II – dos
demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o pagamento da dívi-
da comum, e III – dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns
o pagamento da dívida comum.
d) O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte
ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo. O pedido de desconsidera-
ção da personalidade jurídica observará os pressupostos previstos em lei. O incidente de des-
consideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de
sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial.

003. (2019/VUNESP/CÂMARA DE MAUÁ-SP/PROCURADOR LEGISLATIVO) O incidente de


desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério
Público, podendo afirmar-se que
a) é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e
na execução fundada em título executivo extrajudicial.
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b) se dispensa a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica for


requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica, suspen-
dendo-se o curso processual.
c) instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e requerer
as provas cabíveis no prazo de 5 (cinco) dias.
d) após a instrução, o incidente será resolvido por sentença, contra a qual caberá o recurso
de apelação.
e) acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens será considerada
nula para todos os efeitos.

004. (2019/VUNESP/TJ-RO/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/ADAPTADA) Com relação aos


sujeitos do processo, julgue o item subsequente:
A intervenção do amicus curiae não implica alteração de competência nem autoriza a interpo-
sição de recursos, ressalvados a oposição de embargos de declaração e o recurso da decisão
que julgar o incidente de resolução de demandas repetitivas.

005. (2019/FCC/TRF-3ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA) Renato ajui-


zou ação de cobrança contra ZWXY Construções Ltda., requerendo, na própria petição inicial,
a desconsideração da sua personalidade jurídica, com a demonstração preliminar do preen-
chimento dos pressupostos legais específicos. Nesse caso, de acordo com o Código de Pro-
cesso Civil,
a) deverá ser determinada a instauração do incidente de desconsideração da personalidade
jurídica, com a suspensão do processo.
b) deverá ser determinada a instauração do incidente de desconsideração da personalidade
jurídica, sem a suspensão do processo.
c) dispensa-se a instauração do incidente de desconsideração da personalidade jurídica, mas
o processo deverá permanecer suspenso até a decisão desse requerimento.
d) dispensa-se a instauração do incidente de desconsideração da personalidade jurídica e o
processo não será suspenso.
e) o requerimento deverá ser liminarmente rejeitado, pois o incidente de desconsideração da
personalidade jurídica só pode ser instaurado na fase de cumprimento de sentença.

006. (2019/CESPE/TCE-RO/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/DIREITO) Caso um credor


ajuíze ação de natureza obrigacional contra seus dois devedores solidários de determinada
obrigação indivisível, esse litisconsórcio passivo será classificado como
a) necessário e simples.
b) necessário e unitário.
c) facultativo e simples.
d) facultativo e unitário.

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e) multitudinário.

007. (2019/CESPE/TJ-AM/ANALISTA JUDICIÁRIO/DIREITO) Acerca do disposto no Código


de Processo Civil (CPC) sobre as normas processuais civis, os deveres das partes e dos pro-
curadores, a intervenção de terceiros e a forma dos atos processuais, julgue o item a seguir.
Ao tratar da intervenção de terceiros, o CPC prevê a possibilidade de atuação do amicus curiae
em causa relevante que tramite em primeira instância porque essa modalidade de intervenção
de terceiros não se restringe a ações, incidentes e recursos existentes nos tribunais.

008. (2019/CESPE/TCE-RO/PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS) Rober-


to ajuizou ação de indenização em desfavor de Lucas por danos materiais decorrentes de
acidente de trânsito no qual os veículos de ambos haviam colidido. O réu, por sua vez, tinha
contrato de seguro com determinada empresa, com garantia de ser por ela ressarcido em caso
de colisão, dano ou avaria no automóvel ou ainda furto ou roubo do veículo.
Caso Lucas queira que a empresa integre a lide, isso poderá ser feito sob a modalidade de in-
tervenção de terceiros denominada
a) amicus curiae.
b) denunciação da lide.
c) assistência simples.
d) chamamento ao processo.
e) assistência litisconsorcial.

009. (2019/CESPE/TCE-RO/PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS) Litis-


consórcio no qual a eficácia de uma sentença dependa da citação de todos que devam ser
litisconsortes, independentemente de a decisão ser uniforme para todos, é do tipo
a) ativo.
b) facultativo.
c) unitário.
d) necessário.
e) sucessivo.

010. (2019/FCC/TJ-AL/JUIZ SUBSTITUTO) É cabível denunciação da lide


a) dos fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles.
b) ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denun-
ciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam.
c) quando alguém pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem
autor e réu.
d) para instaurar o incidente de desconsideração da personalidade jurídica.
e) para atuar como amicus curiae nas hipóteses legalmente previstas.

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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
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011. (2019/FGV/TJ-CE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA) Proposta ação de execu-


ção em face de uma sociedade empresária, com base em nota promissória vencida e não
paga, o exequente requereu, além da citação da pessoa jurídica, a de seu sócio majoritário, por
entender ser cabível, no caso, a desconsideração da personalidade jurídica.
Nesse contexto, deve o juiz:
a) indeferir de plano a petição inicial, diante do descabimento do pleito de desconsideração da
personalidade jurídica em sede de processo de execução fundada em título extrajudicial;
b) determinar que o exequente emende a petição inicial, a fim de que dela conste o requerimen-
to de instauração do incidente de desconsideração da personalidade jurídica;
c) proceder ao juízo positivo de admissibilidade da demanda executiva, determinando a reali-
zação da citação requerida, caso entenda cabível a desconsideração pleiteada;
d) determinar a suspensão do feito até que seja aferida, na via processual própria, a solvabili-
dade da pessoa jurídica executada;
e) determinar que o exequente emende a petição inicial, a fim de nela incluir todos os sócios da
pessoa jurídica executada, eis que se trata de litisconsórcio passivo necessário.

012. (2019/FGV/TJ-CE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA) Assinale a alternativa


pertinente à modalidade de intervenção de terceiros classificada como forçada e somente
concretizável pela iniciativa de quem ocupe o polo passivo da relação processual:
a) assistência;
b) oposição;
c) recurso de terceiro prejudicado;
d) denunciação da lide;
e) chamamento ao processo.

013. (2019/VUNESP/IPREMM-SP/PROCURADOR JURÍDICO) É admissível o chamamento


ao processo, requerido pelo réu,
a) do afiançado, na ação em que o fiador for autor.
b) dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles.
c) dos demais devedores simples, quando o credor exigir de um ou de alguns o pagamento da
dívida comum.
d) do afiançado, na ação em que o fiador for réu, desde que a citação seja promovida no prazo
de 15 (quinze) dias.
e) dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o pagamento
da dívida comum, desde que a citação do chamado que residir em lugar incerto seja promovida
no prazo de 30 (trinta) dias.

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014. (2019/VUNESP/IPREMM-SP/PROCURADOR JURÍDICO) Quando duas ou mais pessoas


litigam no mesmo processo, em conjunto, ativa ou passivamente, ocorre o litisconsórcio. Sobre
o tema, considerando o disposto no Código de Processo Civil, assinale a alternativa correta.
a) O litisconsórcio será necessário quando, pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de de-
cidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes.
b) Os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte adversa, como litigan-
tes distintos, exceto no litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as omissões de um não
prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar.
c) litisconsórcio será unitário por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação ju-
rídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser li-
tisconsortes.
d) Nos casos de litisconsórcio passivo facultativo, o juiz determinará ao autor que requeira a
citação de todos que devam ser litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena de extin-
ção do processo.
e) O juiz poderá limitar o litisconsórcio necessário quanto ao número de litigantes na fase de
conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este comprometer a rápida
solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da sentença.

015. (2019/VUNESP/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO-SP/PROCURADOR DO


MUNICÍPIO) Amicus Curiae pode ser definido como uma ajuda técnica proveniente de pessoa
natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada em processos judiciais cujas decisões
afetarão a sociedade. O Amicus Curiae
a) tem autonomia própria e possui interesse jurídico e institucional na demanda.
b) se submete às regras de impedimento e suspeição.
c) ingressa no processo apenas por provocação do estado-juiz.
d) pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de demandas repetitivas.
e) tem seus poderes definidos pelas partes na primeira manifestação que fizerem nos autos
após a intervenção.

016. (2019/CESPE/DPE-DF/DEFENSOR PÚBLICO) A respeito da função jurisdicional, dos su-


jeitos do processo, dos atos processuais e da preclusão, julgue o item seguinte.
Salvo se o regime de bens for o da separação absoluta, haverá litisconsórcio necessário entre
os cônjuges para que um deles proponha ação que verse sobre direito real imobiliário.

017. (2019/CESPE/PGM/CAMPO GRANDE-MS/PROCURADOR MUNICIPAL) Maria comprou


um imóvel de Joana e, imediatamente após a entrega das chaves, a nova proprietária passou a
residir no bem adquirido. Alguns meses depois, Maria foi citada por um oficial de justiça, que a
informou de que Joaquim estava promovendo uma ação reivindicatória em desfavor dela sob
a alegação de ser ele o real proprietário do bem imóvel.

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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
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Acerca de intervenção de terceiros, julgue o item seguinte.


É admissível que Joana solicite o seu ingresso no processo como assistente, independente-
mente do procedimento ou do grau de jurisdição no qual esteja tramitando o processo, desde
que demonstre seu interesse jurídico em que a sentença seja favorável à Maria.

