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Profª. Tais Martins
Indaial – 2020
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Profª. Tais Martins
M386p
Martins, Tais
Psicologia e comunidade. / Tais Martins. – Indaial:
UNIASSELVI, 2021.
178 p.; il.
ISBN 978-65-5663-437-1
ISBN Digital 978-65-5663-433-3
1. Psicologia comunitária. - Brasil. II. Centro Universitário
Leonardo da Vinci.
CDD 155.94
Impresso por:
Apresentação
A obra Psicologia Social Comunitária é responsável pela abordagem
de conteúdos importantes e desafiadores da Psicologia. Os alunos dedicados
a esses aprendizados, certamente, tornar-se-ão profissionais de qualidade
e dispostos ao olhar humanitário. Este material foi elaborado através da
conjugação de saberes entre a Teoria e a Prática da Psicologia Comunitária,
que traz em seu bojo um conteúdo valioso e inquietante. Essa seara vem
expandindo a sua atuação e também a sua amplitude conceitual em função
das produções científicas e acadêmicas.
Bons estudos!
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
TÓPICO 1 — CONCEITO...................................................................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................................... 3
2 O PENSAMENTO SOCIAL E AS INFLUÊNCIAS SOCIAIS...................................................... 4
2.1 A EMERGÊNCIA E A FORMAÇÃO DA PSICOLOGIA SOCIAL
COMUNITÁRIA (PSC) NO BRASIL................................................................................................... 5
2.1.1 Etapas desafiadoras da psicologia social comunitária...................................................... 5
3 A HISTÓRIA DA CONSTRUÇÃO DA PSICOLOGIA SOCIAL NO BRASIL
E NA AMÉRICA LATINA................................................................................................................... 6
3.1 CARACTERÍSTICAS DA PSICOLOGIA SOCIAL COMUNITÁRIA....................................... 7
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 12
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 13
TÓPICO 2 — HISTÓRICO.................................................................................................................. 15
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 15
2 O ESTUDO DA PSICOLOGIA SOCIAL COMUNITÁRIA....................................................... 17
2.1 A PSICOLOGIA COMUNITÁRIA É UMA DISCIPLINA RECENTE.................................... 17
2.1.1 A evolução da Psicologia..................................................................................................... 19
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 20
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 21
TÓPICO 3 — IDENTIDADE............................................................................................................... 23
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 23
2 AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS.................................................................................................. 24
2.1 REPRESENTAÇÕES SOCIAIS SÃO FENÔMENOS DA VIDA COTIDIANA .................... 25
2.1.1 As três dimensões das representações sociais.................................................................. 26
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 29
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 30
TÓPICO 4 — COMUNIDADE............................................................................................................ 33
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 33
2 A PSICOLOGIA SOCIAL COMUNITÁRIA TEM COMO UMA DE SUAS
OCUPAÇÕES O ESTUDO DA COMUNIDADE......................................................................... 34
2.1 O SENTIDO DE COMUNIDADE SURGE A PARTIR DA CONCEPÇÃO DE SAÚDE
E DE EMAGRECIMENTO COMO FORMA DE MANUTENÇÃO DA SAÚDE....................... 34
2.1.1 Preconceitos e estereótipos.................................................................................................. 35
3 A PSICOLOGIA SOCIAL COMUNITÁRIA ESTUDA AS RELAÇÕES ENTRE O
INDIVÍDUO E A SOCIEDADE....................................................................................................... 36
3.1 O DIREITO HUMANO À ALIMENTAÇÃO ADEQUADA.................................................... 37
3.1.1 O ganho de peso é um problema........................................................................................ 38
RESUMO DO TÓPICO 4..................................................................................................................... 41
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 42
TÓPICO 5 — CRENÇAS E JULGAMENTOS SOCIAIS................................................................ 45
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 45
2 O CONCEITO DE RESPONSABILIDADE SOCIAL.................................................................. 46
2.1 INTERVENÇÃO SOCIAL............................................................................................................. 47
2.1.1 A vida social diante da nossa formação filogenética e ontogenética............................ 48
LEITURA COMPLEMENTAR............................................................................................................. 50
RESUMO DO TÓPICO 5..................................................................................................................... 53
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 54
REFERÊNCIAS....................................................................................................................................... 56
PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em cinco tópicos. No decorrer da
unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o
conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – CONCEITO
TÓPICO 2 – HISTÓRICO
TÓPICO 3 – IDENTIDADE
TÓPICO 4 – COMUNIDADE
CHAMADA
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1 —
CONCEITO
1 INTRODUÇÃO
3
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
E
IMPORTANT
4
TÓPICO 1 — CONCEITO
• O fato de que não há uma base consensual que reúna os trabalhos dentro de
uma mesma terminologia, indicando aproximações teórico-conceituais.
5
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
E
IMPORTANT
6
TÓPICO 1 — CONCEITO
7
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
8
TÓPICO 1 — CONCEITO
própria comunidade;
• considera a Psicologia Social Comunitária uma ciência aplicada que é capaz
de produzir intervenções sociais;
• apresenta um caráter eminentemente preventivo;
• seu caráter científico promove interferências na esfera crítica e também na
construção de novas teorias.
9
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
10
TÓPICO 1 — CONCEITO
DICAS
11
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
12
AUTOATIVIDADE
1 A obra Psicologia Social Comunitária é responsável pela abordagem de
conteúdos importantes e desafiadores da Psicologia. Os estudos de Bader
Sawaia e Regina Helena Freitas Campos caracterizam a comunidade por
vários elementos, EXCETO:
14
TÓPICO 2 —
UNIDADE 1
HISTÓRICO
1 INTRODUÇÃO
A Psicologia Comunitária é uma disciplina de gênese recente, pois seu
surgimento é constatado no último terço do século XX nos Estados Unidos. Uma
vez instalada, ela restou disseminada em larga escala pela Europa e pela América
Latina.
15
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
Guerra Mundial, há uma abertura para as mudanças sociais que ocorreram nos
anos 1960. Ganha força o ativismo e o intervencionismo dos cientistas sociais.
Essa situação não é pacífica, uma vez que não há uma unanimidade
entre os autores, pois uns defendem que a Psicologia Social surgiu em 1859 com
a edição da revista “Grande Enciclopédia Soviética”, de Steintahl e Lazarus.
Enquanto outra vertente fala do surgimento de um processo de psicologização
da sociologia que surge no final do século XIX.
16
TÓPICO 2 — HISTÓRICO
17
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
18
TÓPICO 2 — HISTÓRICO
DICAS
19
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
20
AUTOATIVIDADE
22
UNIDADE 1 TÓPICO 3 —
IDENTIDADE
1 INTRODUÇÃO
A identidade social pode ser entendida como a influência dos grupos
no pensamento de seus membros, até que possam então desenvolver os seus
próprios pensamentos. Os grupos têm influência sobre o pensamento de seus
membros e desenvolvem até mesmo um estilo de pensamento distinto, tão logo
as representações preencham funções de manutenção da identidade social que
resta entremeada pelo equilíbrio sociocognitivo (JODELET, 2001).
