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CURSO 

ON‐LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO – RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR: ARMANDO MERCADANTE 

Direito Administrativo
Analista e Auditor da Receita Federal
(Aula nº 6 – 07/09/10)

Prezado(a) aluno(a),

Nesse sexto e último encontro serão abordados os seguintes temas:

• Serviço público: conceito e classificação, regulamentação e controle;

• Concessão, permissão e autorização;

• Terceiro setor (entidades paraestatais);

• Contratos de gestão;

• Lei nº 8.429/92 – Lei da Improbidade Administrativa.

Desejo-lhe uma ótima aula!

Armando Mercadante
armandomercadante@pontodosconcursos.com.br

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PONTO 12
Serviço público: conceito, classificação,
regulamentação e controle;

Conceito

A análise dos conceitos de serviço público fornecidos pela doutrina revela a


existência de duas concepções que se contrapõem: os que adotam um
conceito amplo e aqueles que adotam o conceito restrito.

Você não deve comparar as definições buscando identificar qual está correta.
São concepções diferentes acerca da definição de serviço público, sendo certo
afirmar que na doutrina brasileira prevalece a adoção do conceito restrito.

Conceito amplo

Os adeptos do conceito amplo identificam serviço público em todas as


atividades desempenhadas pelo Estado, seja administrativa, legislativa ou
jurisdicional.

Essa concepção muito ampla surgiu na França com a Escola de Serviço


Público.

Com o passar dos tempos, outros autores, também adeptos do conceito amplo,
apresentaram definições não tão elásticas. Alguns excluíram as funções
jurisdicionais da definição, mantendo as funções administrativa e legislativa.
Outros eliminaram tanto a função jurisdicional como a legislativa, porém
identificaram serviço público como o exercício de qualquer atividade
administrativa, não fazendo a necessária distinção entre serviço público, poder
de policia, intervenção e fomento1.

Como exemplo de conceito amplo, veja o apresentado por José Cretella Júnior:
“toda atividade que o Estado exerce, direta ou indiretamente, para a satisfação
das necessidades públicas mediante procedimento típico do direito público”.

Con
nceitto re
estriito

Já os adeptos do conceito restrito sustentam que os serviços públicos são


atividades desenvolvidas pelo Estado no exercício de suas funções
administrativas, com exclusão das funções legislativa e jurisdicional.

                                                            
1
Quando do estudo do conceito restrito, você verá que a expressão atividade administrativa
abrange serviço público, poder de polícia, intervenção e fomento.

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Portanto, de acordo com essa corrente, para fins de conceituação de serviço


público, é preciso desconsiderar as funções legislativa e jurisdicional, e fechar
o foco apenas na função administrativa.

Para esses, por exemplo, não há serviço público na elaboração de uma lei
ordinária (função legislativa), nem na prolação de uma sentença (função
jurisdicional), mas há serviço público no fornecimento de energia elétrica
(função administrativa).

Ocorre que o exercício da função administrativa não se limita à prestação de


serviços públicos, mas também abrange outras atividades, tais como, poder
de polícia, fomento e intervenção.

Dessa forma, para a análise do conceito restrito devemos identificar serviço


público com uma das atividades desenvolvidas pelo Estado no exercício
de sua função administrativa.

Maria Sylvia Di Pietro apresenta um conceito restrito: “toda atividade material


que a lei atribui ao Estado para que exerça diretamente ou por meio de
seus delegados, com o objetivo de satisfazer concretamente às
necessidades coletivas, sob regime jurídico total ou parcialmente de
direito público”.

Algumas conclusões importantes para a sua prova devem ser extraídas dessa
definição:

• a prestação de serviços públicos é incumbência do Estado, conforme dispõe


o art. 175 da CF: “incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou
sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a
prestação de serviços públicos”;

• a expressão “diretamente” referida no citado art. 175 da CF diz respeito à


prestação de serviços pela Administração Pública, seja Direta ou Indireta.
A prestação indireta fica a cargo das concessionárias e das permissionárias
de serviços públicos. Daí concluir-se que serviços públicos podem ser
prestados pelos entes federados (União, Estados, DF e Municípios), pelas
entidades integrantes da administração indireta (autarquias, fundações
públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista) e também por
particulares (concessionárias e permissionárias);

• é o Estado, por meio de lei, quem define qual atividade é considerada


serviço público em determinado momento. Como exemplo: art. 21, XI
(serviços de telecomunicações);

• a gestão dos serviços públicos é feita pelo Estado, seja diretamente (por
meio dos órgãos da administração direta) ou indiretamente (por meio das
concessionárias, das permissionárias ou das entidades integrantes da
administração indireta);

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• os serviços públicos são prestados sob regime jurídico de direito público


ou sob regime jurídico híbrido (conjugação do regime jurídico público com
o regime jurídico privado). Importante destacar que não há serviço público
prestado exclusivamente sob regime privado (regime comum);

• todo serviço público tem como objetivo atender ao interesse público, porém
nem toda atividade que visa a atender ao interesse coletivo é serviço público
(ex: associação de apoio a crianças com câncer);

Por fim, merece destaque o fato de a doutrina destacar alguns elementos da


definição:

• Elemento subjetivo: diz respeito aos sujeitos que prestam serviços


públicos (Estado e particulares delegatários);

• Elemento formal: relaciona-se ao regime jurídico com base no qual é


prestado o serviço público (regime jurídico de direito público ou regime
jurídico híbrido);

• Elemento material: é o interesse público que se persegue com a


execução dos serviços públicos.

Classificação

A doutrina apresenta diversas classificações de serviços públicos. Eis as


principais:

1. Serviços públicos próprios e impróprios:

De acordo com as lições de Hely Lopes Meirelles,

- Serviços próprios2: “são aqueles que se relacionam intimamente com as


atribuições do Poder Público (segurança, polícia, higiene e saúde públicas) e
para a execução dos quais a Administração usa de sua supremacia sobre os
administrados. Por esta razão só devem ser prestados por órgãos ou entidades
públicas, sem delegação a particulares”. Exemplos: defesa nacional,
segurança interna e fiscalização de atividades.

- Serviços públicos impróprios3: “são os que não afetam substancialmente


as necessidades da comunidade, mas satisfazem a interesses comuns de seus
membros e por isso a Administração os presta remuneradamente, por seus
                                                            
2
Ao meu ver, equivale ao que renomada doutrina denomina de serviços estatais originários
ou congênitos.
3
Seguindo o mesmo raciocínio da nota anterior, equivale aos serviços estatais derivados ou
adquiridos.
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órgãos, ou entidades descentralizadas (autarquias, empresas públicas,


sociedades de economia mista, fundações governamentais) ou delega a sua
prestação a concessionários, permissionários ou autorizatários”. Exemplos:
serviços de transporte coletivo, energia elétrica e telecomunicações.
(PGE/PE/Procurador/2009/CESPE) De acordo com a classificação da doutrina, os
serviços públicos impróprios são aqueles que o Estado executa indiretamente, por meio de
concessionários ou permissionários.

2. Serviços administrativos, comerciais ou industriais e sociais:

- Serviços administrativos: são os que a Administração Pública executa para


atender às suas necessidades internas ou preparar outros serviços que serão
prestados ao público. Exemplos: os prestados por centros de pesquisas, pela
imprensa oficial, etc.

- Serviços comerciais ou industriais: são os que a Administração Pública


executa para atender, direta ou indiretamente, para atender às necessidades
coletivas de ordem econômica. Exemplos: telecomunicações, transportes e
energia elétrica.

- Serviços sociais: são os que a Administração Pública executa para atender


aos direitos sociais consagrados no art. 6º da CF. Na prestação desses
serviços a atuação do Estado, que é essencial, convive com a iniciativa
privada. Exemplos: saúde, educação e previdência.

3. Uti singuli (singulares) e uti universi (coletivos):

- Uti singuli: conforme lição de Maria Sylvia Di Pietro, são os serviços públicos
que têm por finalidade a satisfação individual e direta das necessidades dos
cidadãos. Direcionam-se a destinatários determinados (individualizados),
podendo ser mensurados por cada indivíduo. Exemplos: energia elétrica
domiciliar, luz, gás, telefonia, saúde e previdência social.

- Uti universi: são aqueles prestados à coletividade (destinatários


indeterminados), porém usufruídos indiretamente pelos indivíduos. Exemplos:
defesa do país contra inimigo externo, iluminação pública, saneamento e
serviços diplomáticos.

Regulamentação

Tanto a regulamentação como o controle dos serviços públicos são atividades


desempenhadas exclusivamente pelo Poder Público.

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Para que o serviço público seja executado há necessidade da edição de uma


disciplina normativa regulamentadora, que pode ser formalizada por meio de
leis, decretos e outros atos regulamentares, editados pelo ente federado que
recebeu da Constituição Federal a titularidade para prestação do serviço.

Independentemente de quem preste o serviço (administração direta, indireta ou


delegatários), a competência para regulação pertence ao ente federado
(União, Estados, DF e Municípios).

Dessa forma, sendo o tema telecomunicações, por exemplo, a competência


regulatória será exclusiva da União, conforme art. 21, XI, da CF.

Contudo, de acordo com lição de Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, a


doutrina mais moderna tem defendido a possibilidade de a atividade de
regulação ser desempenhada não só pelo próprio ente federado,
centralizadamente, mas também pelas pessoas jurídicas de direito público
integrantes de sua administração indireta, mais especificamente pelas
autarquias sob regime especial (agências reguladoras).

Prosseguem os autores lecionando que a edição das leis, contendo as


diretrizes mais gerais de regulação do serviço, continua competindo ao Poder
Legislativo do ente federado. Mas essas leis têm atribuído às entidades ou
órgãos administrativos inúmeras regras complementares à lei (e não
meramente regulamentares), no âmbito da denominada “discricionariedade
técnica”.

Controle

Considerando-se que os serviços públicos repercutem na esfera de seus


destinatários, não se pode limitar a atuação da pessoa federativa tão somente
à sua regulamentação, ou ainda a sua execução ou delegação. Há de exigir-lhe
atuação positiva fiscalizatória, buscando meios de controlar a prestação do
serviço.

Dessa forma, a administração pública deve exercer controle sobre os


serviços públicos, valendo-se dos seguintes meios:

• Autotutela: é o controle que os entes federados ou entidades da


administração indireta exercem sobre seus próprios atos;

• Tutela: é o controle que os entes federados exercem sobre os atos


praticados pelas entidades da administração indireta;

• Fiscalização exercida pelo poder concedente sobre os atos praticados


pelas e permissionárias.

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Contudo, esse controle não fica restrito à administração pública, devendo


também ser exercido pela população4, bem como pelos órgãos encarregados
da defesa dos interesses coletivos e difusos, tais como o Ministério Público e
os órgãos de defesa do consumidor.

PONTO 13
Concessão, permissão e autorização de serviço público

Regime jurídico das concessões e permissões de serviço público

O art. 22, XXVII, da CF, confere à União competência legislativa para edição
de normas gerais sobre licitação e contratação, em todas as modalidades,
para as administrações públicas diretas e indiretas da União, dos Estados, do
DF e dos Municípios.

Com base nesse dispositivo, a União editou a Lei 8.987/95, que é a norma
geral sobre concessões e permissões de serviços públicos no Brasil.

Os Estados, DF e Municípios, dentro de suas esferas de competências, podem


legislar sobre concessões e permissões, desde que respeitem os comandos
contidos na norma geral.

Não podemos esquecer o art. 175 da CF, cujo texto determina que “incumbe ao
Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos”.

A partir desse momento, damos início ao estudo da Lei 8.987/95...

Con
nceittos

O art. 2º traz em seu corpo quatro definições:

- Poder concedente: a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Município,


em cuja competência se encontre o serviço público, precedido ou não da
execução de obra pública, objeto de concessão ou permissão;

- Concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo


poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à
pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para
seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado;

                                                            
4
Nos termos do art. 37, § 3º, CF: “A lei disciplinará as formas de participação do usuário na
administração pública direta e indireta, regulando especialmente: I - as reclamações relativas à
prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de
atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços”.
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(PGEPI/Procurador/2008/CESPE) Contrato administrativo pelo qual a administração


pública delega a outrem a execução de um serviço público, para que o execute em seu
próprio nome, por sua conta e risco, mediante tarifa paga pelo usuário ou outra forma de
remuneração decorrente da exploração do serviço. Maria Sylvia Di Pietro. Parcerias na
administração pública. São Paulo: Atlas, 1999, p. 72 (com adaptações). A definição
apresentada no texto acima refere-se ao instituto denominado
a) autorização de serviço público.
b) permissão de serviço público.
c) contrato de empreitada de obra pública.
d) concessão de obra pública.
e) concessão de serviço público.

(AUGEM/Auditor/2008/CESPE) As concessões de serviço público só podem ser


outorgadas por prazo determinado. (correta)

- Concessão de serviço público precedida da execução de obra pública: a


construção, total ou parcial, conservação, reforma, ampliação ou melhoramento
de quaisquer obras de interesse público, delegada pelo poder concedente,
mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou
consórcio de empresas que demonstre capacidade para a sua realização, por
sua conta e risco, de forma que o investimento da concessionária seja
remunerado e amortizado mediante a exploração do serviço ou da obra por
prazo determinado;

- Permissão de serviço público: a delegação, a título precário, mediante


licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à
pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho,
por sua conta e risco.
(AUGEM/Auditor/2008/CESPE) A permissão é formalizada por contrato administrativo,
tem como objeto a prestação de serviços públicos e pode ser firmada tanto com pessoa
física quanto com pessoa jurídica ou consórcio de empresas. (errada)

(CESPE/ASSISTENTE JUDICIÁRIO/TJPE/2001) A prefeitura de determinada cidade


delegou a uma empresa privada, por meio de contrato de adesão precedido de
licitação, a incumbência de explorar linhas de ônibus, de modo precário e
revogável. Diante desse caso hipotético, é correto afirmar que foi utilizado o
instituto da
a) autorização de serviço. b) permissão de serviço público.
c) concessão de serviço público. d) delegação de competência.
e) outorga de serviço.

(JUIZ/TRT 9/2003) Permissão é o ato administrativo negocial, discricionário e precário,


pelo qual o Poder Público faculta ao particular a execução de serviços de interesse
coletivo, ou o uso especial de bens públicos, a título gratuito ou remunerado, nas
condições estabelecidas pela Administração. (correta)

No art. 40, o legislador ordinário fez constar que a permissão será formalizada
mediante contrato de adesão, tendo como características, dentre outras, a
precariedade e a revogabilidade unilateral do contrato pelo poder
concedente.

Dessa forma, a comparação entre as definições de concessão e de permissão


gera as seguintes diferenças:
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Contratadas Licitação Contrato de adesão Precariedade


Concessão Pessoas jurídicas ou Concorrência Não há referência à Não
consórcio de contrato de adesão
pessoas jurídicas na lei
Permissão Pessoas físicas ou Qualquer A lei diz que Sim
pessoas jurídicas modalidade permissão é contrato
de adesão

A questão envolvendo natureza das permissões de “contrato de adesão” deve


ser analisada com muito cuidado, porque todo contrato administrativo é um
contrato de adesão, uma vez que suas cláusulas não são negociadas pela
administração com o particular contratado. Não se pode esquecer que as
cláusulas contratuais constam em minuta no edital de licitação.

Dessa forma, sendo concessão e permissão contratos administrativos, na


realidade, ambos possuem a natureza de contrato de adesão.

O que se tem percebido em provas de concursos são questões afirmando que


a Lei 8.987/95 faz referência expressa à natureza das permissões como
contrato de adesão. Tal afirmação é correta, pois de fato essa informação
consta do texto do art. 40 da referida lei.
(ESAF/PFN/2003) A permissão de serviço público, nos termos da legislação
federal, deverá ser formalizada mediante:
a) termo de permissão b) contrato administrativo c) contrato de permissão
d) contrato de adesão e) termo de compromisso

Fisc
caliização
o

De acordo com o art. 3º, as concessões e permissões sujeitar-se-ão à


fiscalização pelo poder concedente responsável pela delegação, com a
cooperação dos usuários.

Con
ntrato adminis
stra
ativo

A concessão de serviço público, precedida ou não da execução de obra


pública, será formalizada mediante contrato, que deverá observar os termos
da lei 8.987/95, das normas pertinentes e do edital de licitação (art. 4º).

Conforme já comentado, as permissões também são formalizadas mediante


contrato administrativo. A única particularidade é que a lei se refere aos
contratos de permissões como contratos de adesão, quando, na realidade,
como já explicado, qualquer contrato administrativo é contrato de adesão.

Serviço adequado

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Em obediência ao art. 175, parágrafo único, IV, da CF, a Lei 8.987/95, em seu
art. 6º, determina que toda concessão pressupõe a prestação de serviço
adequado ao pleno atendimento dos usuários.

