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429/92 - LIA
PROFESSOR: MAYARA @mayaraosd
LEI 8.429/92
IMPROBIDADE
ADMNISTRATIVA - LIA
PROF. MAYARA
DISCIPLINA: LEI Nº 8.429/92 - LIA
PROFESSOR: MAYARA @mayaraosd
A aula de hoje será sobre um tema de extrema relevância e que está sempre em evidência
em nossa sociedade – por isso as bancas o amam - a Lei de Improbidade Administrativa.
Caso tenha alguma dúvida sobre o tema não hesite em me contatar pelas redes sociais,
estou inteiramente à disposição!
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Um dos deveres gerais impostos aos agentes públicos consiste na probidade. A ideia de
probidade, intimamente ligada à da moralidade administrativa, informa que os agentes
devem “servir à Administração Pública com honestidade, exercendo suas atribuições no
intuito de alcançar o interesse público” sem tirar proveito pessoal dos poderes inerentes a
elas.
Caso, por outro lado, seja descumprido o dever de probidade, terão lugar os chamados
atos de improbidade administrativa, objeto da Lei 8.429/1992.
Tamanha é a importância do assunto no ordenamento jurídico pátrio que o tema foi alçado
ao texto da própria Constituição, ao se mencionarem os “atos de improbidade
administrativa” e as respectivas penalidades:
Tecidas estas breves considerações iniciais, passemos aos comentários ao texto da Lei,
será feita a leitura de todos os artigos e inciosos, e os mais relevantes para a sua prova
será tecido comentários a respeito.
Vamos lá!
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não,
contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da
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Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade
praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou
incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou
custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinqüenta por cento do
patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à
repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.
No que se refere aos entes da Administração Pública, notem que estão incluídos os
órgãos da administração direta e as entidades da administração indireta, sejam de
direito público ou privado. Lembro que, neste rol, estão incluídos órgãos de todos os
Poderes e esferas de governo.
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Notem que, quanto aos atos de improbidade praticados contra sujeitos secundários, nem
todas as sanções da LIA são aplicáveis, mas apenas as sanções patrimoniais e desde que
limitadas à parcela dos danos sofridos pelo poder público.
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce,
ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação,
designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo,
mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior.
Quanto ao conceito de “agente público” adotado no art. 2º acima, reparem sua grande
amplitude, alcançando até mesmo situações em que a pessoa age transitoriamente em
nome do Estado ou sem remuneração.
Para os fins de improbidade administrativa, foram enquadradas como “agentes públicos”
variadas espécies de funcionários, como:
a) agentes políticos (parlamentares, chefes do Executivo, Ministros e Secretários).
b) servidores públicos (regidos por estatuto ou vínculo especial)
c) empregados públicos (com vínculo empregatício com o Estado)
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d) militares
e) magistrados, membros do Ministério Público e dos tribunais de contas
f) particulares em colaboração com o Estado (mesários de eleições, tabeliães etc.)
g) empregados de entidades privadas que sejam consideradas sujeito passivo
Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber àquele que, mesmo
não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade
ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.
A partir do art. 3º acima, vemos que também serão considerados sujeitos praticantes de
atos de improbidade particulares que atuarem em conjunto com agentes públicos.
Mas, atenção, o particular não pode ser considerado, de maneira isolada, sujeito ativo do
ato de improbidade administrativa, mas apenas quando houver também a
responsabilização de um agente público.
Portanto, para ser alcançado por uma sanção da LIA, o particular deve ter atuado
conjuntamente com “agentes públicos”, seja (i) induzindo o agente público ao
cometimento do ato de improbidade, (ii) concorrendo com ele para sua prática ou (iii) se
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Nesse sentido, tem-se entendido que os atos das categorias de enriquecimento ilícito
(art. 9º), violação aos princípios (art. 11) e concessão indevida de benefício fiscal (art.
10-A) exigem que a conduta tenha sido praticada na modalidade dolosa.
Por outro lado, tratando-se de atos que causem prejuízo ao erário (art. 10), as sanções
poderiam ser aplicadas se houver, indistintamente, dolo ou culpa consoante mencionado
no art. 10, caput, destacado adiante.
No art. 7º acima, o legislador previu a possibilidade de, antes mesmo da condenação dos
responsáveis, o MP solicitar ao Judiciário a indisponibilidade dos bens dos agentes
suspeitos.
Tal medida visa impedir que agentes públicos e particulares acusados de atos de
improbidade dilapidem seu patrimônio antes da sentença condenatória. Dessa forma,
busca-se assegurar a existência de bens suficientes para a efetividade de futura decisão
judicial.
Nos termos previstos no caput do art. 7º, a autoridade administrativa representa ao MP, o
qual poderá requerer a medida ao Judiciário. Tal medida cautelar poderá ser manejada
quando a conduta houver importado em enriquecimento ilícito (art. 9º) ou prejuízo ao erário
(art. 10).