Tendo como base essas três condições, Martín-Baró (1989, p. 206) define
grupo enquanto “uma estrutura de vínculos e relações entre pessoas que
canalizam em cada circunstância suas necessidades individuais e/ou interesses
coletivos”. Ressalta ainda que um grupo é uma estrutura social: é uma realidade
total, um conjunto que não pode ser reduzido à soma de seus membros. “A
totalidade do grupo supõe alguns vínculos entre os indivíduos, uma relação de
interdependência que é a que estabelece o caráter de estrutura e faz das pessoas
membros” (MARTÍN-BARÓ, 1989, p. 206).
23
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
2 AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS
As Representações Sociais são estudadas através da articulação de
elementos mentais, sociais e afetivos. Esses elementos são integrados por meio
da cognição, da linguagem e da comunicação. As relações sociais afetam as
representações sociais e interferem sobre elas, pois através de uma realidade
material surge uma interação recíproca e permanente entre o que se compreende
da realidade e como essa realidade se apresenta para cada sujeito, uma vez que os
elementos afetivos e de comunicação são variáveis entre o grupo e isoladamente
(JODELET, 2001).
24
TÓPICO 3 — IDENTIDADE
25
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
E
IMPORTANT
26
TÓPICO 3 — IDENTIDADE
É certo que construir uma história ou participar dela traz em seu bojo
um processo de angústia, e essas angústias culminam num processo de crise de
identidade. A objetividade e a subjetividade são indispensáveis nesse processo.
Os hábitos e a tradição podem ser elementos de ligação ou de distanciamento.
Criar uma singularidade exige seu preço. Esse preço se espraia nas transformações
necessárias para manter o equilíbrio ou perpetrar o conflito. Somente através
do estudo do processo de socialização é possível compreender os fenômenos
psicossociais do indivíduo e da cultura na qual ele está inserido.
27
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
DICAS
28
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
29
AUTOATIVIDADE
31
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
32
TÓPICO 4 —
UNIDADE 1
COMUNIDADE
1 INTRODUÇÃO
A comunidade pode ser compreendida como o grupo de indivíduos ou de
seres humanos que compartilham elementos comuns. Destaca-se que esse conceito
não é pacífico no que diz respeito à localidade, uma vez que, para Góis (1993), o
conceito de território incide também na construção do conceito de comunidade,
pois a estreiteza dos laços depende dessa proximidade geográfica. No entanto,
essa criação do status social não está presa a um único elemento. O idioma, os
costumes, os valores, as tarefas e a visão de mundo, estejam geograficamente
próximos ou não, criam um status social (WANDERLEY; FERREIRA, 2010).
33
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
A busca pelo corpo perfeito e a luta para perder peso geram um processo
de exclusão e de discriminação. A questão torna-se social e não mais individual
(FELIPPE, 2003). Tão logo, mesmo que as localidades sejam distintas, os gêneros
sejam diversos e as histórias sejam individuais, a comunidade emerge, e, através
do sentimento de pertencimento e do sentimento de identidade, as pessoas obesas
encontram um possível modelo de desenvolvimento humano que permite que
esse grupo encontre uma igualdade que lhe é negada no seio social.
envolve o homem por inteiro e fagocita as relações com os outros. Não há uma
única forma de observação, uma vez que ao gerar culpabilização acaba por criar
um “nós” que é excludente, criando uma ilusão que propala uma inclusão que na
verdade é ficta.
35
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
No que tange aos saberes, destaca-se que a obesidade então permeia esse
contexto. Uma vez que a valorização do corpo, os papéis sociais e as identidades
culturais são ligadas de modo direto e indireto ao consumo de alimentos, o
consumo de alimentos e o processo de identificação social se tornam um fator
importante diante da obesidade.
36
TÓPICO 4 — COMUNIDADE
37
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
38
TÓPICO 4 — COMUNIDADE
• sentido pessoal: a comunidade é sentida por seus integrantes como uma fonte
de apoio pessoal;
• sentido de satisfação pessoal: no sentido de estar pessoalmente situada e
segura na comunidade;
• sentido de inclusão pessoal ativa;
• sentido de compromisso pessoal ativo;
• sentido de vizinhança: o que pode ser descrito como as implicações
relacionadas às normas de convivência de seus membros;
• a estabilidade é percebida, pois os membros da comunidade a percebem
como estável e segura.
39
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
40
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
41
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Assistencialismo.
b) ( ) Versatilidade.
c) ( ) Institucionalização.
d) ( ) Comunicação.
e) ( ) Empoderamento.
42
d) ( ) Incontroversa, a existência do sistema prisional é a evidência de que
a punição controla a agressão.
e) ( ) Incontroversa, ameaças inibem a agressão em punições leves com
probabilidade de ocorrência elevada.
43
44
UNIDADE 1
TÓPICO 5 —
1 INTRODUÇÃO
A globalização trouxe um panorama ainda mais significativo sobre
as crenças e os julgamentos sociais. As pessoas vivem as agruras das relações
líquidas e efêmeras.
45
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
46
TÓPICO 5 — CRENÇAS E JULGAMENTOS SOCIAIS
47
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
48
TÓPICO 5 — CRENÇAS E JULGAMENTOS SOCIAIS
E
IMPORTANT
49
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
LEITURA COMPLEMENTAR
Júlio Rique
50
TÓPICO 5 — CRENÇAS E JULGAMENTOS SOCIAIS
51
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
pode salvar sua esposa, se o farmacêutico, que pode prover a droga, insiste em
cobrar um preço que Heinz não consegue pagar?
52
RESUMO DO TÓPICO 5
Neste tópico, você aprendeu que:
CHAMADA
53
AUTOATIVIDADE
54
Está correto o que se afirma em:
a) ( ) Apenas I.
b) ( ) Apenas I e II.
c) ( ) Apenas III.
d) ( ) Todas estão corretas.
e) ( ) Todas estão incorretas.
55
REFERÊNCIAS
ABESO – Associação Brasileira para Estudos da Obesidade e da Síndrome Meta-
bólica. Mapa da Obesidade. São Paulo, 2019. Disponível em: http://bit.ly/2Kyz-
dfK. Acesso em: 24 set. 2020.
56
GARCIA, R. W. D. Representações Sociais da comida no meio urbano: algumas
considerações para o estudo dos aspectos simbólicos da alimentação. Revista
Cadernos de Debate, Campinas, v. 2, p. 12-40, 1994.
57
MOSCOVICI, S. La psychanalyse, son image et son public. Paris: PUF, 1976.
58
UNIDADE 2 —
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em cinco tópicos. No decorrer da
unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o
conteúdo apresentado.
CHAMADA
59
60
UNIDADE 2
TÓPICO 1 —
RELAÇÕES SOCIAIS
1 INTRODUÇÃO
Ao nascer necessitamos de outro ser humano – somos inseridos em um
contexto histórico, e somos submetidos a um padrão de relações estabelecidas
pela sociedade. Cada grupo social possui normas que regem a conduta, geram
papéis sociais e determinam as relações sociais. Para cada papel social existem
expectativas de comportamentos mais ou menos definidos. Quanto maior a
importância da relação social para a sobrevivência do grupo e da sociedade, mais
rígidas e precisas são as normas que a definem.
2 REFLEXÕES NECESSÁRIAS
A relação da percepção social traz à tona a importância no que tange ao
entendimento das relações subjetivas e objetivas, pois asseguram a compreensão
das relações do indivíduo com o mundo social que o cerca. Por certo, cada sujeito
61
UNIDADE 2 — A INFLUÊNCIA DOS GRUPOS
traz consigo o seu papel individual e o seu papel coletivo, e esse conjunto constrói
as impressões que mantemos sobre nós mesmos e também sobre as pessoas que
nos cercam.
