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LÍNGUA

PORTUGUESA
Fonética, Acentuação e Processo de Formação
de Palavras

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
LÍNGUA PORTUGUESA
Fonética, Acentuação e Processo de Formação de Palavras
Elias Santana

Sumário
Fonética, Acentuação e Processo de Formação de Palavras. .................................................................3
Bloco I – Fonética.............................................................................................................................................................3
Bloco II – Acentuação Gráfica...................................................................................................................................5
Os Acentos Diferenciais. . ..............................................................................................................................................8
Questões de Concurso.................................................................................................................................................12
Gabarito...............................................................................................................................................................................44
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................45

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Fonética, Acentuação e Processo de Formação de Palavras
Elias Santana

FONÉTICA, ACENTUAÇÃO E PROCESSO


DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS
Olá, querido(a)! Para fechar nosso estudo para a AOCP, vamos abordar três tópicos são
explorados por essa banca: fonética, acentuação e processo de formação de palavras. Para
tanto, vamos fazer nossa engenharia reversa:
Os três assuntos estão assim divididos em nossas questões:
• Fonética;
• Acentuação;
• Processo de formação de palavras.

Nota-se uma vantagem absurda para o assunto acentuação. E é assim mesmo! Acentua-
ção é, de fato, o conteúdo mais importante deste PDF; mas as questões não são difíceis.
A forma como a banca cobra fonética é bastante tranquila. Você precisa mesmo saber
contar letras e fonemas, não se esquecendo dos dígrafos e dífonos.
Acerca de processo de formação de palavras, a AOCP se apoia apenas nos processos de
derivação.
Vamos, portanto, observar esses três pontos com bastante objetividade, a fim de que seu
resultado possa ser o melhor possível!

Bloco I – Fonética
A fonética é o estudo dos fonemas, que são os sons que funcionam como traço distintivo
em um idioma (não é qualquer barulho que pode ser definido como fonema). Para ser fonema,
o som precisa ser capaz de, unido a outros, compor significado. Os grafemas (que são as nos-
sas letras) fazem o papel de representar esses sons na escrita.
O que as provas de concursos públicos querem é que você saiba contar os fonemas e os
grafemas. Para isso, vou usar três exemplos:
(1) Bola
(2) Queijo
(3) Sexo
Para facilitar a nossa vida, abrirei mão de qualquer notação fonética técnica, uma vez que
isso não é relevante para concursos públicos. Vou me ater ao que realmente é necessário!
• Em 1, temos uma palavra composta por 4 letras e cada letra representa um som (por-
tanto, 4 fonemas).
• Em 2, temos 6 letras, mas duas delas formam um único som (o “QU”). Por isso, temos 5
fonemas.
• Em 3, temos 4 letras, mas uma delas (o “X”) representa dois sons (como se fosse
“sekso”). Logo, temos 5 fonemas.

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Quando duas letras formam um único som, chamamos de dígrafo. Quando uma letra carre-
ga dois sons (e isso só ocorre com o X em nossa língua), chamamos de dífono.
Os dígrafos da nossa língua são:
Os consonantais: CH, LH, NH, RR, SS, GU, QU, SC, SÇ e XC.
Os vocálicos ou nasais: vogais + M ou N na mesma sílaba!

ADENDO: Dígrafo vocálico X ditongo nasal


Compare duas palavras: campo e amaram.
Olhe bem para as partes sublinhadas. Apresentam a mesma escrita, mas sonoridades dife-
rentes. Em “campo”, a sonoridade é cãpo, ao passo que, em amaram, a pronúncia é amarãu.
Isso faz toda diferença! Na primeira palavra, “am” representa um único som (por isso, dí-
grafo); já na segunda, “am” representa dois sons (por isso, ditongo). Ao estudar fonética, é
preciso sempre olhar com carinho para a pronúncia, e não apenas para a escrita!

Vamos ver como isso aparece na prática:

001. (2017/FUNDATEC) Em relação às letras e aos fonemas de palavras do texto, analise as


afirmações que seguem e assinale C, se corretas, ou I, se incorretas.
( ) O vocábulo “impressão” apresenta dois dígrafos, um vocálico e um consonantal.
( ) A palavra “pontinha” tem 8 letras e 6 fonemas.
( ) Na palavra “desesperada”, o primeiro ‘S’ tem o som de Z.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
a) C – C – I.
b) C – I – I.
c) I – C – C.
d) I – C – I.
e) C – C – C.

A primeira afirmação está correta, pois em “impressão”, há os dígrafos “im” (vocálico) e “ss”
(consonantal). A segunda também está correta, pois “on” e “nh” são dígrafos”. A terceira tam-
bém está correta, por razões óbvias (kkk)!
Letra e.

002. (2017/AMAUC) Assinale a alternativa na qual o vocábulo compõe-se respectivamente


por 7 letras e 8 fonemas:
a) chocado
b) técnica

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c) exemplo
d) táxi
e) prefixo

Sabe o que a banca quer? Um dífono! Basta buscar um X com som de KS!
Letra e.

003. (2017/BIG ADVICE) “Saí correndo e peguei um táxi que era bem antigo.”
Ao somarmos os fonemas e letras das palavras em destaque, obteremos:
a) 23 letras e 23 fonemas.
b) 23 letras e 21 fonemas.
c) 24 letras e 24 fonemas.
d) 24 letras e 22 fonemas.
e) 24 letras e 21 fonemas.

Primeiramente, conte as letras (24). Em seguida, note os dígrafos (RR, EN, GU e AN) e o dífono (X).
Letra e.

Uma observação importante: na AOCP, é mais fácil ainda!

Bloco II – Acentuação Gráfica


Ao contrário do que muitos pensam, a acentuação gráfica não existe para complicar a
nossa vida, mas para facilitá-la. Nossa língua tem propriedades tonais! Como diferenciar, por
exemplo secretária de secretaria? Sabia de sabiá? E, por mais incrível que pareça, os princípios
de acentuação foram formulados com base em critérios lógicos e estatísticos.
A minha missão contigo é falar das regras, a fim de que você tenha bom desempenho nas
questões de provas. Então, vamos lá:
REGRAS GERAIS:
• 1. Toda proparoxítona é acentuada. Ex.: lâmpada;
• 2. Acentuam-se as oxítonas terminadas em A, E, O e EM (seguido ou não de S). Ex.: Pará,
patês, gigolô e armazéns;
• 3. Acentuam-se as oxítonas não terminadas em A, E, O e EM (seguido ou não de S). Ex.:
caráter, táxis, hífen, amável, ânus, tórax, tríceps, álbum.

ADENDO: o que é oxítona, paroxítona e proparoxítona?


São classificações das palavras quanto à tonicidade. Palavras oxítonas são aquelas que têm
a última sílaba como tônica; paroxítonas, penúltima; proparoxítonas, antepenúltima.

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Algumas observações MUITO IMPORTANTES:

 Obs.: “Hífen” só possui acento no singular. No plural – por terminar em -ens, como “arma-
zéns” – o acento é retirado. O mesmo acontece, por exemplo, com hímen e pólen.

 Obs.: Uma das polêmicas do momento envolve as paroxítonas terminadas em ditongo. Algu-
mas bancas as consideram parte da regra 3 (portanto, “responsável” e “necessário”
pertenceriam à mesma regra); outras não comungam desse posicionamento. Isso é
horrível, uma vez que não há qualquer documento oficial que garanta essa questão.
No meu entendimento (baseado em diversas análises gramaticais), a primeira visão é
a correta. Mas a minha sugestão é que você sempre observe pelas questões o que a
banca entende.

 Obs.: “Necessário” é uma paroxítona terminada em ditongo ou uma proparoxítona? Essa


é mais uma grande polêmica em torno do assunto! O entendimento dominante em
provas de concursos públicos reza que, quando há essa dúvida (que ocorre com várias
palavras), o correto é classificar a palavra como paroxítona terminada em ditongo
(visão com a qual eu concordo). Ainda voltaremos a falar desse assunto mais tarde,
em uma outra comparação.

REGRAS ESPECIAIS:
• 4. Acentuam-se os monossílabos tônicos terminados em A, E e O. Ex.: lá, ré, dó. (cuidado
para não confundir com a regra 2)!
• 5. Acentuam-se os ditongos aberto EU, EI e OI, quando aparecem em posição oxítona.
Ex.: chapéu, pastéis e corrói.
• 6. Acentuam-se as vogais I e U, quando ocupam a posição de segunda vogal em um
hiato. Ex.: prejuízos, saúde.

Observações MUITO IMPORTANTES:

 Obs.: “Céu” e “réu” encaixam-se na regra 5, mesmo sendo monossílabos (não vou entrar aqui
em outra polêmica gramatical, que discute se palavra monossílaba é também oxítona).

 Obs.: Palavras como deficiência, judiciário e sabíamos possuem hiato, mas não são acentu-
adas pela regra 6! As duas primeiras apresentam acento nas vogais E e A (e não I e U,
conforme está na regra). Na terceira, a vogal I é a primeira – e não a segunda – vogal
do hiato (conforme está na regra). Parece exagero, mas essa é a principal dúvida que
recebo há anos!
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 Obs.: Nas regras 5 e 6, houve intervenção do Novo Acordo Ortográfico. Na 5, palavras como
ideia, geleia, assembleia, boia e joia perderam o acento, uma vez que os ditongos
abertos estão em posição paroxítona (e não oxítona, conforme a nova regra). Na 6, só
houve alteração quando o hiato é antecedido por ditongo. Se o hiato estiver em posi-
ção paroxítona, há a perda do acento (como em baiuca e feiura). Se estiver em posição
oxítona, o acento é mantido (como em Piauí).

 Obs.: Quando o hiato é seguido de R, Z, M ou NH, não haverá acento. É o que acontece com
ruir, juiz, ruim e rainha. Detalhe: juízes é acentuado.

A lambança confusão do Cespe/Cebraspe.


Vamos analisar três questões do Cespe.

004. (2013/ANTT) O emprego do acento gráfico em “política”, “veículo” e “público” deve-se à


mesma regra de acentuação gráfica.

A banca entendeu que “veículo” está apenas na regra do hiato, e não das proparoxítonas.
Meu comentário: a banca errou feio! No mínimo, ela deveria admitir que as duas regras (propa-
roxítonas e hiato) incidem sobre essa palavra. Agora, se a discussão for em torno de qual regra
prevalece, a banca perde novamente! Se analisarmos uma palavra como maiúsculo, notamos
que o acento, mesmo após o Novo Acordo, foi mantido (e se trata de um hiato antecedido por
ditongo, como está na obs3). E sabe por que o acento foi mantido? Porque a palavra é propa-
roxítona! Entende-se, portanto, que a regra das proparoxítonas se sobrepõe à regra do hiato.
Errado.

Vejamos mais duas questões:

005. (2013/STF) O emprego do acento gráfico em “remédios” pode ser justificado com base
em duas regras distintas de acentuação.

006. (2017/TRF1) O emprego de acento na palavra “memória” pode ser justificado por duas
regras de acentuação distintas.

Gabarito de ambas, segundo a banca: CERTO. A banca considerou que tanto “remédios” quan-
to “memória” são, simultaneamente, paroxítonas terminadas em ditongo e proparoxítonas.
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Meu comentário: eu não vou nem me alongar na discussão acerca de proparoxítonas eventu-
ais ou aparentes (que não é resolvida por falta de um posicionamento técnico de estudiosos
notáveis). O problema maior é: como a banca não admite que podem incidir duas regras sobre
uma mesma palavra na primeira questão e admite que isso ocorra na segunda e terceira ques-
tões? E isso sem qualquer amparo na literatura de amplo acesso! A banca, nas três situações,
agiu de maneira arbitrária. Aliás, é muito mais simples justificar que há duas regras em “veícu-
lo” do que em “remédios” e “memória”.
Toda essa discussão não serve apenas para quem vai fazer provas do Cespe, mas para todos
os brasileiros! No caso dos concurseiros, busque entender o que sua banca pensa sobre cada
assunto (apesar de que o Cespe é capaz de ter dois pensamentos diferentes sobre um mesmo
tema, conforme demonstrado). Para os demais brasileiros: que lutemos sempre em favor de
uma educação mais científica e uniforme, a fim de que polêmicas subjetivas não possam se
sobrepor à beleza do entendimento lógico e didaticamente orientado.
Certo, Certo.

Os Acentos Diferenciais
Ainda existem, em nossa língua, casos em que um acento pode diferenciar palavras de escri-
ta idêntica (são os famosos acentos diferenciais). Com o Novo Acordo, alguns foram retirados;
outros, mantidos. No grupo dos acentos retirados, podemos citar os seguintes pares de palavras:
“para” (preposição, sempre foi sem acento) e “para” (verbo, que era com acento); “pelo” (contra-
ção de preposição e artigo, sempre foi sem acento) e “pelo” (substantivo, que era com acento);
“pela” (contração de preposição e artigo, sempre foi sem acento) e “pela” (verbo, que era com
acento); “polo” (contração arcaica, sempre foi sem acento) e “polo” (substantivo, que era com
acento); e “pera” (contração arcaica, sempre foi sem acento” e “pera” (fruta, que era com acento).
Já sobre os acentos diferenciais mantidos, temos: “tem” (verbo na 3ª pessoa do singular) e “têm”
(verbo na terceira pessoa do plural); “vem” (verbo na terceira pessoa do singular) e “vêm” (verbo na
terceira pessoa do plural); “pode” (verbo no presente do indicativo) e “pôde” (verbo no pretérito per-
feito do indicativo); e “por” (preposição) e “pôr” (verbo). Obs: verbos derivados de “ter” e “vir” também
mantiveram acentos diferenciais, como ocorre em “mantém/mantêm” e “intervém/intervêm”.
Por fim, houve a retirada dos acentos das palavras paroxítonas marcadas pela repetição de
vogais. É o caso de “voo”, “enjoo”, “veem” e “creem”, por exemplo.

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Proparoxítona: todas são acentuadas.
Cuidado 1: paroxítona terminada em ditongo não é, para
Oxítonas: acentuam-se as terminadas em A(s), E(s), O(s), Em(ns) a regra, terminada em A, E e O.
Regras gerais
Paroxítonas: acentuam-se as NÃO terminadas em A(s), E(s), O(s), Em(ns) Cuidado 2: paroxítona terminada em N perde o acento
quando está flexionada no plural.
Monossílabos tônicos
Acentuação
Ditongos abertos
Gráfica Cuidado 3: novo acordo

Hiatos formados com I ou U


Regras especiais Cuidado 4: novo acordo

Acentos diferenciais
Repetição de vogais

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Processo de Formação de Palavras

É um segmento da morfologia é dedicado a explicar como as palavras se formam. Há dois


processos que são cobrados em prova: derivação e composição.
A derivação ocorre quando, a partir de uma palavra primitiva, forma-se um novo vocábulo.
Isso ocorre por meio do acréscimo de afixos1 à palavra original ou da alteração da classifica-
ção gramatical. Há seis formas de derivação:
• Prefixal: a adição de um prefixo a uma palavra primitiva. Ex.: autoescola, pré-história.
• Sufixal: a adição de um sufixo a uma palavra primitiva. Ex.: cabeçada, simplesmente.
• Prefixal e sufixal: a adição simultânea de um prefixo e um sufixo a uma palavra primitiva,
todavia é possível retirar um ou outro e, ainda assim, haver uma palavra válida na língua
portuguesa. Ex.: homossexualidade (existem as palavras homossexual e sexualidade)
• Parassintética: a adição simultânea de um prefixo e um sufixo a uma palavra primitiva,
mas a retirada de um ou de outro gera uma palavra inexistente. Entristecer (não existe
entriste ou tristecer).
• Imprópria: a transformação de uma palavra em um substantivo, unicamente pela adição
de um artigo. Ex.: O respirar alivia a alma. (“Respirar” é um verbo, mas, com o acréscimo
do artigo, tornou-se substantivo).
• Regressiva: a transformação de um verbo em um substantivo (que sempre será abstrato).
Nesses casos, há a alteração da palavra, e não apenas o acréscimo de um artigo. Ex.: O con-
sumo de leite parece prejudicial. (O substantivo “consumo” é derivado do verbo consumir).

A composição ocorre por meio da união de palavras primitivas. Ambas possuem sentido
sozinhas, mas se unem para formar um novo. Há duas formas de composição:
• Por justaposição: não ocorre qualquer a perda de letras e fonemas entre as palavras
envolvidas. Ex.: guarda-roupas, paraquedas.
• Por aglutinação: ocorre a perda de letras e fonemas entre as palavras envolvidas. Ex.:
sudoeste (sul+oeste), lobisomem (lobo+homem).

Vejamos como isso aparece em provas:

007. (2012/CONSULPLAN/TSE) Assinale a palavra que tenha sido formada por processo DIS-
TINTO do das demais.
a) teológica (L. 1)
b) biografia (L. 74)
1
Afixos são estruturas linguísticas que só possuem significado quando atreladas a uma palavra primitiva. É o que ocorre, por
exemplo, com a palavra preconceito. Sabemos que ela é formada por duas partes (pre+conceito). “Pre” não possui sentido
sozinho, mas ganha significado quando ligado a uma outra palavra, portanto trata-se de um afixo. Existem dois tipos de
afixos: prefixos (colocados antes da palavra) e sufixos (colocados depois da palavra).

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c) narcotráfico (L. 14)


d) desvalorizada (L. 32)

Todas as palavras da questão foram formadas por processo de derivação. “Teológica”, “biogra-
fia” e “narcotráfico” apresentam um processo de derivação prefixal, ao passo que “desvaloriza-
da” possui uma formação prefixal sufixal (des+valor+izada).
Letra d.

008. (2014/CONSULPLAN/MAPA) Assinale a alternativa em que todas as palavras foram for-


madas por derivação sufixal.
a) Constituição – região – mineração.
b) Manifestações – oposição – produtores.
c) Reservatório – relações – descendentes.
d) Anarquismo – parlamentaristas – poderes.
Manifestações (manifestar+ções); oposição (opor+ção); produtores (produzir+ores). “Região”,
relações” e “poderes” são palavras primitivas, sem qualquer derivação.
Letra b.

O que cai, Elias?

Como você percebeu, muita acentuação! Saiba tudo sobre o assunto e não perca tempo
com polêmicas bobas que existem em torno dele! Sua missão é conhecer esse assunto para
passar em concursos públicos, e não para mudar a história dos estudos de linguística! Faça
todas as questões com muita atenção!
Sobre fonética e processo de formação de palavras: você verá que as questões são real-
mente muito simples. Uma leitura atenta do PDF vai resolver a sua vida!

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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (2017/INSTITUTO AOCP/SEJUS-CE/AGENTE/PENITENCIÁRIO/MÉDIO)
TEXTO 1
O acúmulo de compromissos preenche horários livres, adia o lazer e a vida social, dando
a impressão de que o tempo passa cada vez mais rápido
Raphael Martins

O ano passou rápido? Não dá para cumprir todas as obrigações dentro dos prazos? O dia pare-
ce cada vez mais curto? Por que não se tem mais tempo para nada?
O estilo de vida atarefada e a dificuldade de conciliar compromissos profissionais com re-
lações sociais dão uma nítida impressão de que o tempo voa. Dentre os principais motivos para
que isso aconteça está o aumento de tarefas e obrigações que as pessoas se envolvem nos dias
de hoje. Cria-se, assim, uma sensação pessoal de que há cada vez menos tempo para si. Florival
Scheroki, doutor em Psicologia Experimental pela Universidade de São Paulo e psicólogo clínico,
explica: “Há realmente essa impressão de que o tempo se acelerou. Na realidade, é uma percep-
ção que as pessoas têm que não cabe, no tempo disponível, tudo aquilo que elas têm que fazer”.
O psicólogo complementa: “Isso tudo acontece pelo estilo de vida que temos hoje. Uma
mãe de família sai às 7 horas da manhã para deixar as crianças na escola. Se sai às 7h15, ela
não cumpre o horário de entrada no trabalho, às 8 horas. Parece que não temos mais inter-
valos”. Maria Helena Oliva Augusto, professora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas, concorda: “É como se o ritmo do tempo se acelerasse. Na verdade, a percepção
temporal muda por conta dos inúmeros compromissos que estão presentes no cotidiano, que
fazem não se dar conta de perceber o tempo de maneira mais tranquila”.
Sobre o assunto, Luiz Silveira Menna Barreto, professor especializado em cronobiologia
da Escola de Artes, Ciências e Humanidades, coloca que, na sociedade contemporânea, as
cobranças são cada vez mais intensas e frequentes, o que produz uma sensação crônica de
falta de tempo. As demandas exigem que as pessoas tenham inúmeras habilidades e qualifi-
cações acadêmicas, tomando boa parte do tempo que poderia ser destinado ao lazer. Scheroki
completa: “Por que hoje é assim e antes não era? Hoje temos várias tarefas que não tínhamos.
Temos que saber inglês, francês, jogar tênis, trabalhar… As pessoas tentam alocar dentro do
tempo mais ações do que cabem nele”. [...]
A professora Maria Helena destaca: “A percepção de aceleração do tempo é uma coisa
angustiante. É possível se dar conta disso pela quantidade de pessoas ansiosas, depressivas
e estressadas que se encontra. Elas percebem o tempo passando rapidamente e, por isso, tem
pressa de viver intensamente. Isso acaba criando situações de tensão muito grandes”.[...]
O psicólogo acredita que os principais prejuízos de uma vida atarefada é sentido nas relações
com amigos ou familiares. Na hora de escolher entre uma obrigação profissional ou uma interação
social, as pessoas acabam priorizando o trabalho: “Nós somos nossas relações sociais, nós

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acontecemos a partir delas. Se elas acabam sendo comprometidas, comprometem toda a nossa
vida. A vida é composta pelas nossas ações no tempo e cada vez menos a gente tem autonomia
sobre ela”.
Para o professor Menna-Barreto, o ideal é buscar alternativas de trabalho ou estudo em
horários mais compatíveis com uma vida saudável. “Exercício físico, relações sociais e familia-
res ricas e alimentação saudável também ajudam, mas a raiz do problema reside no trabalho
excessivo”, completa.[...]
Disponível em: http:/www.ip.usp.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=3330%3Aa-sensa-
cao-dos-dias-de-poucashoras&catid=46%3Anamidia&Itemid=97&lang=pt

Assinale a alternativa correta.


a) As palavras “nítida” e “horário” recebem acento agudo pelo mesmo motivo: são paroxítonas
terminadas em ditongo.
b) As palavras “impressão” e “relações” recebem o til pelo mesmo motivo: são paroxítonas
terminadas em ditongo nasal.
c) As palavras “inúmeros” e “prejuízos” recebem acento agudo por motivos diferentes. No caso
de “inúmeros”, a acentuação se dá por ser uma palavra proparoxítona terminada em “s”. No
caso de “prejuízos”, a acentuação se dá por ser uma palavra paroxítona no plural.
d) As palavras “têm” e “inglês” recebem acento circunflexo por motivos diferentes. No caso de
“têm”, a acentuação se dá para marcar que o verbo concorda com a terceira pessoa do plural.
No caso de “inglês”, a acentuação se dá por ser uma palavra oxítona terminada em e(s).

002. (2017/INSTITUTO AOCP/DESENBAHIA/ESCRITURÁRIO)


Deu ruim pro Uber?
Filipe Vilicic

Tenho ouvido essa pergunta com muita frequência, desde o início do ano. Há a noção
de que o app, antes adorado, entrou numa ladeira, em ponto morto
Comecemos com o popular termômetro do Facebook. Há um ano, entrava em meu perfil
e via uma penca de pessoas louvando o Uber. E não exagero com o “louvar”. Pois era exage-
rada a reação da multidão facebookiana. Ao Uber era atribuída uma, nada mais, nada menos,
revolução no transporte urbano. Era o início dos tempos de motoristas particulares bem-ves-
tidos e com água gelada e balinha no carro. Desde o início do ano, o cenário mudou. Agora, o
exagero é o oposto. Há todo tipo de reclamação contra o Uber.
Nas últimas duas semanas, deparei-me com queixas de mais de dez pessoas, de meu
círculo de amigos no Facebook. Isso sem correr atrás dos lamentos; apenas como observador,
um receptor passivo. Fora do ambiente virtual, outros quatro clientes vieram me perguntar algo
como: “por que o Uber tá tão ruim?”. Todos haviam passado por problemas recentes com o
aplicativo. A reclamação mais comum, e que reproduz uma situação pela qual passei três ve-
zes (a última, em maio): motoristas cancelarem a corrida, sem avisar, sem perguntar, por vezes

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próximos ao local de partida, aparentemente por 1. Não quererem aquela viagem específica ou
2. Calcularem que vale mais a pena fazer o usuário pagar uma “multa” pelo cancelamento.
Mas voltemos à pergunta inicial: o que aconteceu com o Uber?
Parece que, quando surgiu, em 2009, e até o ano passado, a empresa americana era encarada
como uma criança talentosa; e, sim, estava em seu início, em sua infância. Todos (ou quase todos)
se admiravam com os talentos dessa jovem (e inovadora) criança. Agora, o Uber entrou na fase da
adolescência, cheio de problemas. É comum que esse amadurecimento venha às companhias, ainda
mais às que se autoproclamam inovadoras. O Google, por exemplo, era criticado na virada dos anos
2000 e, depois, em meados da década passada (chegou a se ver como protagonista de uma CPI da
Pedofilia no Brasil). O Facebook tem sofrido duras repressões da mídia, e de usuários, pela prolifera-
ção de fake news, de vídeos violentos, e de outras coisas, digamos, duvidosas, pela rede social. Essas
duas empresas souberam amadurecer e dar a volta por cima. Reagiram, ao menos por enquanto, de
forma – na lógica que coloquei acima – adulta. Será que o Uber conseguirá o mesmo?
Já era para o Uber?
Sim, a empresa entrou numa ladeira, em ponto morto. Mas ainda dá tempo de frear,
dar a volta e engatar a primeira marcha. Todas as gigantes do Vale do Silício, ou as já mais
estabelecidas, tiveram de encarar momentos-chave para suas histórias, nos quais quaisquer
deslizes poderiam levar a uma quebradeira geral. Foi assim com a Apple, cuja falência era tida
como quase certa no fim dos anos 90 (e, veja só, agora é a bola da vez). E com Twitter, Google,
Facebook… todas. Faz parte do processo de amadurecimento. A pergunta que fica: será que o
Uber conseguirá ultrapassar os obstáculos que ele próprio parece ter criado para si e, assim,
virará “adulto”? Ainda não se sabe qual será o destino final dessa corrida.
Adaptado de http:/veja.abril.com.br/blog/a-origem-dos-bytes/deu -ruim-pro-uber/. Publicado em 22 jun
2017, 18h54

Assinale a alternativa em que a acentuação gráfica das duas palavras se justifica por regras
diferentes.
a) Frequência – início.
b) Últimas – círculo.
c) Já – será.
d) Três – só.
e) Conseguirá – virará.

