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RESUMO DAS VIDEOAULAS DE ORTOGRAFIA

PROFESSORA ADRIANA FIGUEIREDO


(MATERIAL MONTADO PELA PROFESSORA JÉSSICA ROCHA)

1) Estudo da sílaba
SÍLABA: unidade formada por um ou mais fonemas produzidos
em uma única emissão sonora: ca-sa, ba-nho.

Em Português, não existe sílaba sem vogal

A vogal é a base da sílaba. Em palavras como “afta”, a consoante que, a princípio,


ficaria sozinha na sílaba, é remanejada para a sílaba anterior:

AF-TA A-BRUP-TO CAC-TO AD-VO-GA-DO

▪ Sílaba tônica: a sílaba mais proeminente de uma palavra, a que é pronunciada com maior
força/intensidade (ventilador, peixe, pântano). Nem sempre será marcada por acento gráfico, pois
existem regras de acentuação que regem as situações em que o acento será utilizado.

▪ Em uma palavra, há apenas uma vogal tônica (que faz parte da


sílaba tônica).

“A sílaba que manda na palavra”

▪ A classificação das palavras de acordo com a posição da sílaba tônica:

a) oxítonas – a sílaba tônica é a última sílaba da palavra


(jacaré, apresentar, imperador)

b) paroxítonas – a sílaba tônica é a penúltima sílaba da palavra


(beira, órgão, almofada)

c) proparoxítonas – a sílaba tônica é a antepenúltima sílaba da palavra

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(número, índole, esdrúxulo)

Há, ainda, os vocábulos monossílabos (apenas uma sílaba),


que se dividem em monossílabos átonos e monossílabos tônicos.

Os monossílabos átonos são Os monossílabos tônicos são


pronunciados com pouca pronunciados com bastante
intensidade e, no interior da intensidade e, no interior da
frase, têm sua pronúncia frase, seus sons não se
descaracterizada. alteram.
Ex.: O menino se machucou. Ex.: No mês que vem, ela já
viajará.
/u/ /si/

▪ Os monossílabos tônicos podem ter timbre fechado ou timbre aberto:


prep vb numeral
De1 troco, dê2 dez3 reais a ela.

1: monossílabo átono (pronunciado como "di")


2: monossílabo tônico de timbre fechado
3: monossílabo tônico de timbre aberto

ñ confunda timbre com tonicidade

2) Encontros vocálicos
ENCONTRO VOCÁLICO: agrupamento de vogais ou de vogais e
semivogais sem uma consoante intermediária.

Mantra - Ñ pode haver sílaba sem vogal


- Só pode haver uma vogal na sílaba

▪ Há três tipos de encontros vocálicos: o ditongo, o tritongo e o hiato.

a) Ditongo: encontro de uma vogal e uma semivogal (e vice-versa), na mesma sílaba. Pode ser de quatro
tipos: crescente, decrescente, oral e nasal.

A semivogal sempre tem som de /i/ ou de /u/ (o


que não significa que sempre será representada por
essas letras). Ex.: em “mãe”, o <e> é pronunciado
como /i/; em “pão”, o <o> é pronunciado como /u/.

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- O ditongo crescente, como o próprio nome sugere, é o que cresce em força de pronúncia: a semivogal (o
som mais fraco) aparece antes da vogal (o som mais forte). Exemplos: lírio, quando, água.

- O ditongo decrescente, por sua vez, é o que decresce em força de pronúncia: a vogal vem antes da
semivogal. Exemplos: pai, põe, peixe.

Dizemos, também, que o ditongo é oral quando a vogal (o som mais forte do encontro vocálico) é oral
(mágoa) e que é nasal quando essa vogal é um som nasalizado, produzido pelo nariz (coração).

b) Tritongo: encontro, em uma mesma sílaba, entre uma semivogal, uma vogal e outra semivogal. Exemplo:
saguão, Paraguai.

c) Hiato: encontro imediato de duas vogais, em sílabas distintas, uma vez que duas vogais não podem
ocupar uma mesma sílaba. Exemplos: raiz (ra-iz), saúde (sa-ú-de).

ATENÇÃO!
Palavras como “história” e “tênue” têm duas possibilidades de separação silábica. A primeira
considera que as terminações são em ditongos crescentes: his-tó-ria, tê-nue. A segunda considera
que se trata de um hiato (a semivogal, que aparece primeiro, se torna uma vogal): his-tó-ri-a, tê-nu-
e. No primeiro caso, teríamos paroxítonas; no segundo, proparoxítonas eventuais, ocasionais ou
acidentais. Ambas as interpretações são reconhecidas pelo Vocabulário Ortográfico da Língua
Portuguesa (VOLP), embora a primeira seja a preferencial.

3) Encontros consonantais e dígrafos


ENCONTRO CONSONANTAL: agrupamento de consoantes sem
uma vogal intermediária.

▪ Um encontro consonantal pode acontecer em uma única sílaba (encontro consonantal perfeito),
como em “blusa”, ou em sílabas separadas (encontro consonantal imperfeito), como em “parto”:
blu-sa, par-to. Trata-se de duas consoantes com sons distintos.

