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Nivelamento de Língua Portuguesa


Centro Universitário Leonardo da Vinci

Organização
Cláudia Suéli Weiss
Luciana Fiamoncini
Patricia Maria Matedi

Reitor da UNIASSELVI
Prof. Hermínio Kloch

Pró-Reitor de Ensino de Graduação a Distância


Prof.ª Francieli Stano Torres

Pró-Reitor Operacional de Ensino de Graduação a Distância


Prof. Hermínio Kloch

Diagramação e Capa
Davi Schaefer Pasold

Revisão:
Diógenes Schweigert
José Rodrigues
Marina Luciani Garcia

Todos os direitos reservados à Editora Grupo UNIASSELVI - Uma empresa do Grupo UNIASSELVI
Fone/Fax: (47) 3281-9000/ 3281-9090
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Proibida a reprodução total ou parcial da obra de acordo com a Lei 9.610/98.


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ORTOGRAFIA, TONICIDADE DA
SÍLABA, ACENTUAÇÃO E USO DA
CRASE

Preparado para mais uma etapa? Você já ouviu a palavra


TO-NI-CI-DA-DE? Se sim, ótimo. Vamos aprofundar algo que
você já conhece. Se não, esta é uma ótima oportunidade para
conhecê-la. Embarque nessa aventura rumo ao conhecimento.
Seremos parceiros nessa jornada.

Antes de iniciarmos o estudo da acentuação gráfica,


devemos conhecer a sílaba tônica das palavras. Todas as
palavras da Língua Portuguesa apresentam uma sílaba tônica.
Sílaba tônica é aquela pronunciada com mais intensidade,
mais força que as demais. As outras são chamadas átonas.
Só existe uma sílaba tônica em cada palavra. Por exemplo:
na palavra cadeira, a sílaba tônica é a penúltima (dei); as
outras (ca) e (ra) são átonas.

Na língua portuguesa, a sílaba tônica só pode ocorrer


nas três últimas sílabas (sempre contadas de trás para frente):
a última é chamada de oxítona; a penúltima, de paroxítona; e
a antepenúltima, de proparoxítona.

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Nem todas as palavras da nossa língua são acentuadas.


Apesar de existirem palavras que não levam acento,
elas possuem sílaba tônica. Veremos adiante em que
ocasiões devemos acentuar as palavras, conforme
algumas regras, mas lembre-se de que, quando
uma palavra recebe acento, este deve ser colocadao
necessariamente na sílaba tônica.

Exemplos:
Ja-ca-RÉ (última) - oxítona
Ca-RÁ-ter (penúltima) - paroxítona
MÁ-qui-na (antepenúltima) - proparoxítona

Portanto, de acordo com a posição da sílaba tônica, as


palavras podem ser classificadas em:
Oxítonas – café, Peru.
Paroxítonas – cadeira, lápis.
Proparoxítonas – médico, lâmpada.

Em todos os exemplos mencionados tínhamos palavras


com mais de uma sílaba. Existem, todavia, na nossa língua,
as palavras com uma única sílaba, são os chamados
monossílabos, que podem ser tônicos ou átonos.

Tônicos: são independentes e possuem a mesma força


das sílabas tônicas. Ex.: ré, tua, cá etc.
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Átonos: precisam de outras palavras que lhes deem


suporte, pois não são independentes e se parecem com
sílabas átonas. Não têm sentido quando usadas de forma
isolada. Fazem parte desse grupo os artigos, pronomes
oblíquos, preposições, junções de preposições e artigos,
conjunções, pronome relativo que. Ex.: a, lhe, com etc.

Agora que já sabemos o que é tonicidade e que,


conforme a posição da sílaba tônica, as palavras podem ter
classificações diferentes, veremos em que situações devemos
acentuar ou não as palavras. Preparados? Então, vamos em
frente!

Regras Fundamentais:

Oxítonas – acentuam-se todas as palavras oxítonas (sílaba


tônica – última) terminadas em: a(s), e(s), o(s) ,em e ens.
Ex.: Pará, café, jilós, também, parabéns.

