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Geneide Ferreira
1. GRAMÁTICA, ESTILÍSTICA E SEMÂNTICA
GRAMÁTICA é, em síntese, o estudo da palavra. Conforme o aspecto sob o qual esse estudo é enfocado,
divide-se a gramática em 3 partes distintas:
– FONOLOGIA / FONÉTICA;
– MORFOLOGIA; e
– SINTAXE.
Fonologia é a parte da gramática que estuda a palavra intrinsecamente, considerando-a sob o ponto de vista
sonoro.
Divisão da Fonologia:
2. Estudo da ortografia;
Fonema – é a menor unidade sonora capaz de estabelecer distinção entre duas palavras. Ex.: o som do 1º “e”
das palavras “sede” (lugar onde se fixa uma empresa) e “sede” (desejo de beber); o som da 1ª letra de cada
uma das seguintes palavras: “bala”, “fala”, “mala” e “sala”.
Alofone – é a variante que representa cada uma das realizações de um mesmo fonema. Ex.: a palavra
“Recife”, que tem o “e”, da primeira sílaba, pronunciado de 3 modos distintos (ré, rê ou ri), fato que não lhe
muda o sentido, ou seja, há um só fonema com 3 variações – 3 alofones.
Tipos de fonemas
Vogais: Sons formados a partir do fluxo da corrente de ar vinda dos pulmões produzidos pelas cordas vocais,
sem que haja obstrução à corrente de ar no trato vocal. A vogal é a base da sílaba. Toda sílaba tem, sempre,
uma e apenas uma vogal. São elas: A, E, I, O, U. Fonologicamente são doze as nossas vogais:
/a/, /é/, /ê/, /i/, /ó/, /ô/, /u/ (orais); /ã/, /ẽ/, /ĩ/, /õ/, /ũ/ (nasais).
Consoantes: Fonemas que não podem ser pronunciados sozinhos, formados na cavidade bucal por um
obstáculo à corrente expiratória. Por isso, as consoantes se apoiam sempre numa vogal para formarem, com
esta, sílaba.
Sílaba: conjunto de sons que pode ser formado por um ou mais fonemas emitidos numa só expiração.
ENCONTROS VOCÁLICOS
Dá-se o encontro vocálico quando, numa mesma palavra, aparecem juntos sons vocálicos, ou seja,
vogal + semivogal, semivogal + vogal, ou vogal + vogal; neste último caso, obviamente, em sílabas
separadas, pois cada vogal determina, como já vimos, uma única sílaba.
DITONGO: É o encontro, na mesma sílaba, de uma vogal + uma semivogal (ditongo decrescente) ou de
uma semivogal + uma vogal (ditongo crescente). Pode o ditongo, crescente ou decres-cente, ser ainda
classificado em oral (pronunciado apenas pela boca) ou nasal (pronunciado parcialmente pelo nariz).
Exemplos de ditongos:
TRITONGO: É o encontro, na mesma sílaba, de uma semivogal + uma vogal + uma semivogal. O tritongo
pode ser oral ou nasal.
Exemplos de tritongos:
Exemplos de hiatos:
ENCONTROS CONSONANTAIS
Ocorrem encontros consonantais quando duas consoantes se encontram numa mesma palavra. Ex: PRATO –
REFLEXO – PSICOLOGIA – DIGNO – APTO
DIVISÃO SILÁBICA
Diferentemente de algumas línguas, o critério adotado para a separação das sílabas de um vocábulo em
português se faz pela soletração, e não pelos seus elementos constitutivos do ponto de vista da etimologia ou
dos morfemas que compõem a palavra.
- 12 letras i-n-f-e-l-i-z-m-e-n-t-e
- 10 fonemas representados pelas letras in-f-e-l-i-z-m-en-t-e
- 3 morfemas in-feliz-mente
- 5 sílabas in-fe-liz-men-te
1. Não devem ser separadas as letras com que representamos os ditongos e os tritongos. Exs.: coi-sa, sé-rie,
á-gua, pais (ditongos); Pa-ra-guai, a-pa-zi-guei (tritongos).
2.
3. Separam-se as vogais dos hiatos. Exs.: sa-ú-de, ba-í-a, do-ar, pa-ís.
4. Separam-se os dígrafos “rr”, “ss”, “sc”, “xc” e “sc”. Exs.: bar-ra, as-sar, nas-cer, ex-ce-to, nas-ça (v. nascer).
5. Não se separam os dígrafos “ch”, “lh”, “nh”, “gu”, “qu”. Exs.: a-chei, a-lho, a-li-nhar, che-guei, a-que-le.
6. Não se separam consonânticos reais, isto é, grupos que se combinam harmonicamente na pronúncia,
formados por consoante + L ou consoante + R. Exs.: a-tri-to, re-fle-xão, a-bri-gar, du-plo.
7. Separa-se a consoante do R ou do L, ou de qualquer outra consoante, quando o grupo não constituir uma
consonância harmônica, ou seja, quando não for um grupo de consonânticos reais. Exs.: sub-lin-gual, ab- rup-to
(atente para a pronúncia – “ab-ru”), sub-lo-ca-tá-rio, ad-je-ti-vo, ap-to, cog-na-to, ad-ro-gar.
8. Duas consoantes iniciando uma palavra não devem ser separadas. Exs.: psi-co-lo-gi-a, pneu-má-ti-co, mne-
mô-ni-co, gno-mo, Pto-lo-meu.
Obs.¹: As palavras formadas por afixos (prefixos ou sufixos) sempre obedecem às mesmas regras acima.
Obs.²: Apesar de a nomenclatura gramatical brasileira admitir dupla possibilidade de separação silábica para os
ditongos crescentes finais, considerando que na pronúncia silabada tornam-se hiatos (ex: “ân-sia” ou “ân-si-a”),
o aconselhado pela maioria dos mestres é tratar tais encontros sempre como ditongos, logo, pertencentes à
mesma sílaba, uma vez que soa forçado pronunciá-los como hiato.
NÚMERO DE SÍLABAS
a) MONOSSÍLABOS: Formados de uma única sílaba.Ex: lá, lã, cem, dó, do, nó, no.
a) DISSÍLABOS: Formados com duas sílabas. Ex: mesa, livro, bola, prato, dado.
b) TRISSÍLABOS: Formados com três sílabas. Ex: menino, contente, beleza, aviso.
c) POLISSÍLABOS: Formados por mais de três sílabas. Ex: aloprado, entusiasmado, esparadrapo.
Separação Silábica
A divisão silábica deve ser feita a partir da soletração, ou seja, dando o som total das letras que formam cada
sílaba, cada uma de uma vez. Usa-se o hífen para marcar a separação silábica. Normas para a divisão silábica:
Não se separam os ditongos e tritongos: como ditongo é o encontro de uma vogal com uma semivogal
na mesma sílaba, e tritongo, o encontro de uma vogal com duas semivogais também na mesma sílaba,
é evidente que eles não se separam silabicamente. Ex. au-las / au = ditongo decrescente oral, guar-da /
ua = ditongo crescente oral, a-guei / uei = tritongo oral.
Separam-se as vogais dos hiatos: Como hiato é o encontro de duas vogais em sílabas diferentes,
obviamente as vogais se separam silabicamente. Cuidado, porém, com a sinérese ee e uu, conforme
Não se separam os dígrafos ch, lh, nh, qu, gu: Ex. cho-ca-lho / ch, lh = dígrafos inseparáveis. Qui-nhão /
qu, nh = dígrafos inseparáveis. Gui-sa-do / gu = dígrafo inseparável. Separam-se os dígrafos rr, ss, sc,
sç, xc e xs: Ex. Ex-ces-so / xc, ss = dígrafos separáveis. Flo-res-cer / sc = dígrafo separável. Car-ro-ça /
rr = dígrafo separável. Des-ço / sç = dígrafo separável.
Separam-se as vogais idênticas e os grupos consonantais cc e cç: Lembre-se de que há autores que
classificam ee e uu como sinérese, ou seja, aceitam como hiato ou como ditongo essas vogais
idênticas. Ex. ca-a-tin-ga, re-es-tru-tu-rar, ni-i-lis-mo vo-o, du-un-vi-ra-to.
Prefixos terminados em consoante: ligados a palavras iniciadas por consoante: Cada consoante fica em
uma sílaba, pois haverá a formação de encontro consonantal impuro. Ex. Des-te-mi-do Trans-pa-ren-te
Hi-per-mer-ca-do Sub-ter-râ-neo ligados a palavras iniciadas por vogal: A consoante do prefixo ligar-se-
á à vogal da palavra. Ex. Su-ben-ten-di-do Tran-sal-pi-no Hi-pe-ra-mi-go Su-bal-ter-no
Translineação
é a mudança, na escrita, de uma linha para outra, ficando parte da palavra no final da linha superior e parte no
início da linha inferior.
a) Não se deve deixar apenas uma letra pertencente a uma palavra no início ou no final de linha. Por exemplo:
em translineações são inadequadas as separações: "pesso-a", "a-í", samambai-a", "a-meixa", "e-tíope",
"ortografi-a".
b) Não se deve, em final ou início de linha, quando a separação for efetuada, deixar formar-se palavra estranha
ao contexto. Por exemplo: em translineações são inadequadas as separações: "presi-dente", "samam-baia",
"quero-sene", "fa-lavam", "para-guaia".
c) Na translineação de palavras com hífen, se a partição coincide com o fim de um dos elementos, não se deve
repetir o hífen na linha seguinte. Por exemplo: pombocorreio e não pombo- -correio.
Acentuam-se:
1. Monossílabos tônicos terminados em: A, AS: pá, pás, vás, dá-lo, já E, ES: pé, pés, vê, fê-la, lês, rês O, OS:
pó, pós, vô-lo, nós, só
2. Oxítonas terminadas em: A, AS: maracujá, vatapá, verás, cantá-la E, ES: até, bonés, chinês, você O, OS:
avô, avós, paletó, esquimós Em: além, vintém, detém, armazém ENS: vinténs, deténs, parabéns Observação:
As formas verbais terminadas em a, e e o, seguidas de la, lo, los, las são acentuadas: cantá-los, fazê-lo, impô-lo
3. Paroxítonas terminadas em: L: útil, cônsul, amável, N: hífen, pólen, cânon R: caráter, éter, dólar X: tórax, ônix,
zíper PS: bíceps, fórceps, Quéops I: cáqui, júri, táxi IS: grátis, púbis, tênis US: bônus, vírus, Vênus UM: álbum,
fórum, médium UNS: fóruns, álbuns, médiuns Â, ÃS: órfã, ímas, ÃO, ÂOS: órgão, bênçãos Terminado em
ditongo (seguido ou não de S): série, pátios, Márcio, Lúcia. Observação: Os prefixos paroxítonos terminados em
i e r não são acentuados: semiintensivo, super-rápido, hiper-resistente.
