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O principio da proporcionalidade assenta numa limitação material interna atuação jurídico-política de

carácter discricionário porque o poder publico tem sempre alguma margem de liberdade para apreciar
determinado caso, para decidir que politica vai escolher e desta forma e o principio da
proporcionalidade que vai permitir o poder politico não cometa excessos que podem ser prejudiciais
para os direitos das pessoas. Neste âmbito este poder politico ou tem liberdade para escolher as
políticas que entende ser as mais adequadas para atingir o fim pretendido que é o equilíbrio das contas
publicas, no entanto principio da proporcionalidade diz-nos que não basta que as medidas previstas no
orçamento sejam as adequadas para atingir o fim.

Por exemplo redução dos abonos de familia ou a redução das pensões de reforma faz diminuir a despesa
publica, sendo estas medidas adequadas para esta função mas de forma que o principio da
proporcionalidade represente uma verdadeira limitação material interna a atuação jurídico-pública, ou
seja o poder politico tem de ponderar as varias alternativas possíveis para atingir o fim pretendido e por
fim a medida do orçamento de estado tem de ser necessárias, tem de ponderar os custos e os benefícios
de cada alternativa adequada para atingir o fim e escolher aquela medida que seja menos lesiva dos
direitos dos destinatários daquela medida.

Principio da juricidade- Significa que o sistema jurídico, tem de ser organizado e não caotico dotado de
unidade intrínseca e um sistema jurídico que assenta na constituição como lei fundamental superior e
que confere ao ordenamento jurídico a referida unidade intrínseca de valores de princípios de onde
derivam outras leis, leis sem valor forçado, decretos leis, decretos legislativos regionais, regulamentos. E
que esse ordenamento jurídico é dotado de mecanismos jurisdicionais de verificação da
desconformidade das normas infra-constitucionais com a constituição, o nosso sistema jurídico consagra
regras de fiscalização da constitucionalidade de normas infra- constitucionais por parte dos tribunais
inclusive do tribunal constitucional, por um lado este principio obriga a que se respeite a hierarquia
normativa, ou seja, por exemplo não pode uma lei infra-constitucional revogar uma lei constitucional,
significa que os tribunais tem obrigação de aplicar a constituição e verificar se as normas que se aplicam
a um caso concreto-

principio da constitucionalidade: as normas infra-constitucionais tem de respeitar a constiuição, a partir


do momento que se viola um principio do estado de direto esta se a violar o principio da
constitucionalidade- facto do estado subordinar-se a constituição e quando não se respeita a violação do
principio da constitucionalidade. A constitucionalidade anda muito a par da juricidade uma vez que é o
topo da pirâmide normativa.

Com o desenvolvimento dos Estados de direito democráticos e sociais as teorias de separação de poder
de John Locke e Montesquieu que determinava a concentração do poder legislativo, no parlamento, ou
de poder executivo, no governo, ou no chefe da nação, que era o rei, foram se tornando obsoletas.

o governo passa a ter, de acordo com a concessão atual de separação de poderes, poder legislativo. Os
estados que optam pela autonomia regional atribui poder legislativo aos parlamentos regionais. Com a
consagração da autonomia autárquica, nas constituições, os municípios podem aprovar atos normativos
( regulamentos ), o poder executivo não cabe apenas ao governo, órgão de soberania, mas também, no
âmbito da autonomia regional e autárquica, é uma competência respetivamente do governo regional ou
da câmara municipal. Associada a esta concessão mais atual da separação de poderes temos o princípio
da interdependência de poderes significa que muitas competências que são atribuídas a um
determinado órgão pela constituição carecem da interdependência de poder de outro órgão.
Quando a AR decide legislar sobre trabalho, sobre as relações liberais, tem que, obrigatoriamente, ouvir
sob pena de ser inconstitucional, os representantes das entidades patronais e os sindicatos. Este
pluralismo de expressão também pode ditar esta evolução do princípio da separação de poderes, ou
seja, ideologicamente, o partido politico pode reformular o sistema do governo, pois na origem desta
está o principio da separação de poderes. Um partido que está a vigorar ( em maioria ) e a oposição
podem se entender e aprovar um novo sistema de governo, por exemplo: nada impede que a AR
composta por vários partidos, atribua novas competências ao PR e com isso altera o principio da
separação de poderes, ou seja, o chefe de estado passa a ser, também, chefe executivo.

Uma lei nova não pode, regra geral, apagar os efeitos, as situações ou os direitos constituídos antes da
sua entrada em vigor, porque eles foram constituídos quando estava em vigor uma outra lei (a lei antiga)

Há exceções não só porque resultam da CRP, como por exemplo : 1a exceção,se a lei antiga desde que os
factos sejam praticados ao abrigo da lei antiga ( exceção ao principio da proteção da confiança ).

