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FISCALIZAÇÃO E SANÇÃO ADMINISTRATIVA

Poder de polícia: poder de polícia, ordenação e regulação. Transformação do direito


administrativo ordenador.

Poder de polícia: o conjunto de restrições e condicionamentos impostos a autonomia privada,


em prol de objetivos de interesse coletivo.

Primeira acepção: abrange legislar e atividade administrativa do estado

Segunda acepção: abrange somente a atividade administrativa do estado

Poder de polícia sofre uma critica ligada a sua origem histórica: o poder de polícia teria sido a
juridicização do Leviatã. Os estados tinham condicionado comportamentos ao seus suditos.

Segunda critiva ao poder de polícia seria que o termo traz uma ideia de ilimitação na atuação

Terceira critica: institucional, a ideia é que o poder de polícia não tenha um conteudo proprio,
mas vai se adaptando aos campos que o estado exerce o poder de restrição e
condicionamento da atividade privada.

Alguns professores preceituam que o termo poder de polícia deveria ser banido. A expressão
teria se tornado inadequada, um professor Carlos Ari Sufer, apresenta o termo dirieto
administrativo ordenador.

No Brasil vivemos a existencia o termo poder de polícia, tanto na CF quanto em legislação


específica

Definição legal de poder de polícia: art. 75 do CTN.

O CTN adota a concepção classica do instituto, que é de OTTO MAIER. Compreensão é que é
uma prerrogativa estatal de imposição de restrições e condicionmento ao exercicio de
interesses individuais, com o objetivo de realizar objetivos públicos.

A CF faz previsão expressa do poder de polícia no art. 145, II. É uma hipotese de incidência do
tributo taxa.

Diferenciação do poder de polícia:

Polícia administrativa x polícia judiciária

Polícia administrativa x serviços públicos

Polícia administrativa x fomento público

Polícia administrativa x exploração de atividades econômicas

Toda atividade de polícia administrativa se inicia e se conclui no ambito interno da


administração pública
A polícia judiciária a atividade inicia em ambito administrativo mas somente se conclui no
ambito judicial.

Poder de polícia é uma atividade administrativa de cunho negativo: limitam os direitos de


liberdade e propriedade privada Restringir, condicionar dirietos individuais das pessoas.

Os serviços públicos é uma atividade administrativa de cunho positivo: prestadores de


utilidades entregues diretamente a população ou postas a sua disposição. Entrega de
atividades essenciais a população

Policia administrativa é uma atividade de restrição de dirietos, ja o fomento público é uma


atividade de fomento de impulsionamento, como entrega de subvensoes para determinadas
entidades, etc. Polícia administrativa é uma atividade ordenadora das atividades privadas.

Fomento acrece com benefícios dirietos que são socialmente uteis.

A polícia administrativa se diferencia da exprolação direta de atividades econômicas.

Esse conjunto de transformações do poder de polícia, fez que se aproximasse o conceito de


regulação de atividades econômicas e sociais

O direito adm foi introduzindo conceitos das atividades econômicas, que foram adaptados no
fenomeno jurídico

Conceito de regulação.

O que é regular ?

Estruturar um sistema de incentivos para conformação de comportamentos.

Pessoas respondem a incentivos. Criação de um arranjo de inceitivos.

Que incentivos são esses ? prescrições, lastreadas por sanções administrativas, o


descumprimento importa a aplicação de uma punição. Os incentivos podem ser gerados por
induções, benefícios aquele que se adeque a previsão normativa em troca dessa posisão de
estimular ou incentivar condutas condideradas vituosas.

Essa regulação tem por finalidade de alcançar fins públicos.

Existe uma intima correlação entre democracia, regulação e direitos fundamentais.

Regulação: instrumetno pelo qual os direitos fundamentais são limitados, com vistas a alcancar
metas coletivas, mas também que outros dirietos fundamentais sejam observado.

Regulação econômica e social

Dupla instrumentalidade entre direito e econômia segundo Norberto Reich

a) a economia instrumentaliza o dirieto, exigindo regras e instituições que assegurem o


bom funcionamento da economia de mercado
b) o dirieto instrumentaliza a economia, estruturando incentivos para conformar
comportamentos em prol de objetivos socialmente uteis

acoplagem entre os dois subssistemas sociais

regulação e sua caixa de ferramentas:

a) Normas de comando e controle: estabelece uma prescição que se desobedecidaas


acarretam uma sanção.
b) Norma de indução: binomio livre escolha e benefício instituidos a particulares, são
facultativas, abrem uma possibilidade do particular se adequar, em troca oferecem um
benefício em detrimento dos demais particulares que não seguem a norma. O estado
contemporâneo está aplicando bastante as normas de indução. Vantagens para
empresas que adotaram práticas menos poluentes, vantagens em benefícios fiscais ou
vantagens em certames licitatórios. As normas indutivas acarretam mais eficiência e
mais engajamento do particular.

A regulação não é uma forma de atuação do estado que atue sozinha. Muitas vezes para
lidar com situações complexas, o estado se vale hoja em normas de indução, hora em
normas de comando e controle, hora em normas de fomento.

Atividade regulatória do estado: conjunto de atos ordenados pelo processo político, é a


democricia que faz. Etapa da regulação ou ciclo regulatório

Otto Mayer: etapas ciclo regulatório

a) Disciplina normativa: edição de normas que incentiva comportamentos socialmente


uteis e desejaveis pela ordem juridico administrativa. Disciplina constitucional, legal,
administrativa ou regulamentar, privada prática de autorregulação
b) Consentimento administrativo: licença, autorização, comunicação. O estado atesta,
decide com margem de conveniencia e oportunidade ou o estado é cientificado de que
o particular explorará deteminada atividade.
c) Fiscalização: é a verificação do cumprimento dos requisitos normativos, e dos
requisitos que o próprio estado formalizou quando concedeu licença ao particular
d) Sanção: se constitui em uma espécie de punição contra o particular que descumpre
determinda norma; mas pode ser uma sanção premial, que a norma estabelece um
incentivo para o particular que atua de determinada forma.

Disciplina normativa: pode ser constitucional, legal, regulamental ou administrativa e privada.