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▪ Para que as consoantes formem um encontro consonantal, não podem estar formando um dígrafo.
Se for dígrafo, não será encontro consonantal.

DÍGRAFO: encontro de duas letras para representar


um único som (um único fonema). Pode ser
consonantal ou vocálico.

▪ Há dígrafo consonantal quando dois grafemas representam um único som consonantal: ch, lh, nh,
rr, sc, sç, ss, xc, gu, qu. Exemplos: chuva, mulher, crescer. Nesse caso, a palavra tem mais letras do
que sons (chuva: 5 letras e 4 fonemas).

▪ Há dígrafo vocálico quando uma vogal tem sua nasalidade marcada por um <m> ou um <n>, que
aparece logo em seguida e pertence à mesma sílaba: am, an, em, en, im, in, om, on, um, un. A
consoante não é pronunciada, o som da vogal é o que predomina.
Exemplos: cantar, gente, limpo, tonto, mundo.

A consoante (<m> ou <n>), nesses casos, não


tem um som independente, apenas marca a
nasalidade da vogal anterior.

Há autores que consideram a terminação de palavras como alguém, também e amam


como dígrafo vocálico e outros que consideram como ditongo (estando no fim da palavra, o aparente
dígrafo deixaria de ser dígrafo).

ATENÇÃO!

Há, ainda, as palavras que têm mais sons do que letras. Isso acontece quando a letra <x> tem som
de /ks/. Exemplos: táxi (4 letras e 5 fonemas) e conexão (7 letras e 8 fonemas).

4) Acentuação gráfica

Em acentuação gráfica, há 4 regras gerais.

▪ Regra geral das oxítonas: são acentuadas todas que terminam em a(s), e(s), o(s) em(ens). Exemplos:
encontrá-lo, café, avô, também, (tu) conténs.

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▪ Regra geral das paroxítonas: são acentuadas todas que não terminam em a(s), e(s), em(ens) – o oposto
da regra das oxítonas. Exemplos: cáqui, ônix, ímã, Méier.

▪ Regra das proparoxítonas: todas são acentuadas. Exemplos: lâmpada, álibi, síncope.

▪ Regra dos monossílabos tônicos: são acentuados todos que terminam em a(s), e(s), o(s). Exemplos: pá,
gás, fé, mês, dó, pô-lo.

Além das regras gerais, há 4 casos especiais.

▪ Caso especial 1: os ditongos abertos (éi, éu, ói) recebem acento agudo quando estão na sílaba tônica de
oxítonas e monossílabos tônicos. Exemplos: anéis, troféu, céu, herói.

▪ Caso especial 2: acentuam-se as paroxítonas terminadas em ditongo. Exemplos: órfão, história, família.

▪ Caso especial 3: acentuam-se as vogais <i> e <u> tônicas em contexto de hiato, seguidas ou não de <s>.
Exemplos: saída, saúde, juíza, baú. Exceção: a regra não se aplica quando a sílaba seguinte é iniciada por
<nh>, como em rainha.

▪ Caso especial 4: os acentos diferenciais, que são sempre circunflexos, são empregados para fazer a
diferenciação entre vocábulos semelhantes. Aplicam-se aos seguintes casos:

a) Aos verbos ter, vir e derivados na terceira pessoa do plural no presente do indicativo – eles têm,
eles retêm, eles vêm, eles intervêm (em oposição a ele tem, ele retém, ele vem, ele intervém).

b) À forma verbal pôr, em oposição à preposição por, que é um monossílabo átono – É melhor pôr o
lençol por cima da cama.

c) À forma verbal pôde, na terceira pessoa do singular do pretérito perfeito, em oposição à forma
verbal pode, no presente do indicativo – Ele não pôde nos ajudar ontem, mas disse que pode nos
ajudar hoje.

OBSERVAÇÃO 1: para o novo acordo ortográfico, não se acentua o primeiro <o> de palavras paroxítonas
terminadas em <oo>, como voo e abençoo.

OBSERVAÇÃO 2: o acento gráfico de más (adjetivo: Elas são más), em oposição a mas (conjunção: Não
consegui sair ontem, mas amanhã tudo dará certo), não é um acento diferencial. A conjunção é um
monossílabo átono.

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SETE DICAS PARA ACENTUAÇÃO

DICA 1
ímã, órfã X casa

As duas primeiras levam acento gráfico porque são paroxítonas não terminadas em /a/, mas em /ã/.
O que deve ser considerado para a acentuação é o som, não a letra.

DICA 2
dó, dê X do, de

Os tônicos são acentuados, os átonos não são.


Os tônicos podem ter timbre aberto ou fechado.

DICAgráfico
As duas primeiras levam acento 3 porque são paroxítonas
avó X dó
não terminadas em /a/, mas em /ã/.

O que
Respectivamente, deve
uma ser considerado
oxítona terminada para a acentuação
em <o> é o som,tônico
e um monossílabo não a terminado
letra. em <o>.
Alguns gramáticos dizem que o monossílabo tônico seria também um oxítono, mas isso não é
considerado em provas de concurso público.