003. (2017/AOCP/CODEM – PA/ADVOGADO)


O Lado Negro do Facebook
Por Alexandre de Santi

O Facebook é, de longe, a maior rede da história da humanidade. Nunca existiu, antes, um lu-
gar onde 1,4 bilhão de pessoas se reunissem. Metade de todas as pessoas com acesso à internet, no
mundo, entra no Facebook pelo menos uma vez por mês. Em suma: é o meio de comunicação mais

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poderoso do nosso tempo, e tem mais alcance do que qualquer coisa que já tenha existido. A maior
parte das pessoas o adora, não consegue conceber a vida sem ele. Também pudera: o Facebook é
ótimo. Nos aproxima dos nossos amigos, ajuda a conhecer gente nova e acompanhar o que está
acontecendo nos nossos grupos sociais. Mas essa história também tem um lado ruim. Novos estu-
dos estão mostrando que o uso frequente do Facebook nos torna mais impulsivos, mais narcisistas,
mais desatentos e menos preocupados com os sentimentos dos outros. E, de quebra, mais infelizes.
No ano passado, pesquisadores das universidades de Michigan e de Leuven (Bélgica)
recrutaram 82 usuários do Facebook. O estudo mostrou uma relação direta: quanto mais tem-
po a pessoa passava na rede social, mais infeliz ficava. Os cientistas não sabem explicar o
porquê, mas uma de suas hipóteses é a chamada inveja subliminar, que surge sem que a gente
perceba conscientemente. Já deve ter acontecido com você. Sabe quando você está no traba-
lho, e dois ou três amigos postam fotos de viagem? Você tem a sensação de que todo mundo
está de férias, ou que seus amigos viajam muito mais do que você. E fica se sentindo um fra-
cassado. “Como as pessoas tendem a mostrar só as coisas boas no Facebook, achamos que
aquilo reflete a totalidade da vida delas”, diz o psiquiatra Daniel Spritzer, mestre pela UFRGS
e coordenador do Grupo de Estudos sobre Adições Tecnológicas. “A pessoa não vê o quanto
aquele amigo trabalhou para conseguir tirar as férias”, diz Spritzer.
E a vida em rede pode ter um efeito psicológico ainda mais assustador. Durante 30 anos,
pesquisadores da Universidade de Michigan aplicaram testes de personalidade a 14 mil universi-
tários. O resultado: os jovens da geração atual, que cresceram usando a internet, têm 40% menos
empatia que os jovens de três décadas atrás. A explicação disso, segundo o estudo, é que na vida
online fica fácil ignorar as pessoas quando não queremos ouvir seus problemas ou críticas – e,
com o tempo, esse comportamento indiferente acaba sendo adotado também na vida offline. Num
meio competitivo, onde precisamos mostrar como estamos felizes o tempo todo, há pouco incen-
tivo para diminuir o ritmo e prestar atenção em alguém que precisa de ajuda. Há muito espaço, por
outro lado, para o egocentrismo. Em 2012, um estudo da Universidade de Illinois com 292 volun-
tários concluiu que, quanto mais amigos no Facebook uma pessoa tem, e maior a frequência com
que ela posta, mais narcisista tende a ser – e maior a chance de fazer comentários agressivos.
Esse último resultado é bem surpreendente, porque é contraintuitivo. Ora, uma pes-
soa que tem muitos amigos supostamente os conquistou adotando comportamentos positi-
vos, como modéstia e empatia. O estudo mostra que, no Facebook, tende a ser justamente o
contrário.
Adaptado de Superinteressante. Disponível em: http:/super.abril. com.br/tecnologia/o-lado-negro-do-facebook/

Assinale a alternativa em que NÃO ocorre derivação sufixal.


a) Poderoso.
b) Reunissem.
c) Supostamente.
d) Justamente.
e) Humanidade.

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004. (2017/AOCP/CODEM-PA/ADVOGADO) Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se


afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta.
( ) No trecho “O resultado: os jovens da geração atual, que cresceram usando a internet, têm
40% menos empatia que os jovens de três décadas atrás.”, a forma verbal “têm” está no plural
para concordar com “os jovens de três décadas atrás”.
( ) As palavras “Bélgica” e “psicológico” acentuam-se devido à mesma regra.
( ) Em “Há muito espaço, por outro lado, para o egocentrismo”, o verbo “há” está acentuado por
ser um monossílabo tônico terminado em -a.
( ) Em “os jovens de três décadas atrás”, as palavras “três” e “atrás” acentuam-se por se-
rem oxítonas.
a) V – V – V – V.
b) F – V – V – F.
c) F – F – V – V
d) V – F – F – V.
e) F – V – F – F.

005. (2017/INSTITUTO AOCP/EBSERH/ANALISTA/ADMINISTRATIVO/ÁREA ADMI-


NISTRATIVA)
A BELEZA E A ARTE NÃO CONSTITUEM NENHUMA GARANTIA MORAL
Contardo Calligaris

Gostei muito de “Francofonia”, de Aleksandr Sokurov. Um jeito de resumir o filme é este:


nossa civilização é um navio cargueiro avançando num mar hostil, levando contêineres reple-
tos dos objetos expostos nos grandes museus do mundo. Será que o esplendor do passado
facilita nossa navegação pela tempestade de cada dia? Será que, carregados de tantas coisas
que nos parecem belas, seremos capazes de produzir menos feiura? Ou, ao contrário, os restos
do passado tornam nosso navio menos estável, de forma que se precisará jogar algo ao mar
para evitar o naufrágio?
Essa discussão já aconteceu. Na França de 1792, em plena Revolução, a Assembleia
emitiu um decreto pelo qual não era admissível expor o povo francês à visão de “monumentos
elevados ao orgulho, ao preconceito e à tirania” – melhor seria destruí-los. Nascia assim o dito
vandalismo revolucionário – que continua.
Os guardas vermelhos da Revolução Cultural devastaram os monumentos históricos da
China. O Talibã destruiu os Budas de Bamiyan (séculos 4 e 5). Em Palmira, Síria, o Estado Islâ-
mico destruiu os restos do templo de Bel (de quase 2.000 anos atrás). A ideia é a seguinte: se
preservarmos os monumentos das antigas ideias, nunca teremos a força de nos inventarmos
de maneira radicalmente livre.
Na mesma Assembleia francesa de 1792, também surgiu a ideia de que não era preciso
destruir as obras, elas podiam ser conservadas como patrimônio “artístico” ou “cultural” – ou
seja, esquecendo sua significação religiosa, política e ideológica.
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Sentado no escuro do cinema, penso que nós não somos o navio, somos os contêineres
que ele carrega: um emaranhado de esperanças, saberes, intuições, dúvidas, lamentos, heran-
ças, obrigações e gostos. Tudo dito belamente: talvez o belo artístico surja quando alguém
consegue sintetizar a nossa complexidade num enigma, como o sorriso de “Mona Lisa”.
Os vândalos dirão que a arte não tem o poder de redimir ou apagar a ignomínia moral.
Eles têm razão: a estátua de um deus sanguinário pode ser bela sem ser verdadeira nem boa.
Será que é possível apreciá-la sem riscos morais?
Não sei bem o que é o belo e o que é arte. Mas, certamente, nenhum dos dois garante nada.
Por exemplo, gosto muito de um quadro de Arnold Böcklin, “A Ilha dos Mortos”, obra imensamente
popular entre o século 19 e 20, que me evoca o cemitério de Veneza, que é, justamente, uma ilha, San
Michele. Agora, Hitler tinha, em sua coleção particular, a terceira versão de “A Ilha dos Mortos”, a me-
lhor entre as cinco que Böcklin pintou. Essa proximidade com Hitler só não me atormenta porque “A
Ilha dos Mortos” era também um dos quadros preferidos de Freud (que chegou a sonhar com ele).
Outro exemplo: Hitler pintava, sobretudo aquarelas, que retratam edifícios austeros e solitá-
rios, e que não são ruins; talvez comprasse uma, se me fosse oferecida por um jovem artista pelas
ruas de Viena. Para mim, as aquarelas de Hitler são melhores do que as de Churchill. Pela pior
razão: há, nelas, uma espécie de pressentimento trágico de que o mundo se dirigia para um banho
de sangue.
É uma pena a arte não ser um critério moral. Seria fácil se as pessoas que desprezamos
tivessem gostos estéticos opostos aos nossos. Mas, nada feito.
Os nazistas queimavam a “arte degenerada”, mas só da boca para fora. Na privacidade
de suas casas, eles penduraram milhares de obras “degeneradas” que tinham pretensamente
destruído. Em Auschwitz, nas festinhas clandestinas só para SS, os nazistas pediam que a
banda dos presos tocasse suingue e jazz – oficialmente proibidos.
Para Sokurov, o museu dos museus é o Louvre. Para mim, sempre foi a Accademia, em
Veneza. A cada vez que volto para lá, desde a infância, medito na frente de três quadros, um
dos quais é “A Tempestade”, do Giorgione. Com o tempo, o maior enigma do quadro se tornou,
para mim, a paisagem de fundo, deserta e inquietante. Pintado em 1508, “A Tempestade” inau-
gura dois séculos que produziram mais beleza do que qualquer outro período de nossa histó-
ria. Mas aquele fundo, mais tétrico que uma aquarela de Hitler, lembra-me que os dois séculos
da beleza também foram um triunfo de guerra, peste e morte – Europa afora.
É isto mesmo: infelizmente, a arte não salva.
Textoadaptadode:http:/www1.folha.uol.com.br/colunas/contardocalligaris/2016/08/1806530-a-beleza-e-aarte-
-nao-constituem-nenhuma-garantia-moral.shtml

A acentuação das palavras “artístico”, “admissível” e “alguém”, retiradas do texto, justifica-se,


respectivamente, conforme as regras de acentuação das palavras da língua portuguesa, pois
a) marcam-se com acento agudo todas as palavras proparoxítonas, com acento agudo as pa-
lavras paroxítonas cuja sílaba tônica tenha as vogais i e a e com acento agudo as palavras
oxítonas terminadas em em.

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b) marca-se com acento agudo a vogal i da sílaba tônica das palavras proparoxítonas, com
acento agudo a vogal i das palavras paroxítonas terminadas em l e com acento agudo a vogal
e da terminação em das palavras oxítonas.
c) marcam-se com acento agudo as palavras paroxítonas cuja sílaba tônica tenha a vogal i,
com acento agudo a vogal da sílaba tônica das palavras proparoxítonas terminadas em l e
todas as palavras oxítonas que tenham a vogal e na última sílaba.
d) marcam-se com acento agudo as vogais i e e das palavras em língua portuguesa sempre
que elas estiverem na sílaba tônica, independentemente de tratar-se de uma proparoxítona,
paroxítona ou oxítona.
e) marcam-se com acento agudo a vogal i das palavras proparoxítonas que não sejam termi-
nadas em ditongo, com acento agudo as palavras paroxítonas que têm na penúltima sílaba a
vogal i seguida das consoantes v ou f, como em hífen, e com acento agudo as oxítonas termi-
nadas em em ou ens.

006. (2017/INSTITUTO AOCP/EBSERH/ASSISTENTE)


SOLIDÃO INTERATIVA
Ronaldo Coelho Teixeira

A primeira vez que vi esse termo foi por meio de um jeca superjóia: Juraildes da Cruz.
Tocantino de Aurora, radicado em Goiânia, Goiás e um dos maiores compositores contempo-
râneos brasileiros. Não seria pra menos! Afinal, foi ele quem criou o hit que Genésio Tocantins
espalhou pelo Brasil por meio do Domingão do Faustão, na TV Globo, em 1999. “Nóis é jeca,
mas é joia”, aquele da farinhada, feita da mandioca, da macaxeira ou do aipim, a depender da
região brasileira. Sacada de mestre, de quem está sempre antenado ao mundo e aos seus.
Juraíldes da Cruz em sua letra, visionária – como tudo o que os gênios, as antenas da raça
fazem – já arrepiava: “Tiro o bicho de pé com canivete, mas já tô na internet”. E isso quando a
www ainda engatinhava. Mas com esse achado que agora evoco aqui, o artista quer mesmo é
alertar para o mau uso das tecnologias, sobre coisas que o homem cria, mas que geralmente
acaba escravo delas. Solidão interativa foi cunhado pelo sociólogo francês Dominique Wolton.
Em sua tese, o autor alerta quanto ao cuidado para com o uso da internet, principalmente das
redes sociais, chamando a atenção para um detalhe vital no avanço das tecnologias de comu-
nicação: não importam formas e meios de expressão, a comunicação humana não foi, não é
e nunca será algo tão simples, sempre vai conter grandeza e dificuldade. Wolton justifica-se
dizendo que a internet é incrível para a comunicação entre pessoas e grupos que tenham os
mesmos interesses, mas está longe de ser uma ferramenta de comunicação de coesão entre
pessoas e grupos diferentes. E que por isso, a internet não é uma mídia, mas um sistema de
comunicação comunitário. Ele prova isso afirmando que podemos passar horas, dias na inter-
net e sermos incapazes de ter uma verdadeira relação humana com quer que seja.
A solidão interativa grassa nas redes sociais, especialmente no facebook. São fotos e
fotos postadas – a maioria – forjando uma felicidade quando, na verdade, é tudo fake. As mais
usuais são aquelas em que o autor se autofotografa – as famosas selfies – e sai espalhando-
-as de um dia para o outro, quando não, de uma hora para outra.
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Tem as gastronômicas. Aquelas em que o autor antes de comer um prato ou uma igua-
ria especial, fotografa e já a lança na rede como a dizer que está podendo. Mas aquela comi-
dinha do dia a dia, a da vida real, ele jamais vai postar. Ovo frito? Nem pensar! E aquelas dos
momentos felizes? Sim, tem gente que acha que os seus instantes de lazer e diversão têm que,
obrigatoriamente, ser vistos por todos. E lá vai um post ao lado do namorado ou namorada, dos
amigos, geralmente com ares de forçação de barra. Porque a gaiola do tempo, forjada por nós
mesmos, só pode ser aberta pela chave da felicidade plena.
E tem aquela que é emblemática: a mensagem em que o internauta revela o status do seu
sentimento. Mas o ápice da solidão interativa está naquela figura que posta alguma coisa e ela
mesma vai lá e a curte. De dar dó, não? Temos milhares de ‘amigos’ nessa cornucópia virtual.
Nessa Caixa de Pandora do Século XXI, eis-nos diante de uma incoerente quimera: o autoengano.
[...]
O autoengano é peça-chave para a nossa sobrevivência. Mentimos – a partir dos dois me-
ses de idade – não só para os outros, mas, principalmente, para nós mesmos. Mesmo protegidos
na redoma da interatividade, continuamos sós, ali, onde apenas a solidão nos alcança. Enquanto
teclamos a torto e a direito, sugerindo que estamos sempre ON, a vida verdadeira continua OFF.
E nunca nos damos conta de que, no fim, toda a solidão que nos rodeia, essa sim, é real. Porque
bytes, bits e pixels não transmitem calor. E o verbo sem o hálito quente é apenas palavra morta.
Adaptado de:< http:/lounge.obviousmag.org/espantalho_lirico/2016/08/solidao-interativa.html>.

No excerto “Wolton justifica-se dizendo que a internet é incrível para a comunicação entre pesso-
as e grupos que tenham os mesmos interesses, mas está longe de ser uma ferramenta de comu-
nicação de coesão entre pessoas e grupos diferentes. E que por isso, a internet não é uma mídia,
mas um sistema de comunicação comunitário.”, os termos destacados são, respectivamente:
a) polissílabo paroxítono; trissílabo oxítono.
b) trissílabo paroxítono; dissílabo paroxítono.
c) dissílabo paroxítono; trissílabo oxítono.
d) polissílabo paroxítono; dissílabo oxítono.
e) trissílabo paroxítono; dissílabo oxítono.

007. (2016/INSTITUTO AOCP/EBSERH/TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO)


Texto 2


Disponível
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Alexandre <https:/bioeticaemfoco.wordpress.com/humorreflexao/>.
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Em “Que faz com seus resíduos tóxicos?”, o termo em destaque recebe acento, porque é uma palavra
a) proparoxítona, ou seja, a sílaba mais forte é a última.
b) oxítona, ou seja, a sílaba mais forte é a última.
c) paroxítona, ou seja, a sílaba mais forte é a antepenúltima.
d) paroxítona, ou seja, a sílaba mais forte é a penúltima.
e) proparoxítona, ou seja, a sílaba mais forte é a antepenúltima.

008. (2016/INSTITUTO AOCP/EBSERH/ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO)


O que é ética hoje?
Sem uma discussão lúcida sobre a ética não é possível agir com ética
Marcia Tiburi

A palavra ética aparece em muitos contextos de nossas vidas. Falamos sobre ética em
tom de clamor por salvação. Cheios de esperança, alguns com certa empáfia, exigimos ou re-
clamamos da falta de ética, mas não sabemos exatamente o que queremos dizer com isso. Há
um desejo de ética, mas mesmo em relação a ele não conseguimos avançar com ética. Este é
nosso primeiro grande problema.
O que falta na abordagem sobre ética é justamente o que nos levaria a sermos éticos.
Falta reflexão, falta pensamento crítico, falta entender “o que é” agir e “como” se deve agir. Com
tais perguntas é que a ética inicia. Para que ela inicie é preciso sair da mera indignação moral
baseada em emoções passageiras, que tantos acham magnífico expor, e chegar à reflexão
ética. Aqueles que expõem suas emoções se mostram como pessoas sensíveis, bondosas,
creem-se como antecipadamente éticos porque emotivos. Porém, não basta. As emoções em
relação à política, à miséria ou à violência, passam e tudo continua como antes. A passagem
das emoções indignadas para a elaboração de uma sensibilidade elaborada que possa susten-
tar a ação boa e justa – o foco de qualquer ética desde sempre – é o que está em jogo.
Falta, para isso, entendimento. Ou seja, compreensão de um sentido comum na nossa reivin-
dicação pela ética. Falta, para se chegar a isso, que haja diálogo, ou seja, capacidade de expor e de
ouvir o que a ética pode ser. Clamamos pela ética, mas não sabemos conversar. E para que haja ética
é preciso diálogo. E, por isso, permanecemos num círculo vicioso em que só a inação e a ignorân-
cia triunfam.
Na inanição intelectual em voga, esperamos que os cultos, os intelectuais, os professores, os
jornalistas, todos os que constroem a opinião pública, tragam respostas. Nem estes podem ajudar
muito, pois desconhecem ou evitam a profundidade da questão. Há, neste contexto, quem pense que
ser corrupto não exclui a ética. E isso não é opinião de ignorantes que não frequentaram escola algu-
ma, mas de muitos ditos “cultos” e “inteligentes”. Quem hoje se preocupa em entender do que se tra-
ta? Quem se preocupa em não cair na contradição entre teoria e prática? Em discutir ética para além
dos códigos de ética das profissões pensando-a como princípio que deve reger nossas relações?
Exatamente pela falta de compreensão do seu fundamento, do que significa a ética como
elemento estrutural para cada um como pessoa e para a sociedade como um todo, é que
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perdemos de vista a possibilidade de uma realização da ética. A ética não entra em nossas vidas
porque nem bem sabemos o que deveria entrar. Nem sabemos como. Mas quando perguntamos
pela ética, em geral, é pelo “como fazemos para sermos éticos” que tudo começa. Aí começa
também o erro em relação à ética. Pois ético é o que ultrapassa o mero uso que podemos fazer
da própria ética quando se trata de sobreviver. Ética é o que diz respeito ao modo de nos com-
portamos e decidirmos nosso convívio e o modo como partilhamos valores e a própria liberdade.
Ela é o sentido da convivência, mais do que o já tão importante respeito do limite próprio e alheio.
Portanto, desde que ela diz respeito à relação entre um “eu” e um “tu”, ela envolve pensar o outro,
o seu lugar, sua vida, sua potencialidade, seus direitos, como eu o vejo e como posso defendê-lo.
A Ética permanece, porém, sendo uma palavra vã, que usamos a esmo, sem pensar
no conteúdo que ela carrega. Ninguém é ético só porque quer parecer ético. Ninguém é ético
porque discorda do que se faz contra a ética. Só é ético aquele que enfrenta o limite da própria
ação, da racionalidade que a sustenta e luta pela construção de uma sensibilidade que possa
dar sentido à felicidade. Mas esta é mais do que satisfação na vida privada. A felicidade de que
se trata é a “felicidade política”, ou seja, a vida justa e boa no universo público. A ética quando
surgiu na antiguidade tinha este ideal. A felicidade na vida privada – que hoje também se tor-
nou debate em torno do qual cresce a ignorância depende disso.
Por isso, antes de mais nada, a urgência que se tornou essencial hoje – e que por isso
mesmo, por ser essencial, muitos não percebem – é tratar a ética como um trabalho da lucidez
quanto ao que estamos fazendo com nosso presente, mas sobretudo, com o que nele se plan-
ta e define o rumo futuro. Para isso é preciso renovar nossa capacidade de diálogo e propor um
novo projeto de sociedade no qual o bem de todos esteja realmente em vista.
(http:/www.marciatiburi.com.br/textos/somoslivre.htm)

Assinale a alternativa correta.


a) O vocábulo “ética” recebe acento por seguir as mesmas regras de acentuação de “violência”,
“empáfia” e “política”.
b) Os vocábulos “sensíveis”, “diálogo” e “ignorância” recebem acento por seguirem as mesmas
regras de acentuação.
c) Os vocábulos “possível” e “códigos” têm a acentuação justificada pelo fato de que ambos
são terminados em uma sílaba constituída por consoante-vogal-consoante.
d) O vocábulo “urgência”, recebe acento por seguir as mesmas regras de acentuação de “prin-
cípio”, “miséria” e “convívio”.
e) Os vocábulos “indignação”, “conteúdo” e “ninguém” são acentuados porque a sílaba tônica
apresenta uma vogal nasal.

009. (2016/AOCP/PREFEITURA DE JUIZ DE FORA-MG/AUDITOR-FISCAL) Assinale a alter-


nativa em que a grafia de todas as palavras está de acordo com a ortografia oficial e com as
regras de acentuação gráfica das palavras da Língua Portuguesa.

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a) Por psicopatologia compreende-se o ramo da psiquiatria que estuda as causas e a natureza


das doenças mentais, ou seja, psicopatologicas.
b) Por psicopatologia compreende-se o ramo da psiquiatria que estuda as causas e a natureza
das doenças mentais, ou seja, psicopatológicas.
c) Por pscicopatologia compreende-se o ramo da psciquiatria que estuda as causas e a natu-
reza das doenças mentais, ou seja, pscicopatológicas.
d) Por psicopatologia comprende-se o ramo da psiquiatria que estuda as causas e a natureza
das doenças mentais, ou seja, psicopatológicas.
e) Por pisicopatologia comprende-se o ramo da pisiquiatria que estuda as causas e a natureza
das doenças mentais, ou seja, psicopatológicas

010. (2016/AOCP/PREFEITURA DE JUIZ DE FORA-MG/CONTADOR)


O difícil, mas possível, diálogo entre a arte e a ciência
Daniel Martins de Barros

Estabelecer pontes entre a ciência e a arte não é tarefa fácil. Se a revolução científica, com sua
valorização da metodologia experimental e sua necessidade de rigor, trouxe avanços inegáveis para
a humanidade, por outro lado também tornou o trabalho científico distante do homem comum. Com
isso, distanciou-o também da arte, que talhada para captar a essência humana, o faz de maneira ba-
sicamente intuitiva. Tentativas de reaproximação até existem, mas a inconstância e variabilidade no
seu sucesso atestam a dificuldade da empreitada. Um dos diálogos mais interessantes entre ciência
e arte se deu nas primeiras décadas do século 20, na relação entre o surrealismo e a psicanálise.
Os sonhos eram considerados proféticos e reveladores, até que, em 1899, Sigmund Freud
apresentou uma das primeiras tentativas de interpretá-los cientificamente no livro A Interpretação
dos Sonhos.Simplificando bastante, sonhos seriam um momento em que conteúdos inconscientes
surgiriam para nós, ainda que disfarçados, e caberia à psicanálise desmascarar seu real significado.
O movimento artístico do surrealismo imediatamente se apropriou dessas teorias. Os
surrealistas já nutriam um interesse especial pelo inconsciente, tentando retratar esses conte-
údos em suas obras, mas após a tradução do livro de Freud para o espanhol, o pintor catalão
Salvador Dalí tornou-se um dos maiores entusiastas da obra freudiana. Segundo ele mesmo, o
objetivo de sua pintura era materializar as imagens de sua “irracionalidade concreta”.
Desde que se tornou fã declarado do médico austríaco, Dalí tentou se encontrar com
ele. Tanto insistiu que conseguiu, quando Freud já estava idoso e bastante doente. A reunião
não foi das mais frutíferas, já que os dois eram incapazes de conversar: Dalí não falava alemão
nem inglês, e Freud, além do câncer de mandíbula, não estava ouvindo bem. A interação ficou
limitada: Freud analisou um quadro recente de Dalí, enquanto esse passava o tempo desenhan-
do o psicanalista e o observava a conversar com o amigo e escritor Stephan Zweig.
O resultado tímido do encontro poderia bem ser emblemático da complicada engenharia
que é construir pontes entre tão distantes universos. As conversas nem sempre são frutíferas,

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as trocas muitas vezes são frustrantes. Mas a retomada desse episódio na peça Histeria, do dra-
maturgo Terry Johnson, mostra que não desistimos, e que novas maneiras podem ser tentadas.
Usando a liberdade que só se encontra na arte, Johnson expande o diálogo que não aconteceu,
mostrando – ainda que numa realidade alternativa e em chave cômica – que os caminhos que
ligam arte e ciência podem ser acidentados, mas não deixam de ser possíveis. Embora a psica-
nálise não seja mais considerada científica pelos critérios atuais e o surrealismo já não exista
como movimento organizado, o encontro dessas duas formas de saber, no alvorecer do sécu-
lo 20, persiste como emblema de um diálogo que, mesmo que cheio de ruídos, não pode ser
abandonado.
https:/www.qconcursos.com/questoes/imprimir?ano_publicacao=&esfera=&area=&assunto=&organizadora=&-
cargo=&disciplina=&escolaridade…
Adaptadode:http:/m.cultura.estadao.com.br/noticias/teatro-e-danca,analise-o-dificil--maspossivel--dialogo-en-
tre-a-arte-e-a-ciencia,10000048930 Acesso em 17 de maio de 2016.

