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I. Ortografia
Tendo sua origem no latim orthographia, a ortografia é o conjunto de normas que regulam a escrita,
fazendo parte da gramática normativa pelo facto de ditar as regras para o uso correcto das letras e dos
sinais de pontuação.
Na senda do uso destes elementos em palavras escritas, tem se verificado uma série de irregularidades,
na forma como certas letras são aplicadas. Um dos problemas ou erros que se verifica na escrita em
língua portuguesa é a troca da letra S pelo Z ou vice-versa, pois o S, em algumas situações, assume o
mesmo som de Z, o que pode causar certa confusão, como em:
Uma das melhores formas de evitar o cometimento desse erro é lendo e escrevendo mais. Porém,
existem algumas regras que podem ajudar muito na hora da dúvida, conforme se depreende:
Usa-se a letra "S":
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Exemplos: Escocês/ escocesa; Burguês/ burguesa; Polonês/ polonesa; Freguês/
freguesa.
4. Em ocorrência após ditongos.
6. Em alguns nomes próprios conhecidos.
Usa-se a letra "Z":
Exemplos: Triste/ tristeza; Bonito/ boniteza; Nobre/ nobreza; Macio/ maciez; Duro/
dureza;
Vizinho/ vizinhança.
4. Nos sufixos -ização (na formação de substantivos) e -izar (na formação de verbos). Como em:
Hospitalizar/ hospitalização.
7. Em verbos terminados pelo sufixo “izar”, quando a palavra primitiva não possuir “s”:
Exemplos: Economia/economizar; Terror/Aterrorizar; Frágil/fragilizar.
OBS: Análise + ar = analisar; friso +ar = frisar. Isto é, nessas palavras não existe o sufixo “izar”.
Se a palavra primitiva é grafada com uma letra, suas derivadas também serão grafadas com a mesma
letra.
Exemplos: Casa: casinha, casebre, casarão;
9. Em palavras homófonas (que são pronunciadas da mesma forma, mas são escritas de forma
diferente)
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Exemplos: Cozer (cozinhar) e coser (costurar) Traz ( do verbo trazer) e trás
(atrás) Prezar (ter consideração a )e presar (prender) Noz (castanha) e nós
(primeira pessoa do plural).
10. Em palavras como (é necessário a prática de leitura e escrita para saber a grafia correcta):
Uso de c, ç, s, ou ss
O uso destas consoantes oferece muitas dúvidas, uma vez que representam graficamente o mesmo som
/s/. Embora o uso de uma ou outra consoante dependa da raiz da palavra, existem algumas regras que
podem ajudar:
2. O ç e os dois ss não existem em início de palavras e, por isso, nesta posição só podem aparecer:
S – antes de todas as vogais – ex. sapato, ser, sino, sol, suar
3. O s entre vogais tem sempre o som /z/, por isso, nas palavras derivadas e compostas formadas
a partir de uma palavra com s em posição inicial, tem de se dobrar o s, escrevendo-se ss.
II. Acentuação
No contexto da ortografia da língua portuguesa, há que ter em conta o uso dos acentos gráficos, que se
afiguram como sinais diacríticos com os quais se indica, na escrita, a pronúncia de uma vogal ou sílaba
tónica de uma palavra. (Ribeiro et al, 2010:84)
Para Ferreira (2010), a acentuação de palavras em Português, obedece a três regras básicas, a saber:
Acentuam-se as palavras oxítonas ou agudas, aquelas em que a última sílaba é a sílaba tônica, tal é o
caso dos monossílabos tônicos acentuados e as palavras terminadas em a(s), e(s), o(s), em e ens.
Exemplos: pé, cá, sofá, sofás, jacaré, vocês, paletó, avós, ninguém e armazéns
Também são acentuadas as oxítonas terminadas em ditongos éu, éi e ói. Exemplos: réu, céu, pastéis,
herói.
Exemplos: táxi, beribéri, lápis, grátis, júri,bónus/bônus, álbum, álbuns, nêutron, prótons, incrível, útil,
ágil, fácil, amável, éden, hífen, pólen, éter, mártir, caráter, revólver, destróier, tórax, ónix/ônix,
fénix/fênix, bíceps, fórceps, ímã, órfã, ímãs, órfãs, bênção, órgão, órfãos, sótãos.
São também acentuadas as paroxítonas terminadas em ditongos crescentes: ea(s), oa(s), eo(s), ua(s),
ia(s), ue(s), ie(s), uo(s), io(s).
Exemplos: várzea, mágoa, óleo, régua, férias, tênue, cárie, ingênuo, início
N.B: Não são acentuados os prefixos terminados em “i” e “r”. (Exemplos: semi e super)
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3. Nas palavras proparoxítonas ou esdrúxulas
Observação: Palavras terminadas em encontro vocálico átono podem ser consideradas tanto
paroxítonas quanto proparoxítonas, e devem ser todas acentuadas. Encontros vocálicos átonos no fim
de palavras tanto podem ser entendidos como ditongos quanto como hiatos.
III. Pontuação
O moçambicano, um assíduo trabalhador, ainda não tem acesso aos serviços de boa qualidade.
