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Português Prof.

Geneide Ferreira
1. GRAMÁTICA, ESTILÍSTICA E SEMÂNTICA

 GRAMÁTICA é, em síntese, o estudo da palavra. Conforme o aspecto sob o qual esse estudo é enfocado,
divide-se a gramática em 3 partes distintas:

– FONOLOGIA / FONÉTICA;

– MORFOLOGIA; e

– SINTAXE.

CONCEITOS FONOLÓGICOS BÁSICOS

Fonologia é a parte da gramática que estuda a palavra intrinsecamente, considerando-a sob o ponto de vista
sonoro.

Divisão da Fonologia:

1. Estudo dos fonemas;

2. Estudo da ortografia;

3. Estudo da ortoépia (pronúncia correta);

4. Estudo da prosódia (tônica correta).

 Fonema – é a menor unidade sonora capaz de estabelecer distinção entre duas palavras. Ex.: o som do 1º “e”
das palavras “sede” (lugar onde se fixa uma empresa) e “sede” (desejo de beber); o som da 1ª letra de cada
uma das seguintes palavras: “bala”, “fala”, “mala” e “sala”.

 Letra – é a representação gráfica do fonema.


Ex.: caderno (7 letras; 7 fonemas);

táxi (4 letras ; 5 fonemas) ;

tempo (5 letras; 4 fonemas).

honra (5 letras; 3 fonemas).

 Alofone – é a variante que representa cada uma das realizações de um mesmo fonema. Ex.: a palavra
“Recife”, que tem o “e”, da primeira sílaba, pronunciado de 3 modos distintos (ré, rê ou ri), fato que não lhe
muda o sentido, ou seja, há um só fonema com 3 variações – 3 alofones.

 Dígrafo - grupo de duas letras que representam um único fonema.


Ex.: guerrinha (gu, rr, nh); excesso (xc, ss); tempo (em); milho (lh); missa (ss); etc.

Obs.: na contagem do número de fonemas, cada dígrafo corresponde a um só fonema.

Tipos de fonemas

Vogais: Sons formados a partir do fluxo da corrente de ar vinda dos pulmões produzidos pelas cordas vocais,
sem que haja obstrução à corrente de ar no trato vocal. A vogal é a base da sílaba. Toda sílaba tem, sempre,
uma e apenas uma vogal. São elas: A, E, I, O, U. Fonologicamente são doze as nossas vogais:

/a/, /é/, /ê/, /i/, /ó/, /ô/, /u/ (orais); /ã/, /ẽ/, /ĩ/, /õ/, /ũ/ (nasais).

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Semivogais: sons breves do “i” e do “u” quando, juntos a outra vogal, com ela formam ditongo. Ex.: O i das
palavras herói (he-rói) e Mário (Má-rio), e o u das palavras troféu (tro-féu) e quadro (quadro). Note que o que
importa para essa classificação é o som. Daí, termos semivogais representadas, às vezes, por um “o”, como na
palavra “mágoa”, ou por um “e”, como na palavra “óleo”.

Consoantes: Fonemas que não podem ser pronunciados sozinhos, formados na cavidade bucal por um
obstáculo à corrente expiratória. Por isso, as consoantes se apoiam sempre numa vogal para formarem, com
esta, sílaba.

São elas: B, C, D, F, G, etc..

Sílaba: conjunto de sons que pode ser formado por um ou mais fonemas emitidos numa só expiração.

ENCONTROS VOCÁLICOS

Dá-se o encontro vocálico quando, numa mesma palavra, aparecem juntos sons vocálicos, ou seja,
vogal + semivogal, semivogal + vogal, ou vogal + vogal; neste último caso, obviamente, em sílabas
separadas, pois cada vogal determina, como já vimos, uma única sílaba.

São três os encontros vocálicos: ditongo, tritongo e hiato.

DITONGO: É o encontro, na mesma sílaba, de uma vogal + uma semivogal (ditongo decrescente) ou de
uma semivogal + uma vogal (ditongo crescente). Pode o ditongo, crescente ou decres-cente, ser ainda
classificado em oral (pronunciado apenas pela boca) ou nasal (pronunciado parcialmente pelo nariz).

Exemplos de ditongos:

PEIXE (vogal + semivogal) – dit. oral decrescente

MÃO (vogal + semivogal) – dit. nasal decrescente

QUADRO (semivogal + vogal) – dit. oral crescente

QUANDO (semivogal + vogal) – dit. nasal crescente

TRITONGO: É o encontro, na mesma sílaba, de uma semivogal + uma vogal + uma semivogal. O tritongo
pode ser oral ou nasal.

Exemplos de tritongos:

URUGUAI – tritongo oral

SAGUÃO – tritongo nasal

HIATO: É o encontro de duas vogais pronunciadas em sílabas diferentes.

Exemplos de hiatos:

SA-Ú-DE – MO-E-DA – PA-ÍS – CA-IR – FA-ÍS-CA

ENCONTROS CONSONANTAIS

Ocorrem encontros consonantais quando duas consoantes se encontram numa mesma palavra. Ex: PRATO –
REFLEXO – PSICOLOGIA – DIGNO – APTO

 DIVISÃO SILÁBICA

Diferentemente de algumas línguas, o critério adotado para a separação das sílabas de um vocábulo em
português se faz pela soletração, e não pelos seus elementos constitutivos do ponto de vista da etimologia ou
dos morfemas que compõem a palavra.

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Observe a palavra “INFELIZMENTE”. Nela encontramos:

- 12 letras  i-n-f-e-l-i-z-m-e-n-t-e
- 10 fonemas  representados pelas letras in-f-e-l-i-z-m-en-t-e
- 3 morfemas  in-feliz-mente
- 5 sílabas  in-fe-liz-men-te

 REGRAS BÁSICAS PARA A DIVISÃO SILÁBICA

1. Não devem ser separadas as letras com que representamos os ditongos e os tritongos. Exs.: coi-sa, sé-rie,
á-gua, pais (ditongos); Pa-ra-guai, a-pa-zi-guei (tritongos).
2.
3. Separam-se as vogais dos hiatos. Exs.: sa-ú-de, ba-í-a, do-ar, pa-ís.

4. Separam-se os dígrafos “rr”, “ss”, “sc”, “xc” e “sc”. Exs.: bar-ra, as-sar, nas-cer, ex-ce-to, nas-ça (v. nascer).

5. Não se separam os dígrafos “ch”, “lh”, “nh”, “gu”, “qu”. Exs.: a-chei, a-lho, a-li-nhar, che-guei, a-que-le.

6. Não se separam consonânticos reais, isto é, grupos que se combinam harmonicamente na pronúncia,
formados por consoante + L ou consoante + R. Exs.: a-tri-to, re-fle-xão, a-bri-gar, du-plo.

7. Separa-se a consoante do R ou do L, ou de qualquer outra consoante, quando o grupo não constituir uma
consonância harmônica, ou seja, quando não for um grupo de consonânticos reais. Exs.: sub-lin-gual, ab- rup-to
(atente para a pronúncia – “ab-ru”), sub-lo-ca-tá-rio, ad-je-ti-vo, ap-to, cog-na-to, ad-ro-gar.

8. Duas consoantes iniciando uma palavra não devem ser separadas. Exs.: psi-co-lo-gi-a, pneu-má-ti-co, mne-
mô-ni-co, gno-mo, Pto-lo-meu.

Obs.¹: As palavras formadas por afixos (prefixos ou sufixos) sempre obedecem às mesmas regras acima.

Obs.²: Apesar de a nomenclatura gramatical brasileira admitir dupla possibilidade de separação silábica para os
ditongos crescentes finais, considerando que na pronúncia silabada tornam-se hiatos (ex: “ân-sia” ou “ân-si-a”),
o aconselhado pela maioria dos mestres é tratar tais encontros sempre como ditongos, logo, pertencentes à
mesma sílaba, uma vez que soa forçado pronunciá-los como hiato.

NÚMERO DE SÍLABAS

Quanto ao número de sílabas, os vocábulos são classificados em:

a) MONOSSÍLABOS: Formados de uma única sílaba.Ex: lá, lã, cem, dó, do, nó, no.

a) DISSÍLABOS: Formados com duas sílabas. Ex: mesa, livro, bola, prato, dado.
b) TRISSÍLABOS: Formados com três sílabas. Ex: menino, contente, beleza, aviso.
c) POLISSÍLABOS: Formados por mais de três sílabas. Ex: aloprado, entusiasmado, esparadrapo.

Separação Silábica

A divisão silábica deve ser feita a partir da soletração, ou seja, dando o som total das letras que formam cada
sílaba, cada uma de uma vez. Usa-se o hífen para marcar a separação silábica. Normas para a divisão silábica:

Não se separam os ditongos e tritongos: como ditongo é o encontro de uma vogal com uma semivogal
na mesma sílaba, e tritongo, o encontro de uma vogal com duas semivogais também na mesma sílaba,
é evidente que eles não se separam silabicamente. Ex. au-las / au = ditongo decrescente oral, guar-da /
ua = ditongo crescente oral, a-guei / uei = tritongo oral.

Separam-se as vogais dos hiatos: Como hiato é o encontro de duas vogais em sílabas diferentes,
obviamente as vogais se separam silabicamente. Cuidado, porém, com a sinérese ee e uu, conforme

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estudamos em encontros vocálicos. Por exemplo: Ex. pi-a-da / ia = hiato, ca-ir / ai = hiato, ci-ú-me / iú =
hiato, com-pre-en-der ou com-preen-der (sinérese)

Não se separam os dígrafos ch, lh, nh, qu, gu: Ex. cho-ca-lho / ch, lh = dígrafos inseparáveis. Qui-nhão /
qu, nh = dígrafos inseparáveis. Gui-sa-do / gu = dígrafo inseparável. Separam-se os dígrafos rr, ss, sc,
sç, xc e xs: Ex. Ex-ces-so / xc, ss = dígrafos separáveis. Flo-res-cer / sc = dígrafo separável. Car-ro-ça /
rr = dígrafo separável. Des-ço / sç = dígrafo separável.

Separam-se os encontros consonantais impuros: Encontros consonantais impuros, ou disjuntos, são


consoantes em sílabas diferentes. Ex. es-co-la, e-ner-gi-a, res-to

Separam-se as vogais idênticas e os grupos consonantais cc e cç: Lembre-se de que há autores que
classificam ee e uu como sinérese, ou seja, aceitam como hiato ou como ditongo essas vogais
idênticas. Ex. ca-a-tin-ga, re-es-tru-tu-rar, ni-i-lis-mo vo-o, du-un-vi-ra-to.

Prefixos terminados em consoante: ligados a palavras iniciadas por consoante: Cada consoante fica em
uma sílaba, pois haverá a formação de encontro consonantal impuro. Ex. Des-te-mi-do Trans-pa-ren-te
Hi-per-mer-ca-do Sub-ter-râ-neo ligados a palavras iniciadas por vogal: A consoante do prefixo ligar-se-
á à vogal da palavra. Ex. Su-ben-ten-di-do Tran-sal-pi-no Hi-pe-ra-mi-go Su-bal-ter-no

Translineação

é a mudança, na escrita, de uma linha para outra, ficando parte da palavra no final da linha superior e parte no
início da linha inferior.

Regras para a translineação:

a) Não se deve deixar apenas uma letra pertencente a uma palavra no início ou no final de linha. Por exemplo:
em translineações são inadequadas as separações: "pesso-a", "a-í", samambai-a", "a-meixa", "e-tíope",
"ortografi-a".

b) Não se deve, em final ou início de linha, quando a separação for efetuada, deixar formar-se palavra estranha
ao contexto. Por exemplo: em translineações são inadequadas as separações: "presi-dente", "samam-baia",
"quero-sene", "fa-lavam", "para-guaia".

c) Na translineação de palavras com hífen, se a partição coincide com o fim de um dos elementos, não se deve
repetir o hífen na linha seguinte. Por exemplo: pombocorreio e não pombo- -correio.

ACENTUAÇÃO GRÁFICA –ACORDO ORTOGRÁFICO ATUAL

Acentuam-se:

1. Monossílabos tônicos terminados em: A, AS: pá, pás, vás, dá-lo, já E, ES: pé, pés, vê, fê-la, lês, rês O, OS:
pó, pós, vô-lo, nós, só

Comentário: Com o ACORDO – Permanece inalterada a regra dos monossílabos tônicos.

2. Oxítonas terminadas em: A, AS: maracujá, vatapá, verás, cantá-la E, ES: até, bonés, chinês, você O, OS:
avô, avós, paletó, esquimós Em: além, vintém, detém, armazém ENS: vinténs, deténs, parabéns Observação:
As formas verbais terminadas em a, e e o, seguidas de la, lo, los, las são acentuadas: cantá-los, fazê-lo, impô-lo

Comentário: Com o ACORDO – Permanece inalterada a regra das oxítonas.

3. Paroxítonas terminadas em: L: útil, cônsul, amável, N: hífen, pólen, cânon R: caráter, éter, dólar X: tórax, ônix,
zíper PS: bíceps, fórceps, Quéops I: cáqui, júri, táxi IS: grátis, púbis, tênis US: bônus, vírus, Vênus UM: álbum,
fórum, médium UNS: fóruns, álbuns, médiuns Â, ÃS: órfã, ímas, ÃO, ÂOS: órgão, bênçãos Terminado em
ditongo (seguido ou não de S): série, pátios, Márcio, Lúcia. Observação: Os prefixos paroxítonos terminados em
i e r não são acentuados: semiintensivo, super-rápido, hiper-resistente.

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Comentário: Com o ACORDO: Permanece inalterada a regra das paroxítonas.

4. Proparoxítonas

Todas as proparoxítonas são acentuadas: árabe, átomo, autógrafos.

Comentário: Depois do acordo: Permanece inalterada a regra das proparoxítonas.

5. Acentuam-se os ditongos abertos (EI, OI, EU) dos monossílabos e das oxítonas: réis, céu, rói, anéis, faróis,
chapéus, papéis, heróis.

Comentário: Antes do acordo: Acentuavam-se todos os ditongos abertos. Depois do acordo:


Não se acentuam os ditongos abertos das paroxítonas: geleia (antes: geléia), jiboia (antes:
jibóia) epopeia (antes: epopéia), ideia (antes: idéia), alcaloide (antes: alcalóide), boleia (antes:
boléia), claraboia (antes: clarabóia), tabloide (antes: tablóide), heroico (antes: heróico), etc.

6. Acentuação dos hiatos O U e o I tônicos dos hiatos são acentuados quando estiverem sozinhos na segunda
sílaba, ou acompanhados de S: heroína (he-ro-í-na > (sozinho), ataúde (a-ta-ú-de > U sozinho), balaústre (ba-
la-ús-ter > U seguido de S), Piauí (Pi-au-í > I sozinho). Observações: Não se acentuam o I e o U dos hiatos
quando:

a) estiverem repetidos: xiita.


b) seguidos de letra diferente de S: ainda (a-in-da > I seguido de N), paul (pa-ul > U seguido de L), cair (ca-ir > I
seguido de R), raiz (ra-iz, ca-ir > I seguido de Z), etc.
c) quando a sílaba seguinte começar por NH: rainha (ra-i -nha, bainha (ba-i-nha), moinho (mo-i-nho), etc.
d) nas palavras paroxítonas, o I e o U dos hiatos, quando precedidos de ditongo: cauila (cau-i-la, feiura (fei-u-
ra), baiuca (bai-u-ca, boiúno (boi-u-no);
e) São acentuados o i e u tônicos precedidos de ditongo, pertencentes a palavras oxítonas e que estão em
posição final ou seguidas de s: Piauí (Pi-au-í), teiú (tei-ú), teiús(tei-ús), tuiuiú (tui-ui-ú), tuiuiús (tui-ui-ús).

Comentário: Antes do acordo – nas palavras paroxítonas, o I e o U dos hiatos acentuava-se


quando precedidos de ditongo; hoje, não: cauila (antes: cauíla), baiuca (antes: baiúca),
boiúno (antes: boiúno), etc.

7. Acento diferencial obrigatório pôr (verbo) – por (preposição) pôde (pret. perfeito) – pode (presente).

8. Acento diferencial facultativo (opcional)

a) dêmos (1ª p. pl. pres. subj.) – demos (1ª p.pl. pret. perf. Ind.)

b) fôrma (= modelo – substantivo) – forma (substantivo; 3ª p. sing.do pres. ind. ou 2ª p. sing. Do imperativo do
verbo “formar”)

c) amámos, sonhámos, etc. (formas verbais do pretérito perfeito do indicativo) – amamos, sonhamos, etc.
(formas verbais do presente do indicativo).

