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Universidade Católica de Moçambique

Faculdade de economia e gestão- Beira

Direito administrativo

Tema: Princípio da prossecução pública


Principio do respeito pelas posições jurídicas subjetivas do particular
Principio da proporcionalidade
2º ano, Direito

Discente:
Augusto Chassora Fernando Maringa
Graciela Daconja Mahumane Tivane
Serafina Chissica Luís Bede Como

Docente:
Justino

Beira, 06 de Junho de 2022


Índice

Introdução ......................................................................................................................... 1

Principio da prossecução do interesse público ............................................................. 2

Princípio do Respeito pelas Posições Jurídicas Subjetivas dos Particulares ................ 3

Principio da proporcionalidade ................................................................................. 6

Adequação ......................................................................................................... 6

Necessidade ....................................................................................................... 7

Sentido estrito .................................................................................................... 7

Conclusão………………………………………………………………………. 8

Bibliografia………………………………………………………………………. 9
Introdução
Neste presente trabalho abordaremos a cerca de alguns princípios da administração
pública. Concretamente falaremos dos princípios de prossecução do interesse púbico,
principio da proporcionalidade, e o principio do respeito pelas posições jurídicas
subjetivas dos particulares. Onde trouxemos aspetos relevantes sobre cada principio
voltado para a área administrativa, o que os princípios norteiam a cerca da
administração publica.
Trazendo também pensamentos de alguns autores, mestres e professores, que debruçam
acerca estes princípios, sendo assim temos diferentes pontos de vista, sobre os mesmos,
ao rol do trabalho, tem cada pensamento, sobre a matéria dos autores.

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Principio da prossecução do interesse público
O principio da prossecução do interesse publico é como que o norte da administração
publica, ou seja, ele é o principio mais importantes, na medida em que, mais do que um
principio é uma legalidade, ou seja, a administração existe com esse objetivo, a
prossecução do interesse publico.

Este principio constitui-se como tao essencial e intrínseco à administração publica que
nem cabe a esta decidir quais interesses públicos prosseguir, na medida em que estes se
encontrem expressos na lei. Bem, aqui estão implícitos limites da margem de decisão
da administração publica, mais concretamente a administração publica não pode
prosseguir interesse privados, porém tal não significa que a prossecução de um interesse
que é publico, não tenha vantagens em especial para um particular, falando-se nesse
caso em interesses privados, no entanto a finalidade do interesse é que poderá
manifestar-se privada sob pena de invalidade. Em caso da administração publica
prossiga interesses alheios ao interesse publico, essa atuação traduzir-se-á em ilegal na
medida em que, ira contra o principio da legalidade e a administração publica só poderá
exercer atos que estejam expressos na lei, caso contrario o ato é invalido.

Com isso não quer dizer que o interesse publico seja um concreto indeterminável, uma
vez que não o é, pois embora o principio esteja definido por lei, a forma como ele se
prossegue cabe à própria administração, dai embora limitada, a administração tenha um
a margem de decisão. Nestes termos o tribunal pode declarar um ato nulo da
administração publica que não prossiga um interesse publico, porém já não poderá
anular um ato se a administração publica o não prosseguiu da melhor forma uma vez
que, aqui estará implícito o principio da boa administração que se encontra na esfera de
mérito da administração publica.

Na prossecução do interesse publico, a administração detém flexibilidade para decidir


em cada caso concreto, a melhor solução possível, do ponto de vista técnico e
financeiro, o que introduz um conceito importante: o dever de boa administração.
Apesar de se tratar de dever da administração não utilizar meios mais eficientes do
ponto de vista técnico, financeiro e administrativo. No entanto, e apesar de existir
garantias para os particulares que podem ter como fundamento os vícios de mérito do
ato administrativo, bem como existem sanções par os funcionários., órgãos e agentes da
administração que não cumprem com os deveres de zelo e aplicação ou pratiquem

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ilícitos culposos, não há maneira dos tribunais controlem o mérito da ação
administrativa.

Princípio do Respeito pelas Posições Jurídicas Subjetivas dos Particulares


Os princípios administrativos vinculam toda a atuação de gestão da administração
Pública, seja ela pública ou privada. Impõem, assim, exigências de atuação e têm como
função garantir que a liberdade de exercício da administração, que é natural e
necessária, não se transforme em violação do direito. Atualmente, estes têm vindo a
adquirir um conteúdo cada vez mais sólido e exigente, tendo força invalidante per si.

Sendo a essência do Direito Administrativo a necessidade permanente de conciliar as


exigências do interesse público com as garantias dos particulares, é evidente que o
interesse público não tem valor ilimitado. Assim dispõe implícita e indiretamente o
princípio da legalidade, que nasceu precisamente como limite à ação da administração
Pública. Porém, o seu alcance, tal como o posterior princípio do respeito pelas posições
jurídicas subjetivas dos particulares que de si deriva, vem reiterar, não é o de impedir
todo e qualquer exercício administrativo, mas tão somente exigir a consideração de que
não são toleráveis afetações que não sejam legalmente habilitadas, reserva de lei ou que
contrariem o bloco de legalidade preferência de lei, estando as vinculações legais e os
limites imanentes da margem de livre decisão abrangidos.

