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Indaial – 2020
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Prof. Hector Luiz Martins Figueira
F475e
ISBN 978-65-5663-047-2
CDD 340
Impresso por:
Apresentação
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao Livro Didático Elementos do
Processo Civil, Penal e Trabalhista. Esta disciplina tem como objetivo trazer
um grande apanhado dos temas mais principais afetos ao eixo principal da
processualística brasileiro. Vale dizer, que para quem pretende advogar,
conhecer processo é de suma importância para o realizar de um bom
trabalho na defesa do direito das pessoas, bem como na compreensão das
burocracias do funcionamento da máquina pública. Por isso, é indispensável
o seu estudo.
III
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
IV
V
LEMBRETE
Acesse o QR Code, que te levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para teu estudo.
VI
Sumário
UNIDADE 1 – ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL.................................................1
VII
3 A LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAÇO E NO TEMPO..........................................................64
4 PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENAL..............................................................................................65
5 SISTEMAS PROCESSUAIS - ACUSATÓRIO (PRIVADO E PÚBLICO), INQUISITÓRIO E
MISTO.....................................................................................................................................................69
5.1 SISTEMA ACUSATÓRIO CLÁSSICO/PRIVADO........................................................................69
5.2 SISTEMA INQUISITIVO/INQUISITÓRIO....................................................................................69
5.3 SISTEMA ACUSATÓRIO MODERNO/PÚBLICO.......................................................................70
5.4 SISTEMA MISTO..............................................................................................................................71
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................73
AUTOATIVIDADE..................................................................................................................................74
VIII
TÓPICO 2 – COMPETÊNCIA TRABALHISTA, PARTES, AÇÃO, PROCEDIMENTOS,
DISSÍDIO INDIVIDUAL E AUDIÊNCIA TRABALHISTA...................................147
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................................147
2 COMPETÊNCIAS E TIPOS DE COMPETÊNCIA TRABALHISTA..........................................148
3 PARTES, REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL, PROCURADORES E TERCEIROS..............150
3.1 PARTES............................................................................................................................................151
3.2 LITISCONSÓRCIO.........................................................................................................................151
3.3 CAPACIDADE PROCESSUAL.....................................................................................................151
3.4 REPRESENTAÇÃO........................................................................................................................153
4 AÇÃO, PROCESSO E PROCEDIMENTO NOS DISSÍDIOS INDIVIDUAIS........................153
4.1 PETIÇÃO INICIAL . ......................................................................................................................155
4.2 PROCEDIMENTOS........................................................................................................................156
4.3 DISSÍDIOS INDIVIDUAIS.............................................................................................................158
5 AUDIÊNCIA TRABALHISTA ..........................................................................................................158
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................161
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................162
IX
X
UNIDADE 1
ELEMENTOS DE DIREITO
PROCESSUAL CIVIL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
DIREITO E PROCESSO
1 INTRODUÇÃO
O conceito de Direito Processual deve ser compreendido como sistema de
princípios e normas legais que se interagem entre si com o intuito de regularem
o processo, servindo, ainda, para disciplinar as ações dos sujeitos interessados na
prestação jurisdicional.
3
UNIDADE 1 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
4
TÓPICO 1 | DIREITO E PROCESSO
Exemplo:
5
UNIDADE 1 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
FONTE: O autor
6
TÓPICO 1 | DIREITO E PROCESSO
DICAS
O novo CPC traz consigo novos objetivos que merecem destaque: como
a celeridade processual e a segurança jurídica. O novo código tenta prestigiá-
las, coibindo dois dos piores vícios do processo civil atual: a morosidade e a
insegurança da justiça brasileira.
Ainda podemos dizer que, a matéria processual tem por finalidade trazer
a matéria penal da teoria para a realidade, oferecendo as ferramentas necessárias
para que este possa ser aplicado na sua integralidade. Com esse objetivo
delineado, sua finalidade será a de fixação da relação jurídica nascida do ilícito
penal provocado, após sua ocorrência. Desse modo, pode o Estado mediante
provocação, revogar determinados direitos do indivíduo criminoso.
8
TÓPICO 1 | DIREITO E PROCESSO
ATENCAO
9
UNIDADE 1 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
10
TÓPICO 1 | DIREITO E PROCESSO
FONTE: O autor
11
UNIDADE 1 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
E
IMPORTANT
Ao final, podemos dizer que para as leis processuais não se aplicam regras
próprias de interpretação a serem aplicadas, basta que sejam razoavelmente
compreendidas e reveladas, levando em consideração as finalidades do processo
e sua característica. Por isso, se faz tão importante uma interpretação sistemática
da lei processual de forma honesta e coerente.
12
TÓPICO 1 | DIREITO E PROCESSO
6 CONSTITUIÇÃO E PROCESSO
Atualmente, se faz muito importante o estudo do Direito Processual
Civil integrado com o Direito Constitucional. Por isso é fundamental toda uma
compreensão acerca dos direitos fundamentais, principalmente dos principais
direitos fundamentais processuais que se apresentam no art. 5º da CRFB. E ainda,
compreender através das chamadas “dimensões de direitos fundamentais” toda
esta classificação histórica.
Sobre isso, podemos acrescentar que “o juiz não pode se limitar ao que o
legislador infraconstitucional estabelecer devendo ater-se, principalmente, ao que
foi estabelecido pela Constituição” (MARINONI, 2010, p. 55). Amaral de Souza
(2008, p. 104) ensina que “O processo deve seguir à risca o que a Constituição
Federal para ele estabeleceu, principalmente no que se refere à tutela dos direitos
fundamentais: imunizar e reparar, quando preciso, o direito [...] de acordo com
os preceitos e valores inseridos na Constituição Federal”.
13
UNIDADE 1 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
14
TÓPICO 1 | DIREITO E PROCESSO
15
UNIDADE 1 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
NOTA
DICAS
• A atuação do juiz no novo Código de Processo Civil, de Benedito Corezzo Pereira Filho,
para o site Consultor Jurídico. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2015-mar-30/
benedito-cerezzo-atuacao-juiz-codigo-processo-civil.
• O papel do Juiz no processo civil moderno, de Otacílio José Barreiros. Disponível em:
http://www.revistajustitia.com.br/artigos/2w2a27.pdf.
16
RESUMO DO TÓPICO 1
• O processo deve seguir à risca o que a Constituição Federal para ele estabeleceu,
principalmente no que se refere à tutela dos direitos fundamentais: imunizar e
reparar, quando preciso, o direito
17
AUTOATIVIDADE
18
5 O código de processo civil aduz que: “O juiz apreciará a prova constante
dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido e indicará
na decisão as razões da formação de seu convencimento”. Neste sentido o
princípio em destaque é:
a) ( ) Juiz Natural.
b) ( ) Ampla Defesa.
c) ( ) Contraditório.
d) ( ) Da motivação das decisões judiciais.
19
20
UNIDADE 1
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico vamos estudar, processo de conhecimento: é aquele em que
o juiz decide qual das partes tem razão na lide e todo o desdobramento sobre
ele como a audiência de instrução e julgamento. Adiante, veremos o processo
cautelar como sendo o processo que tem por finalidade proteger o objeto da ação
principal.
21
UNIDADE 1 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Toda vez que tiver início a audiência, o juiz deve, antes de passar à
produção de provas, buscar conciliar as partes. A conciliação já era situação
prevista no antigo Código de Processo, contudo, após 2015, ela foi favorecida e
incrementada com sua previsão em diversos dispositivos. No entanto, a novidade
contida no novo CPC refere-se aos métodos de conciliação.
