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AVALIAÇÃO FINAL INTEGRADA

Prezado Estudante
Apresentamos, abaixo, instruções que deverão ser lidas atentamente e seguidas para a efetiva
realização da avaliação.
Avaliação Final Integrada

INSTRUÇÕES:
Leia com atenção os critérios do processo avaliativo;
A interpretação é parte integrante da avaliação;
A avaliação é obrigatoriamente uma Produção Textual inédita;

O texto deve estar em documento editável (MS Word ou similar, em formato visualizável em MS Word) e a fonte
deverá ser Times New Roman ou Arial;

A fonte deve ter tamanho 12 e espaçamento 1,5;


Justifique suas considerações;
Sua produção textual deverá conter no mínimo 50 linhas e no máximo 70 linhas.

Desejamos um excelente resultado e sucesso, lembrando que o conhecimento não se esgota, ele transcende à própria
natureza humana. Atenciosamente
Hércules
Pereira
Reitor da FISIG

Estudante: Cleiton Rocha de Matos 


Curso: PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM DIREITO ADMINISTRATIVO 
Polo: BRASÍLIA/DF 
Orientador:  CARLA HOLTZ VIEIRA
Data:  19/8/2021
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TCC   Artigo  X Monografia   Não optante
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DESENVOLVIMENTO

O processo administrativo disciplinar (PAD) destina-se a apurar a responsabilidade de


servidor por infração praticada no exercício de suas atribuições ou que tenha relação com as
atribuições do cargo em que se encontre investido. Sua instauração é obrigatória pela
autoridade que tiver ciência da irregularidade que ensejarem penalidades mais severas, como
a suspensão por mais de trinta dias, demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, e
destituição de cargo em comissão. No caso em estudo, o servidor foi acusado de ter solicitado
e recebido vantagem indevida de um particular, conduta tipificada como corrupção passiva no
art. 317 do Código Penal e vedada pelo art. 117, inciso XII, da Lei 8.112/1990, sendo passível
de penalidade de demissão conforme o art. 132 da referida lei. Logo, a instauração do PAD
seria o instrumento hábil a averiguar as irregularidades ora descritas.
O desenvolvimento do PAD ocorre em três fases: instauração, com a publicação do ato
que constituir a comissão; inquérito administrativo, que compreende instrução, defesa e
relatório; e julgamento.
A comissão será formada por três servidores estáveis designados pela autoridade
competente, sendo que o presidente desta comissão deverá ter cargo efetivo superior ou do
mesmo nível que o indiciado, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.
Não poderá integrar a comissão cônjuge, companheiro ou parente do acusado consanguíneo
ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, conforme art. 194, § 2º, da Lei
8.112/1990. Nesse sentido, o enunciado assevera que um dos integrantes da comissão seria
sobrinha do acusado, ou seja, parente de terceiro grau, sendo tal fato uma afronta ao
retromencionado dispositivo legal, o que macula o PAD instaurado. Desse modo, competiria a
autoridade declarar sua nulidade e, no mesmo ato, ordenar a constituição de outra comissão
para instauração de novo processo nos termos do art. 169 da Lei 8.112/1990.
A manifestação da comissão ocorre mediante um relatório conclusivo quanto à
inocência ou responsabilidade do servidor. Para o caso em questão, a comissão concluiu pela
extinção do processo, por insuficiência de provas. Importante destacar que a decisão sobre a
aplicação de sanção ao servidor não é da comissão, a qual compete encaminhar o relatório

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para a autoridade competente para realizar o julgamento relativo à aplicação da penalidade
cabível. Entretanto, segundo dispõe o art. 168 da Lei 8.112/1990, o julgamento somente não
acatará o relatório da comissão quando ele for contrário às provas dos autos.
Destaca-se que, segundo o enunciado, o servidor foi condenado pelo crime de
corrupção passiva pelo mesmo fato investigado no processo disciplinar. A pena em abstrato
para o crime é reclusão de dois a doze anos e multa, segundo o art. 317 do Código Penal.
Ainda segundo o art. 92 desse código, a perda de cargo ou função pública são efeitos da
condenação quando a pena privativa de liberdade for superior a um ano e houver abuso de
poder ou violação de dever para com a Administração Pública. No caso em questão, a pena de
reclusão é superior a um ano e decorreu de conduta que violou o dever para com a
Administração, cabendo, portanto, a perda do cargo se assim o fosse expressamente
consignado na sentença penal transitada em julgado.
Quanto a condenação da esfera penal, cabe trazer à baila o art. 125 da Lei 8.112/1990
que estabelece independência das sanções civis, penais e administrativas, bem como a
possibilidade de elas cumular-se entre si. Ademais, o art. 126 da Lei 8.112/1990 afasta a
responsabilidade administrativa do servidor em caso de absolvição criminal que negue a
existência do fato ou sua autoria.
Desse modo, considerando a existência do processo penal é possível que o PAD faça
uso de prova emprestada daquele processo, desde que autorizado pelo juiz e respeitados o
contraditório e a ampla defesa, conforme dispõe a Súmula 591 do STJ. Tal procedimento em
conjunto com a outra comissão instituída para instauração de novo processo teria o condão de
sanar as irregularidades presentes no PAD inicialmente instaurado. Além disso, devido à
natureza da conduta imputada ao servidor, na qual é difícil obter-se provas pela via
administrativa para amparar o processo, e pela rigidez e robustez das provas produzidas no
âmbito do processo penal, o PAD teria mais objetividade quanto ao relatório produzido pela
comissão e consequentemente do julgamento proferido pela autoridade competente. Cabe
destacar ainda que em caso de demissão de servidor no âmbito da administração federal, a
competência para aplicação de sanção é do Presidente da República, dos Presidentes das
Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República do
servidor vinculado ao respectivo poder, órgão ou entidade, nos termos do art. 141 da Lei
8.112/1990.

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Ante o exposto, verificou-se que a conduta do servidor tem implicações na esfera
penal e administrativa, havendo independência entre elas. Na esfera administrativa, como a
penalidade prevista em abstrato é de demissão, é imperativo a instauração de PAD. Porém,
apesar de ter sido instaurado, não observou os impedimentos quanto aos membros da
comissão, pois foi nomeada sobrinha do acusado, o que deveria provocar a nulidade do
processo e conduzir as novas comissão e processo. Considerando a existência do processo
penal, seria possível que o PAD fizesse uso da prova emprestada, porém as conclusões
daquele processo só trariam implicações ao PAD caso houvesse absolvição criminal que
negasse a existência do fato ou autoria. Observou-se também que a perda de cargo é um dos
efeitos da condenação penal para o caso, se assim o fosse expresso na sentença. Por fim, a
comissão do PAD emite sua conclusão mediante um relatório, sendo o julgamento feito pela
autoridade competente que somente não o acatará caso ele seja contrário às provas dos autos.
Ademais, a depender do tipo de penalidade, o art. 141 da Lei 8.112/1990 enumera quem seria
a autoridade competente.

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