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BASISGIDS VAN DE UITSPRAAK VAN DE NEDERLANDSE TAAL

/ba-zís-xgits fàn dâ ‘ái’tsprák fàn dâ nei-dâr-làntsâ tál/


- GUIA BÁSICO DE PRONÚNCIA DO HOLANDÊS -

1. Os fonemas do holandês

Para uma boa compreensão da ortografia é necessário fazer distinção entre letras e
fonemas. Para seu melhor entendimento, grafaremos os fonemas entre duas
barras. Dessa forma é possível aperceber-se que nas palavras groot e cadeau
achamos o fonema /ou/.

O Holandês Geral possui cerca de quarenta fonemas. Os fonemas são divididos em


vogais e consoantes. As vogais são fonemas em que o ar sai livremente pela boca: o
/á/ de aap (macaco), o /ou/ de noot (noz; apontamento; nota musical), o /i/ de
mis (enganado, iludido; missa), etc. Os ditongos também pertencem à classificação
das vogais; estes são “vogais mescladas” tais como o /éi/ em mei (maio) ou hij
(ele) e o /áu/ em trouw:/tráu/ (fiel, leal; assíduo) e nauw:/náu/ (estreito,
apertado, justo). As consoantes são fonemas em que o ar não sai livremente pela
boca. Para pronunciarmos o /p/ de aap, o ar se reúne primeiramente ante os
lábios fechados, para então sair como de um estalo. Com o /n/ de noot a cavidade
bucal fica fechada, saindo o ar pelas narinas. Já com o /s/ de sap (suco) a língua
sobe para o céu da boca, por meio da qual a abertura se estreita, fazendo surgir um
som sibilante.

2. Vogais

2.1 O holandês possui dezesseis vogais, subdividindo-se estas em cinco vogais


protegidas (cobertas), sete vogais livres, o chamado /â/ átono (de de) e três
ditongos. Além disso, há também quatro vogais protegidas (cobertas) na condição
de vogais nasais (em palavras-empréstimo do francês) e há ainda sete ‘ditongos
irreais’.

2.2 As sete vogais protegidas (cobertas) são: o /à/ de bal (baile; bola; testículo), o
/é/ de bel (campainha; brinco; pingente), o /i/ de bil (nádega; alcatra), o /ó/ de
bol ( redondo, convexo; bola; esfera; globo; novelo; bulbo; copa do chapéu) e o /û/
de bul (touro; bula papal). As vogais cobertas também são chamadas vogais curtas,
mas esta denominação pode causar confusão porque, por exemplo, o /é/ de bel e o
/ó/ de bol também se fazem sentir alongadas em palavras tais como blèren /bléé-
râ/ e roze /róó-zâ/. Com a denominação ‘vogais cobertas’ pretende-se indicar que
estas vogais são seguidas (‘cobertas’) por uma consoante na mesma sílaba, ou seja,
as vogais cobertas ocorrem quase somente em sílabas fechadas, quer dizer, em
sílabas que terminam numa consoante: kar (carrinho de supermercado), bed:/bét/
(cama), (ik) bik (mordo), bom (bomba), hun (lhes, a eles, a elas, seu, sua, seus,
suas, deles, delas). Somente em interjeições como hè! /ré/ (Meu Deus! Ai Jesus!)
ocorre uma vogal coberta numa sílaba aberta (uma sílaba que termina numa
vogal).

As cinco vogais cobertas


/à/ /é/ /i/ /ó/ /û/
bal bel bil bol bul

2.3.a As vogais cobertas /à/, /é/, /ó/ e /û/ ocorrem também em palavras-
empréstimo do francês, na condição de vogais nasais: /ã/, /~e/, /õ/ e /~u/.

As quatro vogais nasais francesas


/ã/ /~e/ /õ/ /~u/
elan timbre plafond parfum

2.4 As sete vogais livres são: o /á/ de raak (acertado, que atinge o alvo), o /ei/ de
reeks ( série, coleção), o /í/ de riek (forcado), o / ‘ou’/ de rook (fumaça), o / ‘ï’ /
de Ruud (nome pessoal), o / ‘ê’/ de reuk (cheiro, perfume) e o / ‘u’ / de roep
(grito, clamor). As vogais livres também são chamadas de vogais longas, mas
também esta denominação poderá causar confusão, pois que a diferença em
prolongamento entre estas e as vogais cobertas frequentemente não é tão grande
assim, até mesmo porque as vogais ‘longas’ são mais prolongadas diante do /r/.
Compare raak e raar (curioso, estranho, excêntrico), roek e roer (leme). Ao
denominá-las ‘vogais livres’, pretende-se dizer que elas podem ocorrer
‘livremente’, ou seja, não somente em sílabas fechadas como koek (bolo) e keus
(escolha, seleção), mas também em sílabas abertas como koe (vaca) e keu (taco de
bilhar).