Considera-se serviço adequado é o que satisfaz as condições de


regularidade, continuidade (princípio da permanência), eficiência,
segurança, atualidade, generalidade (princípio da igualdade dos
usuários), cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas.
(PROCURADORIA GERAL DO ESTADO/MS/2001) Em se tratando de concessão e
permissão de serviços públicos considera-se, legalmente, serviço adequado:
a) O que satisfaz às condições de regularidade, continuidade, eficiência,
segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade de
tarifas.
b) O que atende aos princípios da eficiência, da indisponibilidade do interesse público e
da continuidade do serviço público.
c) O que é realizado com razoabilidade e eficiência.
d) O que atende ao princípio da eficiência.
e) O que decorre da supremacia do interesse público.

(CONTROLADOR DE ARRECADAÇÃO/RIO DE JANEIRO/2002) A qualidade do


serviço público prestado à população, a que corresponde o direito do usuário de
exigi-la, é consectário do princípio constitucional da:
a) eficiência b) moralidade c) motivação necessária
d) continuidade dos serviços públicos

A atualidade compreende a modernidade das técnicas, do equipamento e das


instalações e a sua conservação, bem como a melhoria e expansão do serviço.

Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em


situação de emergência ou após prévio aviso, quando:

• motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações;

• por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.

(TJTO/Magistratura/2007/CESPE) Conforme entendimento do STJ, a concessionária


não pode suspender o fornecimento de energia elétrica, em face do princípio da
continuidade do serviço público. (errada)

Quanto o usuário inadimplente for ente público, a posição que prevalece no


STJ, inclusive na Corte Especial, é pela possibilidade da interrupção do
fornecimento dos serviços públicos, devendo-se, contudo, preservar as
atividades essenciais, tais como hospitais, postos de saúde, escolas e creches,
dentre outras (AgRg na SS 1.764-PB, julgado em 27/11/2008).

Dirreiitos
s e obriiga
açõ
ões
s dos
s usuário
os

No art. 7º, constam os direitos e obrigações dos usuários:

• receber serviço adequado;


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• receber do poder concedente e da concessionária informações para a


defesa de interesses individuais ou coletivos;

• obter e utilizar o serviço, com liberdade de escolha entre vários


prestadores de serviços, quando for o caso, observadas as normas do
poder concedente.

• levar ao conhecimento do poder público e da concessionária as


irregularidades de que tenham conhecimento, referentes ao serviço
prestado;

• comunicar às autoridades competentes os atos ilícitos praticados pela


concessionária na prestação do serviço;

• contribuir para a permanência das boas condições dos bens públicos


através dos quais lhes são prestados os serviços.

As concessionárias de serviços públicos, de direito público e privado, nos


Estados e no Distrito Federal, são obrigadas a oferecer ao consumidor e ao
usuário, dentro do mês de vencimento, o mínimo de seis datas opcionais
para escolherem os dias de vencimento de seus débitos.

Políttica tariifárria

O art. 9º determina que a tarifa do serviço público concedido será fixada


pelo preço da proposta vencedora da licitação e preservada pelas regras de
revisão previstas na própria Lei 8.987/95, no edital e no contrato.

Quanto à preservação da tarifa, de acordo com o §2º desse artigo que os


contratos devem prever mecanismos de revisão das tarifas a fim de
manter-se o equilíbrio econômico-financeiro.

Ressalvados os impostos sobre a renda, a criação, alteração ou extinção


de quaisquer tributos ou encargos legais (fato do príncipe), após a
apresentação da proposta, quando comprovado seu impacto, implicará a
revisão da tarifa, para mais ou para menos, conforme o caso.

(TJTO/Magistratura/2007/CESPE) Nos contratos de concessão e permissão de serviço


público, ressalvados os impostos sobre a renda, a criação, a alteração ou a extinção de
quaisquer tributos ou encargos legais, após a apresentação da proposta, quando
comprovado seu impacto, implicará a revisão da tarifa, para mais ou para menos,
conforme o caso. (correta)

A tarifa não será subordinada à legislação específica anterior e somente nos


casos expressamente previstos em lei, sua cobrança poderá ser
condicionada à existência de serviço público alternativo e gratuito para o
usuário.

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Em havendo alteração unilateral do contrato (fato da administração) que


afete o seu inicial equilíbrio econômico-financeiro, o poder concedente deverá
restabelecê-lo, concomitantemente à alteração.

Sempre que forem atendidas as condições do contrato, considera-se mantido


seu equilíbrio econômico-financeiro.

No atendimento às peculiaridades de cada serviço público, poderá o poder


concedente prever, em favor da concessionária, no edital de licitação, a
possibilidade de outras fontes provenientes de receitas alternativas,
complementares, acessórias ou de projetos associados, com ou sem
exclusividade, com vistas a favorecer a modicidade das tarifas. Tais fontes de
receita serão obrigatoriamente consideradas para a aferição do inicial equilíbrio
econômico-financeiro do contrato.

As tarifas poderão ser diferenciadas em função das características técnicas e


dos custos específicos provenientes do atendimento aos distintos segmentos
de usuários.
(PGE/PE/Procurador/2009/CESPE) O usuário do serviço público tem direito à
respectiva prestação sem qualquer distinção de caráter pessoal, razão pela qual na
concessão de serviços públicos é vedado o estabelecimento de tarifas diferenciadas em
função das características técnicas ou de custos específicos provenientes do
atendimento aos distintos segmentos do usuário. (errada)

Licitação

Toda concessão de serviço público, precedida ou não da execução de obra


pública, será objeto de prévia licitação, nos termos da legislação própria e
com observância dos princípios da legalidade, moralidade, publicidade,
igualdade, do julgamento por critérios objetivos e da vinculação ao instrumento
convocatório.

No julgamento da licitação será considerado um dos seguintes critérios,


conforme art. 15:

I - o menor valor da tarifa do serviço público a ser prestado;

II - a maior oferta, nos casos de pagamento ao poder concedente pela outorga


da concessão;

III - a combinação, dois a dois, dos critérios referidos nos incisos I, II e VII;

IV - melhor proposta técnica, com preço fixado no edital;

V - melhor proposta em razão da combinação dos critérios de menor valor da


tarifa do serviço público a ser prestado com o de melhor técnica;

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VI - melhor proposta em razão da combinação dos critérios de maior oferta pela


outorga da concessão com o de melhor técnica; ou

VII - melhor oferta de pagamento pela outorga após qualificação de propostas


técnicas.

Em igualdade de condições, será dada preferência à proposta apresentada por


empresa brasileira.

A outorga de concessão ou permissão não terá caráter de exclusividade,


salvo no caso de inviabilidade técnica ou econômica justificada no edital de
licitação.

Considerar-se-á desclassificada a proposta:

• que para sua viabilização, necessite de vantagens ou subsídios que não


estejam previamente autorizados em lei e à disposição de todos os
concorrentes;

(BACEN/Procurador/2009/CESPE) Se uma empresa apresentar-se como licitante para


firmar contrato de concessão e, na fixação da tarifa apresentada como proposta,
estiverem incluídos subsídios específicos que a empresa possua, não disponíveis para
os demais licitantes, nesse caso, a proposta deverá ser analisada. (errada)

• de entidade estatal alheia à esfera político-administrativa do poder


concedente que, para sua viabilização, necessite de vantagens ou subsídios
do poder público controlador da referida entidade.

Inclui-se nas vantagens ou subsídios qualquer tipo de tratamento tributário


diferenciado, ainda que em conseqüência da natureza jurídica do licitante, que
comprometa a isonomia fiscal que deve prevalecer entre todos os concorrentes
(art. 17, §2º).

Conforme art. 18-A, o edital poderá prever a inversão da ordem das fases
de habilitação e julgamento, hipótese em que:

• encerrada a fase de classificação das propostas ou o oferecimento de


lances, será aberto o invólucro com os documentos de habilitação do
licitante mais bem classificado, para verificação do atendimento das
condições fixadas no edital;

• verificado o atendimento das exigências do edital, o licitante será declarado


vencedor;

• inabilitado o licitante melhor classificado, serão analisados os documentos


habilitatórios do licitante com a proposta classificada em segundo lugar, e
assim sucessivamente, até que um licitante classificado atenda às condições
fixadas no edital;

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• proclamado o resultado final do certame, o objeto será adjudicado ao


vencedor nas condições técnicas e econômicas por ele ofertadas.

(STJ/Analista/2008/CESPE) No âmbito dos contratos de concessão, o edital pode


prever a inversão da ordem das fases de habilitação e julgamento. Nesse caso, quando
for encerrada a fase de classificação das propostas ou de oferecimento de lances,
deverá ser aberto o invólucro com os documentos de habilitação do licitante mais bem
classificado, para verificação do atendimento das condições fixadas no edital. (correta)

Quando permitida, na licitação, a participação de empresas em consórcio,


observar-se-ão as seguintes normas:

• comprovação de compromisso, público ou particular, de constituição de


consórcio, subscrito pelas consorciadas;

• indicação da empresa responsável pelo consórcio;

• apresentação da documentação necessária, por parte de cada consorciada;

• impedimento de participação de empresas consorciadas na mesma licitação,


por intermédio de mais de um consórcio ou isoladamente.

O licitante vencedor fica obrigado a promover, antes da celebração do


contrato, a constituição e registro do consórcio, nos termos do
compromisso referido acima.

A empresa líder do consórcio é a responsável perante o poder


concedente pelo cumprimento do contrato de concessão, sem prejuízo da
responsabilidade solidária das demais consorciadas.

É facultado ao poder concedente, desde que previsto no edital, no interesse


do serviço a ser concedido, determinar que o licitante vencedor, no caso de
consórcio, se constitua em empresa antes da celebração do contrato.

É assegurada a qualquer pessoa a obtenção de certidão sobre atos, contratos,


decisões ou pareceres relativos à licitação ou às próprias concessões.

Contrato de concessão

O contrato de concessão poderá prever o emprego de mecanismos privados


para resolução de disputas decorrentes ou relacionadas ao contrato,
inclusive a arbitragem, a ser realizada no Brasil e em língua portuguesa (art.
23-A).

(BACEN/Procurador/2009/CESPE) Diante do princípio da indisponibilidade do interesse


público, o contrato de concessão não poderá prever o emprego de mecanismos
privados para a resolução de disputas decorrentes ou relacionadas ao contrato, como a
arbitragem. (errada)

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(MPERO/Promotor/2008/CESPE) Se determinado estado da Federação firmar contrato


de concessão pública de transporte público interestadual, tal contrato poderá, conforme
a legislação federal de regência, prever o emprego de mecanismos privados para
resolução de disputas decorrentes desse contrato ou a ele relacionadas inclusive a
arbitragem. (correta)

Incumbe à concessionária a execução do serviço concedido, cabendo-lhe


responder por todos os prejuízos causados ao poder concedente, aos
usuários ou a terceiros, sem que a fiscalização exercida pelo órgão
competente exclua ou atenue essa responsabilidade.

(BACEN/Procurador/2009/CESPE) Incumbe à concessionária a execução do serviço


concedido e cabe-lhe responder por todos os prejuízos causados ao poder concedente,
aos usuários ou a terceiros, sem que a fiscalização exercida pelo órgão competente
exclua ou atenue essa responsabilidade. (correta)

Sem prejuízo da responsabilidade referida acima, a concessionária poderá


contratar com terceiros o desenvolvimento de atividades inerentes,
acessórias ou complementares ao serviço concedido, bem como a
implementação de projetos associados.

Os contratos celebrados entre a concessionária e os terceiros reger-se-ão


pelo direito privado, não se estabelecendo qualquer relação jurídica entre
os terceiros e o poder concedente.

A execução das atividades contratadas com terceiros pressupõe o


cumprimento das normas regulamentares da modalidade do serviço concedido.

Subco
onces
ssão
o

É admitida a subconcessão, nos termos previstos no contrato de concessão,


desde que expressamente autorizada pelo poder concedente, sendo
sempre precedida de concorrência.

A exigência de licitação demonstra que não é o concessionário quem escolhe a


empresa que assumirá a subconcessão. É o próprio Poder Público, por meio
de concorrência, que faz essa escolha, não havendo qualquer relação jurídica
entre concessionária e subconcessionária.

O subconcessionário se sub-rogará todos os direitos e obrigações da


subconcedente dentro dos limites da subconcessão.

A transferência de concessão ou do controle societário da concessionária


sem prévia anuência do poder concedente implicará a caducidade da
concessão (extinção por culpa da concessionária).

Para fins de obtenção desta anuência, o pretendente deverá:

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• atender às exigências de capacidade técnica, idoneidade financeira e


regularidade jurídica e fiscal necessárias à assunção do serviço;
• comprometer-se a cumprir todas as cláusulas do contrato em vigor.

Nas condições estabelecidas no contrato de concessão, o poder concedente


autorizará a assunção do controle da concessionária por seus financiadores
para promover sua reestruturação financeira e assegurar a continuidade da
prestação dos serviços.

Para garantir contratos de mútuo de longo prazo, destinados a investimentos


relacionados a contratos de concessão, em qualquer de suas modalidades, as
concessionárias poderão ceder ao mutuante, em caráter fiduciário, parcela de
seus créditos operacionais futuros, observadas as seguintes condições:
• o contrato de cessão dos créditos deverá ser registrado em Cartório de
Títulos e Documentos para ter eficácia perante terceiros;
• sem prejuízo do disposto no inciso I do caput deste artigo, a cessão do
crédito não terá eficácia em relação ao Poder Público concedente senão
quando for este formalmente notificado;
• os créditos futuros cedidos nos termos deste artigo serão constituídos sob a
titularidade do mutuante, independentemente de qualquer formalidade
adicional;
• o mutuante poderá indicar instituição financeira para efetuar a cobrança e
receber os pagamentos dos créditos cedidos ou permitir que a
concessionária o faça, na qualidade de representante e depositária;
• na hipótese de ter sido indicada instituição financeira, fica a concessionária
obrigada a apresentar a essa os créditos para cobrança;
• os pagamentos dos créditos cedidos deverão ser depositados pela
concessionária ou pela instituição encarregada da cobrança em conta
corrente bancária vinculada ao contrato de mútuo;
• a instituição financeira depositária deverá transferir os valores recebidos ao
mutuante à medida que as obrigações do contrato de mútuo tornarem-se
exigíveis; e
• o contrato de cessão disporá sobre a devolução à concessionária dos
recursos excedentes, sendo vedada a retenção do saldo após o
adimplemento integral do contrato.

Serão considerados contratos de longo prazo aqueles cujas obrigações tenham


prazo médio de vencimento superior a 5 (cinco) anos.

Encargos do poder concedente

Incumbe ao poder concedente:

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• regulamentar o serviço concedido e fiscalizar permanentemente a sua


prestação;
• aplicar as penalidades regulamentares e contratuais;
• intervir na prestação do serviço, nos casos e condições previstos em lei;
• extinguir a concessão, nos casos previstos nesta Lei e na forma prevista no
contrato;
• homologar reajustes e proceder à revisão das tarifas na forma desta Lei, das
normas pertinentes e do contrato;
• cumprir e fazer cumprir as disposições regulamentares do serviço e as
cláusulas contratuais da concessão;
• zelar pela boa qualidade do serviço, receber, apurar e solucionar queixas e
reclamações dos usuários, que serão cientificados, em até trinta dias, das
providências tomadas;
• declarar de utilidade pública os bens necessários à execução do serviço ou
obra pública, promovendo as desapropriações, diretamente ou mediante
outorga de poderes à concessionária, caso em que será desta a
responsabilidade pelas indenizações cabíveis;
• declarar de necessidade ou utilidade pública, para fins de instituição de
servidão administrativa, os bens necessários à execução de serviço ou obra
pública, promovendo-a diretamente ou mediante outorga de poderes à
concessionária, caso em que será desta a responsabilidade pelas
indenizações cabíveis;
• estimular o aumento da qualidade, produtividade, preservação do meio-
ambiente e conservação;
• incentivar a competitividade; e
• estimular a formação de associações de usuários para defesa de interesses
relativos ao serviço.

No exercício da fiscalização, o poder concedente terá acesso aos dados


relativos à administração, contabilidade, recursos técnicos, econômicos e
financeiros da concessionária.

A fiscalização do serviço será feita por intermédio de órgão técnico do poder


concedente ou por entidade com ele conveniada, e, periodicamente, conforme
previsto em norma regulamentar, por comissão composta de representantes do
poder concedente, da concessionária e dos usuários.

Encarg
gos da conce
essiion
nária
a

Incumbe à concessionária:

• prestar serviço adequado, na forma prevista nesta Lei, nas normas técnicas
aplicáveis e no contrato;
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• manter em dia o inventário e o registro dos bens vinculados à concessão;


• prestar contas da gestão do serviço ao poder concedente e aos usuários,
nos termos definidos no contrato;
• cumprir e fazer cumprir as normas do serviço e as cláusulas contratuais da
concessão;
• permitir aos encarregados da fiscalização livre acesso, em qualquer época,
às obras, aos equipamentos e às instalações integrantes do serviço, bem
como a seus registros contábeis;
• promover as desapropriações e constituir servidões autorizadas pelo poder
concedente, conforme previsto no edital e no contrato;
• zelar pela integridade dos bens vinculados à prestação do serviço, bem
como segurá-los adequadamente; e
• captar, aplicar e gerir os recursos financeiros necessários à prestação do
serviço.