Comentários:

a. Antes do acordo: pôr (verbo), pôde (pret. perfeito), côa, coas (do verbo “coar”), pára (do verbo “parar”), pélo,
péla(s) (do verbo “pelar”), pólo(s) (= extremidade – substantivo), pólo(s) (falcão - substantivo), pêlo(s)
(substantivo). Depois do acordo: Somente duas palavras recebem acento diferencial obrigatório: pôr (verbo), e
pôde (pret. perfeito); as demais palavras grafam-se assim: coa, coas (do verbo “coar”), para (do verbo “parar”),
pelo, pela(s) (do verbo “pelar”), polo(s) (= extremidade – substantivo), polo(s) (falcão – substantivo), pelo(s)
(substantivo).

b. Depois do acordo: Permaneceu facultativo o acento diferencial de “fôrma” (= modelo).

c. Depois do acordo: Tornou-se facultativo o acento nas formas verbais do pretérito perfeito, como cantámos
(ou cantamos) e sonhámos (ou sonhamos). No Brasil, a tradição é não acentuar essas formas verbais.

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d. Depois do acordo: Tornou-se facultativo o acento na forma verbal dêmos (1ª p. pl. pres. subj.). No Brasil, a
tradição é não acentuar essa forma verbal. Observação: Continuam se acentuando os termos “porquê”
(substantivo), “por quê” (é usado em fim de frase interrogativa ou antes de pausa acentuada), “quê” (em final de
frase; substantivo; interjeição).

9. Verbos “ter” e “vir” Acentua-se com acento circunflexo a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos
verbos “ter” e “vir”: eles têm (Mas: ele tem), eles vêm (Mas: ele vem).

Comentário: Depois do acordo: Permanece inalterada a regra dos verbos “ter” e “vir”.

10. Derivados de “ter” e “vir”

Acentua-se a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos derivados de “ter” e “vir: eles mantêm
(Mas: ele mantém – oxítona), eles detêm (Mas: ele detém – oxítona), eles provêm (Mas: ele provém – oxítona),
eles advém (Mas: ele advém – oxítona), etc. Comentário: Depois do acordo: Permanece inalterada a regra dos
verbos derivados “ter” e “vir”.

11. Trema: Com o ACORDO, foi abolido.

Comentário: Trema e acento agudo nos grupos gue, gui, que, qui:

a. Antes do acordo: Acento agudo no u tônico dos grupos gúe, gúi, qúe, qúi: argúi, averigúe, obliqúe,
etc. Depois do acordo: Eliminou-se o acento agudo no u tônico dos grupos gue, gui, que, qui: argui,
averigue, oblique, etc.

b. Antes do acordo: Trema no u dos grupos güe, güi, qüe, qüi, quando pronunciado e átono (semivogal):
agüentar, lingüiça, freqüente, tranqüilamente, cinqüenta, etc. Depois do acordo: Eliminou-se o trema no u dos
grupos gue, gui, que, qui, quando pronunciado e átono (semivogal): aguentar, linguiça, frequente,
tranquilamente, cinquenta, etc. Observação: Mantém-se o trema nas palavras derivadas de nomes próprios
estrangeiros com trema: mülleriano, de Müller, etc.

12. “OO” e “EE” dos hiatos Antes do acordo: Acentuava-se a primeira vogal dos hiatos O-O e E-E das
paroxítonas: vôo, côo, enjôo, perdôo, zôo, abençôo crêem, dêem, lêem, vêem, descrêem, relêem, etc. Depois
do acordo: Não se acentua a primeira vogal dos hiatos “OO” e “EE: voo, coo, enjoo, perdoo, zoo, abençoo,
creem, deem, leem, veem, descreem, releem, etc.

13. Alguns verbos admitem dupla acentuação:

a) Aguar Presente do Indicativo: águo (ou aguo), águas (ou aguas), água (ou agua), aguamos, aguais, águam
(ou aguam). Presente do Subjuntivo: águe (ou ague), águes (ou agues), águe (ou ague), aguemos, agueis,
águem (ou aguem). Imperativo Afirmativo: água (ou agua), águe (ou ague), aguemos, aguai, águem (ou
aguem). Imperativo Negativo: não águes (ou agues), não águe (ou ague), não aguemos, não agueis, não
águem (ou aguem). Como “aguar”, conjugam-se “enxaguar” e “desaguar”. Observação: No Brasil, a tradição é
usar a primeira forma verbal, e não a que está entre parênteses.

b) Averiguar Presente do Indicativo: averiguo (ou averíguo), averiguas (ou averíguas), averigua (ou averígua),
averiguamos, averiguais, averiguam (ou averíguam).. Presente do Subjuntivo: averigue (ou averígue), averigues
(ou averígues), averigue (ou averígue), averiguemos, averigueis, averiguem (ou averíguem). Imperativo
Afirmativo: averigua (ou averígua), averigue (ou averígue), averiguemos, averiguai, averiguem (ou averíguem)
Imperativo Negativo: não averigues (ou averígues), averigue (ou averígue), averiguemos, averigueis, averiguem
(ou averíguem). Observação: Como “averiguar”, conjugam-se “apaziguar” e “apaniguar”, “apropinquar” e
“obliquar”. No Brasil, a tradição é usar a primeira forma verbal, e não a que está entre parênteses.

c) Negociar Presente do Indicativo: eu negocio (ou negoceio), tu negocias (ou negoceias), ele negocia
(negoceia), nós negociamos, vós negociais, eles negociam (negoceiam). Presente do Subjuntivo: eu negocie
(ou negoceie), tu negocies (ou negoceies), ele negocie (negoceie), nós negociemos , vós negocieis, eles
negociem (negoceiem). Imperativo Afirmativo: negocia tu (ou negoceia), negocie (ou negoceie) você,
negociemos nós negociai vós, negociem (ou negoceiem) vocês. Imperativo Negativo: não negocies tu (ou
negoceies), não negocie (ou negoceie) você, não negociemos nós, não negocieis vós, não negociem (ou
negoceiem) vocês. Observação: Como “negociar”, conjugam-se “agenciar”, “comerciar”, “sentenciar”,
“obsequiar”, “premiar” e “sentenciar”.

No Brasil, a tradição é usar a primeira forma verbal, e não a que está entre parênteses.

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MORFOLOGIA – ESTUDO DE ALGUMAS CLASSES GRAMATICAIS

ADJETIVO

Adjetivo é a palavra que expressa uma característica do ser e se "encaixa" diretamente ao lado de um
substantivo.

Ao analisarmos a palavra bondoso, por exemplo, percebemos que além de expressar uma qualidade, ela pode
ser "encaixada diretamente" ao lado de um substantivo: homem bondoso, moça bondosa, pessoa bondosa.

Já com a palavra bondade, embora expresse uma qualidade, não acontece o mesmo; não faz sentido dizer:
homem bondade, moça bondade, pessoa bondade.
Bondade, portanto, não é adjetivo, mas substantivo.

Morfossintaxe do Adjetivo:

O adjetivo exerce sempre funções sintáticas relativas aos substantivos, atuando como adjunto
adnominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto).

Funções Sintáticas do Adjetivo

A rigor, o adjetivo só existe referido a um substantivo. Conforme se estabeleça a relação entre os dois termos
na frase, o adjetivo desempenhará a função sintática de adjunto adnominal ou de predicativo.

A diferença entre o adjetivo em função de adjunto adnominal e o adjetivo em função de predicativo baseia-
se, principalmente, em dois pontos:

1º) O primeiro é termo acessório da oração, parte de um termo essencial ou integrante dela; o segundo é,
por si próprio, um termo essencial da oração.

Se disséssemos, por exemplo:


O campo é imenso, o adjetivo predicativo não poderia faltar, pois, sendo termo essencial, sem ele a oração
não teria sentido.

Se disséssemos, no entanto:
O campo imenso está alagado, o adjetivo imenso seria parte do sujeito, uma dispensável qualificação do
substantivo que lhe serve de núcleo, um termo, portanto, acessório da oração.

2º) A característica expressa por um adjetivo em função predicativa vem marcada no tempo, e por essa relação
cronológica entre a característica e o ser é responsável o verbo que liga o adjetivo ao substantivo. Comparem-
se estas frases:

O bom aluno estuda.

Ele está nervoso, mas era calmo.

Na primeira, acrescentamos a noção de bom à de aluno sem termos em mente qualquer referência à ideia de
tempo. Já na segunda, as noções expressas pelos adjetivos nervoso e calmo são por nós atribuídas ao sujeito
com a situação de tempo marcada pelo verbo: nervoso, no presente; calmo, no passado.

Emprego adverbial do adjetivo

1. Examinemos as seguintes orações:

O menino dorme tranquilo.

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A menina dorme tranquila.
Os meninos dormem tranquilos.
As meninas dormem tranquilas.

Vemos que, nelas, o adjetivo em função predicativa concorda em gênero e número com o substantivo sujeito.
Nas construções abaixo, o adjetivo assume a forma adverbial, pelo acréscimo do sufixo -mente, fazendo
referência ao verbo.

Esse valor naturalmente será o preponderante se, em lugar daquelas construções, usarmos as seguintes:

O menino dorme tranquilamente.


A menina dorme tranquilamente.
Os meninos dormem tranquilamente.
As meninas dormem tranquilamente.

Aqui, a forma adverbial, invariável, impede a possibilidade de concordância, justamente o elo que prendia o
adjetivo ao sujeito, e, com isso, faz aflorar com toda a nitidez o modo por que se processa a ação indicada pelo
verbo dormir.

2. Está hoje generalizada, no entanto, a adverbialização do adjetivo, sem o acréscimo do sufixo -mente. Por
exemplo, nestas orações:

Alice fala baixo.


A fazenda custou caro.
Vamos falar claro.

As palavras baixo, caro e claro são advérbios, razão por que ficam invariáveis.

Colocação do adjetivo adjunto nominal

1. Sabemos que, na oração declarativa, prepondera a ordem direta, que corresponde à sequência progressiva
do enunciado lógico. Como elemento acessório da oração, o adjetivo em função de adjunto adnominal deverá,
portanto, vir com maior frequência depois do substantivo que ele qualifica.

2. Mas sabemos, também, que ao nosso idioma não repugna a ordem chamada inversa, principalmente nas
formas afetivas da linguagem e que a anteposição de um termo é, de regra, uma forma de realçá-lo.

3. Podemos, então, estabelecer previamente que:

a) sendo a sequência substantivo + adjetivo a predominante no enunciado lógico, deriva daí a noção de que o
adjetivo posposto possui valor objetivo:

noite escura
dia triste

b) sendo a sequência adjetivo + substantivo provocada pela ênfase dada ao qualificativo, decorre daí a noção
de que, anteposto, o adjetivo assume um valor subjetivo:

escura noite
triste dia

PRONOMES

Pronomes são palavras variáveis que podem substituir ou acompanhar um substantivo (ou um sintagma
nominal), definindo-lhe os limites de significação.

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Ex.: Minha amiga agora tem um carro, mas não o trouxe, porque ele ainda está na agência em que ela o
comprou.

minha : pronome que acompanha o substantivo "amiga" (pron. adjetivo)

o e ele: pronomes que substituem o substantivo "carro" (pron. substantivos)

ela: pronome que substitui o substantivo "amiga" (pron. substantivo)

que: pronome que substitui o substantivo “agência” (pron. substantivo)

OBS.: Quando um pronome é empregado junto a um substantivo, ele é chamado de pronome adjetivo;
quando aparece isolado, substituindo o substantivo, ele é chamado de pronome substantivo.

 Classificação dos pronomes

Pronomes pessoais: são aqueles que substituem os nomes e representam as três pessoas gramaticais.
1a pess.: eu, nós
2a pess.: tu, vós
3ª pess.: ele(a), eles(as)

Fazem, também, parte desta classificação de pronomes pessoais, os pronomes de tratamento


cerimoniosos.
OBS.1: Assim como o pronome "você", os pronomes de tratamento cerimoniosos, embora se refiram à 2ª
pessoa, exigem o verbo e as demais concordâncias na 3ª pessoa. Ex.: Vossa Excelência não pode (em vez de
"podeis") esperar que seu (e não "vosso") discurso surta efeito entre as camadas mais humildes da população.

OBS.2: A forma "Vossa" do pronome de tratamento é usada quando se fala com a pessoa. Ao se falar sobre a
pessoa, deve-se usar "Sua". Ex.: Ela me perguntou se Sua Excelência, o Governador, já havia chegado
(falando-se sobre o governador). Bom dia, Deputado, Vossa Excelência deseja alguma coisa? (falando-se com
o deputado)

Pronomes reflexivos

 As formas me, te, se, nos e vos podem ser usadas como pronomes reflexivos, isto é, podem indicar que a
ação foi praticada pelo sujeito e ao mesmo tempo refletida nele próprio. Ex.: Eu me cortei. Ela se matou. Etc.

Obs.: Às vezes essas mesmas formas (me, te, se, nos e vos) são usadas por mera exigência do verbo, sem
indicar qualquer reflexividade. Trata-se dos verbos pronominais. Ex.: Ele se queixou de uma dor estranha na
perna (o verbo é "queixar-se"). Eu me incomodo de vê-la assim (verbo "incomodar-se"). Note que
sintaticamente esses pronomes, nesses casos, não têm qualquer função.

As formas si e consigo são sempre reflexivas. Ex.: Ele só pensa em si (= pensa nele mesmo). Ela trouxe
consigo (= com ela própria) o livro que havia me prometido. Logo, frases do tipo "Quero falar consigo, meu
amigo." estão erradas.

Pronomes reflexivos recíprocos

 São aqueles pronomes pessoais que, além da reflexividade, expressam também reciprocidade, troca. É o
caso das formas nos, vos e se no sentido de um ao outro ou uns aos outros. Ex.: Ivo e Isabel se amam (um
ao outro). Nós todos nos conhecemos (uns aos outros) muito bem.

Atente para o fato de que os pronomes eu e tu só podem funcionar como sujeito, enquanto mim e ti funcionam
apenas como complemento. Daí, frases como "Ela comprou um sanduíche para mim comer" estarem erradas.
O certo seria "Ela comprou um sanduíche para

eu comer (...para tu comeres, para nós comermos, para vós comerdes, etc.)". Poder-se-ia, por outro lado, dizer
"Ela comprou um sanduíche para mim.", pois, no caso, mim é complemento. Outros exemplos: "Entre mim e ti
não há segredos". "Eu e tu sabemos demais."

1. PRONOMES POSSESSIVOS: São aqueles que se referem às pessoas do discurso, relacionando-as ao que
lhes cabe ou pertence. Os pronomes possessivos relacionam-se diretamente aos pronomes pessoais:

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As formas seu, sua, seus e suas, se não usadas com cuidado, podem gerar frases ambíguas. Ex.: Paulo,
Maria convidou sua mãe para a festa? No caso, a expressão grifada pode se referir à mãe de Paulo, ou à de

Maria. Por isso, é comum o uso de "dele(s)" e "dela(s)".

OBS.: As formas possessivas podem eventualmente ser substituídas por formas de pronomes oblíquos com
função possessiva. Ex.: A graxa sujou-me as mãos (me = minhas)

2. PRONOMES DEMONSTRATIVOS: São determinantes que situam seres ou objetos em relação às pessoas
do discurso: este(s), esta(s), isto (próximo ao falante), esse(s), essa(s), isso (próximo ao ouvinte), aquele(s),
aquela(s), aquilo (distante de ambos).

OBS.: Podem também funcionar como pronomes demonstrativos as formas o(s), a(s), mesmo(a)(s),
próprio(a)(s), tal, tais, semelhante(s) em frases como: "Não compreendi o que ele disse (= ...aquilo que ele
disse)" "Tais assuntos devem ser evitados (= esses assuntos)" O padre mesmo falou várias vezes sobre o
assunto." "Jamais ouvira semelhante asneira."

Atente para o emprego dos demonstrativos na redação de textos ou na oralidade formal:

 Este(s), esta(s) e isto são usados para indicar algo que vai ser falado ou escrito. Ex.: "Ela me deu este
conselho: esqueça o que aconteceu".
 Para indicar algo que já foi falado ou escrito, usamos esse(s), essa(s) ou isso. Ex.: "Esqueça, meu amigo,
o que aconteceu; foi isso que ela me aconselhou."
 Quando enumeramos itens, entretanto, as formas este(s) ou esta(s) devem ser usadas para a referência ao
último elemento mencionado. Ex.: Trouxe tudo que havia prometido, isto é (e não "isso é", pois ainda vai ser
falado), o livro, a caneta, o dinheiro; este (último), deixado por Maria na sexta-feira.
Para fazer referência a dois elementos já citados na frase, usamos este(s) / esta(s) para indicar o último
elemento, e aquele(s) / aquela(s) para indicar o primeiro elemento. Ex.: Arnaldo e Célia são bons advogados,
mas esta é mais dedicada que aquele. (esta => Célia / aquele => Arnaldo).