[...] abrindo esse espaço para todo mundo, para quem quiser aprender
e mais: fazendo o esforço de falar a linguagem de todo o mundo.
Transmitir nosso saber numa linguagem do cotidiano. É um desafio,
mas é uma briga entre o poder autoritário e o poder democrático. Acho
que esta é a questão fundamental da academia (LANE, 1995, p. 9).
62
TÓPICO 1 — RELAÇÕES SOCIAIS
E
IMPORTANT
Além disso, é essencial reconhecer diferenças culturais, sendo muito prudente fazer
recomendações que não são baseadas em uma perspectiva cultural. Em suma, uma in-
tervenção externa (internacional) que tenta uma recuperação após uma catástrofe requer
compreensão e consulta com os funcionários locais e com a própria população afetada.
A intervenção psicossocial deve ser baseada na consulta com as comunidades e em um
modelo de interação sustentável.
64
TÓPICO 1 — RELAÇÕES SOCIAIS
E
IMPORTANT
65
UNIDADE 2 — A INFLUÊNCIA DOS GRUPOS
E
IMPORTANT
A diversidade humana começa a estar ligada à ação afirmativa, que trata de questões de
justiça social e reconhece a contribuição das diferenças de conhecimento cultural.
67
UNIDADE 2 — A INFLUÊNCIA DOS GRUPOS
E
IMPORTANT
68
TÓPICO 1 — RELAÇÕES SOCIAIS
69
UNIDADE 2 — A INFLUÊNCIA DOS GRUPOS
[...] O espaço no qual vivemos, pelo qual somos atraídos para fora de
nós mesmos, no qual decorre precisamente a erosão de nossa vida, de
nosso tempo, de nossa história, esse espaço que nos corrói e nos sulca
é também em si mesmo um espaço heterogêneo. Dito de outra forma,
não vivemos em uma espécie de vazio, no interior do qual se poderiam
situar os indivíduos e as coisas. Não vivemos no interior de um vazio
que se encheria de cores com diferentes reflexos, vivemos no interior
de um conjunto de relações que definem posicionamentos irredutíveis
uns aos outros e absolutamente impossíveis de ser sobrepostos
(FOUCAULT, 2008, p. 414).
70
TÓPICO 1 — RELAÇÕES SOCIAIS
E
IMPORTANT
71
UNIDADE 2 — A INFLUÊNCIA DOS GRUPOS
72
TÓPICO 1 — RELAÇÕES SOCIAIS
DICAS
FERREIRA, M. C. Breve história da moderna psicologia social. São Paulo: Artmed, 2011.
73
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
74
AUTOATIVIDADE
a) ( ) I e II.
b) ( ) II e III.
c) ( ) I e IV.
d) ( ) III e IV.
75
a) ( ) Relevância social da área.
b) ( ) Baixa autoestima dos psicólogos.
c) ( ) Não aplicabilidade do conhecimento produzido.
d) ( ) Perda de confiança nas abordagens clínicas.
e) ( ) Falta de mercado de trabalho para os psicólogos.
a) ( ) Relevância social.
b) ( ) O controle das relações.
c) ( ) Objetos do meio social.
d) ( ) Meio social.
76
UNIDADE 2 TÓPICO 2 —
CONFLITOS E PACIFICAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Numa sociedade de multiplicidades é comum que os conflitos aconteçam,
razão pela qual o processo de pacificação é fundamental para que o equilíbrio
ocorra. A partir desse modelo, ações preventivas voltadas para capacitar
mediadores desempenham um papel central como protetores dos desequilíbrios
psicossociais.
O impacto desses eventos conduz a uma reação ao estresse que pode
ser transitório ou permanente, mas dependendo das ações do indivíduo e das
características psicológicas, é possível reconfigurar o ambiente circundante. A
partir do enfoque ecológico, sugere-se, consequentemente, que não é possível
compreender o significado das pessoas ou sistemas no contexto, a menos que os
participantes (profissionais e membros da comunidade) desenvolvam critérios
mútuos para a definição do contexto. Vejamos como isso se dá através do processo
da violência e de alguns exemplos contextualizados.
Nesta etapa, podemos perceber que o ser humano que usa princípios
baseados na razão para explicar a realidade, assume o dever de fazer e refazer
o mundo. Diálogo e solidariedade são princípios essenciais que definem o ser
humano com consciência crítica. Através dos estudos de psicologia social, é
perceptível que existem origens sociais no preconceito entre elas, a saber:
• desigualdade social;
• socialização;
• personalidade autoritária;
• religiosidade;
• conformidade.
78
TÓPICO 2 — CONFLITOS E PACIFICAÇÃO
NTE
INTERESSA
Levado o fato ao conhecimento da polícia pelos próprios irmãos, foi instaurado inquérito,
no qual eles acabaram sendo acusados, inquérito caracterizado pelos maiores absurdos
e pelo emprego de tortura, finalizado com a inevitável ‘confissão’ de ambos e falta de
corpo de delito direto nem mesmo indireto.
Absolvidos em dois júris, foram condenados pelo Tribunal de Justiça mineiro a 25 anos e
seis meses de prisão, depois reduzido para 16 anos e seis meses. Obtiveram livramento
condicional em 1946, por exemplar comportamento carcerário. Em 1952, reaparece Be-
nedito são e salvo. Em 1953, os dois irmãos são absolvidos e posteriormente indenizados
pelo Estado.
FONTE: <https://www.conjur.com.br/2004-fev-17/erro_irmaos_naves_justica_brasilei-
ra#:~:text=Os%20irm%C3%A3os%20Naves%20(Sebasti%C3%A3o%20e,dava%20para%20
pagar%20os%20seus>. Acesso em: 17 dez. 2020.
79
UNIDADE 2 — A INFLUÊNCIA DOS GRUPOS
E
IMPORTANT
O doente mental é um dos excluídos da sociedade atual. Não podendo se opor àquele
que o afasta do grupo, cada um dos seus atos passa a ser limitado e definido pela do-
ença. Por isso que a psiquiatria é considerada como uma das únicas com condições de
mostrar ao paciente o que é a doença e como tratá-la.
Somente após o paciente saber sobre o seu afastamento é que terá condições de voltar
à reabilitação do estado em que estava. Esse corpo institucionalizado não dá liberdade
suficiente para o paciente que vive aprisionado como um objeto e que está em busca de
reconquistar o seu próprio corpo. Nos hospitais, deve-se manter a perfeita ordem. Assim,
fechaduras, chaves, barras e pacientes fazem parte do material utilizado por enfermeiros
e médicos. O manicômio se mostra como um lugar totalmente antiterapêutico, onde
vê os pacientes como objetos e não como seres humanos, onde a saúde mental e as
propostas não passariam de uma simples fachada.
80
TÓPICO 2 — CONFLITOS E PACIFICAÇÃO
E
IMPORTANT
A violência não está restrita à criminalidade, pois o crime é aquele que está
determinado e tipificado no Código Penal, mas não basta a conotação de conduta
delituosa e a aplicação da sanção. A violência é um fenômeno social e não se
reduz à punição e ao encarceramento. Em especial, com relação à criminalidade
e aos atos infracionais, há muito mais a ser estudado diante da drogadição,
do feminicídio, do latrocínio, dos furtos e roubos. Não se pode mais avaliar o
panorama do crime através das lições de Lombroso (o criminoso possui traços
que indicam sua criminalidade. Alguns juristas costumam chamar isso de “tipo
lombrosiano” ou de “ladrão com cara de ladrão”).