As contratações, inclusive de mão-de-obra, feitas pela concessionária


serão regidas pelas disposições de direito privado e pela legislação
trabalhista, não se estabelecendo qualquer relação entre os terceiros
contratados pela concessionária e o poder concedente.

Intervenção

Nos termos do art. 32, o poder concedente poderá intervir na concessão,


com o fim de assegurar a adequação na prestação do serviço, bem como
o fiel cumprimento das normas contratuais, regulamentares e legais
pertinentes.

A intervenção far-se-á por decreto do poder concedente, que conterá a


designação do interventor, o prazo da intervenção e os objetivos e limites
da medida.

Declarada a intervenção, o poder concedente deverá, no prazo de trinta dias,


instaurar procedimento administrativo para comprovar as causas
determinantes da medida e apurar responsabilidades, assegurado o direito de
ampla defesa.

Se ficar comprovado que a intervenção não observou os pressupostos legais e


regulamentares será declarada sua nulidade, devendo o serviço ser
imediatamente devolvido à concessionária, sem prejuízo de seu direito à
indenização.

O procedimento administrativo deverá ser concluído no prazo de até


cento e oitenta dias, sob pena de considerar-se inválida a intervenção.

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Cessada a intervenção, se não for extinta a concessão, a administração do


serviço será devolvida à concessionária, precedida de prestação de contas
pelo interventor, que responderá pelos atos praticados durante a sua gestão.

Extinção da concessão

Extingue-se a concessão por:

• advento do termo contratual;


• encampação;
• caducidade;
• rescisão;
• anulação; e
• falência ou extinção da empresa concessionária e falecimento ou
incapacidade do titular, no caso de empresa individual.

Extinta a concessão, retornam ao poder concedente todos os bens


reversíveis, direitos e privilégios transferidos ao concessionário conforme
previsto no edital e estabelecido no contrato, bem como haverá a imediata
assunção do serviço pelo poder concedente, procedendo-se aos
levantamentos, avaliações e liquidações necessários.

A assunção do serviço autoriza a ocupação das instalações e a utilização, pelo


poder concedente, de todos os bens reversíveis.

Nos casos de advento do termo contratual e encampação, o poder


concedente, antecipando-se à extinção da concessão, procederá aos
levantamentos e avaliações necessários à determinação dos montantes da
indenização que será devida à concessionária.

- Advento no termo contratual (reversão da concessão): é o término da


concessão por ter chegado ao prazo final contratado.

A reversão no advento do termo contratual far-se-á com a indenização das


parcelas dos investimentos vinculados a bens reversíveis, ainda não
amortizados ou depreciados, que tenham sido realizados com o objetivo de
garantir a continuidade e atualidade do serviço concedido. Importante
destacar que essa regra é aplicável a todas as formas de extinção.

- Encampação: é a retomada do serviço pelo poder concedente durante o


prazo da concessão se presentes os seguintes requisitos: a) interesse
público, b) lei autorizativa específica; c) prévio pagamento da indenização.

(TJ/PI/Juiz/2007/CESPE) A extinção do contrato administrativo de concessão pela


retomada do serviço pelo poder concedente durante o prazo da concessão, por motivo

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de interesse público, mediante lei autorizativa específica e após prévio pagamento da


indenização, denomina-se apropriadamente
a) caducidade b) rescisão. c) anulação. d) encampação. e) reversão.

- Caducidade: a inexecução total ou parcial do contrato acarretará, a


critério do poder concedente, demonstrando tratar-se de ato
discricionário, a declaração de caducidade da concessão ou a aplicação
das sanções contratuais.

A caducidade da concessão poderá ser declarada pelo poder concedente


quando:

• o serviço estiver sendo prestado de forma inadequada ou deficiente,


tendo por base as normas, critérios, indicadores e parâmetros definidores da
qualidade do serviço;
• a concessionária descumprir cláusulas contratuais ou disposições
legais ou regulamentares concernentes à concessão;
• a concessionária paralisar o serviço ou concorrer para tanto,
ressalvadas as hipóteses decorrentes de caso fortuito ou força maior;
• a concessionária perder as condições econômicas, técnicas ou
operacionais para manter a adequada prestação do serviço concedido;
• a concessionária não cumprir as penalidades impostas por infrações,
nos devidos prazos;
• a concessionária não atender a intimação do poder concedente no
sentido de regularizar a prestação do serviço; e
• a concessionária for condenada em sentença transitada em julgado por
sonegação de tributos, inclusive contribuições sociais.

Uma outra hipótese de caducidade, já comentada nessa aula, está prevista no


art. 27, e refere-se à extinção do contrato em função da transferência da
concessão ou do controle societário da concessionária sem prévia
anuência do poder concedente. Nesse caso a aplicação da caducidade é ato
vinculado, diferentemente das hipóteses anteriores em que o Poder Público
tem a opção de aplicar sanções ao invés de extinguir o vínculo.

A declaração da caducidade da concessão deverá ser precedida da


verificação da inadimplência da concessionária em processo
administrativo, assegurado o direito de ampla defesa.

Não será instaurado processo administrativo de inadimplência antes de


comunicados à concessionária, detalhadamente, os descumprimentos
contratuais referidos acima, dando-lhe um prazo para corrigir as falhas e
transgressões apontadas e para o enquadramento, nos termos contratuais.

Instaurado o processo administrativo e comprovada a inadimplência, a


caducidade será declarada por decreto do poder concedente,
independentemente de indenização prévia, calculada no decurso do processo.
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Da indenização será descontado o valor das multas contratuais e dos danos


causados pela concessionária.

Declarada a caducidade, não resultará para o poder concedente qualquer


espécie de responsabilidade em relação aos encargos, ônus, obrigações ou
compromissos com terceiros ou com empregados da concessionária.

- Rescisão: o contrato de concessão poderá ser rescindido por iniciativa da


concessionária, no caso de descumprimento das normas contratuais pelo
poder concedente, mediante ação judicial especialmente intentada para esse
fim.

Nesta hipótese, os serviços prestados pela concessionária não poderão


ser interrompidos ou paralisados, até a decisão judicial transitada em
julgado.

(AUGEM/Auditor/2008/CESPE) Em razão do princípio da continuidade do serviço


público, a concessionária não pode requerer judicialmente a rescisão do contrato de
concessão, nem mesmo se o poder concedente descumprir as normas contratuais.
(errada)

- Anulação: é a extinção da concessão em função de ilegalidade, podendo


ser decretada unilateralmente pela Administração Pública no exercício do seu
poder de autotutela ou pelo Poder Judiciário, se provocado.

- Falência ou extinção da empresa concessionária e falecimento ou


incapacidade do titular, no caso de empresa individual: ocorrendo qualquer
um desses eventos ocorrerá automaticamente a extinção da concessão.

Autorização

Autorização é ato discricionário e precário por meio do qual a Administração


Pública consente que o particular exerça determinada atividade ou utilize bem
público em seu proveito. É inerente da autorização que o particular não pode
exercer a atividade ou usufruir do bem público sem o consentimento do Estado,
pois este está incumbido de analisar discricionariamente se o interesse público
será preservado. Exemplos: autorização para porte de arma, para fechamento
de ruas para festas, para estacionamento de veículos particulares em terreno
público, etc.

(DPE/ES/Defensor/2009/CESPE) A autorização de serviço público constitui contrato


administrativo pelo qual o poder público delega a execução de um serviço de sua
titularidade a determinado particular, para que o execute em seu próprio nome, por sua
conta e risco, predominantemente em benefício próprio, razão pela qual não depende de
licitação e, quando revogado pela administração pública, gera, para o autorizatário, o
direito à correspondente indenização. (errada)

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(ESAF/ANALISTA RECIFE/2003) Quanto à concessão, permissão e autorização, a


celebração de contrato é incompatível em caso de:
a) permissão de uso ou de serviço.
b) concessão e permissão.
c) concessão e autorização.
d) concessão de serviços públicos.
e) autorização.

QUESTÕES INDICADAS NESSA AULA


SOBRE SERVIÇOS PÚBLICOS
1) (PGEPI/Procurador/2008/CESPE) Contrato administrativo pelo qual a administração pública
delega a outrem a execução de um serviço público, para que o execute em seu próprio nome,
por sua conta e risco, mediante tarifa paga pelo usuário ou outra forma de remuneração
decorrente da exploração do serviço. Maria Sylvia Di Pietro. Parcerias na administração
pública. São Paulo: Atlas, 1999, p. 72 (com adaptações). A definição apresentada no texto
acima refere-se ao instituto denominado
a) autorização de serviço público.
b) permissão de serviço público.
c) contrato de empreitada de obra pública.
d) concessão de obra pública.
e) concessão de serviço público.

2) (AUGEM/Auditor/2008/CESPE) As concessões de serviço público só podem ser outorgadas


por prazo determinado.

3) (AUGEM/Auditor/2008/CESPE) A permissão é formalizada por contrato administrativo, tem


como objeto a prestação de serviços públicos e pode ser firmada tanto com pessoa física
quanto com pessoa jurídica ou consórcio de empresas.

4) (CESPE/ASSISTENTE JUDICIÁRIO/TJPE/2001) A prefeitura de determinada cidade


delegou a uma empresa privada, por meio de contrato de adesão precedido de licitação,
a incumbência de explorar linhas de ônibus, de modo precário e revogável. Diante desse
caso hipotético, é correto afirmar que foi utilizado o instituto da
a) autorização de serviço. b) permissão de serviço público.
c) concessão de serviço público. d) delegação de competência.
e) outorga de serviço.

5) (JUIZ/TRT 9/2003) Permissão é o ato administrativo negocial, discricionário e precário, pelo


qual o Poder Público faculta ao particular a execução de serviços de interesse coletivo, ou o
uso especial de bens públicos, a título gratuito ou remunerado, nas condições estabelecidas
pela Administração.

6) (ESAF/PFN/2003) A permissão de serviço público, nos termos da legislação federal,


deverá ser formalizada mediante:
a) termo de permissão b) contrato administrativo c) contrato de permissão
d) contrato de adesão e) termo de compromisso

7) (PROCURADORIA GERAL DO ESTADO/MS/2001) Em se tratando de concessão e


permissão de serviços públicos considera-se, legalmente, serviço adequado:
a) O que satisfaz às condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança,
atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade de tarifas.
b) O que atende aos princípios da eficiência, da indisponibilidade do interesse público e da
continuidade do serviço público.
c) O que é realizado com razoabilidade e eficiência.
d) O que atende ao princípio da eficiência.
e) O que decorre da supremacia do interesse público.
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8) (CONTROLADOR DE ARRECADAÇÃO/RIO DE JANEIRO/2002) A qualidade do serviço


público prestado à população, a que corresponde o direito do usuário de exigi-la, é
consectário do princípio constitucional da:
a) eficiência b) moralidade c) motivação necessária
d) continuidade dos serviços públicos

9) (TJTO/Magistratura/2007/CESPE) Conforme entendimento do STJ, a concessionária não


pode suspender o fornecimento de energia elétrica, em face do princípio da continuidade do
serviço público.

10) (TJTO/Magistratura/2007/CESPE) Nos contratos de concessão e permissão de serviço


público, ressalvados os impostos sobre a renda, a criação, a alteração ou a extinção de
quaisquer tributos ou encargos legais, após a apresentação da proposta, quando comprovado
seu impacto, implicará a revisão da tarifa, para mais ou para menos, conforme o caso.

11) (PGE/PE/Procurador/2009/CESPE) O usuário do serviço público tem direito à respectiva


prestação sem qualquer distinção de caráter pessoal, razão pela qual na concessão de
serviços públicos é vedado o estabelecimento de tarifas diferenciadas em função das
características técnicas ou de custos específicos provenientes do atendimento aos distintos
segmentos do usuário.

12) (BACEN/Procurador/2009/CESPE) Se uma empresa apresentar-se como licitante para


firmar contrato de concessão e, na fixação da tarifa apresentada como proposta, estiverem
incluídos subsídios específicos que a empresa possua, não disponíveis para os demais
licitantes, nesse caso, a proposta deverá ser analisada.

13) (STJ/Analista/2008/CESPE) No âmbito dos contratos de concessão, o edital pode prever a


inversão da ordem das fases de habilitação e julgamento. Nesse caso, quando for encerrada a
fase de classificação das propostas ou de oferecimento de lances, deverá ser aberto o
invólucro com os documentos de habilitação do licitante mais bem classificado, para verificação
do atendimento das condições fixadas no edital.

14) (BACEN/Procurador/2009/CESPE) Diante do princípio da indisponibilidade do interesse


público, o contrato de concessão não poderá prever o emprego de mecanismos privados para
a resolução de disputas decorrentes ou relacionadas ao contrato, como a arbitragem.

15) (MPERO/Promotor/2008/CESPE) Se determinado estado da Federação firmar contrato de


concessão pública de transporte público interestadual, tal contrato poderá, conforme a
legislação federal de regência, prever o emprego de mecanismos privados para resolução de
disputas decorrentes desse contrato ou a ele relacionadas inclusive a arbitragem.

16) (BACEN/Procurador/2009/CESPE) Incumbe à concessionária a execução do serviço


concedido e cabe-lhe responder por todos os prejuízos causados ao poder concedente, aos
usuários ou a terceiros, sem que a fiscalização exercida pelo órgão competente exclua ou
atenue essa responsabilidade.

17) (TJ/PI/Juiz/2007/CESPE) A extinção do contrato administrativo de concessão pela


retomada do serviço pelo poder concedente durante o prazo da concessão, por motivo de
interesse público, mediante lei autorizativa específica e após prévio pagamento da indenização,
denomina-se apropriadamente
a) caducidade b) rescisão. c) anulação. d) encampação. e) reversão.

18) (AUGEM/Auditor/2008/CESPE) Em razão do princípio da continuidade do serviço público,


a concessionária não pode requerer judicialmente a rescisão do contrato de concessão, nem
mesmo se o poder concedente descumprir as normas contratuais.

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19) (DPE/ES/Defensor/2009/CESPE) A autorização de serviço público constitui contrato


administrativo pelo qual o poder público delega a execução de um serviço de sua titularidade a
determinado particular, para que o execute em seu próprio nome, por sua conta e risco,
predominantemente em benefício próprio, razão pela qual não depende de licitação e, quando
revogado pela administração pública, gera, para o autorizatário, o direito à correspondente
indenização.

20) (ESAF/ANALISTA RECIFE/2003) Quanto à concessão, permissão e autorização, a


celebração de contrato é incompatível em caso de:
a) permissão de uso ou de serviço.
b) concessão e permissão.
c) concessão e autorização.
d) concessão de serviços públicos.
e) autorização.

Gabarito: 1) E, 2) correta, 3) errada, 4) B, 5) correta, 6) D, 7) A, 8) A, 9) errada, 10) correta, 11) errada,


12) errada, 13) correta, 14) errada, 15) correta, 16) correta, 17) D, 18) errada, 19) errada, 20) E.

PONTO 14
Terceiro setor (entidades paraestatais)

Serviços sociais autônomos

São pessoas jurídicas de direito privado, não integrantes da


Administração Pública, sem fim lucrativos, que colaboram com o Poder
Público por meio da execução de serviços de utilidade pública, beneficiando
certos grupamentos sociais ou profissionais, cuja criação é autorizada por lei
específica.

(ESAF/2009/Receita Federal/Analista Tributário da Receita Federal) Os serviços


sociais autônomos são entes paraestatais que não integram a Administração direta nem
a indireta. (correta)

Como exemplos: SESI (Serviço Social da Indústria), SESC (Serviço Social do


Comércio), SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), SENAC
(Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) e SEBRAE (Serviço Brasileiro
de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).

Os recursos que estas pessoas de cooperação recebem têm como origem as


contribuições parafiscais, espécie do gênero tributo, conforme se confirma
da leitura do art. 240 da Constituição da República, arrecadados pelo Receita
Federal do Brasil e repassados diretamente a tais entidades.

Por terem sua criação autorizada por lei e receberem recursos públicos,
sujeitam-se a controle do Poder Público, estando vinculadas à supervisão do
Ministério em cuja área de competência estejam enquadradas, bem como
à prestação de contas ao TCU.

Seus empregados estão sujeitos à legislação trabalhista.

O art. 1º, parágrafo único, da Lei 8.666/93 (Lei de licitações), preceitua que
estão sujeitas a seu regime não apenas as pessoas integrantes da
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Administração Direta e Indireta, mas também todas aquelas que são


controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e
Município. Deduz-se da interpretação literal deste artigo que os serviços sociais
autônomos são obrigados a licitar em suas contratações. Contudo, o Tribunal
de Contas da União apresentou interpretação diversa, no sentido de que
tais entidades não se submete à lei de licitações.

