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Você não está apenas diante de um completo material, na verdade,

você tem em mãos todo um método de estudo de Língua Portuguesa!


Porque o Português Para Concursos não se limita a trazer a teoria
acerca do que é cobrado nos concursos públicos. Ele vai além e traz,
também, número expressivo de questões comentadas, essenciais no
desenvolvimento do raciocínio e a fixação da matéria, todas elas foram
escolhidas dentre os principais concursos públicos do país.

Outro diferencial do PPC é sua linguagem direta, que vai direto


ao ponto. Tudo isso porque tanto os vídeos quanto o material pdf foram
elaborados pela querida professora Carol Mendonça, que trabalha
com cursos preparatórios há sete anos de maneira bem-humorada e
irreverente.

Em resumo, os concurseiros, de todo o Brasil, têm em mãos não só


um curso, mas uma estratégia de estudo que certamente será decisivo
na efetiva aprovação no concurso dos sonhos.

Bons estudos e sucesso!

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Curso
Português para
Concursos

Fonética
Fonética é uma matéria que não aparece muito nas provas de
concurso, mas o conteúdo é essencial para a compreensão
da próxima matéria – acentuação.

A fonética é o estudo dos sons da fala. Ela analisa os sons em


sua realização concreta, ou seja, na forma como as consoantes
e vogais são pronunciadas.

Letra é a representação gráfica de um som.


Observação: Uma letra pode representar mais de um fonema.

Fonema é a menor unidade sonora capaz de estabelecer distinção entre


palavras.

A palavra CASA possui 4 letras e 4 fonemas;

A palavras CACHORRO possui 8 letras e 6 fonemas;

A palavras TÁXI possui 4 letras e 5 fonemas.

Classificação dos fonemas

Vogal – é o fonema produzido pelo ar que, expelido dos pulmões, é emitido


sem encontrar nenhum obstáculo.
Importante: não existe sílaba sem vogal!

Semivogal – é o nome dado aos fonemas i e u quando, juntos de uma vogal,


formam com ela uma só sílaba.

Consoante – é o fonema produzido graças aos obstáculos que impedem a


livre passagem do ar.

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Fonética Português para
Concursos

Encontro vocálico

Hiato - É a sequência de duas vogais numa mesma palavra, mas que pertencem à
sílabas diferentes.
Ex.: sa-ú-de ba-ú san-du-í-che pa-ís

Ditongo - Encontro de uma vogal e uma semivogal numa mesma sílaba.

Obs: Semivogal é o som da letra I ou da letra U, acompanhando vogal na


mesma sílaba.
Ex.: pei-xe pai-xão cha-péu ca-dei-ra

Os ditongos podem ser:


Crescentes: quando a semivogal vem antes da vogal.
Ex.: quadro = semivogal u + vogal a
delícia = semivogal i + vogal a

Decrescentes: ocorrem quando a vogal vem antes da semivogal.


Ex.: véu = vogal e + semivogal u
pai = vogal a + semivogal i

Orais: quando a vogal que o constitui é oral.


Ex.: pai, série, leu

Ditongo nasal
O som nasalizado e pronúncia fechada. Podem ser representados por vogal e
semivogal (+ til) ou pelas vogais A e E seguidas de M no final da palavra.
~
~ alguém (alguei)
Ex.: mãe, pão, amam (amãu), falem (fálei),

Tritongo
Encontro de uma semivogal, uma vogal e uma semivogal (nessa ordem) numa mesma
sílaba.
Ex.: U-ru-guai sa-guão

Encontros consonantais
É a sequência de duas ou mais consoantes numa mesma palavra.

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Fonética Português para
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Os encontros consonantais podem ser:


1. Inseparáveis – as duas consoantes ficam na mesma sílaba.
Ex.: co-bra bi-ci-cle-ta

2. Separáveis – cada uma das consoantes fica em uma sílaba.


Ex.: sig-no es-ca-da

Dígrafos
Fenômeno fonético em que duas letras representam apenas um som.

Dígrafo vocálico
Quando as letras M ou N seguem vogal
na mesma sílaba.
Ex.: sAMba tEMpero
bOMba mUNdo

Plural metafônico
Algumas palavras do gênero masculino
apresentam, no singular, na sílaba tônica,
o fonema O com timbre fechado (ô). No
plural, esse fonema sofre mudança de
timbre , tornando-se aberto (ó). A esse
plural dá-se o nome de plural metafônico:
Ex.:caroço (ô) - singular
caroços (ó) - plural

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Português para
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Acentuação
Acentuação gráfica cai com muita frequência em todos os
concursos do país. Você precisa dominar esse assunto!

Antes de acentuar, vamos relembrar a classificação das


palavras quanto à posição da sílaba tônica:

OXÍTONA - última sílaba é a mais forte;


Ex.: urubu, tupi, educação.

PAROXÍTONA - penúltima sílaba é a mais forte;


Ex.: salada, escola, nuvem.

PROPAROXÍTONA - antepenúltima sílaba é a mais forte;


Ex.: médico, lâmpada, esplêndido.

Se a palavra possuir apenas uma sílaba, vamos classificá-la como MONOSSÍLABA.


Os termos monossílabos se dividem entre TÔNICOS e ÁTONOS, mas nesse caso não
tem a ver com a força da sílaba.

Chamaremos de tônico o monossílabo que mantiver autonomia semântica, ou seja,


não precisa estar inserido num contexto para emitir significado.
Ex.: sol, flor, lá.

Os monossílabos átonos serão os que só emitem significado dentro de um contexto.


Ex.: em, com, a.

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Acentuação Português para
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Sabendo disso, vamos a quem recebe e quem não recebe acento gráfico.
Lembre-se de treinar essa matéria nas ruas, nas placas e na vida – sempre
pensando na justificativa da presença ou ausência do acento.

Receberão o acento gráfico:

Monossílabos Tônicos
Quando terminarem em A, E, O, seguidos ou não de S.
Ex.: pá, pás, má, más, vá, lá, já.
pé, pés, mês, rês, Zé, né?
pó, pós, dó, cós, pô!

Palavras Oxítonas
Quando terminarem em A , E ,O , seguidos ou não de S ou quanto
terminarem em EM ou ENS.
Ex.: sofá, jacaré, vocês, paletó, avós, ninguém, armazéns.

Palavras Paroxítonas
Quando terminarem em I ou U, seguidos ou não de S.
Ex.: lápis, júri, bônus.

Quando terminarem em L, N, R ou X (nosso LoNaRoXa).


Ex.: túnel, hífen, revólver, tórax.

Quando terminarem em em Ã/ÃO, UM/UNS ou PS.


Ex.: órfã, órgão, álbum, bíceps.

Quando terminarem em ditongo.


Ex.: pônei, fósseis, colégio, água.

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Acentuação Português para
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Palavras Proparoxítonas
Todas são acentuadas, salvo a expressão per capita, por não pertencer à língua
portuguesa.
Ex.: Síndrome, ínterim, lêvedo, lâmpada, sândalo.

Casos especiais
DITONGO ABERTO

Antes do Novo Acordo Ortográfico, os ditongos eu, ei, oi somente recebiam acento
quando eram abertos, seguidos ou não de S. Sendo assim, CÉU recebia (e ainda
recebe) acento, mas MEU nunca recebeu (nem receberá). Agora, com o Novo Acordo,
acentuaremos os ditongos abertos, desde que estejam na última sílaba da palavra ou
na sílaba única.

Então, como diz a minha musiquinha – “Novo acordo é baile de favela -, HEROICO
tinha acento, mas não vai ter mais. Em HERÓI continua, isso é fácil demais!”
Isso, porque separamos he.roi.co o ditongo é aberto, mas não está na última sílaba.

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Acentuação Português para
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Já em he.rói o ditongo aberto está na última sílaba, então continua acentuado.

HIATO DO EE/OO
Antes, o encontro das letras EE ou OO era marcado pelo acento circunflexo na
primeira vogal. Esse acento não existe mais em nossa língua.

Palavras como VOO e a flexão verbal LEEM, são bons exemplos.

HIATO do I e do U
Coloca-se acento nas vogais i e u que formam hiato com a vogal anterior, desde que
estejam sozinhas na sílaba ou acompanhadas de S.
Ex.: Sa-í-da, sa-ís-te, sa-ú-de, ba-la-ús-tre, sa-í-mos, ba-ú, ra-í-zes,
ju-í-zes, Lu-ís, sa-í, pa-ís, He-lo-í-sa.

Ex.: Ra-ul, ru-im, con-tri-bu-in-te, sa-ir-des, ju-iz

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Acentuação Português para
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Ex.: ra-i-nha, ven-to-i-nha

Não se acentuam as letras i e u dos hiatos se vierem precedidas de vogal idêntica:


Ex.: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba

No entanto se tratando de palavra proparoxítona haverá o acento, já que a regra de


acentuação das proparoxítonas prevalece sobre a dos hiatos:
Ex.: fri-ís-si-mo, se-ri-ís-si-mo

O Novo Acordo estabelece que também não se acentuam as letras i e u dos hiatos se
vierem precedidas por ditongo:
Ex.: fei-u-ra, bai-u-ca

VERBOS TER e VIR


Os verbos ter e vir levam acento circunflexo na terceira pessoa do plural do presente
do indicativo.
Ex.: ele tem - eles têm
ele vem - eles vêm

Os verbos derivados ter e vir levam acento agudo na terceira pessoa do singular e
acento circunflexo na terceira pessoa do plural do presente do indicativo.
Ex.: ele retém - eles retêm
ele intervém - eles intervêm

TREMA
Pelo Novo Acordo, fica abolido o trema:
Antes - agüentar, frequënte, tranquilo
Agora - aguentar, frequente, tranquilo

ACENTO DIFERENCIAL
Algumas palavras recebiam o chamado “acento diferencial” para que pudessem ser
distinguidas uma da outra.

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Acentuação Português para
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Foi eliminado o acento diferencial de:

• para (verbo) que o diferenciava da preposição para;

• pela(s) (é), substantivo e flexão de pelar, que o diferenciava de pela(s),


combinação de per e la(s);

• pelo(é), flexão de pelar, que o diferenciava de pelo(s), combinação de


per e lo(s);

• pelo(s) (ê), substantivo, que o diferenciava da combinação per e lo(s) ;

• polo(s) (ó), substantivo, que o diferenciava de polo(s) combinação antiga


de por e l;

• pera(ê), substantivo, que o diferenciava de pera(é), preposição arcaica.

Exceções:

• pôde (3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo) para


distinguir de pode (3ª pessoa do singular do presente do indicativo).

• pôr (verbo) para diferenciar de por (preposição)

É facultativo o emprego do acento em:

• dêmos (1ª pessoa do plural do presente do subjuntivo), para distinguir de


demos (1ª pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo);

• fôrma (substantivo), para distinguir de forma (substantivo ou 3ª pessoa


do singular do presente do indicativo ou 2ª pessoa do singular do imperativo
afirmativo).

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Português para
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Estrutura das
Palavras
Esse assunto aparece pouco e de forma isolada, mas pode
ajudar bastante dentro de questões e também no entendimento dos
processos de formação de palavras.
É importante que você se lembre de que não é necessário conhecer
todas as palavras da língua portuguesa, sua origem e significado, mas
conhecer as estruturas básicas e as principais fontes ajuda a resolver
bastantes questões.

Fonema x Morfema
Fonema, como você já sabe, é a menor unidade de som que
estabelece a diferença de significado entre as palavras.
A palavra cato é diferente da palavra nato pela substituição de
apenas um som. Morfema é um fragmento mínimo capaz de
expressar significado, ou seja, é a menor unidade significativa de
uma língua.

Em “Anormalidade” temos:
Prefixo: A Radical: NORMAL Sufixo: IDADE

TIPOS DE MORFEMA

Morfema Lexical (Radical) indica o significado da palavra, apresentando seu núcleo


de significação.
Ex.: Cantar Menino Caminhar Impossível

Morfema Gramatical é aquele que se associa ao morfema lexical (RADICAL) para


complementar o sentido das palavras. Não é independente, ele precisa do RADICAL.

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Estrutra das Palavras Português para
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São considerados morfemas gramaticais:

• Vogal Temática
• Desinências
• Afixos

Vogal Temática - Junta-se ao radical de uma palavra para permitir que se


acrescentem elementos que indicam noções gramaticais como plural, gênero, tempo,
modo, etc.

Nominal: A vogal temática aparece em nomes terminados em A, E e O átonos:


Ex.: rosa, casa, dente, telefone, fruto

Verbal: A vogal temática indica a conjugação que o verbo pertence:


A - Vogal Temática da 1ª conjugação: Cantar, Estudar, Viajar.
E - Vogal Temática da 2ª conjugação: Vender, Merecer, Compreender.
I - Vogal Temática de 3ª conjugação: Partir, Dividir, Corrigir.

A união do radical com a vogal temática recebe o nome de tema.


Fal (Radical) + a (Vogal Temática) = Fala (TEMA)

Desinências:

Nominais
Gênero: Masculino (-o) Feminino (-a)
Número: Singular (-Ø) Plural (-s)

Verbais
Desinência Modo Temporal (DMT): apresenta os conceitos de modo e tempo.
O verbo CANTAVA apresenta radical = canta vogal temática = a

Desinência Modo Temporal (VA): que denota ser o modo indicativo com o tempo
verbal no pretérito imperfeito.
Vendera: -ra: desinência de pretérito mais que perfeito do indicativo.
Estudasse: -sse: desinência de pretérito imperfeito do subjuntivo

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Curso
Estrutra das Palavras Português para
Concursos

Desinência Número Pessoal (DNP): apresenta os conceitos de número e pessoa. Ou


seja, se o verbo está no singular ou plural, na 1ª, 2ª ou 3ª pessoa

1ª pessoa + singular = EU (-o) (-i) (-Ø)


2ª pessoa + singular = TU (-s) (-ste) (-es)
3ª pessoa + singular = ELE / ELA (-Ø) (-u) (-Ø)

O verbo CANTAS apresenta radical - CANT, vogal temática - A, desinência número


pessoal - S que denota ser a segunda pessoa do singular (tu).

1ª pessoa + plural = NÓS (-mos) (-mos) (-mos)


2ª pessoa + plural = VÓS (-is) (-stes) (-des)
3ª pessoa + plural = ELES / ELAS (-m) (-m) (-m)

O verbo CANTAMOS apresenta radical - CANT, vogal temática - A, desinência


número pessoal - MOS que denota ser a primeira pessoa do plural (nós).

Afixos são morfemas gramaticais que modificam o sentido do radical a qual se unem,
os afixos podem anteceder (PREFIXO) ou podem vir pospostos (SUFIXO):

DESleal (DES = Prefixo)


lealDADE (DADE = Sufixo)
DESlealDADE

Vogal e consoante de ligação

É um elemento sem valor de significado, porém é de grande importância, pois evita


dissonâncias na conexão entre elementos mórficos:
Ex.: Gas-Ô-metro | Pau-L-ada | Cafe-T-eira | Pont-I-agudo | Frio-R-ento

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Estrutra das Palavras
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Português para
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Processo de Formação
das Palavras
Esse assunto é bastante recorrente nas provas de
concursos. Cai dentro!
Existem dois principais processos de formação de palavras:
derivação e composição.

Derivação: Quando uma palavra se forma


a partir de outra já existente.

Composição: Quando existe a junção de mais de um


radical para formar o sentido de uma nova palavra.

TIPOS DE DERIVAÇÃO:

Derivação PREFIXAL - Ocorre quando há um acréscimo de prefixo ao radical.


Desamor – anormal – infeliz.

Derivação SUFIXAL - Ocorre quando há um acréscimo de sufixo ao radical.


Amoroso – normalidade – felicidade.

Derivação PREFIXAL E SUFIXAL - Ocorre quando há um acréscimo de prefixo e


sufixo ao radical.
Anormalidade – Deslealdade

Derivação PARASSINTÉTICA (Parassíntese) - Ocorre quando há junção de prefixo


e sufixo ao radical simultaneamente, normalmente em verbos e mais raramente em
adjetivos.
Amanhecer – anoitecer – descamisado – requentar – envelhecer.

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Curso
Processo de Formação das Palavras Português para
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Envelhecer – retirando o prefixo en-, o termo restante se transforma em -velhecer,


não existindo significação.

Já em anormalidade – retirando o prefixo a-, o termo restante se transforma em


normalidade, uma palavra com significado.

Derivação REGRESSIVA (DEVERBAL) - Quando existe uma regressão de uma forma


verbal à sua forma substantivada, existindo assim, uma formação de substantivos
baseado em verbos:
Pescar - a pesca
Estudar - o estudo
Aprovar - a aprovação

Derivação IMPRÓPRIA (CONVERSÃO) - Quando a palavra muda a classe gramatical,


sem alteração da sua forma original.
Ex.: O BRANCO do meu açúcar nesta manhã de Ipanema.
Ex.: O meu carro é BRANCO.

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Processo de Formação das Palavras Português para
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No primeiro caso, a palavra “branco” é um substantivo, enquanto no segundo exemplo


classifica-se como adjetivo. No primeiro caso, há derivação imprópria.

TIPOS DE COMPOSIÇÃO

Justaposição - Quando há a junção entre duas ou mais palavras e não existe perda
de fonemas dentro da construção:
Ex.: Sexta-feira | Passatempo | Malmequer

Aglutinação - Quando há a junção entre duas ou mais palavras e existe uma perda de
fonemas dentro da construção
Aguardente = Água + Ardente (existe a perda de um “A” dentro da composição)
Planalto = Plano + alto (existe a perda do “O” de PLANO)
Fidalgo = Filho + de + algo (existe a perda de –lho de “filho” e do - e da
preposição de)

OUTROS PROCESSOS DE FOMAÇÃO DE PALAVRAS:

Onomatopeia - A palavra que tenta reproduzir sons ou ruídos.


Ex.: Zunzum | tique-taque | toque –toque | reco-reco

Sigla - É a combinação das iniciais (Maiúsculas) das palavras em uma sequência:


CPF = Cadastro de Pessoa Física
CBF = Confederação Brasileira de Futebol
EsPCEx = Escola Preparatória de Cadetes do Exército.

Abreviação vocabular - Quando utilizamos apenas parte da palavra e não a sua


totalidade.
Cine = Cinema
Foto = Fotografia
Pneu = Pneumático
Moto = Motocicleta

Hibridismo - Quando se formam novas palavras pela união de radicais originários de


línguas diferentes.
Monocultura (Mono [grego] + cultura [latim])

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Curso
Processo de Formação das Palavras Português para
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Burocracia (Buro [francês] + cracia [grego])

Confira a seguir alguns exemplos de casos de hibridismo na Língua Portuguesa:

• Alcoômetro – Álcool (árabe) + metro (grego)

• Autoclave – Auto (grego) + clave (latim)

• Burocracia – Buro (francês) + cracia (grego)

• Endovenoso – Endo (grego) + venoso (latim)

• Hiperacidez – Hiper (grego) + acidez (português)

• Monocultura – Mono (grego) + Cultura (latim)

• Psicomotor – Psico (grego) + motor (latim)

• Romanista – Romano (latim) + -ista (grego)

• Sociologia – Socio (latim) + -logia (grego)

• Zincografia – Zinco (alemão) + grafia (grego)

Outros casos notáveis são os seguintes:

Grego e latim
Astronauta (estrela + navegante)
Automóvel (por si mesmo + móvel)
Monóculo (um + olho)
Televisão (longe + visão)

Latim e grego
Altímetro (alto + medida)
Decímetro (dez + medida)

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Português para
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Introdução à
morfologia
O estudo das classes de palavras é muito importante para resolver
questões de provas e para compreender boa parte do módulo 3 (sintaxe).
Isoladas em um contexto, tal como aparecem no dicionário, as palavras
se distribuem em 10 classes e nós vamos estudar uma por uma quanto à
identificação, classificação, flexão e uso.