22
TÓPICO 2 | PROCESSO DE CONHECIMENTO, DE EXECUÇÃO E CAUTELAR
NOTA
A AIJ tem papel muito importante para o desdobramento da ação judicial, pois
nela podem ser produzidas provas importantes referentes ao caso, devendo o profissional
(advogado das partes) que nela participa estar atento para não cometer erros.
23
UNIDADE 1 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
24
TÓPICO 2 | PROCESSO DE CONHECIMENTO, DE EXECUÇÃO E CAUTELAR
Por fim, a jurisdição “[...] é uma das funções do Estado, mediante a qual este
se substitui aos titulares dos interesses em conflito para, imparcialmente, buscar
a pacificação do conflito que os envolve, com justiça” (CINTRA; GRINOVER;
DINAMARCO, 2006, p. 145).
25
UNIDADE 1 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
JURISDIÇÃO JURISDIÇÃO
CONTENCIOSA VOLUNTÁRIA
ATIVIDADE Jurisdicional Administrativa
CAUSA Lides Ato ou negócio jurídico
SUJEITOS Partes Interessados
INICIATIVA Ação Requerimento
FORMA Processo Procedimento
COISA JULGADA Há Não há
CRITÉRIO DE Legalidade estrita Legalidade ou equidade
JULGAMENTO
FONTE: O autor
E
IMPORTANT
Notar que as diferenças estão retratadas em lei e doutrina, por isso reforço que
a leitura do material deve sempre estar acompanhada do Código de Processo Civil.
26
TÓPICO 2 | PROCESSO DE CONHECIMENTO, DE EXECUÇÃO E CAUTELAR
5 PROCESSO DE EXECUÇÃO
A Lei 11.232/05, alterou essa sistemática do processo civil e sua subdivisão,
uma vez que agora o processo de execução limitou-se a servir apenas para a
satisfação dos títulos executivos extrajudiciais.
27
UNIDADE 1 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
FONTE: O autor
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TÓPICO 2 | PROCESSO DE CONHECIMENTO, DE EXECUÇÃO E CAUTELAR
ATENCAO
29
UNIDADE 1 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
E
IMPORTANT
FONTE: <https://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI301252,91041-Efetividade+da+acao+
de+execucao+evolucao+legislativa+jurisprudencial>. Acesso em: 2 mar. 2020.
6 PROCESSO CAUTELAR
Com a reforma do CPC em 2015, houve também uma evidente modificação
no regramento das cautelares como um todo. Possibilitando à extinção do
processo cautelar autônomo e ainda viabilizando a unificação do procedimento
pelo qual elas deveriam ser pleiteadas em juízo.
Não podemos deixar de falar que com a reforma do CPC foram extintos
o procedimento cautelar incidental, que era conhecido como a figura do
apensamento dos autos do procedimento cautelar aos do principal. Foi extinta
também a possibilidade de concessão de medidas cautelares de ofício pelo juiz.
30
TÓPICO 2 | PROCESSO DE CONHECIMENTO, DE EXECUÇÃO E CAUTELAR
A letra da lei trazida pelo atual Código estabeleceu o regime das tutelas
provisórias em livro próprio, as quais contam com disposições gerais comuns
previstas nos Artigos 294 a 299; tutela de urgência prevista nos Artigos 300 a 310;
e tutela de evidência prevista no Artigo 311, todos do referido diploma — que
devem ser artigos de leitura obrigatória para todos os alunos.
31
UNIDADE 1 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Devendo juiz da causa ficar atento para estes fatos que são factíveis de
ocorrer em sede de processo.
DICAS
32
RESUMO DO TÓPICO 2
33
AUTOATIVIDADE
1 Sabe-se que a AIJ é ato processual solene, conduzido pelo juiz, de acordo
com o Código De Processo Civil, é correto dizer:
a) ( ) Adversarial e Inquisitorial.
b) ( ) Cooperativa e participativa.
c) ( ) Contenciosa e Voluntária.
d) ( ) Comum e Complexa.
a) ( ) Cumprimento de sentença.
b) ( ) Processo de execução.
c) ( ) Processo cautelar.
d) ( ) Processo executório pró forma.
34
5 As tutelas provisórias se dividem em tutela de evidência e de urgência,
neste sentido, sobre elas, é correto afirmar de acordo com o CPC:
35
36
UNIDADE 1
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
A ação processual civil é um desdobramento prático que existe em
decorrência do processo para salvaguardar o direito material dos jurisdicionados.
Tendo em vista o grande número de processos no Brasil, é fundamental de que
o mecanismo processual seja bem arranjado e dotado de celeridade e economia.
Vale ainda observar que para a realização das ações é fundamental que
exista a jurisdição consolidada bem como a atuação dos juízes, serventuários,
advogados e membros do ministério público, todas estas pessoas de alguma
forma estão envolvidas na viabilidade de sucesso das ações processuais.
37
UNIDADE 1 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
FONTE: O autor
38
TÓPICO 3 | AÇÃO PROCESSUAL CIVIL
Civil rompeu com esse modelo, estabelecendo um sistema que estamos chamando
de cooperativo e que traz uma hibridez na atuação a fim de usar o que tem de
melhor nos dois sistemas.
Com a implantação deste novo sistema não haverá mais que se falar em
protagonismo do juiz e não há mais subordinação das partes. Assim, o termo
relação processual utilizado durante anos, não fica mais tão adequado aqui. Ainda
levará um tempo, em termos práticos para a superação da teoria inquisitorial,
mas se pode afirmar que com esse novo sistema denominado cooperativo, o juiz
e as partes tem a mesma importância.
39
UNIDADE 1 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Por fim, viu-se que o processo se torna cooperativo neste novo código, onde
o juiz e as partes possuem a mesma importância. Tal mudança de entendimento
possibilita que o processo civil possua uma construção de decisões melhores e um
processo mais legitimo e eficiente para todos aqueles que se utilizam do sistema.
DICAS
40
TÓPICO 3 | AÇÃO PROCESSUAL CIVIL
Já o Artigo 189, traz sobre a publicidade dos atos processuais. Desse modo,
qualquer pessoa pode ter acesso a eles, à exceção dos processos que correm em
segredo de justiça, cujos autos somente as partes e seus procuradores podem
examinar.
O Artigo 192, por sua vez, exige o uso obrigatório de língua portuguesa.
Veja:
Visto isso, podemos, agora, passar para a análise dos atos processuais do
juiz são divididos em três grupos:
42
TÓPICO 3 | AÇÃO PROCESSUAL CIVIL
Art. 212. Os atos processuais serão realizados em dias úteis, das 6 (seis)
às 20 (vinte) horas. § 1º Serão concluídos após as 20 (vinte) horas os
atos iniciados antes, quando o adiamento prejudicar a diligência ou
causar grave dano.
Art. 213. A prática eletrônica de ato processual pode ocorrer em
qualquer horário até as 24 (vinte e quatro) horas do último dia do
prazo. Parágrafo único. O horário vigente no juízo perante o qual o
ato deve ser praticado será considerado para fins de atendimento do
prazo (BRASIL, 2015, s.p.).
4 NULIDADES PROCESSUAIS
O presente tópico visa pontuar as invalidades dos atos processuais,
apresentando conceitos e o embasamento legais sobre as nulidades relativas e
absolutas, as irregularidades e os atos inexistentes. Importa esclarecer, que a
invalidade do ato processual acontece no momento em que o ato processualmente
defeituoso é concretizado, logo se diz que ele não pode ser reaproveitado para a
continuidade e prática do processo que estava ocorrendo.