Entretanto, conforme ressalta Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, os serviços


sociais não são livres para contratar; devem eles elaborar e publicar
regulamentos próprios, definindo as regras relativas aos contratos que venham
a celebrar, inclusive aos critérios para a escolha do contratado, observados os
princípios da licitação (Decisão Plenária do TCU 907/1997).
(CESPE/2009/ANATEL/Analista Administrativo/Administração) Por não fazerem
parte da administração pública direta, ou mesmo indireta, e terem recursos
exclusivamente das empresas privadas, as entidades componentes do sistema S
conseguiram, recentemente, reverter, a seu favor, posicionamento do Tribunal de Contas
da União (TCU) que dispunha sobre a obrigatoriedade de observância dos princípios
licitatórios às entidades integrantes desse sistema. (errada. Quanto à licitação, em que
pese o TCU tenha afastado a submissão à Lei 8.666/93, permanece a obrigatoriedade
de observância dos princípios licitatórios)

(CESPE/2009/TCU/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/AUDITORIA DE OBRAS


PÚBLICAS) As entidades do Sistema S (SESI, SESC, SENAI etc.), conforme
entendimento do TCU, não se submetem aos estritos termos da Lei n.º 8.666/1993, mas
sim a regulamentos próprios. (correta)

Quanto ao foro para os litígios, a questão é pacífica, conforme súmula 516 do


STF: “o Serviço Social da Indústria – SESI – está sujeito à jurisdição da
Justiça Estadual”.

No que concerne a privilégios tributários, nos termos do art. 150, VI, “a”, da
Constituição da República, é vedado à União, ao Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios, instituir impostos sobre o “patrimônio, renda ou serviços dos
partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos
trabalhadores, das instituição de educação e de assistência social, sem fins
lucrativos, atendidos os requisitos da lei”. Beneficiam-se, portanto, os serviços
sociais autônomos da imunidade de impostos sobre patrimônio, renda ou
serviços, relacionados a atividades estritamente vinculadas aos seus fins
essenciais.

Entidades de apoio

São pessoas jurídicas de direito privado, vinculadas à Administração Pública


por meio de convênios (em regra), sem fins lucrativos, instituídas por
servidores públicos, em nome próprio, sob a forma de fundação, associação
ou cooperativa, para a prestação de serviços sociais não exclusivos do Estado.

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Por meio desses convênios, em regra, é previsto que a entidade de apoio se


utilize de bens móveis e imóveis pertencentes ao Poder Público, além dos
servidores.
(CESPE/2009/AGU/Advogado) As entidades de apoio são pessoas jurídicas de direito
privado sem fins lucrativos, que podem ser instituídas sob a forma de fundação,
associação ou cooperativa, tendo por objeto a prestação, em caráter privado, de serviços
sociais não exclusivos do Estado. Tais entidades mantêm vínculo jurídico com a
administração pública direta ou indireta, em regra, por meio de convênio. Por sua vez, os
serviços sociais autônomos são entes paraestatais, de cooperação com o poder público,
prestando serviço público delegado pelo Estado. (errada)

Organizações sociais

São regulamentadas pela Lei 9.637, de 15 de maio de 1998:

- Qualificação

O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais, por meio de


contratos de gestão, pessoas jurídicas de direito privado, sem fins
lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas:

• ao ensino;
• à pesquisa científica;
• ao desenvolvimento tecnológico;
• à proteção e preservação do meio ambiente;
• à cultura e;
• à saúde.
(PGE/PE/Procurador/2009/CESPE) Organização social é a qualificação jurídica
conferida a pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, para desempenhar
serviço público de natureza social. Referida qualificação somente pode ser outorgada
e cancelada mediante lei. (errada)

(ESAF/2009/Receita Federal/Analista Tributário da Receita Federal) Organização


social é a qualificação jurídica dada a pessoa jurídica de direito privado ou público, sem
fins lucrativos, e que recebe delegação do Poder Público, mediante contrato de gestão,
para desempenhar serviço público de natureza social.

(PGE/PE/Procurador/2009/CESPE) Tanto a organização social quanto a organização


da sociedade civil de interesse público recebem ou podem receber delegação para a
gestão de serviço público. (errada)

(PGE/CE/Procurador/2008/CESPE) As organizações sociais são pessoas jurídicas de


direito público, instituídas por iniciativa de particulares para desempenhar serviços
sociais não-exclusivos do Estado, com incentivo e fiscalização do poder público,
mediante vínculo jurídico instituído por meio de parceria público-privada. (errada)

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(FCC/2010/TJ-PI/Assessor Jurídico) As Organizações Sociais podem atuar nas áreas


de ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do
meio ambiente, cultura e saúde. (correta)

(FCC/2010/TJ-PI/Assessor Jurídico) O Poder Executivo poderá qualificar como


"organizações sociais" pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, para o
desempenho de determinadas atividades de caráter social. (correta)

A qualificação é ato discricionário do Ministro ou titular de órgão supervisor


ou regulador da área de atividade correspondente ao seu objeto social e do
Ministro de Estado da Administração Federal e Reforma do Estado.

Além da discricionariedade administrativa, deverá a empresa interessada na


qualificação comprovar o registro de seu ato constitutivo, dispondo sobre:

• natureza social de seus objetivos relativos à respectiva área de atuação;


• finalidade não-lucrativa, com a obrigatoriedade de investimento de seus
excedentes financeiros no desenvolvimento das próprias atividades;
• previsão expressa de a entidade ter, como órgãos de deliberação superior e
de direção, um conselho de administração e uma diretoria definidos nos
termos do estatuto, asseguradas àquele composição e atribuições
normativas e de controle básicas previstas nesta Lei;
• previsão de participação, no órgão colegiado de deliberação superior, de
representantes do Poder Público e de membros da comunidade, de notória
capacidade profissional e idoneidade moral;
(FCC/2009/TRT/7ª Região (CE)/Analista Judiciário/Área Administrativa) Para que
entidades privadas se habilitem como Organização Social têm que ter previsão no seu
ato constitutivo, dentre outros requisitos, de participação, no órgão colegiado de
deliberação superior, de representantes do Poder Público e de membros da comunidade,
de notória capacidade profissional e idoneidade moral. (correta)

• composição e atribuições da diretoria;


• obrigatoriedade de publicação anual, no Diário Oficial da União, dos
relatórios financeiros e do relatório de execução do contrato de gestão;
• no caso de associação civil, a aceitação de novos associados, na forma do
estatuto;
• proibição de distribuição de bens ou de parcela do patrimônio líquido em
qualquer hipótese, inclusive em razão de desligamento, retirada ou
falecimento de associado ou membro da entidade;
• previsão de incorporação integral do patrimônio, dos legados ou das
doações que lhe foram destinados, bem como dos excedentes financeiros
decorrentes de suas atividades, em caso de extinção ou desqualificação, ao
patrimônio de outra organização social qualificada no âmbito da União, da
mesma área de atuação, ou ao patrimônio da União, dos Estados, do Distrito
Federal ou dos Municípios, na proporção dos recursos e bens por estes
alocados;

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- Desqualificação

O Poder Executivo poderá proceder à desqualificação da entidade como


organização social, quando constatado o descumprimento das disposições
contidas no contrato de gestão.

A desqualificação será precedida de processo administrativo, assegurado


o direito de ampla defesa, respondendo os dirigentes da organização
social, individual e solidariamente, pelos danos ou prejuízos decorrentes de
sua ação ou omissão.

(TRF1/Juiz/2009/CESPE) A desqualificação de entidade como organização social


dependerá de regular processo judicial movido pelo MP, com base no
descumprimento das disposições contidas no contrato de gestão. (errada)

A desqualificação importará reversão dos bens permitidos e dos valores


entregues à utilização da organização social, sem prejuízo de outras
sanções cabíveis.

- Do Conselho de Administração

O conselho de administração deve estar estruturado nos termos que dispuser o


respectivo estatuto, observados, para os fins de atendimento dos requisitos de
qualificação, os seguintes critérios básicos:

Composição

Composição Membros
20 a 40% membros natos representantes do Poder Público, definidos
pelo estatuto da entidade
20 a 30% membros natos representantes de entidades da sociedade
civil, definidos pelo estatuto
até 10%, no caso de de membros eleitos dentre os membros ou os associados
associação civil
10 a 30% membros eleitos pelos demais integrantes do conselho, dentre
pessoas de notória capacidade profissional e reconhecida
idoneidade moral;
até 10% membros indicados ou eleitos na forma estabelecida pelo
estatuto;

• os membros eleitos ou indicados para compor o Conselho devem ter


mandato de quatro anos, admitida uma recondução;

• os representantes do Poder Público e das entidades da sociedade civil


devem corresponder a mais de 50% (cinqüenta por cento) do Conselho;

(PGE/PE/Procurador/2009/CESPE) O órgão de deliberação superior da organização


social não pode ter representante do poder público. (errada)

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(FCC/2010/TJ-PI/Assessor Jurídico) O órgão de deliberação superior das


Organizações Sociais precisa ter representantes do Poder Público e de membros da
comunidade, de notória capacidade profissional e idoneidade moral. (correta)

• o primeiro mandato de metade dos membros eleitos ou indicados deve


ser de dois anos, segundo critérios estabelecidos no estatuto;

• o dirigente máximo da entidade deve participar das reuniões do conselho,


sem direito a voto;

• o Conselho deve reunir-se ordinariamente, no mínimo, três vezes a cada ano


e, extraordinariamente, a qualquer tempo;

• os conselheiros não devem receber remuneração pelos serviços que,


nesta condição, prestarem à organização social, ressalvada a ajuda de
custo por reunião da qual participem;

• os conselheiros eleitos ou indicados para integrar a diretoria da entidade


devem renunciar ao assumirem funções executivas.

Atribuições

Dentre outras:

• fixar o âmbito de atuação da entidade, para consecução do seu objeto;


• aprovar a proposta de contrato de gestão da entidade;
• aprovar a proposta de orçamento da entidade e o programa de
investimentos;
• designar e dispensar os membros da diretoria;
• fixar a remuneração dos membros da diretoria;
• aprovar e dispor sobre a alteração dos estatutos e a extinção da entidade
por maioria, no mínimo, de dois terços de seus membros;
• aprovar o regimento interno da entidade, que deve dispor, no mínimo, sobre
a estrutura, forma de gerenciamento, os cargos e respectivas competências;
• aprovar por maioria, no mínimo, de dois terços de seus membros, o
regulamento próprio contendo os procedimentos que deve adotar para a
contratação de obras, serviços, compras e alienações e o plano de cargos,
salários e benefícios dos empregados da entidade;
• aprovar e encaminhar, ao órgão supervisor da execução do contrato de
gestão, os relatórios gerenciais e de atividades da entidade, elaborados pela
diretoria;
• fiscalizar o cumprimento das diretrizes e metas definidas e aprovar os
demonstrativos financeiros e contábeis e as contas anuais da entidade, com
o auxílio de auditoria externa.

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- Contrato de Gestão

Entende-se por contrato de gestão o instrumento firmado entre o Poder


Público e a entidade qualificada como organização social, com vistas à
formação de parceria entre as partes para fomento e execução de
atividades relativas às áreas de atuação.

(TRF1/Juiz/2009/CESPE) Entende-se por contrato de gestão o instrumento firmado


entre o poder público e a entidade qualificada como OSCIP, com vistas à formação de
parceria entre as partes para fomento e execução de atividades relativas ao ensino, à
pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio
ambiente, à cultura e à saúde. (errada)

O contrato de gestão, elaborado de comum acordo entre o órgão ou entidade


supervisora e a organização social, discriminará as atribuições,
responsabilidades e obrigações do Poder Público e da organização social.

O contrato de gestão deve ser submetido, após aprovação pelo Conselho de


Administração da entidade, ao Ministro de Estado ou autoridade supervisora da
área correspondente à atividade fomentada.

Na elaboração do contrato de gestão, devem ser observados os princípios da


legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade e,
também, os seguintes preceitos:

• especificação do programa de trabalho proposto pela organização social, a


estipulação das metas a serem atingidas e os respectivos prazos de
execução, bem como previsão expressa dos critérios objetivos de avaliação
de desempenho a serem utilizados, mediante indicadores de qualidade e
produtividade;
• a estipulação dos limites e critérios para despesa com remuneração e
vantagens de qualquer natureza a serem percebidas pelos dirigentes e
empregados das organizações sociais, no exercício de suas funções.

(ESAF/2009/Receita Federal/Analista Tributário da Receita Federal) O contrato de


gestão, quando celebrado com organizações sociais, restringe a sua autonomia.
(correta; diferentemente do que ocorre quando firmado com órgãos ou entidades da
administração indireta, pois nesses casos o contrato de gestão amplia a autonomia)

Os Ministros de Estado ou autoridades supervisoras da área de atuação da


entidade devem definir as demais cláusulas dos contratos de gestão de que
sejam signatários.

Execução e Fiscalização do Contrato de Gestão

A execução do contrato de gestão celebrado por organização social será


fiscalizada pelo órgão ou entidade supervisora da área de atuação
correspondente à atividade fomentada.

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(TRF5/Juiz/2009/CESPE) As leis que dispõem sobre a qualificação de entidades como


organizações sociais e como OSCIPs são instrumentos importantes da reforma do
Estado brasileiro realizada na segunda metade da década passada. Essas leis,
contudo, não preveem formas de controle dessas entidades, que, apesar de
caracterizarem-se como privadas, são fomentadas pelo poder público. (errada)

A entidade qualificada apresentará ao órgão ou entidade do Poder Público


supervisora signatária do contrato, ao término de cada exercício ou a qualquer
momento, conforme recomende o interesse público, relatório pertinente à
execução do contrato de gestão, contendo comparativo específico das metas
propostas com os resultados alcançados, acompanhado da prestação de
contas correspondente ao exercício financeiro.

Os resultados atingidos com a execução do contrato de gestão devem ser


analisados, periodicamente, por comissão de avaliação, indicada pela
autoridade supervisora da área correspondente, composta por especialistas de
notória capacidade e adequada qualificação.

A comissão deve encaminhar à autoridade supervisora relatório conclusivo


sobre a avaliação procedida.

Os responsáveis pela fiscalização da execução do contrato de gestão, ao


tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade na
utilização de recursos ou bens de origem pública por organização social,
dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de
responsabilidade solidária.

Sem prejuízo da medida a que se refere o parágrafo anterior, quando assim


exigir a gravidade dos fatos ou o interesse público, havendo indícios
fundados de malversação de bens ou recursos de origem pública, os
responsáveis pela fiscalização representarão ao Ministério Público, à
Advocacia-Geral da União ou à Procuradoria da entidade para que
requeira ao juízo competente a decretação da indisponibilidade dos bens
da entidade e o seqüestro dos bens dos seus dirigentes, bem como de
agente público ou terceiro, que possam ter enriquecido ilicitamente ou
causado dano ao patrimônio público.

O pedido de seqüestro será processado de acordo com o disposto nos arts.


822 e 825 do Código de Processo Civil.

Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de


bens, contas bancárias e aplicações mantidas pelo demandado no País e no
exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais.

Até o término da ação, o Poder Público permanecerá como depositário e


gestor dos bens e valores seqüestrados ou indisponíveis e velará pela
continuidade das atividades sociais da entidade.

- Fomento às Atividades Sociais


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As entidades qualificadas como organizações sociais são declaradas como


entidades de interesse social e utilidade pública, para todos os efeitos
legais.

- Patrim
môn
nio e recu
urs
sos

Às organizações sociais poderão ser destinados recursos orçamentários e


bens públicos necessários ao cumprimento do contrato de gestão.

(CESPE/2009/TRF/2ª REGIÃO/Juiz) As organizações sociais poderão receber recursos


públicos mediante transferências voluntárias, mas não poderão receber recursos
diretamente do orçamento. (errada)

São assegurados às organizações sociais os créditos previstos no orçamento e


as respectivas liberações financeiras, de acordo com o cronograma de
desembolso previsto no contrato de gestão.

Poderá ser adicionada aos créditos orçamentários destinados ao custeio do


contrato de gestão parcela de recursos para compensar desligamento de
servidor cedido, desde que haja justificativa expressa da necessidade pela
organização social.

Os bens serão destinados às organizações sociais, dispensada licitação,


mediante permissão de uso, consoante cláusula expressa do contrato de
gestão.

(FCC/2010/TJ-PI/Assessor Jurídico) O Poder Público poderá destinar às Organizações


Sociais recursos orçamentários e bens públicos necessários ao cumprimento do contrato
de gestão; a destinação dos bens públicos dar-se-á com dispensa de licitação e
mediante permissão de uso. (correta)

(FCC/2009/PGE-RJ/Técnico Superior de Procuradoria) O instrumento jurídico


adequado para a destinação de bens públicos às organizações sociais integrantes do
terceiro setor é a
a) concessão de direito real de uso, com prévia licitação
b) autorização de uso, com prévia licitação.
c) concessão de uso, sendo dispensada a licitação.
d) permissão de uso, sendo dispensada a licitação.
e) permuta, sendo dispensada a licitação.

Os bens móveis públicos permitidos para uso poderão ser permutados por
outros de igual ou maior valor, condicionado a que os novos bens integrem o
patrimônio da União. A permuta dependerá de prévia avaliação do bem e
expressa autorização do Poder Público.

- Cess
são de pe
ess
soal

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É facultado ao Poder Executivo a cessão especial de servidor para as


organizações sociais, com ônus para a origem.

Não será incorporada aos vencimentos ou à remuneração de origem do


servidor cedido qualquer vantagem pecuniária que vier a ser paga pela
organização social.

