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DIREITO

PROCESSUAL
CIVIL
Auxiliares da Justiça

Livro Eletrônico
 

Direito Processual Civil


Auxiliares da Justiça
Gustavo Deitos

Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................3
Auxiliares da Justiça.. .....................................................................................................................................................5
1. Escrivão, Chefe de Secretaria e Oficial de Justiça. ....................................................................................5
2. Perito................................................................................................................................................................................12
3. Depositário e Administrador.. .............................................................................................................................14
4. Intérprete e Tradutor.. .............................................................................................................................................16
5. Conciliadores e Mediadores................................................................................................................................18
Questões de Concurso................................................................................................................................................30
Gabarito...............................................................................................................................................................................37
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................38

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Direito Processual Civil


Auxiliares da Justiça
Gustavo Deitos

Apresentação
Olá, querido(a) aluno(a) do Gran Cursos Online!
Espero encontrá-lo muito bem! Neste curso, apresento-lhe várias aulas autossuficientes
de Direito Processual Civil, com o objetivo de lhe disponibilizar, de forma prática e completa,
o substrato de conteúdo necessário para ter o melhor desempenho possível na prova.
Esta aula, assim como as demais aulas em PDF, foi elaborada de modo que você possa
tê-la como fonte autossuficiente de estudo, isto é, como um material de estudo completo e
capaz de possibilitar um aprendizado tão integral quanto outros meios de estudo.
A preferência por aulas em PDF e/ou vídeos pertence a cada aluno, que, individualmen-
te, avalia suas facilidades e necessidades, a fim de encontrar seus meios de estudo ideais.
Dessa forma, o aluno pode optar pelo estudo com aulas em PDF e vídeos, ou somente com
um ou outro meio.
Aqueles que preferem estudar somente com materiais em PDF terão o privilégio de contar
com as aulas em PDF autossuficientes do nosso curso, a exemplo desta aula. De qualquer
forma, nada impede que as aulas em PDF sejam utilizadas como fonte de estudos de forma
aliada com as aulas em vídeo do Gran Cursos Online. Tudo depende, unicamente, da prefe-
rência de cada aluno.
Nesta aula, estudaremos especialmente os seguintes tópicos de Direito Processual Civil:
Auxiliares da Justiça.
A aula é acompanhada de exercícios selecionados e reunidos de modo a abranger todos
os pontos importantes da aula, a fim de que seu conhecimento seja ainda mais solidificado.
O número de exercícios é determinado de acordo com dois parâmetros: complexidade do
conteúdo e número de questões de concursos existentes. Por resultado, o número de exer-
cícios disponibilizados é determinado de modo que seu conhecimento sobre os temas seja
efetivamente testado e fixado, mas sem que haja uma repetição obsoleta.
Nosso curso possibilita a avaliação de cada aula em PDF de forma fácil e rápida. Consi-
dero o resultado das avaliações extremamente importante para a continuidade da produção
e edição de aulas, como fonte fidedigna e transparente de informações quanto à qualidade
do material.
Peço-lhe que, por favor, fique à vontade para avaliar as aulas do curso, demonstrando seu
grau de satisfação relativamente aos materiais. Seu feedback é importantíssimo para nós. Se
houver algum problema com a visualização de mapas mentais (fonte, cor etc.), o problema
possivelmente terá surgido em alguma fase da edição, pelo que o professor não responde.
Neste caso, você pode entrar em contato com a central de atendimento responsável.
Cordialmente, torço para que a presente aula que seja de profunda valia para você e sua
prova, uma vez que foi elaborada com muita atenção, zelo e consideração ao seu esforço,
que, para nós, é sagrado.

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Caso fique com alguma dúvida após a leitura da aula, por favor, envie-a a mim por meio do
Fórum de Dúvidas, e eu, pessoalmente, a responderei o mais rápido possível. Será um grande
prazer verificar sua dúvida com atenção, zelo e profundidade, e com o grande respeito que
você merece.
Bons estudos!
Seja imparável!

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Auxiliares da Justiça
Gustavo Deitos

AUXILIARES DA JUSTIÇA
Quando pensamos nos sujeitos processuais, normalmente lembrados do juiz, dos advo-
gados, das partes e do Ministério Público, concorda? Pois bem. Para a realização plena das
atividades judiciárias, não são apenas esses que ganham relevância.
Para o célere e correto andamento do processo, é imprescindível a atuação de vários
outros sujeitos, que são classificados como auxiliares da justiça.

Afinal de contas, quem são eles?

Os auxiliares da justiça são todos os sujeitos, serventuários do Estado ou não, que têm
atribuições predefinidas relacionadas a atos processuais, podendo essas atribuições consis-
tirem na prática autêntica do ato (Ex.: o perito realizando a perícia) ou em atividades-meio do
ato (Ex.: o escrivão quando mantém os autos dos processos sob sua guarda).
O art. 149 do CPC trata de mostrar quais são os “papeis” exercidos pelos auxiliares da
justiça, nos seguintes termos:

Art. 149. São auxiliares da Justiça, além de outros cujas atribuições sejam determinadas pelas
normas de organização judiciária, o escrivão, o chefe de secretaria, o oficial de justiça, o perito, o
depositário, o administrador, o intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o partidor,
o distribuidor, o contabilista e o regulador de avarias.

Obs.: O rol do art. 149, citado acima, é meramente exemplificativo, pois não exclui a confi-
guração de outros sujeitos como auxiliares da justiça, como os estagiários exercentes
de funções jurídicas.
O motivo pelo qual o CPC trata de elencar num rol aberto os principais auxiliares da justiça
é a necessidade do legislador de definir, pelo menos, uma base das atribuições de cada um
deles. Portanto, a grande importância desse rol não está nele mesmo, mas, sim, no conjunto
de atribuições legalmente conferidas a cada auxiliar.
Portanto, nesta aula, estudaremos as atribuições dos auxiliares da justiça e aspectos
reflexos expressamente constantes do CPC e explorados em provas.

1. Escrivão, Chefe de Secretaria e Oficial de Justiça


Dentre os servidores da unidade judiciária, um deles é nomeado pelo juiz para ser o Chefe
de Secretaria. Este servidor específico terá poder hierárquico e disciplinar sobre os demais,
além das demais atribuições legais e regulamentares do cargo. O Chefe de Secretaria tam-
bém pode ser denominado Escrivão. O CPC tratou de manter as duas nomenclaturas, mas,
atualmente, o nome “Chefe de Secretaria” é mais utilizado.

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Obs.: Embora alguns órgãos possuam o cargo nominal de “Escrivão”, o CPC considera o
“escrivão” como um conjunto de atribuições de chefia, que é identificada por uma
função gratificada ou por um cargo em comissão ocupado por um dos tradicionais
Técnicos e Analistas.
Já os Oficiais de Justiça são os servidores encarregados de cumprir as decisões judiciais
que exijam atividade externa: citação de pessoas, prisões, penhoras, arrestos, avaliações,
conduções coercitivas, dentre outras. O oficial de justiça é o tradicional longa manus do juiz
(executor de ordens judiciais), que dá efetividade às determinações judiciais no mundo exterior.
Agora, vamos às regras legais aplicáveis ao escrivão/chefe de secretaria e aos oficiais de justiça:

Seção I
Do Escrivão, do Chefe de Secretaria e do Oficial de Justiça

Art. 150. Em cada juízo haverá um ou mais ofícios de justiça, cujas atribuições serão determinadas
pelas normas de organização judiciária.
Art. 151. Em cada comarca, seção ou subseção judiciária haverá, no mínimo, tantos oficiais de
justiça quantos sejam os juízos.

Eis a primeira regra importante: para cada juízo (Ex.: 1ª Vara, 2ª Vara), deve haver, no mí-
nimo, UM Oficial de Justiça. Para que a atividade seja sempre mais célere e praticável, são
necessários dois ou mais oficiais. A lei exige, no mínimo, um, e é isto que a prova poderá cobrar.

Art. 152. Incumbe ao escrivão ou ao chefe de secretaria:


I – redigir, na forma legal, os ofícios, os mandados, as cartas precatórias e os demais atos que
pertençam ao seu ofício;

Atribuições executivas relacionadas a ofícios, mandados, cartas precatórias e atos pro-


cessuais em geral, embora sejam legalmente incumbidas ao Chefe de Secretaria, são normal-
mente delegadas a vários outros servidores, tanto pelo próprio Chefe de Secretaria quanto
por normas regulamentares dos tribunais.

II – efetivar as ordens judiciais, realizar citações e intimações, bem como praticar todos os demais
atos que lhe forem atribuídos pelas normas de organização judiciária;

As “citações e intimações”, no caso do escrivão ou chefe de secretaria, são aquelas realizadas


na unidade judiciária ou aquelas enviadas por carta com aviso de recebimento.
As citações e intimações realizadas de forma pessoal, externamente, são realizadas pelos
Oficiais de Justiça (art. 154, I, CPC).

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Igualmente, a “efetivação das normas judiciais”, exercida pelo Chefe de Secretaria, deve ser
interpretada como a efetivação realizada dentro da própria unidade (internamente), mediante
prática de atos e movimentações no sistema dos processos eletrônicos ou na atuação com
processos físicos.
Efetivações externas, por sua vez, incumbem aos Oficiais de Justiça.

III – comparecer às audiências ou, não podendo fazê-lo, designar servidor para substituí-lo;

Normalmente, quem representa o escrivão nas audiências é o próprio Secretário de Au-


diências, que é um dos servidores da unidade designado para essa função específica.

IV – manter sob sua guarda e responsabilidade os autos, não permitindo que saiam do cartório,
exceto:
a) quando tenham de seguir à conclusão do juiz;
b) com vista a procurador, à Defensoria Pública, ao Ministério Público ou à Fazenda Pública;
c) quando devam ser remetidos ao contabilista ou ao partidor;
d) quando forem remetidos a outro juízo em razão da modificação da competência;

A responsabilidade funcional pela preservação e manutenção de autos, quando físicos, é


do Chefe de Secretaria/Escrivão. A retirada dos autos dos cuidados pessoais deste auxiliar
somente será autorizada nas hipóteses legais (carga, remessa a outro órgão, remessa ao
juiz, vista ao MP etc.).

V – fornecer certidão de qualquer ato ou termo do processo, independentemente de despacho,


observadas as disposições referentes ao segredo de justiça;

O Escrivão ou Chefe de Secretaria detém autonomia para fornecer quaisquer certidões


sobre atos ou termos do processo, independentemente de despacho do juiz.
A única limitação a esta autonomia é a determinação de segredo de justiça. Quando a
causa tramitar sob segredo de justiça, a confecção de certidões sobre os atos processuais
dependerá da observância dos §§ 1º e 2º do art. 189 do CPC:

§ 1º O direito de consultar os autos de processo que tramite em segredo de justiça e de pedir


certidões de seus atos é restrito às partes e aos seus procuradores.
§ 2º O terceiro que demonstrar interesse jurídico pode requerer ao juiz certidão do dispositivo da
sentença, bem como de inventário e de partilha resultantes de divórcio ou separação.

Em segredo de justiça, concedem-se certidões somente às partes e aos seus procurado-


res. Os terceiros juridicamente interessados poderão receber certidões da parte dispositiva
da sentença, se o juiz autorizar.

VI – praticar, de ofício, os atos meramente ordinatórios.

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Atos meramente ordinatórios são aqueles destinados à movimentação processual, que


não dependam de tomada de decisão judicial.

Exemplo: Cadastro de prazos em processo eletrônico; cadastro de perito em determinado processo.

DICA!
Quando o ato for evidentemente interno (como “praticar atos
ordinatórios”), a competência, muito provavelmente, será do
Escrivão ou Chefe de Secretaria.

§ 1º O juiz titular editará ato a fim de regulamentar a atribuição prevista no inciso VI.

O Juiz Titular de cada unidade judiciária tem o poder normativo de criar portarias e regu-
lamentos internos, de modo a limitar, condicionar e formalizar os procedimentos ordinatórios
(de movimentação e organização processual).

§ 2º No impedimento do escrivão ou chefe de secretaria, o juiz convocará substituto e, não o ha-


vendo, nomeará pessoa idônea para o ato.

As causas de impedimento aplicáveis aos juízes aplicam-se, também, aos auxiliares da


justiça, conforme o art. 148, inciso II do CPC.
Logo, havendo impedimento do Chefe de Secretaria, o juiz nomeará outro servidor para
substituí-lo em determinado ato, ou por determinado período, se necessário.

Obs.: As alegações de impedimento ou suspeição de auxiliares da justiça NÃO suspendem


o processo.

Art. 153. O escrivão ou o chefe de secretaria atenderá, preferencialmente, à ordem cronológica


de recebimento para publicação e efetivação dos pronunciamentos judiciais. (Redação dada pela
Lei n. 13.256, de 2016)

Explico-lhe.
Depois que o juiz assine os despachos e as demais decisões minutadas por ele ou pelos
servidores, o processo é destinado ao Escrivão ou Chefe de Secretaria, para o cumprimento
do conteúdo da decisão.
Neste caso, o servidor deve, preferencialmente, observar a ordem cronológica de entrada
dos processos em sua lista de responsabilidades (ordem de chegada).

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O PULO DO GATO
A observância da ordem cronológica passou a ser apenas preferencial após a alteração pela
Lei n. 13.256/2016, e não “obrigatória”. Logo, a regra da ordem cronológica foi, de certa forma,
“esvaziada” no mundo prático.

