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Fonetica e Ortografia

Luis Augusto
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A fonética é o estudo dos sons da fala.

Ela se ocupa dos sons da língua sob o aspecto material, físico, acústico.

Já a fonologia é o estudo funcional dos fonemas (sons) de uma língua.

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5. Fonemas e notações léxicas

● Fonema

Os fonemas são unidades mínimas sonoras, ou seja, são os sons da nossa língua
que, quando articulados na fala, formam palavras. Para representar graficamente
esses sons, utilizamos letras, também chamadas de grafemas.

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5.1 – Diferença entre vogal, semivogal, consoante, ditongo, tritongo e hiato

Quanto aos tipos de fonemas, podemos dividi-los em vogais, semivogais e


consoantes:

● Vogal

Tais fonemas funcionam sempre como base da sílaba. As vogais são as letras a, e, i,
o, u.

As vogais também podem ser classificadas em orais e nasais

orais

quando todo o som produzido é articulado somente na cavidade bucal, como ocorre
nas palavras

“casa”, “pele”, “xixi”, “corpo”, “urubu”

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nasais

quando parte do som é produzido pela cavidade nasal.

Graficamente sempre marcamos tal som com a contribuição das letras “m” ou “n”
que vêm após a esta vogal, além de empregarmos o sinal nasalizador “” (o chamado
“til”).

vogal seguida de m ou de n: bombom, mente.


quando a vogal estiver em sílaba final, o a grafa-se com til: órfã, ímã.

o nh também é um sinal de nasalização: rainha, vinho.

Fica fácil, assim, notarmos a diferença entre vogal oral e nasal na palavra “tampa”,
por exemplo. A primeira é nasal e a segunda é oral.

● Semivogal

representado pelas letras i e u (em algumas palavras, pelas letras e e o).

Representa um som mais fraco e só pode ser pronunciado juntamente com a vogal.

Uma semivogal nunca vem sozinha em uma sílaba, isto é, ela se unirá a uma vogal
para formar uma sílaba.

Na palavra “pai”, por exemplo, há um encontro de uma vogal (a sempre será vogal)
com a semivogal i, ou seja, não há separação silábica entre elas, apresenta apenas
uma sílaba.

Notemos que a vogal -a é mais forte e se sobressai. O -i, portanto, é uma


semivogal.

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● Consoante

os fonemas consonantais são representados pelas letras b, c, d, f, g, j, k, l, m, n, p,


q, r, s, t, v, w, x, z.

ATENÇÃO: A letra H é diacrítica. Não é considerada necessariamente uma


consoante, pois sozinha não produz sons.

Encontros vocálicos

● Ditongo

Ocorre quando há a combinação de uma vogal com uma semivogal na mesma sílaba
ou a combinação de uma semivogal e vogal.

Os ditongos que apresentam a sequência vogal e semivogal são chamados de


ditongos decrescentes, pois o som decresce, ou seja, diminui a intensidade do som
da vogal para a semivogal.

Ex.: “leite”, “pai”, “mãe”, “tem”, “hífen”, “coisa”, “não”, “estudam”, “muito”.
Os ditongos que apresentam a sequência semivogal e vogal são chamados de
ditongos crescentes, pois o som cresce, ou seja, parte do som mais fraco para o
mais forte

Ex.: “história”, “tênue”, “Gávea”, “armário”, “tranquilo”.

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● Tritongo

Consiste na combinação de uma semivogal + vogal + semivogal, formando uma só


sílaba.

Tritongos orais

Ex.: UrugUAI - igUAIs – averigUEI

Tritongos nasais

Ex.: sagUÃO - qUÃO - averigUAM

• Hiato

Ocorre quando há o encontro de duas vogais pronunciadas separadas. Isso faz com
que elas estejam em sílabas diferentes.

Ex.: cru-el; a-or-ta; ci-ú-me; ve-em; per-do-o.

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5.2 - Encontros consonantais e dígrafos

Encontros consonantais

São grupos formados por mais de uma consoante sem vogal intermediária. Os
encontros consonantais pode ser perfeitos (inseparáveis) ou imperfeitos
(separáveis).

● Perfeitos
cli-ma / pra-to / re-gra / blu-sa / a-tlas

● Imperfeitos

af-ta / ad-ven-to / ét-ni-co / ad-je-ti-vo

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Dígrafos

Dígrafos são encontros de duas letras formando um som apenas.

● ch – chave; cachorro.

● lh – lhama; calha.

● nh – nhoque; barganha.

● gu – guirlanda; águia.

● qu – quitanda; máquina.