Classes de palavras variáveis: Substantivo, adjetivo, pronome, artigo e numeral.


Classes de palavras invariáveis: Preposição, interjeição, conjunção e advérbio.

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Substantivo
A função do substantivo é nomear os seres. Além de objetos
e pessoas, os substantivos também nomeiam:

a) Profissões: médico, capoeirista;


b) Estados e características: paralisia, deficiência, dom;
c) Ações: corrida, pescaria, dom;
d) Sentimentos: raiva, sofrimento, prazer;
e) Lugares: Alemanha, Porto Alegre, China;
f) Seres imaginários: Saci, alma, fantasma;
g) Qualidades: honestidade, sinceridade.

Essa classe sempre será o núcleo das funções em que aparece e o adjetivo, o
pronome, o artigo e o numeral, ou seja, todas essas classes sempre acompanharão
o substantivo.

Classificação dos substantivos


Os substantivos podem ser classificados de acordo com dois critérios:
1. Quanto à sua estrutura e formação:
a. Simples: apresenta apenas um radical.
Ex.: saia, flor, tempo, sol.
O circo tinha belos leões.

Composto: formado por dois ou mais radicais.


Ex.: minissaia, flor-de-lis, passatempo.
Pinguins, focas e leões-marinhos, entre outros animais aquáticos
estão na lista dos mais visitados.

b. Primitivo: é aquele que não deriva de nenhuma outra palavra dentro


da própria língua, ou seja, somente é composto apenas de radical,
sem afixos.
Ex.: pedra, livro, menino.
Os gatos, por exemplo, se lambem para limpar o pelo.
Derivado: é aquele que se origina de outra palavra da língua,

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Substantivo Português para
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por um dos processos de derivação, ou seja, possuindo afixos.


Ex.: pedreira, livraria, meninice.
Os gatinhos, sem exceção, possuem pelagem amarelada.

2. Quanto ao seu significado:


a. Comum: nomeia os seres de uma mesma espécie de forma genérica.
Ex.: país, clube, matéria.
A São Paulo que Rosa fotografou é uma cidade que seus próprios
habitantes não enxergam. (IstoÉ)

Próprio: é aquele que nomeia um ser específico, determinado,


individualizando-o.
Ex.: Brasil, Flamengo, Joana, Francisco.
A São Paulo que Rosa fotografou é uma cidade que seus próprios
habitantes não enxergam.

Obs.: Entre os substantivos comuns destacam-se os coletivos,


que constituem um subgrupo à parte.

Coletivo: trata-se de um substantivo que, embora no singular,


designa um conjunto de seres. Ideia de agrupamento.
Ex.: Ao líder da matilha caberá manter a ordem.

Segue uma lista de substantivos coletivos empregados com frequência:

Arquipélago (de ilhas) Cáfila (de camelos)


Banca (de examinadores) Cardume (de peixes)
Banda (de músicos) Constelação (de estrelas)
Bando (de aves, de crianças, de ciganos) Cordilheira (de montanhas)
Batalhão (de soldados) Enxame (de abelhas)
Boiada (de bois) Esquadrilha (de aviões)
Cacho (de bananas, de uvas, etc.) Frota (de navios, de ônibus, de táxi)
Molho (de chaves) Manada (de búfalos, de elefantes)
Multidão (de pessoas) Ramalhete (de flores)
Ninhada (de pintinhos, de filhotes) Rebanho (de gado, de ovelhas)
Plateia (de espectadores) Réstia (de cebolas, de alhos)
Quadrilha (de salteadores) Turma (de estudantes, de trabalhadores, etc.)

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b. Concreto: designa o ser com existência própria e independente


de outros seres. Esses seres podem ter existência no mundo real
ou imaginário.
Ex.: bola, Saci, luz, pedra, cavalo.
A galinha do vizinho bota ovo.

Abstrato: nomeia tudo aquilo que depende de outros seres


(depende de um substantivo concreto) para existir: ações,
sensações, estados, qualidades, processos.
Designa prática de ações verbais,
existência de qualidade ou sentimentos humanos.

Ex: Saída (prática de sair), beleza (existência do belo),


saudade, caminhada, casamento, futebol, felicidade.
A ironia tem algo de desumano. (Mário Quintana)
Algumas substâncias produzidas pelo organismo são responsáveis
pelas sensações de prazer e bem-estar. (Jornal do Brasil)

Flexão

Gênero
Os substantivos, quanto ao gênero, são femininos ou masculinos (quando não
possuem um par). Quadro, por exemplo, é classificado como substantivo masculino
(o quadro) e lousa é classificado como substantivo feminino (a lousa).

Os substantivos masculinos são precedidos pelos artigos o, os.


Começam a soar os atabaques e o berimbau.

Já os substantivos femininos são precedidos pelos artigos a, as.


A roda de capoeira vai se formando.

No entanto, quando se trata de um substantivo que possui um “par”, podemos


classificar da seguinte maneira:

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Biformes: apresentam duas formas: uma para o masculino e outra para o feminino,
com apenas um radical.
Ex.: menino – menina | aluno - aluna

Veja algumas regras de formação do feminino:

Heterônimos: Substantivos heterônimos são os que apresentam duas formas


distintas, uma para o masculino, outra para o feminino, com dois radicais diferentes.
Ex.: Homem – Mulher | Bode - Cabra

Obs.: Algumas bancas consideram HETERÔNIMOS um tipo de BIFORME.

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Uniformes: são os substantivos que não se flexionam para indicar feminino/


masculino. Eles apresentam apenas uma forma, para ambos os gêneros e quando
é necessário indicar o sexo, utilizam-se modificadores que acompanham os
substantivos (artigo, adjetivo, numeral, pronome). São divididos em três tipos:

• Comum-de-dois-gêneros
Apresentam uma só forma para ambos os gêneros.
A identificação do sexo fica por conta dos determinantes
(artigos, pronomes ou adjetivos):
o/a estudante o/a imigrante
o/a acrobata o/a agente

• Sobrecomum
Apresentam uma só forma e um só determinante para ambos os gêneros.
A identificação do ser a que se refere o substantivo só é possível pelo
contexto:
o cônjuge a criança o carrasco
o indivíduo o indivíduo a vítima

• Epiceno
Apresentam uma só forma e um só artigo para ambos os gêneros
de certos animais, acrescentando as palavras macho e fêmea,
para se distinguir o sexo do animal.
camelo macho – camelo fêmea | crocodilo macho – crocodilo - fêmea

Pertencem também à categoria dos epicenos os seguintes substantivos:

a águia a girafa o peixe


a baleia o jacaré o sabiá
a barata a minhoca a sardinha
a borboleta a mosca a tainha
a cobra a onça o tatu

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Substantivo Português para
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São masculinos:
o açúcar o estigma o plasma
o aneurisma o estratagema o suéter
o champanha o milhar o xérox

São femininos:

a alface a faringe a omelete


a cal a fênix a omoplata
a dinamite a libido a própolis

Também são femininos os substantivos terminados em -gem, com exceção de


personagem que pode ser tanto masculino quanto feminino.

a imagem a ferrugem a folhagem a molecagem

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FLEXÃO DE NÚMERO

Em número, os substantivos flexionam-se em singular e plural.

FORMAÇÃO DO PLURAL

Substantivos simples
Substantivos terminados em vogal, acrescenta-se -s ao singular.
Ex.: Saci - sacis chapéu - chapéus pássaro - pássaros
troféu - troféus degrau = degraus

Terminados em -al, -el, -ol, -ul


Substitui-se o -l por -is:
Ex.: vogal - vogais animal - animais papel - papéis
anel - anéis álcool - álcoois paul (pântano) - pauis

Adeus! Vou por ti maldito


Vagar nos ermos pauis. (Castro Alves)

Terminados em -il
Substitui-se o -l por -s em palavras oxítonas:
Ex.: cantil - cantis canil - canis barril - barris

Substitui-se o -l por -eis em palavras paroxítonas e proparoxítonas.


fóssil - fósseis

Substantivos terminados em M
Substitui-se o -m por -ns:
Ex.: item - itens nuvem = nuvens álbum = álbuns

Substantivos terminados em N
Acrescenta-se -s ou -es:
Ex.: hífen - hifens ou hífenes pólen - polens

Substantivos terminados em R ou Z

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Substantivo Português para
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Acrescenta-se -es:
Ex.: caráter – caráteres vez - vezes
sênior – seniores júnior = juniores

Substantivos terminados em S
Acrescenta-se -es em palavras oxítonas.
Ex.: ás – ases deus – deuses ananás – ananases
freguês - fregueses

Já no caso das paroxítonas, ficam invariáveis.


Ex.: o lápis – os lápis o tênis - os tênis o atlas - os atlas

Há substantivos só usados no plural:

as calças as olheiras
as costas as hemorroidas
os óculos as núpcias
os parabéns as trevas
as férias os arredores

Plural dos diminutivos


Para formar o plural dos substantivos em grau diminutivo que receberam os sufixos
-zinho(a) ou –zito(a), deve-se flexionar primeiro o substantivo na sua forma normal a
letra -s e acrescentar o sufixo:

pãozinho pão (coloca-se no plural o substantivo no grau normal) = pães - s


ignora-se o -s = pãe) + zinhos = pãezinhos.

mulherzinha mulher - mulheres - mulhere - mulherezinha – mulherezinhas

alemãozinho alemão - alemães - alemãe - alemãezinho – alemãezinhos

13
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Substantivo Português para
Concursos

Terminados em –ão
Fazem o plural em ões:
Ex.: gavião – gaviões formão - formões folião - foliões
questão – questões

Fazem o plural em ães:


Ex.: escrivão – escrivães tabelião - tabeliães capelão – capelães
sacristão - sacristães

Fazem o plural em ãos:


Ex.: artesão - artesãos cidadão - cidadãos
cristão - cristãos pagão - pagãos

Todas as paroxítonas terminadas em -ão.


Ex.: bênção – bênçãos sótão – sótãos órgão - órgãos

PLURAL DOS SUBSTANTIVOS COMPOSTOS

Compostos sem hífen


Quando os elementos componentes do substantivo não são separados por hífen,
este forma o plural como se fosse um substantivo simples.
Ex.: passatempo – passatempos pontapé - pontapés

Compostos com hífen


Nesse caso, a formação do plural segue as regras principais:

Flexionam-se os dois elementos, quando formados de:


• Substantivo + palavra variável.
Ex.: couve-flor - couves-flores amor perfeito - amores perfeitos
gentil homem - gentis homens quinta-feira - quintas-feiras

Flexiona-se somente o segundo elemento, quando formados de:


• Verbo + Substantivo.
Ex.: guarda-roupa - guarda-roupas abaixo-assinado – abaixo-assinados

• Palavra invariável + palavra variável.

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Curso
Substantivo Português para
Concursos

Ex.: alto-falante - alto-falantes

• Palavras repetidas ou imitativas.


Ex.: reco-reco - reco-recos

Obs. Segundo Evanildo Bechara, verbos iguais, ambos podem variar ou somente o
último.
Ex.: piscas-piscas - pisca-piscas

Segundo Celso Cunha, só varia o último.


Ex.: pisca-piscas

Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando formados de:


• Substantivo + preposição + substantivo
Ex.: Pé-de-moleque – pés-de-moleque estrela-do-mar – estrelas-do-mar

Permanecem invariáveis, quando formados de:


• Verbo + advérbio
Ex.: o bota-fora - os bota-fora

• Verbo + substantivo no plural


Ex.: o saca-rolhas - os saca-rolhas

• Verbos opostos
Ex.: o leva-e-traz - os leva-e-traz

Quando houver onomatopeia, só o segundo vai para o plural.


Ex.: tique-taque - tique-taques Reco-reco - reco-recos

Os termos vice, pseudo, super, grão (grande) serão invariáveis:


Ex.: vice-presidente - vice-presidentes super-herói - super-heróis
grão-duque - grão-duques

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Substantivo Português para
Concursos

GRAU DO SUBSTANTIVO

Os substantivos admitem os graus aumentativo e diminutivo.


Substantivo não flexionado carro
Substantivo no grau aumentativo carrão
Substantivo no grau diminutivo carrinho

Formação do grau
Nos substantivos, o grau pode ser expresso de duas formas:
1. Forma analítica - por meio de adjetivos que indicam aumento ou diminuição:

Aumentativo analítico Diminutivo analítico


casa grande casa pequena
nariz imenso nariz minúsculo

2. Forma sintética - utilizando-se de sufixos:

Aumentativo sintético Diminutivo sintético


casarão casinha
narigão narizinho

Segue alguns sufixos indicadores de grau em português:

Grau aumentativo Grau diminutivo


-ão menino - meninão -inho ou - zinho bolo - bolinho
-aça barba - barbaça / cão - cãozinho
-arra boca - bocarra -ebre casa – casebre
-az ladrão - ladravaz -eta sala - saleta
-ázio copo - copázio -ejo lugar - lugarejo
-ona mulher - mulherona -acho rio - riacho
-ote velho - velhote
-im espada - espadim

Atenção à indicação do sentido que o aumentativo e o diminutivo podem


inserir a um contexto:
Sentido afetivo - Ela é minha professorinha do coração.
Sentido pejorativo - Ela é apenas mais uma professorinha.

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17
Curso
Português para
Concursos

Adjetivo
O adjetivo é a palavra variável que qualifica ou restringe
o substantivo, indicando uma característica, estado ou
propriedade dele. Aceita flexão de gênero e número de
acordo com o substantivo.

CLASSIFICAÇÃO

Primitivos
São adjetivos que não derivam de outra palavra, são originais.
feliz triste verde doce

Derivados
Trata-se dos adjetivos formados a partir de outras palavras já existentes na língua, em
geral, se originam de um substantivo, de um verbo ou de outro adjetivo.
infeliz entristecido esverdeado adocicado

Adjetivos Pátrios
Entre os derivados de substantivos há os gentílicos ou pátrios, adjetivos que se
referem à nacionalidade ou lugar de origem.

Em 2016, na capital paulista houve racionamento de água.

Adjetivos pátrios relacionados a estados brasileiros:

Acre - acreano Piauí – piauiense


Alagoas - alagoano Rio de Janeiro (estado) – fluminense (forma
Amapá – amapaense originada da palavra latina flumem = rio)
Amazonas – amazonense Rio de Janeiro (cidade) – carioca
Bahia – baiano Rio Branco – rio-branquense
Ceará – cearense Rio Grande do Norte – rio-grandense-do-
Espirito-Santo – espírito-santense norte, norte-rio-grandense. Existe também a
Goiás – goiano alcunha potiguar (forma não deriva do nome

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Adjetivo Português para
Concursos

Macapá – macapaense do estado.)


Marajó – marajoara Rio Grande do Sul – rio-grandense-do-
Maranhão – maranhense sul, sul-rio-grandense. Existe também
Mato Grosso – mato-grossense a alcunha gaúcho (forma não deriva do
Mato Grosso do Sul – mato-grossense- nome do estado.)
do-sul Rondônia – rondoniense ou rondoniano
Minas Gerais – mineiro Santa Catarina – catarinense
Pará – paraense São Paulo (estado) – paulista
Paraíba – paraibano São Paulo (cidade) – paulistano
Paraná – paranaense Sergipe – sergipano
Pernambuco – pernambucano Tocantins – tocantinense

Simples
São aqueles formados por apenas um radical.
cidadão brasileiro garrafa verde impasse econômico

Compostos
São aqueles formados por mais de um radical.
livro luso-brasileiro carro verde-claro impasse socioeconômico

Todos os adjetivos, independente de sua formação, podem ainda ser classificados


como:

Explicativo
Indica uma qualidade essencial do ser que inseparavelmente está associada ao
significado do substantivo que acompanha.
gelo frio pedra dura fogo quente leite branco

Ex.: As abelhas colhem o doce mel das flores.

Restritivo
Indica qualidade acidental do ser, limitando, particularizando, restringindo o
significado de um substantivo.
bela casa pedra preciosa gelo picado leite caro

Ex.: Morreu um homem, que era inteligente e laborioso.

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Adjetivo Português para
Concursos

LOCUÇÃO ADJETIVA

É uma expressão que tem valor de um adjetivo, iniciada por preposição.


produtos da natureza – produtos naturais amor de filho – amor filial
casa do pai – casa paterna material da escola – material escolar

Veja alguns desses casos:

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Adjetivo Português para
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FLEXÃO DE GÊNERO

O adjetivo sempre concorda com o substantivo em gênero.


homem bom calça curta

masculino masculino feminino feminino

Uniformes
Apresentam apenas uma forma tanto para o masculino como para o feminino.
homem gentil mulher gentil conflito político-social
desavença político-social

Biformes
Possuem duas formas distintas, uma para o masculino e outra para o feminino.
macarrão cru pizza crua cabelo curto meia curta

Os adjetivos biformes são formados pelas mesmas regras de flexão do substantivo


(formação do feminino).
rapaz sofredor moça sofredora
ator brincalhão atriz brincalhona

Todavia, alguns adjetivos não seguem essa regra:


homem ateu mulher ateia
menino mau menina má

FLEXÃO DE NÚMERO
O adjetivo concorda com o substantivo que acompanha, assumindo a forma singular
ou plural desse substantivo.
lágrima amarga – lágrimas amargas
boa ideia – boas ideias

Adjetivos simples
A flexão de número dos adjetivos simples segue a mesma regra dos substantivos.
criança pequena – crianças pequenas
cru - crus gentil - gentis igual - iguais fiel - fiéis feroz - ferozes

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Adjetivo Português para
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Adjetivos compostos
Quando o adjetivo composto é formado por adjetivos apenas, somente o último
elemento se flexiona.

cabelo castanho-escuro cabelos castanho-escuros


escola médico-cirúrgica escolas médico-cirúrgicas
problema luso-brasileiro problemas luso-brasileiros
conflito russo-americano conflitos russo-americanos
rapaz mal-educado rapazes mal-educados

Exceções

1. No adjetivo surdo-mudo flexionam-se ambos os elementos.


menino surdo-mudo meninos surdos-mudos
menina surda-muda meninas surdas-mudas

2. São invariáveis os adjetivos: azul-celeste e azul-marinho.


muro azul-marinho muros azul-marinho
seleção azul-celeste seleções azul-celeste

3. Quando o segundo elemento é um substantivo são invariáveis.


tapete verde-esmeralda tapetes verde-esmeralda
lençol branco-gelo lençóis branco-gelo
bandeira vermelho-sangue bandeiras vermelho-sangue
vestido azul-piscina vestidos azul-piscina

4. Os adjetivos que indicam cores e são formados pela expressão


cor de + substantivos são invariáveis em gênero e número, mesmo quando a
expressão “cor de” estiver subentendida.
tapete laranja tapetes laranja
blusa rosa blusas rosa

5. Invariáveis ficam também as locuções adjetivas formadas de


cor+de+substantivo.
vestido cor-de-rosa vestidos cor-de-rosa
cortina cor-de-abóbora cortinas cor-de-abóbora

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Adjetivo Português para
Concursos

FLEXÃO DE GRAU
O grau do adjetivo divide-se em comparativo e superlativo.
Grau comparativo
a. Compara duas qualidades do mesmo ser.
O homem é inteligente e divertido.
Pedro é mais inteligente que veloz.

b. Compara a mesma característica entre dois ou mais seres.


Aquele e este caso são tristes.

O grau comparativo pode ser:

De superioridade
mais... que Paulo é mais inteligente que seu irmão.
mais... do que Paulo é mais inteligente do que seu irmão.

De igualdade
tão... quanto Paulo é tão inteligente quanto seu irmão.
tão... como Paulo é tão inteligente como seu irmão.
... como Paulo é inteligente como seu irmão.

de inferioridade
menos... que Paulo é menos inteligente que seu irmão.
menos... do que Paulo é menos inteligente do que seu irmão.