Quando essa disciplina é instituida pela lei é importante diferenciar a reserva legal e
preferencia legal. A lei tem preferência aos outros atos administrativos. A Lei prevalecerá
sobre os demais atos normativos editados pela administração, pois a lei possui preferência,
proeminencia sobre os demais atos administrativos

Reserva legal: designa o espaço normativo que de acordo com a constituição só pode ser
ocupado por normas editadas pelo legilador. Reserva legal absoluta: só a lei pode tratar dessa
matéria. Reserva legal relativa, que determina que a lei predominanetemente deve
discimplinar aquela matéria, não escluindo uma complementação administrativa
Reserva de administração ou reserva regulatória: a normeação de um ministro de estado é
ato que não pode constar em uma lei aprovada pelo legislador, pois é matéria de competência
do executivo. Esses atos somente podem ser praticados pelo chefe do poder executivo.

Determinadas matérias estão sujetas a reserva de administração ou reserva regulatória:


matérias que se considera a tecnicidade. Ex: a concessão do registro sanitário para
medicamentos serem produzidos e comercializados no Brasil não pode ser objeto de um ato
nomativo legislativo e sim tão somente de um ato administrativo exarado pela Anvisa. Existiam
Leis que concediam registro sanitário para determinadas empresas, sem se percorrer o
processo administrativo adequado para verificar que os medicamentos possuiam eficácia.

Hoje em dia a regulação economia e social também está sobre o influxo de uma intensa
produção normativa não estatal: as entidades privadas, as empresas podem se consorciar para
produzir normas que autorregulem a economia: normas sem o lastro da cogencia estatal, pois
não foram editadas pelo estado. Agentes privados se autoimpoe condicionamentos, que visam
atender o mercado ou outros fatores.

Co-regulação: produção normativa conjugada entre a autoridade estatar e os agentes


econômicos privados: divisão de tarefas em que o estado estabelece metas e os particulares
preenchem. Ou atividade assimétrica em que o estado estabelece normas de regulação

Autorregulação regulada: combinação de esforços entre estado e particulares com o objetivo


de alcançar a máxima eficiência da regulação social. Internet: o estado é chamado a atuar
editando leis, no caso o marco regulatório, assegurando a integridade dos sistemas. Se
entende que o estado não é capaz sozinho de dar conta de todo esse fenômeno, por isso é
preciso a autorregulação das proprias empresas provedoras.

Ordens administrativas: a propria norma proibe condutas dos particulares, mas há outra
previsão que exige que a administração de uma ordem a um ou vários administrados. As vezes
a administração precisa notificar o particular para que faça ou deixe de fazer alguma coisa.
Ordens individuais e as ordens plurimas, que envolvem um ou envolvem diversos
administrados na mesma situação

Segunda etapa da cadeia ou do ciclo regulatório: consentimento administrativo e comunicação


de atividade que será desenvolvida por um particular. Segunda etapa de concretização do
processo regulatório. O que existe é a estruturação de um sistema de incentivos que visam
conformar comportamentos, por meio de normas cogentes e não cogentes. No segundo
degrau surge a administração praticando atos de consentimento ou sendo notificada que o
particular deseja praticar determinado ato ou atividade.

a) Licenças: ato publico de liberação de carater plenamente vinculado a Lei. Quando o


particular preenche todos os requisitos para uma determinada atividade o particular
terá direito subjetivo de obter a licença, e a administração deverá conceder. Depende
apenas do preenhcimento dos requisitos legais. A administração não possui nenhuma
margem de discricionariedade.
b) Autorização: por previsão legal comportam também uma margem decisória, um
campo de conveniencia e oportunidade que caberá discricionaridade para a
administração decidir
c) Comunicação de atividade: o particular não precisa do consentimento da
administração para explorar ou realizar determinada atividade, mas sim a disciplina
normativa exige somente uma notificação do poder público sobre a decisão em faze-lo

Ha situações em que o controle da lei sob a administração pública deve ser mais intenso. Para
evitar discriminações, garantia a todos um acesso igualitário a uma determinada atividade, e
ha outras situações em que há interesse em que haja margem decisória, por exemplo porte de
arma de fogo, exploração de determinados bens que pertençam ao poder público. Margem
para a administração decidir qual atividade é mais conveniente.

Atividade de musico e jornalista independem de consentimento estatal, o STF entendeu que


normas que exigiam vinculação a ordem dos musicos ou sindicato dos jornalistas violariam
normas constitucionais de livre expressão e artística.

Atividades que independem de autorização mas sim precisam de mera comunicação:


passeatas, comissio. O estado não tem a competência para decidir que aquela atividade será
ou não realizada.

Atividades que dependem de consentimento estatal: licença ou autorização, é o caso das


profissões liberais, advogados, médicos, arquitetos, engenheiros.

Lei da liberdade econômica: os sujeitos econômicos estavam sujeitos a atuações muito


gravosas aos agentes econômicos.

1) dispensa, liberação para atividades de baixo impacto. Exclui a necessidade de


consentimento administrativo para exploração de atividaes econômicas de baixo impacto.
O que é o baixo impacto ? trata-se de um conceito jurídico indeterminado. Haverá sempre
uma atividade em uma zona fronteiriça que requer atuação do poder publico. Dispensa-se
a necessidade de alvará para a atividade. Existe um elenco regulamentar das atividades
consideradas de baixo impacto. Como evitar uma insegurança jurídica na aplicação da
norma ? a forma prudencial mais correta é que o empreendedor não tem o dever jurídico
de postular a autorização se entender que sua atividade é de baixo impacto. O
empreendedor deve notificar o poder público de que considera que sua atividade é de
baixo impacto e por tal motivo não requereu o alvará e o poder público poderá dizer se é
ou não de baixo impacto a atividade.
2) Previsão de aprovação tácita de requerimento, com efeitos positivos diante do silêncio
administrativo, por decurso do prazo legal. Previu-se aqui o efeito positivo para o silêncio
administrativo. Excessões: os entes subnacionais (estados, municípios e distrito federal),
salvo quando os entes fizerem regulamento aderindo a essa possibilidade.
3) Fiscalização: fiscalizar é verificar por qualquer meio ou processo a juridicidade de
atividades privadas sujeitas a regulação, ao poder de polícia do estado. É preciso que haja
uma previsão legal expressa, ou decorra da sistemática legal uma competência
administrativa para essa aferição. Essa atividade fiscalizadora não é um poder implicito,
então na ausência de uma previsão expressa simplesmente a administração pública não
será competente para realizar atos de fiscalização. Poder de exigir do particular que
coopere na fiscalização, salvou nos casos em que a CF exija uma ordem judicial para
realização de atos específicos. O poder fiscalizatório decorre da lei e deve ser um meio
para cumprimento do fim que é o cumprimento da propria lei. Os poderes fiscalizatórios
são competências legais e pode praticar os atos previstos em lei, usar os meios adequados
e necessários para cumprimento da competência administrativa. Está sujeita ao princípio
da proporcionalidade, adequação, relação entre os meios e os objetivos. Qualquer meio
inadequado se torna ilícito e o meio deve ser estritamente necessários para alcançar os
objetivos da lei. Tipos de fiscalização: preventiva: a verificação ou realização dos atos é
realizada de ofício, aleatóriamente ou em uma periodicidade, independentemente de uma
prévia noticia ou infração administrativa, ocorre fora do contexto de uma infração ja
noticiada. Ex: vistoria anual de veículos. O estado tem que ser estratégico na utilização dos
recursos para ser eficiente. Fiscalização repressiva: infração administrativa ja perpetrada,
ou flagrante. Caberá ordens de remoção e interdição cabíveis. Remoção de equipamentos
colocados indevidamente no espaço público, apreensão de mercadorias, etc. Medidas
cautelares , não fazem juizo de valor (mérito) da existencia ou da não infração, autorizam a
administração pública a proteger os interesses da comunidade em detrimento de
interesses econômicos privados. Ex interdição de um estabelecimento que maltrate
idosos. Preservação imediata dos interesses da sociedade. Aplicação de sanções,
pressupoe a existencia do devido processo legal para aplicar uma sanção ao particular que
praticou determinada infração administrativa. A medida adotada deve ser proporcional ao
risco da sociedade na continuidade daquela atividade privada.

