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LÍNGUA PORTUGUESA

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SUMÁRIO
FONÉTICA ................................................................................................................................................................................ 2
VERBO .................................................................................................................................................................................... 17
CONCORDÂNCIA VERBAL ................................................................................................................................................. 30
CONCORDÂNCIA NOMINAL ............................................................................................................................................... 34
FIGURAS DE LINGUAGEM .................................................................................................................................................. 36
CRASE ..................................................................................................................................................................................... 45
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS .......................................................................................................................................... 48
PONTUAÇÃO ......................................................................................................................................................................... 52
ACENTUAÇÃO GRÁFICA .................................................................................................................................................... 56
SINTAXE DE PERÍODO SIMPLES ...................................................................................................................................... 59
SINTAXE DE PERÍODO COMPOSTO ................................................................................................................................. 65

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FONÉTICA

Fonética
A Fonética é o estudo dos aspectos acústicos e fisiológicos dos sons efetivos (reais)
dos atos de fala no que se refere à produção, articulação e variedades. Em outras palavras,
a Fonética preocupa-se com os sons da fala em sua realização concreta. Quando um falante
pronuncia a palavra 'dia', à Fonética interessa de que forma a consoante /d/ é pronunciada: /d/ /i/
/a/ ou /dj/ /i/ /a/.

Fonologia

A Fonologia é o estudo dos Fonemas (os sons) de uma língua. Para a Fonologia, o fonema é
uma unidade acústica que não é dotada de significado. Isso significa que os fonemas são os
diferentes sons que produzimos para exprimir nossas ideias, sentimentos e emoções a partir da
junção de unidades distintas. Essas unidades, juntas, formam as sílabas e as palavras.
A palavra 'Fonema' tem origem grega (fono = som + emas = unidades distintas) e representa
as menores unidades sonoras que formam as palavras. As palavras são a unidade básica da
interação verbal e são criadas pela junção de unidades menores: as sílabas e os sons, na fala,
ou as sílabas e letras, na escrita.

• Os fonemas são classificados em vogais, semivogais e consoantes. Essa classificação


existe em virtude dos diferentes tipos de sons produzidos pela corrente de ar que sai dos nossos
pulmões e é liberada, com ou sem obstáculos, pela boca e/ou pelo nariz.

Fonemas e Aparelho fonador

Fonemas são as entidades capazes de estabelecer distinção entre as palavras.


Exemplos: casa/capa, muro/mudo, dia/tia

A troca de um único fonema determina o surgimento de outra palavra ou um som sem sentido. O
fonema se manifesta no som produzido, sendo registrado pela letra e representado graficamente
por ela. O fonema /z/, por exemplo, pode ser representado por várias letras: z (fazenda), x (exa-
gerado), s (mesa).

• Classificação dos Fonemas e Dígrafos

Os fonemas da Língua Portuguesa classificam-se em vogais, semivogais e consoantes.

Vogais: são fonemas pronunciados sem obstáculo à passagem de ar, chegando livremente ao
exterior. Exemplos: pato, bota.

Semivogais: são os fonemas que se juntam a uma vogal, formando com esta uma só sílaba.
Exemplos: couro, baile.

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• Observe que só os fonemas /i/ e /u/ átonos funcionam como semivogais. Para que não
sejam confundidos com as vogais i e u serão representados por [y] e [w] e chamados, respectiva-
mente, de iode e vau.

Consoantes: são fonemas produzidos mediante a resistência que os órgãos bucais (língua, den-
tes, lábios) opõem à passagem de ar. Exemplos: caderno, lâmpada.

Dicas:

Em nossa língua, a vogal é o elemento básico, suficiente e indispensável para a formação


da sílaba. Você encontrará sílabas constituídas só de vogais, mas nunca formadas somente
com consoantes. Exemplos: viúva, abelha.

Dígrafos

É a união de duas letras representando um só fonema. Observe que no caso dos dígrafos não há
correspondência direta entre o número de letras e o número de fonemas.

Dígrafos que desempenham a função de consoantes: ch (chuva), lh (molho), nh (unha), rr (carro)


e outros.

Dígrafos que desempenham a função de vogais nasais: am (campo), en (bento), om (tombo) e


outros.

Dígrafos

Os dígrafos ocorrem quando duas letras são usadas para representar um único fonema, ou
seja, uma única emissão de som. Os dígrafos podem ser consonantais ou vocálicos.
Os dígrafos ocorrem quando duas letras são utilizadas para representar um único fonema.
Existem dois tipos de dígrafos na Língua Portuguesa:

Dígrafos consonantais;
Dígrafos vocálicos.
Vejamos cada um deles:
1. Dígrafos consonantais
ch – machismo, choro, chuva.
lh – agulha, milho, palhaço.
nh – sobrinho, sonho, pertinho.
rr – correto, carro, arriscado.
ss – pássaro, assumir, assassino.
sc – descendência, descer, crescer.

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sç – cresço, nasço, desça.
xc – exceto, excelência, excerto.
xs – exsuar, exsudar.
gu – gueixa, sagui, linguiça.
qu – aquilo, quarto, queijo.

Atenção:

Os fonemas são representados entre barras. Exemplos: /m/, /o/.

Aparelho fonador

Os sons da fala são produzidos pelo aparelho fonador. O aparelho fonador é constituído de:

• pulmões
• brônquios e traqueia
• Laringe
• Glote
• cordas vocais
• Faringe
• Úvula
• boca e órgãos anexos
• fossas nasais

Classificação dos Fonemas e Dígrafos

Os fonemas da Língua Portuguesa classificam-se em vogais, semivogais e consoantes.

Vogais: são fonemas pronunciados sem obstáculo à passagem de ar, chegando livremente ao
exterior. Exemplos: pato, bota.

Semivogais: são os fonemas que se juntam a uma vogal, formando com esta uma só sílaba.
Exemplos: couro, baile.
Observe que só os fonemas /i/ e /u/ átonos funcionam como semivogais. Para que não sejam
confundidos com as vogais i e u serão representados por [y] e [w] e chamados, respectivamente,
de iode e vau.

Consoantes: são fonemas produzidos mediante a resistência que os órgãos bucais (língua, den-
tes, lábios) opõem à passagem de ar. Exemplos: caderno, lâmpada.

Dicas:
Em nossa língua, a vogal é o elemento básico, suficiente e indispensável para a formação

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da sílaba. Você encontrará sílabas constituídas só de vogais, mas nunca formadas somente
com consoantes. Exemplos: viúva, abelha.

Dígrafos

É a união de duas letras representando um só fonema. Observe que no caso dos dígrafos não há
correspondência direta entre o número de letras e o número de fonemas.

Dígrafos que desempenham a função de consoantes: ch (chuva), lh (molho), nh (unha), rr (carro)


e outros.

Dígrafos que desempenham a função de vogais nasais: am (campo), en (bento), om (tombo) e


outros.

Dígrafos

Os dígrafos ocorrem quando duas letras são usadas para representar um único fonema, ou
seja, uma única emissão de som. Os dígrafos podem ser consonantais ou vocálicos.
Os dígrafos ocorrem quando duas letras são utilizadas para representar um único fonema.
Existem dois tipos de dígrafos na Língua Portuguesa:

Dígrafos consonantais;
Dígrafos vocálicos.
Vejamos cada um deles:
1. Dígrafos consonantais
ch – machismo, choro, chuva.
lh – agulha, milho, palhaço.
nh – sobrinho, sonho, pertinho.
rr – correto, carro, arriscado.
ss – pássaro, assumir, assassino.
sc – descendência, descer, crescer.
sç – cresço, nasço, desça.
xc – exceto, excelência, excerto.
xs – exsuar, exsudar.
gu – gueixa, sagui, linguiça.
qu – aquilo, quarto, queijo.

Atenção:
Somente serão considerados dígrafos as letras gu e qu quando estiverem seguidas das vo-
gais 'e' ou 'i', representando os fonemas /g/ e /k/.

Observe os exemplos:
☼ Guia, queijo, quilo, água, águia, quando.
Veja que, nesses casos, a letra 'u' não representa nenhum fonema.

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Na divisão silábica, alguns dígrafos consonantais separam-se e outros não.

Observe os exemplos:

1. São separados na divisão silábica:


rr – car-ro-ça
ss – pas-sa-gem
sc – as-cen-der
sç – cres-ça
xc – ex-ce-to
xs – ex-su-dar

2. Não são separados na divisão silábica:


ch – cho-veu
lh – i-lha-do
nh – ti-nha
gu – gui-sa-do
qu – quei-jo

2. Dígrafos vocálicos
Os dígrafos vocálicos são formados quando as vogais são sucedidas das consoantes 'n' ou 'm',
representando fonemas vocálicos nasalizados, isto é, quando as correntes de ar que saem dos
pulmões passam pelo nariz e pela boca.

Observe alguns exemplos:


am – amparo, ampola.
an – sanguento, antítese.
em – emprego, empada.
en – frequento, entrada.
im – limpeza, Pimpão.
in – introdução, tinta.
om – arromba, ombreira
on – sonsa, onça.
um – umbigo, nenhum.
un – untar, denúncia.

Classificação das Vogais e Consoantes


1- Quanto à zona de articulação:

A zona de articulação está relacionada com a região da boca onde as vogais são articuladas.

a- média - é articulada com a língua abaixada, quase em repouso. Ex.: a (pasta).

b- anteriores - são articuladas com a língua elevada em direção ao palato duro, próximo ao dentes.
Ex.: é (pé), ê (dedo), i (botina).

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c- posteriores - são articuladas quando a língua se dirige ao palato mole. Ex.: ó (pó), ô (lobo), u
(resumo).

2- Quanto ao papel das cavidades, bucal e nasal:

A corrente de ar pode passar só pela boca (orais) ou simultaneamente pela boca e fossas nasais
(nasais).

a- orais: (pata), (sapé), (veia), (vila), (sol), (aborto), (fluxo).

b- nasais: (fã), (tempo), (cinto), (sombrio), (fundo).

3- Quanto à intensidade:

A intensidade está relacionada com a tonicidade da vogal.

a- tônicas: café, cama.


b- átonas: massa, bote.

4- Quanto ao timbre:

O timbre está relacionado com a abertura da boca.

a- abertas: (sapo), (neve), (bola).

b- fechadas: ê (mesa), ô (domador), i (bico), u (útero) e todas as nasais.

c- reduzidas: são as vogais reduzidas no timbre, já que são vogais átonas (orais ou nasais, finais
ou internas). Exemplos: (cara, cantei).

Encontros Vocálicos e Consonantais


Há três tipos de encontros vocálicos: ditongo, hiato e tritongo.

Ditongo: é a junção de uma vogal + uma semivogal (ditongo decrescente), ou vice-versa (ditongo
crescente), na mesma sílaba.
Ex.: noite (ditongo decrescente), quase (ditongo crescente).

Hiato: é a junção de duas vogais pronunciadas separadamente, formando sílabas distintas.


Ex.: saída, coelho

Tritongo: é a junção de semivogal + vogal + semivogal, formando uma só sílaba.


Ex.: Paraguai, arguiu.

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Atenção:

Não se esqueça que só as vogais /i/ e /u/ podem funcionar como semivogais. Quando semi-
vogais, serão representadas por /y/ e /w/, respectivamente.
Encontros consonantais

Quando existe uma sequência de duas ou mais consoantes em uma mesma palavra, denomina-
mos essa sequência de encontro consonantal.

O encontro pode ocorrer:

- na mesma sílaba: cla-ri-da-de, fri-tu-ra, am-plo

- em sílabas diferentes: af-ta, com-pul-só-rio

Atenção:

Nos encontros consonantais, somos capazes de perceber o som de todas as consoantes.

Hiato

O encontro vocálico entre duas vogais que pertencem a sílabas diferentes é chamado de
hiato.

Observe as palavras:

coelho
saída
país
Podemos notar que há um encontro vocálico em cada uma delas, não é mesmo? Agora, veja
a divisão silábica dessas palavras:
co-e-lho
sa-í-da
pa-ís

Perceba que cada uma das vogais que fazem parte do encontro vocálico pertence a uma sílaba
distinta. Isso ocorre porque as vogais são a base da sílaba, ou seja, são elas que possuem a
tonicidade vibrante e mais forte. Dessa maneira, podemos justificar a separação realizada acima,
tendo cada uma a composição de uma sílaba diferente. A esse fenômeno fonético damos o nome
de hiato. Assim, podemos conceituar que:

→ HIATO é o encontro de duas vogais que pertencem a sílabas diferentes.


Exemplos de hiato:
ruído = ru-í-do

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dia = di-a
Paraíba = Pa-ra-í-ba
juízes = ju-í-zes
maresia = ma-re-si-a
seriado = se-ri-a-do
fiel = fi-el
burocracia = bu-ro-cra-ci-a
saúde = sa-ú-de

Divisão silábica

A divisão silábica é feita de acordo com a quantidade de fonemas pronunciados em uma


única emissão sonora.
Como sabemos, as sílabas são fonemas pronunciados por meio de uma única emissão de voz e
também que a base das sílabas da língua portuguesa são as vogais: a - e - i - o - u. Assim,
todo fonema pronunciado em uma única emissão de voz tem, pelo menos, uma vogal.
É importante ressaltarmos que, em algumas palavras, os fonemas /i/ e /u/ não são vogais, já que
aparecem apoiados a outra(s) vogal(is), formando uma só emissão de voz (uma sílaba). Essas
vogais que apoiam as outras são chamadas de semivogais. O que diferencia as vogais das se-
mivogais é o fato de que as últimas não desempenham o papel de núcleo silá
bico. A palavra “papai”, por exemplo, é formada por duas sílabas (dissílaba), sendo a segunda
formada por uma vogal (a) e por uma semivogal (i).
A par dessas informações, podemos afirmar que, para saber o número de sílabas que compõem
as palavras, basta identificar quantas vogais há nessa palavra.

Vejamos os exemplos:
pipoca – pi – po – ca (emissão de três fonemas sequenciais que estão ligados a vogais);
aparelho – a – pa – re – lho (emissão de quatro fonemas sequenciais que estão ligados a vogais);
pernambucana – per – nam – bu – ca - na (emissão de cinco fonemas sequenciais que estão
ligados a vogais.

Classificação das palavras quanto ao número de sílabas


Monossílabas: palavras que possuem apenas uma sílaba: pé, flor, mão.
Dissílabas: palavras que possuem duas sílabas: balão (ba-lão); suco (su-co); santo (san-to).
Trissílabas: palavras que possuem três sílabas: hóspede (hós-pe-de); lareira (la-rei-ra); sapato
(sa-pa-to).
Polissílabas: palavras que possuem quatro ou mais sílabas: literatura (li-te-ra-tu-ra); amaciante (a-
ma-ci-an-te); sambódromo (sam-bó-dro-mo).

Divisão silábica
→ Os dígrafos “ch”, “lh”, “nh”, “gu” e “qu” devem pertencer a uma única sílaba:
chu – va
o – lho
fe - char
que – ri – do

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vo - zi – nho

Os dígrafos “rr”, “ss”, “sc”, “sç”, “xs” e “xc” devem ser separados em sílabas diferentes.
car – ro - ça
as – sas – si – no
cres – cer
nas – ceu
ex – ce – ção

Ditongos e tritongos devem permanecer na mesma sílaba.


U – ru – guai
ba – lai – o

→ Os hiatos devem ser separados em duas sílabas distintas.


di – a
ca – de – a – do
ba – ú

Os encontros consonantais devem ser separados, exceto aqueles cuja segunda consoante é
“l” ou “r”.
bru – to
blu – sa
cla - ro
tra – go

Os encontros consonantais que iniciam palavras são mantidos juntos na divisão silábica.
pneu – má – ti – co
gno – mo

Acento tônico e acento gráfico

O acento tônico está relacionado com a intensidade dos fonemas, e o acento gráfico, como
o agudo e o circunflexo, marca a sílaba tônica.
É bastante comum que algumas pessoas apresentem dúvidas sobre o que é acento tônico e o
que é acento gráfico. Para esclarecer essas dúvidas, selecionamos algumas dicas para você.