Observe que em relação a tempo, as formas este,esta, etc. são usadas em relação ao período em curso, que
ainda não terminou. Ex.: Este ano (e não “Esse ano”) tem sido difícil para a nossa economia. No ano passado,
viajei a Londres e nesse mesmo ano conheci Maria. As formas este, esta, etc. podem também ser usadas para
um tempo muito próximo. Ex.: Nesta próxima sexta-feira (sexta da mesma semana em que se fala), precisamos
ter concluído o trabalho. Para tempos mais remotos, usamos aquele, aquela: Foi em 1973 e eu havia passado
no Vestibular. Naquele mesmo ano, comecei a trabalhar oficialmente.

PRONOMES INDEFINIDOS: São aqueles que se aplicam à 3ª pessoa gramatical quando é vago ou
indeterminado o sentido desta. Alguns pronomes indefinidos sempre funcionam como pronomes substantivos:
alguém, ninguém, algo, outrem, quem, tudo, nada, etc.; outros, podem aparecer como pronomes adjetivos
ou substantivos: algum, nenhum, qualquer, qual, um todo, nenhum, pouco, outro, demais, tal, que,
quanto, vários, etc. Locuções pronominais:

São expressões formadas por mais de uma palavra que funcionam como pronomes indefinidos: qualquer um,
um ou outro, cada um, seja

quem for, etc. Ex.: Seja qual for a resposta, não mudarei de ideia.

3. PRONOMES INTERROGATIVOS: São os pronomes indefinidos que, quem, qual, quais, quanto(s) e
quanta(s) quando usados em perguntas diretas ou indiretas. Ex.: - Quem foi ao baile com ela? (pergunta direta).
- Gostaria de saber quem foi ao baile com ela. (pergunta indireta

4. PRONOMES RELATIVOS: São pronomes que relacionam ou representam nomes já mencionados


anteriormente, substituindo-os na oração seguinte.

 A forma "que" funciona como pronome relativo quando substituível por o qual, a qual, os quais, as quais.
 A forma "quanto", na função de pronome relativo aparece precedida de um pronome indefinido: (tudo)
quanto, (o) quanto, (todos) quanto, etc. Ex.: Ele viu tudo quanto lhe interessou.
 Como pronome relativo, "quem" se refere sempre a pessoas, e vem precedido de preposição. Ex.: Ele é o
rapaz a quem ela deu o livro.
 O pronome relativo "cujo" (e suas flexões) em geral éusado entre dois substantivos, estabelecendo entre
eles uma relação de posse. Ex.: Visitei a casa cujo dono se transferiu para o exterior. (cujo dono = dono da
qual)

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 Note que é errado usar o artigo depois do relativo "cujo" (e suas variações). Não se deve dizer, por exemplo,
"a casa cujo o dono se transferiu", e sim, "...cujo dono se transferiu".
 O relativo "onde" equivale a "em que" ou "no qual": Gosto da cidade onde moro. As possíveis variações
seriam: "Gosto da cidade em que moro" ou "Gosto da cidade na qual moro". Note que a regência, nesses
casos, deve ser respeitada. Por exemplo, quem confia, confia em; daí, "as pessoas em que confio", "as
pessoas nas quais confio (nas = em+as)", “a menina a cujo pai me referi” (quem se refere, refere-se a), etc.

CONJUNÇÃO

É a palavra que tem por função básica unir duas orações, desempenhando um papel importantíssimo na
construção da coesão e coerência textuais.

Faz sol, mas está frio.

1ª 2ª

Eu acho que este lugar é calmo.

1ª 2ª

As conjunções podem ser divididas em dois grupos:

Coordenativas: aquelas que ligam duas orações independentes.

Subordinativas: aquelas que ligam duas orações dependentes.

CONJUNÇÕES COORDENATIVAS

ADITIVAS: dão ideia de adição, ou seja, somam informações num texto: e, nem, mas também.

Pedro comeu o bolo e Paulo tomou café.

Ela não trabalha nem estuda.

ADVERSATIVAS: que dão ideia de oposição, ressalva: mas, porém, todavia, contudo.
Ele gosta de coca, mas ela gosta.

O homem quis sair, mas não pode.

ALTERNATIVAS: que exprimem alternativa, alternância: ou...ou, nem....nem, ora....ora.


Ou você estuda ou não passa no concurso.

Quer queira, quer não queira, o homem vive.

CONCLUSIVAS: que iniciam ou dão ideia de conclusão: logo, portanto, por conseguinte, pois (depois do
verbo), por isso.
Você é o responsável, portanto assuma as consequências.

Penso, logo existo.

EXPLICATIVAS: dão ideia de explicação: que, porque, pois (antes do


verbo).

Choveu durante a noite, pois está tudo molhado.

Fique quieto, pois preciso estudar.

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CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS

INTEGRANTES: que, se.

Sabemos que você é fiel.

ADVERBIAIS

CAUSAIS: porque, que, visto que, como, já que, uma vez que, desde que.
Visto que estava de ressaca, não saiu.

Como não saiu, não pôde ver a cena.

COMPARATIVAS: como, (tal) qual, assim como, que nem, (tão ou tanto) como, o mesmo que.

Ela era arrastada pela vida como uma folha seca.

CONCESSIVAS: embora, posto que, por mais que, por muito que, por menos que, se bem
que, dado que, nem que.

Ele vestia-se muito bem, embora fosse pobre.

Por mais que estudasse, não conseguiu êxito.

CONDICIONAIS: se, caso se, contanto que, desde que.

Se ela for, eu não irei.

Sairei desde que me faça um favor.

CONFORMATIVAS: como, conforme, segundo, consoante.

A vida não é como dizem ser.

As pessoas vivem conforme suas condições.

CONSECUTIVAS: que (precedido de tão, tal, tanto, tamanho – às vezes subentendido), de


sorte que, de maneira que, de forma que, de modo que.

Comeu tanto que passou mal.

Sofreu tanta pressão, que acabou confessando.

FINAIS: a fim de que, para que, que (= para que)

Afastou-se depressa para que não o víssemos.

Acenei-lhe que se aproximasse.

PROPORCIONAIS: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais.....(tanto


mais), quanto mais....(tanto menos).

À medida que se vive, mais se aprende.

Ao passo que se estuda, mais se aprende.

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TEMPORAIS: quando, enquanto, logo que, mal (=logo que), sempre que, agora que, até que,
assim que, apenas.

Quando você quiser, estarei aqui.

Assim que você chegou, eu parti.

PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO

ESTUDO DO PERÍODO E DAS ORAÇÕES

Conceituamos período como sendo a frase formada por uma ou mais orações. Quando o período contém
uma só oração, esta é denominada de oração absoluta e aquele, de período simples. Quando o período
apresenta mais de uma oração, é chamado de período composto.
Para contarmos o número de orações de um período, basta verificarmos o número de verbos ou locuções
verbais do enunciado. Cada verbo ou locução verbal corresponde a uma oração.

 PERÍODO COMPOSTO

1. COORDENAÇÃO: O período será composto por coordenação quando houver, entre as orações, relação
sintática de independência, isto é, uma não é sujeito, nem complemento, nem adjunto da outra. Neste caso, há
duas maneiras de separarmos essas orações: apenas por
pontuação (normalmente a vírgula, ou o ponto-e-vírgula), ou por uma conjunção coordenativa, normalmente
precedida de uma vírgula.

Ex.: Ele ouviu tudo, não respondeu e saiu para o trabalho.

2. SUBORDINAÇÃO: O período será composto por subordinação quando houver, entre suas orações, relação
sintática de dependência. Em outras palavras, uma oração, chamada subordinada, funciona como termo da
outra, chamada de principal.

Ex.: Eu acho que você está certo.

No exemplo, temos duas orações ("Eu acho" + "que você está certo"). A segunda, que é subordinada,
funciona como termo - objeto direto - da primeira (principal), havendo, pois, relação sintática de dependência.

3. MISTO: Será misto o período que contiver orações que se ligam por coordenação (oração coordenada +
oração coordenada) e por subordinação (oração principal + oração subordinada).

Ele chegou tarde e perguntou à secretária


coord. rel. à próxima coord. rel. a ant. e princ. rel. à próxima

se alguém havia telefonado


subord. em relação à anterior

1. Orações coordenadas. Como vimos, as orações coordenadas são sintaticamente independentes, isto é, não
funcionam como termo de outra oração. Podem ser assindéticas ou sindéticas.

Coordenadas assindéticas: não apresentam síndeto, ou seja, conjunção coordenativa.

Olhou-a demoradamente, beijou-a, partiu.


or. coord. assind. coord. assind. coord. assind.

Coordenadas sindéticas: apresentam síndeto, ou seja, conjunção coordenativa. Podem ser aditivas,
adversativas, alternativas, conclusivas ou explicativas.

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1. Aditivas: expressam ideias similares ou equivalentes. As conjunções aditivas mais comuns são e, nem (no
sentido de “e não”), (não só)... mas também, (não apenas)... mas ainda, etc.

Ele estuda durante o dia / e trabalha de noite.


or. coord. assind. or. coord. sindét. aditiva

Elas não vieram / nem justificaram a ausência.


or. coord. assind. or. coord. sindét. Aditiva

2. Adversativas: expressam ideia de contraste ou de oposição em relação à anterior. As conjunções


adversativas mais comuns são mas, porém, contudo, todavia, senão, não obstante, entretanto, no entanto,
etc.
O aluno estudou muito, / porém não passou.
or. coord. assind. or. coord. sindét. adversativa

Tomamos precauções, / não obstante falhamos.


or. coord. assind. or. coord. sindét. adversativa

3. Alternativas: expressam ideias que se excluem ou se alternam. As principais conjunções alternativas são:
ou, ou...ou, ora...ora, já...já, quer...quer, seja...seja, etc.

Chegue na hora, / ou você perderá a sua vez.


or. coord. assind. or. coord. sindét. alternativa

Ora ela brinca com o cão, / ora brinca com o gato.


or. coord. sindét. alternativa or. coord. sindét. alternativa

4. Conclusivas: exprimem a dedução ou conclusão de um raciocínio. As conjunções conclusivas mais comuns


são: logo, portanto, por conseguinte, por consequência, então, pois (posposto ao verbo), etc.

“ Penso, / logo existo.”


or. coord. assind. or. coord. sindét. conclusiva

Ele não veio; / convide, pois, um outro orador.


or. coord. assind. or. coord. sindét. conclusiva

5. Explicativas: exprimem a justificativa da oração anterior. As principais conjunções explicativas são: pois
(anteposto ao verbo), porque, que, porquanto, etc.

Façam silêncio, / que a criança está dormindo.


or. coord. assind. or. coord. sindét. explicativa

Choveu a noite inteira, / pois o chão está molhado.


or. coord. assind. or. coord. sindét. explicativa

OBS.: Às vezes, é difícil saber se uma oração expressa explicação (coordenada sindética explicativa), ou
circunstância de causa (subordinada adverbial causal – vide adiante). Em geral, as explicativas ocorrem em
frases imperativas, mas nem sempre. Atente para os exemplos a seguir:

 Ele está doente / porque bebeu demais. (a oração sublinhada é causal – a bebedeira foi a causa da
doença)
 Ele deve estar doente, / porque não veio ao trabalho hoje. (a oração sublinhada é explicativa – sua
ausência ao trabalho não fez com que ele ficasse doente).
Como já vimos, o período composto por subordinação apresenta sempre dois tipos de oração: uma chamada de
principal e outra ou outras chamada(s) de subordinada(s).

Quanto às orações subordinadas, dependendo de suas funções, podem ser:

a) Orações substantivas
b) Orações adjetivas
c) Orações adverbiais

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 ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVA

Do mesmo modo que os substantivos, as orações substantivas (orações com valor de substantivo) podem
exercer as mesmas funções sintáticas próprias dessa classe gramatical. São orações normalmente iniciadas por
uma conjunção integrante ("que" ou "se") ou, às vezes, por um pronome indefinido ou por um advérbio.
Dividem-se em:

1. Subjetivas: aquelas que exercem função de sujeito da oração principal.

É importante / que você permaneça aqui. (= Sua permanência é importante)

Não se comenta / se ele aceitará o convite (Voz passiva)

2. Objetivas diretas: aquelas que exercem função de objeto direto da oração principal, ou seja, completam
um verbo transitivo direto contido na oração principal.

Espero / que você reflita sobre o que fez.


Você conhece / quem encomendou a pesquisa ?

3. Objetivas indiretas: Aquelas que exercem função de objeto indireto da oração principal, ou seja,
completam um verbo transitivo indireto contido na oração principal.

Minha viagem depende / de que haja voo.


Confio / no que ele pode fazer.

4. Completivas nominais: Aquelas que exercem função de complemento nominal de um substantivo,


adjetivo ou advérbio contido na oração principal.

Tenho dúvida / de que ele chegue na hora.


Somos favoráveis / a que o caso se resolva.
Votamos favoravelmente / a que o caso se resolva agora.

5. Predicativas: Aquelas que, completando a oração principal, exercem nela a função de predicativo.

O certo é / que não podemos mais esperar.


A dúvida era / como faríamos o percurso.

6. Apositivas: Aquelas que, completando a oração principal, exercem nela a função de aposto (de um
substantivo ou de um pronome). Essas orações ocorrem após dois pontos ou entre vírgulas, caso em que
intercala a principal.

Ela disse-lhe o seguinte: / que ele voltasse lá.


Sua esperança, que ela o perdoe, continua acesa em seu coração.

OBS.1: Existe um tipo de oração substantiva que não está presente na NGB (Nomenclatura Gramatical
Brasileira), mas que pode perfeitamente ser incluída em nosso estudo. Trata-se de orações que funcionam
como agente da passiva iniciadas pelas preposições "de" ou "por"

- Ele estava cercado / de quem o admira.


- O bolo será comido / por quem o fez.

OBS.2: As orações subordinadas substantivas iniciam-se, em geral, pelas conjunções subordinativas


integrantes QUE ou SE. Mais, às vezes, tais orações são iniciadas por outro tipo de palavra como, por
exemplo, os advérbios interrogativos e os pronomes interrogativos.

Eu não sei / onde ele mora.


or. princ. adv. or. subord. subst. obj. dir.

 ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS

Orações subordinadas adjetivas são aquelas que exercem o mesmo valor e função inerentes aos adjetivos. São
introduzidas por pronomes relativos - "que", "o qual", "a qual", "os quais", "as quais", "quem", "onde",
"cujo(a)(s)", "quanto".
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Do mesmo modo que os adjetivos, as orações subordinadas adjetivas, quanto ao sentido, podem ser
classificadas em dois tipos:

1. Restritivas: aquelas que restringem o sentido do termo da oração principal a que se referem, ou seja, são
orações que definem e apontam individualizadamente um nome ou pronome expresso anteriormente.

- O homem que está lá fora é meu amigo


- Liguei para o cliente cujo cadastro você aprovou.
- De tudo quanto me disseram, isso foi o pior.

2. Explicativas: aquelas que, ao termo da oração principal a que se referem, acrescentam uma qualidade
acessória, esclarecendo melhor sua significação. Ao contrário das restritivas, as explicativas tomam o termo a
que se referem em seu sentido amplo, destacando sua característica principal, merecedora de realce, ou
esclarecendo melhor sua significação.

- O homem, que é um ser mortal, julga-se eterno.


- Visitei Hiroxima, onde os Estados Unidos jogaram uma bomba atômica .

OBS.: Note que não usamos a vírgula nas orações restritivas. Ao contrário, a vírgula é obrigatória nas
explicativas, constituindo, inclusive, marca de eliminação de certas ambiguidades. Observe os exemplos:
- "As mulheres que são frágeis não suportam esse trabalho" (O sentido é que só as fortes suportam, pois, pela
ausência da vírgula, trata-se de uma oração restritiva).
- "As mulheres,que são frágeis, não suportam esse trabalho" (Aqui a opinião da pessoa é que a fragilidade é
uma característica peculiar a todas as mulheres, daí tratar-se de uma oração explicativa, marcada, portanto,
pelo uso da vírgula).

 ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS

Orações subordinadas adverbiais são aquelas que expressam circunstância em relação à oração principal.
Em outras palavras, quando o termo adjunto adverbial vier em forma de oração (presença de um verbo ou loc.
verbal), esta será chamada de oração adverbial. Entretanto, isso não significa que para cada tipo de adjunto
adverbial haja uma oração adverbial correspondente. Por exemplo, existem adjuntos adverbiais, como os de
negação, de instrumento, de matéria, etc. sem qualquer oração adverbial correspondente. As orações
adverbiais são iniciadas por uma conjunção subordinativa adverbial e recebem o nome desta, dependendo
do sentido lógico que expressam em relação à oração principal.

São nove os tipos de orações subordinadas adverbiais:

1. Causais: Indicam a causa do fato expresso na oração principal. As principais conjunções causais são:
porque, que, como, já que, visto que, uma vez que, porquanto, etc.