4. Proparoxítonas
5. Acentuam-se os ditongos abertos (EI, OI, EU) dos monossílabos e das oxítonas: réis, céu, rói, anéis, faróis,
chapéus, papéis, heróis.
6. Acentuação dos hiatos O U e o I tônicos dos hiatos são acentuados quando estiverem sozinhos na segunda
sílaba, ou acompanhados de S: heroína (he-ro-í-na > (sozinho), ataúde (a-ta-ú-de > U sozinho), balaústre (ba-
la-ús-ter > U seguido de S), Piauí (Pi-au-í > I sozinho). Observações: Não se acentuam o I e o U dos hiatos
quando:
7. Acento diferencial obrigatório pôr (verbo) – por (preposição) pôde (pret. perfeito) – pode (presente).
a) dêmos (1ª p. pl. pres. subj.) – demos (1ª p.pl. pret. perf. Ind.)
b) fôrma (= modelo – substantivo) – forma (substantivo; 3ª p. sing.do pres. ind. ou 2ª p. sing. Do imperativo do
verbo “formar”)
c) amámos, sonhámos, etc. (formas verbais do pretérito perfeito do indicativo) – amamos, sonhamos, etc.
(formas verbais do presente do indicativo).
Comentários:
a. Antes do acordo: pôr (verbo), pôde (pret. perfeito), côa, coas (do verbo “coar”), pára (do verbo “parar”), pélo,
péla(s) (do verbo “pelar”), pólo(s) (= extremidade – substantivo), pólo(s) (falcão - substantivo), pêlo(s)
(substantivo). Depois do acordo: Somente duas palavras recebem acento diferencial obrigatório: pôr (verbo), e
pôde (pret. perfeito); as demais palavras grafam-se assim: coa, coas (do verbo “coar”), para (do verbo “parar”),
pelo, pela(s) (do verbo “pelar”), polo(s) (= extremidade – substantivo), polo(s) (falcão – substantivo), pelo(s)
(substantivo).
c. Depois do acordo: Tornou-se facultativo o acento nas formas verbais do pretérito perfeito, como cantámos
(ou cantamos) e sonhámos (ou sonhamos). No Brasil, a tradição é não acentuar essas formas verbais.
9. Verbos “ter” e “vir” Acentua-se com acento circunflexo a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos
verbos “ter” e “vir”: eles têm (Mas: ele tem), eles vêm (Mas: ele vem).
Comentário: Depois do acordo: Permanece inalterada a regra dos verbos “ter” e “vir”.
Acentua-se a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos derivados de “ter” e “vir: eles mantêm
(Mas: ele mantém – oxítona), eles detêm (Mas: ele detém – oxítona), eles provêm (Mas: ele provém – oxítona),
eles advém (Mas: ele advém – oxítona), etc. Comentário: Depois do acordo: Permanece inalterada a regra dos
verbos derivados “ter” e “vir”.
Comentário: Trema e acento agudo nos grupos gue, gui, que, qui:
a. Antes do acordo: Acento agudo no u tônico dos grupos gúe, gúi, qúe, qúi: argúi, averigúe, obliqúe,
etc. Depois do acordo: Eliminou-se o acento agudo no u tônico dos grupos gue, gui, que, qui: argui,
averigue, oblique, etc.
b. Antes do acordo: Trema no u dos grupos güe, güi, qüe, qüi, quando pronunciado e átono (semivogal):
agüentar, lingüiça, freqüente, tranqüilamente, cinqüenta, etc. Depois do acordo: Eliminou-se o trema no u dos
grupos gue, gui, que, qui, quando pronunciado e átono (semivogal): aguentar, linguiça, frequente,
tranquilamente, cinquenta, etc. Observação: Mantém-se o trema nas palavras derivadas de nomes próprios
estrangeiros com trema: mülleriano, de Müller, etc.
12. “OO” e “EE” dos hiatos Antes do acordo: Acentuava-se a primeira vogal dos hiatos O-O e E-E das
paroxítonas: vôo, côo, enjôo, perdôo, zôo, abençôo crêem, dêem, lêem, vêem, descrêem, relêem, etc. Depois
do acordo: Não se acentua a primeira vogal dos hiatos “OO” e “EE: voo, coo, enjoo, perdoo, zoo, abençoo,
creem, deem, leem, veem, descreem, releem, etc.
a) Aguar Presente do Indicativo: águo (ou aguo), águas (ou aguas), água (ou agua), aguamos, aguais, águam
(ou aguam). Presente do Subjuntivo: águe (ou ague), águes (ou agues), águe (ou ague), aguemos, agueis,
águem (ou aguem). Imperativo Afirmativo: água (ou agua), águe (ou ague), aguemos, aguai, águem (ou
aguem). Imperativo Negativo: não águes (ou agues), não águe (ou ague), não aguemos, não agueis, não
águem (ou aguem). Como “aguar”, conjugam-se “enxaguar” e “desaguar”. Observação: No Brasil, a tradição é
usar a primeira forma verbal, e não a que está entre parênteses.
b) Averiguar Presente do Indicativo: averiguo (ou averíguo), averiguas (ou averíguas), averigua (ou averígua),
averiguamos, averiguais, averiguam (ou averíguam).. Presente do Subjuntivo: averigue (ou averígue), averigues
(ou averígues), averigue (ou averígue), averiguemos, averigueis, averiguem (ou averíguem). Imperativo
Afirmativo: averigua (ou averígua), averigue (ou averígue), averiguemos, averiguai, averiguem (ou averíguem)
Imperativo Negativo: não averigues (ou averígues), averigue (ou averígue), averiguemos, averigueis, averiguem
(ou averíguem). Observação: Como “averiguar”, conjugam-se “apaziguar” e “apaniguar”, “apropinquar” e
“obliquar”. No Brasil, a tradição é usar a primeira forma verbal, e não a que está entre parênteses.
c) Negociar Presente do Indicativo: eu negocio (ou negoceio), tu negocias (ou negoceias), ele negocia
(negoceia), nós negociamos, vós negociais, eles negociam (negoceiam). Presente do Subjuntivo: eu negocie
(ou negoceie), tu negocies (ou negoceies), ele negocie (negoceie), nós negociemos , vós negocieis, eles
negociem (negoceiem). Imperativo Afirmativo: negocia tu (ou negoceia), negocie (ou negoceie) você,
negociemos nós negociai vós, negociem (ou negoceiem) vocês. Imperativo Negativo: não negocies tu (ou
negoceies), não negocie (ou negoceie) você, não negociemos nós, não negocieis vós, não negociem (ou
negoceiem) vocês. Observação: Como “negociar”, conjugam-se “agenciar”, “comerciar”, “sentenciar”,
“obsequiar”, “premiar” e “sentenciar”.
No Brasil, a tradição é usar a primeira forma verbal, e não a que está entre parênteses.
ADJETIVO
Adjetivo é a palavra que expressa uma característica do ser e se "encaixa" diretamente ao lado de um
substantivo.
Ao analisarmos a palavra bondoso, por exemplo, percebemos que além de expressar uma qualidade, ela pode
ser "encaixada diretamente" ao lado de um substantivo: homem bondoso, moça bondosa, pessoa bondosa.
Já com a palavra bondade, embora expresse uma qualidade, não acontece o mesmo; não faz sentido dizer:
homem bondade, moça bondade, pessoa bondade.
Bondade, portanto, não é adjetivo, mas substantivo.
Morfossintaxe do Adjetivo:
O adjetivo exerce sempre funções sintáticas relativas aos substantivos, atuando como adjunto
adnominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto).
A rigor, o adjetivo só existe referido a um substantivo. Conforme se estabeleça a relação entre os dois termos
na frase, o adjetivo desempenhará a função sintática de adjunto adnominal ou de predicativo.
A diferença entre o adjetivo em função de adjunto adnominal e o adjetivo em função de predicativo baseia-
se, principalmente, em dois pontos:
1º) O primeiro é termo acessório da oração, parte de um termo essencial ou integrante dela; o segundo é,
por si próprio, um termo essencial da oração.
Se disséssemos, no entanto:
O campo imenso está alagado, o adjetivo imenso seria parte do sujeito, uma dispensável qualificação do
substantivo que lhe serve de núcleo, um termo, portanto, acessório da oração.
2º) A característica expressa por um adjetivo em função predicativa vem marcada no tempo, e por essa relação
cronológica entre a característica e o ser é responsável o verbo que liga o adjetivo ao substantivo. Comparem-
se estas frases:
Na primeira, acrescentamos a noção de bom à de aluno sem termos em mente qualquer referência à ideia de
tempo. Já na segunda, as noções expressas pelos adjetivos nervoso e calmo são por nós atribuídas ao sujeito
com a situação de tempo marcada pelo verbo: nervoso, no presente; calmo, no passado.
Vemos que, nelas, o adjetivo em função predicativa concorda em gênero e número com o substantivo sujeito.
Nas construções abaixo, o adjetivo assume a forma adverbial, pelo acréscimo do sufixo -mente, fazendo
referência ao verbo.
Esse valor naturalmente será o preponderante se, em lugar daquelas construções, usarmos as seguintes:
Aqui, a forma adverbial, invariável, impede a possibilidade de concordância, justamente o elo que prendia o
adjetivo ao sujeito, e, com isso, faz aflorar com toda a nitidez o modo por que se processa a ação indicada pelo
verbo dormir.
2. Está hoje generalizada, no entanto, a adverbialização do adjetivo, sem o acréscimo do sufixo -mente. Por
exemplo, nestas orações:
As palavras baixo, caro e claro são advérbios, razão por que ficam invariáveis.
1. Sabemos que, na oração declarativa, prepondera a ordem direta, que corresponde à sequência progressiva
do enunciado lógico. Como elemento acessório da oração, o adjetivo em função de adjunto adnominal deverá,
portanto, vir com maior frequência depois do substantivo que ele qualifica.
2. Mas sabemos, também, que ao nosso idioma não repugna a ordem chamada inversa, principalmente nas
formas afetivas da linguagem e que a anteposição de um termo é, de regra, uma forma de realçá-lo.
a) sendo a sequência substantivo + adjetivo a predominante no enunciado lógico, deriva daí a noção de que o
adjetivo posposto possui valor objetivo:
noite escura
dia triste
b) sendo a sequência adjetivo + substantivo provocada pela ênfase dada ao qualificativo, decorre daí a noção
de que, anteposto, o adjetivo assume um valor subjetivo:
escura noite
triste dia
PRONOMES
Pronomes são palavras variáveis que podem substituir ou acompanhar um substantivo (ou um sintagma
nominal), definindo-lhe os limites de significação.
OBS.: Quando um pronome é empregado junto a um substantivo, ele é chamado de pronome adjetivo;
quando aparece isolado, substituindo o substantivo, ele é chamado de pronome substantivo.
