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DIREITO ADMINISTRATIVO GERAL

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Atualizado em 30/04/2023

Olá, tudo bem com você?! Meu Nome é Kim Nunes e já fui aprovado em alguns
concursos na área Policial (SD PMBA, AGEPEN BA, INVEST. PCPE, 1ª Fase Delegado
PCBA e Analista Judiciário TJBA). Além disso, sou Bacharel em Direito, fui
aprovado no IV exame da OAB, sou Técnico em Segurança Pública, Pós-Graduado
em Ciências Criminal, Pós-Graduando em Dir. Tributário e possuo 10 anos de
experiência em Segurança Pública, nos mais variados cargos.

Gostaria de agradecer a sua confiança em fazer parte do Projeto Selva e te dizer


que estaremos juntos até a sua aprovação. Com menos de 01 ano de existência,
o Projeto Selva já ajudou centenas de alunos, alcançando os primeiros lugares de
provas como CFO BA e SD PMBA, que foram aplicadas no primeiro ano de
existência do Projeto.

A estratégia funcionou comigo, funcionou com os demais alunos e funcionará


com você. Basta empregar dedicação, seriedade, responsabilidade e seguir as
nossas orientações à risca. Enviem dúvidas e sugestões através do nosso
Instagram @projetoselva. Aproveite também para seguir o nosso YouTube
(youtube.com/projetoselva).

Este é o nosso Ciclo de Administrativo Geral.

Nossa estratégia é focada na objetividade e tomamos por base os pontos


abordados nas últimas provas.

Estamos juntos.

Kim Nunes

Direito Administrativo TJBA: Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro


(Decreto-lei nº 4.657/1942) e sua aplicação na Administração Pública.
Administração pública. Regime jurídico administrativo. Princípios constitucionais
e legais da Administração Pública. Princípios administrativos expressos e
implícitos. Poderes da Administração Pública. Poderes e deveres dos
administradores públicos. Uso e abuso do poder. Lei de abuso de autoridade (Lei
nº 13.869/2019). Organização da Administração Direta e Indireta. Órgãos
públicos. Aspectos gerais da Administração Direta. Autarquias. Empresas públicas

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e sociedades de economia mista. Fundações públicas. Consórcios públicos.


Agências. Entes de colaboração e entidades paraestatais. Terceiro Setor. Ato
administrativo. Conceito, características e atributos. Elementos e requisitos de
validade. Classificação dos atos administrativos. Formação e efeitos. Extinção,
revogação, invalidação e convalidação. Cassação e caducidade. Processo
administrativo. Lei estadual nº 12.209/2011. Controle da administração pública.
Classificações relativas ao controle da Administração Pública. Controle externo e
procedimentos de tomadas de contas. Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº
8.429/1992 com redação dada pela Lei nº 14.230/2021). Lei nº 14.133/2021.
Serviço público. Conceito. Classificação. Princípios. Formas de delegação de
serviço público. Regime jurídico da concessão e da permissão de serviço público.
Extinção, reversão dos bens. Direitos dos usuários de serviço público.
Responsabilidade civil do Estado. Evolução. Responsabilidade por ato comissivo
do Estado. Responsabilidade por omissão do Estado. Requisitos para a
demonstraçao da responsabilidade do Estado. Causas excludentes e atenuantes
da responsabilidade do Estado. Reparação do dano.

DIREITO ADMINISTRATIVO GERAL

Direito Administrativo é um ramo do Direito Público e representa, em um


conceito mais tradicional, o conjunto de normas que norteiam a atuação da
Administração Pública, através de um conjunto harmônico de princípios e regras.
A Doutrina majoritária, hoje, adota o critério funcional para definir o Direito
Administrativo: Ramo jurídico que estuda a disciplina normativa da função
administrativa, independentemente de quem esteja encarregado de exercer esta
função: Executivo, Legislativo, Judiciário ou particulares mediante delegação
estatal.

O Direito Administrativo está alicerçado em duas bases fundamentais, que


representam os deveres dos administradores públicos.

Supremacia do interesse público: É um PODER. Visa satisfazer o interesse


público propriamente dito, concedendo à Administração Pública algumas
prerrogativas. Não está expresso na CF. Exemplos de aplicação: atributos dos
atos administrativos (presunção de legitimidade, autoexecutoriedade e

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imperatividade), poderes da Administração (poder de polícia), contratos


administrativos (cláusulas exorbitantes), intervenção na propriedade
(requisição, art. 5º, XXV, CF, desapropriação, art. 5º, XXIV, CF).
Indisponibilidade do interesse público: É um DEVER. O administrador exerce
função pública, significando que a atividade é exercida em nome e no interesse
do povo. Assim, o administrador é mero representante e não tem
titularidade sobre o interesse público, não podendo, por esse motivo, dispô-
lo. O administrador exerce um encargo e tem o dever de bem servir. Exemplos
de aplicação: é violação à indisponibilidade ao interesse público a fraude à
licitação, a fraude ao concurso público, etc.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

O conceito de Administração Pública é apresentado pela maioria das doutrinas


em duas vertentes:

Sentido objetivo: atividade administrativa exercida pelo Estado.

Sentido subjetivo: conjunto de agentes, órgãos e pessoas jurídicas que


possuem a atribuição de exercer a atividade administrativa.

As funções da Administração Pública se subdividem em:

Poder de polícia: limitar e condicionar direitos.

Serviços públicos: Função positiva do Estado em oferecer comodidades ao


cidadão.

Fomento: Incentivo a setores sociais e econômicos visando desenvolvimento


estatal

Intervenção: Intervenção na sociedade

Macete: a fome intervém no serviço do polícia (Polícia não pode trabalhar com
fome, não é mesmo?)

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Em relação às fontes do Direito Administrativo, somente a lei é considerada fonte


primária. Doutrina, jurisprudência e costumes são fontes secundárias.

Os princípios que regem a administração pública estão contidos em no Art. 37


da Constituição. Além dos princípios, outros elementos do artigo 37 podem ser
cobrados, então estude-o de modo completo:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes


da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte:

Dica: É o famoso LIMPE = Legalidade + Impessoalidade + Moralidade +


Publicidade + Eficiência (A Eficiência foi inserida depois, através da emenda
constitucional 19 de 1988).

1. Legalidade: O administrador público somente pode atuar conforme


determina a lei – a atuação administrativa se limita à vontade legal. É uma
aplicação do princípio da subordinação a lei do Dir. administrativo. O
princípio da legalidade é a base para o princípio da indisponibilidade do
interesse público;

2. Impessoalidade: Ao Estado é irrelevante conhecer quem será atingido


pelo ato, pois a sua atuação é impessoal. Art. 37§1º;

3. Moralidade: Exigência de uma atuação não corrupta dos gestores


públicos;

4. Publicidade: A administração pública deve atuar de forma plena e


transparente. Sem publicidade o ato administrativo é válido, mas não é
eficaz. (existem exceções ao princípio da publicidade: ex.: assuntos
relacionados à segurança nacional).

5. Eficiência: Se tornou expresso após a EC/19 – produzir bem, com


qualidade e com menor gasto.

Existem ainda princípios implícitos, a saber: Segurança jurídica, Razoabilidade,


Supremacia do interesse público e Motivação, Autotutela, Especialidade e
Continuidade do Serviço Público.

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I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros


que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos
estrangeiros, na forma da lei;

II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação


prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo
com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista
em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em
lei de livre nomeação e exoneração;

III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos,


prorrogável uma vez, por igual período (veja, será de ATÉ 02 ANO. E não é
prorrogável por mais dois, é prorrogável por igual período);

IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação,


aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos
será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir
cargo ou emprego, na carreira;

V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores


ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem
preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e
percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições
de direção, chefia e assessoramento (muito cobrado de modo literal);

VI - é garantido ao servidor público civil (pode vir “militar”) o direito à


livre associação sindical;

VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em
lei específica;

VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as


pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;

IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado


para atender a necessidade temporária de excepcional interesse
público;

X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o §


4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica,

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observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral


anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices;

XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e


empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos
membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais
agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória,
percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou
de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal,
em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se
como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no
Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder
Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do
Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do Tribunal de
Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento
do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal
Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros
do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos;

XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder


Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo;

XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies


remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço
público;

XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão


computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos
ulteriores;

XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos


públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste
artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;

XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto,


quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer
caso o disposto no inciso XI (o policial militar já faz jus a isso - pode

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acumular nos modelos descritos abaixo - “§ 3º Aplica-se aos militares dos


Estados, do Distrito Federal e dos Territórios o disposto no art. 37, inciso
XVI, com prevalência da atividade militar. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 101, de 2019)”):

a) a de dois cargos de professor;

b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com


profissões regulamentadas;

XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange


autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista,
suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo
poder público;

XVIII – a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de


suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais
setores administrativos, na forma da lei;

XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e


autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de
economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste
último caso, definir as áreas de sua atuação (lei específica CRIA
autarquia – EMPRESA PÚBLICA, SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA E
FUNDAÇÃO são AUTORIZADAS);

XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de


subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a
participação de qualquer delas em empresa privada;

XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços,


compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação
pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes,
com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as
condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente
permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis
à garantia do cumprimento das obrigações.

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XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito


Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do
Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, terão recursos
prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma
integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de
informações fiscais, na forma da lei ou convênio.

§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas


dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de
orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou
imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou
servidores públicos.

§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade


do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos da lei.

§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na


administração pública direta e indireta, regulando especialmente:

I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral,


asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a
avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços;

II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre


atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII;

III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo


de cargo, emprego ou função na administração pública.

§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão


(geralmente vem erroneamente como cassação) dos direitos políticos,
a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o
ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem
prejuízo da ação penal cabível (Cai muito).

§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por


qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário,
ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.

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§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado


prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo


ou emprego da administração direta e indireta que possibilite o acesso a
informações privilegiadas.

§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e


entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada
mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder
público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o
órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:

I - o prazo de duração do contrato;

II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos,


obrigações e responsabilidade dos dirigentes;

III - a remuneração do pessoal."

§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades


de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da União,
dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de
despesas de pessoal ou de custeio em geral.

§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria


decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo,
emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma
desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados
em lei de livre nomeação e exoneração.

