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UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ INSTITUTO DE

ESTUDOS EM DIREITO E SOCIEDADE


FACULDADE DE DIREITO

BEARIZ DE OLIVEIRA BARBOSA

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS NA MODALIDADE: PARCERIA


PUBLICO PRIVADA E PARCERIA PUBLICO DE INVESTIMENTOS

Marabá
2023

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BEATRIZ DE OLIVEIRA BARBOSA

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS NA MODALIDADE: PARCERIA


PUBLICO PRIVADA E PARCERIA PUBLICO DE INVESTIMENTOS.

Trabalho apresentado à disciplina de


Direito Administrativo II, lecionada
pelo professor Dr. Edieter do curso de
Direito da Universidade Federal do
Sul e Sudeste do Pará, para fins de
atribuição de nota no 4º semestre.

MARABÁ2023

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SUMÁRIO

1. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PULBLICOS – CONCEITO...................4


2. PARCERIA PUBLICO PRIVADA...........................................................6
3. PARCERIA PUBLICO DE INVESTIMENTOS........................................7
4. REFERÊNCIAS......................................................................................8

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PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PULBLICOS – CONCEITO

É extremamente importante compreender esse termo, o conceito atual de serviço


público foi adotado da França, tendo seu marco inicial durante a Revolução
Francesa, quando se consolidou como um princípio fundamental. Para uma melhor
compreensão desse conceito, vamos voltar ao período Imperial, onde não havia
definição clara do que seria "o bem para a coletividade", prevalecia apenas aquilo
que o Rei decidia, aquilo que o Rei queria. Ele ditava as regras, as leis e detinha
todo o poder sobre tudo e todos. A partir da Revolução Francesa, começou a haver
uma maior definição das atividades do Estado, que ainda desempenhava um papel
muito limitado na sociedade. A prestação de serviços pelo Estado era mínima e a
ideia de serviço público era bastante restrita, portanto, a sociedade começou a se
organizar para suprir suas próprias necessidades.
A partir da segunda metade do século XX, o serviço público passou a assumir uma
nova forma, pois a Constituição estabeleceu uma série de direitos e garantias para o
cidadão, os quais devem ser garantidos pelo Estado. A Constituição deixa claro
quais serviços públicos devem ser prestados aos cidadãos e define quem é
responsável por sua execução nas três esferas de governo - federal, estadual ou
municipal. Com essa definição e determinação de responsabilidades, podemos dizer
que o Estado deixou de ser mínimo para se tornar um Estado Social, adotando uma
postura intervencionista e de provisão. Dentre os direitos estabelecidos pela
Constituição, podemos classificá-los da seguinte forma: - Direitos de primeira
geração: são os direitos civis e políticos dos cidadãos. Exemplos desses direitos são
a certidão de nascimento, casamento, voto, entre outros. - Direitos de segunda
geração: são os direitos sociais do cidadão. Exemplos desses direitos são o
trabalho, a saúde, a educação, entre outros. Terceira geração de direitos: são os
direitos que todo cidadão possui em relação ao meio ambiente em equilíbrio
ecológico. Quarta geração de direitos: são os direitos do cidadão em relação aos
serviços tecnológicos - esta geração ainda é recente e está em fase de maior
definição. Podemos mencionar a Internet, mídia, telefonia, como exemplos.
Podemos afirmar que com esses direitos mencionados acima, surge uma nova
administração pública, pois vários órgãos são criados para atender aos direitos dos
cidadãos, bem como várias entidades públicas são criadas com o objetivo de
atender às demandas da sociedade. Além disso, é estabelecido um conjunto de leis
que se aplicam às atividades realizadas pelo Estado. O regime de gestão
predominante nesta fase é o burocrático e foi criado especialmente para as
atividades estatais. O Estado tem o monopólio da execução de todas as atividades,
ou seja, as necessidades dos cidadãos são atendidas pelos serviços prestados pelo
Estado.