§ 1º A lista de processos recebidos deverá ser disponibilizada, de forma permanente, para consulta
pública.
§ 2º Estão excluídos da regra do caput:
I – os atos urgentes, assim reconhecidos pelo juiz no pronunciamento judicial a ser efetivado;
II – as preferências legais.

É claro que atos considerados urgentes, por motivos justificados e aceitos pelo juiz, po-
dem “furar a fila” e ser praticados antes daqueles que chegaram primeiro na lista de tarefas
do servidor.
Ademais, quando a lei estabelecer alguma preferência à tramitação de uma classe de
jurisdicionados, a ordem poderá, igualmente, ser flexibilizada.

Exemplo: Idosos, pessoas com doença grave e vítima de violência doméstica e familiar têm
prioridade de tramitação processual (art. 1.048 do CPC).

A tramitação prioritária dos processos que tenham como parte a vítima de violência doméstica
e familiar é uma novidade legislativa, incluída pela Lei n. 13.894/2019. Fique atento, a banca
explorará esta nova regra!

§ 3º Após elaboração de lista própria, respeitar-se-ão a ordem cronológica de recebimento entre


os atos urgentes e as preferências legais.

Os atos urgentes e as preferências legais devem integrar uma lista preferencial própria,
separada dos outros processos. Logo, será preferencialmente observada a ordem cronológica,
também, entre os processos que envolvam atos urgentes ou tramitação prioritária.

§ 4º A parte que se considerar preterida na ordem cronológica poderá reclamar, nos próprios
autos, ao juiz do processo, que requisitará informações ao servidor, a serem prestadas no prazo
de 2 (dois) dias.
§ 5º Constatada a preterição, o juiz determinará o imediato cumprimento do ato e a instauração
de processo administrativo disciplinar contra o servidor.

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A lei permite que a parte reclame da preterição de sua posição na lista preferencial, e também
permite ao juiz a instauração de Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra o servidor. To-
davia, o conteúdo destes §§ 4º e 5º está praticamente esvaziado, pois a alteração feita pela Lei n.
13.256/2016 tornou meramente preferencial, e não obrigatória, a observância da ordem cronológica.
Para fins de prova, recomendo-lhe uma atenção maior quanto ao prazo para o servidor
prestar as informações ao juiz do “motivo” pelo qual não respeitou a ordem preferencial: 2 DIAS.

Art. 154. Incumbe ao oficial de justiça:


I – fazer pessoalmente citações, prisões, penhoras, arrestos e demais diligências próprias do seu
ofício, sempre que possível na presença de 2 (duas) testemunhas, certificando no mandado o
ocorrido, com menção ao lugar, ao dia e à hora;

As bancas exploram dois grandes elementos deste inciso I:


1) A possibilidade de o Oficial de Justiça fazer prisões;
2) O número de testemunhas recomendadas para o acompanhamento do ato.

Pode causar estranheza a informação de que um Oficial de Justiça possa realizar prisões,
mas é isto que a banca usa contra os candidatos. De fato, o Oficial de Justiça realiza prisões,
mesmo que venha a ser acompanhado de força policial. Para efeitos processuais, a prisão é
realizada não pela polícia, mas pelo Oficial de Justiça.

Obs.: Por certo, as prisões a que me refiro são as prisões cíveis, quando cabíveis (débito
de prestação alimentícia – art. 528, § 3º, CPC).
No mais, é importante lembrar do número mínimo de testemunhas que será exigido quando
possível: DUAS testemunhas.

II – executar as ordens do juiz a que estiver subordinado;


III – entregar o mandado em cartório após seu cumprimento;
IV – auxiliar o juiz na manutenção da ordem;

A manutenção da ordem, em auxílio ao juiz, é a única incumbência legal do oficial de jus-


tiça que pode ser totalmente realizada o ambiente interno.
É possível que a manutenção da ordem seja realizada em ambiente externo, mas é igual-
mente possível que ela seja realizada em ambiente interno: na unidade judiciária.

V – efetuar avaliações, quando for o caso;


VI – certificar, em mandado, proposta de autocomposição apresentada por qualquer das partes,
na ocasião de realização de ato de comunicação que lhe couber.

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Parágrafo único. Certificada a proposta de autocomposição prevista no inciso VI, o juiz ordenará
a intimação da parte contrária para manifestar-se, no prazo de 5 (cinco) dias, sem prejuízo do an-
damento regular do processo, entendendo-se o silêncio como recusa.

É comum que o Oficial de Justiça se dirija até uma das partes, entregando-lhe intima-
ção de algum ato processual, ou buscando penhorar algum bem, e, na mesma ocasião, a
parte intimada/executada proponha alguma acordo/transação para pôr fim ao processo ou
à execução.
Neste caso, o oficial de justiça deverá certificar a proposta de acordo na certidão de de-
volução do mandado. Em seguida, o juiz determinará que a outra parte seja intimada para se
manifestar em 5 DIAS sobre a proposta de acordo.
Se a parte contrária, intimada, nada manifestar sobre a proposta entender-se-á que ela
a recusou.

O PULO DO GATO
Você pode observar que todas as atribuições do Oficial de Justiça, mesmo que exercíveis in-
ternamente, têm alguma etapa em ambientes externos: avaliação, certificação de proposta de
acordo em mandado, citações, prisões, penhoras, arrestos, devolução de mandado cumprido,
executar ordens do juiz etc.

Art. 155. O escrivão, o chefe de secretaria e o oficial de justiça são responsáveis, civil e regressi-
vamente, quando:
I – sem justo motivo, se recusarem a cumprir no prazo os atos impostos pela lei ou pelo juiz a que
estão subordinados;
II – praticarem ato nulo com dolo ou culpa.

Veja: o servidor, nestas hipóteses, responderá civil e regressivamente pela falha, isto é,
poderá ser condenado a indenizar a parte prejudicada em razão de seu erro.
A responsabilidade é “regressiva” porque, conforme o art. 37, § 6º da Constituição Federal,
será o Estado responsabilizado objetivamente pelo ato de seu servidor que tiver prejudicado
terceiros. Todavia, o Estado poderá cobrar, regressivamente, do servidor o valor correspon-
dente à condenação na esfera cível por perdas e danos.

DICA!
Os atos proibidos e penalizados por responsabilidade civil e
regressiva são:
RECUSA A CUMPRIMENTO (DESOBEDIÊNCIA)
PRATICAR ATO NULO COM DOLO OU CULPA

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2. Perito

Seção II
Do Perito

Art. 156. O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender de conhecimento técnico
ou científico.

O perito é o sujeito processual nomeado pelo juiz para realizar exame, vistoria ou avalia-
ção, que são os três tipos de prova pericial (art. 464 do CPC).
Deve este sujeito, o perito, ter conhecimento técnico ou científico na área científica en-
volvida no exame, na vistoria ou na avaliação.

Exemplo: em caso de perícia médica para examinar a (in)existência de doença, o perito será
um médico especialista na área da doença.
É muito importante, ainda, distinguir o perito do “assistente técnico”.
As partes não indicam os peritos, mas apenas os assistentes técnicos, que desempenharão
o encargo técnico ou científico de modo a defender as pretensões da parte que o contratou. O
assistente técnico também deve ser uma pessoa com conhecimento técnico na área relativa
à matéria objeto da perícia.
Os peritos, por sua vez, são nomeados só e exclusivamente pelo juiz.
O perito do juízo deve ser imparcial. O assistente técnico, no entanto, tem a função de
auxiliar a parte que o contratou, acompanhando a realização da perícia, questionando os
métodos do perito e seus resultados, de modo a poder elaborar parecer técnico que possa,
também, influenciar o convencimento do magistrado.

§ 1º Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados e os órgãos técnicos


ou científicos devidamente inscritos em cadastro mantido pelo tribunal ao qual o juiz está vinculado.
§ 2º Para formação do cadastro, os tribunais devem realizar consulta pública, por meio de divulga-
ção na rede mundial de computadores ou em jornais de grande circulação, além de consulta direta
a universidades, a conselhos de classe, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e à Ordem dos
Advogados do Brasil, para a indicação de profissionais ou de órgãos técnicos interessados.
§ 3º Os tribunais realizarão avaliações e reavaliações periódicas para manutenção do cadastro,
considerando a formação profissional, a atualização do conhecimento e a experiência dos peritos
interessados.

O perito deve ser nomeado dentre aqueles cadastrados no tribunal ao qual o juízo é vin-
culado. Este cadastro é público, sendo formado, inclusive, após consulta pública na internet e
também consulta intermediada pelos órgãos de classes profissionais (contadores, médicos,
engenheiros etc.), por universidades e pelos órgãos públicos (MP, Defensoria Pública etc.).

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O cadastro do tribunal será sempre atualizado, para garantir a habilitação profissional


dos peritos e a manutenção de suas capacidades técnicas, bem como para retirar o nome de
peritos não mais interessados, substituindo-os por outros profissionais.
Conclusão: O perito, além de dever ser da confiança do juiz, deve ter sua habilitação e sua
capacidade atestadas pelo tribunal em cadastro próprio.

Obs.: Conforme o § 5º, logo abaixo transcrito, se não houver cadastro de peritos para a
localidade do juízo, poderá o juiz escolher um perito livremente, dentre aqueles pro-
fissionais locais de sua confiança.

§ 4º Para verificação de eventual impedimento ou motivo de suspeição, nos termos dos arts. 148 e
467, o órgão técnico ou científico nomeado para realização da perícia informará ao juiz os nomes
e os dados de qualificação dos profissionais que participarão da atividade.
§ 5º Na localidade onde não houver inscrito no cadastro disponibilizado pelo tribunal, a nomeação
do perito é de livre escolha pelo juiz e deverá recair sobre profissional ou órgão técnico ou científico
comprovadamente detentor do conhecimento necessário à realização da perícia.

Os peritos, por serem sujeitos imparciais, também podem ser recusados pelas partes por
suspeição ou impedimento, conforme o art. 148, inciso III do CPC.
Para estudarmos este ponto, devemos saber do seguinte: a perícia pode ser incumbida a
uma pessoa natural com conhecimento na área ou, ainda, a um órgão/entidade com notável
especialização na matéria, que designará um ou mais de seus profissionais para o exame, a
vistoria ou a avaliação periciais.
Quando o juiz nomeia diretamente uma pessoa natural com conhecimento técnico ou científico,
a aferição de eventual suspeição ou impedimento é bem mais fácil. Todavia, é possível que o juiz
nomeie não uma pessoa, mas um órgão/entidade com notável competência na matéria do processo.
Se a causa da suspeição ou do impedimento puder ser analisada a partir dos dados pessoais
do perito, e o juiz tiver nomeado um órgão técnico ou científico, e não uma pessoa natural, o
órgão/entidade deverá informar ao juiz todos os dados pessoais necessários para que seja
avaliada a imparcialidade do profissional que executará o encargo atribuído ao órgão/entidade.

Art. 157. O perito tem o dever de cumprir o ofício no prazo que lhe designar o juiz, empregando
toda sua diligência, podendo escusar-se do encargo alegando motivo legítimo.
§ 1º A escusa será apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação, da suspeição
ou do impedimento supervenientes, sob pena de renúncia ao direito a alegá-la.
§ 2º Será organizada lista de peritos na vara ou na secretaria, com disponibilização dos documen-
tos exigidos para habilitação à consulta de interessados, para que a nomeação seja distribuída de
modo equitativo, observadas a capacidade técnica e a área de conhecimento.

Que o perito deve cumprir o encargo dentro do prazo fixado pelo juiz, você provavelmente já
sabia. Agora, analisaremos os requisitos para a escusa do perito, isto é, a rejeição do encargo.

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Sempre que o perito é nomeado pelo juiz, ele é intimado de sua nomeação. Se ele tiver
alguma razão legítima, desde logo, para não realizar a perícia, deverá alegar tal razão em 15
dias, a contar de sua intimação efetiva.
Se o prazo de 15 dias transcorrer sem alegação da escusa, o perito não mais poderá escusar-se
do encargo, salvo motivo de força maior.

Obs.: Se o perito, ao longo do exercício do encargo, vier a se tornar suspeito ou impedido,


o prazo de 15 dias será contado a partir da descoberta da causa de suspeição ou
impedimento (superveniente).
O § 2º esclarece que as nomeações de peritos nos processos deve ocorrer de forma
equitativa, observando-se dois elementos: capacidade técnica e a área de conhecimento.
Portanto, serão atribuídos maiores encargos ao perito com maior capacidade técnica.
Ademais, as perícias serão remetidas preferencialmente ao profissional mais especializado
na área de conhecimento.
Se vários peritos tiverem igual capacidade técnica e igual especialização científica, a dis-
tribuição será proporcional, ressalvadas as causas de impedimento, suspeição ou força maior.

Art. 158. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas responderá pelos prejuízos
que causar à parte e ficará inabilitado para atuar em outras perícias no prazo de 2 (dois) a 5 (cinco)
anos, independentemente das demais sanções previstas em lei, devendo o juiz comunicar o fato
ao respectivo órgão de classe para adoção das medidas que entender cabíveis.

Imagine que, no laudo pericial, o perito prestou informações falsas. Neste caso, o perito
sofrerá as seguintes consequências:
• 1) Responderá civilmente pelas perdas e danos causados à parte prejudicada;
• 2) Ficará inabilitado para atuar em outras perícias no prazo de 2 (dois) a 5 (cinco) anos,
fixado pelo juiz;
• 3) O juiz comunicará o fato ao órgão de classe da profissão do perito, para a tomada de
medidas disciplinares;
• 4) O perito sofrerá outras consequências previstas em leis ou normas regulamentares espe-
cíficas da profissão, criadas pela entidade com competência normativa (CREA, CRM etc.).

