Você está na página 1de 324

TRE / SP

- TÉCNICO JUDICIÁRIO | ÁREA ADMINISTRATIVA -

Editora Aprovare

2016

Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Editora Aprovare

www.editoraaprovare.com.br

contato@editoraaprovare.com.br

Tribunal Regional Eleitoral do Estado de São Paulo: Técnico Judiciário - Área Adminis-
trativa. Apostila Teórica Completa. Curitiba: Aprovare, 2016.

324 p.; 21x29,7 cm.

1.Tribunal Regional Eleitoral. 2. Apostila Teórica. 3. Brasil.

Apostila elaborada de acordo com o Edital do Concurso Público do Tribunal Regional Eleitoral do
Estado de São Paulo.

Organização e Diagramação: Editora Aprovare.

TODOS OS DIREITOS DESTE MATERIAL SÃO RESERVADOS. Nenhuma parte desta publicação poderá

ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização da Editora Aprovare. A viola-

ção dos direitos autorais é crime previsto na Lei 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.

Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
APRESENTAÇÃO

É com grande satisfação que a Editora Aprovare, especialista em apostilas e livros jurídicos para
concursos públicos, traz ao público a presente “Apostila Teórica para o Concurso Público do Tribunal
Regional Eleitoral do Estado de São Paulo - cargo de Técnico Judiciário - Área Administrativa”, escrita
por uma competente equipe de professores especialistas.

Trata-se de material didático exclusivo: completo, minucioso e atualizado. A apostila foi totalmente
estruturada de acordo com o Conteúdo Programático do Concurso divulgado no Edital e contempla
todas as disciplinas arroladas no aludido documento.

Cabe ressaltar que o Conteúdo Programático traz as seguintes disciplinas como requisitos: Língua
Portuguesa, Noções de Informática, Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais, Legislação e
Documentos Específicos (aqui, optou-se por agrupar o Regimento Interno do TRE/SP, o Código de Ética
do TRE/SP, o Estatuto da Pessoa com Deficiência e o Plano Estratégico do TRE/SP), Noções de Direito
Constitucional, Administrativo e Eleitoral.

O certo é que o candidato que se prepara com o material da Aprovare terá acesso ao melhor mate-
rial do mercado para o certame que se aproxima e pode confiar no seu conteúdo, pois foi elaborado de
acordo com a metodologia testada e aprovada em outros concursos públicos.

Trata-se, pois, de um material imprescindível para que o candidato possa ter um adequado roteiro
de estudos e uma preparação de qualidade para encarar a prova vindoura.

Dito isso, desejamos bons estudos a todos os candidatos a esta nobre carreira pública.

Conselho Editorial Aprovare.

Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
SUMÁRIO

① LÍNGUA PORTUGUESA

② NOÇÕES DE INFORMÁTICA

③ NORMAS APLICÁVEIS AOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS

④ LEGISLAÇÃO E DOCUMENTOS ESPECÍFICOS

⑤ NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

⑥ NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

⑦ NOÇÕES DE DIREITO ELEITORAL

Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
01 LÍNGUA PORTUGUESA

01 FONÉTICA
02 ORTOGRAFIA
03 MORFOLOGIA - ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
04 MORFOLOGIA - CLASSIFICAÇÃO E FLEXÃO DAS PALAVRAS
05 ANÁLISE SINTÁTICA
06 REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
07 CRASE
08 CONCORDÂNCIA
09 FUNÇÕES DO SE
10 FUNÇÕES DO QUE
11 PONTUAÇÃO
12 COLOCAÇÃO PRONOMINAL
13 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Língua Portuguesa

ENCONTROS VOCÁLICOS E CONSONANTAIS


01 FONÉTICA
Existem três tipos de encontros vocálicos: diton-
FONEMAS E LETRAS gos, tritongos e hiatos.

Os fonemas, conforme conceituação de Cegalla


(2008), “são as menores unidades sonoras da fala”. São Ditongo: encontro de uma vogal e uma semivogal
os sons cuja combinação é capaz de formar sílabas e ou de uma semivogal e uma vogal em uma mesma sí-
palavras inteiras. laba. Os ditongos podem ser:

Não se deve confundir fonema com letra. O fonema a. crescentes: a semivogal vem antes da vogal,
está relacionado ao som produzido pelo ser humano como em história, bilíngue, quantidade.
no momento da fala, enquanto a letra é a forma como,
na escrita, é representado o som. As letras são, então, b. decrescentes: a vogal vem antes da semivogal,
o signo utilizado para representar graficamente os fo- como em pai, flauta, besouro.
nemas.
Atenção: a letra l, em fim de palavra, por ser pro-
O alfabeto da língua portuguesa apresenta as se- ferida com som de u, pode formar ditongos de-
guintes letras: crescentes fonéticos, perceptíveis na fala, mas
não na escrita. São exemplos desse fenômeno:
VOGAIS: a, e, i, o, u. funil (=funiu), feltro (feutro), soldado (=soudado).
CONSOANTES: b, c, d, f, g, h, j, k, l, m, m, p, q, r, s,
t, v, w, x, y, z. c. orais: som passa pela cavidade bucal, com em
dói, pleito, Rui.
As letras em negrito (k, w, y) foram incorporadas
ao nosso vocabulário pelo Acordo Ortográfico de 1990, d. nasais: som passa pela cavidade nasal, como
que entrará em vigor definitivamente em 1o de janeiro em pães, muito (=mũito), tem (=tẽi).
de 2016. Até essa data, conviverão, no Brasil, as duas
ortografias oficiais: a de antes e a de depois do Acordo. Atenção: as semivogais dos ditongos nasais am e
em não aparecem na escrita. Trata-se, então, de
As palavras podem ter... ditongos fonéticos, pois são percebidos na fala,
mas não na escrita. São, dessa forma, ditongos:
... número de letras igual ao número de fonemas, também (tambẽi), cantaram (cantárão), morrem
como prato, casto, escola; (morrẽi).
... número de letras maior do que o número de
fonemas, como cachorro (caXoRo); e. abertos: céu, pai, alegrai, heróico.
... número de letras menor do que o número de
fonemas, como táxi (táCSi). f. fechados: açougue, foi, zeugma.

Então, não confunda: letra é o que se escreve; fone-


ma, o que se fala. Tritongo: encontro de semivogal, vogal e semivo-
gal, na mesma sílaba, sempre nessa ordem. Os triton-
gos podem ser:
CLASSIFICAÇÃO DOS FONEMAS
a. orais: Paraguai, desiguais, averiguei.

a. Vogal: sons correspondentes a a, é, ê, i, ó, ô, u, b. nasais: saguões, minguam (=mínguão), desá-


assim como suas variantes nasais, como em mãe e tem- guam (=deságuão).
peratura.
Atenção: as semivogais dos tritongos nasais uam
e uem não aparecem na escrita. Trata-se de triton-
b. Semivogais: sons correspondentes a i e u átonos gos fonéticos.
e que formam uma sílaba acompanhados de uma vo-
gal. As letras e e o poderão ser semivogais. Isso acon-
tecerá quando elas tiverem, respectivamente, som de Hiato: encontro, em uma palavra, de duas vogais
i e u. Veja os exemplos com as semivogais em negrito: que ficam em sílabas diferentes. Exemplos:

pai, afoita, mamão, aéreo. saída (sa-í-da), dia (di-a), leem (le-em), saúde
(saú-de), Luísa (Lu-í-sa).

c. Consoantes: os fonemas consonantais são os pro-


duzidos quando os órgãos responsáveis pela fala pro- Encontro Consonantal: sequência de duas ou mais
duzem resistência à passagem de ar, como em praticar consoantes pronunciadas em uma palavra, na mesma
e correr. sílaba ou em sílabas diferentes.

3
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Na mesma sílaba: prato, oblongo, atrevido, bíceps, 1. Quantos encontros consonantais há na palavra
crente. entender?

Em sílabas diferentes: escolar, apto, asteroide, naf- A resposta é nenhum. Ao trocarmos as letras escritas
talina. pelos fonemas a elas correspondentes, veremos que a
pronúncia dessa palavra é ẽtẽder. Há, em entender, dois
Cuidado para não confundir encontros consonan- dígrafos vocálicos, mas nenhum encontro consonantal.
tais com dígrafos, que serão estudados na sequência!

2. Quantos encontros consonantais há na palavra


DÍGRAFOS cachorro?
Dígrafos são conjuntos formados por duas letras Novamente, a resposta é nenhum. Escreve-se ca-
que equivalem a um único fonema e que podem repre- chorro, mas a pronúncia é caxoro. Há dois dígrafos
sentar sons de consoantes ou de vogais. consonantais, mas nenhum encontro vocálico.

Logo, antes de procurar pelos encontros consonan-


Dígrafos Consonantais: tais de uma palavra, devemos ver se ela apresenta dí-
grafos!
a. que ficam em sílabas separadas:

rr: arrepio, carro CLASSIFICAÇÃO DAS PALAVRAS QUANTO AO


ss: asseado, cassação NÚMERO DE SÍLABAS
sc: crescer, piscina Em relação ao número de sílabas, pode-se classifi-
sç: cresça, desça car as palavras da seguinte maneira:
xc: exceder, excitante a. monossílabas (ou monossílabos): palavras que
possuem somente uma sílaba, como mão, réu, luz, sol,
b. que ficam na mesma sílaba: mar e nau.

b. dissílabas: palavras que possuem duas sílabas,


ch: cachoeira, enchente
como atroz, bambu, carro e mártir.
lh: pilha, agulha
nh: dinheiro, apanhar c. trissílabas: palavras que possuem três sílabas,
como atacar, refletir, baiacu, aflição e areia.
gu (antes de e ou i): águia, caran-
guejo d. polissílabas: palavras que possuem quatro ou
qu (antes de e ou i): queijo, quilo mais sílabas, como matemática, hemograma, Nefertiti, pre-
clusivo e inconstitucional.

Dígrafos Vocálicos: dígrafos vocálicos são repre-


sentados por vogais seguidas de m ou n. Nesse caso, REGRAS DE DIVISÃO SILÁBICA
as letras m e n são empregadas apenas para nasalizar o A separação silábica é um processo fonético, ou
som da vogal que as antecede. São dígrafos vocálicos: seja, deve-se pronunciar as palavras para verificar
am/an (ã), em/en (ẽ), im/in (ĩ), om/on (õ) e um/un como é feita sua divisão em sílabas. Há, na língua por-
(ũ) tuguesa, uma regra básica de separação silábica: não
existe sílaba sem vogal. Semivogais e consoantes de-
acampamento (=acãpamẽto), onde (=õde), tinto pendem de uma vogal para formar uma sílaba.
(=tĩto), imundo (=imũdo), vende (=vẽde)
Vejamos algumas regras práticas de separação si-
Atenção: se m ou n vierem depois de vogal no lábica:
final da palavra, não haverá dígrafo. Nesse caso,
1. Não se separam letras que formem ditongos
haverá ditongo, como visto anteriormente. Veja
e tritongos: é-guas, lau-da, rei-no, fai-na, ân-sia,
exemplos:
ra-diou-vin-te, Pa-ra-guai.
hífen (=ífẽi), latem (=látẽi), gritam (=grítão)
2. Devem-se separar as vogais que formam hia-
Atenção: a letra h, quando aparece antes de vo- tos: ri-o, ba-la-ús-tre, zo-o-ló-gi-co, hi-a-to.
gais, não forma dígrafo. Isso acontece em pala-
vras como hífen, hora, horta, hospital e hemácia. 3. Não se separam os dígrafos ch, lh, nh, gu e qu:
e-qui-dis-tan-te, co-a-lha-da, som-bri-nha, ta-char.

Para evitar confusões, passemos à análise de alguns 4. Separam-se os dígrafos rr, ss, sc, sç e xc: ar-re
vocábulos: -pi-o, as-ses-sor, ex-ce-to, cres-ça.

4
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Língua Portuguesa

5. A consoante que não for seguida de vogal fi- Mas, e, o, a, um, de, com, por.
cará na sílaba anterior: tungstênio: tungs-tê-nio
(e não tun-gstê-nio); bíceps: bí-ceps (e não bí-ce-ps). Pronomes de uma só sílaba podem ser átonos ou
tônicos. Atenção especial deve ser dada aos pronomes
6. Consoante inicial que não é seguida de vo- pessoais oblíquos átonos e tônicos e ao seu uso. (Veja
gal não pode formar sílaba sozinha: mne-mô-ni- o capítulo dedicado aos pronomes pessoais, em mor-
-ca, pneu-má-ti-co, psi-co-se. fologia).

7. A divisão silábica não leva em consideração


os elementos mórficos das palavras (ver morfo- b. Oxítonas: palavras em que o acento tônico recai
logia - formação de palavras - prefixo, sufixo e ra- sobre a última sílaba:
dical): bi-sa-vô (e não bis-a-vô); tran-sa-tlân-ti-co (e
não trans-a-tlân-ti-co); su-ben-ten-di-do (e não sub aMAR, agriculTOR, raPÉ, ciPÓ, guaraNÁ.
-en-ten-di-do), hi-per-a-ti-vo (e não hiper-a-ti-vo).
c. Paroxítonas: palavras em que o acento tônico re-
Atenção: em alguns casos, uma sílaba correspon- cai sobre a penúltima sílaba:
de a um elemento mórfico. Isso estará correto
desde que se respeitem as regras de divisão si- MÁRtir, TÁxi, aFÁvel, luminosiDAde, carpiDEIra.
lábica. Exemplos: bis-coi-to (o prefixo bis formou
uma sílaba sozinho); trans-por-te (o prefiro trans
formou uma sílaba sozinho). d. Proparoxítonas: palavras em que o acento tônico
recai sobre a antepenúltima sílaba:
Observação: as palavras paroxítonas terminadas
em ditongo crescente admitem duas leituras dife- QUÍmica, quiloMÉtrico, carNÍvoro, equiLÁtero.
rentes. Pode-se ler o conjunto de sons vocálicos
finais como ditongo ou como hiato. São exemplos
as palavras história (que pode ser pronunciada ORTOPÉDIA E PROSÓDIA
como his-tó-ria ou his-tó-ri-a), memória (me-mó-
-ria ou me-mó-ri-a) e vácuo (vá-cuo ou vá-cu-o). A ortoépia é, conforme definição do dicionário
Recomenda-se, porém, considerar palavras como Houaiss, o “estudo tradicional e normativo que deter-
essas como paroxítonas terminadas em ditongo, mina os caracteres fônicos, considerados cultos e rele-
e não como proparoxítonas terminadas em hiato. vantes, e a boa pronúncia”. Trata-se da preocupação
Ao solucionar questões que cobrem divisão silábi- em se pronunciarem as palavras conforme determina
ca ou acentuação gráfica, o candidato deve man- a norma padrão da língua, sem que sejam acrescenta-
ter sua atenção redobrada para esse detalhe. dos, suprimidos ou modificados fonemas.

Incorre em um erro ortoépia quem troca, ao falar,


CLASSIFICAÇÃO DAS PALAVRAS QUANTO AO andar, morango, meteorologia e digno por andá, murango,
ACENTO TÔNICO meterologia e díguino.
O acento tônico é responsável por indicar, na pala- O mesmo acontece quando um falante não promo-
vra, qual sílaba é proferida com mais intensidade. O ve a ligação adequada entre as palavras em uma frase,
acento tônico pode vir ou não marcado por um acento unido o fim de umas ao início de outras.
gráfico (agudo ou circunflexo).
A prosódia, por sua vez, preocupa-se com a correta
Em relação à posição do acento tônico (ou sílaba acentuação tônica das palavras. Muitas vezes, falantes
tônica), as palavras se classificam em monossílabos trocam a sílaba tônica de um vocábulo, proferindo, por
tônicos, oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas. exemplo, como proparoxítona uma palavra que é pa-
roxítona. A palavra ruBRIca (certo), que é paroxítona,
a. Monossílabos tônicos: palavras de uma sílaba muitas vezes é pronunciada como RÚbrica (errado).
que sejam pronunciadas com maior intensidade. Outros casos são o de puDIco (certo), que se pro-
nuncia, com frequência, como PÚdico (errado) e o de
São monossílabos tônicos substantivos, verbos, ad- ÍNterim (certo), que é erroneamente substituído por
jetivos e advérbios de apenas uma sílaba: inteRIM (errado).

Céu, luz, mar, má, é, ser, mal, mau, bom, bem, sol, Ao erro de prosódia dá-se o nome de silabada.
dor, há. Existem também palavras que admitem duas pro-
núncias como corretas, entre as quais se encontram:
São monossílabos átonos (aqueles pronunciados
com baixa intensidade e que, por isso, não possuem proJÉtil e projeTIL; RÉptil e repTIL; saFÁri e safaRI;
autonomia fonética) preposições, conjunções e artigos ortoÉpia e ortoePIa.
de apenas uma sílaba:

5
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

b. Quando se usar o prefixo ANTE (anterior, antes),


02 ORTOGRAFIA como em antevéspera, antebraço e anteontem.

A ortografia é a parte da gramática que trata da es-


crita adequada dos vocábulos, levando-se em conside- 2. Emprega-se a letra I:
ração o correto emprego de letras e sinais gráficos.
a. Ao se grafarem formas de verbos terminados em
Existem algumas dicas que podem ser transmitidas -UIR:
aos alunos com vistas a facilitar o aprendizado das re-
gras ortográficas, mas nada é mais eficiente do que o Diminuir, concluir, possuir: diminui, (e não di-
contato constante com a variante escrita do idioma. A minue), conclui e possui.
leitura frequente permite que se aprenda a grafar cor- b. Quando se usa o prefixo ANTI (contrário), como
retamente mais e mais palavras. Trata-se, porem, de em antiácido, antiacadêmico e antibiótico.
um grande desafio, pois nem sempre a ortografia se-
gue regras: muitas palavras são escritas de uma deter-
minada forma por causa de sua história, sua origem, 3. Emprega-se a letra G:
sem que sua grafia se baseie em uma relação lógica
a.Em substantivos terminados em -agem, -igem e
com outras semelhantes.
-ugem, como vagem, ferrugem, fuligem, mensagem e
Atualmente, está em vigor o sistema ortográfico viagem.
que decorre do Acordo Ortográfico de 16 de dezem-
bro de 1990, assinado com a finalidade de unificar a Observação: excetua-se à regra o substantivo pa-
ortografia de diversos países lusófonos. O Acordo foi jem.
promulgado pelo Brasil em 2009 e deveria ter adquiri-
do vigência obrigatória em 1° de janeiro de 2013, mas b. Em palavras terminadas em -ágio, égio, -ígio,
o prazo de adaptação foi estendido até 1° de janeiro de ógio e úgio, como pedágio, régio, vestígio, relógio e
2016. Até lá, serão consideradas válidas tanto a norma refúgio.
antiga quanto a nova.

Diante dessa situação, é provável que as bancas 4. Emprega-se a letra J:


examinadoras mantenham a postura que vinham ado- a. Na conjugação de verbos cujo infinitivo termine
tando até então: apesar de, em sua maioria, terem ado- em -jar ou -jear.
tado a nova ortografia na elaboração de provas, vêm
focando suas questões de ortografia em palavras que Manejar: manejo, manejas, maneja, manejamos,
não foram modificadas pela reforma (ou, em alguns manejais, manejam.
casos, fazem, de maneira explícita, questões que co-
bram as modificações promovidas pela reforma). Atenção: o substantivo viagem é escrito com G,
mas o verbo viajar, ao ser conjugado, dá origem à
É importante ficar sempre atento ao edital e se lem- forma viajem, com J:
brar também de que, nos casos em que haja prova de Desejo que eles viajem com segurança. (verbo)
redação, é preciso escrever todo o texto conforme um
único sistema ortográfico: deve-se escolher entre o an- Desejo-lhes uma boa viagem. (substantivo)
tigo e o novo, mas não misturá-los.
b. Em palavras de origem tupi-guarani ou africa-
As mudanças na ortografia que afetam os brasilei- na, como canjica, jiboia, jiló e pajé.
ros envolvem, sobretudo, acentuação gráfica, uso do
hífen e o trema. Neste capítulo, sempre que tratarmos
de alguma regra alterada pelo Acordo, indicaremos 5.Emprega-se a letra S:
como era e como ficou. a. Em adjetivos pátrios formados co os sufixos -ês
e esa, como inglês-inglesa, japonês-japonesa, portu-
guês-portuguesa.
ALGUMAS REGRAS ORTOGRÁFICAS
b. Em verbos que derivam de palavras cujo radical
termina em -S, como analisar (análise+ar), paralisar
1. Emprega-se a letra E: (paralisia+ar) e improvisar (improviso+ar).

a. Ao se grafarem formas de verbos terminados em c. Nas formas verbais de QUERER, PÔR e seus de-
-UAR e -OAR: rivados: quiser, puser, depusesse, impuseram etc.

Continuar, pontuar, habituar: continue (e não


continui), pontue, habitue. 6. Emprega-se a letra Z:

Magoar, entoar, abençoar: magoe (e não ma- a. Em substantivos abstratos terminados em -eza,
goi), entoe, abençoe. como limpeza, esperteza e riqueza.

6
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Língua Portuguesa

b. Em verbos cujo infinitivo termina em -izar, Ela reclamou por quê?


pois seus radicais não terminam em -s, como vulga-
Ela reclamou e não disse por quê.
rizar (vulgar+izar), civilizar (civil+izar), escravizar
(escravo+ar) e deslizar (deslize+ar).
c. Escreve-se junto e sem acento: PORQUE.

7. Emprega-se a letra X: • Quando for conjunção.


a. Em palavras de origem indígena ou africana,
Ele está feliz porque passou em primeiro lugar no
como muxoxo, orixá,xará e maxixe.
concurso.
b. Depois de ditongo, como feixe, rouxinol, baixo Mariana está triste porque perdeu dez reais?
e caixote.

Exceção: caucho e derivados (como recauchuta- d. Escreve-se junto e com acento: PORQUÊ.
gem).
• Quando for substantivo.
Importante: palavras derivadas são grafadas com (Equivale a o motivo, a razão e, em geral, vem precedido
a mesma letra utilizada em sua respectiva palavra de determinante).
primitiva. Por isso:
Laranja: laranjeira, laranjal. O público precisa saber o porquê do cancelamento
do show. (= a razão).
Nojo: nojento, nojeira.
Casa: casarão, casebre.
Cruz: cruzeiro, cruzeirense. 2. Em vez de e ao invés de:
Vaso: extravasar. Em vez de: pode ser usado sempre que uma coisa for
substituir outra.
Ao invés de: só pode ser usado quando, além de haver
ALGUMAS DIFICULDADES ORTOGRÁFICAS uma substituição, houver, também, relação de contrarie-
dade.
1. O Porquê:
Em vez de ir de carro, foi de ônibus. (certo)
a. Escreve-se separado e sem acento: POR QUE.
Ao invés de ir de carro, foi de ônibus. (errado - não
há oposição)
• Quando é preposição por + pronome relativo que.
Em vez de vingar-se, perdoou-lhe as ofensas. (certo)
(equivale a pelo qual, pelos quais, pela qual ou pelas
quais). Ao invés de vingar-se, perdoou-lhe as ofensas. (cer-
to - há noção de oposição)
Com o passar do tempo, esqueceu-se da mulher por
que fora tão apaixonado. (= pela qual).
3. Mal e mau:
Não entendo os motivos por que deixou de estudar.
(= pelos quais). Mal: contrário de bem.

• Quando é preposição por + pronome interrogativo Mau: contrário de bom.


que.
Leite me faz mal. (# leite me faz bem).
(equivale a por qual razão ou por qual motivo. Se vier no
final da frase, deverá ser acentuado). Estou de mau humor. (# estou de bom humor).

Por que você se atrasou ontem? (Por qual razão você Ela vive mal humorada. (# ela vive bem humorada).
se atrasou ontem?)
Você não disse por que se atrasou ontem. (Você não
4. A cerca de, acerca de e há cerca de:
disse por qual motivo se atrasou ontem.)
A cerca de: aproximadamente.
b. Escreve-se separado e com acento: POR QUÊ. Ex.: O político se dirigiu a cerca de quinhentos ma-
nifestantes.
• Quando é preposição por + pronome interrogativo
quê. Ex.: Minha casa fica a cerca de três quilômetros da-
qui.
(aparece no final de frases interrogativas diretas ou in-
diretas). Acerca de: a respeito de.

7
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Ex.: Pouco sabemos acerca da origem da vida. Mal posso esperar pelas férias de verão. (estação do
ano - substantivo).
Há cerca de: existir ou tempo passado + quanti-
Se eles forem mesmo ao Nordeste, verão as mais be-
dade aproximada.
las praias do Brasil. (verbo ver).
Ex.: Moro aqui há cerca de cinco anos. (há/faz apro-
ximadamente...).
Homônimos imperfeitos: não são totalmente idên-
Ex.: Há cerca de cinquenta participantes inscritos. ticos, e dividem-se em:
(há/existem aproximadamente...).
• Homônimos homógrafos: apresentam a mes-
ma grafia, mas diferem na pronúncia por causa
5. Afim e a fim (de): da abertura da vogal tônica.
Afim: significa afinidade. Sempre que corro, sinto muita sede. (ê - necessida-
de de ingerir líquido).
A fim de: significa finalidade.
Hoje foi inaugurada a nova sede da empresa. (é - lo-
Eu e meu sócio temos ideias afins. Por isso a empresa cal de funcionamento)
vai tão bem. (afinidade).
O almoço está servido. (ô - substantivo).
Eu e meu sócio investimos em publicidade a fim de
lucrar mais. (finalidade). Eu almoço fora três vezes por semana. (ó - verbo).

• Homônimos homófonos: apresentam a mes-


PARÔNIMOS E HOMÔNIMOS
ma pronúncia, mas grafia diferente. Vejam al-
Parônimos são palavras que possuem sentidos di- guns exemplos:
ferentes, mas que têm grafia e pronúncia muito seme-
lhantes. Eis alguns exemplos de palavras parônimas: Homônimos homófonos
Ascender (subir) Acender (atear fogo a)
Parônimos Caçar (perseguir) Cassar (anular)
Área (terreno, superfície) Ária (música, melodia) Cesta (recipiente de vime) Sexta (ordinal - número
seis)
Arrear (colocar arreios) Arriar (abaixar, cair)
Círio (vela de cera) Sírio (originário da Síria)
Comprimento (extensão) Cumprimento (saudação)
Chá (infusão de folhas) Xá (soberano persa)
Deferir (conceder) Diferir (divergir)
Concerto (combinação) Conserto (reparo)
Descriminar (isentar de cul- Discriminar (distinguir)
pa) Estático (sem movimento) Extático (em êxtase)
Emergir (vir à tona) Imergir (mergulhar) Exotérico (escritos aristoté- Esotérico (sobrenatural)
licos)
Eminente (ilustre) Iminente (prestes a acon-
tecer) Incipiente (iniciante) Insipiente (ignorante)
Enformar (pôr em forma) Informar (dar informação) Tachar (censurar, atribuir Taxar (criar taxa, tributar)
defeito a)
Sortido (abastecido, varia- Surtido (causado, produzi-
do) do)
Vultoso (grande, volumoso) Vultuoso (vultuosidade - ACENTUAÇÃO GRÁFICA
faces e lábios vermelhos).
As regras de acentuação gráfica elencadas abaixo
estão de acordo com a nova ortografia da língua por-
Os homônimos, por sua vez, são palavras também tuguesa. Para facilitar o seu estudo, todavia, todas as
diferentes no sentido mas que apresentam alguma
mudanças trazidas pelo Acordo de 1990 serão aponta-
identidade entre si. Os homônimos podem ser:
das logo abaixo da regra atualizada.

Homônimos perfeitos: são aqueles idênticos na 1. Monossílabos Tõnicos: acentuam-se os monos-


pronúncia e na escrita, apesar de diferentes no sentido. sílabos tônicos terminados em -A, -E e -O, seguidos ou
Vejam os exemplos: não de -S:
Ele não está mais doente. Já está são. (= saudável - São tônicos e acentuados: já, só, dó, ré, fá, é (verbo
adjetivo). ser), más (adjetivo) chás, pés, pá, dê (verbo dar) etc.
A festa de São João é hoje. (= santo - substantivo). São tônicos, mas não são acentuados: mar, luz, cruz,
Estes são meus irmãos. (verbo ser). sol, Deus, pai, mal, bom, bem, etc.

8
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Língua Portuguesa

Não são acentuados porque são átonos: e (conjun- ACORDO: o item B desta regra é uma novidade do
ção), mas (conjunção), de (preposição) etc. Acordo Ortográfico. Antes, as palavras citadas aci-
ma eram acentuadas (assembléia, heróico, jibóia,
2. Oxítonas: acentuam-se as oxítonas terminadas epopéia, protéico, onomatopéia, jóia etc). Com o
em -A, -E e -O, seguidas ou não de -S, em -EM e -ENS: advento da reforma, tais vocábulos perderam o
acento gráfico.
São acentuados: cajá, maré, cipó, jilós, também, reféns,
cortês, pontapé, robôs etc.

Não são acentuados: quati, isopor, andar, baiacu etc. 7. Hiatos EE e OO: não são mais acentuados. Antes
do Acordo, esses hiatos levavam acento circunflexo na
primeira vogal. Agora, eles não são mais acentuados.
3. Paroxítonas: acentuam-se as paroxítonas termi-
nadas em Como era antes Como é agora
• ã, ãs, ão, ãos, guam, guem: órfão(s), órfã(s), enxá- VÔO VOO
guam, enxáguem, bênção(s) etc. ENJÔO ENJOO

• i, is, ei, eis: pônei, túneis, táxi, lápis, biquínis etc. CRÊEM CREEM
LÊEM LEEM
• l, n, r, x, on, ons, ps: túnel, hífen, mártir, elétron,
VÊEM VÊEM
íons, quadríceps etc.

• us, um, uns: bônus, álbum, médiuns, vírus etc.


8. Não são mais acentuadas as vogais tônicas I e U
• ditongo crescente, seguindo ou não de s: história(s), das palavras paroxítonas quando elas forem precedi-
sábio(s), planície(s) cerimônia(s) etc. das de ditongo decrescente.

Atenção: não se acentuam as paroxítonas termi- Trata-se de mais uma mudança do acordo. Vejamos
nadas em -ENS: itens, jovens, imagens etc. De- o antes e o depois:
vem, todavia, ser acentuadas as paroxítonas ter-
minadas em -N. Logo, acentua-se hífen, mas não Como era antes Como é agora
se acentua hifens. BAIÚCA BAIUCA
BOIÚNO BOIUNO
4. Proparoxítonas: acentuam-se todas as proparo- CHEIÍNHO CHEIINHO
xítonas. FEIÚRA FEIURA
término, xícara, binóculo, esferográfica, aborígine, MAOÍSMO MAOISMO
receptáculo, pêssego, perdêssemos, andrógino etc.
Atenção:
5. Hiatos: acentuam-se o I e o U tônicos do hiato • Continuam acentuadas normalmen-
quando: te as vogais I e U tônicas precedidas de
ditongo crescente, como em guaíba.
• I ou U forem a segunda vogal do hiato;
• Nas palavras oxítonas, continuam acentuadas as
• Estiverem sozinhos na sílaba ou seguidos de S;
vogais tônicas I e U, ainda que estejam precedidas
• Estiverem seguidos de NH. de ditongo decrescente, quando estiverem no fim
da palavra, seguidas ou não de S, como em Piauí
São acentuados: saída, saúde, juízo, juíza, egoísta,
e tuiuiú(s).
Grajaú, Luís, reúne etc.

Não são acentuados: juiz, Luiz, rainha, cairdes, ainda,


9. Acento Diferencial:
diurno etc.
Mantêm-se inalterados e continuam obrigatórios os
seguintes acentos diferenciais:
6. Ditongos abertos ÉU, ÓI e ÉI, seguidos ou não
de S: Pôr (verbo) Por (preposição)
a. São acentuados em palavras oxítonas e em mo- Pôde (pretérito) Pode (presente - vogal
nossílabos tônicos: céu, véu, rói, dói, herói, pastéis, anéis, aberta)
fiéis, lençóis etc. Vêm (3a do plural de Vem (3a do singular de
vir) vir)
b. Não são mais acentuados em palavras paroxíto-
Têm (3a do plural de Tem (3a do singular de
nas: assembleia, heroico, jiboia, epopeia, proteico, onomato-
ter) ter)
peia, joia etc.

9
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Observação: nos verbos derivados de ter e vir, a 3a Eu averíguo, tu averíguas, ele averígua, nós averigua-
pessoa do singular receberá acento agudo e a 3a do mos, vós averiguais, eles averíguam.
plural, circunflexo. Veja os exemplos:

Este envelope contém documentos importantes. TREMA


(conter)
O trema ( ¨ ) foi abolido pelo Acordo Ortográfico
Estes envelopes contêm documentos importantes. e não será mais usado em palavras portuguesas ou já
(conter) aportuguesadas.
O presidente da empresa quase nunca intervém em
A eliminação do trema, no entanto, não acar-
nome dos diretores. (intervir)
reta mudança na pronúncia das palavras. Nenhuma
Os diretores da empresa quase nunca intervêm em das reformas promovidas pelo Acordo afeta a maneira
nome do presidente. (intervir) de se pronunciarem os vocábulos.

Em relação aos acentos diferenciais, o Acordo Or- Como era antes Como é agora
tográfico trouxe algumas novidades:
LINGÜIÇA LINGUIÇA
• Tornou FACULTATIVO o acento circunflexo em LINGÜETA LINGUETA
fôrma (substantivo - recipiente) para que se faça a
distinção de forma (substantivo - formato; conju- EQÜINO EQUINO
gação do verbo formar). Tal acento diferencial só BILÍNGÜE BILÍNGUE
deve ser usado para se evitar ambiguidade. AQÜÍFERO AQUÍFERO
• Eliminou os demais acentos diferenciais. Assim,
perderam o acento as palavras pára (verbo), péla Atenção: em palavras estrangeiras, bem como em
(verbo), pêlo (substantivo), pêra (substantivo), suas derivadas, o trema deve ser mantido. Assim,
pólo (substantivo) etc. escrevem-se Müller, mülleriano, Hübner, hübne-
riano.
OUTRAS MUDANÇAS NA ACENTUAÇÃO
GRÁFICA CAUSADOS PELO ACORDO DE 1990 HÍFEN
1. Verbos arguir e redarguir: não apresentam mais O uso do hífen é tema que oferece grande dificul-
acento quando a vogal U for tônica. A pronúncia, to- dade devido ao grande número de regras e, também,
davia, não se alterou. de incertezas que envolvem sua aplicação. É provável
que, por essa razão, a quantidade de questões sobre
Como era antes Como é agora hífen em provas de concursos não seja expressiva.
Eu ARGÚO Eu ARGUO
Para facilitar seu estudo, buscamos esquematizar,
Tu ARGÚIS Tu ARGUIS
de acordo com os ensinamentos de Evanildo Bechara
Que eu ARGÚA Que eu ARGUA (2008), representante brasileiro no Novo Acordo
Ortográfico, as principais normas de utilização deste
As formas verbais em que a vogal U não é tônica sinal.
não sofreram alteração, como nós arguímos, vós arguís
(sílaba tônica é I) e que nós arguamos (sílaba tônica A) e
que vós arguais (sílaba tônica AIS). 1. Nas formações com prefixos, USE O HÍFEN
quando o 1° elemento terminar em vogal igual à que
2. Verbos aguar, apaziguar, obliquar, delinquir e corre- inicia o 2° elemento, como em anti-inflamatório, auto
latos: podem ser pronunciados de duas maneiras. Ou -observação, contra-almirante, neo-ortodoxo, sobre-elevar,
apresentam formas rizotônicas (sílaba tônica está no ra- micro-ondas etc.
dical) ou arrizotônicas (sílaba tônica fora do radical). A
mudança aconteceu apenas para as formas rizotônicas. ATENÇÃO: com os prefixos CO, PRO, PRE e RE, NÃO
Nesse caso, a vogal tônica será U, mas não haverá mais use o HÍFEN e ESCREVA JUNTO, mesmo quando o
acento gráfico. A pronúncia permanecerá a mesma. segundo elemento se iniciar com E ou O: coobri-
gação, coordenar, cooperativa, preexistir, preesta-
Como era antes Como é agora belecer, preenchido, reedição, reedificar etc.
Eu AVERIGÚO Eu AVERIGUO
Tu AVERIGÚAS Tu AVERIGUAS 2. Nas formações com prefixos, NÃO use o HÍFEN
Que eu AVERIGÚE Que eu AVERIGUE se o 1° elemento terminar em vogal diferente da que
inicia o 2° elemento. Nesse caso, ESCREVA JUNTO,
É possível, também, conjugar esses verbos em for- como em antiaéreo, agroindustrial, autoajuda, autoescola,
mas arrizotônicas. Nesse caso, não houve mudança. infraestrutura, plurianual, pseudoepígrafe, socioeconômico
Exemplo (com sílabas tônicas em negrito): etc.

10
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Língua Portuguesa

3. Nas formações com prefixos, USE O HÍFEN se o Essa regra exige um cuidado especial. Muitas ve-
1° elemento terminar em consoante igual à que inicia o zes, o mesmo conjunto de palavras pode representar
2° elemento, como em ad-digital, hiper-requintado, inter ora uma espécie botânica ou zoológica, ora algo que
-racial, sub-braquial, super-revista etc. não o seja. Nesse caso, o hífen deverá ou não ser usado,
dependendo do significado. Alguns exemplos:
4. Quando o primeiro elemento for PÓS, PRÉ ou
PRÓ (acentuados graficamente), USE O HÍFEN, como O jardim estava infestado de boca-de-lobo. (espécie
em pós-graduação, pós-tônico, pré-datado, pré-história, pró de erva, com hífen).
-africano, etc. Estragou a moto porque caiu em uma boca de lobo.
(bueiro, sem hífen)
ATENÇÃO: se esses mesmo prefixos forem átonos
(sem acento gráfico), NÃO use o HÍFEN e ESCRE- Plantou bico-de-papagaio no sítio dela. (árvore).
VA JUNTO, ainda que se unam duas vogais iguais: Sobrepeso é uma das causas de bico de papagaio.
propor, proembrião, preeleito (também possível (problema de coluna).
pré-eleito), proeminente, posfácio etc.

5. USE O HÍFEN quando o 1° elemento terminar


em vogal, R ou B e o 2° se iniciar com H, como em MORFOLOGIA - ESTRUTURA E
ante-histórico, anti-herói, infra-hepático, inter-hemisfério, 03
FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
sobre-humano, sub-humano, super-homem etc.

EXCEÇÕES: cloridrato, cloridria, clorídrico, reidra- A morfologia e a parte da gramática que se dedica
tar, reumanizar, reabituar, reabitar, reabilitar, re- ao estudo da estrutura e das classes das palavras. É
aver etc. isso que veremos a partir de agora.

6. NÂO use o HÍFEN quando o 1° elemento termi- ESTRUTURA DAS PALAVRAS


nar em vogal e o 2° começar com R ou S. Nesse caso,
DOBRE A CONSOANTE E ESCREVA EMENDADO, São os seguintes os elementos estruturais (ou mór-
como em antessala, biorritmo, contrarregra, cosseno, cor- ficos) das palavras:
réu, cosseno, eletrossiderurgia, infrarrenal, infrassom, mi-
nissaia, protossatélite, semirrígido, ultrassonografia etc.
a. Radical: elemento básico da palavra, que a ela
atribui seu significado e ao qual se ligam os demais
Lembre-se também que: elementos mórficos.
• Deve-se usar o hífen em palavras compostas Exemplos: CAFEteira, CANTar, aPEDRejar.
cujos elementos conservam sua autonomia fonética
(pronúncia e acentuação próprias), mas perderam seu Atenção: em algumas palavras, existe só o radical,
significado original para, em conjunto, constituir outra como em sol e mar.
unidade de significação. Assim, temos:
É o radical que nos permite identificar o “parentes-
Amor-perfeito (flor), beija-flor (pássaro), guarda-chuva,
co” existente entre palavras. Vocábulos que possuem
arco-íris, ano-luz etc.
o mesmo radical são chamados de cognatos ou de pa-
lavras de mesma família. Exemplos:
Atenção: quando se perder a noção de composi-
ção, deixa-se de usar o hífen. É o que aconteceu CANTar, CANToria, CANTor.
com aguardente, girassol, passatempo, rodapé
etc. PORTo, exPORTar, imPORTação.

• Deve usar o hífen em adjetivos compostos, como b. Tema: é o conjunto que surge quando se acresce
rio-grandense, latino-americano, sem-vergonha etc. ao radical uma vogal temática.

• Não se usa o hífen em substantivos compostos A vogal temática é mais evidente nos verbos, e
cujas partes integrantes sejam conectadas por elemen- marca sua conjugação. São as seguintes:
tos de ligação, como dia a dia, pé de moleque, mula sem
cabeça etc. 1a conjugação: A (cantar, andar)

2a conjugação: E (bater, escrever)


Atenção: se os substantivos designarem espécies
botânicas ou zoológicas, o hífen será mantido ainda 3a conjugação: I (partir, redimir).
que exista o elemento de ligação, como acontece
em bem-te-vi, coco-da-baía, ervilha-de-cheiro etc. As vogais temática nominais são as letras A, E e O,

11
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

quando forem átonas, finais e não indicarem gênero, • O tempo (presente, pretérito ou futuro, com
como em ataque, perda e canto substantivo abstrato suas respectivas variações)
relacionado ao verbo cantar).
Para maiores informações sobre as desinências ver-
Quando unimos radical + vogal temática, temos o bais, consultar o capítulo relativo ao estudo dos ver-
tema: bos. Por ora, façamos a análise da forma verbal amás-
semos, do verbo amar.
Cantar (CANT+A = CANTA)
AMAR:
Bater (BAT+E = BATE)
• Radical: AM
Partir (PART+I = PARTI)
• Vogal temática: A (1a conjugação)
c. Afixos: são elementos que modificam o sentido • Tema: AMA
do radical a que se unem. Se vierem antes do radical,
serão chamados prefixos. Se vierem depois, sufixos. AMÁSSEMOS

Infeliz (prefixo IN - ideia negação do radical). • Apresenta o radical e o tema (AM/AMA)

Antebraço (prefixo ANTE - ideia de anteriorida- • SSE: desinência modo temporal (indica que
de). o verbo está no tempo pretérito imperfeito do
modo subjuntivo).
Exportar (prefixo EX - ideia de movimento para
fora). • MOS: desinência número-pessoal (indica que
Boiada (sufixo ADA - ideia de quantidade gran- o verbo está na 1a pessoa do plural - NÓS).
de)
Secretário (sufixo ÁRIO - ideia de profissão) e. Vogais e consoantes de ligação: fonemas que,
em algumas palavras derivadas ou compostas, unem
Bronquite (sufixo ITE - ideia de inflamação) os elementos que as constituem para facilitar a pro-
núncia. Exemplos:
d. Desinências: as desinências se prestam a indicar cha-l-eira, rod-o-via, capin-z-al, giras-s-ol, inset-i-cida.
o gênero e o número dos nomes e o número, a pessoa,
o tempo e o modo dos verbos.
ALGUNS CONCEITOS IMPORTANTES
Desinências nominais (substantivos, adjetivos e
alguns pronomes): a. Palavras simples: palavras que possuem somen-
te um radical, como prato, habitante, infelicidade, terreno,
Desinências nominais de gênero terra, florido, gelo etc.
Masculino Feminino
b. Palavras compostas: palavras que possuem mais
O A
de um radical, como girassol, aguardente, bem-te-vi, pão-
Menino Menina -de-ló-de-mico, televisão etc.

Desinências nominais de número c. Palavras primitivas: palavras que não derivam


Singular Plural de outras, como mar, fumo, árvore, velho etc.
-- S
d. Palavras derivadas: palavras que se formam de
Menino/Menina Meninos/Meninas uma palavra primitiva com o acréscimo de prefixo ou
sufixo, como marinha, fumaça, arvoredo, envelhecer etc.
Desinências verbais:

As desinências verbais podem ser desinências nú- PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS


mero-pessoais, quando indicam:
Os principais processos de formação de palavras
dividem-se em dois grandes grupos: composição e de-
• A pessoa (1a, 2a ou 3a)
rivação.
• O número (singular ou plural)

Podem, ainda, ser desinências modo-temporais, 1. Composição: formação de palavras a partir da


quando indicam: junção de dois ou mais radicais ou palavras, com ou
sem uso do hífen. A composição pode se dar por justa-
• O modo (indicativo ou subjuntivo) posição ou aglutinação.

12
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Língua Portuguesa

Composição por Justaposição: ocorre quando Derivação Regressiva: ocorre quando se substi-
se unem dois ou mais radicais ou palavras sem tui a terminação verbal pelas vogais temáticas
que haja perda de fonemas, como em passatem- nominais (A, E ou O).
po, girassol, mata-borrão, latino-americano etc.
Verbo Nome
Composição por Aglutinação: ocorre quando Ajudar Ajuda
se unem dois ou mais radicais ou palavras e
ocorre perda de fonema, como em aguardente Atacar Ataque
(água + ardente), fidalgo (filho+de+algo), embora Chorar Choro
(em+boa+hora), pernilongo (perna+longo) etc. Cantar Canto
Pescar Pesca
2. Derivação: ocorre quando se forma um novo vo-
cábulo a partir de um único radicou ou de uma única
palavra já existentes. A derivação pode se dar por pre- Derivação Imprópria: ocorre quando se muda
fixação, sufixação ou parassíntese. Existem também a a classe gramatical de uma palavra sem que se
derivação regressiva e a derivação imprópria. altere sua grafia. Só pode ser identificada dentro
de um contexo.
Derivação por Prefização: ocorre quando se adi-
ciona um prefixo a um radical ou a uma palavra “Sigam-me os bons” (Chapolin Colorado) - (bons,
primitiva, como em incapaz, refazer, desleal, pré originalmente um adjetivo, foi utilizado como subs-
-escolar, anti-inflamatório etc. tantivo).
O jantar está servido. (jantar, que é verbo, aqui fun-
Derivação por Sufixação: ocorre quando se adi- ciona como substantivo).
ciona um sufixo a um radical ou a uma palavra
primitiva, como em secretária, lealdade, rapida- Aquele bilionário sempre organiza festas monstro.
mente, criançada etc. (monstro, originalmente um substantivo, foi utiliza-
do como adjetivo).
Derivação Parassintética: ocorre quando se adi-
cionam, simultaneamente, um prefixo e um su-
fixo a um radical ou palavra primitiva. Vejamos: PROCESSOS SECUNDÁRIOS DE FORMAÇÃO
DE PALAVRAS
en+velho+ecer = envelhecer (não existem as palavras
“envelho” e nem “velhecer”. Logo, só se forma um 1. Redução: consiste na diminuição da forma ple-
novo vocábulo, neste caso, se forem utilizados, simul- na de certos vocábulos, como em foto (de fotografia),
taneamente, prefixo e sufixo). pneu (de pneumático), moto (de motocicleta), quilo
(de quilograma) etc.
des+alma+ado = desalmado (não há “desalma” e nem
“almado”).
2. Hibridismo: consiste na formação de palavras a
Observa a diferença entre os exemplos acima e o partir da combinação de elementos originários de lín-
caso abaixo: guas diferentes:

des+leal+dade = deslealdade. • alcoômetro (álcool, do árabe + metro, do gre-


go)
• A palavra “desleal” existe.
• televisão (tele, do grego + visão, do latim)
• A palavra “lealdade” também existe.
• abreugrafia (Abreu, do português + grafia, do
• Quando as palavras formadas pelo prefixo ou grego).
pelo sufixo existirem isoladamente, não ocorre-
rá parassíntese. O que há, aqui, são os processos • etc.
de prefixação e sufixação que aconteceram um
após o outro. 3. Onomatopeias: criação de vocábulos a partir da
imitação de sons próprios da natureza:
E a palavra encarecimento, como se forma?
• tique-taque ou tiquetaquear (relógio)
Trata-se de um processo de sufixação. Esse vocábu-
lo é formado pospondo-se o sufixo MENTO à palavra • balir (som que faz a ovelha)
primitiva ENCARECER (encarecer + mento).
• arrulhar (som que faz o pombo)
A palavra ENCARECER, por sua vez, é formada
por parassíntese (en+caro+ecer), pois não há “encaro” • tilintar (som de moedas ou objetos metálicos)
e nem “carecer”. • etc.

13
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

d. Primitivos e derivados:
MORFOLOGIA - CLASSIFICAÇÃO E
04 São primitivos os substantivos que não derivam de
FLEXÃO DAS PALAVRAS outra palavra da língua portuguesa: vidro, casa, ferro
etc.
Existem dez classes de palavras, que são:
São derivados os que derivam de outra palavra: vi-
1. Substantivo draça, casebre, ferreiro etc.
2. Artigo
e. Substantivos coletivos:
3. Adjetivo
São coletivos os substantivos que, ainda que este-
4. Numeral jam no singular, referem-se a um conjunto de seres da
5. Pronome mesma espécie, como alcateia (de lobos), arquipélago (de
ilhas), caravana (de viajantes), enxame (de abelhas) etc.
6. Verbo
7. Advérbio FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS
8. Preposição Os substantivos sofrem flexão de gênero, número
e grau.
9. Conjunção
10. Interjeição
Flexão de Gênero dos Substantivos:
Quanto à flexão de gênero, os substantivos podem
SUBSTANTIVOS ser biformes ou uniformes.

Substantivos são palavras que nomeiam seres, ca- Os substantivos biformes apresentam uma forma
racterísticas, sentimentos, ações e estados. para o masculino e outra para o feminino. Essa varia-
ção pode se dar:

CLASSIFICAÇÂO DOS SUBSTANTIVOS • por heteronímia: quando o masculino e o fe-


minino possuem radicais diferentes, a exemplo
a. Concretos e abstratos: de pai/mãe, boi/vaca, homem/mulher etc.

São concretos os substantivos que designam os se- • por flexão: quando se utilizam as desinências
res de existência independente, como homem, mulher, nominais de gênero, como em menino/menina,
pessoa, cachorro, casa, barco, navio, animal, José, Ana etc. mestre/mestra, senhor/senhora etc.

São concretos também os substantivos que desig- Existem, todavia, substantivos uniformes, ou seja,
nam seres de existência fictícia, discutível ou que de- que não se flexionam. São os seguintes:
penda das crenças de cada pessoa, como gnomo, fada,
Deus, diabo, dragão etc. 1. Epicenos: designam certas espécies animais.
Utiliza-se “macho” ou “fêmea” para distinguir
São abstratos os substantivos que designam ações, o gênero: a cobra (macho ou fêmea), o jacaré (ma-
estados, sentimentos e qualidades, como beleza, malda- cho ou fêmea) etc.
de, limpeza, viagem, passeio, honestidade, resposta etc.
2. Comuns de dois gêneros: possuem uma só
forma para designar homens ou mulheres. A
b. Comuns e próprios: distinção de gênero se faz com o uso de um de-
São comuns os substantivos utilizados de manei- terminante: o pianista/ a pianista, artista famoso/
ra genérica, que não especificam um indivíduo, como artista famosa, colega charmoso/ colega charmosa
carro, filho, gente, bairro, país, cidade, planeta etc. etc.

São próprios os substantivos que fazem a designa- 3. Sobrecomuns: possuem uma só forma para
ção específica de um indivíduo, como Brasil, América, designar homens ou mulheres e não aceitam
Rafael, Florianópolis, Júpiter etc. que o determinante sofra variação de gênero.
Somente o contexto pode identificar o gênero
do substantivo. A criança, a pessoa, a testemunha
c. Simples e compostos:
(sempre femininos); o cônjuge, o guia (sempre
São simples os substantivos formados por um só masculinos).
radical: pé, flor, amor, sol etc.
Ela foi o cônjuge que pediu o divórcio.
São compostos os formados por mais de um radi-
cal: pé de moleque, beija-flor, amor-perfeito, girassol etc. Marcos é uma criança levada.

14
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Língua Portuguesa

Atenção: alguns substantivos mudam de sentido M Troca-se por NS Som - sons Refém -
quando têm seu gênero alterado. reféns
a testemunha (quem presencia um fato) x o teste- S (monossíla- Acréscimo de ES Gás - gases Deus -
munho (aquilo dito por alguém) bos e oxítonas) deuses Japonês - ja-
o cisma (dissidência) x a cisma (ideia fixa) poneses
o moral x a moral; o guia x a guia; o lente x a lente S (paroxítonas Invariáveis O atlas - os atlas A
e proparoxíto- íris - as íris
nas)
X Invariáveis O tórax - os tórax A
Flexão de Grau dos Substantivos:
fênix - as fênix
Aumentativo e diminutivo são os graus dos subs- ÃO (1) Acréscimo de S Irmão - irmãos An-
tantivos. A flexão de grau pode se dar de maneira ana- cião - anciãos
lítica ou sintética. ÃO (2) -ÕES Botão - botões Leão
- leões
1. Aumentativo e diminutivo analíticos: faz-se a ÃO (3) -ÃES Cão - cães Guardião
flexão determinando o substantivo com um ad- - guardiães
jetivo que indique aumento ou diminuição de
tamanho, como casa grande, rua imensa, palácio
Curiosidades:
enorme (aumentativos) e carro pequeno, planta
minúscula, cachorro pequenino (diminutivos). • As palavras paroxítonas réptil (plural: répteis) e
projétil (plural: projéteis) admitem as variantes oxítonas
2. Aumentativo e diminutivo sintéticos: faz-se a reptil (plural: reptis) e projetil (plural: projetis).
flexão de grau com a utilização de sufixos au-
mentativos ou diminutivos, como em barcaça, • Hífen tem dois plurais: hifens e hífenes.
muralha, bocarra, cabeçorra (aumentativos) e
• Algumas palavras terminadas em -ÃO admitem
riacho, casebre, carrinho, papelucho (diminuti-
mais de um plural.
vos).
o Aldeão: aldeões ou aldeãos.
Atenção para a semântica: nem sempre o aumen-
tativo ou diminutivo têm o sentido literal de au- o Ermitão: ermitões, ermitãos ou ermitães.
mentar ou diminuir o tamanho de um substantivo. o Verão: verões ou verãos.
Por vezes, eles podem ser usados para imprimir
o Vilão: vilões ou vilãos.
à fala um sentido em algumas vezes pejorativo e,
em outras, afetivo. Somente o contexto pode dei- o Refrão: refrãos ou refrães.
xar clara a intenção do locutor.
Não suporto homenzinhos mimados. (sentido pe-
jorativo) Plural dos substantivos compostos:

1. Os dois elementos vão para o plural nas seguin-


Flexão de Número dos Substantivos: tes situações:

Em relação ao número, os substantivos podem es- a. Substantivo + substantivo unidos por hífen sem
tar no singular ou no plural. elemento de ligação:

• decreto-lei - decretos-leis.
Plural dos substantivos simples:
• abelha-rainha - abelhas-rainhas.
Terminação Plural Exemplo • tia-avó - tias-avós.
Vogal Ditongo Acrescenta-se S Regime - regimes
oral N ao singular Irmã - irmãs Pai - b. Substantivo + adjetivo:
pais Elétron - elé- • capitão-mor - capitães-mores.
trons
• carro-forte - carros-fortes.
RZ Acrescenta-se ES Colher - colheres
• guarda-civil - guardas-civis.
ao singular Noz - nozes
AL EL OL UL Troca-se o L final Varal - varais Túnel c. Adjetivo + substantivo:
por IS - túneis Lençol - len-
çóis Raul - Rauis • longa-metragem - longas-metragens.
IL Oxítonas - IS Pa- Barril - barris Fóssil - • má-língua - más-línguas.
roxítonas - EIS fósseis • livre-arbítrio - livres- arbítrios.

15
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

d. Numeral + substantivo: 4. Ficam invariáveis os dois elementos nas seguin-


tes situações
• segunda-feira - segundas-feiras.
a. Verbo + advérbio
• quarta-feira - quartas-feiras.
• os bota-fora, os pisa-mansinho.
• quinta-feira - quintas-feiras.

Atenção: o Vocabulário Ortográfico da Língua 5. Casos especiais:


Portuguesa (VOLP - ABL) destaca as seguintes
exceções: os grão-mestres, os grã-finos, os terra- • o louva-a-deus - os louva-a-deus.
-novas, os claro-escuros (também admite-se “os • o bem-te-vi - os bem-te-vis.
claros-escuros”), os nova-iorquinos, os são-ber-
• o bem-me-quer - os bem-me-queres.
nardos, os cavalos-vapor.
• o joão-ninguém - os joões-ninguém.
2. Varia apenas o último elemento nas seguintes si- • o ponto e vírgula - os ponto e vírgula.
tuações: • o sem-terra - os sem-terra.
a. Elementos unidos sem hífen: • o mico-leão-dourado - os micos-leões-dourados.
• o arco-íris - os arco-íris.
• os girassóis, as autopeças, as autoescolas
• entre outros.
b. Verbo + substantivo:
Plural dos diminutivos
• guarda-roupa - guarda-roupas.
Para se fazer o plural dos diminutivos, deve-se, an-
• beija-flor - beija-flores. tes, passar para o plural do substantivo no grau nor-
• guarda-caça - guarda-caças. mal. Depois, acrescentam-se o sufixo -zinho ou -zito e a
desinência de número -S.
c. Elemento invariável + palavra variável: Mulher: mulheres - mulherezinhas.
• vice-presidente - vice-presidentes. Coração: corações - coraçõezinhos.
• ex-marido - ex-maridos. Flor: flores - florezinhas.
• alto-falante - alto-falantes.

ARTIGOS
d. Palavras repetidas:
O artigo é o principal determinante do substantivo,
• reco-reco - reco-recos. a ele transmitindo ideia de determinação ou indeter-
• corre-corre - corre-corres. minação.

• tico-tico - tico-ticos. Artigos definidos: o, a, os, as (o cão, a casa,os carros,


as bicicletas).
Atenção: neste caso, se as palavras repetidas fo- Artigos indefinidos: um, uma, uns, umas (um cão,
rem verbos, podem as duas variar: corre-corre: uma casa, uns carros, umas bicicletas).
corre-corres ou corres-corres.
Encontrou-se com a amiga (uma amiga conhecida,
3. Varia apenas o primeiro elemento nas seguintes já mencionada).
situações Encontrou-se com uma amiga. (uma amiga desco-
nhecida, indeterminada).
a. Quando dois substantivos são conectados por
preposição (substantivo + preposição + substantivo) Os artigos podem unir-se às preposições e, de, em e
por, formando contrações e combinações (ao, aos, do,
• pés de moleque, dias a dia, pães de ló, mulas sem dos, no, nos, pelo, pelos, num, nuns, à, às, da, das, na,
cabeça. nas, pela, pelas, numa, numas).

b. Quando o segundo elemento determina o pri- Referiu-se ao problema.


meiro, indicando limitação, finalidade, tipo, semelhan- Telefonou à amiga.
ça. Neste caso, o segundo elemento funciona como se
fosse um adjetivo. Os artigos são os principais responsáveis pela subs-
tantivação (transformar em substantivo uma palavra
• navios-escola, peixes-boi, canetas-tinteiro. pertencente a outra classe gramatical).

16
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Língua Portuguesa

A síndrome do comer compulsivo... (comer, original- e. Variam os dois elementos de surdo-mudo: surda-
mente verbo, aqui é usado como substantivo). -muda, surdos-mudos, surdas-mudas.

ADJETIVOS f. São invariáveis: azul-marinho, azul-celeste, azul-


-ferrete, ultravioleta, sem-par e sem-sal.
Adjetivos são palavras que caracterizam os subs-
tantivos, atribuindo-lhes qualidades, características, • Raios ultravioleta.
restrições.
• Histórias sem-sal.
“Panela velha é que faz comida boa” (Sérgio Reis)

O adjetivo pode sofrer flexões de gênero, grau e Flexão de Grau dos Adjetivos:
número.
Os adjetivos apresentam graus comparativo e su-
perlativo.
Flexão de Gênero dos Adjetivos Simples:
1. Grau comparativo:
a. Adjetivos uniformes: possuem uma só forma
para os dois gêneros, como azul, inteligente, leal, cruel, • de igualdade (tanto/tão... quanto/como/quão)
otimista, interessante, veloz etc.
o As provas do Cespe são tão complexas quanto
b. Adjetivos biformes: possuem duas formas, uma as da Esaf.
para cada gênero, como belo/bela, feio/feia, ativo/ativa, • de superioridade (mais (do) que)
brasileiro/brasileira, claro/clara, escuro/escura, rápido/rápi-
da etc. o As provas da Cesgranrio são mais fáceis (do)
que as da FCC.

Flexão de Número dos Adjetivos Simples: • de inferioridade (menos (do) que)

A flexão de número dos adjetivos simples segue as o Os salários da iniciativa privada são menos in-
mesmas regras que a flexão de número dos substanti- teressantes do que os do funcionalismo público.
vos. Atenção: os adjetivos abaixo, no comparativo de
superioridade, devem ser usados na forma sintética:
Flexão de Gênero e Número dos Adjetivos Com-
postos Grau Comparativo Grau Comparativo
a. Regra Geral: nos adjetivos compostos, somente o normal normal
segundo elemento varia em gênero e número. BOM MELHOR PEQUENO MENOR
• pelo castanho-escuro; cabelos castanho-escuros. MAU PIOR GRANDE MAIOR

• clínicas médico-cirúrgicas. Água de coco é melhor (do) que chá gelado.


• camisa verde-clara; olhos verde-claros.
Quando se comparam grandezas do mesmo ser, to-
• família afro-brasileira; rapaz afro-brasileiro; turis-
davia, devem ser usadas as formas analíticas, como em
tas afro-brasileiros.
“Marina é mais boa (do) que esperta”, ou “aquele sofá
b. Os compostos de adjetivo + substantivo são in- é mais grande (do) que confortável”.
variáveis.

• tecidos azul-bebê. 2. Grau superlativo:

• gravata verde-musgo. a. Absoluto: o superlativo absoluto expressa carac-


terísticas dos seres em um grau elevado, sem levar em
• roupas azul-turquesa.
consideração nenhuma base de comparação. Ele pode
ser:
c. Os compostos formados a partir da locução cor +
de +substantivo são invariáveis.
• Absoluto analítico: usa-se um advérbio para
• Panteras cor-de-rosa. intensificar a qualidade atribuída ao substanti-
vo.
• Olhos cor de carvão.
o A prova estava muito difícil.
d. Nos compostos formados por elemento invariá- o Você perdeu muito peso. Está demasiadamente
vel + adjetivo, somente o segundo varia. magro.
• Convidados mal-educados.
• Absoluto sintético: utiliza-se um sufixo para
• Filhotes recém-nascidos. atribuir ao adjetivo a intensidade desejada.

17
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

o Ele não possui nada. É paupérrimo. (de pobre) Pessoa Pro- Pro- Pro-
o A prova estava dificílima. do dis- nomes nomes nomes
curso retos oblíquos oblíquos
o Você perdeu muito peso. Está macérrimo. (de átonos tônicos
magro). (sem pre- (com
posição) preposi-
ção)
b. Relativo: o superlativo relativo intensifica a ca-
racterística atribuída a um ser levando em conside- SINGU- 1ª EU Me Mim,
ração todos os demais seres do seu grupo. Pode ser LAR comigo
identificado pelo uso das expressões o mais/o menos. 2ª TU Te Ti, con-
tigo
• Relativo de superioridade: o mais 3ª ELE/ELA O, a, se, Si, consi-
lhe go, ele/
o A magistratura é a mais desejada das carreiras. ela
o Marcos é o aluno mais inteligente da sala.
PLURAL 1ª NÓS Nos Nós,
o Aquela foi a melhor viagem da minha vida. conosco
2ª VÓS Vos Vós, con-
• Relativo de inferioridade:
vosco
o Ele é o menos inteligente entre nós. 3ª ELES/ Os, as, Si, consi-
o Aquela ali é a cantora menos talentosa que co- ELAS se, lhes go, eles/
nheço. elas

Observação: de acordo com a norma padrão da lín- Os pronomes pessoais retos desempenham função
gua, o adjetivo não possui os graus diminutivo e au- subjetiva (sujeito verbal). Os pronomes pessoais oblí-
mentativo. Todavia, podem-se fazer essas flexões na quos, por sua vez, exercem função de complemento de
linguagem coloquial. Exemplos: outros termos (verbos ou nomes).

Comprou um carro grandão. (=muito grande, super- Os pronomes eu e tu são exclusivamente retos, ou
lativo). seja, não podem exercer função de complemento.

Gosto de beber água geladinha. (=muito gelada, su- Os pronomes ele/ela, nós, vós, eles/elas podem ser
perlativo). retos ou oblíquos, dependendo da função. Neste caso,
serão precedidos de preposição.
Locuções Adjetivas: é um conjunto de palavras que
tem a mesma função de um adjetivo. Forma-se a partir
da combinação de preposição + substantivo e, muitas Regras relativas ao uso dos pronomes pessoais:
vezes, pode ser substituída por um adjetivo simples.
1. Os pronomes oblíquos ME, TE, SE, NOS e VOS,
atitude de rei (=régia), dama da noite (=noturna), rodas quando complementam verbos, podem funcionar
de liga leve, torneira de água quente etc. como OBJETO DIRETO ou OBJETO INDIRETO.

Enviaram-te flores. (objeto indireto)


PRONOMES
Olharam-te com desconfiança. (objeto direto).
Pronomes são palavras que acompanham ou subs-
Pague-me, por favor. (objeto indireto)
tituem os nomes. Se os acompanharem, serão chama-
dos pronomes adjetivos; se os substituírem, pronomes Leve-me até a saída? (objeto direto)
substantivos.

Alguns alunos chegaram (pronome adjetivo indefi- 2. Os pronomes oblíquos LHE e LHES, quan-
nido). do complementam verbos, somente funcionam com
OBJETO INDIRETO.
Alguns chegaram. (pronome substantivo indefinido).
Se ele se desculpar, perdoar-lhe-emos todas as ofensas.
Os pronomes podem ser pessoais, possessivos, de-
monstrativos, indefinidos, interrogativos e relativos. Disseram-lhe que tudo terminaria bem.

3. Os pronomes oblíquos O, A, OS, AS, quando


Pronomes Pessoais:
complementam verbos, somente funcionam como
Designam as pessoas do discurso. OBJETO DIRETO.

18
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Língua Portuguesa

O gerente a informou de todas as taxas devidas. cos MIM, TI, SI, NÓS e VÓS, originando comigo, con-
tigo, consigo, conosco e convosco.
Já que não os encontrei, fui sozinho ao cinema.
Encontrar-me-ei contigo amanhã.
Atenção:
Venha à festa conosco!
• após verbos terminados em R, S ou Z, esses
pronomes se transformam em LO, LA, LOS, Posso assistir ao filme convosco?
LAS (cortam-se o R, o S e o Z do final do verbo):
Atenção: devem-se usar as formas com nós e com
o Não quero incomodá-los. (incomodar + os). vós quando o pronome pessoal é reforçado por um nu-
o Em relação à aquela prova, fi-la com muita meral, por palavras do tipo mesmos, próprios, todos
tranquilidade. (fiz + a). etc. ou outras que, de certa forma, determinem esses
pronomes pessoais:
• após verbos que terminam em som nasal,
esses pronomes se transformam em NO, NA, • Ele se encontrará com nós alunos em sua sala.
NOS, NAS:
• Viajarei com vós três.
o A matéria da prova é o capítulo três. Estudem-
-no com cuidado. 9. Os pronomes EU e TU são exclusivamente retos.
Por isso, não podem ser utilizados regidos de preposi-
o A inscrição deve ser feita na página da Esaf.
ção. Use EU e TU quando os pronomes forem sujeitos
Acessem-na logo.
de uma ação; substitua-os por MIM e TI, respectiva-
mente, quando não forem.
4. Os pronomes oblíquos O, A, OS, AS, ME, TE,
Nunca houve nada entre mim e ti.
SE, NOS e VOS podem funcionar como SUJEITO DO
INFINITIVO. Isso ocorre em construções com os verbos: Trouxe um livro para mim.
• causativos: mandar, deixar, fazer + infinitivo Trouxe um livro para eu ler. (o pronome eu é sujeito
o Deixe-me ver, por favor. (= Deixe que eu de ler).
veja).
Para mim, estudar matemática é muito difícil. (para
• sensitivos: ver, ouvir, sentir + infinitivo mim complementa o adjetivo difícil).
o Eu a vi chegar há dez minutos. (= Eu vi que
ela chegava há dez minutos) Pronomes pessoais de tratamento:

São utilizados nas relações entre as pessoas e de-


5. Os pronomes oblíquos ME, TE, SE, NOS, VOS,
vem ser selecionados de acordo com o grau de forma-
LHE e LHES podem funcionar como adjunto adnomi-
lidade da situação comunicativa.
nal. Isso ocorre quando eles transmitem ideia de posse:

Tocou-lhe a mão. (tocou a mão dele/dela). Você (v.): tratamento informal

Roubaram-me a carteira (roubaram minha carteira). Senhor (Sr.)/Senhora (Sra.): tratamento respeito-
so
Senhorita (Srta.): mulheres solteiras
6. Os pronomes oblíquos ME, TE, SE, NOS, VOS,
Vossa Senhoria (V.Sa.): pessoas de cerimônia,
LHE e LHES podem funcionar como complemento no-
funcionários graduados
minal. Isso ocorre quando eles complementam o sen-
tido de adjetivos, advérbios ou substantivos abstratos: Vossa Excelência (V. Exa.): altas autoridades
Vossa Reverendíssima (V. Revma.): sacerdotes
Tinha-lhe muito medo. (medo de algo/alguém).
Vossa Santidade (V.S.): Papa
Era-me impossível esquecê-la. (impossível a al-
Vossa Majestade (V.M.): reis e rainhas
guém).
Vossa Alteza (V.A.): príncipes, princesas e duques
7. Os pronomes SI e CONSIGO são sempre reflexi-
vos, ou seja, sempre se referem ao sujeito da oração em Observe que as formas com “Vossa” devem usadas
que se encontram. quando se fala diretamente com a pessoa (2ª pessoa).
Quando se fala a respeito de alguém (3ª) pessoa, deve-
Aquelas meninas trazem consigo as memórias de -se usar “Sua”.
uma infância difícil.
Vossa Alteza está bem? (pergunta feita diretamen-
Passou a tarde inteira falando de si. te ao príncipe/à princesa.)
Sua Alteza está bem? (pergunta feita a uma ter-
8. A preposição COM e os pronomes oblíquos tôni- ceira pessoa).

19
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Sempre que se utilizarem pronomes pessoais de ESSE(S) Refere- Refere- Refere- Retoma o
tratamento, ainda que escritos com VOSSA, os verbos -se o -se ao -se a algo elemento
e os demais pronomes que a ele se referem devem con- ESSA(S) que está passado que já foi interme-
cordar na 3ª pessoa do singular ou do plural, conforme próximo próximo: dito: ser diário,
o caso. ISSO
da 2a minhas aprova- quando
Vossa Excelência pode ficar tranquilo. Seus documen- pes- férias do em houver.
tos já foram enviados, conforme suas ordens anteriores. soa do acabaram primeiro estou em
discurso: ontem. lugar no dúvida
onde Nunca concurso: entre
você vou me esse é comprar
Pronomes Possessivos:
comprou esquecer o meu um carro,
Indicam uma relação de posse, concordando em esse desses maior uma
pessoa com o possuidor e em gênero e número com a relógio dias que desejo. bicicleta
coisa possuída. que está passei na ou uma
usando? Europa! moto.
Essa
Pessoa do Pronome Pessoa do Pronomes é, sem
discurso possessivo discurso possessivos dúvida, a
EU Meu, minha, NÓS Nosso, mais eco-
meus, nossa, lógica.
minhas nossos, (bicicleta)
nossas AQUELE(S) Refere- Refere- Veja NA Retoma o
TU Teu, tua, VÓS Vosso, -se ao -se ao ENUME- primeiro
AQUELA(S)
teus, tuas vossa, que está passado RAÇÃO elemento
vossos, AQUILO distante: remoto: da enu-
vossas como é naquela meração:
ELE/ELA Seu, sua, ELES/ELAS Seu, sua, bonita época, estou em
seus, suas seus, suas. aquela quando dúvida
casa do meus entre
outro pais ain- comprar
lado da da eram um carro,
Pronomes Demonstrativos:
rua. crianças, uma
Situam os seres sobre os quais se fala no espaço, no as cida- bicicleta
tempo, no texto e na enumeração. des eram ou uma
menos moto.
Os principais pronomes demonstrativos são: violen- Aquele,
este(s), esta(s); esse(s), essa(s); isto, isso; aquele(s), tas. sem dú-
aquela(s), aquilo. vida, é o
mais con-
Pronome Espaço Tempo Texto Enume- fortável.
ração (carro)
ESTE(S) Refere- Refere-se Refere- Retoma
Também podem ser pronomes demonstrativos:
-se ao ao tempo -se ao o último
ESTA(S) que está presente: que será elemento
próximo este será dito: meu da se- 1. O, A, OS, AS
ISTO
de quem o melhor maior quência:
• Eu não entendi o que o professor explicou. (= aquilo
fala: ano da desejo é estou em
que)
veja esta minha este: sem dúvida
blusa que vida! (o aprova- entre • Ela faleceu ano passado. Não o sabia? (= isso)
estou ano cor- do em comprar
usando! rente) primeiro um carro,
lugar no uma 2. Mesmo(s), mesma(s), próprio(s), própria(s):
concur- bicicleta quando equivalerem-se uns aos outros.
so. ou uma • Eu mesmo fiz o jantar. (= eu próprio fiz o jantar).
moto.
Esta, sem
dúvida, 3. Tal, tais, semelhante(s):
é a mais
• Tais atitudes são condenáveis.
ágil.
(moto) • É indelicado fazer semelhante comentário!

20
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Língua Portuguesa

Pronomes Indefinidos: Pronomes Interrogativos:


Referem-se de modo vago à 3ª pessoa do discurso.. São os pronomes que, quem, quanto, quanta, quan-
tos, quantas e qual utilizados em frases interrogativas.
Pronomes indefinidos invariáveis: alguém, algo,
• Quantos alunos estão matriculados no curso?
cada, nada, ninguém, tudo.
• Qual será o vencedor do Oscar este ano?
Pronomes indefinidos variáveis: algum(ns),
alguma(s), batante(s), certo(s), certa(s), muito(s), • Quantos cães você tem?
muita(s), nenhum(ns), nenhuma(s), outro(s),
outra(s), qualquer, quaisquer, tanto(s), tanta(s),
todo(s), toda(s). Pronomes Relativos:
Pronomes relativos retomam substantivos ou pro-
Locuções pronominais indefinidas: cada qual, nomes substantivos já mencionados anteriormente, in-
cada um, qualquer um, quem quer que, um ou outro, troduzindo uma oração subordinada adjetiva. São os
etc. seguintes:

Algumas observações acerca dos pronomes indefi- Variáveis Invariáveis


nidos
O qual, os quais, a qual, que
1. Algum (e variações): se anteposto ao substantivo, as quais
tem sentido afirmativo; se posposto ao substantivo, Cujo, cujos, cuja, cujas quem
tem sentido negativo. Quanto, quantos onde

• Algum aluno ficou satisfeito com a nota. (afirmativo)


Uso dos pronomes relativos
• Aluno algum ficou satisfeito com a nota. (negativo)
1. Os pronomes relativos QUE e O QUAL (e varia-
ções) podem retomar coisas ou pessoas:
2. Bastante:
• Os problemas que o Brasil enfrenta têm diferentes
• Será pronome indefinido quando vier antes do origens. (que = problemas)
substantivo e expressar quantidade inexata. É variá-
• Não confio em político que muda sempre de parti-
vel: o concurso que quero fazer cobra bastantes matérias.
do. (que = político)
• Será adjetivo quando vier depois do substantivo • Telefone logo aos amigos com os quais você viaja-
e significar “suficiente(s)”. Será variável: já temos pro- rá. (os quais = amigos).
blemas bastantes.

• Será advérbio quando modificar um verbo, um 2. O pronome relativo QUEM somente pode re-
adjetivo ou um advérbio. Será invariável e equivalerá tomar pessoas: as pessoas em quem confio são poucas.
a “suficientemente”: tenho alguns amigos bastante inte- (quem = pessoas)
ligentes.

3. O pronome relativo CUJO (e variações) somente


3. Certo (e variações): se anteposto ao substantivo,
pode ser utilizado quando houver ideia de posse. Ele
é pronome indefinido (= algum); se posposto ao subs-
retoma o termo antecedente e concorda com o conse-
tantivo, é adjetivo.
quente:
• Não dá para acreditar em certas pessoas. (= algu-
• Aquele é o homem cujas filhas foram sequestradas.
mas - pronome).
(cujas retoma homem e concorda com filhas).
• É bom poder contar com amigos certos. (= confiá-
veis - adjetivo) Dica: para saber se o uso de cujo está correto,
pergunte “de quem?” ao termo consequente. Se
a resposta for o termo antecedente, o uso será
4. Todo (e variações): se seguido de artigo, significa adequado.
totalidade, por inteiro; se não seguido de artigo, signi-
fica qualquer. • Filhas de quem? Do homem.

• Toda a sociedade tem que cuidar das crianças. (=


a sociedade inteira). 4. QUANTO (e variações) são pronomes relativos
quando precedidos de tudo, tanto(s), tanta(s), todos
• Toda sociedade tem que cuidar das crianças. (= e todas (pronomes indefinidos): ele sempre compra
qualquer sociedade). tudo quanto quer.

21
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

5. O pronome relativo ONDE somente pode ser NUMERAIS


usado para retomar lugar. Pode ser substituído por
EM QUE ou NO QUAL (e variações): Os numerais são palavras que quantificam ou orde-
nam os substantivos. Podem ser classificados em:
• A cidade onde nasci fica a 300 quilômetros da ca-
Cardinais: um, dois, cinco, dez, quinze, dezesseis,
pital. (onde retoma cidade).
cem...
• A cidade em que/na qual nasci fica a 300 quilô- Ordinais: primeiro, segundo, quinto, décimo, déci-
metros da capital. (essas opções também são corretas). mo quinto, décimo sexto, centésimo...
Dica: EM QUE e NO QUAL (e variações) podem ser Multiplicativos: dobro/duplo, triplo, quíntu-
usados para retomar lugares ou outros tipos de plo, décuplo...
referente e podem sempre substituir o pronome Fracionários: meio, terço, quinto, décimo, quin-
ONDE. O contrário, todavia, não é verdadeiro, já ze avos, dezesseis avos, centésimo...
que este só pode ser usado para retomar lugar.
Atenção: as palavras ambos e zero são considera-
• Chegamos a um pequeno vilarejo onde moravam
das numerais. Último, penúltimo e antepenúltimo
poucas pessoas. (certo)
são adjetivos.
• Chegamos a um pequeno vilarejo em que mora-
vam poucas pessoas. (certo).
VERBOS
• A situação onde me encontro é complexa. (errado:
situação não é lugar). Os verbos são palavras que indicam ação, fenôme-
no da natureza ou estado.
• A situação na qual me encontro é complexa. (cer-
to). São as seguintes as flexões dos verbos: pessoa, nú-
mero, tempo, modo e voz.
ONDE AONDE
Os verbos podem ser de três conjugações, depen-
Use com verbos que Use com verbos que dendo de sua terminação:
exigem a preposição exigem a preposição A
EM (ideia de posição (ideia de movimento - • 1ª conjugação: -AR (cantar, furar, jogar)
estática) destino)
• 2ª conjugação: -ER (bater, prometer, reter)
O lugar onde moro é O país aonde irei tem
atendido por poucas li- uma das melhores qua- • 3ª conjugação: -IR (sorrir, partir, demitir)
nhas de ônibus. lidades de vida do mun-
do. Atenção: o verbo PÔR e seus derivados incluem-se
na segunda conjugação verbal. Isso ocorre porque
6. Atenção para a sequência de pronome demons- esses verbos derivam da forma latina POER.
trativo O + pronome relativo QUE:
Podem-se classificar os verbos em:
Não sei o que fazer nesta situação. (= não sei aquilo
que fazer nesta situação). 1. Verbos regulares: seguem um padrão de con-
jugação, sem que se alterem seu radical ou suas
Atenção: quando o termo que vier após o pronome terminações.
relativo, na oração adjetiva, exigir o uso de preposi-
ção, ela deverá ser utilizada antes do pronome relati- 2. Verbos irregulares: sofrem variações no radi-
vo. Exemplos: cal ou nas terminações quando são conjugados,
afastando-se do padrão de conjugação.
• O livro que eu li é um best-seller.
o o verbo ler não exige preposição. Logo, não 3. Verbos defectivos: verbos que não possuem a
há preposição antes de que. conjugação completa.
• O filme de que mais gosto passará na TV esta noite.
São exemplos de verbos defectivos: abolir, adequar,
o O verbo gostar exige a preposição de. Logo, colorir, demolir, explodir, falir etc. O verbo adequar,
tal preposição deve aparecer antes do prono- por exemplo, não possui a 1ª pessoa do singular (eu
me relativo (gosto do filme). “adéquo”) e, consequentemente, os tempos que dela
• O cientista a cuja obra me referi é professor em derivam). O verbo falir, por sua vez, no presente do
Harvard. indicativo, possui somente as pessoas nós e vós (fali-
mos e falis).
o O verbo referir-se exige a preposição a. As-
sim, a preposição a aparece antes do prono- 4. Verbos abundantes: apresentam mais de
me relativo cuja. uma forma de alguma de suas flexões. Na maio-

22
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Língua Portuguesa

ria das vezes, o verbo abundante apresenta va- As desinências verbais do presente do indicativo
riação no particípio. Exemplos: são as seguintes:

Verbo Particípio re- Particípio irre-


gular (-ADO/- gular 1ª conjugação 2ª e 3ª conjuga-
-IDO) ções
Aceitar Aceitado Aceito D e s i n ê n c i a NÃO POSSUI NÃO POSSUI
modo-tempo-
Anexar Anexado Anexo
ral
Dispersar Dispersado Disperso
Singular Plural
Eleger Elegido Eleito
1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª
Expulsar Expulsado Expulso
Desinências O S - MOS IS M
Imprimir Imprimido Impresso número-pes-
Matar Matado Morto soais

• Deve-se usar o particípio regular nas construções Presente do indicativo:


de voz ativa (verbos auxiliares: TER/HAVER): Quando
fui conferir, ele já havia imprimido o documento. CANTAR BATER PARTIR
• Deve-se usar o particípio irregular nas constru- Eu canto Eu bato Eu parto
ções de voz passiva (verbos auxiliares: SER/ESTAR): Tu cantas Tu bates Tu partes
Quando fui conferir, o documento já estava impresso. Ele canta Ele bate Ele parte
Nós cantamos Nós batemos Nós partimos
TEMPOS E MODOS VERBAIS Vós cantais Vós bateis Vós partis
Eles cantam Eles batem Eles partem
Existem três modos verbais:

• Modo indicativo: exprime uma declaração, um a. Formação do presente do subjuntivo:


fato certo.
Deriva da 1ª pessoa do singular do presente do in-
• Modo subjuntivo: exprime uma hipótese, uma dicativo com a supressão da desinência número pes-
dúvida, uma possibilidade. soal. Veja:

• Modo imperativo: exprime um pedido, uma or- Passo 01: 1ª pessoa - “o” (cant-, bat-, part-), para for-
dem, uma sugestão. mar a base.

Existem, também, três formas nominais do verbo: Passo 02:

• Verbos de 1ª conjugação: base + E


• Infinitivo (AR/ER (OR)/IR): andar, varrer, sumir.
• Verbos de 2ª e 3ª conjugação: base + A
• Gerúndio (NDO): andando, varrendo, sumindo.
Passo 03: acrescentar as desinências modo-tempo-
• Particípios (ADO/IDO): andado, varrido, sumido. rais do presente do subjuntivo.

Na conjugação verbal, todos os tempos derivam do As desinências do presente do subjuntivo são as


presente do indicativo, do pretérito perfeito do indica- seguintes:
tivo e do infinitivo.
1ª conjugação 2ª e 3ª conjuga-
ções
Regras de conjugação verbal:
Desinência E A
Para aprender as regras de conjugação verbal, usa- modo-
remos os seguintes verbos regulares: cantar, bater e temporal
partir.
Singular Plural
1. Tempos derivados do presente do indicativo: 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª

Derivam do presente do indicativo: presente do Desinências S - MOS IS M M


subjuntivo, imperativo afirmativo e imperativo nega- número-
tivo. pessoais

23
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Conjugação: 2. Tempos derivados do pretérito perfeito do indi-


cativo
CANTAR BATER PARTIR
Derivam do pretérito perfeito do indicativo: preté-
Eu cante Eu bata Eu parta rito mais-que-perfeito do indicativo, futuro do subjun-
Tu cantes Tu batas Tu partas tivo e pretérito imperfeito do subjuntivo.
Ele cante Ele bata Ele parta
QUE As desinências verbais do pretérito perfeito do in-
Nós cante- Nós bata- Nós parta- dicativo são:
mos mos mos
Vós canteis Vós batais Vós partais 1ª conjugação 2ª e 3ª conjuga-
Eles cantam Eles batam Eles partam ções
D e s i n ê n c i a NÃO POSSUI NÃO POSSUI
modo-tempo-
b. Formação do imperativo negativo: o imperativo
ral
negativo é idêntico do presente do subjuntivo prece-
dido da palavra não. Percebe-se que ele deriva indire- Singular Plural
tamente do presente do indicativo. O imperativo não 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª
apresenta a 1ª pessoa do singular e, ao conjugá-lo, a 3ª Desinências I STE - MOS STES RAM
pessoa do singular e a do plural (ele/eles) devem ser número-pes-
convertidas em você e vocês. soais

CANTAR BATER PARTIR


Conjugação:
- - -
Não cantes tu Não batas tu Não partas tu CANTAR BATER PARTIR
Não cante você Não bata você Não parta você Eu cantei Eu bati Eu parti
Não cantemos Não batamos nós Não partamos Tu cantaste Tu bateste Tu partiste
nós nós Ele cantou Ele bateu Ele partiu
Não canteis vós Não batais vós Não partais vós Nós cantamos Nós batemos Nós partimos
Não cantem vo- Não batam vocês Não partam vo- Vós cantastes Vós batestes Vós partis
cês cês
Eles cantaram Eles bateram Eles partiram

c. Formação do imperativo afirmativo: 2ª pessoa do ATENÇÃO: a base utilizada para formar os tempos
singular e 2ª pessoa do plural derivam diretamente do derivados do pretérito perfeito do indicativo é a 3ª
presente do indicativo, devendo der excluída a letra pessoa do plural (eles) menos a terminação RAM
S; as demais pessoas são idênticas ao presente do sub- (canta-, bate-, parti-).
juntivo.
a. Formação do pretérito mais-que-perfeito do in-
Presente do indi- Imperativo afir- Presente do sub- dicativo:
cativo mativo juntivo
Eu canto - Que eu cante Passo 01: obtenha a base (3ª plural -RAM).
Tu cantas Canta tu Que tu cantes Passo 02: acrescente a desinência RA (RE para a
Ele canta Cante você Que ele cante 2ª do plural - vós).
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cante-
As desinências do pretérito mais-que-perfeito são
mos
as seguintes:
Vós cantais Cantai vós Que vós canteis
Eles cantam Catem vocês Que eles cantem 1ª conjugação 2ª e 3ª conjuga-
ções
Bater: bate tu, bata você, batamos nós, batei vós, D e s i n ê n c i a RA/RE com pro- RA/RE com pro-
batam vocês. modo-tempo- núncia átona núncia átona
ral
Partir: parte tu, parta você, partamos nós, parti
vós, partam vocês. Singular Plural
1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª
Atenção para o verbo ser: sê tu (não use seja), seja Desinências - S - MOS IS M
você, sejamos nós, sede vós (não use sejais), se- número-pes-
jam vocês. soais

24
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Língua Portuguesa

Conjugação: Conjugação:

CANTAR BATER PARTIR CANTAR BATER PARTIR


Eu cantara Eu batera Eu partira Eu cantasse Eu batesse Eu partisse
Tu cantaras Tu bateras Tu partiras Tu cantasses Tu batesses Tu partisses
Ele cantara Ele batera Ele partira Ele cantasse Ele batesse Ele partisse
Nós cantáramos Nós batêramos Nós partíramos SE Nós cantás- Nós batêsse- Nós partís-
Vós cantáreis Vós batêreis Vós partíreis semos mos semos
Eles cantaram Eles bateram Eles partiram Vós cantás- Vós batês- Vós partís-
seis seis seis
Eles cantas- Eles bates- Eles partis-
sem sem sem
b. Formação do futuro do subjuntivo: acrescenta-se
a desinência modo-temporal R à base.
3. Tempos derivados do infinitivo:
Desinências do futuro do subjuntivo:
Derivam do infinitivo o futuro do presente do indi-
1ª conjugação 2ª e 3ª conjuga- cativo, o futuro do pretérito do indicativo e o pretérito
ções imperfeito do indicativo.
Desinência R R
modo-tempo- a. Formação do futuro do presente do indicativo:
ral acrescentam-se ao infinitivo as desinências ei, ás, á,
Singular Plural emos, eis, ão.
1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª
Desinências - ES - MOS DES EM
número-pes- Conjugação:
soais
CANTAR BATER PARTIR
Conjugação:
Eu cantarei Eu baterei Eu partirei
CANTAR BATER PARTIR Tu cantarás Tu baterás Tu partirás
Eu cantar Eu bater Eu partir Ele cantará Ele baterá Ele partirá
Tu cantares Tu bateres Tu partires Nós cantaremos Nós bateremos Nós partiremos
Ele cantar Ele bater Ele partir Vós cantareis Vós batereis Vós partireis
Nós cantar- Nós bater- Nós partir- Eles cantarão Eles baterão Eles partirão
QUANDO
mos mos mos
Vós cantar- Vós bater- Vós partir- b. Formação do futuro do pretérito do indicativo:
des des des acrescentam-se ao infinitivo as terminações ia, ias, ia,
íamos, íeis, iam.
Eles canta- Eles bate- Eles parti-
rem rem rem
Conjugação:
c. Formação do pretérito imperfeito do subjuntivo:
CANTAR BATER PARTIR
acrescenta-se a desinência modo-temporal SSE à base.
Eu cantaria Eu bateria Eu partiria
Desinências do pretérito imperfeito do subjuntivo:
Tu cantarias Tu baterias Tu partirias
1ª conjugação 2ª e 3ª conjuga- Ele cantaria Ele bateria Ele partiria
ções Nós cantaríamos Nós bateríamos Nós partiríamos
D e s i n ê n c i a SSE SSE Vós cantaríeis Vós bateríeis Vós partiríeis
modo-tempo- Eles cantariam Eles bateriam Eles partiriam
ral
Singular Plural
1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª d. Formação do pretérito imperfeito do indicativo:
Desinências - S - MOS IS M deve-se obter a base da conjugação desse tempo reti-
número-pes- rando-se o R do infinitivo e acrescentando-se as desi-
soais nências conforme quadro abaixo:

25
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

1ª conjugação 2ª e 3ª conjuga- Futuro do pre- Futuro do pre- Terei cantado


ções sente composto sente + particípio Terás cantado
D e s i n ê n c i a VA/VE (vós) IA/IE (vós) Teremos cantado
modo-tempo- Terão cantado
ral Tereis cantado
Terão cantado
Singular Plural
Futuro do preté- Futuro do preté- Teria cantado
1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª rito composto rito do indicativo Terias cantado
Desinências - S - MOS IS M + particípio Teria cantado
número-pes- Teríamos cantado
soais Teríeis cantado
Teríamos cantado
Conjugação:
Tempos compostos do subjuntivo:
CANTAR BATER PARTIR
Eu cantava Eu batia Eu partia
Pretérito perfeito Presente do sub- Tenha cantado
Tu cantavas Tu batias Tu partias
composto juntivo + particí- Tenhas cantado
Ele cantava Ele batia Ele partia pio Tenha cantado
Nós cantávamos Nós batíamos Nós partíamos Tenhamos canta-
Vós cantáveis Vós batíeis Vós partíeis do
Tenhais cantado
Eles cantavam Eles batiam Eles partiam Tenham cantado
Pretérito-mais- Imperfeito do Tivesse cantado
ATENÇÃO: nos verbos pôr, ter, vir e derivados, - q u e - p e r f e i t o subjuntivo + par- Tivesses cantado
utilize NHA/NHE (vós): eu punha, tu punhas, ele composto ticípio Tivesse cantado
punha, nós púnhamos, vós púnheis, eles punham. Tivéssemos can-
tado
Infinitivo Pessoal:
Tivésseis cantado
Trata-se do infinitivo que possui sujeito. Tivessem canta-
do
Cantar: eu cantar, tu cantares, ele cantar, nós cantar-
mos, vós cantardes, eles cantarem. Futuro do pre- Futuro do sub- Tiver cantado
sente composto juntivo + particí- Tiveres cantado
Bater: eu bater, tu bateres, ele bater, nós batermos, vós pio Tiver cantado
baterdes, eles baterem. Tivermos canta-
Partir: eu partir, tu partires, ele partir, nós partirmos, do
vós partirdes, eles partirem. Tiverdes cantado
Tiverem cantado

Tempos Compostos: Lembre-se de que os paradigmas acima são respei-


tados somente por verbos regulares. Os verbos irre-
Formam-se os tempos compostos com um verbo
gulares, em sua conjugação, trazem variações em sua
auxiliar (TER/HAVER) + verbo principal no particípio.
conjugação, seja no radical, seja nas desinências. Isso
pode ser percebido em verbos como medir, fazer, ca-
Os tempos compostos são os seguintes: ber, por exemplo. (eu meço; eles fizeram; eu caibo, ele
Tempos compostos do indicativo: coube).

Existem também os verbos chamados anômalos.


Pretérito perfeito Presente do indi- Tenho cantado Trata-se daqueles que possuem mais de um radical em
composto cativo + particípio Tens cantado sua conjugação. são os verbos ser e ir.
Tem cantado
Temos cantado No presente do indicativo já é possível perceber a
Tendes cantado anomalia do verbo ser: eu sou, tu és, ele é, nós somos,
Têm cantado vós sois, eles são.
Pretérito mais- Pretérito imper- Tinha cantado O pretérito perfeito do indicativo ainda traz um ra-
- q u e - p e r f e i t o feito do indicati- Tinhas cantado dical diferente: eu fui, tu foste, ele foi, nós fomos, vós
composto vo + particípio Tinha cantado fostes, eles foram.
Tínhamos canta-
do
Tínheis cantado Vozes Verbais:
Tinham cantado As vozes verbais são: ativa, passiva e reflexiva.

26
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Língua Portuguesa

1. Voz ativa: verbo tem sujeito agente (que pratica a Exemplos:


ação expressa pelo verbo):
Voz ativa: Amanhã ela comprará tudo.
O candidato estudou apenas metade do conteúdo.
Sujeito: ela; objeto direto: tudo; tempo verbal de
A maioria das pessoas compra coisas inúteis. comprará: futuro do presente; modo verbal: indicati-
vo; adjunto adverbial: amanhã (não sofre alteração).
2. Voz passiva: verbo tem sujeito paciente (que so-
Voz passiva: Amanhã tudo será comprado por ela.
fre a ação expressa pelo verbo):
Note que tudo se tornou sujeito paciente da oração;
Apenas metade do conteúdo foi estudada pelo candi-
por ela é agente da passiva; o verbo será, auxiliar, está
dato.
conjugado no futuro do presente do indicativo, como
Coisas inúteis são compradas pela maioria das pessoas. o verbo comprará; comprado está no particípio, no
masculino e no singular para concordar com o novo
Existem dois tipos de voz passiva: analítica e sin- sujeito, tudo.
tética. Voz ativa: A chuva causou prejuízos.
• Voz passiva analítica: verbo auxiliar (quase Sujeito: a chuva; tempo e modo verbais: pretérito
sempre SER/ESTAR) + particípio (concordando perfeito do indicativo; objeto direto: prejuízos.
em gênero e número com o sujeito paciente).
Voz passiva: Prejuízos foram causados pela chuva.
o Todos os anos, o café era colhido por aqueles
quinze homens Prejuízos passou a ser sujeito paciente; pela chuva
o O desenvolvimento do Brasil é ameaçado por tornou-se agente da passiva; o verbo auxiliar (foram)
problemas antigos. está conjugado no pretérito perfeito do indicativo,
como o verbo causou, mas está na 3ª pessoa do plural
o No dia dos namorados, a praça será decorada. para concordar com seu novo sujeito (prejuízos); o ver-
Nos dois primeiros exemplos, o termo sublinhado bo principal, causados, também está na 3ª do plural e
é o agente da passiva, que representa quem pratica a no masculino para concordar com prejuízos.
ação expressa pelo verbo na voz passiva. Trata-se de
Transposição da voz ativa para a voz passiva sin-
um termo não obrigatório. Logo, como se pode notar
tética:
pelo terceiro exemplo, nem sempre haverá agente da
passiva. Para construir a voz passiva sintética, usamos o
SE na função de partícula apassivadora (ou pronome
• Voz passiva sintética: verbo + SE (na função de
apassivador).
partícula apassivadora).
o Fizeram-se alterações importantes no crono- Voz ativa: Os alunos estudaram todas as matérias.
grama.
Ao se transpor essa frase para a voz passiva sin-
o Inaugurar-se-á um novo shopping na capital. tética, não haverá agente da passiva. Nem sempre é
possível, na voz passiva sintética, determinar o agente.
Transposição da voz ativa para a voz passiva ana-
lítica Voz passiva: Estudaram-se todas as matérias.
Para fazer a adequada transposição da voz ativa Para se fazer a transposição da voz ativa para a voz
para a passiva analítica, devem-se seguir os seguintes passiva sintética, basta inserir o SE (partícula apassi-
passos: vadora) na oração e fazer os ajustes de concordância,
caso sejam necessários.
1. Converter o OBJETO DIRETO da oração na
voz ativa em SUJEITO da oração na voz ativa; Voz ativa: Vendem casa. (sujeito indeterminado -
verbo na 3ª do plural)
2. Converter o SUJEITO da voz ativa (se houver)
em AGENTE DA PASSIVA; Voz passiva: Vende-se casa. (sujeito paciente [casa]
3. Passar o verbo da voz ativa para o PARTICÍ- - verbo na 3ª do singular concordando com o sujeito).
PIO (lembre-se de fazer os ajustes de concor-
dância, caso seja necessário); ATENÇÃO: somente verbos transitivos diretos e
verbos transitivos diretos e indiretos (VTD e VTDI)
4. Flexionar o verbo auxiliar (SER/ESTAR) no podem ser usados na voz passiva.
mesmo tempo e no mesmo em que estiver fle-
xionado o verbo da voz ativa (oração original), 3. Voz reflexiva: o sujeito, simultaneamente, pratica
concordando com o novo sujeito; e sofre a ação expressa pelo verbo. A voz reflexiva é
5. Outros termos, como adjunto adverbial e ob- marcada pelo uso de sujeito e objeto (pronome oblí-
jeto indireto, não sofrem alteração. quo) de mesma pessoa e número.

27
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

• Eu olhei-me bem no espelho durante alguns mi- • Muitas pessoas morrem de câncer todos os anos.
nutos. (causa)
• Maria se cortou ao descascar a laranja. • Chegaremos à noite. (tempo)
A voz reflexiva pode, também, trazer a ideia de re- Palavras Denotativas:: são palavras (e, às vezes,
ciprocidade. Isso ocorre quando o sujeito é plural e, locuções) que a Nomenclatura Gramatical Brasileira
pelo significado da frase, pode-se entender que um (NGB) não classific como advérbios e que, na verdade,
elemento praticou a ação sobre o outro. não pertencem a nenhuma das dez classes gramaticais.
As principais são:
• Os manifestantes se agrediram durante o evento.
• As amigas, no momento da despedida, abraçaram- • de designação/indicação: eis.
-se.
o “Eis aqui chocolate, gato, chão...” (Adriana
Calcanhotto).
ADVÉRBIOS
• de exclusão: menos, sequer, fora, salvo, senão,
Advérbios são palavras invariáveis que modificam
sequer, exceto...
o sentido do verbo, do adjetivo e do próprio advérbio.
o Ninguém poderia fazer isso, exceto José.
Diz-se que o advérbio introduz uma circunstância
à oração. • de inclusão: inclusive, também, ainda, até,
ademais, além disso...
Veja um quadro com exemplos das principais cir-
cunstâncias introduzidas por advérbios: o Terminou nosso namoro por telefone e ainda
me acusou de tê-la traído.
Afirmação Dúvida Intensidade Lugar
• de limitação: só, apenas, somente...
Sim, cer- Talvez, qui- Muito, Abaixo,
tamente, çá, acaso, pouco, acima, ali, o Só uma aluna chegou na hora marcada.
deveras, porventura, assaz, bas- cá, lá, além,
• de retificação: aliás, ou melhor, isto é...
incontesta- provavel- tante, mais, aquém,
velmente, mente... menos, tão, atrás, fora, o Finalmente o cachorro do vizinho se calou, ou
realmente, demasiado, dentro, per- melhor, parou de latir.
efetivamen- meio, todo, to, longe,
te. comple- adiante,
tamente, diante onde, PREPOSIÇÕES
demasia- aonde, don- Preposições são palavras invariáveis que ligam
damente, de, detrás... dois termos entre si. Dividem-se entre essenciais e aci-
demais, dentais.
quanto...
Negação Modo Tempo Preposições essenciais (que são sempre preposi-
Não, tam- Bem, mal, assim, depres- Agora, já, ções): a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, en-
pouco sa, devagar, alerta, como, hoje, ama- tre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás.
(com calmamente, livremente, nhã, depois,
sentido de alegremente, cuidado- ontem,
também samente (advérbios em anteontem, Preposições acidentais (palavras de outras classes
não). -MENTE no geral)... sempre, que podem funcionar como preposições): como, con-
nunca, ja- forme (=de acordo com), consoante, durante, median-
mais, ainda, te, segundo...
logo, antes,
cedo, tarde, Locuções Prepositivas: expressões que equivalem
então, bre- a uma preposição, como abaixo de, acerca de, acima de, a
ve, entre- despeito de, adiante de, a fim de, além de, antes de, a par de,
mentes... apesar de, atrás de, através de, de acordo com, debaixo de,
de cima de, defronte de, dentro de, diante de, em baixo de,
Locuções Adverbiais: são expressões que equiva- em cima de, em frente a, em frente de, em torno de, em vez
lem a advérbios e, com eles, se classificam. Veja alguns de, graças a, junto de, perto de, para com, por causa de, por
exemplos: detrás de, por entre ...

• Foi ao cinema com a namorada. (companhia) Por mais que se classifiquem como palavras vazias
de sentido, ao serem utilizadas, as preposições esta-
• Viemos de ônibus. (meio) belecem um valor semântico às ligações que realizam,
• Datilografou as cartas à máquina. (instrumento) como se pode ver:

28
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Língua Portuguesa

• assunto: Conversaram sobre estudos. Atenção: a conjunção “e” pode ter valor adversa-
• causa: Desmaiou de susto. tivo:
• companhia: Estou com ela. Fez mas malas e não viajou. (=mas).

• direção: Olho para mim.


• matéria: Barraca de lona. Conjunções Subordinativas:
As preposições podem, ainda, combinar-se (sem 1. Causais - introduzem uma causa daquilo que
perda de fonemas) ou contrair-se (com perda de fone- se diz na oração principal: porqque, que, pois, como,
mas) com outras palavras: porquanto, visto que, visto como, ja que, uma vez que,
desde que...
• Falou bem dele. (de + ele)
• Vamos ao cinema. (a + o) Engordou porque comeu muito doce.

• Dirija-se àquele guichê, por favor. (a + aquele)


2. Comparativas - iniciam o segundo elemento de
• O bolo ficará pronto num minuto! (em + um) uma comparação: como, (tal) qual, tal e qual, assim
como, (tal) como, (tão/tanto) como, mais (do) que, me-
CONJUNÇÕES nos (do) que, que nem...

Conjunções são palavras invariáveis que ligam ora- Corre como o vento.
ções ou palavras entre si.

As conjunções podem ser coordenativas (ligam 3. Concessivas - introduzem orações que trazem
orações que são sintaticamente independentes umas um fato que se admite em oposição a outro: ainda que,
das outras) ou subordinativas (introduzem orações embora, conquanto, mesmo que, por mais que, por
que exercem função sintática na principal). menos que, se bem que, em que pese, sem que (=em-
bora não), mesmo quando, ainda quando...
Para maiores informações, veja o capítulo Período
composto. Em que pese o respeito que temos por você, não aceita-
remos suas intromissões.
Conjunções Coordenativas:
4. Condicionais - iniciam orações que exprimem a
1. Aditivas - ligam orações estabelecendo ideia de
condição para que o que se afirma na oração principal
adição: e, nem, mas também, mas ainda, senão tam-
se verifique: se, caso, contanto que, desde que, salvo
bém, como também, bem como...
se, sem que (=se não), a não ser que, a menos que...
Chegou do trabalho e foi tomar banho.
Desde que se esforce, conseguirá ser aprovado.

2. Adversativas - unem orações estabelecendo ideia


5. Conformativas - dão ideia de conformidade de um
de oposição, contraste: mas, porém, contudo, todavia,
fato com outro: como, conforme, segundo, consoante...
entretanto, no entanto, não obstante ...
Ele sempre age conforme manda a ética.
Promete que vai mudar, mas continua o mesmo.

6. Consecutivas - introduzem a consequência da-


3. Alternativas - estabelecem, entre as orações que
quilo que se expressa na oração principal: que (prece-
ligam, noção de alternativa, alternância: ou, ou...ou,
dido de intensificadores como tal, tão, tamanho, tanto,
ora...ora, já...já, quer...quer...
que podem vir subentendidos), de modo que, de sorte
Ora faz frio, ora faz calor. que, de forma que, sem que, que não...

Chorava tanto que mal conseguia respirar.


4. Conclusiva - iniciam uma conclusão, uma de-
corrência lógica: logo, portanto, por conseguinte, pois 7. Finais - iniciam oração que expressa finalidade:
(posposto ao verbo), por isso... para que, a fim de que, que (= para que).
Você é o dono do cão, por isso é o responsável pelos da- Falei baixo para que o bebê não acordasse.
nos por ele causados.

8. Proporcionais - iniciam oração que indica pro-


5. Explicativas - introduzem a ideia de motivo, ex-
porcionalidade: à medida que, à proporção que, ao
plicação: que, porque, porquanto, pois (anteposto ao
passo que, quanto mais...(mai)s, quanto mais... (me-
verbo)...
nos), quando menos... (mais), quanto menos... (me-
Sobe, pois quero te mostrar uma coisa. nos)...

29
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Quanto menos o Brasil investir em educação, mais a Sujeito Predicado


desigualdade social crescerá.
O concurseiro estudou muito.
9. Temporais - introduzem a ideia de tempo: quan- Sujeito Predicado
do, enquanto, logo que, mal, sempre que, assim que, ---- Chove muito nos trópicos.
desde que, antes que, depois que, até que, agora que,
ao mesmo tempo que... Existem, ainda, as frases, que são enunciados com
Mal se deitou, adormeceu. sentido completo. Uma frase pode ou não ser uma ora-
ção. Ela o será se contar com um verbo ou com uma
10. Conjunções integrantes - introduzem orações locução verbal. Caso não possua verbo ou locução
substantivas: que, se. verbal, será classificada como frase nominal, como as
seguintes:
Não sei se o problema foi resolvido.
Fogo!

Locuções Conjuntivas:: expressão que funciona Bom dia, classe.


como uma conjunção, como várias das que foram vis-
tas acima (no entanto, ainda que, à medida que, ao Broa de milho, café quentinho, manhã na roça.
mesmo tempo que etc.).
ANÁLISE SINTÁTICA DO PERÍODO SIMPLES
INTERJEIÇÕES

Interjeições e locuções interjetivas são palavras e Sujeito:


expressões, respectivamente, que exprimem sentimen-
O sujeito é o termo sobre o qual se faz uma afirma-
tos e emoções.
ção.
Viva! Ganhamos o primeiro prêmio!
São as seguintes as classificações do sujeito:
Puxa vida! Somos mesmo azarados!
• Simples: possui apenas um núcleo.
Ei, você! Psiu!
o O país vai mal.
o Os três presos encrenqueiros foram severa-
mente punidos.
05 ANÁLISE SINTÁTICA
• Composto: possui mais de um núcleo.

NOÇÕES GERAIS o Pai e filhos viajarão amanhã.


o Cinco colares e duas pulseiras foram rouba-
Fazer a análise sintática de um período consiste em
dos.
dividir sua estrutura e classificar, de acordo com a fun-
ção, os termos e as orações que o compõem.
• Expresso: aparece explícito na oração. Todos
Na análise sintática, trabalhamos com as orações, os quatro exemplos acima são de sujeitos ex-
que são enunciados que se organizam em torno de um pressos.
verbo ou de uma locução verbal (que, em alguns casos,
estão elípticos, ocultos).
• Elíptico (ou oculto/desinencial): não aparece
As orações compõem um período, o qual pode ser expresso na oração, mas é possível deduzi-lo da
simples ou composto. O período simples tem apenas terminação verbal (desinência).
uma oração em sua estrutura, enquanto o composto
o Fiz mal a você. (sujeito de fiz: “eu”).
apresenta duas ou mais orações.
o Comemos muito bem durante a viagem. (sujeito
As orações se dividem em termos, os quais exercem de comemos: “nós”).
uma função sintática. Esses termos possuem um nú-
cleo, que, em geral, é um substantivo (ou palavra que
funciona como um substantivo, como um pronome) • Indeterminado: não é identificado na frase. Pode
ou um verbo. acontecer em três situações:

As orações apresentam, via de regra, sujeito e pre- 1. Verbo na 3ª pessoa do plural sem que o sujeito
dicado, mas podem, em casos de orações sem sujei- já tenha aparecido anteriormente.
to, apresentar somente o predicado. Veja os exemplos
Reclamaram da qualidade dos produtos.
abaixo. O núcleo do sujeito e o do predicado estarão
em negrito. Arranharam meu carro ontem.

30
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Língua Portuguesa

2. Verbo intransitivo, transitivo indireto ou de 4. Verbos PASSAR, SER e ESTAR, com referên-
ligação + SE na função de índice de indetermi- cia ao tempo.
nação do sujeito.
Olhei o relógio. Já passava das onze da noite.
Vive-se bem na Austrália.
Está tão frio hoje!
Precisa-se de balconistas com experiência.
ATENÇÃO: o verbo ser, apesar de impessoal, con-
Quando se é saudável, nada mais importa. corda com o numeral em frases do tipo:
3. Verbo no infinitivo impessoal. São cinco da manhã!
Vender barato é a chave do sucesso. Daqui a São Paulo são quinhentos quilômetros.
Era difícil sustentar uma família tão grande. Eram dez de agosto daquele ano...

• Agente: pratica a ação expressa pelo verbo.


o Uma quadrilha de traficantes domina aquele PREDICAÇÃO VERBAL
pequeno bairro.
Trata-se da maneira como o verbo forma o predica-
o Os maratonistas competirão no próximo mês. do. Podem-se classificar os verbos como:
• Paciente: sofre a ação expressa pelo verbo.
• Verbos intransitivos: possuem sentido completo
o Algumas pessoas são perseguidas pelo pas-
e, por isso, não precisam ser complementados por ob-
sado.
jeto direto ou indireto. Os verbos intransitivos, toda-
o Roubaram-se mais carros durante esta semana via, podem vir acompanhados de adjunto adverbial e
do que ao longo de todo o mês passado. de predicativo do sujeito.
• Reflexivo (agente e paciente): é o sujeito da À noite, as cidades dormem.
voz reflexiva, que pratica e sofre, simultanea-
mente, a ação. Dez reais bastam para pagar a conta.

o O cozinheiro se cortou durante o expediente. Cheguei cansado.

o Eu me via cada vez mais preocupado com o fu- No ano passado, morreram milhares de recém-nas-
turo. cidos.

Sujeito Inexistente: em alguns casos, a oração é • Verbos transitivos diretos: necessitam de comple-
composta somente por predicado, ou seja, não possui mento sem preposição (objeto direto).
sujeito. Isso acontece nas seguintes situações:
Vendi o carro ontem.
1. Verbo HAVER (= existir, ocorrer): sempre fica Precisamos comprar mais roupas.
na 3ª pessoa do singular.
Ele fará tudo imediatamente.
Há tanta coisa errada neste lugar...
Houve um acidente na avenida principal. • Verbos transitivos indiretos: necessitam de com-
plemento com preposição (objeto indireto)
2. Verbos HAVER e FAZER (= tempo decorrido):
Milhões de pessoas assistiram àquele filme nos ci-
sempre ficam na 3ª do singular.
nemas.
Faz mais de dez anos que ele se foi.
Não gostei das suas atitudes.
Cheguei ao Brasil há vinte anos.
Antônio queria muito bem aos amigos.
3. Verbos que exprimem fenômenos da nature-
za: ficam sempre na 3ª do singular. • Verbos transitivos diretos e indiretos (ou bitran-
sitivos): apresentam objeto direto e objeto indireto, si-
Ventou muito ontem à noite. multaneamente.
Sempre chove no verão.
Perdoe as ofensas a seus inimigos.
ATENÇÃO: se usados no sentido, tais verbos dei- Ontem o chefe comunicou a todos a mudança na
xam de ser impessoais e passam a concordar nor- escala de serviço.
malmente com o sujeito:
Ofereça um café à visita!
Choviam pretendentes na horta daquela bela
moça.
• Verbos de ligação - para ser classificado como de
Acredito que amanhecerão dias de mais felicida- ligação, um verbo deve ligar o sujeito a um predicativo
de. e estar na lista abaixo:

31
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Ser, estar, permanecer, ficar, continuar, parecer, 2. Objeto indireto: completa verbos transitivos
tornar-se, virar (=tornar-se), andar (= estar), viver (= indiretos ou verbos bitransitivos. A preposição que o
estar). rege vem expressa (primeiro exemplo) ou implícita
(segundo exemplo):
Mário tornou-se uma pessoa amarga.
Muitas pessoas desobedecem às leis de trânsito.
Aquela menina vive triste.
Deu-lhe uma justificativa falsa.
O Brasil é, há tempos, o gigante adormecido.
a. objeto indireto pleonástico: aparece repetido,
TERMOS RELACIONADOS AO VERBO uma vez na forma nominal, outra na pronominal.
1. Objeto direto: completa verbos transitivos dire- Aos brigões, basta-lhes o prazer do conflito.
tos ou verbos bitransitivos e , via de regra, não é intro-
duzido por preposição.
3. Agente da passiva: indica quem pratica a ação
Obteve a aprovação dos mestres. expressa pelo verbo na voz passiva. É sempre introdu-
Havia um problema ali. zido por por, pelo, pela ou de.

Além da forma corriqueira, a exemplo dos perío- O artista foi vaiado pelo público.
dos acima, o objeto direto também pode ser:
Eu era conhecido de todos naquela pequena cidade.
a. pleonástico: ocorre quando se repete na es-
trutura da frase, aparecendo uma vez na forma
substantiva e, na outra, na forma pronominal: 4. Adjunto adverbial: acrescenta uma circunstân-
cia à oração. O adjunto adverbial modifica, em geral,
Este livro, já o li três vezes. o verbo, mas pode modificar também o adjetivo ou o
advérbio.
b. intrínseco: existe quando o objeto direto é da
mesma família que o verbo que complementa. A função de adjunto adverbial é exercida pelos ad-
Aparece, no geral, quando se usam verbos in- vérbios e pelas locuções adverbiais.
transitivos como se transitivos diretos fossem:
“Meus heróis morreram de overdose.” (Cazuza) -
Aquele político corrupto, ao ser condenado, chorou o Adjunto adverbial de causa.
choro da vergonha.
Venha hoje. - Adjunto adverbial de tempo.
c. preposicionado: assim se classifica o objeto di-
Observações:
reto que é introduzido por preposição não exigi-
da pelo verbo. Neste caso, o uso da preposição • Os adjuntos adverbiais classificam-se da mes-
se justifica por outras razões diversas da transi- ma forma que os advérbios e as locuções adver-
tividade verbal, como nos exemplos abaixo: biais.
• quando um pronome pessoal oblíquo tônico • Antes de adjuntos adverbiais de modo e de
exerce a função de objeto direto: tempo, a preposição pode ser omitida:
o Julgava a mim sem pensar nas consequências. o Olhos bem abertos, observava tudo (ou “de
• quando o pronome relativo quem exerce a olhos bem abertos...”)
função de objeto direto (vem precedido da pre- o Aquele dia, fui ao cinema. (ou “naquele
posição A): dia...”).
o Passou a vida seguindo aquele cantor a quem
idolatrava.
TERMOS RELACIONADOS AO NOME
• para evitar ambiguidade (confusão entre su-
jeito e objeto): 1. Adjunto adnominal: termo que acompanha
o Venceu o bem o mal. (Quem vence? Quem substantivos concretos ou abstratos, determinando-os.
perde? A única forma de ter certeza é com o Pode vir ou não introduzido por preposição.
uso do OD preposicionado). Aquele concurseiro comprou apostilas excelentes.
o Venceu o bem ao mal. (Fica claro que o “der- (“aquele” determina “concurseiro”; “excelen-
rotado” é o mal - OD preposicionado). tes” determina “apostilas”).
• para dar destaque ao complemento ou conce- A água do mar é salgada.
der-lhe um novo significado:
(“a” e “do mar” determinam “água”).
o Amar a Deus sobre todas as coisas.
o “Chegou a costureira, pegou do pano...” (Ma- 2. Complemento nominal: termo que completa o
chado de Assis) sentido de advérbios, adjetivos e de substantivos abs-

32
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Língua Portuguesa

tratos (nunca dos concretos). O complemento nominal Quando houver dúvida, procede-se à seguinte aná-
vem sempre regido de preposição. lise:
Como a juventude é muito valorizada, as pessoas vi- • Substantivo abstrato + preposição + termo
vem em constante batalha contra o tempo. com natureza ativa: adjunto adnominal.
Este filme é impróprio para menores. • Substantivo abstrato + preposição + termo
As Forças Armadas atuam na defesa da pátria. com natureza passiva: complemento nominal.
Exemplos:
3. Aposto: termo que explica, desenvolve, resume O cálculo das prestações estava incorreto.
ou especifica algum outro termo da oração. No geral,
vem isolado por vírgulas (por vezes, também se separa As prestações foram calculadas, ou seja, sofreram
por dois pontos ou travessões). a ação. Sendo assim, trata-se de um complemento no-
minal.
Eu só tenho um problema: falta de dinheiro.
O cálculo do aluno estava incorreto.
Estudante esforçado, passou em primeiro lugar.
O aluno calculou, ou seja, praticou a ação. Sendo
O homem mais rico do Brasil, isto é, Eike Batista, per- assim, trata-se de um adjunto adnominal.
deu muitos bilhões em 2012.

Atenção: o aposto pode se referir a outro aposto: VOCATIVO


Aquela ali é Ana, filha de Marcos, um rico empresá- O vocativo é um termo independente, que não faz
rio. parte da estrutura oracional. É um chamamento, usa-
do para interpelar a 2ª pessoa do discurso (aquela a
quem se dirige o emissor, seja ela uma um ser huma-
4. Predicativo do sujeito: termo que atribui uma no, um lugar, uma coisa, um animal etc). O vocativo,
característica ao sujeito. No geral, é a ele conectado por no geral, vem separado ou isolado por vírgula, mas
um verbo de ligação, mas pode aparecer com outros pode ser sucedido de ponto de exclamação ou interro-
tipos de verbos. gação (ou ambos, para ênfase).
Tornou-se, finalmente, um profissional de suces- Alunos, prestem atenção, por favor.
so.
Maria?! Venha aqui!
Éramos seis.
“Serenai, verdes mares” (José de Alencar)
Alegres, os foliões iam passando pela avenida. (=
Os foliões iam passando pela avenida e estavam
alegres). PREDICADO

O predicado é a afirmação que se faz a respeito de


5. Predicativo do objeto: termo que atribui uma ca- um sujeito. Uma vez identificado o sujeito, todo o res-
racterística ao objeto de um VTD, VTDI ou VTI. Apa- tante será o predicado (exceto pelo vocativo, que não
rece, no geral, com objetos diretos. faz parte da estrutura oracional).
O juiz considerou a petição inepta. O predicado pode ser verbal, nominal ou verbo-
Chamou ao filho Marcos. -nominal.

Considerei inconveniente seu comentário.


1. Predicado verbal: o seu núcleo é somente o ver-
bo, seja ou não seguido de complementos. Pode acon-
ATENÇÃO: diferenciando adjunto adnominal de
tecer com verbos intransitivos e transitivos (VTD, VTI
complemento nominal
e VTDI), desde que não haja predicativo do sujeito ou
do objeto. Nos exemplos abaixo, os predicados estarão
A única situação em que pode haver confusão en-
sublinhados e seus núcleos, em negrito:
tre complemento nominal e adjunto adnominal é a se-
guinte: substantivo abstrato relacionado a um termo Muitos bebês nasceram.
preposicionado. Isso ocorre porque:
Enviaram-se a milhares de eleitores panfletos da
• Complemento nominal completa o sentido de campanha.
adjetivos, advérbios e substantivos abstratos e Há milhares de insetos aqui.
vem sempre precedido de preposição;
• Adjunto adnominal acompanha substantivos 2. Predicado nominal: o seu núcleo é um substanti-
concretos e substantivos abstratos e pode vir vo, um adjetivo ou um pronome (nomes). Constrói-se
precedido de preposição ou não. a partir de um verbo de ligação, que o une ao sujeito.

33
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

São Paulo é a maior cidade do Brasil. tipo de período, conectam-se orações de mesma natu-
reza sintática, ou seja, uma não exerce função sintática
Eu continuo doente.
na outra. São orações independentes sintaticamente.
A ladra é aquela.
As orações coordenadas podem ser assindéticas ou
sindéticas.
3. Predicado verbo-nominal: possui dois núcleos -
um verbo e um nome. Constrói-se com verbos intran-
sitivos ou transitivos (VTD, VTI ou VTDI) + predicati- Orações Coordenadas Assindéticas: aparecem
vo do sujeito ou predicativo do objeto. uma ao lado da outra, mas não são ligadas por conjun-
ção. Exemplos:
Chegamos cansados.
“[Eu perco o chão], [eu não acho as palavras], [eu ando
As crianças assistiram ao filme empolgadas.
tão triste..].” (Adriana Calcanhotto).
Os pais chamaram a filha de Ana.
[Fui até o banco],[ paguei as contas]
O Brasil considerou desleais os ataques estrangei-
ros.
Orações Coordenadas Sindéticas: apresentam
ANÁLISE SINTÁTICA DO PERÍODO conjunção. As orações sindéticas podem ser de cinco
COMPOSTO tipos e, com se verá abaixo, são classificadas de acordo
com a conjunção que apresentam.
Atente-se para os seguintes conceitos:
1. Aditivas: transmitem a noção de sequência de
acontecimentos, de fatos, de pensamento. Ideia de adi-
a. Oração: enunciado construído em torno de um ção.
verbo ou locução verbal. Pode ou não apresentar sen-
tido completo. Principais conectores: e, nem, mas também, mas ainda,
senão também, como também, bem como.
b. Frase: enunciado com sentido completo. Pode ter Cheguei, abri a porta e entrei.
verbo (e ser, assim, uma oração) ou não. Se não tiver,
• Cheguei: oração coordenada assindética.
será uma frase nominal.
• Abri a porta: oração coordenada assindética.
c. Período: enunciado constituído por uma ou mais
• E entrei: oração coordenada sindética aditiva.
orações e que apresenta sentido completo. O período
pode ser: Não só estuda, mas também trabalha.
• Simples: constituído de apenas uma oração, Não posso e nem quero fazer isso.
que recebe o nome de oração absoluta.

• Composto: constituído de duas ou mais ora-


ções. O período pode ser composto por coorde- 2. Adversativas: expressam um contraste, uma opo-
nação, subordinação ou coordenação e subordi- sição.
nação simultaneamente.
Principais conectores: mas, porém, todavia, contudo,
Exemplo de período simples: entretanto, senão, ao passo que, no entanto, não obstante,
apesar disso, em todo caso.
A polícia enfrenta problemas graves na corporação.
Saiu cedo, mas chegou atrasado.
Exemplos de período composto (orações dentro de
• Saiu cedo: oração coordenada assindética.
colchetes):
• Mas chegou atrasado: oração coordenada assindé-
[Ainda que tenham sido construídas ruas mais largas,]
tica adversativa.
[o problema do trânsito persiste.]
Muito investimento foi feito, porém não houve re-
[Correu], [pulou], [brincou o dia inteiro].
sultados.
[Conhecemos lugares] [onde fatos históricos acontece- Eles estudaram pouco, todavia foram aprovados.
ram.]

3. Alternativas: transmitem ideia de alternância, es-


PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO colha.

O período é composto por coordenação quando Principais conectores: ou, ou...ou, ora...ora, já...já,
apresenta somente orações coordenadas entre si. Nesse quer...quer, etc.

34
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Língua Portuguesa

Venha logo ou perderá a novela. Não confunda a oração coordenada explicativa com
a oração subordinada adverbial causal. Esta introduz
• Venha logo: oração coordenada assindética.
o fato gerador do que se afirma na oração principal;
• Ou perderá a novela: oração coordenada sindética aquela traz uma justificativa ou uma evidência para o
alternativa. que é dito na oração com que se relaciona.

Ou você se empenha mais, ou perde o emprego! • Ele está doente porque tomou chuva ontem.
(Causal. Ter tomado chuva gera a doença).
Na construção civil, deve-se fazer um bom projeto ou
se correrá um risco alto. • Ele deve estar doente, porque não vai ao trabalho
há dias. (Explicativa. A ausência ao trabalho não é a
Ora faz frio, ora faz calor.
causa da doença, mas a evidência em que se baseia a
suposição do falante).
4. Conclusivas: expressam uma decorrência lógica,
uma conclusão do que se afirma na outra oração.
PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO
Principais conectores: logo, portanto, então, por conse-
guinte, pois (posposto ao verbo), por isso. No período composto por subordinação, umas ora-
Ele é muito sábio: escuta, pois, seus conselhos. ções (subordinadas) funcionam como termos de ou-
tras (principais). Aquelas exercem funções sintáticas
• Ele é muito sábio:oração coordenada assindética. nestas.
• Escuta, pois, seus conselhos: oração coordenada Veja um exemplo:
sindética conclusiva.
Solicitei que me enviassem os documentos.
Trabalhou como nunca havia trabalhado antes, por
isso ganhou muito dinheiro. • Solicitei: oração principal.
Ele é um bandido, logo deve ir para a cadeia. • Que me enviassem os documentos: oração subordi-
nada substantiva objetiva direta (exerce a função de
5. Explicativas: introduzem uma explicação, um objeto direto da principal).
motivo para que se diga algo (aquilo que é dito na ou-
tra oração). As orações subordinadas podem ser de três tipos:
adjetivas, adverbiais e substantivas. A classificação de-
Principais conectores: que, porque, porquanto, pois pende da função que elas exercem na oração principal.
(anteposto ao verbo).
As orações subordinadas podem ser:
Escuta seus conselhos, pois ele é muito sábio.

• Escuta seus conselhos: oração coordenada assin- A. Adjetivas, que se subdividem em:
dética.
• Explicativas
• Pois ele é muito sábio: oração coordenada sindé-
tica explicativa. • Restritivas

Obs.: o uso do pronome “seus”, nas duas frases B. Adverbiais, que se subdividem em:
acima, não gera ambiguidade. Isso se deve ao fato
de o emissor dirigir-se ao receptor em 2ª pessoa, • Causais
tratando-o por “tu” (o verbo “escuta” é o impe- • Consecutivas
rativo de “escutar” na 2ª pessoa do singular - tu).
Logo, no caso, “seus conselhos” só pode se referir • Conformativas
à pessoa de quem se fala, ao sábio, e de forma • Concessivas
alguma ao receptor da mensagem.
• Comparativas
Não invente desculpas, que é muito pior. • Condicionais
Choveu, porque o chão está molhado. • Finais
Atente-se para o seguinte: • Temporais

Os conectores “e” e “mas” podem ser usados um • Proporcionais


com o valor do outro.
Observação: existem também as orações adver-
• Foi elogiado e não agradeceu. (=mas) biais modais e locativas, não previstas pela No-
menclatura Gramatical Brasileira, citadas por gra-
• “Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do
máticos como Cegalla.
mal...” (=e)

35
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

C.Substantivas, que se subdividem em 1 - Separar a oração adjetiva;


• Subjetivas 2 - Encontrar o referente do pronome relativo;
• Objetivas diretas 3 - Substituir, na oração adjetiva separada, o pro-
nome relativo pelo referente;
• Objetivas indiretas
4 - Fazer a análise sintática da oração separada,
• Predicativas mas já com o referente no lugar do pronome re-
lativo.
• Completivas nominais
Exemplo: qual a função do termo sublinhado no
• Apositivas exemplo abaixo?
Eu não gosto de pessoas que mentem.
Observação: existem também, ainda que não
mencionadas pela Nomenclatura Gramatical Bra- Passo 01: separar a oração adjetiva
sileira, as orações substantivas que exercem fun- • Que mentem.
ção de agente da passiva.
Passo 02: encontrar o referente do pronome rela-
tivo (estará sempre antes dele!)
Orações Subordinadas Adjetivas:
• Pessoas
São orações que equivalem a um adjetivo.
Passo 03: substituir o pronome relativo pelo refe-
São introduzidas por pronome relativo. rente na oração adjetiva.
• Que mentem: pessoas mentem.
1.Orações subordinadas adjetivas explicativas: ex-
Passo 04: fazer a análise da oração criada.
plicam o sentido de um termo antecedente (substan-
tivo ou palavra em função substantiva). Referem-se a • Pessoas mentem.
todos os elementos de um conjunto (mesmo que esse
o Pessoas: sujeito; mentem: VI.
conjunto seja unitário), ou seja, não restringe o signifi-
cado do termo retomado. RESPOSTA: o pronome relativo QUE exerce a fun-
ção de sujeito.
As orações explicativas vêm separadas ou isoladas
por vírgula.
Orações Subordinadas Adverbiais:
Muitas pessoas querem visitar o Brasil, que agora
está no centro das atenções. São orações que exercem a função de adjunto ad-
verbial.
Mário, o qual nasceu pobre, venceu na vida.
São introduzidas pelas conjunções subordinativas
Meu tio, que chegou do exterior, trouxe-me pre- adverbiais.
sentes.
1. Orações subordinadas adverbiais causais: ex-
2. Orações subordinadas adjetivas restritivas: reto- pressam a causa daquilo que é dito na oração princi-
mam um termo antecedente limitando sua significa- pal.
ção, ou seja, restringindo-o. Principais conectores: porque, que, pois, como, por-
Cão que ladra não morde. quanto, visto que, visto como, já que, uma vez que, desde
que.
Os políticos cujos mandados foram cassados se-
quer se envergonharam. A menina esta chorando porque se machucou.
Uma vez que foram empossados mais fiscais
Criminosos que não representam risco à socie- da receita, a fiscalização aumentou na alfândega.
dade deveriam pagar multas altas e prestar serviço
comunitário. Como aqueles alunos não faziam silêncio, ex-
pulsei-os de sala.
IMPORTANTE: FUNÇÃO SINTÁTICA DOS PRONO-
MES RELATIVOS 2. Orações subordinadas adverbiais consecutivas:
expressam a consequência daquilo que se afirma na
Os pronomes relativos exercem função sintáti-
oração principal.
ca nas orações que introduzem. Essa função é a
mesma que seria exercida pelo termo retomado Principais conectores: que (precedido dos termos
(chamado referente) se ele estivesse lá. Logo, para intensificadores tal, tão, tanto, tamanho, que às vezes
descobrir a função sintática de um pronome rela- podem vir subentendidos), de sorte que, de modo que,
tivo, devemos seguir estes passos: de forma que, de maneira que, sem que, que (não).

36
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Língua Portuguesa

O frio era tanto que não saímos de casa. Tudo dará certo desde que você diga a verdade.
No último fim de semana estive ocupado, de sorte Os consumidores ficarão felizes caso a redução nas
que não fui à festa. tarifas de energia realmente aconteça.
Andei que meu pés doeram. (= andei tanto Se você quiser, envio-lhe minhas anotações.
que...)
7. Orações subordinadas adverbiais finais: indicam
3. Orações subordinadas adverbiais conformativas: a finalidade, o objetivo daquilo que e expresso na ora-
indicam que algo acontece em conformidade com o ção principal.
fato expresso na oração principal.
Principais conectores: para que, a fim de que, que (=
Principais conectores: como, conforme, segundo, con- para que).
soante.
Experimente para que possa avaliar.
Fez tudo como manda a lei.
O município criou programas sociais a fim de que
Segundo me disseram, o governador estará na ci- se reduzam os níveis de criminalidade.
dade amanhã.
O processo licitatório, conforme no informaram 8. Orações subordinadas adverbiais temporais: ex-
as autoridades, será finalizado em uma semana. pressam o momento em que ocorre o fato da oração
principal.
4. Orações subordinadas adverbiais concessivas:
Principais conectores: quando, enquanto, logo que,
introduzem um fato que é aceito, admitido, em oposi-
mal (= logo que), sempre que, assim que, desde que, antes
ção ao fato apresentado pela oração principal. É como que, depois que, até que, agora que, ao mesmo tempo que,
se fosse uma quebra de expectativa. toda vez que.
Principais conectores: embora, conquanto, que, ainda Mal entrei no banho, bateram à porta.
que, mesmo que, ainda quando, mesmo quando, posto que,
por mais que, por muito que, por menos que, se bem que, em Enquanto aguardo minha vez, leio um livro.
que pese... O turismo só vai melhorar em certas cidades quan-
do problemas de segurança pública forem re-
Por mais que eu quisesse, não me esquecia.
solvidos.
Não conquistou a simpatia dos presentes embora
fosse muito agradável.
9. Proporcionais: indicam proporcionalidade ente
Posto que chovesse, fomos todos nadar. os fatos enunciados.

Principais conectores: à proporção que, à medida que,


5. Orações subordinadas adverbiais comparativas: ao passo que, quanto mais... (tanto mais), quanto mais...
contêm o segundo elemento de uma comparação. (tanto menos), quanto menos... (tanto mais), quanto mais...
(mais), (tanto)... quanto.
Principais conectores: como, (tal) qual, tal e qual, as-
sim como, (tal) como, (tão/tanto) como, (mais) que/(mais) do Quanto mais você reclama, menos eu me importo.
que, (menos) que/(menos) do que, (tanto) quanto, que nem,
feito (= como, do mesmo modo que), o mesmo que (= como). Os indicadores sociais melhoram à medida que a dis-
tribuição de renda aumenta.
O carro é tal qual você havia dito.
O poder de compra diminui ao passo que a inflação
Aqueles olhos luziam como brilha uma estrela. sobe.
O verbo da oração comparativa, por muitas vezes
Existem, como foi dito, orações adverbiais que
ser igual ao da oração principal, pode vir subenten-
não são oficialmente previstas pela Nomenclatura
dido:
Gramatical Brasileira, mas que são reconhecidas pelos
Ele fala tanto quanto a mãe (fala). gramáticos e cobradas em concursos. A mais comum
é a oração adverbial modal, que transmite a ideia de
6. Orações subordinadas adverbiais condicionais: modo, como a que segue:
expressam uma condição, um fato sem o qual aquilo Entrou em casa sem que ninguém o ouvisse.
que está expresso na oração principal não pode ocor-
rer. São comuns também as orações adverbiais
locativas,que equivalem a um adjunto adverbial de lu-
Principais conectores: se, caso, contanto que, desde gar, como esta:
que, salvo se, sem que (= se não), a não ser que, a menos que,
dado que. “Onde me espetam, fico.” (Machado de Assis)

37
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Orações Subordinadas Substantivas: 6. Orações subordinadas substantivas apositivas:


funcionam como aposto de um termo da oração prin-
As orações subordinadas substantivas exercem cipal. Vêm separas por vírgula ou dois pontos.
funções próprias de substantivos.
Tenho apenas um grande receio: que não me apro-
São introduzidas por conjunções integrantes (que, vem no exame de direção.
se), pronomes indefinidos (quem, qual, que, quanto)
e advérbios interrogativos (como, quando, onde, por Desejo uma coisa: que façam uma boa viagem.
que, quão).
Como mencionado, existem orações substantivas
que exercem a função de agente da passiva, com esta:
1.Orações subordinadas substantivas subjetivas:
exercem a função de sujeito do verbo da oração prin- A casa foi demolida por quem dirigia o trator.
cipal.

Sabe-se que nada será feito. ORAÇÕES REDUZIDAS

Pode me dar ordens quem paga meu salário. Orações reduzidas são aquelas que não possuem
conector e apresentam verbo em uma das formas no-
Ficou decidido que eu seria o novo síndico. minais (infinitivo, gerúndio ou particípio).

As orações reduzidas, em geral, podem ser desen-


2. Orações subordinadas substantivas objetivas di- volvidas. Para isso, basta conceder-lhes um conector e
retas: são objeto direto do verbo da oração principal. conjugar o verbo. Alguns exemplos:
Esqueci onde parei o carro. Espero poder te encontrar. - Espero que possa te en-
contrar.
Não sei quantos virão ao evento.
Estudando bastante, aprenderá. - Se estudar bastan-
Peço que me compreenda. te, aprenderá.

3. Orações subordinadas substantivas objetivas in- Alguns exemplos de orações reduzidas com suas
diretas: são objeto indireto do verbo da oração princi- classificações:
pal.

Não se esqueça de que tem compromisso hoje. a. Orações reduzidas de infinitivo:

Entregarei a encomenda a quem estiver no lo- • Oração substantiva subjetiva reduzida de in-
cal. finitivo:
o Custou-me terminar a faculdade.
Todos insistiam em que as mudanças fossem re-
alizadas. • Oração substantiva objetiva direta reduzida
de infinitivo:
o Algumas pessoas sabem envelhecer bem.
4. Orações subordinadas substantivas predicati-
vas: funcionam como predicativo do sujeito da oração • Oração subordinada adverbial temporal:
principal. o Ao correr, use calçados apropriados.
Seu medo era que acontecesse algum acidente. • Oração subordinada adverbial temporal redu-
zida de infinitivo:
Mariana é quem mais estuda.
o Para passar logo no concurso, estudo várias ho-
Para mim, lar é onde a família está. ras por dia.

5. Orações subordinadas substantivas completivas b. Orações reduzidas de gerúndio:


nominais: funcionam como complemento nominal de • Oração subordinada adjetiva reduzida de gerúndio:
um termo da oração principal. Vêm regidas de prepo-
sição. o Vi meus amigos bebendo no bar. (= que bebiam
no bar)
Sou contrário a que prendam os manifestantes.
• Oração subordinada adverbial condicional re-
De vez em quando, tenho a sensação de que estou duzida de gerúndio:
sendo observado. o Tentando, conseguirá. (=se tentar)
Aqueles rapazes eram muito gratos a quem os aju- • Oração coordenada aditiva reduzida de ge-
dara. rúndio:

38
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Língua Portuguesa

o Afastou-se depressa, sumindo no horizonte. (= que o maltratam) são orações subordinadas ad-
e sumiu) jetivas restritivas. Elas são coordenadas entre si
e subordinadas a só tem amigos, que é a oração
principal do período.
c. Orações reduzidas de particípio:
[Quando eu saí de casa] e [peguei o táxi], [a chuva já
• Oração subordinada adjetiva reduzida de par- estava caindo].
ticípio:
• As orações quando eu saí de casa e peguei o
o O menino quebrou o carrinho comprado pelo
táxi (= quando peguei o táxi) são orações adver-
pai. (= que o pai comprou)
biais coordenadas entre si e subordinadas a a
• Oração subordinada adverbial temporal redu- chuva já estava caindo, que é a oração principal
zida de particípio: do período.
o Terminada a aula, os alunos deixaram o curso.
(= quando terminou) ORAÇÕES INTERFERENTES OU
INTERCALADAS
• Oração subordinada adverbial causal reduzi-
da de particípio: São orações que não fazem parte do período, mas a
o Muito envolvido com o trabalho, esqueceu-se ele são acrescentadas como um comentário, uma res-
do aniversário da esposa. (= porque estava muito salva, uma opinião, um esclarecimento ou, até mesmo,
envolvido) a indicação da fala de alguém.

Os exemplos acima não esgotam todos os tipos de Podem vir entre vírgulas, entre parêntesis ou entre
orações reduzidas existentes. travessões.

Certa vez, disse ele, encontrei-me com uma celebri-


dade nesta praça.
PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO E
SUBORDINAÇÃO E agora - pensava Ana - preciso concentrar-me no-
vamente nos estudos.
O período pode, simultaneamente, apresentar ora-
ções coordenadas e subordinadas, sendo composto Meus melhores amigos da infância (digo com pe-
por coordenação e subordinação. Esse tipo de período sar) já não mantêm mais contato comigo.
pode ser chamado também de período misto.