Não será permitido o pagamento de vantagem pecuniária permanente por


organização social a servidor cedido com recursos provenientes do contrato de
gestão, ressalvada a hipótese de adicional relativo ao exercício de função
temporária de direção e assessoria.

O servidor cedido perceberá as vantagens do cargo a que fizer juz no órgão de


origem, quando ocupante de cargo de primeiro ou de segundo escalão na
organização social.

Liciitaç
ção

O inciso XXIV do art. 24 da Lei 8.666/93 considera dispensável a licitação “para


a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações
sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para
atividades contempladas no contrato de gestão”.

Esse dispositivo foi questionado no STF por meio da ADI 1923/DF, sendo o
pedido de medida liminar indeferido por maioria. Prevaleceu a posição que
sustentava a sua constitucionalidade.
(TRF5/Juiz/2009/CESPE) O plenário do STF deferiu medida cautelar em ação direta de
inconstitucionalidade para suspender a eficácia do dispositivo legal que diz ser
dispensável a licitação para a celebração de contratos de prestação de serviços com as
organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para
atividades contempladas no contrato de gestão. (errada)

Prog
grama
a Naciion
nal de
e Publiicização
o

Será criado, mediante decreto do Poder Executivo, o Programa Nacional de


Publicização - PNP, com o objetivo de estabelecer diretrizes e critérios
para a qualificação de organizações sociais, a fim de assegurar a
absorção por organizações sociais qualificadas na forma da lei ora
analisada, de atividades desenvolvidas por entidades ou órgãos públicos
da União, que atuem nas atividades dirigidas ao ensino, à pesquisa
científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do
meio ambiente, à cultura e à saúde, observadas as seguintes diretrizes:

• ênfase no atendimento do cidadão-cliente;


• ênfase nos resultados, qualitativos e quantitativos nos prazos pactuados;
• controle social das ações de forma transparente.

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As extinções e a absorção de atividades e serviços por organizações sociais


observarão os seguintes preceitos:

• os servidores integrantes dos quadros permanentes dos órgãos e das


entidades extintos terão garantidos todos os direitos e vantagens
decorrentes do respectivo cargo ou emprego e integrarão quadro em
extinção nos órgãos ou nas entidades indicados pela lei regulamentadora,
sendo facultada aos órgãos e entidades supervisoras, ao seu critério
exclusivo, a cessão de servidor, irrecusável para este, com ônus para a
origem, à organização social que vier a absorver as correspondentes
atividades;
• a desativação das unidades extintas será realizada mediante inventário de
seus bens imóveis e de seu acervo físico, documental e material, bem como
dos contratos e convênios, com a adoção de providências dirigidas à
manutenção e ao prosseguimento das atividades sociais a cargo dessas
unidades, nos termos da legislação aplicável em cada caso;
• os recursos e as receitas orçamentárias de qualquer natureza, destinados às
unidades extintas, serão utilizados no processo de inventário e para a
manutenção e o financiamento das atividades sociais até a assinatura do
contrato de gestão;
• quando necessário, parcela dos recursos orçamentários poderá ser
reprogramada, mediante crédito especial a ser enviado ao Congresso
Nacional, para o órgão ou entidade supervisora dos contratos de gestão,
para o fomento das atividades sociais, assegurada a liberação periódica do
respectivo desembolso financeiro para a organização social. Poderá ser
adicionada a esse orçamento parcela dos recursos decorrentes da economia
de despesa incorrida pela União com os cargos e funções comissionados
existentes nas unidades extintas.
• encerrados os processos de inventário, os cargos efetivos vagos e os em
comissão serão considerados extintos;
• a organização social que tiver absorvido as atribuições das unidades extintas
poderá adotar os símbolos designativos destes, seguidos da identificação
"OS".

A absorção pelas organizações sociais das atividades das unidades


extintas efetivar-se-á mediante a celebração de contrato de gestão.

Organização da sociedade civil de interesse público

São regulamentadas pela Lei 9.790/99:

- Qualificação

Podem qualificar-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse


Público as pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, desde
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que os respectivos objetivos sociais e normas estatutárias atendam aos


requisitos instituídos pela lei ora analisada.

(FCC/2009/MPE-SE/Técnico do Ministério Público/Área Administrativa) As


organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIPs) são entidades
integrantes da administração indireta da União, dos Estados ou dos Municípios e
que podem exercer, por ato de delegação, atividades de interesse público definidos na
lei de sua instituição. (errada)

A outorga da qualificação de OSCIP é ato vinculado.

Considera-se sem fins lucrativos a pessoa jurídica de direito privado que não
distribui, entre os seus sócios ou associados, conselheiros, diretores,
empregados ou doadores, eventuais excedentes operacionais, brutos ou
líquidos, dividendos, bonificações, participações ou parcelas do seu patrimônio,
auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os aplica
integralmente na consecução do respectivo objeto social.

(FCC/2009/TRT/7ª Região (CE/)/Analista Judiciário/Área Administrativa) As


organizações da sociedade civil de interesse público só podem distribuir dividendos
após cinco anos da sua criação. (errada, pois não podem distribuir dividendos)

Não são passíveis de qualificação como OSCIP:

• as sociedades comerciais;
• os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria
profissional;
• as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos,
práticas e visões devocionais e confessionais;
• as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações;
• as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços
a um círculo restrito de associados ou sócios;
• as entidades e empresas que comercializam planos de saúde e
assemelhados;
• as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras;
• as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas
mantenedoras;
• as organizações sociais;
• as cooperativas;
• as fundações públicas;
• as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por
órgão público ou por fundações públicas;
• as organizações creditícias que tenham quaisquer tipo de vinculação com o
sistema financeiro nacional a que se refere o art. 192 da Constituição
Federal.
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(TRF1/Juiz/2009/CESPE) Uma cooperativa qualificada como OSCIP poderá colaborar


com o poder público para o fomento e a execução das atividades de interesse público,
após a realização de consulta ao conselho de políticas públicas da respectiva área de
atuação. (errada)

(AUGEM/Auditor/2008/CESPE) Uma organização social pode também ser qualificada


como OSCIP. (errada)

(AUGEM/Auditor/2008/CESPE) As pessoas jurídicas de direito público podem


qualificar-se como OSCIPs. (errada)

(AUGEM/Auditor/2008/CESPE) As sociedades comerciais podem qualificar-se como


OSCIPs. (errada)

Na qualificação de uma OSCIP será observado o princípio da universalização


dos serviços no respectivo âmbito de atuação das Organizações.

Somente farão jus à qualificação as pessoas jurídicas de direito privado, sem


fins lucrativos, cujos objetivos sociais tenham pelo menos uma das
seguintes finalidades:

• promoção da assistência social;


• promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e
artístico;
• promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de
participação das organizações;
• promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de
participação das organizações;
• promoção da segurança alimentar e nutricional;
• defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do
desenvolvimento sustentável;
• promoção do voluntariado;
• promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza;
• experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de
sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito;
• promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e
assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar;
• promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da
democracia e de outros valores universais;
• estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção
e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos que
digam respeito às atividades ora mencionadas.

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(AUGEM/Auditor/2008/CESPE) Pessoa jurídica de direito privado que disponha dentre


seus objetivos sociais a finalidade de promover a segurança alimentar e nutricional
poderá, nos termos da Lei, qualificar-se como OSCIP. (correta)

Atendido um dos objetivos acima, exige-se ainda, para qualificarem-se como


Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, que as pessoas
jurídicas interessadas sejam regidas por estatutos cujas normas
expressamente disponham sobre:

• a observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade,


publicidade, economicidade e da eficiência;
• a adoção de práticas de gestão administrativa, necessárias e suficientes a
coibir a obtenção, de forma individual ou coletiva, de benefícios ou
vantagens pessoais, em decorrência da participação no respectivo processo
decisório;
• a constituição de conselho fiscal ou órgão equivalente, dotado de
competência para opinar sobre os relatórios de desempenho financeiro e
contábil, e sobre as operações patrimoniais realizadas, emitindo pareceres
para os organismos superiores da entidade;
(FCC/2005/PGE-SE/Procurador de Estado) Determinada pessoa jurídica de direito
privado, constituída sob a forma de sociedade, não empresária e sem fins lucrativos, tem
como objeto principal a prática de atividades de defesa do meio ambiente. Seu estatuto
não prevê a existência de conselho de administração, mas prevê a existência de
conselho fiscal, com atribuição de opinar sobre as demonstrações financeiras da
entidade. Supondo existentes os demais requisitos legais, essa pessoa jurídica poderá
qualificar-se como organização
a) social, mas não como organização da sociedade civil de interesse público.
b) da sociedade civil de interesse público, mas não como organização social.
c) social e como organização da sociedade civil de interesse público, simultaneamente.
d) social e como organização da sociedade civil de interesse público, embora não
simultaneamente.
e) social e como organização da sociedade civil de interesse público, desde que sua
personalidade jurídica seja de direito público.

• a previsão de que, em caso de dissolução da entidade, o respectivo


patrimônio líquido será transferido a outra pessoa jurídica qualificada
como OSCIP, preferencialmente que tenha o mesmo objeto social da
extinta;
• a previsão de que, na hipótese de a pessoa jurídica perder a qualificação
de OSCIP, o respectivo acervo patrimonial disponível, adquirido com
recursos públicos durante o período em que perdurou aquela
qualificação, será transferido a outra pessoa jurídica qualificada como
OSCIP, preferencialmente que tenha o mesmo objeto social;
• a possibilidade de se instituir remuneração para os dirigentes da
entidade que atuem efetivamente na gestão executiva e para aqueles
que a ela prestam serviços específicos, respeitados, em ambos os casos,
os valores praticados pelo mercado, na região correspondente a sua área de
atuação;

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• as normas de prestação de contas a serem observadas pela entidade, que


determinarão, no mínimo:
• a observância dos princípios fundamentais de contabilidade e das Normas
Brasileiras de Contabilidade;
• que se dê publicidade por qualquer meio eficaz, no encerramento do
exercício fiscal, ao relatório de atividades e das demonstrações financeiras
da entidade, incluindo-se as certidões negativas de débitos junto ao INSS e
ao FGTS, colocando-os à disposição para exame de qualquer cidadão;
• a realização de auditoria, inclusive por auditores externos independentes se
for o caso, da aplicação dos eventuais recursos objeto do termo de parceria
conforme previsto em regulamento;
• a prestação de contas de todos os recursos e bens de origem pública
recebidos pelas Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público será
feita conforme determina o parágrafo único do art. 70 da Constituição
Federal.

É permitida a participação de servidores públicos na composição de


conselho de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, vedada
a percepção de remuneração ou subsídio, a qualquer título.

(TRF1/Juiz/2009/CESPE) É vedada a participação de servidores públicos na


composição do conselho de OSCIP. (errada)

Cumpridos os requisitos listados acima, a pessoa jurídica de direito privado


sem fins lucrativos, interessada em obter a qualificação, deverá formular
requerimento escrito ao Ministério da Justiça, instruído com cópias
autenticadas dos seguintes documentos:
I - estatuto registrado em cartório;
II - ata de eleição de sua atual diretoria;
III - balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício;
IV - declaração de isenção do imposto de renda;
V - inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes.

Recebido o requerimento previsto no artigo anterior, o Ministério da Justiça


decidirá, no prazo de trinta dias, deferindo ou não o pedido.

(AUGEM/Auditor/2008/CESPE) O deferimento ou indeferimento ao pedido de


qualificação de uma organização como OSCIP é atribuição de competência do
Ministério da Fazenda. (errada)

(FCC/2009/MPE-SE/Técnico do Ministério Público/Área Administrativa) As


organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIPs) são entidades
qualificadas como tal por ato do Ministério da Justiça e que podem celebrar termos de
parceria com órgãos de qualquer ente da federação, para o exercício de atividades
definidas na lei como de interesse público. (correta)

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No caso de deferimento, o Ministério da Justiça emitirá, no prazo de


quinze dias da decisão, certificado de qualificação da requerente como
Organização da Sociedade Civil de Interesse Público.

Indeferido o pedido, o Ministério da Justiça, no prazo de 15 dias, dará ciência


da decisão, mediante publicação no Diário Oficial.

O pedido de qualificação somente será indeferido quando:


• a requerente enquadrar-se nas hipóteses previstas no art. 2o;
• a requerente não atender aos requisitos descritos nos arts. 3o e 4o;
• a documentação apresentada estiver incompleta.

Perda da qualificação

Perde-se a qualificação de Organização da Sociedade Civil de Interesse


Público, a pedido ou mediante decisão proferida em processo
administrativo ou judicial, de iniciativa popular ou do Ministério Público,
no qual serão assegurados, ampla defesa e o devido contraditório.

(TRF1/Juiz/2009/CESPE) A perda da qualificação de OSCIP ocorre a pedido ou


mediante decisão proferida em processo administrativo ou judicial, de iniciativa popular
ou do MP, no qual serão assegurados a ampla defesa e o contraditório. (correta)

(PGE/PE/Procurador/2009/CESPE) A organização civil de interesse público pode


perder a qualificação a pedido ou mediante decisão em processo administrativo,
assegurado o contraditório e a ampla defesa. (correta)

Vedado o anonimato, e desde que amparado por fundadas evidências de erro


ou fraude, qualquer cidadão, respeitadas as prerrogativas do Ministério Público,
é parte legítima para requerer, judicial ou administrativamente, a perda da
qualificação de OSCIP.

Termo de Parceria

Fica instituído o Termo de Parceria, assim considerado o instrumento


passível de ser firmado entre o Poder Público e as entidades qualificadas
como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público destinado à
formação de vínculo de cooperação entre as partes, para o fomento e a
execução das atividades de interesse público previstas no art. 3o.

(FCC/2009/MPE-SE/Técnico do Ministério Público/Área Administrativa) As


organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIPs) são entidades criadas
pelo Poder Público em parceria com entes particulares, visando à celebração de
Contratos de Gestão nas respectivas áreas de atuação, podendo integrar ou não as
respectivas administrações indiretas. (errada)

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O Termo de Parceria firmado de comum acordo entre o Poder Público e as


Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público discriminará direitos,
responsabilidades e obrigações das partes signatárias.

A celebração do Termo de Parceria será precedida de consulta aos Conselhos


de Políticas Públicas das áreas correspondentes de atuação existentes, nos
respectivos níveis de governo.

São cláusulas essenciais do Termo de Parceria:

• a do objeto, que conterá a especificação do programa de trabalho proposto


pela Organização da Sociedade Civil de Interesse Público;
• a de estipulação das metas e dos resultados a serem atingidos e os
respectivos prazos de execução ou cronograma;
• a de previsão expressa dos critérios objetivos de avaliação de desempenho
a serem utilizados, mediante indicadores de resultado;
• a de previsão de receitas e despesas a serem realizadas em seu
cumprimento, estipulando item por item as categorias contábeis usadas pela
organização e o detalhamento das remunerações e benefícios de pessoal a
serem pagos, com recursos oriundos ou vinculados ao Termo de Parceria, a
seus diretores, empregados e consultores;
• a que estabelece as obrigações da Sociedade Civil de Interesse Público,
entre as quais a de apresentar ao Poder Público, ao término de cada
exercício, relatório sobre a execução do objeto do Termo de Parceria,
contendo comparativo específico das metas propostas com os resultados
alcançados, acompanhado de prestação de contas dos gastos e receitas
efetivamente realizados, independente das previsões mencionadas no tópico
anterior;
• a de publicação, na imprensa oficial do Município, do Estado ou da União,
conforme o alcance das atividades celebradas entre o órgão parceiro e a
Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, de extrato do Termo
de Parceria e de demonstrativo da sua execução física e financeira,
conforme modelo simplificado estabelecido em regulamento, contendo os
dados principais da documentação obrigatória do item anterior, sob pena de
não liberação dos recursos previstos no Termo de Parceria.

(TRF5/Juiz/2009/CESPE) A administração pública gerencial deve dar ênfase na


avaliação que tem como parâmetro os resultados obtidos, especialmente quando se trata
da prestação de serviços sociais e científicos. Por essa razão, tanto a lei que trata das
organizações sociais quanto a que trata das OSCIPs preveem que o instrumento firmado
entre o poder público e as entidades qualificadas – contrato de gestão e termo de
parceria, respectivamente – deve estipular as metas e os resultados a serem atingidos e
os critérios objetivos de avaliação e desempenho. (correta)

Caso a organização adquira bem imóvel com recursos provenientes da


celebração do Termo de Parceria, este será gravado com cláusula de
inalienabilidade.

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- Fiscalização da execução do objeto do termo de parceria

A execução do objeto do Termo de Parceria será acompanhada e fiscalizada


por órgão do Poder Público da área de atuação correspondente à
atividade fomentada, e pelos Conselhos de Políticas Públicas das áreas
correspondentes de atuação existentes, em cada nível de governo.

Os resultados atingidos com a execução do Termo de Parceria devem ser


analisados por comissão de avaliação, composta de comum acordo entre o
órgão parceiro e a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público.

