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Legislação

Extravagante
Autor(a): MARCELA DALCON DE FREITAS
Assunto: LEI 8.429/1992

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SUMÁRIO
LEI 8.429/1992, IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA..............................3

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IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA:

• Base constitucional – art. 37. §4º:


• moralidade administrativa =probidade, ética e honestidade da Administração Pública.
• § 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a
perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e
gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

Objetivos da LIA:
• Assegurar a probidade na administração pública
• Assegurar a integridade do patrimônio público

Quem pode praticar os atos de improbidade e contra quem os atos podem ser praticados?
Sujeito ativo (quem pratica os atos de improbidade):
Classificação doutrinária:
• Próprio = agente público (sentido amplo) + pessoas equiparadas a agente públicos.
Art. 2º: Agente público toda pessoa que presta algum tipo de serviço à Administração, sendo
funcionário público ou não, remunerado ou não, incluindo até mesmo quem presta serviços
temporários.
• Impróprio = são particulares que induzir ou concorrer para o ato de improbidade administrativa.

Condições para que terceiros pratiquem a improbidade administrativa são:


• a pessoa induz um agente a praticar ato de improbidade administrativa;
• pratica o ato juntamente com o agente público, ou seja, quando concorre para o ato; e
• a pessoa se beneficia de um ato de improbidade praticado por um agente público

Sujeito passivo: são todas as entidades que podem sofrer por atos dessa natureza, ou seja, que
possam ser atingidas por:
• Atos que causem prejuízo ao erário
• Atos de enriquecimento ilícito – sanções mais rígidas
• Atos que atentem contra os princípios da administração.
OBS: Se uma mesma conduta puder ser enquadrada em mais de uma categoria, a infração
mais grave irá absorver a conduta menos grave, sendo aplicadas as sanções da infração mais
grave.

Espécies dos atos de improbidade administrativa:


I. os que causam enriquecimento ilícito;
II. os que causam prejuízo ao erário;
III. os que atentam contra os princípios da Administração Pública.

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Atos que importam enriquecimento ilícito:
• Auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo,
mandato, função ou emprego.
• Uso de bens públicos para uso pessoal.
• Vantagem patrimonial para o sujeito ativo.
• Exemplo: uso de carro público para fins pessoais.
• Sanções: Art. 12 - o responsável pelo ato de improbidade que importe enriquecimento
ilícito está sujeito às seguintes cominações, aplicadas isolada ou cumulativamente, de
acordo com a gravidade do fato:
• Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio;
• Perda da função pública;
• Suspensão dos direitos políticos até 14 anos;
• Pagamento de multa civil equivalente ao valor do acréscimo patrimonial;
• Proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja
sócio majoritário, pelo prazo não superior a 14 anos.

OBS: a aplicação destas sanções não impede que sejam executadas outras de natureza penal e
de responsabilidade, civis e administrativas.

Atos que causam prejuízo ao erário:

• qualquer ação ou omissão dolosa, que enseje efetiva e comprovada perda patrimonial,
desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades
públicas.
• O prejuízo deve ser efetivo e comprovado.
• Exemplo: frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de
parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-lo indevidamente.
• O art. 10 traz uma lista de atos e eles são meramente exemplificativos.

Sanções para os atos que causem prejuízo ao erário:

• Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio;


• Perda da função pública, se concorrer esta circunstância;
• Suspensão dos direitos políticos até 12 anos;
• Pagamento de multa civil equivalente ao valor do dano;
• Proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja
sócio majoritário, pelo prazo não superior a 12 anos.

OBS: tais sanções independem do ressarcimento integral do dano patrimonial e das sanções
penais comuns e de responsabilidade, civis e administrativas.

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Atos que atentam Contra os Princípios da Administração Pública
Art. 11: Qualquer ação ou omissão, dolosa, que viole os deveres de honestidade,
imparcialidade e de legalidade, por meio de uma das condutas descritas na lei:
• Revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva
permanecer em segredo, propiciando beneficiamento por informação privilegiada ou
colocando em risco a segurança da sociedade e do Estado;
• Negar publicidade aos atos oficiais, exceto em razão de sua imprescindibilidade para a
segurança da sociedade e do Estado ou de outras hipóteses instituídas em lei;
• Frustrar o caráter concorrencial de concurso público, de chamamento ou de
procedimento licitatório, em ofensa à imparcialidade, com vistas à obtenção de benefício;
• Deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo, desde que disponha das
condições para isso, com vistas a ocultar irregularidades;
• Revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva
divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de
mercadoria, bem ou serviço;
• Descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de contas de
parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas;
• Nepotismo (nomear cônjuge/companheiro ou parente de até 3º grau para cargo em
comissão/de confiança ou para função gratificada);
• Promover enaltecimento do agente público e personalização de atos, de programas, de
obras, de serviços ou de campanhas dos órgãos públicos.
• Sanções para os atos que atentam contra os princípios da Administração Pública:
• Ressarcimento integral do dano, se houver dano efetivo;
• Pagamento de multa civil de até 24 vezes o valor da remuneração percebida pelo agente;
• Proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou incentivos fiscais
ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja
sócio majoritário, pelo prazo não superior a 4 anos.

Principais mudanças da Lei 14.230/2021


• Atos de improbidade administrativa dependem apenas de condutas dolosas - Danos
causados por imprudência, imperícia ou negligência não podem mais ser configurados como
improbidade.
• Nepotismo e promoção pessoal como atos ímprobos: não se configurará improbidade a
mera nomeação ou indicação política por parte dos detentores de mandatos eletivos, sendo
necessária a aferição de dolo com finalidade ilícita por parte do agente.
• Rol taxativo do artigo 11.
• Prazo Prescricional para apuração de atos de improbidade: aumentou de 5 para 8 anos,
contados a partir do momento em que o fato ocorreu.
• Titularidade da ação de improbidade: exclusiva do MP.

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Sanções:

• casos de prejuízo ao erário:


• A suspensão dos direitos políticos foi elevada para 12 anos.
• A multa civil foi reduzida para o valor do próprio dano causado
• A proibição de contratar com o Poder Público foi ampliada para 12 anos.
• enriquecimento ilícito:
• prazo de suspensão dos direitos políticos, que era de 8 a 10 anos, passa a ser de até 14
anos.
• A multa civil, que era de até 3 vezes o valor do acréscimo patrimonial, foi reduzida para o
valor do próprio acréscimo
• proibição de contratar ou receber incentivo do Poder Público que possuía um prazo de
10 anos, passou a ser de 14 anos.
• Casos de improbidade que atentam contra os princípios da Administração Pública:
• suspensão dos direitos políticos foi excluída
• a multa civil que era de até 100 vezes a remuneração, passou a ser de até 24 vezes
• proibição de contratar com o Poder Público passou de 3 para até 4 anos.
• Limita o bloqueio direto das contas bancárias dos acusados, com preferência ao bloqueio de
bens de menor liquidez, como imóveis e automóveis.
• Autoriza o parcelamento, em até 48 meses, do débito resultante de condenação pela prática
de improbidade administrativa se o réu demonstrar incapacidade financeira de saldá-lo de
imediato.
• Estabelece que a ação de improbidade administrativa será impedida em casos de absolvição
criminal do acusado, confirmada por órgão colegiado, em ação que discuta os mesmos fatos.

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