3. Depositário e Administrador

Seção III
Do Depositário e do Administrador

Art. 159. A guarda e a conservação de bens penhorados, arrestados, sequestrados ou arrecadados


serão confiadas a depositário ou a administrador, não dispondo a lei de outro modo.
Art. 160. Por seu trabalho o depositário ou o administrador perceberá remuneração que o juiz fixará
levando em conta a situação dos bens, ao tempo do serviço e às dificuldades de sua execução.

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Parágrafo único. O juiz poderá nomear um ou mais prepostos por indicação do depositário ou do
administrador.

Depois que determinados bens são penhorados em processo de execução, ou por qual-
quer razão sequestrados, arrestados ou arrecadados, eles deverão ficar aos cuidados de um
depositário ou administrador.
Será nomeado depositário quando a única providência necessária for a conservação do
estado físico do bem, o chamado “estado de fato” da coisa litigiosa. A necessidade de mera
conservação existirá quando o bem penhorado/sequestrado for simples móvel ou imóvel.
Por outro lado, será nomeado administrador quando a conservação do bem envolver
atividades de gestão e administração. Cito como exemplo a penhora de empresas e estabe-
lecimentos empresariais (art. 862 do CPC)
Como regra geral, o depositário ou o administrador dos bens penhorados é previsto ex-
pressamente no CPC. Cito como exemplo o art. 840 do CPC:

Art. 840. Serão preferencialmente depositados:


I – as quantias em dinheiro, os papéis de crédito e as pedras e os metais preciosos, no Banco do
Brasil, na Caixa Econômica Federal ou em banco do qual o Estado ou o Distrito Federal possua
mais da metade do capital social integralizado, ou, na falta desses estabelecimentos, em qualquer
instituição de crédito designada pelo juiz;
II – os móveis, os semoventes, os imóveis urbanos e os direitos aquisitivos sobre imóveis urbanos,
em poder do depositário judicial;
III – os imóveis rurais, os direitos aquisitivos sobre imóveis rurais, as máquinas, os utensílios e os ins-
trumentos necessários ou úteis à atividade agrícola, mediante caução idônea, em poder do executado.

Veja: às vezes, o depositário é especificado em lei; às vezes, o depositário pode ser o


próprio executado, proprietário do bem penhorado.

Obs.: O depositário judicial pode ser um cidadão, nomeado pelo juiz, com a incumbência
de conservar os bens penhorados, até que eles sejam alienados, adjudicados ou, até
mesmo, devolvidos ao executado em razão do pagamento da dívida.
O CPC, ao tratar do depósito de bens gerenciáveis (que exigem um administrador), utiliza
a expressão “depositário-administrador”. Dou-lhe um exemplo:

Art. 863. A penhora de empresa que funcione mediante concessão ou autorização far-se-á, con-
forme o valor do crédito, sobre a renda, sobre determinados bens ou sobre todo o patrimônio, e o
juiz nomeará como depositário, de preferência, um de seus diretores.
§ 1º Quando a penhora recair sobre a renda ou sobre determinados bens, o administrador-deposi-
tário apresentará a forma de administração e o esquema de pagamento, observando-se, quanto ao
mais, o disposto em relação ao regime de penhora de frutos e rendimentos de coisa móvel e imóvel.

Agora, abordaremos as questões de responsabilidade do depositário ou administrador.

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Art. 161. O depositário ou o administrador responde pelos prejuízos que, por dolo ou culpa, causar à
parte, perdendo a remuneração que lhe foi arbitrada, mas tem o direito a haver o que legitimamente
despendeu no exercício do encargo.
Parágrafo único. O depositário infiel responde civilmente pelos prejuízos causados, sem prejuízo
de sua responsabilidade penal e da imposição de sanção por ato atentatório à dignidade da justiça.

Antes de tratarmos das consequências de ordem civil ao depositário que causar perdas
e danos a uma das partes, devemos conhecer a Súmula Vinculante n. 25 do STF:

Súmula Vinculante n. 25
É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito.

Se o depositário provocar danos aos bens ou desaparecer com eles, não será possível a
determinação de prisão civil do depositário.
O máximo que poderá ocorrer será a responsabilização do depositário pelo pagamento de
perdas e danos provocados à pessoa prejudicada, além de o depositário perder a remuneração
pelo encargo para que foi nomeado.

Os valores que o depositário realmente tiver despendido para o exercício do encargo de depo-
sitário não será perdido, conforme o período final do caput do art. 161: “(...) mas tem o direito
a haver o que legitimamente despendeu no exercício do encargo”.
O que o depositário perderá, em suma, é a parcela remuneratória do encargo. As parcelas
indenizatórias (compensação das despesas do depósito) não serão retiradas do depositário.

Ademais, se o depositário praticar inovação ilegal no estado de fato de coisa litigiosa, poderá
ser apenado com multa por ato atentatório à dignidade da justiça (até 20% do valor da causa ou
da execução, respectivamente, se o processo estiver na fase de conhecimento ou de execução).

4. Intérprete e Tradutor

Seção IV
Do Intérprete e do Tradutor

Art. 162. O juiz nomeará intérprete ou tradutor quando necessário para:


I – traduzir documento redigido em língua estrangeira;
II – verter para o português as declarações das partes e das testemunhas que não conhecerem o
idioma nacional;
III – realizar a interpretação simultânea dos depoimentos das partes e testemunhas com deficiên-
cia auditiva que se comuniquem por meio da Língua Brasileira de Sinais, ou equivalente, quando
assim for solicitado.

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O intérprete é, em essência, um perito. O conhecimento técnico do perito-intérprete, ao


contrário dos outros peritos, será destinado não à prova, mas, sim, à alegação.
Geralmente, os intérpretes traduzem as falas de estrangeiros, pessoas com deficiência
que se comuniquem pela Língua Brasileira de Sinais (Libras) e quaisquer outras pessoas
impossibilitadas de falar a língua portuguesa e/ou de escrevê-la.
O tradutor também é, em essência, um perito, cuja área de conhecimento se restringe a
uma determinada língua. O tradutor é um profissional juramentado, incumbido de traduzir
documentos escritos em outros idiomas e de traduzir depoimentos e declarações oralmente
prestados por estrangeiros que não falem a língua portuguesa.

Art. 163. Não pode ser intérprete ou tradutor quem:


I – não tiver a livre administração de seus bens;

Uma pessoa interditada NÃO PODE atuar como intérprete ou tradutora.

II – for arrolado como testemunha ou atuar como perito no processo;

Não é possível a cumulação do encargo de tradução ou interpretação com outro encargo


pericial no processo.
Ademais, o intérprete ou tradutor não pode ter sido arrolado como testemunha no pro-
cesso. Afinal de contas, uma testemunha não pode ouvir o depoimento da outra (art. 456,
parágrafo único do CPC).

III – estiver inabilitado para o exercício da profissão por sentença penal condenatória, enquanto
durarem seus efeitos.

Autoexplica-se: a habilitação profissional é indispensável para que o encargo seja exer-


cido em favor do Poder Judiciário. Logo, o penalmente inabilitado não poderá atuar como
intérprete ou tradutor.

Art. 164. O intérprete ou tradutor, oficial ou não, é obrigado a desempenhar seu ofício, aplicando-
-se-lhe o disposto nos arts. 157 e 158.

As regras dos arts. 157 e 158 referem-se ao prazo de 15 dias para comunicar a escusa do
encargo e às consequências da prestação de informações falsas no processo.
Para entendê-las, remeto aos comentários feitos a tais artigos logo acima, nesta aula. A
mesma lógica aplicável aos peritos em geral aplica-se, igualmente, aos tradutores e intérpretes.

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5. Conciliadores e Mediadores

Seção V
Dos Conciliadores e Mediadores Judiciais

Art. 165. Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de conflitos, responsáveis
pela realização de sessões e audiências de conciliação e mediação e pelo desenvolvimento de
programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a autocomposição.
§ 1º A composição e a organização dos centros serão definidas pelo respectivo tribunal, observadas
as normas do Conselho Nacional de Justiça.

Os Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania (ou apenas “Centros”, confor-


me nova redação da Resolução n. 125 do CNJ) são órgãos incumbidos de realizar pautas de
audiências de conciliação e mediação onde estiverem instalados, tanto em face de conflitos
pré-processuais (ainda não judicializados) quanto de conflitos processuais (já judicializados).
Cada Centro é coordenado por um juiz togado, que é o Juiz Coordenador do Centro, que
tem a atribuição de supervisionar os trabalhos executados por conciliadores e mediadores
do Centro, desde a elaboração da pauta até os procedimentos da audiência.
Conforme a Resolução n. 125 do CNJ, os Centros devem, necessariamente, ser instalados nos
locais onde existam 2 (dois) Juízos, Juizados ou Varas ou mais, à medida em que for logisticamente
possível a instalação. Nos lugares onde houver Vara Única, a instalação do Centro é facultativa.
Sinteticamente:
• LOCALIDADES DE DUAS VARAS OU MAIS: Centro obrigatório
• LOCALIDADES DE VARA ÚNICA: Centro facultativo
Agora, antes de adentrarmos aos demais aspectos do CPC sobre os conciliadores e
mediadores, dedicaremos um pouco de atenção aos aspectos teóricos da conciliação e da
mediação, cujo entendimento é importante para a compreensão da figura do conciliador e
do mediador.
O sentimento patente dos juízes e servidores do Poder Judiciário é de que existem muitos pro-
cessos longos e intermináveis que poderiam ser resolvidos por meio de consenso entre as partes.
Todavia, nem sempre este consenso é proporcionado a elas, seja pelo desejo dos próprios advoga-
dos de construir o litígio judicial, seja pela própria limitação de formação e conhecimento das partes.
É diante deste sentimento que o Poder Judiciário passou a incentivar e promover a conci-
liação e a mediação, contando com grande ajuda do Poder Legislativo, que deu à autocompo-
sição um status de princípio no Novo Código de Processo Civil. Veja o que diz o art. 3º, § 2º,
do Novo CPC: “O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos”.

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Obs.: Autocomposição engloba tanto a conciliação quanto a mediação. Trata-se de quando


as próprias partes resolvem sua situação jurídica. É o contrário de heterocomposição,
quando um terceiro (normalmente juiz ou árbitro) aplica solução ao caso das partes.
A conciliação e a mediação, como todo instituto jurídico, podem não ser tão salutares à
sociedade se forem mal executadas. Acompanhe o raciocínio:
Toda conciliação/mediação é imbuída de negociação entre as partes, mesmo que um ter-
ceiro as acompanhe. Existem dois modelos principais de negociação: o modelo competitivo
e o modelo cooperativo.
• MODELO COMPETITIVO: Cada uma das partes pretende levar consigo o maior pedaço do
bolo. Quanto mais ela conseguir extrair da parte contrária, melhor. Costuma-se chamar
este modelo, também, de “perde-ganha”.
• MODELO COOPERATIVO: Ambas as partes procuram observar quais são as dificuldades
encontradas pela parte contrária para enfrentar o conflito, pensando em uma maneira
de fazer com que o ônus da parte contrária seja atendido de forma que não a prejudique
severamente, mas também de forma que satisfaça razoavelmente seu próprio interesse,
mesmo que de forma não integral. Pelo fato de ambas as partes adotarem comporta-
mento de empatia, este modelo é também chamado de “ganha-ganha”, porque, de certa
forma, todas as partes saem ganhando alguma coisa: uma tem seu direito satisfeito em
patamar razoável, e a outra obteve uma maneira sustentável de cumprir sua obrigação
para com a outra.
Se for permitido que as partes, em ato de conciliação/mediação, negociem de forma
competitiva, a solução decorrente deste ato pode não ser a mais adequada e justa. Deve o
conciliador/mediador posicionar-se de modo a atrair o comportamento das partes para uma
direção mais cooperativa. Provavelmente, pode ser melhor que a conciliação/mediação seja
infrutífera do que se obter uma solução improvisada que faça alguma das partes sentir-se
prejudicada.
O que nunca se pode esquecer é que a solução consensual dos conflitos é, em essência,
uma maneira de proporcionar ao cidadão uma resolução mais justa e efetiva do seu litígio, e
não um meio caminho para redução de processos. A diminuição do tempo de tramitação dos
processos deve ser sempre interpretada como uma consequência da efetividade da solução
consensual dos conflitos, que é benéfica para o jurisdicionado, no qual se deposita o foco da
política pública de tratamento adequado dos conflitos de interesses.
Passados esses aspectos teóricos, vamos aos aspectos técnicos.

Afinal de contas, qual é a diferença entre conciliação e mediação?

O conceito de mediação está no parágrafo único do art. 1º da Lei n. 13.140/2015, conhe-


cida como Lei da Mediação:

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Considera-se mediação a atividade técnica exercida por terceiro imparcial sem poder decisório,
que, escolhido ou aceito pelas partes, as auxilia e estimula a identificar ou desenvolver soluções
consensuais para a controvérsia.
§ 2º O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não houver vínculo anterior
entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio, sendo vedada a utilização de qualquer tipo
de constrangimento ou intimidação para que as partes conciliem.