Pensamos que a razão de ser do princípio em epígrafe provém da fraca capacidade que o
princípio da legalidade revelou para garantir com totalidade a sua função-génese.

Desta forma, desde o séc. XX, outros mecanismos jurídicos foram paulatinamente
configurados, com o fim de conceder proteção autónoma aos direitos subjetivos e aos
interesses legalmente protegidos, para além dos casos em que a violação da legalidade
ofende simultaneamente esses direitos e interesses.

Na esteira dos Professores Marcelo Rebelo de Sousa e André Salgado Matos, o


princípio do respeito pelas posições jurídicas subjetivas dos particulares confere apenas
a dimensão subjetiva, claramente influenciada pelo papel crescente dos direitos
fundamentais no estado de direito democrático, do princípio da legalidade. Não tendo,
desta forma, autonomia própria.

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Observamos, assim, que não é, de certa forma, possível o entendimento de um princípio
da administração pública sem o confronto com outros. Demonstra-se necessário o
cruzamento entre o anterior e, nomeadamente, os princípios da imparcialidade e
proporcionalidade, uma vez que a dimensão positiva do primeiro requer que as posições
jurídicas subjetivas dos particulares sejam objeto de reflexão face aos interesses
públicos em questão; e o último exige que, como resultado de tal, se adotem os meios
de prossecução do interesse público que não lesem de forma inadequada, desnecessária
e irrazoável o particular.

Desta feita é preciso clarificar alguns conceitos:

O conceito de direito subjetivo, como dizem e bem os professores Marcelo Rebelo de


Sousa e André Salgado de Matos, é dos mais controversos do direito civil. Sem prejuízo
de uma passagem mais atenta pela história e desenvolvimento do mesmo sobretudo pela
doutrina voluntarista autonomista de Savigny e utilitarista, heteronomia e normativista
de Jhering -, a conceção adotada hoje é a de que se trata de um interesse direta e
imediatamente protegido mediante a concessão de um feixe de poderes ou faculdades,
que incluem a possibilidade de obter a tutela jurisdicional plena.

No conceito de interesse legalmente protegido, consideram-se certos interesses


merecedores de tutela, não com a intensidade de um direito subjetivo, criando, assim,
situações jurídicas cativas menos consistentes do que as que se verificam aquando do
anterior.

Para o professor M. Gomes da Silva, este conceito engloba duas realidades:

O interesse indiretamente protegido, que será aquele que merece proteção imediata da
ordem jurídica, porém em posição subalterna em relação a outro interesse (público ou
privado) e, esse sim, pode justificar a atribuição de um direito subjetivo.

Assim, tal como acontece no direito subjetivo, existe um interesse imediatamente


protegido, sob a atribuição de poderes e faculdades, entre os quais a possibilidade de
reagir contra condutas contrarias ao interesse e a responsabilização civil de quem o tiver
violado. Contudo, não há proteção direta desse interesse e também não existe a
possibilidade da sua realização jurisdicional plena.

O Professor Diogo Freitas do Amaral pensa ser necessário ir para além desta mera
distinção e segue Viera de Andrade, que nos mostra a existência de posições jurídicas

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subjetivas que se devem qualificar como direitos, e não como interesses legalmente ou
indiretamente protegidos, apesar de não terem uma tutela plena em face da
administração ou de não serem imediatamente acionáveis pelo seu conteúdo depender
de densificação ou concretização administrativa.

Os direitos condicionados, que o Viera de Andrade insere os enfraquecidos são os que,


por força da lei ou de ato administrativo com base na lei, podem ser sacrificados através
do exercício legítimo de poderes de autoridade administrativa. Os direitos comprimidos
são os limitados por lei em termos de necessitarem de uma intervenção administrativa
que permita o seu exercício.

Os direitos são interesses individualizados protegidos diretamente por uma norma cujo
conteúdo, para se tornar preciso, carece de concretização ou densificação
administrativa. Tal como sucede na figura dos interesses legalmente protegidos,
divisam-se hoje, e cada vez mais, exemplos de direitos subjetivos cujos titulares não
beneficiam de uma tutela plena em face da administração, e direitos subjetivos cujo
conteúdo não está, à priori e com precisão, determinado. Há variedade existente entre as
figuras é hoje uma variedade de grau, por oposição à categorial, a definir em cada
hipótese por interpretação nas normas aplicáveis em apelo ao caso concreto, como já
referenciado.

A utilidade da destrinça é posta em causa pelo Professor Regente Vasco Pereira da


Silva, adotando, uma posição que vai no sentido da do Professor Diogo Freitas do
Amaral, que diz que: apesar de não haver uma equiparação absoluta, não há diferenças
significativas, uma vez que os regimes são idênticos.

Na opinião dos Professores Marcelo Rebelo de Sousa e André Salgado Matos esta, onde
subjazem também os interesses indireta e reflexamente protegidos, não pode ser levada
demasiadamente longe; isto porque a diferença entre os anteriores é de carácter
quantitativo e não qualitativo.

