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FACULDADE EDUVALE DE AVARÉ

DIREITO

GIOVANA ANDRADE DIAS


GIOVANA VIEIRA MELLO
PEDRO AUGUSTO MORELLI

AÇÃO CIVIL POR IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

AVARÉ/2023
FACULDADE EDUVALE AVARÉ
DIREITO

GIOVANA ANDRADE DIAS


GIOVANA VIEIRA MELLO
PEDRO AUGUSTO MORELLI

ACÃO CIVIL POR IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

Trabalho acadêmico apresentado à


faculdade Eduvale, curso de Direito,
como exigência para obtenção de
aprovação na disciplina de Direito
Administrativo.

AVARÉ
2023
SUMÁRIO

1. CONCEITO ............................................................................................4

2. OBJETIVO..............................................................................................5

3. PREVISÃO CONSTITUCIONAL..........................................................7

4. APLICAÇÃO AOS LIVRO E PERIÓDICOS.......................................11

5. POSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO AOS E- BOOKS.......................12

6. CONCLUSÃO ......................................................................................14

7. REFERÊNCIAS.....................................................................................15
Ação Civil por Improbidade Administrativa

1. Conceito e objetivo da ação civil por improbidade administrativa

A ação civil por improbidade administrativa é um instrumento jurídico utilizado para


responsabilizar agentes públicos que tenham praticado atos de improbidade no exercício de
suas funções.

A improbidade administrativa é caracterizada por atos que violem os princípios da


administração pública, como a honestidade, a legalidade, a moralidade, a impessoalidade e a
eficiência. Esses atos podem envolver corrupção, enriquecimento ilícito, nepotismo, desvio de
recursos públicos, entre outros.

O objetivo da ação civil por improbidade administrativa é punir os agentes públicos que
tenham praticado atos de improbidade, buscando a reparação dos danos causados ao erário
público e a aplicação de sanções, como a perda da função pública, a suspensão dos direitos
políticos, o pagamento de multas e a proibição de contratar com o poder público.

Além disso, a ação civil por improbidade administrativa também tem o objetivo de
prevenir a prática de atos de improbidade, promovendo a moralidade e a transparência na
administração pública. Dessa forma, busca-se garantir a efetividade dos princípios
constitucionais que regem a administração pública e a proteção do interesse público.

2. Tipos de atos de improbidade administrativa

Existem três tipos de atos de improbidade administrativa, previstos na Lei de


Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/1992):

- Atos que causam prejuízo ao erário: são aqueles que resultam em dano ao patrimônio
público, como desvio de recursos, superfaturamento de contratos e pagamento de propinas.

- Atos que violam os princípios da administração pública: são condutas que atentam
contra os princípios da legalidade, moralidade, impessoalidade, publicidade e eficiência, como
nepotismo, favorecimento de amigos ou parentes, e uso indevido de recursos públicos.
- Atos de enriquecimento ilícito: são condutas que levam ao enriquecimento pessoal do
agente público de forma ilícita, como recebimento de propinas, desvio de recursos públicos e
aquisição de bens incompatíveis com a renda declarada.

É importante ressaltar que a ação civil por improbidade administrativa pode ser
proposta tanto contra agentes públicos, como servidores, gestores e políticos, quanto contra
particulares que tenham participado dos atos de improbidade.

3. Responsabilização dos agentes públicos

A ação civil por improbidade administrativa pode ser proposta contra agentes públicos,
que incluem servidores públicos, ocupantes de cargos políticos e qualquer pessoa que exerça
função pública, ainda que temporariamente. A responsabilização ocorre quando há
comprovação da prática de atos de improbidade administrativa, independentemente da
existência de processo criminal ou administrativo.

A ação civil por improbidade administrativa é um instrumento jurídico utilizado para


responsabilizar agentes públicos que tenham praticado atos de improbidade no exercício de
suas funções. Essa ação tem como objetivo principal a proteção do interesse público e a punição
dos agentes que tenham agido de forma contrária aos princípios da administração pública.

A improbidade administrativa é caracterizada por atos que violem os princípios da


administração pública, como a honestidade, a legalidade, a moralidade, a impessoalidade e a
eficiência. Esses atos podem envolver corrupção, enriquecimento ilícito, nepotismo, desvio de
recursos públicos, entre outros.