Foi nos anos 70, principalmente após a crise do petróleo em 1973, que esse modelo
entrou em declínio. Essa crise global marcou o fim da era de prosperidade e deu
início a um longo período recessivo. A partir dos anos 80, surge um novo conceito
que direciona as atividades do Estado, denominado "a coisa pública", para o setor
privado. O objetivo principal dessa mudança era aumentar a eficiência
governamental, uma vez que a percepção era de que o setor privado possuía o
modelo de gestão ideal e que as atividades não deveriam depender totalmente do
Estado. Por outro lado, o setor privado começou a demonstrar interesse em assumir
algumas atividades prestadas pelo Estado, percebendo os benefícios que poderiam
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obter com a prestação desses serviços. Esse foi o marco inicial para o processo de
privatizações, que na Inglaterra levou cerca de 10 anos para ser concluído. Depois
de passarmos por algumas privatizações, hoje estamos vivenciando a era do Estado
Pós-Social, em que há a supervisão do governo sobre certas atividades exercidas
pelo setor privado. Ele interage e estabelece normas para que essas atividades
sejam realizadas dentro de limitações e condições impostas pelo governo. Isso é
conhecido como "regulação", em que o Estado exerce seu poder de fiscalização,
aplicando multas e penalidades para promover a boa relação entre
cidadãos/consumidores e prestadores de serviços.

Em termos mais amplos, podemos dizer que isso é uma "concessão", ou seja, aquilo
que era de responsabilidade do governo passa a ser executado pelo setor privado,
mas a titularidade pertence ao Estado.

Seja o serviço público exercido pelo governo ou pela iniciativa privada, o único
objetivo é a satisfação coletiva. Todos os serviços devem ser prestados levando em
consideração o bem-estar da comunidade, do usuário final, que é o cidadão.
Por fim, apresentamos abaixo alguns conceitos de serviço público, de acordo com
diversos autores.
1. "Serviço público é toda a atividade de oferecimento de utilidade ou comodidade
material fruível diretamente pelos administrados, prestados pelo Estado ou por quem
lhe faça as vezes, sob um regime de Direito Público - portanto, consagrador de
prerrogativas de supremacia e de restrições especiais - instituído pelo Estado em
favor de interesses que houver definido como próprios no sistema normativo. (...) a
noção de serviço público há de se compor necessariamente de dois elementos: um
deles, que é seu substrato material, consiste na prestação de utilidade ou
comodidade fruível diretamente pelos administrados; o outro, traço formal
indispensável, que lhe dá justamente caráter de noção, consistente em um
específico regime de Direito Público, isto é, numa "unidade normativa" (BANDEIRA
DE MELLO, C. A. Curso de direito administrativo. 12. ed. São Paulo: Malheiros,
1999).
2. "Serviço Público é todo aquele prestado pela Administração ou por seus
delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer necessidades essenciais
ou secundárias da coletividade ou simples conveniências do Estado. Fora dessa
generalidade não se pode indicar as atividades que constituem serviço público,
porque variam de acordo com a exigência de cada povo e de cada época. Nem se
pode dizer que são as atividades coletivas vitais que caracterizam os serviços
públicos, porque ao lado destas existem outras, sabidamente dispensáveis pela
comunidade, que são realizadas pelo Estado como serviço público". (MEIRELLES,
H. L. Direito administrativo brasileiro. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 1999).
3. "Serviço público é toda atividade material que a lei atribui ao Estado para que
exerça diretamente ou por meio de seus delegados, com o objetivo de satisfazer
concretamente as atividades coletivas, sob regime jurídico total ou parcialmente
público". (DI PIETRO, M. S. Z. Direito administrativo. 11. ed. Atlas. São Paulo,
1999).

PARCERIA PUBLICO PRIVADA


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De acordo com estudos, as Parcerias Público-Privadas (PPPs) surgiram na
Inglaterra durante os anos 90, com o propósito de realizar obras e gerir serviços
públicos em colaboração com o setor privado. No contexto brasileiro, as PPPs são
amplamente entendidas como vínculos comerciais contínuos estabelecidos entre o
setor público e particulares para viabilizar o desenvolvimento de atividades de
interesse público, sob a responsabilidade destes últimos (SUNDFELD, 2005, p. 20).
A Lei n. 11.079, de 30 de dezembro de 2004, estabeleceu as normas gerais para o
processo de licitação e contratação de PPPs no âmbito da administração pública,
possibilitando um tipo específico de relacionamento em que o parceiro privado se
compromete a disponibilizar à Administração, ou diretamente à sociedade, a
operação de determinado serviço ou a execução e manutenção de obras, recebendo
remuneração vinculada ao seu desempenho em um período determinado.

conveniência da contratação de PP envolve análises rigorosas das necessidades,


comparações e justificativas pela opção que levam em conta a aferição e
prospecção de demanda, projetos, indicadores, programa de investimento; estudos
de viabilidade econômico-financeira, modelagem econômica, negocial, jurídica e de
risco. Para a contratação de PPP o principal horizonte é a eficiência para o serviço
público e, portanto, sua demonstração deve se dar de forma qualitativa.