- Bruno ficou rouco / porque gritou muito.


- Já que ela não quis estudar, / tirou notas baixas.
- Se assim o queres, / fá-lo-ei ("se" = "já que").

2. Consecutivas: Indicam a consequência do fato expresso na oração principal. Exemplos de conjunções


subordinativas consecutivas são: (tanto)...que, (tão)... que, que, (tamanho)... que, (tal)... que, etc.

- Bruno gritou tanto / que ficou rouco.


- Ela falou-me tantas bobagens / que eu me irritei.
- Tal era seu entusiasmo / que todos se contagiaram de alegria.

3. Condicionais: Indicam uma condição para que o fato expresso na oração principal se realize. As
conjunções condicionais mais comuns são: se, desde que, a menos que, salvo se, caso, exceto se, contanto
que, sem que, etc.

- Caso ele precise, emprestar-lhe-ei dinheiro.


- Iremos à praia amanhã, a menos que chova.
- Não poderei viajar sem que termine o trabalho.

OBS.: Não confunda o "se" condicional com o "se" conjunção integrante das orações substantivas. O primeiro
expressa condição e o segundo, uma dúvida. Veja os exemplos:
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- Se o médico me der alta, / sairei hoje. (condicional)

- Não sei se o medico me dará alta hoje. (Integrante)


4. Concessivas: Indicam uma ideia contrária, uma particularidade, uma exceção ao fato expresso na oração
principal. As conjunções subordinativas concessivas mais comuns são: embora, ainda que, mesmo que, se
bem que, por mais que, por menos que, conquanto, apesar de que, etc.

- Mesmo que você insista, / eu não permitirei.


- Fui à praia / embora estivesse chovendo.
- "Gosto de frutas, / verdes que estejam" (=... embora estejam verdes).

5. Conformativas: Indicam conformidade, isto é, que o fato expresso na oração principal ocorre da forma
como ele está expresso na oração subordinada. As principais conjunções desse caso são: como, conforme,
segundo, consoante, etc.

- Escrevi tudo / conforme havíamos combinado.


- Como disse John Lennon, / o sonho acabou.
- Agi / segundo estabelecem as leis.

6. Comparativas: Expressam o segundo termo de uma comparação cujo primeiro termo encontra-se contido
na oração principal. As principais conjunções comparativas são: como, (tal)... qual, (tão)... como, (tanto)...
quanto, (mais)... do que, (menos)... do que,

- Ele chorava / como se fosse criança.


- "Saudade amarga / que nem jiló" (note que o verbo da or. subord. está oculto).
- Tal fora o pai, / tal hoje (é) o filho.

7. Finais: Indicam a finalidade do fato expresso na oração principal. As conjunções finais mais comuns são:
para que, porque, que, a fim de que, etc.

- Ele veio aqui / para que soubéssemos dos fatos.


- A vítima se escondeu / a fim de que o ladrão não a visse.
- Falta pouco / que o sol apareça.

8. Proporcionais: Indicam proporção ou simultaneidade ao fato expresso na oração principal. As principais


conjunções proporcionais são: à medida que, à proporção que, (quanto mais)... tanto mais, ao passo que,
etc.

- Ela ia desmaiando / à medida que ouvia o fato.


- Quanto mais ele se explicava, / mais a esposa se enraivecia.
- Quanto menos frequentava as aulas, / mais baixas eram suas notas.

9. Temporais: Indicam o tempo em que ocorre a ação expressa na oração principal. As conjunções temporais
mais comuns são: quando, enquanto, apenas, mal, logo que, antes que, depois que, até que, desde que,
etc.

- Mal o professor se virava, / os alunos começavam a filar.


- Eles viajaram / assim que acordaram.
- Maria saiu / quando Paulo chegou.

 ORAÇÕES REDUZIDAS
Chama-se reduzida a oração, geralmente subordinada, cujo verbo está ou no infinitivo, ou no gerúndio, ou no
particípio. Orações desse tipo não apresentam conjunção e equivalem a outras que possuem forma
desenvolvida, recebendo, por isso, o mesmo nome destas, apenas com o acréscimo informativo sobre o seu
tipo.

Todos afirmam ser ele o ladrão.


suj. v.t.d or. subord. subst. obj. dir.
reduz. de infinitivo (ser)
or. princ.

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Já recebemos os livros chegados de Paris.
subst or. subord. adj. rest.
or. princ reduz. de particípio
(chegado)
.
Observe que “chegados de Paris” equivale a “que chegaram de Paris”.

Ao chegar ao colégio, foi recebido com festa.


[or. subord. adv. temp. [ or. princ. ]
reduz. de infinitivo (chegar)]

Atente para a ambiguidade de algumas orações reduzidas:

“Indo por este caminho, você encontrará o armazém.”

A oração reduzida do exemplo acima pode expressar tanto a ideia de condição, como a ideia de tempo, ou seja,
poderia ser desenvolvida de
duas maneiras: “Se você for por este caminho,...” ou “Quando você for por este caminho,...”.

Veja este outro exemplo:

“Sentindo-se agredido, ele reagiu.” => causal ou temporal. (= “Porque se sentiu agredido,...” ou “Quando se
sentiu agredido,...”)

OBS.1: Quando uma das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio) vier acompanhada de verbo auxiliar,
não teremos, no caso, uma oração reduzida, e sim uma locução verbal determinando a presença de uma só
oração. Ex.: “Preciso estudar com mais atenção.” “Estou estudando a lição.” “Eu tenho estudado muito
ultimamente.”

OBS.2: Muitas vezes os particípios são meros adjuntos adnominais ou predicativos, não constituindo uma
oração. Ex.: “Ela não simpatiza com aquele homem estressado (adjunto adnominal)”. “Ele saiu da sala
estressado (predicativo)”.

VERBOS

Definição: São palavras variáveis que exprimem ação, fenômeno, estado ou mudança de estado; isto é,
exprimem o que se passa, situando o fato no tempo.

 Flexões do verbo
1. pessoa do discurso (1ª, 2ª ou 3ª)
2. número (singular ou plural)
3. tempo (presente, passado ou futuro)
4. modo (indicativo, subjuntivo ou imperativo)
5. voz (ativa ou passiva)

 Conjugações verbais

Três são as conjugações verbais em português:

1. 1ª conjugação - verbos terminados em -AR. Ex.: amar, cantar, dar, etc.


2. 2ª conjugação - verbos terminados em -ER. Ex.: correr, bater, saber, etc.
3. 3ª conjugação - verbos terminados em -IR. Ex.: partir, corrigir, luzir, etc.

OBS.: O verbo pôr e seus compostos pertencem à 2ª conjugação. Podemos perceber tal classificação pela
evolução que esse verbo tomou em nossa língua. Do latim "ponere", resultou a forma arcaica "poer", cuja vogal
temática pode ainda ser percebida em formas como "poente", galinha "poedeira", tu pões, ele põe (o til é
resultante do n da forma latina "ponere"). A forma inglesa do verbo "postpone" (= adiar) é cognata de pôr e
corrobora tal compreensão.

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 Modos do verbo

São as formas que o verbo toma para expressar a atitude do falante em relação à ação indicada pelo verbo, ou
seja, atitude de certeza (modo indicativo), atitude de dúvida / hipótese / possibilidade (modo subjuntivo) ou
atitude de ordem / pedido / conselho (modo imperativo).

 Tempos verbais
1. No modo indicativo a ação verbal pode aparecer nos tempos:
- presente (ando, como, parto)

- pretérito (= passado)

perfeito (andei, comi, parti)

imperfeito (andava, comia, partia) ou

mais-que-perfeito (andara, comera, partira)

- futuro
do presente (andarei, comerei, partirei)

do pretérito (andaria, comeria, partiria)

2. No modo subjuntivo a ação verbal pode aparecer nos tempos:


- presente (É preciso que eu... ande, coma, parta)
- pretérito imperfeito (se eu... andasse, comesse, partisse)
- futuro (se / quando... eu andar, tu andares...; eu comer, tu comeres...; eu partir, tu partires, etc.)

3. No modo imperativo a ação verbal pode aparecer nas seguintes formas:

- afirmativa (anda com teus documentos / ande com seus documentos)


- negativa (não andes com tuas joias / não ande com suas joias)

 Vozes do verbo (forma que o verbo assume para indicar se a ação é praticada ou recebida pelo sujeito)

Voz ativa: O sujeito pratica a ação verbal. Ex.: O técnico consertou o rádio.

Voz passiva: O sujeito recebe a ação verbal. Ex.: O rádio foi consertado pelo técnico.

Voz reflexiva: Quando o sujeito faz e, ao mesmo tempo, recebe a ação. Ex.: "O menino feriu-se." (= feriu a ele
mesmo)

A voz passiva pode ser expressa de três maneiras:

a) Passiva analítica: Expressa pela utilização de um auxiliar (ser, estar, ficar, etc.) seguido do particípio do
verbo principal. Ex.: "O osso foi roído pelo cão". "As casas foram vendidas pelo corretor".

b)Passiva sintética: Expressa com um verbo transitivo direto + pronome apassivador. Ex.: "Vende-se esta
casa". "Vendem-se casas" (= casas são vendidas)

c) Passiva de infinitivo: Expressa por um infinitivo de forma ativa, mas com sentido passivo. Ex.: "Isso é um
osso duro de roer (= de ser roído)". É um trabalho difícil de fazer (= de ser feito)

 Formas nominais dos verbos (formas que, além do valor verbal, podem ter a função de nomes, isto é, de
substantivo, adjetivo ou advérbio)

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- infinitivo: andar, comer, partir
- gerúndio: andando, comendo, partindo
- particípio: andado, comido, partido

 Formas rizotônicas e arrizotônicas: O elemento grego “riz(o)” significa raiz, radical. Daí, dar-se o nome de
rizotônicas às formas verbais cujo acento tônico recai no radical: FALo, FALas, FALa, FALam; FALe, FALes,
FALem; etc. Ao contrário, se o acento tônico recair fora do radical do verbo, tal forma será chamada de
arrizotônica: FALamos, FALais; FALava, FALavas; FALei, FALaste; FALara; FALarei, FALarás; FALasse,
FALassem; etc.

Obs.: O radical do verbo é obtido retirando-se as terminações –AR, –ER, –IR do infinitivo impessoal (nome do
verbo). Portanto, o radical do verbo “falar”, por exemplo, é FAL (FAL-ar); de “beber” é BEB (BEB-er) e de “partir”
é PART (PART-ir).

 Classificação dos verbos


a) Regular: É aquele cujo radical permanece igual em toda sua conjugação. Ex.: amar, beber (rigorosamente
"beber" seria irregular na pronúncia - bebo [ê], bebes, bebe [é], etc.), partir, cantar, correr, andar...

b) Irregular: É aquele que, ao ser conjugado, sofre alteração em seu radical. Ex.: trazer, medir, ouvir...
Quando essa irregularidade é bastante acentuada, apresentando radicais primários diferentes, como os verbos
ser (sou, é, fui...) e ir (vou, ide, fomos...), temos o caso dos verbos chamados de anômalos. Algumas
gramáticas citam, ainda, como anômalos os verbos estar, haver, pôr, ter e vir. Vide lista adiante.

Obs.: Não se deve confundir irregularidade com adaptação gráfica de alguns verbos. Ex.: chegar – chego –
cheguei; torcer – torço –torcia; dirigir – dirijo – dirigirás; etc. Todos regulares.

c) Defectivo: É aquele que apresenta falhas, lacunas, em sua conjugação. Ex.: verbo "abolir" (não existe a 1ª
pessoa do presente do indicativo - "eu abolo", e, consequentemente, nenhuma pessoa do presente do
subjuntivo, nenhuma das formas do imperativo negativo, bem como as pessoas "você", "vocês" ou "nós" do
imperativo afirmativo, já que essas formas são derivadas da 1ª pessoa do presente do indicativo). Vide lista
adiante.

d) Abundante: É aquele que possui duas formas equivalentes. Ex.: faze ou faz - verbo "fazer" no imperativo
afirmativo, usado com a 2ª pess. "tu". Em geral, essa abundância é expressa na forma do particípio: matado /
morto; imprimido / impresso; etc. Em tais casos, usa-se a forma irregular com os verbos auxiliares "ser" ou
"estar" (ele foi morto; ele está morto), e a forma regular com os auxiliares "ter" ou "haver" (ele tinha / havia
matado o tigre). Vide lista adiante.

e) Principal: É aquele que, na frase, conserva sua significação plena. Ex.: Ela almoçou ao meio-dia e meia.

f) Auxiliar: É aquele que se junta a outro verbo (principal) para formar as locuções verbais e os tempos
compostos. O auxiliar é responsável pela determinação do tempo, do modo e da voz na frase em que aparece.
Ex.: Ela estava almoçando quando eu cheguei.

 Tempos primitivos e tempos derivados

São três os tempos primitivos:

a) infinitivo impessoal
b) presente do indicativo
c) pretérito perfeito do indicativo

Os demais tempo são derivados. Logo, para se saber se um verbo é ou não regular, basta observar a
conjugação das três formas primitivas supracitadas.

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SINOPSE DE SINTAXE DE TERMOS

ANÁLISE SINTÁTICA: TERMOS DA ORAÇÃO


I – TERMOS ESSENCIAIS

Sujeito e predicado

Sujeito é o termo da oração do qual se anuncia alguma coisa.


Predicado é a parte da oração através da qual afirmamos ou negamos alguma coisa a respeito do sujeito. O
predicado sempre contém um verbo.

Aquelas belas tardes foram inesquecíveis.


suj. predic.

Antigamente, muitas crianças jogavam bola.


sujeito
predicado

 Tipos de sujeito
1. Determinado:

1.1. Sujeito simples: quando possui um só núcleo.


Meus filhos foram à praia.
núcleo
sujeito

1.2. Sujeito composto: quando possui mais de um núcleo.

Idosos e crianças tiveram atendimento


núcleo núcleo
sujeito
1.3. Sujeito oculto: quando não está expresso, mas pode ser determinado pela desinência verbal.

Virás aqui amanhã. (virás => sujeito oculto: tu)


Fizemos todo o trabalho. (fizemos => sujeito oculto: nós)

2. Sujeito indeterminado: quando não for possível determinar que elemento da oração funciona como sujeito.
A indeterminação do sujeito pode ocorrer de duas maneiras:
a
2.1. Quando o verbo, sem se referir a nenhum elemento do contexto da frase, apresentar-se na 3 pessoa do
plural.
Falaram mal de você.
3a p. plur.

2.2. Quando o verbo estiver na 3a pessoa do singular + SE, desde que a frase não possa ser transposta para a
voz passiva analítica.

Vive-se bem nesta cidade. (or. com v.i.)


3a p. sing.

Precisa-se de pedreiros. (or. com v.t.i.)


3a p. sing.

Era-se feliz naquele tempo. (or. com v. lig.)


3a p. sing.
Em frases como essas, o pronome SE é denominado índice de INDETERMINAÇÃO DO SUJEITO.
Observações: Note que as frases acima não admitem transformações para a voz passiva analítica:

Já em frases como:
Alugaram-se barcos (or. com v.t.d.),

o sujeito não é indeterminado, uma vez que podemos passá-la para a passiva analítica:
Barcos foram alugados.
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sujeito

Lembre-se de que, tanto na passiva analítica (com 2 verbos), como na passiva pronominal (verbo + se), o
sujeito é o mesmo. Por isso, na frase:

Alugaram-se barcos.

sujeito: barcos
temos SE: pronome apassivador

3.Sujeito inexistente (oração sem sujeito): ocorre, basicamente, com os verbos:

Haver no sentido de existir, acontecer e indicando tempo passado:

Não haverá problemas na fábrica.


Ele chegou há dois meses.

Fazer indicando tempo e fenômeno da natureza:

Faz três semanas / que não vejo Maria.


Ontem fez muito calor.

Ser indicando tempo e distância:

Já são onze horas da noite.


Daqui ao centro são dez quilômetros.

Verbos indicativos de fenômenos da natureza (ventar, chover, nevar, trovejar, etc.):

Choveu demais ontem à noite.


Nevou bastante no sul do país.

 Tipos de verbo

Sendo, geralmente, o verbo o elemento nuclear e principal do predicado (não é o caso do predicado
nominal), faz-se necessário conhecer um pouco sobre os tipos de verbos que o formam. Por sinal, seja qual for
o tipo de predicado, o verbo sempre fará parte dele. Portanto, para fins de predicação, podemos dividir os
verbos da seguinte forma:

1. Verbos significativos ou nocionais: São todos aqueles que exprimem uma ação, um fato ou um fenômeno.
Subdividem-se em intransitivos e transitivos.

1.1. Verbo intransitivo: é aquele que, por ter sentido completo, não exige nenhum termo que lhe complete o
sentido. Isso significa que o verbo intransitivo não exige objeto.