Atenção para as oxítonas sem acento: a maioria


das pessoas costuma acentuar palavras oxítonas
terminadas em “U”. Lembrem-se: oxítonas
terminadas em “U” não são acentuadas. Portanto,
as palavras: angu, anu, Aracaju, babaçu, belzebu,
bambu, iglu, Iguaçu, inhambu, Itaipu, Itu, jaburu,
jacu, peru, pirarucu, surucucu, tatu e tantas outras
não recebem acento.

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A regra das oxítonas é usada também nos seguintes casos:


• Monossílabos tônicos terminados em a, e, o, seguidos ou
não de “s”. Ex.: pá, pé, pó.
• Formas verbais terminadas em a, e, o tônicos seguidas de
lo, la, los, las.
Ex.: amá-lo, vendê-lo, pô-lo.

O acordo ortográfico permitiu o uso tanto do


acento agudo quanto do circunflexo nos casos de vogais
finais “e” e “o” de palavras oxítonas. No Brasil usa-se
o circunflexo e em Portugal, agudo. Ex.: Bebê / bebé.
Cocô / Cocó.

Paroxítonas – acentuam-se todas as palavras paroxítonas


terminadas em:
• -i – is: júri, tênis;
• -us – um – uns: bônus, álbum, álbuns;
• -l – n – r – x – ps: fácil, hífen, caráter, tórax, bíceps;
• -ã – ãs – ão – aos: órfã – órfãs – órgão – órgãos;
• Ditongo crescente: sério, ânsia, mágoa.

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De acordo com a nova regra, os ditongos abertos ei,


oi, que eram acentuados nas palavras paroxítonas,
perderam o acento. Ex.:
Antes Agora

Assembléia Assembleia
Idéia Ideia
Jibóia Jiboia

Importante – O acento dos ditongos abertos éi, éu e ói de


palavras oxítonas ainda permanece. Ex.: anéis, chapéu,
herói.

Proparoxítonas – todas as palavras proparoxítonas são


acentuadas.
Ex.: médico, úmido, lâmpada.

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O acordo ortográfico permitiu o uso tanto do acento


agudo ou circunflexo nas vogais e e o tônicas, em
final de sílaba, seguidas de m ou n. Neste caso, no
Brasil usa-se o circunflexo e em Portugal, agudo.
Ex.: Acadêmico / académico. Higiênico / higiénico.

Acento nas vogais I e U.


• Acentuam-se as vogais i e u tônicas dos hiatos,
acompanhadas ou não de s.
Ex.: saúde, país, juíza, caíste.

Relembrando: Hiato é o encontro de dois sons vocálicos


pronunciados em sílabas separadas. Ex.: escoar (es-co-ar),
traído (tra-í-do).

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Atenção! Não haverá mais acento no i e u tônicos dos


hiatos quando vierem depois de ditongo. Relembrando:
Ditongo é o encontro de dois sons vocálicos na mesma
sílaba.
Ex.: Antes Agora
Bocaiúva Bocaiuva
Feiúra Feiura

E tem mais! O acento que se usava sobre a primeira


vogal dos hiatos ee e oo não existe mais, portanto, agora o
nosso VOO é sem acento, só com poltrona. E cadê aquele
sombreiro gostoso na hora da leitura?

O LEEM ficou sem sombreiro...


Antes, escrevíamos assim: vôo, abençôo, lêem, crêem...
Agora, escrevemos assim: voo, abençoo, leem, creem...

• Não se acentuam o i e u tônicos dos hiatos quando seguidos,


na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z.
Ex.: Ru-im, ju-iz, com-tri-bu-in-te.

• Não se acentuam as letras i e u dos hiatos quando seguidos


de nh.
Ex.: Ra-i-nha, ba-i-nha.

• Não se acentuam as letras i e u dos hiatos se vierem


antepostas vogais idênticas.

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Ex.: Xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba.

No entanto, atenção! Em se tratando de palavras


proparoxítonas, haverá acento, pois prevalece a
regra das proparoxítonas sobre a dos hiatos.
Ex.: Fri-ís-si-mo.