Acento tônico

O acento tônico ou prosódico (referente à fala, à oralidade) está relacionado com a intensidade
dos fonemas que formam as sílabas das palavras.

Exemplo:
Marinheiro: ma – ri – nhei – ro.
Observe que a sílaba nhei é a que apresenta maior intensidade fonética, ou seja, é o acento
tônico da palavra marinheiro.

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Água: á – gua.
Observe que a letra/sílaba á possui a maior intensidade fonética, ou seja, é o acento tônico da
palavra água.

Classificação das palavras quanto à tonicidade

As palavras podem ser classificadas de acordo com sua tonicidade, ou seja, de acordo com a
sílaba mais intensa/tônica. Dessa forma, as palavras podem ser oxítonas (quando o acento tônico
encontra-se na última sílaba, como a palavra 'abacaxi'), paroxítonas (quando o acento tônico en-
contra-se na penúltima sílaba, como a palavra 'orelha') e proparoxítonas (quando o acento tônico
encontra-se na antepenúltima sílaba, como a palavra 'árcade').

Acento gráfico

O acento gráfico marca a sílaba tônica na escrita e é utilizado de acordo com regras de acentu-
ação. Na Língua Portuguesa, temos os seguintes acentos gráficos:

→ Acento Agudo (´)


Utilizamos o acento agudo sobre as vogais com timbre aberto e na sílaba '-em', indicando que
essas letras/sílabas são tônicas.

Exemplos:
Amapá
picolé
índio
óculos
vovó
baú
convém

→ Acento Circunflexo (^)


Utilizamos o acento circunflexo sobre as vogais tônicas 'a', 'e' e 'o' com timbre fechado.

Exemplos:
bebê
ônibus
mês
âncora
vovô
âmbito

Classificação das palavras quanto ao acento tônico

As palavras são classificadas de acordo com a posição da sílaba que possui maior grau de
intensidade do som, ou seja, a posição da sílaba que recebe o acento tônico.

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Compare a pronúncia das palavras a seguir:
(1) azul
(2) escola
(3) público
Você percebeu que a sílaba que possui maior intensidade possui uma localização diferente em
cada uma das palavras? Leia de novo:

(1) azul
(2) escola
(3) público
Em (1), notamos que a última sílaba é a que possui maior grau de força. Já em (2), o som é mais
intenso na penúltima sílaba e, em (3), na antepenúltima sílaba. Essa variação de posição confere
às palavras diferentes classificações. Assim, temos:

a) palavras oxítonas: são assim classificadas quando o acento tônico recai na última sílaba.
Exemplos:
café
parabéns
funil
Bebês

b) palavras paroxítonas: são assim classificadas quando o acento tônico recai na penúltima
sílaba.
Exemplos:
brasileiro
sabonete
baía
Colégio

c) palavras proparoxítonas: são assim classificadas quando o acento tônico recai na antepe-
núltima sílaba.
Exemplos:
lâmpada
público
álibi
médico
Exército

ATENÇÃO! Acento tônico não é a mesma coisa que acento gráfico. Como o nome nos indica, o
acento tônico refere-se à tonicidade, ao som de uma sílaba. Já o acento gráfico refere-se à orto-
grafia da palavra e, portanto, o seu uso ou não está submetido à observação das regras ortográfi-
cas.

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Ortoépia e Prosódia

Ortoépia

Ortoépia é a correta pronúncia dos grupos fônicos.

A ortoépia está relacionada com: a perfeita emissão das vogais, a correta articulação das conso-
antes e a ligação de vocábulos dentro de contextos.

Erros cometidos contra a ortoépia são chamados de cacoepia. Alguns exemplos:

a- pronunciar erradamente as vogais quanto ao timbre:

- pronúncia correta, timbre fechado (ê, ô): omelete, alcova, crosta...

- pronúncia errada, timbre aberto (é, ó): omelete, alcova, crosta...

b- omitir fonemas: cantar/ canta, trabalhar/trabalha, amor/amo, abóbora/abóbra, prostrar/


prostar, reivindicar/revindicar...

c- acréscimo de fonemas: pneu/peneu, freada/ freiada,bandeja/ bandeija...

d- substituição de fonemas: cutia/cotia, cabeçalho/ cabeçário, bueiro/ boeiro.

e- troca de posição de um ou mais fonemas: caderneta/ cardeneta, bicarbonato/ bicabor-


nato, muçulmano/ mulçumano.

f- nasalização de vogais: sobrancelha/ sombrancelha, mendigo/ mendingo, bugiganga/ bun-


giganga ou buginganga

g- pronunciar a crase: A aula iria acabar às cinco horas./ A aula iria acabar "àas" cinco
horas.

h- ligar as palavras na frase de forma incorreta:

correta: A aula/ iria acabar/ às cinco horas.

Exemplo de ligação incorreta: A/ aula iria/ acabar/ às/ cinco horas.

Prosódia

A prosódia está relacionada com a correta acentuação das palavras, tomando como padrão a
língua considerada culta.

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Abaixo estão relacionados alguns exemplos de vocábulos que frequentemente geram dúvidas
quanto à prosódia:

1) oxítonas:

Cateter, Cister, condor, hangar, mister, negus, Nobel, novel, recém, refém, ruim, sutil, ureter.

2) paroxítonas:

Avaro, avito, barbárie, caracteres, cartomancia, ciclope, erudito, ibero, gratuito, ônix, poliglota, pu-
dico, rubrica, tulipa.

3) proparoxítonas:

Aeródromo, alcoólatra, álibi, âmago,antídoto, elétrodo, lêvedo, protótipo, quadrúmano, vermífugo,


zéfiro.
Há algumas palavras cujo acento prosódico é incerto, oscilante, mesmo na língua culta.

Exemplos:
Acrobata e acróbata / crisântemo e crisantemo/ Oceânia e Oceania/ réptil e reptil/ xerox e xérox e
outras.

Outras assumem significados diferentes, de acordo a acentuação:


Exemplos:
Valido/ válido
Vivido /Vívido

ACENTUAÇÃO

A acentuação existe para estabelecer um sistema que organize a tonicidade das pala-
vras, classificando as sílabas de uma palavra como tônicas ou átonas.

A acentuação está relacionada com a ortografia, sistema convencional que representa a cor-
reta escrita da língua, e com a prosódia, estudo que trata do conhecimento da sílaba predominante,
chamada sílaba tônica. Para proferirmos corretamente as palavras, é necessário que saibamos
sobre os seus sons, fazendo assim o uso de maior ou menor intensidade conforme a sílaba tônica.
Às sílabas de menor intensidade atribuímos o nome de sílabas átonas, ou seja, sílabas que são
pronunciadas com pouca intensidade tonal. A acentuação gráfica diz respeito ao estudo das regras
que disciplinam o uso adequado dos sinais que indicam a posição da sílaba tônica, entre outras
particularidades, como o timbre e a nasalização das vogais.

Regras fundamentais:

Monossílabos tônicos

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Graficamente, acentuam-se os monossílabos terminados em:

-a(s): chá, pá...


-e(s): pé, ré,...
-o(s): dó, nó...

Entretanto, os monossílabos tu, noz, vez, par, quis, etc., não são acentuado

Observações:
Os monossílabos tônicos formados por ditongos abertos -éis, -éu, -ói recebem o acento.

Exemplos: réis, véu, dói.

No caso dos verbos monossilábicos terminados em-ê, a terceira pessoa do plural termina
em eem. Essa regra se aplica à nova ortografia. Perceba:

Ele vê - Eles veem


Ele crê – Eles creem
Ele lê – Eles leem

Forma verbal que antes era acentuada agora é grafada sem o sinal gráfico.

Diferentemente ocorre com os verbos monossilábicos terminados em “-em”, haja vista que
a terceira pessoa termina em “-êm”, embora acentuada. Perceba:

Ele tem – Eles têm

Ela vem – Elas vêm

Oxítonas:
Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em a, e, o, seguidas ou não de “s”.

Pará, café, carijó, armazém, parabéns

Paroxítonas:
Acentuam-se todos os vocábulos terminados em:

-l: amável, fácil, útil.


-r: caráter, câncer.
-n: hífen, próton.

Observação: Quando grafadas no plural, essas palavras não recebem acento.


Exemplos: polens, hifens.

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-x: látex, tórax.
-ps: fórceps, bíceps.
-ã(s): ímã, órfãs.
-ão(s): órgão, bênçãos.
-um(s): fórum, álbum.
-on(s): elétron, nêutron.
-i(s): táxi, júri.
-u(s): Vênus, ônus.
-ei(s): pônei, jóquei.
-ditongo oral (crescente ou decrescente), seguido ou não de “s”: história, série, água, mágoa.

Observações importantes:

a) De acordo com a nova ortografia, os ditongos terminados em –ei e –oi não são mais
acentuados. Perceba como eram antes e como agora são grafados:
Entretanto, o acento ainda permanece nas oxítonas terminadas em –éu, -ói e éis:

chapéu – herói - fiéis...

b) Não serão mais acentuados o “i” e “u” tônicos quando, depois de ditongo, formarem
hiato.
No entanto, o acento permanece se a palavra for oxítona e o “i” ou “u” estiverem seguidos
de “s” ou no final da palavra. Confira:

Piauí – tuiuiú(s) – sauí(s).

O mesmo acontece com o “i” e o “u” tônicos dos hiatos, não antecedidos de ditongos:

saída – saúde – juíza – saúva – ruído.

As formas verbais que possuem o acento na raiz com o “u” tônico precedido das letras “q”
e “g” e seguido de “e” ou “i” não serão mais acentuadas. Veja:
Atenção:

- Quando o verbo admitir duas pronúncias diferentes, usando “a” ou “i” tônicos, essas vo-
gais serão acentuadas:

Exemplos:
eu águo, eles águam, eles enxáguam (a tônico); eu delínquo, eles delínquem (í tônico).
tu apazíguas, que eles apazíguem.

- Se a tônica, na pronúncia, cair sobre o u, ele não será acentuado:


Exemplos:

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Eu averiguo, eu aguo.

Não será mais usado o acento agudo para diferenciar determinados vocábulos, tais como:
Contudo, o acento permanece para diferenciar algumas palavras, representadas por:

pôde = 3ª pessoa do pretérito perfeito do indicativo (verbo poder)


pode = 3ª pessoa do presente do indicativo (verbo poder)

pôr = verbo
por = preposição

VERBO

Estrutura das Formas Verbais


Do ponto de vista estrutural, uma forma verbal pode apresentar os seguintes elementos:

a) Radical: é a parte invariável, que expressa o significado essencial do verbo. Por exemplo:
fal-ei; fal-ava; fal-am. (radical fal-)
b) Tema: é o radical seguido da vogal temática que indica a conjugação a que pertence o verbo.
Por exemplo:
fala-r

São três as conjugações:


1ª - Vogal Temática - A - (falar)
2ª - Vogal Temática - E - (vender)
3ª - Vogal Temática - I - (partir)

c) Desinência modo-temporal: é o elemento que designa o tempo e o modo do verbo. Por


exemplo:
falávamos (indica o pretérito imperfeito do indicativo.)
falasse (indica o pretérito imperfeito do subjuntivo.)

d) Desinência número-pessoal: é o elemento que designa a pessoa do discurso (1ª, 2ª ou 3ª) e


o número (singular ou plural). Por exemplo:
falamos (indica a 1ª pessoa do plural.)
falavam(indica a 3ª pessoa do plural.)

Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados (compor, repor, depor, etc.), pertencem à
2ª conjugação, pois a forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal "e", apesar de haver desapa-
recido do infinitivo, revela-se em algumas formas do verbo: põe, pões, põem, etc.

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Formas Rizotônicas e Arrizotônicas
Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura dos verbos com o conceito de acentuação
tônica, percebemos com facilidade que nas formas rizotônicas, o acento tônico cai no radical do
verbo:
opino, aprendam, nutro, por exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento tônico não cai no radi-
cal, mas sim na terminação verbal: opinei, aprenderão, nutriríamos.

Classificação dos Verbos

a) Regulares: são aqueles que possuem as desinências normais de sua conjugação e cuja fle-
xão não provoca alterações no radical.
Por exemplo:
Canto
Cantei
Cantarei
Cantava
cantasse

b) Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca alterações no radical ou nas desinências.
Por exemplo:
Faço
Fiz
Farei
Fizesse

c) Defectivos: são aqueles que não apresentam conjugação completa. Classificam-se em im-
pessoais, unipessoais e pessoais.

Impessoais: são os verbos que não têm sujeito. Normalmente, são usados na terceira pessoa
do singular. Os principais verbos impessoais são:
a) haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-se ou fazer (em orações temporais).
Por exemplo:Havia poucos ingressos à venda. (Havia = Existiam)
Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
Haverá reuniões aqui. (Haverá = Realizar-se-ão)
Deixei de fumar há muitos anos. (há = faz)

b) fazer, ser e estar (quando indicam tempo). Por exemplo:


Faz invernos rigorosos no Sul do Brasil.
Era primavera quando a conheci.
Estava frio naquele dia.

c) Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza são impessoais: chover, ventar, nevar,
gear, trovejar, amanhecer, escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, "Amanheci mal-humo-
rado", usa-se o verbo "amanhecer" em sentido figurado. Qualquer verbo impessoal, empregado
em sentido figurado, deixa de ser impessoal para ser pessoal. Por exemplo:

18
Amanheci mal-humorado.
Sujeito desinencial:
eu)
Choveram candidatos ao cargo.
(Sujeito:
candidatos)
Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)

d) São impessoais, ainda:


o verbo passar (seguido de preposição), indicando tempo. Ex.: Já passa das seis.
os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição de, indicando suficiência. Ex.: Basta de toli-
ces. Chega de blasfêmias.

3. os verbos estar e ficar em orações tais como Está bem, Está muito bem assim, Não fica
bem, Fica mal, sem referência a sujeito expresso anteriormente. Podemos, ainda, nesse caso,
classificar o sujeito como hipotético, tornando-se, tais verbos, então, pessoais.

4. o verbo deu + para da língua popular, equivalente de "ser possível". Por exemplo:
Não deu para chegar mais cedo.
Dá para me arrumar uns trocados?

Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se apenas nas terceiras pessoas do sin-
gular e do plural. Entre os unipessoais estão os verbos que significam vozes de animais, como:
bramar (tigre)
bramir (crocodilo)
cacarejar (galinha)
coaxar (sapo)
cricrilar (grilo)

Os principais verbos unipessoais são:


1. cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser (preciso, necessário, etc.).
Observe os exemplos:
Cumpre trabalharmos bastante. (Sujeito: trabalharmos bastante)
Parece que vai chover. (Sujeito:
que vai chover)
É preciso que chova. (Sujeito: que chova)

Formas combinadas do artigo indefinido


fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da conjunção que. Observe os exem-
plos:
Faz dez anos que deixei de fumar. (Sujeito: que deixei de fumar)
Vai para dez anos que não vejo Cláudia. (Sujeito: que não vejo Cláudia)
Obs.: todos os sujeitos apontados são oracionais.
Pessoais: não apresentam algumas flexões por motivos morfológicos ou eufônicos.

19
Por exemplo:
verbo falir
Este verbo teria como formas do presente do indicativo falo, fales, fale, idênticas às do verbo fa-
lar - o que provavelmente causaria problemas de interpretação em certos contextos.
Por exemplo:
verbo computar
Este verbo teria como formas do presente do indicativo computo, computas, computa - formas
de sonoridade considerada ofensiva por alguns ouvidos gramaticais. Essas razões muitas vezes
não impedem o uso efetivo de formas verbais repudiadas por alguns gramáticos: exemplo disso é
o próprio verbo computar, que, com o desenvolvimento e a popularização da informática, tem sido
conjugado em todos os tempos, modos e pessoas.

d) Abundantes: são aqueles que possuem mais de uma forma com o mesmo valor. Geralmente,
esse fenômeno costuma ocorrer no particípio, em que, além das formas regulares terminadas em -
ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas (particípio irregular).
Observe:

Infinitivo Particípio regular Particípio irregular

Anexar Anexado Anexo


Dispersar Dispersado Disperso
Eleger Elegido Eleito
Envolver Envolvido Envolto
Imprimir Imprimido Impresso
Matar Matado Morto
Morrer Morrido Morto
Pegar Pegado Pego
Soltar Soltado Solto

f) Auxiliares
São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais.
O verbo principal, quando acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa das formas nomi-
nais: infinitivo, gerúndio ou particípio.