018. (2018/QUADRIX/CREF-13ª REGIÃO/BA-SE/ANALISTA ADVOGADO) À luz do Código de


Processo Civil, julgue o item subsequente quanto à intervenção de terceiros.
Ainda que não seja revel, mas apenas omisso, o assistente simples será considerado como
substituto processual do assistido.

019. (2018/QUADRIX/CREF-13ª REGIÃO/BA-SE/ANALISTA ADVOGADO) À luz do Código de


Processo Civil, julgue o item subsequente quanto à intervenção de terceiros.
Suponha‐se que, nos autos de um determinado processo, Carlos ingresse como assistente
simples de Moisés e, após a prolação de sentença de improcedência de seu pedido, Moisés, de
forma expressa, renuncie a seu direito de recorrer. Nesse caso, Carlos poderá interpor recurso
para manifestar sua própria irresignação à manifestação judicial.

020. (2018/CESPE/MPE-PI/ANALISTA MINISTERIAL/ÁREA PROCESSUAL) Julgue o item


seguinte, a respeito da intervenção de terceiros e do processo de execução.
Deverá ser decidido pelo relator do processo o incidente de desconsideração da personalidade
jurídica, modalidade de intervenção de terceiros cabível em todas as fases do processo de
conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução, quando for instaurado originaria-
mente no tribunal.

021. (2016/CESPE/TCE-PA/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/PROCURADORIA) À luz


do Novo Código de Processo Civil, julgue o item seguinte, referentes aos prazos e aos atos
processuais.
Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios distintos, terão prazos
contados em dobro, incluindo os referentes a processos em autos eletrônicos.

022. (2017/CESPE/TRF-1ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA) Conforme o


Código de Processo Civil vigente, julgue o item seguinte, a respeito da função jurisdicional, dos
deveres das partes e de procuradores, do litisconsórcio e da assistência.
É lícito ao juiz limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes na fase de
conhecimento, mas não por ocasião da execução da sentença.

023. (2018/FEPESE/PGE-SC/PROCURADOR DO ESTADO) Quanto ao litisconsórcio, é corre-


to afirmar:
a) No litisconsórcio simples, os atos e omissões de um prejudicarão os demais, e nem será
possível qualquer benefício.
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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
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b) No litisconsórcio facultativo-unitário, os atos e omissões de um não prejudicarão os demais


e nem poderão beneficiá-los.
c) No litisconsórcio necessário-unitário, os atos e omissões de um não prejudicarão os demais
e nem poderão beneficiá-los.
d) No litisconsórcio unitário, os atos e omissões de um prejudicarão os demais.
e) No litisconsórcio unitário, os atos e omissões de um não prejudicarão os demais, mas po-
derão beneficiá-los.

024. (2018/FGV/AL-RO/CONSULTOR LEGISLATIVO/ASSESSORAMENTO LEGISLATIVO) O Có-


digo de Processo Civil regulamenta diversas intervenções de terceiros. Assinale a afirmativa
que dispõe corretamente sobre as espécies de intervenção:
a) nos casos em que é cabível a denunciação da lide, esta é obrigatória, sob pena de perda do
direito de regresso.
b) o chamamento ao processo é intervenção que depende da concordância do autor da ação,
a ser manifestada no prazo de 15 dias da intimação deste último.
c) somente é admissível a participação de pessoa jurídica na qualidade de amicus curiae, mas
não de pessoas naturais.
d) feita a denunciação pelo autor, o denunciado poderá assumir a posição de litisconsorte do
denunciante, mas não poderá acrescentar novos argumentos à petição inicial.
e) dispensa-se a instauração do incidente de desconsideração da personalidade jurídica, se
esta for requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica.

025. (2018/FGV/TJ-SC/ANALISTA JURÍDICO) Um credor celebrou contrato de mútuo com dois


devedores solidários, que não cumpriram o dever de pagar o valor devido na data estipulada.
Nesse cenário, o credor intentou ação de cobrança do valor total da dívida, em face de apenas
um devedor.
O outro devedor, que não integrou a lide originária, pode:
a) oferecer o incidente de desconsideração da personalidade jurídica inversa do réu, para que
os bens de eventual sociedade sejam trazidos ao processo;
b) peticionar nos autos, requerendo seu ingresso como assistente simples, uma vez que é juri-
dicamente interessado;
c) peticionar nos autos, requerendo seu ingresso como réu, formando um litisconsórcio passi-
vo superveniente;
d) ser denunciado à lide pelo autor ou pelo réu originário, formando um litisconsórcio ativo ou
passivo, respectivamente;
e) ser chamado ao processo pelo réu originário, formando um litisconsórcio passivo ulterior.

026. (2018/FGV/TJ-SC/ANALISTA JURÍDICO) No que concerne à denunciação da lide, é corre-


to afirmar que:

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a) é modalidade voluntária de intervenção de terceiros;


b) pode ser provocada pela iniciativa do réu, mas não pela do autor;
c) visa a corrigir o vício de ilegitimidade ad causam no polo passivo da lide;
d) se o denunciante for vitorioso na demanda principal, a sua ação de denunciação não terá o
mérito apreciado pelo juiz;
e) pode haver várias denunciações num processo, para ensejar a pacificação de todas as rela-
ções jurídicas controvertidas.

027. (2018/FGV/TJ-AL/ANALISTA JUDICIÁRIO/OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR) A modalida-


de de intervenção por meio da qual o terceiro, devedor solidário de uma obrigação, se integra
ao processo por iniciativa do réu que tenha sido demandado pelo credor para pagar a dívi-
da comum, é:
a) denunciação da lide;
b) assistência simples;
c) assistência litisconsorcial;
d) amicus curiae;
e) chamamento ao processo.

028. (2017/FGV/TRT-12ª REGIÃO/SC/ANALISTA JUDICIÁRIO/OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIA-


DOR FEDERAL) O juiz de Direito da 29ª Vara Empresarial de determinada cidade encontra-se
com um caso que possui grande repercussão social. Em razão disso, uma entidade especia-
lizada no tema que será apreciado peticiona nos autos, em junho de 2017, requerendo a sua
intervenção no feito como amicus curiae.
Diante do que dispõe o CPC, é correto afirmar que:
a) é impossível a pretensão deduzida porque a figura do amicus curiae existe apenas para as
causas que tramitam no STF;
b) se o juiz não aceitar a participação da entidade como amicus curiae, ela poderá recorrer
dessa decisão interlocutória;
c) é viável a admissão de amicus curiae em 1º grau de jurisdição, desde que aceito pelo juiz
em decisão irrecorrível;
d) amicus curiae só existe para as causas que estejam nos Tribunais, ou seja, do 2º grau
em diante;
e) caso a entidade seja aceita como amicus curiae, ela poderá no futuro recorrer da sentença
e decisões posteriores.

029. (2018/FGV/TJ-SC/OFICIAL DA INFÂNCIA E JUVENTUDE) Tendo apurado que uma criança


de 5 anos de idade vem sendo vítima de crimes sexuais reiteradamente praticados pelo pai, e
que, por sua vez, a mãe havia abandonado o lar, o Ministério Público ajuizou ação de perda do
poder familiar em face de ambos os genitores.

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Nesse caso, está-se diante de um litisconsórcio:


a) ativo, necessário e unitário;
b) ativo, facultativo e unitário;
c) passivo, facultativo e unitário;
d) passivo, necessário e simples;
e) passivo, facultativo e simples.

030. (2018/FGV/TJ-AL/ANALISTA JUDICIÁRIO/OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR) O Ministério


Público ajuizou ação de anulação do casamento em face dos irmãos João e Maria. João co-
nhecia o referido impedimento, pois sabia que Maria era sua irmã. Todavia, esta desconhecia
completamente o grau de parentesco entre eles.
Nesse sentido, a ação deverá ser proposta:
a) em litisconsórcio passivo, originário, necessário e simples;
b) em litisconsórcio passivo, eventual, necessário e comum;
c) em litisconsórcio passivo, originário, necessário e unitário;
d) em litisconsórcio passivo, originário, facultativo e unitário;
e) apenas em face de João, eis que somente este estava com má-fé.

031. (2021/FCC/DPE-GO/DEFENSOR PÚBLICO) Fernando é empresário com pessoa jurídica


regularmente constituída como “Fernando Comércio EIRELI”. Todavia, em sua atividade como
pessoa física, acabou por contrair inúmeras dívidas com diversos credores. Ciente de que seu
patrimônio estava em risco, transferiu diversos bens de seu patrimônio particular para sua
empresa, o que viria a inviabilizar eventual execução das dívidas. Aos credores, nessas cir-
cunstâncias,
a) não assiste o direito de alcançar os bens da empresa, em razão do princípio da autonomia
patrimonial da pessoa jurídica em relação à pessoa do sócio.
b) é possível executar indistintamente o patrimônio da empresa ou do empresário, uma vez
que se trata de Empresa Individual, em que não há autonomia entre o patrimônio da empresa
e do empresário individual.
c) somente poderão alcançar os bens da empresa caso demonstrem que a transferência dos
bens se deu mediante fraude contra credores.
d) caberá pedir a desconsideração da personalidade jurídica.
e) caberá pedir a desconsideração inversa da personalidade jurídica.