• As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz,


com u tônico precedido de g ou q e seguido de e ou i não
são mais acentuadas.
Ex.:
Antes Depois
apazigúe (apaziguar) apazigue
averigúe (averiguar) averigue
argúi (arguir) argui

Acentos Diferenciais

• Acentua-se a terceira pessoa do plural dos ter e vir, para


diferenciar da terceira pessoa do singular.
Ex.: Ele tem – eles têm
Ele vem – eles vêm

Atenção ! A mesma regra vale também para os verbos conter,


obter, reter, deter, abster.
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Ex.: Ele contém – eles contêm


Ele obtém – eles obtêm
Ele retém – eles retêm
Ele convém – eles convêm
• As palavras homógrafas (palavras diferentes no significado
e na pronúncia, mas que se escreve de modo idêntico),
que antes eram acentuadas para diferenciar de outras
semelhantes, não recebem mais acento. Muita atenção
agora, nesta regra temos exceções:

EXCEÇÕES:
- A forma verbal pôde (terceira pessoa do singular do pretérito
perfeito do modo indicativo) ainda continua sendo acentuada
para diferenciar-se de pode (terceira pessoa do singular do
presente do indicativo).
- O mesmo ocorreu com o verbo pôr para diferenciar da
preposição por.

Palavras homógrafas
Pola (ô) substantivo – pola (ó) substantivo
Polo (s) (substantivo) - polo(s) (contração de por + o)
Pera (substantivo) - pera (preposição antiga)
Para (verbo) - para (preposição)
Pelo(s) (substantivo) - pelo (contração)
Pelo (do verbo pelar) - pelo (contração)
Pela, pelas (substantivo e verbo) - pela (contração)

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Antes de encerrarmos nosso estudo sobre


acentuação, ufaaaaaaaa... está quase no fim, vale
uma observação importante sobre o que na Língua
Portuguesa chamamos de Ortoepia e Prosódia.

Para que nossa comunicação seja perfeita, é essencial


que pronunciemos corretamente as palavras. As partes que
estudam tais aspectos são a ortoepia e a prosódia. A ortoepia
ou ortoépia (do gr. orthós, “reto”, “direito” + épos, “palavra”) trata
da pronúncia e articulação correta das palavras. Os desvios
de ortoepia são características da linguagem coloquial. Ex.:
“róba” em vez de rouba, “alejar” em vez de aleijar.

A prosódia trata da correta acentuação tônica das


palavras. Ex.: sabia (do verbo saber), sabiá (pássaro) e sábia
(mulher que sabe muito). Transformar uma palavra paroxítona
em proparoxítona é, por exemplo, um desvio de prosódia.

Veja:
Tonicidade correta Desvio de Prosódia
ruBRIca rúbrica
aVAro ávaro
ruIM rúim
filanTROpo filântropo

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Material Complementar

• Para um melhor aproveitamento deste conteúdo, é


aconselhável a revisão de separação silábica e encontros
vocálicos.
• Muitas vezes, o problema de acentuação não está no
desconhecimento da regra, e sim na fala viciosa de algumas
palavras. Ex.: ru-BRI-ca, ÍN-te-rim. Os tópicos que tratam
deste assunto são intitulados ortoepia e prosódia.
• As formas verbais terminadas em -I, acrescidas da variante
do pronome oblíquo (-LO, -LA, -LOS, -LAS), só serão
acentuadas se este -I estiver em hiato e for tônico. Ex.
atribuí-lo x parti-lo.
• As paroxítonas terminadas em -n, quando pluralizadas,
não recebem mais acento. Pólen x polens, hífen x hifens.
• Tanto as palavras monossílabas quanto as oxítonas
terminadas em -A(S), -E(S), -O(S) são acentuadas,
entretanto, são princípios diferentes que justificam o
acento.
• As paroxítonas terminadas em -R, -X, -N, -L são acentuadas.
• As paroxítonas terminadas em ditongo crescente
(chamados falsos ditongos), atualmente também estão
sendo consideradas como proparoxítonas. Para se optar
por uma justificativa ou outra, dá-se prioridade à primeira.
Ex.: his-tó-ria ou his-tó-ri-a.
• As palavras terminadas pelo sufixo -MENTE, -ZINHO(S)
ou -ZINHA(S) não recebem acento grave.