Pronomes pessoais: são aqueles que substituem os nomes e representam as três pessoas gramaticais.
1a pess.: eu, nós
2a pess.: tu, vós
3ª pess.: ele(a), eles(as)
OBS.2: A forma "Vossa" do pronome de tratamento é usada quando se fala com a pessoa. Ao se falar sobre a
pessoa, deve-se usar "Sua". Ex.: Ela me perguntou se Sua Excelência, o Governador, já havia chegado
(falando-se sobre o governador). Bom dia, Deputado, Vossa Excelência deseja alguma coisa? (falando-se com
o deputado)
Pronomes reflexivos
As formas me, te, se, nos e vos podem ser usadas como pronomes reflexivos, isto é, podem indicar que a
ação foi praticada pelo sujeito e ao mesmo tempo refletida nele próprio. Ex.: Eu me cortei. Ela se matou. Etc.
Obs.: Às vezes essas mesmas formas (me, te, se, nos e vos) são usadas por mera exigência do verbo, sem
indicar qualquer reflexividade. Trata-se dos verbos pronominais. Ex.: Ele se queixou de uma dor estranha na
perna (o verbo é "queixar-se"). Eu me incomodo de vê-la assim (verbo "incomodar-se"). Note que
sintaticamente esses pronomes, nesses casos, não têm qualquer função.
As formas si e consigo são sempre reflexivas. Ex.: Ele só pensa em si (= pensa nele mesmo). Ela trouxe
consigo (= com ela própria) o livro que havia me prometido. Logo, frases do tipo "Quero falar consigo, meu
amigo." estão erradas.
São aqueles pronomes pessoais que, além da reflexividade, expressam também reciprocidade, troca. É o
caso das formas nos, vos e se no sentido de um ao outro ou uns aos outros. Ex.: Ivo e Isabel se amam (um
ao outro). Nós todos nos conhecemos (uns aos outros) muito bem.
Atente para o fato de que os pronomes eu e tu só podem funcionar como sujeito, enquanto mim e ti funcionam
apenas como complemento. Daí, frases como "Ela comprou um sanduíche para mim comer" estarem erradas.
O certo seria "Ela comprou um sanduíche para
eu comer (...para tu comeres, para nós comermos, para vós comerdes, etc.)". Poder-se-ia, por outro lado, dizer
"Ela comprou um sanduíche para mim.", pois, no caso, mim é complemento. Outros exemplos: "Entre mim e ti
não há segredos". "Eu e tu sabemos demais."
1. PRONOMES POSSESSIVOS: São aqueles que se referem às pessoas do discurso, relacionando-as ao que
lhes cabe ou pertence. Os pronomes possessivos relacionam-se diretamente aos pronomes pessoais:
OBS.: As formas possessivas podem eventualmente ser substituídas por formas de pronomes oblíquos com
função possessiva. Ex.: A graxa sujou-me as mãos (me = minhas)
2. PRONOMES DEMONSTRATIVOS: São determinantes que situam seres ou objetos em relação às pessoas
do discurso: este(s), esta(s), isto (próximo ao falante), esse(s), essa(s), isso (próximo ao ouvinte), aquele(s),
aquela(s), aquilo (distante de ambos).
OBS.: Podem também funcionar como pronomes demonstrativos as formas o(s), a(s), mesmo(a)(s),
próprio(a)(s), tal, tais, semelhante(s) em frases como: "Não compreendi o que ele disse (= ...aquilo que ele
disse)" "Tais assuntos devem ser evitados (= esses assuntos)" O padre mesmo falou várias vezes sobre o
assunto." "Jamais ouvira semelhante asneira."
Este(s), esta(s) e isto são usados para indicar algo que vai ser falado ou escrito. Ex.: "Ela me deu este
conselho: esqueça o que aconteceu".
Para indicar algo que já foi falado ou escrito, usamos esse(s), essa(s) ou isso. Ex.: "Esqueça, meu amigo,
o que aconteceu; foi isso que ela me aconselhou."
Quando enumeramos itens, entretanto, as formas este(s) ou esta(s) devem ser usadas para a referência ao
último elemento mencionado. Ex.: Trouxe tudo que havia prometido, isto é (e não "isso é", pois ainda vai ser
falado), o livro, a caneta, o dinheiro; este (último), deixado por Maria na sexta-feira.
Para fazer referência a dois elementos já citados na frase, usamos este(s) / esta(s) para indicar o último
elemento, e aquele(s) / aquela(s) para indicar o primeiro elemento. Ex.: Arnaldo e Célia são bons advogados,
mas esta é mais dedicada que aquele. (esta => Célia / aquele => Arnaldo).
Observe que em relação a tempo, as formas este,esta, etc. são usadas em relação ao período em curso, que
ainda não terminou. Ex.: Este ano (e não “Esse ano”) tem sido difícil para a nossa economia. No ano passado,
viajei a Londres e nesse mesmo ano conheci Maria. As formas este, esta, etc. podem também ser usadas para
um tempo muito próximo. Ex.: Nesta próxima sexta-feira (sexta da mesma semana em que se fala), precisamos
ter concluído o trabalho. Para tempos mais remotos, usamos aquele, aquela: Foi em 1973 e eu havia passado
no Vestibular. Naquele mesmo ano, comecei a trabalhar oficialmente.
PRONOMES INDEFINIDOS: São aqueles que se aplicam à 3ª pessoa gramatical quando é vago ou
indeterminado o sentido desta. Alguns pronomes indefinidos sempre funcionam como pronomes substantivos:
alguém, ninguém, algo, outrem, quem, tudo, nada, etc.; outros, podem aparecer como pronomes adjetivos
ou substantivos: algum, nenhum, qualquer, qual, um todo, nenhum, pouco, outro, demais, tal, que,
quanto, vários, etc. Locuções pronominais:
São expressões formadas por mais de uma palavra que funcionam como pronomes indefinidos: qualquer um,
um ou outro, cada um, seja
quem for, etc. Ex.: Seja qual for a resposta, não mudarei de ideia.
3. PRONOMES INTERROGATIVOS: São os pronomes indefinidos que, quem, qual, quais, quanto(s) e
quanta(s) quando usados em perguntas diretas ou indiretas. Ex.: - Quem foi ao baile com ela? (pergunta direta).
- Gostaria de saber quem foi ao baile com ela. (pergunta indireta
A forma "que" funciona como pronome relativo quando substituível por o qual, a qual, os quais, as quais.
A forma "quanto", na função de pronome relativo aparece precedida de um pronome indefinido: (tudo)
quanto, (o) quanto, (todos) quanto, etc. Ex.: Ele viu tudo quanto lhe interessou.
Como pronome relativo, "quem" se refere sempre a pessoas, e vem precedido de preposição. Ex.: Ele é o
rapaz a quem ela deu o livro.
O pronome relativo "cujo" (e suas flexões) em geral éusado entre dois substantivos, estabelecendo entre
eles uma relação de posse. Ex.: Visitei a casa cujo dono se transferiu para o exterior. (cujo dono = dono da
qual)
CONJUNÇÃO
É a palavra que tem por função básica unir duas orações, desempenhando um papel importantíssimo na
construção da coesão e coerência textuais.
1ª 2ª
1ª 2ª
CONJUNÇÕES COORDENATIVAS
ADITIVAS: dão ideia de adição, ou seja, somam informações num texto: e, nem, mas também.
ADVERSATIVAS: que dão ideia de oposição, ressalva: mas, porém, todavia, contudo.
Ele gosta de coca, mas ela gosta.
CONCLUSIVAS: que iniciam ou dão ideia de conclusão: logo, portanto, por conseguinte, pois (depois do
verbo), por isso.
Você é o responsável, portanto assuma as consequências.
ADVERBIAIS
CAUSAIS: porque, que, visto que, como, já que, uma vez que, desde que.
Visto que estava de ressaca, não saiu.
COMPARATIVAS: como, (tal) qual, assim como, que nem, (tão ou tanto) como, o mesmo que.
CONCESSIVAS: embora, posto que, por mais que, por muito que, por menos que, se bem
que, dado que, nem que.
Conceituamos período como sendo a frase formada por uma ou mais orações. Quando o período contém
uma só oração, esta é denominada de oração absoluta e aquele, de período simples. Quando o período
apresenta mais de uma oração, é chamado de período composto.
Para contarmos o número de orações de um período, basta verificarmos o número de verbos ou locuções
verbais do enunciado. Cada verbo ou locução verbal corresponde a uma oração.
PERÍODO COMPOSTO
1. COORDENAÇÃO: O período será composto por coordenação quando houver, entre as orações, relação
sintática de independência, isto é, uma não é sujeito, nem complemento, nem adjunto da outra. Neste caso, há
duas maneiras de separarmos essas orações: apenas por
pontuação (normalmente a vírgula, ou o ponto-e-vírgula), ou por uma conjunção coordenativa, normalmente
precedida de uma vírgula.
2. SUBORDINAÇÃO: O período será composto por subordinação quando houver, entre suas orações, relação
sintática de dependência. Em outras palavras, uma oração, chamada subordinada, funciona como termo da
outra, chamada de principal.
No exemplo, temos duas orações ("Eu acho" + "que você está certo"). A segunda, que é subordinada,
funciona como termo - objeto direto - da primeira (principal), havendo, pois, relação sintática de dependência.
3. MISTO: Será misto o período que contiver orações que se ligam por coordenação (oração coordenada +
oração coordenada) e por subordinação (oração principal + oração subordinada).
1. Orações coordenadas. Como vimos, as orações coordenadas são sintaticamente independentes, isto é, não
funcionam como termo de outra oração. Podem ser assindéticas ou sindéticas.
Coordenadas sindéticas: apresentam síndeto, ou seja, conjunção coordenativa. Podem ser aditivas,
adversativas, alternativas, conclusivas ou explicativas.
3. Alternativas: expressam ideias que se excluem ou se alternam. As principais conjunções alternativas são:
ou, ou...ou, ora...ora, já...já, quer...quer, seja...seja, etc.
5. Explicativas: exprimem a justificativa da oração anterior. As principais conjunções explicativas são: pois
(anteposto ao verbo), porque, que, porquanto, etc.
OBS.: Às vezes, é difícil saber se uma oração expressa explicação (coordenada sindética explicativa), ou
circunstância de causa (subordinada adverbial causal – vide adiante). Em geral, as explicativas ocorrem em
frases imperativas, mas nem sempre. Atente para os exemplos a seguir:
Ele está doente / porque bebeu demais. (a oração sublinhada é causal – a bebedeira foi a causa da
doença)
Ele deve estar doente, / porque não veio ao trabalho hoje. (a oração sublinhada é explicativa – sua
ausência ao trabalho não fez com que ele ficasse doente).