E
IMPORTANT
Homens e mulheres não são e nunca serão iguais. A mulher em seu avesso
é a mulher que fala e que se faz ouvir. Partindo do seu lugar no social e não
do lugar social que a coletividade lhe concedeu, será a verbalização do discurso
da diferença e não da igualdade. Afinal, “a igualdade pejorativa e mitificante já
perdeu o seu espaço na cultura e no reconhecimento da mulher no esteio social”
(VASCONCELOS, 1997, p. 215).
82
TÓPICO 2 — CONFLITOS E PACIFICAÇÃO
83
UNIDADE 2 — A INFLUÊNCIA DOS GRUPOS
E
IMPORTANT
Há elementos que demandam uma análise das circunstâncias e dos contextos em que
as pessoas foram institucionalizadas. Compete ao psicólogo a descoberta da história, a
análise dos laços e compreender o funcionamento da instituição, vislumbrando como
promover o bem-estar das pessoas e a melhora na sua qualidade de vida. A família,
espaço de afeto e conflito, é vulgarmente considerada o núcleo central de individualiza-
ção e socialização, no qual se vive uma circularidade permanente de emoções e afetos
positivos e negativos entre todos os seus elementos. Lugar em que várias pessoas (com
relação de parentesco, afinidade, afetividade, coabitação ou unicidade de orçamento) se
encontram e convivem.
84
TÓPICO 2 — CONFLITOS E PACIFICAÇÃO
85
UNIDADE 2 — A INFLUÊNCIA DOS GRUPOS
E
IMPORTANT
Gustav Radbruch (1999 p. 232) já mencionava isso em seus escritos, que “no
lugar do direito masculino ditatorial, tome posse um verdadeiro direito humano”.
“Nosso direito é masculino [...] sobretudo em sua interpretação e sua aplicação”. Re-
ferindo-se primordialmente ao sistema jurídico romano-germânico, também conhe-
cido como Civil Law, Radbruch prega que o Direito, como um todo, é masculino,
condicionado em seu conteúdo por interesse masculino e modo de sentir masculino.
Segundo o jurista alemão, quis-se excluir as mulheres da participação ativa na jurisdi-
ção, sobretudo em face da necessidade de uma interpretação e aplicação puramente
racionais e práticas de disposições genéricas duras, diante das quais o indivíduo e
seu sentimento não contam. A condenação do social é clara, mesmo que seja per-
manente e constantemente refutada. O direito existe para proteger a mulher direita,
aquela que vai na contramão da cultura já está condenada a priori. A busca pela feli-
cidade termina por esbarrar a existência inegável de sofrimento.
E
IMPORTANT
86
TÓPICO 2 — CONFLITOS E PACIFICAÇÃO
representado como algo justificável: Agora já me vinguei. É esse o fim de um amor. Esta
cabocla eu matei. É a minha história, dotô. Situações como essa retratam a ausência de
remorso pautado na rejeição.
Freud deixa claro em sua exposição que nenhuma mulher é capaz de encar-
nar “A mulher”. Ele ainda sente a decepção com o fato de não ser competente para
curar as mulheres e, de outro vértice, apresenta uma perplexidade ao não saber o
que quer uma mulher (KHEL, 2016).
87
UNIDADE 2 — A INFLUÊNCIA DOS GRUPOS
E
IMPORTANT
Mulheres negras, indígenas e com deficiência estão entre as mais vulneráveis à violência
obstétrica. Um estudo da Universidade de Harvard, realizado em quatro países latino-
-americanos, mostrou que uma em cada quatro mulheres vivendo com HIV/Aids foi
pressionada à esterilização após receber o diagnóstico.
4 GRUPOS SOCIAIS
A violência pode ser conceituada e enumerada de muitas formas. Entre
elas, é possível mencionar a violência provocada e a gratuita, a real e a simbólica, a
sistemática e a não sistemática, a objetiva e a subjetiva, a legitimada e a ilegitimada,
a permanente e a transitória, bem como podemos destacar a violência contra
pessoas que possuem doença mental, contra os idosos e a violência obstétrica.
88
TÓPICO 2 — CONFLITOS E PACIFICAÇÃO
DICAS
89
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
90
AUTOATIVIDADE
92
UNIDADE 2
TÓPICO 3 —
VIOLÊNCIA E VITIMOLOGIA
1 INTRODUÇÃO
A violência e a vitimologia ensejam em seus conceitos um contorno
composto por análises sociológicas, jurídicas, psicológicas e históricas. Esses
conceitos são conduzidos pelo fato de que a primeira promove o risco e a segunda
trata das formas em que as pessoas se colocam em risco. Outrossim, esse contorno
é também cabível com o tangenciamento da criminologia e do direito penal.
• prevenção do delito;
• desenvolvimento metodológico-instrumental;
• formulação de propostas de criação e reformulação de políticas sociais;
• desenvolvimento continuado do modelo de justiça penal.
93
UNIDADE 2 — A INFLUÊNCIA DOS GRUPOS
Por sua vez, a vitimização pode ser conceituada como qualquer tipo de
violência praticada por um agressor contra qualquer pessoa. “Ato violento é
aquele que causa dano, seja ele físico ou psíquico” (SILVA, 2016, p. 318).
94
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
95
AUTOATIVIDADE
96
3 Considerando as especificidades inerentes à família, ao psicólogo cabe:
97
UNIDADE 2
TÓPICO 4 —
PERCEPÇÃO SOCIAL
1 INTRODUÇÃO
As análises sobre a subjetividade humana recebem interferências de
muitas ordens e uma delas pode ser denominada como os meios de comunicação
em massa. É muito comum que os elementos nos conduzam a uma análise desses
elementos com a psicologia, pois muitas vezes o universo do jornalismo e das
propagandas traz como pauta elementos que de alguma forma passaram pelos
interesses da psicologia.
99
UNIDADE 2 — A INFLUÊNCIA DOS GRUPOS
100
TÓPICO 4 — PERCEPÇÃO SOCIAL
mais amplo, que estão se tornando cada vez mais turvos. Em outras palavras, a
pessoa percebe o contexto social como algo que é seu próprio, mais do que como
algo externo que o ameaça. Além disso, essa dispersão de limites muitas vezes
causa uma adaptação que é mútua: da pessoa ao sistema e do sistema à pessoa.
No entanto, essa perspectiva tem sido criticada por oferecer apenas uma
sociedade estática. Pelo contrário, a interculturalidade visa refletir toda a dinâmica
social das relações entre grupos e faz uma proposta com base na convivência
interativa de todos os seus estilos de vida, padrões comportamentais etc.
101
UNIDADE 2 — A INFLUÊNCIA DOS GRUPOS
102
TÓPICO 4 — PERCEPÇÃO SOCIAL
DICAS
103
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
• Quando existe a produção do material para a chamada mídia, ele pode ter
como foco informar ou persuadir aquele que a recebe como interlocutor,
e é muito comum que nesse processo surjam elementos de identificação –
nominados como sucesso ou fracasso. Podem ocorrer também a produção de
ideologias, a valorização ou desvalorização dos corpos, dos comportamentos,
das discrepâncias financeiras e até mesmo das questões que envolvem o
racismo e a gordofobia.
