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Técnico em Informações

Geográficas e Estatísticas

PROGRAMA:
 Língua Portuguesa
 Geografia
 Matemática
 Conhecimentos Sobre o IBGE

D DIDATICON
EDITORA
LÍNGUA PORTUGUESA

ÍNDICE
GRAMÁTICA
PARTE I – FONÉTICA / FONOLOGIA
1. CONCEITO..................................................................................................................................................................................................3
2. FONEMA......................................................................................................................................................................................................3
3. FONEMAS VOCÁLICOS.............................................................................................................................................................................3
4. FONEMAS CONSONANTAIS.....................................................................................................................................................................3
5. DÍGRAFO.....................................................................................................................................................................................................3
6. DIVISÃO SILÁBICA.....................................................................................................................................................................................4
7. ORTOGRAFIA.............................................................................................................................................................................................4
8. EMPREGO DO HÍFEN.................................................................................................................................................................................5
9. ACENTUAÇÃO GRÁFICA..........................................................................................................................................................................5
10. NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO..............................................................................................................................................................6
11. APÊNDICE...................................................................................................................................................................................................8
12. EXERCÍCIOS...............................................................................................................................................................................................9
13. GABARITO .................................................................................................................................................................................................10

PARTE II – MORFOLOGIA
1. CONCEITO..................................................................................................................................................................................................11
2. ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS...........................................................................................................................................11
3. CLASSES DE PALAVRAS..........................................................................................................................................................................12
4. EXERCÍCIOS...............................................................................................................................................................................................23
5. GABARITOS................................................................................................................................................................................................28

PARTE III – SINTAXE


1. FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO..................................................................................................................................................................29
2. SINTAXE DA ORAÇÃO...............................................................................................................................................................................29
3. COLOCAÇÃO PRONOMINAL....................................................................................................................................................................32
4. CONCORDÂNCIA VERBAL........................................................................................................................................................................34
5. ESTUDO DO PERÍODO COMPOSTO........................................................................................................................................................37
6. REGÊNCIA VERBAL / NOMINAL...............................................................................................................................................................39
7. CRASE.........................................................................................................................................................................................................41
8. PONTUAÇÃO..............................................................................................................................................................................................43
9. EXERCÍCIOS...............................................................................................................................................................................................46
10. GABARITOS................................................................................................................................................................................................52

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
1. COMUNICAÇÃO.........................................................................................................................................................................................53
2. DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO...................................................................................................................................................................53
3. NÍVEIS DE LINGUAGEM OU REGISTROS LINGUÍSTICOS.....................................................................................................................54
4. A NOÇÃO DE TEXTO.................................................................................................................................................................................54
5. LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS.............................................................................................................................................56
6. TEXTOS LITERÁRIOS E NÃO LITERÁRIOS.............................................................................................................................................57
7. NÍVEIS DE LINGUAGEM............................................................................................................................................................................57
8. GÊNERO TEXTUAL....................................................................................................................................................................................58
9. TIPOLOGIA TEXTUAL ...............................................................................................................................................................................58
10. FUNÇÕES DA LINGUAGEM.......................................................................................................................................................................59
11. VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS......................................................................................................................................................................59
12. EXERCÍCIOS...............................................................................................................................................................................................60
13. GABARITO..................................................................................................................................................................................................69

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LÍNGUA PORTUGUESA

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LÍNGUA PORTUGUESA
GRAMÁTICA Tritongo: ocorre quando juntamos três sons vocálicos numa
única sílaba: iguais; quão.
PARTE I – FONÉTICA / FONOLOGIA O tritongo se classifica, quanto à pronúncia, como:
Oral: quando o som sai apenas pela boca: iguais.
1. CONCEITO Nasal: quando o som sai pela nariz: quão.
Fonologia é a parte da gramática que trata dos sons pro-
Hiato: ocorre quando colocamos, simultaneamente, em
duzidos pelo ser humano para a comunicação, em relação a
uma palavra duas vogais, que pertencem a sílabas diferentes:
determinada língua.
sa-í-da; co-o-pe-rar; ga-ú-cho.
2. FONEMA ENCONTROS CONSONANTAIS
O s fonemas são os elementos sonoros mais simples da É o encontro de sons consonantais simultâneos dentro da
língua, capazes de estabelecer distinção entre duas palavras. palavra. Podem ser classificados de acordo com o modo como
Como em: sua e tua. Note que a distinção entre uma e outra se apresentam.
palavra são os fonemas /se/ e /te/. Encontros consonantais perfeitos: sons consonantais
Não podemos confundir letras com fonemas, pois letra é a que pertencem à mesma sílaba: pro-ble-ma; psi-co-lo-gi-a;
representação gráfica de um som. pe-dra.
M - letra eme> som /me/. Encontros consonantais imperfeitos: sons consonantais
J - letra jota > som /je/. que pertencem a sílabas diferentes: dig-no; per-fei-to; ar-tis-ta.
H - letra agá > não existe som para essa letra.
Nem sempre ao número de letras corresponde o mesmo 5. DÍGRAFO
número de fonemas. Veja: Ocorre quando duas letras representam um único som:
TÁXI:
CH - chá AM - tampa
4 letras: t, a, x, i.
LH - telha EM - tempo
5 fonemas: /te/, /a/, /ke/, /se/, /i/.
NH - ninho IM - tímpano
Os fonemas se dividem em dois grupos:
GU - foguete OM - tombo
Fonemas vocálicos: representam as vogais.
QU - quilo UM - tumba
Fonemas consonantais: representam as consoantes
RR - carro AN - anta
3. FONEMAS VOCÁLICOS SS - assado EN - entortar
São eles: A, E, I, O, U. Dividem-se em dois grupos: SC - descer IN - interno
Vogais SÇ - desço ON - onda
São a base da sílaba em Língua Portuguesa. Há apenas XC - exceto UN - unta
uma vogal em cada sílaba: sa-pa-to; ca-fé; u-si-na. XS - exsudar
Semivogais
São fracas em relação à vogal. As letras I e U, quando Nota: Os grupos GU e QU, quando trazem o U pronunciado,
acompanham outra vogal numa mesma sílaba, são as semivo- não representam dígrafos, pois nesse caso G e Q têm um som
gais. As letras E e O também serão semivogais quando forem e U tem outro: aguentar; sagui; tranquilo; aquoso.
átonas, acompanhando outra vogal. Veja: SÍLABA
cá-rie: É a junção de fonemas numa única emissão de ar. Cada vez
/i/ é semivogal que se expele o ar do pulmão passando pelo aparelho fonador
/e/ é vogal (boca ou boca e nariz), temos uma sílaba.
tou-ro: De acordo com o número de sílabas, a palavra será clas-
/o/ é vogal sificada como:
/u/ é semivogal Monossílaba - uma única sílaba: chá, pé, me, lhe.
Dissílaba - duas sílabas: café, sofá, onça, digno.
4. FONEMAS CONSONANTAIS
Trissílaba - três sílabas: copinho, socorro, agora.
São: B, C, D, F, G, H , J, K, L, M, N, P, Q, R, S, T, V, W, X, Y, Z.
Polissílaba - quatro ou mais sílabas: limonada, chocolate-
ENCONTROS VOCÁLICOS
zinho, desenvolvimento.
São eles: o ditongo, o tritongo e o hiato.
Ditongo TONICIDADE
Ocorre quando juntamos dois sons vocálicos numa única As sílabas de uma palavra podem ser fortes ou fracas. As
sílaba: ca-iu; viu; tou-ro;den-tais. sílabas fortes são chamadas de TÔNICA, e as sílabas fracas
Os ditongos são classificados de acordo com a sua forma- são chamadas de ÁTONAS.
ção e a sua pronúncia. paralelepípedo: PI é a sílaba tônica, as outras são átonas.
De acordo com a formação, o ditongo pode ser: sapato: PA é a sílaba tônica, as outras são átonas.
Crescente: começa com semivogal e termina com vogal:
cárie, história, tênue. Nota: Em cada palavra, há apenas uma sílaba forte; todas
Decrescente: começa com vogal e termina com semivogal: as outras serão fracas.
touro, dentais, peixe. As palavras monossílabas, por possuírem apenas uma
sílaba, devem ser chamadas de tônicas ou átonas:
De acordo com a pronúncia, o ditongo pode ser: Monossílaba tônica- possui sentido próprio quando está
Oral: quando o som sai completamente pela boca: tênue, só: chá, pá, mês.
dentais. Monossílaba átona- não possui sentido próprio quando
Nasal: quando o som sai pelo nariz: pão, mãe, também, está só: com, em, lhe.
cantaram. Palavras com duas ou mais sílabas são classificadas de
acordo com a posição que a sílaba tônica ocupa dentro da
Nota: AM e EM, em final de palavras, representam ditongos
palavra:
decrescentes nasais. Perceba que os sons que ouvimos são: /
Oxítona- é a palavra cuja última sílaba é forte: café, ma-
tã-bei/ e /cã-ta-rau/.
racujá, ananás.

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Paroxítona- é a palavra cuja penúltima sílaba é forte: sa- Nota: Esses sinais são também chamados de notações
pato, educado, revólver. léxicas.
Proparoxítona- é a palavra cuja antepenúltima sílaba é
forte: lâmpada, metafísica, pássaro. Dificuldades Ortográficas:
- Uso do “S”
FORMAS VARIANTES a) depois de ditongos: coisa, faisão, mausoléu, maisena,
Algumas palavras podem ter pronúncia variável. Veja: lousa.
acróbata ou acrobata b) em nomes próprios com som de /z/: Neusa, Brasil,
biópsia ou biopsia Sousa, Teresa.
biótipo ou biótipo c) no sufixo -oso (cheio de): cheiroso, manhoso, dengoso,
boêmia ou boemia gasosa.
necrópsia ou necropsia d) nos derivados do verbo querer: quis, quisesse.
xérox ou xerox e) nos derivados do verbo pôr: pus, pusesse.
Nota: Ortoépia é a parte da gramática que trata da correta f) no sufixo -ense, formador de adjetivo: canadense,
pronúncia das palavras. Quando cometemos um engano de paranaense, palmeirense.
pronúncia, surge a prosódia. g) no sufixo -isa, indicando profissão ou ocupação
rubrica- sílaba tônica = bri (o erro prosódico comum é feminina: papisa, profetisa, poetisa.
pronunciar a sílaba ru como forte). h) nos sufixos -ês/-esa, indicando origem, nacionalida-
ínterim- sílaba tônica = ín (o erro prosódico comum é pro- de ou posição social: calabrês, milanês, português, norueguês,
nunciar a sílaba rim como forte) japonês, marquês, camponês, calabresa, milanesa, portuguesa,
norueguesa, japonesa, marquesa, camponesa.
6. DIVISÃO SILÁBICA i) nas palavras derivadas de outras que possuam S
A divisão da palavra em sílabas é feita pela soletração. no radical: casa = casinha, casebre, casarão, casario; atrás =
Basta pronunciar com calma a palavra para sabermos quantas atrasado, atraso; paralisia = paralisante, paralisar, paralisação;
sílabas ela contém. Há algumas regras que facilitam a separa- análise = analisar, analisado.
ção de sílabas: j) nos derivados de verbos que tragam o encontro con-
Separam-se: sonantal -nd: pretende = pretensão; suspender = suspensão;
a) hiato: sa-í-da,ba-la-ús-tre; expandir = expansão.
b) encontro consonantal imperfeito: dig-no, ca-rac-te-
-rís-ti-ca; - Uso do “Z”
c) dígrafos RR, SS, SC, SÇ, XC, XS: car-ro, as-sa-do, a) nas palavras derivadas de primitiva com Z: cruz =
des-cer, des-ço, ex-ce-ção, ex-su-dar. cruzamento, juiz = ajuizar, deslize = deslizar.
Não se separam: b) nos sufixos -ez/-eza, formadores de substantivos
a) ditongo: cá-rie, á-gua; abstratos a partir de adjetivos: altivo = altivez; mesquinho =
b) tritongo: i-guais, quão; mesquinhez; macio = maciez; belo = beleza; magro = magreza.
c) encontro consonantal perfeito: pro-va, clas-se; c) no sufixo -izar, formador de verbos: hospital = hos-
d) dígrafos CH, LH, NH, GU, QU, AM, EM, IM, OM, UM, pitalizar; canal = canalizar; social = socializar; útil = utilizar;
AN, EN, IN, ON, UN: cha-lei-ra, te-lha, vi-nho, guer-ra, que-ro, catequese = catequizar.
âm-bar, Em-bu, im-pa-la, om-bro, um-bigo, can-to, ven-to, tin-ta, Quando usamos apenas -r ou -ar para formar um verbo,
ton-to, tun-dra. aproveitamos o que já existe na palavra primitiva: pesquisa =
Notas: pesquisar, análise = analisar, deslize = deslizar.
a) Qualquer consoante solta dentro da palavra, que não d) nos verbos terminados em -uzir e seus derivados:
forme sílaba com vogal posterior, pertencerá sempre à sílaba conduzir, conduziu, conduzo; deduzir, deduzo, deduzi; produzir,
anterior: tungs-tê-nio; e-clip-se; e-gíp-cio; feldspa-to.
produzo, produziste.
b) prefixo + vogal - formam sílaba normalmente: tran-sa-
e) no sufixo -zinho, formador de diminutivo: cãozinho,
-tlân-ti-co; su-ben-tender.
pezinho, paizinho, mãezinha, pobrezinha.
c) prefixo + consoante - isola-se o prefixo e depois separam-
-se as sílabas restantes: sub-li-nhar; ab-rup-to; trans-por-te. Nota: Se acrescentarmos apenas -inho, aproveitamos a
letra da palavra primitiva: casinha, vasinho, piresinho, lapisinho,
7. ORTOGRAFIA juizinho, raizinha.
Ortografia vem do grego “orthós” = direito + “gráphein” =
- Uso do “H”
escrever. Os sons da fala são representados por sinais gráficos,
chamados letras, e além delas usamos outros sinais, chamados a) o H inicial deve ser usado quando a etimologia o jus-
auxiliares. tifique: hábil, harpa, hiato, hóspede, húmus, herbívoro, hélice.
São eles: Obs.: Escreve-se com H o topônimo BAHIA, quando se
a) Hífen (-)- usado para ligar elementos de palavras com- aplica ao Estado.
postas, para ligar pronomes enclíticos aos verbos e para indicar b) o H deve ser eliminado do interior das palavras, se
a translineação textual (divisão silábica em final de linha): super- elas formarem um composto ou derivado sem hífen: desa-
-homem, ajudou-me, questiona-mento. bitado, desidratar, desonra, inábil, inumano, reaver.
b) Til (~)- usado para marcar a nasalização de um som
Obs.: Nos compostos ou derivados com hífen, o H perma-
vocálico: irmã.
c) Cedilha (ç)- coloca-se sob o c, antes das vogais a, o e nece: anti-higiênico, pré-histórico, super-homem.
u: açaí, castiço, açúcar. c) no final de interjeições: ah! oh! ih!
d) Apóstrofo (’)- marca a supressão de um som: copo - Uso do “X”
d’água, minh’alma. a) normalmente após ditongo: caixa, peixe, faixa, trouxa.
e) Acentos gráficos:
▪agudo (´)- representa um som aberto: sofá. Obs.: Caucho e seus derivados (recauchutar, recauchuta-
▪circunflexo (^)- representa um som fechado: você. gem) são escritos com CH.
▪grave (`) - representa a fusão de vogais idênticas (crase): b) normalmente após a sílaba inicial en-: enxaqueca,
àquele. enxada, enxoval, enxurrada.

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Usaremos CH depois da sílaba inicial en- caso ela seja c) para separar as sílabas de uma palavra, inclusive na
derivada de uma com CH: de cheio = encher, enchimento, translineação (mudança de linha): a-ba-ca-xi, se-pa-ra-do.
enchente de charco = encharcado de chumaço = enchumaçado
de chiqueiro = enchiqueirar Hífen com prefixos e pseudoprefixos ante-, anti-, circum-,
c) depois da sílaba inicial me-: mexer, mexilhão, mexerica. co-, contra-, des-, entre-, extra-, hiper-, in-, infra-, inter-, intra-,
Obs.: Mecha e seus derivados são com CH. sobre-, sub-, super-, supra-, ultra-, aero-, agro-, arqui-, auto-, bio-,
eletro-, geo-, hidro-, inter-, macro-, maxi-, micro-, mini-, multi-,
- Uso do “SS”
neo-, pan-, pluri-, pre-, pro-, proto-, pseudo-, re-, retro-, semi-,
Emprega-se nas seguintes relações:
tele- etc. Emprega-se o hífen nos seguintes casos:
a) ced - cess: ceder - cessão, conceder - concessão -
a) Antes de h: anti-higiênico, circum-hospitalar, contra-
concessionário.
-harmônico, extra-humano, sub-hepático, super-homem, ultra-
b) gred - gress: agredir - agressão, regredir - regressão.
-hiperbólico; arqui-hipérbole, eletro-higrômetro, geo-história,
c) prim - press: imprimir - impressão, oprimir - opressão.
neo-helênico, pan-helenismo, semi-hospitalar.
d) tir - ssão: discutir - discussão, permitir - permissão.
Notas:
Uso do “Ç” 1: Não se usa, no entanto, o hífen em formações que
a) nas palavras de origem árabe, tupi ou africana: aça- contêm em geral os prefixos des- e in- e nas quais o segundo
frão, açúcar, muçulmano, araçá, Paiçandu, miçanga, caçula. elemento perdeu o h inicial: desumano, inábil, inumano.
b) após ditongo: louça, feição, traição. 2: Nas formações com os prefixos circum- e pan-, também
c) na relação ter - tenção: abster - abstenção, reter - re- se emprega o hífen quando o segundo elemento começa por
tenção. vogal, h, m, n: circum-escolar, circum-hospitalar, circum-murado,
- Uso do “G” circum-navegação; pan-africano, pan-harmônico, pan-mágico,
a) nas palavras terminadas em -ágio, -égio, -ígio, -ógio, pan-negritude.
-úgio: pedágio, colégio, litígio, relógio, refúgio. Atenção: Nos casos em que o prefixo “circum-” anteceder
b) nas palavras femininas terminadas em -gem: gara- uma sílaba que obriga ao uso do “n” (pois só se usa “m” antes
gem, viagem, escalagem, vagem. de “b” e “p”), deve-se modificar a grafia do prefixo: circunlunar.
Obs.: Pajem e lambujem são exceções à regra. b) Nas formações em que o prefixo/pseudoprefixo ter-
mina na mesma letra com que se inicia o segundo elemento:
- Uso do “J” anti-ibérico, contra-almirante, infra-axilar, supraauricular; arqui-
a) na terminação -aje: ultraje, traje, laje. -irmandade, auto-observação, eletro-ótica, micro-onda, semi-
b) nas formas verbais terminadas em -jar e seus deri-
-interno; ad-digital; hiper-requintado; sub-barrocal; sub-base;
vados: arranjar, arranjem; viajar, viajem; despejar, despejem.
c) em palavras de origem tupi: jiboia, pajé, jenipapo. Obs.: Nas formações com o prefixo co-, pre-, pro-, re-,
d) nas palavras derivadas de outras que se escrevem estes se aglutinam em geral com o segundo elemento mesmo
com J: ajeitar (de jeito), laranjeira (de laranja). quando iniciado por e ou o: coobrigação, coocupante, coorde-
nar, cooperação, cooperar, preeminente, preeleito, preenchido,
- Uso do “I” proativo, reedição, reeleição.
a) no prefixo anti-, que indica oposição: antibiótico, c) Nas formações com os prefixos além-, aquém-, bem-,
antiaéreo. ex-, pós-, pré-, pró-, recém-, sem-, sota-/soto-, vice-/vizo-:
b) nos verbos terminados em -air, -oer e -uir e seus além-Atlântico, aquém-Pirineus, bem-criado, bem-vindo, ex-al-
derivados: sair - sais, sai; cair - cais, cai; moer - móis, mói; roer mirante, ex-diretor, ex-hospedeira, ex-presidente, ex-primeiromi-
- róis, rói; possuir - possuis, possui; retribuir - retribuis, retribui. nistro, ex-rei, pós-graduação, pós-tônico, pré-escolar, pré-natal,
- Uso do “E” pró-africano, pró-europeu, recém-eleito, sem-cerimônia, sem-
a) nas formas verbais terminadas em -oare -uare seus -vergonha, sota-piloto, soto-mestre, vice-presidente, vice-reitor.
derivados: perdoar - perdoes, perdoe; coar - coes, coe; conti-
Obs.: Em muitos compostos, o advérbio bem- aparece
nuar - continues, continue; efetuar - efetues, efetue.
aglutinado ao segundo elemento: benfazejo, benfeito, benque-
b) no prefixo -ante, que expressa anterioridade: anteon-
rença, benfazer, benquerer.
tem, antepasto, antevéspera.
d) Nas formações com o prefixo mal-, emprega-se hífen
- Uso do “SC” quando o segundo elemento começa por vogal, h ou l: mal-
Não há regras para o uso de SC; sua presença é inteira- -afortunado, mal-entendido, mal-humorado, mal-informado,
mente etimológica. mal-limpo.
e) Nas formações com prefixos ab-, ob-, sob-, sub-, ad-,
8. EMPREGO DO HÍFEN
O uso do hífen é meramente convencional. Algumas regras cujo elemento seguinte se inicia por r: ab-rupto, ob-rogar, sob-
esclarecem poucos problemas, mas muitos serão resolvidos -roda, sub-reitor, ad-renal, ad-referendar.
apenas com a consulta ao dicionário. Ainda assim alguns gra- Hífen com sufixos
máticos divergem em determinados casos. Nas formações por sufixação, apenas se emprega o hífen
Observe o que diz o Formulário Ortográfico da Língua nos vocábulos terminados por sufixos de origem tupi-guarani
Portuguesa: “Só se ligam por hífen os elementos das palavras que representam formas adjetivas, como -açu, - guaçu e -mi-
compostas em que se mantém a noção de composição, isto rim, quando o primeiro elemento acaba em vogal acentuada
é, os elementos das palavras compostas que mantêm a sua graficamente ou quando a pronúncia exige a distinção gráfica
independência fonética, conservando cada um a sua própria dos dois elementos: amoré-guaçu, anajá-mirim, andá-açu,
acentuação, porém formando o conjunto perfeita unidade de capim-açu, Ceará-Mirim.
sentido”. Exemplos: couve-flor, grão-duque etc. Veja, em linhas
gerais, o uso desse sinal: 9. ACENTUAÇÃO GRÁFICA
a) para ligar as partes de adjetivo composto: verde-claro, Os acentos gráficos marcam a sílaba tônica:
azul-marinho, luso-brasileiro. a) grave ( ` ) - para indicar crase. Ex. Fomos à escola.
b) para ligar os pronomes mesoclíticos ou enclíticos: b) agudo - para som aberto: café, cipó.
amá-lo-ei, far-me-á, dê-me, compraram-na.

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c) circunflexo - para som fechado: você, complô. IV) Proparoxítonas
O sinal gráfico modifica o som de qualquer sílaba: Todas são acentuadas: lânguido, física, trópico, álibi,
d) til (~) - nasalizador de vogais: romã, maçã, ímã, órfão. hábitat, déficit, lápide.
Obs.: O til substitui o acento gráfico quando os dois recaem
sobre a mesma sílaba: irmã, romãs. V) Regras especiais:
a) Ditongos abertos: são acentuados os ditongos abertos
Regras gerais ÉI, ÉU, ÓI em palavras monossílabas e oxítonas: méis, coronéis,
I) Monossílabas tônicas
céu, chapéu, mói, herói, anéis, fiéis, corrói, dói;
Recebem acento as terminadas em
b) I e U tônicos:
-a(s): pá, já, má, lá, trás, más, chás;
I e U tônicos recebem acento se cumprirem as seguintes
-e(s): pé, fé, Sé, mês, três, rés
determinações:
-o(s): pó, só, dó, cós, sós, nós
II) Oxítonas ▪ devem ser precedidos de vogais que não sejam eles
Recebem acento as terminadas em próprios nem ditongos;
-a(s): sofá, maracujá, Paraná, ananás, marajás, atrás; ▪ devem estar sozinhos na sílaba (ou com o -s);
-e(s): Pelé, café, você, freguês, holandês, viés; ▪ não devem ser seguidos de -nh.
-o(s): complô, cipó, trenó, retrós, compôs, avós; Exemplos: saída, juízes, saúde, viúva, caíste, saístes,
-em: amém, também, armazém; balaústre, baús, faísca.
-ens: parabéns, reféns, armazéns;
VI) Acento diferencial nos verbos TER e VIR (e seus
III) Paroxítonas derivados) Recebe acento diferencial a 3ª pessoa do plural
Recebem acento as terminadas em:
do presente do indicativo: eles têm, eles vêm, eles retêm, eles
-l: fácil, difícil;
intervêm.
-i(s): táxi, júris;
-is: tênis, lápis; Obs.: A 3ª pessoa do singular desses verbos segue a regra
-r: mártir, dólar; geral de acentuação:
-x: tórax; Félix; a) ele tem, ele vem (monossílabas tônicas terminadas em
-ã(s): órfã, ímãs; “m” – não há regra para se acentuar);
-us: bônus, vírus; b) ele retém, ele intervém (oxítonas terminadas em “em”
-ão(s): órgão, bênçãos; recebem acento gráfico);
-um: álbum, fórum;
-uns: fóruns, pódiuns; Outros Acentos Diferenciais:
-ps: bíceps, fórceps; a) pôr (verbo) - para distinguir de por (preposição).
- ditongo crescente: mágoa, série:
b) pôde (verbo poder no passado) - para distinguir de pode
- ditongo decrescente ei(s): vôlei, jóqueis;
(verbo poder no presente).
-n: pólen, hífen;
-on(s): elétron, elétrons; próton, prótons; c) fôrma ou forma (utensílio) - acento facultativo.

10. NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO


Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
Alfabeto
Nova Regra Regra Antiga Como Será
O alfabeto é agora formado por 26 letras O ‘k’, ‘w’ e ‘y’ não eram consideradas Essas letras serão usadas em siglas,
letras do nosso alfabeto. símbolos, nomes próprios, palavras
estrangeiras e seus derivados.
Exemplos: km, watt, Byron, byroniano
Trema
Nova Regra Regra Antiga Como Será
Não existe mais o trema em língua por- agüentar, conseqüência, cinqüenta, aguentar, consequência, cinquenta, quin-
tuguesa. Apenas em casos de nomes qüinqüênio, freqüência, freqüente, elo- quênio, frequência, frequente, eloquência,
próprios e seus derivados, por exemplo: qüência, eloqüente, argüição, delinqüir, eloquente, arguição, delinquir, pinguim,
Müller, mülleriano pingüim, tranqüilo, lingüiça tranquilo, linguiça.
Acentuação
Nova Regra Regra Antiga Como Será
Ditongos abertos (ei, oi, eu) não são mais assembléia, platéia, idéia, colméia, assembleia, plateia, ideia, colmeia,
acentuados em palavras paroxítonas boléia, panacéia, Coréia, hebréia, boleia, panaceia, Coreia, hebreia,
bóia, paranóia, jibóia, apóio, heróico, boia, paranoia, jiboia, apoio, heroico,
paranóico paranoico
Obs: nos ditongos abertos de palavras oxítonas e monossílabas, o acento continua: herói, constrói, dói, anéis, papéis,
véu, chapéu.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Nova Regra Regra Antiga Como Será
O hiato ‘oo’ não é mais acentuado enjôo, vôo, corôo, perdôo, côo, môo, enjoo, voo, coroo, perdoo, coo, moo,
abençôo, povôo abençoo, povoo
crêem, dêem, lêem, vêem, descrêem, creem, deem, leem, veem, descreem,
O hiato ‘ee’ não é mais acentuado relêem, revêem releem, reveem
Nova Regra Regra Antiga Como Será
Não existe mais o acento diferencial em pára (verbo), péla (substantivo e para (verbo), pela (substantivo e verbo),
palavras homógrafas verbo), pêlo (substantivo), pêra pelo (substantivo), pera (substantivo),
(substantivo), péra (substantivo), pólo pera (substantivo), polo (substantivo)
(substantivo)
Obs: o acento diferencial ainda permanece no verbo ‘poder’ (3ª pessoa do Pretérito Perfeito do Indicativo - ‘pôde’) e no
verbo ‘pôr’ para diferenciar da preposição ‘por’
Nova Regra Regra Antiga Como Será
Não se acentua mais a letra ‘u’ nas formas argúi, apazigúe, averigúe, enxagúe, argui, apazigue, averigue, enxague,
verbais rizotônicas, quando precedido de ‘g’ enxagúemos, obliqúe enxaguemos, oblique
ou ‘q’ e antes de ‘e’ ou ‘i’ (gue, que, gui, qui)
Não se acentua mais ‘i’ e ‘u’ tônicos em baiúca, boiúna, cheiínho, saiínha, feiúra, baiuca, boiuna, cheiinho, saiinha, feiura,
paroxítonas quando precedidos de ditongo feiúme feiume
Hífen
Nova Regra Regra Antiga Como Será
O hífen não é mais utilizado em palavras ante-sala, ante-sacristia, auto-retrato, antessala, antessacristia, autorretrato,
formadas de prefixos (ou falsos prefixos) anti-social, anti-rugas, arqui-romântico, antissocial, antirrugas, arquirromântico,
terminados em vogal + palavras iniciadas arqui-rivalidade, auto-regulamentação, arquirrivalidade, autorregulamentação,
por ‘r’ ou ‘s’, sendo que essas devem ser auto-sugestão, contra-senso, contra- contrassenha, extrarregimento, extras-
dobradas regra, contra-senha, extra-regimento, sístole, extrasseco, infrassom, inrarrenal,
extra-sístole, extra-seco, infra-som, ultra- ultrarromântico, ultrassonografia, suprar-
-sonografia, semi-real, semi-sintético, renal, suprassensível
supra-renal, supra-sensível
Obs: em prefixos terminados por ‘r’, permanece o hífen se a palavra seguinte for iniciada pela mesma letra: hiper-realista,
hiper-requintado, hiper-requisitado, inter-racial, inter-regional, inter-relação, super-racional, super-realista, super-resistente etc.
Nova Regra Regra Antiga Como Será
O hífen não é mais utilizado em palavras auto-afirmação, auto-ajuda, auto-apren- autoafirmação, autoajuda, autoaprendi-
formadas de prefixos (ou falsos prefixos) dizagem, auto-escola, auto-estrada, zabem, autoescola, autoestrada, autoins-
terminados em vogal + palavras iniciadas auto-instrução, contra-exemplo, contra- trução, contraexemplo, contraindicação,
por outra vogal -indicação, contra-ordem, extra-escolar, contraordem, extraescolar, extraoficial,
extra-oficial, infra-estrutura, intra-ocular, infraestrutura, intraocular, intrauterino,
intra-uterino, neo-expressionista, neo- neoexpressionista, neoimperialista, se-
-imperialista, semiaberto, semi-árido, miaberto, semiautomático, semiárido,
semi-automático, semi-embriagado, semiembriagado, semiobscuridade, su-
semi-obscuridade, supra-ocular, ultra- praocular, ultraelevado.
-elevado
Obs: esta nova regra vai uniformizar algumas exceções já existentes antes: antiaéreo, antiamericano, socioeconômico, etc.
Obs2: esta regra não se encaixa quando a palavra seguinte iniciar-se por ‘h’: anti-herói, anti-higiênico, extra-humano, semi-
-herbáceo, etc.
Nova Regra Regra Antiga Como Será
Agora, utiliza-se hífen quando a palavra é antiibérico, antiinflamatório, antiinflacio- anti-ibérico, anti-inflamatório, anti-infla-
formada por um prefixo (ou falso prefixo) nário, antiimperialista, arquiinimigo, ar- cionário, anti-imperialista, arqui-inimigo,
terminado em vogal + palavra iniciada pela quiirmandade, microondas, microônibus, arqui-irmandade, micro-ondas, micro-
mesma vogal. microorgânico -ônibus, micro-orgânico
obs: esta regra foi alterada por conta da regra anterior: prefixo termina com vogal + palavra inicia com vogal diferente =
não tem hífen; prefixo termina com vogal + palavra inicia com mesma vogal = com hífen
obs2: uma exceção é o prefixo ‘co’. Mesmo se a outra palavra iniciar-se com a vogal ‘o’, NÃO utliza-se hífen.

Nova Regra Regra Antiga Como Será


Não usamos mais hífen em compostos manda-chuva, pára-quedas, páraquedis- mandachuva, paraquedas, paraquedis-
que, pelo uso, perdeu-se a noção de ta, pára-lama, pára-brisa, pára-choque, ta, paralama, parabrisa, parachoque,
composição pára-vento paravento

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LÍNGUA PORTUGUESA
Obs: o uso do hífen permanece em palavras compostas que não contêm elemento de ligação e constiui unidade sintagmática
e semântica, mantendo o acento próprio, bem como naquelas que designam espécies botânicas e zoológicas: ano-luz, azul-
-escuro, médico-cirurgião, conta-gotas, guarda-chuva, segunda-feira, tenente-coronel, beija-flor, couve-flor, erva-doce, mal-me-
-quer, bem-te-vi, etc.

Observações Gerais
O uso do hífen permanece Exemplos
Em palavras formadas por prefixos ‘ex’, ex-marido, vice-presidente, soto-mestre
‘vice’, ‘soto’
Em palavras formadas por prefixos ‘circum’ pan-americano, circum-navegação
e ‘pan’ + palavras iniciadas em vogal, M
ou N
Em palavras formadas com prefixos ‘pré’, pré-natal, pró-desarmamento, pós-graduação
‘pró’ e ‘pós’ + palavras que têm significado
próprio
Em palavras formadas pelas palavras além-mar, além-fronteiras, aquém-oceano, recém-nascidos, recém-casados, sem-
‘além’, ‘aquém’, ‘recém’, ‘sem’ -número, sem-teto
Não existe mais hífen Exemplos Exceções
Em locuções de qualquer tipo (substan- cão de guarda, fim de semana, café com água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-
tivas, adjetivas, pronominais, verbais, leite, pão de mel, sala de jantar, cartão -rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia,
adverbiais, prepositivas ou conjuncionais) de visita, cor de vinho, à vontade, abaixo ao-deus-dará, à queima-roupa
de, acerca de etc.

11. APÊNDICE Angulares


Grau sexagesimal ...................... º
UNIDADES DE MEDIDAS Minuto sexagesimal .................. ’
Segundo sexagesimal ................ ”
De tempo
Dia .............................d De velocidade
Minuto........................ min Metro por segundo......................m/s
Hora............................ h Quilômetro por hora. .................km/h
Segundo.......................s Milha terrestre por hora .............mite/h
Milha náutica por hora (knot).....Kt ou nó
Lineares
Mach ..........................................M
Metro..........................................m
Milha náutica..............................MN Elétricas
Decímetro ..................................dm Ampere ......................................A
Milha terrestre ...........................mite Decibel .......................................dB
Centímetro .................................cm Jarda Ohm ...........................................Ω
(yard)..........................................jd Volt .............................................V
Milímetro....................................mm Pé
De frequência
(foot)...........................................ft ou pé
Hertz ..........................................Hz
Quilômetro .................................km
Quilohertz ..................................KHz
Polegada (inch)...........................in ou pol
Megahertz ..................................MHz
Milha ..........................................mi
Gigahertz ...................................GHz
De superfície
De Temperaturas
Metro quadrado .........................m²
Kelvin - Unidade de temperatura absoluta em graus centí-
Are .............................................a
grados.........................................k
Quilômetro quadrado .................km²
Hectare .......................................ha
Outras
De volume Graus Celsius .............................ºC
Metro cúbico ..............................m³ Graus Farenheint ....................... ºF
Galão .........................................gal Caloria ....................................... cal
Centímetro cúbico.......................cm³ Cavalo-vapor ............................. cv
Barril ..........................................brl Quilograma por segundo ...........kg/s
Litro ...........................................l ou L Metro cúbico por segundo .........m³/s
Newton ......................................N
De massa ou peso
Radiano ......................................rad
Grama ........................................g
Rotação por minuto ...................rpm
Tonelada .....................................t
Watt ............................................W
Quilograma ................................kg
Libra ..........................................lb

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12. EXERCÍCIOS 08) FGV - Assinale a melhor resposta. Em papagaio, temos:
a) um ditongo.
FONÉTICA /FONOLOGIA
b) um trissílabo.
01) UFRJ - Nesta relação, as sílabas tônicas estão destaca-
c) um proparoxítono.
das. Uma delas, porém, está destacada incorretamente.
d) um tritongo. d) um tritongo.
Assinale-a.
e) um dígrafo.
a) inteRIM.
b) puDIco.
09) UFPI - Têm a mesma classificação, quanto ao acento
c) ruBRIca. tônico, as palavras:
d) graTUIto. a) alivia, vizinho, insônia, chão.
e) inauDIto. b) risquei, fósforo, tijolo, porque.
c) zombaria, devagarinho, companhia.
02) FAU-Santos - Nas palavras enquanto, queimar, folhas, d) fôlego, estrela, tamborete.
hábil e grossa, constatamos qual sequência de letras e
fonemas? 10) UEPG - Assinale a sequência em que todas as palavras
a) 8-7, 7-6, 6-5, 5-4, 6-5. estão partidas corretamente.
b) 7-6, 6-6, 5-5, 5-5, 5-5. a) trans-a-tlân-ti-co, fi-el, sub-ro-gar.
c) 8-5, 7-5, 6-4, 5-4, 5-4. b) bis-a-vô, du-e-lo, fo-ga-réu.
d) 8-6, 7-6, 6-5, 5-4, 6-5. c) sub-lin-gual, bis-ne-to, d-ses-pe-rar.
e) 8-5, 7-6, 6-5, 5-5, 5-5. d) des-li-gar, sub-ju-gar, sub-es-cre-ver.
e) cis-an-di-no, es-pé-cie, a-teu.
03) Escola Naval - Nas palavras anjinho, carrocinhas, nossa
e recolhendo, podemos detectar oralmente a seguinte 11) FGV - Assinale a alternativa em que a sílaba tônica está
quantidade de fonemas, respectivamente: corretamente destacada.
a) três, quatro, dois, quatro. a) mis-TER, de-CA-no, a-VA-ro, cir-CUI-to.
b) cinco, nove, quatro, oito. b) RU-bri-ca, a-zi-A-go, I-be-ro, MIS-ter.
c) seis, dez, cinco, nove. c) NO-bel, LÁ-tex, I-be-ro, fi-lan-TRO-po.
d) três, seis, dois, cinco. d) ru-BRI-ca, lá-TEX, A-va-ro, DE-ca-no.
e) sete, onze, cinco, dez. e) DE-ca-no, Ê-xo-do,ru-BRI-ca, u-re-TER.

04) UFSC - Assinale a alternativa em que a palavra não tem 12) ITA - Dadas as palavras: 1) TUN-GSTÊ-NIO, 2) BIS-A-VÔ
suas sílabas corretamente separadas. e 3) DU-E-LO, constatamos que a separação de sílabas
a) in-te-lec-ção. está correta:
b) cons-ci-ên-cia. a) apenas na palavra 1.
c) oc-ci-pi-tal. b) apenas na palavra 2.
d) psi-co-lo-gia. c) apenas na palavra 3.
e) ca-a-tin-ga. d) em todas as palavras.
e) em nenhuma delas.
05) PUC - Assinale o vocábulo que contém cinco letras e
quatro fonemas. 13) 2012/Cesgranrio - Algumas palavras são acentuadas com
a) estou. o objetivo exclusivo de distingui-las de outras. Uma palavra
b) adeus. acentuada com esse objetivo é a seguinte:
c) livro. a) pôr.
d) volto. b) ilhéu.
e) daqui. c) sábio.
d) ‘também.
06) ITA - A sequência de palavras cujas sílabas estão sepa- e) lâmpada.
radas corretamente é:
a) a-dje-ti-va-ção, im-per-do-á-veis, bo-ia-dei-ro. 14) 2012/CEPERJ - A palavra do texto que teve sua grafia
b) in-ter-ve-io, tec-no-lo-gi-a, sub-li-nhar. alterada pelo mais recente acordo ortográfico é:
c) in-tu-i-to, co-ro-i-nha, pers-pec-ti-va. a) mídias.
d) co-ro-lá-rio, subs-tan-ti-vo, bis-a-vó. b) álcool.
e) flui-do, at-mos-fe-ra, in-ter-vei-o. c) trás.
d) estresse.
e) ideia.
07) UFRJ - As sílabas das palavras psicossocial e traído
estão corretamente separadas em:
15) 2012/IBFC - Assinale a alternativa em que a palavra deve
a) psi-cos-so-ci-al, tra-í-do.
ser obrigatoriamente acentuada.
b) psi-cos-so-cial, tra-í-do.
a) angustia.
c) psi-co-sso-ci-al, traí-do.
b) critica.
d) psi-co-sso-ci-al, tra-í-do.
c) analise.
e) psico-sso-ci-al, traí-do.
d) escritorio.

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LÍNGUA PORTUGUESA
16) 2016/Marinha - Em qual opção todas as palavras estão b) É difícil lidar com individuos sem carater, pois a gente
corretamente grafadas? nunca pode confiar no que dizem.
a) enxoval - enchente - enxergar. c) As pessoas não vêem os prejuízos que as despesas
b) sinusite - butequim - taboada. extraordinárias trazem aos cofres públicos.
c) extinção - abcesso - excassez. d) Ele não apóia a estratégia dos internautas porque de-
d) desavisado - extravasar - conceção. testa esses modismos politicamente corretos.
e) degladiar - prevenir - impecilho. e) Na saída da passeata, vimos que os manifestantes
ainda estavam fazendo protestos contra os juízes.
17) 2016/EEAR - Assinale a alternativa em que não há erro
de ortografia.
a) O Facebook é utilizado com o propósito de obter infor- 13. GABARITO
mação sobre uma classe social privilegiada.
01) A 02) D 03) B 04) D 05) E
b) O usuário que quizer poderá limitar a invasão de sua
privacidade. Basta apenas um delete. 06) E 07) A 08) C 09) C 10) C
c) Aquele que acredita ser vulnerável não tem conciência 11) A 12) C 13) A 14) E 15) D
dos grandes riscos que corre. 16) A 17) A 18) E 19) A 20) D
d) A falta de malícia de alguns usuários os induz a correr
21) E 22) E
risco desnescessário.

18) 2015/EsPCEx - Assinale a alternativa em que a grafia de Obs.: Algumas questões estão comentadas.
01) A.
todas as palavras está correta.
A sílaba tônica é ÍN-, ínterim.
a) Mulçumano é todo indivíduo que adere ao islamismo.
b) Gostaria de saber como se entitula esse poema em 2) D.
francês. Enquanto = 8 letras e 6 fonemas; queimar = 7 letras e 6
c) Esses irmãos vivem se degladiando, mas no fundo se fonemas; folhas = 6 letras e 5 fonemas; hábil = 5 letras e
amam. 4 fonemas; grossa = 6 letras e 5 fonemas.
d) Não entendi o porquê da inclusão desses asterísticos.
3) B.
e) Essa prova não será empecilho para mim.
Anjinho = 5 fonemas; carrocinhas = 9 fonemas; nossa = 4
fonemas; recolhendo = 8 fonemas.
19) 2014/PM - Assinale a alternativa que contém a palavra
acentuada corretamente, segundo o Novo Acordo Or- 4) D.
tográfico: A separação correta é psi-co-lo-gi-a.
a) Pôde. 05) E.
b) Veemencia. DAQUI = 4 fonemas; todas as outras têm cinco fonemas
c) Pêra. cada uma.
d) Agata.
06) E.
Corrigindo as erradas: a) ad-je-ti-va-ção, boi-a-dei-ro; b)
20) 2017/IF-PA - No trecho: “Os resultados comprovaram que
in-ter-vei-o, c) intui-to; d) bi-sa-vó.
as mulheres de meia-idade têm uma memória mais preci-
sa...”, o termo em destaque está acentuado pelo mesmo 07) A.
motivo do uso do acento na palavra destacada em: psi-cos-so-ci-al, tra-í-do.
a) As mulheres mantém mais tranquilidade.
08) A.
b) O cérebro contêm massa branca.
Pa-pa-gai-o apresenta um ditongo (gai).
c) Os homens detém o poder.
d) Os homens mantêm a concentração. 09) C.
e) Eles retém mais hormônio Veja a sílaba tônica de cada uma delas: zom-ba-RI-a,
de-va-ga-RI-nho, com-pa-NHI-a. São todas paroxítonas.
21) 2017/CRQ - A palavra “gás” aparece corretamente acen-
10) C.
tuada. Dentre as palavras abaixo, aquela cuja regra de Corrigindo as erradas: a) tran-sa-tlân-tico; b) bi-sa-vô; d)
acentuação mais se aproxima daquela que justifica o su-bes-cre-ver; e) ci-san-di-no.
acento em “gás” é:
a) ácido. 11) A.
b) âmbito. Mister é oxítona; decano, avaro e circuito são paroxítonas.
c) estágio. 12) C.
d) público. Apenas du-e-lo está com a separação correta. Corrigindo
e) crê. as outras: tungstê-nio; bi-sa-vô.

22) 2017/IF-PA -Assinale a única alternativa que mostra uma


frase escrita inteiramente de acordo com as regras de
acentuação gráfica vigentes.
a) Arrastava-me como um dromedário naquela tarde insi-
pida de verão escaldante.

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LÍNGUA PORTUGUESA
PARTE II – MORFOLOGIA 2) Sufixal (ou sufixação)
Pela colocação de sufixos: boiada, canalizar, felizmente,
1. CONCEITO artista.
A Morfologia (morfe= forma, logia= estudo) é o ramo da
linguística que estuda as formas das palavras em diferentes 3) Prefixal-sufixal (ou prefixação-sufixação)
usos e construções. Pela colocação de prefixo e sufixo numa só palavra: des-
Divide-se em: lealdade, infelizmente, desligado.
1) Estrutura e formação de palavras.
4) Parassintética (ou parassíntese)
2) Classes de Palavras.
Pela colocação simultânea de prefixo e sufixo numa mesma
2. ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS. palavra: entardecer, entristecer, desalmado, emudecer.
Os elementos que formam as palavras damos o nome de
5) Regressiva
morfemas ou elementos mórficos. São eles:
Pela redução de uma palavra primitiva: sarampo (de sa-
Tomemos como exemplo a palavra ALUNAS. Ela é constituí-
rampão), pesca (de pescar), barraco (de barracão), boteco (de
da de três morfemas: alun = morfema que é base do significado.
botequim).
a= morfema que indica o gênero feminino;
s = morfema que indica o número plural; Obs.: Quando a palavra original a ser reduzida é um verbo,
Assim, de acordo com a função na palavra, os morfemas recebe o nome de derivação regressiva deverbal: pesca (de
são classificados em: pescar).
I. Radical (ou morfema lexical)
É o elemento que contém a significação básica da palavra: 6) Imprópria
livro, livraria, livreira. Pela mudança de classe gramatical da palavra: o jantar
II. Desinência (ou morfema flexional) (substantivo formado pelo uso do verbo jantar), o belo (subs-
São elementos terminais do vocábulo. Servem para marcar: tantivo formado pelo uso do adjetivo belo).
a) gênero e número nos nomes (desinências nominais); Já na composição, o processo se dá por duas maneiras.
b) pessoa/número e tempo/modo nos verbos (desinências 1) justaposição, ocorre a junção de dois ou mais radicais,
verbais):
sem que haja alteração desses elementos formadores. Na
▪ meninas = menin (radical) + a (desinência nominal de
aglutinação, ocorre a fusão de dois ou mais radicais, havendo
gênero feminino) + s (desinência nominal de número plural);
alteração de um desses elementos formadores. Assim:
▪ amávamos = amá (radical) + va (desinência verbal modo-
-temporal) + mos (desinência verbal número-pessoal) Composição
Justaposição Aglutinação
III. Vogal temática
É o elemento que, nos verbos, serve para indicar a conju- amor-perfeito aguardente (água + ardente)
gação. São três: beija-flor planalto (plano + alto)
a - para verbos de 1ª conjugação: fal + A = r guarda-chuva vinagre (vinho + acre)
e - para verbos de 2ª conjugação: varr + E + r
malmequer fidalgo (filho + de + algo)
i - para verbos de 3ª conjugação: part + I + r
passatempo ¤
IV. Tema
pontapé ¤
É o radical acrescido da vogal temática.
▪ bebemos = beb (radical) + e (vogal temática) + mos (de- Hibridismo: forma palavras pela união de elementos de
sinência verbal número/pessoal) bebe = tema línguas diferentes:
V. Afixos ▪ automóvel (auto - grego + móvel - latim); abreugrafia
Elementos de significação secundária que aparecem agre- (abreu - português + grafia - grego); monocultura (mono - grego
gados ao radical. + cultura - latim), burocracia (bureau - francês + cracia - grego).
Podem ser:
Onomatopeia: forma palavras pela reprodução aproximada
▪ Prefixo - morfemas que se antepõem ao radical: reluz,
de sons ou ruídos e vozes de animais: tique-taque; pingue-
expor.
-pongue; miar; zunir; mugir;
▪ Sufixo - morfemas que se pospõem ao radical: moralista,
lealdade. Abreviação: forma palavras pela redução de um vocábulo
VI. Vogal e consoante de ligação até o limite que não cause dano à sua compreensão: moto (por
São elementos que, desprovidos de significação, são usa- motocicleta); pneu (por pneumático); foto (por fotografia), pornô
dos entre um morfema e outro para facilitar a pronúncia. (por pornografia), quilo (por quilograma).
▪ gasômetro = gás + metro - o é vogal de ligação;
Já a Sigla é a redução das locuções substantivas às letras
▪ chaleira = chá + eira - l é consoante de ligação;
ou sílabas iniciais:
Como são formadas as palavras? IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística;
Por dois processos: Derivação e composição. MASP - Museu de Arte de São Paulo;
A Derivação se dá por acréscimos de afixos: Sudene - Superintendência para o Desenvolvimento do
1) Prefixal (ou prefixação) Nordeste.
Pela colocação de prefixos: reler, infeliz, ultravioleta,
super-homem. Nota: lista de alguns radicais e prefixos gregos e latinos.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Radicais gregos: Exemplo: Todos os antigos empregados da empresa...
AEROS (ar): aeronáutica Repare que, no exemplo anterior, o substantivo “empre-
ACROS (alto): acrofobia gados” está no plural. Com ele estão concordando (mascu-
AGOGOS (conduzir): demagogo lino plural) as palavras: “todos”, “os” e “antigos”. Se o nome
ALGIA (dor): nevralgia “empregados” estivesse no singular, todos os outros termos
ANTROPOS (homem): antropologia teriam de ficar no singular. A esse fenômeno é que se nomeia
Radicais latinos: concordância nominal, pois todas as palavras acompanham
AGRI (campo): agrícola o nome (substantivo).
ARBORI (árvore): arborizar Em um grupo verbal, o núcleo é um verbo. As palavras
AVI (ave): avícola e expressões de natureza adverbial são modificadores dos
BIS (duas vezes): bisavô verbos.
CAPITI (cabeça): decapitar Não se pode afirmar que as palavras e expressões de
natureza adverbial são determinantes de verbos, uma vez que
Prefixos gregos: são invariáveis.
A/AN (negação): anônimo ... viajarão amanhã bem cedo.
ANA (inversão): anagrama
As palavras de natureza adverbial também são modi-
ANFI (duplo): anfíbio
ficadores de adjetivos e de orações e períodos, e as que
ANTI (contrário): antiaéreo
expressam intensidade também modificam outros advérbios.
DIS (dificuldade): disenteria
RELAÇÃO ENTRE AS CLASSES DE PALAVRAS
Prefixos latinos:
O substantivo e seus determinantes
ABS/AB (afastamento): abjurar
AD (aproximação): adjunto Determinado Determinantes
AMBI (duplicidade): ambidestro Substantivo (pronome Artigo
ANTE (anterior): antedatar substantivo / numeral Adjetivo
CIRCUM (movimento em torno): circunferência substantivo) ◄ Locução adjetiva
Pronome adjetivo
3. CLASSES DE PALAVRAS
Numeral adjetivo
As palavras da língua portuguesa distribuem-se em dez
classes gramaticais. O verbo e seus modificadores
Considerando, sobretudo, o critério sintático, podemos
fazer, a seguir, o estudo dessas classes gramaticais Determinado Determinantes
Verbo ◄ Advérbio
Substantivo
Locução adverbial
¤ Artigo
¤ Adjetivo O advérbio e seu modificador
¤
Variáveis Numeral Determinado Determinantes
¤ Pronome Advérbio (possui função de
¤ Verbo modificador do verbo, além Advérbio de
de modificar adjetivos e intensidade
Advérbio outros advérbios)
Invariáveis Preposição ◄
Classes relacionais
Conjunção
O advérbio e seu modificador
Interjeição Classe independente
Determinado Determinantes
DETERMINANTES E DETERMINADOS - GRUPOS NO- Adjetivo (possui função de
MINAL E VERBAL determinante do substanti-
O contexto em que a palavra é empregada é fundamental vo, mas pode vir modificado Advérbio de
para a identificação de sua classe gramatical. Desse modo, por um advérbio de intensi- intensidade
perceber a relação que as palavras mantêm entre si, dentro da dade) ◄
frase, é o caminho mais curto para a correta análise gramatical.
A frase se organiza em pequenos grupos.
Dependendo de qual termo uma palavra modifique, ela
Em cada grupo, existe sempre uma palavra mais importante,
que é o núcleo do grupo. O núcleo é o termo determinado, poderá assumir valores diferentes: substantivo, adjetivo ou
elemento modificado por outras palavras. As palavras que adverbial.
acompanham o núcleo são chamadas de determinantes e Valor Substantivo
modificam-no, acrescentando-lhe informações, especificando Possui valor substantivo qualquer termo que ocupe o lugar
seu sentido. do substantivo (nome) ou que venha determinado por um artigo
Em um grupo nominal, o núcleo é um termo de natureza (pronome ou numeral de valor adjetivo). Tal qual o substantivo,
substantiva (substantivos, pronomes substantivos, numerais a palavra que assume o seu valor varia livremente. Veja os
substantivos e termos substantivados). O núcleo exige a concor- exemplos seguintes:
dância de seus determinantes que, por sua vez, têm natureza Ela decidiu sair cedo.
adjetiva (artigo, adjetivo, locução adjetiva, pronome adjetivo, (pronome substantivo)
numeral adjetivo).