Os pássaros voaram.
v. int.
Dormia calmamente a criança.
v. int. suj.

1.2. Verbo transitivo: é aquele que não traz em si a ideia completa da ação, ou seja, necessita de um outro
termo (objeto) para completar-lhe o sentido. Em outras palavras, sua ação transita. Subdividem-se em diretos e
indiretos.

1.2.1. Verbo transitivo direto: é o verbo que exige, para completar-lhe o sentido, um termo não iniciado por
preposição – o objeto direto.

Ele vendeu o carro.


v. t. d. obj. dir.

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1.2.2. Verbo transitivo indireto: é todo aquele que exige um complemento (objeto) iniciado por preposição – o
objeto indireto.

Nós confiamos em Deus.


v. t. i. obj. ind.

1.2.3. Verbo transitivo direto e indireto: é todo aquele que exige dois complementos: um deles sem
preposição (objeto direto) e outro com preposição (objeto indireto).
O filho pediu uma bicicleta ao pai.
v. t. d. i. obj. dir. obj. ind.

O pai deu uma bicicleta ao filho.


v. t. d. i. obj. dir. obj. ind.

2. Verbo de ligação: é todo verbo que, sem possuir sentido definido e autônomo, estabelece um vínculo entre o
sujeito e uma qualidade atribuída a esse sujeito. A qualidade (ou característica, ou modo de ser) atribuída ao
sujeito denomina-se predicativo do sujeito.

Maria está deprimida.


suj. v. lig. predicativo

O bolo ficou delicioso.


suj. v. lig. predicativo

 Tipos de predicado
A classificação do predicado depende do tipo de verbo que ele contém.

1. Predicado verbal: é todo predicado que apresenta verbo significativo, isto é, verbo que indica ação, fato ou
fenômeno.

Meu pai comprou um livro na cidade.


suj. v. signif.
pred. verbal

2. Predicado nominal: quando seu núcleo é um nome, isto é, não apresenta verbo significativo, e sim verbo de
ligação.

suj. v. lig
A plateia permaneceu absolutamente quieta.
predicativo
predicado nominal

O predicado nominal, além do verbo de ligação, apresenta também o predicativo. Isso porque sempre que numa
frase há verbo de ligação, há também o predicativo.

3. Predicado verbo-nominal: quando possui dois núcleos: um verbo significativo e um nome (predicativo do
sujeito ou do objeto).

O predicado verbo-nominal pode apresentar-se sob estruturas diferentes:

Verbo significativo + predicativo do sujeito

O menino chegou à sala de aula atrasado.


v. sign. predicat. do suj.
predicado verbo-nominal

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Verbo significativo + predicativo do objeto

v. sign pred. objeto


O professor considerou válida a resposta.

predicado verbo - nominal

Note que o predicativo “válida” se refere a “a resposta” (obj. dir.) e não ao suj. “O professor”. Daí
chamarmos esse predicativo de predicativo do objeto.

II – TERMOS INTEGRANTES
1. Complementos verbais:

1.1. Objeto direto: é o complemento verbal não iniciado por preposição.

O aluno compreendeu a lição.


v. t. d. obj. dir.

O objeto direto pode, sempre, ser trocado por um dos seguintes pronomes oblíquos: O, A, OS, AS ou suas
variações – LO, LA, NO, etc.

Maria ama seus filhos loucamente.


v. t. d. obj. dir.

Trocando o objeto direto pelo pronome oblíquo equivalente temos:

Maria os ama loucamente.


obj. dir. v. t. d.

Observações: Há casos em que o objeto direto pode apresentar, antes de si, uma preposição. Essa
preposição, no entanto, não é exigida pelo verbo e pode, em alguns casos, ser até eliminada da frase. É o que
se chama de objeto direto preposicionado.

A notícia surpreendeu a todos.


suj. v. t. d. obj. dir. preposicionado

1.2. Objeto indireto: é o complemento verbal que, obrigatoriamente, vem iniciado por uma preposição (de,
com, em, para etc.).

Eu preciso de você.
v. t. i. obj. ind

O professor ensinou a lição aos alunos.


v. t. d. i. obj. dir. obj. ind.

Pronomes oblíquos como objeto

Os pronomes oblíquos átonos, quando


funcionam como objeto, são classificados:

O, A, OS, AS => sempre objeto direto.

Os filhos O amavam.

obj. dir. v. t. d.

LHE, LHES => sempre objeto indireto.


ESPAÇO HEBER VIEIRA Eles LHE devolveram o livro.
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obj. ind. v. t. d. i. obj. dir. Página 24
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ME, NOS, TE, VOS, SE => podem ser classificados como objeto direto ou objeto indireto dependendo do
verbo que o pronome estiver complementando.

Se o verbo for transitivo direto, o pronome será objeto direto. Se o verbo for transitivo indireto, o pronome
será objeto indireto.
Eu TE conheço.
obj. dir. v. t. d
Eu TE obedeço.
obj. ind. v. t. i.

2. Complemento nominal: é a palavra ou expressão que completa o sentido de um nome (substantivo


abstrato, adjetivo ou advérbio) ou de seu equivalente, ligando-se a ele por meio de preposição. Observe os
exemplos abaixo:

- Fiquei indignado quando eles mataram o animal ("o animal" é complemento verbal - objeto direto do verbo
"matar").

- Não admito a matança de animais ("de animais" é complemento nominal, pois completa o sentido do
substantivo "matança").

- O lugar estava repleto de lembranças ("de lembranças" é complemento nominal do adjetivo "repleto").

- A testemunha depôs favoravelmente ao réu ("ao réu" é complemento nominal do advérbio


"favoravelmente").

3. Agente da passiva: é o termo que indica quem ou o que pratica a ação


verbal sofrida pelo sujeito quando o verbo da oração está na voz passiva.

Muitas árvores foram destruídas pelo vento.


suj. paciente ag. da passiva

Ele seria elogiado por nós.


suj. paciente ag. da passiva

Observação: O agente da passiva corresponde ao sujeito da ativa e quase sempre se inicia pela preposição
POR/PELO (também, mais raramente, pela preposição DE, como no exemplo “O chão está coberto de folhas”).

III – TERMOS ACESSÓRIOS

São aqueles que, apesar de normalmente dispensáveis na estrutura básica da oração, acrescentam
importantes informações para a compreensão do enunciado porque se encarregam de especificar um nome ou
indicar uma circunstância do verbo. Três são os termos acessórios: adjunto adnominal, adjunto adverbial e
aposto.

1. Adjunto adnominal: é o termo de valor adjetivo que caracteriza, especifica ou delimita o significado de um
substantivo, qualquer que seja a função deste (sujeito, objeto, etc.).

Aqueles livros de Filosofia são ótimos.


adj. adn. subst. adj. adn.

sujeito

2. Adjunto adverbial: é o termo que denota alguma circunstância (tempo, modo, negação, causa, lugar, dúvida,
etc.) do fato expresso pelo verbo ou intensifica o sentido deste, ou de um adjetivo, ou de um advérbio.

Talvez ele não vá à cidade hoje.


adj. adv. adj. adv. adj. adv. adj. adv

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de dúvida de negação de lugar de tempo

4. Aposto: é o nome, ou expressão equivalente, que exerce a mesma função sintática de outro elemento a
que se refere. É, pois, o termo que explica, esclarece, enumera, especifica, desenvolve ou resume outro
termo da oração.

Maria, irmã de Paulo, viajará amanhã.


aposto explicativo

Ele só pensa em duas coisas: dinheiro e poder.


aposto enumerativo

A cidade do Recife é muito bonita.


aposto especificativo

Mesas, cadeiras, fogão, tudo foi levado pela cheia.


aposto resumitivo

IV – VOCATIVO

O vocativo é o termo usado para chamar a atenção da pessoa com quem se fala. O vocativo não pertence nem
ao sujeito, nem ao predicado da oração. É, portanto, um termo marginal, que deve vir isolado por vírgula(s).

Pessoal , a lição não é difícil.


vocativo suj. predicado

A lição , pessoal , não é difícil.


suj. vocativo predicado

A lição não é difícil , pessoal.


suj. predicado vocativo

SINTAXE DE CONCORDÂNCIA

CONCODÂNCIA NOMINAL
A concordância nominal ocorre em função dos seguintes casos e regras:

Como regra geral, adjetivos, pronomes, artigos e numerais concordam em gênero (masculino / feminino) e
número (singular / plural) com o substantivo ao qual se refere.

As minhas duas filhas solteiras são muito estudiosas.


art. pron. num. subst. adj. verbo adv. adj

Outros casos:

A) Adjetivo posposto

 Vários substantivos + um adjetivo

1. Se os substantivos forem do mesmo gênero, o adjetivo segue o gênero dos substantivos e vai para o plural
ou concorda com o número do último substantivo.

Ele comprou camisa e gravata novas.


(f) (f) (f. pl.)

Ele comprou camisa e gravata nova.


(f) (f) (f. sing.)

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Ele comprou terno e carro novos.
(m) (m) (m. pl.)

Ele comprou terno e carro novo.


(m) (m) (m. sing.)

2. Se os substantivos forem de gêneros diferentes, o adjetivo vai para o masculino plural ou concorda
com o último substantivo.

Ele comprou terno e gravata novos. ou


(m) (f) (m/pl)

Ele comprou terno e gravata nova.


(m) (f/s) (f/sing)

Note que muitas vezes, por razões lógicas, não há dúvida de que o adjetivo se refere apenas ao substantivo
mais próximo. Em tal caso, concordará o adjetivo, em gênero e número, com esse substantivo mais próximo.
Ex.: Ele gosta de frutas e leite desnatado.

3. Se um adjetivo vier posposto a dois ou mais substantivos, concordará em gênero e número com o
mais próximo nos seguintes casos:
a) Quando se tratar de substantivos sinônimos: "O furor e a raiva humana..."

b) Quando os substantivos estiverem alinhados em gradação: "A inteligência, o esforço, a dedicação


extraordinária venceu tudo".

B) Adjetivo anteposto

1. Em princípio, o adjetivo (ou pronome adjetivo) anteposto a dois ou mais substantivos concorda com o mais
próximo em gênero e número.

Eles trouxeram novas ideias e métodos.


Eles trouxeram novos métodos e ideias.
Ele veio com sua mulher e filhos.

2. Se o adjetivo anteposto se referir a nomes próprios de pessoas, a seus títulos ou designações, deverá ir para
o plural, concordando, assim, com todos os substantivos.

Os habilidosos pai e filho souberam contornar a constrangedora situação.

3. Na função de predicativo, o adjetivo anteposto a dois ou mais substantivos aos quais se refere pode:

a) concordar com o mais próximo em gênero e número

Permanece vazia a poncheira e os copos.

b) ir para o feminino plural, caso os substantivos sejam desse gênero

Permanecem vazias a poncheira e as taças.

c) ir para o masculino plural se os substantivos forem desse gênero ou de gêneros diferentes.

Permanecem vazios o balde e o copo.


Permanecem vazios a poncheira e o copo.

C) Adjetivos representados por nomes de cor

O nome de uma cor pode ou não ser originado a partir de um substantivo, o que muda sua concordância. Daí
termos dois casos:

1. Quando o nome de uma cor não for proveniente de um substantivo, a concordância nominal se dará pelos
mesmos processos de qualquer outro adjetivo. Exemplos:

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Comprei uma camisa amarela.
Comprei muitas camisas brancas
Ele usava uma roupa amarelo-esverdeada.
Usava óculos marrom-escuros.

OBS.: Constituem exceções as cores bege, azul-marinho e azul-celeste que são invariáveis. Ex.: - Guardei os
documentos nas pastas bege. - Mandou confeccionar duas fardas azul-marinho. - As paredes de seu quarto
eram azul-celeste.

2. Quando o nome de uma cor é originado a partir de um substantivo, fica invariável. Exemplos:
- calças vinho / - tons pastel / - O sofá e as cortinas eram areia. / - três pacotes rosa estavam na mesa.

D) Dois ou mais adjetivos no singular e um substantivo no plural

 Quando dois ou mais adjetivos se referem a partes individuais de que se compõe um substantivo, este fica
no plural e cada um daqueles, no singular.

Ele é especialista nas literaturas inglesa e americana.

OBS.: Se o artigo for repetido antes de cada adjetivo, o substantivo e os adjetivos ficarão no singular: – Ele é
especialista na literatura inglesa e na americana.

E) Concordância do numeral com o substantivo

1. Como já vimos no início, em princípio, os numerais que sofrem flexão concordam com o substantivo a que se
referem.

- É uma hora. / São duas horas. / Chegarão nas primeiras horas

Quando mais de um numeral ordinal se referir a um substantivo, este poderá ficar no singular ou ir para o plural
caso o ordinal seja
2. precedido de artigo (ou outro determinante). Exemplos:

O primeiro e o segundo andar do nosso prédio estão desocupados.


O primeiro e o segundo andares do nosso prédio estão desocupados.

3. Caso não haja repetição do artigo ou qualquer outro determinante (vide caso anterior), o substantivo terá que
ir para o plural.

O primeiro e segundo andares do nosso prédio estão desocupados.

4. Não havendo a repetição do determinante, o substantivo irá também para o plural se os ordinais vierem
pospostos:

Os andares primeiro e segundo estão desocupados. “ou”:


O andar primeiro e o segundo estão desocupados.

OUTROS CASOS ESPECIAIS

1. MESMO - Quando funciona como pronome, deve concordar com a palavra a que ser refere. Como advérbio,
no sentido de "realmente", é invariável.

Elas mesmas fizeram o pedido = Elas próprias fizeram o pedido.


Os meninos mesmos conseguiram anular a prova.
Elas querem mesmo voltar a Paris = Elas querem realmente...

OBS.: O mesmo ocorre com "próprio": ele próprio, ela própria, eles próprios, elas próprias.

2. OBRIGADO / OBRIGADA - Concorda em gênero e número com a pessoa que está agradecendo, pois
significa "grato", "reconhecido", "penhorado".

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Ele disse: “muito obrigado.” / - Ela disse: “muito obrigada.” / - Vamos muito bem, obrigados. / - Ela
agradeceu em nome de todas as mães dizendo ao prefeito: “muito obrigadas pelo que V. Ex. a fez por nós
deste clube.”

3. SÓ / SÓS - Quando "só" é adjetivo, significando, pois, "sozinho", concorda em número com a palavra a que
se refere; quando significa "apenas", "somente", "unicamente" (advérbio ou palavra denotativa), fica invariável.

Ela está só. / - Elas estão sós. (adj.)


Os convidados só querem café. (adv.)

OBS.: Há também a locução adverbial "a sós", que é invariável e significa "sem mais companhia": - Paulo
ficará a sós por uns instantes.

4. ANEXO / APENSO / INCLUSO - Palavras que funcionam como adjetivo, logo são variáveis e concordam com
a palavra a que se referem.

Os documentos seguem anexos / apensos / inclusos.


Anexa / apensa / inclusa segue a fotografia.

OBS.: A expressão "em anexo" é invariável: - As cartas seguem em anexo.

5. QUITE - Adjetivo, portanto variável, que significa "livre", "desobrigado"

Ela está quite com todos os credores.


Nós estamos quites com nossos credores.

6. MEIO - A palavra "meio" (ou suas variações) pode funcionar como numeral fracionário, adjetivo ou advérbio,
apresentando os seguintes comportamentos quanto à concordância com a palavra a que se refere:

a) Como numeral fracionário - é variável: um meio (1/2), três meios (3/2), meio melão, meia maçã, meio-
dia e meia (hora), três meias garrafas de vinho

b) Como adjetivo - é variável e significa "incompleto", "inacabado": "Esboçou um meio riso". - "O enfermo
teve uma meia síncope". - Ë um homem de meias palavras.

c) Como advérbio - é invariável e significa "um pouco", "um tanto": Ela está meio deprimida. / Eles ficaram
meio tontos com a notícia.

7. BASTANTE - Como pronome indefinido ou como adjetivo, concorda com o substantivo a que se refere;
como advérbio, é invariável. Exemplos:
- Há bastantes livros para sua consulta na biblioteca. (pronome indefinido)
- Trouxeram duas procurações bastantes. (adjetivo)
- Elas estudaram bastante na biblioteca da escola. (advérbio de intensidade)
- Elas são bastante inteligentes. (advérbio de intensidade)

OBS.: O mesmo ocorre com as palavras "muito", "pouco", "caro", "longe", e outras que podem aparecer em
classes morfológicas diferentes:

- Pesquisou em muitos livros e em muitas fontes. (pron. indefinido)


- Elas pesquisaram muito até encontrar o que queriam. (advérbio de intensidade)

- Eles têm poucos amigos e poucas lembranças (pronome indefinido)


- Pouco elas saem de casa. (advérbio)

- Estas são as máquinas mais caras da fábrica (adjetivo)


- As máquinas custaram caro. (advérbio)

- Viajaram por longes terras. (adjetivo)

- Elas moram longe dos pais (advérbio)

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8. LESO - Sendo um adjetivo, leso concorda em gênero e número com o substantivo ao qual se refere:

- crime de lesa-pátria / crime de leso-patriotismo / crime de lesa-majestade.