Assinale a alternativa que apresenta a correta divisão silábica das palavras “surrealismo” e
“psicanálise”.
a) Sur.re.a.lis.mo e psi.ca.ná.li.se.
b) Su.rre.a.lis.mo e p.si.ca.ná.li.se.
c) Sur.rea.lis.mo e psi.ca.ná.li.se.
d) Sur.re.a.lis.mo e p.si.ca.ná.li.se.
e) Sur.rea.lis.mo e p.si.ca.ná.li.se.

011. (2016/AOCP/PREFEITURA DE JUIZ DE FORA-MG/CONTADOR) Em relação ao trecho


“Estabelecer pontes entre a ciência e a arte não é tarefa fácil.”, é correto afirmar que
a) a palavra “fácil” é acentuada por tratar-se de uma proparoxítona.
b) a palavra “entre” é uma proparoxítona.
c) a palavra “pontes” está no plural por tratar-se do predicativo de um sujeito composto.
d) há uma oração subordinada substantiva objetiva direta.
e) há uma oração subordinada substantiva subjetiva.

012. (2016/AOCP/PREFEITURA DE JUIZ DE FORA-MG/CONTADOR) Assinale a alternativa que


apresenta a palavra cujo processo de formação encontrado é o mesmo da palavra “freudiano”.
a) Cientificamente.
b) Reaproximar.
c) Inconsciente.
d) Desmascarar.
e) Surreal.
A arte perdida de ler um texto até o fim
A internet é um banquete de informações, mas só aguentamos as primeiras garfadas
Danilo Venticinque

Abandonar um texto logo nas primeiras linhas é um direito inalienável de qualquer leitor.
Talvez você nem esteja lendo esta linha: ao ver que a primeira frase deste texto era uma obviedade,

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nada mais natural do que clicar em outra aba do navegador e conferir a tabela da copa. Ou talvez
você tenha perseverado e seguido até aqui. Mesmo assim eu não comemoraria. É muito provável
que você desista agora. A passagem para o segundo parágrafo é o que separa os fortes dos fracos.
A internet é um enorme banquete de informações, mas estamos todos fartos. Não
aguentamos mais do que as duas ou três primeiras garfadas de cada prato. Ler um texto até
as últimas linhas é uma arte perdida. No passado, quem desejasse esconder um segredo num
texto precisava criar códigos sofisticados de linguagem para que só os iniciados decifrassem
o enigma. Hoje a vida ficou mais fácil. Quer preservar um segredo? Esconda-o na última frase
de um texto – esse território selvagem, raramente explorado.
Lembro-me que, no Enem do ano retrasado, um aluno escreveu um trecho do hino de
seu time favorito no meio da redação. Tirou a nota 500 (de 1000), foi descoberto pela imprensa
e virou motivo de chacota nacional. Era um mau aluno, claro. Se fosse mais estudioso, teria
aprendido que o fim da redação é o melhor lugar para escrever impunemente uma frase de um
hino de futebol. Se fizesse isso, provavelmente tiraria a nota máxima e jamais seria descoberto.
Agora que perdi a atenção da enorme maioria dos leitores à exceção de amigos muito
próximos e parentes de primeiro grau, posso ir direto ao que interessa. Quem acompanhou as
redes sociais na semana passada deve ter notado uma enorme confusão causada pelo hábito
de abandonar um texto antes do fim. Resumindo a história: um jornalista publicou uma colu-
na em que narrava uma longa entrevista com Felipão num avião. A notícia repercutiu e virou
manchete em outros sites, até que alguém notou que o entrevistado não era Felipão, mas sim
um sósia dele. Os sites divulgaram erratas e a história virou piada. No meio de todo o barulho,
porém, alguns abnegados decidiram ler o texto com atenção até o fim. Encontraram lá um pa-
rágrafo enigmático. Ao final da entrevista, o suposto Felipão entregava ao jornalista um cartão
de visitas. No cartão estavam os dizeres “Vladimir Palomo – Sósia de Felipão – Eventos”. A
multidão que ria do engano do jornalista o fazia sem ler esse trecho.
Teria sido tudo uma sacada genial do jornalista, que conseguiu pregar uma peça em
seus colegas e em milhares de leitores que não leram seu texto até o fim? Estaria ele rindo
sozinho, em silêncio, de todos aqueles que não entenderam sua piada?
A explicação, infelizmente, era mais simples. Numa entrevista, o jornalista confirmou
que acreditava mesmo ter entrevistado o verdadeiro Felipão, e que o cartão de visitas do sósia
tinha sido apenas uma brincadeira do original.
A polêmica estava resolvida. Mas, se eu pudesse escolher, preferiria não ler essa his-
tória até o fim. Inventaria outro desenlace para ela. Trocaria o inexplicável mal-entendido da
realidade por uma ficção em que um autor maquiavélico consegue enganar uma multidão de
leitores desatentos. Ou por outra ficção, ainda mais insólita, em que o texto revelava que o en-
trevistado era um sósia, mas o autor não saberia disso porque não teria lido a própria obra até
o final. Seria um obituário perfeito para a leitura em tempos de déficit de atenção.

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Se você chegou ao último parágrafo deste texto, você é uma aberração estatística. Estu-
dos sobre hábitos de leitura demonstram claramente que até meus pais teriam desistido de ler
há pelo menos dois parágrafos. Estamos sozinhos agora, eu e você. Talvez você se considere
um ser fora de moda. Na era de distração generalizada, é preciso ser um pouco antiquado para
perseverar na leitura. Imagino que você já tenha pensado em desistir desse estranho hábito
e começar a ler apenas as primeiras linhas, como fazem as pessoas ao seu redor. O tempo
economizado seria devidamente investido em atividades mais saudáveis, como o Facebook ou
games para celular. Aproveito estas últimas linhas, que só você está lendo, para tentar te con-
vencer do contrário. Esqueça a modernidade. Quando o assunto é leitura, não há nada melhor
do que estar fora de moda. A história está repleta de textos cheios de sabedoria, que merecem
ser lidos do começo ao fim. Este, evidentemente, não é um deles. Mas seu esforço um dia será
recompensado. Não desanime, leitor. As tuas glórias vêm do passado.
(http:/epoca.globo.com/colunas-e-blogs/danilo-venticinque/noticia/2014/06/arte-perdida-de-bler-um-texto-ateo-
-fimb.html)

013. (INÉDITA/2022) São acentuadas, pela mesma regra gramatical de acentuação gráfica,
as palavras
a) só – até.
b) últimas – fácil.
c) história – parágrafo.
d) você – três.
e) inalienável – provável.

014. (2016/AOCP/SERCOMTEL S.A TELECOMUNICAÇÕES/ANALISTA)


Perdoar e esquecer
Quando a vida se transforma num tango, é difícil não dançar ao ritmo do rancor
Ivan Martins

Hoje tomei café da manhã num lugar em que Carlos Gardel costumava encontrar seus
parceiros musicais por volta de 1912. É um bar simples, na esquina da rua Moreno com a ave-
nida Entre Rios, chamado apropriadamente El Encuentro.
Nunca fui fã aplicado de tango, mas cresci ouvindo aqueles que a minha mãe cantava
enquanto se movia pela casa. Os versos incandescentes flutuam na memória e ainda me emo-
cionam. Soprado pelo fantasma de Gardel, um deles me veio aos lábios enquanto eu tomava
café no El Encuentro: “Rechiflado en mi tristeza, te evoco y veo que has sido...”
Vocês conhecem Mano a mano, não?
Essencialmente, é um homem falando com a mulher que ele ama e que parece tê-lo tro-
cado por uma vida melhor. Lembra, em espírito, o samba Quem te viu, quem te vê, do Chico
Buarque, mas o poema de Gardel é mais ácido e rancoroso. Paradoxalmente, mais sutil. Não se

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sabe se o sujeito está fazendo ironia ou se em meio a tantas pragas ele tem algum sentimento
generoso em relação à ex-amante. Nisso reside o apelo eterno e universal de Mano a mano – não
é assim, partido por sentimentos contraditórios, que a gente se sente em relação a quem não nos
quer mais?
Num dia em que estamos solitários, temos raiva e despeito de quem nos deixou. No ou-
tro dia, contentes e acompanhados, quase torcemos para que seja feliz. O problema não parece
residir no que sentimos pelo outro, mas como nos sentimos em relação a nós mesmos. Por
importante que tenha sido, por importante que ainda seja, a outra pessoa é só um espelho no
qual projetamos nossos sentimentos – e eles variam como os sete passos do tango. Às vezes
avançam, em outras retrocedem. Quando a gente acha que encontrou o equilíbrio, há um giro
inesperado.
Por isso as ambiguidades de Mano a mano nos pegam pelas entranhas. É difícil deixar para
trás o sentimento de abandono e suas volúpias. É impossível não dançar ao ritmo do rancor. Há
uma força enorme na generosidade, mas para muitos ela é inalcançável. Apenas as pessoas que
gostam muito de si mesmas são capazes de desejar o bem do outro em circunstâncias difíceis. A
maioria de nós precisa ser amada novamente antes de conceder a quem nos deixou o direito de ser
feliz. Por isso procuramos com tanto afinco um novo amor. É um jeito de dar e de encontrar paz.
No último ano, tenho ouvido repetidamente uma frase que vocês já devem ter escutado:
Não se procura um novo amor, a gente simplesmente o encontra. O paradoxo é bonito, mas me
parece discutível. Supõe que o amor é tão acidental quanto um tropeção na calçada. Eu não
acho que seja. Imagina que a vontade de achar destrói a possibilidade de encontrar. Isso me
parece superstição. Implica em dizer que se você ficar parado ou parada as coisas virão bater
na sua porta. Duvido. O que está embutido na frase e me parece verdadeiro é que não adianta
procurar se você não está pronto – mas como saber sem procurar, achar e descobrir que não
estava pronto?
É inevitável que a gente cometa equívocos quando a vida vira um tango. Nossa carência
nos empurra na direção dos outros, e não há nada de errado nisso. É assim que descobrimos
gente que será ou não parte da nossa vida. Às vezes quebramos a cara e magoamos os outros.
O tango prossegue. O importante é sentir que gostam de nós, e que nós somos capazes de
gostar de novo. Isso nos solta das garras do rancor. Permite olhar para trás com generosida-
de e para o futuro com esperança. Não significa que já fizemos a curva, mas sugere que não
estamos apenas resmungando contra a possibilidade de que o outro esteja amando. Quando
a gente está tentando ativamente ser feliz, não pensa muito no outro. Esse é o primeiro passo
para superar. Ou perdoar, como costuma ser o caso. Ou esquecer, como é ainda melhor.
No primeiro verso de Mano a mano, Gardel lança sobre a antiga amante a maldição terrí-
vel de que ela nunca mais voltará a amar. Mas, ao final da música, rendido a bons sentimentos,
oferece ajuda e conselhos de amigo, quando chegar a ocasião. Acho que isso é o melhor que
podemos esperar de nós mesmos. Torcer mesquinhamente para jamais sermos substituídos

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– mas estarmos prontos para aceitar e amparar quando isso finalmente, inevitavelmente, dolo-
rosamente, vier a acontecer.
(Disponívelem:http:/epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/noticia/2016/01/perdoar-e-esquecer.html)

Em “Quando a gente acha que encontrou o equilíbrio, há um giro inesperado.”, o termo em des-
taque recebe acento pela mesma regra que o vocábulo
a) terrível.
b) destrói.
c) espírito.
d) carência.
e) difíceis.

015. (2016/AOCP/PREFEITURA DE VALENÇA-BA/TÉCNICO AMBIENTAL/BIOLOGIA)


A felicidade é deprimente
Contardo Calligaris

É possível que a depressão seja o mal da nossa época.


Ela já foi imensamente popular no passado. Por exemplo, os românticos (sobretudo os ar-
tistas) achavam que ser langoroso e triste talvez fosse o único jeito autêntico de ser fascinante
e profundo.
Em 1859, Baudelaire escrevia à sua mãe: “O que sinto é um imenso desânimo, uma sen-
sação de isolamento insuportável, o medo constante de um vago infortúnio, uma desconfiança
completa de minhas próprias forças, uma ausência total de desejos, uma impossibilidade de
encontrar uma diversão qualquer”.
Agora, Baudelaire poderia procurar alívio nas drogas, mas ele e seus contemporâneos
não teriam trocado sua infelicidade pelo sorriso estereotipado das nossas fotos das férias. Para
um romântico, a felicidade contente era quase sempre a marca de um espírito simplório e desin-
teressante.
Enfim, diferente dos românticos, o deprimido contemporâneo não curte sua fossa: ao
contrário, ele quer se desfazer desse afeto, que não lhe parece ter um grande charme.
Alguns suspeitam que a depressão contemporânea seja uma invenção. Uma vez acha-
do um remédio possível, sempre é preciso propagandear o transtorno que o tal remédio pode-
ria curar. Nessa ótica, a depressão é um mercado maravilhoso, pois o transtorno é fácil de ser
confundido com estados de espírito muito comuns: a simples tristeza, o sentimento de inade-
quação, um luto que dura um pouco mais do que desejaríamos etc.
De qualquer forma, o extraordinário sucesso da depressão e dos antidepressivos não
existiria se nossa cultura não atribuísse um valor especial à felicidade (da qual a depressão
nos privaria). Ou seja, ficamos tristes de estarmos tristes porque gostaríamos muito de ser-
mos felizes.

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Coexistem, na nossa época, dois fenômenos aparentemente contraditórios: a depressão


e a valorização da felicidade. Será que nossa tristeza, então, não poderia ser um efeito do valor
excessivo que atribuímos à felicidade? Quem sabe a tristeza contemporânea seja uma espécie
de decepção.
Em agosto de 2011, I. B. Mauss e outros publicaram em “Emotion” uma pesquisa com
o título: “Será que a procura da felicidade faz as pessoas infelizes?”. Eles recorreram a uma
medida da valorização da felicidade pelos indivíduos e, em pesquisas com duas amostras
de mulheres (uma que valorizava mais a felicidade e a outra, menos), comprovaram o óbvio:
sobretudo em situações positivas (por exemplo, diante de boas notícias), as pessoas que per-
seguem a felicidade ficam sempre particularmente decepcionadas.
Numa das pesquisas, eles induziram a valorização da felicidade: manipularam uma das
amostras propondo a leitura de um falso artigo de jornal anunciando que a felicidade cura o
câncer, faz viver mais tempo, aumenta a potência sexual – em suma, todas as trivialidades
nunca comprovadas, mas que povoam as páginas da grande imprensa.
Depois disso, diante de boas notícias, as mulheres que tinham lido o artigo ficaram bem
menos felizes do que as que não tinham sido induzidas a valorizar especialmente a felicidade.
Conclusão: na população em geral, a valorização cultural da felicidade pode ser contraprodutiva.
Mais recentemente, duas pesquisas foram muito além e mostraram que a valorização
da felicidade pode ser causa de verdadeiros transtornos. A primeira, de B. Q. Ford e outros, no
“Journal of Social and Clinical Psychology”, descobriu que a procura desesperada da felicidade
constitui um fator de risco para sintomas e diagnósticos de depressão.
A pesquisa conclui que o valor cultural atribuído à felicidade leva a consequências sé-
rias em saúde mental. Uma grande valorização da felicidade, no contexto do Ocidente, é um
componente da depressão. E uma intervenção cognitiva que diminua o valor atribuído à feli-
cidade poderia melhorar o desfecho de uma depressão. Ou seja, o que escrevo regularmente
contra o ideal de felicidade talvez melhore o humor de alguém. Fico feliz.
Enfim, em 2015, uma pesquisa de Ford, Mauss e Gruber, em “Emotion”, mostra que a
valorização da felicidade é relacionada ao risco e ao diagnóstico de transtorno bipolar. Con-
clusão: cuidado, nossos ideais emocionais (tipo: o ideal de sermos felizes) têm uma função
crítica na nossa saúde mental.
Como escreveu o grande John Stuart Mill, em 1873: Só são felizes os que perseguem
outra coisa do que sua própria felicidade.
Adaptado de: http:/www1.folha.uol.com.br/colunas/contardocalligaris/2015/10/1699663-a-felicidade-edepri-
mente.shtml Acesso em 10 de março de 2016.

Em relação ao trecho “Conclusão: cuidado, nossos ideais emocionais (tipo: o ideal de sermos felizes)
têm uma função crítica na nossa saúde mental”, sobre a palavra destacada é correto afirmar que
a) trata-se de um verbo da segunda conjugação da língua portuguesa, que aparece conjugado
na terceira pessoa do plural e concorda com o sujeito da oração.

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b) foi indevidamente acentuada, considerando-se a correta conjugação do verbo “ter” e as re-


gras de acentuação das palavras em língua portuguesa.
c) trata-se de um verbo intransitivo que sintaticamente não necessita de objeto como comple-
mento verbal.
d) trata-se de um verbo da primeira conjugação cujo acento circunflexo diferencia a terceira
pessoa do singular e do plural.
e) apresenta acento circunflexo facultativo, conforme as regras ortográficas da língua portu-
guesa, de modo que poderia ser substituída pela forma “tem” (sem acento) e manter a concor-
dância verbal.

016. (2016/AOCP/PREFEITURA DE VALENÇA-BA/TÉCNICO/AMBIENTAL/BIOLOGIA) Na


palavra “charme”, presente no texto, há um Dígrafo. Em qual das palavras a seguir encontra-
mos o mesmo recurso?
a) Próprias.
b) Drogas.
c) Sorriso
d) Marca.
e) Tristeza.

017. (2016/INSTITUTO AOCP/EBSERH/TÉCNICO DE ENFERMAGEM) Assinale a alternativa


cujas palavras apresentam a mesma regra de acentuação ortográfica.
a) Psicólogo, matemática, sustentável.
b) têm, até, também.
c) análise, família, além.
d) dúvida, trânsito, legítima.
e) ciúme, dúvida, saúde.

018. (2015/INSTITUTO AOCP/EBSERH/MÉDICO CIRURGIÃO CARDIOVASCULAR)


A CHAVE
Ela abre mais do que uma porta, inaugura um novo tempo
IVAN MARTINS

Certos objetos dão a exata medida de um relacionamento. A chave, por exemplo. Em-
bora caiba no bolso, ela tem importância gigantesca na vida dos casais. O momento em que
você oferece a chave da sua casa é aquele em que você renuncia à sua privacidade, por amor.
Quando pede a chave de volta – ou troca a fechadura da porta – está retomando aquilo que
havia oferecido, por que o amor acabou. O primeiro momento é de exaltação e esperança. O
segundo é sombrio.
Quem já passou pela experiência sabe como é gostoso carregar no bolso – ou na bolsa –
aquela cópia de cinco reais que vai dar início à nova vida. Carregada de expectativas e temores,
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a chave será entregue de forma tímida e casual, como se não fosse importante, ou pode vir em-
balada em vinho e flores, pondo violinos na ocasião. Qualquer que seja a cena, não cabe engano:
foi dado um passo gigantesco. Alguém pôs na mão de outro alguém um totem de confiança.
Não interessa se você dá ou ganha a chave, a sensação é a mesma. Ou quase.
Quem a recebe se enche de orgulho. No auge da paixão, e a pessoa que provoca seus
melhores sentimentos (a pessoa mais legal do mundo, evidentemente) põe no seu chaveiro
a cópia discreta que abre a casa dela. Você só nota mais tarde, quando chega à sua própria
casa e vai abrir a porta. Primeiro, estranha a cor e o formato da chave nova, mas logo entende
a delicadeza da situação. Percebe, com um sorriso nos lábios, que suas emoções são compar-
tilhadas. Compreende que está sendo convidado a participar de outra vida. Sente, com enorme
alívio, que foi aceito, e que uma nova etapa tem início, mais intensa e mais profunda que ante-
rior. Aquela chave abre mais do que uma porta. Abre um novo tempo.
O momento de entregar a chave sempre foi para mim o momento de máximo otimismo.
[...]
Você tem certeza de que a outra pessoa ficará feliz e comovida, mas ao mesmo tempo
teme, secretamente, ser recusado. Então vê nos olhos dela a alegria que havia antecipado e
desejado. O rosto querido se abre num sorriso sem reservas, que você não ganharia se tivesse
lhe dado uma joia ou uma aliança. (Uma não vale nada; para a outra ela não está pronta). Por
isto ela esperava, e retribui com um olhar cheio de amor. Esse é um instante que viverá na sua
alma para sempre. Nele, tudo parece perfeito. É como estar no início de um sonho em que
nada pode dar errado. A gente se sente adulto e moderno, herdeiro dos melhores sonhos da
adolescência, parte da espécie feliz dos adultos livres que são amados e correspondidos – os
que acharam uma alma gêmea, aqueles que jamais estarão sozinhos.
Se as chaves de despedida parecem a pior coisa do mundo, não são.
[...]
A gente sabe que essas coisas, às vezes, são efêmeras, mas é tão bonito.
Pode ser que dentro de três meses ou três anos a chave inútil e esquecida seja encon-
trada no bolso de uma calça ou no fundo de uma bolsa. Ela já não abrirá porta alguma exceto
a da memória, que poderá ser boa ou ruim. O mais provável é que o tato e a visão daquela fer-
ramenta sem propósito provoquem um sorriso agridoce, grisalho de nostalgia. Essa chave do
adeus não dói, ela constata e encerra.
Nestes tempos de arrogante independência, em que a solidão virou estandarte exibido
como prova de força, a doação de chaves ganhou uma solenidade inesperada. Com ela, ho-
mens e mulheres sinalizam a disposição de renunciar a um pedaço da sua sagrada liberdade
pessoal. Sugerem ao outro que precisam dele e o desejam próximo. Cedem o seu terreno,
correm o risco. É uma forma moderna e eloquente de dizer “eu te amo”. E, assim como a outra,
dispensa “eu também”. Oferece a chave quem está pronto, aceita a chave quem a deseja,

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reciproca, oferecendo a sua, quem sente que é o caso, verdadeiramente. Nada mais triste que
uma chave falsa. Ela parece abrir uma esperança, mas abre somente uma ilusão.
Adaptado de http:/epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/noticia/2015/04/chave.html

Em “A gente sabe que essas coisas, às vezes, são efêmeras, mas é tão bonito.”, existe uma
inadequação gramatical quanto à
a) acentuação gráfica.
b) ortografia.
c) regência.
d) concordância.
e) pontuação.