§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que
trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório
previstas em lei.

§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica


facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante
emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como limite único, o

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subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça,


limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do
subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se
aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados
Estaduais e Distritais e dos Vereadores.

§ 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser readaptado


para exercício de cargo cujas atribuições e responsabilidades sejam
compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física
ou mental, enquanto permanecer nesta condição, desde que possua a
habilitação e o nível de escolaridade exigidos para o cargo de destino,
mantida a remuneração do cargo de origem. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)

§ 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de


contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública, inclusive
do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rompimento do
vínculo que gerou o referido tempo de contribuição. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 15. É vedada a complementação de aposentadorias de servidores


públicos e de pensões por morte a seus dependentes que não seja
decorrente do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que não seja prevista
em lei que extinga regime próprio de previdência social. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 16. Os órgãos e entidades da administração pública, individual ou


conjuntamente, devem realizar avaliação das políticas públicas, inclusive
com divulgação do objeto a ser avaliado e dos resultados alcançados, na
forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021) –
Alteração recente com alta probabilidade de cobrança.

Existem ainda outros princípios não tão cobrados, mas que fazem parte do
rol de princípios da administração pública:

1. Princípios do contraditório e da ampla defesa: Direito conferido ao


particular de saber o que acontece no processo administrativo ou judicial

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de seu interesse, bem como o direito de se manifestar na relação


processual.

2. Princípio da continuidade: ideia de prestação ininterrupta da atividade


administrativa (servidor público tem direito a greve? Sim (Agentes da
Segurança Pública, não!). É possível interromper a prestação de um serviço
por inadimplemento do usuário? Sim, em situação de emergência ou após
o prévio aviso, quando:

a. Razões de ordem técnica e segurança das instalações;

b. Inadimplemento do usuário (jurisprudência: iluminação pública não


pode ser cortada por falta de pagamento do Município por ser
serviço essencial à segurança das coletividades – STJ).

3. Princípio da razoabilidade: O agente não pode se valer de seu cargo ou


função com falsa intenção de cumprir a lei, para agir de forma ilegal e
arbitrária, fora dos padrões éticos e adequados.

4. Princípio da proporcionalidade: Adequação + necessidade. Equilíbrio entre


motivos e a consequência jurídica da conduta.

5. Princípio da motivação: o ente estatal tem o dever de indicar os


pressupostos de fato e de direito que determinaram a prática do ato
administrativo (é um princípio que não é aceito por todos os
doutrinadores). O que motivação aliunde? é quando a motivação de um
ato administrativo remete à de ato anterior (o administrador copia e cola
a fundamentação de um ato anterior – ou só faz referência).

6. Princípio da isonomia: a isonomia justifica tratamento diferenciado como


forma de igualar juridicamente aqueles que são desiguais fatidicamente.

7. Princípio da finalidade: impede a conduta estatal no sentido de beneficiar


determinada pessoa.

8. Princípio da especialidade: versa sobre a necessidade da descentralização


dos serviços do Estado e da desconcentração da atividade buscando maior
eficiência.

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9. Princípio da segurança jurídica: garantia aos cidadãos de não serem


surpreendidos por alterações repentinas na ordem jurídica posta.

10. Princípio da legitimidade e da veracidade das condutas estatais: é uma


característica dos atos administrativos em decorrência da supremacia do
interesse público. Essa presunção causa a inversão do ônus da prova – é o
administrado que tem que provar que a administração está errada.

Em relação aos sistemas de controle, o Brasil adotou o Modelo: todas as causas


serão apreciadas pelo Poder Judiciário, mesmo que envolvam como parte a
Administração Pública. É o Princípio da inafastabilidade da jurisdição, previsto no
art. 5º, XXXV da CRFB.

PODERES ADMINISTRATIVOS

São instrumentos do Estado para alcançar o interesse público. Os Poderes


Administrativos, em verdade, são deveres. É o chamado poder-dever. São
irrenunciáveis e é fundamental que, ao serem aplicados, seja observado o
trinômio: necessidade + proporcionalidade + eficiência. E se o Estado
ultrapassar o caráter instrumental do poder? Será abuso de poder, que ensejará
a nulidade do ato e poderá se manifestar como:

Excesso de poder: o agente vai além da sua COMPETÊNCIA, praticando atos


que não estão previamente estipulados por lei.

Desvio de poder: o agente respeita a competência, mas atua com finalidade


distinta em lei. É vício de FINALIDADE

O abuso de poder enseja a nulidade do ato administrativo (seja pela via


administrativa ou judiciária, por meio do controle de legalidade da atuação
administrativa).

1. Fundamento dos Poderes Administrativos: Princípio da Supremacia do


interesse Público sob o interesse particular.

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2. Características dos poderes administrativos:

São deveres. O administrador não tem liberdade na gestão deles.

São irrenunciáveis (P. da indisponibilidade do poder público).

Precisam respeitar a necessidade + proporcionalidade + eficiência.

É possível responsabilizar o agente público por ação ou omissão.

3. Modalidades dos poderes administrativos:

Poder vinculado*

Poder discricionário*

Poder disciplinar

Poder hierárquico

Poder regulamentar ou normativo

Poder de polícia

Macete para decorar as modalidades: “Normas Policiais: hierarquia e disciplina”.


*Vinculado e Discricionário não entram porque não são, em essência, Poderes.
São restrições/características dos Poderes. Mas aí é só você lembrar destas duas
características e elencar as demais com o macete.

Poder vinculado e Poder discricionário: considera a existência ou não de


liberdade que a lei reconhece a Administração para atuar. O Poder vinculado
não oferta discricionariedade ao aplicador da lei, ex.: licença para dirigir. O
poder discricionário oferta RELATIVA discricionariedade. Esta liberdade orbita
na oportunidade e conveniência, ex.: momento de atuação, modo de agir para
melhor atender ao interesse público, permissão de uso de bem público, etc.

Dica - Controle judicial da atividade discricionária: Poder JUDICIÁRIO não pode


julgar o mérito de um ato administrativo discricionário (pode existir o controle

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de legalidade mas jamais de mérito, desde que administrador atenda os


princípios da razoabilidade e proporcionalidade).

Poder disciplinar: é o poder da Administração de apurar infrações e aplicar


penalidade em relação a aqueles que estejam sujeitos a disciplina interna da
Administração: servidores públicos no âmbito de cada esfera de poder, os
particulares contratados pela adm. pública, entre outros, ficam sob o poder
disciplinar do Estado. As pessoas que são atingidas por esse Poder possuem
uma sujeição especial, um vínculo com a Administração Pública (ao
contrário de poder de polícia, que versa sobre Estado X cidadão).

Fundamento: existência de um vínculo de sujeição específica do


administrado em relação a Administração. Só há poder disciplinar se houver
posição de sujeição pelo Estado.

Principal característica: o Poder disciplinar é discricionário quanto à


forma. Ex.: Se a lei estabelece uma única aplicação para a conduta, vira ato
vinculado, mas, se a lei não fixa, a aplicação é discricionária. A
discricionariedade está no como, no modo de exercer a atividade disciplinar.

Meios de exercício do Poder Disciplinar em relação ao Servidor público:

• Sindicância: procedimento administrativo de natureza inquisitória,


voltado para apurar infrações disciplinares. Não precisa garantir o
contraditório, é só investigação, não resulta penalidade alguma. Obs.:
A lei 8.112 previu a sindicância como instrumento que poderá resultar
em aplicação de penalidade de natureza leve, neste caso, exige o
contraditório.
• PAD: meio de aplicação de penalidade grave.
• Verdade sabida: Não existe no Direito Brasileiro. É quando a
penalidade é aplicada imediatamente pela autoridade superior
que descobriu o fato.

Poder hierárquico: É o poder de ordenar a atuação administrativa,


distribuindo e escalonando as atribuições de seus órgãos, revendo e

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fiscalizando os atos de seus agentes, criando relações de coordenação e


subordinação no interior da Administração pública.
Prerrogativas do poder hierárquico:

• Controle e revisão de atos dos subordinados;


• Editar normas de funcionamento daquela estrutura (atos ordinatórios
- circulares e avisos);
• Dá ordens de acatamento obrigatório;
• O subordinado tem uma grande sujeição: Dever funcional de
obediência (não pode questionar nem recusar ordem superior, exceto
a ordem manifestamente ilegal).
• Hierarquia é intrassubjetiva (dentro de uma pessoa), não há entre
pessoas diferentes, o que não quer dizer que sempre há hierarquia
dentro da pessoa. Onde há função administrativa, há poderes
hierárquicos, logo ele existe no âmbito dos três poderes. Poderes
decorrentes do Poder hierárquico:

Poder de comando, salvo ordem manifestamente ilegal;

Poder de fiscalização
Poder de revisão: encontra o fundamento no poder de autotutela. Revisão
difere de reconsideração (que é dirigido a própria autoridade que praticou o
ato).
Poder de editar atos normativos internos (já o poder regulamentar cria
obrigações para todas as pessoas);

Poder de dirimir controvérsias em âmbito administrativo, especialmente


relacionado a conflitos de competência.
Poder de delegar e de avocar competências:

Delegação: superior “transfere” (na verdade, ele amplia) ao subordinado (e


não ao de mesma hierarquia) o exercício de competência. Importante lembrar
que a delegação não configura bem uma transferência, mas sim uma extensão
de competência, ou seja, o agente delegante não perde a competência
delegada.

É possível a delegação fora da relação hierárquica quando houver razões de

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ordem técnica, territorial, social, econômica ou jurídica, e delegar é a regra.


Súmula 510/STF: Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência
delegada, contra ela cabe o mandado de segurança ou a medida judicial.

Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento


legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda
que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for
conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica,
jurídica ou territorial.

03 hipóteses em que não se pode delegar (Cai muito!):

Edição de atos normativos;


Decisão de recursos administrativos;
Competência exclusiva.

Responderá pelo ato ilegal, quem praticou o ato, ainda que na hipótese de
delegação.

Avocação: Autoridade superior chama para si a competência que a lei atribuiu


para seu subordinado. Natureza de excepcionalidade. Avocação pode ser
realizada em relação a agentes de mesma hierarquia ou inferior.

