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Produção Textual e Expressão Oral

Aula 6

Professora Margarete Terezinha de Andrade


Costa

CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico


Conversa Inicial
Nesta aula, vamos estudar o exercício do escutar e falar por meio da
identificação, classificação e analise dos sons da fala. Para isso, vamos
começar estudando os sistemas vocálicos e consonantais da língua portuguesa
do ponto de vista fonético e fonológico. As ciências que estudam a fala são a
fonética (que estuda a articulação e o acústico) e a fonologia (que trata das
categorizações dos sons e dos aspectos pertinentes à percepção).
Em seguida, veremos as relações entre os sistemas fonológicos e
ortográficos da língua e as marcas da oralidade.
A intenção não é esgotar todos os assuntos mencionados, pelo
contrário. A ideia é despertar a vontade de pesquisar igualmente sobre cada
um e fazer com que você busque sempre mais para seu aperfeiçoamento
profissional e pessoal. Bons estudos!

Antes de começar, acesse o material on-line e confira o vídeo com os


comentários iniciais da professora Margarete.

Contextualizando
Feche os olhos, ligue a tevê e apenas ouça as pessoas falando. Você as
reconhece? Se não, imagine como são: sexo, idade, aparência...
Depois olhe para a pessoa que você ouviu. Ela corresponde ao que você
imaginou? Provavelmente você acertou o sexo e a idade aproximada. Por quê?
Somos capazes de reconhecer várias características por meio da fala;
fazemos julgamentos sobre o discurso dos outros. A fala é importante também
para quando nos apresentamos, principalmente em situações formais.
Nesta aula, vamos aprimorar mais a técnica da expressão oral. Isso
porque não queremos que ninguém “enrole a língua” em momentos
importantes, queremos?
Acessando o material on-line, você confere o vídeo da professora
Margarete com mais informações sobre a contextualização dos temas

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trabalhados nessa aula.

Pesquise

Tema 1 – Sistema Vocálico e Consonantal


A palavra “sistema” vem do latim systema e quer dizer um conjunto
combinado de elementos que se encontram conectados e que interagem entre
si. O Sistema Vocálico e Consonantal, por sua vez, indica o conjunto de vogais
e consoantes que se encontram conectadas e que expressam significados.
Esse conjunto é expresso oralmente por meio dos fonemas, que são
produzidos pelo aparelho fonador, assunto de outro tema dessa aula. Vamos
nos deter aos mecanismos de produção de segmentos consonantais e
vocálicos.
Para isso, é importante responder a uma pergunta: qual a diferença
entre vogais e consoantes? A diferença se dá pela articulação, isto é, pela
obstrução da passagem de ar.

 Quando o ar é obstruído, são produzidas as consoantes;

 Quando o ar não é obstruído, a passagem de ar é livre e são produzidas


as vogais.

Vejamos a posição da língua quando pronunciamos as vogais:

 Anteriores: i (lixa),
ê (senhor), é (ela), á (haste),
é (pé), ê (dedo), i (botina).

 Centrais: â (antes),a (pasta).

 Posteriores: u (puxar), ô
(olhar), ó (olhos), ó (pó),
ô (lobo), u (resumo).

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Há outras classificações, vejamos a seguir:
Abertura da boca

Fechadas Semifechadas Semiabertas Abertas


i, u ê, ô é, ó á

Arredondamento labial

Vogais arredondadas Vogais não arredondadas


Geralmente as vogais Geralmente as vogais
posteriores anteriores

Oralidade e nasalidade

Nasais Orais
ã (an/am), ẽ (en/em), ĩ (in/im), a (pata), e (sapé), (veia), i
õ (on/om), ũ (un/um), (fã), (vila), o (sol), (aborto), u
(tempo), (cinto), (sombrio), (fluxo).
(fundo).