Como já vimos, o período composto por subordinação apresenta sempre dois tipos de oração: uma chamada de
principal e outra ou outras chamada(s) de subordinada(s).
a) Orações substantivas
b) Orações adjetivas
c) Orações adverbiais
Do mesmo modo que os substantivos, as orações substantivas (orações com valor de substantivo) podem
exercer as mesmas funções sintáticas próprias dessa classe gramatical. São orações normalmente iniciadas por
uma conjunção integrante ("que" ou "se") ou, às vezes, por um pronome indefinido ou por um advérbio.
Dividem-se em:
2. Objetivas diretas: aquelas que exercem função de objeto direto da oração principal, ou seja, completam
um verbo transitivo direto contido na oração principal.
3. Objetivas indiretas: Aquelas que exercem função de objeto indireto da oração principal, ou seja,
completam um verbo transitivo indireto contido na oração principal.
5. Predicativas: Aquelas que, completando a oração principal, exercem nela a função de predicativo.
6. Apositivas: Aquelas que, completando a oração principal, exercem nela a função de aposto (de um
substantivo ou de um pronome). Essas orações ocorrem após dois pontos ou entre vírgulas, caso em que
intercala a principal.
OBS.1: Existe um tipo de oração substantiva que não está presente na NGB (Nomenclatura Gramatical
Brasileira), mas que pode perfeitamente ser incluída em nosso estudo. Trata-se de orações que funcionam
como agente da passiva iniciadas pelas preposições "de" ou "por"
Orações subordinadas adjetivas são aquelas que exercem o mesmo valor e função inerentes aos adjetivos. São
introduzidas por pronomes relativos - "que", "o qual", "a qual", "os quais", "as quais", "quem", "onde",
"cujo(a)(s)", "quanto".
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Do mesmo modo que os adjetivos, as orações subordinadas adjetivas, quanto ao sentido, podem ser
classificadas em dois tipos:
1. Restritivas: aquelas que restringem o sentido do termo da oração principal a que se referem, ou seja, são
orações que definem e apontam individualizadamente um nome ou pronome expresso anteriormente.
2. Explicativas: aquelas que, ao termo da oração principal a que se referem, acrescentam uma qualidade
acessória, esclarecendo melhor sua significação. Ao contrário das restritivas, as explicativas tomam o termo a
que se referem em seu sentido amplo, destacando sua característica principal, merecedora de realce, ou
esclarecendo melhor sua significação.
OBS.: Note que não usamos a vírgula nas orações restritivas. Ao contrário, a vírgula é obrigatória nas
explicativas, constituindo, inclusive, marca de eliminação de certas ambiguidades. Observe os exemplos:
- "As mulheres que são frágeis não suportam esse trabalho" (O sentido é que só as fortes suportam, pois, pela
ausência da vírgula, trata-se de uma oração restritiva).
- "As mulheres,que são frágeis, não suportam esse trabalho" (Aqui a opinião da pessoa é que a fragilidade é
uma característica peculiar a todas as mulheres, daí tratar-se de uma oração explicativa, marcada, portanto,
pelo uso da vírgula).
Orações subordinadas adverbiais são aquelas que expressam circunstância em relação à oração principal.
Em outras palavras, quando o termo adjunto adverbial vier em forma de oração (presença de um verbo ou loc.
verbal), esta será chamada de oração adverbial. Entretanto, isso não significa que para cada tipo de adjunto
adverbial haja uma oração adverbial correspondente. Por exemplo, existem adjuntos adverbiais, como os de
negação, de instrumento, de matéria, etc. sem qualquer oração adverbial correspondente. As orações
adverbiais são iniciadas por uma conjunção subordinativa adverbial e recebem o nome desta, dependendo
do sentido lógico que expressam em relação à oração principal.
1. Causais: Indicam a causa do fato expresso na oração principal. As principais conjunções causais são:
porque, que, como, já que, visto que, uma vez que, porquanto, etc.
3. Condicionais: Indicam uma condição para que o fato expresso na oração principal se realize. As
conjunções condicionais mais comuns são: se, desde que, a menos que, salvo se, caso, exceto se, contanto
que, sem que, etc.
OBS.: Não confunda o "se" condicional com o "se" conjunção integrante das orações substantivas. O primeiro
expressa condição e o segundo, uma dúvida. Veja os exemplos:
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5. Conformativas: Indicam conformidade, isto é, que o fato expresso na oração principal ocorre da forma
como ele está expresso na oração subordinada. As principais conjunções desse caso são: como, conforme,
segundo, consoante, etc.
6. Comparativas: Expressam o segundo termo de uma comparação cujo primeiro termo encontra-se contido
na oração principal. As principais conjunções comparativas são: como, (tal)... qual, (tão)... como, (tanto)...
quanto, (mais)... do que, (menos)... do que,
7. Finais: Indicam a finalidade do fato expresso na oração principal. As conjunções finais mais comuns são:
para que, porque, que, a fim de que, etc.
9. Temporais: Indicam o tempo em que ocorre a ação expressa na oração principal. As conjunções temporais
mais comuns são: quando, enquanto, apenas, mal, logo que, antes que, depois que, até que, desde que,
etc.
ORAÇÕES REDUZIDAS
Chama-se reduzida a oração, geralmente subordinada, cujo verbo está ou no infinitivo, ou no gerúndio, ou no
particípio. Orações desse tipo não apresentam conjunção e equivalem a outras que possuem forma
desenvolvida, recebendo, por isso, o mesmo nome destas, apenas com o acréscimo informativo sobre o seu
tipo.
A oração reduzida do exemplo acima pode expressar tanto a ideia de condição, como a ideia de tempo, ou seja,
poderia ser desenvolvida de
duas maneiras: “Se você for por este caminho,...” ou “Quando você for por este caminho,...”.
“Sentindo-se agredido, ele reagiu.” => causal ou temporal. (= “Porque se sentiu agredido,...” ou “Quando se
sentiu agredido,...”)
OBS.1: Quando uma das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio) vier acompanhada de verbo auxiliar,
não teremos, no caso, uma oração reduzida, e sim uma locução verbal determinando a presença de uma só
oração. Ex.: “Preciso estudar com mais atenção.” “Estou estudando a lição.” “Eu tenho estudado muito
ultimamente.”
OBS.2: Muitas vezes os particípios são meros adjuntos adnominais ou predicativos, não constituindo uma
oração. Ex.: “Ela não simpatiza com aquele homem estressado (adjunto adnominal)”. “Ele saiu da sala
estressado (predicativo)”.
VERBOS
Definição: São palavras variáveis que exprimem ação, fenômeno, estado ou mudança de estado; isto é,
exprimem o que se passa, situando o fato no tempo.
Flexões do verbo
1. pessoa do discurso (1ª, 2ª ou 3ª)
2. número (singular ou plural)
3. tempo (presente, passado ou futuro)
4. modo (indicativo, subjuntivo ou imperativo)
5. voz (ativa ou passiva)
Conjugações verbais
OBS.: O verbo pôr e seus compostos pertencem à 2ª conjugação. Podemos perceber tal classificação pela
evolução que esse verbo tomou em nossa língua. Do latim "ponere", resultou a forma arcaica "poer", cuja vogal
temática pode ainda ser percebida em formas como "poente", galinha "poedeira", tu pões, ele põe (o til é
resultante do n da forma latina "ponere"). A forma inglesa do verbo "postpone" (= adiar) é cognata de pôr e
corrobora tal compreensão.
São as formas que o verbo toma para expressar a atitude do falante em relação à ação indicada pelo verbo, ou
seja, atitude de certeza (modo indicativo), atitude de dúvida / hipótese / possibilidade (modo subjuntivo) ou
atitude de ordem / pedido / conselho (modo imperativo).
Tempos verbais
1. No modo indicativo a ação verbal pode aparecer nos tempos:
- presente (ando, como, parto)
- pretérito (= passado)
- futuro
do presente (andarei, comerei, partirei)
Vozes do verbo (forma que o verbo assume para indicar se a ação é praticada ou recebida pelo sujeito)
Voz ativa: O sujeito pratica a ação verbal. Ex.: O técnico consertou o rádio.
Voz passiva: O sujeito recebe a ação verbal. Ex.: O rádio foi consertado pelo técnico.
Voz reflexiva: Quando o sujeito faz e, ao mesmo tempo, recebe a ação. Ex.: "O menino feriu-se." (= feriu a ele
mesmo)
a) Passiva analítica: Expressa pela utilização de um auxiliar (ser, estar, ficar, etc.) seguido do particípio do
verbo principal. Ex.: "O osso foi roído pelo cão". "As casas foram vendidas pelo corretor".
b)Passiva sintética: Expressa com um verbo transitivo direto + pronome apassivador. Ex.: "Vende-se esta
casa". "Vendem-se casas" (= casas são vendidas)
c) Passiva de infinitivo: Expressa por um infinitivo de forma ativa, mas com sentido passivo. Ex.: "Isso é um
osso duro de roer (= de ser roído)". É um trabalho difícil de fazer (= de ser feito)
Formas nominais dos verbos (formas que, além do valor verbal, podem ter a função de nomes, isto é, de
substantivo, adjetivo ou advérbio)
Formas rizotônicas e arrizotônicas: O elemento grego “riz(o)” significa raiz, radical. Daí, dar-se o nome de
rizotônicas às formas verbais cujo acento tônico recai no radical: FALo, FALas, FALa, FALam; FALe, FALes,
FALem; etc. Ao contrário, se o acento tônico recair fora do radical do verbo, tal forma será chamada de
arrizotônica: FALamos, FALais; FALava, FALavas; FALei, FALaste; FALara; FALarei, FALarás; FALasse,
FALassem; etc.
Obs.: O radical do verbo é obtido retirando-se as terminações –AR, –ER, –IR do infinitivo impessoal (nome do
verbo). Portanto, o radical do verbo “falar”, por exemplo, é FAL (FAL-ar); de “beber” é BEB (BEB-er) e de “partir”
é PART (PART-ir).
b) Irregular: É aquele que, ao ser conjugado, sofre alteração em seu radical. Ex.: trazer, medir, ouvir...
Quando essa irregularidade é bastante acentuada, apresentando radicais primários diferentes, como os verbos
ser (sou, é, fui...) e ir (vou, ide, fomos...), temos o caso dos verbos chamados de anômalos. Algumas
gramáticas citam, ainda, como anômalos os verbos estar, haver, pôr, ter e vir. Vide lista adiante.
