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Jovens simulam engate gay para roubo de mais de 300

mil euros em Lisboa
‘Isco’ chamou três cúmplices e vítima viveu duas horas de terror. Fizeram ‘limpeza’ à casa - desde ouro a antiguidades.

Cláudia Machado 31 de Outubro de 2021 às 01:30

Vítima combinou encontro, abriu a porta a jovem e viveu FOTO: Ricardo

mais de duas horas de pânico
Cabral

Na noite de 12 de abril do ano passado, o homem abriu a aplicação online Grindr, usada para relações homossexuais. Eram 22h00 e, 50
minutos depois, o jovem com quem tinha combinado encontrar-se na sua casa, em Lisboa, estava à porta. Deu-lhe o código para aceder
ao prédio e o engate subiu até ao apartamento. De repente, “sem que nada o fizesse prever”, viu-se de mãos e pernas atadas e com a
boca tapada por fita adesiva. Tinha caído numa armadilha e o jovem abriu a porta a outros três.

Saquearam-lhe a casa, roubando bens de luxo, incluindo peças em ouro e antiguidades. Muitas não tiveram, sequer, valor atribuído
durante a investigação, mas o golpe valeu, no mínimo, mais de 300 mil euros.

Dos quatro, apenas três foram identificados e detidos pelas autoridades. Já em junho deste ano, foram condenados a penas de prisão
efetiva entre os quatro e os seis anos e meio, por vários crimes de roubo e um de sequestro. O trio tentou ainda apelar ao Tribunal da
Relação de Lisboa para obter uma redução de pena, através do regime especial para jovens adultos (estão na casa dos 20 anos), mas os
juízes desembargadores não tiveram meias-medidas e mantiveram as penas da 1ª instância. Até porque o regime que permite atenuar
penas aplicadas a arguidos muito jovens não pode “traduzir-se num ato de fé assente na idade do infrator”.

A vítima que tinha combinado um encontro com um dos ladrões viveu 02h20 de terror, enquanto a casa era remexida , revela o acórdão a
que o CM teve acesso. Só se conseguiu libertar cerca de meia hora depois e contactou amigos e o seu advogado, que o ajudaram depois
a reportar o caso à PSP. O golpe ficou registado pela videovigilância do prédio e os assaltantes usavam capuzes e luvas para evitarem a
identificação. Um deles tentou argumentar, em sede de julgamento, que tinha as luvas postas devido à pandemia, para se proteger da
Covid-19, “o que minimamente não convenceu o tribunal”.

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Os assaltantes, todos com extenso cadastro, protagonizaram outros roubos violentos na capital. Num dos casos, um dos elementos do
trio, acompanhado por outros dois homens (não identificados), roubaram uma bicicleta, no valor de 160 euros, a um ciclista que
encontraram na rua, perto das 18h00, do dia 9 de outubro de 2019.

Já em março de 2020, durante a noite, novo golpe. “Passem tudo o que têm, dá-me tudo o que tens nos bolsos”, ameaçou um dos
arguidos perante mais duas vítimas. A dada altura, o ladrão dirigiu-se a um dos homens que estava a assaltar e “desferiu-lhe diversos
golpes no braço esquerdo”. A outra vítima saiu em defesa do amigo e acabou esfaqueada no peito e rosto e alvo de vários murros.
Roubaram 50 euros.

ALGUNS BENS ROUBADOS

3 RELÓGIOS EM OURO

Marca Van Cleef&Arpels, no valor de 75 mil euros

3 RELÓGIOS EM OURO

Marca Bvlgari, 75 mil euros

6 MOEDAS DE GIBRALTAR EM PRATA

Dos 300 anos do Tratado de Utreque, valor não apurado

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2 MEIAS LIBRAS EM OURO

Da Rainha Isabel, valor não apurado

CIGARREIRA EM OURO MACIÇO, SÉC. XVIII

Com diamantes incrustados, valor não apurado

TESOURA COM BASE EM PRATA, SÉC. XVIII

Para apagar os pavios das igrejas, 2000 euros

COFRE E TABULEIRO EM FILIGRANA DE PRATA 

PARA APAGAR OS PAVIOS DAS IGREJAS, 2000 EUROS

TABULEIRO EM PRATA

Séc. XVIII, com o valor aproximado de 500 euros

BALDE DE BATISMO EM PRATA

Com aspergidor, séc. XVII, entre 20 mil e 30 mil euros

6 PRATOS

Marcadores brasonados e em prata, 60 mil euros

2 CAIXAS DE PRATA E TARTARUGA, SÉC. XVI

40 mil a 50 mil euros

TAPETES PERSA

SÉC. XVII E XVIII, 5 MIL A 10 MIL EUROS

SALVA EM PRATA

7 mil a 10 mil euros

IPAD, IPHONE XS E TV

No valor de 2000 euros

TOTAL DOS BENS ROUBADOS: 306 500 € (VALOR MÍNIMO ESTIMADO)

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