A comissão encaminhará à autoridade competente relatório conclusivo sobre a


avaliação procedida.

Os responsáveis pela fiscalização do Termo de Parceria, ao tomarem


conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade na utilização de
recursos ou bens de origem pública pela organização parceira, darão imediata
ciência ao Tribunal de Contas respectivo e ao Ministério Público, sob
pena de responsabilidade solidária.

Sem prejuízo dessa medida, havendo indícios fundados de malversação de


bens ou recursos de origem pública, os responsáveis pela fiscalização
representarão ao Ministério Público, à Advocacia-Geral da União, para
que requeiram ao juízo competente a decretação da indisponibilidade dos
bens da entidade e o seqüestro dos bens dos seus dirigentes, bem como
de agente público ou terceiro, que possam ter enriquecido ilicitamente ou
causado dano ao patrimônio público, além de outras medidas
consubstanciadas na Lei no 8.429, de 2 de junho de 1992 (dispõe sobre
sanções aplicáveis pela prática de atos de improbidade administrativa), e na
Lei Complementar no 64, de 18 de maio de 1990 (estabelece casos de
inelegibilidade).

O pedido de seqüestro será processado de acordo com o disposto nos arts.


822 e 825 do Código de Processo Civil.

Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de


bens, contas bancárias e aplicações mantidas pelo demandado no País e no
exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais.

Até o término da ação, o Poder Público permanecerá como depositário e


gestor dos bens e valores seqüestrados ou indisponíveis e velará pela
continuidade das atividades sociais da organização parceira.

É vedada às entidades qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de


Interesse Público a participação em campanhas de interesse político-partidário
ou eleitorais, sob quaisquer meios ou formas.

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O Ministério da Justiça permitirá, mediante requerimento dos interessados, livre


acesso público a todas as informações pertinentes às Organizações da
Sociedade Civil de Interesse Público.

QUESTÕES INDICADAS NESSA AULA


SOBRE TERCEIRO SETOR
1) (ESAF/2009/Receita Federal/Analista Tributário da Receita Federal) Os serviços sociais
autônomos são entes paraestatais que não integram a Administração direta nem a indireta.

2) (CESPE/2009/ANATEL/Analista Administrativo/Administração) Por não fazerem parte da


administração pública direta, ou mesmo indireta, e terem recursos exclusivamente das
empresas privadas, as entidades componentes do sistema S conseguiram, recentemente,
reverter, a seu favor, posicionamento do Tribunal de Contas da União (TCU) que dispunha
sobre a obrigatoriedade de observância dos princípios licitatórios às entidades integrantes
desse sistema.

3) (CESPE/2009/TCU/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/AUDITORIA DE OBRAS


PÚBLICAS) As entidades do Sistema S (SESI, SESC, SENAI etc.), conforme entendimento do
TCU, não se submetem aos estritos termos da Lei n.º 8.666/1993, mas sim a regulamentos
próprios.

4) (CESPE/2009/AGU/Advogado) As entidades de apoio são pessoas jurídicas de direito


privado sem fins lucrativos, que podem ser instituídas sob a forma de fundação, associação ou
cooperativa, tendo por objeto a prestação, em caráter privado, de serviços sociais não
exclusivos do Estado. Tais entidades mantêm vínculo jurídico com a administração pública
direta ou indireta, em regra, por meio de convênio. Por sua vez, os serviços sociais autônomos
são entes paraestatais, de cooperação com o poder público, prestando serviço público
delegado pelo Estado.

5) (PGE/PE/Procurador/2009/CESPE) Organização social é a qualificação jurídica conferida a


pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, para desempenhar serviço público de
natureza social. Referida qualificação somente pode ser outorgada e cancelada mediante lei.

6) (ESAF/2009/Receita Federal/Analista Tributário da Receita Federal) Organização social é


a qualificação jurídica dada a pessoa jurídica de direito privado ou público, sem fins lucrativos,
e que recebe delegação do Poder Público, mediante contrato de gestão, para desempenhar
serviço público de natureza social.

7) (PGE/PE/Procurador/2009/CESPE) Tanto a organização social quanto a organização da


sociedade civil de interesse público recebem ou podem receber delegação para a gestão de
serviço público.

8) (PGE/CE/Procurador/2008/CESPE) As organizações sociais são pessoas jurídicas de


direito público, instituídas por iniciativa de particulares para desempenhar serviços sociais não-
exclusivos do Estado, com incentivo e fiscalização do poder público, mediante vínculo jurídico
instituído por meio de parceria público-privada.

9) (FCC/2010/TJ-PI/Assessor Jurídico) As Organizações Sociais podem atuar nas áreas de


ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio
ambiente, cultura e saúde.

10) (FCC/2010/TJ-PI/Assessor Jurídico) O Poder Executivo poderá qualificar como


"organizações sociais" pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, para o
desempenho de determinadas atividades de caráter social.

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11) (FCC/2009/TRT/7ª Região (CE)/Analista Judiciário/Área Administrativa) Para que


entidades privadas se habilitem como Organização Social têm que ter previsão no seu ato
constitutivo, dentre outros requisitos, de participação, no órgão colegiado de deliberação
superior, de representantes do Poder Público e de membros da comunidade, de notória
capacidade profissional e idoneidade moral.

12) (TRF1/Juiz/2009/CESPE) A desqualificação de entidade como organização social


dependerá de regular processo judicial movido pelo MP, com base no descumprimento das
disposições contidas no contrato de gestão.

13) (PGE/PE/Procurador/2009/CESPE) O órgão de deliberação superior da organização


social não pode ter representante do poder público.

14) (FCC/2010/TJ-PI/Assessor Jurídico) O órgão de deliberação superior das Organizações


Sociais precisa ter representantes do Poder Público e de membros da comunidade, de notória
capacidade profissional e idoneidade moral.

15) (TRF1/Juiz/2009/CESPE) Entende-se por contrato de gestão o instrumento firmado entre o


poder público e a entidade qualificada como OSCIP, com vistas à formação de parceria entre
as partes para fomento e execução de atividades relativas ao ensino, à pesquisa científica, ao
desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde.

16) (ESAF/2009/Receita Federal/Analista Tributário da Receita Federal) O contrato de


gestão, quando celebrado com organizações sociais, restringe a sua autonomia.

17) (TRF5/Juiz/2009/CESPE) As leis que dispõem sobre a qualificação de entidades como


organizações sociais e como OSCIPs são instrumentos importantes da reforma do Estado
brasileiro realizada na segunda metade da década passada. Essas leis, contudo, não preveem
formas de controle dessas entidades, que, apesar de caracterizarem-se como privadas, são
fomentadas pelo poder público.

18) (CESPE/2009/TRF/2ª REGIÃO/Juiz) As organizações sociais poderão receber recursos


públicos mediante transferências voluntárias, mas não poderão receber recursos diretamente
do orçamento.

19) (FCC/2010/TJ-PI/Assessor Jurídico) O Poder Público poderá destinar às Organizações


Sociais recursos orçamentários e bens públicos necessários ao cumprimento do contrato de
gestão; a destinação dos bens públicos dar-se-á com dispensa de licitação e mediante
permissão de uso.

20) (FCC/2009/PGE-RJ/Técnico Superior de Procuradoria) O instrumento jurídico adequado


para a destinação de bens públicos às organizações sociais integrantes do terceiro setor é a
a) concessão de direito real de uso, com prévia licitação
b) autorização de uso, com prévia licitação.
c) concessão de uso, sendo dispensada a licitação.
d) permissão de uso, sendo dispensada a licitação.
e) permuta, sendo dispensada a licitação.

21) (TRF5/Juiz/2009/CESPE) O plenário do STF deferiu medida cautelar em ação direta de


inconstitucionalidade para suspender a eficácia do dispositivo legal que diz ser dispensável a
licitação para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais,
qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no
contrato de gestão.

22) (FCC/2009/MPE-SE/Técnico do Ministério Público/Área Administrativa) As


organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIPs) são entidades integrantes da
administração indireta da União, dos Estados ou dos Municípios e que podem exercer, por ato
de delegação, atividades de interesse público definidos na lei de sua instituição.

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23) (FCC/2009/TRT/7ª Região (CE/)/Analista Judiciário/Área Administrativa) As


organizações da sociedade civil de interesse público só podem distribuir dividendos após cinco
anos da sua criação.

24) (TRF1/Juiz/2009/CESPE) Uma cooperativa qualificada como OSCIP poderá colaborar com
o poder público para o fomento e a execução das atividades de interesse público, após a
realização de consulta ao conselho de políticas públicas da respectiva área de atuação.

25) (AUGEM/Auditor/2008/CESPE) Uma organização social pode também ser qualificada


como OSCIP.

26) (AUGEM/Auditor/2008/CESPE) As pessoas jurídicas de direito público podem qualificar-se


como OSCIPs.

27) (AUGEM/Auditor/2008/CESPE) As sociedades comerciais podem qualificar-se como


OSCIPs.

28) (AUGEM/Auditor/2008/CESPE) Pessoa jurídica de direito privado que disponha dentre


seus objetivos sociais a finalidade de promover a segurança alimentar e nutricional poderá, nos
termos da Lei, qualificar-se como OSCIP.

29) (FCC/2005/PGE-SE/Procurador de Estado) Determinada pessoa jurídica de direito


privado, constituída sob a forma de sociedade, não empresária e sem fins lucrativos, tem como
objeto principal a prática de atividades de defesa do meio ambiente. Seu estatuto não prevê a
existência de conselho de administração, mas prevê a existência de conselho fiscal, com
atribuição de opinar sobre as demonstrações financeiras da entidade. Supondo existentes os
demais requisitos legais, essa pessoa jurídica poderá qualificar-se como organização
a) social, mas não como organização da sociedade civil de interesse público.
b) da sociedade civil de interesse público, mas não como organização social.
c) social e como organização da sociedade civil de interesse público, simultaneamente.
d) social e como organização da sociedade civil de interesse público, embora não
simultaneamente.
e) social e como organização da sociedade civil de interesse público, desde que sua
personalidade jurídica seja de direito público.

30) (TRF1/Juiz/2009/CESPE) É vedada a participação de servidores públicos na composição


do conselho de OSCIP.

31) (AUGEM/Auditor/2008/CESPE) O deferimento ou indeferimento ao pedido de qualificação


de uma organização como OSCIP é atribuição de competência do Ministério da Fazenda.

32) (FCC/2009/MPE-SE/Técnico do Ministério Público/Área Administrativa) As


organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIPs) são entidades qualificadas
como tal por ato do Ministério da Justiça e que podem celebrar termos de parceria com órgãos
de qualquer ente da federação, para o exercício de atividades definidas na lei como de
interesse público.

33) (TRF1/Juiz/2009/CESPE) A perda da qualificação de OSCIP ocorre a pedido ou mediante


decisão proferida em processo administrativo ou judicial, de iniciativa popular ou do MP, no
qual serão assegurados a ampla defesa e o contraditório.

34) (PGE/PE/Procurador/2009/CESPE) A organização civil de interesse público pode perder a


qualificação a pedido ou mediante decisão em processo administrativo, assegurado o
contraditório e a ampla defesa.

35) (FCC/2009/MPE-SE/Técnico do Ministério Público/Área Administrativa) As


organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIPs) são entidades criadas pelo
Poder Público em parceria com entes particulares, visando à celebração de Contratos de

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Gestão nas respectivas áreas de atuação, podendo integrar ou não as respectivas


administrações indiretas.

36) (TRF5/Juiz/2009/CESPE) A administração pública gerencial deve dar ênfase na avaliação


que tem como parâmetro os resultados obtidos, especialmente quando se trata da prestação
de serviços sociais e científicos. Por essa razão, tanto a lei que trata das organizações sociais
quanto a que trata das OSCIPs preveem que o instrumento firmado entre o poder público e as
entidades qualificadas – contrato de gestão e termo de parceria, respectivamente – deve
estipular as metas e os resultados a serem atingidos e os critérios objetivos de avaliação e
desempenho.

Gabarito: 1) correta, 2) errada, 3) correta, 4) errada, 5) errada, 6) errada, 7) errada, 8) errada, 9) correta,
10) correta, 11) correta, 12) errada, 13) errada, 14) correta, 15) errada, 16) correta, 17) errada, 18)
errada, 19) correta, 20) D, 21) errada, 22) errada, 23) errada, 24) errada, 25) errada, 26) errada, 27)
errada, 28) correta, 29) B, 30) errada, 31) errada, 32) correta, 33) correta, 34) correta, 35) errada, 36)
correta.

Data Nº questões Acertos % acerto Data Nº questões Acertos % acerto


36 36
Data Nº questões Acertos % acerto Data Nº questões Acertos % acerto
36 36
Data Nº questões Acertos % acerto Data Nº questões Acertos % acerto
36 36

Ponto 15
Contratos de gestão

São utilizados como forma de ajuste entre as pessoas políticas, de um lado, e,


do outro lado, seus próprios órgãos (representados por seus dirigentes) ou
entidades da Administração Indireta ou pessoas paraestatais, cujo propósito é
ampliar aumentar autonomia gerencial, orçamentária e financeira das citadas
entidades e órgãos, por meio da fixação de metas de desempenho (art. 37, §8º,
da CF/88), buscando o aumento da eficiência, ficando a cargo da lei dispor
sobre:

• o prazo de duração dos contratos;

• os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e


responsabilidade dos dirigentes;

• a remuneração do pessoal.

Ponto 16
Lei nº 8.429/92
Lei de Improbidade Administrativa
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Disposições gerais

Obje
etiv
vo

Dispor sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de


enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na
administração pública direta, indireta ou fundacional, além de dar outras
providências.

Alcance

Serão punidos pela Lei 8.429/92, nos termos do art. 1º, os atos de improbidade
praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a
administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de
empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja
criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de
cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual.

(CGEPB – Auditor – CESPE) Sociedade de economia mista não pode ser sujeito
passivo de prática de ato de improbidade administrativa. (errada)

(CGEPB/Auditor/CESPE) Pessoa jurídica de direito privado não pode praticar ato de


improbidade administrativa. (errada)

Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade


praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício
ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas
para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com
menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual,
limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito
sobre a contribuição dos cofres públicos.

(MP/AM/Promotor/2007/CESPE) Estão sujeitos às penalidades dessa lei os atos de


improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção,
benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público, a exemplo das entidades
beneficentes de assistência social. (correta)

É importante destacar, contudo, que a tese que prevalece no STF (Reclamação


nº 2138) é a de que a Lei de Improbidade (Lei 8.429/92) não é aplicável aos
agentes políticos a que a Constituição atribuiu expressamente a prática
de crimes de responsabilidade, os quais estão submetidos à Lei nº
1.079/50, como por exemplo, art. 52, I e II, art. 102, I, “c” e art. 105, I, todos
da CF.

(PGE/AL/Procurador/2009/CESPE) Segundo orientação do STF, os agentes


políticos respondem por improbidade administrativa com base na Lei no 8.429/1992
independentemente da sujeição dos mesmos aos crimes de responsabilidade
tipificados nas respectivas leis especiais. (errada)
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Quanto aos prefeitos, estes responderão pela ação de improbidade


administrativa (Lei 8429/92), sujeitos ao juízo de primeiro grau de
jurisdição.

(TJ/DFT/Analista/2008/CESPE) O Ministério Público propôs diversas ações de


ressarcimento ao patrimônio público, pela prática de ato de improbidade
administrativa praticado por prefeito municipal, durante a realização de uma licitação
pública. A ação ajuizada não deve ter curso perante o juiz de primeira instância;
nos atos de improbidade praticados por prefeito, a ação deve ter curso perante o
tribunal de justiça do estado, em respeito ao foro por prerrogativa de função.
(errada)

Age
ente
e públlico
o

Para os efeitos da lei de Improbidade Administrativa, reputa-se agente público


todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração,
por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma
de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas
entidades mencionadas no item anterior (art. 2º).

(MP/AM/Promotor/2007/CESPE) A referida lei aplica-se àquele que exerce, ainda


que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação,
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo,
emprego ou função nas entidades beneficentes de assistência social. (correta)

Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela


estrita observância dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e
publicidade no trato dos assuntos que lhe são afetos.

(MPERR/Promotor/2008/CESPE) Com base na Lei no 8.429/1992 — Lei de


Improbidade Administrativa —, julgue: Os agentes públicos de qualquer nível ou
hierarquia são obrigados a observar, de forma estrita, os princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos assuntos de sua competência.
(correta)

Serão alcançados por esta, conforme art. 3º, no que couber, aquele que,
mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do
ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou
indireta.
(SEFAZ/AC/Auditor/2009/CESPE) Caso o sócio-gerente de uma sociedade
empresarial induza um servidor público a fraudar processo de licitação com vistas a
favorecer essa sociedade empresarial, tal atitude fará que esse dirigente seja
responsabilizado pela Lei de Improbidade Administrativa, mesmo não sendo servidor
público. (correta)

Res
ssarrcim
men
nto do dan
no

 364

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Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou


culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano
(art. 5º).