[Escutei tudo com atenção] e [percebi] [que a situação


era séria.] 06 REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
• As orações escutei tudo com atenção e percebi
são orações coordenadas entre si. O estudo da regência visa a determinar como se dá
a complementação de verbos e nomes.
• Percebi é, além de oração coordenada, oração
principal de que a situação era séria. O que mais se cobra em provas em relação a este
assunto é a regência verbal. Por isso, veremos alguns
• Que a situação era séria é oração subordinada
casos importantes.
a percebi. Exerce função de objeto direto.
Orações subordinadas podem ser coordenadas en-
CASOS DE REGÊNCIA VERBAL
tre si. Veja:

[Para passar num concurso],[é importante] [que estude]


1.São intransitivos os verbos ir, chegar, compare-
e [que se mantenha calmo na hora da prova].
cer, voltar, retornar. Esses verbos devem ser usados
• As orações que estude e que se mantenha cal- com a preposição (A).
mo na hora da prova são coordenadas entre si, • Chegou em casa. (ERRADO)
mas ambas são orações substantivas e exercem
função de sujeito do verbo “ser”, da oração é • Chegou a casa. (CERTO)
importante. Esta é a oração principal daquelas.
• O ministro das relações exteriores compareceu à
• Para passar num concurso é oração adverbial reunião da ONU.
reduzida, também subordinada, e que exerce a
função de adjunto adverbial de finalidade nesse • Voltarei à Europa no próximo ano.
período.
Observação: é possível usar alguns desses verbos
[Só tem amigos] [que o ofendem] e [o maltratam.] com a preposição (DE), desde que eles indiquem
origem: ele acabou de chegar dos Estados Unidos.
• As orações que o ofendem e o maltratam (=

39
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

2. São transitivos diretos os verbos namorar, pisar acompanha os nomes felicidade e dinheiro).
e implicar.
Observação: o verbo preferir pode ser usado
• O atraso na devolução dos livros implicará multa. como VTD: prefiro este carro.
• Cuidado para não pisar o cimento fresco.
8. Os verbos obedecer e desobedecer são transiti-
3. São transitivos indiretos os verbos simpati- vos indiretos e exigem a preposição (A).
zar e antipatizar. Esses verbos existem a preposição • Não desobedeça a seus pais.
(COM) e não são pronominais.
• O julgamento dos acusados de corrupção obedeceu
• Simpatizei-me com o grupo. (ERRADO) às normas processuais.
• Simpatizei com o grupo. (CERTO)
9. Os verbos esquece e lembrar podem ser usados
de três maneiras:
4.Os verbos informar, comunicar, cientificar, avi-
sar, notificar e outros de significação semelhante são, • VTD e não pronominal:
normalmente, bitransitivos, devendo apresentar um
OD e um OI. As preposições aceitas são (DE) ou (SO- o As pessoas esquecem a realidade.
BRE). o Lembrei a data da prova.
• Informou-lhe sobre os novos preços. (ERRADO -
dois objetivos indiretos). • VTI e pronominal (preposição DE):
• Informou-o os novos preços. (ERRADO - dois ob- o As pessoas se esquecem da realidade.
jetos diretos).
o Lembrei-me da data da prova.
• Informou-lhe os novos preços. (CERTO)
• Regência clássica: o verbo é VTI (preposição A)
• Informou-o dos (ou sobre os) novos preços. (CER-
e apresenta como sujeito o fato que é lembrado ou es-
TO).
quecido.

5. Os verbos pagar e perdoar são transitivos dire- o Esqueceram-me todos os problemas quando você
tos com pessoas e indiretos com coisas (preposição chegou.
A). Podem ser bitransitivos, desde que sigam a regra Sujeito: todos os problemas.
enunciada.
OI: me.
• Pagou a dívida. (VTD - coisa)
• Pagou ao credor. (VTI - pessoa) O sentido é equivalente a este: eu me esqueci de todos
os problemas quando você chegou.
• Pagou a dívida ao credor. (VTDI)
• Pagou-lhe a dívida. (LHE - OI; a dívida - OD)
10. Há diversos verbos que mudam de sentido
• Pagou-a ao credor.(A - OD; ao credor - OI) quando mudam de regência.

a. Aspirar
6. O verbo atender é preferencialmente transitivo
direto com pessoas e indireto com coisas Preposição • = desejar: VTI (prep. A)
A).
o Aspira a um cargo público há anos.
• Naquela loja atendem muito bem os clientes.
• = cheirar, sugar: VTD
• Naquela loja atendem muito bem aos pedidos dos
o É bom aspirar o ar puro do campo.
clientes.

b. Assistir
7. O verbo preferir é, normalmente, bitransitivo.
Seu objeto indireto exige deve ser introduzido pela • = morar: VI (prep. EM)
preposição (A). Não se deve usar expressões como
o Assisto em Belo Horizonte.
mais (do) que, menos (do) que, muito, pouco etc. para
intensificar a preferência. • = ver: VTI (prep. A)
• Prefiro mais estudar do que trabalhar.( ERRADO) o A população assiste às injustiças sociais.
• Prefiro estudar a trabalhar. (CERTO). • = prestar assistência: VTD
• Prefiro mais felicidade a mais dinheiro. (CERTO o Um bom advogado sabe como assistir os clien-
- nessa frase, o “mais” não intensifica o verbo. Ele tes.

40
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Língua Portuguesa

c. Visar REGRAS GERAIS DE CRASE


• = objetivar: VTI (prep. A)
1. . Ocorrerá crase sempre que a preposição A fun-
o Visávamos ao sucesso profissional.
dir-se com
• = dar visto, assinar: VTD
• O artigo a/as
o Pediram-me que visasse o documento.
o Ele mandou flores à amiga. (MANDAR: algo
A alguém - preposição se funde com o artigo
d. Custar
que determina a palavra “amiga”).
• = ser difícil: VTI (prep. A). Apresenta sujeito
o Referiu-se às pessoas que estavam presentes.
oracional
• O pronome demonstrativo a/as (= aquela)
o Custou aos filhos convencer os pais.
o A medida adotada pelo Brasil é semelhante à
Sujeito de custar: convencer os pais.
que foi aplicada na Inglaterra anos atrás. (=
Objeto indireto: aos filhos. aquela que).
o Os filhos custaram a convencer os pais. (ERRA- • O A inicial dos pronomes demonstrativos
DO) aquele(s), aquela(s), aquilo
• = acarretar: VTDI (prep. A). o Entregue o envelope àquele rapaz.
o Pagar a faculdade dos filhos custou sacrifícios
aos pais.
2. Ocorrerá crase na indicação de horas determi-
Sujeito de custar: pagar a faculdade dos filhos.
nadas:
Objeto direto: sacrifícios.
• A posse dos novos vereadores começou às quatro
Objeto indireto: aos pais. da tarde.
Para indicar intervalos de tempos, use DE - A e
e. Proceder DAS - ÀS:
• = ser procedente/ter fundamento: VI
• A aula vai das 13h às 17h ou a aula vai de 13h a
o Este argumento não procede. 17h.
• = comportar-se/agir: VI (pode vir acompanha-
do de adjuntos adverbiais)
3. Ocorrerá crase nas locuções
o Como ele procedeu ontem?
• Adverbiais femininas, como à direita, à es-
• = dar início: VTI (prep. A)
querda, à frente, às vezes, à toa, à mesa etc.
o Procedemos à leitura dos autos.
o Depois de passar pelo restaurante, vire à direi-
ta.
Observação: em muitos casos, a transitividade
verbal é contextual, ou seja, muda conforme o uso • Prepositivas femininas, como à custa de, à for-
que se faz do verbo. É preciso estar sempre atento ça de, à procura de etc.
ao que foi escrito, e não somente memorizar as o Conseguiu tudo o que tem à custa de muito es-
regras. forço.
• Conjuntivas, como à medida que, à proporção
que.
o À medida que o tempo passa, tenho mais certeza
do que quero.
07 CRASE
A crase é o fenômeno sintático definido como a fu- Atenção: sempre haverá crase nas expressões ad-
são de duas vogais iguais. Na língua portuguesa, para verbiais “à moda de” e “à maneira de”, mesmo
fins de concurso, somente interesse a crase que ocorre que “moda” e “maneira” estejam subentendidas
com a vogal A. e mesmo antes de palavra masculina.

A ocorrência de crase é marcada com o uso do acen-


• Bife à milanesa. (= à moda milanesa)
to grave. Note que “crase” é o nome do fenômeno, e
“acento grave” o nome do sinal gráfico usado para • Ele escreve à Machado de Assis. (= à maneira de
marcá-lo. Machado de Assis)

41
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

CASOS PROIBIDOS DE CRASE 8. Depois de preposição, com exceção de ATÉ:

1. Diante de palavras masculinas: O réu deverá comparecer perante a juíza na semana que
vem.
A cozinha cheira a alho.
Todas essas casas velhas darão lugar a edifícios mo-
9. Antes de nomes próprios completos:
dernos.
Envie esta carta a Maria Clara dos Santos, por favor.
2. Diante de palavras femininas usadas em senti-
Observação: se o nome próprio for utilizado em
do geral, indeterminado:
trato íntimo, poderá haver crase. Isso ocorre por-
Não devemos dar confiança a pessoa suspeita. que o uso de artigo antes de nomes de pessoas
indica proximidade. O uso do nome completo, por
Note que, nessa frase, estamos falando de qual- sua vez, indica distanciamento, repelindo o artigo.
quer pessoa suspeita. O uso do acento grave não
acarretaria erro, mas implicaria mudança de senti- Entreguei o presente à Bárbara. (CORRETO - trato
do. Dizer não devemos dar confiança à pessoa sus- familiar)
peita faria com que o suspeito em questão fosse
Entreguei o presente a Bárbara. (CORRETO, mas
alguém conhecido, determinado, e não qualquer
sem denotação familiar)
pessoa do mundo que agisse de forma suspeita.
Entreguei o presente a Bárbara Coelho. (CORRE-
Não dê ouvidos a criança mimada. TO - com o nome completo, a crase não poderá
ocorrer).
3. Em locuções formadas com a repetição de pa-
lavras, como frente a frente, cara a cara, boca a boca, CASOS FACULTATIVOS DE CRASE
gota a gota etc:
1. Antes de pronomes possessivos femininos des-
Eles ficaram cara a cara para resolver o problema.
de que:
• O “A “ esteja no singular;
4. Diante de numerais, exceto em indicação de horas:
• O pronome esteja no singular;
Moro a três quarteirões daqui.
• Não haja palavra subentendida.
5. Diante de artigos indefinidos, pronomes pes- Fez menção a sua última conquista. (CERTO - fa-
soais, pronomes de tratamento, pronomes demons- cultativa)
trativos não iniciados pela letra A e da maioria dos
pronomes indefinidos: Fez menção à sua última conquista. (CERTO - fa-
cultativa)
Na hora do aperto, eles sempre recorrem a mim.
Fez menção a suas últimas conquistas. (CERTO -
Chegaram ao parque a uma hora tranquila. (uma proibida)
hora = hora qualquer, e não 1h).
Fez menção à conquista dele, não às minhas. (CER-
Faça sua pergunta que responderei a você. TO - obrigatória - palavra subentendida - “mi-
Nunca mais contarei segredos a essa pessoa. nhas conquistas”).
Observação: excetuam-se a essa regra os prono- Observação: isso ocorre porque, antes de prono-
mes de tratamento senhora e senhorita: mes possessivos, é facultativo o uso do artigo.
Sou muito agradecido à senhora!
2. Depois da preposição ATÉ
6. Diante de palavras no plural, se o A estiver no
Foi até a padaria.
singular.:
Foi até à padaria.
Sempre manda recados a amigas da faculdade.
Observação: isso ocorre porque, depois da prepo-
Observação: se o “a” for para o plural, ocorrerá sição ATÉ, é facultativo o uso da preposição A.
crase: sempre manda recados às amigas da facul-
dade.
CASOS ESPECIAIS DE CRASE

7. Diante de verbos: 1. Diante de nomes de lugar (topônimos)


Aquela loja vende sofás com preços a partir de quinhen- • Topônimos femininos admitem crase (Bahia,
tos reais. Europa, Inglaterra etc.)

42
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Língua Portuguesa

• Topônimos neutros não admitem crase (Belo grave não é uma questão meramente gramatical, mas
Horizonte, São Paulo, Roma, Minas Gerais etc.) sim de semântica, ou seja, o uso depende daquilo que
se quer dizer. Os exemplos abaixo estão todos corre-
• Topônimos neutros especificados admitem crase. tos, mas possuem diferentes sentidos:
Voltou a Roma naquele Natal. (“Roma” é neutro - • Passou à noite com amigos.
sem crase)
o Passou por algum lugar com amigos e era noite.
Irei à São Paulo da garoa no próximo mês. (“São
Paulo” é neutro, mas está especificado por “da • Passou a noite com amigos.
garoa”). o Esteve com amigos durante o período noturno.
Tenho muita vontade de regressar à Bahia! (“Bahia” • Chegou à tarde.
é feminino - com crase).
o O sujeito (3ª do singular) chegou a algum lugar
Para saber se um topônimo é feminino ou neutro, e era tarde
use a seguinte fórmula:
• Chegou a tarde.
Vou a Belo Horizonte, volto de Belo Horizonte.
o Entardeceu.
(a - de: neutro)
Vou à Itália, volto da Itália. (à - da: feminino)
PARALELISMO SINTÁTICO

2 Diante das palavras terra, casa e distância. Trata-se da estruturação, de maneira idêntica,
de termos coordenados entre si. Veja:
• Sem especificador - sem crase:
• Prefiro português a matemática.
o Eu observo pássaros a distância.
o Não há artigo antes de português, então não
o Cheguei a casa por volta de duas da manhã.(=
deve haver antes de matemática. Assim, não há
residência)
crase.
o Os marinheiros voltara a terra (= chão)
• Prefiro o português à matemática.
• Com especificador - com crase:
o Como o artigo foi usado antes de português,
o Eu observei o pássaro à distância de dez metros. deve também ser usado antes de matemática.
Logo, há crase.
o Cheguei à casa de meus pais por volta das duas
da manhã.
o O astronauta acabou de regressar à Terra. (=
planeta Terra)
08 CONCORDÂNCIA
3. Com os pronomes relativos A QUAL e AS
QUAIS. As regras de concordância determinam que os ter-
Haverá crase quando o termo consequente da ora- mos relacionados entre si devem se combinar em suas
ção adjetiva exigir a preposição A. flexões.

• Aquelas são as pessoas às quais me referi ontem. Existem três tipos de concordância: lógica, atrativa
(Referi-se A algo/alguém). e ideológica (ou silepse).

• Você acabou tomando a atitude à qual eu sempre


• Concordância lógica: feita com o núcleo ou os
fui contrário. (Ser contrário A algo/alguém).
núcleos do termo.
o A maioria das pessoas foi enganada.
4. Antes de QUE e DE.
Haverá crase quando o A(S) for um pronome de-
• Concordância atrativa: feita com o termo mais
monstrativo (com valor de “aquela(s)”).
próximo.
Ele pediu que servíssemos um drink à de azul. (= o A maioria das pessoas foram enganadas.
àquela de azul).
Nenhuma das motos e superior à que você comprou. • Concordância ideológica (ou silepse): feita
(àquela que você comprou). com um termo externo à frase ou com a ideia
que ele sugere.
CRASE E MUDANÇA DE SENTIDO
o Vossa Senhoria está muito bem vestido hoje.
Algumas vezes, optar pelo uso ou não do acento o Os brasileiros somos batalhadores.

43
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

CONCORDÂNCIA VERBAL 3. Casos especiais de concordância:

É a que se estabelece entre o verbo e o seu sujeito. a. Sujeito oracional: o verbo cujo sujeito é uma ora-
ção fica na 3ª do singular.

1. Concordância com o sujeito simples: o verbo É importante que você respeite os mais velhos.
concorda com o sujeito em número e pessoa.
b. Sujeito cujos núcleos sejam verbos no infinitivo:
Vós fostes convocados para depor. se os infinitivos vierem determinados por artigo, o
Eu não sabia nada sobre o assunto. verbo vai para o plural; se não vierem, o verbo pode ir
para o plural ou ficar no singular.
O país pôde representar bem seus interesses durante
as negociações. Medir e avaliar é tarefa importante ou medir e avaliar
Problemas existem. são tarefas...
O medir e o avaliar são tarefas importantes. (só plu-
ral)
2. Concordância com o sujeito composto:

• A regra geral é que o verbo concorde com a soma c. Enumeração + pronome resumidor (tudo, nada,
dos núcleos (vai para o plural). ninguém etc): verbo concorda com o pronome.

o Esperança, fé e perseverança eram seus maiores Dinheiro, joias, mansões, carros, nada o satisfazia.
trunfos.
o Alunos e diretores reuniram-se durante horas. d. Núcleos do sujeito unidos por OU:

• Ideia de exclusão: concorda com o mais próximo:


• Se o sujeito composto vem posposto ao verbo,
pode haver concordância lógica (plural) ou atrativa o Serra ou Aécio concorrerá à presidência pelo
(com o substantivo mais próximo, que pode estar no PSDB nas próximas eleições. (só um deles pode
plural ou no singular). concorrer pelo partido)

o Não existiam cama e mesa naquela casa velha. • Se a ação puder ser praticada pelos dois núcleos:
concorda com ambos:
o Não existia cama e mesa naquela casa velha.
o Só você ou seu sócio podem me ajudar.
o Chegaram cedo os meninos e sua mãe. (Aqui,
como o núcleo mais próximo do verbo está no
plural - os meninos - seja a concordância lógica, e. Núcleos unidos por COM: quando se quer dar
seja atrativa, o verbo ficará no plural). ênfase ao primeiro termo, concorda-se somente com
ele; quando se quer dar a mesma importância aos dois
termos, concorda-se com ambos.
• Se os núcleos do sujeito forem sinônimos ou for-
Eu com meus irmãos preparei o jantar.
marem uma gradação, o verbo poderá ficar no plural
ou no singular. Eu com meus irmãos preparamos o jantar.

o Decência e honestidade é essencial para viver em


f. Núcleos unidos por NEM: no geral, concorda-
sociedade (ou são essenciais).
-se no plural. O verbo fica no singular quando houver
o Uma vontade, um desejo, uma obsessão surgiu de ideia de exclusão.
repente. (ou surgiram).
Nem Maria nem Carlos me chamaram para a festa.
Nem São Paulo nem Brasília sediará as Olimpíadas
• Se o sujeito composto apresentar núcleos de pes- de 2016. (Só uma cidade pode ser sede dos Jogos
soas diferentes, o verbo ira para o plural na pessoa que por vez).
prevalecer: 1ª pessoa prevalece sobre 2ª e 3ª; 2ª pessoa
prevalece sobre a 3ª.
g. Expressões partitivas (a maior parte de, a menor
o Faremos a prova amanhã Marina e eu. (Ela + eu parte de, a maioria, a minoria etc.) ou substantivos co-
= Nós) letivos + determinante no plural: verbo pode ficar no
singular ou ir para o plural.
o Tu e tua irmã sois grandes amigos.
A maioria dos presentes reclamou/reclamaram da
Observação: muitos escritores consideram equi- organização do evento.
valentes a 2ª e a 3ª pessoas, não estabelecendo Uma multidão de estudantes protestou/protesta-
prevalência entre elas. ram contra o aumento das tarifas de ônibus.

44
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Língua Portuguesa

h. Um e outro; nem um nem outro: verbo fica, pre- nome de tratamento, os verbos e demais pronomes
ferencialmente, no plural. utilizados ficam na 3ª pessoa do singular ou do plural,
conforme o caso:
Um e outro candidato deixaram o prédio tão logo o
período de sigilo das provas acabou. Vossa Alteza governa com sabedoria.
Vossas Excelências querem que mandemos entregar
i. Um ou outro: verbo concorda no singular. os documentos em suas casas?
Somente um ou outro sortudo passa no concurso
sem estudar muito. p. Substantivos próprios no plural (Estados Unidos,
Andes, Campinas, Minas Gerais etc.): se o nome vier
precedido de artigo, o verbo vai para o plural. Se não,
j. Um dos que/uma das que: verbo faz concordância fica no singular.
lógica ou atrativa.
Minas Gerais é um estado brasileiro.
Aquela mulher foi uma das que tomou/tomaram posse
na Justiça Federal na semana passada. As Minas Gerais têm uma rica história.

q. Verbos impessoais não têm sujeito e, por isso, fi-


k. Pronome interrogativo ou indefinido + NÓS ou
cam na 3ª do singular. O mesmo se aplica aos verbos
VÓS:
auxiliares de verbos impessoais.
• Pronome interrogativo ou indefinido no singular:
Havia sensações estranhas no ar.
verbo no singular:
Vai fazer cinco anos que cheguei a esta cidade. (fa-
o Qual de nós realizará a tarefa? zer é principal e transmite sua impessoalidade ao seu
o Qual de vós é o filho do prefeito? auxiliar, ir).
• Pronome interrogativo ou indefinido no plural: Observação: quando o verbo HAVER funcionar
verbo fica na 3ª do plural (concordando com o prono- como auxiliar de verbos que não sejam impesso-
me interrogativo ou indefinido) ou concorda com NÓS ais, ele terá sujeito e concordará normalmente.
ou VÓS.

o Quantos de nós realizarão/realizaremos as Todas as crianças já haviam feito seus pedidos de


tarefas? Natal.

o Alguns de vós devem/deveis procurar ajuda. Quando você chegou, nós já havíamos jogado ba-
ralho.

l. Expressão de quantidade aproximada + numeral: r. Concordância do verbo SER de ligação.


verbo concorda com o numeral.
O verbo SER concordará com o sujeito:
Mais de um cão foi capturado.
• Quando o sujeito for um nome de pessoa ou um
Mais de duas pessoas chegaram atrasadas.
pronome pessoal reto.
Observação: se houver noção de reciprocidade ao o Maria era só alegrias quando chegou.
se usar “mais de um”, o verbo deve ir para o plu-
ral, como em mais de um dos presentes se encara- o Ela era só alegrias quando chegou.
ram demoradamente. o Eu sou ele amanhã.
O verbo ser concordará com o predicativo do su-
m. Pronome relativo QUE na função de sujeito: ver- jeito :
bo concorda com o referente do pronome QUE.
• Quando o predicativo estiver no plural e o sujeito
Fomos nós que testemunhamos a seu favor.
for coisa:

n. Pronome relativo QUEM na função de sujeito: o A causa dos problemas eram os maus hábitos.
verbo concorda com o referente do pronome QUEM
ou fica na 3ª pessoa do singular. • Quando o sujeito for expressão partitiva e o pre-
dicativo estiver no plural:
Fomos nós quem testemunhamos a seu favor.
o Grande parte são bons alunos.
Fomos nós quem testemunhou a seu favor.
• Se o sujeito não for pronome pessoal reto, quando
o. Pronomes de tratamento: quando o sujeito é pro- o predicativo for substantivo ou pronome pessoal.

45
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

o A cidade somos nós. • Concorda em gênero e número com o substantivo


a que se refere.
• Quando o predicativo é o pronome demonstrati-
o A suntuosa casa tinha jardins magníficos.
vo “o” ou a palavra “coisa”.
• Quando o adjetivo se referir a mais de um subs-
o Casos mal explicados é o que não falta! tantivo:

• Em locuções do tipo é muito, é suficiente, é pou- o POSPOSTO: pode concordar com o conjunto
co, é mais (do) que, é menos (do) que etc. quando o (masculino plural) ou com o mais próximo:
sujeito indica preço, medida, quantidade etc.
Carro e casa caros/cara.
o Cinco reais é bastante para comprar pão.
Sapato e camisas bonitos/bonitas.
s. Verbos bater, soar e dar: concordam com o nu-
o ANTEPOSTO: concorda com o substantivo mais
meral.
proximo:
Bateram dez horas.
Antigos pratos e xícaras estavam expostos no anti-
quário.
t. Verbo parecer: quando se usa o verbo parecer +
infinitivo, pode-se escolher entre flexionar o parecer Antigas xícaras e pratos estavam expostos no anti-
ou o infinitivo. quário.

As medidas adotadas pelo governo pareciam surtir • Quando dois adjetivos referem-se a um só subs-
efeitos. tantivo, há duas opções de construção:
As medidas adotadas pelo governo parecia surti-
o Ele fala as línguas alemã e italiana.
rem efeitos.
o Ele fala a língua alemã e a italiana.
u. Concordância com numerais:
Atenção: em casos como ganhei de presente car-
• Numerais fracionários + determinante: verbo teira e bolo saboroso, o adjetivo não poderá con-
concorda com o numeral ou com o determinante. cordar com os dois substantivos sob pena de se
prejudicar o sentido da frase.
o 1/3 dos presentes ficou até o fim do show. (con-
corda com 1 - numerador)
o 1/3 dos presentes ficaram até o fim do show 2. Adjetivo na função de predicativo do sujeito:
(concorda com presentes). • O predicativo concorda em gênero e número
Se houver determinante antes do numeral, o verbo com o sujeito simples.
deve concordar com o determinante: o O país está pronto, o crescimento será grande.
o Aquele 1/3 dos presentes que ficou até o fim do • Se o sujeito for composto e o predicativo esti-
show gostava muito da cantora. ver posposto a ele, a concordância deverá se dar
com o conjunto.
• Numerais percentuais + determinante: de acordo
com a posição dominante, pode haver concordância o Investimento em educação e combate à corrup-
lógica (com o numeral) ou atrativa (com o determi- ção são necessários.
nante). O professor Pasquale, todavia, considera que, • Se o sujeito for composto e o predicativo esti-
independentemente do numeral, somente deve haver ver anteposto a ele, poderá haver concordância
concordância com o determinante. Esse posiciona- lógica ou ideológica.
mento já apareceu em provas, então cabe ao candidato
fica alerta. o Estava vazia a rua e o bairro.
o Estavam vazios a rua e o bairro.
o Naquela cidade, 50% da população possui/
possuem armas. • As locuções estereotipadas é bom, é mau, é
preciso, é necessário, é proibido etc., quando
CONCORDÂNCIA NOMINAL funcionam como predicativo de sujeitos não de-
terminados (por artigos, adjetivos, pronomes),
A concordância nominal é a que se estabelece entre ficam no masculino singular.
os substantivos e seus determinantes (artigos, prono- o Entrada é proibido.
mes e adjetivos).
o A entrada é proibida.
1. Adjetivo na função de ajunto adnominal: o Fibras às refeiões não é mau.

46
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Língua Portuguesa

o Água de coco é bom. • Em alerta, alerta, em anexo, a sós, menos: são


sempre invariáveis.
o Esta água de coco é boa.
o A cidade estava ruindo a olhos vistos.
3. Adjetivo na função de predicativo do objeto: o Seguem várias cartas em anexo.
• O predicativo concorda em gênero e número com o Faça menos reclamações..
o objeto simples.
o Aquela roupa está menos suja do que esta.
o Vi estacionados em frente à minha casa vá-
rios carros importados. • Haja vista (ou hajam vista).
• Se o predicativo for posposto ao objeto composto, o Haja vista/hajam vista os problemas, desistiu
concordará com o conjunto de núcleos. de continuar.
o Peguei régua e lápis emprestados com um colega. o Haja vista sua dedicação, conseguiu o que que-
o Considerei suas acusações e declarações injustas. ria. (aqui, o verbo não pode se flexionar, pois o
termo que vem depois, dedicação, está no singu-
• Se o predicativo for anteposto ao objeto compos- lar).
to, poderá concordar com o conjunto ou com o núcleo
mais próximo. • O adjetivo possível, quando usado em expres-
sões superlativas, deve concordar com o artigo
o Peguei emprestada uma régua e um lápis. que o precede.
o Peguei emprestados uma régua e um lápis. o Eram questões o mais difícil possível.
o Eram questões as mais difíceis possíveis.
4. Outras regras de concordância nominal:
o Eram problemas o mais complexos possível.
• O particípio, na voz passiva, concorda em gê-
nero e número com o sujeito. o Eram problemas os mais complexos possíveis.
o Acusações sérias foram feitas contra aqueles
políticos.

• Anexo, incluso, leso, obrigado, quite, próprio,


09 FUNÇÕES DO SE
nenhum: concordam com o substantivo em gê-
A partícula se pode exercer diversas funções:
nero e número.
o Aquilo foi um crime de lesa-pátria.
PRONOME
o Envio anexos os documentos solicitados.
o Vai, inclusa, uma cópia de minha carteira de
a. Pronome apassivador (ou partícula apassivado-
identidade.
ra):
o Eles não são nenhuns santos.
• Pode aparecer com VTDs e VTDIs;
• Muito, bastante, barato, caro, pouco, meio, só • Coloca o verbo na voz passiva sintética;
etc.: variam quando se referem a substantivos
(ou pronomes) e são invariáveis quando se refe- • O verbo concorda com o sujeito paciente.
rem a verbos, adjetivos e advérbios.
Não se falam mentiras nesta casa.
o As falhas na infraestrutura custarão caro para
• Mentiras é o sujeito paciente do verbo falar.
o Brasil.
o No Brasil, todos os produtos são caros. Não se avisaram as consequências do atraso ao funcio-
nário.
o Só os bons momentos permanecem. (=apenas -
invariável). • As consequências do atraso é o sujeito paciente
do verbo avisar.
o Elas moram sós naquele apartamento imenso.
(=sozinhas - variável).
o Os programas sociais obtiveram bastantes re- b. Índice de indeterminação do sujeito:
sultados.
• Pode aparecer com Vis, VTIs e VLs;
o Os programas sociais obtiveram resultados
bastante positivos. • O verbo fica na voz ativa;

47
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

• O sujeito é indeterminado; • A oração se farão investimentos nas áreas ade-


quadas é objeto direto do verbo sei.
• O verbo ficará sempre na 3ª pessoa do singular.

Era-se feliz nesta cidade.

Precisa-se de ajudantes. 10 FUNÇÕES DO QUE


Vive-bem no Brasil. O vocábulo que pode apresentar diversas nature-
zas.
c. Pronome reflexivo:
• Exerce função de OD ou de OI; 1. Pronome relativo: retoma um substantivo ou ter-
mo de natureza substantiva que aparece antes dele e
• A oração deve ter sujeito (explícito ou implícito) introduz oração adjetiva. Pode ser substituído por o
na 3ª do singular; qual, a qual, os quais, as quais.

• O sujeito pratica e sofre, simultaneamente, a ação • As declarações [que a presidente fez em rede nacio-
expressa pelo verbo. nal] irritaram a oposição.

O menino cortou-se com a faca. o Que retoma declarações.


Olhava-se no espelho todo dia pela manhã.
2. Conjunção integrante: introduz oração substan-
d. Pronome integrante do verbo: tiva.

• Acompanha verbos pronominais; • Todos já sabem que você passou no concurso.

• Não exerce função sintática. o Que introduz o objeto direto de sabem.

Dizem que ele se suicidou.


3. Conjunção aditiva: tem valor de “e” e aparece
Não faz bem para você zangar-se constantemente. entre verbos repedidos.

e. Partícula expletiva • Ele fala que fala! (= fala e fala).

• É uma partícula de enfeite;

• Não é necessária para a frase; 4. Conjunção explicativa: introduz oração explica-


tiva e, no geral, vem após imperativo.
• Pode ser suprimida.
• Apressa-te, que o ônibus está saindo.
Vão-se os anéis, ficam-se os dedos.
A menina ria-se envergonhada. 5. Conjunção consecutiva: introduz a consequên-
cia do um fato expresso na oração principal.
CONJUNÇÃO • Sentiu tanto medo que ficou paralisada.

a. Conjunção subordinativa adverbial condicional


• Introduz oração adverbial condicional; 6. Concessiva: introduz uma oração concessiva e
equivale a embora, ainda que).
• Expressa uma condição para que o fato enuncia-
do na outra oração aconteça. • Pouco que seja, coma! (= ainda que seja pouco,
coma).
Se forem feitos investimentos nas áreas adequadas, a
qualidade de vida da população aumentará.
7. Final: equivale a para que e introduz uma finali-
dade, um objetivo.
b. Conjunção subordinativa integrante
• Introduz oração substantiva; • Olhou discretamente para mim e fez sinal que me
calasse.
• Une duas orações sem estabelecer uma relação
de sentido.
8. Causal: equivale a porque.
Não sei se realmente farão investimentos nas áreas
adequadas. • Inteligente que é, não teve dificuldade na prova.

48
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Língua Portuguesa

11 PONTUAÇÃO Observação 1: os adjuntos adverbiais, no fim da


oração, não precisam ser separados por vírgula.
Todavia, não é errado fazê-lo. Trata-se de um caso
A pontuação é o recurso que se utiliza, na escrita,
facultativo, de vírgula utilizada para enfatizar o ad-
para tentar reproduzir aspectos da língua falada (me-
junto.
lodia, pausas, ênfase etc.).
As pessoas são muito acolhedoras (,) na minha cidade
O uso consciente da pontuação é de extrema im-
natal. (vírgula facultativa)
portância para que se obtenha um texto organizado e
claro. Observação 2: advérbios curtos deslocados não
precisam ser separados por vírgula. O uso desse
USO DA VÍRGULA sinal de pontuação é recomendado quando o ad-
vérbio deslocado é mais longo (formado por mais
A necessidade - ou não - de se usar a vírgula está de uma palavra, por uma oração, ou por uma pa-
relacionada à função sintática dos termos que elas se- lavra de várias sílabas, como os advérbios termi-
pararão. No geral, a vírgula marcará o deslocamento nados em -mente). Para redações, todavia, reco-
ou a intercalação de termos. menda-se que, sempre que um adjunto adverbial
seja separado, ele se isole por vírgulas, evitando-
1. Não se usa vírgula: -se, assim, problemas com a divergência de enten-
dimento de bancas relacionadas a esse ponto.
o Entre sujeito e verbo.
Assim, a vírgula seria facultativa em frases como
o Professores de muitos estados do Brasil partici- esta: aqui, tudo está bem.
param das manifestações.
o Entre verbos e seus complementos. E seria recomendada em frases como as vistas aci-
ma, dentro deste tópico.
o O juiz pediu aos presentes que fizessem silêncio.
o Entre nomes e adjuntos adnominais ou comple- • Para isolar expressões explicativas ou retifica-
mentos nominais. tivas (a saber, isto é, por exemplo, ou melhor, ou
o As portas de madeira maciça não deixavam es- antes, aliás etc.)
capar nenhum ruído. o Chama-se Constituição Federal, ou melhor,
Constituição da República o mais importante
Observação: nos casos acima, caso haja intercala- texto normativo brasileiro.
ção de oração ou de adjunto adverbial entre os
termos, poderá haver vírgula. • Para separar o complemento pleonástico.
o Aos amigos, dou-lhes tudo o que tenho.
2. Usa-se a vírgula:
• Para separar termos de uma enumeração (ter- • Para separar orações adjetivas explicativas.
mos que exercem mesma função sintática) o O Sr. Marcos, que trabalha no último andar do
o Estive em Paris, Londres, Roma e Praga. prédio, tem uma vista privilegiada da cidade.

o Brasil, Chile e Argentina estão em negociação.


• Para separar orações coordenadas, exceto as
ligadas pela conjunção aditiva “e”.
• Para separar ou isolar o vocativo
o Tentou-se controlar a epidemia, mas não houve
o Caros eleitores, peço-lhes alguns minutos de sucesso.
atenção.
Observação: a vírgula antes do “e” deverá ser
• Para separar ou isolar o aposto usada quando ocorrer polissíndeto (repetição da
conjunção), quando ligar orações com sujeitos di-
o As provas da Esaf, banca organizadora dos con- ferentes e quando tiver valor adversativo.
cursos da Receita Federal, estão entre as mais di-
fíceis. As crianças correram, e brincaram, e pularam, e se
divertiram! Ao chegar a casa, não tinham mais forças.
• Para separar ou isolar o adjunto adverbial des-
locado (aquele que não está no fim da oração) Discutiu com o irmão, e o pai lhe apoiou.

o Na minha cidade natal, as pessoas são muito Fez as malas, e não viajou.
acolhedoras.
• Para separar orações adverbiais que venham an-
o As pessoas, na minha cidade natal, são muito tes da principal. Se a oração adverbial vier no final do
acolhedoras. período, a vírgula será facultativa.

49
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

o Para que consiga um bom desconto na compra, terá o Impaciente, ele disse, afoito: -- Conte logo o que
de pagar à vista. aconteceu!

• Para isolar orações intercaladas. • Antes de orações apositivas.


o O corte nas tarifas de energia, disse o ministro Lo- o Posso te contar tudo, mas imponho uma condição:
bão, é para sempre. manterás segredo.

• Para isolar conjunções deslocadas (que não este- • Para desenvolver ou explicar melhor certas afir-
jam no início da oração). mações.
o Muito foi feito para frear o aumento da criminali- o Maria é assim mesmo: sempre está disposta a aju-
dade naquela cidade; não houve, todavia, resultados. dar os amigos.

• Para indicar a elipse (omissão) de um termo.


USO DAS ASPAS
o Às terças e quintas, corro na rua; aos sábados, na
praça. (... corro na praça). • Para indicar que um trecho do texto é uma cita-
ção.
• Para separar o nome do lugar, nas datas. o Em seu dicionário prático de regência verbal,
o Belo Horizonte, 20 de janeiro de 2013. Ceso Pedro Luft (2010) ensina que “chamam-se ‘pro-
nominais’ os verbos que ocorrem acompanhados de
pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito ...”
USO DO PONTO FINAL • Para destacar gírias, neologismos, estrangeiris-
Emprega-se o ponto final para terminar o período mos e palavras ou expressões em sentido figurado.
e nas abreviaturas.
o As crianças de hoje já nascem alfabetizadas em
Peço que me acompanhe, sr. José. “internetês”.

USO DO PONTO E VÍRGULA USO DO TRAVESSÃO

• Usa-se o ponto e vírgula para separar orações co- • Para introduz falas de personagens em um diálo-
ordenadas de certa extensão ou que já tenham vírgulas go ou a mudança de interlocutor.
em seu interior. o -- Você está bem?
o Um grupo de cinéfilos procurou durante meses por -- Sim, e você?
filmes raros em todo o Brasil; suas pesquisas, todavia,
deram pouquíssimo resultado. • Para separar termos explicativos.

• Para separar elementos de enumerações que já o Fluência em um idioma estrangeiro - diga-se nova-
possuam vírgulas. mente - é essencial atualmente.

o São ícones da televisão brasileira Señor Abravanel, • Para separar palavras ou expressões que se deseja
alcunhado de Sílvio Santos, dono do SBT; Hebe Ca- destacar.
margo, apresentadora, apelidada de grande dama da
TV brasileira... o Caía uma chuva forte - uma tempestade - e era im-
possível não se molhar, mesmo usando sombrinha.
• Para separar itens de artigos de leis, regulamen-
tos e normas em geral. Observação: é comum que o travessão substitua
os parênteses, a vírgula e os dois-pontos.

Um dos problemas que havia - e eles eram muitos -


USO DOS DOIS-PONTOS
consistia na falta de dinheiro.
• Antes de enumerações.

o Aqui estão os pontos que abordaremos: corte de pes- USO DOS PARÊNTESES
soal, controle de gastos com material, economia de
energia elétrica. • Para separar explicações ou comentários.

• Antes de citações e de falas de personagens. o Quem pensa (disse Descartes) existe.

50
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Língua Portuguesa

• Para incluir informações adicionais, como dados • O pronome oblíquo não pode vir depois de ver-
sobre a autoria de uma obra. bos que estejam nos futuros do indicativo (do presente
ou do pretérito).
o “Penso, logo existo.” (Descartes)
o Compraria-te um presente, se pudesse.
o Comprar-te-ia um presente, se pudesse.
USO DAS RETICÊNCIAS
o Eu devolverei-te o livro que está comigo amanhã
• Para indicar a interrupção da fala ou do pensa-
o Eu te devolverei o livro que está comigo amanhã.
mento de uma personagem.

o “-- Mas essa cruz, observei eu, não me disseste que • O pronome oblíquo átono não pode vir em êncli-
era teu pai que...” (Machado de Assis) se com verbos no particípio.

o Tinha permitido-se aproveitar a vida.


• Para indicar supressão de trechos ou palavras em
uma transcrição. Neste caso, pode-se usar quatro pon- o Tinha se permitido aproveitar a vida.
tos.
CASOS OBRIGATÓRIOS DE PRÓCLISE
o “A tarifa de energia elétrica deve garantir o forne-
cimento de energia ... e assegurar aos prestadores dos
serviços receitas suficientes para cobrir custos opera- 1. Quando houver palavras de sentido negativo,
cionais...” (uol.com.br - 24/01/2013). a saber:
a. Palavras de sentido negativo: não, ninguém, ne-
USO DO PONTO DE EXCLAMAÇÃO nhum, jamais, nunca etc.

• Para substituir a vírgula em um vocativo enfático. Nenhuma opção nos parecia boa.
Não o chamarei.
o “Maria! Venha até aqui!”
Ninguém vos incomodará.
• Para marcar o final de enunciados exclamativos
Observação: se o verbo estiver no infinitivo não
em geral.
flexionado, a colocação será facultativa (próclise
o Ai! Pisei um prego! ou ênclise) ainda que haja palavra negativa na
oração.

USO DO PONTO DE INTERROGAÇÃO Terei cuidado para não desapontá-lo. (ou para não o
desapontar).
• Para marcar o final de frases interrogativas dire-
tas.
b. Pronomes relativos.
o Onde fica o Palácio do Planalto? Aquela é a mulher com quem te envolveste?

c. Conjunções subordinativas.
12 COLOCAÇÃO PRONOMINAL Ela não comprou as roupas, embora lhe tenham
servido perfeitamente.
As regras de colocação pronominal afetam o posi-
cionamento de pronomes oblíquos átonos: o, a, os, as, d. Advérbios curtos não seguidos de vírgula: sem-
me, te, se, nos, vos, lhe, lhes. pre, já, bem, mais, onde, ainda etc.
Existem três posições possíveis para esses prono- Ainda se arrepende do que fez?
mes: próclise (antes do verbo), mesóclise (no meio do
verbo) e ênclise (depois do verbo).
Observação: se houver vírgula (pausa) depois do
Veremos agora as regras de colocação pronominal, advérbio, ou então se ele estiver distante do ver-
a começar por estes casos proibidos: bo, a preferência será da ênclise

Agora, esperto-te em casa.


• O pronome oblíquo átono não pode começar fra-
Ali uma grande multidão juntou-se aos primeiros
se.
manifestantes.
o Me faça um favor?
o Faça-me um favor? e. Pronomes demonstrativos e indefinidos.

51
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Isso me incomoda muito. 3. Em orações imperativas afirmativas.


Acho que sei de quem se trata. Você, por favor, traga-me aquele livro.

f. Conjunções alternativas: ora...ora, quer... quer, ou... 4. Com os pronomes o, os, a, as, quando o verbo é
ou. infinitivo impessoal precedido da preposição A.
Aquele rapaz ora se diverte, ora se empenha nos es- Começou a ofendê-la.
tudos.
Observação: caso haja duas palavras atrativas, o
pronome pode ficar entre elas: Eu é que me não
2. Em orações optativas (que exprimem desejo) engano novamente!
com sujeito anteposto ao verbo.
Deus te abençoe!
COLOCAÇÃO PRONOMINAL NOS TEMPOS
COMPOSTOS
3. Em orações exclamativas.
Como lhes custa acordar cedo! Tempos compostos são formados por ter/haver
(verbos auxiliares) + particípio (verbo principal).

4. Em orações interrogativas que se iniciem por Em casos de tempos compostos, o pronome átono
advérbios ou pronomes interrogativos. deverá fazer ênclise ou próclise com o verbo auxiliar,
de acordo com as regras vistas, mas não poderá se jun-
Quem me procurou? tar ao verbo principal.

Ainda não tinha visto este relógio? Eu tenho-o usa-


5. Com gerúndio precedido da preposição EM ou
do há semanas.
de advérbio.
Nunca o tinha visto.
“Nesta terra, em se plantando tudo dá.” (Pero Vaz
de Caminha) Ele tinha-se declarado a ela diante de toda a fa-
mília.
Não o convencendo, desistiu de argumentar.

COLOCAÇÃO PRONOMINAL NAS LOCUÇÕES


CASOS DE MESÓCLISE
VERBAIS
A mesóclise ocorre apenas com verbos no futuro
do presente e futuro do pretérito, ambos do indicati- Nas locuções verbais (dois verbos com um sentido
vo, desde que não haja, na oração, palavra que exija unitário) em que o verbo principal está no gerúndio ou
próclise. no infinitivo, o pronome oblíquo átono poderá apare-
cer em próclise ou ênclise seja ao verbo principal, seja
A mesóclise somente será obrigatória se o verbo no ao auxiliar. Devem-se seguir as regras estudadas.
futuro do indicativo iniciar o período.

Quando for possível escolher entre próclise e me- • Ênclise ao verbo principal:
sóclise, aquela deve prevalecer, pois esta é considera-
o O policial veio interrogar-me.
da um recurso literário e já arcaico.
o O policial estava interrogando-me.
• Contar-te-ia tudo, mas me proibiram de fazê-lo.
• Contentar-nos-emos com um pouco de água. • Próclise ao verbo auxiliar, quando ocorre algu-
ma das condições estudadas que a justifique.
CASOS DE ÊNCLISE o Não se pode mensurar o prejuízo que as chuvas
causaram.
1. Nos períodos que se iniciem com verbos (exceto o Se tu fosses meu amigo, não me ficaria desejan-
aqueles nos futuros do indicativo). do mal.
Diga-me uma coisa: sabe qual o número de telefone
da faculdade?
• Ênclise ao verbo auxiliar, quando não ocorre
Beijando-a no rosto, finalizou a noite. condição que justifique a próclise.
o Venham-me encontrar às dez horas.
2. Com gerúndio que não seja precedido de “em”
o As pessoas seguiam-se esquecendo dos males do
ou de palavra atrativa.
passado.
E ele, tomando-lhe as mãos, pediu-a em casamento.

52
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Língua Portuguesa

O português do Brasil admite, também, que o pro- Elas, em muitos casos, visam somente a verificar as
nome átono fique em próclise ao verbo principal nas habilidades de leitura e compreensão do leitor e não
locuções verbais. Teríamos, então, em alguns casos, cobram conhecimentos teóricos acerca do processo de
quatro opções de colocação: construção textual. Quando isso acontece, cabe ao can-
didato ter muita atenção ao ler as alternativas e elimi-
Eu me devo calar; eu devo-me calar; eu devo me calar; nar as que incorram em um dos seguintes erros:
eu devo calar-me.
• Extrapolar: chegar a conclusões que ultrapas-
sam os limites do texto. Ampliar as informações
nele contidas sem nenhum suporte no conteúdo
13 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
• Restringir: limitar informações contidas no
texto. Chegar a conclusões que diminuam o al-
Para que possa fazer uma boa prova de interpreta-
cance do que está escrito.
ção de textos em um concurso, o candidato deve estar
habituado à leitura no cotidiano. Quanto mais se lê,
• Contradizer: concluir o contrário do que o tex-
mais se desenvolvem habilidades de intelecção textu-
to permite.
al.

Quem torna a leitura um hábito adquire maior am- • Não abordar o tema: chegar a uma conclusão
plitude de vocabulário, acostuma-se a diferentes esti- que em nada se relaciona ao tema do texto. Cos-
los de escrita e deixa aguçadas a habilidades de com- tuma ser o erro mais fácil de se identificar.
preensão das relações lógicas entre orações, períodos
e parágrafos. Todavia, em algumas situações, a prova exige certo
conhecimento de teorias relacionadas à comunicação e
Ao fazer a prova de interpretação, devemos seguir à linguagem, e é isso que passaremos a ver agora.
alguns passos, dar atenção a detalhes que, às vezes,
são ignorados nas leituras do dia a dia.
ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO
• Nunca faça somente uma leitura. O ideal é
que se leia o texto uma vez, de maneira breve, Os elementos da comunicação e as funções da lin-
para identificar qual é o tema e, depois, que se guagem foram identificados pelo linguista Jakobson.
realize outra leitura, mais cuidadosa, destacan- Conheça-os abaixo.
do-se os articuladores que conectam diferentes
1. Emissor: envia a mensagem.
passagens do texto;
2. Receptor: destinatário da mensagem.
• Relacione o conteúdo ao título; 3. Referente: contexto abordado pela comunica-
ção.
• Identifique qual a intenção do autor: expor
um tópico (informar), expressar sua opinião, 4. Código: sistema utilizado para transmissão
defender um ponto de vista etc.; da mensagem (palavras escritas, palavras fala-
das, imagens, sons etc.)
• Atente-se para os recursos utilizados, como 5. Canal: meio físico utilizado para realizar a co-
dados estatísticos, argumentos de autoridade, municação.
verbos no imperativo, análise de problemas etc.; 6. Mensagem: assunto, conteúdo da comunica-
ção.
• Identifique qual é o leitor ideal, o público-alvo
que o autor pretende atingir (estudantes, traba- Quando há desejo ou necessidade de se estabelecer
lhadores, jovens, idosos, homens, mulheres etc.) comunicação, uma pessoa (emissor), que deseja infor-
e como este se relaciona com aquele (se autor dá mar a alguém (receptor) algum fato (referente), trans-
um tom de proximidade ou de distanciamento forma esse referente em uma mensagem, utilizando-se
em relação ao leitor); de um conjunto de signos (código) comum a ambas as
partes. Diz-se, então, que o emissor codifica a mensa-
gem e a envia ao receptor, que deve decodificá-la para
• Identifique a tipologia textual dominante (dis-
compreendê-la. O envio se dá por algum meio capaz
sertação, narração, descrição), o gênero textual
de fazer a mensagem sair de um ponto e chegar a ou-
(artigo de opinião, conto, poema...) e o suporte,
tro (canal), que pode ser a comunicação oral ou escrita
ou seja, o veículo de publicação (revista, livro, site
(uma carta, por exemplo).
da internet...). Lembre-se de checar, junto às re-
ferências, a data de publicação original do texto. A linguagem usada para se transmitir uma men-
sagem pode assumir várias formas. Quando é verbal,
Depois de ler o texto duas vezes (ou mais, se o can- utiliza palavras. Pode ser verbal oral, quando as pala-
didato julgar necessário), é hora de passar às questões. vras são faladas, ou verbal escrita. Pode, ainda, utilizar

53
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

imagens, cores, sons, símbolos, como se vê em pintu- va buscam transmitir a opinião do autor a respeito de
ras, semáforos, sinais sonoros de guardas de trânsito e um fato, de uma obra, de um evento, ou seja, de um re-
placas das mais variadas, respectivamente. A lingua- ferente. A opinião autoral é mais importante do que o
gem pode, até mesmo, se mista, o que ocorre quando contexto da mensagem. No geral, os textos emotivos são
se misturam ao menos dois dos tipos descritos neste escritos em 1ª pessoa, mas isso não é regra. Outras carac-
parágrafo. Isso acontece, frequentemente, em charges terísticas existentes são o uso de adjetivos e o uso de ad-
e tirinhas de quadrinhos como esta, em que há ima- vérbios com carga semântica (como os de intensidade).
gens e linguagem verbal:
Veja o trecho de uma crítica do filme A viagem
(2012), escrita por Pablo Villaça e disponível no site
www.cinemaemcena.com.br:
“Claro que, analisadas individualmente, as historinhas
contadas pelos três diretores soam muitas vezes tolas e des-
cartáveis, mas a virtude de A Viagem reside justamente em
encontrar a relevância necessária ao combiná-las em uma
narrativa maior. Assim, se as escapadas de um grupo de ve-
lhinhos em 2012 representa uma bobagem, vê-las associadas
(Disponível em: http://extravirgem.com/tag/calvin à conspiração de uma empresa petrolífera na década de 70 e à
-e-haroldo/) distopia massacrante do século 22 traz uma nova luz a tudo
ao estabelecer um padrão que nos apresenta a indivíduos lu-
tando pela liberdade contra um sistema opressivo e cruel.”
FUNÇÕES DA LINGUAGEM

As funções da linguagem dizem respeito às pos- 3. Função conativa/apelativa (tem enfoque no re-
síveis intenções de um emissor ao produzir um texto ceptor): a função conativa se revela quando o texto,
(por “texto”, entenda-se qualquer forma de se trans- de algum modo, tenta influenciar o receptor, fazê-lo
mitir uma mensagem, seja um filme, um discurso, um agir conforme intenção do emissor. É muito comum
poema, uma música, um outdoor, e não somente um identificar a função apelativa em textos publicitários,
conjunto de palavras escritas). desde aqueles que visam a vender produtos àqueles
que tentam angariar doações para causas filantrópicas
É possível que um único texto apresente mais de (como os do Teleton, que usam imagens dos tratamen-
uma função, mas sempre uma predominará. Para de- tos bem sucedidos fornecidos a diversas pessoas para
terminar a função predominante, é preciso identificar incentivar os espectadores a doar).
qual dos elementos estudados no tópico acima é prio-
rizado. Vejamos as funções e os elementos por ela prio- São estratégias usadas em textos apelativos ver-
rizados. bos no imperativo e propostas de troca (um benefício
adquirido caso se compre um produto, por exemplo,
como promoções e associação do produto à beleza das
1. Função referencial (tem enfoque no referente): pessoas no comercial etc.).
um texto cuja função é referencial tem o compromisso
de transmitir uma mensagem calcada na realidade. A
intenção é informar fatos, fazer com que o receptor, ao
decodificar a mensagem que recebe, conheça o contex-
to que justificou sua criação. Sendo assim, o texto cuja
função predominante é a referencial é claro, objetivo,
no geral em 3ª do singular ou 1ª do plural e sem mar-
car de opinião do autor .
Notícias são bons exemplos de textos referenciais:
(Disponível em http://imaginariodeprofessora.blo-
“Viúva de Omar Mussi, uma das vítimas do desabamen- gspot.com.br)
to de prédios do centro do Rio de Janeiro, Marinez Lacerda
Mussi, 50, se indignou quando soube que o então síndico
4. Função metalinguística (tem enfoque no códi-
do edifício Liberdade, Paulo de Souza Renha, foi excluído do
go): textos em que prevalece a função metalinguísti-
processo do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro),
ca versam, de algum modo, sobre o próprio código
que ontem denunciou seis pessoas pela tragédia. Renha mor-
(ou, melhor dizendo, sobre os próprios elementos da
reu na quinta-feira (24), após ter sofrido uma parada cardí-
mensagem). Assim, estão incluídos entre textos me-
aca há cerca de um mês.”
talinguísticos gramáticas e dicionários (pois, neles, o
(Disponível em www.uol.com.br - 25/01/2013) código é usado para explicar o próprio código), aulas
de língua portuguesa,filmes que falam sobre filmes,
programas de TV que falam sobre programas de TV
2. Função emotiva/expressiva (tem enfoque no (como o Videoshow, da rede Globo), livros e poemas
emissor): os textos em que predomina a função emoti- que abordem a atividade de um escritor etc.

54
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Língua Portuguesa

Como exemplo, segue abaixo a definição do dicio- A função poética, então, faz com que a preocupa-
nário Houaiss online para a palavra “metalinguagem”: ção do emissor se volta para a forma como a mensa-
gem será transmitida, e não exclusivamente ao seu
“metalinguagem conteúdo. Como dizer é mais importante do que o que
dizer. Os recursos utilizados para esse fim vão desde
substantivo feminino ( sXX) ling
a seleção de palavras (palavras que rimam, vocábulos
linguagem (natural ou formalizada) que serve para des- mais eruditos) a uso de figuras de linguagem (metá-
crever ou falar sobre uma outra linguagem, natural ou arti- foras, paronomásia, aliterações...), passando pela es-
ficial [As línguas naturais podem ser us. como sua própria colha de estruturas sintáticas incomuns na linguagem
metalinguagem.]” cotidiana, como inversão da ordem canônica da frase.

O visual do texto também é influenciado: versos,


5. Função fática (tem enfoque no canal): textos cuja métrica e, às vezes, até mesmo a disposição das pala-
função principal é a fática têm a intenção de ativar ou vras no papel de modo a criar imagens que se relacio-
testar o canal de comunicação. Dessa forma, pode-se nam ao texto.
dizer que a função fática está presente em expressões
próprias de cumprimentos, pois a partir delas inicia-se Mas atenção: não somente os textos em verso (po-
a comunicação (olá, alô, como vai? etc.). emas) apresentam função poética. Textos literários em
prosa também o fazem. Ela pode, inclusive, aparecer
A função fática também se faz presente em títulos em qualquer tipo de texto, mesmo que não predomine
e subtítulos de livros em geral (mas cada caso deve ser sobre as outras. Até slogans publicitários, muitas ve-
analisado de acordo com as peculiaridades das ques- zes, têm traços poéticos (a rima em “tomou Dril, a dor
tões de prova), olho da entrevista (pequeno trecho da sumiu”, por exemplo).
fala do entrevistado que é posto em destaque, fora do
contexto), lead ou lide (resumo de uma notícia que Exemplifique-se com um poema de Millôr
vem logo abaixo da manchete, contendo dados princi- Fernandes. Note como o último verso evoca a imagem
pais), a própria manchete (título principal, geralmente de uma pessoa bêbada caminhando.
chamativo e em letras garrafais) etc.

A função fática está presente também quando a


comunicação se dá sem nenhuma razão especial, pelo
simples prazer de dialogar (“jogar conversa fora”).

6. Função poética (tem enfoque na mensagem): a


função poética está presente, principalmente, nos tex-
tos chamados “estéticos”. Encontram-se aí os textos
literários, que não possuem uma função específica e se
contrapõem aos utilitários. Explica-se:

• Textos utilitários possuem uma finalidade


(utilidade) específica e não se exaurem em si
próprios. Notícias e reportagens informam; tex-
(Disponível em www.redacaonocafe.wordpress.
tos acadêmicos produzem conhecimento em
com)
suas respectivas áreas e, por vezes, são requi-
sitos para titulação (como TCCs, dissertações
de mestrado, teses de doutorado); bulas de re- TIPOLOGIAS TEXTUAIS
médios ensinam a como se fazer a medicação e Existem três tipologias textuais: descrição, narração
informam os componentes da droga e seus pos- e dissertação.
síveis efeitos colaterais; anúncios publicitários
vendem produtos etc.
1. Descrição: A descrição é um tipo de texto que
visa a criar, por meio do emprego de palavras, a ima-
• Textos literários, por sua vez, têm a função de
gem daquilo que se descreve. É possível descrever pes-
ser apreciados, assim como outras obras de arte.
soas, objetos, lugares, paisagens, sentimentos...
Logo, quem lê um romance, por exemplo, o faz,
via de regra, por prazer, e não para obter algum No geral, textos de outras tipologias possuem tre-
resultado prático daquela atividade. Esses tex- chos descritivos (como romances, que são textos pre-
tos, então, são escritos por quem ama o ofício de dominantemente narrativos nos quais se descrevem
escrever e lidos por quem encontra prazer nessa personagens e locações).
atividade. Por mais benéfico que seja o hábito
da leitura, não há uma utilidade imediata que se Via de regra, textos descritivos apresentam verbos
deseje retirar dele a não ser a própria apreciação no presente do indicado ou no pretérito imperfeito,
da obra. frases nominais e muitos adjetivos.

55
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Calisto Elói, naquele tempo, orçava por quarenta e qua- Naquele momento, Clara abriu a porta com violência e
tro anos. Não era desajeitado de sua pessoa. Tinha poucas disse, ofegante, que precisava falar conosco imediatamente.
carnes e compleição, como dizem, afidalgada. A sensível e
dissimétrica saliência do abdómen devia-se ao uso destem- O discurso indireto não se marca por aspas, mas
perado da carne de porcos e outros alimentos intumescentes. aparece introduzido por verbos como dizer, falar, per-
Pés e mãos justificavam a raça que as gerações vieram adel- guntar, responder e outros verbos de elocução.
gaçando de carnes. Tinha o nariz algum tanto estragado das
Há, ainda, o discurso indireto livre, em que a fala
invasões do rapé e torceduras do lenço de algodão vermelho.
do personagem se funde à do narrador e aparece sem
A dilatação das ventas e o escarlate das cartilagens não eram
nenhuma indicação (sem aspas, sem travessão e sem
assim mesmo coisa de repulsão.
verbos de elocução).
(Camilo Castello Branco)
Ela vinha pela rua escura, vazia, pensando na traição da
amiga. Suava muito. Seria o calor ou só mesmo o sangue fer-
2. Narração: a narração é um tipo de texto que se vendo? Não sabia. Não sabia também o que fazer em relação
caracteriza por ser dinâmico, isto é, por possuir ação. ao ocorrido. Rompimento? Vingança?
Essa ação é vivida por personagens em um espaço
(que pode variar ao longo da história) e contada por Exemplo de texto narrativo:
um narrador, sendo essencial, também, o tempo em
que tudo acontece. O coveiro
A narração pode acontecer em dois focos narrati- Ele foi cavando, cavando, cavando, pois sua profissão -
vos: coveiro - era cavar. Mas, de repente, na distração do ofício
que amava, percebeu que cavara demais. Tentou sair da cova
• 1ª pessoa: narrador-personagem. e não conseguiu. Levantou o olhar para cima e viu que sozi-
nho não conseguiria sair. Gritou. Ninguém atendeu. Gritou
o O narrador também participa da história
mais forte. Ninguém veio. Enrouqueceu de gritar, cansou de
que conta.
esbravejar, desistiu com a noite. Sentou-se no fundo da cova,
desesperado. A noite chegou, subiu, fez-se o silêncio das ho-
• 3ª pessoa ras tardias. Bateu o frio da madrugada e, na noite escura,
o Narrador-observador: narra em 3ª pessoa não se ouviu um som humano, embora o cemitério estives-
os fatos que “vê”, ou seja, não conhece nada se cheio de pipilos e coaxares naturais dos matos. Só pouco
que não poderia ser notado por qualquer depois da meia-noite é que vieram uns passos. Deitado no
pessoa que assistisse aos fatos narrados. fundo da cova o coveiro gritou. Os passos se aproximaram.
Uma cabeça ébria apareceu lá em cima, perguntou o que ha-
o Narrador onisciente: narra em 3ª pessoa via: O que é que há?
e conhece a fundo os detalhes da história,
como os pensamentos das personagens e seu O coveiro então gritou, desesperado: Tire-me daqui, por
passado. favor. Estou com um frio terrível!
O tempo da narração pode ser cronológico ou psi- Mas, coitado! - condoeu-se o bêbado - Tem toda razão de
cológico. estar com frio. Alguém tirou a terra de cima de você, meu
pobre mortinho! E, pegando a pá, encheu-a e pôs-se a cobri
• Tempo cronológico: os fatos seguem a passa- -lo cuidadosamente.
gem natural do tempo.
(Millôr Fernandes)
• Tempo psicológico: os fatos rompem com a
passagem natural do tempo, principalmente
por meio da inserção de flashbacks na história 3. Dissertação: a dissertação é um tipo de texto cla-
(trechos que falam sobre um momento passado ro e objetivo em que se estabelece um ponto de vista
na vida das personagens). acerca de um tema previamente definido (pelo próprio
As falas das personagens, em geral, vêm em discur- autor ou por uma entidade examinadora). É um texto
so direto. Nesse caso, o narrador insere personagens que apresenta, também, argumentos capazes de sus-
no livro e as faz produzir enunciados, que são marca- tentar o ponto de vista estabelecido
dos por travessão ou aspas:
Para que se produza um bom texto dissertativo, é
Naquele momento, Clara abriu a porta com violência e necessário que se tenha informações a respeito do tema
disse, ofegante: escolhido. Não é possível escrever sem ter o que dizer!

-- Preciso falar com vocês imediatamente! Os textos dissertativos devem, preferencialmente,


ser escritos em 3ª pessoa, mas admitem-se textos dis-
O discurso pode, também, ser indireto. Isso ocorre sertativos em 1ª do plural. Nunca se deve fazer uma
quando o narrador reproduz, com suas próprias pala- redação (que é um dos gêneros da tipologia dissertati-
vras e no corpo da narrativa, as falas: va) em 1ª pessoa do singular.

56
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Língua Portuguesa

O texto dissertativo é estruturado em parágrafos Aponta-se também a existências de textos injun-


e se divide em início (introdução), meio (desenvolvi- tivos, que veiculam ordens, instruções, pedidos ou
mento) e fim (conclusão). sugestões. Nas provas, caso um texto traga ordens ou
enunciados afins em seu corpo, é possível que haja
É essencial que o texto dissertativo seja escrito ob-
servando-se os princípios de coesão e coerência e o pa- uma questão que o classifique como injuntivo.
drão culto da língua portguesa. Manuais de instrução, bulas de remédio, receitas
Quando alguém se submete a um concurso públi- em geral possuem características injuntivas.
co, no geral precisa escrever um texto dissertativo-ar-
gumentativo de até 30 linhas a respeito de um tema
fornecido pela banca examinadora. Nesse caso, reco- SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS
menda-se um texto que tenha quatro ou cinco parágra-
fos (um para a introdução, dois ou três para o desen- As palavras podem ser utilizadas nos sentidos de-
volvimento e mais um para a conclusão). Mas existem notativo ou conotativo.
outras categorias de textos que também são dissertati-
vos e que, por isso, se submetem a outros parâmetros
• Sentido denotativo (literal): reflete o uso das pa-
(como artigos de opinião, artigos acadêmicos, mono-
lavras de acordo com o seu significado real.
grafias, dissertações, teses etc.).
Exemplo de texto dissertativo, retirado de www. o Veja como aquela árvore está verde.
linguaportuguesasemlimites.blogspot.com.br: o Pode me passar a faca de destrinchar frango?
Nunca foi tão importante no País uma cruzada pela mo-
ralidade. As denúncias que se sucedem os escândalos que se • Sentido conotativo (figurado): reflete o uso das
multiplicam, os casos ilícitos que ocorrem em diversos níveis palavras com um sentido novo, inesperado.
da administração pública exibem, de forma veemente, a pro-
funda crise moral por que passa o País. o Cheguei em casa verde de fome.
O povo se afasta cada vez mais dos políticos, como se o Ele vive jogando verde para ver se descobre alguma
estes fossem símbolos de todos os males. As instituições nor- coisa.
mativas, que fundamentam o sistema democrático, caem em
o Vamos destrinchar bem este assunto.
descrédito. Os governantes, eleitos pela expressão do voto,
também engrossam a caldeira da descrença e, frágeis, aca- Em casos assim, pode-se dizer que temos polis-
bam comprometendo seus programas de gestão. Para com- semia: uma só palavra ou expressão apresenta mais
plicar, ainda estamos no meio de uma recessão que tem joga- de um significado. Isso ocorre também em situações
do milhares de trabalhadores na rua, ampliando os bolsões de como estas:
insatisfação e amargura.
• Machuquei minha mão. (=parte do corpo)
Não é de estranhar que parcelas imensas do eleitorado,
em protesto contra o que vêem e sentem, procurem manifes- • É difícil fazer isto sozinho. Pode me dar uma mão?
tar sua posição com o voto nulo, a abstenção ou o voto em (=ajuda)
branco. Convenhamos, nenhuma democracia floresce dessa • A banana está ótima, bem doce. (=fruta)
maneira. A atitude de inércia e apatia dos homens que têm
responsabilidade pública os condenará ao castigo da história. • Aquele cara é um banana. (=bobo)
É possível fazer-se algo, de imediato, que possa acender uma • Fiz economia para viajar. (=guardou dinheiro)
pequena chama de esperança.
• Ela estuda economia em uma universidade renoma-
O Brasil dos grandes valores, das grandes idéias, da fé e da. (=ciência, curso superior)
da crença, da esperança e do futuro necessita urgentemente
da ação solidária, tanto das autoridades quanto do cidadão Em relação ao tema de significação das palavras,
comum, para instaurar uma nova ordem na ética e na moral. cumpre destacar também os fenômenos de sinonímia
e antonímia.
Observação: costuma-se dividir a tipologia disser-
tativa em duas: dissertação expositiva e disserta- A sinonímia acontece quando dois ou mais vocá-
ção argumentativa. bulos têm significado igual ou semelhante. Palavras
como céu e firmamento, por exemplo, podem ser con-
A dissertação expositiva (que alguns chamam so- sideradas sinônimas.
mente de texto expositivo) é a que apresenta verdades
Às vezes, a noção de sinonímia é contextual, ou
inquestionáveis, que tem como função apenas trazer
seja, certas palavras, tomadas isoladamente, não ne-
informações a quem a lê, sem apresentar um posicio-
namento. cessariamente seriam sinônimas, mas passam a ser
em um determinado texto por causa do uso. Marcas
A dissertação argumentativa, por sua vez, corres- e pegadas, por exemplo, podem ser usadas como si-
pondem à que foi abordada acima: apresenta não so- nônimos em um trecho como este: “Eram estranhas
mente fatos, mas também um ponto de vista que deve aquelas pegadas no bosque. Nunca vira um animal
ser sustentado por argumentos. que deixasse marcas como aquelas.”.

57
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

A antonímia, por sua vez, existe quando duas pala- INTERTEXTUALIDADE


vras têm sentidos opostos, como céu - inferno, quente
- frio, bom - ruim etc. A antonímia também pode ser Chama-se intertextualidade ao fenômeno que sur-
contextual, e por isso cumpre ao leitor sempre verificar ge quando se estabelece uma espécie de comunicação
se, no texto, palavras que normalmente não se opõem entre textos diferentes (aí incluídos textos escritos, fa-
são assim utilizadas. lados, pinturas, ilustrações, charges etc.).
Em sentido amplo, pode-se dizer que todo texto
Para os conceitos de homonímia e paronímia, re-
apresenta intertextualidade, porque sempre que dize-
metemos o leitor ao capítulo que trata de ortografia.
mos ou escrevemos algo, fazemos referência a conheci-
mentos já existentes que obtivemos em algum momen-
PADRÃO DE LINGUAGEM to de nossa vida. Em outras palavras, nada é 100%.
Não é segredo para nenhum concurseiro que Mas a intertextualidade que nos interessa tem um
existe um conjunto de regras de utilização da língua sentido mais estrito, e é a que passaremos a analisar
portuguesa a que se chama norma culta (ou padrão). agora. Ela se constitui sempre que há um texto que ser-
Todavia, não se pode esquecer que o uso da lingua- ve de “base” e outro que, de alguma forma, nos remeta
gem comporta variações. ao primeiro.
Uma dessas variações, inclusive, diz respeito à di- Para exemplificar, vejamos dois poemas:
visão da linguagem em dois grandes níveis: o formal
(padrão) e o informal (coloquial). Catar feijão
1.
Quanto mais observar as prescrições da norma cul- Catar feijão se limita com escrever:
ta, mais formal será o texto. Quanto mais se desviar joga-se os grãos na água do alguidar
delas, mais informal será. Mas quais são os possíveis e as palavras na folha de papel;
desvios que podemos encontrar? e depois, joga-se fora o que boiar.
Certo, toda palavra boiará no papel,
• Conotação: o uso da conotação contribui para água congelada, por chumbo seu verbo:
deixar o texto informal, porque o faz se afastar pois para catar esse feijão, soprar nele,
da literalidade. e jogar fora o leve e oco, palha e eco.

• Regionalismos: trata-se de expressões ou pa- 2.


lavras próprias de uma determinada região ge- Ora, nesse catar feijão entra um risco:
ográfica. o de que entre os grãos pesados entre
um grão qualquer, pedra ou indigesto,
• Estrangeirismos: palavras estrangeiras. Só de- um grão imastigável, de quebrar dente.
vem ser usados em textos formais se não houver Certo não, quando ao catar palavras:
uma palavra equivalente na língua portuguesa a pedra dá à frase seu grão mais vivo:
e, ainda assim, devem vir destacados (entre as- obstrui a leitura fluviante, flutual,
pas ou em itálico). açula a atenção, isca-a como o risco.
• Construções próprias da oralidade, como uso (João Cabral de Melo Neto)
de pronomes oblíquos átonos no início de frases.
Outra receita
• Uso de algumas palavras com significado Da linguagem, o que flutua
fora do “oficial”, como usar o verbo ter com ao contrário do feijão a João
sentido de haver (existir). é o que se quer aqui, escrevível:
o conserto das palavras, não só
• Gírias: linguagem empregada por grupos so-
o resultado final da oficina
ciais específicos, mas que, algumas vezes, acaba
mas o ruído discreto e breve
alcançando a população em geral. Exemplos:
pisante (= tênis), caô (=mentira), rolé (=passeio). o rumor de rosca, a relojoaria
do dia e do sentido se fazendo
• Neologismos: palavras inventadas, numa atitu- sem hora para acabar, interminável
de de inovação na língua portuguesa. São exem- sem acalmar a mesa, sem o clic
plos de neologismos “juridiquês” (linguagem final, onde se admite tudo –
jurídica) e “internetês” (linguagem da internet). o eco, o feno, a palha, o leve –
Não confunda: o texto escrito não é necessariamen- até para efeito de contraste
te formal, assim como o oral (falado) não é necessaria- para fazer do peso – pesadelo.
mente coloquial. O que define o padrão são as escolhas E em vez de pedra quebra-dente
no uso da linguagem. Um texto pode muito bem ser para manter a atenção de quem lê
coloquial e estar escrito (como uma carta ou um email como isca, como risco, a ameaça
para amigos) ou ser oral e usar a variante padrão da do que está no ar, iminente.
língua (como um discurso ou uma palestra). Cada caso
deve ser analisado de acordo com suas peculiaridades. (Armando de Freitas Filho)

58
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Língua Portuguesa

O poema de João Cabral de Melo Neto aborda o Vejamos, abaixo, dois trechos de outros textos:
processo de escrever. Trata-se de um poema, uma obra
escrita, que fala dos aspectos da composição de poe- Meus olhos brasileiros se fecham saudosos
mas. Percebe-se, então, nele, uma característica meta- Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.
Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’?
linguística. Em síntese, pode-se dizer que Melo Neto
Eu tão esquecido de minha terra…
compara o ato de escrever ao de catar feijão: em princí-
Ai terra que tem palmeiras
pio, eles são parecidos, pois ambos envolvem um tra-
Onde canta o sabiá!
balho de seleção (de grãos ou de palavras). Porém, o
que pode ser ruim para o feijão, é bom para a poesia: a (Carlos Drummond de Andrade, “Europa,
palavra inesperada (ou o grão duro, a pedra), que sur- França e Bahia”)
preende o leitor e interrompe a calmaria, a linearidade “Do que a terra mais garrida,
da leitura. Teus risonhos lindos campos têm mais flores.
Nossos bosques têm mais vida,
O segundo poema, de Armando Freitas Filho, tam-
Nossa vida em teu seio mais amores.
bém aborda o processo da escrita. Sendo assim, tam-
Ó pátria amada, idolatrada, salve! Salve!”
bém é metalinguístico. Com o seu título e com o segun-
do verso, o texto de Freitas Filho retoma o primeiro: (Trecho do hino nacional brasileiro)
Melo Neto apresentou uma receita e Freitas Filho, vai, Veja que o trecho do poema de Andrade e o do
agora, apresentar “outra receita”, diversa da primeira hino nacional mantêm o mesmo “clima” e a mesma
(ao contrário do feijão a João). intenção apresentados pelo poema de Gonçalves dias:
exaltar a pátria. Assim, pode-se dizer que estes são pa-
Podemos perceber, então, que o texto de João Cabral
ráfrases daquele.
de Melo Neto serve, de alguma forma, de “base” para
o texto de Armando Freitas Filho. Portanto, existe, en- 2. Paródia: a paródia, assim como a paráfrase, tem
tre os dois, intertextualidade. como base um texto anterior. Todavia, a paródia rom-
pe com a ideia inicial. Uma paródia é, então, contesta-
Note que, para que se compreenda adequadamente dora. É muito comum vermos paródias de cunho hu-
o segundo texto, é preciso conhecer aquele a que ele morístico, mas isso não é uma característica essencial
remete. Do contrário, a compreensão fica prejudicada. desse procedimento de intertextualidade. A paródia
pode ou não ser divertida.

No poema abaixo, o escritor modernista Oswald


PROCEDIMENTOS DE INTERTEXTUALIDADE
de Andrade faz uma paródia de Canção do exílio.
Apesar de, em algumas passagens do texto, Oswald
1. Paráfrase: trata-se do ato de reescrever um texto de Andrade manifestar certa nostalgia, o clima, a in-
com novas palavras, mas mantendo-se a ideia, a inten- tenção do poema é a de criticar. O tom é de lamento
ção original. Podemos citar como exemplo a relação por alguns defeitos da terra amada:
existente entre a Canção do exílio, de Gonçalves Dias,
e os textos que a seguem: Canto de regesso à pátria
(Oswald de Andrade)
Trecho de Canção do exílio:
Minha terra tem palmares
Canção do exílio
Onde gorjeia o mar
Gonçalves Dias
Os passarinhos daqui
Minha terra tem palmeiras,
Não cantam como os de lá
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Minha terra tem mais rosas
Não gorjeiam como lá.
E quase que mais amores
Nosso céu tem mais estrelas,
Minha terra tem mais ouro
Nossas várzeas têm mais flores,
Minha terra tem mais terra
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Ouro terra amor e rosas
Em cismar, sozinho, à noite,
Eu quero tudo de lá
Mais prazer eu encontro lá; Não permita Deus que eu morra
Minha terra tem palmeiras, Sem que volte para lá
Onde canta o Sabiá.
(...)
Não permita Deus que eu morra
Note que a intenção do texto de Gonçalves Dias é a Sem que volte pra São Paulo
de exaltar a pátria, enfatizar suas qualidades. Canção Sem que veja a Rua 15
do exílio é um poema deveras elogioso para o Brasil. E o progresso de São Paulo

59
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

A intenção da paródia pode, também, ser diver- Judiciário/Analista de Recursos Humanos), elaborada
tir. As imagens abaixo mostram a capa de um gibi da pela Fumarc:
Turma da Mônica cujo enredo foi baseado em Romeu
e Julieta, de Shakespeare, e de um do Chico Bento, ins-
pirado pela história do cavalo de Troia:

Político: - Espelho, espelho meu, existe no Brasil alguém


mais sujo do que eu?

Espelho: - Você é um dos mais “limpinhos”!

A fala do político foi utilizada em uma questão que


3. Pastiche: consiste na imitação do estilo de um a considerou intertextual, já que faz alusão ao conto de
artista ou de um gênero textual. O pastiche não faz fadas Branca de Neve. A banca examinadora a consi-
paródia de uma obra específica, mas de características derou uma paródia.
que pertençam a determinado autor ou a determinado
gênero, diferindo-se, assim, da paródia. FIGURAS DE LINGUAGEM

4. Epígrafe: é a citação de um trecho de uma obra Trata-se de recursos empregados no uso da língua
antes do início de outra. É muito comum em livros e para tornar a mensagem mais interessante.
dissertações acadêmicas. No geral, citam-se trechos de
poemas, músicas, versículos bíblicos ou textos em pro- As figuras de linguagem são empregadas em textos
em que se faz presente a função poética da linguagem,
sa que se relacionem, de alguma forma, com o assunto
ou seja, textos em que o emissor se preocupa em evi-
do texto principal. Canção do exílio, já citada acima,
denciar a mensagem, em torná-la mais interessante,
apresenta como epígrafe um trecho escrito por Goethe
mais bela.
(em negrito):
Vejamos as principais figuras de linguagem:
“Canção do exílio
(Gonçalves dias) 1. Metáfora: frequentemente definida com “uma
comparação sem conector”, a metáfora corresponde à
“Conheces o país onde florescem as laran- mudança do sentido literal de uma palavra ou expres-
jeiras? Ardem na escura fronde os frutos de são. Essa mudança (ou desvio) acontece baseada em
ouro... Conhece-o? Para lá, para lá quisera uma semelhança que existe entre o sentido literal e o
eu ir!” sentido conotativo.
Goethe Quando dizemos, por exemplo, “seus olhos eram
estrelas brilhantes”, baseamo-nos em uma semelhança
Minha terra tem palmeiras...”
existente entre os olhos da pessoa de quem se fala e as
estrelas (ambos são brilhantes, encantadores etc.). São
5. Citação: consiste na cópia fiel de um texto de au-
outros exemplos:
toria de outra pessoa. Vem marcada por sinais gráfi-
cos, em geral aspas. Em época de carnaval, algumas cidades brasilei-
ras são campos de guerra.
Conforme diz o preâmbulo da Constituição da República,
o Estado brasileiro é “destinado a assegurar o exercício dos “Entrará; enregelado, se meterá na cama; os len-
direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o çóis o receberão com um abraço frio”. (Moacyr
bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como Scliar)
valores supremos de uma sociedade fraterna...”. “Viajar é trocar a roupa da alma.” (Mário Quin-
Esses são os principais procedimentos de intertex- tana)
tualidade. Devemos nos lembrar de que sempre que
trouxermos a um novo texto um elemento de um texto 2. Comparação: consiste na comparação, com o uso
já existente (ou de um fato ou personagem históricos), de conectores, entre coisas, pessoas, fatos.
estabeleceremos comunicação entre eles. Os filhotes da cadela eram como chumaços de algodão.
Sendo assim, em livros que citam personagens de
outras obras, em anedotas que se referem a momen- 3. Metonímia: é a substituição de uma palavra ou
tos históricos, a notícias ou a fatos bíblicos, entre ou- expressão por outro termo relacionado. Substitui-se,
tras situações, haverá intertextualidade. Veja o exem- assim, a parte pelo todo, o autor pela obra, efeito pela
plo abaixo, retirado da prova do TJMG (cargo de Téc. causa, o autor pela obra, a marca pelo produto etc.

60
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Língua Portuguesa

Costumava sempre ler Monteiro Lobato para as crianças. 10. Inversão ou hipérbato: trata-se do rompimento
(=ler a obra, os livros de Lobato). da ordem normal dos termos de uma oração ou de um
período para, no geral, dar destaque ao que é colocado
O Brasil quer políticos melhores. (= o povo brasileiro). em primeiro lugar.

Português, nunca mais estudarei. Já tomei posse no


4. Perífrase: é a substituição de um ser por um fato concurso dos meus sonhos, mesmo...
ou atributo que o caracteriza. A expressão escolhida
como substituta equivale à substituída. Observação: quando a inversão é de tal ordem
Milhares de pessoas visitam, todos os anos, a cidade que chega a comprometer a compreensão do que
maravilhosa. (= Rio de Janeiro). se diz ou escreve, pode receber o nome de sínqui-
se. Exemplo:
O rei do futebol aposentou-se quando ainda estava no
auge. (= Pelé). “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo
heroico o brado retumbante”.
5. Sinestesia: é uma mistura, uma fusão dos senti-
Ordem direta:
dos (audição, visão, paladar, tato e olfato).
As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado re-
Exalava um perfume doce que se podia sentir a me- tumbante de um povo heroico.
tros de distância. (olfato + paladar).
Parou diante da porta e pôde sentir a luz acesa no 11. Anacoluto: rompimento da sequência sintáti-
interior da sala. (tato + visão). ca da oração, por causa de uma mudança brusca na
organização inicial da frase, que deixa um termo sem
função sintática, “solto”.
6. Elipse: é a omissão de termos que podem ser su-
bentendidos pelo contexto. A maioria dos políticos de hoje não se pode confiar neles!

Os pais estavam apreensivos; as crianças, amedron- 12. Silepse: trata-se da concordância ideológica, ou
tadas. (elipse de estavam). seja, aquela que não se estabelece com um termo da
O irmão mais velho viajava sempre durante as férias oração, mas com uma ideia que está na mente de quem
de verão, ele durante as de inverno. (ele viajava du- fala ou escreve.
rante as férias de inverno).
De número: A gente vamos sair cedo. (gente é sin-
7. Pleonasmo: emprego de palavras ou expressões gular, mas transmite a ideia de plural. Por isso o ver-
redundantes para enfatizar uma ideia. bo é usado no plural: vamos).
Pássaro não nasceu pra ficar em gaiola, pois lá fi-
Sim, ele tinha ouvido tudo, tudinho, com seus pró-
cam logo tristes, mudos.
prios ouvidos!
Cantava para os filhos uma canção de ninar composta De pessoa: Dizer que todos os brasileiros não desis-
pelo seu avô. timos nunca é uma generalização. (brasileiros é um
termo de 3ª pessoa do singular, mas desistimos está
Atenção: o pleonasmo pode ser considerado uma na 1ª do plural. Em uma situação como essa, pode-se
figura de linguagem, como nos casos acima, quan- dizer que o emissor realiza a silepse para se incluir
do se presta a, em textos literários, reforçar uma entre os “brasileiros”).
expressão, ou um vício de linguagem. Neste caso,
De gênero: Vossa Excelência será acompanhado até
eles devem ser evitados na língua, especialmente
a saída. (a autoridade a que o falante se refere é um
nas redações de concursos, vestibulares e provas
homem).
afins. Exemplos de pleonasmos viciosos: chorar
lágrimas, subir para cima, entrar para dentro, ar- Atenção: os casos de silepse, conforme a norma
mamentos bélicos, água pluvial das chuvas etc. culta, são considerados erros gramaticais. Somen-
te os casos de silepse de gênero e pessoa com
8. Assíndeto: consiste na união de diversos termos pronomes de tratamento são corretos (e obri-
coordenados entre si com a supressão do síndeto (con- gatórios). Lembre-se, então, de, sempre que um
junção). sujeito for um pronome de tratamento, fazer a
concordância dos verbos e demais pronomes da
Corriam, brincavam, pulavam, riam sem parar. oração em 3ª pessoa (do singular ou do plural,
conforme o caso). O gênero da pessoa de quem se
fala, quando se utiliza um pronome de tratamen-
9. Polissíndeto: é a repetição do conectivo para, no
to, será indicado pelos termos que o acompanham
geral, transmitir a ideia de ação, de continuidade.
(adjetivos e particípios, estes quando usados em
Corriam, e brincavam, e pulavam, e riam sem parar. construções na voz passiva). Veja um exemplo:

61
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Vossa Alteza parece (e não “pareceis”) muito cansado 21. Ironia: consiste em dizer o contrário do que se
(indica que a pessoa com quem se fala é um homem). pensa, em geral com intenção de ser sarcástico.

As autoridades já começaram a assumir que pode


13. Onomatopeia: uso de palavras que imitem sons “faltar uma coisa ou outra” para a Copa do Mun-
da natureza ou as vozes dos seres. do. Pelo visto, o evento será maravilhoso. (para
“Em cima do meu telhado, dizer que será péssimo).
Pirulin lulin lulin
Um anjo, todo molhado, 22. Eufemismo: suavização de uma expressão que
Solução no seu flautim. se evita na língua, normalmente por ser triste ou desa-
(Mário Quintana) gradável.

14. Aliteração: repetição de sons consonantais, no Meu melhor amigo se foi. (= morreu)
geral para tentar reproduzir, no texto, poema ou mú-
Devem-se adequar as calçadas aos portadores de
sica, um som.
necessidades especiais. (=portadores de alguma
“...será que ela mexe o chocalho ou o chocalho é deficiência física).
que mexe com ela?” (Chico Buarque)
23 Personificação, prosopopeia ou animização:
Observação: os sons de x e ch imitam o barulho atribuição de características humanas a seres inanima-
do chocalho. dos.

O mar acariciava a praia enquanto a lua espiava o


15. Assonância: repetição de sons vocálicos. casal de namorados.
“É um pássaro, é uma rosa, é um mar que me acorda”
(Eugênio de Andrade).
ANOTAÇÕES
16. Paronomásia: aproximação de palavras com
sons parecidos, mas significados diferentes.

“Berro pelo aterro pelo desterro, berro por seu berro pelo
seu erro...” (Caetano Veloso)

17. Antítese: aproximação de palavras ou expres-


sões de sentido oposto.

“Já estou cheio de me sentir vazio.” (Renato Russo)

18. Paradoxo ou oxímoro: construção de expres-


sões ou orações que se mostram um contrassenso, pois
associam ideias incompatíveis.

O silêncio barulhento da noite a incomodava.


“Feliz culpa, que nos valeu tão grande Reden-
tor!” (Santo Agostinho)

19. Hipérbole: exagero realizado para aumentar a


expressividade daquilo que se diz.

Não como há horas Estou morto de fome.

Notícias sobre crimes cometidos por adolescentes


inundam os jornais.
Já pedi mil vezes que não faças isso, mas não me
escutas!

20. Gradação: exposição de uma sequência de


ideias em sentido ascendente ou descendente.

Sua atitude foi errada, feia, desprezível!

62
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
02 NOÇÕES DE INFORMÁTICA

01 CONCEITOS BÁSICOS
02 COMPONENTES DE HARDWARE E SOFTWARE DE COMPUTADORES
03 SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS - NOÇÕES BÁSICAS
04 EDITORES DE TEXTO, PLANILHAS E APRESENTAÇÕES
05 INTERNET E INTRANET
06 NAVEGADORES
07 CORREIO ELETRÔNICO
08 SÍTIOS DE BUSCA E PESQUISA NA INTERNET
09 GRUPOS DE DISCUSSÃO
10 SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO
11 CERTIFICADO DIGITAL
12 CONCEITOS BÁSICOS DE DATAMINING E DATA WAREHOUSE
13 CONCEITOS BÁSICOS DE ARMAZENAMENTO DE DADOS E BANCO
DE DADOS RELACIONAL
14 CONCEITOS BÁSICOS SOBRE A ARQUITETURA E ADMINISTRAÇÃO
DE BANCO DE DADOS
15 CONHECIMENTOS BÁSICOS DE AMBIENTE DE SERVIDORES:
ESTRUTURA DE SERVIDORES FÍSICOS E VIRTUALIZADOS
16 COMPUTAÇÃO NA NUVEM E ARMAZENAMENTO DE DADOS NA
NUVEM

Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Informática

01 CONCEITOS BÁSICOS COMPONENTES DE HARDWARE E


02
SOFTWARE DE COMPUTADORES
Hardware:
Conjunto de partes físicas que compõem o compu- HARDWARE
tador, conectados entre si que fazem com que o com-
putador funcione adequadamente. Entende-se como a Como visto, é a parte física de um computador, ou
própria ‘estação de trabalho’ e seus periféricos e dis- seja, tudo que pode ser tocado. Exemplos são o moni-
positivos, como impressora, monitor, mouse, teclado, tor, o mouse, o teclado, etc.
scanner, entre outros.
Componentes do hardware:
Software:
Trata-se da parte lógica e abstrata do computador. Placa-mãe:
São exemplos os programas como Word, Excel, antiví- Principal placa de circuitos em que são conectados
rus, entre outros. diversos componentes vitais para o funcionamento do
computador, como a memória, o processador, placas
Servidor: de som e vídeo, entre outros.

Computador utilizado em rede e que distribui ser-


viços, como autenticação, impressão, armazenamento CPU:
de dados e arquivos, entre outros. Se destaca pela alta Unidade de Processamento Central (em inglês:
capacidade de processamento e armazenamento. Central Processor Unit), funciona como o cérebro do
computador. Aqui são processadas todas as informa-
Notebook: ções, fato pelo qual se denomina também processador
ou microprocessador. Pode possuir tecnologia de 32
Equipamento portátil com boa capacidade de pro- ou 64 bits.
cessamento e armazenamento. Acaba por substituir o
desktop. Importante saber alguns conceitos acerca do CPU:

Core: núcleo do processamento, onde está a


ULA (Unidade Lógico-Aritmética) que executa
as operações aritmetícas e lógicas. O micropro-
cessador pode possuir 1,2,3,4,6 ou 8 núcleos.
Quando se fala em dual core (termo comumen-
te utilizado em computadores pessoais), diz-se
que o CPU possui 2 núcleos de processamento.

Memória cache: dispositivo que funciona como


um auxiliar de alta velocidade ao micropro-
cessador em sua tarefas repetidas, tornando-as
mais rápidas. Com isso, o processador não pre-
Tablet:
cisa solicitar à memória RAM, fazendo com que
Computadores de uso pessoal, com grande cresci- seu tempo de espera seja menor.
mento no mercado. Tem como característica marcante
o touch screen (sensível ao toque), tendo como marcas Memória RAM:
principais Apple, Motorola e Samsung.
Sigla para Random Access Memory, ou em portu-
Para melhor estudo visando o concurso em ques- guês memória de acesso aleatório ou randômico. É a
tão, cabe ressaltar os principais pontos dos conceitos principal memória do computador, caracterizando-se
de Hardware e Software, devido à sua frequente exi- por ser volátil, ou seja, seu conteúdo é perdido assim
gência em concursos. que o computador é desligado, ou seja, só funciona en-
quanto o computador estiver ligado. Pode também ser
chamada de memória de trabalho, pois todos os pro-
gramas (exceto os que estiverem na memória ROM)
que forem executados deverão ser carregados nela.
Existe aqui a ideia de memória virtual, a qual funciona
como uma memória auxiliar à memória RAM, quando
esta estiver cheia e não comportar mais dados, preci-
sando assim de mais espaço de armazenamento.

3
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

O processador transfere o conteúdo da memória


RAM para um arquivo de disco rígido, chamado de
arquivo de troca.

Memória ROM:
Silga para Read Only Memory (em português: me-
mória somente de leitura), tem como característica ser
o oposto da memória RAM, ou seja, seu conteúdo não
é perdido quando o computador é desligado, pois os
programas são gravados de forma permanente. Sendo
assim, não é possível alterá-los, funcionando somente
como leitura. Existem ainda dispositivos que são chamados de
uso misto ou híbridos, por funcionarem tanto como
dispositivos de entrada e de saída, como impressoras
Memória de massa: multifuncionais (que possuem a função de impressão
Tem grande capacidade de armazenamento, o que e de scanner em uma só, por exemplo), e o monitor
a difere da memória RAM. Trabalha como uma me- touch screen (que funciona como saída, ao reprodu-
zir o vídeo do computador, e como entrada ao receber
mória auxiliar, retendo uma quantidade significativa
os toques do usuário que assim insere informações no
de informações.
computador).
Todos os progamas, aplicativos e arquivos ficam
nela instalados. Pode ser dividida em HD (Hard Drive
Impressoras:
ou Disco Rígido), Flash Memory (ou pen drive) e SSD
(Solid State Drive ou memória em estado sólido). Matricial: modelo de impressora de menor re-
solução, é composta por um cabeçote de várias
agulhas enfileiradas. São mais lentas e baru-
BIOS: lhentas, mas por outro lado tem seu custo de
Sigla para BASIC INPUT / OUTPU SYSTEM, ou impressão mais barato. Utilizadas para impres-
seja, sistema básico de controle de entrada e saídas do são de formulários contínuos e carbonados.
computador. Cabe ressaltar alguns conceitos dentro
Jato de tinta: possui uma qualidade de impres-
da ideia de BIOS: são maior e uma boa rapidez em seu funciona-
mento em comparação às impressoras matri-
Setup: programa que permite a configuração ciais. Possuem como características serem mais
dos componentes instalados no computador, silenciosas e a possibilidade de impressões colo-
como data, hora, sequencia de inicialização ridas. São abastecidas com cartuchos de tintas.
(boot), senha de acesso, etc.
De laser: Mais complexas, pois ‘montam’ a pá-
POST: autoteste de inicialização, onde é verifi- gina antes de imprimí-la, utilizando uma espé-
cado o funcionamento de vários componentes cie de laser para desenhar figuras e caracteres.
do computador. Possuem um cilindro, o qual libera pequenos
pontos de tinta, e onde o papel é queimado para
fixar a tinta. Sua qualidade é maior, sendo tam-
Dispositivos de entrada e saída: bém silenciosas e rápidas. Entretanto, seu custo
Frequentemente associados à expressão E/S (en- é maior.
trada e saída) ou I/O (Input/Output). São exemplos
de dispositivos de entrada o mouse, teclado, monitor, Scanners:
webcam.
Dispositivo de entrada de dados. É através dele
que são digitalizadas fotos e documentos. Como visto,
existem impressoras multifuncionais, que fazem tanto
a impressão como a digitalização.

Outros conceitos importantes acerca dos hardwa-


res:

Estabilizador:
Já exemplo de dispositivos de saída são o monitor, Utilizado para proteger o computador e seus pe-
impressora, caixas de som, entre outros. riféricos contra danos causados por picos de energia.

4
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Informática

No-Break:
SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS
Mais eficaz do que o estabilizador, funciona com 03
um transferidor de energia, ou seja, impede que o com-
- NOÇÕES BÁSICAS
putador seja desligado quando haja queda de energia,
ou seja, é automaticamente ligado quando a energia
SISTEMA OPERACIONAL
acaba e permanece transferindo energia ao computa-
dor enquanto possuir autonomia. Trata-se de uma coleção de programas que inicia-
liza e gerencia as funções e tarefas do computador. O
Esta autonomia depende do no-break, de acordo
sistema operacional possui os comandos básicos para
com seu tipo, marca, preço, etc.
o funcionamento dos aplicativos.

USB:
WINDOWS
Sigla para Universal Serial Bus, é uma interface de
Sistema Operacional criado pela Microsoft, sendo
comunicação entre a placa principal e os periféricos.
atualmente o mais utilizado no mundo em computa-
É uma conexão PnP - Plug and Play, ou seja, ‘ligar e
dores pessoais. Sua versão mais recente é o Windows
usar’, podendo ser conectado e desconectado sem a
10. Entretanto, dados apontam que a versão mais utili-
necessidade de desligar o computador. Vale a pena co-
zada ainda é o Windows 7.
nhecer o símbolo que representa o USB, para fins de
concurso:
ÁREA DE TRABALHO

É a área exibida na tela quando o computador é li-


gado. Serve como uma espécie de ‘superfície’ para o
trabalho. Nela, é possível colocar e organizar ícones e
atalhos de arquivos, programas e pastas.

Slots:

São conectores que a placa-mãe possui para que


outras placas possam a ela ser integradas. O slot AGP
(Acelerated Graphics Port), desenvolvido pela Intel
para uma maior taxa de transferência entre a placa-
-mãe e as placas de vídeo, é utilizado somente para
vídeo.

Já o slot PCI (Periferical Component Interconnect)


pode ser conectado com qualquer tipo de placa de ex-
pansão, podendo trabalhar a 32 ou 64 bits.

O PCI Express acaba por substituir o PCI e AGP por


possuir uma maior taxa de transferência, e tem como
característica marcante ser um hot plug, ou seja, é pos- A barra de tarefas fica na parte inferior da tela.
sível instalar e remover as placas PCI Express mesmo Aqui é possível ver os programas abertos e em exe-
com o computador ligado. Existe também o slot ISA, cução, possibilitando que o usuário alterne entre eles.
mas trata-se de tecnologia em desuso. É possível também personalizar esta barra, colocando
ícones de acordo com o interesse do usuário. Também
contém o botão Iniciar , usado para acessar progra-
Gabinete: mas, configurações e pastas. Este ícone será abordado
Cabe aqui ressaltar que CPU e gabinete são con- posteriormente. A barra lateral pode conter pequenos
ceitos diferentes, embora muitas pessoas as utilizem programas (gadgets), também personalizáveis pelo
como sinônimos. usuário.

Gabinete é a caixa onde estão diversos componen-


Ícones:
tes do computador, como suas placas e peças, enquan-
to o CPU é o conjunto do gabinete com o micropro- Representação gráfica de um programa, pasta ou
cessador. arquivo. Os ícones constituem a área de trabalho, e

5
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

podem ser incluídos ou excluídos de acordo com a É possível usar o menu Iniciar para fazer as seguin-
vontade do usuário. Alguns ícones, entretanto, fazem tes atividades:
parte do sistema Windows, tais como Lixeira, Painel
de Controle, Computador, Rede e Pasta do Usuário. - Iniciar programas
O usuário pode adicionar ícones que levam a ou- - Abrir pastas usadas frquentemente
tros programas ou pastas, os chamados ‘atalhos’. Na
maior parte das versões do Windows, tais atalhos são - Pesquisar programas e arquivos
sinalizados por uma pequena seta no canto inferior es-
querdo da imagem. - Acessar o Painel de Controle e as configura-
ções do computador

- Obter ajuda
A Lixeira:
- Desligar o computador
Quando você exclui um arquivo ou pasta, eles
não são excluídos imediatamente, mas sim vão para a - Fazer logoff do Windows ou alterar para outro
Lixeira. Caso o usuário precise de um arquivo excluí- usuário
do, poderá obtê-lo de volta. Basta acessar a lixeira, cli-
car duas vezes sobre o arquivo e clicar em ‘restaurar’. Para abrir o menu Iniciar, clique no botão Iniciar
O arquivo voltará ao local de onde foi excluído. no canto inferior esquerdo da tela. Ou pressione a tecla
de logotipo doWindows no teclado.

O menu Iniciar tem três partes básicas:

O painel esquerdo mostra uma lista de programas


A Lixeira vazia (à esquerda) e cheia (à direita) frequentemente usados no computador, assim como
os últimos acessados.
Caso o usuário não precise mais dos arquivos ex-
cluídos, poderá esvaziar a Lixeira. Ao fazer isso, ex-
cluirá permanentemente os itens e recuperará o espaço Na parte inferior do painel esquerdo está a caixa de
em disco por eles ocupados. pesquisa, através da qual é possível procurar progra-
mas e arquivos no computador.

MENU INICIAR O painel direito dá acesso a pastas, arquivos, con-


figurações e outros recursos. Aqui também é possível
É o primeiro passo para o usuário acessar aplica- desligar o computador ou efetuar logoff do Windows.
tivos, arquivos, pastas e configurações do computa-
dor. Através dele pode-se acessar os últimos progra-
mas utilizados, ou ainda acessar o Painel de Controle, BARRA DE TAREFAS
Dispositivos e Impressoras, entre outros.
A barra de tarefas localiza-se na parte inferior da
tela. Ao contrário da área de trabalho, esta fica visível
quase o tempo todo. Possui quatro seções principais:

- O botão Iniciar , que abre o menu Iniciar. Hoje,


na versão do Windows 8, não se abre mais uma
janela de menu Iniciar. A interface é dedicada
totalmente a ele no Windows 8. Antes todos os
programas eram acessados através do botão
Iniciar. Nesta nova versão, são dispostos nesta
nova interface gráfica que inclui aplicativos, do-
cumentos e a barra de pesquisa.

- A barra de ferramentas Início Rápido, que per-


mite iniciar programas com um clique, e pode
ser personalizada pelo usuário.

- A seção intermediária, na qual são demonstra-


dos os programas e documentos que estão aber-
tos e permite que o usuário alterne rapidamente
entre eles.

6
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Informática

- A área de notificação, que inclui um relógio e


ícones (pequenas imagens) que comunicam o
status de determinados programas e das confi-
gurações do computador.

PARTES BÁSICAS DE UMA JANELA

Embora seu conteúdo seja diferente, todas as jane-


las possuem uma organização comum:

É possível alternar entre os aplicativos através do


atalho ALT+TAB (permitindo a escolha da janela),
ALT+ESC (alternando sequencialmente entre as jane-
las) e WINDOWS+TAB (alternando visualmente).

MINIMIZAR E RESTAURAR JANELAS Barra de título: Exibe o nome do documento e do


programa.
Quando um programa está sendo utilizado, uma
janela fica ativa. Com o clique no botão corresponden- Botões Minimizar, Maximizar e Fechar: Permitem
te, minimiza-se a janela. Com isso, esta janela desapa- ocultar a janela, alargá-la para preencher a tela inteira
rece da área de trabalho. e fechá-la, respectivamente.

Minimizar uma janela não a fecha nem exclui seu Barra de menus: Contém itens nos quais você pode
conteúdo, mas apenas a remove da área de trabalho clicar para fazer escolhas em um programa.
temporariamente.
Barra de rolagem: Permite rolar o conteúdo da ja-
Na figura abaixo, a Calculadora foi minimizada, nela para ver informações que estão fora de visão no
mas continua em execução. É possível saber que ela momento.
ainda está em execução porque seu botão na barra de
tarefas. Bordas e cantos: É possível arrastá-los com o pon-
teiro do mouse para alterar o tamanho da janela.

COMBINAÇÕES DE TECLAS DO WINDOWS

F1: Ajuda

CTRL+ESC: Abre o menu Iniciar

ALT+TAB: Alterna entre programas abertos

ALT+F4: Encerra o programa

SHIFT+DELETE: Exclui o item permanentemente


Também é possível minimizar uma janela clicando
Logotipo Windows+L: Bloqueia o computador (sem usar
no botão Minimizar, no canto superior direito da ja-
CTRL+ALT+DELETE)
nela:

7
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Combinações de teclas do programa Windows:


ALT+ESPAÇO: Exibe a janela principal do menu
Sistema (do menu Sistema é possível restaurar, mover,
CTRL+C: Copiar redimensionar, minimizar, maximizar ou fechar a janela).

CTRL+X: Recortar ALT+- (ALT+hífen): Exibe o menu Sistema da janela


filho da interface MDI (no menu Sistema da janela filho
CTRL+V: Colar da MDI, é possível restarurar, mover, redimensionar,
minimizar, maximizar ou fechar a janela filho)
CTRL+Z: Desfazer
CTRL+TAB: Alterna para a próxima janela filho de um
CTRL+B: Negrito
programa de interface MDI.
CTRL+U: Sublinhado
ALT+letra sublinhada no menu: Abre o menu
CTRL+I: Itálico
ALT+F4: Fecha a janela atual

CTRL+F4: Fecha a janela atual da interface MDI


Combinações de modificadores de clique de mou-
se/teclado para objetos: ALT+F6: Alterna entre várias janelas no mesmo programa
(por exemplo, quando a caixa de diálogo Localizar do
Bloco de Notas é exibida, o ALT+F6 alterna entre a caixa
SHIFT+clique com o botão direito: Exibe um menu de de diálogo Localizar e a janela principal do Bloco de
atalho contendo comandos alternativos Notas)
SHIFT+clique duplo: Executa o comando padrão
alternativo (o segundo item no menu) Atalhos de objetos e de pasta geral/Windows Ex-
plorer em um objeto selecionado:
ALT+clique duplo: Exibe as propriedades

SHIFT+DELETE: Exclui um item imediatamente sem F2: Renomeia o objeto


colocá-lo na Lixeira
F3: Localiza todos os arquivos

CTRL+X: Recortar
Comandos gerais somente de teclado:
CTRL+C: Copiar
F1: Inicia a Ajuda do Windows
CTRL+V: Colar
F10: Ativa as opções da barra de menu
SHIFT+DELETE: Exclui a seleção imediatamente, sem
SHIFT+F10 Abre um menu de atalho para o item mover o item para a Lixeira
selecionado (isso é o mesmo que clicar em um objeto
ALT+ENTER: Abre as propriedades do objeto selecionado
com o botão direito do mouse)

CTRL+ESC: Abra o menu de Iniciar (use as teclas de


direção para selecionar um item) Para copiar um arquivo:
Pressione e mantenha pressionada a tecla CTRL en-
CTRL+ESC ou ESC: Seleciona o botão Iniciar (pressione
quanto arrasta o arquivo para outra pasta.
TAB para selecionar a barra de tarefas ou pressione
SHIFT+F10 para obter um menu de contexto)
Para criar um atalho:
CTRL+SHIFT+ESC: Abre o Gerenciador de Tarefas do
Windows Pressione e mantenha pressionadas as teclas
CTRL+SHIFT enquanto arrasta um arquivo para a
ALT+SETA PARA BAIXO: Abre uma caixa de listagem área de trabalho ou uma pasta.
suspensa

ALT+TAB: Alterna para outro programa aberto (segure a Controle geral de pasta/atalho:
tecla ALT e pressione a tecla TAB para ver a janela de
troca de tarefas) F4: Marca a caixa de seleção Ir para outra pasta e move
para baixo as entradas na caixa (se a barra de ferramentas
SHIFT: Pressione e mantenha pressionada a tecla SHIFT estiver ativa no Windows Explorer)
enquanto insere um CD-ROM para ignorar o recurso de
execução automática F5: Atualiza a janela atual.

8
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Informática

criticado por diversas falhas de segurança, bem como


F6: Move entre painéis no Windows Explorer por erros existentes na integração do sistema operacio-
nal com aplicativos com Internet Explorer e Windows
CTRL+G: Abre a ferramenta Ir Para a Pasta (somente no
Media Player.
Windows Explorer do Windows 95)

CTRL+Z: Desfaz o último comando Windows Vista:


CTRL+A: Seleciona todos os itens na janela atual O Windows Vista foi o sucessor do Windows XP,
sendo um sistema operacional desenvolvido pela
BACKSPACE: Alterna para a pasta pai
Microsoft para uso em computadores pessoais e de
SHIFT+clique+botão Fechar: Em pastas, fecha a pasta escritórios. Teve como principal objetivo melhorar a
atual e todas as pastas pai segurança do sistema operacional, campo em que em
muitas vezes não obteve sucesso.

Importante saber as versões do Windows Vista:


Conceitos interessantes sobre o Windows:
- Windows Vista Starter Edition: versão dispo-
Windows Aero: tecnologia utilizada para gerar nível apenas em 32-bit;
efeitos visuais, como sombras e transparências
dentro do sistema operacional. - Windows Vista Home Basic: destinada ao
usuário doméstico;
Microsoft Silverlight: permite aplicações que
utilizem flash, bem como outras que utilizem - Windows Vista Home Premium: voltada para
esta programação como modelo. o entretenimento doméstico, como TVs e outros
aparelhos;
Windows Media Player: tocador de media (áu-
dio e vídeo), na sua versão 11 e 12 traz uma for- - Windows Vista Business: versão mais profis-
ma de busca avançada. É integrado ao sistema sional;
operacional Windows.
- Windows Vista Enterprise: voltada para em-
Windows Media Center: é a central de mídia do presas de grande porte;
Windows. No XP era chamado de Windows XP
Media Center Edition, tendo o seu nome abre- - Windows Vista Ultimate: edição mais comple-
viado no Windows Vista. É um aplicativo que ta do Sistema operacional.
reúne diversos tipos de mídia executáveis, tra-
zendo opções como assistir filmes de um DVD,
TV em tempo real (com requisitos específicos), Windows 8:
ouvir músicas no formato MP3, WMA e outros,
bem como arquivos de vídeo em AVI, DivX, ou Última versão lançada do Windows, tem como ca-
assistir slideshows e acessar mídias na Internet. racterística ser um sistema operacional mais estável,
com visual simples e um desempenho melhor em rela-
ção às suas versões anteriores.
Windows XP:
Tem como grande diferencial a interação com o usu-
O Windows XP foi uma versão do Windows produ- ário através do sistema Touch Screen, ou seja, é através
zida pela Microsoft para uso em computadores pesso- de toques na tela que o usuário irá acessar seu siste-
ais, incluindo residenciais e de escritórios. O Nome XP ma operacional e suas funcionalidades. Entretanto, o
deriva de ‘eXPerience’. Windows mantém a possibilidade de uso do teclado e
do mouse para aqueles usuários já familiarizados com
Importante saber duas versões do Windows XP: as versões anteriores.

- Windows XP Home Edition: destinado a usu- Possui também o novo menu Iniciar com o estilo
ários domésticos; chamado Metro, ou seja, ao mover o cursor do mouse
para o canto inferior esquerdo (local padrão do Menu
- Windows XP Professional Edition: oferece re- Iniciar), é possível acessar os arquivos e programas de
cursos adicionais, como o domínio de servidor maneira clássica, assim como acessar os aplicativos di-
do Windows, destinado a usuários avançados e retamente da Windows Store.
empresas.
Outro ponto interessante está na barra de tarefas,
Apresentou como novo uma melhor interface gráfi- onde o usuário poderá visualizar todos os aplicati-
ca, possibilitando ao usuário uma maior interação com vos abertos no momento, tanto os da área de trabalho
seu sistema operacional. Trouxe também restrições (como nas versões anteriores) como os aplicativos da
contra a pirataria de softwares, mas foi duramente Windows Store.

9
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

A tela inicial também pode ser personalizada de concorrente Windows. Cabe ressaltar também que o
acordo com o usuário, possuindo uma interface mais Windows possui o código fonte fechado, o que impos-
moderna e interativa, como visto na figura abaixo: sibilita sua alteração, e é necessária uma licença para
utilizá-lo, o que aumenta seu custo de operação.

EDITORES DE TEXTO, PLANILHAS E


04
APRESENTAÇÕES

Os dois programas mais utilizados e também co-


brados em concursos são o Broffice e o Microsoft Word.
Para fins didáticos, iremos citar conceitos de ambos os
pacotes, para fins de comparação e preparação do can-
didato para o concurso em questão.
Windows Store: Broffice é um conjunto de programas de escritório
Acessível diretamente da Tela Inicial, a Windows distribuído gratuitamente, composto pelos seguintes
Store possibilita ao usuário o download de diversos aplicativos:
aplicativos das mais variadas áreas, como fotos, espor-
Writer: processador de textos.
tes, gastronomia, notícias, entre outros. Alguns aplica-
tivos são grátis, enquanto outros são pagos.
Calc: planilha de cálculos.

OneDrive: Impress: editor de apresentações.

Armazento online e gratuito disponibilizado pelo Draw: editor de desenhos vetoriais.


Microsoft e integrado ao Windows 8. É possível salvar
fotos, documentos e outros arquivos e acessá-los quan- Base: gerenciador de banco de dados.
do e de onde quiser.
Math: editor de fórmulas científicas e matemá-
Pode também ser utilizado para compartilhar ar- ticas.
quivos com outras pessoas e acessá-los de dispositivos
móveis, por exemplo. Inicialmente, vale observar que o BR Office possui a
tecnologia denominada WYSIWYG (“What You See Is
LINUX What You Get” = o que você vê terá ao final), de modo
que, tudo aquilo que aparece na tela do computador,
Linux é um sistema operacional, que como já visto
você terá também na hora de imprimir. Ou seja, é a
é o programa responsável pelo funcionamento geral
visualização do trabalho final diretamente no monitor.
do computador, funcionando como uma espécie de
ponte entre o hardware (monitor, teclado, mouse) e o Já o O Microsoft Office é uma suíte de aplicativos
software (aplicativos). para escritório que contém programas como processa-
dor de texto, planilha de cálculo, banco de dados, apre-
Esse sistema operacional utiliza o Núcleo Linux, sentação gráfica e gerenciador de tarefas, de e-mails e
desenvolvido pelo finlandês Linus Torvalds. O códi- contatos. Sua versão mais recente é o Microsoft Office
go fonte desse sistema está disponível gratuitamente, 2013. É hoje o mais utilizado nesta área. Para fins de es-
para que todos possam usá-lo, estuda-lo e até mesmo tudo, importante conhecer o Microsoft Word (textos) e
modifica-lo da maneira que bem entenderem. o Microsoft Excel (planilhas).
O Linux é muito utilizado em escritórios e micro
e pequenas empresas em geral. Por possuir o código Existem algumas diferenças básicas, tais como:
fonte aberto, vários programadores do mundo intei-
ro ajudaram a desenvolve-lo e atualiza-lo ao longo do O BrOffice possui o comando EXPORTAR COMO
tempo. PDF , que permite salvar o conteúdo do documento
diretamente em um arquivo PDF. Tal comando não
Esta é sua maior vantagem, pois cada um pode existe no Word;
modifica-lo de acordo com suas necessidades, e ele se
encontra em constante atualização, fazendo com que O Writer não traz correção gramatical como o Word.
suas correções e adaptações sejam mais ágeis do que No Writer o comando CORREÇÃO ORTOGRÁFICA
o Windows. faz apenas a correção ortográfica.

Por ser gratuito, sua utilização é cada vez maior em No Word existe o comando DESENHAR TABELAS,
ambientes empresariais, devido ao alto custo de seu inexistente no Writer.

10
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Informática

WORD Salvar e Enviar:

É possível enviar seu documento por e-mail, sal-


Interessante discursarmos sobre alguns pontos re-
var na web, para sharepoint, publicar como postagem
levantes em relação ao Word.
ou ainda alterar o tipo de arquivo e criar documentos
PDF e XPS, como já visto.
Guia Arquivo:
Ajuda:
Opções de salvar:
Aqui é possível tirar suas dúvidas e encontrar au-
Para guardar seu documento, basta escolher a op- xílio na Guia Ajuda do Microsoft Office. Existem tam-
ção salvar. Agora, caso a opção seja de salvar em for- bém as opções Introdução, onde o usuário encontra as
mato diferente (como uma versão anterior do Word) noções básicos para manuseamento do Word Office e o
ou até em outra extensão, deve-se optar pela opção Fale Conosco, canal de comunicação com a Microsoft.
Salvar Como, presente na guia Arquivo.

Existem diversas extensões de arquivo, entre elas: Guia Página Inicial:

Comandos básicos para edição de seu texto. Aqui


PDF e XPS: formatos que necessitam de outros
encontram-se as ferramentas mais utilizadas, como
softares para leitura. Têm como característica
Fonte, Área de Transferência, Estilo, Parágrafo e
preservarem o layout do documento.
Edição.
Páginas da web: exibidas em um navegador da
internet, não preservam o layout do documento.
Pode ser em formato HTML ou MHTML. Área de Transferência:

Por esta opção é possível coletar textos e gráficos de


Abrir um novo documento: outros documentos e arquivos para colá-los no Word.
Pode-se, por exemplo, copiar parte de outro documen-
Basta clicar na guia Arquivo e escolher a opção to, dados do Excel, etc.
Novo, e então clicar duas vezes em Documento em
Branco.
Fonte:

É possível:

ü Escolher a fonte (Ctrl+Shift+F);

ü Escolher tamanho da fonte (Ctrl+Shift+P);

ü Aumentar (Ctrl+>);

ü Reduzir (Ctrl+<);

Iniciar um documento de um modelo: ü Negrito (Ctrl+N);

Existem também diversos modelos disponíveis ü Itálico (Ctrl+I);


para se iniciar um documento novo. Na figura acima
ü Sublinhado (Ctrl+S);
vemos exemplos de Agendas, Cartões, entre outros.
ü Subscrito (Ctrl+=);

Informações: ü Sobrescrito (Ctrl+Shift+=);

Aqui é possível visualizar propriedades, versões, ü Tachado;


comandos como permissões, restrições, entre outros.
ü Maiúscula;

ü Minúscula;

11
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

ü Cor da fonte; Na caixa Formatar Parágrafo é possível configurar


o alinhamento, recuo, espaçamento de linhas, posições
ü Cor do realce do texto; e guias da tabulação, quebras de linhas, entre outros.
Para acioná-la, basta clicar na flecha circulada na figu-
ü Limpar formatação.
ra acima.

Parágrafo:
Alinhamentos dos parágrafos:
À Esquerda: As palavras são alinhadas à esquer-
da, ficando a borda direita de forma irregular. É
o alinhamento padrão.
Centro: O texto é centralizado, sendo alinhado
ao ponto médio das margens direita e esquerda
da caixa de texto.
Aqui é possível: À Direita: Assim como o alinhamento à esquer-
da, é irregular, ou seja, o texto é alinhado à di-
ü Alinhar o texto à direita (Ctrl+q); reita com a borda esquerda do texto posta irre-
gularmente.
ü Alinhar texto à direita (Ctrl+g);
Justificado: O primeiro e último caracteres de
ü Centralizar (Ctrl+e); cada linha são alinhados, com exceção da últi-
ma linha. Todas as linhas são preenchidas, com
ü Justificar - que alinha o texto às margens es- exceção da última, que é alinhada à margem
querda e direita - (Ctrl+j). esquerda (quando a direção do texto for da es-
querda para a direita).
Há também as opções de: Distribuído: Igual ao jusitificado, com a diferen-
ça de que as linhas são preenchidas adicionando
ü Numeração (inicia uma lista numerada); ou retirando uma mesma quantidade de carac-
teres.
ü Marcadores (inicia uma lista com marcado-
res); Distribuir todas as linhas: Igual ao alinhamento
Distribuído, com a diferença de que a última li-
üLista de vários níveis; nha também é alinhada à margem esquerda e à
margem direita simultaneamente.
ü Aumentar ou Diminuir o Recuo;

ü Classificar o texto (colocando-o em ordem al- Recuo:


fabética ou em dados numéricos); Distância entre o parágrafo e as margens esquerda
ü Mostrar Tudo (mostra marcas de parágrafo e e/ou direita do texto. Difere da margem, pois enquanto
outros símbolos de formatação). esta é distância entre a borda do papel e o início (ou
fim) do documento, aquele é a configuração do pará-
grafo dentro das margens propostas.

Espaçamento entre linhas:

12
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Informática

Determinado pelo espaço entre as linhas do texto Dentro de cada opção, é possível padronizar os
de um parágrafo. É possível determinar o espaçamen- marcadores ou número de acordo com a vontade do
to de cada parágrafo separadamente, ou do texto in- usuário.
teiro. Para isso, basta selecionar o texto todo (Ctrl+T).
Os marcadores podem ser substituídos por símbo-
Caso o usuário determine o espaçamento de ape- los, enquanto os números podem dar lugar a algaris-
nas um parágrafo, ao apertar ENTER para iniciar um mos romanos ou letras, como no exemplo a seguir:
novo parágrafo o espaçamento é atribuído a este novo
parágrafo.

O espaçamento padrão é de 1,15 linhas e 10 pon-


tos para cada parágrafo. Veja que na figura é possível
clicar em Opções de Espaçamento de Linha, na qual é
possível determinar o recuo (como visto), assim como
as Quebras de Linha e Página.

Quebras de Linha e Página:

Determina como as linhas são formatadas em caixa


de texto vinculadas ou colunas.

Controle de linhas órfãs/viúvas: Primeiramente, É possível também selecionar a lista inteira e movê
linhas órfãs e viúvas são linhas de texto isoladas -la para outra parte do documento. Basta selecioná-la
que são impressas na parte superior ou inferior com o mouse e arrastá-la.
de uma caixa de texto ou coluna. A linha órfã é a
primeira linha que fica sozinha na página ante-
rior, enquanto a linha viúva é a última linha que Estilos:
fica sozinha na folha seguinte.
Manter com o próximo: mantém um ou mais Conjunto de caracterísitas de formatação, como
parágrafos selecionados em uma caixa de texto fonte, alinhamento, cor, tamanho e espaçamento, além
ou coluna. de borda e sombreamento, de acordo com o estilo se-
lecionado.
Manter linhas juntas: mantém linhas de um pa-
rágrafo juntas em uma caixa de texto ou coluna.
Quebrar página antes: insere quebra de página
no parágrafo em questão.

Listas numeradas e com marcadores:


Formatar colunas:
É possível adicionar marcadores ou números a li-
nhas digitadas. Para isso, basta selecionar o texto em
questão e clicar na opção Marcadores ou Numeração.

É possível também criar listas antes, ou seja, clica-


-se na opção e digita-se o texto. À medida que a te-
cla ENTER é apertada, o Word inicia nova linha com
o marcador ou com o número subsequente da lista,
como pode-se observar na lista a seguir:

Pode-se formatar o texto com uma, duas ou mais


colunas, bem como determinar a largura de cada colu-
na e a distância entre elas.

13
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Layout da página: Teclas de atalho:

Nesta aba, além da formatação das colunas, é pos-


QUEBRA DE PÁGINA CTRL + ENTER
sível determinar o tamanho do documento, margens,
orientação (retrato ou paisagem), entre outros. QUEBRA DE COLUNA CTRL + SHIFT + ENTER
QUEBRA DE LINHA SHIFT + ENTER

A figura a seguir é auto-explicativa, trazendo os


modos de quebra presentes no Microsoft Word:

Como se observa na figura, existe uma certa quanti-


dade de margens pré-selecionadas para o documento,
dentre as quais o usuário pode escolher a que melhor As quebras de seções são muito utilizadas para
se adapta ao documento em questão. Mas ao clicar em aplicar uma formatação diferente para cada parte de
margens personalizadas, pode-se aumentar ou dimi- um documento. É possível, por exemplo, definir uma
nuir o tamanho das margens. página com duas colunas e a próxima com três, por
exemplo. É possível também utilizar diferentes forma-
Tal recurso é possível também na aba Tamanho, na tações como Margens, orientação, bordas, alinhamen-
qual se tem tamanhos padronizados de papelo como to, cabeçalhos, colunas, numeração, entre outros.
Carta, A4, A3, e ainda é possível determinar outros cli-
cando em Mais Tamanhos de Papel.
Tabelas:
Cabeçalhos e rodapés:
Para configurar cabeçalhos e rodapés, pode-se:

- Clicar duas vezes na área do cabeçalho e do


rodapé dentro do documento;

- Clicar com o botão direito na área do cabeça-


lho e do rodapé, clicando em seguida em Edi-
tar Cabeçalho ou Editar Rodapé para inserir um
destes estilos;

- Clicar na aba Inserir e em seguida nas opções


Cabeçalho, Rodapé ou Número de Página.
Na opção Número de Página, pode-se optar entre
várias opções, como formatos e localização dentro da
página, entre outros.

Quebras:
Podem ser de página, coluna, linha ou seção.

14
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Informática

Basta clicar na aba Inserir e depois em Tabela. O Régua: mostra ou oculta as réguas horizontal e
Microsot Word já traz um número de tabelas pré-exis- vertical.
tentes (como 5x8 - 5 linhas por 8 colunas, - por exem-
Linhas de grade: ativa uma grade de linhas hori-
plo), mas é possível padronizar estes números.
zontais e verticas utilizadas para alinhar objetos.
Existe também a possibilidade de Desenhar Tabela, Painel de navegação: ativa ou desativa um pai-
onde o usuário pode ‘desenhar’ a tabela com colunas nel mostrado ao lado esquerdo do documento
e linhas do jeito que quiser. que possibilita buscas e navegação dentro des-
te.
Há também as opções de inserir uma Planilha do
Excel ou ainda Tabelas Rápidas, onde pode-se optar Zoom de uma página: exibe apenas a página
por tabelas prá-formatadas, como calendários, por atual do documento.
exemplo.
Zoom de duas páginas: exibe o documento de
duas em duas páginas.
Largura da página: ajusta a janela de visualiza-
ção de acordo com a largura da página do do-
cumento.

Localizar e Subsittuir:

É possível excluir colunas, excluir linhas ou ain-


da excluir células. Nesta opção, aparecerá a figura Na opção Localizar, pode-se buscar palavras ou
demonstrada acima. Pode-se descolar as células para pedaços do texto no documento. Em Substituir, pode-
esquerda, para cima, excluir a linha inteira ou ainda -se efetuar a substituição de palavras e fragmentos de
excluir a coluna inteira. texto. Já na opção Selecionar, pode-se selecionar todo
o texto do documento, somente objetos ou ainda todo
Já para mesclar as células basta selecioná-las e ao o texto com formatação semelhante.
clicar com o botão direito, aparecerá a opção Mesclar
Células. Na localização avançada, pode-se buscar textos,
fontes, tipos de parágrafo, quadros, entre outros:
É possível também inserir um texto já digitado em
uma tabela. Para tal, basta selecionar o texto e ao clicar
na aba Inserir e na opção Tabela, clica-se em Converter
Texto em Tabela.

Verificação de Ortografia e Gramática:

Na aba Exibição, destacam-se os Modos de Exibi- Durante a digitação, o Word efetua a correção auto-
ção de Documento: mática sublinhando em vermellho palavras digitadas
erroneamente ou em verde para indicar possíveis er-
Layout de Impressão, Leitura em Tela Inteira, ros de ortografia e gramática.
Layout da Web, Estrutura de Tópicos e Rascunho.
Entretanto, é possível efetuar uma revisão ainda
Existem também outras opções nesta aba: maior do texto digitado ao escolher a opção Ortografia
e Gramática, na aba Revisão:

15
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Ao encontrar palavras que possam apresentar É possível também alteras as configurações da im-
eventuais erros, as opções são as seguintes: pressão, como escolher somente algumas páginas para
serem impressas, orientação retrato ou paisagem, ta-
manho do papel e suas margens, mais de 1 página por
folha e agrupá-las (quando forem impressas duas có-
pias ou mais).

EXCEL

Responsável pela criação e edição de planilhas..

Criar uma nova pasta de trabalho:

Ignorar: Ao ignorar uma vez, o erro apontado Os documentos do Excel são chamados de pastas
será ignorado somente uma vez, sendo mostra- de trabalho, as quais contém folhas chamadas de pla-
do outras vezes em que estiver presente no tex- nilhas. É possível adicionar quantas planilhas desejar
to. Ao ignorar todas, o erro será ignorado por a uma pasta de trabalho. Clique em Arquivo > Novo e
todo o texto. em Pasta de trabalho em branco.

Adicionar ao dicionário: a palavra tida como


errada será adicionada ao dicionário do Word,
sendo considerada como certa daquele momen-
to em diante. Tem utilidade em eventuais pala-
vras que o Word não reconhece como certas.

Alterar: ao clicar em Alterar, o Word irá modi-


ficar a palavra (ou expressão) destacada pela
opção mostrada na caixa abaixo. Caso o usuário
queira trocar por outra palavra, deve selecioná
-la dentre as opções demonstradas. Se o usuário
escolher a opção Alterar todas, o Word irá efetu-
ar a troca em todas as palavras (ou expressões)
iguais à palavra em questão.

Ao clicar em Autocorreção, o Word irá efetuar


uma correção automática de todas as palavras
iguais à demonstrada. ELEMENTOS BÁSICOS DE UMA PLANILHA
EXCEL
Impressão: basta clicar na Guia Arquivo e na op-
ção Imprimir. As propriedades da impressora padrão
aparecerão na primeira seção. Na segunda seção, será Linhas, Colunas e Células:
visualizado seu documento. Para alterar as proprieda-
Célula é o espaço correspondente à intersecção de
des, clique em Propriedades da Impressora.
uma Coluna e uma Linha, formando o que se chama
de Endereço.

As Colunas são representadas pelas letras (A, B, C e


assim por diante) e as Linhas por números (1, 2, 3, etc).
Assim sendo, ao encontro da Coluna C com a Linha 8,
tem-se a Célula C8.

Pode-se inserir várias informações na célula. Para


isso, basta usar a tecla TAB (ou ENTER) ou o mouse
para ativar a célula e assim digitar o que se pretende
inserir nela.

A célula pode conter texto, números ou fórmulas,


de acordo com a informação que o usuário pretende
atribuir a ela.

A célula pode ser configurada de acordo com di-


versas categorias, como vemos a seguir:

16
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Informática

Neste caso, foi selecionada a opção ‘todas as bor-


das’ para as células selecionadas.

É possível também definir as seguintes configura-


ções:

Linha: em Estilo, pode-se escolher o tamanho e


estilo da linha da borda da célula.

Predefinições: existem bordas já pré-definidas


Aqui, vê-se como a informação “15” pode ser expos-
para serem usadas.
ta de diversas formas de acordo com a categoria que se
insere na célula. Na mesma figura, percebe-se que o
alinhamento escolhido foi o centralizado e embaixo. Cor: define-se a cor da célula selecionada.

As opções de alinhamento são: alinhar “em cima,


“no meio” e “embaixo”, e alinhar “texto à esquerda” Formatando as células:
“centralizar” e “texto à direita”.Ao MESCLAR a cé-
lula, pode-se combinar duas ou mais células em uma Usando a caixa Formatar Células é possível padro-
única célula. A referência de célula neste caso será a da nizar o conteúdo destas.
célula superior direita das células selecionadas.

No exemplo mesclou-se as células C8, C9, D8 e D9,


com a célula C8 servindo como referência. O alinha-
mento foi “no meio” e “centralizado”:Dentro da cé-
lula, é possível também selecionar a Direção do Texto
para configurar a ordem de leitura e seu alinhamento.

Por padrão, este item está definido na opção


Contexto, mas é possível alterá-la para Da Esquerda
para a Direita ou Da Direita para a Esquerda.

Existem outras opções dentro da célula, como “que-


brar o texto automaticamente”, a qual quebra o texto
em várias linhas dentro de uma mesma célula; “redu-
zir para caber”, que reduz o tamanho dos caracteres
da fonte para que seus dados caibam dentro da coluna.
Pode-se também utilizar as opções de borda para con-
figurar a célula, como demonstra a figura a seguir:

17
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Preenchimento: Aqui escolhe-se as cores, padrões


e efeitos a serem aplicados no preenchimento das cé-
lulas. O plano de fundo determina a cor a ser utilizada
no fundo da célula. Os efeitos de preenchimento pos-
sibilitam ao usuário a aplicação de gradiente, textura e
outros preenchimentos.

Funções:
São fórmulas oferecidas pelo Excel, ou seja, já são
pré-definidas.

Principais funções presentes no Excel:

Soma: Soma todos os números contidos na função.


Exemplo:

Veja que existem diversas opções dentro da caixa =SOMA(núm1;núm2) ou =SOMA(E2:E3):


Formatar Células. A primeira opção determina os ti-
pos exemplificados na figura anterior. Os Outros são:

Alinhamento:

As opções de alinhamento são padronizadas do


Pacote Office, ou seja, iguais às utilizadas no Microsoft
Word. Entretanto, não se esqueça que existem alguns
alinhamentos característicos do Excel, como visto an-
teriormente. E há ainda outro, a Orientação, que per-
mite ao usuário ‘girar’ o texto dentro da célula, deter-
minando quantos graus seu conteúdo será inclinado. É Neste caso, E2 tem como valor 3 e E3 como valor 5.
possível também configurar o Recuo do conteúdo das Logo, sua soma seria 8.
células em relação às suas bordas, sendo no sentido
Horizontal, sendo no sentido Vertical.
Mult: multiplica todos os números contidos na
função. No mesmo exemplo, vemos o seguinte:
Fonte:
Sua fórmula é =MULT(núm1;núm2) ou ainda
Aqui, é possível definir a fonte, seu estilo, tama- =E2*E3.
nho e efeitos, como tachado, sobrescrito e subscrito. A
fonte padrão do Excel é a Calibri. O Estilo padrão é
o Regular, mas pode-se optar por Itálico, Negrito ou
Negrito Itálico. Já o tamanho padrão é o 11.

Outras opções disponível são Sublinhado e Cor da


fonte.

Borda: opção já discutida anteriormente. Cabe res-


saltar que existem diversos tipos de estilos de borda.

Neste caso, o produto de =MULT(E2:E3) é 15.

Raiz: tem como resultado a raiz quadrada positiva


do número. É demonstrada pela fórmula =RAIZ(núm).

Exemplo: =RAIZ(9) resultará no número 3.

Potência: resulta em um número elevado à uma


potência. Sua fórmula é =POTÊNCIA(núm;potência).

Exemplo: =POTÊNCIA(5;2) resulta em 52, ou seja,


25.

18
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Informática

Arredondamento: esta função arredon- Para aplicar um gráfico a uma determinada quanti-
da um certo número de dígitos. Sua fórmula é dade de células, selecione-as e depois clique na opção
=ARRED(núm1;núm2), onde o ‘núm1’ é o valor a ser Inserir Gráfico.
arredondado (ou a célula que se pretende arredondar)
e o ‘núm2’ é o número de dígitos para o qual será arre- Existem diversos modelos propostos pelo Excel,
dondado o número. Exemplo: como Coluna, Linha, Pizza, Barra, entre outros.

Média: traz como resultado a média arit-


mética dos valores pretendidos. Sua fórmula é
=MÉDIA(núm1;núm2). Existe uma infinidade de ou-
tras funções pré-definidas pelo Excel, sendo estas as de
maior importância para o candidato ao concurso em
questão.

Referências em fórmulas:
Neste exemplo, LEG1, LEG2 e LEG3 são as
Para montar uma fórmula, é importante que o Legendas do Gráfico. ANO1, ANO2 e ANO3 são os tí-
candidato saiba alguns conceitos utilizados nestas. tulos de gráfico utilizados.
Observe a tabela a seguir:
Importante ressaltar que a qualquer momento o
REFERÊNCIA SIGNIFICADO usuário pode modificar o tipo de gráfico, migrando os
A5 Célula na intersecção da Coluna A valores para o formato pizza, barra, etc.
e da Linha 5 É possível também alterar cores de preenchimento
A5:A10 Intervalo de células da Coluna A, da área do gráfico, cores do texto, fontes, tamanho, en-
entre linhas 5 e 10 tre diversas outras propriedades.
A5:B5 Intervalo de células da Linha 5,
entre Colunas A e B Classificar texto e números:
A5:B15 Intervalo de células nas colunas A
É possível também classificar uma coluna de diver-
e B e Linhas 5 e 15
sas formas. Pode-se classificar de A a Z ou de Z a A.
10:10 Todas as células da linha 10
Já os números podem ser classificados do Menor
10:15 Todas as células da linha 10 à linha
para o Maior ou do Maior para o Menor.
15
B:B Todas as células da Coluna B

Gráficos:
Ao clicar na aba Inserir, tem-se a opção Gráficos.

Classificar datas ou horas:

Caso a coluna ou células selecionadas sejam valo-


res de data ou hora, é possível classifica-las da Mais
Antiga para a Mais Nova ou da Mais Nova para a Mais
Antiga, seguindo o mesmo procedimento.

19
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Para inserir um novo slide, deve-se ir até a guia


Página Inicial, clicar em Novo Slide e selecionar um
layout de slide.

Por fim, existe a Classificação Personalizada, na


qual é possível classificar as células de acordo com o
critério pretendido:

Para salvar a sua apresentação, pode-se clicar na


guia Arquivo e opção Salvar ou utilizar o já mencio-
nado atalho Ctrl+S. Para adicionar um texto, vá em um
espaço reservado para texto e comece a digitar. Pode-
se formatar o texto, com efeitos de sombra, reflexo,
contorno, preenchimento, entre outros.

Impressão:

A impressão segue os procedimentos do Word,


com uma opção interessante: a de Imprimir Títulos.

Tal recurso é utilizado nos casos em que o planilha


ocupar mais de uma página, sendo possível imprimir
rótulos ou títulos de linha e de coluna em cada página
impressa.

É possível também imprimir a planilha inteira ou


somente um intervalo de células, bastando para isso
selecioná-las antes de clicar na opção Imprimir. Para adicionar formas, vá em Inserir e depois em
Formas. Selecione a forma desejada, clique em qual-
quer parte do slide e arraste para desenhar a forma.
POWERPOINT
Aqui dispomos de um roteiro básico para fazer
uma apresentação no PowerPoint: Primeiro, deve-se
escolher um tema.

O PowerPoint possui alguns temas internos. Pode-


se criar ou selecionar uma variação de cor, e depois
começar sua formatação.

Por fim, para adicionar imagens, tem-se mais de


uma opção. Para imagens salvas em sua unidade local
ou servidor interno, clique em Imagens em meu PC;
para inserir uma imagem oriunda da Internet, clique
em Imagens Online e utilize a caixa de pesquisa para
encontra-la.

E para iniciar sua apresentação, pode-se começar


pelo primeiro slide, no item Iniciar Apresentação de
Slides e Do Começo, ou do ponto em que se encontra,
na opção Slide Atual.

20
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Informática

Na guia Apresentação de Slides, siga um destes Inserir:


procedimentos: Para iniciar a apresentação no primei-
ro slide, no grupo Iniciar Apresentação de Slides, cli-
que em Do Começo.

Aqui, é possível adicionar imagens, tabelas, álbuns,


figuras Clip-Art ou ainda áudios ou vídeos para sua
apresentação.

Alguns conceitos básicos sobre o Microsoft Po-


werpoint: Design:

Nesta aba é possível escolher o design da apresen-


Painel Slide: Aqui, é possível trabalhar com os sli-
tação entre vários formatos já pré-definidos. Também
des individualmente:
traz a possibilidade de Configurar a Página, como ex-
posto a seguir:

As abas Transições e Animações permitem per-


sonalizar a apresentação, com efeitos como Piscar,
Dissolver, Emaecer e animações como Surgir, Piscar,
etc.

Guia Slides: Exibe os slides em miniaturas en- Anotações:


quanto a edição é feita. Aqui é possível também edital,
adicionar ou excluir slides mais rapidamente.

Guia Tópicos: Aqui a apresentação é estruturada


de acordo com os tópicos, mostrando uma ideia geral
do documento.

Modos de exibição do Powerpoint:


ü Normal;

ü De classificação de slides;

ü De exibição de anotações;

ü Apresentação de slides;

ü Leitura;

ü Mestres:

- Slide;

- Folheto; Aqui é possível gravar anotações sobre os slides.


Ao selecionar o Modo de Exibição Anotações, é possí-
- Anotações. vel adicionar gráficos, imagens e tabelas a elas.