GRAU SUPERLATIVO
É o grau mais intenso da característica expressa por um adjetivo. Divide-se em dois
tipos. Superlativo Relativo e Superlativo Absoluto.

Superlativo Relativo
Compara características de um elemento com um grupo.
Pedro é o mais inteligente da turma.
Esse filme é melhor que os outros.

E pode ser dividido em:

Superlativo relativo de superioridade


Foi o caso mais triste que já vi.

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Adjetivo Português para
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Superlativo relativo de inferioridade


Foi o caso menos triste que já vi.

SUPERLATIVO ABSOLUTO
Não compara, apenas intensifica uma característica. Pode ser:

Analítico
Formado pela união de um advérbio de intensidade ao adjetivo.
Pedro é muito inteligente.
Pedro é extremamente atencioso.

Sintético
Formado com o acréscimo dos sufixos.
Pedro é inteligentíssimo.

bom - boníssimo ou ótimo


célebre - celebérrimo
cruel - crudelíssimo
doce - dulcíssimo
fácil - facílimo
fiel - fidelíssimo
frágil - fragílimo
humilde - humílimo
magnífico - magnificentíssimo
magro - macérrimo ou magríssimo
manso - mansuetíssimo
mau - péssimo
nobre - nobilíssimo

Os adjetivos bom, mau, pequeno e grande possuem formas especiais para o


comparativo de superioridade e para o superlativo.

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Curso
Adjetivo Português para
Concursos

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26
Curso
Português para
Concursos

Pronome
Esse assunto está no Top 5 dos favoritos das bancas de
concurso. As inúmeras possibilidades de abordagem sobre
ele e também os vários tipos e formatos em que se apresenta
contribuem para isso. Procure memorizar as classificações e
as funções de cada uma delas.

Conceito
Os pronomes sempre se ligam ao substantivo. Podem
fazer isso acompanhando ou substituindo o nome. Quando
um pronome acompanha um substantivo, é chamado
de pronome adjetivo. Quando um pronome substitui um
substantivo, chamaremos de pronome substantivo.

CLASSIFICAÇÃO

Os pronomes classificam-se em: pessoais, possessivos, demonstrativos,


indefinidos, interrogativos e relativos.

Pronomes pessoais

Substituem os nomes e indicam as pessoas do discurso. Dividem-se em:


pronomes pessoais retos e oblíquos.

Reto Eles acordaram cedo para viajar.

Oblíquo tônico Ele deu um excelente livro a mim.

Oblíquo átono Os professores nos orientaram corretamente.

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Pronome Português para
Concursos

Os pronomes do caso reto funcionam como sujeito da oração; já os pronomes


oblíquos funcionam como complemento e se dividem em átonos e tônicos. Os
pronomes tônicos são precedidos de preposição, enquanto os átonos não.

Formas Pronominais

Substituirão nomes não precedidos por preposição (no próximo módulo, chamaremos
de objeto direto):
Comprei a blusa. ou Comprei-a.

Há dois casos especiais para essas substituições:


1. Se o verbo terminar em r, s ou z; apaga-se a última letra e, após o hífen,
usaremos lo(s) ou la(s).
Então, para: “Vou dividir o dinheiro.”, teremos “Vou dividi-lo”.
Veja mais exemplos:
Quero comprar a blusa. Quero comprá-la.
Amamos o menino. Amamo-lo.
Ele reduz o imposto. Ele redu-lo.

O cão entrou na sala. Fizemo-lo sair.


(fizemos + o = fizemo-lo. O verbo perde o s final)

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Pronome Português para
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2. Se o verbo terminar em som nasal (am, em, ão, õe), após o hífen, usaremos
no(s) ou na(s). Assim, para “Eles deram a notícia. ”, teremos “Eles deram-na. ”.
E, para “Dão o recado. ”, teremos “Dão-no.”.

Os lavradores não vendem estes produtos. Dão-nos aos pobres.


(dão + os = dão-nos)

O pronome lhe será usado para substituir termos precedidos por preposição.
Assim, para “Eu dei o recado ao aluno. ”, poderemos ter “Eu lhe dei o recado. ”. E,
para “Isso é prejudicial ao povo. ”, poderemos ter “Isso lhe é prejudicial. ”.

Os demais pronomes oblíquos tônicos podem substituir tanto termos preposicionados


quanto sem preposição.

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Curso
Pronome Português para
Concursos

Pronomes de Tratamento

São usados no trato cerimonioso ou cortês em relação ao interlocutor ou à pessoa de


quem se fala em uma conversa.

Vossa Majestade expressou grande preocupação com a segurança da cidade.


(falo com ela) / Sua Majestade expressou grande preocupação com a segurança da
cidade. (falo dela)

Embora estes pronomes sejam pertencentes a 2ª pessoa do discurso, concordam


com o verbo na 3ª pessoa.
Vossa Alteza (ele) está aqui.
Você terá sua vez.

30
Curso
Pronome Português para
Concursos

Pronomes Possessivos

Aqueles que se referem às pessoas gramaticais e dão a ideia de posse.


Não durma na minha casa.
A sua cadeira quebrou novamente.

Os pronomes possessivos concordam:


• Em pessoa com o possuidor
Eu peguei meu carro.

• Em gênero e número com a coisa possuída:


Ela já pegou o seu carro?

• Os pronomes possessivos, em certas ocasiões, podem ser substituídos por


pronomes oblíquos equivalentes.
O vinho sujou-me a calça.
(O vinho sujou a minha calça.)

Ela roubou-lhe o coração.


(Ela roubou o seu coração ou coração dele)

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Curso
Pronome Português para
Concursos

Pronomes Demonstrativos

São pronomes que situam o ser no espaço, no tempo e no contexto linguístico,


tomando como ponto de partida as pessoas do discurso.
Vou fechar esta porta agora.
Naquele tempo ainda não havia computadores.

• Para indicar espaço, usaremos este para indicar algo que está perto de quem
fala, esse para o que está perto de quem ouve e aquele para o que está longe dos
dois.
Esta caneta aqui não presta.
Passe-me essa que está com você ou compre aquela que vimos na loja.

• Para retomar palavras, quando houver dois nomes; usaremos este para fazer
referência ao último nome escrito e aquele para o primeiro.
Educação e saúde são prioridades. Esta (saúde) para os idosos e aquela
(educação) para as crianças.

32
Curso
Pronome Português para
Concursos

• Quando houver apenas um nome para referência, usaremos este para anunciar
palavra que não foi escrita ainda e esse para retomar um termo que já apareceu.
Esta é a verdade: precisamos nos unir. Esse é o primeiro passo.

• Para a indicação de tempo, usaremos este para indicar o momento e o local


atual.
Este é o mês da nossa virada.
Esta é a cidade da corrupção.

• Há outras palavras que podem aparecer como pronomes demonstrativos:


mesmo, mesma, mesmos, mesmas, tal, tais, próprio, própria, próprios, próprias,
semelhante, semelhantes.
Ninguém esperava tal nota no vestibular. (Tal esta)
Ele fez justamente o que não podia. (O aquilo)

Pronomes indefinidos

Os pronomes indefinidos são aqueles que se referem à 3ª pessoa gramatical


indicando de maneira vaga quantidade ou identidade.
Alguém telefonou para você.
Algumas pessoas vieram.
Ele comprou muitas maçãs.

33
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Pronome Português para
Concursos

Locuções Pronominais Indefinidas

São duas ou mais palavras com valor equivalente a um pronome indefinido: cada um,
cada qual, quem quer que, todo aquele que, seja quem for, seja qual for, um ou outro,
tal qual, etc.

Cada um cuide do seu trabalho.


Qualquer um pode ganhar essa luta.

Pronome Interrogativo

Os pronomes interrogativos são utilizados para formular perguntas diretas ou


indiretas.
Quem mexeu na minha mesa?
Quanto custa este carro?

34
Curso
Pronome Português para
Concursos

Pronome Relativo

É usado para fazer referência a um termo antecedente e evitar sua repetição.


• O qual/ a qual coisas ou pessoas
A moça a qual chegou é minha amiga.
O rapaz o qual está falando parece triste.
Os carros os quais comprei são ótimos.

35
Curso
Pronome Português para
Concursos

A moça em que confio chegou.


A moça na qual confio chegou.

• Que coisas ou pessoas


O aluno que chegou atrasado é meu irmão.
A mochila que tenho é velha.
O professor com que me desentendi ficou chateado.
As botas com que sonhei são caríssimas.

• Quem pessoas
O rapaz a quem amo viajou.
A moça a quem me referi está lá fora.
A engenheira de quem falei precisa de ajuda.

• Onde/aonde lugares
O sítio onde moro é lindo.
O sítio aonde irei tem muitas árvores.
O país de onde vim está em guerra.

• Cujo(a) ideia de posse


O homem cuja força está em Deus vencerá.
O menino cujo pai é rico será muito feliz.
Os alunos cujos materiais estão incompletos não serão liberados.
O pintor de cuja obra sou fã morreu ontem.
O deputado em cuja palavra eu confio terá meu voto.

36
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Português para
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Verbo |
Verbo é a classe de palavra que mais se flexiona em nossa
língua. Há variação de número, pessoa, tempo e modo (só
gênero fica de fora). É um tema campeão de audiência em
qualquer prova de concurso. Vamos dividir o estudo para
facilitar em CONJUGAÇÃO e CLASSIFICAÇÃO importantes
sobre verbos mais comuns em provas.

Esse é um ponto que costuma ser cansativo para você,


mas te garanto que mandar bem em verbos vai te colocar
à frente de muitos candidatos. Dê o seu melhor ao
assimilar a teoria e procure praticar bastante até a prova!

CONCEITO

Verbo é a palavra que exprime ação, estado, fenômeno natural e outros processos.

Flexão de número

O verbo admite singular e plural, concordando com seu sujeito:


Centenas de jovens bloquearam a rua.

Flexão de pessoa

1ª pessoa: aquela que fala.


Eu respondo. (singular)
Nós respondemos. (plural)

2ª pessoa: aquela com quem se fala.


Tu respondes. (singular)
Vós respondeis. (plural)

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Verbo | Português para
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3ª pessoa: aquela de quem se fala.


Ela responde. (singular)
Eles respondem. (plural)

Flexão de modo

É a propriedade que o verbo tem de indicar a atitude do falante em relação ao fato


que comunica. São três modos verbais – indicativo, subjuntivo e imperativo.

Modo indicativo
O Indicativo é o “modo da certeza”. Seu uso é comum em narrativas e relatos. São
seis tempos, que vamos organizar assim:

Agora - presente - Eu estudo.


Ontem - pretérito perfeito - Eu estudei.
Há 10 anos - pretérito imperfeito - Eu estudava.
Ainda antes disso - pretérito-mais-que-perfeito - Eu estudara.
Amanhã com certeza - futuro do presente - Eu estudarei.
Hipótese de amanhã - futuro do pretérito - Eu estudaria.

Presente indica ação ou caracterização atual, hábito ou capacidade.


Eu danço muito.
João escreve lindas cartas.
Somos lindos.

Pretérito perfeito marca a ação concluída, terminada.

Eu cursei Letras na faculdade.


Aline fez o almoço para nós.
Já estudamos toda a matéria.

A mesma forma verbal pode indicar tempos diferentes a depender do contexto


em que estão inseridas.

39
Curso
Verbo | Português para
Concursos

Nós estudamos na mesma escola (presente).


Nós estudamos o conteúdo ontem (pretérito perfeito).

Pretérito imperfeito sugere uma ação do passado que pode ter terminado ou não. É
comum sugerir um costume ou hábito antigo.

Eu cantava com a banda da escola.


Mariana sabia o texto de cabeça.
Éramos muito populares.

Pretérito-mais-que-perfeito indica uma ação do passado que aconteceu antes de


outra ação também do passado.

Eu já estudara essa matéria quando a aula começou.


Leandra fizera sua escolha antes de me ouvir.
Fôramos incapazes de parar a briga.

Futuro do presente marca uma ação teoricamente certa para o futuro.

Eu palestrarei na abertura do congresso.


Vanessa explicará tudo a vocês.
Estudaremos português até a prova.

Futuro do pretérito indica uma possibilidade futura, geralmente acompanhada de


ressalva ou sugerindo situação hipotética.

Eu iria à festa, caso recebesse convite.


Carolina não seria capaz de magoar o irmão.
Apresentaríamos nosso projeto amanhã.

Os conceitos básicos sobre os tempos verbais são importantes, mas é muito


interessante também pensar os verbos em contextos da oralidade, em que a fala
simplificada e despreocupada acaba mudando a função do tempo.

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Verbo | Português para
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Por exemplo, ao ligar para um amigo, é comum flexionar o verbo no futuro do pretérito
por educação.

“Alô! Poderia falar com o Rafael?”

Ou, quando um locutor de rádio narra um jogo de futebol e deseja passar a sensação
de tempo real para o ouvinte, acaba usando o tempo presente, mesmo ao se referir a
algo que já aconteceu.

“Rodinei cruza certeiramente para Paquetá que bate direto e é


gooooooooooool”

Então, tenha em mente a origem do uso de cada tempo, mas leve em consideração a
intenção do autor ou emissor do texto.

Modo Subjuntivo
Podemos dizer que o modo subjuntivo sugere “dúvida”, porque a flexão nesse modo
indica que a ação pode acontecer ou não. São apenas três tempos e a conjugação
não é direta como no Indicativo; é necessária uma palavra auxiliar.
No presente, a palavra auxiliar é que. A conjugação fica assim:

Que eu estude Que nós estudemos


Que tu estudes Que vós estudeis
Que ele estude Que eles estudem

Para ajudar a memorizar, costumo brincar que esse é o tempo do homem pau-
mandado – aquela pessoa que faz tudo que a mulher quer. Então use a frase “Ela
quer que eu _________. ” e complete com o verbo que deseja começar a conjugar.

Ela quer que eu busque.


Ela quer que eu compre.
Ela quer que eu estude.

41
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Verbo | Português para
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No pretérito imperfeito, a palavra auxiliar é se. As suas flexões sempre apresentam o


dígrafo SS. A conjugação fica assim:

Se eu estudasse
Se tu estudasses
Se ele estudasse
Se nós estudássemos
Se vós estudásseis
Se eles estudassem

Para lembrar, pense que esse é o tempo do vacilão: aquela pessoa que está
sempre arrependida, lamentando algo que fez ou que deixou de fazer.
Ah, se eu estudasse mais!
Se Bruna chegasse mais cedo, o trabalho estaria pronto.
Acho que se fôssemos mais unidos, o Brasil estaria mais forte.

No futuro do subjuntivo, a palavra auxiliar é o quando. É usado para expressar a


possibilidade de uma ação acontecer no futuro.

Quando eu estudar
Quando tu estudares
Quando ele estudar
Quando nós estudarmos
Quando vós estudardes
Quando eles estudarem

Modo Imperativo
Esse modo é usado para dar ordens, conselhos, fazer pedidos e afins. Só possui dois
tipos – afirmativo e negativo.

Imperativo afirmativo
Para montar a conjugação, as segundas pessoas são retiradas do presente do
indicativo (tu e vós) sem o s, e as demais são retiradas do presente do subjuntivo.
A primeira pessoa do singular (eu) fica de fora, porque, textualmente, não daríamos
uma ordem para nós mesmos.

42
Curso
Verbo | Português para
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O imperativo negativo se origina apenas do presente do subjuntivo.

43
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Verbo | Português para
Concursos

Além da conjugação correta, as bancas de concursos cobram bastante a


diferença entre o sujeito tu e o sujeito você. É comum encontrarmos os pronomes
subentendidos junto aos verbos no imperativo, então é algo que você deve saber
verificar.

Por exemplo, em “Pegue o brinquedo. ”, o pronome escondido é o você. Já em


“Pega o brinquedo. ”, o pronome é o tu. Essa diferença também se reflete no uso de
pronomes possessivos.
Pegue o seu brinquedo.
Pega o teu brinquedo.

Para garantir a concordância da frase.

Outra abordagem comum das provas apresenta orações com verbos diferentes
flexionados no Modo Imperativo. Para validar a correção gramatical dessas orações,
os verbos devem estar na mesma pessoa.

Por exemplo, em “Pegue o livro e estude o conteúdo. ”, os dois verbos estão


corretamente flexionados na terceira pessoa (você). Não poderíamos construir “Pega
o livro e estude o conteúdo. ”, porque pega se refere à segunda pessoa (tu) e estude,
à terceira (você).

44
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Português para
Concursos

Verbo ||
Conjugação
Conjugar um verbo é flexioná-lo em modo,
tempo, pessoa, número e voz. Os verbos da
língua portuguesa estão agrupados em conjuntos
denominados conjugações.
Em Língua Portuguesa há três conjugações:

1ª conjugação: reúne todos os verbos terminados em –ar: lotar, causar, comemorar,


transformar, bloquear, desligar, entre outros.

2ª conjugação: compreende todos os verbos terminados em –er: crescer, conhecer,


saber, etc.

3ª conjugação: reúne todos os verbos terminados em –ir: ouvir, reunir, sair, partir, etc.

Cada conjugação caracteriza-se pela presença de uma vogal temática:


a - vogal temática da 1ª conjugação: cantar
e - vogal temática da 2ª conjugação: vender
i - vogal temática da 3ª conjugação: partir

Classificação
Existe um paradigma de conjugação verbal – como se fosse uma vitrine, um modelo
para as conjugações. São os verbos cantar, vender e partir. Sendo assim, para
ser classificado como regular, todo verbo de primeira conjugação (terminado em
-ar) deve seguir a flexão do cantar. Todo verbo de segunda conjugação (terminado
em -er) deve seguir o vender e os de terceira conjugação (terminados em -ir)
devem seguir o partir. Além disso, o radical deve-se manter o mesmo ao longo da
conjugação.

Observe a comparação dos verbos amar e estar com o modelo cantar:

46
Curso
Verbo || Português para
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Cantar Amar Estar


eu canto eu amo eu estou
tu cantas tu amas tu estás
ele canta ele ama ele está
nós cantamos nós amamos nós estamos
vós cantais vós amais vós estais
eles cantam eles amam. eles estão

Os três verbos mantêm o radical – cant/ am/ est. As terminações do verbo amar
foram idênticas às do verbo cantar, logo classificaremos amar como verbo regular. Já
o verbo estar apresentou terminações diferentes do CANTAR, então classificaremos
como irregular.

Resumindo: Se houver alteração no radical ou se a terminação do verbo não seguir o


paradigma da conjugação verbal, ele será irregular.

Anômalos
Chamaremos de anômalos os verbos que apresentam uma conjugação
evidentemente fora do padrão do paradigma de conjugação verbal. Como os verbos
ser e ir.
sou – era – fui – serei vou – ia – fui - irei

Defectivos
São aqueles que, simplesmente, não apresentam algumas formas para conjugação
em determinados tempos verbais.

Exemplos: adequar, falir, doer, reaver, abolir, banir, brandir, carpir, colorir, delir,
ruir, exaurir, demolir, puir, delinquir, fulgir (resplandecer), feder, aturdir, bramir, esculpir,
extorquir, retorquir, soer (costumar: ter costume de) etc.

No tempo Presente do Indicativo, você não consegue aplicar o verbo DEMOLIR,


por exemplo:

“Eu ??? casas todos os dias”.

47
Curso
Verbo || Português para
Concursos

Formas nominais dos verbos


São formas nominais do verbo
Infinitivo - termina em -r
Gerúndio - termina em -ndo
Particípio - termina em -ado/-ido*

Infinitivo
É o “nome do verbo” e indica a qual conjugação ele faz parte, como você já sabe.
• terminados em -ar -1ª conjugação – cantar, falar, estudar, estar.
• terminados em -er/or -2ª conjugação – vender, comer, perceber, pôr.
• terminados em -ir -3ª conjugação – partir, sorrir, ouvir, permitir.

O Infinitivo possui duas formas, o infinitivo impessoal e o infinitivo pessoal.