Exemplo:
João Pedro, após ser condenado a ressarcir o erário público em R$ 10 milhões por ato de
improbidade, falece e deixa todo seu patrimônio para o único filho, Pedrinho. A herança
recebida é avaliada em R$ 1 milhão.
Neste caso, Pedrinho poderá ser alcançado pelas sanções da LIA e ser condenado à
restituição da integralidade da herança recebida.
1) É exemplificativa a lista de atos de improbidade previstos nos arts. 9º, 10 e 11. Isto
significa que a prática de outros atos que, embora não expressamente previstos, se
enquadrem nas definições de “enriquecimento ilícito”, “prejuízo ao erário” e “violação de
princípio” poderá também ser caracterizada como ato de improbidade administrativa.
É o caso, por exemplo, do agente fiscal de rendas que recebe propina para deixar de
autuar determinada empresa.
Assim, o legislador em geral utiliza verbos como “receber”, “perceber” e “incorporar”.
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Para a caracterização das condutas do art. 9º, entretanto, não se exige efetivo prejuízo
aos cofres públicos, mas apenas o enriquecimento do agente público em prejuízo à
probidade no exercício de suas funções.
A caracterização dos atos de enriquecimento ilícito (art. 9º) exige conduta comissiva (isto é,
ação) – sendo insuficiente a conduta meramente omissiva.
Sabemos que este rol é exemplificativo. No entanto, boa parte das questões de prova faz
referência a um dos tipos previstos expressamente nos incisos a seguir.
Assim, vamos ler com atenção redobrada cada uma destas condutas e associá-las ao
enriquecimento ilícito!
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra
vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou
presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado
por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público;
III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou
locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao
valor de mercado;
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VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função
pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do
patrimônio ou à renda do agente público;
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores
integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei;
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo
patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei.
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Da lista acima, reparem que o legislador incluiu, como ato que importa enriquecimento
ilícito, a aquisição de bens com valor desproporcional à renda do agente público (art.
9º, VII), revelando presunção relativa, ou seja, admite que o agente prove a origem
lícita do bem.
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário
qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio,
apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades
referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:
Diferentemente dos atos que importam enriquecimento ilícito (art. 9º), os atos de prejuízo
ao erário do art. 10 podem ser caracterizados mediante (i) ação ou omissão e (ii) dolo ou
culpa.
II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas,
verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º
desta lei, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à
espécie;
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III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins
educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das
entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades legais e
regulamentares aplicáveis à espécie;
VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais
ou regulamentares aplicáveis à espécie;
ATENÇÃO!
Notem a importância do inciso IX acima! Sabemos que, como regra geral, a realização de
despesas pela Administração Pública deve ser previamente autorizada na lei orçamentária.
XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de
qualquer forma para a sua aplicação irregular;
Mais um alerta! No caso do inciso XII acima, o agente público apenas facilita para que um
terceiro se enriqueça ilicitamente, em desfavor dos cofres públicos. Por este motivo, tal
conduta é enquadrada como causadora de prejuízo ao erário. Diferente é a situação em
que o próprio agente público enriquece ilicitamente, enquadrada como ato de
enriquecimento ilícito do art. 9º.
O mesmo ocorre com o inciso XIII a seguir, em que o beneficiário da utilização das
máquinas e servidores públicos é o particular, não o patrimônio do agente público.
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços
públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei;
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XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas,
verbas ou valores públicos transferidos pela administração pública a entidade privada
mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou
regulamentares aplicáveis à espécie;
XXI - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades
privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma
para a sua aplicação irregular.
Por outro lado, tratando-se de entidades privadas na área de saúde o legislador optou
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por ser mais condescendente. Dessa forma, a liberação de recursos a entidades privadas
parceiras sem o respaldo em convênio ou contrato, se disserem respeito à área de saúde,
serão enquadradas apenas como violação a princípio (art. 11, X), tipologia menos grave
e que exige conduta dolosa.
Art. 10-A. Constitui ato de improbidade administrativa qualquer ação ou omissão para
conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o
caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003.
O art. 10-A na Lei de Improbidade (e a Seção II-A), dispondo que constitui ato de
improbidade administrativa qualquer ação ou omissão que objetive conceder, aplicar ou
manter benefício financeiro ou tributário que contrarie as regras referentes ao Imposto
Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN).
Adiante a modalidade de improbidade com menor gravidade, a qual importa violação aos
princípios da Administração Pública.
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios
da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de
honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:
Reparem que a caracterização destes atos, apesar de exigir conduta dolosa, pode
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I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na
regra de competência;
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva
permanecer em segredo;
Pela incidência em provas, merece destaque especial a previsão acima, de que o gestor
público que indevidamente deixa de prestar contas também terá praticado ato de
improbidade na modalidade violação a princípio.