ADAPTADO DE: PORTUGUÊS ON LINE. Dicas - Acentuação


gráfica. Disponível em: <http://www.graudez.com.br/portugues/dicas_
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acentuacao_grafica.htm>. Acesso em: 10 dez. 2010.

Dicas – Tonicidade

Prosódia
São oxítonas:
Cateter, Cister, condor, masseter, mister (= necessário), negus
(soberano etíope), Nobel, obus (peça de artilharia), novel (novato),
ruim (hiato), sutil, ureter, Xerox.

São paroxítonas:
Alanos (povo bárbaro), alcácer (fortaleza), ambrosia (manjar delicioso),
avaro, avito, aziago, barbaria, batavo (holandês), caracteres, celtiberos,
cartomancia, ciclope, decano, diatribe (crítica), edito (lei, decreto),
efebo (rapaz que chegou à puberdade), estrupido (grande estrondo),
êxul (exilado), filantropo, fortuito (ditongo), gratuito (ditongo), homizio
(refúgio), hosana, ibero, imbele (não belicoso), inaudito, látex, libido,
luzidio, Madagáscar, maquinaria, matula (súcia; farnel), mercancia
(mercadoria), misantropo, necropsia, nenúfar (planta), Normandia,
onagro (jumento), ônix, opimo (excelente, abundante), penedia
(rochedo), policromo, poliglota, pudico, quiromancia, recorde, refrega
(peleja), rócio (orgulho), rubrica, ubíquo.

São proparoxítonas:
Ádvena (forasteiro), aeródromo, aerólito, ágape (refeição dos antigos),
álacre, álcali, alcíone, amálgama, anátema, andrógino, anêmona,
antífona, antífrase, antístrofe, areópago, aríete, arquétipo, azáfama,
bátega, bávaro, bímano, bólido (e), brâmane, cérbero, crisântemo,
édito (ordem judicial), égide, elétrodo, etíope (hiato), fagócito, férula,
gárrulo, hégira (j), idólatra, ímprobo, ínclito, ínterim, leucócito, lêvedo,
ômega, périplo, plêiade, prófugo, protótipo, quadrúmano, revérbero,

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sátrapa, trânsfuga, vermífugo, zéfiro, zênite.

Admitem dupla prosódia:


Acróbata ou acrobata, anídrido ou anidrido, Bálcãs ou Balcãs, hieróglifo
ou hieroglifo, homília ou homilia, Oceânia ou Oceania, ortoépia ou
ortoepia, projétil ou projetil, réptil ou reptil, sáfari ou safari, sóror ou
soror, zângão ou zangão.
FONTE: Português on Line.

Segue sugestão de site, com exercícios online para vocês


mostrarem que estão feras em acentuação gráfica. Acesse!

CPDEC. Disponível em: <http://www.escreverbem.com.br/index.


php?lingua=1&pagina=reform_orto_tes.. Acesso em: 7 jan. 2011.

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Para descontrair:

FONTE: Disponível em: <http://intrometendo.com/wp-content/


uploads/2009/09/alfaiate.jpg>. Acesso em: 19 jan. 2011.

Quanto ao nome da Alfaiataria Aguia de Ouro, cresci


ouvindo meu pai contar que alguém de passagem por
uma cidade do interior (nada contra as cidades do interior)
e precisando de um alfaiate pediu informações e lhe foi
recomendado um logo ali, muito bom. Ao ver a placa da
alfaiataria, disse ao proprietário lamentar muito que, embora
lhe tivessem dito se tratar de um alfaiate de mão cheia, não
confiava em alguém que escrevia errado o nome do próprio
negócio.
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- O acento, o senhor não colocou o acento de águia,


Alfaiataria Águia de Ouro.
O alfaiate olha o visitante com estranheza e explica:
- Não, senhor, Aguia [agúia] de Ouro.
FONTE: Extraído de: <http://www.iel.unicamp.br/cefiel/alfaletras/
biblioteca_professor/arquivos/49Textos%20de%20humor.pdf>. Acesso
em: 7 jan. 2011.