Infinitivo Impessoal - não se refere a uma pessoa do discurso.


Estudar é um privilégio.

Infinitivo Pessoal - refere-se a uma pessoa do discurso.


Trouxe alguns livros para ele estudar.

Gerúndio
É aquele que sugere a ação verbal em progresso ou sua continuidade.
Estudando, conseguiremos a aprovação.
Eles estão estudando na minha casa.

Particípio
É aquele que sugere finalização, conclusão da ação verbal. Quando está sendo
utilizado como um adjetivo, pode ser flexionado em gênero e número (-ada, -adas,
-ida, -idas).
Ele estava apaixonado pela colega de classe.
Ela estava apaixonada pela colega de classe.
Terminada a aula, o aluno foi liberado.

• Particípio Abundante dos verbos


Alguns verbos, no particípio, apresentam duas possibilidades de flexão.
É o caso – que costuma causar muita dúvida – dos verbos aceso/ acendido;

48
Curso
Verbo || Português para
Concursos

pego/pegado; salvo/salvado; pago/pagado etc.

A escolha da forma correta acontecerá de acordo com o verbo auxiliar. Se o verbo


que aparecer junto ao particípio for ter ou haver, usaremos a forma regular (que
termina em -ado ou -ido). Mas se o verbo auxiliar for ser ou estar, usaremos a forma
irregular (que não possui terminação definida).

João já tinha pegado o documento.


O documento já foi pego por João.
O convite está aceito.
Ela havia aceitado o convite.

No particípio, os verbos CHEGAR e TRAZER sempre serão CHEGADO e TRAZIDO.

Tempos compostos
A combinação de verbos auxiliares e principais para a indicação da ação compõe o
tempo composto. O verbo auxiliar será flexionado normalmente.

Modo indicativo – Tempos compostos

Pretérito perfeito composto


Verbo estudar Verbo aprender Verbo descobrir
Eu tenho estudado Eu tenho aprendido Eu tenho descoberto
Tu tens estudado Tu tens aprendido Tu tens descoberto
Ele tem estudado Ele tem aprendido Ele tem descoberto
Nós temos estudado Nós temos aprendido Nós temos descoberto
Vós tendes estudado Vós tendes aprendido Vós tendes descoberto
Eles têm estudado Eles têm aprendido Eles têm descoberto
Pretérito mais-que-perfeito
Eu tinha estudado Eu tinha aprendido Eu tinha descoberto

49
Curso
Verbo || Português para
Concursos

Tu tinhas estudado Tu tinhas aprendido Tu tinhas descoberto


Ele tinha estudado Ele tinha aprendido Ele tinha descoberto
Nós tínhamos estudado Nós tínhamos aprendido Nós tínhamos descoberto
Vós tínheis estudado Vós tínheis aprendido Vós tínheis descoberto
Eles tinham estudado Eles tinham aprendido Eles tinham descoberto
Futuro composto
Eu terei estudado Eu terei aprendido Eu terei descoberto
Tu terás estudado Tu terás aprendido Tu terás descoberto
Ele terá estudado Ele terá aprendido Ele terá descoberto
Nós teremos estudado Nós teremos aprendido Nós teremos descoberto
Vós tereis estudado Vós tereis aprendido Vós tereis descoberto
Eles terão estudado Eles terão aprendido Eles terão descoberto

Modo subjuntivo – Tempos compostos

Pretérito perfeito composto


Verbo estudar Verbo aprender Verbo descobrir
Eu tenha estudado Eu tenha aprendido Eu tenha descoberto
Tu tenhas estudado Tu tenhas aprendido Tu tenhas descoberto
Ele tenha estudado Ele tenha aprendido Ele tenha descoberto
Nós tenhamos estudado Nós tenhamos aprendido Nós tenhamos descoberto
Vós tenhais estudado Vós tenhais aprendido Vós tenhais descoberto
Eles tenham estudado Eles tenham aprendido Eles tenham descoberto

50
Curso
Verbo || Português para
Concursos

Pretérito mais-que-perfeito
Eu tivesse estudado Eu tivesse aprendido Eu tivesse descoberto
Tu tivesses estudado Tu tivesses aprendido Tu tivesses descoberto
Ele tivesse estudado Ele tivesse aprendido Ele tivesse descoberto
Nós tivéssemos estudado Nós tivéssemos aprendido Nós tivéssemos descoberto
Vós tivésseis estudado Vós tivésseis estudado Vós tínheis descoberto
Eles tivessem estudado Eles tivessem estudado Eles tinham descoberto
Futuro composto
Eu tiver estudado Eu tiver aprendido Eu tiver descoberto
Tu tiveres estudado Tu tiveres aprendido Tu tiveres descoberto
Ele tiver estudado Ele tiver aprendido Ele tiver descoberto
Nós tivermos estudado Nós tivermos aprendido Nós tivermos descoberto
Vós tiverdes estudado Vós tiverdes aprendido Vós tiverdes descoberto
Eles tiverem estudado Eles tiverem aprendido Eles tiverem descoberto

51
Curso
Português para
Concursos

Advérbios
Essa matéria é importante tanto para a parte de
identificação de classes de palavras, quanto para análise
sintática (que você verá mais à frente) e ainda para a parte
de concordância nominal. Fique esperto!

Os advérbios denotam circunstâncias, são invariáveis


(sempre ficam no singular e no masculino) e se ligam a um
verbo, um adjetivo ou outro advérbio.
Ontem, o professor não agiu muito bem comigo na escola.

A oração possui seis advérbios:


• Ontem: advérbio de tempo
• não: advérbio de negação
• muito: advérbio de intensidade
• bem: advérbio de modo
• comigo: advérbio de companhia
• na escola: locução adverbial de lugar.

As circunstâncias podem ser expressas por locuções adverbiais – duas ou mais


palavras exercendo a função de um advérbio:
Ela, às vezes, age às escondidas.

A oração tem duas locuções adverbiais: às vezes - de tempo; às escondidas - de


modo.

Flexão do advérbio
O advérbio pode flexionar-se nos graus comparativo e superlativo absoluto.

Comparativo de superioridade: Felipe chegou mais cedo (do) que Paulo.


Comparativo de igualdade: Ele estudou tão bem como (ou quanto) ela.
Comparativo de inferioridade: Bruna dança menos bem (do) que Mariane.
Superlativo absoluto sintético (presença de sufixo): Levantei cedíssimo para estar

53
Curso
Advérbios Português para
Concursos

pertíssimo de você.
Superlativo absoluto analítico (presença de um advérbio de intensidade): Levantei
muito cedo.

Uma palavra que aparece muito nas provas de concurso é muito. Ela pode ser
classificada como pronome indefinido ou como advérbio de intensidade. Lembre-
se de que o pronome sempre se relaciona (acompanhando ou substituindo) com o
substantivo e o advérbio nunca faz isso.

substantivo

Muito menino sonha em jogar futebol.

pronome

adjetivo

Ele ainda é muito menino.

advérbio

54
Curso
Português para
Concursos

Outras Classes
Artigo
Determina de modo vago (indefinido) ou preciso
(definido) o substantivo e concorda com ele quanto
ao gênero e ao número.

• Classificação
Artigo definido: o, os, a e as.
Artigo indefinido: um, uns, uma e umas.

A presença de um artigo antes de nomes de pessoas indica familiaridade ou


intimidade. Não devemos usar artigos antes de nomes de “celebridades”. Seria um
equívoco dizer frases como “O Machado de Assis foi um grande escritor”. Exceto
se houver um adjetivo ao nome – “O magnífico Machado de Assis foi um grande
escritor”.

O artigo também pode denotar qualificação.


“Procure João, porque ele é o cara”.

Além disso, o artigo pode transformar qualquer palavra em substantivo.

“A louca chegou gritando no quintal”.

Numeral
Quantifica ou ordena o substantivo, aceita flexão de gênero e número em algumas
formas.

Classificação e flexão
1. Numerais cardinais: indicam quantidade exata.
Fui ao shopping e comprei três blusas, duas calças e sete cuecas.

Os numerais cardinais um, dois, e as centenas a partir de duzentos variam em

56
Curso
Outras Classes Português para
Concursos

gênero, apresentando as formas femininas: Um – dois – duzentos – trezentos = Uma


– duas – duzentas – trezentas.

Os numerais cardinais como milhão, bilhão, trilhão, ..., comportam-se como


substantivos e variam em número, admitindo assim plural: milhões, bilhões, trilhões.

2. Numerais ordinais: indicam uma posição exata.


Eu sou o sétimo da fila; já ela é a octogésima.

Os numerais ordinais variam em gênero e número: primeiro – primeira –


primeiros – primeiras/ último – última – últimos – últimas.

3. Numerais multiplicativos: indicam um aumento exatamente proporcional:


dobro, quíntuplo.

São invariáveis quando equivalem a substantivos:


Ele tinha o dobro da minha idade.

E variam em gênero e número quando equivalem a adjetivos:


Você tem que tomar doses duplas de remédio por dia.

As formas multiplicativas dúplices, tríplices etc. variam apenas em número:


Deram-se alguns saltos tríplices.

4. Numerais fracionários: indicam uma diminuição exatamente


proporcional: um décimo, um quarto, uns onze avos, uns vinte avos etc.

Variam em número:
Comi dois terços da torta e minha mãe comeu um quinto do bolo.

57
Curso
Preposição Português para
Concursos

Preposição
Palavra invariável que liga dois elementos da oração.
Podem aparecer de dois tipos: essenciais e acidentais. As
preposições essenciais são as que só desempenham a função de
preposição: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre,
para, per, perante, por, sem, sob, sobre, trás. Já as preposições
acidentais são as palavras de outras classes gramaticais que
eventualmente são empregadas como preposições: afora, fora,
exceto, salvo, durante, mediante, segundo, malgrado (= não
obstante, apesar de) etc.

Quando há duas ou mais palavras exercendo a função de uma


preposição, chamamos de locução prepositiva: acerca de, a fim
de, apesar de, através de, de acordo com, em vez de etc.

Combinação
É a junção de algumas preposições com outras palavras, quando não há
alteração fonética: ao (a + o), aonde (a + onde).

Contração
É a junção de algumas preposições com outras palavras, quando há alteração
fonética, isto é, queda de fonema: do (de + o), neste (em + este), à (a (preposição)
+ a (artigo definido)), na (em + a) etc.

As preposições podem indicar diversas circunstâncias. Essas relações podem


ser de:

• Autoria: A música é de Caetano.


• Lugar: O livro está sobre a mesa.
• Tempo: Viajei durante as férias.
• Modo: Eles votaram em branco.
• Causa: Morri de calor.
• Assunto: Vamos falar sobre política?

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Curso
Preposição Português para
Concursos

• Conteúdo: Há um copo com vinho.


• Preço: Vendi meu carro a ele por R$ 20.000,00.
• Origem: Eu descendo de família humilde.
• Especialidade: Formou-se em Letras.
• Destino ou direção: Vou a Roma um dia.
• Falta: A escola estava sem verbas.
• Finalidade: Eu vim para ficar.
• Instrumento: Fiz a prova a lápis.
• Companhia: Saí com meus familiares.
• Meio: Viajei de moto.
• Matéria: Meu cordão é de ouro.
• Posse: Eu vivo na casa de José.
• Oposição: Flamengo contra Fluminense.

60
Curso
Português para
Concursos

Conjunção
É a palavra invariável que relaciona duas orações ou
dois termos que exercem a mesma função sintática.
Quando duas ou mais palavras desempenham o papel de
conjunção recebem o nome de locução conjuntiva.

Classificação
Para classificar as conjunções é preciso levar em conta os dois processos
básicos de construção de frases: a coordenação e a subordinação.

Conjunções coordenativas
As conjunções coordenativas são classificadas de acordo com as relações que
estabelecem entre as orações ou termos. Podem ser:

1. Aditivas - relação de soma entre dois termos ou duas orações de função


idêntica.
Conjunções: e (orações afirmativas), nem (empregada em orações negativas),
etc.
Marcos adora os chocolates produzidos fora do país e os
nacionais também.

2. Adversativas - estabelece relação de oposição entre dois termos ou


duas orações.
Conjunções: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, senão, etc.
Muita gente critica as novelas, mas assiste sempre que possível.

3. Alternativas - dão ideia de alternância entre dois termos ou duas orações,


pois os fatos expressos não podem acontecer ao mesmo tempo.
Conjunções: ou (repetida ou não), ora... ora, quer... quer, seja... seja, já...
já, etc.
Preencha este cupom ou ligue para 0800 1707.

62
Curso
Conjunção Português para
Concursos

4. Conclusivas - estabelecem uma relação de conclusão, consequência.


Conjunções: logo, portanto, pois (posposto ao verbo), assim, etc.
Marta estava bem preparada para o teste, portanto não ficou nervosa.

5. Explicativas - relação de explicação. A segunda oração explica ou justifica


a ideia expressa na primeira.
Conjunções: porque, que (=porque), pois (antesposto ao verbo
Fique quieto, pois quero ver minha novela.

Conjunções subordinativas
As conjunções coordenativas são classificadas de acordo com as relações que
estabelecem entre as orações ou termos. Podem ser:

1. Causais - iniciam oração que indica causa.


Conjunções: : porque, pois, como (=porque), que (=porque), portanto.
Em Marte, o céu é cor-de-rosa porque há excessivas partículas de
poeira na atmosfera.

2. Comparativas - iniciam uma oração que é o segundo elemento da


comparação.
Conjunções: como, qual, que, do que (depois de mais, menos, maior, menor,
melhor e pior).
A vida vem em ondas como o mar.

3. Condicionais - iniciam uma oração que indica condição ou hipótese para


que o fato principal não se realize.
Conjunções: se, caso, etc.
Se você vier, avise-me.

4. Conformativas - iniciam uma oração que indica circunstância de


conformidade ou acordo.
Conjunções: conforme, como (=conforme), segundo, consoante, etc.
O rapaz agiu segundo sua consciência.

5. Consecutivas - iniciam uma oração que indica consequência do


fato expresso

63
Curso
Conjunção Português para
Concursos

na oração anterior.
Conjunções: que (precedido de tal, tanto, tão ou tamanho)
Sofreu tanta rejeição que desistiu da vida pública.

6. Concessivas - iniciam uma oração que indica contradição em relação a


outro fato. Contudo, essa contradição não impede que o fato se realize.
Conjunções: embora, conquanto.
Nossa amizade, embora fosse profunda, não resistiu àquela mentira.

7. Finais - iniciam uma oração que indica finalidade.


Conjunções: que (=para que), porque (=para que).
É bom conversar para que as coisas sejam esclarecidas.

8. Proporcionais - indica um fato que foi ou será realizado ao mesmo


tempo que outro.
Locuções conjuntivas: à medida que, à proporção que, ao passo que,
quanto mais... mais, etc.
À medida que passa o efeito da anestesia, a dor aumenta.

9. Temporais - iniciam uma oração que indica tempo.


Conjunções: quando, mal, apenas, etc.
Só se dá valor à saudade quando se está longe.

10. Integrantes - iniciam uma oração que exerce função de sujeito, objeto direto,
objeto indireto, predicativo, complemento nominal ou aposto de
outra oração.
Conjunções: que (no caso de certeza), se (quando há incerteza, dúvida)
Gostaria de saber se você poderá ir à festa.

64
Curso
Português para
Concursos

Interjeição
As interjeições são palavras ou expressões que
exprimem, espontaneamente, estados emocionais
ou sensações. Podem ser classificadas de acordo
com o sentimento que sugerem:

Eita! Que susto!


Ai, meu dedinho!
Caraca, que lindo!

Obs1.: a locução interjectiva é um grupo de palavras com valor de interjeição:


Ai de mim! Ô de casa! Quem me dera! Ora, bolas! Raios te partam!
Valha-me Deus!

Obs2.: as interjeições que servem para imitar certos sons ou ruídos são
chamadas de interjeições onomatopeicas: Plaf! Bum! Pow! Pum!

Obs3.: Outras classes de palavras podem, às vezes, funcionar como


interjeições: Alto! Viva! Ande!

Obs4.: Quase sempre a interjeição termina por um ponto de exclamação;


raramente, por vírgula.

66
Curso
Português para
Concursos
3
Curso
Português para
Concursos

Sujeito
TIPOS DE SUJEITO
TERMOS ESSENCIAIS

É o termo da oração sobre o qual se diz alguma coisa.


A declaração que se faz sobre o sujeito sempre virá
expressa no predicado.

Os nazistas foram surpreendidos por Stalin.

Quando o sujeito é formado por mais de uma palavra, deve-se localizar o núcleo do
sujeito.
Os nazistas foram surpreendidos por Stalin.
Núcleo

O sujeito pode ser representado por:

a) Substantivo ou palavra substantivada: O calar é ouro.


b) Pronome pessoal reto: Eles não invadiram a Síria.
c) Pronome demonstrativo, relativo, interrogativo ou indefinido:
Quem contou isso para você?
d) Numeral: Os dois foram responsáveis pela bagunça.
e) Pronome pessoal oblíquo: Permitam-me sair. (me → sujeito do verbo sair)

CLASSIFICAÇÕES DO SUJEITO

1. Determinado
É o sujeito que está expresso na oração, e pode ser identificado pela terminação do
verbo ou pelo contexto em que aparece.

A internet fez surgir um novo tipo de comportamento social.

4
Curso
Sujeito Português para
Concursos

O sujeito determinado pode ser:


a. Simples, claro ou explícito – quando possui somente um núcleo.
Ex.: Os alunos passaram no concurso.

b. Composto – quando possui mais de um núcleo.


Ex.: A limpeza e o polimento de carros tornaram-se um grande negócio.

c. Oculto, implícito, elíptico ou desinencial - quando, embora não esteja


escrito, a identificação de um dos pronomes pessoais, seja, possível.
Ex.: (Eu) Gosto de chocolate.

2. Indeterminado
É o sujeito que não pode ser identificado nem pelo contexto nem pela terminação,
quando o ser a que o verbo se refere não está expresso na oração.
Existem duas formas de se indeterminar o sujeito:

a. Com o verbo na 3ª pessoa do plural, sem sujeito identificado.


Ex.: Abriram a porta.

b. Com verbo na 3ª pessoal do singular + partícula se. Quando a ação do


verbo não é atribuída a ser algum. O pronome se é classificado como índice de
indeterminação do sujeito.

Obs.: O verbo não poderá ser VTD.


Ex.: Chora-se de emoção.
Necessita-se de digitadores.
Era-se feliz ali.

3. Oração sem sujeito ou Sujeito Inexistente


Quando a informação expressa pela ação verbal não se refere a nenhum ser.
Nesse caso o verbo é impessoal.

Casos de oração sem sujeito:


a. Verbo haver no sentido de existir.

5
Curso
Sujeito Português para
Concursos

Ex.: Havia muitos candidatos.

b. Verbo haver e fazer indicando tempo transcorrido.


Ex.: Há dias que não chove.
Fazia tempo que não estudava gramática.

c. Verbo ser indicando tempo e distância.


Ex.: Eram sete horas.
De uma cidade a outra seriam apenas oito quilômetros.

d. Verbos ou expressões que indicam fenômenos da natureza.


Ex.: Fez muito frio.
Nevou muito em Nova Iguaçu.
Anoiteceu repentinamente.

e. Verbo passar indicando tempo.


Ex.: Já passa de três da manhã.

f. Verbos chegar e bastar, seguidos da preposição de, transmitindo ideia


de parar.
Ex.: Chega de conversa fiada.
Basta de joguinhos!

6
7
Curso
Português para
Concursos

Predicado
TIPOS DE PREDICADO

Os predicados contêm necessariamente um verbo, mas seu


núcleo pode ser um verbo, um nome, ou pode ser formado
por um verbo e um nome. De acordo com o tipo de núcleos
os predicados se classificam em:

Nominal
É aquele que tem como núcleo um nome que indica estado, qualidade
ou característica do sujeito. É formado sempre por um verbo de ligação (VL)
e um predicativo do sujeito.