9. POSSÍVEL - Em superlativos, a variação de "possível" dependerá do uso do artigo (singular ou plural):

- Ele tentou trazer o maior número de provas possível.


- Ele apresentou as melhores provas possíveis.
- As portas ficaram o mais bem fechadas possível.
- Fui à feira e comprei os maiores melões possíveis.

10. ALERTA / MENOS / PSEUDO - São invariáveis:

- Os soldados estão alerta (adv. = "em atitude de quem vigia")


- Havia menos pessoas nas ruas naquele dia (pron. indefinido)
- Trata-se de pseudo-revelações (prefixo grego com hífen antes de "h", "r", "s" ou vogal)

OBS.: A palavra "alerta" pode aparecer como adjetivo em função de adjunto adnominal (não como predicativo);
nesse caso, varia apenas em número, já que é de dois gêneros: " Nada lhes escapa, são homens alertas."

11. À CUSTA DE - A expressão "à custa de", que significa "com sacrifício, dano, ou prejuízo de", bem como “a
expensas de” é invariável. Não existe a forma "às custas de". A palavra "custas", usada no plural, quer dizer "
despesas feitas em processo judicial, mas não forma qualquer expressão idiomática.

- Terminou o trabalho à custa de muito esforço.


- O preguiçoso rapaz vive à custa do sogro.

12. UM E OUTRO / NUM E NOUTRO - Após essas expressões, o substantivo fica no singular e havendo
adjetivo e/ou verbo, o adjetivo vai para o plural e o verbo pode ir para o plural ou ficar no singular.

- Uma e outra questão fáceis foram respondidas. "ou"


- Uma e outra questão fáceis foi respondida.
- Num e noutro caso esporádicos, percebíamos a diferença
- Um e outro aluno costumava(m) fazer suas lições.

OBS.: A expressão “um ou outro” leva sempre o substantivo e o verbo para o singular: - Um ou outro caso
conturbava-lhe o juízo. - Um ou outro retirante apressava os passos.

13. É BOM / É PRECISO / É NECESSÁRIO / É PROIBIDO - Duas são as construções possíveis com essas
expressões, dependendo do uso ou não de um determinante antes do sujeito. Com determinante, a expressão
varia concordando em gênero e número com o sujeito; sem determinante, a expressão é invariável. Exemplos:

Com determinante - É proibida a entrada de pessoas estranhas.


Sem determinante - É proibido entrada de pessoas estranhas.

Com determinante - São precisas várias informações para decidirmos.


Sem determinante - É preciso informações e tempo para decidirmos.

Com determinante - Esta vitamina é boa para curar gripe


Sem determinante - Vitamina C é bom para curar gripe

14. "OU" LIGANDO SUBSTANTIVOS - Substantivos de gêneros diferentes ligados por "ou" levam o adjetivo a
tomar a forma masculina plural ou concordar com o substantivo mais próximo:

- A secretária poderá trajar vestido ou saia amarelos. "ou"


- A secretária poderá trajar vestido ou saia amarela.

15. ADJETIVOS ADVERBIALIZADOS - Quando, por um processo de derivação imprópria, o adjetivo tiver valor
de advérbio, ficará invariável.

Skol e Antarctica são cervejas que descem redondo.


Elas cantam baixo e suave.

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OBS.: “barato”, “caro” e “sério”, quando separados por verbo (exceto os que só podem ser de ligação), podem
funcionar como advérbios ou adjetivos. Em outras palavras, podem ficar invariáveis (masculino singular) ou
variáveis, respectivamente:

Os equipamentos custam caro. (advérbio)


Os equipamentos custam caros. (adjetivo)
As bicicletas saíram barato. (advérbio)
As bicicletas saíram baratas. (adjetivo)
Eles falavam sério. (advérbio)
Eles falavam sérios. (adjetivo)

16. TAL QUAL - Nesta expressão, o primeiro elemento "tal" concorda com o antecedente, e "qual" concorda
com o consequente

O filho é tal qual o pai.


Os filhos são tais qual o pai.
O filho é tal quais os pais.
Os filhos são tais quais os pais.

OBS.: Usada com verbos significativos, ou seja, não de ligação, a expressão tal qual fica invariável: Os filhos
agem tal qual os pais.

17. MELHOR / PIOR - Quando essas palavras forem comparativos ou superlativos dos adjetivos "bom" e "mau"
("mais bom" ou "mais mau") serão variáveis; quando forem comparativos ou superlativos de "bem" e "mal"
("mais bem" ou "mais mal"), por serem advérbios, ficarão invariáveis.

Eles são os melhores advogados da cidade. (superlativo de "bom")


Aquelas são as piores imagens do acidente. (superlativo de "má", "ruim")

Eles se sentem melhor que ontem. (comparativo de "bem")


Elas falam pior do que pensei (comparativo de "mal")

18. INDEFINIDO + DE + ADJETIVO - Neste caso o adjetivo pode ficar invariável, ou seja, no masculino
singular, ou concordar com o termo referido:

Os olhos da menina tinham algo de estranho.


Os olhos da menina tinham algo de estranhos.

As duas questões nada têm de engraçado.


As duas questões nada têm de engraçadas.

19. LOCUÇÕES ADJETIVAS - As locuções adjetivas são invariáveis:

São homens sem caráter.


Tomei dois sorvetes de morango.
Há muitos candidatos sem preparo.
Ele gosta de ler notícias de jornal.

CONCORDÂNCIA VERBAL
Como regra geral, o verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e pessoa, quer o sujeito esteja
antes, ou depois do verbo.
Aconteceram dois acidentes.
núcleo do suj.

Dois acidentes aconteceram.


núcleo do suj.

Outras regras de concordância verbal:

 Verbo + pronome apassivador SE

O verbo, quando acompanhado pelo pronome apassivador SE, concorda sempre com o sujeito.
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Reformam-se móveis velhos.


suj.

Não se vendeu a casa.


suj.

Não se venderam as casas.


suj.
Note que tais frases podem ser transpostas para a voz passiva analítica (com dois verbos):

Móveis velhos são reformados.


suj.

 Sujeito composto antes do verbo

O verbo vai para o plural.

A casa e o riacho adormeceram lentamente.


suj. comp. v. plural

 Sujeito composto após o verbo

O verbo vai para o plural ou concorda com o primeiro núcleo.

Adormeceram a casa e o riacho.


v. plural sujeito

Adormeceu a casa e o riacho.


1o núcleo

 Sujeito composto de pessoas gramaticais diferentes

EU + TU + ELES => verbo na 1a pessoa do plural: NÓS

O rapaz, tu e eu partiremos cedo.


(nós)

TU + ELE(S) => verbo na 2ª p. plural: VÓS ou 3ª p. plural: VOCÊS

Tu e ele partireis cedo. Ou


(vós)
Tu e ele partirão cedo.
(vocês)
 A maior parte de, uma porção de, a maioria de + nome no plural

O verbo vai para o singular ou plural:

Uma porção de pessoas viu o acidente. ou


Uma porção de pessoas viram o acidente.

 Sujeito QUE e QUEM

Se o sujeito é o pronome relativo QUE, o verbo concorda com a palavra anterior à palavra QUE;

Não eras tu QUE defendias isso.

Se o sujeito é o relativo QUEM, o verbo pode concordar com a palavra anterior à palavra QUEM ou ficar na 3 ª
pessoa do singular.

Não somos nós QUEM fazemos as compras.

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ou

Não somos nós QUEM faz as compras.


3ª p. sing.

 Verbo haver

Usado no sentido de existir ou acontecer, é impessoal e, por isso, fica na 3ª pessoa do singular. Se estiver
sendo usado em locução verbal, o verbo haver transmite a impessoalidade, isto é, o singular para o verbo
auxiliar.

Talvez haja aulas amanhã.

Já deve haver muitas pessoas lá.


sing.

Observação: O verbo existir tem sujeito, com o qual deve concordar.

Não existem erros na carta.


suj.

Não devem existir muitas pessoas lá.


suj.

 Verbo fazer

Indicando tempo passado, decorrido, é impessoal (sem sujeito), por esse motivo deve ficar no singular. Se
usado em locuções verbais, o verbo “fazer” transmite o singular para o verbo auxiliar.

Já faz dois meses / que eles chegaram.

Amanhã vai fazer três dias / que o rapaz sumiu.

Outros casos especiais:

1. UM DOS ... QUE / UMA DAS ... QUE - Com essas expressões, o verbo poderá concordar na 3ª pessoa do
singular ou do plural.
Ele era um dos (meninos) que mais torcia / torciam por nós.

2. QUAIS DE NÓS / QUAIS DE VÓS / QUANTOS DE NÓS / ALGUNS DE NÓS / MUITOS DE VÓS / POUCOS
DE NÓS / UNS DE NÓS / ETC. - Com esses indefinidos ou interrogativos no plural acompanhados de "de nós",
"de vós", "dentre nós" ou "dentre vós", é preferível a concordância com "nós" ou "vós". Entretanto, embora mais
rara, é também correta a concordância do verbo na 3ª pessoa do plural.
Quais de vós sois / são culpados?
Muitos de nós viemos / vieram aqui ontem.

OBS.: Obviamente, se o indefinido ou interrogativo estiver no singular, o verbo ficará na 3ª pessoa do singular: -
Um de vós terá de contar-lhe a verdade. - Qual de nós será eleito presidente da associação?

3. MAIS DE... / MENOS DE... / CERCA DE... / PERTO DE... - Quando o sujeito for introduzido por uma dessas
expressões, denotando quantidade aproximada, o verbo ficará no singular ou plural dependendo da palavra ou
expressão que aparece em seguida:

Mais de uma emissora transmitiu o jogo


Mais de duas emissoras transmitiram o jogo.

OBS.: Quando houver repetição da expressão “mais de um” ou quando existir ideia de ação mútua, o plural é
obrigatório: - Mais de um aluno se esbofetearam. - Mais de um jogador se insultaram em campo. - Mais de um
rapaz, mais de uma moça esperavam a condução.

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4. SUJEITO REPRESENTADO POR NOME PRÓPRIO NO PLURAL (LOCATIVO OU INTITULATIVO) -
Quando o sujeito é representado por certos substantivos locativos ou intitulativos usados só no plural, o verbo
concordará da seguinte forma:

a) singular - se o nome não for precedido de artigo ou outro determinante. Ex.: Ilhéus localiza-se no litoral
baiano. - Minas Gerais representa muito para a economia do país. - Campinas sedia uma importante
universidade.

b) plural - se o nome for precedido de artigo ou outro determinante. Ex.: Os Estados Unidos controlam a
economia mundial. - Os Andes ficam na América do Sul. - Os Lusíadas enaltecem o povo português.

OBS.: No caso de o artigo fazer parte do nome de uma obra (livro, peça, etc.) é correto também deixar o verbo
no singular: - Os Lusíadas enaltecem (ou enaltece) o povo português. - Os Sertões narra (ou narram) a Guerra
dos Canudos.

5. DAR / SOAR / BATER / BADALAR / ETC. (INDICATIVOS DE HORAS) - Prevalece aqui a regra geral de
concordância, segundo a qual o verbo concorda com seu sujeito. É preciso atenção para localizá-lo:

Deu cinco horas o relógio da matriz. (sujeito: "o relógio da matriz" / obj. dir.: "cinco horas").

Deram cinco horas no relógio da matriz (sujeito: "cinco horas" / adjunto adverbial de lugar: "no relógio da
matriz")

Badalou seis horas o sino da igreja. (o sino badalou) "ou" - Badalaram seis horas no sino da igreja. (seis
horas badalaram)

6. SUJEITO ORACIONAL - Quando o sujeito da oração principal é representado por uma oração subordinada
(sujeito oracional), o verbo da oração principal fica na 3ª pessoa do singular:

Não adianta vocês desistirem agora. (a parte sublinhada é o sujeito do verbo "adiantar"

É importante que nós analisemos todos os fatos. (a parte sublinhada funciona como sujeito)

Os direitos que tenho assiste-me defender (suj.: “defender os direitos” – or. reduzida)

Anunciaram-se medidas de contenção (suj.: “medidas de contenção”)

Anunciou-se / que medidas de contenção seriam necessárias (a or. sublinhada é suj.)

Bastam três cadeiras para todos se acomodarem. (suj. da 1ª or.: “três cadeiras”)
Basta trazer três cadeiras. (suj. oracional: “trazer três cadeiras” - or. reduzida)

7. UM E OUTRO - Com essa expressão, o verbo tanto pode ficar no singular quanto no plural, embora o plural
seja mais usado:

Um e outro aluno apareceu no período de greve. "ou"

Um e outro aluno apareceram no período de greve. (preferencial)

8. NEM UM NEM OUTRO - Preferencialmente, o verbo fica no singular:

Nem um nem outro suspeito do crime quis gravar entrevista.

Nem um nem outro quis gravar entrevista.

Nem um nem outro quiseram gravar entrevista (conc. mais rara).

9. UM OU OUTRO - Esta expressão leva o verbo para o singular.


- Um ou outro precisará ficar para dar-lhe a notícia pessoalmente.

10. PARECER - Este verbo, quando seguido de infinitivo, admite dois tipos de concordância:

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a) Quando o sujeito do verbo "parecer" for plural e este vier seguido de um infinitivo com o qual forme locução
verbal, a concordância é feita normalmente com o verbo parecer no plural e o infinitivo não sofrendo flexão. No
caso, a locução verbal determina uma só oração. Ex.: - Eles parecem estar mais animados. - Hoje as estrelas
parecem brilhar mais intensamente.

b) O verbo "parecer" fica invariável e o infinitivo flexionado (se o seu sujeito for plural) quando se opta por outro
tipo de construção, ou seja, o infinitivo fica fazendo parte de uma outra oração, que é reduzida e que funciona
como sujeito do verbo parecer, e este, por sua vez, constituindo a oração principal do período. No caso, há uma
prolepse, ou seja, a antecipação do sujeito da segunda oração, subordinada, para o início do período. Ex.: -
Eles parece estarem mais animados (= Parece / estarem eles mais animados). Neste exemplo, “parece” é
oração principal e “Eles estarem mais animados” é oração subordinada substantiva subjetiva, reduzida de
infinitivo. O período poderia ser desenvolvido em : “Parece / que eles estão mais animados”. Outro exemplo:
Hoje as estrelas parece brilharem mais intensamente (= “Parece / brilharem as estrelas mais intensamente
hoje.” ou de forma desenvolvida: “Parece / que as estrelas brilham mais intensamente hoje”). Reveja o que
dissemos anteriormente sobre sujeito oracional.

OBS.: O verbo “parecer” ficará sempre no singular se a oração for desenvolvida, como no seguinte exemplo:
“Os pobres animais parecia que sabiam o que acontecera” (= “Parecia que os pobres animais sabiam...”).

11. VERBOS IMPESSOAIS - Como sabemos, os verbos impessoais não têm sujeito, por isso ficam sempre na
3ª pessoa do singular:

- Havia muitas lembranças naquela casa.


- Faz cinco meses que não tenho notícias dele.
- Choveu aqui três vezes esta semana.
OBS.: É bom lembrar que no sentido figurado alguns verbos impessoais podem ser usados de forma pessoal,
com sujeito. Ex.: - Choveram rosas em seu aniversário. / - As vozes daqueles homens aflitos trovejaram em
seus ouvidos.

12. VERBO “CUSTAR” No sentido de “ser difícil ou custoso”, o verbo “custar” fica sempre na 3ª pessoa do
singular, concordando com o infinitivo. Ex.: - Custa-nos entender esse problema. A língua culta não admite
frases como “Nós custamos a entender” ou construções similares.

 Concordância do verbo SER

O verbo "ser" tanto pode concordar com o sujeito, como pode concordar com o predicativo mediante as regras
de hierarquia abaixo:

1º) Pronome pessoal sujeito: - Eu não sou ele. / - Ele não é

2º) Pronome pessoal: O convidado sou eu. / O presidente do clube agora és tu. / João sou eu.

3º) Personativo nome de pessoa: - Fernando Pessoa é vários poetas em seus heterônimos.

4º) Personativo não nome de pessoa: O ser humano é alegrias e tristezas.

5º) Não-personativos (coisas, fatos, etc.) plural: A ameaça são as dores. / As dores são a ameaça.

6º) Não-personativo singular: Isso é coisa do passado.

7º) Pronomes neutros (isso, isto, aquilo, tudo, o, etc.): Isso são fatos. / Nem tudo são flores. / - O que importa
são os filhos.