Intensidade

Tônicas Tônicas secundárias ou subtônicas Átonas


Tupi, luz. Cafezinho, somente Ela, órfã

Timbre

Aberto Fechado Reduzido


a (sapo), é ê, ô, i, u e as nasais: ê vogais átonas orais
(neve), o (bola) (mesa), ô (domador), i ou nasais: (cara,
(bico), u (útero) cantei)

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As consoantes são classificadas por meio de quatro critérios:
Modo de articulação

Bloqueio total do ar
Oclusivas /p/, pai /b/ bola, /t/ tio, /d/ dado, /k/ casa,
/g/ gude
Bloqueio parcial do ar
Constritivas /s/ (sola, osso, /z/ (zebra, /x/ (xaile, /j/
(janela) /l/ (calado), /lh (galho) /r/ (tiro) e
/rr/ (gorro, rua)

Ponto de articulação

Bilabiais Lábios + lábios /p/, /b/, /m/


Labiodentais Lábios + dentes superiores /f/, /v/
Linguodentais Língua + dentes superiores /t/, /d/,/n/
Alveolares Língua + alvéolos dos dentes /s/,/r/,/z/
Palatais Dorso do língua + céu da boca /x/, /j/,lh/, /nh/
Velares Parte superior da língua + palato
mole /k/,/g/,/rr/

Função das cordas vocais

Sonora Cordas vocais vibram


Surda Cordas vocais não vibram

Função das cavidades bucal e nasal

Orais O ar saia somente pela boca


Nasais O ar sai também pelas fossas nasais: /m/ mãe, /n/
nada, /nh/ nhoque

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Disponível em: <http://portugues.uol.com.br/gramatica/classificacao-das-vogais-
consoantes.html>. Acesso em: 16 jun. 2016.

Vejamos alguns exemplos. Fale as vogais a seguir:

 /a/ /i/ /u/ - o ar sai livremente na cavidade oral.

 /s/ - o ar não é obstruído na cavidade oral, mas também não sai


livremente, a língua deixa pouco espaço e o ar sai com certa fricção.

 /m/- há uma obstrução de ar nos lábios.

 /t/ - o ar é obstruído por algum tempo nos dentes e depois é solto de


uma vez.

A partir de agora, comece a prestar atenção quando fala, como articula


as palavras, quais os movimentos da boca, língua, cavidade bucal que usa e
sempre treine bastante quando tiver dificuldade de pronunciar alguma palavra,
frase ou expressão. Somente com exercício e atenção aprendemos mais sobre

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nossa própria forma de comunicar.

Para mais informações sobre o Sistema Vocálico e Consonantal, acesse


o material on-line e confira a videoaula da professora Margarete.

Tema 2 – Sistemas Fonológico e Ortográfico


A palavra “fonológico” vem do grego phonos = voz/som e logos =
palavra/estudo, já “ortográfico” vem do grego orthos, que exprime a ideia de
direito, reto e grafos relativo a grafia.
Assim, a Fonologia é o ramo da Linguística que estuda o sistema
sonoro de um idioma e a Ortografia é a parte da gramática normativa que
ensina a escrever corretamente as palavras da língua culta.
O sistema alfabético da língua portuguesa é um sistema fonográfico, isto
é, que tenta representar os sons na escrita. Ele, porém, não faz uma relação
direta, há mais sons do que letras para representá-los.
Vamos lembrar que fonema é a menor unidade significativa da língua.
No nosso caso, cada som possível de uma letra é um fonema. Um bom
exemplo disso é o conjunto de palavras: PATO – CATO – MATO.
É fácil observar que a sequência é a mesma, exceto pela primeira letra,
porém a mudança de uma única letra muda o som e o significado de cada
palavra. Assim “P”, “C” e “M” são fonemas.
Para passar da forma sonora para a forma gráfica, temos que
considerar:
 o aspecto físico da corrente da fala;
 o som propriamente dito;
 o som como elemento carregado de significação no sistema
comunicativo;
 as entidades segmentáveis;
 os traços que incidem sobre a corrente da fala, os quais podem
modificar a mensagem.
Vamos analisar a palavra “tomate”, que tem uma única forma