104
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Ancoragem e objetificação.
b) ( ) Linguagem e pensamento.
c) ( ) Aprendizagem e memória.
d) ( ) Ageto e angústia.
e) ( ) Transferência e contratransferência.
105
b) ( ) A Psicologia Social na América Latina tem como um de seus legí-
timos representantes Martin-Baró, que defendia em suas obras o de-
senvolvimento de uma psicologia social comprometida com a realida-
de social latino-americana, e que pudesse ajudar a minorar a situação
estrutural de injustiça social vivenciada pela maioria dos seus povos.
c) ( ) A psicologia social tem se debruçado atualmente sobre os tópicos
cognição social, atitudes e processos grupais, e algumas novas vertentes
da área têm se dedicado aos temas da Neurociência Social e da Psicologia
Social Evolucionista.
d) ( ) A Psicologia Social Histórico-Crítica, abarcando diferentes posturas
teóricas, como o Socioconstrucionismo e a Psicologia Discursiva, se con-
trapõe à Psicologia Social Crítica pelo fato de adotar uma postura crítica
em relação às instituições, organizações e práticas da sociedade atual.
e) ( ) Psicologia Social Psicológica, Psicologia Social Sociológica e Psico-
logia Social Crítica são consideradas pela literatura da área como as três
principais vertentes atuais da Psicologia Social.
106
UNIDADE 2 TÓPICO 5 —
1 INTRODUÇÃO
"Os bons e os maus resultados dos nossos ditos e obras vão se distribuindo,
supõe-se que de uma maneira bastante uniforme e equilibrada, por todos os dias
do futuro, incluindo aqueles, infindáveis, em que já cá não estaremos para poder
comprová-lo, para congratularmo-nos ou para pedir perdão, aliás, há quem diga
que é isto a imortalidade de que tanto se fala".
José Saramago
2 CARACTERIZAÇÃO DO PRECONCEITO
Uma das primeiras preocupações que emergem ao se focalizar o tema das
diferenças socioculturais diz respeito ao entendimento e ao enfrentamento dos
estereótipos, preconceitos, discriminações e racismo, assim como dos processos
de inclusão e exclusão social e institucional dos sujeitos diferentes.
107
UNIDADE 2 — A INFLUÊNCIA DOS GRUPOS
Discriminar é o ato de separar, que tanto pode ser para privilegiar uma
pessoa ou grupo como para prejudicá-lo. Em Psicologia Social, o preconceito
consiste em uma atitude negativa dirigida a um grupo e aos seus membros. A
discriminação constitui o componente comportamental do preconceito.
108
TÓPICO 5 — PRECONCEITOS, ESTEREÓTIPOS E DISCRIMINAÇÃO
109
UNIDADE 2 — A INFLUÊNCIA DOS GRUPOS
LEITURA COMPLEMENTAR
Heleieth I. B. Saffioti
110
TÓPICO 5 — PRECONCEITOS, ESTEREÓTIPOS E DISCRIMINAÇÃO
111
UNIDADE 2 — A INFLUÊNCIA DOS GRUPOS
112
TÓPICO 5 — PRECONCEITOS, ESTEREÓTIPOS E DISCRIMINAÇÃO
113
UNIDADE 2 — A INFLUÊNCIA DOS GRUPOS
114
TÓPICO 5 — PRECONCEITOS, ESTEREÓTIPOS E DISCRIMINAÇÃO
obrigação, mesmo porque o amor não nasce da imposição. Respeitar o outro, sim,
constitui um dever do cidadão, seja este outro mulher, negro, pobre.
115
RESUMO DO TÓPICO 5
Neste tópico, você aprendeu que:
• Discriminar é o ato de separar, que tanto pode ser para privilegiar uma pessoa
ou grupo como para prejudicá-lo.
CHAMADA
116
AUTOATIVIDADE
117
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e IV estão corretas.
b) ( ) As sentenças II e III estão corretas.
c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) As sentenças III e IV estão corretas.
e) ( ) As sentenças II e IV estão corretas.
118
REFERÊNCIAS
ARENDT, H. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2013.
119
LEBRUN, J. P. Clínica da instituição: o que a psicanálise contribui para a vida
coletiva. Porto Alegre, RS: CMC, 2009.
MYERS, D. G. Preconceito: desgostar dos outros. 10. ed. Porto Alegre: AMGH,
2014.
120
UNIDADE 3 —
PSICOLOGIA COMUNITÁRIA E
A ATUAÇÃO PROFISSIONAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em cinco tópicos. No decorrer da
unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o
conteúdo apresentado.
CHAMADA
121
122
UNIDADE 3 TÓPICO 1 —
1 INTRODUÇÃO
A atuação do Psicólogo Comunitário foi muito mais que uma experiência
prática, foi um universo que se desenrolou em multiversos e apresentou, a cada
dia, uma nova possível maneira de se pensar e elaborar os aspectos teórico-
práticos da psicanálise e do próprio sujeito que também, como um universo, se
descortina diante de nós.
123
UNIDADE 3 — PSICOLOGIA COMUNITÁRIA E A ATUAÇÃO PROFISSIONAL
124
TÓPICO 1 — ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NA PSICOLOGIA SOCIAL COMUNITÁRIA
Para o sujeito que não possui bens e posses, o mais indicado é enviá-lo
para a prisão e destituí-lo do seu poder de observação. Só é preciso que obedeçam
ao seu infortúnio. A hierarquia do mundo ordeira não aceita essa interferência
de ordem social. Uma vez que o mundo é globalizado, mesmo que haja desejos
similares, as possibilidades são díspares. A propalada igualdade nem sempre
adorna o portal de entrada dos lares das pessoas de renda ínfima.
125
UNIDADE 3 — PSICOLOGIA COMUNITÁRIA E A ATUAÇÃO PROFISSIONAL
Portanto, foi dito que uma das apostas da intervenção comunitária tem
caráter ético-político, pois visa produzir transformações nas comunidades, visto
que nossa responsabilidade começa com a compreensão daquela realidade com
a qual nos encontramos e, para isso, temos que ser muito críticos ao longo do
processo.
126
TÓPICO 1 — ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NA PSICOLOGIA SOCIAL COMUNITÁRIA
um ponto essencial, pois quando se pode falar de algo, isso tem como diretriz
ajudar na construção de significado, portanto, é feita uma tentativa de estabelecer
conversas que permitem que a linguagem seja um processo intervencionista, em
que os atores sociais refletem sobre suas vidas a partir de seus recursos próprios,
familiarizando os jovens com os discursos de empoderamento do cotidiano,
bem como aqueles que trabalham narrativas progressivas e as convertem
permanentemente em um estilo de vida.
DICAS
127
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
128
AUTOATIVIDADE
129
c) ( ) A instituição pode ser concebida como um agregado de defini-
ções de um contexto social e de condutas aos quais classifica em
segregação, atribui valores e decisões indicadoras, proibidas ou
até indiferentes, principalmente no que concerne aos hábitos não
explicitados.
d) ( ) No campo educacional, o psicólogo direciona sua atuação para
as ações voltadas para a cidadania, do contexto que caracteriza
a própria escola, nas propostas de ensino-aprendizagem, mas
destitui-se de ações cujo objetivo seja romper com as dicotomias
intrínsecas a essa instituição, tais como planejamento-execução e
aluno-professor.