SINTAXE DE REGÊNCIA

Certos substantivos e adjetivos admitem mais de uma regência. A escolha desta ou daquela preposição deve,
no entanto, subordinar-se aos ditames da clareza e da eufonia e adequar-se aos diferentes matizes do
pensamento.

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Exemplos

Amor
Tenha amor a seus livros.

Os pais incutiram-se o amor do estudo.

Mas amor pelos moços divinizava outrora a mocidade.

Marcela morria de amores pelo Xavier.

Modernamente, preferem-se as preposições a e por: amor ao trabalho, amor à pátria, amor pelas coisas da
natureza etc.

Ancioso

Olhos ansiosos de novas paisagens.

Ancioso de emoções desusadas.

Estava ansioso por vê-la.

Bom

Este ar não é bom aos doentes.

Ele é muito bom para mim.

Esta água é boa de beber?

Ele foi sempre bom para com todos.

Roberto era um aluno bom em todas as matérias.

Gosto

Dagoberto tomava gosto aos riscos do pastoreio.

O gosto de vê-la feliz compensava os sacrifícios.


Tem muito gosto para o desenho.
Cedo despertaram-lhe os pais o gosto pela arte.

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Regência de alguns substantivos e adjetivos

afável com, para com cobiçoso de diferente de

alheio a comum a, de devoção a, para com, por

amoroso com, para com conforme a, com desfavorável a

análogo a constante em desleal a

ansioso de, por contente com, de, em, escasso de


por
anterior a essencial para
contemporânea de, a
aparentado com estranho a
contíguo a
apto para, a exato em
contrário a
atentado a, contra fácil a, de, para
cruel com, para com
avaro de favorável a
cuidadoso com
aversão a, para, por falho de, em
cúmplice em, de
avesso a, de, em feliz com, de, em, por
curioso de, por
ávido de fértil de, em
desatento a
bacharel em fiel a
descontente com
benefício a firme em
desejoso de
bom para forte de, em
devoto a, de
capaz de, para fraco para, com, de, em

hábil em furioso com, de

habituado em grato a

horror a

hostil a, para com

ida a

cego a

certo de

cheiro a, de

idêntico a

imediato a

impaciência com

imune a,de

importante contra, para

impróprio para

inábil para

inacessível para, a

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incapaz de, para
obsequioso com transido de
incompatível com
orgulhoso com, para com suspeito a, de
incompreensível para
parco em, de temeroso a
inconstante em
parecido a, com triste de, com
incrível a, para
passível de último em, de, a
inédito a
peculiar a união a, com, entre
indeciso em
perito em único em , a, entre
indiferente a
pernicioso a útil a, para
indigno de
pertinaz em vazio de
indulgente para, para com
piedade a visível a
inerente a
pobre de
insensível a
poderoso para, com
intolerante com, para com
possível de
leal a
posterior a
lento em
proeminência sobre
liberal com
prestes a, para
maior de
prodígio de, em
mau com, para com
pronto para, em
menor de
propício a
morada em
propínquo de
natural de
próprio para, de
necessário a
proveitoso a
negligente em
próximo a, de
nobre de, em, por
querido de, por
nocivo a
respeito a, com
obediente a
rico de, em

sábio em, para

sensível a

sito em (e não “a”)

situado a, em, entre

soberbo co

solícito com

sujo de

temível a
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Regência Verbal
ABRAÇAR

Transitivo Direto - Apertar nos braços.

O pai abraçou o filho querido.

Transitivo Indireto - Abraçar-se (pronominal): rege preposição A, COM, EM.

A professora abraçou-se aos livros.

AGRADAR

Transitivo Indireto - Satisfazer. Rege a preposição A; admite

A paisagem agrada à vista.

Transitivo Direto - Fazer agrado (alguém agrada alguém, sendo o sujeito nome de pessoa).

João agradava a esposa.

ASPIRAR

Transitivo Direto - inalar, tragar, sorver.

A menina aspirou o aroma da flor.

Transitivo Indireto - desejar, almejar. Rege a preposição A; rejeita LHE(s).

Os jovens aspiram a grandes conquistas.

ASSISTIR
Transitivo Indireto - ver, presenciar, estar presente. Rege a preposição A, rejeita LHE(s).

Assistiu ao filme calada.

Transitivo Indireto - Caber, pertencer. Rege a preposição A; aceita LHE(s)

Não lhe assiste o direito de intervir.

Transitivo Direto - auxiliar, ajudar, confortar.

O médico assiste o doente.

Intransitivo - Morar. Rege a preposição EM

Há quanto tempo assistimos em Recife?

CHEGAR

Não se diz, na língua culta, "chegar em". Assim não é culto falar: "Cheguei em casa ontem.." Diz-se:
"Chegamos a casa ontem."

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CUSTAR
Intransitivo - ter valor de.

A casa custou trinta mil reais.

Transitivo Indireto - demorar, ser difícil, custoso. Só se emprega na 3ª pessoa do singular e tem como sujeito
uma oração reduzida de infinitivo, precedida ou não da preposição A.

Custa-me (a) aceitar que retornou ao vício.

ESQUECER / LEMBRAR
Transitivo Direto - quando não são pronominais, ou seja, quando não estiverem acompanhados dos pronomes
oblíquos. (me, te, se, etc.)

Transitivo Indireto - quando usados como verbos pronominais.

Esqueci tudo (TD) / Esqueci-me de tudo.(TI)

Não lembro nada.(TD) / Não me lembro de nada.(TI)

NAMORAR
Transitivo Direto - Cortejar

Quem você quer namorar?

Sempre namorei a Lua.

OBEDECER / DESOBEDECER
Transitivos Indiretos - regem a preposição A.

Os filhos obedecem aos pais.

Embora transitivos indiretos , esses verbos aceitam a voz passiva.

Ex: A lei foi obedecida por todos.

PAGAR / PERDOAR
Transitivos Diretos e Indiretos - pedem objeto direto da coisa que se paga ou se perdoa, e objeto indireto
da pessoa a quem sem paga ou se perdoa.

Perdoemos as ofensas (coisas) aos nossos ofensores (pessoas).

PREFERIR
Transitivo Direto e Indireto - Não aceita reforço, rege preposição A .

Prefiro morrer a fugir como covarde.

OBS: Devem ser evitados os pleonasmos "preferir mais", "preferir antes", "preferir muito mais",
"preferir mil vezes do que"...

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PRECISAR

Transitivo Direto - determinar com exatidão.

Ele não soube precisar a quantia perdida.

Transitivo Indireto - necessitar.

O país precisa de guerreiros.

QUERER
Transitivo Direto - Desejar.

Eu quero o biscoito recheado.

Transitivo Indireto - Amar, ter afeto: rege a preposição A. Os filhos querem aos pais.

VISAR

Transitivo Direto - apontar, mirar, rubricar.

O atirador visou o alvo.

Transitivo Indireto - pretender, almejar. Rege preposição A e rejeita LHE(s).

A ação visava ao restabelecimento da paz.

CRASE

A palavra crase vem do grego e significa fusão. É o termo que empregamos para indicar que, em determinadas
situações, houve a fusão de duas vogais iguais em uma. Por exemplo, o termo "dolore", que em latim significa
"dor", na sua transformação para o português, depois da perda do "l" e do "e" - door – foi submetido à crase,
ficando apenas uma vogal - dor (note os cognatos “dolorido”, “doloroso”, etc.). Poderíamos citar mais exemplos,
como "legere" > leer > ler, e outros. Porém, o que nos interessa no estudo da gramática normativa é a crase do
a + a = à (prep. + artigo), ou das formas a + aquele = àquele, a + aquela = àquela, etc. No caso, a marcação da
crase é feita com o acento grave ( ` ) colocado sobre o "a".

A + A(s) = À(s) A + AQUELE = ÀQUELE

Ela se refere A A menina.

prep. artigo

Ela se refere À menina.

Regra prática: Trocar a palavra feminina por uma masculina correspondente. Se antes da masculina
aparecer AO(s), isso indica que, antes da feminina, ocorre crase.

Ele foi À feira.


Ele foi AO mercado.

Nós visitamos A cidade.


Nós visitamos O sítio.

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CRASE PROIBIDA:

1. Antes de nomes masculinos: - Viajaremos a cavalo e não a pé.

2. Antes de verbos: - Eles trabalharão aqui a partir de hoje. / - Comece a escrever.

3. Em expressões com palavras repetidas: - O ladrão e a vítima ficaram frente a frente. / - Tomou tudo gota a
gota. - Eles ficaram cara a cara. Muito menos quando as palavras repetidas são masculinas: - passo a
passo, - minuto a minuto, etc.

4. No caso do "A" vir sem "S" e estiver diante de palavra no plural: - Não gosta de ir a festas. (Note que
trocando-se "festas" por "bailes", teríamos: "Não gosta de ir a bailes")

5. Antes de pronomes pessoais: - Dei o livro a ela. - Peço a Vossa Excelência que aprove a concessão de
verbas para o caso.

6. Antes de pronomes indefinidos: - Não me refiro a nenhuma promessa feita. - Fiz o pedido a certa pessoa
que se encontrava lá.

7. Nomes próprios de bairros, cidades, estados ou países que não admitem artigo: Fui a Olinda (Moro em
Olinda, e não "na Olinda").

8. Porém, Fui à Bahia (Moro na Bahia). - Viajei a Roma. Porém, "Viajei à Roma dos Césares".

9. Antes dos pronomes esta(s), essa(s), cuja(s) e quem: - Dirigi-me a esta casa. / - Ela é a moça a quem
me referi. / Aquela é a menina a cuja mãe eu dei a autorização.

10. Com expressões tomadas de maneira indeterminada: Ele foi submetido a dieta leve (Observe que dizemos
"submetido a tratamento leve). - Ela prefere vestido a saia (Note que diríamos "prefere vestido a macacão)

CRASE OBRIGATÓRIA:

1. Na indicação de horas: O avião chegou às três e meia.

Obs.: Se antes do “a” ou “as” que precede a hora já houver uma preposição, não haverá crase. Ex.:
Esperamos desde as duas horas.

2. Nas locuções adverbiais femininas: à tarde, à noite, à meia-noite (observe que dizemos "ao meio-dia), às
pressas, às escondidas, às claras, às vezes, às cegas, etc. (Observe que dizemos "aos prantos, aos abraços,
etc.).

3. Nas locuções prepositivas ("à" + palavra feminina + "de"): - Estávamos à espera de um veículo. / - Bebo à
saúde de todos aqui presentes. - Fez o trabalho à custa de muito sacrifício.

4. Nas locuções conjuntivas ("à" + palavra feminina + "que"): - À medida que o tempo passa, ele se torna
mais sábio. - A massa engrossava à proporção que adicionávamos farinha.

5. Quando subentendermos a expressão "à moda de", mesmo que a palavra subsequente seja masculina:
Usava sapatos à Luís XV. / - Por favor, traga-me uma lagosta à Termidor

6. Quando as expressões "empresa", "loja", "rua", "avenida", "estação", etc. estiverem subentendidas: -
Enviei a carta à São Braz. - Dirigi-me à Conde da Boa Vista para apanhar um lotação.

OBS.: Atente para as expressões compostas com as palavras "devido" e "dado(a, os, as)". Na primeira, o "a"
que se segue é preposição; na segunda, se houver um "a", este será apenas artigo, pois a expressão não exige
preposição: - Devido à crise, não faremos compras (devido ao problema). - Dada a crise,.... - Dados os
problemas,....

CRASE FACULTATIVA

1. Antes de pronomes possessivos femininos: - Obedeça à sua mãe "ou" - Obedeça a sua mãe.
2. Com a preposição "ATÉ": Fui até à floricultura (ou "Fui até a floricultura) comprar um buquê de rosas. Note
que dizemos "Fui até ao mercado" ou "Fui até o mercado"

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3. Antes de nomes próprios femininos (para aqueles que costumam usar o artigo antes de nomes próprios de
pessoas, o que não é hábito em muitas regiões do país, a exemplo do Nordeste.): - Enviarei um telegrama à
Maria pelo seu aniversário (ou "... a Maria...")

OBS.: Note que a expressão "à vista" leva crase, apesar de dizermos "a prazo" e não "ao prazo"

CASOS ESPECIAIS:

1. Com a palavra "TERRA" usada em oposição a "BORDO" não usamos crase: - Estou cansado deste navio,
gostaria de voltar a terra. Entretanto, se usarmos "TERRA" como planeta, terra firme ou com determinante, a
crase é necessária: - Depois de um mês, o astronauta voltou à terra. - Irei à terra dos meus pais.

2. A DISTÂNCIA, sem crase se a expressão for usada sem determinante; caso contrário, usa-se a crase - À
DISTÂNCIA: - Vi um vulto a distância. - Eu estava à distância de apenas dois metros.

3. À SENHORA, quando no masculino diríamos "AO SENHOR": - Peço à senhora permissão para me retirar
agora. (Peço ao senhor...)
4. À QUAL, ÀS QUAIS, quando no masculino usaríamos "AO QUAL", "AOS QUAIS": - Aquela é a menina à
qual me referi. (Aquele é o menino ao qual me referi.)

OBSERVAÇÃO QUANTO AO USO DE "HÁ" E "A" REFERINDO-SE A TEMPO:

Use "HÁ" para se referir a tempo que já passou: Estou aqui há duas horas. ("faz duas horas") Use "A" para se
referir a tempo futuro: Eles chegarão daqui a duas horas.

COLOCAÇÃO PRONOMINAL : PRÓCLISE - ÊNCLISE - MESÓCLISE

Para o estudo da topologia pronominal, interessam-nos especificamente os pronomes oblíquos átonos, pois
são eles que, ao se juntarem ao verbo, devem formar, com este, um todo harmônico e fonético, provocando um
ritmo agradável ao ouvido. Para que isso ocorra, o pronome átono pode ocupar três posições em relação ao
verbo:
1. PRÓCLISE: Quando o pronome átono aparece antes do verbo. Ex.: - Não me diga que você desistiu da
viagem.

2. ÊNCLISE: Quando o pronome átono aparece depois do verbo. Ex.: - Diga-me tudo que você sabe.

3. MESÓCLISE: Quando o pronome átono aparece no meio do verbo. Ex.: - Dir-te-ia tudo se soubesse a
verdade.

USO DA PRÓCLISE

A próclise ocorre toda vez que houver palavras ou expressões que atraiam o pronome pessoal átono para antes
do verbo. São os seguintes os fatores de próclise:

1. Palavras ou expressões negativas: não, jamais, nunca, nada, nem, nenhum, ninguém, de modo algum,
em hipótese alguma, etc.

- Ele nunca me decepcionou.


- Ninguém se livrou das consequências.

2. Pronomes indefinidos: tudo, nada, algum, alguém, quem, diversos, qualquer, cada qual, algum, outro,
quem quer que, etc.

- Alguém lhe falou sobre a reunião?


- Tudo nos parecia calmo.

3. Pronomes demonstrativos: este(s), esse(s), esta(s), essa(s), isto, isso, aquilo, aquele, etc.

- Isso se revela aos poucos.


- Aquilo me interessa muito.

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4. Pronomes relativos: que, quem, cujo, o qual, onde, quanto, etc.

- Ele é o rapaz que me trouxe a mercadoria.


- Agradece a quem te ajudou.

5. Advérbios não seguidos de vírgula: ontem, aqui, ali, agora, pouco a pouco, sempre, já, etc.

- Talvez o veja depois da aula.


- Ele sempre lhe traz um presente quando se lembra.
- "Aqui se aprende a amar a pátria".

6. Conjunções subordinativas: quando, se, porque, que, enquanto, embora, logo que, como, mesmo que,
etc.

- O que direi se ele me perguntar por ti?


- É preciso que o tragas de volta.
OBS.: A próclise se faz necessária mesmo que a conjunção subordinativa esteja elíptica: - Peço a V. Ex.ª me
dispense de tal incumbência. (= ... que me dispense...)

7. Gerúndio precedido da preposição "em":

- Em se tratando de concursos, esta é a melhor opção.


- "... em se plantando, tudo dá"

8. Infinitivo pessoal regido de preposição:

- Sentiram-se à vontade por se considerarem de casa.


- Paulo e Maria choraram bastante ao se despedirem no aeroporto.

9. Frases optativas com o sujeito anteposto ao verbo:

- Deus te abençoe.
- Bons ventos o tragam de volta.

10.Frases exclamativas:

- Como se parece com o pai !


- Quanto se gasta nesta casa !

11.Frases interrogativas começadas por pronome interrogativo:

- Como se diz isso em inglês?


- Qual deles lhe interessa no momento?

12.Numeral "ambos" ou "ambas":

- Ambos se abraçaram na despedida.