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ortográfica, mas pode ser pronunciada de diversas formas dependendo do
dialeto do falante: /tumati/, /tomatê/, /tomati/ com som de “tchi”. Essa variação
caracteriza a língua falada.
Outro exemplo interessante de variação na escrita e no som são as
palavras “homem” e “hoje”, que são escritas com /h/ porque sua origem é
latina: /homine/ e /hodie/.
Temos letras (grafemas) que representam vários sons (fonemas). Veja
alguns exemplos a seguir:
/c/

casa
/x/
macaco
/c/
sapo
/s/
macio

/r/

rato
/x/
enrola
/r/ era
/R/ prato
tambor

/g/

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gato
/g/
tigre
/g/
gelo
/z/
mágico

/s/

/ss/ passado

/sc/ nascer

/s/ /sç/ nasça

/xc/ exceção

/s/ semente

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Correspondências entre grafemas e fonemas
Não há não uma relação direta entre todos os grafemas e fonemas. Veja
a classificação a seguir:
Relação biunívoca Um grafema para um /b/,/ d/,/ f/,/ p/,/ t/ e /v/
fonema e vice-versa
Grafema representa Um fonema tem mais de /j/ pode ter som de /g/
univocamente fonema um grafema gelo, jarro e giro
Fonema representado Um grafema tem mais /r/ caro e raro
univocamente por de um fonema
grafema
Um fonema para vários Um fonema é /s/ seta, cebola,
grafemas representado de várias espesso, excesso,
formas em palavras açúcar, auxílio, asceta
diferentes
Um grafema para vários Um grafema apresenta casa/cebola, erro/era,
fonemas diferentes valores gelo/garra, xarope/exílio
fonológicos
Grafema mudo O grafema não expressa harpa, herança, hiato,
nenhum fonema homem, humilhação,
guerra e guinada.
Dígrafo O fonema é êmbolo, anta, chuva,
representado por dois pássaro, carro
grafemas

Adaptado de: <http://radames.manosso.nom.br/linguagem/gramatica/grafologia/grafemas-da-ortografia-


brasileira/>. Acesso em 15 jun. 2016.

Você deve ter observado que, ao escrevermos, tentamos imitar a fala,


mas nem sempre isto é possível. Há várias diferenças entre o sistema
fonológico e o ortográfico. Mas não é tão difícil aprender tais diferenças, afinal
dominamos a arte de fala.

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Na videoaula disponível no material on-line, a professora Margarete traz
mais informações sobre os Sistemas Fonológico e Ortográfico.

Tema 3 – Marcas da oralidade


A língua oral e a língua escrita estão relacionadas diretamente há um
processo de interação mediado pelo texto. Porém, de acordo com Marcuschi
(2003), existe uma diferença entre fala e oralidade, mesmo estando uma
inserida na outra.
Para o autor, a fala é a manifestação textual-discursiva que envolve
formas e estruturas, sem haver obrigação de aparatos tecnológicos, assim
como ocorre na escrita, uma vez que é concretizada pelo ser humano em uma
esfera sonora, isto é, pelo som. A oralidade, por sua vez, é a prática de
transpor as ideias que o sujeito organiza, e essa é efetivada por meio da fala.
Segundo Marcuschi:
a oralidade seria uma prática social interativa para fins
comunicativos que se apresenta sob várias formas ou gêneros
textuais fundados na realidade sonora: ela vai desde uma
realização mais informal a mais formal nos vários contextos de
uso (MARCUSCHI, 2003, p. 21).