Diferentemente do mediador, o conciliador ouvirá as partes e tentará compreender a difi-


culdades vivenciadas por ambas, de modo a encontrar um ponto de autocomposição. Neste
ponto, sugerido pelo conciliador, ambas as partes renunciarão a parcela de seus interesses,
mas com a consciência de que a conciliação entabulada é a maneira mais rápida, justa e sau-
dável de encerrar o conflito. A grande diferença é que, na conciliação, é o conciliador quem
apresenta a solução adequada.

§ 3º O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver vínculo anterior entre
as partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões e os interesses em conflito, de
modo que eles possam, pelo restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções
consensuais que gerem benefícios mútuos.

Perceba que a mediação não é um procedimento em que um terceiro vá propor uma


solução que entenda adequada ao conflito. Na verdade, a mediação é concebida para que
um terceiro aproxime as partes e, tecnicamente, as ajude a dialogar de maneira saudável,
para que cada uma observe, com empatia, as intenções e dificuldades da parte contrária,
compreendendo-a.
O mediador não tirará de sua manga uma solução milagrosa e perfeita para o caso. Ele
somente conversará com as partes de modo que passe a surgir, entre elas, um diálogo mais
realista, com uma visão isenta de rancores e preconceitos. O resultado deste diálogo – esti-
mulado pelo conciliador – é uma solução encontrada pelas próprias partes, como conclusão
do diálogo surgido.
Você percebeu que os §§ 2º e 3º do CPC possuem outro grande detalhe a diferenciar a
conciliação da mediação.
A conciliação é preferencial quando não houve vínculo jurídico anterior entre as partes,
isto é, as partes provavelmente nunca tiveram uma negociação antes e não se conhecem de
forma suficiente para dialogarem sozinhas. É por isso que o conciliador é quem deve, prefe-
rencialmente, propor a solução adequada.
Já a mediação é preferencial quando as partes já mantiveram algum vínculo jurídico antes
do conflito. Desta forma, o mediador procurará restabelecer o diálogo entre elas, pois elas já
se conhecem suficientemente e têm, em tese, condições de observar quais são as dificuldades
da outra no contexto daquele vínculo.

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Para ilustrar:

Art. 166. A conciliação e a mediação são informadas pelos princípios da independência, da im-
parcialidade, da autonomia da vontade, da confidencialidade, da oralidade, da informalidade e da
decisão informada.

Os princípios insculpidos no art. 166 são conceituados no Código de Ética dos Mediadores
e Conciliadores (Anexo II da Resolução n. 125 do CNJ). Com adaptações, transcrevo:
• PRINCÍPIO DA INDEPENDÊNCIA: O conciliador/mediador deve ter todos os meios e ga-
rantias para atuar com liberdade, sem pressões internas ou externas.
• PRINCÍPIO DA IMPARCIALIDADE: O conciliador/mediador deve atuar sem nenhum favori-
tismo, preferência ou preconceito que possa tender seu julgamento ao favorecimento ou
ao prejuízo de uma das partes. Seus valores e conceitos pessoais não podem interferir
em suas decisões, devendo abster-se, ainda, de receber quaisquer favores ou presentes
de interessados.
• PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DA VONTADE: O objeto da conciliação/mediação deve se
pautar na livre manifestação de vontade dos envolvidos, respeitando, principalmente, a
vontade de conciliar. Ademais, o conciliador/mediador é autorizado a recusar, suspender
ou interromper a sessão quando estiverem ausentes as condições necessárias para seu
bom desenvolvimento. Deve o conciliador/mediador, ainda, rejeitar a homologação de
acordos ilegais ou inexequíveis.

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• PRINCÍPIO DA CONFIDENCIALIDADE: O conciliador/mediador deve assegurar o sigilo de


todas as informações obtidas na sessão, salvo em casos de autorização expressa das
partes, violação à ordem pública ou violação à legislação vigente.
• PRINCÍPIO DA ORALIDADE: As tratativas e as formas de aproximação das partes serão
todas realizadas de forma oral, presencialmente, em sessão.
• PRINCÍPIO DA INFORMALIDADE: Não existem etapas e fases predefinidas para a sessão
de conciliação/mediação. As deliberações acerca da viabilidade de um acordo ocorrerão
de forma totalmente flexível e maleável, de acordo com o interesse das partes e suas
condições.
• PRINCÍPIO DA DECISÃO INFORMADA: As pessoas envolvidas na conciliação/mediação
devem ser plenamente informadas de seus direitos, com a adequada explicação do con-
texto fático em que estiverem inseridas.

§ 1º A confidencialidade estende-se a todas as informações produzidas no curso do procedimento,


cujo teor não poderá ser utilizado para fim diverso daquele previsto por expressa deliberação das
partes.

Se nenhuma das partes autorizar a divulgação das informações, e se elas não represen-
tarem violação à ordem pública e à lei, as informações produzidas durante as tentativas de
conciliação/mediação são sigilosas e confidenciais.

Obs.: As exceções ora mencionadas constam do art. 1º, inciso I do Código de Ética dos
Mediadores e Conciliadores (Anexo II da Resolução n. 125 do CNJ).

§ 2º Em razão do dever de sigilo, inerente às suas funções, o conciliador e o mediador, assim


como os membros de suas equipes, não poderão divulgar ou depor acerca de fatos ou elementos
oriundos da conciliação ou da mediação.

Imagine que o conciliador/mediador tenha ficado emocionadíssimo com uma história re-
latava numa sessão conciliatória. Não poderá ele, sem autorização dos envolvidos, escrever
um texto “viral” relatando a grandiosa história.
Em razão do mesmo fundamento (dever de sigilo, de assegurar a confidencialidade), não
poderão ser aceitos como testemunhas ou informantes o conciliador, o mediador e os demais
funcionários que tiverem atuado na sessão.

§ 3º Admite-se a aplicação de técnicas negociais, com o objetivo de proporcionar ambiente favo-


rável à autocomposição.

Dentre as técnicas negociais, podem ser escolhidas as que favoreçam a realização do


acordo. Essas técnicas, a serem escolhidas pelo conciliador/mediador, normalmente se ba-
seiam na busca por “pontos de equilíbrio” e “zonas máximas e mínimas” a fim de encontrar
uma proposta que agrade a ambos os lados.
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§ 4º A mediação e a conciliação serão regidas conforme a livre autonomia dos interessados, in-
clusive no que diz respeito à definição das regras procedimentais.

Como já salientado, não existem etapas e fases predefinidas para a sessão de conciliação/
mediação. As deliberações acerca da viabilidade de um acordo ocorrerão de forma totalmente
flexível, de acordo com o interesse das partes e suas condições no momento do ato.

Art. 167. Os conciliadores, os mediadores e as câmaras privadas de conciliação e mediação serão


inscritos em cadastro nacional e em cadastro de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal,
que manterá registro de profissionais habilitados, com indicação de sua área profissional.

De acordo com a Resolução n. 125 do CNJ, as Câmaras Privadas de Conciliação e Me-


diação, que também poderão ter outros nomes – mas com igual objeto de atuação –, são
estruturas privadas, conduzidas por particulares, com o fim de aproximar as partes de um
diálogo saudável tendente à solução consensual dos conflitos, seja em forma de conciliação
(conciliador propondo uma solução), seja em forma de mediação (mediador aproximando os
sujeitos para que eles dialoguem).
As Câmaras Privadas podem realizar conciliação/mediação em todos os conflitos: tanto
o judicializado como o não judicializado. Aqui, temos uma regra muito importante, mas tam-
bém muito simples:
• Para resolver conflitos JUDICIALIZADOS: Câmara Privada deve ser cadastrada perante
o TJ ou TRF local ou perante o CNJ, no Cadastro Nacional de Mediadores Judiciais e
Conciliadores.
• Para resolver conflitos PRÉ-PROCESSUAIS (NÃO JUDICIALIZADOS): Câmara Privada
não precisa ser cadastrada.

§ 1º Preenchendo o requisito da capacitação mínima, por meio de curso realizado por entidade
credenciada, conforme parâmetro curricular definido pelo Conselho Nacional de Justiça em conjun-
to com o Ministério da Justiça, o conciliador ou o mediador, com o respectivo certificado, poderá
requerer sua inscrição no cadastro nacional e no cadastro de tribunal de justiça ou de tribunal
regional federal.

Por sua vez, os conciliadores e mediadores devem ser cadastrados no Cadastro Nacional
de Mediadores Judiciais e Conciliadores.
Os tribunais (TJ/TRF) podem criar um cadastro próprio de conciliadores, mediadores e de
Câmaras Privadas de Conciliação e Mediação. Todavia, a Resolução n. 125 do CNJ faculta
aos tribunais a adesão ao Cadastro Nacional, mantido pelo próprio CNJ, de modo a desonerar
o tribunal de manter e administrar um cadastro próprio.

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Nem todos os tribunais têm estrutura para ministrar cursos técnicos de capacitação em
conciliação/mediação na prática. Dessa forma, é possível que diferentes órgãos do Poder
Judiciário se unam para possibilitar estes cursos. Ademais, é possível que os servidores exer-
çam estágios práticos de conciliação em órgãos diferentes, nos quais já exista uma estrutura
tecnológica e física adequada à celebração de conciliação/mediação, de modo a levar para
sua unidade experiências neste segmento.
Estas parcerias podem ser firmadas, também, com entidades do setor privado, especial-
mente as de educação, que possuam profissionais capacitados para lecionar temas pertinentes
à atividade de conciliação e mediação.
É neste sentido a orientação constante do art. 3º da Resolução n. 125 do CNJ:

Art. 3º O Conselho Nacional de Justiça auxiliará os Tribunais na organização dos serviços mencio-
nados no art. 1º, podendo ser firmadas parcerias com entidades públicas e privadas, em especial
quanto à capacitação e credenciamento de mediadores e conciliadores e à realização de media-
ções e conciliações, nos termos dos arts. 167, § 3º, e 334 do Código de Processo Civil de 2015.
(Redação dada pela Resolução n. 326, de 26.6.2020)

§ 2º Efetivado o registro, que poderá ser precedido de concurso público, o tribunal remeterá ao
diretor do foro da comarca, seção ou subseção judiciária onde atuará o conciliador ou o mediador
os dados necessários para que seu nome passe a constar da respectiva lista, a ser observada na
distribuição alternada e aleatória, respeitado o princípio da igualdade dentro da mesma área de
atuação profissional.

Acerca da possibilidade de seleção de conciliadores e mediadores mediante concurso


público, comentaremos quando da análise do § 6º deste artigo, logo abaixo.
No mais, basta você saber que, quando um conciliador/mediador for selecionado pelo
tribunal, seu nome será enviado ao Diretor do Foro da Comarca, a fim de que a pessoa sele-
cionada conste da lista de conciliadores/mediadores para a distribuição dos processos.

Obs.: A distribuição deve ser alternada e aleatória. Não podem os conciliadores/mediado-


res “escolherem” as demandas em que atuarão.

§ 3º Do credenciamento das câmaras e do cadastro de conciliadores e mediadores constarão todos


os dados relevantes para a sua atuação, tais como o número de processos de que participou, o

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sucesso ou insucesso da atividade, a matéria sobre a qual versou a controvérsia, bem como outros
dados que o tribunal julgar relevantes.
§ 4º Os dados colhidos na forma do § 3º serão classificados sistematicamente pelo tribunal, que
os publicará, ao menos anualmente, para conhecimento da população e para fins estatísticos e de
avaliação da conciliação, da mediação, das câmaras privadas de conciliação e de mediação, dos
conciliadores e dos mediadores.
§ 5º Os conciliadores e mediadores judiciais cadastrados na forma do caput, se advogados, estarão
impedidos de exercer a advocacia nos juízos em que desempenhem suas funções.

O tribunal terá controle estatístico e atualizado do grau de efetividade da autocomposição


em relação a cada conciliador/mediador. Tal controle deve ser público, acessível pela popu-
lação. No mais, as regras dos §§ 3º e 4º são autoexplicativas.
Quanto ao § 5º, cabe um destaque: é possível que os particulares voluntários para atuarem
como conciliadores/mediadores sejam, também, advogados.
Nesta situação, o advogado-conciliador não poderá exercer a advocacia no mesmo juízo
em que tiver atuado como conciliador/mediador.

Exemplos:
1) Se atuou como conciliador na 1ª Vara Cível, não poderá advogar na 1ª Vara Cível, mas poderá,
normalmente, advogar na 2ª Vara Cível da mesma comarca.
2) Se tiver atuado como conciliador para o CENTRO de uma comarca, que receba processos de
todas as Varas da comarca, ele ficará impedido de atuar em todas as Varas, uma vez que neste
caso sua atuação como conciliador afeta-se a todas elas.

§ 6º O tribunal poderá optar pela criação de quadro próprio de conciliadores e mediadores, a ser
preenchido por concurso público de provas e títulos, observadas as disposições deste Capítulo.

De acordo com o art. 7º, § 4º da Resolução n. 125 do CNJ, “os tribunais poderão, excep-
cionalmente e desde que inexistente quadro suficiente de conciliadores e mediadores judiciais
atuando como auxiliares da justiça, optar por formar quadro de conciliadores e mediadores
admitidos mediante concurso público de provas e títulos”.
Portanto, temos as seguintes regras:
• 1) Em primeiro lugar, devem os tribunais manter quadro de conciliadores e mediadores
escolhidos dentre servidores do próprio órgão ou particulares voluntários interessados
em atuar na área, devidamente capacitados pelo tribunal.
• 2) Se não houver, no âmbito do tribunal, número suficiente de conciliadores e mediado-
res nos padrões do item 1, poderá o tribunal realizar concurso público para admissão de
servidores especializados em conciliação/mediação (conciliadores/mediadores).

