O documento discute os poderes da administração pública, como o poder disciplinar, hierárquico e regulamentar. Também aborda a responsabilidade do Estado, os contratos administrativos e as limitações à propriedade privada em função da função social.
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Título original
LIMITAÇÕES DO ESTADO À PROPRIEDADE, CONTRATOS ADMINISTRATIVOS E RESPONSABILIDADE DO ESTADO
O documento discute os poderes da administração pública, como o poder disciplinar, hierárquico e regulamentar. Também aborda a responsabilidade do Estado, os contratos administrativos e as limitações à propriedade privada em função da função social.
O documento discute os poderes da administração pública, como o poder disciplinar, hierárquico e regulamentar. Também aborda a responsabilidade do Estado, os contratos administrativos e as limitações à propriedade privada em função da função social.
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM DIREITO ADMINISTRATIVO
LIMITAÇÕES DO ESTADO À PROPRIEDADE, CONTRATOS
ADMINISTRATIVOS E RESPONSABILIDADE DO ESTADO
Nome do aluno: Cleiton Rocha de Matos
Brasília/DF Julho/2021
DESENVOLVIMENTO
Os poderes da Administração surgem como instrumentos conferidos pelo ordenamento
jurídico para que por meio deles possa o Poder Público atingir a única finalidade que lhe é permitida, vale dizer, a preservação dos interesses da coletividade (SPITZCOVSKY, 2019). De forma reflexa, é impossibilitado ao administrador renunciar ao uso desses poderes, sendo possível sua responsabilização por sua utilização incorreta (SPITZCOVSKY, 2019). O poder vinculado ocorre quando a lei atribui determinada competência definindo todos os aspectos da conduta a ser adotada, sem atribuir margem de liberdade para o agente público escolher a melhor forma de agir (MAZZA, 2019). O poder vinculado ocorre quando a lei atribui certa competência reservando margem de discricionariedade para que, diante da situação concreta, o agente possa selecionar a opção mais apropriada para a defesa do interesse público (MAZZA, 2019). O poder disciplinar é aquele conferido ao administrador para a aplicação de sanções aos seus servidores, em decorrência da prática de infrações de caráter funcional (SPITZCOVSKY, 2019). Para a aplicação dessas sanções faz-se necessário a abertura de processo administrativo ou sindicância, atribuindo-se contraditório e ampla defesa (SPITZCOVSKY, 2019). O poder hierárquico é aquele conferido ao administrador para distribuir e escalonar as funções dos órgãos públicos e ordenar e rever a atuação dos agentes, estabelecendo entre eles uma relação de subordinação (SPITZCOVSKY, 2019). O poder regulamentar consiste na possibilidade de os chefes do Poder Executivo editarem atos administrativos (decretos e regulamentos) gerais, que podem ser abstratos ou concretos, expedidos para dar fiel execução à lei (MAZZA, 2019). O poder de polícia possui como base a lei e a supremacia geral, possibilitando a Administração Pública estabelecer imitações à liberdade e propriedade dos particulares, regulando a prática de ato ou a abstenção de fato, manifestando-se por meio de atos normativos ou concretos, em benefício do interesse público (MAZZA, 2019). O Estado responde pelos prejuízos patrimoniais causados pelos agentes públicos e particulares, em decorrência do exercício da função administrativa. Trata-se de responsabilidade civil (em vista da natureza patrimonial dos prejuízos ensejadores da reparação) e extracontratual (danos decorrentes de relação jurídica de sujeição geral) (MAZZA, 2019). Nessa acepção destaca-se duas teorias acerca da responsabilidade: a objetiva e a subjetiva. Pela teoria da responsabilidade objetiva basta que haja nexo causal, relação de causa e efeito, entre o fato ocorrido e as consequências dele resultantes para que o Estado responda (SPITZCOVSKY, 2019). Essa é a teoria adotada como regra na Constituição Federal (MAZZA, 2019). Pela teoria da responsabilidade subjetiva há necessidade que além do nexo causal também exista a culpa e o dolo para ocorra a responsabilização. Essa teoria é apenas emprega na Administração Pública em relação aos danos causados por omissões e na ação regressiva contra agente público (MAZZA, 