Tempos Compostos
São formados por locuções verbais que têm como auxiliares os verbos ter e haver e como prin-
cipal, qualquer verbo no particípio. São eles:

1) Pretérito Perfeito Composto do Indicativo:


É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Presente do Indicativo e o princi-
pal no particípio, indicando fato que tem ocorrido com frequência ultimamente. Por exemplo:

20
Eu tenho estudado demais ultimamente.

2) Pretérito Perfeito Composto do Subjuntivo:


É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Presente do Subjuntivo e o prin-
cipal no particípio, indicando desejo de que algo já tenha ocorrido. Por exemplo:
Espero que você tenha estudado o suficiente, para conseguir a aprovação.

3) Pretérito Mais-que-perfeito Composto do Indicativo:


É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Pretérito Imperfeito do Indica-
tivo e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo
simples. Por exemplo:
Eu já tinha estudado no Maxi, quando conheci Magali.

4) Pretérito Mais-que-perfeito Composto do Subjuntivo:


É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Pretérito Imperfeito do Subjun-
tivo e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Pretérito Imperfeito do Subjuntivo sim-
ples. Por exemplo:
Eu teria estudado no Maxi, se não me tivesse mudado de cidade.

Obs.: perceba que todas as frases remetem a ação obrigatoriamente para o passado. A frase Se
eu estudasse, aprenderia é completamente diferente de Se eu tivesse estudado, teria apren-
dido.

5) Futuro do Presente Composto do Indicativo:


É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Presente simples do
Indicativo e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Futuro do Presente simples do
Indicativo. Por exemplo:
Amanhã, quando o dia amanhecer, eu já terei partido.

6) Futuro do Pretérito Composto do Indicativo:


É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Pretérito simples do
Indicativo e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Futuro do Pretérito simples do
Indicativo. Por exemplo:
Eu teria estudado no Maxi, se não me tivesse mudado de cidade.

7) Futuro Composto do Subjuntivo:


É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Subjuntivo simples e
o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Futuro do Subjuntivo simples. Por exemplo:
Quando você tiver terminado sua série de exercícios, eu caminharei 6 Km.
Veja os exemplos:
Quando você chegar à minha casa, telefonarei a Manuel.
Quando você chegar à minha casa, já terei telefonado a Manuel.
Perceba que o significado é totalmente diferente em ambas as frases apresentadas. No primeiro
caso, esperarei "você" praticar a sua ação para, depois, praticar a minha; no segundo, primeiro

21
praticarei a minha. Por isso o uso do advérbio "já". Assim, observe que o mesmo ocorre nas frases
a seguir:
Quando você tiver terminado o trabalho, telefonarei a Manuel.
Quando você tiver terminado o trabalho, já terei telefonado a Manuel.

8) Infinitivo Pessoal Composto:


É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Infinitivo Pessoal simples e o
principal no particípio, indicando ação passada em relação ao momento da fala. Por exemplo:
Para você ter comprado esse carro, necessitou de muito dinheiro.

Locuções Verbais

Outro tipo de conjugação composta - também chamada conjugação perifrástica - são as locu-
ções verbais, constituídas de verbos auxiliares mais gerúndio ou infinitivo.
São conjuntos de verbos que, numa frase, desempenham papel equivalente ao de um verbo único.
Nessas locuções, o último verbo, chamado principal, surge sempre numa de suas formas nomi-
nais; as flexões de tempo, modo, número e pessoa ocorrem nos verbos auxiliares. Observe os
exemplos:

Estou lendo o jornal.


Marta veio correndo: o noivo acabara de chegar.
Ninguém poderá sair antes do término da sessão.

A língua portuguesa apresenta uma grande variedade dessas locuções, conseguindo exprimir por
meio delas os mais variados matizes de significado.
Ser (estar, em algumas construções) é usado nas locuções verbais que exprimem a voz passiva
analítica do verbo. Poder e dever são auxiliares que exprimem a potencialidade ou a necessidade
de que determinado processo se realize ou não. Veja:
Pode ocorrer algo inesperado durante a festa.
Deve ocorrer algo inesperado durante a festa.
Outro auxiliar importante é querer, que exprime vontade, desejo. Por exemplo:
Quero ver você hoje.

Também são largamente usados como auxiliares: começar a, deixar de, voltar a, continuar
a, pôr-se a, ir, vir e estar, todos ligados à noção de aspecto verbal.
Aspecto Verbal

No que se refere ao estudo de valor e emprego dos tempos verbais, é possível perceber diferenças
entre o pretérito perfeito e o pretérito imperfeito do indicativo. A diferença entre esses tempos é
uma diferença de aspecto, pois está ligada à duração do processo verbal. Observe:

- Quando o vi, cumprimentei-o.


O aspecto é perfeito, pois o processo está concluído.
- Quando o via cumprimentava-o.

22
O aspecto é imperfeito, pois o processo não tem limites claros, prolongando-se por período im-
preciso de tempo.

O presente do indicativo e o presente do subjuntivo apresentam aspecto imperfeito, pois não im-
põem precisos ao processo verbal:
- Faço isso sempre.
- É provável que ele faça isso sempre.
Já o pretérito mais-que-perfeito, como o próprio nome indica, apresenta aspecto perfeito em suas
várias formas do indicativo e do subjuntivo, pois traduz processos já concluídos:
- Quando atingimos o topo da montanha, encontramos a bandeira que ele fincara (ou havia fin-
cado) dois dias antes.
- Se tivéssemos chegado antes, teríamos conseguido fazer o exame.
Outra informação aspectual que a oposição entre o perfeito e imperfeito pode fornecer diz respeito
à localização do processo no tempo. Os tempos perfeitos podem ser usados para exprimir pro-
cessos localizados num ponto preciso do tempo:
- No momento em que o vi, acenei-lhe.
- Tinha-o cumprimentado logo que o vira.
Já os tempos imperfeitos podem indicar processos frequentes e repetidos:
- Sempre que saía, trancava todas as portas.

O aspecto permite a indicação de outros detalhes relacionados com a duração do processo verbal.
Veja:
- Tenho encontrado problemas em meu trabalho.
Esse tempo, conhecido como pretérito perfeito composto do indicativo, indica um processo repe-
tido ou frequente, que se prolonga até o presente.
- Estou almoçando.

A forma composta pelo auxiliar estar seguido do gerúndio do verbo principal indica um processo
que se prolonga. É largamente empregada na linguagem cotidiana, não só no presente, mas tam-
bém em outros tempos (estava almoçando, estive almoçando, estarei almoçando, etc.).
Tudo estará resolvido quando ele chegar. Tudo estaria resolvido quando ele chegasse.
As formas compostas: estará resolvido e estaria resolvido, conhecidas como futuro do presente
e futuro do pretérito compostos do indicativo, exprimem processo concluído - é a ideia do aspecto
perfeito - ao qual se acrescenta a noção de que os efeitos produzidos permanecem, uma vez
realizada a ação.

- Os animais noturnos terminaram de se recolher mal começou a raiar o dia.


Nas duas locuções destacadas, mais duas noções ligadas ao aspecto verbal: a indicação do tér-
mino e do início do processo verbal.
Eles vinham chegando à proporção que nós íamos saindo.
As locuções formadas com os auxiliares vir e ir exprimem processos que se prolongam.
- Ele voltou a trabalhar depois de deixar de sonhar projetos irrealizáveis.
As locuções destacadas exprimem o início de um processo interrompido e a inter

23
Emprego do Infinitivo Impessoal e Pessoal
Infinitivo Impessoal

Quando se diz que um verbo está no infinitivo impessoal, isso significa que ele apresenta sentido
genérico ou indefinido, não relacionado a nenhuma pessoa, e sua forma é invariável.

Assim, considera-se apenas o processo verbal. Por exemplo:


Amar é sofrer.
O infinitivo pessoal, por sua vez, apresenta desinências de número e pessoa. Veja:

Eu
-
falar -es Tu
vender - Ele

partir -mos Nós


-des Vós
-em Eles

Observe que, embora não haja desinências para a 1ª e 3ª pessoas do singular (cujas formas são
iguais às do infinitivo impessoal), elas não deixam de referir-se às respectivas pessoas do dis-
curso (o que será esclarecido apenas pelo contexto da frase). Por exemplo:

Para ler melhor, eu uso estes óculos. (1ª pessoa)


Para ler melhor, ela usa estes óculos. (3ª pessoa)
Note: as regras que orientam o emprego da forma variável ou invariável do infinitivo não são to-
das perfeitamente definidas. Por ser o infinitivo impessoal mais genérico e vago, e o infinitivo
pessoal mais preciso e determinado, recomenda-se usar este último sempre que for necessário
dar à frase maior clareza ou ênfase.

Observações importantes:
O infinitivo impessoal é usado:

1. Quando apresenta uma ideia vaga, genérica, sem se referir a um sujeito determinado;
Exemplos:
Querer é poder.
Fumar prejudica a saúde.
É proibido colar cartazes neste muro.

2. Quando tiver o valor de Imperativo;


Exemplos:
Soldados, marchar! (= Marchai!)

24
3. Quando é regido de preposição e funciona como complemento de um substantivo, adje-
tivo ou verbo da oração anterior;
Exemplos:
Eles não têm o direito de gritar assim.
As meninas foram impedidas de participar do jogo.
Eu os convenci a aceitar.
No entanto, na voz passiva dos verbos "contentar", "tomar" e "ouvir", por exemplo, o Infinitivo
(verbo auxiliar) deve ser flexionado.
Exemplos:
Eram pessoas difíceis de serem contentadas.
Aqueles remédios são ruins de serem tomados.
Os CDs que você me emprestou são agradáveis de serem ouvidos.

4. Nas locuções verbais;


Exemplos:
Queremos acordar bem cedo amanhã.
Eles não podiam reclamar do colégio.
Vamos pensar no seu caso.

5. Quando o sujeito do infinitivo é o mesmo do verbo da oração anterior;


Exemplos:
Eles foram condenados a pagar pesadas multas.
Devemos sorrir ao invés de chorar.
Tenho ainda alguns livros por (para) publicar.

Observação: quando o infinitivo preposicionado, ou não, preceder ou estiver distante do verbo da


oração principal (verbo regente), pode ser flexionado para melhor clareza do período e também
para se enfatizar o sujeito (agente) da ação verbal. Por exemplo:

Na esperança de sermos atendidos, muito lhe agradecemos.


Foram dois amigos à casa de outro, a fim de jogarem futebol.
Para estudarmos, estaremos sempre dispostos.
Antes de nascerem, já estão condenadas à fome muitas crianças.

6. Com os verbos causativos "deixar", "mandar"e "fazer" e seus sinônimos que não for-
mam locução verbal com o infinitivo que os segue;
Exemplos:
Deixei-os sair cedo hoje.

7. Com os verbos sensitivos "ver", "ouvir", "sentir" e sinônimos, deve-se também deixar o
infinitivo sem flexão.

Exemplos:
Vi-os entrar atrasados.
Ouvi-as dizer que não iriam à festa.

25
Observações:

a) É inadequado o emprego da preposição "para" antes dos objetos diretos de verbos como "pe-
dir", "dizer", "falar" e sinônimos;
Pediu para Carlos entrar.
(errado)
Pediu para que Carlos entrasse.
(errado)
Pediu que Carlos entrasse. (correto)
b) Quando a preposição "para" estiver regendo um verbo, como na oração "Este trabalho é para
eu fazer", pede-se o emprego do pronome pessoal "eu", que se revela, neste caso, como sujeito.

Outros exemplos:
Aquele exercício era para eu corrigir.
Esta salada é para eu comer?
Ela me deu um relógio para eu consertar.
Atenção:

Em orações como "Esta carta é para mim!", a preposição está ligada somente ao pronome, que
deve se apresentar oblíquo tônico.

Infinitivo Pessoal

Quando se diz que um verbo está no infinitivo pessoal, isso significa que ele atribui um agente ao
processo verbal, flexionando-se.
O infinitivo deve ser flexionado nos seguintes casos:

1. Quando o sujeito da oração estiver claramente expresso; Por exemplo:


Se tu não perceberes isto...
Convém vocês irem primeiro.
O bom é sempre lembrarmos desta regra (sujeito desinencial, sujeito implícito = nós)

2. Quando tiver sujeito diferente daquele da oração principal; Por exemplo:


O professor deu um prazo de cinco dias para os alunos estudarem bastante para a prova.
Perdoo-te por me traíres.
O hotel preparou tudo para os turistas ficarem à vontade.
O guarda fez sinal para os motoristas pararem.

3. Quando se quiser indeterminar o sujeito (utilizado na terceira pessoa do plural); Por


exemplo:
Faço isso para não me acharem inútil.
Temos de agir assim para nos promoverem.
Ela não sai sozinha à noite a fim de não falarem mal da sua conduta.

26
4. Quando apresentar reciprocidade ou reflexibilidade de ação; Por exemplo:
Vi os alunos abraçarem-se alegremente.
Fizemos os adversários cumprimentarem-se com gentileza.
Mandei as meninas olharem-se no espelho.
Nota: como se pode observar, a escolha do Infinitivo Flexionado é feita sempre que se quer en-
fatizar o agente (sujeito) da ação expressa pelo verbo.

DICAS:
a) Se o infinitivo de um verbo for escrito com "j", esse "j" aparecerá em todas as outras formas.
Por exemplo:

Enferrujar: enferrujou, enferrujaria, enferrujem, enferrujarão, enferrujassem, etc. (Lembre, con-


tudo, que o substantivo ferrugem é grafado com "g".)
Viajar: viajou, viajaria, viajem ( 3ª pessoa do plural do presente do subjuntivo, não confundir com
o substantivo viagem) viajarão, viajasses, etc.
b) Quando o verbo tem o infinitivo com "g", como em "dirigir" e "agir" este "g" deverá ser trocado
por um "j" apenas na primeira pessoa do presente do indicativo.
Por exemplo:
eu dirijo/ eu ajo

c) O verbo "parecer" pode relacionar-se de duas maneiras distintas com o infinitivo.


- Quando "parecer" é verbo auxiliar de um outro verbo: Elas parecem mentir.
- Elas parece mentirem - Neste exemplo ocorre, na verdade, um período composto. "Parece" é o
verbo de uma oração principal cujo sujeito é a oração subordinada substantiva subjetiva reduzida
de infinitivo "elas mentirem". Como desdobramento dessa reduzida, podemos ter a oração "Parece
que elas mentem."

Vozes do Verbo
Dá-se o nome de voz à forma assumida pelo verbo para indicar se o sujeito gramatical é agente
ou paciente da ação.
São três as vozes verbais:
a) Ativa: quando o sujeito é agente, isto é, pratica a ação expressa Por exemplo:

b) Passiva: quando o sujeito é paciente, recebendo a ação expressa


pelo verbo. Por exemplo:

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c) Reflexiva: quando o sujeito é ao mesmo tempo agente e paciente, isto é, pratica e recebe a
ação. Por exemplo:
O menino feriu-se.
Obs.: não confundir o emprego reflexivo do verbo com a noção de reciprocidade. Por exemplo:
Os lutadores feriram-se. (um ao outro)

Formação da Voz Passiva


A voz passiva pode ser formada por dois processos: analítico e sintético.

1- Voz Passiva Analítica


Constrói-se da seguinte maneira: Verbo SER + particípio do verbo principal. Por exemplo:
A escola será pintada.
O trabalho é feito por ele.

Obs. : o agente da passiva geralmente é acompanhado da preposição por, mas pode ocorrer a
construção com a preposição de. Por exemplo:
A casa ficou cercada de soldados.
- Pode acontecer ainda que o agente da passiva não esteja explícito na frase.