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O concurso público para conciliador e mediador NÃO é a regra geral. Ele só poderá ser promovido
de forma excepcional: se não houver número suficiente de conciliadores e mediadores dentre
servidores já integrantes do quadro ou particulares voluntários interessados.

Art. 168. As partes podem escolher, de comum acordo, o conciliador, o mediador ou a câmara
privada de conciliação e de mediação.
§ 1º O conciliador ou mediador escolhido pelas partes poderá ou não estar cadastrado no tribunal.
§ 2º Inexistindo acordo quanto à escolha do mediador ou conciliador, haverá distribuição entre
aqueles cadastrados no registro do tribunal, observada a respectiva formação.
§ 3º Sempre que recomendável, haverá a designação de mais de um mediador ou conciliador.

A regra do art. 168 é uma das expressões do princípio da autonomia da vontade. É pos-
sível que um conciliador específico seja mais propício a aproximar as partes, em razão de
identificação pessoal ou outro fator humanamente relevante.
Esta pessoa escolhida pelas partes pode ser cadastrada no tribunal ou não. Vê-se que
aqui a expressão do princípio da autonomia da vontade é mais forte.
É claro que, se as partes não escolherem ninguém específico, a causa será distribuída
entre os conciliadores cadastrados no tribunal para a realização de sessões conciliatórias
na localidade.
É possível, ainda, que, numa mesma sessão existam dois ou mais conciliadores/media-
dores. Isso ocorrerá sempre que “recomendável”, ou seja, quando alguns fatores subjetivos
forem observados pelos envolvidos ou pelas autoridades judiciárias, fatores estes que tornem
duvidosa a possibilidade de atuação eficaz de um único conciliador/mediador.

Art. 169. Ressalvada a hipótese do art. 167, § 6º, o conciliador e o mediador receberão pelo seu
trabalho remuneração prevista em tabela fixada pelo tribunal, conforme parâmetros estabelecidos
pelo Conselho Nacional de Justiça.
§ 1º A mediação e a conciliação podem ser realizadas como trabalho voluntário, observada a
legislação pertinente e a regulamentação do tribunal.

O art. 167, § 6º prevê a excepcional hipótese de admissão de conciliadores mediante


concurso público: neste caso, é claro que os conciliadores teriam uma remuneração fixa,
como todos os servidores.
Todavia, na regra geral, os conciliadores não têm vínculo administrativo com o tribunal.
Logo, eles receberiam um valor fixado em tabela criada pelo próprio tribunal, seguindo parâ-
metros do CNJ.
Em muitos lugares, os conciliadores/mediadores são voluntários. Todavia, em se tratando
de quadro de conciliadores/mediadores remunerados, deverá ser observada a tabela de cada

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tribunal sobre remuneração, que em todo caso deve ser balizada pelos parâmetros estabe-
lecidos pela Comissão Permanente de Acesso à Justiça e Cidadania, do CNJ (art. 12, § 5º,
Resolução n. 125 do CNJ). O valor líquido da remuneração, já resultante desses parâmetros,
deverá ser aprovado e confirmado pelo Plenário do CNJ (todos os conselheiros do CNJ).

§ 2º Os tribunais determinarão o percentual de audiências não remuneradas que deverão ser su-
portadas pelas câmaras privadas de conciliação e mediação, com o fim de atender aos processos
em que deferida gratuidade da justiça, como contrapartida de seu credenciamento.

Sabemos de que as Câmaras Privadas, por serem estruturas privadas propriamente ditas,
subsistem mediante remuneração dos sujeitos que a elas recorrem. Para manterem-se em
atividade, as Câmaras Privadas precisam realizar um determinado número de conciliações/
mediações em favor de partes de processos judiciais em que já tenha sido deferida justiça
gratuita a alguma delas ou a ambas.
Na prática, este número de conciliações/mediações gratuitas são eventos pro bono que as
Câmaras realizam como uma forma de recompensar os tribunais e o CNJ pela manutenção
de seu credenciamento como Câmaras de Conciliação e Mediação.
Este número mínimo não é definido pelo CNJ. De qualquer modo, os parâmetros para de-
finição periódica desse número devem estar de acordo com os da Comissão Permanente de
Acesso à Justiça e Cidadania, do CNJ, mediante confirmação posterior do Plenário do CNJ.

Art. 170. No caso de impedimento, o conciliador ou mediador o comunicará imediatamente, de


preferência por meio eletrônico, e devolverá os autos ao juiz do processo ou ao coordenador do
centro judiciário de solução de conflitos, devendo este realizar nova distribuição.
Parágrafo único. Se a causa de impedimento for apurada quando já iniciado o procedimento, a
atividade será interrompida, lavrando-se ata com relatório do ocorrido e solicitação de distribuição
para novo conciliador ou mediador.

A declaração de impedimento do conciliador/mediador não tende a dar causa a incidentes


processuais. As consequências são claríssimas nos termos do art. 170: qualquer atividade em
andamento será interrompida, e o processo será distribuído para outro conciliador/mediador.

Art. 171. No caso de impossibilidade temporária do exercício da função, o conciliador ou mediador


informará o fato ao centro, preferencialmente por meio eletrônico, para que, durante o período em
que perdurar a impossibilidade, não haja novas distribuições.

Regra clara. Há alguma causa pessoal para a impossibilidade de trabalhar com a concilia-
ção? Se sim, deve o conciliador/mediador simplesmente comunicar o Centro de sua impossi-
bilidade. Neste período todos os processos serão distribuídos entre os demais conciliadores/
mediadores da localidade.

Art. 172. O conciliador e o mediador ficam impedidos, pelo prazo de 1 (um) ano, contado do término
da última audiência em que atuaram, de assessorar, representar ou patrocinar qualquer das partes.

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Destacarei a regra do art. 172 com a seguinte ilustração:

Art. 173. Será excluído do cadastro de conciliadores e mediadores aquele que:


I – agir com dolo ou culpa na condução da conciliação ou da mediação sob sua responsabilidade
ou violar qualquer dos deveres decorrentes do art. 166, §§ 1º e 2º;
II – atuar em procedimento de mediação ou conciliação, apesar de impedido ou suspeito.
§ 1º Os casos previstos neste artigo serão apurados em processo administrativo.
§ 2º O juiz do processo ou o juiz coordenador do centro de conciliação e mediação, se houver,
verificando atuação inadequada do mediador ou conciliador, poderá afastá-lo de suas atividades
por até 180 (cento e oitenta) dias, por decisão fundamentada, informando o fato imediatamente
ao tribunal para instauração do respectivo processo administrativo.

O CPC não prevê penas brandas para o conciliador/mediador que atuar com dolo ou culpa
em seu ofício. Ele prevê a mais rígida das penalidades administrativas: a exclusão.
Ainda, se ele comprovadamente quebrar os deveres de sigilo e de confidencialidade das
informações obtidas nas sessões (art. 166, §§ 1º e 2º), também ficará sujeito à exclusão do
cadastro perante o tribunal e o CNJ.
A exclusão será igualmente aplicável quando o conciliador/mediador atuar na sessão,
mesmo sabendo de seu impedimento ou da sua suspeição. Trata-se de uma atuação, no
mínimo, culposa, no sentido de quebrar o princípio da imparcialidade.
Como estamos num Estado Democrático de Direito que tem entre seus direitos fundamen-
tais o contraditório e a ampla defesa, a penalidade de exclusão somente poderá ser aplicada
após a regular tramitação de processo administrativo, que tem um conjunto de fases prede-
finidas e regramentos sobre provas, audiências e decisões.
Como os processos administrativos podem levar certo tempo para terminarem, poderá o
juiz afastar o conciliador/mediador por até 180 dias, a fim de que seja aguardada a decisão
do processo administrativo. Logo que determinar o afastamento, o juiz deverá comunicar o
afastamento ao tribunal.
Essa comunicação é importante para que o tribunal tome, desde logo, todas as medidas
necessárias para a rápida tramitação do feito. Afinal, se o prazo de 180 dias transcorrer sem
decisão final no processo administrativo, o conciliador/mediador poderá voltar a atuar, pois
seu cadastro no tribunal não terá, até então, sido excluído.
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Art. 174. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios criarão câmaras de mediação e
conciliação, com atribuições relacionadas à solução consensual de conflitos no âmbito adminis-
trativo, tais como:
I – dirimir conflitos envolvendo órgãos e entidades da administração pública;
II – avaliar a admissibilidade dos pedidos de resolução de conflitos, por meio de conciliação, no
âmbito da administração pública;
III – promover, quando couber, a celebração de termo de ajustamento de conduta.

Sim, é possível a instituição da conciliação e da mediação no âmbito administrativo, como


forma de evitar, até mesmo, litígios judiciais futuros.
Os institutos da conciliação e da mediação podem ser utilizados amplamente pela Admi-
nistração Pública, especialmente quando envolver particulares.

Art. 175. As disposições desta Seção não excluem outras formas de conciliação e mediação
extrajudiciais vinculadas a órgãos institucionais ou realizadas por intermédio de profissionais
independentes, que poderão ser regulamentadas por lei específica.
Parágrafo único. Os dispositivos desta Seção aplicam-se, no que couber, às câmaras privadas de
conciliação e mediação.

Ou seja: as disposições da Seção ora estudada têm imperatividade mais direcionada ao


processo civil. É possível que, no âmbito privado, câmaras de conciliação sejam regidas por
normas distintas, desde que não ofendam a ordem pública ou violem a lei.

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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (2019/FCC/TRF 3ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ADMINISTRATIVA) De acordo com
o Código de Processo Civil, aos auxiliares da justiça,
a) inclusive ao oficial de justiça, aplicam-se, no que couber, os motivos de impedimento e de
suspeição previstos para o juiz.
b) com exceção do perito, aplicam-se, no que couber, os motivos de impedimento previstos para
o juiz, mas não os de suspeição.
c) com exceção do oficial de justiça, do perito e do chefe de secretaria, não se aplicam os mo-
tivos de impedimento ou suspeição previstos para o juiz.
d) com exceção do mediador, aplicam-se, no que couber, os motivos de impedimento e de sus-
peição previstos para o juiz.
e) com exceção do perito, não se aplicam os motivos de suspeição previstos para o juiz, mas
outros estabelecidos especificamente segundo a função que exercem no processo.
002. (2019/FGV/MPE-RJ/OFICIAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO) O juiz e os auxiliares da justiça
estão submetidos às regras de conduta especificadas no CPC/2015, podendo ser responsa-
bilizados ou sancionados na seguinte hipótese:
a) o perito quando, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas responderá pelos prejuízos
que causar à parte;
b) o depositário infiel, quando dilapidar o bem deixado sob sua responsabilidade, admitindo-se,
inclusive, a pena de prisão;
c) o juiz responderá, civil e regressivamente, por perdas e danos, quando demorar mais de 10
(dez) dias para apreciar qualquer requerimento urgente;
d) o mediador, quando atuar em procedimento de mediação ou conciliação, apesar de impedido
ou suspeito, será excluído do cadastro, independentemente de processo administrativo;
e) o escrivão, o chefe de secretaria e o oficial de justiça são responsáveis, civil e regressiva-
mente, quando se recusarem a cumprir no prazo os atos impostos pela lei ou por qualquer juiz,
ainda que de outro tribunal.
003. (2019/FGV/MPE-RJ/OFICIAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO) Sobre os conciliadores e
mediadores judiciais, é correto afirmar que:
a) a conciliação e a mediação são informadas pelos princípios da independência, da imparcia-
lidade, da imperatividade, da confidencialidade, da oralidade, da informalidade e da decisão
informada;
b) a mediação e a conciliação observarão regras procedimentais rígidas e preestabelecidas
pelo respectivo tribunal;
c) caberá ao juiz a escolha do conciliador, do mediador ou da câmara privada de conciliação e
de mediação para solucionar o litígio;

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d) o conciliador e o mediador ficam impedidos, pelo prazo de 1 (um) ano, contado do término da
última audiência em que atuaram, de assessorar, representar ou patrocinar qualquer das partes;
e) a mediação e a conciliação não podem ser realizadas como trabalho voluntário, em razão da
legislação pertinente e da regulamentação do tribunal.
004. (2019/FUNDATEC/PREFEITURA DE GRAMADO – RS/ADVOGADO) De acordo com
o Código de Processo Civil, quanto aos conciliadores e mediadores, analise as seguintes
assertivas:
I – A confidencialidade estende-se a todas as informações produzidas no curso do procedimento,
cujo teor não poderá ser utilizado para fim diverso daquele previsto por expressa deliberação
das partes.
II – O mediador, que atuará nos casos em que houver vínculo anterior entre as partes, auxiliará
aos interessados a compreender as questões e os interesses em conflito, de modo que eles
possam, pelo restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções consen-
suais que gerem benefícios mútuos.
III – Em razão do dever de sigilo, inerente às suas funções, o conciliador e o mediador, assim
como os membros de suas equipes, não poderão divulgar ou depor acerca de fatos ou elemen-
tos oriundos da conciliação ou da mediação.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) Apenas II e III.
005. (2018/CESPE/STJ/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ADMINISTRATIVA) Julgue o próximo item,
relativo ao dever e às responsabilidades dos sujeitos do processo.
O oficial de justiça goza de proteção legal no sentido de não ser responsabilizado civil ou re-
gressivamente em razão da recusa de cumprimento, no prazo estipulado, de atos determinados
pela lei ou pelo juiz.
006. (2018/VUNESP/TJ-SP/ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) Legalmente, incumbe ao
escrivão ou ao chefe de secretaria:
a) efetuar avaliações, quando for o caso.
b) certificar proposta de autocomposição apresentada por qualquer das partes, na ocasião de
realização de ato de comunicação que lhe couber.
c) manter sob sua guarda e responsabilidade os bens móveis de pequeno valor penhorados.
d) auxiliar o juiz na manutenção da ordem.
e) comparecer às audiências ou, não podendo fazê-lo, designar servidor para substituí-lo.