PORQUE
130
c) ( ) A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição
falsa.
d) ( ) A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição
verdadeira.
e) ( ) As asserções I e II são proposições falsas.
131
132
UNIDADE 3 TÓPICO 2 —
1 INTRODUÇÃO
Este conteúdo apresenta uma reflexão sobre as diretrizes dos direitos
humanos e os impactos da psicologia. Nossa pretensão tem como fulcro demonstrar
através de ampla literatura que o progresso, a democracia e a igualdade estão
diametralmente ligados ao desenvolvimento.
O fato é que não se trata de uma análise poética, pois nada há de telúrico ao
afirmar que a Constituição de 1988 revolucionou o Direito, mas nossa função aqui
é mostrar que são justamente algumas perspectivas da legislação que asseguram
que se deve evitar o retrocesso social. Conhecer como o ser humano se insere
no processo histórico, considerando que, além de ser influenciado pelo contexto
histórico, social e cultural, ele é um agente da história, buscando compreender
como pode transformar a sociedade em que vive.
133
UNIDADE 3 — PSICOLOGIA COMUNITÁRIA E A ATUAÇÃO PROFISSIONAL
2 O PROGRESSO NO BRASIL
Uma vez que as responsabilidades estatais já estão dispostas na
Constituição Federal e nas demais normas, não há como falar em liberdades e
proteção de Direitos sem falar das normas. No entanto, existe um entrave entre
as conquistas do progresso e a manutenção das desigualdades sociais. Há um
interstício entre a democracia e a inclusão social que exige a adoção de políticas
públicas que permitam a expansão da liberdade dos cidadãos. O progresso no
Brasil não deve e nem pode estar divorciado da democracia e da igualdade
(SCHIER, 2019).
135
UNIDADE 3 — PSICOLOGIA COMUNITÁRIA E A ATUAÇÃO PROFISSIONAL
2.2 A LIBERDADE
É importante notar que a opulência econômica e a liberdade substantiva,
embora não sejam desconectadas frequentemente, podem divergir mesmo com
relação a serem livres para viver vidas razoavelmente longas, livre de doenças
evitáveis ou causas de mortes prematuras; é notável que o grau de privação de
determinados grupos socialmente desfavorecidos, mesmo em países muito ricos,
pode ser comparável ao das economias em desenvolvimento.
136
TÓPICO 2 — DIREITOS HUMANOS E PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
137
UNIDADE 3 — PSICOLOGIA COMUNITÁRIA E A ATUAÇÃO PROFISSIONAL
Incrível [...] é ver o povo, uma vez subjugado, cair em tão profundo
esquecimento da liberdade que não desperta nem a recupera; antes
começa a servir com tanta prontidão e boa vontade que parece ter
perdido não a liberdade, mas a servidão. É verdade que, a princípio,
serve com constrangimento e pela força; mas os que vêm depois, como
não conheceram a liberdade nem sabem o que ela seja, servem sem
esforço e fazem de boa mente o que seus antepassados tinham feito
por obrigação. Assim é: os homens nascem sob o jugo, são criados
na servidão, sem olharem para lá dela, limitam-se a viver tal como
nasceram, nunca pensam ter outro direito nem outro bem senão o que
encontraram ao nascer, aceitam como natural o estado que acharam
à nascença. E, todavia, não há herdeiro tão pródigo e desleixado
que uma vez não passe os olhos pelos livros de registros, para ver se
goza de todos os direitos hereditários e se não foi esbulhado nos seus
direitos, ele ou o seu predecessor (LA BOÉTIE, 1999, p. 15).
2.3 EMANCIPAÇÃO
A preocupação com a liberdade está em muitas obras. Etiene de La Boétie
menciona a escravidão, Sigmund Freud fala em emancipação, enquanto Amartya
pressupõe a liberdade. A ideia de justiça está voltada para a compreensão sobre a
igualdade e sobre o critério democrático sobre essa igualdade, pois mesmo que as
pessoas sejam iguais perante a lei, os ideais, as necessidades e os anseios de cada
indivíduo não possuem o mesmo fio condutor.
138
TÓPICO 2 — DIREITOS HUMANOS E PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
139
UNIDADE 3 — PSICOLOGIA COMUNITÁRIA E A ATUAÇÃO PROFISSIONAL
140
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
141
AUTOATIVIDADE
142
b) ( ) É importante estudar o sujeito inserido na sua própria comunidade
onde se desenvolve a atividade comunitária e, com isso, são
construídos exclusivamente os significados relacionados à vida na
comunidade.
c) ( ) O que distingue o sujeito da comunidade do indivíduo submisso
e dependente que ali vive é que o segundo tem uma consciência
transitiva que lhe permite melhor compreender o modo de vida de
sua comunidade e de si mesmo.
d) ( ) A comunidade surge com as relações psicossociais indiretas dos
moradores de um determinado lugar, e a psicologia comunitária
busca a dimensão psicossocial da dinâmica que é estabelecida na
comunidade a partir dessas relações entre as pessoas.
e) ( ) A psicologia comunitária estuda o modo como as pessoas vivem e
atuam na sua realidade cotidiana, o que remete à necessidade de o
profissional da área comprometer-se com o estudo das condições de
vida da comunidade que influenciam, positiva ou negativamente, a
construção de sujeitos comunitários.
5 O Sr. João, que será atendido por um psicólogo na comunidade onde mora,
relatou, numa entrevista inicial, o seguinte depoimento:
“Nasci pobre e vou morrer pobre. O nome disso é destino, o destino que meu
Deus quer. Talvez esteja aqui pagando meus pecados do passado. Pior seria
cobiçar o que é dos outros. Se Deus deu riqueza a uns, o que podemos
fazer? Temos de aceitar. Deus escreve certo por linhas tortas”.
O psicólogo no atendimento do Sr. João deverá se orientar segundo quais
princípios teóricos da Psicologia Comunitária?
143
144
UNIDADE 3 TÓPICO 3 —
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, retomamos conceitos que foram destacados no tópico sobre
comunidade, pois os aspectos políticos, sociais, culturais e econômicos passaram
a ser cuidadosamente considerados na construção das subjetividades, o que não
implicavam negar o seu aspecto psíquico, ao contrário, permitia contextualizá-lo,
possibilitando a compreensão das múltiplas dimensões do sujeito.
145
UNIDADE 3 — PSICOLOGIA COMUNITÁRIA E A ATUAÇÃO PROFISSIONAL
146
TÓPICO 3 — OBESIDADE E SEUS CONTORNOS NA PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
147
UNIDADE 3 — PSICOLOGIA COMUNITÁRIA E A ATUAÇÃO PROFISSIONAL
148
TÓPICO 3 — OBESIDADE E SEUS CONTORNOS NA PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
SBCBM (2017) indicam que em 2016 cerca de 100 mil pessoas fizeram a cirurgia.
A análise desses dados direciona para os enfrentamentos que uma pessoa acima
do peso precisa superar.