Poder regulamentar/normativo:

Sentido amplo: poder da Administração Pública de editar atos administrativos


normativos: atos gerais, abstratos, obrigatórios. Essa expressão abrange os
regulamentos, as portarias, resoluções, instruções normativas, circulares, ordem
de serviço, etc.
Sentido estrito: poder do chefe do executivo para editar regulamentos. É o
poder normativo da Administração pública. E ele ocorre através do decreto:
forma de todos os atos praticados pelo chefe do executivo, de conteúdo geral
ou individual. Se for geral é decreto regulamentar.

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Decreto é a forma, o conteúdo é que é regulamentar. Alguns doutrinadores


dividem o poder normativo da Administração pública em:
• Poder regulamentar: se referindo ao poder do chefe do Executivo
de editar regulamentos.
• Poder regulatório: como poder de outros órgãos ou autoridade de
editar outros atos normativos que não regulamento.
Chefe do Executivo: Possui Poder regulamentar; Outras autoridades:
Possuem Poder regulatório.

Espécies de regulamentos: (Exclusivo do chefe do executivo, sob forma de


decreto).

• Regulamentos executivos (regulamento executivo não pode ser


delegado, já o regulamento autônomo pode ser delegado): aquele
expedido pelo Chefe do Executivo, para explicar o conteúdo de uma lei
preexistente, tornando possível a sua execução.

Obs.: está prevista no artigo 84 § único da CF: publicar, promulgar as leis e


editar decretos e regulamentos para sua fiel execução.
Obs.: O regulamento não pode inovar a ordem jurídica.
Obs.: A competência para sua prática não pode ser delegada, § único, 84, CF.
Obs.: O poder legislativo pode sustar os atos do Chefe do Executivo, quando
houver exorbitância do poder regulamentar, artigo 49, V, da CF.
Obs.: Possui natureza jurídica de ato normativo secundário, passível apenas de
Controle de legalidade.

• Regulamento autônomo ou independente: É aquele que disciplina


relação jurídica não prevista em lei, inovando ordem jurídica. Fala o que
a lei não falou. Obs.: existem no Brasil? Sim, após 2001, com o advento
da emenda constitucional 32, que alterou a redação do artigo 84, VI, da
CF. Nesse sentido: STF.

Atenção: O regulamento autônomo admite delegação, art. 84, parágrafo


único, da CF (“O Presidente da República poderá delegar as atribuições
mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado,
ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado Geral da União, que
observarão os limites traçados nas respectivas delegações.”) Macete: M.A.P.

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Obs.: o regulamento autônomo é ato normativo primário, admitindo controle


de constitucionalidade.

Poder de Polícia:
Sentido amplo: Atos legislativos + atos administrativos que limitam direitos e
liberdades em prol do interesse público.
Sentido estrito: Atos administrativos que limitam direitos e liberdades em prol
do interesse público, também chamado de polícia administrativa, que é
diferente de polícia judiciária.
Art. 78 do CTN. “Considera-se poder de polícia atividade da Administração
pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula
a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público
concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da
produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes
de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao
respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. (Redação dada
pelo Ato Complementar nº 31, de 1966). Parágrafo único. Considera-se regular
o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente
nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se
de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.
Características: Poder coercitivo, imperativo, extroverso (sai de dentro da
Administração e alcança o cidadão). O poder de polícia possui
autoexecutoriedade, mas nem todos os atos são autoexecutáveis. Exemplo:
desapropriação, que depende de ação judiciária prévia.
O poder de polícia é, em regra, um poder de polícia negativo, isto é,
normalmente no exercício do poder de polícia há uma abstenção; uma
obrigação de não fazer. Ex.: não ultrapassar 80km/h., mas também pode
assumir um comportamento positivo, como a obrigação de fazer consistente
em ajustar edificações que estejam em descompasso com regras de
acessibilidade.
Pode ser preventivo, fiscalizatório ou repressivo.
Elementos: Autoexecutoriedade/coercibilidade/discricionariedade
*Indelegabilidade – o exercício do poder de polícia não pode ser transferido
para pessoas jurídicas de direito privado, mas é possível a delegação de atos

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materiais, atos instrumentais e atos preparatórios, através de contrato


com pessoas privadas. O poder de polícia pode ser exercido por particular em
situações especiais: comandante do avião, capitão do navio. Obs.: a regra no
Poder de Polícia é obrigação de não fazer, mas admite-se poder de polícia com
obrigação de fazer, ex.: Imóvel urbano não cumpre função social, Estado manda
dar função social a propriedade.

Ciclos de Polícia:

O poder de polícia pode ser dividido em quatro ciclos:

Ordem de polícia Norma que estabelece restrições e as


condições para o exercício das
atividades privadas;
Consentimento de polícia – pode ser Concorrência do Estado para que o
delegado particular desenvolva determinada
atividade ou utilize a propriedade
particular. Nesse caso, o
consentimento pode ser dividido em
duas categorias:
Licença: Ato vinculado por meio do
qual a Administração reconhece o
direito do particular (ex.: licença para
dirigir veículo automotor ou para o
exercício de determinada profissão)
Autorização: Ato discricionário pelo
qual a Administração, após a análise
da conveniência e da oportunidade,
faculta o exercício de determinada
atividade privada ou a utilização de
bens particulares, sem criação, em
regra, de direitos subjetivos ao
particular (ex.: autorização para porte
de arma);

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Fiscalização de polícia – pode ser Verificação do cumprimento, pelo


delegado particular, da ordem e do
consentimento de polícia (ex.:
fiscalização de trânsito, fiscalização
sanitária etc.). A atividade fiscalizatória
pode ser iniciada de ofício ou por
provocação de qualquer interessado
Sanção de polícia Medida coercitiva aplicada ao
particular que descumpre a ordem de
polícia ou os limites impostos no
consentimento de polícia (ex.: multa
de trânsito, interdição do
estabelecimento comercial irregular,
apreensão de mercadorias estragadas
etc.).

• Somente as fases de ordem de polícia e de fiscalização de polícia


estarão obrigatoriamente presentes em todo e qualquer ciclo de
polícia. O 2º e o 3º ciclo podem ser delegados.

VAI CAIR E VAMOS RELEMBRAR: Poder de polícia não pode ser delegado a
pessoas privadas. Isso pode ser cobrado em virtude do ingresso dos Policiais
Penais no rol de segurança pública e das existências de presídios administrados
por entes privados, com agentes privados. Entretanto, é possível a delegação dos
atos materiais, atos instrumentais e atos preparatórios para entes privadas, desde
que não realizem a atividade-fim. Exemplo, a contratação de entes da
administração indireta para instalar e monitorar os radares de trânsito (Ou seja,
apenas para fiscalizar), para fornecer alimento no presídio etc. (a atividade fim
deve ser exercida apenas por servidor concursado).

ATOS ADMINISTRATIVOS:

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São atos que a Administração pratica no exercício da função administrativa, sob


o regime de direito público e gerando uma manifestação de vontade do Estado.
Os atos administrativos podem ser:

• Individuais: Destinado a indivíduos específicos.


• Gerais: Destinado a todos.
• Atos de Império: Administração faz uso de suas prerrogativas.
• Atos de Gestão: Administração atua sem prerrogativas, como um
particular.
• Vinculados: A lei traz todos os seus elementos.
• Atos discricionários: O ato possui certa liberdade.
• Atos complexos: A Administração manifesta duas vontades independentes
(dois responsáveis) que se somam para formar um único ato
administrativo (Ex.: aposentadoria). UM ATO, DUAS VONTADES.
• Atos compostos: Existe uma vontade principal e outra vontade acessória
que depende da primeira. Um órgão manifesta uma vontade que, para
produzir efeitos, depende da HOMOLOGAÇÃO de outro. DOIS ATOS,
DUAS VONTADES. Ex.: ato que depende da vista do chefe.
• Atos simples: manifestação de apenas uma única vontade. Pode ser:
o Unipessoal (singular)
o Colegiado (é uma vontade só, mesmo que “votada” por vários
agentes).
• Atos restritivos: impõe obrigações ou restrições.
• Atos ampliativos: Atos que geram direitos.
• Atos punitivos: Aplicação de penalidades.
• Atos normativos: Atos inferiores que editam normas gerais e abstratas,
dentro dos limites da lei:
o Regulamento ou decreto: privativos do chefe do Executivo.
o Avisos: Ministérios.
o Instruções normativas: outras autoridades públicas.
o Deliberações e Resoluções: órgãos colegiados.
• Atos ordinatórios: Expressão do poder hierárquico manifestado de forma
interna. Permanece internamente na Administração.
o Ordem de Serviço: ordena a atividade administrativa.
o Circulares: Normas internas gerais.
o Portarias: Atinge pessoa determinada, ex.: posse, nomeação.

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o Memorandos: comunicação interna entre agentes de uma mesma


pessoa.
o Ofícios: comunicação externa. Ex.: entre autoridades públicas
diferentes, ou entre o Poder Público e um particular.
• Atos enunciativos: Atesta situações de fato ou emitem opiniões:
o Pareceres: Opinativos, não vincula a Administração.
o Certidões: Certificação de algo que estava em registro.
o Atestados: Verificação e afirmação de uma situação de fato.
o Apostilas: Acrescentar algo em registro. “Apostilar”.
• Atos negociais: Atos de concessão a um pedido de particular:
o Autorização: discricionário e precário (não gera direito adquirido e
pode ser desfeito sem indenização).
o Permissão: discricionário e precário. Diferença entre permissão e
autorização: na autorização o interesse é do particular e na
permissão o interesse é público.
o Licença: Estado permite que o particular exerça uma atividade
fiscalizada pelo Estado. É um ato vinculado (Licença para dirigir).

Atributos do ato administrativo: Muito cobrado em provas. Representa a


manifestação da supremacia do interesse público sobre o privado:

• Presunção de Legitimidade: O ato é considerado legítimo e válido até que


se comprove a sua ilegalidade, invertendo assim o ônus da prova (o ônus
de provas que o ato é ilegal cabe ao administrado).
• Imperatividade: Impõe obrigações ao particular de modo unilateral. Nem
todo ato administrativo goza de imperatividade. Ex.: atos enunciativos que
impõem obrigações.
• Exigibilidade ou Coercitividade: Poder de se valer de meios indiretos de
coerção, como, por exemplo, a multa.
• Tipicidade: Os atos administrativos são oriundos de lei prévia.
• Presunção de Veracidade: Todo ato é verdadeiro, até que se prove o
contrário.
• Autoexecutoriedade: Dispensa a necessidade do controle judicial prévio.
Um muro irregular pode ser derrubado sem autorização judicial. Nem

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todos os atos são autoexecutáveis: depende da emergência da situação


OU previsão legal.