21
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Slide Mestre: O BrOffice possui uma tela de abertura, denomina-


da StartCentar, onde o usuário escolhe qual aplicativo
Considerado um slide principal, que serve de base irá abrir, de acordo com o documento que pretende
para os outros em uma apresentação, pois traz infor- editar.
mações de tema, design, títulos e outros itens a serem
utiizados. O StarCenter agrega todos os aplicativos da suíte,
possibilitando ao usuário ‘trocar’ de aplicativos com
Cada apresentação deve ter ao menos um slide maior agilidade.
mestre. Ao alterar um slide mestre, todos os slides a
ele vinculados são alterados. Cabe ressaltar que para aproveitar todos os recur-
sos disponíveis na suíte, o usuário deverá ter instalado
em seu computador o Java Runtime Environment, que
Layout de slides: pode ser usufruído gratuitamente.
Na aba da Página Inicial, é possível escolher um
dos nove Temas do Office pré-definidos: Para esta apostila iremos abordar dois aplicativos:

Calc: aplicativo de edição de planilhas semelhante


ao Excel, permitindo ao usuário que se insiram equa-
ções e fórmulas matemáticas, bem como gráficos e ta-
belas.

Writer: processador de textos semelhante ao Word.


Traz como possibilidade interessante salvar o arquivo
em formato PDF.

Open Document:

Conhecido pela sigla ODF, formato aberto usado


para compartilhar documentos baseados no formato
XML. Existem seis extensões ODF muito utilizadas,
sendo elas:

Extensão de Descrição Aplicativo


arquivo relacionado
ODB Banco de dados ODF Base
Animações: ODF Fórmula ODF Math
Existem basicamente quatro tipos de efeitos de ani- ODG Desenho ODF Draw
mação: ODP Apresentação ODF Impress
ODS Planilha ODF Calc
- de Entrada, quando um objeto surge no slide;
ODT Documento de texto ODF Writer
- de Saída, quando o objeto se separa ou desa-
parece do slide;
Conceitos básicos sobre o BrOffice:
- de Ênfase, para destacar o objeto, reduzindo A área de trabalho dos aplicativos do Pacote
ou aumentando-o; BrOffice baseiam-se no local onde a tarefa é realiza-
da. Esta área possui uma grande semelhança com a do
- de Animação, fazendo o objeto girar, ir para Microsoft Word.
cima, para baixo, etc.
Para o concurso em questão, tomaremos como base
as funções do Pacote Office, trazendo ao candidato, en-
Transições entre slides:
tretanto, os atalhos do BrOffice, que são os mais cobra-
São os efeitos colocados entre um slide e outro, dos em concursos públicos.
como já visto. Além dos efeitos, pode-se adicionar som
a estas transições. O título da janela encontra-se na parte superior do
aplicativo, juntamente com o nome deste.

PACOTE BROFFICE Na barra de menus, temos as abas Arquivo, Editar,


Exibir, Inserir, Formatar, Tabela, Ferramentas, Janela e
BrOffice é o nome utilizado no Brasil para o pacote Ajuda. Através destas abas tem-se o acesso a todas as
de aplicativos OpenOffice.org. funções do BrOffice, como Recortar, Colar, Salvar, etc.

22
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Informática

O BrOffice possui vários módulos, para editar tex- Teclas de Atalhos do OpenOffice.org Writer
tos, planilhas, apresentações, páginas da Internet, en-
tre outros. Para fins didáticos desta apostila, iremos Tecla Função
nos ater aos módulos de edição de texto e de planilhas.
F1* Ajuda
F2 Barra de Fórmulas
F3 Executar entrada de AutoTex-
to
F4* Fonte de dados
F5 Ativar /Desativar Navegador
F6* Na próxima barra de ferra-
mentas / janela (alterna entre
as barras de ferramentas que
estão sendo exibidas.
F7 Verificação Ortográfica
Criar documentos: F8 Ativar seleção estendida (você
poderá começar uma seleção
Para criar um novo documento, basta clicar no sem a preocupação de perder
menu Aplicativos, Escritório e escolher qual tipo de
o clique do mouse e a mesma
documento você deseja criar.
se desfazer)
Aqui, escolhe-se o tipo de documento desejado,
F9 Atualizar Campos
como texto, planilha, apresentação, etc.
F10* Na Barra de Menus (seleciona
o primeiro menu da Barra de
Menus)
F11 Ativar / desativar Estilista
F12 Ativar / desativar Numeração
Down Até a linha Abaixo
Up Até a linha Acima
Left À direita do caracter
Right Ir para a direita
Home Até o início da linha
End Até o fim da linha
Page Up Página Anterior
Page Down Próxima Página
Abrir documentos:
Enter Inserir Parágrafo
Para abrir documentos já existentes, deve-se clicar
na aba Arquivo e depois a opção Abrir. Esc Cancelar
Backspace Excluir da direita para esquer-
da
Salvar documentos:
Insert Modo de inserção
Para salvar documentos, clica-se na Aba Aquivos e
na opção Salvar. Na primeira vez que o arquivo for Delete* Excluir da esquerda para a
salvo, o usuário deve escolher o nome do arquivo. direita
Após o documento ser salvo pela primeira vez, ao Shift+F1* Dicas Adicionais
escolher a opção Salvar, o documento será salvo auto-
maticamente com o nome escolhido. Shift+F2* Ajuda de Contexto

23
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Shift+F5 Para Próxima Moldura CTRL+N* Novo


Shift+F6* Na Barra de Ferramentas / CTRL+O* Abrir
Janela Anterior
CTRL+P* Imprimir Arquivo
Shift+F8 Ativar Multiseleção (você
pode selecionar aleatoria- CTRL+Q* Sair
mente sem a necessidade de CTRL+R Alinhar à Direita
pressionar CTRL)
CTRL+S* Salvar
Shift+F9 Calcular Tabela
CTRL+U Sublinhado
Shift+F11 Novo Modelo (aplicar)
CTRL+V* Colar
Shift+F12 Ativar /Desativar Marcadores
CTRL+W* Fechar janela
Shift+Down Selecionar abaixo
CTRL+X* Recortar
Shift+Up Selecionar até a linha superior
CTRL+Y Refazer
Shift+Left Selecionar à esquerda do ca-
racter CTRL+Z Desfazer
Shift+Right Selecionar à direita do carac- CTRL+F1* Ajuda de Contexto
ter
CTRL+F2 Caixa de Diálogo de Campos
Shift+Home Selecionar até o início da li-
nha CTRL+F3 Editar AltoTexto

Shift+End Selecionar até o final da linha CTRL+F4* Fechar Janelas

Shift+Page Up Selecionar até a página ante- CTRL+F6* No documento


rior CTRL+F7 Dicionário de Correlatos para
Shift+Page Down Selecionar até a próxima pá- a palavra selecionada
gina CTRL+F8 Sombreamento de campos
Shift+Enter Inserir quebra de linha ma- CTRL+F9 Ativar /Desativar nomes de
nual campos
Shift+Backspace Mesma função do Backspace CTRL+F10 Ativar / desativar caracteres
Shift+Insert* Colar não- imprimíveis

Shift+Delete* Recortar CTRL+F11 Catálogo de estilos

CTRL+1 Espaçamento entrelinhas de 1 CTRL+F12 Inserir Tabela

CTRL+2 Espaçamento entrelinhas de 2 CTRL+Left Para a esquerda da palavra

CTRL+5 Espaçamento entrelinhas de CTRL+Right Para a direita da palavra


1,5
CTRL+Home Até o início do documento
CTRL+A* Selecionar Tudo
CTRL+End Até o fim do documento
CTRL+B Negrito
CTRL+Page Up Até o Cabeçalho
CTRL+C* Copiar
CTRL+Page Down Até o rodapé
CTRL+D Sublinhado Duplo
CTRL+Enter Inserir quebra manual de pá-
CTRL+E Centralizado gina
CTRL+F* Ativar /Desativar Localizar CTRL+Space Inserir espaço incondicional
CTRL+I Itálico CTRL+Backspace Excluir até o início da palavra
CTRL+J Justificado CTRL+Insert* Copiar
CTRL+L Alinhado à Esquerda CTRL+Delete Exclui até o fim da palavra

24
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Informática

CTRL+ - Inserir hífen opcional Move o cursor para a pri-


Home
meira célula da linha atual.
CTRL+* Executar campo de macro
Move o cursor para a última
CTRL+Shift +B Subscrito End
célula da linha atual.
CTRL+Shift +F Repetir Pesquisa
Seleciona todas as células
CTRL+Shift +J* Ativar /Desativar Tela Inteira Shift+Home desde a atual até a primeira
célula da linha.
CTRL+Shift +N* Novo Modelo em uso
Seleciona todas as células
CTRL+Shift +O* Escolha o campo de entrada
Shift+End desde a atual até a última
da URL
célula da linha.
CTRL+Shift +P Sobrescrito
Seleciona as células desde a
CTRL+Shift +Q* Interromper macro atual até uma página acima
Shift+Page Up na coluna ou extende a se-
CTRL+Shift +R Restaurar exibição
leção existente uma página
CTRL+Shift + T Desproteger Planilha para cima.
CTRL+Shift +F9 Atualiza campos de entrada Seleciona as células desde a
atual até uma página abaixo
CTRL+Shift +F11 Atualiza modelo (aplicar) Shift+Page Down na coluna ou extende a se-
CTRL+Shift +F12 Desativar Numeração leção existente uma página
para baixo.
CTRL+Shift Até o fim da tabela
+Down Move o cursor para o canto
esquerdo do intervalo de
CTRL+Shift +Up Para o início da tabela dados atual. Se a coluna à
CTRL+Shift +Left Selecionar até o início da pa- Ctrl+Seta para a esquerda da célula que con-
lavra esquerda tém o cursor estiver vazia,
o cursor se moverá para a
CTRL+Shift +Right Selecionar até à direita da esquerda da próxima coluna
palavra que contenha dados.
CTRL+Shift Selecionar até o início do do- Move o cursor para o canto
+Home cumento direito do intervalo de dados
CTRL+Shift +End Selecionar até o fim do docu- atual. Se a coluna à direita
mento Ctrl+Seta para a da célula que contém o cur-
direita sor estiver vazia, o cursor
CTRL+Shift +Page Editar nota de rodapé / nota se moverá para a direita da
Down de fim próxima coluna que conte-
CTRL+Shift +Enter Inserir quebra de coluna nha dados.

CTRL+Shift +Ba- Excluir até o início da oração Move o cursor para o canto
ckspace superior do intervalo de
dados atual. Se a linha aci-
CTRL+Shift +De- Excluir até o fim da oração ma da célula que contém o
lete Ctrl+Seta para cima
cursor estiver vazia, o cursor
se moverá para cima da
Navegar em planilhas:
próxima linha que contenha
dados.
Teclas de atalho Efeito Move o cursor para o canto
inferior do intervalo de da-
Move o cursor para a pri-
dos atual. Se a linha abaixo
Ctrl+Home meira célula na planilha
da célula que contém o
(A1). Ctrl+Seta para cima
cursor estiver vazia, o cursor
Move o cursor para a última se moverá para baixo da
Ctrl+End célula que contém dados na próxima linha que contenha
planilha. dados.

25
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Seleciona todas as células onde (*) é o sinal de multi-


contendo dados da célula plicação no teclado numé-
atual até o fim do interva- rico
lo contínuo das células de
Seleciona o intervalo de
dados, na direção da seta
Ctrl+ * dados que contém o cursor.
Ctrl+Shift+Seta pressionada.
Um intervalo é um intervalo
Um intervalo de células re- de células contíguas que
tangular será selecionado contém dados e é delimi-
se esse grupo de teclas for tado por linhas e colunas
usado para selecionar linhas vazias.
e colunas ao mesmo tempo. onde (/) é o sinal de divisão
no teclado numérico
Move uma planilha para a
esquerda. Ctrl+ / Seleciona o intervalo de fór-
Ctrl+Page Up mulas de matriz que contém
Na visualização de página: o cursor.
Move para a página de im-
pressão anterior. Ctrl+tecla de adi- Insere células (como no
ção menu Inserir - Células)
Move uma planilha para a Ctrl+tecla de sub- Exclui células (tal como no
direita. tração menu Editar - Excluir células)
Ctrl+Page Down Na visualização de página: Move o cursor uma célula
Move para a página de im- para baixo no intervalo se-
pressão seguinte. lecionado. Para especificar
Enter ( num inter-
a direção do movimento do
valo selecionado)
Move uma tela para a es- cursor, selecione Ferramen-
Alt+Page Up tas - Opções - LibreOffice
querda.
Calc - Geral.
Move uma página de tela Ctrl+ ` (consulte a Exibe ou oculta as fórmulas
Alt+Page Down
para a direita. nota abaixo desta em vez dos valores em todas
tabela) as células.
Adiciona a planilha anterior
à seleção de planilhas atual.
Teclas de função utilizadas em planilhas:
Se todas as planilhas de
um documento de planilha
forem selecionadas, esta Teclas de atalho Efeito
Shift+Ctrl+Page Up
combinação de teclas de
atalho somente selecionará Exibe a anotação anexada na
Ctrl+F1
a planilha anterior. célula atual
Troca para o modo de edição e
Torna atual a planilha ante-
coloca o cursor no final do con-
rior.
teúdo da célula atual. Pressione
novamente para sair do modo
Adiciona a próxima planilha de edição.
à seleção de planilhas atual.
Se o cursor estiver em uma cai-
Se todas as planilhas de F2 xa de entrada de uma caixa de
um documento de planilha diálogo que possui o botão En-
Shift+Ctrl+Page forem selecionadas, esta colher, a caixa de diálogo ficará
Down combinação de teclas de oculta e a caixa de entrada
atalho somente selecionará permanecerá visível. Pressione
a próxima planilha. F2 novamente para mostrar a
Torna atual a próxima pla- caixa de diálogo inteira.
nilha. Ctrl+F2 Abre o Assistente de funções.

26
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Informática

Move o cursor para a Linha de Aumenta a altura da linha atual


entrada onde você pode inse- Alt+Seta para (somente no Modo de compati-
Shift+Ctrl+F2 baixo bilidade legada do OpenOffice.
rir uma fórmula para a célula
atual. org).

Abre a caixa de diálogo Definir Diminui a altura da linha atual


Ctrl+F3 Alt+Seta para (somente no Modo de compati-
nomes.
cima bilidade legada do OpenOffice.
Mostra ou oculta o Explorador org).
F4
de Banco de dados.
Alt+Seta para a Aumenta a largura da coluna
Reorganiza as referências relati- direita atual.
vas ou absolutas (por exemplo,
Shift+F4 Alt+Seta para a Diminui a largura da coluna
A1, $A$1, $A1, A$1) no campo
de entrada. esquerda atual.
Otimiza a largura da coluna ou
F5 Mostra ou oculta o Navegador. Alt+Shift+Tecla
o tamanho da linha com base
de seta
Shift+F5 Rastreia dependentes. na célula atual.

Shift+F7 Rastreia precedentes.


Formatar células com as teclas de atalho:
Move o cursor da Linha de
Shift+Ctrl+F5 entrada para a caixa Área da Os formatos de célula a seguir podem ser aplicados
com o teclado:
planilha.
Verifica a ortografia na planilha Teclas de atalho Efeito
F7
atual.
Ctrl+1 (não use o tecla- Abre a caixa de diálogo
Abre o Dicionário de sinônimos do numérico) Formatar células
Ctrl+F7
se a célula atual contiver texto.
Ctrl+Shift+1 (não use o Duas casas decimais,
Ativa ou desativa o modo de teclado numérico) separador de milhar
seleção adicional. Nesse modo, Ctrl+Shift+2 (não use o Formato exponencial
você pode usar as teclas de seta teclado numérico) padrão
F8
para estender a seleção. Você
também pode clicar em outra Ctrl+Shift+3 (não use o
Formato de data padrão
célula para estender a seleção. teclado numérico)
Realça células que contém va- Ctrl+Shift+4 (não use o Formato monetário
Ctrl+F8 teclado numérico) padrão
lores.
Recalcula as fórmulas modifica- Formato de porcenta-
F9 Ctrl+Shift+5 (não use o
das na planilha atual. gem padrão (duas casas
teclado numérico)
decimais)
Recalcula todas as fórmulas em
Ctrl+Shift+F9 Ctrl+Shift+6 (não use o
todas as planilhas. Formato padrão
teclado numérico)
Ctrl+F9 Atualiza o gráfico selecionado.
Abre a janela Estilos e formata- Utilizar a tabela dinâmica:
ção para você aplicar um estilo
F11
de formatação ao conteúdo da
Teclas Efeito
célula ou à planilha atual.
Altera o foco movendo-
Shift+F11 Cria um modelo de documento. -se para a frente nas
Tab
Shift+Ctrl+F11 Atualiza os modelos. áreas e nos botões da
caixa de diálogo.
Agrupa o intervalo de dados
F12 Altera o foco movendo-
selecionado.
-se para trás nas áreas e
Shift+Tab
Desagrupa o intervalo de dados nos botões da caixa de
Ctrl+F12
selecionado. diálogo.

27
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Move o foco um item 05 INTERNET E INTRANET


Seta para cima para cima na área da
caixa de diálogo atual. INTERNET
Move o foco um item Conjunto de redes de computadores conectados
Seta para baixo para baixo na área da pelo protocolo de comunicação TCP/IP, que permite
caixa de diálogo atual. ampla variedade de recursos e serviços e possibilita
transferência de dados. Possui uma estrutura que pos-
Move o foco um item sibilita a utilização de serviços como correio eletrôni-
para a esquerda na co, sítios de busca e pesquisa, dentre outras.
Seta para a esquerda
área da caixa de diálogo
atual. Conceitos básicos:
Move o foco um item Host: máquina ou computador conectado a alguma
para a direita na área rede.
Seta para a direita
da caixa de diálogo
atual. Roteador: equipamento que possibilita a comunica-
ção entre várias redes de computadores.
Seleciona o primeiro
Provedor de acesso: empresa que possibilita e ofe-
Home item na área da caixa
rece o serviço de acesso à Internet, podendo também
de diálogo atual. ofertar outros, como serviços de email, hospedagem
Seleciona o último item de sites, etc.
End na área da caixa de diá- Servidor: sistema que fornece serviços a redes de
logo atual. computadores.
Alt e o caractere su- Copia ou move o campo
blinhado na palavra atual para a área “Li- Protocolos TCP/IP:
“Linha” nha”.
HTTP: Transferência de páginas de web. Porta
Alt e o caractere subli- Copia ou move o campo 80
nhado na palavra “Co- atual para a área “Co- HTTPS: Transferência de páginas de Web Segu-
luna” luna”. ro. Porta 443
Alt e o caractere subli- Copia ou move o campo SMTP: Para envio de email. Porta 587
nhado na palavra “Da- atual para a área “Da-
dos” dos”. POP3: Para recepção de email. Porta 110

Move o campo atual IMAP: Para acesso do email. Porta143


Ctrl+Seta para cima
uma casa para cima. DNS: Resolução de nomes para IP. Porta 53
Move o campo atual DHCP: Configuração dinâmica de IP. Porta 67
Ctrl+Seta para cima
uma casa para baixo.
FTP: Transferência de arquivos. Porta 20 e 21
Move o campo atual Telnet: Acesso remoto à distância. Porta 23
Ctrl+Seta para a esquer-
uma casa para a es-
da
querda. SSH: Acesso remoto com segurança. Porta 22

Move o campo atual IP: Endereço que indica o local de um host.


Ctrl+Seta para a direita Cada computador possui um IP, o qual é único.
uma casa para a direita.
Move o campo atual O endereço de domínio é convertido em IP através
Ctrl+Home do DNS.
para a primeira casa.
Move o campo atual O IPv4 usa número de 32 bits, escrito com 04 octe-
Ctrl+End tos. Já a versão 6 (IPv6) utiliza número de 128 bits.
para a última casa.
Exibe as opções do
Alt+O Conexão à Internet:
campo atual.
Normalmente, conecta-se à Internet através de um
Remove o campo atual provedor. A conexão pode ocorrer via Dial-Up, ADSL,
Delete
da área. cabo, 3g e 4g (celulares), FTTH (fibra ótica) e rádio.

28
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Informática

Www:
Domínios Institucio- edu.br
Sigla para World Wide Web, que em português sig- nais gov.br
nifica Rede de Alcance Mundial. Uma página da web
nada mais é do que um documento que traz infor- ar (Argentina)
Domínios Geográficos
mações na linguagem HTML, podendo trazer textos, br (Brasil)
sons, vídeos e outras formas de arquivos.

TIPOS DE DOMÍNIO
Voip:
Os domínios podem ser especificados de acordo
Comunicação de voz via internet. O mais utilizado com categorias, que envolvem pessoas físicas ou jurí-
atualmente é o Skype. dicas, ramos de atividade, tipos de páginas, entre ou-
tros. A seguir disponibilizamos um resumo dos princi-
E-mail: pais domínios existentes no Brasil.

Sigla para Eletronic Mail, que significa correio ele- GENÉRICOS


trônico. Serve para troca de mensagens e informações
entre usuários. PARA PESSOAS FÍSICAS OU JURÍDICAS

COM.BR Atividades comerciais


URL:
Sigla para Universal Resource Locator, ou seja, lo- ECO.BR Atividades com foco eco-ambiental
calizador universal de recursos. É uma maneira eifcaz
EMP.BR Pequenas e micro-empresas
de localizar páginas, conteúdos, pastas, documentos
(como áudio e vídeo, por exemplo), entre outras. Pode NET.BR Atividades comerciais
ser digitada em navegadores para acesso via inter-
net ou para recuperação de materiais e documentos
dentro de um computador. Utilizam frequentemente
“http”, “ftp”, etc. PESSOAS FÍSICAS

HTTP: BLOG.BR Web logs

Sigla para Hypertext Transfer Protocol. Forma pa- FLOG.BR Foto logs
drão para acesso de sites. Possui a seguinte estrutura:
NOM.BR Pessoas Físicas
“esquema ://servidor: porta /caminho “
VLOG.BR Vídeo logs

Esquema: onde é digitado ‘http’, ou seja, indica o WIKI.BR Páginas do tipo ‘wiki’
protocolo a ser utilizado; servidor: local que hospeda
a página ou documento acessado; porta: forma como o
navegador acessará o servidor; caminho: indica espe-
cificamente o documento ou página acessada. UNIVERSIDADES

EDU.BR Instituições de ensino superior


Firewall:
Sistema para proteger a rede de computadores con-
tra acesso indesejável.
PROFISSIONAIS LIBERAIS

Site: SOMENTE PARA PESSOAS FÍSICAS

Pasta ou diretório onde estão localizados todos os ADM.BR Administradores


arquivos das páginas. Home-page é a primeira página
de um site. ADV.BR Advogados

ARQ.BR Arquitetos
Domínio:
ATO.BR Atores
Nome que identifica conjuntos de computadores.
BIO.BR Biólogos
com.br
Domínios Genéricos BMD.BR Biomédicos
net.br

29
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

CIM.BR Corretores ESP.BR Esporte em geral

CNG.BR Cenógrafos ETC.BR Empresas que não se enquadram nas


outras categorias
CNT.BR Contadores
FAR.BR Farmácias e drogarias
ECN.BR Economistas
IMB.BR Imobiliárias
ENG.BR Engenheiros
IND.BR Indústrias
ETI.BR Especialista em Tecnologia da Informação
INF.BR Meios de informação (rádios, jornais,
FND.BR Fonoaudiólogos bibliotecas, etc..)
FOT.BR Fotógrafos RADIO.BR Empresas que queiram enviar áudio pela
rede
FST.BR Fisioterapeutas
REC.BR Atividades de entretenimento, diversão,
GGF.BR Geógrafos jogos, etc...
JOR.BR Jornalistas SRV.BR Empresas prestadoras de serviços
LEL.BR Leiloeiros TMP.BR Eventos temporários, como feiras e
exposições
MAT.BR Matemáticos e Estatísticos
TUR.BR Empresas da área de turismo
MED.BR Médicos
TV.BR Empresas de radiodifusão de sons e
MUS.BR Músicos
imagens
NOT.BR Notários
COM RESTRIÇÃO
NTR.BR Nutricionistas
AM.BR Empresas de radiodifusão sonora
ODO.BR Dentistas
COOP.BR Cooperativas
PPG.BR Publicitários e profissionais da área de
propaganda e marketing FM.BR Empresas de radiodifusão sonora

PRO.BR Professores G12.BR Instituições de ensino de primeiro e


segundo grau
PSC.BR Psicólogos
GOV.BR Instituições do governo federal
QSL.BR Rádio amadores
MIL.BR Forças Armadas Brasileiras
SLG.BR Sociólogos
ORG.BR Instituições não governamentais sem fins
TAXI.BR Taxistas lucrativos

TEO.BR Teólogos PSI.BR Provedores de serviço Internet

TRD.BR Tradutores DNSSEC OBRIGATÓRIO

VET.BR Veterinários B.BR Bancos

ZLG.BR Zoólogos JUS.BR Instituições do Poder Judiciário

LEG.BR Instituições do Poder Legislativo

MP.BR Instituições do Ministério Público


PESSOAS JURÍDICAS

SEM RESTRIÇÃO
CONTROLES ACTIVE X
AGR.BR Empresas agrícolas, fazendas São pequenos programas de extensão OCX, tam-
bém denominados complementos, utilizados na inter-
ART.BR Artes: música, pintura, folclore
net para melhorar a navegação.

30
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Informática

Permitem coleta de dados dos usuários, reprodu-


ção de vídeos ou animações e auxiliam em tarefas, 06 NAVEGADORES
possibilitando a instalação de atualizações de seguran-
ça, sendo necessária sua instalação para visualização Os navegadores são utilizados para se ter acesso a
de alguns sites. todo o conteúdo da Internet.

São muitas vezes incorporados em sites para trazer


INTERNET EXPLORER
recursos extras ao navegador utilizado.

Os controles Active X são particulares do Internet


Explorer, mas podem ser utilizados em outros nave-
gadores através da instalação de plug-ins específicos.

CONFIGURAÇÃO DE PROXY

Servidor destinado exclusivamente para o aumento


de velocidade em sua navegação utilizado por deter-
minados provedores. O proxy trabalha armazenado
dados de páginas acessadas pelos usuários localmen-
te, ou seja, em um computador dentro do próprio ser-
vidor, que carrega estes dados quando a página aces-
sada. O Windows Internet Explorer 9 (abreviado IE9) é a
nona versão do navegador Internet Explorer, criado e
Isto impede que os dados tenham que ser carrega- fabricado pela Microsoft. Ele é o sucessor do Internet
dos via internet a cada acesso, o que aumenta a veloci- Explorer 8.
dade da página.
Também conhecido pelas abreviações IE, MSIE,
Existem alguns programas para utilização de pro- WinIE ou Internet Explorer, é um componente integra-
xy, mas também há formas de configurá-lo manual- do desde o Microsoft Windows 98, e está disponível
mente. como um produto gratuito separado para as versões
mais antigas do sistema operacional.
Firefox: Clicar em “Opções”, “Opções” novamen-
Desde sua versão 7, seu nome oficial passou de
te e em “Avançado”. Após isso, clicar em “Configurar
“Microsoft Internet Explorer” para “Windows Internet
Conexão”.
Explorer”, devido à integração com a linha Windows
Uma nova janela será aberta, na qual deve-se es- Live.
colher a “configuração manual de proxy”. No campo
Atualmente, seus maiores concorrentes são o
“http” insere-se o número do IP do proxy a ser confi-
Mozilla Firefox, o Google Chrome, o Opera e o Safari.
gurado, e no campo “porta” a identificação da porta a
ser utilizada. Caso queira, é possível escolher a opção O Internet Explorer foi, durante um longo perío-
“usar este proxy para todos os protocolos”, para esta do de tempo, o navegador mais utilizado em todo o
opção ficar configurada permanentemente. mundo, chegando a estar presente em 99% dos com-
putadores com acesso à internet. Contudo, foi perden-
Internet Explorer e Google Chrome: Ambos do espaço para concorrentes como Google Chrome e
utilizam a mesma nomenclatura. Clica-se no bo- Mozilla Firefox.
tão ‘Ferramentas’ e escolhe-se “Opções da Internet”.
Um dos motivos preponderantes para isso ocorrer
Escolha opção “Conexões” e “Configurações da LAN”.
foi o fato do Internet Explorer ter sido sempre aponta-
Em seguida, marque a opção “usar um servidor proxy
do como um software com inúmeras falhas de segu-
para a rede local” e no campo “http” insira o número
rança.
do proxy a ser configurado.
Softwares como vírus, worms e trojans aproveita-
INTRANET vam-se da vulnerabilidade do navegador para roubar
informações pessoais dos usuários, bem como para
Rede que utiliza a mesma tecnologia, protocolos, controlar ou direcionar sua navegação.
serviços e aplicativos usados na Internet, mas voltada
ao acesso corporativo. Tem como característica ser res- Já a Microsoft utilizou como argumento o fato de
trito a um grupo de pessoas (funcionários), com con- que tais vulnerabilidades decorriam da alta quantida-
trole através de login e senha. de de usuários de seu navegador.

E isso pode ser observado quando seu concorrentes


Extranet: acesso à Internet fora da empresa ou liga- como Chrome e Firefox ganharam espaço, pois estes
ção entre Intranets de duas ou mais empresas. também apresentaram diversas falhas de segurança.

31
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Abaixo, estão expostas as Guias do Internet sites abertos em uma só janela do navegador, possibi-
Explorer 9 e suas funções: litando abrir, fechar e alternar entre sites.

A barra de guias mostra todas as guias ou janelas


que estão abertas na sessão atual.

Para adicionar um site a seus favoritos:

É possível manter uma lista com seus sites favori-


tos, afim de facilitar o seu acesso sem precisar sempre
digitar o endereço deles. Para isso, basta ir até o site
que deseja adicionar, clicando para exibir os comandos
de aplicativos. Em seguida clique no botão Favoritos
e em Adicionar a favoritos e, em seguida, to-
que ou clique em Adicionar.

Para fixar um site na tela inicial:

Os sites fixados serão exibidos em bloco na tela ini-


cial. Para isso, ao estar acessando o site clique no botão
favoritos e depois clique no botão Fixar site e, em
seguida, toque ou clique em Fixar na Tela Inicial.

Modo de exibição de leitura:

Quando estiver em sites para leitura, utilize o ícone


Modo de exibição de leitura na barra de endere-
ços. Ele elimina itens desnecessários (como anúncios,
por exemplo) fazendo com que as matérias sejam des-
tacadas. Para isso, basta clicar no ícone para ativá-lo.
Para retornar à navegação, basta clicá-lo novamente.

PRINCIPAIS ATALHOS

Para Pressione

Mostrar a Ajuda F1

Alternar entre os modos F11


de exibição tela inteira
e normal da janela do
Hoje em dia, está disponível o Internet Explorer 11, navegador
cuja interface é demonstrada na figura a seguir:
Avançar pelos itens de uma Tab
página da Web, a barra
de endereços ou a barra
Favoritos

Mover-se para frente entre Shift+Tab


os itens de uma página da
Web, a barra de endereços
e a barra Favoritos

Iniciar a Navegação por F7


Cursor

Ir para a home page Alt+Home


Existe a opção de guias e janelas, já presente em di-
versos navegadores. Com elas, é possível ter diversos Ir para a próxima página Alt+Seta para a Direita

32
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Informática

Ir para a página anterior Alt+Seta para a esquerda Salvar a página atual Ctrl+S
ou Backspace
Imprimir a página atual ou Ctrl+P
Exibir o menu de atalho de Shift+F10 a moldura ativa
um link
Ativar um link selecionado Inserir
Mover-se para frente Ctrl+Tab ou F6
Abrir os favoritos Ctrl+I
entre quadros e elementos
do navegador (funciona Abrir o histórico Ctrl+H
apenas se a navegação com
guias estiver desativada) Abrir o Gerenciador de Ctrl+J
Download
Mover-se para trás entre Ctrl+Shift+Tab
quadros (funciona apenas Abrir o menu Página (se a Alt+P
se a navegação com guias Barra de comandos estiver
estiver desativada) visível)

Voltar ao início de um Seta para Cima Abrir o menu Ferramentas Alt+T


documento (se a Barra de comandos
estiver visível)
Ir para o final de um Seta para Baixo
documento Abrir o menu Ajuda (se a Alt+H
Barra de comandos estiver
Voltar ao início de Page Up visível)
um documento em
Aumentar o zoom (+ 10%) Ctrl+Sinal de adição
incrementos maiores
Diminuir o zoom (- 10%) Ctrl+Sinal de subtração
Ir para o fim de Page Down
um documento em Ajustar nível de zoom em Ctrl+0
incrementos maiores 100%
Mover-se para o início de Home
um documento
MOZILLA FIREFOX
Mover-se para o fim de um End
documento
Localizar nesta página Ctrl+F
Atualizar a página da Web F5
atual
Atualizar a página da Web Ctrl+F5
atual, mesmo que os
carimbos de data/hora da
versão da Web e da versão
armazenada localmente
sejam iguais.
Parar o download de uma Esc
página
Trata-se de um navegador livre e multi-plataforma,
Abrir um novo site ou Ctrl+O desenvolvido pela Mozilla Foundation. Tem como di-
página ferencial o recurso Firefox Sync, que permite a sincroni-
zação dos favoritos, históricos, senhas e complementos.
Abrir uma nova janela Ctrl+N
Excluir histórico de Ctrl+Shift+Delete
navegação Acessibilidade:

Duplicar Guia (abrir a guia Ctrl+K A interface do Firefox tem como objetivo ser o mais
atual em uma nova guia) simples possível. Aqui, as opções menos utilizadas
ficam geralmente ocultas. O Firefox também possui
Reabrir a última guia Ctrl+Shift+T como característica marcante a presença de abas para
fechada separar os sites da sessão atual em uma única janela
Fechar a janela atual (se Ctrl+W do navegador.
apenas uma guia estiver
O navegador possui diversas opções de busca por
aberta)
informações e sites, como a função denominada ‘loca-

33
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

lizar ao digitar’. Com a função habilitada, ao iniciar a


digitação da palavra o Firefox destaca o primeiro re-
sultado que encontra.

Está disponível também um campo de pesquisa


embutido, com sites de busca incluídos como Google,
Yahoo e outros.

Segurança e Personalização:

O Firefox tem como característica a instalação de


extensões, o que supostamente o torna seguro.

O usuário escolhe as extensões que quer insta-


lar (chamados plug-ins), podendo entrar também no
Modo de Segurança, no qual todas as extensões insta-
ladas são desativadas.

Mas cabe ressaltar que tais extensões, quando ins-


taladas sem cuidado pelo usuário, podem resultar em
vulnerabilidades que afetem o funcionamento do na-
Principais atalhos:
vegador.

O próprio Firefox possui falhas de segurança em Navegação:


seu código, assim como todos os navegadores dispo-
níveis hoje.
Comando Atalho
As extensões podem trazer novas funções, como
personalizar o funcionamento do mouse, bloqueio de Alt+←
Voltar
publicidade, imagens, temas de aparência do navega- Backspace
dor, botões, menus, barra de ferramentas, etc.
Alt+→
A versão atual disponível para download é o Avançar
Shift+Backspace
Firefox 31, de julho de 2014.
Página inicial Alt+Home

Abrir arquivo Ctrl+O

Atualizar a F5
página Ctrl+R

Página atual:

Comando Atalho

Ir para o final da pági-


End
Nas figuras a seguir estão expostas as Guias do na
Mozilla Firefox e suas funções, de importante conhe-
Ir para o início da pá-
cimento para resolução de questões no concurso em Home
gina
questão:
Ir para o próximo fra-
F6
me

Ir para o frame ante-


Shift+F6
rior

Imprimir Ctrl+P

Salvar página como Ctrl+S

Mais zoom Ctrl++

34
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Informática

GOOGLE CHROME
Menos zoom Ctrl+-
Navegador criado pelo Google, sendo hoje o mais
Zoom normal Ctrl+0
utilizado no mundo. O Chrome envia detalhes de seu
uso diretamente para o Google, recurso este que tem
Editando: sido muito criticado por alguns usuários. Entretanto,
vários dos mecanismos utilizados para tal podem ser
desativados pelos usuários.
Comando Atalho

Copiar Ctrl+C

Recortar Ctrl+X

Apagar Delete

Colar Ctrl+V

Refazer Ctrl+Y

Selecionar
Ctrl+A Possui alguns recursos interessantes, como:
tudo

Desfazer Ctrl+Z Omnibox: a barra de endereços tem o recurso de


auto-completar.

Modo privativo/anônimo: através do coman-


Busca:
do Ctrl+Shift+N, é possível abrir uma nova janela no
modo anônimo, que impede a visualização do históri-
Comando Atalho co posteriormente.

Localizar Ctrl+F Abas e plug-ins: executados em processos separa-


dos.
F3
Localizar próximo
Ctrl+G Tradução automática: quando ativado, permite a
tradução sempre que um site em idioma diferente é
Shift+F3 acessado.
Localizar anterior
Ctrl+Shift+G
Simplicidade: a janela do Google Chrome é otimi-
Localizar link enquanto digita ‘ zada, limpa e simples.
Localizar texto enquanto Login: ao efetuar login em sua conta Google, seus
/
digita favoritos, histórico e outras configurações pessoais são
Ctrl+K importadas para todos os seus computadores, deixan-
Campo de busca do o usuário conectado com todos os serviços ofereci-
Ctrl+E
dos pelo Google.

Janelas & Abas: As opções de histórico, downloads, favoritos, ex-


tensões e configurações se assemelham aos outros na-
vegadores, como visto na figura a seguir. Ela ilustra o
Comando Atalho menu aberto ao se clicar no lado direito posterior do
painel principal do Google Chrome:
Ctrl+W
Fechar aba
Ctrl+F4

Fechar Ctrl+Shift+W
janela Alt+F4

Nova aba Ctrl+T

Nova
Ctrl+N
janela

Ctrl+Tab
Próxima
Ctrl+Page
aba
Down

35
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Principais Atalhos:
07 CORREIO ELETRÔNICO
Atalhos de guias e janelas:
Recurso utilizado para compor, enviar e receber
mensagens através da Internet.
Ctrl+N Abre uma nova janela.
O usuário possui uma caixa postal onde recebe
Ctrl+T Abre uma nova guia.
suas mensagens, e seu endereço é sempre composto
Abre uma nova janela no no seguinte formato:
Ctrl+Shift+N modo de navegação anô-
nima. Caixapostal@dominiodaempresa:

Abre um arquivo de seu Ex.: contato@editoraaprovare.com.br.


Pressionar Ctrl+O. computador no Google
Chrome.
O email é composto dos seguintes campos:
Pressionar Ctrl e clicar em Abre o link em uma nova
um link. guia em segundo plano.
CAMPO DESCRIÇÃO
Abre o link em uma nova
Pressionar Ctrl+Shift e cli- PARA Destinatário(s) principal(is) da
guia e alterna para a guia
car em um link. (DESTINATÁRIO) mensagem
recém-aberta.

Pressionar Shift e clicar em Abre o link em uma nova CC Destinatário(s) secundário(s) da


um link. janela. (CÓPIA CARBO- mensagem. Os destinatários inclu-
NO) ídos no campo PARA e CC sabem
que o outro também recebeu a
mensagem.
Atalhos de páginas da Web:
CCO/BCC Os destinatários aqui coloca-
(CÓPIA OCULTA) dos não sabem da existência
Ctrl+P Imprime sua página atual. uns dos outros em relação ao
recebimento da mensagem.
Ctrl+S Salva sua página atual.

F5 ou O acesso ao email pode se dar de duas formas:


Recarrega sua página atual.
Ctrl+R através do WebMail, provedor de mensagens de cor-
reio através da Internet ou Intranet, ou programas de
Interrompe o carregamento de sua página e-mail, como Mozilla Thunderbird, Microsoft Office
Esc
atual. Outlook, dentre outros.
Ctrl+F Abre a barra “Localizar”.

Abre sua página no modo de tela cheia. OUTLOOK


F11 Pressione F11 novamente para sair desse
modo. Microsoft Outlook é um “cliente de e-mail”, com-
ponente integrante do Microsoft Office.

Ao contrário do Outlook Express - usado basica-


Atalhos de texto: mente para receber e enviar e-mail -, o Outlook é ain-
da um calendário completo, que possibilita ao usuário
agendar seus compromissos diários, semanais e men-
Copia o conteúdo realçado para
Ctrl+C sais.
a área de transferência.
Traz também um gerenciador de contatos, onde é
Ctrl+V ou Cola o conteúdo da área de
possível cadastrar o nome e email de seus contatos,
Shift+Insert transferência.
bem como outras informações relevantes, telefones,
Cola o conteúdo da área de Ramo de atividade, detalhes sobre emprego, apelido,
Ctrl+Shift+V entre outras.
transferência sem formatação.
Possui também um Gerenciador de tarefas, que po-
Exclui o conteúdo realçado e o
Ctrl+X ou dem ser organizadas em forma de lista, com todos os
copia para a área de transferên-
Shift+Delete detalhes sobre determinada atividade a ser realizada.
cia.
Por fim, conta ainda com um campo de anotações.

36
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Informática

PARA PRESSIONE Criar uma entrada de CTRL+SHIFT+J


diário.
Alternar para Email. CTRL+1
Criar uma solicitação de CTRL+SHIFT+Q
Alternar para Calendário. CTRL+2 reunião.
Alternar para Contatos. CTRL+3 Criar uma mensagem. CTRL+SHIFT+M
Alternar para Tarefas. CTRL+4 Criar uma anotação. CTRL+SHIFT+N
Alternar para Anotações. CTRL+5 Criar um novo documento CTRL+SHIFT+H
do Microsoft Office.
Alternar para Listas CTRL+6
de Pastas no Painel de Salvar (exceto em Tarefas). CTRL+B ou SHIFT+F12
Navegação.
Salvar e fechar (exceto em ALT+R
Alternar para Atalhos. CTRL+7 Email).
Mover entre a janela TAB Salvar como (somente em F12
do Outlook, os painéis Email).
menores no Painel de
Navegação, o Painel de Desfazer. CTRL+Z ou ALT+BACKSPACE
Leitura e as seções na Barra
de Tarefas Pendentes. Excluir um item. CTRL+D

Mover-se entre a janela F6 Imprimir. CTRL + P


do Outlook, os painéis
menores do Painel de Copiar item. CTRL+SHIFT+Y
Navegação, o Painel de
Mover um item. CTRL+SHIFT+V
Leitura e as seções da Barra
de Tarefas Pendentes. Verificar nomes. CTRL+K
Mover-se entre linhas do CTRL+TAB Verificar ortografia. F7
título da mensagem no
Painel de Navegação. Sinalizar para CTRL+SHIFT+G
acompanhamento.
Mover-se dentro do Painel Teclas de seta
de Navegação. Encaminhar. CTRL+F
No Painel de Leitura, role a BARRA DE ESPAÇO Enviar ou postar ou ALT + S
página para baixo. convidar todos.

No Painel de Leitura, role a SHIFT+BARRA DE ESPAÇO Habilitar a edição em um F2


página para cima. campo (exceto no modo
de exibição de ícones ou
Localizar uma mensagem CTRL+E de emails).
ou outro item.
Alinhar texto à esquerda. CTRL+L
Apagar os resultados da ESC
pesquisa. Centralizar texto. CTRL+E

Localizar texto dentro de F4 Alinhar texto à direita. CTRL+R


um item aberto.
Email
Criar um compromisso. CTRL+SHIFT+A
PARA PRESSIONE
Criar um contato. CTRL+SHIFT+C
Alternar para Caixa de CTRL+SHIFT+I
Criar uma lista de CTRL+SHIFT+L Entrada.
distribuição.
Alternar para Caixa de CTRL+SHIFT+O
Criar um fax. CTRL+SHIFT+X Saída.

Criar uma pasta. CTRL+SHIFT+E Enviar. ALT + S

37
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Encaminhar uma CTRL + F SÍTIOS DE BUSCA E PESQUISA NA


mensagem. 08
INTERNET
Criar uma mensagem CTRL+N
(quando estiver no Email).
Devido à enorme quantidade de sites e informa-
Abrir uma mensagem CTRL + O ções disponíveis na Internet, faz-se necessário que o
recebida. usuário utilize-se de ferramentas de busca para que
Localizar ou substituir. F4 possa, com rapidez e objetividade, alcançar o que pre-
cisa na rede mundial.
Imprimir. CTRL+P
Existem inúmeros sites de busca, como Yahoo e
Encaminhar. CTRL+F Bing. Entretanto, o sítio de maior uso, amplitude e
Criar um novo CTRL+N eficiência é o Google, razão pela qual será objeto de
maior estudo neste tópico.
compromisso (quando
estiver em Calendário). Para efetuar uma busca, um mecanismo efetua ba-
Abrir um item. ENTER sicamente 4 passos:

Selecionar todos os itens. CTRL + A 1. Rastrear: aqui é feito uma varredura (também
chamado de scan) por links e páginas;
Ir para o item no canto PAGE DOWN
inferior da tela. 2. Indexar: todo o conteúdo varrido será indexa-
do, ou seja, será analisado e armazenado;
Ir para o item no canto PAGE UP
superior da tela. 3. Rankear: depois de buscado e indexado, o
link será ranqueado de acordo com sua impor-
Estender ou reduzir os SHIFT+SETA PARA CIMA ou tância e relevância para o mecanismo;
itens selecionados em um SHIFT+SETA PARA BAIXO,
item. respectivamente 4. Apresentar o resultado: aqui, temos o resulta-
do de todo o processo anterior, disponibilizan-
Ir para o item anterior ou CTRL+SETA PARA CIMA ou do ao usu
seguinte sem estender a CTRL+SETA PARA BAIXO,
seleção. respectivamente Existem diversas classificações de mecanismos de
busca. Para fins didáticos, aqui iremos utilizar duas:
Selecionar ou cancelar a CTRL+BARRA DE ESPAÇOS
seleção do item ativo. Globais: como Google, Yahoo e Bing, pesqui-
sam todas as páginas e documentos da Internet,
Com um grupo com seu resultado sendo aleatório e dependen-
selecionado do de diversos fatores.
PARA PRESSIONE Verticais: efetuam buscas especializadas, de
Expandir um único grupo SETA PARA A DIREITA acordo com seus objetivos. Podem ser utiliza-
dos de forma comercial, como BuscaPé, Catho
selecionado.
e outros.
Recolher um único grupo SETA PARA A ESQUERDA
Locais: são essencialmente regionais, direcio-
selecionado.
nado a busca principalmente para empresas e
Selecionar o grupo SETA PARA CIMA prestadores de serviços. Listão e GuiaMais são
anterior. exemplos deste tipo.

Selecionar o próximo SETA PARA BAIXO De busca local: são de busca nacional, listando
grupo. as empresas mais próximas do usuário de acor-
do com dados advindos de coordenadas de GPS.
Selecionar o primeiro HOME
Diretórios de websites: são verdadeiros índices
grupo.
de sites, organizando-os por categorias e subca-
Selecionar o último grupo. END tegorias.

Selecionar o primeiro SETA PARA A DIREITA


Outra classificação é a seguinte:
item na tela em um grupo
- Mecanismos de Busca Crawler-based: como
expandido ou o primeiro
o Google, que utiliza os passos expostos ante-
item fora da tela à direita. riormente;

38
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Informática

- Diretórios: tem os sites divididos por catego-


rias. O Yahoo utiliza esse sistema para efetuar 09 GRUPOS DE DISCUSSÃO
buscas; Ferramenta disponível na Internet, através da qual
o usuário cadastra-se em uma lista e discute temas de
- Mecanismos pagos por performance (Pay-for seu interesse com outros usuários. Um dos membros
-performance engines) ou com inclusão paga do grupo envia um email para a lista, o qual é repassa-
(Paid inclusion engines): neste caso, temos do para os integrantes desta.
como melhores exemplos os links patrocinados
do Google. Com o email, pode-se enviar também fotos, vídeos,
documentos e arquivos dos mais diversos tipos.

Exemplos de grupos são o Google Grupos e o


GOOGLE
Yahoo!Grupos. Para entrar em um grupo, deve-se
efetuar um cadastro ou possuir uma conta de email
já cadastrada. Pode também ser denominado Lista de
Discussão ou Lista de Emails.

10 SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO
O Google atualmente é uma das maiores empresas
no ramo da Informática e Internet no mundo. Seu me- ELEMENTOS E PRINCÍPIOS
canismo de busca é, de longe, o mais utilizado e o que
oferece melhores resultados aos usuários. A segurança da informação trata de conceitos e re-
Tal eficiência é obtida pela tecnologia utilizada na cursos utilizados para combater as ameaças às infor-
busca, a chamada PageRank, um sistema que classifica mações digitais. Existe uma política de segurança que
as páginas da Internet de acordo com a sua importân- deve ser adotada por todos os usuários da Internet,
cia. sempre observando alguns princípios e elementos.
O Google também armazena muitas páginas em ca-
che, ou seja, seu conteúdo pode ser buscado e acessado Confidencialidade:
mesmo quando a página está offline (fora do ar). Se a
página buscada não estiver mais no ar, basta clicar na Garantia de que uma informação não será acessada
opção “em cache”, um link ao lado do resultado da por um terceiro não autorizado.
busca, e acessar o conteúdo da página buscada.
Para se ter melhor sucesso nas pesquisas na Integridade:
Internet, faz-se necessário utilizar palavras-chave em Garantia de que a informação não será alterada
vez de termos genéricos. sem autorização. Entende-se também que o sistema de
segurança deve estar sempre em condições de uso por
Por exemplo, em vez de se buscar Apostila para
Concursos da Polícia Rodoviária Federal, melhor é parte do interessado.
buscar Apostila Polícia Rodoviária Federal , ou ainda
Apostila PRF. Disponibilidade:
O Google ignora palavras e caracteres comuns, bem Garantia de que o sistema de informações estará
como descarta termos como http e .com e letras e dí- sempre disponível ao usuário, ou seja, dados essen-
gitos isolados. Dica: utilizar o sinal “+” inclui palavras ciais ao funcionamento devem estar disponíveis o
descartáveis na busca. Letras maiúsculas e minúsculas tempo todo.
não interferem no mecanismo de busca.

Também é possível se buscar Imagens, Mapas, Autenticidade:


Notícias, vídeos no YouTube, assim como refinar sua
O sistema deve conseguir conhecer e reconhecer a
busca de acordo com a data, idioma, local, entre outras
identidade dos usuários ou do sistema de informações
preferências. E ao clicar no botão “Estou com sorte”, o
com o qual vai se comunicar. Os usuários também de-
Google leva o usuário para a primeira página obtida
vem podem reconhecer a identidade do sistema.
com o resultado da pesquisa.

O botão ‘estou com sorte’ do Google faz com que o


Utilização:
usuário seja direcionado diretamente à primeira pági-
na resultante da pesquisa. Assim, nenhum outro resul- A utilização do sistema e das informações deve ser
tado é disponibilizado, diminuindo o tempo de busca. restringida às suas finalidades.

39
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Confiabilidade: PRAGAS VIRTUAIS


A garantia de que o sistema funcionará e terá seu
desempenho de acordo o esperado. Cavalo de Tróia (Trojan Horse):
Talvez a mais conhecida praga, caracteriza-se por
VÍRUS ser um programa aparentemente inofensivo e que tem
como finalidade a execução de funções normais, mas
Programa (ou parte dele) que necessita de um que concomitantemente pode executar ações mali-
hospedeiro e que tem a capacidade de se copiar. Tem ciosas, tais como alteração e destruição de arquivos,
como finalidade infectar programas e arquivos através roubo ou simples apagamento de dados e informações
destas cópias e da execução dos arquivos infectados, o sigilosas.
que faz com que o próprio vírus seja executado.
Difere-se de vírus e worms por não efetuar cópias
O vírus pode ter controle total do computador. de si mesmo.
Pode entrar no computador através de arquivos ane-
xados em emails, instalação de programas e aplica-
tivos de origem duvidosa, dispositivos como CD’s, Spyware:
DVD’s, Pendrives, etc. Programa espião, que tem como finalidade monito-
rar e registrar dados de navegação do usuário, sem o
conhecimento da vítima. Pode atuar através de keylog-
Vírus de macro:
gers (capturadores de teclado) e screenloggers (captura-
Conjunto de comandos armazenados em alguns dores de tela).
aplicativos que são programados para executar tare-
fas de forma repetida. Para sua execução, o arquivo
Adware:
que contém o vírus precisa ser aberto pelo usuário. São
baseados em VBA (Visual Basic for Applications). São Programa que faz anúncios de propaganda no local
geralmente encontrados em arquivos do Office (como infectado. Exemplos: propagandas de cassino, porno-
Word e Excel), mas também podem ser encontrados grafia, etc.
em arquivos de outras extensões.
Hijackers:
Vírus Polimórficos: Programas seqüestradores, que manipulam o nave-
Também conhecidos como vírus mutantes, têm a gador do usuário, impossibilitando que a vítima altere
capacidade de alterar seu tipo a cada infecção, dificul- sua página inicial, tenha acesso a determinados sites,
tando assim o seu combate. ou ainda instalando barras de ferramentas e pop-ups
(janelas que se abrem automaticamente) no navega-
dor.
Vírus por email:
Normalmente este tipo de vírus é ‘acoplado’ a um Rootkit:
arquivo que é anexado junto ao email. Para que ocorra
a infecção, é necessário que o usuário execute o arqui- Programa que se camufla no sistema, impossibili-
vo ou que o programa de emails esteja configurado tando sua identificação. Trata-se de uma praga de téc-
para efetuar a auto-execução. Isto feito, o programa de nicas avançadas, e por isso não usualmente cobrada.
emails passa a enviar cópias de si mesmo para outros
destinatários existentes na lista de contatos do usuário. Phising:
Não se trata de um programa, e sim de uma técni-
WORMS ca de fraude utilizada para ‘pescar’ a vítima e faze-la
cair num golpe. Tem como característica parecer uma
Programa que utiliza a estrutura de rede para se pessoa ou empresa confiável e solicitar à vítima que
propagar. Afeta a velocidade desta estrutura, vez que informe dados pessoais e/ou bancários, através de for-
ele se copia de computador para computador. Sendo mulários e páginas falsas, emails que parecem verda-
assim, não precisa de hospedeiro nem ser executado deiros, etc.
pelo usuário, se propagando através de vulnerabilida-
des existentes.
APLICATIVOS PARA SEGURANÇA
De forma geral, não causa o mesmo dano de um
vírus. Entretanto, compromete o bom funcionamento Criptografia:
de um sistema, pois consome muitos recursos. Pode
inclusive lotar o disco rígido de algum computador Processo através do qual as mensagens e dados são
pela grande quantidade de cópias de si mesmo que escritos de forma cifrada, ou seja, somente aqueles que
pode gerar. tem acesso a um código podem decifra-los.

40
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Informática

As chaves podem ser simétricas (senhas para crip- É um recurso de segurança primordial para a ma-
tografar e descriptografar são as mesmas) e assimétri- nutenção de informações confidenciais e sigilosas.
cas (as senhas são diferentes).
Deve ser realizado com certa freqüência, se possí-
vel diariamente. Tem como objetivo sempre manter os
Assinatura digital: dados do backup recentes e mais próximos do sistema
original que se busca proteger.
Código que possibilita a verificação da autenticida-
de das mensagens e dados recebidos. No Brasil, do-
cumentos assinados digitalmente tem validade legal Backup Diário:
desde 2001. Copia os arquivos selecionados pelo usuário, cria-
dos ou alterados em uma data específica. Não marca
todos os arquivos (não os deixa marcados como pas-
Mecanismos de controle de acesso: sados por backup).
Senhas, digitais, Firewall (programa que filtra o
tráfego de entrada e saída em uma rede, podendo Backup Normal:
ser configurado de acordo com a vontade do usuá-
rio. Basicamente, o que não é autorizado é bloqueado. Copia todos os arquivos selecionados pelo usuário,
deixando-os marcados.
Pode ser implementado em software e hardware).

Backup Incremental:
Certificação digital:
Copia somente os arquivos novos ou alterados des-
Trata-se de um documento eletrônico que contém de o último backup. Marca todos os arquivos.
os dados do usuário, similar a um CNPJ ou RG. É ex-
pedido por uma Autoridade Certificadora, e é comu-
mente utilizado em acessos a dados bancários pela Backup Diferencial:
Internet. Igual ao Incremental, entretanto não, porém não
marca todos os arquivos.

Antispam:
Classificam emails como indesejados, fazendo com
que o usuário nem chegue a acessa-los.
11 CERTIFICADO DIGITAL
Certificado Digital é um documento que contém
dados sobre uma pessoa física ou jurídica, e é utiliza-
VPN: do para comprovação de autenticidade, ou seja, é uma
Sigla para Virtual Private Network, espécie de rede assinatura com validade jurídica que serve como ga-
privativa virtual que utiliza a Internet para fazer a co- rantia a transações realizadas via internet.
municação de dados e sistemas de forma segura, seja Serve para que pessoas e empresas identifiquem-
entre computadores, seja entre redes. -se e assinem digitalmente seus documentos através
Em concursos, é comum a utilização de termos da internet, permitindo assim que estes documentos
como túneis seguros e/ou tunelamento. sejam reconhecidos como autênticos sem que seja ne-
cessária a presença física de todas as partes para tal.

Elimina assim a necessidade da utilização de pa-


Antivírus: péis, bem como sua assinatura física. Em um mundo
Programas que protegem os sistemas contra os cha- no qual as transações via internet são cada vez mais
mados vírus de computador. São preventivas e corre- frequentes e necessárias, viu-se como essencial a for-
tivas, ou seja, agem para prevenir o acesso dos vírus mulação de um certificado que garantisse a autentici-
ao computador. dade e reduzisse a possibilidade de fraudes, trazendo
assim a certeza de proteção e sigilo em relação aos da-
Entretanto, caso esta prevenção falhe, atuam para dos trocados na rede mundial de computadores.
eliminar a ação destes vírus e retira-los do sistema.
Exemplos: Norton Antivírus, AVG, Avast, McAfee, etc.
CRIPTOGRAFIA

BACKUP Série de fórmulas matemáticas, nas quais utliza-se


um segredo para codificar informações.
Trata-se de uma cópia de dados importantes de
pessoa ou empresa para um local seguro, como DVD’s, Pode ter como base o mesmo segredo, na qual deno-
HD externo, servidores, etc. mina-se Criptografia Simétrica, ou utilizar dois segre-

41
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

dos diferentes, tendo-se assim a chamada Criptografia Esses sub-bancos são organizados pela execução
Assimétrica. dos algoritmos capazes de fazer tal varredura das in-
formações.
É feita através de um software e um par de chaves:
Para empresas, trata-se de uma importante ferra-
- Chave pública: disponível para qualquer usu- menta na análise de mercado e tomada de rumo com
ário. potencial para aumentar sua inovação e lucratividade,
aumentando assim o grau de acerto nas decisões.
- Chave privada: secreta, ou seja, somente seu
É amplamente utilizada em diversos setores, como
dono a conhece.
medicina, educação, engenharia, entre outros.

Os dados varridos pela mineração vão desde a in-


PGP formações do dia a dia, como estoque, pedidos, orça-
Sigla para Pretty Good Privacy (privacidade mui- mentos a dados mais complexos como os contábeis,
to boa). É um programa de computador usado para financeiros e jurídicos.
criptografia de dados e documentos, fornecendo au- É frequentemente utilizado para obter informações
tenticação e privacidade para seus usuários. É uma a respeito de clientes, fornecedores e empregados, por
chave pública, ou seja, está disponível para todos os exemplo.
usuários. Foi desenvolvido por Davi P. Z. Arimateia,
em 1991. Cabe ressaltar que seu conceito pode ser associado
a questões de ética e invasão de privacidade, levan-
tando assim aspectos legais sobre sua utilização, haja
FERRAMENTAS DE AUTOMAÇÃO DE visto que em determinados momentos extrai dados re-
ESCRITÓRIO lativos ao comportamento das pessoas.

O Data Mining acaba por alimentar o Data


Automação de escritório: Warehouse, conceito que será analisado logo a seguir.
Envolve uso de equipamentos e softwares para
criar, coletar, guardar, transmitir e manipular de for-
DATA WAREHOUSE
ma digital dados utilizados para realização de tarefas
dentro de um escritório. Também chamado de armazém ou depósito de da-
dos. É um sistema utilizado para armazenar informa-
Engloba todas as tarefas realizadas dentro de um
ções relativas a um banco de dados.
escritório, como preenchimento de formulários, có-
pias, registros, telefones, documentos, entre outros. Seu formato tem por finalidade facilitar a formula-
ção de relatórios e a análise de dados de forma estra-
Possui como base a LAN, que permite aos usuários
tégica.
a transmissão de dados e documentos através de uma
rede. Além de manter um histórico de informações, o
Data Warehouse cria também padrões para os dados
analisados, corrigindo assim os erros mais comuns e
reorganizando os dados sem interferir em seu sistema
CONCEITOS BÁSICOS DE de operação.
12
DATAMINING E DATA WAREHOUSE Antes de serem armazenados, os dados são filtra-
dos, organizados e catalogados para que possam for-
DATA MINING mar uma sólida base de dados. Atualmente, devido à
sua grande capacidade de sumarização e facilidade
Surgiu em 1990 e é uma etapa do processo de análise, os Data Warehouse são responsáveis por
Knowledge Discovery in Databases, traduzido como um grande núcleo dentro dos sistemas de informações
Descoberta de Conhecimento em Bancos de Dados. gerenciais e servem como base para a tomada de deci-
Pode ser chamado também de Mineração de Dados. sões de diversas empresas nos mais variados setores
da economia.
Trata-se de uma função que tem por finalidade a
varredura e descoberta de informações relevantes, Cabe ressaltar que os dados desse sistema não es-
agregando e organizando dados, assim como seus pa- tão sujeitos a alterações, visto que estão disponíveis
drões, mudanças, associações e anomalias. apenas para leitura.

Funciona em dados armazenados em bancos de São projetados para o processamento on-line analí-
dados, gerando assim novos sub-bancos de dados (ge- tico (OLAP: On-line Analytical Processing),e não atra-
ralmente ligados a empresas, mercado de negócios ou vés do processamento transacional on-line (OLTP: On-
pesquisas científicas). line Transactional Processing).

42
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Informática

SQL (Structured Query Language): Linguagem de


CONCEITOS BÁSICOS DE consulta estruturada ou ainda linguagem estruturada
13 ARMAZENAMENTO DE DADOS E query, é a e linguagem padrão para bancos de dados
relacional. Foi desenvolvido nos anos 70 pela IBM. É
BANCO DE DADOS RELACIONAL uma linguagem declarativa, que especifica a forma do
resultado. Assim, o usuário não tem que conhecer a
ARMAZENAMENTO DE DADOS exata localização do registro para a recuperação dos
dados. Não se faz necessária um extenso conhecimen-
Os dados podem ser armazenados tanto interna- to da estrutura do banco de dados para a obtenção do
mente (em sua memória) como externamente (nos resultado desejado.
chamados dispositivos de armazenamento). Tais dis-
positivos são capazes de armazenar informações para
CONCEITOS GERAIS SOBRE BANCO DE
consulta posterior, bem como de processar tais infor-
mações. DADOS RELACIONAL

Ao longo dos anos, os dispositivos sofreram diver- Tabelas: também chamadas de relações (daí o
sas modificações, evoluindo e adaptando-se aos apa- nome banco de dados relacional), são onde estão ar-
relhos atuais e sua tecnologia cada vez mais avançada. mazenados os dados. Possui colunas e linhas, as quais
Hoje, podem ser: por meios magnéticos, como disco possuem o seu próprio tipo de dados. Geralmente são
rígido e disquete; por meios ópticos, como CD e DVD; nomeadas com nomes no singular.
por meios eletrônicos, como pen drive e cartão de me-
mória. Existe ainda o armazenamento da nuvem, item Chave primária (Primary Key): principal forma de
que será analisado na sequencia deste material. busca e localização de dados dentro de uma tabela.

Banco de dados: coleção organizada de dados. Chave alternativa (Alternate Key): forma secundá-
Pode ser por OLTP ou OLAP, como visto anteriormen- ria de localização de dados na tabela.
te. Nos processamentos on-line (OLTP), são utilizados
para colher informações, modifica-las e mantê-las em Chave estrangeira (Foreign Key) ou Integridade
uma base diária. Assim, é dinâmico, mudando cons- Referencial: determina que para cada dado exista,
tantemente. Já nos processamentos analíticos (OLAP), deve haver um dado correspondente em outra tabela,
existe uma necessidade de armazenamento e controle ou seja, deve existir uma relação entre todos os dados.
por um determinado período de tempo.

BANCO DE DADOS RELACIONAL


CONCEITOS BÁSICOS SOBRE A
Mecanismo de armazenamento que possibilita a
concentração de dados e a implementação de funcio-
14 ARQUITETURA E ADMINISTRAÇÃO
nalidades. DE BANCO DE DADOS
Sistemas de Gerenciamento de Bancos de Dados Bancos de dados são conjuntos de dados relacio-
Relacionais (SGBDR): utilizados para armazenamen- nados e acessíveis a buscas e análises, cujo conteúdo
to de informações obtidas a partir de aplicações. Con- representa sempre o estado de determinada aplica-
trola o armazenamento, manutenção, recuperação, ção. Já Sistemas de Gerenciamento de Banco de Dados
exclusão e segurança dos dados dentro do banco de (SGBDs) são sistemas criados para a manutenção dos
dados. bancos de dados, ou seja:

O SGBDR organiza os dados em tabelas e colu- SGBD = Banco de Dados + Programa escrito para
nas, sendo que cada coluna armazena um tipo de sua manipulação
dados. Seu uso mais comum é para implementar as
funções do chamado CRUD (Create, Read, Update
e Delete – Criação, Leitura, Atualização e Exclusão). ARQUITETURAS DE BANCO DE DADOS
Antigamente, as bases de dados eram planas. As infor-
mações eram armazenadas em um arquivo de texto, o As antigas arquiteturas utilizavam mainframes
que dificultava sua pesquisa e análise. Já a base de da- para executar o processamento das funções do siste-
dos relacional, em forma de tabela e colunas, facilita a ma, fazendo com que os usuários tivessem acesso aos
busca por informações específicas. É chamada de ‘rela- sistemas via terminais que não possuíam poder de
cional’ por relacionar inúmeras tabelas entre si, sendo processamento, mas apenas de visualização. Os pro-
que cada tabela tem diversas colunas, das quais todas cessamentos eram feitos de forma remota, fazendo
as outras tabelas podem retirar informações. com que as informações fossem enviadas por redes de
comunicação.
Sua criação e manipulação se dá pelos comandos
escritos na linguagem SQL (Linguagem estruturada A arquitetura cliente-servidor foi então desenvolvi-
query) direcionados a ele. da para que um grande número de computadores, im-

43
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

pressoras, servidores e outros dispositivos pudessem Por fim, fala-se em diferentes tipos de arquitetu-
ser conectados a um banco de dados através de uma ras dos sistemas:
rede, permitindo assim o acesso e processamento de
• Arquitetura centralizada: todas as funcionali-
todos os usuários a esse banco de dados.
dades, execuções, processamento e manutenção
Quando fala-se em estrutura dos bancos de da- das interfaces com o usuário são processadas
dos, importante lembrar a chamada “Arquitetura Três em uma só máquina. Esta máquina possui gran-
Esquemas”, na qual citam-se três níveis: O nível exter- de capacidade de processamento, sendo hospe-
no (ou visão externa), o qual possui um mapeamento deiro do SGBD.
externo/conceitual, que abrange a visão externa dos • Arquitetura de duas camadas (cliente-servi-
usuários, ou seja, a parte do banco de dados que um dor): uma camada é o cliente, outra o servidor.
grupo de usuários tem interesse. O cliente executa tarefas do aplicativo e o ser-
vidor as consultas, retornando o resultado ao
Tal fator é importante tanto para simplificar o aces-
cliente.
so ao usuário, quanto por questões de segurança e pri-
vacidade. • Arquitetura de três camadas: possui uma ca-
mada intermediária entre o cliente e o servidor,
Os usuários podem ser: administrador do banco chamada de servidor web ou servidor de apli-
de dados, projetista, analista (os quais podem utili- cações.
zar uma linguagem mais avançada) ou usuários finais
(usando apenas uma linguagem de consulta, através Arquitetura de dados distribuídos (N camadas):
de formulários ou menus). aqui, a informação fica distribuída em diversos
servidores.
O nível conceitual (esquema conceitual), com o
mapeamento interno/conceitual, o qual descreve a
estrutura do banco de dados para a comunidade de ADMINISTRAÇÃO DO BANCO DE DADOS
usuários. Oculta detalhes do armazenamento físico,
e também pode ser chamado de nível de ‘simulação’ O administrador do banco de dados é o responsá-
entre o nível interno e o externo, devido à sua forma vel por tomar decisões em relações aos dados, como
abstrata em comparação ao modo como os dados são fornecer suporte técnico necessário, decidir quais in-
armazenados. formações devem ser mantidas, identificar as entida-
des de interesse para a empresa, definir um esquema
Por fim, o nível interno, o qual possui o banco de interno para determinar como os dados serão repre-
dados armazenado. Descreve a estrutura de armaze- sentados, assim como definir os mapeamentos do ban-
namento físico do banco de dados, detalhando os ca- co de dados.
minhos de acesso a este. Trata-se de uma representa-
ção de baixo nível do banco de dados por inteiro. É também o elo de ligação entre os usuários e o
banco, fazendo com que os dados necessários estejam
Independência de dados: capacidade de se mudar sempre disponíveis para a busca.
o esquema em um nível do banco de dados sem que
outro nível sofra alterações. Pode ser: lógica: capaci- É responsável também por todas as linguagens de
dade de alterar o esquema conceitual sem mudar o es- definição, definições de segurança, restrição e integri-
quema externo; física: capacidade de mudar o esque- dade, bem como monitorar o desempenho e manuten-
ma interno sem alterar o conceitual. ção do banco de dados.

Além dos níveis já expostos, a arquitetura dos


bancos de dados envolve também os mapeamentos: Tipos de linguagens de banco de dados:

• Mapeamento conceitual/interno: define a liga- • DDL (Data Definition Language): utilizada


ção ente a visão conceitual e o armazenamento pelo administrador para definir esquemas
do banco de dados, bem como a maneira pela
• SDL (Storage Definition Language): usada
qual os registros e campos conceituais são re-
para especificar o esquema interno em SGBDs.
presentados no nível interno. Trata-se de mudar
o esquema interno sem ter que alterar o concei- • VDL (View Definition Language): linguagem
tual. Quando há alteração na estrutura do ban- usada para especificar as visões dos usuários e
co de dados, o mapeamento conceitual/interno seus mapeamentos.
deve ser alterado.
• DML (Data Manipulation Language): utiliza-
• Mapeamento conceitual/externo: por sua vez, da para inserção, remoção, recuperação e modi-
define a ligação entre a visão conceitual e uma ficação de dados. Pode ser procedural (o usuá-
visão externa específica. Aqui, fala-se em mu- rio deve especificar quais dados são necessários
dar o esquema conceitual sem aterar o externo, e a maneira para obtê-los) ou não procedural
como por exemplo adicionar novos campos em (usuário especifica os dados, mas não como
tabelas que já existem. obtê-los).

44
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Informática

Vantagens:
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE
AMBIENTE DE SERVIDORES: • Diminuição de custos com infraestrutura e
15 suporte técnico, por dispensar a necessidade de
ESTRUTURA DE SERVIDORES
dispositivos de grande capacidade de armaze-
FÍSICOS E VIRTUALIZADOS namento.
Servidores são máquinas que fornecem algum tipo
• Maior agilidade e simplicidade no funciona-
de serviço, seja ele armazenamento de dados, acesso à
mento dos computadores.
internet ou outro qualquer.
• Facilidade de backup.
Servidor físico: computador instalado em determi-
nado local, o qual precisa de manutenção física, como
troca de peças, testes e limpeza para seu correto fun- Desvantagens:
cionamento. Tem como ponto negativo a necessida-
de de um grande investimento em computadores de • Falta de segurança no armazenamento de da-
grande porte e capacidade de armazenamento, além dos sigilosos.
do alto custo de manutenção. Tal custo é refletido tam-
bém com pessoal de TI, energia elétrica gasta com o • Possibilidades de falhas nos servidores.
servidor, entre outros.
• Dependência das empresas que fornecem tais
Servidor virtual: máquina configurada em um sis- serviços (destaca-se, por exemplo, a possibilida-
tema virtual, ou seja, não físico, que possibilita o com- de da empresa responsável pelo servidor vir à
partilhamento de recursos físicos através de processos falência ou possuir um comportamento antiéti-
virtuais. Fala-se em armazenamento e computação na co).
nuvem, itens que serão analisados na sequencia des-
te material. Possui vantagens em relação ao servidor
físico, pois sua manutenção é mais barata, com uma ARMAZENAMENTO NA NUVEM (CLOUD
maior segurança e privacidade e maior capacidade de STORAGE)
armazenamento. Os servidores virtuais utilizam servi-
dores físicos que hospedam servidores virtuais. Forma de armazenamento online que permite ao
usuário concentrar e sincronizar seus dados e arqui-
vos com seu computador, notebook, smartphone, etc,
e acessa-los de qualquer equipamento que esteja co-
COMPUTAÇÃO NA NUVEM E nectado à Internet.
16 ARMAZENAMENTO DE DADOS NA
NUVEM Vantagens:

• As empresas pagam somente o espaço de ar-


COMPUTAÇÃO NA NUVEM (CLOUD
mazenamento que precisam.
COMPUTING)

Utilização da memória e das capacidades de arma- • Diminui ou elimina a necessidade de dispo-


zenamento e processamento de computadores e servi- sitivos de armazenamento físico, como um HD
dores ligados pela Internet. Com isso, o computador externo, por exemplo.
pessoal tornaria-se uma espécie de terminal ligado à
web, sendo necessários apenas os dispositivos de en- • Os custos para armazenamento em ‘nuvens’
trada e saída. Traz a ideia de um servidor central, uti- estrangeiras costuma ser baixíssimo.
lizado em muitas grandes empresas.
• Não há mais a preocupação em se manter os
arquivos e fazer um backup. Tais tarefas são de
responsabilidade do prestador do serviço.

Desvantagens:

• O armazenamento de dados confidenciais não é


recomendado.

• Se por um lado o custo baixo, para se obter o me-


lhor desempenho é sim necessário um investimento
por parte do usuário.

• Possibilidades de falhas nos servidores.

45
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

• Dependência das empresas que fornecem tais


serviços (destaca-se, por exemplo, a possibilidade da
empresa responsável pelo servidor vir à falência ou
possuir um comportamento antiético).

Exemplos de Armazenamento em Nuvem:

ANOTAÇÕES

46
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
NORMAS APLICÁVEIS AOS
03
SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS

01 REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS DA UNIÃO


02 LEI N° 11.416/06
03 PROCESSO ADMINISTRATIVO
04 IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais

§ 2o Às pessoas portadoras de deficiência é as-


REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES segurado o direito de se inscrever em concurso
01
PÚBLICOS CIVIS DA UNIÃO público para provimento de cargo cujas atribui-
ções sejam compatíveis com a deficiência de que
são portadoras; para tais pessoas serão reserva-
LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 das até 20% (vinte por cento) das vagas ofereci-
das no concurso.
Título I
§ 3o As universidades e instituições de pesquisa
Capítulo Único científica e tecnológica federais poderão prover
seus cargos com professores, técnicos e cientis-
Das Disposições Preliminares tas estrangeiros, de acordo com as normas e os
procedimentos desta Lei.
Art. 1o Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servi-
dores Públicos Civis da União, das autarquias, inclu- Art. 6o O provimento dos cargos públicos far-se-á me-
sive as em regime especial, e das fundações públicas diante ato da autoridade competente de cada Poder.
federais.
Art. 7o A investidura em cargo público ocorrerá com
Art. 2o Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa a posse.
legalmente investida em cargo público.
Art. 8o São formas de provimento de cargo público:
Art. 3o Cargo público é o conjunto de atribuições e
responsabilidades previstas na estrutura organizacio- I - nomeação;
nal que devem ser cometidas a um servidor. II - promoção;
Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis V - readaptação;
a todos os brasileiros, são criados por lei, com
VI - reversão;
denominação própria e vencimento pago pelos
cofres públicos, para provimento em caráter efe- VII - aproveitamento;
tivo ou em comissão.
VIII - reintegração;
Art. 4o É proibida a prestação de serviços gratuitos,
IX - recondução.
salvo os casos previstos em lei.

Seção II
Título II
Da Nomeação
Do Provimento, Vacância, Remoção, Redistribuição
e Substituição Art. 9o A nomeação far-se-á:

I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo


Capítulo I
isolado de provimento efetivo ou de carreira;
Do Provimento II - em comissão, inclusive na condição de inte-
rino, para cargos de confiança vagos.
Seção I Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo
em comissão ou de natureza especial poderá ser
Disposições Gerais nomeado para ter exercício, interinamente, em
Art. 5o São requisitos básicos para investidura em car- outro cargo de confiança, sem prejuízo das atri-
go público: buições do que atualmente ocupa, hipótese em
que deverá optar pela remuneração de um deles
I - a nacionalidade brasileira; durante o período da interinidade.
II - o gozo dos direitos políticos;
Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou cargo
III - a quitação com as obrigações militares e isolado de provimento efetivo depende de prévia ha-
eleitorais; bilitação em concurso público de provas ou de provas
e títulos, obedecidos a ordem de classificação e o prazo
IV - o nível de escolaridade exigido para o exer-
de sua validade.
cício do cargo;
V - a idade mínima de dezoito anos; Parágrafo único. Os demais requisitos para o
ingresso e o desenvolvimento do servidor na
VI - aptidão física e mental. carreira, mediante promoção, serão estabeleci-
§ 1o As atribuições do cargo podem justificar a dos pela lei que fixar as diretrizes do sistema
exigência de outros requisitos estabelecidos em de carreira na Administração Pública Federal e
lei. seus regulamentos.

3
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Seção III Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das atribui-


ções do cargo público ou da função de confiança.
Do Concurso Público
§ 1o É de quinze dias o prazo para o servidor
Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e títu-
empossado em cargo público entrar em exercí-
los, podendo ser realizado em duas etapas, conforme
cio, contados da data da posse.
dispuserem a lei e o regulamento do respectivo plano
de carreira, condicionada a inscrição do candidato ao § 2o O servidor será exonerado do cargo ou será
pagamento do valor fixado no edital, quando indis- tornado sem efeito o ato de sua designação para
pensável ao seu custeio, e ressalvadas as hipóteses de função de confiança, se não entrar em exercício
isenção nele expressamente previstas. nos prazos previstos neste artigo, observado o
disposto no art. 18.
Art. 12. O concurso público terá validade de até 2
(dois ) anos, podendo ser prorrogado uma única vez, § 3o À autoridade competente do órgão ou en-
por igual período. tidade para onde for nomeado ou designado o
servidor compete dar-lhe exercício.
§ 1o O prazo de validade do concurso e as con-
§ 4o O início do exercício de função de confian-
dições de sua realização serão fixados em edital,
ça coincidirá com a data de publicação do ato de
que será publicado no Diário Oficial da União e
designação, salvo quando o servidor estiver em
em jornal diário de grande circulação.
licença ou afastado por qualquer outro motivo
§ 2o Não se abrirá novo concurso enquanto legal, hipótese em que recairá no primeiro dia
houver candidato aprovado em concurso ante- útil após o término do impedimento, que não
rior com prazo de validade não expirado. poderá exceder a trinta dias da publicação.
Art. 16. O início, a suspensão, a interrupção e o rei-
Seção IV
nício do exercício serão registrados no assentamento
Da Posse e do Exercício individual do servidor.

Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo Parágrafo único. Ao entrar em exercício, o servi-
termo, no qual deverão constar as atribuições, os de- dor apresentará ao órgão competente os elemen-
veres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao tos necessários ao seu assentamento individual.
cargo ocupado, que não poderão ser alterados unilate- Art. 17. A promoção não interrompe o tempo de exer-
ralmente, por qualquer das partes, ressalvados os atos cício, que é contado no novo posicionamento na carrei-
de ofício previstos em lei. ra a partir da data de publicação do ato que promover
o servidor.
§ 1o A posse ocorrerá no prazo de trinta dias
contados da publicação do ato de provimento. Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro
§ 2o Em se tratando de servidor, que esteja na município em razão de ter sido removido, redistribuí-
data de publicação do ato de provimento, em do, requisitado, cedido ou posto em exercício provisó-
licença prevista nos incisos I, III e V do art. 81, rio terá, no mínimo, dez e, no máximo, trinta dias de
ou afastado nas hipóteses dos incisos I, IV, VI, prazo, contados da publicação do ato, para a retomada
VIII, alíneas “a”, “b”, “d”, “e” e “f”, IX e X do do efetivo desempenho das atribuições do cargo, in-
art. 102, o prazo será contado do término do im- cluído nesse prazo o tempo necessário para o desloca-
pedimento. mento para a nova sede.

§ 3o A posse poderá dar-se mediante procura- § 1o Na hipótese de o servidor encontrar-se em


ção específica. licença ou afastado legalmente, o prazo a que se
refere este artigo será contado a partir do térmi-
§ 4o Só haverá posse nos casos de provimento no do impedimento.
de cargo por nomeação.
§ 2o É facultado ao servidor declinar dos prazos
§ 5o No ato da posse, o servidor apresentará estabelecidos no caput.
declaração de bens e valores que constituem seu
patrimônio e declaração quanto ao exercício ou Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de traba-
não de outro cargo, emprego ou função pública. lho fixada em razão das atribuições pertinentes aos
respectivos cargos, respeitada a duração máxima do
§ 6o Será tornado sem efeito o ato de provimen- trabalho semanal de quarenta horas e observados os
to se a posse não ocorrer no prazo previsto no § limites mínimo e máximo de seis horas e oito horas
1o deste artigo. diárias, respectivamente.
Art. 14. A posse em cargo público dependerá de pré-
via inspeção médica oficial. § 1o O ocupante de cargo em comissão ou fun-
ção de confiança submete-se a regime de inte-
Parágrafo único. Só poderá ser empossado gral dedicação ao serviço, observado o disposto
aquele que for julgado apto física e mentalmen- no art. 120, podendo ser convocado sempre que
te para o exercício do cargo. houver interesse da Administração.

4
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais

§ 2o O disposto neste artigo não se aplica a du- Art. 22. O servidor estável só perderá o cargo em vir-
ração de trabalho estabelecida em leis especiais. tude de sentença judicial transitada em julgado ou de
processo administrativo disciplinar no qual lhe seja as-
Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado segurada ampla defesa.
para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a está-
gio probatório por período de 24 (vinte e quatro) me- Seção VII
ses, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão
objeto de avaliação para o desempenho do cargo, ob- Da Readaptação
servados os seguinte fatores:
Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em
I - assiduidade; cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis
com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade
II - disciplina;
física ou mental verificada em inspeção médica.
III - capacidade de iniciativa;
§ 1o Se julgado incapaz para o serviço público,
IV - produtividade; o readaptando será aposentado.
V- responsabilidade. § 2o A readaptação será efetivada em cargo de
§ 1o 4 (quatro) meses antes de findo o período atribuições afins, respeitada a habilitação exigi-
do estágio probatório, será submetida à homo- da, nível de escolaridade e equivalência de ven-
logação da autoridade competente a avaliação cimentos e, na hipótese de inexistência de cargo
do desempenho do servidor, realizada por co- vago, o servidor exercerá suas atribuições como
missão constituída para essa finalidade, de acor- excedente, até a ocorrência de vaga.
do com o que dispuser a lei ou o regulamento
Seção VIII
da respectiva carreira ou cargo, sem prejuízo da
continuidade de apuração dos fatores enumera-
Da Reversão
dos nos incisos I a V do caput deste artigo.
Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor
§ 2o O servidor não aprovado no estágio proba-
aposentado:
tório será exonerado ou, se estável, reconduzido
ao cargo anteriormente ocupado, observado o I - por invalidez, quando junta médica oficial
disposto no parágrafo único do art. 29. declarar insubsistentes os motivos da aposenta-
§ 3o O servidor em estágio probatório pode- doria; ou
rá exercer quaisquer cargos de provimento em II - no interesse da administração, desde que:
comissão ou funções de direção, chefia ou as-
sessoramento no órgão ou entidade de lotação, a) tenha solicitado a reversão;
e somente poderá ser cedido a outro órgão ou b) a aposentadoria tenha sido voluntária;
entidade para ocupar cargos de Natureza Espe-
c) estável quando na atividade;
cial, cargos de provimento em comissão do Gru-
po-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco
de níveis 6, 5 e 4, ou equivalentes. anos anteriores à solicitação;
§ 4o Ao servidor em estágio probatório somente e) haja cargo vago.
poderão ser concedidas as licenças e os afasta-
§ 1o A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no
mentos previstos nos arts. 81, incisos I a IV, 94,
cargo resultante de sua transformação.
95 e 96, bem assim afastamento para participar
de curso de formação decorrente de aprovação § 2o O tempo em que o servidor estiver em
em concurso para outro cargo na Administração exercício será considerado para concessão da
Pública Federal. aposentadoria.
§ 5o O estágio probatório ficará suspenso du- § 3o No caso do inciso I, encontrando-se provi-
rante as licenças e os afastamentos previstos nos do o cargo, o servidor exercerá suas atribuições
arts. 83, 84, § 1o, 86 e 96, bem assim na hipótese como excedente, até a ocorrência de vaga.
de participação em curso de formação, e será
§ 4o O servidor que retornar à atividade por
retomado a partir do término do impedimento.
interesse da administração perceberá, em subs-
tituição aos proventos da aposentadoria, a re-
Seção V muneração do cargo que voltar a exercer, inclu-
sive com as vantagens de natureza pessoal que
Da Estabilidade percebia anteriormente à aposentadoria.
Art. 21. O servidor habilitado em concurso público e § 5o O servidor de que trata o inciso II somen-
empossado em cargo de provimento efetivo adquirirá te terá os proventos calculados com base nas
estabilidade no serviço público ao completar 2 (dois) regras atuais se permanecer pelo menos cinco
anos de efetivo exercício. anos no cargo.

5
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

§ 6o O Poder Executivo regulamentará o dis- Capítulo II


posto neste artigo.
Da Vacância
Art. 27. Não poderá reverter o aposentado que já tiver
completado 70 (setenta) anos de idade. Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de:

I - exoneração;
Seção IX
II - demissão;
Da Reintegração
III - promoção;
Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor
VI - readaptação;
estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo
resultante de sua transformação, quando invalidada a VII - aposentadoria;
sua demissão por decisão administrativa ou judicial,
VIII - posse em outro cargo inacumulável;
com ressarcimento de todas as vantagens.
IX - falecimento.
§ 1o Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o
servidor ficará em disponibilidade, observado o Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedi-
disposto nos arts. 30 e 31. do do servidor, ou de ofício.

§ 2o Encontrando-se provido o cargo, o seu Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se


eventual ocupante será reconduzido ao cargo -á:
de origem, sem direito à indenização ou apro- I - quando não satisfeitas as condições do está-
veitado em outro cargo, ou, ainda, posto em dis- gio probatório;
ponibilidade.
II - quando, tendo tomado posse, o servidor não
Seção X entrar em exercício no prazo estabelecido.
Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a dis-
Da Recondução
pensa de função de confiança dar-se-á:
Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao
cargo anteriormente ocupado e decorrerá de: I - a juízo da autoridade competente;
II - a pedido do próprio servidor.
I - inabilitação em estágio probatório relativo a
outro cargo;
Capítulo III
II - reintegração do anterior ocupante.
Parágrafo único. Encontrando-se provido o car- Da Remoção e da Redistribuição
go de origem, o servidor será aproveitado em
outro, observado o disposto no art. 30. Seção I

Seção XI Da Remoção
Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a pe-
Da Disponibilidade e do Aproveitamento dido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com
Art. 30. O retorno à atividade de servidor em disponi- ou sem mudança de sede.
bilidade far-se-á mediante aproveitamento obrigatório
Parágrafo único. Para fins do disposto neste ar-
em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis
tigo, entende-se por modalidades de remoção:
com o anteriormente ocupado.
I - de ofício, no interesse da Administração;
Art. 31. O órgão Central do Sistema de Pessoal Civil
determinará o imediato aproveitamento de servidor II - a pedido, a critério da Administração;
em disponibilidade em vaga que vier a ocorrer nos ór- III - a pedido, para outra localidade, indepen-
gãos ou entidades da Administração Pública Federal. dentemente do interesse da Administração:
Parágrafo único. Na hipótese prevista no § 3o a) para acompanhar cônjuge ou companheiro,
do art. 37, o servidor posto em disponibilidade também servidor público civil ou militar, de
poderá ser mantido sob responsabilidade do ór- qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
gão central do Sistema de Pessoal Civil da Ad- Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslo-
ministração Federal - SIPEC, até o seu adequado cado no interesse da Administração;
aproveitamento em outro órgão ou entidade.
b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge,
Art. 32. Será tornado sem efeito o aproveitamento e companheiro ou dependente que viva às suas
cassada a disponibilidade se o servidor não entrar em expensas e conste do seu assentamento funcio-
exercício no prazo legal, salvo doença comprovada nal, condicionada à comprovação por junta mé-
por junta médica oficial. dica oficial;

6
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais

c) em virtude de processo seletivo promovido, lativamente, sem prejuízo do cargo que ocupa, o
na hipótese em que o número de interessados exercício do cargo ou função de direção ou che-
for superior ao número de vagas, de acordo com fia e os de Natureza Especial, nos afastamentos,
normas preestabelecidas pelo órgão ou entida- impedimentos legais ou regulamentares do ti-
de em que aqueles estejam lotados. tular e na vacância do cargo, hipóteses em que
deverá optar pela remuneração de um deles du-
Seção II rante o respectivo período.
§ 2o O substituto fará jus à retribuição pelo
Da Redistribuição
exercício do cargo ou função de direção ou che-
Art. 37. Redistribuição é o deslocamento de cargo de fia ou de cargo de Natureza Especial, nos casos
provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do dos afastamentos ou impedimentos legais do ti-
quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entida- tular, superiores a trinta dias consecutivos, paga
de do mesmo Poder, com prévia apreciação do órgão na proporção dos dias de efetiva substituição,
central do SIPEC, observados os seguintes preceitos: que excederem o referido período.
I - interesse da administração; Art. 39. O disposto no artigo anterior aplica-se aos ti-
tulares de unidades administrativas organizadas em
II - equivalência de vencimentos; nível de assessoria.
III - manutenção da essência das atribuições do
cargo; Título III
IV - vinculação entre os graus de responsabili-
dade e complexidade das atividades; Dos Direitos e Vantagens
V - mesmo nível de escolaridade, especialidade
ou habilitação profissional; Capítulo I

VI - compatibilidade entre as atribuições do car-


Do Vencimento e da Remuneração
go e as finalidades institucionais do órgão ou
entidade. Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo
§ 1o A redistribuição ocorrerá ex officio para exercício de cargo público, com valor fixado em lei.
ajustamento de lotação e da força de trabalho às
necessidades dos serviços, inclusive nos casos Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efeti-
de reorganização, extinção ou criação de órgão vo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes
ou entidade. estabelecidas em lei.

§ 2o A redistribuição de cargos efetivos vagos § 1o A remuneração do servidor investido em


se dará mediante ato conjunto entre o órgão função ou cargo em comissão será paga na for-
central do SIPEC e os órgãos e entidades da Ad- ma prevista no art. 62.
ministração Pública Federal envolvidos. § 2o O servidor investido em cargo em comis-
§ 3o Nos casos de reorganização ou extinção de são de órgão ou entidade diversa da de sua lota-
órgão ou entidade, extinto o cargo ou declara- ção receberá a remuneração de acordo com o
da sua desnecessidade no órgão ou entidade, o estabelecido no § 1o do art. 93.
servidor estável que não for redistribuído será § 3o O vencimento do cargo efetivo, acrescido
colocado em disponibilidade, até seu aproveita- das vantagens de caráter permanente, é irredu-
mento na forma dos arts. 30 e 31. tível.
§ 4o O servidor que não for redistribuído ou § 4o É assegurada a isonomia de vencimentos
colocado em disponibilidade poderá ser manti- para cargos de atribuições iguais ou assemelha-
do sob responsabilidade do órgão central do SI- das do mesmo Poder, ou entre servidores dos
PEC, e ter exercício provisório, em outro órgão três Poderes, ressalvadas as vantagens de cará-
ou entidade, até seu adequado aproveitamento. ter individual e as relativas à natureza ou ao lo-
cal de trabalho.
Capítulo IV
§ 5o Nenhum servidor receberá remuneração
Da Substituição inferior ao salário mínimo.

Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou função Art. 42. Nenhum servidor poderá perceber, mensal-
de direção ou chefia e os ocupantes de cargo de Natu- mente, a título de remuneração, importância superior
reza Especial terão substitutos indicados no regimento à soma dos valores percebidos como remuneração, em
interno ou, no caso de omissão, previamente designa- espécie, a qualquer título, no âmbito dos respectivos
dos pelo dirigente máximo do órgão ou entidade. Poderes, pelos Ministros de Estado, por membros do
Congresso Nacional e Ministros do Supremo Tribunal
§ 1o O substituto assumirá automática e cumu- Federal.

7
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Parágrafo único. Excluem-se do teto de remu- Capítulo II


neração as vantagens previstas nos incisos II a
VII do art. 61. Das Vantagens

Art. 44. O servidor perderá: Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao
servidor as seguintes vantagens:
I - a remuneração do dia em que faltar ao servi-
ço, sem motivo justificado; I - indenizações;

II - a parcela de remuneração diária, proporcio- II - gratificações;


nal aos atrasos, ausências justificadas, ressalva- III - adicionais.
das as concessões de que trata o art. 97, e saídas
antecipadas, salvo na hipótese de compensação § 1o As indenizações não se incorporam ao ven-
de horário, até o mês subseqüente ao da ocor- cimento ou provento para qualquer efeito.
rência, a ser estabelecida pela chefia imediata. § 2o As gratificações e os adicionais incorpo-
Parágrafo único. As faltas justificadas decorren- ram-se ao vencimento ou provento, nos casos e
tes de caso fortuito ou de força maior poderão condições indicados em lei.
ser compensadas a critério da chefia imediata, Art. 50. As vantagens pecuniárias não serão compu-
sendo assim consideradas como efetivo exercí- tadas, nem acumuladas, para efeito de concessão de
cio. quaisquer outros acréscimos pecuniários ulteriores,
sob o mesmo título ou idêntico fundamento.
Art. 45. Salvo por imposição legal, ou mandado judi-
cial, nenhum desconto incidirá sobre a remuneração
ou provento. Seção I

Parágrafo único. Mediante autorização do ser- Das Indenizações


vidor, poderá haver consignação em folha de
pagamento a favor de terceiros, a critério da ad- Art. 51. Constituem indenizações ao servidor:
ministração e com reposição de custos, na forma
I - ajuda de custo;
definida em regulamento.
II - diárias;
Art. 46. As reposições e indenizações ao erário, atu-
alizadas até 30 de junho de 1994, serão previamente III - transporte.
comunicadas ao servidor ativo, aposentado ou ao pen- IV - auxílio-moradia.
sionista, para pagamento, no prazo máximo de trinta
dias, podendo ser parceladas, a pedido do interessado. Art. 52. Os valores das indenizações estabelecidas nos
incisos I a III do art. 51, assim como as condições para
§ 1o O valor de cada parcela não poderá ser a sua concessão, serão estabelecidos em regulamento.
inferior ao correspondente a dez por cento da
remuneração, provento ou pensão. Subseção I
§ 2o Quando o pagamento indevido houver
ocorrido no mês anterior ao do processamento Da Ajuda de Custo
da folha, a reposição será feita imediatamente, Art. 53. A ajuda de custo destina-se a compensar as
em uma única parcela. despesas de instalação do servidor que, no interesse
§ 3o Na hipótese de valores recebidos em de- do serviço, passar a ter exercício em nova sede, com
corrência de cumprimento a decisão liminar, a mudança de domicílio em caráter permanente, vedado
tutela antecipada ou a sentença que venha a ser o duplo pagamento de indenização, a qualquer tem-
revogada ou rescindida, serão eles atualizados po, no caso de o cônjuge ou companheiro que detenha
até a data da reposição. também a condição de servidor, vier a ter exercício na
mesma sede.
Art. 47. O servidor em débito com o erário, que for
demitido, exonerado ou que tiver sua aposentadoria § 1o Correm por conta da administração as des-
ou disponibilidade cassada, terá o prazo de sessenta pesas de transporte do servidor e de sua famí-
dias para quitar o débito. lia, compreendendo passagem, bagagem e bens
pessoais.
Parágrafo único. A não quitação do débito no § 2o À família do servidor que falecer na nova
prazo previsto implicará sua inscrição em dívi- sede são assegurados ajuda de custo e transpor-
da ativa. te para a localidade de origem, dentro do prazo
de 1 (um) ano, contado do óbito.
Art. 48. O vencimento, a remuneração e o provento
não serão objeto de arresto, seqüestro ou penhora, ex- § 3o Não será concedida ajuda de custo nas hi-
ceto nos casos de prestação de alimentos resultante de póteses de remoção previstas nos incisos II e III
decisão judicial. do parágrafo único do art. 36.

8
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais

Art. 54. A ajuda de custo é calculada sobre a remu- Subseção III


neração do servidor, conforme se dispuser em regula-
mento, não podendo exceder a importância correspon- Da Indenização de Transporte
dente a 3 (três) meses. Art. 60. Conceder-se-á indenização de transporte ao
servidor que realizar despesas com a utilização de
Art. 55. Não será concedida ajuda de custo ao servidor meio próprio de locomoção para a execução de ser-
que se afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude de viços externos, por força das atribuições próprias do
mandato eletivo. cargo, conforme se dispuser em regulamento.

Art. 56. Será concedida ajuda de custo àquele que, não Subseção IV
sendo servidor da União, for nomeado para cargo em
comissão, com mudança de domicílio. Do Auxílio-Moradia
Parágrafo único. No afastamento previsto no Art. 60-A. O auxílio-moradia consiste no ressarcimento
inciso I do art. 93, a ajuda de custo será paga das despesas comprovadamente realizadas pelo servi-
pelo órgão cessionário, quando cabível. dor com aluguel de moradia ou com meio de hospeda-
gem administrado por empresa hoteleira, no prazo de
Art. 57. O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda um mês após a comprovação da despesa pelo servidor.
de custo quando, injustificadamente, não se apresen-
tar na nova sede no prazo de 30 (trinta) dias. Art. 60-B. Conceder-se-á auxílio-moradia ao servidor
se atendidos os seguintes requisitos:

Subseção II I - não exista imóvel funcional disponível para


uso pelo servidor;
Das Diárias II - o cônjuge ou companheiro do servidor não
ocupe imóvel funcional;
Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da sede
em caráter eventual ou transitório para outro ponto do III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro
território nacional ou para o exterior, fará jus a pas- não seja ou tenha sido proprietário, promitente
sagens e diárias destinadas a indenizar as parcelas de comprador, cessionário ou promitente cessioná-
despesas extraordinária com pousada, alimentação e rio de imóvel no Município aonde for exercer o
locomoção urbana, conforme dispuser em regulamen- cargo, incluída a hipótese de lote edificado sem
to. averbação de construção, nos doze meses que
antecederem a sua nomeação;
§ 1o A diária será concedida por dia de afas-
IV - nenhuma outra pessoa que resida com o
tamento, sendo devida pela metade quando o
servidor receba auxílio-moradia;
deslocamento não exigir pernoite fora da sede,
ou quando a União custear, por meio diverso, as V - o servidor tenha se mudado do local de re-
despesas extraordinárias cobertas por diárias. sidência para ocupar cargo em comissão ou
função de confiança do Grupo-Direção e As-
§ 2o Nos casos em que o deslocamento da sede
sessoramento Superiores - DAS, níveis 4, 5 e 6,
constituir exigência permanente do cargo, o ser-
de Natureza Especial, de Ministro de Estado ou
vidor não fará jus a diárias.
equivalentes;
§ 3o Também não fará jus a diárias o servidor
VI - o Município no qual assuma o cargo em co-
que se deslocar dentro da mesma região metro-
missão ou função de confiança não se enquadre
politana, aglomeração urbana ou microrregião,
nas hipóteses do art. 58, § 3o, em relação ao local
constituídas por municípios limítrofes e regu-
de residência ou domicílio do servidor;
larmente instituídas, ou em áreas de controle
integrado mantidas com países limítrofes, cuja VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou
jurisdição e competência dos órgãos, entidades tenha residido no Município, nos últimos doze
e servidores brasileiros considera-se estendida, meses, aonde for exercer o cargo em comissão ou
salvo se houver pernoite fora da sede, hipóteses função de confiança, desconsiderando-se prazo
em que as diárias pagas serão sempre as fixadas inferior a sessenta dias dentro desse período; e
para os afastamentos dentro do território nacio-
VIII - o deslocamento não tenha sido por força
nal.
de alteração de lotação ou nomeação para cargo
Art. 59. O servidor que receber diárias e não se afastar efetivo.
da sede, por qualquer motivo, fica obrigado a restituí IX - o deslocamento tenha ocorrido após 30 de
-las integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias. junho de 2006.
Parágrafo único. Na hipótese de o servidor re- Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não
tornar à sede em prazo menor do que o previsto será considerado o prazo no qual o servidor es-
para o seu afastamento, restituirá as diárias re- tava ocupando outro cargo em comissão relacio-
cebidas em excesso, no prazo previsto no caput. nado no inciso V.

9
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Art. 60-D. O valor mensal do auxílio-moradia é limi- Parágrafo único. A VPNI de que trata o caput
tado a 25% (vinte e cinco por cento) do valor do cargo deste artigo somente estará sujeita às revisões
em comissão, função comissionada ou cargo de Minis- gerais de remuneração dos servidores públicos
tro de Estado ocupado. federais.

§ 1o O valor do auxílio-moradia não poderá su- Subseção II


perar 25% (vinte e cinco por cento) da remune-
ração de Ministro de Estado. Da Gratificação Natalina
§ 2o Independentemente do valor do cargo em Art. 63. A gratificação natalina corresponde a 1/12 (um
comissão ou função comissionada, fica garanti- doze avos) da remuneração a que o servidor fizer jus
do a todos os que preencherem os requisitos o no mês de dezembro, por mês de exercício no respec-
ressarcimento até o valor de R$ 1.800,00 (mil e tivo ano.
oitocentos reais).
Parágrafo único. A fração igual ou superior a 15
Art. 60-E. No caso de falecimento, exoneração, colo- (quinze) dias será considerada como mês inte-
cação de imóvel funcional à disposição do servidor gral.
ou aquisição de imóvel, o auxílio-moradia continuará
Art. 64. A gratificação será paga até o dia 20 (vinte) do
sendo pago por um mês.
mês de dezembro de cada ano.
Seção II Art. 65. O servidor exonerado perceberá sua gratifica-
ção natalina, proporcionalmente aos meses de exercí-
Das Gratificações e Adicionais cio, calculada sobre a remuneração do mês da exone-
Art. 61. Além do vencimento e das vantagens previs- ração.
tas nesta Lei, serão deferidos aos servidores as seguin- Art. 66. A gratificação natalina não será considerada
tes retribuições, gratificações e adicionais: para cálculo de qualquer vantagem pecuniária.
I - retribuição pelo exercício de função de dire- Subseção IV
ção, chefia e assessoramento;
II - gratificação natalina; Dos Adicionais de Insalubridade, Periculosidade ou
Atividades Penosas
IV - adicional pelo exercício de atividades insa-
lubres, perigosas ou penosas; Art. 68. Os servidores que trabalhem com habituali-
dade em locais insalubres ou em contato permanente
V - adicional pela prestação de serviço extraor- com substâncias tóxicas, radioativas ou com risco de
dinário; vida, fazem jus a um adicional sobre o vencimento do
VI - adicional noturno; cargo efetivo.

VII - adicional de férias; § 1o O servidor que fizer jus aos adicionais de


insalubridade e de periculosidade deverá optar
VIII - outros, relativos ao local ou à natureza do
por um deles.
trabalho.
§ 2o O direito ao adicional de insalubridade
IX - gratificação por encargo de curso ou con-
ou periculosidade cessa com a eliminação das
curso.
condições ou dos riscos que deram causa a sua
Subseção I concessão.
Da Retribuição pelo Exercício de Função de Direção, Art. 69. Haverá permanente controle da atividade de
Chefia e Assessoramento servidores em operações ou locais considerados peno-
sos, insalubres ou perigosos.
Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo efetivo inves-
tido em função de direção, chefia ou assessoramento, Parágrafo único. A servidora gestante ou lac-
cargo de provimento em comissão ou de Natureza Es- tante será afastada, enquanto durar a gestação e
pecial é devida retribuição pelo seu exercício. a lactação, das operações e locais previstos neste
artigo, exercendo suas atividades em local salu-
Parágrafo único. Lei específica estabelecerá a re- bre e em serviço não penoso e não perigoso.
muneração dos cargos em comissão de que trata
o inciso II do art. 9o. Art. 70. Na concessão dos adicionais de atividades
penosas, de insalubridade e de periculosidade, serão
Art. 62-A. Fica transformada em Vantagem Pessoal observadas as situações estabelecidas em legislação
Nominalmente Identificada - VPNI a incorporação da específica.
retribuição pelo exercício de função de direção, chefia
ou assessoramento, cargo de provimento em comissão Art. 71. O adicional de atividade penosa será devido
ou de Natureza Especial a que se referem os arts. 3o e aos servidores em exercício em zonas de fronteira ou em
10 da Lei no 8.911, de 11 de julho de 1994, e o art. 3o da localidades cujas condições de vida o justifiquem, nos
Lei no 9.624, de 2 de abril de 1998. termos, condições e limites fixados em regulamento.

10
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais

Art. 72. Os locais de trabalho e os servidores que ope- mente instituído no âmbito da administração
ram com Raios X ou substâncias radioativas serão pública federal;
mantidos sob controle permanente, de modo que as
doses de radiação ionizante não ultrapassem o nível II - participar de banca examinadora ou de co-
máximo previsto na legislação própria. missão para exames orais, para análise curricu-
lar, para correção de provas discursivas, para
Parágrafo único. Os servidores a que se refere elaboração de questões de provas ou para jul-
este artigo serão submetidos a exames médicos gamento de recursos intentados por candidatos;
a cada 6 (seis) meses.
III - participar da logística de preparação e de
realização de concurso público envolvendo ati-
Subseção V vidades de planejamento, coordenação, super-
visão, execução e avaliação de resultado, quan-
Do Adicional por Serviço Extraordinário do tais atividades não estiverem incluídas entre
as suas atribuições permanentes;
Art. 73. O serviço extraordinário será remunerado
com acréscimo de 50% (cinqüenta por cento) em rela- IV - participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar
ção à hora normal de trabalho. provas de exame vestibular ou de concurso pú-
blico ou supervisionar essas atividades.
Art. 74. Somente será permitido serviço extraordiná-
rio para atender a situações excepcionais e temporá- § 1o Os critérios de concessão e os limites da
rias, respeitado o limite máximo de 2 (duas) horas por gratificação de que trata este artigo serão fixa-
jornada. dos em regulamento, observados os seguintes
parâmetros:

Subseção VI I - o valor da gratificação será calculado em ho-


ras, observadas a natureza e a complexidade da
Do Adicional Noturno atividade exercida;

Art. 75. O serviço noturno, prestado em horário com- II - a retribuição não poderá ser superior ao
preendido entre 22 (vinte e duas) horas de um dia e 5 equivalente a 120 (cento e vinte) horas de traba-
(cinco) horas do dia seguinte, terá o valor-hora acres- lho anuais, ressalvada situação de excepciona-
cido de 25% (vinte e cinco por cento), computando-se lidade, devidamente justificada e previamente
cada hora como cinqüenta e dois minutos e trinta se- aprovada pela autoridade máxima do órgão ou
gundos. entidade, que poderá autorizar o acréscimo de
até 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais;
Parágrafo único. Em se tratando de serviço ex-
traordinário, o acréscimo de que trata este artigo III - o valor máximo da hora trabalhada corres-
incidirá sobre a remuneração prevista no art. 73. ponderá aos seguintes percentuais, incidentes
sobre o maior vencimento básico da administra-
ção pública federal:
Subseção VII
a) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento),
Do Adicional de Férias em se tratando de atividades previstas nos inci-
sos I e II do caput deste artigo;
Art. 76. Independentemente de solicitação, será pago
ao servidor, por ocasião das férias, um adicional cor- b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento),
respondente a 1/3 (um terço) da remuneração do perí- em se tratando de atividade prevista nos incisos
odo das férias. III e IV do caput deste artigo.

Parágrafo único. No caso de o servidor exercer § 2o A Gratificação por Encargo de Curso ou


função de direção, chefia ou assessoramento, ou Concurso somente será paga se as atividades re-
ocupar cargo em comissão, a respectiva vanta- feridas nos incisos do caput deste artigo forem
gem será considerada no cálculo do adicional de exercidas sem prejuízo das atribuições do cargo
que trata este artigo. de que o servidor for titular, devendo ser objeto
de compensação de carga horária quando de-
Subseção VIII sempenhadas durante a jornada de trabalho, na
forma do § 4o do art. 98 desta Lei.
Da Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso § 3o A Gratificação por Encargo de Curso ou
Art. 76-A. A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso não se incorpora ao vencimento ou
Concurso é devida ao servidor que, em caráter even- salário do servidor para qualquer efeito e não
tual: poderá ser utilizada como base de cálculo para
quaisquer outras vantagens, inclusive para fins
I - atuar como instrutor em curso de formação, de cálculo dos proventos da aposentadoria e das
de desenvolvimento ou de treinamento regular- pensões.

11
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Capítulo III III - para o serviço militar;


IV - para atividade política;
Das Férias
V - para capacitação;
Art. 77. O servidor fará jus a trinta dias de férias, que
podem ser acumuladas, até o máximo de dois perío- VI - para tratar de interesses particulares;
dos, no caso de necessidade do serviço, ressalvadas as
VII - para desempenho de mandato classista.
hipóteses em que haja legislação específica.
§ 1o A licença prevista no inciso I do caput des-
§ 1o Para o primeiro período aquisitivo de fé- te artigo bem como cada uma de suas prorro-
rias serão exigidos 12 (doze) meses de exercício. gações serão precedidas de exame por perícia
§ 2o É vedado levar à conta de férias qualquer médica oficial, observado o disposto no art. 204
falta ao serviço. desta Lei.

§ 3o As férias poderão ser parceladas em até três § 3o É vedado o exercício de atividade remune-
etapas, desde que assim requeridas pelo servi- rada durante o período da licença prevista no
dor, e no interesse da administração pública. inciso I deste artigo.

Art. 78. O pagamento da remuneração das férias será Art. 82. A licença concedida dentro de 60 (sessenta)
efetuado até 2 (dois) dias antes do início do respectivo dias do término de outra da mesma espécie será consi-
período, observando-se o disposto no § 1o deste artigo. derada como prorrogação.

§ 3o O servidor exonerado do cargo efetivo, ou Seção II


em comissão, perceberá indenização relativa ao
período das férias a que tiver direito e ao incom- Da Licença por Motivo de Doença em Pessoa da
pleto, na proporção de um doze avos por mês Família
de efetivo exercício, ou fração superior a qua-
torze dias. Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por
motivo de doença do cônjuge ou companheiro, dos
§ 4o A indenização será calculada com base na pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado,
remuneração do mês em que for publicado o ato ou dependente que viva a suas expensas e conste do
exoneratório. seu assentamento funcional, mediante comprovação
§ 5o Em caso de parcelamento, o servidor rece- por perícia médica oficial.
berá o valor adicional previsto no inciso XVII do
§ 1o A licença somente será deferida se a assistência
art. 7o da Constituição Federal quando da utili-
direta do servidor for indispensável e não puder ser
zação do primeiro período.
prestada simultaneamente com o exercício do cargo
Art. 79. O servidor que opera direta e permanente- ou mediante compensação de horário, na forma do
mente com Raios X ou substâncias radioativas gozará disposto no inciso II do art. 44.
20 (vinte) dias consecutivos de férias, por semestre de
atividade profissional, proibida em qualquer hipótese § 2o A licença de que trata o caput, incluídas
a acumulação. as prorrogações, poderá ser concedida a cada
período de doze meses nas seguintes condições:
Art. 80. As férias somente poderão ser interrompidas
I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou
por motivo de calamidade pública, comoção interna,
não, mantida a remuneração do servidor; e
convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou
por necessidade do serviço declarada pela autoridade II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou
máxima do órgão ou entidade. não, sem remuneração.

Parágrafo único. O restante do período interrompido será § 3o O início do interstício de 12 (doze) meses
gozado de uma só vez, observado o disposto no art. 77. será contado a partir da data do deferimento da
primeira licença concedida.
Capítulo IV § 4o A soma das licenças remuneradas e das
licenças não remuneradas, incluídas as respec-
Das Licenças tivas prorrogações, concedidas em um mesmo
período de 12 (doze) meses, observado o dis-
Seção I posto no § 3o, não poderá ultrapassar os limites
estabelecidos nos incisos I e II do § 2o.
Disposições Gerais
Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença: Seção III

I - por motivo de doença em pessoa da família; Da Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge
II - por motivo de afastamento do cônjuge ou Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servidor para
companheiro; acompanhar cônjuge ou companheiro que foi deslo-

12
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais

cado para outro ponto do território nacional, para o Parágrafo único. Os períodos de licença de que
exterior ou para o exercício de mandato eletivo dos trata o caput não são acumuláveis.
Poderes Executivo e Legislativo.
Seção VII
§ 1o A licença será por prazo indeterminado e
sem remuneração. Da Licença para Tratar de Interesses Particulares
§ 2o No deslocamento de servidor cujo cônju- Art. 91. A critério da Administração, poderão ser con-
ge ou companheiro também seja servidor pú- cedidas ao servidor ocupante de cargo efetivo, desde
blico, civil ou militar, de qualquer dos Poderes que não esteja em estágio probatório, licenças para o
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos trato de assuntos particulares pelo prazo de até três
Municípios, poderá haver exercício provisório anos consecutivos, sem remuneração.
em órgão ou entidade da Administração Fede-
ral direta, autárquica ou fundacional, desde que Parágrafo único. A licença poderá ser interrom-
para o exercício de atividade compatível com o pida, a qualquer tempo, a pedido do servidor
seu cargo. ou no interesse do serviço.

Seção IV Seção VIII

Da Licença para o Desempenho de Mandato


Da Licença para o Serviço Militar
Classista
Art. 85. Ao servidor convocado para o serviço militar
será concedida licença, na forma e condições previstas Art. 92. É assegurado ao servidor o direito à licença
na legislação específica. sem remuneração para o desempenho de mandato em
confederação, federação, associação de classe de âm-
Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o bito nacional, sindicato representativo da categoria
servidor terá até 30 (trinta) dias sem remunera- ou entidade fiscalizadora da profissão ou, ainda, para
ção para reassumir o exercício do cargo. participar de gerência ou administração em sociedade
cooperativa constituída por servidores públicos para
Seção V prestar serviços a seus membros, observado o disposto
na alínea c do inciso VIII do art. 102 desta Lei, confor-
Da Licença para Atividade Política me disposto em regulamento e observados os seguin-
tes limites:
Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem remune-
ração, durante o período que mediar entre a sua esco- I - para entidades com até 5.000 (cinco mil) asso-
lha em convenção partidária, como candidato a cargo ciados, 2 (dois) servidores;
eletivo, e a véspera do registro de sua candidatura pe-
II - para entidades com 5.001 (cinco mil e um)
rante a Justiça Eleitoral.
a 30.000 (trinta mil) associados, 4 (quatro) ser-
§ 1o O servidor candidato a cargo eletivo na lo- vidores;
calidade onde desempenha suas funções e que III - para entidades com mais de 30.000 (trinta
exerça cargo de direção, chefia, assessoramento, mil) associados, 8 (oito) servidores.
arrecadação ou fiscalização, dele será afastado,
a partir do dia imediato ao do registro de sua § 1o Somente poderão ser licenciados os servi-
candidatura perante a Justiça Eleitoral, até o dé- dores eleitos para cargos de direção ou de re-
cimo dia seguinte ao do pleito. presentação nas referidas entidades, desde que
cadastradas no órgão competente.
§ 2o A partir do registro da candidatura e até
o décimo dia seguinte ao da eleição, o servidor § 2o A licença terá duração igual à do mandato,
fará jus à licença, assegurados os vencimentos podendo ser renovada, no caso de reeleição.
do cargo efetivo, somente pelo período de três
meses. Capítulo V

Seção VI Dos Afastamentos

Da Licença-Prêmio por Assiduidade Seção I

Da Licença para Capacitação Do Afastamento para Servir a Outro Órgão ou


Entidade
Art. 87. Após cada qüinqüênio de efetivo exercício, o
servidor poderá, no interesse da Administração, afas- Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter exercí-
tar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva cio em outro órgão ou entidade dos Poderes da União,
remuneração, por até três meses, para participar de dos Estados, ou do Distrito Federal e dos Municípios,
curso de capacitação profissional. nas seguintes hipóteses:

13
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

I - para exercício de cargo em comissão ou fun- III - investido no mandato de vereador:


ção de confiança;
a) havendo compatibilidade de horário, perce-
II - em casos previstos em leis específicas. berá as vantagens de seu cargo, sem prejuízo da
remuneração do cargo eletivo;
§ 1o Na hipótese do inciso I, sendo a cessão para
órgãos ou entidades dos Estados, do Distrito Fe- b) não havendo compatibilidade de horário,
deral ou dos Municípios, o ônus da remunera- será afastado do cargo, sendo-lhe facultado op-
ção será do órgão ou entidade cessionária, man- tar pela sua remuneração.
tido o ônus para o cedente nos demais casos.
§ 1o No caso de afastamento do cargo, o servi-
§ 2º Na hipótese de o servidor cedido a em- dor contribuirá para a seguridade social como
presa pública ou sociedade de economia mista, se em exercício estivesse.
nos termos das respectivas normas, optar pela
remuneração do cargo efetivo ou pela remune- § 2o O servidor investido em mandato eletivo
ração do cargo efetivo acrescida de percentual ou classista não poderá ser removido ou redis-
da retribuição do cargo em comissão, a entidade tribuído de ofício para localidade diversa da-
cessionária efetuará o reembolso das despesas quela onde exerce o mandato.
realizadas pelo órgão ou entidade de origem.
Seção III
§ 3o A cessão far-se-á mediante Portaria publi-
cada no Diário Oficial da União. Do Afastamento para Estudo ou Missão no Exterior
§ 4o Mediante autorização expressa do Presi- Art. 95. O servidor não poderá ausentar-se do País
dente da República, o servidor do Poder Exe- para estudo ou missão oficial, sem autorização do Pre-
cutivo poderá ter exercício em outro órgão da sidente da República, Presidente dos Órgãos do Poder
Administração Federal direta que não tenha Legislativo e Presidente do Supremo Tribunal Federal.
quadro próprio de pessoal, para fim determina-
do e a prazo certo. § 1o A ausência não excederá a 4 (quatro) anos,
e finda a missão ou estudo, somente decorrido
§ 5º Aplica-se à União, em se tratando de empre-
igual período, será permitida nova ausência.
gado ou servidor por ela requisitado, as disposi-
ções dos §§ 1º e 2º deste artigo. § 2o Ao servidor beneficiado pelo disposto nes-
te artigo não será concedida exoneração ou li-
§ 6º As cessões de empregados de empresa pú-
blica ou de sociedade de economia mista, que cença para tratar de interesse particular antes de
receba recursos de Tesouro Nacional para o cus- decorrido período igual ao do afastamento, res-
teio total ou parcial da sua folha de pagamento salvada a hipótese de ressarcimento da despesa
de pessoal, independem das disposições conti- havida com seu afastamento.
das nos incisos I e II e §§ 1º e 2º deste artigo, § 3o O disposto neste artigo não se aplica aos
ficando o exercício do empregado cedido condi- servidores da carreira diplomática.
cionado a autorização específica do Ministério
do Planejamento, Orçamento e Gestão, exceto § 4o As hipóteses, condições e formas para a
nos casos de ocupação de cargo em comissão ou autorização de que trata este artigo, inclusive no
função gratificada. que se refere à remuneração do servidor, serão
disciplinadas em regulamento.
§ 7° O Ministério do Planejamento, Orçamen-
to e Gestão, com a finalidade de promover a Art. 96. O afastamento de servidor para servir em
composição da força de trabalho dos órgãos e organismo internacional de que o Brasil participe ou
entidades da Administração Pública Federal, com o qual coopere dar-se-á com perda total da remu-
poderá determinar a lotação ou o exercício de neração.
empregado ou servidor, independentemente da
observância do constante no inciso I e nos §§ 1º Seção IV
e 2º deste artigo.
Do Afastamento para Participação em Programa de
Seção II Pós-Graduação Stricto Sensu no País
Art. 96-A. O servidor poderá, no interesse da Admi-
Do Afastamento para Exercício de Mandato Eletivo
nistração, e desde que a participação não possa ocorrer
Art. 94. Ao servidor investido em mandato eletivo simultaneamente com o exercício do cargo ou median-
aplicam-se as seguintes disposições: te compensação de horário, afastar-se do exercício do
cargo efetivo, com a respectiva remuneração, para par-
I - tratando-se de mandato federal, estadual ou
ticipar em programa de pós-graduação stricto sensu
distrital, ficará afastado do cargo;
em instituição de ensino superior no País.
II - investido no mandato de Prefeito, será afas-
tado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela § 1o Ato do dirigente máximo do órgão ou en-
sua remuneração; tidade definirá, em conformidade com a legis-

14
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais

lação vigente, os programas de capacitação e Art. 106. Cabe pedido de reconsideração à autoridade
os critérios para participação em programas de que houver expedido o ato ou proferido a primeira de-
pós-graduação no País, com ou sem afastamen- cisão, não podendo ser renovado.
to do servidor, que serão avaliados por um co-
mitê constituído para este fim. Parágrafo único. O requerimento e o pedido de
reconsideração de que tratam os artigos anterio-
§ 2o Os afastamentos para realização de pro- res deverão ser despachados no prazo de 5 (cin-
gramas de mestrado e doutorado somente serão co) dias e decididos dentro de 30 (trinta) dias.
concedidos aos servidores titulares de cargos
efetivos no respectivo órgão ou entidade há Art. 107. Caberá recurso:
pelo menos 3 (três) anos para mestrado e 4 (qua-
tro) anos para doutorado, incluído o período de I - do indeferimento do pedido de reconsidera-
estágio probatório, que não tenham se afastado ção;
por licença para tratar de assuntos particulares II - das decisões sobre os recursos sucessiva-
para gozo de licença capacitação ou com funda- mente interpostos.
mento neste artigo nos 2 (dois) anos anteriores à
data da solicitação de afastamento. § 1o O recurso será dirigido à autoridade ime-
diatamente superior à que tiver expedido o ato
§ 3o Os afastamentos para realização de pro- ou proferido a decisão, e, sucessivamente, em
gramas de pós-doutorado somente serão conce- escala ascendente, às demais autoridades.
didos aos servidores titulares de cargos efetivo
no respectivo órgão ou entidade há pelo menos § 2o O recurso será encaminhado por intermé-
quatro anos, incluído o período de estágio pro- dio da autoridade a que estiver imediatamente
batório, e que não tenham se afastado por licen- subordinado o requerente.
ça para tratar de assuntos particulares ou com Art. 108. O prazo para interposição de pedido de re-
fundamento neste artigo, nos quatro anos ante- consideração ou de recurso é de 30 (trinta) dias, a con-
riores à data da solicitação de afastamento. tar da publicação ou da ciência, pelo interessado, da
§ 4o Os servidores beneficiados pelos afasta- decisão recorrida.
mentos previstos nos §§ 1o, 2o e 3o deste artigo
Art. 109. O recurso poderá ser recebido com efeito
terão que permanecer no exercício de suas fun-
suspensivo, a juízo da autoridade competente.
ções após o seu retorno por um período igual ao
do afastamento concedido. Parágrafo único. Em caso de provimento do pe-
§ 5o Caso o servidor venha a solicitar exonera- dido de reconsideração ou do recurso, os efeitos
ção do cargo ou aposentadoria, antes de cum- da decisão retroagirão à data do ato impugnado.
prido o período de permanência previsto no § Art. 110. O direito de requerer prescreve:
4o deste artigo, deverá ressarcir o órgão ou enti-
dade, na forma do art. 47 da Lei no 8.112, de 11 I - em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demis-
de dezembro de 1990, dos gastos com seu aper- são e de cassação de aposentadoria ou disponi-
feiçoamento. bilidade, ou que afetem interesse patrimonial e
§ 6o Caso o servidor não obtenha o título ou créditos resultantes das relações de trabalho;
grau que justificou seu afastamento no perío- II - em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos,
do previsto, aplica-se o disposto no § 5o deste salvo quando outro prazo for fixado em lei.
artigo, salvo na hipótese comprovada de força
maior ou de caso fortuito, a critério do dirigente Parágrafo único. O prazo de prescrição será
máximo do órgão ou entidade. contado da data da publicação do ato impugna-
do ou da data da ciência pelo interessado, quan-
§ 7o Aplica-se à participação em programa de do o ato não for publicado.
pós-graduação no Exterior, autorizado nos ter-
mos do art. 95 desta Lei, o disposto nos §§ 1o a Art. 111. O pedido de reconsideração e o recurso,
6o deste artigo. quando cabíveis, interrompem a prescrição.

Capítulo VIII Art. 112. A prescrição é de ordem pública, não poden-


do ser relevada pela administração.
Do Direito de Petição
Art. 113. Para o exercício do direito de petição, é as-
Art. 104. É assegurado ao servidor o direito de reque- segurada vista do processo ou documento, na reparti-
rer aos Poderes Públicos, em defesa de direito ou inte- ção, ao servidor ou a procurador por ele constituído.
resse legítimo.
Art. 114. A administração deverá rever seus atos, a
Art. 105. O requerimento será dirigido à autoridade qualquer tempo, quando eivados de ilegalidade.
competente para decidi-lo e encaminhado por inter-
médio daquela a que estiver imediatamente subordi- Art. 115. São fatais e improrrogáveis os prazos esta-
nado o requerente. belecidos neste Capítulo, salvo motivo de força maior.

15
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Título IV III - recusar fé a documentos públicos;


IV - opor resistência injustificada ao andamento
Do Regime Disciplinar
de documento e processo ou execução de ser-
viço;
Capítulo I
V - promover manifestação de apreço ou desa-
Dos Deveres preço no recinto da repartição;
Art. 116. São deveres do servidor: VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora
dos casos previstos em lei, o desempenho de
I - exercer com zelo e dedicação as atribuições atribuição que seja de sua responsabilidade ou
do cargo; de seu subordinado;
II - ser leal às instituições a que servir; VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido
III - observar as normas legais e regulamentares; de filiarem-se a associação profissional ou sindi-
cal, ou a partido político;
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quan-
do manifestamente ilegais; VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo
ou função de confiança, cônjuge, companheiro
V - atender com presteza:
ou parente até o segundo grau civil;
a) ao público em geral, prestando as informa-
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pes-
ções requeridas, ressalvadas as protegidas por
soal ou de outrem, em detrimento da dignidade
sigilo;
da função pública;
b) à expedição de certidões requeridas para de-
X - participar de gerência ou administração de
fesa de direito ou esclarecimento de situações
sociedade privada, personificada ou não perso-
de interesse pessoal;
nificada, exercer o comércio, exceto na qualida-
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pú- de de acionista, cotista ou comanditário;
blica.
XI - atuar, como procurador ou intermediário,
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência junto a repartições públicas, salvo quando se
em razão do cargo ao conhecimento da autori- tratar de benefícios previdenciários ou assisten-
dade superior ou, quando houver suspeita de ciais de parentes até o segundo grau, e de cônju-
envolvimento desta, ao conhecimento de outra ge ou companheiro;
autoridade competente para apuração;
XII - receber propina, comissão, presente ou
VII - zelar pela economia do material e a conser- vantagem de qualquer espécie, em razão de
vação do patrimônio público; suas atribuições;
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição; XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de
estado estrangeiro;
IX - manter conduta compatível com a morali-
dade administrativa; XIV - praticar usura sob qualquer de suas for-
mas;
X - ser assíduo e pontual ao serviço;
XV - proceder de forma desidiosa;
XI - tratar com urbanidade as pessoas;
XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da
XII - representar contra ilegalidade, omissão ou
repartição em serviços ou atividades particula-
abuso de poder.
res;
Parágrafo único. A representação de que trata o
XVII - cometer a outro servidor atribuições es-
inciso XII será encaminhada pela via hierárqui-
tranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações
ca e apreciada pela autoridade superior àquela
de emergência e transitórias;
contra a qual é formulada, assegurando-se ao
representando ampla defesa. XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam
incompatíveis com o exercício do cargo ou fun-
Capítulo II ção e com o horário de trabalho;
XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadas-
Das Proibições
trais quando solicitado.
Art. 117. Ao servidor é proibido:
Parágrafo único. A vedação de que trata o in-
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, ciso X do caput deste artigo não se aplica nos
sem prévia autorização do chefe imediato; seguintes casos:
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade I - participação nos conselhos de administra-
competente, qualquer documento ou objeto da ção e fiscal de empresas ou entidades em que a
repartição; União detenha, direta ou indiretamente, parti-

16
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais

cipação no capital social ou em sociedade coo- prejuízo ao erário ou a terceiros.


perativa constituída para prestar serviços a seus
membros; e § 1o A indenização de prejuízo dolosamente causado
ao erário somente será liquidada na forma prevista no
II - gozo de licença para o trato de interesses art. 46, na falta de outros bens que assegurem a execu-
particulares, na forma do art. 91 desta Lei, ob- ção do débito pela via judicial.
servada a legislação sobre conflito de interesses.
§ 2o Tratando-se de dano causado a terceiros,
Capítulo III responderá o servidor perante a Fazenda Públi-
ca, em ação regressiva.
Da Acumulação § 3o A obrigação de reparar o dano estende-se
aos sucessores e contra eles será executada, até
Art. 118. Ressalvados os casos previstos na Consti-
o limite do valor da herança recebida.
tuição, é vedada a acumulação remunerada de cargos
públicos. Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes
e contravenções imputadas ao servidor, nessa quali-
§ 1o A proibição de acumular estende-se a car-
dade.
gos, empregos e funções em autarquias, funda-
ções públicas, empresas públicas, sociedades de
Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa re-
economia mista da União, do Distrito Federal,
sulta de ato omissivo ou comissivo praticado no de-
dos Estados, dos Territórios e dos Municípios.
sempenho do cargo ou função.
§ 2o A acumulação de cargos, ainda que lícita,
fica condicionada à comprovação da compatibi- Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas po-
lidade de horários. derão cumular-se, sendo independentes entre si.
§ 3o Considera-se acumulação proibida a per- Art. 126. A responsabilidade administrativa do servi-
cepção de vencimento de cargo ou emprego dor será afastada no caso de absolvição criminal que
público efetivo com proventos da inatividade, negue a existência do fato ou sua autoria.
salvo quando os cargos de que decorram essas
remunerações forem acumuláveis na atividade. Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabili-
zado civil, penal ou administrativamente por dar ciên-
Art. 119. O servidor não poderá exercer mais de um
cia à autoridade superior ou, quando houver suspeita
cargo em comissão, exceto no caso previsto no pará-
de envolvimento desta, a outra autoridade competente
grafo único do art. 9o, nem ser remunerado pela parti-
para apuração de informação concernente à prática de
cipação em órgão de deliberação coletiva.
crimes ou improbidade de que tenha conhecimento,
Parágrafo único. O disposto neste artigo não ainda que em decorrência do exercício de cargo, em-
se aplica à remuneração devida pela partici- prego ou função pública.
pação em conselhos de administração e fiscal
das empresas públicas e sociedades de econo- Capítulo V
mia mista, suas subsidiárias e controladas, bem
como quaisquer empresas ou entidades em que Das Penalidades
a União, direta ou indiretamente, detenha par-
ticipação no capital social, observado o que, a Art. 127. São penalidades disciplinares:
respeito, dispuser legislação específica.
I - advertência;
Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei,
que acumular licitamente dois cargos efetivos, quando II - suspensão;
investido em cargo de provimento em comissão, ficará III - demissão;
afastado de ambos os cargos efetivos, salvo na hipóte-
se em que houver compatibilidade de horário e local IV - cassação de aposentadoria ou disponibili-
com o exercício de um deles, declarada pelas autori- dade;
dades máximas dos órgãos ou entidades envolvidos. V - destituição de cargo em comissão;
VI - destituição de função comissionada.
Capítulo IV
Art. 128. Na aplicação das penalidades serão conside-
radas a natureza e a gravidade da infração cometida,
Das Responsabilidades
os danos que dela provierem para o serviço público, as
Art. 121. O servidor responde civil, penal e adminis- circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antece-
trativamente pelo exercício irregular de suas atribui- dentes funcionais.
ções.
Parágrafo único. O ato de imposição da penali-
Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omis- dade mencionará sempre o fundamento legal e
sivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em a causa da sanção disciplinar.

17
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Art. 129. A advertência será aplicada por escrito, nos XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art.
casos de violação de proibição constante do art. 117, 117.
incisos I a VIII e XIX, e de inobservância de dever
funcional previsto em lei, regulamentação ou norma Art. 133. Detectada a qualquer tempo a acumulação
interna, que não justifique imposição de penalidade ilegal de cargos, empregos ou funções públicas, a au-
mais grave. toridade a que se refere o art. 143 notificará o servidor,
por intermédio de sua chefia imediata, para apresentar
Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de reinci- opção no prazo improrrogável de dez dias, contados
dência das faltas punidas com advertência e de viola- da data da ciência e, na hipótese de omissão, adotará
ção das demais proibições que não tipifiquem infração procedimento sumário para a sua apuração e regulari-
sujeita a penalidade de demissão, não podendo exce- zação imediata, cujo processo administrativo discipli-
der de 90 (noventa) dias. nar se desenvolverá nas seguintes fases:

§ 1o Será punido com suspensão de até 15 I - instauração, com a publicação do ato que
(quinze) dias o servidor que, injustificadamen- constituir a comissão, a ser composta por dois
te, recusar-se a ser submetido a inspeção médica servidores estáveis, e simultaneamente indicar a
determinada pela autoridade competente, ces- autoria e a materialidade da transgressão objeto
sando os efeitos da penalidade uma vez cumpri- da apuração;
da a determinação.
II - instrução sumária, que compreende indicia-
§ 2o Quando houver conveniência para o servi- ção, defesa e relatório;
ço, a penalidade de suspensão poderá ser con-
vertida em multa, na base de 50% (cinqüenta III - julgamento.
por cento) por dia de vencimento ou remunera-
§ 1o A indicação da autoria de que trata o in-
ção, ficando o servidor obrigado a permanecer
ciso I dar-se-á pelo nome e matrícula do servi-
em serviço.
dor, e a materialidade pela descrição dos cargos,
empregos ou funções públicas em situação de
Art. 131. As penalidades de advertência e de suspen-
acumulação ilegal, dos órgãos ou entidades de
são terão seus registros cancelados, após o decurso de
vinculação, das datas de ingresso, do horário de
3 (três) e 5 (cinco) anos de efetivo exercício, respectiva-
trabalho e do correspondente regime jurídico.
mente, se o servidor não houver, nesse período, prati-
cado nova infração disciplinar. § 2o A comissão lavrará, até três dias após a pu-
blicação do ato que a constituiu, termo de indi-
Parágrafo único. O cancelamento da penalida- ciação em que serão transcritas as informações
de não surtirá efeitos retroativos. de que trata o parágrafo anterior, bem como
Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes ca- promoverá a citação pessoal do servidor indi-
sos: ciado, ou por intermédio de sua chefia imediata,
para, no prazo de cinco dias, apresentar defesa
I - crime contra a administração pública; escrita, assegurando-se-lhe vista do processo na
repartição, observado o disposto nos arts. 163 e
II - abandono de cargo;
164.
III - inassiduidade habitual;
§ 3o Apresentada a defesa, a comissão elabora-
IV - improbidade administrativa; rá relatório conclusivo quanto à inocência ou à
responsabilidade do servidor, em que resumirá
V - incontinência pública e conduta escandalo- as peças principais dos autos, opinará sobre a
sa, na repartição; licitude da acumulação em exame, indicará o
VI - insubordinação grave em serviço; respectivo dispositivo legal e remeterá o proces-
so à autoridade instauradora, para julgamento.
VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a
particular, salvo em legítima defesa própria ou § 4o No prazo de cinco dias, contados do recebi-
de outrem; mento do processo, a autoridade julgadora pro-
ferirá a sua decisão, aplicando-se, quando for o
VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos; caso, o disposto no § 3o do art. 167.
IX - revelação de segredo do qual se apropriou § 5o A opção pelo servidor até o último dia de
em razão do cargo; prazo para defesa configurará sua boa-fé, hipó-
tese em que se converterá automaticamente em
X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do
pedido de exoneração do outro cargo.
patrimônio nacional;
§ 6o Caracterizada a acumulação ilegal e pro-
XI - corrupção;
vada a má-fé, aplicar-se-á a pena de demissão,
XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou destituição ou cassação de aposentadoria ou
funções públicas; disponibilidade em relação aos cargos, empre-

18
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais

gos ou funções públicas em regime de acumula- dicação dos dias de falta ao serviço sem causa
ção ilegal, hipótese em que os órgãos ou entida- justificada, por período igual ou superior a ses-
des de vinculação serão comunicados. senta dias interpoladamente, durante o período
de doze meses;
§ 7o O prazo para a conclusão do processo ad-
ministrativo disciplinar submetido ao rito su- II - após a apresentação da defesa a comissão
mário não excederá trinta dias, contados da data elaborará relatório conclusivo quanto à inocên-
de publicação do ato que constituir a comissão, cia ou à responsabilidade do servidor, em que
admitida a sua prorrogação por até quinze dias, resumirá as peças principais dos autos, indicará
quando as circunstâncias o exigirem. o respectivo dispositivo legal, opinará, na hipó-
tese de abandono de cargo, sobre a intenciona-
§ 8o O procedimento sumário rege-se pelas dis- lidade da ausência ao serviço superior a trinta
posições deste artigo, observando-se, no que lhe dias e remeterá o processo à autoridade instau-
for aplicável, subsidiariamente, as disposições radora para julgamento.
dos Títulos IV e V desta Lei.
Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas:
Art. 134. Será cassada a aposentadoria ou a disponibi-
lidade do inativo que houver praticado, na atividade, I - pelo Presidente da República, pelos Presi-
falta punível com a demissão. dentes das Casas do Poder Legislativo e dos
Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da
Art. 135. A destituição de cargo em comissão exercido República, quando se tratar de demissão e cas-
por não ocupante de cargo efetivo será aplicada nos sação de aposentadoria ou disponibilidade de
casos de infração sujeita às penalidades de suspensão servidor vinculado ao respectivo Poder, órgão,
e de demissão. ou entidade;
Parágrafo único. Constatada a hipótese de que II - pelas autoridades administrativas de hierar-
trata este artigo, a exoneração efetuada nos ter- quia imediatamente inferior àquelas mencio-
mos do art. 35 será convertida em destituição de nadas no inciso anterior quando se tratar de
cargo em comissão. suspensão superior a 30 (trinta) dias;
Art. 136. A demissão ou a destituição de cargo em co- III - pelo chefe da repartição e outras autori-
missão, nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do art. dades na forma dos respectivos regimentos ou
132, implica a indisponibilidade dos bens e o ressar- regulamentos, nos casos de advertência ou de
cimento ao erário, sem prejuízo da ação penal cabível. suspensão de até 30 (trinta) dias;

Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo em co- IV - pela autoridade que houver feito a nomea-
missão, por infringência do art. 117, incisos IX e XI, ção, quando se tratar de destituição de cargo em
incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura comissão.
em cargo público federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos.
Art. 142. A ação disciplinar prescreverá:
Parágrafo único. Não poderá retornar ao servi-
ço público federal o servidor que for demitido I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puní-
ou destituído do cargo em comissão por infrin- veis com demissão, cassação de aposentadoria
gência do art. 132, incisos I, IV, VIII, X e XI. ou disponibilidade e destituição de cargo em
comissão;
Art. 138. Configura abandono de cargo a ausência in-
tencional do servidor ao serviço por mais de trinta dias II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
consecutivos.
III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à ad-
Art. 139. Entende-se por inassiduidade habitual a fal- vertência.
ta ao serviço, sem causa justificada, por sessenta dias, § 1o O prazo de prescrição começa a correr da
interpoladamente, durante o período de doze meses. data em que o fato se tornou conhecido.

Art. 140. Na apuração de abandono de cargo ou inas- § 2o Os prazos de prescrição previstos na lei
siduidade habitual, também será adotado o procedi- penal aplicam-se às infrações disciplinares capi-
mento sumário a que se refere o art. 133, observando- tuladas também como crime.
-se especialmente que:
§ 3o A abertura de sindicância ou a instauração
de processo disciplinar interrompe a prescri-
I - a indicação da materialidade dar-se-á:
ção, até a decisão final proferida por autoridade
a) na hipótese de abandono de cargo, pela indi- competente.
cação precisa do período de ausência intencio- § 4o Interrompido o curso da prescrição, o pra-
nal do servidor ao serviço superior a trinta dias; zo começará a correr a partir do dia em que ces-
b) no caso de inassiduidade habitual, pela in- sar a interrupção.