2a exceção que se admite a retroatividade da lei nova, ou seja, a lei nova pode se aplicar a factos
passados, antes da entrada em vigor da nova lei, para proteger / salvaguardar direitos fundamentais ou
interesse publico que no caso concreto se considerem superiores

3a exceção - lei nova pode se aplicar a situações constituídas ao abrigo da lei antiga, suspendendo
direitos adquiridos ou frustrando legitimas expectativas, desde que de forma temporária e proporcional,
não violando o princípio da proporcionalidade. Desde que esteja em causa um direito fundamental ou
um interesse publico que se considere, no caso concreto, superior.

O princípio da igualdade é supraconstitucional; significa que deve se tratar igual o que é igual e diferente
aquilo que é diferente. A diferença de tratamento, que tem de ser proporcional tem, também, de se
fundamentar em critérios objetivos, como por exemplo: um senhor que possui mais rendimentos para
efeitos de impostos, deverá contribuir mais do que uma pessoa que oferece menos rendimentos. Outro
exemplo: um senhor que é dono de um solo apto para a agricultura, e outro senhor que não tem solo
dessas características, não podem ser tratados da mesma forma, para efeitos da utilidade pública que
incida naquele terreno, ou seja, designada por reserva agrícola nacional vai impedir que o proprietário
de um terreno com solo apto para agricultura construa nesse terreno uma indústria. (princípio da
igualdade perante cargos pùblicos).

A igualdade perante os encargos públicos é uma igualdade proporcional, na medida em que, se uma
pessoa ou um conjunto de pessoas, são chamadas a responder perante os encargos públicos e outras
pessoas em virtude da sua situação diferente não são chamadas a responder perante o encargo público,
para que não haja um tratamento diferenciado excessivo é necessário a essa desigualdade de
tratamento em virtude desse grupo de pessoas estarem em situações diferentes, ser aplicado o princípio
da igualdade proporcional: a aplicação do encargo público a esse conjunto de pessoas tem de ser
adequado para atingir o fim, significa que se tem de ponderar as várias alternativas, ver o conteúdo das
mesmas. Escolher a medida, que em termos de custos e benefícios para esse grupo de pessoas, seja a
menos lesiva dos seus direitos.

Princípio da proteção da confiança: Pode se admitir a retroatividade da lei, salvos casos em que a CRP
expressamente proíbe, desde que ao caso concreto se aplique o princípio da proporcionalidade e desta
forma a nova lei retroativa seja adequada, necessária e proporcional / racional em sentido estrito para
atingir ao fim pretendido, fim esse com interesse publico ou direito fundamental superior.
O princípio do Estado democrático está consagrado no arto 2 da CRP. E estas características da
democracia podemos reduzir a três conceitos: democracia representativa, democracia referendária e
democracia participativa. A democracia participativa é o primórdio da democracia (arto 147 e 10 da
CRP).

A democracia representativa está consagrada nos artso 45, 46, 49 e 51 da CRP. Este pluralismo de
expressão em que não existe um partido único é o contrário de um regime fascista, em que há uma
monocracia. Esta democracia foi se desenvolvendo com o Estado Liberal no séc. XX.

A democracia referendária em Portugal não é muito expressiva, mas está consagrada no artigo 115 da
CRP. É uma democracia ligada ao referendo, é auscultar a opinião de cada cidadão embora sobre uma
determinada questão. Sem a proposta do governo ou a autorização do Presidente da República não há
possibilidade para haver um referendo (não pode permitir um referendo independentista porque vai
contra o que diz a Constituição).O referendo pode ainda resultar da iniciativa dos cidadãos (iniciativa
popular do referendo). A lei orgânica do regime do referendo diz que se juntarmos 60 mil assinaturas
podemos apresentar um referendo à Assembleia da República. Podemos dizer que o referendo também
faz parte da democracia participativa.

É importante saber a diferença entre eleição e petição popular (pág. 199). A eleição é eleger os
representantes. A petição é dizer se concorda ou não com determinados.

Estado Social: O princípio da igualdade social serve para a correção e adequação do princípio da
igualdade desenvolvido em ambiente de Estado Social. Isto significa que o princípio da igualdade
significa que devemos tratar igual o que é igual e diferente o que é diferente sem discriminação em
virtude de critérios subjetivos (arto 13 no2). Este princípio obriga que se conceda vantagens a certos
grupos sociais de forma a corrigir as desigualdades de uma sociedade, desta forma é possível aceitar
situações de discriminação positiva ao nível da política dos impostos, ao nível do acesso ao trabalho ou à
educação apenas se justifica para corrigir um problema de desigualdade social que muitas vezes se
traduz em problemas graves de discriminação, p. ex: étnico social ou de género, p. ex. uma pessoa sendo
rica ou pobre tem a mesma dignidade social mas em matéria contributiva de impostos deve ser tratada
de forma diferente, vamos desfavorecer as pessoas mais pobres para corrigir as desigualdades sociais.

Os direitos de primeira geração é a liberdade, a igualdade, princípios que surgiram com o Estado Liberal.

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