Obs.: Não se deve confundir irregularidade com adaptação gráfica de alguns verbos. Ex.: chegar – chego –
cheguei; torcer – torço –torcia; dirigir – dirijo – dirigirás; etc. Todos regulares.
c) Defectivo: É aquele que apresenta falhas, lacunas, em sua conjugação. Ex.: verbo "abolir" (não existe a 1ª
pessoa do presente do indicativo - "eu abolo", e, consequentemente, nenhuma pessoa do presente do
subjuntivo, nenhuma das formas do imperativo negativo, bem como as pessoas "você", "vocês" ou "nós" do
imperativo afirmativo, já que essas formas são derivadas da 1ª pessoa do presente do indicativo). Vide lista
adiante.
d) Abundante: É aquele que possui duas formas equivalentes. Ex.: faze ou faz - verbo "fazer" no imperativo
afirmativo, usado com a 2ª pess. "tu". Em geral, essa abundância é expressa na forma do particípio: matado /
morto; imprimido / impresso; etc. Em tais casos, usa-se a forma irregular com os verbos auxiliares "ser" ou
"estar" (ele foi morto; ele está morto), e a forma regular com os auxiliares "ter" ou "haver" (ele tinha / havia
matado o tigre). Vide lista adiante.
e) Principal: É aquele que, na frase, conserva sua significação plena. Ex.: Ela almoçou ao meio-dia e meia.
f) Auxiliar: É aquele que se junta a outro verbo (principal) para formar as locuções verbais e os tempos
compostos. O auxiliar é responsável pela determinação do tempo, do modo e da voz na frase em que aparece.
Ex.: Ela estava almoçando quando eu cheguei.
a) infinitivo impessoal
b) presente do indicativo
c) pretérito perfeito do indicativo
Os demais tempo são derivados. Logo, para se saber se um verbo é ou não regular, basta observar a
conjugação das três formas primitivas supracitadas.
Sujeito e predicado
Tipos de sujeito
1. Determinado:
2. Sujeito indeterminado: quando não for possível determinar que elemento da oração funciona como sujeito.
A indeterminação do sujeito pode ocorrer de duas maneiras:
a
2.1. Quando o verbo, sem se referir a nenhum elemento do contexto da frase, apresentar-se na 3 pessoa do
plural.
Falaram mal de você.
3a p. plur.
2.2. Quando o verbo estiver na 3a pessoa do singular + SE, desde que a frase não possa ser transposta para a
voz passiva analítica.
Já em frases como:
Alugaram-se barcos (or. com v.t.d.),
o sujeito não é indeterminado, uma vez que podemos passá-la para a passiva analítica:
Barcos foram alugados.
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sujeito
Lembre-se de que, tanto na passiva analítica (com 2 verbos), como na passiva pronominal (verbo + se), o
sujeito é o mesmo. Por isso, na frase:
Alugaram-se barcos.
sujeito: barcos
temos SE: pronome apassivador
Tipos de verbo
Sendo, geralmente, o verbo o elemento nuclear e principal do predicado (não é o caso do predicado
nominal), faz-se necessário conhecer um pouco sobre os tipos de verbos que o formam. Por sinal, seja qual for
o tipo de predicado, o verbo sempre fará parte dele. Portanto, para fins de predicação, podemos dividir os
verbos da seguinte forma:
1. Verbos significativos ou nocionais: São todos aqueles que exprimem uma ação, um fato ou um fenômeno.
Subdividem-se em intransitivos e transitivos.
1.1. Verbo intransitivo: é aquele que, por ter sentido completo, não exige nenhum termo que lhe complete o
sentido. Isso significa que o verbo intransitivo não exige objeto.
Os pássaros voaram.
v. int.
Dormia calmamente a criança.
v. int. suj.
1.2. Verbo transitivo: é aquele que não traz em si a ideia completa da ação, ou seja, necessita de um outro
termo (objeto) para completar-lhe o sentido. Em outras palavras, sua ação transita. Subdividem-se em diretos e
indiretos.
1.2.1. Verbo transitivo direto: é o verbo que exige, para completar-lhe o sentido, um termo não iniciado por
preposição – o objeto direto.
1.2.3. Verbo transitivo direto e indireto: é todo aquele que exige dois complementos: um deles sem
preposição (objeto direto) e outro com preposição (objeto indireto).
O filho pediu uma bicicleta ao pai.
v. t. d. i. obj. dir. obj. ind.
2. Verbo de ligação: é todo verbo que, sem possuir sentido definido e autônomo, estabelece um vínculo entre o
sujeito e uma qualidade atribuída a esse sujeito. A qualidade (ou característica, ou modo de ser) atribuída ao
sujeito denomina-se predicativo do sujeito.
Tipos de predicado
A classificação do predicado depende do tipo de verbo que ele contém.
1. Predicado verbal: é todo predicado que apresenta verbo significativo, isto é, verbo que indica ação, fato ou
fenômeno.
2. Predicado nominal: quando seu núcleo é um nome, isto é, não apresenta verbo significativo, e sim verbo de
ligação.
suj. v. lig
A plateia permaneceu absolutamente quieta.
predicativo
predicado nominal
O predicado nominal, além do verbo de ligação, apresenta também o predicativo. Isso porque sempre que numa
frase há verbo de ligação, há também o predicativo.
3. Predicado verbo-nominal: quando possui dois núcleos: um verbo significativo e um nome (predicativo do
sujeito ou do objeto).
Note que o predicativo “válida” se refere a “a resposta” (obj. dir.) e não ao suj. “O professor”. Daí
chamarmos esse predicativo de predicativo do objeto.
II – TERMOS INTEGRANTES
1. Complementos verbais:
O objeto direto pode, sempre, ser trocado por um dos seguintes pronomes oblíquos: O, A, OS, AS ou suas
variações – LO, LA, NO, etc.
Observações: Há casos em que o objeto direto pode apresentar, antes de si, uma preposição. Essa
preposição, no entanto, não é exigida pelo verbo e pode, em alguns casos, ser até eliminada da frase. É o que
se chama de objeto direto preposicionado.
1.2. Objeto indireto: é o complemento verbal que, obrigatoriamente, vem iniciado por uma preposição (de,
com, em, para etc.).
Eu preciso de você.
v. t. i. obj. ind
Os filhos O amavam.
obj. dir. v. t. d.
ME, NOS, TE, VOS, SE => podem ser classificados como objeto direto ou objeto indireto dependendo do
verbo que o pronome estiver complementando.
Se o verbo for transitivo direto, o pronome será objeto direto. Se o verbo for transitivo indireto, o pronome
será objeto indireto.
Eu TE conheço.
obj. dir. v. t. d
Eu TE obedeço.
obj. ind. v. t. i.
- Fiquei indignado quando eles mataram o animal ("o animal" é complemento verbal - objeto direto do verbo
"matar").
- Não admito a matança de animais ("de animais" é complemento nominal, pois completa o sentido do
substantivo "matança").
- O lugar estava repleto de lembranças ("de lembranças" é complemento nominal do adjetivo "repleto").
Observação: O agente da passiva corresponde ao sujeito da ativa e quase sempre se inicia pela preposição
POR/PELO (também, mais raramente, pela preposição DE, como no exemplo “O chão está coberto de folhas”).
São aqueles que, apesar de normalmente dispensáveis na estrutura básica da oração, acrescentam
importantes informações para a compreensão do enunciado porque se encarregam de especificar um nome ou
indicar uma circunstância do verbo. Três são os termos acessórios: adjunto adnominal, adjunto adverbial e
aposto.
1. Adjunto adnominal: é o termo de valor adjetivo que caracteriza, especifica ou delimita o significado de um
substantivo, qualquer que seja a função deste (sujeito, objeto, etc.).
sujeito
2. Adjunto adverbial: é o termo que denota alguma circunstância (tempo, modo, negação, causa, lugar, dúvida,
etc.) do fato expresso pelo verbo ou intensifica o sentido deste, ou de um adjetivo, ou de um advérbio.
4. Aposto: é o nome, ou expressão equivalente, que exerce a mesma função sintática de outro elemento a
que se refere. É, pois, o termo que explica, esclarece, enumera, especifica, desenvolve ou resume outro
termo da oração.
IV – VOCATIVO
O vocativo é o termo usado para chamar a atenção da pessoa com quem se fala. O vocativo não pertence nem
ao sujeito, nem ao predicado da oração. É, portanto, um termo marginal, que deve vir isolado por vírgula(s).
SINTAXE DE CONCORDÂNCIA
CONCODÂNCIA NOMINAL
A concordância nominal ocorre em função dos seguintes casos e regras:
Como regra geral, adjetivos, pronomes, artigos e numerais concordam em gênero (masculino / feminino) e
número (singular / plural) com o substantivo ao qual se refere.
Outros casos:
A) Adjetivo posposto
1. Se os substantivos forem do mesmo gênero, o adjetivo segue o gênero dos substantivos e vai para o plural
ou concorda com o número do último substantivo.
2. Se os substantivos forem de gêneros diferentes, o adjetivo vai para o masculino plural ou concorda
com o último substantivo.
Note que muitas vezes, por razões lógicas, não há dúvida de que o adjetivo se refere apenas ao substantivo
mais próximo. Em tal caso, concordará o adjetivo, em gênero e número, com esse substantivo mais próximo.
Ex.: Ele gosta de frutas e leite desnatado.
3. Se um adjetivo vier posposto a dois ou mais substantivos, concordará em gênero e número com o
mais próximo nos seguintes casos:
a) Quando se tratar de substantivos sinônimos: "O furor e a raiva humana..."
B) Adjetivo anteposto
1. Em princípio, o adjetivo (ou pronome adjetivo) anteposto a dois ou mais substantivos concorda com o mais
próximo em gênero e número.
2. Se o adjetivo anteposto se referir a nomes próprios de pessoas, a seus títulos ou designações, deverá ir para
o plural, concordando, assim, com todos os substantivos.
3. Na função de predicativo, o adjetivo anteposto a dois ou mais substantivos aos quais se refere pode:
O nome de uma cor pode ou não ser originado a partir de um substantivo, o que muda sua concordância. Daí
termos dois casos:
1. Quando o nome de uma cor não for proveniente de um substantivo, a concordância nominal se dará pelos
mesmos processos de qualquer outro adjetivo. Exemplos:
OBS.: Constituem exceções as cores bege, azul-marinho e azul-celeste que são invariáveis. Ex.: - Guardei os
documentos nas pastas bege. - Mandou confeccionar duas fardas azul-marinho. - As paredes de seu quarto
eram azul-celeste.
2. Quando o nome de uma cor é originado a partir de um substantivo, fica invariável. Exemplos:
- calças vinho / - tons pastel / - O sofá e as cortinas eram areia. / - três pacotes rosa estavam na mesa.
Quando dois ou mais adjetivos se referem a partes individuais de que se compõe um substantivo, este fica
no plural e cada um daqueles, no singular.
OBS.: Se o artigo for repetido antes de cada adjetivo, o substantivo e os adjetivos ficarão no singular: – Ele é
especialista na literatura inglesa e na americana.
1. Como já vimos no início, em princípio, os numerais que sofrem flexão concordam com o substantivo a que se
referem.