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007. (2017/CFC/BANCA DO ÓRGÃO/PERITO CONTÁBIL) De acordo com o art. 157 do Có-


digo de Processo Civil – Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015 -, quando nomeado em Juízo
e não estiver capacitado a desenvolver o trabalho, o perito deverá:
a) aceitar o trabalho devido a sua responsabilidade profissional.
b) comunicar as partes, por escrito, a razão de seu impedimento.
c) dirigir petição ao Juízo, no prazo legal, justificando sua escusa.
d) declarar sua impossibilidade na primeira audiência do processo.
008. (2017/CFC/BANCA DO ÓRGÃO/PERITO CONTÁBIL) O art. 156 do Código de Processo
Civil – Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015 – indica a necessidade de formação de cadastro
de peritos mantido pelo tribunal ao qual o juiz está vinculado, como condição para a escolha do
perito nomeado em um processo judicial. Prevê ainda o referido dispositivo legal outras condi-
ções. Acerca desse assunto julgue os itens abaixo e, em seguida, assinale a opção CORRETA.
I – Para formação do cadastro, os tribunais devem realizar consulta pública, por meio de divulgação
na rede mundial de computadores ou em jornais de grande circulação, além de consulta direta
a universidades, a conselhos de classe, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e à Ordem
dos Advogados do Brasil, para a indicação de profissionais ou de órgãos técnicos interessados.
II – Os tribunais realizarão avaliações e reavaliações periódicas para manutenção do cadastro,
considerando a formação profissional, a atualização do conhecimento e a experiência dos
peritos interessados.
III – Na localidade onde não houver inscrito no cadastro disponibilizado pelo tribunal, a nomea-
ção do perito é de livre escolha pelo juiz e deverá recair sobre profissional ou órgão técnico
ou científico comprovadamente detentor do conhecimento necessário à realização da perícia.
Estão CERTOS os itens:
a) I e II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) I, II e III.
d) II e III, apenas.
009. (2017/FCC/TRF 5ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR
FEDERAL) Considere o novo Código de Processo Civil para responder a questão.
São incumbências do Oficial de Justiça
a) executar as ordens do juiz a que estiver subordinado, bem como auxiliar o juiz na manuten-
ção da ordem; no entanto, não lhe cabe fazer pessoalmente prisões, providência que incumbe
somente à polícia.
b) praticar, de ofício, os atos meramente ordinatórios, bem como entregar o mandado em car-
tório após seu cumprimento; no entanto, só lhe cabe fazer avaliações quando não houver na
comarca perito habilitado a realizá-las.

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c) fazer pessoalmente citações, penhoras, arrestos, bem como auxiliar o juiz na manutenção da
ordem; no entanto, não lhe cabe certificar, em mandado, eventual proposta de autocomposição
apresentada pela parte, por se tratar de ato privativo de advogado.
d) fazer pessoalmente prisões, bem como certificar, em mandado, proposta de autocomposição
apresentada por qualquer das partes; no entanto, não lhe cabe redigir os mandados e as cartas
precatórias, providência que incumbe ao escrivão ou ao chefe de secretaria.
e) fornecer certidão de qualquer ato ou termo do processo, independentemente de despacho,
bem como efetuar avaliações, quando for o caso; no entanto, não lhe cabe fazer pessoalmente
prisões, providência que incumbe somente à polícia.
010. (2017/CESPE/TRE-BA/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA) De acordo
com o CPC, é atribuição expressa do chefe de secretaria redigir, na forma legal,
a) ordens judiciais.
b) intimações.
c) citações.
d) mandados.
e) decisões interlocutórias.
011. (2017/CONSULPLAN/TRF 2ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/OFICIAL DE JUSTIÇA
AVALIADOR FEDERAL) O Novo Código de Processo Civil de 2015 (Lei Federal n. 13.105)
prestigia, em diversas passagens, os métodos alternativos de solução de conflitos como for-
ma de entregar aos cidadãos uma prestação jurisdicional mais célere e que melhor atenda
os interesses das partes em conflito, buscando-se, com isso, a pacificação social e a maior
efetividade das decisões estatais. No que tange às disposições processuais que regem os
conciliadores e mediadores judiciais, assinale a alternativa correta.
a) As partes podem escolher, de comum acordo, o conciliador ou o mediador, ainda que este
não esteja cadastrado no tribunal onde tramita o processo.
b) A conciliação e a mediação são informadas pelo princípio da publicidade, devendo ser publi-
cadas todas as informações produzidas no curso do procedimento.
c) Os conciliadores e mediadores judiciais devidamente cadastrados, se advogados, poderão
continuar exercendo a advocacia nos juízos em que desempenham suas funções.
d) Eventuais conflitos no âmbito administrativo que envolvam órgãos e entidades da administra-
ção pública não estão sujeitos aos mecanismos de solução consensual de conflitos previstos
no Código de Processo Civil de 2015.
012. (2016/FCC/CREMESP/ADVOGADO) Considere a seguinte situação hipotética: No pro-
cesso “X”, o perito judicial prestou informações inverídicas que acabaram comprometendo a
instrução processual e o deslinde da controvérsia. Considerando que o perito agiu com culpa,
não possuindo a intenção deliberada de prestar as informações inverídicas, de acordo com o
Código de Processo Civil, o perito responderá pelos prejuízos que causar à parte

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a) mas não ficará inabilitado para atuar em outras perícias uma vez que não agiu com dolo.
b) e ficará inabilitado para atuar em outras perícias pelo prazo de até três anos, independente-
mente das demais sanções previstas em lei.
c) e ficará inabilitado para atuar em outras perícias no prazo de dois a cinco anos, independen-
temente das demais sanções previstas em lei.
d) e somente não ficará inabilitado para atuar em outras perícias se comprovar que a conduta
culposa praticada decorreu de ato omissivo.
e) e somente não ficará inabilitado para atuar em outras perícias se comprovar que a conduta
culposa praticada decorreu de ato comissivo.
013. (2016/CONSULPLAN/TJ-MG/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/
PROVIMENTO) No que tange à guarda e à conservação de bens penhorados, arrestados,
sequestrados ou arrecadados serão confiadas a depositário ou a administrador, julgue as
afirmações a seguir:
I – Por seu trabalho o depositário ou o administrador perceberá remuneração que o juiz fixar,
levando em conta a situação dos bens, o tempo do serviço e às dificuldades de sua execução,
não podendo extrapolar o limite de cinco por cento sobre o valor total dos bens.
II – O juiz poderá nomear um ou mais prepostos por indicação do depositário ou do administrador.
III – O depositário ou o administrador responderá pelos prejuízos que, por dolo ou culpa, causar
à parte, perdendo a remuneração que lhe foi arbitrada, embora seja-lhe assegurado o direito de
haver o que legitimamente despendeu no exercício do encargo.
IV – O depositário infiel responde civilmente pelos prejuízos causados, sem prejuízo de sua
responsabilidade penal e da imposição de sanção por ato atentatório à dignidade da justiça.
Está correto o que se afirma em:
a) I, II e III, apenas.
b) II, III e IV, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I, II, III e IV.
014. (2016/CONSULPLAN/TJ-MG/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/PRO-
VIMENTO) A conciliação e a mediação, formas de resolução de conflito, são informadas pelos
seguintes princípios, expressamente adotados pelo Novo Código de Processo Civil, EXCETO:
a) Independência e confidencialidade.
b) Simplicidade e economia processual.
c) Autonomia de vontade e informalidade.
d) Imparcialidade, decisão informada e oralidade.
015. (2019/CESPE/PGE-PE/ANALISTA ADMINISTRATIVO DE PROCURADORIA/CALCU-
LISTA) A respeito de liquidação e cumprimento de sentença, da execução contra a fazenda
pública e dos auxiliares da justiça, julgue o item a seguir, à luz do Código de Processo Civil.

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Situação hipotética: Incumbido de se manifestar tecnicamente sobre o conteúdo de laudo ela-


borado por perito judicial e anexado a processo movido contra a fazenda pública, o calculista de
determinada procuradoria estadual constatou que o referido perito era sócio da pessoa jurídica
que figurava como parte autora na demanda. Assertiva: Nessa situação, está configurada hipó-
tese legal de impedimento do perito, devendo o calculista, além de elaborar a sua manifestação
acerca do laudo, alertar o procurador responsável acerca do vício identificado.
016. (2018/SEAP/TJ-MG/ESTÁGIO/DIREITO) São auxiliares da Justiça, além de outros cujas
atribuições sejam determinadas pelas normas de organização judiciária:
a) o escrivão, o chefe de secretaria, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador, o
intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o partidor, o distribuidor, o contabilista,
o regulador de avarias, o porteiro e o motorista particular do juiz.
b) o escrivão, o chefe de secretaria, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador,
o intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o partidor, o distribuidor, o contabilista
e o regulador de avarias.
c) o escrivão, o chefe de secretaria, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador, o
intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o partidor, o distribuidor e o contabilista.
d) o escrivão, o chefe de secretaria, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador,
o intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o distribuidor, o contabilista e o regu-
lador de avarias.
017. (2018/GUALIMP/CÂMARA DE NOVA VENÉCIA – ES/PROCURADOR JURÍDICO) Estão
incluídos no conceito de Auxiliares da Justiça, EXCETO:
a) O escrivão, o Chefe de Secretaria e o Oficial de Justiça.
b) O Perito, o Depositário e o Administrador.
c) As Testemunhas e os Advogados.
d) Os Conciliadores e Mediadores Judiciais.
018. (2015/FAUEL/PREFEITURA DE ORTIGUEIRA – PR/PROCURADOR/ADAPTADA) O
processo não é o procedimento, mas o resultado da soma de diversos fatores, um dos quais
é exatamente o procedimento. Acerca do tema, julgue o item a seguir:
O Código de Processo Civil, em enumeração meramente taxativa, indica como auxiliares da
justiça o escrivão, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador e o intérprete.
019. (2021/FGV/TJ-RO/TÉCNICO JUDICIÁRIO) Em cada juízo haverá um ou mais ofícios de
justiça, cujas atribuições serão determinadas pelas normas de organização judiciária.
Dentre as hipóteses abaixo, aquela que configura incumbência do escrivão ou chefe de
secretaria é:
a) efetuar avaliações, quando for o caso, e auxiliar o juiz na manutenção da ordem;
b) verter para o português as declarações das partes e das testemunhas que não conhecerem
o idioma nacional;

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c) manter a guarda e a conservação de bens penhorados, arrestados, sequestrados ou arreca-


dados no curso do processo;
d) fornecer certidão de qualquer ato independentemente de despacho, observadas as disposi-
ções referentes ao segredo de justiça;
e) manter sob sua guarda os autos, não permitindo que saiam do cartório, ainda que tenham
que seguir à conclusão do juiz.
020. (2021/INSTITUTO AOCP/CÂMARA DE TERESINA – PI/PROCURADOR/ADAPTADA)
Segundo o Código de Processo Civil, julgue o item subsequente.
O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas responderá pelos prejuízos que
causar à parte e ficará inabilitado para atuar em outras perícias no prazo de dois a cinco anos,
independentemente das demais sanções previstas em lei, devendo o juiz comunicar o fato ao
respectivo órgão de classe para adoção das medidas que entender cabíveis.
021. (2019/FAUEL/CÂMARA MUNICIPAL DE COLOMBO – PR/ADVOGADO/ADAPTADA) O
Novo Código de Processo Civil (CPC) inovou ao dedicar todo um capítulo aos conciliadores e
mediadores, enaltecendo os mecanismos de soluções alternativas de conflitos. Em relação
ao tema, julgue o item a seguir.
A criação dos centros judiciários de solução consensual de conflitos é uma imposição do CPC
aos tribunais.
022. (2019/FAUEL/CÂMARA MUNICIPAL DE COLOMBO – PR/ADVOGADO/ADAPTADA) O
Novo Código de Processo Civil (CPC) inovou ao dedicar todo um capítulo aos conciliadores e
mediadores, enaltecendo os mecanismos de soluções alternativas de conflitos. Em relação
ao tema, julgue:
O tribunal poderá optar pela criação de quadro próprio de conciliadores e mediadores, a
ser preenchido por concurso público de provas e títulos, observadas as disposições des-
te Capítulo.
023. (2016/IADHED/PREFEITURA DE ARAGUARI – MG/PROCURADOR MUNICIPAL) De
acordo com o disposto no Código de Processo Civil vigente, a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios criarão câmaras de mediação e conciliação, com atribuições rela-
cionadas à solução consensual de conflitos no âmbito administrativo, tais como as abaixo
descritas, exceto:
a) Dirimir conflitos envolvendo órgãos e entidades da administração pública;
b) Avaliar a admissibilidade de pedidos de resolução de conflitos, por meio de conciliação, no
âmbito da administração pública;
c) Promover, quando couber, a celebração de termo de ajustamento de conduta;
d) Aplicar, administrativamente, punições às partes que desrespeitarem os termos do acor-
do proposto.