Ana estava animada.

VL PS

Verbal
Tem como núcleo um verbo que, geralmente, expressa ideia de ação.
É formado por um verbo intransitivo ou por um verbo transitivo e seus objetos.

Ana dançava muito.

VI

O time discute o lançamento do novo uniforme.

VTD OD

Verbo-Nominal
Tem dois núcleos: um verbo que indica ação e um nome que indica uma
qualidade, estado ou característica do sujeito ou do objeto (predicativo).

8
Curso
Predicado Português para
Concursos

Ana dançava animada.

VI PS

Predicativos
O predicativo é o termo da oração que atribui qualidade ou estado ao sujeito
ou ao objeto.

Predicativo do sujeito → Indica qualidade ou estado do sujeito por intermédio


de um verbo de ligação. Aparece no predicado nominal e no verbo-nominal.

Mônica está triste.

SUJEITO VI PS

Predicativo do objeto → Indica qualidade ou estado do objeto por intermédio de


um verbo de ação. Pode vir precedido de preposição.

Eles julgaram o criminoso culpado.

SUJEITO SUJEITO VI PO

Obs.: O predicativo do sujeito pode ser uma característica fixa ou ocasional do


sujeito.

João é estudioso.
João está estudioso.

Já o predicativo do objeto não pode ser uma característica fixa do objeto.


Trata-se de característica que o objeto passou a ter pelo contexto da frase, opiniões
de alguém sobre o objeto, alcunhas etc.

O professor deixou João estudioso.


O pai considerou João estudioso.
O mestre chamou João de estudioso.

9
10
Curso
Português para
Concursos

Termos Integrantes
Termos integrantes são aqueles que integram, isto
é, completam o sentido de verbos e nomes. São
termos indispensáveis à compreensão da mensagem
e podem ser divididos em complementos verbais
(objeto direto e indireto), complemento nominal e
agente da passiva.

COMPLEMENTOS VERBAIS

1. Objeto direto – é o termo que completa o sentido de um verbo transitivo


direto. Normalmente não vem regido de preposição.

A internet estimula a escrita

V.T.D Objeto direto

• Objeto direto preposicionado – há casos em que o objeto direto pode vir


regido por uma preposição.

a) Acompanhado de verbos que exprimem sentimentos.

Não odeio a ninguém.


O.D. Preposicionado

b) Para evitar ambiguidade.

Na copa do mundo, venceram aos brasileiros os alemães.


O.D. Preposicionado

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Curso
Termos Integrantes Português para
Concursos

c) Quando for expresso por pronome pessoal oblíquo tônico.

Pedro, sua família, nesse dia ensolarado, festeja a ti.


O.D. Preposicionado

d) Quando for expresso pelo pronome relativo quem.

A pessoa a quem amo está presente.


O.D. Preposicionado

e) Quando for o nome próprio “Deus”.

A igreja orienta que todos amem a Deus.


O.D. Preposicionado

f) Quando for um pronome substantivo, indefinido ou interrogativo.

O repórter ofendeu a todos.


O.D. Preposicionado

g) Quando aparecer antecipado.

A homem pobre ninguém roube.


O.D. Preposicionado

Esses livros, ainda não os li.

Objeto direto O.D. pleonástico

2. Objeto indireto – é o termo que completa o sentido do verbo transitivo


indireto. Vem sempre regido por preposição.

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Curso
Termos Integrantes Português para
Concursos

preposição

Necessita-se de supervisores com visão comercial.


Objeto indireto

As preposições que introduzem o objeto direto são: a, de, em, para, com, por.

• Objeto indireto pleonástico – quando se deseja enfatizar a ideia expressa


pelo objeto indireto, pode-se repeti-lo. O objeto indireto pleonástico pode ser
representado por um substantivo ou por um pronome pessoal:

Aos traidores, não lhes perdoaremos


Objeto indireto O.I. Pleonástico

• Objeto direto interno – é quando a ideia do verbo é repetida no objeto direto,


sendo que ele qualifica o verbo. Geralmente, o radical do verbo será sempre o
mesmo do substantivo.

Estava dormindo um sono pesado.


O.D. interno

Complemento Nominal
Alguns nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) não têm significado completo.
Precisam de um complemento, do mesmo modo que os verbos transitivos. Esse termo
que vai completar o significado do nome chama-se complemento nominal.

Papa pede respeito por religiões.


Complemento nominal

• Complemento nominal – é o termo que, precedido de preposição, completa o


sentido de um substantivo, adjetivo ou advérbio. Exerce para o nome a mesma
função que o complemento verbal para o verbo.

Aumenta a construção de casas populares no país.


nome substantivo

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Termos Integrantes Português para
Concursos

O complemento nominal pode ser representado por:

a) Substantivo ou expressão substantivada: Os adversários perderam o respeito


pela seleção.
b) Pronome: Essa notícia foi desconcertante a todos.
c) Numeral: Essa decisão foi benéfica aos dois.
d) Oração: Chorando, deu-me a notícia de que sua mãe havia falecido.

Agente da passiva
Agente da passiva é o termo que indica o ser que pratica a ação, quando o verbo está
na voz passiva. Vem regido pela preposição por, e raramente pela preposição de.

O português não será substituído por outro idioma. → voz passiva


sujeito agente da passiva

Outro idioma não substituirá o português. → voz ativa


sujeito O.D.

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15
Curso
Português para
Concursos

Termos Acessórios
Termos acessórios são aqueles que não são
indispensáveis para o entendimento da frase. No
entanto, acrescentam uma informação nova a um nome
ou a um verbo, determinando-lhes o significado.

São considerados termos acessórios o adjunto adnominal, o adjunto adverbial e o


aposto.

• Adjunto adnominal – é o termo que específica ou delimita o significado de um


substantivo.
O adjunto adnominal pode ser expresso por:
a) Adjetivo: O Brasil vive cercado de países de língua castelhana.
b) Locução adjetiva: Ele é especialista em economia do império.
c) Artigo: Os celulares favorecem a leitura e a escrita.
d) Pronome adjetivo: A tristeza tem seus significados.
e) Numeral: Um balão pode até voar sete mil metros de altura.
f) Oração: O internetês, que é instrumento de coesão entre uma comunidade
jovem extremamente criativa, é inofensivo.

• Adjunto adverbial – é o termo da oração que indica circunstância do fato


expresso pelo verbo ou intensifica o sentido do verbo, do adjetivo e do adverbio. O
adjunto adverbial exerce, portanto, a função de modificar ou intensificar.
O adjunto adverbial pode ser expresso por:
a) Advérbio: Entrar ilegalmente nos Estados Unidos pelo México é uma
empreitada de risco.
b) Locução adverbial: Meu pai foi caminhar na praia pela manhã.
c) Oração: Quando o sol aparecer, vou caminhar.

É quase impossível enumerar todos os tipos de adjuntos adverbiais, mas, para facilitar

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Curso
Termos Integrantes Português para
Concursos

seus estudos, segue uma pequena lista com os casos mais comuns.

Afirmação Pode, com certeza, contar com minha ajuda.

Negação Jamais poderá contar com minha ajuda.

Modo Comeu o pastel lentamente, saboreando cada dentada.

Causa Cheguei atrasado por causa da chuva.

Lugar Eles deixaram as mochilas ali.

Tempo Amanhã, começarei a trabalhar em um novo escritório.

Intensidade Esta situação é muito complicada!

Companhia Vou ao supermercado com minha avó.

Dúvida Talvez eu acabe o trabalho ainda hoje.

Instrumento O jardineiro abriu o buraco com a pá.

Meio Viajaram de trem pela Europa.

Finalidade Ele estudou muito para passar de ano.

Assunto Não discuto com ninguém sobre política e futebol.

Matéria Estes objetos são feitos de porcelana.

Frequência Meu irmão vai à academia todos os dias.

• Aposto – é o termo da oração que se anexa a um substantivo ou a um


pronome, esclarecendo, desenvolvendo ou resumindo-o.
O aposto vem separado dos demais termos da oração por vírgula, dois-pontos
ou travessão.

Nós, os cientistas, não somos deuses.


aposto

17
Curso
Termos Integrantes Português para
Concursos

TIPOS DE APOSTO

Enumerativo: é o aposto que enumera ideias que vem resumidas em um termo


antecedente.
Li os seguintes autores para o vestibular: Machado de Assis, Fernando Pessoa e
Clarice Lispector.

Recapitulador: resume termos que o antecedem. Geralmente se expressa através de


um pronome indefinido.
Delegado, policial, prefeito, ninguém o intimidava.

Especificador: trata-se de um nome próprio que restringe o significado de um nome


comum.
O escritor Guimarães Rosa foi diplomata.

Vocativo

Trata-se de um termo classificado à parte, pois não pertence nem ao sujeito nem
ao predicado.
O vocativo é um termo utilizado para chamar, interpelar algo ou alguém. Vem
sempre separado dos outros termos da oração por vírgula e pode vir precedido de
interjeições como: ó!, olá!, eh!, ei!.

Mariana, meu cachorro está muito mal.

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Curso
Português para
Concursos

Período
Composto
Este assunto é muito importante para as provas de
concurso público em geral. Aqui você acaba revisando e
aplicando conteúdos sobre conjunções e sobre funções
sintáticas do período simples. Vamos lá! Seguem alguns
conceitos importantes:

• Frase é qualquer enunciado com sentido completo, ou seja, tem significado.


• Oração é uma frase que possui verbo.
• Período é um enunciado formado por uma ou mais orações. O período com
uma única oração é chamado de período simples ou absoluto, já com mais
de uma oração é chamado de período composto.

Observação: contar o número de verbos para descobrir se o período simples ou


composto.

Nunca mais encontrei aquele livro. (período simples)


Quero que você me empreste seu livro. (período composto)
Tome cuidado com os carros! (período simples)
Eu peço que você tome cuidado com os carros. (período composto)

Um período pode ser composto por subordinação ou coordenação.

Período composto por subordinação


Período composto por subordinação, como o próprio nome indica, constitui-se de
orações sintaticamente dependentes entre si, subdivididas em substantivas, adjetivas
e adverbiais.

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Curso
Período Composto Português para
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Orações subordinadas substantivas


A oração subordinada substantiva tem valor de substantivo e vem introduzida,
geralmente, por conjunção integrante (que, se). A oração que não apresentar
conectivo será chamada de ORAÇÃO PRINCIPAL e a oração que apresentar conectivo
estará exercendo uma função sintática em relação à principal. Basta descobrir que
função é essa para darmos o seu nome.

1. Subjetiva: exerce a função de sujeito da oração principal.

É preciso | que o grupo melhore.


oração principal oração subordinada
substantiva subjetiva

A oração principal é “É preciso”. Nela, há um verbo de ligação e um predicativo do


sujeito. Está faltando o sujeito – que apareceu em forma de oração em seguida.
Podemos substituir do que em diante pela palavra isso. Teríamos “É preciso isso”.
Numa ordem mais natural “Isso é preciso”, confirmando o papel do sujeito.
Veja mais exemplo:

É necessário | que você compareça à reunião.


oração principal oração subordinada
substantiva subjetiva

Consta | que esses homens foram presos anteriormente.


oração principal oração subordinada
substantiva subjetiva

Foi confirmado | que o exame deu positivo.


oração principal oração subordinada
substantiva subjetiva

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Período Composto Português para
Concursos

2. Predicativa: exercem a função do predicativo do sujeito da oração principal.

A dúvida é | se você virá.


oração principal oração subordinada
substantiva predicativa

A verdade é | que você não virá.


oração principal oração subordinada
substantiva subjetiva

3. Objetiva direta: exercem a função do objeto direto da oração principal.


Completa o sentido de um Verbo Transitivo Direto.

Nós queremos | que você fique.


oração principal oração subordinada
substantiva objetiva direta

Os alunos pediram | que a prova fosse adiada.


oração principal oração subordinada
substantiva objetiva direta

4. Objetiva indireta: exerce a função do objeto indireto da oração principal.

As crianças gostam | de que esteja tudo tranquilo.


oração principal oração subordinada
substantiva objetiva indireta

A mulher precisa | de que alguém a ajude.


oração principal oração subordinada
substantiva objetiva indireta

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Período Composto Português para
Concursos

5. Completiva nominal: ocupa a função de um complemento nominal da oração


principal.
Tenho vontade | de que aconteça algo inesperado.
oração principal oração subordinada substantiva
completiva nominal

Toda criança tem necessidade | de que alguém a ame.


oração principal oração subordinada substantiva
completiva nominal

6. Apositiva: ocupa a função de um aposto da oração principal.

Toda a família tem o mesmo objetivo: | que eu passe no vestibular.

oração principal oração subordinada


substantiva apositiva

Ele possui um sonho: | que sua irmã seja feliz.


oração principal oração subordinada
substantiva apositiva

7. Agente da Passiva: ocupa a função de agente da passiva da oração principal.

O desafio foi aceito | por quem teve coragem.


oração principal oração subordinada substantiva
agente da passiva

O jogador está cercado | por quem o admira.


oração principal oração subordinada substantiva
agente da passiva

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Período Composto Português para
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Português para
Concursos

Período Composto ||
Orações Adjetivas
Orações Subordinadas Adjetivas
São aquelas orações que exercem a função de um adjetivo dentro
da estrutura da oração principal. Elas são sempre iniciadas por
um pronome relativo e servem para caracterizar algum nome que
aparece na estrutura da frase.
Há dois tipos de orações adjetivas: as restritivas e as explicativas.

1. O. S. Adjetivas Explicativas: ao contrário das restritivas, são sempre


isoladas por vírgulas. Servem para adicionar características essenciais ao ser que
designam. Sua função é explicar, e funciona estruturalmente como um aposto
explicativo.

A alimentação, que é importante, merece prioridade.

oração subordinada adjetiva


explicativa

O animal, que se guia pelo instinto, é perigoso.

oração subordinada adjetiva


explicativa

2. O. S. Adjetivas Restritivas funcionam como adjuntos adnominais e servem


para designar uma característica acidental a um elemento da frase. Não podem ser
isoladas por vírgulas, e restringem, identificam o substantivo ou pronome ao qual se
referem.

A alimentação que faço é importante.

oração subordinada adjetiva


restritiva

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Curso
Período Composto || Português para
Concursos

O animal que atacou o carro é perigoso.

oração subordinada adjetiva


restritiva

Função sintática do Pronome Relativo


Os pronomes relativos – diferentes das conjunções integrantes – possuem função
sintática. Para encontrá-la, basta substituir o pronome pela palavra à qual ele se
refere. Por exemplo, em “O livro que tenho é ótimo.”, o pronome relativo que se refere
à palavra livro. Substituindo, teremos “livro tenho”. Numa ordem mais natural, “Eu
tenho livro”. Assim é mais fácil perceber que livro é objeto direto do verbo ter. Dessa
forma, o pronome relativo também será objeto direto nessa frase.

Em “A moça que chegou agora é minha amiga. ”. Substituiremos o que por moça.
Teremos “Moça chegou agora”. Moça é o sujeito do verbo chegar, então o pronome
relativo que também será sujeito.
Em “O professor a que fiz referência é aquele. ”, substituiremos o que por
professor. Termos “A professor fiz referência”. Na ordem – Eu fiz referência ao
professor. Ao professor é complemento nominal de referência, então o pronome
relativo também é complemento nominal.

Eis as funções que os pronomes relativos podem exercer:


1. Sujeito: As ideias que orientavam nossa República eram de origem francesa.
(... as ideias orientavam nossa República...)

2. Objeto direto: O livro que acabo de ler é excelente.


(... acabo de ler o livro.)

3. Objeto indireto: O livro a que você se referiu é excelente.


(... você se referiu ao livro)

4. Adjunto adverbial: A casa em que (na qual, onde) gostaria de morar fica longe
do escritório.
(... gostaria de morar na casa)

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Período Composto || Português para
Concursos

5. Complemento nominal: A única coisa de que tenho certeza é da honestidade


daquele homem.
(... tenho certeza de uma única coisa.)

6. Predicativo: Inseguro que ele era, não tomava decisão alguma.


(Ele era inseguro.)

7. Adjunto adnominal: Gosto muito desse pintor cujas obras estão expostas.
(... as obras desse pintor estão expostas...)

8. Agente da passiva: Esteve aqui a pessoa por quem você foi procurado.
(Você foi procurado pela pessoa)

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Português para
Concursos

Período Composto |||


Orações Adverbiais
Orações Subordinadas Adverbiais
As orações subordinadas adverbiais funcionam como adjunto
adverbial de outras orações. Existem nove tipos de orações
subordinadas. Esse tipo de oração age na frase como um advérbio,
modificando o sentido de outras.

As orações adverbiais são sempre iniciadas por uma conjunção


subordinativa. São elas:

1. Causal: designam a causa, o motivo.


Ela cantou porque ouviu sua banda favorita.

2. Comparativa: estabelece uma comparação com a oração principal.


Ela andava leve como uma borboleta (anda).

3. Concessiva: se opõe às ideias expressas pela oração principal.


Embora a prova estivesse fácil, demorei bastante para terminar.

4. Condicional: expressa uma condição para que aconteça aquilo que a oração
principal diz.
Caso você não estude, ficará muito ansioso para a prova.

5. Conformativa: expressam conformidade ou algum tipo de acordo com a oração


principal.
Como eu havia te falado, a prova não estava fácil.

6. Consecutiva: é a consequência da oração principal.


Comecei o dia tão mal que não consegui me concentrar no trabalho.

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Curso
Período Composto ||| Português para
Concursos

7. Final: indica finalidade, propósito para que acontece a oração principal.


Não vou fechar os portões da biblioteca, para que você possa fazer sua pesquisa.

8. Proporcional: indica proporção.


Quanto mais você fumar, mais grave ficará sua doença.

9. Temporal: localiza a oração principal em um determinado tempo.


Quando você voltar nós conversaremos com calma.

As orações substantivas começam com a conjunção integrante – aquela


que substituímos por isso.
As orações adjetivas começam com o pronome relativo – aquele que
substituímos por o qual/ a qual/ os quais/ nas quais etc.
As orações adverbais começam com a conjunção que terá o mesmo
nome da classificação da oração.

31
Curso
Português para
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Período Composto IV
Orações Coordenadas
Oração coordenada é a que se coloca do lado de outra de forma
sintaticamente independente.

São ligadas por conectivos ou justapostas, ou seja,


separadas por vírgula.

Veja: A atriz falou aos jornalistas e despediu-se em seguida.


1ª oração 2ª oração

Observe que a 2ª oração não está encaixada na 1ª, não funciona como termo da
oração anterior, não se relaciona sintaticamente com nenhuma palavra da 1ª oração.

As orações coordenadas são classificadas em: sindéticas e assindéticas. SÍNDETO


significa CONJUNÇÃO, então:

- Sindéticas: são orações coordenadas introduzidas por conjunção.


Exemplo: Deve ter chovido à noite, pois o chão está molhado.

- Assindéticas: são as orações coordenadas que não são introduzidas por conjunção.
Exemplo: Tudo passa, tudo corre: é a lei.

Orações coordenadas sindéticas


As orações coordenadas sindéticas são classificadas de acordo com a conjunção
coordenativa que as introduz. Podem ser:

- Aditivas: estabelecem ideia de adição, soma.


Exemplo: Não venderemos a casa, nem (venderemos) o carro.
São conjunções aditivas: e, nem, mas, também.

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Curso
Período Composto IV Português para
Concursos

- Adversativas: estabelecem oposição, adversidade.


Exemplo: Gostaria de ter viajado, mas não tive férias.
São conjunções adversativas: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto.

- Alternativas: estabelecem alternância.


Exemplo: Siga o mapa ou peça informações.
São conjunções alternativas: ou...ou, ora...ora, já...já, quer...quer, siga...siga.

- Explicativas: estabelecem explicação.