Elementos que compõe os atos administrativos (COFIFORMOB):

Competência: Elemento vinculado. O vício de competência configura excesso


de poder. Determinado ato só pode ser realizado por quem tiver a competência
prevista legalmente.

Finalidade: Elemento vinculado. O ato deve respeitar a finalidade prevista em


lei para a sua realização. A demissão de um funcionário, por exemplo, deve ter
finalidade de punir e não de expressar a vontade pessoal do administrador. O
vício de finalidade configura desvio de poder.

Forma: Elemento vinculado. A forma é o meio para se alcançar o interesse


público.

Motivo: Pode ser discricionário. São os pressupostos de fatos e de direito que


deram ensejo à prática daquele ato. Motivação é a expressão dos motivos).
Alguns atos não precisam ser motivados, mas, se a motivação for apresentada,
ela passa a integrar o ato e qualquer vício da motivação gera também vício no
ato. É a chamada teoria dos motivos determinantes.

Objeto: Pode ser discricionário. Efeito que o ato gera no mundo jurídico. O
efeito do PAD é a investigação. Tem que ser lícito, possível, determinado ou
determinável.

São insanáveis e não passíveis de convalidação (manutenção do ato) os vícios de


finalidade/motivo/objeto. O vício na competência é sanável, exceto a
competência exclusiva e o vício na forma é sanável, exceto quando se tratar de
forma essencial.

Extinção de atos administrativos:

• Natural: cumprimento do objeto ou fim do contrato.


• Desaparecimento: pessoa ou coisa objeto do contrato se findam.

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• Retirada: O ato é extinto de modo precoce, antes de cumprir os seus


efeitos. A retirada pode ser por:
o Anulação: por motivo de vício de ilegalidade. Produz efeitos ex tunc
(retroage), exceto para direitos adquiridos por terceiros de boa-fé.
(05 anos para boa-fé e sem prazo para má-fé). Atenção: vícios de
COMPETÊNCIA e de FORMA são sanáveis, MOTIVO, OBJETO E
FINALIDADE NÃO.
o Cassação: O ato administrativo nasce válido e se tornou ilegal
depois, por culpa do beneficiário.
o Revogação: Motivada por interesse público (oportunidade e
conveniência – Poder Judiciário não pode rever). Todos os efeitos
produzidos são válidos: efeitos ex nunc (não retroage) não podem
ser revogados os atos vinculados e atos consumados.
o Caducidade: Ato nasce válido e se tornou ilegal depois, decorrente
de lei nova.
o Contraposição: É a retirada de um ato anterior em virtude de ato
novo incompatível com o anterior.
o Renúncia: Particular renuncia a algum benefício que a
Administração lhe entregava.

Qual o prazo de que dispõe a Administração Pública federal para anular um


ato administrativo ilegal? O prazo é de 5 anos, contados da data em que o ato
foi praticado. A regra é que a adm. é obrigada a anular o ato ilegal. Exceções –
decurso do tempo (decadência de 5 anos) ou a consolidação dos efeitos
produzidos (teoria do fato consumado).

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E AGENTES PÚBLICOS

AGENTE PÚBLICO: é uma expressão ampla, utilizada para se referir a qualquer


pessoa que atue em nome do Estado, de modo temporário ou permanente, com
ou sem remuneração. São 03 espécies:

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• Agentes políticos: São aqueles que exercem função política (Detentores


de mandato eletivo, ministros, secretários, magistrados e os membros do
Ministério Público).
• Servidores Estatais: Executam a função administrativa:
o Temporários: Contratados temporariamente em virtude de serviço
temporário de excepcional interesse público.
o Celetistas: Contratados – CLT. Detentores de EMPREGO.
o Estatutários: Possuem vínculo permanente com a Administração e
ocupam CARGOS – Seu regimento encontra-se na lei. Servidores
estatais podem ser:
▪ EFETIVOS: Estabilidade, através de concurso.
▪ CARGOS EM COMISSÃO: Livre nomeação e livre exoneração,
o Particulares em colaboração: Mesários. Conscritos, etc.

CARGO EMPREGO FUNÇÃO


Cargo é o conjunto de Atuam principalmente Função de “confiança”:
atribuições e nas Empresas Públicas e Já é servidor e é indicado
responsabilidades Sociedades de Economia para uma função
previstas na estrutura Mista. São regidos pela específica interna, de
organizacional que CLT. livre nomeação, ou pode
devem ser cometidas a ser função temporária:
um servidor – Vínculo contratações por tempo
permanente com a determinado.
administração pública.
Regime estatutário.

ORGÃOS PÚBLICOS: Uma forma interessante de entender o tema é visualizar a


Administração Pública como um CORPO, onde órgãos correspondem exatamente
ao que o ORGÃO HUMANO representa: Um conjunto especializado de
competência (o rim serve para uma função específica e está dentro do corpo),
existente dentro de um corpo. Juridicamente, Órgão é “a unidade de atuação
integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração
indireta”.

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Para entender melhor, é necessário compreender a Teoria do órgão, que foi


idealizada pelo alemão Otto Gierke. Segundo esta teoria, o Estado manifesta sua
vontade por meio dos seus órgãos internos, cuja as atribuições são fixadas pela
lei, mas exercidas pelos agentes públicos, de tal modo, que o ato do agente é
imputado ao Estado. Logo, os agentes são meros executores de uma vontade que
vem de cima: a vontade Estatal.

Algumas características importantes dos órgãos: Eles são criados e extintos


apenas por lei e não possuem capacidade jurídica. O corpo ao qual o órgão faz
parte (Entidade) é quem possui a capacidade jurídica (mas podem possuir
capacidade postulatória – Ex.: Ministério Público).

Classificação hierárquica dos órgãos:

a. Independentes: Presidência da república (não é subordinado a ninguém);

b. Autônomos: Ministério da fazenda (inferiores aos independentes – autonomia


administrativa e financeira: eles possuem);

c. Superiores: Procuradoria da Fazenda nacional, Secretaria da Receita Federal


(conserva poder de decisão, apesar de não ser independente nem autônomo);

d. Subalternos: Mera execução de atividade (Coordenadorias, atividades


administrativas);

e. Órgão central: Exerce competência em todo o Estado;

f. Órgão local: Competência em sua região;

g. Órgão singular: Manifesta vontade por um único agente – representação;

h. Órgão colegiado: Só manifesta por um colegiado de agentes (Assembleia


Legislativa) – representação.

ENTIDADES ADMINISTRATIVAS: Para entender melhor sobre entidades


administrativas, é necessário compreender os conceitos de desconcentração e
descentralização.

Desconcentração é uma distribuição de competência entre ORGÃOS de uma


Pessoa jurídica (repartição interna). DESCON parece nome de remédio, não é?
Logo, fica dentro da “pessoa”. Ex.; Ministérios, Secretarias.

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Descentralização é distribuição de competências entre PESSOAS JURÍDICAS


diversas. Ex.: União distribui competência para o INSS (Que é uma autarquia). É
como se o Estado “terceirizasse” suas funções de Administração Direta (União,
Estados, DF e Municípios) para a Administração Indireta (Autarquias, fundações
públicas, empresas públicas e sociedade de economia mista). Nesta
descentralização não existe relação hierárquica e estas pessoas jurídicas que
receberam a competência por descentralização agem em nome próprio, por
OUTORGA (quando ocorre a transferência da titularidade do serviço Lei) ou por
DELEGAÇÃO (quando ocorre apenas a transferência da execução do serviço).

Os Entes administrativos podem ser DIRETOS ou INDIRETOS:

Administração pública direta: Art. 18 da CRFB. É quem oferece a sociedade,


diretamente, todos serviços públicos essenciais aos cidadãos. Possuem
competências atribuídas diretamente pela Constituição Federal.
o UNIÃO
o ESTADOS
o DF
o MUNICÍPIOS

Todos os entes da Administração Direta possuem autonomia política


(produção de leis), administrativa e financeira. São pessoas jurídicas de
DIREITO PÚBLICO. JAMAIS EXISTIRÁ HIERARQUIA ENTRE OS ENTES DA
ADMINISTRAÇÃO DIRETA (É uma questão de maior ou menor abrangência,
e não de importância). Não existe hierarquia entre Administração direta e
indireta – O que existe é um controle finalístico/supervisão ministerial.

Administração pública indireta: Conjunto de pessoas jurídicas (entidades),


criado pelo Estado, para desempenhar, de forma descentralizada, a função
administrativa, ou para, excepcionalmente, explorar atividade econômica.
Possuem personalidade jurídica, direito e obrigações próprias. Não possuem
autonomia política.
As ENTIDADES da Administração indireta precisam ser criadas (Autarquias) ou
autorizadas (fundação pública, empresa pública e sociedade de economia
mista) por lei.

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A Administração indireta é formada por:


o Autarquias
o Fundações
o Empresas Públicas
o Sociedade de Economia mista.

1. AUTARQUIAS: Pessoa jurídica de Direito Público, criada para


desempenhar atividade típica de Administração pública. É criada quando
o Estado quer descentralizar atividade típica. É sempre de direito público.
Obs.: vide o inciso I do artigo 5º do DL 200/67 = conceito legal de
autarquia (I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com
personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar
atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu
melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira
descentralizada).

o Criação e extinção: Apenas por lei específica. Princípio do


paralelismo das formas.
o Bens: Os bens da autarquia são públicos, imprescritíveis e
impenhoráveis.
o Responsabilidade civil: A responsabilidade civil de uma autarquia é
objetiva.
o Privilégios tributários: imunidade relativa recíproca. É o direito de
não pagar impostos de bens, rendas e patrimônio relativos às suas
finalidades.
o Privilégios processuais: A autarquia goza de todos os privilégios que
o Estado possui
o Controle: Autarquia se sujeita a controle administrativo, legislativo
e judicial.
o Licitações e contratos: Sujeitam-se as regras da lei 8666.
o Conselhos profissionais: Segundo entendimento majoritário, tem
natureza jurídica de autarquia. Segundo o STF a OAB é sui generis
(Não é autarquia). OAB não faz concurso, a anuidade não tem
natureza tributária, não se sujeita ao TCU e não se sujeita a lei de
contabilidade pública.