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GABARITO

1. a
2. a
3. d
4. d
5. E
6. e
7. c
8. c
9. d
10. d
11. a
12. c
13. b
14. b
15. C
16. b
17. c
18. E
19. d
20. C
21. E
22. C
23. d

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GABARITO COMENTADO
001. (2019/FCC/TRF 3ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ADMINISTRATIVA) De acordo com
o Código de Processo Civil, aos auxiliares da justiça,
a) inclusive ao oficial de justiça, aplicam-se, no que couber, os motivos de impedimento e de
suspeição previstos para o juiz.
b) com exceção do perito, aplicam-se, no que couber, os motivos de impedimento previstos para
o juiz, mas não os de suspeição.
c) com exceção do oficial de justiça, do perito e do chefe de secretaria, não se aplicam os mo-
tivos de impedimento ou suspeição previstos para o juiz.
d) com exceção do mediador, aplicam-se, no que couber, os motivos de impedimento e de sus-
peição previstos para o juiz.
e) com exceção do perito, não se aplicam os motivos de suspeição previstos para o juiz, mas
outros estabelecidos especificamente segundo a função que exercem no processo.

O art. 148, inciso II do CPC estende a todos os auxiliares da justiça as causas de impedimento
e suspeição. Ademais, a lei não excepciona nenhum auxiliar específico desta regra.
Letra a.

002. (2019/FGV/MPE-RJ/OFICIAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO) O juiz e os auxiliares da justiça


estão submetidos às regras de conduta especificadas no CPC/2015, podendo ser responsa-
bilizados ou sancionados na seguinte hipótese:
a) o perito quando, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas responderá pelos prejuízos
que causar à parte;
b) o depositário infiel, quando dilapidar o bem deixado sob sua responsabilidade, admitindo-se,
inclusive, a pena de prisão;
c) o juiz responderá, civil e regressivamente, por perdas e danos, quando demorar mais de 10
(dez) dias para apreciar qualquer requerimento urgente;
d) o mediador, quando atuar em procedimento de mediação ou conciliação, apesar de impedido
ou suspeito, será excluído do cadastro, independentemente de processo administrativo;
e) o escrivão, o chefe de secretaria e o oficial de justiça são responsáveis, civil e regressiva-
mente, quando se recusarem a cumprir no prazo os atos impostos pela lei ou por qualquer juiz,
ainda que de outro tribunal.

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a) Certa. É a regra literal da parte inicial do art. 158 do CPC.


b) Errada. A Súmula Vinculante n. 25 do STF considera ilícita a prisão do depositário infiel, mes-
mo que ele possa ser punido, de outra forma, por sua infidelidade.
c) Errada. Os 10 dias de silêncio do juiz, objeto de responsabilidade civil e regressiva, não são
contados a partir do término do prazo, mas, sim, são contados a partir do momento em que a
parte requerer ao juiz que determine a providência e o requerimento não for apreciado no prazo
de 10 (dez) dias (art. 143, parágrafo único, CPC).
d) Errada. Na verdade, tal exclusão de cadastro dependerá de processo administrativo (art. 173,
§ 1º, CPC).
e) Errada. O escrivão, o chefe de secretaria e o oficial de justiça são responsáveis, civil e re-
gressivamente, quando, sem justo motivo, se recusarem a cumprir no prazo os atos impostos
pela lei ou pelo juiz a que estão subordinados (art. 155, inciso I, CPC), e não os atos impostos
por outros órgãos.
Letra a.

003. (2019/FGV/MPE-RJ/OFICIAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO) Sobre os conciliadores e


mediadores judiciais, é correto afirmar que:
a) a conciliação e a mediação são informadas pelos princípios da independência, da imparcialidade,
da imperatividade, da confidencialidade, da oralidade, da informalidade e da decisão informada;
b) a mediação e a conciliação observarão regras procedimentais rígidas e preestabelecidas
pelo respectivo tribunal;
c) caberá ao juiz a escolha do conciliador, do mediador ou da câmara privada de conciliação e
de mediação para solucionar o litígio;
d) o conciliador e o mediador ficam impedidos, pelo prazo de 1 (um) ano, contado do término da
última audiência em que atuaram, de assessorar, representar ou patrocinar qualquer das partes;
e) a mediação e a conciliação não podem ser realizadas como trabalho voluntário, em razão da
legislação pertinente e da regulamentação do tribunal.

a) Errada. O princípio da “imperatividade” não é um dos que norteiam a conciliação e a media-


ção, pois tal princípio é frontalmente contrário ao “princípio da autonomia da vontade”, este sim
constante do rol do art. 166 do CPC.
b) Errada. Conforme o art. 166, § 4º do CPC, “a mediação e a conciliação serão regidas con-
forme a livre autonomia dos interessados, inclusive no que diz respeito à definição das regras
procedimentais”.

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c) Errada. As partes podem escolher, de comum acordo, o conciliador, o mediador ou a câmara


privada de conciliação e de mediação (art. 168 do CPC). Portanto, tal poder não pertence so-
mente ao juiz.
d) Certa. Trata-se da regra do art. 172 do CPC, em termos literais.
e) Errada. A mediação e a conciliação podem ser realizadas como trabalho voluntário, observada
a legislação pertinente e a regulamentação do tribunal (texto literal do art. 169, § 1º do CPC).
Letra d.

004. (2019/FUNDATEC/PREFEITURA DE GRAMADO – RS/ADVOGADO) De acordo com


o Código de Processo Civil, quanto aos conciliadores e mediadores, analise as seguintes
assertivas:
I – A confidencialidade estende-se a todas as informações produzidas no curso do procedimento,
cujo teor não poderá ser utilizado para fim diverso daquele previsto por expressa deliberação
das partes.
II – O mediador, que atuará nos casos em que houver vínculo anterior entre as partes, auxiliará
aos interessados a compreender as questões e os interesses em conflito, de modo que eles
possam, pelo restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções consen-
suais que gerem benefícios mútuos.
III – Em razão do dever de sigilo, inerente às suas funções, o conciliador e o mediador, assim
como os membros de suas equipes, não poderão divulgar ou depor acerca de fatos ou elemen-
tos oriundos da conciliação ou da mediação.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) Apenas II e III.

I – Certo. Trata-se da regra literal do art. 166, § 1º do CPC.


II – Errado. Quando houver vínculo anterior entre as partes, a atuação do mediador é meramente
preferencial (art. 165, § 3º, CPC). O perfil desta banca, pelo que se vê, é de tentar confundir o
candidato com detalhes mínimos de semântica legislativa.
III – Certo. Trata-se da literalidade da regra do art. 166, § 2º, CPC.
Letra d.

005. (2018/CESPE/STJ/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ADMINISTRATIVA) Julgue o próximo item,


relativo ao dever e às responsabilidades dos sujeitos do processo.

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O oficial de justiça goza de proteção legal no sentido de não ser responsabilizado civil ou re-
gressivamente em razão da recusa de cumprimento, no prazo estipulado, de atos determinados
pela lei ou pelo juiz.

O art. 155 elenca hipóteses de responsabilidade civil e regressiva do oficial de justiça. Sua
presunção de legitimidade alcança somente os atos ordinariamente praticados no exercício da
função pública, em especial as certidões de devolução de mandados.
Errado.

006. (2018/VUNESP/TJ-SP/ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) Legalmente, incumbe ao


escrivão ou ao chefe de secretaria:
a) efetuar avaliações, quando for o caso.
b) certificar proposta de autocomposição apresentada por qualquer das partes, na ocasião de
realização de ato de comunicação que lhe couber.
c) manter sob sua guarda e responsabilidade os bens móveis de pequeno valor penhorados.
d) auxiliar o juiz na manutenção da ordem.
e) comparecer às audiências ou, não podendo fazê-lo, designar servidor para substituí-lo.

a) Errada. Tal incumbência pertence ao oficial de justiça (art. 154, V, CPC).


b) Errada. Tal incumbência pertence ao oficial de justiça (art. 154, VI, CPC).
c) Errada. Tal incumbência não é legalmente atribuída a um auxiliar da justiça específico.
d) Errada. Tal incumbência pertence ao oficial de justiça (art. 154, IV, CPC).
e) Certa. É atribuição do escrivão ou chefe de secretaria (art. 152, III, CPC).
Letra e.

007. (2017/CFC/BANCA DO ÓRGÃO/PERITO CONTÁBIL) De acordo com o art. 157 do Có-


digo de Processo Civil – Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015 -, quando nomeado em Juízo
e não estiver capacitado a desenvolver o trabalho, o perito deverá:
a) aceitar o trabalho devido a sua responsabilidade profissional.
b) comunicar as partes, por escrito, a razão de seu impedimento.
c) dirigir petição ao Juízo, no prazo legal, justificando sua escusa.
d) declarar sua impossibilidade na primeira audiência do processo.

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É a regra do art. 157, § 1º: “A escusa será apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, contado da
intimação, da suspeição ou do impedimento supervenientes, sob pena de renúncia ao direito
a alegá-la”.
Letra c.

008. (2017/CFC/BANCA DO ÓRGÃO/PERITO CONTÁBIL) O art. 156 do Código de Processo


Civil – Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015 – indica a necessidade de formação de cadastro
de peritos mantido pelo tribunal ao qual o juiz está vinculado, como condição para a escolha do
perito nomeado em um processo judicial. Prevê ainda o referido dispositivo legal outras condi-
ções. Acerca desse assunto julgue os itens abaixo e, em seguida, assinale a opção CORRETA.
I – Para formação do cadastro, os tribunais devem realizar consulta pública, por meio de divul-
gação na rede mundial de computadores ou em jornais de grande circulação, além de consulta
direta a universidades, a conselhos de classe, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e
à Ordem dos Advogados do Brasil, para a indicação de profissionais ou de órgãos técnicos
interessados.
II – Os tribunais realizarão avaliações e reavaliações periódicas para manutenção do cadastro,
considerando a formação profissional, a atualização do conhecimento e a experiência dos
peritos interessados.
III – Na localidade onde não houver inscrito no cadastro disponibilizado pelo tribunal, a nomea-
ção do perito é de livre escolha pelo juiz e deverá recair sobre profissional ou órgão técnico
ou científico comprovadamente detentor do conhecimento necessário à realização da perícia.
Estão CERTOS os itens:
a) I e II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) I, II e III.
d) II e III, apenas.

I – Certo. Trata-se da regra literal do art. 156, § 2º do CPC.


II – Certo. Trata-se da regra literal do art. 156, § 3º do CPC.
III – Certo. Trata-se da regra literal do art. 156, § 5º do CPC.
Letra c.

009. (2017/FCC/TRF 5ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR


FEDERAL) Considere o novo Código de Processo Civil para responder a questão.
São incumbências do Oficial de Justiça

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a) executar as ordens do juiz a que estiver subordinado, bem como auxiliar o juiz na manuten-
ção da ordem; no entanto, não lhe cabe fazer pessoalmente prisões, providência que incumbe
somente à polícia.
b) praticar, de ofício, os atos meramente ordinatórios, bem como entregar o mandado em car-
tório após seu cumprimento; no entanto, só lhe cabe fazer avaliações quando não houver na
comarca perito habilitado a realizá-las.
c) fazer pessoalmente citações, penhoras, arrestos, bem como auxiliar o juiz na manutenção da
ordem; no entanto, não lhe cabe certificar, em mandado, eventual proposta de autocomposição
apresentada pela parte, por se tratar de ato privativo de advogado.
d) fazer pessoalmente prisões, bem como certificar, em mandado, proposta de autocomposição
apresentada por qualquer das partes; no entanto, não lhe cabe redigir os mandados e as cartas
precatórias, providência que incumbe ao escrivão ou ao chefe de secretaria.
e) fornecer certidão de qualquer ato ou termo do processo, independentemente de despacho,
bem como efetuar avaliações, quando for o caso; no entanto, não lhe cabe fazer pessoalmente
prisões, providência que incumbe somente à polícia.

a) Errada. O oficial de justiça também é incumbido de fazer prisões (art. 154, I, CPC).
b) Errada. O oficial de justiça também é incumbido de efetuar avaliações, quando for o caso
(art. 154, V, CPC).
c) Errada. O oficial de justiça também é incumbido de certificar, em mandado, proposta de
autocomposição apresentada por qualquer das partes, na ocasião de realização de ato de co-
municação que lhe couber (art. 154, VI, CPC).
d) Certa. Tais incumbências constam do rol do art. 154 do CPC.
e) Errada. O oficial de justiça também é incumbido de fazer prisões (art. 154, I, CPC).
Letra d.

010. (2017/CESPE/TRE-BA/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA) De acordo


com o CPC, é atribuição expressa do chefe de secretaria redigir, na forma legal,
a) ordens judiciais.
b) intimações.
c) citações.
d) mandados.
e) decisões interlocutórias.

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O art. 152, inciso I do CPC atribui ao escrivão ou chefe de secretaria a incumbência de redigir,
na forma legal, os ofícios, os mandados, as cartas precatórias e os demais atos que pertençam
ao seu ofício. Na questão, somente a redação de mandados é que consta entre as alternativas.
Letra d.