Desta forma, a fala está no plano da oralidade, que envolve um conjunto


de recursos prosódicos, isto é, gestos, entonação e movimentação do corpo,
que, quando utilizados, visam dar significado e sentido ao que está sendo dito.
A escrita apresenta o mesmo objetivo da fala: a interação entre os
sujeitos, que é manifestada por meio da grafia. O texto escrito materializa a fala
de acordo com os determinantes sociocomunicativos da situação em que
ocorrem.
Segundo Geraldi (1997, p. 137), para se produzir um texto é preciso que:
a. Haja algo para dizer;

b. Haja uma razão para dizer;

c. Haja para quem dizer;

d. O locutor se constitua como tal, enquanto sujeito que diz o que diz para

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quem diz;

e. Sejam escolhidas as estratégias para realizar (a), (b), (c) e (d).

Assim, o interlocutor, o momento histórico e a situação de uso são


fatores determinantes da organização discursiva, tanto na modalidade oral
quanto escrita.
Quando escrevemos um texto, fazemos seu registro, isto é, ele é
atemporal no sentido de não sabermos quando poderá ser lido, além de onde e
quem o fará. Chamamos o leitor de “universal”, isto é, pode ser qualquer
pessoa. Assim, devemos ficar atentos em relação às marcas de oralidade na
escrita, é necessário evitar termos que exijam do leitor o conhecimento de onde
e quando escrevemos. É necessário dizer isto a ele, deixar claro. Por exemplo,
termos como “aqui” e “hoje” marcam um determinado lugar e tempo que
precisa estar expresso, caso contrário o texto fica sem sentido.
Quando escrevemos textos dissertativos, devemos evitar termos ou
expressões que representem a fala como: “né”, “tá”, “daí”. Assim como buscar
escrever as palavras corretamente e dentro da norma padrão.
Veja alguns casos de erros mais comuns decorrentes da oralidade:
Errado Certo
Arrepenteu Arrependeu
Cantanu Cantando
Sinquenta Cinquenta
Desmatão Desmatam
Endiante Em diante
Engentes Enchentes
Fala Falar
Faser - Faze Fazer
Fauta Falta
Homen – homi Homem
Mereserão Mereceram

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Otru Outro
Poraí Por aí
Proseço Processo
Puchando Puxando
Vouta Volta

Fonte: BORTONIRICARDO (2005, p. 54).


A oralidade só pode estar representada na escrita quando a intenção do
escritor é reproduzir um diálogo, por exemplo. Mas quando isso acontece, o
autor deve ter consciência do fato. Sabendo que a influência da fala sobre a
escrita é muito grande este cuidado precisa ser tomado.

Para mais informações sobre as marcas da oralidade, acesse o material


on-line e confira a videoaula da professora Margarete.

Tema 4 – Apresentação oral e expressão corporal


Uma apresentação oral precisa de cuidados, principalmente com a
expressão corporal que será observada pela plateia que o assistirá.
Em 1950, um pesquisador de linguagem corporal chamado Albert
Mehrabian determinou que a apreensão de uma mensagem na comunicação
interpessoal é captada na seguinte proporção:
% Tipo de comunicação
7% Verbal Somente palavras
38% Vocal Inclusão do tom de voz, da velocidade, do
ritmo, do volume e da entonação
55% Não verbal Inclusão dos gestos, das expressões
faciais, da postura e das demais
informações expressas sem palavras

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Observe que as mensagens são melhor captadas quando se usa mais
do que a voz para transmiti-las. Os gestos são capazes de revelar o
pensamento e as ideias sem que você perceba. A expressão fácil, o corpo, o
tom de voz e o controle voluntário ou involuntário dos movimentos dizem mais
do que as palavras.
Observe a imagem a seguir, qual das moças você contrataria para ser
sua companheira de trabalho?

Disponível em: <http://sentimentocalmo.com/linguagem-corporal-todos-os-seus-


segredos>. Acesso em: 16 jun. 2016.

Você sabe explicar o porquê de sua escolha?