Os próximos casos têm duas características muito específicas: é impossível


começar palavras com essas construções e as letras que formam o dígrafo ficam
separadas na divisão silábica.

● rr – carro (car-ro)

● ss – assado (as-sa-do)

● sc – crescimento (cres-ci-men-to)

● sç – desça (des-ça)

● xc – excesso (ex-ces-so)

● Dígrafos vocálicos:
● Am–an=samba/canta

● Em – en = empate / encanto

● Im – in = importância / intenção

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● Om–on=bombom/onda

● Um – un = sorumbático / mundo

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5.3 - Notações léxicas

São certos sinais gráficos que se unem às letras, geralmente para dar a elas um
valor fonético especial e permitir a correta pronúncia das palavras.

Acento agudo

O acento agudo aparece nas seguintes circunstâncias:

● Nas letras i e u.

● Nas letras a, e, o, quando abertas.

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Acento circunflexo

O acento circunflexo aparece nas seguintes circunstâncias:

● Nas letras a, e, o, quando fechadas.

Acento grave

Sinal indicador de crase, como em:

Ex.: Vamos à cidade.

Til

Emprega-se o til (~) para indicar nasalidade nas vogais a e o. Ele nem sempre indica
a tonicidade da palavra.

Cedilha

Dá ao c o som de ss.

Apóstrofo

Quando há a supressão de alguma letra por motivos fonéticos, ou seja, ao lermos a


palavra, não pronunciamos a vogal e utilizaremos o apóstrofo.

Hífen
Une palavras, prefixos, etc

Trema

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Foi abolido na escrita de palavras portuguesas. Não se coloca mais, portanto, este
sinal sobre o u dos grupos gue, gui, que, qui, quando pronunciado e átono.

Ex.: aguentar, cinquenta, tranquilo, sagui.

6. Divisão silábica

Classificação por número de sílabas

Dizemos que a vogal é a base da sílaba, isto é, sempre que pronunciamos uma
sílaba, há uma vogal.

Quanto ao número de sílabas, uma palavra pode ser:

monossílaba – possui apenas uma sílaba.

dissílaba– possui duas sílabas.

trissílaba – possui três sílabas.

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polissílaba– possui mais de três sílabas.

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7. Tonicidade

Uma sílaba pode ser tônica ou átona:

As sílabas tônicas são aquelas que são acentuadas ou pronunciadas com mais
intensidade.

As sílabas átonas são aquelas que não são acentuadas ou são pronunciadas com
pouca intensidade.

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Quanto à tonicidade das sílabas, uma palavra pode ser:

Oxítona – quando a sílaba tônica (mais forte) é a última:


ATENÇÃO: monossílabos tônicos não são considerados oxítonos. Ex.: “pão”,
não, já.

Paroxítona– quando a sílaba tônica é a penúltima.

Proparoxítona – quando a sílaba tônica é a antepenúltima.

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7.1 Ortoépia e prosódia

Algumas palavras podem causar dúvidas quanto à pronúncia, então fique atento(a)
a algumas que separei aqui para você, pois elas são recorrentes em provas.

1) oxítonas (a sílaba tônica está sublinhada):

2) paroxítonas (a sílaba tônica está sublinhada):

3) proparoxítonas (a sílaba tônica está acentuada):

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Variantes prosódicas e ortográficas


Variantes são vocábulos que apresentam pequenas variações de forma,
permanecendo o sentido e a correção gramatical.

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8. Acentuação gráfica

Acentuação das proparoxítonas

Todas as palavras proparoxítonas são acentuadas.

Ex.: pássaro; pêssego; líquido; trôpego; úmido.

Acentuação dos monossílabos tônicos

São acentuadas as palavras terminadas em a, e, o seguidas ou não de s.

a, as: lá, gás, pá.

e, es: fé, mês, dês.

o, os: pó, só, nós.

Acentuação das oxítonas

São acentuadas as palavras terminadas em a, e, o, em seguidas ou não de s.

a, as: maracujá, ananás, Paraná, Goiás.

e, es: você, café, vocês.

o, os: dominó, vovó, paletós.

em, ens: alguém, também, parabéns.


Acentuação das paroxítonas

Somente acentuam-se as paroxítonas:

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● Terminadas em -r.

Ex.: cadáver; âmbar.

● Terminadas em -l.

Ex.: têxtil; fóssil.

● Terminadas em -n.

Ex.: líquen; plâncton.

● Terminadas em -x.

Ex.: córtex; índex.

● Terminadas em -ei, -eis; e em ditongos em que a segunda vogal é mais forte.

Ex.: hóquei, jóqueis; mágoa, régua, ingênuo.

● Terminadas em -i, -is.

