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ILMO. SR (A).

SÍNDICO ALEXANDRE GALVÃO,

Ref.: Recurso contra imposição de multa

SAMARA AMORIM SIQUEIRA, inscrita no CPF de n° 708.750.694-36, condômina


da unidade 104 B, no endereço rua Eilzo Afonso Marques de Carvalho, 153, bairro
Água fria, vem por meio deste apresentar:

RECURSO CONTRA IMPOSIÇÃO DE MULTA

Em face do sindico ALEXANDRE GALVÃO, responsável pelo Condomínio João


Faustino Monteiro, localizado no endereço rua Eilzo Afonso Marques de Carvalho, 153,
bairro Água fria por multa aplicada em 14 de fevereiro de 2022 por infringência ao Art. 4°,
parágrafo 7 do Regimento Interno, que estabelece o seguinte: “Art. 4°. Parágrafo 7 – É
proibido poluir a fachada do prédio com a colocação de objeto visíveis da rua, tais como
roupas e calçado, nos peitorais das janelas e varandas.”
Requer que seja recebido o presente recurso, e em caso de não retratação, seja
encaminhado para a Assembleia Geral dos Condôminos para julgamento.

BREVE SÍNTESE
Conforme consta no auto de notificação de multa, o condômino teria
colocado em sua varanda objetos que comprometem a fachada do condomínio, o que
não deve prosperar, uma vez que não houve uma prévia advertência a respeito do
ocorrido dando o direito do contraditório e ampla defesa.
De acordo com o art. 13° do Regimento Interno que diz respeito as
penalidades:
“Os atos cometidos em desacordo com as regras deste
Regimento Interno sujeitarão seus autores às seguintes
penalidades, aplicadas pela Administração ao infrator: (i)
advertência na primeira infração, (ii) multa de 10% da maior
Taxa Condominial da data da infração em caso de reincidência
e (iii) de 100% na 2° reincidência. Em caso de 3° reincidência o
assunto será tratado em Assembleia para a aplicação das
devidas penalidades.”
Tal dispositivo é genérico, dele não se inferindo a possibilidade de aplicação
direta de multa, não havendo no caso a regular e prévia advertência do condômino
para defesa.
É relatado no auto que: “Tendo em vista que por diversas vezes o condômino
do Apt 104 B foi advertido e orientado a não estar colocando roupas, calçados e
objetos na varanda prejudicando a estética da fachada do prédio (conforme imagem
em anexo), infringindo assim o Regimento Interno.”
Frisa-se que a notificação deve ser necessariamente expedida anteriormente
à aplicação da multa, o que no caso não ocorreu. Dessa forma, não existe
comprovação de que o condômino fora anteriormente notificado da infração, para
que, posteriormente pudesse lhe ser aplicada eventual multa, havendo, uma afronta
ao direito do contraditório e ao devido processo legal, ambos assegurados pela
Constituição Federal no inciso LV do art. 5°.
Reafirmando a tese supracitada, vejamos a seguinte jurisprudência:
Apelação. Condomínio. Ação de cobrança de multa convencional.
Multa aplicada por ato antissocial. Falta de prévia comunicação ao
condômino punido. Penalidade anulada. Inteligência dos arts. 1.336 e
1.337 do código civil. Recurso improvido. Para a aplicação da multa
prevista no art. 1.337, parágrafo único, do Cód. Civil, por violação
reiterada aos deveres condominiais, mister a prévia notificação do
condômino acusado para ter conhecimento da imputação e cessá-la
antes da imposição da multa. Não basta a notificação posterior à
aplicação da sanção para pagamento. (Fonte: TJ/SP 08/11/2010)

O relator do processo 0003441-05.2015.8.26.0247 foi claro quando categoricamente


afirmou:
Não há comprovação de que o condômino fora anteriormente notificado da
infração, para que, posteriormente pudesse lhe ser aplicada eventual multa, havendo,
pois, afronta ao direito do contraditório e ao devido processo legal, assegurado na
Constituição Federal (inciso LV)", justificou o desembargador Campos Petroni.
Vale salientar que aquele que afirma tem o dever de sustentar suas alegações.
Ou seja, de reforçar suas teses com as provas necessárias de que ocorreu as diversas
advertências que foram citadas no Auto.

CONCLUSÃO
Diante do exposto, requer que a multa seja retirada visto que a penalidade foi
aplicada de forma arbitrária pelo Condomínio, sem a devida e expressa advertência
anteriormente aplicada.

Nesses termos, pede procedimento


João Pessoa/PB, 16/02/2022

Samara Amorim Siqueira


Condômina

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