19
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

relacionadas com a execução de mandados e


03 LEI Nº 11.416/06 atos processuais de natureza externa, na forma
estabelecida pela legislação processual civil, pe-
Art. 1o As Carreiras dos Servidores dos Quadros de
nal, trabalhista e demais leis especiais, serão en-
Pessoal do Poder Judiciário da União passam a ser re-
quadrados na especialidade de Oficial de Justiça
gidas por esta Lei.
Avaliador Federal.
Art. 2o Os Quadros de Pessoal efetivo do Poder Judi- § 2o Aos ocupantes do cargo da Carreira de
ciário são compostos pelas seguintes Carreiras, consti- Analista Judiciário – área administrativa e da
tuídas pelos respectivos cargos de provimento efetivo: Carreira de Técnico Judiciário – área adminis-
I - Analista Judiciário; trativa cujas atribuições estejam relacionadas
às funções de segurança são conferidas as de-
II - Técnico Judiciário;
nominações de Inspetor e Agente de Segurança
III - Auxiliar Judiciário. Judiciária, respectivamente, para fins de identi-
ficação funcional.
Art. 3o Os cargos efetivos das Carreiras referidas no
art. 2o desta Lei são estruturados em Classes e Pa- Art. 5o Integram os Quadros de Pessoal dos órgãos do
drões, na forma do Anexo I desta Lei, de acordo com Poder Judiciário da União as Funções Comissionadas,
as seguintes áreas de atividade: escalonadas de FC-1 a FC-6, e os Cargos em Comissão,
I - área judiciária, compreendendo os serviços escalonados de CJ-1 a CJ-4, para o exercício de atribui-
realizados privativamente por bacharéis em ções de direção, chefia e assessoramento.
Direito, abrangendo processamento de feitos, § 1o Cada órgão destinará, no mínimo, 80%
execução de mandados, análise e pesquisa de (oitenta por cento) do total das funções comis-
legislação, doutrina e jurisprudência nos vários sionadas para serem exercidas por servidores
ramos do Direito, bem como elaboração de pa- integrantes das Carreiras dos Quadros de Pes-
receres jurídicos; soal do Poder Judiciário da União, podendo de-
II - área de apoio especializado, compreenden- signar-se para as restantes servidores ocupantes
do os serviços para a execução dos quais se de cargos de provimento efetivo que não inte-
exige dos titulares o devido registro no órgão grem essas carreiras ou que sejam titulares de
fiscalizador do exercício da profissão ou o do- empregos públicos, observados os requisitos de
mínio de habilidades específicas, a critério da qualificação e de experiência previstos em regu-
administração; lamento.

III - área administrativa, compreendendo os § 2o As funções comissionadas de natureza ge-


serviços relacionados com recursos humanos, rencial serão exercidas preferencialmente por
material e patrimônio, licitações e contratos, or- servidores com formação superior.
çamento e finanças, controle interno e auditoria, § 3o Consideram-se funções comissionadas de
segurança e transporte e outras atividades com- natureza gerencial aquelas em que haja vínculo
plementares de apoio administrativo. de subordinação e poder de decisão, especifica-
Parágrafo único. As áreas de que trata o caput dos em regulamento, exigindo-se do titular par-
deste artigo poderão ser classificadas em espe- ticipação em curso de desenvolvimento geren-
cialidades, quando forem necessárias formação cial oferecido pelo órgão.
especializada, por exigência legal, ou habilida- § 4o Os servidores designados para o exercício
des específicas para o exercício das atribuições de função comissionada de natureza gerencial
do cargo. que não tiverem participado de curso de de-
senvolvimento gerencial oferecido pelo órgão
Art. 4o As atribuições dos cargos serão descritas em deverão fazê-lo no prazo de até um ano da pu-
regulamento, observado o seguinte: blicação do ato, a fim de obterem a certificação.
I - Carreira de Analista Judiciário: atividades de § 5o A participação dos titulares de funções co-
planejamento; organização; coordenação; su- missionadas de que trata o § 4o deste artigo em
pervisão técnica; assessoramento; estudo; pes- cursos de desenvolvimento gerencial é obriga-
quisa; elaboração de laudos, pareceres ou infor- tória, a cada 2 (dois) anos, sob a responsabilida-
mações e execução de tarefas de elevado grau de dos respectivos órgãos do Poder Judiciário
de complexidade; da União.
II - Carreira de Técnico Judiciário: execução de § 6o Os critérios para o exercício de funções
tarefas de suporte técnico e administrativo; comissionadas de natureza não gerencial serão
III - Carreira de Auxiliar Judiciário: atividades estabelecidos em regulamento.
básicas de apoio operacional. § 7o Pelo menos 50% (cinqüenta por cento) dos
§ 1o Os ocupantes do cargo de Analista Judi- cargos em comissão, a que se refere o caput des-
ciário - área judiciária cujas atribuições estejam te artigo, no âmbito de cada órgão do Poder Ju-

20
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais

diciário, serão destinados a servidores efetivos regulamento e de acordo com o resultado de


integrantes de seu quadro de pessoal, na forma avaliação formal de desempenho.
prevista em regulamento.
§ 2o A promoção é a movimentação do servidor
§ 8o Para a investidura em cargos em comis- do último padrão de uma classe para o primeiro
são, ressalvadas as situações constituídas, será padrão da classe seguinte, observado o interstí-
exigida formação superior, aplicando-se o dis- cio de um ano em relação à progressão funcional
posto nos §§ 3o, 4o e 5o deste artigo quanto aos imediatamente anterior, dependendo, cumu-
titulares de cargos em comissão de natureza ge- lativamente, do resultado de avaliação formal
rencial. de desempenho e da participação em curso de
aperfeiçoamento oferecido, preferencialmente,
Art. 6o No âmbito da jurisdição de cada tribunal ou pelo órgão, na forma prevista em regulamento.
juízo é vedada a nomeação ou designação, para os car-
Art. 10. Caberá ao Supremo Tribunal Federal,
gos em comissão e funções comissionadas, de cônjuge,
ao Conselho Nacional de Justiça, aos Tribunais
companheiro, parente ou afim, em linha reta ou colate-
Superiores, ao Conselho da Justiça Federal, ao
ral, até o terceiro grau, inclusive, dos respectivos mem-
Conselho Superior da Justiça do Trabalho e ao
bros e juízes vinculados, salvo a de ocupante de cargo
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territó-
de provimento efetivo das Carreiras dos Quadros de
rios, no âmbito de suas competências, instituir
Pessoal do Poder Judiciário, caso em que a vedação é
Programa Permanente de Capacitação destina-
restrita à nomeação ou designação para servir perante
do à formação e aperfeiçoamento profissional,
o magistrado determinante da incompatibilidade.
bem como ao desenvolvimento gerencial, visan-
Do Ingresso na Carreira do à preparação dos servidores para desempe-
nharem atribuições de maior complexidade e
Art. 7o O ingresso em qualquer dos cargos de provi- responsabilidade.
mento efetivo das Carreiras dos Quadros de Pessoal
do Poder Judiciário dar-se-á no primeiro padrão da Da Remuneração
classe “A” respectiva, após aprovação em concurso pú-
blico, de provas ou de provas e títulos. Art. 11. A remuneração dos cargos de provimento efe-
Parágrafo único. Os órgãos do Poder Judiciário tivo das Carreiras dos Quadros de Pessoal do Poder
da União poderão incluir, como etapa do con- Judiciário é composta pelo Vencimento Básico do car-
curso público, programa de formação, de cará- go e pela Gratificação Judiciária (GAJ), acrescida das
ter eliminatório, classificatório ou eliminatório e vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em
classificatório. lei.

Art. 8o São requisitos de escolaridade para ingresso: Art. 13. A Gratificação Judiciária (GAJ) será calcula-
I - para o cargo de Analista Judiciário, curso de da mediante aplicação do percentual de 90% (noventa
ensino superior, inclusive licenciatura plena, por cento) sobre o vencimento básico estabelecido no
correlacionado com a especialidade, se for o Anexo II desta Lei.
caso; § 1o O percentual previsto no caput será imple-
mentado gradativamente e corresponderá a:
II - para o cargo de Técnico Judiciário, curso de
ensino médio, ou curso técnico equivalente, cor- I - 62% (sessenta e dois por cento), a partir de 1o
relacionado com a especialidade, se for o caso; de janeiro de 2013;
III - para o cargo de Auxiliar Judiciário, curso de II - 75,2% (setenta e cinco inteiros e dois décimos
ensino fundamental. por cento), a partir de 1o de janeiro de 2014; e
Parágrafo único. Além dos requisitos previstos III - 90% (noventa por cento), a partir de 1o de
neste artigo, poderão ser exigidos formação es- janeiro de 2015.
pecializada, experiência e registro profissional
IV - 42% (quarenta e dois por cento), a partir de
a serem definidos em regulamento e especifica-
1o de dezembro de 2007;
dos em edital de concurso.
V - 46% (quarenta e seis por cento), a partir de
Do Desenvolvimento na Carreira 1o de julho de 2008;

Art. 9o O desenvolvimento dos servidores nos cargos VI - integralmente, a partir de 1o de dezembro


de provimento efetivo das Carreiras dos Quadros de de 2008.
Pessoal do Poder Judiciário dar-se-á mediante pro- § 2o Os servidores retribuídos pela remune-
gressão funcional e promoção. ração do Cargo em Comissão e da Função Co-
§ 1o A progressão funcional é a movimenta- missionada constantes dos Anexos III e IV desta
ção do servidor de um padrão para o seguinte Lei, respectivamente, bem como os sem vínculo
dentro de uma mesma classe, observado o in- efetivo com a Administração Pública, não per-
terstício de um ano, sob os critérios fixados em ceberão a gratificação de que trata este artigo.

21
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

§ 3o O servidor das Carreiras dos Quadros de berá, durante o afastamento, o adicional de que
Pessoal do Poder Judiciário cedido não perce- trata este artigo, salvo na hipótese de cessão
berá, durante o afastamento, a gratificação de para órgãos da União, na condição de optante
que trata este artigo, salvo na hipótese de cessão pela remuneração do cargo efetivo.
para órgãos da União, na condição de optante
pela remuneração do cargo efetivo. Art. 16. Fica instituída a Gratificação de Atividade Ex-
terna – GAE, devida exclusivamente aos ocupantes do
Art. 14. É instituído o Adicional de Qualificação – AQ cargo de Analista Judiciário referidos no § 1o do art.
destinado aos servidores das Carreiras dos Quadros 4o desta Lei.
de Pessoal do Poder Judiciário, em razão dos conhe- § 1o A gratificação de que trata este artigo cor-
cimentos adicionais adquiridos em ações de treina- responde a 35% (trinta e cinco por cento) do
mento, títulos, diplomas ou certificados de cursos de vencimento básico do servidor.
pós-graduação, em sentido amplo ou estrito, em áreas
de interesse dos órgãos do Poder Judiciário a serem § 2o É vedada a percepção da gratificação pre-
estabelecidas em regulamento. vista neste artigo pelo servidor designado para
o exercício de função comissionada ou nomea-
§ 1o O adicional de que trata este artigo não
do para cargo em comissão.
será concedido quando o curso constituir requi-
sito para ingresso no cargo. Art. 17. Fica instituída a Gratificação de Atividade de
§ 3o Para efeito do disposto neste artigo, serão Segurança – GAS, devida exclusivamente aos ocupan-
considerados somente os cursos e as instituições tes dos cargos de Analista Judiciário e de Técnico Judi-
de ensino reconhecidos pelo Ministério da Edu- ciário referidos no § 2o do art. 4o desta Lei.
cação, na forma da legislação. § 1o A gratificação de que trata este artigo cor-
§ 4o Serão admitidos cursos de pós-graduação responde a 35% (trinta e cinco por cento) do
lato sensu somente com duração mínima de 360 vencimento básico do servidor.
(trezentas e sessenta) horas. § 2o É vedada a percepção da gratificação pre-
vista neste artigo pelo servidor designado para
§ 5o O adicional será considerado no cálculo
o exercício de função comissionada ou nomea-
dos proventos e das pensões, somente se o título
do para cargo em comissão.
ou o diploma forem anteriores à data da inativa-
ção, excetuado do cômputo o disposto no inciso § 3o É obrigatória a participação em programa
V do art. 15 desta Lei. de reciclagem anual, conforme disciplinado em
regulamento, para o recebimento da gratifica-
Art. 15. O Adicional de Qualificação – AQ incidirá so- ção prevista no caput deste artigo.
bre o vencimento básico do servidor, da seguinte forma:
I - 12,5% (doze vírgula cinco por cento), em se Art. 18. A retribuição pelo exercício de Cargo em Co-
tratando de título de Doutor; missão e Função Comissionada é a constante dos Ane-
xos III e IV desta Lei, respectivamente.
II - 10% (dez por cento), em se tratando de título
de Mestre; § 1o O valor fixado no Anexo III desta Lei en-
trará em vigor a partir de 1o de dezembro de
III - 7,5% (sete vírgula cinco por cento), em se 2008, adotando-se, até essa data, as retribuições
tratando de certificado de Especialização; constantes do Anexo VI desta Lei.
V - 1% (um por cento) ao servidor que possuir § 2o Ao servidor integrante das Carreiras de
conjunto de ações de treinamento que totalize que trata esta Lei e ao cedido ao Poder Judiciá-
pelo menos 120 (cento e vinte) horas, observado rio, investidos em Cargo em Comissão, é facul-
o limite de 3% (três por cento). tado optar pela remuneração de seu cargo efe-
tivo ou emprego permanente, acrescida de 65%
§ 1o Em nenhuma hipótese o servidor perce-
(sessenta e cinco por cento) dos valores fixados
berá cumulativamente mais de um percentual
no Anexo III desta Lei.
dentre os previstos nos incisos I a IV do caput
deste artigo. § 3o O servidor integrante das Carreiras de que
trata esta Lei e o cedido ao Poder Judiciário, in-
§ 2o Os coeficientes relativos às ações de treina-
vestidos em Função Comissionada, perceberão
mento previstas no inciso V deste artigo serão
a remuneração de seu cargo efetivo ou emprego
aplicados pelo prazo de 4 (quatro) anos, a contar
permanente, acrescida dos valores constantes
da data de conclusão da última ação que totali-
do Anexo VIII desta Lei.
zou o mínimo de 120 (cento e vinte) horas.
§ 3o O adicional de qualificação será devido a Disposições Finais e Transitórias
partir do dia da apresentação do título, diploma
Art. 19. Os cargos de provimento efetivo das Carrei-
ou certificado.
ras dos Quadros de Pessoal do Poder Judiciário, a que
§ 4o O servidor das Carreiras dos Quadros de se refere o art. 3o da Lei no 10.475, de 27 de junho de
Pessoal do Poder Judiciário cedido não perce- 2002, são estruturados na forma do Anexo V desta Lei.

22
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais

Art. 20. Para efeito da aplicação do art. 36 da Lei no 2002, será implementada em parcelas sucessivas, não
8.112, de 11 de dezembro de 1990, conceitua-se como cumulativas, observada a seguinte razão:
Quadro a estrutura de cada Justiça Especializada, po- I - 15% (quinze por cento), a partir de 1o de ju-
dendo haver remoção, nos termos da lei, no âmbito da nho de 2006;
Justiça Federal, da Justiça do Trabalho, da Justiça Elei-
toral e da Justiça Militar. II - 30% (trinta por cento), a partir de 1o de de-
zembro de 2006;
Art. 21. Os concursos públicos realizados ou em an-
III - 45% (quarenta e cinco por cento), a partir de
damento, na data da publicação desta Lei, para os
1o de julho de 2007;
Quadros de Pessoal dos Órgãos do Poder Judiciário
da União são válidos para ingresso nas Carreiras dos IV - 60% (sessenta por cento), a partir de 1o de
Quadros de Pessoal do Poder Judiciário, observados a dezembro de 2007;
correlação entre as atribuições, as especialidades e o
V - 80% (oitenta por cento), a partir de 1o de ju-
grau de escolaridade.
lho de 2008;
Art. 22. O enquadramento previsto no art. 4o e no VI - integralmente, a partir de 1o de dezembro
Anexo III da Lei nº 9.421, de 24 de dezembro de 1996, de 2008.
estende-se aos servidores que prestaram concurso an-
tes de 26 de dezembro de 1996 e foram nomeados após § 1o Os percentuais das gratificações previstas
essa data, produzindo todos os efeitos legais e finan- nos arts. 13, 14, 16 e 17 desta Lei incidirão so-
ceiros desde o ingresso no Quadro de Pessoal. bre os valores constantes do Anexo IX desta Lei
mencionados no caput deste artigo.
Art. 24. Os órgãos do Poder Judiciário da União fixa-
§ 2o O percentual das gratificações de que tra-
rão em ato próprio a lotação dos cargos efetivos, das
tam os arts. 16 e 17 desta Lei será implementado
funções comissionadas e dos cargos em comissão nas
em parcelas sucessivas, não cumulativas, inci-
unidades componentes de sua estrutura.
dindo sobre os valores constantes do Anexo IX
Parágrafo único. Os órgãos de que trata este desta Lei, observada a seguinte razão:
artigo ficam autorizados a transformar, sem
aumento de despesa, no âmbito de suas com- I - 5% (cinco por cento), a partir de 1o de junho
petências, as funções comissionadas e os cargos de 2006;
em comissão de seu quadro de pessoal, vedada II - 11% (onze por cento), a partir de 1o de de-
a transformação de função em cargo ou vice- zembro de 2006;
-versa.
III - 16% (dezesseis por cento), a partir de 1o de
julho de 2007;
Art. 25. Serão aplicadas aos servidores do Poder Judi-
ciário da União as revisões gerais dos servidores pú- IV - 21% (vinte e um por cento), a partir de 1o de
blicos federais, observado o que a respeito resolver o dezembro de 2007;
Supremo Tribunal Federal. V - 28% (vinte e oito por cento), a partir de 1o de
julho de 2008;
Art. 26. Caberá ao Supremo Tribunal Federal, ao Con-
selho Nacional de Justiça, aos Tribunais Superiores, ao VI - integralmente, a partir de 1o de dezembro
Conselho da Justiça Federal, ao Conselho Superior da de 2008.
Justiça do Trabalho e ao Tribunal de Justiça do Distrito § 3o Até que seja integralizado o vencimento bá-
Federal e Territórios, no âmbito de suas competências, sico previsto no Anexo IX desta Lei, será faculta-
baixar os atos regulamentares necessários à aplicação do, excepcionalmente, aos servidores referidos
desta Lei, observada a uniformidade de critérios e pro- no § 1o do art. 4o desta Lei optar pela percepção
cedimentos, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, a da Gratificação de Atividade Externa - GAE ou
contar de sua publicação. da Função Comissionada que exerçam, observa-
do o disposto no art. 18 desta Lei.
Art. 27. A elaboração dos regulamentos de que trata
esta Lei pode contar com a participação das entidades
sindicais. Art. 31. A eficácia do disposto nesta Lei fica condicio-
nada ao atendimento do § 1o do art. 169 da Constitui-
Art. 28. O disposto nesta Lei aplica-se, no que couber, ção Federal e das normas pertinentes da Lei Comple-
aos aposentados e pensionistas, nos termos da Consti- mentar no 101, de 4 de maio de 2000.
tuição Federal.
Art. 32. Esta Lei entra em vigor na data de sua publi-
Art. 29. As despesas resultantes da execução desta Lei cação.
correm à conta das dotações consignadas aos Órgãos
do Poder Judiciário no Orçamento Geral da União. Art. 33. Ficam revogadas a Lei no 9.421, de 24 de de-
zembro de 1996, a Lei no 10.475, de 27 de junho de
Art. 30. A diferença entre o vencimento fixado por esta 2002, a Lei no 10.417, de 5 de abril de 2002, e a Lei no
Lei e o decorrente da Lei no 10.475, de 27 de junho de 10.944, de 16 de setembro de 2004.

23
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

VIII – observância das formalidades essenciais à


03 PROCESSO ADMINISTRATIVO garantia dos direitos dos administrados;
IX - adoção de formas simples, suficientes para
LEI Nº 9.784 , DE 29 DE JANEIRO DE 1999. propiciar adequado grau de certeza, segurança
e respeito aos direitos dos administrados;
Regula o processo administrativo no âmbito da
Administração Pública Federal. X - garantia dos direitos à comunicação, à apre-
sentação de alegações finais, à produção de pro-
CAPÍTULO I vas e à interposição de recursos, nos processos
de que possam resultar sanções e nas situações
de litígio;
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
XI - proibição de cobrança de despesas proces-
Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o suais, ressalvadas as previstas em lei;
processo administrativo no âmbito da Administração
Federal direta e indireta, visando, em especial, à pro- XII - impulsão, de ofício, do processo adminis-
teção dos direitos dos administrados e ao melhor cum- trativo, sem prejuízo da atuação dos interessa-
primento dos fins da Administração. dos;
XIII - interpretação da norma administrativa da
§ 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam forma que melhor garanta o atendimento do fim
aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário público a que se dirige, vedada aplicação retroa-
da União, quando no desempenho de função tiva de nova interpretação.
administrativa.
§ 2o Para os fins desta Lei, consideram-se: CAPÍTULO II
I - órgão - a unidade de atuação integrante da DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS
estrutura da Administração direta e da estrutu-
ra da Administração indireta; Art. 3o O administrado tem os seguintes direitos pe-
rante a Administração, sem prejuízo de outros que lhe
II - entidade - a unidade de atuação dotada de sejam assegurados:
personalidade jurídica;
III - autoridade - o servidor ou agente público I - ser tratado com respeito pelas autoridades e
dotado de poder de decisão. servidores, que deverão facilitar o exercício de
seus direitos e o cumprimento de suas obriga-
Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre ções;
outros, aos princípios da legalidade, finalidade, moti- II - ter ciência da tramitação dos processos ad-
vação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ministrativos em que tenha a condição de inte-
ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, inte- ressado, ter vista dos autos, obter cópias de do-
resse público e eficiência. cumentos neles contidos e conhecer as decisões
Parágrafo único. Nos processos administrativos proferidas;
serão observados, entre outros, os critérios de: III - formular alegações e apresentar documen-
I - atuação conforme a lei e o Direito; tos antes da decisão, os quais serão objeto de
consideração pelo órgão competente;
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada
a renúncia total ou parcial de poderes ou com- IV - fazer-se assistir, facultativamente, por ad-
petências, salvo autorização em lei; vogado, salvo quando obrigatória a representa-
ção, por força de lei.
III - objetividade no atendimento do interesse
público, vedada a promoção pessoal de agentes CAPÍTULO III
ou autoridades;
IV - atuação segundo padrões éticos de probida- DOS DEVERES DO ADMINISTRADO
de, decoro e boa-fé; Art. 4o São deveres do administrado perante a Ad-
V - divulgação oficial dos atos administrativos, ministração, sem prejuízo de outros previstos em ato
ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na normativo:
Constituição;
I - expor os fatos conforme a verdade;
VI - adequação entre meios e fins, vedada a im-
II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
posição de obrigações, restrições e sanções em
medida superior àquelas estritamente necessá- III - não agir de modo temerário;
rias ao atendimento do interesse público;
IV - prestar as informações que lhe forem soli-
VII - indicação dos pressupostos de fato e de di- citadas e colaborar para o esclarecimento dos
reito que determinarem a decisão; fatos.

24
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais

CAPÍTULO VI II - tenha participado ou venha a participar


como perito, testemunha ou representante, ou
DA COMPETÊNCIA se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge,
companheiro ou parente e afins até o terceiro
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pe- grau;
los órgãos administrativos a que foi atribuída como
própria, salvo os casos de delegação e avocação legal- III - esteja litigando judicial ou administrativa-
mente admitidos. mente com o interessado ou respectivo cônjuge
ou companheiro.
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular pode-
rão, se não houver impedimento legal, delegar parte Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em im-
da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda pedimento deve comunicar o fato à autoridade com-
que estes não lhe sejam hierarquicamente subordina- petente, abstendo-se de atuar.
dos, quando for conveniente, em razão de circunstân-
Parágrafo único. A omissão do dever de comu-
cias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou
nicar o impedimento constitui falta grave, para
territorial.
efeitos disciplinares.
Parágrafo único. O disposto no caput deste ar-
Art. 20. Pode ser argüida a suspeição de autoridade ou
tigo aplica-se à delegação de competência dos
servidor que tenha amizade íntima ou inimizade notó-
órgãos colegiados aos respectivos presidentes.
ria com algum dos interessados ou com os respectivos
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: cônjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro
grau.
I - a edição de atos de caráter normativo;
Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição po-
II - a decisão de recursos administrativos; derá ser objeto de recurso, sem efeito suspensivo.
III - as matérias de competência exclusiva do ór-
gão ou autoridade. CAPÍTULO XII
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão
DA MOTIVAÇÃO
ser publicados no meio oficial.
§ 1o O ato de delegação especificará as matérias Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motiva-
e poderes transferidos, os limites da atuação do dos, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurí-
delegado, a duração e os objetivos da delegação dicos, quando:
e o recurso cabível, podendo conter ressalva de
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou inte-
exercício da atribuição delegada.
resses;
§ 2o O ato de delegação é revogável a qualquer
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou
tempo pela autoridade delegante.
sanções;
§ 3o As decisões adotadas por delegação devem
III - decidam processos administrativos de con-
mencionar explicitamente esta qualidade e con-
curso ou seleção pública;
siderar-se-ão editadas pelo delegado.
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por processo licitatório;
motivos relevantes devidamente justificados, a avoca-
ção temporária de competência atribuída a órgão hie- V - decidam recursos administrativos;
rarquicamente inferior. VI - decorram de reexame de ofício;
Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divul- VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada
garão publicamente os locais das respectivas sedes e, sobre a questão ou discrepem de pareceres, lau-
quando conveniente, a unidade fundacional compe- dos, propostas e relatórios oficiais;
tente em matéria de interesse especial.
VIII - importem anulação, revogação, suspensão
Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o ou convalidação de ato administrativo.
processo administrativo deverá ser iniciado perante
a autoridade de menor grau hierárquico para decidir. § 1o A motivação deve ser explícita, clara e con-
gruente, podendo consistir em declaração de
concordância com fundamentos de anteriores
CAPÍTULO VII pareceres, informações, decisões ou propostas,
que, neste caso, serão parte integrante do ato.
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO § 2o Na solução de vários assuntos da mesma
natureza, pode ser utilizado meio mecânico que
Art. 18. É impedido de atuar em processo administra-
reproduza os fundamentos das decisões, desde
tivo o servidor ou autoridade que:
que não prejudique direito ou garantia dos in-
I - tenha interesse direto ou indireto na matéria; teressados.

25
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

§ 3o A motivação das decisões de órgãos cole- Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta
giados e comissões ou de decisões orais consta- lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente
rá da respectiva ata ou de termo escrito. ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designa-
ção, contratação ou qualquer outra forma de investi-
CAPÍTULO XVI dura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função
nas entidades mencionadas no artigo anterior.
DOS PRAZOS
Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que
Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data couber, àquele que, mesmo não sendo agente público,
da cientificação oficial, excluindo-se da contagem o dia induza ou concorra para a prática do ato de improbi-
do começo e incluindo-se o do vencimento. dade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou
indireta.
§ 1o Considera-se prorrogado o prazo até o pri-
meiro dia útil seguinte se o vencimento cair em Art. 4° Os agentes públicos de qualquer nível ou hierar-
dia em que não houver expediente ou este for quia são obrigados a velar pela estrita observância dos
encerrado antes da hora normal. princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade
e publicidade no trato dos assuntos que lhe são afetos.
§ 2o Os prazos expressos em dias contam-se de
modo contínuo. Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por
ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de
§ 3o Os prazos fixados em meses ou anos con- terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano.
tam-se de data a data. Se no mês do vencimento
não houver o dia equivalente àquele do início do Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito, perderá o
prazo, tem-se como termo o último dia do mês. agente público ou terceiro beneficiário os bens ou va-
lores acrescidos ao seu patrimônio.
Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente
comprovado, os prazos processuais não se suspendem. Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao
patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito,
caberá a autoridade administrativa responsável pelo
inquérito representar ao Ministério Público, para a in-
disponibilidade dos bens do indiciado.
04 IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA Parágrafo único. A indisponibilidade a que se
refere o caput deste artigo recairá sobre bens
LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992.
que assegurem o integral ressarcimento do
Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes pú- dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resul-
blicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício tante do enriquecimento ilícito.
de mandato, cargo, emprego ou função na administra-
Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patri-
ção pública direta, indireta ou fundacional e dá outras
mônio público ou se enriquecer ilicitamente está su-
providências.
jeito às cominações desta lei até o limite do valor da
herança.
CAPÍTULO I
CAPÍTULO II
Das Disposições Gerais
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qual- Dos Atos de Improbidade Administrativa
quer agente público, servidor ou não, contra a admi-
nistração direta, indireta ou fundacional de qualquer Seção I
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Fede- Dos Atos de Improbidade Administrativa que
ral, dos Municípios, de Território, de empresa incorpo- Importam Enriquecimento Ilícito
rada ao patrimônio público ou de entidade para cuja
criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa
com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da importando enriquecimento ilícito auferir qualquer
receita anual, serão punidos na forma desta lei. tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do
exercício de cargo, mandato, função, emprego ou ati-
Parágrafo único. Estão também sujeitos às pe- vidade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei,
nalidades desta lei os atos de improbidade pra- e notadamente:
ticados contra o patrimônio de entidade que
receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal I - receber, para si ou para outrem, dinheiro,
ou creditício, de órgão público bem como da- bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra van-
quelas para cuja criação ou custeio o erário haja tagem econômica, direta ou indireta, a título de
concorrido ou concorra com menos de cinqüen- comissão, percentagem, gratificação ou presen-
ta por cento do patrimônio ou da receita anual, te de quem tenha interesse, direto ou indireto,
limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial que possa ser atingido ou amparado por ação
à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos ou omissão decorrente das atribuições do agen-
cofres públicos. te público;

26
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais

II - perceber vantagem econômica, direta ou in- Seção II


direta, para facilitar a aquisição, permuta ou lo-
cação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação Dos Atos de Improbidade Administrativa que
de serviços pelas entidades referidas no art. 1° Causam Prejuízo ao Erário
por preço superior ao valor de mercado;
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa
III - perceber vantagem econômica, direta ou que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão,
indireta, para facilitar a alienação, permuta ou dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, des-
locação de bem público ou o fornecimento de vio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos
serviço por ente estatal por preço inferior ao va- bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º des-
lor de mercado; ta lei, e notadamente:
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, ve- I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para
ículos, máquinas, equipamentos ou material de a incorporação ao patrimônio particular, de pes-
qualquer natureza, de propriedade ou à dispo- soa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou
sição de qualquer das entidades mencionadas valores integrantes do acervo patrimonial das
no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de ser- entidades mencionadas no art. 1º desta lei;
vidores públicos, empregados ou terceiros con-
II - permitir ou concorrer para que pessoa física
tratados por essas entidades;
ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas
V - receber vantagem econômica de qualquer ou valores integrantes do acervo patrimonial
natureza, direta ou indireta, para tolerar a ex- das entidades mencionadas no art. 1º desta lei,
ploração ou a prática de jogos de azar, de leno- sem a observância das formalidades legais ou
cínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura regulamentares aplicáveis à espécie;
ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao
promessa de tal vantagem;
ente despersonalizado, ainda que de fins educa-
VI - receber vantagem econômica de qualquer tivos ou assistências, bens, rendas, verbas ou va-
natureza, direta ou indireta, para fazer declara- lores do patrimônio de qualquer das entidades
ção falsa sobre medição ou avaliação em obras mencionadas no art. 1º desta lei, sem observân-
públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre cia das formalidades legais e regulamentares
quantidade, peso, medida, qualidade ou carac- aplicáveis à espécie;
terística de mercadorias ou bens fornecidos a
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta
qualquer das entidades mencionadas no art. 1º
ou locação de bem integrante do patrimônio de
desta lei;
qualquer das entidades referidas no art. 1º desta
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercí- lei, ou ainda a prestação de serviço por parte de-
cio de mandato, cargo, emprego ou função pú- las, por preço inferior ao de mercado;
blica, bens de qualquer natureza cujo valor seja
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou
desproporcional à evolução do patrimônio ou à
locação de bem ou serviço por preço superior ao
renda do agente público;
de mercado;
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer ati-
VI - realizar operação financeira sem observân-
vidade de consultoria ou assessoramento para
cia das normas legais e regulamentares ou acei-
pessoa física ou jurídica que tenha interesse sus-
tar garantia insuficiente ou inidônea;
cetível de ser atingido ou amparado por ação ou
omissão decorrente das atribuições do agente VII - conceder benefício administrativo ou fiscal
público, durante a atividade; sem a observância das formalidades legais ou
regulamentares aplicáveis à espécie;
IX - perceber vantagem econômica para inter-
mediar a liberação ou aplicação de verba públi- VIII - frustrar a licitude de processo licitatório
ca de qualquer natureza; ou dispensá-lo indevidamente;
X - receber vantagem econômica de qualquer IX - ordenar ou permitir a realização de despe-
natureza, direta ou indiretamente, para omitir sas não autorizadas em lei ou regulamento;
ato de ofício, providência ou declaração a que X - agir negligentemente na arrecadação de tri-
esteja obrigado; buto ou renda, bem como no que diz respeito à
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu conservação do patrimônio público;
patrimônio bens, rendas, verbas ou valores in- XI - liberar verba pública sem a estrita observân-
tegrantes do acervo patrimonial das entidades cia das normas pertinentes ou influir de qual-
mencionadas no art. 1° desta lei; quer forma para a sua aplicação irregular;
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, XII - permitir, facilitar ou concorrer para que
verbas ou valores integrantes do acervo patri- terceiro se enriqueça ilicitamente;
monial das entidades mencionadas no art. 1°
desta lei. XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço

27
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

particular, veículos, máquinas, equipamentos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa
ou material de qualquer natureza, de proprie- civil de até três vezes o valor do acréscimo patri-
dade ou à disposição de qualquer das entidades monial e proibição de contratar com o Poder Pú-
mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o blico ou receber benefícios ou incentivos fiscais
trabalho de servidor público, empregados ou ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda
terceiros contratados por essas entidades. que por intermédio de pessoa jurídica da qual
seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento
que tenha por objeto a prestação de serviços pú- II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral
blicos por meio da gestão associada sem obser- do dano, perda dos bens ou valores acrescidos
var as formalidades previstas na lei; ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta cir-
cunstância, perda da função pública, suspensão
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio
dos direitos políticos de cinco a oito anos, paga-
público sem suficiente e prévia dotação orça-
mento de multa civil de até duas vezes o valor
mentária, ou sem observar as formalidades pre-
do dano e proibição de contratar com o Poder
vistas na lei.
Público ou receber benefícios ou incentivos
fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente,
Seção III
ainda que por intermédio de pessoa jurídica da
Dos Atos de Improbidade Administrativa que qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco
Atentam Contra os Princípios da Administração anos;
Pública III - na hipótese do art. 11, ressarcimento inte-
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa gral do dano, se houver, perda da função pú-
que atenta contra os princípios da administração pú- blica, suspensão dos direitos políticos de três a
blica qualquer ação ou omissão que viole os deveres cinco anos, pagamento de multa civil de até cem
de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade vezes o valor da remuneração percebida pelo
às instituições, e notadamente: agente e proibição de contratar com o Poder Pú-
blico ou receber benefícios ou incentivos fiscais
I - praticar ato visando fim proibido em lei ou ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda
regulamento ou diverso daquele previsto, na re- que por intermédio de pessoa jurídica da qual
gra de competência; seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.
II - retardar ou deixar de praticar, indevidamen- Parágrafo único. Na fixação das penas previstas
te, ato de ofício; nesta lei o juiz levará em conta a extensão do
III - revelar fato ou circunstância de que tem ci- dano causado, assim como o proveito patrimo-
ência em razão das atribuições e que deva per- nial obtido pelo agente.
manecer em segredo;
IV - negar publicidade aos atos oficiais; CAPÍTULO IV

V - frustrar a licitude de concurso público; Da Declaração de Bens


VI - deixar de prestar contas quando esteja obri- Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam
gado a fazê-lo; condicionados à apresentação de declaração dos bens
VII - revelar ou permitir que chegue ao conheci- e valores que compõem o seu patrimônio privado, a
mento de terceiro, antes da respectiva divulga- fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente.
ção oficial, teor de medida política ou econômi- § 1° A declaração compreenderá imóveis, mó-
ca capaz de afetar o preço de mercadoria, bem veis, semoventes, dinheiro, títulos, ações, e
ou serviço. qualquer outra espécie de bens e valores patri-
moniais, localizado no País ou no exterior, e,
CAPÍTULO III quando for o caso, abrangerá os bens e valores
patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos
Das Penas filhos e de outras pessoas que vivam sob a de-
pendência econômica do declarante, excluídos
Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis
apenas os objetos e utensílios de uso doméstico.
e administrativas previstas na legislação específica,
está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às § 2º A declaração de bens será anualmente atua-
seguintes cominações, que podem ser aplicadas isola- lizada e na data em que o agente público deixar o
da ou cumulativamente, de acordo com a gravidade exercício do mandato, cargo, emprego ou função.
do fato:
§ 3º Será punido com a pena de demissão, a bem
I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou va- do serviço público, sem prejuízo de outras san-
lores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, res- ções cabíveis, o agente público que se recusar
sarcimento integral do dano, quando houver, a prestar declaração dos bens, dentro do prazo
perda da função pública, suspensão dos direitos determinado, ou que a prestar falsa.

28
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Normas Aplicáveis aos Servidores Públicos Federais

§ 4º O declarante, a seu critério, poderá entregar Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será
cópia da declaração anual de bens apresentada proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurí-
à Delegacia da Receita Federal na conformidade dica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da
da legislação do Imposto sobre a Renda e pro- medida cautelar.
ventos de qualquer natureza, com as necessárias
§ 1º É vedada a transação, acordo ou conciliação
atualizações, para suprir a exigência contida no
nas ações de que trata o caput.
caput e no § 2° deste artigo .
§ 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, pro-
CAPÍTULO V moverá as ações necessárias à complementação
do ressarcimento do patrimônio público.
Do Procedimento Administrativo e do Processo § 3o No caso de a ação principal ter sido pro-
Judicial posta pelo Ministério Público, aplica-se, no que
couber, o disposto no § 3o do art. 6o da Lei no
Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autori-
4.717, de 29 de junho de 1965.
dade administrativa competente para que seja instau-
rada investigação destinada a apurar a prática de ato § 4º O Ministério Público, se não intervir no
de improbidade. processo como parte, atuará obrigatoriamente,
como fiscal da lei, sob pena de nulidade.
§ 1º A representação, que será escrita ou reduzi-
da a termo e assinada, conterá a qualificação do § 5o A propositura da ação prevenirá a jurisdi-
representante, as informações sobre o fato e sua ção do juízo para todas as ações posteriormente
autoria e a indicação das provas de que tenha intentadas que possuam a mesma causa de pe-
conhecimento. dir ou o mesmo objeto.
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a re- § 6o A ação será instruída com documentos ou
presentação, em despacho fundamentado, se justificação que contenham indícios suficientes
esta não contiver as formalidades estabelecidas da existência do ato de improbidade ou com
no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a re- razões fundamentadas da impossibilidade de
presentação ao Ministério Público, nos termos apresentação de qualquer dessas provas, ob-
do art. 22 desta lei. servada a legislação vigente, inclusive as dispo-
sições inscritas nos arts. 16 a 18 do Código de
§ 3º Atendidos os requisitos da representação,
Processo Civil.
a autoridade determinará a imediata apuração
dos fatos que, em se tratando de servidores fe- § 7o Estando a inicial em devida forma, o juiz
derais, será processada na forma prevista nos mandará autuá-la e ordenará a notificação do
arts. 148 a 182 da Lei nº 8.112, de 11 de dezem- requerido, para oferecer manifestação por escri-
bro de 1990 e, em se tratando de servidor mili- to, que poderá ser instruída com documentos e
tar, de acordo com os respectivos regulamentos justificações, dentro do prazo de quinze dias.
disciplinares.
§ 8o Recebida a manifestação, o juiz, no prazo
Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao de trinta dias, em decisão fundamentada, rejei-
Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de Con- tará a ação, se convencido da inexistência do ato
tas da existência de procedimento administrativo para de improbidade, da improcedência da ação ou
apurar a prática de ato de improbidade. da inadequação da via eleita.
Parágrafo único. O Ministério Público ou Tri- § 9o Recebida a petição inicial, será o réu citado
bunal ou Conselho de Contas poderá, a reque- para apresentar contestação.
rimento, designar representante para acompa-
§ 10. Da decisão que receber a petição inicial,
nhar o procedimento administrativo.
caberá agravo de instrumento.
Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabili-
§ 11. Em qualquer fase do processo, reconhe-
dade, a comissão representará ao Ministério Público
cida a inadequação da ação de improbidade, o
ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juí-
juiz extinguirá o processo sem julgamento do
zo competente a decretação do seqüestro dos bens do
mérito.
agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente
ou causado dano ao patrimônio público. § 12. Aplica-se aos depoimentos ou inquirições
realizadas nos processos regidos por esta Lei o
§ 1º O pedido de seqüestro será processado de
disposto no art. 221, caput e § 1o, do Código de
acordo com o disposto nos arts. 822 e 825 do Có-
Processo Penal.
digo de Processo Civil.
§ 2° Quando for o caso, o pedido incluirá a in- Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil de
vestigação, o exame e o bloqueio de bens, con- reparação de dano ou decretar a perda dos bens ha-
tas bancárias e aplicações financeiras mantidas vidos ilicitamente determinará o pagamento ou a re-
pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e versão dos bens, conforme o caso, em favor da pessoa
dos tratados internacionais. jurídica prejudicada pelo ilícito.

29
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

CAPÍTULO VI
ANOTAÇÕES
Das Disposições Penais
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de im-
probidade contra agente público ou terceiro beneficiá-
rio, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
Parágrafo único. Além da sanção penal, o de-
nunciante está sujeito a indenizar o denunciado
pelos danos materiais, morais ou à imagem que
houver provocado.
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos
direitos políticos só se efetivam com o trânsito em jul-
gado da sentença condenatória.
Parágrafo único. A autoridade judicial ou ad-
ministrativa competente poderá determinar o
afastamento do agente público do exercício do
cargo, emprego ou função, sem prejuízo da re-
muneração, quando a medida se fizer necessária
à instrução processual.
Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei in-
depende:
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio
público, salvo quanto à pena de ressarcimento;
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo
órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou
Conselho de Contas.
Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei,
o Ministério Público, de ofício, a requerimento de au-
toridade administrativa ou mediante representação
formulada de acordo com o disposto no art. 14, poderá
requisitar a instauração de inquérito policial ou proce-
dimento administrativo.

CAPÍTULO VII

Da Prescrição
Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções
previstas nesta lei podem ser propostas:
I - até cinco anos após o término do exercício de
mandato, de cargo em comissão ou de função
de confiança;
II - dentro do prazo prescricional previsto em lei
específica para faltas disciplinares puníveis com
demissão a bem do serviço público, nos casos de
exercício de cargo efetivo ou emprego.

CAPÍTULO VIII

Das Disposições Finais


Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de sua publi-
cação.
Art. 25. Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de
junho de 1957, e 3.502, de 21 de dezembro de 1958 e
demais disposições em contrário.

30
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
LEGISLAÇÃO E DOCUMENTOS
04
ESPECÍFICOS

01 REGIMENTO INTERNO DO TRE/SP


02 PORTARIA N. 214/2015
03 LEI Nº 13.146/15
04 RESOLUÇÃO TRE/SP - 367/2016

Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Legislação e Documentos Específicos

ministração pública, ou que exerça mandato de


01 REGIMENTO INTERNO DO TRE/SP caráter público federal, estadual ou municipal.
DISPOSIÇÃO INICIAL Art. 3º - Os substitutos dos Membros efetivos do Tri-
bunal serão escolhidos pelo mesmo processo que os
Art. 1º - Este Regimento estabelece a composição, a efetivos, em número igual ao de cada categoria.
competência e o funcionamento do Tribunal Regional
Eleitoral de São Paulo e regula os procedimentos juris- Parágrafo único - Os Juízes substitutos terão os
dicionais e administrativos que lhe são atribuídos pela mesmos direitos, garantias, prerrogativas, deve-
Constituição da República Federativa do Brasil e pela res e impedimentos dos Juízes titulares.
legislação eleitoral.
Art. 4º - O Tribunal elegerá para sua Presidência um
TÍTULO I dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, para
servir por dois anos, contados da posse, cabendo ao
DO TRIBUNAL outro o exercício cumulativo da Vice-Presidência e da
Corregedoria Regional Eleitoral, sendo que presidirá o
CAPÍTULO I pleito e lhes dará posse o Juiz mais antigo.

DA ORGANIZAÇÃO DO TRIBUNAL § 1º - A eleição de que trata este artigo ser á por


escrutínio secreto, mediante cédula oficial que
SEÇÃO I contenha o nome de dois Desembargadores.

§ 2º - Havendo empate na votação, considerar-


DA COMPOSIÇÃO
se-á eleito o Desembargador mais antigo no Tri-
Art. 2º - O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, bunal de Justiça e, se igual a antigüidade, o mais
com sede na Capital e jurisdição em todo o Estado, idoso.
compõe-se:
§ 3º - No ato da posse, o Presidente e o Vice-Pre-
I - mediante eleição em escrutínio secreto: sidente prestarão compromisso solene nos ter-
mos semelhantes aos dos Membros do Tribunal.
a) de dois Juízes escolhidos pelo Tribunal de
Justiça dentre os seus Desembargadores; § 4º - Vagando o cargo de Presidente, assumirá o
Vice-Presidente, que convocará nova eleição, no
b) de dois Juízes escolhidos pelo Tribunal de prazo máximo de trinta dias.
Justiça dentre os Juízes de Direito;
SEÇÃO II
II - de um Juiz escolhido pelo Tribunal Regional
Federal da 3ª Região; DOS BIÊNIOS
III - de dois Juízes, indicados em listas tríplices Art. 5º - Os Juízes e seus substitutos servirão obrigato-
pelo Tribunal de Justiça, dentre seis Advogados riamente por dois anos e, facultativamente, por mais
de notável saber jurídico e idoneidade moral, um biênio.
que não sejam incompatíveis por lei, nomeados
pelo Presidente da República. § 1º - O biênio será contado ininterruptamente a
partir da data da posse, sem o desconto do tem-
§ 1º - Não podem fazer parte do Tribunal cônju- po de qualquer afastamento, salvo na hipótese
ges, companheiros ou parentes consangüíneos do § 2º, do art. 2º deste Regimento.
ou afins, em linha reta ou colateral, até o quarto
grau, excluindo-se, neste caso, o que tiver sido § 2º - Ocorrendo vaga do cargo de um dos Juí-
escolhido por último. zes do Tribunal, o substituto permanecerá em
exercício até que seja designado e empossado o
§ 2º - No período compreendido entre a homolo- novo Juiz efetivo, salvo se ocorrer o vencimento
gação da convenção partidária destinada à esco- também do seu biênio.
lha de candidatos e a apuração final da eleição,
não poderão servir como Juízes no Tribunal o § 3º - No caso de recondução para o segundo
cônjuge, companheiro, parente consagüíneo ou biênio, observar-se-ão as mesmas formalidades
afim, até o segundo grau, de candidato a cargo indispensáveis à primeira investidura.
eletivo na circunscrição.
§ 4º - Quando a recondução se operar antes do
§ 3º - A nomeação de que trata o inciso III não término do primeiro biênio, não haverá necessi-
poderá recair em cidadão que ocupe cargo pú- dade de nova posse, bastando para formalizar a
blico de que possa ser demitido “ad nutum”, permanência na condição de Membro do Tribu-
que seja diretor, proprietário ou sócio de empre- nal, a simples anotação no termo da investidu-
sa beneficiada com subvenção, privilégio, isen- ra inicial, contada para efeito de antigüidade a
ção ou favor, em virtude de contrato com a ad- data da primeira posse.

3
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

§ 5º - Haverá necessidade de nova posse quando do art. 12 da Lei nº 8.906/94 e da publicação


ocorrer interregno do exercício entre o primeiro da exoneração do cargo ou função;
e segundo biênios, hipótese em que, porém, será
contado o período já exercido, para efeito de an- X - de comprovação do efetivo exercício da
tigüidade. advocacia pela inscrição na OAB, observado
o disposto no art. 5º do Estatuto daquela Ins-
Art. 6º - Até vinte dias antes do término do biênio de tituição;
Juiz da classe de magistrados, ou imediatamente de-
pois da vacância do cargo por motivo diverso, o Presi- XI - de certidões relativas a ações cíveis e cri-
dente comunicará o Tribunal competente para a esco- minais d o foro estadual e federal da comar-
lha, esclarecendo, naquele caso, se se trata de primeiro ca onde reside o integrante da lista.
ou de segundo biênio.
Art. 8º - Nenhum Juiz efetivo poderá voltar a integrar
Art. 7º - Até noventa dias antes do término do biênio de o Tribunal, na mesma classe ou em classe diversa, após
Juiz da classe de advogados, ou imediatamente depois servir por dois biênios consecutivos, salvo se transcor-
da vacância d o cargo por motivo diverso, o Presiden- ridos dois anos do término do segundo biênio.
te comunicará o Tribunal competente para a indicação
§ 1º - O prazo de dois anos referido neste artigo
em lista tríplice, esclarecendo, naquele caso, se se trata
somente poderá ser reduzido em caso de inexis-
de primeiro ou de segundo biênio.
tência de outros Juízes que preencham os requi-
Parágrafo único – A lista tríplice organizada sitos legais.
pelo Tribunal de Justiça do Estado será encami-
§ 2º - Para os efeitos deste artigo, consideram-se
nhada ao Tribunal Superior Eleitoral, fazendo-
também consecutivos dois biênios quando entre
se acompanhar:
eles houver ocorrido interrupção inferior a dois
I - da menção da categoria do cargo a ser pro- anos.
vido;
Art. 9º - Ao Juiz substituto, enquanto nessa categoria,
II - do nome do Juiz cujo lugar será preenchi- aplicam-se as regras do artigo anterior, sendo-lhe per-
do e da causa da vacância; mitido, entretanto, vir a integrar o Tribunal como efe-
tivo.
III - da informação de se tratar do término
do primeiro ou do segundo biênio, quando Art. 10 - Compete ao Tribunal a apreciação da justa
for o caso; causa para dispensa da função eleitoral antes do trans-
curso do primeiro biênio.
IV - de dados completos a respeito da qua-
lificação de cada candidato, bem como de- Art. 11 - Perderá automaticamente a jurisdição eleito-
claração de inocorrência de impedimento ou ral o Magistrado que se aposentar na Justiça Comum
incompatibilidade legal; ou que terminar o respectivo período.

V - em relação a candidato que exercer qual- SEÇÃO III


quer cargo, função, ou emprego público, de
informação sobre a natureza, forma de pro- DA POSSE
vimento ou investidura, bem como condi-
ções de exercício; Art. 12 - Os Juízes efetivos tomarão posse perante o
Tribunal e os substitutos perante o Presidente, obri-
VI - de comprovante de mais de dez anos de gando-se uns e outros, por compromisso formal, a
efetiva atividade profissional para Juiz da bem cumprir os deveres do cargo, de conformidade
classe de advogados; com a Constituição e as leis da República.

VII - de ofício do Tribunal de Justiça do Es- Parágrafo único - Os Juízes, efetivos e substitu-
tado, com as indicações dos nomes dos can- tos, prestarão o seguinte compromisso: “Prome-
didatos da classe de advogados e da data da to desempenhar bem e fielmente os deveres do
sessão em que foram escolhidos; cargo em que estou sendo empossado, cumprin-
do e fazendo cumprir a Constituição e as leis”.
VIII - de certidão negativa de sanção discipli-
nar da Seção da Ordem dos Advogados do Art. 13 - O prazo para a posse será de trinta dias con-
Brasil – OAB, em que estiver inscrito o inte- tados da publicação oficial da nomeação, podendo ser
grante da lista tríplice; prorrogado pelo Tribunal por, no máximo, sessenta
dias, desde que assim o requeira, motivadamente, o
IX - quando o candidato houver ocupado Juiz a ser compromissado.
cargo ou função que gere incompatibilidade
temporária com a advocacia, deverá, ainda, Art. 14 - No caso de dois Juízes, de igual classe ou não,
apresentar comprovação de seu pedido de li- tomarem posse na mesma data, considerar-se-á mais
cenciamento profissional à OAB, nos termos antigo, para efeitos regimentais:

4
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Legislação e Documentos Específicos

I - sucessivamente, ao que couber desempenhar § 3º - A licença para tratamento de saúde inde-


os cargos de Presidente e Vice-Presidente do pende de exame ou inspeção quando inferior a
Tribunal e o Juiz integrante do Tribunal Regio- trinta (30) dias, bastando atestado médico, a cri-
nal Federal da 3ª Região; tério do Tribunal.

II - o que tiver servido, por mais tempo, como Art. 20 - Quando o serviço eleitoral exigir o Tribunal
substituto; poderá solicitar o afastamento dos Juízes de seus car-
gos efetivos na Justiça Comum, sem prejuízo dos ven-
III - no caso de igualdade no exercício da substi- cimentos.
tuição, o mais idoso;
Parágrafo único - O afastamento, em todos os
IV - persistindo o empate, decidir-se-á por sor-
casos, será por prazo certo ou enquanto subsisti-
teio.
rem os motivos que o justifique, mediante solici-
tação fundamentada do Presidente do Tribunal.
SEÇÃO IV
Art. 21 - Nos casos de vacância do cargo, licença, fé-
DAS FÉRIAS E LICENÇAS rias individuais ou afastamento será obrigatoriamen-
Art. 15 - Os Juízes do Tribunal gozarão de férias cole- te convocado, pelo tempo que durar o motivo, o Juiz
tivas nos períodos de 02 a 31 de janeiro e de 02 a 31 de substituto da classe correspondente, na ordem de an-
julho de cada ano, as quais poderão ser interrompidas tigüidade.
por exigência do serviço eleitoral, nos termos do art. Art. 22 - Nas ausências ou impedimentos eventuais de
66, § 2º da Lei Complementar nº 35. Juiz efetivo, somente será convocado Juiz substituto
por exigência de quorum legal.

Art. 16 - O Tribunal entrará em recesso nos feriados CAPÍTULO II


forenses compreendidos entre os dias 20 de dezembro
e 6 de janeiro, inclusive nos termos do art. 62, inciso I, DA COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL
da Lei nº 5.010, de 30.4.1966 e Resolução TSE nº 19.763,
de 17.12.1996. Art. 23 - Compete ao Tribunal:

Art. 17 - O Presidente o Vice-Presidente poderão se I - processar e julgar originariamente:


revezar em durante o recesso e as férias coletivas, do a) o registro, a substituição e o cancelamento
Tribunal, se necessário, para sessões e plantões, por do registro de candidatos a Governador, a
eles estabelecidos, podendo convocar os Membros ex- Vice-Governador, ao Congresso Nacional e à
traordinárias. Assembléia Legislativa;
Art. 18 - Os Membros do Tribunal gozarão de férias e b) os conflitos de competência entre os Juízes
licenças nos casos e pela forma regulados em lei.
Eleitorais do Estado;
Art. 19 - Os Membros do Tribunal serão licenciados:
c) a exceção de incompetência;
I - automaticamente e pelo mesmo prazo, em
d) as exceções de suspeição ou impedimento
conseqüência de afastamento na Justiça Co-
dos seus Membros, do Procurador Regional,
mum.
dos Juízes, Escrivães, Chefes de Cartório e
II - pelo Tribunal, quando se tratar de Membro dos servidores de sua Secretaria;
da classe de magistrados afastados da Justiça
e) os crimes eleitorais e os comuns que lhes
Comum para servir exclusivamente à Justiça
forem conexos cometidos pelos Juízes Elei-
Eleitoral.
torais, por Promotores Eleitorais, Deputados
§ 1º - Os Juízes afastados de suas funções na Estaduais, Prefeitos Municipais e demais au-
Justiça Comum por motivo de férias ficarão toridades estaduais que respondam perante
automaticamente afastados da Justiça Eleitoral o Tribunal de Justiça por crime de responsa-
pelo tempo correspondente, exceto quando os bilidade;
períodos de férias coletivas coincidirem com a
realização e apuração de eleição. f) o “habeas corpus” e o mandado de segu-
rança em matéria eleitoral contra ato de au-
§ 2º - A aplicação da regra do parágrafo anterior toridades que respondam perante o Tribunal
é facultada aos cargos de Presidente e Vice-Pre- de Justiça por crime de responsabilidade ou,
sidente, que poderão optar por permanecer no ainda, o “habeas corpus” quando houver
exercício de suas funções eleitorais, não impli- perigo de se consumar violência antes que o
cando retribuição pecuniária ou, ainda, com- Juiz competente possa prover sobre a impe-
pensação futura. tração;

5
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

g) o mandado de segurança em matéria ad- VI - (Revogado pelo Assento Regimental nº 05,


ministrativa contra seus atos, de seu Presi- de 29.09.2011);
dente, de seus Membros, do Corregedor, dos
Juízes Eleitorais e dos Membros do Ministé- VII - constituir as Juntas Eleitorais e designar a
rio Público Eleitoral de primeiro grau; respectiva sede e jurisdição;

h) os pedidos de “habeas data” e mandados VIII - constituir a Comissão Apuradora das elei-
de injunção, nos casos previstos na Constitui- ções estaduais;
ção, quando versarem sobre matéria eleitoral;
IX - apurar, com os resultados parciais envia-
i) as ações de impugnação de mandato dos pelas Juntas Eleitorais, os resultados finais
eletivo estadual e federal, excetuado o cargo das eleições para Governador e Vice-Governa-
de Presidente da República; dor, bem como para o Congresso Nacional e
Assembléia Legislativa, proclamando os eleitos,
j) as investigações judiciais previstas no art. expedindo os respectivos diplomas e remeten-
22 da Lei Complementar nº 64/90 em eleições do, dentro de dez (10) dias após a diplomação,
estaduais; cópias d as atas de seus trabalhos ao Tribunal
Superior, ao Congresso Nacional e à Assembléia
k) as reclamações relativas a obrigações im-
Legislativa do Estado;
postas por lei aos partidos políticos, quanto
à sua contabilidade e à apuração da origem X - apurar as urnas das seções anuladas pelas
de seus recursos, as prestações de contas dos Juntas Eleitorais que tenham sido validadas em
órgãos regionais e as referentes aos recursos grau de recurso;
empregados na campanha eleitoral estadual;
XI - responder, sobre matéria eleitoral, às con-
l) os pedidos de desaforamento dos feitos sultas que lhe forem feitas, em tese, por autori-
não decidido s pelos Juízes Eleitorais em dade pública ou partido político;
trinta (30) dias da sua conclusão par a jul-
gamento, formulado por partido, candidato, XII - fixar a data das eleições para Governador
Ministério Público ou parte legitimamente e Vice-Governador, Deputados Estaduais, Pre-
interessada, sem prejuízo das sanções decor- feitos, Vice-Prefeitos e Vereadores, quando não
rentes do excesso de prazo; determinada por disposição constitucional ou
legal;
m) representações e reclamações em matéria
eleitoral o u administrativa relativa à sua or- XIII - dividir a respectiva circunscrição em Zo-
ganização ou atividade. nas Eleitor ais, submetendo essa divisão, assim
como a criação de novas zonas, à aprovação do
II - julgar os recursos interpostos: Tribunal Superior;
a) dos atos e das decisões proferidas pelos XIV - aprovar a designação de Ofício de Justiça
Juízes, Juntas Eleitorais e pela Comissão que deva responder pela escrivania eleitoral du-
Apuradora do Tribunal; rante o biênio;
b) das decisões dos Juízes Eleitorais que con-
XV - requisitar a força necessária ao cumpri-
cederem o u denegarem “habeas corpus”,
mento da lei e de suas decisões e solicitar ao
mandado de segurança, mandado de injun-
Tribunal Superior a requisição de força federal;
ção e “habeas data”;
XVI - eleger o seu Presidente e Vice-Presidente;
c) dos atos e decisões do Presidente, do Cor-
regedor Regional e dos Relatores. XVII - empossar os Membros efetivos do Tribu-
nal, Presidente, Vice-Presidente e Corregedor
III - elaborar o seu regimento interno;
Regional Eleitoral;
IV - organizar a sua Secretaria e a Corregedo-
XVIII - aplicar aos Juízes Eleitorais as penas
ria Regional, provendo-lhes os cargos na for-
disciplinares de advertência e censura, comuni-
ma da lei e propor ao Congresso Nacional, por
cando ao Presidente do Tribunal de Justiça e ao
intermédio do Tribunal Superior, a criação ou
Corregedor-Geral da Justiça;
supressão de cargos e a fixação dos respectivos
vencimentos; XIX - fixar dia e hora das sessões ordinárias;
V - conceder aos seus Membros e aos Juízes XX - cumprir e fazer cumprir as decisões e ins-
Eleitorais licença e afastamento do exercício dos truções do Tribunal Superior;
cargos efetivos, submetendo, no caso de afasta-
mento, a decisão à aprovação do Tribunal Su- XXI - expedir instruções e resoluções para o exa-
perior; to cumpri mento das normas eleitorais;

6
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Legislação e Documentos Específicos

XXII - determinar, em caso de urgência, provi- IX - encaminhar ao Tribunal Superior os recur-


dências para execução da lei na circunscrição; sos especiais que admitir e os ordinários inter-
postos das decisões do Tribunal;
XXIII - organizar e manter atualizado o cadastro
dos eleitores do Estado; X - relatar as tomadas de contas de verba federal
e estadual e os recursos administrativos;
XXIV - providenciar a impressão de boletins e
mapas de apuração, cujos modelos, adaptados XI - decidir pedido de suspensão da execução
às peculiaridades locais, tenham sido aprova- de liminar e de sentença em mandado de segu-
dos pelo Tribunal Superior; rança, na forma do art. 4º da Lei nº 4.348/64;
XXV - proceder ao registro dos comitês que
XII - (Revogado pelo Assento Regimental nº 01,
aplicarão os recursos financeiros destinados à
de 25.07.2006)
propaganda e campanha eleitoral nos pleitos de
âmbito estadual; XIII - despachar, durante as férias coletivas e no
XXVI - manifestar-se sobre a regularidade de recesso do Tribunal, em processos já distribuí-
tomadas de contas quando o Presidente tenha dos, quando a urgência exigir;
sido o ordenador das despesas;
XIV - praticar “ad referendum” do Tribunal to-
XXVII - consultar o Tribunal Superior sobre ma- dos os atos necessários ao bom andamento da
téria de alcance Corte, submetendo a decisão à homologação
pelo Plenário, na primeira sessão de julgamento
XXVIII - dar publicidade, na Imprensa Oficial que se realizar;
do Estado, de suas resoluções, acórdãos, editais
e pautas de julgamento, bem como de determi- XV - apresentar ao Tribunal, na última sessão
nações, despachos, atos e avisos baixados pela ordinária que anteceder o término do mandato,
Presidência, Corregedoria ou pelos seus Juízes; relatório circunstanciado dos trabalhos efetua-
dos em sua gestão;
XXIX - designar Juízes de Direito para as fun-
ções de Juízes Eleitorais, inclusive nos casos de XVI - expedir atos, ofícios e portarias para cum-
substituição; primento das resoluções do Tribunal;
XXX - designar Juízes Auxiliares do Tribunal e XVII - cumprir e fazer cumprir as deliberações
dos Juízos Eleitorais. do Tribunal e as suas próprias decisões;
CAPÍTULO III XVIII - dar posse aos Juízes substitutos do Tri-
bunal e ao Diretor-Geral;
DAS ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE
XIX - comunicar ao Tribunal Superior o afasta-
Art. 24 - Compete ao Presidente do Tribunal:
mento de seus Membros que estejam no exercí-
I - presidir as sessões do Tribunal, propor e cio dos cargos efetivos;
encaminha r as questões, registrar e apurar os
XX - representar o Tribunal nas solenidades e
votos, proclamar o resultado e subscrever a res-
pectiva súmula de julgamento; atos oficiais, bem como junto às autoridades
constituídas ou órgãos federai s, estaduais e
II - proferir voto nos julgamentos em que hou- municipais;
ver empate;
XXI - despachar os expedientes dirigidos ao Tri-
III - assinar as atas das sessões junto com o Se- bunal, inclusive inquéritos policiais;
cretário do Tribunal;
XXII - prestar informações aos Tribunais Supe-
IV - assinar as Resoluções com os demais Mem- riores e demais órgãos, quando requisitadas;
bros e o Procurador Regional Eleitoral;
XXIII - abrir, rubricar e assinar os termos de
V - convocar sessões extraordinárias; abertura e encerramento dos livros no âmbito
VI - assinar a ata de distribuição dos processos de sua competência;
do Tribunal;
XXIV - supervisionar os trabalhos das eleições
VII - conhecer, em grau de recurso, das decisões estaduais e municipais, inclusive expedindo
administ rativas do Diretor-Geral da Secretaria; instruções;

VIII - exercer o juízo de admissibilidade nos re- XXV - designar data para a renovação de elei-
cursos especiais; ções;

7
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

XXVI - designar, na hipótese de renovação de XLII - instaurar e processar sindicância contra


eleições em m ais de uma seção da mesma zona, Juízes Membros do Tribunal, submetendo a
os Juízes que deverão presidir as respectivas conclusão à apreciação do Plenário;
Juntas Eleitorais;
XLIII - afastar, preventivamente, “ad referen-
XXVII - nomear os Membros das Juntas Eleito- dum” do Tribunal, o Juiz Eleitoral;
rais, depois de aprovados pelo Tribunal;
XLIV - conceder férias e licença ao Diretor-Geral
XXVIII - mandar publicar, no prazo legal, lista- e designar o substituto;
gem dos candidatos registrados, comunicando
aos partidos interessados eventuais cancela- XLV - sustar férias dos servidores do Quadro da
mentos; Secretaria, por necessidade de serviço;

XXIX - presidir a Comissão Apuradora quando XLVI - nomear, promover, exonerar, demitir e
se tratar de eleições gerais; aposentar, nos termos da lei, os servidores do
Quadro da Secretaria;
XXX - mandar publicar na Imprensa Oficial os
resultados finais das eleições federais, estaduais XLVII - nomear e exonerar os ocupantes dos car-
e municipais; gos em comissão, bem como designar e exone-
rar os detentores de funções comissionadas da
XXXI - assinar os diplomas dos candidatos elei- Secretaria e dos cartórios eleitorais, inclusive os
tos para cargos estaduais e federais, excetuado o da Corregedoria, sendo que estes serão previa-
cargo de Presidente da República; mente indicados pelo Corregedor Regional;
XXXII - comunicar a diplomação de militar can-
XLVIII - aplicar aos funcionários da Secretaria
didato a cargo eletivo federal e estadual à auto-
penas disciplinares, inclusive a de demissão;
ridade à qual esteja aquele subordinado;
XLIX - autorizar a realização de concursos para
XXXIII - determinar e superintender a remessa
provimento dos cargos da Secretaria, nomear a
de material eleitoral aos Juízes ou a outra auto-
respectiva comissão e homologar os resultados;
ridade competente;

XXXIV - determinar, mediante despacho, as L - requisitar funcionários federais, estaduais e


anotações relativas aos diretórios e comissões municipais quando o exigir o acúmulo ocasio-
provisórias dos partidos políticos; nal ou a necessidade do serviço da Secretaria
e das Zonas Eleitorais e promover a respectiva
XXXV - aprovar e encaminhar ao Tribunal Su- dispensa;
perior a proposta orçamentária e plurianual,
solicitando, quando necessária, a abertura de LI - conceder licenças e afastamentos aos ser-
créditos suplementares; vidores do Quadro da Secretaria, à exceção de
licença médica;
XXXVI - aprovar o registro cadastral de habili-
tação de firmas, aplicando aos fornecedores ou LII - regulamentar a prestação de serviços ex-
executantes de obras e serviços, quando inadim- traordinário s nos períodos eleitorais;
plentes, as penalidades previstas em lei;
LIII - conceder vantagens e benefícios aos servi-
XXXVII - autorizar a realização de licitações dores do Quadro da Secretaria, dispensando o
para compras, obras e serviços; aprová-las, re- deferimento caso a caso nas hipóteses em que a
vogá-las ou anulá-las, podendo dispensá-las matéria esteja previamente regulada;
nos casos previstos em lei;
LIV - conceder diárias para o Vice-Presidente
XXXVIII - aprovar e assinar os contratos que de- e demais Membros do Tribunal, para os Juízes
vam ser celebrados com o Tribunal; Eleitorais, Assessor da Presidência, Assessor da
Corregedoria e Diretor-Geral;
XXXIX - ordenar o empenho de despesas e au-
torizar pagamentos dentro dos créditos distri- LV - supervisionar os serviços da Secretaria do
buídos, submetendo ao Tribunal a tomada de Tribunal , expedindo instruções;
contas anual;
LVI - aprovar o regulamento de pessoal;
XL - conceder suprimento de numerários;
LVII - expedir atos regulamentando matéria ad-
XLI - delegar aos Membros do Tribunal, ao Juiz ministrativa;
Assessor da Presidência e ao Diretor-Geral da
Secretaria, temporariamente, as atribuições que LVIII - organizar a pauta das sessões de julga-
não lhe sejam exclusivas; mento ;

8
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Legislação e Documentos Específicos

LIX - desempenhar outras atribuições que lhe III - expedir provimentos, portarias, ofícios,
forem conferidas por lei e por este Regimento. avisos, memorandos, telegramas, fac-símiles,
ou seja, as ordens necessárias ao bom e regular
Art. 25 – Junto à Presidência, oficiará Juiz Assessor, funcionamento dos serviços eleitorais, sob sua
designado pelo Tribunal de Justiça, que terá as atribui- correição;
ções que lhe forem delegadas pelo Presidente, entre as
que não lhe sejam exclusivas. IV - realizar ou determinar correição ordinária
anual nos cartórios eleitorais;
CAPÍTULO IV
V - determinar a realização de inspeções nos
DAS ATRIBUIÇÕES DO VICE-PRESIDENTE cartórios eleitorais;
Art. 26 - O Vice-Presidente exerce as suas funções VI - supervisionar, orientar, treinar e fiscalizar
cumulativamente com as de Corregedor Regional Elei- os atos cartorários;
toral e de Membro do Tribunal.
VII - orientar os Juízes Eleitorais, relativamente
Art. 27 - Compete ao Vice-Presidente: à execução e regularidade dos serviços;
I - substituir o Presidente nas férias, licenças, VIII - verificar se são observados, nos processos
impedimentos e ausências ocasionais; e atos eleitorais, os prazos legais; se há ordem e
regularidade nos papéis, fichários e livros, devi-
II - assumir a Presidência do Tribunal, em caso
damente escriturados os últimos e conservados
de vaga, convocando nova eleição, no prazo má-
de modo a preservá-los de perda, extravio ou
ximo de trinta (30) dias;
qualquer dano e se os Juízes, Escrivães e Chefes
§ 1º - O Vice-Presidente, no caso do inciso I, de Cartório mantêm perfeita exação no cumpri-
quando no exercício da Presidência, não será mento de seus deveres;
substituído nos feitos em que seja Relator e terá IX - verificar se há erros, abusos ou irregularida-
voto nas mesmas condições que os demais, sen- des que devam ser corrigidos, evitados ou sana-
do que no caso d e empate o feito será adiado dos, determinando, por provimento ou circular,
até o retorno do Presidente. a providência a ser tomada ou a corrigenda a
§ 2º - O Vice-Presidente, no caso do inciso I, fazer-se;
quando no exercício da Presidência, e por oca- X - exigir, quando em correição na zona eleito-
sião do julgamento de feitos dos demais Rela- ral, que o oficial de registro civil informe quais
tores, não terá voto, exceto em caso de empate. os óbitos de pessoas a listáveis ocorridos nos
§ 3º - No impedimento ocasional, o Vice-Presi- dois meses anteriores à sua fiscalização, a fim
dente será substituído pelo Juiz mais antigo. de apura r se está sendo observada a legislação
em vigor;
Art. 28 - No caso de férias, licenças, faltas e impedi-
mentos do Vice-Presidente, será convocado o respecti- XI - proceder, nos autos que lhe forem afetos ou
nas reclamações, à correição que se impuser e
vo substituto e, no caso de vacância, o substituto assu-
determinar as providências cabíveis;
mirá o cargo até a posse do novo titular.
XII - comunicar ao Presidente do Tribunal Re-
Art. 29 - Na ausência do Presidente, o Vice-Presidente
gional Eleitoral a sua ausência, quando se loco-
poderá praticar “ad referendum” do Tribunal todos os
mover, em correição, para qualquer Zona fora
atos necessários ao bom andamento da Corte, subme-
da Capital;
tendo a decisão à homologação pelo Plenário, na pri-
meira sessão de julgamento que se realizar. XIII - comunicar ao Tribunal Regional, através
do Presidente, a falta grave ou procedimento
CAPÍTULO V
que não couber, na sua atribuição, corrigir;
DAS ATRIBUIÇÕES DO CORREGEDOR
XIV - conhecer, processar e relatar reclamações
REGIONAL ELEITORAL
e representações contra Juízes Eleitorais, enca-
Art. 30 - O Corregedor terá jurisdição em todo o Esta- minhando-as ao Tribunal para julgamento;
do, incumbindo-lhe as seguintes atribuições:
XV - sem prejuízo da competência do Juiz Elei-
I - cumprir e fazer cumprir as determinações do toral, processar reclamações e representações
Tribunal Regional Eleitoral e do Tribunal Supe- contra Escrivães, Chefes e funcionários dos car-
rior Eleitoral; tórios eleitorais, bem como presidir sindicância
s, nos termos da Resolução TSE nº 7.651/65, ob-
II - velar pela fiel execução das leis e instruções , servado o rito da Lei nº 8.112/90, e decidir ou de-
bem como pela boa ordem e celeridade dos ser- legar a atribuição ao Juiz Eleitoral competente,
viços eleitorais; para instrução e julgamento;

9
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

XVI - determinar a apuração de notícia de crime jeição de contas relativas aos exercícios de car-
eleitoral e verificar se as denúncias já oferecidas gos ou funções públicas, nos termos da letra
têm curso normal; “g”, inciso I, art. 1º, da Lei Complementar nº
64/9 0, comunicando, em caso positivo, o fato às
XVII - aplicar aos Escrivães, Chefes e funcioná- respectivas Zonas Eleitorais;
rios de cartório a pena disciplinar de advertên-
cia ou suspensão até trinta (30) dias, conforme a XXX - apresentar no mês de dezembro de cada
gravidade da falta, remetidos os autos com rela- ano Relatório Anual das Atividades da Corre-
tório ao Tribunal para julgamento, se entender gedoria para o Tribunal Regional e Corregedo-
necessário o afastamento do servidor de suas ria-Geral da Justiça Eleitoral, acompanhado de
funções eleitorais; elemento s elucidativos e oferecendo sugestões
que devam ser examinadas no interesse da Jus-
XVIII - avocar reclamações e representações ins- tiça Eleitoral.
tauradas perante Juízos Eleitorais, bem como
julgar os recursos interpostos contra decisões Art. 31 - No desempenho de suas atribuições, o Corre-
que impuserem penalidades; gedor se locomoverá para as Zonas Eleitorais:

XIX - convocar, à sua presença, o Juiz Eleitoral I - por determinação do Tribunal Superior ou
que deva, pessoalmente, prestar informações de deliberação do Tribunal Regional;
interesse para a Justiça Eleitoral ou indispensá-
veis à solução de caso concreto; II - a pedido dos Juízes Eleitorais;

XX - presidir sindicâncias contra Juízes Eleito- III - a requerimento de partido político, deferido
rais , nas quais é obrigatória a presença do Pro- pelo Tribunal;
curador Regional Eleitoral; IV - sempre que entender necessário.
XXI - conhecer, processar e relatar investigação Art. 32 - Ao Corregedor Regional compete elaborar o
judicial prevista na Lei Complementar nº 64/90, Regimento
nas eleições estaduais;
Interno da Corregedoria, submetendo-o à apre-
XXII - relatar as representações relativas aos ciação do Tribunal.
pedi dos de veiculação dos programas político
-partidários, na modalidade de inserções esta- Art. 32-A. Junto à Corregedoria, oficiará Juiz Assessor,
duais; designado pelo Tribunal de Justiça, que terá as atri-
buições que lhe forem delegadas pelo Corregedor Re-
XXIII - conhecer, processar e relatar as repre- gional Eleitoral, entre as que não lhe sejam exclusivas.
sentações relativas a irregularidades na pro-
paganda político-partidária na modalidade de CAPÍTULO VI
inserções;
DO PROCURADOR REGIONAL ELEITORAL
XXIV - conhecer, processar e relatar as represen-
tações relativas à revisão e correição do eleito- Art. 33 - Funcionará junto ao Tribunal, como Procu-
rado; rador Regional Eleitoral, o Membro do Ministério
Público Federal designado pelo Procurador-Geral da
XXV - delegar atribuições, mediante carta de República.
ordem, aos Juízes Eleitorais, para as diligências
necessárias; § 1º - Nas faltas, férias, licenças ou impedimen-
tos ocasionais do Procurador Regional Eleitoral,
XXVI - encaminhar às demais Corregedorias Re- funcionará o seu substituto legal.
gionais , periodicamente, relação de falecidos e
condenados que não forem eleitores deste Estado; § 2º - Solicitar a designação de Membros do Mi-
nistério Público do Estado, para auxiliá-lo, sem
XXVII - manter, na devida ordem, a Secretaria prejuízo das respectivas funções, que não terão
da Corregedoria e exercer a fiscalização de seus assento nas sessões do Tribunal.
serviços;
Art. 34 - Compete ao Procurador Regional Eleitoral,
XXVIII - indicar ao Presidente os nomes dos ser- sem prejuízo de outras atribuições que lhe forem con-
vidores que exercerão ou serão exonerados de feridas por lei:
função comissionada pertencente à Corregedo-
ria; I - assistir às sessões do Tribunal e participar das
discussões, bem como assinar as resoluções;
XXIX - oficiar todos os anos, até o quinto (5º) dia
do mês de dezembro, ao Congresso Nacional, II - exercer a ação pública e promovê-la até final,
Assembléia Legislativa e Câmara Municipal, a em todos os feitos de competência originária do
fim de solicitar informações sobre eventual re- Tribunal;

10
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Legislação e Documentos Específicos

III - oficiar em todos os recursos e conflitos de despacho, e submetidas à apreciação do Relator.


competência submetidos ao Tribunal;
§ 2º - Serão também protocolizadas, ainda que
IV - manifestar-se, por escrito ou oralmente, em depois do despacho, as petições apresentadas
todos os demais assuntos submetidos à delibe- diretamente ao Presidente ou ao Relator.
ração do Tribunal, quando solicitada sua au-
diência por qualquer dos Juízes, ou por iniciati- Art. 36 - O registro dos processos será feito em nu-
va própria, se entender necessário; meração contínua e seriada em cada uma das classes
constantes do Anexo I deste Regimento.
V - representar ao Tribunal visando assegurar a
fiel observância das leis eleitorais, especialmen- § 1º - A classificação dos feitos observará as se-
te quanto à sua aplicação uniforme em toda a guintes regras:
circunscrição; I - a classe Ação Cautelar (AC) compreende to-
VI - requisitar diligências, certidões e esclare- dos os pedidos de natureza cautelar;
cimentos necessários ao desempenho de suas II - a classe Ação de Investigação Judicial Elei-
atribuições; tor al (AIJE) compreende as ações que incluem o
VII - requerer o arquivamento dos inquéritos pedido previsto no art. 22 d a Lei Complemen-
policiais quando entender não seja caso de ofe- tar nº 64/90;
recer denúncia; III - a classe Ação Rescisória (AR), somente é
VIII - acompanhar, obrigatoriamente, por si ou cabível em matéria não eleitoral, aplicando-se a
por delegado seu, os inquéritos em que sejam essa classe a legislação processual civil;
indiciados Juízes Eleitorais, bem como, quando IV - a classe Apuração de Eleição (AE) engloba
solicitado, o Corregedor, nas diligências que também os respectivos recursos;
realizar;
V - a classe Conflito de Competência (CC)
IX - acompanhar, como parte ou como fiscal da abrange todos os conflitos que ao Tribunal cabe
lei, a realização de audiências nos processos de julgar;
investigação judicial, no âmbito da competência
deste Tribunal; VI - a classe Correição (Cor) compreende as hi-
póteses previstas no art. 71, §4º, do Código Elei-
X - expedir instruções aos Promotores Eleitorais; toral;
XI - funcionar junto à Comissão Apuradora de VII - a classe Criação de Zona Eleitoral ou Re-
Eleições, constituída pelo Tribunal; manejamento (CZER) compreende a criação de
XII - tomar a providência a que alude o art. 224, zona eleitoral e quaisquer outras alterações em
§ 1º, do Código Eleitoral; sua organização;

XIII - promover, junto ao Procurador-Geral da VIII - a classe Embargos à Execução (EE) com-
Justiça do Estado, a designação dos Membros preende as irresignações do devedor aos execu-
do Ministério Público Estadual para exercerem tivos fiscais impostos em matéria eleitoral;
as funções de Promotor Eleitoral junto aos Juí- IX - a classe Execução Fiscal (EF) compreende
zes e Juntas Eleitorais. as cobranças de débitos inscritos na dívida ativa
da União;
TÍTULO II
X - a classe Instrução (Inst) compreende a regu-
DA ORDEM DE SERVIÇO NO TRIBUNAL lamentação da legislação eleitoral e partidária,
inclusive as instruções previstas no art. 8º da Lei
CAPÍTULO I nº 9.709/98;

DA DISTRIBUIÇÃO E CLASSIFICAÇÂO DOS XI - a classe Mandado de Segurança (MS) englo-


FEITOS ba o m andado de segurança coletivo;

Art. 35 – Todos os papéis, correspondências e proces- XII - a classe Prestação de Contas (PC) abrange
sos dirigidos ao Tribunal serão protocolizados imedia- as contas de campanha eleitoral e a prestação
tamente pela Secretaria e apresentados ao Presidente anual de contas dos partido s políticos;
pelo Diretor-Geral no prazo de vinte e quatro (24) ho-
ras. XIII - a classe Processo Administrativo (PA)
compreende os procedimentos que versam so-
§ 1º - As petições relativas a processos já distri- bre requisições de servi dores, pedidos de cré-
buídos, embora dirigidas ao Presidente, serão ditos e outras matérias administrativas que de-
juntadas aos respectivos autos, independente de vem ser apreciadas pelo Tribunal;

11
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

XIV - a classe Propaganda Partidária (PP) refe- Parágrafo único – A ata a que se refere o “caput”
re-se aos pedidos de veiculação de propaganda deste artigo, será assinada pelo Presidente e pu-
partidária gratuita em bloco ou em inserção na blicada na Imprensa Oficial.
programação das emissoras de rádio e televisão;
Art. 39 - Distribuído o feito, os autos serão conclusos
XV - a Reclamação (Rcl) é cabível para preser- ao Relator, no prazo de quarenta e oito (48) horas.
var a competência do Tribunal ou garantir a
autoridade das suas decisões , e nas hipóteses Parágrafo único – Quando se tratar de recur-
previstas na legislação eleitoral e nas instruções sos cíveis ou criminais após a distribuição, o
expedidas pelo Tribunal; Secretário da Judiciária abrirá vista dos autos a
Procuradoria Regional Eleitoral, independente-
XVI - a classe Revisão de Eleitorado (RvE) com- mente de despacho.
preende as hipóteses de fraude em proporção
comprometedora no alistamento eleitoral, além Art. 40 - Os autos restaurados em virtude de perda
dos casos previstos na legislação eleitoral. ou extravio terão a numeração dos originais e serão
encaminhados ao Relator do processo desaparecido,
§ 2º - O registro na respectiva classe processual ou a quem o esteja substituindo, sem necessidade de
terá como parâmetro a classe eventualmente distribuição.
indicada pela parte na petição inicial ou no re-
curso, não cabendo sua alteração pelo serviço Parágrafo único - Encontrados os autos origi-
administrativo. nais, nestes se prosseguirá, sendo a eles apensa-
dos os da restauração.
§ 3º - Não se altera a classe do processo:

I - pela interposição de Agravo Regimental Art. 41 - Nos processos de “habeas corpus”, mandado
(AgR) e de Embargos de Declaração (ED); de segurança e medida cautelar se, a qualquer título,
ocorrer afastamento do Relator por mais de três (3)
II - pelos pedidos incidentes ou acessórios; dias e, nos demais feitos, por prazo superior a quin-
ze (15) dias, serão eles redistribuídos ao seu substituto
III - pela impugnação ao registro de candi- ou, na falta deste, aos demais Juízes, mediante oportu-
datura; na compensação.
IV - pela instauração de tomada de contas Parágrafo único - Cessado o impedimento, os
especial; autos e distribuídos ao substituto passarão ao
V - pela restauração de autos. substituído, salvo se aquele já houver ordenado
sua inclusão em pauta para julgamento.
§ 4º - Os expedientes que não tenham classifica-
ção específica, nem sejam acessórios ou inciden- Art. 42 - Nos casos de impedimento, suspeição e in-
tes, serão incluídos na classe Petição (Pet). compatibilidade do Relator, o feito será redistribuído,
fazendo-se a devida compensação.
§ 5º - O Presidente do Tribunal resolverá as dú-
vidas que surgirem na classificação dos feitos. Art. 43 - Em caso de vaga, o novo Juiz funcionará como
Relator dos feitos já distribuídos a seu antecessor, de-
§ 6º - Os processos de competência da Correge- vendo a Secretaria proceder à redistribuição, indepen-
doria Regional Eleitoral que devam ser aprecia- dente de despacho.
dos pelo Tribunal serão registrados na respecti-
va classe processual e distribuídos pela Secreta- Art. 44 - Durante o período de férias forenses e recesso
ria Judiciária ao Corregedor Eleitoral. do Tribunal, compete ao Presidente e, em sua ausência
ou impedimento, ao Vice-Presidente decidir os feitos
§ 7º - A criação de novas classes processuais, que reclamam solução urgente; na ausência de ambos,
assim como de suas siglas, para inclusão nos ficará a cargo do Juiz mais antigo.
bancos de dados, obedecer á aos critérios pre-
vistos na Resolução TSE nº 22.676/07 e far-se-á Art. 45 - Não será compensada a distribuição:
mediante proposta do Presidente do Tribunal
dirigida ao Tribunal Superior Eleitoral. I - por prevenção, na hipótese prevista no art.
260 do Código Eleitoral;
Art. 37 - A distribuição dos processos será feita por
classes, por meio do sistema informatizado, segundo a II - que deixar de ser feita ao Vice-Presidente,
antigüidade dos Juízes, de modo a assegurar a equiva- quando substituir o Presidente.
lência dos trabalhos por rodízio.
Art. 46 - Independem de distribuição, competindo
Art. 38 - Da distribuição dos feitos será elaborada ata, ao Presidente encaminhar à apreciação do Tribunal os
extraída do sistema informatizado, contendo o núme- expedientes relativos a:
ro do processo, sua classe, o nome do Relator e o das
partes. I - designação de Juízes Eleitorais;

12
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Legislação e Documentos Específicos

II - nomeação de auxiliares eleitorais, para com- VII - nomear defensor dativo;


por as Mesas Receptoras e as Juntas Eleitorais;
VIII - expedir ordens de prisão e de soltura;
III - requisição de força policial necessária ao
cumprimento da lei e das decisões do Tribunal, IX - homologar as desistências e julgar os inci-
solicitando, quando necessário, ao Tribunal Su- dentes, ressalvada a competência do Tribunal;
perior a requisição de força federal; X - decidir sobre a produção de prova ou a rea-
lização d e diligência;
IV - aplicação de penas disciplinares de adver-
tência e de suspensão, de até trinta (30) dias, aos XI - mandar ouvir o Ministério Público;
Juízes Eleitorais.
XII - determinar o arquivamento do inquérito
CAPÍTULO II policial ou de peças informativas, quando assim
o requerer o Ministério Público ou, na hipótese
DA PREVENÇÃO do art. 28 do Código de Processo Penal subme-
ter os autos à apreciação do Tribunal;
Art. 47 - Na distribuição de processos ligados por con-
tinência ou conexão, estará prevento o Relator sortea- XIII - indeferir liminarmente as revisões crimi-
do em primeiro lugar. nais:

Art. 48 - A distribuição de “habeas-corpus”, mandado a) quando for incompetente o Tribunal, ou


de segurança, “habeas-data”, mandado de injunção e o pedido for de reiteração, salvo se fundado
medida cautela r torna prevento o Relator para todas em novas provas;
as ações e recursos posteriores.
b) quando o pedido estiver insuficientemen-
Art. 49 - A decisão que deixar de julgar o mérito do te instruído;
recurso ou da ação também previne a competência. XIV - decretar, de ofício, a requerimento do Mi-
Art. 50 - Observar-se-á quanto aos recursos referentes nistério Público ou dos interessados, a peremp-
a eleição no mesmo município a regra da prevenção ção ou a caducidade de medida liminar em
mandado de segurança;
contida no Art. 260 do Código Eleitoral, não sendo
compensada a distribuição. XV - apresentar em Mesa para julgamento os
feitos que independem de pauta;
Art. 51 - Nas eleições estaduais, a distribuição do pri-
meiro pedido de registro de candidato promovido por XVI - pedir dia para julgamento de seus feitos
partido político ou coligação torna prevento o Relator ou encaminhá-los ao Revisor, se for o caso, com
para todos os demais pedidos dos mesmos. o relatório;
Art. 52 - Se a prevenção não for conhecida de ofício, XVII - executar ou mandar executar a decisão
poderá ser argüida por qualquer das partes ou pelo proferida pelo Tribunal, podendo fazê-lo, nos
Ministério Público, na primeira vez em que se mani- casos de urgência, por meio de fac-símile ou
festarem no feito. correio eletrônico;

CAPÍTULO III XVIII - proferir voto, inclusive quando relator


vencido;
DO RELATOR
XIX - extingüir a punibilidade na hipótese de
Art. 53 - O juiz a quem tiver sido distribuído o proces- cumprimento do “sursis” processual previsto
so é o seu Relator, sendo de sua competência: no art. 89, § 5º, da Lei nº 9.099/95;

I - ordenar o processo até o julgamento, obser- XX - (Revogado pelo Assento Regimental nº 01,
vadas as disposições legais; de 25.07.2006)

II - delegar atribuições, mediante carta de or- XXI - apreciar os pedidos de liminares em quais-
dem, aos Juízes Eleitorais, para as diligências quer feitos que lhe forem distribuídos.
necessárias; a) no impedimento ocasional do Relator
sorteado, os autos serão conclusos imediata-
III - submeter ao Tribunal questões de ordem
mente ao Presidente do Tribunal, que apre-
para o bom andamento dos feitos;
ciará o pedido liminar;
IV - requisitar autos principais ou originais;
b ) no impedimento ocasional do Presidente
V - presidir audiências necessárias à instrução; do Tribunal, os autos serão conclusos ime-
diatamente ao Vice-presidente e Corregedor
VI - nomear curador ao réu, quando for o caso; Regional, para o fim previsto na alínea “a”.

13
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Parágrafo único - Após a inclusão do processo em oito (8) por mês, salvo no período eleitoral, quando o
pauta publicada para julgamento, qualquer ato limite passará a ser de quinze (15) sessões e, extraor-
decisório, em petição dirigida ao Relator, deve- dinariamente, por conveniência do serviço, em tantas
rá ser submetido à apreciação do Plenário, ainda vezes quantas necessárias, mediante convocação do
que se cuide da desistência de qualquer processo. Presidente ou do próprio Tribunal.

Art. 54 - O Relator negará seguimento a pedido ou § 1º - As sessões ordinárias realizar-se-ão em


recurso manifestamente inadmissível, improcedente, dias e horários estabelecidos pelo Tribunal,
prejudicado ou em confronto com Súmula ou jurispru- sempre com a presença do Procurador Regional
dência dominante do respectivo Tribunal, do Supremo Eleitoral.
Tribunal Federal ou dos Tribunais Superiores.
§ 2º - As sessões extraordinárias serão convoca-
Parágrafo único – Poderá o relator dar provi- das com designação prévia de dia e hora e de
mento ao recurso, se a decisão recorrida estiver sua realização será dada publicidade pela Im-
em manifesto confronto com Súmula ou juris- prensa Oficial, ou por outros meios de comu-
prudência dominante do Supremo Tribunal Fe- nicação, com a antecedência mínima de vinte e
deral ou de Tribunal Superior. quatro (24) horas.

CAPÍTULO IV § 3º - Quando da realização de eleições, o Tribu-


nal não suspenderá suas sessões ordinárias nos
DO REVISOR meses de férias forense até que se concluam os
trabalhos.
Art. 55 - Sujeitam-se à revisão os seguintes feitos:
§ 4º - As sessões serão públicas, exceto se, por
I - recursos contra a expedição de diploma; motivo relevante, o Tribunal resolver funcionar
reservadamente.
II - ação de impugnação de mandato eletivo e
seus recursos; Art. 59 - O Tribunal funcionará em sessão pública, com
a presença mínima de quatro (4) de seus Membros,
III - relativos a infrações apenadas com reclusão; além do Presidente.
IV - revisão criminal. § 1º - Não havendo quorum, será convocado o
respectivo substituto, segundo a ordem de anti-
Parágrafo único - Não haverá revisão nos em-
güidade no Tribunal.
bargos e incidentes interpostos nesses feitos,
bem como na deliberação do Tribunal sobre § 2º - Não participarão do julgamento os Juízes
recebimento de denúncia no julgamento das que não tenham ouvido o relatório ou assistido
ações pen ais originárias. aos debates, salvo quando, não tendo havido
sustentação oral, se derem por esclarecidos.
Art. 56 - Será Revisor o Juiz que se seguir ao Relator,
na ordem decrescente de antigüidade no Tribunal. Art. 60 - Durante as sessões, o Presidente ocupará o
centro da mesa, sentando-se à sua direita o Procura-
§ 1º - Em caso de substituição definitiva do Rela-
dor Regional Eleitoral e, à sua esquerda, o Secretário
tor, será também substituído o Revisor, na for-
do Tribunal ou quem suas vezes fizer; seguir-se-ão, do
ma do “caput” deste artigo. lado direito, o Vice-Presidente e, à esquerda, o Juiz do
§ 2º - Nos casos de impedimento, suspeição ou Tribunal Regional Federal, sentando-se os demais Juí-
incompatibilidade do Revisor, este será substi- zes na ordem de antigüidade, alternadamente, à direi-
tuído, automaticamente, pelo Juiz seguinte em ta e à esquerda do Presidente.
ordem decrescente de antigüidade. § 1º - Servirá como Secretário das sessões o Dire-
Art. 57 - Ao Revisor compete: tor-Geral da Secretaria ou, no seu impedimento
ou falta, o servidor que for designado pela Pre-
I - ratificar, completar ou retificar o relatório; sidência.

II - sugerir ao Relator medidas ordinatórias do § 2º - Para as sessões solenes observar-se-ão as


processo que tenham sido omitidas; normas do cerimonial público.

III - pedir dia para julgamento. Art. 61 - Durante as sessões, os Membros do Tribunal,
o Procurador Regional Eleitoral, o Secretário e os Ad-
CAPÍTULO V vogados, em sustentação oral, usarão vestes talares e
os servidores que têm por ofício auxiliar os trabalhos
DAS SESSÕES usarão meia-capa.

Art. 58 - O Tribunal reunir-se-á, em sessões ordinárias, Art. 62 - Nas sessões ordinárias será a seguinte a or-
duas (2) vezes por semana ou mais, até o máximo de dem dos trabalhos:

14
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Legislação e Documentos Específicos

I - verificação do número de Juízes presentes; III - embargos de declaração;

II - leitura, discussão e aprovação da ata da ses- IV - agravos;


são anterior;
V - exceções;
III - leitura do expediente; VI - consulta, representação ou reclamação que
IV - publicação de resoluções e acórdãos; versarem sobre matéria administrativa;
VII - recursos referentes a apuração de eleição e
V - comunicações ao Tribunal;
contra decisão de junta eleitoral;
VI - discussão, votação e decisão dos processos
VIII – feitos envolvendo registro de candidato.
constantes da pauta ou dos que se acharem em
mesa, iniciando-se pelos processos adiados e § 3º - Constarão da pauta, quanto aos feitos que
prosseguindo-se com os demais, obedecida a tramitam em segredo de justiça, apenas o núme-
sua ordem de classificação, sendo o resultado ro e a classe do processo, as iniciais das partes e
proclamado pelo Presidente. os nomes dos Advogados.

§ 1º - Por conveniência do serviço e a juízo do Art. 64 - Anunciado o processo, feito o relatório e ou-
Tribunal, poderá ser modificada a ordem esta- vido , quando for o caso, o Procurador Regional, será
belecida. posta a matéria, sucessivamente, em discussão e julga-
mento, votando em primeiro lugar o Relator, depois
§ 2º - Sem prejuízo das preferências legais, não o Revisor se for o caso e os demais Juízes na ordem
obstante a ordem da pauta, o Relator ou as par- inversa da estabelecida no art. 60, “caput”, deste Re-
tes poderão requerer preferência para julga- gimento.
mento dos feitos que se acharem em pauta.
§ 1º - durante a discussão, os Juízes usarão da
§ 3º - Os Juízes e o Procurador Regional Elei- palavra, para esclarecimentos ou justificação de
toral poderão submeter ao conhecimento do seu voto, no máximo, por duas vezes.
Tribunal qualquer outra matéria, sendo que so-
mente aquela pertinente à própria ordem dos § 2º - A juntada do relatório em conjunto com
trabalhos ou de excepcional relevância poderá o pedido de encaminhamento do feito à Mesa
ser suscitada antes de vencida a pauta. dispensa sua leitura na sessão de julgamento se
o Relator assim o desejar e não houver dúvida
§ 4º - Poderão as partes, até o início da sessão por parte dos demais juízes.
de julgamento, apresentar memoriais a serem
Art. 65 - No julgamento dos mandados de segurança,
entregues diretamente aos gabinetes dos Juízes
“habeas corpus” registro de candidatos, prestação de
da Corte.
contas, pesquisa eleitoral, propaganda eleitoral, ações
§ 5º - As inscrições para sustentação oral deve- de impugnação de mandato eletivo, investigação judi-
rão ser realizadas até o início da sessão de julga- cial e recursos, depois do relatório, os Advogados das
mento, não sendo admitidas inscrições fora do partes poderão usar da palavra, uma só vez, durante
prazo aqui estabelecido. dez (10) minutos, seguindo-se a manifestação do Pro-
curador Regional, do Relator e do Revisor se for o caso,
§ 6º - As modalidades de inscrição para susten- para proferir voto, colhendo-se o dos demais Juízes.
tação oral serão disciplinadas por Portaria a ser
expedida pela e. Presidência. § 1º - No julgamento dos recursos contra a ex-
pedição de diplomas, cada parte poderá usar da
Art. 63 - Os julgamentos serão realizados observando- palavra por até vinte (20) minutos.
se o espaço mínimo de quarenta e oito (48) horas entre
a data da publicação da pauta e a sessão de julgamen- § 2º - No julgamento das ações penais de compe-
to, distribuindo-se cópias da pau ta aos Juízes e ao Pro- tência originária do Tribunal, a acusação e a de-
curador Regional Eleitoral, colocando-se um exemplar fesa terão, sucessivamente, nessa ordem, quinze
no local destinado aos Advogados e outro na Sala de (15) minutos para sustentação oral na delibera-
Sessões, em lugar visível. ção a cerca do recebimento de denúncia e, de
uma (1) hora no julgamento do feito.
§ 1º - Havendo pedido de vista, o julgamento
§ 3º - Nos recursos em geral, falará em primeiro
ficará adiado para a sessão seguinte e os feitos
lugar o Advogado do recorrente e, depois, o do
terão preferência na pauta.
recorrido.
§ 2º - Independerão de publicação de pauta os § 4º - Se as partes forem reciprocamente recor-
julgamentos de: rentes e recorridos, falará em primeiro lugar o
I - “habeas corpus” procurador do autor; nos demais casos de plu-
ralidade de recorrentes, estes falarão na ordem
II - conflito de competência; de interposição dos recursos.

15
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

§ 5º - Sendo a parte representada por mais de sequente em que for possível sua inclusão, com
um Advogado, o tempo será dividido igual- nova publicação de pauta.
mente entre eles, salvo se acordarem de modo
diverso; se houver mais de um interessado re- § 3º - Ocorrida a requisição na forma do § 2º,
presentado por Advogados diferentes, o tempo se aquele que fez o pedido de vista ainda não
será contado em dobro e dividido igualmente se sentir habilitado a votar, o Presidente do Tri-
entre os do mesmo grupo, se não convenciona- bunal convocará substituto para proferir voto,
rem de modo diverso. observados os prazos estabelecidos no § 1º deste
artigo, para julgamento na sessão subsequente
§ 6º - Se o recurso for do Ministério Público, fa- em que for possível sua inclusão, com nova pu-
lará em primeiro lugar o Procurador Regional. blicação de pauta.

§ 7º - Durante a votação poderá o Procurador § 4º - Havendo mais de um pedido de vista em


Regional Eleitoral ou o Advogado constituído relação ao mesmo processo, os julgadores ob-
no processo em julgamento, pela ordem, pedir servarão os prazos previstos no § 1º deste arti-
a palavra para esclarecer equívoco ou dúvida go sendo o feito incluído em pauta na primeira
surgida em relação a fatos que influam no julga- sessão em que for possível o julgamento após
mento, que será concedida mediante permissão a devolução dos autos pelo último juiz vistor,
do Relator. com nova publicação de pauta.

§ 8º - Na sustentação oral é permitida a consulta Art. 68 - A decisão será tomada por maioria de votos
a notas e apontamentos, sendo vedada a leitura dos Juízes presentes.
de memoriais.
§ 1º - Havendo empate na votação, o Presidente
§ 9º - É permitida, a critério do Tribunal, a re- terá voto de desempate.
novação da sustentação oral sempre que o feito
§ 2º - Antes de proclamada a decisão, qualquer
retorne à Mesa, após o cumprimento de diligên-
Juiz, pedindo a palavra pela ordem, poderá mo-
cia, ou em julgamento adiado, quando intervier
dificar seu voto já proferido.
novo Juiz.
§ 3º - Encerrada a discussão, serão colhidos os
§ 10 - Não caberá sustentação oral no julgamen-
votos, não cabendo justificação nessa oportuni-
to de agravo, embargos de declaração, conflito
dade, salvo se para levantar questão de ordem
de competência, exceções, urnas impugnadas
hábil à reabertura dos debates.
ou anuladas, recurso administrativo, carta tes-
temunhável, consulta, representação e reclama- Art. 69 - Realizado o julgamento, o Presidente anun-
ção que versarem sobre matéria administrativa. ciará o resultado da decisão, que será consignado na
tira referente ao processo, mencionando todos os as-
Art. 66 - As questões preliminares serão julgadas antes
pectos relevantes da votação.
da s do mérito e todas na ordem de prejudicialidade,
não podendo o Juiz eximir-se de votar uma questão Parágrafo único - A tira será anexada aos autos
por ter ficado vencido na outra, salvo se não assistiu à com a indicação dos Juízes que participaram do
leitura do relatório. julgamento e dos que tenham manifestado pro-
pósito em declarar seus votos.
Parágrafo único - O Procurador Regional pode-
rá usar da palavra no encaminhamento da dis- Art. 70 - Ao Relator caberá redigir o acórdão no prazo
cussão da preliminar levantada. de cinco (5) dias.
Art. 67 - Iniciado o julgamento, ultimar-se-á na mesma § 1º - Caso o Relator natural fique vencido, será
sessão, salvo nos casos de pedido de vista ou de ocor- designado Relator o Juiz que proferir o primeiro
rência de fatos que tornem necessária a sua suspensão. voto vencedor, ou, no seu impedimento, por ou-
tro de igual entendimento, obedecida a ordem
§ 1º - Quando um dos julgadores não se consi- de antigüidade.
derar habilitado a proferir imediatamente seu
voto, poderá solicitar vista pelo prazo máximo § 2º - Nos casos de registro de candidatos, ar-
de 10 (dez) dias úteis, prorrogável por igual güição de inelegibilidade, propaganda eleito-
período, mediante pedido devidamente justi- ral, pesquisa eleitoral, prestação de contas, em
ficado, após o qual o processo ser á reincluído período eleitoral, o acórdão será publicado na
em pauta, para julgamento na sessão seguinte, mesma sessão de julgamento, passando a correr
independentemente de publicação. daí o prazo recursal.

§ 2º - Se os autos não forem devolvidos tem- Art. 71 - As decisões do Tribunal, devidamente funda-
pestivamente, ou se o vistor deixar de solicitar mentadas, sob pena de nulidade, constarão de acór-
prorrogação de prazo, o Presidente do Tribunal dãos, exceto as de caráter normativo, que serão lavra-
fará a requisição para julgamento na sessão sub- das sob a forma de resolução.

16
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Legislação e Documentos Específicos

§ 1º - O acórdão será encimado por ementa, a TÍTULO III


qual conterá síntese do julgamento, excetuando-
se as decisões publicadas em sessão. DOS PROCESSOS NO TRIBUNAL

§ 2º - Os registros dos julgamentos em fita mag- CAPÍTULO I


nética servirão, exclusivamente, de apoio aos
órgãos técnicos do Tribunal, prevalecendo, em DA DECLARAÇÃO DE
caso de dúvida entre a súmula de julgamento e INCONSTITUCIONALIDADE
o relatório e voto do Relator, manifestação escri-
ta e lançada nos autos. Art. 75 - A argüição de inconstitucionalidade inciden-
tal d e lei ou ato normativo do Poder Público, con-
§ 3º - Os acórdãos serão rubricados e assinados cernente a matéria leitoral, poderá ser formulada por
apenas pelo Relator, mencionando-se na tira qualquer das partes, pelo Procurador Regional Eleito-
de julgamento o nome dos demais Juízes par- ral, pelo Relator e pelos demais Membros do Tribunal.
ticipantes da sessão e do Procurador Regional,
ressalvadas as hipóteses de decisão sobre a va- Parágrafo único - A argüição será processada
lidade, ou não, de lei ou ato em face da Consti- nos próprios autos e suspenderá o andamento
tuição e de resoluções de caráter normativo, que do feito até seu julgamento.
serão assinadas por todos os participantes do
julgamento. Art. 76 - Argüida inconstitucionalidade durante o jul-
gamento de qualquer processo, o Tribunal, concluído
Art. 72 - Lavrado o acórdão, sua conclusão e ementa
o relatório e ouvido o Procurador Regional Eleitoral,
serão encaminhadas para publicação na Imprensa Ofi-
em deliberando pela sua admissibilidade, suspenderá
cial do Estado nas quarenta e oito (48) horas seguintes,
o julgamento para decidir sobre o incidente na primei-
certificando-se nos autos a data da publicação, exce-
ra sessão subseqüente.
tuados os casos previstos em lei.

§ 1º - Se o órgão oficial não publicar o acórdão Parágrafo único - A suspensão do julgamento


no prazo de três (3) dias, as partes serão intima- ocorrerá sem prejuízo do que já se tenha decidi-
das pessoalmente e, se não forem encontradas do, independente da argüição.
no prazo de quarenta e oito (48) horas, a inti-
mação se fará por edital afixado no Tribunal, no Art. 77 - A inconstitucionalidade de lei ou de ato do
local de costume. Poder Público somente será declarada pelo voto da
maioria absoluta dos Membros do Tribunal.
§ 2º - O disposto no parágrafo anterior aplicar-
se- á a todos os casos de citação e intimação, res- Art. 78 - A eficácia da decisão acerca da inconstitucio-
salvadas as ações criminais , nas quais o edital nalidade restringir-se-á sempre à causa examinada,
será publicado no órgão oficial. observado o disposto no parágrafo primeiro do artigo
481 do Código de Processo Civil.
§ 3º - Dos acórdãos serão extraídas cópias para
arquivamento na Secretaria, bem como para re- CAPÍTULO II
messa ao Juiz Eleitoral “a quo” e à Procuradoria
Regional, quando for o caso. DO “HABEAS CORPUS”
§ 4º - A decisão poderá ser transmitida ao juízo Art. 79 - Conceder-se-á “habeas corpus” sempre que
competente após lavrado o acórdão ou a reso- por ilegalidade ou abuso de poder alguém sofrer ou se
lução. achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua
Art. 73 - De cada sessão será lavrada ata circunstancia- liberdade de locomoção, de que dependa o exercício
da em que se mencione quem a presidiu, a presença de direitos ou deveres eleitorais.
dos Juízes e do Procurador Regional, a relação dos fei-
Art. 80 - No processo e julgamento de “habeas corpus”
tos submetidos a julgamento e o respectivo resultado,
da competência originária do Tribunal, bem como nos
além de outras questões relevantes.
de recursos das decisões dos Juízes Eleitorais, obser-
Parágrafo único - As atas serão redigidas pelo var-se-á, no que couber, o disposto no Código de Pro-
Secretário, ou por quem suas vezes fizer, que cesso Penal.
também a assinará, juntamente com o Presiden-
te, devendo cópia da mesma ser enviada para CAPÍTULO III
publicação na Imprensa Oficial.
DO “HABEAS DATA”
Art. 74 - O Presidente e o Corregedor quando impossi-
bilitados de comparecer às sessões judiciais e adminis- Art. 81 - O Tribunal concederá “habeas data” em maté-
trativas e m virtude de compromissos atinentes ao car- ria eleitoral, observadas as disposições da Lei nº 9.507,
go, farão jus à percepção da gratificação de presença. de 12/11 /97.

17
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

CAPÍTULO IV Art. 89 - Emitido o parecer, os autos serão conclusos ao


Relator, que, no prazo de cinco (5) dias, os apresentará
DO MANDADO DE SEGURANÇA em Mesa.
Art. 82 - Conceder-se-á mandado de segurança para
CAPÍTULO VII
protege direito líquido e certo em matéria eleitoral
requerido contra ato de autoridade que responda pe-
DA EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO E DE
rante o Tribunal Regional Eleitoral por crime de res-
IMPEDIMENTO
ponsabilidade e, em grau de recurso, se denegado ou
concedido por Juiz Eleitoral. Art. 90 - Os Juízes do Tribunal declarar-se-ão impedi-
Art. 83 - No processo e julgamento do mandado de se- dos o u suspeitos nos casos previstos na lei processual
gurança da competência originária do Tribunal, bem civil ou por motivo de natureza íntima.
como nos de recursos das decisões dos Juízes Eleito-
Art. 91 - Se o impedimento ou a suspeição forem do
rais, observar-se-á, no que couber, o disposto do Códi-
Relator ou do Revisor, tal fato deverá ser declarado
go de Processo Civil e na Lei nº 1.533, de 31.12.51.
nos autos mediante despacho, e estes serão redistri-
buídos.
CAPÍTULO V
Parágrafo único - Nos demais casos o Juiz de-
DO MANDADO DE INJUNÇÃO
clarará, verbalmente, na sessão de julgamento,
Art. 84 - O Tribunal concederá mandado de injunção seu impedimento ou suspeição registrando-se o
sempre que a falta de norma regulamentadora torne fato na ata.
inviável o exercício de direitos políticos, precipuamen-
Art. 92 - Qualquer interessado poderá argüir a suspei-
te o de votar e o de ser votado, aplicando-se, no que
ção d os Juízes do Tribunal, do Procurador Regional,
couber, o disposto no Código de Processo Civil, na Lei
dos Juízes Eleitorais, Escrivães, Chefes de Cartório e
nº 1.533/51 e em outras que lhe forem aplicáveis.
dos servidores de sua Secretaria, bem como dos auxi-
CAPÍTULO VI liares da Justiça, nos casos previstos na lei processual
civil e por motivo de parcialidade partidária.
DOS CONFLITOS DE COMPETÊNCIA
Parágrafo único - Será ilegítima a suspeição
Art. 85 - Os conflitos de competência entre Juízes ou quando o excipiente a provocar ou depois de
Juntas Eleitorais da circunscrição poderão ser por eles manifestada a sua causa, praticar ato que im-
suscitados ao Presidente do Tribunal, ou pelo Ministé- porte na aceitação do excepto.
rio Público, por meio de ofício, e, ainda, por qualquer
interessado, mediante petição, especificando os fat os Art. 93 - A exceção de suspeição de qualquer dos Juí-
que os fundamentam. zes do Tribunal ou do Procurador Regional deverá ser
oposta dentro de quarenta e oito (48) horas da data da
Art. 86 - Quando negativo, o conflito poderá ser publicação da ata de distribuição do feito.
suscitado nos próprios autos do processo; se positivo,
será autuado em apartado, com os documentos neces- § 1º - Se oposta contra servidor da Secretaria, o
sários. prazo acima se contará da data de sua interven-
ção no feito.
Art. 87 - Distribuído o feito, o Relator:
§ 2º - Quando o suspeito ou impedido for cha-
a) ordenará imediatamente que sejam sobresta- mado como substituto, contar-se-á o prazo a
dos os respectivos processos, se positivo o con- partir de sua intervenção.
flito;
§ 3º - A suspeição ou impedimento supervenien-
b) designará um dos Juízes para resolver, em ca- tes poderão ser argüidos em qualquer termo do
ráter provisório, as medidas urgentes; processo, observados os prazos acima fixados,
c) mandará ouvir, no prazo de cinco (5) dias, os que deverão ser contados do fato que houver
Juízes ou Juntas Eleitorais em conflito, se forem ocasionado o incidente.
insuficientes os esclarecimentos oferecidos;
Art. 94 - A suspeição ou o impedimento deverão ser
d) havendo jurisprudência dominante do Tri- deduzidos em petição fundamentada, dirigida ao Pre-
bunal ou do Tribunal Superior sobre a questão sidente, com a indicação dos fatos que os motivaram
suscitada, o Relator decidirá de plano o conflito e acompanhada, se for o caso, de documentos e rol de
de competência. testemunhas.

Art. 88 - Instruído o processo com as devidas infor- Parágrafo único - No processo criminal a peti-
mações, ser á ouvido o Procurador Regional, que se ção deverá ser assinada pela própria parte ou
manifestará em cinco (5) dias. por Advogado com poderes especiais.

18
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Legislação e Documentos Específicos

Art. 95 - O Presidente determinará a autuação em Art. 100 - Julgada procedente a argüição caberá ao Pre-
apenso aos autos principais e a conclusão ao Relator sidente designar o substituto do excepto.
do processo, salvo se este for o excepto, caso em que
será sorteado um Relator para o incidente. Art. 101 - Independente de provocação da parte, as
pessoas aludidas neste Capítulo poderão declarar-se
§ 1º - Se o Relator considerar manifestamente impedidas ou sus peitas.
sem fundamento a exceção, poderá rejeitá-la,
liminarmente, em despacho fundamentado, do CAPÍTULO VIII
qual caberá agravo regimental, em 3 (três) dias.
DO REGISTRO DE CANDIDATOS E DA
§ 2º - Recebida a exceção o Relator determinará, ARGUIÇÃO DE INELEGIBILIDADE
por ofício protocolado, que, em três dias, se pro-
nuncie o excepto. Art. 102 - Serão registrados no Tribunal os candidatos
a Senador e respectivo Suplente, Deputado Federal,
§ 3º - Se o excepto reconhecer a sua suspeição ou Governador e Vice-Governador e Deputado Estadual.
o impedimento, mandará que os autos voltem
ao Presidente, para a redistribuição do feito, Art. 103 - O registro de candidatos a cargo eletivo e a ar-
mediante compensação. güição de inelegibilidade serão processados nos termos
e praz os fixados pela legislação eleitoral vigente e reso-
§ 4º - Caso o excepto deixe de responder ou não luções do Tribunal Superior Eleitoral e deste Tribunal.
reconheça a suspeição ou o impedimento, o Re-
lator ordenará o processo, inquirindo as teste- CAPÍTULO IX
munhas arroladas, mandando os autos à Mesa
par a julgamento, o qual se realizará com limi- DA INVESTIGAÇÃO JUDICIAL
tação de presença, na primeira sessão seguinte.
Art. 104 - Será dirigido ao Corregedor Regional Elei-
§ 5º - Nos casos de suspeição ou de impedimen- toral, nas eleições estaduais, o pedido de abertura de
to do Procurador Regional ou de servidores da investigação judicial para apurar uso indevido, desvio
Secretaria, o Presidente providenciará para que ou abuso do poder econômico ou do poder de autori-
passe a servir no feito o respectivo substituto. dade, ou utilização indevida de veículos ou m eio de
comunicação social, em benefício de candidato ou par-
Art. 96 - Na hipótese de o excepto ser o Presidente, tido político.
a petição de exceção será dirigida ao Vice-Presidente,
que procederá conforme o anteriormente estabelecido. Parágrafo único - O feito será processado na Se-
cretaria da Corregedoria, observado o rito pre-
Art. 97 - O julgamento do feito ficará sobrestado até a visto na legislação vigente.
decisão da exceção, salvo quando o argüido for funcio-
nário da Secretaria. Art. 105 - Após a elaboração do relatório, os autos se-
rão encaminhados à Secretaria Judiciária para autua-
Art. 98 - O Juiz excepto poderá assistir as diligências ção e distribuição ao Corregedor.
do processo de exceção, mas não participará da sessão
que a decidir. § 1º - A Secretaria Judiciária abrirá vista dos au-
tos à Procuradoria Regional, para manifestação,
Art. 99 - A argüição de suspeição ou de impedimen- no prazo de quarenta e oito (48) horas, nos pro-
to de Juiz, Escrivão e Chefe de Cartório Eleitoral será cessos em que não for parte.
formulada em petição endereçada ao próprio Juiz, ins-
truída com os documentos em que o excipiente funda § 2º - Devolvidos os autos, o feito será incluído
a alegação. me pauta.

§ 1º - Se o Juiz não reconhecer a exceção, deter- Art. 106 - A renovação de investigação judicial será
minará a autuação em apartado e o seu apen- distribuída livremente, exceto nas eleições estaduais
samento aos autos principais, remetendo-os ao em que se rá excluído o Corregedor.
Tribunal com a resposta, oferecida em igual pra-
zo. CAPÍTULO X

§ 2º - No Tribunal, autuado o feito, será distri- DA AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO


buído a um Relator, que dará vista ao Procura- ELETIVO
dor Regional, pelo prazo de cinco (5) dias, e o
colocará em Mesa para julgamento na primeira Art. 107 - Caberá ao Tribunal o julgamento originário
sessão, independente de revisão ou de inclusão da ação de impugnação de mandato eletivo de Gover-
em pauta. nador, Vice-Governador, Senador, Deputado Federal e
Deputado Estadual, interposta, em petição dirigida ao
§ 3º - Se o Juiz reconhecer a suspeição ou o impe- Presidente, no prazo decadencial de quinze (15) dias,
di mento, comunicará ao Presidente do Tribunal contados da diplomação e instruída com provas de
para que seja designado um substituto. abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.

19
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

§ 1º - O processo correrá em segredo de justiça, o que poderá solicitar parecer do Procurador


sendo público seu julgamento. Regional.

§ 2º - A pauta, o acórdão e a ata contendo o Art. 115 - O Tribunal só conhecerá de consultas sobre
resultado do julgamento serão publicados na matéria eleitoral formuladas em tese por autoridade
Imprensa Oficial, fazendo-se constar os nomes pública ou partido político.
completos das partes e dos seus advogados.
§ 1º - Evidenciada a ausência dos requisitos pre-
Art. 108 - Até a regulamentação de lei complementar vistos no art. 30, inciso VIII, do Código Eleito-
normatizando a sua tramitação, a ação obedecerá o ral, poderá o Presidente indeferir liminarmente
procedimento com um ordinário previsto no Código o processamento da consulta.
de Processo Civil.
§ 2º - O Tribunal não conhecerá de consultas so-
Art. 109 - A instrução será presidida pelo Relator sor- bre casos concretos ou que possam vir ao seu
teado. Parágrafo único - O Relator poderá delegar po- conhecimento em processo regular, remetendo
deres a Juízes Eleitorais para que promovam citações, ao Tribunal Superior Eleitoral as que incidirem
intimações e colheita d e provas. na esfera de sua competência.

Art. 110 - O prazo para contestar será idêntico ao prazo Art. 116 - Admitir-se-á reclamação do Procurador Re-
para propor a ação e será contado da data da juntada gional Eleitoral ou de interessados em qualquer cau-
do aviso de recebimento da carta registrada, da carta sa pertinente a matéria eleitoral, a fim de preservar a
de ordem ou do mandado de citação aos autos. competência do Tribunal ou garantir autoridade de
suas decisões.
Art. 111 - Da decisão do Relator que extingüir o pro-
cesso s em julgamento do mérito caberá recurso de CAPÍTULO XII
agravo regimental, no prazo de três (3) dias, contados
DA AÇÃO PENAL DE COMPETÊNCIA
da data da intimação.
ORIGINÁRIA DO TRIBUNAL
Art. 112 - Julgada a ação, caberá recurso no prazo de
Art. 117 - Nas ações penais de competência originária
três(3) dias, podendo a parte interessada apresentar
do Tribunal serão observadas as disposições da Lei nº
suas contrarrazões em igual prazo.
8.038/90, na forma do disposto pela Lei nº 8.658/93 e
§ 1º. As pautas, acórdãos, atas e despachos pro- aplicável, no que couber, a Lei nº 9.099/95.
feri dos em recursos em sede de ação de impug-
Art. 118 - A denúncia será dirigida ao Tribunal, provi-
nação de mandato eletivo serão publicados na
denciando a Secretaria a sua distribuição.
imprensa oficial, contendo o nome completo
das partes e de seus procuradores, sem quais- Art. 119 - Distribuída a denúncia, se em termos, o Re-
quer restrições. lator determinará a notificação do acusado para apre-
sentação de defesa prévia no prazo de quinze (15) dias.
§ 2º. É livre a consulta em cartório, aos autos
de recursos em sede de ação de impugnação de Parágrafo único - A notificação, acompanhada
mandato eletivo a qualquer interessado, não ha- de cópias da denúncia e dos documentos que a
vendo vedação que a limite apenas às partes e instruírem, será encaminhada ao acusado, sob
advogados constituídos nos autos. registro postal.
CAPÍTULO XI Art. 120 - Se a resposta prévia convencer da improce-
dência da acusação, o relator proporá ao Tribunal o
DAS CONSULTAS, REPRESENTAÇÕES E arquivamento do processo.
RECLAMAÇÕES
Art. 121 - O Relator será o Juiz da instrução do proces-
Art. 113 - As representações e reclamações serão pro- so, podendo delegar poderes a Juízes Eleitorais para
cessadas observado o rito estabelecido na legislação proceder a interrogatórios, inquirições e outras dili-
eleitor al vigente. gências.
Art. 114 - As consultas, representações ou reclamações, Art. 122 - Caberá agravo, sem efeito suspensivo, para o
inclusive as previstas no art. 97, da Lei nº 9.504/97, as- Tribunal, do despacho do Relator que indeferir a pro-
sim como outros expedientes sobre os quais, a juízo dução de qualquer prova ou a realização de qualquer
do Presidente, deva pronunciar-se o Tribunal, serão diligência.
distribuídos a um Relator.
Art. 123 - Nos casos apenados com reclusão, os autos
§ 1º - O Relator, se entender necessário, manda- serão encaminhados ao Revisor apenas por ocasião do
rá proceder a diligências para melhor esclareci- julga mento final.
mento do caso, determinando, ainda, que a Se-
cretaria preste informações, se não o tiver feito Art. 124 - Nomear-se-á defensor “ad hoc” se, regular-
anteriormente à distribuição do processo, após mente intimado, o Advogado constituído pelo acusa-

20
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Legislação e Documentos Específicos

do ou anteriormente nomeado não comparecer à ses- competência originária do Presidente, caberá recurso
são de julgamento final da ação pen al, adiando-se esta nos seguintes prazos:
em caso de requerimento do novo defensor.
I - trinta (30) dias se se tratar de matéria regula-
Art. 125 – O réu será intimado pessoalmente da deci- da pela Lei nº 8.112/90;
são que o condenar.
II - dez (10) dias nos demais casos, nos termos
CAPÍTULO XIII da Lei nº 9.784/99.
DA REVISÃO CRIMINAL Parágrafo único - Ouvidos terceiros, eventual-
mente interessados e a Procuradoria Regional,
Art. 126 - Nos termos da lei processual penal, será ad-
o Presidente relatará o feito e o encaminhará à
mitida a revisão criminal dos processos pela prática de
Mesa independente de pauta, sem tomar parte
crimes eleitorais e conexos, julgados pelo Tribunal ou
no julgamento.
pelos Juízes Eleitorais.
Art. 133 - Das decisões do Presidente em matéria rela-
Parágrafo único - A revisão poderá ser requerida
tiva a interesses de servidores, caberá pedido de recon-
pelo próprio réu ou por procurador com pode-
sideração a ser interposto no prazo de trinta (30) dias,
res especiais ou, em caso de morte do réu, pelo
a contar da publicação ou da ciência do interessado,
cônjuge, descendente, ascendente ou irmão.
não podendo ser renovado.
Art. 127 - O requerimento será distribuído a um Rela-
Art. 134 - Do indeferimento do pedido de reconsidera-
tor e a um Revisor, devendo a relatoria ficar a cargo de
ção caberá recurso para o Tribunal, a ser interposto no
Juiz que não tenha proferido decisão em qualquer fase
prazo de trinta (30) dias.
do processo.
§ 1º - Interposto recurso será aberta vista dos au-
§ 1º - O pedido de revisão será instruído com
certidão do trânsito em julgado da decisão con- tos à Procuradoria Regional Eleitoral.
denatória e com as peças necessárias à compro- § 2º - O recurso poderá ser recebido com efeito
vação dos fatos argüidos. suspensivo, a juízo da autoridade competente.
§ 2º - O Relator poderá determinar que se apen- § 3º - Após o parecer da Procuradoria, o Presi-
sem ao pedido os autos do processo revisando, dente relatará o feito e o encaminhará à Mesa
se não advier dificuldade n a execução da sen- independente de pauta, sem tomar parte no jul-
tença. gamento.
Art. 128 - O pedido de revisão poderá ser indeferido § 4º - Na hipótese de provimento do pedido de
“in limine” pelo Relator, se insuficientemente instruí- reconsideração ou do recurso, os efeitos da deci-
do.
são retroagirão à data d o ato impugnado.
Parágrafo único - Se o requerimento não for in-
CAPÍTULO XV
deferido “in limine”, abrir-se-á vista dos autos
ao Procurador Regional Eleitoral, que dará pa- DA SINDICÂNCIA
recer no prazo de dez (10) dias. Em seguida, se-
rão examinados os autos, sucessivamente, pelo SEÇÃO I
Relator e Revisor, em igual prazo, após o que
DA SINDICÂNCIA CONTRA JUIZ ELEITORAL
será o processo levado a julgamento.
Art. 135 - As reclamações e representações formuladas
Art. 129 - Julgada procedente a revisão, o Tribunal po-
derá alterar a classificação da infração, absolver o réu, contra Juízes Eleitorais e eventuais determinações do
modifica r a pena ou anular o processo. Tribunal para apurar infringência disciplinar serão en-
caminhadas ao Corregedor Regional Eleitoral e trami-
Parágrafo único - A pena imposta pela decisão tarão pela Secretaria da Corregedoria.
revisada não poderá ser agravada.
Art. 136 - Recebida a reclamação, representação ou
Art. 130 - Procedente a revisão, a execução do julgado expediente do Tribunal o Corregedor determinará no
será imediata. prazo de quarenta e oito (48) horas a expedição de ofí-
cio ao reclamado, que será remetido por meio de fa-
Art. 131 - Anulado o processo revisando, será determi- c-símile, para que preste esclarecimentos no prazo de
nada sua renovação. cinco (5) dias.
CAPÍTULO XIV § 1º - Juntados os esclarecimentos do reclamado,
DA MATÉRIA ADMINISTRATIVA o Corregedor verificando a inconsistência da re-
clamação ou representação arquivará o procedi-
Art. 132 - Dos atos de natureza administrativa, de mento liminarmente.

21
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

§ 2º - Verificada a pertinência da reclamação ou afastados das funções eleitorais, pelo voto da maioria
representação será instaurada sindicância. de seus Membros, mesmo no curso do processo.

Art. 137 - A sindicância será iniciada com a expedição Parágrafo único – O afastamento será comuni-
de Portaria do Corregedor e será processada em segre- cado ao Tribunal Superior Eleitoral e ao Tribu-
do de justiça. nal de Justiça, ou ao Tribunal Regional Federal,
ou a Ordem dos Advogados do Brasil, conforme
Art. 138 - O feito tramitará com a presença do Procu- o caso.
rador Regional.
CAPÍTULO XVI
Art. 139 - O sindicado será notificado em quarenta e
oito 48)( horas para apresentar defesa no prazo de cin- DOS RECURSOS PERANTE O TRIBUNAL
co (5) dias, podendo instruí-la com prova documental, REGIONAL
rol de testemunhas e requerimento de diligências.
SEÇÃO I
Art. 140 - Apresentada ou não a defesa, serão ouvidas
as testemunhas arroladas, inclusive as indicadas pelo DISPOSIÇÕES GERAIS
acusado, até o número de cinco (5), e proceder-se-á às Art. 149 - Dos atos, resoluções e despachos dos Juízes
diligências que se tornarem necessárias. ou Juntas Eleitorais caberá recurso para o Tribunal,
conforme dispuserem o Código Eleitoral, outras leis
Art. 141 - Encerrada a instrução será concedido o
especiais e resoluções do Tribunal Superior Eleitoral.
prazo de cinco (5) dias à defesa para apresentação de
alegações finais , com posterior encaminhamento da § 1º - No processamento dos recursos aplicam-
sindicância à Procuradoria Regional, que opinará no se, subsidiariamente, as normas dos Códigos de
mesmo prazo. Processo Civil e Processo Penal.
Art. 142 - Devolvidos os autos, o Corregedor fará rela- § 2º - Dos atos sem conteúdo decisório não ca-
tório e os encaminhará ao Tribunal para julgamento. berá recurso.
Art. 143 - Ao Juiz Eleitoral poderá ser aplicada a pena Art. 150 - Sempre que a lei não fixar prazo especial, o
de advertência e censura, conforme a gravidade da in- recurso deverá ser interposto em três (3) dias da publi-
fração. cação do ato, resolução ou decisão.
Parágrafo único - A pena de advertência ou cen- Art. 151 - Contra a votação ou apuração não serão ad-
sura será comunicada por meio de ofício reser- mitidos recursos, se não tiver havido protesto contra
vado. as irregularidades ou nulidades argüidas perante as
mesas receptoras, no ato da votação, ou perante as
Art. 144 - O Tribunal poderá determinar o afastamento
Juntas Eleitorais, no ato da apuração.
do Juiz do exercício das funções eleitorais mesmo no
curso do processo. Art. 152 - São preclusivos os prazos para interposição
de recursos, salvo quando nestes se discutir matéria
Parágrafo único - Julgada improcedente a sindi-
constitucional.
cância, fica reservado ao Juiz afastado o direito
de completar o período para o qual havia sido Art. 153 - No Tribunal nenhuma alegação escrita ou
designado. documento poderá ser oferecido por quaisquer das
partes, salvo o disposto no art. 270 do Código Eleitoral.
Art. 145 - Aplicada pena disciplinar, o Tribunal comu-
nicará aos Presidentes do Tribunal Superior e do Tri- Art. 154 - O recurso independerá de termo e será in-
bunal de Justiça e ao Corregedor-Geral da Justiça. terposto por petição devidamente fundamentada, di-
rigida ao Juiz Eleitoral e acompanhada, se entender o
Art. 146 - No caso de omissão serão aplicadas as nor- recorrente, de novos documentos.
mas da Resolução TSE nº 7.651/65 e da Lei Orgânica da
Magistratura Nacional. Art. 155 - Os recursos eleitorais não terão efeito sus-
pensivo.
SEÇÃO II
SEÇÃO II
DA SINDICÂNCIA CONTRA MEMBRO DO
TRIBUNAL DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

Art. 147 - Recebida reclamação ou representação con- Art. 156 - Cabem embargos de declaração quando
tra Juiz Membro do Tribunal, os autos serão encami- houver no acórdão obscuridade, contradição e omis-
nhados ao Presidente que processará e relatará o feito, são que devam ser sanadas.
submetendo-o a julgamento pelo Tribunal, obedecidos
os prazos da seção anterior. Parágrafo único - Os embargos declaratórios se-
rão interpostos no prazo de três (3) dias, conta-
Art. 148 - Os Juízes Membros do Tribunal poderão ser dos da data da publicação do acórdão.

22
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Legislação e Documentos Específicos

Art. 157 - O julgamento dos embargos compete ao Juiz SEÇÃO II


que redigiu o acórdão, e se fará na primeira sessão se-
guinte à d evolução dos autos à Secretaria. DO RECURSO ESPECIAL

§ 1º - Se o Juiz que redigiu o acórdão, nesse ínte- Art. 164 - Caberá recurso especial contra decisão termi-
rim, houver deixado de integrar o Tribunal, ou nativa do Tribunal que for proferida contra expressa
se afastar por prazo superior a quinze (15) dias, disposição de lei ou da Constituição Federal, e quando
a substituição se fará pelo Juiz sucessor ou subs- ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois
tituto na cadeira. ou mais Tribunais Eleitorais.

§ 2º - Se o afastamento for inferior a quinze (15) Parágrafo único - O prazo para interpor o recur-
so é de três (3) dias.
dias, o julgamento aguardará o retorno do Rela-
tor, salvo em casos de urgência, em que será ob- Art. 165 - Interposto recurso especial contra decisão
servado o procedimento do parágrafo anterior. do Tribunal, a petição será juntada nas quarenta e oito
(48) horas seguintes e os autos conclusos ao Presidente
Art. 158 - Vencido o Relator dos embargos, outro será
dentro de vinte e quatro (24) horas.
designado para lavrar o acórdão.
§ 1º - O Presidente, em quarenta e oito (48) horas
Art. 159 - Os embargos de declaração suspendem o
do recebimento dos autos conclusos, proferirá
prazo para interposição de outros recursos, salvo se
despacho fundamentado, admitindo ou não o
manifesta mente protelatórios e assim declarados na
recurso.
decisão que os rejeitar.
§ 2º - Admitido o recurso, será aberta vista dos
SEÇÃO III
autos ao recorrido para que, no prazo de três (3)
DO AGRAVO dias, apresente as suas contrarrazões.

Art. 160 - Caberá agravo contra as decisões singulares § 3º - Transcorrido o prazo do parágrafo ante-
dos membros do Tribunal que causarem prejuízo ao rior, serão os autos conclusos ao Presidente, que
direito da parte. mandará remetê-los ao Tribunal Superior.

§ 1º - O prazo para interpor o agravo é de três SEÇÃO III


(3) dias da publicação ou intimação da decisão. DO AGRAVO DE INSTRUMENTO
§ 2º - A petição inicial conterá, sob pena de inde- Art. 166 - Denegado o recurso especial, o recorrente
ferimento liminar, as razões do pedido de refor- poderá interpor, dentro de três (3) dias, agravo de ins-
ma da decisão agravada. trumento, contados da publicação do despacho.
Art. 161 - O agravo será processado nos próprios autos § 1º - O agravo será dirigido ao Presidente, por
e será submetido ao prolator da decisão impugnada, petição que conterá:
que poderá reconsiderar seu entendimento; se o man-
tiver, apresentará o feito em Mesa, independente de I - a exposição do fato e do direito;
inclusão em pauta, para julgamento, valendo a decisão
recorrida, caso mantida, como voto. II - as razões do pedido de reforma da deci-
são;
CAPÍTULO XVII
III - a indicação das peças do processo que
DOS RECURSOS PERANTE O TRIBUNAL devam ser trasladadas.
SUPERIOR
§ 2º - Serão obrigatoriamente trasladadas a de-
SEÇÃO I cisão recorrida, a certidão de intimação, as pro-
curações outorgadas pelas partes, a petição de
DO RECURSO ORDINÁRIO interposição do recurso denegado, as contrarra-
zões e a decisão agravada.
Art. 162 - Caberá recurso ordinário contra decisão do
Tribunal que versar sobre inelegibilidade e expedição § 3º - As cópias das peças do processo poderão
de diploma s nas eleições federais e estaduais, e que ser declaradas autênticas pelo próprio Advoga-
denegar “habeas corpus” ou mandado de segurança. do sob sua responsabilidade pessoal.
Art. 163 - Interposto recurso ordinário contra decisão § 4º - Deferida a formação do agravo, será inti-
do Tribunal, será aberta vista ao recorrido, para que, mado o recorrido, para, no prazo de três (3) dias,
em três3)( dias, ofereça as suas contrarrazões. apresentar a sua contraminuta e indicar as peças
dos autos que serão também trasladadas.
Parágrafo único - Juntadas as contrarrazões do
recorrido, serão os autos remetidos ao Tribunal § 5º - Concluída a formação do instrumento, o
Superior. Presidente do Tribunal determinará a remessa

23
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

dos autos ao Tribunal Superior, podendo, ain- concreto, sob a orientação do Juiz Relator ou do
da, ordenar a extração e a juntada de peças não Presidente d o Tribunal.
indicadas pelas partes.
§ 2º - Quando as partes estiverem representadas
§ 6º - O Presidente do Tribunal não poderá ne- por dois ou mais Advogados, a intimação indi-
gar seguimento ao agravo, ainda que interposto viduará um deles, preferencialmente o que tiver
fora do prazo legal. subscrito as alegações dirigidas ao Tribunal ou
pra ticado atos em Segunda Instância, acrescen-
CAPÍTULO XVIII do-se a expressão “e outro(s)” na publicação da
DA RESTAURAÇÃO DE AUTOS Imprensa Oficial.
Art. 173 - Nos processos submetidos a segredo de jus-
Art. 167 - A restauração de autos desaparecidos após o
tiça, p ara que as eventuais intimações pela Imprensa
protocolo no Tribunal será determinada pelo Relator,
Oficial não o violem, serão indicados a natureza da
de ofício ou a requerimento da parte interessada e, em
ação, o número e a classe do processo, as iniciais das
se tratando de processo findo, pelo Presidente.
partes e o nome completo do Advogado.
§ 1º - Observar-se-á, no que aplicável, conforme
Art. 174 - Havendo mais de uma pessoa no pólo ativo
natureza da matéria, a lei processual civil ou pe-
ou no passivo, será mencionado o nome da primeira,
nal.
acrescido da expressão “e outro(s)”, aplicando-se a
§ 2º - Estando o processo em condições de julga- mesma regra para os casos de litisconsórcio ulterior
mento, o Relator apresentará o feito em Mesa, ou intervenção de terceiros.
fazendo sucinta exposição dos autos desapare-
Art. 175 - Feita a publicação, a Secretaria competente
cidos e da prova em que se baseia a restauração.
fará a conferência e lançará a correspondente certidão
Art. 168 - Julgada e homologada a restauração, os au- nos autos.
tos respectivos suprirão os originais, seguindo o pro- Art. 176 - Só haverá republicação quando a irregula-
cesso os seus trâmites normais. ridade a notada afetar a substância do ato praticado,
Parágrafo único - Se, no curso da restauração, inclusive por omissão ou incorreção de nome dos Ad-
aparecerem os autos originais, nestes continua- vogados das partes e interessados.
rá o processo, apensados a eles os autos da res- § 1º - Havendo republicação a Secretaria juntará
tauração. aos autos o recorte do ato publicado incorreta-
CAPÍTULO XIX mente para exame do órgão julgador e das partes.
§ 2º - A republicação pela Imprensa Oficial
DISPOSIÇÕES COMUNS AOS PROCESSOS
quando desnecessária não acarretará restituição
Art. 169 - A Secretaria do Tribunal lavrará termo de re- de prazo.
cebimento dos autos em seguida ao último que houver
Art. 177 - A intimação do Ministério Público, da Ad-
sido exarado no juízo de origem, conferindo e retifi-
vocacia Geral da União, do defensor nomeado e do
cando a numeração das respectivas folhas.
defensor público será sempre pessoal.
Parágrafo único - Os termos serão subscritos
CAPÍTULO XXI
pelo Diretor-Geral ou por quem para tal tenha
delegação. DAS AUDIÊNCIAS

Art. 170 - Após o trânsito em julgado das decisões do Art. 178 - O Relator realizará as audiências necessárias
Tribunal, os autos serão conclusos ao Presidente para à instrução dos feitos, presidindo-as em dia e hora por
os fins de direito. ele designados, intimadas as partes e ciente o Procura-
dor Regional.
Art. 171 - A execução de qualquer acórdão poderá ser
feita imediatamente através de comunicação por ofí- Parágrafo único - Das audiências lavrar-se-á ter-
cio, telegrama, fac-simile, ou por outro meio, a critério mo próprio que será juntado aos autos.
do Presidente.
Art. 179 - As audiências serão públicas, salvo quando
CAPÍTULO XX o processo correr em segredo de justiça.