DICA 4
ter, vir X crer, dar, ler, ver (e respectivos derivados, como advir e prever)

Os primeiros têm acento diferencial no plural (eles têm, eles vêm); os do segundo tipo, para o atual
acordo ortográfico, não levam acento (eles creem, eles veem, eles leem, eles deem, eles reveem).

DICA 5
alcaloide, ideia X constrói, Niterói X destróier, Méier

As do primeiro grupo não levam acento: são paroxítonas em ditongo aberto; as do segundo grupo
levam acento: são oxítonas em ditongo aberto; as do terceiro grupo levam acento: são paroxítonas
não terminadas em a(s), e(s), (o)s – entram, portanto, na regra geral.

DICA 6
história, túneis X história, paralelepípedo

As duas justificativas são possíveis para a acentuação de história (paroxítona terminada em ditongo
ou proparoxítona, terminada em hiato), mas a preferencial é a primeira.

DICA 7
(ele) retém X (eles) retêm

O primeiro vocábulo cai na regra geral das oxítonas, o segundo (referente ao plural) é acento
diferencial.

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5) Outros pontos importantes: o uso do hífen e o dos porquês

▪ Regras gerais sobre o emprego do hífen:

"Os diferentes se atraem" – vogais e consoantes diferentes ficam juntas, sem hífen.

Se a consoante após o prefixo terminado em


vogal for <r> ou <s>, duplica-se: minissaia,
ultrassom, antirracismo, contrarregra.

USAR
Regra Exemplos

Com prefixos que terminam com a mesma letra que inicia micro-ondas, hiper-resistente
a palavra posterior.

Com prefixos adicionados a palavras iniciadas por <h>. anti-higiênico, super-homem

Com os prefixos {recém-}, {além-}, {aquém-}, {sem-}, {ex-} e recém-nascido, além-mar, sem-terra, vice-
{vice-}. presidente

Com os prefixos {pré-}, {pró-} e {pós-}.


pré-vestibular, pós-graduação, pró-democracia
Exceção: se for átono e, por isso, já aglutinado à palavra
seguinte (preestabelecer, promover, posposto).

Com os prefixos {sub-}, {sob-}, {ad-}, {ab-} e {ob-} seguidos sub-região, ab-rogar
de <r> ou <b>.

Com os prefixos {circum-} e {pan-} seguidos de vogal, <m> circum-navegação, pan-americano


ou <n>.

Com “bem”.
bem-educado, bem-criado
Exceção: se adicionado a palavras derivadas de “querer” ou
“fazer” (benfeito, benquerer).

Com ”mal” adicionado a palavras iniciadas por vogal, <h> mal-educado, mal-humorado, mal-lavado
ou <l>. X
maltratado, malcriado

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Com palavras compostas que não têm elemento de ligação corre-corre, beija-flor
(preposição ou conjunção).

Com nomes de espécies da fauna e da flora. bem-te-vi, erva-doce

Para "encadeamentos". Rio-São Paulo, (percurso) casa-trabalho

NÃO USAR
Regra Exemplos

Com o prefixo {co-}, nem mesmo se a próxima letra for <o> coordenação, coabitar (co + habitar)
ou <h>.

Com os prefixos {des-} e {in-} adicionados a palavras que, desumano, inábil


na reestruturação, perderam o <h> inicial.

Após “não” ou “quase”. não violência, quase morte

Com palavras repetidas. dia a dia, corpo a corpo

Com palavras compostas com elemento de ligação


(preposição ou conjunção). Nesse caso, a preposição já é o
que conecta as palavras. mão de obra, ponto e vírgula

Exceção: palavras que já foram assim consagradas (arco-


da-velha, mais-que-perfeito, cor-de-rosa, água-de-colônia,
pé-de-meia).

Com compostos dos quais já perdemos a noção de girassol, paraquedas


composição.

▪ Regras sobre os empregos dos “porquês”:

a) Por que: pode ser utilizado no início ou no meio de frases interrogativas (diretas ou indiretas); e pode ser
apenas a estrutura [preposição "por" + "que" (pronome relativo ou conjunção integrante)]. Exemplos:

- Joana, por que você foi embora tão cedo?


- Joana, gostaria que me dissesse por que foi embora tão cedo.

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- O cachorro por que fui mordida é da minha tia.
- Torço por que você consiga realizar esse sonho.

b) Por quê: utilizado no final de frases interrogativas (diretas ou indiretas). Exemplos:

- Rute, você foi embora tão cedo por quê?


- Rute, você foi embora cedo e eu gostaria de saber por quê.

c) Porque: introduz uma explicação ou uma causa relacionada a uma afirmação anterior (conjunção
explicativa ou causal). Exemplos:

- Vou sair mais cedo porque já cheguei atrasada três vezes nesta semana.
- É melhor levar um guarda-chuva, porque vai chover.

d) Porquê: sinônimo de "motivo" e "razão", podendo ser perfeitamente substituível por essas palavras, e,
na maioria das vezes, aparece acompanhado por artigo (substantivo). Exemplos:

- Você mentiu para mim e eu quero saber o porquê.


- Não fui ao seu aniversário, mas tenho um porquê.

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