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LÍNGUA PORTUGUESA
As cinco esperavam o resultado do exame. Plural dos substantivos compostos
(numeral substantivo)
Regra Geral
Seu olhar melhora o meu.
(substantivo) Variam Não variam
Substantivo Prefixo
Valor Adjetivo
Adjetivo Advérbio
Qualquer palavra que modifique (determine) um substantivo Numeral verbo
ou termo equivalente (de valor substantivo) terá valor adjetivo e
I. Flexionam-se os dois elementos quando o substantivo
concordará com o substantivo.
é formado por:
- Minha prima mora em Salvador.
• substantivo + substantivo:
(pronome adjetivo)
cirurgião-dentista → cirurgiões-dentistas
- As cinco ondas atingiram o litoral brasileiro.
• substantivo + adjetivo:
(numeral adjetivo)
amor-perfeito → amores-perfeitos
- Triste sina era a de Juvenal. • adjetivo + substantivo:
(adjetivo) livre-pensador → livres-pensadores
Cumpre observar que, quando o advérbio modificar o subs- • numeral + substantivo:
tantivo, ele se transformará num pronome indefinido e terá, por meio-termo → meios-termos
isso mesmo, valor adjetivo. • substantivo + pronome:
Muitas pessoas saíram cedo. padre-nosso → padres-nossos
(pronome indefinido: valor adjetivo) II. Flexiona-se apenas o segundo elemento quando o subs-
Todas as garotas ficaram com medo. tantivo é formado por:
(pronome indefinido: valor adjetivo) • verbo + substantivo:
Poucos alunos assistem ao último horário. o guarda-chuva → os guarda-chuvas
(pronome indefinido: valor adjetivo) • advérbio + adjetivo:
Nota: o alto-falante → os alto-falantes
Com exceção dos advérbios: menos, alerta, abaixo, • adjetivo + adjetivo:
pseudo, salvo e tirante. o latino-americano → os latino-americanos
• palavra invariável + substantivo:
Valor Adverbial o vice-presidente → os vice-presidentes
Já vimos que o advérbio é invariável e que modifica o
adjetivo, o próprio advérbio, o verbo e, em alguns casos, o III. Flexiona-se somente o primeiro elemento quando o
substantivo. Confira os exemplos: substantivo é formado por:
Joana ficou muito perturbada. • substantivo + de + substantivo:
(modifica um adjetivo: invariável) pé de moleque → pés de moleque
Maria estava todo triste. • substantivo + substantivo, e o segundo elemento
(modifica um adjetivo: invariável) determina o primeiro elemento:
Fernanda ficou meio cansada. caneta-tinteiro → canetas-tinteiro
(modifica um adjetivo: invariável) Quando o composto for uma onomatopeia, só varia o se-
Eles cantavam mal. gundo elemento: tico-ticos, pingue-pongues, reco-recos, au-aus.
(modifica um verbo: invariável) Quando o composto for formado por verbos repetidos,
Descansaram bastante. variam os dois elementos (piscas-piscas) ou apenas o segundo
(modifica um verbo: invariável) (pisca-piscas).
Elas gritavam muito.
(modifica um verbo: invariável) Compostos formados pela palavra “Guarda”
Eles cantavam muito mal. • Quando a palavra “guarda” for um substantivo, o composto
(modifica um advérbio: invariável) varia livremente: guardas-noturnos.
Descansaram bastante pouco. • Quando a palavra “guarda” for um verbo, ela não sofrerá
(modifica um advérbio: invariável) variação, como se pode ver em: guarda-comidas.
Elas gritavam muito alto. • A exceção é o vocábulo “guarda-marinha”, que admite dois
(modifica um advérbio: invariável) plurais: guardas-marinhas ou guardas-marinha.

CLASSES DO NOME ADJETIVO


SUBSTANTIVO Critério Definição Exemplos
Critério Definição Exemplos Indica característica Cavalos fogosos.
Semântico
Dá nome aos seres loja, amor, aflição, bruxa dos seres. Conforto espiritual.
Semântico
em geral. Lindo / linda
Varia em gênero, Menino / menina Varia em gênero, Lindos / lindas
Morfológico
Morfológico número e grau. Meninos / meninas número e grau. Lindíssimo
Menininho / menininha Bom / melhor
É o núcleo de um Preciso de sua ajuda. É uma palavra deter- Lindo dia.
Sintático grupo nominal Vamos tomar café Sintático minante do núcleo de Sua voz é linda.
quente. um grupo nominal.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Plural dos adjetivos compostos NUMERAL
Regra Geral. Critério Definição Exemplos
Varia o segundo elemento, concordando com o substantivo.
Indica: Dois alunos,
Exemplos:emissoras todo-poderosas, bolsas azul-escuras. o número; o dobro dos
I. Varia somente o segundo elemento nos adjetivos com- Semântico a ordem; alunos, segundo
postos, quando os dois são adjetivos. amultiplica-ção ou a divi- aluno, um terço
são dos seres vivos. da classe.
encontros latino-americanos
cortinas branco-acinzentadas Dois / duas
sapatos verde-escuros Morfológico Varia em gênero e número. Terceiro / tercei-
olhos azul-claros ros
torcidas rubro-negras Os numerais adjetivos são
determinantes do núcleo Dez alunos
II. Quando o nome de cor é originário de um substantivo, do grupo nominal. faltaram.
fica invariável, quer se trate de palavra simples ou composta. Sintático
Os numerais substantivos Os dez faltaram.
tons pastel são núcleos do grupo
vestidos vinho nominal.
sapatos areia
PRONOME
colchas rosa
blusas verde-musgo Critério Definição Exemplos
tintas vermelho-rubi Refere-se aos seres, Ele saiu ontem.
camisas amarelo-âmbar Semântico indicando-os como pes- Você saiu ontem?
olhos cor de mel soas do discurso. Eu saí ontem.
Ele / ela
Exceções: Pode variar em gênero,
Morfológico Você / vocês
São invariáveis: bege, azul-marinho, azul-celeste e furta-cor. número e pessoa.
Eu / tu
Variam os dois elementos do adjetivo: surdo-mudo.
Os pronomes adjetivos
Substantivos empregados com valor adjetivo são invariá- são palavras determi-
veis: homens monstro, gravatas cinza, blusas laranja. nantes do núcleo do
Este dia é especial.
Sintático grupo nominal.
ARTIGO Tudo foi especial.
Os pronomes substan-
Critério Definição Exemplos tivos são núcleos do
grupo nominal.
Determina ou indetermina O aluno saiu.
Semântico
os seres. Um aluno saiu. CLASSES DO VERBO
Morfológico Varia em gênero e número. o / a, os /as VERBO
É uma palavra determinan- Ele encontrou Critério Definição Exemplos
Sintático te do núcleo de um grupo as irmãs.
Ele saiu.
nominal.
Ela era inteligente.
Indica ação, processo,
Os artigos são palavras que se relacionam exclusivamente Choveu bastante
Semântico intenção, estado ou
com o substantivo, com a função de especificá-lo ou generalizá- ontem.
fenômeno da natureza.
-lo. Daí a existência de dois tipos de artigos: os definidos e os Queremos voltar
cedo.
indefinidos.
Observando-se o enunciado: “Os países descobrem na falo / fala
ajuda às vítimas do tsunami uma causa planetária comum”, Varia em pessoa, nú- falo / falamos
Morfológico
percebe-se o mesmo na relação entre “os” e “países”:a notícia mero, tempo e modo. falei / falo / falarei
falei / falasse
não tratará de países em sentido amplo e geral. Ao ler a repor-
tagem, o leitor será com certeza informado sobre que países É o núcleo dogrupo Ela voltou.
são esses a que a manchete se refere. Sintático verbal nospredicados Ela voltou cansada.
verbale verbo-nominal.
Algo diferente ocorre com a relação entre as palavras “uma”
e “causa”. O artigo “uma” é indefinido. Por trás dessa escolha,
existe uma intenção do locutor: ele pretende não particularizar ADVÉRBIO
a causa, mas generalizá-la, incluindo-a entre um conjunto de Critério Definição Exemplos
outras causas. Informa uma circunstân- Chegamos ontem.
A distinção entre o, a, os, as (definidos) e um e uma Semântico cia (tempo, modo, lugar, Chegamos aqui
(indefinidos) evidencia que, sob o ponto de vista da flexão, os causa, etc.)
artigos aceitam as variações de gênero e número. Quanto à Não varia.
aqui, lá, ali, cedo,
função, exercem sempre papel de adjunto adnominal, já que só Morfológico Obs.: Alguns variam
cedinho.
determinam, como vimos, os substantivos. Quando diante de um somente em grau.
substantivo comum de dois gêneros, é também do artigo a res- É uma palavra modifi- Dormia
ponsabilidade de indicar se a palavra é masculina ou feminina. Sintático
cadora do grupo verbal. tranquilamente
É o que ocorre, por exemplo, com “o estudante” e “a estudante”.

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LÍNGUA PORTUGUESA
CLASSES RELACIONAIS Locução prepositiva Locução adverbial
As palavras, dentro de um grupo nominal ou verbal, po-
Termina sempre por
dem se relacionar. Para estabelecer um relacionamento entre Não termina por preposição–
preposição, sendo de amais
palavras ou orações, há duas classes de palavras: preposição “De longe em longe,
comum.
e conjunção. sinto-me fatigado.”
– Não quero você perto de
– Às vezes, sinto-me
Critério Definição Exemplos nós.
cansada.
Não varia. aqui, lá, ali, cedo, – Agiu de acordo com seus
– Ele estava perto de nós.
Morfológico Obs.: Alguns variam cedinho. princípios.
somente em grau. Tipos de relação
É uma palavra modifi- Dormia A relação que as preposições estabelecem entre dois ter-
Sintático
cadora do grupo verbal. tranquilamente mos é chamada de regência.
A) Ausência, falta: Uma vida sem alegrias é mais difícil.
Preposição é a palavra invariável que relaciona dois termos; B) Assunto: Mostram-se indecisos acerca do propósito
nessa relação, um termo completa ou explica o sentido do outro. da reunião.
As preposições são uma espécie de conectivo. Sua função, C) Causa ou motivo: O velho morreu de fome.
portanto, é estabelecer a ligação entre palavras e termos (cada D) Companhia: Sempre estudava com eles.
qual com sua função sintática específica),relacionando-os sin- E) Concessão: Com apenas dois anos, já sabia ler.
tática e semanticamente. F) Conformidade: Era capaz de viver conforme seus
Consideremos os dois enunciados seguintes: objetivos.
A) A ajuda de um país é essencial para a nova geopolítica G) Direção: Dirigiu-se para o centro da cidade.
mundial. H) Especialidade: É perito em casos de homicídio.
I) Estado ou qualidade: Prédio em decadência.
B) A ajuda a um país é essencial para a nova geopolítica-
J) Finalidade: Parou para descansar.
mundial.
K) Instrumento: Prenderam-no com algemas.
Tanto em “A” quanto em “B”, a ligação do termo “ajuda”
L) Lugar: Passei a viver em Curitiba.
(núcleo do sujeito) ao termo “país” (núcleo do adjunto adnominal
M) Matéria: Bebi suco de laranja.
e do complemento nominal, respectivamente) faz estabelecer N) Meio: Assistiu ao comício pela televisão.
entre eles uma relação de dependência, primeiramente sintática. O) Oposição: Gostaria de levantar um protesto contra a
Afinal, o leitor é conhecedor intuitivo do idioma e saberá que poluição do ar.
“de um país” e “a um país”são estruturas que só podem estar P) Origem: O poder emana do povo.
relacionadas ao termo “ajuda”. Qualquer alteração nesse rela- Q) Posse: Os livros do professor estão sobre a mesa.
cionamento trará como consequência imediata a dissolução do R) Tempo: Nasci em 1960.
enunciado tal como o apresentamos e a criação de outro. Mas
a dependência é também semântica. Para provar isso, basta CONJUNÇÃO
que percebamos a diferença de sentido provocada pela troca Critério Definição Exemplos
efetuada entre “de” e “a”. Enquanto em “A”, o país é o agente e, mas, portanto,
da ação de ajudar, em “B” ele é alvo da ação feita por outrem. Morfológico Não varia. porque, quando,
O mesmo se pode dizer para o relacionamento entre “essencial” embora, se, que,etc.
e “nova geopolítica mundial”: só será possível alcançar o ob- Liga palavras ou ora-
jetivo de se construir uma nova ordem mundial caso os países Lúcia e Paulo
ções, coordenando ou
saíram.
se conscientizem de que é preciso concentrar esforços para a subordinando uma à
Sintático Eu disse que eles
adoção de políticas mais eficientes de ajuda humanitária. Pala- outra.
saíram.
vras como “a”, “de”, “para” são usadas nos atos comunicativos Não exerce função
para cumprir esse papel. São as preposições. sintática.

Preposições essenciais: a, ante, após, até, com, contra, de, O bom relacionamento entre as orações de um texto garante
desde, em, entre, para, perante, sem, sob, sobre, trás. Preposi- a perfeita estruturação de suas frases e parágrafos.
Interagindo com palavras de outras classes gramaticais
ções acidentais: são palavras que, embora pertençam a outras
essenciais ao inter-relacionamento das partes de frases e textos,
classes gramaticais, podem exercer o papel de preposição:
as conjunções fazem parte daquilo que se pode chamar “arqui-
como, conforme, consoante, durante, exceto, salvo, segundo. tetura textual”: um conjunto de relações que garantem a coesão
Quando as preposições se ligam a artigo, pronome ou advérbio, do enunciado. O sucesso desse conjunto de relações depende
sem perda de elementos fonéticos, temos o que se chama de muitas vezes do valor relacional das conjunções.
combinação. É o caso de a + o (ao), a + onde (aonde), de + Nos textos dissertativos, elas evidenciam, muitas vezes, a
esse (desse), etc. Se essa ligação produz perda fonética, temos linha expositiva ou argumentativa adotada - é o caso, por exem-
a contração. É o caso de em + o (no), de + aí (daí), por + as plo, das exposições e argumentações construídas por meio de
(pelas), em + aquelas (naquelas), a + as (às), etc. Se duas ou contrastes e oposições que conduzem ao uso de adversativas
mais palavras se unem com o valor de preposição, temos as e concessivas.
chamadas locuções prepositivas: abaixo de, a respeito de, em As conjunções são classificadas em coordenativas ou su-
bordinativas, de acordo com a relação que estabelecem entre
cima de, junto a, por cima de, acerca de, de acordo com, em
as frases que relacionam. Entretanto, não se deve memorizar tal
frente a, junto de, por trás de, acima de, dentro de, em redor de,
classificação, mas descobri-la a partir das relações semânticas
perto de, ao lado de, graças a, por causa de. de enunciados reais, ou seja, a partir do efetivo emprego dessas
palavras em frases da língua.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Nos textos narrativos, as conjunções estão muitas vezes Causa x explicação
ligadas à expressão de circunstâncias fundamentais à conclu-
Conjunções explicativas Conjunções causais
são da história, como noções de tempo, finalidade, causa e
consequência. Que, pois, porque que, pois, porque, uma vez
que, já que, com o (= já que),
Quadro de conjunções coordenativas
visto que
Tipo Ideia Exemplos
Aparecem após orações Aparecem em orações que
e, nem,(não só) mas como verbo no modo impe- indicam fato anterior a outro.
adição,acréscimo, também, como, como rativo.
Aditiva
sucessividade também, (tanto) como, – Os olhos da menina estão
quanto – Não grite, pois estou
vermelhos / porque ela cho-
escutando bem.
oposição, contraste, rou.
mas, porém, contudo, Aparecem em orações que
ressalva, indicam fato posterior a
Adversativa todavia, entretanto, no
adversidade, outro.
entanto, não obstante
advertência
– A menina chorou / porque
ou, ou... ou, ora... ora,
Exprime alternância, seus olhos estão verme-
já... já, umas vezes,
Alternativa ligando pensamentos lhos. ▼
outras vezes, talvez...
que se excluem ▼ fato anterior
talvez
fato posterior
logo, portanto, por
isso, então, assim, Nota: POIS: conclusivo.
Conclusiva conclusiva
por conseguinte, pois Deve ser colocado após o verbo da oração em que aparece.
(depois do verbo) Ganhou muito dinheiro; comprou, pois, a casa.
Explicativa Explicação Porque, pois, que CLASSE INDEPENDENTE

INTERJEIÇÃO
Quadro de conjunções coordenativas
Critério Definição Exemplos
Tipo Ideia Exemplos
Semântico Exprime emoções. Ai!. Oba!. Oh!
que (para afirmação certa)
Integrante integração Morfológico Não varia.
se (para afirmação incerta)
porque, que, porquanto, Sintático Não exerce função sintática. Oh! Ele chegou!
pois, visto que, já que, uma
Causal causa, motivo vez que, como (no início PALAVRAS E LOCUÇÕES DENOTATIVAS
da oração = já que), se (= De acordo com a Nomenclatura Gramatical Brasileira, se-
já que) rão classificadas à parte certas palavras e locuções – outrora
consideradas advérbios – que não se enquadram em nenhuma
que, do que, qual, como,
Comparativa comparação das dez classes conhecidas. Tais palavras elocuções, chamadas
quanto
“denotativas”, exprimem:
embora, ainda que, mesmo
que, se bem que, posto Palavras /
Concessiva concessão Ideia Exemplos
que, conquanto, apesar de locuções
que, por ... que • Felizmente não me
felizmente,
se, caso, contanto que, sal- machuquei.
Afetividade infelizmente,
condição, vo se, exceto se, desde que Ainda bem que o orador foi
Condicional ainda bem
hipótese com verbo no subjuntivo), a breve!
menos que, a não ser que Designação ou
eis Eis o anel que perdi. Ei-lo!
acordo, conforme, consoante, segun- indicação
Conformativa concordância, do, como (=conforme),que exclusive,
Voltaram todos, menos (ou
conformidade (conforme) menos,
exceto, salvo, fora) André.
que (após tal, tanto, tão, ta- exceto,
consequência, • Não me descontou sequer
Consecutiva manho), sem que, de modo fora,
efeito Exclusão um real.
que, de forma que salvo,
• Ninguém, senão Deus,
tirante,
quando, logo que, depois poderia salvá-lo.
senão,
que, antes que, sempre
Temporal tempo sequer
que, desde que, até que,
enquanto, mal, apenas inclusive,
também,
para que, a fim de que, que mesmo, Eu também vou.
Final finalidade (=para que), de modo que, ainda, • Levou-me para sua casa
de forma que Inclusão até, e ainda me deu roupa e
Proporcionali- à proporção que, à medida ademais, dinheiro.
Proporcional além disso,
dade que, • Aqui falta tudo, até água.
de mais a
mais

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LÍNGUA PORTUGUESA
apenas, Usos dos Pronomes Pessoais
Só Deus é perfeito. Eu, tu / Mim, ti
somente,
Limitação • Apenas um aluno teve Eu e tu exercem a função sintática de sujeito. Mim e ti
só,
nota boa. exercem a função sintática de complemento verbal ou nominal,
unicamente
Eu cá me arranjo. agente da passiva ou adjunto adverbial e sempre são precedidos
cá, lá, só, de preposição.
• Você é que não se mexe!
é que, Exemplos:
• É isso mesmo!
Realce sobretudo,
• Veja só! • Trouxeram aquela encomenda para mim.
mesmo,
• Vá embora!• Eu sei lá o • Era para eu conversar com o diretor, mas não houve
embora
que ele pretende? condições.
Venha ao meio-dia, ou Agora, observe a oração: Sei que não será fácil para mim
melhor, venha já. conseguir o empréstimo. O pronome mim NÃO é sujeito do
aliás, • Aquele casal era japo- verbo conseguir, como à primeira vista possa parecer. Analisan-
ou melhor, nês, aliás, descendente de do mais detalhadamente, teremos o seguinte:
Retificação
isto é, japoneses.
O sujeito do verbo ser é a oração conseguir o empréstimo,
ou antes • Finda a saudação cortês, o
pois que não será fácil? Resposta: conseguir o empréstimo,
cavalo calou-se, isto é, reco-
lheu o movimento do rabo. portanto há uma oração subordinada substantiva subjetiva re-
duzida de infinitivo, que é a oração que funciona como sujeito,
isto é, Os elementos do mundo
tendo o verbo no infinitivo.
Explanação a saber, físico são quatro, a saber:
O verbo ser é verbo de ligação, portanto fácil é predicativo
por exemplo terra, fogo,água e ar.
do sujeito.
Afinal, quem tem razão? O adjetivo fácil exige um complemento, pois conseguir o
• Posso mostrar-lhes o sítio;
afinal, empréstimo não será fácil para quem? Resposta: para mim,
agora, vender eu não vendo.
agora, que funciona como complemento nominal. Ademais a ordem
Situação • Então, que achou do
então, direta da oração é esta:
filme?
mas Conseguir o empréstimo não será fácil para mim. Se,
• Mas você fez isso, meu
filho? si, consigo.
Se, si, consigo são pronomes reflexivos ou recíprocos,
PRONOMES
portanto só poderão ser usados na voz reflexiva ou na voz
Pronome é a palavra variável em gênero, número e pessoa
reflexiva recíproca.
que substitui ou acompanha o nome, indicando-o como pessoa
Exemplos:
do discurso. Quando o pronome substituir um substantivo,
• Quem não se cuida, acaba ficando doente.
será denominado pronome substantivo; quando acompa-
• Quem só pensa em si, acaba ficando sozinho.
nhar um substantivo, será denominado pronome adjetivo. Por
• Gilberto trouxe consigo os três irmãos.
exemplo, na frase Aqueles garotos estudam bastante; eles
serão aprovados com louvor. Aqueles é um pronome adjetivo, Com nós, com vós / Conosco, convosco
pois acompanha o substantivo garotos e eles é um pronome Usa-se com nós ou com vós, quando, à frente, surgir qual-
substantivo, pois substitui o mesmo substantivo. quer palavra que indique quem “somos nós” ou quem “sois vós”.
Exemplos:
PRONOMES PESSOAIS
• Ele conversou com nós todos a respeito de seus problemas.
Os pronomes pessoais são aqueles que indicam uma das
• Ele disse que sairia com nós dois.
três pessoas do discurso: a que fala, a com quem se fala e a
de quem se fala. Dele, do + subst. / De ele, de o + subst.
Quando os pronomes pessoais ele(s), ela(s), ou qualquer
Pronomes pessoais do caso reto: Pronomes pessoais do
substantivo, funcionarem como sujeito, não devem ser agluti-
caso reto são os que desempenham a função sintática de sujeito
nados com a preposição de.
da oração. São os pronomes eu, tu, ele, ela, nós, vós eles, elas.
Exemplos:
Pronomes pessoais do caso oblíquo: São os que desem- • É chegada a hora de ele assumir a responsabilidade.
penham a função sintática de complemento verbal (objeto direto • No momento de o orador discursar, faltou-lhe a palavra.
ou indireto), complemento nominal, agente da passiva, adjunto
Pronomes Oblíquos Átonos
adverbial, adjunto adnominal ou sujeito acusativo (sujeito de
Os pronomes oblíquos átonos são me, te, se, o, a, lhe,
oração reduzida).
nos, vos, os as, lhes. Eles podem exercer diversas funções
Os pronomes pessoais do caso oblíquo se subdividem em
sintáticas nas orações. São elas:
dois tipos: os átonos, que não são antecedidos por preposição,
e os tônicos, precedidos por preposição. A) Objeto Direto
Os pronomes que funcionam como objeto direto são me,
Pronomes oblíquos átonos: Os pronomes oblíquos átonos
te, se, o, a, nos, vos, os, as.
são os seguintes: me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes.
Exemplos:
Pronomes oblíquos tônicos: Os pronomes oblíquos tô- • Quando encontrar seu material, traga-o até mim.
nicos são os seguintes: mim, comigo, ti, contigo, ele, ela, si, • Respeite-me, garoto.
consigo, nós, conosco, vós, convosco, eles, elas. • Levar-te-ei a São Paulo amanhã.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Se o verbo for terminado em M, ÃO ou ÕE, os pronomes Exemplos:
o, a, os, as se transformarão em no, na, nos, nas. • Deixei-a entrar atrasada.
• Mandaram-me conversar com o diretor.
Exemplos:
• Quando encontrarem o material, tragam-no até mim. Pronomes Possessivos
• Os sapatos, põe-nos fora, para aliviar a dor. São aqueles que indicam posse, em relação às três pessoas
do discurso. São eles: meu(s), minha(s), teu(s), tua(s), seu(s),
02) Se o verbo terminar em R, S ou Z, essas terminações
sua(s), nosso(s), nossa(s), vosso(s), vossa(s).
serão retiradas, e os pronomes o, a, os, as mudarão para lo,
la, los, las. Empregos dos pronomes possessivos
01) O emprego dos possessivos de terceira pessoa seu,
Exemplos:
sua, seus, suas pode dar duplo sentido à frase (ambiguidade).
• Quando encontrarem as apostilas, deverão trazê-las até
Para evitar isso, coloca-se à frente do substantivo dele, dela,
mim.
deles, delas, ou troca-se o possessivo por esses elementos.
• As apostilas, tu perde-las toda semana.
• As garotas ingênuas, o conquistador sedu-las com faci- Exemplos:
lidade. • Joaquim contou-me que Sandra desaparecera com seus
documentos.
03) Independentemente da predicação verbal, se o verbo De quem eram os documentos? Não há como saber. Então
terminar em mos, seguido de nos ou de vos, retira-se a ter- a frase está ambígua. Para tirar a ambiguidade, coloca-se, após
minação -S. o substantivo, o elemento referente ao dono dos documentos:
Exemplos: se for Joaquim: Joaquim contou-me que Sandra desaparecera
• Encontramo-nos ontem à noite. com seus documentos dele; se for Sandra: Joaquim contou-me
• Recolhemo-nos cedo todos os dias. que Sandra desaparecera com seus documentos dela. Pode-
04) Se o verbo for transitivo indireto terminado em S, se- -se, ainda, eliminar o pronome possessivo: Joaquim contou-me
guido de lhe, lhes, não se retira a terminação S. que Sandra desaparecera com os documentos dele (ou dela).

Exemplos: 02) É facultativo o uso de artigo diante dos possessivos.


• Obedecemos-lhe cegamente. Exemplos:
• Tu obedeces-lhe? • Trate bem seus amigos. ou Trate bem os seus amigos.

B) Objeto Indireto 03) Não se devem usar pronomes possessivos diante de


Os pronomes que funcionam como objeto indireto são me, partes do próprio corpo.
te, se, lhe, nos, vos, lhes. Exemplos:
• Amanhã, irei cortar os cabelos.
Exemplos: • Vou lavar as mãos.
• Traga-me as apostilas, quando as encontrar. • Menino! Cuidado para não machucar os pés!
• Obedecemos-lhe cegamente.
04) Não se devem usar pronomes possessivos diante da
C) Adjunto adnominal palavra casa, quando for a residência da pessoa que estiver
Os pronomes que funcionam como adjunto adnominal são falando.
me, te, lhe, nos, vos, lhes, quando indicarem posse (algo de
alguém). Exemplos:
• Acabei de chegar de casa.
Exemplos: • Estou em casa, tranquilo.
• Quando Clodoaldo morreu, Soraia recebeu-lhe a herança.
(a herança dele) PRONOMES DEMONSTRATIVOS
• Roubaram-me os documentos. (os documentos de al- Pronomes demonstrativos são aqueles que situam os seres
guém - meus) no tempo e no espaço, em relação às pessoas do discurso. São
os seguintes:
D) Complemento nominal
Os pronomes que funcionam como complemento nominal 01) Este, esta, isto:
são me, te, lhe, nos, vos, lhes, quando complementarem o São usados para o que está próximo da pessoa que fala e
sentido de adjetivos, advérbios ou substantivos abstratos. (algo para o tempo presente.
a alguém, não provindo a preposição a de um verbo). Exemplos:
• Este chapéu que estou usando é de couro.
Exemplos: • Este ano está sendo cheio de surpresas.
• Tenha-me respeito. (respeito a alguém)
• É-me difícil suportar tanta dor. (difícil a alguém) 02) Esse, essa, isso:
São usados para o que está próximo da pessoa com quem
E) Sujeito acusativo se fala, para o tempo passado recente e para o futuro.
Os pronomes que funcionam como sujeito acusativo são Exemplos:
me, te, se, o, a, nos, vos, os, as, quando estiverem em um • Esse chapéu que você está usando é de couro?
período composto formado pelos verbos fazer, mandar, ver, • 2003. Esse ano será envolto em mistérios.
deixar, sentir ou ouvir, e um verbo no infinitivo ou no gerúndio. • Em novembro de 2001, inauguramos a loja. Até esse mês,
nada sabíamos sobre comércio.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Outros usos dos demonstrativos: Exemplos:
01) Em uma citação oral ou escrita, usa-se este, esta, isto • Todos os colegas o desprezam.
para o que ainda vai ser dito ou escrito, e esse, essa, isso para • Todas as meninas foram à festa.
o que já foi dito ou escrito. • Todos vocês merecem respeito.
Exemplos:
• Algum
• Esta é a verdade: existe a violência, porque a sociedade
O pronome indefinido algum tem sentido afirmativo, quando
a permitiu.
usado antes do substantivo; passa a ter sentido negativo, quando
• Existe a violência, porque a sociedade a permitiu. A ver-
estiver depois do substantivo.
dade é essa.
Exemplos:
02) Usa-se este, esta, isto em referência a um termo ime-
• Amigo algum o ajudou. (Nenhum amigo)
diatamente anterior.
• Algum amigo o ajudará. (Alguém)
Exemplos:
• Certo
• O fumo é prejudicial à saúde, e esta deve ser preservada.
A palavra certo será pronome indefinido, quando ante-
• Quando interpelei Roberval, este assustou-se inexplica-
ceder substantivo e será adjetivo, quando estiver posposto a
velmente.
substantivo.
03) Para estabelecer-se a distinção entre dois elementos
Exemplos:
anteriormente citados, usa-se este, esta, isto em relação ao que
• Certas pessoas não se preocupam com os demais.
foi mencionado por último e aquele, aquela, aquilo, em relação
• As pessoas certas sempre nos ajudam.
ao que foi nomeado em primeiro lugar.
• Qualquer
Exemplos:
O pronome indefinido qualquer não deve ser usado em
• Sabemos que a relação entre o Brasil e os Estados Unidos
sentido negativo. Em seu lugar, deve-se usar algum, posterior-
é de domínio destes sobre aquele.
mente ao substantivo, ou nenhum.
• Os filmes brasileiros não são tão respeitados quanto as
Exemplos:
novelas, mas eu prefiro aqueles a estas.
• Ele entrou na festa sem qualquer problema.
04) O, a, os, as são pronomes demonstrativos, quando Essa frase está inadequada gramaticalmente. O adequado
equivalem a isto, isso, aquilo ou aquele(s), aquela(s). seria
• Ele entrou na festa sem problema algum.
Exemplos:
• Ele entrou na festa sem nenhum problema.
• Não concordo com o que ele falou. (aquilo que ele falou)
• Tudo o que aconteceu foi um equívoco. (aquilo que PRONOMES INTERROGATIVOS
aconteceu) São os pronomes que, quem, qual e quanto usados em
frases interrogativas diretas ou indiretas.
PRONOMES INDEFINIDOS
Os pronomes indefinidos referem-se à terceira pessoa do Exemplos:
discurso de uma maneira vaga, imprecisa, genérica. • Que farei agora? - Interrogativa direta.
São eles: alguém, ninguém, tudo, nada, algo, cada, • Quanto te devo, meu amigo? - Interrogativa direta.
outrem, mais, menos, demais, algum, alguns, alguma, • Qual é o seu nome? - Interrogativa direta.
algumas, nenhum, nenhuns, nenhuma, nenhumas, todo, • Não sei quanto devo cobrar por esse trabalho. - Interro-
todos, toda, todas, muito, muitos, muita, muitas, bastante, gativa indireta.
bastantes, pouco, poucos, pouca, poucas, certo, certos,
Notas
certa, certas, tanto, tantos, tanta, tantas, quanto, quantos,
01) Na expressão interrogativa Que é de? subentende-se
quanta, quantas, um, uns, uma, umas, qualquer, quaisquer
a palavra feito: Que é do sorriso? (= Que é feito do sorriso? ),
além das locuções pronominais indefinidas cada um, cada
Que é dele? (= Que é feito dele?). Nunca se deve usar quédê,
qual, quem quer que, todo aquele que, tudo o mais...
quedê ou cadê, pois essas palavras oficialmente não existem,
Usos de alguns pronomes indefinidos apesar de, no Brasil, o uso de cadê ser cada dia mais constante.
• Todo 02) Não se deve usar a forma o que como pronome inter-
O pronome indefinido todo deve ser usado com artigo, rogativo; usa-se apenas que, a não ser que o pronome seja
se significar inteiro e o substantivo à sua frente o exigir; caso colocado depois do verbo.
signifique cada ou todos não terá artigo, mesmo que o subs-
Exemplos:
tantivo exija.
• Que você fará hoje à noite? e não O que você fará hoje
Exemplos: à noite?
• Todo dia telefono a ela. (Todos os dias) • Que queres de mim? e não O que queres de mim?
• Fiquei todo o dia em casa. (O dia inteiro) • Você fará o quê?
• Todo ele ficou machucado. (Ele inteiro, mas a palavra ele
PRONOMES RELATIVOS
não admite artigo)
São pronomes relativos aqueles que substituem um termo
• Todos, todas da oração anterior e estabelecem relação entre duas orações.
Os pronomes indefinidos todos e todas devem ser usados • Eu admiro o aluno O QUAL supera todos os obstáculos.
com artigo, se o substantivo à sua frente o exigir. • Foi ele QUE me disse a verdade.

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LÍNGUA PORTUGUESA
• A garota a QUEM conheci ontem está em minha sala. Ex. Ontem caminhei no Zerão.
• Eu conheço a cidade ONDE sua sobrinha mora. Estudei no Maxi no ano passado.
• Simpatizei com o rapaz CUJA namorada você conhece. Confiei em pseudo-amigos.

REGÊNCIA COM OS PRONOMES RELATIVOS B) Pretérito Imperfeito:


• Esta é a menina QUEM sou apaixonado. Indica fato que ocorria com frequência no passado, ou fato
• Comprei o livro QUE gosto. que não havia chegado ao final no momento em que estava
• Indico a ele o filme QUE assistimos ontem. sendo observado.
• Ele contou a versão A QUAL duvidei. Naquela época, todos os dias, eu caminhava no Zerão.
• Voltei àquele lugar ONDE minha mãe me levava quando Eu estudava no Maxi, quando conheci Magali.
criança. Eu confiava naqueles amigos.
• Apresentaram provas CUJA veracidade eu creio. C) Pretérito Mais-que-perfeito:
• Este é o pintor CUJO quadro me refiro. Indica fato ocorrido antes de outro no Pretérito Perfeito do
Orações Subordinadas Adjetivas Indicativo.
- Exercem a função de ADJUNTO ADNOMINAL de um • Ontem, quando você foi ao Zerão, eu já caminhara 6 Km.
termo da oração principal. • Eu já estudara no Maxi, quando conheci Magali.
- Sempre introduzidas por PRONOMES RELATIVOS. • Eu confiara naquele amigo que mentiu a mim.
• Eu estou vendo um filme QUE é muito interessante. 03) Futuro
- São classificadas em: RESTRITIVAS OU EXPLICATIVAS. Indica fatos que ocorrem depois do momento da fala.
• Os homens QUE TÊM SEU PREÇO são fáceis de cor- A) Futuro do Presente:
romper. Indica fato que, com certeza, ocorrerá.
• Amanhã caminharei no Zerão pela manhã.
• Os homens, QUE TÊM SEU PREÇO, são fáceis de cor-
• Estudarei no Maxi, no ano que vem.
romper.
• Eu confiarei mais uma vez naquele amigo que mentiu a
• O homem, QUE É MORTAL, desconhece o mistério da vida.
mim.
VERBO
B) Futuro do Pretérito:
Verbo é a palavra que indica ação, praticada ou sofrida pelo
Indica fato futuro, dependente de outro anterior a ele.
sujeito, fato, de que o sujeito participa ativamente, estado ou
• Eu caminharia todos os dias, se não trabalhasse tanto.
qualidade do sujeito, ou fenômeno da natureza.
• Estudaria no Maxi, se morasse em Londrina.
Estrutura e Flexão • Eu confiaria mais uma vez naquele amigo, se ele me
Conjugação verbal: prometesse não mais me trair.
Há três conjugações para os verbos da língua portuguesa:
Os modos subjuntivo e imperativo
1ª conjugação: verbos terminados em -ar.
Tempos verbais do Subjuntivo
2ª conjugação: verbos terminados em -er. 01) Presente
3ª conjugação: verbos terminados em -ir. Indica desejo atual, dúvida que ocorre no momento da fala.
Obs.: O verbo pôr e seus derivados pertencem à 2ª conju- • Espero que eu caminhe bastante no ano que vem.
gação, por se originarem do antigo verbo poer. • O meu desejo é que eu estude no Maxi ainda.
Pessoas verbais: • Duvido de que eu confie nele novamente.
1ª pes. do sing.: eu 1ª pes. do pl.: nós 02) Pretérito Imperfeito
2ª pes. do sing.: tu 2ª pes. do pl.: vós Indica condição, hipótese; normalmente é usado com o
3ª pes. do sing.: ele 3ª pes. do pl.: eles Futuro do Pretérito do Indicativo.
Modos verbais: • Eu caminharia todos os dias, se não trabalhasse tanto.
São três os modos verbais na língua portuguesa: Indicativo, • Estudaria no Maxi, se morasse em Londrina.
que expressa atitudes de certeza. • Eu confiaria mais uma vez naquele amigo, se ele me
Subjuntivo, que expressa atitudes de dúvida, hipótese, prometesse não mais me trair.
desejo, e Imperativo, que expressa atitude de ordem, pedido, 03) Futuro
conselho. Indica hipótese futura.
Quando eu começar a caminhar todos os dias, sentir-me-
O modo indicativo
-ei melhor.
Tempos verbais do Indicativo
Quando eu estudar no Maxi, aprenderei mais coisas.
01) Presente
Quando ele me prometer que não me trairá mais, voltarei
Indica fato que ocorre no dia a dia, corriqueiramente.
a confiar nele.
Ex. Todos os dias, caminho no Zerão.
Estudo no Maxi. O modo Imperativo
Confio em meus amigos. O modo Imperativo expressa ordem, pedido ou conselho
• Caminhe todos os dias, para a saúde melhorar.
02) Pretérito
• Estude no Maxi! Confie em mim!
Indica fatos que já ocorreram.
As formas nominais
A) Pretérito Perfeito: São três as chamadas formas nominais do verbo:
Indica fato que ocorreu no passado em determinado mo- 01) Infinitivo
mento, observado depois de concluído. São as formas terminadas em ar, er ou ir.

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LÍNGUA PORTUGUESA
02) Gerúndio 06) Futuro do Pretérito Composto do Indicativo
São as formas terminadas em ndo. É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver
no Futuro do Pretérito simples do Indicativo e o principal
03) Particípio
no particípio, tendo o mesmo valor que o Futuro do Pretérito
São as formas terminadas em ado ou ido.
simples do Indicativo.
Tempos Compostos Exemplos:
Os tempos verbais compostos são formados por locuções • Eu teria caminhado todos os dias desse ano, se não es-
verbais que têm como auxiliares os verbos ter e haver e como tivesse trabalhando tanto.
principal, qualquer verbo no particípio. São eles: • Eu teria estudado no Maxi, se não me tivesse mudado
de cidade.
01) Pretérito Perfeito Composto do Indicativo: É a forma-
• Eu teria confiado mais uma vez naquele amigo, se ele me
ção de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Presente
tivesse prometido não mais me trair.
do Indicativo e o principal no particípio, indicando fato que tem
ocorrido com frequência ultimamente. 07) Futuro Composto do Subjuntivo
• Eu tenho estudado demais ultimamente. É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver
• Todos nós nos temos esforçado, para a empresa crescer. no Futuro do Subjuntivo simples e o principal no particípio,
• Será que tu tens tentado melhorar? tendo o mesmo valor que o Futuro do Subjuntivo simples.
Exemplos:
02) Pretérito Perfeito Composto do Subjuntivo
Quando você tiver terminado sua série de exercícios,
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver
eu caminharei 6 Km.
no Presente do Subjuntivo e o principal no particípio, indicando
Observe algumas frases:
desejo de que algo já tenha ocorrido.
• Quando você chegar à minha casa, telefonarei a Raul.
• Espero que você tenha estudado o suficiente, para con-
• Quando você chegar à minha casa, já terei telefonado
seguir a aprovação.
a Raul.
• O meu desejo é que todos nós nos tenhamos esforçado,
para a empresa crescer. Perceba que o significado é totalmente diferente em ambas
• Duvido de que tu tenhas tentado melhorar. as frases apresentadas. No primeiro caso, esperarei “você”
praticar a sua ação para, depois, praticar a minha; no segundo,
03) Pretérito Mais-que-perfeito Composto do Indicativo
primeiro praticarei a minha. Por isso o uso do advérbio “já”.
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver
Agora observe estas:
no Pretérito Imperfeito do Indicativo e o principal no particí-
• Quando você tiver terminado o trabalho, telefonarei a Raul.
pio, tendo o mesmo valor que o Pretérito Mais-que-perfeito do
• Quando você tiver terminado o trabalho, já terei telefonado
Indicativo simples.
a Raul.
• Ontem, quando você foi ao Zerão, eu já tinha caminhado
6 Km. Perceba que novamente o significado é totalmente dife-
• Eu já tinha estudado no Maxi, quando conheci Magali. rente em ambas as frases apresentadas. No primeiro caso,
• Eu tinha confiado naquele amigo que mentiu a mim. esperarei “você” praticar a sua ação para, depois, praticar a
minha; no segundo, primeiro praticarei a minha. Por isso o uso
04) Pretérito Mais-que-perfeito Composto do Subjuntivo
do advérbio “já”.
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver
no Pretérito Imperfeito do Subjuntivo e o principal no particípio, 08) Infinitivo Pessoal Composto
tendo o mesmo valor que o Pretérito Imperfeito do Subjuntivo É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver
simples. no Infinitivo Pessoal simples e o principal no particípio, indi-
Exemplos: cando ação passada em relação ao momento da fala.
• Eu teria caminhado todos os dias desse ano, se não es- Exemplos:
tivesse trabalhando tanto. • Para você ter comprado esse carro, necessitou de muito
• Eu teria estudado no Maxi, se não me tivesse mudado dinheiro.
de cidade.
CLASSIFICAÇÃO DOS VERBOS
• Eu teria confiado mais uma vez naquele amigo, se ele me
Os verbos classificam-se em:
tivesse prometido não mais me trair.
01) Verbos Regulares
Obs.: Perceba que todas as frases remetem a ação obriga-
Verbos regulares são aqueles que não sofrem alterações
toriamente para o passado. A frase Se eu estudasse, apren-
no radical.
deria é completamente diferente de Se eu tivesse estudado,
Ex. cantar, vender, partir.
teria aprendido.
02) Verbos Irregulares
05) Futuro do Presente Composto do Indicativo
Verbos irregulares são aqueles que sofrem pequenas
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver
alterações no radical.
no Futuro do Presente simples do Indicativo e o principal
Ex. fazer = faço, fazes; fiz, fizeste
no particípio, tendo o mesmo valor que o Futuro do Presente
simples do Indicativo. 03) Verbos Anômalos
Exemplos: Verbos anômalos são aqueles que sofrem grandes altera-
• Quando você chegar ao Zerão, eu já terei caminhado 6 Km. ções no radical.
• Amanhã, quando o dia amanhecer, eu já terei partido. Ex. ser = sou, é, fui, era, serei.