Sanções punitivas e sanções premiais

Atos do poder público que se destinam a viabilzar a estruturação do sistema de incentivos


proposto pela regulação.

A regulação não pode prescindir da ideia de sanção

Sanção punitiva: aplicação de medidas restritivas. Desestimulo de condutas indesejaveis

Sanções premiais: atos que geram benefícios, que ampliam os direitos do benefíciário.
Vantagem, posição ampliativa de dirietos previstos na lei. Estimulos incentivos a condutas
desejaveis, que são medidas ampliativas de direito.

Como se deve dar a escolha entre prescições em sanções indutivas punitiva e premial. Cabe ao
autor da norma, legilador, administração pública que edita a norma. Envolve a análise e
escolha do modelo considerado mais eficiente de acordo com os riscos e os custos da medida
alvitrada. Algumas sanções consideradas de alto risco para a sociedade não cabe apenas
aplicação de sanção premial, mas sim o ferramental punitivo do estado, baseado nas multas,
apreensões de direitos, mercadorias, etc. Em alguns casos até a criminalização de condutas.
Mas há casos que a solução mais inteligente do ponto de vista regulatório é a aplicação de
sanções premiais, aplicando-se benefícios.

Sanções punitivas: não podem envolver a privação de liberdade, são medidas restritivas de
dirietos, não pode limitar a vida, e não pode ter a privação de liberdade. A privação de
liberdade se mantem em ambito judicial e não administrativo. Sanções envolve aspectos
patrimoniais, multas, interdições de direito, cassação, apreensão de mercadorias, interdição
de funcionamento de estabelecimentos e até mesmo a dissolução de sociedades quando elas
se destinam a prática de atos ilícios.

Em que medida as garantias constitucionais do campo do direito penal se aplicam ao direito


administrativo sancionador ? em grande parte dos caso se aplica sim ao direito adm
sancionador. 1. Evitar a fraude constitucional para administrativização das punições. Evitar que
a adm aplique sanções deixando de cumprir um mandamento constitucional para atingir fins
ilícitos. 2. As sanções administrativas em alguns casos é mais gravosa do que as condenações
no ambito penal. Salvo onde não forem logicamente aplicaveis as garantias do direito penal é
extensivo sim ao direito administrativo sancionador. O poder punitivo da adm deve ter como
limite a sistemática aplicavel ao direito penal, pois são garantias invocadas sobre o jus punied
do estado.

Garantias constitucionais aplicaveis as sanções punitivas na administração pública. Rol


taxativo. 1. Devido processo legal, contraditório e ampla defesa. Existem normas que exigem a
observância ao contraditório e ampla defesa, da CF e legilação infraconstitucional. 2.
Legalidade sob o viés da tipicidade. A administração pública só pode punir alguém se previsto
em Lei, ha possibilidade de regulamentação administrativa. A legalidade se explicita pela
tipicidade. Tipicidade manifestação específica da legalidade. O particular deve ter a clara
possibilidade de identificar qual são as sanções aplicaveis a ele para analisar os riscos que está
disposto a correr. Definição da conduta infracional punível para que não haja ferimento a
liberdade. 3. Presunção de inoscência. O onus da acusação é do estado e o réu se considera
inoscente até que se prove em contrário. Se houver uma duvida razoavel o estado deve
absolver o réu, não pode aplicar uma sanção administrativa ao acusado. O juizo de valor que
se faz é o do in dubio pro réu. 4. Princípios da segurança jurídica, irretroatividade da norma,
salvo se mais benéfica. Existe uma controvéria se a lei benéfica retroage ou não. 5.
Culpabilidade e pessoalidade da pena. Aferição da culpabilidade, da noção de reprovabilidade
da conduta por parte de que a praticou, e a pena deve ser aplicavel individualmente a quem a
praticou. 6. Individualização da pena. 7. Licitude da prova. Provas ilicitas são ilegais, salvo se
decorrer um benefício em favor do réu. 8. Razoabilidade e proporcionalidade. Deve ser
aplicado no direito administrativo sancionador.

Questoes controvertidas:

1. Qual o papel da lei e dos regulamentos administrativos. Deve haver previsão legal de tipos
infracionais genéricos, que se exige nessa matéria em função do princípio da legalidade no
direito sancionador estatal, algo além de uma mera habilitação de competências da
administração para punir. Não faz sentido que a lei seja tão incriminador como a lei penal,
deve-se existir uma tipificação das condutas puniveis, mas existe normas penais em branco,
cuja moldura legal é prevista em lei mas dependem de uma complementação pela
administração pública, ex: drogas, a ANVISA edita resolução que define o rol das substâncias
ilícias para a lei penal. Isso também ocorre no direito administrativo sancionador

Livro direito administrativo sancionador no Brasil. Alice Voronoff

O legislador deve definir o campo de incidência das infrações e o regulamento deve definir
qual conduta é considerada ilícita.
2. aplica-se a abolitio criminis no campo administrativo ? lei mais benéfica retroage ? o
judiciário ja se manifestou que a abolitio criminis é aplicavel no campo administrativo, seja
para diminuição da sanção ou para extinção da sanção. O benefício pode ser aplicado no
direito administrativo por previsão específica, mas a aplicação dirieta ainda é controvertida.