DAS INTIMAÇÕES Art. 180 - Nas audiências, o poder de polícia compe-


te ao Relator, que determinará o que entender conve-
Art. 172 - As intimações dos Advogados das partes se niente à manutenção da ordem.
farão mediante publicação na Imprensa Oficial.
Art. 181 - Quando a prova depender de conhecimen-
§ 1º - A intimação pela Imprensa Oficial não ex- to técnico, o Relator, de ofício ou a requerimento da
clui as demais formas legais, que poderão ser parte, poderá ordenar a realização de perícia, que será
utilizadas segundo as peculiaridades do caso realizada por perito que nomear e no prazo que fixar.

24
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Legislação e Documentos Específicos

§ 1º - As custas da perícia correrão por conta da Art. 187 - Os eleitos para cargos federais e estaduais,
parte que a requereu. assim como os respectivos suplentes, receberão diplo-
ma em sessão solene do Tribunal, convocada pelo Pre-
§ 2º - As partes podem indicar assistentes, até o sidente.
início da perícia, para acompanhar os trabalhos
técnicos. Parágrafo único - Os diplomas serão assinados
pelo Presidente do Tribunal e conterão os dados
§ 3º - O perito apresentará laudo escrito e os as-
previstos na legislação eleitoral vigente.
sistentes técnicos oferecerão seus pareceres no
prazo que lhes houver sido concedido. TÍTULO V
CAPÍTULO XXII DA SECRETARIA
DO USO DE FAC-SÍMILE
Art. 188 - A Secretaria do Tribunal Regional Eleitoral
Art. 182 - É autorizado o uso de fac-símile para o enca- funcionará sob a direção do Diretor-Geral, bacharel
minhamento de petições e recursos, estes acompanha- em Direito, designado ou nomeado para esse fim, sob
dos das razões respectivas. a supervisão do Presidente; e seus cargos, criados por
lei, serão preenchidos na forma determinada pela le-
§ 1º - Os riscos de não obtenção de linha, ou de
gislação e disposições pertinentes.
defeitos de transmissão ou recepção, serão de
responsabilidade do remetente e não escusarão Parágrafo único - As atribuições do Diretor-Ge-
do cumprimento dos prazos legais. ral e dos servidores da Secretaria, bem como as
§ 2º - Sob pena de ser desconsiderada a prática disposições sobre a ordem interna, constarão do
do ato, o original da transmissão deverá ser pro- Regimento Interno da Secretaria, aprovado pelo
tocolizado na Secretaria do Tribunal no prazo Tribunal.
de cinco (5) dias. TÍTULO VI
§ 3º - Sem prejuízo de outras sanções, o usuário
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
do sistema será considerado litigante de má-fé
se não houver perfeita consonância entre o ori- Art. 189 - Não há protocolo integrado na circunscrição
ginal remetido por fac-símile e o original entre- eleitoral do Estado, devendo ser as petições protocoli-
gue em juízo. zadas diretamente no juízo a que se destinam.
Art. 183 - Recebido o fac-símile, dele será extraída có-
Parágrafo único. As petições protocolizadas em
pia, se necessário, que será protocolizada e juntada aos
desconformidade com o previsto no “caput”, se-
autos.
rão restituídas ao interessado mediante recibo.
Art. 184 - As decisões decorrentes de petições trans-
mitidas por fac-símile somente serão cumpridas após Art. 190 - A disponibilização de andamentos proces-
o recebimento d o respectivo original, salvo quando a suais na Internet tem caráter meramente informativo,
espera puder acarretar dano iminente à parte, ou tor- não produzindo efeitos legais.
nar ineficaz a providência requerida, caso em que o Art. 191 - Salvo disposição em contrário, aplicam-se as
Juiz determinará o imediato cumprimento. regras comuns de direito na contagem dos prazos a
Parágrafo único – Se o original da petição não que se refere este Regimento.
for apresentado no prazo de cinco (5) dias, ces-
§ 1º - Não correm os prazos nos períodos em que
sará a eficácia da decisão.
houver interrupção das atividades do Tribunal,
Art. 185 - É facultado o uso de fac-símile para encami- obstáculo judicial, ou motivo de força maior
nhamento de cartas de ordem e precatórias, ofícios e comprovado e reconhecido pelo Tribunal.
outros expedientes aos Juízos Eleitorais, quando a ur-
gência do ato determinar. § 2º - No dia em que reaberto o Tribunal os pra-
zos começam ou continuam a fluir.
TÍTULO IV
Art. 192 - Os prazos contados em hora, se vencidos
DA APURAÇÃO DAS ELEIÇÕES E DA após o horário do expediente normal, consideram-se
EXPEDIÇÃO DOS DIPLOMAS prorrogados até o final da primeira hora do expedien-
Art. 186 - As eleições serão apuradas com observância te do dia útil seguinte, salvo disposições em contrário.
do disposto na legislação eleitoral e nas instruções bai-
Art. 193 - Será de dez (10) dias o prazo para que os
xadas pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Juízes Eleitorais prestem as informações, cumpram
Parágrafo único - O Tribunal, por proposta de requisições ou procedam às diligências determinadas
qualquer de seus Juízes, também proverá sobre pelo Tribunal, por seu Presidente, pelo Corregedor ou
a expedição de instruções, sempre que necessá- Relator, se outro não for o prazo previsto em lei ou
rio. neste Regimento.

25
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Art. 194 - São isentos de custas os processos, certidões nos do Tribunal Superior Eleitoral e do Tribunal
e quaisquer outros papéis fornecidos para fins eleito- de Justiça do Estado de São Paulo, na ordem
rais, ressalvadas as exceções legais. indicada.

Art. 195 - As certidões de documentos existentes na Art. 202 - Os feitos autuados e distribuídos até a data
Secreta ria do Tribunal, serão fornecidas mediante re- da entrada em vigor deste Regimento, permanecerão
querimento, e m que o interessado prove seu legítimo nas classes em que se encontram registrados, não sen-
interesse. do aplicável a regra do art. 36.

Art. 196 - É defeso às partes e a seus procuradores em- Art. 203 - Este Regimento entrará em vigor no prazo de
prega rem expressões injuriosas nos escritos apresen- trinta (30) dias contados de sua publicação, revogadas
tados no processo, cabendo ao Relator, de ofício ou a as disposições em contrário.
requerimento do ofendido, mandar riscá-las, oficiando
ao Conselho da Ordem dos Advogados quando lança-
das por Advogados.
02 PORTARIA N. 214/2015
Art. 197 - O Tribunal usará o Diário Oficial do Estado Institui o Código de Ética dos servidores do
de São Paulo - Caderno do Poder Judiciário, para a pu- Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo
blicação de seus atos oficiais, como atas das sessões,
acórdãos, despachos, provimentos, editais, portarias,
CAPÍTULO I
comunicados e instruções eleitorais, entre outros.

Parágrafo único - A retificação de publicação na DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS


Imprensa Oficial, decorrente de incorreções ou Art. 1º Este Código de Ética estabelece os princípios e
omissões, será providenciada pela Secretaria, normas de conduta ética aplicáveis aos servidores em
“ex officio”, ou mediante despacho do Presiden- exercício no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo
te, Corregedor ou do Relator. (TRE-SP), lotados na Secretaria e nos Cartórios Eleito-
Art. 198 - No ano em que se realizarem eleições, o Pre- rais.
sidente solicitará ao Tribunal de Justiça a suspensão § 1º As normas contidas neste Código são com-
de licença-prêmio e férias dos Juízes de Direito que plementares às normas que regulam o serviço
exerçam função eleitoral, a partir da data que julgar público em geral, ao Código de Ética Profissio-
oportuna. nal do Servidor Público Civil do Poder Executi-
Art. 199 - As gratificações a que fazem jus os Juízes do vo Federal, aprovado pelo Decreto 1.171, de 22
Tribunal e o Procurador Regional serão devidas por de junho de 1994, e às resoluções expedidas pela
sessão a que efetivamente comparecerem, não caben- Comissão de Ética Pública, sem prejuízo de ou-
do a sua percepção por motivo de férias ou licença de tras legislações vigentes.
qualquer natureza, salvo o disposto no art. 74 deste § 2º Consideram-se servidores do TRE-SP, para
Regimento. os efeitos de aplicação deste Código, servidores
Art. 200 - Qualquer Juiz do Tribunal poderá apresen- ocupantes de cargo efetivo do quadro de pessoal
tar emendas ou sugerir alterações a este Regimento, do TRE-SP, ocupantes de cargo em comissão ou
mediante proposta por escrito, que será distribuída ao função comissionada, removidos, cedidos, re-
Presidente, o qual encaminhará proposta para ser vo- quisitados e, no que lhes couber, todos aqueles
tada em sessão previamente designada para esse fim, que, por força de lei ou qualquer outro ato jurí-
com a presença de todos os integrantes do Tribunal. dico, prestem serviço de natureza permanente,
temporária ou excepcional, vinculados direta
§ 1º - Ficará a critério da Presidência a consti- ou indiretamente a este Tribunal.
tuição de uma Comissão, formada por três (3)
Membros do Tribunal, presidida pelo Vice-Pre- Art. 2º Este Código tem por objetivo:
sidente, que se manifestará sobre a proposta em I – tornar explícitos os princípios e normas do
prazo não superior a trinta (30) dias, oficiando comportamento ético esperado dos servidores
um de seus Membros como Relator. no TRE-SP, fornecendo parâmetros para que a
§ 2º - A emenda ou reforma do Regimento ne- sociedade possa aferir a integridade e a lisura
cessita, para sua aprovação, do assentimento da das ações e do processo decisório adotados no
maioria dos Juízes do Tribunal. Tribunal para o cumprimento de seus objetivos
institucionais;
Art. 201 - As dúvidas suscitadas na aplicação deste Re-
gimento serão encaminhadas pelo Presidente à deci- II – reduzir a subjetividade das interpretações
são do Tribunal. pessoais sobre os princípios e normas éticos
adotados no Tribunal, facilitando a compatibi-
Parágrafo único - Nos casos omissos, serão apli- lização dos valores individuais de cada servidor
cados, subsidiariamente, os Regimentos Inter- com os valores da instituição;

26
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Legislação e Documentos Específicos

III - apresentar situações que possam auxiliar X - a integridade;


o servidor no TRE-SP na execução de ações e
tomada de decisões, quando diante de dilemas XI – o respeito como base de todos os relaciona-
éticos que possam se apresentar; mentos;

IV - contribuir para transformar a visão, a mis- XII - a neutralidade político-partidária, religiosa


são, os objetivos e os valores institucionais do e ideológica;
Tribunal em atitudes, comportamentos, regras XIII - o sigilo profissional;
de atuação e práticas organizacionais, orienta-
dos segundo elevado padrão de conduta ético XIV - a competência e o desenvolvimento pro-
profissional, a fim de intensificar o respeito e a fissional.
legitimação da sociedade quanto à atuação do
Parágrafo único. Salvo os casos previstos em lei,
TRE-SP;
a publicidade dos atos administrativos constitui
V – oferecer subsídios que consolidem o am- requisito de eficácia e moralidade, ensejando
biente de segurança da organização, visando a sua omissão comprometimento ético.
proteger os servidores do TRE-SP de exposições
CAPÍTULO III DOS DIREITOS, DEVERES E
desnecessárias e acusações infundadas;
VEDAÇÕES
VI – preservar a imagem e a reputação do servi-
SEÇÃO I DOS DIREITOS
dor do TRE-SP, quando sua conduta estiver de
acordo com as normas éticas estabelecidas neste Art. 4º É direito de todo servidor do TRE-SP:
Código;
I – trabalhar em ambiente organizado, limpo e
VII – fortalecer o caráter ético coletivo do corpo adequado, que preserve sua integridade física,
funcional do TRE-SP; moral e psicológica e o equilíbrio entre a vida
profissional e familiar;
VIII – favorecer o controle social inerente ao re-
gime democrático; II – ser tratado com equidade no ambiente de
trabalho, nos sistemas de avaliação e reconhe-
IX – oferecer, por intermédio da Comissão de cimento de desempenho individual, remunera-
Ética, criada com o objetivo de implementar e ção e desenvolvimento na carreira, bem como
gerir o presente Código, uma instância de con- ter acesso às informações a eles inerentes;
sulta, visando a esclarecer dúvidas acerca da
conformidade da conduta do servidor com os III – participar das atividades de capacitação e
princípios e normas nele tratados. treinamento necessárias ao seu desenvolvimen-
to profissional;
CAPÍTULO II
IV – estabelecer interlocução livre com colegas
DOS PRINCÍPIOS E VALORES FUNDAMENTAIS e superiores, podendo expor ideias, pensamen-
tos e opiniões, respeitando os posicionamentos
Art. 3º São princípios e valores fundamentais a serem divergentes;
observados pelos servidores do TRE-SP:
V – ter respeitado o sigilo das informações de or-
I – o interesse público, a preservação e a defesa dem pessoal, que somente a ele digam respeito,
do patrimônio público; inclusive médicas, ficando restritas ao próprio
servidor e ao pessoal responsável pela guarda,
II – a legalidade, a impessoalidade, a imparciali- manutenção e tratamento dessas informações; e
dade e a moralidade;
VI – ser cientificado, previamente, sobre a exo-
III - a honestidade, a dignidade, o respeito e o neração de cargo em comissão ou dispensa de
decoro; função comissionada, bem como de alteração de
IV – o compromisso com a verdade, ainda que sua lotação.
contrária à pessoa interessada ou à Administra- SEÇÃO II
ção Pública;
DOS DEVERES
V – a lealdade com a Instituição;
Art. 5º São deveres do servidor do TRE-SP, sem pre-
VI- a qualidade, a eficiência e a equidade dos juízo da observância das demais obrigações legais e
serviços prestados; regulamentares:
VII - a gestão democrática; I - conhecer a visão, a missão e os valores insti-
VIII – a transparência; tucionais, interagindo com a política de gestão
estratégica do Tribunal, tendo por fim atender
IX - a responsabilidade ambiental e social; ao interesse público;

27
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

II - resguardar, em sua conduta pessoal, a inte- nal e que possam contribuir para a eficiência dos
gridade, a honra e a dignidade de sua função trabalhos realizados pelos demais servidores;
pública, agindo em harmonia com os deveres
éticos assumidos neste Código e com os valores XIII - assumir clara e objetivamente a responsa-
institucionais; bilidade pessoal pela execução do seu trabalho
e pelos pareceres e opiniões emitidos;
III – desempenhar, com zelo e eficácia, as atri-
buições do cargo ou função que exerça; XIV - respeitar a autoria de iniciativas, trabalhos
ou soluções de problemas apresentados por co-
IV – proceder com honestidade, retidão, pro- legas, ou chefias anteriores, conferindo-lhes os
bidade e tempestividade, escolhendo sempre, respectivos créditos;
quando estiver diante de mais de uma opção le-
gal, a que melhor se coadunar com a ética e com XV - manter sob sigilo dados e informações de
o interesse público; natureza confidencial obtidos no exercício de
suas atividades ou, ainda, de natureza pessoal
V - tratar autoridades, colegas de trabalho, su- de colegas e subordinados que só a eles digam
periores, subordinados e demais pessoas com respeito, às quais, porventura, tenha acesso em
quem se relacionar em função do trabalho, com decorrência do exercício profissional, informan-
urbanidade, cortesia, respeito, educação e con- do à chefia imediata ou à Comissão de Ética
sideração, abstendo-se de atos que caracterizem quando tomar conhecimento de que assuntos
intimidação, hostilidade, ameaça ou assédio sigilosos estejam ou venham a ser revelados;
moral ou sexual;
XVI – manter a neutralidade político-partidária,
VI – tratar os usuários do serviço público com
religiosa e ideológica no exercício de suas funções;
cortesia, urbanidade, disponibilidade e atenção,
respeitando a condição e as limitações de cada XVII - observar, no exercício de seus misteres, a
qual, sem qualquer espécie de preconceito ou responsabilidade social e ambiental, no primei-
distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, ida- ro caso, privilegiando, no ambiente de trabalho,
de, religião, orientação sexual, condição física a adoção de práticas que favoreçam a inclusão
especial, cunho político e posição social, absten- social e, no segundo, de práticas que combatam
do-se, dessa forma, de causar-lhes dano moral; o desperdício de recursos naturais e materiais e
VII – representar contra comprometimento in- evitem danos ao meio ambiente;
devido da estrutura da Administração Pública,
XVIII - acompanhar e indicar à unidade com-
independentemente da hierarquia a que esteja
petente as situações de risco nos ambientes e
subordinado;
nos processos de trabalho, apresentar sugestões
VIII – resistir a pressões de superiores hierár- para melhorias e atender às recomendações re-
quicos, de contratantes e de outros que visem lacionadas à segurança individual e coletiva;
à obtenção de favores, benesses ou vantagens
indevidas em decorrência de ações ou omissões XIX - apresentar-se de forma condizente com a
imorais, ilegais ou antiéticas, e denunciá-las; instituição, portando vestimentas adequadas ao
exercício do cargo ou função e evitando o uso de
IX - cumprir as normas relativas à política de se- vestuário e adereços que comprometam a boa
gurança da informação definida pelo Tribunal, apresentação pessoal, a imagem institucional
zelando pela proteção das senhas de acesso e ou a neutralidade profissional, observando as
pela utilização adequada dos recursos tecnoló- normas estabelecidas sobre uso de uniforme ou
gicos; equipamentos de proteção individual (EPI); e

X - zelar pela economia, guarda e conservação XX – declarar seu impedimento ou suspeição


dos recursos materiais e tecnológicos, utilizan- nas situações que possam afetar o desempenho
do-os unicamente para os trabalhos de interesse de suas funções com independência e imparcia-
do Tribunal; lidade.

XI – empenhar-se em seu desenvolvimento pro- SEÇÃO III


fissional, mantendo-se atualizado quanto aos
novos métodos, técnicas e normas aplicáveis à DAS VEDAÇÕES
sua área de atuação e com a legislação, instru-
ções e normas de serviço editadas no âmbito do Art. 6º É vedado ao servidor do TRE-SP, sem prejuízo
TRE-SP; da observância das demais proibições legais e regula-
mentares:
XII - disseminar no ambiente de trabalho infor-
mações e conhecimentos obtidos em razão de I – exercer a advocacia, de forma direta ou me-
ações de capacitação ou de exercício profissio- diante a prestação de auxílio;

28
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Legislação e Documentos Específicos

II – prestar consultoria técnica ou qualquer tipo XIV – deixar, injustificadamente, qualquer pes-
de serviço a partidos políticos, candidatos ou a soa à espera de solução na unidade em que exer-
qualquer pessoa física ou jurídica, ligada dire- ça suas funções, permitindo a formação de lon-
ta ou indiretamente ao processo eleitoral, bem gas filas, ou outra espécie de atraso na prestação
como a empresas licitantes ou que prestem ser- do serviço;
viços ao TRESP;
XV – ausentar-se injustificadamente de seu local
III - exercer advocacia administrativa, exceto de trabalho;
nas hipóteses previstas nos artigos 117, XI e 164,
§ 2º, da Lei 8.112, de 11 de dezembro de 1990; XVI – fazer ou extrair cópias de relatórios ou de
quaisquer outros trabalhos ou documentos, per-
IV – usar cargo ou função, facilidades, amiza- tencentes ao Tribunal, para utilização em fins
des, tempo, posição, influências e informações estranhos aos seus objetivos ou à execução dos
privilegiadas obtidas no âmbito do TRE-SP para trabalhos a seu encargo, sem prévia autorização
favorecimento próprio ou de outrem; da autoridade competente;

V – ser conivente com erro ou infração a este XVII – divulgar ou facilitar a divulgação, por
Código de Ética ou à legislação disciplinar per- qualquer meio, de informações incorretas, inve-
tinente; rídicas ou de caráter sigiloso, obtidas por qual-
quer forma em razão do cargo ou função;
VI – praticar ou compactuar com ato contrário
XVIII – alterar ou deturpar, por qualquer forma,
à ética e ao interesse público, por ação ou omis-
o exato teor de documentos, informações, cita-
são, direta ou indiretamente, mesmo observan-
ção de obra, lei, decisão judicial ou do próprio
do as formalidades legais e não cometendo vio-
Tribunal;
lação expressa à lei;
XIX – utilizar sistemas e canais de comunicação
VII – usar de artifícios para procrastinar ou di-
do Tribunal para a propagação e divulgação de
ficultar o exercício regular de direito por qual- trotes, boatos, pornografia, propaganda comer-
quer pessoa; cial, religiosa ou político-partidária;
VIII – desviar servidor, colaborador, prestador XX– apoiar ou filiar-se a instituição que atente
de serviço ou estagiário para atendimento a in- contra a moral, a honestidade ou a dignidade da
teresse particular; pessoa humana;
IX - adotar qualquer conduta que interfira no XXI – manifestar-se em nome do Tribunal, quan-
desempenho do trabalho ou que crie ambiente do não autorizado e habilitado para tal, nos ter-
hostil, ofensivo ou de intimidação, tais como mos da política interna de comunicação social;
ações tendenciosas geradas por simpatias, anti-
patias ou interesses de ordem pessoal, sobretu- XXII - apresentar-se embriagado ou sob efeito
do e especialmente o assédio sexual ou moral, de quaisquer drogas ilegais no ambiente de tra-
no sentido de desqualificar outros, por meio balho ou, fora dele, em situações que compro-
de palavras, gestos ou atitudes que ofendam a metam a imagem pessoal e, por via reflexa, a
autoestima, a segurança, o profissionalismo e a institucional;
imagem;
XXIII - comercializar bens e serviços nas depen-
X - discriminar colegas de trabalho, superiores, dências do TRE-SP;
subordinados e demais pessoas com que se re- XXIV – manter sob subordinação hierárquica,
lacionar em função do trabalho, em razão de em cargo em comissão ou função comissionada,
preconceito ou distinção de raça, sexo, orienta- cônjuge, companheiro ou parente em linha reta,
ção sexual, nacionalidade, cor, idade, religião, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau,
posição social ou quaisquer outras formas de inclusive;
discriminação;
XXV – receber salário ou qualquer outra remu-
XI – prejudicar deliberadamente a reputação de neração de fonte privada que esteja em desacor-
outros servidores ou de cidadãos, bem como do com a lei;
persegui-los ou submetê-los a situação humi-
lhante; XXVI – solicitar, sugerir, provocar ou receber,
para si ou para outrem, transporte, hospeda-
XII – atribuir a outrem erro próprio; gem, desconto, favores ou qualquer tipo de aju-
da financeira, gratificação, comissão, doação,
XIII – apresentar como de sua autoria ideias ou presentes ou vantagens de qualquer natureza,
trabalhos de outrem; de pessoa física ou jurídica interessada na ativi-

29
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

dade do servidor, de forma a permitir situação Art. 7º Os servidores nomeados para o exercício de
que possa gerar dúvida sobre sua probidade ou cargos em comissão de direção e chefia ou designados
honorabilidade. para funções comissionadas de natureza gerencial obe-
decerão a regras específicas, além das demais normas
§ 1º Não se consideram presentes para os fins do constantes deste Código. Parágrafo único. Conside-
inciso XXVI do art. 6º deste código:
ram-se funções comissionadas de natureza gerencial
I – brindes que não tenham valor comercial; aquelas em que haja vínculo de subordinação e poder
de decisão, especificados em regulamento.
II – brindes distribuídos por entidades de
qualquer natureza a título de cortesia, pro- Art. 8º É dever dos servidores ocupantes de cargos em
paganda, divulgação habitual ou por ocasião comissão de direção e chefia ou de funções de nature-
de eventos especiais ou datas comemorati- za gerencial:
vas, desde que não ultrapassem ao corres-
pondente a cinco por cento do vencimento I – demonstrar o compromisso com a ética, de
básico do cargo de técnico judiciário, classe forma clara e inequívoca, devendo ser vistos
A, padrão I; como exemplo de moralidade e profissionalis-
mo;
III – prêmio em dinheiro ou bens concedido
ao servidor por entidade acadêmica, cientí- II – buscar meios de propiciar ambiente de tra-
fica ou cultural, em reconhecimento por sua balho harmonioso, cooperativo, participativo e
contribuição de caráter intelectual; livre de concessões que possam ser vistas como
obrigação ou compromisso pessoal, principal-
IV – prêmio concedido em razão de concurso mente se advindos das relações entre chefes e
de acesso público a trabalho de natureza aca-
subordinado;
dêmica, científica, tecnológica ou cultural;
III – incentivar o constante aperfeiçoamento dos
V – bolsa de estudos vinculada ao aperfei-
servidores em exercício na unidade.
çoamento profissional ou técnico do ser-
vidor, desde que o patrocinador não tenha
Art. 9º Na ausência de lei sobre prazo diverso, será de
interesse em decisão que possa ser tomada
seis meses, contados da exoneração, o período de in-
pelo servidor, em razão do cargo ou função
terdição para atividade incompatível com o cargo em
que exerce.
comissão de direção ou chefia anteriormente exercido,
§ 2º Nos casos em que o presente não possa, obrigando-se o servidor a observar, nesse prazo, as se-
por qualquer razão, ser recusado ou devolvido guintes regras:
sem ônus para o servidor, este deve comunicar
o fato por escrito à autoridade superior, que se I – não prestar, direta ou indiretamente, qual-
pronunciará quanto a uma das seguintes desti- quer tipo de serviço a pessoa física ou jurídica
nações: com quem tenha estabelecido relacionamento
relevante em razão do exercício do cargo;
I – incorporação ao patrimônio do TRE-SP;
II – não aceitar cargo de administrador ou con-
II – doação para entidade assistencial ou fi- selheiro ou estabelecer vínculo profissional com
lantrópica reconhecida como de utilidade pessoa física ou jurídica que desempenhe ativi-
pública, desde que, tratando-se de bem não dade relacionada à área de competência do car-
perecível, se comprometa a aplicar o bem ou go ocupado;
o produto da sua alienação em suas ativida-
des fim; ou III - não celebrar com órgãos ou entidades do
Poder Judiciário federal contratos de serviço,
III – destruição, de acordo com as normas es- consultoria, assessoramento ou atividades simi-
tabelecidas sobre o assunto. lares, vinculados, ainda que indiretamente, ao
TRE-SP;
§ 3º O servidor pode aceitar convites para even-
tos sociais ou esportivos, por razão institucio- IV – não intervir, direta ou indiretamente, em
nal, quando o exercício da função pública reco- favor de interesse privado perante o TRE-SP ou
mendar a sua presença. outro órgão ou entidade o qual tenha estabeleci-
do relacionamento relevante em razão do exer-
SEÇÃO IV cício do cargo.

DAS REGRAS ESPECÍFICAS PARA OS CAPÍTULO IV


OCUPANTES DE CARGOS EM COMISSÃO
DE DIREÇÃO E CHEFIA OU DE FUNÇÕES DE DAS CONDUTAS ÉTICAS EM SITUAÇÕES
NATUREZA GERENCIAL DIVERSAS

30
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Legislação e Documentos Específicos

SEÇÃO I Art. 12. Nas comunicações oficiais com os cidadãos,


inclusive as disponibilizadas em mídia eletrônica ou
DA CONDUTA NO RELACIONAMENTO COM na Internet, o servidor do TRE-SP deve expressar-se de
PÚBLICOS DIVERSOS maneira clara e assertiva, utilizando linguagem apro-
priada ao contexto, de modo a facilitar a compreensão
Art. 10. A conduta dos servidores no TRE-SP, no to- e respeitar o direito do cidadão à informação.
cante aos diversos segmentos com os quais mantêm
contato, deve observar, em especial, as seguintes SEÇÃO IV
orientações:
DA CONDUTA NAS CONTRATAÇÕES DE BENS
I – sociedade em geral: conhecer e respeitar os
E SERVIÇOS
valores, as necessidades e as boas práticas da
comunidade, contribuindo para a preservação Art. 13. Nos processos de contratação de terceiros,
do meio ambiente, valorização do patrimônio os servidores do TRE-SP devem atuar com isonomia,
histórico-cultural e a construção e consolidação cumprindo as normas sem favorecer ou prejudicar
de uma consciência cidadã; qualquer concorrente, de tal forma que nenhum pro-
cedimento ou atitude possa ser interpretado como ten-
II – autoridades públicas, inclusive de outros
dencioso, colocando sob suspeição decisão ou adjudi-
países: atuar de forma cooperativa e profissio- cação de contrato.
nal, respeitando-se as regras protocolares, quan-
do houver, e as respectivas hierarquias e compe- Art. 14. É vedado que preferências ou outros interes-
tências, posicionando-se de forma técnica, clara ses de ordem pessoal interfiram, ou possam parecer
e equilibrada, zelando pelas prerrogativas a que interferir, na fiscalização ao cumprimento de prazos e
tem direito o cargo, sem que isso possa ser ca- acordos de níveis de serviços, na adoção de medidas
racterizado e interpretado como autoritarismo, corretivas e na aplicação das sanções contratuais pre-
arrogância, ou qualquer atitude de intolerância vistas.
que estimule a animosidade e frustre o objetivo
do encontro ou o sucesso da operação; Art. 15. Ainda que haja interesse do TRE-SP em co-
nhecer e inspecionar in loco instalações, processos de
III – imprensa: somente falar quando regular- fabricação ou produtos, não se deve aceitar qualquer
mente autorizado, observando-se as normas tipo de cortesia, transporte ou hospedagem de empre-
que disciplinam o tema no TRE-SP, envidando sa que possa participar de processo licitatório ou outra
esforços para não gerar crises públicas advindas forma de aquisição de bens e serviços, exceto quando
de manifestações junto aos órgãos de imprensa; legalmente previsto.

IV - fornecedores: atuar com profissionalismo, SEÇÃO V


impessoalidade, transparência e imparcialida-
de, observando os aspectos legais e contratuais DA CONDUTA NAS AUDITORIAS E INSPEÇÕES
envolvidos, a fim de não se colocar em situações
que possam ser alvo de acusações de práticas Art. 16. Nas auditorias e inspeções, o servidor do TRE
desleais ou ilegais. -SP deve relacionar-se de forma objetiva e técnica, com
cordialidade e clareza, mantendo conduta moderada
SEÇÃO II e a independência profissional, aplicando a legislação
em vigor, em todos os seus termos, sem deixar-se inti-
DA CONDUTA NO ATENDIMENTO AO midar por tentativas de tráfico de influência de qual-
PÚBLICO quer ordem.

Art. 11. O atendimento ao público deve ser realizado Art. 17. As auditorias e inspeções devem ser realiza-
com agilidade, presteza e cordialidade, fornecendo-se das, preferencialmente, em equipe, observando-se as
as orientações solicitadas, certificando-se de que os es- normas estabelecidas sobre o assunto.
clarecimentos foram compreendidos e o atendimento
SEÇÃO VI
foi conclusivo.
DA CONDUTA EM AUDIÊNCIAS
Parágrafo único. Caso o assunto não seja de
competência do servidor, o cidadão que buscar Art. 18. Quando da concessão de audiências ou por
os serviços do TRE-SP deve ser encaminhado à ocasião de reuniões com particulares, o servidor deve,
área responsável pelo assunto para atendimen- preferencialmente, fazer-se acompanhar de pelo me-
to conclusivo. nos um outro servidor público.

SEÇÃO III § 1º Entende-se como particular todo aquele


que, mesmo ocupante de cargo ou função públi-
DA CONDUTA NA COMUNICAÇÃO OFICIAL ca, solicite audiência para tratar de assunto de
COM OS CIDADÃOS seu próprio interesse ou de terceiros.

31
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

§ 2º É recomendável que as solicitações de au- a cobertura, pelo promotor ou patrocinador do even-


diências sejam formalizadas por escrito, po- to, de despesas decorrentes da participação do servi-
dendo ser apresentadas por meio eletrônico, dor indicado pelo TRE-SP, exceto quando se tratar de
discriminando-se identificação do requerente, evento promovido ou patrocinado por:
prováveis participantes, objetivo da reunião e
sugestão de data. a) órgãos e entidades da administração pública;

§ 3º O servidor do TRE-SP deve zelar para que b) organismo internacional do qual o Brasil faça
seja mantido, na unidade administrativa, regis- parte;
tro específico das audiências, com a relação das
pessoas presentes e dos assuntos tratados. c) governo estrangeiro e suas instituições;

§ 4º As audiências devem ocorrer no local de d) serviços sociais autônomos (Sistema S);


trabalho e no horário de expediente.
e) entidades integrantes de consórcios e convê-
SEÇÃO VII nios dos quais o TRE-SP faça parte;

DA CONDUTA NA PARTICIPAÇÃO EM f) instituição acadêmica, científica ou cultural


REUNIÕES EXTERNAS ou similares sem fins lucrativos;

Art. 19. É dever do servidor reportar ao superior ime- g) empresa, entidade ou associação de classe
diato, por escrito, as reuniões, eventos e encontros ex- que não tenha interesse em decisão de caráter
ternos dos quais participou na qualidade de represen- individual ou coletivo da qual participe o servi-
tante do TRE-SP. dor indicado;

SEÇÃO VIII h) pessoa física ou jurídica obrigada por contra-


to previamente assinado perante a instituição.
DA CONDUTA NA PARTICIPAÇÃO EM
ATIVIDADES EXTERNAS Art. 22. Quando a participação do servidor em ativi-
dades externas for de interesse pessoal é permitida a
Art. 20. A participação do servidor do TRE-SP em ati- cobertura, pelo promotor ou patrocinador do evento,
vidades externas, tais como seminários, congressos, de despesas decorrentes da participação do servidor
palestras e eventos semelhantes, no Brasil ou no exte- do TRE-SP, desde que o promotor ou patrocinador do
rior, deve seguir as normas de prévia autorização esta- evento não tenha interesse em decisão de caráter indi-
belecidas para o assunto. vidual ou coletiva da qual participe o servidor, e desde
que não suscite qualquer outra forma de conflito de
§ 1º Em hipótese alguma a participação em ati- interesses.
vidades externas poderá suscitar conflito de in-
teresses. SEÇÃO IX

§ 2º As atividades externas de interesse pessoal DA CONDUTA NA PARTICIPAÇÃO EM REDES


não poderão ser exercidas em prejuízo das ativi- SOCIAIS
dades normais inerentes ao cargo.
Art. 23. Sem prejuízo do pensamento crítico e da li-
§ 3º Para efeito deste código entende-se por par- berdade de expressão, o servidor não deve realizar ou
ticipação ativa em eventos a atuação do servidor provocar exposições nas redes sociais e em mídias al-
no TRE-SP na qualidade de professor, instrutor, ternativas que comprometam ou possam resultar em
palestrante, conferencista, expositor, modera- dano à reputação do TRE-SP e de seus servidores.
dor ou similares.
CAPÍTULO V
§ 4º Quando a participação em eventos for de
interesse pessoal e enquadrada como ativa, é DA COMISSÃO PERMANENTE DE ÉTICA DO
responsabilidade do servidor no TRE-SP evitar TRE-SP
a veiculação do nome do TRE-SP e da identifica-
ção do cargo em propaganda ou outra forma de SEÇÃO I
divulgação do evento.
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
§ 5º Independe de prévia autorização a partici-
pação em eventos de interesse pessoal, não en- Art. 24. Será criada a Comissão Permanente de Ética
quadrada na condição de ativa, desde que fora do TRE-SP, com natureza consultiva, composta por
do horário de expediente. três servidores estáveis, e respectivos suplentes, sendo
que um deles deverá ser titular de cargo de Analista
Art. 21. Quando a participação do servidor em ativi- Judiciário e preferencialmente ocupante de Cargo em
dades externas for de interesse institucional, é vedada Comissão, a quem caberá a Presidência da Comissão.

32
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Legislação e Documentos Específicos

Art. 25. Os membros e suplentes da Comissão serão e aplicação deste Código e deliberar sobre os ca-
designados pelo Presidente do Tribunal, para manda- sos omissos, bem como, se entender necessário,
to de um ano, contado ininterruptamente em qualquer fazer recomendações ou sugerir ao Presidente
caso, sendo permitida apenas uma recondução. do Tribunal normas complementares, interpre-
tativas e orientadoras das suas disposições;
Parágrafo único. Os membros e suplentes da
Comissão não poderão ser designados simulta- IV – receber propostas e sugestões para o apri-
neamente para compor Comissão de Sindicân- moramento e modernização deste Código e pro-
cia ou Processo Administrativo Disciplinar. por a elaboração ou a adequação de normativos
internos aos seus preceitos;
Art. 26. Ficará suspenso da Comissão, até a conclusão
do processo, o membro que vier a ser indiciado penal V – apresentar relatório anual das atividades da
ou administrativamente ou transgredir a qualquer dos Comissão; e
preceitos deste Código.
VI – solicitar informações a respeito de matérias
Parágrafo único. Caso o servidor venha a ser submetidas à sua apreciação.
responsabilizado, será automaticamente excluí-
do da Comissão. Parágrafo único. A apuração de quaisquer irre-
gularidades que possam configurar violação aos
Art. 27. Quando o assunto a ser apreciado envolver preceitos deste código será realizada pelas Co-
cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou missões Permanentes de Sindicância ou de Pro-
afim, em linha reta ou, na colateral, até o terceiro grau, cesso Administrativo Disciplinar do TRE-SP, a
inclusive, de integrante da Comissão, este ficará impe- critério da autoridade competente.
dido de participar do processo.
CAPÍTULO VI
Art. 28. Os integrantes da Comissão desempenharão
suas atribuições sem prejuízo daquelas inerentes a DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
seus cargos efetivos, cargos em comissão ou funções
comissionadas. Art. 32. Todo ato de posse em cargo efetivo deverá ser
acompanhado da prestação de compromisso de aca-
Parágrafo único. Não haverá remuneração pelos tamento e observância das regras estabelecidas pelo
trabalhos desenvolvidos na Comissão, os quais Código de Ética do TRE-SP.
serão considerados prestação de relevante ser-
viço público e constarão na ficha funcional do § 1º O servidor nomeado para cargo em comis-
servidor. são ou designado para ocupar função comissio-
nada assinará declaração sobre a observância
Art. 29. Havendo necessidade, o Presidente do Tri- dessas regras.
bunal autorizará a dedicação integral e exclusiva dos
integrantes da Comissão, os quais poderão ser substi- § 2º Este Código de Ética integrará o Conteúdo
tuídos nos termos do art. 38 da Lei n. 8.112, de 1990. Programático do Edital de Concurso Público
para provimento de cargos no TRE-SP.
Art. 30. Eventuais conflitos de interesse que possam
surgir em função do exercício das atividades profissio- § 3º O Programa Permanente de Capacitação
nais dos integrantes da Comissão deverão ser informa- e Desenvolvimento dos Servidores do TRE-SP
dos aos demais membros. contemplará Programa Permanente de Cons-
cientização Ético-Profissional do Servidor Pú-
SEÇÃO II
blico, tendo por objetivo promover atividades
DAS COMPETÊNCIAS que permitam o exercício consciente das fun-
ções a que o servidor está submetido e, conse-
Art. 31. Compete à Comissão Permanente de Ética do quentemente, a valorização da função pública.
TRE-SP:
Art. 33. Este Código integrará todos os contratos de es-
I – elaborar plano de trabalho específico, envol- tágio e de prestação de serviços, de forma a assegurar
vendo, se for o caso, unidades do Tribunal, ob- o alinhamento de condutas destes agentes, durante a
jetivando criar eficiente sistema de informação, prestação contratual.
educação, acompanhamento e avaliação de re-
sultados da gestão de ética no Tribunal; Art. 34. Em caso de dúvida sobre a aplicação deste Có-
digo e situações que possam configurar desvio ético, o
II – propor a organização de cursos, manuais, servidor pode oficializar consulta à Comissão Perma-
cartilhas, palestras, seminários e outras ações de nente de Ética do TRE-SP.
treinamento e disseminação deste Código;
Art. 35. Os casos omissos serão submetidos ao Presi-
III – dirimir dúvidas a respeito da interpretação dente pela Comissão Permanente de Ética do TRE-SP.

33
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Art. 3o Para fins de aplicação desta Lei, consideram-


03 LEI Nº 13.146/15 se:
Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
I - acessibilidade: possibilidade e condição de
Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência).
alcance para utilização, com segurança e auto-
nomia, de espaços, mobiliários, equipamentos
LIVRO I urbanos, edificações, transportes, informação e
comunicação, inclusive seus sistemas e tecnolo-
PARTE GERAL gias, bem como de outros serviços e instalações
abertos ao público, de uso público ou privados
TÍTULO I de uso coletivo, tanto na zona urbana como na
rural, por pessoa com deficiência ou com mobi-
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES lidade reduzida;

CAPÍTULO I II - desenho universal: concepção de produtos,


ambientes, programas e serviços a serem usa-
DISPOSIÇÕES GERAIS dos por todas as pessoas, sem necessidade de
adaptação ou de projeto específico, incluindo os
Art. 1o É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pes- recursos de tecnologia assistiva;
soa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiên-
III - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produ-
cia), destinada a assegurar e a promover, em condições
tos, equipamentos, dispositivos, recursos, meto-
de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades
dologias, estratégias, práticas e serviços que ob-
fundamentais por pessoa com deficiência, visando à
jetivem promover a funcionalidade, relacionada
sua inclusão social e cidadania.
à atividade e à participação da pessoa com de-
Parágrafo único. Esta Lei tem como base a Con- ficiência ou com mobilidade reduzida, visando
venção sobre os Direitos das Pessoas com Defi- à sua autonomia, independência, qualidade de
ciência e seu Protocolo Facultativo, ratificados vida e inclusão social;
pelo Congresso Nacional por meio do Decreto IV - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, ati-
Legislativo no 186, de 9 de julho de 2008, em tude ou comportamento que limite ou impeça a
conformidade com o procedimento previsto participação social da pessoa, bem como o gozo,
no § 3o do art. 5o da Constituição da República a fruição e o exercício de seus direitos à acessi-
Federativa do Brasil, em vigor para o Brasil, no bilidade, à liberdade de movimento e de expres-
plano jurídico externo, desde 31 de agosto de são, à comunicação, ao acesso à informação, à
2008, e promulgados pelo Decreto no6.949, de compreensão, à circulação com segurança, entre
25 de agosto de 2009, data de início de sua vi- outros, classificadas em:
gência no plano interno.
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas
Art. 2o Considera-se pessoa com deficiência aquela vias e nos espaços públicos e privados aber-
que tem impedimento de longo prazo de natureza físi- tos ao público ou de uso coletivo;
ca, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em intera- b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos
ção com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua par- edifícios públicos e privados;
ticipação plena e efetiva na sociedade em igualdade de
condições com as demais pessoas. c) barreiras nos transportes: as existentes nos
sistemas e meios de transportes;
§ 1o A avaliação da deficiência, quando neces-
sária, será biopsicossocial, realizada por equipe d) barreiras nas comunicações e na informa-
multiprofissional e interdisciplinar e considera- ção: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou
comportamento que dificulte ou impossibi-
rá:
lite a expressão ou o recebimento de men-
I - os impedimentos nas funções e nas estru- sagens e de informações por intermédio de
turas do corpo; sistemas de comunicação e de tecnologia da
informação;
II - os fatores socioambientais, psicológicos
e pessoais; e) barreiras atitudinais: atitudes ou compor-
tamentos que impeçam ou prejudiquem a
III - a limitação no desempenho de ativida- participação social da pessoa com deficiência
des; e em igualdade de condições e oportunidades
com as demais pessoas;
IV - a restrição de participação.
f) barreiras tecnológicas: as que dificultam
§ 2o O Poder Executivo criará instrumentos ou impedem o acesso da pessoa com defi-
para avaliação da deficiência. ciência às tecnologias;

34
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Legislação e Documentos Específicos

V - comunicação: forma de interação dos cida- XI - moradia para a vida independente da pes-
dãos que abrange, entre outras opções, as lín- soa com deficiência: moradia com estruturas
guas, inclusive a Língua Brasileira de Sinais adequadas capazes de proporcionar serviços de
(Libras), a visualização de textos, o Braille, o apoio coletivos e individualizados que respei-
sistema de sinalização ou de comunicação tátil, tem e ampliem o grau de autonomia de jovens e
os caracteres ampliados, os dispositivos multi- adultos com deficiência;
mídia, assim como a linguagem simples, escrita
e oral, os sistemas auditivos e os meios de voz XII - atendente pessoal: pessoa, membro ou não
digitalizados e os modos, meios e formatos au- da família, que, com ou sem remuneração, as-
mentativos e alternativos de comunicação, in- siste ou presta cuidados básicos e essenciais à
cluindo as tecnologias da informação e das co- pessoa com deficiência no exercício de suas ati-
municações; vidades diárias, excluídas as técnicas ou os pro-
cedimentos identificados com profissões legal-
VI - adaptações razoáveis: adaptações, modi- mente estabelecidas;
ficações e ajustes necessários e adequados que
não acarretem ônus desproporcional e indevi- XIII - profissional de apoio escolar: pessoa que
do, quando requeridos em cada caso, a fim de exerce atividades de alimentação, higiene e lo-
assegurar que a pessoa com deficiência possa comoção do estudante com deficiência e atua
gozar ou exercer, em igualdade de condições e em todas as atividades escolares nas quais se
fizer necessária, em todos os níveis e modalida-
oportunidades com as demais pessoas, todos os
des de ensino, em instituições públicas e priva-
direitos e liberdades fundamentais;
das, excluídas as técnicas ou os procedimentos
VII - elemento de urbanização: quaisquer com- identificados com profissões legalmente estabe-
ponentes de obras de urbanização, tais como os lecidas;
referentes a pavimentação, saneamento, enca-
XIV - acompanhante: aquele que acompanha a
namento para esgotos, distribuição de energia
pessoa com deficiência, podendo ou não desem-
elétrica e de gás, iluminação pública, serviços
penhar as funções de atendente pessoal.
de comunicação, abastecimento e distribuição
de água, paisagismo e os que materializam as
CAPÍTULO II
indicações do planejamento urbanístico;

VIII - mobiliário urbano: conjunto de objetos DA IGUALDADE E DA NÃO DISCRIMINAÇÃO


existentes nas vias e nos espaços públicos, su-
perpostos ou adicionados aos elementos de ur- Art. 4o Toda pessoa com deficiência tem direito à
banização ou de edificação, de forma que sua igualdade de oportunidades com as demais pessoas e
modificação ou seu traslado não provoque alte- não sofrerá nenhuma espécie de discriminação.
rações substanciais nesses elementos, tais como § 1o Considera-se discriminação em razão da
semáforos, postes de sinalização e similares, ter- deficiência toda forma de distinção, restrição
minais e pontos de acesso coletivo às telecomu- ou exclusão, por ação ou omissão, que tenha o
nicações, fontes de água, lixeiras, toldos, mar- propósito ou o efeito de prejudicar, impedir ou
quises, bancos, quiosques e quaisquer outros de anular o reconhecimento ou o exercício dos di-
natureza análoga; reitos e das liberdades fundamentais de pessoa
com deficiência, incluindo a recusa de adapta-
IX - pessoa com mobilidade reduzida: aquela
ções razoáveis e de fornecimento de tecnologias
que tenha, por qualquer motivo, dificuldade de
assistivas.
movimentação, permanente ou temporária, ge-
rando redução efetiva da mobilidade, da flexi- § 2o A pessoa com deficiência não está obriga-
bilidade, da coordenação motora ou da percep- da à fruição de benefícios decorrentes de ação
ção, incluindo idoso, gestante, lactante, pessoa afirmativa.
com criança de colo e obeso;
Art. 5o A pessoa com deficiência será protegida de
X - residências inclusivas: unidades de oferta do
toda forma de negligência, discriminação, exploração,
Serviço de Acolhimento do Sistema Único de
violência, tortura, crueldade, opressão e tratamento
Assistência Social (Suas) localizadas em áreas
desumano ou degradante.
residenciais da comunidade, com estruturas
adequadas, que possam contar com apoio psi- Parágrafo único. Para os fins da proteção men-
cossocial para o atendimento das necessidades cionada no caput deste artigo, são considerados
da pessoa acolhida, destinadas a jovens e adul- especialmente vulneráveis a criança, o adoles-
tos com deficiência, em situação de dependên- cente, a mulher e o idoso, com deficiência.
cia, que não dispõem de condições de autossus-
tentabilidade e com vínculos familiares fragili- Art. 6o A deficiência não afeta a plena capacidade civil
zados ou rompidos; da pessoa, inclusive para:

35
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

I - casar-se e constituir união estável; tivo de passageiros e garantia de segurança no


embarque e no desembarque;
II - exercer direitos sexuais e reprodutivos;
V - acesso a informações e disponibilização de
III - exercer o direito de decidir sobre o número recursos de comunicação acessíveis;
de filhos e de ter acesso a informações adequa-
das sobre reprodução e planejamento familiar; VI - recebimento de restituição de imposto de
renda;
IV - conservar sua fertilidade, sendo vedada a
esterilização compulsória; VII - tramitação processual e procedimentos
judiciais e administrativos em que for parte ou
V - exercer o direito à família e à convivência interessada, em todos os atos e diligências.
familiar e comunitária; e
§ 1o Os direitos previstos neste artigo são exten-
VI - exercer o direito à guarda, à tutela, à cura- sivos ao acompanhante da pessoa com deficiên-
tela e à adoção, como adotante ou adotando, cia ou ao seu atendente pessoal, exceto quanto
em igualdade de oportunidades com as demais ao disposto nos incisos VI e VII deste artigo.
pessoas.
§ 2o Nos serviços de emergência públicos e
Art. 7o É dever de todos comunicar à autoridade com- privados, a prioridade conferida por esta Lei é
petente qualquer forma de ameaça ou de violação aos condicionada aos protocolos de atendimento
direitos da pessoa com deficiência. médico.

Parágrafo único. Se, no exercício de suas fun- TÍTULO II


ções, os juízes e os tribunais tiverem conheci-
mento de fatos que caracterizem as violações DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
previstas nesta Lei, devem remeter peças ao Mi- APÍTULO VI
nistério Público para as providências cabíveis.
DO DIREITO AO TRABALHO
Art. 8o É dever do Estado, da sociedade e da família
assegurar à pessoa com deficiência, com prioridade, Seção I
a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à
Disposições Gerais
sexualidade, à paternidade e à maternidade, à alimen-
tação, à habitação, à educação, à profissionalização, ao
Art. 34. A pessoa com deficiência tem direito ao traba-
trabalho, à previdência social, à habilitação e à reabi-
lho de sua livre escolha e aceitação, em ambiente aces-
litação, ao transporte, à acessibilidade, à cultura, ao
sível e inclusivo, em igualdade de oportunidades com
desporto, ao turismo, ao lazer, à informação, à comu-
as demais pessoas.
nicação, aos avanços científicos e tecnológicos, à digni-
dade, ao respeito, à liberdade, à convivência familiar e § 1o As pessoas jurídicas de direito público, pri-
comunitária, entre outros decorrentes da Constituição vado ou de qualquer natureza são obrigadas a
Federal, da Convenção sobre os Direitos das Pessoas garantir ambientes de trabalho acessíveis e in-
com Deficiência e seu Protocolo Facultativo e das leis e clusivos.
de outras normas que garantam seu bem-estar pessoal,
social e econômico. § 2o A pessoa com deficiência tem direito, em
igualdade de oportunidades com as demais
Seção Única pessoas, a condições justas e favoráveis de tra-
balho, incluindo igual remuneração por traba-
Do Atendimento Prioritário lho de igual valor.
Art. 9o A pessoa com deficiência tem direito a receber § 3o É vedada restrição ao trabalho da pessoa
atendimento prioritário, sobretudo com a finalidade de: com deficiência e qualquer discriminação em
razão de sua condição, inclusive nas etapas de
I - proteção e socorro em quaisquer circunstân-
recrutamento, seleção, contratação, admissão,
cias;
exames admissional e periódico, permanência
II - atendimento em todas as instituições e servi- no emprego, ascensão profissional e reabilita-
ços de atendimento ao público; ção profissional, bem como exigência de apti-
dão plena.
III - disponibilização de recursos, tanto huma-
nos quanto tecnológicos, que garantam atendi- § 4o A pessoa com deficiência tem direito à
mento em igualdade de condições com as de- participação e ao acesso a cursos, treinamentos,
mais pessoas; educação continuada, planos de carreira, pro-
moções, bonificações e incentivos profissionais
IV - disponibilização de pontos de parada, es- oferecidos pelo empregador, em igualdade de
tações e terminais acessíveis de transporte cole- oportunidades com os demais empregados.

36
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Legislação e Documentos Específicos

§ 5o É garantida aos trabalhadores com defi- dos os níveis e modalidades, em entidades de


ciência acessibilidade em cursos de formação e formação profissional ou diretamente com o
de capacitação. empregador.

Art. 35. É finalidade primordial das políticas públicas § 6o A habilitação profissional pode ocorrer em
de trabalho e emprego promover e garantir condições empresas por meio de prévia formalização do
de acesso e de permanência da pessoa com deficiência contrato de emprego da pessoa com deficiên-
no campo de trabalho. cia, que será considerada para o cumprimento
da reserva de vagas prevista em lei, desde que
Parágrafo único. Os programas de estímulo ao por tempo determinado e concomitante com a
empreendedorismo e ao trabalho autônomo, inclusão profissional na empresa, observado o
incluídos o cooperativismo e o associativismo, disposto em regulamento.
devem prever a participação da pessoa com de-
ficiência e a disponibilização de linhas de crédi- § 7o A habilitação profissional e a reabilitação
to, quando necessárias. profissional atenderão à pessoa com deficiência.

Seção III
Seção II
Da Inclusão da Pessoa com Deficiência no Trabalho
Da Habilitação Profissional e Reabilitação
Profissional Art. 37. Constitui modo de inclusão da pessoa com
deficiência no trabalho a colocação competitiva, em
Art. 36. O poder público deve implementar serviços igualdade de oportunidades com as demais pessoas,
e programas completos de habilitação profissional nos termos da legislação trabalhista e previdenciária,
e de reabilitação profissional para que a pessoa com na qual devem ser atendidas as regras de acessibilida-
deficiência possa ingressar, continuar ou retornar ao de, o fornecimento de recursos de tecnologia assistiva
campo do trabalho, respeitados sua livre escolha, sua e a adaptação razoável no ambiente de trabalho.
vocação e seu interesse.
Parágrafo único. A colocação competitiva da
§ 1o Equipe multidisciplinar indicará, com base pessoa com deficiência pode ocorrer por meio
em critérios previstos no § 1o do art. 2o desta de trabalho com apoio, observadas as seguintes
Lei, programa de habilitação ou de reabilitação diretrizes:
que possibilite à pessoa com deficiência restau-
rar sua capacidade e habilidade profissional ou I - prioridade no atendimento à pessoa com
adquirir novas capacidades e habilidades de deficiência com maior dificuldade de inser-
trabalho. ção no campo de trabalho;

§ 2o A habilitação profissional corresponde ao II - provisão de suportes individualizados


processo destinado a propiciar à pessoa com que atendam a necessidades específicas da
deficiência aquisição de conhecimentos, habi- pessoa com deficiência, inclusive a disponi-
lidades e aptidões para exercício de profissão bilização de recursos de tecnologia assistiva,
ou de ocupação, permitindo nível suficiente de de agente facilitador e de apoio no ambiente
desenvolvimento profissional para ingresso no de trabalho;
campo de trabalho.
III - respeito ao perfil vocacional e ao interes-
§ 3o Os serviços de habilitação profissional, de se da pessoa com deficiência apoiada;
reabilitação profissional e de educação profis-
IV - oferta de aconselhamento e de apoio aos
sional devem ser dotados de recursos necessá-
empregadores, com vistas à definição de es-
rios para atender a toda pessoa com deficiência,
tratégias de inclusão e de superação de bar-
independentemente de sua característica espe-
reiras, inclusive atitudinais;
cífica, a fim de que ela possa ser capacitada para
trabalho que lhe seja adequado e ter perspecti- V - realização de avaliações periódicas;
vas de obtê-lo, de conservá-lo e de nele progre-
dir. VI - articulação intersetorial das políticas pú-
blicas;
§ 4o Os serviços de habilitação profissional,
de reabilitação profissional e de educação pro- VII - possibilidade de participação de orga-
fissional deverão ser oferecidos em ambientes nizações da sociedade civil.
acessíveis e inclusivos.
Art. 38. A entidade contratada para a realização de
§ 5o A habilitação profissional e a reabilitação processo seletivo público ou privado para cargo, fun-
profissional devem ocorrer articuladas com as ção ou emprego está obrigada à observância do dis-
redes públicas e privadas, especialmente de posto nesta Lei e em outras normas de acessibilidade
saúde, de ensino e de assistência social, em to- vigentes.

37
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

I. realizar, pelo menos quadrimestralmen-


04 RESOLUÇÃO TRE/SP - 367/2016 te, Reuniões de Análise da Estratégia (RAE)
Dispõe sobre o Plano Estratégico do Tribunal para:
Regional Eleitoral de São Paulo para o período de 2016
a) acompanhar e avaliar resultados do
a 2021 e dá outras providências.
Plano Estratégico;
Art. 1° Aprovar o Plano Estratégico da Justiça Eleitoral b) sugerir alterações de diretrizes e estra-
de São Paulo para o período de 2016--2021, na forma tégias para alcançar o estabelecido nos
do Anexo I desta Resolução, sintetizado nos seguintes macrodesafios.
componentes:
II. requisitar informações aos responsáveis
I. Missão; pelos projetos estratégicos.
II. Visão; § 2° A presidência do Comitê Gestor da Estraté-
gia- CoGEst será exercida pelo titular da Dire-
III. Valores; toria-Geral, o qual terá as seguintes atribuições:
IV. Macrodesafios; I. presidir as reuniões do comitê;
V. Indicadores; e II. convocar reuniões ordinárias e extraordi-
VI. Iniciativas estratégicas. nárias;

Parágrafo único. Os macrodesafios correspon- III. aprovar e autorizar a divulgação do Re-


dem aos objetivos estratégicos do Tribunal e latório de Desempenho da Estratégia - RDE,
estão alinhados à Estratégia Nacional do Poder cuja elaboração será de responsabilidade da
Judiciário. Assessoria de Planejamento Estratégico e de
Eleições.
Art. 2° O Plano Estratégico poderá ser revisado, sem-
pre que necessário, a fim de contemplar as evoluções Art. 4° A Assessoria de Planejamento Estratégico e de
naturais ocorridas durante o ciclo, antecipar estraté- Eleições, por intermédio do Escritório de Projetos e
gias e alinhar o direcionamento da Instituição às dire- Processos Organizacionais, conduzirá os trabalhos de
trizes nacionais. elaboração, revisão, implementação e monitoramento
do Plano Estratégico.
Art. 3° Fica instituído o Comitê Gestor da Estratégia
- CoGEst, composto pelos titulares das seguintes uni- Art. 5° Os casos omissos serão resolvidos pela Presi-
dades: dência do Tribunal.

I. Diretoria-Geral; Art. 6° Esta Resolução entrará em vigor na data de


sua publicação, com efeitos a partir de 10 de janeiro
II. Assessoria da Corregedoria Regional Eleito- de 2016.
ral;

III. Assessoria Jurídica;

IV. Assessoria de Planejamento Estratégico e de Obs.: A seguir, está anexado o Plano Estratégico.
Eleições;

V. Coordenadoria de Comunicação Social; RASCUNHO


VI. Secretaria de Administração de Material;

VII. Secretaria de Controle Interno;

VIII. Secretaria de Gestão de Pessoas;

IX. Secretaria de Gestão de Serviços;

X. Secretaria Judiciária;

XI. Secretaria de Orç ~s;

XII. Secretaria de Tecnologia da Informação.

§ 1° São atribuições do Comitê Gestor da Estra-


tégia - CoGEst:

38
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Escritório de Projetos e Processos Organizacionais

Nov/2015

Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Plano Estratégico 2016-2021

Escritório de Projetos e Processos Organizacionais


DG / Asspe

Nov/2015

Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Tribunal Regional Eleitoral de SP

Presidente: Des. Mário Devienne Ferraz

Vice-Presidente e Corregedor: Des. Carlos Eduardo Cauduro Padin

Juízes Efetivos: Des. Marisa Ferreira dos Santos


Silmar Fernandes
Claudia Lúcia Fonseca Fanucchi

Juristas: André Guilherme Lemos Jorge


Luiz Guilherme da Costa Wagner Junior

Diretora-Geral: Jade Almeida Prometti

Assessora-Chefe da Assessoria de Planejamento Regina Rufino


Estratégico e de Eleições (Asspe):

Realização: Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo


Assessoria de Planejamento Estratégico e de Eleições
Escritório de Projetos e Processos Organizacionais (epp@tre-sp.gov.br)


Revisão: EPP

Textos: André Luiz Trindade Rocha


Andresa Machado de Oliveira Leite
Luis Felipe de Oliveira Reis

Criação e Layout: André Luiz Trindade Rocha

Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização dos seus autores.
A violação de direitos autorais está prevista na Lei nº 9.610/98.

Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Sumário

Contexto e breve resumo da metodologia 5


Mapa estratégico 6
Perspectivas, Macrodesafios, Indicadores e Iniciativas Estratégicas 7 a 18
Ficha dos Indicadores 19 a 53

Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Quadro de Siglas Utilizadas

Unidades do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo


DG Diretoria-Geral
ASSPE Assessoria de Planejamento Estratégico e de Eleições
CCS Coordenadoria de Comunicação Social
CRE Corregedoria Regional Eleitoral
OUV Ouvidoria Regional Eleitoral de São Paulo
SAM Secretaria de Administração de Material
SCI Secretaria de Controle Interno
SGS Secretaria de Gestão de Serviços
SGP Secretaria de Gestão de Pessoas
SJ Secretaria Judiciária
SOF Secretaria de Orçamento e Finanças
STI Secretaria de Tecnologia da Informação

Outras
PETIC Plano Estratégico de Tecnologia da Informação e Comunicação
TIC Tecnologia da Informação e Comunicação
TI Tecnologia da Informação

Órgãos Externos
CNJ    Conselho nacional de Justiça
TSE    Tribunal Superior Eleitoral

Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
6

Contexto e breve Resumo da Metodologia

O primeiro ciclo de Planejamento Estratégico do TRE-SP, inicialmente previsto para vigorar


até 2014, foi definido pela Resolução TRE-SP 213/2009 e revisto pela Res. TRE-SP 273/2013.
Entretanto, para que a elaboração do novo Plano Estratégico não coincidisse com o período de
realização das Eleições de 2014, o referido ciclo foi prorrogado até 2015, por meio da Res. TRE-SP
334/2015.

Ao longo de 2015, foram realizadas uma série de encontros, reuniões e ações de capacitação a fim
de propiciar a construção de um Plano Estratégico que representasse os reais desejos de avanço
em temas estratégicos do TRE-SP frente ao cenário delineado, cuja construção se deu de forma
colaborativa por gestores e demais servidores da Secretaria e dos Cartórios Eleitorais.

Buscando o alinhamento aos demais órgãos reguladores do Judiciário, a construção da Estratégia


do TRE-SP levou em consideração, também:

a) O Plano Estratégico do Judiciário, definido pelo Conselho Nacional de Justiça, por meio da
Resolução CNJ 198/2014;

b) A Estratégia do Tribunal Superior Eleitoral, definida pela Resolução TSE nº 23.439/2015.

Este Plano Estratégico resume as perspectivas, iniciativas e indicadores a serem monitorados no


prazo de vigência deste novo ciclo do Planejamento Estratégico do TRE-SP.

Em conjunto com o presente Plano, outros dois documentos comporão o núcleo da Gestão da
Estratégia do TRE-SP: o Caderno de Planejamento que norteará as futuras revisões e elaborações
de Planos Estratégicos e o Caderno de Indicadores do Planejamento Estratégico que subsidiará as
medições dos indicadores estratégicos e a elaboração dos Relatórios de Desempenho da Estratégia.

Para a elaboração do presente Plano, utilizou-se a metodologia BSC – Balanced Scorecard – que
aloca os diversos objetivos estratégicos (aqui chamados de macrodesafios) em perspectivas de análise.

No nosso caso, as perspectivas são:

1. Recursos;
2. Processos Internos e
3. Sociedade.

Plano Estratégico 2016-2021

Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
7

Mapa Estratégico

Missão: “Garantir a legitimidade do processo eleitoral”

Visão: “Consolidar a credibilidade da Justiça Eleitoral, especialmente quanto à efetividade,


transparência e segurança”

Valores: “Ética, Transparência, Comprometimento, Acessibilidade, Modernidade e


Responsabilidade Social”
SOCIEDADE

Garantir os direitos de
cidadania
PROCESSOS INTERNOS

Combater a corrupção Promover a celeridade Fortalecer a


e a improbidade e produtividade na segurança do
administrativa prestação jurisdicional processo eleitoral
RECURSOS

Melhorar a gestão de Aperfeiçoar a gestão Instituir a governança Melhorar a


pessoas de custos judiciária infraestrutura e
governança de TIC

Plano Estratégico 2016-2021

Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
8

Perspectivas

BSC - BALANCED SCORECARD


(sob a ótica do setor público)

Perspectiva da Sociedade

A perspectiva Sociedade/Cliente também pode ser entendida como cliente-cidadão ou cidadão-


cliente, visto que, no contexto público, o cidadão é o centro: como financiador, como usuário e
como titular da coisa pública.

COMO BUSCAMOS SER VISTOS PELA SOCIEDADE?

Plano Estratégico 2016-2021

Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
9

Macrodesafio: Garantir os direitos da cidadania

Descrição: Refere-se ao desafio de garantir no plano concreto os direitos da cidadania (CF, art. 1º,
inc. II), em sua múltipla manifestação social: cidadão-administrado (usuário dos serviços públicos),
cidadão-eleitor, cidadão trabalhador-produtor, cidadão-consumidor e cidadão-contribuinte, buscando-
se atenuar as desigualdades sociais e garantir os direitos de minorias, observando-se, para tanto, práticas
socioambientais sustentáveis e uso de tecnologia limpa.

1. Indicador de Resultado
Indicador Responsável

1. Índice de garantia dos direitos de cidadania ASSPE

2. Indicadores de Esforço
Indicador Responsável
1.1 Índice de matérias institucionais positivas DG-CCS

1.2 Índice de acesso à Justiça ASSPE


1.3 Índice de seções não acessíveis ASSPE
1.4 Grau de satisfação dos clientes ASSPE, CRE, SJ
1.5 Índice de respostas a contatos dirigidos à Ouvidoria Ouvidoria
1.6 Tempo médio de resposta a contatos dirigidos à Ouvidoria Ouvidoria
1.7 Índice de instalações físicas adequadas a pessoas com deficiência SGS

Plano Estratégico 2016-2021

Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
10

3. Iniciativas Estratégicas

Iniciativa Área Responsável


Elaboração do Plano de Mídia do Recadastramento Biométrico
CCS
Elaboração do Plano de Mídia sobre Acessibilidade
Penas alternativas ASSPE
Elaboração de novo sistema para coleta das pesquisas de satisfação dos cartórios
CRE
– 1º Grau

Justiça Itinerante ASSPE/CRE

Ônibus da Justiça Eleitoral SGS/SAM/ASSPE

Aumento dos postos da Justiça Eleitoral no Poupatempo SOF

Implementação do Plano de Logística Sustentável Comissão Gestora do PLS

Plano Estratégico 2016-2021

Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
11

BSC - BALANCED SCORECARD


(sob a ótica do setor público)

Perspectiva dos Processos Internos

Processos Internos são conjuntos de atividades realizadas em uma organização que buscam
transformar insumos em saídas, ou resultados. São as rotinas de trabalho realizadas em uma
Instituição. No caso da Justiça Eleitoral, podemos citar como exemplo de processo interno o
alistamento eleitoral ou a emissão de uma certidão de quitação eleitoral. Claramente, otimizar os
processos de trabalho pode ser um ótimo instrumento para que a organização caminhe rumo à
concretização de sua visão de futuro.

Daí a importância de se colocar os processos internos como uma das perspectivas do BSC.

EM QUE DEVEMOS SER MELHORES?

Plano Estratégico 2016-2021

Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
12

Macrodesafio: Combater a corrupção e a improbidade administrativa

Descrição: Conjunto de atos que visem à proteção da coisa pública, à lisura nos processos eleitorais,
à preservação da probidade administrativa e à persecução dos crimes contra a Administração Pública e
eleitorais, entre outros. Para tanto, deve-se priorizar a tramitação dos processos judiciais que tratem do
desvio de recursos públicos e de improbidade e de crimes eleitorais, além de medidas administrativas
relacionadas à melhoria do controle e fiscalização do gasto público no âmbito do Poder Judiciário.

1. Indicador de Resultado
Indicador Responsável

2. Índice de combate à corrupção e à improbidade administrativa ASSPE

2. Indicadores de Esforço

Indicador Responsável
2.1 Índice de agilidade no julgamento das ações relativas à lei da ficha limpa SJ
2.2 Percentual de auditoria nos processos de prestação de contas anuais dos
SCI
partidos políticos

Plano Estratégico 2016-2021

Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
13

Macrodesafio: Promover a celeridade e produtividade na prestação jurisdicional

Descrição: Tem por finalidade materializar, na prática judiciária, o comando constitucional da razoável
duração do processo. Trata-se de garantir a prestação jurisdicional efetiva e ágil, com segurança jurídica
e procedimental na tramitação dos processos judiciais, bem como elevar a produtividade dos servidores
e magistrados.

1. Indicador de Resultado

Indicador Responsável

3. Índice de celeridade e produtividade na prestação jurisdicional ASSPE

2. Indicadores de Esforço

Indicador Responsável
3.1 Taxa de congestionamento CRE/SJ

3.2 Índice de agilidade no julgamento CRE/SJ

3.3 Índice de agilidade na publicação de acórdãos SJ

3. Iniciativas Estratégicas

Iniciativa Área Responsável


Implantação no SADP da Tabela Processual Unificada (TSE/CNJ) CRE/SJ
Criação de um grupo multidisciplinar para atuação em cartórios com
CRE
dificuldades
Criação de Cartório Modelo para que novos servidores estagiem antes
CRE
de serem definitivamente lotados

Plano Estratégico 2016-2021

Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
14

Macrodesafio: Fortalecer a segurança do processo eleitoral

Descrição: Está relacionado a objetivos e iniciativas que visem garantir à sociedade o aprimoramento
contínuo da segurança dos pleitos eleitorais, com utilização de tecnologias e com a melhoria de processos
de trabalho.

1. Indicador de Resultado
Indicador Responsável

4. Percentual de eleitores com cadastro biométrico STI

2. Iniciativas Estratégicas

Indicador Responsável
4.1 Gestão de Riscos da Eleição ASSPE

Plano Estratégico 2016-2021

Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
15

BSC - BALANCED SCORECARD


(sob a ótica do setor público)

Perspectiva Recursos

A perspectiva Recursos, equivalente à perspectiva financeira/orçamentária, é deslocada para a base


do BSC, visto que no meio público ela é condição indispensável, e não resultado final. Mas ao
mesmo tempo em que é deslocada, ela condicionará a atuação pública, pois não se pode realizar
despesa não aprovada no orçamento anual. Recursos orçamentários adequados contribuem para
o alcance dos objetivos de todas as demais perspectivas. Assim, essa perspectiva se torna um meio
de obtenção dos recursos necessários ao cumprimento da função social de competência do ente
público.

Plano Estratégico 2016-2021

Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
16

Macrodesafio: Melhorar a gestão de pessoas

Descrição: Refere-se a políticas, métodos e práticas adotados na gestão de comportamentos internos,


objetivando potencializar o capital humano nos órgãos do Poder Judiciário.
Considera programas e ações relacionados à avaliação e ao desenvolvimento de competências gerenciais
e técnicas dos servidores e magistrados; à valorização dos colaboradores; à humanização nas relações
de trabalho; ao estabelecimento de sistemas de recompensas, à modernização das carreiras e à adequada
distribuição da força de trabalho.

1. Indicador de Resultado
Indicador Responsável

5. Índice de governança em gestão de pessoas SGP

2. Indicadores de Esforço
Indicador Responsável
5.1 Grau de satisfação com o Programa de Qualidade de Vida no Trabalho (PQVT) SGP

5.2 Índice de execução de ações para melhoria do clima organizacional SGP


5.3 Índice de adequação das ações de capacitação realizadas em relação às competências
SGP
mapeadas

Plano Estratégico 2016-2021

Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
17

Macrodesafio: Aperfeiçoar a gestão de custos

Descrição: Refere-se à utilização de mecanismos para alinhar as necessidades orçamentárias de


custeio, investimentos e pessoal ao aprimoramento da prestação jurisdicional, atendendo aos princípios
constitucionais da Administração Pública. Envolve estabelecer uma cultura de redução do desperdício de
recursos públicos, de forma a assegurar o direcionamento dos gastos para atendimento das necessidades
prioritárias e essenciais dos órgãos da Justiça.

1. Indicador de Resultado
Indicador Responsável

6. Índice de gestão de custos ASSPE

2. Indicadores de Esforço

Indicador Responsável
6.1 Aderência da execução ao planejamento orçamentário SOF

6.2 Perdas orçamentárias SOF

6.3 Economicidade SAM

6.4 Índice de adequação ao planejamento das aquisições SAM

6.5 Índice de agilidade na tramitação dos processos de aquisição de bens e serviços SAM

3. Iniciativa Estratégica

Iniciativa Área Responsável

Adquirir prédio que comporte de modo centralizado e adequado todos


Presidência
os servidores das sedes I, II, III e anexos.

Plano Estratégico 2016-2021

Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
18

Macrodesafio: Instituir a governança judiciária

Descrição: Formulação, implantação e monitoramento de estratégias flexíveis e aderentes às


especificidades regionais e próprias de cada segmento de Justiça, produzidas de forma colaborativa
pelos órgãos da Justiça e pela sociedade. Visa à eficiência operacional, à transparência institucional, ao
fortalecimento da autonomia administrativa e financeira do Poder Judiciário e à adoção das melhores
práticas de comunicação da Estratégia, de gestão documental, da informação, de processos de trabalho
e de projetos.

1. Indicador de Resultado
1. Indicador de Resultado
Indicador Responsável

7. Índice de governança pública ASSPE

Plano Estratégico 2016-2021

Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
19

Macrodesafio: Melhorar a governança e infraestrutura de TIC

Descrição: Uso racional dos instrumentos de Tecnologia da Informação e Comunicação, alinhado às


políticas de TIC definidas pelo Conselho Nacional de Justiça. Visa garantir confiabilidade, integralidade
e disponibilidade das informações, dos serviços e sistemas essenciais da Justiça, por meio do incremento
e modernização dos mecanismos tecnológicos, controles efetivos dos processos de segurança e de riscos,
assim como a otimização de recursos humanos, orçamentários e tecnológicos.

1. Indicador de Resultado

Indicador Responsável

8. Melhorar a governança e infraestrutura de TIC STI

1. Indicadores de Esforço

Indicador Responsável

8.1 Índice de disponibilidade de serviços essenciais de TI STI

8.2 Índice de aderência às metas do PETIC STI

Plano Estratégico 2016-2021

Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
NOÇÕES DE DIREITO
05
CONSTITUCIONAL

01 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
02 DIREITOS FUNDAMENTAIS
03 DIREITOS SOCIAIS
04 NACIONALIDADE
05 DIREITOS POLÍTICOS E PARTIDOS POLÍTICOS
06 ORGANIZAÇÃO DO ESTADO E ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
07 FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA

Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Constitucional

As três primeiras dimensões refletem o lema da


01 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS revolução francesa (liberdade, igualdade e fraternida-
de). Já a quarta dimensão, para a maioria da doutrina
Os princípios fundamentais, os objetivos funda- pátria, entre outros direitos, traz o pluralismo e a de-
mentais e os princípios que devem ser observados na mocracia. Eis as dimensões:
atuação brasileira nas relações internacionais estão
elencados logo no início do texto constitucional. São
normas relevantes para o entendimento do que o cons- PRIMEIRA DIMENSÃO: A LIBERDADE
tituinte originário vislumbrou para o sistema constitu- Surgiu no final do século XVIII com as revoluções liberais
cional nascido no ano de 1988. (francesa e americana). São os chamados direitos civis e
políticos.
Embora sejam assuntos com vasta produção aca-
dêmica, para os concursos - especialmente nas provas
SEGUNDA DIMENSÃO: A IGUALDADE
objetivas -, faz-se importante a leitura dos primeiros
artigos da Constituição Federal, gravando-se quais Fruto dos direitos sociais, surgidos após a Primeira
princípios são tratados como fundamentais, quais os Guerra Mundial e a Revolução Industrial (início do século
entendidos como aplicáveis nas relações internacio- XX), momento em que o Estado teve que intervir para
nais e quais as normas se referem aos objetivos fun- melhorar a vida das pessoas. São os chamados diretos
damentais. Muitas “pegadinhas” nas provas misturam sociais, econômicos e culturais.
uns com os outros.
TERCEIRA DIMENSÃO: FRATERNIDADE (SOLIDARIEDADE)
Dos Princípios Fundamentais
Com o final da Segunda Guerra, o rol dos direitos
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada fundamentais foi acrescido, entre outros, pela
pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e autodeterminação dos povos, direito ao progresso e ao
do Distrito Federal, constitui-se em Estado Demo- desenvolvimento, direito ao meio ambiente, etc. Alguns
crático de Direito e tem como fundamentos: direitos desta dimensão são coletivos, e outros difusos.

I - a soberania; QUARTA DIMENSÃO : A PLURALIDADE


II - a cidadania; Existe grande divergência doutrinária. Para Paulo
Bonavides, surge a partir da Globalização Política. São os
III - a dignidade da pessoa humana; direitos à democracia, informação e pluralismo (não é rol
exaustivo).
IV - os valores sociais do trabalho e da livre ini-
ciativa;

V - o pluralismo político. FONTES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, Para a doutrina tradicional e para a jurisprudência,
que o exerce por meio de representantes eleitos apenas a Constituição é fonte dos direitos fundamen-
ou diretamente, nos termos desta Constituição. tais – ou, aqueles tratados internacionais introduzidos
no ordenamento pátrio como EC, na forma da cons-
Art. 2º São Poderes da União, independentes e har- tituição. No entanto, há doutrina que também aceita
mônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Ju- como fonte dos direitos fundamentais:
diciário.
i. Constituição Federal;

ii. Tratados recebidos com força de EC;


02 DIREITOS FUNDAMENTAIS
Os direitos fundamentais são frutos das relações iii. Tratados recebidos com força de lei;
políticas e sociais estabelecidas através dos tempos. A
iv. Tratados que ainda não foram recebidos;
doutrina os divide em “dimensões”, de acordo com o
momento em que surgiram.
v. Convenções da ONU sobre direitos e garan-
Nesse ponto, destaca-se que o termo “dimensões tias.
de direitos fundamentais” é preferido em relação ao
termo “gerações de direitos fundamentais”. Isto por- Para esta parcela de intérpretes, o conflito entre
que a palavra “geração” traz uma idéia de substituição normas sobre direitos fundamentais formais e mate-
- onde uma geração substitui a anterior -, o que de fato riais se resolve em favor das materiais. Assim, mesmo
não ocorre com os direitos fundamentais. Uma nova que não recebidos como emenda, os direitos são mate-
dimensão agrega novos direitos aos já existentes. rialmente constitucionais.

3
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

ü Poderão existir direitos fundamentais definidos Direitos universais:


por lei. Nestes casos, a lei não pode ser revogada Há um mínimo de direitos fundamentais que de-
ou sofrer alterações limitadoras por conta do “di- vem ser preservados em todo o mundo.
reito à proibição do retrocesso”.
No entanto, existe parte da doutrina que afirma
Neste ponto, Canotilho afirma que uma lei que re- que tal rol mínimo não exista, uma vez que pode con-
gulamenta a CF deve ser respeitada na interpreta- figurar imposição de cultura.
ção da CF quando esta lei trouxer um avanço nos
direitos fundamentais do cidadão (proibição do
retrocesso).
Rol exemplificativo:

Os direitos fundamentais não são apenas aqueles


RESERVA DO POSSÍVEL descritos no texto constitucional. A CF traz um rol
aberto de direitos.
É uma tese apresentada pelo Poder Público em con-
testação às ações propostas para concretização dos di-
reitos fundamentais. A Administração alega não pos- ü Eficácia horizontal dos direitos fundamentais:
suir recursos suficientes para realizar todos os direitos Os direitos fundamentais historicamente regula-
sociais previstos no ordenamento pátrio. Tal tese é ram a relação entre os indivíduos e os Estados,
aceita em alguns casos pelo STF, em outros ele a afasta. de maneira vertical. A tese da eficácia horizontal
surge com a possibilidade de aplicação dos direi-
Deve-se considerar o caso concreto para constatar
tos fundamentais nas relações entre particulares.
se há ou não a possibilidade de aplicação da reserva
Hoje, os direitos fundamentais são oponíveis tam-
do possível. No entanto, para as provas da Defensoria
bém aos particulares, em relação de igualdade
Pública, principalmente nas fases discursiva e oral,
(horizontal).
essa tese deve ser combatida, em homenagem à total
realização dos direitos fundamentais.
ü Direitos fundamentais x direitos humanos:
Direitos humanos e direitos fundamentais são
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS
duas nomenclaturas usadas para os mesmos di-
FUNDAMENTAIS
reitos. A diferença básica entre eles é que os direi-
tos humanos estão positivados no ordenamento
Inalienáveis:
jurídico internacional e os direitos fundamentais
O direito aos direitos fundamentais não pode ser estão nas Constituições dos Estados.
comercializado.

Limitáveis:
03 DIREITOS SOCIAIS
Os direitos fundamentais não são absolutos (po-
dem ser ponderados). Alguns autores dizem que a ve- Nos termos do art. 6º da CF “são direitos sociais a
dação da tortura e a observação da dignidade da pes- educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a mora-
soa humana são direitos absolutos. dia, o lazer, a segurança, a previdência social, a pro-
teção à maternidade e à infância, a assistência aos de-
ü Princípio da proporcionalidade: samparados, na forma desta Constituição”.
Ao limitar os direitos fundamentais através da
ponderação de princípios, o Estado deve observar SEGURIDADE SOCIAL
o princípio da proporcionalidade.
O Estado somente poderá mitigar tais direitos A Constituição Federal, em seu art. 194, descreve a
quando for absolutamente necessário. seguridade social como sendo “um conjunto integrado
de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da so-
Nestes casos, o Estado deve escolher o meio ade-
ciedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à
quado a esta situação. Para Robert Alexy, propor-
cionalidade não é princípio, mas sim uma técnica saúde, à previdência e à assistência social”.
de resolução de conflitos entre princípios. O professor Flávio Zambitte Ibrahim observa que a
Proporcionalidade = necessidade + adequação + definição constitucional nada mais é do que a descri-
proibição do excesso + justa medida. ção dos componentes da seguridade social, e não pode
A justa medida é a proporcionalidade em sentido ser encarada como um conceito técnico.
estrito.
Leciona então que “a seguridade social pode ser
Lembre-se que a razoabilidade remete ao fato de conceituada como a rede protetiva formada pelo
haver devido processo legal em sentido material. Estado e por particulares, com contribuições de todos,

4
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Constitucional

incluindo parte dos beneficiários dos direitos, no sen- PREVIDÊNCIA SOCIAL


tido de estabelecer ações para o sustento de pessoas
carentes, trabalhadores em geral e seus dependentes, O art. 201 da Constituição prevê que “a previdência
providenciando a manutenção de um padrão mínimo social será organizada sob a forma de regime geral, de
de vida digna”. caráter contributivo e de filiação obrigatória, observa-
dos os critérios que preservem o equilíbrio financeiro
e atuarial”. A doutrina diz que a previdência social é
DIREITO PREVIDENCIÁRIO um seguro sui generis.
É o nome que se dá ao ramo do Direito Público que estuda
o conjunto de normas acerca da seguridade social.
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA
SUJEITO ATIVO DA SEGURIDADE SOCIAL SEGURIDADE SOCIAL
Aquele que dela precisar. 1. Universalidade da cobertura e do atendimento:
A universalização da proteção se dá sobre dois pris-
QUARTA DIMENSÃO: A PLURALIDADE
mas: cobertura e atendimento. A universalidade da co-
O Poder Público e a sociedade em geral. bertura significa que o sistema deve proteger qualquer
situação de vida que leve a um estado de necessidade.
Diz respeito a “o que será protegido”. Exemplo: morte,
ASSISTÊNCIA SOCIAL
que é um risco, gera um benefício, que é a pensão por
A assistência social no Brasil é universal e gratuita. morte. Outro exemplo é a doença, uma situação de ris-
“Será prestada a quem dela necessitar, independente- co, que dá ensejo à intervenção do sistema de saúde. Já
mente de contribuição à seguridade social” (CF, art. a universalidade do atendimento significa “quem será
302). protegido”.

Reserva do possível: a universalidade do aten-


ü Objetivos da assistência social:
dimento esbarra na reserva do possível, pois o
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, Brasil somente pode proteger o que estiver den-
à adolescência e à velhice; tro dos seus limites orçamentários. Grave-se,
mais uma vez, que para os Defensores o concei-
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;
to de reserva do possível deve ser combatido.
III - a promoção da integração ao mercado de tra-
balho;
2. Uniformidade e equivalência dos benefícios e
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas porta- serviços devidos às populações urbanas e rurais:
doras de deficiência e a promoção de sua integra-
ção à vida comunitária. As prestações securitárias devem ser iguais para os
trabalhadores rurais e urbanos. Não há possibilidade
de qualquer tipo de discriminação na criação dos be-
SAÚDE nefícios.
O sistema jurídico brasileiro possui inúmeros Apesar de parecer um preceito lógico nos dias de
diplomas legais destinados à garantia da saúde. A hoje, no período anterior à Constituição Federal de
Constituição Federal, nos artigos 196 a 200, enuncia a 1988 as discriminações eram possíveis no sistema pre-
base para todo o sistema. videnciário.
Nos termos do art. 196: “a saúde é direito de todos Segurado especial: basicamente é o pequeno
e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais trabalhador rural e o pescador artesanal. O tra-
e econômicas que visem à redução do risco de doença tamento dado a estes não ofende ao princípio
e de outros agravos, e ao acesso universal e igualitário da uniformidade, pois o tratamento desigual
às ações e serviços para sua promoção, proteção e re- não decorre do fato de trabalhar no campo, mas,
cuperação”. sim, do fato de contribuir de maneira diversa
dos demais. Com a contribuição diferente, o rol
ü Grave-se que todos possuem o direito à saúde, de benefícios será diferenciado. É o tratamento
independente de contribuição. O atendimento na desigual aos desiguais, consagração da isono-
rede pública é garantido aos brasileiros e aos es- mia material.
trangeiros, residentes ou não no Brasil. Até mes-
mo o estrangeiro em situação irregular deve ser 3. Seletividade e distributividade na prestação
atendido de forma gratuita. dos benefícios e serviços:

O tema está minuciosamente descrito no estudo É um princípio voltado principalmente para o le-
dos direitos difusos e coletivos. gislador. O Estado não possui recursos para univer-

5
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

salizar a proteção, então aparece a necessidade de empregadores, aposentados e governo). O sistema é


selecionar as situações protegidas pelo poder estatal. administrado por representantes das quatro classes
Em primeiro lugar serão selecionadas as contingências listadas, assim, se diz que a gestão do sistema é quadri-
sociais (situações da vida) que serão protegidas pela partite. * Caráter descentralizado: é importante pelas
seguridade. dimensões do país. A seguridade social deve chegar a
todas as comunidades, conhecendo as peculiaridades
Distributividade: sempre aparece ao lado da se-
letividade. É o critério que deve nortear o legisla- de cada local. Para tal, existem Conselhos Municipais.
dor no momento em que ele faz a seleção. O par-
lamentar deve selecionar as situações que abran-
jam o maior número de pessoas necessitadas. 8. Solidariedade:

Presente no art. 195, diz que toda a sociedade fi-


4. Irredutibilidade no valor dos benefícios: nanciará a seguridade social. O financiamento pode
ser direto e indireto. O financiamento direto decorre
Os benefícios não poderão ter os seus valores redu-
das contribuições sociais (tributo de destinação vincu-
zidos. A esmagadora maioria da doutrina diz que essa
lada). Já o financiamento indireto é aquele que provém
irredutibilidade deve ocorrer em relação ao valor real
de recursos que são fixados a partir dos orçamentos
dos benefícios – deve haver correção monetária. No
entanto, a jurisprudência posiciona-se no sentido de fiscais dos entes da Federação (impostos).
preservar apenas o valo nominal dos benefícios. Para
Lei ordinária: quando a contribuição tem fun-
a prova da Defensoria, essencialmente nas fases oral
e discrusiva, fica-se com o entendimento da doutrina damento no art. 195, ela deve ser criada por lei
majoritária. ordinária.

Competência residual: é possível a criação de


5. Equidade na forma de participação do custeio: contribuições residuais para a seguridade so-
cial, visando à manutenção ou ampliação do sis-
O princípio da equidade é um desdobramento do
tema (art. 195, § 4º). Para tal, faz-se necessária a
princípio da isonomia. Aquele que pode mais deve con-
edição de uma lei complementar.
tribuir com valores maiores para a seguridade social.

Deve-se, também, observar a máxima do risco


social, ou seja, quanto maior o risco de determinada FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL
atividade, maior deverá ser a contribuição. Exemplo:
uma empresa que desenvolve atividade insalubre gera O art. 195 da CF diz que a seguridade social será fi-
mais riscos para que o seu trabalhador se afaste do nanciada por toda a sociedade, de forma direta e indi-
trabalho e faça jus à prestação paga pela previdência, reta, nos termos da lei, mediante recursos provenien-
razão pela qual deve contribuir com uma fatia maior. tes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribui-
Zambitte aponta que “esta ideia é especialmente
ções sociais:
aplicada no custeio do seguro de acidentes de trabalho,
no qual há majoração de alíquota em razão do maior I - do empregador, da empresa e da entidade a ela
risco de acidentes de trabalho e exposição a agentes equiparada na forma da lei, incidentes sobre:
nocivos. Quanto maiores os riscos ambientais, maior
deverá ser a contribuição”. a) a folha de salários e demais rendimentos do
trabalho pagos ou creditados, a qualquer título,
à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo
6. Diversidade da base de financiamento: sem vínculo empregatício;
A própria Constituição materializa este princípio b) a receita ou o faturamento;
ao dizer no seu art. 195 que a seguridade será finan-
ciada por toda a sociedade. O Poder Público, os em- c) o lucro.
pregadores, os empregados, os importadores e parte
das receitas advindas dos concursos de prognósticos, II - do trabalhador e dos demais segurados da previ-
arcarão com os custos da seguridade. dência social, não incidindo contribuição sobre apo-
sentadoria e pensão concedidas pelo regime geral
de previdência social de que trata o art. 201;
7. Caráter democrático e descentralizado da Ad-
ministração mediante gestão quadripartite: III - sobre a receita de concursos de prognósticos;

Gestão democrática é gestão com todas as camadas IV - do importador de bens ou serviços do exterior,
que têm interesse em administrá-la (trabalhadores, ou de quem a lei a ele equiparar.

6
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Constitucional

PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE ü Cada Estado adota o critério que melhor atenda


NONAGESIMAL (NOVENTENA) aos seus interesses.

Em relação às contribuições sociais não há neces-


sidade de se observar a anterioridade anual, ou seja,
NACIONALIDADE SECUNDÁRIA (DERIVADA,
pode ser aplicada no mesmo ano (art. 149 CF).
DE 2º GRAU)
A única anterioridade observada é a noventena, ou
seja, 90 dias a partir da lei que a instituiu ou modifi- Resulta de um ato voluntário, chamado de “natura-
cou. A majoração da alíquota, para fins de noventena, lização”. No Brasil, divide-se em:
é modificação.
a) Nacionalidade secundária tácita;
Pela súmula 669 do STF a norma que altera prazo b) Nacionalidade secundária expressa: esta
de recolhimento não está sujeita à anterioridade, no
pode ser ordinária ou extraordinária.
caso dos impostos. Porém, o STF toma o mesmo en-
tendimento nos casos de mudança de prazo de reco-
lhimento das contribuições sociais. Assim, não há ob- A nacionalidade secundária expressa ordinária
servância da anterioridade nonagesimal nesses casos. pode ser dar de diferentes formas, de acordo com uma
das classes de indivíduos abaixo:
Medida provisória não pode criar contribuição so-
cial, pois todas as contribuições do art. 195 já foram i. Todos os estrangeiros, exceto os originários de
criadas. países de língua portuguesa;

E, para criar contribuição com base na competência ii. Todos os originários de países de língua por-
residual, deve haver lei complementar. Medida provi- tuguesa, exceto os portugueses;
sória não pode versar sobre matéria reservada à com- iii. Portugueses (quase nacionais);
plementar.
iv. Por determinação legal.
Medida provisória, no entanto, pode majorar con-
tribuição prevista em lei ordinária. Nesse caso os no-
venta dias passam a contar a partir da primeira medi- BRASILEIROS NATOS (NACIONALIDADE
da provisória, e não a partir da data em que é conver- ORIGINÁRIA)
tida em lei.
São considerados brasileiros natos:

Princípio da preexistência de custeio (regra da


contrapartida): a) Os nascidos no território da República Federa-
tiva do Brasil:
Nenhum benefício poderá ser criado, majorado ou
estendido sem discriminar a prévia fonte de custeio Por território, nesse caso, entende-se tanto o territó-
total. rio em sentido estrito, quanto o território por extensão.

Ocorre exceção quando os pais forem estrangeiros


a serviço do seu país de origem (basta que um dos pais
04 NACIONALIDADE esteja a serviço do país de origem). Neste caso, os fi-
lhos não serão brasileiros natos.

NACIONALIDADE ORIGINÁRIA (PRIMÁRIA, No entanto, se os pais estiverem a serviço de outro


DE 1º GRAU) país, que não o de origem, os filhos nascidos em terri-
tório brasileiro também serão considerados brasileiros
É aquela resultante do nascimento, que é um acon- natos.
tecimento natural e involuntário.

b) Os nascidos no estrangeiro, desde que um dos


Critérios determinantes da nacionalidade origi- pais esteja a serviço da República Federativa do Bra-
nária: sil:
Ius soli: é o direito de solo, a territorialidade. A na- Neste caso, o critério adotado é o sanguíneo, soma-
cionalidade originária se adquire de acordo com o lo- do ao critério funcional.
cal do nascimento. Aquele que nascer no território do
país possuirá nacionalidade originária. Considera-se que está a serviço da República
Federativa do Brasil quem serve qualquer pessoa ju-
Ius sanguines: é o direito de sangue. Filhos de nacio- rídica com capacidade política, seja da administração
nais do país terão nacionalidade originária. pública direta ou indireta.

7
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

ü Criança adotada: se uma criança for adotada b) Todos os estrangeiros originários de Estados
no exterior por pai ou mãe que está a serviço do que falam português, exceto Portugal:
Brasil, será brasileiro nato. Isto porque a Constitui- Os países que falam a língua portuguesa (exceto
ção veda qualquer tipo de discriminação entre os Portugal) são: Angola, Moçambique, Guiné-Bissau,
filhos naturais e os adotivos. Cabo Verde, Príncipe, Goa, Macau, Açores e Timor
Leste.
c) Os nascidos no estrangeiro, filhos de brasilei- Requisitos para naturalização:
ros, desde que registrados nas repartições diplomáti-
cas do Brasil, ou que venham a residir no Brasil e op- i. Residência ininterrupta por um ano;
tem pela nacionalidade brasileira a qualquer tempo,
depois da maioridade: ii. Idoneidade moral.

Nacionalidade potestativa: é o nome que se dá à


aquisição de nacionalidade depois da maioridade, c) Portugueses:
quando o filho de brasileiro passa a residir no Brasil.
Seus requisitos são: Os portugueses são considerados “quase nacionais”
e podem, sem deixar a condição de estrangeiros, exer-
i. Residência no Brasil a qualquer momento; cer direitos inerentes aos estrangeiros naturalizados.

ii. Opção pela nacionalidade brasileira após a maio- Requisitos:


ridade.
i. Residência permanente no Brasil;

NATURALIZAÇÃO TÁCITA ii. Deve haver reciprocidade em Portugal (trata-


do assinado em 22 de abril de 2000).
É rara e ocorreu apenas uma vez no Brasil.
Desta forma, são dois os caminhos que podem ser
Em 1891 houve a chamada “grande naturalização”, seguidos pelos portugueses: naturalização (um ano de
quando a Constituição vigente trouxe a previsão de residência + idoneidade moral) ou tornar-se um “qua-
que todo estrangeiro que estivesse no Brasil na data se nacional”, sem perder a nacionalidade portuguesa.
da promulgação da Constituição deveria se manifestar
contrário à sua naturalização nos seis meses seguintes, ü O quase nacional pode votar e ser votado após
caso contrário seria declarado naturalizado (naturali- 3 (três) anos nessa condição. Já o brasileiro na-
zação tácita). turalizado tem a obrigação de votar. No entanto,
os quase nacionais somente poderão ser votados
nas eleições municipais, pois esta é a reciprocida-
NATURALIZAÇÃO EXPRESSA ORDINÁRIA de conferida aos brasileiros em Portugal.

a) Todos os estrangeiros oriundos de países que Se votar no Brasil o indivíduo deixa de votar em
não falam português: segundo o art. 112 da Lei 6.815 Portugal, pois não pode exercer seus direitos políticos
(Estatuto do estrangeiro) são requisitos para a natu- em 2 (dois) Estados.
ralização:
i. Mínimo de quatro anos de residência no Brasil; ü O quase nacional não é obrigado a se alistar
nas forças armadas. Já os brasileiros naturalizados
ii. Saber ler e escrever em português; possuem essa obrigação.

iii. Gozar de boa saúde;


d) Hipóteses legais:
iv. Condições financeiras de manutenção no terri-
tório nacional;
Radicação precoce: os nascidos no estrangeiro, ad-
v. Capacidade civil (18 anos). mitidos no Brasil durante os primeiros cinco anos de
vida, radicados definitivamente no território nacional.
Antes de conquistar a nacionalidade secundária, o Para preservar a nacionalidade brasileira, deverão
estrangeiro residirá no Brasil com visto permanente. manifestar-se por ela, inequivocamente, até dois anos
Após os quatro anos de residência, poderá protocolar após a maioridade.
no Departamento de Polícia Federal seu pedido de na-
turalização.
Colação de grau em curso superior: os nascidos no
estrangeiro que, vindo a residir no país antes de atin-
ü Entende-se que a previsão de “boa saúde” não gida a maioridade, façam curso superior em estabele-
foi recepcionada pela Constituição de 1988, pois cimento nacional e requeiram a nacionalidade até um
fere a dignidade da pessoa humana. ano depois da formatura.

8
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Constitucional

Essas duas hipóteses estavam previstas na mente privado de sua nacionalidade, nem do direito
Constituição de 1967. Hoje, não há mais previsão expres- de mudá-la.
sa na Carta Maior. No entanto, elas ainda existem, uma
vez que a CF fala que existem hipóteses de naturaliza- Apesar disso, não se encontrou ainda mecanismo
ção, e as supracitadas hipóteses aparecem na Lei 6.815. adequado para impedir que surjam os heimatlos, sem
falar no arbítrio ditatorial de alguns países que, sem o
menor escrúpulo, desrespeitam a dignidade humana
NATURALIZAÇÃO EXPRESSA e violam aqueles preceitos universais, cassando nacio-
EXTRAORDINÁRIA nalidade de pessoas que ousam opor, a seus desígnios,
as inquietantes – para eles – ideias democráticas”.
A principal diferença entre a ordinária e a ex-
traordinária é que a ordinária não cria direito público O sistema constitucional brasileiro prevê mecanis-
subjetivo, pois é ato discricionário do Presidente da mos para que não ocorra esse conflito negativo de na-
República – não cabe Mandado de Segurança. Já a ex- cionalidade com os filhos de brasileiros.
traordinária cria direito público subjetivo. É ato vincu-
lado, passível de Mandado de Segurança.
RENATURALIZAÇÃO DO BRASILEIRO NATO
Requisitos: QUE OPTOU POR OUTRA NACIONALIDADE

i. Quinze anos de residência no Brasil; Existe doutrina no sentido de que, quando um bra-
sileiro nato optar, poderá voltar a ser brasileiro nato
ii. Inexistência de condenação penal. após a naturalização. No entanto, outra parcela da
doutrina diz que poderá ser apenas brasileiro naturali-
PERDA DA NACIONALIDADE zado, após o preenchimento dos requisitos.

O STF entende que o brasileiro nato que optou por


Em regra, todo brasileiro que adquire outra nacio-
outra nacionalidade, quando quiser, voltará para a sua
nalidade perde a nacionalidade brasileira. No entanto,
condição anterior.
existem as seguintes exceções:

a) Quando outro Estado exige a naturalização para PERDA DA NATURALIZAÇÃO


o exercício de direitos civis;
Quando um brasileiro naturalizado praticar ativi-
b) Quando a outra nacionalidade adquirida for ori- dade nociva aos interesses nacionais perderá a condi-
ginária: nestes casos, quem define o que é a nacionali- ção de naturalizado após sentença transitada em julga-
dade originária é o país ao qual o brasileiro se naturali- do. Nota-se que isso não pode ocorrer em relação aos
za. Exemplo: descendentes de italianos que adquirem brasileiros natos.
nacionalidade originária italiana.
Renaturalização de brasileiro naturalizado que
ü Polipátridas: são os indivíduos que possuem
praticou atividade nociva aos interesses nacionais:
mais de uma nacionalidade. É um conflito positivo
de nacionalidade. Somente pode ocorrer por ação rescisória, uma vez
que a perda da naturalização se dá por sentença judicial.
ü Heimatlos (apátridas): são os indivídu-
os que, devido às diferenças existentes en-
tres os critérios de nacionalidade dos Esta- DIFERENÇAS ENTRE BRASILEIROS NATOS E
dos, acabam não possuindo pátria alguma. NATURALIZADOS

José Afonso da Silva diz que: A CF, como regra, não admite a diferenciação entre
os brasileiros natos e os naturalizados. No entanto, a
“O conflito negativo é que se afigura intolerável, por- própria Constituição traz algumas situações onde exis-
que impõe a determinada pessoa, por circunstância te diferença no tratamento.
alheia à sua vontade, uma situação de apátrida, de
sem nacionalidade, que lhe cria enormes dificulda- a) Exercício de cargos:
des, porque lhe gera restrições jurídicas de monta
em qualquer Estado em que viva”. Em razão da segurança nacional, os cargos que es-
tão na linha sucessória do Presidente da República e
Ora, a nacionalidade é um direito fundamental do os cargos de relação com os Estados estrangeiros são
homem, sendo inadmissível uma situação, indepen- privativos nos brasileiros natos. São eles:
dente da vontade do indivíduo, que o prive desse di-
reito. A Declaração Universal dos Direitos Humanos i. Presidentes da Câmara e do Senado (a regra
bem o reconhece, quanto estatui que toda pessoa tem não se aplica aos deputados e senadores em ge-
direito a uma nacionalidade e ninguém será arbitraria- ral);

9
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

ii. Ministros do STF (nos demais tribunais é pos- CONDIÇÃO JURÍDICA DO ESTRANGEIRO
sível, exceto nas vagas de militares do STM, que
deverão ser brasileiros natos); O Estrangeiro e os vistos:

iii. Cargos da carreira diplomática; Tem-se por estrangeiro aquele indivíduo que não
possui nacionalidade brasileira, seja originária, seja
iv. Oficiais das forças armadas (com patente su- derivada. O Estatuto do Estrangeiro (Lei 6.815/80) dis-
perior a de tenente); ciplina a situação jurídica desses indivíduos no Brasil.

v. Ministro da Defesa. ü A concessão do visto não gera direito subjeti-


vo do estrangeiro ingressar no país. A autoridade
competente pode negar a entrada do estrangeiro
ü Os “quase nacionais” (portugueses), pela reci- no país segundo critérios estabelecidos.
procidade, não poderão ser deputados ou sena-
dores. Somente participam das eleições munici-
Nenhum Estado é obrigado a receber em seu terri-
pais.
tório pessoas que não lhe sejam desejáveis. Para a ad-
missão dos estrangeiros, os Estados costumam conce-
b) Exercício de função: der os chamados “vistos”. O Brasil adota as seguintes
espécies de vistos:
O artigo 89 da Constituição prevê o Conselho
da República, que é órgão de assessoramento do a) Trânsito: concedido para estrangeiro que irá
Presidente da República. Neste Conselho, alguns mem- atingir outros países. Não é necessário quando
bros devem ser brasileiros natos: o Vice-Presidente da a viagem é contínua, ocorrendo apenas uma es-
República; o Presidente da Câmara dos Deputados; o cala técnica. Vale apenas para uma entrada pelo
Presidente do Senado Federal; o Ministro da Justiça; prazo de 10 dias, improrrogáveis.
e, seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trin-
b) Turista: é concedido ao estrangeiro que vem
ta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo
ao Brasil sem o intuito de desempenhar ativi-
Presidente da República, dois eleitos pelo Senado
dade remunerada. É válido por até cinco anos e
Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, to-
pode ser dispensado quando houver reciproci-
dos com mandato de três anos, vedada a recondução.
dade em favor do brasileiro.
Apenas os líderes da maioria e minoria na Câmara e
no Senado podem ser brasileiros naturalizados. c) Temporário: concedido ao estrangeiro que
vier ao Brasil em viagem de negócios, estudos
ou com fim cultural.
c) Extradição:
d) Permanente: emitido em favor do estrangei-
O Brasileiro nato não pode ser extraditado. Já o na-
ro que deseja fixar residência no Brasil. O prazo
turalizado poderá em duas situações:
máximo é de cinco anos.
i. Quando da prática de crime comum anterior
à naturalização; e) Cortesia: é definido pelo Ministério das Rela-
ções Exteriores. O prazo máximo é de 90 dias,
ii. Quando do envolvimento em tráfico de dro- prorrogável uma única vez.
gas ilícitas a qualquer momento.
f) Oficial: também definido pelo MRE, por no
máximo 90 dias e prorrogável uma única vez.
d) Propriedade:
g) Diplomático: assim como o de cortesia e o
Brasileiro naturalizado somente poderá ser pro- oficial, é definido pelo MRE, por no máximo 90
prietário de empresa de radiodifusão após 10 (dez) dias e prorrogável uma única vez.
anos de naturalização.
ü O estrangeiro que for natural de país limítrofe
e) Perda de nacionalidade: e reside nas cidades fronteiriças poderá ingressar
nos municípios brasileiros que fazem fronteira
Como visto anteriormente, os naturalizados pode- com o seu município, desde que façam prova da
rão perder a naturalização quando da prática de ativi- sua identidade.
dades nocivas ao interesse nacional.

ü Norma infraconstitucional não poderá estabe- SAÍDA COMPULSÓRIA DO ESTRANGEIRO


lecer diferenças entre brasileiros natos e natura-
lizados. Extradição:

10
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Constitucional

A extradição no Brasil é regulamentada pelos arti- Quem trata da deportação é o Ministro da Justiça,
gos 76 a 84 do Estatuto do Estrangeiro. através da Polícia Federal, que notificará o estrangei-
ro para que deixe o território Brasileiro no prazo de 3
O juízo competente para avaliar a extradição é o (três) a 8 (oito) dias. Se o estrangeiro não sair esponta-
STF. No entanto, o STF não poderá entrar no mérito neamente no prazo fixado, ocorre a deportação.
da decisão que motivou o pedido de extradição pelo
Estado que a solicitou, deve apenas verificar a existên- O deportado poderá escolher se será deportado para
cia dos requisitos da extradição. o seu país de origem, para o Estado de procedência ou
para algum outro que o acolha. Após a deportação, ele
Após a autorização do STF o Presidente da poderá voltar ao Brasil se estiver em situação regular.
República decidirá se extradita ou não o indivíduo.
Nota-se que somente poderá extraditar se houver au-
torização, no entanto, dada a autorização, ele não é ü Somente estrangeiro poderá ser deportado.
obrigado a extraditar.
Expulsão:
Para que seja concedida, o fato imputado ao extra-
ditando deve ser considerado crime também no Brasil. Está presente nos artigos 65 a 75 do Estatuto do
É a consagração do princípio da dupla incriminação. Estrangeiro. Ocorre quando o estrangeiro comete cri-
me dentro do território nacional, é preso, condenado,
ü Não cabe extradição quando o fato for conside- e após cumprir a pena é expulso. Em alguns casos, o
rado contravenção penal no Brasil, ou se conside- estrangeiro poderá ser expulso por cometer atentado à
rado crime, este estiver prescrito. segurança nacional, mesmo que o fato não seja penal-
mente tipificado.

Pena de morte e prisão perpétua: se a pena apli- O estrangeiro poderá ser expulso antes do término
cada no Estado requerente for a pena de morte do cumprimento da pena quando existir tratado inter-
ou a prisão perpétua, o Brasil somente poderá nacional ou acordo de reciprocidade. Quem decreta a
extraditar o indivíduo mediante a alteração da prisão para a expulsão é o juiz. Quem viabiliza a expul-
pena para no máximo 30 anos de reclusão. são após o cumprimento da pena, através da Polícia
Federal, é o Ministro da Justiça. A expulsão também só
Tribunal de exceção: o STF não admite a extra- pode afetar os estrangeiros, pois a Constituição veda
dição quando o requerente for submetido a juí- expressamente o exílio de brasileiros natos ou natura-
zo ou tribunal de exceção. lizados.

ü Reingresso de estrangeiro expulso é crime fe-


ü O Estatuto do Estrangeiro diz que o Ministro da deral.
Justiça decretará a prisão para fins de extradição.
No entanto, tal regra não foi recepcionada pela
Constituição Federal de 1988. Hoje, é o STF que Asilo e refúgio:
decreta a prisão. Nos termos da Lei 9.474/97, será reconhecido como
refugiado todo indivíduo que:
Brasileiros: não poderão ser extraditados.
I - devido a fundados temores de perseguição por
Portugueses: somente poderão ser extraditados motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo so-
para Portugal. Pela reciprocidade, os brasileiros, cial ou opiniões políticas encontre-se fora de seu
quando presos em Portugal, somente poderão país de nacionalidade e não possa ou não queira
ser extraditados para o Brasil. acolher-se à proteção de tal país;
II - não tendo nacionalidade e estando fora do país
Cônjuge e filhos brasileiros: ao contrário do que
onde antes teve sua residência habitual, não possa
ocorre na deportação, filhos e cônjuges brasilei-
ou não queira regressar a ele, em função das cir-
ros não impedem a extradição.
cunstâncias descritas no inciso anterior;
Possibilidade de reingresso: o estrangeiro extra- III - devido a grave e generalizada violação de direi-
ditado, ao contrário do que ocorre na expulsão, tos humanos, é obrigado a deixar seu país de nacio-
pode retornar ao Brasil após o cumprimento da nalidade para buscar refúgio em outro país.
pena.
Asilo político, nas palavras de Francisco Rezek é “o
acolhimento, pelo Estado, de estrangeiro perseguido
Deportação:
alhures – geralmente, mas não necessariamente, em
Na deportação, o estrangeiro não comete crime, seu próprio país patrial – por causa de dissidência po-
mas sim um ilícito administrativo por estar irregular lítica, de delitos de opinião, ou por crimes que, rela-
no país. O instituto está regulado nos artigos 57 e se- cionados com a segurança do Estado, não configuram
guintes do Estatuto do Estrangeiro. quebra do direito penal comum”.

11
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE
REFÚGIO ASILO
Alcance universal Concedido na América La- a) Ser brasileiro;
tina
b) Estar no pleno exercício dos direitos políticos;
Perseguição generalizada Perseguição política indivi-
dual c) Possuir alistamento eleitoral;
Motivos religiosos, raciais, Perseguição por crime po-
etc. lítico d) Domicílio eleitoral na circunscrição;

Caráter humanitário Natureza política e) Possuir filiação partidária;


O Ato meramente declara- Ato que concede é consti-
tório tutivo f) Ter idade mínima para o cargo a que pretende
concorrer.
O perseguido encontra-se O estrangeiro pode estar
fora do seu país dentro ou fora do seu país.
Quando ocorre dentro do ü Os analfabetos e os inalistáveis não possuem
país o pedido de asilo é fei- direitos políticos passivos (direito de ser votado).
to na embaixada.

PERDA E SUSPENSÃO DOS DIREITOS


POLÍTICOS
DIREITOS POLÍTICOS E PARTIDOS Perda:
05
POLÍTICOS Perderão os direitos políticos aqueles que tiverem
cancelada a naturalização por decisão judicial transi-
José Afonso da Silva ensina que os “direito políti-
tada em julgado; aqueles que se recusarem a cumprir
cos consistem na disciplina dos meios necessários ao
obrigação imposta ou prestação alternativa; e aqueles
exercício da soberania popular”.
que por vontade própria optarem por outra naciona-
Em sua concepção restrita, os direitos políticos en- lidade.
carnam o poder de que dispõe o individuo para inter-
ferir na estrutura governamental através do voto.
Cidadão: é o titular dos direitos políticos de votar e Suspensão:
ser votado. É o indivíduo capaz de intervir na estrutu- Poderá ocorrer em virtude da incapacidade civil
ra governamental. Os direitos de cidadania adquirem- absoluta que ocorre após o alistamento eleitoral (se dá
se pelo alistamento eleitoral. por decisão de interdição dos direitos políticos transi-
Os direitos políticos ativos (direito de votar) são ad- tada em julgado); em virtude de condenação criminal,
quiridos de forma facultativa aos 16 (dezesseis) anos. enquanto persistirem seus efeitos (após sentença com
Entre os 18 (dezoito) e os 70 (setenta) anos passam a trânsito em julgado); em decorrência da prática de cri-
ser obrigatórios. Após os 70 (setenta) anos voltam a ser me de responsabilidade, pelo prazo de oito anos; e em
facultativos. decorrência da prática de atos de improbidade admi-
nistrativa (após sentença transitada em julgado).
ü Para os analfabetos, o gozo dos direitos políti-
cos é facultativo. ü Em nenhuma hipótese será admitida a cassação
dos direitos políticos.
Por outro lado, os direitos políticos passivos (direi-
to de ser votado) começam a ser adquiridos aos 18 (de-
zoito) anos e completam-se aos 35 (trinta e cinco) anos, INSTRUMENTOS DA DEMOCRACIA DIRETA
quando ocorre a aquisição plena.
Plebiscito:
IDADE MÍNIMA CARGOS
18 anos Vereador É a consulta popular realizada antes da expedição
do ato legislativo ou administrativo.
21 anos Prefeito, vice-prefeito e
deputados
30 anos Governador e vice- Referendo:
governador
A consulta popular é realizada após a expedição do
35 anos Presidente, vice-presidente ato. Nesse caso, cabe ao cidadão referendar ou rejeitar
e senador o ato.

12
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Constitucional

Iniciativa popular: São requisitos da elegibilidade:

Diz respeito à possibilidade de apresentação de pro- - a nacionalidade brasileira;


jeto de lei à Câmara dos Deputados, mediante a assina- - o pleno exercício dos direitos políticos;
tura de pelo menos 1% do eleitorado nacional, distri-
buído por pelo menos 5 (cinco) Estados-membros, com - o alistamento eleitoral;
pelo menos 0,3% do eleitorado de cada um dos Estados. - o domicílio eleitoral na circunscrição;
- a filiação partidária;
PARTIDOS POLÍTICOS
- a idade mínima de:
São pessoas jurídicas de direito privado, constituí- a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice
das sob a forma de associações, e que devem ser regis- -Presidente da República e Senador;
tradas perante o Tribunal Superior Eleitoral.
b) trinta anos para Governador e Vice-Go-
“O partido político é uma forma de agremiação de vernador de Estado e do Distrito Federal;
um grupo social que se propõe organizar, coordenar e c) vinte e um anos para Deputado Federal,
instrumentar a vontade popular com o fim de assumir Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vi-
o poder para realizar seu programa de governo” (José ce-Prefeito e juiz de paz;
Afonso da Silva).
d) dezoito anos para Vereador.
Os partidos políticos gozam de imunidade tribu-
tária, bem como acesso gratuito ao rádio e à televisão P Importante ressaltar que o momento para a
e aos recursos do Fundo Partidário. Por outro lado, configuração dos requisitos da elegibilidade é o
estão proibidos de receber recursos de entidades ou do registro da candidatura.
governos estrangeiros, ou de se subordinarem a estes.
Devem prestar contas à Justiça Eleitoral.

DO SISTEMA ELEITORAL
ORGANIZAÇÃO DO ESTADO E
REGRA: O voto (sufrágio) é universal e direto, 06
ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
obrigatório e secreto!

P Voto Majoritário: Senador, Governador e Pre- FORMA DE GOVERNO


feito.
República
P Voto Proporcional: Deputados Estaduais e Fe-
derais e Vereadores. Monarquia
SISTEMA DE GOVERNO
ELEGIBILIDADE Presidencialismo
Trata das regras de cidadania passiva e capacidade Parlamentarismo
eleitoral passiva.
FORMA DE ESTADO
Somente podem concorrer às eleições candidatos
Estado unitário
registrados por partidos.
Federação
Nenhum registro será admitido fora do período de
6 (seis) meses antes da eleição. Não é permitido regis-
tro de candidato embora para cargos diferentes, por A organização e a estrutura do Estado podem ser
mais de uma circunscrição ou para mais de um cargo analisadas sob três aspectos: a forma de governo – re-
na mesma circunscrição. pública ou monarquia; o sistema de governo – presi-
dencialismo ou parlamentarismo; e a forma de Estado
REGRA: São sempre inelegíveis o analfabeto, o – unitário ou federação.
estrangeiro e o conscrito.
O Brasil é uma federação, que adotou o sistema de
Para alguém ser candidato e receber validamente governo presidencialista e a forma de governo de uma
votos, não é suficiente o preenchimento das condições república.
de elegibilidade (além de não incorrer nas hipóteses
de inelegibilidades) há os requisitos de ser escolhido ü União X República: a União faz parte da Repú-
na convenção do partido e ter o pedido do registro de blica, e apenas esta possui personalidade jurídica
candidatura deferido. internacional.

13
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

FEDERAÇÃO ü Territórios:

Requisitos da Federação: Precisas são as palavras de José Afonso da Silva


ao dizer que “os territórios não são mais consi-
Soberania perante os demais territórios: igualdade derados como componentes da federação, como
jurídica perante outros Estados e poder máximo dentro equivocadamente o eram nas constituições prece-
daquele país. Somente o todo é soberano, e os Estados dentes. A Constituição lhes dá posição correta, de
que compõe a Federação são autônomos entre si. acordo com sua natureza de mera autarquia, sim-
ples descentralização administrativo-territorial da
Constituição: cria a federação e a autonomia dos União, quando os declara integrantes desta”.
Estados. Deve ser rígida e prever o controle de cons-
titucionalidade. Hoje não existem mais territórios federais, uma
vez que a própria CF transformou Roraima e Ama-
Descentralização política: é a concessão de poder pá (antigos territórios federais) em Estados. No
aos entes federativos. entanto, pode-se criar novos territórios através de
lei complementar.
Repartição de competências e receitas: é o que ga-
rante a autonomia dos entes federativos e o equilíbrio
da federação. COMPETÊNCIAS

Controle de constitucionalidade: no Brasil quem Podem ser positivas (obrigações ou permissões) ou


possui a última palavra em relação à constitucionali- negativas (proibições). A princípio, a CF cria algumas
dade das leis e atos é o STF. Assim, o STF atua como competências negativas: a proibição de se recusar fé de
um “guardião da Constituição”. documentos emitidos pelos entes federativos (recipro-
camente); a impossibilidade de fomento e o custeio de
Participação dos entes federados na formação da entidades religiosas pelos entes públicos; e a proibição
vontade geral: se materializa através da participação de tratamento desigual entre os entes federativos.
na elaboração das leis nacionais. Tal colaboração é que
justifica o Senado Federal. As competências podem ser exclusivas da União,
privativas da União, comuns e concorrentes.

Federalismo Brasileiro: As exclusivas não podem ser delegadas aos Estados.


As privativas podem ser delegadas através de lei com-
O Brasil Imperial era um Estado unitário, onde to- plementar. A delegação deve ser apenas parcial, e nun-
das as ordens emanavam do poder central. ca sobre o tópico principal (exemplo: não podem criar
tipos penais autônomos).
Após a proclamação da república, com a
Constituição de 1891, concedeu-se maior autonomia Já as competências comuns são aquelas em que to-
às províncias. Com a Constituição de 1891 - era cópia dos os entes federados atuam em forma de coopera-
da Constituição Americana -, as províncias possuíam, ção. Na competência comum, os entes atuam em for-
em tese, muita autonomia. No entanto, na prática a ma de igualdade.
autonomia não vingou (o poder central se mantinha
a ferro e fogo). Por fim, na competência concorrente existe hierar-
quia. A União edita as normas gerais (patamares míni-
As Constituições seguintes retiraram parte da auto- mos de atendimento), e os Estados podem ir além dos
nomia das províncias. Na CF de 1988 os Estados recu- patamares mínimos, adaptando a sua realidade local.
peraram parte da sua autonomia. A CF de 1988 prevê Os municípios também participam, respeitam a lei da
uma federação de equilíbrio. União e a lei estadual. Exemplo de competência con-
corrente é a legislação sobre o meio ambiente.
Federalismo cooperativo:
Todos os assuntos relacionados com as relações
A federação brasileira possui quatro níveis: União, internacionais serão de competência da União, bem
Estados, Municípios e Distrito Federal. como interesses que devam ser nacionalmente unifor-
mizados. O mesmo ocorrerá com os temas que envol-
Parte da doutrina afirma que a autonomia dos mu- verem mais de um Estado.
nicípios é restrita, uma vez que eles não possuem cons-
tituições próprias, não possuem Poder Judiciário pró- Aos Estados, cabe a competência remanescente. O
prio, e não participam da elaboração das leis nacionais. que não for de competência da União ou do município
será de competência Estadual.
Também existe doutrina que não considera o
Distrito federal como ente da federação. No entan- Todavia, a CF enumerou duas competências para
to, a própria CF considera os Municípios e o Distrito os Estados: exploração do serviço de gás canalizado e
Federal como entes federais. instituição das regiões metropolitanas.

14
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Constitucional

Em regra, a competência dos municípios se refere a Ao longo da história, todas as constituições brasi-
tudo aquilo que for de interesse tipicamente local. leiras adotaram a divisão orgânica de Montesquieu.
Exceção ocorreu na Constituição de 1824, que adotou
a Teoria do Poder Moderador (Benjamim Constant).
ü O STF entende que a regulação de atividade
Assim, além do Judiciário, Executivo e Legislativo, ha-
econômica é sempre da União. Assim, leis muni-
via o Poder Moderador, exercido pelo monarca.
cipais que estabelecem distâncias mínimas no co-
mércio são inconstitucionais. Diz a Constituição de 1988 que os poderes no Brasil
Por outro lado, os municípios podem regular a “são harmônicos e independentes entre si”. O país
qualidade dos serviços, motivo pelo qual a lei que adotou um “sistema dos freios e contrapesos”, onde
define tempo de espera em fila de banco é cons- cada um dos poderes mantém sua independência, po-
titucional. rém, em colaboração e sob a fiscalização dos demais
poderes.
Por fim, o Distrito federal acumula competências A separação de poderes é uma doutrina muito an-
estaduais e municipais. tiga (1748), que atualmente tem sido posta à prova,
uma vez que existem instituições de difícil alocação
Competências legislativas: são competências dentro do sistema tradicional. Exemplo é a situação do
para legislar sobre temas definidos. Ministério Público, que para alguns é poder indepen-
dente. No entanto, o Ministério Público é uma função
Competências materiais: são competências para essencial à justiça. Certo é que a tripartição de poderes
fazer coisas. clássica não atende à organização atual dos Estados de
forma completa.
Competência legislativa imprópria: é a compe-
tência derivada das competências materiais co-
muns (competência de todos os entes).
PODER JUDICIÁRIO
Intervenção: confirma a igualdade entre os en-
tes federados. Excepcionalmente a União po- Supremo Tribunal Federal:
derá intervir nos Estados. O mesmo ocorre nos O STF é ao mesmo tempo órgão de cúpula do
Estados em relação aos municípios. Judiciário, Tribunal Federativo (Corte Federal) e Corte
Constitucional. A CF previu a elaboração de lei com-
ü Somente os Estados podem intervir nos seus plementar de iniciativa do STF para a organização do
Municípios. A União não pode interferir nos mu- Poder Judiciário. Tal estatuto não foi editado, mas a EC
nicípios, exceto naqueles situados em territórios 45 adiantou vários comandos.
federais.

Conselho Nacional de Justiça:


DIVISÃO ORGÂNICA DO PODER O CNJ é o órgão de controle externo do Judiciário,
A separação dos poderes não surgiu com no entanto a EC 45 o colocou como um órgão do Poder
Montesquieu, como muitos lecionam. A ideia existe Judiciário. O STF diz que o CNJ pode investigar todos
os demais órgãos do Judiciário, menos o STF.
pelo menos desde Aristóteles. Montesquieu, em seu li-
vro intitulado “O Espírito das Leis”, afirmou que cada José Afonso da Silva diz que “esse tipo de órgão ex-
poder deveria ser exercido por um órgão independen- terno é benéfico à eficácia das funções judiciais, não só
te, para evitar o absolutismo. por sua colaboração na formulação de uma verdadeira
política judicial, como também porque impede que os
Foi essa inovação que tornou as ideias do pensador
integrantes do Poder Judiciário se convertam num cor-
francês amplamente utilizadas no sistema constitucio-
po fechado e estratificado”.
nal.

Destaca-se que, embora Montesquieu falasse em


Tribunais Superiores:
três poderes, não dava grande importância para o
Poder Judiciário. O Judiciário ganhou importância a STJ, TST, TSE e STM.
partir da Revolução Americana.
Nota-se que o poder é uno, razão pela qual o mais Justiça comum:
correto é se falar em separação das funções.
Subdivide-se em Estadual e Federal. No ramo
Todos os poderes exercem todas as funções, sen- Estadual cada Estado terá um Tribunal de Justiça. Já
do que em cada um existe uma função predominante, no ramo Federal existem cinco Tribunais Regionais
chamada de “típica”. No entanto, aparecem também Federais (Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Recife e
as funções atípicas (secundárias). Porto Alegre).

15
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

A Justiça Comum Estadual é composta pelos juízes a criação de novas varas deverá ser aprovada por lei. O
de direito, e pelos juizados especiais, em seu primeiro mesmo ocorre para a criação de novos cargos.
grau.
Julgamento originário pelos Tribunais:
ü Nos Estados onde o efetivo militar é superior a
20 (vinte) mil membros pode ser proposta pelo TJ A competência será do Tribunal mesmo quando
a criação de Tribunal Militar Estadual. o juiz ou membro do MP comete o crime em outro
Estado.
A Justiça Federal é composta pelos juízes federais
e pelos juizados especiais federais, em primeiro grau.
Juizados especiais cíveis e criminais:
Justiça do Trabalho: São órgãos de primeira instância, que terão seus re-
Existe um TRT em cada Estado, exceto no Acre, cursos julgados pelas suas próprias turmas recursais.
Tocantins, Roraima e Amapá. Em São Paulo existem MS e HC provenientes de juizados especiais deverão
dois Tribunais Regionais do Trabalho. ser julgados pelos Tribunais locais.

Justiça Eleitoral: Autonomia Administrativa e financeira do Judi-


ciário:
Existe um TRE em cada Estado.
É relativa, pois a lei orçamentária é conjunta dos
Poderes.
Justiça Militar:
Cada Estado possui sua auditoria militar.

Entrada do juiz na carreira:


07 FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA
O juiz entra na carreira como juiz substituto. Após MINISTÉRIO PÚBLICO
dois anos é vitalício, e somente pode perder cargo por
sentença transitada em julgado. Antes dos dois anos O art. 127 da Constituição Federal enuncia que:
pode perder o cargo por decisão do Tribunal a que está
vinculado.
“O Ministério Público é instituição permanente, es-
O juiz precisa ser provado em concurso de provas sencial à função jurisdicional do Estado, incumbin-
e títulos, com participação da OAB em todas as fases. do-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime demo-
Os candidatos devem ter três anos de prática jurídica, crático e dos interesses sociais e individuais indispo-
que devem ser cumpridas após a formatura no curso níveis”.
de direito.
Trata-se de um órgão independente e autônomo. A
Os juízes possuem vitaliciedade, imovabilidade e autonomia funcional e administrativa deriva do fato
irredutibilidade de vencimentos. A imovabilidade foi do próprio Ministério Público, nos limites da lei de di-
mitigada pela EC 45. A maioria absoluta do Tribunal retrizes orçamentárias, elaborar seu orçamento, bem
ou do CNJ pode remover o magistrado para outra lo- como propor ao Legislativo a criação e extinção dos
calidade. seus cargos e serviços auxiliares.

Vedações funcionais: os juízes não poderão


exercer outras funções, exceto as de magistério, O Ministério Público compreende:
desde que não prejudique suas funções. Não po-
dem se dedicar à atividade política/partidária. a) Ministério Público dos Estados.
Quarentena: por três anos o magistrado não po-
b) Ministério Público da União.
derá exercer advocacia perante o órgão de que
se afastou.
Por sua vez, o Ministério Público da União abrange:
Quinto constitucional (terço constitucional no
STJ): é a possibilidade de membros do MP, i. Ministério Público Federal.
advogados e Defensores ocuparem vagas nos
Tribunais. É necessário 10 anos de atividade e ii. Ministério Público do Trabalho.
reputação ilibada.
iii. Ministério Público Militar.
Competência administrativa dos Tribunais:
iv. Ministério Público do Distrito Federal e Ter-
O Poder Judiciário se autoadministra. No entanto, ritórios.

16
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Constitucional

proteção do patrimônio público e social, do meio ambien-


ü Ministério Público junto ao Tribunal de Con-
te e de outros interesses difusos e coletivos;
tas:
No entendimento do STF o MP junto ao TC não IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou repre-
dispõe de fisionomia institucional própria nem sentação para fins de intervenção da União e dos Estados,
autonomia administrativa. No entanto, seus mem- nos casos previstos nesta Constituição;
bros gozam das mesmas garantias e vedações V - defender judicialmente os direitos e interesses das po-
constitucionais dos demais membros do Ministé- pulações indígenas;
rio Público da União e dos Estados.
VI - expedir notificações nos procedimentos administrati-
vos de sua competência, requisitando informações e do-
Princípios institucionais: cumentos para instruí-los, na forma da lei complementar
respectiva;
Unidade: os membros do Ministério Público inte-
gram um único órgão, com uma única chefia. Essa uni- VII - exercer o controle externo da atividade policial, na
dade ocorre dentro de cada órgão, não havendo uni- forma da lei complementar mencionada no artigo ante-
dade entre o MP Federal e os Estaduais, por exemplo. rior;

Indivisibilidade: o MP é indivisível. Não há vin- VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração


culação entre os membros do Ministério Público e os de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos
processos em que atuam. Assim, um promotor pode- de suas manifestações processuais;
rá substituir outro no processo. é uma decorrência do
IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, des-
princípio da unidade. de que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada
a representação judicial e a consultoria jurídica de entida-
Independência funcional: o Ministério Público é ór-
des públicas.
gão independente. Somente há hierarquia interna, nas
funções administrativas. Nunca há hierarquia funcio- ü Investigação criminal pelo Ministério Público:
nal.
Nos últimos anos houve grande discussão acerca
da possibilidade de realização de investigação cri-
ü Princípio do promotor natural: minal diretamente pelo MP. Parte da doutrina en-
O STJ entende que “o promotor ou o procurador tende que o poder de investigação seria exclusivo
não pode ser designado sem obediência ao crité- da polícia.
rio legal, a fim de garantir julgamento imparcial,
Em 2009 a Segunda Turma do STF (em recurso
isento.
extraordinário de relatório da ex-Ministra Ellen
Veda-se, assim, designação de promotor ou pro- Gracie) entendeu por unanimidade que é possível
curador ad. hoc, no sentido de fixar prévia orien- a investigação pelo MP. O Pleno ainda não se ma-
tação, como seria odioso indicação singular de nifestou sobre o tema.
magistrado para processar e julgar alguém impor-
A ementa do referido recurso extraordinário des-
tante: fundamental é prefixar o critério de desig-
taca que “a denúncia pode ser fundamentada em
nação.
peças de informação obtidas pelo órgão do MPF
O réu tem direito público, subjetivo de conhecer sem a necessidade do prévio inquérito policial,
o órgão do ministério público, como ocorre com como já previa o Código de Processo Penal. Não
o juízo natural”. há óbice a que o Ministério Público requisite es-
clarecimentos ou diligencie diretamente a obten-
ção da prova de modo a formar seu convencimen-
Funções institucionais: to a respeito de determinado fato, aperfeiçoando
As funções (competências) do MP estão previstas a persecução penal”.
em rol exemplificativo no art. 129 da Constituição.
Procurador Geral da República:
Outras funções poderão ser exercidas pelos mem-
bros do Ministério Público, desde que compatíveis O Procurador-Geral da República é o chefe do
com as demais funções. Segue o rol do art. 129 da CF: Ministério Público da União. Será nomeado pelo
Presidente da República entre integrantes da carrei-
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na for-
ra, maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação
ma da lei;
do seu nome pela maioria absoluta dos membros do
II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos Senado Federal, para mandato de dois anos, permitida
serviços de relevância pública aos direitos assegurados a recondução. A destituição do Procurador-Geral da
nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias República, por iniciativa do Presidente da República
a sua garantia;
deverá ser precedida de autorização da maioria abso-
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a luta do Senado Federal.

17
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Acesso à carreira: ü Os membros do MP não poderão exercer a ad-


A Resolução 14/2006 do Conselho Nacional do vocacia no juízo ou tribunal perante o qual oficia-
Ministério Público estabelece as normas gerais para vam, antes de decorridos três anos do afastamen-
os concursos públicos que visam o preenchimento das to do cargo por aposentadoria ou exoneração.
vagas para membros do MP. O ingresso na carreira do
Ministério Público far-se-á mediante concurso públi- ü Os integrantes da carreira do Ministério Públi-
co de provas e títulos, com prazo de validade de dois co deverão residir na comarca da respectiva lota-
anos, a contar da homologação, prorrogável uma vez, ção, salvo autorização do chefe da instituição.
por igual período.

A Constituição prevê que a Ordem dos Advogados Conselho Nacional do Ministério Público:
do Brasil participará do concurso e dos candidatos
será exigido o diploma de bacharel em Direito e o mí- Composição:
nimo de três anos de atividades jurídicas.
A CF estabelece que o Conselho Nacional do
Ministério Público compõe-se de quatorze membros
Garantias funcionais dos membros do MP: nomeados pelo Presidente da República, depois de
aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado
a) Inamovibilidade: o membro do MP não poderá Federal, para um mandato de dois anos, admitida uma
ser removido ou promovido unilateralmente. Isto só recondução, sendo:
poderá ocorrer mediante decisão da maioria absoluta
do Conselho Superior do Ministério Público, assegura- i. O Procurador-Geral da República, que o pre-
da a ampla defesa. side;

b) Irredutibilidade de subsídios: a irredutibilidade ii. Quatro membros do Ministério Público da


União, assegurada a representação de cada uma
dos subsídios diz respeito ao valor nominal. Não há a
de suas carreiras;
garantia da irredutibilidade real, ou seja, da desvalori-
zação decorrente da inflação. iii. Três membros do Ministério Público dos Es-
tados;
c) Vitaliciedade: após o período probatório (2 anos
iv. Dois juízes, indicados um pelo Supremo Tri-
de efetivo exercício do cargo) o membro do MP so-
bunal Federal e outro pelo Superior Tribunal de
mente poderá perder o cargo por sentença judicial
Justiça;
transitada em julgado.
v. Dois advogados, indicados pelo Conselho Fe-
deral da Ordem dos Advogados do Brasil;
Impedimentos: vi. Dois cidadãos de notável saber jurídico e re-
putação ilibada, indicados um pela Câmara dos
Os impedimentos estão elencados nos artigos 129,
Deputados e outro pelo Senado Federal.
II, parágrafo 5º, e, 129, IX, da Constituição. Eles bus-
cam impedir que os membros do MP atuem de forma ü Os membros do CNMP serão julgados pelo Se-
incompatível com as suas funções. Assim, de acordo nado pelos crimes de responsabilidade. Cabe ao
com a CF, os membros do MP não poderão: STF julgar as ações comuns.

a) receber, a qualquer título e sob qualquer pre-


texto, honorários, percentagens ou custas pro- Competência:
cessuais; Compete ao Conselho Nacional do Ministério
Público o controle da atuação administrativa e finan-
b) exercer a advocacia;
ceira do Ministério Público e do cumprimento dos de-
c) participar de sociedade comercial, na forma veres funcionais de seus membros, cabendo-lhe:
da lei;
i. Zelar pela autonomia funcional e adminis-
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qual- trativa do Ministério Público, podendo expedir
quer outra função pública, salvo uma de magis- atos regulamentares, no âmbito de sua compe-
tério; tência, ou recomendar providências;

e) exercer atividade político-partidária; ii. Zelar pela observância do art. 37 e apreciar,


de ofício ou mediante provocação, a legalidade
f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios dos atos administrativos praticados por mem-
ou contribuições de pessoas físicas, entidades bros ou órgãos do Ministério Público da União e
públicas ou privadas, ressalvadas as exceções dos Estados, podendo desconstituí-los, revê-los
previstas em lei. ou fixar prazo para que se adotem as providên-

18
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Constitucional

cias necessárias ao exato cumprimento da lei, Para concretizar esse direito, a própria CF, em seu
sem prejuízo da competência dos Tribunais de art. 134, previu que “a Defensoria Pública é institui-
Contas; ção essencial à função jurisdicional do Estado, incum-
bindo-lhe a orientação jurídica e a defesa, em todos os
iii. Receber e conhecer das reclamações contra
graus, dos necessitados”.
membros ou órgãos do Ministério Público da
União ou dos Estados, inclusive contra seus Ainda nos termos da CF, deveria ser editada uma
serviços auxiliares, sem prejuízo da competên- lei complementar para organizar a Defensoria Pública
cia disciplinar e correicional da instituição, po- da União e do Distrito Federal e dos Territórios e
dendo avocar processos disciplinares em curso, prescrever normas gerais para sua organização nos
determinar a remoção, a disponibilidade ou a Estados. Essa lei é a LC 80/94, que foi substancialmente
aposentadoria com subsídios ou proventos pro- alterada pela LC 132/09. Os cargos da carreira de de-
porcionais ao tempo de serviço e aplicar outras fensor devem ser providos, na classe inicial, mediante
sanções administrativas, assegurada ampla de- concurso público de provas e títulos.
fesa;
iv. Rever, de ofício ou mediante provocação, os ü Os membros da Defensoria possuem a garan-
processos disciplinares de membros do Ministé- tia da inamovibilidade e lhes é vedado o exercício
rio Público da União ou dos Estados julgados há da advocacia fora das atribuições institucionais.
menos de um ano;
v. Elaborar relatório anual, propondo as provi- Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas
dências que julgar necessárias sobre a situação autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de
do Ministério Público no País e as atividades do sua proposta orçamentária dentro dos limites estabe-
Conselho, o qual deve integrar a mensagem pre- lecidos na lei de diretrizes orçamentárias.
vista no art. 84, XI.
ü O Presidente do Conselho Federal da OAB ofi- ü Autonomia funcional e administrativa:
ciará junto ao Conselho.
Nos Estados, as Defensorias possuem autono-
Corregedor nacional: mia funcional e administrativa; já a Defensoria
da União é vinculada ao Ministério da Justiça. A
O Conselho escolherá, em votação secreta, um autonomia funcional e administrativa diz respeito
Corregedor nacional, dentre os membros do Ministério ao fato de que será a própria Defensoria Estadual
Público que o integram, vedada a recondução, compe- que, por exemplo, definirá as frentes de atuação,
tindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferi- as localidades geográficas onde colocarão suas se-
das pela lei, as seguintes: des e outras questões relacionadas à administra-
ção do órgão.
i. Receber reclamações e denúncias, de qualquer
interessado, relativas aos membros do Ministé- A autonomia administrativa remete-se também
rio Público e dos seus serviços auxiliares; ao fato de que o poder normativo da Defensoria
é realizado pelo Conselho Superior, ou seja, a re-
ii. Exercer funções executivas do Conselho, de gulamentação das leis (decretos) emanam da pró-
inspeção e correição geral; pria Defensoria, e não de ato do governador.
iii. Requisitar e designar membros do Ministério A proposta orçamentária é de iniciativa da Defen-
Público, delegando-lhes atribuições, e requisitar soria, mas o projeto de lei é feito pelo governador.
servidores de órgãos do Ministério Público.