43
UNIDADE 1 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
De acordo com a regra geral, os atos das partes poderão ser invalidados
apenas quando não possuir coisa julgada material. Os atos podem, ainda, ser
declarados inválidos de oficio pelo juiz, ou por simples peticionamento do
mesmo. As exceções a essa regra em que a invalidade pode ilidir a própria coisa
julgada, estão previstas no Artigo 485, VIII, do CPC.
44
TÓPICO 3 | AÇÃO PROCESSUAL CIVIL
• Relatório: parte que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com
o resumo do pedido e da contestação, e o registro das principais ocorrências, se
houver, no andamento do processo.
• Fundamentos: em que o juiz analisará as questões de fato e de direito.
• Dispositivo: em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe
submeterem.
45
UNIDADE 1 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Visto isso, ainda se pode mencionar com base nos §2º e §3º do referido
489 do CPC que: “no caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e
os critérios gerais da ponderação efetuada, enunciando as razões que autorizam
a interferência na norma afastada e as premissas fáticas que fundamentam a
conclusão” (BRASIL, 2015, s.p.). E que: “a decisão judicial deve ser interpretada
a partir da conjugação de todos os seus elementos e em conformidade com o
princípio da boa-fé” (BRASIL, 2015, s.p.).
.
No Artigo 490 do CPC, está decretado que: “O juiz resolverá o mérito
acolhendo ou rejeitando, no todo ou em parte, os pedidos formulados pelas
partes” (BRASIL, 2015, s.p.). Tendo, o magistrado que fazer esta seleção na sua
atividade judicante.
46
TÓPICO 3 | AÇÃO PROCESSUAL CIVIL
Por fim, o Artigo 495, vai nos dizer que a decisão que condenar o réu ao
pagamento de prestação consistente em dinheiro e a que determinar a conversão
de prestação de fazer, de não fazer ou de dar coisa em prestação pecuniária
valerão como título constitutivo de hipoteca judiciária:
47
UNIDADE 1 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
que torna imutável e indiscutível a sentença, não mais sujeita a recurso ordinário
ou extraordinário” (BRASIL, 2015, s.p.). Assim, o termo “sentença”, previsto na
legislação pretérita, foi trocado pela expressão “decisão de mérito”, o que abarca
também as decisões interlocutórias de mérito.
48
TÓPICO 3 | AÇÃO PROCESSUAL CIVIL
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UNIDADE 1 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
partes entre as quais é dada, não beneficiando, nem prejudicando terceiros, salvo
nas causas relativas ao estado da pessoa, se houverem sido citados no processo,
em litisconsórcio necessário, todos os interessados” (BRASIL, 1973, s.p.) Logo, a
nova redação difere da anterior.
Por fim, tem-se a análise das exceções à coisa julgada. Por fim, as principais
exceções à coisa julgada, citadas pela doutrina e pela jurisprudência, são as
seguintes:
DICAS
• Qual o modelo de processo foi adotado pelo Novo CPC? Publicado por Flávia
Teixeira Ortega no site Jusbrasil. Disponível em: https://draflaviaortega.jusbrasil.com.br/
noticias/333505542/qual-o-modelo-de-processo-foi-adotado-pelo-novo-cpc.
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TÓPICO 3 | AÇÃO PROCESSUAL CIVIL
LEITURA COMPLEMENTAR
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UNIDADE 1 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
recurso de apelação, devendo ser interposto “por instrumento”, já que não havia
como ser determinada a subida dos autos ao tribunal, pois o processo ainda
precisaria prosseguir com o seu rito normal em relação aos demais litisconsortes
não excluídos dos autos.
Acontece que nem sempre uma decisão com conteúdo dos artigos 267 e
269 do CPC/1973 acarretava a extinção do processo. Daí porque a doutrina passou
a identificar a existência de decisões interlocutórias com conteúdo de sentença.
Isto é, embora o conteúdo da decisão fosse de sentença, o pronunciamento
jurisdicional era proferido no curso do processo, não o extinguindo por inteiro.
Por exemplo, a decisão que excluía um litisconsorte facultativo do processo
(artigo 267, VI, do CPC/1973); ou que indeferia o processamento da reconvenção,
prosseguindo a causa originária (artigo 267, I, CPC/1973); são pronunciamentos
que, embora possuíssem conteúdo de sentença, eram tidos como decisões
interlocutórias, especialmente para fins de recorribilidade. Portanto, a doutrina
majoritária entendia cabível o agravo de instrumento.
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TÓPICO 3 | AÇÃO PROCESSUAL CIVIL
53
UNIDADE 1 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
FONTE: <https://www.conjur.com.br/2017-out-22/opiniao-conceito-processual-sentenca-cpc>.
Acesso em: 2 mar. 2020.
54
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
CHAMADA
55
AUTOATIVIDADE
1 Uma relação jurídica será formada essencialmente por três partes, são elas:
a) ( ) Adversarial.
b) ( ) Inquisitorial.
c) ( ) Cooperativo.
d) ( ) Constitucionalizado.
56
5 De acordo com o Código De Processo Civil, a autoridade que torna imutável
e indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita a recurso, denomina-se
de:
a) ( ) Despacho.
b) ( ) Sentença.
c) ( ) Decisão interlocutória.
d) ( ) Coisa Julgada.
57
58
UNIDADE 2
ELEMENTOS DE DIREITO
PROCESSUAL PENAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
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60
UNIDADE 2
TÓPICO 1
PROPEDÊUTICA DO DIREITO PROCESSUAL PENAL
1 INTRODUÇÃO
Durante toda a humanidade e os diversos graus de desenvolvimento
do povo e da civilização, diversos valores de convivência foram inseridos em
variados contextos. Como a proteção à vida, à liberdade, entre outros, até mesmo
proteção no intuito de punir o infrator que violasse as normas individualizadas
de cumprimento obrigatório.
Em sentido subjetivo, o processo pode ser visto como uma relação jurídica
que se forma entre os sujeitos processuais (juiz e partes), aplicando-se a eles os
princípios constitucionais do processo, garantindo-lhes o direito ao contraditório,
à ampla defesa, ao juiz natural, entre outros.
62
TÓPICO 1 | PROPEDÊUTICA DO DIREITO PROCESSUAL PENAL
ATENCAO
De acordo com o art. 5º da CRFB, inciso XL – “a lei penal não retroagirá, salvo
para beneficiar o réu. Não confunda com a lei processual penal, que não possui efeitos
retroativos – aplicação imediata das normas” (BRASIL, 1988, s.p.).
63
UNIDADE 2 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
Para finalizar essas notas iniciais, podemos dizer que a lei processual
penal, uma vez inserida no mundo jurídico, terá aplicação imediata, atingindo
inclusive os processos que estão em curso, pouco importando se traz ou não
situação gravosa ao imputado (Princípio do efeito imediato ou da aplicação
imediata). Dessa forma, os atos já praticados antes da vigência da nova lei
continuam válidos.
64
TÓPICO 1 | PROPEDÊUTICA DO DIREITO PROCESSUAL PENAL
Novamente, para reforçar esta questão, a lei penal, não retroagirá, salvo
para beneficiar o réu. No processo penal ela não retroage nunca, pois a aplicação
da lei processual penal é informada pelo princípio da territorialidade absoluta,
logo, tem aplicação a todos os processos em trâmite no território nacional.