Por exemplo:
A exposição será aberta amanhã.
- A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar (SER), pois o particípio é invariável. Observe
a transformação das frases seguintes:
Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do indicativo)
O trabalho foi feito por ele. (pretérito perfeito do indicativo)
Ele faz o trabalho.
(presente do indicativo)
O trabalho é feito por ele. (presente do indicativo)
Ele fará o trabalho.
futuro do presente)
O trabalho será feito por ele. (futuro do presente)
- Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume o mesmo tempo e modo do verbo prin-
cipal da voz ativa. Observe a transformação da frase seguinte:
O vento ia levando as folhas.
(gerúndio)
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio)

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Obs.: é menos frequente a construção da voz passiva analítica com outros verbos que podem
eventualmente funcionar como auxiliares. Por exemplo:
A moça ficou marcada pela doença.

2- Voz Passiva Sintética

A voz passiva sintética ou pronominal constrói-se com o verbo na 3ª pessoa, seguido do


pronome apassivador SE.

Por exemplo:
Abriram-se as inscrições para o concurso.
Destruiu-se o velho prédio da escola.
Obs.: o agente não costuma vir expresso na voz passiva sintética.

Curiosidade: A palavra passivo possui a mesma raiz latina de paixão (latim passio, pas-
sionis) e ambas se relacionam com o significado sofrimento, padecimento. Daí vem o significado
de voz passiva como sendo a voz que expressa a ação sofrida pelo sujeito.
Na voz passiva temos dois elementos que nem sempre aparecem: SUJEITO PACIENTE e
AGENTE DA PASSIVA.

Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva


Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar substancialmente o sentido da frase. Por
exemplo:

Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o sujeito da ativa passará
a agente da passiva e o verbo ativo assumirá a forma passiva, conservando o mesmo tempo.

Observe mais exemplos:


Os mestres têm constantemente aconselhado os alunos.
Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos mestres.
Eu o acompanharei.
Ele será acompanhado por mim.
Obs.: quando o sujeito da voz ativa for indeterminado, não haverá complemento agente na pas-
siva.

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Por exemplo:
Prejudicaram-me.
Fui prejudicado.

CONCORDÂNCIA VERBAL

Ocorre quando o verbo se flexiona para concordar com o seu sujeito.

Exemplos:
Ele gostava daquele seu jeito carinhoso de ser./ Eles gostavam daquele seu jeito carinhoso de
ser.

Casos de concordância verbal:

1) Sujeito simples

Regra geral:
O verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e pessoa.
Ex.: Nós vamos ao cinema.
O verbo (vamos) está na primeira pessoa do plural para concordar com o sujeito (nós).

Casos especiais:

a) O sujeito é um coletivo - o verbo fica no singular.

Ex.: A multidão gritou pelo rádio.

Atenção:
Se o coletivo vier especificado, o verbo pode ficar no singular ou ir para o plural.

Ex.: A multidão de fãs gritou./ A multidão de fãs gritaram.

b) Coletivos partitivos (metade, a maior parte, maioria, etc.) – o verbo fica no singular ou vai
para o plural.

Ex.: A maioria dos alunos foi à excursão./ A maioria dos alunos foram à excursão.

c) O sujeito é um pronome de tratamento - o verbo fica sempre na 3ª pessoa (do singular ou


do plural).

Ex.: Vossa Alteza pediu silêncio./ Vossas Altezas pediram silêncio.

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d) O sujeito é o pronome relativo "que" – o verbo concorda com o antecedente do pronome.

Ex.: Fui eu que derramei o café./ Fomos nós que derramamos o café.

e) O sujeito é o pronome relativo "quem" - o verbo pode ficar na 3ª pessoa do singular ou con-
cordar com o antecedente do pronome.

Ex.: Fui eu quem derramou o café./ Fui eu quem derramei o café.

f) O sujeito é formado pelas expressões: alguns de nós, poucos de vós, quais de..., quan-
tos de..., etc. - o verbo poderá concordar com o pronome interrogativo ou indefinido ou com o
pronome pessoal (nós ou vós).

Ex.: Quais de vós me punirão?/ Quais de vós me punireis?

Dicas:

Com os pronomes interrogativos ou indefinidos no singular, o verbo concorda com eles


em pessoa e número.

Ex.: Qual de vós me punirá.

g) O sujeito é formado de nomes que só aparecem no plural - se o sujeito não vier precedido
de artigo, o verbo ficará no singular. Caso venha antecipado de artigo, o verbo concordará com o
artigo.

Ex.: Estados Unidos é uma nação poderosa./ Os Estados Unidos são a maior potência mundial.

h) O sujeito é formado pelas expressões: mais de um, menos de dois, cerca de..., etc. – o
verbo concorda com o numeral.

Ex.: Mais de um aluno não compareceu à aula./ Mais de cinco alunos não compareceram à aula.

i) O sujeito é constituído pelas expressões: a maioria, a maior parte, grande parte, etc. - o
verbo poderá ser usado no singular (concordância lógica) ou no plural (concordância atrativa).

Ex.: A maioria dos candidatos desistiu./ A maioria dos candidatos desistiram.

j) O sujeito tiver por núcleo a palavra gente (sentido coletivo) - o verbo poderá ser usado no
singular ou plural, se este vier afastado do substantivo.

Ex.: A gente da cidade, temendo a violência da rua, permanece em casa./ A gente da cidade, te-
mendo a violência da rua, permanecem em casa.

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2) Sujeito composto

Regra geral
O verbo vai para o plural.

Ex.: João e Maria foram passear no bosque.

Casos especiais:

a) Os núcleos do sujeito são constituídos de pessoas gramaticais diferentes - o verbo fi-


cará no plural seguindo-se a ordem de prioridade: 1ª, 2ª e 3ª pessoa.

Ex.: Eu (1ª pessoa) e ele (3ª pessoa) nos tornaremos (1ª pessoa plural) amigos.
O verbo ficou na 1ª pessoa porque esta tem prioridade sob a 3ª.

Ex: Tu (2ª pessoa) e ele (3ª pessoa) vos tornareis (2ª pessoa do plural) amigos.
O verbo ficou na 2ª pessoa porque esta tem prioridade sob a 3ª.

Atenção:
No caso acima, também é comum a concordância do verbo com a terceira pessoa.
Ex.: Tu e ele se tornarão amigos. (3ª pessoa do plural)

Se o sujeito estiver posposto, permite-se também a concordância por atração com o núcleo mais
próximo do verbo.

Ex.: Irei eu e minhas amigas.

b) Os núcleos do sujeito estão coordenados assindeticamente ou ligados por “e” - o verbo


concordará com os dois núcleos.

Ex.: A jovem e a sua amiga seguiram a pé.

Atenção:
Se o sujeito estiver posposto, permite-se a concordância por atração com o núcleo mais
próximo do verbo.

Ex.: Seguiria a pé a jovem e a sua amiga.


c) Os núcleos do sujeito são sinônimos (ou quase) e estão no singular - o verbo poderá fi-
car no plural (concordância lógica) ou no singular (concordância atrativa).

Ex.: A angústia e ansiedade não o ajudavam a se concentrar./ A angústia e ansiedade não o aju-
dava a se concentrar.

d) Quando há gradação entre os núcleos - o verbo pode concordar com todos os núcleos (ló-
gica) ou apenas com o núcleo mais próximo.

32
Ex.: Uma palavra, um gesto, um olhar bastavam./ Uma palavra, um gesto, um olhar bastava.

e) Quando os sujeitos forem resumidos por nada, tudo, ninguém... - o verbo concordará
com o aposto resumidor.

Ex.: Os pedidos, as súplicas, o desespero, nada o comoveu.

f) Quando o sujeito for constituído pelas expressões: um e outro, nem um nem outro... - o
verbo poderá ficar no singular ou no plural.

Ex.: Um e outro já veio./ Um e outro já vieram.

g) Quando os núcleos do sujeito estiverem ligados por ou - o verbo irá para o singular
quando a ideia for de exclusão, e para o plural quando for de inclusão.
Exemplos:

Pedro ou Antônio ganhará o prêmio. (exclusão)


A poluição sonora ou a poluição do ar são nocivas ao homem. (adição, inclusão)

h) Quando os sujeitos estiverem ligados pelas séries correlativas (tanto... como/ assim...
como/ não só... mas também, etc.) - o que comumente ocorre é o verbo ir para o plural, em-
bora o singular seja aceitável se os núcleos estiverem no singular.
Exemplos:

Tanto Erundina quanto Collor perderam as eleições municipais em São Paulo.

Tanto Erundina quanto Collor perdeu as eleições municipais em São Paulo.

Outros casos:

1) Partícula “SE”:

a- Partícula apassivadora: o verbo ( transitivo direto) concordará com o sujeito passivo.

Ex.: Vende-se carro./ Vendem-se carros.

b- Índice de indeterminação do sujeito: o verbo (transitivo indireto) ficará, obrigatoriamente, no


singular.
Exemplos:

Precisa-se de secretárias.
Confia-se em pessoas honestas.

33
CONCORDÂNCIA NOMINAL

CONCORDÂNCIA NOMINAL
Regra geral: mais próximo ou plural

SINGULAR OU PLURAL
· Sujeito composto, de mesmo gênero, singular e posposto = depois (ex: lindo/lindos rosto e
corpo)

MASCULINO PLURAL OU MAIS PRÓXIMO


· Sujeito composto, de gêneros diferentes, singular e pospostos (ex: linda/lindos boca e braço)
· Sujeito composto, de gêneros diferentes, plural e posposto (ex: linda/lindos boca e braços)
· Sujeito composto, de gêneros diferentes, números diferentes e posposto (ex: linda/lindos per-
nas e ombro)

MAIS PRÓXIMO OU PLURAL


· Sujeito composto, ligado por “ou” (ex: traga faca ou colher prateada/prateadas)
· Sujeito composto por ordinais (exs: a primeira e a segunda fila/filas, primeira e segunda série/sé-
ries)

VARIAM EM GÊNERO E NÚMERO


· Sujeito composto por “mesmo”, “próprio”, “só” (sozinho), “anexo”, “incluso”, “junto”, “nenhum”,
“dado”, visto”

MAIS PRÓXIMO
· Sujeito composto por sinônimos (ex: gratidão e reconhecimento profundo)

VÁRIAS FORMAS
· Sujeito composto, com artigo
Ex: As línguas inglesas e francesas
A língua inglesa e francesa
A língua inglesa e a francesa

VARIAM
· O mais...possível, só, obrigado

INVARIÁVEIS
· Advérbios de modo (exs: menos, em anexo, meio, muito, bastante, caro, somente)
· Alerta (ex: os soldados estavam alerta), menos (quantidade), a sós, em mão
Obs: um e outro assuntos / uma e outra parede sujas
a cerveja é boa / cerveja é bom
estou quite / estamos quites
bastantes pessoas falaram bastante bem de você

34
CONCORDÂNCIA VERBAL
Regra geral: sujeito composto anteposto = plural (ex: paulo e elias foram) / posposto = singular
ou plural (ex: foi/foram paulo e elias)

SINGULAR
· Sujeito composto por “nem um nem outro”, “um ou outro”, “é muito”, “é pouco”, “é mais de”, “é
menos de”, “é tanto” = quantidade, “mais de um” (ex: mais de um faz), “um dos que”, “algum de”,
“uma parte de”
· Sujeito composto por coletivo (ex: uma porção de homens viu o que aconteceu)
· Sujeito composto, ligado por “com” = companhia / “ou” = exclusão/sinomia (exs: paulo ou eugê-
nio vai, paulo com eugênio vai)
Obs: verbo antes = mais próximo

ª
3 PESSOA DO SINGULAR
· Sujeito composto por “quem” / “qual” (exs: qual de vóis é?, sou eu quem diz)
· Verbo + índice de indeterminação do sujeito “se” (precisa-se de motoristas)
Obs: pregam-se botões
· Verbos impessoais = haver/fazer/estar/ir - tempo/existir/temperatura (exs: faz/há três dias que
ele saiu, fazia dez horas, fazia dez graus)
Obs: Locuções verbais = transmissão de impessoalidade (ex: vai haver)
hão de existirem / hão de fazer = ênfase (ex:vão haver muitas pessoas)
existir/acontecer = pessoais (ex: existem muito motivos)
o sofrimento, as desilusões, as traições da vida, nada/tudo faz (“resuminadora”)

MAIS PRÓXIMO OU PLURAL


· Sujeito composto posposto (ex: foi/foram Paulo e João)
· Sujeito composto por “não só... mas também”, “não só... como”, “bem como” (exs: não só eu,
mas meus filhos, estou/estamos com gripe. luiz, bem como seus irmãos, foi/foram a missa)
· Sujeito composto por “tanto... como”, “tanto...quanto” (exs: tanto o marido como a mulher men-
tiram, tanto você quanto seus amigos estão certos)

ANTECEDENTE DO SUJEITO

· Sujeito composto por “que” (ex: fui eu que resolvi)

PLURAL
· Sujeito composto anteposto (ex: paulo e joão foram)
· Ligados por “como” (ex: o jovem como o idoso são sensíveis)
· Sujeito composto por “quantos de” (ex: quantos de nós serão aceitos)
a a a a a
· Pronomes pessoais diferentes: a 1 . prevalece sobre a 2 . e 3 . e a 2 . sobre a 3 (exs: eu, tu e
ele somos / tu e ela sois)
· Sujeito ligado por “com” = cooperação / “ou” = inclusão, antomímia, retificação (ex: a viúva
com os filhos saíram)

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Obs: já não se fazem mais casas como antigamente

SINGULAR OU PLURAL
· Sujeito composto por “um e outro” (um e outro ficou/ficaram)
· Sujeito composto por “a maioria”, “a maior parte de” / “grande parte de” / “alguns de” / “um grande
número de” / “muitos de” + nome no plural (ex: a maior parte dos alunos fiajou/viajaram)
· Sujeito composto por “um dos que” (ex: sou um dos que foi/foram)
· Sujeito composto por “cerca de”, “mais de”: concorda com o numeral (exs: mais de um morreu,
cerca de vinte escaparam)
· Sujeito composto por porcentagem ou fração (exs: vinte porcento sobreviveu/sobreviveram, um
terço foi)
“Tudo”, “isso”, “aquilo”, “o que” + verbo ser + nome plural (ex: tudo é/são flores)

Obs: o filho é as alegrias dos pais (ser humano) / o problema são as dívidas (coisa)
os Estados Unidos são uma potência (com artigo) / Estados Unidos é uma potência
Os Luzíadas imortalizaram Camões
hajam vistos os perigos / haja visto a incidência
elas mesmas se corrigiram
raiva, ódio, inveja, tudo é reprovável (palavra “resuminadora”)
hoje são 14 de abril / hoje é dia 14 de junho / são 10 horas / são 10km até lá
entre mim e você
fomos à cantina e voltamos da cantina / acredito nas pessoas e gosto das pessoas
eles propôs o acordo, mas ela discordou do acordo
a escola em que estudei / a pessoa a quem obedeço / a mulher de quem nunca esqueço
a cidade em que morava / a praia a que iremos / o filme de que mais gostei / a empresa em que
trabalho
deram três horas no relógio / o relógio deu dez horas
faltam poucas horas para acabar
é proibido entrada / é proibida a entrada

FIGURAS DE LINGUAGEM

As Figuras de Linguagem são recursos da Língua Portuguesa que criam novos significados
para as expressões, ao trabalhar com o sentido conotativo em vez do literal.

As principais Figuras de Linguagem são Metáfora, Símile, Analogia, Metonímia, Perí-


frase, Sinestesia, Hipérbole, Elipse (ou Zeugma), Silepse, Hipérbato (ou Inversão), Polissín-
deto, Antítese, Paradoxo, Gradação (ou Clímax) e Personificação (ou Prosopopeia).

Todas as 35 figuras de linguagem do português conforme seus tipos e com vários exemplos
para não deixar nenhuma dúvida, ENCONTRAM-SE ABAIXO .

Figuras semânticas

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1. Metáfora

“Deixe a meta do poeta, não discuta / Deixe a sua meta fora da disputa / Meta dentro e fora,
lata absoluta / Deixe-a simplesmente metáfora” (Metáfora — Gilberto Gil)

A metáfora é, provavelmente, a figura de linguagem que mais utilizamos no nosso dia a dia.
Ela se baseia em uma comparação implícita, sem o elemento comparativo (“como” ou “tal qual”,
por exemplo), em que uma característica de determinada coisa é atribuída ao elemento metafori-
zado.