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LÍNGUA PORTUGUESA
04) Verbos Defectivos ser = Eu sou / seja, sejas, seja, sejamos, sejais, sejam.
Verbos defectivos são aqueles que não possuem conju- haver = Eu hei / haja, hajas, haja, hajamos, hajais, hajam.
gação completa.
02) Imperativo Afirmativo
Ex. falir, reaver, precaver = não possuem as 1ª, 2ª e 3ª
O Imperativo Afirmativo provém tanto do Presente do
pes. do presente do indicativo e o presente do subjuntivo inteiro). Indicativo, quando do Presente do Subjuntivo. Tu e vós provêm
05) Verbos Abundantes do Presente do Indicativo, sem a desinência -s; você, nós e
Verbos abundantes são aqueles que apresentam duas vocês provêm do Presente do Subjuntivo. Por exemplo, veja a
formas de mesmo valor. Geralmente ocorrem no particípio, que conjugação do verbo cantar. Presente do indicativo: Eu canto,
chamaremos de particípio regular, terminado em -ado, -ido, tu cantas, ele canta, nós cantamos, vós cantais, eles cantam.
usado na voz ativa, com o auxiliar ter ou haver, e particípio Presente do Subjuntivo: Que eu cante, tu cantes, ele cante,
irregular, com outra terminação diferente, usado na voz passiva, nós cantemos, vós canteis, eles cantem.
com o auxiliar ser ou estar. Imperativo Afirmativo: Canta tu, cante você, cantemos
Exemplos de verbos abundantes nós, cantai vós, cantem vocês.
Infinitivo Particípio regular Particípio Irregular Exceção: Ser = sê tu, seja você, sejamos nós, sede
aceitar aceitado aceito vós, sejam vocês.

acender acendido aceso 03) Imperativo Negativo


O Imperativo Negativo provém do Presente do Subjuntivo.
contundir contundido contuso
Por exemplo, veja a conjugação do verbo cantar:
eleger elegido eleito Não cantes tu, não cante você, não cantemos nós, não
entregar entregado entregue canteis vós, não cantem vocês.
enxugar enxugado enxuto
Tempos derivados do Pretérito Perfeito do Indicativo
expulsar expulsado expulso O Pretérito Perfeito do Indicativo forma o Pretérito Mais-
imprimir imprimido impresso -que-perfeito do Indicativo, o Futuro do Subjuntivo e o Pretérito
limpar limpado limpo Imperfeito do Subjuntivo.
murchar murchado murcho 01)Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo O Pretérito
suspender suspendido suspenso Mais-que-perfeito do Indicativo é obtido pela eliminação da
tingir tingido tinto desinência -m da terceira pessoa do plural do pretérito perfeito
do indicativo (eles), acrescentando-se as mesmas desinências
Obs.: Os verbos abrir, cobrir, dizer, escrever, fazer, pôr, número-pessoais para os verbos regulares ( - / s / - / mos / is / m).
ver e vir só possuem o particípio irregular aberto, coberto, dito,
Na segunda pessoa do plural (vós), troca-se o -a por -e. Por
escrito, feito, posto, visto e vindo. Os particípios regulares
exemplo, veja a conjugação dos verbos cantar, vender e sorrir.
gastado, ganhado e pagado estão caindo ao desuso, sendo
Eles cantaram - m = eu cantara, tu cantaras, ele cantara,
substituídos pelos irregulares gasto, ganho e pago.
nós cantáramos, vós cantareis, eles cantaram.
Formação dos tempos simples Eles venderam - m = eu vendera, tu venderas, ele ven-
Tempos derivados do Presente do Indicativo dera, nós vendêramos, vós vendêreis, eles venderam.
Eles sorriram - m = eu sorrira, tu sorriras, ele sorrira,
O Presente do Indicativo forma o Presente do Subjuntivo
nós sorríramos, vós sorríreis, eles sorriram.
e o modo Imperativo.
02) Futuro do Subjuntivo
01) Presente do Subjuntivo
O Futuro do Subjuntivo é obtido pela eliminação da
O Presente do Subjuntivo é obtido pela eliminação da
desinência -am da terceira pessoa do plural do pretérito
desinência -o da primeira pessoa do singular do presente
perfeito do indicativo (eles), acrescentando-se as mesmas
do indicativo (eu). Aos verbos de 1ª conjugação, acrescenta-
desinências número-pessoais para os verbos regulares ( - / es
-se -e; aos de 2ª e 3ª, -a, acrescentando-se, ainda, as mesmas
/ - / mos / des / em).
desinências do Presente do Subjuntivo para os verbos regulares
(/ s / - / mos / is / m). Por exemplo, veja a conjugação dos verbos O Futuro do Subjuntivo sempre é iniciado pelas conjunções
cantar, vender e sorrir. quando ou se. Por exemplo, veja a conjugação dos verbos
Eu canto (- o + e) = que eu cante, tu cantes, ele cante, nós cantar, vender e sorrir.
cantemos, vós canteis, eles cantem Eu vendo (- o + a) = que Eles cantaram - am= quando eu cantar, tu cantares, ele
eu venda, tu vendas, ele venda, nós vendamos, vós vendais, cantar, nós cantarmos, vós cantardes, eles cantarem.
eles vendam Eu sorrio (-o + a) = que eu sorria, tu sorrias, ele Eles venderam - am= quando eu vender, tu venderes,
sorria, nós sorriamos, vós sorriais, eles sorriam. ele vender, nós vendermos, vós venderdes, eles venderem.
Exceções: Eles sorriram - am= quando eu sorrir, tu sorrires, ele
querer = Eu quero / queira, queiras, queira, queiramos, sorrir, nós sorrirmos, vós sorrirdes, eles sorrirem.
queirais, queiram.
03) Pretérito Imperfeito do Subjuntivo
ir = Eu vou / vá, vás, vá, vamos, vades, vão.
O Pretérito Imperfeito do Subjuntivo é obtido pela eli-
saber = Eu sei / saiba, saibas, saiba, saibamos, saibais,
minação da desinência -ram da terceira pessoa do plural
saibam.
do pretérito perfeito do indicativo (eles), acrescentando-se

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LÍNGUA PORTUGUESA
a desinência do Pretérito Imperfeito do Subjuntivo -sse e as vender = era para eu vender, tu venderes, ele vender, nós
mesmas desinências número-pessoais para os verbos regulares vendermos, vós venderdes, eles venderem.
( - / s / - / mos / is / m). sorrir = eu sorrir, tu sorrires, ele sorrir, nós sorrirmos, vós
O Pretérito Imperfeito do Subjuntivo sempre é iniciado pelas sorrirdes, eles sorrirem.
conjunções caso ou se. Por exemplo, veja a conjugação dos 04) Pretérito Imperfeito do Indicativo
verbos cantar, vender e sorrir. O Pretérito Imperfeito do Indicativo é obtido pela elimi-
Eles cantaram - ram + sse= se eu cantasse, tu cantas- nação da terminação verbal -ar, -er, -ir do Infinito Impessoal,
ses, ele cantasse, nós cantássemos, vós cantásseis, eles acrescentando-se a desinência -ava- para os verbos terminados
cantassem. em -ar e a desinência -iapara os verbos terminados em -er e
Eles venderam - ram + sse= se eu vendesse, se tu -ir e, depois, as mesmas desinências número-pessoais para os
vendesses, se ele vendesse, se nós vendêssemos, se vós verbos regulares ( - / s / - / mos / is / m). Na segunda pessoa do
vendêsseis, se eles vendessem. plural (vós), troca-se o -a por -e.cantar - ar + ava = eu cantava,
Eles sorriram - ram + sse= se eu sorrisse, se tu sorris- tu cantavas, ele cantava, nós cantávamos, vós cantáveis, eles
ses, se ele sorrisse, se nós sorrissemos, se vós sorrisseis, cantavam.
se eles sorrissem. vender - er + ia = eu vendia, tu vendias, ele vendia, nós
vendíamos, vós vendíeis, eles vendiam.
Tempos derivados do Infinitivo Impessoal
sorrir - ir + ia = eu sorria, tu sorrias, ele sorria, nós sorríamos,
O Infinitivo Impessoal forma o Futuro do Presente do Indi-
vós sorríeis, eles sorriam.
cativo, o Futuro do Pretérito do Indicativo e o Pretérito Imperfeito Os verbos que não seguem as regras acima são ter, pôr,
do Indicativo. vir e ser.
01) Futuro do Presente do Indicativo Ter = tinha, tinhas, tinha, tínhamos, tínheis, tinham.
O Futuro do Presente do Indicativo é obtido pelo acréscimo Pôr = punha, punhas, punha, púnhamos, púnheis, punham.
ao infinitivo das desinências -ei / ás / á /emos / eis / ão. Vir = vinha, vinhas, vinha, vínhamos, vínheis, vinham.
Por exemplo, veja a conjugação dos verbos cantar, vender Ser = era, eras, era, éramos, éreis, eram.
e sorrir. 4. EXERCÍCIOS
cantar = eu cantarei, tu cantarás, ele cantará, nós cantare-
mos, vós cantareis, eles cantarão. MORFOLOGIA
vender = eu venderei, tu venderás, ele venderá, nós ven- ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS
deremos, vós vendereis, eles venderão. 01) UFU - A palavra ensolarada tem o mesmo processo de
sorrir = eu sorrirei, tu sorrirás, ele sorrirá, nós sorriremos, formação da palavra:
vós sorrireis, eles sorrirão. a) desalmada.
02) Futuro do Pretérito do Indicativo b) inspirada. d) sonhada.
c) esperada. e) amada.
O Futuro do Pretérito do Indicativo é obtido pelo acréscimo
ao infinitivo das desinências -ia / ias / ia / íamos / íeis / iam. 02) UM - Aponte a alternativa em que não ocorre corres-
Por exemplo, veja a conjugação dos verbos cantar, vender pondência entre o emprego do prefixo grego e o sentido
e sorrir. expresso entre parênteses.
cantar = eu cantaria, tu cantarias, ele cantaria, nós canta- a) anônimo (sem nome)
ríamos, vós cantaríeis, eles cantariam. b) sincrônico (ao mesmo tempo)
vender = eu venderia, tu venderias, ele venderia, nós ven- c) parágrafo (escrito ao lado)
deríamos, vós venderíeis, eles venderiam. d) anticristo (contrário a Cristo)
sorrir = eu sorriria, tu sorririas, ele sorriria, nós sorriríamos, e) apogeu (no alto da terra)
vós sorriríeis, eles sorriram. 03) E. S. Uberaba - Todos os verbos seguintes são formados
Exceções: Os verbos fazer, dizer e trazer são conjugados por parassíntese (derivação parassintética), exceto:
no Futuro do Presente e no Futuro do Pretérito, seguindo-se as a) endireitar
b) atormentar d) desvalorizar
mesmas regras acima, porém sem as letras ze, sendo estrutu-
c) enlouquecer e) soterrar
rados, então, assim: far, dir, trar.
fazer = eu farei, tu farás, ele fará, nós faremos, vós fareis, 04) Uece - Pertence à área semântica de chuva a palavra:
eles farão. a) pluvial.
dizer = eu diria, tu dirias, ele diria, nós diríamos, vós diríeis, b) fulvo. d) plúmbeo.
eles diriam. c) cúpido. e) fluvial.
trazer = eu trarei, tu trarás, ele trará, nós traremos, vós 05) Londrina - A palavra resgate é formada por derivação:
trareis, eles trarão. a) prefixal.
03) Infinitivo Pessoal b) sufixal. d) parassintética.
O Infinitivo Pessoal é obtido pelo acréscimo ao infinitivo das c) regressiva. e) imprópria.
desinências / - / es / - / mos / des / em. 06) Cesgranrio - O prefixo de irregular difere semanticamente
Por exemplo, veja a conjugação dos verbos cantar, vender do prefixo de:
a) desumano
e sorrir.
b) imigrante d) anormalidade
cantar = era para eu cantar, tu cantares, ele cantar, nós
c) ilimitado e) intolerância
cantarmos, vós cantardes, eles cantarem.

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LÍNGUA PORTUGUESA
07) Faap - “Vou-me embora pra Pasárgada.” Embora (em + 02) FSJT - São substantivos usados só no masculino:
boa + hora) – processo de formação de palavras a que a) champanha – guaraná – estigma – apêndice.
chamamos: b) capital – grama – omoplata – aluvião.
a) derivação prefixal. c) cal – radiovitrola – plasma – eclipse.
b) derivação sufixal. d) comichão – moral – cisma – personagem.
c) composição por justaposição. e) usucapião – lança-perfume – cal – intérprete.
d) composição por aglutinação.
e) derivação regressiva. 03) UM - Desejavam transformar os... em... do céu.
a) pagões – cidadões c) pagões – cidadãos
08) Faap - Infatigavelmente (in + fatigável + mente) – proces- b) pagãos – cidadões d) pagãos – cidadãos
so de formação de palavras a que chamamos:
a) derivação prefixal. 04) Fuvest - Assinale a alternativa em que está correta a
b) derivação sufixal. forma plural.
c) derivação prefixal e sufixal. a) júnior – júniors
d) composição por justaposição b) gavião – gaviães d) mal – maus
e) composição por aglutinação c) fuzil – fusíveis e) atlas –atlas

09) BB - A palavra “aguardente” formou-se por: 05) Cefet - Das opções a seguir, assinale a que apresenta um
a) hibridismo substantivo que só tem uma forma no plural.
b) aglutinação d) parassíntese a) guardião
c) justaposição e) derivação regressiva b) espião d) vulcão
c) peão e) cirurgião
10) CESGRANRIO - Indique a palavra que foge ao processo
de formação de chapechape: 06) UM - Assinale a alternativa correta quanto ao gênero das
a) zunzum palavras:
b) reco-reco d) tilim-tlim a) A lança-perfume foi proibida no carnaval.
c) toque-toque e) vivido b) Os observadores terrestres esperavam atentos a eclipse
11) FFCL - As palavras couve-flor, planalto e aguardente da Lua.
são formadas por: c) A gengibre é uma erva de grande utilidade medicinal.
a) derivação d) A dinamite é um explosivo à base de nitroglicerina.
b) onomatopeia d) composição
c) hibridismo e) prefixação 07) UEL - “Viam-se... junto aos ...do jardim”.
a) papelsinhos - meios-fio
12) “Seu sim, pode ter certeza, não me convenceu, Amaro!” b) papeizinhos - meios-fios d) papelsinhos - meios-fios
A palavra em destaque é formada por: c) papeizinhos - meio-fios e) papeizinhos - meio-fios
a) prefixal
b) sufixal d) parassintética 08) Uni-Rio - Nas palavras abaixo, há uma com erro de flexão.
c) regressiva e) imprópria Assinale-a.
a) irmãozinhos
13) CESGRANRIO - Assinale a opção em que nem todas as b) papelzinhhos d) heroizinhos
palavras são de um mesmo radical: c) exortaçõezinhas e) lençoizinhos
a) noite, anoitecer, noitada
b) luz, luzeiro, alumiar 09) FFALM - Identifique o substantivo que só se usa no plural.
c) incrível, crente, crer a) lápis
d) festa, festeiro, festejar b) pires d) ônibus
e) riqueza, ricaço, enriquecer c) tênis e) idos
14) 2016/IBFC - Assinale a alternativa correta. A palavra
10) F. Objetivo - Indique o substantivo que tem apenas um
insensatez é composta por: gênero.
a) Sufixo; c) Sufixo e prefixo; a) estudante
b) Prefixo; d) Afixo e infixo b) indígena d) jornalista
c) mártir e) testemunha
15) 2016/FUNRIO - Em pré-disposição, o prefixo pré tem o
seguinte significado:
11) Cefet - Das opções a seguir, assinale a que apresenta um
a) negação. substantivo que só tem uma forma no plural.
b) duplicação. d) anterioridade. a) guardião
c) proximidade. e) inferioridade. b) espião d) vulcão
c) peão e) cirurgião
CLASSE DE PALAVRAS
Adjetivo / Substantivo 12) UFJF -
“... eu não sou propriamente um autor defunto,
01) Cefet - Assinale a alternativa em que a palavra tem o
mas um defunto autor...” (Machado de Assis)
gênero indicado incorretamente. I. No primeiro caso, autor é substantivo; defunto é
a) a ênfase adjetivo.
b) a grama d) o crisma II. No segundo caso, defunto é substantivo; autor é
c) o alface e) o ágape adjetivo.

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LÍNGUA PORTUGUESA
III. Em ambos os casos, tem-se um substantivo com- c) Certeza e exatidão, estas qualidades não as tenho.
posto. d) Os problemas que o afligem não me deixam descuidado.
Marque: e) Muita é a procura; pouca, a oferta.
a) se I e II forem verdadeiras.
05) Esan - Assinale a alternativa correta.
b) se I e III forem verdadeiras.
a) Mostraram-me cinco livros. Comprei todos cinco.
c) se II e III forem verdadeiras.
d) se todas forem verdadeiras. b) Mostraram-me cinco livros. Comprei todos cinco livros.
e) se todas forem falsas. c) Mostraram-me cinco livros. Comprei todos os cinco.
d) Mostraram-me cinco livros. Comprei a todos cinco livros.
13) 2016/FGV - “O povo, ingênuo e sem fé das verdades, e) n.d.a.
quer ao menos crer na fábula, e pouco apreço dá às de-
monstrações científicas.” 06) 2016/IOBV - Quanto à classificação dos numerais, os que
(Machado de Assis) indicam o aumento proporcional de quantidade, podendo
No fragmento acima, os dois adjetivos sublinhados pos- ter valor de adjetivo ou substantivo são os numerais:
suem, respectivamente, os valores de a) Multiplicativos. c) Cardinais.
a) qualidade e estado. b) Ordinais. d) Fracionários.
b) estado e relação.
07) 2012/IESES - “Em maio, um abaixo-assinado, para que
c) relação e característica.
d) característica e qualidade. o parlamento extinga a lei ortográfica, tomou a 82ª Feira
e) qualidade e relação. do Livro de Lisboa.” O numeral ordinal destacado está
corretamente escrito na alternativa:
14) 2016/FGV - Os adjetivos mostram diferentes valores em a) Octagésima segunda.
nossa língua; o valor indicado inadequadamente é: b) Octogésima segunda.
a) rochas distantes/localização; c) Oitagésima segunda.
b) pés sobre-humanos/qualidade; d) Oitogésima segunda.
c) grandes naus/característica; 08) IBGE - Assinale a opção que apresenta o emprego correto
d) pés redondos/forma; do pronome, de acordo com a norma culta:
e) pés barrentos/matéria.
a) O diretor mandou eu entrar na sala.
b) Preciso falar consigo o mais rápido possível.
15) 2015/EXATUS - Assinale a alternativa em que o plural
c) Cumprimentei-lhe assim que cheguei.
está incorreto:
d) Ele só sabe elogiar a si mesmo.
a) velozeis. c) plantões.
e) Após a prova, os candidatos conversaram entre eles.
b) leões. d vapores.

Artigo / Numeral / Pronome 09) BB - Pronome empregado incorretamente:


a) Nada existe entre eu e você.
01) UFU - Em uma das frases, o artigo definido está empre- b) Deixaram-me fazer o serviço.
gado erradamente. Em qual? c) Fez tudo para eu viajar.
a) A velha Roma está sendo modernizada. d) Hoje, Maria irá sem mim.
b) A “Paraíba” é uma bela fragata. e) Meus conselhos fizeram-no refletir.
c) Não reconheço agora a Lisboa do meu tempo.
d) O gato escaldado tem medo de água fria. 10) UFMA - Identifique a oração em que a palavra certo é
e) O Havre é um porto de muito movimento. pronome indefinido:
a) Certo perdeste o juízo.
02) FMU - Procure e assinale a única alternativa em que há b) Certo rapaz te procurou.
erro no emprego do artigo. c) Escolheste o rapaz certo.
a) nem todas opiniões são valiosas. d) Marque o conceito certo.
b) Disse-me que conhece todo o Brasil. e) Não deixe o certo pelo errado.
c) Leu todos os dez romances do escritor.
11) Carlos Chagas - “Se é para _____ dizer o que penso,
d) Andou por todo Portugal.
creio que a escolha se dará entre _____.”
e) Todas cinco, menos uma, estão corretas.
a) mim, eu e tu
03) Fatec - Indique o erro quanto ao emprego do artigo. b) mim, mim e ti d) eu, mim e tu
a) Em certos momentos, as pessoas as mais corajosas c) eu, mim e ti e) eu, eu e ti
se acovardam. 12) PUC - Na frase: “Chegou Pedro, Maria e o seu filho dela”,
b) Em certos momentos, as pessoas mais corajosas se o pronome possessivo está reforçado para:
acovardam. a) ênfase c) figura de harmonia
c) Em certos momentos, pessoas as mais corajosas se b) elegância e estilo d) clareza
acovardam.
d) Em certos momentos, pessoas mais corajosas se aco- 13) FATEC - Indique em que alternativa os pronomes estão
vardam. bem empregados:
a) Deixou ele sair.
04) ITA - Determine o caso em que o artigo tem valor de b) Mandou-lhe ficar de guarda.
qualificativo. c) Permitiu-lhe, a ele, fazer a ronda.
a) Estes são os candidatos de que lhe falei. d) Procuram-o por toda parte.
b) Procure-o, ele é o médico! Ninguém o supera.

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LÍNGUA PORTUGUESA
14) Cesgranrio - Assinale a opção que completa as lacunas 03) 2014/FUNCAB - Assinale a opção que completa, correta
da seguinte frase: Ao comparar os diversos rios do mundo, e respectivamente, as lacunas da frase abaixo.
defendia com azedume e paixão a proeminência _____ Os animais ________que me refiro e _________ os
sobre cada um _____. quais trabalho trouxeram benefícios _________essa
a) desse, daquele comunidade.
b) daquele, destes d) deste, desse a) de - com - a
c) deste, daqueles e) deste, desses b) dos - a - para d) com - para - com
c) a - com - a e) em - para - por
15) UEPG - Assinale a alternativa em que a palavra onde
funciona como pronome relativo: 04) 2016/Instituto Excelência - Indique a alternativa em que
a) Não sei onde eles estão. aparece uma interjeição:
b) “Onde estás que não respondes?” a) Bravo! Vou indicar esse espetáculo aos meus amigos.
c) A instituição onde estudo é a UEPG. b) Ela chorou um rio de lágrimas.
d) Ele me deixou onde está a catedral. c) Corra, pois precisamos chegar o quanto antes.
e) Pergunto onde ele conheceu esta teoria. d) Nenhuma das alternativas.
16) Londrina - “Foram divididos _____ próprios os trabalhos
que _____ em equipe”. 05) 2015/Banestes
a) conosco – se devem realizar Claro, ué!
b) com nós – devem-se realizar A palavra sublinhada acima faz parte de uma classe de
c) conosco – devem realizar-se palavras que exprimem emoções, sensações e estados
d) com nós – se devem realizar de espírito, e que, muitas vezes, valem por uma estrutura
e) conosco – devem-se realizar linguística mais elaborada, pois, têm um sentido completo.
Qual classe é essa?
17) FCMSC - “Por favor, passe _____ caneta que está aí perto
a) Adjetivo.
de você; _____ aqui não serve para _____ desenhar.”
b) Pronome. d) Conjunção
a) aquela, esta, mim
c) Interjeição. e) Preposição
b) esta, esta, mim d) essa, essa, mim
c) essa, esta, eu e) aquela, essa, eu 06) PUC - Assinale a alternativa em que somente advérbios
foram acrescentados à frase: “O tempo passou.”
18) ETF - “Estamos certos de que V. Exa. _____ merecedor da
a) O sofrido tempo não passou muito rápido, infelizmente.
consideração que _____ dispensam _____ funcionários”.
b) O tempo passou bastante, majestoso.
a) é – lhe – vossos
c) Realmente, o tempo passou depressa demais.
b) é – lhe – seus d) sois – lhe – seus
d) Sim, o curto tempo já passou.
c) é – vos – vossos e) sois – vos – vossos
07) UFU - A opção em que há um advérbio exprimindo cir-
19) Carlos Chagas - “Acredito que todos _____ dizer que
cunstância de tempo é:
não _____.”
a) Possivelmente viajarei para São Paulo.
a) lhe irão – se precipite
b) Maria tinha aproximadamente 15 anos.
b) lhe irão – precipite-se d) irão lhe – precipite-se
c) As tarefas foram executadas concomitantemente.
c) irão-lhe – se precipite e) ir-lhe-ão – se precipite
d) Os resultados chegaram demasiadamente atrasados.
20) TRE - “O auxiliar judiciário discutiu _____ mesmos a
08) Famec - O adjetivo está empregado na função de advér-
respeito de possíveis desentendimentos entre _____ e
bio em:
_____.”
a) Acesa a luz, viu claro os gestos furtivos do animal.
a) conosco – eu – ti
b) A lamparina tornou claros os degraus da escada.
b) com nós – mim – tu d) conosco – eu – tu
c) Reservou par ao céu um azul bem claro.
c) com nós – mim – ti e) conosco – mim – ti
d) Subitamente, um claro ofuscou-lhe a vista.
2.3 - Preposição - Interjeição / Advérbio e) Não gostava das cores muito claras.

01) 2016/VUNESP - Nas passagens – Em um campo en- 09) UEPG - A frase em que o advérbio expressa simultanea-
lameado... – e – Em 1815... –, a preposição Em está mente ideias de tempo de negação é:
formando expressões que reportam, respectivamente, às a) Falei ontem com os embaixadores.
circunstâncias de b) Não me pergunte as razões da minha atitude.
a) modo e tempo. c) lugar e tempo. c) Eles sempre chegam atrasados.
b) lugar e meio. d) modo e lugar. d) Jamais acreditei que você viesse.
e) Agora seremos felizes.
02) 2015/EEAR - Assinale a alternativa que completa, correta
e respectivamente, as lacunas do texto abaixo. 10) UFV - Em todas as alternativas há dois advérbios, exceto
O candidato parece apto _____ o cargo. Tem capacidade em:
_____ exercer a função, e seu perfil profissional é coerente a) Ele permaneceu muito calado.
_____ a ideologia da instituição. Além disso, seu aparta- b) Amanhã, não iremos ao cinema.
mento fica próximo _____ nossa empresa. c) O menino, ontem, cantou desafinadamente.
a) para, com, com, de c) com, de, para, a d) Tranquilamente, realizou-se, hoje, o jogo.
b) com, para, com, a d) para, de, com, a e) Ela falou calma e sabiamente.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Verbo III. Não vá dizer que não foi orientado no tocante às
formas tributárias.
01) FUVEST - Assinale a alternativa em que uma forma verbal
foi empregada incorretamente: Os verbos destacados acima têm, no plural, as seguintes
a) O superior interveio na discussão, evitando a briga. formas:
b) Se a testemunha depor favoravelmente, o réu será a) vimos, vimos, ide
absolvido. b) viemos, vimos, vades d) vimos, vimos, vão
c) Quando eu reouver o dinheiro, pagarei a dívida. c) viemos, vimos, ides e) vimos, viemos, vão
d) Quando você vir Campinas, ficará extasiado.
e) Ele trará o filho, se vier a São Paulo. 10) BANESPA - Assinale a alternativa que preenche corre-
tamente as lacunas do período ao lado: “Se você os ____,
02) CARLOS CHAGAS - Não te ____ com essas mentiras não ____ no que lhe ____ “.
que ____ da ignorância. a) ver - creia - disser
a) aborreces, proveem b) ver - creias - dizerem d) vir - creia - disserem
b) aborreça, provém d) aborreça, proveem c) ver - crê - disserem e) vir - creias - disserem
c) aborreças, provêm e) aborreças, provém
11) CORREIOS - “Não sabemos qual será nossa reação
03) CESGRANRIO - A frase negativa que corresponde a “Põe quando ____ a chegada do adversário.”
nela todo o incêndio das auroras” é: a) vemos
a) Não põe nela todo o incêndio das auroras. b) vimos d) virmos
b) Não ponhas nela todo o incêndio das auroras. c) veremos e) vermos
c) Não põem nela todo o incêndio das auroras.
d) Não ponha nela todo o incêndio das auroras. 12) PUC - Trazendo-os é o gerúndio do verbo trazê-los. Nas
e) Não pondes nela todo o incêndio das auroras. formas abaixo, do imperativo, assinale a única incorreta:
a) traze-os tu
04) FCM - Mesmo que a direção o ____ para o lugar e ele ____ b) traga-os você d) trazei-los vós
nomeado, duvido que ____ a exercer o cargo. c) tragamo-los nós e) tragam-nos vocês
a) indicar, for, chega
b) indicaria, seja, chega d) indique, seja, chegue 13) PUC - Indique a frase onde houver uma forma verbal
c) indique, for, chega e) indicar, ser, chegue incorreta:
a) Os vegetais clorofilados sintetizam seu próprio alimento.
05) CESESP - Assinalar o único item em que o emprego do b) Se ela vir de carro, chame-me.
infinitivo está errado: c) Lembramos-lhes que o eucalipto é uma excelente planta
a) Deixei-os sair, mas procurei orientá-los bem. para o reflorestamento.
b) De hoje a três meses podes voltar aqui. d) Há rumores de que pode haver novo racionamento de
c) Disse ser falsas aquelas assinaturas. gasolina.
d) Depois de alguns instantes, eles parecia estarem mais
14) MACKENZIE - Assinale a alternativa em que não há erro
conformados.
na forma verbal:
e) Viam-se brilhar as primeiras estrelas.
a) Minha mãe hesitou; tu não hesitastes.
06) ETF - “Se ele ____ o requerimento, posso mostrar-lhe a b) Esta página vale por meses; quero que valha para
prova quando ____”. sempre.
c) Tu tiveste dezessete anos; vós tivesteis sempre a mes-
a) troxer - querer
ma idade.
b) trouxer - quiser d) trouxer - querer
d) A análise das minhas emoções é que entrava no meu
c) trazer - querer e) trazer - quiser
plano; vós não entravais.
e) Achavam-se lindo e diziam-no; achaveis-me lindo e
07) ETF - “Se vocês não ____ os mais exaltados, creio que
dizieis-mo.
eles se ____ seriamente”.
a) contessem - desaveriam 15) FUVEST - Assinale a alternativa gramaticalmente correta:
b) contessem - desaviriam a) Não chores, cala, suporta a tua dor.
c) contessem - desaviam b) Não chore, cala, suporta a tua dor.
d) contivessem - desaveriam c) Não chora, cale, suporte a sua dor.
e) contivessem - desaviriam d) Não chores, cales, suportes a sua dor.
e) Não chores, cale, suporte a tua dor.
08) BB - “Enquanto uns trabalhavam, outros ____ televisão”.
a) se entretiam na 16) TRE - “Tendo ____ na operação, os funcionários se ____
b) entretiam na d) entretinham com a a serviços essenciais e executaram as tarefas que lhes
c) entretinham na e) se entretinham com a ____”.
a) intervido - ativeram - caberam
09) TRT - Observe: b) intervido - ateram - couberam
I. Eu venho pensando em exercer atividades no campo c) intervindo - ateram - caberam
da fiscalização. d) intervindo - ativeram - couberam
II. Vi quando você apreendeu a mercadoria. e) intervido - ativeram - couberam

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LÍNGUA PORTUGUESA
17) TRE - Observe a frase: “Se tu ____ que os eleitores che- 04) ESPM - No trecho “...Apollinaire, que foi um bom poeta,
gam para votar, ____ a porta e ____ -os entrar”. revelara-se um mau profeta, já que os poetas continuaram
a) veres / abre / deixa a se valer do livro para difundir seus poemas...”, o conector
b) veres / abra / deixe em negrito só não possui o mesmo valor semântico de:
c) vires / abra / deixa a) porque.
d) vires / abre / deixa b) conquanto.
e) virdes / abri / deixai c) visto que.
d) uma vez que
18) CESGRANRIO - Assinale a frase em que há erro de e) como.
conjugação verbal:
a) Os esportes entretêm a quem os pratica. 05) 2016/COSEAC - “Portanto, ao apresentar-me aqui como
b) Ele antevira o desastre. brasileira, automaticamente sou romana, sou egípcia, sou
c) Só ficarei tranquilo, quando vir o resultado. hebraica.”
d) Eles se desavinham frequentemente. O período transcrito acima, em relação ao que lhe ante-
e) Ainda hoje requer o atestado de bons antecedentes. cede no texto, exprime o sentido de:
a) adição.
19) MACKENZIE - Que alternativa contém as palavras ade- b) conclusão
quadas para o preenchimento das lacunas? c) explicação.
“Ao lugar de onde eles ____, ____ diversas romarias.” d) concessão.
a) provém, afluem e) conformidade.
b) provém, aflue
c) provém, aflui 5. GABARITOS
d) proveem, afluem
e) provêm, afluem MORFOLOGIA

20) BB - “Se ____ que não sabes, ____ outra questão”. Estrutura e formação de palavras
a) vires, faz 01) A 02) E 03) D 04) A 05) C
b) veres, faças 06) B 07) D 08) C 09) B 10) E
c) ver, faça 11) D 12) E 13) B 14) C 15) D
d) vir, faz
e) vires, faze Classe de Palavras
Adjetivo / Substantivo
Conjunção
01) C 02) A 03) D 04) E 05) B
01) Indique qual das conjunções aditivas indica ideia de 06) D 07) B 08) B 09) E 10) E
oposição.
11) B 12) A 13) E 14) E 15) A
a) Meu irmão e eu fomos ao cinema do bairro.
b) Bruna não telefonou nem deu notícias.
Artigo / Numeral / Pronome
c) Leandro apareceu com o carro e disse que o comprara
há pouco. 01) D 02) A 03) A 04) B 05) C
d) Estou procurando Alice há mais de uma hora e ainda 06) A 07) B 08) D 09) A 10) B
não a encontrei. 11) C 12) D 13) C 14) C 15) C
e) Não só trouxemos as prendas mas também armamos 16) D 17) C 18) B 19) A 20) E
as barracas da quermesse.
Preposição/ Interjeição / Advérbio
02) CONSULPLAN - “Já a produção de petróleo não é sufi-
01) C 02) D 03) C 04) A 05) C
ciente para atender à demanda, embora a dependência
externa no setor tenha conhecido…” O termo “embora”, 06) C 07) C 08) A 09) D 10) A
nesse fragmento, estabelece relação lógico-semântica de:
a) Condição. Verbo
b) Adição. 01) B 02) C 03) B 04) D 05) C
c) Conformidade. 06) B 07) E 08) E 09) D 10) D
d) Concessão.
11) D 12) D 13) B 14) B 15) A
e) Tempo.
16) D 17) D 18) E 19) E 20) E
03) CONSULPLAN - “- Pois é, não jogo futebol, mas tenho
alma de artilheiro…” a palavra destacada exprime ideia de: Conjunção
a) Escolha.
01) D 02) D 03) B 04) B 05) B
b) Contraste, oposição.
c) Finalidade.
d) Explicação.
e) Soma, adição.

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LÍNGUA PORTUGUESA
PARTE III – SINTAXE 2) Sujeito simples - aquele que apresenta apenas um
núcleo:
1. FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO • Muitos funcionários das repartições públicas de São Paulo
Frase: estão afastados.
É todo enunciado que tem sentido completo. A frase pode •As minhas duas belas primas do interior chegaram.
ou não ter verbo.
Quando o núcleo está expresso na frase, chamamo-lo de
Quando não tem, denomina-se FRASE NOMINAL.
sujeito simples claro.
• “Eta, vida besta, meu Deus.”
(Carlos Drummond de Andrade) Quando o núcleo não está expresso na frase, chamamo-lo
• Fogo! de sujeito simples oculto, ou desinencial, ou não expresso, ou
Embora as frases nominais não tenham verbo, conseguem implícito, ou elíptico.
comunicar ideias completas, pois pressupõem a presença de Obs.: A Nomenclatura Gramatical Brasileira não reconhe-
verbos ocultos subentendidos. Equivalem a: ce o sujeito oculto ou elíptico; para a NGB, será determinado
• Meu Deus, como essa vida é besta. apenas.
• Está pegando fogo! 3) Sujeito composto - aquele que apresenta dois ou
Oração: mais núcleos:
É todo enunciado que contenha verbo: Eu e ela chegamos a um acordo.
• Todos querem... O presidente e seus ministros participaram das comemo-
• “Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos rações do Dia da Independência.
de réis.” 4) Sujeito indeterminado - Surge quando existe um ele-
(Machado de Assis)
Período: mento sobre o qual se declara algo, mas não se pode identificar
É todo enunciado que possui verbo (oração) e sentido com- tal elemento; é aquele que, embora existindo, não se quis ou
não se pôde representar na oração.
pleto (frase), ou seja, é uma frase com verbo, ou uma oração
• Chegaram bem tarde hoje. - não se sabe “quem chega-
com sentido completo.
ram”.
Pode ter uma ou mais orações. Deve terminar por ponto-
Há duas maneiras de tornar o sujeito indeterminado:
-final, ponto de interrogação, ponto de exclamação ou por
a) com verbos na 3ª pessoa do plural, sem sujeito expres-
reticências.
so (ou que não haja referência a nenhum ser anteriormente
Se tem uma só oração, é período simples; duas ou mais
expresso):
orações, período composto: • Roubaram meu anel.
a) Período simples: “O sertanejo é antes de tudo um forte.” • Destruíram dois orelhões em pleno centro da cidade.
(Euclides da Cunha)

b) Período composto: Chegou de mansinho, bateu, entrou Obs.: Quando o contexto permite definir o agente da ação,
e sentou-se calado. teremos um sujeito simples oculto:
• Umas pessoas malvadas estiveram aqui e roubaram o
2. SINTAXE DA ORAÇÃO meu anel.
Termos Essenciais da Oração • Aqueles vândalos presos ontem destruíram dois orelhões
Observe a oração abaixo: em pleno centro da cidade.
• Os acionistas pareciam bastante apreensivos. b) com verbos na 3ª pessoa do singular, seguido da partí-
Nela podemos identificar dois conjuntos: cula SE - índice de indeterminação do sujeito:
▪ o ser de quem se afirma algo, chamado de sujeito: os • Vive-se bem nesta cidade.
acionistas; • Trata-se de questões tributárias.
▪ aquilo que se diz do ser, que é o predicado: pareciam
5) Sujeito oracional - Surge quando o sujeito de uma
bastante apreensivos.
oração é toda uma outra oração.
O sujeito e o predicado são chamados de termos essenciais
• É bom que todos compareçam.
da oração.
1ª oração: É bom.
Obs.: Apesar de ser um “termo essencial”, há frases em
2ª oração (sujeito): que todos compareçam.
Língua Portuguesa em que não há sujeito.
O que é bom? sujeito = que todos compareçam.
SUJEITO
Obs.: Na análise sintática, esta oração que funciona como
Aquele, ou aquilo, a respeito do qual se transmite uma
sujeito é classificada como oração subordinada substantiva
informação.
subjetiva.
De acordo com o modo como aparece na frase, pode ser
classificado como determinado ou indeterminado. 6) Oração sem sujeito - Não há um elemento ao qual se
atribui o predicado. Ocorre nos seguintes casos:
1) Sujeito determinado - Ocorre quando se pode deter-
a) com os verbos que indicam fenômeno da natureza:
minar o elemento ao qual o predicado se refere: • Choveu muito pouco no verão passado.
• Os operários cruzaram os braços logo cedo. • Trovejou durante horas seguidas.
Os operários = sujeito determinado, pois podemos identificar b) com o verbo haver indicando “existência” ou “aconte-
o termo ao qual se atribui o ato de cruzar os braços. cimento”:
• Passamos férias maravilhosas. • Na festa havia muitas pessoas.
O sujeito (termo sobre o qual se projeta a ação de passar) • Há anos surgiu no teatro brasileiro uma nova estrela.
está implícito na desinência verbal “Passamos”. c) com os verbos ser e estar, indicando tempo:
Temos então sujeito determinado ou desinencial. • Amanhã será dia 15.

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LÍNGUA PORTUGUESA
• Hoje está frio. ▪Verbo transitivo indireto: exige um objeto indireto (com-
d) com o verbo fazer indicando tempo ou fenômeno da plemento com preposição):
natureza: • Todos nós precisamos de descanso.
• Faz duas horas que ele saiu. • Os alunos devem confiar em seus professores.
• Fará, no próximo domingo, vinte anos que a conheci. ▪ Verbo transitivo direto e indireto: exige dois objetos,
e) com os verbos bastar e chegar seguidos da preposição de: um direto e outro indireto:
• Chega de conversa mole. • Ontem emprestei meu carro ao vizinho.
• Basta de reclamações. • Confiei meu carro ao meu irmão.
Obs.: Obs.:
1) Em todos os casos acima, os verbos não têm sujeito; são 1) Ao classificarmos um verbo, temos de fazê-lo dentro do
chamados, então, de verbos impessoais. Devem ficar sempre texto. É o contexto que vai indicar a sua classificação.
na 3ª pessoa do singular. Ela já escreve bem. (verbo intransitivo)
Exceção é o verbo ser, que merecerá tratamento especial Ela escreveu dois poemas. (verbo transitivo direto)
na concordância verbal. • Ela me escreveu ontem. (verbo transitivo indireto)
2) Os verbos que indicam fenômeno da natureza, empre- • Ela ainda não me escreveu uma linha sequer. (verbo
gados metaforicamente, admitem sujeito: transitivo direto e indireto)
• Sua negativa anuviou minha alegria. • Ela permanecia calada. (verbo de ligação)
• Choveram bombas sobre a cidadezinha serrana. • Ela permanecia na sala. (verbo intransitivo)
2) Existem verbos intransitivos (não têm objeto) que apa-
► PREDICADO recem sempre com adjunto adverbial:
É a informação que se transmite a respeito de algo ou • Ninguém entrou no carro. (verbo intransitivo + adjunto
alguém. No processo da comunicação, as palavras que formam adverbial de lugar “no carro”)
uma frase estão agrupadas em dois eixos: o sujeito e o predica- • Cheguei tarde. (verbo intransitivo + adjunto adverbial de
do. Como vimos, pode haver frase sem sujeito. Nunca, porém, tempo “tarde”)
existirá uma frase sem predicado. • Irei ao cinema. (verbo intransitivo + adjunto adverbial de
Antes de classificarmos os predicados, vamos primeiro de- lugar “ao cinema”)
finir os verbos, como eles aparecem na formação do predicado, • Voltaram para as suas casas. (verbo intransitivo + adjunto
e também os predicativos (do sujeito e do objeto). adverbial de lugar “para as suas casas”)
Verbo de ligação - É aquele que liga o sujeito ao seu pre-
► PREDICATIVOS
dicativo (termo que expressa um estado ou qualidade). A função
São termos que expressam um estado ou qualidade.
do verbo de ligação é apenas “ligar” o predicativo ao sujeito.
I) Predicativo do sujeito - Indica uma qualidade ou estado
Pode ser eliminado sem causar prejuízo ao sentido da frase:
para o sujeito colocado dentro do predicado.
• Os alunos estavam alegres.
É obrigatório após um verbo de ligação e, eventualmente,
• Os alunos ficaram alegres.
pode aparecer após verbos intransitivos e transitivos:
Obs.: a) com verbos de ligação:
1) Normalmente são verbos de ligação: ser, estar, ficar, • Os alunos são estudiosos.
continuar, parecer, permanecer e tornar-se. • Os jogadores acabaram cansados.
2) Estes verbos são de ligação somente quando acom-
panhados de um predicativo do sujeito. Caso não haja um b) com verbos intransitivos:
predicativo para o sujeito, eles serão chamados de intransitivos. • O trem chegou atrasado.
• Os alunos estavam no pátio. • Os meninos chegaram famintos.
Note que agora não há mais predicativo do sujeito. Não
c) com verbos transitivos diretos:
há, então, verbo de ligação; estavam é verbo intransitivo, e no
• Meu primo foi nomeado diretor.
pátio é adjunto adverbial.
• O paciente recebeu tranquilo a notícia.
Vejamos outros exemplos:
• Flávia está aqui. d) com verbos transitivos indiretos:
• Pedro ficou em casa. • Os torcedores assistiram nervosos à decisão.
• Os delegados procederam cautelosos ao inquérito.
►TRANSITIVIDADE VERBAL
1) Verbo nocional - É aquele verbo que expressa ideia de II) Predicativo dos Objetos Direto ou Indireto - Termo que
ação. Nesse caso, o verbo não é apenas um elo, mas o termo expressa um estado ou uma qualidade do objeto atribuído
que encerra o sentido da frase. O verbo nocional subdivide-se em: a ele pelo sujeito:
1.1) Verbo intransitivo - É aquele que tem o sentido • Eles nomearam meu primo diretor.
completo, isto é, não precisa de complementos. • O povo elegeu-o senador.
• Todos chegaram. • Gosto de você cheirosa, Terezinha!
• O assaltante baleado morreu.
► CLASSIFICAÇÃO DO PREDICADO
1.2) Verbo transitivo - É aquele que tem sentido in- I) Predicado nominal - Aquele que apresenta como núcleo
completo, ou seja, o verbo precisa de complemento. O verbo o termo que indica o estado ou qualidade do sujeito (predi-
transitivo, por sua vez, subdivide-se em: cativo do sujeito). O verbo será sempre de ligação. Estrutura
▪ Verbo transitivo direto: exige um objeto direto (comple- do predicado nominal:
mento sem preposição): Sujeito + verbo de ligação + predicativo do sujeito:
• As chuvas transtornam as cidades grandes. • Estes operários são trabalhadores.
• Todos os alunos fizeram as redações solicitadas. • Seu avô está bastante velho.

30
LÍNGUA PORTUGUESA
II) Predicado verbal - Expressa a ideia de ação. Tem como Nos exemplos dados, as preposições podem ser eliminadas
núcleo um verbo nocional. Nesse caso, o verbo é importante; e os verbos continuam com os mesmos sentidos. Claro está
ele é que encerra o sentido da frase. Estrutura do predicado também que o objeto direto preposicionado serve para dar uma
verbal: variação ao entendimento total da frase:
a) Sujeito + verbo intransitivo: Beber algo é diferente de beber de algo, pois, na primeira,
• As aves voam no céu. temos a ideia do todo e, na segunda, a ideia da parte de um
• Chegamos cedo ao cinema. todo. Algumas vezes o emprego da preposição antes do objeto
direto é obrigatório. Veja quais são os casos:
b) Sujeito + verbo transitivo direto + objeto direto: a) antes dos pronomes oblíquos tônicos, ligados a verbos
• Alguns animais comem plantas. transitivos diretos:
• Todos os alunos fizeram a lição. • Viu a mim no mercado.
• O salva-vidas observou a nós na piscina.
c) Sujeito + verbo transitivo indireto + objeto indireto:
• As plantas precisam de sol. b) com o pronome relativo “quem”, funcionando como
• Os professores simpatizaram com o novo aluno. complemento na frase:
• Chegou o João, a quem não esperávamos.
d) Sujeito + verbo transitivo direto e indireto + objeto direto • Ela é a mulher a quem eu amo.
+ objeto indireto:
c) Para evitar dúvida no entendimento da frase:
• O rapaz informou a hora ao transeunte.
• Venceram aos japoneses os canadenses.
• Avisaram-me sobre o acidente.
• Enganou ao aluno o professor.
e) Oração sem sujeito com verbo intransitivo ou transitivo: III) Objeto direto pleonástico - É usado para enfatizar
• Choveu muito ontem. uma ideia contida no objeto direto com a repetição dele
• Nevou em várias cidades do sul. próprio. Para bem utilizá-lo, devemos colocá-lo no início da
III) Predicado verbo-nominal - É o predicado, composto frase, depois repeti-lo por meio de pronome oblíquo - ao qual
de um verbo nocional, mais um predicativo (do sujeito ou do daremos o nome de objeto direto pleonástico, pois pleonasmo
é aquilo que se repete.
objeto). Terá dois núcleos: um será o verbo nocional e o outro
• As rosas, dei-as para Maria.
será o predicativo.
• O bolo, nós não o comemos.
Estrutura do predicado verbo-nominal:
a) Sujeito + verbo intransitivo + predicativo do sujeito: IV) Objeto direto interno - Surge quando utilizamos um
• Os alunos chegaram atrasados. verbo intransitivo como transitivo direto, e seu complemen-
• Todos saíram apressados. to é da mesma família semântica do verbo:
• Viver uma vida fácil.
b) Sujeito + verbo transitivo direto + objeto direto + predi- • Sonhou um sonho alegre.
cativo do sujeito:
• As meninas comeram o bolo alegres. V) Objeto indireto - Completa o sentido do verbo transitivo
indireto, ou seja, vem indiretamente ligado ao verbo com o
• As mulheres deixaram o hospital felizes.
auxílio de preposições.
c) Sujeito + verbo transitivo indireto + objeto indireto + • Paguei ao médico.
predicativo do sujeito: • Deparamos com um estranho.
• As meninas se referiram ao pai felizes.
VI) Objeto indireto pleonástico - Da mesma forma já vista
• Os alunos obedeciam ao professor alegres. no objeto direto pleonástico, podemos repetir também o objeto
d) Sujeito + verbo transitivo direto + objeto direto + predi- indireto dentro da frase, para reforçar a ideia que se pretende
cativo do objeto: seja transmitida.
• O presente deixou as crianças felizes. • A mim, o que me deu foi pena.
• O professor tornou o exercício simples. • A ti, ó rosa perfumada, entrego-te o mundo.

► TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO VII Complemento nominal - É o termo que completa o


Chamamos termos integrantes os termos que completam sentido de um nome que por si só não dá a ideia que quere-
mos transmitir.
o sentido de um verbo ou de um nome. Eles são: objeto dire-
Por nome entendemos o substantivo, o adjetivo e o advér-
to, objeto indireto, complemento nominal e agente da passiva.
bio. O complemento nominal é sempre introduzido por uma
I) Objeto direto - Completa o sentido de um verbo transi- preposição.
tivo direto, ou seja, vem diretamente ligado ao verbo, sem o • O respeito às leis é obrigatório.
auxílio de preposição. • Temos fé em Deus.
• Marta comeu o bolo. • O sol é útil ao homem.
• Oferecemos um prêmio ao vencedor. • A testemunha falou favoravelmente ao réu.

II) Objeto direto preposicionado - É uma subclassificação VIII) Agente da passiva - É o complemento de um verbo
do objeto direto e surge quando o verbo é transitivo direto, mas na voz passiva analítica. É o agente que pratica uma ação
o complemento aparece antecedido de uma preposição indicada por um verbo na voz passiva. O agente da passiva
(que pode ser tirada sem prejuízo do sentido original do verbo), vem sempre introduzido por preposição, geralmente pela
pois a preposição aparece apenas para maior clareza, melhor preposição POR - e suas combinações: PELO, PELA, PELOS,
PELAS. Mas também podemos usar a preposição DE - e suas
harmonia ou para dar ênfase à expressão:
combinações - em algumas frases.
• Judas traiu a Cristo.
• A cidade foi cercada por soldados.
• As bruxas beberam de suas porções.
• O rei era aclamado pela multidão.

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LÍNGUA PORTUGUESA
► TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO • Todos os dias eu espero o jornal na porta.
Chamamos de termos acessórios aqueles que podem ser Período composto é o agrupamento de orações finalizadas
retirados da frase sem prejuízo para o sentido global. São por um único ponto:
eles: adjunto adnominal, adjunto adverbial e aposto. • Eu espero que você seja feliz.
• Todos vimos os homens que colhiam algodão no campo.
I) Adjunto adnominal - É o termo que determina ou ca-
racteriza um substantivo. Pode ser: O período composto se constitui de duas maneiras diferen-
a) um artigo: tes: por coordenação e por subordinação.
• O carro nos pertence. √ Período composto por coordenação: É o período que
b) um adjetivo: apresenta orações de sintaxe independente. Suas orações são
• O bom aluno estuda sempre. coordenadas, pois ligam-se pelo sentido ou através de uma
c) uma locução adjetiva: conjunção coordenativa.
• O amor da mãe é eterno.
d) um numeral: 3. COLOCAÇÃO PRONOMINAL
• Duas meninas saíram por aqui. Colocação pronominal é a posição do pronome pessoal
e) um pronome: oblíquo átono em relação ao verbo na frase. O pronome, em
• Um dia comprarei aquela casa. relação ao verbo, pode aparecer em três posições:
1. Próclise: antes do verbo:
II) Adjunto adverbial - É o termo que indica uma cir-
• Nada se perde.
cunstância (de tempo, causa, modo, lugar etc.) modificando
o sentido de um verbo, de um advérbio ou de um adjetivo. 2. Mesóclise: no meio do verbo:
Ele pode aparecer com ou sem preposição. • Dirigir-lhe-emos a palavra.
O adjunto adverbial não completa o sentido do termo a que se
liga, apenas modifica o seu sentido. 3. Ênclise: depois do verbo:
• Dormi em paz. - modifica o verbo. • Viram-me no shopping.
• Acordei bastante cedo. - modifica o advérbio. 1. PRÓCLISE
• Ela é muito bonita. - modifica o adjetivo. A próclise ocorre sempre que há palavras que atraiam o
O adjunto adverbial, quando modifica o adjetivo ou advér- pronome para antes do verbo, como:
bio, recebe o nome de adjunto adverbial de intensidade, por 1) os advérbios de maneira geral.
intensificar a ideia expressa por eles. • Não o vi na feira.
Ao modificar o verbo, o adjunto adverbial classifica-se de
• Talvez o veja ainda hoje.
acordo com a ideia expressa, porém essa classificação não é
• A noite ontem lhe fora alegre, não?
dada pela nomenclatura gramatical brasileira, e sim apenas
• Infelizmente me avisaram tarde.
sugerida pelos gramáticos.
Nota: se houver pausa, sinalizada pela vírgula, ocorrerá
Obs.: Veja a seguir algumas possibilidades:
ênclise e não próclise:
• Pedro foi, sim. - adj. adv. de afirmação
• Infelizmente, avisaram-me tarde.
• Ele falou do medo. - adj. adv. de assunto
• Maria fez tudo por amor. - adj. adv. de causa 2) os pronomes demonstrativo, indefinido, relativo, inter-
• Maria passeava com a mãe. - adj. adv. de companhia rogativo:
• Estudei muito apesar do calor. - adj. adv. de concessão • Isso me deixa transtornado.
• Farão com o meu auxílio. - adj. adv. de condição • Tudo me fez refletir muito.
III) Aposto - É o termo que explica, esclarece, discrimina ou • Este é um lugar onde me sinto bem.
identifica um outro termo da oração. Geralmente aparece entre • Alguém me ligou, Pedro?
vírgulas, mas pode também aparecer após dois-pontos, entre 3) as conjunções subordinativas:
travessões ou até sem essas pausas, porém sempre estará
• Comprarei isso, se me for útil. (conjunção adverbial
explicando um outro termo qualquer:
condicional)
• Pelé, rei do futebol, é meu amigo.
• É necessário que o leve ao médico. (conjunção integrante)
• Só quero uma coisa: sorvete.
• Quando me procurares, estarei bem longe daqui. (con-
• Após algum tempo - cinco ou seis minutos - ele voltou.
junção adverbial temporal)
VOCATIVO:
Nota: A elipse da conjunção não dispensa a próclise:
Usado como chamamento, é o termo que serve para atrair
• Peço a Vossa Excelência me dispense dessas formali-
a atenção do interlocutor para aquilo que se vai dizer. Pode
aparecer no começo, no meio ou no final da oração, mas não dades. (que me...)
faz parte nem do sujeito nem do predicado. É um termo isolado, • Quando passo e te vejo, exulto. (quando te...)
portanto não se classifica nem como termo integrante nem como Deve-se usar, ainda, a próclise:
termo acessório: 4) Se o gerúndio vier antecedido da preposição expletiva EM:
• Brasileiros e brasileiras, façamos tudo pela Pátria. • Em se pensando em verão, pensa-se em praia.
• Vocês por aqui, meninos?!
5) Em frases exclamativa, interrogativa, optativa:
► SINTAXE DO PERÍODO • Quanto me doeu essa distância!
Período simples é o agrupamento de palavras em torno de
• Quando me dirá a verdade, hein?
um verbo, com sentido completo:
• A vida lhe seja calma.
• Eu e meus irmãos compraremos roupas novas amanhã.