Ouvidorias do MP: Princípios institucionais:

A CF previu a criação (por lei) de ouvidorias do O art. 3º da LC 80/94 diz que “são princípios insti-
Ministério Público da União e dos Estados, competen- tucionais da Defensoria Pública a unidade, a indivisi-
tes para receber reclamações e denúncias de qualquer bilidade e a independência funcional”.
interessado contra membros ou órgãos do Ministério
Público, inclusive contra seus serviços auxiliares, re- Princípios da Unidade e da Indivisibilidade:
presentando diretamente ao Conselho Nacional do
Ministério Público. A Defensoria Pública é una. Embora existam divi-
sões administrativas a Defensoria Pública é indivisível
no aspecto funcional. Alguns doutrinadores afirmam
DEFENSORIA PÚBLICA
que a unidade diz respeito a todas as defensorias do
A CF, ao tratar dos direitos fundamentais diz que país, no entanto não é uma ideia aceita pela maioria
“o Estado prestará assistência jurídica integral e gra- da doutrina. Decorre da unidade que o Defensor não
tuita aos que comprovarem insuficiência de recursos”. atua em seu nome, mas em nome da Defensoria.

19
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Princípio da Independência Funcional: ADVOCACIA PÚBLICA

Possibilidade do Defensor Público agir confor- “A Constituição desfez o bifrontismo que sempre
me a sua consciência na atividade fim da Defensoria existiu no Ministério Público Federal, cujos mem-
Pública. Desta forma, o Defensor não poderá sofrer bros exerciam cumulativamente as funções de Mi-
restrições em relação às teses defendidas no cotidiano. nistério Público e de Procuradores da República no
exercício da advocacia da União. Agora o Ministério
Público da União com seus Ministérios Públicos es-
ü Lembre-se que administrativamente existe peciais só cumpre as funções típicas da instituição.
uma hierarquia na carreira. Não são mais advogados da União.
(...) As funções de advocacia pública da União foram
Objetivos da Defensoria no Brasil: outorgadas a uma nova instituição que a Consti-
tuição denominou Advocacia Geral da União”(José
i. Primazia pela dignidade da pessoa humana e Afonso da Silva).
redução das desigualdades sociais;
Advocacia Geral da União (AGU):
ii. Afirmação do Estado Democrático de Direito;
“A Advocacia-Geral da União é a instituição que,
iii. Prevalência e efetividade dos direitos huma- diretamente ou através de órgão vinculado, repre-
nos; senta a União, judicial e extrajudicialmente, caben-
do-lhe, nos termos da lei complementar que dispuser
iv. Garantia da ampla defesa e do contraditório. sobre sua organização e funcionamento, as atividades
de consultoria e assessoramento jurídico do Poder
Executivo (CF, art. 131)”.
Prazo em dobro e intimação pessoal:
O chefe da AGU é o Advogado geral da União, que
No processo civil o Defensor Público sempre go- é nomeado livremente pelo Presidente da República
zará dos benefícios do prazo em dobro e da intimação dentre os cidadãos maiores de trinta e cinco anos, no-
pessoal no exercício das suas atribuições. No processo tável saber jurídico e reputação ilibada.
penal a intimação pessoal também ocorre, mas o STF
entendeu que, levando-se em consideração o fato do O ingresso nas classes inicias das carreiras da AGU
Ministério Público não contar com o prazo em dobro, se faz por concurso público de provas e títulos.
este somente poderá ser observado para a Defensoria Nos termos do art. 132 da CF, os Procuradores dos
enquanto ela não estiver totalmente organizada. Estados e do Distrito Federal, exercerão a represen-
Assim, quando a Defensoria for satisfatoriamente tação judicial e a consultoria jurídica das respectivas
estruturada, esse prazo deixará de existir. É a chamada unidades federadas.
“inconstitucionalidade progressiva” da possibilidade
do prazo em dobro para a Defensoria Pública no pro- ü Aos procuradores é assegurada estabilidade
cesso penal. após três anos de efetivo exercício, mediante ava-
liação de desempenho perante os órgãos próprios,
Advogados dativos: o STF entendeu que: após relatório circunstanciado das corregedorias.

“Não se estendem aos defensores dativos as prerro- ADVOCACIA


gativas processuais da intimação pessoal e do prazo
em dobro asseguradas aos defensores públicos em A Constituição Federal assevera que “o advogado
geral e aos profissionais que atuam nas causas pa- é indispensável à administração da justiça, sendo in-
trocinadas pelos serviços estaduais de assistência violável por seus atos e manifestações no exercício da
judiciária”. profissão, nos limites da lei”.

José Afonso da Silva leciona que “a inviolabilida-


Honorários advocatícios: de do advogado, prevista no art. 133, não é absoluta.
Ao contrário, ela só o ampara em relação a seus atos e
Os membros da Defensoria não podem receber, a manifestações no exercício da profissão, e assim mes-
qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários mo, nos termos da lei. Equivoca-se quem pense que a
advocatícios, percentagens ou custas processuais. inviolabilidade é um privilégio do profissional.
No entanto, é função dos Defensores executar as Na verdade, é uma proteção do cliente que confia
verbas sucumbenciais, inclusive contra os entes públi- a ele documentos e confissões da esfera íntima, de na-
cos. Essas verbas serão destinadas aos fundos geridos tureza conflitiva e, não raro, objeto de reivindicação e
pela Defensoria Pública para o aparelhamento do ór- até agressiva cobiça alheia, que precisam ser resguar-
gão e capacitação dos seus membros e servidores. dados e protegidos de maneira qualificada”.

20
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Constitucional

ANOTAÇÕES

21
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

22
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
NOÇÕES DE DIREITO
06
ADMINISTRATIVO

01 DIREITO ADMINISTRATIVO
02 REGIME JURÍDICO DO DIREITO ADMINISTRATIVO
03 PODERES DA ADMINISTRAÇÃO
04 ATOS ADMINISTRATIVOS
05 ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
06 CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
07 LICITAÇÕES
08 RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
09 SERVIDORES PÚBLICOS

Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Administrativo

Embora os doutrinadores abordem o tema de inú-


01 DIREITO ADMINISTRATIVO meras maneiras diferentes, faz-se suficiente nesse mo-
mento o estudo dos princípios constitucionalmente
Embora tenha perdido um pouco de espaço nos elencados no art. 37, caput, da CF, bem como de al-
concursos públicos devido ao surgimento de ques- guns outros princípios expressos ou implícitos na pró-
tões que cobram conhecimento em ramos do direito pria CF e na legislação pátria.
antes menos explorados (como o Direito Ambiental),
o Direito Administrativo ainda é muito presente nas
provas, especialmente em alguns temas como, por “PEDRAS DE TOQUE” DO DIREITO
exemplo, as licitações e o regime jurídico dos servido- ADMINISTRATIVO
res estatutários.
O festejado administrativista Celso Antônio
Bandeira de Mello consagrou a expressão “pedras de
Conceito:
toque” ao se referir aos princípios da supremacia e da
O Direito Administrativo foi conceituado por Hely indisponibilidade do interesse público. Para o autor,
Lopes Meirelles como sendo “um conjunto harmônico tais princípios implícitos são verdadeiros pressupos-
de regras e princípios que regem os órgãos, os agentes tos para a vida em sociedade, razão pela qual ocupam
e as entidades públicas, desde que estejam exercendo posição de destaque no Direito Administrativo.
atividade administrativa, e realizando de forma direta,
concreta e imediata, os fins desejados pelo Estado”.
Princípio da Supremacia do Interesse Público so-
bre o privado:
ORDENAMENTO URBANO
Trata basicamente do fato de que o interesse cole-
O ordenamento urbano é tema do Estatuto da tivo deve ser colocado acima do interesse individual.
Cidade (Lei 10.157/2001). Tal Lei apareceu para regu- Há uma corrente doutrinária que defende sua relativi-
lamentar os artigos 182 e 183 da Constituição Federal, zação pelo princípio da dignidade da pessoa humana
que tratam da política do desenvolvimento urbano e (Marçal Justen Filho).
da função social da propriedade.
No entanto, a tese não é aceita pela doutrina ma-
O Estatuto da Cidade é uma tentativa de democra- joritária e pela jurisprudência pátria. Para a prova, a
tizar a gestão das cidades brasileiras através de instru- defesa desta tese - ou ao menos o conhecimento da sua
mentos de gestão, dentre os quais podemos destacar o existência -, pode ser de grande importância.
Plano Diretor, obrigatório para toda a cidade com mais
de vinte mil habitantes ou aglomerados urbanos.
Princípio da Indisponibilidade do Interesse Pú-
O Estatuto é dividido em cinco capítulos: blico:

I- Diretrizes Gerais (artigos 1º a 3º); Remete à ideia de que o administrador não poderá
agir senão para garantir o interesse público. Não cabe
II- Dos Instrumentos da Política Urbana (artigos
a ele dispor do interesse coletivo, seja para tirar algum
4º a 38);
proveito pessoal, seja para beneficiar outrem.
III- Do Plano Diretor (artigos 39 a 42);
IV- Da Gestão Democrática da Cidade (artigos PRINCÍPIOS EXPRESSOS NO ART. 37 DA CF
43 a 45); e
O caput do art. 37 da Constituição Federal elenca
V- Disposições Gerais (artigos 46 a 58).
os cinco princípios básicos da Administração Pública.
ü Recomenda-se a leitura integral do texto atu- Tais princípios são muito cobrados nos concursos
alizado no site http://www.planalto.gov.br/cci- públicos, razão pela qual os professores e doutrina-
vil_03/leis/leis_2001/l10257.htm dores, quando tratam do tema se referem ao famoso
“LIMPE” para ajudar na fixação. Esta sigla traz a letra
inicial de cada um dos princípios que passamos a ana-
lisar.
REGIME JURÍDICO DO DIREITO
02
ADMINISTRATIVO
L EGALIDADE
I MPESSOALIDADE
A expressão “regime jurídico do Direito M ORALIDADE
Administrativo” é utilizada pela doutrina para P UBLICIDADE
descrever o conjunto de princípios que regem a
Administração Pública. E FICIÊNCIA

3
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

1. Princípio da Legalidade: para garantir agilidade, economia e qualidade na mo-


vimentação da máquina administrativa.
A Administração Pública somente poderá agir ou
deixar de agir de acordo com aquilo que a lei deter-
mina. Diferente é a situação dos particulares, que po- OUTROS PRINCÍPIOS IMPORTANTES
dem fazer tudo o que a lei não proíbe. Celso Antônio
Bandeira de Mello afirma que “este é o princípio capi- O rol de princípios aplicáveis à Administração
tal para a configuração do regime jurídico administra- Pública, presentes nos mais diversos diplomas legais,
tivo”, pois é através dele que o Estado e os administra- é quase interminável. Na doutrina não há unanimida-
dores públicos se submetem à lei e, por consequência, de na escolha de quais seriam os mais ou menos im-
ao próprio Estado de Direito. portantes.

Segue abaixo algumas palavras sobre aqueles que


2. Princípio da Impessoalidade: mais aparecem nos concursos.
Os administradores devem dispensar tratamento
igual aos administrados que se encontrem em situação Princípio da Autotutela:
jurídica idêntica, sem que haja discriminação. Celso
Antônio crava que “nem favoritismos nem persegui- Remete ao fato de que a própria Administração
ções são toleráveis”. pode exercer controle sobre os seus atos, revogando-os
quando não forem mais convenientes, ou anulando-os
3. Princípio da Moralidade: quando constatar qualquer ilegalidade.

Nas palavras de José dos Santos Carvalho Filho “o


Princípio da Continuidade dos Serviços Públicos:
princípio da moralidade impõe que o administrador
público não dispense os preceitos éticos que devem es- Traz a ideia de que o serviço público deve ser pres-
tar presentes em sua conduta. Deve não só averiguar tado de forma ininterrupta. No entanto, a jurispru-
os critérios de conveniência, oportunidade e justiça, dência aceita que em alguns casos os serviços públicos
mas também distinguir o que é honesto do que é deso-
possam deixar de ser prestados. Exemplos clássicos
nesto”. É importante frisar que a conduta proba deve
são os casos de corte do fornecimento de energia quan-
ser verificada não somente em relação aos particulares,
do ocorre uma situação emergencial (nesse caso não
mas também internamente na Administração Pública.
há necessidade de aviso prévio); e o corte da energia
O parágrafo 4º do art. 37 da CF diz que “os atos por falta de pagamento (onde há necessidade do aviso
de improbidade administrativa serão punidos com a prévio pelo prestador do serviço).
suspensão dos direitos políticos, a perda da função pú- Neste último caso a jurisprudência entende pela
blica, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento
possibilidade do corte no serviço em razão da supre-
do erário, na forma e gradação previstas em lei, sem
macia do interesse público, vez que a inadimplência
prejuízo da ação penal cabível”.
de alguns particulares pode afetar preço e qualidade
Maria Sylvia Zanella Di Pietro afirma que a mo- do serviço.
ralidade e a probidade estão intimamente ligadas,
uma vez que ambas trazem a ideia de honestidade
Princípio da Razoabilidade:
na Administração Pública. Assim, pode-se dizer que
o administrador que atenta contra a moralidade está Embora a lei autorize a Administração usar de cer-
sujeito às sanções da Lei da Improbidade (8.429/92). ta discricionariedade em alguns casos, o exercício des-
sa faculdade não se dá de forma totalmente livre, pois
o administrador deverá utilizar “critérios aceitáveis do
4. Princípio da Publicidade: ponto de vista racional” (Celso Antônio) para fazer as
A Administração Pública possui o dever de se com- suas escolhas.
portar de forma transparente. Assim, todos os seus Essa racionalidade nas escolhas é que se entende
atos devem ser de conhecimento público. Somente por razoabilidade. Em suma, o Estado deve buscar
haverá exceção a este princípio quando o sigilo for ne- meios razoáveis para chegar ao fim almejado.
cessário para consagrar a segurança da sociedade ou
do Estado.
Princípio da Proporcionalidade:

5. Princípio da Eficiência: Celso Antônio diz que o princípio da proporcio-


nalidade é uma faceta do princípio da razoabilidade.
O princípio foi consagrado no texto constitucional Para o autor, traz a ideia de que “as competências ad-
em 1998, através da EC 19. Traz a ideia de que o ad- ministrativas só podem ser validamente exercidas na
ministrador público deve buscar os meios adequados extensão e intensidade proporcionais ao que seja de-

4
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Administrativo

mandado para cumprimento da finalidade de interes- Embora seja utilizada a expressão “poder”, é unâ-
se público a que estão atreladas”. Ou seja, a atuação nime o entendimento de que os poderes conferidos
estatal não pode ir além do necessário para atingir sua aos agentes públicos são “poderes-deveres”. Tal en-
finalidade. tendimento possui base nos princípios basilares da
Administração Pública (pedras de toque), que impos-
sibilitam o administrador de dispor do interesse co-
Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa: letivo. Desta feita, uma vez conferidos ao agente, ele
possui o dever de fazer uso dos seus poderes, sob pena
O contraditório, em suma, é dar ciência à parte so-
de ser responsabilizado por omissão.
bre a existência de um processo e dos atos praticados
no mesmo. Já a ampla defesa é garantir à parte a possi- No entanto, dentro do dever de se utilizar dos po-
bilidade de oferecimento da sua defesa sem quaisquer deres, pode-se dizer que os agentes públicos possuem
restrições autoritárias e ilegais. graus diferentes de obrigatoriedade. Em alguns casos,
o agente deve agir exatamente conforme dita a lei, e
não lhe cabe nenhum juízo de oportunidade ou con-
Princípio da Segurança Jurídica: veniência (o poder é vinculado – exemplo: emitir a cé-
O administrado não poderá ficar à mercê da von- dula de identidade de alguém que preencheu todos os
tade do Poder Público eternamente. Assim, situações requisitos). Por outro lado, existem situações onde o
consolidadas no tempo e que resultaram da boa-fé do administrador pode, dentro da lei, optar por uma ou
indivíduo não podem ser revistas pela Administração. outra forma de agir, de acordo com a conveniência e a
Tal princípio pode ser facilmente observado na leitura oportunidade (poder discricionário – exemplo: nome-
do art. 54 da Lei 9.784: “O direito da Administração de ação para cargo em comissão).
anular os atos administrativos de que decorram efei-
tos favoráveis para os destinatários decai em 5 (cinco) PODER REGULAMENTAR (NORMATIVO)
anos, contados da data em que foram praticados, salvo
comprovada má-fé. Carvalho Filho diz que “é a prerrogativa conferi-
da à Administração Pública de editar atos gerais para
complementar as leis e permitir a sua efetiva aplica-
ção”. Deve-se notar que a prerrogativa é de apenas
complementar a lei dentro dos limites por ela estabele-
cidos. Não há que se falar em alteração do texto legal
03 PODERES DA ADMINISTRAÇÃO ou de inovação no ordenamento jurídico.

Os poderes da Administração Pública nada mais


são do que as prerrogativas outorgadas pela lei aos
PODER DISCIPLINAR
agentes do Estado para que estes possam desenvolver
suas funções e atingir os fins propostos em benefício
É a possibilidade de a Administração punir inter-
da coletividade. “Uso do poder, portanto, é a utiliza-
namente os agentes públicos que praticarem infrações
ção normal, pelos agentes públicos, das prerrogativas
funcionais, bem como punir outras pessoas legalmente
que a lei lhes confere” (Carvalho Filho).
sujeitas à jurisdição disciplinar dos órgãos do Estado.
Por outro lado, quando o agente não utiliza o poder Lembra-se que nenhuma punição poderá ser aplicada
a ele conferido de forma adequada (na forma da lei), sem prévio procedimento administrativo com direito
ocorre o que a doutrina chama de “abuso de poder”. ao contraditório e à ampla defesa.
Tal abuso pode ocorrer de duas formas: excesso de po-
der ou desvio de finalidade.
PODER HIERÁRQUICO
EXCESSO DE PODER DESVIO DE FINALIDADE
Nas lições de Hely Lopes Meirelles:
Ocorre quando o agente É um defeito na vontade.
possui competência para Aqui, embora o agente seja “É o poder que dispõe o Executivo para distribuir e
o ato, mas o pratica de competente e atue com escalonar funções de seus órgãos, bem como orde-
forma desproporcional, razoabilidade existe vício na nar e rever a atuação de seus agentes, estabelecen-
extrapolando a permissão finalidade do ato praticado. do a relação de subordinação entre os servidores do
legal. Exemplo: servidor Exemplo: funcionário do seu quadro de pessoal”. Em virtude desse poder os
público que além órgão de trânsito, que agentes públicos podem delegar (atribuições não
de cobrar multa por pode cancelar as multas privativas) e avocar (atribuições não exclusivas do
atraso na declaração aplicadas indevidamente, órgão subordinado) . É aqui também que aparece a
de importo de renda, usa do cargo para cancelar prerrogativa de fiscalizar e controlar os subordina-
humilha publicamente o multas de parentes. dos, bem como de revisar os atos por eles pratica-
contribuinte.
dos.

5
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

PODER DE POLÍCIA A doutrina distingue os atos administrativos dos


atos da administração.
É a atividade do Estado de limitar certas liberda-
des individuais para ajustá-las aos interesses da co- Os atos da administração englobam os atos admi-
letividade. Aparece quando de um lado o cidadão nistrativos (regime de direito público) e os atos regi-
dos pelo regime jurídico de direito privado (exemplos:
quer exercer plenamente seus direitos, e de outro, a
locação, compra e venda, permuta).
Administração deve condicionar o exercício daqueles
direitos ao bem-estar coletivo.

Tal poder funda-se na supremacia do interesse pú- ELEMENTOS (REQUISITOS DE VALIDADE)


blico sobre o particular. No entanto, a limitação do
exercício dos direitos individuais pelo poder de polí- Alguns doutrinadores chamam de requisitos, ou-
cia deve estar prevista em lei, sob pena de configurar tros preferem o termo “elementos”, alguns fazem dis-
abuso de poder. tinções entre os dois termos. O certo é que para que
um ato produza efeitos no mundo jurídico, deve aten-
A Administração exercita tal poder preventiva e der aos requisitos (elementos).
repressivamente. Como exemplo de poder de polícia
preventivo pode-se citar os casos de necessidade de Nos atos vinculados todos os elementos são vincu-
alvarás de funcionamento para os estabelecimentos lados; já nos atos discricionários a discricionariedade
comerciais. Já como exemplo de atuação repressiva aparece apenas no objeto e no motivo. Os demais ele-
estão as multas aplicadas aos estabelecimentos pela mentos (competência, forma e finalidade) continuam
Vigilância Sanitária. sendo vinculados.

Meios de exteriorização do poder de polícia: COMPETÊNCIA Sujeito competente


atos normativos criados por lei, limitações ad-
ministrativas a atividades individuais, atos ad- FORMA Prevista em lei
ministrativos e operações materiais, compreen- FINALIDADE Satisfazer o interesse
dendo medidas preventivas e repressivas. público
OBJETO Lícito, possível e
Características: discricionariedade, auto-execu- determinado
toridade e coercibilidade. É uma atividade ne-
MOTIVO Verdadeiro e declarado
gativa, pois impõe uma “abstração”, um “não
fazer” ao particular.
Limites: existem limites ao poder de polícia
quanto à competência; à forma; aos fins; aos Competência:
meios; e, ao objeto. Ele somente deve ser exer-
cido para atender aos interesses públicos e deve “Competência é o circulo definido por lei dentro do
ser observada a necessidade, a proporcionalida- qual os agentes podem exercer legitimamente sua
de e a eficácia. atividade” (Carvalho Filho).

A competência administrativa é, para o Direito


POLÍCIA ADMINISTRATIVA POLÍCIA JUDICIÁRIA Público, algo muito semelhante à capacidade para
Tem como objetivo impedir O objetivo é punir os o Direito Privado. Grave-se que a competência dos
ações contrárias à ordem infratores da lei penal agentes públicos sempre estará definida por lei, é in-
social e é regida pelo Direito e é regida pelo Direito derrogável, e, em alguns casos, poderá ser delegada
Administrativo. É realizada, Processual Penal. ou avocada.
por exemplo, através dos Materializa-se através das
agentes fiscais dos mais polícias judiciárias, como
diversos órgãos, pelos por exemplo, a polícia civil
Forma:
policiais militares, etc. e a polícia federal.
É o meio pelo qual o ato ganhará vida no mundo
exterior. No Direito Administrativo, esse elemento ga-
nha maior importância do que no Direito Privado, em
virtude do princípio da solenidade das formas. Assim,
04 ATOS ADMINISTRATIVOS a forma deve estar prevista em lei ou nos regulamen-
tos para que seja válida.
Atos administrativos são aqueles praticados pelo
Estado ou por quem lhe faça as vezes, regidos pelas re- Motivação: para a maioria da doutrina é um re-
gras de direito público, e sempre passíveis de revisão quisito de forma e deve estar presente em todo
pelo Poder Judiciário. ato administrativo.

6
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Administrativo

Finalidade: ATRIBUTOS
Para Celso Antônio “é o bem jurídico objetivado Imperatividade:
com o ato”. O requisito da finalidade traz a ideia de
O Poder Público pode determinar a realização do
que todo ato administrativo deve atender ao interesse
ato sem a concordância do particular. Encontra base
público. Como visto anteriormente, o desvio de finali-
na supremacia do interesse público.
dade é tido como vício na vontade.
Presunção de legitimidade e veracidade:
Objeto:
O ato administrativo é tido como legal até que exis-
Alguns autores preferem chamar esse requisito de ta prova em contrário. Legitimidade está relacionada
“conteúdo”. Conceitualmente “é a alteração no mundo com o fundamento legal (de acordo com a lei); e ve-
jurídico que o autor se propõe a processar” (Carvalho racidade se relaciona com os fatos, ou seja, diz que o
Filho). Para que seja válido, o objeto deve ser lícito administrador aplicou a lei no fato concreto.
(previsto em lei, e não apenas ‘não proibido’, como
É uma presunção relativa, que está calcada no prin-
ocorre no Direito Privado), possível e determinado. cípio da legalidade, uma vez que o administrador so-
mente poderá agir dentro do que a lei expressamente o
Motivo: autoriza (é o que fundamenta a presunção). Na prática
o que ocorre é uma inversão do ônus da prova para o
O motivo é a situação de fato ou de direito que le- reconhecimento da legalidade do ato.
vou à realização do ato. Difere de “motivação”, que é
a explicação da realização do ato, ou seja, é a demons- Auto-executoriedade:
tração de que os motivos realmente existem (requisito
de forma). É o atributo que permite ao Poder Público executar
materialmente suas decisões sem necessidade de re-
Teoria dos motivos determinantes: uma vez decla- correr ao Poder Judiciário. Não é um atributo presen-
rado o motivo para prática do ato pelo administrador, te em todos os atos administrativos. Somente estará
este fica preso ao motivo exteriorizado. presente quando decorrer da lei ou de uma situação
emergencial ou de urgência. A doutrina divide esse
Como visto, nos atos discricionários o administra- atributo em:
dor não está preso em relação aos objetos e motivos.
Porém, pela teoria dos motivos determinantes, uma Exigibilidade: forma de execução pela Admi-
vez declarado, o motivo fica vinculado, não há mais nistração Pública fundada em meios coercitivos
discricionariedade. indiretos. Exemplo: Poder Público dá o prazo
para que o particular construa um muro em seu
MÉRITO ADMINISTRATIVO terreno, sob pena de multa.
Executoriedade: utilização de meios coercitivos
Lecionou-se anteriormente que nos atos adminis- diretos. A Administração executa o ato necessá-
trativos discricionários o agente público poderá fazer rio. Exemplo: implode um prédio que coloca a
juízo de oportunidade e conveniência em relação aos população em risco.
motivos e ao objeto do ato. Esse juízo é o que a doutri-
na chama de análise do mérito administrativo. Grave-
Tipicidade:
se, outra vez, que não há discricionariedade em rela-
ção à forma, finalidade e competência. É o atributo que determina que para cada ato prati-
cado pela Administração Pública corresponde um pro-
cedimento próprio previsto no ordenamento jurídico.
IMPOSSIBILIDADE DE CONTROLE DO MÉRITO
ADMINISTRATIVO PELO PODER JUDICIÁRIO
CLASSIFICAÇÃO
Esse é um tema recorrente nos concursos públicos. São inúmeras as classificações encontradas na dou-
Deve ficar bem clara a posição do STF em relação ao trina administrativista. Eis as mais cobradas:
fato: não é possível o controle judicial sobre o mérito
do ato administrativo. ATOS GERAIS Atingem todos os administra-
Os magistrados não podem fazer juízo de opor- dos que estiverem na mesma
situação. Não possuem des-
tunidade e conveniência sobre o objeto e os motivos
tinatários pré-determinados.
do ato. Tal fato quebra a separação dos poderes. O
controle do Judiciário recai apenas sobre a legalidade ATOS Visam destinatários determi-
do ato. Quando o Judiciário anula um ato por falta de INDIVIDUAIS nados. O destinatário pode
razoabilidade, o vício em questão é de legalidade e, ser singular (apenas um) ou
neste caso, o Judiciário não faz análise de mérito ad- plúrimo (vários destinatários
ministrativo. determinados).

7
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

ATOS DE IMPÉRIO Ocorrem quando a Adminis- Pela retirada:


tração usa de suas prerrogati- É a extinção do ato pelo advento de outro ato que o
vas e privilégios, impondo ao elimina. Tais atos podem ser:
administrado sua autoridade.
Tais atos são praticados sob o a) Anulação: forma de retirada do ato adminis-
regime jurídico de Direito Pú- trativo por ilegalidade. Pode ser realizada pelo
blico. Exemplo: cobrança dos Judiciário ou pela Administração e o efeito será
impostos. ex tunc (retroage);
ATOS DE GESTÃO Obedecem à lógica do Direito b) Revogação: forma de retirada em decorrência
Privado. Aqui a Administra- de interesse público, calcado na conveniência e
ção Pública atua sem suas oportunidade do ato (mérito administrativo).
prerrogativas e privilégios. Efeito ex nunc (não retroage). Somente pode ser
Exemplo: locação de imóvel. praticado pela Administração Pública;
c) Cassação: é forma de retirada do ato adminis-
ATOS O agente não possui liberda- trativo em decorrência do seu beneficiário des-
VINCULADOS de, deve realizar o ato exata- cumprir condição tida como indispensável para
mente na forma da lei. a manutenção do ato administrativo. Exemplo:
ATOS Pode existir juízo de oportu- bar que perde a licença de funcionamento por
DISCRICIONÁRIOS nidade e conveniência (méri- deixar de cumprir as normas da Vigilância Sa-
to administrativo). nitária;
c) Caducidade: forma de retirada do ato admi-
ATOS SIMPLES Apenas um órgão público se nistrativo, em decorrência de ato fundado em
manifesta para a sua forma- competência superior lhe impedir a manuten-
ção (o órgão pode ser singu- ção. Exemplo: uma nova lei de zoneamento pro-
lar ou colegiado). íbe atividade comercial em região onde havia
sido concedida autorização infralegal de funcio-
ATOS Dois ou mais órgãos precisam
namento de estabelecimento;
COMPLEXOS se manifestar. Neste caso,
ambas as manifestações pos- d) Contraposição ou derrubada: forma de reti-
suem mesmo grau de impor- rada do ato administrativo em decorrência da
tância. Os dois órgãos se ma- edição de outro ato com efeitos contrapostos,
nifestam sobre um só ato. que torna incompatível a manutenção do ato.
ATOS Também depende de duas ou Exemplo: o ato de nomeação de um servidor
COMPOSTOS mais manifestações, no en- não pode permanecer no mundo jurídico quan-
tanto, uma delas é a principal do existe um pedido de exoneração em momen-
e a outra a secundária. Aqui, to posterior.
aparecem dois atos, sendo
que o segundo é condição
para o primeiro produzir efei-
tos.
ORGANIZAÇÃO DA
05
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
O Estado pode prestar suas atividades através das
Sobre o tema, festejadas são as lições de Celso pessoas jurídicas de direito público da administração
Antônio Bandeira de Mello. Afirma o autor que a ex- direta (União, Estados, Municípios e Distrito Federal),
tinção dos atos administrativos se dá: onde ocorre a denominada “prestação centralizada”,
como, também, através do instituto da “descentraliza-
ção”, pode descolar a realização das suas atividades
Pelo cumprimento dos seus efeitos:
para entes da administração indireta ou para os parti-
Aparece quando o ato foi exaurido, é forma mais culares prestadores de serviços públicos.
comum de extinção do ato.
DESCENTRALIZAÇÃO
Pelo desaparecimento do sujeito ou objeto:
É a transferência do serviço público para entes que
Ocorre, por exemplo, quando as férias do servidor não se confundem com a administração direta. Como
são extintas pela sua morte (desaparecimento do su- visto, essa transferência pode se dar para a administra-
jeito), ou quando desmorona uma casa tombada pelo ção indireta ou para particulares - na forma de conces-
patrimônio histórico (desaparecimento do objeto). são ou permissão.

8
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Administrativo

A descentralização pode ocorrer através da outor- ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA


ga ou delegação:
De acordo com o Decreto Lei 200/67, em seu art.
4º. II, a administração pública indireta é formada pelas
OUTORGA DELEGAÇÃO
autarquias, fundações públicas, empresas públicas e
Transfere titularidade + Transfere apenas a sociedades de economia mista.
execução execução
Embora cada tipo de entidade da administração in-
Somente por lei Lei, ato ou contrato
direta possua muitas especificidades é possível identi-
Somente para Administração indireta ficar um rol de características que estarão presentes em
administração indireta ou particulares todas elas, o que facilita o estudo proposto. São elas:

Orçamento, receitas e patrimônio próprio: es-


Descentralização X desconcentração: ao con- sas características fazem com que as pessoas da
trário do que ocorre na descentralização, onde o administração indireta possuam autonomia téc-
serviço é transferido para outra pessoa jurídica nica, administrativa e financeira. Nesse ponto,
de direito público ou privado, na desconcentra- vale destacar que tais entes não possuem auto-
ção o serviço é transferido, mas não sai da admi- nomia política.
nistração pública direta. Exemplo: transferência
do serviço para uma nova secretaria, ministério, Personalidade jurídica: os entes da administra-
subprefeitura, etc. ção indireta são verdadeiras pessoas jurídicas,
sujeitos de direitos e obrigações. Por essa razão,
respondem pelos seus atos, ou seja, devem repa-
ÓRGÃOS PÚBLICOS rar os danos causados às outras pessoas. Assim, a
responsabilidade do Estado é apenas subsidiária.
Órgãos não possuem personalidade jurídica, ou
seja, somente têm existência quando vinculados à pes- Criação (ou autorização) e extinção por lei espe-
soa jurídica de direito público interno (administração cífica: com base no art. 37, XIX, da CF, somente
pública direta). por lei específica poderá ser criada uma autar-
quia. Também é por lei específica que ocorre a
Na doutrina de Celso Antônio “órgãos são unida- autorização para criação das empresas públicas,
des abstratas que sintetizam os vários círculos de atri- sociedades de economia mista e fundações.
buições do Estado”.
Finalidades específicas: os entes estarão sem-
pre vinculados aos fins descritos nas leis que os
Classificação dos órgãos: criaram. Nesse ponto, é importante gravar que
embora possam realizar lucro, tais entidades
INDEPENDENTES não podem ser criadas com o objetivo único de
Decorrem de previsão constitucional. Exemplo: gerá-lo.
Presidência da República, STF, Congresso Nacional. Tais Controle: o controle exercido pela Administra-
órgãos possuem autonomia financeira, administrativa, ção Pública direta sobre a indireta é o controle
técnica e política. chamado de “tutela”, onde apenas ocorrerá o
controle da legalidade. Não há controle sobre o
mérito das decisões administrativas.
AUTÔNOMOS
São aqueles que se encontram hierarquicamente abaixo
dos órgãos independentes, e estão a estes subordinados, Autarquias:
possuindo uma função de direção e gestão. Possuem Carvalho Filho define as autarquias como “pessoas
autonomia administrativa e financeira, mas não possuem jurídicas de direito público, integrantes da administra-
autonomia de decisão política. Exemplo: Ministérios e ção indireta, criadas por lei para desempenhar funções
Secretarias. que, despidas de caráter econômico, sejam próprias e
típicas do Estado”.
SUPERIORES Criação: ocorre por lei específica.
São aqueles que possuem autonomia técnica, com
poder de direção dentro da respectiva área de atuação. Personalidade jurídica: pessoa jurídica de direi-
Exemplo: gabinetes, coordenadorias, etc. to público.

Privilégios Processuais: prazo em quádruplo


para contestar e em dobro para recorrer. Exis-
SUBALTERNOS
tem outros privilégios como: reexame neces-
São os que se enquadram na parte inferior da hierarquia sário, impenhorabilidade dos bens e execução
administrativa. Somente executam ordens. através das regras da Fazenda Pública.

9
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Privilégios fiscais: imunidades recíprocas nos Fundações governamentais: possuem persona-


impostos. Taxas serão devidas. lidade jurídica de direito privado;

Responsabilidade: a responsabilidade das au- Autarquia fundacional: possuem personalidade


tarquias perante os administrados será objetiva, jurídica de direito público.
com responsabilidade subsidiária do Estado.

Falência: não se submete à falência. Criada por Empresas Públicas:


lei, não poderia ser dissolvida por decisão judi-
cial. São pessoas jurídicas de direito privado, prestado-
ras de serviço público ou exploradoras de atividades
econômicas (por relevante interesse coletivo ou em
Autarquias - Agências reguladoras: razão da soberania nacional), que contam com capital
exclusivamente público e patrimônio próprio. Note-se
São autarquias sob regime especial. O regime es-
que o Estado somente explora atividade econômica
pecial significa ter poder normativo para regular o
em caráter excepcional.
serviço público e fiscalizá-lo; mandatos dos dirigentes
por prazo certo e determinado, o que gera maior au- Pode ter qualquer denominação social: socieda-
tonomia; ampliação da autonomia financeira (poderá de anônima, limitada, etc.
haver cobrança de taxa pela fiscalização que realiza).
Autonomia administrativa: devem observar lei
específica para licitação. Como ainda não exis-
Autarquias - Agências executivas:
te essa lei observam as leis gerais da licitação.
É o qualificativo concedido por decreto às autar- No entanto, não precisam licitar quando o ob-
quias ou fundações para ampliar e melhorar a efici- jeto do negócio tiver relação com sua atividade
ência dos serviços que prestam e reduzir os custos. fim (exemplo; empréstimo pelo BNDES e Caixa
Para tal, deverão firmar contrato de gestão com a Econômica), sob pena de inviabilizar a concor-
Administração Pública, onde há ampliação orçamen- rência.
tária e financeira em troca da elaboração de novas
metas. Ao fim do contrato de gestão tais autarquias e Criação: a lei apenas autoriza a sua criação, que
fundações perdem o qualificativo de agência executi- é efetivada com a inscrição nos órgãos compe-
va e passam a atuar normalmente. Se as metas forem tentes.
descumpridas o qualificativo de agência executiva e os Privilégios: não há privilégio processual. Parte
benefícios financeiros podem ser retirados. Nascem do da doutrina diz que não cabe qualquer privilé-
contrato de gestão. gio tributário. Outra parte diz que cabe privi-
légio tributário quando realizadora de serviço
Fundações: público, e não cabe quando exploradora de ati-
vidade econômica. É a corrente que prevalece.
São pessoas jurídicas de direito público ou de direi-
to privado, criadas para a prestação de serviços públi- Responsabilidade: se de direito público é obje-
cos, contando com patrimônio próprio e personaliza- tiva, se de direito privado seguirá a responsabi-
do. É uma reunião de bens, alocados para realização lidade das demais empresas do setor (CC, CDC
de determinada atividade. Ou seja, não é conjunto de e etc.).
pessoas, mas, sim, reunião de bens.
Falência: foi fruto de grande discussão doutri-
Criação: se tiver personalidade jurídica de di- nária. Hoje, a Lei de Falências (11.101/2005) no
reito público, é criada por lei. Se for de direito seu art. 2º, excluiu as falências dessas empresas.
privado a lei autorizará a criação, e ela nascerá
após o registro nos órgãos competentes.
Sociedades de economia mista:
Privilégios: se for de direito público terá tanto
privilégio processual quanto privilégio tributá- São pessoas jurídicas de direito privado, prestado-
rio. Se possuir personalidade jurídica de direito ras de serviço público ou exploradoras de atividade
privado somente fará jus aos privilégios tributá- econômica, contando com capital misto e sendo insti-
rios, sob o fundamento que não compõe o con- tuída sob a modalidade de “sociedade por ações” (so-
ceito de Fazenda Pública. ciedade anônima).

Responsabilidade: será objetiva, independente Criação: autorização por meio de lei e criação
da personalidade jurídica, pois prestam servi- por registro no órgão competente.
ços públicos. A responsabilidade da Adminis-
tração Pública direta será subsidiária. Privilégios: não possuem privilégios processu-
ais. Há corrente que afirma ser possível privi-
Falência: as fundações não se submetem à falên- légio tributário quando prestadora de serviço
cia, em nenhum caso. público sem cobrança de contraprestação.

10
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Administrativo

Responsabilidade: se prestadora de serviço é h) proibição de distribuição de bens ou de


objetiva. Se exploradora de atividade, se sub- parcela do patrimônio líquido em qualquer
mete ao regime das demais empresas do ramo. hipótese, inclusive em razão de desligamen-
to, retirada ou falecimento de associado ou
Falência: não se submete à falência. membro da entidade;

i) previsão de incorporação integral do patri-


SETOR PÚBLICO NÃO-ESTATAL
mônio, dos legados ou das doações que lhe
As entidades do setor público não estatal são per- foram destinados, bem como dos excedentes
tencentes ao chamado terceiro setor, que trata do financeiros decorrentes de suas atividades,
conjunto de entidades privadas e sem fins lucrativos em caso de extinção ou desqualificação, ao
que voluntariamente exercem atividades de interesse patrimônio de outra organização social qua-
social. Dizemos que são públicas porque não visam o lificada no âmbito da União, da mesma área
lucro e não estatais porque não pertencem ao âmbito de atuação, ou ao patrimônio da União, dos
estatal. Estados, do Distrito Federal ou dos Municí-
pios, na proporção dos recursos e bens por
estes alocados;
Organizações sociais:
II - haver aprovação, quanto à conveniência e
O Poder Executivo poderá qualificar como orga-
oportunidade de sua qualificação como organi-
nizações sociais pessoas jurídicas de direito privado,
zação social, do Ministro ou titular de órgão su-
sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao
pervisor ou regulador da área de atividade cor-
ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tec-
respondente ao seu objeto social e do Ministro
nológico, à proteção e preservação do meio ambiente,
de Estado da Administração Federal e Reforma
à cultura e à saúde, atendidos aos requisitos previstos
do Estado.
na Lei 9.637/98.

São requisitos específicos para que as entidades ü O Poder Executivo poderá proceder à des-
privadas habilitem-se à qualificação como organização qualificação da entidade como organização so-
social: cial, quando constatado o descumprimento das
disposições contidas no contrato de gestão. Tal
I - comprovar o registro de seu ato constitutivo, desqualificação será precedida de processo admi-
dispondo sobre: nistrativo, assegurado o direito de ampla defesa,
respondendo os dirigentes da organização so-
a) natureza social de seus objetivos relativos cial, individual e solidariamente, pelos danos ou
à respectiva área de atuação; prejuízos decorrentes de sua ação ou omissão. A
b) finalidade não-lucrativa, com a obrigato- desqualificação importará reversão dos bens per-
riedade de investimento de seus excedentes mitidos e dos valores entregues à utilização da or-
financeiros no desenvolvimento das pró- ganização social, sem prejuízo de outras sanções
prias atividades; cabíveis.

c) previsão expressa de a entidade ter, como


órgãos de deliberação superior e de direção, Organizações da sociedade civil de interesse pú-
um conselho de administração e uma dire- blico:
toria definidos nos termos do estatuto, as- Podem qualificar-se como Organizações da
seguradas àquele composição e atribuições Sociedade Civil de Interesse Público as pessoas jurídi-
normativas e de controle básicas previstas cas de direito privado, sem fins lucrativos, desde que
na Lei; os respectivos objetivos sociais e normas estatutárias
atendam aos requisitos instituídos na Lei 9.790/99.
d) previsão de participação, no órgão cole-
giado de deliberação superior, de represen-
tantes do Poder Público e de membros da ü Considera-se sem fins lucrativos a pessoa jurí-
comunidade, de notória capacidade profis- dica de direito privado que não distribui, entre os
sional e idoneidade moral; seus sócios ou associados, conselheiros, diretores,
empregados ou doadores, eventuais excedentes
e) composição e atribuições da diretoria; operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, bo-
nificações, participações ou parcelas do seu pa-
f) obrigatoriedade de publicação anual, no trimônio, auferidos mediante o exercício de suas
Diário Oficial da União, dos relatórios finan- atividades, e que os aplica integralmente na con-
ceiros e do relatório de execução do contrato secução do respectivo objeto social.
de gestão;

g) no caso de associação civil, a aceitação de Não são passíveis de qualificação como


novos associados, na forma do estatuto; Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público:

11
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

I - as sociedades comerciais; VII - promoção do voluntariado;

II - os sindicatos, as associações de classe ou de VIII - promoção do desenvolvimento econômi-


representação de categoria profissional; co e social e combate à pobreza;

III - as instituições religiosas ou voltadas para a IX - experimentação, não lucrativa, de novos


disseminação de credos, cultos, práticas e visões modelos sócio-produtivos e de sistemas alterna-
devocionais e confessionais; tivos de produção, comércio, emprego e crédito;

IV - as organizações partidárias e assemelhadas, X - promoção de direitos estabelecidos, constru-


inclusive suas fundações; ção de novos direitos e assessoria jurídica gra-
tuita de interesse suplementar;
V - as entidades de benefício mútuo destinadas
a proporcionar bens ou serviços a um círculo XI - promoção da ética, da paz, da cidadania,
restrito de associados ou sócios; dos direitos humanos, da democracia e de ou-
tros valores universais;
VI - as entidades e empresas que comercializam
planos de saúde e assemelhados; XII - estudos e pesquisas, desenvolvimento de
tecnologias alternativas, produção e divulgação
VII - as instituições hospitalares privadas não de informações e conhecimentos técnicos e cien-
gratuitas e suas mantenedoras; tíficos que digam respeito às atividades mencio-
nadas nas outras finalidades acima.
VIII - as escolas privadas dedicadas ao ensino
formal não gratuito e suas mantenedoras; A dedicação às atividades previstas configura-se
mediante a execução direta de projetos, programas,
IX - as organizações sociais; planos de ações correlatas, por meio da doação de re-
X - as cooperativas; cursos físicos, humanos e financeiros, ou ainda pela
prestação de serviços intermediários de apoio a outras
XI - as fundações públicas; organizações sem fins lucrativos e a órgãos do setor
público que atuem em áreas afins.
XII - as fundações, sociedades civis ou associa-
ções de direito privado criadas por órgão públi- Exige-se ainda, para qualificarem-se como
co ou por fundações públicas; Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público,
que as pessoas jurídicas interessadas sejam regidas
XIII - as organizações creditícias que tenham por estatutos cujas normas expressamente disponham
quaisquer tipo de vinculação com o sistema fi- sobre:
nanceiro nacional a que se refere o art. 192 da
Constituição Federal. I - a observância dos princípios da legalidade,
A qualificação instituída na supracitada Lei, ob- impessoalidade, moralidade, publicidade, eco-
servado em qualquer caso, o princípio da universali- nomicidade e da eficiência;
zação dos serviços, no respectivo âmbito de atuação II - a adoção de práticas de gestão administrati-
das Organizações, somente será conferida às pessoas va, necessárias e suficientes a coibir a obtenção,
jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos de forma individual ou coletiva, de benefícios
objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguin- ou vantagens pessoais, em decorrência da parti-
tes finalidades: cipação no respectivo processo decisório;
I - promoção da assistência social; III - a constituição de conselho fiscal ou órgão
equivalente, dotado de competência para opi-
II - promoção da cultura, defesa e conservação
nar sobre os relatórios de desempenho financei-
do patrimônio histórico e artístico;
ro e contábil, e sobre as operações patrimoniais
III - promoção gratuita da educação, observan- realizadas, emitindo pareceres para os organis-
do-se a forma complementar de participação mos superiores da entidade;
das organizações de que trata esta Lei;
IV - a previsão de que, em caso de dissolução da
IV - promoção gratuita da saúde, observando- entidade, o respectivo patrimônio líquido será
-se a forma complementar de participação das transferido a outra pessoa jurídica qualificada
organizações de que trata esta Lei; nos termos desta Lei, preferencialmente que te-
nha o mesmo objeto social da extinta;
V - promoção da segurança alimentar e nutri-
cional; V - a previsão de que, na hipótese de a pessoa
jurídica perder a qualificação instituída por esta
VI - defesa, preservação e conservação do meio Lei, o respectivo acervo patrimonial disponí-
ambiente e promoção do desenvolvimento sus- vel, adquirido com recursos públicos durante o
tentável; período em que perdurou aquela qualificação,

12
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Administrativo

será transferido a outra pessoa jurídica quali-


ficada nos termos desta Lei, preferencialmente CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO
06
que tenha o mesmo objeto social; PÚBLICA
VI - a possibilidade de se instituir remuneração
para os dirigentes da entidade que atuem efeti- A Administração Pública, direta e indireta, está
vamente na gestão executiva e para aqueles que sujeita a duas espécies de controle: interno e externo.
a ela prestam serviços específicos, respeitados, Quando a fiscalização é exercida pelo próprio Poder
em ambos os casos, os valores praticados pelo Executivo, ocorre o controle interno. Já o controle ex-
mercado, na região correspondente a sua área terno é efetuado pelos demais Poderes.
de atuação;
Neste ponto, é importante destacar que as entida-
VII - as normas de prestação de contas a serem des da Administração indireta sofrem duplo controle
observadas pela entidade, que determinarão, no interno, ou seja, são fiscalizadas pelos seus próprios
mínimo: órgãos e também pela Administração direta.

a) a observância dos princípios fundamen-


tais de contabilidade e das Normas Brasilei-
CONTROLE INTERNO (ADMINISTRATIVO)
ras de Contabilidade;
O controle interno é exercido tanto pelo Poder
b) que se dê publicidade por qualquer meio
Executivo quanto pelos órgãos administrativos dos
eficaz, no encerramento do exercício fiscal,
demais Poderes. Tal controle analisa a legalidade, a
ao relatório de atividades e das demonstra-
oportunidade e a conveniência das condutas adotadas
ções financeiras da entidade, incluindo-se as
em toda a sua estrutura organizacional.
certidões negativas de débitos junto ao INSS
e ao FGTS, colocando-os à disposição para
exame de qualquer cidadão; “O fator de importância nesse tipo de controle é o
reconhecimento de que o poder de fiscalizar e de re-
c) a realização de auditoria, inclusive por au- ver ocorre dentro da mesma estrutura de Poder. Em
ditores externos independentes se for o caso, outras palavras, trata-se de controle interno, porque
da aplicação dos eventuais recursos objeto controlador e controlado pertencem à mesma orga-
do termo de parceria conforme previsto em nização” (Carvalho Filho).
regulamento;
Nota-se que através do controle interno se materia-
d) a prestação de contas de todos os recur- liza a já mencionada “autotutela”. Assim, quando um
sos e bens de origem pública recebidos pelas ato for ilegal, a própria Administração pode invalidá
Organizações da Sociedade Civil de Interes- -lo. O mesmo ocorre com os atos inoportunos ou in-
se Público será feita conforme determina o convenientes, que podem ser revogados de pronto.
parágrafo único do art. 70 da Constituição
Federal.
CONTROLE EXTERNO
É permitida a participação de servidores públi-
cos na composição de conselho de Organização da O controle externo é realizado pelo Poder
Sociedade Civil de Interesse Público, vedada a percep- Legislativo - diretamente, ou com o auxílio do Tribunal
ção de remuneração ou subsídio, a qualquer título. de Contas -, e pelo Poder Judiciário.
Perde-se a qualificação de Organização da
Sociedade Civil de Interesse Público, a pedido ou me- Controle Parlamentar Direto:
diante decisão proferida em processo administrativo
ou judicial, de iniciativa popular ou do Ministério Celso Antônio Bandeira de Mello aponta que
Público, no qual serão assegurados, ampla defesa e o o controle pode ser feito diretamente pelas Casas
devido contraditório. Legislativas através:
Art. 8o Vedado o anonimato, e desde que amparado a) da sustação de atos e contratos do Executivo
por fundadas evidências de erro ou fraude, qualquer (Senado e Câmara conjuntamente);
cidadão, respeitadas as prerrogativas do Ministério
Público, é parte legítima para requerer, judicial ou ad- b) da convocação de Ministros e requerimentos
ministrativamente, a perda da qualificação instituída. de informações;
ü É vedada às entidades qualificadas como Or- c) do recebimento de petições, queixas, e repre-
ganizações da Sociedade Civil de Interesse Público sentações dos administrados e convocação de
a participação em campanhas de interesse políti- qualquer autoridade ou pessoa para depor;
co-partidário ou eleitorais, sob quaisquer meios
ou formas. d) das comissões parlamentares de inquérito;

13
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

e) da autorização ou aprovação do Congresso


para alguns atos concretos do Executivo; 07 LICITAÇÕES

f) dos poderes controladores privativos do Con- Basta uma breve pesquisa nas provas de Direito
gresso, como, por exemplo, a aprovação dos no- Administrativo dos concursos públicos nos últimos
mes indicados pelo Presidente da República ao anos para se verificar que o tema “licitações”, ao lado
cargo de Ministro do Supremo Tribunal Federal; dos “servidores públicos”, é um dos mais cobrados.
Por essa razão haverá um estudo mais aprofundado.
g) do julgamento das contas do Executivo;
Neste ponto a obra do Professor José dos Santos
h) da possibilidade de destituição do Presidente Carvalho Filho – doutrinária e didaticamente rica no
ou dos Ministros através do impeachment. tema – serviu como base de pesquisa. No entanto, se-
guindo a linha proposta, outros doutrinadores consa-
grados aparecerão durante o estudo, que é inaugura-
do pelo conceito de Celso Antônio Bandeira de Mello.
Tribunal de Contas:
Para o sempre aplaudido doutrinador a licitação “é
Preconiza o art. 70 da CF que o Congresso Nacional um certame que as entidades governamentais devem
realizará o controle externo da Administração direta e promover e no qual abrem disputa entre interessados
indireta com o auxílio do Tribunal de Contas. em com elas travar determinadas relações de conteúdo
patrimonial, para escolher a proposta mais vantajosa
O órgão é integrado por nove Ministros, que de-
às conveniências públicas. Estriba-se na ideia de com-
vem ter mais de 35 e menos de 65 anos de idade, ido-
petição, a ser travada isonomicamente entre os que
neidade moral, reputação ilibada, e possuir notório preencham os atributos e aptidões necessários ao bom
conhecimento jurídico, contábil, econômico, financeiro cumprimento das obrigações que se propõe assumir”.
ou de administração pública, além de contar com mais
de dez anos de atividade profissional em alguma das A leitura do art. 3º da Lei das Licitações (8.666/93)
áreas referidas. traz a noção exata da finalidade de uma licitação, bem
como elenca alguns princípios a serem observados
Entre as atribuições do Tribunal de Contas da durante o processo licitatório. Diz o art.: “A licitação
União (TCU) destacam-se duas: ele deverá emitir pare- destina-se a garantir a observância do princípio consti-
cer prévio sobre as contas do Presidente da República; tucional da isonomia, a seleção da proposta mais van-
e julgar as contas dos demais administradores públi- tajosa para a administração e a promoção do desen-
cos da Administração direta, indireta e fundacional. volvimento nacional sustentável e será processada e
julgada em estrita conformidade com os princípios bá-
Os Estados-membros também possuem seus sicos da legalidade, da impessoalidade, da moralida-
Tribunais de Contas, com funcionamento semelhan- de, da igualdade, da publicidade, da probidade admi-
te ao TCU. Nestes, os membros são denominados nistrativa, da vinculação ao instrumento convocatório,
“Conselheiros” e não Ministros. do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos”.
Já os municípios não poderão criar tribunais seme-
lhantes. No entanto, São Paulo e Rio de Janeiro os pos- PRINCÍPIOS APLICÁVEIS ÀS LICITAÇÕES
suem, pois a formação das Casas de Contas ocorreu
antes do advento da Constituição de 1988.
Além dos princípios aplicáveis à Administração
Pública em geral (legalidade, impessoalidade, mora-
lidade, publicidade e eficiência) existem alguns outros
Controle Judicial: específicos para os processos licitatórios. Entre esses
Em países que adotam o Sistema Francês, as deci- se destacam:
sões administrativas podem ser definitivas.
Princípio da vinculação ao instrumento convo-
No entanto, o Brasil adotou o sistema da “jurisdi- catório: o edital é a lei interna da licitação (Mei-
ção una”, razão pela qual a Administração Pública está relles), assim, deve ser amplamente respeitado
sujeita ao controle judicial. Assim, as decisões admi- pelas partes;
nistrativas podem ser revistas quanto à sua legalidade.
Princípio do julgamento objetivo: nenhuma
Lembra-se, porém, que a atuação do Judiciário é li- restrição ou condição diferenciadora deve ser
mitada ao controle de legalidade. colocada no edital se não for indispensável. Os
critérios de julgamento devem ser objetivos;
Os magistrados não podem interferir no chamado
“mérito administrativo”, ou seja, não podem fazer ju- Princípio da adjudicação compulsória: a Ad-
ízo a respeito da oportunidade e da conveniência dos ministração não é obrigada a contratar, mas se
atos administrativos. contratar deve ser com o vencedor da licitação;

14
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Administrativo

Princípio da ampla defesa: os licitantes podem Casos de dispensa (estruturação proposta por
utilizar todo tipo de prova para comprovar o Carvalho Filho):
seu direito. Todo e qualquer interessado pode
impugnar a licitação ou pedir esclarecimentos à 1. Critério de Valor: casos previstos nos incisos I e II
comissão de licitação. do art. 24 da Lei 8.666. São duas faixas de valores: uma
José dos Santos Carvalho Filho aponta como corre- para obras e serviços de engenharia; e, outra, para ser-
latos os princípios: da competitividade (relacionado a viços comuns e compras. Os valores são atualizados
igualdade), onde destaca a situação das cooperativas, anualmente. As faixas de valores correspondem a 10%
que quando gozam de benesses legais, e devem ter sua dos valores máximos da licitação na modalidade con-
situação nivelada com os demais competidores; da in- vite. No entanto, as agências executivas, sociedades
distinção (também conexo à igualdade); da inalterabi- de economia mista e empresas públicas, estão dis-
lidade do edital; do sigilo das propostas; do formalis- pensadas quando os valores forem de até 20% sobre
mo procedimental; da vedação a oferta de vantagens; a mesma base de cálculo. Entende-se que o mesmo se
e o princípio da obrigatoriedade. aplica aos consórcios públicos.

Celso Antônio faz referências ao princípio da con- 2. Situações excepcionais: é dispensável a licitação em
corrência, que é intimamente ligado ao princípio da casos de flagrante excepcionalidade. É o que ocorre
igualdade, e, ao princípio da possibilidade do dispu- nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem
tante fiscalizar a aplicação dos demais princípios. (estado de defesa e estado de sítio). Nota-se que não
é qualquer comoção interna que autoriza a dispensa
DISPENSA DA LICITAÇÃO da licitação, a perturbação deve ser grave. Também
pode haver a dispensa nos casos de calamidade pú-
A obrigatoriedade da licitação é um princípio blica, emergência (assim como na calamidade públi-
jurídico-constitucional que vincula a Administração ca os contratos podem ter no máximo a vigência de
Pública no momento de contratar. Estabelecida pela CF, 180 dias), segurança nacional (decretada a dispensa
art. 37, XXI, obriga todos os órgãos da Administração pelo Presidente, ouvido o Conselho de Defesa), bens e
Pública, direta ou indireta, a realizar o procedimento serviços com alta complexidade tecnológica voltados
licitatório para os seus contratos, obras, serviços, com- para a defesa nacional.
pras e alienações. No entanto, existem casos onde a li-
citação é dispensada ou inexigível. 3. Gêneros perecíveis e obras de arte: nos gêneros pere-
cíveis a dispensa não é permanente: somente é admis-
“A dispensa da licitação caracteriza-se pela cir-
cunstância de que, em tese, poderia o procedimento sível no tempo necessário para realização da licitação.
ser realizado, mas que, pela particularidade do caso, o No caso das obras de arte (aquisição e restauração) a
legislador decidiu não torná-lo obrigatório” (Carvalho licitação é dispensável, desde que as obras sejam au-
Filho). Trata-se de exceção ao princípio da obriga- tênticas e que a aquisição ou restauração seja compa-
toriedade. Neste caso, se o administrador entender tível com a finalidade dos órgãos contratantes ou ad-
conveniente poderá realizar o processo licitatório. quirentes, o que ocorre, por exemplo, com museus e
bibliotecas.
Taxatividade: os casos em que a dispensa ocorre
são taxativos. Os casos legais são os únicos que 4. Desinteresse na contratação: é dispensável a lici-
o legislador considerou convenientes para o in- tação quando não houver interessados na licitação já
teresse público. processada e a realização de uma nova trouxer pre-
juízos para o Estado se mantidas as mesmas regras.
Licitação dispensável X Licitação dispensada: a Nota-se que a Administração não pode celebrar o con-
primeira é o instituto ora estudado, que remete trato direto se houver profundas alterações das regras
às hipóteses de dispensa do art. 24 da Lei 8.666. anteriores, pois nesse caso haveria burla ao princípio
Nesse caso a licitação era juridicamente viável. da legalidade.
Já a licitação dispensada ocorre nos casos do art.
17, I e II da mesma lei, onde, em alguns casos
LICITAÇÃO DESERTA LICITAÇÃO FRUSTRADA
de alienação de bens públicos, não pode ocorrer
licitação, pois a lei proíbe. Quando nenhum particular Quando nenhum concor-
atende à convocação. rente possui idoneidade.
Princípio da motivação dos atos administrati-
vos: em razão deste princípio a dispensa deve
ser expressamente justificada. Assim, o adminis- 5. Entidades sem fins lucrativos: a licitação pode ser
trador deve comunicar a situação de dispensa dispensada quando a Administração quiser contratar
ao seu superior em três dias. Este deve ratificá instituição brasileira que tenha o objetivo estatutário
-lo e publicar na imprensa oficial em cinco dias. de pesquisa, ensino ou desenvolvimento institucional,
Tal publicação é condição de eficácia do ato. O ou que exerça atividade de recuperação social de preso.
mesmo exige-se nos casos de inexigibilidade da Neste caso, a instituição não pode ter fins lucrativos e
licitação. deve possuir indubitável reputação ético-profissional.

15
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

6. Disparidade de propostas: quando todas as pro- 11. Negócios internacionais: existem acordos interna-
postas forem feitas acima do valor de mercado (por cionais que possibilitam vantagens na contratação de
provável conluio entre os licitantes), a Administração bens e serviços. Nestes, existe dispensa da licitação,
poderá, com base nos valores de mercado, dispensar a mas o acordo deve ser aprovado pelo Congresso Na-
licitação e efetuar a compra direta. cional.

7. Intervenção no domínio econômico: a União pode 12. Pesquisa científica e tecnológica: pode ser dispen-
intervir no domínio econômico para garantir o abas- sada à licitação para compra de bens destinados ex-
tecimento ou regular os preços. Nestes casos age re- clusivamente à pesquisa científica e tecnológica, com
gulando a atividade econômica e pode contratar sem recursos concedidos por entidades de fomento à pes-
licitação, pois tal procedimento inviabilizaria o objeti- quisa (CAPES, CNPq, etc).
vo proposto. Carvalho Filho entende que tal dispensa
ocorre somente quando a União for contratante, pois Ressalta-se que existem dois requisitos: entidades
é esta que tem competência para intervir no domínio com finalidade específica de fomento à pesquisa, e
econômico. aquisição de bens exclusivamente para pesquisa. Não
vale para recursos obtidos junto às instituições priva-
das, como bancos e empresas de crédito.
8. Complementação do objeto: a Administração pode
dispensar a licitação quando houver a necessidade de
complementar obra, serviço ou fornecimento anterior. 13. Energia elétrica: não é obrigatória a licitação para
Porém, só se justifica essa contratação direta quando contratação do serviço de energia elétrica. Porém, a
foi rescindido contrato anterior sem a conclusão do Administração deve celebrar o contrato com o fornece-
seu objeto. A Administração deve observar a ordem dor que for mais eficiente e oferecer as menores tarifas.
de classificação dos participantes no certame licitató- Assim, não é caso de dispensa sem qualquer requisito,
rio e o convocado deve aceitar as mesmas condições pois a Administração Pública deverá sempre justificar
do contrato anterior, em caso de impossibilidade deve suas escolhas. Carvalho Filho critica esta dispensa.
haver nova licitação.
14. Transferência de tecnologia: é dispensável a licita-
9. Pessoas administrativas: a licitação é dispensada ção nas contratações realizadas por instituição cientí-
nos contratos entre pessoas da própria Administração. fica e ou por agência de fomento, quando o objeto do
Porém, os preços devem estar condizentes com a re- ajuste for a transferência de tecnologia ou o licencia-
alidade do mercado. José dos Santos Carvalho Filho mento de direito de uso ou de exploração de criação
entende que esta previsão alcança somente as pessoas protegida.
da mesma órbita federativa (contratante e contratado).
Por outro lado, afirma também que não se pode dis-
15. Consórcios públicos e convênios de coopera-
pensar a licitação em face de empresas públicas que
ção: também “é dispensável a licitação no caso de
atuem na exploração de atividade econômica, pois es-
ser celebrado contrato de programa entre consórcio
tas possuem caráter empresarial.
público e entidade da administração direta e indireta,
Empresas públicas e sociedades de economia mista visando a prestação de serviços públicos de forma as-
não gozam da dispensa da licitação quando contratam sociada, na forma prevista no instrumento do consór-
entre si. No entanto, tais empresas podem contratar di- cio ou convênio de cooperação” (Carvalho Filho).
retamente com suas subsidiárias e controladas para a
aquisição e alienação de bens ou prestação e obtenção 16. Navios, embarcações, aeronaves e tropas: essa dis-
de serviços, desde que o preço ajustado esteja dentro pensa da licitação refere-se ao abastecimento dos na-
dos padrões de mercado. vios, embarcações, aeronaves e tropas quando houver
“estada eventual de curto período” fora da sua sede.
10. Locação e compra de imóvel: A Administração Nestes casos devem ser observados alguns requisitos:
pode dispensar a licitação para locar ou adquirir imó-
veis destinados à realização de suas finalidades legal- a) Valor máximo de R$ 80.000,00. No entanto,
mente descritas. Neste caso, o imóvel deve ser real- quando a demora possa resultar em prejuízo ou
mente indispensável à Administração e o preço pago comprometer a segurança das pessoas ou dos
deve estar dentro das condições normais de mercado. serviços, esse valor poderá ser superado;
b) As embarcações, navios, aeronaves ou tropas
Moradia funcional: parte da doutrina sustenta que
deverão estar no exercício do serviço público
a dispensa não ocorre no caso de moradia funcional,
administrativo.
ou qualquer outro tipo de utilização de imóvel por
terceiro. No entanto, José dos Santos Carvalho Filho
discorda, com o fundamento de que não há qualquer 17. Peças no período de garantia técnica: deve haver
previsão legal nesse sentido e que, com a motivação a condição de exclusividade para à contratação da
reconhecida, pode haver a dispensa também nesses garantia. A dispensa é na compra das peças, e não na
casos. compra de equipamentos.

16
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Administrativo

18. Materiais de uso militar: pode ser feita a contra- ou seja, um artista reconhecido em certa cidade e certo
tação direta para a compra de materiais de uso das tempo, pode não ser reconhecido em outra cidade ou
Forças Armadas se houver necessidade de “manter a em outra época.
padronização exigida pela estrutura de apoio logís-
tico”. Não se incluem nessa hipótese de dispensa os 3. Serviços técnicos especializados: ocorre a inexigibi-
materiais de uso pessoal (ex: higiene) e administrativo, lidade da licitação quando se tratarem de serviços téc-
onde deverá haver licitação. nicos especializados (que dependem de habilitação es-
pecífica), executados por profissionais de notória espe-
19. Catadores de materiais recicláveis: a Administração cialização. A lei também prevê que os serviços tenham
pode contratar diretamente associações ou cooperati- natureza singular (segundo características próprias do
vas constituídas exclusivamente atadores de matérias executor, com determinado grau de confiabilidade).
recicláveis. Neste caso deve haver ato de regulamen- Exemplo: contratação de um advogado parecerista.
tação do que se entende por catadores, e do que seria
considerada baixa renda para efeitos da lei. “O intui-
MODALIDADES
to da norma é claramente social, pois além de gerar
renda para estas pessoas ainda contribui com o sanea- Concorrência pública:
mento básico e com a saúde pública” (Carvalho Filho).
É a modalidade com maior amplitude. Permite que
todo e qualquer interessado possa participar da lici-
INEXIGIBILIDADE DA LICITAÇÃO tação, desde que preencha os requisitos do edital. É
modalidade destinada aos contratos de grande vulto.
Ao contrário dos casos de dispensa da licitação, É usada para venda de bens imóveis.
onde, embora possa ser inconveniente, ela é material-
mente possível, nos casos de inexigibilidade a compe- Cabimento: depende do valor e do objeto. Grave-se
tição é possível. que nas licitações internacionais caberá concorrência;
Prazo do edital: em regra o prazo da concorrência será
“Aplica-se aos casos de inexigibilidade, na forma de trinta dias. No entanto, quando envolver empreita-
do art. 26 do Estatuto, a mesma exigência fixada para da integral, ou critério de melhor técnica ou técnica e
os casos de dispensa: a hipótese deve ser formalmente preço, o edital passará a ter prazo de 45 dias;
justificada e comunicada em três dias à autoridade su-
perior, a esta cabendo ratificar e publicar a justificativa
Tomada de preço:
no prazo de cinco dias, a fim de que o ato tenha eficá-
cia. (...) Em situações especiais a lei pode vedar que Podem participar os cadastrados na Administração
o administrador declare a inexigibilidade da licitação, e aqueles que, embora não cadastrados, possam reali-
como ocorre nas concessões florestais, onde a contrata- zar o cadastramento no máximo três dias antes da data
ção direta pode ocorrer apenas por dispensa, e nunca da apresentação das propostas. É modalidade que se
por inexigibilidade” (Carvalho Filho). destina aos contratos de vulto médio.

Cabimento: terá critérios de valores para a sua apli-


Hipóteses de inexigibilidade: cação. Prazo do edital: a regra geral é de quinze dias,
e será de trinta dias quando envolver critério de julga-
1. Fornecedor exclusivo: aqui, os bens possuem ape-
mento de técnica ou técnica e preço.
nas um fornecedor (fornecedor exclusivo). Neste caso
é proibida a preferência por marca.
Convite:
a) Exclusividade absoluta: só existe fornecedor
no país. É a modalidade em que no mínimo três convidados
devem participar, cadastrados ou não. Aqueles que
b) Exclusividade relativa: somente um forne-
não forem convidados podem participar do certame
cedor na praça onde é realizada a aquisição do
desde que cadastrados, e que manifestem o desejo em
bem.
no máximo 24 horas antes da apresentação das pro-
A exclusividade precisa ser comprovada através de postas.
atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio
local em que se realizaria a licitação. Nos casos especí- Cabimento: é destinado aos contratos de pequeno
ficos, pode a comprovação ser feita também por ates- vulto. Prazo do edital: não há edital, o que existe é
tado de sindicatos, federações patronais ou entidades uma carta convite. Esta carta deve chegar aos convida-
equivalentes. dos com antecedência mínima de cinco dias úteis e a
Administração deve fixar o mesmo conteúdo da carta
2. Atividades artísticas: não é necessário licitar para a convite em seus quadros de avisos.
contratação de artistas, desde que consagrados pela
crítica ou pela opinião pública, por se tratar de ativi-
dade personalíssima, que não pode ser avaliada por Concurso:
fatores objetivos. Ressalta-se que a noção de consagra- Modalidade aberta para quaisquer interessados.
ção pode mudar de acordo com o tempo e o espaço, Tem como objetivo fazer a escolha de trabalho técnico,

17
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

artístico ou científico. Em contrapartida, haverá prê- 5. Verificação da conformidade de cada propos-


mio ou gratificação em dinheiro. Exemplo: projeto de ta com o edital;
arquitetura. Quem vence o concurso ganha o prêmio
ou dinheiro, mas não necessariamente será o executor 6. Julgamento e classificação das propostas;
da futura obra (no caso de ser um projeto de arquite-
tura). 7. Homologação e adjudicação pela autoridade
competente.
Análise do trabalho: há mitigação do dever de ava-
liação objetiva, mais o edital deve trazer critérios bási-
cos. Prazo de edital: quarenta e cinco dias. ANULAÇÃO

A anulação é decretada quando ocorre vício de


Leilão: legalidade no processo licitatório. Tais vícios se dão
quando há desrespeito aos princípios ou normas da
Destina-se à venda de bens móveis inservíveis para
licitação; quando se escolhe proposta que não poderia
a Administração Pública e os bens imóveis constantes
ter sido classificada; quando é cerceado o direito de
do art. 19 da Lei de Licitação. Também poderão ser
defesa aos licitantes; e, em inúmeros outros casos que
leiloados os bens legalmente apreendidos ou penho-
levem à ilegalidade do certame.
rados. Como exceção à regra de que todo bem imóvel
deve ser vendido por concorrência, pode haver leilão A própria Administração pode decretar a anula-
quando o bem vier ao patrimônio do Estado como da- ção do processo e, nesse caso, só haverá a obrigação
ção em pagamento, ou como penhora de bens. de indenizar se o contratado já houver executado
parte do objeto até o momento da invalidação, para
Prazo do edital: quinze dias.
não haver enriquecimento sem causa por parte da
Administração. No entanto, José dos Santos Carvalho
Pregão: Filho observa que seria razoável o pagamento de in-
denização quando seus próprios agentes tenham dado
Possibilita ao Estado contratar bens e serviços co- causa aos vícios.
muns (que podem ser objeto de padronização). Existe
a possibilidade de lances verbais e sucessivos, visando Esta posição não é aceita atualmente pelo STF.
obter a proposta de menor valor. Destaca-se ainda que a invalidação pode ocorrer mes-
mo após a celebração do contrato.
Modalidades: pregão eletrônico e pregão prsen-
cial. Valores mínimos e máximos: a lei não trata Efeitos ex tunc: a invalidação produz efeitos ex
de valores mínimos e máximos, apenas fala em tunc e compromete todos os atos executados
bens e serviços comuns. Prazo do edital: oito após o ato viciado.
dias úteis. Procedimento: constatada a melhor
proposta, todas as propostas que não ultrapas- Ato vinculado: a anulação é um ato vinculado, e
sarem em 10% o valor da melhor proposta vão nele devem estar as justificativas da decretação
para a segunda fase. Nesta fase, a dos lances su- de nulidade.
cessivos, quem fizer a melhor proposta é ven-
cedor. A abertura dos envelopes da habilitação Contraditório e ampla defesa: a Lei 8.666 refere-
ocorrerá após a escolha da melhor proposta. -se à necessidade de contraditório e ampla defe-
Quando não for observado o percentual de 10%, sa quando do desfazimento da licitação. Alguns
as três melhores propostas irão para a segunda entendem que tal previsão refere-se apenas
fase. ao ato de revogação da licitação, no entanto, a
maioria da doutrina, a exemplo de Carvalho
Filho, entende que existe essa necessidade tam-
PROCEDIMENTO bém quando da anulação, como forma de satis-
O processo licitatório possui muitas peculiaridades fazer o princípio da transparência.
em cada uma das suas modalidades. No entanto, po-
de-se seguir o modelo abaixo para ter uma visão geral
REVOGAÇÃO
do que ocorre:
“A revogação é o desfazimento dos efeitos da licita-
1. Publicação do edital; ção já concluída, em virtude de critérios de ordem ad-
2. Abertura dos envelopes para verificação da ministrativa, ou por razões de interesse público. Tais
habilitação; critérios são avaliados exclusivamente pelo adminis-
trador, à luz das circunstâncias especiais que condu-
3. Devolução aos inabilitados dos envelopes ziram à desistência na contratação” (Carvalho Filho).
contendo as propostas (envelopes lacrados);
O Judiciário sempre poderá avaliar a legalidade da
4. Abertura dos envelopes contendo as propos- revogação. Lembre-se que assim como na anulação,
tas dos concorrentes habilitados; não há direito a indenização por parte do licitante.

18
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Administrativo

Porém, também deve ser assegurado o contraditó- LEGISLAÇÃO PREVISTA NO EDITAL


rio e a ampla defesa.
LEI No 10.520, DE 17 DE JULHO DE 2002.
Revogação condicionada: refere-se fato do Es-
tatuto Licitatório trazer algumas condições para
Institui, no âmbito da União, Estados, Distrito Fede-
que a licitação possa ser revogada, com o intuito
ral e Municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da
de evitar abuso por parte dos maus administra-
Constituição Federal, modalidade de licitação deno-
dores. A primeira condição é que a revogação
minada pregão, para aquisição de bens e serviços co-
seja motivada; outra condição, é que os motivos
muns, e dá outras providências.
que ensejam a revogação sejam supervenientes
ao início do processo licitatório. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber
que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono
a seguinte Lei:
RECURSOS ADMINISTRATIVOS
Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, po-
Recurso hierárquico: derá ser adotada a licitação na modalidade de pregão,
que será regida por esta Lei.
Pode ser impetrado no prazo de cinco dias úteis,
contados da intimação do ato ou da lavratura da ata. Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços
Pode ser interposto contra: comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aque-
les cujos padrões de desempenho e qualidade
a) A habilitação ou inabilitação do licitante; possam ser objetivamente definidos pelo edital,
b) O julgamento das propostas; por meio de especificações usuais no mercado.
c) A anulação ou revogação da licitação; Art. 2º (VETADO)
d) O indeferimento do pedido de inscrição em § 1º Poderá ser realizado o pregão por meio da
registro cadastral, sua alteração ou cancelamen- utilização de recursos de tecnologia da informa-
to. ção, nos termos de regulamentação específica.
§ 2º Será facultado, nos termos de regulamentos
Representação: próprios da União, Estados, Distrito Federal e
Possui o mesmo prazo do recurso hierárquico (cin- Municípios, a participação de bolsas de merca-
co dias úteis) e deve ser interposta contra qualquer de- dorias no apoio técnico e operacional aos órgãos
cisão relacionada ao objeto da licitação que não possa e entidades promotores da modalidade de pre-
ser analisada por recurso hierárquico. gão, utilizando-se de recursos de tecnologia da
informação.
Pedido de reconsideração: § 3º As bolsas a que se referem o § 2o deverão
estar organizadas sob a forma de sociedades ci-
É dirigido ao Ministro de Estado ou Secretário
vis sem fins lucrativos e com a participação plu-
Estadual ou Municipal, no prazo de 10 (dez) dias úteis,
ral de corretoras que operem sistemas eletrôni-
quando o administrado tiver sido punido com pena-
cos unificados de pregões.
lidade de declaração de inidoneidade para licitar ou
contratar com a Administração. Art. 3º A fase preparatória do pregão observará o se-
guinte:
Efeito suspensivo: I - a autoridade competente justificará a necessi-
Apenas os recursos contra habilitação ou inabili- dade de contratação e definirá o objeto do certa-
tação e contra o julgamento das propostas tem efeito me, as exigências de habilitação, os critérios de
suspensivo, assim, apenas após o seu julgamento pode aceitação das propostas, as sanções por inadim-
o certame prosseguir. Os demais recursos podem ter plemento e as cláusulas do contrato, inclusive
efeito suspensivo, ficando a critério da Administração. com fixação dos prazos para fornecimento;
II - a definição do objeto deverá ser precisa, su-
Convite: ficiente e clara, vedadas especificações que, por
excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, limi-
O prazo dos recursos contra habilitação, inabili- tem a competição;
tação ou julgamento das propostas é de 2 (dois) dias
úteis. III - dos autos do procedimento constarão a jus-
tificativa das definições referidas no inciso I des-
te artigo e os indispensáveis elementos técnicos
Preclusão administrativa: sobre os quais estiverem apoiados, bem como o
Findado o prazo para interposição dos recursos a orçamento, elaborado pelo órgão ou entidade
decisão administrativa torna-se imutável no âmbito da promotora da licitação, dos bens ou serviços a
Administração. serem licitados; e

19
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

IV - a autoridade competente designará, dentre VIII - no curso da sessão, o autor da oferta de


os servidores do órgão ou entidade promotora valor mais baixo e os das ofertas com preços até
da licitação, o pregoeiro e respectiva equipe de 10% (dez por cento) superiores àquela poderão
apoio, cuja atribuição inclui, dentre outras, o re- fazer novos lances verbais e sucessivos, até a
cebimento das propostas e lances, a análise de proclamação do vencedor;
sua aceitabilidade e sua classificação, bem como
a habilitação e a adjudicação do objeto do certa- IX - não havendo pelo menos 3 (três) ofertas nas
me ao licitante vencedor. condições definidas no inciso anterior, poderão
os autores das melhores propostas, até o máxi-
§ 1º A equipe de apoio deverá ser integrada em mo de 3 (três), oferecer novos lances verbais e
sua maioria por servidores ocupantes de cargo sucessivos, quaisquer que sejam os preços ofe-
efetivo ou emprego da administração, preferen- recidos;
cialmente pertencentes ao quadro permanente
do órgão ou entidade promotora do evento. X - para julgamento e classificação das propos-
tas, será adotado o critério de menor preço, ob-
§ 2º No âmbito do Ministério da Defesa, as fun- servados os prazos máximos para fornecimento,
ções de pregoeiro e de membro da equipe de as especificações técnicas e parâmetros mínimos
apoio poderão ser desempenhadas por militares de desempenho e qualidade definidos no edital;

Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada com a XI - examinada a proposta classificada em pri-
convocação dos interessados e observará as seguintes meiro lugar, quanto ao objeto e valor, caberá ao
regras: pregoeiro decidir motivadamente a respeito da
sua aceitabilidade;
I - a convocação dos interessados será efetuada
por meio de publicação de aviso em diário ofi- XII - encerrada a etapa competitiva e ordenadas
cial do respectivo ente federado ou, não existin- as ofertas, o pregoeiro procederá à abertura do
do, em jornal de circulação local, e facultativa- invólucro contendo os documentos de habilita-
mente, por meios eletrônicos e conforme o vulto ção do licitante que apresentou a melhor pro-
da licitação, em jornal de grande circulação, nos posta, para verificação do atendimento das con-
termos do regulamento de que trata o art. 2º; dições fixadas no edital;

II - do aviso constarão a definição do objeto da XIII - a habilitação far-se-á com a verificação de


licitação, a indicação do local, dias e horários em que o licitante está em situação regular peran-
que poderá ser lida ou obtida a íntegra do edital; te a Fazenda Nacional, a Seguridade Social e o
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS,
III - do edital constarão todos os elementos defi- e as Fazendas Estaduais e Municipais, quando
nidos na forma do inciso I do art. 3º, as normas for o caso, com a comprovação de que atende
que disciplinarem o procedimento e a minuta às exigências do edital quanto à habilitação ju-
do contrato, quando for o caso; rídica e qualificações técnica e econômico-finan-
IV - cópias do edital e do respectivo aviso serão ceira;
colocadas à disposição de qualquer pessoa para
XIV - os licitantes poderão deixar de apresentar
consulta e divulgadas na forma da Lei no 9.755,
os documentos de habilitação que já constem do
de 16 de dezembro de 1998;
Sistema de Cadastramento Unificado de Forne-
V - o prazo fixado para a apresentação das pro- cedores – Sicaf e sistemas semelhantes mantidos
postas, contado a partir da publicação do aviso, por Estados, Distrito Federal ou Municípios, as-
não será inferior a 8 (oito) dias úteis; segurado aos demais licitantes o direito de aces-
VI - no dia, hora e local designados, será reali- so aos dados nele constantes;
zada sessão pública para recebimento das pro- XV - verificado o atendimento das exigências
postas, devendo o interessado, ou seu represen- fixadas no edital, o licitante será declarado ven-
tante, identificar-se e, se for o caso, comprovar a cedor;
existência dos necessários poderes para formu-
lação de propostas e para a prática de todos os XVI - se a oferta não for aceitável ou se o lici-
demais atos inerentes ao certame; tante desatender às exigências habilitatórias, o
pregoeiro examinará as ofertas subseqüentes e
VII - aberta a sessão, os interessados ou seus
a qualificação dos licitantes, na ordem de classi-
representantes, apresentarão declaração dando
ficação, e assim sucessivamente, até a apuração
ciência de que cumprem plenamente os requi-
de uma que atenda ao edital, sendo o respectivo
sitos de habilitação e entregarão os envelopes
licitante declarado vencedor;
contendo a indicação do objeto e do preço ofe-
recidos, procedendo-se à sua imediata abertura XVII - nas situações previstas nos incisos XI e
e à verificação da conformidade das propostas XVI, o pregoeiro poderá negociar diretamente
com os requisitos estabelecidos no instrumento com o proponente para que seja obtido preço
convocatório; melhor;

20
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Administrativo

XVIII - declarado o vencedor, qualquer licitante Art. 9º Aplicam-se subsidiariamente, para a modali-
poderá manifestar imediata e motivadamente a dade de pregão, as normas da Lei nº 8.666, de 21 de
intenção de recorrer, quando lhe será concedido junho de 1993.
o prazo de 3 (três) dias para apresentação das
razões do recurso, ficando os demais licitantes Art. 10. Ficam convalidados os atos praticados com
desde logo intimados para apresentar contra base na Medida Provisória nº 2.182-18, de 23 de agosto
-razões em igual número de dias, que começa- de 2001.
rão a correr do término do prazo do recorrente,
Art. 11. As compras e contratações de bens e serviços
sendo-lhes assegurada vista imediata dos autos;
comuns, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito
XIX - o acolhimento de recurso importará a in- Federal e dos Municípios, quando efetuadas pelo sis-
validação apenas dos atos insuscetíveis de apro- tema de registro de preços previsto no art. 15 da Lei nº
veitamento; 8.666, de 21 de junho de 1993, poderão adotar a mo-
dalidade de pregão, conforme regulamento específico.
XX - a falta de manifestação imediata e motiva-
da do licitante importará a decadência do direi- Art. 12. A Lei nº 10.191, de 14 de fevereiro de 2001,
to de recurso e a adjudicação do objeto da licita- passa a vigorar acrescida do seguinte artigo:
ção pelo pregoeiro ao vencedor;
“Art. 2-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
XXI - decididos os recursos, a autoridade com-
Municípios poderão adotar, nas licitações de registro
petente fará a adjudicação do objeto da licitação
de preços destinadas à aquisição de bens e serviços co-
ao licitante vencedor;
muns da área da saúde, a modalidade do pregão, in-
XXII - homologada a licitação pela autoridade clusive por meio eletrônico, observando-se o seguinte:
competente, o adjudicatário será convocado
para assinar o contrato no prazo definido em I - são considerados bens e serviços comuns da
edital; e área da saúde, aqueles necessários ao atendi-
mento dos órgãos que integram o Sistema Úni-
XXIII - se o licitante vencedor, convocado den- co de Saúde, cujos padrões de desempenho e
tro do prazo de validade da sua proposta, não qualidade possam ser objetivamente definidos
celebrar o contrato, aplicar-se-á o disposto no no edital, por meio de especificações usuais do
inciso XVI. mercado.
Art. 5º É vedada a exigência de: II - quando o quantitativo total estimado para
I - garantia de proposta; a contratação ou fornecimento não puder ser
atendido pelo licitante vencedor, admitir-se-á a
II - aquisição do edital pelos licitantes, como convocação de tantos licitantes quantos forem
condição para participação no certame; e necessários para o atingimento da totalidade
III - pagamento de taxas e emolumentos, salvo do quantitativo, respeitada a ordem de classifi-
os referentes a fornecimento do edital, que não cação, desde que os referidos licitantes aceitem
serão superiores ao custo de sua reprodução praticar o mesmo preço da proposta vencedora.
gráfica, e aos custos de utilização de recursos de III - na impossibilidade do atendimento ao dis-
tecnologia da informação, quando for o caso. posto no inciso II, excepcionalmente, poderão
Art. 6º O prazo de validade das propostas será de 60 ser registrados outros preços diferentes da pro-
(sessenta) dias, se outro não estiver fixado no edital. posta vencedora, desde que se trate de objetos
de qualidade ou desempenho superior, devida-
Art. 7º Quem, convocado dentro do prazo de validade mente justificada e comprovada a vantagem, e
da sua proposta, não celebrar o contrato, deixar de en- que as ofertas sejam em valor inferior ao limite
tregar ou apresentar documentação falsa exigida para máximo admitido.”
o certame, ensejar o retardamento da execução de seu
objeto, não mantiver a proposta, falhar ou fraudar na Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data de sua publi-
execução do contrato, comportar-se de modo inidôneo cação.
ou cometer fraude fiscal, ficará impedido de licitar e
contratar com a União, Estados, Distrito Federal ou
Municípios e, será descredenciado no Sicaf, ou nos sis- DECRETO Nº 5.450, DE 31 DE MAIO DE 2005.
temas de cadastramento de fornecedores a que se re- Regulamenta o pregão, na forma eletrônica,
fere o inciso XIV do art. 4o desta Lei, pelo prazo de até para aquisição de bens e serviços comuns, e dá
5 (cinco) anos, sem prejuízo das multas previstas em outras providências.
edital e no contrato e das demais cominações legais.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribui-
Art. 8º Os atos essenciais do pregão, inclusive os de- ção que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição,
correntes de meios eletrônicos, serão documentados e tendo em vista o disposto na Lei no 10.520, de 17 de
no processo respectivo, com vistas à aferição de sua julho de 2002,
regularidade pelos agentes de controle, nos termos do
regulamento previsto no art. 2º. DECRETA:

21
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Art. 1o A modalidade de licitação pregão, na forma § 2o No caso de pregão promovido por órgão
eletrônica, de acordo com o disposto no § 1o do art. integrante do SISG, o credenciamento do lici-
2o da Lei no 10.520, de 17 de julho de 2002, destina- tante, bem assim a sua manutenção, dependerá
-se à aquisição de bens e serviços comuns, no âmbito de registro atualizado no Sistema de Cadastra-
da União, e submete-se ao regulamento estabelecido mento Unificado de Fornecedores - SICAF.
neste Decreto.
§ 3o A chave de identificação e a senha poderão
Parágrafo único. Subordinam-se ao disposto ser utilizadas em qualquer pregão na forma ele-
neste Decreto, além dos órgãos da administra- trônica, salvo quando cancelada por solicitação
ção pública federal direta, os fundos especiais, do credenciado ou em virtude de seu descadas-
as autarquias, as fundações públicas, as empre- tramento perante o SICAF.
sas públicas, as sociedades de economia mista e § 4o A perda da senha ou a quebra de sigilo
as demais entidades controladas direta ou indi- deverá ser comunicada imediatamente ao pro-
retamente pela União. vedor do sistema, para imediato bloqueio de
acesso.
Art. 2o O pregão, na forma eletrônica, como moda-
lidade de licitação do tipo menor preço, realizar-se-á § 5o O uso da senha de acesso pelo licitante é de
quando a disputa pelo fornecimento de bens ou ser- sua responsabilidade exclusiva, incluindo qual-
viços comuns for feita à distância em sessão pública, quer transação efetuada diretamente ou por seu
por meio de sistema que promova a comunicação pela representante, não cabendo ao provedor do sis-
internet. tema ou ao órgão promotor da licitação respon-
sabilidade por eventuais danos decorrentes de
§ 1o Consideram-se bens e serviços comuns, uso indevido da senha, ainda que por terceiros.
aqueles cujos padrões de desempenho e quali-
§ 6o O credenciamento junto ao provedor do
dade possam ser objetivamente definidos pelo
sistema implica a responsabilidade legal do li-
edital, por meio de especificações usuais do
citante e a presunção de sua capacidade técnica
mercado.
para realização das transações inerentes ao pre-
§ 2o Para o julgamento das propostas, serão gão na forma eletrônica.
fixados critérios objetivos que permitam aferir
o menor preço, devendo ser considerados os Art. 4o Nas licitações para aquisição de bens e serviços
prazos para a execução do contrato e do forneci- comuns será obrigatória a modalidade pregão, sendo
mento, as especificações técnicas, os parâmetros preferencial a utilização da sua forma eletrônica.
mínimos de desempenho e de qualidade e as
§ 1o O pregão deve ser utilizado na forma ele-
demais condições definidas no edital.
trônica, salvo nos casos de comprovada invia-
§ 3o O sistema referido no caput será dotado de bilidade, a ser justificada pela autoridade com-
recursos de criptografia e de autenticação que petente.
garantam condições de segurança em todas as
§ 2o Na hipótese de aquisições por dispensa de
etapas do certame.
licitação, fundamentadas no inciso II do art. 24
§ 4o O pregão, na forma eletrônica ,será con- da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, as unida-
duzido pelo órgão ou entidade promotora da des gestoras integrantes do SISG deverão ado-
licitação, com apoio técnico e operacional da tar, preferencialmente, o sistema de cotação ele-
Secretaria de Logística e Tecnologia da Informa- trônica, conforme disposto na legislação vigente.
ção do Ministério do Planejamento, Orçamento
e Gestão, que atuará como provedor do sistema Art. 5o A licitação na modalidade de pregão é con-
eletrônico para os órgãos integrantes do Sistema dicionada aos princípios básicos da legalidade, im-
de Serviços Gerais - SISG. pessoalidade, moralidade, igualdade, publicidade,
eficiência, probidade administrativa, vinculação ao
§ 5o A Secretaria de Logística e Tecnologia da instrumento convocatório e do julgamento objetivo,
Informação poderá ceder o uso do seu sistema bem como aos princípios correlatos da razoabilidade,
eletrônico a órgão ou entidade dos Poderes da competitividade e proporcionalidade.
União, Estados, Distrito Federal e Municípios,
mediante celebração de termo de adesão. Parágrafo único. As normas disciplinadoras da
licitação serão sempre interpretadas em favor
Art. 3o Deverão ser previamente credenciados peran- da ampliação da disputa entre os interessados,
te o provedor do sistema eletrônico a autoridade com- desde que não comprometam o interesse da ad-
petente do órgão promotor da licitação, o pregoeiro, os ministração, o princípio da isonomia, a finalida-
membros da equipe de apoio e os licitantes que partici- de e a segurança da contratação.
pam do pregão na forma eletrônica.
Art. 6o A licitação na modalidade de pregão, na forma
§ 1o O credenciamento dar-se-á pela atribuição eletrônica, não se aplica às contratações de obras de
de chave de identificação e de senha, pessoal e engenharia, bem como às locações imobiliárias e alie-
intransferível, para acesso ao sistema eletrônico. nações em geral.

22
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Administrativo

Art. 7o Os participantes de licitação na modalidade de avaliação do custo pela administração diante de


pregão, na forma eletrônica, têm direito público subje- orçamento detalhado, definição dos métodos,
tivo à fiel observância do procedimento estabelecido estratégia de suprimento, valor estimado em
neste Decreto, podendo qualquer interessado acompa- planilhas de acordo com o preço de mercado,
nhar o seu desenvolvimento em tempo real, por meio cronograma físico-financeiro, se for o caso, crité-
da internet. rio de aceitação do objeto, deveres do contratado
e do contratante, procedimentos de fiscalização
Art. 8o À autoridade competente, de acordo com as e gerenciamento do contrato, prazo de execução
atribuições previstas no regimento ou estatuto do ór- e sanções, de forma clara, concisa e objetiva.
gão ou da entidade, cabe: Art. 10. As designações do pregoeiro e da equipe de
apoio devem recair nos servidores do órgão ou enti-
I - designar e solicitar, junto ao provedor do
dade promotora da licitação, ou de órgão ou entidade
sistema, o credenciamento do pregoeiro e dos
integrante do SISG.
componentes da equipe de apoio;
II - indicar o provedor do sistema; § 1o A equipe de apoio deverá ser integrada, em
sua maioria, por servidores ocupantes de cargo
III - determinar a abertura do processo licitató- efetivo ou emprego da administração pública,
rio; pertencentes, preferencialmente, ao quadro per-
IV - decidir os recursos contra atos do pregoeiro manente do órgão ou entidade promotora da
quando este mantiver sua decisão; licitação.
V - adjudicar o objeto da licitação, quando hou- § 2o No âmbito do Ministério da Defesa, as fun-
ver recurso; ções de pregoeiro e de membro da equipe de
apoio poderão ser desempenhadas por milita-
VI - homologar o resultado da licitação; e res.
VII - celebrar o contrato. § 3o A designação do pregoeiro, a critério da
autoridade competente, poderá ocorrer para pe-
Art. 9o Na fase preparatória do pregão, na forma ele-
ríodo de um ano, admitindo-se reconduções, ou
trônica, será observado o seguinte:
para licitação específica.
I - elaboração de termo de referência pelo órgão § 4o Somente poderá exercer a função de pre-
requisitante, com indicação do objeto de forma goeiro o servidor ou o militar que reúna quali-
precisa, suficiente e clara, vedadas especifica- ficação profissional e perfil adequados, aferidos
ções que, por excessivas, irrelevantes ou desne- pela autoridade competente.
cessárias, limitem ou frustrem a competição ou
sua realização; Art. 11. Caberá ao pregoeiro, em especial:

II - aprovação do termo de referência pela auto- I - coordenar o processo licitatório;


ridade competente; II - receber, examinar e decidir as impugnações
III - apresentação de justificativa da necessidade e consultas ao edital, apoiado pelo setor respon-
da contratação; sável pela sua elaboração;
IV - elaboração do edital, estabelecendo critérios III - conduzir a sessão pública na internet;
de aceitação das propostas; IV - verificar a conformidade da proposta com
V - definição das exigências de habilitação, das os requisitos estabelecidos no instrumento con-
sanções aplicáveis, inclusive no que se refere vocatório;
aos prazos e às condições que, pelas suas parti- V - dirigir a etapa de lances;
cularidades, sejam consideradas relevantes para
a celebração e execução do contrato e o atendi- VI - verificar e julgar as condições de habilita-
mento das necessidades da administração; e ção;
VI - designação do pregoeiro e de sua equipe VII - receber, examinar e decidir os recursos, en-
de apoio. caminhando à autoridade competente quando
mantiver sua decisão;
§ 1o A autoridade competente motivará os atos
especificados nos incisos II e III, indicando os VIII - indicar o vencedor do certame;
elementos técnicos fundamentais que o apóiam, IX - adjudicar o objeto, quando não houver re-
bem como quanto aos elementos contidos no curso;
orçamento estimativo e no cronograma físico-
-financeiro de desembolso, se for o caso, elabo- X - conduzir os trabalhos da equipe de apoio; e
rados pela administração. XI - encaminhar o processo devidamente instru-
§ 2o O termo de referência é o documento que ído à autoridade superior e propor a homolo-
deverá conter elementos capazes de propiciar gação.

23
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Art. 12. Caberá à equipe de apoio, dentre outras atri- XIII do art. 7o da Constituição e no inciso XVIII
buições, auxiliar o pregoeiro em todas as fases do pro- do art. 78 da Lei no 8.666, de 1993.
cesso licitatório.
Parágrafo único. A documentação exigida para
atender ao disposto nos incisos I, III, IV e V des-
Art. 13. Caberá ao licitante interessado em participar
te artigo poderá ser substituída pelo registro ca-
do pregão, na forma eletrônica:
dastral no SICAF ou, em se tratando de órgão ou
I - credenciar-se no SICAF para certames pro- entidade não abrangida pelo referido Sistema,
movidos por órgãos da administração pública por certificado de registro cadastral que atenda
federal direta, autárquica e fundacional, e de aos requisitos previstos na legislação geral.
órgão ou entidade dos demais Poderes, no âm-
Art. 15. Quando permitida a participação de empresas
bito da União, Estados, Distrito Federal e Muni-
estrangeiras na licitação, as exigências de habilitação
cípios, que tenham celebrado termo de adesão;
serão atendidas mediante documentos equivalentes,
II - remeter, no prazo estabelecido, exclusiva- autenticados pelos respectivos consulados ou embai-
mente por meio eletrônico, via internet, a pro- xadas e traduzidos por tradutor juramentado no Bra-
posta e, quando for o caso, seus anexos; sil.
III - responsabilizar-se formalmente pelas tran-
sações efetuadas em seu nome, assumindo Art. 16. Quando permitida a participação de consórcio
como firmes e verdadeiras suas propostas e lan- de empresas, serão exigidos:
ces, inclusive os atos praticados diretamente ou
I - comprovação da existência de compromisso
por seu representante, não cabendo ao provedor
público ou particular de constituição de consór-
do sistema ou ao órgão promotor da licitação
cio, com indicação da empresa-líder, que deve-
responsabilidade por eventuais danos decor-
rá atender às condições de liderança estipuladas
rentes de uso indevido da senha, ainda que por
no edital e será a representante das consorcia-
terceiros;
das perante a União;
IV - acompanhar as operações no sistema ele-
II - apresentação da documentação de habilita-
trônico durante o processo licitatório, responsa-
ção especificada no instrumento convocatório
bilizando-se pelo ônus decorrente da perda de
por empresa consorciada;
negócios diante da inobservância de quaisquer
mensagens emitidas pelo sistema ou de sua des- III - comprovação da capacidade técnica do con-
conexão; sórcio pelo somatório dos quantitativos de cada
consorciado, na forma estabelecida no edital;
V - comunicar imediatamente ao provedor do
sistema qualquer acontecimento que possa IV - demonstração, por empresa consorciada,
comprometer o sigilo ou a inviabilidade do uso do atendimento aos índices contábeis definidos
da senha, para imediato bloqueio de acesso; no edital, para fins de qualificação econômico-
-financeira;
VI - utilizar-se da chave de identificação e da
senha de acesso para participar do pregão na V - responsabilidade solidária das empresas
forma eletrônica; e consorciadas pelas obrigações do consórcio, nas
fases de licitação e durante a vigência do con-
VII - solicitar o cancelamento da chave de iden-
trato;
tificação ou da senha de acesso por interesse
próprio. VI - obrigatoriedade de liderança por empresa
brasileira no consórcio formado por empresas
Parágrafo único. O fornecedor descredenciado
brasileiras e estrangeiras, observado o disposto
no SICAF terá sua chave de identificação e se-
no inciso I; e
nha suspensas automaticamente.
VII - constituição e registro do consórcio antes
Art. 14. Para habilitação dos licitantes, será exigida, da celebração do contrato.
exclusivamente, a documentação relativa:
Parágrafo único. Fica impedida a participação
I - à habilitação jurídica; de empresa consorciada, na mesma licitação,
por intermédio de mais de um consórcio ou iso-
II - à qualificação técnica;
ladamente.
III - à qualificação econômico-financeira;
Art. 17. A fase externa do pregão, na forma eletrônica,
IV - à regularidade fiscal com a Fazenda Nacio- será iniciada com a convocação dos interessados por
nal, o sistema da seguridade social e o Fundo de meio de publicação de aviso, observados os valores es-
Garantia do Tempo de Serviço - FGTS; timados para contratação e os meios de divulgação a
seguir indicados:
V - à regularidade fiscal perante as Fazendas Es-
taduais e Municipais, quando for o caso; e I - até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil
VI - ao cumprimento do disposto no inciso XX- reais):

24
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Administrativo

a) Diário Oficial da União; e sobre a impugnação no prazo de até vinte e qua-


tro horas.
b) meio eletrônico, na internet;
§ 2o Acolhida a impugnação contra o ato con-
II - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cin-
vocatório, será definida e publicada nova data
qüenta mil reais) até R$ 1.300.000,00 (um milhão
para realização do certame.
e trezentos mil reais):
Art. 19. Os pedidos de esclarecimentos referentes ao
a) Diário Oficial da União;
processo licitatório deverão ser enviados ao pregoeiro,
b) meio eletrônico, na internet; e até três dias úteis anteriores à data fixada para abertu-
ra da sessão pública, exclusivamente por meio eletrô-
c) jornal de grande circulação local;
nico via internet, no endereço indicado no edital.
III - superiores a R$ 1.300.000,00 (um milhão e
trezentos mil reais): Art. 20. Qualquer modificação no edital exige divulga-
ção pelo mesmo instrumento de publicação em que se
a) Diário Oficial da União; deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente
b) meio eletrônico, na internet; e estabelecido, exceto quando, inquestionavelmente, a
alteração não afetar a formulação das propostas.
c) jornal de grande circulação regional ou nacio-
nal. Art. 21. Após a divulgação do edital no endereço ele-
§ 1o Os órgãos ou entidades integrantes do trônico, os licitantes deverão encaminhar proposta
SISG e os que aderirem ao sistema do Gover- com a descrição do objeto ofertado e o preço e, se for
no Federal disponibilizarão a íntegra do edital, o caso, o respectivo anexo, até a data e hora marcadas
em meio eletrônico, no Portal de Compras do para abertura da sessão, exclusivamente por meio do
Governo Federal - COMPRASNET, sítio www. sistema eletrônico, quando, então, encerrar-se-á, auto-
comprasnet.gov.br. maticamente, a fase de recebimento de propostas.

§ 2o O aviso do edital conterá a definição pre- § 1o A participação no pregão eletrônico dar-se


cisa, suficiente e clara do objeto, a indicação dos -á pela utilização da senha privativa do licitante.
locais, dias e horários em que poderá ser lida ou § 2o Para participação no pregão eletrônico, o
obtida a íntegra do edital, bem como o endereço licitante deverá manifestar, em campo próprio
eletrônico onde ocorrerá a sessão pública, a data do sistema eletrônico, que cumpre plenamente
e hora de sua realização e a indicação de que o os requisitos de habilitação e que sua proposta
pregão, na forma eletrônica, será realizado por está em conformidade com as exigências do ins-
meio da internet. trumento convocatório.
§ 3o A publicação referida neste artigo poderá § 3o A declaração falsa relativa ao cumprimento
ser feita em sítios oficiais da administração pú- dos requisitos de habilitação e proposta sujeita-
blica, na internet, desde que certificado digital- rá o licitante às sanções previstas neste Decreto.
mente por autoridade certificadora credenciada
no âmbito da Infra-Estrutura de Chaves Públi- § 4o Até a abertura da sessão, os licitantes pode-
cas Brasileira - ICP-Brasil. rão retirar ou substituir a proposta anteriormen-
te apresentada.
§ 4o O prazo fixado para a apresentação das
propostas, contado a partir da publicação do Art. 22. A partir do horário previsto no edital, a sessão
aviso, não será inferior a oito dias úteis. pública na internet será aberta por comando do prego-
eiro com a utilização de sua chave de acesso e senha.
§ 5o Todos os horários estabelecidos no edital,
no aviso e durante a sessão pública observarão, § 1o Os licitantes poderão participar da sessão
para todos os efeitos, o horário de Brasília, Dis- pública na internet, devendo utilizar sua chave
trito Federal, inclusive para contagem de tempo de acesso e senha.
e registro no sistema eletrônico e na documenta-
§ 2o O pregoeiro verificará as propostas apre-
ção relativa ao certame.
sentadas, desclassificando aquelas que não este-
§ 6o Na divulgação de pregão realizado para jam em conformidade com os requisitos estabe-
o sistema de registro de preços, independente- lecidos no edital.
mente do valor estimado, será adotado o dis-
§ 3o A desclassificação de proposta será sem-
posto no inciso III.
pre fundamentada e registrada no sistema, com
Art. 18. Até dois dias úteis antes da data fixada para acompanhamento em tempo real por todos os
abertura da sessão pública, qualquer pessoa poderá participantes.
impugnar o ato convocatório do pregão, na forma ele- § 4o As propostas contendo a descrição do obje-
trônica. to, valor e eventuais anexos estarão disponíveis
na internet.
§ 1o Caberá ao pregoeiro, auxiliado pelo setor
responsável pela elaboração do edital, decidir § 5o O sistema disponibilizará campo próprio

25
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

para troca de mensagens entre o pregoeiro e os Art. 25. Encerrada a etapa de lances, o pregoeiro
licitantes. examinará a proposta classificada em primeiro lugar
quanto à compatibilidade do preço em relação ao es-
Art. 23. O sistema ordenará, automaticamente, as pro-
timado para contratação e verificará a habilitação do
postas classificadas pelo pregoeiro, sendo que somen-
licitante conforme disposições do edital.
te estas participarão da fase de lance.
§ 1o A habilitação dos licitantes será verifica-
Art. 24. Classificadas as propostas, o pregoeiro dará
da por meio do SICAF, nos documentos por ele
início à fase competitiva, quando então os licitantes
abrangidos, quando dos procedimentos licitató-
poderão encaminhar lances exclusivamente por meio
rios realizados por órgãos integrantes do SISG
do sistema eletrônico.
ou por órgãos ou entidades que aderirem ao
§ 1o No que se refere aos lances, o licitante será SICAF.
imediatamente informado do seu recebimento e § 2o Os documentos exigidos para habilitação
do valor consignado no registro. que não estejam contemplados no SICAF, in-
§ 2o Os licitantes poderão oferecer lances suces- clusive quando houver necessidade de envio de
sivos, observados o horário fixado para abertura anexos, deverão ser apresentados inclusive via
da sessão e as regras estabelecidas no edital. fax, no prazo definido no edital, após solicitação
do pregoeiro no sistema eletrônico.
§ 3o O licitante somente poderá oferecer lance
inferior ao último por ele ofertado e registrado § 3o Os documentos e anexos exigidos, quando
pelo sistema. remetidos via fax, deverão ser apresentados em
original ou por cópia autenticada, nos prazos
§ 4o Não serão aceitos dois ou mais lances estabelecidos no edital.
iguais, prevalecendo aquele que for recebido e
registrado primeiro. § 4o Para fins de habilitação, a verificação pelo
órgão promotor do certame nos sítios oficiais de
§ 5o Durante a sessão pública, os licitantes se- órgãos e entidades emissores de certidões cons-
rão informados, em tempo real, do valor do me- titui meio legal de prova.
nor lance registrado, vedada a identificação do
licitante. § 5o Se a proposta não for aceitável ou se o li-
citante não atender às exigências habilitatórias,
§ 6o A etapa de lances da sessão pública será o pregoeiro examinará a proposta subseqüente
encerrada por decisão do pregoeiro. e, assim sucessivamente, na ordem de classifica-
§ 7o O sistema eletrônico encaminhará avi- ção, até a apuração de uma proposta que atenda
so de fechamento iminente dos lances, após o ao edital.
que transcorrerá período de tempo de até trinta § 6o No caso de contratação de serviços comuns
minutos, aleatoriamente determinado, findo o em que a legislação ou o edital exija apresenta-
qual será automaticamente encerrada a recep- ção de planilha de composição de preços, esta
ção de lances. deverá ser encaminhada de imediato por meio
§ 8o Após o encerramento da etapa de lances eletrônico, com os respectivos valores readequa-
da sessão pública, o pregoeiro poderá encami- dos ao lance vencedor.
nhar, pelo sistema eletrônico, contraproposta ao § 7o No pregão, na forma eletrônica, realizado
licitante que tenha apresentado lance mais van- para o sistema de registro de preços, quando a
tajoso, para que seja obtida melhor proposta, proposta do licitante vencedor não atender ao
observado o critério de julgamento, não se ad- quantitativo total estimado para a contratação,
mitindo negociar condições diferentes daquelas respeitada a ordem de classificação, poderão ser
previstas no edital. convocados tantos licitantes quantos forem ne-
§ 9o A negociação será realizada por meio do cessários para alcançar o total estimado, obser-
sistema, podendo ser acompanhada pelos de- vado o preço da proposta vencedora.
mais licitantes. § 8o Os demais procedimentos referentes ao sis-
§ 10. No caso de desconexão do pregoeiro, no tema de registro de preços ficam submetidos à
decorrer da etapa de lances, se o sistema eletrô- norma específica que regulamenta o art. 15 da
nico permanecer acessível aos licitantes, os lan- Lei no 8.666, de 1993.
ces continuarão sendo recebidos, sem prejuízo § 9o Constatado o atendimento às exigências
dos atos realizados. fixadas no edital, o licitante será declarado ven-
§ 11. Quando a desconexão do pregoeiro persis- cedor.
tir por tempo superior a dez minutos, a sessão
do pregão na forma eletrônica será suspensa e Art. 26. Declarado o vencedor, qualquer licitante po-
reiniciada somente após comunicação aos par- derá, durante a sessão pública, de forma imediata e
ticipantes, no endereço eletrônico utilizado para motivada, em campo próprio do sistema, manifestar
divulgação. sua intenção de recorrer, quando lhe será concedido o

26
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Administrativo

prazo de três dias para apresentar as razões de recur- direito à ampla defesa, ficará impedido de licitar e de
so, ficando os demais licitantes, desde logo, intimados contratar com a União, e será descredenciado no SI-
para, querendo, apresentarem contra-razões em igual CAF, pelo prazo de até cinco anos, sem prejuízo das
prazo, que começará a contar do término do prazo do multas previstas em edital e no contrato e das demais
recorrente, sendo-lhes assegurada vista imediata dos cominações legais.
elementos indispensáveis à defesa dos seus interesses.
Parágrafo único. As penalidades serão obriga-
§ 1o A falta de manifestação imediata e moti- toriamente registradas no SICAF.
vada do licitante quanto à intenção de recorrer,
Art. 29. A autoridade competente para aprovação do
nos termos do caput, importará na decadência
procedimento licitatório somente poderá revogá-lo em
desse direito, ficando o pregoeiro autorizado a
face de razões de interesse público, por motivo de fato
adjudicar o objeto ao licitante declarado vence-
superveniente devidamente comprovado, pertinente e
dor.
suficiente para justificar tal conduta, devendo anulá-lo
§ 2o O acolhimento de recurso importará na in- por ilegalidade, de ofício ou por provocação de qual-
validação apenas dos atos insuscetíveis de apro- quer pessoa, mediante ato escrito e fundamentado.
veitamento.
§ 1o A anulação do procedimento licitatório in-
§ 3o No julgamento da habilitação e das pro- duz à do contrato ou da ata de registro de pre-
postas, o pregoeiro poderá sanar erros ou falhas ços.
que não alterem a substância das propostas, dos
documentos e sua validade jurídica, mediante § 2o Os licitantes não terão direito à indeniza-
despacho fundamentado, registrado em ata e ção em decorrência da anulação do procedimen-
acessível a todos, atribuindo-lhes validade e efi- to licitatório, ressalvado o direito do contratado
cácia para fins de habilitação e classificação. de boa-fé de ser ressarcido pelos encargos que
tiver suportado no cumprimento do contrato.
Art. 27. Decididos os recursos e constatada a regula-
ridade dos atos praticados, a autoridade competente Art. 30. O processo licitatório será instruído com os
adjudicará o objeto e homologará o procedimento li- seguintes documentos:
citatório.
I - justificativa da contratação;
§ 1o Após a homologação referida no caput,
II - termo de referência;
o adjudicatário será convocado para assinar o
contrato ou a ata de registro de preços no prazo III - planilhas de custo, quando for o caso;
definido no edital. IV - previsão de recursos orçamentários, com a
§ 2o Na assinatura do contrato ou da ata de indicação das respectivas rubricas;
registro de preços, será exigida a comprovação V - autorização de abertura da licitação;
das condições de habilitação consignadas no
edital, as quais deverão ser mantidas pelo lici- VI - designação do pregoeiro e equipe de apoio;
tante durante a vigência do contrato ou da ata VII - edital e respectivos anexos, quando for o
de registro de preços. caso;
§ 3o O vencedor da licitação que não fizer a VIII - minuta do termo do contrato ou instru-
comprovação referida no § 2o ou quando, in- mento equivalente, ou minuta da ata de registro
justificadamente, recusar-se a assinar o contrato de preços, conforme o caso;
ou a ata de registro de preços, poderá ser con-
vocado outro licitante, desde que respeitada a IX - parecer jurídico;
ordem de classificação, para, após comprovados X - documentação exigida para a habilitação;
os requisitos habilitatórios e feita a negociação,
assinar o contrato ou a ata de registro de preços, XI - ata contendo os seguintes registros:
sem prejuízo das multas previstas em edital e a) licitantes participantes;
no contrato e das demais cominações legais.
b) propostas apresentadas;
§ 4o O prazo de validade das propostas será
de sessenta dias, salvo disposição específica do c) lances ofertados na ordem de classificação;
edital. d) aceitabilidade da proposta de preço;
Art. 28. Aquele que, convocado dentro do prazo de e) habilitação; e
validade de sua proposta, não assinar o contrato ou
ata de registro de preços, deixar de entregar documen- f) recursos interpostos, respectivas análises e
tação exigida no edital, apresentar documentação fal- decisões;
sa, ensejar o retardamento da execução de seu objeto, XII - comprovantes das publicações:
não mantiver a proposta, falhar ou fraudar na execu-
a) do aviso do edital;
ção do contrato, comportar-se de modo inidôneo, fizer
declaração falsa ou cometer fraude fiscal, garantido o b) do resultado da licitação;

27
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

c) do extrato do contrato; e registro de preços e gerenciamento da ata de re-


gistro de preços dele decorrente;
d) dos demais atos em que seja exigida a publi-
cidade, conforme o caso. IV - órgão participante - órgão ou entidade da
administração pública que participa dos proce-
§ 1o O processo licitatório poderá ser realiza-
dimentos iniciais do Sistema de Registro de Pre-
do por meio de sistema eletrônico, sendo que os
ços e integra a ata de registro de preços;
atos e documentos referidos neste artigo cons-
tantes dos arquivos e registros digitais serão vá- V - órgão não participante - órgão ou entidade
lidos para todos os efeitos legais, inclusive para da administração pública que, não tendo parti-
comprovação e prestação de contas. cipado dos procedimentos iniciais da licitação,
atendidos os requisitos desta norma, faz adesão
§ 2o Os arquivos e registros digitais, relativos
à ata de registro de preços.
ao processo licitatório, deverão permanecer à
disposição das auditorias internas e externas. VI - compra nacional - compra ou contratação
de bens e serviços, em que o órgão gerencia-
§ 3o A ata será disponibilizada na internet para
dor conduz os procedimentos para registro de
acesso livre, imediatamente após o encerramen-
preços destinado à execução descentralizada de
to da sessão pública.
programa ou projeto federal, mediante prévia
Art. 31. O Ministério do Planejamento, Orçamento indicação da demanda pelos entes federados
e Gestão estabelecerá instruções complementares ao beneficiados; e
disposto neste Decreto.
VII - órgão participante de compra nacional - ór-
Art. 32. Este Decreto entra em vigor em 1o de julho gão ou entidade da administração pública que,
de 2005. em razão de participação em programa ou pro-
jeto federal, é contemplado no registro de pre-
Art. 33. Fica revogado o Decreto no 3.697, de 21 de ços independente de manifestação formal.
dezembro de 2000.
Art. 3º O Sistema de Registro de Preços poderá ser
adotado nas seguintes hipóteses:
DECRETO Nº 7.892, DE 23 DE JANEIRO DE 2013
I - quando, pelas características do bem ou ser-
Regulamenta o Sistema de Registro de Preços previsto viço, houver necessidade de contratações fre-
no art. 15 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. quentes;
II - quando for conveniente a aquisição de bens
CAPÍTULO I com previsão de entregas parceladas ou contra-
tação de serviços remunerados por unidade de
DISPOSIÇÕES GERAIS medida ou em regime de tarefa;
Art. 1º As contratações de serviços e a aquisição de III - quando for conveniente a aquisição de bens
bens, quando efetuadas pelo Sistema de Registro de ou a contratação de serviços para atendimento a
Preços - SRP, no âmbito da administração pública fede- mais de um órgão ou entidade, ou a programas
ral direta, autárquica e fundacional, fundos especiais, de governo; ou
empresas públicas, sociedades de economia mista e
IV - quando, pela natureza do objeto, não for
demais entidades controladas, direta ou indiretamen-
possível definir previamente o quantitativo a
te pela União, obedecerão ao disposto neste Decreto.
ser demandado pela Administração.
Art. 2º Para os efeitos deste Decreto, são adotadas as
seguintes definições: CAPÍTULO II

I - Sistema de Registro de Preços - conjunto de


DA INTENÇÃO PARA REGISTRO DE PREÇOS
procedimentos para registro formal de preços
relativos à prestação de serviços e aquisição de Art. 4º Fica instituído o procedimento de Intenção de
bens, para contratações futuras; Registro de Preços - IRP, a ser operacionalizado por
II - ata de registro de preços - documento vincu- módulo do Sistema de Administração e Serviços Ge-
lativo, obrigacional, com característica de com- rais - SIASG, que deverá ser utilizado pelos órgãos e
promisso para futura contratação, em que se entidades integrantes do Sistema de Serviços Gerais -
registram os preços, fornecedores, órgãos par- SISG, para registro e divulgação dos itens a serem lici-
ticipantes e condições a serem praticadas, con- tados e para a realização dos atos previstos nos incisos
forme as disposições contidas no instrumento II e V do caput do art. 5º e dos atos previstos no inciso
convocatório e propostas apresentadas; II e caput do art. 6º.

III - órgão gerenciador - órgão ou entidade da § 1º A divulgação da intenção de registro de


administração pública federal responsável pela preços poderá ser dispensada, de forma justifi-
condução do conjunto de procedimentos para cada pelo órgão gerenciador.

28
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Administrativo

§ 2º O Ministério do Planejamento, Orçamento VI - realizar o procedimento licitatório;


e Gestão editará norma complementar para re-
VII - gerenciar a ata de registro de preços;
gulamentar o disposto neste artigo.
VIII - conduzir eventuais renegociações dos pre-
§ 3º Caberá ao órgão gerenciador da Intenção de
ços registrados;
Registro de Preços - IRP:
IX - aplicar, garantida a ampla defesa e o contra-
I - estabelecer, quando for o caso, o número má-
ditório, as penalidades decorrentes de infrações
ximo de participantes na IRP em conformidade
no procedimento licitatório; e
com sua capacidade de gerenciamento;
X - aplicar, garantida a ampla defesa e o contradi-
II - aceitar ou recusar, justificadamente, os quan-
tório, as penalidades decorrentes do descumpri-
titativos considerados ínfimos ou a inclusão de
mento do pactuado na ata de registro de preços
novos itens; e
ou do descumprimento das obrigações contra-
III - deliberar quanto à inclusão posterior de tuais, em relação às suas próprias contratações.
participantes que não manifestaram interesse
XI - autorizar, excepcional e justificadamente, a
durante o período de divulgação da IRP.
prorrogação do prazo previsto no § 6º do art. 22
§ 4º Os procedimentos constantes dos incisos II deste Decreto, respeitado o prazo de vigência
e III do § 3º serão efetivados antes da elaboração da ata, quando solicitada pelo órgão não parti-
do edital e de seus anexos. cipante.
§ 5º Para receber informações a respeito das § 1º A ata de registro de preços, disponibilizada
IRPs disponíveis no Portal de Compras do Go- no Portal de Compras do Governo federal, po-
verno Federal, os órgãos e entidades integrantes derá ser assinada por certificação digital.
do SISG se cadastrarão no módulo IRP e inseri-
§ 2º O órgão gerenciador poderá solicitar auxí-
rão a linha de fornecimento e de serviços de seu
lio técnico aos órgãos participantes para execu-
interesse.
ção das atividades previstas nos incisos III, IV e
§ 6º É facultado aos órgãos e entidades inte- VI do caput.
grantes do SISG, antes de iniciar um processo
licitatório, consultar as IRPs em andamento e CAPÍTULO IV
deliberar a respeito da conveniência de sua par-
ticipação. DAS COMPETÊNCIAS DO ÓRGÃO PARTICIPANTE

CAPÍTULO III Art. 6º O órgão participante será responsável pela


manifestação de interesse em participar do registro de
DAS COMPETÊNCIAS DO ÓRGÃO preços, providenciando o encaminhamento ao órgão
GERENCIADOR gerenciador de sua estimativa de consumo, local de
entrega e, quando couber, cronograma de contratação
Art. 5º Caberá ao órgão gerenciador a prática de todos
e respectivas especificações ou termo de referência ou
os atos de controle e administração do Sistema de Re-
projeto básico, nos termos da Lei nº 8.666, de 21 de ju-
gistro de Preços, e ainda o seguinte:
nho de 1993, e da Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002,
I - registrar sua intenção de registro de preços adequado ao registro de preços do qual pretende fazer
no Portal de Compras do Governo federal; parte, devendo ainda:

II - consolidar informações relativas à estimativa I - garantir que os atos relativos a sua inclusão
individual e total de consumo, promovendo a no registro de preços estejam formalizados e
adequação dos respectivos termos de referência aprovados pela autoridade competente;
ou projetos básicos encaminhados para atender
II - manifestar, junto ao órgão gerenciador, me-
aos requisitos de padronização e racionalização;
diante a utilização da Intenção de Registro de
III - promover atos necessários à instrução pro- Preços, sua concordância com o objeto a ser li-
cessual para a realização do procedimento lici- citado, antes da realização do procedimento li-
tatório; citatório; e
IV - realizar pesquisa de mercado para identi- III - tomar conhecimento da ata de registros de
ficação do valor estimado da licitação e, conso- preços, inclusive de eventuais alterações, para o
lidar os dados das pesquisas de mercado rea- correto cumprimento de suas disposições.
lizadas pelos órgãos e entidades participantes,
§ 1º Cabe ao órgão participante aplicar, garan-
inclusive nas hipóteses previstas nos §§ 2º e 3º
tida a ampla defesa e o contraditório, as penali-
do art. 6º deste Decreto;
dades decorrentes do descumprimento do pac-
V - confirmar junto aos órgãos participantes a tuado na ata de registro de preços ou do des-
sua concordância com o objeto a ser licitado, cumprimento das obrigações contratuais, em re-
inclusive quanto aos quantitativos e termo de lação às suas próprias contratações, informando
referência ou projeto básico; as ocorrências ao órgão gerenciador.

29
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

§ 2º No caso de compra nacional, o órgão geren- § 2º Na situação prevista no § 1º, deverá ser
ciador promoverá a divulgação da ação, a pes- evitada a contratação, em um mesmo órgão ou
quisa de mercado e a consolidação da demanda entidade, de mais de uma empresa para a exe-
dos órgãos e entidades da administração direta cução de um mesmo serviço, em uma mesma
e indireta da União, dos Estados, do Distrito Fe- localidade, para assegurar a responsabilidade
deral e dos Municípios. contratual e o princípio da padronização.
§ 3º Na hipótese prevista no § 2º, comprovada a
vantajosidade, fica facultado aos órgãos ou en- Art. 9º O edital de licitação para registro de preços
tidades participantes de compra nacional a exe- observará o disposto nas Leis nº 8.666, de 1993, e nº
cução da ata de registro de preços vinculada ao 10.520, de 2002, e contemplará, no mínimo:
programa ou projeto federal.
I - a especificação ou descrição do objeto, que
§ 4º Os entes federados participantes de compra explicitará o conjunto de elementos necessários
nacional poderão utilizar recursos de transferên- e suficientes, com nível de precisão adequado
cias legais ou voluntárias da União, vinculados para a caracterização do bem ou serviço, inclusi-
aos processos ou projetos objeto de descentrali- ve definindo as respectivas unidades de medida
zação e de recursos próprios para suas deman- usualmente adotadas;
das de aquisição no âmbito da ata de registro de
II - estimativa de quantidades a serem adquiri-
preços de compra nacional.
das pelo órgão gerenciador e órgãos participan-
§ 5º Caso o órgão gerenciador aceite a inclusão tes;
de novos itens, o órgão participante demandante
III - estimativa de quantidades a serem adquiri-
elaborará sua especificação ou termo de referên-
das por órgãos não participantes, observado o
cia ou projeto básico, conforme o caso, e a pesqui-
disposto no § 4º do art. 22, no caso de o órgão
sa de mercado, observado o disposto no art. 6º.
gerenciador admitir adesões;
§ 6º Caso o órgão gerenciador aceite a inclusão de
IV - quantidade mínima de unidades a ser cota-
novas localidades para entrega do bem ou execu-
da, por item, no caso de bens;
ção do serviço, o órgão participante responsável
pela demanda elaborará, ressalvada a hipótese V - condições quanto ao local, prazo de entre-
prevista no § 2º, pesquisa de mercado que con- ga, forma de pagamento, e nos casos de servi-
temple a variação de custos locais ou regionais. ços, quando cabível, frequência, periodicidade,
características do pessoal, materiais e equipa-
CAPÍTULO V mentos a serem utilizados, procedimentos, cui-
dados, deveres, disciplina e controles a serem
DA LICITAÇÃO PARA REGISTRO DE PREÇOS adotados;
Art. 7º A licitação para registro de preços será reali- VI - prazo de validade do registro de preço, ob-
zada na modalidade de concorrência, do tipo menor servado o disposto no caput do art. 12;
preço, nos termos da Lei nº 8.666, de 1993, ou na moda-
VII - órgãos e entidades participantes do regis-
lidade de pregão, nos termos da Lei nº 10.520, de 2002,
tro de preço;
e será precedida de ampla pesquisa de mercado.
VIII - modelos de planilhas de custo e minutas
§ 1º O julgamento por técnica e preço, na mo- de contratos, quando cabível;
dalidade concorrência, poderá ser excepcional-
mente adotado, a critério do órgão gerenciador IX - penalidades por descumprimento das con-
e mediante despacho fundamentado da autori- dições;
dade máxima do órgão ou entidade. X - minuta da ata de registro de preços como
§ 2o Na licitação para registro de preços não é anexo; e
necessário indicar a dotação orçamentária, que XI - realização periódica de pesquisa de merca-
somente será exigida para a formalização do do para comprovação da vantajosidade.
contrato ou outro instrumento hábil.
§ 1º O edital poderá admitir, como critério de
Art. 8º O órgão gerenciador poderá dividir a quanti- julgamento, o menor preço aferido pela oferta
dade total do item em lotes, quando técnica e economi- de desconto sobre tabela de preços praticados
camente viável, para possibilitar maior competitivida- no mercado, desde que tecnicamente justifica-
de, observada a quantidade mínima, o prazo e o local do.
de entrega ou de prestação dos serviços.
§ 2º Quando o edital previr o fornecimento de
§ 1º No caso de serviços, a divisão considera- bens ou prestação de serviços em locais diferen-
rá a unidade de medida adotada para aferição tes, é facultada a exigência de apresentação de
dos produtos e resultados, e será observada a proposta diferenciada por região, de modo que
demanda específica de cada órgão ou entidade aos preços sejam acrescidos custos variáveis por
participante do certame. região.

30
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Administrativo

§ 3º A estimativa a que se refere o inciso III do § 4º O anexo que trata o inciso II do caput con-
caput não será considerada para fins de qualifi- siste na ata de realização da sessão pública do
cação técnica e qualificação econômico-financei- pregão ou da concorrência, que conterá a infor-
ra na habilitação do licitante. mação dos licitantes que aceitarem cotar os bens
ou serviços com preços iguais ao do licitante
§ 4º O exame e a aprovação das minutas do ins-
vencedor do certame.
trumento convocatório e do contrato serão efe-
tuados exclusivamente pela assessoria jurídica Art. 12. O prazo de validade da ata de registro de pre-
do órgão gerenciador. ços não será superior a doze meses, incluídas eventu-
ais prorrogações, conforme o inciso III do § 3º do art.
Art. 10. Após o encerramento da etapa competitiva,
15 da Lei nº 8.666, de 1993.
os licitantes poderão reduzir seus preços ao valor da
proposta do licitante mais bem classificado. § 1º É vedado efetuar acréscimos nos quantitati-
vos fixados pela ata de registro de preços, inclu-
Parágrafo único. A apresentação de novas pro-
sive o acréscimo de que trata o § 1º do art. 65 da
postas na forma do caput não prejudicará o re-
Lei nº 8.666, de 1993.
sultado do certame em relação ao licitante mais
bem classificado. § 2º A vigência dos contratos decorrentes do
Sistema de Registro de Preços será definida nos
CAPÍTULO VI instrumentos convocatórios, observado o dis-
posto no art. 57 da Lei nº 8.666, de 1993.
DO REGISTRO DE PREÇOS E DA VALIDADE DA
§ 3º Os contratos decorrentes do Sistema de Re-
ATA
gistro de Preços poderão ser alterados, observa-
Art. 11. Após a homologação da licitação, o registro de do o disposto no art. 65 da Lei nº 8.666, de 1993.
preços observará, entre outras, as seguintes condições:
§ 4º O contrato decorrente do Sistema de Regis-
I - serão registrados na ata de registro de preços tro de Preços deverá ser assinado no prazo de
os preços e quantitativos do licitante mais bem validade da ata de registro de preços.
classificado durante a fase competitiva;
CAPÍTULO VII
II - será incluído, na respectiva ata na forma de
anexo, o registro dos licitantes que aceitarem
DA ASSINATURA DA ATA E DA CONTRATAÇÃO
cotar os bens ou serviços com preços iguais aos
COM FORNECEDORES REGISTRADOS
do licitante vencedor na sequência da classifica-
ção do certame, excluído o percentual referente Art. 13. Homologado o resultado da licitação, o for-
à margem de preferência, quando o objeto não necedor mais bem classificado será convocado para
atender aos requisitos previstos no art. 3º da Lei assinar a ata de registro de preços, no prazo e nas con-
nº 8.666, de 1993; dições estabelecidos no instrumento convocatório, po-
dendo o prazo ser prorrogado uma vez, por igual pe-
III - o preço registrado com indicação dos forne-
ríodo, quando solicitado pelo fornecedor e desde que
cedores será divulgado no Portal de Compras
ocorra motivo justificado aceito pela administração.
do Governo Federal e ficará disponibilizado du-
rante a vigência da ata de registro de preços; e Parágrafo único. É facultado à administração,
IV - a ordem de classificação dos licitantes re- quando o convocado não assinar a ata de regis-
gistrados na ata deverá ser respeitada nas con- tro de preços no prazo e condições estabeleci-
tratações. dos, convocar os licitantes remanescentes, na
ordem de classificação, para fazê-lo em igual
§ 1º O registro a que se refere o inciso II do ca- prazo e nas mesmas condições propostas pelo
put tem por objetivo a formação de cadastro de primeiro classificado.
reserva no caso de impossibilidade de atendi-
mento pelo primeiro colocado da ata, nas hipó- Art. 14. A ata de registro de preços implicará compro-
teses previstas nos arts. 20 e 21. misso de fornecimento nas condições estabelecidas,
após cumpridos os requisitos de publicidade.
§ 2º Se houver mais de um licitante na situação
de que trata o inciso II do caput, serão classifica- Parágrafo único. A recusa injustificada de for-
dos segundo a ordem da última proposta apre- necedor classificado em assinar a ata, dentro do
sentada durante a fase competitiva. prazo estabelecido neste artigo, ensejará a apli-
cação das penalidades legalmente estabelecidas.
§ 3º A habilitação dos fornecedores que compo-
rão o cadastro de reserva a que se refere o inciso Art. 15. A contratação com os fornecedores registra-
II do caput será efetuada, na hipótese prevista dos será formalizada pelo órgão interessado por inter-
no parágrafo único do art. 13 e quando houver médio de instrumento contratual, emissão de nota de
necessidade de contratação de fornecedor rema- empenho de despesa, autorização de compra ou outro
nescente, nas hipóteses previstas nos arts. 20 e instrumento hábil, conforme o art. 62 da Lei nº 8.666,
21. de 1993.

31
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Art. 16. A existência de preços registrados não obriga IV - sofrer sanção prevista nos incisos III ou IV do ca-
a administração a contratar, facultando-se a realização put do art. 87 da Lei nº 8.666, de 1993, ou no art. 7º da
de licitação específica para a aquisição pretendida, Lei nº 10.520, de 2002.
assegurada preferência ao fornecedor registrado em
igualdade de condições. Parágrafo único. O cancelamento de registros
nas hipóteses previstas nos incisos I, II e IV do
caput será formalizado por despacho do órgão
CAPÍTULO VIII gerenciador, assegurado o contraditório e a am-
pla defesa.
DA REVISÃO E DO CANCELAMENTO DOS
Art. 21. O cancelamento do registro de preços poderá
PREÇOS REGISTRADOS
ocorrer por fato superveniente, decorrente de caso for-
Art. 17. Os preços registrados poderão ser revistos em tuito ou força maior, que prejudique o cumprimento
decorrência de eventual redução dos preços pratica- da ata, devidamente comprovados e justificados:
dos no mercado ou de fato que eleve o custo dos ser- I - por razão de interesse público; ou
viços ou bens registrados, cabendo ao órgão gerencia-
dor promover as negociações junto aos fornecedores, II - a pedido do fornecedor.
observadas as disposições contidas na alínea “d” do
inciso II do caput do art. 65 da Lei nº 8.666, de 1993. CAPÍTULO IX

Art. 18. Quando o preço registrado tornar-se superior DA UTILIZAÇÃO DA ATA DE REGISTRO DE
ao preço praticado no mercado por motivo superve- PREÇOS POR ÓRGÃO OU ENTIDADES NÃO
niente, o órgão gerenciador convocará os fornecedores PARTICIPANTES
para negociarem a redução dos preços aos valores pra-
ticados pelo mercado. Art. 22. Desde que devidamente justificada a vanta-
gem, a ata de registro de preços, durante sua vigência,
§ 1º Os fornecedores que não aceitarem reduzir poderá ser utilizada por qualquer órgão ou entidade
seus preços aos valores praticados pelo merca- da administração pública federal que não tenha par-
do serão liberados do compromisso assumido, ticipado do certame licitatório, mediante anuência do
sem aplicação de penalidade. órgão gerenciador.
§ 2º A ordem de classificação dos fornecedores § 1º Os órgãos e entidades que não participa-
que aceitarem reduzir seus preços aos valores ram do registro de preços, quando desejarem
de mercado observará a classificação original. fazer uso da ata de registro de preços, deverão
Art. 19. Quando o preço de mercado tornar-se supe- consultar o órgão gerenciador da ata para mani-
rior aos preços registrados e o fornecedor não puder festação sobre a possibilidade de adesão.
cumprir o compromisso, o órgão gerenciador poderá: § 2º Caberá ao fornecedor beneficiário da ata de
registro de preços, observadas as condições nela
I - liberar o fornecedor do compromisso assumi-
estabelecidas, optar pela aceitação ou não do
do, caso a comunicação ocorra antes do pedido
fornecimento decorrente de adesão, desde que
de fornecimento, e sem aplicação da penalidade
não prejudique as obrigações presentes e futu-
se confirmada a veracidade dos motivos e com-
ras decorrentes da ata, assumidas com o órgão
provantes apresentados; e
gerenciador e órgãos participantes.
II - convocar os demais fornecedores para asse-
§ 3º As aquisições ou contratações adicionais a
gurar igual oportunidade de negociação.
que se refere este artigo não poderão exceder,
Parágrafo único. Não havendo êxito nas nego- por órgão ou entidade, a cem por cento dos
ciações, o órgão gerenciador deverá proceder à quantitativos dos itens do instrumento convo-
revogação da ata de registro de preços, adotan- catório e registrados na ata de registro de preços
do as medidas cabíveis para obtenção da contra- para o órgão gerenciador e órgãos participantes.
tação mais vantajosa.
§ 4º O instrumento convocatório deverá pre-
Art. 20. O registro do fornecedor será cancelado quan- ver que o quantitativo decorrente das adesões
do: à ata de registro de preços não poderá exceder,
na totalidade, ao quíntuplo do quantitativo de
I - descumprir as condições da ata de registro cada item registrado na ata de registro de preços
de preços; para o órgão gerenciador e órgãos participantes,
II - não retirar a nota de empenho ou instrumen- independente do número de órgãos não partici-
to equivalente no prazo estabelecido pela Admi- pantes que aderirem.
nistração, sem justificativa aceitável; § 6º Após a autorização do órgão gerenciador,
III - não aceitar reduzir o seu preço registrado, o órgão não participante deverá efetivar a aqui-
na hipótese deste se tornar superior àqueles sição ou contratação solicitada em até noventa
praticados no mercado; ou dias, observado o prazo de vigência da ata.

32
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Administrativo

§ 7º Compete ao órgão não participante os atos


relativos à cobrança do cumprimento pelo for- RESPONSABILIDADE CIVIL DO
08
necedor das obrigações contratualmente assu- ESTADO
midas e a aplicação, observada a ampla defe-
sa e o contraditório, de eventuais penalidades É responsabilidade extracontratual do Estado,
decorrentes do descumprimento de cláusulas que decorre tanto de atos lícitos quanto ilícitos. Nos
contratuais, em relação às suas próprias con- últimos anos, o tema da responsabilidade civil evolui
tratações, informando as ocorrências ao órgão mais significativamente nos países que adotaram o sis-
gerenciador. tema europeu, como o Brasil.

§ 8º É vedada aos órgãos e entidades da admi- TEORIAS ACERCA DA RESPONSABILIZAÇÃO


nistração pública federal a adesão a ata de regis- DO ESTADO
tro de preços gerenciada por órgão ou entidade
municipal, distrital ou estadual. Teoria da irresponsabilidade do Estado:
§ 9º É facultada aos órgãos ou entidades mu- Era sustentada nos estados absolutistas. Não havia
nicipais, distritais ou estaduais a adesão a ata responsabilidade civil do Estado porque se considera-
de registro de preços da Administração Pública va que o rei não podia errar.
Federal.