Ex.: júri; tênis.

● Terminadas em -us.

Ex.: húmus; tônus.

● Terminadas em -ps.

Ex.: bíceps; fórceps.

● Terminadas em -ã, -ãs, -ão, -ãos.

Ex.: órfã / órfãs; órgão / órgãos.

● Terminadas em -um, -uns, -om, -ons.

Ex.: álbum / álbuns; prótons.


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Regras especiais

1. Hiato – as vogais “i” ou “u” recebem acento, nas seguintes condições:

a) sejam a segunda vogal do hiato;

b) sejam tônicas;

c) estejam sozinhas ou acompanhadas de “s” na mesma sílaba;

d) não sofram nasalização.

e) nem sejam dobradas

Assim, acentuamos as palavras “saída” (sa-í-da); “faísca” (fa-ís-ca); “saúde” (sa-ú-


de); “balaústre”; (ba-la- ús-tre); “possuímos” (pos-su-í-mos); “possuía” (pos-su-í-
a); “juíza” (ju-í-za); “juízes” (ju-í-zes); “raízes” (ra- í-zes).

Não acentuaremos as palavras que até possuem hiato, mas não satisfazem os
critérios vistos anteriormente, como as que tiverem “nh” posposto à vogal: “bainha”,
“rainha”

Ou ainda em outras palavras como “xiita”, “sucuuba”, “raiz”, “juiz”.

Bom, esta é a regra do hiato, mas há uma extensão dela, que é o hiato formado de
ditongo e vogal.

• Hiato após ditongo decrescente na posição de oxítona

O hiato formado de ditongo e vogal, respectivamente, permite a acentuação na


segunda vogal. Por isso, acentuamos as palavras “Piauí“, “teiú“, “tuiuiú“.
• Hiato após ditongo decrescente na posição de paroxítona

Não haverá acento em palavras como baiuca, feiura.

Mas se liga! O Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP) manteve o


acento no “i” após o ditongo crescente. Logo, em palavras como “Guaíba”, “Guaíra”,
haverá acento.

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2. Acento diferencial − é utilizado para diferenciar palavras de grafia


semelhante.

2.1 Usamos o acento diferencial para distinguir o verbo “pôde” (pretérito perfeito do
indicativo) do verbo “pode” (presente do indicativo).

2.2 Também usamos para distinguir o verbo “pôr” da preposição “por”.

2.3 Ele distingue ainda os verbos “vir” e “ter” para marcar plural:

ele tem − eles têm

ele vem − eles vêm

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9. Ortografia

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Quando as palavras primitivas não possuírem nem “s” nem “z”, as derivadas devem
se escrever com “z”. Ex.: símbolo / simbolizar; hospital / hospitalizar; colônia /
colonizar.

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A diferença de grafia pode distinguir palavras homófonas. Atente-se para esses


casos em especial. Mexa: do verbo mexer Mecha: de parte do cabelo

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Quando em construções com hífen, mantém-se o “h” no começo do segundo


elemento. Ex.: sobre-humano; pré-história; anti-higiênico.

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Usos dos porquês

● Por que: Perguntas

● Por quê: Fim de perguntas


● Porque: Respostas

● Porquê: Substantivo

Por que

● Em perguntas, diretas ou não.

Ex.: Por que isto está acontecendo?

Diga-me por que isto está acontecendo.

● Como pronome relativo, podendo ser substituído por “pelo qual” ou “por qual”.

Ex.: A casa por que passei era antiga = A casa pela qual passei era antiga.

Por quê

● Em perguntas, no fim das frases.

Ex.: Ele não chegou ainda por quê?

● Sozinho numa frase.

Ex.: Ele não chegou ainda? Por quê?

Porque

● Em respostas, possuindo o mesmo valor que “pois” ou “uma vez que”.

Ex.: – Por que você demorou?

– Porque estava trânsito.

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● Pode aparecer em orações subordinadas adverbiais causais ou orações


coordenadas explicativas.

Ex.: Causal – Não vou sair hoje porque vou trabalhar amanhã.

Explicativa – Ele deve estar cansado, porque trabalhou a noite toda.

Porquê

● Como substantivo e significando “motivo”, “razão”. Pode ser precedido de artigo,


pronome, adjetivo ou numeral.

Ex.: Não sei o porquê você partiu.

Esse porquê eu não sei explicar.

Que belo porquê você me deu!

Há dois porquês para isso.


Norma ortográfica

Apesar de já estar em vigor desde 2009, a norma ortográfica ainda causa certa
confusão nas pessoas. Assim, preparamos uma tabela com as principais mudanças
da norma ortográfica para que você não se confunda mais.

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