(MP/RR/Promotor/2008/CESPE) Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou


omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral
ressarcimento do dano. (correta)

(PGE/AL/Procurador/2009/CESPE) Em ação de improbidade administrativa, se


verificado que o ato praticado pelo agente público ou beneficiário caracteriza-se como
culposo, não pode o juiz da causa condenálos a ressarcir o dano ao erário. (errada)

(CGEPB – Auditor – CESPE) A lesão ao patrimônio público somente caracteriza


improbidade administrativa mediante dolo do agente público. (errada)

(TRF1/Juiz/2009/CESPE) Sendo meramente culposa a conduta comissiva do agente


público que ocasione prejuízo ao erário, isso não poderá ensejar responsabilização
por improbidade administrativa. (errada)

No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro


beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio (art. 6º)

Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar


enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo
inquérito representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos
bens do indiciado. A indisponibilidade não é decretada pelo Ministério
Público, mas sim requerida por ela à autoridade judiciária (magistrado). A
indisponibilidade recairá sobre bens que assegurem o integral ressarcimento
do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito
(art. 7º).

De acordo com o STJ, o pedido de indisponibilidade de bens previsto na


referida lei não necessariamente deve ser apresentado em sede de ação
cautelar autônoma, podendo ser realizado mediante requerimento na própria
ação principal por ato de improbidade (REsp 439.918-SP, 3/11/2005).

O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se


enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do
valor da herança (art. 8º).

(MP/RR/Promotor/2008/CESPE) O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio


público ou se enriquecer ilicitamente estará sujeito às cominações da referida lei até o
limite do valor da herança. (correta)

Dos atos de improbidade administrativa

Atos de improbidade administrativa que importam enriquecimento ilícito

Conforme art. 9º, constitui ato de improbidade administrativa importando


enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida

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em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas


entidades mencionadas no art. 1º, e notadamente:

• receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer


outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão,
percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou
indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão
decorrente das atribuições do agente público;

• perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição,


permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços
pelas entidades referidas no item 1.1 deste capítulo por preço superior ao
valor de mercado;

• perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação,


permuta ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente
estatal por preço inferior ao valor de mercado;

• utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou


material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer
das entidades mencionadas no art. 1º, bem como o trabalho de servidores
públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades;

• receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para


tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de
narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita,
ou aceitar promessa de tal vantagem;

• receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para


fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou
qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou
característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades
mencionadas no art. 1º;

• adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego


ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja
desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público;

• aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou


assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse
suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das
atribuições do agente público, durante a atividade;

• perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de


verba pública de qualquer natureza;

• receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente,


para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado;
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• incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou


valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art.
1º;

• usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do


acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º.

Dos atos de improbidade administrativa que causam prejuízo ao erário

Nos termos do art. 10, constitui ato de improbidade administrativa que causa
lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje
perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos
bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º, e notadamente:

• facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio


particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores
integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º;

• permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens,
rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades
mencionadas no art. 1º, sem a observância das formalidades legais ou
regulamentares aplicáveis à espécie;

• doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda


que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do
patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º, sem
observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie;

• permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do


patrimônio de qualquer das entidades referidas no art. 1º, ou ainda a
prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de mercado;

• permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por


preço superior ao de mercado;

• realizar operação financeira sem observância das normas legais e


regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea;

• conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das


formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

• frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente;

• ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou


regulamento;

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• agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que


diz respeito à conservação do patrimônio público;

• liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou


influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular;

• permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente;

• permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas,


equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à
disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º, bem como o
trabalho de servidor público, empregados ou terceiros contratados por essas
entidades.

• celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de


serviços públicos por meio da gestão associada sem observar as
formalidades previstas na lei;

• celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia


dotação orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei.

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Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da


administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de
honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e
notadamente (art. 11):

• praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele


previsto, na regra de competência;

• retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;

• revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e


que deva permanecer em segredo;

• negar publicidade aos atos oficiais;

• frustrar a licitude de concurso público;

• deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;

• revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da


respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de
afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.

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Obs: A posição que prevalece no STJ exige a presença do elemento


subjetivo dolo para configuração das condutas previstas nos arts. 9º e 11
da Lei 8.429/92 (respectivamente, enriquecimento ilícito e ofensa a
princípios da Administração Pública) e os elementos culpa ou dolo nas
condutas do art. 10 (prejuízo ao erário).

Das penas

Independentemente das sanções penais, civis e administrativas, previstas na


legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às
cominações abaixo listados, sendo certo que quando da fixação das referidas
penas o juiz levará em conta a extensão do dano causado, assim como o
proveito patrimonial obtido pelo agente (art. 12):

(TST/Analista/2008/CESPE) Considere-se que um servidor do TST esteja sendo


submetido a processo administrativo disciplinar que apura o recebimento de
vantagem econômica para que fosse adiado um ato que ele deveria praticar de ofício.
Nessa situação, embora a conduta imputada ao servidor configure ato de
improbidade administrativa, o referido processo administrativo não pode resultar em
aplicação de pena de suspensão de direitos políticos. (correta – suspensão de
direitos políticos somente por decisão judicial)

• na hipótese de atos de improbidade administrativa que importam


enriquecimento ilícito, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente
ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da
função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos,
pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial
e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de
dez anos;

• na hipótese de atos de improbidade administrativa que causam


prejuízo ao Erário: ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou
valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta
circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de
cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do
dano e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de
cinco anos;

(TJ/AL/Magistratura/2008/CESPE) Servidor público da prefeitura de determinada


cidade do interior dispensou procedimento licitatório, fora das hipóteses legais, para a
contratação de empresa prestadora de serviço de limpeza e conservação. Nos termos
da Lei de Improbidade, caso esse servidor seja condenado, a pena a ser imposta a
ele é a de (adaptada):
a) suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos.
b) proibição de contratar com o poder público, pelo prazo de dez anos.
c) declaração de inidoneidade pelo prazo de cinco anos.
d) pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano.
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e) aposentadoria compulsória com vencimentos proporcionais.

• na hipótese de atos de improbidade administrativa que atentam contra


os princípios da Administração Pública, ressarcimento integral do dano,
se houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de três
a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da
remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder
Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja
sócio majoritário, pelo prazo de três anos.

(PGEPI/Procurador/2008/CESPE) O servidor público processado por ato de


improbidade administrativa que importe em violação aos princípios da administração
pública está sujeito à perda do cargo público. (correta)

Obs: A Primeira e Segunda Turmas do STJ, que compõem a Primeira Seção,


têm posição de que configurado o prejuízo ao erário, o ressarcimento não
pode ser considerado propriamente uma sanção, mas sim decorrência
imediata e necessária do ato atacado, motivo pelo qual não se pode excluí-lo
a pretexto de cumprir a proporcionalidade das penas inserta no art. 12 da Lei n.
8.429/92. Na realidade, ocorrendo prejuízo ao Erário, a sentença não pode
condenar o agente ímprobo apenas ao ressarcimento, pois este não constitui
sanção, devendo tal condenação vir acompanhada de pelo menos uma das
penas previstas no referido art. 12.

Da declaração de bens

A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação


de declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a
fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente (art. 13).

A declaração de bens será anualmente atualizada e na data em que o agente


público deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou função.

O declarante, a seu critério, poderá entregar cópia da declaração anual de


bens apresentada à Delegacia da Receita Federal na conformidade da
legislação do Imposto sobre a Renda e proventos de qualquer natureza, com
as necessárias atualizações, para suprir as exigências acima indicadas.

A declaração compreenderá imóveis, móveis, semoventes, dinheiro, títulos,


ações, e qualquer outra espécie de bens e valores patrimoniais, localizado no
País ou no exterior, e, quando for o caso, abrangerá os bens e valores
patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos filhos e de outras pessoas que
vivam sob a dependência econômica do declarante, excluídos apenas os
objetos e utensílios de uso doméstico.

Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo
de outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar
declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa.
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(CGE/PB/Auditor/CESPE) O agente público que se recusar a apresentar declaração


de bens anualmente será suspenso. (errada)

Do procedimento administrativo e do processo judicial

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Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa


competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a
prática de ato de improbidade (art. 14).

A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a


qualificação do representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a
indicação das provas de que tenha conhecimento, sob pena de ser rejeitada
pela autoridade administrativa, em despacho fundamentado. A rejeição não
impede a representação ao Ministério Público.

(AGU/Procurador/2007/CESPE) Quando o ato de improbidade causar lesão ao


patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá à autoridade
administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a
indisponibilidade dos bens do indiciado. Ademais, a rejeição da representação
realizada por particular à administração pública, por não se cumprirem as
formalidades legais, não impede a representação ao Ministério Público. (correta)

Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata


apuração dos fatos que, em se tratando de servidores federais, será
processada na forma prevista nos arts. 148 a 182 da Lei nº 8.112, de 11 de
dezembro de 1990 e, em se tratando de servidor militar, de acordo com os
respectivos regulamentos disciplinares.

A comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal


ou Conselho de Contas da existência de procedimento administrativo para
apurar a prática de ato de improbidade (art. 15).

O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de Contas poderá, a


requerimento, designar representante para acompanhar o procedimento
administrativo.

Processo judicial

Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao


Ministério Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo
competente a decretação do seqüestro dos bens do agente ou terceiro que
tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público (art. 16).

(AGU/Procurador/2007/CESPE) Havendo fundados indícios de responsabilidade de


servidor público por ato de improbidade administrativa, à comissão processante
também será possível representar à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo

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competente a decretação do seqüestro dos bens do agente ou terceiro que tenha


enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público. (correta)

O pedido de seqüestro será processado de acordo com o disposto nos arts.


822 e 825 do Código de Processo Civil.

Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de


bens, contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no
exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais.

A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Público
ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da
medida cautelar, sendo vedada a transação, acordo ou conciliação (art. 17).

(TRF1/Juiz/2009/CESPE) A ação de improbidade administrativa terá o rito ordinário e


será proposta pelo MP ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de sessenta dias
da efetivação da medida cautelar. (errada)

(TJ/AL/Magistratura/2008/CESPE) A ação de improbidade administrativa pode ser


sido ajuizada pelo próprio município interessado (adaptada). (correta)

(TJ/AL/Magistratura/2008/CESPE) Caso o MP não ajuize ação de improbidade,


qualquer cidadão poderia tê-lo feito (adaptada). (errada)

(TRF1/Juiz/2009/CESPE) Ao MP não é permitido efetuar transação, acordo ou


conciliação nas ações de improbidade administrativa. Essa vedação, legalmente, não
se aplica à fazenda pública, tendo em vista que o ajuste feito com o agente público
infrator poderá ser economicamente vantajoso ao erário. (errada)

(AGU/Procurador/2007/CESPE) É permitida transação, acordo ou conciliação nas


ações de improbidade administrativa, quando o dano causado ao erário for
ressarcido. (errada)

(PGE/CE/Procurador/2008/CESPE) Caso os envolvidos procurem o MP ou os


representantes da pessoa jurídica lesada e proponham a recomposição dos prejuízos
causados, as partes poderão realizar transação com o objetivo de extinguir a ação de
improbidade administrativa. (errada)

De acordo com a Segunda Turma do STJ, “o ordenamento jurídico não exige


uma prova pré-constituída para que se ajuíze ação de improbidade. Diante de
indícios da materialidade e da autoria do ato de improbidade, deve o MP ajuizar
a ação e deixar a produção de provas para a instrução. Destarte, cerceia a
defesa o Tribunal que, depois de negar ao autor a instrução probatória,
considera como não provadas as alegações da inicial” (REsp 811.664-PE, Rel.
Min. Eliana Calmon, julgado em 1º/3/2007).

A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações necessárias à


complementação do ressarcimento do patrimônio público.

O Ministério Público, se não intervir no processo como parte, atuará


obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade.

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(MP/AM/Promotor/2007/CESPE) Quando a ação de improbidade administrativa for


proposta por pessoa jurídica interessada e não pelo MP, fica este desobrigado de
intervir na ação. (errada)

A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações


posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo
objeto.

A ação será instruída com documentos ou justificação que contenham indícios


suficientes da existência do ato de improbidade ou com razões fundamentadas
da impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas, observada a
legislação vigente, inclusive as disposições inscritas nos arts. 16 a 18 do
Código de Processo Civil.

Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a


notificação do requerido, para oferecer manifestação por escrito, que poderá
ser instruída com documentos e justificações, dentro do prazo de quinze dias.

Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias, em decisão


fundamentada, rejeitará a ação, se convencido da inexistência do ato de
improbidade, da improcedência da ação ou da inadequação da via eleita.

Recebida a petição inicial, será o réu citado para apresentar contestação.

Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo de instrumento.

(TJ/AL/Magistratura/2008/CESPE) De acordo com a Lei 8.429/92, não caberá


recurso da decisão que receber a petição inicial (adaptada). (errada)

Em qualquer fase do processo, reconhecida a inadequação da ação de


improbidade, o juiz extinguirá o processo sem julgamento do mérito.

Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realizadas nos processos regidos por


esta Lei o disposto no art. 221, caput e § 1o, do Código de Processo Penal.

A sentença que julgar procedente ação civil de reparação de dano ou decretar


a perda dos bens havidos ilicitamente determinará o pagamento ou a reversão
dos bens, conforme o caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito
(art. 18).

Das disposições penais

Constitui crime, com pena de detenção de seis a dez meses e multa, a


representação por ato de improbidade contra agente público ou terceiro
beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente. Além da sanção
penal, o denunciante está sujeito a indenizar o denunciado pelos danos
materiais, morais ou à imagem que houver provocado (art. 19).

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A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam


com o trânsito em julgado da sentença condenatória (art. 20).

(MPE/RR/Promotor/2008/CESPE) Com base na Lei no 8.429/1992 — Lei de


Improbidade Administrativa —, julgue: A perda da função pública e a suspensão dos
direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória.
(correta)

A autoridade judicial ou administrativa competente poderá determinar o


afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem
prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução
processual.

A aplicação das sanções previstas nesta lei independe (art. 21):

• da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público;

(PGE/AL/Procurador/2009/CESPE) Considere a seguinte situação hipotética. O


prefeito de determinado município resolveu mudar-se de sua casa de campo para a
cidade com o propósito de ficar mais perto dos problemas urbanos. Para isso, utilizou
um caminhão da municipalidade para transportar móveis de seu uso particular. Após
a instauração de ação de improbidade, o prefeito admitiu os fatos, mas alegou que
não teria agido com culpa, pois mudou de domicílio para atender ao interesse público.
Além disso, comprovou o ressarcimento aos cofres públicos da importância de nove
reais referente ao combustível utilizado. Nessa situação, ao julgar a demanda
apresentada, o juiz pode-se valer do princípio da insignificância para absolver o
prefeito, uma vez que a lesão ao bem jurídico protegido pela lei foi mínima. (errada)

(TJ/AL/Magistratura/2008/CESPE) A aplicação das sanções previstas na Lei de


Improbidade depende da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público. (errada)

(PGE/CE/Procurador/2008/CESPE) A ação de improbidade administrativa só


poderá ser ajuizada se ficar constatado prejuízo financeiro aos cofres públicos.
(errada)

• da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou


pelo Tribunal ou Conselho de Contas.

Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o Ministério Público, de ofício, a
requerimento de autoridade administrativa ou mediante representação, poderá
requisitar a instauração de inquérito policial ou procedimento administrativo
(art. 22).

Da prescrição

As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas na Lei de


Improbidade Administrativa podem ser propostas (art. 23):

• até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em


comissão ou de função de confiança;

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(TRF1/Juiz/2009/CESPE) As ações destinadas a levar a efeito as sanções previstas


na lei podem ser propostas em até três anos após o término do exercício de
mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança. (errada)

(PGE/AL/2009 – Procurador – CESPE) Nos termos da Lei no 8.429/1992, as ações


de improbidade podem ser propostas em até 5 anos após o conhecimento do fato
pela administração pública. (errada)

• dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas


disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público, nos
casos de exercício de cargo efetivo ou emprego.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO SOBRE


LEI 8.429/92
1) A Lei 8.429/92, conhecida como Lei de Improbidade Administrativa, dispõe sobre as sanções
aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato,
cargo, emprego ou função exclusivamente na administração pública direta.

2) A Lei de Improbidade Administrativa, por ser uma lei federal, foi sancionada pelo Congresso
Nacional.

3) Apenas agentes públicos podem praticar atos de improbidade administrativa.

4) Nos termos da Lei 8.429/92, também estão protegidos contra atos de improbidade o
patrimônio de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com
mais de quarenta por cento do patrimônio ou da receita anual.

5) Estão também sujeitos às penalidades da Lei de Improbidade Administrativa os atos de


improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou
incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público.

6) Estão também sujeitos às penalidades da Lei de Improbidade Administrativa os atos de


improbidade praticados contra o patrimônio de entidade para cuja criação ou custeio o erário
haja concorrido ou concorra com menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita
anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a
contribuição dos cofres públicos.

7) Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função públicos.