032. (2021/IDIB/CÂMARA DE PLANALTINA-GO/ANALISTA JURÍDICO) De acordo com o Có-


digo de Processo Civil, o litisconsórcio será unitário quando
a) pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir o mérito de modo uniforme para to-
dos os litisconsortes.
b) a sentença seja favorável a todos autores.

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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
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c) entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir.


d) pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação
de todos que devam ser litisconsortes.

033. (2021/FGV/IMBEL/ADVOGADO) Sobre a denunciação da lide, assinale a afirmati-


va correta.
a) A citação do denunciado será requerida até a réplica, se o denunciante for autor, ou na con-
testação, se o denunciante for réu.
b) O direito regressivo não poderá ser exercido por ação autônoma quando a denunciação da
lide for indeferida, deixar de ser promovida ou não for permitida.
c) São admitidas duas denunciações sucessivas, promovidas pelos denunciados sucessiva-
mente, contra seus antecessores imediatos na cadeia dominial ou quem seja responsável por
indenizá-lo.
d) Feita a denunciação pelo autor, o denunciado assumirá a posição de assistente simples do
denunciante e poderá acrescentar novos argumentos à petição inicial, procedendo-se em se-
guida à citação do réu.
e) Se o denunciante for vencedor na ação principal, a ação de denunciação não terá o seu
pedido examinado, sem prejuízo da condenação do denunciante ao pagamento das verbas de
sucumbência em favor do denunciado.

034. (2021/IDIB/CRF-MS/AUXILIAR TÉCNICO DE ASSESSORIA JURÍDICA) Sobre o amicus


curiae, assinale a alternativa incorreta:
a) O amicus curiae não pode ser pessoa jurídica.
b) Caberá́ ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a intervenção, definir os po-
deres do amicus curiae.
c) O amicus curiae não é considerado litisconsorte necessário.
d) O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de demandas
repetitivas.

035. (2021/FGV/DPE-RJ/RESIDÊNCIA JURÍDICA) Quanto às modalidades de intervenção de


terceiro, assinale a opção INCORRETA:
a) A assistência simples não obsta a que a parte principal reconheça a procedência do pedi-
do, desista da ação, renuncie ao direito sobre o que se funda a ação ou transija sobre direitos
controvertidos.
b) O assistente litisconsorcial, por possuir relação jurídica acessória ao seu assistido, não lhe
é permitido recorrer da sentença sem que a parte a quem assiste o tenha feito.
c) O juiz ou relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema objeto da
demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício
ou a requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se, admitir a participação de

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pessoa natural ou jurídica, na condição de amicus curiae, no prazo de 15 (quinze) dias de sua
intimação.
d) O Código de Processo Civil admite, como modalidade de intervenção de terceiros, o cha-
mamento ao processo requerido pelo réu, do afiançado, na ação em que o fiador for réu; dos
demais fiadores quando proposta a ação em face de um deles; ou dos demais devedores soli-
dários, quando o credor exigir de um ou de alguns o pagamento da dívida comum.
e) A denunciação da lide pode ser promovida tanto pelo autor como pelo réu, devendo a cita-
ção do denunciado ser requerida, se feita pelo autor, na petição inicial ou, se realizada pelo réu,
na contestação.

036. (2021/CESPE/TC-DF/PROCURADOR) Acerca de lei processual no tempo, litisconsórcio,


Ministério Público e comunicação dos atos processuais, julgue o item a seguir.
O juiz poderá limitar o número excessivo de litisconsortes facultativos em sede de cumprimen-
to de sentença que imponha obrigação de pagar quantia certa pela fazenda pública caso ele
verifique que a quantidade de exequentes pode dificultar o cumprimento da obrigação prevista
no respectivo título judicial.

037. (2021/CESPE/TCE-RJ/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/ESPECIALIDADE DIREI-


TO) À luz das regras do direito processual civil acerca dos atos processuais, dos elementos da
ação, da intervenção de terceiros e do procedimento comum, julgue o item a seguir.
O assistente litisconsorcial é aquele que possui interesse jurídico em ingressar no feito, en-
quanto o interesse que legitima a participação do assistente simples é meramente econômico.

038. (2020/VUNESP/CÂMARA MUNICIPAL DE PINDORAMA-SP/PROCURADOR JURÍDICO)


De acordo com a configuração atribuída pelo Código de Processo Civil ao instituto da denun-
ciação da lide, é correto afirmar sobre tal modalidade de intervenção de terceiros que
a) é admissível, requerida pelo réu, dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de
um ou de alguns o pagamento da dívida comum.
b) é vedada mais que uma denunciação sucessiva, ficando preservado ao denunciado suces-
sivo direito de regresso a ser exercido por ação autônoma.
c) é causa de extinção da denunciação da lide sem resolução de mérito a hipótese de o denun-
ciante ser vencido, pois a lide secundária não terá seu pedido examinado.
d) é vedado, uma vez feita a denunciação pelo autor, que o denunciado assuma a posição de
litisconsorte do denunciante.
e) é obrigatória, sendo que, se a parte interessada não a promover na forma e prazo legais,
perderá seu direito regressivo.

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039. (2020/VUNESP/AVAREPREV-SP/PROCURADOR JURÍDICO) Acerca do disposto no Có-


digo de Processo Civil sobre a desconsideração da personalidade jurídica, assinale a alterna-
tiva correta.
a) O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte,
Ministério Público ou de ofício pelo juiz.
b) A instauração do incidente de desconsideração da personalidade jurídica interromperá o
processo, salvo na hipótese em que ele for requerido na petição inicial.
c) Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e reque-
rer as provas cabíveis no prazo de 5 (cinco) dias.
d) Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por sentença de mérito.
e) Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em fraude
de execução, será ineficaz em relação ao requerente.

040. (2020/IBFC/TRE-PA/ANALISTA JUDICIÁRIO/JUDICIÁRIA) A intervenção de terceiros


consiste em permissão legal para que um sujeito alheio à relação jurídica processual originária
ingresse em processo já em andamento, transformando-se em parte. Com relação ao tema,
analise as afirmativas abaixo e dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F):
I – ( ) A decisão do juiz ou relator sobre o ingresso de ³amicus curiae´ é irrecorrível.
II – ( ) O incidente de desconsideração da personalidade jurídica, enquanto modalidade de
intervenção de terceiros, não se aplica ao processo de competência dos juizados especiais,
dada a existência de vedação legal expressa.
III – ( ) No chamamento ao processo, a citação daqueles que devam figurar em litisconsórcio
passivo será requerida pelo réu na contestação e deve ser promovida no prazo de 30 (trinta)
dias, sob pena de extinção do feito.
IV – ( ) Demonstrado o desvio de finalidade ou a confusão patrimonial, será acolhido o pedido
de desconsideração da personalidade jurídica para tornar ineficaz a alienação ou a oneração
de bens, havida em fraude de execução, em relação a todos os possíveis credores prejudica-
dos, ainda que não tenham intervindo nos autos.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.
a) V, V, V, V
b) V, F, F, V
c) V, F, F, F
d) F, F, F, F

041. (2020/VUNESP/EBSERH/ADVOGADO) No que diz respeito ao tema litisconsórcio, assi-


nale a alternativa correta.
a) O litisconsórcio será necessário quando, pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de de-
cidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes.

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b) Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz determinará ao autor que requeira a
citação de todos que devam ser litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena de sus-
pensão do processo.
c) Os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte adversa, como litigan-
tes distintos, exceto no litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as omissões de um não
beneficiarão os outros, mas os poderão prejudicar.
d) O litisconsórcio será unitário por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação
jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser
litisconsortes.
e) A sentença de mérito, quando proferida sem a integração do contraditório, será nula se a
decisão deveria ser uniforme em relação a todos que deveriam ter integrado o processo.

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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
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GABARITO
1. a 37. E
2. b 38. b
3. a 39. e
4. C 40. c
5. d 41. e
6. d
7. C
8. b
9. d
10. b
11. c
12. e
13. b
14. b
15. d
16. E
17. C
18. C
19. E
20. C
21. E
22. E
23. e
24. e
25. e
26. d
27. e
28. c
29. d
30. c
31. e
32. a
33. e
34. a
35. b
36. C

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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
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GABARITO COMENTADO
001. (2020/CESPE/TJ-PA/OFICIAL DE JUSTIÇA/AVALIADOR) Segundo regramento estabe-
lecido no CPC, o desmembramento do litisconsórcio multitudinário em razão do número ex-
cessivo de litigantes
a) ocorre na fase de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, desde que o
litisconsórcio seja facultativo.
b) é permitido somente antes da citação do réu, seja o litisconsórcio facultativo ou necessário.
c) é vedado em sede de execução, seja ela decorrente de título judicial ou extrajudicial.
d) depende da concordância de todas partes do processo, se o litisconsórcio for necessário
e unitário.
e) não pode ocorrer antes da liquidação de sentença, se o litisconsórcio for ativo e facultativo.

a) Certa. Conforme o art. 113, § 1º do CPC, “o juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo
quanto ao número de litigantes na fase de conhecimento, na liquidação de sentença ou na
execução, quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o
cumprimento da sentença.”.
b) Errada. Não existe tal limitação, uma vez que tal fracionamento poderá ocorrer na fase
de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução (art. 113, § 1º), bastando que
seja constatado o risco à rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento
da sentença.
c) Errada. É permitido o fracionamento em fase de execução (art. 113, § 1º).
d) Errada. O litisconsórcio necessário não pode ser fracionado.
e) Errada. É permitido o fracionamento em fase de liquidação (art. 113, § 1º), sendo o litiscon-
sórcio facultativo.
Letra a.