149
UNIDADE 3 — PSICOLOGIA COMUNITÁRIA E A ATUAÇÃO PROFISSIONAL
Surge então uma interface com a norma social, que novamente confronta o
corpo magro ao corpo saudável e que subjetivamente e, por vezes erroneamente,
apontaria a magreza como critério de saúde. O sucesso e o insucesso dos
procedimentos cirúrgicos podem estar associados a processos de alcoolemia,
drogadição e depressão, estabelecendo um ciclo vicioso e interminável.
150
TÓPICO 3 — OBESIDADE E SEUS CONTORNOS NA PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
DICAS
151
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
152
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Não pretendido.
b) ( ) Pretendido.
c) ( ) Estipulado.
d) ( ) Não significado.
e) ( ) Sugerido.
153
154
UNIDADE 3
TÓPICO 4 —
1 INTRODUÇÃO
Os momentos políticos, econômicos e sociais no mundo são eventos
complexos e de difícil contorno. A eles são impingidas análises pessoais e culturais
que nem sempre restam atreladas à coletividade. O discurso de dominância
é presente e a globalização nos esclarece de modo muito simples. Há países
economicamente dominantes e para que haja dominantes existem os dominados.
Há múltiplas formas de violência que podem ser vislumbradas através desses
contextos, pois a opressão, a ausência de educação de qualidade para todos e a
carência de postos de emprego são formas de violência e nos compete discutir e
apurar as responsabilidades. No entanto, não cabe somente apontar as crises, mas
sim debater e apresentar soluções, pois sem ação não há mudança.
• Violência física: quando a força física imposta sobre a outra pessoa permite
a imposição de ferimentos e até mesmo da morte. Destaca-se que do impacto
dessa violência, podem resultar lesões, ferimentos, hematomas, fraturas e até
mesmo mutilações.
• Violência psicológica: quando o contexto de ameaças sobrepõe o desejo do
outro, que através de fundado temor, sucumbe.
• Violência verbal: quando a força da fala reduz a condição de reação da outra
pessoa e esta silencia ou possui uma reação de bloqueio ineficiente.
• Violência sexual: quando a força física, psicológica ou a coação verbal permite
que uma pessoa satisfaça sua lascívia sem o consentimento da outra.
• Discriminação: quando através da cor da pele, da orientação sexual ou por
algum tipo de deficiência, uma pessoa não é tratada com igualdade na escola,
no trabalho ou no meio social.
• Bullying: são atos violentos desferidos contra uma pessoa indefesa de ordem
verbal com ameaças e zombarias. Essas situações podem causar danos físicos
ou psicológicos para as vítimas.
• Cyberbullying: configurado pelo ato de humilhar ou ridicularizar as pessoas
através das redes sociais ou e-mails, expondo a pessoa ao ridículo.
• Aliciamento de pessoas para trabalho: muitas pessoas saem de seus países
originários e são obrigadas a trabalhar em regime de escravidão em confecções
ou pequenos espaços para montagem de peças de brinquedos.
• Violência institucional: exposição de nudez sem consentimento (sexting) – a
tecnologia permite o envio de imagens sensuais do corpo nu ou seminu e
essas imagens são compartilhadas sem autorização. Essa forma de violência
pode envolver também mensagens eróticas ou de conteúdo sexual.
• Violência patrimonial: a usurpação da mulher, do idoso, da criança ou de
pessoa com impossibilidade de defesa ou com discernimento reduzido,
impossibilitando ou restringindo a sua atuação sobre seus rendimentos.
Consiste também na exploração ilegal sobre benefícios recebidos através dos
representantes legais.
• Abandono: há muitas formas de abandono. Os pais podem abandonar os
filhos emocional ou economicamente. Os filhos podem praticar o abandono
em relação aos seus genitores. Destaca-se que qualquer pessoa pode padecer
de uma incapacidade e isso leva a punições pelo abandono, seja dos tutelados
ou dos curatelados.
• Terrorismo: é o uso da violência física ou psicológica que se perfaz através do
emprego sistemático da violência. Essa violência pode ensejar fins políticos,
como é o caso das lutas territoriais de exploração de petróleo, ou configurar a
prática de atentados com o propósito de destruição de grupos religiosos, com
a finalidade de tomada e/ou retomada de poder.
• Genocídio: conceito traduzido pela destruição de população ou povos. É
configurada pelo extermínio deliberado, parcial ou total, de uma comunidade,
grupo étnico, racial ou religioso.
• Escravidão: obrigar a pessoa a laborar de modo incessante sem o devido
recebimento do seu trabalho. Há muitas formas de escravidão, seja ela
pautada na cor da pele ou na obediência através da força. Há muitas crianças
em situação de escravidão no país que nem sequer têm consciência disso.
156
TÓPICO 4 — VIOLÊNCIA E SEUS CONTORNOS NA PSICOLOGIA SOCIAL COMUNITÁRIA
E
IMPORTANT
Por certo, é impossível exaurir todos os conceitos de violência. Por exemplo: quando uma
criança apanha em casa há uma análise que transita nas emoções desse menor e como
ele se sente diante de tal acontecimento. Por sua vez, se os pais estão em processo de
separação, podemos aventar que no curso do processo de realinhamento familiar possa
surgir uma alienação parental. Ou quiçá uma violência sexual que não foi notada no seio
familiar, mas que foi descoberta e investigada pela escola. Nesse contexto, é fácil perceber
que as disciplinas restam conjugadas. É preciso punir, mas antes disso é preciso investigar,
pois há uma linha muito tênue entre a realidade e a comprovação.
No estudo desse tema há uma perspectiva que não pode ser descartada, pois
a cultura aponta para diferentes formas de organização da vida social. “Cultura
é o complexo dos padrões de comportamento, das crenças, das instituições e de
outros valores espirituais e materiais transmitidos coletivamente e característicos
de uma sociedade” (FERREIRA, 1986, p. 508).
157
UNIDADE 3 — PSICOLOGIA COMUNITÁRIA E A ATUAÇÃO PROFISSIONAL
objetalização das pessoas, visto que o valor de cada sujeito tramita pelas teorias
psicológicas da valoração, pois diante da teoria subjetivista, “valioso é o que nos
agrada, causando-nos prazer”. Essa afirmativa tem uma pauta hedonista que foi
desenvolvida desde Aristipo e Epicuro (REALE, 2016, p. 191).
158
TÓPICO 4 — VIOLÊNCIA E SEUS CONTORNOS NA PSICOLOGIA SOCIAL COMUNITÁRIA
E
IMPORTANT
Como você percebe a igualdade? Para você, ela existe ou nada mais é do
que uma ficção?
Homens e mulheres não são e nunca serão iguais. A mulher em seu avesso é a mulher
que fala e que se faz ouvir. Partindo do seu lugar no social e não do lugar social que a
coletividade lhe concedeu, será a verbalização do discurso da diferença e não da igualdade.
159
UNIDADE 3 — PSICOLOGIA COMUNITÁRIA E A ATUAÇÃO PROFISSIONAL
E
IMPORTANT
Conforme visto na Unidade 2, as mulheres ainda ocupam a posição de mães, e não mulheres
e donas de sua liberdade sexual. O governo da família fez dessa mulher a cuidadora de seu
herdeiro. Seu suporte ainda é evidente na proibição do embarque como tangente ao corpo
feminino.
A liberdade das mulheres ainda é afetada pela fraqueza moral e pela decisão de usar seu
sistema reprodutivo. O controle do comportamento sexual é furtivo, mas é mostrado
na condenação do aborto. O corpo e os desejos da mulher deveriam ser privados, mas
estavam restritos à proteção pública.