019. (2015/AOCP/FUNDASUS/MÉDICO PNEUMOLOGISTA)


ENTRE NO EIXO
Descuidar-se das costas pode afetar seu humor, sua autoconfiança e até sua vida sexual. (Vai
querer?) Corrija sua postura agora.
Por Meghan Rabbit e Elaine Carvalho

Preste atenção em sua postura enquanto lê esta reportagem. Está largada no sofá, com
as costas tortas e os ombros arqueados? Debruçada sobre o notebook? Então aproveite para
se corrigir. Você vai descobrir que mais coisas do que você imagina acontecem no corpo e na
cabeça quando você se desconecta daquela que é o eixo do seu corpo: a coluna. E que as con-
sequências vão além daquela dor chata nas costas. “A postura errada atrapalha a respiração,
enfraquece os músculos e derruba seu nível de energia”, fala o quiropata americano Steven
Weiniger, especialista em postura e autor do livro Stand Taller, Live Longer (sem edição em por-
tuguês). Em outras palavras, se reflete na sua aparência e no modo como você se sente. Veja
por que e como colocar cada parte do seu corpo no lugar certo.
Por que colocar o corpo no eixo?
Porque andar como o corcunda de Notre Dame vai muito além de ser feio e nada sexy.
Ao corrigir a postura, você sai ganhando em...
1/MAIS FOCO
De acordo com Steven Weiniger, ao manter as costas arqueadas, as costelas pressio-
nam o diafragma, impedindo que os pulmões inflem completamente. (Quer fazer o teste? Ten-
te inspirar profundamente nessa posição e vai sentir dificuldade.) Isso influencia a respiração,
que fica mais curta e, por isso, prejudica a oxigenação do corpo, do cérebro e acaba afetando
sua capacidade de concentração.
2/AUTOESTIMA E BOM HUMOR Quem caminha curvado, com os ombros projetados para
a frente, tende a se sentir mais baixo-astral do que quem tem porte de rainha. Foi o que concluiu
uma pesquisa da San Francisco State University (EUA) realizada com dois grupos de voluntários,
que testaram andar dos dois jeitos e depois contaram como se sentiram. O experimento revelou

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que o cérebro se deixa levar pela postura: mover-se com confiança vai fazê- la se sentir assim e
bancar a desleixada também se reflete em como se sente. O físico ucraniano Moshe Feldenkrais,
criador de um método que leva seu sobrenome e busca, por meio da consciência corporal, no-
vas maneiras de se movimentar, também não fazia distinção entre quem vem primeiro – se
movimento ou emoção. Para ele, uma pessoa triste se encolhe, enquanto alguém feliz ergue a
cabeça e abre o peito naturalmente. “Contraímos a musculatura sempre que sentimos medo
ou tensão, assim como abaixamos a cabeça e projetamos o abdômen para a frente”, explica a
educadora somática Mariana Huck, de São Paulo, coordenadora do Núcleo Feldenkrais Brasil. “É
uma reação normal. O desafio é não cristalizar essa postura rígida, o que leva à dor e impacta
as emoções.”
3/CORPO LIVRE DE DORES
“Quando a coluna está fora do eixo, vários músculos precisam entrar em ação para
compensar o desequilíbrio postural”, observa a fisioterapeuta Mary Ann Wilmarth, da Harvard
University (EUA). Isso gera uma reação em cadeia, que resulta em dor, formigamento e espas-
mos musculares em várias partes do corpo.
4/TESÃO EM DIA
Uma postura desleixada tem ligação direta com a flacidez do core (musculatura que inclui o
abdômen), o que, por sua vez, pode ter impacto negativo entre quatro paredes – e não apenas na fren-
te do espelho. “Quanto mais flácido seu abdômen, mais fracas podem ficar a libido e a performance
na cama”, diz a americana Debby Herbenick, especialista em saúde sexual. Portanto, antes de investir
em lingeries sensuais, valorize seu corpo ao praticar exercícios capazes de colocálo nos eixos.
(Fonte: Revista Women’s Health. Número 79 publicada em Maio de 2015. Editora Abril)

Observe a seguinte sentença retirada do texto ENTRE NO EIXO: “Preste atenção em sua postu-
ra enquanto lê esta reportagem”. Levando em consideração as regras de ortografia da Língua
Portuguesa, assinale a alternativa correta com relação ao acento utilizado no verbo ler.
a) A forma verbal lê apresenta acento para distingui-la da forma verbal leio.
b) A forma verbal lê é acentuada porque se trata de uma conjugação verbal terminada em vo-
gal aberta.
c) A forma verbal lê é acentuada porque se trata de um monossílabo tônico.
d) A forma verbal lê é acentuada porque se trata de uma oxítona terminada em ditongo.
e) A forma verbal lê é acentuada porque se trata de uma oxítona terminada na vogal fechada e.

020. (2015/INSTITUTO AOCP/EBSERH/PEDAGOGO)


A CHAVE
Ela abre mais do que uma porta, inaugura um novo tempo
IVAN MARTINS

Certos objetos dão a exata medida de um relacionamento. A chave, por exemplo. Embo-
ra caiba no bolso, ela tem importância gigantesca na vida dos casais. O momento em que você

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oferece a chave da sua casa é aquele em que você renuncia à sua privacidade, por amor. Quan-
do pede a chave de volta – ou troca a fechadura da porta – está retomando aquilo que havia
oferecido, por que o amor acabou. O primeiro momento é de exaltação e esperança. O segundo
é sombrio. Quem já passou pela experiência sabe como é gostoso carregar no bolso – ou na
bolsa – aquela cópia de cinco reais que vai dar início à nova vida. Carregada de expectativas
e temores, a chave será entregue de forma tímida e casual, como se não fosse importante, ou
pode vir embalada em vinho e flores, pondo violinos na ocasião. Qualquer que seja a cena, não
cabe engano: foi dado um passo gigantesco. Alguém pôs na mão de outro alguém um totem
de confiança. Não interessa se você dá ou ganha a chave, a sensação é a mesma. Ou quase.
Quem a recebe se enche de orgulho. No auge da paixão, e a pessoa que provoca seus
melhores sentimentos (a pessoa mais legal do mundo, evidentemente) põe no seu chaveiro
a cópia discreta que abre a casa dela. Você só nota mais tarde, quando chega à sua própria
casa e vai abrir a porta. Primeiro, estranha a cor e o formato da chave nova, mas logo entende
a delicadeza da situação. Percebe, com um sorriso nos lábios, que suas emoções são compar-
tilhadas. Compreende que está sendo convidado a participar de outra vida. Sente, com enorme
alívio, que foi aceito, e que uma nova etapa tem início, mais intensa e mais profunda que ante-
rior. Aquela chave abre mais do que uma porta. Abre um novo tempo.
O momento de entregar a chave sempre foi para mim o momento de máximo otimismo.
[...]
Você tem certeza de que a outra pessoa ficará feliz e comovida, mas ao mesmo tempo
teme, secretamente, ser recusado. Então vê nos olhos dela a alegria que havia antecipado e
desejado. O rosto querido se abre num sorriso sem reservas, que você não ganharia se tivesse
lhe dado uma joia ou uma aliança. (Uma não vale nada; para a outra ela não está pronta). Por
isto ela esperava, e retribui com um olhar cheio de amor. Esse é um instante que viverá na sua
alma para sempre. Nele, tudo parece perfeito. É como estar no início de um sonho em que
nada pode dar errado. A gente se sente adulto e moderno, herdeiro dos melhores sonhos da
adolescência, parte da espécie feliz dos adultos livres que são amados e correspondidos – os
que acharam uma alma gêmea, aqueles que jamais estarão sozinhos.
Se as chaves de despedida parecem a pior coisa do mundo, não são.
[...]
A gente sabe que essas coisas, às vezes, são efêmeras, mas é tão bonito.
Pode ser que dentro de três meses ou três anos a chave inútil e esquecida seja encon-
trada no bolso de uma calça ou no fundo de uma bolsa. Ela já não abrirá porta alguma exceto
a da memória, que poderá ser boa ou ruim. O mais provável é que o tato e a visão daquela fer-
ramenta sem propósito provoquem um sorriso agridoce, grisalho de nostalgia. Essa chave do
adeus não dói, ela constata e encerra.
Nestes tempos de arrogante independência, em que a solidão virou estandarte exibido
como prova de força, a doação de chaves ganhou uma solenidade inesperada. Com ela, homens e

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mulheres sinalizam a disposição de renunciar a um pedaço da sua sagrada liberdade pessoal.


Sugerem ao outro que precisam dele e o desejam próximo. Cedem o seu terreno, correm o
risco. É uma forma moderna e eloquente de dizer “eu te amo”. E, assim como a outra, dispen-
sa “eu também”. Oferece a chave quem está pronto, aceita a chave quem a deseja, reciproca,
oferecendo a sua, quem sente que é o caso, verdadeiramente. Nada mais triste que uma chave
falsa. Ela parece abrir uma esperança, mas abre somente uma ilusão.
Adaptado de http:/epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/noticia/2015/04/chave.html

Em relação ao excerto: “Oferece a chave quem está pronto, aceita a chave quem a deseja, re-
ciproca, oferecendo a sua, quem sente que é o caso, verdadeiramente.”, é correto afirmar que
a) “chave” exerce função de sujeito na primeira e na segunda oração do período.
b) “quem” exerce função de sujeito nas orações em que está presente.
c) “reciproca” é uma palavra proparoxítona e deveria receber acento agudo, grafando-se “recíproca”.
d) todos os termos “a” presentes no período são artigos femininos.
e) “verdadeiramente” é um advérbio que expressa intensidade.

021. (2015/AOCP/FUNDASUS/AUXILIAR DE BIBLIOTECA)


Mulheres cuidam mais da saúde do que homens
Segundo pesquisa, 71,2% dos entrevistados pelo IBGE haviam se consultado com um mé-
dico pelo menos uma vez no último ano. Entre elas, o índice foi de 78% – contra 63,9% deles. As
mulheres brasileiras vão mais ao médico do que os homens. É o que mostra uma pesquisa divul-
gada nesta terça-feira, realizada em conjunto entre o Ministério da Saúde e o IBGE. A publicação
revelou que 71,2% dos entrevistados haviam se consultado pelo menos uma vez nos 12 meses
anteriores à entrevista. Entre as mulheres, o índice foi de 78%, contra 63,9% dos homens.
Elas também são mais aplicadas nos cuidados com os dentes: 47,3% das brasileiras
disseram terem ido ao dentista uma vez nos 12 meses anteriores, ante 41,3% dos homens. A
diferença também aparece na questão da higiene bucal: 91,5% do público feminino pesquisa-
do respondeu que escova os dentes duas vezes ao dia, ao passo que a taxa foi de 86,5% no
masculino.
A pesquisa também investigou o atendimento nos serviços de saúde, público e privado.
De acordo com os resultados, 71% da população brasileira procura estabelecimentos públicos
de saúde para atendimento. Destes, 47,9% afirmaram que utilizam as Unidades Básicas de
Saúde como principal porta de entrada para atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS).
Além disso, o levantamento mostrou ainda que os serviços públicos mais procurados
depois das Unidades Básicas de Saúde são os de emergência, como as Unidades de Pronto
Atendimento Público – com 11,3% da população – e hospitais e serviços especializados como
ambulatórios, com 10,1% da população. Já os consultórios e clínicas particulares atraem 20,6%
dos brasileiros e as emergências privadas são procuradas por 4,9% deles.

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Fonética, Acentuação e Processo de Formação de Palavras
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A Pesquisa Nacional de Saúde coletou informações em 64 000 residências brasileiras


em 1 600 municípios entre agosto de 2013 e fevereiro de 2014.
(Com Estadão Conteúdo) Adaptado de: < http:/veja.abril.com.br/noticia/saude/mulherescuidam-mais-da-saude-
-do-que-homens> Acesso em 06 jun. 2015.

Assinale a alternativa correta em relação à grafia das palavras.


a) capatas – capaz.
b) capaz – freguês.
c) burguêz – embriaguês.
d) embriaguez – capatas.
e) estupidez – freguêz.

022. (2015/INSTITUTO AOCP/EBSERH/ADVOGADO) Assinale a alternativa correta quanto à


acentuação dos pares.
a) Política – politicágem.
b) Partidário – partído.
c) Própria – propriedáde.
d) Família – familiár.
e) Único – unívoco.

023. (2015/INSTITUTO AOCP/UFPEL/ADVOGADO)


Aumentar idade mínima para compra de cigarro evita vício em jovens
UOL, 03/04/2015

Aumentar a idade mínima permitida para comprar legalmente cigarros pode ter um efei-
to drástico no uso do tabaco por adolescentes, especialmente de 15 a 17 anos, segundo um
estudo da Universidade de Michigan, divulgado pelo Institute of Medicine. O impacto na saúde
pública também seria relevante.
O levantamento aponta que usuários mais jovens são, geralmente, mais suscetíveis a
pegar carona nos hábitos dos amigos e conseguir cigarros com eles, sendo que poucos com-
pram cigarros ilegalmente. Apenas quando atingem a idade adulta, por volta dos 25 anos, é
que passam a fazer mais escolhas por conta própria.
“Embora o desenvolvimento de algumas habilidades cognitivas seja atingido aos 16
anos, as partes do cérebro mais responsáveis pela tomada de decisão, controle de impulsos e
susceptibilidade dos colegas e conformidade continuam a desenvolver-se até os 25”, explicou
o professor Richard Bonnie, responsável pela pesquisa.
Dos fumantes pesquisados, 90% dizem ter começado a fumar antes dos 19 anos. A
maioria dos outros experimentou o primeiro cigarro antes dos 26, o que sugere que dificilmen-
te uma pessoa se tornará fumante após os 25 anos.

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Segundo simulações apresentadas no relatório, se o aumento na idade mínima ocor-


resse hoje nos Estados Unidos, haveria mudanças significativas na quantidade de jovens fu-
mantes em 2100. Mais precisamente, se a idade mínima passasse para 19 anos, haveria uma
diminuição de 3% no total de fumantes. Se passasse para 21, cairia 12%. E, caso fosse para 25
anos, o número de fumantes diminuiria 16%.
Nos Estados Unidos, onde a pesquisa foi realizada, a maioria dos Estados permite a
compra do cigarro a partir dos 18 anos. Alguns (Alabama, Alasca, Nova Jersey e Utah) permi-
tem a partir dos 19, e a cidade de Nova York aumentou a idade mínima para 21 anos.
Considerando, portanto, que o aumento da idade mínima diminui a taxa de iniciação no vício,
os pesquisadores concluem que a medida resultaria em queda nas doenças e mortes relacio-
nadas ao tabaco.
Se a idade mínima aumentasse para 21 anos nos Estados Unidos, haveria menos 249
mil mortes prematuras entre pessoas nascidas entre 2000 e 2019 e pelo menos 45 mil mortes
a menos por câncer de pulmão no período, segundo o relatório.
“Ao avaliar as implicações na saúde pública pelo aumento da idade mínima para aces-
sar os produtos do tabaco, este relatório tem como objetivo fornecer a orientação científica de
que Estados e municípios precisam ao avaliar novas políticas para atingir o objetivo final, que é
a redução e a eventual eliminação do uso de tabaco por crianças e pelos jovens “, disse Victor
Dzau, presidente do Institute of Medicine.
Fonte:http:/noticias.uol.com.br/saude/ultimasnoticias/redacao/2015/04/03/permitir-cigarro-depois-dos-21-a-
nos-evita-vicio-em-adolescentes-diz-estudo.htm

Assinale a alternativa cuja palavra NÃO apresenta a mesma regra de acentuação gráfica da
palavra “música”.
a) Mínima.
b) Drástico.
c) Também.
d) Pública.
e) Informática.

024. (2015/INSTITUTO AOCP/EBSERH/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO)


Por que algumas pessoas poderosas agem como tiranos?
Ana Carolina Prado

Nos anos 70, o psicólogo Philip Zimbardo queria entender por que as prisões são tão
violentas. Então, ele decidiu criar uma prisão artificial no porão da Universidade de Stanford.
Os voluntários do experimento foram divididos entre prisioneiros e guardas e deveriam cumprir
esses papéis por duas semanas. Porém as condições ali ficaram tão tensas que foi necessário
acabar com tudo em apenas seis dias. Logo no começo, as pessoas que assumiram o papel
de guarda se tornaram extremamente sádicas e autoritárias, impondo castigos como privação

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de sono e comida. Os “prisioneiros” responderam fazendo rebeliões. Esse é um ótimo (e maca-


bro) exemplo de como o poder pode corromper as pessoas. E nós sabemos que, na vida real,
muita gente poderosa faz coisa parecida – ou pior.
Os pesquisadores das Universidades de Stanford, do Sul da Califórnia e de Northwes-
tern fizeram um estudo, a ser publicado no Journal of Experimental Social Psychology, para
entender melhor por que esse tipo de coisa acontece. E descobriram que o problema está na
combinação de poder e baixo status. No experimento, os autores simularam atividades de
uma empresa e dividiram os voluntários aleatoriamente em papéis de chefes e subordinados,
variando em status e poder. Em seguida, esses indivíduos puderam selecionar tarefas em uma
lista de 10 para os outros executarem. O resultado mostrou que as pessoas com papeis de
maior poder e menor status escolheram atividades mais humilhante para os seus parceiros
(por exemplo, latir como um cão três vezes) do que os de qualquer outra combinação.
Os pesquisadores chegaram à conclusão de que, quando as pessoas recebem um papel
que lhes dá poder, mas não têm o respeito que normalmente o acompanha, podem acabar se
empenhando em comportamentos degradantes. Elas se sentem mal em estar numa posição
de baixo status e acabam usando sua autoridade humilhando outros para se sentir melhor. É
tipo o que acontece com aquele chefe tirano que ninguém respeita e todo mundo odeia.
Isso pode ter contribuído para os abusos cometidos por militares em prisões, bem como
no experimento de Zimbardo nos anos 70. Em ambos os casos, os guardas têm o poder, mas
falta-lhes o respeito e admiração dos outros. “Nossas descobertas indicam que a experiência
de ter poder sem status, seja como membro das forças armadas ou como um estudante uni-
versitário que participa de um experimento, pode ser um catalisador para comportamentos
degradantes que podem destruir relacionamentos e impedir a cooperação”, diz o estudo.
Os pesquisadores de Standford e Northwestern reconheceram, porém, que há outros fa-
tores envolvidos. Só porque uma pessoa tem o poder ou está em uma posição de baixo status
não significa necessariamente que ela irá maltratar os outros. Assim, essa história de que o
poder corrompe nem sempre é verdade. Mas uma alternativa encontrada por eles para evitar
abusos é encontrar formas para que todos os indivíduos, independentemente do status de seus
papéis, se sintam respeitados e valorizados. “O respeito alivia sentimentos negativos sobre sua
posição e os leva a tratar os outros de forma positiva”, diz o estudo. Também é importante haver
oportunidades para o crescimento, pois a pessoa tende a melhorar seu comportamento e seus
sentimentos quando sabe que pode ganhar uma posição melhor no futuro.
Adaptado de http:/super.abril.com.br/blogs/como-pessoas-funcionam/category/sem-categoria/page/17/

Em “Os pesquisadores chegaram à conclusão de que, quando as pessoas recebem um papel


que lhes dá poder, mas não têm o respeito que normalmente o acompanha...”, o termo desta-
cado recebeu acento diferencial para
a) concordar com “os pesquisadores”.
b) concordar com “as pessoas”.
c) marcar o tempo verbal no pretérito do indicativo.

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d) atender à regra das paroxítonas.


e) atender à regência do nome “poder”.

025. (2015/INSTITUTO AOCP/EBSERH/MÉDICO UROLOGISTA)


Brasileiro está menos sedentário
3 abril, 2015

Segundo dados do Ministério da Saúde (Vigitel – Vigilância de Fatores de Risco e Prote-


ção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), em 2013, 33,8% da população adulta das
capitais praticavam exercícios. O índice é maior que o de três anos atrás (33,5%), o que aponta
para uma tendência de aumento deste hábito.
A prevalência da inatividade física em pessoas acima de 18 anos é um dos indicadores
utilizados pelo Ministério para monitorar fatores de risco para as Doenças Crônicas Não Trans-
missíveis (DCNT) como câncer, hipertensão e diabetes. De acordo com dados de um estudo
divulgado em 2012 pelo periódico The Lancet, o sedentarismo já responde pela redução da ex-
pectativa de vida da humanidade de forma tão significativa quanto o tabagismo e a obesidade.
São estimadas cinco milhões de mortes por ano em todo o mundo por conta do sedentarismo.
Esse levantamento traçou um perfil da prática de atividade física no mundo e apontou
que, no Brasil, 49% da população está inativa, ou seja, realiza menos de 150 minutos de atividade
de intensidade moderada por semana. A pesquisa ainda revelou a situação de inatividade física
de outros países como Argentina 68,3%, Congo 48,6%, Emirados 62,5%, Estados Unidos 40,5%,
México 37,7%, Portugal 51% e Japão 60,2%. Entre as ações do Ministério da Saúde para incenti-
var a prática de atividades físicas e hábitos saudáveis na população, está o Programa Academia
da Saúde. A iniciativa possibilita a implantação de polos com infraestrutura, equipamentos e
profissionais qualificados para a promoção de modos de vida saudáveis. O Programa está im-
plantado em todos os estados brasileiros, em um total de 2.857 municípios.
http:/www.idifusora.com.br/2015/04/03/brasileiro-esta-menossedentario/

Assinale a alternativa cuja palavra NÃO recebe a mesma regra de acentuação gráfica da pala-
vra “física”.
a) Países.
b) Prática.
c) Hábitos.
d) Periódico.
e) Crônica.

026. (2014/AOCP/EBSERH/MÉDICO NUTROLOGISTA)


A ciência e o vazio espiritual
Marcelo Gleiser

Alguns anos atrás, fui convidado para dar uma entrevista ao vivo para uma rádio AM de
Brasília. A entrevista foi marcada na estação rodoviária, bem na hora do rush, quando trabalhadores
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mais humildes estão voltando para suas casas na periferia. A ideia era que as pessoas dessem
uma parada e ouvissem o que eu dizia, possivelmente fazendo perguntas. O entrevistador que-
ria que falasse sobre a ciência do fim do mundo, dado que havia apenas publicado meu livro “O
Fim da Terra e do Céu”. O fim do mundo visto pela ciência pode ser abordado de várias formas,
desde as mais locais, como no furacão que causou verdadeira devastação nas Filipinas, até as
mais abstratas, como na especulação do futuro do universo como um todo.
O foco da entrevista eram cataclismos celestes e como inspiraram (e inspiram) tanto
narrativas religiosas quanto científicas. Por exemplo, no antigo testamento, no Livro de Daniel
ou na história de Sodoma e Gomorra, e no novo, no Apocalipse de João, em que estrelas caem
dos céus (chuva de meteoros), o Sol fica preto (eclipse total), rochas incandescentes caem
sobre o solo (explosão de meteoro ou de cometa na atmosfera) etc.
Mencionei como a queda de um asteroide de 10 quilômetros de diâmetro na penínsu-
la de Yucatan, no México, iniciou o processo que culminou na extinção dos dinossauros 65
milhões de anos atrás. Enfatizei que o evento mudou a história da vida na Terra, liberando
os mamíferos que então existiam -- de porte bem pequeno -- da pressão de seus predadores
reptilianos, e que estamos aqui por isso. O ponto é que a ciência moderna explica essas trans-
formações na Terra e na história da vida sem qualquer necessidade de intervenção divina. Os
cataclismos que definiram nossa história são, simplesmente, fenômenos naturais.
Foi então que um homem, ainda cheio de graxa no rosto, de uniforme rasgado, levantou
a mão e disse: “Então o doutor quer tirar até Deus da gente?”
Congelei. O desespero na voz do homem era óbvio. Sentiu-se traído pelo conhecimento.
Sua fé era a única coisa a que se apegava, que o levava a retornar todos os dias àquela estação
e trabalhar por um mísero salário-mínimo. Como que a ciência poderia ajudá-lo a lidar com
uma vida desprovida da mágica que fé no sobrenatural inspira?
Percebi a enorme distância entre o discurso da ciência e as necessidades da maioria
das pessoas; percebi que para tratar desse vão espiritual, temos que começar bem cedo, tra-
zendo o encantamento das descobertas científicas para as crianças, transferindo a paixão que
as pessoas devotam à sua fé para um encantamento com o mundo natural. Temos que ensinar
a dimensão espiritual da ciência -- não como algo sobrenatural -- mas como uma conexão com
algo maior do que somos. Temos que fazer da educação científica um processo de transfor-
mação, e não meramente informativo.
Respondi ao homem, explicando que a ciência não quer tirar Deus das pessoas, mesmo
que alguns cientistas queiram. Falei da paixão dos cientistas ao devotarem suas vidas a ex-
plorar os mistérios do desconhecido. O homem sorriu; acho que entendeu que existe algo em
comum entre sua fé e a paixão dos cientistas pelo mundo natural.
Após a entrevista, dei uma volta no lago Sul pensando em Einstein, que dizia que a ci-
ência era a verdadeira religião, uma devoção à natureza alimentada pelo encantamento com o
mundo, que nos ensina uma profunda humildade perante sua grandeza.
Disponívelemhttp:/www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelogleiser/2013/11/1372253-a-ciencia-e-o-vazio-espi-
ritual.shtml. Acesso 22 nov2013.

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A alternativa em que há uma palavra acentuada corretamente é


a) ciêntífico.
b) distânciamento.
c) fenômenal.
d) réptil.
e) mistérioso.

027. (2013/AOCP/PREFEITURA DE PARANAVAÍ-PR/NUTRICIONISTA)


Amores imperfeitos
A pessoa que você mais gosta é cheia de defeitos?
Existe uma explicação
Cristiane Segatto

1.§ Quantos dos seus amigos descrevem o parceiro (ou parceira) de uma forma estra-
nhamente dúbia? A pessoa é o amor da vida dele e, ao mesmo, o ser que mais o incomoda.
É uma reclamação tão corriqueira que começo a achar que estranha é a minoria que parece
satisfeita com o que tem em casa.
2.§ Tolerar os defeitos do companheiro e entender que, ao firmar uma parceria, compra-
mos um pacote completo (com tudo o que há de agradável e desagradável) parece, cada vez
mais, uma esquisita característica de uma subespécie em extinção.
3.§ O grupo majoritário parece ser o dos apaixonados intolerantes.
4.§ Há quem se dedique a tentar entendê-los. Li nesta semana uma reportagem in-
teressante sobre isso. Foi publicada na revista Scientific American Mind. É baseada no livro
Annoying: The Science of What Bugs Us (algo como Irritante: a ciência do que nos incomoda),
dos jornalistas Joe Palca e Flora Lichtman.
5.§ Uma das pesquisadoras citadas é a socióloga Diane Felmlee, da Universidade da Cali-
fórnia. Ela conta a história de uma amiga que vivia reclamando que o marido trabalhava demais.
Diane pediu que a mulher se lembrasse das qualidades que enxergava nele quando o conheceu na
universidade. A resposta foi sensacional: “A primeira coisa que chamou minha atenção foi o fato
de que ele era incrivelmente trabalhador. Logo percebi que se tornaria um dos melhores alunos
da classe”
6.§ Não é curioso? Por alguma razão, uma característica que é vista como uma qualida-
de no início do relacionamento se torna, com o passar do tempo, um defeito. Exemplos disso
estão por toda parte. No início do namoro, o cara parece muito atraente porque é desencanado,
tranquilão. Não perde a chance de passar o dia de bermuda e chinelo, ouvindo música e be-
bendo com a namorada e os amigos. Quatro anos depois passa a ser visto pela amada como
um sujeito preguiçoso, acomodado, que não tem objetivos claros na vida e veio ao mundo
a passeio.