002. (2019/FUNDEP/MPE-MG/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) Sobre as interven-


ções de terceiros, assinale a alternativa incorreta:
a) É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes: I – ao alienante
imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a fim de que
possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam, e II – àquele que estiver obrigado, por lei
ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo.
b) Admite-se uma única denunciação sucessiva, promovida pelo denunciado, contra seu ante-
cessor imediato na cadeia dominial ou quem seja responsável por indenizá-lo, podendo o de-
nunciado sucessivo promover nova denunciação, hipótese em que eventual direito de regresso
será exercido na mesma ação.

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c) É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu: I – do afiançado, na ação em


que o fiador for réu; dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles; II – dos
demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o pagamento da dívi-
da comum, e III – dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns
o pagamento da dívida comum.
d) O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte
ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo. O pedido de desconsidera-
ção da personalidade jurídica observará os pressupostos previstos em lei. O incidente de des-
consideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de
sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial.

a) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em plena conformidade
com o texto literal do art. 125 do CPC.
b) Certa. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta representa contrariedade ao art. 125,
§ 2º do CPC, que proíbe o denunciado sucessivo de fazer nova denunciação, hipótese em que
eventual direito de regresso será exercido por ação autônoma.
c) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em plena conformidade
com o texto literal do art. 130 do CPC.
d) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em plena conformidade
com o texto literal dos arts. 133 e 134 do CPC.
Letra b.

003. (2019/VUNESP/CÂMARA DE MAUÁ-SP/PROCURADOR LEGISLATIVO) O incidente de


desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério
Público, podendo afirmar-se que
a) é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e
na execução fundada em título executivo extrajudicial.
b) se dispensa a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica for
requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica, suspen-
dendo-se o curso processual.
c) instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e requerer
as provas cabíveis no prazo de 5 (cinco) dias.
d) após a instrução, o incidente será resolvido por sentença, contra a qual caberá o recurso
de apelação.
e) acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens será considerada
nula para todos os efeitos.

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a) Certa. Trata-se da regra literal do art. 134, caput, CPC.


b) Errada. Requerida a desconsideração na petição inicial, não será instaurado o incidente.
Logo, não haverá que se falar em suspensão do processo (art. 134, § 3º, CPC).
c) Errada. O prazo para tanto é de 15 dias (art. 135 do CPC).
d) Errada. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisão interlo-
cutória (art. 136), contra a qual caberá agravo de instrumento, se resolvido o IDPJ em primeiro
grau, ou agravo interno, se resolvido no âmbito do tribunal (§ 1º).
e) Errada. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida
em fraude de execução, será ineficaz (e não “nula”) em relação ao requerente (art. 137 do CPC).
Letra a.

004. (2019/VUNESP/TJ-RO/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/ADAPTADA) Com relação aos


sujeitos do processo, julgue o item subsequente:
A intervenção do amicus curiae não implica alteração de competência nem autoriza a interpo-
sição de recursos, ressalvados a oposição de embargos de declaração e o recurso da decisão
que julgar o incidente de resolução de demandas repetitivas.

Trata-se das regras do art. 138, §§ 1º e 3º, do CPC.


Certo.

005. (2019/FCC/TRF-3ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA) Renato ajui-


zou ação de cobrança contra ZWXY Construções Ltda., requerendo, na própria petição inicial,
a desconsideração da sua personalidade jurídica, com a demonstração preliminar do preen-
chimento dos pressupostos legais específicos. Nesse caso, de acordo com o Código de Pro-
cesso Civil,
a) deverá ser determinada a instauração do incidente de desconsideração da personalidade
jurídica, com a suspensão do processo.
b) deverá ser determinada a instauração do incidente de desconsideração da personalidade
jurídica, sem a suspensão do processo.
c) dispensa-se a instauração do incidente de desconsideração da personalidade jurídica, mas
o processo deverá permanecer suspenso até a decisão desse requerimento.
d) dispensa-se a instauração do incidente de desconsideração da personalidade jurídica e o
processo não será suspenso.
e) o requerimento deverá ser liminarmente rejeitado, pois o incidente de desconsideração da
personalidade jurídica só pode ser instaurado na fase de cumprimento de sentença.

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
Gustavo Deitos

A questão cobrou diretamente a regra do art. 134, §§ 2º e 3º do CPC: “Dispensa-se a instaura-


ção do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica for requerida na petição ini-
cial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica.”. Requerida a desconsideração
na petição inicial, não será instaurado o incidente. Logo, não haverá que se falar em suspensão
do processo (art. 134, § 3º, CPC).
Letra d.

006. (2019/CESPE/TCE-RO/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/DIREITO) Caso um credor


ajuíze ação de natureza obrigacional contra seus dois devedores solidários de determinada
obrigação indivisível, esse litisconsórcio passivo será classificado como
a) necessário e simples.
b) necessário e unitário.
c) facultativo e simples.
d) facultativo e unitário.
e) multitudinário.

Uma dívida solidária pode ser cobrada tanto de um devedor quanto de outro, conforme o art.
275 do Código Civil, que dispõe: “O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos
devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum (...)”. Logo, o litisconsórcio será facultativo.
Todavia, por se tratar de obrigação indivisível, não há como a decisão de mérito do juiz ser
diferente em relação a cada devedor, pois o objeto apreciado é exatamente o mesmo. Logo, o
litisconsórcio é facultativo (porque o autor pode cobrar somente de um dos credores, se qui-
ser) e unitário.
Letra d.

007. (2019/CESPE/TJ-AM/ANALISTA JUDICIÁRIO/DIREITO) Acerca do disposto no Código


de Processo Civil (CPC) sobre as normas processuais civis, os deveres das partes e dos pro-
curadores, a intervenção de terceiros e a forma dos atos processuais, julgue o item a seguir.
Ao tratar da intervenção de terceiros, o CPC prevê a possibilidade de atuação do amicus curiae
em causa relevante que tramite em primeira instância porque essa modalidade de intervenção
de terceiros não se restringe a ações, incidentes e recursos existentes nos tribunais.

O art. 138, caput, permite, sim, a nomeação de amicus curiae em primeiro grau, pois tal possi-
bilidade é assegurada ao “juiz” e ao “relator”, expressa e literalmente.
Certo.

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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
Gustavo Deitos

008. (2019/CESPE/TCE-RO/PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS) Rober-


to ajuizou ação de indenização em desfavor de Lucas por danos materiais decorrentes de
acidente de trânsito no qual os veículos de ambos haviam colidido. O réu, por sua vez, tinha
contrato de seguro com determinada empresa, com garantia de ser por ela ressarcido em caso
de colisão, dano ou avaria no automóvel ou ainda furto ou roubo do veículo.
Caso Lucas queira que a empresa integre a lide, isso poderá ser feito sob a modalidade de in-
tervenção de terceiros denominada
a) amicus curiae.
b) denunciação da lide.
c) assistência simples.
d) chamamento ao processo.
e) assistência litisconsorcial.

A obrigação contratual da seguradora é exemplo clássico de enquadramento no art. 125, inciso


II do CPC (hipótese de denunciação da lide): “É admissível a denunciação da lide, promovida
por qualquer das partes: (…) II – àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indeni-
zar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo.”.
Letra b.

009. (2019/CESPE/TCE-RO/PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS) Litis-


consórcio no qual a eficácia de uma sentença dependa da citação de todos que devam ser
litisconsortes, independentemente de a decisão ser uniforme para todos, é do tipo
a) ativo.
b) facultativo.
c) unitário.
d) necessário.
e) sucessivo.

Trata-se da regra do art. 114 do CPC: “O litisconsórcio será necessário por disposição de lei
ou quando, pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da
citação de todos que devam ser litisconsortes.”.
Letra d.

010. (2019/FCC/TJ-AL/JUIZ SUBSTITUTO) É cabível denunciação da lide


a) dos fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles.
b) ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denun-
ciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam.

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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
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c) quando alguém pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem
autor e réu.
d) para instaurar o incidente de desconsideração da personalidade jurídica.
e) para atuar como amicus curiae nas hipóteses legalmente previstas.

a) Errada. Tal hipótese é de chamamento ao processo (art. 130, II, CPC).


b) Certa. É a hipótese de denunciação da lide do art. 125, I, CPC.
c) Errada. É uma hipótese de oposição (art. 682 do CPC), fora do capítulo da intervenção de
terceiros.
d) Errada. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica é uma forma autônoma de
intervenção de terceiros (art. 133 a 137 do CPC).
e) Errada. O amicus curiae, a partir do CPC de 2015, é sujeito a regulamentação própria e autô-
noma (art. 138 do CPC).
Letra b.