As palavras e suas grafias

A palavra ortografia é formada por dois elementos de


composição do grego: othós (reto, direito, correto) + gráphein
(escrever, descrever, desenhar). Tais elementos aparecem
em outras palavras, como: ortoépia (pronúncia correta),
caligrafia (escrita bonita), cacografia (escrita feia, errada)
etc.

Vale lembrar que a grafia de uma palavra pode estar


ligada à sua etimologia (não é nenhum palavrão, não).
Etimologia é a parte da gramática que estuda a origem das
palavras.

Segundo Monteiro Lobato (1998), “Dona Etimologia é


uma velha coroca, de nariz recurvo e uma papeira – a papeira
da sabedoria. Essa velha senhora conhece a vida de todas
as palavras, uma por uma, nos menores detalhes. Sabe
onde nasceram, de quem são filhas, de que modo foram se
transformando através dos séculos. Dona Etimologia é muito
visitada por filólogos, gramáticos e fazedores de dicionários”.

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Além da etimologia, a grafia de uma palavra também


pode estar ligada à sua tonicidade. A melhor forma de saber
se uma palavra se escreve com x ou com ch, com s ou com z,
é consultando um bom dicionário, memorizar e praticar muito.
Contudo, podemos agrupar casos e criar regras práticas.

Preparados? Vamos em frente.

Primeiramente vamos relembrar palavras Homônimas


e Parônimas. Calma, o monstro não é tão assustador assim.
É feio, grande, mas não mete medo.

Homo (do grego) significa “igual”. São palavras iguais.


Até aí tudo bem, mas o problema são as palavras homônimas
homófonas (som igual, escrita diferente e significados
diferentes). É o caso de acento e assento. Quando falamos,
não se percebe a diferença, pois a pronúncia é a mesma.
A dúvida surge na hora de escrever: é com “ss” ou “c”? Aí
depende do sentido.

Assento (banco, cadeira...) se escreve com “ss”. E


acento (sinal gráfico) é com “c”. É bom tomar cuidado.

Atenção para a história que segue:

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FONTE: Disponível em: <http://www.gartic.com.br/imgs/mural/en/


enrico_francesco/1222969550.png>. Acesso em: 19 jan. 2011.

Certo comerciante (não importa a nacionalidade)


escreveu um cartaz e afixou na porta do seu
estabelecimento:

“Aos meus empregados. A partir de hoje, quero as


nossas portas serradas às 18h.”

Foi atendido. Ao voltar à loja, no dia seguinte,


encontrou todas as portas pela metade. Se a ficha não
caiu, anote: CERRAR significa “fechar”; SERRAR significa
“cortar”.
FONTE: PORTAL AZ. Disponível em: <http://www.portalaz.com.br/
noticia/cidades/93959%3c>. Acesso em: 12 dez. 2010.

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Atenção para os pares de palavras a seguir:

E as palavras Parônimas? O que são?


São aquelas de sentido diferente que apresentam
semelhança na escrita e na pronúncia.
Atente para a diferença:

A tarefa foi cumprida com facilidade.


Puxa! A fila está comprida!
As palavras cumprida e comprida são parônimas.

Dicas:
1. ACENDER ou ASCENDER
Acender = pôr fogo, ligar: ele foi acender a vela.
Ascender = subir, elevar-se: ele quer ascender de posto.

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2. ACENTO ou ASSENTO
Acento = intensidade, sinal gráfico: coloque o acento na
sílaba tônica.
Assento = lugar onde se senta: saiu, e eu ocupei seu assento.

3. ACIDENTE ou INCIDENTE
Acidente = desastre, acontecimento com consequências
mais graves: houve um acidente na Via Dutra.
Incidente = desentendimento, ocorrência com consequências
menores: perdoe-me pelo incidente de ontem.

4. ACONDICIONAR ou CONDICIONAR
Acondicionar = preservar, guardar: é necessário acondicionar
melhor estes aparelhos.
Condicionar = regular, tornar dependente de condição: vai
condicionar sua permanência ao seu esforço.

5. AFERIR ou AUFERIR
Aferir = conferir pesos, medidas: é preciso aferir
constantemente os taxímetros.
Auferir = obter, colher: só vai auferir algum lucro no final do
ano.
FONTE: PORTAL AZ. Disponível em: <http://www.portalaz.
com.br/noticia/cidades/93959%3c>. Acesso em: 12 dez.
2010.