Bem no direito subjetivo existe um direito à satisfação de um interesse próprio, tendo o


particular o direito a uma decisão final favorável ao seu interesse, já por outro lado no
interesse legítimo, existe um direito à legalidade das decisões que visam sobre um
interesse próprio, e este apenas pode pretender que uma eventual decisão desfavorável
ao seu interesse não seja tomada ilegalmente.

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Se a administração ocupar, sem qualquer titulo, um prédio de um particular, este pode
obter a tutela jurisdicional plena da sua posição jurídica, designadamente através da
devolução do bem que lhe foi esbulhado. Estaremos, aqui, perante um direito subjetivo;

Todavia, a mera instauração de um processo administrativo expropriatório sobre o


imóvel tem a consequência de o proprietário passar a poder exigir jurisdicionalmente
apenas que a privação do direito que lhe venha a ser imposta ocorra com a observância
dos limites legais aplicáveis, onde entram o princípio da discricionariedade e igualdade.
estando, aqui, um interesse legalmente protegido.

Sendo assim, retira-se que uma situação jurídica aparentemente idêntica do ponto de
vista qualitativo pode ser tratada como direito subjetivo ou interesse legalmente
protegido. Não podendo perder-se a ideia de que a tutela jurídica de posições subjetivas
dos particulares pode ter intensidades diferentes.

Esta realidade explica que alguma doutrina, entre a qual Vieira de Andrade, construa
um conceito amplo de direito subjetivo, que abrange os interesses legalmente
protegidos. O professor Diogo Freitas do Amaral declara tratar-se de uma situação
válida. No entanto, diz que a matéria carece de aprofundamento dogmática.

Principio da proporcionalidade
É um principio que muitas vezes é tratado como o principio da razoabilidade, que tem
como finalidade precípua equilibrar os direitos individuais com anseios da sociedade.

Segundo o mestre Dirley da Cunha Júnior, na esfera administrativa este principio é


importante constitucionalmente que limita a atuação e a discricionariedade dos poderes
públicos, e em especial veda a administração publica aja com excesso ou valendo-se de
atos inúteis, desvantajoso, desarrazoados e desproporcionais, acrescendo com o
pensamento da professora Fernanda Marinela o principio da proporcionalidade embora
não esteja expresso na constituição, existem alguns dispositivo legais que podem ser
usados como paradigma para o seu reconhecimento.

Este principio ele subdivide-se em três princípios, que são:

• Adequação- nesta subdivisão traz uma regra de compatibilidade entre o fim


pretendido pela administração publica e os meios utilizados por elas, para

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atingir os seus objetivos. Este principio fere aquilo que é o bom senso da
administração pública, ou seja, a administração publica utilizar meios ou
tomar decisões não certas ao ponto de não alcançar os fins para que foram
destinados.
• Necessidade- versa sobre a escolha de mediada restritiva de direitos
indispensáveis à preservação do próprio direito por ela restringido ou outro
em igual ou superior patamar de importância.
• Sentido estrito- trás um real sistema de valoração, na medida em que, ao se
garantir um direito, muitas vezes é preciso restringir-se outro, ou seja, impõe-
se que a medida adotada traga mais vantagens do que desvantagens.

O principio da proporcionalidade serve para nortear a administração publica na


medida em que esta só poderá ter sua competência validamente exercida se tiver
extensão e intensidade proporcionais para o cumprimento da finalidade do
interesse publico a que estiverem estrelados.

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Conclusão
Em gesto de conclusão o grupo conclui que estes princípios são relevantes no âmbito da
administração, principio da prossecução do interesse publico, é o principio pilar da
administração publica, visto que ela versa o principal objetivo da administração, que é a
satisfação dos interesses públicos, desde os permanentes, básicos e futuros.

O princípio das situações jurídicas dos particulares não é autonomizável quanto ao


princípio sumo da legalidade. Porém, tal dependência não lhe retira valor nem diminui o
seu alcance. Será razoável acusá-lo de tautologia, todavia esta é com provavelmente
necessária. O seu objetivo é colmatar a falta de exequibilidade prática do anterior no
confronto da administração pública com os particulares e salvaguardar os direitos
subjetivos e interesses legalmente protegidos dos mesmos. O princípio tratado por esta
exposição afigura-se num avanço reforçado do princípio da legalidade em matéria de
consolidação da proteção devida aos particulares.

O principio da proporcionalidade ela vem sendo largamente utilizada como importante


meio de amparar à proteção dos direitos do cidadão em face de eventual arbítrio do
poder do estado.

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Bibliografia
AMARAL, Diogo Freitas do, curso de direito administrativo, volume 2, 2ª edição,
2012.

SOUSA, Marcelo Rebelo/ MATOS, André Salgado, direito administrativo geral, 2ª


edição.

CORREIA, Sérvulo, noções de direito administrativo.

CUNHA JUNIOR, Dirley da, curso de direito administrativo, 7ª edição, 2009 p. 50.

MARIELA, Fernanda, direito administrativo, 4ª edição, 2010, p. 51.

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