011. (2019/FGV/TJ-CE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA) Proposta ação de execu-


ção em face de uma sociedade empresária, com base em nota promissória vencida e não
paga, o exequente requereu, além da citação da pessoa jurídica, a de seu sócio majoritário, por
entender ser cabível, no caso, a desconsideração da personalidade jurídica.
Nesse contexto, deve o juiz:
a) indeferir de plano a petição inicial, diante do descabimento do pleito de desconsideração da
personalidade jurídica em sede de processo de execução fundada em título extrajudicial;
b) determinar que o exequente emende a petição inicial, a fim de que dela conste o requerimen-
to de instauração do incidente de desconsideração da personalidade jurídica;
c) proceder ao juízo positivo de admissibilidade da demanda executiva, determinando a reali-
zação da citação requerida, caso entenda cabível a desconsideração pleiteada;
d) determinar a suspensão do feito até que seja aferida, na via processual própria, a solvabili-
dade da pessoa jurídica executada;
e) determinar que o exequente emende a petição inicial, a fim de nela incluir todos os sócios da
pessoa jurídica executada, eis que se trata de litisconsórcio passivo necessário.

A questão explora a regra do caput do art. 134 do CPC, que permite a instauração de IDPJ na
fase de execução (inclusive no processo autônomo de execução). Portanto, se requerida a
desconsideração da personalidade jurídica na petição inicial, pode o juiz determinar a citação
direta do sócio, sem a instauração do incidente e sem suspensão do feito (art. 134, §§ 2º e 3º,
CPC). Em se tratando a citação do sócio de efeito de incidente específico (IDPJ), não há que se
falar em litisconsórcio.

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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
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Letra c.

012. (2019/FGV/TJ-CE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA) Assinale a alternativa


pertinente à modalidade de intervenção de terceiros classificada como forçada e somente
concretizável pela iniciativa de quem ocupe o polo passivo da relação processual:
a) assistência;
b) oposição;
c) recurso de terceiro prejudicado;
d) denunciação da lide;
e) chamamento ao processo.

Intervenções “forçadas” são aquelas em que o terceiro passa a participar do processo mesmo
contra sua vontade. O chamamento ao processo somente pode ser promovido pelo réu (polo
passivo), conforme o art. 130, caput, CPC. As demais alternativas apresentam formas de inter-
venção de terceiros que nem sempre são requeridas pelo réu.
Letra e.

013. (2019/VUNESP/IPREMM-SP/PROCURADOR JURÍDICO) É admissível o chamamento


ao processo, requerido pelo réu,
a) do afiançado, na ação em que o fiador for autor.
b) dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles.
c) dos demais devedores simples, quando o credor exigir de um ou de alguns o pagamento da
dívida comum.
d) do afiançado, na ação em que o fiador for réu, desde que a citação seja promovida no prazo
de 15 (quinze) dias.
e) dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o pagamento
da dívida comum, desde que a citação do chamado que residir em lugar incerto seja promovida
no prazo de 30 (trinta) dias.

A letra “b” é a única que reproduz uma das hipóteses de chamamento ao processo (art. 130,
inciso II). As demais, embora reproduzam hipóteses parecidas com as dos demais incisos, in-
cluem aspectos e elementos que extrapolam as hipóteses literais e taxativas do art. 130 do CPC.
Letra b.

014. (2019/VUNESP/IPREMM-SP/PROCURADOR JURÍDICO) Quando duas ou mais pessoas


litigam no mesmo processo, em conjunto, ativa ou passivamente, ocorre o litisconsórcio. Sobre
o tema, considerando o disposto no Código de Processo Civil, assinale a alternativa correta.

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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
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a) O litisconsórcio será necessário quando, pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de de-
cidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes.
b) Os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte adversa, como litigan-
tes distintos, exceto no litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as omissões de um não
prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar.
c) litisconsórcio será unitário por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação ju-
rídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser li-
tisconsortes.
d) Nos casos de litisconsórcio passivo facultativo, o juiz determinará ao autor que requeira a
citação de todos que devam ser litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena de extin-
ção do processo.
e) O juiz poderá limitar o litisconsórcio necessário quanto ao número de litigantes na fase de
conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este comprometer a rápida
solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da sentença.

a) Errada. O art. 116 dispõe que “o litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação
jurídica, o juiz tiver de decidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes.”. Nem
sempre o litisconsórcio unitário será necessário.
b) Certa. É a regra literal do art. 117 do CPC.
c) Errada. O art. 114 dispõe que “o litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quan-
do, pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação
de todos que devam ser litisconsortes.”.
d) Errada. Somente os casos de litisconsórcio passivo necessário é que o juiz determinará ao
autor que requeira a citação de todos que devam ser litisconsortes, dentro do prazo que assi-
nar, sob pena de extinção do processo (art. 115, parágrafo único, CPC).
e) Errada. O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes na
fase de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este comprome-
ter a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da sentença (art. 113,
§ 1º, CPC).
Letra b.

015. (2019/VUNESP/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO-SP/PROCURADOR DO


MUNICÍPIO) Amicus Curiae pode ser definido como uma ajuda técnica proveniente de pessoa
natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada em processos judiciais cujas decisões
afetarão a sociedade. O Amicus Curiae
a) tem autonomia própria e possui interesse jurídico e institucional na demanda.
b) se submete às regras de impedimento e suspeição.
c) ingressa no processo apenas por provocação do estado-juiz.

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d) pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de demandas repetitivas.


e) tem seus poderes definidos pelas partes na primeira manifestação que fizerem nos autos
após a intervenção.

a) Errada. O interesse do amigo da corte é somente institucional, e não jurídico, pois, afir-
mando-se o contrário, concluir-se-ia que o amicus curiae teria interesse no resultado subjetivo
do processo.
b) Errada. Por não ter nenhum interesse em relação às partes, o amicus curiae não se sub-
mete a tais regras. Este é um posicionamento doutrinário, que a banca em questão adotou
como válido.
c) Errada. Podem as partes, também, requerer a nomeação de amicus curiae, e não somente
o juiz (art. 138, caput, CPC).
d) Certa. É a regra do art. 138, § 3º do CPC.
e) Errada. Seus poderes são definidos pelo juiz (art. 138, § 2º do CPC).
Letra d.

016. (2019/CESPE/DPE-DF/DEFENSOR PÚBLICO) A respeito da função jurisdicional, dos su-


jeitos do processo, dos atos processuais e da preclusão, julgue o item seguinte.
Salvo se o regime de bens for o da separação absoluta, haverá litisconsórcio necessário entre
os cônjuges para que um deles proponha ação que verse sobre direito real imobiliário.

A exigência legal de outorga uxória/marital, pelo art. 73 do CPC, não constitui hipótese de
litisconsórcio. O que se exige é que o cônjuge do autor lhe dê seu consentimento para o ajuiza-
mento da ação sobre direito real relativo a bens imóveis. Não é, propriamente, caso de litiscon-
sórcio ativo necessário, que somente existe em pouquíssimas situações.
Errado.

017. (2019/CESPE/PGM/CAMPO GRANDE-MS/PROCURADOR MUNICIPAL) Maria comprou


um imóvel de Joana e, imediatamente após a entrega das chaves, a nova proprietária passou a
residir no bem adquirido. Alguns meses depois, Maria foi citada por um oficial de justiça, que a
informou de que Joaquim estava promovendo uma ação reivindicatória em desfavor dela sob
a alegação de ser ele o real proprietário do bem imóvel.
Acerca de intervenção de terceiros, julgue o item seguinte.
É admissível que Joana solicite o seu ingresso no processo como assistente, independente-
mente do procedimento ou do grau de jurisdição no qual esteja tramitando o processo, desde
que demonstre seu interesse jurídico em que a sentença seja favorável à Maria.

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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
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Trata-se da regra do art. 109, § 2º do CPC: “O adquirente ou cessionário poderá intervir no


processo como assistente litisconsorcial do alienante ou cedente.”. Afinal de contas, a relação
entre o assistente e o adversário do assistido (autor), neste caso, seria influenciada pela sen-
tença do processo (art. 124 do CPC).
Certo.

018. (2018/QUADRIX/CREF-13ª REGIÃO/BA-SE/ANALISTA ADVOGADO) À luz do Código de


Processo Civil, julgue o item subsequente quanto à intervenção de terceiros.
Ainda que não seja revel, mas apenas omisso, o assistente simples será considerado como
substituto processual do assistido.

Não é somente a revelia que viabiliza a atuação do assistente simples como substituto pro-
cessual do assistido. Confira a regra do art. 121, parágrafo único: “Sendo revel ou, de qualquer
outro modo, omisso o assistido, o assistente será considerado seu substituto processual.”.
Certo.

019. (2018/QUADRIX/CREF-13ª REGIÃO/BA-SE/ANALISTA ADVOGADO) À luz do Código de


Processo Civil, julgue o item subsequente quanto à intervenção de terceiros.
Suponha‐se que, nos autos de um determinado processo, Carlos ingresse como assistente
simples de Moisés e, após a prolação de sentença de improcedência de seu pedido, Moisés, de
forma expressa, renuncie a seu direito de recorrer. Nesse caso, Carlos poderá interpor recurso
para manifestar sua própria irresignação à manifestação judicial.

Ao renunciar expressamente ao direito de recorrer, o assistido não foi omisso. Logo, não pode
o assistente simples atuar como seu substituto processual, pois o assistente sujeita-se aos
mesmos ônus processuais que o assistido, e dentre esses ônus compreende-se a perda do
direito de recorrer em face da renúncia expressa (art. 1.000 do CPC).
Errado.