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LÍNGUA PORTUGUESA
6) Nas orações optativas cujo sujeito estiver anteposto ao (2) Vindo o infinitivo impessoal regido da preposição PARA,
verbo: quase sempre é indiferente a colocação do pronome oblíquo an-
• Deus o guarde! tes ou depois do verbo, mesmo com a presença do advérbio NÃO:
• Os céus te favoreçam! • Corri para defendê-lo.
• Corri para o defender.
7) Em frases em que a palavra SÓ, no sentido de APENAS,
• Calei-me para não contrariá-lo.
SOMENTE, e as conjunções coordenativas alternativas OU...
• Calei-me para não o contrariar.
OU, ORA... ORA, QUER... QUER.
• Só me ofereceram um copo d’água. (3) A posição normal do pronome é a ênclise. Para que ocor-
• Ou ele se corrige ou lhe voltarão as costas. ra a próclise ou a mesóclise, é necessário haver justificativas.
• O rio, ora-se estreita, ora-se alarga caprichosamente. Com os advérbios (palavras que funcionam como ímã), usa-
• Quer-nos atacasse, quer se escondesse, a onça era -se a próclise. Quando, porém, houver pausa após o advérbio,
sempre um perigo. usa-se a ênclise:
• Antigamente, preservava-se mais a saúde.
2. MESÓCLISE
A mesóclise ocorre somente com verbos no futuro do 4. CASOS FACULTATIVOS DE PRÓCLISE OU ÊNCLISE
presente ou no futuro do pretérito, desde que não se justifique 1) Com os pronomes pessoais do caso reto (eu, tu...), desde
a próclise. que não precedidos de palavra atrativa.
• Comemorar-se-á o dia dos pais sem gastos supérfluos. • Eu lhe obedeço. (próclise) ou
(futuro do presente) • Eu obedeço-lhe. (ênclise)
• Procurar-me-iam, caso precisassem de um fiador. (futuro Agora, em
do pretérito) • Eu não lhe obedeci. (obrigatório o uso da próclise, devido
à palavra atrativa “não”).
Nota: Havendo um dos casos que justifique a próclise,
desfaz-se a mesóclise: 2) Com infinitivo não flexionado precedido de preposição
• Tudo lhe contarei, pois não há segredos entre nós. (pro- ou palavra negativa.
nome indefinido) • Vim para te acalmar. (próclise) ou
• Jamais se publicará a notícia. (advérbio) • Vim para apoiar-te. (ênclise).

3. ÊNCLISE 5. COLOCAÇÃO DOS PRONOMES ÁTONOS NAS LO-


É a ocorrência do pronome posposto ao verbo. Dá-se: CUÇÕES VERBAIS
1) em frase iniciada por verbo, desde que não esteja no I. Com verbo auxiliar + infinitivo ou gerúndio
tempo futuro. Nas locuções verbais podem os pronomes átonos, conforme
• Ouvindo-o cantar, reconheci a música do sertão. as circunstâncias, estar em próclise ou ênclise ora ao verbo
• “Diga-me isto só, murmurou ele.” auxiliar, ora à forma nominal:
(Machado de Assis)
A) Verbo auxiliar + infinitivo:
2) nas orações reduzidas de infinitivo. • Devo calar-me.
• Convém / contar-lhe tudo. • Devo-me calar.
• Devo me calar.
3) nas orações reduzidas de gerúndio.
• Ele recuou, amedrontando-se com o barulho do telhado. B) Se houver fator que justifique a próclise, o pronome
• “O anão chegara-se a Inocência, tomando-lhe uma das poderá ser colocado:
mãos.” 1) Antes do verbo auxiliar:
(Visconde de Taunay) • Nada lhe devo contar.
4) nas frases imperativas afirmativas. 2) Depois do infinitivo ou gerúndio:
• Pai, ajude-me nesta nova tarefa! • Todos estavam esperando-nos.
• Por favor, diga-nos o que aconteceu. C) Verbo auxiliar + gerúndio:
5) junto ao infinitivo não-flexionado, precedido da prepo- • Vou-me arrastando.
sição “a”, em se tratando dos pronomes O, A, OS, AS: • Vou me arrastando.
• Todos corriam a ouvi-lo. • Vou arrastando-me.

6) Quando o sujeito (sem sentido negativo) vier, imediata- D) Verbo auxiliar + preposição + infinitivo:
mente, antes do verbo: • Há de acostumar-se, ou há de se acostumar.
• O advogado queixou-se do comportamento do seu cliente. Obs.: Com a preposição “a” e o pronome oblíquo “o” (e
Mas... variações), o pronome deverá ser colocado depois do infinitivo:
• O advogado não se queixou do comportamento. • Tornou a vê-los depois do casamento.
Ainda... havendo um sujeito com sentido negativo, ocorrerá II. Com verbo auxiliar + particípio
a atração do pronome junto do sujeito: Se não houver fator que justifique a próclise, o pronome
• Ninguém se queixou do comportamento do aluno ficará depois do verbo auxiliar:
• Haviam-me oferecido um bom emprego.
Notas: Se houver fator que justifique a próclise, o pronome ficará
(1) junto a infinitivo flexionado, regido de preposição, é antes do verbo auxiliar:
de rigor a próclise: • Não me haviam oferecido nada de bom.
• Repreendi-os por se queixarem sem razão.
• A situação levou-os a se posicionarem contra todos. Obs.: Jamais a posposição do pronome ao particípio!

33
LÍNGUA PORTUGUESA
4. CONCORDÂNCIA VERBAL → O verbo irá para o plural se a ideia por ele expressa se
CASO 1 referir ou puder se atribuída a todos os núcleos do sujeito:
→ Verbo depois do sujeito: • “Naquela crise, só DEUS ou NOSSA SENHORA podiam
• “AS SAÚVAS eram uma praga.” acudir-lhe.”
(PovinaCavalcânti) (Camilo C.Branco)
• “TU não és inimiga dele, não?”
(Camilo C.Branco)
NOTA: Há, no entanto, em bons autores, ocorrência de
[O sujeito sendo simples (com um núcleo), com ele concor- verbo no singular:
dará o verbo em número e pessoa.] • “UM PRÍNCIPE OU UMA PRINCESA não casa sem um
→ Verbo antes do sujeito: vultoso dote.”
(Viriato Correia)
• Não faltarão PESSOAS que nos queiram ajudar.
CASO 5
CASO 2 Núcleos do sujeito unidos pela preposição COM.
O sujeito é composto e da 3ª. pessoa. → Usa-se mais frequentemente o verbo no plural quando se
O sujeito, sendo composto e anteposto ao verbo, leva atribui a mesma importância, no processo verbal, aos elementos
geralmente este para o plural. do sujeito unidos pela preposição COM:
• “A ESPOSA E O AMIGO seguem sua marcha.” • “ELE COM MAIS DOIS acercaram-se da porta.”
(José de Alencar) (Camilo C.Branco)
→ É lícito (mas não obrigatório deixar o verbo no singular,
quando: → Pode-se usar o verbo no singular quando se deseja dar
a) Os núcleos do sujeito são sinônimos: relevância ao primeiro elemento do sujeito e também quando o
• “A CORAGEM E A FOITEZA com que lhe respondi, verbo vier antes deste.
perturbou-o...” • O BISPO, COM DOIS SACERDOTES, iniciou solene-
(Camilo C.Branco) mente a missa.
• “Já num sublime e público teatro se assenta O REI INGLÊS
b) Os núcleos do sujeito formam sequência gradativa: COM TODA A CORTE.”
• UMA ÂNSIA, UMA AFLIÇÃO, UMA ANGÚSTIA REPEN- (Luís de Camões)
TINA começou a me apertar a alma.
CASO 6
→ Sendo o sujeito composto e posposto ao verbo, este
Núcleos do sujeito unidos por NEM.
poderá concordar no plural ou com o substantivo mais próximo.
→ Quando o sujeito é formado por núcleo no singular unido
• “Não fossem O RÁDIO DE PILHA E AS REVISTAS, que
pela conjunção NEM, usa-se, comumente, o verbo no plural.
seria de Elisa?”
(Jorge Amado) • NEM A RIQUEZA NEM O PODER o livraram de seus
inimigos.
• “E de tudo, só restaria A ÁRVORE, A RELVA E O CES-
TINHO DE MORANGOS.” → É preferível a concordância no singular:
(Lígia Fagundes Teles) a) Quando o verbo precede o sujeito:
• Não o convidei EU NEM MINHA ESPOSA.
CASO 3
b) Quando há exclusão, isto é, quando o fato só pode ser
O sujeito é composto e de pessoas diferentes.
atribuído a um dos elementos do sujeito:
[Se o sujeito composto for de pessoas diversas, o verbo
• NEM PAULO NEM JOÃO será eleito governador do Acre.
se flexiona no plural e na pessoa que tiver prevalência. A 1ª.
pessoa prevalece sobre a 2ª. e a 3ª.; a 2ª. prevalece sobre a 3ª.] CASO 7
• “Foi o que fizemos CAPITU E EU.” Núcleos do sujeito correlacionados.
(Machado de Assis) O verbo vai para o plural quando os elementos do sujeito
• “TU E ELE partireis juntos.” composto estão ligados por uma das expressões correlativas
(Mário Barreto)
NÃO SÓ... MAS TAMBÉM, NÃO SÓ COMO TAMBÉM, TAN-
NOTA: Muitas vezes os escritores quebram a rigidez dessa TO... COMO, etc.
regra: • “NÃO SÓ A NAÇÃO MAS TAMBÉM O PRÍNCIPE esta-
a) Ora fazendo concordar o verbo com o sujeito mais pró- riam pobres.”
ximo, quando este se pospõe ao verbo: (Alexandre Herculano)

• “O que me resta da felicidade passada és TU E ELES.” • “TANTO LINCOLN QUANTO O ALEIJADINHO parecem
(Camilo C.Branco)
deter o segredo de tudo que lhes falta.”
b) Ora preferindo a 3ª. pessoa na concorrência tu + ele = (Viana Moog)

vocês em vez de tu + ele = vós. CASO 8


• “... DEUS E TU são testemunhas...” Sujeitos resumidos por TUDO, NADA, NINGUÉM.
(Almeida Garrett)
Quando o sujeito composto vem resumido por um dos
CASO 4 pronomes tudo, nada, ninguém, etc., o verbo concorda, no
Núcleos do sujeito unidos por OU. singular, com o pronome resumidor.
→ Há duas situações a considerar: • JOGADORES, ÁRBITRO, ASSISTENTES, NINGUÉM
Se a conjunção OU indicar exclusão ou retificação, o verbo saiu do campo.
concordará com o núcleo do sujeito mais próximo:
CASO 9
• PAULO OU ANTÔNIO será o presidente.
Núcleos do sujeito designando a mesma pessoa ou coisa.
• O LADRÃO OU OS LADRÕES não deixaram nenhum
• ADVOGADO E MEMBRO DA INSTITUIÇÃO afirma que
vestígio.
ela é corrupta.

34
LÍNGUA PORTUGUESA
CASO 10 NOTA: Essa é a concordância lógica, geralmente preferida
Núcleos do sujeito são verbos no infinitivo. pelos escritores modernos. Todavia, não é prática condenável
O verbo concordará no plural se os infinitivos forem determi- fugir ao rigor da lógica gramatical e usar o verbo da oração
nados pelo artigo ou exprimirem ideias opostas; caso contrário, adjetiva no singular (fazendo-o concorda com a palavra UM),
tanto é lícito usar o verbo no singular como no plural. quando se deseja destacar o indivíduo do grupo, dando-se a
• O COMER E O BEBER são necessários. (precedidos entender que ele sobressaiu ou sobressai aos demais:
de artigo) • ELE É UM DESSES PARASITAS QUE vive à custa dos
• RIR E CHORAR fazem parte da vida. (ideias opostas) outros.
• CANTAR, DANÇAR E REPRESENTAR faz [ou fazem]
CASO 17
a alegria do artista.
Sujeito: MAIS DE UM.
CASO 11 O verbo concorda, em regra, no singular. O plural será de
Sujeito oracional. Concorda no singular o verbo cujo sujeito rigor se o verbo exprimir reciprocidade, ou se o numeral for
é uma oração. superior a UM.
• QUE TODOS CHEGUEM JUNTOS é impossível. • MAIS DE UM EXCURSIONISTA já perdeu a vida nesta
• CANTAR faz bem para a alma. montanha.
• MAIS DE UM DOS CIRCUNSTANTES se entreolharam
CASO 12
com espanto.
Sujeito coletivo. O verbo concorda no singular com o sujeito
• MAIS DE TRÊS FERIDOS já tiveram alta.
coletivo no singular.
• A MULTIDÃO vociferava ameaças. CASO 18
• “UM GRUPO DE RAPAZES sentara-se ali ao lado.” Sujeito: QUAL DE NÓS, NENHUM DE NÓS, QUAIS DE
(Fernando Namora)
VÓS, ALGUNS DE NÓS.
CASO 13 Estando o pronome no singular, no singular (3ª. pessoa)
Sujeito: A MAIOR PARTE DE, GRANDE NÚMERO DE, etc. ficará o verbo.
Sendo o sujeito uma das expressões quantitativas a maior • QUAL DE VÓS testemunhou o fato?
parte de, parte de, a maioria de, grande número de, etc., se- • NENHUM DE VÓS falará primeiro?
guida de substantivo ou pronome no plural, o verbo, quando NOTA: Sendo o sujeito um dos pronomes interrogativos
posposto ao sujeito, pode ir para o singular ou para o plural, QUAIS? QUANTOS? Ou um dos indefinidos ALGUNS, MUITOS,
conforme se queira efetuar uma concordância estritamente gra- POUCOS, etc., seguidos dos pronomes NÓS ou VÓS, o verbo
matical (com o coletivo singular) ou uma concordância enfática, concordará, por atração, com estes últimos, ou, o que é mais
expressiva, com a ideia de pluralidade sugerida pelo sujeito. lógico, na 3ª. pessoa do plural.
• A MAIOR PARTE DOS CANDIDATOS estão bem pre- • QUANTOS DENTRE NÓS a conhecemos?”
parados. (Rogério C.Cerqueira)
• “A MAIORIA DAS PESSOAS são sinuosas, coleantes...”
(Ondina Ferreira) • ALGUNS DE NÓS vieram (ou viemos) de longe.

NOTA: Quando o verbo precede o sujeito, a concordância CASO 19


se efetua no singular: Sujeito QUEM, QUE.
• Nos quilombos refugiava-se PARTE DOS ESCRAVOS O verbo concordará, em regra, na 3ª. pessoa, com os pro-
FUGITIVOS. nomes QUEM e QUE, em frases como estas.
• Sou eu QUEM responde pelos meus atos.
CASO 14
• Eu sou o QUE presenciou o fato.
Sujeito: UM E OUTRO, NEM UM NEM OUTRO.
• “Éramos dois sócios QUE entravam no comércio da vida
O sujeito sendo uma dessas expressões, o verbo concorda,
com diferente capital.”
de preferência, no plural. (Machado de Assis)
• “UM E OUTRO descendiam de velhas famílias do Norte.”
(M.de Assis) NOTA (1): Todavia, a linguagem enfática justiça a concor-
dância com o sujeito anterior ao pronome QUEM.
• UMA E OUTRA FAMÍLIA tinham [ou tinha] parentes no
• “Sou EU QUEM prendo aos céus a terra.”
Rio. (Gonçalves Dias)
CASO 15 • “Somos NÓS QUEM a fazemos.”
(Ricardo Ramos)
Sujeito: UM OU OUTRO.
O verbo concorda no singular com o sujeito UM ou OUTRO. NOTA (2): A concordância do verbo precedido do pronome
• “Respondi-lhe que UM OU OUTRO colar lhe ficava bem.” relativo QUE far-se-á obrigatoriamente com o sujeito do verbo
(Machado de Assis)
(ser) da oração principal, em frases do tipo:
CASO 16 • Sou EU [que pago.]
Sujeito: UM DOS QUE, UMA DAS QUE. • Foram OS BOMBEIROS [que a salvaram.]
A) Quando, em orações adjetivas restritivas, o pronome
QUE vem antecedido de UM DOS ou expressão análoga, o CASO 20
verbo da oração adjetiva flexiona-se, em regra, no plural: Concordância com os pronomes de tratamento.
• “O PRÍNCIPE FOI UM DOS QUE despertaram mais Os pronomes de tratamento exigem o verbo na 3ª. pessoa,
cedo.” embora se refiram à 2ª. pessoa do discurso.
(Alexandre Herculano) • VOSSA EXCELÊNCIA agiu com moderação.

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LÍNGUA PORTUGUESA
CASO 21 • “Aquilo eram ASPEREZAS que o tempo acepilhava.”
Concordância com certos SUBSTANTIVOS PRÓPRIOS (Graciliano ramos)

NO PLURAL. NOTA (1): A concordância com o sujeito, embora menos


A) Certos substantivos próprios de forma plural, como comum, é também lícita:
ESTADOS UNIDOS, ANDES, CAMPINAS, LUSÍADAS, etc.,
• “TUDO é flores no presente.”
levam o verbo para o plural quando se usam com o artigo; caso (Gonçalves Dias)
contrário, o verbo concorda no singular.
B) Quando o sujeito é um nome de coisa, no singular, e o
• “OS ESTADOS UNIDOS são o país mais rico do mundo”.
(Eduardo Prado) predicativo um substantivo plural:
• “A cama são UMAS PALHAS.”
• “MONTES CLAROS era um feudo daquela família.” (Camilo C.Branco)
(Raquel Jardim)
NOTA (2): O sujeito sendo nome de pessoa, com ele con-
B) Tratando-se de títulos de obras, é comum deixar o verbo cordará o verbo SER:
no singular, sobretudo com o verbo SER seguido de predicativo • ABÍLIO era só problemas.
no singular.
• “OS SERTÕES é um ensaio sociológico e histórico...” C) Quando o sujeito é uma palavra ou expressão de sentido
(Celso Luft) coletivo ou partitivo, e o predicativo um substantivo no plural:
NOTA: Ressalte-se, porém, que é também correto usar o • “A MAIORIA eram rapazes.”
(Aníbal Machado)
verbo no plural.
• “AS VALKÍRIAS mostram claramente o homem...” • “A MAIOR PARTE DESSA MULTIDÃO são mendigos.”
(Eça de Queirós)
CASO 22
D) Quando o predicativo é um pronome pessoa ou um
Concordância do verbo passivo.
A) Quando apassivado pelo pronome apassivador SE, o substantivo, e o sujeito não é pronome pessoal reto:
verbo concordará normalmente com o sujeito: • “O Brasil, senhores, sois VÓS.”
Rui Barbosa)
• Vende-se A CASA.
• Quem deu o alarme fui EU.
• Compram-se DOIS APARTAMENTOS.
• Devem-se ler BONS LIVROS. (voz passiva sintética/ E) Quando o predicativo é o pronome demonstrativo O ou
pronominal) a palavra coisa:
[Mesmo na voz passiva analítica, a concordância se faz • Divertimentos é O que não lhe falta.
naturalmente com o sujeito passivo.]: • “Os responsórios e os sinos é COISA importuna em
• BONS LIVROS devem ser lidos. Tibães.”
(Camilo C.Branco)
CASO 23
Verbos impessoais. F) Nas locuções É MUITO, É POUCO, É SUFICIENTE, É
Os verbos HAVER, FAZER (na indicação do tempo) DEMAIS, É MAIS QUE (ou DO QUE), É MENOS QUE (ou DO
PASSAR DE (na indicação das horas), CHOVER e outros que QUE), etc., cujo sujeito exprime quantidade, preço, medida, etc.:
exprimem fenômenos meteorológicos, quando usados como • DOIS MIL DÓLARES é pouco.
impessoais, ficam na 3ª pessoa do singular. • SEIS QUILOS DE CARNE é mais do que precisamos.
• “Não havia ali vizinhos naquele deserto.”
(Monteiro Lobato) NOTA: na indicação das horas, datas e distâncias, o verbo
• “Chovera e nevara depois, durante muitos dias.” SER é impessoal (não tem sujeito) e concordará com a expres-
(Camilo C.Branco) são designativa de hora, data ou distância:
• “Aqui, faz verões terríveis.” • Era UMA HORA da tarde.
(Camilo C.Branco) • “Seriam SEIS E MEIA da tarde.”
(Raquel de Queirós)
NOTA (1): Também fica invariável na 3ª pessoa do singular
o verbo que forma locução com os verbos impessoais HAVER CASO 25
ou FAZER. Sujeito: locução de realce É QUE.
• Deverá haver cinco anos que ocorreu o incêndio. O verbo SER permanece invariável na expressão expletiva
• Vai fazer cem anos que nasceu o genial artista. ou de realce É QUE.
O verbo HAVER (no sentido de “existir”), independente do • Eu É QUE mantenho a ordem aqui. [Sou eu que mantenho
tempo verbal, fica invariavelmente na 3ª. pessoa do singular. a ordem aqui.]
Houvera, Havia, Houve, Há, Haverá... muitas crianças na festa. • Nós É QUE compramos a casa.
NOTA (2): O verbo CHOVER, no sentido figurado, deixa de CASO 26
ser impessoal e, portanto, concordará com o sujeito: A expressão A NÃO SER é geralmente considerada locução
• Choviam PÉTALAS DE FLORES. invariável, equivalente a EXCETO, SALVO, SENÃO.
CASO 24 • Nada restou do edifício, A NÃO SER escombros.
Concordância do verbo “SER”.
NOTA: Mas não constitui erro usar o verbo SER no plural,
O verbo de ligação SER concorda com o predicativo nos
fazendo-o concordar com o substantivo seguinte, convertido em
seguintes casos:
sujeito da oração infinitiva.
a) Quando o sujeito é um dos pronomes TUDO, O, ISTO,
• “A não serem OS CRÍTICOS E ERUDITOS, pouca gente
ISSO, ou AQUILO.
manuseia hoje... aquela obra.”
• “Tudo eram HIPÓTESES.” (Latino Coelho, Apud Bergo)
(Ledo Ivo)

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LÍNGUA PORTUGUESA
CASO 27 PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO - É o
A expressão HAJA VISTA. período em que as orações mantêm uma relação de depen-
A) A expressão correta é HAJA VISTA, e não HAJA VISTO. dência entre elas. Essa dependência é sintática e semântica.
Pode ser construída de três modos. Sintática porque uma desempenha uma função em relação à
I. HAJAM VISTA os livros desse autor. [= tenham vista, outra; semântica porque o sentido de uma se completa com o
vejam-se] sentido da outra:
II. HAJA VISTA os livros desse autor. [= por exemplo, veja] • As meninas queriam que o rapaz as levasse ao cinema.
III. HAJA vista aos livros desse autor. [= olhe-se para, atente- • O filme que elas queriam ver não agradava ao rapaz.
-se para os livros] Nos exemplos dados, em cada período, uma oração de-
5. ESTUDO DO PERÍODO COMPOSTO pende da outra para ter sentido ou para estar sintaticamente
completa.
ORAÇÕES COORDENADAS ASSINDÉTICAS: São aque-
las que se ligam a outras apenas pelo sentido, sem o auxílio de ORAÇÃO PRINCIPAL - É aquela que não exerce função
conjunções coordenativas: sintática no período e vem sempre acompanhada de outra
• Saia, deixe-me em paz! oração que lhe completa o sentido, ou que atribui uma carac-
• Seu pai esteve aqui, deixou um abraço para você. terística a um de seus substantivos, ou ainda indica-lhe uma
circunstância.
ORAÇÕES COORDENADAS SINDÉTICAS: São aquelas
A oração principal não apresenta conjunção ou pronome
que, além de se ligarem pelo sentido, ligam-se também com o relativo:
auxílio de conjunção coordenativa. É necessário que se case.
• Fale a verdade, ou não mais conversarei com você. O homem que fuma vive pouco.
• Não li o livro, mas farei a prova assim mesmo. Sopram os ventos, quando amanhece.
As orações coordenadas sindéticas, por terem conjunções,
são reclassificadas de acordo com o sentido expresso pela ORAÇÃO SUBORDINADA - É aquela que se liga à outra
conjunção. por meio de conjunção integrante, conjunção subordinativa ou
pronome relativo. A oração subordinada sempre dependerá da
A) Oração coordenada sindética aditiva: São as orações
principal para ser entendida. A oração subordinada:
que expressam ideias similares ou equivalentes, e por isso dão
a) completa o sentido da oração principal: Eu peço que
ideia de soma, adição.
desistas.
Principais conjunções aditivas: e, nem, não só... mas tam-
b) caracteriza o ser da oração principal: Deus, que é Pai,
bém, não apenas... mais ainda, senão ainda, como também etc.
ajuda-nos.
• Ana caiu e quebrou a perna. c) indica uma circunstância para a oração principal: Saímos,
• Ela não foi ao mercado nem foi à feira. quando escureceu.
B) Oração coordenada sindética adversativa: Expressa As orações subordinadas são classificadas de acordo com
um pensamento que se opõe ao anterior, dá ideia de contrarie- a função que desempenham em relação à oração principal:
dade e, por isso, adversidade. a) Quando exerce as funções próprias do substantivo,
Principais conjunções adversativas: mas, porém, todavia, recebe o nome de oração subordinada substantiva.
contudo, entretanto, senão, no entanto, ao passo que, não As funções do substantivo são: sujeito, objeto direto e
obstante etc.: indireto, complemento nominal, predicativo do sujeito e aposto.
Trata a todos com respeito, mas não com intimidade. b) Quando exerce a função própria do adjetivo, recebe o
• Irei com você, porém prefiro ficar em casa. nome de oração subordinada adjetiva.
A função do adjetivo é: adjunto adnominal.
C) Oração coordenada sindética alternativa: Expressa
c) Quando exerce a função própria do advérbio, recebe o
ideias que se excluem ou que se alternam, daí transmitir a noção
nome de oração subordinada adverbial.
de escolha, alternância.
Principais conjunções alternativas: ou, ou... ou, ora, quer... ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA - A oração
quer, seja... seja, já... já etc.: subordinada recebe o nome de oração subordinada substantiva
• Vá para casa agora, ou tomará chuva. quando sua função é completar o sentido da oração principal.
• Ora chorava, ora sorria. Damos a ela o nome SUBSTANTIVA, porque pode ser substi-
tuída, trocada por um substantivo. É sempre iniciada por uma
D) Oração coordenada sindética conclusiva: Mostra a conjunção integrante.
dedução ou conclusão de um raciocínio. Principais conjunções As principais conjunções integrantes são QUE e SE:
conclusivas: assim, logo, portanto, por isso, por conseguinte, por • É necessário que se case.
consequência, pois (posposto ao verbo da oração) etc.: Nesse exemplo, a oração que se case está completando o
• Penso, logo existo. sentido da principal, e pode ser trocada pelo substantivo casa-
• Você não terminou a lição; não irá, pois, brincar. mento: É necessário seu casamento.

E) Oração coordenada sindética explicativa: Aquela que Veja outros exemplos:


se apresenta justificando a oração anterior, ou seja, reforça a • Eu quero que você saia. (Eu quero sua saída.)
ideia através de uma explicação. • Ninguém sabe se ela virá. (Ninguém sabe da sua vinda.)
Principais conjunções explicativas: que, porquanto, porque, Quando a oração subordinada completa o sentido da oração
pois (anteposto ao verbo da oração) etc.: principal, ela desempenha determinada função em relação a
• Choveu à noite, porque o chão está molhado. esta. Assim: É necessário que se case. = Seu casamento é
• A noite está quente, pois é verão. necessário.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Então: a oração subordinada funciona como sujeito da A) Oração subordinada adjetiva explicativa
oração principal. Eu quero que você saia. = Eu quero sua saída. Quando explica o sentido de um ser da oração principal.
Então: a oração subordinada funciona como objeto direto A oração subordinada adjetiva deve ser sempre isolada por
da oração principal. vírgulas, travessões ou parênteses.
Então: a oração subordinada funciona como aposto da • O homem, que é racional, às vezes age sem pensar.
oração principal. • Deus - que é nosso pai - nos salvará.
De acordo com a função que exerce em relação à principal,
B) Oração subordinada adjetiva restritiva
podemos classificar a oração subordinada substantiva. Para
Quando restringe, particulariza o sentido do ser da oração
isso, basta sabermos o que falta na oração principal. Veja:
principal:
Oração subordinada substantiva subjetiva • Vi homens que colhiam algodão.
É assim classificada quando exerce a função de sujeito em • Comi as frutas que estavam maduras.
relação à oração principal:
ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL - A oração subor-
• Espera-se que as meninas tragam as tortas.
dinada adverbial é aquela que indica uma circunstância para a
• É necessário que ela estude matemática.
oração principal. Ela desempenha as funções próprias de um
Oração subordinada substantiva objetiva direta advérbio, ou seja, de um adjunto adverbial. Sempre iniciada
Recebe esse nome a oração que exerce a função de objeto por conjunção subordinativa adverbial, é essa conjunção que
direto em relação à oração principal: indicará a circunstância que a oração toda expressa; e, de
• Maria esperou que o marido voltasse. acordo com essa circunstância, reclassificaremos a oração
• Ignoramos se eles se salvaram. subordinada adverbial.
Oração subordinada substantiva objetiva indireta 1) Oração subordinada adverbial causal
Damos à oração essa denominação, pois exerce a função Expressa causa, motivo, razão. Principais conjunções cau-
de objeto indireto em relação à oração principal. Vem sempre sais: porque, visto que, já que, uma vez que, posto que, como,
introduzida por preposição, e essa preposição estará ligada ao na medida em que etc.:
verbo da oração principal: • Você veio porque quis.
• Nós necessitamos de que nos ajudem. • Como ele estava armado, ninguém ousou reagir.
• Gosto de que me beije.
2) Oração subordinada adverbial comparativa
Oração subordinada substantiva completiva nominal Expressa uma comparação. Principais conjunções compara-
Assim é chamada quando exerce a função de complemento tivas: (do) que, tal... qual, tão... como, tanto... quanto, como etc.:
nominal em relação à oração principal. Vem sempre introduzida • Voltou a casa como quem vai à prisão.
por preposição, e essa preposição estará ligada a um nome da • A luz é mais veloz do que o som.
oração principal:
Obs.: A oração subordinada adverbial comparativa pode
• Eu sou favorável a que o prendam.
ter um verbo subentendido. Isso acontece quando o verbo da
• Nós temos necessidade de que nos ajudem.
oração principal é o mesmo da oração subordinada:
Oração subordinada substantiva predicativa • A luz é mais veloz do que o som(é veloz).
Quando exerce a função de predicativo do sujeito em re-
3) Oração subordinada adverbial concessiva
lação à oração principal. Vem sempre ao lado de um verbo de
Expressa um fato que se admite em exceção à ideia ex-
ligação da oração principal:
pressa pela oração principal. Principais conjunções concessivas:
• Seu receio era que chovesse.
embora, ainda que, se bem que, apesar de etc.:
• O necessário agora é que você se cure.
• Nada seria resolvido, ainda que eu falasse.
Oração subordinada substantiva apositiva • Irei à festa, embora não esteja disposto.
Quando exerce a função de aposto em relação à oração
4) Oração subordinada adverbial condicional
principal. Geralmente aparece após dois-pontos:
Expressa uma hipótese, uma condição. Principais con-
• Só desejo uma coisa: que seja feliz.
junções condicionais: salvo se, caso, exceto se, sem que, a
• Confesso uma verdade: (que) eu sou puro.
menos que etc.:
ORAÇÃO SUBORDINADA ADJETIVA - A função da oração • Se chover, não sairei de casa.
subordinada adjetiva é caracterizar um ser da oração principal, • Não deixe de estudar, a menos que você já saiba tudo.
que já possui sentido completo. É a função própria do adjetivo,
5) Oração subordinada adverbial conformativa
ou seja, adjunto adnominal.
Expressa conformidade, acordo entre um fato e outro.
A oração subordinada adjetiva pode caracterizar o ser da
Principais conjunções conformativas: conforme, segundo, como,
oração principal de duas maneiras diferentes: explicando ou
consoante etc.:
restringindo o seu sentido.
• O homem age conforme pensa.
A oração subordinada adjetiva é iniciada por um pronome
• A história se repete,consoante opinam alguns.
relativo.
O homem que fuma vive pouco - nesse exemplo temos 6) Oração subordinada adverbial consecutiva
uma restrição, pois não é todo homem que vive pouco, apenas Expressa uma consequência, um resultado, um efeito.
aquele que fuma. Principais conjunções consecutivas: tanto que, tão que, que etc.:
O gelo, que é frio, conserva o alimento - nesse outro exem- • Gritou tanto, que acordou os vizinhos.
plo temos uma explicação, pois ser frio é característica própria do • Ó Deus, onde estás, que não respondes?
gelo. Assim podemos reclassificar a oração subordinada adjetiva:

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LÍNGUA PORTUGUESA
7) Oração subordinada adverbial final • Assistimos ao filme.
Expressa finalidade, objetivo. Principais conjunções finais: → o verbo assistimos não tem sentido completo, ele ne-
a fim de, para que, porque, que etc.: cessita de outro termo que lhe dê completude; o termo ao filme
• Saí, a fim de que evitássemos brigar. está completando o sentido do verbo assistir.
• Veio à escola para que estudasse. Os termos apto e assistimos são os regentes, pois exigem
complemento; já os termos para o trabalho e ao filme são os
8) Oração subordinada adverbial proporcional
regidos, pois funcionam como complemento.
Expressa proporcionalidade. Principais conjunções propor-
cionais: à medida que, na medida em que, à proporção que, à A regência divide-se em:
maneira que, ao passo que etc.: ► REGÊNCIA NOMINAL - quando o termo regente é um
• Aumentava a pressão ao passo que a esquadra se apro- nome (substantivo, adjetivo ou advérbio):
ximava. • O homem está apto para o trabalho.
• O dia clareia à medida que o sol surge.
É o fato de um nome não ter sentido completo e exigir outro
9) Oração subordinada adverbial temporal que lhe complete o sentido. Não há regras para o uso ou não
Expressa ideia de tempo. Principais conjunções temporais: de determinada preposição com o nome. Alguns deles admitem
quando, enquanto, apenas, mal, logo que, assim que, depois mais de uma regência. A escolha de uma ou outra preposição
que, agora que etc.: deve ser feita com base na clareza, na eufonia e também deve
• Mal chegamos, ela foi saindo. adequar-se às diferentes formas de pensamento.
• O que fará, agora que está em férias?
Obs.: Lista de alguns nomes e suas preposições mais
ORAÇÕES REDUZIDAS - São as orações subordinadas frequentes:
que se apresentam sem conjunção ou sem pronome relativo, e aberto a, para
com o verbo numa das formas nominais:
aborrecido a, com, de, por abrigado a
▪ infinitivo (pessoal ou impessoal) - AMAR.
abundante de, em
▪ gerúndio - AMANDO.
certeza de
▪ particípio -AMADO.
certo de
Quando a oração se apresenta da forma que estávamos
desgostoso com, de
vendo até agora, dizemos que ela é uma ORAÇÃO DESEN-
desprezo a, de, por
VOLVIDA. Se tirarmos a conjunção inicial e colocarmos o verbo
empenho de, em, por
em forma nominal, transformaremos a oração desenvolvida em
fácil a, de, para
ORAÇÃO REDUZIDA.
falho de, em
Oração reduzida de infinitivo: Oração reduzida de infini- hábil em
tivo surge quando tiramos a conjunção e colocamos o verbo no habituado a, com
infinitivo. Aqui podemos ter as orações subordinadas substan- impróprio para
tivas e as orações subordinadas adverbiais: imune a, de
• É necessário casar-se. junto a, com, de
• Todos temos necessidade de nos amarem. lento em
Oração reduzida de gerúndio: Oração reduzida de gerún- morador em
dio aparece quando tiramos a conjunção ou pronome relativo e ódio a, contra, de, para com, por
colocamos o verbo no gerúndio. peculiar a
precedido a, com, de
Oração reduzida de particípio: Oração reduzida de parti- simpatia a, para com, por
cípio aparece quando tiramos a conjunção ou pronome relativo último a, de, em
e colocamos o verbo no particípio. Aqui podemos ter as orações união a, com, entre
subordinadas adjetivas e as orações subordinadas adverbiais: útil a, para
• Há saudade nunca esquecida. vizinho a, com, de
• Partido o bolo, vários convidados se retiraram.
► REGÊNCIA VERBAL - Nesse tipo de regência, é o verbo
Obs.: As orações subordinadas substantivas só podem ser que pede um complemento que pode ou não ligar-se através
reduzidas de infinitivo. de preposição. A escolha da preposição adequada depende da
As orações subordinadas adjetivas podem ser reduzidas significação do verbo. Devemos observar as possibilidades de
de gerúndio e particípio. utilização de uma ou outra preposição.
As orações subordinadas adverbiais podem ser reduzidas a) Existem verbos que admitem mais de uma regência sem
de infinitivo, gerúndio e particípio. mudar seu significado:
Cumpriremos o nosso dever.
6. REGÊNCIA VERBAL / NOMINAL
Cumpriremos com o nosso dever.
A regência trata das relações de dependência que as pala-
vras mantêm entre si. É o modo pelo qual um termo rege outro José não tarda a chegar.
que lhe completa o sentido. Temos: José não tarda em chegar.
▪ Termo regente: aquele que pede um complemento. b) Existem verbos que mudam seu significado quando se
▪ Termo regido: aquele que completa o sentido de outro. altera a regência:
• O homem está apto para o trabalho Aspirei o aroma das flores.
→ o nome apto não possui sentido completo, precisa de um (aspirar = sorver, respirar)
complemento; o termo para o trabalho aparece completando o Aspirei a um bom cargo.
sentido do nome apto.

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LÍNGUA PORTUGUESA
(aspirar = desejar, almejar, objetivar) DESOBEDECER
Olhe para ele. ■ (desacatar) - VTI - preposição A:
(olhar = fixar o olhar) Os filhos desobedecem aos pais.
Olhe por ele. Sempre que desobedecem à lei, devem ser punidos.
(olhar = cuidar)
ESQUECER
Lista de alguns verbos e suas regências: ■ (sem pronome reflexivo) - VTD - sem preposição:
Veremos aqui alguns verbos e suas regências, cujas parti- Esqueci o caderno.
cularidades seguirão o seguinte esquema: Não esqueça os sapatos na sala.
VERBOS: ■ (com pronome reflexivo) - VTI - preposição DE:
■ (sentido na frase) - sua transitividade (VI, VTD, VTI, VTDI) Esqueci-me do caderno.
- preposição exigida exemplo Não se esqueça dos sapatos na sala.
Assim: Obs.:
Repare que o verbo esquecer pode ser usado com ou sem
CONFIAR
pronome reflexivo.
■ (acreditar) - VTI - preposição EM:
Se estiver com pronome reflexivo, ele estará também com
Confio em meus pais.
preposição DE. Se ele não estiver com pronome reflexivo, ele
■ (entregar) - VTDI - sem preposição + preposição A:
estará sem preposição.
Confio meu carro ao meu filho.
Tome cuidado, pois algumas vezes ele aparece com pro-
ASPIRAR nome, mas esse não é reflexivo. Observe o seguinte exemplo:
■ (sorver) - VTD - sem preposição: Esqueceram-me os fatos.
Aspiro o perfume das flores. Esta é uma construção comumente usada, na qual o sujeito
Todos aspiramos a fumaça tóxica das fábricas de nossa é determinado e o pronome me representa o objeto indireto,
cidade. logo os fatos é o sujeito.
■ (desejar) - VTI - preposição A: Esqueceu-me a data do seu aniversário.
Aspiro a uma boa posição.
Ele sempre aspirou à vaga de Auditor-Fiscal. IMPLICAR
■ (ser chato com) - VTI - preposição COM:
ABDICAR Ana sempre implica com todos.
■ (renunciar) - VI - sem complemento: Implicava comigo, sempre que eu chegava tarde.
Ela abdicou em 1990. ■ (envolver-se) - VTI - preposição EM:
■ (renunciar) - VTD - sem preposição: Ana implicou-se em casos de vandalismo.
Ele abdicou a coroa. ■ (acarretar) - VTD - sem preposição:
Ele abdicou o direito de votar. Sua atitude implica demissão.
■ (renunciar) - VTI - preposição DE: Desobedecer à lei implica receber punição.
Ele abdicou da coroa. ■ (acarretar) - VTI - preposição EM:
Ele abdicou do direito de votar. Sua atitude implica em demissão.
ASSISTIR Desobedecer à lei implica em receber punição.
■ (ver, presenciar) - VTI - preposição A: Obs.: Hodiernamente, o verbo implicar, no sentido de acar-
Ele assistiu ao espetáculo. retar, pode ser usado das duas maneiras mencionadas acima.
Sempre assisto às novelas.
NAMORAR
■ (ser de direito, caber, pertencer) - VTI - preposição A:
■ (“ficar”) - VTD - sem preposição:
Férias é um direito que assiste a todos.
Eu namoro o Pedro e João namora a Maria.
Tal direito assiste aos alunos.
Estou namorando aquela menina.
■ (morar) - VI - preposição EM (adjunto adverbial de lugar):
Obs.: Não se deve usar o verbo namorar com a preposição
Eles assistem em São Paulo.
com, como muito frequentemente se ouve.
Assistem todos em área de risco.
São erradas as construções:
■ (ajudar, auxiliar) - VTD - sem preposição:
Eu namorei com ele durante dois anos.
O médico assiste o paciente.
Quer namorar comigo?
O departamento jurídico assistiu a Comissão de Direitos
Humanos. Com qual menina você namora?
O correto é:
CHAMAR Eu namorei-o durante dois anos.
■ (convocar, denominar, cognominar) - VTD - sem prepo- Quer namorar-me?
sição: Qual menina você namora?
O gerente chamou os funcionários para a reunião.
Na hora de aflição, o filho chama a mãe. PISAR
Obs.: Apesar de a regência dada acima ser a mais frequen- ■ (pôr os pés em) - VTD - sem preposição:
te, o verbo chamar admite várias construções como corretas: O artista pisou o palco com vontade!
Chamei Pedro. Não pise a grama.
Chamei a Pedro. ■ (pôr os pés em) - VTI - preposição EM:
Chamei Pedro de herói. O artista pisou no palco com vontade!
Chamei a Pedro de herói. Não pise na grama.
Chamei por Pedro. Obs.: Antigamente, apenas a primeira construção era ad-
Na hora de aflição, o filho chama pela mãe. mitida como correta; hoje, ambas o são.

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LÍNGUA PORTUGUESA
7. CRASE CASO 2
1. CONCEITO: A crase resulta da contração da preposição Diante de substantivos femininos usados em sentido geral
“a” exigida por um termo subordinante com o artigo feminino e indeterminado:
“a” ou “as” (reclamado por um termo dependente). Seria assim: • Não vai a festas, nem a reuniões.
Verbo Trans. • A - artigo definido feminino • Dedicas o trabalho a homem ou a mulher?
Indireto • A - pronome demonstrativo • A FUNAI decidiu fechar o parque indígena a visitas.
• Aquela, aquele, aquilo - • Não dê atenção a pessoas suspeitas.
Verto Trans. pronomes demonstrativos
CASO 3
Direto e Indireto • a qual, as quais - pronome
Preposição relativo. Diante de nomes de parentesco, precedidos de pronome
A possessivo:
• Recorri a minha mãe.
Nome: • Peça desculpas a sua irmã.
Advérbio, • “Arrependi-me de ter falado a minha prima.”
substantivo ou (Graciliano Ramos)
adjetivo • “Nunca saio satisfeito das visitas que faço a minha mãe.”
(Antônio Olavo Pereira)
Exemplos:
• Irei à cidade. CASO 4
[Irei a a cidade.] Diante de nomes próprios que não admitem o artigo:
• Apresentei-me à diretora. • Iremos a Curitiba e depois a Londrina.
[Apresentei-me a a diretora.] • O historiador referiu-se a Joana D’Arc.
• Dedico-me às artes. • Rezamos a Nossa Senhora todos os dias.
[Dedico-me a as artes.] • Chegamos a Paquetá ao meio-dia.
• Em relação à lei... Haverá crase quando o nome próprio admitir o artigo ou
[Relação a a lei...] vier acompanhado de adjetivo ou locução adjetiva:
• Era contrário à cota. • A jovem tinha devoção à Virgem Maria.
[Era contrário a a cota.] • Referiu-se à Roma dos Césares.
• Relativamente à ação... • Assim foi que cheguei à histórica Ouro Preto numa tarde
[Relativamente a a ação...] de maio.
• Aludi-se à Diamantina das serestas divinas.
Notas:
1) Se não houver a presença da preposição ou do artigo, CASO 5
não haverá crase e, consequentemente, não se acentuará o Diante da palavra “casa”, no sentido de “lar, domicílio”,
“a” ou “as”. quando não acompanhada de adjetivo ou locução adjetiva:
2) O acento indicador da crase chama-se GRAVE (`). • Voltamos a casa tristes.
O acento indicador de crase só tem cabimento diante de • “Chegou Basílio a casa e atirou-se a chorar sobre a cama.”
palavras femininas determinadas pelo artigo definido “a” ou “as” (Camilo C.Branco)
e subordinada a termos que exigem a preposição “a”. • “Chegavam a casa quase sempre à tardinha.”
• Avançamos rente à parede. (Herberto Sales)
• Exige-se a assistência às aulas. Se a palavra “casa” vier acompanhada de adjetivo ou locu-
• Procedeu-se à apuração dos votos. ção adjetiva, terá lugar o acento da crase:
• Devemos aliar a teoria à prática. • O filho pródigo voltou à casa paterna.
• O trem chegou à estação às 18 horas. • Fiz uma visita à velha casa de meus avós.
Os termos diante dos quais ocorre a crase exercem as A crase é de rigor com a dita palavra no sentido de esta-
funções sintáticas: objeto indireto, complemento nominal ou de belecimento comercial ou hospitalar, residência oficial de chefe
adjuntos adverbiais. de Estado, dinastia, enfim, quando “casa” não significa “lar,
2. NÃO HÁ CRASE: Não havendo o artigo “a(s)” antes do domicílio”:
termo dependente, é evidente que não pode ocorrer a crase. • Fui à Casa Medeiros comprar uma lembrancinha.
Por isso, não se acentua o “a” em: • Poucos têm acesso à Casa da Moeda.

CASO 1 CASO 6
Diante de palavras masculinas. Nas locuções adverbiais formadas com a repetição da
• Venho a mando de meu patrão. mesma palavra:
• Escreveu um bilhetinho a lápis. • Os rivais ficam frente a frente.
• Casarão do império cede lugar a edifício. • Entraram uma a uma.
• Fomos a São Lourenço, onde passeamos a pé, a cavalo, • “Gramados e pastos eram, de ponta a ponta, um só
de charrete. atoalhado branco.”
(Monteiro Lobato)
Obs.: Ocorrendo a elipse da palavra “moda ou maneira”, • Fomos de cidade a cidade.
das expressões “à moda de”, “à maneira de”, haverá crase diante
de nomes masculinos: CASO 7
• Calçados à Luís XV (à moda de Luís XV). Diante do substantivo “terra”, em oposição a bordo, a mar:
• Cabelos à Sansão. • Os marinheiros tinham descido a terra para visitar a cidade.
• Estilo à Machado de Assis. • Vendo o tubarão, o nadador voltou logo a terra.

41
LÍNGUA PORTUGUESA
Fora desse caso, escreve-se “à”: • Assisti às duas sessões de ontem.
• Aves voavam rente à terra. • Entregaram-se os prêmios às três alunas vencedoras.
• Os astronautas voltaram à Terra.
• Gulliver chegou, primeiramente, à terra dos liliputianos. CASO 11
Diante de verbos:
CASO 8 • Começou a chover repentinamente.
Diante de artigos indefinidos e de pronomes pessoais (in- • Puseram-se a discutir em voz alta.
clusive de tratamento, com exceção de “senhora” e “senhorita)
e interrogativos: 3. CASOS ESPECIAIS:
• Chegamos à cidade a uma hora morta.
CASO 1
• Recorreram a mim (a nós, a ela, a você, a dona Marta, etc.)
O uso do artigo antes dos pronomes possessivos, salvo
• Solicito a Vossa Senhoria o obséquio de anotar nosso
em alguns casos, fica ao arbítrio de quem escreve. Daí a pos-
endereço.
sibilidade de haver, ou não, a crase antes desses pronomes:
• Não me referi a Vossa Excelência.
• A quem falaste? • A minha viagem é certa. Ou
• Falaste a que pessoa? • Minha viagem é certa.
• Referiu-se à minha viagem. Ou
Escreve-se, porém, com o acento indicador de crase: • Referiu-se a minha viagem
• Peço à senhora que tenha paciência. Seguindo-se a atual tendência, é preferível usar o artigo, e,
• É um favor que peço à senhorita. portanto, a crase, diante dos possessivos que não se referem a
CASO 9 nomes de parentesco.
Antes de outros pronomes que rejeitam o artigo, o que Ocorrendo a elipse do substantivo, o “a” será acentuado:
ocorre com a maioria dos indefinidos e relativos e boa parte • Ele referia-se à desgraça do amigo e não à sua. [à sua
dos demonstrativos: desgraça]
• Escrevi a todas¹ as (ou a algumas, a várias, a muitas) • Eu fui à formatura dele, mas ele não compareceu à minha.
colegas.
• Não ligo a essas² (ou a tais) coisas). CASO 2
• Foi vício que o levou a tamanha¹ degradação. Opcional é também, na linguagem familiar, o uso do artigo
• O letreiro pode despencar a qualquer¹ hora. diante de nomes próprios personativos. A crase, portanto, de-
• Esta é a vida a que³ aspiramos. penderá da preferência do escritor.
• A tia gostava de Jacinta, a quem³sempre ajudava. • Mandamos um convite à (ou a) Cristina.
• Ali havia uma árvore, a cuja³sombra descansamos. • Escrevi à (a) Magnólia.
• Diariamente chegam turistas a esta² cidade. Na língua formal, sobretudo quando se faz referência mulhe-
• “A penedia, a essa² hora, faiscava.” res célebres, não se usa artigo e, portanto, não se acentua o “a”:
(José Geraldo Vieira)
• A polícia dará proteção a Maria de Lourdes, testemunha
• Estamos a pouca¹ (ou a certa) distância da fronteira. do crime.
¹ pronome indefinido • Por que os ingleses tinham ódio a Joana d’Arc?
² pronome demonstrativo Em um e outro caso, o acento indicativo de crase será de
³ pronome relativo rigor, se o nome vier acompanhado de um adjunto:
• Quem negará elogios à corajosa Maria Quitéria de Me-
Há, no entanto, pronomes que admitem o artigo, dando
deiros?
ensejo à crase:
• Refiro-me à Beatriz do Dr. Vieira.
• Não fale nada às outras¹ colegas.
• À querida Marta, (nas dedicatórias).
• Assistimos sempre às mesmas² cenas.
• O professor referiu-se à intrépida Joana d’Arc.
• Diga a tal² senhora que sua reclamação não procede.
• Não temo as acusações de Zito, às quais³ responderei CASO 3
oportunamente. Com relação à palavra “Distância de...”.
• Estavam atentas umas às outras¹. Coloca-se o acento grave sobre “a” da expressão “à distân-
cia de”, seja a distância determinada, precisa ou não:
¹ pronome indefinido
• Achava-me à distância de cem (ou de alguns) metros da
² pronome demonstrativo
fronteira.
³ pronome relativo
• Paramos à distância de alguns metros do riacho.
CASO 10 Se antes de “distância” ocorrer adjetivo ou palavra que não
Diante de numerais cardinais referentes a substantivos não admite o artigo definido, não se acentuará o “a”:
determinados pelo artigo, usados em sentido genérico: • O trem passava a pouca distância da casa.
• Assisti a duas sessões (ou a uma só sessão).
• “Só o João conservava-se a respeitável distância da água.”
• A fazenda ficava a três léguas da cidade.
(Coelho Neto)
• Daqui a quatro semanas muita coisa terá mudado.
• O número de candidatas aprovadas não chega a vinte. Quando se trata da locução adverbial “a distância”, é op-
• “Então aquilo tinha acontecido de meia-noite a três horas!” cional o uso do acento grave sobre o “a”. Renomados escritores
(Graciliano Ramos) modernos ora acentuam, ora não acentuam.
Usa-se, porém, a crase nas locuções adverbiais que expri- • “É necessário vê-los a distância.”
(Graciliano Ramos)
mem hora determinada e nos casos em que o numeral estiver
precedido de artigo: • “Pedras de gamão estavam à distância.”
• Chegamos às oito horas da noite. (Graciliano Ramos)

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LÍNGUA PORTUGUESA
• “Os merceeiros ignaros, os negociantes sovinas, eram, CASO 6
porém, mantidos a distância.” A crase pode também resultar da contração da preposição
(Ciro dos Anjos)
“a” com os pronomes demonstrativos “aquele, aquela, aqueles,
• “Seguiu-a a distância, discretamente.” aquelas, aquilo, a, as”:
(Fernando Namora)
• “Os canhões punham à distância os franceses cobiçosos.” • Não irás àquela festa. [a aquela]
(José Lins do Rego) • Vou àquele cinema. [a aquele]
CASO 4 • Não dei importância àquilo. [a aquilo]
Acentua-se o “a” ou “as” de locuções formadas de subs- • Não estou falando de todas as jovens; refiro-me à que
tantivos femininos como: você namora. [a a]
I. ADVERBIAIS • Àquela ordem estranha, o soldado estremeceu.
• Falarei às que quiserem me ouvir.
à direita à esquerda à força
• “... suas forças são inferiores às de Nassau.”
à noite à risca à vontade (Assis Brasil) (Fonte: Novíssima Gramática da Língua
à uma hora às sete horas à zero hora Portuguesa, CEGALLA, Domingos Paschoal.)