A responsabilidade dos agentes públicos na ação civil por improbidade administrativa é


individual, ou seja, cada agente é responsável pelos atos que tenha praticado. Além disso, a
responsabilidade é objetiva, ou seja, não é necessário comprovar a intenção do agente em
praticar o ato de improbidade, basta comprovar a conduta e o dano causado.

Os agentes públicos podem ser responsabilizados nas esferas civil, administrativa e


penal. Na esfera civil, a ação civil por improbidade administrativa busca a reparação dos danos
causados ao erário público e a aplicação de sanções, como a perda da função pública, a
suspensão dos direitos políticos, o pagamento de multas e a proibição de contratar com o poder
público.
Na esfera administrativa, os agentes públicos podem ser responsabilizados por meio de
processos administrativos disciplinares, que podem resultar em advertência, suspensão,
demissão ou cassação de aposentadoria, dependendo da gravidade do ato de improbidade.

Na esfera penal, os agentes públicos podem ser responsabilizados criminalmente pelos


atos de improbidade, sendo sujeitos a penas de prisão, multa e perda do cargo público.

É importante ressaltar que a ação civil por improbidade administrativa é uma ação
autônoma, ou seja, pode ser proposta independentemente de outras ações ou processos que
estejam em andamento. Além disso, a ação pode ser proposta por qualquer pessoa que tenha
conhecimento dos atos de improbidade, como cidadãos, entidades da sociedade civil e
Ministério Público.

Em resumo, a ação civil por improbidade administrativa é um importante instrumento


jurídico para responsabilizar agentes públicos que tenham praticado atos de improbidade,
buscando a reparação dos danos causados ao erário público e a aplicação de sanções. Essa ação
tem como objetivo principal a proteção do interesse público e a promoção da moralidade e
transparência na administração pública.

4. Sanções aplicáveis aos agentes públicos condenados por improbidade


administrativa

As sanções aplicáveis aos agentes públicos condenados por improbidade administrativa


estão previstas na Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/1992) e podem ser divididas
em três categorias: sanções civis, sanções políticas e sanções penais.

1. Sanções Civis:

- Ressarcimento integral do dano: o agente público condenado por improbidade


administrativa é obrigado a devolver aos cofres públicos o valor integral do dano causado.

- Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio: caso o agente público
tenha obtido vantagens financeiras de forma ilícita, esses bens ou valores serão confiscados.

- Multa civil: o agente público condenado pode ser obrigado a pagar uma multa civil, que
varia de acordo com a gravidade da conduta e o valor do dano causado.
- Suspensão dos direitos políticos: o agente público condenado fica impedido de exercer
cargos ou funções públicas por um período determinado.

- Proibição de contratar com o poder público: o agente público condenado fica proibido
de firmar contratos com o poder público por um período determinado.

- Proibição de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios: o agente público


condenado fica impedido de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios por um
período determinado.

2. Sanções Políticas:

- Cassação de mandato eletivo: caso o agente público condenado seja detentor de


mandato eletivo, ele pode ter seu mandato cassado.

- Inelegibilidade: o agente público condenado fica inelegível por um período


determinado, ficando impedido de se candidatar a cargos eletivos.

3. Sanções Penais:

Além das sanções civis e políticas, o agente público condenado por improbidade
administrativa também pode sofrer sanções penais, caso sua conduta configure um crime. Nesse
caso, ele será processado criminalmente e poderá ser condenado a penas de prisão, multa,
perda do cargo público, entre outras.

É importante ressaltar que as sanções aplicáveis podem variar de acordo com a


gravidade da conduta, o valor do dano causado, a função exercida pelo agente público, entre
outros fatores. Além disso, a condenação por improbidade administrativa também pode
acarretar outras consequências, como a perda da reputação e a impossibilidade de exercer
cargos de confiança no setor público ou privado.
ANPC (Acordo de não persecução cível)

A evolução e o entendimento sobre acordos em ações civis públicas por improbidade


administrativa, apesar da proibição inicial no artigo 17 da Lei 8.429/92. A doutrina
argumentou que leis criminais posteriores permitiam acordos semelhantes. A integração
do diploma legal à Lei 4.717/65, Lei 7.374/85 e Lei 12.846/13 foi citada como parte de
um microssistema anticorrupção. A Resolução 179/2017 do CNMP autorizou termos de
ajustamento de conduta. Com a Lei Anticrime (Lei 13.964/19), a celeuma encerrou-se,
permitindo explicitamente acordos de não persecução civil em ações de improbidade
administrativa. O objetivo é evitar ações civis públicas, garantindo reparação efetiva do
dano ao erário mediante condições e sanções aos responsáveis.