Quando mais de um numeral ordinal se referir a um substantivo, este poderá ficar no singular ou ir para o plural
caso o ordinal seja
2. precedido de artigo (ou outro determinante). Exemplos:
3. Caso não haja repetição do artigo ou qualquer outro determinante (vide caso anterior), o substantivo terá que
ir para o plural.
4. Não havendo a repetição do determinante, o substantivo irá também para o plural se os ordinais vierem
pospostos:
1. MESMO - Quando funciona como pronome, deve concordar com a palavra a que ser refere. Como advérbio,
no sentido de "realmente", é invariável.
OBS.: O mesmo ocorre com "próprio": ele próprio, ela própria, eles próprios, elas próprias.
2. OBRIGADO / OBRIGADA - Concorda em gênero e número com a pessoa que está agradecendo, pois
significa "grato", "reconhecido", "penhorado".
3. SÓ / SÓS - Quando "só" é adjetivo, significando, pois, "sozinho", concorda em número com a palavra a que
se refere; quando significa "apenas", "somente", "unicamente" (advérbio ou palavra denotativa), fica invariável.
OBS.: Há também a locução adverbial "a sós", que é invariável e significa "sem mais companhia": - Paulo
ficará a sós por uns instantes.
4. ANEXO / APENSO / INCLUSO - Palavras que funcionam como adjetivo, logo são variáveis e concordam com
a palavra a que se referem.
6. MEIO - A palavra "meio" (ou suas variações) pode funcionar como numeral fracionário, adjetivo ou advérbio,
apresentando os seguintes comportamentos quanto à concordância com a palavra a que se refere:
a) Como numeral fracionário - é variável: um meio (1/2), três meios (3/2), meio melão, meia maçã, meio-
dia e meia (hora), três meias garrafas de vinho
b) Como adjetivo - é variável e significa "incompleto", "inacabado": "Esboçou um meio riso". - "O enfermo
teve uma meia síncope". - Ë um homem de meias palavras.
c) Como advérbio - é invariável e significa "um pouco", "um tanto": Ela está meio deprimida. / Eles ficaram
meio tontos com a notícia.
7. BASTANTE - Como pronome indefinido ou como adjetivo, concorda com o substantivo a que se refere;
como advérbio, é invariável. Exemplos:
- Há bastantes livros para sua consulta na biblioteca. (pronome indefinido)
- Trouxeram duas procurações bastantes. (adjetivo)
- Elas estudaram bastante na biblioteca da escola. (advérbio de intensidade)
- Elas são bastante inteligentes. (advérbio de intensidade)
OBS.: O mesmo ocorre com as palavras "muito", "pouco", "caro", "longe", e outras que podem aparecer em
classes morfológicas diferentes:
OBS.: A palavra "alerta" pode aparecer como adjetivo em função de adjunto adnominal (não como predicativo);
nesse caso, varia apenas em número, já que é de dois gêneros: " Nada lhes escapa, são homens alertas."
11. À CUSTA DE - A expressão "à custa de", que significa "com sacrifício, dano, ou prejuízo de", bem como “a
expensas de” é invariável. Não existe a forma "às custas de". A palavra "custas", usada no plural, quer dizer "
despesas feitas em processo judicial, mas não forma qualquer expressão idiomática.
12. UM E OUTRO / NUM E NOUTRO - Após essas expressões, o substantivo fica no singular e havendo
adjetivo e/ou verbo, o adjetivo vai para o plural e o verbo pode ir para o plural ou ficar no singular.
OBS.: A expressão “um ou outro” leva sempre o substantivo e o verbo para o singular: - Um ou outro caso
conturbava-lhe o juízo. - Um ou outro retirante apressava os passos.
13. É BOM / É PRECISO / É NECESSÁRIO / É PROIBIDO - Duas são as construções possíveis com essas
expressões, dependendo do uso ou não de um determinante antes do sujeito. Com determinante, a expressão
varia concordando em gênero e número com o sujeito; sem determinante, a expressão é invariável. Exemplos:
14. "OU" LIGANDO SUBSTANTIVOS - Substantivos de gêneros diferentes ligados por "ou" levam o adjetivo a
tomar a forma masculina plural ou concordar com o substantivo mais próximo:
15. ADJETIVOS ADVERBIALIZADOS - Quando, por um processo de derivação imprópria, o adjetivo tiver valor
de advérbio, ficará invariável.
16. TAL QUAL - Nesta expressão, o primeiro elemento "tal" concorda com o antecedente, e "qual" concorda
com o consequente
OBS.: Usada com verbos significativos, ou seja, não de ligação, a expressão tal qual fica invariável: Os filhos
agem tal qual os pais.
17. MELHOR / PIOR - Quando essas palavras forem comparativos ou superlativos dos adjetivos "bom" e "mau"
("mais bom" ou "mais mau") serão variáveis; quando forem comparativos ou superlativos de "bem" e "mal"
("mais bem" ou "mais mal"), por serem advérbios, ficarão invariáveis.
18. INDEFINIDO + DE + ADJETIVO - Neste caso o adjetivo pode ficar invariável, ou seja, no masculino
singular, ou concordar com o termo referido:
CONCORDÂNCIA VERBAL
Como regra geral, o verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e pessoa, quer o sujeito esteja
antes, ou depois do verbo.
Aconteceram dois acidentes.
núcleo do suj.
O verbo, quando acompanhado pelo pronome apassivador SE, concorda sempre com o sujeito.
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Se o sujeito é o pronome relativo QUE, o verbo concorda com a palavra anterior à palavra QUE;
Se o sujeito é o relativo QUEM, o verbo pode concordar com a palavra anterior à palavra QUEM ou ficar na 3 ª
pessoa do singular.
Verbo haver
Usado no sentido de existir ou acontecer, é impessoal e, por isso, fica na 3ª pessoa do singular. Se estiver
sendo usado em locução verbal, o verbo haver transmite a impessoalidade, isto é, o singular para o verbo
auxiliar.
Verbo fazer
Indicando tempo passado, decorrido, é impessoal (sem sujeito), por esse motivo deve ficar no singular. Se
usado em locuções verbais, o verbo “fazer” transmite o singular para o verbo auxiliar.
1. UM DOS ... QUE / UMA DAS ... QUE - Com essas expressões, o verbo poderá concordar na 3ª pessoa do
singular ou do plural.
Ele era um dos (meninos) que mais torcia / torciam por nós.
2. QUAIS DE NÓS / QUAIS DE VÓS / QUANTOS DE NÓS / ALGUNS DE NÓS / MUITOS DE VÓS / POUCOS
DE NÓS / UNS DE NÓS / ETC. - Com esses indefinidos ou interrogativos no plural acompanhados de "de nós",
"de vós", "dentre nós" ou "dentre vós", é preferível a concordância com "nós" ou "vós". Entretanto, embora mais
rara, é também correta a concordância do verbo na 3ª pessoa do plural.
Quais de vós sois / são culpados?
Muitos de nós viemos / vieram aqui ontem.
OBS.: Obviamente, se o indefinido ou interrogativo estiver no singular, o verbo ficará na 3ª pessoa do singular: -
Um de vós terá de contar-lhe a verdade. - Qual de nós será eleito presidente da associação?
3. MAIS DE... / MENOS DE... / CERCA DE... / PERTO DE... - Quando o sujeito for introduzido por uma dessas
expressões, denotando quantidade aproximada, o verbo ficará no singular ou plural dependendo da palavra ou
expressão que aparece em seguida:
OBS.: Quando houver repetição da expressão “mais de um” ou quando existir ideia de ação mútua, o plural é
obrigatório: - Mais de um aluno se esbofetearam. - Mais de um jogador se insultaram em campo. - Mais de um
rapaz, mais de uma moça esperavam a condução.
a) singular - se o nome não for precedido de artigo ou outro determinante. Ex.: Ilhéus localiza-se no litoral
baiano. - Minas Gerais representa muito para a economia do país. - Campinas sedia uma importante
universidade.
b) plural - se o nome for precedido de artigo ou outro determinante. Ex.: Os Estados Unidos controlam a
economia mundial. - Os Andes ficam na América do Sul. - Os Lusíadas enaltecem o povo português.
OBS.: No caso de o artigo fazer parte do nome de uma obra (livro, peça, etc.) é correto também deixar o verbo
no singular: - Os Lusíadas enaltecem (ou enaltece) o povo português. - Os Sertões narra (ou narram) a Guerra
dos Canudos.
5. DAR / SOAR / BATER / BADALAR / ETC. (INDICATIVOS DE HORAS) - Prevalece aqui a regra geral de
concordância, segundo a qual o verbo concorda com seu sujeito. É preciso atenção para localizá-lo:
Deu cinco horas o relógio da matriz. (sujeito: "o relógio da matriz" / obj. dir.: "cinco horas").
Deram cinco horas no relógio da matriz (sujeito: "cinco horas" / adjunto adverbial de lugar: "no relógio da
matriz")
Badalou seis horas o sino da igreja. (o sino badalou) "ou" - Badalaram seis horas no sino da igreja. (seis
horas badalaram)
6. SUJEITO ORACIONAL - Quando o sujeito da oração principal é representado por uma oração subordinada
(sujeito oracional), o verbo da oração principal fica na 3ª pessoa do singular:
Não adianta vocês desistirem agora. (a parte sublinhada é o sujeito do verbo "adiantar"
É importante que nós analisemos todos os fatos. (a parte sublinhada funciona como sujeito)
Os direitos que tenho assiste-me defender (suj.: “defender os direitos” – or. reduzida)
Bastam três cadeiras para todos se acomodarem. (suj. da 1ª or.: “três cadeiras”)
Basta trazer três cadeiras. (suj. oracional: “trazer três cadeiras” - or. reduzida)
7. UM E OUTRO - Com essa expressão, o verbo tanto pode ficar no singular quanto no plural, embora o plural
seja mais usado:
10. PARECER - Este verbo, quando seguido de infinitivo, admite dois tipos de concordância:
b) O verbo "parecer" fica invariável e o infinitivo flexionado (se o seu sujeito for plural) quando se opta por outro
tipo de construção, ou seja, o infinitivo fica fazendo parte de uma outra oração, que é reduzida e que funciona
como sujeito do verbo parecer, e este, por sua vez, constituindo a oração principal do período. No caso, há uma
prolepse, ou seja, a antecipação do sujeito da segunda oração, subordinada, para o início do período. Ex.: -
Eles parece estarem mais animados (= Parece / estarem eles mais animados). Neste exemplo, “parece” é
oração principal e “Eles estarem mais animados” é oração subordinada substantiva subjetiva, reduzida de
infinitivo. O período poderia ser desenvolvido em : “Parece / que eles estão mais animados”. Outro exemplo:
Hoje as estrelas parece brilharem mais intensamente (= “Parece / brilharem as estrelas mais intensamente
hoje.” ou de forma desenvolvida: “Parece / que as estrelas brilham mais intensamente hoje”). Reveja o que
dissemos anteriormente sobre sujeito oracional.