2019). O art. 37, § 6º da Constituição Federal traz o seguinte acerca da responsabilidade da Administração Pública: As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. (BRASIL, 1988) Os contratos administrativos são ajustes celebrados pela Administração Pública por meio de regras previamente estipuladas por ela, sob um regime de direito público, visando à preservação dos interesses da coletividade (SPITZCOVSKY, 2019). Uma das características marcantes dos contratos administrativos são as cláusulas exorbitantes, que constituem um conjunto de prerrogativas conferidas à Administração Pública quando da celebração de contratos administrativos, por força dos interesses que representa (SPITZCOVSKY, 2019). Em regra, a celebração do contrato administrativo exige prévia licitação, exceto nos casos de contratação direta previstos na legislação. Nas hipóteses em que a realização do procedimento licitatório é obrigatória, o contrato administrativo firmado sem observância de prévia licitação possui defeito no plano da existência, sendo considerado inexistente, inválido e ineficaz (MAZZA, 2019). As principais características dos contratos administrativos são: submissão ao Direito Administrativo; presença da Administração Pública em pelo menos um dos polos; desigualdade entre as partes pela presença de cláusulas exorbitantes; possibilidade e modificação unilateral do contrato pela Administração; formalismo; bilateralidade; confiança recíproca (MAZZA, 2019). As espécies de contratos são: de obra pública; de fornecimento; de prestação de serviço; de concessão de serviço público; concessão precedida de obra pública; concessão de uso de bem público; permissão de serviço público; de gerenciamento; de gestão; termo de parceria; parceria público-privada; consórcio público; de convênio; de credenciamento; de trabalhos artísticos; de empréstimo público (MAZZA, 2019). Um ponto importante em relação a execução dos contratos é a aplicação da teoria da imprevisão, a qual tem aplicação no momento em que, durante a vigência do contrato, surgirem fatos supervenientes, imprevisíveis ou previsíveis mas de consequências incalculáveis que alterem o equilíbrio da equação econômico-financeira (SPITZCOVSKY, 2019). Quanto a extinção dos contratos administrativos, eles podem ser extintos por: rescisão administrativa promovida unilateralmente pelo Poder Público, por razões de interesse público ou por descumprimento de obrigações pelo contratado; por rescisão consensual; por rescisão judicial (SPITZCOVSKY, 2019). O art. 5º, XXIII, da Constituição Federal estabelece que a propriedade atenderá a sua função social (BRASIL, 1988). Com base nesse fundamento, o Estado interfere na propriedade privada (MAZZA, 2019). Em relação a propriedade urbana, o art. 182, § 2º, da CF estabelece que ela estabelece sua função social se atender as exigências expressas no plano diretor (BRASIL, 1988). Quanto à propriedade rural, o art. 186, da CF estabelece que: Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: I - aproveitamento racional e adequado; II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho; IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores. (BRASIL, 1988) Os meios de intervenção de propriedade são: desapropriação, transferência compulsória da propriedade; confisco, transferência compulsória da propriedade; requisição, transferência compulsória da posse; ocupação, transferência compulsória da posse por interesse público; limitação administrativa, restrições quanto ao uso, genéricas e gratuitas; servidão administrativa, restrição quanto ao uso específicas e onerosas; tombamento, restrições quanto ao uso específicos e onerosos por razões históricos, artísticas e culturais (SPITZCOVSKY, 2019). REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. On line, disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm , acesso em 17/6/2021. MAZZA, A. Manual de direito administrativo. Saraiva. São Paulo, 2019. SPITZCOVSKY, C. Direito administrativo esquematizado. 2 ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2019.
As OSCIP (Organizações Da Sociedade Civil de Interesse Público) e A Administração Pública: Intermediação Fraudulenta de Mão-de-Obra Sob Uma Nova Roupagem Jurídica