O acordo de não-persecução civil na ação de improbidade administrativa é uma


modalidade de acordo que permite evitar o início de uma ação civil pública por ato de
improbidade administrativa. Anteriormente, o artigo 17 da Lei nº 8.429/92 proibia a
celebração de acordos nesse tipo de ação. No entanto, parte da doutrina argumentava que
essa proibição não era mais válida, considerando que leis criminais posteriores permitiam
acordos em crimes de menor potencial ofensivo e até mesmo em casos de crimes mais
graves, como os relacionados a organizações criminosas e corrupção.

A Resolução nº 179/2017 do Conselho Nacional do Ministério Público autorizou


a celebração de termos de ajustamento de conduta no âmbito da ação de improbidade
administrativa. No entanto, a entrada em vigor da Lei nº 13.964/19 (Lei Anticrime)
permitiu explicitamente a celebração de acordo de não-persecução civil nas ações de
improbidade administrativa, desde que haja uma lei específica que regulamente essa
possibilidade.

O acordo de não-persecução civil tem como objetivo evitar o início da ação civil
pública por ato de improbidade administrativa, mediante a aceitação de condições e a
aplicação de sanções aos agentes responsáveis pelos supostos atos de improbidade. Isso
busca tornar mais efetiva a reparação do dano causado ao erário e agilizar o processo de
punição.

Essa alteração legislativa busca trazer mais efetividade e celeridade na punição


por ato de improbidade administrativa, seguindo a tendência do direito administrativo de
utilizar meios alternativos de solução de conflitos. O Ministério Público de Pernambuco e
o Ministério Público Federal em Goiás já regulamentaram e celebraram acordos de não-
persecução civil no âmbito da improbidade administrativa
Com a supressão da vedação legal, entramos em um novo momento no direito
administrativo sancionador, incorporando diversas modalidades de soluções consensuais
de conflito para garantir efetividade e resolutividade na aplicação do direito. A alteração
legislativa pôs fim às divergências existentes sobre a possibilidade de celebração de
acordos na ação civil pública por ato de improbidade administrativa.

Alterações da Lei 14.230/2 relacionadas à ANPC

A Lei 14.230/21, sancionada sem vetos pelo presidente Jair Bolsonaro, promove a maior
reforma na Lei de Improbidade Administrativa desde 1992. A mudança central exige a
comprovação de dolo (intenção) para responsabilizar agentes públicos, excluindo danos
por imprudência, imperícia ou negligência. Além disso, reconfigura as condutas de
improbidade, concede ao Ministério Público exclusividade na proposição de ações,
permite acordos com ressarcimento integral do dano, e autoriza o juiz a converter sanções
em multas. A lei busca aprimorar a responsabilização cível de agentes públicos, focando
em atos que prejudiquem o erário ou violem princípios administrativos.

Prazos e escalonamento de punições

A Lei 14.230/21, sancionada recentemente, traz significativas alterações na Lei de


Improbidade Administrativa. Dentre as principais mudanças, destaca-se a imposição de
um prazo de um ano para que o Ministério Público manifeste interesse na continuidade
de processos em andamento, sobretudo aqueles ajuizados por advogados públicos. Em
caso de falta de interesse, o processo será extinto.

A nova legislação também classifica a contratação de parentes como improbidade, mas


isenta a nomeação política por detentores de mandatos eletivos, desde que não haja dolo
com finalidade ilícita. Ademais, a lei estabelece um escalonamento de punições,
permitindo multas em casos de menor ofensa à administração pública, além do
ressarcimento do dano.