020. (2018/CESPE/MPE-PI/ANALISTA MINISTERIAL/ÁREA PROCESSUAL) Julgue o item


seguinte, a respeito da intervenção de terceiros e do processo de execução.
Deverá ser decidido pelo relator do processo o incidente de desconsideração da personalidade
jurídica, modalidade de intervenção de terceiros cabível em todas as fases do processo de
conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução, quando for instaurado originaria-
mente no tribunal.

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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
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Instaurado o IDPJ originariamente no tribunal, será do relator a competência para apreciar o


mérito do incidente. É a regra do art. 932, inciso VI, CPC.
Certo.

021. (2016/CESPE/TCE-PA/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/PROCURADORIA) À luz


do Novo Código de Processo Civil, julgue o item seguinte, referentes aos prazos e aos atos
processuais.
Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios distintos, terão prazos
contados em dobro, incluindo os referentes a processos em autos eletrônicos.

Os litisconsortes com advogados distintos não têm prazos dobrados, a não ser que o processo
seja físico (art. 229 do CPC).
Errado.

022. (2017/CESPE/TRF-1ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA) Conforme o


Código de Processo Civil vigente, julgue o item seguinte, a respeito da função jurisdicional, dos
deveres das partes e de procuradores, do litisconsórcio e da assistência.
É lícito ao juiz limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes na fase de
conhecimento, mas não por ocasião da execução da sentença.

O fracionamento do litisconsórcio multitudinário pode se dar em qualquer fase do processo.


É a regra do art. 113, § 1º do CPC: “O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao
número de litigantes na fase de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução,
quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento
da sentença.”.
Errado.

023. (2018/FEPESE/PGE-SC/PROCURADOR DO ESTADO) Quanto ao litisconsórcio, é corre-


to afirmar:
a) No litisconsórcio simples, os atos e omissões de um prejudicarão os demais, e nem será
possível qualquer benefício.
b) No litisconsórcio facultativo-unitário, os atos e omissões de um não prejudicarão os demais
e nem poderão beneficiá-los.
c) No litisconsórcio necessário-unitário, os atos e omissões de um não prejudicarão os demais
e nem poderão beneficiá-los.
d) No litisconsórcio unitário, os atos e omissões de um prejudicarão os demais.

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e) No litisconsórcio unitário, os atos e omissões de um não prejudicarão os demais, mas po-


derão beneficiá-los.

O objetivo do examinador era explorar a regra literal do art. 117, inserindo opções com expres-
sões trocadas para confundir o candidato. Confira a redação do art. 117: “Os litisconsortes se-
rão considerados, em suas relações com a parte adversa, como litigantes distintos, exceto no
litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as omissões de um não prejudicarão os outros,
mas os poderão beneficiar.”.
Letra e.

024. (2018/FGV/AL-RO/CONSULTOR LEGISLATIVO/ASSESSORAMENTO LEGISLATIVO) O Có-


digo de Processo Civil regulamenta diversas intervenções de terceiros. Assinale a afirmativa
que dispõe corretamente sobre as espécies de intervenção:
a) nos casos em que é cabível a denunciação da lide, esta é obrigatória, sob pena de perda do
direito de regresso.
b) o chamamento ao processo é intervenção que depende da concordância do autor da ação,
a ser manifestada no prazo de 15 dias da intimação deste último.
c) somente é admissível a participação de pessoa jurídica na qualidade de amicus curiae, mas
não de pessoas naturais.
d) feita a denunciação pelo autor, o denunciado poderá assumir a posição de litisconsorte do
denunciante, mas não poderá acrescentar novos argumentos à petição inicial.
e) dispensa-se a instauração do incidente de desconsideração da personalidade jurídica, se
esta for requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica.

a) Errada. A denunciação da lide é facultativa. Se não for promovida, poderá ser ajuizada ação
autônoma para o exercício do direito de regresso contra outra pessoa, que poderia ter sido
denunciada à lide (art. 125, § 1º, CPC).
b) Errada. Não há disposição legal exigindo a concordância do autor com o chamamento ao
processo. Pode o réu promovê-lo sem tal consentimento, bastando o deferimento do juiz.
c) Errada. Pessoas naturais, assim como as jurídicas, podem atuar como amicus curiae (art.
138 do CPC).
d) Errada. Justamente por atuar como litisconsorte do denunciante, o denunciado pelo autor
poderá acrescentar novos argumentos à petição inicial. Esta é, no final das contas, uma condi-
ção para atuar como litisconsorte ativo (art. 127 do CPC).
e) Certa. É a regra literal do art. 134, § 2º do CPC.
Letra e.

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025. (2018/FGV/TJ-SC/ANALISTA JURÍDICO) Um credor celebrou contrato de mútuo com dois


devedores solidários, que não cumpriram o dever de pagar o valor devido na data estipulada.
Nesse cenário, o credor intentou ação de cobrança do valor total da dívida, em face de apenas
um devedor.
O outro devedor, que não integrou a lide originária, pode:
a) oferecer o incidente de desconsideração da personalidade jurídica inversa do réu, para que
os bens de eventual sociedade sejam trazidos ao processo;
b) peticionar nos autos, requerendo seu ingresso como assistente simples, uma vez que é juri-
dicamente interessado;
c) peticionar nos autos, requerendo seu ingresso como réu, formando um litisconsórcio passi-
vo superveniente;
d) ser denunciado à lide pelo autor ou pelo réu originário, formando um litisconsórcio ativo ou
passivo, respectivamente;
e) ser chamado ao processo pelo réu originário, formando um litisconsórcio passivo ulterior.

A questão explorou diretamente a regra do art. 130, inciso III, que permite o chamamento ao
processo de devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o pagamento da
dívida comum. Ademais, o art. 131 deixa claro que a pessoa chamada ao processo pelo réu
será sua litisconsorte. Por ser um litisconsórcio formado ao longo do processo, diz-se que o
litisconsórcio é posterior (ou “ulterior”), conforme a classificação exibida em aula.
Letra e.

026. (2018/FGV/TJ-SC/ANALISTA JURÍDICO) No que concerne à denunciação da lide, é corre-


to afirmar que:
a) é modalidade voluntária de intervenção de terceiros;
b) pode ser provocada pela iniciativa do réu, mas não pela do autor;
c) visa a corrigir o vício de ilegitimidade ad causam no polo passivo da lide;
d) se o denunciante for vitorioso na demanda principal, a sua ação de denunciação não terá o
mérito apreciado pelo juiz;
e) pode haver várias denunciações num processo, para ensejar a pacificação de todas as rela-
ções jurídicas controvertidas.

a) Errada. A denunciação da lide é modalidade forçada de intervenção de terceiros, porque o


denunciado não entra no processo por sua vontade, mas por iniciativa de outrem.
b) Errada. Autor e réu podem promover denunciação da lide: o autor na petição inicial e o réu
na contestação (art. 126 do CPC).

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c) Errada. Tal finalidade nada tem a ver com a denunciação da lide, que, na verdade, se destina
a garantir o direito de regresso, se necessário.
d) Certa. É a regra do art. 129, parágrafo único, CPC.
e) Errada. Somente pode haver duas denunciações: a do primeiro denunciado e, por parte des-
te, uma denunciação sucessiva. A partir do denunciado sucessivo, eventuais direitos de regres-
so devem ser exercidos em outras ações (art. 125, § 2º, CPC).
Letra d.

027. (2018/FGV/TJ-AL/ANALISTA JUDICIÁRIO/OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR) A modalida-


de de intervenção por meio da qual o terceiro, devedor solidário de uma obrigação, se integra
ao processo por iniciativa do réu que tenha sido demandado pelo credor para pagar a dívi-
da comum, é:
a) denunciação da lide;
b) assistência simples;
c) assistência litisconsorcial;
d) amicus curiae;
e) chamamento ao processo.

IO chamamento ao processo somente pode ser promovido pelo réu (polo passivo), conforme
o art. 130, caput, CPC. As demais alternativas apresentam formas de intervenção de terceiros
que nem sempre são requeridas pelo réu.
Letra e.

028. (2017/FGV/TRT-12ª REGIÃO/SC/ANALISTA JUDICIÁRIO/OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIA-


DOR FEDERAL) O juiz de Direito da 29ª Vara Empresarial de determinada cidade encontra-se
com um caso que possui grande repercussão social. Em razão disso, uma entidade especia-
lizada no tema que será apreciado peticiona nos autos, em junho de 2017, requerendo a sua
intervenção no feito como amicus curiae.
Diante do que dispõe o CPC, é correto afirmar que:
a) é impossível a pretensão deduzida porque a figura do amicus curiae existe apenas para as
causas que tramitam no STF;
b) se o juiz não aceitar a participação da entidade como amicus curiae, ela poderá recorrer
dessa decisão interlocutória;
c) é viável a admissão de amicus curiae em 1º grau de jurisdição, desde que aceito pelo juiz
em decisão irrecorrível;
d) amicus curiae só existe para as causas que estejam nos Tribunais, ou seja, do 2º grau
em diante;

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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
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e) caso a entidade seja aceita como amicus curiae, ela poderá no futuro recorrer da sentença
e decisões posteriores.

a) Errada. O amicus curiae pode figurar em qualquer tempo e grau de jurisdição, desde o pri-
meiro grau até o STF.
b) Errada. A decisão que aceita ou rejeita o amicus curiae é irrecorrível, conforme o art.
138 do CPC.
c) Certa. O amicus curiae pode figurar em qualquer tempo e grau de jurisdição, desde o primei-
ro grau até o STF, e a decisão que aceita ou rejeita o amicus curiae é irrecorrível, conforme o
art. 138 do CPC.
d) Errada. Vide comentário à letra “a”.
e) Errada. Como regra geral, o amicus curiae não tem direito a recorrer, salvo no caso de embar-
gos de declaração ou recurso contra a decisão que julga o incidente de resolução de demandas
repetitivas, em defesa de seu interesse institucional, conforme §§ 1º e 3º do art. 139 do CPC.
Letra c.