3. aplicação do no bis in idem: é claramente aplicavel. O mesmo fato pode ser apenado com
duas sanções complementares desde que previstas em lei ou ato regulamentar anterior. Um
fato pode decorrer uma multa e uma interdição, etc. Mas ela é relativa a um unico fato, o
sujeito não pode ser punido duas vezes. Proporcionalidade: crime e ilícto administrativo
podem ser aplicados concomitantemente, pois os dois campos não se comunicam. Pode haver
quando sanções diferentes, penal e administrativas forem aplicadas concomitamentente e
forem desproporcionais. Mas as cortes constitucionais ter glosado, quando há uma
desproporcionalidade.

4. a culpabilidade é aplicavel a pessoas jurídicas e como deve ser aferida em relação as pessoas
jurídicas ? o elemento da culpabilidade é uma exigência constitucional para o exercício do
poder punitivo estatal, pois a culpabilidade é a mola mestra de qualquer sistema normativo. Se
não ha culpabilidade não pode haver punição. Para pessoas jurídica também é aplicavel,
verificar o tipo de comportamento da pessoa jurídica para evitar a infração, do contrário o que
se teria é uma espécie de objetização das sanções administrativas, o que parece incompativel
com a CF. Para alguem ser punido deve ter consciencia da reprovabilidade da conduta. No
ambito das sociedades empresárias a aferição da culpabilidade é mais complexa, pois deve se
demonstrar uma estrutura que funcionou mal e não a culpa como da pessoa física.

AULA 2

Parte 1

Aspecto subjetivo do poder de polícia, quem pode exercer o poder de polícia ? só exercem
poder de polícia as pessoas jurídicas de direito público. União, estados, município e DF, por
meio de seus orgaos de administração direta, e entidades da administração indireta.

Possibilidade ou não de delegação do poder de polícia a particulares ? ha uma implícita


vedação da delegação para pessoas jurídicas de direito público, pois seria necessário o regime
jurídico de direito público. Ocorre que o STF mitiga essa premissa. Os conselhos profissionais
possuem poder de polícia sobre as profissões. Lei 9469/98 transformou os antigos conselhos
profissionais de autarquias em associações civis, instigando a autorregulação profissional.
Adim 1717, o STF considerou inconstitucional alguns dispositivos da aludida lei, uma vez que se
preconizava a indelegabilidade do poder de polícia para particulares, pois os conselhos
profissionais teriam regime jurídico de direito privado conforme a aludida Lei. Os conselhos
profissionais, processam julgam e aplicam sançoes. Os conselhos podem cassar a licença do
profissional para atuar naquele ramo de atividade. Assim os conselhos profissionais não
poderiam se tornar associações civis, considerando que o estado possui o monopolio do uso
da força, imposição da vontade. Esse entendimento veio evoluindo no Brasil.
Adin 2310: o STF apreciou se o poder de polícia poderia ser exercido no ambito das agencias
reguladoras por profissionais que mantinham com a agencia um vinculo celetista CLT e não
estatutario. No primeiro momento se entendeu que esses trabalhadores não poderiam exercer
poder de polícia. O entendimento era de que a ausência de vinculos efetivos com a adm
pública prejudicaria o exercício do poder de polícia.

Desses dois julgamentos o STF formou o entendimento inicial, de que o poder de polícia
somente poderia ser exercído por PJ de direito público, além de somente poder ser exercido
por profissionais vinculados a adm pública que mantinham vinculo estatutário e não CLT, mas
esse entendimento evoluiu.

Nasceu o questionamento se existia a possibilidade de delegação do poder de polícia para


empresas estatais (empresas públicas e sociedades de economia mista e suas respectivas
subsidiárias). No Rio de Janeiro se criou uma empresa pública para guarda municipal, mas o
município transformou a guarda municipal em autarquia.

Outro caso que foi levado para o judiciário foi de uma empresa pública de MG que exercia
poder de polícia, nesse caso o STJ considerou possível a delegação de duas etapas do poder de
policia a) pratica do consentimento administrativo, licenciamento de veiculos por exemplo b)
fiscalização. Mas compreendeu que é indelegaval a aplicação de sanções, pois a sociedade de
economia mista ou empresa pública não poderia aplicar sanções a outros particulares. A
matéria foi levada ao conhecimento do STF, o qual firmou um novo paradigma sobre a
possibilidade de delegabilidade do poder de polícia a pessoas jurídicas de direito privado da
adm púbica

É constitucional a delegação do poder de polícia por meio de lei para pj de direito privado
pertencente ao estado, que prestem exclusivamente serviço público de atuação propria do
estado em regime não concorrencial, desde que majoritariamente controlada pelo estado.

Quando empresa públicas não estão em regime concorrencial, se aproximam mais ao regime
das autarquias, possuem benecíficios, como imunidade de impostos, etc. Assim as estatar que
prestam serviços públicos, em regime não concorrencial podem ter delegado o poder de
polícia.

VARIAVEIS REGULÁVEIS

Que aspectos no dominio economio o poder regulatório pode incidir.

Entrada, preços, qualidade, quantidade e informação, variaveis sobre a qual o estado exerce
seu poder de polícia

Controle ou regulação de entrada na economia: trata-se da possibilidade do estado por meio


de suas prerrogativas regulatórias, controlar a entrada de agentes economicos ao desempenho
de atividades economicas ou profissionais. Art. 5 XIII CF, liberdade do exercício profissional,
assegurando a lei exigir as qualificações técnicas para o acesso, entrada em determinadas
profissões. Atividades sujeitas ao controle legal para exercício das profissões. Art. 170, § unico,
previsão de que a exploração de atividades economicas é livre, atendidas as condições
estabelecidas em lei. Regulação de entrada quando dessa atividade pode decorrer alguma
ameaça a direitos de terceiros, é o caso da atividade de instituições financeiras, a abertura e
inicio das atividades depende de uma autorização do banco central do Brasil, faz o controle da
moeda e o controle das instituições.
Casos interessantes sobre a matéria: exame OAB: o estatuto da Advocacia exige a aprovação
em um exame de conhecimentos chamado exame da ordem. O STF disse que exitiam
fundamentos de ordem constitucional que permitiam a realização do exame da OAB, pois a
advocacia envolve riscos para os consumidores/clientes. Existem questões tão importantes
que definem o destindo de uma pessoa. Isso merece um controle de entrada pelo poder
público. O mero diploma de bacharel em direito não era suficiente para garantir que o
profissional é adequadamente preparado para o exercício da profissão da advocacia.

AULA 2, PARTE 2

Jornalista não precisa de controle de entrada, nem para os musícos.