Tem por características: (i) o Comitê Gestor da Parceria Público Privada (CGP),
instituído pelo Decreto n. 5.385/2005 e que deve selecionar os projetos de PPP
prioritários, estabelecer procedimentos com vistas à celebração dos contratos,
autorizar a abertura de licitação e aprovar seu edital; (ii) o Fundo Garantidor das
PPP (FGP), que garante ao parceiro privado das obrigações assumidas pelo setor
público, constituído por valores, bens e direitos integralizados pelos cotistas e cuja
execução judicial de débitos não está sujeita às limitações impostas à Administração
Pública; (iii) tem processo de concorrencial, que pode adequar-se à lei n.
8.666/93 ou à lei n. 10.520/2002; (iv) o edital para a licitação deve ser submetido à
consulta pública por 30 dias, para que qualquer cidadão apresente sugestões; (v) o
julgamento de propostas deve basear-se em critérios técnicos e econômicos de
forma a garantir objetividade ao processo de seleção de proposta; (vi) o contrato
deve especificar metas de desempenho definidas pela Administração e os
pagamentos podem estar vinculados ao cumprimento de padrões determinados; (vii)
o valor máximo da proposta econômica deve garantir o equilíbrio econômico-
financeiro, portanto, não pode ser superior à média de custo da pesquisa realizada
em serviços prestados diretamente pela Administração e o do setor privado, de
forma compatível com o custo da gestão; (viii) o consórcio criado pelo setor privado
– sociedade de propósito específico – , implanta e administra o projeto de PPP e
melhora a distribuição de riscos, na medida em que agrega empresas de diferentes
expertises e facilita a fiscalização pelo ente público.

PARCERIA PUBLICO DE INVESTIMENTOS

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O Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) foi criado, no âmbito da
Presidência da República, pela Lei nº 13.334, de 2016 com a finalidade de ampliar e
fortalecer a interação entre o Estado e a iniciativa privada por meio da celebração de
contratos de parceria e de outras medidas de desestatização. Com a lei que instituiu
o PPI, duas estruturas foram criadas na Administração Federal: o Conselho do PPI e
a Secretaria do PPI. O Conselho é o órgão colegiado que avalia e recomenda ao
Presidente da República os projetos que integrarão o PPI, decidindo, ainda, sobre
temas relacionados à execução dos contratos de parcerias e desestatizações. A
Secretaria atua em apoio aos Ministérios e às Agências Reguladoras para a
execução das atividades do Programa.

O Conselho do PPI se reunirá sempre que convocado, para deliberar sobre assuntos
da pauta organizada pela Secretaria do PPI. Suas principais atribuições são:
• Opinar, previamente à deliberação do Presidente da República, quanto às
propostas dos Ministérios para a inclusão de empreendimentos no PPI e quanto às
políticas federais de longo prazo para investimento por meio de parcerias;
• Coordenar, monitorar, avaliar e supervisionar as ações do PPI e apoiar as ações
setoriais necessárias à sua execução.
• Exercer as funções atribuídas ao:
– Órgão gestor de parcerias público-privadas federais (Lei nº 11.079/04).
– Conselho Nacional de Integração de Políticas de Transporte (Lei nº 10.233/01).
– Conselho Nacional de Desestatização (Lei nº 9.491/97).

REFERÊNCIAS

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MEIRELLES, H. L. Direito administrativo brasileiro. 25. ed. São Paulo:
Malheiros, 1999

DI PIETRO, M. S. Z. Direito administrativo. 11. ed. Atlas. São Paulo, 1999

BANDEIRA DE MELLO, C. A. Curso de direito administrativo. 12. ed. São


Paulo: Malheiros, 1999

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