Por fim, de modo geral, podemos dizer que as normas processuais têm
aplicação imediata. Desde que sejam respeitados o ato jurídico perfeito, o direito
adquirido e a coisa julgada conforme os seguintes dispositivos: Constituição
Federal, Artigo 5º, XXXVI; Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro
(LINDB), Artigo 6º; e Código de Processo Penal (CPP), Artigo 2º.
65
UNIDADE 2 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
E
IMPORTANT
Art. 5º, XLVI da CRFB: mas “não haverá penas: a) de morte, salvo em caso
de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos
forçados; d) de banimento; e) cruéis” (BRASIL, 1988, s.p.).
66
TÓPICO 1 | PROPEDÊUTICA DO DIREITO PROCESSUAL PENAL
• Princípio da iniciativa das partes: de acordo com ele, cabe às partes postular
a prestação jurisdicional, ou seja, existe presunção de inércia da função
jurisdicional, logo “O juiz não poderá proceder de Ofício”.
• Princípio da oficialidade: no Brasil, o processo é propriedade e monopólio do
Estado, logo, somente ele possui pretensão punitiva. Toda e qualquer punição
deve ser exercida através dos órgãos oficiais.
• Princípio da publicidade: a publicização dos atos públicos é resultado da
necessidade e exigência de transparência da justiça, fazendo com que todos os
atos processuais, salvo algumas exceções, sejam públicos, sendo franqueadas
as audiências (públicas) e sessões (de julgamento), dado o interesse social.
Estando disponível no Artigo 792 CPP.
NOTA
FONTE: QUINTANA, M. Da preguiça como método de trabalho. 3. ed. São Paulo: Globo,
1994, p. 80.
68
TÓPICO 1 | PROPEDÊUTICA DO DIREITO PROCESSUAL PENAL
69
UNIDADE 2 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
Além disso, permitia-se que o acusado fosse torturado para que uma
confissão fosse obtida, já que esta era considerada a rainha de todas as provas.
Assim, resta claro que tal sistema é incompatível com o Estado Democrático
de Direito, em que são assegurados direitos e garantias individuais. Perceba as
principais características deste sistema a seguir:
70
TÓPICO 1 | PROPEDÊUTICA DO DIREITO PROCESSUAL PENAL
Aqui, as provas devem ser produzidas pelas partes para tentarem convencer
o juiz (Sistema de apreciação da prova: íntima convicção/livre convicção), que
se apresenta como verdadeiro garantidor das regras do jogo, estando assim em
posição de passividade. Ao contrário do sistema inquisitorial que, em regra, era
sigiloso, no sistema acusatório, a regra é a da publicidade. Verifique a seguir as
principais características:
• Processo triangular.
• Órgão julgador inerte e imparcial.
• Igualdade de partes.
• Contraditório e ampla defesa.
• Publicidade, mas só com a finalidade de controle da sociedade sobre os atos
processuais e não mais como uma espécie de show público.
• Liberdade de provas, mas não em caráter absoluto (existem restrições – provas
ilícitas).
• Sistema de apreciação da prova: livre convicção motivada (fundamentação) /
persuasão racional.
71
UNIDADE 2 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
E
IMPORTANT
72
RESUMO DO TÓPICO 1
• Pode haver a aplicação da lei processual no espaço e a lei penal, não retroagirá,
salvo para beneficiar o réu.
73
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Do contraditório.
b) ( ) Da ampla defesa.
c) ( ) Do juiz natural.
d) ( ) Da inércia da jurisdição.
a) ( ) Sistema misto.
b) ( ) Sistema inquisitorial.
c) ( ) Sistema acusatório público.
d) ( ) Sistema acusatório privado.
74
5 Um processo penal que seja tipicamente inquisitorial, com instrução
sigilosa e sem possibilidade de contraditório inicialmente e logo após passa
a possuir um caráter acusatório, visto que o Ministério Público inicia a ação
penal, o réu se defende e depois o juiz julga, pode ser considerado um:
a) ( ) Sistema inquisitorial.
b) ( ) Sistema misto.
c) ( ) Sistema acusatório público.
d) ( ) Sistema acusatório privado.
75
76
UNIDADE 2 TÓPICO 2
INQUÉRITO POLICIAL E AÇÃO PENAL
1 INTRODUÇÃO
O inquérito policial, por sua vez, se caracteriza na doutrina pátria como
um procedimento administrativo informativo, seu objetivo é a apurar a existência
de infração penal e sua autoria, a fim de que o titular da ação penal disponha
de elementos suficientes para promovê-la. Noutras palavras, o inquérito é o
mecanismo utilizado pela autoridade policial para elucidar a pratica de infrações
penais e sua autoria (art. 4º CPP). A expressão "infrações penais" engloba tanto
crime/delito como as contravenções penais tendo em vista a ideia bipartida de
infrações penais.
Outro tema a ser tratado neste tópico é a ação penal, que se caracteriza por
ser a atividade que impulsiona a jurisdição penal, sendo ela pública. A jurisdição
em atividade também é ação judiciária. A ação penal se materializa no processo
penal. Exercendo a jurisdição, o juiz declara direito, satisfaz direito declarado ou
assegura o direito.
Por fim, importa demonstrar que a ação penal pode ser também uma
ação penal privada, que possui três espécies: a) ação penal privada exclusiva ou
propriamente dita; b) ação penal privada personalíssima; c) ação penal privada
subsidiária da pública, como veremos a seguir.
77
UNIDADE 2 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
FONTE: O autor
78
TÓPICO 2 | INQUÉRITO POLICIAL E AÇÃO PENAL
De acordo com o Artigo 4º, CPP na sua parte final esclarece que inquérito
policial “terá, por fim, a apuração das infrações penais e da sua autoria” (BRASIL,
1941, s.p.). Ou seja, pretende-se colher prova da infração e indício suficiente da
autoria.
79
UNIDADE 2 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
80
TÓPICO 2 | INQUÉRITO POLICIAL E AÇÃO PENAL
A lei prevê que juízes não podem julgar com base exclusivamente no IP
(Artigo 155 do CPP), poderão tão somente se reportar a elementos colhidos no IP,
mas é preciso que esses elementos sejam corroborados por provas colhidas durante
81
UNIDADE 2 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
82
TÓPICO 2 | INQUÉRITO POLICIAL E AÇÃO PENAL
83
UNIDADE 2 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
• Artigo 58, §3º: CPI — investigação por parte do MP nos casos de prerrogativa
de função.
• Artigo 129, III: Inquérito Civil Público é do MP.
• Artigo 129, VI e VIII: MP pode requisitar informações e diligências de diversas
instituições o que seria uma forma de investigação.
• Artigo 129, VII: controle externo da atividade policial pelo MP — quem pode o
mais pode o menos, já que pode controlar e requisitar diligências ao delegado,
pode ele mesmo fazer.
• Artigo 4º, CPP: não exclui a atuação do MP.
84
TÓPICO 2 | INQUÉRITO POLICIAL E AÇÃO PENAL
FONTE: O autor
85
UNIDADE 2 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
4 NOTITIA CRIMINIS
A notícia-crime, nada mais é do que o conhecimento de um fato criminoso
com a respectiva indicação e possível qualificação de quem é provável autor do
crime. A notícia crime possui diversas classificações, vamos assim, elucidar cada
modalidade.