à toa às claras às pressas ou à pressa, etc. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS:


1. Antes de “hora”
II. PREPOSITIVAS
a) hora do relógio - usa-se a crase:
à custa de à espera de à procura de • Ele chegou às duas e quinze.
à vista de etc • Ele chegou à uma.
• Ele virá às três.
III. CONJUNTIVAS
• “... às oito horas, o diretor aparecia a uma porta...”
à medida que à proporção que (Raul Pompeia)

O uso do acento grave é opcional nas locuções adverbiais b) tempo passado - usa-se o verbo “haver”:
que indicam meio ou instrumento: • Ele chegou há uma hora.
barco a (ou à) vela escrever a (ou à) máquina • Ele chegou há quinze minutos.

escrever a (ou à) mão fechar o cofre a (ou à) chave c) tempo futuro - usa-se a preposição “a”:
repelir o invasor a (ou à) bala etc. • Ele chegará daqui a dez minutos.

CASO 5 2. Não há crase antes de nomes de santos (não podem


Não se acentua locução constituída de “a + substantivo possuir artigos).
plural”: • Fui a Santa Maria.
• Pedi ajuda a Santa Edwiges.
a expensas de a duras penas
• Referi-me a Nossa Senhora.
a marteladas a duas mãos, etc.
3. Ocorrência de crase no pronome relativo “a qual ou as
É descabido e vetado o acento grave em locução formada quais”:
com substantivo masculino. Grafa-se, portanto: Para que haja crase antes desta palavra, é fundamental que
a cavalo a pé a gás a regência do verbo ou nome da oração adjetiva peça a prepo-
a nado a mando de a pedido de, etc. sição “a” e o termo antecedente seja um substantivo feminino.

É desnecessário o acento grave no “a” ou “as” depois de • Esta foi a notícia / à qual fiz referência.
“até”, a não ser que sua falta possa gerar ambiguidade (duplo [referência a... + a qual]
sentido): • É linda a cidade / à qual fui ontem.
• Chegou até a praia. [ir a... + a qual]
• Andei até a igreja.
4. Antes de pronome de tratamento, não há artigo, daí não
• Fomos até as dunas.
ocorrer a crase.
Mas em... • Peço ajuda a Vossa Excelência.
• Os garimpeiros danificaram todo o rio até à nascente.
[Sem o acento grave, poder-se-ia entender que os garim- 8. PONTUAÇÃO
peiros danificaram inclusive a nascente do rio.] 1. SINAIS DE PONTUAÇÃO
Há, portanto, casos em que o acento grave, nas locuções, Emprego dos sinais de pontuação
não assinala crase; emprega-se, simplesmente, para deixar 1.1 VÍRGULA
bem claro que se trata de um adjunto adverbial. Comparem-se,
Emprega-se a vírgula (uma breve pausa):
por exemplo, as expressões seguintes, em que a ausência do
1.1.1 para separar elementos de mesmo valor sintático ou
acento grave torna o sentido dúbio:
orações assindéticas:
• Ver a distância ver à distância • A nossa empresa está contratando engenheiros, econo-
• Matar a fome matar à fome mistas, analistas de sistemas e secretárias. (OD)
• Cheirar a gasolina cheirar à gasolina • A terra, o mar, o céu, tudo apregoa a glória de Deus.
(sujeito composto)
• Enfrentar-se a espada enfrentar-se à espada
• Os passantes chegam, olham, perguntam e prosseguem.
• Receber a bala receber à bala (orações coordenadas)

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LÍNGUA PORTUGUESA
1.1.2 para separar vocativo: • A História, diz Cícero, é a mestra da vida.
• Pedro, desligue essa televisão! • “O Jornal, como o entendem hoje em dia, é o mergulho
• Você viu,Tereza, a novela ontem? absoluto na intensidade da vida.”
(Félix Pacheco)
1.1.3 para separar apostos:
• Seu Joaquim, nosso vizinho, ganhou o prêmio. 1.1.11 para separar certas conjunções pospositivas, como
• Dona Sílvia, aquela mexeriqueira do quarto andar, ficou PORÉM, CONTUDO, POIS, ENTRETANTO, PORTANTO, etc.:
presa no elevador. • “Vens, pois, anunciar-me uma desventura.”
(Alexandre Herculano)
• Rafael, o gênio da pintura italiana, nasceu em Urbino.
• “As pessoas delicadas, contudo, haviam desde a véspera
1.1.4 para separar predicativos deslocados (ordem indireta):
abandonado a cidade.”
• Lentos e tristes, os retirantes iam passando. (ordem (João Ribeiro)
indireta)
1.1.12 para separar termos que desejamos realçar:
Na ordem direta, seria assim: • O dinheiro, Jaime o trazia escondido nas mangas do
• Os retirantes iam passando lentos e tristes. paletó.
Outros exemplos: • Aos filhos, dei-lhes amor, carinho e limites.
• Novo ainda, eu não entendia certas coisas.
• “Pássaro e lesma, o homem oscila entre o desejo de voar Nota: no caso, os objetos indiretos foram antepostos aos
e o desejo de arrastar.” verbos e virgulados para ganhar destaque, realce.
(Gustavo Coração)
1.1.13 para isolar elementos repetidos:
1.1.5 para separar certas expressões explicativas ou retifi- • O palácio, o palácio está destruído.
cativas, como ISTO É, A SABER, POR EXEMPLO, OU MELHOR, • Estão todos cansados, cansados de dar dó!
OU ANTES, etc.
1.1.14 para isolar as orações coordenadas, exceto as
• O amor, isto é, o mais forte e sublime dos sentimentos
introduzidas pela conjunção E:
humanos, tem seu princípio em Deus.
• Ele já enganou várias pessoas, logo não é digno de
• Eles viajaram para a América do Norte, aliás, para o
confiança. (or.coord. conclusiva)
Canadá.
• Você pode usar o meu carro, mas tome muito cuidado
• Viajo dia 20, ou melhor, dia 23.
ao dirigir. (or.coord. adversativa)
1.1.6 para isolar o adjunto adverbial antecipado: • Não compareci ao trabalho ontem, pois estava doente.
Lá no sertão, as noites são escuras e perigosas. (or.coord. explicativa)
• Ontem à noite, fomos todos jantar fora. • Trabalha durante todo o dia e estuda à noite. (or.coord.
• “Eis que, aos poucos, lá para as bandas do oriente, clareia aditiva: sem vírgula)
um cantinho do céu.”
Nota: Coloca-se vírgula antes da conjunção E nos seguin-
• “Com mais de setenta anos, andava a pé.”
(Graciliano Ramos) tes casos:
A conjunção E tiver sentido adversativo (mas):
Notas: A posição normal do adjunto adverbial é vir no • Acendeu o cigarro, e não fumou.
final da frase.
O adjunto adverbial, quando breve, pode dispensar a Iniciar a segunda oração em que o sujeito seja diferente do
vírgula: que estiver na primeira oração:
• “Dentro do navio homem e mulheres conversavam.” • As crianças chegaram do colégio, e mamãe foi trabalhar.
(Jorge Amado) 1ª oração (sujeito: as crianças);
2ª. oração (sujeito: mamãe).
1.1.7 para separar orações adjetivas explicativas:
• Pelas 11 horas do dia, que foi de sol ardente, alcançamos 1.1.15 para sinalizar o Polissindético: repetição intencional
a margem do rio Paraná. do conectivo coordenativo. É particularmente eficaz para sugerir
• “O coronel ia enchendo o tambor do revólver,do qual movimentos contínuos ou séries de ações que se sucedem
nunca se apartava.” rapidamente:
(Herberto Sales)
• “Trejeita, e canta, e ri nervosamente.”
• Vidas Secas, que é um romance contemporâneo, foi (Antônio Tomás)
escrito por Graciliano Ramos. • “Vão chegando as burguesinhas pobres,
e as criadas das burguesinhas ricas,
1.1.8 para isolar, nas datas, o nome do lugar:
e as mulheres do povo, e as lavadeiras da redondeza.”
• São Paulo, 22 de maio de 1995. (Manuel Bandeira)
• Belo horizonte, 13 de dezembro de 2000.
1.1.16 para separar elementos paralelos de um provérbio:
1.1.9 para indicar a elipse de um elemento da oração: • Mocidade ociosa, velhice vergonhosa.
• Foi um grande escândalo. Às vezes gritava; outras, es-
trebuchava como um animal. IMPORTANTE: a pontuação dos períodos em que há ora-
• Não se sabe ao certo. Paulo diz que ela se suicidou; a ções subordinadas adverbiais obedece aos mesmos princípios
irmã, que foi um acidente. observados em relação aos adjuntos adverbiais. Isso significa
• Eu gosto de chá; Tereza, de café com leite. que a oração subordinada adverbial sempre pode ser separada
por vírgulas da oração principal. Essa separação é optativa quan-
1.1.10 para isolar orações intercaladas ou de caráter ex- do a oração subordinada está posposta à principal e é obrigatória
plicativo: quando a oração subordinada está intercala da anteposta:
• O filme, disse ele, é fantástico.

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LÍNGUA PORTUGUESA
• Tudo continuará como está se você não intervier. (ad- 1.3.6 subordinadas equivalentes que dependem da mesma
verbial condicional posposta à principal) ou subordinante:
• Tudo continuará como está, se você não intervier. • É importante que trabalhemos; que estudemos; que
• Disse que, quando chegar, tomará todas as providências. aproveitemos a vida.
(oração intercalada: vírgulas obrigatórias)
1.4 DOIS PONTOS
• Quando chegar, tomará todas as providências. (oração
Os dois-pontos são empregados para:
anteposta à principal: vírgula obrigatória)
1.4.1 fazer uma enumeração:
1.2 PONTO FINAL • “Estirado no gabinete, evocou a cena: o menino, o car-
1.2.1 Emprega-se o ponto, basicamente, para indicar o ro, os cavalos, o grito, o salto que deu, levado de um ímpeto
término de uma frase declarativa de um período simples ou irresistível...”
(Machado de Assis)
composto.
• “Compramos: laranjas, peras, bananas, açaí, milho verde
• Desejo-lhe uma feliz viagem.
entre outras delícias da feira.”
• A casa, quase sempre fechada, parecia abandonada, no
entanto tudo no seu interior era conservado com primor. 1.4.2 Fazer uma citação:
• “Repetia as palavras do pai: o mundo, sem a selva, será
O ponto é também usado em quase todas as abreviaturas,
triste e mau.”
por exemplo: fev. = fevereiro, hab. = habitante, rod. = rodovia. (Adonias Filho)
O ponto que é empregado para encerrar um texto escrito • Bem diz o ditado: vento ou ventura, pouco dura.
recebe o nome de ponto final.
1.4.3 antes de certos apostos, principalmente nas
1.3 PONTO E VÍRGULA enumerações:
Utiliza-se o ponto e vírgula para assinalar uma pausa • Tudo ameaça as plantações: vento, enchentes, geadas,
maior do que a da vírgula, praticamente uma pausa intermediária insetos daninhos, bichos, etc.
entre o ponto e a vírgula. Geralmente, emprega-se o ponto e • “O Titanic nasceu de um sonho: o de que era possível
vírgula para: construir um navio à prova de naufrágio.”
1.3.1 separar orações coordenadas que tenham certo (Artur Dapieve)

sentido ou aquelas que já apresentam separação por vírgula: 1.4.4 antes de orações apositivas:
• Criança, foi uma garota sapeca; moça, era inteligente e • A verdadeira causa das guerras é esta: os homens se
alegre; agora, mulher madura, tornou-se uma doidivanas. esquecem do Decálogo.
• “Só ponho uma condição: vai almoçar comigo.”
1.3.2 separar vários itens de uma enumeração: (Carlos de Laet)
• Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes • Tenho uma ideia: que você cresça e apareça!
princípios: 1.4.5 para indicar um esclarecimento, um resultado ou
a) igualdade de condições para o acesso e permanência resumo do que se disse:
na escola; • “Resultado: no fim de algum tempo tinha o que se chama
b) liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o ‘dinheiro no Banco’.”
pensamento, a arte e o saber; (Carlos D.Andrade)
c) pluralismo de ideias e de concepções, e coexistência de • “Guardo o mundo na mãe: não sei se sou feliz.” (Cabral
instituições públicas e privadas de ensino; do Nascimento)
IV - gratuidade do ensino em estabelecimentos oficiais; • “Em resumo: saí com 1.029 cruzeiros no bolso, um tanto
........ confuso.”
(Carlos D.Andrade)
(Constituição da República Federativa do Brasil)
1.5 PONTO DE INTERROGAÇÃO ( ? )
1.3.3 para separar orações, quando se omite o verbo da
1.5.1 O ponto de interrogação é empregado para indicar
segunda:
uma pergunta direta, ainda que esta não exija resposta:
• Eles foram ao cinema; eu, ao teatro.
• O criado pediu licença para entrar:
(omitiu-se a forma verbal “fui”)
_ O senhor não precisa de mim?
1.3.4 para separar orações coordenadas adversativas e _ Não obrigado. A que horas janta-se?
conclusivas, desde que a conjunção esteja deslocada. _ Às cinco, se o senhor não der outra ordem.
• Era franzina; tinha, porém, a força de um touro. _ Bem.
• Dormiu pouco; acha, por isso, que o dia vai ser cansativo. _ O senhor sai a passeio depois do jantar? de carro ou
a cavalo?
Nota: caso se queira enfatizar a oposição ou a conclusão, _ Não. (José de Alencar)
pode-se usar ponto e vírgula antes das conjunções adversativas • “Caça é coisa para homem, não é, César?”
e das conclusivas, ainda que elas não estejam deslocadas. (Antônio Olinto)
• Era franzino; porém tinha a força de um touro. Ou
1.5.2 o ponto de interrogação aparece, às vezes, no fim de
• Era franzino, porém tinha a força de um touro.
uma pergunta intercalada, que pode, ao mesmo tempo, estar
• Dormiu pouco; por isso acha que o dia vai ser cansativo.
entre parênteses:
Ou
• “A imprensa (quem o contesta?) é o mais poderoso meio
• Dormiu pouco, por isso acha que o dia vai ser cansativo.
que se tem inventado para a divulgação do pensamento.”
(Carlos Laet)
1.3.5 para separar orações coordenadas assindéticas, que
tenham sujeito diferente: Nota: não se usa o ponto interrogativo nas perguntas
• Uns trabalham; outros aproveitam a vida; os primeiros indiretas:
cuidam do corpo; os segundos, do espírito. • Dize-me o que tens.

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LÍNGUA PORTUGUESA
1.6 PONTO DE EXCLAMAÇÃO ( ! ) c) aposto / adjetivo e substantivo
1.6.1 O ponto de exclamação é empregado para marcar d) complemento nominal / substantivos
o fim de qualquer enunciado com entonação exclamativa, que
normalmente exprime admiração, surpresa, assombro, indig- 06) “Case com ele! Já tá velho... se morrer, sobra-lhe uma boa
nação etc. pensão – pense nisso!” O termo destacado classifica-se
• - Viva o meu príncipe! Sim, senhor... Eis aqui um come-
como:
douro muito compreensível e muito repousante, Jacinto! - Então
a) objeto indireto c) adjunto adnominal
janta, homem!
(Eça de Queiroz) b) sujeito simples d) aposto
• “- Céus! Que injustiça!”
(Camilo C.Branco) 07) Foplac - Assinale a alternativa em que apareça predicado
• “Suspendam o interrogatório!” verbo-nominal:
(Érico Veríssimo)
a) A chuva permanecia calma;
Nota: o ponto de exclamação é também usado com inter-
b) A chuvarada assustou os habitantes da vila;
jeições e locuções interjetivas:
c) Toninho ficou satisfeito;
• Oh!
• Valha-me Deus! d) Os meninos saíram do cinema calados;
e) Os candidatos estavam preocupados.
1.6.2 substitui a vírgula depois de um vocativo enfático:
“Colombo! Fecha a porta dos teus mares!”
(Castro Alves) 08) TTN - Observe as duas orações abaixo:
I. Os fiscais ficaram preocupados com o alto índice de
1.7 RETICÊNCIAS (...)
sonegação fiscal.
As reticências (...) são empregadas, principalmente para:
II. Houve uma sensível queda na arrecadação do ICM
1.7.1 assinalar interrupção do pensamento ou suspensão,
ou ainda, corte da frase de um personagem pelo interlocutor, em alguns Estados.
nos diálogos: Quanto ao predicado, elas classificam-se, respectivamen-
• “- Bem; eu retiro-me, que sou prudente. Levo a consciência te, como:
de que fiz o meu dever. Mas o mundo saberá...” a) nominal e verbo-nominal
(Júlio Dinis)
• “- A instrução é indispensável, a instrução é uma chave, b) verbo-nominal e verbal d) verbal e verbo-nominal
a senhora não concorda, dona Madalena? c) nominal e verbal e) verbal e nominal

09) ESA - Assinale a opção que contenha verbo transitivo


9. EXERCÍCIOS indireto:
SINTAXE a) A festa acabou.
Termos: essenciais, integrantes e acessórios da oração b) Meus cabelos estão molhados.
c) A menina arrumou o quarto.
01) 2015/PM - Indique o período que apresenta, simultanea-
mente: objeto direto e objeto indireto. d) O vaso virou um monte de cacos.
a) Precisamos de informações confiáveis. e) Você precisa de ajuda?
b) Mandaram a documentação para a controladoria.
c) As crianças tinham receio de castigos severos. 10) TCE - Nas orações abaixo, os termos destacados são
d) Precisamos de muito treinamento! objeto indireto, exceto na opção:
a) Ele dedica a vida às crianças abandonadas.
02) 2015/PM - Há um termo sintático negritado, classifique-o b) Ela pediu-me dinheiro.
A minha vontade é forte, mas a minha
c) Os policiais resistiram aos assaltantes.
disposição de obedecer-lhe é fraca.
Carlos Drummond de Andrade d) Você não deu a informação pedida.
a) Predicativo do sujeito c) Complemento nominal e) Não gostei desse filme.
b) Objeto direto d) Agente da passiva
11) Acadepo - Identifique a alternativa em que o termo des-
03) Mack - “Não se fazem motocicletas como antigamente”.
tacado é objeto direto:
O termo destacado funciona como:
a) Confie em nós.
a) aposto c) predicativo do sujeito
b) A cidade resistiu ao ataque.
b) objeto direto d) sujeito simples
c) Ama-se a Deus.
04) MACK - Em: “– Perdi a mala! – um diz de cara acabrunha- d) Desconfie desse sujeito.
da”, um tem a função sintática de: e) Não gostei dessa menina.
a) objeto direto c) sujeito simples
b) adjunto adnominal d) aposto 12) FMU - Em: “Eu era enfim, senhores, uma graça de
alienado”, os termos em destaque são, respectivamente:
05) ESPM - “Surgiram fotógrafos e repórteres”. Identifique a a) vocativo, sujeito simples
alternativa que classifica corretamente a função sintática b) aposto, objeto direito
e a classe morfológica dos termos destacados: c) sujeito simples, aposto
a) sujeito / substantivos d) vocativo, predicativo do sujeito
b) objeto direto / substantivos

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LÍNGUA PORTUGUESA
13) UFPI - “Jatene está convicto de suas ideias”. Os setores • Na II, da farmácia é adjunto adverbial.
do governo discordam do modelo proposto”. • Ambas as frases têm exatamente o mesmo significado.
Os termos destacados, quanto à função sintática, são, • Tanto em I como em II, da farmácia tem a mesma função
respectivamente: sintática.
a) objeto indireto, aposto, complemento nominal Dessas quatro considerações:
b) compl. nominal, obj. indireto, obj. indireto a) apenas uma é verdadeira;
c) compl. nominal, adjunto adnominal, obj. indireto b) apenas duas são verdadeiras;
d) agente da passiva, obj. indireto, compl. nominal c) apenas três são verdadeiras;
d) as quatro são verdadeiras;
14) ESPM - Em “Aquela lhe deu cem mil contos, só por inte- e) nenhuma é verdadeira.
resse!”, o termo destacado é:
a) adjunto adnominal Vozes Verbais
b) objeto indireto 01) FCC - Transpondo-se para a voz passiva a construção
c) complemento nominal “Mais tarde vim a entender a tradução completa”, a
d) sujeito simples forma verbal resultante será:
a) veio a ser entendida.
15) FMU b) teria entendido.
I. “Tinha grande amor à humanidade”. c) fora entendida.
II. “As ruas foram lavadas pela chuva”. d) terá sido entendida.
As palavras em destaque são, respectivamente: e) tê-la-ia entendido.
a) objeto direto / objeto indireto
02) Na oração: “O alvo foi atingido por uma bomba formidável”,
b) adjunto adnominal / objeto indireto
c) agente da passiva / complemento nominal a locução por uma bomba formidável tem a função de:
d) complemento nominal / agente da passiva a) objeto indireto.
b) agente da passiva.
16) FCMSC - Na oração seguinte: c) adjunto adverbial.
“Você ficará tuberculoso, de tuberculose morrerá.” d) complemento nominal.
As palavras destacadas exercem, respectivamente, a e) adjunto adnominal.
função de: 03) Em qual alternativa há forma verbal na voz passiva sin-
a) objeto direto / aposto tética ou pronominal?
b) objeto indireto / adjunto adnominal a) Nas férias, vive-se feliz e despreocupado ao ar livre!
c) predicativo / adjunto adverbial b) O amor é semeado no vento, nas estrelas e no eclipse.
d) objeto direito / adjunto adverbial c) No desespero de um abraço mudo, encontraram a
felicidade.
17) PUC - Dê a função sintática do termo destacado em:
“Voltaremos pela Via Anhanguera”. d) Pela fria madrugada, ouvia-se ainda o estridente cantar
a) objeto indireto das aves noturnas
b) agente da passiva
04) Transportando para a voz ativa a oração “Os sócios
c) adjunto adverbial
foram convocados para uma reunião”. Obtém-se a
d) complemento nominal
forma verbal:
18) Espcex/Aman - A oração que apresenta complemento a) convocaram-se;
nominal é: b) convocaram;
a) O povo necessita de alimentos. c) convocar-se-ia;
b) Caminhar a pé lhe era saudável. d) haviam sido convocados;
c) O cigarro prejudica o organismo.
05) MED. - Todas as frases estão na voz passiva, exceto:
d) O castelo estava cercado de inimigos.
a) Fazia-se a relação dos livros novos.
e) As terras foram desapropriadas pelo governo.
b) Projetava-se um grande frigorífico.
19) CESCEA - Aponte a alternativa em que ocorre o adjunto c) Estuda-se novo processo de irrigação.
adverbial de causa: d) Arrisca-se a vida por tão pouca coisa.
a) Comprou livros com dinheiro. e) Trata-se sempre do mesmo problema.
b) O poço secou com o calor.
c) Estou sem amigos. Concordância Verbal / Nominal
d) Vou ao Rio. 01) IBGE - Assinale a frase em que há erro de concordância
e) Pedro é efetivamente bom. verbal:
a) Um ou outro escravo conseguiu a liberdade.
20) FCMSC - Observe as duas frases seguintes.
b) Não poderia haver dúvidas sobre a necessidade da
I. O proprietário da farmácia saiu.
imigração.
II. O proprietário saiu da farmácia.
c) Faz mais de cem anos que a Lei Áurea foi assinada.
Sobre elas são feitas as seguintes considerações: d) Deve existir problemas nos seus documentos.
• Na I, da farmácia é adjunto adnominal. e) Choveram papéis picados nos comícios.

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LÍNGUA PORTUGUESA
02) MACK - Indique a alternativa em que há erro: d) Era muito árdua a tarefa que os mantinham juntos.
a) Os fatos falam por si sós. e) Quais de vós ainda tendes paciência?
b) A casa estava meio desleixada.
c) Os livros estão custando cada vez mais caro. 09) PUC - É provável que ....... vagas na academia, mas não
d) Seus apartes eram sempre o mais pertinentes possíveis. ....... pessoas interessadas: são muitas as formalidades a
e) Era a mim mesma que ele se referia, disse a moça. ....... cumpridas.
a) hajam - existem - ser
03) UF - Enumere a segunda coluna pela primeira (adjetivo b) hajam - existe - ser
posposto): c) haja - existem - serem
(1) velhos d) haja - existe - ser
(2) velhas e) hajam - existem - serem
( ) camisa e calça ............
10) FCC - “............ de exigências! Ou será que não ............
( ) chapéu e calça ............
os sacrifícios que ............ por sua causa?
( ) calça e chapéu ............
a) Chega - bastam - foram feitos
( ) chapéu e paletó ...........
b) Chega - bastam - foi feito
( ) chapéu e camisa ..........
c) Chegam - basta - foi feito
a) 1 - 2 - 1 - 1 - 2 d) Chegam - basta - foram feitos
b) 2 - 2 - 1 - 1 - 2 e) Chegam - bastam - foi feito
c) 2 - 1 - 1 - 1 - 1
d) 1 - 2 - 2 - 2 - 2 11) UF - “Soube que mais de dez alunos se ............. a participar
e) 2 - 1 - 1 - 1 - 2 dos jogos que tu e ele ............”
a) negou - organizou
04) UF- Assinale a frase que encerra um erro de concordância b) negou - organizasteis
nominal: c) negaram - organizaste
a) Estavam abandonadas a casa, o templo e a vila. d) negou - organizaram
b) Ela chegou com o rosto e as mãos feridas. e) negaram - organizastes
c) Decorrido um ano e alguns meses, lá voltamos.
d) Decorridos um ano e alguns meses, lá voltamos. 12) EPCAR - Não está correta a frase:
e) Ela comprou dois vestidos cinza. a) Vai fazer cinco anos que ele se diplomou.
b) Rogo a Vossa Excelência vos digneis aceitar o meu
05) BB - Verbo deve ir para o plural: convite.
a) Organizou-se em grupos de quatro. c) Há muitos anos deveriam existir ali várias árvores.
b) Atendeu-se a todos os clientes.
d) Na mocidade tudo são flores.
c) Faltava um banco e uma cadeira.
e) Deve haver muitos jovens nesta casa.
d) Pintou-se as paredes de verde.
e) Já faz mais de dez anos que o vi.
13) FTM - A frase em que a concordância nominal contraria
06) TTN - Assinale a alternativa correta quanto à concordân- a norma culta é:
cia verbal: a) Há gritos e vozes trancados dentro do peito.
b) Estão trancados dentro do peito vozes e gritos.
a) Soava seis horas no relógio da matriz quando eles
c) Mantêm-se trancadas dentro do peito vozes e gritos.
chegaram.
d) Trancada dentro do peito permanece uma voz e um grito.
b) Apesar da greve, diretores, professores, funcionários,
e) Conservam-se trancadas dentro do peito uma voz e
ninguém foram demitidos.
um grito.
c) José chegou ileso a seu destino, embora houvessem
muitas ciladas em seu caminho. 14) SANTA CASA - “Suponho que ........... meios para que se
d) Fomos nós quem resolvemos aquela questão. .......... os cálculos de modo mais simples.”
e) O impetrante referiu-se aos artigos 37 e 38 que ampara a) devem haver - realize
sua petição. b) devem haver - realizem
c) deve haverem - realize
07) FFCL - A concordância verbal está correta na alternativa:
d) deve haver - realizem
a) Ela o esperava já faziam duas semanas.
e) deve haver - realize
b) Na sua bolsa haviam muitas moedas de ouro.
c) Eles parece estarem doentes. 15) FUVEST - Aponte a alternativa correta:
d) Devem haver aqui pessoas cultas. a) Considerou perigosos o argumento e a decisão.
e) Todos parecem terem ficado tristes. b) É um relógio que torna inesquecível todas as horas.
c) Já faziam meses que ela não a via.
08) MACK - Assinale a incorreta:
d) Os atentados que houveram deixaram perplexa a
a) Dois cruzeiros é pouco para esse fim.
população.
b) Nem tudo são sempre tristezas. e) A quem pertence essas canetas?
c) Quem fez isso foram vocês.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Colocação Pronominal b) contudo.
c) desde que.
01) EPCAR - Imagine o pronome entre parênteses no lugar
d) uma vez que.
devido e aponte onde não deve haver próclise: e) por conseguinte.
a) Não entristeças. (te)
b) Deus favoreça. (o) 04) FCE - “Os homens sempre se esquecem de que somos
c) Espero que faça justiça. (se) todos mortais.” A oração destacada é substantiva:
d) Meus amigos, apresentem em posição de sentido. (se) a) completiva nominal
e) Ninguém faça de rogado. (se) b) objetiva indireta
c) predicativa
02) BB - A colocação pronominal está incorreta: d) objetiva direta
a) Preciso que venhas ver-me. e) subjetiva
b) Procure não desapontá-lo.
c) O certo é fazê-los sair. 05) UFMG - Na frase “Maria do Carmo tinha a certeza de que
d) Sempre negaram-me tudo. estava para ser mãe.”, a oração em destaque é:
e) As espécies se atraem. a) subordinada substantiva objetiva indireta
b) subordinada substantiva completiva nominal
03) FFCL - Assinale a alternativa correta quanto à colocação c) subordinada substantiva predicativa
pronominal:
d) coordenada sindética conclusiva
a) A solução agradou-lhe.
e) coordenada sindética explicativa
b) Eles diriam-se injuriados.
c) Ninguém conhece-me bem.
06) UFPA - Qual o período em que há oração subordinada
d) Darei-te o que quiseres.
substantiva predicativa?
e) Quem contou-te isso?
a) Meu desejo é que você passe nos exames vestibulares.
b) Sou favorável a que o aprovem.
04) MACK - A colocação do pronome está incorreta em:
c) Desejo-te isto: que sejas feliz.
a) Para não aborrecê-lo, tive de sair.
b) Quando sentiu-se em dificuldade, pediu ajuda. d) O aluno que estuda consegue superar as dificuldades
c) Não me submeterei aos seus caprichos. do vestibular.
d) Ele me olhou algum tempo comovido. e) Lembre-se de que tudo passa neste mundo.
e) Não a vi quando entrou. 07) UEPG - Em “É possível que comunicassem sobre políti-
cos”, a segunda oração é:
05) PM/MG - Assinale a alternativa em que ocorre o emprego
a) subordinada substantiva subjetiva
correto da próclise:
b) subordinada adverbial predicativa
a) Me entregue o seu currículo.
c) subordinada substantiva predicativa
b) Devolva-me o que já paguei.
d) principal
c) Que me incomodará agora?
e) subordinada substantiva objetiva direta
d) Disse-lhe muitas vezes.
08) 2015/CFO/PM - Marque a alternativa cujo sinal indicativo
Período Composto de crase seja OBRIGATÓRIO, preenchendo corretamente
a lacuna:
01) PUC - A conjunção “e” tem valor adversativo na frase: a) A coordenação do parque decidiu fechá-lo ___ visitas.
a) Cheguei, vi e venci. b) Tomou a medicação gota ___ gota.
b) Arrumou as malas e despediu-se.
c) Não me referi ___ Vossa Eminência.
c) Deitei-me exausto, e não consegui dormir.
d) Não estou falando de todas as mulheres; refiro-me ___
d) Siga o meu conselho e não se arrependerá.
que você ama.
e) Analise os dados restantes e envie-os ao diretor.
09) CESGRANRIO - Considere a sentença abaixo.
02) F. TIBIRIÇA - No período “Penso, logo existo.”, oração “Mariza saiu de casa atrasada e perdeu o ônibus.” As duas
em destaque é: orações do período estão unidas pela palavra “e”, que,
a) coordenada sindética conclusiva além de indicar adição, introduz a ideia de
b) coordenada sindética aditiva a) oposição
c) coordenada sindética alternativa b) condição
d) coordenada sindética adversativa c) consequência
d) comparação
03) PUC - Observe as frases: e) união
I. “Eu não me preparei bem para o vestibular. Tenho
muita esperança de ser aprovado.” 10) CONSULPLAN - “Já a produção de petróleo não é sufi-
II. “Eu não me preparei bem para o vestibular, ______ ciente para atender à demanda, embora a dependência
tenho muita esperança de ser aprovado.” externa no setor tenha conhecido…” O termo “embora”,
nesse fragmento, estabelece relação lógico-semântica de:
As duas frases de I ficam coerentemente unidas, formando
a) condição.
um único período em II, se o espaço for preenchido por:
b) adição.
a) pois.

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LÍNGUA PORTUGUESA
c) conformidade. d) Respondeu à carta no mesmo dia.
d) concessão. e) Avisamos-lhe de que o cheque foi pago.
e) tempo.
04) UNIFIC - A alternativa que preenche a frase corretamente é:
11) FUVEST - No período: “Era tal a serenidade da tarde, que “Os encargos _________ nos obrigaram são aqueles
se percebia o sino de uma freguesia distante, dobrando a _________ o diretor se referia.”
finados.”, a segunda oração é: a) de que – que
a) subordinada adverbial causal b) a cujos – cujos
b) subordinada adverbial consecutiva c) por que – que
c) subordinada adverbial concessiva d) cujos – cujo
d) subordinada adverbial comparativa e) a que - a que
e) subordinada adverbial subjetiva
05) FTM - “As mulheres da noite _________ o poeta faz alu-
são ajudam a colorir Aracaju, _________ coração bate de
12) UF - Leia, com atenção, os períodos abaixo:
noite, no silêncio.”
I. Caso haja justiça social, haverá paz.
A alternativa que completa corretamente as lacunas da
II. Embora a televisão ofereça imagens concretas, ela
frase acima é:
não fornece uma reprodução fiel da realidade.
a) as quais / de cujo
III. Como todas aquelas pessoas estavam concentradas,
b) a que / no qual
não se escutou um único ruído. c) de que / o qual
Assinale a alternativa que apresenta, respectivamente, d) às quais / cujo
e) que / em cujo
as circunstâncias indicadas pelas orações sublinhadas:
a) tempo, concessão, comparação 06) SANTA CASA - “É tal a simplicidade _________ se reveste
b) tempo, causa, concessão a redação desse documento, que ele não comporta as
c) condição, consequência, comparação formalidades _________ demais.”
d) condição, concessão, causa A alternativa que preenche a frase corretamente é:
e) concessão, causa, conformidade a) que – os
b) de que – aos
13) 2009/VUNESP - No comentário de Cayatte – “Se o réu é c) com que - para os
culpado, a pena foi pouca. Se o réu é inocente, a pena d) em que – nos
foi muita.” – as orações iniciadas pela conjunção Se ex- e) a que – dos
pressam sentido de
a) conclusão. 07) PUC - A alternativa que preenche as frases corretamente
b) consequência. é
c) conformidade. I. “Diferentes são os tratamentos _________ se pode
d) condição. submeter o texto literário.”
e) concessão. II. “Sempre se deve aspirar, no entanto, _________ ob-
jetividade científica, fugindo _________ subjetivismo.
Regência Verbal / Nominal a) à que, a, do
b) que, a, ao
01) IBGE - Assinale a opção que apresenta a regência verbal c) à que, à, ao
incorreta, de acordo com a norma culta da língua: d) a que, a, do
a) Os sertanejos aspiram a uma vida mais confortável. e) a que, à, ao
b) Obedeceu rigorosamente ao horário de trabalho do
corte de cana. 08) BB - Emprego indevido do pronome pessoal oblíquo
c) O rapaz presenciou o trabalho dos canavieiros. átono “o”:
d) O fazendeiro agrediu-lhe sem necessidade. a) O irmão o abraçou.
e) Ao assinar o contrato, o usineiro visou, apenas, ao lucro b) O irmão o encontrou.
pretendido. c) O irmão o atendeu.
d) O irmão o obedeceu.
02) UF - Assinale a frase em que está usado indevidamente e) O irmão o ouviu.
um dos pronomes seguintes: o, lhe.
a) Não lhe agrada semelhante providência? 09) UF - Assinale a alternativa que substitui corretamente as
b) A resposta do professor não o satisfez. palavras sublinhadas:
c) Ajudá-lo-ei a preparar as aulas. 1. Assistimos à inauguração da piscina.
d) O poeta assistiu-a nas horas amargas, com extrema 2. O governo assiste os flagelados.
dedicação. 3. Ele aspirava a uma posição de maior destaque.
e) Vou visitar-lhe na próxima semana. 4. Ele aspirava o aroma das flores.
5. O aluno obedece aos mestres.
03) BB - Regência imprópria:
a) Não o via desde o ano passado. a) lhe, os, a ela, a ele, lhes
b) Fomos à cidade pela manhã. b) a ela, os, a ela, o, lhes
c) Informou ao cliente que o aviso chegara. c) a ela, os, a, a ele, os

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LÍNGUA PORTUGUESA
d) a ela, a eles, lhe, lhe, lhes c) o sujeito e o adjunto adnominal
e) lhe, a eles, a ela, o, lhes d) o predicado verbal e o objeto direto
e) predicado nominal e o sujeito
10) FUVEST - Assinale a alternativa gramaticalmente correta:
a) Não tenham dúvidas que ele vencerá. 02) PUC - Observe as frases:
b) O escravo ama e obedece o seu senhor. I. Ele foi, logo eu não fui;
c) Prefiro estudar do que trabalhar. II. O menino, disse ele, não vai;
d) O livro que te referes é célebre. III. Deus, que é Pai, não nos abandona;
e) Se lhe disserem que não o respeito, enganam-no. IV. Saindo ele e os demais, os meninos ficarão sós.
Crase
Assinale a afirmativa correta:
01) BB - Há crase: a) Em I há erro de pontuação
a) Responda a todas as perguntas. b) Em II e III as vírgulas podem ser retiradas sem que
b) Avise a moça que chegou a encomenda. haja erro.
c) Volte sempre a esta casa. c) Na I, se se mudar a vírgula de posição, muda-se o
d) Dirija-se a qualquer caixa. sentido da frase
e) Entregue o pedido a alguém na portaria. d) Na II, faltam dois pontos depois de disse

02) FCC - A alternativa que preenche corretamente o período 03) FCC - Assinale a letra que corresponde ao período de
é: pontuação correta:
“A casa fica ..... direita de quem sobe a rua, ..... duas a) Cada qual, busca a salvar-se , a si próprio.
quadras da avenida do Cortorno.” b) Cada qual busca, a salvar-se a si próprio.
a) à - há c) Cada qual, busca a salvar-se a si, próprio.
b) a - à d) Cada qual busca, a salvar-se, a si próprio.
c) a - há e) Cada qual busca a salvar-se a si próprio.
d) à - a
e) à - à 04) UF - Na oração “Pássaro e lesma, o homem oscila entre
o desejo de voar e o desejo de arrastar.”, Gustavo Corção
03) FMU - Assinale a alternativa em que não deve haver o empregou a vírgula:
sinal da crase: a) por tratar-se de antíteses
a) O sonho de todo astronauta é voltar a Terra. b) para indicar a elipse de um termo
b) As vezes, as verdades são duras de se ouvir. c) para separar vocativo
c) Enriqueço, a medida que trabalho. d) para separar predicativo do sujeito, quando deslocado
d) Filiei-me a entidade, sem querer.
e) O sonho de todo marinheiro é voltar a terra. 05) FGV - “Considerando as razões apresentadas, penso, que
a solicitação será deferida.” Nesse texto, uma das vírgulas
04) FUVEST - Assinale a frase gramaticalmente correta: separa erradamente:
a) O papa caminhava à passo firme. a) A oração principal e a oração subordinada objetiva direta
b) Dirigiu-se ao tribunal disposto à falar ao juiz. b) O sujeito e o objeto indireto
c) Chegou à noite, precisamente as 10 horas. c) O predicativo e a oração subordinada objetiva indireta
d) Esta é a casa à qual me referi ontem às pressas. d) O predicativo do sujeito e o gerúndio
e) Ora aspirava a isto, ora aquilo, ora a nada. e) A oração subordinada adverbial causal e a oração
principal
05) FCMSC - Assinale a sentença onde a crase foi empregada
corretamente:
06) EPCAR - “Bem-aventurado, pensei eu comigo, aquele
a) Não se esqueça de chegar à casa cedo.
em que os afagos de uma tarde serena de primavera no
b) Prefira isto aquilo, já que ao se fazer o bem não se
silêncio da solidão produzem o torpor dos membros.”
olha à quem.
No período em apreço, usaram-se vírgulas para separar:
c) Já que pagaste àquelas dívidas, à que situação aspiras?
a) uma oração pleonástica
d) Chegaram até a região marcada e daí avançaram até
b) elementos paralelos
à praia.
c) uma oração coordenada assindética
e) Suas previsões não deixaram de ter razão, pois à uma
d) uma oração intercalada
hora da madrugada é um perigo andar à pé, sozinho.
e) um adjunto deslocado

Pontuação
07) BB - “Os textos são bons e entre outras coisas demonstram
que há criatividade”. Cabe(m) no máximo:
01) FGV - Leia atentamente: “É oportuno, um conselho.” Na
a) 3 vírgulas
oração, há um erro de pontuação, pois a vírgula está
b) 4 vírgulas
separando:
c) 2 vírgulas
a) o adjunto adnominal e o objeto direto
d) 1 vírgula
b) o predicativo do sujeito e o adjunto adverbial de modo
e) 5 vírgulas

51
LÍNGUA PORTUGUESA
08) SANTA CASA - Os períodos abaixo apresentam diferenças 13) 2017/COMPERVE - Considere o texto a seguir.
de pontuação. Assinale a letra que corresponde ao período
Se, por um lado, essa medida estimularia o transporte co-
de pontuação correta:
letivo ao invés do individual; por outro, as críticas colocam
a) José dos Santos paulista, 23 anos vive no Rio.
que apenas a população de menor renda média é que
b) José dos Santos paulista 23 anos, vive no Rio.
seria direcionada para esse sentido, o que representaria,
c) José dos Santos, paulista 23 anos, vive no Rio.
em tese, uma exclusão desse grupo ao espaço da cidade.
d) José dos Santos, paulista 23 anos vive, no Rio.
e) José dos Santos, paulista, 23 anos, vive no Rio. O uso do ponto e vírgula serve para separar
a) períodos de mesma natureza no interior do parágrafo.
09) TTN - Das redações abaixo, assinale a que não está b) orações coordenadas que se opõem quanto ao sentido.
pontuada corretamente: c) itens de um enunciado enumerativo.
a) Os candidatos, em fila, aguardavam ansiosos o resul- d) orações de valor conclusivo.
tado do concurso.
b) Em fila, os candidatos, aguardavam, ansiosos, o resul-
tado do concurso. 10. GABARITOS
c) Ansiosos, os candidatos aguardavam, em fila, o resul-
tado do concurso. SINTAXE
d) Os candidatos ansiosos aguardavam o resultado do
concurso, em fila. Termos: Essenciais, integrantes e acessórios da
e) Os candidatos, aguardavam ansiosos, em fila, o resul- oração
tado do concurso.
01) B 02) A 03) D 04) C 05) A
10) ITA - Dadas as sentenças: 06) B 07) D 08) C 09) E 10) D
I. Quase todos os habitantes daquela região pantanosa 11) C 12) D 13) C 14) B 15) D
e longe da civilização, morrem de malária.
16) C 17) C 18) B 19) B 20) B
II. Pedra que rola não cria limo.
III. Muitas pessoas observavam com interesse, o eclipse
solar. Vozes Verbais

Deduzimos que: 01) A 02) B 03) D 04) B 05) E


a) Apenas a sentença I está correta.
b) Apenas a sentença II está correta. Concordância Verbal / Nominal
c) Apenas a sentença III está correta.
01) D 02) D 03) C 04) A 05) D
d) Todas estão corretas.
06) D 07) C 08) C 09) C 10) A
11) 2017/MS CONCURSOS - “Por isso penso: o debate sobre 11) E 12) B 13) E 14) D 15) A
a legalização das drogas está completamente ultrapassa-
do.” (11º§) O uso de dois-pontos ( : ) no trecho em destaque
foram utilizados para anunciar: Colocação Pronominal
a) Uma causa. 01) D 02) D 03) A 04) A 05) C
b) Uma explicação enumerativa.
c) Uma síntese sobre o que foi exposto anteriormente.
d) Uma informação ligada ao que foi anunciado anterior- Período Composto
mente.
01) C 02) A 03) B 04) B 05) B

12) 2017/MS CONCURSOS - Veja os itens sobre pontuação 06) A 07) A 08) C 09) D 10) B
e assinale a alternativa correta: 11) D 12) D
I. Usamos o ponto e vírgula para separar orações de
um período longo em que já existem vírgulas.
II. Usamos dois-pontos em enumerações, nas exemplifi- Regência Verbal / Nominal
cações, antes de citação da fala ou de declaração de 01) D 02) E 03) E 04) E 05) D
outra pessoa, antes das orações apositivas.
06) B 07) E 08) D 09) B 10) E
III. Usamos a vírgula para separar adjuntos adverbiais
no início ou meio da frase.
IV. Usamos parênteses para intercalar palavras e ex- Crase
pressões de explicação ou comentário. 01) B 02) D 03) E 04) D 05) D
V. V - Usamos as aspas para separar expressões ex-
plicativas.
Pontuação
a) Apenas I, II, III e V estão corretos.
01) E 02) C 03) E 04) D 05) A
b) Apenas I, II, III e IV estão corretos
c) Apenas II, III e V estão corretos. 06) D 07) C 08) E 09) E 10) B
d) Apenas III, IV e V estão corretos. 11) D 12) B 13) B

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LÍNGUA PORTUGUESA
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO Língua é a linguagem verbal utilizada por um grupo de
indivíduos.
1. COMUNICAÇÃO Fala ou discurso é a utilização individual da língua.
Conceito de comunicação. Cultura é a soma de todas as realizações do homem.
O que é comunicação? Quais os elementos envolvidos num É todo fazer humano que pode ser transmitido de geração a
ato de comunicação? geração. A linguagem é elemento cultural e é fator essencial
Comunicação é o processo pelo qual os seres humanos para que haja cultura.
trocam entre si informações. Signo Linguístico
A comunicação faz parte de nossa vida. A todo momento Signo linguístico é a sequência de sons ou de letras que
estamos nos comunicando, seja através da fala, da escrita, de nos remete a um significado. Um signo linguístico é constituído
gestos, de um sorriso ou através da leitura de documentos, de duas partes:
jornais e revistas. Significante: é o material sonoro (fala) e/ou visual (escrita)
Ao realizar qualquer ato comunicativo, temos presentes os – fogo; casa.
seguintes elementos: Significado: o conceito, a ideia que se associa ao signi-
• emissor ou remetente: é aquele que envia a mensagem ficante.
(uma pessoa, uma empresa, uma emissora de televisão etc.);
2. DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO
• destinatário: é aquele a quem a mensagem é endereçada
Leia atentamente os textos a seguir:
(um indivíduo ou um grupo);
• mensagem: é o conteúdo das informações transmitidas; Texto 1:
• canal de comunicação: é o meio pelo qual a mensagem A rosa de Hiroshima
será transmitida (carta, palestra, jornal televisivo, etc.); Vinícius de Moraes
• código: é o conjunto de signos e de regras de combinação
Pensem nas crianças
desses signos utilizados para elaborar a mensagem: o emissor
Mudas telepáticas
codifica aquilo que o receptor irá decodificar;
Pensem nas meninas
• contexto: é o objeto ou a situação a que a mensagem
Cegas inexatas
se refere.
Material modificado a partir de: http://www.brasilescola.com/redacao/ Pensem nas mulheres
elementos-presentes-no-atocomunicacao.htm Rotas alteradas
Pensem nas feridas
A linguagem como sistema de signos: signo linguístico
Como rosas cálidas
e outros signos.
Mas oh não se esqueçam
O homem usa a linguagem para se comunicar. Linguagem
Da rosa da rosa
é todo sistema organizado de sinais que serve de meio de co-
Da rosa de Hiroshima
municação entre os indivíduos. Temos dois tipos de linguagem:
A rosa hereditária
• Linguagem não-verbal - sinais, sons, gravuras, símbolos,
A rosa radioativa
convenções, música, mímica, gestos, expressões fisionômicas, Estúpida e inválida
ou seja, qualquer código que não utiliza palavras. A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada

Texto 2:
Bomba atômica é uma arma explosiva cuja energia deriva
• Linguagem verbal - código que utiliza a palavra falada de uma reação nuclear e tem um poder destrutivo imenso - uma
ou escrita. Exemplo: única bomba é capaz de destruir uma cidade grande inteira.
Bombas atômicas só foram usadas duas vezes em guerra,
O que é Democracia:
ambas pelos Estados Unidos contra o Japão, nas cidades de
Democracia é a forma de governo em que a soberania
Hiroshima e Nagasaki, durante a Segunda Guerra Mundial
é exercida pelo povo.
(consistindo em um dos maiores ataques a uma população ci-
A palavra democracia tem origem no grego demokratía vil, quase 200 mil mortos, já ocorridos na história). No entanto,
que é composta por demos (que significa povo) e krat os (que elas já foram usadas centenas de vezes em testes nucleares
significa poder). Neste sistema político, o poder é exercido pelo por vários países.
povo através do sufrágio universal. Fonte: (HTTP://pt.wikipedia.org – Acesso em 2/12/2008)
É um regime de governo em que todas as importantes
decisões políticas estão com o povo, que elegem seus repre- As palavras do texto de Vinícius de Moraes assumiram uma
significação diferente do habitual, mais ricas e figurativas do que
sentantes por meio do voto. É um regime de governo que pode
as palavras do verbete bomba atômica.
existir no sistema presidencialista, em que o presidente é o maior
representante do povo, ou no sistema parlamentarista, em que Atente-se aos conceitos:
existe o presidente eleito pelo povo e o primeiro ministro que De acordo com seu nível de significação, as palavras
toma as principais decisões políticas. podem ser denotativas ou conotativas. Chama-se Denotação
ao nível de significação restrito e comum da palavra, isto é,
• Linguagem mista = é a soma seu uso habitual, o sentido do dicionário, como ocorre no texto
da verbal com a não-verbal. 2. Chama-se Conotação ao nível de significação figurado e
incomum que a palavra assume em certos contextos, como nos
exemplifica o texto 1.

