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Disciplina: Direito Administrativo

Professor: Roberto Baldacci


Aula: 19 | Data: 19/03/2020
/03/2018

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

REGIME ADMINISTRATIVO
2.3. Poder Disciplinar
2.4. Poder de Polícia

REGIME ADMINISTRATIVO

2.3. Poder disciplinar

- Conceito: trata-se de um poder-dever, de modo que o superior hierárquico tem o dever de controlar, apurar,
instaurar os procedimentos competentes de investigação de qualquer ilícito ou infração administrativa que venha
a ser cometida por seus subordinados ou que cheguem ao seu conhecimento.

- Descumprimento: é um dever, portanto, em caso de descumprimento, estará sujeito às seguintes punições.

a) Demissão funcional: infrações de natureza grave.

b) Improbidade administrativa: quando o descumprimento do dever disciplinar for doloso.

c) Crimes: crime de condescendência criminosa e crime de prevaricação.

- Poder disciplinar pode ser aplicado aos particulares?

a) Há os agentes honoríficos, que são aqueles que foram convocados e que são voluntários no exercício de
atribuições públicas. Esses, enquanto estiverem no exercício dessas atribuições, estarão sim sujeitos aos comandos
disciplinares do Estado.

b) A punição disciplinar é regulada em lei e deve repercutir em sanções que sejam lançadas na folha funcional do
agente para gerar os efeitos nos momentos das promoções. Essa punição pode implicar em regressão de cargo ou
função, ou penas administrativas (suspensão, que pode ser convertida em multa a critério da Administração
Pública; ou demissão funcional). Por essa razão, o emprego privado celetista não está sujeito ao poder disciplinar
do Estado.

c) Já com relação aos serviços públicos delegados a particulares, é possível o exercício do poder disciplinar aos
particulares. Exemplos – serviços mediante outorga (em regra, será assumido em nome da pessoa física mediante
concurso, como ocorre nos cartórios); organizações sociais (é uma empresa privada que firma contrato de gestão
com o Estado, de modo a absorver os agentes públicos).

2.4. Poder de polícia

- Conflito aparente no âmbito constitucional: direitos individuais previstos e garantidos X supremacia do interesse
público.

MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL


CARREIRAS JURÍDICAS
Damásio Educacional
Esse conflito aparente é resolvido pela teoria da convivência das liberdades públicas, de modo que entende que,
no Brasil, não existe direito individual absoluto, podendo o Estado intervir em qualquer um deles.

O interesse público confere legitimidade para a intervenção do Estado nas esferas das liberdades públicas. Através
desse poder, a Administração Pública poderá condicionar/reduzir o exercício dos direitos individuais.

- Através do exercício desse poder, o Estado pode extinguir os direitos individuais? Não, pois a CF exige o
contraditório e ampla defesa.

- Contraprestação:

a) Há fiscalizações de polícia que são divisíveis e mensuráveis, aplicando-se o artigo 77 do CTN que prevê que caberá
ao usuário do serviço público remunerar diretamente o Estado pelo serviço tomado e, ao remunerar, pagará taxa
tributária.

b) Há fiscalizações de polícia que são indivisíveis e não mensuráveis, de modo que não é possível aplicar o artigo 77
do CTN. Nesse caso, o serviço de polícia não é contraprestacional, ou seja, os usuários não remuneram diretamente
o Estado, cabendo a todos remunerar de forma indireta mediante o pagamento dos impostos.

- Quem está sujeito: o poder de polícia é exercido sobre todos que exerçam diretos individuais, incluindo a pessoa
física e pessoa jurídica de direito privado. Pessoas jurídicas de direito público e pessoas políticas também estão
sujeitas ao poder de polícia? Sim, pois são dotadas de personalidades, de forma que todos podem cometer excessos
e abusos.

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