011. (2017/CONSULPLAN/TRF 2ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/OFICIAL DE JUSTIÇA


AVALIADOR FEDERAL) O Novo Código de Processo Civil de 2015 (Lei Federal n. 13.105)
prestigia, em diversas passagens, os métodos alternativos de solução de conflitos como for-
ma de entregar aos cidadãos uma prestação jurisdicional mais célere e que melhor atenda
os interesses das partes em conflito, buscando-se, com isso, a pacificação social e a maior
efetividade das decisões estatais. No que tange às disposições processuais que regem os
conciliadores e mediadores judiciais, assinale a alternativa correta.
a) As partes podem escolher, de comum acordo, o conciliador ou o mediador, ainda que este
não esteja cadastrado no tribunal onde tramita o processo.
b) A conciliação e a mediação são informadas pelo princípio da publicidade, devendo ser publi-
cadas todas as informações produzidas no curso do procedimento.
c) Os conciliadores e mediadores judiciais devidamente cadastrados, se advogados, poderão
continuar exercendo a advocacia nos juízos em que desempenham suas funções.
d) Eventuais conflitos no âmbito administrativo que envolvam órgãos e entidades da administra-
ção pública não estão sujeitos aos mecanismos de solução consensual de conflitos previstos
no Código de Processo Civil de 2015.

a) Certa. Trata-se da regra do art. 168, em especial do seu § 1º, o qual dispõe que o conciliador
ou mediador escolhido pelas partes poderá ou não estar cadastrado no tribunal.
b) Errada. O art. 166 elenca entre os princípios aplicáveis à conciliação o da confidencialidade,
que é o contrário de publicidade.
c) Errada. Os conciliadores e mediadores judiciais cadastrados, se advogados, estarão impedidos
de exercer a advocacia nos juízos em que desempenhem suas funções (art, 167, § 5º, CPC).
d) Errada. O art. 174, inciso I, dispõe: “A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
criarão câmaras de mediação e conciliação, com atribuições relacionadas à solução consen-
sual de conflitos no âmbito administrativo, tais como: I – dirimir conflitos envolvendo órgãos e
entidades da administração pública;”.
Letra a.

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012. (2016/FCC/CREMESP/ADVOGADO) Considere a seguinte situação hipotética: No pro-


cesso “X”, o perito judicial prestou informações inverídicas que acabaram comprometendo a
instrução processual e o deslinde da controvérsia. Considerando que o perito agiu com culpa,
não possuindo a intenção deliberada de prestar as informações inverídicas, de acordo com o
Código de Processo Civil, o perito responderá pelos prejuízos que causar à parte
a) mas não ficará inabilitado para atuar em outras perícias uma vez que não agiu com dolo.
b) e ficará inabilitado para atuar em outras perícias pelo prazo de até três anos, independente-
mente das demais sanções previstas em lei.
c) e ficará inabilitado para atuar em outras perícias no prazo de dois a cinco anos, independen-
temente das demais sanções previstas em lei.
d) e somente não ficará inabilitado para atuar em outras perícias se comprovar que a conduta
culposa praticada decorreu de ato omissivo.
e) e somente não ficará inabilitado para atuar em outras perícias se comprovar que a conduta
culposa praticada decorreu de ato comissivo.

A questão limitou-se a explorar a regra do art. 158 do CPC: “O perito que, por dolo ou culpa,
prestar informações inverídicas responderá pelos prejuízos que causar à parte e ficará inabili-
tado para atuar em outras perícias no prazo de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, independentemente
das demais sanções previstas em lei, devendo o juiz comunicar o fato ao respectivo órgão de
classe para adoção das medidas que entender cabíveis”.
Letra c.

013. (2016/CONSULPLAN/TJ-MG/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/


PROVIMENTO) No que tange à guarda e à conservação de bens penhorados, arrestados,
sequestrados ou arrecadados serão confiadas a depositário ou a administrador, julgue as
afirmações a seguir:
I – Por seu trabalho o depositário ou o administrador perceberá remuneração que o juiz fixar,
levando em conta a situação dos bens, o tempo do serviço e às dificuldades de sua execução,
não podendo extrapolar o limite de cinco por cento sobre o valor total dos bens.
II – O juiz poderá nomear um ou mais prepostos por indicação do depositário ou do administrador.
III – O depositário ou o administrador responderá pelos prejuízos que, por dolo ou culpa, causar
à parte, perdendo a remuneração que lhe foi arbitrada, embora seja-lhe assegurado o direito de
haver o que legitimamente despendeu no exercício do encargo.
IV – O depositário infiel responde civilmente pelos prejuízos causados, sem prejuízo de sua
responsabilidade penal e da imposição de sanção por ato atentatório à dignidade da justiça.
Está correto o que se afirma em:
a) I, II e III, apenas.

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b) II, III e IV, apenas.


c) II e III, apenas.
d) I, II, III e IV.

I – Errado. Não existe limitação máxima ao valor da remuneração do depositário ou do admi-


nistrativo. É todo do juiz o arbítrio de fixar tal remuneração.
II – Certo. Trata-se da regra literal do art. 160, parágrafo único do CPC.
III – Certo. Trata-se da regra literal do art. 161 do CPC
IV – Certo. Trata-se da regra literal do art. 161, parágrafo único do CPC.
Letra b.

014. (2016/CONSULPLAN/TJ-MG/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/PRO-


VIMENTO) A conciliação e a mediação, formas de resolução de conflito, são informadas pelos
seguintes princípios, expressamente adotados pelo Novo Código de Processo Civil, EXCETO:
a) Independência e confidencialidade.
b) Simplicidade e economia processual.
c) Autonomia de vontade e informalidade.
d) Imparcialidade, decisão informada e oralidade.

De todos os princípios do rol do art. 166 do CPC, os mencionados na letra “b” não constam na
sua listagem. Os demais, por sua vez, constam:

A conciliação e a mediação são informadas pelos princípios da independência, da imparcialidade, da


autonomia da vontade, da confidencialidade, da oralidade, da informalidade e da decisão informada.

Letra b.

015. (2019/CESPE/PGE-PE/ANALISTA ADMINISTRATIVO DE PROCURADORIA/CALCU-


LISTA) A respeito de liquidação e cumprimento de sentença, da execução contra a fazenda
pública e dos auxiliares da justiça, julgue o item a seguir, à luz do Código de Processo Civil.
Situação hipotética: Incumbido de se manifestar tecnicamente sobre o conteúdo de laudo ela-
borado por perito judicial e anexado a processo movido contra a fazenda pública, o calculista de
determinada procuradoria estadual constatou que o referido perito era sócio da pessoa jurídica
que figurava como parte autora na demanda. Assertiva: Nessa situação, está configurada hipó-
tese legal de impedimento do perito, devendo o calculista, além de elaborar a sua manifestação
acerca do laudo, alertar o procurador responsável acerca do vício identificado.

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O art. 145, inciso V, institui como causa de impedimento o fato de o sujeito imparcial ser sócio
ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte no processo. Esta causa,
prevista para o juiz, é aplicável a todos os sujeitos imparciais do processo, a exemplo do perito
(art. 148, III, CPC). Logo, o perito será legalmente impedido para elaborar o laudo em tal processo.
Certo.

016. (2018/SEAP/TJ-MG/ESTÁGIO/DIREITO) São auxiliares da Justiça, além de outros cujas


atribuições sejam determinadas pelas normas de organização judiciária:
a) o escrivão, o chefe de secretaria, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador, o
intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o partidor, o distribuidor, o contabilista,
o regulador de avarias, o porteiro e o motorista particular do juiz.
b) o escrivão, o chefe de secretaria, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador,
o intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o partidor, o distribuidor, o contabilista
e o regulador de avarias.
c) o escrivão, o chefe de secretaria, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador, o
intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o partidor, o distribuidor e o contabilista.
d) o escrivão, o chefe de secretaria, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador,
o intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o distribuidor, o contabilista e o regu-
lador de avarias.

Questão de objetividade extrema, que exigiu apenas o nome funcional de cada auxiliar da jus-
tiça, conforme o art. 149.
Letra b.

017. (2018/GUALIMP/CÂMARA DE NOVA VENÉCIA – ES/PROCURADOR JURÍDICO) Estão


incluídos no conceito de Auxiliares da Justiça, EXCETO:
a) O escrivão, o Chefe de Secretaria e o Oficial de Justiça.
b) O Perito, o Depositário e o Administrador.
c) As Testemunhas e os Advogados.
d) Os Conciliadores e Mediadores Judiciais.

Bastava apontar aos sujeitos processuais que não se consideram, propriamente, como auxiliares
da justiça (alheios ao rol do art. 149 do CPC).
Letra c.

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Auxiliares da Justiça
Gustavo Deitos

018. (2015/FAUEL/PREFEITURA DE ORTIGUEIRA – PR/PROCURADOR/ADAPTADA) O


processo não é o procedimento, mas o resultado da soma de diversos fatores, um dos quais
é exatamente o procedimento. Acerca do tema, julgue o item a seguir:
O Código de Processo Civil, em enumeração meramente taxativa, indica como auxiliares da
justiça o escrivão, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador e o intérprete.

O item traz afirmação de exclusividade, na qual suprimiu alguns dos auxiliares da justiça, assim
qualificados pelo art. 149 do CPC.
Errado.

019. (2021/FGV/TJ-RO/TÉCNICO JUDICIÁRIO) Em cada juízo haverá um ou mais ofícios de


justiça, cujas atribuições serão determinadas pelas normas de organização judiciária.
Dentre as hipóteses abaixo, aquela que configura incumbência do escrivão ou chefe de secretaria é:
a) efetuar avaliações, quando for o caso, e auxiliar o juiz na manutenção da ordem;
b) verter para o português as declarações das partes e das testemunhas que não conhecerem
o idioma nacional;
c) manter a guarda e a conservação de bens penhorados, arrestados, sequestrados ou arreca-
dados no curso do processo;
d) fornecer certidão de qualquer ato independentemente de despacho, observadas as disposi-
ções referentes ao segredo de justiça;
e) manter sob sua guarda os autos, não permitindo que saiam do cartório, ainda que tenham
que seguir à conclusão do juiz.

A banca exigiu que o candidato identificasse hipótese corretamente inserida no rol do art. 152
do CPC. As demais alternativas apresentam situações que representam funções de outros
auxiliares, com exceção da letra “e”, que representa situação contrária ao disposto no art. 152,
IV, “a”, do CPC, mediante troca da conjunção “exceto” por “ainda que”.
Letra d.

020. (2021/INSTITUTO AOCP/CÂMARA DE TERESINA – PI/PROCURADOR/ADAPTADA)


Segundo o Código de Processo Civil, julgue o item subsequente.
O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas responderá pelos prejuízos que
causar à parte e ficará inabilitado para atuar em outras perícias no prazo de dois a cinco anos,
independentemente das demais sanções previstas em lei, devendo o juiz comunicar o fato ao
respectivo órgão de classe para adoção das medidas que entender cabíveis.

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Gustavo Deitos

Questão possível de ser resolvida apenas com o conhecimento da literalidade do dispositivo.


Certo.

021. (2019/FAUEL/CÂMARA MUNICIPAL DE COLOMBO – PR/ADVOGADO/ADAPTADA) O


Novo Código de Processo Civil (CPC) inovou ao dedicar todo um capítulo aos conciliadores e
mediadores, enaltecendo os mecanismos de soluções alternativas de conflitos. Em relação
ao tema, julgue o item a seguir.
A criação dos centros judiciários de solução consensual de conflitos é uma imposição do CPC
aos tribunais.

Com o verbo “criarão”, o caput esclarece a obrigatoriedade de criação dos referidos centros. É
necessária alguma atenção a mais para analisar a alternativa.
Errado.

022. (2019/FAUEL/CÂMARA MUNICIPAL DE COLOMBO – PR/ADVOGADO/ADAPTADA) O


Novo Código de Processo Civil (CPC) inovou ao dedicar todo um capítulo aos conciliadores e
mediadores, enaltecendo os mecanismos de soluções alternativas de conflitos. Em relação
ao tema, julgue:
O tribunal poderá optar pela criação de quadro próprio de conciliadores e mediadores, a ser
preenchido por concurso público de provas e títulos, observadas as disposições deste Capítulo.

Trata-se da regra do art. 167, § 6º, do CPC, em termos literais.


Certo.

023. (2016/IADHED/PREFEITURA DE ARAGUARI – MG/PROCURADOR MUNICIPAL) De


acordo com o disposto no Código de Processo Civil vigente, a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios criarão câmaras de mediação e conciliação, com atribuições rela-
cionadas à solução consensual de conflitos no âmbito administrativo, tais como as abaixo
descritas, exceto:
a) Dirimir conflitos envolvendo órgãos e entidades da administração pública;
b) Avaliar a admissibilidade de pedidos de resolução de conflitos, por meio de conciliação, no
âmbito da administração pública;
c) Promover, quando couber, a celebração de termo de ajustamento de conduta;

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d) Aplicar, administrativamente, punições às partes que desrespeitarem os termos do acor-


do proposto.

A banca perguntou sobre qual prerrogativa não consta do rol do art. 174 do CPC, ao utilizar-se
da conjunção “exceto”.
Letra d.

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Professor de cursos preparatórios para concursos públicos. Analista Judiciário do Tribunal Superior do
Trabalho (Gabinete de Ministro).
Outras convocações: Técnico Judiciário do TRT-SC (7° lugar) e Analista Judiciário do TRF da 3ª Região.
Aprovado em 8° lugar para Analista Judiciário do TRT-MS.

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