53
LÍNGUA PORTUGUESA
3. NÍVEIS DE LINGUAGEM OU REGISTROS LINGUÍSTICOS Gíria ou calão:
Níveis de Linguagem ou Registros Linguísticos são os “Sabe qualé o dos cara mermão? Eles qué que tu dá uma
diferentes modos de falar, de acordo com a situação em que o passada nuns troços pra sacá o que o tô falando!”
Fonte: (http://www.geocities.com/Area51/Quadrant/6996/
falante se encontra. Em consequência, teremos:
dicionariodegirias.htm - Acesso feito em 01/12/2008)
a) Língua Culta ou Formal – aquela que se prende aos
modelos da Gramática Normativa, tradicional, e é empregada e) Língua Literária – elaboração artística do código lin-
pelas elites sociais escolarizadas. É a modalidade linguística guístico, visando provocar o prazer estético.
tomada como padrão de ensino e nela se redigem os textos e A Ilha do Dia Anterior
documentos oficiais do país. Exemplo: Era a alvorada, o sol ainda não atingia os vidros: foi até a
“A questão da segurança pública deve ser vista de forma galeria, sentiu o cheiro do mar, afastou um pouco o batente da
interdisciplinar. É preciso planejar e executar políticas de se- janela, e, com os olhos entreabertos, tentou fixar a praia.
gurança que vislumbrem a prevenção, inclusive envolvendo No Amarillii, onde o dia não saía do convés, Roberto ouvira
comunidades; que sejam eficazes na apuração dos crimes, nos os passageiros falarem a respeito de auroras avermelhadas,
processos judiciais e na condenação dos culpados; que garan- como se o sol estivesse impaciente em dardejar o mundo,
tam a punição. É preciso planejar com inteligência e estratégia enquanto agora via, sem lacrimejar, cores pastel: um céu espu-
e não apenas ostensivamente em ações isoladas e periféricas mante de nuvens escuras levemente franjadas de perolado, en-
relacionadas somente à ponta da linha, ou seja, aos sintomas quanto uma nuance, um leve matiz de rosa, estava subindo atrás
da violência. da Ilha, que parecia colorida de turquesa num papel grosseiro.
Fonte: (Dr. Antonio A. Genelhu Junior, presidente da Ordem os Advogados Fonte:(Umberto Eco. A Ilha do Dia Anterior. Rio de Janeiro: Record. 1995)
do Brasil, seção Espírito Santo, A GAZETA, 26/10/2008: Ações isoladas
–artigo de opinião; página 6, 1º caderno)
4. A NOÇÃO DE TEXTO
b) Língua Coloquial ou Informal – aquela usada diaria- Texto e Textualidade
mente pelas pessoas, sem preocupação em atender às regras Observe os itens a seguir, procurando responder à questão:
da Gramática Normativa. É a linguagem descontraída, porém O que é um texto?
que não foge muito dos padrões estabelecidos. Exemplo: Item 1:
“Me faz um favor? Fecha essa porta pra mim, tá?”

c) Linguagem Popular ou Linguajar – aquela usada pelas


pessoas não escolarizadas, desprovida de qualquer preocupa-
ção com a correção gramatical.
Miriam Lemle, pesquisadora, surpreende em seminá-
-rio.“Reforma ortográfica é uma proposta ingênua ou pilantra?”
Possuída pelo espírito de Edmilson, um carregador de feira,
baiano de 17 anos, improvisa bem humorada um discurso, falan-
do de sua dificuldade para aprender a ler e escrever Português.
Entre “cês, cumê, docês, preguiçoso e mixuruca”, o Edmil-
Imagem 03 - Andando na Chuva. Equipe de Produção
son “desletrado” dá uma decisão. “ – Cês qué sabe o que eu CEAD/Ifes © - 2009.
acho? Cês tinha que dixá em paz a fala da gente e a escrita do Item 2:
cês. Cês exprica pras fessora que é prá não vim fazê poco caso Cai chuva do céu cinzento
da manera que a gente tem de falá não, que pra nóis tá certo Que não tem razão de ser.
assim mesmo. Si nóis si intendi cum ela, pru que qui tá errado?” Até o meu pensamento
Fonte:(A Gazeta, Caderno Dois, O Dilema do Português, Vitória, 23/04/95) Tem chuva nele a escorrer.
d) Línguas Especiais – são aquelas usadas por grupos Tenho uma grande tristeza
que compartilham um mesmo conhecimento técnico ou interes- Acrescentada à que sinto.
ses comuns; no primeiro caso, temos as línguas técnicas e no Quero dizer-ma mas pesa
segundo, as gírias ou calões. O quanto comigo minto.
Porque verdadeiramente
Exemplo de línguas técnicas: Não sei se estou triste ou não.
A internet é representada por alguns técnicos como uma E a chuva cai levemente
nuvem. A comparação é resultado de sua estrutura maleável, com (Porque Verlaine consente)
um centro indefinido e contornos em constante mutação. Por isso, Dentro do meu coração.
o uso da web como um computador foi batizado de cloudcompu- Fernando Pessoa, 15-11-1930. (<http://www.insite.com.br/art/
pessoa/coligidas/695.html Acesso em 07/12/2008>)
ting (computação na nuvem). Na prática, o modelo é conhecido.
Ele move as engrenagens do Google. A cada busca, o site faz Item 3:
uma varredura em mais de 40 bilhões de páginas da internet. Chuva é um fenômeno meteorológico que consiste na pre-
Selecionadas, as informações são devolvidas à tela do cipitação de água no estado líquido sobre a superfície da Terra.
Fonte: (<http://pt.wikipedia.org/wiki/Chuva Acesso em 07/12/2008>)
computador do usuário sob a forma de uma lista com milhares
de links. O computador pessoal (PC) faz muito pouco nesse Quais dos itens acima podem ser considerados textos?
processo. Ele é apenas a porta de acesso à nuvem. A mesma ló- Vamos à teoria:
gica operacional aplica-se a endereços virtuais como o Yahoo!,o Chamamos de texto uma produção cultural com a qual um
eBay, a loja on-line Amazon, o Orkut e o YouTube. interlocutor pretende interagir, numa determinada situação. Essa
Fonte: (Um lugar nas nuvens. Veja nº 2078 Ano 41 Especial Tecnologia. produção cultural pode ser verbal (por intermédio de palavras,
Editora Abril. Setembro de 2008, p. 24) expressas de forma oral ou escrita), ou não-verbal (gestos,
imagens, sons...).

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LÍNGUA PORTUGUESA
Uma produção cultural, para ser considerada um texto, novo, terá uma qualidade de vida muito melhor.”
precisa fazer sentido. Em textos verbais, por exemplo, o autor Fonte: (Resposta dada pela bióloga MayanaZatz em entrevista à Revista
Veja edição 2050 – ano 41-nº 9 Editora Abril – 5 de março de 2008 - http://
fala ou escreve a partir do seu conhecimento prévio, tentando veja.abril.com.br/050308/entrevista.shtml)
propor significados ao ouvinte ou leitor. Observe que a pesquisadora faz uma afirmação:
O ouvinte/leitor tenta construir sentidos usando também o A terapia com células-tronco pode ser considerada como o
seu conhecimento prévio. É nessa relação que se estabelecem futuro da medicina regenerativa.
possíveis sentidos.
Fonte: EVANGELISTA, Aracy Alves Martins. Literatura Infantil e Relaciona fatos e argumentos para justificar sua afir-
Textualidade. In: Literatura Infantil na Escola: Leitores e Textos em
Construção. Cadernos CEALE volume II, ano I, maio/96. p.10-1.
mação, para dar consistência a ela:
Entre as áreas mais promissoras, está o tratamento para dia-
Importante: betes, doenças neuromusculares, como as distrofias musculares
Não se pode construir o sentido de qualquer produção cul- progressivas e a doença de Parkinson. Com as células-tronco,
tural unilateralmente. Produtor e receptor fazem o seu trabalho, também se poderá promover a regeneração de tecidos lesiona-
para o qual concorre o conhecimento prévio de cada um deles. dos por causas não hereditárias, como acidentes, ou pelo câncer.
O conhecimento prévio abrange: o conhecimento de mundo, o O tratamento do diabetes é muito promissor porque depende da
conhecimento textual (formas de organização de textos), o co- regeneração específica de células que produzem insulina, o que
nhecimento linguístico. Na construção da leitura, o leitor procura é mais fácil do que regenerar por completo um órgão complexo.
atribuir sentidos a pistas que encontra no texto, produzidas pelo E conclui sua ideia, produzindo uma relação de sentido
autor no trabalho de construção da escrita. clara e consistente e ainda reforçando sua tese, ou seja, a
Coerência e Coesão Textuais afirmação com que inicia sua resposta:

Mecanismos de coesão: As células-tronco vão permitir que as pessoas vivam muito


É importante observar que alguns fatores, como COERÊN- mais e de forma saudável. Uma pessoa que precise de um trans-
CIA e COESÃO, concorrem para a textualidade de um discurso plante de coração ou de fígado, se tiver a possibilidade de fazer
qualquer. uma terapia com células-tronco em vez de esperar anos numa
“COERÊNCIA é a unidade do texto. Um texto coerente é um fila por um órgão novo, terá uma qualidade de vida muito melhor.
conjunto harmônico, em que todas as partes se encaixam de ma- A COESÃO representa a capacidade de empregar adequa-
neira complementar, de modo que não haja nada destoante, nada damente os recursos vocabulares, sintáticos e semânticos da
ilógico, nada contraditório, nada desconexo. No texto coerente, língua na construção de um texto. Fazer uso, por exemplo, do
não há nenhuma parte que não se solidarize com as demais.” vocabulário adequado, dos pronomes corretos, dos conectivos
Fonte: (PLATÃO & FIORIN. Para entender o texto. Leitura e e de outros elementos gramaticais é imprescindível para manter
Redação. 5 ed. São Paulo: Ática, 1997)
a coesão textual.
“A COESÃO é explicitamente revelada através de marcas
Exemplo:
linguísticas, índices formais na estrutura da sequência linguística
A revista VEJA listou 50 perguntas e respostas sobre a
e superficial do texto, sendo, portanto, de caráter linear, já que se
questão ambiental contemporânea. Observe uma dessas per-
manifesta na organização sequencial do texto. É nitidamente sin- guntas e a resposta a ela dada:
tática e gramatical, mas é também semântica, pois, como afirma As estimativas de que a temperatura média do planeta
Halliday e Hasan (1976), a coesão é a relação semântica entre subirá até 4 graus até 2100 são confiáveis?
um elemento do texto e outro elemento que é crucial para sua Esse é o cenário mais pessimista projetado pelos cientistas
interpretação. A coesão é, então, a ligação entre os elementos do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC),
superficiais do texto, o modo como eles se relacionam, o modo que reúne as maiores autoridades do mundo nesse ramo da
como frases ou parte delas se combinam para assegurar um pesquisa. É um cenário catastrófico, mas ele só ocorrerá, na
desenvolvimento proposicional.” avaliação dos cientistas, se nada for feito. A projeção mais oti-
Fonte: (Kock&Travaglia, 1999) www.faetec.br
mista dá conta de que o aumento projetado seria de 1,8 grau.
A coerência diz respeito, então, à capacidade de relacionar Isso exigiria um corte de até 70% nas emissões de gases até
fatos e argumentos e de organizá-los de forma a extrair deles o ano 2050.
conclusões apropriadas, produzindo uma relação de sentido Fonte: (O planeta tem pressa - http://veja.abril.com.br/070508/p_094.
shtml - VEJA Edição 2059 - 7 de maio de 2008)
clara e consistente entre as ideias.
Exemplo: Elementos de Coesão em Negrito no Texto:
“A terapia com células-tronco pode ser considerada como o
Esse cenário – expressão com pronome demonstrativo
futuro da medicina regenerativa. Entre as áreas mais promisso-
que substitui algo já dito: a temperatura média do planeta subirá
ras, está o tratamento para diabetes, doenças neuromusculares, até 4 graus até 2100.
como as distrofias musculares progressivas e a doença de Par- que – pronome que se relaciona ao antecedente Painel
kinson. Com as células-tronco, também se poderá promover a Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC), subs-
regeneração de tecidos lesionados por causas não hereditárias, tituindo esse antecedente na oração que reúne as maiores
como acidentes, ou pelo câncer. O tratamento do diabetes é autoridades do mundo nesse ramo da pesquisa.
muito promissor porque depende da regeneração específica nesse ramo da pesquisa – expressão que substitui em
de células que produzem insulina, o que é mais fácil do que Mudança Climática. O pronome nesse foi empregado porque
regenerar por completo um órgão complexo. As células-tronco a expressão que ele substitui já havia sido citada.
vão permitir que as pessoas vivam muito mais e de forma sau- ele – pronome que substitui o antecedente um cenário
dável. Uma pessoa que precise de um transplante de coração catastrófico.
ou de fígado, se tiver a possibilidade de fazer uma terapia com isso – o aumento de 1,8 grau, que representa a projeção
células-tronco em vez de esperar anos numa fila por um órgão mais otimista.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Tipos de Coerência Textual Percebe-se a caracterização de um ambiente sofisticado,
Coerência narrativa de riqueza, com a utilização de elementos que compõem um
campo semântico de sofisticação.
Uma personagem só pode fazer aquilo que puder ou souber
fazer. Constitui incoerência relatar uma ação realizada por uma Coerência argumentativa
personagem que não tinha competência para realizá-la. Num texto argumentativo, utilizam-se dados e pressupostos
Exemplo de coerência narrativa: dos quais se fazem inferências ou chegam-se a conclusões.
Essas inferências e conclusões devem estar verdadeiramente
Vamos acabar com esta folga
(Stanislaw Ponte Preta) relacionadas com os elementos lançados como base do raciocí-
nio, da argumentação que se quer apresentar. A essa harmonia
O negócio aconteceu num café. Tinha uma porção de dá-se o nome de coerência argumentativa.
sujeitos, sentados nesse café, tomando umas e outras. Havia
brasileiros, portugueses, franceses, argelinos, alemães, o dia- Exemplo:
bo. De repente, um alemão forte pra cachorro levantou e gritou Estima-se que existam no Brasil cerca de 30 sites de
que não via homem pra ele ali dentro. Houve a surpresa inicial, relacionamento com aproximadamente cinco milhões de inter-
motivada pela provocação e logo um turco, tão forte como o nautas navegando neles. É muita gente e por isso é preciso
alemão, levantou-se de lá e perguntou: tomar cuidado. Uma precaução básica, por exemplo, é não
Isso é comigo? se sentir nas nuvens com “massagens no ego” que venham
Pode ser com você também – respondeu o alemão. pela rede porque isso pode cegar a razão. “Eu não enxergava
Aí então o turco avançou para o alemão e levou uma trau- nada da realidade”, diz a gaúcha Isabel Stasiak, que procurou
litada tão segura que caiu no chão. Vai daí o alemão repetiu a sua cara-metade num site. Achou que levara sorte porque ele
que não havia homem ali dentro pra ele. Queimou-se então apareceu em uma semana e, a partir daí, a paquera levou seis
um português que era maior ainda do que o turco. Queimou-se meses. Ela: ex-modelo, 50 anos, e, conforme admite, “tímida
e não conversou. Partiu pra cima do alemão e não teve outra e carente”. Ele: carioca, engenheiro de uma estatal, 44 anos.
sorte. Levou um murro debaixo dos queixos e caiu sem sentidos Isabel foi teclando mil detalhes de sua vida, o moço manteve-se
O alemão limpou as mãos, deu mais um gole no chope e fez reservado. Hora de se conhecer pessoalmente: “Éramos prati-
ver aos presentes que o que dizia era certo. Não havia homem camente vizinhos, mas não sabíamos, e fiquei feliz porque ele
para ele ali naquele café. Levantou-se então um inglês troncudo é bonito, alto e moreno”, diz ela. Apareceu, porém, um detalhe
pra cachorro e também entrou bem. E depois do inglês foi a não tão detalhe que fez o príncipe virar sapo: o moço era casado.
vez de um francês, depois um norueguês, etc., etc.. Até que lá Rolou o barraco: apaixonada,Isabel foi atrás da mulher dele e
do canto do café levantou-se um brasileiro magrinho, cheio de contou tudo. Rolou então a violência: o bonitão, altão e morenão,
picardia para perguntar, como os outros: que se dizia amoroso na internet, quebrou-lhe os dentes e o
Isso é comigo? romance acabou num boletim de ocorrência. Não são todos os
O alemão voltou a dizer que podia ser. Então o brasileiro trapaceados, no entanto, que vão à delegacia. Tímida demais,
deu um sorriso cheio de bossa e veio vindo, gingando assim a professora baiana Antonia Dias sentiu-se envergonhada para
pro lado do alemão. Parou perto, balançou o corpo e... pimba!
contar o golpe no qual caíra até mesmo para um delegado. Ela
O alemão deu-lhe uma porrada na cabeça com tanta força que
conheceu em uma sala de bate-papo um homem que se mostrou
quase desmonta o brasileiro.
educado, romântico e gentil. Conheceram-se pessoalmente e
Seria incoerência se o brasileiro magrinho derrubasse o
num piscar de olhos estavam no cartório diante de um juiz de paz.
alemão.
Casamento e lua-de-mel consumados, imediatamente o marido
Coerência figurativa apaixonado revelou-se um golpista obstinado. Antonia foi forçada
É a articulação harmônica das figuras do texto, com base a quitar-lhe dívidas e teve o seu cartão de crédito detonado. Do
nas relações de significado que mantêm entre si. As várias dia para a noite o homem se deletou de sua vida. “Deve estar
figuras que ocorrem num texto devem articular-se de maneira por aí frequentando os sites de relacionamento”, diz ela.
Fonte: (Trecho da reportagem - Por dentro da rede. Revista ISTOÉ.
coerente para constituir um único bloco temático, pertencer ao 14/03/2007)
mesmo universo de significado.
Fonte: (PLATÃO & FIORIN. Para entender o texto. Leitura e
Observe que o parágrafo inicia-se com dados sobre os sites
Redação. 5 ed. São Paulo: Ática, 1997) de relacionamento e a advertência sobre riscos:
“Estima-se que existam no Brasil cerca de 30 sites de relacio-
Exemplo:
namento com aproximadamente cinco milhões de internautas na-
Eu havia acabado de me vestir e não devia mais mexer vegando neles. É muita gente e por isso é preciso tomar cuidado”.
nos quadros e nas estátuas, mas um dos cavalos chineses de A partir daí, o jornalista reforça a tese apresentada e a
porcelana ficaria melhor na mesinha baixa de mogno. Coloquei fundamenta com sugestões de atitudes e exemplos de pessoas
o pôster com Lord Jim na parede oposta ao grande espelho, o que tiveram problemas na rede. Seu parágrafo é coerente com
cavalo de bronze embaixo e o de madeira ao lado. Eram treze a tese apresentada na introdução.
estatuetas – três de porcelana, quatro de bronze, duas de aço, O parágrafo seria incoerente se, após advertir para ter
três de cerâmica e uma de madeira – e dez posters, cinco em cuidado, o autor do texto passasse a dar exemplos de pessoas
preto e branco e cinco coloridos, todos cavalos. Não gostei do que tiveram relacionamentos felizes na rede.
número treze para as estatuetas e retirei uma delas, de bronze,
pesadona, e levei-a para a sala íntima onde estava o piano. 5. LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
A arrumação ficou boa, mas eu continuei sentindo o mesmo Ler significa compreender, interpretar textos, dados e fatos
sobressalto no coração. Olhei-me no espelho demoradamente, e, ainda, estabelecer relações entre os textos e os contextos
quando a campainha tocou. a que se referem. A memorização e repetição acrítica de um
Fonte: (FONSECA, Rubem. 74 degraus. In: Feliz Ano Novo. 2 ed. São determinado conjunto de informações não é a verdadeira leitura.
Paulo: Companhia das letras, 1989)

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LÍNGUA PORTUGUESA
Ler é ter capacidade de análise, de reconhecer e explicitar O Texto Literário distingue-se, nomeadamente, pelo fato
o papel desempenhado por diferentes recursos linguísticos na de transformar a realidade, servindo-se dela como modelo para
organização de textos de diferentes níveis de linguagem. arquitetar mundos “fantásticos”, que só existem textualmente
e que se estabelecem através da metáfora, da caricatura, da
Algumas sugestões para uma boa leitura:
alegoria e pela verossimelhança. Residindo aqui a ficcionalidade
1. Compreender os propósitos implícitos e explícitos da
patente no Texto Literário. Este é o elemento que mais o dife-
leitura; rença do Texto Não Literário, que tem por finalidade transmitir
2. Ativar e aportar à leitura os conhecimentos prévios rele- uma informação objetiva e autêntica da realidade. Para isso, o
vantes para o conteúdo em questão; Texto Não Literário vai combinar as palavras, numa sucessão
3. Dirigir a atenção ao fundamental, em detrimento do que coerente, sem que estas sejam independentes, mas apenas
pode parecer mais trivial; sejam úteis na comunicação.
4. Avaliar a consistência interna do conteúdo expressado O texto Literário tem uma função artística ao passo que
pelo texto e sua compatibilidade com o conhecimento prévio e o não literário, científica.
com o ‘sentido comum’;
5. Comprovar continuamente se a compreensão ocorre Exemplo de texto literário:
mediante a revisão e a recapitulação periódica e a auto inter- Retrato
rogação; Cecília Meireles
6. Elaborar e provar inferências de diversos tipos, como Eu não tinha este rosto de hoje,
interpretações, hipóteses, previsões e conclusões”. assim calmo, assim triste, assim magro
Fonte: (SOLÉ, 1998, 73 apud Dalla Vecchia, Adriana; Gavron Thaís Fer-
nanda in Projeto da Oficina de leitura: uma experiência em sala de aula) nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.
A intenção de um texto
Eu não tinha estas mãos sem força,
Na leitura de um texto, é importante dar conta da intenção
tão paradas e frias e mortas;
do autor impressa. Toda vez que alguém escreve ou desenha
eu não tinha este coração
algo, deseja comunicar alguma coisa a outrem, não é verdade? que nem se mostra.
Quando você escreve uma carta, ou envia um e-mail para
um amigo, você tem a INTENÇÃO de cumprimentá-lo; tem a Eu não dei por esta mudança,
INTENÇÃO de informar-lhe algo; ou você tem a INTENÇÃO de tão simples, tão certa, tão fácil:
perguntar-lhe... - em que espelho ficou perdida
A verdade é que ninguém gasta tempo, horas a fio à frente a minha face?
de um computador sem uma INTENÇÃO qualquer. Exemplo de texto não-literário:
Podemos pensar assim: quando alguém propõe a escrever
“Apesar de recente, a lei que estabelece multas, prisão
um poema, um conto, um romance, uma charge, um cartum,
e pagamento de fiança para motoristas com qualquer teor de
uma reportagem, um artigo de opinião, um editorial, uma fofoca,
álcool no sangue vem sendo defendida por autoridades públicas
uma novela, uma crônica, uma propaganda, uma resenha, uma
ligadas diretamente ao problema. Para justificar a aplicação das
tirinha, tem sempre a INTENÇÃO de dizer algo ao seu leitor.
punições estabelecidas pela nova legislação fazem uso das es-
A esta INTENÇÃO, tão repetitiva aqui, chama-se MENSA- tatísticas. ‘Os acidentes nas rodovias estaduais diminuíram’, diz
GEM, TEMA, CONTEÚDO. o Batalhão de Polícia de Trânsito Rodoviário e Urbano (BPRv).
Então, é possível lermos um texto que tenha como INTEN- O número de embriagados flagrados durante as blitze e o de
ÇÃO revelar: internações por acidentes de trânsito também. (...)”
Fonte: (Lei Seca: Governo atribui redução de acidentes a novas regras
• AFETO pela criança abandonada ou pela criatura hu- 14/07/2008 - 22h04 - Daniella Zanotti - Redação Gazeta Rádios e Internet)
mana;
• ALEGRIA ante o sucesso do amigo ou ante a morte do 7. NÍVEIS DE LINGUAGEM
desafeto; A linguagem é qualquer conjunto de sinais que nos permite
• AMOR à pátria, à criança humana ou à primeira noite realizar atos de comunicação. Dependendo dos sinais esco-
de namoro; lhidos, teremos uma comunicação verbal visual, auditiva, etc.
• CRÍTICA ao governo atual; A linguagem que mais utilizamos para praticar atos de co-
• DESABAFO ante um crime; municação é a língua, que é um conjunto de palavras e regras
• MÁGOA do adolescente; para a combinação dessas palavras, utilizado pelos membros
• MEDO da própria reação; de uma comunidade.
• LEMBRANÇA daquele mico no primeiro encontro; Dá-se o nome de fala à utilização que cada membro da
• SONHO de ser estrela! comunidade faz da língua, tanto na forma oral quanto na escrita.
A forma oral se caracteriza por maior espontaneidade do que a
É BOM SABER... forma escrita. Dessa forma, em decorrência do caráter individual
[Em situação de prova de concurso, é exatamente essa IN- da fala, pode-se observar que ela possui vários níveis, segue
TENÇÃO apresentada no texto que é perguntada ao candidato. abaixo os mais utilizados:
Se, de fato, ele a percebeu.]
Formal (culto): é o nível de fala utilizado pelas pessoas
6. TEXTOS LITERÁRIOS E NÃO LITERÁRIOS cultas, em situações formais. Caracteriza-se por um cuidado
Que é um texto Literário?.Que é um texto não literário? maior com o vocabulário e pela obediência às regras estabele-
É exatamente essa diferença que vamos ver agora. cidas. Observe o exemplo abaixo:

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LÍNGUA PORTUGUESA
“Depois da campanha mais disputada e volátil dos últimos O que é DESCRIÇÃO?
tempos, os resultados parciais de apuração e as projeções dão Descrever é “fotografar” um objeto, uma pessoa, um lugar
a vitória ao democrata Bill Clinton nas eleições à presidência com palavras. Requer observação cuidadosa, para tornar o
dos Estados Unidos, realizadas ontem.” que vai ser descrito em um modelo inconfundível, porém, não
se trata de enumerar uma série de elementos, mas transmitir
Informal (coloquial/popular): é a fala que a maioria das sensações, sentimentos. É criar o que não se vê, mas se percebe
pessoas utiliza no seu dia-dia, sobretudo nas situações mais ou imagina; é não copiar friamente uma imagem, mas deixá-la
formais. Caracteriza-se pela espontaneidade, pois não existe rica, pois o ser e o ambiente são aspectos importantíssimos na
uma preocupação com as normas estabelecidas pela comuni- descrição. Existem duas possibilidades de descrição:
dade linguística. Observe o exemplo abaixo: a) Descrição objetiva: quando o objeto, o ser, a cena, são
“Sei lá! Acho que tudo vai ficar legal. Pra que então ficar apresentadas no seu sentido real. Exemplo:
“Sua altura é 1,85m. Seu peso, 70Kg. Aparência atlética,
esquentando tanto? Me parece que as coisas no fim sempre
ombros largos, pele bronzeada. Moreno, olhos negros, cabelos
dão certo.”
negros e lisos”.
Técnico (profissional): é a fala que alguns profissionais b) Descrição subjetiva: quando há maior participação da
(advogados, economistas, etc.) utilizam no exercício de suas emoção, ou seja, quando o objeto, o ser, a cena, a paisagem
são apresentados em sentido figurado. Exemplo:
atividades profissionais. Observe o exemplo abaixo:
“Vamos direto ao assunto: interface gráfica ou não, muitas “Nas ocasiões de aparato é que se podia tomar pulso ao
vezes, é preciso trabalhar com o prompt do DOS, sendo abor- homem. Não só as condecorações gritavam-lhe no peito como
recedor esforçar-se na redigitação de subdiretórios longos ou uma couraça de grilos. Ateneu! Ateneu! Aristarco todo era um
comandos mal digitados.” anúncio; os gestos, calmos, soberanos, calmos, eram de um rei...”
Revista PC World, ago/1992.p. 98. “O Ateneu”, Raul Pompeia

O que é NARRAÇÃO?
Literário (artístico): é a utilização da língua como finalidade A narração tem por objetivo contar uma história real, fictícia
expressiva, como a que é feita pelos artistas da palavra poetas ou mesclando dados reais e imaginários. Baseia-se numa evo-
e romancista. Observe o exemplo abaixo: lução de acontecimentos, mesmo que não mantenham relação
“O céu jogava tinas de água sobre o noturno que me de linearidade com o tempo real. Sendo assim, está pautada
devolvia a São Paulo. O comboio brecou, lento, para as ruas em verbos de ação e conectores temporais.
molhadas, furou a gare suntuosa e me jogou nos óculos meni- A narrativa pode estar em 1ª ou 3ª pessoa, dependendo
neiros de um grupo negro. do papel que o narrador assuma em relação à história. Numa
“Sentaram-me num automóvel de pêsames.” narrativa em 1ª pessoa, o narrador participa ativamente dos fatos
narrados, mesmo que não seja a personagem principal (narrador
8. GÊNERO TEXTUAL = personagem). Já a narrativa em 3ª pessoa traz o narrador
É um nome que se dá às diferentes formas de linguagem como um observador dos fatos que pode até mesmo apresentar
que circulam socialmente, sejam mais informais ou mais formais. pensamentos de personagens do texto (narrador = observador).
O bom autor toma partido das duas opções de posicio-
Eles são a forma como a língua se organiza nas inúmeras si-
namento para o narrador, a fim de criar uma história mais ou
tuações de comunicação que vivemos no dia-a-dia. Gêneros
menor parcial, comprometida. Por exemplo, Machado de Assis,
textuais são língua em uso social, seja quando usamos a língua
ao escrever Dom Casmurro, optou pela narrativa em 1ª pessoa
na escola, seja quando usamos a língua fora dela para nossa
justamente para apresentar-nos os fatos segundo um ponto de
comunicação, seja quando usamos gêneros escritos, seja quan- vista interno, portanto mais parcial e subjetivo.
do usamos gêneros orais. Os gêneros são língua em uso, são
língua viva, são instrumentos de comunicação. Narração objetiva x Narração subjetiva
Como eles são instrumentos de comunicação indispensável,
todas as pessoas usam gêneros para se comunicar. O fato de • objetiva - apenas informa os fatos, sem se deixar en-
todas as pessoas dominarem pelo menos alguns gêneros dá volver emocionalmente com o que está noticiado. É de cunho
uma base para que elas possam aprender outros e mais outros, impessoal e direto.
de forma infinita. • subjetiva - leva-se em conta as emoções, os sentimentos
envolvidos na história. São ressaltados os efeitos psicológicos
Importante: que os acontecimentos desencadeiam nos personagens.
É muito comum, em prova, perguntarem o gênero tex-
tual em análise. Elementos básicos da narrativa:
Os mais cobiçados em situação de prova são Edito- Fato - o que se vai narrar (O quê?)
rial, Artigo de Opinião, Crônica, Charge, Cartuns, tirinhas, Tempo - quando o fato ocorreu (Quando?)
reportagens. Lugar - onde o fato se deu (Onde?)
Personagens - quem participou ou observou o ocorrido
9. TIPOLOGIA TEXTUAL (Com quem?)
São as características que um texto apresenta, a saber, Causa - motivo que determinou a ocorrência (Por quê?)
tais como Descrição, Narração, Dissertação, Injunção. Um Modo - como se deu o fato (Como?)
texto pode ter uma característica predominante ou mesmo Consequências (Geralmente provoca determinado des-
mesclar duas características, como é comum nos romances fecho).
em que concorrem narração e descrição. Tais características Exemplo:
são muito cobradas em prova de concurso público. Atente-se Naquela noite, todos estavam na sala conversando anima-
às suas marcas. Vamos começar com a Descrição. O que é um damente. De repente, veio uma voz lá de fora. Chamou por meu
texto descritivo? pai. A princípio, não reconheci quem era. Houve um silêncio geral.

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LÍNGUA PORTUGUESA
_ Seu Odorico... – chamou novamente! 3. Conativa (ou apelativa)
Minha mãe disse que era Francisquinho, guardador da Ocorre quando o receptor é posto em destaque e é estimula-
igreja. Ele veio trazer um aviso. do pela mensagem. Há um autor querendo influenciar o receptor.
Nunca me esqueci daquela noite. Eu ainda era muito me- É comum nesse tipo de texto o emprego do modo imperativo dos
nina. Foi a noite do suicídio de Padre Bento. verbos e de vocativos.
O que é um Texto Dissertativo? 4. Metalinguística
A tipologia textual da Dissertação é uma das mais cobi- Tem como função realçar o código, quando este é utilizado
çadas/presentes em provas de concurso público!!! como assunto ou explica a si mesmo. Por exemplo, quando
Dissertação é um texto que se caracteriza pela exposição, um poema reflete sobre a criação poética, um filme tematiza o
defesa de uma ideia que será analisada e discutida a partir de próprio cinema ou um programa de televisão que debate o papel
um ponto de vista. Para tal defesa, o autor do texto dissertativo social da televisão.
trabalha com argumentos, com fatos, com dados, os quais utiliza
para reforçar ou justificar o desenvolvimento de suas ideias. 5. Fática
Organiza-se, geralmente, em três partes: Ocorre quando o canal é posto em destaque. A função é
testar o canal de comunicação. Acontece nos cumprimentos
• Introdução - onde você explicita o assunto a ser discutido,
diários, nas primeiras palavras de uma aula etc.
com a apresentação de uma ideia ou de um ponto de vista que
6. Poética
pretende defender. A introdução deve ser apresentada de manei-
Podemos encontrá-la nos casos em que o emissor enfatiza
ra clara o assunto que será tratado, podendo formular uma tese.
• Desenvolvimento - em que irá desenvolver seu ponto a construção, a elaboração da mensagem por meio por meio
de vista. Para isso, deve argumentar, fornecer dados, trabalhar da escolha de palavras que realcem a sonoridade, pelo uso de
exemplos, se necessário. É a parte do texto em que as ideias, expressões imprecisas. O texto não é objetivo, traz uma fala
conceitos, informações serão desenvolvidas. cheia de rodeios, transmite pouca informação. A função poética
• Conclusão - em que dará um fecho coerente com o de- ocorre tanto em prosa como em verso
senvolvimento e com os argumentos apresentados. Em geral, a Importante: é possível encontrar em um texto mais de uma
conclusão é uma retomada da ideia apresentada na introdução, função da linguagem. Portanto, cabe ao leitor identificar aquela
agora com mais ênfase, de forma mais conclusiva, onde não
que predomina e, por conseguinte, a intenção de seu autor.
deve aparecer nenhuma ideia nova, uma vez que você está
fechando o texto. 11. VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS
Fonte(s): http://www.mundovestibular.com.br
A língua portuguesa encontra-se em constante alteração,
Modelo de um parágrafo dissertativo: evolução e atualização, não sendo um sistema estático e fechado.
“É um grave erro a liberação da maconha. Provocará de O uso faz a regra e os falantes usam a língua de modo a suprir
imediato violenta elevação do consumo. O Estado perderá o suas necessidades comunicativas, adaptando-a conforme suas
precário controle que ainda existe sobre as drogas psicotrópicas intenções e necessidades.
e as instituições brasileiras de recuperação de viciados não terão Sendo uma sociedade complexa, formada por diferentes
estruturas suficientes para atender à demanda”. grupos sociais, com diferentes hábitos linguísticos e diferentes
(Alberto Corazza, IstoÉ, 20.12.95) graus de escolarização, ocorrem variações na língua, principal-
mente de caráter local, temporal e social.
10. FUNÇÕES DA LINGUAGEM
Nem todas as variações linguísticas usufruem do mesmo
O modo como a linguagem se organiza está diretamente
prestígio, sendo algumas consideradas menos cultas. Contudo,
ligada à função que se deseja dar a ela, isto é, à intenção do
todas as variações devem ser encaradas como fator de enriqueci-
autor. Para os seis componentes da comunicação, seis são as
mento e cultura e não como erros ou desvios. Tipos de variação:
suas funções:
As variações linguísticas ocorrem principalmente nos âm-
Emissor – aquele que transmite a mensagem.
bitos geográficos, temporais e sociais.
Receptor – aquele com quem o emissor se comunica.
Mensagem – é aquilo que se transmite ao receptor.
I. Variações regionais (diatópicas ou geográficas)
Referente (ou contexto) – é o assunto da mensagem.
São variações que ocorrem de acordo com o local onde
Código – é a convenção social que permite ao receptor
vivem os falantes, sofrendo sua influência. Este tipo de variação
compreender a mensagem.
ocorre porque diferentes regiões têm diferentes culturas, com
Canal – é o meio físico que conduz a mensagem ao receptor.
diferentes hábitos, modos e tradições, estabelecendo assim
1. Referencial (ou informativa)
diferentes estruturas linguísticas.
Ocorre quando o referente é posto em destaque e a intenção
Exemplos de variações regionais:
principal do emissor é informar. Os textos cuja função é referencial
Diferentes palavras para os mesmos conceitos;
possuem linguagem clara, direta e precisa, procurando traduzir a
Diferentes sotaques, dialetos e falares;
realidade de forma objetiva. Alguns textos jornalísticos, os textos
científicos e os didáticos são o melhor exemplo disso. Reduções de palavras ou perdas de fonemas.

2. Emotiva (ou expressiva) II. Variações históricas (diacrônicas)


Está centrada na expressão dos sentimentos, emoções e São variações que ocorrem de acordo com as diferentes
opiniões do emissor. Reforça o aspecto subjetivo, pessoal da épocas vividas pelos falantes, sendo possível distinguir o portu-
mensagem. É comum nesse tipo de função a presença de inter- guês arcaico do português moderno, bem como diversas palavras
jeições, reticências, pontos de exclamação e, ainda, dos verbos que ficam em desuso.
na 1ª pessoa. O narrador apresenta opiniões com as quais outras Exemplos de variações históricas:
pessoas podem ou não concordar. Textos líricos, que expressam Expressões que caíram em desuso;
o estado de alma do emissor, são exemplos dessa função. Grafemas que caíram em desuso;
Vocabulário típico de uma determinada faixa etária.

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LÍNGUA PORTUGUESA
III. Variações sociais (diastráticas) começo, na recuperação, na melhoria, no crescimento. Nosso
São variações que ocorrem de acordo com os hábitos e país está como está porque fizeram com ele o que fizeram. Mas
cultura de diferentes grupos sociais. Este tipo de variação ocorre ele será o que será porque faremos o que faremos. E, neste
porque diferentes grupos sociais possuem diferentes conheci- caso, como diz o ditado, “não tem ‘mas’ nem meio ‘mas’”. Só
mentos, modos de atuação e sistemas de comunicação. depende de nós.
(Eugênio Mussak. Entre o otimismo e o pessimismo. Disponível em: http://
Exemplos de variações sociais: vidasimples.uol.com.br/noticias/pensar/entre-o-otimismo-e-opessimismo.phtml#.
Gírias próprias de um grupo com interesse comum, como Vp_EK5orKig, 16.11.2015. Adaptado)

os skatistas. 01) VUNESP - Conforme o que afirma o autor do texto, o


Jargões próprios de um grupo profissional, como os policiais. otimismo
Variações situacionais (diafásicas) a) elimina as dificuldades da vida.
São variações que ocorrem de acordo com o contexto ou b) possibilita encontrar meios para superar os problemas.
situação em que decorre o processo comunicativo. Há momentos c) focaliza sempre o pretérito.
em que é utilizado um registro formal e outros em que é utilizado d) é uma demonstração de falta de consciência.
um registro informal. e) é responsável pelos problemas que vivenciamos

Exemplos de variações situacionais:


02) VUNESP - Nesse texto, o autor afirma que
Linguagem formal, considerada mais prestigiada e culta,
a) é o tempo verbal que determina se a pessoa deve
usada quando não há familiaridade entre os interlocutores da co-
enxergar uma situação com otimismo ou pessimismo.
municação ou em situações que requerem uma maior seriedade.
b) as conjunções são recursos amplamente usados pelos
Linguagem informal, considerada menos prestigiada e
pessimistas para refletir sobre o futuro.
culta, usada quando há familiaridade entre os interlocutores da
c) há uma classificação dos recursos linguísticos; alguns
comunicação ou em situações descontraídas.
servem apenas para os discursos otimistas e outros
12. EXERCÍCIOS apenas para os pessimistas.
d) o “mas” é muito usado para construir discursos de
Texto 1 esperança, por isso é marca característica do discurso
Eugênio Mussak
otimista.
Em tempos difíceis como o que estamos vivendo, uma boa e) os discursos dos otimistas e dos pessimistas podem
dose de otimismo pode nos ajudar a enfrentar as dificuldades ter os mesmos elementos, o que muda é a ordem de
do dia a dia. Os otimistas costumam ser mais positivos mesmo colocação dos termos e o foco.
diante das adersidades, e, com isso, têm mais chance não só 03) VUNESP - Com relação à situação atual do Brasil, o autor
de encontrar meios para sobreviver à crise como de criar alter- se mostra
nativas para sair dela. a) otimista e propõe que se acredite racionalmente na
Reconhecemos os otimistas de algumas maneiras. Uma recuperação do país.
delas é pelo tempo verbal de seu discurso. Enquanto os pessi- b) pessimista e justifica essa posição afirmando que a
mistas falam no pretérito, os otimistas preferem falar no futuro. saída da crise depende de muita gente.
Os pessimistas insistem em ponderar sobre como deveria ter c) pessimista, pois ele tem consciência de que a situa- ção
sido. Os otimistas ocupam-se em discorrer sobre como poderá atual não é nada boa.
vir a ser. d) otimista e acredita que pensamento positivo apresentará
Outra maneira de diferenciar um pessimista de um otimista é a solução para os problemas.
e) pessimista e culpa toda nação, inclusive a si mesmo,
pelo uso do “mas”, palavrinha de três letras muito usada quando
pela situação em que o país se encontra.
dois pensamentos se complementam e parecem ser opostos.
Cada vez que você diz “agora faz sol, mas mais tarde vai cho- Texto 2
ver”, ou “minha cabeça dói, mas já vai passar”, está usando
uma conjunção, que tem a finalidade de estabelecer ligações. SEGURANÇA PÚBLICA COMEÇA EM CASA
Voltando ao tema do otimismo e do pessimismo, sabemos A segurança pública começa na família, quando pequenos
que esses dois estados, que demonstram a visão que as pessoas gestos e ações dos pais vão determinar o comportamento dos
têm da situação em que se encontram, bem como das perspec- filhos na coletividade. Não nos preocupamos em observar o
tivas futuras, se refletem no uso dos recursos linguísticos. Ou que fazemos na frente de nossos filhos, achamos engraçado
melhor, na ordem em que se colocam os termos da oração em quando pronunciam um palavrão e mostramos como se fosse
torno deles. Explico. Uma coisa é dizer: “Eu sei que está ruim, um prêmio a falta de educação, a nossa e a deles.
mas vai melhorar”. Outra é afirmar: “Eu sei que vai melhorar, Esquecemos que somos modelos para as nossas crianças,
mas que está ruim, está”. As duas frases envolvem exatamente ao deixar de usar o cinto de segurança, desrespeitar um sinal fe-
os mesmos elementos em sua construção, a diferença entre chado, fumar onde não devemos e atirar lixo pela janela do carro.
elas está no foco. Aceitamos quando eles não arrumam o quarto e não querem
Há “mas” para todos os gostos. Depende de nós usá-lo para levantar para auxiliar na limpeza da casa, dizemos tudo bem,
criar um bom ambiente ou para jogar um balde de água fria no eles são crianças.
ânimo de qualquer um. Quando algo não está bem, como o atual Somos pais que não se preocupam em pedir licença, dizer
momento econômico, surgem dois pensamentos: o de que tudo obrigado e solicitar por favor quando conversamos com nos-
vai piorar e o de que, daqui pra frente, só é possível melhorar. sos familiares, numa onda de desrespeito que se reflete num
E, já que é assim, proponho o otimismo consciente. Aquele comportamento equivocado de nossas crianças na idade tenra,
que não nega a realidade, mas que acredita na solução, no re- quando desrespeitam os pais e avós dentro de casa.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Também, erroneamente, procuramos dar a eles tudo que Existe uma lenda urbana em nosso país que define como
pedem, sem impor limites, deixamos que façam o que querem criminoso apenas quem lucra com a pirataria digital. Em outras
dentro de casa, rolem no chão quando pedem um brinquedo no palavras, a crença que circula de boca em boca é que somente
supermercado e rimos da situação, quando na verdade faltou- vendedores ambulantes, falsificadores e sites que hospedam
-nos autoridade, mas não nos preocupamos. Afinal, a escola e esse tipo de conteúdo são passíveis de punição jurídica. Entre-
os professores vão dar um jeito nisso. tanto, não é bem assim que funciona.
Chegando à escola, uma nova realidade, uma turma de O STJ já reforçou mais de uma vez que o download de
novos colegas, uma professora impondo regras, horários, obras que possuem direitos autorais configura crime. Mas por
responsabilidade, quanta coisa para nossos pobres filhos. Não
que ninguém é preso ou recebe multas? Simples: a aceitação
acompanhamos os cadernos, não auxiliamos na realização dos
cultural é tão grande que não existe quase nenhum tipo de
trabalhos, nem criamos horários para que estudem.
fiscalização ou punição para a reprodução e distribuição deste
Afinal, são crianças e devem brincar. Passado o tempo,
tipo de conteúdo.
vamos lá, nas avaliações, reclamar das notas baixas de nossos (Vinicius Munhoz, Como a pirataria é castigada em outros países do mundo?
filhos. Afinal, a culpa é da escola, dos professores e da direção, Disponível em: www.tecmundo.com.br. 14.07.2015.)
que não souberam ensinar as nossas crianças. 07) VUNESP - A partir da leitura do texto, conclui-se correta-
Adiante, os nossos filhos passam a andar com amigos
mente que o autor
estranhos, que não gostam de ir para a escola, mas isto não é
a) parte do pressuposto de que o leitor reproduz filmes
problema nosso, nossos filhos apenas andam com esses ami-
piratas porque isso ainda não é crime no brasil.
gos. Chega um dia que nos pedem um tênis importado, estra-
b) dialoga com o leitor como se este considerasse comum
nhamos. Afinal, não temos dinheiro para comprar e dizemos não.
assistir a filmes adquiridos por meio da pirataria.
Então, no dia seguinte, aparecem com o que queriam. Per-
c) considera aceitável comercializar filmes piratas, contan-
guntamos como conseguiram, dizem que ganharam de presente
de algum amigo. Que maravilha um amigo que gosta de nossos to que o lucro da venda seja usado para pagar direitos
filhos, que cuida deles enquanto trabalhamos. autorais.
Um dia, um telefonema. Nosso filho foi preso roubando d) defende que quem praticar a reprodução ilegal de filmes
outro tênis importado. deve ser preso, como qualquer outro tipo de criminoso.
Segurança pública começa em casa (FRANQUILIN, Paulo. e) julga adequada a maneira como o stj tem punido exem-
plarmente aqueles que insistem em assistir a filmes
04) FUNCAB - A frase “Segurança pública começa em casa”,
piratas.
do ponto de vista de quem escreveu, pode ser entendida
como: 08) VUNESP O trecho do segundo parágrafo – Entretanto, não
a) Os professores sabem educar. é bem assim que funciona. –, no contexto em que está
b) Uma ironia na exposição da ideia. inserido, apresenta uma afirmação
c) Uma dúvida sobre como educar.
a) condizente com a crença da maioria dos brasileiros.
d) Intensificação poética da ideia de educar.
b) contrária ao que já foi exposto pelo STJ.
e) Os pais são os responsáveis por educar.
c) a favor do comportamento de quem compra DVD pirata.
05) FUNCAB - Embora “Segurança” represente um drama d) divergente do que afirma o senso comum.
particular, é possível entrever nele um debate de natureza: e) desfavorável ao discurso que condena a pirataria.
a) social.
b) econômica. d) linguística. Texto 4
c) regional. e) hierárquica. O mal-estar provocado por gripes e resfriados é o principal
motivo que os brasileiros alegam para se ausentar do trabalho,
06) FUNCAB - Os fragmentos abaixo estão corretamente
apontou a PNS (Pesquisa Nacional de Saúde), divulgada pelo
associados a atitudes da família em relação aos filhos,
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
exceto:
a) “Esquecemos que somos modelos para as nossas O levantamento mostrou que 17,8% dos brasileiros que
crianças, ao deixar de usar o cinto de segurança, des- faltaram ao trabalho pelo menos um dia alegaram ter tido gripe
respeitar um sinal fechado [...]” (transgressão) ou resfriado. A pesquisa foi feita em 2013, em 62,9 mil domicílios
b) “[...] procuramos dar a eles tudo que pedem, sem impor em todos os Estados da federação. O estudo é inédito e não
limites [...]” (permissividade) tem, portanto, base de comparação.
c) “Não acompanhamos os cadernos, não auxiliamos na Ainda que virais, a gripe e o resfriado têm diferenças. Se-
realização dos trabalhos [...]” (negligência) gundo o médico Drauzio Varela, o resfriado é menos intenso e
d) “Afinal, a culpa é da escola, dos professores e da di- caracteriza-se por coriza, cabeça pesada e irritação na garganta.
reção, que não souberam ensinar as nossas crianças” Mais brando, pode provocar febres isoladas, que não ultrapas-
(comprometimento) sam 38,5 graus. A gripe pode derrubar a pessoa por alguns dias,
e) “Afinal, não temos dinheiro para comprar e dizemos requer repouso, boa hidratação e, com a orientação profissional,
não.” (autoridade) uso de analgésicos e antitérmicos.
(Lucas Vettorazzo. “Resfriado é principal motivo para falta no trabalho ou
Texto 3 estudos, aponta IBGE”. www.folha.uol.com.br, 02.06.2015. Adaptado)

A pirataria para o brasileiro é algo tão comum que mal pen- 09) VUNESP - De acordo com o texto, a Pesquisa Nacional de
samos que este ato, na verdade, é ilegal. Nada como comprar Saúde, divulgada pelo IBGE, foi realizada a partir
aquele DVD pirata no camelô ou baixar um filminho no Pirate a) do exame de um banco de dados que empregadores
Bay para assistir com a namorada no final de semana, não é guardam de seus funcionários.
verdade? Entretanto, você já se indagou alguma vez se poderia b) da análise de documentos médicos que comprovam o
ser punido por isso? afastamento de trabalhadores doentes.

61
LÍNGUA PORTUGUESA
c) da contagem do número de trabalhadores brasileiros DICAS:
que permaneceram hospitalizados.
• Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando
d) do registro da declaração de cidadãos brasileiros con-
repetições ou substituições que contribuem para a continui-
sultados no contexto domiciliar.
e) da entrevista de trabalhadores enquanto estes estavam dade de um texto.
afastados do serviço por doença. • Identificar a tese de um texto.
• Estabelecer relação entre a tese e os argumentos oferecidos
10) VUNESP - Conforme o texto, é correto afirmar: para sustentá-la.
a) os casos de gripe foram mais frequentes do que os de
• Diferenciar as partes principais das secundárias em um texto.
resfriados entre os trabalhadores que faltaram ao trabalho.
• Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que
b) por serem menos intensos, os casos de resfriados
constroem a narrativa.
não constituem justificativa válida para se ausentar do
trabalho. • Estabelecer relação causa/consequência entre partes e
c) ao longo dos anos, os brasileiros têm faltado cada vez elementos do texto.
mais ao trabalho devido a resfriados que se tornaram • Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto,
tão intensos quanto a gripe. marcadas por conjunções, advérbios, etc.
d) o estudo do IBGE não permite estabelecer uma compa-
Texto 7
ração entre os estados da federação quanto às causas
de falta ao trabalho. POR QUE A IDA É SEMPRE MAIS
e) a gripe e o resfriado têm em comum o fato de serem DEMORADA QUE A VOLTA?
transmitidos por vírus, apesar de a gripe ser mais de-
Essa sensação acontece com todo mundo que viaja – desde
bilitante.
que tenham sido feitos trajetos idênticos, na mesma velocidade,
11) (VUNESP/PM/SP/2015) A forma verbal requer, destacada em sentidos opostos. Isso porque o nosso cronômetro interno
no terceiro parágrafo, está corretamente substituída, sem não funciona com perfeita regularidade e muitas vezes engana
alteração da mensagem, por: a noção de tempo. As estruturas neurais que controlam a per-
a) delata. cepção temporal estão localizadas na mesma área do cérebro
b) restitui. d) previne. que comanda a nossa concentração.
c) exige. e) prescinde. Isso significa que, se a maior parte dessa área estiver vol-
Texto 6 tada a prestar atenção no caminho, nas placas e na paisagem,
não conseguimos nos concentrar no controle de tempo. E aí
não saberemos quanto tempo, de fato, a viagem levou. Na ida,
a descoberta de novos lugares influi na percepção de distância,
e achamos que estamos demorando mais. Nossa preocupação
é: “Quando vamos chegar?” Na volta, com o caminho já conhe-
cido, a concentração se dispersa e a percepção de tempo é
alterada para menos, dando a impressão que o trajeto passou
mais depressa.
Fonte: Revista Superinteressante - Rafael Tonon -
Edição 241 - Julho de 2007, pág. 50.