Exemplos: “Por impulso instantâneo, todo o ajuntamento se pôs de pé.” (por: Rebelo da Silva)
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A boca é, nas mulheres, a feição que menos nos esquece.
Exemplos:
6. Para isolar palavras e expressões interpositivas: como por exemplo, além disso, isto é, a saber,
aliás, ou melhor, então, com efeito, etc.:
Exemplo: Vários autores importantes concordam com essa teoria, por exemplo, Jessy Jones e Mary
James. Regras de uso da vírgula
7. Para separar as orações coordenadas assindéticas (orações coordenadas entre si e que não são
ligadas através de nenhum conectivo; estão apenas justapostas):
Exemplo:
“Não aquieta o pó, nem pode estar quedo: anda, corre, voa: entra por esta rua, sai por aquela: já torna
adiante, já torna atrás, tudo cobre, tudo envolve, tudo perturba, tudo toma, tudo cega, tudo penetra...”
(Vieira)
8. Para separar as orações coordenadas ligadas pela conjunção e, quando os sujeitos forem
diferentes:
Exemplo:
“Aires Gomes estendeu o mosquete sobre o precipício, e um tiro saudou o acaso.” (José de Alencar)
9. Para separar as orações coordenadas ligadas pelas conjunções mas, senão, nem, que, pois,
porque, ou pelas alternativas: ou…ou; ora…ora; quer…quer, etc.
“Não se deve julgar o homem por uma só acção, senão por muitas.” (Carneiro Ribeiro)
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10. Para isolar as conjunções adversativas porém, todavia, entretanto, no entanto, contudo; e as
conclusivas: logo, pois, portanto:
Exemplos:
11. Para separar termos ou orações que, deslocados, quebram uma sequência sintática:
12. Para separar as orações subordinadas adverbiais, quer antepostas, quer pospostas à
principal:
Exemplos: “Juro que ela sentiu certo alívio, quando os nossos olhos se encontraram…” (Machado de
Assis) “Enquanto o senhor zombava de mim, o feitio das minhas botas estava no seu ofício e no seu
direito.
Exemplo: Quem tem cor de leite, a neblina pálida flutua, Diluindo, evaporando os montes de granito
em colossos de sonho, extasiados de Lua... (Guerra Junqueira)
Exemplo: Homem ativo é aquele que sabe realizar aquilo que para os outros constitui simples
aspiração; que cumpre o seu dever; que tem iniciativa; que não espera as ocasiões, mas que as cria.
Exemplo: Quem não quer raciocinar é um fanático; quem não quer raciocinar é um tolo; e quem ousa
raciocinar é um escravo.
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3. Para separar orações coordenadas adversativas e conclusivas com conectivo deslocado:
4. Para separar os diversos itens de uma enunciação qualquer (p.ex. alíneas de uma lei):
Exemplo:
a) nomeação;
b) promoção;
c) transferência.
IV. Frase
Para Cunha e Cintra (1992:119) “frase é um enunciado de sentido completo, correspondendo a unidade
mínima de comunicação, cuja sua composição ou estrutura é descrita por um conjunto de regras que se
denominam Sintaxe.”
b) sem verbo: Que inocência! Que aurora! Que alegria! (Texeira de Páscoa)
Note-se, sempre, que as frases estão sempre acompanhadas por uma entoação e nas que apresentam
uma forma verbal a entoação indica o fim de enunciado, geralmente evidenciado por um ponto final,
marcando o fim to tópico frasal (ideia\informação apresentada).
Na língua portuguesa, a frase pode ser simples ou complexa. É simples quando for composta por uma
oração ( a que contém uma única forma verbal) e complexa quando for composta por duas ou mais
orações (a que contém mais de uma forma verbal).
Exemplos:
V. Período
No discurso linguístico, nota-se a existência de período (s) que é a frase organizada em orações ou
orações, podendo se constituir em período simples, quando for composto por uma oração e período
composto quando for constituído por duas ou mais orações. (Cunha e Cintra, 1992:122)
Segundo Ribeiro et al, (2010:130) cada período é caracterizado por conter uma ou mais frases
(orações) simples ou complexas e por ser delimitado por ponto final (.), ponto de interrogação (?),
ponto de exclamação (!) ou reticências (...).
VI. Parágrafo
Ribeiro et al, definem parágrafos “como as divisões principais que estruturam o discurso escrito. É
uma forma de organização do texto, caracterizada por uma unidade de ideias nelas incluídas, tendo em
conta o seu sentido completo e a sua independência sintática.”
Ainda na óptica destes autores, cada parágrafo corresponde a uma unidade autossuficiente de um
discurso escrito, ou seja, inicia e encerra a abordagem de um determinado ponto de vista ou ideia.
Note-se que, apesar da estrutura SVO ser a canônica, ela pode ser alterada conforme as situações e
objectivos comunicativos do falante.
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Referências Bibliográficas
CUNHA, Celso & CINTRA, Lindley. Nova Gramática do português Contemporâneo. 9 ed.. Lisboa,
Edições João Sã da Costa, 1992.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Hollanda. Gramática mini Aurélio. 8 ed.. Curitiba, Positivo, 2010.
RIBEIRO et al. Gramática Moderna da Língua Portuguesa. Lisboa, Escolar editora, 2010.
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