As sete vogais livres

/á/ /ei/ /í/ / ‘ou’/ / ‘ï’/ / ‘ê’/ / ‘u’ /


raak reek riek rook Ruud reuk roek

2.5. A décima terceira vogal é o /â/ átono ou surdo, tal qual ouvimos no artigo
definido de /dâ/ (o, a, os, as). Esta vogal é também chamada de sjwa /xivá/.

2.6 Existem três ditongos puros: o /éi/ de geit /xgéit/ (cabra) e tijd /téit/ (tempo),
o / ‘ái’/ de guit /xg‘ái’t/ (traquinas, maroto, brincalhão) e o /áu/ de goud /xgáut/
(ouro) ou gauw /xgáu/ (rápido, logo). Nos ditongos puros, não se trata de uma
combinação, mas sim de uma mescla/mistura de vogais. As duas vogais não são
ouvidas separadamente.

Os três ditongos puros

/éi/ /‘ái’/ /áu/


geit guit goud

2.7. O holandês conhece, além disso, outros sete ditongos irreais. Nos ditongos
irreais, não se trata de uma mistura/mescla, mas sim, do contrário, uma
combinação de vogais. As vogais podem ser ouvidas à parte. Cinco combinações
terminam num fonema de /í/ ou /i/ e duas terminam num de / ‘u’/ ou /û/.
Os sete ditongos irreais.

/ài/ /ói/ /ái/ /ôi/ /‘u’i/ / ‘êu’/ / í ‘u’/

ai! hoi haai hooi foei meeuw nieuw

Os ditongos -eeu- e -ieu- são sempre escritos com um –w atrás.

3. Consoantes

3.1 O holandês conta com uma vintena de consoantes, as quais se subdividem em


explosivas, fricativas, nasais, vibrantes e escorregadias. Além disso, o holandês
reconhece, especialmente em palavras de origem estrangeira, seis outras
consoantes mistas.

Além disso, as consoantes explosivas e fricativas se subdividem em surdas e


sonoras. Nas consoantes surdas, a corda vocal não vibra, nas sonoras, sim. A
distinção resta claramente audível entre /p/ e /b/, /t/ e /d/, /s/ e /z/.

3.2 As cinco explosivas são: o /p/ de pas (passo, passada; passe de futebol;
passaporte; desfiladeiro; apenas, recentemente, há pouco), o /t/ de tas (saco;
pasta; malinha; mal de mão; monte, porção), o /k/ de kas (caixa), o /b/ de bas
(baixo=instrumento musical) e o /d/ de das (gravata). Elas são chamadas assim,
porque, quando da sua formação, o ar sai da boca de maneira explosiva.

As cinco consoantes explosivas


surdas sonoras
/p/ /t/ /k/ /b/ /d/
pas tas kas bas das

3.3 As explosivas surdas /p/ e /t/ têm o /b/ e o /d/ respectivamente como os seus
complementos sonoros. O complemento sonoro do /k/ só é audível, em palavras
vernáculas, diante de uma outra consoante sonora, como em bakboord e zakdoek;
porém, esta permanece escrita como ‘k’ mesmo.

3.4 As seis fricativas são: o /f/ de laf (covarde) e o /v/ de val ( queda; queda-
d’água, cachoeira), o /s/ de las (soldagem) e o /z/ de zal (auxiliar na construção
do futuro do presente, à terceira pessoa singular), o /ch/* de lach (riso) e o /g/* de
gal ( bílis, fel). Estes sons são assim denominados porque, ao tentar-se pronunciá-
los, surge uma leve/suave atrito/fricção devido a um estreitamento na cavidade
bucal.

As seis consoantes fricativas


surdas sonoras
/f/ /s/ /ch/ /v/ /z/ /g/
laf las lach val zal gal
* O /ch/ e o /g/ têm quase a mesma pronúncia. Este fonema não existe em
português. Vamos representá-los como /xg/.

3.5 As fricativas sonoras /f/, /s/ e /ch/ têm /v/, /z/ e /g/ respectivamente como
seus complementos sonoros.

3.6 O /h/ de haar (cabelo; seu, sua, seus, suas, dela) também é contado entre as
consoantes fricativas. Porém, a fricção é tão suave que o /h/ passa a ser chamado
de ‘murmuro’. Este murmuro sonoro ocorre somente diante de vogais.

3.7 As três consoantes sonoras são: o /m/ de man (homem; marido), o /n/ de nam
(o pretérito imperfeito de nemen = tomar, pegar) e o /ng/** de rang (degrau;
classe; posto/graduação militar). Dizem-se nasais porque, ao tentar-se pronunciá-
los, o ar sai pelo nariz.

As três consoantes nasais


/m/ /n/ /ng/
man nam rang

** O –g de /ng/ não é falado, devendo-se alongar bem a pronúncia do –n-.

3.8 Há duas consoantes correntes ou fluentes: o /l/ de lor ( trapo; farrapo) e o /r/
de rol (papel; função; rolo; lista). São chamadas assim porque, ao serem
pronunciadas, o ar flui uniformemente pela língua. (O /r/ também é pronunciado
como “/r/ uvular”).