Alguns usos ortográficos especiais.


Na nossa língua, algumas palavras apresentam usos
especiais. Vamos estudá-las?
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- Onde/aonde:
Aonde = ideia de movimento ou aproximação. Ex.:Não sei
aonde parar. Aonde você vai?
Onde = indica o lugar em que se está ou em que se passa
algum fato. Ex.: Onde você está? Não sei onde vou achá-la.

- Cessão / sessão / secção / seção:


Cessão = ato de ceder. Ex.: Cedi todos os meus brinquedos
aos pobres.
Sessão = significa “intervalo de tempo”. Ex.: Assisti a uma
sessão de cinema.
Secção ou seção = significa parte de um todo, segmento. Ex.:
Li a notícia na secção (ou seção) policial.

- Mas / mais:
Mas = conjunção adversativa que indica contrariedade. Pode
ser substituída por: porém, contudo, todavia, entretanto etc.
Ex.: Eles viajam muito, mas não têm carro.
Mais = é o contrário de menos. Ex.: Eu trabalhei mais que
você.

- Mau / mal
Mau = sempre adjetivo, antônimo de bom. Ex.: Era um mau
filho.
Mal = - Advérbio de modo: Ela se comportou muito mal.
- Conjunção temporal (equivale a assim que): Mal entrou,
caiu.
- Substantivo (quando vier precedido de artigo ou outro
determinante): O mal é inevitável.

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FONTE: Disponível em: <http://www.alunosonline.com.br/portugues/


porques/>. Acesso em: 7 jan. 2011.

- Por que / por quê / porque / porquê:


Por que (separado e sem acento) = frases interrogativas –
podem ser diretas ou indiretas. Ex.: Por que ela saiu? (direta)
/ Diga-me por que ela saiu. (indireta)
Porque (junto e sem acento) = nas respostas e em frases
afirmativas. Ex.: Não fui ao colégio hoje porque estava doente.
Por quê (separado e com acento) = final de frases. Ex.: As
meninas estão cansadas por quê?
Porquê (junto e com acento) = tem valor de substantivo.
Equivale à palavra motivo/razão. Ex.: Os meninos sabiam
o porquê de tudo. (Os meninos sabiam o motivo/a razão de
tudo.)

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Orientações Ortográficas

- Usos de S e Z:

Nos sufixos que indicam nacionalidade, origem ou


procedência, usa-se S (-ês, -esa) : francês – camponesa.
No sufixo que indica gênero feminino, usa-se S (-isa): poetisa
– sacerdotisa.
Nos sufixos que se juntam a adjetivos para formar substantivos
abstratos, usa-se Z (-ez, -eza): rapidez (rápido) – leveza
(leve).
Nos verbos derivados de palavras que têm S na última sílaba,
usa-se S (-isar): aviso > avisar – análise > analisar.
Nos verbos formados de palavras que não têm S na última
sílaba, usa-se Z (-izar): canal > canalizar – padrão >
padronizar.
Após um ditongo, usa-se sempre S, nunca Z: faisão –
ausência.

Atenção!Parada para relembrar o que é ditongo:


Ditongo é o encontro de dois sons vocálicos na mesma sílaba.
Por exemplo, na palavra FAISÃO temos o encontro do A + I,
portanto, temos um ditongo.

Usa-se sempre o S, nunca o Z, nas muitas formas dos verbos


querer e pôr: quiseram – pusemos.

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Usos de J e G:

Palavras em que a última sílaba é -já, originam palavras


derivadas com J: canja > canjica – loja > lojista.

São escritas com J e não com G, todas as formas verbais dos


verbos terminados em –jar: viajar > viajei, viajem.

Nas palavras terminadas em –ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio,


usa-se G: vestígio – privilégio.

Nas palavras terminadas em –agem, -igem e –ugem, usa-se


G: coragem – fuligem. Exceções: pajem e lambujem.

Usos do X:

Usa-se X e não CH, depois de ditongo: faixa – deixar.