86
TÓPICO 2 | INQUÉRITO POLICIAL E AÇÃO PENAL
87
UNIDADE 2 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
FONTE: O autor
88
TÓPICO 2 | INQUÉRITO POLICIAL E AÇÃO PENAL
ATENCAO
89
UNIDADE 2 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
E
IMPORTANT
No Artigo 29, CPP — Ação penal privada subsidiária da pública — findo o prazo
do Artigo 46, surge para o ofendido a possibilidade de iniciar a ação penal, oferecendo a
sua queixa-subsidiária, dentro do prazo decadencial de 6 meses (legitimidade concorrente).
90
TÓPICO 2 | INQUÉRITO POLICIAL E AÇÃO PENAL
E
IMPORTANT
91
UNIDADE 2 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
E
IMPORTANT
A ADI 4.424 – STF decidiu que nos casos de violência doméstica, os crimes de
lesão corporal independem de representação da vítima (ação penal pública incondicionada).
Veja mais em: http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=6393143.
Por fim, últimas observações acerca da ação penal nos crimes contra a
dignidade sexual após a alteração pela Lei 12.015/09. Antes da alteração legislativa,
tais crimes, em regra, estavam submetidos à ação penal privada. Após a edição
da Lei 12.015/09, o Artigo 225, CP determina que tais crimes se procedem por
meio de ação penal pública condicionada à representação do ofendido, exceto em
casos de vítima menor de 18 anos ou vulnerável (Ex.: sem discernimento mental),
quando a ação penal será pública incondicionada (parágrafo único).
92
TÓPICO 2 | INQUÉRITO POLICIAL E AÇÃO PENAL
Em relação à Súmula 608, STF, grande parte da doutrina entende que esta
súmula está prejudicada, uma vez que foi editada à época em que a regra era que
os crimes contra a dignidade sexual se procediam mediante ação penal privada,
não fazendo mais sentido hoje, uma vez que o legislador determinou que a regra
é que a ação penal seja pública condicionada (deve-se respeitar a vontade da
vítima).
93
UNIDADE 2 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
94
TÓPICO 2 | INQUÉRITO POLICIAL E AÇÃO PENAL
equiparou a maioridade civil e penal aos 18 anos (o artigo fala em menor que
completou 18 anos).
96
TÓPICO 2 | INQUÉRITO POLICIAL E AÇÃO PENAL
Tendo em vista tudo que fora abordado até agora sobre as ações, pensamos
em fazer um resumo para sua melhor elucidação do que fora explicado:
97
RESUMO DO TÓPICO 2
• A legitimidade ativa do Ministério Público deve ser levada em conta, sendo que
ela será legitimidade ordinária: MP (Regra: Ação penal pública) e legitimidade
extraordinária: Ofendido (Ação penal privada – em nome próprio pleiteia
direito alheio).
98
AUTOATIVIDADE
99
a) ( ) Decadencial de três meses.
b) ( ) Decadencial de um ano.
c) ( ) Decadencial de seis meses.
d) ( ) Prescricional de seis meses.
100
UNIDADE 2 TÓPICO 3
DENÚNCIA X QUEIXA E JURISDIÇÃO X
COMPETÊNCIA
1 INTRODUÇÃO
O Ministério Público, diante dos elementos contidos no inquérito policial,
ou mediante outras peças informativas, verificando a existência de fato que, em
tese, caracteriza crime e indícios de autoria, forma sua convicção e inicia a ação
penal pública com o oferecimento da peça inicial, definida no Artigo 24 do CPP e
é denominada de denúncia.
101
UNIDADE 2 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
De acordo com este conceito, Fernando Capez (2008, p. 114) explica que
“as ações penais poderão ser públicas ou privadas, conforme seja promovida pelo
Ministério Público ou pela vítima e seu representante legal, respectivamente”.
102
TÓPICO 3 | DENÚNCIA X QUEIXA E JURISDIÇÃO X COMPETÊNCIA
3 QUEIXA CRIME
A queixa crime é um instrumento de denúncia, contudo se difere
em termos técnicos, por não ser realidade por iniciativa estatal. A denúncia é
oferecida pelo Ministério Público, ao passo que a queixa crime é oferecida pelo
cidadão (um particular).
104
TÓPICO 3 | DENÚNCIA X QUEIXA E JURISDIÇÃO X COMPETÊNCIA
• Código de processo penal – Artigos 12, 29, 31, 33, 34, 36, 38, 41, 44, 45, 46,
Parágrafo 2º, 48, 49, 50, Parágrafo único, 60, dentre outros.
• Código penal – Artigos 100, Parágrafos 2º e 4º, 103, 104, 105, 107, V, 117, I, 145.
4 JURISDIÇÃO
É uma função do Estado (função jurisdicional), mediante a qual este se
substitui às partes para buscar a pacificação social, aplicando o direito ao caso
concreto. A jurisdição deve ser vista também como poder, sendo expressão da
soberania estatal devido à capacidade de impor suas decisões. Além disso, pode
ser encarada como atividade, diante do conjunto de atos praticados pelo juiz no
processo. Deste modo, veremos os princípios, as características e a classificação
da jurisdição.
Os princípios são:
105
UNIDADE 2 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
As características são:
A classificação:
106
TÓPICO 3 | DENÚNCIA X QUEIXA E JURISDIÇÃO X COMPETÊNCIA
E
IMPORTANT
107
UNIDADE 2 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
• Competência do Tribunal do Júri: Art. 5º, XXXVIII, d, CF c.c. Art. 74, §1º, CPP
homicídio (Art. 121); induzimento, auxílio ou instigação ao suicídio (Art. 122);
infanticídio (Art. 123) e aborto (Artigos 124–127), consumados ou tentados,
bem como os crimes conexos a estes.
• Competência do JECRIM: infrações de menor potencial ofensivo (Art. 61, Lei
9.099/95).
• Crime continuado: (Art. 71, CP): várias condutas com vários resultados (Ex.:
rouba várias casas, que ficam em municípios distintos).
• Crime permanente: uma conduta, cujo resultado se prolonga no tempo (Ex.:
sequestro cuja vítima é mantida em cárcere privado; a vítima pode ter ficado
em vários cativeiros enquanto o bandido fugia da polícia) – É um crime único,
mas sua consumação se prolonga no tempo.
108
TÓPICO 3 | DENÚNCIA X QUEIXA E JURISDIÇÃO X COMPETÊNCIA
109
UNIDADE 2 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
LEITURA COMPLEMENTAR
Dizer que o processo penal brasileiro é misto é não dizer nada, pois
na atualidade todos o são (tipos processuais puros são históricos). Ainda que
"misto", há que se questionar (como ensina a exaustão e em inúmeros trabalhos,
Jacinto Nelson de Miranda Coutinho) diretamente o núcleo do sistema, onde está
o "princípio fundante", que é a gestão da prova. Se a gestão da prova estiver nas
mãos das partes, temos a observância do Princípio Dispositivo (ou acusatório);
mas se a gestão da prova estiver nas mãos do juiz (um juiz-ator, portanto), está
consagrada a adoção do Princípio Inquisitivo, que funda um sistema inquisitório.
110
TÓPICO 3 | DENÚNCIA X QUEIXA E JURISDIÇÃO X COMPETÊNCIA
111
UNIDADE 2 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
pela mesma porta da sala de audiência (nada de promotores entrando com juízes
pela porta privativa). E essa é a prática recorrente, nada isolado, da dinâmica das
relações.
112
TÓPICO 3 | DENÚNCIA X QUEIXA E JURISDIÇÃO X COMPETÊNCIA
FONTE: <https://www.conjur.com.br/2018-mar-16/limite-penal-processo-penal-brasileiro-
primitivo-inquisitorio>. Acesso em: 21 fev. 2020.