- Ambas nos contaram a mesma história.
1
OBS. : Quando antes de um infinitivo impessoal houver um dos fatores de próclise acima mencionados, o
pronome átono tanto pode ser colocado antes ou depois do infinitivo, indiferentemente. Ex.: - Procurei não vir
aqui antes para não o incomodar (ou "... para não incomodá-lo")

OBS.2: Entretanto, se o infinitivo impessoal vier precedido das preposições a, de, em, para, sem, com os
pronomes o, a, os ou as, o aconselhável será usar a ênclise
- Ele trouxe o pacote sem abri-lo.
- Estava a ouvi-los há mais de uma hora.
-Tinha medo de quebrá-las ao desembrulhar o pacote.

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USO DA ÊNCLISE

1. Com verbos iniciando a oração, desde que não estejam no tempo futuro

- Dei-lhe os documentos necessários.


- Queixavam-se eles de tudo que ouviam.

2. Com verbos no imperativo afirmativo


- Por favor, traga-me uma xícara de chá.
- Maria, vire-se e não se mexa.

3. Com verbos no gerúndio, desde que não precedidos da preposição "em", nem de advérbio de negação.
- Ela acenou, avisando-nos do perigo.
- Ele a olhou e depois partiu, contentando-se apenas em vê-la.

4. Com verbos no infinitivo impessoal


- É bom contar-lhes tudo que aconteceu.
- Difícil foi informá-lo do acidente ocorrido na última sexta-feira.

5. Com verbos depois de uma vírgula ou de outra pausa


- Antigamente, irritava-me com mais facilidade.
- Logo que ele chegou, ofereceu-nos ajuda.

USO DA MESÓCLISE

A mesóclise é usada apenas quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito e
também quando a próclise não for obrigatória.

- Apesar de tudo, amar-te-ei pelo resto de minha vida. "porém", - Prometo que te amarei pelo resto de minha
vida. ("que" é fator de próclise)
- Dar-te-ia um lindo presente. "porém" - Não te daria presente algum (o "não" é fator de próclise obrigatória)

OBS.1: Quando houver sujeito expresso anteposto ao verbo no futuro do presente ou futuro do pretérito, a
mesóclise torna-se facultativa.

- Contar-te-ia tudo logo que chegasse.


- Procurá-lo-ei por toda a cidade.
- Apresentar-vos-íamos ao prefeito.
Porém,
- Paulo contar-me-ia tudo se aqui estivesse. "ou" - Paulo me contaria tudo se aqui estivesse. (sujeito
expresso: "Paulo")
- O vereador apresentar-vos-á ao prefeito da cidade. "ou" - O vereador vos apresentará ao prefeito da
cidade.

OBS.2: Não pode haver ênclise com verbos no futuro do presente, no futuro do pretérito nem no particípio.

OBS.3: Em princípio, a posição normal do pronome oblíquo átono é a ênclise. Para a ocorrência da próclise ou
da mesóclise, faz-se necessária uma justificativa.

USO DOS PRONOMES OBLÍQUOS COM AS FORMAS NOMINAIS

Como se sabe, as formas nominais dos verbos são o infinitivo, o gerúndio e o particípio. Tais formas são
amplamente usadas em locuções verbais. Veja o que ocorre com a colocação pronominal nas diversas
possibilidades de construções exemplificadas abaixo:

 Verbo auxiliar + infinitivo:

 Devo afastar-me do caso.


 Devo-me afastar do caso.
 Não devo afastar-me do caso.
 Não me devo afastar do caso.
 Não devo me afastar do caso.

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 Verbo auxiliar + gerúndio:

 Os sonhos se foram acabando.


 Os sonhos foram-se acabando.
 Os sonhos foram acabando-se.

 Verbo auxiliar + particípio:

 Os sonhos se haviam acabado.


 Os sonhos haviam-se acabado.

OBS.: Não é possível a colocação do pronome oblíquo após o particípio: - “Eles tinham esforçado-se”
(construção errada).

TRANSFORMAÇÕES QUE OS PRONOMES ÁTONOS “O”, “A”, “OS” E “AS” PROVOCAM NAS FORMAS
VERBAIS
1. Quando o verbo termina em vogal oral, ocorre apenas a anexação do pronome:
- Vejo Maria = Vejo-a
- Convidei José = Convidei-o

2. Verbos terminados por “R”, “S” ou “Z” perdem tais letras e o pronome ganha a letra “L”:
- Vou fazer os exercícios = Vou fazê-los
- Vou preparar a comida = Vou prepará-la
- Vou propor a mudança = Vou propô-la
- Vou partir o pão = Vou parti-lo
- Quis as flores = Qui-las
- Fiz o dever = Fi-lo

OBS.: Atente para os acentos gráficos nas formas verbais oxítonas terminadas por “A”, “E” e “O” e para sua
ausência nas formas terminadas por “I” acima. Entretanto, usa-se o acento agudo quando a letra “i” final for
tônica e formar hiato com uma vogal anterior, como no exemplo a seguir: Vou construí-lo.

3. Quando a forma verbal terminar em sílaba nasal, os pronomes “o”, “a”, “os” e “as” receberão “N” sem,
contudo, provocar alteração na forma verbal:
- Mataram a vaca = Mataram-na
- Trouxeram os bois = Trouxeram-nos
- Dão o caso por encerrado = Dão-no por encerrado

4. Note que, por questão de eufonia, o “S” da forma verbal desaparece quando acrescentamos o pronome
átono “NOS” em casos como no exemplo a seguir:
- Interessamo-nos por esse assunto
- Importamo-nos com sua saúde

5. Na mesóclise, atente para a acentuação das formas verbais:


- Venderás teu apartamento? = Vendê-lo-ás?

SINAIS DE PONTUAÇÃO

A língua escrita apresenta muitas diferenças em relação à língua falada. Na fala, podemos contar com uma
série de recursos subsidiários para dar eficácia à mensagem, tais como gestos, tom da voz, expressão facial,
entoação, etc. Enfim, quando falamos, nossa mensagem vem reforçada por inúmeros traços supra-segmentais,
ou seja, recursos que não temos quando escrevemos e que são pertinentes à oralidade.
Para tentar reproduzir na escrita os inúmeros recursos de que dispomos na fala, contamos com uma série de
sinais gráficos denominados sinais de pontuação.

Os sinais de pontuação servem para marcar pausas (a vírgula, o ponto-e-vírgula, o ponto), ou a melodia da
frase (o ponto de exclamação, o ponto de interrogação, etc.). Não obstante, nem sempre há pausa quando a
vírgula é necessária e nem sempre há vírgula quando existe pausa. Observe os seguintes exemplos: “Sim,
senhor”, “Não, senhor”, usados em respostas curtas e sem pausas. Agora veja: “Todos os demais livros da
prateleira superior da estante do meu quarto deverão ser doados àquela instituição” Nessa oração, o termo
grifado é o sujeito (podendo, até, ser substituído por “Eles”) e há pausa entre as palavras “quarto” e “deverão”.
Contudo, a vírgula é, no caso, proibida.
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O emprego dos sinais de pontuação não é somente marcado por regras. Existem também razões de ordem
subjetiva, ou de estilo, que determinam a pontuação de um texto.
A seguir, apresentamos algumas orientações sobre o assunto.

Emprego da vírgula

Esse sinal de pontuação tem os seguintes empregos principais:

 Separar termos coordenados, isto é, termos de mesma função sintática.


Comprei abacaxi, manga, laranja e banana.

Observe que antes do último termo, por haver a presença da conjunção e, não se usa a vírgula. O mesmo
ocorre com a conjunção ou em semelhante caso: O Presidente, o Líder ou o Relator da matéria fará uso da
palavra agora.

 Separar ou marcar o aposto explicativo e o resumitivo


Joana, irmã de Pedro, sofreu um acidente.
aposto explicativo

Pai, mãe, irmãos, ninguém apareceu


aposto resumitivo

Note que não se usa vírgula para separa o aposto especificativo:


A avenida Conde da Boa Vista fica no centro do Recife.

 Separar o vocativo

Vá agora, Teresa, para não se atrasar.


vocativo

Teresa, vá agora para não se atrasar.


vocativo

Vá agora para não se atrasar, Teresa.


vocativo

 Separar o predicativo deslocado

O homem, apavorado, não raciocina direito.


predicativo

Apavorado, o homem não raciocina direito.


Predicativo

 Separar adjuntos adverbiais deslocados

As pessoas, muitas vezes, cometem erros.


adj. adv. desloc.

No exemplo, o adjunto adverbial está deslocado, uma vez que a posição natural dele seria no final da oração.

Obs.1: Não se deve separar por vírgula o adjunto adverbial que esteja estreitamente ligado ao termo por ele
modificado: Maria levou para casa um gatinho.

Obs.2: A rigor não é necessário separar por vírgula o adjunto adverbial antecipado para o início da frase,
principalmente quando de pequeno corpo, a não ser que a ênfase o exija: Ontem, eu fui à cidade (com vírgula).
“ou” Ontem eu fui à cidade (sem vírgula). Entretanto, é extremamente aconselhado separar o adjunto adverbial,
deslocado ou não, quando ele se refere à oração inteira: Infelizmente, o paciente piorou.

 Separar o complemento verbal quando anteposto ao verbo e repetido pleonasticamente


Os problemas, esqueci-os totalmente.

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 Separar conjunções adversativas (exceto “mas”) e conclusivas deslocadas

O jogo foi bom; ele, no entanto, não gostou


conj. advers. desl.

Ele não veio; convide, então, um outro orador.


conj. conclus. desl.

 Indicar a elipse do verbo

Maria foi à praia; Pedro, ao jogo.

A vírgula indica a elipse da forma verbal “foi”.

 Separar expressões explicativas ou corretivas (isto é, ou melhor, ou seja, etc)

Ele chegará domingo, ou seja, depois de amanhã.

 Nos polissíndetos (conj. e, ou e nem)

Ela é carinhosa, e meiga, e doce, e terna.

Ou vota-se, ou discute-se, ou encerra-se a apreciação da matéria.

Não apareceu, nem telefonou, nem mandou recado.

 Separar os nomes de lugar nas datas e nos endereços

Recife, 08 de agosto de 2008.


Rua Carlos Mavignier, 104.

 Separar orações subordinadas adverbiais

Nesse caso, a vírgula só será obrigatória se a oração subordinada adverbial vier antes da oração principal. Se
ela vier depois da principal, o uso da vírgula é, geralmente, facultativo.

Se não chover, iremos ao parque amanhã.


or. subord. adv. cond. or. princ.

Invertendo a ordem das orações, teríamos:

Iremos ao parque amanhã, se não chover.

com vírgula

Iremos ao parque amanhã se não chover.

sem vírgula

Obs.1: O mais usual é a ausência da vírgula na ordem direta (2º exemplo acima).

Obs.2: Se a oração subordinada for comparativa ou conformativa e o seu verbo estiver elíptico, a vírgula é
proibida. Ex.: Ele chorava como criança (“... como criança chora”). “Ela sairá conforme o tempo” (“... conforme o
tempo esteja”).

 Separar as locuções tanto mais ... quanto mais (quanto menos), tanto menos ... quanto menos
(quanto mais):

- Parece que quanto menos nos preocupamos, (tanto) mais os problemas são solucionados naturalmente.

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 Separar orações intercaladas do tipo:


- Maria, disse ele, ainda não está pronta.
- Conseguirei, creio eu, recuperar tudo.

 Separar orações subordinadas adjetivas explicativas

O homem, que é mortal, pensa ser eterno.


or. subord. adj. explic.

 Separar orações coordenadas assindéticas

Certas modas vêm, passam, tornam a voltar.


coord. assind. coord. assind. coord. assind.

 Separar orações coordenadas sindéticas, principalmente as adversativas, as alternativas e as


conclusivas

O jogo foi tenso, mas foi muito bom.

or. coord. assind. or. coord. sind. adversat.

Suspendamos a sessão, ou haverá tumulto.

or. coord. assind. or. coord. sind. altern.

Ele voltará logo, portanto fique atento.


or. coord. assind. or. coord. sind. concl.

Obs.1: As orações coordenadas iniciadas por E, em geral, não são separadas por vírgula, a menos que
expressem ideias de adversidade, tempo, consequência, finalidade, etc. Ex.: Estudou tanto, e não passou
(adversativa) / "Sofrem, lutam, perseguem, e vencem afinal" (consequência).

Obs.2: Em duas orações coordenadas ligadas pelo "e" aditivo, quando os sujeitos de ambas forem o mesmo,
não se usa a vírgula. Ex.: Alexandre foi à praia e tomou sorvete (sem vírgula, pois o sujeito é o mesmo nas duas
orações). Entretanto, quando os sujeitos são diferentes, faz-se necessário o uso da vírgula. Ex.: Alexandre foi à
praia, e Teresa foi ao jogo.

Obs.3: Embora não recomendável, aceita-se modernamente a omissão da vírgula antes das conjunções
explicativas (pois, porque, etc.): Chega de barulho(,) pois muito estrago já foi feito.
O PONTO-E-VÍRGULA

O ponto-e-vírgula marca uma pausa maior que a vírgula e menor que o ponto. É utilizado para separar
orações coordenadas que já apresentem vírgula em seu interior, ou que tenham certa extensão, ou
ainda que se contrabalancem em força expressiva. Nunca use o ponto-e-vírgula dentro de uma oração.
Lembre-se: ele só pode estar separando uma oração de outra e nunca finaliza um período.

- Maria é uma ótima aluna; Lucia, ao contrário, só tira notas baixas.

- Muitos se esforçam, poucos conseguem; ainda assim, vaie a pena tentar!

Usa-se, também, o ponto-e-vírgula para separar os considerandos de um decreto ou sentença, ou os


diversos itens enumerativos de uma exposição de motivos, de leis, regulamentos, alternativas de
quesitos numa prova de múltipla escolha, etc.

“Art. 96. Os veículos classificam-se em:

I - quanto à tração:

a) automotor;

b) elétrico;

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c) de propulsão humana; [...]

II - quanto à espécie:

a) de passageiros:

1 - bicicleta;

2 - ciclomotor;

3 - motoneta; [...]”
(Código de Trânsito Brasileiro)

OS DOIS-PONTOS
Os dois-pontos marcam uma sensível suspensão da melodia da frase. É um sinal utilizado quando se vai
iniciar uma sequência que explica, identifica, discrimina ou desenvolve uma ideia anterior ou quando se quer dar
início à fala ou citação de outrem.
Observe:

Descobri a grande razão da minha vida: você.


Já dizia o poeta: "Deus dá o frio conforme o cobertor".

"Por descargo de consciência, do que nem carecia, chamei os santos de que sou devocioneiro: - São Jorge,
Santo Onofre, São José!" (José Cândido de Carvalho).
Ele só tinha um pensamento: ganhar dinheiro.

Obs.: Quando os dois-pontos precedem uma citação, após essa pontuação, usa-se letra maiúscula; caso
contrário, usa-se letra minúscula.

O TRAVESSÃO

O travessão serve para indicar que alguém fala de viva voz (discurso direto). Seu emprego é constante em
textos narrativos em que os personagens dialogam. Leia o texto abaixo:

" — Salve!
— Como é que vai?
— Amigo, há quanto tempo...
— Um ano, ou mais.
— Posso sentar um pouco?
— Faça o favor.

— A vida é um dilema!
— Nem sempre vale a pena..." (Sílvio Silva Jr. e Aldir Blanc)

Pode-se usar o travessão duplo (— —) para substituir a vírgula dupla ( , , ) ou o parêntese duplo, sobretudo
quando se quer dar ênfase ao termo intercalado.

Pelé — o maior jogador de futebol de todos os tempos — hoje é um empresário bem-sucedido.

O travessão também serve para ligar palavras ou grupo de palavras que formam encadeamentos
vocabulares. Ex.: A viagem Recife — Salvador; ponte aérea Rio — São Paulo; etc.

PARÊNTESES

Os parênteses ( ( ) ) são utilizados para isolar palavras, expressões ou frases intercaladas no período ou a
ele justapostas. Servem assim:

a. Para incluir uma reflexão ou um comentário incidental:

A situação (tinha consciência disso) exigia dele pulso firme.

b. Para encaixar uma explicação, um esclarecimento, uma definição ou um exemplo:

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Os países que fazem parte do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) vêm intensificando suas trocas
comerciais.

c. Para indicar a fonte (autor, bibliografia, etc.) do que se afirma ou transcreve:

“Progresso é a realização de utopias.” (Oscar Wilde)

AS RETICÊNCIAS
As reticências marcam uma interrupção da sequência lógica do enunciado, com a consequente suspensão da
melodia. É utilizada para permitir que o leitor complemente o pensamento suspenso.

Eu não vou dizer mais nada. Você já deve ter percebido que...

"Num repente, relembrei estar em noite de lobisomem - era sexta-feira..."

SUCESSO!! Geneide Ferreira

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