OBS.: O verbo “parecer” ficará sempre no singular se a oração for desenvolvida, como no seguinte exemplo:
“Os pobres animais parecia que sabiam o que acontecera” (= “Parecia que os pobres animais sabiam...”).
11. VERBOS IMPESSOAIS - Como sabemos, os verbos impessoais não têm sujeito, por isso ficam sempre na
3ª pessoa do singular:
12. VERBO “CUSTAR” No sentido de “ser difícil ou custoso”, o verbo “custar” fica sempre na 3ª pessoa do
singular, concordando com o infinitivo. Ex.: - Custa-nos entender esse problema. A língua culta não admite
frases como “Nós custamos a entender” ou construções similares.
O verbo "ser" tanto pode concordar com o sujeito, como pode concordar com o predicativo mediante as regras
de hierarquia abaixo:
2º) Pronome pessoal: O convidado sou eu. / O presidente do clube agora és tu. / João sou eu.
3º) Personativo nome de pessoa: - Fernando Pessoa é vários poetas em seus heterônimos.
5º) Não-personativos (coisas, fatos, etc.) plural: A ameaça são as dores. / As dores são a ameaça.
7º) Pronomes neutros (isso, isto, aquilo, tudo, o, etc.): Isso são fatos. / Nem tudo são flores. / - O que importa
são os filhos.
SINTAXE DE REGÊNCIA
Certos substantivos e adjetivos admitem mais de uma regência. A escolha desta ou daquela preposição deve,
no entanto, subordinar-se aos ditames da clareza e da eufonia e adequar-se aos diferentes matizes do
pensamento.
Amor
Tenha amor a seus livros.
Modernamente, preferem-se as preposições a e por: amor ao trabalho, amor à pátria, amor pelas coisas da
natureza etc.
Ancioso
Bom
Gosto
habituado em grato a
horror a
ida a
cego a
certo de
cheiro a, de
idêntico a
imediato a
impaciência com
imune a,de
impróprio para
inábil para
inacessível para, a
sensível a
soberbo co
solícito com
sujo de
temível a
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Regência Verbal
ABRAÇAR
AGRADAR
Transitivo Direto - Fazer agrado (alguém agrada alguém, sendo o sujeito nome de pessoa).
ASPIRAR
ASSISTIR
Transitivo Indireto - ver, presenciar, estar presente. Rege a preposição A, rejeita LHE(s).
CHEGAR
Não se diz, na língua culta, "chegar em". Assim não é culto falar: "Cheguei em casa ontem.." Diz-se:
"Chegamos a casa ontem."
CUSTAR
Intransitivo - ter valor de.
Transitivo Indireto - demorar, ser difícil, custoso. Só se emprega na 3ª pessoa do singular e tem como sujeito
uma oração reduzida de infinitivo, precedida ou não da preposição A.
ESQUECER / LEMBRAR
Transitivo Direto - quando não são pronominais, ou seja, quando não estiverem acompanhados dos pronomes
oblíquos. (me, te, se, etc.)
NAMORAR
Transitivo Direto - Cortejar
OBEDECER / DESOBEDECER
Transitivos Indiretos - regem a preposição A.
PAGAR / PERDOAR
Transitivos Diretos e Indiretos - pedem objeto direto da coisa que se paga ou se perdoa, e objeto indireto
da pessoa a quem sem paga ou se perdoa.
PREFERIR
Transitivo Direto e Indireto - Não aceita reforço, rege preposição A .
OBS: Devem ser evitados os pleonasmos "preferir mais", "preferir antes", "preferir muito mais",
"preferir mil vezes do que"...
QUERER
Transitivo Direto - Desejar.
Transitivo Indireto - Amar, ter afeto: rege a preposição A. Os filhos querem aos pais.
VISAR
CRASE
A palavra crase vem do grego e significa fusão. É o termo que empregamos para indicar que, em determinadas
situações, houve a fusão de duas vogais iguais em uma. Por exemplo, o termo "dolore", que em latim significa
"dor", na sua transformação para o português, depois da perda do "l" e do "e" - door – foi submetido à crase,
ficando apenas uma vogal - dor (note os cognatos “dolorido”, “doloroso”, etc.). Poderíamos citar mais exemplos,
como "legere" > leer > ler, e outros. Porém, o que nos interessa no estudo da gramática normativa é a crase do
a + a = à (prep. + artigo), ou das formas a + aquele = àquele, a + aquela = àquela, etc. No caso, a marcação da
crase é feita com o acento grave ( ` ) colocado sobre o "a".
prep. artigo
Regra prática: Trocar a palavra feminina por uma masculina correspondente. Se antes da masculina
aparecer AO(s), isso indica que, antes da feminina, ocorre crase.
3. Em expressões com palavras repetidas: - O ladrão e a vítima ficaram frente a frente. / - Tomou tudo gota a
gota. - Eles ficaram cara a cara. Muito menos quando as palavras repetidas são masculinas: - passo a
passo, - minuto a minuto, etc.
4. No caso do "A" vir sem "S" e estiver diante de palavra no plural: - Não gosta de ir a festas. (Note que
trocando-se "festas" por "bailes", teríamos: "Não gosta de ir a bailes")
5. Antes de pronomes pessoais: - Dei o livro a ela. - Peço a Vossa Excelência que aprove a concessão de
verbas para o caso.
6. Antes de pronomes indefinidos: - Não me refiro a nenhuma promessa feita. - Fiz o pedido a certa pessoa
que se encontrava lá.
7. Nomes próprios de bairros, cidades, estados ou países que não admitem artigo: Fui a Olinda (Moro em
Olinda, e não "na Olinda").
8. Porém, Fui à Bahia (Moro na Bahia). - Viajei a Roma. Porém, "Viajei à Roma dos Césares".
9. Antes dos pronomes esta(s), essa(s), cuja(s) e quem: - Dirigi-me a esta casa. / - Ela é a moça a quem
me referi. / Aquela é a menina a cuja mãe eu dei a autorização.
10. Com expressões tomadas de maneira indeterminada: Ele foi submetido a dieta leve (Observe que dizemos
"submetido a tratamento leve). - Ela prefere vestido a saia (Note que diríamos "prefere vestido a macacão)
CRASE OBRIGATÓRIA:
Obs.: Se antes do “a” ou “as” que precede a hora já houver uma preposição, não haverá crase. Ex.:
Esperamos desde as duas horas.
2. Nas locuções adverbiais femininas: à tarde, à noite, à meia-noite (observe que dizemos "ao meio-dia), às
pressas, às escondidas, às claras, às vezes, às cegas, etc. (Observe que dizemos "aos prantos, aos abraços,
etc.).
3. Nas locuções prepositivas ("à" + palavra feminina + "de"): - Estávamos à espera de um veículo. / - Bebo à
saúde de todos aqui presentes. - Fez o trabalho à custa de muito sacrifício.
4. Nas locuções conjuntivas ("à" + palavra feminina + "que"): - À medida que o tempo passa, ele se torna
mais sábio. - A massa engrossava à proporção que adicionávamos farinha.
5. Quando subentendermos a expressão "à moda de", mesmo que a palavra subsequente seja masculina:
Usava sapatos à Luís XV. / - Por favor, traga-me uma lagosta à Termidor
6. Quando as expressões "empresa", "loja", "rua", "avenida", "estação", etc. estiverem subentendidas: -
Enviei a carta à São Braz. - Dirigi-me à Conde da Boa Vista para apanhar um lotação.
OBS.: Atente para as expressões compostas com as palavras "devido" e "dado(a, os, as)". Na primeira, o "a"
que se segue é preposição; na segunda, se houver um "a", este será apenas artigo, pois a expressão não exige
preposição: - Devido à crise, não faremos compras (devido ao problema). - Dada a crise,.... - Dados os
problemas,....
CRASE FACULTATIVA
1. Antes de pronomes possessivos femininos: - Obedeça à sua mãe "ou" - Obedeça a sua mãe.
2. Com a preposição "ATÉ": Fui até à floricultura (ou "Fui até a floricultura) comprar um buquê de rosas. Note
que dizemos "Fui até ao mercado" ou "Fui até o mercado"
OBS.: Note que a expressão "à vista" leva crase, apesar de dizermos "a prazo" e não "ao prazo"
CASOS ESPECIAIS:
1. Com a palavra "TERRA" usada em oposição a "BORDO" não usamos crase: - Estou cansado deste navio,
gostaria de voltar a terra. Entretanto, se usarmos "TERRA" como planeta, terra firme ou com determinante, a
crase é necessária: - Depois de um mês, o astronauta voltou à terra. - Irei à terra dos meus pais.
2. A DISTÂNCIA, sem crase se a expressão for usada sem determinante; caso contrário, usa-se a crase - À
DISTÂNCIA: - Vi um vulto a distância. - Eu estava à distância de apenas dois metros.
3. À SENHORA, quando no masculino diríamos "AO SENHOR": - Peço à senhora permissão para me retirar
agora. (Peço ao senhor...)
4. À QUAL, ÀS QUAIS, quando no masculino usaríamos "AO QUAL", "AOS QUAIS": - Aquela é a menina à
qual me referi. (Aquele é o menino ao qual me referi.)
Use "HÁ" para se referir a tempo que já passou: Estou aqui há duas horas. ("faz duas horas") Use "A" para se
referir a tempo futuro: Eles chegarão daqui a duas horas.
Para o estudo da topologia pronominal, interessam-nos especificamente os pronomes oblíquos átonos, pois
são eles que, ao se juntarem ao verbo, devem formar, com este, um todo harmônico e fonético, provocando um
ritmo agradável ao ouvido. Para que isso ocorra, o pronome átono pode ocupar três posições em relação ao
verbo:
1. PRÓCLISE: Quando o pronome átono aparece antes do verbo. Ex.: - Não me diga que você desistiu da
viagem.
2. ÊNCLISE: Quando o pronome átono aparece depois do verbo. Ex.: - Diga-me tudo que você sabe.
3. MESÓCLISE: Quando o pronome átono aparece no meio do verbo. Ex.: - Dir-te-ia tudo se soubesse a
verdade.
USO DA PRÓCLISE
A próclise ocorre toda vez que houver palavras ou expressões que atraiam o pronome pessoal átono para antes
do verbo. São os seguintes os fatores de próclise:
1. Palavras ou expressões negativas: não, jamais, nunca, nada, nem, nenhum, ninguém, de modo algum,
em hipótese alguma, etc.
2. Pronomes indefinidos: tudo, nada, algum, alguém, quem, diversos, qualquer, cada qual, algum, outro,
quem quer que, etc.