No caso dos jornalistas: o Gilmar Mendes apregoou que a farmação em cursos de graduação
pode ser util, mas a formação pode criar uma barreira de entrada inconstitucional
considerando a liberdade de opinião e liberdade de imprensa.

Não haveria uma razão justificavel que permitisse uma restrição de entrada na profissão de
jornalista, pois profissionais não habilitados podem cumprir satisfatoriamente os requisitos
para profissão

No caso dos musicos se considerou a liberdade de expressão e liberdade de criação artística


não pode ser restringido de forma nenhuma pela exigência de uma carteira de músico,
profissionais que não sejam habilitados podem muito bem exercer a profissão. Além de que a
profissão não representa nenhum risco para a sociedade

Corretor de imóveis: o STF disse que é permitido o registro em um orgão de fiscalização, mas
não se pode exigir uma formação específica para isso.

Direitos fundamentais das pessoas contrapostos ao exercício da profissão: assim se justifica


a instituição do controle de entrada para o exercício de uma atividade profissional

CONTROLE OU REGULAÇÃO DE PREÇO

Dimensão econômica do produto: circunstâncias que interferem os valores de mercado.


Fixação dos valores dos produtos e serviços por uma tabela oficial. Estabelecimento de preços
máximos ou preços mínimos. Toda e qualquer politica pública que interfira na formação do
preço: criação de uma cesta básica, etc. Politica tributária, extrafiscal, que incrementem o
preço dos produtos. Armas de fogo, produtos derivados do tabaco, onera os preços, tornando-
os mais caros.

Regulação de reajuste de mensalidades escolares: o STF considerou compatível com a CF.


Estava dentro do controle do estado. O estado não poderia fixar os valores, pois suprimiria a
liberdade de iniciativa, mas o estado pode controlar os reajustes das mensalidades,
considerando uma otica inflacionária.

A ANVISA suplementar regula os planos de saúde

Para produtos com periculosidade como o cigarro existe uma politica de fixação de preços
minimos
Subsidio aos combustiveis para camioneiros: o estado pode estabelecer subsidios para
algumas atividades que se quer incentiva .

Tributação extrafiscal: forma de regulação por meio da tributação, desonerando por meio de
aliquotas baixas produtos essenciais ou onerando produtos não essenciais com aliquota
superior.

TERCEIRA VARIAVAL: QUALIDADE E QUANTIDADE DOS PRODUTOS OFERECIDOS NO MERCADO

Qualidade: composições com grau de segurança e eficacia: leite somente pode ser
comercializado após pasteurização, medicamentos precisam de registro, etc. Demonstração de
segurança e eficácia. Papel suplementar do estado, quando o mercado não puder selecionar
pela livre concorrência o melhor produto e o melhor serviço.

Quantidade: controle de estoque de produtos agricolas, para que o preço não baixe demais,
nos combustíveis também se controla o estoque dos derivados de petroleo para garantir um
preço razoavel e o abastecimento do setor energético.

REGULAÇÃO DE INFORMAÇÃO

Comunicação entre os agentes econômicos e seus consumidores: visa corrigir ou minorar o


problema da assimetria informacional. Existe um desnivel informacinal do que o consumidor é
capaz de saber sobre o produto e o quanto o fornecedor está querendo demonstrar as
informações. Públicidade enganosa e abusiva, informações incompletas em bulas de
medicamentos, etc. Deve-se dotar o consumidor de um nivel de informação suficiente para
que ele tome ciencia do que o consumo daquele produto e serviço vai refletir.

AGÊNCIAS REGULADORAS:

Privatização: alienação do controle acionario de uma empresa pública

Desestatização: transferecia de um serviço público para o setor privado, geramente por


concessão e permissão do serviço público

Flexibilização de monopolios estatasis: diz respeito a forma de seu exercício: petroleo e gas
natural. Durante o governo FHC se flexibilizou o monopolio permitindo a contratação de
empresas para exploração

Agência reguladora: solução institucional para esse novo contexto.

Criação de uma agência que regule o petroleo para que a Petrobras e outras empresa
atuassem juntas. Isso para dar segurança aos investidores privados, que deveriam visualizar
que existe regras do jogo que dão segurança.
A adm era vista somente em uma estrutura hierarquica e piramidal, com as agências se
começou um centro decisória autonomo, são politicamente imparciais, com garantias
institucionais e com técnicos.

Criação de entes reguladores não subordinados aos órgãos de cúpula do poder administrativo.
Poderia tomar decisões de ordem técnica nas matérias de suas competência

Agências reguladoras: autarquias de regime especial. Possuem uma autonomia reforçada se


comparada as autarquias comuns. Os diretores possuem autonomia, podem ser nomeados
pelo presidente e aprovados pelo senado. Possuem um mandato fixado em lei, ao qual o
dirigente não podem ser exonerado por simples iniciativa do presidente da república. É um
cargo de provimento especial, dotado de um mandato. As hipoteses de perda de cargo se
aproximavam de uma estabilidade temporária. Falta grave, apurada por processo
administrativo, assegurado cotraditório e ampla defesa, ou sanção penal condenatória.

As agências possuem autonomia decisória: são terminativas no ambito administrativo. São


terminativas por vedação expressa de qualquer recurso hierarquico da decisão da agência.
Existe vedação de recurso sobre a decisão. Quando a lei não preve recurso hierarquico de um
orgao da administração indireta para a administração direita prevalece a decisão da
administração indireta.

Autonomia financeira: tem direito a receitas próprias: taxas de regulação, gestão financeira
autonoma de seu proprio orçamento.

Compromisso regulatório: busca pela despolitização das decisões regulatórias do pais e sua
submissão a entidades dotadas de expertísse, sai da discricionariedade política para uma
tecnicidade. Não sujeição de determinados interesses públicos a lógica política partidária

Alta complexidade técnica do setor regulado: alguns setores não podem ser discutidos no
parlamento, pelo seu grau de tecnicidade. A agência teria mais competência para ver as
vantagens

Reautarquização: garantias institucionais que pudessem viabilizar o seu adequado


funcionamento.

AULA 3

Parte 1

processo administrativo sancionador.

Sanção administrativa

Lei 9784 – processo administrativo em ambito federal

Sanção administrativa:

O estado é dotado de prerrogativas, dentre eles o poder de polícia. Policia vem de polis, a ideia
é a regulação da vida na polis (cidade), estabelecendo regras de convívio, é um poder
extremamente amplo. É a manifestação mais intensa do direito administrativo, ninguem passa
imune a ele.