Muitas vezes, algumas posturas nos parecem positivas e outras
negativas, sem entendermos a razão disso. Sem dúvida nenhuma, o sorriso é
um sinal muito bom, as pessoas sorriem quando estão bem, felizes e
tranquilas. Isto é, quando não são falsas ou mal-intencionadas. Então, como
fazer uma boa análise?
Claro que devemos considerar que nem todas as pessoas são iguais, e
há situações quem levam atitudes semelhantes terem significados distintos.
Algumas pessoas sorriem quando estão nervosas ou tímidas, não devemos,
portanto, analisar somente um ponto ou levá-lo ao “pé da letra”.
Retorne à imagem e observe o olhar da mulher, veja o que ele
representa para você. Quando se olha nos olhos de uma pessoa, significa que
estamos interessados nela e a respeitamos, pois nos expomos também. Há
certa empatia e um contato bem-sucedido.

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Um olhar para cima indica várias coisas: distração, necessidade de
atenção, desagrado, falta de carinho. Observe os braços, eles podem ser
barreiras de proteção quando cruzados ou colocados entre os falantes, isso
significa desagrado à pessoa ou à conversa.

 Posição das mãos:

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 Maneira de sentar:

Quer terminar
a conversa

 Expressão facial:

 Olhar:

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 Gestos:

São imagens tipificadas, por isso não necessariamente têm as


indicações lembradas sempre, mas são boas dicas para fazer com que
prestemos mais atenção.

Veja agora o que você melhor em uma apresentação oral:

Entre com confiança, passos firmes, costas retas;

Faça contanto visual com as pessoas da plateia e sorria para elas;

Cumprimente a plateia com um sorriso nos lábios;

Ao caminhar balance os braços normalmente;

Em apresentações em pé, fique com as pernas paradas para ter bom


equilíbrio, não se encoste ou se apoie em nada;

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Seja natural, nada melhor que ouvir alguém naturalmente.

Mais uma vez é necessário dizer que cada um tem suas características
e conhecê-las e aperfeiçoá-la é ideal para um bom comunicador. Faça isso!

Para mais informações sobre a expressão corporal, acesse o material


on-line e confira a videoaula da professora Margarete:

Tema 5 – A voz
A voz é a ferramenta mais poderosa que temos. Criamos uma imagem
por meio de nossa voz e de seu uso. A voz passa competência, segurança,
autoridade, credibilidade, propriedade e poder de determinação.
A dicção também chamada califasia estuda a impostação da voz, ela
propicia uma melhoria na comunicação verbal oral. A expressividade oral está
diretamente relacionada com a colocação da voz.
A boa dicção tem as seguintes características:

 Articulação das letras;

 Pronúncia correta;

 Expressividade;

 Agradabilidade.

Para que a dicção seja boa, é necessário que o orador articule


perfeitamente as letras e que saiba usar corretamente os órgãos fonadores,
permitindo a produção perfeita dos sons. Também é imprescindível fazer a
pronúncia correta das palavras, dizendo-as de forma correta e completa,
pronunciando os “s” e “r” finais, utilizando corretamente a posição da sílaba
tônica e assim por diante.
A expressividade se dá pela modulação da voz que varia seu volume,
sua altura, intensidade e velocidade. Desta forma, podemos trabalhar com a
agradabilidade, que faz com que o ouvinte se sinta confortável ao nos ouvir,
sem sons desagradáveis e aspereza.

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A voz tem alguns predicados e o principal deles é a expressão de nosso
estado interno, isto é, nosso estado de espírito. Conseguimos perceber pela
voz se uma pessoa está feliz, triste, irritada ou tranquila. Vejamos alguns
predicados da voz:

 Flexibilidade ou sonoridade
o Harmonização do timbre – personalidade da voz.
o Tonicidade – harmonia dos sons.
o Intensidade – grau de força.
o Volume – quantidade e força da voz.
o Altura – aguda ou grave.
o Velocidade – ritmo.

 Dicção – modo de dizer.

 Timbre – qualidade distinta da voz em relação ao volume e à


intensidade.

 Pronúncia – modo de articular os sons.

 Docilidade – empatia que a voz proporciona, está expressa na


segurança pessoal e no conhecimento vasto do assunto.