Consiste em usar a palavra referente a essa coisa no lugar da característica propriamente


dita, depreendendo uma relação de semelhança que, por termos uma linguagem flexível e com-
plexa, conseguimos entender.

Por exemplo, se dizemos que “Maria Rita é uma flor”, nosso cérebro já tem mecanismos
para compreender que o que queremos dizer é que ela é delicada, perfumada, bonita etc., e não
que ela seja literalmente uma flor.

2. Símile ou Comparação

“Te ver e não te querer (…) / É como mergulhar no rio / E não se molhar / É como não
morrer de frio / No gelo polar” (Te Ver — Samuel Rosa, Lelo Zaneti e Chico Amaral)
A símile é, assim como a metáfora, uma figura de comparação — mas, dessa vez, explícita. Como
assim?
A metáfora é mais subjetiva, pois sugere implicitamente uma ligação entre dois seres ou
entidades diferentes a partir de uma característica em comum, enquanto a símile apenas aponta
que existe uma semelhança específica e objetiva entre os dois elementos comparados.

Retomando o exemplo que trouxemos quando explicamos a metáfora, uma símile seria
“Maria Rita é bela como uma flor” ou “Maria Rita é cheirosa, assim como uma flor” — dessa forma,
ressaltamos o determinado atributo que queremos comparar e trazemos um elemento comparativo
(“como”, “que nem”, “assim como”, “tal qual”).

3. Analogia

A analogia também é uma espécie de comparação, mas, nesse caso, feita por meio de uma
correspondência entre duas entidades distintas. O termo também é utilizado no Direito e na Biolo-
gia.

Na escrita, a analogia pode ocorrer quando o autor quer estabelecer uma aproximação
equivalente entre elementos por meio do sentido figurado e dos conectivos de comparação.

Por exemplo, em um trecho do romance “A Redoma de Vidro”, a autora Sylvia Plath faz
uma analogia entre a abundância de opções que temos para escolher o que faremos da vida e
uma árvore cheia de figos:

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“Da ponta de cada galho, como um enorme figo púrpura, um futuro maravilhoso acenava e
cintilava. Um desses figos era um lar feliz com marido e filhos, outro era uma poeta famosa, ou-
tro, uma professora brilhante, outro era Ê Gê, a fantástica editora, outro era feito de viagens à
Europa, África e América do Sul, outro era Constantin e Sócrates e Átila e um monte de amantes
com nomes estranhos e profissões excêntricas, outro era uma campeã olímpica de remo, e
acima desses figos havia muitos outros que eu não conseguia enxergar.

4. Metonímia

“E no Nordeste tudo em paz / Só mesmo morto eu descanso / Mas o sangue anda solto /
(…) / Terceiro mundo, se for / Piada no exterior / Mas o Brasil vai ficar rico” (Que País é Esse? —
Renato Russo)

A metonímia é mais uma figura de linguagem que tem a ver com semelhanças. Ela ocorre
quando um único nome é citado para representar um todo referente a ele. Por exemplo, é comum
dizermos frases como “Adoro ler Clarice Lispector” ou, ainda mais comum, “bebi um copo de leite”.
No primeiro caso, o que eu adoro ler são os livros escritos pela autora Clarice Lispector, e
não a pessoa dela em si. No segundo caso, ocorre o mesmo: o que eu bebi foi o conteúdo (leite)
que estava dentro do copo, e não o objeto copo propriamente dito.
Ao escrever para a web, a metonímia é muito útil e, muitas vezes, usada sem nem percebermos.
Acontece quando substituímos uma marca por um tipo específico de produto — por exem-
plo, Durex substituindo fita adesiva, Toddy substituindo achocolatado em pó e Maizena substi-
tuindo amido de milho. Ela traz maior fluidez à escrita, além de levar o leitor a se identificar com o
texto.

5. Perífrase

“Cidade maravilhosa / Cheia de encantos mil / Cidade maravilhosa / Coração do meu Brasil”
(Cidade Maravilhosa — André Filho)
A perífrase acontece quando um nome ou termo é substituído por alguma característica
marcante sua ou por algum fato que o tenha tornado célebre.
Por exemplo, quando falamos no “rei da selva”, estamos falando do leão. Da mesma forma, pode-
mos nos referir à capital francesa como “Cidade Luz” e ao

Rio São Francisco como “Velho Chico”. Já no caso de pessoas, essa substituição tem o
nome de antonomásia (para saber mais, veja o item 13).
Essa figura de linguagem difere da metáfora, uma vez que a expressão usada para substi-
tuição refere-se unicamente ao termo original, de modo que ele é facilmente identificado.

6. Sinestesia

“Palavras não são más / palavras não são quentes / palavras são iguais / sendo diferentes”
(Palavras — Sérgio Britto e Marcelo Fromer)

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É uma figura de linguagem bastante utilizada na arte, principalmente em músicas e poesias,
uma vez que ela trabalha com a mistura de dois ou mais sentidos humanos (olfato, paladar, audi-
ção, visão e tato).
Na frase “Um silêncio amargo invadiu a sala”, há um tipo de gosto (paladar) servindo de
adjetivo para o silêncio (audição), por exemplo.

7. Hipérbole
“Por você eu largo tudo / Vou mendigar, roubar, matar / Até nas coisas mais banais / Pra
mim é tudo ou nunca mais” (Exagerado — Cazuza)
Ao contrário do eufemismo, a hipérbole serve para exaltar uma ideia, com o objetivo de causar
maior impacto e entusiasmo. Ela é muito usada em nosso cotidiano, como na expressão “Estou
morta de fome”, em que a intenção é enfatizar propositalmente o quanto estamos precisando co-
mer.

8. Catacrese
“Me ame devagarinho / Sem fazer nenhum esforço / Tô doido por seu carinho / Pra sentir
aquele gosto / Que você tem na maçã do rosto / Que você tem na maçã do seu rosto” (Maçã do
Rosto — Djavan)

A catacrese é o nome que utilizamos para algo que não tem um nome próprio. Em outras
palavras, pegamos um termo que já existe e o “emprestamos” para alguma outra coisa. Assim,
o substantivo representa dois significados diferentes, que não têm associação.
Maçã do rosto, pé da mesa e asa da xícara são alguns dos exemplos de catacrese muito utilizados
no dia a dia.

9. Eufemismo
“Dar à luz a uma criança / é iluminar os seus dias / dividir suas tristezas / somar suas alegrias
/ é ser o próprio calor / naquelas noites mais frias” (Dar à Luz — Bráulio Bessa)
O recurso do eufemismo é utilizado quando se deseja dar um tom mais leve para uma ex-
pressão — ou seja, é diretamente oposto à hipérbole. O significado permanece, mas a frase se
torna menos direta, pesada, negativa ou depreciativa. “Fulano descansou em paz” é um ótimo
exemplo de eufemismo muito utilizado.

10. Pleonasmo
“Vamos fugir / Pra outro lugar, baby!” (Vamos Fugir — Skank)
O pleonasmo ocorre quando se repete uma palavra ou expressão na mesma frase com o mesmo
significado. Do ponto de vista da gramática, ele é considerado um vício de linguagem (deixando a
frase redundante). Entretanto, na literatura, costuma ser usado para dar ênfase.

11. Anáfora
“É preciso amor / Pra poder pulsar / É preciso paz pra poder sorrir / É preciso a chuva para
florir” (Tocando em Frente — Almir Sater)
É um recurso utilizado para dar mais ênfase à mensagem, por meio da repetição de palavras. Ela
acontece de forma sucessiva no começo das frases, versos ou períodos.

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12. Ambiguidade ou Anfibologia
“Um primo contou ao outro que sua mãe estava doente.”
Ambiguidade é uma figura de linguagem muito utilizada no meio artístico, de forma poética e lite-
rária. Porém, em textos técnicos e redações ela é considerada um vício (e deve ser evitada). Ela
ocorre quando uma frase fica com duplo sentido, confundindo a interpretação.

13. Antonomásia
“A ‘Dama de Ferro’ despertou admiração e ódio.” (Época Negócios)
Trata-se de um tipo de metonímia. Nesse caso, ocorre a substituição de um nome de pes-
soa por um conjunto de palavras que a caracteriza. Quando a substituição é de um nome comum
ou lugar, o recurso utilizado é a perífrase.

Por exemplo, quando falamos “rei do futebol”, no Brasil, nos referimos ao jogador Pelé. Essa
figura de linguagem difere da metáfora, uma vez que a expressão usada para substituição refere-
se unicamente ao termo original, de modo que ele é facilmente identificado.
A antonomásia também pode ser utilizada para eliminar repetições e tornar o texto mais rico
— e, assim como a perífrase, deve trazer termos que sejam conhecidos pelo público, de modo a
não prejudicar a compreensão.

14. Alegoria

“A vida é uma ópera, é uma grande ópera. O tenor e o barítono lutam pelo soprano, em
presença do baixo e dos comprimários, quando não são o soprano e o contralto que lutam pelo
tenor, em presença do mesmo baixo e dos mesmos comprimários. Há coros numerosos, muitos
bailados, e a orquestra é excelente…” (Dom Casmurro — Machado de Assis)
É usada de forma retórica, a fim de ampliar o significado de uma palavra (ou oração). Ela ajuda a
transmitir um (ou mais) sentidos do texto, além do literal.

15. Simbologia
“A pomba branca simboliza a paz.”
O conceito é bem simples: trata-se do uso de simbologias para indicar alguma coisa.

Figuras sintáticas (ou de construção)

De modo geral, esses recursos são utilizados em textos da web para dar maior fluidez ao
texto, ao mesmo tempo que realçam a informação passada, deixando a escrita levemente mais
rebuscada, mas sem perder a informalidade necessária nessas situações.

16. Elipse

“A tarde talvez fosse azul, / não houvesse tantos desejos” (Poema de Sete Faces — Carlos
Drummond de Andrade)
A elipse consiste na omissão de um termo sem que a frase tenha seu sentido alterado. Por exem-
plo, na frase “(eu) Quero (receber) mais respeito”, os termos em parênteses podem ser omitidos
sem que o sentido da frase seja alterado.

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17. Zeugma
“O meu pai era paulista / Meu avô, pernambucano / O meu bisavô, mineiro / Meu tataravô,
baiano” (Paratodos — Chico Buarque)
O zeugma é basicamente o mesmo que a elipse, com a diferença de que ele é específico para
omitir nomes ou verbos citados anteriormente — por exemplo, quando dizemos “Eu prefiro litera-
tura, ele, linguística”, e deixamos de repetir o verbo “preferir”.

18. Silepse
“Nem tudo tinham os antigos, nem tudo temos, os modernos.” (Machado de Assis)
A silepse é quando há concordância com uma ideia, e não com uma palavra — ou seja, ela é feita
com um elemento implícito. Pode ocorrer nos seguintes âmbitos: de gênero, de número e de pes-
soa.
No exemplo “O casal se atrasou, estavam se arrumando”, temos uma silepse de número. A
princípio, a frase parece estar errada — já que o verbo “estar” deveria vir no singular, para concor-
dar com “casal” —, mas não se preocupe, essa construção é permitida.

19. Hipérbato ou Inversão


“Ouviram do Ipiranga as margens plácidas / De um povo heroico o brado retumbante” (Hino
Nacional — Joaquim Osório Duque Estrada)

O hipérbato é um recurso de inversão da ordem direta da frase (sujeito-verbo-objeto-com-


plementos). Um exemplo de inversão está na frase “Dorme tranquila a menina” — a ordem natural
seria “A menina dorme tranquila”.

Quando a inversão é muito violenta, recebe o nome de sínquise e, quando é especifica-


mente da posição do adjetivo, se chama hipálage.

20. Polissíndeto
“E o olhar estaria ansioso esperando / E a cabeça ao sabor da mágoa balançada / E o co-
ração fugindo e o coração voltando / E os minutos passando e os minutos passando…” (Olhar
para Trás — Vinícius de Moraes)

Essa figura de linguagem é a repetição de conectivos ligando termos da oração ou períodos.


Normalmente, as conjunções coordenativas são repetidas, entre elas, o “e” é a mais comum.

Nem sempre esse recurso pode ser utilizado na redação para web, considerando que a
repetição desnecessária pode deixar o texto cansativo.

21. Assíndeto
“Tem que ser selado, registrado, carimbado / Avaliado, rotulado se quiser voar! / Se quiser
voar / Pra Lua: a taxa é alta / Pro Sol: identidade / Mas já pro seu foguete viajar pelo universo / É
preciso meu carimbo dando o sim / Sim, sim, sim” (Carimbador Maluco — Raul Seixas)

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Ocorre quando um conectivo é excluído da frase (como o “e”), a fim de trazer uma sequência de
informações. Geralmente, é substituído por uma vírgula. É o contrário do que ocorre com o polis-
síndeto.

22. Anacoluto
“Umas carabinas que guardava atrás do guarda-roupa, a gente brincava com elas, de tão
imprestáveis.” (José Lins do Rego)
Trata-se de uma alteração na estrutura da frase, a qual é interrompida por algum elemento inserido
de forma “solta”. Alguns estudiosos defendem que o anacoluto é um erro gramatical.

Figuras de pensamento

23. Antítese
“Não existiria som se não / Houvesse o silêncio / Não haveria luz se não / Fosse a escuridão
/ A vida é mesmo assim / Dia e noite, não e sim” (Certas Coisas — Lulu Santos)
O uso de palavras com sentidos opostos é outro possível recurso para fortalecer o discurso
e deixar um ponto de vista ainda mais claro. A antítese é, justamente, o contraste que ocorre
quando os termos estão bem próximos e acentuam a expressividade do período.
Curiosamente, a antítese é marco da escrita barroca, tida como a arte do contraste, mas
ainda tem espaço na escrita atual, principalmente no contexto digital. O contraste, além de enfati-
zar o sentido das palavras, esclarece que a divergência entre elas é o que garante, de certa forma,
o argumento colocado.

24. Paradoxo
“Se você quiser me prender, vai ter que saber me soltar” (Tiranizar — Caetano Veloso) O
termo, formado pelo prefixo “para”, que indica “contrário a”, e o sufixo “doxa”, que quer dizer “opi-
nião”, é consagrado pelos filósofos e seus sentidos vão além do uso na escrita.
Apesar de ser parecido com a antítese, o paradoxo é uma figura de linguagem usada para
transmitir sentidos opostos em uma mesma construção sintática. As duas ideias devem estar na
mesma frase para expressar essa contradição lógica e, geralmente, estão lado a lado.
No exemplo acima, o paradoxo é produzido pela oposição lógica das palavras “prender” e
“soltar”. Outros bons exemplos são: “O riso é uma coisa séria”, “O melhor improviso é aquele que
é mais bem preparado” e “(O amor) é ferida que dói e não se sente”, de Luís de Camões.

25. Gradação ou Clímax

“Mais dez, mais cem, mais mil e mais um bilião, uns cingidos de luz, outros ensanguentados.”
(Ocidentais — Machado de Assis)
Ao pensarmos na apresentação de ideias, a gradação é uma figura de linguagem que propõe a
organização das palavras de acordo com a progressão — ascendente ou descendente — dos
conceitos. O clímax é obtido com a gradação ascendente, enquanto o anticlímax é a organização
de forma contrária.

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26. Personificação ou Prosopopeia

“As casas espiam os homens / Que correm atrás das mulheres” (Poema de Sete Faces —
Carlos Drummond de Andrade)
Personificar é atribuir características humanas e qualidades a objetos inanimados e irracio-
nais. Também parece pouco usual, mas acontece mais do que imaginamos. É comum conceder
sentimentos, ações, sensações e gestos físicos e de fala a objetos.
No trecho do poema, a prosopopeia é percebida no ato de dar ação à casa, que teria a
qualidade de espiar os homens.

27. Ironia
“Moça linda bem tratada, / três séculos de família, / burra como uma porta: um amor!” (Moça
Linda Bem Tratada — Mário de Andrade)
Na ironia, o interlocutor diz uma coisa, mas o significado é outro. Ela é muito conhecida e utilizada
no dia a dia, mas ainda pode gerar certa confusão — principalmente na língua escrita. É utilizada
para se expressar de forma sarcástica ou bem-humorada, além de servir como disfarce ou dissi-
mulação.