Regular a entrada em uma profissão é poder de polícia, é regulação de entrada. Igualmente é a


concessão da CNH. Policia ambiental, policia na area financeira exercida pelo banco central,
bem como a atuação das agências reguladoras.

Esse poder de polícia não é um cheque em branco para a administração atuar como quiser, ela
vai ser estabelecida dentro dos limites da CF.

Ciclo do poder de polícia:

1) Disciplina normativa e ordem de polícia. Está inserido dentro de um quadro jurídico


constitucional. Conjunto de regras e princípios. Ordem de polícia é uma medida de
carater concreto relacionada a determinada ação. Atuação de natureza mais concreta
ordem de polícia. Conjunto de leis que estabelecem como será exercida a
competência.
2) Consentimento administrativo, mera comunicação de atividades: exercício da
medicina, concessão da CNH, pois apresenta risco para o estado, dai o estado deve se
manifestar, por meio de uma licença ou autorização. A licença tem carater vinculado a
autorização mais discricionário. Alvarás licenças, autorizações. Existe atividades que
não precisam da autorização mas mesmo assim precisam de uma comunicação ao
poder público. Nem sempre o poder de polícia é discricionário, as vezes ele é
vinculado, ex: preenche os requisitos para receber a CNH ele tem o direito de receber
a CNH.
3) Fiscalização: acompanhamento por parte da administração, se aquelas normas
estabelecidas na lei, que disciplinam o setor regulado estão sendo cumpridas. Existe a
fiscalização preventiva e a repressiva, a preventiva ocorre antes. Fiscalização
repressiva, ja exisite irregularidade: bar coloca mesas na calçad
4) Sanção: manifestação do poder público para aplicar alguma penalidade para alguma
irregularidade, sanções punitivas e premiais. Sanções administrativas são medidas
aflitivas, impostas ao particular pelo descumprimento das conformações jurídicas e
sua liberdade de propriedade. Sanção punitiva deve também ter um carater didático
pedagógico, evitar que a conduta seja praticada novamente pela parte ou por outras
partes que visualizaram a aplicação da penalidade.

PROCESSO ADMINISTRATIVO SANCIONADOR

SANÇÃO:

Principios constitucionais que se aplicam as sanções punitivas: estamos falando do jus punied
do estado, então existe uma aproximação muito grande do processo administrativo ao
processo penal. Nos dois casos se trata da aplicação de pena, a diferença é a intensidade da
aplicação das penas. As vezes as penas do processo administrativos podem ser mais severas
que o processo penal. Alguns princípios do processo penal podem ser aplicados ao processo
administrativo sancionador.

Princípios:

Devido processo legal: deve ser observado tanto no processo administrativo quando no judicial
Princípio da legalidade: no processo administrativo sancionado se fala da legalidade não só da
vinculação a lei, mas sobre o vies da tipicidade, a sanção aplicada deve ter previsão legal. A
tipicidade no direito administrativo, se admite que as disposição possam ser reguladas por
outros instrumentos normativos da administração sem ser a lei. Bem como se utilizar como
parametro a tecnicidade, a utilização das agencias reguladoras. Legalidade sobre o vies da
tipicidade.

Princípio da segurança jurídica e da irretroatividade salvo de norma mais benéfica. O princípio


da segurança jurídicaé básico, mas para o dirieto público é qualse que uma novidade . direito
adquirido, coisa julgada, ato jurídico perfeito.

Com a lei 9784 começou a se discutir a segurança jurídica no campo do direito público,
vedação da retroatividade de uma norma ou uma interpretação. Estabelece que a nova
interpretação da norma não deve retroceder

Retroatividade da norma mais benéfica, existe uma discussão se pode ou não

Pode a administração mudar de entendimento. Faz parte da dinâmica da vida.

Princípio da presunção da inoscencia: presunção de inocscencia, se aplica ao processo penal e


ao processo administrativo sancionador.

Princípio da licitude da prova

Principios da culpabilidade e da pessoalidade da pena

No processo administrativo sancionador a conduta deve ser reprovavel, e essa reprovabilidade


deve vir acompanhada da culpabilidade. Culpa não somente pedo dolo mas também pela
imprudência, imperícia, negligencia.

Princípio da pessoalidade da pena, recai sobre quem praticou a conduta.

Princípio da razoabilidade e proporcionalidade.

O PROCESSO ADMINISTRATIVO.

Hoje existe um entendimento de qua a atividade administrativa vem sendo cada vez mais
processualizada. As decisões não são mais proprias de uma autoridade, mas sim se
processualiza.

A lei 9784 adotou o termo processo administrativo.

Como processo, se está vinculado a um regime de princípios constitutivos.

Processo administrativo:

Princípio do devido processo legal. Legitimação pelo procedimento. A medida administrativa


se ampara nesse processo que oferece algumas vantagens.

Meritos da processualização da atividade administrativa:

Legitimidade: permitindo maior participação do cidadão na elaboração das decisões


administrativas
Garantia: exercicio do contraditório e ampla defesa, decisão do ideal de justiça.

Eficiência: implicando melhores decisões, decisão do ideal de justiça. Consulta pública,


audiência pública. Oitiva dos interessados

Devido processo legal

- formal: observancia do rito

- material: razoabilidade e proporcionalidade na decisão

Temos várias decisões, que levam em conta a razoabilidade e proporcionalidade para anular e
alterar decisões administrativas.

Ideia a observancia somente do rito teve agregadas a si os elementos materiais.

A ideia de processo é uma questão de estado e não diz respeito a um determinado ramo do
direito.

Podemos ter a nulidade de determinados atos, que não comprometem todo o processo.

A nulidade de atos específicos não causa a nulidade do processo como um todo. Mas existem
situações que a nulidade de determinado ato compromete todo o processo administrativo

Lei 9784/99 – lei do processo administrativo

- aplica-se aos orgaos federais, aplicação subsidiária para os outros entes.

Aplica-se também aos poderes legilativo e judiciário quando no exercício de competencias


administrativa

Trata-se de uma lei federal e não nacional

A partir dessa lei se teve a proliferação de regulamentação do processo administrativo em


ambitos federativos diferentes do federal.

Lei geral do processo administrativo, espécie de código de processo administrativo

O processo administrativo disciplinar PAD tem uma lei propria, então a 9784 não se aplica, se
aplica de forma supletiva, subsidiária.

Sumula 633 do STJ: a lei 9784 pode ser aplicada de forma subsidiária aos estados e municípios,
na ausência de uma norma específica.

Princípios do processo administrativo federal: estão dispostos na lei 9784.