029. (2018/FGV/TJ-SC/OFICIAL DA INFÂNCIA E JUVENTUDE) Tendo apurado que uma criança


de 5 anos de idade vem sendo vítima de crimes sexuais reiteradamente praticados pelo pai, e
que, por sua vez, a mãe havia abandonado o lar, o Ministério Público ajuizou ação de perda do
poder familiar em face de ambos os genitores.
Nesse caso, está-se diante de um litisconsórcio:
a) ativo, necessário e unitário;
b) ativo, facultativo e unitário;
c) passivo, facultativo e unitário;
d) passivo, necessário e simples;
e) passivo, facultativo e simples.

O litisconsórcio é passivo por se concentrar no polo passivo, dos réus. É simples porque o
parâmetro da perda do poder familiar pode ser um para o pai e outro para a mãe, não neces-
sariamente igual para ambos. O mais complexo nesta questão é verificar se é facultativo ou
necessário. Trata-se de litisconsórcio facultativo, porque, embora ambos os genitores tenham
cometido atos que justifiquem a perda do poder familiar, o Ministério Público poderia, se assim
quisesse, ajuizar ações diferentes. O MP resolveu ajuizar uma única ação, com litisconsórcio
passivo, porque as duas causas são conexas (art. 113, II, CPC). Afinal de contas, o poder fami-
liar é tido por cada um dos genitores, sendo possível que um deles o perca e outro o mantenha.
Letra d.

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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
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030. (2018/FGV/TJ-AL/ANALISTA JUDICIÁRIO/OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR) O Ministério


Público ajuizou ação de anulação do casamento em face dos irmãos João e Maria. João co-
nhecia o referido impedimento, pois sabia que Maria era sua irmã. Todavia, esta desconhecia
completamente o grau de parentesco entre eles.
Nesse sentido, a ação deverá ser proposta:
a) em litisconsórcio passivo, originário, necessário e simples;
b) em litisconsórcio passivo, eventual, necessário e comum;
c) em litisconsórcio passivo, originário, necessário e unitário;
d) em litisconsórcio passivo, originário, facultativo e unitário;
e) apenas em face de João, eis que somente este estava com má-fé.

É passivo, pois envolve dois réus. É originário, por ter se formado desde o início da ação, já
na petição inicial do MP. É necessário, porque não haveria como uma sentença de anulação
de casamento ser eficaz para um cônjuge não citado. É unitário, porque não é possível decidir
sobre a validade/nulidade do casamento de forma diferente para um dos cônjuges.
Letra c.

031. (2021/FCC/DPE-GO/DEFENSOR PÚBLICO) Fernando é empresário com pessoa jurídica


regularmente constituída como “Fernando Comércio EIRELI”. Todavia, em sua atividade como
pessoa física, acabou por contrair inúmeras dívidas com diversos credores. Ciente de que seu
patrimônio estava em risco, transferiu diversos bens de seu patrimônio particular para sua
empresa, o que viria a inviabilizar eventual execução das dívidas. Aos credores, nessas cir-
cunstâncias,
a) não assiste o direito de alcançar os bens da empresa, em razão do princípio da autonomia
patrimonial da pessoa jurídica em relação à pessoa do sócio.
b) é possível executar indistintamente o patrimônio da empresa ou do empresário, uma vez
que se trata de Empresa Individual, em que não há autonomia entre o patrimônio da empresa
e do empresário individual.
c) somente poderão alcançar os bens da empresa caso demonstrem que a transferência dos
bens se deu mediante fraude contra credores.
d) caberá pedir a desconsideração da personalidade jurídica.
e) caberá pedir a desconsideração inversa da personalidade jurídica.

Como o sujeito executado é pessoa física, e a pretensão dos credores é de executar a pessoa
jurídica à qual o devedor transferiu seus bens, a forma de intervenção de terceiros a ser reque-
rida é a desconsideração da personalidade jurídica, mas na modalidade inversa (art. 133, § 2º,

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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
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CPC). Afinal, na modalidade comum (direta), o IDPJ direciona-se a atingir o patrimônio dos só-
cios da pessoa jurídica, e, no caso em análise, a pretensão dos credores é no sentido contrário.
Letra e.

032. (2021/IDIB/CÂMARA DE PLANALTINA-GO/ANALISTA JURÍDICO) De acordo com o Có-


digo de Processo Civil, o litisconsórcio será unitário quando
a) pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir o mérito de modo uniforme para to-
dos os litisconsortes.
b) a sentença seja favorável a todos autores.
c) entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir.
d) pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação
de todos que devam ser litisconsortes.

Dispõe o art. 116 do CPC: “O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação jurí-
dica, o juiz tiver de decidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes”.
Letra a.

033. (2021/FGV/IMBEL/ADVOGADO) Sobre a denunciação da lide, assinale a afirmati-


va correta.
a) A citação do denunciado será requerida até a réplica, se o denunciante for autor, ou na con-
testação, se o denunciante for réu.
b) O direito regressivo não poderá ser exercido por ação autônoma quando a denunciação da
lide for indeferida, deixar de ser promovida ou não for permitida.
c) São admitidas duas denunciações sucessivas, promovidas pelos denunciados sucessiva-
mente, contra seus antecessores imediatos na cadeia dominial ou quem seja responsável por
indenizá-lo.
d) Feita a denunciação pelo autor, o denunciado assumirá a posição de assistente simples do
denunciante e poderá acrescentar novos argumentos à petição inicial, procedendo-se em se-
guida à citação do réu.
e) Se o denunciante for vencedor na ação principal, a ação de denunciação não terá o seu
pedido examinado, sem prejuízo da condenação do denunciante ao pagamento das verbas de
sucumbência em favor do denunciado.

a) Errada. A citação do denunciado será requerida na petição inicial, se o denunciante for autor,
ou na contestação, se o denunciante for réu, devendo ser realizada na forma e nos prazos pre-
vistos no art. 131 (art. 126 do CPC).

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Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
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b) Errada. O direito regressivo será exercido por ação autônoma quando a denunciação da lide
for indeferida, deixar de ser promovida ou não for permitida (art. 125, § 1º).
c) Errada. Admite-se uma única denunciação sucessiva, promovida pelo denunciado, contra
seu antecessor imediato na cadeia dominial ou quem seja responsável por indenizá-lo, não po-
dendo o denunciado sucessivo promover nova denunciação, hipótese em que eventual direito
de regresso será exercido por ação autônoma (art. 125, § 2º).
d) Errada. Feita a denunciação pelo autor, o denunciado poderá assumir a posição de litiscon-
sorte do denunciante e acrescentar novos argumentos à petição inicial, procedendo-se em
seguida à citação do réu (art. 127).
e) Certa. Trata-se da regra literal do art. 129, parágrafo único, do CPC.
Letra e.

034. (2021/IDIB/CRF-MS/AUXILIAR TÉCNICO DE ASSESSORIA JURÍDICA) Sobre o amicus


curiae, assinale a alternativa incorreta:
a) O amicus curiae não pode ser pessoa jurídica.
b) Caberá́ ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a intervenção, definir os po-
deres do amicus curiae.
c) O amicus curiae não é considerado litisconsorte necessário.
d) O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de demandas
repetitivas.

a) Certa. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta afronta o disposto no art. 138, caput,
que permite a atuação, na condição de amicus curiae, de “pessoa natural ou jurídica, órgão ou
entidade especializada”.
b) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em total conformidade
com o disposto no art. 138, § 2º, do CPC.
c) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta é errada por contrariar a função
essencial do amicus curiae, que não é de tomar parte no litígio, mas apenas de munir o órgão
jurisdicional de informações sobre o tema.
d) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em total conformidade
com o disposto no art. 138, § 3º, do CPC.
Letra a.

035. (2021/FGV/DPE-RJ/RESIDÊNCIA JURÍDICA) Quanto às modalidades de intervenção de


terceiro, assinale a opção INCORRETA:
a) A assistência simples não obsta a que a parte principal reconheça a procedência do pedi-
do, desista da ação, renuncie ao direito sobre o que se funda a ação ou transija sobre direitos
controvertidos.

