A SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O PRIVADO PARA
CESAR ANTONIO BANDEIRA DE MELO
Para Cesar Antônio Bandeira de Melo, o teor da discussão sobre a
supremacia do interesse público sobre o privado é de suma importância, em seu conceito, salientando que qualquer ato administrativo em que não for olvidado sobre este princípio, na qual em sua concepção é basilar para o ato administrativo, não deverá ser legitimo, pois o interesse público transcende o individual, sendo o interesse do todo, do próprio corpo social, qualquer proveito ao contrario não estaria zelando ao conjunto das individualidades.
O entendimento da prevalência dos interesses da coletividade sobre os
interesses dos particulares é pressuposto lógico de qualquer ordem social estável e justifica a existência de diversas prerrogativas em favor da Administração Pública, mesmo entorno de atos possam confrontar direitos individuais, como no caso da desapropriação, haja que o instituto poderá ir a desfavor de uma individualidade, porém o escopo estaria beneficiando a coletividade no que tange ao serviço público.
Este entendimento deverá transigir para a coletividade, remetendo-se a
sociedades futuras, sendo que se constitui na realização de interesse das partes que o remetem aos grupos do presente e que integrarão no futuro, assim formara o interesse público, donde, o interesse público deverá ser conceituado como interesses resultantes do conjunto de interesses individuais, pelo simples fatos de fazerem parte da sociedade.
Para Cesar Antônio de Melo, existe um mito que os interesses
considerados público, são insuscetíveis do que é considerado privado, pois na nuance ele será beneficiado com os serviços ocasionados pelo ato administrativo, em seu entendimento, destaca-se que um benefício que atinja a coletividade, não apenas beneficiará uma pessoa, como é o caso do salário mínimo, alguma majoração de imposto, na qual nunca será divisível, na qual se acarretara para toda uma coletividade. Quando conseguimos atingir a complexidade de exaurir o que é interesse público, deverá se diferenciar do ato administrativo não obedeceu aos critérios de legalidade, ante o desvio de função estatal, pois a lei deverá atingir critérios objetivos, e através da discricionariedade dos servidores, atuar nos horizontes do que seria mais benéfico ao interesse da coletividade.
Cesar Antônio Bandeira de Melo distingue o que seria interesse do
estado e o que seria interesse público, em sua visão uma vez reconhecida à dimensão pública dos interesses individuais, enquanto partícipe da sociedade, não haverá diferenças entre si, pois o estado pode ter seus interesses particulares, porém nunca poderão se confrontar com o interesse público, pela sanção de desvio de finalidade.
Assim se distingue as finalidades do Estado em duas categorias,
interesse primário e o interesse secundário, o segundo mencionado, só poderá ser aludido quando coincidentes com os interesses primários, que seria o interesse público, propriamente mencionado, é dado o exemplo da majoração de tributos desmensurada, na qual empobreceria a população e em consequência afloraria o erário, assim reajustando minimamente os salários de seus servidores, ocasionando o desiquilíbrio do ato em si, mesmo o Estado tendo o interesse secundário, deverá o mesmo ter plena assiduidade com o interesse primário.
Elencando os termos acima, fica claro para o doutrinador, que existe o
princípio do interesse público privado, na qual os alhures da administração pública deverão observar a verticalidade de seus atos, sempre atingir o bem estar social, com a autoridade do poder público que é indispensável condição para gerir o interesse público. A SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O PRIVADO PARA MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO
Para Maria Silvia Di Pietro, é um dos princípios basilares do
ordenamento jurídico, pois está presente desde a elaboração da lei, como no memento de sua execução dos atos da administração pública, inspirando o legislador vinculando sua autoridade e atuação nestes preceitos. Em sua concepção, tanto as normas de direitos privados, quanto às do direito público, visam um equilibro entre si, mesmo pleiteando causas individuais, ou meramente públicas, pois mesmo em critérios que aparentam ser diferentes, vemos estas regras com o mesmo norte, que seria o interesse coletivo. Salientando a evolução histórica do Direito Público, que se desenvolvimento sobre o direito privado e o individualismo, em suas ciências, que também inclui o Direito, que substituiu a ideia do homem como fim único do direito, pelo princípio da supremacia do interesse público sobre o privado que para sua concepção serve como fundamento para todo o direito público e que vincula a Administração em todas as suas decisões. O Direito para esta doutrinadora deixou de ser um instrumento de garantia de direitos individuais, para transcender estes limites, efetuando em si, o que teria como limite a justiça social, o bem comum e do bem estar-coletivo, concretizando o interesse público. Houve a ampliação das atividades estatais para atender às necessidades coletivas, ampliando por consequência o conceito de serviço público, Maria Silvia Di Pietro destaca que a própria atuação do poder de polícia deixou de aplicar conceitos negativos, para um aprimoramento que abranja conceitos positivos, como também o aprimoramento dos direitos difusos, aonde o poder público poderá usar o poder de desapropriação, que o Estado interfere na ordem econômica do direito da propriedade, interferindo para a distribuição da terra para o equilíbrio social. O ato administrativo que por sua essência não elencar os princípios corroborados acima, e em sua origem não atender o interesse público, que caso desviar a sua finalidade para fins pessoais do administrador, consequentemente estaria ocasionando o ato vicioso, subsequentemente a sua ilicitude. Em seu entendimento, este princípio da supremacia do interesse público sobre o privado, está sancionado na lei Lei nº 9. 784/99, e especificado no parágrafo único, com a exigência de "atendimento afins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes e competências, salvo autorização em lei" (inciso II) , sendo notório que este princípio é irrenunciável.
A SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O PRIVADO PARA
GUSTAVO BINENBOJM
Para Gustavo Binebojm a supremacia do interesse público sobre o
privado, é um conceito ultrapassado e esta em xeque para os padrões atuais da sociedade, diante das decorrentes da nova concepção do Estado Democrático de Direito, ante a constitucionalização das normas administrativas, mediante a adoção de sistemas de direitos fundamentais e do sistema democrático, tais princípios conferem a causa maior por estar a uma legalidade acima tal conceito, vinculando juridicamente o conceito de interesse público, estabelecendo bases principológicas para a discricionariedade, admitindo a independência dos agentes administrativos no esquema de separação de poderes e na lógica do sistema democrático atual, ruindo com a dogmática do direito administrativo que o considera ultrapassado.
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