28. Apóstrofe
“Oh! Deus, perdoe este pobre coitado / Que de joelhos rezou um bocado / Pedindo pra
chuva cair sem parar” (Súplica Cearense — Luiz Gonzaga)
Trata-se da figura utilizada para invocação ou chamamento. Também é usada para indicar sur-
presa, indignação ou outro sentimento. Um exemplo muito comum é a expressão “minha Nossa
Senhora!”, usada quando alguém se espanta com algo.

29. Alusão
“Eles estavam apaixonados como Romeu e Julieta.”
A alusão é um recurso utilizado para fazer referência ou citação, relacionando uma ideia a outra
— o que pode ocorrer de forma explícita ou não. Ao fazer referência a um acontecimento, pessoas,
personagens ou outros trabalhos, a alusão ajuda no entendimento da ideia que se deseja passar.
No caso do exemplo acima, o objetivo é explicar tamanha paixão que uma pessoa sente
pela outra.

30. Quiasmo
“Cheguei. Chegaste / Tu vinhas fatigada e triste / e triste e fatigado eu vinha.” (No Meio do
Caminho — Olavo Bilac)
O quiasmo ocorre quando existe um cruzamento de palavras (ou expressões), fazendo com
que elas se repitam. Geralmente é usado para enfatizar algum feito. Um bom exemplo de como
ele é usado no dia a dia: “Ele quase não sai. Vai de casa para o trabalho, do trabalho para casa.”.

Figuras sonoras

31. Cacofonia
“Alma minha gentil, que te partiste / Tão cedo desta vida descontente, / Repousa lá no Céu
eternamente, / E viva eu cá na terra sempre triste” (Luís de Camões)

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Na cacofonia, a junção de duas palavras (as últimas sílabas de uma + as sílabas iniciais da outra)
pode tornar o som diferente e criar um novo significado — ela é percebida ao falar, com o som
fazendo parecer algo diferente do que realmente foi dito.

Nos versos acima, a cacofonia acontece logo no início: “alma minha“. Veja alguns exemplos
de cacofonia que podemos produzir até mesmo sem perceber no dia a a dia:
“eu beijei a boca dela“ (cadela);
“a prova valia 5 pontos, um por cada acerto” (porcada);
“ela tinha uma saia longa” (latinha);
“vou te dar uma mão nessa tarefa” (mamão).

32. Onomatopeia
“Passa, tempo, tic-tac / Tic-tac, passa, hora / Chega logo, tic-tac / Tic-tac, e vai-te embora”
(O Relógio — Vinícius de Moraes)
A onomatopeia é um recurso utilizado com o objetivo de reproduzir um barulho, som ou
ruído. É muito usada em histórias. No trecho do poema acima, a onomatopeia “tic-tac” se refere
ao barulho que o relógio faz.

33. Aliteração
“Lá vem o pato / Pata aqui, pata acolá / Lá vem o pato / Para ver o que é que há” (O Pato
— Vinícius de Moraes)
Aliteração é quando se faz a repetição do som de uma consoante na mesma frase. É usada
para dar ênfase ao texto e para criar trava-línguas. Ela tem a sonoridade como base, o que ajuda
a ditar o ritmo.

Exemplos bem conhecidos de aliteração:


“o rato roeu a roupa do rei de Roma”;
“quem com ferro fere, com ferro será ferido”.

34. Assonância
A assonância é parecida com a aliteração, mas ocorre quando existe a repetição da vogal
tônica ou de sílabas com as mesmas consoantes e vogais distintas. Como no exemplo a seguir,
em que há repetição das mesmas consoantes com vogais diferentes:
“É a moda / da menina muda / da menina trombuda / que muda de modos / e dá medo” (Moda da
Menina Trombuda — Cecília Meireles)
Apesar de não estarem restritos à oralidade, os recursos sonoros em textos escritos podem
complicar um pouco mais a compreensão do texto, por isso, não são tão aproveitados.

35. Paronomásia
“Enquanto é tão cedo / Tão cedo / Enquanto for… um berço meu / Enquanto for…
um terço meu / Serás vida… bem-vinda / Serás viva… bem viva / Em mim” (Realejo — O Teatro
Mágico)
Consiste no uso de palavras iguais ou com sons semelhantes, mas que têm sentidos diferentes.
Um exemplo de como ela é utilizada no cotidiano é o velho provérbio “quem casa, quer casa”, no
qual a mesma palavra diz respeito ao casamento e à moradia.

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CRASE

Acento Grave
O acento grave usa-se exclusivamente para indicar a crase da preposição "a" com os artigos a,
as e com os demonstrativos a, as, aquele(s), aquela(s), aquilo: à, às, àquele(s), àquela

CRASE

A palavra crase é de origem grega e significa "fusão", "mistura". Na língua portuguesa, é o nome
que se dá à "junção" de duas vogais idênticas. É de grande importância a crase da preposi-
ção "a" com o artigo feminino "a" (s), com o pronome demonstrativo "a" (s), com o "a" inicial dos
pronomes aquele (s), aquela (s), aquilo e com o"a" do relativo a qual (as quais). Na escrita, uti-
lizamos o acento grave ( ` ) para indicar a crase. O uso apropriado do acento grave, depende da
compreensão da fusão das duas vogais. É fundamental também, para o entendimento da crase,
dominar a regência dos verbos e nomes que exigem a preposição "a". Aprender a usar a crase,
portanto, consiste em aprender a verificar a ocorrência simultânea de uma preposição e um artigo
ou pronome.

Observe:

Vou a a igreja.
Vou à igreja.

No exemplo acima, temos a ocorrência da preposição "a", exigida pelo verbo ir (ir a algum lugar)
e a ocorrência do artigo "a" que está determinando o substantivo feminino igreja. Quando ocorre
esse encontro das duas vogais e elas se unem, a união delas é indicada pelo acento grave.

Observe os outros exemplos:


Conheço a aluna.
Refiro-me à aluna.

No primeiro exemplo, o verbo é transitivo direto (conhecer algo ou alguém), logo não exige prepo-
sição e a crase não pode ocorrer. No segundo exemplo, o verbo é transitivo indireto (referir-se a
algo ou a alguém) e exige a preposição "a". Portanto, a crase é possível, desde que o termo
seguinte seja feminino e admita o artigo feminino "a" ou um dos pronomes já especificados.
Há duas maneiras de verificar a existência de um artigo feminino "a" (s) ou de um pronome de-
monstrativo "a" (s) após uma preposição "a":

1 - Colocar um termo masculino no lugar do termo feminino que se está em dúvida. Se


surgir a formação, ocorrerá crase antes do termo feminino.

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Veja os exemplos:
Conheço "a" aluna. / Conheço o aluno.
Refiro-me ao aluno. / Refiro-me à aluna.2- Trocar o termo regente acompanhado da preposi-
ção a por outro acompanhado de uma preposição diferente (para, em, de, por, sob, sobre).
Se essas preposições não se contraírem com o artigo, ou seja, se não surgirem novas for-
mas (na (s), da (s), pela (s),...), não haverá crase.

Veja os exemplos:
- Penso na aluna.
- Apaixonei-me pela aluna.

Atenção: lembre-se sempre de que não basta provar a existência da preposição "a" ou do
artigo "a", é preciso provar que existem os dois.
Evidentemente, se o termo regido não admitir a anteposição do artigo feminino "a" (s), não
haverá crase. Veja os principais casos em que a crase NÃO ocorre:

- Diante de substantivos masculinos:


Andamos a cavalo.
Fomos a pé.
Passou a camisa a ferro.
Fazer o exercício a lápis.
Compramos os móveis a prazo.
Assisitimos a espetáculos magníficos.

- Diante de verbos no infinitivo:


A criança começou a falar.
Ela não tem nada a dizer.
Estavam a correr pelo parque.
Estou disposto a ajudar.
Continuamos a observar as plantas.
Voltamos a contemplar o céu.

Obs.: como os verbos não admitem artigos, constatamos que o "a" dos exemplos acima é
apenas preposição, logo não ocorrerá crase.

- Diante da maioria dos pronomes e das expressões de tratamento, com exceção das for-
massenhora, senhorita e dona:
Diga a ela que não estarei em casa amanhã.
Entreguei a todos os documentos necessários.
Ele fez referência a Vossa Excelência no discurso de ontem.
Peço a Vossa Senhoria que aguarde alguns minutos.
Mostrarei a vocês nossas propostas de trabalho.
Quero informar a algumas pessoas o que está acontecendo.
Isso não interessa a nenhum de nós.

46
Aonde você pretende ir a esta hora?
Agradeci a ele, a quem tudo devo.

Os poucos casos em que ocorre crase diante dos pronomes podem ser identificados
pelo método explicado anteriormente. Troque a palavra feminina por uma masculina, caso
na nova construção surgir a forma ao, ocorrerá crase. Por exemplo:

Refiro-me à mesma pessoa. (Refiro-me ao mesmo indivíduo.)


Informei o ocorrido à senhora. (Informei o ocorrido ao senhor.)
Peça à própria Cláudia para sair mais cedo. (Peça ao próprio Cláudio para sair mais cedo.)

- Diante de numerais cardinais:


Chegou a duzentos o número de feridos.
Daqui a uma semana começa o campeonato.

Casos em que a crase SEMPRE ocorre:

- Diante de palavras femininas:


Amanhã iremos à festa de aniversário de minha colega.
Sempre vamos à praia no verão.
Ela disse à irmã o que havia escutado pelos corredores.
Sou grata à população.
Fumar é prejudicial à saúde.
Este aparelho é posterior à invenção do telefone.

- Diante da palavra "moda", com o sentido de "à moda de" (mesmo que a expressão moda
de fique subentendida):
O jogador fez um gol à (moda de) Pelé.
Usava sapatos à (moda de) Luís XV.
O menino resolveu vestir-se à (moda de) Fidel Castro.

- Na indicação de horas:
Acordei às sete horas da manhã.
Elas chegaram às dez horas.
Foram dormir à meia-noite.
Ele saiu às duas horas.
Obs.: com a preposição "até", a crase será facultativa.
Por exemplo: Dormiram até as/às 14 horas.

- Em locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas de que participam palavras femini-


nas. Por exemplo:

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Crase diante de Nomes de Lugar
Alguns nomes de lugar não admitem a anteposição do artigo "a". Outros, entretanto, admitem o
artigo, de modo que diante deles haverá crase, desde que o termo regente exija a preposição "a".

INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Considerada como complicada pela maioria dos estudantes, a interpretação de textos é,


efetivamente, um exercício complexo!
A interpretação de textos…

Implica a mobilização dos conhecimentos prévios que cada pessoa possui antes da
leitura de um determinado texto;

Pressupõe que a aquisição do novo conteúdo lido estabeleça uma relação com a infor-
mação já possuída, levando ao crescimento e à ampliação do conhecimento do leitor;

Pretende que haja uma apreciação pessoal e crítica aquando da análise do novo conte-
údo lido, afetando de alguma forma o leitor.

Assim, podemos afirmar que existem diferentes tipos de leitura: uma leitura prévia, uma
leitura seletiva, uma leitura analítica e, por fim, uma leitura interpretativa.

Como interpretar um texto?

Para uma correta compreensão e interpretação do texto, siga os seguintes passos:

1) Leia lentamente o texto todo.


A primeira leitura do texto deverá ser feita com calma e sem interrupções. No primeiro
contato com o texto, o mais importante é tentar compreender o sentido global do texto e identifi-
car o seu objetivo. Não é essencial entender a totalidade do texto, nem o significado de todas as
palavras.

2) Releia o texto quantas vezes forem necessárias.


Nas leituras seguintes, será mais fácil identificar as ideias principais de cada parágrafo e
compreender o desenvolvimento do texto, ou seja, a relação que diversas ideias estabelecem
umas com as outras.

3) Sublinhe as ideias mais importantes.


A realização de sublinhados deverá ser feita apenas quando já se tiver uma boa noção da
ideia principal e das ideias secundárias do texto. De outra forma, pode haver excesso de subli-
nhados, o que complica mais do que ajuda.

48
4) Separe fatos de opiniões.
Na leitura do texto, o leitor deverá separar claramente o que é um fato (verdadeiro, obje-
tivo e comprovável) do que é uma opinião (pessoal, tendenciosa e mutável). É importante tam-
bém diferenciar as ideias transmitidas pelo autor das suas próprias ideias, que não deverão pre-
valecer sobre ou refutar as ideias transmitidas no texto.

5) Retorne ao texto sempre que necessário.


Deverá haver um retorno ao texto para nova leitura de parágrafos, frases, expressões,...
(ou até do texto completo) quando for necessário responder a perguntas, identificar palavras, ex-
pressões, frases, pontuação, funções da linguagem,... É importante, também, entender com cui-
dado e atenção os enunciados das questões.

6) Reescreva o conteúdo lido.


Para melhor compreensão ou memorização, muitos estudantes recorrem à reescrita do
texto feita com as suas próprias palavras. Para tal efeito podem ser feitos resumos, tópicos, es-
quemas,...

Dicas para a interpretação de texto


Leia estas dicas, para que a leitura e interpretação de textos se torne um processo cada vez
mais fácil!

Dica 1: Leia muito e com vontade.


É de extrema importância que haja uma leitura frequente de diversos conteúdos, que haja um
hábito de leitura assíduo e um gosto na realização dessa leitura.

Dica 2: Crie familiaridade com o conteúdo escrito.


Apesar da leitura frequente ser o mais importante, há outros pequenos hábitos que contribuem
para a criação de uma familiaridade com as palavras e os diversos conteúdos escritos, como:

a análise de palavras em diversas fontes, como músicas, provérbios, ditados, propagandas,...;


a análise de informação estruturada em gráficos, tabelas, diagramas, mapas,…
o uso de técnicas que contribuam para a diversificação vocabular, como o uso de sinônimos e
antônimos;
o uso recorrente de dicionários e gramáticas para esclarecer qualquer dúvida ou aumentar co-
nhecimentos sobre uma palavra ou matéria;
a realização de palavras cruzadas e outras atividade lúdicas

Dica 3: Pratique a interpretação de textos.


Quanto mais pratica tivermos na realização de alguma coisa, mais fácil será a realização dessa
mesma coisa. Com a interpretação de texto é assim também. Se a interpretação de texto for rea-
lizada apenas em concursos e provas, será sempre um pouco difícil, mas se for constantemente
praticada, ficará cada vez mais fácil. Para isso, em qualquer conteúdo escrito pratique:

Identificar ideias principais;


Relacionar as ideias e as situações presentes no texto com a realidade;

49
Resumir as principais ideias do texto;
Parafrasear o conteúdo do texto, tirando conclusões pessoais sobre as ideias apresentadas pelo
autor

A publicidade, de uma forma geral, alia elementos verbais e imagéticos na constituição de seus
textos. Nessa peça publicitária, cujo tema é a sustentabilidade, o autor procura convencer o leitor
a

a) assumir uma atitude reflexiva diante dos fenômenos naturais.


b) evitar o consumo excessivo de produtos reutilizáveis.
c) aderir à onda sustentável, evitando o consumo excessivo.
d) abraçar a campanha, desenvolvendo projetos sustentáveis.
e) consumir produtos de modo responsável e ecológico...

a) Mafalda emprega o mesmo valor semântico para o vocábulo “indicador” no primeiro e no úl-
timo quadrinho.
b) Mafalda não sabe a importância do dedo indicador.
c) A expressão “dedo indicador” é utilizada de maneira metafórica pelo autor da tirinha.
d) Mafalda ainda não sabe exatamente o significado da expressão “indicador de desemprego”

50
e) Apesar de ser uma criança, Mafalda já percebe as injustas relações de trabalho estabelecidas
entre patrões e operários...