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2. FUNDAÇÕES PÚBLICAS: são entidades sem fins lucrativos, constituídas


para um fim específico de interesse público (educação, cultura e saúde,
por exemplo). A natureza jurídica da fundação é definida por lei. Cabe a lei
definir o regime, podendo ser uma fundação pública de direito público
(fundação autárquica) ou uma fundação pública de direito privado
(fundação governamental ou estatal).

Obs.: aplicam-se as fundações autárquicas (de Direito Público) o regime


jurídico das autarquias. Obs.: aplicam-se as Fundações governamentais (de
Direito Privado) o regime jurídico semelhante ao das Empresas Públicas
prestadoras de serviços públicos.

3. EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA:

Empresa Pública Sociedade de economia mista


Pessoa Jurídica de Direito Privado Pessoa Jurídica de Direito Privado
Capital 100 % público. Ostenta Capital misto (controle estatal).
qualquer forma jurídica Sempre será Sociedade Anônima

Finalidade das duas entidades: Conforme a finalidade o regime muda

I - Prestar serviços públicos.

II - Explorar atividade econômica.

Não podem ostentar privilégios, pois isso prejudica a livre iniciativa, mas
tem que licitar, prestar contas, etc. (Ou seja, não possuem benefícios, mas
possuem limitações)

Regime jurídico: Híbrido, normas de direito público coexistem com normas


de direito privado.

Bens: São bens privados. Contudo quando prestadoras de serviços


públicos e quando estiverem com bens vinculados a prestação do serviço,
estes bens serão públicos, em virtude do princípio da continuidade dos
serviços públicos.

Responsabilidade civil: Objetiva, se prestadora de serviço público (para


terceiro usuário ou não). Se exploradora de atividade econômica é

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subjetiva. Obs.: decisão plenária do STF: a responsabilidade civil da pessoa


jurídica de direito privado prestadora de serviço público é sempre objetiva,
seja em face ao usuário do serviço, seja em face ao terceiro não usuário.

Privilégios processuais/tributários: Não possuem

Regime de pessoal: ingresso mediante concurso, como regra. Em certas


ocasiões, não tem como fazer o concurso: Serviço especialíssimo, e
contingente de mercado são exemplos. O regime é de empregos públicos,
regido pela CLT.

Obs.: seus empregados não possuem estabilidade do artigo 41 da CF.


Contudo, a dispensa de empregado público imprescinde de devido
processo legal, isto é, com observância do artigo 37, deve existir processo
administrativo. Pode demitir sem motivo, mas tem que ter um
procedimento administrativo. Atenção: Empresa brasileira de correios e
telégrafos tem regime de fazenda pública, pois presta serviço público
indelegável, por isso, embora seja empresa pública, não segue regime
privado (Os bens do “Correios” são impenhoráveis, os servidores celetistas
com garantias, prazos diferenciados, etc.)

• Consórcios públicos são parcerias estabelecidas entre entes federativos (União,


Estados, Distrito Federal e Municípios) com o objetivo de realizar ações conjuntas
e compartilhar recursos para alcançar objetivos comuns. Essa forma de
cooperação é regulamentada pela Lei nº 11.107/2005 e pode envolver a
prestação de serviços públicos, execução de obras, entre outras atividades.
• As agências são entidades autônomas da Administração Pública Indireta,
criadas com o objetivo de regular e fiscalizar atividades específicas. No Brasil,
existem dois tipos principais: as Agências Reguladoras e as Agências
Executivas. As Agências Reguladoras atuam no controle e fiscalização de serviços
públicos delegados a particulares, como energia elétrica, telecomunicações e
transporte. Já as Agências Executivas são qualificadas pelo Poder Executivo e têm
como finalidade melhorar a eficiência dos serviços prestados pela Administração
Pública.
• Os entes de colaboração são organizações da sociedade civil que estabelecem
parcerias com o poder público para a realização de projetos, programas e
atividades de interesse público. Essas parcerias são regidas pela Lei nº

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13.019/2014 (Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil) e


abrangem termos de colaboração, termos de fomento e acordos de cooperação.
• As entidades paraestatais são organizações privadas que desempenham
atividades de interesse público, mas não integram a estrutura da Administração
Pública. São exemplos de entidades paraestatais as Organizações Sociais (OS), as
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) e as Serviços Sociais
Autônomos.
• Por fim, o Terceiro Setor é composto por organizações não governamentais
e sem fins lucrativos, que atuam em áreas como educação, saúde, cultura,
meio ambiente, entre outras. Essas organizações têm um papel importante na
implementação de políticas públicas e no desenvolvimento social e sustentável
do país, estabelecendo parcerias com o poder público e com a iniciativa privada.

RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO:

Controle e responsabilização da administração:

• Controle administrativo: autotutela (Legalidade e mérito)


• Controle judicial: legalidade
• Controle legislativo: político e financeiro

“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da


União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios
de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também,
ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de


serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos
casos de dolo ou culpa.”

Como a relação com o Estado não depende de nossa vontade (ela é impositiva),
a responsabilidade civil do Estado pode ser arguida em diversos momentos, de
modo mais rigoroso que a responsabilidade privada. Aquele que causa o dano,
gera o dever de indenizar. Exemplos:

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• Policial Penal espanca detento: é um ato ilícito que gera o dever de


indenizar do Estado, já que o agente público que comete o ato é um
representante do Estado. É um ato ilícito, que fere o princípio da
legalidade.
• Estado constrói viaduto em cima da sua casa para melhorar o trânsito da
cidade. É lícito? É! Mas o ato gera uma situação de desigualdade sua com
os demais cidadãos, realizada pelo Estado. Fere o P. da isonomia.

LOGO, o Estado tem a obrigação de reparar os danos que sejam imputáveis aos
cidadãos, em decorrência de comportamentos unilaterais, LÍCITOS OU ILÍCITOS,
comissivos ou omissivos, materiais ou jurídicos. OU SEJA, não importa se o ato é
lícito ou não.

A responsabilidade por ato comissivo ocorre quando o estado age ou mesmo


quando o dano não é realizado pelo estado, mas o Estado é quem cria a situação
que possibilita a ocorrência de dano. Exemplo disso é a guarda de pessoas ou de
coisas pelo Estado: Um presidiário mata outro OU Um carro aprendido explode.
A responsabilidade, neste caso, é objetiva e a teoria adotada é a teoria do risco
administrativo (O ESTADO ASSUME O RISCO DESTE TIPO DE DANO OCORRER
AO CRIAR AS SITUAÇÕES DE RISCO). A fuga de internos que barbarizem os
bairros vizinhos é de responsabilidade objetiva do Estado. Outro exemplo é o
caso de suicídio de preso custodiado (exceto se o Estado conseguir provar que a
morte não poderia ter sido evitada, como você verá na parte de jurisprudência).

Aqui, na responsabilidade objetiva, só é preciso comprovar ação estatal + nexo


de causalidade + dano.

Já no caso de um ato omissivo (PELA FALTA DE AGIR OU AGIR MAL) o STF e STJ
já pacificaram o entendimento no sentido de que a responsabilidade por omissão
é subjetiva (tem os mesmos requisitos anteriores, mas o lesado ainda tem que
provar dolo ou culpa do Estado, sendo imprescindível a demonstração do mau
funcionamento do serviço, para que seja configurada a responsabilidade). Mas
esse posicionamento não é absoluto: STF já decidiu que a responsabilidade
estatal por atos omissivos específicos é objetiva (Atos omissivos específicos
ocorrem quando o Estado tem o dever de vigilância sobre alguém e não evita o
dano – alunos mortos em uma escola, por exemplo). De modo subjetivo, usa-se

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a teoria da culpa administrativa (Se o serviço público não funcionou, funcionou


mal ou atrasado e causou danos ao particular, o Estado tem que reparar através
de responsabilidade SUBJETIVA: Particular que tem que demonstrar que a
omissão causou o dano).

Reafirmando: na responsabilidade subjetiva, vigora a Teoria da Culpa


Administrativa. onde o cidadão lesado não precisaria identificar o agente estatal
causador do dano, bastando comprovar o mau funcionamento ou o não
funcionamento do serviço público, devendo, no entanto, provar o elemento culpa
(o ônus probatório sai do Estado e recai naquele que foi lesado).

E no caso de manifestações e confronte entre APOIADORES DE PARTIDOS


DIVERSOS? Se o Estado sabia das manifestações de modo antecipado e nada faz
para minorar os conflitos e isso é comprovado = omissão e = responsabilidade.

Causas excludentes de responsabilidade do Estado:

• Teoria do risco integral: Não tem excludente. Ex.: Dano nuclear, material
bélico e dano ambiental. Atentado terrorista em avião.
• Teoria do risco administrativo: Admite excludentes: o culpa exclusiva da
vítima (se for concorrente, reduz indenização); o caso fortuito o força
maior, a atenuação da culpa recíproca ou concorrente. Essas situações
invertem o ônus da prova. Cabendo ao Estado provar que não houve o
fato, nexo ou o dano.

Regra no Brasil: Teoria do Risco Administrativo, mas tem exceção: Risco integral,
em caso de dano nuclear, acidente com material bélico, dano ambiental,
responsabilidade da União perante terceiros em caso de atos terroristas e guerra

Resumo das teorias que regem a responsabilidade civil do estado:

1. Teoria do risco administrativo: regra geral adotada pelo BR – resp. objetiva


do estado e admite a presença de excludentes
2. Teoria do risco integral: exceções, tbm define que a responsabilidade é
objetiva mas não admite excludentes.
3. Teoria da culpa administrativa (ou culpa anônima): aplicada em caso de
omissão estatal – responsabilidade subjetiva – tem que comprovar que a
atuação regular do estado seria suficiente para evitar o dano. Se atentar

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para o princípio da reserva do possível. Exceções: casos em que, mesmo


na omissão, a responsabilidade será objetiva:
a. Coisas ou pessoas que estão em custódia do Estado (inclusive
suicídio de preso);
b. Atendimento hospitalar insuficiente.