Usa-se X e não CH, após sílaba inicial en- :enxoval – enxuto.

OBS.: Em palavras com sílaba inicial en-, essa regra não se


aplica: encher, enchente, encharcar.

Me inicial, usa-se X: mexerica – mexicano. EXCEÇÃO:


mecha.

Em palavras de origem indígena e africana usa-se X: xangó


– xavante.

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Palavras aportuguesadas do inglês, geralmente trocam o sh


por X: xampu (de shampoo) – xerife (de sheriff).

OBS.: A forma aportuguesada de shoot é chute.

Uso do dígrafo SS:

Usa-se o dígrafo SS nas seguintes analogias:


Ced > cess: ceder – cessão.
Gred > gress: agredir – agressão.
Prim > press: imprimir – impressão.
Tir > ssão: demitir – demissão.

Cê-cedilha:

Cê-cedilha é a letra C em que se pôs cedilha. Indica que o C


passa a ter som de /s/: exceção – justiça.
São escritas com Ç as palavras de origem árabe, africana
e indígena: açúcar (árabe) – paçoca (indígena) – caçula
(africana).
Emprega-se Ç na correlação ter > tenção: obter – obtenção.
Os sufixos –ação e –ção, que formam substantivos a partir
de verbos, são escritos com Ç: formar > formação – trair >
traição.
Os sufixos –aça(o), -iça(o), -uça(o), açal também são escritos
com Ç: barcaça – carniça – lamaçal.
Lembrando: quando seguidos de “e” e “i” não usamos
cedilha.

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Uso do H:

A letra H se mantém em algumas palavras devido à sua


etimologia (Lembrem-se de que já vimos o que significa
etimologia), ou pela tradição escrita do nosso idioma.

Usa-se o H quando a etimologia ou a tradição assim determina:


homem – higiene – honra .
Usa-se o H no final de algumas interjeições: Oh! Ah!.
Não se usa H no interior das palavras, exceto:
- nas palavras compostas em que o segundo elemento
iniciado com H se junta por hífen ao primeiro: super-homem
– pré-história.
- quando o H fizer parte dos dígrafos ch, lh, nh: passarinho
– palha – chuva.

Observação importante: Há ainda palavras que podem ser


escritas de duas formas, ambas aceitas pela norma culta:

Cota = quota
Catorze = quatorze
Cociente = quociente
Óptica = ótica

OBS.: A palavra cinquenta não possui forma variante.

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FONTE: Disponível em: <http://www.bahdigital.com.br/site/blogs/blog.


asp?canal=19&cd=206979&ed=327>. Acesso em: 19 jan. 2011.

E então, preparados para estudar o uso da crase?

Veremos, a partir de agora, a CRASE sem crise.

A palavra CRASE tem origem no grego e significa fusão.


Basicamente, a crase é a fusão do a preposição + a artigo =
à.

No caso de ir a algum lugar e voltar de algum lugar,


atente para a seguinte dica: “Quando volto da, crase há;
quando volto de, crase pra quê?” Portanto, devemos escrever
assim: Vou à Bahia. (Volto da Bahia) / Vou a Paris. (Volto de
Paris)

Não se usa crase antes de palavras que não admitem o


artigo feminino a (como os verbos, grande parte dos pronomes
e palavras masculinas).

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Principais casos em que a crase deve (ou não) ser


utilizada.

Uso obrigatório:

• Antes de palavras masculinas quando estiver subentendido


o termo à moda de: móveis à Luís XV.
• Quando estiver subentendido termo feminino: Vou à
[praça] João Mendes.
• Antes de nomes de cidades, estados, países: Foi à Itália
(voltou da Itália). / Chegou à Paris dos poetas (voltou da
Paris dos poetas). Lembrem: quando volto “da”, crase há;
quando volto “de”, crase pra quê?
• Locuções adverbiais, conjuntivas ou prepositivas de base
feminina: Às vezes, às pressas, à primeira vista, à medida
que, à noite, à custa de, à procura de, à beira de, à tarde
etc.
• Aquele, aqueles, aquilo, aquela, aquelas: Foi àquele
restaurante - Dedicou-se àquela tarefa.