A partir da leitura da tirinha de Calvin e Haroldo, criação do desenhista Will Watterson, é possível
inferir apenas:

a) A linguagem verbal é predominante. Sendo assim, a linguagem não verbal não auxilia na
construção de sentidos da tirinha.
b) O desenhista, por meio da personificação da personagem Haroldo, discute sobre a importân-
cia da indústria da guerra para a promoção da paz mundial.
c) A ironia é a figura de linguagem predominante na linguagem verbal, presente nas falas de Cal-
vin no terceiro e quarto quadrinhos. Por meio de metáforas, Bill Watterson faz uma dura crítica à
indústria norte-americana de guerra...

51
d) A linguagem verbal não contribui para o melhor entendimento da tirinha, pois todo efeito de
humor está contido na linguagem não verbal por meio das expressões exibidas por Calvin e Ha-
roldo no último quadrinho.

PONTUAÇÃO

Sinais de pontuação são recursos prosódicos que conferem às orações ritmo, entoação e pausa,
bem como indicam limites sintáticos e unidades de sentido. Na escrita, substituem, em parte, o
papel desempenhado pelos gestos na fala, garantindo coesão, coerência e boa compreensão da
informação transmitida.

1. Ponto (.)

O ponto pode ser utilizado para:

a) Indicar o final de uma frase declarativa:


Acho que Pedro está gostando de você.

b) Separar períodos:
Ela vai estudar mais tempo. Ainda é cedo.

c) Abreviar palavras:
V. Ex.ª (Vossa excelência)

2. Dois-pontos (:)

Deve ser utilizado com as seguintes finalidades:

a) Iniciar fala de personagens:


Ela gritou:
– Vá embora!

b) Anteceder apostos ou orações apositivas, enumerações ou sequência de palavras que expli-


cam e/ou resumem ideias anteriores.
Esse é o problema dessa geração: tem liberdade, mas não tem responsabilidade.
Anote meu número de telefone: 863820847.

c) Anteceder citação direta:


É como disse Platão: “De todos os animais selvagens, o homem jovem é o mais difícil de domar.”

3. Reticências (...)

Usa-se para:

52
a) Indicar dúvidas ou hesitação:
Sabe... preciso confessar uma coisa: naquela viagem gastei todas as minhas economias.
b) Interromper uma frase incompleta sintaticamente:
Talvez se você pedisse com jeitinho...
c) Concluir uma frase gramaticalmente incompleta com a intenção de estender a reflexão:
Pedofilia, estupros, assassinatos, pessoas sem ter onde morar, escândalos ligados à corrup-
ção... assim caminha a humanidade.
d) Suprimir palavras em uma transcrição:
“O Cristo não pediu muita coisa. (...) Ele só pediu que nos amássemos uns aos outros.” (Chico
Xavier)

4. Parênteses ( )

Os parênteses são usados para:


a) Isolar palavras, frases intercaladas de caráter explicativo, datas e, também, podem substituir a
vírgula ou o travessão:
Rosa Luxemburgo nasceu em Zamosc (1871).
Numa linda tarde primaveril (meu caçula era um bebê nessa época), ele veio nos visitar pela úl-
tima vez.

5. Ponto de exclamação (!)

Em que situações utilizar:


a) Após vocativo:
Juliana, bom dia!
b) Final de frases imperativas:
Fuja!
c) Após interjeição:
Ufa! Graças a Deus!
d) Após palavras ou frases de caráter emotivo, expressivo:
Que lástima!

6. Ponto de interrogação (?)

Quando utilizar:
a) Em perguntas diretas:
Quando você chegou?
b) Às vezes, pode ser utilizada junto com o ponto de exclamação para enfatizar o enunciado:
Não acredito, é sério?!

7. Vírgula (,)

Esse é o sinal de pontuação que exerce o maior número de funções, por isso aparece em várias
situações. A vírgula marca pausas no enunciado, indicando que os termos por ela separados não
formam uma unidade sintática, apesar de estarem na mesma oração.

53
A seguir confira as situações em que se deve utilizar vírgula.
a) Separar o vocativo:
Marília, vá à padaria comprar pães para o lanche.
b) Separar apostos:
Camila, minha filha caçula, presenteou-me com este relógio.
c) Separar o adjunto adverbial antecipado ou intercalado:
Os políticos, muitas vezes, visam somente os próprios interesses.
d) Separar elementos de uma enumeração:
Meus bolos prediletos são os de chocolate, coco, doce de leite e nata com morangos.
e) Isolar expressões explicativas:
Faça um bolo de chocolate, ou melhor, de chocolate e morangos
f) Separar conjunções intercaladas:
Os deputados não explicaram, porém, o porquê de tantas faltas.
g) Separar o complemento pleonástico antecipado:
Havia no rosto dela ódio, uma ira, uma raiva que não possuía justificativa.
h) Isolar o nome do lugar na indicação de datas:
São Paulo, 10 de Dezembro de 2016.
i) Separar termos coordenados assindéticos:
Vim, vi, venci. (Júlio César)
j) Marcar a omissão de um termo:
Maria gosta de praticar esportes, e eu, de comer. (omissão do verbo gostar)
Antes da conjunção, como nos casos abaixo:
k) Quando as orações coordenadas possuem sujeitos diferentes:
Os políticos estão cada vez mais ricos, e seus eleitores, cada vez mais pobres.
l) Quando a conjunção “e” repete-se com o objetivo de enfatizar alguma ideia (polissíndeto):
Eu alerto, e brigo, e repito, e faço de tudo para ela perceber que está errada, porém nunca me
escuta.
m) Utilizamos a vírgula quando a conjunção “e” assume valores distintos que não retratam sen-
tido de adição (adversidade, consequência, por):
Teve febre a noite toda, e ainda está muito fraca.
Entre orações:
n) Para separar as orações subordinadas adjetivas explicativas:
Amélia, que não se parece em nada com a Amélia da canção, não suportou seu jeito grosseiro e
mandão.
o) Para separar as orações coordenadas sindéticas e assindéticas, com exceção das orações
iniciadas pela conjunção “e”:
Pediu muito, mas não conseguiu convencer-lhe.
p) Para separar orações subordinadas adverbiais (desenvolvidas ou reduzidas), principalmente
se estiverem antepostas à oração principal:
A casa, tão cara que ela desistiu da compra, hoje está entregue às baratas.
q) Para separar as orações intercaladas:
Ficou doente, creio eu, por conta da chuva de ontem.
r) Para separar as orações substantivas antepostas à principal:
Quando me formarei, ainda não sei.

54
8. Ponto e vírgula (;)

a) Utiliza-se ponto e vírgula para separar os itens de uma sequência de outros itens:

Para preparar o bolo vamos precisar dos seguintes ingredientes:


1 xícara de trigo;
4 ovos;
1 xícara de leite;
1 xícara de açúcar;
1 colher de fermento.

b) Utilizamos ponto e vírgula, também, para separar orações coordenadas muito extensas ou
orações coordenadas nas quais já se tenha utilizado a vírgula:

“O rosto de tez amarelenta e feições inexpressivas, numa quietude apática, era pronunciada-
mente vultuoso, o que mais se acentuava no fim da vida, quando a bronquite crônica de que so-
fria desde moço se foi transformando em opressora asma cardíaca; os lábios grossos, o inferior
um tanto tenso." (O Visconde de Inhomerim - Visconde de Taunay)

9. Travessão (—)

O travessão deve ser utilizado para os seguintes fins:


a) Iniciar a fala de um personagem no discurso direto:
Então ela disse:
— Gostaria que fosse possível fazer a viagem antes de Outubro.
b) Indicar mudança do interlocutor nos diálogos:
— Querido, você já lavou a louça?
— Sim, já comecei a secar, inclusive.
c) Unir grupos de palavras que indicam itinerários:
O descaso do poder público com relação à rodovia Belém—Brasília é decepcionante.
d) Substituir a vírgula em expressões ou frases explicativas:
Dizem que Elvis — o rei do rock — na verdade, detestava atuar.

10. Aspas (“”)

As aspas são utilizadas com os seguintes objetivos:


a) Isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta, como gírias, estrangeirismos, pala-
vrões, neologismos, arcaísmos e expressões populares:
A aula do professor foi “irada”.
Ele me pediu um “feedback” da resposta do cliente.

55
ACENTUAÇÃO GRÁFICA

ACENTUAÇÃO GRÁFICA

Regras básicas
As regras de acentuação gráfica procuram reservar os acentos para as palavras que se enqua-
dram nos padrões prosódicos menos comuns da língua portuguesa. Disso, resultam as seguintes
regras básicas:

Proparoxítonas – são todas acentuadas. Têm a antipenúltima sílaba tônica e, nesse caso, é a
sílaba que leva acento. É o caso de: lâmpada, relâmpago, Atlântico, trôpego, Júpiter, lúcido, óp-
timo, víssemos, flácido.

Paroxítonas – são as palavras mais numerosas da língua e justamente por isso as que recebem
menos acentos. Têm a penúltima sílaba tônica. São acentuadas as que terminam em:

-i, is: táxi, beribéri, lápis, grátis, júri.


-us, um, uns, on, ons: vírus, bónus, álbum, parabélum, álbuns, parabéluns.
-l, n, r, ei, x, ps’: incrível, útil, ágil, fácil, amável, éden, hífen, pólen, éter, mártir, caráter, revólver,
jóquei, tórax, ônix, fênix, bíceps, fórceps, Quéops.
-ã, ãs, ão, ãos: ímã, órfã, ímãs, órfãs, bênção, órgão, órfãos, sótãos.

Ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não de s: água, árduo, pónei, cáries, mágoas,
jóqueis.

FONÉTICA E FONOLOGIA

M / N As letras M e N devem ser analisadas com muito cuidado. Elas podem ser:
Consoantes = Quando estiverem no início da sílaba.
Semivogais = Quando formarem os grupos AM, EM e EN, em final de palavra - somente em fi-
nal de palavra - sendo representadas foneticamente por Y ou W.
Ressôo Nasal = Quando estiverem após vogal, na mesma sílaba que ela, excetuando os três
grupos acima. Indica que o M e o N não são pronunciados, apenas tornam a vogal nasal, portanto
haverá duas letras (a vogal + M ou N) com um fonema só (a vogal nasal).

Por exemplo, na palavra manchem, terceira pessoa do plural do presente do subjuntivo do


verbo manchar, teremos o seguinte: man-chem, 2 vogais = a, e; 2 consoantes = o 1º m, x(ch); 1
semivogal = y (o 2º m); 1 ressôo nasal = an (ã). mãxẽy.

Oxítonas/ Monossílabos

Oxítonas – Têm a última sílaba tônica. São acentuadas as que terminam em:

-a, as: Pará, vatapá, estás, irás, cajá.

56
-e, es: você, café, Urupês, jacarés.
-o, os: jiló, avó, avô, retrós, supôs, paletó, cipó, mocotó.
-em, ens: alguém, armazéns, vintém, parabéns, também, ninguém.

Monossílabos tônicos – são acentuados os terminados em:

-a, as: pá, vá, gás, Brás, cá, má.


-e, es: pé, fé, mês, três, crê.
-o, os: só, xô, nós, pôs, nó, pó, só.

Ditongo – abertos tónicos quando em palavras oxítonas

-éi: anéis, fiéis, papéis


-éu: céu, troféu, véu
-ói: constrói, dói, herói

-Esta regra desapareceu (para palavras paroxítonas). Escreve-se agora: ideia, colmeia, celuloide,
boia.

-Observe: há casos em que a palavra se enquadrará em outra regra de acentuação. Por exemplo:
contêiner, Méier, destróier serão acentuados porque terminam em R.

Hiato – i e u nas condições:

- sejam a segunda vogal tônica de um hiato;


- formem sílabas sozinhos ou com s na mesma sílaba;
- não sejam seguidas pelo dígrafo nh;
- não forem repetidas (i-i ou u-u);
- não sejam, quando em palavras paroxítonas, precedidas de ditongo;

• ex.: aí: a-í; balaústre: ba-la-ús-tre; egoísta: e-go-ís-ta; faísca: fa-ís-ca; viúvo; vi-ú-vo; hero-
ína: he-ro-í-na; saída: sa-í-da; saúde: sa-ú-de.
• Não se acentuam as palavras oxítonas terminadas em i ou u (seguidos ou não do s). Pala-
vras como baú, saí, Anhagabaú, etc., são acentuadas não por serem oxítonas, mas por o i e o u
formarem sílabas sozinhos, num hiato.

Acento diferencial
O acento diferencial é utilizado para diferenciar palavras de grafia semelhante. Usamos o
acento diferencial – agudo ou circunflexo – nos vocábulos da coluna esquerda para diferenciar dos
da direita:

- pôde (pret. perf. do ind. de poder) – pode (pres. do ind. de poder)


- pôr (verbo) – por (preposição)
- fôrma (substantivo) – forma (substantivo e verbo)

57
- O acento em “fôrma” pode ser considerado opcional.

Acento dos verbos

- Verbos arguir e redarguir (agora sem trema)


Os verbos arguir e redarguir perderam o acento agudo em várias formas (rizotônicas): eu arguo
(fale: ar-gú-o, mas não acentue); ele argui (fale: ar-gúi), mas não acentue.

- Verbos terminados em guar, quar e quir

Observe: Quando o verbo admitir duas pronúncias diferentes, usando a ou i tônicos, aí acentua-
mos estas vogais:
eu águo, eles águam e enxáguam a roupa (a tônico); eu delínquo, eles delínquem (í tônico).
tu apazíguas as brigas; apazíguem os grevistas.

-Se a tônica, na pronúncia, cair sobre o u, ele não será acentuado: Eu averiguo (diga averi-gú-o,
mas não acentue) o caso; eu aguo a planta (diga a-gú-o, mas não acentue).

- Os verbos ter e vir

Ele vem aqui; eles vêm aqui.


Eles têm sede; ela tem sede.

Módulo de exercícios
Acentuação Gráfica – Novas regras

01. Assinale o item em que todas as palavras são acentuadas pela mesma regra de: também,
incrível e caráter.

a) alguém, inverossímil, tórax


b) hífen, ninguém, possível
c) têm, anéis, éter
d) há, impossível, crítico
e) pólen, magnólias, nós

02. São acentuadas graficamente pela mesma razão as palavras da opção:

a) há – até – atrás
b) história – ágeis – você
c) está – até – você
d) ordinário – apólogo – insuportável
e) mágoa – ícone – número

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GABARITO
ACENTUAÇÃO GRÁFICA
01 02
A C

SINTAXE DE PERÍODO SIMPLES

SUJEITO

Sintaxe - Termos da Oração - Período Simples


A frase apresenta, basicamente, dois elementos: sujeito e predicado (termos essenciais). Podem
ocorrer ainda termos integrantes: complementos verbais (objeto direto e objeto indireto), comple-
mento nominal e agente da passiva. E ainda os acessórios: adjuntos (adnominal e adverbial) e
aposto. O vocativo é termo independente. Os predicativos ( do sujeito e do objeto) não são enqua-
drados pela NGB em nenhum dos casos citados.

Sujeito e predicado

Sujeito: termo do qual se declara algo.


Predicado: tudo o que se declara do sujeito.
Exemplo:
O pacto social visava à contenção da inflação.
(sujeito) (predicado)
Classificação do sujeito

a) Simples: um único núcleo.


Exemplo:
O presidente sonha com a reeleição.

b) Composto: dois ou mais núcleos.


Exemplo:
Estão coligados o PT e o PDT.

c) Elíptico: implícito na desinência verbal ou no contexto.

Exemplo:
(nós) Participamos das discussões acaloradamente.
Oscar é candidato a senador; poderá ter muitos votos. (O sujeito da segunda oração é o mesmo
da primeira: Oscar)

d) Indeterminado: quando não se quer ou não se pode explicitar.

Exemplos:
Assaltaram o bando da esquina.

59
Assistiu-se ao assalto passivamente.
e) Inexistente (oração sem sujeito): ocorre com verbos impessoais.

fenômenos da natureza:
Ventou demais durante a noite.

Classificação do sujeito
Haver significando existir, ocorrer, acontecer ou indicando

Tempo decorrido:
Haverá eleições para presidente, senador e deputados.
Há dias que não chove.

ser indicando datas, horas ou distâncias:


É meio-dia e meia.
Hoje são cinco de maio.
Daqui até o centro são oito quilômetros.

Predicação verbal

a) Verbo transitivo direto: exige objeto direto.