160
TÓPICO 4 — VIOLÊNCIA E SEUS CONTORNOS NA PSICOLOGIA SOCIAL COMUNITÁRIA
3 A CONDENAÇÃO “SOCIAL”
A condenação “social” do estupro mostra isso claramente. O criminoso
não ocupa o banco dos réus com a mesma factibilidade da mulher. Para piorar
a situação, a sociedade sexista ainda condena essa visão porque entende que a
maneira como as mulheres se vestem pode ser a força motriz dos crimes contra
a liberdade sexual. A violência não é isolada, seja emocional ou moral. Há uma
ruptura de diferentes tipos de integridade: física, sexual, emocional e moral.
As mulheres, nos dias atuais, muitas vezes se percebem cobradas pelo discurso
social que exige uma mulher maternal, feminina e ao mesmo tempo ativa
profissionalmente.
161
UNIDADE 3 — PSICOLOGIA COMUNITÁRIA E A ATUAÇÃO PROFISSIONAL
162
TÓPICO 4 — VIOLÊNCIA E SEUS CONTORNOS NA PSICOLOGIA SOCIAL COMUNITÁRIA
E
IMPORTANT
Através das funções estatais, isso acontece possibilitando que a violência não se prolifere.
O arbítrio de cada sujeito e a liberdade para a prática dos atos têm uma limitação, pois
mesmo que exista liberdade, é preciso compreender que não há liberdades absolutas entre
os principais fundamentos do estado civil, sem deixar de mencionar a necessidade e a
importância da soberania.
163
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
• A violência muitas vezes resta justificada pautada na luta pela virilidade por
mais de sete séculos.
164
AUTOATIVIDADE
165
3 No que concerne à violência contra as mulheres há muitas nuances sobre o
atendimento. Sobre o exposto, avalie as afirmativas a seguir:
166
UNIDADE 3
TÓPICO 5 —
1 INTRODUÇÃO
Na construção dos arcabouços teóricos, exploramos um terreno empírico
e concreto de análise sobre o universo da violência que tramita por alguns
territórios estratégicos da ação e da atuação jurídica, sociológica e psicológica
que, em princípio, parecem ser particularmente permeáveis à atuação biopolítica.
Os mecanismos jurídico-normativos pretendem proteger as pessoas, mas essa
proteção não é tão elástica e igualitária.
167
UNIDADE 3 — PSICOLOGIA COMUNITÁRIA E A ATUAÇÃO PROFISSIONAL
E
IMPORTANT
A cultura e a identidade social são conceitos fulcrais para regular a vivência humana e os
processos culturais. Em especial, em tempos de globalização, as análises restam ampliadas
e interligadas.
E
IMPORTANT
168
TÓPICO 5 — APLICAÇÕES GERAIS DA PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
169
UNIDADE 3 — PSICOLOGIA COMUNITÁRIA E A ATUAÇÃO PROFISSIONAL
LEITURA COMPLEMENTAR
170
TÓPICO 5 — APLICAÇÕES GERAIS DA PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
que a ordem do futuro, superior (porque homogênea), não teria espaço para os
estranhos, os tempos pós-modernos estão marcados por uma concordância quase
universal de que a diferença não é meramente inevitável, porém boa, preciosa, e
precisando de proteção, de cultivo. Nas palavras dessa eminente figura da direita
intelectual pós-modema, Alain de Benoist: “Só vemos razões de esperança na
afirmação das singularidades coletivas, na reapropriação espiritual das heranças,
na clara consciência das raízes e das culturas específicas”. O guia espiritual do
movimento neofascista italiano, Julius Evola, é ainda mais direto: “Os racistas
reconhecem a diferença e querem a diferença”. Pierre-André Taguieff resume o
processo de rearticulação pós-modema do discurso racista, cunhando a expressão
“racismo diferencialista”. Observemos que, nessa ala autorreconhecidamente de
direita, e até fascista, as profissões de fé, ao contrário das de seus predecessores,
já não sugerem que as diferenças entre as pessoas sejam imunes à interferência
cultural, e que esteja além do poder humano transformar alguém em outra
pessoa. Sim, eles dizem, as diferenças – tanto as nossas como as dos outros – são
todas produtos humanos, culturalmente produzidos. Todavia, dizem, diferentes
culturas fazem seus integrantes com diferentes formas e cores, e isso é bom. Não
misturarás o que as culturas, em sua sabedoria, separaram. Ajudemos, antes, as
culturas – qualquer cultura – a seguir seus separados e, melhor ainda, inimitáveis
caminhos. O mundo, então, será tão mais rico... A coisa surpreendente, é claro,
é que um leitor desavisado, como era o autor da primeira citação, podia ser
perdoado de interpretá-la mal como uma declaração programática de esquerda; e
que a sentença de Evola não perderia nada de sua persuasão se a palavra “racista”
fosse substituída por “progressista”, “liberal” ou – neste caso – “socialista”... Hoje
não somos todos bona fide “diferencialistas”? Multiculturalistas? Pluralistas? E
acontece, desse modo, que tanto a direita quanto a esquerda concordam hoje em que
a maneira de viver preferível com os estranhos é mantê-los à parte... Embora talvez
por diferentes motivos, uma e outra se ressentem das ambições universalistas,
imperialistas e assimilacionistas do estado moderno (hoje desmascaradas como
essencialmente protototalitárias), e as denigrem publicamente.
171
UNIDADE 3 — PSICOLOGIA COMUNITÁRIA E A ATUAÇÃO PROFISSIONAL
aquela cama pela mesma promessa e pelo mesmo desejo: de reencaixe do que foi
“desencaixado”, de liberação da formidável tarefa de autoconstrução individual,
e de responsabilidade ainda mais terrível e fatigante pelos seus resultados. O
velho racismo voltou as costas para a oportunidade emancipadora vinculada ao
projeto moderno. Sugiro que, real por natureza, ele agora volta as costas para a
oportunidade emancipadora que o modificado contexto pós-moderno da vida
impõe. Só agora, por curiosa amnésia ou miopia, não está sozinho em fazê-lo.
Canta em coro com as vozes líricas de um número crescente de cientistas sociais
e filósofos da moralidade, que celebram a tepidez do lar comunal e lastimam os
infortúnios e tribulações do eu desobstruído e sem família.
172
RESUMO DO TÓPICO 5
Neste tópico, você aprendeu que:
CHAMADA
173
AUTOATIVIDADE
174
3 A Psicologia social é uma ciência que utiliza suas descobertas na resolução
de problemas específicos. Para a produção de conhecimento, assim como
as outras ciências, são utilizados métodos de pesquisa, dentre os quais
podemos destacar o experimento de laboratório, que se caracteriza por?
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REFERÊNCIAS
ABESO. Associação Brasileira para Estudos da Obesidade e da Síndrome Meta-
bólica. Mapa da Obesidade. São Paulo, 2019. Disponível em: https:// abeso.org.
br/obesidade-e-sindrome-metabolica/mapa-da-obesidade/. Acesso em: 24 set.
2020.
BOFF, L. Ecologia: grito da terra, grito dos pobres. São Paulo: Cia da Letras,
1999.
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JODELET, D. Representações sociais: um domínio em expansão. In: JODELET,
D. As representações sociais. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2001.
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