Uso proibido:

• Antes de palavras masculinas. Viajar a convite, traje a


rigor, passeio a pé, sal a gosto etc.
• Antes de verbos. Disposto a colaborar.
• Antes da maior parte dos pronomes. Disse a ela que não
virá.
• Quando o “a” vem antes de palavras no plural. A pesquisa
não se refere a mulheres casadas.

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• Em expressões formadas por palavras repetidas. Cara a


cara, frente a frente etc.
• Depois das preposições “para”, “até”, “perante”, “com”,
“contra” etc. O jogo está marcado para as 16h. Foi até a
esquina.
• Antes de cidades, estados, países: Foi a Roma (voltou de
Roma).

Uso facultativo:

• Antes de pronomes possessivos: Enviou a carta a sua


filha. Enviou a carta à sua filha.
• Locuções femininas de meio ou instrumento, prefira a
crase quando for preciso evitar ambiguidade. Ex.: Receber
à bala. Receber a bala. à vela/a vela; à mão/a mão; à
vista/a vista etc.

FONTE: Adaptado de: UOL EDUCAÇÃO. Crase: regras de uso e


emprego. Disponível em: < http://educacao.uol.com.br/portugues/crase-
regras-de-uso-e-emprego.jhtm>. Acesso em: 13 dez. 2010.

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A UTOATIVIDADE
Vamos exercitar?
1. Acentue, se necessário, as palavras que seguem e justifique
o acento:
a) Igarape.
b) Fluor.
c) Facil.
d) Sutil.
e) Enjoo.
f) Tipico.

2. Indique a alternativa que completa corretamente as lacunas


da oração a seguir:
Comunique ___ diretora que a reunião terá início ___ nove
horas. Peça-lhe que chegue ___ tempo.
a) à – às – à.
b) à – às – a.
c) a – as – a.
d) a – às – a.

3. Complete as palavras a seguir com S ou Z, G ou J, CH ou


X.
a) Qui_er
b) Va_ar
c) Ma_estade
d) Via_em
e) Fle_a
f) Engra_ar

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R EFERÊNCIAS
AMARAL, E; FERREIRA, M; LEITE,R; ANTÔNIO, S.
Português. São Pauo: FTD, 2000.

BATTISTI. J. Gramática II. Disponível em: <http://www.


juliobattisti.com.br/tutoriais/jaquelinesilva/gramatica002.
asp>. Acesso em: 12 dez. 2010.

BRASIL ESCOLA. Acentuação. Disponível em: <http://www.


brasilescola.com/gramatica/acentuacao.htm>. Acesso em: 1
dez. 2010.

LEDUR, Paulo Flávio. Guia Prático da nova ortografia: as


mudanças do Acordo Ortográfico. 4. Ed. Porto Alegre, RS:
AGE, 2009.

LOBATO, Monteiro. Emília no País da Gramática. 5ª ed. v.


15. São Paulo: Brasiliense, 1998.

NICOLA, José de. Português: ensino médio. Volume 1.


São Paulo: Scipione, 2005.

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GABARITO
1. Acentue, se necessário, as palavras que seguem e justifique
o acento:
a) Igarape – igarapé (oxítona terminada em e).
b) Fluor – flúor (paroxítona terminada em r).
c) Facil – fácil (paroxítona terminada em l).
d) Sutil – sutil (oxítona não acentuada. Oxítonas terminadas
em “l” não são acentuadas).
e) Enjoo – segundo o novo acordo ortográfico, não se
acentuam mais os grupos OO.
f) Tipico – típico (todas as proparoxítonas são acentuadas).

2. Indique a alternativa que completa corretamente as lacunas


da oração a seguir:
Comunique ___ diretora que a reunião terá início ___ nove
horas. Peça-lhe que chegue ___ tempo.
a) à – às – à.
b) à – às – a.
c) a – as – a.
d) a – às – a.

3. Complete as palavras a seguir com S ou Z, G ou J, CH ou X.


a) Qui_er (s)
b) Va_ar (z)
c) Ma_estade (j)
d) Via_em (substantivo) (g)
e) Fle_a (ch)
f) Engra_ar (x)

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