Responsabilidade por Atos legislativos (salvo lei que venha a ser declarada
inconstitucional – lei de efeitos concretos) e judiciais (salvo erro judiciário, preso
além do tempo, juiz proceder com dolo ou fraude, falta objetiva na prestação
jurisdicional) – regra é que não há dever de indenizar

SERVIÇOS PÚBLICOS

Os primeiros estudos surgiram na França e o nome a ser decorado é Leon Duguit.


Nessa época, S.P. seria qualquer atividade executada pelo Estado com a finalidade
de satisfazer as necessidades coletivas. Mas isso é muito amplo! A atual noção de
S.P. restringiu o seu conceito, diferenciando as atividades do Estado como os
serviços públicos, a exploração de atividade econômica pelo Estado, a execução
de Obras Públicas e o exercício do Poder de Polícia.

Hodiernamente, para ser considerado SERVIÇO PÚBLICO, tem que ter 03


elementos:

• Substrato material: SP é uma comodidade ou utilidade fruível de forma


contínua, sem interrupções.

• Substrato formal: SP é regido por normas de direito público, ainda que


prestado por particulares em regime de delegação.

• Elemento Subjetivo: SP deve ser prestado pelo Estado de forma direta ou


indireta (por meio da delegação a particulares, mas sem transferir a
titularidade).

Atenção:

1. Obra pública não é SP: é uma atividade estanque (SP é uma atuação
constante)

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2. Poder de Polícia não é SP: PP é uma restrição, não é uma comodidade.

3. Exploração de atividade econômica não é SP: não é regido pelo direito


público.

Princípios: SP está submetido ao regime de Direito Público e deve respeitar os


princípios gerais de Dir. Administrativo, contudo, a lei 8.987/95 ainda apresenta
mais alguns princípios específicos:

• Dever de prestação pelo ESTADO (a omissão, inclusive, configura abuso de


poder).

• Modicidade: As tarifas devem ser acessíveis aos cidadãos

• Atualidade: A prestação de serviço deve ser feita entre as técnicas mais


modernas.

• Cortesia: A prestação deve ser cortês e educada.

• Economicidade: gastos dentro do limite da razoabilidade.

• Generalidade: universalidade – deverá ser prestado a maior quantidade de


pessoas.

• Submissão e controle: Os SP são controlados pela sociedade e pela própria


Adm. Pública e o Poder Judiciário pode analisar a legalidade dos atos
contidos neste universo.

• Continuidade: prestação ininterrupta da atividade administrativa e dos


serviços prestados à sociedade.

Formas de prestação:

Sempre realizada pelo Estado, por meio

a) Direto – Entes federativos (União, Estados, DF, Municípios)

b) Mediante descentralização – Entes da administração indireta: autarquias,


fundações públicas, empresas públicas e sociedade de economia mista OU
particulares mediante contratos administrativos de concessão e permissão.

Essa descentralização do SP pode ser por OUTROGA ou por DELEGAÇÃO.

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Outorga (tbm chamada de descentralização por serviço): Só ocorre mediante LEI.


transfere a titularidade e a execução do SP – somente para pessoas jurídicas
de direito público – mesmo quando o Estado pratica essa modalidade, ele deve
ser responsabilizar de modo subsidiário por danos que a atividade causar.

Delegação: só transfere a execução – Ocorre mediante lei e mediante contrato.


particulares ou entes da administração indireta regidos por direito privado.

*A permissão, cobrada em seu edital, foi inserida com a lei 8987/95 como forma
de delegação de serviço público a particulares que executarão a atividade por sua
conta e risco, mediante cobrança de tarifas dos usuários que são responsáveis
pela sua remuneração.

Entretanto, nem todos os serviços públicos admitem delegação. Assim, os SP


podem ser divididos em quatro espécies:

• Serviços públicos exclusivos, não delegáveis: somente podem ser


prestados pelo Estado de forma direta. Ex.: correios.

• Serviços públicos exclusivos delegáveis: devem ser realizados pelo Estado


diretamente ou mediante delegação a particulares. Ex.: transporte público,
energia.

• Serviços públicos de delegação obrigatória: art. 233 da CRFB: Art. 223.


Compete ao Poder Executivo outorgar e renovar concessão, permissão e
autorização para o serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens,
observado o princípio da complementaridade dos sistemas privado,
público e estatal.

• Serviços públicos não exclusivos de Estado: o particular tbm faz, sem


necessidade de delegação pelo Estado. Isso não exclui a responsabilidade
do Estado de fazer tbm – Saúde, Educação, Previdência

Classificação dos serviços públicos:

• Uti singuli: são aqueles serviços prestados a toda coletividade podendo


mensurar o quanto cada usuário consome, individualmente. Ex.: água, luz.

• Uti universi: não podem ser divididos ou ter a medição de consumo


individualizada. Ex.: iluminação pública.

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• Compulsórios: essenciais a coletividade e não podem ser abdicados pela


sociedade, cobrados através de taxa pelo simples fato do serviço estar
disponível para a sociedade.

• Facultativos: cobrados através de tarifa ou preço público, pode ou n ser


utilizado pela coletividade (que, só se usar, deverá das a contraprestação
pecuniária).

• Próprio: só Estado atua direta ou indiretamente

• Impróprio: pode por particular sem delegação do estado. É o que você


acabou de ver com “Serviços públicos não exclusivos de Estado”.

Os princípios que norteiam os serviços públicos são: continuidade, igualdade,


eficiência, modicidade tarifária, atualidade, generalidade e cortesia no
atendimento. Estes princípios garantem que os serviços sejam prestados de
maneira adequada, acessível e eficiente para todos os cidadãos.

A delegação de serviço público ocorre quando o Estado transfere a execução de


um serviço à iniciativa privada. As formas de delegação são: concessão, permissão
e autorização. A concessão e a permissão são regulamentadas pela Lei nº
8.987/1995, enquanto a autorização possui um regime jurídico menos rigoroso.

• A concessão de serviço público é um contrato administrativo em que o poder


público transfere a execução do serviço a um particular mediante licitação, por
prazo determinado.
• A permissão, por outro lado, é um ato administrativo precário e unilateral, em
que a Administração Pública permite a execução do serviço por um particular.

A extinção do contrato de concessão ou permissão ocorre quando o serviço deixa


de ser prestado, seja por término do prazo, rescisão, caducidade, anulação ou
encampação. Na extinção, os bens reversíveis (aqueles vinculados à prestação do
serviço) retornam ao poder público.

Por fim, os direitos dos usuários de serviço público incluem acesso aos serviços,
tratamento igualitário e não discriminatório, qualidade e continuidade dos
serviços prestados, além do direito à informação e ao controle social sobre a
prestação do serviço.

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LINDB

LINDB é a Lei de introdução às Normas do Direito brasileiro. É uma regra de


superdireito que contêm nomas que coordenam a aplicação de outras normas,
em todos os ramos do Direito. A LINDB é dividida em 07 partes;

1.Vigência: art. 1º e 2º.


2. Obrigatoriedade: art. 3º.
3. Integração: art. 4º.
4. Interpretação: art. 5º.
5. Lei no tempo: art. 6º.
6. Lei no espaço: artigos 7º a 19.
7. Segurança Jurídica: artigos 20º a 30

Art. 1o Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta
e cinco dias depois de oficialmente publicada.
Apenas leis de pequena repercussão estão autorizadas a utilizar a cláusula “entra
em vigor na data de sua publicação”.
Publica –> Vacatio Legis 45 dias –> vigência (inclui a data da publicação e do
último dia de prazo, entrando em vigor no dia posterior, seja feriado ou não).
Ou seja, durante a vacatio a lei existe, mas ainda não possui vigência.
Dica: normas legais X normas administrativas (entram em vigor na publicação).
§ 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando
admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada.
§ 3o Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto,
destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará
a correr da nova publicação (começa o prazo do zero)
§ 4o As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.
Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a
modifique ou revogue (só lei pode revogar lei = P. da Continuidade). Brasil não
acolheu o desuetudo (revogação de lei por costume).
§ 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando
seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que
tratava a lei anterior.
Revogação:
a) Ab-rogação: revogação Ab-soluta;
b) Derrogação: revogação parcial.

§ 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já


existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.

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§ 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei
revogadora perdido a vigência (não se admite a repristinação, salvo se a lei nova
dispor expressamente).
Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.
Art. 4o Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia,
os costumes e os princípios gerais de direito. (Integração da norma = A.C.P. = rol
taxativo e que segue uma ordem preferencial)
Art. 5o Na aplicação da lei, o juiz atenderá a os fins sociais a que ela se dirige e
às exigências do bem comum.
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico
perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. (Redação dada pela Lei
nº 3.238, de 1957)
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao
tempo em que se efetuou. (Incluído pela Lei nº 3.238, de 1957)
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por
ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo,
ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. (Incluído
pela Lei nº 3.238, de 1957)
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba
recurso. (Incluído pela Lei nº 3.238, de 1957)
Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o
começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.
Domicílio:
a) Personalidade
b) Nome
c) Capacidade
d) Família
e) Penhor

§ 1o Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto


aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração.
§ 2o O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades
diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes. (Redação
dada pela Lei nº 3.238, de 1957)
§ 3o Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do
matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal.
§ 4o O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que
tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio
conjugal.
§ 5º - O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa

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anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de


naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do regime de comunhão parcial
de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente
registro. (Redação dada pela Lei nº 6.515, de 1977)
§ 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem
brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano da data da
sentença, salvo se houver sido antecedida de separação judicial por igual prazo,
caso em que a homologação produzirá efeito imediato, (EC Nº 66 DE 2010)
obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras
no país. O Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento interno,
poderá reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já proferidas em
pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio de brasileiros, a
fim de que passem a produzir todos os efeitos legais. (Redação
dada pela Lei nº 12.036, de 2009).
§ 7o Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se ao
outro cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do tutor ou curador aos
incapazes sob sua guarda.
§ 8o Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar
de sua residência ou naquele em que se encontre.
Art. 8o Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-
se-á a lei do país em que estiverem situados.
§ 1o Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos
bens moveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares.
§ 2o O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse
se encontre a coisa apenhada.
Art. 9o Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se
constituírem.
§ 1o Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma
essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira
quanto aos requisitos extrínsecos do ato.
§ 2o A obrigação resultante do contrato reputa-se constituida no lugar em que
residir o proponente.
Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que
domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a
situação dos bens.
§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei
brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os
represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus.
(Redação dada pela Lei nº 9.047, de 1995)
§ 2o A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder.