Exemplo: Senti frio, porque estava sem agasalho.
São conjunções explicativas: que, porque, pois, porquanto.

- Conclusivas: estabelecem conclusão.


Exemplo: São todos cegos portanto não podem ver.
São conjunções conclusivas: portanto, logo, por isso, pois, assim.

Além das orações que você estudou até agora, é importante conhecer alguns
formatos em que elas podem aparecer.

ORAÇÕES REDUZIDAS são aquelas em que o verbo da oração subordinada


aparece numa forma nominal (infinitivo, gerúndio ou particípio) e não há conectivo.
Por exemplo:

Eu vi João bater no coleguinha.


EU VI – Oração principal.
João bater no coleguinha – Oração subordinada substantiva objetiva direta ( eu vi
isso) reduzida de infinitivo.

Eu percebi o menino chorando.


Eu percebi – Oração principal.
o menino chorando – Oração subordinada adjetiva restritiva (eu percebi o menino que
chorava) reduzida de gerúndio.

Terminada a tarefa, você poderá sair.

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Período Composto IV Português para
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Você poderá sair – Oração principal.


Terminada a tarefa – Oração subordinada adverbial condicional (se terminar, poderá

Ao desenvolver uma oração reduzida, você pode encontrar


duas ou até mais possibilidades de classificação e tudo bem.
Procure considerar o contexto em que a frase está inserida e a
ideia mais provável.

Além disso, há os períodos mistos, em que há orações


subordinadas e coordenadas. Por exemplo:

O aluno chegou e solicitou que fizessem silêncio.

1ª Oração: Oração Coordenada Assindética

2ª Oração: Oração Coordenada Sindética Aditiva (em relação à 1ª


oração) e Oração Principal (em relação à 3ª oração).

3ª Oração: Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta (em


relação à 2ª Oração).

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Português para
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3
Curso
Português para
Concursos

Vozes Verbais
O estudo das vozes verbais se relaciona com a
identificação do sujeito e com a estrutura da frase.
Nessa relação, o sujeito pode:

Voz ativa
Quando o sujeito pratica a ação sugerida pelo verbo,
a frase está na voz ativa. Por exemplo:

Eu amo chocolate.
Os cidadãos votaram com consciência.

Frases com sujeito indeterminado e com sujeito inexistente também constituirão voz
ativa. Por exemplo:

Aqui há boas oportunidades.


Choveu muito ontem.

VOZ PASSIVA
Quando o sujeito não pratica a ação sugerida pelo verbo. A voz passiva pode ser de
dois tipos – analítica ou sintética.

Voz passiva analítica


Formada, normalmente, por sujeito + verbo de ligação + predicativo do sujeito.
Exemplo:
O bolo foi feito por Maria.

4
Curso
Vozes Verbais Português para
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A janela será pintada pelo pintor.


O artista está cercado de fãs.

Voz passiva sintética


Formada por verbo transitivo direto + partícula se. Exemplo:
Procura-se funcionário novo.
Daqui se ouve o sino da igreja.

A palavra se, quando acompanha um VTD se chama partícula apassivadora ou


pronome apassivador. Nos casos de sujeito indeterminando, quando o se acompanha
um verbo que não é transitivo direto, é chamada de índice de indeterminação do
sujeito.
IIS → Precisa-se de casas.
P.A → Procuram-se casas.

Repare que, no segundo exemplo, o verbo concorda com casas no plural, porque
é o seu sujeito. No primeiro exemplo, não houve concordância, por que o sujeito é
indeterminado.

Voz reflexiva
É aquela em que a ação parte do sujeito para ou contra ele mesmo. Por exemplo:

Eu me machuquei com a faca.


A equipe se declarou vencedora.
O aluno se olhou no espelho.

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6
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Português para
Concursos

Colocação
pronominal
É a parte da gramática que trata da correta colocação dos
pronomes oblíquos átonos na frase.
Embora na linguagem falada a colocação dos pronomes não seja
rigorosamente seguida, algumas normas devem ser observadas,
sobretudo, na linguagem escrita e na hora da sua prova!
É o estudo, por exemplo, de qual seria a forma correta da frase “eu te
amo” (com o pronome te antes do verbo, construindo a próclise) ou “eu
amo-te” (com o pronome te depois do verbo, fazendo a ênclise).

Em alguns casos, a posição do pronome será obrigatória, mas em


outros, não.

Os pronomes oblíquos átonos nunca deverão iniciar frases, então a


construção “Te amo” é incorreta.

Próclise - É a colocação pronominal antes do verbo.


A próclise é obrigatória quando há uma palavra atrativa antes do pronome átono.
As palavras atrativas são os Pronomes Indefinidos, Relativos, Interrogativos e
Demonstrativos. Orações optativas, palavras Negativas, Conjunções subordinativas e
Advérbios.
Para te ajudar a memorizar, una as letras destacadas e lembre que a mulher mais
“atrativa” do mundo é uma PIRIDONCA!
Veja alguns exemplos:

a) Palavras negativas.
Ex.: Não se esqueça de mim.

b) Advérbios.
Ex.: Agora se negam a depor.

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Curso
Colocação Pronominal Português para
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c) Conjunções subordinativas.
Ex.: Soube que me negariam.

d) Pronomes relativos.
Ex.: Identificaram duas pessoas que se encontravam desaparecidas.

e) Pronomes indefinidos.
Ex.: Poucos te deram a oportunidade.

f) Pronomes demonstrativos.
Ex.: Disso me acusaram, mas sem provas.

g) Pronome interrogativo.
Ex.: Quem te fez a encomenda?

h) Orações que exprimem desejo (orações optativas).


Ex.: Que Deus o ajude.

Mesóclise
É a colocação pronominal no meio do verbo. Não é muito comum ao nosso cotidiano.
Será possível e obrigatória nos seguintes casos:

1) Quando o verbo estiver no futuro do presente ou futuro do pretérito, contanto


que esses verbos não estejam precedidos de palavras que exijam a próclise.

Realizar-se-á, na próxima semana, um grande evento em prol da paz no mundo.

Não fossem os meus trabalhos, acompanhar-te-ia nessa viagem.

Ênclise
É a colocação pronominal depois do verbo. A ênclise é usada quando a próclise e a
mesóclise não forem possíveis:

1) Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo.


Ex.: Quando eu avisar, silenciem-se todos.

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Colocação Pronominal Português para
Concursos

2) Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal.


Ex.: Não era minha intenção machucar-te.

3) Quando o verbo iniciar a oração.


Ex.: Vou-me embora agora mesmo.

4) Quando houver pausa antes do verbo.


Ex.: Se eu ganho na loteria, mudo-me hoje mesmo.

5) Quando o verbo estiver no gerúndio.


Ex.: Recusou a proposta fazendo-se de desentendida.

Colocação pronominal nas locuções verbais

1) Quando o verbo principal estiver no infinitivo ou no gerúndio, o pronome átono


pode vir antes da locução, entre o auxiliar e o principal ou depois da locução.
Exemplos:
Ele me está ajudando.
Ele está me ajudando.
Ele está ajudando-me.

2) Se houver palavra atrativa, deve-se respeitar a atração ou “esconder” o pronome


após a locução, ou seja, só não se deve deixar o pronome entre os verbos auxiliar
e principal.
Ele não me está ajudando.
Ele não está ajudando-me.

3) Quando o verbo principal for constituído por um particípio, acontecerá de forma


semelhantes, porém de forma alguma o pronome ficará após a locução. Por exemplo:

Ele me tem ajudado.


Ele tem-me ajudado.
Ele não me tem ajudado.

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10
Curso
Português para
Concursos

Regência
É o estudo das preposições exigidas pelos nomes e
pelos verbos. Essa matéria é muito importante para a
construção textual e para a análise sintática. A palavra
(nome ou verbo) que rege é chamada de termo regente.
Os termos (complementos) que dela dependem são
chamados termos regidos.

Quando o termo regente é um nome chamamos o


mecanismo que regulamenta esta relação de regência
nominal. Quando o termo regente é um verbo chamamos
de regência verbal.

Ex.: Regência Nominal

Estou apto ao serviço militar.

Termo regente Termo regido


(nome) (complemento)

Regência Verbal
Não gostamos de jiló.

Termo regente Termo regido


(verbo) (complemento)

A tabela abaixo contém a regência de alguns nomes. Procure decorar os principais e


usar a regência correta no dia a dia para memorizar.

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Regência Português para
Concursos

acostumado a leal a análogo a

desatento a digno de ansioso de, por

impróprio para doutor em avesso a, de, em

afável com, para apto para, a propenso a, de

descontente com benéfico a escasso de

indeciso em capaz de, para essencial para

afeiçoado a, por certo de fiel a

desejoso de compatível com suspeito a, de

inerente a generoso com comum a, de

alheio a, de hábil em temível a, para

desfavorável a idêntico a último a, de, em

insensível a constituído de, por, com situado a, em, entre

ambicioso de, por devoção a, para, com, por misericordioso com, para com

necessário a, em, para dúvida acerca de, em, sobre negligente em, com

empenho de, em, por respeito a, com, de, por, para único a, em, entre, sobre

Regência Verbal
É importante saber que um mesmo verbo pode ter mais de um sentido, o que,
geralmente, acarreta mudança na regência. Observe:

a) Gostaria de assistir o doente.


b) Gostaria de assistir ao jogo.

Em a, o verbo destacado significa ajudar; em b, significa ser espectador, olhar. Em


decorrência dessa mudança de sentido, o verbo assistir apresenta duas regências
distintas: no primeiro caso, foi exigido objeto direto, já no segundo, objeto indireto.

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Regência Português para
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Veja outros exemplos:

Agradar
a) O marido agrada a esposa. (VTD = acariciar)
b) O marido agrada à esposa. (VTI = satisfazer, ser agradável)

Ansiar
a) A falta de comida ansiava aquela população. (VTD = angustiar, oprimir)
b) Os funcionários anseiam por melhores salários. (VTI = desejar, almejar)

Aspirar
a) Esse aparelho aspira o pó. (VTD = sugar, sorver)
b) Os chefes aspiram ao lucro. (VTI = desejar, almejar)

Chamar
a) Devido ao assalto, chamaram a polícia. (VTD = convocar, convidar)
b) Chamei-o de desonesto. (VTI = denominar, qualificar)

Obedecer e desobedecer
São transitivos indiretos. Exigem o emprego da preposição a:
Ex.: Obedeçam aos que te querem bem.
Nunca desobedeça aos seus pais.

Querer
a) Transitivo direto, quando significar desejar, pretender, almejar.
Ex.: Todos querem uma folga na próxima semana.

b) Transitivo indireto, no sentido de gostar de, estimar.


Ex.: Quero muito ao meu marido.

Visar
a) É transitivo direto no sentido de olhar para, mirar, fazer mira, pôr o sinal de visto.
Ex.: O marinheiro visou a praia.
O assassino visou a vítima do alto do penhasco.
O chanceler visou os documentos oficiais.

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Regência Português para
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b) É transitivo indireto quando significar objetivar, pretender.


Ex.: O atleta visa à melhor colocação.

Simpatizar e antipatizar
São transitivos indiretos, que pedem a preposição com.
Ex.: Simpatizamos com os ideais políticos deste candidato.
Antipatizei com ela assim que a vi.

Proceder
a) Intransitivo quando seu significado for comportar-se, ter fundamento.
Ex.: As informações que recebi não procedem.
Os alunos procederam muito mal durante a excursão.

b) Transitivo indireto quando tiver sentido de iniciar, realizar.


Ex.: Os professores procederam aos testes.

Observação: quando o verbo vier regido pela preposição de terá o significado de


originar-se, provir, ser proveniente de, etc.
Ex.: Os navios procederam da Austrália.

Perdoar
a) Empregam objeto direto quando se referem a coisas.
Ex.: Perdoo todos os erros, menos a mentira.

b) Empregam objeto indireto quando se referem pessoas.


Ex.: Perdoaram-lhe a falta de malícia.

Preferir
a) Transitivo direto: quando tiver sentido de dar primazia, dar preferência.
Ex.: Tenho duas escolhas, mas prefiro o sorvete de morango.

b) Bitransitivo: quando seu significado for escolher uma entre duas ou mais coisas.
Não se deve empregar o que ou do que.
Ex.: Os amigos preferiram passear no shopping a assistir ao filme.

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Regência Português para
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Avisar
É bitransitivo. Rege as preposições de ou sobre.
Ex.: Avisei Maria o dia do casamento.
Avisei Maria sobre (do) o dia do casamento.

Implicar
a) Quando tiver significado de acarretar, demandar ou envolver é transitivo direto.
Não se deve empregar a preposição em:
Ex.: Obter uma boa colocação no mercado profissional implica dedicação e
persistência.

b) Quando tiver sentido de ter implicância, mostrar má disposição, este verbo é


transitivo indireto. Pede preposição com:
Ex.: As crianças implicavam com o pobre cãozinho.

c) Quando seu significado for comprometer-se, envolver-se em situações


embaraçosas.
Ex.: Muitos corredores implicam-se em acidentes gravíssimos.

Pagar
a) com objeto direto quando se referir a coisas.
Ex.: Paguei as minhas últimas contas.

b) com objeto indireto quando se referir a pessoas.


Ex.: Paguei aos seus irmãos.

c) com o objeto direto e o indireto, quando se referir a coisas e pessoas.


Ex.: Paguei o aluguel aos seus irmãos.

Informar
É um verbo bitransitivo (transitivo direto e indireto). Rege as preposições de ou sobre.
Ex.: Informamos ao professor o andamento da feira de ciência.
Informamos ao professor do andamento da feira de ciência.
Informamos ao professor sobre o andamento da feira de ciência.

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16
Curso
Português para
Concursos

Concordância
CONCORDÂNCIA NOMINAL

Nestas aulas, vamos conhecer algumas estruturas comuns nos concursos


quanto ao questionamento da concordância entre singular, plural,
masculino e feminino. Vamos revisar alguns conceitos sobre classes de
palavra também.

Regra geral: O artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome, concordam


em gênero e número com o substantivo.
No entanto, há alguns casos especiais que determinam outras regras
de concordância nominal.
O adjetivo, quando exerce função sintática de adjunto adnominal de
dois ou mais substantivos, pode concordar de diversas formas:

I. Com substantivos do mesmo gênero: o adjetivo pode ficar no singular ou no


plural.
Ex.: Falou com paixão e sabedoria admirável.
Falou com paixão e sabedoria admiráveis.

II. Com substantivos de gêneros diferentes: o adjetivo concorda com o mais


próximo ou vai para o masculino plural.
Ex.: Convidamos o rapaz e a moça animada.
Convidamos o rapaz e a moça animados.

III. Com adjetivo anteposto a dois ou mais substantivos: a concordância ocorre


com o mais próximo.
Ex.: Caminhei por belas trilhas e bosques.
Caminhei por belos bosques e trilhas.

Obs.: Caso o adjetivo se refira a nomes de pessoas, deverá ir para o plural. Veja:
Ex.: Estudamos os célebres Machado de Assis e Carlos Drummond de Andrade.

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Curso
Concordância Português para
Concursos

IV. Com vários adjetivos referindo-se a um substantivo:


a) coloca-se o substantivo no plural.
Ex.: Ela fala fluentemente as línguas inglesa e francesa.

b) coloca-se artigo antes do adjetivo e o substantivo no singular.


Ex.: Ela fala fluentemente a língua inglesa e a espanhola.

V. Com adjetivo na função sintática de predicativo do sujeito composto, concorda


com o gênero dominante dos núcleos do sujeito.
Ex.: As blusas e as calças estavam rasgadas.
O calor e a chuva estavam intensos.

CASOS ESPECIAIS

Obrigado / Mesmo / Próprio


Concordam com o substantivo ou com o pronome a que se referem, ou seja, se o
substantivo for feminino plural, usam-se mesmas, próprias e obrigadas.
Cuidado: Caso a palavra mesmo significar “realmente” ficará invariável.
Ex. Elas mesmas disseram, em coro: Muito obrigadas, professor.
Os próprios funcionários reconheceram o erro.
As meninas trouxeram mesmo o ator famoso.

Só / Sós
Essa palavra concordará com o elemento a que se refere, quando significar sozinho,
sozinhos, sozinha, sozinhas; ficará invariável, quando significar apenas, somente. A
locução a sós é sempre invariável.
Ex. Só as garotas queriam andar sós; os meninos queriam a companhia delas.
Gosto de estar a sós.

Quite / Anexo / Incluso


Esses três elementos concordam com o substantivo a que se referem.
Ex. Deixarei as promissórias quites, para não ter problemas.
Anexas, seguem as fotocópias dos documentos solicitados.
Estão inclusos o café da manhã e o almoço.

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Concordância Português para
Concursos

Meio
Concordará com o elemento a que se referir quando significar metade; ficará
invariável quando significar um pouco, mais ou menos. Quando formar substantivo
composto, ambos os elementos variarão.
Ex. Era meio-dia e meia. Ela estava meio nervosa.
Os meios-fios foram construídos em lugar errado.

Muito / Bastante
Quando modificarem substantivo, concordarão com ele; quando modificarem verbo,
adjetivo, ou outro advérbio, ficarão invariáveis, por serem advérbios.
Bastante também será adjetivo, quando significar que basta ou suficiente.
Ex. Bastantes funcionários ficaram bastante revoltados com a empresa.
Há provas bastantes de sua culpa.

Possível
Em frases com expressões como o mais, o menos, o melhor, o pior, as mais, os menos,
os piores, as melhores, a palavra possível concordará com o artigo.
Ex. Visitei lugares os mais interessantes possível.
Visitei cidades as mais interessantes possíveis.

Expressões um (a) e outro (a), num (a) e noutro (a)


O substantivo fica no singular e o adjetivo no plural.
Ex.: Jonas resolveu um e outro caso difíceis.
Colocamos os bolos numa e noutra mesa grandes.

Expressão tal qual


“tal” concorda com o antecedente; “qual” concorda com o consequente.
Ex.: Os meninos são educados tais qual a mãe.
As meninas são vaidosas tais quais as avós.

Verbo de ligação + Predicativo do sujeito


Quando o sujeito for tomado em sua generalidade, sem qualquer determinante, o
verbo ser - ou qualquer outro verbo de ligação - ficará no singular e o predicativo do
sujeito no masculino, singular. Se o sujeito vier determinado por qualquer palavra,
a concordância do verbo e do predicativo será regular, ou seja, concordarão com o
sujeito em número e pessoa.

19
Curso
Concordância Português para
Concursos

Ex.: Caminhada é bom para a saúde.


Esta caminhada está muito boa.
É proibido entrada
Está proibida a entrada.

Menos / Alerta
Essas palavras são sempre invariáveis.
Ex.: Houve menos reclamações dessa vez.
Estamos alerta.

Concordância
CONCORDÂNCIA VERBAL

Esta parte traz muitas regrinhas e é necessário paciência para


memoriza-las, porém é muito importante que você leia cada caso,
assista à aula em vídeo e resuma com suas próprias palavras
os casos mais comuns. O assunto é muito importante para as
redações e para as questões isoladas nas provas.

Estudaremos observando, primeiramente, o tipo de sujeito:

I. Sujeito simples
a) O verbo concorda em número e pessoa com o núcleo do sujeito simples.
Ex.:
“ Assim eles não furam mais ...”
núcleo do verbo
sujeito simples (3ª pessoa do plural)
(3ª pessoa do plural)

20
Curso
Concordância Português para
Concursos

b) Quando o sujeito simples for representado por um substantivo coletivo, o verbo


concorda normalmente com o núcleo do sujeito.
Ex.:
A boiada atravessou o lago.
núcleo do verbo
sujeito simples (3ª pessoa do singular)
(3ª pessoa do plural)

c) Quando o sujeito é expresso por expressões partitivas, como uma porção de a


maioria de, um grupo de, uma porção de, o verbo fica no singular (concordando com a
expressão partitiva) ou pode ficar no plural (concordando com o substantivo plural).
Uma porção de pessoas estava na manifestação.
Uma porção de pessoas estavam na manifestação.
A maioria dos alunos participou da gincana.
A maioria dos alunos participaram da gincana.

d) Quando o sujeito é representado por expressões aproximativas (cerca de,


perto de, menos de), o verbo concorda com o substantivo determinado por essas
expressões.
Cerca de trinta trabalhadores foram demitidos.
Menos de quinze pacientes são atendidos diariamente naquele hospital.

e) Quando o sujeito é introduzido pela expressão “mais de...”, o verbo deve


concordar com o numeral que vem em seguida.
Mais de um político foi investigado.
Mais de quinhentos políticos foram investigados.