8) Nos termos expressos da Lei 8.429/92, os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia
são obrigados a velar pela estrita observância dos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência no trato dos assuntos que lhe são afetos.

9) Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, independentemente de dolo ou


culpa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano.

10) No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário os bens
ou valores acrescidos ao seu patrimônio.

11) Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar


enriquecimento ilícito, caberá à autoridade administrativa responsável pelo inquérito
representar ao Poder Judiciário, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.

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12) O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente
está sujeito às cominações da Lei de Improbidade até o limite do valor da herança.

13) A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de


declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada
no serviço de pessoal competente.

14) A declaração compreenderá imóveis, móveis, semoventes, dinheiro, títulos, ações, objetos
e utensílios de uso doméstico, e qualquer outra espécie de bens e valores patrimoniais,
localizado no País ou no exterior, e, quando for o caso, abrangerá os bens e valores
patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos filhos e de outras pessoas que vivam sob a
dependência econômica do declarante.

15) A declaração de bens será anualmente atualizada e na data em que o agente público
deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou função.

16) Será punido com a pena de exoneração, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras
sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do
prazo determinado, ou que a prestar falsa.

17) Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja
instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.

18) A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a qualificação
do representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que
tenha conhecimento, sob pena de ser rejeitada, em despacho fundamentado.

19) A rejeição da representação pela autoridade administrativa impedirá a apresentação de


representação ao Ministério Público.

20) Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata apuração


dos fatos que, em se tratando de servidores federais, será processada na forma prevista na Lei
8.112/90.

21) A comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal ou


Conselho de Contas da existência de procedimento administrativo para apurar a prática de ato
de improbidade, que poderão, a requerimento, designar representante para acompanhar o
procedimento administrativo.

22) Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao Ministério


Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a decretação do
arresto dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao
patrimônio público.

23) Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas
bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos
tratados internacionais.

24) A ação principal, que terá o rito sumário, será proposta pelo Ministério Público ou pela
pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida cautelar.

25) É possível a transação, acordo ou conciliação nas ações de que a Lei de Improbidade.

26) O Ministério Público, se não intervir no processo como parte, atuará obrigatoriamente,
como fiscal da lei, sob pena de nulidade.

27) A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações posteriormente
intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto.

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28) Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a citação do
requerido, para oferecer contestação por escrito, que poderá ser instruída com documentos e
justificações, dentro do prazo de quinze dias.

29) Recebida a manifestação do requerido, o juiz, no prazo de quinze dias, em decisão


fundamentada, rejeitará a ação, se convencido da inexistência do ato de improbidade, da
improcedência da ação ou da inadequação da via eleita.

30) Recebida a petição inicial, será o réu citado para apresentar contestação.

31) Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo de instrumento.

32) Em qualquer fase do processo, reconhecida a inadequação da ação de improbidade, o juiz


extinguirá o processo sem julgamento do mérito.

33) A sentença que julgar procedente ação civil de reparação de dano ou decretar a perda dos
bens havidos ilicitamente determinará o pagamento ou a reversão dos bens, conforme o caso,
em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito.

34) Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou terceiro
beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.

35) Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o denunciado pelos danos
materiais, morais ou à imagem que houver provocado.

36) A perda da função pública e a cassação dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito
em julgado da sentença condenatória.

37) A autoridade judicial ou administrativa competente poderá determinar o afastamento do


agente público do exercício do cargo, emprego ou função, com prejuízo da remuneração,
quando a medida se fizer necessária à instrução processual.

38) A aplicação das sanções previstas na Lei de Improbidade independe: I - da efetiva


ocorrência de dano ao patrimônio público; II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão
de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas.

39) Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o Ministério Público, de ofício, a requerimento
de autoridade administrativa ou mediante representação, poderá requisitar a instauração de
inquérito policial ou procedimento administrativo.

40) As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser propostas: I
- até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função
de confiança; II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas
disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo
efetivo ou emprego.

Gabarito: 1) F, 2) F, 3) F, 4) F, 5) V, 6) V, 7) V, 8) F, 9) F, 10) V, 11) F, 12) V, 13) V, 14) F, 15) V, 16) F,


17) V, 18) V, 19) F, 20) V, 21) V, 22) F, 23) V, 24) F, 25) F, 26) V, 27) V, 28) F, 29) F, 30) V, 31) V, 32) V,
33) V, 34) V, 35) V, 36) F, 37) F, 38) V, 39) V, 40) V.

Data Nº questões Acertos % acerto Data Nº questões Acertos % acerto


40 40
Data Nº questões Acertos % acerto Data Nº questões Acertos % acerto
40 40
Data Nº questões Acertos % acerto Data Nº questões Acertos % acerto
40 40

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Complete o quadro abaixo com as respectivas sanções:

Infração Perda dos Ressarcimento Perda da Suspensão Multa Proibição de


bens ou integral do função dos direitos civil contratar com
valores dano pública políticos o Poder
acrescidos Público ou
ilicitamente receber
benefícios ou
incentivos
fiscais ou
creditícios

Enriquecimento

Dano ao Erário

Princípios

Gabarito: ver na lei

Data Nº questões Acertos % Data Nº Acertos %


acerto questões acerto
18* 18
Data Nº questões Acertos % Data Nº Acertos %
acerto questões acerto
18 18
Data Nº questões Acertos % Data Nº Acertos %
acerto questões acerto
18 18
* são 18 espaços para serem marcados no quadro abaixo, daí 18 questões.

Marque “E” para enriquecimento ilícito, “L” para lesão ao erário e “P” para atos lesivos
a princípios da Administração.

1 revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva


divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de
mercadoria, bem ou serviço
2 conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades
legais ou regulamentares aplicáveis à espécie
3 revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que
deva permanecer em segredo
4 permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas,
equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de
qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de
servidor público, empregados ou terceiros contratados por essas entidades
5 frustrar a licitude de concurso público
6 perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba
pública de qualquer natureza
7 ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou
regulamento
8 frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente
9 utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material
de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades
mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos,
empregados ou terceiros contratados por essas entidades
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10 adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou


função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à
evolução do patrimônio ou à renda do agente público
11 deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo
12 receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para
omitir ato de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado
13 incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores
integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei
14 celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação
orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei
15 realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares
ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea
16 usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo
patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei
17 permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do
patrimônio de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a
prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de mercado
18 receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a
exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de
contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de
tal vantagem
19 praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto,
na regra de competência
20 liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de
qualquer forma para a sua aplicação irregular
21 facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio
particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores
integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei
22 perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta
ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço
inferior ao valor de mercado
23 receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer
declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro
serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de
mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º
desta lei
24 aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento
para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou
amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público,
durante a atividade
25 permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas,
verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no
art. 1º desta lei, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares
aplicáveis à espécie
26 permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço
superior ao de mercado
27 negar publicidade aos atos oficiais
28 receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra
vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem,
gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser
atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente
público
29 doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de
fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de
qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das
formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie
30 perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta
ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades
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referidas no art. 1° por preço superior ao valor de mercado


31 retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício
32 agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz
respeito à conservação do patrimônio público
33 Permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente
34 Celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços
públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na
lei

Gabarito: 01) P, 02) L, 03) P, 04) L, 05) P, 06) E, 07) L, 08) L, 09) E, 10) E, 11) P, 12) E, 13) E, 14) L, 15) L, 16) E, 17)
L, 18) E, 19) P, 20) L, 21) L, 22) E, 23) E, 24) E, 25) L, 26) L, 27) P 28) E, 29) 30) E, 31) P, 32) L, 33) L, 34) L.

Data Nº questões Acertos % acerto Data Nº questões Acertos % acerto


34 34
Data Nº questões Acertos % acerto Data Nº questões Acertos % acerto
34 34
Data Nº questões Acertos % acerto Data Nº questões Acertos % acerto
34 34

QUESTÕES INDICADAS NESSA AULA


SOBRE LEI 8.429/92
1. (CGEPB – Auditor – CESPE) Sociedade de economia mista não pode ser sujeito passivo
de prática de ato de improbidade administrativa.

2. (CGEPB/Auditor/CESPE) Pessoa jurídica de direito privado não pode praticar ato de


improbidade administrativa.

3. (MP/AM/Promotor/2007/CESPE) Estão sujeitos às penalidades dessa lei os atos de


improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou
incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público, a exemplo das entidades beneficentes de
assistência social.

4. (PGE/AL/Procurador/2009/CESPE) Segundo orientação do STF, os agentes políticos


respondem por improbidade administrativa com base na Lei no 8.429/1992 independentemente
da sujeição dos mesmos aos crimes de responsabilidade tipificados nas respectivas leis
especiais.

5. (TJ/DFT/Analista/2008/CESPE) O Ministério Público propôs diversas ações de


ressarcimento ao patrimônio público, pela prática de ato de improbidade administrativa
praticado por prefeito municipal, durante a realização de uma licitação pública. A ação ajuizada
não deve ter curso perante o juiz de primeira instância; nos atos de improbidade praticados por
prefeito, a ação deve ter curso perante o tribunal de justiça do estado, em respeito ao foro por
prerrogativa de função.

6. (MP/AM/Promotor/2007/CESPE) A referida lei aplica-se àquele que exerce, ainda que


transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas
entidades beneficentes de assistência social.

7. (MPERR/Promotor/2008/CESPE) Com base na Lei no 8.429/1992 — Lei de Improbidade


Administrativa —, julgue: Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a
observar, de forma estrita, os princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e
publicidade no trato dos assuntos de sua competência.

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8. (SEFAZ/AC/Auditor/2009/CESPE) Caso o sócio-gerente de uma sociedade empresarial


induza um servidor público a fraudar processo de licitação com vistas a favorecer essa
sociedade empresarial, tal atitude fará que esse dirigente seja responsabilizado pela Lei de
Improbidade Administrativa, mesmo não sendo servidor público.

9. (MP/RR/Promotor/2008/CESPE) Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou


omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do
dano.

10. (PGE/AL/Procurador/2009/CESPE) Em ação de improbidade administrativa, se verificado


que o ato praticado pelo agente público ou beneficiário caracteriza-se como culposo, não pode
o juiz da causa condenálos a ressarcir o dano ao erário.

11. (CGEPB – Auditor – CESPE) A lesão ao patrimônio público somente caracteriza


improbidade administrativa mediante dolo do agente público.

12. (TRF1/Juiz/2009/CESPE) Sendo meramente culposa a conduta comissiva do agente


público que ocasione prejuízo ao erário, isso não poderá ensejar responsabilização por
improbidade administrativa.

13. (MP/RR/Promotor/2008/CESPE) O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio


público ou se enriquecer ilicitamente estará sujeito às cominações da referida lei até o limite do
valor da herança.

14. (TST/Analista/2008/CESPE) Considere-se que um servidor do TST esteja sendo


submetido a processo administrativo disciplinar que apura o recebimento de vantagem
econômica para que fosse adiado um ato que ele deveria praticar de ofício. Nessa situação,
embora a conduta imputada ao servidor configure ato de improbidade administrativa, o referido
processo administrativo não pode resultar em aplicação de pena de suspensão de direitos
políticos.

15. (TJ/AL/Magistratura/2008/CESPE) Servidor público da prefeitura de determinada cidade


do interior dispensou procedimento licitatório, fora das hipóteses legais, para a contratação de
empresa prestadora de serviço de limpeza e conservação. Nos termos da Lei de Improbidade,
caso esse servidor seja condenado, a pena a ser imposta a ele é a de (adaptada):
a) suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos.
b) proibição de contratar com o poder público, pelo prazo de dez anos.
c) declaração de inidoneidade pelo prazo de cinco anos.
d) pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano.
e) aposentadoria compulsória com vencimentos proporcionais.

16. (PGEPI/Procurador/2008/CESPE) O servidor público processado por ato de improbidade


administrativa que importe em violação aos princípios da administração pública está sujeito à
perda do cargo público.

17. (CGE/PB/Auditor/CESPE) O agente público que se recusar a apresentar declaração de


bens anualmente será suspenso.

18. (AGU/Procurador/2007/CESPE) Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio


público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá à autoridade administrativa responsável pelo
inquérito representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.
Ademais, a rejeição da representação realizada por particular à administração pública, por não
se cumprirem as formalidades legais, não impede a representação ao Ministério Público.

19. (AGU/Procurador/2007/CESPE) Havendo fundados indícios de responsabilidade de


servidor público por ato de improbidade administrativa, à comissão processante também será
possível representar à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a
decretação do seqüestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou
causado dano ao patrimônio público.
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20. (TRF1/Juiz/2009/CESPE) A ação de improbidade administrativa terá o rito ordinário e será


proposta pelo MP ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de sessenta dias da efetivação
da medida cautelar.

21. (TJ/AL/Magistratura/2008/CESPE) A ação de improbidade administrativa pode ser sido


ajuizada pelo próprio município interessado (adaptada).

22. (TJ/AL/Magistratura/2008/CESPE) Caso o MP não ajuíze ação de improbidade, qualquer


cidadão poderia tê-lo feito (adaptada).

23. (TRF1/Juiz/2009/CESPE) Ao MP não é permitido efetuar transação, acordo ou conciliação


nas ações de improbidade administrativa. Essa vedação, legalmente, não se aplica à fazenda
pública, tendo em vista que o ajuste feito com o agente público infrator poderá ser
economicamente vantajoso ao erário.

24. (AGU/Procurador/2007/CESPE) É permitida transação, acordo ou conciliação nas ações


de improbidade administrativa, quando o dano causado ao erário for ressarcido.

25. (PGE/CE/Procurador/2008/CESPE) Caso os envolvidos procurem o MP ou os


representantes da pessoa jurídica lesada e proponham a recomposição dos prejuízos
causados, as partes poderão realizar transação com o objetivo de extinguir a ação de
improbidade administrativa.

26. (MP/AM/Promotor/2007/CESPE) Quando a ação de improbidade administrativa for


proposta por pessoa jurídica interessada e não pelo MP, fica este desobrigado de intervir na
ação.

27. (TJ/AL/Magistratura/2008/CESPE) De acordo com a Lei 8.429/92, não caberá recurso da


decisão que receber a petição inicial (adaptada).

28. (MPE/RR/Promotor/2008/CESPE) Com base na Lei no 8.429/1992 — Lei de Improbidade


Administrativa —, julgue: A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se
efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória.

29. (PGE/AL/Procurador/2009/CESPE) Considere a seguinte situação hipotética. O prefeito


de determinado município resolveu mudar-se de sua casa de campo para a cidade com o
propósito de ficar mais perto dos problemas urbanos. Para isso, utilizou um caminhão da
municipalidade para transportar móveis de seu uso particular. Após a instauração de ação de
improbidade, o prefeito admitiu os fatos, mas alegou que não teria agido com culpa, pois
mudou de domicílio para atender ao interesse público. Além disso, comprovou o ressarcimento
aos cofres públicos da importância de nove reais referente ao combustível utilizado. Nessa
situação, ao julgar a demanda apresentada, o juiz pode-se valer do princípio da insignificância
para absolver o prefeito, uma vez que a lesão ao bem jurídico protegido pela lei foi mínima.

30. (TJ/AL/Magistratura/2008/CESPE) A aplicação das sanções previstas na Lei de


Improbidade depende da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público.

31. (PGE/CE/Procurador/2008/CESPE) A ação de improbidade administrativa só poderá ser


ajuizada se ficar constatado prejuízo financeiro aos cofres públicos.

32. (TRF1/Juiz/2009/CESPE) As ações destinadas a levar a efeito as sanções previstas na lei


podem ser propostas em até três anos após o término do exercício de mandato, de cargo em
comissão ou de função de confiança.

33. (PGE/AL/2009 – Procurador – CESPE) Nos termos da Lei no 8.429/1992, as ações de


improbidade podem ser propostas em até 5 anos após o conhecimento do fato pela
administração pública.

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Gabarito: 1. errada; 2. Errada; 3. Correta; 4. errada; 5. errada; 6. correta; 7. Correta; 8. Correta; 9.


Correta; 10. errada; 11. errada; 12. errada; 13. correta; 14. correta; 15. D; 16. Correta; 17. errada; 18.
correta; 19. correta; 20. errada; 21. correta; 22. errada; 23. errada; 24. errada; 25. errada; 26. errada; 27.
errada; 28. correta; 29. errada; 30. errada; 31. errada; 32. errada; 33. errada.

Nesse momento chegamos ao fim do curso.

Foi um enorme prazer oferecer a minha pequena contribuição nessa sua


caminhada rumo ao serviço público

Espero que o curso tenha sido proveitoso para você. Esse foi o meu propósito.

Desejo-lhe muita sorte na sua empreitada, ressaltando que o segredo é a


dedicação.

Dedique-se a esse seu objetivo que você vai conseguir alcançá-lo. Os


obstáculos e as dificuldades servirão para dignificar a sua conquista!

Continuo à sua disposição no fórum até o prazo limite estipulado pelo curso e
após no e-mail mercadante@pontodosconcursos.com.br.

Grande abraço!

Armando Mercadante

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