113
RESUMO DO TÓPICO 3
CHAMADA
114
AUTOATIVIDADE
a) ( ) pronúncia.
b) ( ) queixa-crime.
c) ( ) inquérito policial.
d) ( ) denúncia.
115
4 “Mário é empregado de uma empresa de pneus e amortecedores, teve
uma briga terrível com seu superior hierárquico Adalberto, nessa ocasião,
Mauro, sem saber o que fazer, desferiu dois tiros contra Adalberto, que
também estava armado, automaticamente dispara sua arma quando foi
alvejado e fere Mário. Neste caso concreto, sobre competência responda:
116
UNIDADE 3
ELEMENTOS DE DIREITO
PROCESSUAL DO TRABALHO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
117
118
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
O direito processual do trabalho é um ramo do direito público, autônomo,
contendo normas e princípios, cujo objetivo é pacificação social dos conflitos
levados à justiça do trabalho, bem como a disciplina e funcionamento deste ramo
do Poder Judiciário.
119
UNIDADE 3 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
120
TÓPICO 1 | HISTÓRICO DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO E ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO
O Artigo 116 prevê que, nas Varas do Trabalho, a jurisdição é exercida por
um Juiz singular. A Justiça do Trabalho concilia e julga as ações judiciais entre
trabalhadores e empregadores e outras controvérsias decorrentes da relação de
trabalho, bem como as demandas que tenham origem no cumprimento de suas
próprias sentenças, inclusive as coletivas.
121
UNIDADE 3 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
122
TÓPICO 1 | HISTÓRICO DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO E ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO
123
UNIDADE 3 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Nessa mesma linha de pensamento, vale aduzir, que muitas vezes não há
a formação da norma jurídica, ou seja, você pode compreender a fonte material
como por exemplo uma manifestação, passeata que pode demonstrar apenas o
inconformismo social ou de uma categoria específica. Em algumas situações cria
a norma jurídica e se transforma em fonte formal e em outras, apenas demonstra
uma inquietude.
• Já as fontes formais são atos-regra, de outro modo, atos normativos que tem
como critério abstração (tem sua incidência não sobre uma situação determinada,
mas sim sobre uma hipótese) e a generalidade (pode ser imputada a todos de
forma indistinta), enfim, aquelas criam a regra jurídica, aferindo-lhe o ar de
Direito Positivo.
124
TÓPICO 1 | HISTÓRICO DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO E ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO
A lei é fonte formal por excelência. O termo surge do verbo latino ligare,
resumindo é aquilo que liga, aquilo que vincula, aquilo que obriga. O Direito
tem como fonte básica a lei, ela é a norma geral e abstrata exalada pelo poder
democrático competente e provida de força obrigatória a todos.
125
UNIDADE 3 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
O art. 8º da CLT deve ser estudado com cuidado, tendo em vista que
prevê o julgamento dos casos trabalhistas levando-se em conta: à jurisprudência,
a analogia, a equidade, os princípios e normas gerais de Direito.
126
TÓPICO 1 | HISTÓRICO DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO E ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO
Por fim, vale advertir que os princípios do novo Código de Processo
Civil geram grandes impactos na justiça do trabalho, visto que a Consolidação
das Leis Trabalhistas é repleta de lacunas, envelhecimento e inadequações de
suas normas. É importante que o CPC e a CLT andem de mãos dadas, de forma
compatível entre suas normas para melhor efetivação e eficácia de direitos e
justiça social.
127
UNIDADE 3 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Este princípio não deve ser aplicado de maneira irrestrita, mas em sentido
amplo, ou seja, somente haverá igualdade ou isonomia quando houver tratamento
igual entre iguais. Ou seja, para ocorrer a igualdade processual material temos que
tratar os desguiais nas medidas das suas desigualdades. Logo, haverá flagrante
desigualdade se proporcionarmos tratamento igual a desiguais.
129
UNIDADE 3 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
130
TÓPICO 1 | HISTÓRICO DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO E ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO
Este princípio tem base legal no Artigo 2º do CPC, que diz: “nenhum juiz
prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a requerer,
nos casos e formas legais”. Na esfera cível o processo somente tem seu início com
a provocação da parte interessada.
131
UNIDADE 3 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
k) Princípio da instrumentalidade
O princípio em tela está esculpido nos Artigos. 154 e 244, ambos do CPC,
que assim prevê:
Este princípio está inserido no Artigo 329 do CPC, que assim dispõe:
132
TÓPICO 1 | HISTÓRICO DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO E ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO
n) Princípio da preclusão
o) Princípio da oralidade
A lei dos juizados especiais (Lei 9.099/95) em seu Artigo 2º diz que: “O
processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade,
economia processual e celeridade, buscando, sempre que possível, a conciliação
ou a transação”.
133
UNIDADE 3 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
q) Princípio da proteção
O Artigo 5º da LINDB dispõe: “Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins
sociais a que ela se dirige, e às exigências do bem comum”. A justiça do trabalho
é, primordialmente, uma justiça social. Carlos Henrique Bezerra Leite (2019, p.
67) ensina que:
134
TÓPICO 1 | HISTÓRICO DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO E ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO
Tal entendimento baseia-se no Artigo 765 da CLT que diz, in verbis: “Os
juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na direção do processo
e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar qualquer
diligência necessária ao esclarecimento delas”.
t) Princípio da conciliação
135
UNIDADE 3 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
5 VARAS DO TRABALHO
As Varas do Trabalho são órgãos da primeira instância que julgam os
dissídios individuais e foram criadas em substituição às Juntas de Conciliação e
Julgamento. Conforme redação do Artigo 116 da Constituição Federal, “nas Varas
do Trabalho, a jurisdição será exercida por um juiz singular”. Este deverá ser
previamente aprovado em concurso público.
Taciane Agner de Faria Rodrigues (2014, p. 23 apud SOUSA, 2017, s.p.) diz
que “as Varas do Trabalho processam e julgam dissídios individuais oriundos da
relação de trabalho, conforme disposição do Artigo 114 da Constituição Federal,
tendo jurisdição local podendo abranger ainda alguns municípios próximos, nos
termos do Artigo 650, caput, da CLT”.
136
TÓPICO 1 | HISTÓRICO DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO E ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO
Vale ressaltar, que nas localidades em que não existem Varas do Trabalho,
os Juízes de Direito possuem competência para apreciar as demandas trabalhistas,
consoante dispõe os artigos 111 c/c 112, da Carta Magna e Artigo 614, c, da
Consolidação das Leis do Trabalho.
137
UNIDADE 3 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
138
TÓPICO 1 | HISTÓRICO DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO E ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO
139
UNIDADE 3 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
140
TÓPICO 1 | HISTÓRICO DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO E ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO
NTE
INTERESSA
Quanto ao processo civil, o devido processo legal manifesta-se: a) na igualdade das partes;
b) na garantia do jus actionis; c) no respeito ao direito de defesa; e d) no contraditório.
Portanto, significa esse princípio a possibilidade efetiva de a parte ter acesso à Justiça,
deduzindo pretensão ou se defendendo do modo mais amplo possível.
FONTE: <https://www.conjur.com.br/2019-jan-25/reflexoes-trabalhistas-principio-devido-
processo-legal-processo-trabalho>. Acesso em: 26 fev. 2020.