13) O texto acima permite concluir que a sensação de que a


ida é sempre mais demorada que a volta se deve:
a) À distância existente entre o ponto de saída e o ponto
de chegada.
b) Ao tempo gasto no trajeto.
c) À concentração que não se situa na mesma área cere-
bral da percepção de tempo.
d) Ao funcionamento irregular do “cronômetro interno” dos
seres humanos.

Texto 8
CINZAS NA AMAZÔNIA
Agosto marca o início tradicional das queimadas na Amazô-
nia Legal. Mas os primeiros dias deste mês foram preocupantes.
12) (IBFC/ANALISTA/PM/2014) Os dois textos (5 e 6) abor- O número de focos de fogo na região é 40% maior que em 2006.
dam o mesmo tema, contudo, ao confrontá-los, percebe- “Acendemos o sinal amarelo”, diz o pesquisador Alberto Setzer,
mos que: do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). É cedo para
a) o segundo texto apresenta um traço seletivo da memória soar o alarme, mas o temor é que, se a estiagem que atinge a
associado às preferências. região continuar, os próximos meses sejam enfumaçados. Há
b) apenas, no primeiro texto, apontam-se falhas da memória. outros dois motivos de inquietação. Os focos atuais se concen-
c) o segundo texto é mais claro em função da presença tram no norte de Mato Grosso, sul do Pará e leste do Tocantins,
de elementos não-verbais. todos com forte atividade agrícola. E todas as reservas florestais
d) o conteúdo do primeiro texto nega completamente a
nacionais registraram casos de incêndio.
situação descrita no segundo. Fonte: Revista Superinteressante. nº 482, 13 de agosto de 2007.

62
LÍNGUA PORTUGUESA
14) De acordo com o texto, pode-se inferir que: É isso a alegria: algo de dentro que nos leva ao mundo e nos
a) As queimadas na Amazônia Legal ocorrem com maior permite o gozo e a reconhecimento de nós mesmos, no rosto
frequência antes do mês de agosto. do outro. Empatia e simpatia. Amor.
b) Se a frase na linha 2 “acendemos o sinal amarelo” for Se a alegria vem de dentro ou de fora? De dentro, claro.
alterada para “ o sinal amarelo será acendido”, não Mas seu sintoma mais bonito é nos jogar para fora, de encontro
haverá mudança no sentido do texto. à música e à dança do mundo, ao encontro de nós mesmos.
Adaptado de http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/noti-
c) O clima seco auxilia na propagação dos focos de in- cia/2015/02/dentro-de-nos-balegriab.html
cêndio.
d) Os focos de incêndio podem apresentar riscos às flo- 15) AOCP - Em “Meu coração sorri em resposta a essa festa
ou acha nela apenas um eco do seu próprio e inesperado
restas brasileiras.
contentamento?”, é correto inferir que
a) a dúvida do autor é em relação a não saber se ele está
Texto 9
realmente alegre com o fato de estar participando de
[...] a alegria uma festa de carnaval.
Seu sintoma mais bonito é nos jogar para fora, de b) a dúvida do autor, expressa pela sua pergunta, reto-
encontro ao mundo e a nós mesmos ma seu questionamento inicial referente à origem da
IVAN MARTINS alegria.
c) o questionamento do autor demonstra uma certeza a
A alegria vem de dentro ou de fora de nós?
respeito da fonte de sua alegria ser externa, sendo ex-
A pergunta me ocorre no meio de um bloco de carnaval, pressa pelo sorriso de seu coração em resposta à festa.
enquanto berro os versos imortais de Roberto Carlos, cantados d) o questionamento do autor é uma demonstração de sua
em ritmo de samba: “Eu quero que você me aqueça neste in- tristeza interna que se disfarça de alegria em determi-
verno, e que tudo mais vá pro inferno”. nados momentos festivos.
Estou contente, claro. Ao meu redor há um grupo de ami- e) o questionamento do autor demonstra a certeza de que
gos e uma multidão ruidosa e colorida. Ainda assim, a resposta sua alegria é apenas uma demonstração do contenta-
sobre a alegria me ilude. Meu coração sorri em resposta a essa mento que ele vive internamente.
festa ou acha nela apenas um eco do seu próprio e inesperado 16) AOCP - Todos os termos e expressões destacados a seguir
contentamento? retomam “alegria”, exceto
Embora simples, a pergunta não é trivial. Se sou capaz de a) “Se ela precisa ser buscada fora, permanentemente,
achar em mim a alegria, a vida será uma. Se ela precisa ser será outra, provavelmente pior.
buscada fora, permanentemente, será outra, provavelmente pior. b) “... ela nos põe de pé quando nem sairíamos da cama.”
Penso no amor, fonte permanente de júbilo e apreensão. c) “Ela vem de fora, nos é imposta pelas circunstâncias,
Quando ele nos é subtraído, instala-se em nós uma tristeza mas torna-se parte de nós.”
sem tamanho e sem fim, que tem o rosto de quem nos deixou. Ela d) “Ela se expõe como esperança: acreditamos que o
vem de fora, nos é imposta pelas circunstâncias, mas torna-se mundo nos trará algo melhor esta manhã;”.
e) “Por mínima que seja, essa fonte de luz e energia é
parte de nós. Um luto encarnado. Um milhão de carnavais seriam
suficiente para dar a largada e começar do zero.”
incapaz de iluminar a escuridão dessa noite se não houvesse,
dentro de nós, alguma fonte própria de alegria. Nem estaríamos 17) AOCP - Em relação ao texto, é correto afirmar que
na rua, se não fosse por ela. Nem nos animaríamos a ver de a) somente por meio de inferência é possível concluir que
perto a multidão. Ficaríamos em casa, esmagados por nossa o questionamento inicial do texto é respondido.
tristeza, remoendo os detalhes do que não mais existe. Ao longe, b) não há elementos linguísticos no texto que comprovem
ouviríamos a batucada, e ela nos pareceria remota e alheia. a resposta ao questionamento inicial que o autor faz.
Nossa alegria existe, entretanto. Por isso somos capazes c) o questionamento inicial não é respondido no decorrer
de cantar e dançar quando o destino nos atinge. do texto, propositalmente, ficando como uma reflexão
Nossa alegria se manifesta como força e teimosia: ela nos para o leitor.
põe de pé quando nem sairíamos da cama. Ela se expõe como d) no texto o autor responde explicitamente seu questio-
namento inicial.
esperança: acreditamos que o mundo nos trará algo melhor esta
e) não é possível, durante a leitura, definir se o questio-
manhã; quem sabe esta noite; domingo, talvez. Ela nos torna
namento inicial do texto é respondido.
sensível à beleza da mulher estranha, ao sorriso feliz do amigo,
à conversa simpática de um vizinho, aos problemas do colega 18) AOCP - Descontextualizada, a expressão “multidão ruido-
de trabalho. Nossa alegria cria interesse pelo mundo e nos faz sa” tem o mesmo significado que “multidão
perceber que ele também se interessa por nós. a) tranquila”.
Por mínima que seja, essa fonte de luz e energia é suficiente b) barulhenta”. d) alucinada”.
para dar a largada e começar do zero. Um dia depois do outro. c) apressada”. e) festiva”.
Todos os dias em que seja necessário. Texto 10
Quando se está por baixo, muito caído, não é fácil achar
o interruptor da nossa alegria. A gente tem a sensação de que A mulher que está esperando o homem está sujeita a muitos
alegria se extinguiu e com ela o nosso desejo de transar e de perigos entre o ódio e o tédio, o medo, o carinho e a vontade
viver, que costumam ser a mesma coisa. Mas a alegria está lá de vingança.
- feita de boas memórias, do amor que nos deram, do carinho Se um aparelho registrasse tudo o que ela sente e pensa
que a gente deu aos outros. Existe como presença abstrata, mas durante a noite insone, e se o homem, no dia seguinte, pudesse
calorosa, que nos dirige aos outros, que nos faz olhar para fora. tomar conhecimento de tudo, como quem ouve uma gravação
numa fita, é possível que ele ficasse pálido, muito pálido.

63
LÍNGUA PORTUGUESA
Porque a mulher que está esperando o homem recebe sem- um remédio simples que inibe a produção de ácido gástrico.
pre a visita do Diabo e conversa com ele. Pode não concordar Úlceras que, antes duravam décadas, hoje são resolvidas com
com o que ele diz, mas conversa com ele. omeprazol, em poucos dias – a um custo de poucos reais.
(Rubem Braga – Ai de ti, Copacabana) (Lendro Narloch. Fique tranquilo e aproveite. Veja.com. Adaptado)

19) VUNESP - Dizer que a mulher recebe a visita do Diabo 22) VUNESP - Segundo o autor,
equivale a dizer que ela a) a crise econômica dos anos 80 incrementou a natali-
a) prefere ficar longe de parentes próximos. dade, pois o importante, nessa ocasião, era a sobrevi-
b) tem maus pensamentos a respeito do homem. vência.
c) é pessoa de pouca religiosidade. b) no período Pleistoceno, o homem vivia como caçador
d) em sua angústia, não abre mão da proteção divina. e coletor, visando à sua evolução.
e) se conforma, naquelas horas, em ser traída. c) o omeprazol, criado há dez anos, constitui um bálsamo
capaz de eliminar o ácido gástrico.
20) VUNESP - No trecho – Pode não concordar com o que ele
d) é nas madrugadas que as gastrites atacam com maior
diz, mas conversa com ele. –, a ideia é a de que a mulher
força, apesar do uso do omeprazol.
a) pode pensar em algo negativo, mas não aderir a esse
e) o aumento da prole, no Pleistoceno, assegurando a
pensamento.
continuação da vida, foi fruto do temor.
b) fica completamente à mercê de pensamentos mórbidos.
c) tem fraco poder de argumentação.
23) VUNESP - Assinale a alternativa em que se observa o
d) chega a duvidar de sua própria espiritualidade.
emprego da linguagem figurada.
e) é uma pessoa educada em seus relacionamentos.
a) ... o homem tem uma tendência a se concentrar no que
pode dar errado.
Texto 11
b) É perfeitamente racional ser otimista em momentos
MODELOS ruins.
c) O escritor Nelson Rodrigues acordava todas as madru-
Não existe gente que tem medo de palhaço? Pois eu tenho
gadas para amestrar a úlcera com mingau.
medo de modelos. Sou provavelmente o único homem no mundo
d) Nas cavernas do Pleistoceno, gerava mais descen-
que, se um dia ficasse frente a frente com a Gisele Bündchen, dentes quem tinha medo de ataques e antecipava
sairia correndo. Não sei qual é a origem desta fobia. Não me problemas.
lembro de ter sido assustado por uma modelo, quando criança. e) Úlceras que, antes duravam décadas, hoje são resol-
Nenhuma modelo me fez mal, ainda. Mas elas simplesmente vidas com omeprazol, em poucos dias.
me apavoram. É aquele ar que elas têm.
Pouca gente sabe que, antes de entrar na passarela, as Texto 13
modelos chupam um limão para desfilar com a correta expressão
A JUSTIÇA COMO É FEITA
de desprezo, beirando o nojo pelos seus inferiores, começando Carlos Heitor Cony
por mim. Nunca sorriem. Alimentam-se de pequenos passari-
nhos, pois não têm um sistema gastrointestinal como o nosso. RIO DE JANEIRO – Um filme de André Cayatte (“Justice
Só mudam de dieta na lua cheia, quando comem um homem est faite”) conta a história de um réu acusado de um crime.
inteiro. Aquela maneira de caminhar cruzando as pernas que só Ele alega inocência, o juiz fica em dúvida e, na dúvida, não
modelos têm é uma amostra do que são capazes. o condena à morte, mas à prisão por oito anos. Cayatte, que
(Luis Fernando Verissimo, O Estado de S. Paulo. Adaptado) além de cineasta era advogado militante, termina entrando na
história com o seguinte comentário: “Se o réu é culpado, a pena
21) VUNESP - Os termos em destaque em – Mas elas sim-
foi pouca. Se o réu é inocente, a pena foi muita. De qualquer
plesmente me apavoram. É aquele ar que elas têm. –
forma, a justiça dos homens foi feita”.
apresentam, no contexto, respectivamente, o antônimo (Folha de S.Paulo, 05.03.2009)
e o sinônimo em:
a) estimulam / gás 24) VUNESP - Ao se deparar com a dúvida, o juiz
b) acalmam / aragem d) ameaçam / respiração a) omite-se de suas obrigações.
c) constrangem / hálito e) tranquilizam / aparência b) prescreve uma pena mais severa.
c) deixa de fazer a justiça dos homens.
Texto 12 d) não deixa que ela o perturbe.
e) opta por uma sentença mais branda.
Por herança da evolução, o homem tem uma tendência
a se concentrar no que pode dar errado. Nas cavernas do 25) VUNESP - O comentário de Cayatte deixa evidente que
Pleistoceno, gerava mais descendentes quem tinha medo de a) o juiz não se influenciou pela alegação de inocência do
ataques e antecipava problemas. A ansiedade garantiu nossa réu, o que lhe permitiu ser justo, independentemente
sobrevivência, mas nos faz enxergar a realidade de um jeito da justiça dos homens.
enviesado. Nos aterrorizamos com ameaças mesmo quando b) a decisão do juiz se baseia na justiça dos homens, que
há motivos para ficarmos tranquilos. nem sempre pode refletir a verdade de uma situação.
É perfeitamente racional ser otimista em momentos ruins. c) a ponderação do juiz poderia ser de forma menos emoti-
Tome como exemplo os anos 80, quando o Brasil teve sua pior va, caso ele conhecesse, de fato, a justiça dos homens.
crise econômica. A economia decepcionava, mas vivíamos uma d) a pena que o juiz aplicou ao réu revela sua fraqueza na
pequena revolução da medicina. Até aquela década, era preciso hora de decidir, já que abriu mão da justiça dos homens.
lidar com gastrites e úlceras a vida inteira. O escritor Nelson e) o juiz prescreveu uma pena muito maior do que o réu
Rodrigues acordava todas as madrugadas para amestrar a merecia, pelo fato de não se ater à justiça dos homens.
úlcera com mingau. Então um laboratório farmacêutico criou

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LÍNGUA PORTUGUESA
Para responder às questões de números 26 e 27, considere a Texto 15
frase – Cayatte, que além de cineasta era advogado militante... – Imagine uma discussão, após um jogo de futebol, sobre um
26) VUNESP - Com a frase, entende-se que Cayatte pênalti. “Ele obviamente foi empurrado”, diz o torcedor de um
a) um dia foi advogado. time. “Que nada, se jogou”, diz o outro.
b) tinha vontade de ser cineasta. O mais interessante: ambos acreditam no que dizem. Ou
c) era cineasta e advogado. seja, não se trata de uma distorção deliberada da realidade,
d) deixou de ser advogado. uma “malandragem”, mas de um viés involuntariamente criado
e) era mais do que cineasta e advogado. pelo cérebro.
Apostando que isso não se aplica só ao futebol, mas também
27) VUNESP - O termo militante significa se aplica a várias outras áreas (como a política), um físico e pro-
a) atuante. fessor da USP tem se dedicado a mapear todos os mecanismos
b) revolucionário. d) militar.
mentais que nos tornam seres tendenciosos – ele já publicou artigos
c) omisso. e) poderoso.
sobre o tema em revistas científicas e prepara um livro. Para André
Martins, isso é um problema inclusive para o método científico.
Texto 14
Além do viés de confirmação – primeiro escolhemos um
lado, depois selecionamos os fatos que sejam adequados –,
existem muitos outros mecanismos de parcialidade no nosso
cérebro. Um dos mais famosos é o pensamento de grupo.
Estudos mostram que, se um voluntário desavisado é colo-
cado em uma sala cheia de atores, ele vai concordar com eles
em várias questões, mesmo que estejam obviamente errados.
A maior parte dos voluntários chega a dizer que duas retas
evidentemente diferentes têm o mesmo tamanho, só porque os
outros concluíram isso antes deles.
“Um exemplo disso é uma assembleia estudantil”, diz
Martins. “Não existe muita permissão para ideias próprias, só
alguns pensamentos são permitidos. Dissidentes são de alguma
forma humilhados”.
Uma historieta norte-americana sintetiza o assunto: em uma
28) VUNESP - O personagem que vive no mundo do crime
sala de reuniões, o chefão dá o diagnóstico: “Nosso problema
a) tem medo das pessoas que se arriscam na criminali-
é que precisamos de mais opiniões divergentes”, ao que os su-
dade.
bordinados reagem, dizendo “com certeza, chefe”, “exatamente
b) considera muito perigosa a vida na criminalidade.
o que eu penso”.
c) acredita que, em breve, deixará a criminalidade.
Estudos mais recentes, em que os cérebros dos voluntários
d) revela intenção de manter-se na criminalidade.
são mapeados, mostram que estar isolado, discordando da
e) afirma, na verdade, ter abandonado a criminalidade.
maioria, ativa regiões ligadas à dor, ou seja, a rejeição de ser
diferente machuca.
29) VUNESP - Quando diz – ... juro que nunca mais eu assalto! (Ricardo Mioto, Como estragar um raciocínio. Folha de S.Paulo,
– o personagem está se expressando com 28.11.2015. Adaptado)
a) ódio. 32) VUNESP - Segundo o texto, o fato de as pessoas susten-
b) vergonha. d) obstinação. tarem pontos de vista diferentes sobre um mesmo dado
c) carinho. e) ironia. de realidade
a) decorre de um mecanismo espontâneo, desencadeado
30) VUNESP - A segunda fala da mulher revela que ela pelo cérebro, que as faz convictas do que afirmam.
a) discorda do tipo de vida do rapaz. b) explica a natural tendência humana a ser “do contra”,
b) se sente ameaçada pelo rapaz. independentemente da verdade do que se defende.
c) tem orgulho do tipo de vida do rapaz. c) justifica o desejo humano de vencer pelo convencimento
d) vive com satisfação ao lado do rapaz. do outro, mesmo quando não há exatidão no argumento.
e) intimida o rapaz para que mude de vida. d) implica uma nova perspectiva de abordagem do real, a
qual se sobrepõe a polarizações de ideias e fatos.
31) Na primeira frase do primeiro quadrinho, a expressão des- e) procede das convicções adquiridas ao longo da vida,
sa vida está empregada em sentido__________, sugerindo tornando o cérebro dependente da vivência de realida-
um modo de vida__________. des particulares.
Os espaços da frase devem ser preenchidos, correta e 33) VUNESP - A historieta norte-americana relatada no pe-
respectivamente, com núltimo parágrafo
a) figurado ... em desarmonia com os padrões sociais. a) comprova, com dados do real, a tese de que subordina-
b) próprio ... desejável para a sociedade moderna. dos devem obediência às opiniões de chefes, seguindo
c) figurado ... condizente com a lei e a ordem social. a linha de raciocínio destes.
d) próprio ... ilegal e pouco desejável socialmente. b) exemplifica, com base em dados da ficção, o princípio
e) figurado ... honesto e amparado pela lei. segundo o qual, nas assembleias estudantis, não se
tolera cerceamento de ideias divergentes.

65
LÍNGUA PORTUGUESA
c) ilustra, com humor, a tese de que o cérebro, muitas imaginar que no fundo é em nós que pensamos, considerando
vezes, reage de forma tendenciosa, independentemente a decisão que tomamos em todos os casos em que podemos
de convicções racionais. evitar o espetáculo daqueles que sofrem, gemem e estão na
d) consagra, com elementos abstratos, a ideia de que a miséria: decidimos não deixar de evitar, sempre que podemos vir
concordância com a maioria é sinal de esperteza, para a desempenhar o papel de homens fortes e salvadores, certos
escamotear pontos de vista insustentáveis. da aprovação, sempre que queremos experimentar o inverso
e) demonstra, com base em comportamentos, o princípio de nossa felicidade ou mesmo quando esperamos nos divertir
segundo o qual ideias diferentes nem sempre levam com nosso aborrecimento. Fazemos confusão ao chamar com-
aos melhores resultados. paixão ao sofrimento que nos causa um tal espetáculo e que
pode ser de natureza muito variada, pois em todos os casos é
34) VUNESP - A relação de sentido que existe entre as pala- um sofrimento de que está isento aquele que sofre diante de
vras desavisado e prevenido existe também entre nós: diz-nos respeito a nós tal como o dele diz respeito a ele.
a) dissidentes e concordes. Ora, só nos libertamos desse sofrimento pessoal quando nos
b) tendenciosos e simpatizantes. entregamos a atos de compaixão. [...]
NIETZSCHE, Friedrich. Aurora . Trad. Antonio Carlos Braga.
c) parcialidade e parcimônia.
São Paulo: Escala, 2007. p. 104-105.
d) distorção e contorção.
e) confirmação e sanção. 36) FUNCAB - Sobre o texto analise as afirmativas a seguir.
A tragédia alheia pode tocar as pessoas de muitos modos,
35) VUNESP - Assinale a alternativa em que as passagens e confirma-se a motivação pessoal da compaixão.
destacadas no trecho a seguir estão reescritas com cor- Há uma reformulação do pensamento, oposta à ideia de
reção e fidelidade ao sentido original. que a compaixão é um ato altruísta de esquecimento de
Estudos mostram que, se um voluntário desavisado é si mesmo.
As motivações pessoais da compaixão impossibilitam a
colocado em uma sala cheia de atores, ele vai concordar
crítica social.
com eles em várias questões, mesmo que estejam ob-
viamente errados. Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s):
a) ... desde que um voluntário desavisado é colocado ... a) I, somente.
assim como estão... b) II, somente. d) I e II, somente.
b) ... se caso um voluntário desavisado seja colocado ... c) III, somente. e) I, II e III.
apesar de que estão...
c) ... contanto que um voluntário desavisado é colocado 37) FUNCAB - O texto de Friedrich Nietzsche faz uma crítica à:
... à medida que estejam... a) ideia de compaixão aceita pelo senso comum.
d) ... caso um voluntário desavisado seja colocado... ape- b) impotência e covardia dos que sofrem.
sar de estarem... c) verdade de que somente o consciente pensa em si
e) ... conforme um voluntário desavisado seja colocado mesmo.
...embora estejam... d) confusão gerada pelos sentimentos de covardia, honra
Texto 16 e percepção do perigo.
133. “Não pensar mais em si” e) diminuição do bom senso nas atitudes altruístas.

Seria necessário refletir sobre isso seriamente: por que 38) FUNCAB - Analise as afirmativas a seguir sobre o frag-
saltamos à água para socorrer alguém que está se afogando, mento: “O acidente do outro nos toca e faria sentir nossa
embora não tenhamos por ele qualquer simpatia particular? Por impotência...”
compaixão: só pensamos no próximo - responde o irrefletido. Por NOS e NOSSA são pronomes adjetivos.
que sentimos a dor e o mal-estar daquele que cospe sangue, Os verbos tocar e fazer estão flexionados no presente do
embora na realidade não lhe queiramos bem? Por compaixão: indicativo e no futuro do pretérito, respectivamente.
nesse momento não pensamos mais em nós - responde o A palavra OUTRO, no contexto, é um substantivo.
mesmo irrefletido. A verdade é que na compaixão - quero dizer,
no que costumamos chamar erradamente compaixão - não Está(ão) correta(s) somente a(s) afirmativa(s):
pensamos certamente em nós de modo consciente, mas incons- a) I.
b) II. d) I e III.
cientemente pensamos e pensamos muito, da mesma maneira
c) III. e) II e III.
que, quando escorregamos, executamos inconscientemente os
movimentos contrários que restabelecem o equilíbrio, pondo
39) Cesgranrio - Assinale a opção em que a inversão da
nisso todo o nosso bom senso. O acidente do outro nos toca e
ordem dos termos altera o sentido fundamental do enun-
faria sentir nossa impotência, talvez nossa covardia, se não o
ciado:
socorrêssemos. Ou então traz consigo mesmo uma diminuição
a) Era uma poesia simples/ Era uma simples poesia.
de nossa honra perante os outros ou diante de nós mesmos.
b) Possuía um sentimento vago/ Possuía um vago senti-
Ou ainda vemos nos acidentes e no sofrimento dos outros um
mento.
aviso do perigo que também nos espia; mesmo que fosse como
c) Olhava uma parasita mimosa/Olhava uma mimosa
simples indício da incerteza e da fragilidade humanas que pode
parasita.
produzir em nós um efeito penoso. Rechaçamos esse tipo de mi-
séria e de ofensa e respondemos com um ato de compaixão que d) Havia um contraste eterno/Havia um eterno contraste.
pode encerrar uma sutil defesa ou até uma vingança. Podemos e) Vivia um drama terrível/Vivia um terrível drama.

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LÍNGUA PORTUGUESA
40) IBFC - Assinale a alternativa que indica corretamente Texto 17
a função de linguagem predominante no texto abaixo: A Mulher Assassinada
estação Júlio Prestes, marco histórico e turístico de São
Policiais que faziam a ronda no centro da cidade encon-
Paulo, completou 70 anos nesta semana. Atualmente, o
traram, na madrugada de ontem, perto da Praça da Sé, o
local abriga a Sala São Paulo, sede da Orquestra Sinfônica
corpo de uma mulher aparentando 30 anos de idade. Segundo
do Estado, além de ser o ponto de partida da atual Linha
depoimento de pessoas que trabalham em bares próximos,
8 (Júlio Prestes-Itapevi) da CPTM [Companhia Paulista
trata-se de uma prostituta conhecida como Poe Nenê. Ela foi
de Trens Metropolitanos].
assassinada a golpes de faca. A polícia descarta a hipótese de
a) emotiva c) referencial
assalto, pois sua bolsa, com a carteira de dinheiro, foi encontrada
b) apelativa d) fática
junto ao corpo. O caso está sendo investigado pelo delegado
41) FCC - Para transmitir mensagens, é fundamental que haja do 2º distrito policial.
uma fonte e um destino, distintos no tempo e no espaço. A Jornal da Cidade, 10 set. 2004
fonte é a geradora da mensagem e o destino é o fim para o Texto 18
qual a mensagem se encaminha. Nesse caminho de pas- Pequena Crônica Policial
sagem, o que possibilita à mensagem caminhar é o canal.
Na verdade, o que transita pelo canal são sinais físicos, Jazia no chão, sem vida,
concretos, codificados. (Samira Chalhub) No texto acima, E estava toda pintada!
a) resumem-se os papéis desempenhados pelos principais Nem a morte lhe emprestava
componentes de um sistema de comunicação. A sua grave beleza...
b) demonstra-se como se estabelecem as diferentes fun- Com fria curiosidade,
ções da linguagem num discurso em prosa. Vinha gente a espiar-lhe a cara,
c) afirma-se que a verdadeira comunicação ocorre quando As fundas marcas da idade,
o falante tem plena consciência dos procedimentos da Das canseiras, da bebida...
fala. [...]
d) fica claro que o elemento essencial para qualquer ato de Sem nada saber da vida,
comunicação está no pleno domínio das formas cultas. De vícios ou de perigos,
e) argumenta-se que a efetividade da comunicação está Sem nada saber de nada...
condicionada pelo tipo de canal em que se decodificará Com sua trança comprida,
a mensagem.
Os seus sonhos de menina,
42) COPEVE - No texto: “Com formato de guarda-chuva Os seus sapatos antigos!
aberto, a Chrysaora hypocella pertence à classe dos Mário Quintana – Prosa & Verso

cifozoários, animais celentrados, da classe Scyphozoa, 44) Os textos 17 e 18 trazem certa semelhança entre si. O
aeróspedos, caracterizados por terem medusas grandes, que há de semelhante nos textos acima?
em forma de campânula, marginadas por tentáculos.”, a a) A temática.
função de linguagem predominante é b) A organização da linguagem.
a) metalinguística. c) A forma de abordagem ao tema.
b) fática. d) expressiva. d) A intenção discursiva.
c) apelativa. e) referencial.
e) O posicionamento do narrador diante a matéria narrada.

43) ENEM
45) Que aspectos distinguem os textos 17 e 18, a partir da
Desabafo
análise dos mesmos, considerando sua linguagem?
Desculpem-me, mas não dá pra fazer uma cronicazinha di- a) denotação – função referencial (texto 18).
vertida hoje. Simplesmente não dá. Não tem como disfarçar: esta b) função poética – ênfase no assunto (texto 18).
é uma típica manhã de segunda-feira. A começar pela luz acesa c) criatividade linguística – função poética (texto 18).
da sala que esqueci ontem à noite. Seis recados para serem d) ênfase na mensagem – função referencial (texto 17).
respondidos na secretária eletrônica. Recados chatos. Contas e) texto jornalístico – Ênfase no leitor (texto 17).
para pagar que venceram ontem. Estou nervoso. Estou zangado.
CARNEIRO, J. E. Veja, 11 set. 2002 (fragmento). 46) Leia o texto e assinale a alternativa correta:
Nos textos em geral, é comum a manifestação simultânea Texto 19
de várias funções da linguagem, com o predomínio, entre- A um passarinho
tanto, de uma sobre as outras. No fragmento da crônica
Desabafo, a função da linguagem predominante é a Para que vieste
emotiva ou expressiva, pois Na minha janela
a) o discurso do enunciador tem como foco o próprio Meter o nariz?
código. Se foi por um verso
b) a atitude do enunciador se sobrepõe àquilo que está Não sou mais poeta
sendo dito. Ando tão feliz!
c) o interlocutor é o foco do enunciador na construção da Se é para uma prosa
mensagem. Não sou Anchieta
d) o referente é o elemento que se sobressai em detrimen- Nem venho de Assis
to dos demais. Deixe-te de histórias
e) o enunciador tem como objetivo principal a manutenção
Some-te daqui.
da comunicação. Vinícius de Morais

67
LÍNGUA PORTUGUESA
Quanto à análise do texto acima, pode-se afirmar que: casco, soca soca, fasta vento, rola e trota, cabisbaixos, mexe
a) A facilidade com que se pode reconstruir o fato narrado lama, pela estrada, chifres no ar...
e as informações precisas veiculadas pelo texto provam A boiada vai, como um navio (...)”.
a não existência de elementos ficcionais; a função de
linguagem predominante é a referencial. Sobre o conto, estão corretas:
b) No quinto verso, o próprio autor esclarece que seu texto I. A função de linguagem predominante é a função
não tem caráter poético, o que lhe confere a função emotiva, pois a mensagem está centrada no próprio
metalinguística da linguagem. remetente. A afirmação pode ser comprovada com o
c) Apesar de escrito em versos, o texto acima não é seguinte trecho: “Pouco a pouco; porém, os rostos se
literário, porque, nos dois últimos versos, o autor diz desempanam e os homens tomam gesto de repouso
claramente não querer contar histórias, neles, ocorre nas selas, satisfeitos”.
a função apelativa ou conativa, própria da linguagem II. A função poética não está presente no conto de Gui-
de propaganda. marães Rosa porque ela somente é encontrada no
d) Embora haja referência a dados concretos da realidade gênero poema. Como se trata de um conto, a função
circundante, o texto é literário, uma vez que, a par de predominante é a metalinguística.
exemplos de função emotiva e conativa, a criatividade III. A função metalinguística, cuja mensagem está cen-
linguística dá o tom do texto e confere a função poética trada no próprio código, é predominante no conto de
como predominante. Guimarães Rosa. Tal informação pode ser comprova-
e) No sétimo verso, o próprio autor esclarece que seu da com o seguinte trecho: “As ancas balançam, e as
texto não está escrito em prosa; é, portanto, um texto vagas de dorsos, das vacas e touros, batendo com
não literário. as caudas, mugindo no meio, na massa embolada,
com atritos de couros”.
47) Marque a opção que encerra uma frase cujos principais IV. A função poética é predominante, pois ela não é ex-
focos da argumentação sejam, a um só tempo, o emissor clusiva da poesia, podendo ser encontrada em textos
e a mensagem: escritos em prosa, como no conto de Guimarães Rosa.
a) “Volta, vem viver outra vez ao meu lado” a) Apenas I está correta.
(Lupiscínio Rodrigues) b) Todas estão corretas. d) I e IV estão corretas.
b) “Da primeira vez que me assassinaram, c) II e III estão corretas. e) Apenas IV está correta.
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha”
(Mário Quintana) 49)
c) “Um trem-de-ferro é uma coisa mecânica, Tecendo a manhã
Mas atravessa a noite, a madrugada, o dia
Atravessou minha vida, Um galo sozinho não tece uma manhã:
Virou só sentimento” ele precisará sempre de outros galos.
(Manuel Bandeira) De um que apanhe esse grito que ele
d) “Vaias e aplausos marcaram a passagem do presidente e o lance a outro; de um outro galo
Lula pelo Fórum Social Mundial, evento no qual cos- que apanhe o grito que um galo antes
tumava ser ovacionado” (O Globo - 28 de janeiro de e o lance a outro; e de outros galos
2005). que com muitos outros galos se cruzem
e) “Lembrando B. Russel: para todo problema complicado os fios de sol de seus gritos de galo,
há uma solução simples, rápida, de baixo custo e... para que a manhã, desde uma tela tênue,
errada” (Gilberto C. Leifert). se vá tecendo, entre todos os galos.
João Cabral de Melo Neto
48) Leia o fragmento do conto O burrinho pedrês, de Guima-
rães Rosa, para responder à questão: Qual é a função de linguagem predominante no poema
“(...) As ancas balançam, e as vagas de dorsos, das vacas de João Cabral de Melo Neto? Identifique um verso que
e touros, batendo com as caudas, mugindo no meio, na massa comprove isso.
embolada, com atritos de couros, estralos de guampas, estron- a) função metalinguística/os fios de sol de seus gritos de
dos e baques, e o berro queixoso do gado junqueira, de chifres galo.
imensos, com muita tristeza, saudade dos campos, querência b) função poética/ um galo sozinho não tece uma manhã.
dos pastos de lá do sertão... c) função emotiva/ os fios de sol de seus gritos de galo.
Boi bem bravo, bate baixo, bota baba, boi berrando... Dança d) função poética/ que com muitos outros galos se cruzem.
doido, dá de duro, dá de dentro, dá direito... Vai, vem, volta, vem e) função emotiva/ e o lance a outro; e de outros galos.
na vara, vai não volta, vai varando...
Pouco a pouco; porém, os rostos se desempanam e os 50) UEG - O termo oikonomía, ou economia, surgiu na Grécia
homens tomam gesto de repouso nas selas, satisfeitos. Que Antiga para designar a arte de administrar o lar. E, durante
de trinta, trezentos ou três mil, só está quase pronta a boiada séculos, o estado dos fenômenos relativos à produção,
quando as alimárias se aglutinam em bicho inteiro - centopeia distribuição, acumulação e ao consumo de bens materiais
-, mesmo prestes assim para surpresas más. simplesmente não existiu ou permaneceu limitado à esfera
- Tchou!... Tchou!... Eh, booôi!... individual e familiar.
E, agora, pronta de todo está ela ficando, cá que cada va- [...] Com a abertura dos caminhos das Índias e das Amé-
queiro pega o balanço de busto, sem-querer e imitativo, e que ricas, diferentes civilizações, até então isoladas, se inte-
os cavalos gingam bovinamente. Devagar, mal percebido, vão graram à economia europeia. Iniciava-se aí a expansão
sugados todos pelo rebanho trovejante - pata a pata, casco a do mercado em escala mundial. Diante de tal expansão,

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LÍNGUA PORTUGUESA
intelectuais de várias nações europeias desenvolveram Na minha conta são 29 horas por dia. A única solução que
reflexões no intuito de transformar o comércio numa fonte me ocorre é fazer várias dessas coisas ao mesmo tempo!
ainda maior de riqueza. Surgiram então diferentes políticas Por exemplo, tomar banho frio com a boca aberta, assim
econômicas, destinadas a orientar os governos quanto às você toma água e escova os dentes.
intervenções que eventualmente deveriam efetuar, a fim Chame os amigos junto com os seus pais.
de aumentar a prosperidade nacional. Beba o vinho, coma a maçã e a banana junto com a sua
No período “O termo oikonomía, ou economia, surgiu na mulher… na sua cama.
Grécia Antiga para designar a arte de administrar o lar”, Ainda bem que somos crescidinhos, senão ainda teria um
predomina a seguinte função da linguagem: Danoninho e se sobrarem 5 minutos, uma colherada de leite
a) fática. c) emotiva. de magnésio.
b) poética. d) metalinguística. [...].
Adaptado de: <http://www.refletirpararefletir.com.br/4-cronicas-de-luisfer-
Texto 20 nando-verissimo>.Acesso em: 17 out. 2016.

EXIGÊNCIAS DA VIDA MODERNA 51) 2016/AOCP - Em relação ao texto, assinale a alternativa


correta.
Dizem que todos os dias você deve comer uma maçã por
a) O texto permite ao leitor refletir sobre a forma como as
causa do ferro. E uma banana pelo potássio. E também uma
pessoas se comportam diante dos afazeres do dia a
laranja pela vitamina C.
dia e o que elas priorizam. Assim, o objetivo do autor é
Uma xícara de chá verde sem açúcar para prevenir a
diabetes. transmitir ensinamentos para que possamos selecionar
Todos os dias, deve-se tomar ao menos dois litros de água. táticas e cronometrar o tempo, a fim de cumprir todas
E uriná-los, o que consome o dobro do tempo. as nossas atividades.
Todos os dias, deve-se tomar um Yakult pelos lactobacilos b) Na construção do texto, o autor não dialoga com o
(que ninguém sabe bem o que é, mas que aos bilhões, ajudam interlocutor. Desse modo, esse autor expõe suas expe-
a digestão). riências diárias como se elas fossem comuns a todas
Cada dia uma Aspirina, previne infarto. as pessoas.
Uma taça de vinho tinto também. Uma de vinho c) O texto expressa uma crítica velada à mídia, a qual nos
branco estabiliza o sistema nervoso. impõe necessidades como se elas fossem imprescin-
Um copo de cerveja, para… não lembro bem para o que, díveis para o desenvolvimento da nossa rotina. Nesse
mas faz bem. sentido, o autor expõe que devemos seguir a nossa
O benefício adicional é que se você tomar tudo isso ao rotina sem nos preocupar com as atividades diárias
mesmo tempo e tiver um derrame, nem vai perceber. que nos são impostas.
Todos os dias, deve-se comer fibra. Muita, muitíssima fibra. d) O autor, de forma irônica, evidencia a intensa rotina
Fibra suficiente para fazer um pulôver. de atividades com as quais as pessoas têm que lidar
Você deve fazer entre quatro e seis refeições leves dia- diariamente. Isso se denota, por exemplo, nas seguintes
riamente. recomendações: comer determinadas frutas todos os
E nunca se esqueça de mastigar pelo menos cem vezes dias; ingerir uma xícara de chá verde sem açúcar; beber
cada garfada. Só para comer, serão cerca de cinco horas do ao menos dois litros de água, etc.
dia… E não se esqueça de escovar os dentes depois de comer. e) O principal objetivo do texto é mostrar como, na
Ou seja, você tem que escovar os dentes depois da maçã, vida moderna, as pessoas estão criando atividades
da banana, da laranja, das seis refeições e enquanto tiver den- para completar o tempo livre. Assim, os indivíduos
preocupam-se mais com a alimentação, por exemplo,
tes, passar fio dental, massagear a gengiva, escovar a língua
organizando uma rotina diária, a fim de praticar todas
e bochechar com Plax.
as atividades necessárias a uma vida saudável.
Melhor, inclusive, ampliar o banheiro e aproveitar para
colocar um equipamento de som, porque entre a água, a fibra
13. GABARITO
e os dentes, você vai passar ali várias horas por dia.
Há que se dormir oito horas por noite e trabalhar outras oito 01) B 02) B 03) A 04) E 05) A
por dia, mais as cinco comendo são vinte e uma. Sobram três,
06) D 07) B 08) A 09) D 10) E
desde que você não pegue trânsito.
As estatísticas comprovam que assistimos três horas de TV 11) C 12) B 13) C 14) D 15) B
por dia. Menos você, porque todos os dias você vai caminhar ao 16) C 17) D 18) B 19) B 20) A
menos meia hora (por experiência própria, após quinze minutos 21) E 22) E 23) C 24) E 25) B
dê meia volta e comece a voltar, ou a meia hora vira uma).
26) C 27) A 28) D 29) E 30) A
E você deve cuidar das amizades, porque são como uma
planta: devem ser regadas diariamente, o que me faz pensar 31) A 32) A 33) C 34) A 35) D
em quem vai cuidar delas quando eu estiver viajando. 36) D 37) A 38) E 39) A 40) C
Deve-se estar bem informado também, lendo dois ou três 41) A 42) A 43) B 44) A 45) C
jornais por dia para comparar as informações.
[...]
46) D 47) B 48) E 49) B 50) D
Também precisa sobrar tempo para varrer, passar, lavar 51) D
roupa, pratos e espero que você não tenha um bichinho de
estimação.

69
ÍNDICE
GEOGRAFIA

1. Noções básicas de cartografia 01


Orientação: pontos cardeais
Localização: coordenadas geográficas (latitude, longitude e altitude)
Representação: leitura, escala, legendas e convenções

2. Natureza e meio ambiente no brasil 08


Grandes domínios climáticos
Ecossistemas

3. As atividades econômicas e a organização do espaço 09


Espaço agrário: modernização e conflitos
Espaço urbano: atividades econômicas, emprego e pobreza
A rede urbana e as regiões metropolitanas

4. Formação territorial e divisão político-administrativa 15


Divisão político administrativa e organização federativa

5. Dinâmica da população brasileira 26


Fluxos migratórios, áreas de crescimento e de perda populacional
EDITORA DIDATICON GEOGRAFIA
GEOGRAFIA A localização Norte geográfica é orientada pela
estrela Polar, sua referência inicial. Essa localização
pode também ser chamada de Setentrional ou Boreal.
O Sul geográfico é a antípoda do Norte, ou seja, o
NOÇÕES BÁSICAS DE CARTOGRAFIA ponto exatamente contrário; sua referência é o Cruzei-
ro do Sul. Pode também ser chamado de Meridional ou
A Cartografia é uma técnica de produção sistemá- Austral.
O paralelo Linha do Equador, referência central,
tica de mapas originária da região da Mesopotâmia. A
faz a separação entre os hemisférios Norte e Sul.
primeira representação cartográfica data aproxima-
O ponto Leste, também conhecido como Oriente,
damente do século 23 a.C.; essa origem está ligada à
está localizado à direita em relação ao Norte e o Sul.
necessidade de apresentar a outras pessoas um espa-
Sua referência astronômica é o nascer do Sol.
ço desconhecido. Por ser a região da Mesopotâmia a
À esquerda do Norte e do Sul, tem-se o ponto Oes-
localidade onde surgiram os primeiros grupos sociais
te, também chamado de Ocidente; seu ponto de refe-
organizados em sociedades, a criação da Cartografia
rência é o pôr do Sol.
nesse local foi uma questão de necessidade.
Esses quatro direcionamentos compõem os pontos
O aprimoramento das técnicas de produção ocor-
Cardeais, primeira face da rosa dos ventos, repre-
reu junto à intensificação do uso. Um mapa, além de
sentados pelas siglas N (Norte), S (Sul), L (Leste) e O
representar um espaço, pode conter diversas infor-
(Oeste).
mações; por esse motivo, é necessário ler corretamen-
Quanto mais distante for o ponto de chegada em
te suas informações.
relação ao ponto de partida, maior será o intervalo entre
O título (quando houver) é o ponto de partida;
os pontos cardeais, pois o ângulo entre eles é de 90º.
em seguida, deve-se ler a legenda, que se trata de um
Reduzindo esse grau de distanciamento, temos os
pequeno quadro normalmente disposto nas extre-
pontos Colaterais, que são representados pelos sím-
midades inferior ou superior do mapa, contendo as
bolos NE (Nordeste), NO (Noroeste), SO (Sudoeste) e
informações que o mapa transmite; para isso, podem
SE (Sudeste). Esses pontos de orientação reduzem o
ser utilizados símbolos, cores, ou a combinação de intervalo em 45º.
ambos. Por último, existem os pontos Subcolaterais, criando
Um mapa deve ser uma reprodução proporcio- um intervalo ainda menor, de 22, 5º. Sua denominação é
nal fiel ao tamanho do espaço representado; para ser a combinação do ponto cardeal mais próximo junto ao
possível realizar a conversão das distâncias no mapa colateral mais próximo, representados pelos símbolos
para o distanciamento verdadeiro no espaço físico, há SSO (Sul Sudoeste), OSO (Oeste Sudoeste), SSE (Sul Sudes-
a necessidade do uso da escala cartográfica, represen- te), ESE (Leste Sudeste), ENE (Leste Nordeste), NNE (Norte
tando o tamanho da redução do espaço originário em Nordeste), NNO (Norte Noroeste), ONO (Oeste Noroeste).
relação ao mapa. Observe a rosa dos ventos a seguir.
Um mapa necessariamente deve conter um pon-
to de orientação – preferencialmente, uma rosa dos
ventos com pontos cardeais ou minimamente o Norte NNO NNE
geográfico. Esse último não possui relação com a parte NO NE
superior do mapa, pois os pontos cardeais represen-
tam direções no plano superficial do planeta, ou seja,
representam direcionamentos na horizontal; logo, o ONO ENE
posicionamento norte pode ser representado na por-
ção superior, inferior, laterais e diagonais.
O E
Vale lembrar que a Cartografia não é apenas uma
representação de espaço com uso exclusivo da Geo-
grafia; seu uso também é presente em disciplinas OSO ESE
como História e Sociologia. Órgãos governamentais
também a utilizam para o desenvolvimento de polí-
ticas públicas. Até mesmo você, em seu cotidiano, faz SO SE
uso dos conceitos cartográficos, por exemplo, ao utili- SSO SSE
zar a localização de um aplicativo celular ou acionar
um GPS para se deslocar a um local desconhecido.
Disponível em: https://infoenem.com.br/estudando-os-pontos-
São muitas as possibilidades do uso da Cartografia,
colaterais-subcolaterais-e-a-rosa-dos-ventos/. Acesso em 12 fev.
que auxilia as atividades cotidianas há muitos séculos; 2021.
com a adição das tecnologias de georreferenciamento,
a utilização se tornou mais simplificada e constante. LOCALIZAÇÃO: COORDENADAS GEOGRÁFICAS
(LATITUDE, LONGITUDE E ALTITUDE)
ORIENTAÇÃO: PONTOS CARDEAIS
Sistema de Linhas Imaginárias
A Rosa dos Ventos é utilizada para sistematizar os
direcionamentos realizados, seguindo parâmetros e Para conseguirmos nos organizar e localizar na
permitindo a padronização. superfície, foi desenvolvido um sistema de linhas ima-
ginárias para facilitar nossos pontos de referência e
localização.
As linhas verticais são os Meridianos, sendo o de
Greenwich considerado o Meridiano central e divisor
dos hemisférios Oriental (Leste) e Ocidental (Oeste).
1
EDITORA DIDATICON GEOGRAFIA
Observe a figura a seguir: O sistema GPS é propriedade do governo dos Esta-
dos Unidos da América; seu uso é aberto, mas, em caso
180º de necessidade ou em um eventual conflito, esse servi-
Antimeridiano de
Greenwich ço pode ser suprimido. Por isso, existe um sistema de
propriedade do governo russo que realiza a mesma
tarefa que o GPS, chamado GLONASS. Essas funciona-
lidades estão no nosso dia a dia; já que o uso dos celu-
lares é nosso principal meio de utilização de dados
georreferenciados como o GPS ou GLONASS.
Veja o mapa a seguir, apresentando as Coordena-

Greenwich
das Geográficas:

Longitude Longitude
Oeste 0º Leste

Disponível em: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/


coordenadas-geograficas-latitude-longitude-e-gps.htm. Acesso em:
12 fev. 2021.

Os Meridianos a Leste possuem graus positivos; já


os a Oeste possuem graus negativos. Em 0º, tem-se o
Meridiano de Greenwich e, em 180º ou -180º, os opos-
tos (Leste e Oeste, respectivamente). Disponível em: https://www.sabermais.am.gov.br/roteiro-de-estudo/
Além dos Meridianos, existem os Paralelos, que coordenadas-geograficas-56791. Acesso em: 12 fev. 2021.
são as linhas horizontais. O Paralelo do Equador é o
central e divisor dos hemisférios Norte e Sul. Observe Combinando os dados da Latitude com Longitude
a imagem a seguir: é obtida a localização. A figura a seguir também traz
Coordenadas Geográficas, mas, nesse caso, sua repre-
Latitude sentação gráfica está indicando a localização de algu-
Norte mas capitais.

CAPITAL LATITUDE LONGITUDE

Brasília 15º46’48’’ S 47º55’45’’ O


0º Washington 38º54’15’’ N 77º01’02’’ O

Equador Tóquio 35º41’22’’ N 139º1’31’’ L

Londres 51º30’26’’ N 00º07’39’’ O

Nova Deli 28º36’36’’ N 77º13’48’’ L


Latitude
Sul
Disponível em: https://querobolsa.com.br/enem/geografia/latitude-
e-longitude. Acesso em: 12 fev. 2021.
Disponível em: http://www.cp2.g12.br/blog/humaitaii/
files/2020/03/1o-ANO-QUARENTENA-3-Coordenadas-
Cartogra%CC%81ficas.pdf. Acesso em: 12 fev. 2021. REPRESENTAÇÃO: LEITURA, ESCALA, LEGENDAS E
CONVENÇÕES
Latitude e Longitude
Como vimos até aqui, os mapas são a forma de
Baseado na distância entre os Paralelos e Meri- representar um espaço. Para isso ocorrer de maneira
dianos, há outra denominação para se referir ao dis- organizada, existem alguns critérios a serem seguidos
tanciamento em graus. As Latitudes são os graus de na produção de um mapa. Em conjunto com a ima-
distanciamento entre os Paralelos; já as Longitudes gem apresentada, devem estar: título, legenda e esca-
são os graus de distanciamento entre os Meridianos. la. Essas são os três itens básicos de um mapa, pois
O cruzamento entre uma Latitude e uma Longitu- ele deve transmitir informações, não apenas imagens.
de fornece o dado da Coordenada Geográfica. Existem diferentes tipos de projeções cartográfi-
cas; veremos alguns tipos a seguir:
Coordenadas Geográficas

As coordenadas geográficas permitem identificar a


localização exata de um local.
É esse sistema de Georreferenciamento que o
GPS (global position system) utiliza, a partir da trian-
gulação de dados dos satélites, cruzando a localização
latitudinal combinada à localização longitudinal.

2
EDITORA DIDATICON GEOGRAFIA
Projeção Plana ou Azimutal Assim como a projeção plana ou azimutal, esse
modelo é normalmente utilizado para representação
de um hemisfério, senão, causará a distorção observa-
da nessa imagem, na qual o polo Sul (oposto ao Norte
centralizado) aparece ampliado e distante em relação
ao Norte.
Esse modelo é mais utilizado para representar o
mundo por completo com seus hemisférios em um
planisfério, pois causa a menor distorção entre os
hemisférios. Por ter seu uso mais intenso, existem
diferentes técnicas de reproduzir essa projeção. Den-
tre elas, três formas são as mais utilizadas:

z Modelo Conforme:

Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/projecoes-


cartograficas.htm. Acesso em: 12 fev. 2021.