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7.§ Em outra ocasião, a socióloga Diane perguntou a um garoto por que ele gostava da
última namorada. A resposta foi uma lista de várias partes do corpo da moça – incluindo as
mais íntimas. Quando a professora perguntou por que o relacionamento havia acabado, a jus-
tificativa foi: “Era uma relação baseada somente no desejo. Não havia amor suficiente.”
8.§ Uma aluna disse que se sentiu atraída pelo ex porque ele tinha um incrível senso de humor.
Algum tempo depois, passou a reclamar que “ele não levava nada a sério”. Nesse caso, também, o que
era qualidade virou defeito. Deve haver alguma explicação para isso. Nas últimas décadas, Diane vem
realizando estudos com casais para tentar entender o fenômeno que ela chama de atrações fatais.
9.§ Ela observou que quanto mais acentuada é a qualidade reconhecida pelo parceiro
no início da relação, mais incômoda ela se torna ao longo dos anos. Até virar um traço in-
suportável.
10.§ Diane acredita que a explicação está relacionada à teoria da troca social. Essa teoria
parte do pressuposto de que as relações humanas são baseadas na escolha racional e na análise
de custo-benefício. Se os custos de um dos parceiros superam seus benefícios, a outra parte pode
vir a abandonar a relação, especialmente se houver boas alternativas disponíveis. “Traços extremos
trazem recompensas, mas também têm custos associados a eles, principalmente numa relação”.
11.§ Um exemplo é a independência. Ela pode ser muito valorizada numa relação. Um
marido independente é capaz de cuidar de si próprio. Mas se ele for independente demais,
pode significar que não precisa da mulher. Isso acarreta custos para a relação.
12.§ A receita para evitar que as relações naufraguem é a boa e (cada vez mais) escas-
sa tolerância. É preciso aprender a relativizar os hábitos irritantes para continuar convivendo
com uma pessoa que tem muitas outras qualidades.
13.§ Ninguém é totalmente desprovido de qualidades e defeitos. Temos os nossos,
aprendemos com eles e com os deles. Além de tolerância, precisamos exercitar a capacidade
de apoiar o parceiro quando as coisas vão mal e de celebrar quando ele tem alguma razão para
isso. Inventar programas novos e interessantes (zelar para que isso aconteça com frequência)
pode realçar as qualidades de quem você gosta e amenizar as características e manias irritan-
tes. Irritante por irritante somos todos. Mas também podemos ser incrivelmente interessantes.
Adaptadodehttp:/revistaepoca.globo.com/Saude-e-bem-estar/cristianesegatto/noticia/2012/01/amores-imper-
feitos.html em 01/12/2012

Assinale a alternativa correta quanto à acentuação das palavras.


a) Minoritário
b) Benefíciar
c) Dependênte
d) Tolerânte
e) Fenomenál

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028. (2010/AOCP/PREFEITURA DE CAMAÇARI-BA/PROCURADOR MUNICIPAL)


Burocracia toma mais tempo de diretor do que pedagogia
Mais do que salário, violência e espaço físico inadequado, a principal queixa dos direto-
res da rede municipal de São Paulo é o excesso de burocracia.
A constatação foi feita em pesquisa do Sinesp (sindicato da categoria), que entrevistou
em março 373 gestores. Destes, 53% se queixaram que gastam mais tempo com papéis e
formulários do que com atividades pedagógicas – reuniões com os professores, por exemplo.
Segundo os dirigentes, o problema é agravado pela falta de funcionários nas escolas.
Salário foi apontado por 3% da amostra como um dos principais problemas; 9% citaram violên-
cia e insegurança; e 38%, deficiências físicas das escolas.
A pesquisa foi feita para representar os 5.000 diretores e coordenadores pedagógicos
do sistema municipal paulistano.
Algumas das atividades não pedagógicas que os diretores fazem são controle de notas
fiscais de compras; pagamento de fornecedores; levantamento de informações como férias e
adicionais por tempo de serviço dos professores, para serem enviadas à diretoria de ensino.
Sistemas de ensino em outros países decidiram deixar os diretores focados nas ativi-
dades pedagógicas, eliminando processos burocráticos, aliado à contratação de funcionários
para cuidar especificamente da parte administrativo-financeira. Nova York é um exemplo.
“Reconheço que a carga burocrática para os diretores é muito pesada”, disse o secretá-
rio municipal da Educação, Alexandre Schneider. “Mas temos diminuído”.
A dirigente de uma escola de ensino fundamental na zona sul, que prefere não ser iden-
tificada, reclama que qualquer compra exige três orçamentos e, posteriormente, o envio dos
documentos a um contador.
“Há ainda sobreposição de pedidos. Preciso mandar a planilha de bens patrimoniais ao
setor de bens da secretaria e, depois, ao de compras. Mas são necessários ajustes em cada
uma, o que toma tempo”, disse. “Quase não dá para conversar com os professores.”
“A vida dos dirigentes é um inferno. E isso vale para quase o país todo”, afirma Ilona Be-
cskeházy, diretora-executiva da Fundação Lemann, que capacita diretores de redes públicas.
Ela sugere que as escolas tenham um diretor pedagógico e outro administrativo.
O pesquisador Rudá Ricci, consultor do levantamento, calcula que 70% do trabalho do
diretor está ligado à burocracia. “Há desconfiança em cima dos diretores e professores. Por
isso tantos relatórios.” Para ele, o ideal seria que as secretarias se concentrassem em avaliar
o rendimento dos alunos.
Essa foi uma das mudanças aplicadas em Nova York, diz a pesquisadora Patrícia Gue-
des, que analisou, a pedido da Fundação Itaú e do Instituto Braudel, a reforma daquele sistema.
Ao mesmo tempo em que passaram a ser cobrados por resultados (diretores que não
melhoram suas escolas não ganham bônus e podem até perder o cargo), os dirigentes ganha-
ram autonomia. Podem, por exemplo, contratar seus professores.

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Além disso, foram eliminados órgãos equivalentes às diretorias regionais de ensino.


“Diminuiu muito a papelada.”
Texto adaptado de <http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u610441.shtml>. Acesso em 04 mar
2010

Assinale a alternativa em que todas as palavras são proparoxítonas.


a) Documentos, dirigentes, pesquisadora
b) Públicas, pedagógico, física
c) Adicionais, levantamento, atividades
d) Contador, eliminados, escolas
e) Gestores, concentrassem, sistema

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GABARITO
1. d
2. c
3. b
4. b
5. b
6. e
7. e
8. d
9. b
10. a
11. e
12. a
13. e
14. d
15. a
16. c
17. d
18. d
19. c
20. b
21. b
22. e
23. c
24. b
25. a
26. d
27. a
28. b

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GABARITO COMENTADO
001. (2017/INSTITUTO AOCP/SEJUS/CE/AGENTE PENITENCIÁRIO/MÉDIO)
TEXTO 1
O acúmulo de compromissos preenche horários livres, adia o lazer e a vida social, dando a
impressão de que o tempo passa cada vez mais rápido
Raphael Martins

O ano passou rápido? Não dá para cumprir todas as obrigações dentro dos prazos? O
dia parece cada vez mais curto? Por que não se tem mais tempo para nada?
O estilo de vida atarefada e a dificuldade de conciliar compromissos profissionais com re-
lações sociais dão uma nítida impressão de que o tempo voa. Dentre os principais motivos para
que isso aconteça está o aumento de tarefas e obrigações que as pessoas se envolvem nos dias
de hoje. Cria-se, assim, uma sensação pessoal de que há cada vez menos tempo para si. Florival
Scheroki, doutor em Psicologia Experimental pela Universidade de São Paulo e psicólogo clínico,
explica: “Há realmente essa impressão de que o tempo se acelerou. Na realidade, é uma percep-
ção que as pessoas têm que não cabe, no tempo disponível, tudo aquilo que elas têm que fazer”.
O psicólogo complementa: “Isso tudo acontece pelo estilo de vida que temos hoje. Uma
mãe de família sai às 7 horas da manhã para deixar as crianças na escola. Se sai às 7h15, ela
não cumpre o horário de entrada no trabalho, às 8 horas. Parece que não temos mais inter-
valos”. Maria Helena Oliva Augusto, professora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas, concorda: “É como se o ritmo do tempo se acelerasse. Na verdade, a percepção
temporal muda por conta dos inúmeros compromissos que estão presentes no cotidiano, que
fazem não se dar conta de perceber o tempo de maneira mais tranquila”.
Sobre o assunto, Luiz Silveira Menna Barreto, professor especializado em cronobiologia
da Escola de Artes, Ciências e Humanidades, coloca que, na sociedade contemporânea, as co-
branças são cada vez mais intensas e frequentes, o que produz uma sensação crônica de falta
de tempo. As demandas exigem que as pessoas tenham inúmeras habilidades e qualificações
acadêmicas, tomando boa parte do tempo que poderia ser destinado ao lazer. Scheroki com-
pleta: “Por que hoje é assim e antes não era? Hoje temos várias tarefas que não tínhamos.
Temos que saber inglês, francês, jogar tênis, trabalhar… As pessoas tentam alocar den-
tro do tempo mais ações do que cabem nele”. [...]
A professora Maria Helena destaca: “A percepção de aceleração do tempo é uma coisa
angustiante. É possível se dar conta disso pela quantidade de pessoas ansiosas, depressivas
e estressadas que se encontra. Elas percebem o tempo passando rapidamente e, por isso, tem
pressa de viver intensamente. Isso acaba criando situações de tensão muito grandes”.[...]
O psicólogo acredita que os principais prejuízos de uma vida atarefada é sentido nas relações
com amigos ou familiares. Na hora de escolher entre uma obrigação profissional ou uma interação
social, as pessoas acabam priorizando o trabalho: “Nós somos nossas relações sociais, nós

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acontecemos a partir delas. Se elas acabam sendo comprometidas, comprometem toda a nossa
vida. A vida é composta pelas nossas ações no tempo e cada vez menos a gente tem autonomia
sobre ela”.
Para o professor Menna-Barreto, o ideal é buscar alternativas de trabalho ou estudo em
horários mais compatíveis com uma vida saudável. “Exercício físico, relações sociais e familia-
res ricas e alimentação saudável também ajudam, mas a raiz do problema reside no trabalho
excessivo”, completa.[...]
Disponível em: http:/www.ip.usp.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=3330%3Aa-sensa-
cao-dos-dias-de-poucashoras&catid=46%3Anamidia&Itemid=97&lang=pt

Assinale a alternativa correta.


a) As palavras “nítida” e “horário” recebem acento agudo pelo mesmo motivo: são paroxítonas
terminadas em ditongo.
b) As palavras “impressão” e “relações” recebem o til pelo mesmo motivo: são paroxítonas
terminadas em ditongo nasal.
c) As palavras “inúmeros” e “prejuízos” recebem acento agudo por motivos diferentes. No caso
de “inúmeros”, a acentuação se dá por ser uma palavra proparoxítona terminada em “s”. No
caso de “prejuízos”, a acentuação se dá por ser uma palavra paroxítona no plural.
d) As palavras “têm” e “inglês” recebem acento circunflexo por motivos diferentes. No caso de
“têm”, a acentuação se dá para marcar que o verbo concorda com a terceira pessoa do plural.
No caso de “inglês”, a acentuação se dá por ser uma palavra oxítona terminada em e(s).

“Têm” apresenta acento diferencial, ao passo que “inglês” é uma oxítona terminada em E.
a) Errada. Erro da A: “nítida” é proparoxítona.
b) Errada. Erro da B: ambas as palavras são oxítonas.
c) Errada. Erro da C: “inúmeros” é proparoxítona; “prejuízos”, regra do hiato.
Letra d.

002. (2017/INSTITUTO AOCP/DESENBAHIA/ESCRITURÁRIO)


Deu ruim pro Uber?
Filipe Vilicic

Tenho ouvido essa pergunta com muita frequência, desde o início do ano. Há a noção
de que o app, antes adorado, entrou numa ladeira, em ponto morto
Comecemos com o popular termômetro do Facebook. Há um ano, entrava em meu perfil
e via uma penca de pessoas louvando o Uber. E não exagero com o “louvar”. Pois era exage-
rada a reação da multidão facebookiana. Ao Uber era atribuída uma, nada mais, nada menos,
revolução no transporte urbano. Era o início dos tempos de motoristas particulares bem-ves-
tidos e com água gelada e balinha no carro. Desde o início do ano, o cenário mudou. Agora, o
exagero é o oposto. Há todo tipo de reclamação contra o Uber.
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Nas últimas duas semanas, deparei-me com queixas de mais de dez pessoas, de meu
círculo de amigos no Facebook. Isso sem correr atrás dos lamentos; apenas como observador,
um receptor passivo. Fora do ambiente virtual, outros quatro clientes vieram me perguntar algo
como: “por que o Uber tá tão ruim?”. Todos haviam passado por problemas recentes com o
aplicativo. A reclamação mais comum, e que reproduz uma situação pela qual passei três ve-
zes (a última, em maio): motoristas cancelarem a corrida, sem avisar, sem perguntar, por vezes
próximos ao local de partida, aparentemente por 1. Não quererem aquela viagem específica ou
2. Calcularem que vale mais a pena fazer o usuário pagar uma “multa” pelo cancelamento.
Mas voltemos à pergunta inicial: o que aconteceu com o Uber?
Parece que, quando surgiu, em 2009, e até o ano passado, a empresa americana era encarada
como uma criança talentosa; e, sim, estava em seu início, em sua infância. Todos (ou quase todos)
se admiravam com os talentos dessa jovem (e inovadora) criança. Agora, o Uber entrou na fase da
adolescência, cheio de problemas. É comum que esse amadurecimento venha às companhias, ainda
mais às que se autoproclamam inovadoras. O Google, por exemplo, era criticado na virada dos anos
2000 e, depois, em meados da década passada (chegou a se ver como protagonista de uma CPI da
Pedofilia no Brasil). O Facebook tem sofrido duras repressões da mídia, e de usuários, pela prolifera-
ção de fake news, de vídeos violentos, e de outras coisas, digamos, duvidosas, pela rede social. Essas
duas empresas souberam amadurecer e dar a volta por cima. Reagiram, ao menos por enquanto, de
forma – na lógica que coloquei acima – adulta. Será que o Uber conseguirá o mesmo?
Já era para o Uber?
Sim, a empresa entrou numa ladeira, em ponto morto. Mas ainda dá tempo de frear,
dar a volta e engatar a primeira marcha. Todas as gigantes do Vale do Silício, ou as já mais
estabelecidas, tiveram de encarar momentos-chave para suas histórias, nos quais quaisquer
deslizes poderiam levar a uma quebradeira geral. Foi assim com a Apple, cuja falência era tida
como quase certa no fim dos anos 90 (e, veja só, agora é a bola da vez). E com Twitter, Google,
Facebook… todas. Faz parte do processo de amadurecimento. A pergunta que fica: será que o
Uber conseguirá ultrapassar os obstáculos que ele próprio parece ter criado para si e, assim,
virará “adulto”? Ainda não se sabe qual será o destino final dessa corrida.
Adaptado de http:/veja.abril.com.br/blog/a-origem-dos-bytes/deu -ruim-pro-uber/. Publicado em 22 jun
2017, 18h54

Assinale a alternativa em que a acentuação gráfica das duas palavras se justifica por regras
diferentes.
a) Frequência – início.
b) Últimas – círculo.
c) Já – será.
d) Três – só.
e) Conseguirá – virará.

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Elias Santana

“Já” é monossílabo tônico. “Será”, oxítona.


Letra c.

003. (2017/AOCP/CODEM-PA/ADVOGADO)
O Lado Negro do Facebook
Por Alexandre de Santi

O Facebook é, de longe, a maior rede da história da humanidade. Nunca existiu, antes, um lu-
gar onde 1,4 bilhão de pessoas se reunissem. Metade de todas as pessoas com acesso à internet, no
mundo, entra no Facebook pelo menos uma vez por mês. Em suma: é o meio de comunicação mais
poderoso do nosso tempo, e tem mais alcance do que qualquer coisa que já tenha existido. A maior
parte das pessoas o adora, não consegue conceber a vida sem ele. Também pudera: o Facebook é
ótimo. Nos aproxima dos nossos amigos, ajuda a conhecer gente nova e acompanhar o que está
acontecendo nos nossos grupos sociais. Mas essa história também tem um lado ruim. Novos estu-
dos estão mostrando que o uso frequente do Facebook nos torna mais impulsivos, mais narcisistas,
mais desatentos e menos preocupados com os sentimentos dos outros. E, de quebra, mais infelizes.
No ano passado, pesquisadores das universidades de Michigan e de Leuven (Bélgica)
recrutaram 82 usuários do Facebook. O estudo mostrou uma relação direta: quanto mais tem-
po a pessoa passava na rede social, mais infeliz ficava. Os cientistas não sabem explicar o
porquê, mas uma de suas hipóteses é a chamada inveja subliminar, que surge sem que a gente
perceba conscientemente. Já deve ter acontecido com você. Sabe quando você está no traba-
lho, e dois ou três amigos postam fotos de viagem? Você tem a sensação de que todo mundo
está de férias, ou que seus amigos viajam muito mais do que você. E fica se sentindo um fra-
cassado. “Como as pessoas tendem a mostrar só as coisas boas no Facebook, achamos que
aquilo reflete a totalidade da vida delas”, diz o psiquiatra Daniel Spritzer, mestre pela UFRGS
e coordenador do Grupo de Estudos sobre Adições Tecnológicas. “A pessoa não vê o quanto
aquele amigo trabalhou para conseguir tirar as férias”, diz Spritzer.
E a vida em rede pode ter um efeito psicológico ainda mais assustador. Durante 30 anos,
pesquisadores da Universidade de Michigan aplicaram testes de personalidade a 14 mil universi-
tários. O resultado: os jovens da geração atual, que cresceram usando a internet, têm 40% menos
empatia que os jovens de três décadas atrás. A explicação disso, segundo o estudo, é que na vida
online fica fácil ignorar as pessoas quando não queremos ouvir seus problemas ou críticas – e,
com o tempo, esse comportamento indiferente acaba sendo adotado também na vida offline. Num
meio competitivo, onde precisamos mostrar como estamos felizes o tempo todo, há pouco incen-
tivo para diminuir o ritmo e prestar atenção em alguém que precisa de ajuda. Há muito espaço, por
outro lado, para o egocentrismo. Em 2012, um estudo da Universidade de Illinois com 292 volun-
tários concluiu que, quanto mais amigos no Facebook uma pessoa tem, e maior a frequência com
que ela posta, mais narcisista tende a ser – e maior a chance de fazer comentários agressivos.

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Esse último resultado é bem surpreendente, porque é contraintuitivo. Ora, uma pes-
soa que tem muitos amigos supostamente os conquistou adotando comportamentos positi-
vos, como modéstia e empatia. O estudo mostra que, no Facebook, tende a ser justamente o
contrário.
Adaptado de Superinteressante. Disponível em: http:/super.abril. com.br/tecnologia/o-lado-negro-do-facebook/

Assinale a alternativa em que NÃO ocorre derivação sufixal.


a) Poderoso.
b) Reunissem.
c) Supostamente.
d) Justamente.
e) Humanidade.

Em “reunissem”, “re” é um prefixo. Nos demais casos, há derivação sufixal.


Letra b.

004. (2017/AOCP/CODEM-PA/ADVOGADO) Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se


afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta.
( ) No trecho “O resultado: os jovens da geração atual, que cresceram usando a internet, têm
40% menos empatia que os jovens de três décadas atrás.”, a forma verbal “têm” está no plural
para concordar com “os jovens de três décadas atrás”.
( ) As palavras “Bélgica” e “psicológico” acentuam-se devido à mesma regra.
( ) Em “Há muito espaço, por outro lado, para o egocentrismo”, o verbo “há” está acentuado por
ser um monossílabo tônico terminado em -a.
( ) Em “os jovens de três décadas atrás”, as palavras “três” e “atrás” acentuam-se por serem oxítonas.
a) V – V – V – V.
b) F – V – V – F.
c) F – F – V – V
d) V – F – F – V.
e) F – V – F – F.

A primeira é errada, pois “têm” concorda com “os jovens da geração atual”. A segunda está
certa, porque “Bélgica” e “psicológico” são proparoxítonas. A terceira é certa, pois “há” é mo-
nossílabo terminado em “a”. A quarta é errada, pois “três” é monossílabo.
Letra b.

005. (2017/INSTITUTO AOCP/EBSERH/ANALISTA/ADMINISTRATIVO/ÁREA ADMI-


NISTRATIVA)
A BELEZA E A ARTE NÃO CONSTITUEM NENHUMA GARANTIA MORAL
Contardo Calligaris

Gostei muito de “Francofonia”, de Aleksandr Sokurov. Um jeito de resumir o filme é este:


nossa civilização é um navio cargueiro avançando num mar hostil, levando contêineres repletos dos

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objetos expostos nos grandes museus do mundo. Será que o esplendor do passado facilita
nossa navegação pela tempestade de cada dia? Será que, carregados de tantas coisas que
nos parecem belas, seremos capazes de produzir menos feiura? Ou, ao contrário, os restos do
passado tornam nosso navio menos estável, de forma que se precisará jogar algo ao mar para
evitar o naufrágio?
Essa discussão já aconteceu. Na França de 1792, em plena Revolução, a Assembleia
emitiu um decreto pelo qual não era admissível expor o povo francês à visão de “monumentos
elevados ao orgulho, ao preconceito e à tirania” – melhor seria destruí-los. Nascia assim o dito
vandalismo revolucionário – que continua.
Os guardas vermelhos da Revolução Cultural devastaram os monumentos históricos da
China. O Talibã destruiu os Budas de Bamiyan (séculos 4 e 5). Em Palmira, Síria, o Estado Islâ-
mico destruiu os restos do templo de Bel (de quase 2.000 anos atrás). A ideia é a seguinte: se
preservarmos os monumentos das antigas ideias, nunca teremos a força de nos inventarmos
de maneira radicalmente livre.
Na mesma Assembleia francesa de 1792, também surgiu a ideia de que não era preciso
destruir as obras, elas podiam ser conservadas como patrimônio “artístico” ou “cultural” – ou
seja, esquecendo sua significação religiosa, política e ideológica.
Sentado no escuro do cinema, penso que nós não somos o navio, somos os contêineres
que ele carrega: um emaranhado de esperanças, saberes, intuições, dúvidas, lamentos, heran-
ças, obrigações e gostos. Tudo dito belamente: talvez o belo artístico surja quando alguém
consegue sintetizar a nossa complexidade num enigma, como o sorriso de “Mona Lisa”.
Os vândalos dirão que a arte não tem o poder de redimir ou apagar a ignomínia moral.
Eles têm razão: a estátua de um deus sanguinário pode ser bela sem ser verdadeira nem boa.
Será que é possível apreciá-la sem riscos morais?
Não sei bem o que é o belo e o que é arte. Mas, certamente, nenhum dos dois garante nada.
Por exemplo, gosto muito de um quadro de Arnold Böcklin, “A Ilha dos Mortos”, obra imensamente
popular entre o século 19 e 20, que me evoca o cemitério de Veneza, que é, justamente, uma ilha, San
Michele. Agora, Hitler tinha, em sua coleção particular, a terceira versão de “A Ilha dos Mortos”, a me-
lhor entre as cinco que Böcklin pintou. Essa proximidade com Hitler só não me atormenta porque “A
Ilha dos Mortos” era também um dos quadros preferidos de Freud (que chegou a sonhar com ele).
Outro exemplo: Hitler pintava, sobretudo aquarelas, que retratam edifícios austeros e solitá-
rios, e que não são ruins; talvez comprasse uma, se me fosse oferecida por um jovem artista pelas
ruas de Viena. Para mim, as aquarelas de Hitler são melhores do que as de Churchill. Pela pior
razão: há, nelas, uma espécie de pressentimento trágico de que o mundo se dirigia para um banho
de sangue.
É uma pena a arte não ser um critério moral. Seria fácil se as pessoas que desprezamos
tivessem gostos estéticos opostos aos nossos. Mas, nada feito.
Os nazistas queimavam a “arte degenerada”, mas só da boca para fora. Na privacidade
de suas casas, eles penduraram milhares de obras “degeneradas” que tinham pretensamente

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destruído. Em Auschwitz, nas festinhas clandestinas só para SS, os nazistas pediam que a
banda dos presos tocasse suingue e jazz – oficialmente proibidos.
Para Sokurov, o museu dos museus é o Louvre. Para mim, sempre foi a Accademia, em
Veneza. A cada vez que volto para lá, desde a infância, medito na frente de três quadros, um
dos quais é “A Tempestade”, do Giorgione. Com o tempo, o maior enigma do quadro se tornou,
para mim, a paisagem de fundo, deserta e inquietante. Pintado em 1508, “A Tempestade” inau-
gura dois séculos que produziram mais beleza do que qualquer outro período de nossa histó-
ria. Mas aquele fundo, mais tétrico que uma aquarela de Hitler, lembra-me que os dois séculos
da beleza também foram um triunfo de guerra, peste e morte – Europa afora.
É isto mesmo: infelizmente, a arte não salva.
Textoadaptadode:http:/www1.folha.uol.com.br/colunas/contardocalligaris/2016/08/1806530-a-beleza-e-aarte-
-nao-constituem-nenhuma-garantia-moral.shtml

A acentuação das palavras “artístico”, “admissível” e “alguém”, retiradas do texto, justifica-se,


respectivamente, conforme as regras de acentuação das palavras da língua portuguesa, pois
a) marcam-se com acento agudo todas as palavras proparoxítonas, com acento agudo as pa-
lavras paroxítonas cuja sílaba tônica tenha as vogais i e a e com acento agudo as palavras
oxítonas terminadas em em.
b) marca-se com acento agudo a vogal i da sílaba tônica das palavras proparoxítonas, com
acento agudo a vogal i das palavras paroxítonas terminadas em l e com acento agudo a vogal
e da terminação em das palavras oxítonas.
c) marcam-se com acento agudo as palavras paroxítonas cuja sílaba tônica tenha a vogal i,
com acento agudo a vogal da sílaba tônica das palavras proparoxítonas terminadas em l e
todas as palavras oxítonas que tenham a vogal e na última sílaba.
d) marcam-se com acento agudo as vogais i e e das palavras em língua portuguesa sempre
que elas estiverem na sílaba tônica, independentemente de tratar-se de uma proparoxítona,
paroxítona ou oxítona.
e) marcam-se com acento agudo a vogal i das palavras proparoxítonas que não sejam termi-
nadas em ditongo, com acento agudo as palavras paroxítonas que têm na penúltima sílaba a
vogal i seguida das consoantes v ou f, como em hífen, e com acento agudo as oxítonas termi-
nadas em em ou ens.