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Art. 11. As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as


sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estado em que se constituirem.
§ 1o Não poderão, entretanto ter no Brasil filiais, agências ou estabelecimentos
antes de serem os atos constitutivos aprovados pelo Governo brasileiro, ficando
sujeitas à lei brasileira.
§ 2o Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de qualquer natureza,
que eles tenham constituido, dirijam ou hajam investido de funções públicas, não
poderão adquirir no Brasil bens imóveis ou susceptiveis de desapropriação.
§ 3o Os Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade dos prédios
necessários à sede dos representantes diplomáticos ou dos agentes consulares.
(Vide Lei nº 4.331, de 1964)
Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu
domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação.
§ 1o Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações
relativas a imóveis situados no Brasil.
§ 2o A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido o exequatur e segundo
a forma estabelecida pela lei brasileira, as diligências deprecadas por autoridade
estrangeira competente, observando a lei desta, quanto ao objeto das diligências.
Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que
nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os
tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça.
Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a invoca
prova do texto e da vigência.
Art. 15. Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, que reúna
os seguintes requisitos:
a) haver sido proferida por juiz competente;
b) terem sido os partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia;
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a
execução no lugar em que foi proferida;
d) estar traduzida por intérprete autorizado;
e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal FederaL STJ (Vide art.105,
I, i da Constituição Federal).
Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei
estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer
remissão por ela feita a outra lei.
Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações
de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional,
a ordem pública e os bons costumes.
Art. 18. Tratando-se de brasileiros, são competentes as autoridades consulares
brasileiras para lhes celebrar o casamento e os mais atos de Registro Civil e de

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tabelionato, inclusive o registro de nascimento e de óbito dos filhos de brasileiro


ou brasileira nascido no país da sede do Consulado. (Redação dada
pela Lei nº 3.238, de 1957)
§ 1º As autoridades consulares brasileiras também poderão celebrar a separação
consensual e o divórcio consensual de brasileiros, não havendo filhos menores
ou incapazes do casal e observados os requisitos legais quanto aos prazos,
devendo constar da respectiva escritura pública as disposições relativas à
descrição e à partilha dos bens comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao acordo
quanto à retomada pelo cônjuge de seu nome de solteiro ou à manutenção do
nome adotado quando se deu o casamento. (Incluído pela Lei nº
12.874, de 2013) Vigência
§ 2o É indispensável a assistência de advogado, devidamente constituído, que se
dará mediante a subscrição de petição, juntamente com ambas as partes, ou com
apenas uma delas, caso a outra constitua advogado próprio, não se fazendo
necessário que a assinatura do advogado conste da escritura pública.
(Incluído pela Lei nº 12.874, de 2013) Vigência
Art. 19. Reputam-se válidos todos os atos indicados no artigo anterior e
celebrados pelos cônsules brasileiros na vigência do Decreto-lei nº 4.657, de 4 de
setembro de 1942, desde que satisfaçam todos os requisitos legais.
(Incluído pela Lei nº 3.238, de 1957)
Parágrafo único. No caso em que a celebração desses atos tiver sido recusada
pelas autoridades consulares, com fundamento no artigo 18 do mesmo Decreto-
lei, ao interessado é facultado renovar o pedido dentro em 90 (noventa) dias
contados da data da publicação desta lei. (Incluído pela Lei nº 3.238,
de 1957)
Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com
base em valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as
consequências práticas da decisão. (Incluído pela Lei nº 13.655, de
2018) (Regulamento)
Parágrafo único. A motivação demonstrará a necessidade e a adequação da
medida imposta ou da invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma
administrativa, inclusive em face das possíveis alternativas. (Incluído pela
Lei nº 13.655, de 2018)
Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judicial,
decretar a invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa
deverá indicar de modo expresso suas consequências jurídicas e
administrativas. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
(Regulamento)
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput deste artigo deverá, quando
for o caso, indicar as condições para que a regularização ocorra de modo

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proporcional e equânime e sem prejuízo aos interesses gerais, não se podendo


impor aos sujeitos atingidos ônus ou perdas que, em função das peculiaridades
do caso, sejam anormais ou excessivos. (Incluído pela Lei nº 13.655,
de 2018)
Art. 22. Na interpretação de normas sobre gestão pública, serão considerados os
obstáculos e as dificuldades reais do gestor e as exigências das políticas públicas
a seu cargo, sem prejuízo dos direitos dos administrados. (Regulamento)
§ 1º Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade de ato, contrato,
ajuste, processo ou norma administrativa, serão consideradas as circunstâncias
práticas que houverem imposto, limitado ou condicionado a ação do agente.
(Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
§ 2º Na aplicação de sanções, serão consideradas a natureza e a gravidade da
infração cometida, os danos que dela provierem para a administração pública, as
circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes do agente.
(Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
§ 3º As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta na dosimetria das
demais sanções de mesma natureza e relativas ao mesmo fato. (Incluído
pela Lei nº 13.655, de 2018)
Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial que estabelecer
interpretação ou orientação nova sobre norma de conteúdo indeterminado,
impondo novo dever ou novo condicionamento de direito, deverá prever regime
de transição quando indispensável para que o novo dever ou condicionamento
de direito seja cumprido de modo proporcional, equânime e eficiente e sem
prejuízo aos interesses gerais. (Regulamento)
Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, quanto à
validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa cuja
produção já se houver completado levará em conta as orientações gerais da
época, sendo vedado que, com base em mudança posterior de orientação geral,
se declarem inválidas situações plenamente constituídas. (Incluído pela
Lei nº 13.655, de 2018) (Regulamento)
Parágrafo único. Consideram-se orientações gerais as interpretações e
especificações contidas em atos públicos de caráter geral ou em jurisprudência
judicial ou administrativa majoritária, e ainda as adotadas por prática
administrativa reiterada e de amplo conhecimento público. (Incluído
pela Lei nº 13.655, de 2018)
Art. 25. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação contenciosa na
aplicação do direito público, inclusive no caso de expedição de licença, a
autoridade administrativa poderá, após oitiva do órgão jurídico e, quando for o

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caso, após realização de consulta pública, e presentes razões de relevante


interesse geral, celebrar compromisso com os interessados, observada a
legislação aplicável, o qual só produzirá efeitos a partir de sua publicação oficial.
(Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) (Regulamento)
§ 1º O compromisso referido no caput deste artigo: (Incluído pela Lei
nº 13.655, de 2018)
I - buscará solução jurídica proporcional, equânime, eficiente e compatível com
os interesses gerais; (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
II – (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
III - não poderá conferir desoneração permanente de dever ou condicionamento
de direito reconhecidos por orientação geral; (Incluído pela Lei nº 13.655, de
2018)
IV - deverá prever com clareza as obrigações das partes, o prazo para seu
cumprimento e as sanções aplicáveis em caso de descumprimento. (Incluído
pela Lei nº 13.655, de 2018)
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
Art. 27. A decisão do processo, nas esferas administrativa, controladora ou
judicial, poderá impor compensação por benefícios indevidos ou prejuízos
anormais ou injustos resultantes do processo ou da conduta dos envolvidos.
(Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) (Regulamento)
§ 1º A decisão sobre a compensação será motivada, ouvidas previamente as
partes sobre seu cabimento, sua forma e, se for o caso, seu valor.
(Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
§ 2º Para prevenir ou regular a compensação, poderá ser celebrado compromisso
processual entre os envolvidos. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou
opiniões técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro. (Incluído
pela Lei nº 13.655, de 2018) (Regulamento)
§ 1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
Art. 29. Em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos normativos por autoridade
administrativa, salvo os de mera organização interna, poderá ser precedida de
consulta pública para manifestação de interessados, preferencialmente por meio
eletrônico, a qual será considerada na decisão. (Incluído pela Lei nº
13.655, de 2018) (Vigência) (Regulamento)
§ 1º A convocação conterá a minuta do ato normativo e fixará o prazo e demais
condições da consulta pública, observadas as normas legais e regulamentares
específicas, se houver. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) (Vigência)
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) (Vigência)

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Art. 30. As autoridades públicas devem atuar para aumentar a segurança jurídica
na aplicação das normas, inclusive por meio de regulamentos, súmulas
administrativas e respostas a consultas. (Incluído pela Lei nº 13.655,
de 2018) (Regulamento)
Parágrafo único. Os instrumentos previstos no caput deste artigo terão caráter
vinculante em relação ao órgão ou entidade a que se destinam, até ulterior
revisão. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)

JURISPRUDÊNCIA

Súmula 19 STJ – A fixação do horário bancário, para atendimento ao público, é


da competência da União.

Súmula 645 STF – É competente o Município para fixar o horário de


funcionamento de estabelecimento comercial.

Havendo omissão do órgão estadual na fiscalização, mesmo que outorgante da


licença ambiental, o IBAMA pode exercer o seu poder de polícia administrativa,
porque não se pode confundir competência para licenciar com competência para
fiscalizar. STJ. 1ª Turma. AgInt no REsp 1484933/CE, Rel. Min. Regina Helena Costa,
julgado em 21/03/2017.

Guardas municipais do exercício do poder de polícia de trânsito, inclusive para a


imposição de sanções administrativas legalmente previstas (ex: multas de
trânsito). STF. Plenário.RE 658570/MG, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o
acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 6/8/2015 (Info 793).

A legislação de cada ente deverá prever o prazo prescricional da sanção de


polícia. No âmbito federal o prazo é de 5 anos, com fundamento na Lei n.º
9.873/99. Caso não haja lei estadual ou municipal sobre o assunto, deverá ser
aplicado o prazo prescricional de 5 anos por força, não da Lei n. 9.873/99, mas
sim do art. 1º do Decreto 20.910/32; As disposições contidas na Lei n.º 9.873/99
não são aplicáveis às ações administrativas punitivas desenvolvidas por Estados
e Municípios, pois o seu art. 1º é expresso ao limitar sua incidência ao plano
federal. Assim, inexistindo legislação local específica, incide, no caso, o prazo
prescricional previsto no art. 1º do Decreto 20.910/32. STJ. 2ª Turma. AgInt no
REsp 1409267/PR, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em 16/03/2017.