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b) O assistente litisconsorcial, por possuir relação jurídica acessória ao seu assistido, não lhe
é permitido recorrer da sentença sem que a parte a quem assiste o tenha feito.
c) O juiz ou relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema objeto da
demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício
ou a requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se, admitir a participação de
pessoa natural ou jurídica, na condição de amicus curiae, no prazo de 15 (quinze) dias de sua
intimação.
d) O Código de Processo Civil admite, como modalidade de intervenção de terceiros, o cha-
mamento ao processo requerido pelo réu, do afiançado, na ação em que o fiador for réu; dos
demais fiadores quando proposta a ação em face de um deles; ou dos demais devedores soli-
dários, quando o credor exigir de um ou de alguns o pagamento da dívida comum.
e) A denunciação da lide pode ser promovida tanto pelo autor como pelo réu, devendo a cita-
ção do denunciado ser requerida, se feita pelo autor, na petição inicial ou, se realizada pelo réu,
na contestação.

a) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em total conformidade
com o disposto no art. 122 do CPC.
b) Certa. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta afronta o disposto no art. 121, que
assegura ao assistente o direito aos mesmos poderes do assistido – inclusive de interpor
recurso. Tal dispositivo, naturalmente, estende-se à assistência litisconsorcial, uma vez que a
única diferença entre a assistência simples e a litisconsorcial é a de que, na última, a sentença
pode influir na relação jurídica entre o assistente e o adversário do assistido.
c) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em total conformidade
com o disposto no art. 138 do CPC.
d) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em total conformidade
com o disposto no art. 130, incisos I a III, do CPC.
e) Errada. A questão pede pela alternativa incorreta, e esta encontra-se em total conformidade
com o disposto no art. 126 do CPC.
Letra b.

036. (2021/CESPE/TC-DF/PROCURADOR) Acerca de lei processual no tempo, litisconsórcio,


Ministério Público e comunicação dos atos processuais, julgue o item a seguir.
O juiz poderá limitar o número excessivo de litisconsortes facultativos em sede de cumprimen-
to de sentença que imponha obrigação de pagar quantia certa pela fazenda pública caso ele
verifique que a quantidade de exequentes pode dificultar o cumprimento da obrigação prevista
no respectivo título judicial.

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Dispõe o art. 113, § 1º, do CPC: “O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao
número de litigantes na fase de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução,
quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento
da sentença”.
Certo.

037. (2021/CESPE/TCE-RJ/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/ESPECIALIDADE DIREI-


TO) À luz das regras do direito processual civil acerca dos atos processuais, dos elementos da
ação, da intervenção de terceiros e do procedimento comum, julgue o item a seguir.
O assistente litisconsorcial é aquele que possui interesse jurídico em ingressar no feito, en-
quanto o interesse que legitima a participação do assistente simples é meramente econômico.

Na verdade, tanto na assistência simples como na litisconsorcial o assistente deve ter interes-
se jurídico. A diferença entre ambos é a de que, na assistência litisconsorcial, a sentença pode
influir na relação jurídica entre o assistente e o adversário do assistido (art. 124).
Errado.

038. (2020/VUNESP/CÂMARA MUNICIPAL DE PINDORAMA-SP/PROCURADOR JURÍDICO)


De acordo com a configuração atribuída pelo Código de Processo Civil ao instituto da denun-
ciação da lide, é correto afirmar sobre tal modalidade de intervenção de terceiros que
a) é admissível, requerida pelo réu, dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de
um ou de alguns o pagamento da dívida comum.
b) é vedada mais que uma denunciação sucessiva, ficando preservado ao denunciado suces-
sivo direito de regresso a ser exercido por ação autônoma.
c) é causa de extinção da denunciação da lide sem resolução de mérito a hipótese de o denun-
ciante ser vencido, pois a lide secundária não terá seu pedido examinado.
d) é vedado, uma vez feita a denunciação pelo autor, que o denunciado assuma a posição de
litisconsorte do denunciante.
e) é obrigatória, sendo que, se a parte interessada não a promover na forma e prazo legais,
perderá seu direito regressivo.

a) Errada. Tal hipótese é de chamamento ao processo (art. 130, III, CPC).


b) Certa. Trata-se da regra do art. 125, § 2º, do CPC.
c) Errada. Se o denunciante for vencedor, a ação de denunciação não terá o seu pedido exami-
nado, sem prejuízo da condenação do denunciante ao pagamento das verbas de sucumbência
em favor do denunciado (art. 129, parágrafo único, CPC). O fenômeno jurídico não será de ex-

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tinção sem resolução do mérito, pois o art. 485 do CPC não prevê que a ausência de exame da
denunciação da lide seja causa de tal tipo de extinção.
d) Errada. Feita a denunciação pelo autor, o denunciado poderá assumir a posição de litiscon-
sorte do denunciante e acrescentar novos argumentos à petição inicial, procedendo-se em
seguida à citação do réu (art. 127 do CPC).
e) Errada. O direito regressivo será exercido por ação autônoma quando a denunciação da lide
for indeferida, deixar de ser promovida ou não for permitida (art. 125, § 1º, CPC).
Letra b.

039. (2020/VUNESP/AVAREPREV-SP/PROCURADOR JURÍDICO) Acerca do disposto no Có-


digo de Processo Civil sobre a desconsideração da personalidade jurídica, assinale a alterna-
tiva correta.
a) O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte,
Ministério Público ou de ofício pelo juiz.
b) A instauração do incidente de desconsideração da personalidade jurídica interromperá o
processo, salvo na hipótese em que ele for requerido na petição inicial.
c) Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e reque-
rer as provas cabíveis no prazo de 5 (cinco) dias.
d) Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por sentença de mérito.
e) Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em fraude
de execução, será ineficaz em relação ao requerente.

a) Errada. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido


da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo (art. 133). Não pode,
portanto, ser instaurado de ofício pelo juiz.
b) Errada. A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do § 2º (art.
134, § 3º).
c) Errada. O prazo é de 15 dias (art. 135 do CPC).
d) Errada. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisão interlo-
cutória (art. 136, caput).
e) Certa. Trata-se da regra literal do art. 137 do CPC.
Letra e.

040. (2020/IBFC/TRE-PA/ANALISTA JUDICIÁRIO/JUDICIÁRIA) A intervenção de terceiros


consiste em permissão legal para que um sujeito alheio à relação jurídica processual originária
ingresse em processo já em andamento, transformando-se em parte. Com relação ao tema,
analise as afirmativas abaixo e dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F):
I – ( ) A decisão do juiz ou relator sobre o ingresso de ³amicus curiae´ é irrecorrível.

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II – ( ) O incidente de desconsideração da personalidade jurídica, enquanto modalidade de


intervenção de terceiros, não se aplica ao processo de competência dos juizados especiais,
dada a existência de vedação legal expressa.
III – ( ) No chamamento ao processo, a citação daqueles que devam figurar em litisconsórcio
passivo será requerida pelo réu na contestação e deve ser promovida no prazo de 30 (trinta)
dias, sob pena de extinção do feito.
IV – ( ) Demonstrado o desvio de finalidade ou a confusão patrimonial, será acolhido o pedido
de desconsideração da personalidade jurídica para tornar ineficaz a alienação ou a oneração
de bens, havida em fraude de execução, em relação a todos os possíveis credores prejudica-
dos, ainda que não tenham intervindo nos autos.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.
a) V, V, V, V
b) V, F, F, V
c) V, F, F, F
d) F, F, F, F

I – Certo. Veja que a banca não levou em conta o entendimento do Informativo n. 985 do STF,
que ainda não existia à época, e se embasou unicamente no Informativo n. 920.
II – Errado. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica aplica-se ao processo de
competência dos juizados especiais (art. 1.062 do CPC).
III – Errado. A citação daqueles que devam figurar em litisconsórcio passivo será requerida
pelo réu na contestação e deve ser promovida no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de ficar
sem efeito o chamamento (art. 131 do CPC).
IV – Errado. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida
em fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente (art. 137).
Letra c.

041. (2020/VUNESP/EBSERH/ADVOGADO) No que diz respeito ao tema litisconsórcio, assi-


nale a alternativa correta.
a) O litisconsórcio será necessário quando, pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de de-
cidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes.
b) Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz determinará ao autor que requeira a
citação de todos que devam ser litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena de sus-
pensão do processo.
c) Os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte adversa, como litigan-
tes distintos, exceto no litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as omissões de um não
beneficiarão os outros, mas os poderão prejudicar.

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d) O litisconsórcio será unitário por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação
jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser
litisconsortes.
e) A sentença de mérito, quando proferida sem a integração do contraditório, será nula se a
decisão deveria ser uniforme em relação a todos que deveriam ter integrado o processo.

a) Errada. Tal qualificação é do litisconsórcio unitário (art. 116 do CPC).


b) Errada. Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz determinará ao autor que re-
queira a citação de todos que devam ser litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena
de extinção do processo (art. 115, parágrafo único, CPC).
c) Errada. Os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte adversa, como
litigantes distintos, exceto no litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as omissões de um
não prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar (art. 117 do CPC).
d) Errada. Tal qualificação é do litisconsórcio necessário (art. 114 do CPC).
e) Certa. Trata-se da regra literal do art. 115, inciso I, do CPC.
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Professor de cursos preparatórios para concursos públicos. Analista Judiciário do Tribunal Superior do
Trabalho (Gabinete de Ministro).
Outras convocações: Técnico Judiciário do TRT-SC (7° lugar) e Analista Judiciário do TRF da 3ª Região.
Aprovado em 8° lugar para Analista Judiciário do TRT-MS.

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