*Quando a expressão mais de um estiver repetida ou associada a um verbo


exprimindo ação recíproca, o verbo vai para o plural.
Mais de um cantor, mais de um ator compareceram à exposição daquele artista.
Mais de um casal abraçaram-se no cinema.

f) Quando o sujeito é formado por locuções pronominais (alguns de, muitos de),
seguidas dos pronomes pessoais nós e vós, o verbo pode concordar com o primeiro
pronome ou com o pronome pessoal.

21
Curso
Concordância Português para
Concursos

Alguns de nós praticam exercícios regularmente.


Alguns de nós praticamos exercícios regularmente.

*Se o primeiro pronome estiver no singular, o verbo também ficará no singular.


Algum de nós será gravemente punido.

g) Quando o sujeito for formado pelas expressões um dos...que, uma das ... que, o
verbo vai para o plural.

Breno foi uma das pessoas que me ajudaram financeiramente.

*Quando se deseja enfatizar apenas um dos elementos do grupo, o verbo permanece


no singular.
Foi um dos seus primos que roubou minhas joias.

h) Quando o pronome relativo possuir função de sujeito, o verbo concordará com o


termo antecedente.
Os animais que foram resgatados receberam cuidados especiais.
Somos nós que iremos viajar a trabalho.

i) Caso o sujeito seja representado pela palavra quem, o verbo fica na 3ª pessoa
do singular, ou pode concordar com seu antecedente.
Fomos nós quem trouxe esses relatórios.
Fomos nós quem trouxemos esses relatórios.

j) Quando o sujeito é formado por numeral que indica porcentagem, o verbo pode
concordar com o numeral ou com o substantivo determinado pelo numeral.
30% da população brasileira gostam de música clássica.
30% da população brasileira gosta de música clássica.

*Se o numeral indicativo de porcentagem estiver antecedido de determinante no


plural, o verbo irá para o plural.
Esses 20% do eleitorado não compareceram nas eleições.

k) Quando o sujeito for um nome próprio no plural, a concordância verbal pode


ocorrer de duas maneiras:

22
Curso
Concordância Português para
Concursos

1. Precedido de artigo no plural, o verbo irá para o plural:


Os Estados Unidos tiveram bom resultado nas olimpíadas.

2. Precedido de artigo no singular ou sem artigo, o verbo fica no singular.


Estados Unidos é um país desenvolvido.

II. Sujeito composto

a) Quando o sujeito composto estiver anteposto ao verbo, este irá para o plural.
Os jogadores e o juiz voltaram ao campo.
sujeito composto verbo
(3ª pessoa do plural)

b) Quando o sujeito composto for constituído de duas pessoas gramaticais


distintas, a concordância poderá ocorrer de duas formas:

1. Se houver a 1ª pessoa (eu/ nós), o verbo irá para a primeira pessoa do plural.
Eu e você visitaremos aqueles pontos turísticos.
(= Nós visitaremos aqueles pontos turísticos)

2. Se não houver a 1ª pessoa, o verbo poderá ser flexionado na 2ª ou na 3ª pessoa


do plural.

Tu e os vendedores sereis promovidos.


(= Vós sereis promovidos)

Tu e os vendedores serão promovidos.


(= Vocês serão promovidos)

c) Quando o sujeito composto for constituído por palavras sinônimas, o verbo pode
ficar no singular ou no plural.
Seu medo, sua ansiedade, seu tormento deixava os pais entristecidos.
Seu medo, sua ansiedade, seu tormento deixavam os pais entristecidos

23
Curso
Concordância Português para
Concursos

d) Quando o sujeito composto estiver depois do verbo, a concordância pode


ocorrer de duas maneiras:
1. O verbo ficará no plural.

Chegaram a carta e a encomenda.


verbo sujeito composto
(plural) posposto ao verbo

2. O verbo concordará com o núcleo mais próximo.

Chegou a carta e a encomenda.

verbo núcleo mais próximo


(singular) (singular)

Outros casos:

I. Caso o sujeito seja ligado pela preposição com, o verbo fica na 3ª pessoa
do plural.
O pai com seus filhos foram ao cinema.

II. Caso o sujeito esteja ligado pelo conectivo ou, a concordância pode ocorrer
de duas formas:
a) O verbo vai para o plural quando o fato pode ser atribuído a todos
os sujeitos.
Frutas ou verduras fazem muito bem à saúde.

b) O verbo fica no singular se o fato expresso por ele só puder ser


atribuído a um dos sujeitos, ou seja, quando há ideia de alternância.
Marlon ou Itamar conseguirá a vaga nesta empresa.

c) Se os núcleos designarem pessoas gramaticais diferentes ou a


conjunção indicar retificação, probabilidade, o verbo concorda com o núcleo mais
próximo.

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Curso
Concordância Português para
Concursos

Carla ou eu filmarei a festa de formatura.


núcleo núcleo verbo (1ª pessoa do singular)
(3ª pessoa) do sujeito do sujeito (1ª pessoa)

I. Com sujeito constituído pela expressão “um e outro”, o verbo pode ficar no
singular ou no plural.
Um e outro professor explicou esse conteúdo.
Um e outro professor explicaram esse conteúdo.

II. Com sujeito constituído pelas expressões “um ou outro” ou “nem um nem
outro”, o verbo fica no singular.
Um ou outro médico irá atendê-lo.
Nem um nem outro telefonista foi educado com o cliente.

III. Quando o sujeito é seguido de aposto resumitivo (tudo, nada, todos), o verbo
concordará com o aposto.
Crianças, adolescentes, adultos, idosos, todos precisam de assistência do governo.

IV. Quando o verbo da oração é constituído pela partícula SE, a concordância


pode ocorres de duas formas:

a) Se (índice de indeterminação do sujeito): o verbo fica na 3ª pessoa do


singular. Os verbos, nesses casos, são intransitivos, transitivos indiretos ou de
ligação.
Necessita-se de novas máquinas de costurar.

b) Se (pronome apassivador): o verbo concorda com o sujeito paciente.


Os verbos, nesses casos, são transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos,
estando na voz passiva sintética.

Roubaram-se muitas joias.

verbo transitivo sujeito da voz


direto passiva sintética

25
Curso
Concordância Português para
Concursos

V. Quando o sujeito é representado por verbos no infinitivo, a concordância pode


ocorrer de três formas:

a) Caso não haja determinante no sujeito, o verbo fica no singular.


“Olhar e ver era para mim um ato de defesa.” (José Lins do Rego)

b) Quando há determinante anteposto aos infinitivos, o verbo irá


para o plural.
O lutar e o conseguir constituem nossas metas.

c) Caso o sujeito seja representado por infinitivos que indiquem ideias


contraditórias, o verbo fica no plural.
Comer e dormir influenciam o ganho de peso.

I. A concordância do verbo parecer seguido de infinitivo ocorre da seguinte


forma: ou se flexiona o verbo parecer ou o infinitivo.
Aqueles homens parecem cantar bem.
Aqueles homens parece tocarem bem.

II. Quando o verbo da oração é impessoal, flexiona-se na 3º pessoa do singular.


São verbos impessoais:

a) Aqueles que indicam fenômenos da natureza.


Ventava bastante durante a celebração do casamento.

b) Fazer e estar indicando tempo decorrido ou meteorológico.


Faz anos que não nos falamos.
Está muito calor no Nordeste.

c) Haver usado com sentido de “existir” ou indicando tempo decorrido.


Havia quartos disponíveis naquele hotel.
Há meses que espero por essa promoção.

26
Curso
Concordância Português para
Concursos

Bizu: Nas locuções verbais compostas pelo verbo haver, a impessoalidade


desse verbo é transferida para o verbo auxiliar. Veja os exemplos:

Deve haver longas filas de espera nos bancos hoje.


Pode haver muitas falhas nessa investigação.

III. A concordância do verbo ser requer um pouco mais de atenção. Veja como ela
pode acontecer:

a) Quando indica hora, data ou distância, o verbo ser concorda


com a expressão a que se refere, mesmo sendo impessoal.
São duas horas da tarde.
Daqui até Ilha Grande são trezentos quilômetros.
Hoje são vinte de julho.

b) Na estrutura sujeito (tudo, quem, isso, aquilo) + verbo SER +


predicativo do sujeito, o verbo pode ficar no plural ou no singular.
“Tudo são sonhos dormidos ou dormentes”.
(verbo concorda com o predicativo “sonhos dormidos ou dormentes”)

Aquilo era flores. (verbo concorda com o sujeito “aquilo”)

*Se o sujeito for representado por uma pessoa, o verbo concorda com o sujeito,
independente do número em que se encontra o predicativo.

Fernando era as esperanças da família.


sujeito (singular) verbo (singular) predicativo do sujeito
(plural)

c) Se o sujeito for expressão numérica e o predicativo indicar suficiência,


insuficiência ou excesso, o verbo SER concorda com o predicativo.

Cinco quilos de arroz é suficiente para alimentar aquela família.


Quinhentos reais é pouco para sustentar uma família.

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Curso
Concordância Português para
Concursos

d) A concordância do verbo SER prevalecerá com o predicativo singular quando


o sujeito plural não estiver antecedido de artigo ou pronome demonstrativo.
Dias quentes é sinal de chuva.

IV. Os verbos dar, soar e bater indicando horário, concordam com as horas.
Deu uma hora da madrugada.
Bateram cinco horas.
Soaram três horas da tarde.

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29
Curso
Crase Português para
Concursos

O acento grave deve ser empregado quando há o encontro de letras A (preposição


+ artigo, por exemplo).
Antes de ver as regras propriamente ditas, confira as dicas:

I. Em se tratando de substantivos comuns, substituir o nome feminino por um


masculino correlato. Se, antes da palavra masculina, aparecer “ao” (combinação
da preposição “a” com o artigo definido “o”), então será o caso de a + a diante da
palavra feminina, Coexistindo “aa”, escreve-se “à”.

1) Fui à festa. (à = preposição a + artigo definido a)


Fui ao baile.

2) Refiro-me à professora. (à = preposição a + artigo definido a)


Refiro-me ao professor.

3) Comprei a apostila. (a = só artigo definido)


Comprei o livro.

4) A maneira de pensar de Pedro é semelhante à de Mário.


O modo de pensar de Pedro é semelhante ao (modo) de Mário.

II. No caso de nomes de lugar, vamos aplicar o poeminha


“Se vou a e volte de, crase pra quê?
Se vou a e volto da, crase no à”.

III. Viajou à França. (à = preposição a + artigo definido a)


Voltei da França.

IV. Vou a Portugal. (a = só preposição)


Volto de Portugal.

V. Vou a Roma
Volto de Roma.
Vou à Roma Antiga.
Volto da Roma Antiga.

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Curso
Crase Português para
Concursos

Casos obrigatórios de acento grave indicativo de crase

»» Prepositivas com palavras femininas: à cata de, à moda de, à custa de, à
força de, à procura de, à guisa de, à beira de, à maneira de, à feição de ...
»» Conjuntivas com palavras femininas: à medida que, à proporção que ...
»» Adverbiais com palavras femininas: às vezes, às claras, às ocultas, às
pressas, à toa, às fartas, às escondidas, à noite, à tarde, à direita, à esquerda, à
socapa, às terças-feiras, à vista...

Com nomes femininos ou masculinos, quando se subentendem as expressões “à


moda (de), à maneira (de), ao estilo (de)”:
Servia-se à francesa. (Servia-se ao estilo (do), à maneira (do) ou à moda (do)
francês (esa).)
Bebia à siciliana.
Cantava à Caetano Veloso.

Com pronomes relativos:


Antes de a qual, as quais, quando se opõem a: ao qual, aos quais → ocorre
crase:
Eis à moça à qual me referi. (Eis o rapaz ao qual me referi.)

Antes de a (= pronome demonstrativo) que, as (= pronome demonstrativo) que,


quando se opõem a: ao que, aos que → ocorre crase:
Refiro-me à que usa luvas. (Refiro-me ao que usa chapéu.)

Casos facultativos (opcionais)

a) Depois da preposição até:


Ele foi até a/à divisa.

b) Antes de pronomes possessivos femininos: o uso do artigo é facultativo;


portanto, o emprego do acento grave indicativo de crase também o é.
Contara a/à sua mãe sobre o ocorrido.

c) Antes de substantivos próprios femininos: já que o uso do artigo

31
Curso
Crase Português para
Concursos

definido é facultativo, o mesmo se aplica ao acento grave.


Dei o livro a/à Cláudia.

É proibido o uso do acento grave antes de nomes próprios femininos de pessoas


com as quais não se possui intimidade.
Prestei uma homenagem a Fátima Bernardes.
Exceto se houver uma especificação adjetiva → A homenagem à incrível Fátima
foi maravilhosa.

Casos proibidos de acento grave indicativo de crase

a) Antes de substantivos masculinos:


Refiro-me a Antônio.
Vou a Pernambuco.

b) Antes de verbos:
Estava a pensar.

c) Antes de pronomes pessoais:


Doei a ela alguns agasalhos.

d) Antes de pronomes de tratamento:


Dirijo-me a Vossa Excelência, que fez duras críticas a Sua Santidade.
Obs.: Exceções: madame, senhora, senhorita e dona.
Entreguei o presente à madame/à senhora/à senhorita/à dona Maria.

e) Antes de artigos e pronomes indefinidos:


Concedeu o prêmio a uma atriz desconhecida.
Falou sobre isso a alguém.
Obs.: Há pronomes que admitem artigo, dando ensejo à crase:
Não fale nada às outras pessoas.
f) Em expressões constituídas de palavras repetidas
Fiquei cara a cara com o criminoso.
g) Antes de cuja, cujas (não há artigo; portanto, não ocorre crase):

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Curso
Crase Português para
Concursos

O rapaz, a cuja irmã me referi, é deficiente visual.

h) Antes dos pronomes demonstrativos esta, essa, isto e isso:


Ele fez referência a essa moça.

Casos Especiais
Antes das palavras casa, terra e distância só usaremos o acento grave se estiverem
especificadas.
-- Eu fui a casa.
-- Eu fui à casa de Pedro.
-- Faculdade a distância.
-- Eu estudo à distância de cinco metros do trabalho.
-- Os marinheiros voltaram a terra.
-- Os marinheiros voltaram à terra de seus pais.

Indicação de TEMPO - horas marcadas – crase


→→ Chegaremos às 22h.
→→ A aula começou às 14h:15min.

Tempo decorrido – verbo haver


→→ Cheguei há duas horas.
→→ Há anos, conheço essa moça.

Daqui a – sempre sem crase


→→ Daqui a duas horas, chegarei.
→→ Daqui a dois metros, viraremos.

Em alguns casos, a presença ou ausência do acento grave modifica o significado


da frase. Por exemplo:

Bater a porta → fechar.


Bater à porta → chamar.
Não se trata de um caso facultativo, mas depende do que se quer dizer.

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34
Curso
Português para
Concursos

Pontuação
Assunto muito importante, cobrado em, praticamente, todas
as provas de concurso do Brasil, com destaque especial ao
uso das vírgulas. É importante ter consciência do uso da
análise sintática nesse ponto. Saber usar e não usar e também
saber o porquê é essencial para matar as questões.
Vamos lá!

1) Vírgula: corresponde a uma breve pausa.


1.1 – Devemos sempre usar a vírgula:
a) Para separar um aposto.
Ex.: João, aluno da 1° ano, está dispensado.

b) Para separar o vocativo.


Ex.: Professora, onde está meu livro?

c) Para separar orações coordenadas, exceto as começadas pela conjunção E.


Ex.: Ana não só estuda, mas também trabalha.

d) Para separar orações adverbiais deslocadas.


Ex.: Para que fosse campeão, treinou bastante.
Obs.: Vindo depois da principal, a vírgula torna-se facultativa.
Ex.: Chorou muito, porque se machucou.
Chorou muito porque se machucou.

e) Para separar orações coordenadas assindéticas, subordinadas adjetivas


explicativas, subordinadas adverbiais.
Ex.: Veio, viu, venceu.
O leite, que é um alimento branco, faz bem.
Quando abri a porta, vi um cartão lindo colado.

f) Para separar palavras com a mesma função.


Ex.: A aluna era bonita, simpática e inteligente.

35
Curso
Pontuação Português para
Concursos

g) Para separar orações começadas pela conjunção e, quando ocorrem sujeitos


diferentes.
Ex.: Maria lava, e Ana passa.

h) Para intercalar algum termo de valor explicativo.


Ex.: Ela trabalha muito, ou melhor, apenas trabalha.

i) Na formação de datas.
Ex.: Nilópolis, 15 de junho de 2019.

j) Para indicar a elipse de um verbo.


Ex.: Beyoncé irá ao cinema; Mariah, ao teatro.

k) Para separar termos deslocados no período e que se pronunciam com pausa.


Ex.: Todos nós, depois do almoço, fomos ao cinema.

Nunca devemos usar vírgula para separar o verbo de seu sujeito.


Ex.: João, saiu cedo. (errado)
João saiu cedo. (certo)

b) O nome de seu complemento ou adjunto.


Ex.: Tinha medo, de tudo. (errado)
Tinha medo de tudo. (certo)

c) O verbo de seu predicativo.


Ex.: Essa menina é, levada. (errado)
Essa menina é levada. (certo)

2) Ponto e vírgula: uma pausa maior que a vírgula, em ocasiões específicas.


a) Para separar itens em uma enumeração.
Ex.: O candidato precisa fazer três coisas: chegar com antecedência de

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Curso
Pontuação Português para
Concursos

uma hora; trazer identidade; e trazer o material adequado para a prova.


b) Para separar orações, por meio de conjunções, quando se quer ter uma pausa
maior.
Ex.: Havia muitas pessoas a minha espera; contudo, preferi ficar em casa.

c) Para separar dois grupos distintos de coordenação.


Ex.: Ela trouxe pastéis, bolo, salgadinhos, guardanapos; eu, sucos,
refrigerantes, copos e pratos.

3) Dois pontos: marcam uma suspensão da melodia de uma frase para:


a) Dar início à fala ou citação.
Ex.: Disse o filósofo: “Só o amor salvará o mundo.”
Um dos convidados perguntou:
- Quando serão devolvidos os ingressos?

b) Dar início a uma sequência que explica, esclarece, identifica, desenvolve,


discrimina uma ideia anterior.
Ex.: Naquela loja tem de tudo: roupas, calçados, brinquedos e perfumaria.
Descobri a grande razão da minha vida: você.

4) Reticências: sempre são usadas para indicar a suspensão de uma idéia. Muitas
vezes, essa suspensão dá ao leitor ou ouvinte a possibilidade de completar o
pensamento da maneira que quiser.
Ex.: Estava pensando... Deixa pra lá.
Não gosto daquela pessoa... Ela me parece tão... Sei lá!

5) Aspas: deve-se tomar muito cuidado, pois é muito comum usar as aspas sem
qualquer critério. Devemos usar as aspas:
a) No começo e no fim de uma citação ou transcrição.
Ex.: Um antigo sábio já disse: “Agir na paixão é embarcar durante
uma tempestade.”

b) Para indicar palavras que indiquem gírias, estrangeirismos e neologismos.