 Vibração ou envolvimento – integração entre o orador e o ouvinte,


assunto e ouvinte, personalidade do orador.

A ressonância deve ser equilibrada, com uma boa projeção no espaço e


emissão suave.

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O Aparelho fonador
O aparelho fonador é resultado de uma adaptação humana dos órgãos
relacionados à respiração e digestão, sendo constituído pelas seguintes partes:

Disponível em: <http://www.ebanataw.com.br/roberto/fonador/fonador.php>. Acesso


em: 16 jun. 2016.

A seguir, você confere uma explicação a respeito de cada uma das


partes (EBANATAW, s/d):

 Cavidade nasal: é onde o ar é filtrado. Nela se encontram as células


sensoriais que têm a finalidade de sentir o cheiro.

 Fossa Nasal: é um trecho de tubo que liga a cavidade nasal à laringe,


ajudando a produzir os sons nasais como os NAs.

 Boca: onde o som produzido.

 Laringe: é enriquecida com os harmônicos que vão clarificar, isto é,


tornar clara a sílaba que desejamos pronunciar. Um som como o AAAA
produzido na laringe é modificado para se transformar no BÁ, CÁ, FÁ,
MÁ etc. Diversos músculos da boca, com a ajuda dos dentes,
transformam o AAAA em sílabas diferentes, como CASA, CAPA, CAMA,
CALA etc.

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Veja as partes de nossa boca:

Disponível em: <http://www.ebanataw.com.br/roberto/fonador/fonador.php>. Acesso


em: 16 jun. 2016.

As cordas, dobras ou pregas vocais estão situadas na laringe. O ar


passa por elas vibram cerca de 150 vezes por segundo nos homens e 250
vezes nas mulheres produzindo os sons. A seguir você confere uma fotografia
delas:

Disponível em:
<http://www.eav.eng.br/tech/fisiologia/Funcionamentodoaparelhofonador.html>. Acesso em: 16
jun. 2016.

Cuidado com o sussurro: ele pode ser mais traumático para as cordas
vocais do que a fala normal. Como o ar é a base da produção da voz, os
pulmões são a base da velocidade e quantidade de ar. Assim, a respiração
adequada ajuda na qualidade da comunicação.

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Por isso, respire fundo, encha os pulmões de ar com calma antes de
proferir uma apresentação oral. A falta de oxigenação limita o lançamento da
voz e também pode causar tonturas.
A seguir, você confere alguns exercícios para imposição da voz, por
meio da descontração e agilidade dos órgãos articuladores:

 Abra e feche os lábios com a boca fechada. Coloque uma caneta nos
dentes incisivos e leia textos;

 Sopre uma língua de sogra, encha bexigas, assopre velas que estão 2 a
3 metros distantes;

 Repita BRRRR. Pronuncie bem alto o FÁ. Essa pronúncia é feita


apertando o lábio inferior aos dentes superiores, sem usar o lábio
superior. Alterne o FÁ e o VÁ.

 Faça o exercício do LÁ. LÁ, LÁ, LÁ. Faça o exercício do RÁ (não é RÁ


de rato mas RÁ de cara). Alterne LÁ e RÁ. Crie variações com o LHÁ e
o NHA;

 Pronuncie bem alto BÁ. Prenda bem os lábios. Se for preciso, prenda os
lábios com os dentes e ao soltar o BÁ abra bem a boca. Pronuncie bem
alto o PÁ da mesma forma feita com o BÁ. Depois intercale BÁ e PÁ por
mais 5 segundos: BÁ, PÁ, BÁ, PÁ;

 Pronuncie IIIII bem alto com a musculatura toda puxada e mostrando


bem os dentes. Pronuncie alternadamente o III e o UUUU. IIII - UUUUU -
IIII - UUUU;

 Faça o exercício do RRÁ. Agora sim com RRÁ de rato. Fale alto e
exagere no RRRRR antes de soltar o RÁ. Deixe e língua bem solta;

 Dobre a língua e encoste no palato mole; desdobre-a tocando nos


dentes frontais seguidas vezes;

 Com a boca fechada, girar a língua tocando na parte externa das


gengivas;

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 Abrir a boca, tirar a língua para fora e girar para a esquerda e para a
direita

 Abrir e fechar a boca repetidas vezes;

 Movimentar a mandíbula da esquerda para a direita e da direita para a


esquerda.