O art. 12 concentra, para cada modalidade de ato de improbidade, a previsão das sanções
aplicáveis. Reparem que tais sanções podem ser aplicadas de modo isolado (por
exemplo, apenas a “perda da função pública”) ou cumulativamente (por exemplo, “perda
da função” + “multa civil”).
Além disso, lembro que tais sanções não possuem natureza penal. Apesar das
controvérsias doutrinárias a respeito, pode-se dizer que a LIA prevê sanções de 3
naturezas para atos de improbidade:
c) civil: ressarcimento ao erário, multa civil e perda dos bens e valores acrescidos
ilicitamente ao patrimônio
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Além disso, destaco que a aplicação das sanções previstas na LIA não impede que outras
sanções sejam aplicadas, sejam elas cíveis penais ou administrativas.
Exemplo: imagine determinado agente público que passou a exigir propina para exercer
suas atribuições.
Reparem que, além de cometer ato capitulado na LIA (categoria de enriquecimento ilícito),
a mesma conduta constitui crime previsto no Código Penal (crime de concussão – CP, art.
316).
Portanto, se o ato de improbidade for também tipificado como crime, a mesma conduta
poderá resultar em sanções penais, aplicadas de modo cumulativo com as penalidades
previstas na LIA, sem que isto caracterize bis in idem.
Nesse sentido, lembro que o próprio texto constitucional ressalva a aplicação das sanções
de improbidade “sem prejuízo da ação penal cabível” (CF, art. 37, §4º).
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A aplicação das sanções previstas na LIA (perda da função pública, suspensão de direitos
políticos, multa civil etc) é competência exclusiva do Poder Judiciário, inclusive quanto à
perda de função pública.
Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará em conta a
extensão do dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente.
Já comentamos por ocasião do art. 5º, mas reforço que os atos das categorias de
enriquecimento ilícito (art. 9º), violação aos princípios (art. 11) e concessão indevida
de benefício fiscal (art. 10-A) exigem que a conduta tenha sido praticada na modalidade
dolosa.
Por outro lado, tratando-se de atos que causem prejuízo ao erário (art. 10), as sanções
poderiam ser aplicadas se houver, indistintamente, dolo ou culpa.
companheiro, dos filhos e de outras pessoas que vivam sob a dependência econômica do
declarante, excluídos apenas os objetos e utensílios de uso doméstico.
§ 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de
outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens,
dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa.
Adiante iremos examinar dois conjuntos de regras, que dispõem sobre (i) a apuração
administrativa e (ii) as características da ação judicial por improbidade administrativa.
Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para
que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.
Além da medida cautelar de indisponibilidade de bens (art. 7º), a Lei de Improbidade prevê
a possibilidade do sequestro dos bens do agente ou terceiro.
Nesse sentido, é importante destacar que esta medida exige decisão judicial, não
bastando, para tanto, mera determinação da autoridade administrativa.
Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Público ou
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pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida cautelar.
Quanto ao prazo, a LIA prevê que, tendo sido concedida, previamente, medida cautelar de
sequestro ou indisponibilidade dos bens do acusado, o prazo para o ajuizamento da ação
principal de improbidade será de 30 dias, contados da efetivação da medida cautelar.
Por outro lado, caso não tenha sido requerida ou efetivada medida cautelar, terão lugar
apenas os prazos prescricionais, regulamentados no art. 23.
Ou seja, o poder público poderá deixar de condenar determinado agente por improbidade
por força de um acordo em que o infrator se comprometa a recompor os cofres públicos,
por exemplo, ou até mesmo a oferecer determinadas provas contra outros agentes. Assim,
o acordo isenta o infrator em troca de benefícios que ele “voluntariamente” ofereça ao
poder público.
Vejam que, antes da Lei 13.964, de dezembro de 2019, era vedado qualquer tipo de
transação, acordo ou conciliação nas ações por improbidade. Esta vedação foi suprimida e
o texto da LIA passou a admitir expressamente a celebração de acordos.
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Sabemos que o MP também poderá ingressar com a ação judicial por improbidade
administrativa (assim como a pessoa jurídica interessada).
Mas, caso a ação de improbidade não tenha sido proposta pelo Ministério Público, o MP
deverá atuar obrigatoriamente como fiscal da lei (ou custos legis), sob pena de nulidade
do processo (art. 17, §4º).
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou
terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com
o trânsito em julgado da sentença condenatória.
Do caput acima, reparem que, para a efetivação das sanções de “perda da função pública”
e “suspensão dos direitos políticos”, a Lei 8.429 exige expressamente que tenha ocorrido o
trânsito em julgado da sentença condenatória.