3. Pronomes demonstrativos: este(s), esse(s), esta(s), essa(s), isto, isso, aquilo, aquele, etc.
5. Advérbios não seguidos de vírgula: ontem, aqui, ali, agora, pouco a pouco, sempre, já, etc.
6. Conjunções subordinativas: quando, se, porque, que, enquanto, embora, logo que, como, mesmo que,
etc.
- Deus te abençoe.
- Bons ventos o tragam de volta.
10.Frases exclamativas:
OBS.2: Entretanto, se o infinitivo impessoal vier precedido das preposições a, de, em, para, sem, com os
pronomes o, a, os ou as, o aconselhável será usar a ênclise
- Ele trouxe o pacote sem abri-lo.
- Estava a ouvi-los há mais de uma hora.
-Tinha medo de quebrá-las ao desembrulhar o pacote.
1. Com verbos iniciando a oração, desde que não estejam no tempo futuro
3. Com verbos no gerúndio, desde que não precedidos da preposição "em", nem de advérbio de negação.
- Ela acenou, avisando-nos do perigo.
- Ele a olhou e depois partiu, contentando-se apenas em vê-la.
USO DA MESÓCLISE
A mesóclise é usada apenas quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito e
também quando a próclise não for obrigatória.
- Apesar de tudo, amar-te-ei pelo resto de minha vida. "porém", - Prometo que te amarei pelo resto de minha
vida. ("que" é fator de próclise)
- Dar-te-ia um lindo presente. "porém" - Não te daria presente algum (o "não" é fator de próclise obrigatória)
OBS.1: Quando houver sujeito expresso anteposto ao verbo no futuro do presente ou futuro do pretérito, a
mesóclise torna-se facultativa.
OBS.2: Não pode haver ênclise com verbos no futuro do presente, no futuro do pretérito nem no particípio.
OBS.3: Em princípio, a posição normal do pronome oblíquo átono é a ênclise. Para a ocorrência da próclise ou
da mesóclise, faz-se necessária uma justificativa.
Como se sabe, as formas nominais dos verbos são o infinitivo, o gerúndio e o particípio. Tais formas são
amplamente usadas em locuções verbais. Veja o que ocorre com a colocação pronominal nas diversas
possibilidades de construções exemplificadas abaixo:
OBS.: Não é possível a colocação do pronome oblíquo após o particípio: - “Eles tinham esforçado-se”
(construção errada).
TRANSFORMAÇÕES QUE OS PRONOMES ÁTONOS “O”, “A”, “OS” E “AS” PROVOCAM NAS FORMAS
VERBAIS
1. Quando o verbo termina em vogal oral, ocorre apenas a anexação do pronome:
- Vejo Maria = Vejo-a
- Convidei José = Convidei-o
2. Verbos terminados por “R”, “S” ou “Z” perdem tais letras e o pronome ganha a letra “L”:
- Vou fazer os exercícios = Vou fazê-los
- Vou preparar a comida = Vou prepará-la
- Vou propor a mudança = Vou propô-la
- Vou partir o pão = Vou parti-lo
- Quis as flores = Qui-las
- Fiz o dever = Fi-lo
OBS.: Atente para os acentos gráficos nas formas verbais oxítonas terminadas por “A”, “E” e “O” e para sua
ausência nas formas terminadas por “I” acima. Entretanto, usa-se o acento agudo quando a letra “i” final for
tônica e formar hiato com uma vogal anterior, como no exemplo a seguir: Vou construí-lo.
3. Quando a forma verbal terminar em sílaba nasal, os pronomes “o”, “a”, “os” e “as” receberão “N” sem,
contudo, provocar alteração na forma verbal:
- Mataram a vaca = Mataram-na
- Trouxeram os bois = Trouxeram-nos
- Dão o caso por encerrado = Dão-no por encerrado
4. Note que, por questão de eufonia, o “S” da forma verbal desaparece quando acrescentamos o pronome
átono “NOS” em casos como no exemplo a seguir:
- Interessamo-nos por esse assunto
- Importamo-nos com sua saúde
SINAIS DE PONTUAÇÃO
A língua escrita apresenta muitas diferenças em relação à língua falada. Na fala, podemos contar com uma
série de recursos subsidiários para dar eficácia à mensagem, tais como gestos, tom da voz, expressão facial,
entoação, etc. Enfim, quando falamos, nossa mensagem vem reforçada por inúmeros traços supra-segmentais,
ou seja, recursos que não temos quando escrevemos e que são pertinentes à oralidade.
Para tentar reproduzir na escrita os inúmeros recursos de que dispomos na fala, contamos com uma série de
sinais gráficos denominados sinais de pontuação.
Os sinais de pontuação servem para marcar pausas (a vírgula, o ponto-e-vírgula, o ponto), ou a melodia da
frase (o ponto de exclamação, o ponto de interrogação, etc.). Não obstante, nem sempre há pausa quando a
vírgula é necessária e nem sempre há vírgula quando existe pausa. Observe os seguintes exemplos: “Sim,
senhor”, “Não, senhor”, usados em respostas curtas e sem pausas. Agora veja: “Todos os demais livros da
prateleira superior da estante do meu quarto deverão ser doados àquela instituição” Nessa oração, o termo
grifado é o sujeito (podendo, até, ser substituído por “Eles”) e há pausa entre as palavras “quarto” e “deverão”.
Contudo, a vírgula é, no caso, proibida.
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O emprego dos sinais de pontuação não é somente marcado por regras. Existem também razões de ordem
subjetiva, ou de estilo, que determinam a pontuação de um texto.
A seguir, apresentamos algumas orientações sobre o assunto.
Emprego da vírgula
Observe que antes do último termo, por haver a presença da conjunção e, não se usa a vírgula. O mesmo
ocorre com a conjunção ou em semelhante caso: O Presidente, o Líder ou o Relator da matéria fará uso da
palavra agora.
Separar o vocativo
No exemplo, o adjunto adverbial está deslocado, uma vez que a posição natural dele seria no final da oração.
Obs.1: Não se deve separar por vírgula o adjunto adverbial que esteja estreitamente ligado ao termo por ele
modificado: Maria levou para casa um gatinho.
Obs.2: A rigor não é necessário separar por vírgula o adjunto adverbial antecipado para o início da frase,
principalmente quando de pequeno corpo, a não ser que a ênfase o exija: Ontem, eu fui à cidade (com vírgula).
“ou” Ontem eu fui à cidade (sem vírgula). Entretanto, é extremamente aconselhado separar o adjunto adverbial,
deslocado ou não, quando ele se refere à oração inteira: Infelizmente, o paciente piorou.
Nesse caso, a vírgula só será obrigatória se a oração subordinada adverbial vier antes da oração principal. Se
ela vier depois da principal, o uso da vírgula é, geralmente, facultativo.
com vírgula
sem vírgula
Obs.1: O mais usual é a ausência da vírgula na ordem direta (2º exemplo acima).
Obs.2: Se a oração subordinada for comparativa ou conformativa e o seu verbo estiver elíptico, a vírgula é
proibida. Ex.: Ele chorava como criança (“... como criança chora”). “Ela sairá conforme o tempo” (“... conforme o
tempo esteja”).
Separar as locuções tanto mais ... quanto mais (quanto menos), tanto menos ... quanto menos
(quanto mais):
- Parece que quanto menos nos preocupamos, (tanto) mais os problemas são solucionados naturalmente.
Obs.1: As orações coordenadas iniciadas por E, em geral, não são separadas por vírgula, a menos que
expressem ideias de adversidade, tempo, consequência, finalidade, etc. Ex.: Estudou tanto, e não passou
(adversativa) / "Sofrem, lutam, perseguem, e vencem afinal" (consequência).
Obs.2: Em duas orações coordenadas ligadas pelo "e" aditivo, quando os sujeitos de ambas forem o mesmo,
não se usa a vírgula. Ex.: Alexandre foi à praia e tomou sorvete (sem vírgula, pois o sujeito é o mesmo nas duas
orações). Entretanto, quando os sujeitos são diferentes, faz-se necessário o uso da vírgula. Ex.: Alexandre foi à
praia, e Teresa foi ao jogo.
Obs.3: Embora não recomendável, aceita-se modernamente a omissão da vírgula antes das conjunções
explicativas (pois, porque, etc.): Chega de barulho(,) pois muito estrago já foi feito.
O PONTO-E-VÍRGULA
O ponto-e-vírgula marca uma pausa maior que a vírgula e menor que o ponto. É utilizado para separar
orações coordenadas que já apresentem vírgula em seu interior, ou que tenham certa extensão, ou
ainda que se contrabalancem em força expressiva. Nunca use o ponto-e-vírgula dentro de uma oração.
Lembre-se: ele só pode estar separando uma oração de outra e nunca finaliza um período.
I - quanto à tração:
a) automotor;
b) elétrico;
II - quanto à espécie:
a) de passageiros:
1 - bicicleta;
2 - ciclomotor;
3 - motoneta; [...]”
(Código de Trânsito Brasileiro)
OS DOIS-PONTOS
Os dois-pontos marcam uma sensível suspensão da melodia da frase. É um sinal utilizado quando se vai
iniciar uma sequência que explica, identifica, discrimina ou desenvolve uma ideia anterior ou quando se quer dar
início à fala ou citação de outrem.
Observe:
"Por descargo de consciência, do que nem carecia, chamei os santos de que sou devocioneiro: - São Jorge,
Santo Onofre, São José!" (José Cândido de Carvalho).
Ele só tinha um pensamento: ganhar dinheiro.
Obs.: Quando os dois-pontos precedem uma citação, após essa pontuação, usa-se letra maiúscula; caso
contrário, usa-se letra minúscula.
O TRAVESSÃO
O travessão serve para indicar que alguém fala de viva voz (discurso direto). Seu emprego é constante em
textos narrativos em que os personagens dialogam. Leia o texto abaixo:
" — Salve!
— Como é que vai?
— Amigo, há quanto tempo...
— Um ano, ou mais.
— Posso sentar um pouco?
— Faça o favor.
— A vida é um dilema!
— Nem sempre vale a pena..." (Sílvio Silva Jr. e Aldir Blanc)
Pode-se usar o travessão duplo (— —) para substituir a vírgula dupla ( , , ) ou o parêntese duplo, sobretudo
quando se quer dar ênfase ao termo intercalado.
O travessão também serve para ligar palavras ou grupo de palavras que formam encadeamentos
vocabulares. Ex.: A viagem Recife — Salvador; ponte aérea Rio — São Paulo; etc.
PARÊNTESES
Os parênteses ( ( ) ) são utilizados para isolar palavras, expressões ou frases intercaladas no período ou a
ele justapostas. Servem assim:
AS RETICÊNCIAS
As reticências marcam uma interrupção da sequência lógica do enunciado, com a consequente suspensão da
melodia. É utilizada para permitir que o leitor complemente o pensamento suspenso.
Eu não vou dizer mais nada. Você já deve ter percebido que...