Veja este cartaz sobre a “malhação” da voz:

Fica claro que sua voz é sua identidade. Fumo e bebidas alcoólicas em
excesso, assim como pigarrar, são atitudes que a prejudicam. Por outro lado,
tomar água, comer maçã e ter uma boa noite de sono a fazem ficar linda.

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Assim, seja amigo de sua voz:

Disponível em: <http://www.tel.inf.br/2016/04/14/empresa-de-call-center-orienta-


funcionarios-a-como-preservar-a-saude-vocal-em-dia-mundial-da-voz/>. Acesso em: 16 jun.
2016.

No vídeo disponível no material on-line, a professora Margarete traz


mais informações sobre a voz. Acesse o acompanhe!

Trocando Ideias
Chegou a hora de participar do fórum! Ficou com alguma dúvida ou tem
algum material interessante que queira compartilhar? Então entre e faça a sua
postagem! Veja também o que seus colegas têm a dizer. Esse é o momento de
trocar informações, não deixe de participar!

Na Prática
Que tal praticar um pouco do que foi visto até agora? A seguir, você
confere uma questão do Enade 2008 de Letras. Leia com atenção e escolha a
opção que achar mais adequada:

Tomando por base o trecho escrito que representa a fala de Nhinhinha:


“Mas, não pode, ué...”, assinale a opção correta a respeito dos
processos de transposição da linguagem oral para a linguagem escrita.

a. As letras do alfabeto do português representam palavras da língua

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portuguesa.

b. Em língua portuguesa, a relação entre a letra e o som, como [e] no


exemplo, é regular: mantém-se a mesma em qualquer palavra.

c. Por serem usadas em início de frases ou nomes próprios, as letras


maiúsculas correspondem, na fala, a maior impacto e força sonora.

d. Os sinais de pontuação marcam, na escrita, a organização dos


fragmentos linguísticos, que são marcados, na linguagem oral, pela
entonação.

e. Os signos do código escrito são mais complexos que os signos do


código falado; por isso, as interjeições, como “ué”, são características de
oralidade.

Disponível em: <http://www.pucrs.br/edipucrs/enade/letras2008.pdf>. Acesso em: 16


jun. 2016.
Acesse o material on-line e veja o gabarito comentado da atividade.

Síntese
Nesta nossa última rota nos vimos os seguintes itens:

Estudo do Sistema
Vocálico e
Consonantal

Sistemas
A voz Fonológico e
Ortográfico

Marcas da
Apresentação oral
oralidade

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Agora vamos nos exercitar, pesquisar e estudar muito sobre estes
assuntos, pois são primordiais para nossa formação profissional e pessoal.

Acesse o material on-line e confira os comentários finais da professora


Margarete:

Referências
CRISTÓFARO-SILVA, Thaïs; YEHIA, Hani Camille. Sonoridade em Artes,
Saúde e Tecnologia. Belo Horizonte: Faculdade de Letras, 2009. Disponível
em <http://fonologia.org>. Acesso em: 16 jun. 2016.

CÂMARA JR.; J. Mattoso. Estrutura da língua portuguesa. 23. ed. Petrópolis:


Vozes, [1970] 1995.

MARCUSCHI, Luis Antônio. Da fala para a escrita – Atividades de


retextualização. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2003.

GERALDI, João Wanderlei. Portos de Passagem. 4. ed. São Paulo: Martins


Fontes, 1997.

BORTONI-RICARDO, Stella Maris. Nós cheguemu na escola, e agora? São


Paulo: Parábola, 2005.

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