É uma questão até complicada para comentar, pois a letra B já descreve perfeitamente o que
ocorre com as três palavras.
Letra b.

006. (2017/INSTITUTO AOCP/EBSERH/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO)


SOLIDÃO INTERATIVA
Ronaldo Coelho Teixeira

A primeira vez que vi esse termo foi por meio de um jeca superjóia: Juraildes da Cruz. To-
cantino de Aurora, radicado em Goiânia, Goiás e um dos maiores compositores contemporâneos

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Fonética, Acentuação e Processo de Formação de Palavras
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brasileiros. Não seria pra menos! Afinal, foi ele quem criou o hit que Genésio Tocantins espalhou
pelo Brasil por meio do Domingão do Faustão, na TV Globo, em 1999. “Nóis é jeca, mas é joia”,
aquele da farinhada, feita da mandioca, da macaxeira ou do aipim, a depender da região brasileira.
Sacada de mestre, de quem está sempre antenado ao mundo e aos seus. Juraíldes da Cruz em
sua letra, visionária – como tudo o que os gênios, as antenas da raça fazem – já arrepiava: “Tiro o
bicho de pé com canivete, mas já tô na internet”. E isso quando a www ainda engatinhava. Mas com
esse achado que agora evoco aqui, o artista quer mesmo é alertar para o mau uso das tecnologias,
sobre coisas que o homem cria, mas que geralmente acaba escravo delas. Solidão interativa foi
cunhado pelo sociólogo francês Dominique Wolton. Em sua tese, o autor alerta quanto ao cuidado
para com o uso da internet, principalmente das redes sociais, chamando a atenção para um deta-
lhe vital no avanço das tecnologias de comunicação: não importam formas e meios de expressão,
a comunicação humana não foi, não é e nunca será algo tão simples, sempre vai conter grandeza e
dificuldade. Wolton justifica-se dizendo que a internet é incrível para a comunicação entre pessoas
e grupos que tenham os mesmos interesses, mas está longe de ser uma ferramenta de comunica-
ção de coesão entre pessoas e grupos diferentes. E que por isso, a internet não é uma mídia, mas
um sistema de comunicação comunitário. Ele prova isso afirmando que podemos passar horas,
dias na internet e sermos incapazes de ter uma verdadeira relação humana com quer que seja.
A solidão interativa grassa nas redes sociais, especialmente no facebook. São fotos e
fotos postadas – a maioria – forjando uma felicidade quando, na verdade, é tudo fake. As mais
usuais são aquelas em que o autor se autofotografa – as famosas selfies – e sai espalhando-
-as de um dia para o outro, quando não, de uma hora para outra.
Tem as gastronômicas. Aquelas em que o autor antes de comer um prato ou uma igua-
ria especial, fotografa e já a lança na rede como a dizer que está podendo. Mas aquela comi-
dinha do dia a dia, a da vida real, ele jamais vai postar. Ovo frito? Nem pensar! E aquelas dos
momentos felizes? Sim, tem gente que acha que os seus instantes de lazer e diversão têm que,
obrigatoriamente, ser vistos por todos. E lá vai um post ao lado do namorado ou namorada, dos
amigos, geralmente com ares de forçação de barra. Porque a gaiola do tempo, forjada por nós
mesmos, só pode ser aberta pela chave da felicidade plena.
E tem aquela que é emblemática: a mensagem em que o internauta revela o status do seu
sentimento. Mas o ápice da solidão interativa está naquela figura que posta alguma coisa e ela
mesma vai lá e a curte. De dar dó, não? Temos milhares de ‘amigos’ nessa cornucópia virtual.
Nessa Caixa de Pandora do Século XXI, eis-nos diante de uma incoerente quimera: o autoengano.
[...]
O autoengano é peça-chave para a nossa sobrevivência. Mentimos – a partir dos dois me-
ses de idade – não só para os outros, mas, principalmente, para nós mesmos. Mesmo protegidos
na redoma da interatividade, continuamos sós, ali, onde apenas a solidão nos alcança. Enquanto
teclamos a torto e a direito, sugerindo que estamos sempre ON, a vida verdadeira continua OFF.
E nunca nos damos conta de que, no fim, toda a solidão que nos rodeia, essa sim, é real. Porque
bytes, bits e pixels não transmitem calor. E o verbo sem o hálito quente é apenas palavra morta.
Adaptado de:< http:/lounge.obviousmag.org/espantalho_lirico/2016/08/solidao-interativa.html>.

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No excerto “Wolton justifica-se dizendo que a internet é incrível para a comunicação entre pesso-
as e grupos que tenham os mesmos interesses, mas está longe de ser uma ferramenta de comu-
nicação de coesão entre pessoas e grupos diferentes. E que por isso, a internet não é uma mídia,
mas um sistema de comunicação comunitário.”, os termos destacados são, respectivamente:
a) polissílabo paroxítono; trissílabo oxítono.
b) trissílabo paroxítono; dissílabo paroxítono.
c) dissílabo paroxítono; trissílabo oxítono.
d) polissílabo paroxítono; dissílabo oxítono.
e) trissílabo paroxítono; dissílabo oxítono.

A palavra “incrível” possui três sílabas e é acentuada por ser paroxítona terminada em L. “Está”
possui duas sílabas e é acentuada por ser oxítona terminada em A.
Letra e.

007. (2016/INSTITUTO AOCP/EBSERH/Técnico de Segurança do Trabalho)


Texto 2

Disponível em: <https:/bioeticaemfoco.wordpress.com/humorreflexao/>.

Em “Que faz com seus resíduos tóxicos?”, o termo em destaque recebe acento, porque é
uma palavra
a) proparoxítona, ou seja, a sílaba mais forte é a última.
b) oxítona, ou seja, a sílaba mais forte é a última.
c) paroxítona, ou seja, a sílaba mais forte é a antepenúltima.
d) paroxítona, ou seja, a sílaba mais forte é a penúltima.
e) proparoxítona, ou seja, a sílaba mais forte é a antepenúltima.

A palavra “tóxicos” classifica-se como proparoxítona.


Letra e.

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008. (2016/INSTITUTO AOCP/EBSERH/ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO)


O que é ética hoje?
Sem uma discussão lúcida sobre a ética não é possível agir com ética
Marcia Tiburi

A palavra ética aparece em muitos contextos de nossas vidas. Falamos sobre ética em
tom de clamor por salvação. Cheios de esperança, alguns com certa empáfia, exigimos ou re-
clamamos da falta de ética, mas não sabemos exatamente o que queremos dizer com isso. Há
um desejo de ética, mas mesmo em relação a ele não conseguimos avançar com ética. Este é
nosso primeiro grande problema.
O que falta na abordagem sobre ética é justamente o que nos levaria a sermos éticos. Falta
reflexão, falta pensamento crítico, falta entender “o que é” agir e “como” se deve agir. Com tais per-
guntas é que a ética inicia. Para que ela inicie é preciso sair da mera indignação moral baseada em
emoções passageiras, que tantos acham magnífico expor, e chegar à reflexão ética. Aqueles que
expõem suas emoções se mostram como pessoas sensíveis, bondosas, creem-se como antecipa-
damente éticos porque emotivos. Porém, não basta. As emoções em relação à política, à miséria
ou à violência, passam e tudo continua como antes. A passagem das emoções indignadas para
a elaboração de uma sensibilidade elaborada que possa sustentar a ação boa e justa – o foco de
qualquer ética desde sempre – é o que está em jogo.
Falta, para isso, entendimento. Ou seja, compreensão de um sentido comum na nossa
reivindicação pela ética. Falta, para se chegar a isso, que haja diálogo, ou seja, capacidade de
expor e de ouvir o que a ética pode ser. Clamamos pela ética, mas não sabemos conversar. E
para que haja ética é preciso diálogo. E, por isso, permanecemos num círculo vicioso em que
só a inação e a ignorância triunfam.
Na inanição intelectual em voga, esperamos que os cultos, os intelectuais, os profes-
sores, os jornalistas, todos os que constroem a opinião pública, tragam respostas. Nem estes
podem ajudar muito, pois desconhecem ou evitam a profundidade da questão. Há, neste con-
texto, quem pense que ser corrupto não exclui a ética. E isso não é opinião de ignorantes que
não frequentaram escola alguma, mas de muitos ditos “cultos” e “inteligentes”. Quem hoje se
preocupa em entender do que se trata? Quem se preocupa em não cair na contradição entre
teoria e prática? Em discutir ética para além dos códigos de ética das profissões pensando-a
como princípio que deve reger nossas relações?
Exatamente pela falta de compreensão do seu fundamento, do que significa a ética como
elemento estrutural para cada um como pessoa e para a sociedade como um todo, é que per-
demos de vista a possibilidade de uma realização da ética. A ética não entra em nossas vidas
porque nem bem sabemos o que deveria entrar. Nem sabemos como. Mas quando perguntamos
pela ética, em geral, é pelo “como fazemos para sermos éticos” que tudo começa. Aí começa
também o erro em relação à ética. Pois ético é o que ultrapassa o mero uso que podemos fazer
da própria ética quando se trata de sobreviver. Ética é o que diz respeito ao modo de nos

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comportamos e decidirmos nosso convívio e o modo como partilhamos valores e a própria liber-
dade. Ela é o sentido da convivência, mais do que o já tão importante respeito do limite próprio e
alheio. Portanto, desde que ela diz respeito à relação entre um “eu” e um “tu”, ela envolve pensar
o outro, o seu lugar, sua vida, sua potencialidade, seus direitos, como eu o vejo e como posso
defendê-lo.
A Ética permanece, porém, sendo uma palavra vã, que usamos a esmo, sem pensar
no conteúdo que ela carrega. Ninguém é ético só porque quer parecer ético. Ninguém é ético
porque discorda do que se faz contra a ética. Só é ético aquele que enfrenta o limite da própria
ação, da racionalidade que a sustenta e luta pela construção de uma sensibilidade que possa
dar sentido à felicidade. Mas esta é mais do que satisfação na vida privada. A felicidade de que
se trata é a “felicidade política”, ou seja, a vida justa e boa no universo público. A ética quando
surgiu na antiguidade tinha este ideal. A felicidade na vida privada – que hoje também se tor-
nou debate em torno do qual cresce a ignorância depende disso.
Por isso, antes de mais nada, a urgência que se tornou essencial hoje – e que por isso
mesmo, por ser essencial, muitos não percebem – é tratar a ética como um trabalho da lucidez
quanto ao que estamos fazendo com nosso presente, mas sobretudo, com o que nele se plan-
ta e define o rumo futuro. Para isso é preciso renovar nossa capacidade de diálogo e propor um
novo projeto de sociedade no qual o bem de todos esteja realmente em vista.
(http:/www.marciatiburi.com.br/textos/somoslivre.htm)

Assinale a alternativa correta.


a) O vocábulo “ética” recebe acento por seguir as mesmas regras de acentuação de “violência”,
“empáfia” e “política”.
b) Os vocábulos “sensíveis”, “diálogo” e “ignorância” recebem acento por seguirem as mesmas
regras de acentuação.
c) Os vocábulos “possível” e “códigos” têm a acentuação justificada pelo fato de que ambos
são terminados em uma sílaba constituída por consoante-vogal-consoante.
d) O vocábulo “urgência”, recebe acento por seguir as mesmas regras de acentuação de “prin-
cípio”, “miséria” e “convívio”.
e) Os vocábulos “indignação”, “conteúdo” e “ninguém” são acentuados porque a sílaba tônica
apresenta uma vogal nasal.

Todas as palavras da letra D são paroxítonas terminadas em ditongo.


a) Errada. Erro da A: “ética” e “política” são proparoxítonas; “violência” e “empáfia”, paroxtítonas
terminadas em ditongo.
b) Errada. Erro da B: “diálogo” é proparoxítona.
c) Errada. Erro da C: “possível” é paroxítona terminada em L; códigos, proparoxítona.
e) Errada. Erro da E: “indignação” não possui acento.
Letra d.

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009. (2016/AOCP/PREFEITURA DE JUIZ DE FORA-MG/AUDITOR-FISCAL) Assinale a alter-


nativa em que a grafia de todas as palavras está de acordo com a ortografia oficial e com as
regras de acentuação gráfica das palavras da Língua Portuguesa.
a) Por psicopatologia compreende-se o ramo da psiquiatria que estuda as causas e a natureza
das doenças mentais, ou seja, psicopatologicas.
b) Por psicopatologia compreende-se o ramo da psiquiatria que estuda as causas e a natureza
das doenças mentais, ou seja, psicopatológicas.
c) Por pscicopatologia compreende-se o ramo da psciquiatria que estuda as causas e a natu-
reza das doenças mentais, ou seja, pscicopatológicas.
d) Por psicopatologia comprende-se o ramo da psiquiatria que estuda as causas e a natureza
das doenças mentais, ou seja, psicopatológicas.
e) Por pisicopatologia comprende-se o ramo da pisiquiatria que estuda as causas e a natureza
das doenças mentais, ou seja, psicopatológicas

a) Errada. Erro da A: “psicopatológicas”


c) Errada. Erro da C: “psicopatologia”, “psiquiatria” e “psicopatológicas”
d) Errada. Erro da D: “compreende-se”
e) Errada. Erro da E: “psicopatologia”, “compreende-se” e “psiquiatria”.
Letra b.

010. (2016/AOCP/PREFEITURA DE JUIZ DE FORA-MG/CONTADOR)


O difícil, mas possível, diálogo entre a arte e a ciência
Daniel Martins de Barros

Estabelecer pontes entre a ciência e a arte não é tarefa fácil. Se a revolução científica,
com sua valorização da metodologia experimental e sua necessidade de rigor, trouxe avanços
inegáveis para a humanidade, por outro lado também tornou o trabalho científico distante do
homem comum. Com isso, distanciou-o também da arte, que talhada para captar a essência
humana, o faz de maneira basicamente intuitiva. Tentativas de reaproximação até existem,
mas a inconstância e variabilidade no seu sucesso atestam a dificuldade da empreitada. Um
dos diálogos mais interessantes entre ciência e arte se deu nas primeiras décadas do século
20, na relação entre o surrealismo e a psicanálise.
Os sonhos eram considerados proféticos e reveladores, até que, em 1899, Sigmund Freud
apresentou uma das primeiras tentativas de interpretá-los cientificamente no livro A Interpreta-
ção dos Sonhos. Simplificando bastante, sonhos seriam um momento em que conteúdos incons-
cientes surgiriam para nós, ainda que disfarçados, e caberia à psicanálise desmascarar seu real
significado.
O movimento artístico do surrealismo imediatamente se apropriou dessas teorias. Os
surrealistas já nutriam um interesse especial pelo inconsciente, tentando retratar esses
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conteúdos em suas obras, mas após a tradução do livro de Freud para o espanhol, o pintor ca-
talão Salvador Dalí tornou-se um dos maiores entusiastas da obra freudiana. Segundo ele mes-
mo, o objetivo de sua pintura era materializar as imagens de sua “irracionalidade concreta”.
Desde que se tornou fã declarado do médico austríaco, Dalí tentou se encontrar com
ele. Tanto insistiu que conseguiu, quando Freud já estava idoso e bastante doente. A reunião
não foi das mais frutíferas, já que os dois eram incapazes de conversar: Dalí não falava alemão
nem inglês, e Freud, além do câncer de mandíbula, não estava ouvindo bem. A interação ficou
limitada: Freud analisou um quadro recente de Dalí, enquanto esse passava o tempo desenhan-
do o psicanalista e o observava a conversar com o amigo e escritor Stephan Zweig.
O resultado tímido do encontro poderia bem ser emblemático da complicada engenharia
que é construir pontes entre tão distantes universos. As conversas nem sempre são frutíferas,
as trocas muitas vezes são frustrantes. Mas a retomada desse episódio na peça Histeria, do dra-
maturgo Terry Johnson, mostra que não desistimos, e que novas maneiras podem ser tentadas.
Usando a liberdade que só se encontra na arte, Johnson expande o diálogo que não aconteceu,
mostrando – ainda que numa realidade alternativa e em chave cômica – que os caminhos que
ligam arte e ciência podem ser acidentados, mas não deixam de ser possíveis. Embora a psica-
nálise não seja mais considerada científica pelos critérios atuais e o surrealismo já não exista
como movimento organizado, o encontro dessas duas formas de saber, no alvorecer do sécu-
lo 20, persiste como emblema de um diálogo que, mesmo que cheio de ruídos, não pode ser
abandonado.
https:/www.qconcursos.com/questoes/imprimir?ano_publicacao=&esfera=&area=&assunto=&organizadora=&-
cargo=&disciplina=&escolaridade…
Adaptadode:http:/m.cultura.estadao.com.br/noticias/teatro-e-danca,analise-o-dificil--maspossivel--dialogo-en-
tre-a-arte-e-a-ciencia,10000048930 Acesso em 17 de maio de 2016.

Assinale a alternativa que apresenta a correta divisão silábica das palavras “surrealismo” e
“psicanálise”.
a) Sur.re.a.lis.mo e psi.ca.ná.li.se.
b) Su.rre.a.lis.mo e p.si.ca.ná.li.se.
c) Sur.rea.lis.mo e psi.ca.ná.li.se.
d) Sur.re.a.lis.mo e p.si.ca.ná.li.se.
e) Sur.rea.lis.mo e p.si.ca.ná.li.se.

Lembre-se: quando há RR, deve haver separação. Já em “psicanálise”, não se pode separar o P
do S, pois toda sílaba deve apresentar uma vogal.
Letra a.

011. (2016/AOCP/PREFEITURA DE JUIZ DE FORA-MG/CONTADOR) Em relação ao trecho


“Estabelecer pontes entre a ciência e a arte não é tarefa fácil.”, é correto afirmar que
a) a palavra “fácil” é acentuada por tratar-se de uma proparoxítona.

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b) a palavra “entre” é uma proparoxítona.


c) a palavra “pontes” está no plural por tratar-se do predicativo de um sujeito composto.
d) há uma oração subordinada substantiva objetiva direta.
e) há uma oração subordinada substantiva subjetiva.

Uma questão que mescla conhecimentos! Pergunte ao verbo: o que não é tarefa fácil? A resposta
será “estabelecer...”, que desempenha a função de oração subordinada substantiva objetiva direta.
a) Errada. Erro da A: “fácil” é paroxítona terminada em L.
b) Errada. Erro da B: “entre” é paroxítona.
c) Errada. Erro da C: “pontes” é objeto direto.
d) Errada. Erro da D: não há objeto direto oracional.
Letra e.

012. (2016/AOCP/PREFEITURA DE JUIZ DE FORA-MG/CONTADOR) Assinale a alternativa que


apresenta a palavra cujo processo de formação encontrado é o mesmo da palavra “freudiano”.
a) Cientificamente.
b) Reaproximar.
c) Inconsciente.
d) Desmascarar.
e) Surreal.

“Freudiano” possui derivação sufixal, o mesmo que ocorre com “cientificamente”. Todos os
demais casos apresentam prefixos.
Letra a.

A arte perdida de ler um texto até o fim


A internet é um banquete de informações, mas só aguentamos as primeiras garfadas
Danilo Venticinque

Abandonar um texto logo nas primeiras linhas é um direito inalienável de qualquer leitor.
Talvez você nem esteja lendo esta linha: ao ver que a primeira frase deste texto era uma obvie-
dade, nada mais natural do que clicar em outra aba do navegador e conferir a tabela da copa. Ou
talvez você tenha perseverado e seguido até aqui. Mesmo assim eu não comemoraria. É muito
provável que você desista agora. A passagem para o segundo parágrafo é o que separa os fortes
dos fracos.
A internet é um enorme banquete de informações, mas estamos todos fartos. Não
aguentamos mais do que as duas ou três primeiras garfadas de cada prato. Ler um texto até
as últimas linhas é uma arte perdida. No passado, quem desejasse esconder um segredo num

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texto precisava criar códigos sofisticados de linguagem para que só os iniciados decifrassem
o enigma. Hoje a vida ficou mais fácil. Quer preservar um segredo? Esconda-o na última frase
de um texto – esse território selvagem, raramente explorado.
Lembro-me que, no Enem do ano retrasado, um aluno escreveu um trecho do hino de
seu time favorito no meio da redação. Tirou a nota 500 (de 1000), foi descoberto pela imprensa
e virou motivo de chacota nacional. Era um mau aluno, claro. Se fosse mais estudioso, teria
aprendido que o fim da redação é o melhor lugar para escrever impunemente uma frase de um
hino de futebol. Se fizesse isso, provavelmente tiraria a nota máxima e jamais seria descoberto.
Agora que perdi a atenção da enorme maioria dos leitores à exceção de amigos muito
próximos e parentes de primeiro grau, posso ir direto ao que interessa. Quem acompanhou as
redes sociais na semana passada deve ter notado uma enorme confusão causada pelo hábito
de abandonar um texto antes do fim. Resumindo a história: um jornalista publicou uma colu-
na em que narrava uma longa entrevista com Felipão num avião. A notícia repercutiu e virou
manchete em outros sites, até que alguém notou que o entrevistado não era Felipão, mas sim
um sósia dele. Os sites divulgaram erratas e a história virou piada. No meio de todo o barulho,
porém, alguns abnegados decidiram ler o texto com atenção até o fim. Encontraram lá um pa-
rágrafo enigmático. Ao final da entrevista, o suposto Felipão entregava ao jornalista um cartão
de visitas. No cartão estavam os dizeres “Vladimir Palomo – Sósia de Felipão – Eventos”. A
multidão que ria do engano do jornalista o fazia sem ler esse trecho.
Teria sido tudo uma sacada genial do jornalista, que conseguiu pregar uma peça em
seus colegas e em milhares de leitores que não leram seu texto até o fim? Estaria ele rindo
sozinho, em silêncio, de todos aqueles que não entenderam sua piada?
A explicação, infelizmente, era mais simples. Numa entrevista, o jornalista confirmou
que acreditava mesmo ter entrevistado o verdadeiro Felipão, e que o cartão de visitas do sósia
tinha sido apenas uma brincadeira do original.
A polêmica estava resolvida. Mas, se eu pudesse escolher, preferiria não ler essa his-
tória até o fim. Inventaria outro desenlace para ela. Trocaria o inexplicável mal-entendido da
realidade por uma ficção em que um autor maquiavélico consegue enganar uma multidão de
leitores desatentos. Ou por outra ficção, ainda mais insólita, em que o texto revelava que o en-
trevistado era um sósia, mas o autor não saberia disso porque não teria lido a própria obra até
o final. Seria um obituário perfeito para a leitura em tempos de déficit de atenção.
Se você chegou ao último parágrafo deste texto, você é uma aberração estatística. Estu-
dos sobre hábitos de leitura demonstram claramente que até meus pais teriam desistido de ler
há pelo menos dois parágrafos. Estamos sozinhos agora, eu e você. Talvez você se considere
um ser fora de moda. Na era de distração generalizada, é preciso ser um pouco antiquado para
perseverar na leitura. Imagino que você já tenha pensado em desistir desse estranho hábito
e começar a ler apenas as primeiras linhas, como fazem as pessoas ao seu redor. O tempo
economizado seria devidamente investido em atividades mais saudáveis, como o Facebook ou

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games para celular. Aproveito estas últimas linhas, que só você está lendo, para tentar te con-
vencer do contrário. Esqueça a modernidade. Quando o assunto é leitura, não há nada melhor
do que estar fora de moda. A história está repleta de textos cheios de sabedoria, que merecem
ser lidos do começo ao fim. Este, evidentemente, não é um deles. Mas seu esforço um dia será
recompensado. Não desanime, leitor. As tuas glórias vêm do passado.
(http:/epoca.globo.com/colunas-e-blogs/danilo-venticinque/noticia/2014/06/arte-perdida-de-bler-um-texto-ateo-
-fimb.html)

013. (INÉDITA/2022) São acentuadas, pela mesma regra gramatical de acentuação gráfica,
as palavras
a) só – até.
b) últimas – fácil.
c) história – parágrafo.
d) você – três.
e) inalienável – provável.

Só= monossílabo
Até=oxítona terminada em A
Últimas= proparoxítona
Fácil= paroxítona terminada em L
História= paroxítona terminada em ditongo
Parágrafo= proparoxítona
Você= oxítona terminada em E
Três= monossílabo
Inalienável e provável= paroxítonas terminadas em L.
Letra e.

014. (2016/AOCP/SERCOMTEL S.A TELECOMUNICAÇÕES/ANALISTA)


Perdoar e esquecer
Quando a vida se transforma num tango, é difícil não dançar ao ritmo do rancor
Ivan Martins

Hoje tomei café da manhã num lugar em que Carlos Gardel costumava encontrar seus
parceiros musicais por volta de 1912. É um bar simples, na esquina da rua Moreno com a ave-
nida Entre Rios, chamado apropriadamente El Encuentro.
Nunca fui fã aplicado de tango, mas cresci ouvindo aqueles que a minha mãe cantava
enquanto se movia pela casa. Os versos incandescentes flutuam na memória e ainda me emo-
cionam. Soprado pelo fantasma de Gardel, um deles me veio aos lábios enquanto eu tomava
café no El Encuentro: “Rechiflado en mi tristeza, te evoco y veo que has sido...”

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LÍNGUA PORTUGUESA
Fonética, Acentuação e Processo de Formação de Palavras
Elias Santana

Vocês conhecem Mano a mano, não?


