Você está na página 1de 7

DISCIPLINA: Conhecimentos Especificos

PROFESSOR: Adriano Abdon

LEI COMPLEMENTAR Nº 258, DE 26 DE NOVEMBRO DE 2021

RESPONSABILIDADE CIVIL

Art. 4.º A responsabilidade civil do agente público decorre de ato doloso ou


culposo que, nos termos do § 6.º do art. 37 da Constituição Federal, importe em
dano ao Estado ou a terceiros.
Atente-se para esse dispositivo, de acordo com o artigo quarto, a responsabilidade
civil:
• Policial Penal
• Demais servidores
Irá decorrer de:
• Ato doloso
• Ato culposo
Desde que, importe em dano
• Estado
• Terceiros
De acordo com a Constituição Federal, em seu artigo 37 §6º:
“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e,
também, ao seguinte:
§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras
de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o
responsável nos casos de dolo ou culpa”.
OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR?
De acordo com o que foi visto acima, quando o ato do agente público acarretar
dano: A terceiros ou ao Estado, haverá a obrigação de indenizar, de acordo com o
que mostra no §1º deste artigo.

“§ 1.º A indenização devida em razão de responsabilização será descontada da


remuneração do agente público, não lhe excedendo o desconto a 1/10 (um
décimo) do valor total, exceto nos casos de danos decorrentes de atos dolosos
enquadrados na Lei Federal n.º 8.429, de 2 de junho de 1992, situação em que o
ressarcimento se dará de uma só vez”.
Surge aí uma exceção de extrema importância para o nosso estudo, de acordo
com a lei, a indenização será descontada, sem exceder a 1/10 do valor total
recebido. Mas quando se fala em ato doloso, surge uma outra forma de
indenização:
“Lei Federal n.º 8.429, de 2 de junho de 1992
Dispõe sobre as sanções aplicáveis em virtude da prática de atos de improbidade
administrativa, de que trata o § 4º do art. 37 da Constituição Federal; e dá outras
providências.
Art. 9º Constitui ato de improbidade administrativa importando em enriquecimento
ilícito auferir, mediante a prática de ato doloso, qualquer tipo de vantagem
patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, de mandato, de função, de
emprego ou de atividade nas entidades referidas no art. 1º desta Lei, e
notadamente: (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário
qualquer ação ou omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprovadamente, perda
patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou
haveres das entidades referidas no art. 1º desta Lei, e
notadamente: (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os
princípios da administração pública a ação ou omissão dolosa que viole os
deveres de honestidade, de imparcialidade e de legalidade, caracterizada por
uma das seguintes condutas: (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)”
Nesses casos, em que a conduta do agente publico se enquadre na lei de
Improbidade Administrativa, esse ressarcimento será de uma só vez.
NO CASO DE PREJUÍZO A TERCEIROS?

“§ 2.º Em caso de prejuízo a terceiros, o servidor responderá perante o Estado,


em ação regressiva proposta na forma da legislação”.
Sendo comprovado o prejuízo causado pelo agente público, surge para o Estado
uma ação que consiste em ressarcimento do prejuízo que o Estado teve de arcar
por conta do comportamento de seus agentes, Ação Regressiva.

APURAÇÃO

“Art. 5.º A apuração da responsabilidade funcional, nos termos desta Lei, se


processa por meio de investigação preliminar, de sindicância ou de processo
administrativo disciplinar, assegurados em ambos o contraditório e a ampla
defesa”.
Existem três formas distintas para a apuração da responsabilidade funcional.
• Investigação Preliminar;
• Sindicância;
• Processo Administrativo Disciplinar.
Vale ressaltar que, em ambos os casos, serão assegurados o contraditório e a
ampla defesa ao agente público.
“§ 1.º A investigação preliminar e a sindicância poderão tramitar perante a
Secretaria da Administração Penitenciária do Estado do Ceará – SAP, por
delegação do Controlador-Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública”.
Através do dispositivo supracitado, surge uma exceção importante à regra, a figura
da delegação do poder de investigação.
Conforme visto, cabe ao Controlador-Geral de Disciplina apurar a responsabilidade
disciplinar dos policiais penais. Nesse caso, quando se tratar de:
• Investigação Preliminar;
• Sindicância.
O Controlador-Geral poderá delegar sua competência à Secretaria da
Administração Penitenciária.
FUNÇÃO DE CHEFIA

“§ 2.º Sob pena de responsabilização, o agente público exercente de função de


chefia, ao tomar conhecimento de fato que possa configurar ilícito administrativo,
deve representar perante autoridade competente, para apuração do fato”.
O agente público, que esteja em função de chefia, assim que tomar conhecimento
de qualquer fato que possa vir a configurar um ilícito administrativo, tem o dever
legal de representar perante autoridade competente, para que se inicie a apuração
do fato, estando isento de qualquer responsabilidade que possa vir a acarretar pela
sua omissão, pois representou acerca do fato.

TRÍPLICE RESPONSABILIZAÇÃO

“§ 3.º Configurando a conduta funcional irregular, a um só tempo, ilícito


administrativo, civil e penal, a autoridade competente para determinar a abertura
do procedimento disciplinar adotará providências para a apuração da
responsabilidade civil ou penal, quando for o caso, durante ou após concluída a
sindicância ou o processo administrativo disciplinar”.
Quando a conduta omissiva ou comissiva for irregular e, a um só tempo,
configurada como ilícito:
• Administrativo;
• Civil;
• Penal.
A autoridade competente abrirá o procedimento administrativo disciplinar, após
isso, tomará as devidas providências para a apuração nas demais esferas (civil e
penal). A apuração nas demais esferas só darão inicio, durante ou após a
conclusão da Sindicância ou PAD.
EXERCÍCIOS

1. A responsabilidade civil do agente público decorre de ato doloso ou culposo


que somente importe em danos a terceiros, de acordo com o § 6.º do art. 37
da Constituição Federal.

( ) Certo ( ) Errado

2. As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras


de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o
responsável nos casos de dolo.

( ) Certo ( ) Errado

3. A indenização devida em razão de responsabilização será descontada da


remuneração do agente público, não lhe excedendo o desconto a 1/10 (um
décimo) do valor total, inclusive nos casos de danos decorrentes de atos
dolosos enquadrados na Lei Federal n.º 8.429, de 2 de junho de 1992.

( ) Certo ( ) Errado

GABARITO
1. EE
2. EC
3. EE

Você também pode gostar