Outra novidade é a autorização para o parcelamento, em até 48 meses, do débito


resultante de condenações por improbidade, caso o réu comprove incapacidade financeira
para quitação imediata. No que tange ao bloqueio de contas bancárias, a legislação limita
tal medida, priorizando o bloqueio de bens menos líquidos, como imóveis e automóveis.
A nova lei também impede ação de improbidade em casos de absolvição criminal do
acusado confirmada por órgão colegiado. Por fim, a legislação permite a compensação
das penas aplicadas em outras esferas com as sanções de improbidade administrativa,
rompendo com a independência entre essas esferas prevista na legislação anterior. Essas
mudanças visam aprimorar a aplicação da Lei de Improbidade Administrativa, buscando
maior eficácia e adequação às demandas contemporâneas.

1.Fundamentos e Finalidade do Bloqueio de Bens.

Os Pilares e Objetivos do Bloqueio de Bens: Garantindo a Justiça e a Reparação de Danos

O bloqueio de bens, uma medida cautelar presente no universo jurídico, desempenha


um papel vital na preservação de ativos financeiros, propriedades e recursos durante processos
judiciais. Seus fundamentos são intrinsecamente ligados à efetividade das decisões legais e à
proteção da reparação de danos.

Base Legal do Bloqueio de Bens

Essa prática tem como base legal a necessidade de assegurar que, em situações de
potencial condenação por atos ilícitos, como a improbidade administrativa, existem recursos
disponíveis para reparar os danos causados ao Estado ou a terceiros.

Fundamenta-se, assim, no princípio da precaução, evitando que o réu dilapide seu


patrimônio e torne inviável a reparação dos prejuízos decorrentes de condutas irregulares.

Objetivos Fundamentais

O bloqueio de bens tem como objetivo principal garantir a execução de possíveis


sanções pecuniárias. Ao manter ativos financeiros ou propriedades indisponíveis para o réu,
busca-se garantir que haja recursos suficientes para a reparação de danos causados ao erário
público ou a terceiros prejudicados. Essa medida não apenas previne a dissipação de bens pelo
réu, mas também garante a efetivação das decisões judiciais.

Contribuição para a Justiça e a Equidade

Além disso, o bloqueio de bens contribui para a manutenção da justiça e equidade no


sistema legal. Evita-se que aqueles que tenham praticado atos ilícitos se beneficiem da
dissipação de seus recursos, garantindo que a responsabilidade seja devidamente assumida e
que os danos causados sejam reparados.
Exemplo de danos morais:

Classe do Processo: 00095469720168070018 - (0009546-97.2016.8.07.0018 - Res. 65


CNJ)

Registro do Acórdão Número: 1245597 Data de Julgamento: 29/04/2020

Órgão Julgador: 5ª Turma Cível

Relator: ANA CANTARINO Publicação: Publicado no DJE: 12/05/2020. Pág.: Sem Página
Cadastrada. Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. PEDIDO EM CONTRARRAZÕES. NÃO CONHECIDO. AÇÃO
DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. GRAVIDEZ. TRABALHO DE PARTO. HOSPITAL PÚBLICO.
ATENDIMENTO MÉDICO. NEGLIGENTE E OMISSO. RESPONSABILIDADE

ESTATAL. CONFIGURADA. SENTENÇA MANTIDA. 1. Descabido conhecer de pedido de


reforma da sentença contido nas contrarrazões, visto que formulado em inobservância à forma
adequada (apelação ou apelação adesiva), não se enquadrando, ainda, nas hipóteses do art.
1.009, §1º, do CPC. 2. A responsabilidade do Estado por ato comissivo dos seus agentes públicos
que causem danos a terceiros é de natureza objetiva (art. 37, § 6º, CF e art. 43 do CC), baseada
na teoria do risco administrativo, sendo, portanto, necessário para sua configuração aferir a
ocorrência de conduta administrativa, do dano e do nexo causal, bem como concluir pela
inexistência de causas que rompam com o nexo de causalidade, tais como a culpa exclusiva da
vítima.