Teorias civilistas da culpa:


CAPÍTULO X
1. Teoria dos atos de gestão: somente os atos de
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS gestão davam ensejo à responsabilização. Nos atos de
império não havia responsabilização.
Art. 23. A Administração poderá utilizar recursos de
tecnologia da informação na operacionalização do dis- 2. Teoria da culpa civil (responsabilidade subjetiva
posto neste Decreto e automatizar procedimentos de do Estado): independente de ser ato de império ou de
controle e atribuições dos órgãos gerenciadores e par- gestão há responsabilização do Estado. A responsabili-
ticipantes. dade do Estado se dá quando existirem quatro requisi-
tos: a) Conduta: ação ou omissão; b) Dano; c) Nexo de
Art. 24. As atas de registro de preços vigentes, decor- causalidade; e d) Dolo ou culpa.
rentes de certames realizados sob a vigência do De-
creto nº 3.931, de 19 de setembro de 2001, poderão ser
Teorias publicistas:
utilizadas pelos órgãos gerenciadores e participantes,
até o término de sua vigência. O caso Blanco, ocorrido na cidade de Bourdaux, foi
o marco da mudança do paradigma civilista para o pu-
Art. 25. Até a completa adequação do Portal de Com- blicista na responsabilização do Estado. Neste caso, o
pras do Governo federal para atendimento ao disposto Conselheiro Davi entendeu que a matéria deveria ser
no § 1º do art. 5º, o órgão gerenciador deverá: regulada por normas de direito público (o caso avalia-
va o atropelamento de uma menina por caminhão do
I - providenciar a assinatura da ata de registro serviço público).
de preços e o encaminhamento de sua cópia aos
órgãos ou entidades participantes; e 1. Teoria da culpa administrativa (culpa do ser-
viço): procura-se desvincular a culpa do agente
II - providenciar a indicação dos fornecedo-
público da culpa do Estado.
res para atendimento às demandas, observada
a ordem de classificação e os quantitativos de
2. Teoria da responsabilidade objetiva do Esta-
contratação definidos pelos órgãos e entidades
do: esta teoria se funda na igualdade de ônus
participantes.
e encargos sociais. Assim, todos devem respon-
der pelo dano causado ao particular, pois todos
Art. 26. Até a completa adequação do Portal de Com-
usufruem de tal serviço. Hely Lopes Meireles
pras do Governo federal para atendimento ao disposto
divide tal teoria em:
nos incisos I e II do caput do art. 11 e no inciso II do §
2º do art. 11, a ata registrará os licitantes vencedores, a) Teoria do Risco Integral: é o dever de inde-
quantitativos e respectivos preços. nizar do Estado em todas as hipóteses, não
cabendo qualquer excludente ou atenuante
Art. 27. O Ministério do Planejamento, Orçamento e de responsabilidade. Esta teoria não foi abar-
Gestão poderá editar normas complementares a este cada pelo sistema pátrio, sob o argumento de
Decreto. que a adoção desta teoria transformaria o Es-
tado em “segurador universal”. Alguns dou-
Art. 28. Este Decreto entra em vigor trinta dias após a trinadores apontam como exceções: danos
data de sua publicação. nucleares e danos por ataques terroristas.

33
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Porém, a maioria da doutrina, ainda nesses Para que se possa entrar com ação de regresso deve
casos não admite a teoria do risco integral, haver sentença definitiva obrigando o Estado a recom-
pois sempre o Estado pode alegar causas ex- por o dano.
cludentes;

b) Teoria do Risco Administrativo: é a teoria RECOMPOSIÇÃO DO DANO


adotada no Brasil através do art. 37, pará-
grafo 6º da CF. Trata do dever de indenizar A regra geral é que o Estado indenize na via ad-
do Estado, independentemente da culpa; to- ministrativa, embora na prática isso seja bastante raro.
davia, possibilita ao Estado a utilização das Na via administrativa a pessoa que sofreu o dano deve
causas excludentes e atenuantes da respon- requerer do Estado o valor atualizado. Neste caso,
sabilidade civil. fica a cargo do Procurador Geral do Estado decidir so-
bre a indenização.
ü A responsabilidade objetiva abarca também as Não havendo a indenização administrativa, ou não
pessoas jurídicas de direito privado quando pres- sendo essa a vontade da vítima, a via judicial pode ser
tam serviços públicos. utilizada. Por mais que o Estado seja solvente, às ve-
zes é muito melhor que o particular ingresse com ação
diretamente contra o causador do dano, pois o tempo
ELEMENTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL para a reparação será muito menor. No entanto, deve-
DO ESTADO rá provar o dolo ou culpa do agente.
Conduta comissiva ou omissiva do Estado:
Nas condutas comissivas não há duvidas na doutri-
na quanto à responsabilidade objetiva do Estado. No
entanto, em relação às condutas omissivas, prevalece 09 SERVIDORES PÚBLICOS
que a responsabilidade do Estado é subjetiva, calcada
na culpa.
PROVIMENTO DOS CARGOS

Dano: Nomeação:
O dano deve ser certo, especial e anormal. “O provimento autônomo ou originário é aquele em
que alguém é preposto no cargo independentemen-
Certo porque não pode ser um dano hipotético; te do fato de ter, não ter, haver ou não tido algum
especial por abarcar pessoas individualizadas; e anor- vínculo com cargo público. Vale dizer, o provimento
mal porque o dano deve sair do que normalmente não guarda qualquer relação com a anterior situa-
acontece. ção de provido. Por isto se diz autônomo ou, então,
originário. (...) A única forma de provimento originá-
Nexo de causalidade: rio é a nomeação, a qual se define, pois, como provi-
mento autônomo de um servidor em cargo público”
A doutrina diz que o nexo de causalidade substi- (Celso Antônio).
tuiu o dolo e a culpa. Basta que haja relação de causa e
efeito entre a conduta do Estado e o dano. Nomeação em caráter efetivo: é a nomeação daque-
le que passou em concurso público para um cargo de
CAUSAS EXCLUDENTES E ATENUANTES carreira.

Nomeação em comissão: não há necessidade de


a) Culpa exclusiva da vítima: ocorre, por exemplo,
concurso público. O servidor é nomeado para cargo
quando uma pessoa se suicida utilizando-se de veículo
de confiança.
de propriedade do Estado.

b) Culpa exclusiva de terceiro: exemplo é o de al- Posse:


guém que invade uma delegacia de polícia, subtrai
uma viatura, e acaba atropelando uma pessoa. É o ato administrativo através do qual o servidor
recebe suas atribuições, direitos, deveres e responsabi-
lidades. A partir da nomeação, o servidor deve tomar
c) Caso fortuito ou força maior.
posse em trinta dias.

AÇÃO REGRESSIVA DO ESTADO Exercício:


Havendo dolo ou culpa do agente público que cau- O servidor entra em exercício quando começa a de-
sou o dano, o Estado poderá entrar com ação de re- sempenhar as suas funções. Isto deve ocorrer em até
gresso contra o mesmo. quinze dias após a posse.

34
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Administrativo

Estágio probatório: Aproveitamento:

Nos últimos anos, houve muita discussão sobre o É o retorno à atividade do servidor em disponibili-
período do estágio probatório. Hoje, a jurisprudência dade (o servidor fica em disponibilidade quando o car-
dos tribunais superiores entende que é inconstitucio- go dele for declarado extinto ou desnecessário. Neste
nal existir diferença ente o tempo necessário para o caso, fica fora da Administração recebendo proporcio-
servidor adquirir estabilidade e a duração do estágio nalmente ao tempo de serviço. Difere da aposentado-
probatório. ria, onde a remuneração é proporcional ao tempo de
contribuição). O aproveitamento pode ocorrer tanto
em cargo idêntico como em cargo semelhante.
Readaptação:

Ocorre quando o servidor é investido em cargo di- Promoção:


ferente do que ocupava anteriormente, em virtude de
alguma limitação física ou mental constatada em ins- É a investidura do servidor em cargo com maior
peção médica. responsabilidade e maior complexidade nas atribui-
ções, porém dentro da mesma carreira.
Nestes casos, a readaptação será em cargo que exija
o mesmo nível de escolaridade e possua equivalência
VACÂNCIA
na remuneração. No entanto, caso não exista um car-
go com atribuições afins, o servidor atuará como exce-
1. Exoneração:
dente até o surgimento de uma vaga.
É o ato que gera o desligamento do servidor sem
caráter de penalidade. Ocorre nos casos em que o ser-
Reversão: vidor era detentor de cargo efetivo e pede sua exone-
ração, ou de ofício pela Administração (em razão da
É o retorno do servidor aposentado à atividade.
inabilitação no estágio probatório ou em razão do ser-
Existem duas espécies de reversão:
vidor empossado não entrar em exercício do prazo de
quinze dias).
a) De ofício: ocorre quando o servidor foi apo-
sentado por invalidez e as causas que levaram à A exoneração de ofício pela Administração deve
aposentadoria deixaram de existir. ser motivada e ocorrer através de processo adminis-
trativo (esse processo administrativo não precisa ser
b) A pedido do servidor: somente ocorre quan-
disciplinar).
do a aposentadoria foi voluntária. Para que
ocorra a reversão o pedido do servidor deve ser Exoneração de cargo em comissão: não necessita
feito em, no máximo, cinco anos após a aposen- de processo administrativo, é ato discricionário. Pode
tadoria. Trata-se de ato discricionário. Assim, ocorrer a pedido do servidor.
mesmo que preenchidos os requisitos, a Admi-
nistração fará análise de oportunidade e conve-
niência para conceder a reversão. 2. Demissão:
Penalidade aplicada através de processo adminis-
trativo disciplinar (PAD).
Reintegração:

É o ato de reinvestidura de um servidor estável que


3. Aposentadoria:
havia perdido o cargo. Ocorre por decisão administra-
tiva ou judicial. Neste caso, o servidor tem o direito ao Inatividade remunerada, com caráter de perma-
ressarcimento de tudo aquilo que deixou de receber no nência, cujos proventos são fixados de acordo com o
período em que ficou afastado. tempo de contribuição;

4. Falecimento;
Recondução:
5. Promoção;
Ocorre quando o servidor estável retorna ao cargo
anteriormente ocupado. Pode acontecer nos casos de:
6. Readaptação;
a) Inabilitação em estágio probatório de outro
cargo; 7. Posse em outro cargo inacumulável.

b) Reintegração do antigo ocupante do novo


cargo; REGIME JURÍDICO ÚNICO
c) Pedido de recondução do servidor que cum- A Constituição Federal previa o chamado “regime
pre estágio probatório em outro cargo (somente jurídico único” para os servidores públicos. No entan-
enquanto durar o estágio). to, hoje não existe mais a obrigatoriedade do referido

35
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

regime único. Hoje, a Administração pode contratar


pelo regime estatutário ou celetista, de acordo com a
natureza e com as necessidades do cargo.

SISTEMA REMUNERATÓRIO

ü Remuneração = vencimento +
vantagens permanentes

Remuneração: é o vencimento do cargo efetivo,


acrescido das vantagens pecuniárias permanentes.

Vencimento: é a retribuição pecuniária pelo exer-


cício do cargo público, com valor base fixado em lei.

Subsídio: é o pagamento em parcela única, sem o


acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono,
verbas de representação ou prêmio. A CF (art. 39, § 4º)
prevê que algumas carreiras deverão (agentes políti-
cos, policiais, etc.) – e outras poderão (servidores or-
ganizados em carreira) – receber por subsídio. Nota-se
que a CF não fala em verbas indenizatórias, que pode-
rão ser pagas àqueles que são remunerados através de
subsídio.

Salário mínimo: o servidor público pode receber


vencimento inferior a um salário mínimo, desde que a
remuneração atinja o piso de um salário mínimo (en-
tendimento do STF nas súmulas vinculantes 15 e 16).

Vantagens pecuniárias:
1. Indenizações: não se incorporam ao vencimento
do servidor, pois têm caráter reparatório. Exemplo de
indenização é a ajuda de custo. Tal ajuda destina-se a
compensar despesas de instalação do servidor em caso
de mudança em caráter permanente.

2. Gratificações: podem se incorporar ao vencimen-


to desde que exista previsão legal;

3. Adicionais: podem se incorporar ao vencimento


desde que exista previsão legal.

ANOTAÇÕES

36
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
NOÇÕES DE DIREITO
07
ELEITORAL

01 CONCEITO E FONTES
02 PREVISÃO LEGAL NA CF
03 CÓDIGO ELEITORAL
04 DOS RECURSOS
05 DISPOSIÇÕES PENAIS
06 SÚMULAS DO TSE
07 RESOLUÇÃO TSE 21.538/03
08 LEI DA FICHA LIMPA
09 LEI DOS PARTIDOS POLÍTICOS
10 LEI DAS ELEIÇÕES
11 TRANSPORTE DE ELEITORES

Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Eleitoral

PRINCÍPIOS
01 CONCEITO E FONTES
Fundamentais:
CONCEITO
- Democrático
Define-se o Direito Eleitoral como no dizer de Joel
José Cândido “o ramo do Direito Público que trata de - Soberania Popular
institutos relacionados com os direitos políticos e as
- Republicano
eleições, em todas as suas fases, como forma de esco-
lha dos titulares dos mandatos políticos e das institui- - Federativo
ções do Estado”.
- Sufrágio Universal
Outra definição muito utilizada é a de Djalma
- Legitimidade
Pinto, que conceitua o Direito Eleitoral como “o ramo
do Direito Público que disciplina a criação dos parti- - Moralidade
dos, o ingresso do cidadão no corpo eleitoral para frui- - Probidade
ção dos direitos políticos, o registro das candidaturas,
a propaganda eleitoral, o processo eletivo e a investi- - Isonomia
dura no mandato”.
Já, Fávila Ribeiro, conceitua o Direito Eleitoral como Processuais:
a área do Direito dedicada “ao estudo das normas e
- Devido Processo Legal (contraditório e ampla de-
procedimentos que organizam e disciplinam o funcio-
fesa)
namento do poder de sufrágio popular, de modo a que
se estabeleça a precisa adequação entre a vontade do - Celeridade: em vista da necessidade de os assun-
povo e a atividade governamental”. tos afetos ao Direito Eleitoral serem decididos em exí-
guo espaço de tempo, sob pena de perder-se o objeto
FONTES da demanda, como ocorre no período eleitoral (Ex.:
Direito de Resposta em Propaganda Eleitoral), e, de
As fontes do Direito Eleitoral são classificadas pela outro lado, garantir a segurança jurídica da sociedade
maior parte da doutrina como diretas, indiretas e sub- em relação ao pleito (Ex.: Impugnação contra Registro
sidiárias. de Candidatura).

- Imparcialidade
FONTES DIRETAS
- Dispositivo
- A Constituição Federal;
- As leis eleitorais (especialmente o Código Eleitoral; a - Impulso Oficial
Lei das Eleições; as Leis dos Partidos Políticos; a Lei das
Inelegibilidades; a Lei da Ficha Limpa, além das demais - Motivação
correlatas). - Publicidade
- Os princípios.
- A Resoluções do TSE, que têm força de lei, conforme - Instrumentalidade
dispõem os arts. 1º, parágrafo único e 23, IX do Código - Gratuidade
Eleitoral.
- Anualidade: a lei que alterar o processo eleitoral
FONTES INDIRETAS entrará em vigor na data de sua publicação, não se
aplicando à eleição que ocorra até 1 (um) ano da data
- a doutrina;
de sua vigência. Este princípio, não se aplica às resolu-
- a jurisprudência dos Tribunais Eleitorais. ções emanadas do TSE e nem às decisões judiciais, mas
também é aplicável às emendas constitucionais.
FONTES SUBSIDIÁRIAS (APLICADAS NA AUSÊNCIA DE
REGRA ESPECÍFICA DO DIREITO ELEITORAL) - Irrecorribilidade das decisões dos tribunais elei-
torais: “São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior
- Código Civil,
Eleitoral, salvo as que contrariarem a Constituição e as de-
- Código de Processo Civil, negatórias de habeas corpus e ou mandado de segurança”.
- Código Penal e
- Código de Processo Penal. A competência para legislar sobre Direito Eleitoral
é privativa da União. Não obstante incumbe à União
legislar sobre Direito Eleitoral. Nada impede que os
P Importante destacar que para parte da doutri-
Estados e o Distrito Federal legislem especifica e su-
na as fontes subsidiárias supramencionadas es-
pletivamente sobre os mecanismos de democracia di-
tão inseridas nas fontes indiretas.
reta nos seus respectivos territórios.

3
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

I - tiver cancelada sua naturalização, por senten-


02 PREVISÃO LEGAL NA CF ça judicial, em virtude de atividade nociva ao
interesse nacional;

CAPÍTULO III II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos ca-


sos:

DA NACIONALIDADE a) de reconhecimento de nacionalidade originá-


ria pela lei estrangeira;
Art. 12. São brasileiros: b) de imposição de naturalização, pela norma
estrangeira, ao brasileiro residente em estado
I - natos: estrangeiro, como condição para permanência
a) os nascidos na República Federativa do Bra- em seu território ou para o exercício de direitos
sil, ainda que de pais estrangeiros, desde que civis;
estes não estejam a serviço de seu país;
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da Re-
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro pública Federativa do Brasil.
ou mãe brasileira, desde que qualquer deles es-
teja a serviço da República Federativa do Brasil; § 1º - São símbolos da República Federativa do
Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo na-
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou cionais.
de mãe brasileira, desde que sejam registrados
em repartição brasileira competente ou venham § 2º - Os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
a residir na República Federativa do Brasil e op- pios poderão ter símbolos próprios.
tem, em qualquer tempo, depois de atingida a
maioridade, pela nacionalidade brasileira; CAPÍTULO IV
II - naturalizados:
DOS DIREITOS POLÍTICOS
a) os que, na forma da lei, adquiram a naciona-
lidade brasileira, exigidas aos originários de pa-
íses de língua portuguesa apenas residência por Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrá-
um ano ininterrupto e idoneidade moral; gio universal e pelo voto direto e secreto, com valor
igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade,
residentes na República Federativa do Brasil há I - plebiscito;
mais de quinze anos ininterruptos e sem conde- II - referendo;
nação penal, desde que requeiram a nacionali-
dade brasileira. III - iniciativa popular.

§ 1º Aos portugueses com residência perma- § 1º - O alistamento eleitoral e o voto são:


nente no País, se houver reciprocidade em fa- I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
vor de brasileiros, serão atribuídos os direitos
inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos II - facultativos para:
nesta Constituição. a) os analfabetos;
§ 2º - A lei não poderá estabelecer distinção en- b) os maiores de setenta anos;
tre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito
casos previstos nesta Constituição.
anos.
§ 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos: § 2º - Não podem alistar-se como eleitores os es-
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; trangeiros e, durante o período do serviço mili-
tar obrigatório, os conscritos.
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
§ 3º - São condições de elegibilidade, na forma
III - de Presidente do Senado Federal; da lei:
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; I - a nacionalidade brasileira;

V - da carreira diplomática; II - o pleno exercício dos direitos políticos;

VI - de oficial das Forças Armadas. III - o alistamento eleitoral;


IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
VII - de Ministro de Estado da Defesa.
V - a filiação partidária;
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade
do brasileiro que: VI - a idade mínima de:

4
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Eleitoral

a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Pre- Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja
sidente da República e Senador; perda ou suspensão só se dará nos casos de:
b) trinta anos para Governador e Vice-Governa- I - cancelamento da naturalização por sentença
dor de Estado e do Distrito Federal; transitada em julgado;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, De- II - incapacidade civil absoluta;
putado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Pre-
feito e juiz de paz; III - condenação criminal transitada em julgado,
enquanto durarem seus efeitos;
d) dezoito anos para Vereador.
IV - recusa de cumprir obrigação a todos impos-
§ 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os analfa-
ta ou prestação alternativa, nos termos do art.
betos.
5º, VIII;
§ 5º O Presidente da República, os Governado-
V - improbidade administrativa, nos termos do
res de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos
art. 37, § 4º.
e quem os houver sucedido, ou substituído no
curso dos mandatos poderão ser reeleitos para
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará
um único período subseqüente.
em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à
§ 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Pre- eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.
sidente da República, os Governadores de Es-
tado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem
renunciar aos respectivos mandatos até seis me- CAPÍTULO V
ses antes do pleito.
§ 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição DOS PARTIDOS POLÍTICOS
do titular, o cônjuge e os parentes consangüíne-
os ou afins, até o segundo grau ou por adoção, Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extin-
do Presidente da República, de Governador de ção de partidos políticos, resguardados a soberania
Estado ou Território, do Distrito Federal, de Pre- nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo,
feito ou de quem os haja substituído dentro dos os direitos fundamentais da pessoa humana e obser-
seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular vados os seguintes preceitos:
de mandato eletivo e candidato à reeleição.
I - caráter nacional;
§ 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as
seguintes condições: II - proibição de recebimento de recursos finan-
ceiros de entidade ou governo estrangeiros ou
I - se contar menos de dez anos de serviço, deve- de subordinação a estes;
rá afastar-se da atividade;
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será
agregado pela autoridade superior e, se eleito, IV - funcionamento parlamentar de acordo com
passará automaticamente, no ato da diploma- a lei.
ção, para a inatividade.
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autono-
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos mia para definir sua estrutura interna, organiza-
de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, ção e funcionamento e para adotar os critérios
a fim de proteger a probidade administrativa, de escolha e o regime de suas coligações elei-
a moralidade para exercício de mandato con- torais, sem obrigatoriedade de vinculação entre
siderada vida pregressa do candidato, e a nor- as candidaturas em âmbito nacional, estadual,
malidade e legitimidade das eleições contra a distrital ou municipal, devendo seus estatutos
influência do poder econômico ou o abuso do estabelecer normas de disciplina e fidelidade
exercício de função, cargo ou emprego na admi- partidária.
nistração direta ou indireta.
§ 2º - Os partidos políticos, após adquirirem
§ 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado personalidade jurídica, na forma da lei civil,
ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias registrarão seus estatutos no Tribunal Superior
contados da diplomação, instruída a ação com Eleitoral.
provas de abuso do poder econômico, corrup-
ção ou fraude. § 3º - Os partidos políticos têm direito a recursos
do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e
§ 11 - A ação de impugnação de mandato tra- à televisão, na forma da lei.
mitará em segredo de justiça, respondendo o
autor, na forma da lei, se temerária ou de ma- § 4º - É vedada a utilização pelos partidos políti-
nifesta má-fé. cos de organização paramilitar.

5
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

salvo se, até 100 (cem) dias antes da eleição, requerer


03 CÓDIGO ELEITORAL (Lei 4737/65) transferência, perante o Juiz Eleitoral, provando que
mudou de residência há pelo menos 3 meses e trans-
Estabelece o Código como regra norteadora do sis-
corrida pelo menos 1 ano da inscrição primitiva.
tema eleitoral que “todo poder emana do povo e será
exercido, em seu nome, por mandatários escolhidos,
direta e secretamente, dentre candidatos indicados Vedações ao Alistamento:
por partidos políticos nacionais, ressalvada a eleição Não podem alistar-se eleitores:
indireta nos casos previstos na Constituição e leis es-
pecíficas”. - analfabetos;

- que não saibam exprimir-se na língua nacional;


Poderes para votar e ser votado:
- que estejam privados, temporária ou definitiva-
- Qualquer cidadão pode pretender investidura em mente, dos direitos políticos.
cargo eletivo, respeitadas as condições constitucionais
e legais de elegibilidade e incompatibilidade.
P Os militares são alistáveis desde que oficiais,
- São eleitores os brasileiros maiores de 18 anos que aspirantes a oficiais, guardas-marinha, subtenen-
se alistarem na forma da lei. tes ou suboficiais, sargentos ou alunos das esco-
las militares de ensino superior para formação de
oficiais.
DO ALISTAMENTO E DO VOTO

Estabelece o Código em plena congruência à


Alistamento Facultativo:
Constituição que o alistamento eleitoral e o voto são
obrigatórios aos maiores de dezoito anos e menores
Não são obrigados a alistar-se:
de setenta anos. Essa obrigação é estendida a todos os
brasileiros, mesmo os domiciliados no exterior, porém a) os inválidos
apenas nos casos de eleições para Presidente e Vice-
Presidente. b) os maiores de setenta anos;

c) os que se encontrem fora do País;


P Os brasileiros residentes no exterior que man-
tenham domicílio eleitoral no Brasil, continuam
obrigados a votar em todas as eleições ou justifi- Não são obrigados a votar:
car suas ausências.
a) os enfermos;

O alistamento se faz mediante a qualificação e ins- b) os que se encontrem fora do seu domicílio;
crição do eleitor. A qualificação é o ato pelo qual o in- c) os funcionários civis e os militares, em serviço
divíduo fornece seus dados e os mesmos são inseridos que os impossibilite de votar.
no cadastro de eleitores.
O requerimento de alistamento segue modelo do Sanções ao não alistamento ou ao não exercício do
TSE e deverá ser encaminhado ao escrivão, funcioná- voto:
rio ou preparador, que recebendo a fórmula e docu-
mentos determinará que o alistando date e assine a pe- O eleitor que deixar de votar e não se justificar pe-
tição e em ato contínuo atestará terem sido a data e a rante o Juiz Eleitoral até trinta dias após a realização
assinatura lançados na sua presença. O requerimento da eleição incorrerá na multa de três a dez por cento
será submetido ao despacho do juiz nas 48 (quarenta e sobre o salário mínimo da região, imposta pelo Juiz
oito), horas seguintes. Eleitoral e cobrada na forma prevista no art. 367 do
Código Eleitoral.
Poderá o juiz se tiver dúvida quanto à identidade
do requerente ou sobre qualquer outro requisito para Sem a prova de que votou na última eleição, pagou
o alistamento, converter o julgamento em diligência a respectiva multa ou de que se justificou devidamen-
para que o alistando esclareça ou complete a prova te, não poderá o eleitor:
ou, se for necessário, compareça pessoalmente à sua I – inscrever-se em concurso ou prova para car-
presença. Quinzenalmente o juiz eleitoral fará publicar go ou função pública, investir-se ou empossar-
pela imprensa, onde houver ou por editais, a lista dos -se neles;
pedidos de inscrição, mencionando os deferidos, os in-
II – receber vencimentos, remuneração, salário
deferidos e os convertidos em diligência, contando-se
ou proventos de função ou emprego público,
dessa publicação o prazo para os recursos.
autárquico ou paraestatal, bem como fundações
Conforme a informação e comprovação de seu governamentais, empresas, institutos e socieda-
domicílio eleitoral, o eleitor ficará vinculado perma- des de qualquer natureza, mantidas ou subven-
nentemente à seção eleitoral indicada no seu título, cionadas pelo governo ou que exerçam serviço

6
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Eleitoral

público delegado, correspondentes ao segundo - quando houver a pluralidade de inscrição;


mês subsequente ao da eleição;
- quando falecer o eleitor;
III – participar de concorrência pública ou ad- - quando deixar de votar em 3 (três) eleições
ministrativa da União, dos Estados, dos Territó- consecutivas.
rios, do Distrito Federal ou dos Municípios, ou
das respectivas autarquias; P Ao processo de exclusão é respeitado o contra-
ditório e a ampla defesa.
IV – obter empréstimos nas autarquias, socie-
dades de economia mista, caixas econômicas
federais ou estaduais, nos institutos e caixas de P IMPORTANTE: Após a cessação da causa que
previdência social, bem como em qualquer esta- gerou o cancelamento do título, poderá o inte-
belecimento de crédito mantido pelo governo, ressado requerer novamente sua qualificação e
ou de cuja administração este participe, e com inscrição.
essas entidades celebrar contratos;

V – obter passaporte ou carteira de identidade;


DO SISTEMA ELEITORAL
VI – renovar matrícula em estabelecimento de
REGRA: O voto (sufrágio) é universal e direto,
ensino oficial ou fiscalizado pelo governo;
obrigatório e secreto!
VII – praticar qualquer ato para o qual se exija
quitação do serviço militar ou imposto de renda. P Voto Majoritário: Senador, Governador e Pre-
feito.
P Será cancelada a inscrição do eleitor que não P Voto Proporcional: Deputados Estaduais e Fe-
votar em 3 (três) eleições consecutivas, não pa- derais e Vereadores.
gar a multa ou não se justificar no prazo de 6
(seis) meses, a contar da data da última eleição a
que deveria ter comparecido. ELEGIBILIDADE

Trata das regras de cidadania passiva e capacidade


O brasileiro nato que não se alistar até os dezenove eleitoral passiva.
anos ou o naturalizado que não se alistar até um ano Somente podem concorrer às eleições candidatos
depois de adquirida a nacionalidade brasileira incor- registrados por partidos. Nenhum registro será admi-
rerá na multa de três a dez por cento sobre o valor do tido fora do período de 6 (seis) meses antes da eleição.
salário mínimo da região, imposta pelo Juiz e cobrada Não é permitido registro de candidato embora para
no ato da inscrição eleitoral através de selo federal inu- cargos diferentes, por mais de uma circunscrição ou
tilizado no próprio requerimento.
para mais de um cargo na mesma circunscrição.
Não se aplicará a pena ao não alistado que requerer
REGRA: São sempre inelegíveis o analfabeto, o
sua inscrição eleitoral até o centésimo primeiro dia an-
estrangeiro e o conscrito.
terior à eleição subsequente à data em que completar
dezenove anos. Para alguém ser candidato e receber validamente
votos, não é suficiente o preenchimento das condições
Os partidos políticos, por seus delegados podem
de elegibilidade (além de não incorrer nas hipóteses
acompanhar os processos de inscrição; promover a
de inelegibilidades) há os requisitos de ser escolhido
exclusão de qualquer eleitor inscrito ilegalmente e
na convenção do partido e ter o pedido do registro de
assumir a defesa do eleitor cuja exclusão esteja sendo
candidatura deferido.
promovida e examinar, os documentos relativos ao
alistamento eleitoral, podendo deles tirar cópias ou
fotocópias. São requisitos da elegibilidade:
- a nacionalidade brasileira;
DO CANCELAMENTO E DA EXCLUSÃO - o pleno exercício dos direitos políticos;
O Código estabelece as seguintes hipóteses de can- - o alistamento eleitoral;
celamento/exclusão, que poderá ser promovida ex
officio, a requerimento de delegado de partido ou de - o domicílio eleitoral na circunscrição;
qualquer eleitor:
- a filiação partidária;
- quando alistar-se o impedido de fazê-lo ou por
infringir as regras do domicílio eleitoral; - a idade mínima de:

- quando ocorrer a suspensão ou perda dos di- a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Pre-
reitos políticos; sidente da República e Senador;

7
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

b) trinta anos para Governador e Vice-Governa- datura terminará, improrrogavelmente, às dezoito ho-
dor de Estado e do Distrito Federal; ras do nonagésimo dia anterior à data marcada para a
eleição e até o septuagésimo dia anterior à data marca-
c) vinte e um anos para Deputado Federal, De- da para a eleição, todos os requerimentos devem estar
putado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Pre- julgados, inclusive os que tiverem sido impugnados.
feito e juiz de paz;
As convenções partidárias para a escolha dos can-
d) dezoito anos para Vereador. didatos serão realizadas, no máximo, até dez dias an-
tes do término do prazo do pedido de registro no car-
P Importante ressaltar que o momento para a tório eleitoral ou na Secretaria do Tribunal.
configuração dos requisitos da elegibilidade é o
do registro da candidatura. Pode qualquer candidato requerer, em petição com
firma reconhecida, o cancelamento do registro do seu
nome. Desse fato, o presidente do Tribunal ou o juiz,
DO REGISTRO DE CANDIDATURA conforme o caso, dará ciência imediata ao partido que
tenha feito a inscrição, ao qual ficará ressalvado o di-
Serão registrados no Tribunal Superior Eleitoral
reito de substituir por outro o nome cancelado, desde
os candidatos a presidente e vice-presidente da
que o novo pedido seja apresentado até 60 (sessenta)
República; nos Tribunais Regionais Eleitorais os can-
dias antes do pleito.
didatos a senador, deputado federal, governador e
vice-governador e deputado estadual e nos Juízos Em caso de morte, renúncia, inelegibilidade e pre-
Eleitorais os candidatos a vereador, prefeito e vice enchimento de vagas existentes nas respectivas cha-
-prefeito. pas, tanto em eleições proporcionais quanto majoritá-
rias, as substituições e indicações se processarão pelas
Somente poderão inscrever candidatos os partidos
Comissões Executivas
que possuam diretório devidamente registrado na cir-
cunscrição em que se realizar a eleição.

O registro de candidatos a presidente e vice-pre- DA REPRESENTAÇÃO PROPORCIONAL


sidente, governador e vice-governador, ou prefeito
e vice-prefeito, far-se-á sempre em chapa única e in- Fica facultado a 2 (dois) ou mais Partidos coliga-
divisível, ainda que resulte a indicação de aliança de rem-se para o registro de candidatos comuns a depu-
partidos tado federal, deputado estadual e vereador.

O registro pode ser promovido por delegado de A deliberação sobre coligação caberá à Convenção
partido, autorizado em documento autêntico, inclusi- Regional de cada Partido, quando se tratar de elei-
ve telegrama de quem responda pela direção partidá- ção para a Câmara dos Deputados e Assembleias
ria e sempre com assinatura reconhecida por tabelião, Legislativas, e à Convenção Municipal, quando se
instruído com os seguintes documentos: tratar de eleição para a Câmara de Vereadores, e será
aprovada mediante a votação favorável da maioria,
I - com a cópia autêntica da ata da convenção presentes 2/3 (dois terços) dos convencionais, estabele-
que houver feito a escolha do candidato, a qual cendo-se, na mesma oportunidade, o número de can-
deverá ser conferida com o original na Secreta- didatos que caberá a cada Partido.
ria do Tribunal ou no cartório eleitoral;

II - com autorização do candidato, em documen- P Importante conceito da representação pro-


to com a assinatura reconhecida por tabelião; porcional é do quociente eleitoral, que é deter-
minado pela divisão do número de votos válidos
III - com certidão fornecida pelo cartório eleito- apurados pelo de lugares a preencher em cada
ral da zona de inscrição, em que conste que o circunscrição eleitoral, desprezada a fração se
registrando é eleitor; igual ou inferior a meio, equivalente a um, se su-
perior.
IV - com prova de filiação partidária, salvo para
os candidatos a presidente e vice-presidente, se-
É determinado para cada Partido ou coligação o
nador e respectivo suplente, governador e vice-
quociente partidário, dividindo-se pelo quociente
-governador, prefeito e vice-prefeito;
eleitoral o número de votos válidos dados sob a
V - certidão fornecida pelos cartórios competen- mesma legenda ou coligação de legendas, desprezada
tes, para que se verifique se o candidato está no a fração.
gozo dos direitos políticos
Calculado o quociente eleitoral estarão eleitos tan-
VI - com declaração de bens, de que constem a tos candidatos registrados por um Partido ou coliga-
origem e as mutações patrimoniais. ção quantos o respectivo quociente partidário indicar,
na ordem da votação nominal que cada um tenha re-
O prazo para o requerimento de registro de candi- cebido.

8
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Eleitoral

As cadeiras ou vagas das Casas Legislativas não DESUSO


preenchidas com a aplicação dos quocientes partidá-
rios serão distribuídas dividindo-se o número de vo- Boa parte dos dispositivos constante do Código
tos válidos atribuídos a cada Partido ou coligação de Eleitoral caiu em desuso em virtude dos progres-
Partidos pelo número de lugares por ele obtido, mais sos obtidos através do sistema eletrônico de votação.
um, cabendo ao Partido ou coligação que apresentar a Assim, os procedimentos de preparação, fiscalização
maior média um dos lugares a preencher. e apuração restaram simplificados. Ressalte-se ape-
nas que as cédulas em papel e as demais providências
Caso nenhum Partido ou coligação alcance o quo- provenientes de seu uso, ainda são encaminhadas aos
ciente eleitoral, considerar-se-ão eleitos, até serem pre- locais de votação para que, caso haja falha dos equi-
enchidos todos os lugares, os candidatos mais votados pamentos, os votos possam ser colhidos da maneira
em números absolutos. prevista no Código.

DOS ATOS PREPARATÓRIOS E DA VOTAÇÃO DOS DIPLOMAS


Até 70 (setenta) dias antes da data marcada para Os candidatos eleitos, assim como os suplentes, re-
a eleição, todos os que requererem inscrição como ceberão diploma assinado pelo Presidente do Tribunal
eleitor, ou transferência, já devem estar devidamente Regional ou da Junta Eleitoral, conforme o caso.
qualificados e os respectivos títulos prontos para a en- Enquanto o Tribunal Superior não decidir o recurso
trega, se deferidos pelo juiz eleitoral. interposto contra a expedição do diploma, poderá o
diplomado exercer o mandato normalmente.
As seções eleitorais, organizadas à medida em que
forem sendo deferidos os pedidos de inscrição, não te-
rão mais de 400 (quatrocentos) eleitores nas capitais e DA NULIDADE E DA ANULABILIDADE DA
de 300 (trezentos) nas demais localidades, nem menos VOTAÇÃO
de 50 (cinquenta) eleitores
A votação é nula quando feita perante mesa não no-
A cada seção eleitoral corresponde uma mesa re- meada pelo juiz eleitoral, ou constituída com ofensa à
ceptora de votos, que serão compostas de um presi- letra da lei; quando efetuada em folhas de votação fal-
dente, um primeiro e um segundo mesários, dois se- sas; quando realizada em dia, hora, ou local diferentes
cretários e um suplente, nomeados pelo juiz eleitoral do designado ou encerrada antes das 17 horas; quando
sessenta dias antes da eleição, em audiência pública, preterida formalidade essencial do sigilo dos sufrágios;
anunciado pelo menos com cinco dias de antecedên- quando a seção eleitoral tiver sido localizada com infra-
cia. ção do disposto à comunicação dos locais de votação.
Cada partido poderá nomear 2 (dois) delegados em E é anulável quando houver extravio de documen-
cada município e 2 (dois) fiscais junto a cada mesa re- to reputado essencial; quando for negado ou sofrer
ceptora, funcionando um de cada vez. Porém, quando restrição o direito de fiscalizar, e o fato constar da ata
o município abranger mais de uma zona eleitoral, cada ou de protesto interposto, por escrito, no momento da
partido poderá nomear 2 (dois) delegados em cada ofensa; quando votar eleitor excluído por sentença não
mesa receptora. cumprida por ocasião da remessa das folhas individu-
ais de votação à mesa, desde que haja oportuna recla-
As mesas receptoras funcionarão nos lugares de-
mação de partido; quando votar eleitor de outra seção,
signados pelos juízes eleitorais 60 (sessenta) dias antes
quando votar alguém com falsa identidade em lugar
da eleição, publicando-se a designação com a numera-
do eleitor chamado ou quando houver o emprego de
ção ordinal e local com a indicação da rua, número e
processo de propaganda ou captação de sufrágios ve-
qualquer outro elemento que facilite a localização pelo
dado por lei.
eleitor.

INTRODUÇÃO E COMPETÊNCIA DOS ÓRGÃOS


PODER DE POLÍCIA
DA JUSTIÇA ELEITORAL

Ao presidente da mesa receptora e ao juiz eleitoral A Justiça eleitoral é órgão de natureza federal. Os
cabe a polícia dos trabalhos eleitorais. A força armada servidores são federais, portanto adequados às regras
conservar-se-á a cem metros da seção eleitoral e não da União. O orçamento é aprovado pelo Congresso
poderá aproximar-se do lugar da votação, ou dele pe- Nacional. Em matéria criminal é a Polícia Federal
netrar, sem ordem do presidente da mesa. quem detém a competência para instaurar e conduzir
inquéritos policiais para apurar o cometimento de cri-
Na data marcada para a eleição, às 8 (oito) horas,
mes eleitorais.
supridas as deficiências declarará o presidente inicia-
dos os trabalhos, procedendo-se em seguida à votação, Juízes e promotores recebem da União gratificação
que começará pelos candidatos e eleitores presentes, pecuniária especial por desempenhares as funções
encerrando-se a votação às 17 (dezessete) horas. eleitorais.

9
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Ao contrário dos demais órgãos do Poder Os mandatos nas Cortes Eleitorais são de dois anos,
Judiciário, a Justiça Eleitoral não apresenta corpo pró- sendo possível apenas uma recondução.
prio e independente de magistrados. Assim, nela atu-
am juízes oriundos de diversos Tribunais (Supremo É vedada a participação no TSE de: cidadãos que
Tribunal Federal, Superior Tribunal de Justiça, Justiça tenham até o 4º grau, ainda que por afinidade, com ou-
Comum Estadual, Justiça Comum Federal e Ordem tro integrante; e no caso dos advogados, aqueles que
dos Advogados do Brasil). ocupem cargo público de demissão ad nuttum; que seja
diretor ou proprietário de empresa que detenha sub-
Disso decorre o princípio cooperativo, na medida venção, privilégio ou isenção em virtude de contrato
em que vários órgãos disponibilizam integrantes para com a Administração Pública ou que exerça mandato
assegurar o bom funcionamento da Justiça Eleitoral. político eletivo.
A Justiça Eleitoral possui as funções administrati-
va, jurisdicional, normativa e ainda consultiva, que é
DA COMPETÊNCIA
uma função incomum às demais áreas judicantes. A
função consultiva está consubstanciada na regra de
que os tribunais eleitorais devem responder, sobre Compete ao Tribunal Superior:
matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas, em
tese, por autoridade pública ou partido político. I - Processar e julgar originariamente:

a) o registro e a cassação de registro de


São órgãos da Justiça Eleitoral: partidos políticos, dos seus diretórios
nacionais e de candidatos à Presidência e
I – o Tribunal Superior Eleitoral, com sede na vice-presidência da República;
Capital da República e jurisdição em todo o País;
b) os conflitos de jurisdição entre Tribunais
II – um Tribunal Regional, na capital de cada Es- Regionais e juízes eleitorais de Estados dife-
tado, no Distrito Federal e, mediante proposta rentes;
do Tribunal Superior, na capital de Território;
c) a suspeição ou impedimento aos seus
III – Juntas Eleitorais; membros, ao Procurador Geral e aos
funcionários da sua Secretaria;
IV – Juízes Eleitorais.
d) os crimes eleitorais e os comuns que lhes
forem conexos cometidos pelos seus próprios
juízes e pelos juízes dos Tribunais Regionais;
DO TSE
e) o habeas corpus ou mandado de segurança,
Sua jurisdição se estende a todo o território nacio- em matéria eleitoral, relativos a atos do
nal. A Constituição estabelece que ele deve ser com- Presidente da República, dos Ministros de
posto, no mínimo, por sete membros: Estado e dos Tribunais Regionais; ou, ainda,
o habeas corpus, quando houver perigo de
I - mediante eleição por voto secreto: se consumar a violência antes que o juiz
competente possa prover sobre a impetração;
a) Três juízes dentre os Ministros do STF;
f) as reclamações relativas a obrigações
b) Dois juízes dentre os Ministros do STJ. impostas por lei aos partidos políticos,
quanto à sua contabilidade e à apuração da
II - por nomeação do Presidente da República, origem dos seus recursos;
dois juízes dentre seis advogados de notável sa-
ber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo g) as impugnações á apuração do resultado
STF. geral, proclamação dos eleitos e expedição
de diploma na eleição de Presidente e Vice-
Merece atenção o fato de que o legislador não pre- Presidente da República;
viu nenhuma cadeira a representantes do Ministério
Público nem no TSE, nem nos TRE’s. h) os pedidos de desaforamento dos feitos
não decididos nos Tribunais Regionais
A participação do MP só ocorre, portanto, na dentro de 60 (sessenta) dias da conclusão ao
Justiça Eleitoral, no exercício das atribuições típicas, relator;
não havendo represente da classe nas Cortes.
i) as reclamações contra os seus próprios ju-
O presidente e o vice são escolhidos dentre aqueles ízes que, no prazo de trinta dias a contar da
do STF. Já, o Corregedor Eleitoral é escolhido dentre conclusão, não houverem julgado os feitos a
aqueles do STJ. eles distribuídos.

10
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Eleitoral

j) a ação rescisória, nos casos de pectivo;


inelegibilidade, desde que intentada dentro
de cento e vinte dias de decisão irrecorrível, XIV - requisitar a força federal necessária ao
possibilitando-se o exercício do mandato cumprimento da lei, de suas próprias decisões
eletivo até o seu trânsito em julgado. ou das decisões dos Tribunais Regionais que o
(Incluído pela LCP nº 86, de 1996) solicitarem, e para garantir a votação e a apu-
ração;

II - julgar os recursos interpostos das decisões dos XV - organizar e divulgar a Súmula de sua ju-
Tribunais Regionais nos termos do Art. 276 inclusive risprudência;
os que versarem matéria administrativa.
XVI - requisitar funcionários da União e do Dis-
trito Federal quando o exigir o acúmulo ocasio-
Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Su- nal do serviço de sua Secretaria;
perior,
XVII - publicar um boletim eleitoral;
I - elaborar o seu regimento interno;
XVIII - tomar quaisquer outras providências
II - organizar a sua Secretaria e a Corregedoria que julgar convenientes à execução da legisla-
Geral, propondo ao Congresso Nacional a cria- ção eleitoral.
ção ou extinção dos cargos administrativos e a
fixação dos respectivos vencimentos, provendo
-os na forma da lei; DO TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL:
III - conceder aos seus membros licença e férias
Os TRE’s representam a segunda instância da
assim como afastamento do exercício dos cargos
Justiça Eleitoral. São dotados de competência originá-
efetivos;
ria para diversas matérias. A jurisdição dos TRE’s é es-
IV - aprovar o afastamento do exercício dos car- tadual. Ou seja, para cada Estado (e o Distrito Federal)
gos efetivos dos juízes dos Tribunais Regionais há um Tribunal Regional Eleitoral.
Eleitorais;

V - propor a criação de Tribunal Regional na Nos termos da Constituição cada TRE é composto
sede de qualquer dos Territórios; de 7 membros assim escolhidos:

VI - propor ao Poder Legislativo o aumento do I - Mediante eleição pelo voto secreto:


número dos juízes de qualquer Tribunal Eleito-
ral, indicando a forma desse aumento; a) De dois juízes dentre os desembargadores do
Tribunal de Justiça do Estado;
VII - fixar as datas para as eleições de Presiden-
te e Vice-Presidente da República, senadores e b) De dois juízes, dentre os juízes de direito, es-
deputados federais, quando não o tiverem sido colhidos pelo Tribunal de Justiça;
por lei:
II - De um Juiz do Tribunal Regional Federal com
VIII - aprovar a divisão dos Estados em zonas
sede na capital do Estado ou no Distrito Federal ou,
eleitorais ou a criação de novas zonas;
não havendo, de juiz federal, escolhido em qualquer
IX - expedir as instruções que julgar convenien- caso, pelo Tribunal Regional respectivo. Ou seja, nos
tes à execução deste Código; Estados onde não tenha sede do TRF, este indicará um
juiz federal de sua jurisdição;
X - fixar a diária do Corregedor Geral, dos Cor-
regedores Regionais e auxiliares em diligência III - Por nomeação, pelo Presidente da República,
fora da sede; de dois juízes dentre seis advogados de notável saber
XI - enviar ao Presidente da República a lista trí- jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal
plice organizada pelos Tribunais de Justiça nos de Justiça.
termos do Art. 25;
Note-se aqui, que mesmo se tratando de Tribunal
XII - responder, sobre matéria eleitoral, às con- de âmbito estadual, é o Presidente quem nomeia, vez
sultas que lhe forem feitas em tese por autorida- que a Justiça Eleitoral detém natureza Federal!
de com jurisdição, federal ou órgão nacional de
partido político; P O Presidente e o Vice do TRE são escolhidos
dentre os Desembargadores do Tribunal de Justi-
XIII - autorizar a contagem dos votos pelas me-
ça. Via de regra os regimentos internos atribuem
sas receptoras nos Estados em que essa provi-
a Corregedoria ao Vice-Presidente.
dência for solicitada pelo Tribunal Regional res-

11
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Os mandatos e vedações são similares aos do TSE: ta dias da sua conclusão para julgamento,
formulados por partido candidato Ministé-
- Mandatos de 2 anos, com apenas uma recon- rio Público ou parte legitimamente interes-
dução (biênio) e sada sem prejuízo das sanções decorrentes
do excesso de prazo.
- Não podem fazer parte do Tribunal Regional
pessoas que tenham entre si parentesco, ainda
II - julgar os recursos interpostos:
que por afinidade, até o 4º grau, excluindo-se
nesse caso a que tiver sido escolhida por último. a) dos atos e das decisões proferidas pelos
(A única diferença é que no TSE a vedação men- juízes e juntas eleitorais.
ciona “cidadão” e no TRE “pessoa”).
b) das decisões dos juízes eleitorais que con-
- De mesma forma, a nomeação de advogado cederem ou denegarem habeas corpus ou
para o TRE não poderá recair em cidadão que mandado de segurança.
ocupe cargo público que seja admissível ad nu-
tum; que seja diretor, proprietário ou sócio de As decisões dos Tribunais Regionais são irrecorrí-
empresa beneficiada com a subvenção, privi- veis, salvo nos casos do Art. 276. (veremos com mais
légio, isenção ou favor em virtude de contrato detalhe no tópico específico sobre recursos)
com a Administração Pública ou exerça manda-
to político eletivo.
Compete, ainda, privativamente, aos Tribunais
Deliberam por maioria, em sessão pública, com a Regionais:
maioria de seus membros.
I - elaborar o seu regimento interno;

COMPETÊNCIA DOS TRE’S II - organizar a sua Secretaria e a Corregedoria


Regional provendo-lhes os cargos na forma da
lei, e propor ao Congresso Nacional, por inter-
Compete aos Tribunais Regionais:
médio do Tribunal Superior a criação ou supres-
são de cargos e a fixação dos respectivos venci-
I - processar e julgar originariamente:
mentos;
a) o registro e o cancelamento do registro
III - conceder aos seus membros e aos juízes
dos diretórios estaduais e municipais de par-
eleitorais licença e férias, assim como afasta-
tidos políticos, bem como de candidatos a
mento do exercício dos cargos efetivos subme-
Governador, Vice-Governadores, e membro
tendo, quanto aqueles, a decisão à aprovação do
do Congresso Nacional e das Assembleias
Tribunal Superior Eleitoral;
Legislativas;
b) os conflitos de jurisdição entre juízes elei- IV - fixar a data das eleições de Governador e
torais do respectivo Estado; Vice-Governador, deputados estaduais, prefei-
tos, vice-prefeitos, vereadores e juízes de paz,
c) a suspeição ou impedimentos aos seus quando não determinada por disposição cons-
membros ao Procurador Regional e aos fun- titucional ou legal;
cionários da sua Secretaria assim como aos
juízes e escrivães eleitorais; V - constituir as juntas eleitorais e designar a
respectiva sede e jurisdição;
d) os crimes eleitorais cometidos pelos juízes
eleitorais; VI - indicar ao tribunal Superior as zonas elei-
e) o habeas corpus ou mandado de seguran- torais ou seções em que a contagem dos votos
ça, em matéria eleitoral, contra ato de auto- deva ser feita pela mesa receptora;
ridades que respondam perante os Tribunais
VII - apurar com os resultados parciais envia-
de Justiça por crime de responsabilidade e,
dos pelas juntas eleitorais, os resultados finais
em grau de recurso, os denegados ou con-
das eleições de Governador e Vice-Governador
cedidos pelos juízes eleitorais; ou, ainda, o
de membros do Congresso Nacional e expedir
habeas corpus quando houver perigo de se
os respectivos diplomas, remetendo dentro do
consumar a violência antes que o juiz com-
prazo de 10 (dez) dias após a diplomação, ao
petente possa prover sobre a impetração;
Tribunal Superior, cópia das atas de seus traba-
f) as reclamações relativas a obrigações im- lhos;
postas por lei aos partidos políticos, quanto
a sua contabilidade e à apuração da origem VIII - responder, sobre matéria eleitoral, às con-
dos seus recursos; sultas que lhe forem feitas, em tese, por autori-
dade pública ou partido político;
g) os pedidos de desaforamento dos feitos
não decididos pelos juízes eleitorais em trin- IX - dividir a respectiva circunscrição em zonas

12
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Eleitoral

eleitorais, submetendo essa divisão, assim como mapas de apuração a fim de que estes aten-
a criação de novas zonas, à aprovação do Tribu- dam as peculiaridade locais, encaminhando
nal Superior; os modelos que aprovar, encaminhando os
modelos que aprovar, acompanhados das
X - aprovar a designação do Ofício de Justiça sugestões ou impugnações formuladas pelos
que deva responder pela escrivania eleitoral du- partidos, à decisão do Tribunal Superior.
rante o biênio;

XII - requisitar a força necessária ao cumpri- DOS JUÍZES ELEITORAIS


mento de suas decisões solicitar ao Tribunal Su-
perior a requisição de força federal; Os Juízes Eleitorais são aqueles que atuam na pri-
meira instância. São juízes de direito ligados à Justiça
XIII - autorizar, no Distrito Federal e nas capi- Comum Estadual. São designados pelo TRE para o
tais dos Estados, ao seu presidente e, no interior, exercício da função eleitoral. Caso na comarca só haja
aos juízes eleitorais, a requisição de funcioná- um juiz, ele acumulará as funções eleitorais. Caso haja
rios federais, estaduais ou municipais para au- mais de um, o Tribunal designará aquele que exercerá
xiliarem os escrivães eleitorais, quando o exigir a jurisdição naquela zona eleitoral.
o acúmulo ocasional do serviço;
Os juízes gozam de prerrogativas constitucionais
XIV - requisitar funcionários da União e, ainda, da vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade,
no Distrito Federal e em cada Estado ou Terri- porém, no tocante à função eleitoral, os juízes designa-
tório, funcionários dos respectivos quadros ad- dos não são vitalícios, aquelas funções são temporárias.
ministrativos, no caso de acúmulo ocasional de
serviço de suas Secretarias; Nas zonas eleitorais onde houver mais de uma ser-
ventia de justiça, o juiz indicará ao Tribunal Regional a
XV - aplicar as penas disciplinares de advertên- que deve ter o anexo da escrivania eleitoral pelo prazo
cia e de suspensão até 30 (trinta) dias aos juízes de dois anos. Não poderá servir como escrivão eleito-
eleitorais; ral, sob pena de demissão, o membro de diretório de
partido político, nem o candidato a cargo eletivo, seu
XVI - cumprir e fazer cumprir as decisões e ins- cônjuge e parente consanguíneo ou afim até o segun-
truções do Tribunal Superior; do grau. O escrivão eleitoral, em suas faltas e impedi-
XVII - determinar, em caso de urgência, pro- mentos, será substituído na forma prevista pela lei de
vidências para a execução da lei na respectiva organização judiciária local.
circunscrição;
P Os juízes despacharão todos os dias na sede da
XVIII - organizar o fichário dos eleitores do Es- sua zona eleitoral.
tado.

XIX - suprimir os mapas parciais de apuração


mandando utilizar apenas os boletins e os ma- Compete aos juízes eleitorais:
pas totalizadores, desde que o menor número I - cumprir e fazer cumprir as decisões e deter-
de candidatos às eleições proporcionais justifi- minações do Tribunal Superior e do Regional;
que a supressão, observadas as seguintes nor-
mas: II - processar e julgar os crimes eleitorais e os
comuns que lhe forem conexos, ressalvada a
a) qualquer candidato ou partido poderá re-
competência originária do Tribunal Superior e
querer ao Tribunal Regional que suprima a
dos Tribunais Regionais;
exigência dos mapas parciais de apuração;
III - decidir habeas corpus e mandado de segu-
b) da decisão do Tribunal Regional qualquer rança, em matéria eleitoral, desde que essa com-
candidato ou partido poderá, no prazo de petência não esteja atribuída privativamente a
três dias, recorrer para o Tribunal Superior, instância superior.
que decidirá em cinco dias;
IV - fazer as diligências que julgar necessárias a
c) a supressão dos mapas parciais de apura- ordem e presteza do serviço eleitoral;
ção só será admitida até seis meses antes da
data da eleição; V - tomar conhecimento das reclamações que
lhe forem feitas verbalmente ou por escrito,
d) os boletins e mapas de apuração serão im- reduzindo-as a termo, e determinando as provi-
pressos pelos Tribunais Regionais, depois de dências que cada caso exigir;
aprovados pelo Tribunal Superior;
VI - indicar, para aprovação do Tribunal Regio-
e) o Tribunal Regional ouvira os partidos nal, a serventia de justiça que deve ter o anexo
na elaboração dos modelos dos boletins e da escrivania eleitoral;

13
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

VIII - dirigir os processos eleitorais e determi- do Tribunal Regional, pelo presidente deste, a quem
nar a inscrição e a exclusão de eleitores; cumpre também designar-lhes a sede. Até 10 (dez)
dias antes da nomeação os nomes das pessoas indica-
IX- expedir títulos eleitorais e conceder transfe- das para compor as juntas serão publicados no órgão
rência de eleitor; oficial do Estado, podendo qualquer partido, no prazo
de 3 (três) dias, em petição fundamentada, impugnar
X - dividir a zona em seções eleitorais;
as indicações.
XI mandar organizar, em ordem alfabética, re-
A competência desse órgão está vinculada à apura-
lação dos eleitores de cada seção, para remessa
ção dos votos nas eleições realizadas sob sua jurisdição
a mesa receptora, juntamente com a pasta das
(Exemplo: impugnações de urna, na contagem e apura-
folhas individuais de votação;
ção dos votos, expedição de boletins de urna e expedi-
XII - ordenar o registro e cassação do registro ção de diploma aos eleitos para os cargos municipais).
dos candidatos aos cargos eletivos municiais e Ocorre que, com a implantação da urna eletrônica, as
comunicá-los ao Tribunal Regional; juntas eleitorais perderam o poder, pois a contagem,
apuração e a totalização dos votos são feitas automa-
XIII - designar, até 60 (sessenta) dias antes das ticamente pelo sistema. Contudo, apesar da qualidade
eleições os locais das seções; do sistema de votação por urnas eletrônicas há a possi-
bilidade de falhas técnicas que somente serão supridas
XIV - nomear, 60 (sessenta) dias antes da elei-
através das juntas eleitorais, permanecendo assim as
ção, em audiência pública anunciada com pelo
suas funções, mesmo porque nas eleições municipais a
menos 5 (cinco) dias de antecedência, os mem-
diplomação dos eleitos permanece sob a competência
bros das mesas receptoras;
das Juntas Eleitorais.
XV - instruir os membros das mesas receptoras
Não podem ser nomeados membros das Juntas, es-
sobre as suas funções;
crutinadores ou auxiliares:
XVI - providenciar para a solução das ocorrên-
cias para a solução das ocorrências que se verifi- I - os candidatos e seus parentes, ainda que por
carem nas mesas receptoras; afinidade, até o segundo grau, inclusive, e bem
assim o cônjuge;
XVII - tomar todas as providências ao seu al-
cance para evitar os atos viciosos das eleições; II - os membros de diretorias de partidos polí-
ticos devidamente registrados e cujos nomes te-
XVIII-fornecer aos que não votaram por motivo nham sido oficialmente publicados;
justificado e aos não alistados, por dispensados
do alistamento, um certificado que os isente das III - as autoridades e agentes policiais, bem
sanções legais; como os funcionários no desempenho de cargos
de confiança do Executivo;
XIX - comunicar, até às 12 horas do dia seguinte
a realização da eleição, ao Tribunal Regional e IV - os que pertencerem ao serviço eleitoral.
aos delegados de partidos credenciados, o nú-
mero de eleitores que votarem em cada uma das Poderão ser organizadas tantas Juntas quantas
seções da zona sob sua jurisdição, bem como o permitir o número de juízes de direito que gozem das
total de votantes da zona. garantias do Art. 95 da Constituição, mesmo que não
sejam juízes eleitorais. Nas zonas em que houver de
DAS JUNTAS ELEITORAIS ser organizada mais de uma Junta, ou quando estiver
vago o cargo de juiz eleitoral ou estiver este impedido,
A Constituição em seu art. 121 prevê a criação de o presidente do Tribunal Regional, com a aprovação
juntas eleitorais. Aos integrantes de aludidas juntas deste, designará juízes de direito da mesma ou de ou-
são reservadas as mesmas garantias e prerrogativas tras comarcas, para presidirem as juntas eleitorais.
dos membros da Corte Eleitoral e Juízes.
Ao presidente da Junta é facultado nomear, den-
As juntas eleitorais são compostas de um juiz de tre cidadãos de notória idoneidade, escrutinadores e
direito, que será o presidente, e de 2 (dois) ou 4 (qua- auxiliares em número capaz de atender a boa marcha
tro) cidadãos de notória idoneidade. Sua existência é dos trabalhos. É obrigatória essa nomeação sempre
provisória, vez que constituída apenas durante o perí- que houver mais de dez urnas a apurar. Na hipótese
odo eleitoral, sendo extinta após a apuração dos traba- do desdobramento da Junta em Turmas, o respectivo
lhos de apuração de votos. Ressalte-se que apenas nas presidente nomeará um escrutinador para servir como
eleições municipais as juntas eleitorais permanecem secretário em cada turma.
ativas até a diplomação dos eleitos.
Além dos secretários a que se refere o parágrafo
Os membros das juntas eleitorais serão nomeados anterior, será designado pelo presidente da Junta um
60 (sessenta) dia antes da eleição, depois de aprovação escrutinador para secretário-geral competindo-lhe;

14
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Eleitoral

I - lavrar as atas; Quanto aos pressupostos para o Juízo de


Admissibilidade, tem-se a subdivisão dos mesmos
II - tomar por termo ou protocolar os recursos, em objetivos e subjetivos:
neles funcionando como escrivão;
Os objetivos são a previsão legal do recurso; o
III - totalizar os votos apurados. cabimento ou adequação e a tempestividade. Ressalte-
se que o “preparo recursal”, comum a outras esferas do
Até 30 (trinta) dias antes da eleição o presidente da
Direito, descabe na Justiça Eleitoral, vez que a mesma
Junta comunicará ao Presidente do Tribunal Regional
é gratuita, não havendo custas processuais.
as nomeações que houver feito e divulgará a composi-
ção do órgão por edital publicado ou afixado, poden- Os pressupostos subjetivos são a legitimidade
do qualquer partido oferecer impugnação motivada (quem detém a possibilidade de recorrer); a capacidade
no prazo de 3 (três) dias. e o interesse jurídico de recorrer.

Como não há um código autônomo de processo


Compete à Junta Eleitoral: eleitoral, subsidiariamente (como já visto nas fontes do
I - apurar, no prazo de 10 (dez) dias, as eleições Direito Eleitoral) são aplicáveis as regras dos Códigos
realizadas nas zonas eleitorais sob a sua juris- de Processo Civil e de Processo Penal.
dição.
P Alguns doutrinadores denominam o Código
II - resolver as impugnações e demais incidentes Eleitoral de híbrido ou misto, pois possui normas
verificados durante os trabalhos da contagem e de direito e de processo.
da apuração;
O efeito basilar dos recursos eleitorais é o devoluti-
III - expedir os boletins de apuração menciona-
vo. Apenas em alguns casos – expressos – é admitido o
dos no Art. 178;
efeito suspensivo dos recursos eleitorais.
IV - expedir diploma aos eleitos para cargos
municipais. REGRA: O artigo 257 do CE é taxativo: “Os re-
cursos eleitorais não terão efeito suspensivo”.
Nos municípios onde houver mais de uma junta
eleitoral a expedição dos diplomas será feita pelo que EXCEÇÃO: apenas a Apelação Criminal Eleito-
for presidida pelo juiz eleitoral mais antigo, à qual as ral (contra sentença condenatória, que suspende
demais enviarão os documentos da eleição. a expedição do mandado de prisão) e o recurso
inominado contra a procedência da ação de im-
Nas zonas eleitorais em que for autorizada a conta- pugnação de pedido de registro (que autoriza
gem prévia dos votos pelas mesas receptoras, compete que o candidato continue fazendo campanha)
à Junta Eleitoral tomar as providências mencionadas têm efeito suspensivo.
no Art. 195, que são: examinar a sua regularidade,
inclusive quanto ao funcionamento normal da seção; Tal previsão de não dotação de efeito suspensivo
rever o boletim de contagem de votos da mesa recep- aos recursos eleitorais não é sem razão. O Legislador
tora, a fim de verificar se está aritmeticamente certo, teve como objetivo que candidatos eleitos de forma
fazendo dele constar que, conferido, nenhum erro foi fraudulenta não assumissem o mandato e dele usu-
encontrado; abrir a urna e conferir os votos sempre fruíssem até uma decisão final da Justiça Eleitoral.
que a contagem da mesa receptora não permitir o fe- Como se sabe, apesar do princípio da celeridade ser
chamento dos resultados; proceder à apuração se da norteador do processo eleitoral, o trâmite processual
ata da eleição constar impugnação de fiscal, delegado, completo até seu trânsito em julgado pode levar meses
candidato ou membro da própria mesa em relação ao e não haveria como retroagir os efeitos maléficos de
resultado de contagem dos votos e resolver todas as uma eleição fraudulenta.
impugnações constantes da ata da eleição.
Atualmente também têm sido aceitas Medidas
Cautelares impetradas pelas partes sucumbentes ao
STF, contra decisões do TSE, bem como medidas li-
minares com efeitos suspensivos em recursos, prin-
04 DOS RECURSOS cipalmente sob o argumento da alternância no poder
visando prevenir a insegurança jurídica decorrente da
Ao tratar de recursos na seara eleitoral é importan-
alternância do donatário do poder.
te destacar que a esta área do Direito também se apli-
ca o duplo grau de jurisdição, além das demais regras
cabíveis às outras áreas do Direito, porém há algumas PRAZOS
peculiaridades que merecem ser destacadas:
REGRA: Importante destacar que via de regra o
Os recursos eleitorais estão previstos no Código prazo para a interposição de recurso é de 03 dias na
Eleitoral nos artigos 257 a 282 e na constituição Federal Justiça Eleitoral, salvo não haja previsão diferente em
nos artigos 102, II e III, 108, II, 120, § § 3º e 4º. lei.

15
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

EXCEÇÕES: - anular o processo da instrução criminal, no


todo ou em parte;
Apelação Criminal Eleitoral – 10 dias;
- que incluir jurado na lista geral ou desta o ex-
Recurso em Sentido Estrito – 5 dias; cluir;
Recurso Parcial – 48 horas; - que denegar a apelação ou a julgar deserta;
Recurso das decisões de direitos de resposta e - ordenar a suspensão do processo, em virtude
sobre representações do procedimento do art. de questão prejudicial;
96 da Lei Eleitoral – 24 horas.
- decidir sobre a unificação de penas;
Os prazos eleitorais são contados nos termos do
CPC e CPP, excluindo-se o dia do início e incluindo-se - decidir o incidente de falsidade;
o do vencimento (salvo disposições em contrário. Ex:
art. 16 da LC 64/90) e são preclusivos, de modo que a - decretar medida de segurança, depois de tran-
não impugnação no prazo legal impede a interposição sitar a sentença em julgado;
do recurso pertinente (salvo matéria de ordem públi-
- impuser medida de segurança por transgres-
ca, por óbvio).
são de outra;

- mantiver ou substituir a medida de segurança;


DA APELAÇÃO CRIMINAL OU REVISÃO
CRIMINAL (10 dias) - revogar a medida de segurança;

- deixar de revogar a medida de segurança, nos


É admitida contra sentença penal eleitoral conde- casos em que a lei admita a revogação;
natória ou absolutória. Dotada de duplo efeito e as ra-
zões devem ser ofertadas no ato da interposição, vez - converter a multa em detenção ou em prisão
que no Direito Eleitoral não existe o prazo duplo, em simples.
respeito ao princípio da celeridade.

P As regras desse recurso são as processuais pe-


RECURSO EM SENTIDO ESTRITO (5 dias)
nais. O Recurso em sentido estrito tem a peculia-
ridade de admitir o juízo de retratação, que não é
É cabível no processo penal eleitoral que: comum aos demais recursos eleitorais.
- não receber a denúncia ou a queixa;

- concluir pela incompetência do juízo; RECURSO INOMINADO (3 dias)

- julgar procedentes as exceções, salvo a de sus- Admite-se a interposição do recurso inominado


peição; contra decisão do Juiz Eleitoral que julgar:
- pronunciar o réu; - a impugnação à nomeação de escrutinadores
- conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar ini- e auxiliares;
dônea a fiança, indeferir requerimento de pri- - pedido de inscrição eleitoral;
são preventiva ou revogá-la, conceder liberdade
provisória ou relaxar a prisão em flagrante; - pedido de cancelamento de inscrição ou exclu-
são eleitoral;
- julgar quebrada a fiança ou perdido o seu va-
lor; - alegação de impedimento e de designação de
mesário;
- decretar a prescrição ou julgar, por outro
modo, extinta a punibilidade; - a reclamação da designação das seções eleito-
rais e
- indeferir o pedido de reconhecimento da pres-
crição ou de outra causa extintiva da punibili- - por sentença a ação de impugnação de pedido
dade; de registro de candidatura, a de impugnação de
mandado eletivo e a investigação judicial elei-
- conceder ou negar a ordem de habeas corpus; toral.
- conceder, negar ou revogar a suspensão condi-
cional da pena; P Também se admite o juízo de retratação nesse
- conceder, negar ou revogar livramento condi- recurso para algumas das hipóteses (Ex.: das de-
cional; cisões das Juntas Eleitorais).

16
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Eleitoral

RECURSOS CONTRA DECISÕES DO TRE


P IMPORTANTE: O recurso inominado pode ser
interposto contra decisão do Juiz eleitoral ou con- Releva consignar que não cabe diretamente recur-
tra decisão da Junta Eleitoral. A diferença entre so do Tribunal Regional Federal ao Supremo Tribunal
as duas possibilidades está em que se for contra Federal, como ocorre nas outras áreas da justiça. Na es-
a Junta Eleitoral o prazo para interposição é ime-
fera eleitoral obrigatoriamente deve ocorrer o Recurso
diatamente logo após vislumbrado o prejuízo,
Especial ao Tribunal Superior Eleitoral antes de ir ao
verbalmente ou por escrito. A razões são obri-
STF. Além dos recursos parciais, contra diplomação e
gatórias no prazo de 48 horas, sob pena do não
inominado já mencionados, são cabíveis os seguintes
conhecimento.
recursos contra as decisões do TRE.

RECURSO PARCIAL (prazo: imediatamente) RECURSO ESPECIAL (3 dias)


São aqueles referentes a urnas, cédulas e votos, nas O Recurso Especial é cabível das decisões dos
eleições federais e gerais, que são da competência dos TRE’s quando forem proferidas contra expressa dis-
TRE’s. Em se tratando de eleições municipais, os re- posição da Constituição ou de lei e/ou quando ocorrer
cursos parciais serão julgados pelas Juntas Eleitorais. divergência na interpretação de lei entre dois ou mais
Os legitimados para interpor os recursos parciais são tribunais eleitorais.
somente os impugnantes, ou seja, os candidatos, os
partidos políticos, as coligações partidárias e sempre o Para que seja recebido é importante o preenchi-
Ministério Público Eleitoral. mento do requisito do pré-questionamento, ou seja
de prévia análise do TRE acerca da matéria. É inad-
Também deve ser interposto imediatamente após a
missível o Recurso Especial para discutir matéria de
verificação do prejuízo (por escrito ou verbalmente).
fato, ou seja, impossibilidade de análise do conjunto
As razões são obrigatórias e deverão ser apresentadas
fático-probatório. Da decisão que denega seguimento
no prazo de 48 horas.
ao Recuso Especial, caberá Agravo de Instrumento ao
TSE.
RECURSO CONTRA DIPLOMAÇÃO (3 dias)
AGRAVO DE INSTRUMENTO (3 dias)
Visa atacar o ato administrativo de diplomação. É
cabível quando se constata: Só caberá agravo de instrumento ao TSE das de-
cisões dos Presidentes dos TRE’s que negarem segui-
a) a inelegibilidade infraconstitucional superve- mento a recurso especial e ao STF das decisões do TSE
niente ao pedido de registro; que declararem invalidade de lei ou ato contrário à
Constituição Federal e as denegatórias de habeas corpus
b) inelegibilidade constitucional; ou mandado de segurança.
c) erro na aplicação do sistema proporcional ou;
RECURSO ORDINÁRIO (3 dias)
d) nos casos de captação de sufrágio.
O Recurso Ordinário pode ser interposto contra de-
Apesar de ter nome e tratamento de recurso sua cisões que: anularem diplomas ou decretarem a perda
natureza jurídica é de ação eleitoral autônoma de de mandatos eletivos federais ou estaduais ou denega-
impugnação, pois ataca um ato administrativo e não rem habeas corpus, mandado de segurança, habeas data
uma decisão judicial. Para sua interposição há neces- ou mandado de injunção. Já é pacífica a jurisprudência
sidade do cumprimento da prova pré-constituída do do TSE a admissibilidade também para atacar decisões
fato gerador alegado, mas a jurisprudência mais atual em sede de representação fundada de captação ilícita
tem dispensado tal requisito. Não tem efeito suspen- de sufrágio, desde que a decisão guerreada possa atin-
sivo. Têm legitimidade os partidos, os candidatos e o gir o diploma.
Ministério Público para a sua interposição.
O TSE definiu a impossibilidade de interposição de
Recurso Ordinário, que trate de inelegilidade nas elei-
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (3 dias) ções municipais.

Identicamente às outras esferas do Direito, na seara


eleitoral os embargos de declaração visam esclarecer RECURSO EXTRAORDINÁRIO - APENAS
obscuridade, contradição ou omissão em decisão, sen- CONTRA DECISÃO DO TSE (3 DIAS)
tença ou acórdão. Os Embargos interrompem os pra-
zos recursais. Atualmente tem se admitido os efeitos Apenas é oportunizado quando houver ofensa às
infringentes. Mas, via de regra, são utilizados apenas disposições da Constituição Federal e nas hipóteses de
para completar ou esclarecer a decisão já proferida. denegação de habeas corpus ou mandado de segurança.

17
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

RECURSO CONTRA A EXPEDIÇÃO DO


DIPLOMA (3 dias da data da diplomação) 05 DISPOSIÇÕES PENAIS
A diplomação é o deslinde do processo eleitoral. Os crimes eleitorais estão previstos no Código
Os eleitos e respectivos suplentes receberão no mo- Eleitoral (artigos 289 e seguintes). Todavia, existem
mento designado para tanto, diploma assinado pelo crimes eleitorais previstos em lei especiais, como a Lei
Presidente do Tribunal Superior Eleitoral, do Tribunal 6.091/1974, que regula o transporte e a alimentação de
Regional Eleitoral ou da Junta Eleitoral, conforme o eleitores, a Lei 6.996/1982 (crime de alteração de resul-
caso, contendo o nome do candidato eleito, a legen- tados das cédulas manuais processadas pela via ele-
da sob a qual concorreu ao pleito, o cargo conquistado trônica), a Lei 9.504/1997 (Lei das Eleições) e ainda, a
ou a sua classificação como suplente, sem prejuízo de Lei Complementar 64/1990 (Lei das Inelegibilidades).
outros dados que, a critério do Tribunal ou do Juiz,
venham a merecer inserção no documento. Conceitualmente, o crime eleitoral é o resultado de
toda ação ou omissão reprovável e que afronta o bem
Como o diploma, que habilita o eleito ao exercício jurídico tutelado pela legislação eleitoral penal. São
do cargo, reflete, pelo menos em tese, a soberana mani- todas as condutas reprováveis praticadas durante o
festação da vontade popular, que é um dos postulados
processo eleitoral e que, por atingirem ou desonrarem
básicos do princípio democrático, o diplomado exer-
o direito ao voto, a lei as reprime, implicando a seus
cerá mandato em toda a sua plenitude, enquanto não
autores penas como detenção, reclusão ou pagamento
transitar em julgado a decisão proferida a propósito
de multa.
do recurso interposto por uma das hipóteses do recur-
so contra expedição de diploma. Neste sentido, o crime eleitoral caracteriza-se como
sendo “todo o comportamento voluntário de agente
P Cumpre distinguir as diferenças entre a procla- pessoa física que causa dano a bens jurídicos eleitorais
mação e a diplomação, que são momentos dis- ou a direitos políticos alheios, ou até mesmo exponha
tintos do processo eleitoral. A proclamação nada esses bens ou direitos a perigo direto, concreto e imi-
mais é do que o anúncio/declaração dos eleitos nente contrariando comando expresso e previamente
nos respectivos pleitos. previsto em lei penal eleitoral”.

Enquanto ato de certificação dos resultados do Importante frisar que salvo as ressalvas trazidas pe-
pleito, a proclamação dos eleitos não comporta las normas dispostas nos artigos 283 à 288 do Código
nenhuma impugnação por via de recurso, consu- Eleitoral, a parte geral do Código Penal é praticamente
mando-se no instante de sua realização, muito em- toda aplicável ao sistema penal eleitoral. Isto porque
bora viabilize a ulterior realização da diplomação. o Código Eleitoral traz algumas especificidades acerca
das quais o Código Penal não trata. Sendo assim, aqui-
Já a diplomação é um ato formal que prevê pro- lo que não estiver expressamente previsto pelo Código
cedimento próprio para a sua impugnação. Eleitoral ou Leis Especiais Eleitorais, será regido pelo
Código Penal Brasileiro.

IMPUGNAÇÃO (não confundir com recurso)


DOS CRIMES NO CÓDIGO ELEITORAL
É importante dizer que, muito embora no processo
eleitoral o instituto da “impugnação” seja muito De acordo com o artigo 283 do Código Eleitoral, são
utilizado, o mesmo não deve ser confundido com re- considerados membros e funcionários da justiça para
curso. Porém, a não oposição de impugnação no mo- efeitos penais, os Magistrados que, mesmo não exer-
mento oportuno impede o recurso aplicável ao caso. cendo funções eleitorais, estejam presidindo Juntas
Não será admitido recurso contra a apuração, se Apuradoras ou se encontrem no exercício de outra
não tiver havido impugnação perante a Junta no ato função por designação de Tribunal Eleitoral.
da apuração (delegados e fiscais), contra as nulidades Além disso, também são considerados os cida-
arguidas. dãos que temporariamente integram órgãos da Justiça
Podem também se utilizar a impugnação o parti- Eleitoral, bem como os cidadãos que hajam sido nome-
do político, a coligação, o candidato ou o Ministério ados para as Mesas Receptoras ou Juntas Apuradoras.
Público quando o objetivo for questionar o pedido de Por fim, ressalte-se os funcionários requisitados pela
registro de candidato e às inelegibilidades (constitu- Justiça Eleitoral.
cionais e infraconstitucionais).
Neste ponto, vale ressaltar que de acordo com o
Da mesma forma, caso não ocorra qualquer das artigo 283, §1º do Código Eleitoral, considera-se fun-
hipóteses de impugnação no momento oportuno ao cionário público, para os efeitos penais, além dos in-
pedido de registro, descabe qualquer objeção, por via dicados no presente artigo, quem, embora transitoria-
de recurso, à decisão que vier a deferi-lo. Tal regra é mente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou
inafastável até se tratando de Ministério Público. função pública.

18
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Eleitoral

Ainda, o § 2º deste mesmo artigo, dispõe que ainda Consonante com a doutrina e jurisprudência majo-
equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, ritárias, a tradicional classificação dos crimes eleitorais
emprego ou função em entidade paraestatal ou em so- é feita da seguinte maneira:
ciedade de economia mista.

P IMPORTANTE: As penas mínimas para os crimes I) CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO AD-


eleitorais não estão previstas para cada conduta MINISTRATIVA DA JUSTIÇA ELEITORAL:
tipificada. Todavia, o artigo 284 do Código Eleito-
ral dispõe que “Sempre que este Código não in- Artigo 305. Intervir autoridade estranha à
dicar o grau mínimo, entende-se que será ele de Mesa Receptora, salvo o Juiz Eleitoral, no seu
quinze dias para a pena de detenção e de um ano funcionamento sob qualquer pretexto:
para a de reclusão”.
Pena - detenção até seis meses e pagamento de
Da mesma forma, nos casos de aumento e diminui- 60 a 90 dias-multa.
ção de penas, quando a lei não mencionar o quantum,
deverá o Juiz fixá-lo entre um quinto e um terço, guar- Sujeito Ativo: Qualquer autoridade, desde que es-
dados os limites da pena cominada ao crime. tranha ao processo eleitoral, sem atribuição para inter-
ferir na sua organização ou fiscalização.
Por sua vez, o artigo 286 do Código Eleitoral dispõe
genericamente acerca da aplicação da pena de multa Este artigo considera infração penal a intervenção
nos crimes previstos em seu texto. de autoridade no funcionamento da mesa receptora
de votos, a qualquer pretexto. Constitui delito con-
O caput do citado artigo preceitua que a quantida-
tra a organização administrativa da Justiça Eleitoral.
de de dias-multa é de, no mínimo, 01(um) dia-multa e,
no máximo, 300 (trezentos) dias-multa. Claramente, o legislador no texto do artigo refere-se a
toda e qualquer autoridade que não tenha atribuição
Diferentemente do Código Penal, a pena pecuniá- concedida pela Justiça Eleitoral para atuar no dia das
ria, no direito Eleitoral não é cominada de forma inde- eleições.
terminada, sendo assim, a sanção prevista, DEVE res-
peitar um intervalo mínimo e máximo de dias-multa. Trata-se de norma penal transitória, apenas com
eficácia no dia da votação, ou seja, no dia em que a
O § 1º do artigo 286 trata do valor do dia-multa, o mesa receptora estiver colhendo o voto dos eleitores.
qual deve ser fixado segundo o cauteloso arbítrio do Antes ou após o dia de votação, o crime é impossível,
juiz, levando-se em conta as condições pessoais e eco- pois ausente o objeto da norma.
nômicas do infrator e tal valor não pode ser inferior a
1/30 (um trigésimo) do salário-mínimo, nem superior O objetivo principal deste artigo é a preservação da
ao valor de 01(um) salário-mínimo mensal. Conclui-se, liberdade de votar, sem pressão ou coação de qualquer
pois, que a culpabilidade do infrator foi desconsidera- natureza, ainda que através de autoridades constituí-
da para o cálculo da pena pecuniária. das (Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário) mas
estranhas ao processo eleitoral.
Já o § 2º dispõe que a multa pode ser aumentada até
o triplo, embora não possa exceder o máximo genérico
(caput ), se o Juiz considerar que, em virtude da situ-
ação econômica do condenado, é ineficaz a cominada, Artigo 306. Não observar a ordem em que os
ainda que no máximo, ao crime de que se trate. Por eleitores devem ser chamados a votar:
fim, “nos crimes eleitorais cometidos por meio da im- Pena - pagamento de 15 a 30 dias-multa.
prensa, do rádio ou da televisão, aplicam-se exclusiva-
mente as normas deste Código e as remissões a outra Sujeito Ativo: Somente poderá ser praticado pelos
lei nele contempladas”. (Artigo 288, Código Eleitoral). particulares e representantes da sociedade convoca-
dos para prestar serviços eleitorais no dia das eleições,
compondo, portanto, a mesa de votos.
INFRAÇÕES PENAIS ELEITORAIS
O comportamento do agente só caracterizará o cri-
São delitos de ação penal pública incondicionada, me se o fato ocorrer durante o período de funciona-
tendo como bem jurídico tutelado a ordem política e, mento da mesa, ou seja, das 8 horas, com a abertura do
eventualmente, como ocorre nos crimes contra a hon- lacre da urna, até as 17 horas, ou depois, mas antes de
ra, interesses particulares (calúnia, difamação e injúria lacrada a urna novamente”.
eleitorais – artigos 324 a 326, Código Eleitoral).

Sendo assim, obviamente o sujeito passivo dos cri- P IMPORTANTE: Essas pessoas convocadas para
mes eleitorais sempre será o Estado, todavia, nada im- prestar serviços à Justiça Eleitoral, embora sejam
pede que em alguns casos específicos haja mais de um particulares, são equiparadas à servidores públi-
sujeito passivo, ou seja, outro cidadão que se sentiu cos de acordo com o artigo 283, IV, Código Elei-
lesado ou ameaçado no exercício de seu direito. toral.

19
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Sendo assim, considera-se um crime funcional, que Artigo 318. Efetuar a Mesa Receptora a contagem
somente poderá ser praticado por funcionário público. dos votos da urna quando qualquer eleitor houver
votado sob impugnação (art. 190):
Considerando a grande importância do exercício
de voto, e a necessidade de perfeita condução dos tra- Pena - detenção até um mês ou pagamento de 30
balhos no dia da votação, o legislador preferiu enqua- a 60 dias-multa.
drar esta conduta como crime e estabelecer punição Sujeito Ativo: SOMENTE os integrantes da mesa
aos componentes da mesa receptora. receptora poderão praticar a infração. Trata-se de cri-
me funcional e de mão própria, pois não é qualquer
servidor (por equiparação) que poderá praticá-lo. Ali-
Artigo 310. Praticar, ou permitir o membro da ás, cumpre ressaltar que, a figura do artigo em comen-
Mesa Receptora que seja praticada, qualquer to é plurisubjetiva, pois não faz menção a um sujeito e
irregularidade que determine a anulação de sim “à mesa receptora”, que segundo a lei, é composta
votação, salvo no caso do art. 311: de um presidente, dois mesários, dois secretários e um
Pena - detenção até seis meses ou pagamento de suplente (artigo 120, Código Eleitoral). Sendo assim
90 a 120 dias-multa. todos os componentes respondem pela infração.

Sujeito Ativo: Servidor Público por equiparação,


P Vale lembrar que o referido crime é um delito
particular convocado pela Justiça Eleitoral para atuar de mão própria, porém, admite-se o concurso de
junto à uma das mesas receptoras de votos. agentes, não, evidentemente, na forma de au-
O fundamental para a caracterização do referido toria, mas sim na forma de participação (induzi-
crime é que a anulação da votação tenha decorrido de mento, instigação, ajuste, auxílio), sem a prática
de atos típicos de execução.
uma ação ou omissão do agente na formalidade exi-
gida. Por anulação da eleição deve-se entender “anu-
lação de votação da seção”, onde ocorreu o fato, sem
necessidade de se anular toda a eleição.
Artigo 340. Fabricar, mandar fabricar, adquirir,
fornecer, ainda que gratuitamente, subtrair ou
Somente será considerado como crime a irregula-
guardar urnas, objetos, mapas, cédulas ou papéis
ridade que conduza a anulação da votação, desde que
de uso exclusivo da Justiça Eleitoral:
o ato irregular que gerou a anulação tenha sido pra-
ticado ou permitido por membro da mesa receptora. Pena - reclusão até três anos e pagamento de 3 a
Tratar como infração penal duas condutas distintas do 15 dias-multa.
membro da mesa receptora. Parágrafo único. Se o agente é membro ou
funcionário da Justiça Eleitoral e comete o crime
Ou o membro pratica por si só qualquer ato irregu- prevalecendo-se do cargo, a pena é agravada.
lar, ou permite que outra pessoa o faça e com isso gere
O sistema informatizado e o processo eletrônico
a consequente anulação da votação.
de votação e apuração não torna a norma em estudo
inaplicável quando utilizado na apuração e votação.
Ao dispor apenas “a urna”, poderá ser qualquer de-
Artigo 311. Votar em Seção Eleitoral em que las (papel ou eletrônica). Além do mais, existem locais
não está inscrito, salvo nos casos expressamente que ainda prevalece a votação com cédulas de papel.
previstos, e permitir, o Presidente da Mesa Sendo assim, em qualquer dos processos de votação o
Receptora, que o voto seja admitido: delito poderá ser praticado.
Pena - detenção até um mês ou pagamento de 5
a 15 dias-multa para o eleitor e de 20 a 30 dias- Sujeito Ativo: Pode ser qualquer pessoa.
multa para o Presidente da Mesa.
Guarda e preservação das urnas, mapas, cédulas,
Sujeito Ativo: Na primeira parte do artigo, carac- papeis e demais petrechos de uso exclusivo da justiça
teriza-se por ser um crime comum, ou seja, quando o eleitoral e necessários à votação e apuração.
eleitor vota em uma seção na qual não está inscrito.

O delito pode ser praticado por qualquer pessoa II) CRIMES CONTRA OS SERVIÇOS DA JUSTI-
desde que esta pessoa seja eleitor. Já na segunda parte, ÇA ELEITORAL:
o crime é funcional, ou seja, o sujeito ativo somente po-
derá ser o presidente da mesa receptora, que por sua Artigo 289. Inscrever-se fraudulentamente eleitor:
vez é tratado como funcionário público por equipara- Pena - reclusão até 5 anos e pagamento de 5 a 15
ção (artigo 283, IV, CE). dias-multa.

A intenção clara do legislador foi proteger a regu- Sujeito Ativo: Somente poderá ser cometido pelo
laridade da votação. próprio sujeito interessado em inscrever-se como elei-

20
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Eleitoral

tor, ou seja, o alistando. É preciso que haja dolo, consistente na intenção de-
liberada de negar, a inscrição eleitoral requerida.
Se o sujeito for menor de 18 anos, embora possa ser
eleitor, ficará sujeito às medidas socioeducativas esta-
Artigo 293. Perturbar ou impedir de qualquer
belecidas no artigo 27 do ECA.
forma o alistamento:
Demonstrou o legislador grande preocupação com Pena - detenção de 15 dias a 6 meses ou
o alistamento das pessoas como eleitores, recebendo pagamento de 30 a 60 dias-multa.
do Estado o status de eleitor e podendo votar e con-
tribuir para a eleição dos nossos contribuintes e legis- Sujeito Ativo: Comete o crime, não só aquele que
ladores. causa embaraço ou dificuldade, mas também aquele
que impossibilita a sua execução, opondo-se de tal for-
ma que impossibilite a pessoa de se alistar.

Artigo 290. Induzir alguém a se inscrever eleitor A intenção do legislador, sem dúvidas foi o resguar-
com infração de qualquer dispositivo deste do e normalidade dos trabalhos da Justiça Eleitoral,
Código: bem como a garantia de liberdade para que a pessoa
Pena - reclusão até 2 anos e pagamento de 15 a se torne cidadão e possa exercer todas as prerrogativas
30 dias-multa. . de sua cidadania.

Sujeito Ativo: Poderá ser qualquer pessoa.

Objeto da Norma: Preocupação extrema com a ins- Artigo 296. Promover desordem que prejudique
crição de eleitores, buscando coibir toda e qualquer os trabalhos eleitorais:
prática que possa conduzir à fraude ou impedir o alis- Pena - detenção até dois meses e pagamento de
tamento. 60 a 90 dias-multa.

Sujeito Ativo: Poderá ser qualquer pessoa, eleitor


P ADVERTÊNCIA: O sujeito do artigo 290 do Có- ou não.
digo Eleitoral, não constitui crime bilateral, pois
poderá o sujeito que induziu alguém a se inscre- Para a configuração do delito, não se exige que a
ver cometer o crime, sem que a pessoa induzida desordem promovida impeça ou leve à suspensão dos
tenha, necessariamente, infringido a norma do trabalhos eleitorais, basta que prejudique.
artigo 289 do Código Eleitoral.
Todavia, a doutrina e jurisprudência atuais, enten-
dem que essa desordem deve ser de tal magnitude que
cause transtorno ao desenvolvimento dos trabalhos.
Artigo 291. Efetuar o Juiz, fraudulentamente, a
inscrição de alistando:
Pena - reclusão até 5 anos e pagamento de 5 a 15 Artigo 303. Majorar os preços de utilidades e
dias-multa. serviços necessários à realização de eleições,
tais como transporte e alimentação de eleitores,
Sujeito Ativo: o sujeito ativo primário do delito
impressão, publicidade e divulgação de matéria
será o juiz eleitoral, ou seu substituto.
eleitoral:
Objeto da Norma: Preocupação extrema com a ins- Pena - pagamento de 250 a 300 dias-multa.
crição de eleitores, buscando coibir o alistamento efe-
tuado fraudulentamente pelo juiz eleitoral. Sujeito Ativo: Qualquer pessoa que comercializa
produtos ou presta serviços essenciais à realização das
eleições, seja para o eleitor, candidato ou partido polí-
Artigo 292. Negar ou retardar a autoridade tico. Este crime tem grande incidência no dia das elei-
judiciária, sem fundamento legal, a inscrição ções, especialmente no que concerne ao fornecimento
requerida: de alimentos e transporte.
Pena - pagamento de 30 a 60 dias-multa.

Sujeito Ativo: Será a autoridade judiciária, ou seja, Artigo 304. Ocultar, sonegar, açambarcar ou
o juiz eleitoral ou magistrado que tenha atribuição recusar no dia da eleição o fornecimento,
para conceder ou negar pedidos de inscrição. normalmente a todos, de utilidades, alimentação
Neste crime, não é suficiente que haja indeferimen- e meios de transporte, ou conceder exclusividade
to da inscrição eleitoral para que se possa constituir dos mesmos a determinado partido ou candidato:
o crime em apreço, mesmo que a decisão denegatória Pena - pagamento de 250 a 300 dias-multa
seja considerada improcedente em julgamento na su-
perior instância. Sujeito Ativo: Qualquer pessoa.

21
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Este artigo visa assegurar a regularidade do pro- Artigo 345. Não cumprir a autoridade judiciária,
cesso eleitoral, no dia da votação eleitoral. É, portanto, ou qualquer funcionário dos órgãos da Justiça
norma penal temporária, que só produz eficácia no dia Eleitoral, nos prazos legais, os deveres impostos
das eleições. por este Código, se a infração não estiver sujeita
a outra penalidade:
Artigo 341. Retardar a publicação ou não publicar, Pena - pagamento de 30 a 90 dias-multa.
o diretor ou qualquer outro funcionário de órgão
oficial federal, estadual, ou municipal, as decisões, Sujeito Ativo: Pune-se tanto a autoridade judici-
citações ou intimações da Justiça Eleitoral: ária ou ainda, o Ministro do TSE, assim como qual-
Pena - detenção até um mês ou pagamento de 30 quer funcionário dos órgãos da Justiça Eleitoral. Além
a 60 dias-multa. desses, os particulares convocados e requisitados para
atuar no dia da votação e no dia da apuração, embora
Sujeito Ativo: É o servidor lotado na Justiça Elei- não sejam servidores típicos são assim considerados
toral encarregado da divulgação externa dos atos pro- por equiparação.
cessuais. Trata-se de um crime funcional, pois somente
poderá ser praticado por funcionário público típico ou
por equiparação.
Artigo 346. Violar o disposto no art. 377:
Pena - detenção até seis meses e pagamento de
Artigo 342. Não apresentar o órgão do Ministério 30 a 60 dias-multa.
Público, no prazo legal, denúncia ou deixar de Parágrafo único. Incorrerão na pena, além da
promover a execução de sentença condenatória: autoridade responsável, os servidores que
Pena - detenção até dois meses ou pagamento de prestarem serviços e os candidatos, membros ou
60 a 90 dias-multa. diretores de partido que derem causa à infração.

Sujeito Ativo: Autoridades responsáveis pelas re-


Sujeito Ativo: Será somente o membro do Minis-
partições públicas, autarquias, fundações, sociedades
tério Público com função eleitoral. Trata-se de crime
de economia mista, entidades mantidas ou subvencio-
funcional, considerado “crime de mão própria”, pois
nadas pelo poder público, ou que realizam contrato
somente poderá ser cometido pelo órgão do Ministério
com ele.
Público.
Também poderão ser sujeito ativo os representan-
tes de partidos políticos beneficiados e o candidato
Artigo 343. Não cumprir o Juiz o disposto no § 3º que também tenha se beneficiado. Proíbe o Código
do art. 357: Eleitoral, no artigo 377, a utilização de serviço público
Pena - detenção até dois meses ou pagamento de ou de entidades ligadas ao Poder Público, inclusive o
60 a 90 dias-multa. respectivo prédio e suas dependência para beneficiar
partido ou organização de caráter político.
Sujeito Ativo: SOMENTE o juiz eleitoral. Trata-se
de crime funcional de “de mão própria”. O §3º do ar- Artigo 347. Recusar alguém cumprimento ou
tigo 357, ao qual o artigo em apreço faz remissão esta- obediência a diligências, ordens ou instruções
belece: da Justiça Eleitoral ou opor embaraços à sua
execução:
“ Se o órgão do Ministério público não oferecer
Pena - detenção de três meses a um ano e
a denúncia no prazo legal, representará contra
pagamento de 10 a 20 dias-multa.
ela a autoridade judiciária, sem prejuízo da apu-
ração da responsabilidade penal”. Sujeito Ativo: Será qualquer pessoa que desobede-
ça. O crime é comum e não exige sujeito especial. Nada
Sendo assim, a ação física para caracterizar o artigo impede que seja um servidor, portanto.
343 é justamente a omissão do magistrado em repre-
sentar contra o Ministério público.
III) CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA ELEITO-
RAL:
Artigo 344. Recusar ou abandonar o serviço
eleitoral sem justa causa: Artigo 313. Deixar o Juiz e os membros da Junta
de expedir o boletim de apuração imediatamente
Pena - detenção até dois meses ou pagamento de após a apuração de cada urna e antes de passar à
90 a 120 dias-multa. subseqüente, sob qualquer pretexto e ainda que
dispensada a expedição pelos Fiscais, Delegados
Sujeito Ativo: Trata-se de crime funcional. Somen- ou candidatos presentes:
te poderá ser praticado por funcionário público típico
ou equiparado. Pena - pagamento de 90 a 120 dias-multa.

22
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Eleitoral

Parágrafo único. Nas Seções Eleitorais em que a funcional. Os sujeitos ativos SOMENTE poderão ser as
contagem for procedida pela Mesa Receptora pessoas requisitadas pela Justiça Eleitoral para prestar
incorrerão na mesma pena o Presidente e os serviços nas eleições e que são consideradas servido-
Mesários que não expedirem imediatamente o res públicos por equiparação. Serão portanto, os inte-
respectivo boletim. grantes da mesa receptora de votos e junta eleitoral.

Sujeito Ativo: Poderão ser o Juiz Eleitoral, os mem-


bros da Junta bem como o presidente da mesa recepto- Artigo 348. Falsificar, no todo ou em parte,
ra e os mesários. documento público, ou alterar documento público
verdadeiro, para fins eleitorais:
Pena - reclusão de dois a seis anos e pagamento
Artigo 314. Deixar o Juiz e os membros da Junta de 15 a 30 dias-multa.
de recolher as cédulas apuradas na respectiva
urna, fechá-la e lacrá-la, assim que terminar § 1º Se o agente é funcionário público e comete
a apuração de cada Seção e antes de passar à o crime prevalecendo-se do cargo, a pena é
subseqüente, sob qualquer pretexto e ainda que agravada.
dispensada a providência pelos Fiscais, Delegados § 2º Para os efeitos penais, equipara-se a
ou candidatos presentes: documento público o emanado de entidade
Pena - detenção até dois meses ou pagamento de paraestatal, inclusive fundação do Estado.
90 a 120 dias-multa.
Sujeito Ativo: Poderá ser qualquer pessoa penal-
Parágrafo único. Nas Seções Eleitorais em que mente imputável.
a contagem dos votos for procedida pela Mesa
Receptora incorrerão na mesma pena o Presidente O crime em apreço é formal, ou seja, de mera con-
e os Mesários que não fecharem e lacrarem a urna duta., pois a norma não exige um resultado. Todavia,
após a contagem. embora trate de um crime formal, não se deve esque-
cer que a falsidade deve apresentar uma potencialida-
Sujeito Ativo: O Juiz Eleitoral, os membros da de lesiva, ou seja, o documento deve ser apto a enga-
Junta, bem como o presidente da mesa receptora e os nar e induzir a erro.
mesários que não fecharem e lacrarem a urna após a
contagem.
Artigo 349. Falsificar, no todo ou em parte,
documento particular ou alterar documento
Artigo 315. Alterar nos mapas ou nos boletins de
particular verdadeiro, para fins eleitorais:
apuração a votação obtida por qualquer candidato
ou lançar nesses documentos votação que não Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 3
corresponda às cédulas apuradas: a 10 dias-multa.
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 Sujeito Ativo: Poderá se qualquer pessoa penal-
a 15 dias-multa. mente imputável.
Sujeito Ativo: Será o juiz eleitoral e pessoas equi- Este delito tem acentuada semelhança com o delito
paradas a servidor público, ou seja, as pessoas requisi- previsto no artigo 348 do Código Eleitoral, pois am-
tadas para prestar serviços junto à Justiça Eleitoral nas bos cuidam da falsidade material para fins eleitorais.
funções de membro de junta apuradora, escrutinado- Todavia, neste artigo em apreço trata-se de falsificação
res e auxiliadores. de documento particular.
É crime funcional. Isto porque somente pessoas cre-
denciadas tem atribuição para trabalhar na apuração Artigo 350. Omitir, em documento público ou
da votação, escriturando mapas e gerando boletins. A particular, declaração que dele devia constar,
conduta descrita por este tipo penal é gravíssima, tan- ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa
to que o preceito sancionador prevê pena de reclusão ou diversa da que devia ser escrita, para fins
de até cinco anos. eleitorais:
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de
5 a 15 dias-multa, se o documento é público, e
Artigo 316. Não receber ou não mencionar nas reclusão até três anos e pagamento de 3 a 10 dias-
atas da eleição ou da apuração os protestos multa, se o documento é particular.
devidamente formulados ou deixar de remetê-los
à instância superior: Parágrafo único. Se o agente da falsidade
documental é funcionário público e comete o
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 crime prevalecendo-se do cargo ou se a falsificação
a 15 dias-multa. ou alteração é de assentamentos de registro civil,
Sujeito Ativo: Cuida-se mais uma vez de crime a pena é agravada.

23
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Sujeito Ativo: Poderá ser praticado por qualquer Artigo 354. Obter, para uso próprio ou de outrem,
pessoa penalmente imputável. Todavia, se a falsifica- documento público ou particular, material ou
ção for realizada por um servidor público, então este ideologicamente falso para fins eleitorais:
será o sujeito ativo, com a definição e extensão prevista
no artigo 283 do código Eleitoral. Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.

No delito em comento, não se considera o falso do- Sujeito Ativo: Qualquer pessoa.
cumento como fora estudado, mas sim a o seu conteú- A norma visa coibir a conduta daquele que con-
do intelectual ou ideativo. segue documento falso, público ou particular, com a
finalidade de proceder a sua utilização em proveito
próprio ou de terceiros na seara eleitoral.
Artigo 351. Equipara-se a documento (348, 349 e
350), para os efeitos penais, a fotografia, o filme Pune a ação daquele que, não realizando ele pró-
cinematográfico, o disco fonográfico ou fita de prio a falsificação, consegue encontrar quem o faça, ou
ditafone a que se incorpore declaração ou imagem então, por qualquer meio, alcança um documento que
destinada à prova de fato juridicamente relevante. já se encontrava falsificado. O crime é formal e de mera
conduta. Este artigo contenta-se com a potencialidade
O dispositivo é claro e procurou não deixar dúvi- lesiva da intermediação, não exigindo a ocorrência de
das, elencando expressamente o que se equipara à do- um resultado para que o crime se materialize.
cumento.
IV) CRIMES CONTRA A PROPAGANDA ELEI-
TORAL:
Artigo 352. Reconhecer, como verdadeira, no
exercício da função pública, firma ou letra que o Artigo 323. Divulgar, na propaganda, fatos que
não seja, para fins eleitorais: sabe inverídicos, em relação a partidos ou
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de candidatos e capazes de exercerem influência
5 a 15 dias-multa se o documento é público, e perante o eleitorado:
reclusão até três anos e pagamento de 3 a 10 dias- Pena - detenção de dois meses a um ano ou
multa se o documento é particular. pagamento de 120 a 150 dias-multa.
Parágrafo único. A pena é agravada se o crime é
Sujeito Ativo: Será em regra, o serventuário ou no-
cometido pela imprensa, rádio ou televisão.
tário, a quem a lei delegou, dentre outras, as funções
de proceder o reconhecimento de firmas, emprestan- Sujeito Ativo: Qualquer pessoa.
do-lhe fé pública para este fim.
Nos dias de hoje, o mais comum em épocas de
Também será considerado sujeito ativo, o empre- eleição é a divulgação de partido político, candidato
gado da serventia, a quem eventualmente tenha sido ou coligação interposta pessoa, espontaneamente ou
delegada a função de atestar a autenticidade das as- contratada para tal. Sendo assim, comprovado que o
sinaturas em documentos.Este artigo é de muita im- terceiro divulgou fatos inverídicos, a mando de candi-
portância para o Direito Eleitoral. O legislador teve a dato, haverá concurso de agentes.
intenção de diminuir as possibilidades de fraude, seja
o falso material em documento público ou particular, O legislador em relação a este artigo elevou à con-
seja o falso ideológico, ou ainda, o uso de documento dição de crime a propaganda eleitoral através da qual
falso. se divulgam os fatos sabidamente inverídicos, com re-
lação a candidatos ou partidos. Sua intenção foi tutelar
a dignidade da propaganda eleitoral, enaltecendo os
valores da honra e ética, valores que os participantes
Artigo 353. Fazer uso de qualquer dos documentos
dos embates não podem se distanciar.
falsificados ou alterados, a que se referem os arts.
348 a 352:
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração. Artigo 324. Caluniar alguém, na propaganda
eleitoral, ou visando fins de propaganda,
Sujeito Ativo: Poderá ser qualquer pessoa. O cri- imputando-lhe falsamente fato definido como
me é comum. Caso o usuário seja também o autor da crime:
falsificação responderá apenas pelo crime de uso, até Pena - detenção de seis meses a dois anos e
porque a pena é a mesma. pagamento de 10 a 40 dias-multa.
Segundo a doutrina majoritária, somente haverá § 1º Nas mesmas penas incorre quem, sabendo
uso de documento falso se este foi ou não, produzido falsa a imputação, a propala ou divulga.
para este fim, desde que o uso que dele se fizer for para § 2º A prova da verdade do fato imputado exclui o
fins eleitorais. crime, mas não é admitida:

24
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Eleitoral

I - se, constituindo o fato imputado crime de II - no caso de retorsão imediata, que consista em
ação privada, o ofendido, não foi condenado por outra injúria.
sentença irrecorrível; § 2º Se a injúria consiste em violência ou vias de
II - se o fato é imputado ao Presidente da República fato, que, por sua natureza ou meio empregado,
ou chefe de governo estrangeiro; se considerem aviltantes:
III - se do crime imputado, embora de ação pública, Pena - detenção de três meses a um ano e
o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. pagamento de 5 a 20 dias-multa, além das penas
correspondentes à violência prevista no Código
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa. Penal.

Este crime somente poderá ocorrer durante a pro-


Sujeito Ativo: Qualquer pessoa.
paganda eleitoral, fora deste período de propaganda
ou sendo outro o objetivo do agente, o mesmo incor- Este crime somente poderá ocorrer durante a pro-
rerá na pena disposta pelo artigo 138 do código Penal. paganda eleitoral, fora deste período de propaganda
Sendo assim, o sujeito ativo poderá ser tanto o candi- ou sendo outro o objetivo do agente, o mesmo incor-
dato, o integrante do partido, coligação e enfim, qual- rerá na pena disposta pelo artigo 140 do código Penal.
quer pessoa que seja imputável. Sendo assim, o sujeito ativo poderá ser tanto o candi-
dato, o integrante do partido, coligação e enfim, qual-
quer pessoa que seja imputável.
Artigo 325. Difamar alguém, na propaganda
eleitoral, ou visando a fins de propaganda, De acordo com entendimento pacífico na doutrina,
imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação: o crime de injúria ofende a dignidade ou decoro do
Pena - detenção de três meses a um ano e indivíduo, tendo como bem jurídico tutelado a honra
pagamento de 5 a 30 dias-multa. subjetiva, sentimento próprio, moral e intelectual de
Parágrafo único. A exceção da verdade somente cada um.
se admite se o ofendido é funcionário público e
a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.
Artigo 327. As penas cominadas nos arts. 324, 325
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa. e 326, aumentam-se de um terço, se qualquer dos
crimes é cometido:
Este crime somente poderá ocorrer durante a pro- I - contra o Presidente da República ou chefe de
paganda eleitoral, fora deste período de propaganda governo estrangeiro;
ou sendo outro o objetivo do agente, o mesmo incor-
II - contra funcionário público, em razão de suas
rerá na pena disposta pelo artigo 139 do código Penal.
funções;
Sendo assim, o sujeito ativo poderá ser tanto o candi-
dato, o integrante do partido, coligação e enfim, qual- III - na presença de várias pessoas, ou por meio
quer pessoa que seja imputável. que facilite a divulgação da ofensa.

A diferença entre calúnia e difamação está na na- O artigo 327 do Código Eleitoral dispõe sobre as
tureza do fato imputado. Na calúnia imputa-se fato causas de aumento de pena nos crimes contra a honra
definido como crime, e na difamação imputa-se fato de forma assemalhada ao artigo 141 do Código Penal.
ofensivo a reputação de alguém, mas que não pode es- Todavia, no Código Eleitoral não há menção quanto
tar caracterizado em lei como crime. ao aumento de pena se o crime é praticado mediante
paga ou promessa de recompensa, conforme é dispos-
P LEMBRETE: No crime de calúnia, a “falsidade” to no parágrafo único do artigo 141 do Código Penal.
da imputação é elementar do crime. No crime de
difamação, ser ou não verdadeira a imputação é
irrelevante. Artigo 330. Nos casos dos arts. 328 e 329 se o
agente repara o dano antes da sentença final, o
Juiz pode reduzir a pena.

Artigo 326. Injuriar alguém, na propaganda Disposição prejudicada diante da revogação dos
eleitoral, ou visando a fins de propaganda, artigos 328 e 329.
ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Pena - detenção até seis meses, ou pagamento de
30 a 60 dias-multa. Artigo 331. Inutilizar, alterar ou perturbar meio de
§ 1º O Juiz pode deixar de aplicar a pena: propaganda devidamente empregado:
I - se o ofendido, de forma reprovável, provocou Pena - detenção até seis meses ou pagamento de
diretamente a injúria; 90 a 120 dias-multa.

25
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Sujeito Ativo: Qualquer pessoa fazer uma propaganda eleitoral em língua estrangeira
incide na pena do artigo em comento.
Preocupou-se o legislador em assegurar o direito
dos candidatos de divulgar suas candidaturas livre-
Artigo 336. Na sentença que julgar ação penal
mente de acordo com a legislação regente. A propa-
pela infração de qualquer dos arts. 323, 324, 325,
ganda eleitoral é direito assegurado aos candidatos,
326, 331, 332, 334 e 335, deve o Juiz verificar,
partidos e coligações. Desde que realizadas de acordo
de acordo com o seu livre convencimento, se o
com a lei, não há porque impedir o seu exercício, sen-
Diretório local do partido, por qualquer dos seus
do punível tal reprimenda.
membros, concorreu para a prática de delito, ou
dela se beneficiou conscientemente.
P IMPORTANTE: Leitura dos artigos que discipli-
nam a propaganda eleitoral. 246 a 250 do Códi- Parágrafo único. Nesse caso, imporá o Juiz ao
go Eleitoral; artigos 36 a 58 da Lei das Eleições e Diretório responsável pena de suspensão de sua
nas Resoluções editadas pelo TSE em cada ano atividade eleitoral por prazo de 6 a 12 meses,
de eleição. agravada até o dobro nas reincidências.

Este artigo deve ser entendido no contexto das ga-


rantias constitucionais estabelecidas na Constituição
Artigo 332. Impedir o exercício de propaganda: Federal de 1988, sendo que, proferida a sentença na
Pena - detenção até seis meses e pagamento de ação penal instaurada contra o indivíduo apontado
30 a 60 dias-multa. como autor do crime, o juiz não pode, desde logo,
suspender o diretório do partido de sua atividade elei-
Sujeito Ativo: qualquer pessoa que por ação ou toral, impondo-se que se instaure procedimento pró-
omissão impeça o exercício da propaganda. A norma prio, de natureza administrativa, para apurar adequa-
exige consciência e vontade. Se o sujeito não tiver a damente a sua participação ou obtenção de benefício,
intenção de impedir o exercício do direito de exercer a assegurando-lhe direito de defesa.
propaganda, não cometerá o delito.
Artigo 337. Participar, o estrangeiro ou brasileiro
que não estiver no gozo dos seus direitos políticos,
Artigo 334. Utilizar organização comercial de de atividades partidárias, inclusive comícios e atos
vendas, distribuição de mercadorias, prêmios de propaganda em recintos fechados ou abertos:
e sorteios para propaganda ou aliciamento de Pena - detenção até seis meses e pagamento de
eleitores: 90 a 120 dias-multa.
Pena - detenção de seis meses a um ano e cassação Parágrafo único. Na mesma pena incorrerá o
do registro se o responsável for candidato. responsável pelas emissoras de rádio ou televisão
que autorizar transmissões de que participem os
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa. Tanto pode ser
mencionados neste artigo, bem como o diretor de
candidato como particular.
jornal que lhes divulgar os pronunciamentos.
Trata-se de delito comissivo, que exige uma ação
Sujeito Ativo: ATENÇÃO: Este crime pode ocorrer
ou atuação do sujeito ativo. A lei embora descreva
em qualquer época, não somente na durante o período
quatro condutas diferentes, e estabeleça seus resulta-
de propaganda eleitoral. Caso a atividade partidária
dos, não exige sua efetiva realização para a consuma-
ou propaganda eleitoral seja realizada por transmis-
ção do crime.
são via rádio ou televisão, também serão responsabi-
lizados os responsáveis pelas emissoras e diretor do
P ATENÇÃO: Este crime pode ocorrer em qual- jornal.
quer época, não somente na durante o período
de propaganda eleitoral.
P Importante notar neste ponto que o legislador
não impede que a pessoa privada de seus direi-
tos políticos vote ou seja votada, tão somente.
Artigo 335. Fazer propaganda, qualquer que seja a Ele também proíbe a participação em comícios e
sua forma, em língua estrangeira: atos de propaganda.
Pena - detenção de três a seis meses e pagamento
de 30 a 60 dias-multa.
V) CRIMES CONTRA O SIGILO E O EXERCÍ-
Parágrafo único. Além da pena cominada, a CIO DO VOTO
infração ao presente artigo importa a apreensão e
perda do material utilizado na propaganda. Artigo 295. Reter título eleitoral contra a vontade
do eleitor:
A Constituição Federal de 1988 estabelece como
idioma oficial o português. Sendo assim, e baseado Pena - detenção até dois meses ou pagamento de
neste fundamento a doutrina majoritária entende que 30 a 60 dias-multa.

26
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Eleitoral

Sujeito Ativo: ATENÇÃO: Este crime pode ocorrer Sujeito Ativo: Qualquer pessoa. Poderá ser tanto o
em qualquer época, não somente na durante o período particular como o agente público.
de propaganda eleitoral.
O objetivo jurídico é o mesmo do artigo 300 do
Neste crime, o legislador buscou resguardar o di- Código Eleitoral, qual seja assegurar o livre exercício
reito a voto, uma vez que o porte do título de eleitor é do voto.
condição para exercê-lo.
Para a consumação do crime a coação deve ser
exercida mediante violência ou grave ameaça. O medo
Artigo 297. Impedir ou embaraçar o exercício do
do eleitor deve ser de tamanha gravidade que influen-
sufrágio:
cie na vontade do mesmo, sendo feita a vontade do
Pena - detenção até seis meses e pagamento de coator.
60 a 100 dias-multa.

Sujeito Ativo: Qualquer pessoa.


Artigo 302. Promover, no dia da eleição, com o fim
O objetivo deste artigo é assegurar o direito ao voto. de impedir, embaraçar ou fraudar o exercício do
voto a concentração de eleitores, sob qualquer
forma, inclusive o fornecimento gratuito de
Artigo 298. Prender ou deter eleitor, membro de alimento e transporte coletivo:
Mesa Receptora, Fiscal, Delegado de partido ou Pena - reclusão de quatro (4) a seis (6) anos e
candidato, com violação do disposto no art. 236: pagamento de 200 a 300 dias-multa.
Pena - reclusão até quatro anos.
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa.
Sujeito Ativo: ATENÇÃO: Este crime pode ocorrer
em qualquer época, não somente na durante o período Ação descrita pelo tipo penal somente é caracteri-
de propaganda eleitoral. O objetivo do artigo é pre- zada como delito durante o período eleitoral, sendo,
servar a liberdade não só do eleitor mas também das portanto, esta condição elementar do crime.
mesas receptoras, ficais e delegados de partidos.
Os artigos 307 a 311 do Código Eleitoral trazem hi-
póteses de fraude eleitoral, que podem ser praticadas
Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou pelos integrantes da mesa receptora, eleitores e parti-
receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva, culares não eleitores durante o processo de votação.
ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar
voto e para conseguir ou prometer abstenção,
ainda que a oferta não seja aceita: Artigo 307. Fornecer ao eleitor cédula oficial já
assinalada ou por qualquer forma marcada:
Pena - reclusão até quatro anos e pagamento de 5
a 15 dias-multa. Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5
a 15 dias-multa.
Sujeito Ativo: ATENÇÃO: Este crime pode ocorrer
em qualquer época, não somente na durante o período Sujeito Ativo: Funcionário Público
de propaganda eleitoral.

Artigo 308. Rubricar e fornecer a cédula oficial


Artigo 300. Valer-se o servidor público da sua em outra oportunidade que não a de entrega da
autoridade para coagir alguém a votar ou não mesma ao eleitor:
votar em determinado candidato ou partido: Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 60
Pena - detenção até 6 meses e pagamento de 60 a 90 dias-multa.
a 100 dias-multa.
Sujeito Ativo: Funcionário Público
Parágrafo único. Se o agente é membro ou
funcionário da Justiça Eleitoral e comete o crime
prevalecendo-se do cargo a pena é agravada. Artigo 309. Votar ou tentar votar mais de uma vez,
ou em lugar de outrem:
Sujeito Ativo: Funcionário Público.
Pena - reclusão até três anos.

Sujeito Ativo: Funcionário Público


Artigo 301. Usar de violência ou grave ameaça
para coagir alguém a votar, ou não votar, em
determinado candidato ou partido, ainda que os Artigo 310. Praticar ou permitir o membro da
fins visados não sejam conseguidos: mesa receptora que seja praticada, qualquer
Pena - reclusão até quatro anos e pagamento de 5 irregularidade que determine a anulação de
a 15 dias-multa. votação, salvo no caso do art. 311.

27
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Pena – detenção até 06 (seis) meses ou pagamento Pena - detenção até um mês ou pagamento de 30
de 90 (noventa) a 120 (cento e vinte) dias – multa. a 60 dias-multa.

Sujeito Ativo: Funcionário Público Sujeito Ativo: SOMENTE os integrantes da mesa


receptora. Trata-se de crime funcional e de mão pró-
Artigo 311. Votar em seção eleitoral em que não pria, pois não é qualquer servidor que pode praticá-lo.
está inscrito, salvo nos casos expressamente Os crimes previstos nos artigos 319, 320 e 321 afetam o
previstos, e permitir, o presidente da mesa registro e filiações partidárias. Atentam contra os par-
receptora, que o voto seja admitido. tidos políticos, com a intenção de emprestar autentici-
Pena – detenção até 01 (um) mês ou pagamento dade aos processos de sua formação.
de 05 (cinco) a 15 (quinze) dias – multa para o
Artigo 319. Subscrever o eleitor mais de uma ficha
eleitor e de 20 (vinte) a 30 (trinta) dias-multa para
de registro de um ou mais partidos:
o presidente da mesa.
Pena - detenção até um mês ou pagamento de 10
Sujeito Ativo: Funcionário Público a 30 dias-multa.

Artigo 320. Inscrever-se o eleitor, simultaneamente,


Artigo 312. Violar ou tentar violar o sigilo do voto: em dois ou mais partidos:
Pena - detenção até dois anos. Pena - pagamento de 10 a 20 dias-multa.

Sujeito Ativo: Qualquer dos integrantes da mesa Artigo 321. Colher assinatura do eleitor em mais
receptora, fiscais e delegados de partidos e coligações de uma ficha de registro de partido:
credenciados para exercer a fiscalização dos trabalhos.
Pena - detenção até dois meses ou pagamento de
O objetivo deste artigo é preservar o sigilo do voto. 20 a 40 dias-multa.

Artigo 338. Não assegurar o funcionário postal a


Artigo 317. Violar ou tentar violar o sigilo da urna prioridade prevista no art. 239:
ou dos invólucros: Pena - pagamento de 30 a 60 dias-multa.
Pena - reclusão de três a cinco anos.
Sujeito Ativo: SOMENTE poderá ser o funcionário
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa. Basta que consiga do serviço postal. É crime próprio que somente pode
burlar a vigilância exercida sobre as urnas. ser praticado por categoria específica de pessoas.

Artigo 339. Destruir, suprimir ou ocultar urna OS CRIMES NA LEI DAS ELEIÇÕES (Lei 9.504/97)
contendo votos, ou documentos relativos à
eleição:
Art. 33, § 4º A divulgação de pesquisa fraudulenta
Pena - reclusão de dois a seis anos e pagamento constitui crime, punível com detenção de seis
de 5 a 15 dias-multa. meses a um ano e multa no valor de cinqüenta mil
Parágrafo único. Se o agente é membro ou a cem mil UFIR.
funcionário da Justiça Eleitoral e comete o crime
prevalecendo-se do cargo, a pena é agravada. Sujeito Ativo: Qualquer pessoa, especialmente os
responsáveis pelo instituto de pesquisa.
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa. Basta que alguém
Para divulgação de pesquisa eleitoral o instituto
consiga ter acesso às urnas não somente antes ou de-
deve registrá-la previamente com uma série de requi-
pois da votação, mas também durante o processo elei-
sitos que visam dar credibilidade e confiabilidade nas
toral.
informações nela contidas. Assim, a criminalização da
Todavia a prática deste delito é mais comum por divulgação de pesquisa fraudulenta visa proteger o li-
pessoas requisitadas pela Justiça eleitoral, uma vez vre convencimento e informação do eleitor.
que tem acesso aos votos.
Art. 34 (...)
§ 2º O não-cumprimento do disposto neste artigo
VI) CRIMES CONTRA OS PARTIDOS POLÍTI- ou qualquer ato que vise a retardar, impedir ou
COS dificultar a ação fiscalizadora dos partidos constitui
crime, punível com detenção, de seis meses a um
Artigo 318. Efetuar a Mesa Receptora a contagem ano, com a alternativa de prestação de serviços à
dos votos da urna quando qualquer eleitor houver comunidade pelo mesmo prazo, e multa no valor
votado sob impugnação (art. 190): de dez mil a vinte mil UFIR.

28
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Eleitoral

§ 3º A comprovação de irregularidade nos dados representantes o requeiram até uma hora após a
publicados sujeita os responsáveis às penas expedição.
mencionadas no parágrafo anterior, sem prejuízo § 2º O descumprimento do disposto no parágrafo
da obrigatoriedade da veiculação dos dados anterior constitui crime, punível com detenção, de
corretos no mesmo espaço, local, horário, página, um a três meses, com a alternativa de prestação
caracteres e outros elementos de destaque, de de serviço à comunidade pelo mesmo período, e
acordo com o veículo usado. multa no valor de um mil a cinco mil UFIR.
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa.
Sujeito Ativo: SOMENTE o Presidente da Mesa
O objetivo do Legislador foi a proteção dos parti- Receptora, considerado servidor público por equipa-
dos políticos em seu direito de fiscalizar o processo ração.
eleitoral e, em especial, as pesquisas de opinião, de
Trata-se de crime funcional consubstanciado na
modo a se respeitar a higidez do pleito.
omissão do Presidente da Mesa em não entregar a có-
pia do boletim de urna ao final da votação, conforme
previsto.
Art. 39 (...)
§ 5º Constituem crimes, no dia da eleição, puníveis
com detenção, de seis meses a um ano, com a
alternativa de prestação de serviços à comunidade Art. 72. Constituem crimes, puníveis com reclusão,
pelo mesmo período, e multa no valor de cinco mil de cinco a dez anos:
a quinze mil UFIR: I - obter acesso a sistema de tratamento
I - o uso de alto-falantes e amplificadores de som automático de dados usado pelo serviço eleitoral,
ou a promoção de comício ou carreata; a fim de alterar a apuração ou a contagem de
votos;
II - a arregimentação de eleitor ou a propaganda
de boca de urna; Sujeito Ativo: Qualquer pessoa que consiga burlar
III - a divulgação de qualquer espécie de o sistema para alterar a contagem de votos e a apura-
propaganda de partidos políticos ou de seus ção.
candidatos.
Releva notar que este dispositivo é mais rigoroso
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa, inclusive os candi- que os demais em razão da lesividade da conduta des-
datos beneficiários. crita.

Tais dispositivos são de fácil exemplificação na me-


P IMPORTANTE: É irrelevante o meio de obten-
dida em que costumeiramente as condutas tipificadas
ção indevida do acesso.
são notadas no dia da eleição, especialmente nas pro-
ximidades dos locais de votação. Imperioso salientar
que no dia da eleição, não se admite qualquer espécie
de propaganda, sob pena de caracterização do crime. II - desenvolver ou introduzir comando, instrução,
ou programa de computador capaz de destruir,
apagar, eliminar, alterar, gravar ou transmitir dado,
Art. 40. O uso, na propaganda eleitoral, de instrução ou programa ou provocar qualquer
símbolos, frases ou imagens, associadas ou outro resultado diverso do esperado em sistema
semelhantes às empregadas por órgão de governo, de tratamento automático de dados usados pelo
empresa pública ou sociedade de economia mista serviço eleitoral;
constitui crime, punível com detenção, de seis
meses a um ano, com a alternativa de prestação Sujeito Ativo: Qualquer pessoa.
de serviços à comunidade pelo mesmo período, e
multa no valor de dez mil a vinte mil UFIR. Denota a preocupação do Legislador com a base de
dados do sistema eletrônico de votação.
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa.

Este dispositivo visa não causar confusão ao elei-


III - causar, propositadamente, dano físico ao
torado sobre se tratar de propaganda institucional ou
equipamento usado na votação ou na totalização
propaganda eleitoral.
de votos ou a suas partes.

Art. 68 (...) Sujeito Ativo: Qualquer pessoa.


§ 1° O Presidente da Mesa Receptora é obrigado a Diferentemente do que ocorre na previsão do inci-
entregar cópia do boletim de urna aos partidos e so anterior (sistema) o que se visa preservar no inciso
coligações concorrentes ao pleito cujos III é a integridade dos equipamentos (hardware).

29
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Art. 87. Na apuração, será garantido aos fiscais e DOS CRIMES NA LEI Lei 6.091/74: TRANSPORTE
delegados dos partidos e coligações o direito de GRATUITO
observar diretamente, a distância não superior a
um metro da mesa, a abertura da urna, a abertura Art. 11. Constitui crime eleitoral:
e a contagem das cédulas e o preenchimento do I - descumprir, o responsável por órgão, repartição
boletim. ou unidade do serviço público, o dever imposto
§ 4º O descumprimento de qualquer das no art. 3º, ou prestar, informação inexata que vise
disposições deste artigo constitui crime, punível a elidir, total ou parcialmente, a contribuição de
com detenção de um a três meses, com a que ele trata:
alternativa de prestação de serviços à comunidade Pena - detenção de quinze dias a seis meses e
pelo mesmo período e multa, no valor de um mil pagamento de 60 a 100 dias - multa;
a cinco mil UFIR.
Sujeito Ativo: Responsável por órgão, repartição
Sujeito Ativo: Presidente e qualquer dos integran- ou unidade de serviço público (municipal, estadual ou
tes da Junta Eleitoral. federal).

Trata do limite legal para que os fiscais e delegados Trata-se de crime por conduta decorrente da ativi-
dos partidos e coligações possam acompanhar os tra- dade administrativa do servidor.
balhos da Junta Eleitoral, que deverá fazer cumprir tal
direito, sob pena de incidir em crime.
II - desatender à requisição de que trata o art. 2º:
Pena - pagamento de 200 a 300 dias-multa, além
Art. 91. Nenhum requerimento de inscrição da apreensão do veículo para o fim previsto;
eleitoral ou de transferência será recebido dentro
dos cento e cinqüenta dias anteriores à data da Sujeito Ativo: Qualquer pessoa.
eleição.
Esse inciso faz remissão ao artigo 2° da mesma
Parágrafo único. A retenção de título eleitoral ou
lei, que prevê a requisição de veículos e embarca-
do comprovante de alistamento eleitoral constitui
ções de particulares visando preencher as lacunas da
crime, punível com detenção, de um a três meses,
Administração na busca pela eficiência do processo
com a alternativa de prestação de serviços à
eleitoral.
comunidade por igual período, e multa no valor
de cinco mil a dez mil UFIR.
III - descumprir a proibição dos artigos 5º, 8º e
Sujeito Ativo: Apenas o servidor lotado na unida- 10º;
de eleitoral, ou seja, somente pode ser cometido por
funcionário público típico. Pena - reclusão de quatro a seis anos e pagamento
de 200 a 300 dias-multa (art. 302 do Código
Eleitoral);

DOS CRIMES NA LEI DAS INELEGIBILIDADES Sujeito Ativo: Qualquer pessoa, inclusive candida-
tos.

Trata das hipóteses de impedir ou fraudar o exercí-


Art. 25. Constitui crime eleitoral a argüição de
cio ao voto, concentração de eleitores e o fornecimento
inelegibilidade, ou a impugnação de registro
gratuito de transporte coletivo e alimento.
de candidato feito por interferência do poder
econômico, desvio ou abuso do poder de
autoridade, deduzida de forma temerária ou de
manifesta má-fé: IV - obstar, por qualquer forma, a prestação dos
serviços previstos nos arts. 4º e 8º desta Lei,
Pena: detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e atribuídos à Justiça Eleitoral:
multa de 20 (vinte) a 50 (cinqüenta) vezes o valor
do Bônus do Tesouro Nacional (BTN) e, no caso de Pena - reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos;
sua extinção, de título público que o substitua.
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa.
Sujeito Ativo: Qualquer candidato que argua a ine- O bem jurídico tutelado nesta hipótese é o processo
legibilidade ou impugne o registro em juízo através da eleitoral e a correta preparação para o dia da votação
ação de impugnação de mandato eletivo; representan- na medida em que regula o transporte de eleitores nas
te do partido político que ofereceu a impugnação ou zonas rurais, divulgando previamente seu itinerário e
representante da coligação que ofereceu a impugna- também prevê a possibilidade do fornecimento de re-
ção. feições em situações de absoluta carência.

30
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Eleitoral

V - utilizar em campanha eleitoral, no decurso dos § 1º Se o órgão do Ministério Público, ao invés de


90 (noventa) dias que antecedem o pleito, veículos apresentar a denúncia, requerer o arquivamento
e embarcações pertencentes à União, Estados, da comunicação, o Juiz, no caso de considerar
Territórios, Municípios e respectivas autarquias e improcedentes as razões invocadas, fará remessa
sociedades de economia mista: da comunicação ao Procurador Regional, e
Pena - cancelamento do registro do candidato este oferecerá a denúncia, designará outro
ou de seu diploma, se já houver sido proclamado Promotor para oferecê-la, ou insistirá no pedido
eleito. de arquivamento, ao qual só então estará o Juiz
obrigado a atender.
Parágrafo único. O responsável, pela guarda do
veículo ou da embarcação, será punido com a § 2º A denúncia conterá a exposição do fato
pena de detenção, de 15 (quinze) dias a 6 (seis) criminoso com todas as suas circunstâncias, a
meses, e pagamento de 60 (sessenta) a 100 (cem) qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos
dias-multa. quais se possa identificá-lo, a classificação do crime
e, quando necessário, o rol das testemunhas.
§ 3º Se o órgão do Ministério Público não oferecer
Sujeito Ativo: Os candidatos a cargo eletivo, por- a denúncia no prazo legal representará contra ele
tanto, no período eleitoral. Cabe a coautoria nesse a autoridade judiciária, sem prejuízo da apuração
caso, a qualquer pessoa. da responsabilidade penal.
Visa proteger a igualdade de oportunidades entre § 4º Ocorrendo a hipótese prevista no parágrafo
os candidatos e os princípios da probidade e da mora- anterior o Juiz solicitará ao Procurador Regional
lidade atinentes à Administração Pública e ao processo a designação de outro Promotor, que, no mesmo
eleitoral. prazo, oferecerá a denúncia.
§ 5º Qualquer eleitor poderá provocar a
representação contra o órgão do Ministério
Público se o Juiz, no prazo de 10 (dez) dias, não
DOS DISPOSITIVOS NOS CRIMES ELEITORAIS
agir de ofício.
Por fim, citam-se os dispositivos que tratam do pro-
cessamento dos crimes eleitorais supramencionados e
distribuídos entre o Código Eleitoral e as demais leis Art. 358. A denúncia será rejeitada quando:
esparsas acerca da matéria.
I - o fato narrado evidentemente não constituir
O artigo 355 do Código Eleitoral dispõe que os cri- crime;
mes eleitorais são apurados por ação penal pública por II - já estiver extinta a punibilidade, pela prescrição
meio de denúncia ao Ministério Público Eleitoral. Os ou outra causa;
delitos recebem penas específicas que poderão variar III - for manifesta a ilegitimidade da parte ou faltar
desde a prestação de serviços à comunidade até a pri- condição exigida pela lei para o exercício da ação
vação da liberdade. penal.
Parágrafo único. Nos casos do nº III, a rejeição
Art. 356. Todo cidadão que tiver conhecimento da denúncia não obstará ao exercício da ação
de infração penal deste Código deverá comunicá- penal, desde que promovida por parte legítima ou
la ao Juiz Eleitoral da Zona onde a mesma se satisfeita a condição.
verificou.
§ 1º Quando a comunicação for verbal, mandará
a autoridade judicial reduzi-la a termo, assinado Art. 359. Recebida a denúncia, o juiz designará dia
pelo apresentante e por duas testemunhas, e a e hora para o depoimento pessoal do acusado,
remeterá ao órgão do Ministério Público local, ordenando a citação deste e a notificação do
que procederá na forma deste Código. Ministério Público.
§ 2º Se o Ministério Público julgar necessários Parágrafo único. O réu ou seu defensor terá o
maiores esclarecimentos e documentos prazo de 10 (dez) dias para oferecer alegações
complementares ou outros elementos de escritas e arrolar testemunhas.
convicção, deverá requisitá-los diretamente
de quaisquer autoridades ou funcionários que
possam fornecê-los. Art. 360. Ouvidas as testemunhas de acusação e
da defesa e praticadas as diligências requeridas
pelo Ministério Público e deferidas ou ordenadas
Art. 357. Verificada a infração penal, o Ministério pelo Juiz, abrir-se-á o prazo de 5 (cinco) dias a
Público oferecerá a denúncia dentro do prazo de cada uma das partes - acusação e defesa - para
10 (dez) dias. alegações finais.

31
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Art. 361. Decorrido esse prazo, e conclusos os Súmula Nº 4 - Publicada no DJ de 28, 29 e 30/10/92.
autos ao Juiz dentro de quarenta e oito horas, terá Não havendo preferência entre candidatos que
o mesmo 10 (dez) dias para proferir a sentença. pretendam o registro da mesma variação nominal,
defere-se o do que primeiro o tenha requerido.
Art. 362. Das decisões finais de condenação ou
absolvição cabe recurso para o Tribunal Regional,
a ser interposto no prazo de 10 (dez) dias. Súmula Nº 5 - Publicada no DJ de 28, 29 e 30/10/92.
Serventuário de cartório, celetista, não se inclui na
exigência do art. 1°, II, l, da LC no 64/90.
Art. 363. Se a decisão do Tribunal Regional for
condenatória, baixarão imediatamente os autos
à instância inferior para a execução da sentença,
que será feita no prazo de 5 (cinco) dias, contados Súmula Nº 6 - Publicada no DJ de 28, 29 e 30/10/92.
da data da vista ao Ministério Público. É inelegível, para o cargo de prefeito, o cônjuge e os
Parágrafo único. Se o órgão do Ministério Público parentes indicados no § 7o do art. 14 da Constituição, do
deixar de promover a execução da sentença serão titular do mandato, ainda que este haja renunciado ao
aplicadas as normas constantes dos parágrafos 3º, cargo há mais de seis meses do pleito.
4º e 5º do art. 357. P Comentário: O Tribunal assentou que o Cônjuge e os
parentes do chefe do Executivo são elegíveis para o mes-
mo cargo do titular, quando este for reelegível e tiver se
Art. 364. No processo e julgamento dos crimes
afastado definitivamente até seis meses antes do pleito
eleitorais e dos comuns que lhes forem conexos,
(Acórdão nº 19.442, de 21/08/2001, Resolução nº 20.931,
assim como nos recursos e na execução, que lhes
de 20/11/2001 e Acórdão nº 3043. de 27/11/2001).
digam respeito, aplicar-se-á, como lei subsidiária
ou supletiva, o Código de Processo Penal.

Súmula Nº 7 - Publicada no DJ de 28, 29 e 30/10/92.


Obs.: Cancelada pela Resolução n.º 20.920, de
16/10/2001.
06 SÚMULAS DO TSE

Súmula Nº 8 - Publicada no DJ de 28, 29 e 30/10/92.


Súmula Nº 1 - Publicada no DJ de 23, 24 e 25/9/92. Obs.: Cancelada pela Resolução n.º 20.920, de
Proposta a ação para desconstituir a decisão que rejeitou 16/10/2001.
as contas, anteriormente à impugnação, fica suspensa a
inelegibilidade (Lei Complementar no 64/90, art. 1°, I, g)
P Comentário: O TSE assentou que a mera propositura Súmula Nº 9 - Publicada no DJ de 28, 29 e 30/10/92.
da ação anulatória, sem a obtenção de provimento limi- A suspensão de direitos políticos decorrente de
nar ou tutela antecipada, não suspende a inelegibilidade condenação criminal transitada em julgado cessa com o
(Ac.-TSE, de 24.8.2006, no RO nº 912; de 13.9.2006, no cumprimento ou a extinção da pena, independendo de
RO nº 963; de 29.9.2006, no RO nº 965 e no REspe nº reabilitação ou de prova de reparação dos danos.
26.942; e de 16.11.2006, no AgRgRO nº 1.067, dentre
outros).
Súmula Nº 10 - Publicada no DJ de 28, 29 e 30/10/92.
No processo de registro de candidatos, quando a sentença
Súmula Nº 2 - Publicada no DJ de 28, 29 e 30/10/92. for entregue em Cartório antes de três dias contados da
Assinada e recebida a ficha de filiação partidária até o conclusão ao Juiz, o prazo para o recurso ordinário, salvo
termo final do prazo fixado em lei, considera-se satisfeita intimação pessoal anterior, só se conta do termo final
a correspondente condição de elegibilidade, ainda que daquele tríduo.
não tenha fluído, até a mesma data, o tríduo legal de
impugnação.
Súmula Nº 11 - Publicada no DJ de 28, 29 e 30/10/92.
No processo de registro de candidatos, o partido que
Súmula Nº 3 - Publicada no DJ de 28, 29 e 30/10/92. não o impugnou não tem legitimidade para recorrer da
No processo de registro de candidatos, não tendo o juiz sentença que o deferiu, salvo se se cuidar de matéria
aberto prazo para o suprimento de defeito da instrução constitucional.
do pedido, pode o documento, cuja falta houver motivado P Comentário: O Ministério Público também pode im-
o indeferimento, ser juntado com o recurso ordinário. pugnar.

32
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Eleitoral

Súmula Nº 12 - Publicada no DJ de 1°/12/92. Súmula Nº 21 - Publicada no DJE de 6, 7 e 8/2/2012 e


São inelegíveis, no município desmembrado, e ainda não republicada no DJE de 9 e 10/2/2012.
instalado, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou O prazo para ajuizamento da representação contra
afins, até o segundo grau ou por adoção, do prefeito do doação de campanha acima do limite legal é de 180 dias,
município-mãe, ou de quem o tenha substituído, dentro contados da data da diplomação.
dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de
mandato eletivo.

Súmula Nº 13 - Publicada no DJ de 28, 29 e 30/10/96. 07 RESOLUÇÃO TSE 21.538/03


Não é auto-aplicável o § 9o, art. 14, da Constituição, com
a redação da Emenda Constitucional de Revisão no 4/94. Resolução nº 21.538, de 14 de outubro de 2003 -
Brasília – DF

Dispõe sobre o alistamento e serviços eleitorais me-


Súmula Nº 14 - Publicada no DJ de 25, 26 e 27/9/96. diante processamento eletrônico de dados, a regulari-
Obs.: Cancelada pela Resolução n.º 21.885, de zação de situação de eleitor, a administração e a manu-
17/08/2004. tenção do cadastro eleitoral, o sistema de alistamento
eleitoral, a revisão do eleitorado e a fiscalização dos
partidos políticos, entre outros.
Súmula Nº 15 - Publicada no DJ de 28, 29 e 30/10/96.
O Tribunal Superior Eleitoral, no uso de suas atribui-
O exercício de cargo eletivo não é circunstância suficiente ções, tendo em conta o disposto na Lei nº 7.444, de 20
para, em recurso especial, determinar-se a reforma de de dezembro de 1985,
decisão mediante a qual o candidato foi considerado
analfabeto. Considerando que à Corregedoria-Geral da Justiça
Eleitoral cabe velar pela fiel execução das leis e instru-
ções e pela boa ordem e celeridade dos serviços elei-
Súmula Nº 16 - Publicada no DJ de 21, 22 e 23/8/2000. torais,
Obs.: Revogada em 05/11/2002 por decisão em questão Considerando a necessidade de adaptar as normas em
de ordem. vigor à nova sistemática adotada para o cadastro elei-
toral,

Súmula Nº 17 - Publicada no DJ de 21, 22 e 23/8/2000. Considerando a necessidade de estabelecer rotina


procedimental única, de forma a facilitar os trabalhos
Obs.: Cancelada em 16/04/2002 por decisão em Questão
desenvolvidos, especialmente quanto às situações de
de Ordem formulada no julgamento do REspe nº 19.600-
duplicidade ou pluralidade de inscrições e revisão de
CE.
eleitorado,

RESOLVE:
Súmula Nº 18 - Publicada no DJ de 21, 22 e 23/8/2000.
Conquanto investido de poder de polícia, não tem Art. 1º O alistamento eleitoral, mediante processamen-
legitimidade o juiz eleitoral para, de ofício, instaurar to eletrônico de dados, implantado nos termos da Lei
procedimento com a finalidade de impor multa pela nº 7.444/85, será efetuado, em todo o território nacio-
veiculação de propaganda eleitoral em desacordo com a nal, na conformidade do referido diploma legal e desta
Lei no 9.504/97. resolução.