Vejam o poder conferido aqui pela LIA. Antes mesmo da conclusão do procedimento
administrativo ou do processo judicial, tanto a autoridade administrativa como o juiz
poderão determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou
função, quando a medida se fizer necessária à produção de provas e à análise do
processo.
Durante o período em que ficar afastado, o agente público continua percebendo sua
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remuneração.
Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser
propostas:
II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis
com demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou
emprego.
Além dos três casos acima, havendo a prática conjunta de ato de improbidade por
particular, as regras quanto ao prazo e à contagem a ele aplicáveis são idênticas às do
agente público que praticou a ilicitude.
Para fixarmos o assunto e ver a maneira como ele já foi cobrado em concursos, é
fundamental a resolução de questões sobre o tema. A seguir foi selecionada algumas
questões de concursos anteriores.
QUESTÕES
a)seguirá o rito ordinário e será proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica
interessada.
b)deve ser proposta no prazo de 45 dias da efetivação da medida cautelar de sequestro.
c)deve ser proposta no prazo de 60 dias da efetivação da medida cautelar de sequestro.
d)seguirá o rito sumário e será proposta exclusivamente pelo Ministério Público.
e)seguirá o rito ordinário e será proposta exclusivamente pelo Ministério Público.
c)a declaração de bens será semestralmente atualizada e na data em que o agente público
deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou função.
e)será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras
sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro
do prazo determinado, ou que a prestar falsa.
a)Até dois anos após o término do exercício de fiscal, de cargo em comissão ou de função
de confiança;
b)Dentro do prazo decadencial previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis
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com demissão a bem do serviço público, nos casos de função de confiança ou emprego;
c)Até dez anos da data da apresentação à administração pública da prestação de contas
anual pelas entidades;
d)Até quatro anos após o término do exercício de fiscal, de cargo em comissão;
e)Até cinco anos da data da apresentação à administração pública da prestação de contas
final pelas entidades;
7) De acordo com a Lei nº 8.429/92, que dispõe sobre as sanções aplicáveis aos
agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito, julgue os itens a seguir:
8)Júlio, ao tomar posse como servidor público estadual, apresentou sua declaração
de bens que compõem o seu patrimônio privado, conforme exigência da Lei nº
8.429/92. De acordo com a situação hipotética, marque a alternativa incorreta.
b)A declaração de bens será atualizada anualmente e também na data em que o agente
público deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou função.
c)O declarante, a seu critério, poderá entregar cópia da declaração anual de bens
apresentada à Delegacia da Receita Federal na conformidade da legislação do Imposto
sobre a Renda e proventos de qualquer natureza, com as necessárias atualizações.
d)Será punido com a pena de advertência, a bem do serviço público, sem prejuízo de
outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens,
dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa.
companheiro, dos filhos e de outras pessoas que vivam sob a dependência econômica do
declarante, excluídos apenas os objetos e utensílios de uso doméstico.
a)É preciso ser servidor público, com vínculo empregatício, para enquadrar-se como
sujeito ativo da improbidade administrativa, por eleição, nomeação, designação,
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego
ou função nas entidades públicas.
b)O ato de improbidade administrativa exige a ocorrência do ato danoso descrito na lei,
causador de enriquecimento ilícito para o sujeito ativo, prejuízo para o erário ou atentado
contra os princípios da Administração Pública; o enquadramento do ato pode se dar
isoladamente, em uma das três hipóteses, ou, cumulativamente, em duas ou nas três.
d)Entre as penas previstas em lei está a multa civil, que pode ser de até cinco vezes o
valor do acréscimo patrimonial, em caso de enriquecimento ilícito; de até dez vezes o valor
do dano, no caso de dano ao erário; e de até quinze vezes o valor da remuneração
percebida pelo agente, no caso de atentado aos
princípios da Administração.
a)perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos e multa civil
de até duas vezes o valor do benefício financeiro ou tributário
b)perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos e multa
civil de até três vezes o valor do benefício financeiro ou tributário
c)ressarcimento integral do dano, suspensão dos direitos políticos de quatro a oito anos,
pagamento de multa civil de até três vezes o valor do dano e estipulação de dano moral
e/ou material a critério do julgador
11)Um agente público que, agindo de forma culposa, gere lesão ao patrimônio
público, estará obrigado a ressarcir integralmente o dano causado.
( ) Certo
( ) Errado
a)multa civil.
b)perda de bens ou valores.
c)privação da liberdade.
d)ressarcimento integral do dano.
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15) A suspensão dos direitos políticos, no caso de condenação pela prática de atos
de improbidade, será pelo prazo
Gabarito: 1-A,2-C,3-E,4-E,5-E,6-E,7-B,8-D,9-B,10-B,11-C,12-C,13-B,14-B,15-C,16-B