Essencialmente, é um homem falando com a mulher que ele ama e que parece tê-lo tro-
cado por uma vida melhor. Lembra, em espírito, o samba Quem te viu, quem te vê, do Chico
Buarque, mas o poema de Gardel é mais ácido e rancoroso. Paradoxalmente, mais sutil. Não se
sabe se o sujeito está fazendo ironia ou se em meio a tantas pragas ele tem algum sentimento
generoso em relação à ex-amante. Nisso reside o apelo eterno e universal de Mano a mano – não
é assim, partido por sentimentos contraditórios, que a gente se sente em relação a quem não nos
quer mais?
Num dia em que estamos solitários, temos raiva e despeito de quem nos deixou. No ou-
tro dia, contentes e acompanhados, quase torcemos para que seja feliz. O problema não parece
residir no que sentimos pelo outro, mas como nos sentimos em relação a nós mesmos. Por
importante que tenha sido, por importante que ainda seja, a outra pessoa é só um espelho no
qual projetamos nossos sentimentos – e eles variam como os sete passos do tango. Às vezes
avançam, em outras retrocedem. Quando a gente acha que encontrou o equilíbrio, há um giro
inesperado.
Por isso as ambiguidades de Mano a mano nos pegam pelas entranhas. É difícil deixar para
trás o sentimento de abandono e suas volúpias. É impossível não dançar ao ritmo do rancor. Há
uma força enorme na generosidade, mas para muitos ela é inalcançável. Apenas as pessoas que
gostam muito de si mesmas são capazes de desejar o bem do outro em circunstâncias difíceis. A
maioria de nós precisa ser amada novamente antes de conceder a quem nos deixou o direito de ser
feliz. Por isso procuramos com tanto afinco um novo amor. É um jeito de dar e de encontrar paz.
No último ano, tenho ouvido repetidamente uma frase que vocês já devem ter escutado:
Não se procura um novo amor, a gente simplesmente o encontra. O paradoxo é bonito, mas me
parece discutível. Supõe que o amor é tão acidental quanto um tropeção na calçada. Eu não
acho que seja. Imagina que a vontade de achar destrói a possibilidade de encontrar. Isso me
parece superstição. Implica em dizer que se você ficar parado ou parada as coisas virão bater
na sua porta. Duvido. O que está embutido na frase e me parece verdadeiro é que não adianta
procurar se você não está pronto – mas como saber sem procurar, achar e descobrir que não
estava pronto?
É inevitável que a gente cometa equívocos quando a vida vira um tango. Nossa carência
nos empurra na direção dos outros, e não há nada de errado nisso. É assim que descobrimos
gente que será ou não parte da nossa vida. Às vezes quebramos a cara e magoamos os outros.
O tango prossegue. O importante é sentir que gostam de nós, e que nós somos capazes de
gostar de novo. Isso nos solta das garras do rancor. Permite olhar para trás com generosida-
de e para o futuro com esperança. Não significa que já fizemos a curva, mas sugere que não
estamos apenas resmungando contra a possibilidade de que o outro esteja amando. Quando
a gente está tentando ativamente ser feliz, não pensa muito no outro. Esse é o primeiro passo
para superar. Ou perdoar, como costuma ser o caso. Ou esquecer, como é ainda melhor.

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Fonética, Acentuação e Processo de Formação de Palavras
Elias Santana

No primeiro verso de Mano a mano, Gardel lança sobre a antiga amante a maldição terrível
de que ela nunca mais voltará a amar. Mas, ao final da música, rendido a bons sentimentos, oferece
ajuda e conselhos de amigo, quando chegar a ocasião. Acho que isso é o melhor que podemos
esperar de nós mesmos. Torcer mesquinhamente para jamais sermos substituídos – mas estar-
mos prontos para aceitar e amparar quando isso finalmente, inevitavelmente, dolorosamente, vier
a acontecer.
(Disponívelem:http:/epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/noticia/2016/01/perdoar-e-esquecer.html)

Em “Quando a gente acha que encontrou o equilíbrio, há um giro inesperado.”, o termo em des-
taque recebe acento pela mesma regra que o vocábulo
a) terrível.
b) destrói.
c) espírito.
d) carência.
e) difíceis.

Essa questão exige bom senso! “Carência” e “equilíbrio” são duas paroxítonas terminadas em
ditongo, e ambas estão no singular. Por comparação, a letra D é a alternativa mais perfeita! Não
caia na polêmica de querer discutir com a banca sobre “terrível” e “difíceis”, ok?
Letra d.

015. (2016/AOCP/PREFEITURA DE VALENÇA-BA/TÉCNICO/AMBIENTAL/BIOLOGIA)


A felicidade é deprimente
Contardo Calligaris

É possível que a depressão seja o mal da nossa época.


Ela já foi imensamente popular no passado. Por exemplo, os românticos (sobretudo os ar-
tistas) achavam que ser langoroso e triste talvez fosse o único jeito autêntico de ser fascinante
e profundo.
Em 1859, Baudelaire escrevia à sua mãe: “O que sinto é um imenso desânimo, uma sen-
sação de isolamento insuportável, o medo constante de um vago infortúnio, uma desconfiança
completa de minhas próprias forças, uma ausência total de desejos, uma impossibilidade de
encontrar uma diversão qualquer”.
Agora, Baudelaire poderia procurar alívio nas drogas, mas ele e seus contemporâneos
não teriam trocado sua infelicidade pelo sorriso estereotipado das nossas fotos das férias. Para
um romântico, a felicidade contente era quase sempre a marca de um espírito simplório e desin-
teressante.
Enfim, diferente dos românticos, o deprimido contemporâneo não curte sua fossa: ao
contrário, ele quer se desfazer desse afeto, que não lhe parece ter um grande charme.

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Fonética, Acentuação e Processo de Formação de Palavras
Elias Santana

Alguns suspeitam que a depressão contemporânea seja uma invenção. Uma vez acha-
do um remédio possível, sempre é preciso propagandear o transtorno que o tal remédio pode-
ria curar. Nessa ótica, a depressão é um mercado maravilhoso, pois o transtorno é fácil de ser
confundido com estados de espírito muito comuns: a simples tristeza, o sentimento de inade-
quação, um luto que dura um pouco mais do que desejaríamos etc.
De qualquer forma, o extraordinário sucesso da depressão e dos antidepressivos não
existiria se nossa cultura não atribuísse um valor especial à felicidade (da qual a depressão
nos privaria). Ou seja, ficamos tristes de estarmos tristes porque gostaríamos muito de ser-
mos felizes.
Coexistem, na nossa época, dois fenômenos aparentemente contraditórios: a depressão
e a valorização da felicidade. Será que nossa tristeza, então, não poderia ser um efeito do valor
excessivo que atribuímos à felicidade? Quem sabe a tristeza contemporânea seja uma espécie
de decepção.
Em agosto de 2011, I. B. Mauss e outros publicaram em “Emotion” uma pesquisa com
o título: “Será que a procura da felicidade faz as pessoas infelizes?”. Eles recorreram a uma
medida da valorização da felicidade pelos indivíduos e, em pesquisas com duas amostras
de mulheres (uma que valorizava mais a felicidade e a outra, menos), comprovaram o óbvio:
sobretudo em situações positivas (por exemplo, diante de boas notícias), as pessoas que per-
seguem a felicidade ficam sempre particularmente decepcionadas.
Numa das pesquisas, eles induziram a valorização da felicidade: manipularam uma das
amostras propondo a leitura de um falso artigo de jornal anunciando que a felicidade cura o
câncer, faz viver mais tempo, aumenta a potência sexual – em suma, todas as trivialidades
nunca comprovadas, mas que povoam as páginas da grande imprensa.
Depois disso, diante de boas notícias, as mulheres que tinham lido o artigo ficaram bem
menos felizes do que as que não tinham sido induzidas a valorizar especialmente a felicidade.
Conclusão: na população em geral, a valorização cultural da felicidade pode ser contraprodutiva.
Mais recentemente, duas pesquisas foram muito além e mostraram que a valorização
da felicidade pode ser causa de verdadeiros transtornos. A primeira, de B. Q. Ford e outros, no
“Journal of Social and Clinical Psychology”, descobriu que a procura desesperada da felicidade
constitui um fator de risco para sintomas e diagnósticos de depressão.
A pesquisa conclui que o valor cultural atribuído à felicidade leva a consequências sé-
rias em saúde mental. Uma grande valorização da felicidade, no contexto do Ocidente, é um
componente da depressão. E uma intervenção cognitiva que diminua o valor atribuído à feli-
cidade poderia melhorar o desfecho de uma depressão. Ou seja, o que escrevo regularmente
contra o ideal de felicidade talvez melhore o humor de alguém. Fico feliz.
Enfim, em 2015, uma pesquisa de Ford, Mauss e Gruber, em “Emotion”, mostra que a
valorização da felicidade é relacionada ao risco e ao diagnóstico de transtorno bipolar. Con-
clusão: cuidado, nossos ideais emocionais (tipo: o ideal de sermos felizes) têm uma função
crítica na nossa saúde mental.

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Fonética, Acentuação e Processo de Formação de Palavras
Elias Santana

Como escreveu o grande John Stuart Mill, em 1873: Só são felizes os que perseguem
outra coisa do que sua própria felicidade.
Adaptado de:http:/www1.folha.uol.com.br/colunas/contardocalligaris/2015/10/1699663-a-felicidade-edepri-
mente.shtml Acesso em 10 de março de 2016.

Em relação ao trecho “Conclusão: cuidado, nossos ideais emocionais (tipo: o ideal de sermos felizes)
têm uma função crítica na nossa saúde mental”, sobre a palavra destacada é correto afirmar que
a) trata-se de um verbo da segunda conjugação da língua portuguesa, que aparece conjugado
na terceira pessoa do plural e concorda com o sujeito da oração.
b) foi indevidamente acentuada, considerando-se a correta conjugação do verbo “ter” e as re-
gras de acentuação das palavras em língua portuguesa.
c) trata-se de um verbo intransitivo que sintaticamente não necessita de objeto como comple-
mento verbal.
d) trata-se de um verbo da primeira conjugação cujo acento circunflexo diferencia a terceira
pessoa do singular e do plural.
e) apresenta acento circunflexo facultativo, conforme as regras ortográficas da língua portuguesa,
de modo que poderia ser substituída pela forma “tem” (sem acento) e manter a concordância verbal.

O acento diferencial em “têm” é responsável por indicar que o verbo está na terceira pessoa
do plural.
Letra a.

016. (2016/AOCP/PREFEITURA DE VALENÇA-BA/TÉCNICO/AMBIENTAL/BIOLOGIA) Na


palavra “charme”, presente no texto, há um Dígrafo. Em qual das palavras a seguir encontra-
mos o mesmo recurso?
a) Próprias.
b) Drogas.
c) Sorriso
d) Marca.
e) Tristeza.

O RR em “sorriso”. Nos demais casos, há apenas encontros consonantais.


Letra c.

017. (2016/INSTITUTO AOCP/EBSERH/TÉCNICO DE ENFERMAGEM) Assinale a alternativa


cujas palavras apresentam a mesma regra de acentuação ortográfica.
a) Psicólogo, matemática, sustentável.
b) têm, até, também.
c) análise, família, além.
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Fonética, Acentuação e Processo de Formação de Palavras
Elias Santana

d) dúvida, trânsito, legítima.


e) ciúme, dúvida, saúde.

Todas são proparoxítonas.


a) Errada. Psicólogo (proparoxítona), matemática (proparoxítona), sustentável (paroxítona ter-
minada em L).
b) Errada. Têm (acento diferencial), até (oxítona terminada em E), também (oxítona terminada
em EM).
c) Errada. Análise (proparoxítona), família (paroxítona terminada em ditongo), além (oxítona
terminada em EM).
d) Errada. Ciúme (hiato), dúvida (proparoxítona), saúde (hiato).
Letra d.

018. (2015/INSTITUTO AOCP/EBSERH/MÉDICO CIRURGIÃO CARDIOVASCULAR)


A CHAVE
Ela abre mais do que uma porta, inaugura um novo tempo
IVAN MARTINS

Certos objetos dão a exata medida de um relacionamento. A chave, por exemplo. Em-
bora caiba no bolso, ela tem importância gigantesca na vida dos casais. O momento em que
você oferece a chave da sua casa é aquele em que você renuncia à sua privacidade, por amor.
Quando pede a chave de volta – ou troca a fechadura da porta – está retomando aquilo que
havia oferecido, por que o amor acabou. O primeiro momento é de exaltação e esperança. O
segundo é sombrio.
Quem já passou pela experiência sabe como é gostoso carregar no bolso – ou na bolsa –
aquela cópia de cinco reais que vai dar início à nova vida. Carregada de expectativas e temores,
a chave será entregue de forma tímida e casual, como se não fosse importante, ou pode vir em-
balada em vinho e flores, pondo violinos na ocasião. Qualquer que seja a cena, não cabe engano:
foi dado um passo gigantesco. Alguém pôs na mão de outro alguém um totem de confiança.
Não interessa se você dá ou ganha a chave, a sensação é a mesma. Ou quase.
Quem a recebe se enche de orgulho. No auge da paixão, e a pessoa que provoca seus
melhores sentimentos (a pessoa mais legal do mundo, evidentemente) põe no seu chaveiro
a cópia discreta que abre a casa dela. Você só nota mais tarde, quando chega à sua própria
casa e vai abrir a porta. Primeiro, estranha a cor e o formato da chave nova, mas logo entende
a delicadeza da situação. Percebe, com um sorriso nos lábios, que suas emoções são compar-
tilhadas. Compreende que está sendo convidado a participar de outra vida. Sente, com enorme
alívio, que foi aceito, e que uma nova etapa tem início, mais intensa e mais profunda que ante-
rior. Aquela chave abre mais do que uma porta. Abre um novo tempo.
O momento de entregar a chave sempre foi para mim o momento de máximo otimismo.
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Fonética, Acentuação e Processo de Formação de Palavras
Elias Santana

[...]
Você tem certeza de que a outra pessoa ficará feliz e comovida, mas ao mesmo tempo
teme, secretamente, ser recusado. Então vê nos olhos dela a alegria que havia antecipado e
desejado. O rosto querido se abre num sorriso sem reservas, que você não ganharia se tivesse
lhe dado uma joia ou uma aliança. (Uma não vale nada; para a outra ela não está pronta). Por
isto ela esperava, e retribui com um olhar cheio de amor. Esse é um instante que viverá na sua
alma para sempre. Nele, tudo parece perfeito. É como estar no início de um sonho em que
nada pode dar errado. A gente se sente adulto e moderno, herdeiro dos melhores sonhos da
adolescência, parte da espécie feliz dos adultos livres que são amados e correspondidos – os
que acharam uma alma gêmea, aqueles que jamais estarão sozinhos.
Se as chaves de despedida parecem a pior coisa do mundo, não são.
[...]
A gente sabe que essas coisas, às vezes, são efêmeras, mas é tão bonito.
Pode ser que dentro de três meses ou três anos a chave inútil e esquecida seja encon-
trada no bolso de uma calça ou no fundo de uma bolsa. Ela já não abrirá porta alguma exceto
a da memória, que poderá ser boa ou ruim. O mais provável é que o tato e a visão daquela fer-
ramenta sem propósito provoquem um sorriso agridoce, grisalho de nostalgia. Essa chave do
adeus não dói, ela constata e encerra.
Nestes tempos de arrogante independência, em que a solidão virou estandarte exibido
como prova de força, a doação de chaves ganhou uma solenidade inesperada. Com ela, ho-
mens e mulheres sinalizam a disposição de renunciar a um pedaço da sua sagrada liberdade
pessoal. Sugerem ao outro que precisam dele e o desejam próximo. Cedem o seu terreno,
correm o risco. É uma forma moderna e eloquente de dizer “eu te amo”. E, assim como a outra,
dispensa “eu também”. Oferece a chave quem está pronto, aceita a chave quem a deseja, reci-
proca, oferecendo a sua, quem sente que é o caso, verdadeiramente. Nada mais triste que uma
chave falsa. Ela parece abrir uma esperança, mas abre somente uma ilusão.
Adaptado de http:/epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/noticia/2015/04/chave.html

Em “A gente sabe que essas coisas, às vezes, são efêmeras, mas é tão bonito.”, existe uma
inadequação gramatical quanto à
a) acentuação gráfica.
b) ortografia.
c) regência.
d) concordância.
e) pontuação.

O correto seria mas são tão bonitas, para concordar com “essas coisas”.
Letra d.

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019. (2015/AOCP/FUNDASUS/MÉDICO PNEUMOLOGISTA)


ENTRE NO EIXO
Descuidar-se das costas pode afetar seu humor, sua autoconfiança e até sua vida sexual. (Vai
querer?) Corrija sua postura agora.
Por Meghan Rabbit e Elaine Carvalho

Preste atenção em sua postura enquanto lê esta reportagem. Está largada no sofá, com
as costas tortas e os ombros arqueados? Debruçada sobre o notebook? Então aproveite para
se corrigir. Você vai descobrir que mais coisas do que você imagina acontecem no corpo e na
cabeça quando você se desconecta daquela que é o eixo do seu corpo: a coluna. E que as conse-
quências vão além daquela dor chata nas costas. “A postura errada atrapalha a respiração, enfra-
quece os músculos e derruba seu nível de energia”, fala o quiropata americano Steven Weiniger,
especialista em postura e autor do livro Stand Taller, Live Longer (sem edição em português). Em
outras palavras, se reflete na sua aparência e no modo como você se sente. Veja por que e como
colocar cada parte do seu corpo no lugar certo.
Por que colocar o corpo no eixo?
Porque andar como o corcunda de Notre Dame vai muito além de ser feio e nada sexy.
Ao corrigir a postura, você sai ganhando em...
1/MAIS FOCO
De acordo com Steven Weiniger, ao manter as costas arqueadas, as costelas pressio-
nam o diafragma, impedindo que os pulmões inflem completamente. (Quer fazer o teste? Ten-
te inspirar profundamente nessa posição e vai sentir dificuldade.) Isso influencia a respiração,
que fica mais curta e, por isso, prejudica a oxigenação do corpo, do cérebro e acaba afetando
sua capacidade de concentração.
2/AUTOESTIMA E BOM HUMOR Quem caminha curvado, com os ombros projetados para
a frente, tende a se sentir mais baixo-astral do que quem tem porte de rainha. Foi o que concluiu
uma pesquisa da San Francisco State University (EUA) realizada com dois grupos de voluntários,
que testaram andar dos dois jeitos e depois contaram como se sentiram. O experimento revelou
que o cérebro se deixa levar pela postura: mover-se com confiança vai fazê- la se sentir assim e
bancar a desleixada também se reflete em como se sente. O físico ucraniano Moshe Feldenkrais,
criador de um método que leva seu sobrenome e busca, por meio da consciência corporal, no-
vas maneiras de se movimentar, também não fazia distinção entre quem vem primeiro – se
movimento ou emoção. Para ele, uma pessoa triste se encolhe, enquanto alguém feliz ergue a
cabeça e abre o peito naturalmente. “Contraímos a musculatura sempre que sentimos medo
ou tensão, assim como abaixamos a cabeça e projetamos o abdômen para a frente”, explica a
educadora somática Mariana Huck, de São Paulo, coordenadora do Núcleo Feldenkrais Brasil. “É
uma reação normal. O desafio é não cristalizar essa postura rígida, o que leva à dor e impacta
as emoções.”

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3/CORPO LIVRE DE DORES


“Quando a coluna está fora do eixo, vários músculos precisam entrar em ação para
compensar o desequilíbrio postural”, observa a fisioterapeuta Mary Ann Wilmarth, da Harvard
University (EUA). Isso gera uma reação em cadeia, que resulta em dor, formigamento e espas-
mos musculares em várias partes do corpo.
4/TESÃO EM DIA
Uma postura desleixada tem ligação direta com a flacidez do core (musculatura que inclui o
abdômen), o que, por sua vez, pode ter impacto negativo entre quatro paredes – e não apenas na fren-
te do espelho. “Quanto mais flácido seu abdômen, mais fracas podem ficar a libido e a performance
na cama”, diz a americana Debby Herbenick, especialista em saúde sexual. Portanto, antes de investir
em lingeries sensuais, valorize seu corpo ao praticar exercícios capazes de colocálo nos eixos.
(Fonte: Revista Women’s Health. Número 79 publicada em Maio de 2015. Editora Abril)

Observe a seguinte sentença retirada do texto ENTRE NO EIXO: “Preste atenção em sua postu-
ra enquanto lê esta reportagem”. Levando em consideração as regras de ortografia da Língua
Portuguesa, assinale a alternativa correta com relação ao acento utilizado no verbo ler.
a) A forma verbal lê apresenta acento para distingui-la da forma verbal leio.
b) A forma verbal lê é acentuada porque se trata de uma conjugação verbal terminada em vo-
gal aberta.
c) A forma verbal lê é acentuada porque se trata de um monossílabo tônico.
d) A forma verbal lê é acentuada porque se trata de uma oxítona terminada em ditongo.
e) A forma verbal lê é acentuada porque se trata de uma oxítona terminada na vogal fechada e.

CUIDADO PARA NÃO MARCAR A LETRA “E”! É um monossílabo tônico!


Letra c.

020. (2015/INSTITUTO AOCP/EBSERH/PEDAGOGO)


A CHAVE
Ela abre mais do que uma porta, inaugura um novo tempo
IVAN MARTINS

Certos objetos dão a exata medida de um relacionamento. A chave, por exemplo. Embo-
ra caiba no bolso, ela tem importância gigantesca na vida dos casais. O momento em que você
oferece a chave da sua casa é aquele em que você renuncia à sua privacidade, por amor. Quan-
do pede a chave de volta – ou troca a fechadura da porta – está retomando aquilo que havia
oferecido, por que o amor acabou. O primeiro momento é de exaltação e esperança. O segundo
é sombrio. Quem já passou pela experiência sabe como é gostoso carregar no bolso – ou na
bolsa – aquela cópia de cinco reais que vai dar início à nova vida. Carregada de expectativas
e temores, a chave será entregue de forma tímida e casual, como se não fosse importante, ou

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pode vir embalada em vinho e flores, pondo violinos na ocasião. Qualquer que seja a cena, não
cabe engano: foi dado um passo gigantesco. Alguém pôs na mão de outro alguém um totem
de confiança. Não interessa se você dá ou ganha a chave, a sensação é a mesma. Ou quase.
Quem a recebe se enche de orgulho. No auge da paixão, e a pessoa que provoca seus
melhores sentimentos (a pessoa mais legal do mundo, evidentemente) põe no seu chaveiro
a cópia discreta que abre a casa dela. Você só nota mais tarde, quando chega à sua própria
casa e vai abrir a porta. Primeiro, estranha a cor e o formato da chave nova, mas logo entende
a delicadeza da situação. Percebe, com um sorriso nos lábios, que suas emoções são compar-
tilhadas. Compreende que está sendo convidado a participar de outra vida. Sente, com enorme
alívio, que foi aceito, e que uma nova etapa tem início, mais intensa e mais profunda que ante-
rior. Aquela chave abre mais do que uma porta. Abre um novo tempo.
O momento de entregar a chave sempre foi para mim o momento de máximo otimismo.
[...]
Você tem certeza de que a outra pessoa ficará feliz e comovida, mas ao mesmo tempo
teme, secretamente, ser recusado. Então vê nos olhos dela a alegria que havia antecipado e
desejado. O rosto querido se abre num sorriso sem reservas, que você não ganharia se tivesse
lhe dado uma joia ou uma aliança. (Uma não vale nada; para a outra ela não está pronta). Por
isto ela esperava, e retribui com um olhar cheio de amor. Esse é um instante que viverá na sua
alma para sempre. Nele, tudo parece perfeito. É como estar no início de um sonho em que
nada pode dar errado. A gente se sente adulto e moderno, herdeiro dos melhores sonhos da
adolescência, parte da espécie feliz dos adultos livres que são amados e correspondidos – os
que acharam uma alma gêmea, aqueles que jamais estarão sozinhos.
Se as chaves de despedida parecem a pior coisa do mundo, não são.
[...]
A gente sabe que essas coisas, às vezes, são efêmeras, mas é tão bonito.
Pode ser que dentro de três meses ou três anos a chave inútil e esquecida seja encon-
trada no bolso de uma calça ou no fundo de uma bolsa. Ela já não abrirá porta alguma exceto
a da memória, que poderá ser boa ou ruim. O mais provável é que o tato e a visão daquela fer-
ramenta sem propósito provoquem um sorriso agridoce, grisalho de nostalgia. Essa chave do
adeus não dói, ela constata e encerra.
Nestes tempos de arrogante independência, em que a solidão virou estandarte exibido
como prova de força, a doação de chaves ganhou uma solenidade inesperada. Com ela, ho-
mens e mulheres sinalizam a disposição de renunciar a um pedaço da sua sagrada liberdade
pessoal. Sugerem ao outro que precisam dele e o desejam próximo. Cedem o seu terreno,
correm o risco. É uma forma moderna e eloquente de dizer “eu te amo”. E, assim como a outra,
dispensa “eu também”. Oferece a chave quem está pronto, aceita a chave quem a deseja, reci-
proca, oferecendo a sua, quem sente que é o caso, verdadeiramente. Nada mais triste que uma
chave falsa. Ela parece abrir uma esperança, mas abre somente uma ilusão.
Adaptado de http:/epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/noticia/2015/04/chave.html

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Fonética, Acentuação e Processo de Formação de Palavras
Elias Santana

Em relação ao excerto: “Oferece a chave quem está pronto, aceita a chave quem a deseja, re-
ciproca, oferecendo a sua, quem sente que é o caso, verdadeiramente.”, é correto afirmar que
a) “chave” exerce função de sujeito na primeira e na segunda oração do período.
b) “quem” exerce função de sujeito nas orações em que está presente.
c) “reciproca” é uma palavra proparoxítona e deveria receber acento agudo, grafando-se “recíproca”.
d) todos os termos “a” presentes no período são artigos femininos.
e) “verdadeiramente” é um advérbio que expressa intensidade.

“Quem” é sujeito de “está”, “deseja” e “sente”. “A chave” é OD. A palavra “recíproca” está grafada
inadequadamente. O “a” antes de “deseja” é pronome. “Verdadeiramente” expressa modo.
Letra b.