Parágrafo único. Os tribunais regionais eleito-


rais adotarão o sistema de alistamento desen-
Súmula Nº 19 - Publicada no DJ de 21, 22 e 23/8/2000. volvido pelo Tribunal Superior Eleitoral.
O prazo de inelegibilidade de três anos, por abuso de
poder econômico ou político, é contado a partir da data DO REQUERIMENTO DE ALISTAMENTO
da eleição em que se verificou (art. 22, XIV, da LC 64, de ELEITORAL (RAE)
18/5/90).
Art. 2º O requerimento de alistamento eleitoral (RAE)
(anexo I) servirá como documento de entrada de da-
Súmula Nº 20 - Publicada no DJ de 21, 22 e 23/8/2000. dos e será processado eletronicamente.
A falta do nome do filiado ao partido na lista por este Parágrafo único. O sistema de alistamento de
encaminhada à Justiça Eleitoral, nos termos do art. 19 que trata o parágrafo único do art. 1º conterá os
da Lei 9.096, de 19.9.95, pode ser suprida por outros campos correspondentes ao formulário RAE, de
elementos de prova de oportuna filiação. modo a viabilizar a impressão do requerimento,

33
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

com as informações pertinentes, para aprecia- segunda via do seu título eleitoral, sem nenhuma al-
ção do juiz eleitoral. teração.

Art. 3º Para preenchimento do RAE, devem ser obser- Art. 8º Nas hipóteses de REVISÃO ou de SEGUNDA
vados os procedimentos especificados nesta resolução VIA, o título eleitoral será expedido automaticamente
e nas orientações pertinentes. e a data de domicílio do eleitor não será alterada.

Art. 4º Deve ser consignada OPERAÇÃO 1 – ALIS-


TAMENTO quando o alistando requerer inscrição e DO ALISTAMENTO
quando em seu nome não for identificada inscrição em
nenhuma zona eleitoral do país ou exterior, ou a única Art. 9º No cartório eleitoral ou no posto de alistamen-
inscrição localizada estiver cancelada por determina- to, o servidor da Justiça Eleitoral preencherá o RAE
ção de autoridade judiciária (FASE 450). ou digitará as informações no sistema de acordo com
os dados constantes do documento apresentado pelo
Art. 5º Deve ser consignada OPERAÇÃO 3 – TRANS- eleitor, complementados com suas informações pesso-
FERÊNCIA sempre que o eleitor desejar alterar seu ais, de conformidade com as exigências do processa-
domicílio e for encontrado em seu nome número de mento de dados, destas instruções e das orientações
inscrição em qualquer município ou zona, unidade da específicas.
Federação ou país, em conjunto ou não com eventual
§ 1º O RAE deverá ser preenchido ou digitado e
retificação de dados.
impresso na presença do requerente.
§ 1º Na hipótese do caput, o eleitor permanecerá § 2º No momento da formalização do pedido,
com o número originário da inscrição e deverá o requerente manifestará sua preferência sobre
ser, obrigatoriamente, consignada no campo local de votação, entre os estabelecidos para a
próprio a sigla da UF anterior. zona eleitoral.
§ 2º É vedada a transferência de número de ins- § 3º Para os fins o § 2º deste artigo, será colocada
crição envolvida em coincidência, suspensa, à disposição, no cartório ou posto de alistamen-
cancelada automaticamente pelo sistema quan- to, a relação de todos os locais de votação da
do envolver situação de perda e suspensão de zona, com os respectivos endereços.
direitos políticos, cancelada por perda de direi-
tos políticos (FASE 329) e por decisão de autori- § 4º A assinatura do requerimento ou a aposi-
dade judiciária (FASE 450). ção da impressão digital do polegar será feita
na presença do servidor da Justiça Eleitoral, que
§ 3º Será admitida transferência com reutiliza- deverá atestar, de imediato, a satisfação dessa
ção do número de inscrição cancelada pelos exigência.
códigos FASE 019 – falecimento, 027 – duplici-
dade/pluralidade, 035 – deixou de votar em três Art. 10. Antes de submeter o pedido a despacho do
eleições consecutivas e 469 – revisão de eleito- juiz eleitoral, o servidor providenciará o preenchimen-
rado, desde que comprovada a inexistência de to ou a digitação no sistema dos espaços que lhe são
outra inscrição liberada, não liberada, regular reservados no RAE.
ou suspensa para o eleitor.
Parágrafo único. Para efeito de preenchimento
§ 4º Existindo mais de uma inscrição cancelada do requerimento ou de digitação no sistema,
para o eleitor no cadastro, nas condições previs- será mantida em cada zona eleitoral relação de
tas no § 3º, deverá ser promovida, preferencial- servidores, identificados pelo número do título
mente, a transferência daquela: eleitoral, habilitados a praticar os atos reserva-
I – que tenha sido utilizada para o exercício do dos ao cartório.
voto no último pleito;
Art. 11. Atribuído número de inscrição, o servidor,
II – que seja mais antiga. após assinar o formulário, destacará o protocolo de so-
licitação, numerado de idêntica forma, e o entregará ao
Art. 6º Deve ser consignada OPERAÇÃO 5 – REVI-
requerente, caso a emissão do título não seja imediata.
SÃO quando o eleitor necessitar alterar local de vota-
ção no mesmo município, ainda que haja mudança de
zona eleitoral, retificar dados pessoais ou regularizar Art. 12. Os tribunais regionais eleitorais farão distri-
situação de inscrição cancelada nas mesmas condições buir, observada a seqüência numérica fornecida pela
previstas para a transferência a que se refere o § 3º do Secretaria de Informática, às zonas eleitorais da res-
art. 5º. pectiva circunscrição, séries de números de inscrição
eleitoral, a serem utilizados na forma deste artigo.
Art. 7º Deve ser consignada OPERAÇÃO 7 – SEGUN- Parágrafo único. O número de inscrição com-
DA VIA quando o eleitor estiver inscrito e em situação por-se-á de até 12 algarismos, por unidade da
regular na zona por ele procurada e desejar apenas a Federação, assim discriminados:

34
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Eleitoral

a) os oito primeiros algarismos serão seqüen- los órgãos criados por lei federal, controladores
ciados, desprezando-se, na emissão, os zeros à do exercício profissional;
esquerda;
b) certificado de quitação do serviço militar;
b) os dois algarismos seguintes serão represen-
c) certidão de nascimento ou casamento, extraí-
tativos da unidade da Federação de origem da
da do Registro Civil;
inscrição, conforme códigos constantes da se-
guinte tabela: d) instrumento público do qual se infira, por
direito, ter o requerente a idade mínima de 16
01 – São Paulo
anos e do qual constem, também, os demais ele-
02 – Minas Gerais mentos necessários à sua qualificação.
03 – Rio de Janeiro Parágrafo único. A apresentação do documen-
to a que se refere a alínea b é obrigatória para
04 – Rio Grande do Sul
maiores de 18 anos, do sexo masculino.
05 – Bahia
Art. 14. É facultado o alistamento, no ano em que se
06 – Paraná
realizarem eleições, do menor que completar 16 anos
07 – Ceará até a data do pleito, inclusive.
08 – Pernambuco § 1º O alistamento de que trata o caput poderá
09 – Santa Catarina ser solicitado até o encerramento do prazo fixa-
do para requerimento de inscrição eleitoral ou
10 – Goiás transferência.
11 – Maranhão § 2º O título emitido nas condições deste artigo
12 – Paraíba somente surtirá efeitos com o implemento da
idade de 16 anos (Res.-TSE nº 19.465, de 12.3.96).
13 – Pará
14 – Espírito Santo Art. 15. O brasileiro nato que não se alistar até os 19
anos ou o naturalizado que não se alistar até um ano
15 – Piauí depois de adquirida a nacionalidade brasileira incor-
16 – Rio Grande do Norte rerá em multa imposta pelo juiz eleitoral e cobrada no
ato da inscrição.
17 – Alagoas
18 – Mato Grosso Parágrafo único. Não se aplicará a pena ao não
-alistado que requerer sua inscrição eleitoral até
19 – Mato Grosso do Sul o centésimo qüinquagésimo primeiro dia ante-
20 – Distrito Federal rior à eleição subseqüente à data em que com-
pletar 19 anos (Código Eleitoral, art. 8º c.c. a Lei
21 – Sergipe nº 9.504/97, art. 91).
22 – Amazonas
Art. 16. O alistamento eleitoral do analfabeto é faculta-
23 – Rondônia
tivo (Constituição Federal, art. 14, § 1º, II, a).
24 – Acre
Parágrafo único. Se o analfabeto deixar de sê
25 – Amapá -lo, deverá requerer sua inscrição eleitoral, não
26 – Roraima ficando sujeito à multa prevista no art. 15 (Códi-
go Eleitoral, art. 8º).
27 – Tocantins
28 – Exterior (ZZ) Art. 17. Despachado o requerimento de inscrição pelo
juiz eleitoral e processado pelo cartório, o setor da Se-
c) os dois últimos algarismos constituirão dí- cretaria do Tribunal Regional Eleitoral responsável pe-
gitos verificadores, determinados com base no los serviços de processamento eletrônico de dados en-
módulo 11, sendo o primeiro calculado sobre o viará ao cartório eleitoral, que as colocará à disposição
número seqüencial e o último sobre o código da dos partidos políticos, relações de inscrições incluídas
unidade da Federação seguido do primeiro dí- no cadastro, com os respectivos endereços.
gito verificador.
§ 1º Do despacho que indeferir o requerimento
Art. 13. Para o alistamento, o requerente apresentará de inscrição, caberá recurso interposto pelo alis-
um dos seguintes documentos do qual se infira a na- tando no prazo de cinco dias e, do que o deferir,
cionalidade brasileira (Lei nº 7.444/85, art. 5º, § 2º): poderá recorrer qualquer delegado de partido
político no prazo de dez dias, contados da co-
a) carteira de identidade ou carteira emitida pe- locação da respectiva listagem à disposição dos

35
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

partidos, o que deverá ocorrer nos dias 1º e 15 DA SEGUNDA VIA


de cada mês, ou no primeiro dia útil seguinte,
ainda que tenham sido exibidas ao alistando an- Art. 19. No caso de perda ou extravio do título, bem
tes dessas datas e mesmo que os partidos não as assim de sua inutilização ou dilaceração, o eleitor de-
consultem (Lei nº 6.996/1982, art. 7º). verá requerer pessoalmente ao juiz de seu domicílio
eleitoral que lhe expeça segunda via.
§ 2º O cartório eleitoral providenciará, para o
fim do disposto no § 1º, relações contendo os § 1º Na hipótese de inutilização ou dilaceração,
pedidos indeferidos. o requerimento será instruído com a primeira
via do título.
DA TRANSFERÊNCIA
§ 2º Em qualquer hipótese, no pedido de segun-
da via, o eleitor deverá apor a assinatura ou a
Art. 18. A transferência do eleitor só será admitida se
impressão digital do polegar, se não souber as-
satisfeitas as seguintes exigências:
sinar, na presença do servidor da Justiça Eleito-
I – recebimento do pedido no cartório eleitoral ral, que deverá atestar a satisfação dessa exigên-
do novo domicílio no prazo estabelecido pela cia, após comprovada a identidade do eleitor.
legislação vigente;
DO RESTABELECIMENTO DE INSCRIÇÃO
II – transcurso de, pelo menos, um ano do alista-
CANCELADA POR EQUÍVOCO
mento ou da última transferência;
III – residência mínima de três meses no novo Art. 20. Será admitido o restabelecimento, mediante
domicílio, declarada, sob as penas da lei, pelo comando do código FASE 361, de inscrição cancelada
próprio eleitor (Lei nº 6.996/82, art. 8º); em virtude de comando equivocado dos códigos FASE
019, 450 e 469.
IV – prova de quitação com a Justiça Eleitoral.
§ 1º O disposto nos incisos II e III não se aplica à
transferência de título eleitoral de servidor pú- DO FORMULÁRIO DE ATUALIZAÇÃO DA
blico civil, militar, autárquico, ou de membro de SITUAÇÃO DO ELEITOR (FASE)
sua família, por motivo de remoção ou transfe-
rência (Lei nº 6.996/82, art. 8º, parágrafo único). Art. 21. Para registro de informações no histórico de
inscrição no cadastro, utilizar-se-á, como documento
§ 2º Ao requerer a transferência, o eleitor entre- de entrada de dados, o formulário de atualização da
gará ao servidor do cartório o título eleitoral e a situação do eleitor (FASE), cuja tabela de códigos será
prova de quitação com a Justiça Eleitoral. estabelecida pela Corregedoria-Geral.
§ 3º Não comprovada a condição de eleitor ou a
Parágrafo único. A atualização de registros de
quitação para com a Justiça Eleitoral, o juiz elei-
que trata o caput poderá ser promovida, desde
toral arbitrará, desde logo, o valor da multa a
que viabilizado, diretamente no sistema de alis-
ser paga.
tamento eleitoral, dispensando-se o preenchi-
§ 4º Despachado o requerimento de transferên- mento do formulário FASE.
cia pelo juiz eleitoral e processado pelo cartó-
rio, o setor da Secretaria do Tribunal Regional DO TÍTULO ELEITORAL
Eleitoral responsável pelos serviços de proces-
samento de dados enviará ao cartório eleitoral, Art. 22. O título eleitoral será confeccionado com ca-
que as colocará à disposição dos partidos políti- racterísticas, formas e especificações constantes do
cos, relações de inscrições atualizadas no cadas- modelo anexo II.
tro, com os respectivos endereços.
Parágrafo único. O título eleitoral terá as dimen-
§ 5º Do despacho que indeferir o requerimento
sões de 9,5x6,0cm, será confeccionado em papel
de transferência, caberá recurso interposto pelo
com marca d’água e peso de 120g/m2, impresso
eleitor no prazo de cinco dias e, do que o deferir,
nas cores preto e verde, em frente e verso, tendo
poderá recorrer qualquer delegado de partido
como fundo as Armas da República, e será con-
político no prazo de dez dias, contados da co-
tornado por serrilha.
locação da respectiva listagem à disposição dos
partidos, o que deverá ocorrer nos dias 1º e 15
Art. 23. O título eleitoral será emitido, obrigatoriamen-
de cada mês, ou no primeiro dia útil seguinte,
te, por computador e dele constarão, em espaços pró-
ainda que tenham sido exibidas ao requerente
prios, o nome do eleitor, a data de nascimento, a uni-
antes dessas datas e mesmo que os partidos não
dade da Federação, o município, a zona e a seção elei-
as consultem (Lei nº 6.996/82, art. 8º).
toral onde vota, o número da inscrição eleitoral, a data
§ 6º O cartório eleitoral providenciará, para o de emissão, a assinatura do juiz eleitoral, a assinatura
fim do disposto no § 5º, relações contendo os do eleitor ou a impressão digital de seu polegar, bem
pedidos indeferidos. como a expressão “segunda via”, quando for o caso.

36
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Eleitoral

§ 1º Os tribunais regionais poderão autorizar, na na presença dos servidores designados, os do-


emissão on-line de títulos eleitorais e em situa- cumentos relativos aos pedidos de alistamento,
ções excepcionais, a exemplo de revisão de elei- transferência, revisão, segunda via e revisão de
torado, recadastramento ou rezoneamento, o eleitorado, deles podendo requerer, de forma
uso, mediante rígido controle, de impressão da fundamentada, cópia, sem ônus para a Justiça
assinatura (chancela) do presidente do Tribunal Eleitoral.
Regional Eleitoral respectivo, em exercício na
Parágrafo único. Qualquer irregularidade deter-
data da autorização, em substituição à assinatu-
minante de cancelamento de inscrição deverá
ra do juiz eleitoral da zona, nos títulos eleitorais.
ser comunicada por escrito ao juiz eleitoral, que
§ 2º Nas hipóteses de alistamento, transferência, observará o procedimento estabelecido nos arts.
revisão e segunda via, a data da emissão do tí- 77 a 80 do Código Eleitoral.
tulo será a de preenchimento do requerimento.
Art. 28. Para os fins do art. 27, os partidos políticos po-
Art. 24. Juntamente com o título eleitoral, será emitido derão manter até dois delegados perante o Tribunal
protocolo de entrega do título eleitoral (Pete) (canho- Regional Eleitoral e até três delegados em cada zona
to), que conterá o número de inscrição, o nome do elei- eleitoral, que se revezarão, não sendo permitida a atu-
tor e de sua mãe e a data de nascimento, com espaços, ação simultânea de mais de um delegado de cada par-
no verso, destinados à assinatura do eleitor ou aposi- tido.
ção da impressão digital de seu polegar, se não souber
assinar, à assinatura do servidor do cartório responsá- § 1º Na zona eleitoral, os delegados serão cre-
vel pela entrega e o número de sua inscrição eleitoral, denciados pelo juiz eleitoral.
bem como à data de recebimento. § 2º Os delegados credenciados no Tribunal Re-
gional Eleitoral poderão representar o partido,
§ 1º O título será entregue, no cartório ou no
na circunscrição, perante qualquer juízo eleito-
posto de alistamento, pessoalmente ao eleitor,
ral.
vedada a interferência de pessoas estranhas à
Justiça Eleitoral.
DO ACESSO ÀS INFORMAÇÕES CONSTANTES
§ 2º Antes de efetuar a entrega do título, com- DO CADASTRO
provada a identidade do eleitor e a exatidão dos
dados inseridos no documento, o servidor des- Art. 29. As informações constantes do cadastro eleito-
tacará o título eleitoral e colherá a assinatura ou ral serão acessíveis às instituições públicas e privadas
a impressão digital do polegar do eleitor, se não e às pessoas físicas, nos termos desta resolução (Lei nº
souber assinar, no espaço próprio constante do 7.444/85, art. 9º, I).
canhoto.
§ 1º Em resguardo da privacidade do cidadão,
Art. 25. No período de suspensão do alistamento, não se fornecerão informações de caráter perso-
não serão recebidos requerimentos de alistamento ou nalizado constantes do cadastro eleitoral.
transferência (Lei nº 9.504/97, art. 91, caput). § 2º Consideram-se, para os efeitos deste arti-
go, como informações personalizadas, relações
Parágrafo único. O processamento reabrir-se-á
de eleitores acompanhadas de dados pessoais
em cada zona logo que estejam concluídos os
(filiação, data de nascimento, profissão, estado
trabalhos de apuração em âmbito nacional (Có-
civil, escolaridade, telefone e endereço).
digo Eleitoral, art. 70).
§ 3º Excluem-se da proibição de que cuida o § 1º
Art. 26. O título eleitoral prova a quitação do eleitor os pedidos relativos a procedimento previsto na
para com a Justiça Eleitoral até a data de sua emissão. legislação eleitoral e os formulados:
a) pelo eleitor sobre seus dados pessoais;
DA FISCALIZAÇÃO DOS PARTIDOS POLÍTICOS b) por autoridade judicial e pelo Ministério Pú-
blico, vinculada a utilização das informações
Art. 27. Os partidos políticos, por seus delegados, po- obtidas, exclusivamente, às respectivas ativida-
derão: des funcionais;
I – acompanhar os pedidos de alistamento, c) por entidades autorizadas pelo Tribunal Su-
transferência, revisão, segunda via e quaisquer perior Eleitoral, desde que exista reciprocidade
outros, até mesmo emissão e entrega de títulos de interesses (Lei nº 7.444/85, art. 4º).
eleitorais, previstos nesta resolução;
Art. 30. Os tribunais e juízes eleitorais poderão, no
II – requerer a exclusão de qualquer eleitor ins-
âmbito de suas jurisdições, autorizar o fornecimento a
crito ilegalmente e assumir a defesa do eleitor
interessados, desde que sem ônus para a Justiça Elei-
cuja exclusão esteja sendo promovida;
toral e disponíveis em meio magnético, dos dados de
III – examinar, sem perturbação dos serviços e natureza estatística levantados com base no cadastro

37
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

eleitoral, relativos ao eleitorado ou ao resultado de DAS DUPLICIDADES E PLURALIDADES


pleito eleitoral, salvo quando lhes for atribuído caráter (COINCIDÊNCIAS)
reservado.
Art. 35. Colocada à disposição a relação de eleitores
Art. 31. Os juízes e os tribunais eleitorais não fornecerão agrupados, o juiz eleitoral fará publicar edital, pelo
dados do cadastro de eleitores não pertencentes a sua prazo de três dias, para conhecimento dos interessa-
jurisdição, salvo na hipótese do art. 82 desta resolução. dos.

Art. 32. O uso dos dados de natureza estatística do Art. 36. Todo eleitor que tiver sua inscrição não libe-
eleitorado ou de pleito eleitoral obriga a quem os te- rada em decorrência do cruzamento de informações
nha adquirido a citar a fonte e a assumir responsabi- deverá ser notificado para, se o desejar, requerer regu-
lidade pela manipulação inadequada ou extrapolada larização de sua situação eleitoral, no prazo de 20 dias,
das informações obtidas. contados da data de realização do batimento.

DOS BATIMENTOS Art. 37. Recebida a comunicação da coincidência, a au-


toridade judiciária deverá, de ofício e imediatamente:
Art. 33. O batimento ou cruzamento das informações
constantes do cadastro eleitoral terá como objetivos I – determinar sua autuação;
expurgar possíveis duplicidades ou pluralidades de II – determinar a regularização da situação da
inscrições eleitorais e identificar situações que exijam inscrição do eleitor que não possuir outra ins-
averiguação e será realizado pelo Tribunal Superior crição liberada, independentemente de reque-
Eleitoral, em âmbito nacional. rimento, desde que constatado que o grupo é
formado por pessoas distintas;
§ 1º As operações de alistamento, transferência e
revisão somente serão incluídas no cadastro ou III – determinar as diligências cabíveis quando
efetivadas após submetidas a batimento. não for possível identificar de pronto se a inscri-
ção pertence ou não a um mesmo eleitor;
§ 2º Inscrição agrupada em duplicidade ou plu-
ralidade ficará sujeita a apreciação e decisão de IV – aguardar, sendo o caso, o comparecimento
autoridade judiciária. do eleitor ao cartório durante os 20 dias que lhe
são facultados para requerer regularização de
§ 3º Em um mesmo grupo, serão sempre consi-
situação eleitoral;
deradas não liberadas as inscrições mais recen-
tes, excetuadas as inscrições atribuídas a gême- V – comparecendo o eleitor ao cartório, orientá
os, que serão identificadas em situação liberada. -lo, conforme o caso, a preencher o Requerimen-
to para Regularização de Inscrição (RRI), ou a
§ 4º Em caso de agrupamento de inscrição de
requerer, oportunamente, transferência, revisão
gêmeo com inscrição para a qual não foi indica-
ou segunda via;
da aquela condição, essa última será considera-
da não liberada. VI – determinar o cancelamento da(s)
inscrição(ões) que comprovadamente
DOS DOCUMENTOS EMITIDOS PELO SISTEMA pertença(m) a um mesmo eleitor, assegurando
NO BATIMENTO a cada eleitor apenas uma inscrição;
VII – dar publicidade à decisão;
Art. 34. Será colocada à disposição de todas as zonas
eleitorais, após a realização de batimento: VIII – promover a digitação da decisão;
IX – adotar demais medidas cabíveis.
I – RELAÇÃO DE ELEITORES AGRUPADOS
(envolvidos em duplicidade ou pluralidade)
Art. 38. Não poderá ser objeto de transferência, revisão
emitida por ordem de número de grupo, con-
ou segunda via, inscrição agrupada em duplicidade
tendo todos os eleitores agrupados inscritos na
ou pluralidade.
zona, com dados necessários a sua individuali-
zação, juntamente com índice em ordem alfabé-
tica; Art. 39. Encerrado o prazo para exame e decisão dos
casos de duplicidade ou pluralidade, não existindo
II – COMUNICAÇÃO dirigida à autoridade decisão de autoridade judiciária, a inscrição liberada
judiciária incumbida da apreciação do caso, passará a figurar como regular e a não-liberada como
noticiando o agrupamento de inscrição em du- cancelada, caso exista no cadastro.
plicidade ou pluralidade, para as providências
estabelecidas nesta resolução.
Art. 40. Identificada situação em que um mesmo eleitor
Parágrafo único. Será expedida NOTIFICAÇÃO possua duas ou mais inscrições liberadas ou regulares,
dirigida ao eleitor cuja inscrição foi considerada agrupadas ou não pelo batimento, o cancelamento de
não liberada pelo batimento. uma ou mais delas deverá, preferencialmente, recair:

38
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Eleitoral

I – na inscrição mais recente, efetuada contraria- ma circunscrição, com um ou mais registros de


mente às instruções em vigor; suspensão da referida base (Tipo 2P) serão da
competência do corregedor regional eleitoral.
II – na inscrição que não corresponda ao domicí-
lio eleitoral do eleitor; § 3º Na hipótese de duplicidade envolvendo
inscrições atribuídas a gêmeos ou homônimos
III – naquela cujo título não haja sido entregue
comprovados, existindo inscrição não liberada
ao eleitor;
no grupo, a competência para decisão será do
IV – naquela cujo título não haja sido utilizado juiz da zona eleitoral a ela correspondente.
para o exercício do voto na última eleição;
§ 4º Em grau de recurso, no prazo de três dias,
V – na mais antiga. caberá:
§ 1º Comprovado que as inscrições identificadas a) ao corregedor regional a apreciação de situa-
pertencem a gêmeos ou homônimos, deverá ser ções que motivaram decisão de juiz eleitoral de
comandado o respectivo códigoFASE. sua circunscrição;
§ 2º Constatada a inexatidão de qualquer dado b) ao corregedor-geral a apreciação de situações
constante do cadastro eleitoral, deverá ser pro- que ensejaram decisão de corregedor regional.
videnciada a necessária alteração, mediante
§ 5º Havendo decisões conflitantes em processo
preenchimento ou digitação de RAE (Operação
de regularização de situação de eleitor, proferi-
5 – Revisão), observadas as formalidades para
das por autoridades judiciárias distintas, envol-
seu deferimento.
vendo inscrições atribuídas a uma mesma pes-
soa, o conflito será decidido:
DA COMPETÊNCIA PARA REGULARIZAÇÃO
DE SITUAÇÃO ELEITORAL E PARA O a) pelo corregedor regional eleitoral, quando se
PROCESSAMENTO DAS DECISÕES tratar de decisões proferidas por juízes de zonas
eleitorais de uma mesma circunscrição;
Art. 41. A decisão das duplicidades e pluralidades de b) pelo corregedor-geral, quando se tratar de
inscrições, agrupadas ou não pelo batimento, inclusi- decisões proferidas por juízes eleitorais de cir-
ve quanto às inscrições de pessoas que estão com seus cunscrições diversas ou pelos corregedores re-
direitos políticos suspensos, na esfera administrativa, gionais.
caberá:

I – No tocante às duplicidades, ao juiz da zona Art. 42. O juiz eleitoral só poderá determinar a regu-
eleitoral onde foi efetuada a inscrição mais re- larização, o cancelamento ou a suspensão de inscrição
cente (Tipo 1D), ressalvadas as hipóteses previs- que pertença à sua jurisdição.
tas nos §§ 1º a 3º deste artigo;
Parágrafo único. A autoridade judiciária que
II – No tocante às pluralidades: tomar conhecimento de fato ensejador do can-
celamento de inscrição liberada ou regular, ou
a) ao juiz da zona eleitoral, quando envolver
da necessidade de regularização de inscrição
inscrições efetuadas em uma mesma zona elei-
não liberada, cancelada ou suspensa, efetuada
toral (Tipo 1P);
em zona eleitoral diferente daquela em que tem
b) ao corregedor regional eleitoral, quando en- jurisdição, deverá comunicá-lo à autoridade ju-
volver inscrições efetuadas entre zonas eleito- diciária competente, para medidas cabíveis, por
rais de uma mesma circunscrição (Tipo 2P); intermédio da correspondente Corregedoria
c) ao corregedor-geral, quando envolver inscri- Regional.
ções efetuadas em zonas eleitorais de circunscri-
ções diversas (Tipo 3P). Art. 43. Nas duplicidades e pluralidades de sua com-
petência, o corregedor-geral ou o corregedor regional
§ 1º As decisões de situação relativa a pessoa poderão se pronunciar quanto a qualquer inscrição
que perdeu seus direitos políticos (Tipo 3D) e agrupada.
de pluralidades decorrentes do agrupamento
de uma ou mais inscrições, requeridas em cir-
cunscrições distintas, com um ou mais registros Art. 44. A competência para decidir a respeito das du-
de suspensão da Base de Perda e Suspensão de plicidades e pluralidades, na esfera penal, será sempre
Direitos Políticos (Tipo 3P) serão da competên- do juiz eleitoral da zona onde foi efetuada a inscrição
cia do corregedor-geral. mais recente.

§ 2º As decisões das duplicidades envolvendo


Art. 45. Examinada e decidida a duplicidade ou a plu-
inscrição e registro de suspensão da Base de Per-
ralidade, a decisão tomada pela autoridade judiciária
da e Suspensão de Direitos Políticos (Tipo 2D) e
será processada, conforme o caso:
das pluralidades decorrentes do agrupamento
de uma ou mais inscrições, requeridas na mes- I – pela própria zona eleitoral e, na impossibi-

39
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

lidade, encaminhada à respectiva secretaria re- dido de dilação de prazo, o inquérito policial a
gional de informática, por intermédio das corre- que faz alusão o § 1º deverá ser encaminhado,
gedorias regionais; pela autoridade policial que o presidir, ao juiz
eleitoral a quem couber decisão a respeito na
II – pelas corregedorias regionais, com o apoio
esfera penal.
das secretarias regionais de informática, no que
não lhes for possível proceder; § 4º Arquivado o inquérito ou julgada a ação pe-
nal, o juiz eleitoral comunicará, sendo o caso, a
III – pela própria Corregedoria-Geral.
decisão tomada à autoridade judiciária que de-
terminou sua instauração, com a finalidade de
Art. 46. As informações necessárias ao exame e decisão
tornar possível a adoção de medidas cabíveis na
das duplicidades e pluralidades deverão ser prestadas
esfera administrativa.
no prazo de dez dias, contados do recebimento da re-
quisição, por intermédio do ofício INFORMAÇÕES § 5º A espécie, no que lhe for aplicável, será re-
PRESTADAS PELA AUTORIDADE JUDICIÁRIA. gida pelas disposições do Código Eleitoral e,
subsidiariamente, pelas normas do Código de
Parágrafo único. Ainda que o eleitor não tenha Processo Penal.
sido encontrado, o ofício de que trata o caput
deverá ser preenchido, assinado, instruído e en- § 6º Não sendo cogitada a ocorrência de ilícito
viado, no prazo estipulado, à autoridade judici- penal eleitoral a ser apurado, os autos deverão
ária competente para decisão. ser arquivados na zona eleitoral onde o eleitor
possuir inscrição regular.
Art. 47. A autoridade judiciária competente deverá se
pronunciar quanto às situações de duplicidade e plu- Art. 49. Os procedimentos a que se refere esta resolu-
ralidade detectadas pelo batimento em até 40 dias con- ção serão adotados sem prejuízo da apuração de res-
tados da data de realização do respectivo batimento. ponsabilidade de qualquer ordem, seja de eleitor, de
servidor da Justiça Eleitoral ou de terceiros, por inscri-
§ 1º Processada a decisão de que trata o caput, a ção fraudulenta ou irregular.
situação da inscrição será automaticamente atu-
alizada no cadastro. Parágrafo único. Qualquer eleitor, partido polí-
tico ou Ministério Público poderá se dirigir for-
§ 2º Inscrição agrupada em duplicidade ou plu- malmente ao juiz eleitoral, corregedor regional
ralidade, com situação não liberada, que não ou geral, no âmbito de suas respectivas compe-
for objeto de decisão da autoridade judiciária tências, relatando fatos e indicando provas para
no prazo especificado no caput, decorridos dez pedir abertura de investigação com o fim de
dias, será automaticamente cancelada pelo sis- apurar irregularidade no alistamento eleitoral.
tema.
§ 3º Após o transcurso de seis anos, contados do DOS CASOS NÃO APRECIADOS
processamento do código FASE próprio, as ins-
crições canceladas serão excluídas do cadastro. Art. 50. Os requerimentos para regularização de ins-
crição (RRI) recebidos após o prazo previsto no caput
do art. 36 serão indeferidos pela autoridade judiciária
DA HIPÓTESE DE ILÍCITO PENAL competente, por intempestivos, e o eleitor deverá ser
orientado a procurar o cartório da zona eleitoral para
Art. 48. Decidida a duplicidade ou pluralidade e to- regularizar sua situação.
madas as providências de praxe, se duas ou mais ins-
crições em cada grupo forem atribuídas a um mesmo
DA RESTRIÇÃO DE DIREITOS POLÍTICOS
eleitor, excetuados os casos de evidente falha dos ser-
viços eleitorais, os autos deverão ser remetidos ao Mi-
Art. 51. Tomando conhecimento de fato ensejador de
nistério Público Eleitoral.
inelegibilidade ou de suspensão de inscrição por mo-
§ 1º Manifestando-se o Ministério Público pela tivo de suspensão de direitos políticos ou de impedi-
existência de indício de ilícito penal eleitoral a mento ao exercício do voto, a autoridade judiciária de-
ser apurado, o processo deverá ser remetido, terminará a inclusão dos dados no sistema mediante
pela autoridade judiciária competente, à Polícia comando de FASE.
Federal para instauração de inquérito policial.
§ 1º Não se tratando de eleitor de sua zona elei-
§ 2º Inexistindo unidade regional do Departa- toral, o juiz eleitoral comunicará o fato, por in-
mento de Polícia Federal na localidade onde termédio das correspondentes corregedorias
tiver jurisdição o juiz eleitoral a quem couber regionais, à zona eleitoral a que pertencer a ins-
decisão a respeito, a remessa das peças informa- crição.
tivas poderá ser feita por intermédio das respec-
§ 2º Quando se tratar de pessoa não inscrita pe-
tivas corregedorias regionais eleitorais.
rante a Justiça Eleitoral ou com inscrição can-
§ 3º Concluído o apuratório ou no caso de pe- celada no cadastro, o registro será feito direta-

40
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Eleitoral

mente na base de perda e suspensão de direitos petente, a respeito da cessação do gozo de direi-
políticos pela Corregedoria Regional Eleitoral tos políticos em Portugal, na forma da lei.
que primeiro tomar conhecimento do fato.
III – Nos casos de inelegibilidade: certidão ou
§ 3º Comunicada a perda de direitos políticos outro documento.
pelo Ministério da Justiça, a Corregedoria-Geral
providenciará a imediata atualização da situa- DA FOLHA DE VOTAÇÃO E DO
ção das inscrições no cadastro e na base de per- COMPROVANTE DE COMPARECIMENTO À
da e suspensão de direitos políticos. ELEIÇÃO
§ 4º A outorga a brasileiros do gozo dos direi-
tos políticos em Portugal, devidamente comu- Art. 54. A folha de votação, da qual constarão apenas
nicada ao Tribunal Superior Eleitoral, importa- os eleitores regulares ou liberados, e o comprovante de
rá suspensão desses mesmos direitos no Brasil comparecimento serão emitidos por computador.
(Decreto nº 70.391, de 12.4.72). § 1º A folha de votação, obrigatoriamente, de-
verá:
Art. 52. A regularização de situação eleitoral de pessoa
com restrição de direitos políticos somente será possí- a) identificar as eleições, a data de sua realiza-
vel mediante comprovação de haver cessado o impe- ção e o turno;
dimento. b) conter dados individualizadores de cada elei-
tor, como garantia de sua identificação no ato
§ 1º Para regularização de inscrição envolvida
de votar;
em coincidência com outra de pessoa que per-
deu ou está com seus direitos políticos suspen- c) ser emitida em ordem alfabética de nome de
sos, será necessária a comprovação de tratar-se eleitor, encadernada e embalada por seção elei-
de eleitor diverso. toral.
§ 2º Na hipótese do artigo, o interessado deverá § 2º O comprovante de comparecimento (canho-
preencher requerimento e instruir o pedido com to) conterá o nome completo do eleitor, o núme-
declaração de situação de direitos políticos e do- ro de sua inscrição eleitoral e referência à data
cumentação comprobatória de sua alegação. da eleição.
§ 3º Comprovada a cessação do impedimento,
será comandado o código FASE próprio e/ou DA CONSERVAÇÃO DE DOCUMENTOS
inativado(s), quando for o caso, o(s) registro(s)
correspondente(s) na base de perda e suspensão Art. 55. Os formulários utilizados pelos cartórios e
de direitos políticos. tribunais eleitorais, em pleitos anteriores à data desta
resolução e nos que lhe seguirem, deverão ser conser-
vados em cartório, observado o seguinte:
Art. 53. São considerados documentos comprobatórios
de reaquisição ou restabelecimento de direitos políti- I – os protocolos de entrega do título eleitoral
cos: (PETE) assinados pelo eleitor e os formulários
(Formulário de Alistamento Eleitoral – FAE ou
I – Nos casos de perda: Requerimento de Alistamento Eleitoral – RAE)
a) decreto ou portaria; relativos a alistamento, transferência, revisão ou
segunda via, por, no mínimo, cinco anos;
b) comunicação do Ministério da Justiça.
II – as folhas de votação, por oito anos, descar-
II – Nos casos de suspensão:
tando-se a mais antiga somente após retornar
a) para interditos ou condenados: sentença ju- das seções eleitorais a mais recente;
dicial, certidão do juízo competente ou outro
III – os formulários de atualização da situação
documento;
do eleitor (FASE) e os comprovantes de compa-
b) para conscritos ou pessoas que se recusaram recimento à eleição (canhotos) que permanece-
à prestação do serviço militar obrigatório: Cer- rem junto à folha de votação poderão ser des-
tificado de Reservista, Certificado de Isenção, cartados depois de processados e armazenados
Certificado de Dispensa de Incorporação, Certi- em meio magnético;
ficado do Cumprimento de Prestação Alternati-
IV – os cadernos de revisão utilizados durante
va ao Serviço Militar Obrigatório, Certificado de
os serviços pertinentes, por quatro anos, conta-
Conclusão do Curso de Formação de Sargentos,
dos do encerramento do período revisional;
Certificado de Conclusão de Curso em Órgão de
Formação da Reserva ou similares; V – os boletins de urna, por quatro anos, conta-
dos da data de realização do pleito correspon-
c) para beneficiários do Estatuto da Igualdade:
dente;
comunicação do Ministério da Justiça ou de re-
partição consular ou missão diplomática com- VI – as relações de eleitores agrupados, até o en-

41
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

cerramento do prazo para atualização das deci- III – o eleitorado for superior a sessenta e cinco
sões nas duplicidades e pluralidades; por cento da população projetada para aquele
ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Es-
VII – os títulos eleitorais não procurados pelo
tatística (IBGE) (Lei nº 9.504/97, art. 92).
eleitor, os respectivos protocolos de entrega e as
justificativas eleitorais, até o pleito subseqüen- § 2º Não será realizada revisão de eleitorado em
te ou, relativamente a estas, durante o período ano eleitoral, salvo em situações excepcionais,
estabelecido nas instruções específicas para o quando autorizada pelo Tribunal Superior Elei-
respectivo pleito; toral.
VIII – as relações de filiados encaminhadas pe- § 3º Caberá à Secretaria de Informática apresen-
los partidos políticos, por dois anos. tar, anualmente, até o mês de outubro, à presi-
dência do Tribunal Superior Eleitoral, estudo
DAS INSPEÇÕES E CORREIÇÕES comparativo que permita a adoção das medidas
concernentes ao cumprimento da providência
Art. 56. O corregedor-geral ou regional, no âmbito prevista no § 1º.
de sua jurisdição, sempre que entender necessário ou
que tomar conhecimento da ocorrência de indícios de Art. 59. O Tribunal Regional Eleitoral, por intermédio
irregularidades na prestação dos serviços eleitorais, da Corregedoria Regional, inspecionará os serviços de
pessoalmente ou por intermédio de comissão de ser- revisão (Res.-TSE nº 7.651/65, art. 8º).
vidores especialmente por ele designada, como provi-
dência preliminar à correição, inspecionará os serviços
eleitorais da circunscrição, visando identificar eventu- Art. 60. O juiz eleitoral poderá determinar a criação de
ais irregularidades. postos de revisão, que funcionarão em datas fixadas
no edital a que se refere o art. 63 e em período não in-
Parágrafo único. A comissão apresentará relató- ferior a seis horas, sem intervalo, inclusive aos sábados
rio circunstanciado da inspeção ao corregedor, e, se necessário, aos domingos e feriados.
que determinará providências pertinentes, obje-
tivando a regularização dos procedimentos ou a § 1º Nas datas em que os trabalhos revisionais
abertura de correição. estiverem sendo realizados nos postos de revi-
são, o cartório sede da zona poderá, se houver
Art. 57. O corregedor regional realizará correição ordi- viabilidade, permanecer com os serviços eleito-
nária anual na circunscrição e extraordinária, sempre rais de rotina.
que entender necessário ou ante a existência de indí-
§ 2º Após o encerramento diário do expediente
cios de irregularidades que a justifique, observadas as
nos postos de revisão, a listagem geral e o cader-
instruções específicas do Tribunal Superior Eleitoral e
no de revisão deverão ser devidamente guarda-
as que subsidiariamente baixar a Corregedoria Regio-
dos em local seguro e previamente determinado
nal Eleitoral.
pelo juiz eleitoral.

DA REVISÃO DE ELEITORADO § 3º Os serviços de revisão encerrar-se-ão até as


18 horas da data especificada no edital de que
Art. 58. Quando houver denúncia fundamentada de trata o art. 63 desta resolução.
fraude no alistamento de uma zona ou município, o § 4º Existindo, na ocasião do encerramento dos
Tribunal Regional Eleitoral poderá determinar a reali- trabalhos, eleitores aguardando atendimento,
zação de correição e, provada a fraude em proporção
serão distribuídas senhas aos presentes, que se-
comprometedora, ordenará, comunicando a decisão
rão convidados a entregar ao juiz eleitoral seus
ao Tribunal Superior Eleitoral, a revisão do eleitorado,
títulos eleitorais para que sejam admitidos à re-
obedecidas as instruções contidas nesta resolução e as
visão, que continuará se processando em ordem
recomendações que subsidiariamente baixar, com o
numérica das senhas até que todos sejam aten-
cancelamento de ofício das inscrições correspondentes
didos, sem interrupção dos trabalhos.
aos títulos que não forem apresentados à revisão (Có-
digo Eleitoral, art. 71, § 4º).
Art. 61. Aprovada a revisão de eleitorado, a Secreta-
§ 1º O Tribunal Superior Eleitoral determinará, ria de Informática, ou órgão regional por ela indicado,
de ofício, a revisão ou correição das zonas elei- emitirá ou colocará à disposição, em meio magnético,
torais sempre que: listagem geral do cadastro, contendo relação completa
I – o total de transferências de eleitores ocorri- dos eleitores regulares inscritos e/ou transferidos no
das no ano em curso seja dez por cento superior período abrangido pela revisão no(s) município(s) ou
ao do ano anterior; zona(s) a ela sujeito(s), bem como o correspondente ca-
derno de revisão, do qual constará comprovante desta-
II – o eleitorado for superior ao dobro da popu- cável de comparecimento (canhoto).
lação entre dez e quinze anos, somada à de ida-
de superior a setenta anos do território daquele Parágrafo único. A listagem geral e o caderno de
município; revisão serão emitidos em única via, englobarão

42
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Eleitoral

todas as seções eleitorais referentes à zona ou três dias consecutivos, por meio da imprensa es-
município objeto da revisão e serão encaminha- crita, falada e televisada, se houver, e por quais-
dos, por intermédio da respectiva Corregedoria quer outros meios que possibilitem seu pleno
Regional, ao juiz eleitoral da zona onde estiver conhecimento por todos os interessados, o que
sendo realizada a revisão. deverá ser feito sem ônus para a Justiça Eleito-
ral.
Art. 62. A revisão do eleitorado deverá ser sem-
pre presidida pelo juiz eleitoral da zona subme-
Art. 64. A prova de identidade só será admitida se fei-
tida à revisão.
ta pelo próprio eleitor mediante apresentação de um
§ 1º O juiz eleitoral dará início aos procedimen- ou mais dos documentos especificados no art. 13 desta
tos revisionais no prazo máximo de 30 dias, resolução.
contados da aprovação da revisão pelo Tribunal
competente. Art. 65. A comprovação de domicílio poderá ser feita
§ 2º A revisão deverá ser precedida de ampla mediante um ou mais documentos dos quais se infi-
divulgação, destinada a orientar o eleitor quan- ra ser o eleitor residente ou ter vínculo profissional,
to aos locais e horários em que deverá se apre- patrimonial ou comunitário no município a abonar a
sentar, e processada em período estipulado pelo residência exigida.
Tribunal Regional Eleitoral, não inferior a 30
§ 1º Na hipótese de ser a prova de domicílio fei-
dias (Lei nº 7.444/85, art. 3º, § 1º).
ta mediante apresentação de contas de luz, água
§ 3º A prorrogação do prazo estabelecido no ou telefone, nota fiscal ou envelopes de corres-
edital para a realização da revisão, se necessá- pondência, estes deverão ter sido, respectiva-
ria, deverá ser requerida pelo juiz eleitoral, em mente, emitidos ou expedidos nos 3 (três) meses
ofício fundamentado, dirigido à presidência do anteriores ao preenchimento do RAE, ressalva-
Tribunal Regional Eleitoral, com antecedência da a possibilidade de exigir-se documentação
mínima de cinco dias da data do encerramento relativa a período anterior, na forma do § 3º des-
do período estipulado no edital. te artigo.
§ 2º Na hipótese de ser a prova de domicílio fei-
Art. 63. De posse da listagem e do caderno de revisão, ta mediante apresentação de cheque bancário,
o juiz eleitoral deverá fazer publicar, com antecedên- este só poderá ser aceito se dele constar o ende-
cia mínima de cinco dias do início do processo revi- reço do correntista.
sional, edital para dar conhecimento da revisão aos § 3º O juiz eleitoral poderá, se julgar necessário,
eleitores cadastrados no(s) município(s) ou zona(s), exigir o reforço, por outros meios de convenci-
convocando-os a se apresentarem, pessoalmente, no mento, da prova de domicílio quando produzi-
cartório ou nos postos criados, em datas previamente da pelos documentos elencados nos §§ 1º e 2º.
especificadas, atendendo ao disposto no art. 62, a fim
de procederem às revisões de suas inscrições. § 4º Subsistindo dúvida quanto à idoneidade
do comprovante de domicílio apresentado ou
Parágrafo único. O edital de que trata o caput ocorrendo a impossibilidade de apresentação
deverá: de documento que indique o domicílio do elei-
tor, declarando este, sob as penas da lei, que tem
I – dar ciência aos eleitores de que:
domicílio no município, o juiz eleitoral decidirá
a) estarão obrigados a comparecer à revisão a de plano ou determinará as providências neces-
fim de confirmarem seu domicílio, sob pena de sárias à obtenção da prova, inclusive por meio
cancelamento da inscrição, sem prejuízo das de verificação in loco.
sanções cabíveis, se constatada irregularidade;
Art. 66. A revisão de eleitorado ficará submetida ao
b) deverão se apresentar munidos de documen-
direto controle do juiz eleitoral e à fiscalização do re-
to de identidade, comprovante de domicílio e
presentante do Ministério Público que oficiar perante
título eleitoral ou documento comprobatório
o juízo.
da condição de eleitor ou de terem requerido
inscrição ou transferência para o município ou
zona (Código Eleitoral, art. 45). Art. 67. O juiz eleitoral deverá dar conhecimento aos
partidos políticos da realização da revisão, facultando-
II – estabelecer a data do início e do término da -lhes, na forma prevista nos arts. 27 e 28 desta resolu-
revisão, o período e a área abrangidos, e dias e ção, acompanhamento e fiscalização de todo o trabalho.
locais onde serão instalados os postos de revi-
são;
Art. 68. O juiz eleitoral poderá requisitar diretamente
III – ser disponibilizado no fórum da comarca, às repartições públicas locais, observados os impedi-
nos cartórios eleitorais, repartições públicas mentos legais, tantos auxiliares quantos bastem para o
e locais de acesso ao público em geral, dele se desempenho dos trabalhos, bem como a utilização de
fazendo ampla divulgação, por um mínimo de instalações de prédios públicos.

43
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Art. 69. O juiz eleitoral determinará o registro, no ca- Ministério Público, o juiz eleitoral deverá determinar
derno de revisão, da regularidade ou não da inscrição o cancelamento das inscrições irregulares e daquelas
do eleitor, observados os seguintes procedimentos: cujos eleitores não tenham comparecido, adotando as
medidas legais cabíveis, em especial quanto às inscri-
a) o servidor designado pelo juiz eleitoral proce- ções consideradas irregulares, situações de duplicida-
derá à conferência dos dados contidos no cader- de ou pluralidade e indícios de ilícito penal a exigir
no de revisão com os documentos apresentados apuração.
pelo eleitor;
Parágrafo único. O cancelamento das inscrições
b) comprovados a identidade e o domicílio elei-
de que trata o caput somente deverá ser efetiva-
toral, o servidor exigirá do eleitor que aponha
do no sistema após a homologação da revisão
sua assinatura ou a impressão digital de seu
pelo Tribunal Regional Eleitoral.
polegar no caderno de revisão, e entregar-lhe
-á o comprovante de comparecimento à revisão
Art. 74. A sentença de cancelamento deverá ser especí-
(canhoto);
fica para cada município abrangido pela revisão e pro-
c) o eleitor que não apresentar o título eleitoral latada no prazo máximo de dez dias contados da data
deverá ser considerado como revisado, desde do retorno dos autos do Ministério Público, podendo o
que atendidas as exigências dos arts. 64 e 65 des- Tribunal Regional Eleitoral fixar prazo inferior.
ta resolução e que seu nome conste do caderno
de revisão; § 1º A sentença de que trata o caput deverá:

d) constatada incorreção de dado identificador I – relacionar todas as inscrições que serão can-
do eleitor constante do cadastro eleitoral, se celadas no município;
atendidas as exigências dos arts. 64 e 65 desta II – ser publicada a fim de que os interessados e,
resolução, o eleitor deverá ser considerado revi- em especial, os eleitores cancelados, exercendo
sado e orientado a procurar o cartório eleitoral a ampla defesa, possam recorrer da decisão.
para a necessária retificação;
§ 2º Contra a sentença a que se refere este artigo,
e) o eleitor que não comprovar sua identidade caberá, no prazo de três dias, contados da publi-
ou domicílio não assinará o caderno de revisão cidade, o recurso previsto no art. 80 do Código
nem receberá o comprovante revisional; Eleitoral e serão aplicáveis as disposições do art.
f) o eleitor que não constar do caderno de revi- 257 do mesmo diploma legal.
são, cuja inscrição pertença ao período abrangi- § 3º No recurso contra a sentença a que se refere
do pela revisão, deverá ser orientado a procurar este artigo, os interessados deverão especificar
o cartório eleitoral para regularizar sua situação a inscrição questionada, relatando fatos e forne-
eleitoral, na forma estabelecida nesta resolução. cendo provas, indícios e circunstâncias enseja-
doras da alteração pretendida.
Art. 70. Na revisão mediante sistema informatizado,
observar-se-ão, no que couber, os procedimentos pre- Art. 75. Transcorrido o prazo recursal, o juiz eleitoral
vistos no art. 69. fará minucioso relatório dos trabalhos desenvolvidos,
que encaminhará, com os autos do processo de revi-
Parágrafo único. Nas situações descritas nas alí-
são, à Corregedoria Regional Eleitoral.
neas d e f do art. 69, o eleitor poderá requerer,
desde que viável, regularização de sua situação Parágrafo único. Os recursos interpostos deve-
eleitoral no próprio posto de revisão. rão ser remetidos, em autos apartados, à presi-
dência do Tribunal Regional Eleitoral.
Art. 71. Se o eleitor possuir mais de uma inscrição li-
berada ou regular no caderno de revisão, apenas uma Art. 76. Apreciado o relatório e ouvido o Ministério
delas poderá ser considerada revisada. Público, o corregedor regional eleitoral:
Parágrafo único. Na hipótese do caput, I – indicará providências a serem tomadas, se
deverá(ão) ser formalmente recolhido(s) e verificar a ocorrência de vícios comprometedo-
inutilizado(s) o(s) título(s) encontrado(s) em po- res à validade ou à eficácia dos trabalhos;
der do eleitor referente(s) à(s) inscrição(ões) que
exigir(em) cancelamento. II – submetê-lo-á ao Tribunal Regional, para ho-
mologação, se entender pela regularidade dos
Art. 72. Compete ao Tribunal Regional Eleitoral auto- trabalhos revisionais.
rizar, excetuadas as hipóteses previstas no § 1º do art.
58 desta resolução, a alteração do período e/ou da área DA ADMINISTRAÇÃO DO CADASTRO
abrangidos pela revisão, comunicando a decisão ao ELEITORAL
Tribunal Superior Eleitoral.
Art. 77. A execução dos serviços de processamento
Art. 73. Concluídos os trabalhos de revisão, ouvido o eletrônico de dados, na Justiça Eleitoral, será realizada

44
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Eleitoral

por administração direta do Tribunal Regional Eleito- § 4º A fixação do valor da multa pelo não-exer-
ral, em cada circunscrição, sob a orientação e supervi- cício do voto observará o que dispõe o art. 85
são do Tribunal Superior Eleitoral e na conformidade desta resolução e a variação entre o mínimo de
de suas instruções. 3% e o máximo de 10% do valor utilizado como
base de cálculo.
Art. 78. Para a execução dos serviços de que trata esta § 5º A justificação da falta ou o pagamento da
resolução, os tribunais regionais eleitorais, sob super- multa serão anotados no cadastro.
visão e coordenação do Tribunal Superior Eleitoral,
poderão celebrar convênios ou contratos com entida- § 6º Será cancelada a inscrição do eleitor que se
des da administração direta ou indireta da União, es- abstiver de votar em três eleições consecutivas,
tados, Distrito Federal, territórios ou municípios, ou salvo se houver apresentado justificativa para a
com empresas cujo capital seja exclusivamente nacio- falta ou efetuado o pagamento de multa, fican-
nal (Lei nº 7.444/85, art. 7º, parágrafo único). do excluídos do cancelamento os eleitores que,
por prerrogativa constitucional, não estejam
obrigados ao exercício do voto (suprimido).
Art. 79. O cadastro eleitoral e as informações resultan-
tes de sua manutenção serão administrados e utiliza- § 7º Para o cancelamento a que se refere o § 6º,
dos, exclusivamente, pela Justiça Eleitoral, na forma a Secretaria de Informática colocará à disposi-
desta resolução. ção do juiz eleitoral do respectivo domicílio, em
meio magnético ou outro acessível aos cartórios
§ 1º Às empresas contratadas para a execução eleitorais, relação dos eleitores cujas inscrições
de serviços eleitorais, por processamento eletrô- são passíveis de cancelamento, devendo ser afi-
nico, é vedada a utilização de quaisquer dados xado edital no cartório eleitoral.
ou informações resultantes do cadastro eleito-
ral, para fins diversos do serviço eleitoral, sob § 8º Decorridos 60 dias da data do batimento que
pena de imediata rescisão do contrato e sem identificar as inscrições sujeitas a cancelamento,
prejuízo de outras sanções administrativas, ci- mencionadas no § 7º, inexistindo comando de
vis e criminais. quaisquer dos códigos FASE “078 – Quitação
mediante multa”, “108 – Votou em separado”,
§ 2º O Tribunal Superior Eleitoral, em todo o ter- “159 – Votou fora da seção” ou “167 – Justifi-
ritório nacional, e os tribunais regionais eleito- cou ausência às urnas”, ou processamento das
rais, no âmbito das respectivas jurisdições, fisca- operações de transferência, revisão ou segunda
lizarão o cumprimento do disposto neste artigo. via, a inscrição será automaticamente cancelada
§ 3º Caso recebam pedidos de informações so- pelo sistema, mediante código FASE “035 – Dei-
bre dados constantes do cadastro eleitoral, as xou de votar em três eleições consecutivas”, ob-
empresas citadas no § 1º deverão encaminhá-los servada a exceção contida no § 6º.
à presidência do Tribunal Eleitoral competente,
para apreciação. Art. 81. O documento de justificação formalizado pe-
rante a Justiça Eleitoral, no dia da eleição, prova a au-
sência do eleitor do seu domicílio eleitoral.
DA JUSTIFICAÇÃO DO NÃO-
COMPARECIMENTO À ELEIÇÃO § 1º A justificação será formalizada em impresso
próprio fornecido pela Justiça Eleitoral ou, na
Art. 80. O eleitor que deixar de votar e não se justificar falta do impresso, digitado ou manuscrito.
perante o juiz eleitoral até 60 dias após a realização da § 2º O encarregado do atendimento entregará ao
eleição incorrerá em multa imposta pelo juiz eleitoral e eleitor o comprovante, que valerá como prova
cobrada na forma prevista nos arts. 7º e 367 do Código da justificação, para todos os efeitos legais (Lei
Eleitoral, no que couber, e 85 desta resolução. nº 6.091/74, art. 16 e parágrafos).
§ 1º Para eleitor que se encontrar no exterior na § 3º Os documentos de justificação entregues
data do pleito, o prazo de que trata o caput será em missão diplomática ou repartição consular
de 30 dias, contados do seu retorno ao país. brasileira serão encaminhados ao Ministério das
Relações Exteriores, que deles fará entrega ao
§ 2º O pedido de justificação será sempre diri-
Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal
gido ao juiz eleitoral da zona de inscrição, po-
para processamento.
dendo ser formulado na zona eleitoral em que
se encontrar o eleitor, a qual providenciará sua § 4º Os documentos de justificação preenchidos
remessa ao juízo competente. com dados insuficientes ou inexatos, que im-
possibilitem a identificação do eleitor no cadas-
§ 3º Indeferido o requerimento de justificação
tro eleitoral, terão seu processamento rejeitado
ou decorridos os prazos de que cuidam o caput
pelo sistema, o que importará débito para com a
e os §§ 1º e 2º, deverá ser aplicada multa ao elei-
Justiça Eleitoral.
tor, podendo, após o pagamento, ser-lhe forne-
cida certidão de quitação. § 5º Os procedimentos estipulados neste artigo

45
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

serão observados sem prejuízo de orientações temporariamente (até que cesse o impedimen-
específicas que o Tribunal Superior Eleitoral to), em virtude de restrição de direitos políticos,
aprovar para o respectivo pleito. para o exercício do voto e não poderá ser objeto
de transferência, revisão e segunda via;
Art. 82. O eleitor que não votar e não pagar a multa,
c) cancelada – a inscrição atribuída a eleitor que
caso se encontre fora de sua zona e necessite prova de
incidiu em uma das causas de cancelamento
quitação com a Justiça Eleitoral, poderá efetuar o pa-
previstas na legislação eleitoral, que não poderá
gamento perante o juízo da zona em que estiver (Códi-
ser utilizada para o exercício do voto e somen-
go Eleitoral, art. 11).
te poderá ser objeto de transferência ou revisão
§ 1º A multa será cobrada no máximo previsto, nos casos previstos nesta resolução;
salvo se o eleitor quiser aguardar que o juiz da d) coincidente – a inscrição agrupada pelo bati-
zona em que se encontrar solicite informações mento, nos termos do inciso I, sujeita a exame e
sobre o arbitramento ao juízo da inscrição. decisão de autoridade judiciária e que não po-
§ 2º Efetuado o pagamento, o juiz que recolheu a derá ser objeto de transferência, revisão e segun-
multa fornecerá certidão de quitação e determi- da via:
nará o registro da informação no cadastro. – não liberada – inscrição coincidente que não
§ 3º O alistando ou o eleitor que comprovar, na está disponível para o exercício do voto;
forma da lei, seu estado de pobreza, perante – liberada – inscrição coincidente que está dis-
qualquer juízo eleitoral, ficará isento do paga- ponível para o exercício do voto.
mento da multa (Código Eleitoral, art. 367, § 3º).
VI – Inexistente – a inscrição cuja inserção no
§ 4º O eleitor que estiver quite com suas obriga- cadastro foi inviabilizada em decorrência de de-
ções eleitorais poderá requerer a expedição de cisão de autoridade judiciária ou de atualização
certidão de quitação em zona eleitoral diversa automática pelo sistema após o batimento;
daquela em que é inscrito (Res.-TSE nº 20.497,
de 21.10.99). VII – Eleição – cada um dos turnos de um pleito,
para todos os efeitos, exceto para os fins de apli-
cação do disposto no parágrafo único do art. 15
DA NOMENCLATURA UTILIZADA
desta resolução (Código Eleitoral, art. 8º, c.c. a
Art. 83. Para efeito desta resolução, consideram-se: Lei nº 9.504/97, art. 91).

I – Coincidência – o agrupamento pelo bati- DAS DISPOSIÇÕES FINAIS


mento de duas ou mais inscrições ou registros
que apresentem dados iguais ou semelhantes, Art. 84. O juiz eleitoral poderá determinar a incinera-
segundo critérios previamente definidos pelo ção do título eleitoral, bem como do respectivo proto-
Tribunal Superior Eleitoral; colo de entrega, não procurado pelo eleitor até a data
da eleição posterior à emissão do documento.
II – Gêmeos comprovados – aqueles que tenham
comprovado mesma filiação, data e local de nas-
Art. 85. A base de cálculo para aplicação das multas
cimento, em cujas inscrições haja registro de có-
previstas pelo Código Eleitoral e leis conexas, bem
digo FASE 256;
como das de que trata esta resolução, será o último va-
III – Homônimos – aqueles, excetuados os gê- lor fixado para a Ufir, multiplicado pelo fator 33,02, até
meos, que possuam dados iguais ou semelhan- que seja aprovado novo índice, em conformidade com
tes, segundo critérios previamente definidos as regras de atualização dos débitos para com a União.
pelo Tribunal Superior Eleitoral, e que figurem
em uma mesma duplicidade ou pluralidade Art. 86. Os registros de banco de erros permanecerão
(coincidência); disponíveis para tratamento pelas zonas eleitorais
durante o prazo de seis meses, contados da data de
IV – Homônimos comprovados – aqueles em
inclusão da inscrição no banco, após o qual serão auto-
cujas inscrições haja registro de código FASE
maticamente excluídos, deixando de ser efetivadas as
248;
operações correspondentes.
V – Situação – condição atribuída à inscrição
que define sua disponibilidade para o exercício Art. 87. A Corregedoria-Geral, com o apoio da Secre-
do voto e condiciona a possibilidade de sua mo- taria de Informática, providenciará manuais e rotinas
vimentação no cadastro: necessários à execução dos procedimentos de que trata
esta resolução.
a) regular – a inscrição não envolvida em dupli-
cidade ou pluralidade, que está disponível para
Art. 88. A Corregedoria-Geral e as corregedorias regio-
o exercício do voto e habilitada a transferência,
nais eleitorais exercerão supervisão, orientação e fis-
revisão e segunda via;
calização direta do exato cumprimento das instruções
b) suspensa – a inscrição que está indisponível, contidas nesta resolução.

46
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Eleitoral

Art. 89. Os fichários manuais existentes nas zonas e atentem contra os princípios da administração pública
nos tribunais regionais eleitorais, relativos aos regis- se forem praticados de forma dolosa.
tros dos eleitores, anteriores ao recadastramento de
que cuidam a Lei nº 7.444/85 e a Res.-TSE nº 12.547, de Outro aspecto de relevante mudança em relação à
28.2.86, poderão, a critério do Tribunal Regional res- LC n° 64/90 original foi o de que a Lei da Ficha Limpa
pectivo, ser inutilizados, preservando-se os arquivos incorporou ao texto legal da alínea “g” do inciso I do
relativos à filiação partidária e os documentos que, art. 1º a interpretação firmada a respeito do tema pelo
também a critério do Tribunal Regional, tenham valor TSE, que passou a exigir, para os fins de se ter por sus-
histórico. pensa a inelegibilidade, a obtenção de tutela antecipa-
da ou liminar suspendendo os efeitos da decisão de
rejeição de contas.
Art. 90. Considerado o estágio de automação dos ser-
viços eleitorais, a Corregedoria-Geral expedirá provi- A Lei da Ficha Limpa também passou a possibilitar
mentos destinados a regulamentar a presente resolu- a condenação de inelegibilidade mesmo sem ter uma
ção, aprovando os formulários e tabelas cujos modelos sentença condenatória transitada em julgado, como
por ela não tenham sido regulamentados, necessários era antes de sua edição. Atualmente, a partir da altera-
a sua fiel execução. ção, basta para a configuração da inelegibilidade que
se tenha uma sentença condenatória proferida por ór-
Art. 91. A Secretaria de Informática providenciará a gão colegiado, portanto de segunda instância.
transformação dos atuais códigos FASE de cancela-
mento de inscrições em decorrência de revisão de elei- Outra alteração diz respeito ao fato de que houve
torado em códigos FASE 469 e, até a data em que en- um aumento no prazo da inelegibilidade por rejeição
trar em vigor esta resolução, a adequação do sistema de contas.
necessária à implementação desta norma.
Originariamente, a inelegibilidade se aplicava para
as eleições a serem realizadas nos cinco anos seguin-
Art. 92. Esta resolução entra em vigor no dia 1º de janei- tes, contados a partir da data da decisão (da data em
ro de 2004, revogadas a Res.-TSE nº 20.132, de 19.3.98, que a decisão do órgão competente se tornou irrecor-
e as demais disposições em contrário e ressalvadas as rível). Com o advento da Lei da Ficha Limpa o prazo
regras relativas à disciplina da revisão de eleitorado e estendeu-se às eleições que sejam realizadas nos oito
à fixação de competência para exame de duplicidades anos seguintes à data da decisão do órgão competen-
e pluralidades, que terão aplicação imediata. te.

Por fim, tem-se como alteração substancial a partir


da Lei da Ficha Limpa, o fato de que esta acrescentou
como hipótese de inelegibilidade, aditando-se ao texto
08 LEI DA FICHA LIMPA (LC 135/10) da alínea “g” do inciso I do art. 1º da LC nº 64/90 a
A denominada “Lei da Ficha Limpa” alterou a Lei seguinte expressão:
Complementar no 64/90, supramencionada, e incluiu
hipóteses de inelegibilidade, além de ter alterado pra- “Aplicando-se o disposto no inciso II do art. 71
zos, visando proteger a probidade administrativa e a da Constituição Federal, a todos os ordenado-
moralidade no exercício do mandato, além de outras res de despesa, sem exclusão de mandatários
mudanças que abaixo serão destacadas. que houverem agido nessa condição”.

Como no item 5 foram elencadas as hipóteses de A questão passa pelo estudo das diferenças entre
inelegibilidade, agora serão arroladas as principais al- contas de governo e contas de gestão e, também, sobre
terações trazidas pela Lei da Ficha Limpa, de modo a os órgãos competentes para seu julgamento.
complementarem-se os tópicos entre si.
A prestação de contas de governo é o meio pelo
Pode-se citar como importante alteração o fato de qual, anualmente, o Presidente da República, os
que se passou a exigir para a configuração da inelegi- Governadores de Estado e do Distrito Federal e os
bilidade, que a irregularidade que acarretou a rejeição Prefeitos Municipais expressam os resultados da atu-
da prestação de contas caracterize ato doloso de im- ação governamental no exercício financeiro a que se
probidade administrativa. referem.

A partir de tal alteração, não tem o poder de ge- As contas de administradores e gestores públicos,
rar a inelegibilidade prevista na alínea “g”, I do art. 1° dizem respeito ao dever de prestar contas de todos
da LC n° 64/90 os atos de improbidade administrativa aqueles que lidam com recursos públicos, captam re-
praticados de forma culposa, como ocorria anterior- ceitas, ordenam despesas (art. 70, parágrafo único da
mente. CF/88).

Ao contrário, podem gerar inelegibilidade os atos Submetem-se a julgamento direto pelos Tribunais
de improbidade administrativa que importem em en- de Contas, podendo gerar imputação de débito e mul-
riquecimento ilícito, que causem lesão ao erário e que ta (art. 71, II e § 3º da CF/88).

47
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

so eleitoral, receber recursos do Fundo Partidário e ter


09 LEI DOS PARTIDOS POLÍTICOS (LEI acesso gratuito ao rádio e à televisão, nos termos fixa-
9096/95) dos nesta Lei.

O registro do estatuto do partido no Tribunal


Define-se o partido político como a pessoa jurídi- Superior Eleitoral assegura a exclusividade da sua de-
ca de direito privado, que se destina a assegurar, no nominação, sigla e símbolos, vedada a utilização, por
interesse do regime democrático, a autenticidade do outros partidos, de variações que venham a induzir a
sistema representativo e a defender os direitos funda- erro ou confusão.
mentais definidos na Constituição Federal.
O requerimento do registro de partido político,
São dotados de tamanha capacidade que não há dirigido ao cartório competente do Registro Civil das
representação popular e o exercício do poder estatal Pessoas Jurídicas, da Capital Federal, deve ser subscri-
sem a intermediação partidária. Os partidos são asso- to pelos seus fundadores, em número nunca inferior
ciações voluntárias de pessoas, com determinada ide- a cento e um, com domicílio eleitoral em, no mínimo,
ologia e programa, visando o poder mediante os meios um terço dos Estados, e será acompanhado dos se-
constitucionais cabíveis a satisfazer os interesses e an- guintes documentos:
seios dos seus membros.
I - cópia autêntica da ata da reunião de fundação
A Constituição adota o princípio da livre associa- do partido;
ção e liberdade partidária, disso decorre que a regra de
que é livre a criação, fusão, incorporação e extinção de II - exemplares do Diário Oficial que publicou,
partidos políticos cujos programas respeitem a sobe- no seu inteiro teor, o programa e o estatuto;
rania nacional, o regime democrático, o pluripartida- III - relação de todos os fundadores com o
rismo e os direitos fundamentais da pessoa humana. nome completo, naturalidade, número do título
eleitoral com a Zona, Seção, Município e Estado,
Apesar das regras a que devem estar adstritos os
profissão e endereço da residência. O requeri-
partidos políticos, os mesmos tem autonomia para
mento indicará o nome e função dos dirigentes
definir sua estrutura interna, organização e funciona-
provisórios e o endereço da sede do partido na
mento, e seus filiados possuem direitos e deveres iso- Capital Federal.
nômicos.
Satisfeitas as exigências acima, o Oficial do Registro
De acordo com o princípio da soberania, a ação do Civil efetua o registro no livro correspondente, expe-
partido tem caráter nacional e é exercida nos termos dindo certidão de inteiro teor.
de seu estatuto e programa, sem subordinação a enti-
dades ou governos estrangeiros. Adquirida a personalidade jurídica, o partido pro-
move a obtenção do apoiamento mínimo de eleitores
Como se trata de ente civil, estabeleceu o legislador e realiza os atos necessários para a constituição defi-
que é vedado ao partido político ministrar instrução nitiva de seus órgãos e designação dos dirigentes, na
militar ou paramilitar, utilizar-se de organização da forma do seu estatuto.
mesma natureza e adotar uniforme para seus mem-
bros. Feita a constituição e designação, os dirigentes na-
cionais promoverão o registro do estatuto do partido
O partido político adquire sua personalidade jurídi- junto ao Tribunal Superior Eleitoral, através de reque-
ca nos termos da lei civil, como qualquer outra associa- rimento acompanhado de:
ção, ou seja, inicialmente é registrado no Cartório Civil
de Pessoas Jurídicas e, após, deve ser registrado seu I - exemplar autenticado do inteiro teor do pro-
estatuto perante o Tribunal Superior Eleitoral. Após grama e do estatuto partidários, inscritos no Re-
adquirir personalidade jurídica na forma da lei civil, gistro Civil;
registra seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral, o
qual só deferirá o registro caso se verifiquem os requi- II - certidão do registro civil da pessoa jurídica, a
sitos contidos na lei para tanto.
que se refere o § 2º do artigo anterior;
O obrigatório caráter nacional dos partidos políti-
cos somente é comprovado, comprovando-se o apos- III - certidões dos cartórios eleitorais que com-
samento de eleitores correspondente a, pelo menos, provem ter o partido obtido o apoiamento mí-
meio por cento dos votos dados na última eleição geral nimo de eleitores a que se refere o § 1º do art. 7º.
para a Câmara dos Deputados, não computados os vo-
A prova do apoiamento mínimo de eleitores é feita
tos em branco e os nulos, distribuídos por um terço, ou
mais, dos Estados, com um mínimo de um décimo por por meio de suas assinaturas, com menção ao núme-
cento do eleitorado que haja votado em cada um deles. ro do respectivo título eleitoral, em listas organizadas
para cada Zona, sendo a veracidade das respectivas
Só o partido que tenha registrado seu estatuto no assinaturas e o número dos títulos atestados pelo
Tribunal Superior Eleitoral pode participar do proces- Escrivão Eleitoral.

48
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Eleitoral

O Escrivão Eleitoral dá imediato recibo de cada lis- II - filiação e desligamento de seus membros;
ta que lhe for apresentada e, no prazo de quinze dias,
lavra o seu atestado, devolvendo-a ao interessado. III - direitos e deveres dos filiados;
IV - modo como se organiza e administra, com a
Protocolado o pedido de registro no Tribunal
definição de sua estrutura geral e identificação,
Superior Eleitoral, o processo respectivo, no prazo de
composição e competências dos órgãos partidá-
quarenta e oito horas, é distribuído a um Relator, que,
rios nos níveis municipal, estadual e nacional,
ouvida a Procuradoria-Geral, em dez dias, determi-
duração dos mandatos e processo de eleição dos
na, em igual prazo, diligências para sanar eventuais
seus membros;
falhas do processo. Se não houver diligências a deter-
minar, ou após o seu atendimento, o Tribunal Superior V - fidelidade e disciplina partidárias, processo
Eleitoral registra o estatuto do partido, no prazo de para apuração das infrações e aplicação das pe-
trinta dias. nalidades, assegurado amplo direito de defesa;
A cada alteração programática ou estatutária (Ex: VI - condições e forma de escolha de seus candi-
eleição de novos membros e mudança de quórum para datos a cargos e funções eletivas;
as deliberações partidárias) as mesmas devem ser re-
VII - finanças e contabilidade, estabelecendo,
gistradas no Ofício Civil competente e após encami-
inclusive, normas que os habilitem a apurar as
nhadas ao TSE nos mesmos moldes.
quantias que os seus candidatos possam des-
Quando as alterações forem de cunho estadual, pender com a própria eleição, que fixem os li-
municipal ou zonal (integrantes dos órgãos) as mes- mites das contribuições dos filiados e definam
mas devem ser comunicadas ao TRE respectivo. as diversas fontes de receita do partido, além
daquelas previstas nesta Lei;
O partido com registro no Tribunal Superior
Eleitoral pode credenciar, respectivamente, que VIII - critérios de distribuição dos recursos do
poderão representar o partido na respectiva Fundo Partidário entre os órgãos de nível muni-
circunscrição a que foram credenciados: cipal, estadual e nacional que compõem o par-
tido;
I - delegados perante o Juiz Eleitoral;
IX - procedimento de reforma do programa e do
II - delegados perante o Tribunal Regional Elei- estatuto.
toral;
RESPONSABILIDADE
III - delegados perante o Tribunal Superior Elei-
toral. Responde para todos os fins de direito o órgão par-
tidário municipal, estadual ou nacional que tiver dado
causa ao não cumprimento da obrigação, à violação
DAS BANCADAS
de direito, a dano a outrem ou a qualquer ato ilícito,
Os partidos políticos funcionam nas Casas excluída a solidariedade de outros órgãos de direção
Legislativas (Câmaras de Vereadores, Assembleias partidária.
Legislativas, Câmaras dos Deputados, Senado) por
intermédio de uma bancada, que deve constituir suas DA FILIAÇÃO E DESFILIAÇÃO
lideranças de acordo com o estatuto do partido, as dis-
posições regimentais das respectivas Casas e as nor- Para filiar-se a partido o eleitor deve estar no pleno
mas da Lei. gozo de seus direitos políticos. Deferida a filiação do
eleitor, será entregue comprovante ao interessado, no
Tem direito a funcionamento parlamentar, em to- modelo adotado pelo partido.
das as Casas Legislativas para as quais tenha elegido
representante, o partido que, em cada eleição para a Já, como regra para que o cidadão possa concorrer
Câmara dos Deputados obtenha o apoio de, no mí- a cargo político, o mesmo deve estar filiado ao respec-
nimo, cinco por cento dos votos apurados, não com- tivo partido pelo menos um ano da data fixada para
putados os brancos e os nulos, distribuídos em, pelo as eleições.
menos, um terço dos Estados, com um mínimo de dois
por cento do total de cada um deles. No termos do calendário eleitoral aprovado anu-
almente via Resolução do TSE, na segunda semana
dos meses de abril e outubro de cada ano, o partido,
DO PROGRAMA E DO ESTATUTO por seus órgãos de direção municipais, regionais ou
nacional, deverá remeter, aos juízes eleitorais, para ar-
O Estatuto do partido deve conter, entre outras, quivamento, publicação e cumprimento dos prazos de
normas sobre: filiação partidária para efeito de candidatura a cargos
eletivos, a relação dos nomes de todos os seus filiados,
I - nome, denominação abreviada e o estabeleci- da qual constará a data de filiação, o número dos títu-
mento da sede na Capital Federal; los eleitorais e das seções em que estão inscritos.

49
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Caso a relação não seja remetida nos prazos men- poderá estabelecer, além das medidas disciplinares
cionados, considera-se a anteriormente remetida como básicas de caráter partidário, normas sobre penalida-
válida. De todo o modo, aqueles que se sintam preju- des, inclusive com desligamento temporário da banca-
dicados por desídia ou má-fé poderão requerer, dire- da, suspensão do direito de voto nas reuniões internas
tamente à Justiça Eleitoral, a observância desta regra ou perda de todas as prerrogativas, cargos e funções
(Ex.: Ocorre quando o cidadão pede sua desfiliação, que exerça em decorrência da representação e da pro-
mas o partido não envia a relação atualizada e o mes- porção partidária.
mo continua como filiado perante o TSE e, em conse-
quência perante terceiros).
P IMPORTANTE: Perde automaticamente a fun-
Os órgãos de direção nacional dos partidos políti- ção ou cargo que exerça, na respectiva Casa Le-
cos terão pleno acesso às informações de seus filiados gislativa, em virtude da proporção partidária, o
constantes do cadastro eleitoral. parlamentar que deixar o partido sob cuja legen-
da tenha sido eleito.
CUIDADO: O partido político pode estabele-
cer, em seu estatuto, prazos de filiação parti- Tal regra, que visou o fortalecimento dos partidos e
dária superiores aos previstos nesta Lei, com o respeito ao ideário partidário (a partir da Resolução
vistas a candidatura a cargos eletivos. Tal regra 22610/07 do TSE) passou a permitir que o partido po-
só vale se os prazos forem superiores, nunca lítico interessado possa pedir a perda do cargo eletivo
inferiores aos legais. em decorrência da desfiliação sem justa causa. O man-
dato pertence ao partido e não ao candidato.
Contudo, também é importante destacar que os
prazos de filiação partidária, fixados no estatuto do As únicas hipóteses de justa causa que permitem ao
partido, com vistas à candidatura a cargos eletivos, candidato trocar de partido sem a perda do mandato são:
não podem ser alterados no ano da eleição (regra ade-
quada ao princípio da anualidade). a) Incorporação ou fusão do partido;
A desfiliação é realizada em duas etapas: a) comu- b) Criação de novo partido;
nicação escrita ao partido (Diretório Municipal onde
estiver registrado) e ao Juízo Eleitoral da Zona em que c) Mudança substancial ou desvio reiterado do
for inscrito. programa partidário;
REGRA: O vínculo considera-se extinto depois
d) Grave discriminação pessoal.
de transcorridos dois dias da comunicação.
EXCEÇÃO: O cancelamento imediato da filia-
ção partidária verifica-se nos casos de: morte; DA FUSÃO, INCORPORAÇÃO E EXTINÇÃO DOS
perda dos direitos políticos; expulsão; outras PARTIDOS POLÍTICOS
formas previstas no estatuto (com comunicação
obrigatória ao atingido no prazo de 48 horas da O partido que se dissolva, se incorpore ou se funda,
decisão). fica cancelado perante o Ofício Civil e o TSE.

Nos casos de filiação em outro partido, a comuni- O TSE, após trânsito em julgado de decisão, deter-
cação da desfiliação ao partido e ao juiz da respectiva mina o cancelamento do registro civil e do estatuto do
Zona Eleitoral, se não for realizada até o dia da nova partido contra o qual se prove uma das seguintes cir-
filiação, configurará dupla filiação, sendo ambas con- cunstâncias:
sideradas nulas para todos os efeitos. I - ter recebido ou estar recebendo recursos fi-
nanceiros de procedência estrangeira;
FIDELIDADE II - estar subordinado à entidade ou governo es-
O estatuto de cada partido deve prever as formas trangeiros;
para configuração e apuração da responsabilidade por III - não ter prestado as devidas contas à Justiça
violação dos deveres partidários. O certo é que filia- Eleitoral;
do algum pode sofrer medida disciplinar ou punição
por conduta que não esteja tipificada no estatuto do IV - que mantém organização paramilitar.
partido político. Ao processo para apuração da infra-
ção partidária é assegurado o contraditório e a ampla O partido político, em nível nacional, não sofrerá a
defesa. suspensão das cotas do Fundo Partidário, nem qual-
quer outra punição como consequência de atos prati-
O integrante da bancada de partido deve subordi- cados por órgãos regionais ou municipais.
nar sua ação parlamentar aos princípios doutrinários
e programáticos e às diretrizes estabelecidas pelos ór- Despesas realizadas por órgãos partidários mu-
gãos de direção partidários, na forma do estatuto, que nicipais ou estaduais ou por candidatos majoritários

50
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Eleitoral

nas respectivas circunscrições devem ser assumidas - discriminação dos valores e destinação dos re-
e pagas exclusivamente pela esfera partidária corres- cursos oriundos do fundo partidário;
pondente, salvo acordo expresso com órgão de outra
- origem e valor das contribuições e doações;
esfera partidária.
- despesas de caráter eleitoral, com a especifica-
Por decisão de seus órgãos nacionais de delibera- ção e comprovação dos gastos com programas
ção, dois ou mais partidos poderão fundir-se num só no rádio e televisão, comitês, propaganda, pu-
ou incorporar-se um ao outro. Na fusão os órgãos de blicações, comícios, e demais atividades de cam-
direção dos partidos elaborarão projetos comuns de panha;
estatuto e programa em reunião conjunta, por maioria
absoluta dos partidos; já, na incorporação, caberá ao - discriminação detalhada das receitas e despe-
partido incorporando deliberar por maioria absoluta sas
de votos, em seu órgão nacional de deliberação, sobre a No ano em que ocorrem eleições, o partido deve
adoção do estatuto e do programa de outra agremiação. enviar balancetes mensais à Justiça Eleitoral, durante
os quatro meses anteriores e os dois meses posteriores
Na fusão, a existência legal do novo partido tem
ao pleito.
início com o registro, no Ofício Civil competente da
Capital Federal, do estatuto e do programa, cujo reque- A Justiça Eleitoral exerce a fiscalização sobre a es-
rimento deve ser acompanhado das atas das decisões crituração contábil e a prestação de contas do partido
dos órgãos competentes e posteriormente ser levado a e das despesas de campanha eleitoral, observando as
registro no TSE para verificação dos requisitos legais. seguintes regras:

I - obrigatoriedade de constituição de comitês


P INTERESSANTE: Recentemente anunciou-se a e designação de dirigentes partidários específi-
fusão do PPS com o PMN, que daria origem ao cos, para movimentar recursos financeiros nas
MD - Mobilização Democrática, mas sequer hou- campanhas eleitorais;
ve o registro do Estatuto do mesmo, portanto o
partido ainda não existe. II - caracterização da responsabilidade dos diri-
gentes do partido e comitês, inclusive do tesou-
reiro, que responderão, civil e criminalmente,
Na incorporação, primeiramente o ofício compe- por quaisquer irregularidades;
tente deve cancelar o registro do partido incorporado
e após é que deve ser formalizada a incorporação pro- III - escrituração contábil, com documentação
priamente dita. que comprove a entrada e saída de dinheiro ou
de bens recebidos e aplicados;
Um dos aspectos positivos da fusão ou incorpora-
ção de partidos é o de que os votos obtidos por eles, IV - obrigatoriedade de ser conservada pelo
na última eleição geral para a Câmara dos Deputados, partido a documentação comprobatória de suas
devem ser somados para efeito do funcionamento prestações de contas, por prazo não inferior a
parlamentar, somando a distribuição dos recursos do cinco anos;
Fundo Partidário e o acesso gratuito ao rádio e à tele-
V - obrigatoriedade de prestação de contas, pelo
visão.
partido político, seus comitês e candidatos, no
encerramento da campanha eleitoral, com o
DA PRESTAÇÃO DE CONTAS recolhimento imediato à tesouraria do partido
dos saldos financeiros eventualmente apurados.
O partido político deve manter escrituração contá- As contas são julgadas pela Justiça Eleitoral e caso
bil, de forma a permitir o conhecimento da origem de constatada a violação de normas legais ou estatutárias,
suas receitas e a destinação de suas despesas. ficará o partido sujeito às seguintes sanções:
De forma a controlar e restringir a origem dos re- I - no caso de recursos de origem não menciona-
cursos partidários o legislador vedou o recebimen- da ou esclarecida, fica suspenso o recebimento
to direto ou indireto de contribuição pecuniário ou das quotas do fundo partidário até que o escla-
qualquer auxílio de: entidade ou governo estrangei- recimento seja aceito pela Justiça Eleitoral;
ros; autoridade ou órgãos públicos (exceto do Fundo
Partidário); de entidades governamentais e entes da II - no caso de recebimento de recursos de ori-
administração direta ou indireta e entidade de classe gem vedada, fica suspensa a participação no
ou sindical. fundo partidário por um ano.

Anualmente os partidos são obrigados a enviar á A falta de prestação de contas ou sua desaprovação
Justiça Eleitoral o balanço contábil do exercício até o total ou parcial implica a suspensão de novas cotas do
dia 30 de abril do ano imediatamente posterior. Os ba- Fundo Partidário e sujeita os responsáveis às penas da
lanços são publicados em Diário Oficial e devem con- lei, podendo a Justiça Eleitoral determinar diligências
ter os seguintes itens: para sanar eventuais irregularidades.

51
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

A sanção de suspensão do repasse de novas quotas II - noventa e nove por cento do total do Fundo
do Fundo Partidário, por desaprovação total ou parcial Partidário serão distribuídos aos partidos que
da prestação de contas de partido, deverá ser aplicada tenham preenchido as condições do art. 13, na
de forma proporcional e razoável, pelo período de 1 proporção dos votos obtidos na última eleição
(um) mês a 12 (doze) meses, ou por meio do descon- geral para a Câmara dos Deputados.
to, do valor a ser repassado, da importância apontada
como irregular. Ocorre a prescrição de aludida sanção
P Importante: 5% (cinco por cento) do total do
em 5 anos da apresentação das contas, caso não seja
Fundo Partidário será destacado para entrega,
julgada nesse período.
em partes iguais, a todos os partidos que tenham
Da decisão que desaprovar total ou parcialmente a seus estatutos registrados no Tribunal Superior
prestação de contas dos órgãos partidários caberá re- Eleitoral e 95% (noventa e cinco por cento) do
curso para os Tribunais Regionais Eleitorais ou para total do Fundo Partidário será distribuído a eles
o Tribunal Superior Eleitoral, conforme o caso, o qual na proporção dos votos obtidos na última eleição
deverá ser recebido com efeito suspensivo, mas só po- geral para a Câmara dos Deputados.
derão ser revistas para fins de aplicação proporcional
da sanção.
Os recursos oriundos do Fundo Partidário serão
aplicados:
DO FUNDO PARTIDÁRIO
I - na manutenção das sedes e serviços do parti-
O Fundo Partidário é denominado Fundo Especial do, permitido o pagamento de pessoal, a qual-
de Assistência Financeira aos Partidos Políticos e é quer título, observado neste último caso o limite
constituído por: máximo de 50% (cinquenta por cento) do total
recebido;
I - multas e penalidades pecuniárias aplicadas
nos termos do Código Eleitoral e leis conexas; II - na propaganda doutrinária e política;
II - recursos financeiros que lhe forem destina- III - no alistamento e campanhas eleitorais;
dos por lei, em caráter permanente ou eventual;
IV - na criação e manutenção de instituto ou
III - doações de pessoa física ou jurídica, efetua- fundação de pesquisa e de doutrinação e edu-
das por intermédio de depósitos bancários dire- cação política, sendo esta aplicação de, no míni-
tamente na conta do Fundo Partidário; mo, vinte por cento do total recebido.
IV - dotações orçamentárias da União em valor V - na criação e manutenção de programas de
nunca inferior, cada ano, ao número de eleito- promoção e difusão da participação política das
res inscritos em 31 de dezembro do ano anterior mulheres conforme percentual que será fixado
ao da proposta orçamentária, multiplicados por pelo órgão nacional de direção partidária, ob-
trinta e cinco centavos de real, em valores de servado o mínimo de 5% (cinco por cento) do
agosto de 1995. total.

O partido político pode receber doações de pesso- Na prestação de contas dos órgãos de direção par-
as físicas e jurídicas para constituição de seus fundos tidária de qualquer nível devem ser discriminadas as
e seus diretórios deverão remeter à Justiça Eleitoral despesas realizadas com recursos do Fundo Partidário,
o demonstrativo de seu recebimento e sua respectiva de modo a permitir o controle da Justiça Eleitoral que
destinação, quando do balanço contábil. Em ano elei- pode a qualquer tempo, investigar sobre a aplicação
toral, os partidos políticos poderão aplicar ou distri- de recursos oriundos do Fundo Partidário.
buir pelas diversas eleições os recursos financeiros re-
cebidos de pessoas físicas e jurídicas. PENALIDADE: Como sanção, o partido que
não cumprir a destinação de no mínimo 5% a
Como é oriunda do Poder Judiciário, a previsão programas de promoção e difusão de participa-
orçamentária de recursos para o Fundo Partidário ção das mulheres, deverá, no ano subsequente,
deve ser consignada, na rubrica destinada ao Tribunal acrescer o percentual de 2,5% (dois inteiros e
Superior Eleitoral, que dentro de cinco dias, a con- cinco décimos por cento) do Fundo Partidário
tar da data do depósito realizado mensalmente pelo para essa destinação, ficando impedido de utili-
Tesouro Nacional, fará a respectiva distribuição aos ór- zá-lo para finalidade diversa.
gãos nacionais dos partidos, obedecendo aos seguintes
critérios:
DA PROPAGANDA PARTIDÁRIA
I - um por cento do total do Fundo Partidário A propaganda partidária consiste na divulgação
será destacado para entrega, em partes iguais, das ideias e do programa do partido. A Constituição
a todos os partidos que tenham seus estatutos Federal prevê aos partidos o acesso gratuito ao rádio
registrados no Tribunal Superior Eleitoral; e à televisão. Importante dizer que já está consagrada

52
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Eleitoral

pela jurisprudência que esse acesso também se estende Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais
a outras formas de mídia, respeitados os limites da lei, que julgarem procedente a representação, cassando o
ressaltando-se que é vedada a propaganda partidária direito de transmissão de propaganda partidária, ca-
em dias e horários diversos daqueles definidos/defe- berá recurso para o Tribunal Superior Eleitoral, que
ridos pela Justiça Eleitoral, sendo vedada também a será recebido com efeito suspensivo.
propaganda paga.
As emissoras de rádio e de televisão ficam obriga-
A propaganda partidária gratuita, gravada ou ao das a realizar (com o benefício de compensação fiscal
vivo, efetuada mediante transmissão por rádio e tele- pela cedência do horário) para os partidos políticos, na
visão será realizada entre as dezenove horas e trinta forma desta Lei, transmissões gratuitas em âmbito na-
minutos e as vinte e duas horas para tratar exclusiva- cional e estadual, por iniciativa e sob a responsabilida-
mente de: de dos respectivos órgãos de direção, transmitidas em
bloco em cadeia nacional ou estadual e em inserções
I - difundir os programas partidários;
de 30 segundos nos intervalos da programação normal
II - transmitir mensagens aos filiados sobre a das emissoras, conforme a requisição do TSE, quan-
execução do programa partidário, dos eventos do solicitadas pelos diretórios nacionais e pelo TRE,
com este relacionados e das atividades congres- quando solicitada pelos diretórios estaduais.
suais do partido;
São os partidos quem requerem a reserva das da-
III - divulgar a posição do partido em relação a tas por semestre conforme sua conveniência, porém a
temas político-comunitários. Justiça Eleitoral em havendo coincidência de data dará
prioridade àquele que apresentou o requerimento an-
IV - promover e difundir a participação política tes.
feminina, dedicando às mulheres o tempo que
será fixado pelo órgão nacional de direção par- Em cada rede somente serão autorizadas até dez
tidária, observado o mínimo de 10% (dez por inserções de trinta segundos ou cinco de um minuto
cento). por dia.

A lei específica tratou de expressamente vedar as O partido registrado no Tribunal Superior Eleitoral
hipóteses tendentes a romper com os ditames da pro- que não tenha a representação parlamentar de, no mí-
paganda partidária, quais sejam: nimo, cinco por cento dos votos apurados, não com-
putados os brancos e os nulos, distribuídos em, pelo
I - a participação de pessoa filiada a partido que menos, um terço dos Estados, com um mínimo de dois
não o responsável pelo programa; por cento do total de cada um deles, tem assegurada
a realização de um programa em cadeia nacional, em
II - a divulgação de propaganda de candidatos a
cada semestre, com a duração de dois minutos.
cargos eletivos e a defesa de interesses pessoais
ou de outros partidos; Em contrapartida, o partido que atende a represen-
tação parlamentar acima tem assegurada a realização
III - a utilização de imagens ou cenas incorretas
ou incompletas, efeitos ou quaisquer outros re- de um programa, em cadeia nacional e de um progra-
cursos que distorçam ou falseiem os fatos ou a ma, em cadeia estadual em cada semestre, com a dura-
sua comunicação. ção de vinte minutos cada e a utilização do tempo total
de quarenta minutos, por semestre, para inserções de
As sanções para a transgressão dessas regras são: trinta segundos ou um minuto, nas redes nacionais, e
a cassação do direito de transmissão no semestre se- de igual tempo nas emissoras estaduais.
guinte (quando em bloco) e a cassação de tempo equi-
valente a 5 (cinco) vezes ao da inserção ilícita, no se- Também decorre da Lei dos Partidos Políticos que
mestre seguinte (quando em inserção). ao partido político com estatuto registrado no Tribunal
Superior Eleitoral é assegurado o direito à utilização
gratuita de escolas públicas ou Casas Legislativas para
REPRESENTAÇÃO a realização de suas reuniões ou convenções, respon-
sabilizando-se pelos danos porventura causados com
É pessoa legítima para representar contra a realização do evento.
propaganda política, o partido político. A representação
será julgada pelo Tribunal Superior Eleitoral quando A fundação ou instituto de direito privado, criado
se tratar de programa nacional e pelos Tribunais por partido político, destinado ao estudo e pesquisa,
Regionais Eleitorais quando se tratar de programas à doutrinação e à educação política, rege-se pelas nor-
transmitidos nos Estados correspondentes. O prazo mas da lei civil e tem autonomia para contratar com
para o oferecimento encerra-se no último dia do instituições públicas e privadas, prestar serviços e
semestre em que for veiculado o programa impugnado manter estabelecimentos de acordo com suas finalida-
ou, caso tenha sido transmitido nos últimos 30 dias des, podendo, ainda, manter intercâmbio com institui-
do semestre, até o décimo quinto dia do semestre ções não nacionais (Ex.: Instituto Teotônio Vilella do
seguinte. PSDB e Instituto Ulysses Guimarães do PMDB).

53
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

conter pedido de votos), que poderá ser a junção de


10 LEI DAS ELEIÇÕES (9097/97) todas as siglas dos partidos que a integram, sendo a
A primeira regra da Lei das Eleições é temporal, ela atribuídas as prerrogativas e obrigações de partido
isto porque ela define que as eleições para Presidente político no que se refere ao processo eleitoral, e deven-
e Vice-Presidente da República, Governador e Vice- do funcionar como um só partido no relacionamento
Governador de Estado e do Distrito Federal, Prefeito com a Justiça Eleitoral e no trato dos interesses inter-
e Vice-Prefeito, Senador, Deputado Federal, Deputado partidários.
Estadual, Deputado Distrital e Vereador dar-se-ão, em Na propaganda para eleição majoritária, a coliga-
todo o País, no primeiro domingo de outubro do ano ção usará, obrigatoriamente, sob sua denominação, as
respectivo. legendas de todos os partidos que a integram; na pro-
Após, estabelece a divisão entre os grupos de car- paganda para eleição proporcional, cada partido usará
gos eletivos a terem eleições simultaneamente: apenas sua legenda sob o nome da coligação.

Em um pleito para Presidente e Vice-Presidente da O partido político integrante de uma coligação so-
República, Governador e Vice-Governador de Estado mente possui legitimidade para atuar de forma isolada
e do Distrito Federal, Senador, Deputado Federal, no processo eleitoral quando questionar a validade da
Deputado Estadual e Deputado Distrital; e em outro própria coligação, durante o período compreendido
para Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador. Ou seja, uma entre a data da convenção e o termo final do prazo
eleição é para os cargos de âmbito federal e estadual e para a impugnação do registro de candidatos. A figura
na outra para os cargos de âmbito municipal. jurídica criada para o pleito, só deixa de existir após
seu término, quando passam os partidos novamente a
Estabelece que, para os cargos majoritários será responderem pelos atos decorrentes.
considerado eleito aquele que dentre os candidatos
obtiver a maioria absoluta de votos, não computados
DAS CONVENÇÕES E ESCOLHA DOS
os em branco e os nulos, importando também na elei-
CANDIDATOS
ção do vice respectivo.
A escolha dos candidatos é formulada nos termos
Nos casos em que nenhum candidato alcançar
dos estatutos partidários e regras da Lei das Eleições.
maioria absoluta na primeira votação, far-se-á nova
Em caso de omissão do estatuto, caberá ao órgão de di-
eleição no último domingo de outubro, concorrendo
reção nacional do partido estabelecer as normas a que
os dois candidatos mais votados, e considerando-se
se refere este artigo, publicando-as no Diário Oficial da
eleito o que obtiver a maioria dos votos válidos. Já,
União até cento e oitenta dias antes das eleições.
nos casos em que antes de realizado o segundo turno,
ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de Caso a convenção partidária de nível inferior se
candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o opuser, na deliberação sobre coligações, às diretrizes
de maior votação. Em caso de empate o eleito é o mais legitimamente estabelecidas pelo órgão de direção na-
idoso. Tais regras se aplicam às eleições para Prefeito cional, nos termos do respectivo estatuto, poderá esse
apenas nos municípios com mais de 200 mil habitan- órgão anular a deliberação e os atos dela decorrentes,
tes. Para os de menos a regra é de nova eleição. que deverão ser comunicadas á Justiça Eleitoral no
prazo de 30 dias após a data limite para o registro dos
Poderá participar das eleições o partido que, até
candidatos e, se, da anulação, decorrer a necessidade
um ano antes do pleito, tenha registrado seu estatu-
de escolha de novos candidatos, o pedido de registro
to no Tribunal Superior Eleitoral, conforme o dispos-
deverá ser apresentado à Justiça Eleitoral nos 10 (dez)
to em lei, e tenha, até a data da convenção, órgão de
dias seguintes à deliberação.
direção constituído na circunscrição, de acordo com o
respectivo estatuto. O prazo para a escolha dos candidatos pelos parti-
dos e a deliberação sobre coligações deverão ser feitas
Nas eleições proporcionais, contam-se como váli-
no período de 10 a 30 de junho do ano em que se re-
dos além dos votos aos candidatos, os dados às legen-
alizarem as eleições, lavrando-se a respectiva ata em
das partidárias.
livro aberto e rubricado pela Justiça Eleitoral.

COLIGAÇÕES Aos detentores de mandato de Deputado ou de


Vereador, e aos que tenham exercido esses cargos em
Os partidos políticos, dentro da mesma circuns- qualquer período da legislatura que estiver em curso,
crição, podem celebrar coligações para eleição majo- é assegurado o registro de candidatura para o mesmo
ritária, proporcional, ou para ambas, podendo, neste cargo pelo partido a que estejam filiados, ou seja, é
último caso, formar-se mais de uma coligação para a permitida a reeleição, inclusive sem limite de vezes.
eleição proporcional dentre os partidos que integram
a coligação para o pleito majoritário. Para concorrer às eleições, o candidato deverá pos-
suir domicílio eleitoral na respectiva circunscrição pelo
A coligação terá denominação própria (que não po- prazo de, pelo menos, um ano antes do pleito e estar
derá coincidir ao nome e ao número do partido, nem com a filiação deferida pelo partido no mesmo prazo.

54
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Eleitoral

DO REGISTRO DE CANDIDATOS maioria absoluta dos órgãos executivos de direção dos


PROPORCIONAIS - LIMITES partidos coligados, podendo o substituto ser filiado a
qualquer partido dela integrante, desde que o partido
Cada partido poderá registrar candidatos para as ao qual pertencia o substituído renuncie ao direito de
eleições proporcionais, até cento e cinquenta por cento preferência.
do número de lugares a preencher. No caso de coliga-
ção para as eleições proporcionais, independentemen- Nas eleições proporcionais, a substituição só se efe-
te do número de partidos que a integrem, o limite é até tivará se o novo pedido for apresentado até sessenta
o dobro do número de lugares a preencher. O prazo dias antes do pleito.
para registro se expira às dezenove horas do dia 5 de
julho do ano em que se realizarem as eleições.
DA NUMERAÇÃO DOS CANDIDATOS
Na hipótese de o partido ou coligação não reque-
rer o registro de seus candidatos, estes poderão fazê-lo A identificação numérica dos candidatos se dará
perante a Justiça Eleitoral, observado o prazo máximo mediante a observação dos seguintes critérios:
de quarenta e oito horas seguintes à publicação da lista I - os candidatos aos cargos majoritários concor-
dos candidatos pela Justiça Eleitoral. rerão com o número identificador do partido ao
qual estiverem filiados;
REPRESENTAÇÃO FEMININA
II - os candidatos à Câmara dos Deputados con-
correrão com o número do partido ao qual esti-
Do total do número de vagas resultante das regras
verem filiados, acrescido de dois algarismos à
previstas, cada partido ou coligação preencherá o mí-
direita;
nimo de 30% (trinta por cento) e o máximo de 70% (se-
tenta por cento) para candidaturas de cada sexo, sendo III - os candidatos às Assembleias Legislativas
indeferido o registro da chapa que não preencher esse e à Câmara Distrital concorrerão com o número
requisito. do partido ao qual estiverem filiados acrescido
de três algarismos à direita;
DO NOME
IV - o Tribunal Superior Eleitoral baixará resolu-
O candidato às eleições proporcionais indicará, no ção sobre a numeração dos candidatos concor-
pedido de registro, além de seu nome completo, as va- rentes às eleições municipais.
riações nominais com que deseja ser registrado, até o
máximo de três opções, que poderão ser o prenome,
sobrenome, cognome, nome abreviado, apelido ou DIVULGAÇÃO DA RELAÇÃO DE CANDIDATOS
nome pelo qual é mais conhecido, desde que não se
estabeleça dúvida quanto à sua identidade, não aten- Até quarenta e cinco dias antes da data das eleições,
te contra o pudor e não seja ridículo ou irreverente, os Tribunais Regionais Eleitorais enviarão ao Tribunal
mencionando em que ordem de preferência deseja Superior Eleitoral, para fins de centralização e divul-
registrar-se. gação de dados, a relação dos candidatos às eleições
majoritárias e proporcionais, da qual constará obriga-
A Justiça Eleitoral indeferirá todo pedido de va- toriamente a referência ao sexo e ao cargo a que con-
riação de nome coincidente com nome de candidato correm.
a eleição majoritária, salvo para candidato que esteja
exercendo mandato eletivo ou o tenha exercido nos úl- O candidato cujo registro esteja sub judice poderá
timos quatro anos, ou que, nesse mesmo prazo, tenha efetuar todos os atos relativos à campanha eleitoral,
concorrido em eleição com o nome coincidente. inclusive utilizar o horário eleitoral gratuito no rádio e
na televisão e ter seu nome mantido na urna eletrônica
enquanto estiver sob essa condição, ficando a validade
DA SUBSTITUIÇÃO DE CANDIDATO dos votos a ele atribuídos condicionada ao deferimen-
to de seu registro por instância superior.
É facultado ao partido ou coligação substituir
candidato que for considerado inelegível, renunciar O cômputo, para o respectivo partido ou coligação,
ou falecer após o termo final do prazo do registro ou, dos votos atribuídos ao candidato cujo registro esteja
ainda, tiver seu registro indeferido ou cancelado. sub judice no dia da eleição fica condicionado ao defe-
rimento do registro do candidato.
A escolha do substituto far-se-á na forma estabe-
lecida no estatuto do partido a que pertencer o subs-
tituído, e o registro deverá ser requerido até 10 (dez)
dias contados do fato ou da notificação do partido da DA ARRECADAÇÃO E DOS RECURSOS DE
decisão judicial que deu origem à substituição. CAMPANHA

Nas eleições majoritárias, se o candidato for de co- A responsabilidade sobre a arrecadação e das des-
ligação, a substituição deverá fazer-se por decisão da pesas é dos partidos ou de seus candidatos.

55
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

No momento do registro dos candidatos os parti- A doação de quantia acima dos limites da Lei sujei-
dos e coligações informarão aos respectivos Tribunais ta o infrator ao pagamento de multa no valor de cinco
os valores máximos de gastos previstos na sua cam- a dez vezes a quantia em excesso. É obrigatória a iden-
panha e caso haja gasto além do limite informado, o tificação do doador e a emissão do recibo eleitoral para
responsável fica sujeito ao pagamento de multa de 5 a cada doação realizada.
10 vezes o valor em excesso.

De forma a regular e deixar transparentes os gastos, VEDAÇÕES


o Legislador estabeleceu que até dez dias úteis após a
escolha de seus candidatos em convenção, o partido É vedado, a partido e candidato, receber direta ou
constituirá comitês financeiros, com a finalidade de ar- indiretamente doação em dinheiro ou estimável em di-
recadar recursos e aplicá-los nas campanhas eleitorais. nheiro, inclusive por meio de publicidade de qualquer
espécie, procedente de:
Na eleição presidencial é obrigatória a criação de
comitê nacional e facultativa a de comitês nos Estados I - entidade ou governo estrangeiro;
e no Distrito Federal.
II - órgão da administração pública direta e indi-
O candidato a cargo eletivo fará, diretamente ou reta ou fundação mantida com recursos prove-
por intermédio de pessoa por ele designada, a admi- nientes do Poder Público;
nistração financeira de sua campanha, usando recur-
sos repassados pelo comitê, inclusive os relativos à III - concessionário ou permissionário de servi-
cota do Fundo Partidário, recursos próprios ou doa- ço público;
ções de pessoas físicas ou jurídicas, na forma estabele- IV - entidade de direito privado que receba, na
cida nesta Lei. condição de beneficiária, contribuição compul-
sória em virtude de disposição legal;
P IMPORTANTE: A abertura de conta bancária es-
pecífica para a campanha é obrigatória a todos os V - entidade de utilidade pública;
partidos e candidatos!
VI - entidade de classe ou sindical;

VII - pessoa jurídica sem fins lucrativos que re-


P IMPORTANTE: Vale destacar que o candidato
ceba recursos do exterior.
é solidariamente responsável com a pessoa in-
dicada como responsável pelo comitê financeiro VIII - entidades beneficentes e religiosas;
pela veracidade das informações financeiras e
contábeis de sua campanha, devendo ambos as- IX - entidades esportivas;
sinar a respectiva prestação de contas.
X - organizações não-governamentais que rece-
O uso de recursos financeiros para pagamentos bam recursos públicos;
de gastos eleitorais que não provenham da conta es-
XI - organizações da sociedade civil de interesse
pecífica de que trata o caput deste artigo implicará a
público.
desaprovação da prestação de contas do partido ou
candidato; comprovado abuso de poder econômico,
será cancelado o registro da candidatura ou cassado o Como penalidade ao partido que descumprir as ve-
diploma, se já houver sido outorgado. dações acima, este perderá o direito ao recebimento da
quota do Fundo Partidário do ano seguinte, sem pre-
Candidatos e Comitês Financeiros estão obrigados juízo de responderem os candidatos beneficiados por
à inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - abuso do poder econômico.
CNPJ. Após o recebimento do pedido de registro da
candidatura, a Justiça Eleitoral deverá fornecer em até A sanção de suspensão do repasse de novas quotas
3 (três) dias úteis, o número de registro de CNPJ. do Fundo Partidário, por desaprovação total ou par-
cial da prestação de contas do candidato, deverá ser
aplicada de forma proporcional e razoável, pelo pe-
DAS DOAÇÕES ríodo de 1 (um) mês a 12 (doze) meses, ou por meio
do desconto, do valor a ser repassado, na importância
Tanto pessoas físicas quanto jurídicas poderão fa- apontada como irregular, não podendo ser aplicada a
zer doações em dinheiro ou estimáveis em dinheiro sanção de suspensão, caso a prestação de contas não
para campanhas eleitorais. As doações de pessoas fí- seja julgada, pelo juízo ou tribunal competente, após 5
sicas são limitadas, a dez por cento dos rendimentos (cinco) anos de sua apresentação.
brutos auferidos no ano anterior à eleição (mil UFIR
é o valor previsto a qualquer cidadão) e as doações de
DOS GASTOS ELEITORAIS
pessoas jurídicas são limitadas a 2% do faturamento
bruto do ano anterior ao pleito. Para os recursos pró- São considerados gastos eleitorais, sujeitos a regis-
prios, o limite é estabelecido pelo próprio partido. tro:

56
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Eleitoral

I - confecção de material impresso de qualquer a regularidade; pela desaprovação, quando verificadas


natureza e tamanho; falhas que lhes comprometam a regularidade; pela não
prestação, quando não apresentadas as contas após a
II - propaganda e publicidade direta ou indireta,
notificação emitida pela Justiça Eleitoral, na qual cons-
por qualquer meio de divulgação, destinada a
tará a obrigação expressa de prestar as suas contas, no
conquistar votos;
prazo de setenta e duas horas.
III - aluguel de locais para a promoção de atos
de campanha eleitoral;
DAS PESQUISAS ELEITORAIS
IV - despesas com transporte ou deslocamento
de candidato e de pessoal a serviço das candi- As pesquisas são um importante instrumento dos
daturas; atores do processo eleitoral (candidatos, partidos e
coligações) para verificar estratégias e os rumos das
V - correspondência e despesas postais; campanhas. Contudo, como exercem um impacto po-
VI - despesas de instalação, organização e fun- deroso no eleitorado, determinadas regras necessitam
cionamento de Comitês e serviços necessários ser cumpridas para evitar o desequilíbrio do pleito.
às eleições;
As entidades e empresas que realizarem pesquisas
VII - remuneração ou gratificação de qualquer de opinião referentes ao pleito eleitoral são obrigadas
espécie a pessoal que preste serviços às candi- a registrar no Juízo Eleitoral competente até cinco dias
daturas ou aos comitês eleitorais; antes da divulgação as seguintes informações:
VIII - montagem e operação de carros de som, - quem contratou;
de propaganda e assemelhados;
- valor e origem dos recursos despendidos no
IX - a realização de comícios ou eventos destina- trabalho;
dos à promoção de candidatura;
- metodologia e período de realização;
X - produção de programas de rádio, televisão
ou vídeo, inclusive os destinados à propaganda - plano amostral e ponderação quanto a sexo,
gratuita; idade, grau de instrução, nível econômico e área
física de realização do trabalho, intervalo de
XII - realização de pesquisas ou testes pré-elei- confiança e margem de erro;
torais;
- sistema interno de controle e verificação, con-
XIV - aluguel de bens particulares para veicu- ferência e fiscalização da coleta de dados e do
lação, por qualquer meio, de propaganda elei- trabalho de campo;
toral; - questionário completo aplicado ou a ser apli-
XV - custos com a criação e inclusão de sítios na cado;
Internet; - o nome de quem pagou pela realização do tra-
XVI - multas aplicadas aos partidos ou candida- balho.
tos por infração do disposto na legislação elei-
toral. No prazo de até 24 horas da divulgação do res-
pectivo resultado, a entidade ou empresa responsável
XVII - produção de jingles, vinhetas e slogans pela pesquisa eleitoral deverá complementar os dados
para propaganda eleitoral. do registro com os dados do município ou municípios
abrangidos pela pesquisa.
DA PRESTAÇÃO DE CONTAS
SANÇÕES
As prestações de contas dos candidatos às eleições
majoritárias serão feitas por intermédio do comitê fi- A divulgação de pesquisa sem o prévio registro das
nanceiro, devendo ser acompanhadas dos extratos das informações supramencionadas sujeita os responsá-
contas bancárias referentes à movimentação dos recur- veis a multa no valor de cinquenta mil a cem mil UFIR
sos financeiros usados na campanha e da relação dos e a divulgação de pesquisa fraudulenta constitui cri-
cheques recebidos, com a indicação dos respectivos me, punível com detenção de seis meses a um ano e
números, valores e emitentes. multa no valor de cinquenta mil a cem mil UFIR.

As prestações de contas dos candidatos às eleições


proporcionais serão feitas pelo comitê financeiro ou DA PROPAGANDA ELEITORAL
pelo próprio candidato.
Conceitua-se propaganda eleitoral como a forma
A Justiça Eleitoral verificará a regularidade das que os partidos e os candidatos detém para expressar
contas de campanha, decidindo pela aprovação, quan- as suas ideias perante o eleitorado nas diferentes mí-
do estiverem regulares; aprovação com ressalvas, dias, com a finalidade de captar votos a cargo público
quando verificadas falhas que não lhes comprometam -eletivo.

57
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

A propaganda eleitoral é aquela realizada dentro Brindes:


do período eleitoral. Dito período se inicia em 5 de ju-
É vedada na campanha eleitoral a confecção,
lho do ano da eleição. Se realizada a propaganda com
utilização, distribuição por comitê, candidato, ou com
vistas à eleição em período anterior a esse, considera-
-se propaganda extemporânea ou antecipada, que a sua autorização, de camisetas, chaveiros, bonés,
sujeita o responsável pela divulgação da propaganda canetas, brindes, cestas básicas ou quaisquer outros
e, quando comprovado o seu prévio conhecimento, bens ou materiais que possam proporcionar vantagem
o beneficiário, à multa no valor de R$ 5.000,00 (cinco ao eleitor.
mil reais) a R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais), ou ao
equivalente ao custo da propaganda, se este for maior.
Showmício:
A propaganda intrapartidária é legal se realizada É proibida a realização de showmício e de evento as-
na quinzena anterior á escolha pelo partido com vista à semelhado para promoção de candidatos, bem como
indicação de seu nome ao pleito, vedado o uso de rádio, a apresentação, remunerada ou não, de artistas com a
televisão e outdoor. É vedada a propaganda eleitoral finalidade de animar comício e reunião eleitoral.
nos bens cujo uso dependa de cessão ou permissão
do Poder Público, ou que a ele pertençam, e nos de
uso comum, inclusive postes de iluminação pública Outdoors:
e sinalização de tráfego, viadutos, passarelas, pontes,
árvores, paradas de ônibus e outros equipamentos ur- É vedada a propaganda eleitoral mediante
banos, inclusive a fixação de placas, estandartes, fai- outdoors, sujeitando-se a empresa responsável, os
xas e assemelhados, sujeitando-se o responsável, após partidos, coligações e candidatos à imediata retirada
a notificação e comprovação, a restauração do bem e, da propaganda irregular e ao pagamento de multa no
caso não cumprida no prazo, a multa no valor de R$ valor de 5.000 (cinco mil) a 15.000 (quinze mil) UFIRs.
2.000,00 (dois mil reais) a R$ 8.000,00 (oito mil reais).
Trio Elétrico:
Propaganda Impressa (“Santinhos”):
Fica vedada a utilização de trios elétricos em cam-
A veiculação de propaganda eleitoral pela distribui- panhas eleitorais, exceto para a sonorização de comí-
ção de folhetos, volantes e outros impressos, os quais cios.
devem ser editados sob a responsabilidade do partido,
coligação ou candidato independe de licença e deverá
conter os seguintes requisitos: a) número de inscrição Dia da Eleição:
no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) ou o Constituem crimes, no dia da eleição: a) o uso de
número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas – alto-falantes e amplificadores de som ou a promoção
(CPF) do responsável pela confecção, b) bem como de de comício ou carreata; b) a arregimentação de eleitor
quem a contratou, e c) a respectiva tiragem. ou a propaganda de boca de urna; c) a divulgação de
qualquer espécie de propaganda de partidos políticos
ou de seus candidatos. É permitida, no dia das elei-
Alto-falantes:
ções, a manifestação individual e silenciosa da pre-
O funcionamento de alto-falantes ou amplificado- ferência do eleitor por partido político, coligação ou
res de som, somente é permitido entre as oito e as vinte candidato, revelada exclusivamente pelo uso de ban-
e duas horas, sendo vedados a instalação e o uso da- deiras, broches, dísticos e adesivos.
queles equipamentos em distância inferior a duzentos
metros:
Das Representações Por Propaganda Eleitoral:
I - das sedes dos Poderes Executivo e Legislati-
A ação cabível para atacar propaganda eleitoral em
vo da União, dos Estados, do Distrito Federal e
desacordo com a legislação é denominada represen-
dos Municípios, das sedes dos Tribunais Judi-
tação. A mesma, quando proposta, deve ser instruída
ciais, e dos quartéis e outros estabelecimentos
com prova da autoria ou do prévio conhecimento do
militares;
beneficiário, caso este não seja por ela responsável. A
II - dos hospitais e casas de saúde; responsabilidade do candidato estará demonstrada se
este, intimado da existência da propaganda irregular,
III - das escolas, bibliotecas públicas, igrejas e
não providenciar, no prazo de quarenta e oito horas,
teatros, quando em funcionamento.
sua retirada ou regularização e, ainda, se as circuns-
tâncias e as peculiaridades do caso específico revela-
Comícios: rem a impossibilidade de o beneficiário não ter tido
conhecimento da propaganda.
A realização de comícios e a utilização de apare-
lhagem de sonorização fixa são permitidas no horário O poder de polícia sobre a propaganda eleitoral
compreendido entre as 8 (oito) e as 24 (vinte e quatro) será exercido pelos juízes eleitorais e pelos juízes de-
horas. signados pelos Tribunais Regionais Eleitorais.

58
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Eleitoral

Da Propaganda Eleitoral na Imprensa: representação na Câmara dos Deputados. Aos demais


partidos a participação é apenas facultativa:
São permitidas, até a antevéspera das eleições, a di-
vulgação paga, na imprensa escrita, e a reprodução na Nas eleições majoritárias, os debates podem ser re-
internet do jornal impresso, de até 10 (dez) anúncios alizados em conjunto ou em grupo (mínimo 3). Nas
de propaganda eleitoral, por veículo, em datas diver- proporcionais os debates deverão ser organizados de
sas, para cada candidato, no espaço máximo, por edi- modo que assegurem a presença de número equiva-
ção, de 1/8 (um oitavo) de página de jornal padrão e de lente de candidatos de todos os partidos e coligações
1/4 (um quarto) de página de revista ou tabloide. a um mesmo cargo eletivo, podendo desdobrar-se em
mais de um dia. A ordem de fala dos candidatos e as
Da Propaganda Eleitoral no Rádio e na Televisão: demais regras do mesmo devem ser decididas me-
diante sorteio ou em acordo (concordância de dois ter-
A propaganda eleitoral no rádio e na televisão res- ços dos candidatos) entre os candidatos e coligações,
tringe-se ao horário gratuito definido na Lei, vedada a dando-se ciência à Justiça Eleitoral.
veiculação de propaganda paga. A propaganda eleito-
ral gratuita na televisão deverá utilizar a Linguagem Só é admitida a realização de debate sem a presen-
Brasileira de Sinais - LIBRAS ou o recurso de legenda, ça de candidato de partido cuja participação estaria
que deverão constar obrigatoriamente do material en- assegurada, desde que o veículo de comunicação res-
tregue às emissoras. ponsável comprove tê-lo convidado com a antecedên-
cia mínima de setenta e duas horas da realização do
A partir de 1º de julho do ano da eleição, é vedado
debate.
às emissoras de rádio e televisão, em sua programação
normal e noticiário:
Propaganda Gratuita:
I - transmitir, ainda que sob a forma de entrevis-
ta jornalística, imagens de realização de pesqui- É realizada no rádio e na televisão nos quarenta e
sa ou qualquer outro tipo de consulta popular cinco dias anteriores à antevéspera das eleições. É de-
de natureza eleitoral em que seja possível iden- nominada em rede ou em bloco aquela feita nos dias e
tificar o entrevistado ou em que haja manipula- horários legalmente estabelecidos.
ção de dados;
II - usar trucagem, montagem ou outro recur- Presidente: terças, quintas e sábados.
so de áudio ou vídeo que, de qualquer forma, Rádio: das 7:00 horas às 7:25 horas e das 12:00 horas às
degradem ou ridicularizem candidato, partido 12:25 horas.
ou coligação, ou produzir ou veicular programa Televisão: das 13 horas às 13:25 horas e das 20:00 horas
com esse efeito; às 20:00 horas às 20:25 horas.
III - veicular propaganda política ou difundir
opinião favorável ou contrária a candidato, par- Deputado Federal: às terças e quintas-feiras e aos
tido, coligação, a seus órgãos ou representantes; sábados.
IV - dar tratamento privilegiado a candidato, Rádio: das 7:25 horas às 7:50 horas e das 11:25 horas às
partido ou coligação; 12:50 horas.

V - veicular ou divulgar filmes, novelas, minis- Televisão: das 13:25 horas às 13:50 horas e das 20:55
séries ou qualquer outro programa com alusão horas às 21:20 horas.
ou crítica a candidato ou partido político, mes-
mo que dissimuladamente, exceto programas Governador de Estado e do Distrito Federal: às segundas,
jornalísticos ou debates políticos; quartas e sextas-feiras:
VI - divulgar nome de programa que se refira a Rádio: das 7 horas às 7:20 horas e das 12 horas às 12:20
candidato escolhido em convenção, ainda quan- horas, nos anos em que a renovação do Senado Federal
do preexistente, inclusive se coincidente com o se der por 1/3 (um terço);
nome do candidato ou com a variação nominal Televisão: das 13 horas às 13:20 horas e das 20:30 horas
por ele adotada. Sendo o nome do programa o às 20:50 horas, na televisão, nos anos em que a renovação
mesmo que o do candidato, fica proibida a sua do Senado Federal se der por 1/3 (um terço).
divulgação, sob pena de cancelamento do res-
pectivo registro. Quando as eleições para o Senado ocorrerem para duas
cadeiras, ou seja, dois terços, os horários se modificam
da seguinte forma:
Debates:
Rádio: das 7:00 horas às 7:18 horas e das 12:00 horas às
As emissoras de rádio ou televisão (as transmissões 12:18 horas;
via internet também) podem realizar debates para as
eleições majoritária ou proporcional, sendo assegu- Televisão: das 13:00 horas às 13:18 horas e das 20:30
rada a participação de candidatos dos partidos com horas às 20:48 horas.

59
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Deputado Estadual e Deputado Distrital, às segundas, III –aos partidos que obtiverem direito a parcela
quartas e sextas-feiras: do horário eleitoral inferior a trinta segundos,
será assegurado o direito de acumulá-lo para
Rádio: das 7:20 horas e vinte minutos às 7:40 horas e das uso em tempo equivalente.
12:20 horas às 12:40 horas, nos anos em que a renovação
do Senado Federal se der por 1/3 (um terço); Nos Municípios onde ocorra segundo turno, as
Televisão: das 13:20 horas às 13:40 horas e das 20:50 emissoras de rádio e televisão reservarão, a partir de
horas às 21:10 horas, nos anos em que a renovação do quarenta e oito horas da proclamação dos resultados
Senado Federal se der por 1/3 (um terço); do primeiro turno e até a antevéspera da eleição, horá-
rio dividido em dois períodos diários de vinte minutos
Quando as eleições para o Senado ocorrerem para duas (divididos igualitariamente entre os candidatos) para
cadeiras, ou seja, dois terços, os horários se modificam cada eleição (das 7:00 e às 12:00 horas no rádio e às
da seguinte forma: 13:00 horas e às 20 horas na televisão).
Rádio: das 7:18 horas às 7:35 horas e das 12: 18 horas às
12:35 horas.
Das Inserções:
Televisão: das 13:18 horas às 13:35 horas e das 20:48
horas às 21:05 horas. As emissoras de rádio e televisão no mesmo pra-
zo já mencionado para propaganda eleitoral também
reservarão, trinta minutos diários para a propaganda
Senador, às segundas, quartas e sextas-feiras: eleitoral gratuita, a serem usados em inserções de até
Rádio: das 7:40 horas às 7:50 horas e das 12:40 horas às sessenta segundos, a critério do respectivo partido ou
12:50 horas, nos anos em que a renovação do Senado coligação, assinadas obrigatoriamente pelo partido ou
Federal se der por 1/3 (um terço); coligação, e distribuídas, ao longo da programação
veiculada entre as oito e as vinte e quatro horas (con-
Televisão: das 13:40 horas às 13:50 horas e das 21:10 forme divisão dos blocos de horários de audiência).
horas às 21:20 horas, nos anos em que a renovação do
Senado Federal se der por 1/3 (um terço); Nas inserções o tempo será dividido em partes
iguais entre majoritárias e proporcionais, bem como
Quando as eleições para o Senado ocorrerem para duas entre os partidos e coligações.
cadeiras, ou seja, dois terços, os horários se modificam
da seguinte forma: É vedada nesta modalidade de propaganda eleito-
ral a veiculação das inserções, a utilização de grava-
Rádio: das 7:35 horas às 7:50 horas e das 11:35 horas às
ções externas, montagens ou trucagens, computação
12:50. gráfica, desenhos animados e efeitos especiais, e a vei-
Televisão: das 13:35 horas às 13:50 horas e das 21:05 culação de mensagens que possam degradar ou ridi-
horas às 21:20 horas. cularizar candidato, partido ou coligação.

Prefeito e Vice-Prefeito, às segundas, quartas e sextas-


Da Propaganda Eleitoral Vedada:
feiras:
Rádio: das 7:00 horas às 7:30 horas e das 12 horas às Não pode ser veiculada propaganda que possa de-
12:30 horas e trinta. gradar ou ridicularizar candidatos e aquela ofensiva
Televisão: das 13:00 horas às 13:30 horas e das 20:30 à honra de candidato, à moral e aos bons costumes e
também é vedado aos partidos políticos e às coligações
horas às 21:00 horas.
incluir no horário destinado aos candidatos às eleições
proporcionais propaganda das candidaturas a eleições
Vereador, às terças e quintas-feiras e aos sábados: majoritárias, ou vice-versa, ressalvada a utilização,
durante a exibição do programa, de legendas com
Nos mesmos horários previstos para Prefeito e Vice-
referência aos candidatos majoritários, ou, ao fundo,
Prefeito tanto no rádio quanto na televisão.
de cartazes ou fotografias desses candidatos (“invasão
de horário”).
Os horários à propaganda eleitoral, serão distribu-
ídos entre todos os partidos e coligações que tenham Também é vedada nas propagandas eleitorais no
candidato e representação na Câmara dos Deputados, rádio e na televisão a participação de qualquer cidadão
da seguinte forma: não filiado a outra agremiação partidária ou a partido
integrante de outra coligação, sendo vedada a partici-
I - um terço, igualitariamente; pação de qualquer pessoa mediante remuneração.

II - dois terços, proporcionalmente ao número A requerimento de partido, coligação ou candida-


de representantes na Câmara dos Deputados, to, a Justiça Eleitoral poderá determinar a suspensão,
considerado, no caso de coligação, o resultado por vinte e quatro horas, da programação normal de
da soma do número de representantes de todos emissora que deixar de cumprir as disposições da Lei
os partidos que a integram. das Eleições.

60
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Eleitoral

Propaganda Na Internet:
11 TRANSPORTE DE ELEITORES
Atualmente a propaganda eleitoral na internet vem
recebendo contornos de mídia autônoma, tamanha é
(LEI 6091/74)
sua complexidade e dificuldade de fiscalização por
Os veículos e embarcações, devidamente abas-
parte da Justiça Eleitoral. A propaganda eleitoral na
internet é permitida após o dia 5 de julho do ano da tecidos e tripulados, pertencentes à União, Estados,
eleição e poderá ser realizada no sítio eletrônico do Territórios e Municípios e suas respectivas autarquias
candidato, partido ou coligação, comunicada a Justiça e sociedades de economia mista, excluídos os de uso
Eleitoral; por mensagens eletrônicas para endereços militar, ficarão à disposição da Justiça Eleitoral para
previamente cadastrados e em blogs, redes sociais e o transporte gratuito de eleitores em zonas rurais, em
assemelhados. dias de eleição. Excetuam-se do disposto neste artigo
os veículos e embarcações em número justificadamen-
te indispensável ao funcionamento de serviço público
Vedações de Propaganda Eleitoral na Internet: insusceptível de interrupção.
É vedada na internet qualquer propaganda Até quinze dias antes das eleições, a Justiça Eleitoral
eleitoral paga e, ainda que gratuita, no sítio eletrônico requisitará dos órgãos da administração direta ou in-
de pessoas jurídicas com ou sem fins lucrativos e em direta da União, dos Estados, Territórios, Distrito
sitos eletrônicos oficiais dos entes da Administração Federal e Municípios os funcionários e as instalações
Pública. É vedado o anonimato. Também é vedada a de que necessitar para possibilitar a execução dos ser-
venda de cadastro de endereços eletrônicos com fito viços de transporte e alimentação de eleitores previs-
eleitoral. tos nesta Lei.
O infrator/beneficiário de qualquer das vedações Se a utilização de veículos pertencentes às entida-
fica sujeito à multa se comprovado seu prévio conhe- des previstas no art. 1º não for suficiente para atender
cimento. A requerimento de candidato, partido ou ao disposto nesta Lei, a Justiça Eleitoral requisitará ve-
coligação, a Justiça Eleitoral poderá determinar a sus- ículos e embarcações a particulares, de preferência os
pensão, por vinte e quatro horas, do acesso a todo con- de aluguel.
teúdo informativo dos sítios da internet que deixarem
de cumprir as disposições da Lei. Os serviços requisitados serão pagos, até trinta dias
depois do pleito, a preços que correspondam aos cri-
térios da localidade. A despesa correrá por conta do
Do Direito de Resposta: Fundo Partidário.
É assegurado o direito de resposta via ação Até cinquenta dias antes da data do pleito, os res-
autônoma à Justiça Eleitoral, sendo legitimados ativos ponsáveis por todas as repartições, órgãos e unida-
o candidato, partido ou coligação atingidos, ainda que des do serviço público federal, estadual e municipal
de forma indireta, por conceito, imagem ou afirmação oficiarão à Justiça Eleitoral, informando o número, a
caluniosa, difamatória, injuriosa ou sabidamente espécie e lotação dos veículos e embarcações de sua
inverídica, difundidos por qualquer veículo de propriedade, e justificando, se for o caso, a ocorrência
comunicação social. O prazo para interposição é de 24 da exceção prevista no parágrafo 1º do art. 1º desta Lei.
horas se a ofensa ocorrer no horário eleitoral gratuito;
48 horas se ocorrer na programação normal de rádio e Os veículos e embarcações à disposição da Justiça
televisão e 72 horas quando se tratar de órgão de im- Eleitoral deverão, mediante comunicação expressa
prensa escrita. de seus proprietários, estar em condições de ser uti-
lizados, pelo menos, vinte e quatro horas antes das
O rito para a representação do direito de resposta eleições e circularão exibindo de modo bem visível,
é extremamente célere, e tem tratamento privilegiado dístico em letras garrafais, com a frase: “A serviço da
em relação aos demais feitos ajuizados, vez que o ofen- Justiça Eleitoral.”
sor tem 24 horas para apresentar defesa e a decisão é
prolatada no máximo em 72 horas da data da formu- A Justiça Eleitoral, à vista das informações recebi-
lação do pedido. Caso seja deferido, a divulgação da das, planejará a execução do serviço de transporte de
resposta será veiculada no mesmo veículo da ocorrên- eleitores e requisitará aos responsáveis pelas reparti-
cia da ofensa. O ofensor deverá comprovar o cumpri- ções, órgãos ou unidades, até trinta dias antes do plei-
mento do direito de resposta no prazo de 24 horas da to, os veículos e embarcações necessários.
comunicação do deferimento.
Quinze dias antes do pleito, a Justiça Eleitoral di-
Ressalte-se que para propaganda na Internet tam- vulgará, pelo órgão competente, o quadro geral de
bém se aplicam as regras do direito de resposta. percursos e horários programados para o transporte
de eleitores, dele fornecendo cópias aos partidos po-
O não-cumprimento integral ou em parte da de- líticos. O transporte de eleitores somente será feito
cisão que conceder a resposta sujeitará o infrator ao dentro dos limites territoriais do respectivo município
pagamento de multa no valor de cinco mil a quinze e quando das zonas rurais para as mesas receptoras
mil UFIR, duplicada em caso de reiteração de conduta. distar pelo menos dois quilômetros.

61
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

Os partidos políticos, os candidatos, ou eleitores III - descumprir a proibição dos artigos 5º, 8º e
em número de vinte, pelo menos, poderão oferecer 10º;(Pena - reclusão de quatro a seis anos e pa-
reclamações em três dias contados da divulgação do gamento de 200 a 300 dias-multa (art. 302 do
quadro. Código Eleitoral);
As reclamações serão apreciadas nos três dias sub- IV - obstar, por qualquer forma, a prestação dos
sequentes, delas cabendo recurso sem efeito suspen- serviços previstos nos arts. 4º e 8º desta Lei, atri-
sivo. Decididas as reclamações, a Justiça Eleitoral di- buídos à Justiça Eleitoral: (Pena - reclusão de 2
vulgará, pelos meios disponíveis, o quadro definitivo. (dois) a 4 (quatro) anos);
Nenhum veículo ou embarcação poderá fazer trans-
porte de eleitores desde o dia anterior até o posterior V - utilizar em campanha eleitoral, no decurso
à eleição, salvo: dos 90 (noventa) dias que antecedem o pleito,
veículos e embarcações pertencentes à União,
I - a serviço da Justiça Eleitoral; Estados, Territórios, Municípios e respectivas
II - coletivos de linhas regulares e não fretados; autarquias e sociedades de economia mista:
(Pena - cancelamento do registro do candidato
III - de uso individual do proprietário, para o ou de seu diploma, se já houver sido proclama-
exercício do próprio voto e dos membros da sua do eleito).
família;
O responsável, pela guarda do veículo ou da em-
IV - o serviço normal, sem finalidade eleitoral, barcação, será punido com a pena de detenção, de 15
de veículos de aluguel não atingidos pela requi- (quinze) dias a 6 (seis) meses, e pagamento de 60 (ses-
sição de que trata o art. 2º. senta) a 100 (cem) dias-multa. A propaganda eleitoral,
no rádio e na televisão, circunscrever-se-á, única e
A indisponibilidade ou as deficiências do trans-
exclusivamente, ao horário gratuito disciplinado pela
porte de que trata esta Lei não eximem o eleitor do
Justiça Eleitoral, com a expressa proibição de qualquer
dever de votar. Verificada a inexistência ou deficiência
propaganda paga.
de embarcações e veículos, poderão os órgãos partidá-
rios ou os candidatos indicar à Justiça Eleitoral onde Será permitida apenas a divulgação paga, pela im-
há disponibilidade para que seja feita a competente prensa escrita, do curriculum vitae do candidato e do
requisição. número do seu registro na Justiça Eleitoral, bem como
O eleitor que deixar de votar e não se justificar pe- do partido a que pertence.
rante o Juiz Eleitoral até sessenta dias após a realização
São vedados e considerados nulos de pleno direi-
da eleição incorrerá na multa de três a dez por cento
to, não gerando obrigação de espécie alguma para a
sobre o salário mínimo da região, imposta pelo Juiz
pessoa jurídica interessada, nem qualquer direito para
Eleitoral e cobrada na forma prevista no art. 367, do
o beneficiário, os atos que, no período compreendido
Código Eleitoral.
entre os noventa dias anteriores à data das eleições
Somente a Justiça Eleitoral poderá, quando impres- parlamentares e o término, respectivamente, do man-
cindível, em face da absoluta carência de recursos de dato do Governador do Estado importem em nomear,
eleitores da zona rural, fornecer-lhes refeições, corren- contratar, designar, readaptar ou proceder a quaisquer
do, nesta hipótese, as despesas por conta do Fundo outras formas de provimento de funcionário ou ser-
Partidário. É facultado aos Partidos exercer fiscaliza- vidor na administração direta e nas autarquias, em-
ção nos locais onde houver transporte e fornecimento presas públicas e sociedades de economia mista dos
de refeições a eleitores. Estados e Municípios, salvo os cargos em comissão, e
da magistratura, do Ministério Público e, com aprova-
É vedado aos candidatos ou órgãos partidários, ou
ção do respectivo Órgão Legislativo, dos Tribunais de
a qualquer pessoa, o fornecimento de transporte ou re-
Contas e os aprovados em concursos públicos homolo-
feições aos eleitores da zona urbana.
gados até a data da publicação desta lei.

Constitui crime eleitoral para fins desta lei:


Exceções:
I - descumprir, o responsável por órgão, repar- I - nomeação ou contratação necessárias à insta-
tição ou unidade do serviço público, o dever lação inadiável de serviços públicos essenciais,
imposto no art. 3º, ou prestar, informação ine- com prévia e expressa autorização do governa-
xata que vise a elidir, total ou parcialmente, a
dor ou Prefeito;
contribuição de que ele trata: (Pena - detenção
de quinze dias a seis meses e pagamento de 60 a II - nomeação ou contratação de técnico indis-
100 dias – multa); pensável ao funcionamento do serviço público
essencial.
II - desatender à requisição de que trata o art. 2º:
(Pena - pagamento de 200 a 300 dias-multa, além O ato com a devida fundamentação será publicado
da apreensão do veículo para o fim previsto); no respectivo órgão oficial.

62
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
Noções de Direito Eleitoral

A Justiça Eleitoral instalará, trinta dias antes do


pleito, na sede de cada Município, Comissão Especial
de Transporte e Alimentação, composta de pesso-
as indicadas pelos Diretórios Regionais dos Partidos
Políticos Nacionais, com a finalidade de colaborar na
execução desta lei.

Para compor a Comissão, cada Partido indicará três


pessoas, que não disputem cargo eletivo. É facultado
a candidato, em Município de sua notória influência
política, indicar ao Diretório do seu Partido, pessoa de
sua confiança para integrar a Comissão.

Os Diretórios Regionais, até quarenta dias antes


do pleito, farão as indicações de que trata o artigo 14
desta lei. O eleitor que deixar de votar por se encontrar
ausente de seu domicílio eleitoral deverá justificar a
falta, no prazo de 60 (sessenta) dias, por meio de
requerimento dirigido ao Juiz Eleitoral de sua zona
de inscrição, que mandará anotar o fato, na respectiva
folha individual de votação.

O requerimento, em duas vias, será levado, em so-


brecarta aberta, a agência postal, que, depois de dar
andamento à 1ª via, aplicará carimbo de recepção na
2ª, devolvendo-a ao interessado, valendo esta como
prova para todos os efeitos legais. Estando no exterior,
no dia em que se realizarem eleições, o eleitor terá o
prazo de 30 (trinta) dias, a contar de sua volta ao País,
para a justificação.

ANOTAÇÕES

63
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com
TRE/SP - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA

64
Licenciado para Ana Rosa Passarelli Spadon - 35576118847 - Protegido por Eduzz.com

Você também pode gostar