As duas consoantes fluentes ou correntes


/l/ /r/
lor rol

3.9 Há duas consoantes escorregadias: o /j/***de jaar (ano) e o /w/*** de waar


(verdadeiro). Estes fonemas também são chamados de semivogais, porque
parecem com o /ie=i/ e com o /oe = ‘u’/, porém, em regra geral, encontram-se no
lugar de consoantes mesmo.

As duas consoantes escorregadias


/j/ /w/
jaar waar

*** O /j/ soa como /i/ de ilha e o /w/, as mais das vezes, como o /v/ de vaca. Após
algumas consoantes como /t/, /z/, /d/, o /w/ soa realmente como /oe/.

3.9.a. O holandês possui, principalmente em palavras de origem estrangeira, seis


consoantes mistas: o /sj/ de sjaal (xale), o /zj/ de journaal (diário, jornal;
notícias), o /ts/ de tsaar (czar), o /dz/ de pizza (pizza), o /tsj/ de tsjilpen
(chilrear, piar) e o /dzj/ de gin (gim).
As seis consoantes mistas
/sj/ /zj/ /ts/ /dz/ /tsj/ /dzj/
sjaal journaal tsaar pizza tsjilpen gin

O –sj- soa como o próprio –x- de xale; o –zj- soa como o –j- de jornal; o –ts- mantém
o mesmo som; o –dz- soa como - ts-; o –tsj- soa como o – tch- de tchau e o – dzj- ,
como o –dj- de adjetivo.

4. Regras ortográficas:

a) Um /d/ final numa palavra deve ser pronunciado /t/. Caso se adicione um –e ou
um -en à palavra, voltará a ter o fonema de /d/. Ex.: goed: /xg‘u’t/ e goede:
/xg‘u’dâ/.

b) As consoantes explosivas surdas /p/ e /t/ não devem ser pronunciadas diante
das outras explosivas sonoras /b/ e /d/ respectivamente. Ex.: soepbord: /s‘u’-
bórt/ e kastdeur: /kas-d‘ê’r/.

c) Os substantivos terminados em –tie costumam ser pronunciados com: /(t)sí/.

d) Se a palavra terminar em /b/, este deve ser pronunciado /p/, porém se


adicionado um outro elemento à palavra, voltará a ter o fonema /b/.

e) Após os fonemas /f/, /p/, /t/ ou /k/, o /z/ deve ser pronunciado /s/.

f) Em holandês nenhuma palavra pode terminar nos fonemas /v/ e /z/. Em caso de
conjugação verbal, quando da separação da desinência –en do radical, substitui-se
o /v/ por /f/ e o /z/ por /s/ respectivamente. Ex.: ik verhuiz = verhuis: estou me
mudando. O verbo é verhuizen.

g) O sufixo adjetivo final –sch deve ser pronunciado como /s/ bem sibilante. Ex.:
medisch: /mei-dis/.

h) O /h/ após o /t/ não deve ser pronunciado. Ex. thans: /tàns/.

i) Um som surdo seguido de um /b/ ou um /d/, torna-se sonoro, ou seja, /p/, /t/
e /f/, /s/, diante de /b/ ou /d/, tornam-se foneticamente /b/, /d/ e /v/, /z/.
Ex.: opdoen: /ób-d ‘u’n/, ontbinden: /ónd-bindâ/, afbreken: /àv-brei-kâ/, asbak:
/àz-bàk./

j) O /d/ entre dois ‘és’ poder ser suprimido foneticamente ou por escrito. Ex.:
le(d)er : /lei-âr ou lei-dâr/. Pode também ser escrito assim.

l) O /h/ inicial de hij, hem, haar, het, suprime-se se as palavras são pronunciadas
sem acento tônico.

m) Nos diminutivos de palavras terminadas em –ft, -st e –cht, o /t/ não se


pronuncia. Ex.: stif(t)je, pos(t)je, lich(t)je.
n) O –n de plurais e infinitivos pode ser suprimido na pronúncia da palavra, mas
não quando precede uma vogal. Ex.: lope(n), wij zingen een lied: /lou-pâ/, /véi
zinn-ân ân lít/.

o) O w de erwt, o b de ambt, o k em markt são suprimidos na pronúncia.

p) Um t entre duas consoantes (menos l, m, n, r) pode ser suprimido na pronúncia.


Ex.: tas(t)baar.

q) O d entre duas vogais é muitas vezes suprimido na linguagem corrente e


substituído por um /i/ de isso. Ex.: goede/goeie; poeder/poeier. Assim também o d
depois de um ditongo é muitas vezes substituído por um /w/ da palavra inglesa
watt. Ex.: koude/kouwe, oude/ouwe.

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