141
RESUMO DO TÓPICO 1
142
AUTOATIVIDADE
6 O advogado Hermes pretende utilizar uma medida processual que não está
prevista na Consolidação das Leis do Trabalho para defender os interesses
da empresa reclamada em uma reclamação trabalhista. Nessa situação:
144
c) ( ) 27 (vinte e sete) ministro com mais de 35 (trinta e cinco) anos e menos de
65 (sessenta e cinco) anos de idade, nomeados pelo Presidente da República
após aprovação da maioria absoluta do Senado Federal.
d) ( ) 27 (vinte e sete) ministros com idade entre 35 (trinta e cinco) e 65
(sessenta e cinco) anos de idade, todos indicados pelo Tribunal Superior do
Trabalho e nomeados pelo Presidente da República.
a) ( ) Fonte material.
b) ( ) Fonte material autônoma.
c) ( ) Fonte material heterônoma.
d) ( ) Fonte formal heterônoma.
e) ( ) Fonte formal autônoma.
145
146
UNIDADE 3
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, compreenderemos o conceito de competência. Nesse aspecto
analisaremos que a competência material trabalhista é específica e prevista no
Artigo 114, da Constituição da República Federativa do Brasil. Tal estudo se faz
fundamental para a compreensão de quais matérias podem ser apreciadas na
Justiça do Trabalho.
147
UNIDADE 3 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Vale asseverar, que a jurisdição, por ser una, não comporta divisões. Apesar
disso, torna-se possível que o seu exercício seja distribuído entre os diversos órgãos
jurisdicionais, inclusive como forma de maior eficiência no desempenho dessa
função estatal, permitindo a existência de órgãos com atribuições jurisdicionais
especializadas em certas matérias.
148
TÓPICO 2 | COMPETÊNCIA TRABALHISTA, PARTES, AÇÃO, PROCEDIMENTOS, DISSÍDIO INDIVIDUAL E AUDIÊNCIA TRABALHISTA
ATENCAO
149
UNIDADE 3 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
150
TÓPICO 2 | COMPETÊNCIA TRABALHISTA, PARTES, AÇÃO, PROCEDIMENTOS, DISSÍDIO INDIVIDUAL E AUDIÊNCIA TRABALHISTA
3.1 PARTES
A relação jurídica processual é aquela que se forma através de três vértices:
juiz, autor e réu e o processo, enquanto exercício da atividade jurisdicional do
Estado, é iniciado, na maioria das vezes, por iniciativa das partes.
3.2 LITISCONSÓRCIO
Quanto à posição dos litisconsortes, pode se dar tanto no polo ativo
quanto no passivo, ou até mesmo ser misto (Artigo 113 do CPC).
151
UNIDADE 3 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Todas as pessoas, sem exceção, têm capacidade de ser parte, uma vez
que são titulares de direitos e obrigações. É como bem coloca Leite (2019, p. 474)
“ser humano tem capacidade para ser parte, independentemente de sua idade ou
condição psíquica e mental, seja para propor ação, seja para defender-se. É, pois,
um direito universal conferido a toda pessoa humana”.
152
TÓPICO 2 | COMPETÊNCIA TRABALHISTA, PARTES, AÇÃO, PROCEDIMENTOS, DISSÍDIO INDIVIDUAL E AUDIÊNCIA TRABALHISTA
3.4 REPRESENTAÇÃO
O termo representar tem por objetivo conceituar a atuação em nome de
outrem, conforme a vontade do representado, substituindo-lhe.
a) A primeira, a legal, que decorre, como o próprio nome aduz, da previsão legal,
expressa na lei. Exemplo disso, é a representação que ocorre com a pessoa
jurídica (Artigo 75, VIII), assim como o sindicato que representa a categoria em
juízo (Artigo 8º, III, da Constituição e 513, a, da CLT).
b) A segunda espécie é a representação convencional, que é verificada quando
a parte se fazer representar em juízo, sendo que este tipo ocorre quando o
empregador é representado pelo preposto, no âmbito do dissidio individual
ou coletivo (MARTINS, 2013).
NOTA
153
UNIDADE 3 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
154
TÓPICO 2 | COMPETÊNCIA TRABALHISTA, PARTES, AÇÃO, PROCEDIMENTOS, DISSÍDIO INDIVIDUAL E AUDIÊNCIA TRABALHISTA
155
UNIDADE 3 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
4.2 PROCEDIMENTOS
Assim, conforme Schiavi (2016, p. 69) “o procedimento é o aspecto
extrínseco (exterior) do processo pelo qual se instaura, desenvolve-se e determina.
É o caminho percorrido pelo processo (conjunto de atos sucessivos), a forma pela
qual o processo se exterioriza”.
156
TÓPICO 2 | COMPETÊNCIA TRABALHISTA, PARTES, AÇÃO, PROCEDIMENTOS, DISSÍDIO INDIVIDUAL E AUDIÊNCIA TRABALHISTA
• Ordinário: diz-se que, até o início dos anos 1970, o rito ordinário era o único
no processo laboral, tendo como sua marca principal a concentração dos atos
processuais em um único procedimento, isso, conforme o Artigo 843 da CLT
preceitua, as ações individuais trabalhistas devem ser solucionadas numa única
audiência (LEITE, 2019). Esse rito está regulado nos Artigos 837 a 852 da CLT.
Todavia, na prática, com o passar dos anos e em razão do aumento substancial
do número de processos e da complexidade dos novos conflitos, essa norma
deixou de ter eficácia, sendo que, hodiernamente, as audiências realizadas nos
processos sob o rito comum ordinário trabalhista passaram a ser divididas em
três partes: a) audiência inaugural de conciliação, na qual tenta-se um acordo
entre as partes, com base no Artigo 846 da CLT, e em caso de insucesso, o
réu apresentará sua defesa; b) audiência de instrução, que ocorrerá caso não
haja conciliação na primeira oportunidade, com o intuito de serem ouvidos os
depoimentos pessoais, inquiridas as testemunhas e requeridas eventuais novas
provas; c) audiência de julgamento que, em regra, jamais ocorre, sendo apenas
um prazo para que o juiz publique a sentença, do qual as partes ficam intimadas
e começa a fluir o prazo para eventual interposição de recursos (LEITE, 2019).
NOTA
Se, até 15 minutos após a hora marcada, o Juiz não houver comparecido, os
presentes podem se retirar, devendo o ocorrido constar do livro de registro das audiências
(Artigo 815, Parágrafo Único, CLT).
• Sumário: dentre os ritos processuais, este recebe inúmeras críticas pelo fato de
ofender o princípio constitucional do duplo grau de jurisdição (uma vez que
é cabível a esse procedimento apenas um pedido de revisão, não um recurso
em si). Está disciplinado no Artigo 2º, § 3º e 4º da Lei nº 5.584/70. Quanto ao
valor da causa, será não excedente a dois salários mínimos para fins de alçada,
salvo se versarem sobre matéria constitucional, não caberá nenhum recurso
das sentenças nos dissídios de alçada (LEITE, 2019). Nesse sentido, a Súmula
nº 356 do TST dispõe: o Artigo 2º, § 4º, da Lei nº 5.584, de 26 de junho de 1970,
foi recepcionado pela CF/1988, sendo lícita a fixação do valor da alçada com
base no salário mínimo.
157
UNIDADE 3 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
5 AUDIÊNCIA TRABALHISTA
A audiência trabalhista, de acordo com a literalidade do Artigo 849,
da CLT, deve ser una ou contínua, buscando a consolidação do princípio da
celeridade processual. No entanto, a audiência poderá ser dividida por motivo
de força maior. Nesses casos, ela terá continuação no dia seguinte, independente
de nova notificação das partes.