021. (2015/AOCP/FUNDASUS/AUXILIAR DE BIBLIOTECA)


Mulheres cuidam mais da saúde do que homens
Segundo pesquisa, 71,2% dos entrevistados pelo IBGE haviam se consultado com um mé-
dico pelo menos uma vez no último ano. Entre elas, o índice foi de 78% – contra 63,9% deles. As
mulheres brasileiras vão mais ao médico do que os homens. É o que mostra uma pesquisa divul-
gada nesta terça-feira, realizada em conjunto entre o Ministério da Saúde e o IBGE. A publicação
revelou que 71,2% dos entrevistados haviam se consultado pelo menos uma vez nos 12 meses
anteriores à entrevista. Entre as mulheres, o índice foi de 78%, contra 63,9% dos homens.
Elas também são mais aplicadas nos cuidados com os dentes: 47,3% das brasileiras
disseram terem ido ao dentista uma vez nos 12 meses anteriores, ante 41,3% dos homens. A
diferença também aparece na questão da higiene bucal: 91,5% do público feminino pesquisa-
do respondeu que escova os dentes duas vezes ao dia, ao passo que a taxa foi de 86,5% no
masculino.
A pesquisa também investigou o atendimento nos serviços de saúde, público e privado.
De acordo com os resultados, 71% da população brasileira procura estabelecimentos públicos
de saúde para atendimento. Destes, 47,9% afirmaram que utilizam as Unidades Básicas de
Saúde como principal porta de entrada para atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS).
Além disso, o levantamento mostrou ainda que os serviços públicos mais procurados
depois das Unidades Básicas de Saúde são os de emergência, como as Unidades de Pronto
Atendimento Público – com 11,3% da população – e hospitais e serviços especializados como
ambulatórios, com 10,1% da população. Já os consultórios e clínicas particulares atraem 20,6%
dos brasileiros e as emergências privadas são procuradas por 4,9% deles.
A Pesquisa Nacional de Saúde coletou informações em 64 000 residências brasileiras
em 1 600 municípios entre agosto de 2013 e fevereiro de 2014.
(Com Estadão Conteúdo) Adaptado de: < http:/veja.abril.com.br/noticia/saude/mulherescuidam-mais-da-saude-
-do-que-homens> Acesso em 06 jun. 2015.

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Assinale a alternativa correta em relação à grafia das palavras.


a) capatas – capaz.
b) capaz – freguês.
c) burguêz – embriaguês.
d) embriaguez – capatas.
e) estupidez – freguêz.

O correto seria capataz, burguês, embriaguez e freguês. Professor, como aprendo isso? Lendo
muito e usando o dicionário, de vez em quando!
Letra b.

022. (2015/INSTITUTO AOCP/EBSERH/ADVOGADO) Assinale a alternativa correta quanto à


acentuação dos pares.
a) Política – politicágem.
b) Partidário – partído.
c) Própria – propriedáde.
d) Família – familiár.
e) Único – unívoco.

Não possuem acento politicagem, partido, propriedade e familiar.


Letra e.

023. (2015/INSTITUTO AOCP/UFPEL/ADVOGADO)


Aumentar idade mínima para compra de cigarro evita vício em jovens
UOL, 03/04/2015

Aumentar a idade mínima permitida para comprar legalmente cigarros pode ter um efei-
to drástico no uso do tabaco por adolescentes, especialmente de 15 a 17 anos, segundo um
estudo da Universidade de Michigan, divulgado pelo Institute of Medicine. O impacto na saúde
pública também seria relevante.
O levantamento aponta que usuários mais jovens são, geralmente, mais suscetíveis a
pegar carona nos hábitos dos amigos e conseguir cigarros com eles, sendo que poucos com-
pram cigarros ilegalmente. Apenas quando atingem a idade adulta, por volta dos 25 anos, é
que passam a fazer mais escolhas por conta própria.
“Embora o desenvolvimento de algumas habilidades cognitivas seja atingido aos 16
anos, as partes do cérebro mais responsáveis pela tomada de decisão, controle de impulsos e
susceptibilidade dos colegas e conformidade continuam a desenvolver-se até os 25”, explicou
o professor Richard Bonnie, responsável pela pesquisa.

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Dos fumantes pesquisados, 90% dizem ter começado a fumar antes dos 19 anos. A
maioria dos outros experimentou o primeiro cigarro antes dos 26, o que sugere que dificilmen-
te uma pessoa se tornará fumante após os 25 anos.
Segundo simulações apresentadas no relatório, se o aumento na idade mínima ocor-
resse hoje nos Estados Unidos, haveria mudanças significativas na quantidade de jovens fu-
mantes em 2100. Mais precisamente, se a idade mínima passasse para 19 anos, haveria uma
diminuição de 3% no total de fumantes. Se passasse para 21, cairia 12%. E, caso fosse para 25
anos, o número de fumantes diminuiria 16%.
Nos Estados Unidos, onde a pesquisa foi realizada, a maioria dos Estados permite a
compra do cigarro a partir dos 18 anos. Alguns (Alabama, Alasca, Nova Jersey e Utah) permi-
tem a partir dos 19, e a cidade de Nova York aumentou a idade mínima para 21 anos.
Considerando, portanto, que o aumento da idade mínima diminui a taxa de iniciação no
vício, os pesquisadores concluem que a medida resultaria em queda nas doenças e mortes
relacionadas ao tabaco.
Se a idade mínima aumentasse para 21 anos nos Estados Unidos, haveria menos 249
mil mortes prematuras entre pessoas nascidas entre 2000 e 2019 e pelo menos 45 mil mortes
a menos por câncer de pulmão no período, segundo o relatório.
“Ao avaliar as implicações na saúde pública pelo aumento da idade mínima para aces-
sar os produtos do tabaco, este relatório tem como objetivo fornecer a orientação científica de
que Estados e municípios precisam ao avaliar novas políticas para atingir o objetivo final, que é
a redução e a eventual eliminação do uso de tabaco por crianças e pelos jovens “, disse Victor
Dzau, presidente do Institute of Medicine.
Fonte:http:/noticias.uol.com.br/saude/ultimasnoticias/redacao/2015/04/03/permitir-cigarro-depois-dos-21-a-
nos-evita-vicio-em-adolescentes-diz-estudo.htm

Assinale a alternativa cuja palavra NÃO apresenta a mesma regra de acentuação gráfica da
palavra “música”.
a) Mínima.
b) Drástico.
c) Também.
d) Pública.
e) Informática.

Todas as palavras listadas são proparoxítonas, exceto “também”, que é oxítona terminada em EM.
Letra c.

024. (2015/INSTITUTO AOCP/EBSERH/ASSISTENTE)


Administrativo
Por que algumas pessoas poderosas agem como tiranos?
Ana Carolina Prado

Nos anos 70, o psicólogo Philip Zimbardo queria entender por que as prisões são tão violentas.
Então, ele decidiu criar uma prisão artificial no porão da Universidade de Stanford. Os voluntários do

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experimento foram divididos entre prisioneiros e guardas e deveriam cumprir esses papéis por duas
semanas. Porém as condições ali ficaram tão tensas que foi necessário acabar com tudo em apenas
seis dias. Logo no começo, as pessoas que assumiram o papel de guarda se tornaram extremamente
sádicas e autoritárias, impondo castigos como privação de sono e comida. Os “prisioneiros” respon-
deram fazendo rebeliões. Esse é um ótimo (e macabro) exemplo de como o poder pode corromper
as pessoas. E nós sabemos que, na vida real, muita gente poderosa faz coisa parecida – ou pior.
Os pesquisadores das Universidades de Stanford, do Sul da Califórnia e de Northwes-
tern fizeram um estudo, a ser publicado no Journal of Experimental Social Psychology, para
entender melhor por que esse tipo de coisa acontece. E descobriram que o problema está na
combinação de poder e baixo status. No experimento, os autores simularam atividades de
uma empresa e dividiram os voluntários aleatoriamente em papéis de chefes e subordinados,
variando em status e poder. Em seguida, esses indivíduos puderam selecionar tarefas em uma
lista de 10 para os outros executarem. O resultado mostrou que as pessoas com papeis de
maior poder e menor status escolheram atividades mais humilhante para os seus parceiros
(por exemplo, latir como um cão três vezes) do que os de qualquer outra combinação.
Os pesquisadores chegaram à conclusão de que, quando as pessoas recebem um papel
que lhes dá poder, mas não têm o respeito que normalmente o acompanha, podem acabar se
empenhando em comportamentos degradantes. Elas se sentem mal em estar numa posição
de baixo status e acabam usando sua autoridade humilhando outros para se sentir melhor. É
tipo o que acontece com aquele chefe tirano que ninguém respeita e todo mundo odeia.
Isso pode ter contribuído para os abusos cometidos por militares em prisões, bem como
no experimento de Zimbardo nos anos 70. Em ambos os casos, os guardas têm o poder, mas
falta-lhes o respeito e admiração dos outros. “Nossas descobertas indicam que a experiência
de ter poder sem status, seja como membro das forças armadas ou como um estudante uni-
versitário que participa de um experimento, pode ser um catalisador para comportamentos
degradantes que podem destruir relacionamentos e impedir a cooperação”, diz o estudo.
Os pesquisadores de Standford e Northwestern reconheceram, porém, que há outros
fatores envolvidos. Só porque uma pessoa tem o poder ou está em uma posição de baixo
status não significa necessariamente que ela irá maltratar os outros. Assim, essa história de
que o poder corrompe nem sempre é verdade. Mas uma alternativa encontrada por eles para
evitar abusos é encontrar formas para que todos os indivíduos, independentemente do status
de seus papéis, se sintam respeitados e valorizados. “O respeito alivia sentimentos negativos
sobre sua posição e os leva a tratar os outros de forma positiva”, diz o estudo. Também é im-
portante haver oportunidades para o crescimento, pois a pessoa tende a melhorar seu compor-
tamento e seus sentimentos quando sabe que pode ganhar uma posição melhor no futuro.
Adaptado de http:/super.abril.com.br/blogs/como-pessoas-funcionam/category/sem-categoria/page/17/

Em “Os pesquisadores chegaram à conclusão de que, quando as pessoas recebem um papel


que lhes dá poder, mas não têm o respeito que normalmente o acompanha...”, o termo desta-
cado recebeu acento diferencial para

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a) concordar com “os pesquisadores”.


b) concordar com “as pessoas”.
c) marcar o tempo verbal no pretérito do indicativo.
d) atender à regra das paroxítonas.
e) atender à regência do nome “poder”.

Detalhe: o verbo “tem” possui sujeito elíptico, que se refere a “pessoas”.


Letra b.

025. (2015/INSTITUTO AOCP/EBSERH/MÉDICO UROLOGISTA)


Brasileiro está menos sedentário
3 abril, 2015

Segundo dados do Ministério da Saúde (Vigitel – Vigilância de Fatores de Risco e Prote-


ção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), em 2013, 33,8% da população adulta das
capitais praticavam exercícios. O índice é maior que o de três anos atrás (33,5%), o que aponta
para uma tendência de aumento deste hábito.
A prevalência da inatividade física em pessoas acima de 18 anos é um dos indicadores
utilizados pelo Ministério para monitorar fatores de risco para as Doenças Crônicas Não Trans-
missíveis (DCNT) como câncer, hipertensão e diabetes. De acordo com dados de um estudo
divulgado em 2012 pelo periódico The Lancet, o sedentarismo já responde pela redução da ex-
pectativa de vida da humanidade de forma tão significativa quanto o tabagismo e a obesidade.
São estimadas cinco milhões de mortes por ano em todo o mundo por conta do sedentarismo.
Esse levantamento traçou um perfil da prática de atividade física no mundo e apontou
que, no Brasil, 49% da população está inativa, ou seja, realiza menos de 150 minutos de atividade
de intensidade moderada por semana. A pesquisa ainda revelou a situação de inatividade física
de outros países como Argentina 68,3%, Congo 48,6%, Emirados 62,5%, Estados Unidos 40,5%,
México 37,7%, Portugal 51% e Japão 60,2%. Entre as ações do Ministério da Saúde para incenti-
var a prática de atividades físicas e hábitos saudáveis na população, está o Programa Academia
da Saúde. A iniciativa possibilita a implantação de polos com infraestrutura, equipamentos e
profissionais qualificados para a promoção de modos de vida saudáveis. O Programa está im-
plantado em todos os estados brasileiros, em um total de 2.857 municípios.
http:/www.idifusora.com.br/2015/04/03/brasileiro-esta-menossedentario/

Assinale a alternativa cuja palavra NÃO recebe a mesma regra de acentuação gráfica da pala-
vra “física”.
a) Países.
b) Prática.
c) Hábitos.
d) Periódico.
e) Crônica.

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Todas as palavras apresentadas são proparoxítonas, exceto “países”, que é acentuado pela
regra do hiato.
Letra a.

026. (2014/AOCP/EBSERH/MÉDICO NUTROLOGISTA)


A ciência e o vazio espiritual
Marcelo Gleiser

Alguns anos atrás, fui convidado para dar uma entrevista ao vivo para uma rádio AM de
Brasília. A entrevista foi marcada na estação rodoviária, bem na hora do rush, quando trabalha-
dores mais humildes estão voltando para suas casas na periferia. A ideia era que as pessoas
dessem uma parada e ouvissem o que eu dizia, possivelmente fazendo perguntas. O entrevis-
tador queria que falasse sobre a ciência do fim do mundo, dado que havia apenas publicado
meu livro “O Fim da Terra e do Céu”. O fim do mundo visto pela ciência pode ser abordado de
várias formas, desde as mais locais, como no furacão que causou verdadeira devastação nas
Filipinas, até as mais abstratas, como na especulação do futuro do universo como um todo.
O foco da entrevista eram cataclismos celestes e como inspiraram (e inspiram) tanto
narrativas religiosas quanto científicas. Por exemplo, no antigo testamento, no Livro de Daniel
ou na história de Sodoma e Gomorra, e no novo, no Apocalipse de João, em que estrelas caem
dos céus (chuva de meteoros), o Sol fica preto (eclipse total), rochas incandescentes caem
sobre o solo (explosão de meteoro ou de cometa na atmosfera) etc.
Mencionei como a queda de um asteroide de 10 quilômetros de diâmetro na penínsu-
la de Yucatan, no México, iniciou o processo que culminou na extinção dos dinossauros 65
milhões de anos atrás. Enfatizei que o evento mudou a história da vida na Terra, liberando
os mamíferos que então existiam -- de porte bem pequeno -- da pressão de seus predadores
reptilianos, e que estamos aqui por isso. O ponto é que a ciência moderna explica essas trans-
formações na Terra e na história da vida sem qualquer necessidade de intervenção divina. Os
cataclismos que definiram nossa história são, simplesmente, fenômenos naturais.
Foi então que um homem, ainda cheio de graxa no rosto, de uniforme rasgado, levantou
a mão e disse: “Então o doutor quer tirar até Deus da gente?”
Congelei. O desespero na voz do homem era óbvio. Sentiu-se traído pelo conhecimento.
Sua fé era a única coisa a que se apegava, que o levava a retornar todos os dias àquela estação
e trabalhar por um mísero salário-mínimo. Como que a ciência poderia ajudá-lo a lidar com
uma vida desprovida da mágica que fé no sobrenatural inspira?
Percebi a enorme distância entre o discurso da ciência e as necessidades da maioria
das pessoas; percebi que para tratar desse vão espiritual, temos que começar bem cedo, tra-
zendo o encantamento das descobertas científicas para as crianças, transferindo a paixão que

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as pessoas devotam à sua fé para um encantamento com o mundo natural. Temos que ensinar
a dimensão espiritual da ciência -- não como algo sobrenatural -- mas como uma conexão com
algo maior do que somos. Temos que fazer da educação científica um processo de transfor-
mação, e não meramente informativo.
Respondi ao homem, explicando que a ciência não quer tirar Deus das pessoas, mesmo
que alguns cientistas queiram. Falei da paixão dos cientistas ao devotarem suas vidas a ex-
plorar os mistérios do desconhecido. O homem sorriu; acho que entendeu que existe algo em
comum entre sua fé e a paixão dos cientistas pelo mundo natural.
Após a entrevista, dei uma volta no lago Sul pensando em Einstein, que dizia que a ci-
ência era a verdadeira religião, uma devoção à natureza alimentada pelo encantamento com o
mundo, que nos ensina uma profunda humildade perante sua grandeza.
Disponívelemhttp:/www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelogleiser/2013/11/1372253-a-ciencia-e-o-vazio-espi-
ritual.shtml. Acesso 22 nov2013.

A alternativa em que há uma palavra acentuada corretamente é


a) ciêntífico.
b) distânciamento.
c) fenômenal.
d) réptil.
e) mistérioso.

As formas corretas seriam científico, distanciamento, fenomenal e misterioso.


Letra d.

027. (2013/AOCP/PREFEITURA DE PARANAVAÍ-PR/NUTRICIONISTA)


Amores imperfeitos
A pessoa que você mais gosta é cheia de defeitos?
Existe uma explicação
Cristiane Segatto

1.§ Quantos dos seus amigos descrevem o parceiro (ou parceira) de uma forma estra-
nhamente dúbia? A pessoa é o amor da vida dele e, ao mesmo, o ser que mais o incomoda.
É uma reclamação tão corriqueira que começo a achar que estranha é a minoria que parece
satisfeita com o que tem em casa.
2.§ Tolerar os defeitos do companheiro e entender que, ao firmar uma parceria, compra-
mos um pacote completo (com tudo o que há de agradável e desagradável) parece, cada vez
mais, uma esquisita característica de uma subespécie em extinção.
3.§ O grupo majoritário parece ser o dos apaixonados intolerantes.
4.§ Há quem se dedique a tentar entendê-los. Li nesta semana uma reportagem in-
teressante sobre isso. Foi publicada na revista Scientific American Mind. É baseada no livro
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Annoying: The Science of What Bugs Us (algo como Irritante: a ciência do que nos incomoda),
dos jornalistas Joe Palca e Flora Lichtman.
5.§ Uma das pesquisadoras citadas é a socióloga Diane Felmlee, da Universidade da Cali-
fórnia. Ela conta a história de uma amiga que vivia reclamando que o marido trabalhava demais.
Diane pediu que a mulher se lembrasse das qualidades que enxergava nele quando o conheceu na
universidade. A resposta foi sensacional: “A primeira coisa que chamou minha atenção foi o fato
de que ele era incrivelmente trabalhador. Logo percebi que se tornaria um dos melhores alunos
da classe”
6.§ Não é curioso? Por alguma razão, uma característica que é vista como uma qualida-
de no início do relacionamento se torna, com o passar do tempo, um defeito. Exemplos disso
estão por toda parte. No início do namoro, o cara parece muito atraente porque é desencanado,
tranquilão. Não perde a chance de passar o dia de bermuda e chinelo, ouvindo música e be-
bendo com a namorada e os amigos. Quatro anos depois passa a ser visto pela amada como
um sujeito preguiçoso, acomodado, que não tem objetivos claros na vida e veio ao mundo
a passeio.
7.§ Em outra ocasião, a socióloga Diane perguntou a um garoto por que ele gostava da
última namorada. A resposta foi uma lista de várias partes do corpo da moça – incluindo as
mais íntimas. Quando a professora perguntou por que o relacionamento havia acabado, a jus-
tificativa foi: “Era uma relação baseada somente no desejo. Não havia amor suficiente.”
8.§ Uma aluna disse que se sentiu atraída pelo ex porque ele tinha um incrível senso
de humor. Algum tempo depois, passou a reclamar que “ele não levava nada a sério”. Nesse
caso, também, o que era qualidade virou defeito. Deve haver alguma explicação para isso. Nas
últimas décadas, Diane vem realizando estudos com casais para tentar entender o fenômeno
que ela chama de atrações fatais.
9.§ Ela observou que quanto mais acentuada é a qualidade reconhecida pelo parceiro
no início da relação, mais incômoda ela se torna ao longo dos anos. Até virar um traço in-
suportável.
10.§ Diane acredita que a explicação está relacionada à teoria da troca social. Essa teoria
parte do pressuposto de que as relações humanas são baseadas na escolha racional e na análise
de custo-benefício. Se os custos de um dos parceiros superam seus benefícios, a outra parte pode
vir a abandonar a relação, especialmente se houver boas alternativas disponíveis. “Traços extremos
trazem recompensas, mas também têm custos associados a eles, principalmente numa relação”.
11.§ Um exemplo é a independência. Ela pode ser muito valorizada numa relação. Um
marido independente é capaz de cuidar de si próprio. Mas se ele for independente demais,
pode significar que não precisa da mulher. Isso acarreta custos para a relação.
12.§ A receita para evitar que as relações naufraguem é a boa e (cada vez mais) escas-
sa tolerância. É preciso aprender a relativizar os hábitos irritantes para continuar convivendo
com uma pessoa que tem muitas outras qualidades.

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13.§ Ninguém é totalmente desprovido de qualidades e defeitos. Temos os nossos,


aprendemos com eles e com os deles. Além de tolerância, precisamos exercitar a capacidade
de apoiar o parceiro quando as coisas vão mal e de celebrar quando ele tem alguma razão para
isso. Inventar programas novos e interessantes (zelar para que isso aconteça com frequência)
pode realçar as qualidades de quem você gosta e amenizar as características e manias irritan-
tes. Irritante por irritante somos todos. Mas também podemos ser incrivelmente interessantes.
Adaptadodehttp:/revistaepoca.globo.com/Saude-e-bem-estar/cristianesegatto/noticia/2012/01/amores-imper-
feitos.html em 01/12/2012

Assinale a alternativa correta quanto à acentuação das palavras.


a) Minoritário
b) Benefíciar
c) Dependênte
d) Tolerânte
e) Fenomenál

As formas corretas seriam beneficiar, dependente, tolerante e fenomenal.


Letra a.

028. (2010/AOCP/PREFEITURA DE CAMAÇARI-BA/PROCURADOR MUNICIPAL)


Burocracia toma mais tempo de diretor do que pedagogia
Mais do que salário, violência e espaço físico inadequado, a principal queixa dos direto-
res da rede municipal de São Paulo é o excesso de burocracia.
A constatação foi feita em pesquisa do Sinesp (sindicato da categoria), que entrevistou
em março 373 gestores. Destes, 53% se queixaram que gastam mais tempo com papéis e
formulários do que com atividades pedagógicas – reuniões com os professores, por exemplo.
Segundo os dirigentes, o problema é agravado pela falta de funcionários nas escolas.
Salário foi apontado por 3% da amostra como um dos principais problemas; 9% citaram violên-
cia e insegurança; e 38%, deficiências físicas das escolas.
A pesquisa foi feita para representar os 5.000 diretores e coordenadores pedagógicos
do sistema municipal paulistano.
Algumas das atividades não pedagógicas que os diretores fazem são controle de notas
fiscais de compras; pagamento de fornecedores; levantamento de informações como férias e
adicionais por tempo de serviço dos professores, para serem enviadas à diretoria de ensino.
Sistemas de ensino em outros países decidiram deixar os diretores focados nas ativi-
dades pedagógicas, eliminando processos burocráticos, aliado à contratação de funcionários
para cuidar especificamente da parte administrativo-financeira. Nova York é um exemplo.
“Reconheço que a carga burocrática para os diretores é muito pesada”, disse o secretá-
rio municipal da Educação, Alexandre Schneider. “Mas temos diminuído”.

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A dirigente de uma escola de ensino fundamental na zona sul, que prefere não ser iden-
tificada, reclama que qualquer compra exige três orçamentos e, posteriormente, o envio dos
documentos a um contador.
“Há ainda sobreposição de pedidos. Preciso mandar a planilha de bens patrimoniais ao
setor de bens da secretaria e, depois, ao de compras. Mas são necessários ajustes em cada
uma, o que toma tempo”, disse. “Quase não dá para conversar com os professores.”
“A vida dos dirigentes é um inferno. E isso vale para quase o país todo”, afirma Ilona Be-
cskeházy, diretora-executiva da Fundação Lemann, que capacita diretores de redes públicas.
Ela sugere que as escolas tenham um diretor pedagógico e outro administrativo.
O pesquisador Rudá Ricci, consultor do levantamento, calcula que 70% do trabalho do
diretor está ligado à burocracia. “Há desconfiança em cima dos diretores e professores. Por
isso tantos relatórios.” Para ele, o ideal seria que as secretarias se concentrassem em avaliar
o rendimento dos alunos.
Essa foi uma das mudanças aplicadas em Nova York, diz a pesquisadora Patrícia Gue-
des, que analisou, a pedido da Fundação Itaú e do Instituto Braudel, a reforma daquele sistema.
Ao mesmo tempo em que passaram a ser cobrados por resultados (diretores que não
melhoram suas escolas não ganham bônus e podem até perder o cargo), os dirigentes ganha-
ram autonomia. Podem, por exemplo, contratar seus professores.
Além disso, foram eliminados órgãos equivalentes às diretorias regionais de ensino.
“Diminuiu muito a papelada.”
Texto adaptado de <http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u610441.shtml>. Acesso em 04 mar
2010

Assinale a alternativa em que todas as palavras são proparoxítonas.


a) Documentos, dirigentes, pesquisadora
b) Públicas, pedagógico, física
c) Adicionais, levantamento, atividades
d) Contador, eliminados, escolas
e) Gestores, concentrassem, sistema

Partindo do pressuposto de que toda proparoxítona deve ser acentuada, a resolução dessa
questão fica mais fácil!
Letra b.

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Elias Santana
Licenciado em Letras – Língua Portuguesa e Respectiva Literatura – pela Universidade de Brasília. Possui
mestrado pela mesma instituição, na área de concentração “Gramática – Teoria e Análise”, com enfoque
em ensino de gramática. Foi servidor da Secretaria de Educação do DF, além de pro­fessor em vários
colégios e cursos preparatórios. Ministra aulas de gramá­tica, redação discursiva e interpretação de textos.
Ademais, é escritor, com uma obra literária já publicada. Por essa razão, recebeu Moção de Louvor da
Câmara Legislativa do Distrito Federal.

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