3. A responsabilidade civil do Estado por atos omissivos é subjetiva, devendo ser


demonstrada a culpa do agente pelo evento danoso. A falta de qualquer dos elementos da
responsabilidade subjetiva - conduta omissiva, nexo causal, dano e culpa - inviabiliza a
responsabilização e a consequente almejada reparação pelos danos supostamente sofridos. 4. A
declaração dada por médico, a título de advertência, no âmbito de discussão e animosidade com
gestante em vias de trabalho de parto, no sentido de que seria ele o responsável pelo parto,
mostra-se negligente e capaz, dada a situação peculiar, de abalar o psicológico da parturiente,
imprimindo-lhe insegurança em momento de notável fragilidade emocional ante a proximidade
do parto, configurando, assim, conduta culposa a acarretar dano à personalidade, de forma apta
a ensejar o direito indenizatório. 5. Diante de registro formal de reclamação quanto ao
atendimento e advertência realizados pelo médico atendente, incumbe à chefia responsável
pelo serviço hospitalar, dado o início do trabalho de parto com indicação de internação,
averiguar a ocorrência dos fatos, bem como, se possível, designar outro profissional para
prosseguir o atendimento ou, ainda, providenciar, se o caso, a transferência e o deslocamento
da parturiente a outro hospital para regular atendimento, condutas estas não providenciadas, o
que evidencia falha omissiva no atendimento pelo Estado. 6. Apelação conhecida e não provida.
Decisão: CONHECER. NEGAR PROVIMENTO. UNÂNIME. Termos Auxiliares à Pesquisa: VALOR DA
INDENIZAÇÃO R$ 10.000,00

Conforme está no acordão mostra negligência agente público, isso pode ocorrer em
bloqueio de bens do agente.
Procedimento para o Bloqueio de Bens em Casos de Improbidade Administrativa.

● Início da Ação:

Petição Inicial: Geralmente, a ação tem início com uma petição inicial apresentada pelo
Ministério Público ou outro órgão competente. Essa petição deve conter os elementos
necessários para justificar a medida cautelar do bloqueio de bens, como indícios consistentes de
improbidade administrativa.

● Análise pelo Juiz:

Decisão Judicial: O juiz responsável pelo caso analisa a petição inicial e decide sobre a
necessidade e pertinência do bloqueio de bens. Essa decisão leva em consideração a
preservação dos valores supostamente desviados e a garantia de eventual ressarcimento em
caso de condenação.

● Determinação do Bloqueio:

Medida Cautelar: Se o juiz entender que há fundamentos para o bloqueio de bens, ele
emite uma decisão determinando a indisponibilidade dos ativos financeiros e patrimoniais do
réu. Isso pode abranger contas bancárias, investimentos, imóveis e outros bens.

● Comunicação aos Órgãos e Instituições Financeiras:

Ofícios e Comunicações: O juiz emite ofícios e ordens para que instituições financeiras,
cartórios e outros órgãos competentes cumpram a determinação judicial, bloqueando os bens
indicados na decisão.

● Manutenção e Gestão dos Bens Bloqueados:

Gerenciamento dos Bens: Durante o processo, os bens ficam sob a guarda judicial e são
administrados de acordo com as determinações legais para evitar dilapidação ou utilização
inadequada.

● Recursos e Manifestações das Partes:


Possibilidade de Recursos: O réu ou outras partes envolvidas podem apresentar recursos
contra a decisão de bloqueio, contestando a medida e apresentando argumentos jurídicos para
seu levantamento.

● Desbloqueio ou Manutenção da Medida:

Decisão sobre o Bloqueio: O juiz avalia os recursos e manifestações das partes,


decidindo pela manutenção ou desbloqueio dos bens, baseando-se na legalidade e justificativas
apresentadas.
Os bens que não podem ser bloqueados, sendo as exceções conforme Código Civil.

Art. 833. São impenhoráveis:

I – os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;


II – os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do
executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a
um médio padrão de vida;
III – os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de
elevado valor;
IV – os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os
proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por
liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador
autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2º;
V – os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros
bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado;
VI – o seguro de vida;

VII – os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem


penhoradas;
VIII – a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela
família;
IX – os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação
compulsória em educação, saúde ou assistência social;
X – a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta)
salários-mínimos;
XI – os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos
termos da lei;
XII – os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de
incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra.