Exemplo:
O escritor contemporâneo escreveu várias obras importantes.

b) Verbo transitivo indireto: exige objeto indireto.

Exemplo:
O banqueiro não necessitava de dinheiro.

c) Verbo transitivo direto e indireto: exige objeto direto e objeto indireto.

Exemplo:
O empresário enviou a planilha de custos ao Ministério.

d) Verbo intransitivo: não exige complemento (objeto).

Exemplo:
Os trabalhadores retornaram às fábricas.

Predicação verbal/COMPLEMENTO VERBAL

e) Verbo de ligação: liga o sujeito a uma característica (adjetivo ou expressão substituível por ad-
jetivo) chamada de predicativo do sujeito.

60
Exemplo:
O dia está chuvoso.
O cão parece com fome. (= faminto)

Complementos verbais

a) Objeto direto (sem preposição obrigatória)

Exemplo:
Escreveram várias obras importantes.

COMPLEMENTO VERBAL/PREDICATIVOS

b) Objeto indireto (com preposição obrigatória)

Exemplo:
Necessitavam de muito dinheiro.

Predicativos

a) do sujeito: caracteriza o sujeito.

Exemplo:
Suas palavras foram sinceras.
OS

b) do objeto: caracteriza o objeto.

Exemplo:
Considero suas palavras sinceras.
PO

SINTAXE

Adjunto adnominal
Termo determinante de um núcleo nominal (substantivo).
É representado por artigos, adjetivos, locuções adjetivas, numerais adjetivos e pronomes adjeti-
vos.

Exemplo:
Os meus primeiros bons amigos de infância visitaram minha casa de campo.
AA AAAAAA subst. AA AA subst. AA

61
Complemento Nominal
Termo preposicionado que completa o sentido de um nome transitivo.

a) Substantivo

Exemplo:
O país tinha dependência de empréstimos externos.
subst. CN

b) Adjetivo

Exemplo:
O país continua dependente de empréstimos externos.
adj. CN

c) Advérbio

Adjunto Adverbial

Termo que atribui ao verbo, adjetivo ou advérbio uma circunstância adverbial de tempo, modo,
lugar, negação, afirmação, dúvida, intensidade, concessão, companhia, causa, condição, confor-
midade, assunto etc. É representado por advérbio ou locução adverbial.

Exemplos:
Amanhã iremos com os estudantes ao museu.
AA Tempo AA Companhia AA lugar

Aquela garota é bastante estudiosa.


AA Intens.

Aquele atleta joga muitíssimo bem.


AA Intens.

Agente da passiva/ Aposto

Agente da passiva

Termo que indica o agente da ação de um verbo na voz passiva analítica.

Exemplo:
A negociação da dívida era defendida pelo ministro da Fazenda.

62
Sujeito Paciente Agente da Passiva
Aposto

Termo que explica, enumera, resume, especifica outro termo chamado fundamental.

Exemplos:
O mestre, estudioso do idioma, ensinava literatura. (aposto explicativo)
Encontrei três alunos na praia: Pedro, Paulo e Teresa..(aposto enumerador)
Gritos, choros, lamentos, nada o comoveu. (aposto resumitivo)
A cidade de Itapetininga fica na região sul. (aposto especificador)

Vocativo

Termo que coloca em evidência o destinatário da mensagem. Admite anteposição de interjeição


(Ó! Olá! ). É independente da estrutura da oração, pois não pertence ao sujeito nem ao predi-
cado.

Exemplos:
Amor, eu quero seu carinho.
O trabalho, meus amigos, engrandece o homem.
Ajudai-me, ó meu senhor, nos momentos difíceis.

Funções sintáticas dos pronomes pessoais oblíquos átonos


Os pronomes oblíquos átonos (ME, TE, SE, O, A, LHE, NOS, VOS, SE, OS, AS, LHES) podem
exercer várias funções sintáticas, dependendo do contexto em que se acham inseridos, a saber:

a) Objeto direto

Exemplo:
Nunca mais me amarás como antes.

b) Objeto indireto

Exemplo:
Sempre me obedeceu, apesar de tudo.

Observação:
Os objetos também podem assumir valor reflexivo ou recíproco.

Exemplos:

O jovem feriu-se com o afiado canivete. (OD reflexivo)


A mulher atribuía-se grande inteligência. (OI reflexivo)

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O técnico e o presidente cumprimentaram-se friamente. (OD recíproco)
Deram-se as mãos e caminharam lado a lado. (OI recíproco)

Adjunto adnominal / Complemento nominal

c) Adjunto adnominal

Assumem valor de pronomes possessivos.


Exemplo:
Beijou-lhe ternamente a testa.
(= Beijou ternamente a sua testa.)

d) Complemento nominal

Relacionados a adjetivos.

Exemplo:
Foi-me favorável a decisão do júri.
(= Foi favorável a mim.)

Classificação do predicado

a) Nominal: constrói-se com verbo de ligação, tendo como núcleo o predicativo do sujeito.

Exemplos:
núcleo
A menina era inteligente.
VL PS

núcleo
Seus desejos são minhas vontades.
VL PS

b) Verbal: constrói-se com verbo intransitivo ou transitivo, não possuindo predicativo.

Exemplos:
núcleo
Os jogadores da seleção voltaram ao Brasil.
VI

núcleo
O governador pediu o apoio da população.
VTD

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c) Verbo nominal: constrói-se com verbo intransitivo ou transitivo, possuindo, também, predica-
tivo (do sujeito ou do objeto).

Exemplos:
núcleo/ núcleo
A torcida abandonou o estádio irritadíssima.
VI PS

núcleo
O tribunal considerou inocente o réu.
VTD PO OD

SINTAXE DE PERÍODO COMPOSTO

SINTAXE DE PERÍODO COMPOSTO

Período Composto Contém mais de uma oração, o que equivale a dizer que no período composto
há sempre dois ou mais verbos. Como a uma oração corresponde uma forma verbal, no período
composto haverá tantas orações quantos forem os verbos. Por exemplo: A ausência diminui as
paixões medíocres e aumenta as grandes, como o vento apaga as velas e atiça as fogueiras.
Neste período há quatro verbos; logo, há quatro orações..

TIPOS DE PERÍODO COMPOSTO


PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO = orações coordenadas.
PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO = orações subordinadas.
PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO E POR SUBORDINAÇÃO = orações coordena-
das e orações subordinadas.

PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO


É constituído de orações que não representam membros de outras orações sendo, portanto, in-
dependentes, coordenadas.

As orações coordenadas podem ser:

Assindéticas = vêm justapostas, não iniciadas por conjunção coordenativa. Por exemplo: O dia é
belo, esplende ao sol a baía, os aviões rumorejam, passam mulheres perfumadas.

Sindéticas = são introduzidas por uma conjunção coordenativa qualquer, da qual tomam o nome.
Assim, há cinco espécies de orações coordenadas sindéticas:

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SINTAXE DE PERÍODO COMPOSTO

Sindéticas Aditivas = iniciadas por conjunção coordenativa aditiva. Por exemplo: Eu leio os origi-
nais e você corrige os erros. Não falava nem se mexia.

Sindéticas Adversativas = iniciadas por conjunção coordenativa adversativa. Por exemplo: É po-
bre mas é honesto. Estudou muito, porém foi reprovado.

Sindéticas Alternativas = iniciadas por conjunção coordenativa alternativa. Por exemplo: Ou tra-
balha, ou estuda. No Rio, ora chove, ora faz calor.

Sindéticas Explicativas = iniciadas por conjunção coordenativa explicativa. Por exemplo: Não
chores, porque é pior. Faça silêncio, pois aqui é uma sala de aula.

Sindéticas Conclusivas = iniciadas por conjunção coordenativa conclusiva. Por exemplo: Penso,
logo existo. Menti ao papai, por isso apanhei.

PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO

Neste período figuram orações de duas naturezas, ou seja, orações principais e orações subordi-
nadas.

Oração Principal é aquela que apresenta um de seus membros representado em outra oração do
período, chamada, portanto, de subordinada. A oração principal é na verdade um fragmento de
frase, já que seus termos constitutivos não estão desenvolvidos nela mesma. Por isso, a oração
subordinada vem completar o sentido da principal.

Há três tipos de orações subordinadas:

Substantivas = na maioria das vezes, as orações subordinadas substantivas são introduzidas por
conjunção subordinada integrante, sendo as principais a partícula QUE e a SE. Tais orações são
assim denominadas porque exercem função sintática própria de substantivo.

Adjetivas = são introduzidas por pronomes relativos, sendo o mais comum o relativo QUE
quando substituível por O QUAL, A QUAL, OS QUAIS, AS QUAIS, sem alterar o sentido do perí-
odo. Tais orações exercem a função de adjuntos adnominais. Como a função de adjunto adnomi-
nal é própria de adjetivo, a oração do mesmo valor chama-se adjetiva.

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS

EXPLICATIVAS = vêm entre vírgulas e a noção de predicado que elas possuem é própria do
termo a que se referem. Por exemplo: O mel, que é doce, não diminui as agruras da vida. O ho-
mem, que é mortal, deve bem aproveitar o seu tempo.

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RESTRITIVAS = não vêm entre vírgulas e a noção do predicado que elas possuem restringe o
termo a que se referem. Por exemplo: O livro que comprei é muito bom. A pessoa que encontrei
estava uniformizada.

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS

CAUSAIS = justificam o fato expresso na oração principal, sendo introduzidas por uma conjunção
subordinativa causal. Por exemplo: Não paguei à empregada, porque não tinha dinheiro. Como
faltasse energia elétrica, a aula foi suspensa..

CONCESSIVAS = indicam empecilho que não impede a realização do fato expresso na oração
principal, sendo introduzidas por conjunção subordinativa concessiva. Por exemplo: Embora fosse
pobre, comprou uma bela residência. Ainda que chegue atrasado, conseguirei ingresso.

CONDICIONAIS = estabelecem dependência para que se realize o processo do verbo da oração


principal, sendo introduzidas por conjunção subordinativa condicional. Por exemplo: Se ganhar na
loteria, viajarei para a Europa. Caso o veja, avise-me.

CONFORMATIVAS = dão idéia de conformidade, sendo introduzidas por uma conjunção subordi-
nativa conformativa. Por exemplo: Fiz a lição conforme o professor pediu. Dei o recado como es-
tava escrito.

COMPARATIVAS = estabelecem um confronto com um termo da oração principal, sendo introdu-


zidas por uma conjunção subordinativa comparativa. Por exemplo: Teus lábios são doces como o
mel. A praça é do povo como o céu é do condor. Nota = muitas vezes, o verbo ficará subentendido,
sendo o mesmo verbo que aparece na oração principal. A isto dá-se o nome de elipse.

CONSECUTIVAS = exprimem consequência do processo do verbo da oração principal, sendo in-


troduzidas por uma conjunção subordinativa consecutiva. Por exemplo: Gritou tanto que ficou
rouco. Teve uma emoção tão forte que desmaiou.

FINAIS = indicam ideia de finalidade relacionada com o que se diz na oração principal, sendo
introduzidas por uma conjunção subordinativa final. Por exemplo: Fiz sinal ao ônibus que parasse.
Economize muito para que possa ter alguma coisa na vida.

PROPORCIONAIS = dão ideia de proporcionalidade, de paralelismo quanto ao desenvolvimento


do processo verbal tanto da subordinada quanto da principal. São introduzidas por uma conjunção
subordinativa proporcional. Por exemplo: À medida que se vive, mais se aprende. À proporção que
estudamos, mais descobrimos a nossa ignorância.

TEMPORAIS = exprimem o tempo em que se desenrola o processo do verbo da oração principal,


sendo introduzidas por uma conjunção subordinativa temporal. Por exemplo: Quando cheguei,
mamãe dormia. Enquanto você lê o livro, eu escrevo as cartas.

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PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO E POR SUBORDINAÇÃO

É um período misto, e nele há três tipos de orações:


coordenada principal subordinada

Por exemplo: Quando cheguei, apaguei as luzes e me deitei no sofá.

Analisando esta oração = Quando cheguei(oração subordinada adverbial temporal); apaguei as


luzes(oração principal); e me deitei no sofá(oração coordenada sindética aditiva).

Observações = Pode haver várias orações principais, várias subordinadas e coordenadas num
período. Orações coordenadas e subordinadas são ao mesmo tempo principais, havendo outras
que representam membros das referidas orações.

ORAÇÕES REDUZIDAS

Têm o verbo no infinitivo, gerúndio ou particípio. Geralmente podem ser desenvolvidas em orações
subordinadas introduzidas por conjunções subordinativas ou por pronomes relativos, e às vezes
em orações coordenadas iniciadas por conjunções coordenadas. As orações reduzidas que não
se desdobram chamam-se fixas. Por exemplo: Eu tenho vontade de falar com você. O desdobra-
mento da oração reduzida em oração desenvolvida é feito da seguinte maneira: o verbo passa da
forma nominal à forma não-nominal e o conectivo(conjunção ou pronome relativo) é indicado no
início da oração. Por exemplo: Reduzida = Amanhecendo, sairemos..

Desenvolvida = Quando amanhecer, sairemos.

Há três espécies de orações reduzidas:

De Infinitivo:

Substantivas subjetivas = Não convém agir assim(= Não convém que ajas assim). É importante
te-res paciência (= É importante que tenhas paciência).
Substantivas objetivas diretas = Ignoro tê-lo como amigo. Dizem estarem com razão(= Dizem que
estão com razão).

Substantivas objetivas indiretas = Aconselho-te a estudar(= Aconselho-te a que estudes). Ele


gosta de ouvir música popular.

Substantivas predicativas = O importante é ter calma(= O importante é que tenha calma). Sua von-
tade era viajar para o Ceará.
Substantivas completivas nominais = Estou disposto a praticar esporte. Elias tem necessidade de
falar com Roberta.

Substantivas apositivas = Só me falta isto: concluir o curso superior.

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Adverbiais temporais = Ao despedir-se, não conteve as lágrimas(= Quando se despediu, não
conte-ve as lágrimas).

Adverbiais finais = Canto para te alegrar.

Adverbiais concessivas = Apesar de ser velho, ouvia os conselhos de qualquer pessoa(= Embora
fosse velho, ouvia os conselhos de qualquer pessoa).
Adverbiais condicionais = Nada farás sem me consultares previamente(= Nada farás se não me
consultares previamente).

Adverbiais causais = Por se achar doente, não viajou(= Porque estivesse doente, não viajou).

Adverbiais consecutivas = Falou a ponto de deixar o público boquiaberto.

Adjetivas = Encontrei um poeta a namorar o crepúsculo(= Encontrei um poeta que namorava o


cre-púsculo).

De Gerúndio:

Subordinadas adjetivas = Vi um menino engraxando sapatos num bar da avenida(= Vi um menino


que engraxava sapatos num bar da avenida).

Adverbiais temporais = Anoitecendo, partiremos(= Quando anoitecer, partiremos).

Adverbiais concessivas = Mesmo amando Carlos, será uma mulher infeliz(= Embora ame Carlos,
será uma mulher infeliz).

Adverbiais condicionais = Estudando, vencerá todas as dificuldades(= Se estudar, vencerá todas


as dificuldades).

Adverbiais causais = Estando gripado, não fui à escola(= Como estivesse gripado, não fui à es-
cola).

Adverbiais modais = Aprendeu lendo os escritores clássicos. Nota = as adverbiais modais geral-
mente são fixas.

Coordenadas sindéticas aditivas = O automóvel caiu no abismo incendiando-se(= O automóvel


caiu no abismo e incendiou-se).

De Particípio:

Subordinadas adjetivas = A casa visitada por mim era bonita(= A casa que foi visitada por mim era
bonita).

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Adverbiais temporais = Terminada a prova, os alunos foram dispensados(= Depois que terminaram
a prova, os alunos foram dispensados).

Adverbiais concessivas = Humilhado por todos os torcedores, demonstrou sua superioridade(=


Em-bora fosse humilhado por todos os torcedores, demonstrou sua superioridade).

Adverbiais condicionais = Aceito meu pedido, terá uma recompensa(= Se aceitar meu pedido, terá
uma recompensa).

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