Ex.: Se “pintar” uma oportunidade, eu apareço na “parada”.
Moravam num “flat” onde havia “playground”.

37
Curso
Pontuação Português para
Concursos

c) Dar destaque a alguma palavra ou expressão, ou para mostrar que determinada


palavra está sendo utilizada fora de seu sentido original, normalmente em sentido
irônico.
Ex.: Você teve uma ideia “brilhante”.

6) Ponto: usado simplesmente para marcar o fim de um período, um parágrafo ou nas


abreviaturas.
Ex.: Sr., Pág., Exmo. (excelentíssimo).
O sono está perdido.

Obs.: Nas abreviaturas de símbolos técnicos de tempo, distância, peso, não se usa
ponto, são escritas sempre com letra minúscula e sem o S.
Ex.: m (metro), h (hora), min (minuto)

7) Ponto de exclamação: marca frases exclamativas.


Ex.: Que manhã linda!
Não faça isso, minha querida!

8) Ponto de interrogação: marca frases interrogativas diretas.


Ex.: Quem disse isso? (interrogativa direta)
Perguntei a ele quem havia dito aquilo. (interrogativa indireta)

9) Travessão: normalmente, usado em dois casos:


a) para destacar uma palavra ou frase.
Ex.: “Uma única palavra – liberdade – ecoou entre os escravos.”
Obs.: Também poderia ter sido usado a vírgula.

b) Para destacar a fala de alguém num diálogo.


Ex.: Disse-me o padre:
- Você precisa assistir mais a missa.

10) Parênteses: normalmente é usado para acrescentar frases, orações e expressões


destacadas no período e que contenham uma informação acessória.
Ex.: O primo dele canta muito bem (pelo menos é o que dizem), mas não
consegue iniciar a carreira.

38
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Português para
Concursos
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Português para
Concursos

Linguagem coloquial
x Norma Culta

Muitas provas atuais trazem questões que envolvem esse assunto. Uma
análise mais contextualizada da língua e de suas mudanças comuns ao cotidiano
dos brasileiros. A Norma Culta da língua é a formalidade e o respeito às inúmeras
regrinhas que você está estudando, aplicada em situações de cerimônia e
formalidade (documentos, provas, premiações etc.). A Linguagem coloquial é
aquela do dia a dia, sem preocupação com formalidades.

Os “erros de português” são chamados de DESVIOS da Norma Culta ou


do Padrão Culto da língua e podem ser estudados, simplesmente, em prol da
correção para a forma culta ou como marcas de registro de um povo, de um
tempo ou de um uma região, por exemplo.

É muito importante compreender que os textos que podem aparecer em


sua prova terão origens bastante diversas e nem todos estarão comprometidos
com a gramática normativa. Para garantir um bom resultado, é essencial olhar
as marcas dos falantes como representação e entender o valor que elas têm. O
candidato a uma vaga num concurso público deve dominar a Norma Culta da
Língua, mas também deve ser capaz de valorizar a língua viva que evolui e se
modifica todos os dias.

Uma boa dica para melhorar a compreensão e a interpretação de textos é


adquirir ou aprimorar o hábito da leitura. Leia bastante e tente variar nos gêneros
(contos, artigos, crônicas, fábulas, receitas... quanto mais estilos, melhor).

3
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Homônimos e
Parônimos
Esse assunto é bem interessante e estuda-lo vai te ajudar bastante em questões
isoladas sobre sinônimos, que envolvem pegadinhas. Na nossa língua, há muitas
palavras parecidas e até iguais em alguns aspectos.
As palavras parecidas serão chamadas de parônimos.
Alguns exemplos que fazem a gente queimar os neurônios para não confundir
são descrição (o ato de descrever alguém ou alguma coisa) e discrição (o ato de ser
discreto, de não chamar atenção).

Veja mais exemplos com os parônimos que mais aparecem nas provas:

• Amoral (sem moral) e imoral (contrário à moral)


• Absolver (perdoar) e absorver (aspirar)
• Apóstrofe (figura de linguagem) e apóstrofo (sinal gráfico)
• Cavaleiro (que cavalga) e cavalheiro (homem gentil)
comprimento (medida) e cumprimento (saudação)
• Coro (música) e couro (pele animal)
• Delatar (denunciar) e dilatar (alargar)
• Despensa (local) e dispensa (ato de dispensar)
• Emigrar (deixar um país) e imigrar (entrar num país)
• Eminente (elevado) e iminente (prestes a ocorrer)
• Imergir (afundar) e emergir (vir à tona)
• Inflação (alta dos preços) e infração (violação)
• Infligir (aplicar pena) e infringir (violar)
• Mandado (ordem judicial) e mandato (procuração)
• Precedente (que vem antes) e procedente (proveniente de;
que possui fundamento)
• Ratificar (confirmar) e retificar (corrigir)
• Recrear (divertir) e recriar (criar novamente)
• Tráfego (trânsito) e tráfico (comércio ilegal)
• Soar (produzir som) e suar (transpirar)

4
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• Arrear (pôr arreios) e arriar (colocar no chão)

Homônimos são palavras com escrita ou pronúncia iguais, com significado diferente.

- Homônimos homógrafos são aqueles em que a grafia é igual e a pronúncia


diferente.
Eu começo/ O começo.
Sinto sede/ Irei à sede.

- Homônimos homófonos têm grafia diferente e mesmo som.


Cela do presídio/ Sela do cavalo está velha.
Sessão de cinema/ Seção de esportes.

- Homônimos perfeitos possuem mesma grafia e som.


Banco de praça/ Banco de agência.
Manga da camisa/ Manga fruta.

Veja mais exemplos:

• Acender – colocar fogo


• Ascender – subir
• Aço – metal
• Asso – verbo assar conjugado
• Censo – recenseamento
• Senso – julgar
• Cessão – ceder
• Seção – divisão
• Sessão – reunião
• Coser – costurar
• Cozer – cozinhar
• Manga – fruta
• Manga – parte da camisa
• Sexta – dia da semana (sexta-feira)
• Cesta – receptáculo
• Sesta - descanso

5
Figuras de
Linguagem
O sentido das frases e expressões pode ser denotativo (sentido literal, com D
de dicionário) ou conotativo (sentido metafórico ou ilustrativo). Na construção do
sentido conotativo, aparecem muitos recursos e formas diferentes e expressivas de
utilização da língua, utilizadas com maior frequência em textos literários e artísticos,
mas também em textos não-literários escritos ou falados.
As figuras de linguagem dividem-se em:

• figuras de palavras;
• figuras de sintaxe;
• figuras de pensamento.

Figuras de palavras
São as que utilizam as diversas possibilidades de variação que as palavras oferecem.

1. Metáfora – Comparação sem utilizar os termos característicos de


comparação.
“Você é a escada da minha subida”.

2. Comparação – Quando aparecerem termos ou expressões característicos


(como, tal qual, tal como, assim como), a figura deixa de ser metáfora e transforma-se
em comparação.
“Você é como um sonho de Deus para mim”.

3. Metonímia ou sinédoque – Utilização de um termo em lugar de outro por


manterem entre si algum tipo de relação direta:
-- a marca pelo produto:
Viajamos em nosso Fiat.

-- o continente pelo conteúdo:


Comerei mais um prato de sopa.

6
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- a obra pelo autor:


Todos leem Machado de Assis
- o efeito pela causa
Ganho a vida com meu suor.

E qualquer tipo de substituição em que uma palavra esteja representando mais que
seu sentido propriamente dito.

4. Catacrese – Quando, pela falta (ou não) de termo específico, usa-se outro
escolhido por semelhança, função e afins. Muitas vezes, a relação com o termo
original acaba se perdendo.
Precisamos de dois dentes de alho.
O pé da mesa está quebrado.
O embarque está próximo.

5. Sinestesia – Associação de sensações percebidas por nossos órgãos de


sentido.

Não gosto de perfume doce. (olfato e paladar)


Um grito áspero revelava todo o seu medo. (auditivo e visual)

6. Antonomásia – Substituição de um nome próprio de pessoa por um


nome comum, ou por uma expressão com o objetivo de realçar uma característica
do ser que tem seu nome substituído.

Todos homenageiam o rei do pop (Michael Jackson).

7. Perífrase – Ocorre quando essa substituição se refere a um nome próprio


que não seja de pessoa.

Morei na Cidade Maravilhosa (Rio de Janeiro).

Figuras de sintaxe
1. Elipse – Ocorre quando termos podem ser subentendidos com facilidade

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através do contexto.

Naquele país, muito médicos competentes (existem).

2. Zeugma – É uma variação da elipse. Ocorre quando um termo citado em


um primeiro momento fica subentendido em sequências seguintes.

“Onde queres família sou maluco


E onde queres romântico, burguês.” (omissão de sou)

3. Aliteração – Ocorre através da repetição de sons idênticos de natureza


consonantal.

“Esperando, parada, pregada na pedra do porto.”

4. Assonância – Repetição de sons idênticos, de natureza vocálica.

“Ó formas alvas, brancas, Formas claras.”


Cruz e Souza - fonema vocálico /a/

5. Inversão (ou hipérbato) – Ocorre quando são feitas inversões na ordem


direta dos termos na oração, ou das orações no período.

“Ouviram do Ipiranga as margens plácidas


De um povo heroico o brado retumbante.”

Obs.: Se os versos estivem na ordem direta, teríamos: As margens plácidas


do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heroico.

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6. Polissíndeto – Ocorre com o uso repetido de conectores


(conjunções coordenativas) entre palavras ou entre orações.

“E treme, e cresce, e brilha, e afia o ouvido, e escuta.”

7. Assíndeto – É a ausência de conectores (conjunções coordenativas)


que poderiam estar ligando palavras ou orações justapostas.

Entrei, peguei o livro, saí.

8. Pleonasmo – Ocorre quando são empregados termos redundantes


para dar maior clareza ou ênfase a uma ideia. Não confundir com o pleonasmo
grosseiro, pois este constitui vício de linguagem (darei exemplos mais abaixo).

O carro, ninguém pensou em lavá-lo.

9. Anacoluto – Consiste na quebra da estrutura sintática da oração,


deixando um termo isolado, sem função sintática alguma.

Os professores brasileiros, nós precisamos de respeito.

10. Anáfora – É a repetição de determinado termo ou expressão no início


da frase ou de determinado segmento da frase, em intervalos regulares, com o
objetivo de enfatizar uma ideia.

“Já fui loura, já fui morena, já fui Margarida e Beatriz, já fui


Maria e Madalena.” Cecília Meireles

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11. Silepse – Ocorre quando a concordância de alguns termos em gênero,


número e pessoa, não é feita gramaticalmente, e sim com a ideia expressa por eles.
Podem ocorrer três tipos de silepse:

a) Silepse de gênero

Essa criança é muito agitado. (menino)

b) Silepse de número

Os Lusíadas é um poema épico.

c) Silepse de pessoa

Os moradores de Mesquita estamos mostrando quanto valor


possuímos. (sujeito 3ª pessoa do plural, verbo
1ª pessoa do plural – o enunciador se inclui)

FIGURAS DE PENSAMENTO
1. Antítese – Ocorre quando se faz a utilização de palavras ou expressões com
significações opostas.

“Esse é só o começo do fim da nossa vida”

2. Ironia – Ocorre quando dizemos ou escrevemos algo querendo exprimir sentido


oposto ao que normalmente o vocábulo possui.

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São as “adoráveis” senhoras que tomam conta da vida de todos.

3. Paradoxo ou oxímoro – Quando se faz associação de duas ideias


aparentemente opostas.

Nilópolis, pequeno município, gigantesco através da Beija-Flor.

4. Hipérbole – Ocorre quando se exageram propositalmente ideias ou


sentimentos.

Estava quase estourando de tanto rir.

5. Eufemismo – É a substituição de palavras, ideias ou expressões rudes, cruéis,


tristes, desagradáveis por outras mais suaves, com o objetivo de atenuá-las.

Você não foi feliz com suas palavras.

6. Disfemismo – Ocorre quando se expressa uma ideia de forma desagradável,


rude, ofensiva, enfatizando aspectos considerados negativos. É o oposto do
eufemismo.

Tire da minha calçada esta lata velha. (carro)

7. Prosopopeia ou personificação – Ocorre quando se atribuem características


humanas a seres não humanos (irracionais, inanimados, abstratos, etc.)

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A areia chorava por causa do calor.

8. Gradação ou Clímax – Ocorre quando se faz uma enumeração coordenada e


ascendente.

“Eu era pobre. Era subalterno. Era nada.” Monteiro Lobato

* Vícios de Linguagem – são construções que não devem ser reproduzidas em


provas, redações e situações formais.

Barbarismo: Todo erro que se relaciona à forma da palavra.


• Cacoépia: seje, em vez de seja.
• Cacografia: rúbrica, em vez de rubrica.
• Estrangeirismo: exame antidoping.

Arcaísmo: Emprego de palavras que caíram desuso.

Mui fremosa senhorita.

Anfibologia ou ambigüidade: A mensagem apresenta mais de um sentido


devido à má disposição das palavras na frase.

O garoto viu o roubo do carro. (O garoto estava no


carro e viu o roubo ou viu o carro ser roubado?)

Cacófato: Palavra inconveniente ou obscena resultante da união das


sílabas de palavras vizinhas.

A boca dela era horrível. / Diz graça.

Solecismo: Erro de sintaxe.


• Concordância: Fazem muitos anos. (Nesse caso fazer é impessoal.)

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• Regência: Esse é a música que ele mais gosta. (Essa é a música de que
ele mais gosta.)
• Colocação: Me faça um favor... (Faça-me um favor...)

Pleonasmo Vicioso: Repetição de palavras inúteis, pois nada acrescentam


ao que já foi dito.

Subiu para cima ou Entrou para dentro.

Eco: É a rima em prosa, sem intenção estilística.

Infelizmente, essa idéia me veio à mente somente de repente.

Funções da Linguagem
Os elementos da comunicação estão presentes nos atos comunicativos
– textos, conversas, gestos etc. Esses componentes determinam a mensagem
transmitida, quem a envia, quem a recebe, qual o contexto em que foi produzida,
qual o código linguístico utilizado e o meio pelo qual se propaga. De acordo com o
elemento que predomina, classificaremos a função do texto em análise.
Vamos lá:

Emissor ou locutor: é aquele que produz, envia a mensagem.


Quando o emissor está em foco no ato comunicativo, a função da linguagem é
emotiva ou expressiva.

Na maioria das vezes, os verbos estão em 1ª pessoa. A função emotiva é


encontrada em textos autobiográficos, poemas líricos, cartas de amor, depoimentos
em sites de relacionamento, ou seja, todos aqueles que buscam mostrar os
sentimentos do locutor.

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Receptor ou interlocutor: é aquele para o qual a mensagem é destinada; recebe


a mensagem.

Quando o receptor está em foco, a função é conativa ou apelativa. Possuem


linguagem persuasiva e costumam dialogar diretamente com o receptor. Os textos
publicitários são exemplos de textos que apresentam, principalmente, função
conativa. O interlocutor deve acreditar que o texto foi produzido para ele. Logo, para
conseguir persuadir o destinatário da mensagem, é necessário utilizar uma linguagem
adequada ao público alvo e argumentos plausíveis, a fim de fazer com que o receptor
“aceite” aquilo que está sendo dito.

Mensagem: conteúdo transmitido para o receptor pelo emissor; conjunto de


informações transmitidas num evento comunicativo. O referente (contexto no qual o
conteúdo está inserido) também é um elemento importante. Se o conteúdo for o foco,
o texto terá função referencial ou denotativa. Costumam ter uma linguagem clara e
objetiva, para que não surjam ambiguidades e interpretações indevidas. Esse tipo de
função prevalece, por exemplo, em textos jornalísticos, científicos e instrucionais.

Por outro lado, quando a forma da mensagem ou a apresentação do conteúdo


chama mais atenção que o próprio conteúdo, teremos a função poética. O emissor,
ao utilizar a função poética, busca organizar as palavras de forma especial, tanto na
combinação delas, quanto na estruturação sintática. Um bom exemplo é a poesia
parnasiana, em que os poemas são muito elaborados, mas seus significados, às
vezes, são bastante simples.

Código: é a combinação de signos utilizados para transmitir uma mensagem. No


nosso caso, o código é a Língua Portuguesa. Os gestos, os sons, as cores, também
podem ser considerados códigos, se transmitirem alguma mensagem. Quando
o código se destaca, a função é metalinguística. Nos textos metalinguísticos, a
linguagem fala sobre a mesma linguagem ou sobre outras linguagens. São exemplos
de metalinguagem: a análise de textos, o significado dos verbetes no dicionário, o
making-off de filmes, os poemas que abordam a feitura do próprio poema etc.

Canal: meio pelo qual a mensagem se propaga. Por exemplo, na comunicação


oral, o canal é o ar; numa reportagem jornalística, o meio pode ser um jornal impresso
ou televisivo, uma revista, a internet, entre outros. Quando há destaque para o canal,

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a função é fática. Perguntas do tipo “Tudo bem?”, “Como vai?” ou o simples “Alô”
ao telefone são comuns no nosso cotidiano, quando intencionamos manter a
conversa com nossos interlocutores.

Ambiguidade

Frases, palavras e expressões que podem causar duplo sentido são chamadas de
ambíguas.

A ambiguidade é um problema que deve ser evitado em situações formais, como


nas redações e nos documentos, pois a comunicação se prejudica. A escolha de
palavras e a organização das frases devem ser bastante consideradas para evitar
esse tipo de problema.

Observe a frase:
Luciana encontrou a amiga com seu namorado na festa.

O pronome seu pode se referir tanto à Luciana quanto à sua amiga. Dessa forma,
o sentido pode gerar confusão (e até uma briga braba).

O Vasco derrotou o Botafogo em casa.

O adjunto adverbial de lugar – em casa – pode se referir aos dois times, então
fica difícil saber onde aconteceu o jogo.

É importante conhecer também o conceito de polissemia, que é quando autores


se aproveitam da possibilidade da ambiguidade para construir jogos de palavras ou
gerar reflexão ou humor.

Veja esses trechos de músicas:

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“Éramos nós
Estreitos nós
E tu és laço frouxo”
Chico Buarque

A palavra nós aparece primeiro como pronome pessoal do caso reto e depois
como plural de nó.

“Seu presente eu sou


Se ela está presente
Eu vou” - Skank

A palavra presente, no primeiro verso, pode significar o tempo atual ou algo que
se ganhou e depois aparece com a ideia de estar presente em algum lugar.
A polissemia é muito comum em expressões artísticas. Saber interpretá-la é
importante para a parte de interpretação e para a compreensão textual.

Hífen
Com o Novo Acordo Ortográfico, algumas regras sobre o uso do hífen mudaram.
Veja as principais:
- Palavras que começam com H ficarão separadas de seus prefixos.
Super-homem
Pré-histórico
Sub-humanidade

- Separaremos também palavras que começam com a mesma letra que o


prefixo ou a palavra anterior terminam.

Micro-ondas
ti-inflamatório

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- Se as letras forem diferentes, não haverá hífen.


Microempreendedor
Autoescola

- R e S, após prefixo, serão dobrados, caso o prefixo termine em vogal.


Ultrassonografia
Minissaia
Contrarreforma

- Entretanto, se o prefixo terminar em consoante, ficarão separados por hífen.


-
Sub-reino
Super-realista

- Depois dos prefixos ex-, sota-, soto-, vice, além, aquém e bem continuamos
a usar hífen.

Ex-marido, Sota-piloto, Vice-campeão , Vizo-rei

- Depois de “pós-, pré- e pró-“, quando acentuados, serão separados por hífen.

pós-tônico, pré-natal, pró-labore

- Depois de "pan-", "circum-", quando juntos de vogais, separaremos com hífen.

Pan-americano, circum-escolar

- Após os prefixos “CO-, RE-, PRE”, não usaremos hífen.

Coordenar
Reenviar
Prever

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