3. Efeitos do Bloqueio de Bens sobre o Patrimônio do Agente Público.

Indisponibilidade de Recursos Financeiros:

Contas Bancárias Bloqueadas o agente público tem suas contas bancárias indisponíveis,
impedindo saques, transferências ou qualquer movimentação financeira.
Restrição de Bens e Propriedades:

Imóveis e Investimentos outros ativos como imóveis, veículos, investimentos e


participações societárias podem ser alvo de restrições, impossibilitando sua venda ou
transferência enquanto durar o bloqueio.

Dificuldades Financeiras e Cotidianas:

Impacto no Cotidiano o bloqueio pode gerar dificuldades financeiras imediatas para o


agente público, limitando suas atividades diárias, como pagamento de contas, despesas pessoais
e profissionais.

Ação de Terceiros:

Intervenção de Terceiros que possuem relações contratuais ou comerciais com o agente


público bloqueado podem ser afetados, já que transações financeiras ou pagamentos podem ser
suspensos.

Reserva para Reparação de Danos:

Garantia de Ressarcimento a medida visa assegurar que haja recursos para eventuais
ressarcimentos em caso de condenação por atos ilícitos, garantindo a reparação dos danos
causados ao erário público ou a terceiros lesados.

Restrições na Administração dos Bens Bloqueados:

Administração Judicial, os bens bloqueados ficam sob a guarda judicial, sendo


administrados conforme determinações legais para evitar dilapidação ou utilização inadequada.

Efeitos Psicológicos e Sociais:

Estresse e Impacto Social, além dos efeitos financeiros, o bloqueio de bens pode gerar
estresse emocional e social significativo para o agente público, afetando sua reputação e bem-
estar psicológico.

4. Possibilidade de Levantamento do Bloqueio de Bens

Requerimento Formal, o agente público ou seus representantes legais podem apresentar


um pedido de levantamento do bloqueio de bens, geralmente por meio de petição judicial.

Argumentação Jurídica:
Fundamentação Sólida, o pedido de levantamento deve ser embasado em argumentos
jurídicos consistentes. Isso pode incluir a demonstração de que os bens bloqueados não têm
relação com os atos ilícitos em questão ou que a medida é desproporcional.
Avaliação pelo Juiz:

Análise Judicial, o juiz responsável pelo caso analisa o pedido de levantamento do


bloqueio, considerando os argumentos apresentados, a legislação pertinente e a jurisprudência
aplicável.

Revisão da Decisão:

Decisão sobre o Levantamento, com base na análise do pedido, o juiz decide se mantém
o bloqueio de bens ou se determina o seu levantamento parcial ou total.

Contrapartidas e Garantias:

Medidas Alternativas, em alguns casos, o levantamento pode ser condicionado a outras


garantias ou medidas que visem preservar a efetividade de eventual ressarcimento, como a
substituição por outras garantias financeiras.

Recursos Adicionais:

Recursos Judiciais, se a decisão inicial for desfavorável, há possibilidade de interpor


recursos judiciais adicionais para revisão da decisão, seguindo os trâmites legais cabíveis.

Alterações ao Longo do Processo:

Dinâmica Processual, possibilidade de levantamento do bloqueio de bens pode ser


revista ao longo do processo, considerando novas provas ou argumentos apresentados pelas
partes.

Tese proposta pelo ministro Mauro Campbell ressalvou a possibilidade excepcional de


substituir a garantia:

“Tais considerações são importantes para deixar claro que a orientação desta Corte
sobre a manutenção do bloqueio de ativos financeiros via BacenJud em caso de concessão de
parcelamento fiscal posterior à constrição não impede a excepcional possibilidade de
substituição da penhora de dinheiro por fiança bancária ou seguro garantia diante das
peculiaridades do caso concreto”, disse o ministro Mauro Campbell

“Em casos que tais, a rigor, mantêm-se garantida a execução fiscal, atendendo, assim, à
finalidade da legislação que determina a manutenção da garantia da execução em caso de
adesão a parcelamento fiscal”, complementou.
Referencias:

https://www.conjur.com.br/2022-jun-21/bloqueio-via-bacenjud-nao-
mantem- parcelamento-fiscal/ Horário 23:17.

https://pesquisajuris.tjdft.jus.br/IndexadorAcordaos-web/sistj Horário 23:17


BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 28. ed. São
Paulo: Malheiros, 2010. p. 1006.

MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 37. ed. São Paulo: Malheiros, 2011.
p. 707

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