- legalidade

- finalidade

- motivação

- razoabilidade
- proporcionalidade

- moralidade

- ampla defesa

- contraditório

- segurança jurídica

- interesse público

- eficiência

Princípio da legalidade: está previsto no art. 37 da CF. Legalidade administrativa, ele tem uma
conotação diferenciada da legalidade do art. 5º. Para o particular tem uma aplicação negativa,
para o pode público positivo, pois a administração só está permitida a faze o que a lei
estabelece. Nos processo administrativos a administração observa-se a lei e o direito, se
supera a noção estritamente legalista, vinculada a lei, mas sim que o administrador está
vinculado ao direito e não somente a lei. Um conjunto de princípios, atos administrativos
normativos que vinculam a administração pública. Se atualizou a noção do princípio da
legalidade, passa a ser o princípio da juridicidade, vai além daquilo estabelecido estritamente
na lei.

Princípio da finalidade: o estado/administração não é um fim em si mesmo, atua para o


interesse público, interesse da coletividade. Finalidade é uma espécie de princípio da
impessoalidade. O processo não pode ser utilizado para prejudicar o inimigo nem para
privilegiar alguém. Vedada a promoção pessoal do administrador. Deve-se buscar o interesse
público unicamente com o processo administrativo.

Princípio da motivação: fatos e fundamentos que levaram a tomada de uma determinada


decisão. O controle, a fiscalização de determinado ato administrativo deve ser motivado. Nem
todo ato administrativo precisa de motivação, mas a sua ausência é a excessão. Um exemplo
da desnecessidade é a nomeação de cargos em comissão. A imposição de uma sanção ou até
mesmo a não imposição, o arquivamento do processo deve ser motivado. Pressupostos de fato
e de direito que motivam o ato administrativo.

Princípio da razoabilidade: uma questão de racionalidade, congruencia. Dizendo que a decisão


é racional, possui uma adequação entre os fatos, os fundamentos e a decisão tomada, possui
racionalidade. Se tudo conduz para a imposição de uma sanção, não existe como não aplicar
essa sanção. Da mesma forma ocorre com o arquivamento. Lógica no desenvolmento do
processo.

Proporcionalidade: é desdobrado em tres avaliações diferentes. 1. Adequação, 2. necessidade


e 3. proporcionalidade em sentido estrito. Primeiro se verifica se a sanção é adequada para
punir aquele determinado ato, no segundo momento se verifica se aquela medida é realmente
necessária, se não é possivel aplicar uma medida menos drástica. Após se visualiza os ganhos e
as perdas daquela decisão. Se o benefíco é maior que o prejuizo temos uma
proporcionalidade. Vedação do excesso, adequação da medida adotada e o resultado
pretendido. Não se deve usar um canhão para matar uma mosca, pois o prejuizo é muito
maior do que o resultado que se pretendo obter. Está relacionada com a aplicação da sanção,
com a condução do processo. Risco e prejuízo que aquele medida impos. Tipo de sanção a ser
aplicada. Adequação entre meios e fins

Princípio da moralidade: papel importante da jurisprudência e da Lei. Ideia de moralidade


adminitrativa vem sendo construida na jurisprudencia desde 88. A lei do processo
administrativo positivou o princípio da moralidade. A lei estabelece moralidade como a
atuação segundo padrões éticos de probidade e boa fé. Moralidade administrativa: de
natureza objetiva atribuída a administração, não se leva em conta questões subjetivas, como
formação religiosa, convicções pessoais do gestor ou servidor, mas se leva em conta o que se
considera ser uma moral própria da administração pública. Se ve isso na sumula vinculante nº
13, que trata sobre o nepotismo. Moralidade aplicada a administração pública. Probidade,
decoro e boa fé.

Princípio da ampla defesa: franquia ao interessado todos os elementos necessários a sua


defesa. Tratamos do jus punied do estado, é proximo ao jus punied do processo penal. Assim
se faz necessária a garantia que todos os elementos de defesa sejam franqueados a parte
indiciada. Garaintia dos direitos a comunicação, alegações finais, produção de provas, etc.
Elemento fundamental do processo administrativo sancionador.

Princípio do contraditório: trabalha com a dialetica do processo, é um dialogo entre as partes


medada pelo juíz. No processo administrativo a administração é parte e juiz ao mesmo tempo,
então é necessária a garantia do contraditório, da conversa. A parte contraria sempre deve ter
o direito de analisar as provas, se manifestar sobre documentos juntados aos autos, nomear
assistente técnico em perícias, etc. É necessário estabelecer essa relação dialética,
principalmente no processo administrativo sancionador.

Princípio da segurança jurídica: ele foi positivado por essa lei, dirieto adquridido, ato juridico
perfeito e coisa julgada. Foi positivada no processo administrativo pela lei 9784. Se encontra
vários desdobramentos do princípio da segurança jurídica. Vedação da aplicação retroativa da
nova interpretação adotada. A administração pode adotar nova interpretação sobre algo, mas
essa nova interpretação se projeta para o futuro. Não se pode querer que uma interpretação
nova adotada hoje pode se aplicar em fatos do passado. O art 54 da lei estabeleceu um prazo
decadencial para que a administração reveja seus atos. 5 anos. Após esse prazo não se pode
mais rever os atos, a não ser que seja comprovada má fé. Se não revisado no prazo de 5 anos o
ato se convalida.

Princípio do Interesse público: o processo administrativo tem natureza pública, é voltado ao


interesse público. Objetidade na promoção do interesse público, vendando a promoção
pessoal. Observancia das formalidades essenciais, formalismo moderado. Adoção de formas
simples, descomplicar o processo administrativo. Proibição da cobrança de custos processuais,
para que o administrado possa utilizar todos os graus de jurisdição.

Princípio da eficiência: a eficiência administrativa diz respeito a produção de resultados.


Possibilidade de extinção do processo administrativo quando se constatar que ele não terá
efeitos práticos. Se é constatado ja no curso do processo que o processo não terá efeitos
práticos, não tem nenhum sentido de levar o processo até o final.

DIREITOS DOS ADMINISTRADOS

A lei 9784 trouxe um rol de direito e deveres dos administrados.


- ser tratado com respeito e tratar com respeito

- ter ciencia da tramitação, apresentar defesa. Contraditório e ampla defesa.

- formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, que devem ser levados em
consideração, mesmo que for para descarta-los

- fazer-se assistir por advogado, facultavivamente, exceto quando por lei for obrigatório.
Segundo a jurisprudência não é necessário o indiciádo se fazer assistido por advogado. A
defesa técnica não é obrigatória, mas se tiver interesse em constituír advogado, pode
constituir

DEVERES DO ADMINISTRADO

- Expor os fatos conforme a verdade

- proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé

- não agir de modo temerário, tumulturário, requerendo medidas desnecessárias que levem
somente o tumulto do processo.

- prestar as informações que lhe forem solicitadas, e contribuir para o esclarecimento dos
fatos.

RITO PROCESSUAL

Início do processo administrativo: de ofício ou a pedido. Se existe uma irregularidade a


administração tem o dever de instaurar de ofício o processo administrativo sancionador.

Legitimados para atuar no processo: titular de um direito ou representando de um dirieto,


aqueles que sem iniciar o processo possuem interesses ou possam ser afetados pela decisão,
o restante está no material da disciplina

Competência: corresponde ao conjunto de atributos que é confirida por lei a determinados


agentes ou determinados orgãos para que exerça determinada atividade. A competência é
IRENUNCIÁVEL e é exercida pelo órgão, exceto quando delegada ou avocada.

Delegação: autoridade superior transferindo para autoridade inferior a prática de determinado


ato. Da hierarquia maior para a menor. Se admite a delegação para orgãos que possuem a
mesma hierarquia.

Avocação: a atividade é praticada tradicionalmente por uma autoridade inferior mas a


autoridade superior chama prá si essa competência. Aquele que pode o mais pode o menos.

Não podem ser delegados atos de carater normativo, decisão de recursos administrativos e
matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade

Impedimento: a lei trouxe para o processo administrativo questos de impedimento: é


impedido de atuar no processo administrativo, quem tenha interesse na matéria, seja perito,
testemunha ou representante, se ocorrerem quanto a conjunge companheiros ou parentes até
3º grau. Esteja litigando judicialmente com o interessado.

O impedimento tem carater objetivo: nenhuma questão de natureza subjetiva pode ser
alegada, por exemplo alegar no processo que os irmãos estão brigados, etc

Suspeição: leva em conta aspecto subjetivo: amizade intima ou inimizade notória: conceito
juridico indeterminado. Questão de foro íntimo.

Forma: o processo administrativo trabalha com um certo informalismo, os atos do processo


administrativo não depende de determinada forma, desde que atinjam a finalidade a qual se
destinam. Formalismo moderado. Certa flexibilização das formas.

Local: na sede do órgão, exceto quando comunidados que serão em outro local.

Intimação: deverá conter alguns requisitos.

A ausência do interessado não vai interromper o processo.

A intimação deve observar o prazo de pelo meio 3 dias uteis antes à data do comparecimento.

As intimações serão nulas se não preencherem os requisitos legais, mas o comparecimento do


administrado afasta essa nulidade.

Não haverá decretação de nulidade se não houver prejuizo, a ausencia de prejuizos para a
parte não implica em nulidade do ato

Desatendimento da intimação não importa reconhecimento da verdade dos fatos. Não se


aplica a confissão se a parte não comparece. Se aplica a verdade real/material. A
administração tem o dever de buscar o que de fato aconteceu. Também o não
comparecimento não configura renuncia de direitos pelo administrado, não se abre mão do
direito de defesa.

Instrução: pode ser realizada de oficio, mediante impusão do órgão interessado, ou mediante
atuação do interessado. Não são admitidas no processo administrativo as provas obtidas por
meios ilícitos, bem como as provas ilícitas.

Consulta pública: quando a matéria do processo envolver interesse geral. Diz respeito a
possibilidade das partes se manifestaram em determinado prazo sobre determinado tema

Audiência pública: antes da tomadas de decisão a juízo da autoridade. Se estabelece


determinada data e local para debater o assunto.

A uma preocupação a outorgar maior legitimidade a alguns assuntos.

Dever de decidir: a administração tem o dever de emitir decisão nos processos administrativos
e nas matérias de sua competência. Decisão sobre solicitação ou reclamações de materia de
sua competência. O prazo para decidir é 30 dias. Não é permitido a administração pública não
decidir.

Motivação: existe um dispositivo específico na lei dizendo quais atos devem ser motivados.
Todas as decisões adotadas no curso do processo devem ser devidamente motivados, não
basta simplesmente dizer que rejeita ou indefere ou defere algo, deve demonstrar os fatos e
fundamentos que justifiquem aquela decisão. O espeço para ausência de motivação é muito
pequeno, muito restrito. No processo administrativo sancionador não há como fugir da
necessidade de motivar.

Desistência: em se tratando de direitos disponíveis, o interessado poderá mediante


manifestação escrita desistir total ou parcialmente do pedido formulado.

Perda do objeto: o orgão competente poderá declarar extinto o processo, quando ele perder
sua finalidade.

Anulação e regovação: poder da autotutela da administração pública. Respeitado os dirietos


adquiridos. A anulação tem a ver com ilegalidade, se houver ilegalidade a administração tem o
dever de anula-lo, considerando o princípio da legalidade. Revogação, por motivo de
conveniência e oportunidade pode retirar um ato regular do mundo jurídico, considerando
que o ato é regular deve-se respeitar os eventuais direitos adquiridos.

Prazo decadencial: prazo para anular atos que reflitam efeitos favoráveis ao administrado é de
5 anos, contados da data em que forem praticados, salvo constatada a má-fé no caso de
efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-a da percepção do primeiro
pagamento. A lei 9784 estipulou esse prazo, e o prazo é de decadência e não de prescrição.
Passados esses 5 anos a administração não pode mais anular esses atos. No caso de
comprovada má-fe não se aplica esse prazo quiquenal de decadência

Convalidação: não havendo lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros os atos que
possuam defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela Administração. Sempre que for
possível deve se buscar a convalidação dos atos administrativos.

Alteração da Lindb traz o consequencialismo.

Recuso administrativo: duplo grau de jurisdição, possibilidade de apresentar recurso, reexame


de ofício. O recurso será encaminhado para a autoridade que decidiu, que pode reconsiderar e
se não reconsiderar deve enviar para autoridade superiro. O prazo para decidir é 10 dias. O
recurso administrativo não tem efeito suspensivo, somente efeito devolutivo. Assim a
administração já pode dar cumprimento a decisão proferida em processo administrativo.

Revisão: não se confunde com o recurso administrativo: os processos administrativos que se


traduzem em sanção poderão ser revistos, da revisão não poderá acarretar o agravamento da
medida imposta. A revisão é de caráter extraordináiro. Poderão ser revistos a qualquer tempo.
Quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis a justificar a
inadequação da sanção.

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