158
TÓPICO 2 | COMPETÊNCIA TRABALHISTA, PARTES, AÇÃO, PROCEDIMENTOS, DISSÍDIO INDIVIDUAL E AUDIÊNCIA TRABALHISTA
FONTE: <https://thaisbrasileiro.com.br/wp-content/uploads/2019/06/esquema-
audi%C3%AAncia-trabalhista-300x253.png>. Acesso em: 26 fev. 2020.
159
UNIDADE 3 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
De acordo com a lógica trazida pelo novo CPC o Juiz do Trabalho deverá
propor a conciliação, de acordo com o previsto no Artigo 846, CLT. Quando
as partes aceitam a proposta conciliatória, o juiz do caso, poderá homologar o
termo de conciliação, tornando-o um título executivo judicial. Neste título deverá
constar os valores, condições de pagamento, prazos e multas, em caso de eventual
descumprimento das partes.
E
IMPORTANT
Ao justificar o projeto de lei que colocou fim a diversos direitos das trabalhadoras e dos
trabalhadores, o Congresso brasileiro não se propôs a ouvir e considerar inúmeros estudos
acadêmicos, representantes de trabalhadores, juízes, pesquisas e obras sobre os direitos
fundamentais do ser humano, o que contrariou o Artigo 7º da Convenção 154 da OIT,
ratificada pelo decreto 1.256, de 29 de setembro de 1994. Na verdade, os legisladores que
aprovaram a reforma trabalhista apenas fizeram valer os interesses de pequena parcela
social, o empresariado, que "acredita" que os direitos trabalhistas, bem como o direito
fundamental do pleno acesso à justiça, são um mal a ser extirpado da sociedade brasileira.
FONTE: <https://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI271690,61044-As+custas+processuais
+impostas+pela+reforma+trabalhista+e+a>. Acesso em: 26 fev. 2020.
160
RESUMO DO TÓPICO 2
• A ação trabalhista possui como requisito a petição inicial, uma vez que ela
contém o pedido ou pretensão a ser objeto de decisão pelo juiz.
• A audiência trabalhista, conforme Artigo 849, da CLT, deve ser una ou contínua,
visando a concretização do princípio da celeridade processual.
161
AUTOATIVIDADE
163
164
UNIDADE 3
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, compreenderemos os recursos trabalhistas, hipóteses e
prazos no processo do trabalho. Nesse aspecto, analisaremos que as alterações
advindas na Lei 13.467/2017. Através dos novos dispositivos legais estudaremos
os pressupostos recursais extrínsecos e intrínsecos.
2 RECURSOS TRABALHISTAS
Recurso pode ser definido como um instituto jurídico apropriado para
o reexame da decisão atacada e que se quer a reforma ou modificação dela, seja
pela própria autoridade prolatora da decisão (embargos de declaração). Sendo
um direito constitucional o duplo grau de jurisdição um direito fundamental
inquestionável.
Vale dizer, que todo recurso é voluntário, e tem por objetivo e consequência
o prolongamento do exercício do direito de ação no processo. É garantido à parte
em sucumbência, ou no caso de sentença parcial são possibilitadas a ambas as
partes. Vale destacar ainda que os principais fundamentos dos recursos são três,
a saber: a) aprimoramento das decisões judiciais; b) inconformismo da parte
sucumbente; e c) falibilidade humana.
165
UNIDADE 3 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
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TÓPICO 3 | RECURSOS TRABALHISTAS, EXECUÇÃO TRABALHISTA E DISSÍDIO COLETIVO
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UNIDADE 3 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
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TÓPICO 3 | RECURSOS TRABALHISTAS, EXECUÇÃO TRABALHISTA E DISSÍDIO COLETIVO
Agora há uma alteração que a execução pode ser promovida pelas partes,
permitida a execução de ofício pelo juiz ou pelo Presidente do Tribunal apenas
nos casos em que as partes não estiverem representados por advogado (Artigo
878, CLT).
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UNIDADE 3 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Pessoas que não precisam garantir o juízo para opor embargos à execução:
Artigo 884, § 6º, CLT. A exigência da garantia ou penhora não se aplica às
entidades filantrópicas e ou àquelas que compõem ou compuseram a diretoria
dessas instituições (incluído pela reforma trabalhista). Caberá igual prazo para o
exequente apresentar a impugnação aos embargos à execução.
4 DISSÍDIO COLETIVO
Nos dizeres de Saraiva e Manfredini (2015, p. 256), o conceito de dissídio
coletivo de trabalho nada mais é do que “[...] uma ação que vai dirimir os conflitos
coletivos de trabalho por meio do pronunciamento do Poder Judiciário do
Trabalho [...]”, enfatizando sobre a necessidade da intervenção do Estado. Trata-
se, portanto, de um processo judicial que visa a solução dos conflitos coletivos
econômicos ou jurídicos existentes.
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TÓPICO 3 | RECURSOS TRABALHISTAS, EXECUÇÃO TRABALHISTA E DISSÍDIO COLETIVO
ATENCAO
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UNIDADE 3 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
LEITURA COMPLEMENTAR
Marcelo Roubicek
No segundo texto da série “Como ficou”, que trata dos dois anos de
vigência da reforma trabalhista, o Nexo mostra o que aconteceu com as negociações
coletivas – tanto as convenções como os acordos – e como os sindicatos foram
afetados pelas mudanças na legislação do trabalho.
CONVENÇÕES COLETIVAS
ACORDOS COLETIVOS
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TÓPICO 3 | RECURSOS TRABALHISTAS, EXECUÇÃO TRABALHISTA E DISSÍDIO COLETIVO
Mas nem tudo pode ser flexibilizado. Alguns benefícios como o FGTS
(Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e o 13° salário não podem ser objeto de
acordo, prevalecendo a lei. Da mesma forma, a jornada pode ser rearranjada, mas
com limites: no máximo 12 horas diárias, que devem ser seguidas de 36 horas de
descanso; 48 horas semanais, sendo 4 horas extras; e 220 horas mensais.
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UNIDADE 3 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
A arrecadação sindical
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TÓPICO 3 | RECURSOS TRABALHISTAS, EXECUÇÃO TRABALHISTA E DISSÍDIO COLETIVO
Agora, eles têm que ter mais criatividade, mais vontade de prestar serviços
para seus representados. Isso vale tanto para os sindicatos patronais como laborais
(dos empregados). Eles devem oferecer serviços que atraiam o representado, para
que ele veja contrapartida no recolhimento da contribuição.
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UNIDADE 3 | ELEMENTOS DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
FONTE: <https://www.nexojornal.com.br/expresso/2019/11/05/Acordo-coletivo-como-ficou-2-
anos-ap%C3%B3s-a-reforma-trabalhista>. Acesso em: 26 fev. 2020.
176
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
CHAMADA
177
AUTOATIVIDADE
a) ( ) cinco dias.
b) ( ) dez dias.
c) ( ) quinze dias.
d) ( ) vinte dias.
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5 A petição inicial nos dissídios coletivos deverá ser apresentada
obrigatoriamente:
a) ( ) oralmente.
b) ( ) por escrito.
c) ( ) por memoriais.
d) ( ) em audiência de conciliação.
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180
REFERÊNCIAS
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BRASÍLIA, DF: Diário Oficial [da] União, 2000. Disponível em: http://www.
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