O PROCON detém poder de polícia para impor multas (art. 57 do CDC)

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decorrentes de transgressão às regras ditadas pela Lei n.º 8.078/90. Assim, a


sanção administrativa aplicada pelo PROCON reveste-se de legitimidade, em
virtude de seu poder de polícia (atividade administrativa de ordenação) para
cominar multas relacionadas à transgressão do CDC. STJ. 1ª Turma. AgInt no REsp
1594667/MG, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 04/08/2016.

As guardas municipais podem realizar a fiscalização de trânsito? SIM. As guardas


municipais, desde que autorizadas por lei municipal, têm competência para
fiscalizar o trânsito, lavrar auto de infração de trânsito e impor multas. O STF
definiu a tese de que é constitucional a atribuição às guardas municipais do
exercício do poder de polícia de trânsito, inclusive para a imposição de sanções
administrativas legalmente previstas (ex: multas de trânsito). STF. Plenário. RE
658570/MG, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso,
julgado em 6/8/2015 (repercussão geral) (Info 793).

É prescindível (dispensável) a comprovação, pelo ente tributante, do efetivo


exercício do poder de polícia, a fim de legitimar a cobrança da Taxa de Fiscalização
de Anúncios, da Taxa de Fiscalização de Localização e Funcionamento e da Taxa
de Fiscalização Sanitária. STJ. 1ª Turma. AgRg no Ag 1320125/MG, Rel. Min.
Arnaldo Esteves Lima, julgado em 20/11/2012.

Súmula Vinculante 38: É competente o município para fixar o horário de


funcionamento de estabelecimento comercial. Súmula vinculante 49: Ofende o
princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de
estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área. Súmula 19-
STJ: A fixação do horário bancário, para atendimento ao público, é da
competência da União. Súmula 312-STJ: No processo administrativo para
imposição de multa de trânsito, são necessárias as notificações da autuação e da
aplicação da pena decorrente da infração. Súmula 467-STJ: Prescreve em cinco
anos, contados do término do processo administrativo, a pretensão da
Administração Pública de promover a execução da multa por infração ambiental.

Para que fique caracterizada a responsabilidade civil do Estado por danos


decorrentes do comércio de fogos de artifício, é necessário que exista a violação
de um dever jurídico específico de agir, que ocorrerá quando for concedida a
licença para funcionamento sem as cautelas legais ou quando for de
conhecimento do poder público eventuais irregularidades praticadas pelo
particular. STF. Plenário. RE 136861/SP, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac.

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Min. Alexandre de Moraes, julgado em 11/3/2020 (repercussão geral – Tema 366)


(Info 969).

A teor do disposto no art. 37, § 6º, da Constituição Federal, a ação por danos
causados por agente público deve ser ajuizada contra o Estado ou a pessoa
jurídica de direito privado prestadora de serviço público, sendo parte ilegítima
para a ação o autor do ato, assegurado o direito de regresso contra o responsável
nos casos de dolo ou culpa. STF. Plenário. RE 1027633/SP, Rel. Min. Marco Aurélio,
julgado em 14/8/2019 (repercussão geral) (Info 947).

O Estado responde, objetivamente, pelos atos dos tabeliães e registradores


oficiais que, no exercício de suas funções, causem dano a terceiros, assentado o
dever de regresso contra o responsável, nos casos de dolo ou culpa, sob pena de
improbidade administrativa. O Estado possui responsabilidade civil direta,
primária e objetiva pelos danos que notários e oficiais de registro, no exercício
de serviço público por delegação, causem a terceiros. STF. Plenário. RE 842846/RJ,
Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 27/2/2019 (repercussão geral) (Info 932).

A pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço público possui


responsabilidade civil em razão de dano decorrente de crime de furto praticado
em suas dependências, nos termos do art. 37, § 6º, da CF/88. Caso concreto: o
caminhão de uma empresa transportadora foi parado na balança de pesagem na
Rodovia Anhanguera (SP), quando se constatou excesso de peso. Os agentes da
concessionária determinaram que o condutor estacionasse o veículo no pátio da
concessionária e, em seguida, conduziram-no até o escritório para ser autuado.
Aproximadamente 10 minutos depois, ao retornar da autuação para o caminhão,
o condutor observou que o veículo havia sido furtado. O STF condenou a Dersa
– Desenvolvimento Rodoviário S/A, empresa concessionária responsável pela
rodovia a indenizar a transportadora. O Supremo reconheceu a responsabilidade
civil da prestadora de serviço público, ao considerar que houve omissão no dever
de vigilância e falha na prestação e organização do serviço. STF. 1ª Turma. RE
598356/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 8/5/2018 (Info 901).

Concessionária de rodovia não responde por roubo e sequestro ocorridos nas


dependências de estabelecimento por ela mantido para a utilização de usuários.
A segurança que a concessionária deve fornecer aos usuários diz respeito ao bom
estado de conservação e sinalização da rodovia. Não tem, contudo, como a

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concessionária garantir segurança privada ao longo da estrada, mesmo que seja


em postos de pedágio ou de atendimento ao usuário. O roubo com emprego de
arma de fogo é considerado um fato de terceiro equiparável a força maior, que
exclui o dever de indenizar. Trata-se de fato inevitável e irresistível e, assim, gera
uma impossibilidade absoluta de não ocorrência do dano. STJ. 3ª Turma. REsp
1749941-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 04/12/2018 (Info 640).
Cuidado. O STF já reconheceu a responsabilidade civil da concessionária que
administra a rodovia por FURTO ocorrido em seu pátio: STF. 1ª Turma. RE
598356/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 8/5/2018 (Info 901).

O STF decidiu que a responsabilização objetiva do Estado em caso de morte de


detento somente ocorre quando houver inobservância do dever específico de
proteção previsto no art. 5º, inciso XLIX, da Constituição Federal (RE 841526/RS).
Não haverá responsabilidade civil do Estado se o Tribunal de origem, com base
nas provas apresentadas, decide que não se comprovou que a morte do detento
foi decorrente da omissão do Poder Público e que o Estado não tinha como
montar vigilância a fim de impedir que o preso ceifasse sua própria vida. Tendo
o acórdão do Tribunal de origem consignado expressamente que ficou
comprovada causa impeditiva da atuação estatal protetiva do detento, rompeu-
se o nexo de causalidade entre a suposta omissão do Poder Público e o resultado
danoso. STJ. 2ª Turma. REsp 1305259/SC, Rel. Min. Mauro Campbell Marques,
julgado em 08/02/2018.

Considerando que é dever do Estado, imposto pelo sistema normativo, manter


em seus presídios os padrões mínimos de humanidade previstos no
ordenamento jurídico, é de sua responsabilidade, nos termos do art. 37, § 6º, da
Constituição, a obrigação de ressarcir os danos, inclusive morais,
comprovadamente causados aos detentos em decorrência da falta ou
insuficiência das condições legais de encarceramento. STF. Plenário. RE
580252/MS, rel. orig. Min. Teori Zavascki, red. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes,
julgado em 16/2/2017 (repercussão geral) (Info 854).

A demora injustificada da Administração em analisar o pedido de aposentadoria


do servidor público gera o dever de indenizá-lo, considerando que, por causa
disso, ele foi obrigado a continuar exercendo suas funções por mais tempo do
que o necessário. Exemplo de demora excessiva: mais de 1 ano. STJ. 2ª Turma.
AgRg no REsp 1469301/SC, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em

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21/10/2014. STJ. 1ª Turma. AgInt no AREsp 483398/PR, Rel. Min. Benedito


Gonçalves, julgado em 11/10/2016. Em caso de inobservância de seu dever
específico de proteção previsto no art. 5º, inciso XLIX, da CF/88, o Estado é
responsável pela morte de detento. STF. Plenário. RE 841526/RS, Rel. Min. Luiz
Fux, julgado em 30/3/2016 (repercussão geral) (Info 819).

Foi encontrado um cadáver humano em decomposição em um dos reservatórios


de água que abastece uma cidade. Determinado consumidor ajuizou ação de
indenização contra a empresa pública concessionária do serviço de água e o STJ
entendeu que ela deveria ser condenada a reparar os danos morais sofridos pelo
cliente. Ficou configurada a responsabilidade subjetiva por omissão da
concessionária decorrente de falha do dever de efetiva vigilância do reservatório
de água. Além disso, restou caracterizada a falha na prestação do serviço,
indenizável por dano moral, quando a Companhia não garantiu a qualidade da
água distribuída à população. O dano moral, no caso, é in re ipsa, ou seja, o
resultado danoso é presumido. STJ. 2ª Turma. REsp 1492710-MG, Rel. Min.
Humberto Martins, julgado em 16/12/2014 (Info 553).

Não é cabível indenização por danos morais/estéticos em decorrência de lesões


sofridas por militar das Forças Armadas em acidente ocorrido durante sessão de
treinamento, salvo se ficar demonstrado que o militar foi submetido a condições
de risco excessivo e desarrazoado. STJ. 1ª Turma. AgRg no AREsp 29046- RS, Rel.
Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado em 21/2/2013 (Info 515). Vale ressaltar, no
entanto, que, se for reconhecido que houve excesso, será possível a condenação
por danos morais e o argumento de que os militares são regidos por lei específica
não é suficiente para isentar o dever de responsabilidade: A existência de lei
específica que rege a atividade militar (Lei 6.880/80) não isenta a
responsabilidade do Estado, prevista no art. 37, § 6º, da Constituição Federal, por
danos morais causados a servidor militar em decorrência de acidente sofrido
durante atividade no Exército. É possível a cumulação de indenização por dano
moral com os proventos da reforma de servidor militar. STJ. 2ª Turma. REsp
1679378/RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 19/09/2017

FINALIZANDO

Terminou a primeira leitura? Inicie a revisão, onde focaremos exclusivamente no

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que REALMENTE pode lhe ser cobrado. Realize os simulados, faça as anotações
na apostila e leve todas as suas dúvidas para o nosso grupo/direct. Em cima de
suas dúvidas, elaboraremos as nossas aulas de revisão em nosso grupo. Assim,
focaremos em suas dificuldades e personalizaremos o seu estudo. Você não
perderá tempo estudando temas que já domina.

Legislação: Planalto.
Doutrina: Matheus Carvalho
Jurisprudência: STF, STJ e Dizer o Direito.
Questões: Qconcursos.

Kim Nunes – projetoselva.com.br


‫אם האלהים לנו מי יריב אתנו‬

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