Essa projeção costuma ser utilizada para represen-


tar um hemisfério, normalmente centralizado a partir
de um dos polos.
Seu uso mais famoso está na bandeira da Orga-
nização das Nações Unidas (ONU), por não seguir o
padrão eurocêntrico (forma de representar o conti-
nente europeu na porção superior e ao “centro” em
relação aos demais continentes) habitualmente utili-
zado na projeção cilíndrica.
Também pode ser utilizado para representar o Disponível em: https://www.geografiaopinativa.com.br/2018/03/
tipos-de-projecoes-cartograficas-equivalentes-conformes-
mundo por completo, mas as áreas do polo opos-
equidistantes-e-afilaticas.html. Acesso em: 12 fev. 2021.
to à porção centralizada serão muito distorcidas
(ampliadas).
Desenvolvida pelo cartógrafo e matemático Gerhard
Mercator no século XVI, foi a primeira representação a
Projeção Cônica
ampliar os territórios além do Velho Mundo (termo utili-
zado para se referir a Europa, Norte da África e Oriente
Médio, no período prévio a Expansão Marítima).
O objetivo principal era manter os ângulos e con-
tornos dos territórios, pois seu uso era, na época,
voltado à navegação. Contudo, essa necessidade de
manter os contornos próximos à realidade acaba por
ampliar as áreas próximas aos polos.
Isso ocorre por conta da ampliação dos Paralelos
mais distantes do Equador; por conta dessa carac-
terística, essa projeção recebe a denominação de
“Conforme”.

Disponível em: https://atlasescolar.ibge.gov.br/conceitos-gerais/o- z Projeção Equivalente:


que-e-cartografia/as-projec-o-es-cartogra-ficas.html. Acesso em: 12
fev. 2021.

Projeção Cilíndrica

Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/projecao-


peters.htm. Acesso em: 12 fev. 2021.

Essa representação foi criada por Arno Peters no


Disponível em: https://atlasescolar.ibge.gov.br/conceitos-gerais/o-
século XX. Embora não fosse um cartógrafo, a pro-
que-e-cartografia/as-projec-o-es-cartogra-ficas.html. Acesso em: 12 jeção de Peters tinha por finalidade representar os
fev. 2021. espaços de maneira fiel ao tamanho dos territórios.
3
EDITORA DIDATICON GEOGRAFIA
Para cumprir esse objetivo, a projeção de Peters preserva os tamanhos dos continentes, mas acaba perdendo
os ângulos e contornos detalhados da projeção conforme.

z Projeção Conforme não equidistante:

Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/projecao-robinson.htm. Acesso em: 12 fev. 2021.

O estadunidense Arthur Robinson é o responsável por essa projeção. Seu objetivo é equilibrar a relação tama-
nho territorial versus ângulos e contornos. Para conseguir alcançar esses objetivos, essa projeção utiliza Paralelos
retos e Meridianos curvos, quanto mais distantes do central Greenwich.
Por mesclar as principais características de Mercator e Peters, essa projeção é atualmente a mais utilizada em
livros e publicações quando se representa o mundo em planisférios.

Projeção Afilática

Nesse tipo de projeção, não há manutenção dos tamanhos, contornos e áreas dos territórios, mas são minimi-
zadas as distorções do conjunto (o mapa por completo).

Disponível em: https://www.mundovestibular.com.br/estudos/geografia/projecoes-cartograficas-3/. Acesso em: 12 fev. 2021.

Projeção Equidistante

São preservadas as distâncias, mas há distorção dos contornos e ângulos dos territórios.

Disponível em: https://www.curso-objetivo.br/vestibular/roteiro_estudos/projecoes_cartograficas.aspx. Acesso em: 12 fev. 2021.

4
EDITORA DIDATICON GEOGRAFIA
Anamorfose

Tipo de representação cartográfica que utiliza distorções propositais das formas dos territórios para represen-
tar os temas a serem expostos. É um tipo de cartografia temática; embora diferentes do habitual, são representa-
ções muito utilizadas para transmitir informações. Observe os exemplos:

Rússia

Alemanha

Irã
China
Estados Turquia
Unidos Paquistão Japão

Anamorfose - mundo México


Egito
população total - 2017 Bangladesh
Índia
(mil habitantes) Vietnã
Nigéria Filipinas

até 25 000,0 Etiópia

25 000,1 - 75 000,0 Brasil


Indonésia
75 000,1 - 150 000,0
150 000,1 - 325 000,0
mais de 1 339 180,1

Disponível em: https://educa.ibge.gov.br/professores/educa-recursos/20815-anamorfose.html. Acesso em: 12 fev. 2021.

Essa Anamorfose representa a população absoluta dos países; repare como o Canadá e a Austrália ficam redu-
zidos, embora sejam o segundo e sextos maiores países do mundo em extensão territorial (respectivamente).
Nessa Anamorfose, ficam reduzidos por conta da pequena população que possuem.
A Anamorfose a seguir representa os maiores produtores de petróleo, conforme descrito na legenda.

Canadá Noruega Rússia


Cazaquistão
Reino
Unido
Iraque Irã
Estados Unidos Kuwait
China
Argélia Catar

México Emirados
Árabes

Anamorfose - mundo Arábia Saudita Unidos

Venezuela Nigéria
produção de petróleo
(mil barris/dia) Omã

104,0 - 1 000,0 Brasil


Austrália
1 000,1 - 2 000,0
Angola

2 000,1 - 5 000,0
5 000,1 - 12 354,0

Disponível em: https://educa.ibge.gov.br/professores/educa-recursos/20815-anamorfose.html. Acesso em: 12 fev. 2021.

A seguir, tem-se uma anamorfose da densidade demográfica do Brasil, comparada a um mapa tradicional:

Figura 11: População total (número de habitantes), Figura 12: Anamorfose geográfica do tema população
por Estado, em 2017 total , em 2017

AP
CE RN
AM PA MA
Amapá
Roraima
PI PS
RO TO PE
MT
Amazonas
Maranhão Rio Grande GO DF BA AL
Pará Ceará
do Norte SE
Paraíba
Piauí Pernambuco
Acre
Tocantins Alagoas MS MG
Rondônia Sergipe

Mato Grosso bahia ES


População total - 2017 Distrito
Federal
SP
(mil habitantes) Goiás Anamorfose - Brasil população
Minas RJ
Gerais total - 2017 (mil habitantes)
466,0 - 1 000,0 Mato Grosso
do sul
Espírito
Santo PR
São Paulo 466,0 - 1 000,0
1 000,1 - 5 000,0
Rio de
Janeiro
Paraná 1 000,1 - 5 000,0
5 000,1 - 10 000,0 Santa SC
Catarina
RS 5 000,1 - 10 000,0
10 000,1 - 22 000,0 Rio Grande
do Sul
10 000,1 - 22 000,0
45 103,1
45 103,1

Disponível em: https://educa.ibge.gov.br/professores/educa-recursos/20815-anamorfose.html. Acesso em: 12 fev. 2021.

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EDITORA DIDATICON GEOGRAFIA
LEGENDA Esse tipo de símbolo é utilizado principalmen-
te para indicar área ocupada, quando a extensão e
Os mapas, além de apresentarem um local, qua- largura são importantes. Podem indicar regiões ou
se sempre transmitem informações; as legendas são diferenciações naturais no relevo, como variação de
maneiras de representar as informações contidas nos cobertura vegetal, climático etc.
mapas.
Na Cartografia, uma das principais maneiras de Símbolos Pontuais
transmitir informações por mapas e cartas gráficas
é utilizar legendas, que são itens obrigatórios. Elas
podem ser utilizadas por meio de símbolos ou cores.
As legendas são importantes por permitirem
incluir nos mapas diversas informações sem a
necessidade da escrita, que tornaria o mapa con-
fuso e repleto de palavras, o que provavelmente
dificultaria sua interpretação.
Quando são adequadamente utilizadas, as legen-
das fornecem dados acerca de acontecimentos ou ele-
mentos existentes no Espaço Geográfico.
A simbologia a ser utilizada é escolhida com base
nos critérios relacionados às necessidades de cada
mapa. Alguns exemplos: divisão de áreas, indicar Disponível em: https://pt.vecteezy.com/arte-vetorial/114510-vector-
atividades comerciais/industriais ou mesmo indicar de-simbolo-de-legenda-de-mapa-gratis. Acesso em: 12 fev. 2021.
aspectos sociais.
São três tipos principais de signos cartográficos: Os símbolos pontuais podem ser variados e sua
lineares, zonais e pontuais. representação é praticamente infinita, basta identifi-
car o símbolo na legenda.
Símbolos Lineares Veja as três formas de legendas juntas:

Figura 1
Pontos Linhas Áreas

Disponível em: https://www.preparaenem.com/geografia/legenda-


Figura 2
dos-mapas.htm. Acesso em: 12 fev. 2021.
Pontos Linhas Áreas
Normalmente, são utilizados para representar ele-
mentos naturais ou construções humanas, como rios,
estradas, ferrovias, ruas. Além de representarem os
itens informados na legenda, podem transmitir infor-
mação quantitativa ao modificar sua espessura para
isso.

Símbolos Zonais

Disponível em: https://exerciciosweb.com.br/geografia/simbolos-


cartograficos-e-sensoriamento-remoto-atividades/attachment/
espaco-natural-e-socioeconomigo/. Acesso em: 12 fev. 2021.

ESCALA CARTOGRÁFICA

Mesmo com intenso uso de tecnologia atual, os


mapas podem ser importantes meios de orientação
no espaço, podendo fazer parte de planejamento de
viagens, por exemplo.
Portanto, sua representação deve ser fiel ao espaço
real. As escalas representam o volume de proporção
Disponível em: https://www.preparaenem.com/geografia/legenda- do espaço representado em relação ao espaço natural,
dos-mapas.htm. Acesso em: 12 fev. 2021. por isso, sua correta interpretação é importante.
6
EDITORA DIDATICON GEOGRAFIA
Quanto maior a redução do local representado,
maior será o denominador da escala, assim indicando Importante!
um mapa menor, pois, para representar uma área muito
grande, o espaço real é muito reduzido e, consequente- Quando não houver indicação da unidade de
mente, apresenta menor riqueza de detalhes do local. medida na escala, deve ser sempre considerado
Em contrapartida, mapas com escala pequena são centímetro como a unidade representada.
maiores, pois o espaço demonstrado foi menos reduzi-
do, demonstrando, assim, maior detalhamento do local.
Como exemplo, imagine um mapa do Brasil. Para Nas escalas numéricas como a representada na ima-
representar o país em uma folha, seu tamanho foi mui- gem, quando não há indicação da unidade de medida do
to reduzido; nessa redução, muitos detalhes do espaço denominador, deve-se sempre considerar uma medida
ficam impossíveis de serem observados. Logo, temos em centímetros. Ou seja, um centímetro do mapa é equi-
uma pequena escala cartográfica e um mapa pequeno. valente a cinquenta mil centímetros do espaço real.
Agora, imagine um mapa da cidade de Santos, em Em questões de concurso, normalmente é neces-
São Paulo. Por possuir um tamanho territorial muito sário converter essa medida para metros ou quilôme-
menor que o país, um mapa desse município é menos tros, logo, é preciso realizar a divisão. 100 centímetros
reduzido em relação ao do Brasil. Esse mapa preservará correspondem a um metro, e 1000 metros correspon-
melhor os detalhes do local, terá uma escala cartográfica dem a um quilômetro. Dessa maneira, na imagem que
grande e, consequentemente, será um mapa maior. apresenta a escala gráfica de 1:50000, um centímetro
Podem ser utilizados dois tipos distintos de escala:
do mapa equivalente a quinhentos metros do espaço
a gráfica e a numérica.
real, ou meio quilômetro.
Veja outros exemplos:
Escala Gráfica

Escala ESCALA NUMÉRICA ESCALA GRÁFICA

25 50 Km 1 : 500 000 0___5___10km


0
Lê-se da seguinte forma:
1cm no mapa equivale a Lê-se da seguinte forma:
Disponível em: https://brainly.com.br/tarefa/30783086. Acesso em: 500 000 cm na realidade 1 cm no mapa equivale
13 fev. 2021. a 5 km na realidade ou 2
Ou seja, a realidade foi cm no mapa equivalem a
reduzida 500 000 vezes 10 km na realidade

0 3 6 9 Km Disponível em: https://sites.google.com/a/agvv.edu.pt/geo-


dinamica/conteudos-temas/7o-ano/tema-a/a-utilizacao-das-escalas.
Acesso em: 13 fev. 2021.
ou

0 ESCALA 1:5 000


3 6 9 300 m
0 5 10 15 20 25

quilômetros

Disponível em: http://liramirian10.blogspot.com/2020/04/escala. ESCALA 1:200 000


html. Acesso em: 13 fev. 2021. 0 2 4 6 8 10 12 14 16 Km

Esse tipo de escala faz a proporção de um centímetro


do mapa em relação ao espaço da realidade. É impor-
tante se atentar à unidade de medida representada, se é ESCALA 1:5 000 000
uma proporção relativa a quilômetros ou metros. 0 50 100 150 200 250 300 350 400 Km
Na primeira imagem, é representada uma pro-
porção de um centímetro, equivalente a vinte e cinco
Disponível em: https://www.todamateria.com.br/escala-
quilômetros da realidade. Na segunda, a escala repre-
cartografica/. Acesso em: 13 fev. 2021.
senta uma proporção de um centímetro relativo a três
quilômetros no espaço real. Escala numérica:
Esse último exemplo conta com a escala numé-
rica combinado a escala gráfica. Podemos observar
Numerador
a conversão da escala numérica para o espaço real;
(área do mapa) na primeira demonstração, um centímetro da escala
equivale cinco mil centímetros do espaço real. Con-
vertendo para metros, tem-se a distância de cinquenta
1 : 50000 metros do espaço real.
Na segunda demonstração, a escala numérica apre-
senta um centímetro correspondente a duzentos mil
Denominador centímetros; ao converter, resulta-se uma distância de
(área real) dois quilômetros do espaço real. Por fim, a proporção
representada é de um centímetro da escala para cinco
Disponível em: https://www.todamateria.com.br/escala- milhões de centímetros, correspondentes a cinquenta
cartografica/. Acesso em: 13 fev. 2021. quilômetros do espaço real.

7
EDITORA DIDATICON GEOGRAFIA
OUTRAS PRODUÇÕES DE CARTOGRAFIA: z Clima Subtropical: é o tipo climático predominan-
te na região Sul, com características bem definidas:
z Planta: normalmente utilizada na área da cons- verões quentes e invernos mais frios, mais rigo-
trução civil, é um tipo de representação do espaço rosos, podendo ocorrer geadas e, em raros casos,
em escala grande, ou seja, pouquíssima redução neve, por conta da atuação da massa de ar polar.
do local representado, conseguindo transmitir No clima subtropical, as chuvas são constantes e
com detalhes o local; bem distribuídas ao longo do ano, com registros de
z Carta: utilizada especialmente em atividades de pluviosidade que variam entre 1.500 mm e 2.000
gestão e planejamento, é um tipo de reprodução mm por ano. As médias térmicas registradas ficam
de escalas médias e grandes; são reproduções em torno de 18ºC, porém, no período de inverno as
detalhadas dos locais representados, normalmen- quedas de temperaturas podem ser bem maiores;
te utilizando simbologia para isso; z Clima Tropical de Altitude: este tipo climático
está presente na região Sudeste do país, e devi-
z Croqui: simples representações do espaço, sem
do à altimetria do relevo, suas temperaturas são
focar em técnicas específicas da cartografia, como
mais baixas que as temperaturas registradas no
escala; esse tipo de representação é um “resumo”
tipo climático tropical, em média os registros são
com informações sobre os locais representados.
inferiores a 18ºC, podendo ocorrer o registro de
temperatura variando entre 7ºC e 9ºC. As atuações
das frentes frias podem provocar a ocorrência de
geadas. Já em relação ao regime de chuvas o clima
NATUREZA E MEIO AMBIENTE NO tropical de altitude possui um regime semelhante
ao clima tropical;
BRASIL z Clima Tropical Litorâneo: está presente em toda
a faixa litorânea, principalmente entre o estado do
GRANDES DOMÍNIOS CLIMÁTICOS Rio de Janeiro e o estado do Rio Grande do Norte,
a região é quente e chuvosa e possui essas carac-
O território brasileiro encontra-se quase que em terísticas por conta da ação da massa de ar Tro-
sua totalidade em regiões de baixas latitudes, prin- pical Atlântica. As médias de temperatura anuais
cipalmente entre a Linha do Equador e o Trópico de variam entre 18ºC e 26ºC, com pluviosidade em
Capricórnio, ou seja, nosso país está localizado na torno de 1.500 mm anuais. No litoral nordestino,
faixa tropical e por esse motivo ocorre o predomínio as chuvas ocorrem com mais frequência no outo-
de climas úmidos e quentes. Também por isso, temos no e inverno, já no litoral do Sudeste, as chuvas são
em nosso território regiões que apresentam grandes mais constantes e intensas no verão;
índices de pluviosidade como, por exemplo, a região z Clima Tropical: este tipo climático está presente
norte, e regiões que sofrem com a falta e a escassez de na região Centro-Oeste e suas principais caracte-
chuvas, como o semiárido nordestino. rísticas são verões chuvosos e quentes e invernos
Os principais tipos climáticos do Brasil são os frios e secos. As estações são bem definidas e a
seguintes, classificados de acordo com as zonas cli- média de temperatura anual está acima de 18ºC,
máticas da Terra, nosso país possui 6 tipos de clima porém, podem ocorrer momentos em que as tem-
listados a seguir: peraturas registradas podem chegar até 7ºC. Em
relação ao ciclo de chuvas, a pluviosidade pode
z Clima Equatorial; variar entre 1.000 e 1.500 mm por ano;
z Clima Subtropical; z Clima Semiárido: este tipo climático está presen-
z Clima Tropical de Altitude; te na região Nordeste e tem como principal carac-
terística a ocorrênciade chuvas irregulares. São
z Clima Semiárido;
raras em determinadas áreas do sertão nordestino
z Clima Tropical Litorâneo;
e têm as temperaturas bem elevadas, chegando
z Clima Tropical.
a registrar médias térmicas anuais em torno de
27ºC. Possui elevada amplitude térmica por conta
Vamos destacar as principais características dos das chuvas irregulares a região sofre com a falta
tipos climáticos presentes no território brasileiro: de chuvas e a escassez de água. Essa região faz par-
te do conhecido Polígono das Secas, área do terri-
z Clima Equatorial: esse tipo climático está loca- tório brasileiro que sofre com a seca.
lizado em áreas próximas à Linha do Equador.
Tem como principais características: temperaturas ECOSSISTEMAS
bastantes elevadas em todo o ano e elevado índi-
ce pluviométrico. Está presente em toda a região
O Brasil é um país de extensão continental. Sen-
Norte do país e em partes da região Centro-Oeste.
O clima Equatorial possui uma média de tempera- do o quinto maior país do mundo em território,
tura anual em torno dos 25ºC, com baixa amplitu- apresenta imensa diversidade em diversos aspectos,
de térmica (a diferença entre a maior e a menor valendo destacar a pluralidade de sua flora e fauna,
temperatura registradas) e o ciclo ou regime de assim como de sua formação geográfica, climática e
chuvas sofre variações constantes de acordo com de povoamento. Essa diversidade resulta em diferen-
a atuação das massas de ar. tes divisões para compreender melhor o país, como a
divisão político-administrativa, geográfica, climática,
Como forma de demonstrar como as massas de ar econômica etc.
interferem nessa questão, ocorre o fenômeno climáti- No que se refere à flora e à fauna, o Brasil apresen-
co conhecido como friagem, que provoca uma queda ta divisões específicas para estudo e preservação de
nas temperaturas, podendo chegar a 10ºC. Esse fenô- sua riqueza natural. Estudos detalhados do Instituto
meno é provocado pela atuação da massa de ar fria Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), do Ministério
polar, que atua no território brasileiro. do Meio Ambiente (MMA), do Fundo Mundial para a
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Natureza e do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Economia dos Ecossistemas e da Biodiversidade
e Estatística) mapearam os principais biomas brasilei-
ros, considerando as características estáveis, desen- O avanço do desmatamento, além de ter levado mui-
volvidas e adaptadas às condições de cada região, tas espécies brasileiras à extinção, continua colocando
apresentando florestas e ciclos ecológicos específicos. sob ameaça a biodiversidade e, consequentemente, o
Vejamos os seis biomas brasileiros: equilíbrio ambiental. Muitas vezes, a preservação do
meio ambiente é interpretada como oposição ao cresci-
z Amazônia: bioma em que se encontra a maior mento econômico e geração de emprego e renda, embo-
floresta tropical do mundo. Estende-se por nove ra já haja pesquisas, projetos e medidas que afirmam que
países da América do Sul, e sua maior porção está é possível gerar valor econômico de forma sustentável.
localizada no Brasil, sendo uma ocupação de 49% A preservação da fauna e da flora está diretamen-
do território nacional, e é constituída pela Bacia te ligada ao bem-estar das pessoas, compreendendo
Amazônica, a maior bacia hidrográfica do mundo; que a extinção de ecossistemas causa desequilíbrio
z Cerrado: compreende principalmente o planalto ambiental e climático, pondo em risco a vida humana.
central do país, é conhecido como a savana mais rica Faz-se necessária a compreensão das práticas
do mundo em biodiversidade, quase intacto até os resultantes na escassez de recursos, para um melhor
anos 1950, ocupando 24% do território nacional; aproveitamento das riquezas naturais. De acordo com
z Mata Atlântica: compreende a região litorânea do o Portal do Meio Ambiente, a derrubada das matas
Brasil, desde os estados do Rio Grande do Norte ao ciliares provoca a seca dos rios e consequentemente,
Rio Grande do Sul, ocupando cerca de 13% do ter- afasta ou extingue animais que bebiam água no local,
ritório, e mantém a maior biodiversidade do país; assim como o uso de agrotóxicos mata colmeias e des-
porém, hoje resta cerca de 27% da mata nativa, em sa forma, reduz a polinização. Outros exemplos de uso
decorrência do desmatamento; inapropriado são o monocultivo, o incêndio intencio-
z Caatinga: ocupa boa parte da Região Nordeste até nal em florestas, a pesca predatória entre outros.
a porção norte de Minas Gerais, se estendendo por Ainda conforme o portal do Ministério do Meio
cerca de 10% do território nacional. O nome de Ambiente, o Brasil traçou metas nacionais e interna-
origem indígena significa “floresta branca”, reme- cionais para 2011-2020 com o compromisso de incen-
tendo às características dessa vegetação no perío- tivar e garantir o uso sustentável da biodiversidade. A
do da seca e é considerado o bioma mais seco, a busca por estratégias para unir capital natural e eco-
Caatinga apresenta baixos índices pluviométricos; nomia necessita de investimento em formação e apoio
z Pantanal: uma das maiores planícies alagadas do técnicos para práticas sustentáveis.
mundo, compreendendo os estados do Mato Gros- Nesse sentido, é de extrema importância tra-
so e Mato Grosso do Sul, ocupando 2% do território çar estratégias e políticas, visando os três pilares da
nacional. Sofre influência de outros biomas, como sustentabilidade:
Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica;
z Pampa: conhecido também como Campos Sulinos,
z conservação ambiental;
abrange o território do estado do Rio Grande do
z desenvolvimento econômico;
Sul, cerca de 2% do território nacional. “Pampa”
z qualidade de vida às populações.
tem origem indígena e designa região plana.
Diversos setores da sociedade podem avançar cor-
Os tópicos acima elencam os seis biomas brasileiros,
suas principais características e quanto do território relacionados com a preservação do meio ambiente, a
nacional é ocupado por cada um deles, onde se encontra valorização das riquezas naturais e das comunidades
o bioma Amazônia como a maior em ocupação territo- tradicionais, gerando emprego e renda. As relações de
rial e os biomas Pantanal e Pampa com as menores áreas. atividades como agricultura, pecuária, pesca, turismo,
Até 2021, a biodiversidade presente nos biomas transporte e energia com o uso consciente dos recur-
brasileiros representava, segundo o IBGE, cerca de sos naturais, podem ter redução significativa dos
20% do total de espécies do planeta. Com similarida- impactos ambientais além de garantir a manutenção
des nas áreas de transição entre um bioma e outro, dos grupos que vivem dessas atividades.
também são apresentadas muitas diferenças, uma vez
que se trata de um país correspondente a quase meta-
de da América do Sul em extensão territorial.
É importante destacar que, devido à urbanização, AS ATIVIDADES ECONÔMICAS E A
à exploração, a agricultura em larga escala e à pecuá-
ria, os biomas brasileiros apresentam hoje áreas
ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO
menores de sua floresta natural. A Mata Atlântica,
por exemplo, tem sofrido a maior devastação desde a ESPAÇO AGRÁRIO: MODERNIZAÇÃO E CONFLITOS
colonização se compararmos com os demais biomas.
Ocupando grande parte da faixa litorânea brasilei- Estrutura Ocupacional e Participação Feminina
ra, a Mata Atlântica teve porções da sua floresta origi-
nal substituídas por grandes cidades como São Paulo, Ao abordarmos a divisão inter-regional do traba-
Rio de Janeiro, Salvador, Recife e Porto Alegre. lho e da produção no Brasil, é importante destacar
Dispondo atualmente de apenas 27% da sua flo- as atividades desenvolvidas em cada uma das loca-
resta original e mais da metade de sua área desma- lidades do território nacional e a forma que cada
tada para a construção de cidades e das atividades de uma dessas atividades contribui para estimular o
agropecuária, a Mata Atlântica tem reduzido signifi- desenvolvimento.
cativamente a sua biodiversidade e embora ainda seja Tais atividades, ou ciclos econômicos, contribuem
um dos biomas com mais espécies do mundo, abriga para o processo de integração econômica. O Bra-
diversas animais e plantas ameaçados de extinção. sil apresenta ambientes de trabalho e de produção
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bastante diversificados, dado o tamanho do seu terri- maior infraestrutura com concentração de empresas,
tório. Sendo assim, torna-se imprescindível conhecer atividades econômicas e concentração financeira) e
as contribuições de cada região para a evolução da espaços opacos (infraestrutura de nível menor em rela-
economia do país. ção aos espaços luminosos).
Para compreender esse processo de produção eco- De acordo com dados do Instituto Brasileiro de
nômica e a divisão do trabalho, primeiramente é im- Geografia e Estatística (IBGE), a PEA – População Eco-
portante entender como está estruturada a economia nomicamente Ativa brasileira compreende 63,05% da
em sua totalidade. Através da divisão de setores e suas população, sendo que esse número não considera os
respectivas atividades, pode-se classificar a produção cidadãos que não têm vínculo empregatício, ou seja,
econômica da seguinte forma: trabalham com contrato formal ou com registro em
carteira. Ainda de acordo com o IBGE, do total da
z Setor Primário (atividades ligadas à agricultura, população ativa no Brasil, dos setores produtivos, os
pecuária, extrativismo mineral etc.); trabalhadores estão distribuídos da seguinte maneira:
z Setor Secundário (atividades ligadas à indústria); pouco mais de 20% encontram-se no setor primário
z Setor Terciário (atividades ligadas ao comércio e à (atividades como agricultura, pecuária, mineração,
prestação de serviços). pesca etc.), 21% no setor secundário (indústria) e 59%
no setor terciário (comércio e prestação de serviços).
O conceito de trabalho ao longo da história da Dessa forma, conclui-se que a maior parte da popula-
humanidade teve diferentes significados, chegando a ção empregada no Brasil encontra-se vinculada ao setor
ser classificado como uma atividade desmerecida e, terciário, causando a ocorrência do fenômeno de tercia-
posteriormente, passando a ser uma necessidade para rização da economia. Isso ocorre por conta do processo
os seres humanos. Esses conceitos contribuem para a intenso de mecanização do campo e da indústria (setores
compreensão do processo evolutivo do termo trabalho. primário e secundário, respectivamente), provocando
O contexto histórico possibilita uma compreensão a substituição do homem pela máquina. Dessa forma, a
do termo em sua plenitude, a qual deve levar em con- maior parte da população encontra emprego em maior
ta aspectos econômicos, políticos, sociais e culturais. quantidade somente no setor de serviço e comércio.
O trabalho, no mundo globalizado, sofreu alterações A participação da mulher no mercado de traba-
ganhando nova formatação, com o emprego da tecno- lho, no Brasil, é um processo que vem sofrendo alte-
logia, a qual provocou impactos positivos e negativos rações nas últimas décadas e que tem mostrado a sua
nas relações trabalhistas. importância na economia. As mulheres estão alcan-
O trabalho remoto e a comunicação via e-mail ou çando destaque profissional em diversos setores. No
por aplicativos de mensagens, até pouco tempo, eram entanto, é nítido que as funções exercidas, os cargos
consideradas situações impossíveis. No entanto, hoje ocupados e as remunerações ainda são menores, estan-
essa situação é uma realidade garantida por lei, prote- do defasados quando comparados com os dos homens.
gendo o trabalhador. Assim, o processo tornou-se mais Elas recebem, em média, 70% do salário que os
direto e construtivo no qual todos podem se beneficiar. homens ganham para a execução das mesmas tarefas e
A pandemia provocada pelo novo coronavírus e
responsabilidades, ocupando os mesmos postos de tra-
a necessidade de isolamento social aceleraram esse
balho. Além disso, as condições de trabalho e a forte hie-
processo de trabalho remoto, inclusive, boa parte das
rarquia nas instituições, tanto públicas quanto privadas,
empresas puderam fazer a opção de continuar nes-
ainda provocam um desfavorecimento para as mulhe-
se formato. Tal situação demonstra a existência de
res em relação aos seus colegas do sexo masculino. Os
uma democratização nos espaços laborais. Cada vez
cargos de chefia são exercidos, na maioria dos setores,
mais as grandes corporações vêm deixando de lado as
quase que exclusivamente por homens e, mesmo nas
visões tradicionalistas; a verticalização das relações
profissões tidas como femininas, a ocupação dos cargos
vem perdendo espaço para um ambiente com maior
linearidade e contribuição de todas as partes para o por indivíduos do sexo masculino ainda persiste.
processo produtivo. É fato que ainda há um longo caminho a percorrer
No cenário do mundo do trabalho e da produção, para que a nossa sociedade esteja livre do passado his-
fica evidente a desigualdade entre alguns setores, até tórico, patriarcal e machista e que haja equidade de
porque o desenvolvimento e as transformações pro- gêneros em nosso país.
movidas pela inserção de novas tecnologias não estão
disponíveis para todos de forma homogênea (afir- Produção e Transformação dos Espaços Agrários
mando as desigualdades provocadas pelo processo de
globalização). As atividades, por fim, se verticalizam As atividades agricultura e pecuária exerceram
(concentram-se) em espaços regionalizados e isso fica um papel extremamente importante no processo de
evidente nas disparidades que existem no Brasil em evolução e desenvolvimento da sociedade humana,
relação ao processo de industrialização da nossa eco- proporcionaram a produção de alimentos, a mudança
nomia – os setores produtivos da região Sudeste têm do nomadismo para o sedentarismo, a formação dos
um considerável destaque. aglomerados humanos, que posteriormente se organi-
Se o processo de análise for, ainda, mais profundo, zaram em vilas e em cidades.
é possível encontrar no estado de São Paulo (na região Até a ocorrência da 1ª Revolução Industrial, a agri-
metropolitana), uma maior concentração de atividades cultura juntamente com o comércio eram as princi-
produtivas, mesmo com toda a desconcentração indus- pais atividades econômicas, sendo responsáveis pela
trial ocorrida nos últimos trinta anos. O referido estado produção de recursos no meio rural e as cidades eram
ainda polariza as atividades econômicas, havendo dife- os locais onde ocorria a distribuição das mercadorias,
rentes atividades econômicas dentro de uma mesma criando assim espaços que do ponto de vista geográfi-
localidade. Também podemos chamar esse processo co eram distintos: os espaços de produção (áreas pro-
de seletividade dos lugares. O geógrafo Milton Santos dutoras) e espaços de circulação (áreas onde ocorria
classificou esses lugares como espaços luminosos (uma o comércio).

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No século XVIII, como resultado direto do pro- O Agronegócio, a Agricultura Familiar, os
cesso de industrialização que o mundo passava, eixo Assalariados do Campo e as Lutas Sociais no Campo
econômico passa por transformações de rural para o
urbano, assim os espaços urbanos passaram a con- O agronegócio – também denominado por agribu-
centrar os recursos financeiros e tecnológicos, e estas siness – é a nomenclatura utilizada para fazer refe-
mudanças fizeram com que o meio rural se adaptasse rência ao processo da produção agropecuária, e nele
as novas realidades do mercado. estão inclusos todos os serviços, as técnicas utilizadas
Com o desenvolvimento técnico-científico ocor- e equipamentos de maneira direta ou indireta.
rido na Europa, Estados Unidos e posteriormente no O setor da economia envolve uma cadeia produtiva
Japão, nos séculos XVIII e XIX, o mundo passou por com a realização de atividades que incluem desde a pro-
um conjunto de transformações sociais, econômicas, dução agrícola (cultivo de culturas como a soja, milho,
políticas, culturais etc. café, dentre outros), o consumo e a compra de adubos
A ocorrência da 2ª Revolução Industrial proporcio- e fertilizantes, o desenvolvimento de máquinas agríco-
nou várias inovações para o setor agropecuário, como las, o processo de industrialização de produtos oriundos
a produção de insumos, adubos e agrotóxicos, que do campo (como óleos, café solúvel, entre outros) até o
ampliaram a capacidade produtiva dos solos (dimi- desenvolvimento de tecnologias para tornar todo esse
nuindo as perdas das lavouras por conta das ações de processo produtivo e suas atividades mais dinâmicas.
pragas). Entretanto, o agronegócio não está somente rela-
Até o fim do século XIX, essa modernização ocor- cionado às atividades voltadas para o campo, esse
rida na agricultura estava concentrada nos países setor é especialista em meio urbano, sendo um dos
mais ricos e desenvolvidos, pois estes concentravam motivos da ocorrência do processo de subordinação
as melhores condições econômicas, além de melho- e dependência das atividades rurais em relação aos
res condições técnico-científicas para a realização de mercados presentes nas grandes cidades. Isso ocorre
investimentos no setor rural. porque, conforme o agronegócio se moderniza e passa
por transformações, maior é dependência de atuações
Modernização da Agricultura e Estruturas Agrárias dos complexos industriais e das atividades produtivas
Tradicionais oriundas das grandes cidades.
Esse importante setor da economia está relaciona-
do com três setores da cadeia produtiva econômica,
Na segunda metade do século XX, em especial a
o setor primário (agropecuária), o setor secundário
partir dos anos 60, um problema antigo chamava a
(indústrias de tecnologias de ponta e de transforma-
atenção das autoridades em nível mundial – a fome,
ção das matérias-primas) e o setor terciário (com o
mas foi no período posterior à 2ª Guerra Mundial
escoamento e transporte e a comercialização dos pro-
que ficou claro e evidente o processo de desigualdade
dutos produzidos no campo).
entre as nações do mundo.
Um dos pilares importantes do processo produti-
Os organismos financeiros internacionais como
vo presente no contexto do agronegócio é a elevada
o Banco Mundial e corporações privadas, injetando
concentração de investimentos. Os produtores estão
capitais, proporcionaram a introdução de insumos,
investindo tanto na produção em si quanto nos fato-
adubos, fertilizantes, sementes selecionadas em algu-
res que melhoram a sua execução. Dessa forma, essa
mas regiões da Ásia e da América, contribuindo para
atividade também abrange estudos científicos relacio-
o aumento da produtividade agrícola e uma tímida nados com o campo e com o envolvimento de áreas
redução dos indicadores de fome e pobreza na região. como a biotecnologia e até com a meteorologia e cli-
O objetivo era reduzir, amenizar e talvez acabar matologia, com o objetivo de oferecer as melhores
com o quadro de fome em todo o mundo, porém, os condições para que ocorra o acúmulo de capital por
investimentos em regiões como América Latina e Áfri- parte de seus proprietários.
ca não foi o suficiente para alterar de forma significa- No Brasil, o agronegócio é um dos mais importan-
tiva os quadros de fome nestas duas regiões. tes do mundo, principalmente em relação à dinâmica
A utilização de insumos agrícolas e da mecani- de exportações. Nosso país está entre os maiores pro-
zação do processo produtivo ficou conhecida como dutores agrícolas do mundo, sendo o maior exporta-
Revolução Verde, que além de receber produtos quí- dor mundial de café, de açúcar e de cana-de-açúcar;
micos e sementes melhoradas e selecionadas, contava é o segundo maior exportador de carne bovina e o
também com a utilização de maquinários no campo e maior exportador de carne de frango, sendo também o
com a forte injeção de capitais de grupos econômicos quarto maior exportador de carne suína. Esse quadro
internacionais. nos leva a estimativas que os lucros produzidos nesse
A mecanização e modernização da agricultura vie- setor cresçam ainda mais, com projeções de aumento
ram acompanhadas de problemas para a maioria dos e crescimento em torno de 40% nos próximos anos,
trabalhadores rurais que ficaram à margem de todo o de acordo com estudos do Ministério da Agricultura.
processo única e exclusivamente por questões econô- A agricultura familiar, que vai na contramão do
micas e financeiras. agronegócio, é caracterizada por ser um tipo de agri-
A Revolução Verde provocou a formação de um gran- cultura praticada em pequenas propriedades rurais,
de contingente de desempregados no campo (o uso da sendo denominada dessa forma pelo fato de ser pra-
mão de obra em grande quantidade se fazia cada vez ticada por grupos de famílias (pequenos agricultores
mais reduzida com o processo de mecanização), sendo e alguns empregados). O processo de colheita dos pro-
assim essa parcela de trabalhadores desempregados no dutos serve como forma de alimentação para os pro-
campo foram obrigados, forçados a realizarem proces- dutores, e ainda, pode ser colocado como moeda de
sos migratórios para os centros urbanos através do pro- troca contribuindo assim para o consumo de parte da
cesso conhecido como êxodo rural. população.
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A Importância da Agricultura Familiar z Mão de obra familiar: é a relação de trabalho
quando todas as etapas do processo de produção
Embora seja uma atividade muito importante para são realizadas por entes da mesma família.
o consumo e sustento de várias famílias de agriculto- z Posseiros: são grupos de trabalhadores rurais que
res que vivem nas áreas rurais, dados do IBGE indi- ocupam e/ou cultivam terras que não estão produ-
cam que em torno de 70% dos alimentos consumidos zindo (terras devolutas);
no Brasil são oriundos da agricultura familiar. z Parceria: é o processo onde dois trabalhadores ou
É importante destacar que, nesse processo, as técnicas produtores rurais firmam acordos onde um forne-
de cultivo e produção utilizadas envolvem também práti- ce a propriedade da terra e o outro apenas a força
cas tradicionais e de conhecimento popular. de trabalho, sendo que o segundo vai cultivar a
A agricultura familiar é responsável por uma grande terra e depois ocorre a divisão da produção com
parcela da produção de gêneros alimentícios no Brasil. o proprietário;
As famílias vivem da venda de produtos que plan- z Arrendatário: ocorre quando um produtor/agri-
tam, sendo esse tipo de atividade uma importante forma cultor não possuía propriedade da terra, mas
de obter renda familiar, e nela o trabalho realizado em
possui recursos financeiros, então este promove
equipe se mostra importante para a economia da região.
o arrendamento ou aluga a propriedade por um
A agricultura familiar proporciona a geração de
período específico;
renda e emprego no campo e ainda, aumenta o nível de
z Trabalhadores assalariados temporários: são os
sustentabilidade das atividades no setor agrícola, pois
a qualidade dos produtos é superior aos outros conven- trabalhadores rurais que recebem salário, porém
cionais pelo fato de não utilizar produtos químicos em este trabalho é sazonal, ou seja, ocorre em apenas
larga escala, como ocorre na prática da monocultura. uma parte do ano, normalmente são recrutados
para os períodos que ocorrem as colheitas;
Agricultura Familiar no Brasil z Trabalho escravo no campo: apesar de a escra-
vidão estar abolida no Brasil desde 1888, ainda
A agricultura familiar está presente em quase 85% das encontramos situações de escravidão plena ou em
propriedades rurais do país. A maior parte desse percen- condições análogas à escravidão, geralmente o tra-
tual está localizado na região nordestina. A região Nor- balhador não tem direitos trabalhistas, não recebe
deste é responsável por cerca de 1/3 da produção total. salário, e tudo que o trabalhador utiliza é cobrado
como: sua alimentação, as ferramentas de traba-
lho, ficando esse endividado, dessa forma também
Agricultura familiar por região fica impedido de ir embora. Em pleno século XXI,
esse processo se faz real, em especial nos estados
Distribuição do número de estabelecimento por região do Pará, Mato Grosso e Goiás, podendo ocorrer em
outras unidades da Federação também.
50
Os conflitos no campo aumentaram de forma sig-
45
nificativa na segunda metade do século XX, a concen-
40 tração fundiária aumentava cada vez mais, e esse
processo foi impulsionado com a implantação da
35 mecanização das atividades agrícolas em solo brasi-
30 leiro, os trabalhadores rurais que não migraram para
os grandes centros urbanos com o desemprego acen-
25 tuado nas áreas agrícolas, se organizaram e funda-
ram os movimentos sociais que lutavam pela reforma
20
agrária e pela democratização do acesso à Terra.
15 A princípio essa luta por uma equidade em relação
à questão agrária era realizada pela Pastoral da Terra
10
– membros da Igreja Católica, e posteriormente sur-
5 ge o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST),
no final dos anos 70 e começo dos anos 80, durante o
0 processo de anistia e abertura política do Brasil, tendo
Nordeste Sul Sudeste Centro–
Norte
vista que os movimentos sociais e impedidos eram cri-
Oeste minalizados pelos governos militares. Vale ressaltar
que o processo de concentração fundiária é um pro-
Agricultura familiar por regiões (Dados do Embrapa) cesso que ocorre desde os tempos coloniais.
Os pequenos produtores rurais, buscando ter
Com a expansão do agronegócio, os produtores acesso a terras para produção, começam a se deslo-
familiares têm enfrentado dificuldades, e isso tem car pelo território brasileiro em um movimento que
proporcionado problemas de ordem social e econô- ficou conhecido como expansão da fronteira agríco-
mica. As relações de trabalho no campo vêm passan- la, que posteriormente também foi incorporado pelo
do por processos de transformações e diversificação, agronegócio ou agricultura comercial, na qual muitas
como por exemplo a mão de obra familiar, a presen- famílias saíram da região Sul do país com destino às
ça de posseiros, o sistema de parceria e o processo de regiões Centro-Oeste e para a porção sul da região da
arrendamento, a presença de trabalhadores assala- Amazônia, ocasionando uma nova estrutura no cená-
riados temporários e o problema mais grave de todos
rio agropecuário brasileiro, e nestas regiões podemos
que é o trabalho em condições análogas à escravidão.
destacar atividades como a soja e a criação de gado.
Logo abaixo temos alguns conceitos-chave importan-
tes para compreender a dinâmica das relações traba-
lhistas no campo.
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ESPAÇO URBANO: ATIVIDADES ECONÔMICAS, uma ocupação desordenada do espaço e provocando
EMPREGO E POBREZA o processo de formação de periferias e, posteriormen-
te, da favelização.
Processo de Urbanização Como as cidades são lugares de segregação e exclu-
são a dinâmica de construção de imóveis e de ocupa-
Até quase a metade do século XX (por volta de ção de territórios atende ao interesse do capital (por
1940), o Brasil ainda era classificado como um país vezes especulativo), fazendo com que dentro de uma
que possui atividades econômicas concentradas, em mesma área estejam, lado a lado, prédios verticais de
sua totalidade, no meio rural; a maioria da popula- alto padrão e condomínios horizontais, além do que,
ção vivia no campo. De acordo com o geógrafo Mil- em áreas não tão distantes, uma grande quantidade
ton Santos, o processo de urbanização brasileiro foi de pessoas vive em condições extremamente precá-
rápido, intenso, violento e heterogêneo no século XX, rias, em barracos, embaixo de viadutos e, até mesmo,
diferentemente de vários outros países do mundo. Tal em caixas de papelão. No contexto atual, esses fatores
processo provocou um conjunto de mudanças entre continuam ocorrendo, tendo em vista que o processo
as regiões do nosso país. de desigualdade e exclusão são cada vez mais percep-
O modelo agrário e exportador foi importante para tíveis na sociedade brasileira.
a estruturação urbana e territorial do país. Algumas A geografia urbana tem, como principal objetivo, o
cidades, como, por exemplo: São Paulo, Curitiba e Belo estudo do espaço geográfico das cidades, metrópoles e
Horizonte organizaram suas atividades comerciais megalópoles. Esse estudo ocorre a partir da observação
voltadas para a exportação. No final do século XIX e da produção do espaço e das atividades econômicas,
início do XX, o processo de urbanização do nosso país políticas e sociais, além da preocupação com a origem,
ocorria de forma lenta e gradual, em especial centra- crescimento, desenvolvimento e com as relações de
lizados nas cidades administrativas do setor agrário dependência e influência que uma cidade estabelece
exportador. No ano de 1872, cerca de 10% da popula- com todas as outras que estão em seu entorno.
ção brasileira vivia em áreas urbanas. Nesse contexto, Também, é objeto de estudo da geografia humana
destacamos as três principais cidades da época: Rio de a dinâmica de crescimento da população das cidades,
Janeiro (RJ), Salvador (BA) e Recife (PE). a forma como ocorre o processo de organização terri-
No período entre 1940 e 1980, a localidade de resi- torial, o modo como se deram os diversos processos de
dência de uma grande parcela da população se inverteu. urbanização e quais foram os papéis desempenhados
De acordo com o Censo demográfico de 2010, no ano de pelas cidades para a ocorrência do fenômeno, conhe-
1940 o índice de urbanização do país era de 31,24%. No cido como êxodo rural. A geografia urbana trabalha
ano de 1980, esse índice atingiu o percentual de 67,59. em linhas diferentes da geografia rural, pois o objeto
A população total do país triplicou durante essas qua- de estudo da segunda é a análise e a compreensão dos
tro décadas; já a população urbana multiplicou-se por espaços rurais e agrícolas que foram se transforman-
mais de sete vezes nesse mesmo período. Em 2010, a do com o passar dos anos, mesmo estando separados
população brasileira, nas áreas urbanas, representava fisicamente (em alguns casos, não mais). O espaço
cerca de 84,36% da população total do país, com um urbano e o espaço rural estão interligados, sendo que
número de habitantes maior que toda a população do um acaba por exercer os processos de influência e
país em 1991. dependência para com o outro.
Já no ano de 2020, de acordo com dados do IBGE, a A geografia urbana tem vários conceitos que pro-
população residente em áreas urbanas está em torno porcionam o estudo e a compreensão do espaço geo-
de 84,4%, apresentando, assim, certa estabilização em gráfico nas cidades, como seus processos de alteração
relação aos grandes deslocamentos populacionais. O e transformação. Dentre os principais conceitos dessa
êxodo rural, por sua vez, vem apresentando quedas área de conhecimento, podemos destacar:
significativas nas últimas décadas.
É importante destacar que o crescimento urbano
z Espaço ou meio urbano: compreende-se como es-
ocorreu de forma paralela ao processo de industriali-
paço geográfico ou meio urbano as atividades, po-
zação e esteve concentrado em algumas áreas no país,
líticas públicas e práticas sociais que são responsá-
em especial no Sudeste, com destaque para o esta-
veis pela formação da paisagem de um determina-
do de São Paulo e para as cidades industriais de seu
do território; nesse espaço, encontramos, em sua
entorno. O processo de industrialização serviu como
incentivo para um processo acelerado de migrações composição, habitações (algumas organizadas e
internas para as regiões citadas. Neste contexto, as bem estruturadas) e outras cidades, pontos de co-
pessoas migravam em busca de empregos e melhores mércio e os complexos de indústrias. No espaço ur-
condições de vida. bano, a produção de atividades econômicas e toda
Porém, vale destacar que, como é uma lógica do essa mega estrutura proporcionam hábitos que ca-
próprio sistema capitalista, o crescimento popula- racterizam o modo de vida do ser humano;
cional dos centros urbanos de forma acelerada e z Cidade: o conceito de cidade está ligado ao proces-
desordenada foi superior à oferta total de vagas no so estabelecido de acordo com o número de habi-
mercado de trabalho para toda a população. Tal fato tantes; nesse espaço, caracterizado como cidade,
gerou uma maior competitividade por empregos, ocorre a produção de diversas e variadas ativida-
moradias nas áreas mais centralizadas e alimentos, des econômicas.
acirrando a segregação espacial. Os valores dos terre-
nos em áreas urbanas não possibilitaram o acesso de De acordo com os critérios do IBGE, são conside-
grande parte dos trabalhadores à casa própria e aca- radas cidades rurais todas as cidades com popula-
baram por expulsar das áreas centrais das cidades os ção inferior a vinte mil habitantes. Assim, as cidades
trabalhadores mais pobres que se deslocaram à pro- podem ser divididas em cidades rurais e cidades urba-
cura de moradia em áreas inadequadas, degradadas nas, sendo que as cidades rurais podem se formar em
ou distantes dos centros das grandes cidades, gerando áreas que possuem as caraterísticas do espaço urbano;
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z Metrópole: a metrópole é uma capital do estado ou z quais são os impactos gerados pelo processo de
é uma cidade com altas taxas de desenvolvimento; industrialização nos centros urbanos, como a for-
promove impactos, influência e dependência em mação de ilhas de calor, ocorrência de chuvas áci-
relação às outras cidades, sendo que tais influên- das e o processo de inversão térmica.
cias são nos campos social, político e econômico;
Nesse contexto, a geografia urbana tem extrema
As metrópoles são classificadas da seguinte maneira: importância e nos ajuda a compreender o processo de
produção do espaço urbano, as relações que ocorrem
„ Metrópole Regional: exerce influência em ní- entre os seres humanos e esse meio, além de com-
veis e esferas locais e, como exercem influên- preender o crescimento das grandes cidades e como
cia, são de extrema importância para uma de- ocorre o processo de influência dessas cidades com
terminada região; outras localidades e territorialidades a partir da ótica
„ Metrópoles Nacionais: formadas pelo con- geopolítica. Também é possível compreender, através
junto de grandes cidades do país, realizam o da geografia urbana, processos de organização das
processo de impacto em diversas localidades e cidades, as políticas habitacionais deficitárias que
diversas regiões. causam problemas habitacionais que são impulsiona-
dos pelo crescimento das populações de forma rápida
z Macrorregião, Megalópoles e Conurbação: com- e desorganizada.
preende-se como macrorregião todos os municí- A partir desses estudos é possível a criação e o esta-
pios que estão localizados em seus limites territo- belecimento de políticas públicas que sejam eficientes
riais e que se influenciam de forma mútua. As me- e suficientes para a cidade se reestruturar e continuar
galópoles são formadas pelo conjunto de metrópo- crescendo, porém, a partir deste momento, de forma
les que estão interligadas e próximas do ponto de organizada e planejada.
vista geográfico. O processo de delimitação e de-
marcação das divisas e limites fica quase impossí- A Rede Urbana e as Regiões Metropolitanas
vel de ser determinado. O processo de conurbação
pode ser compreendido como a junção entre dois
O processo de interligação entre as cidades possi-
ou mais municípios os quais se unem devido ao rá-
bilita a formação de uma rede urbana. Nesse processo
pido processo de crescimento de ambos e não é pos-
cada cidade vai se especializando em atividades, cons-
sível mais identificar as áreas de limite de cada um.
tituindo, assim, certa hierarquia entre os municípios.
Podemos citar, como exemplo, o caso da cidade de
Podemos destacar, também, outros objetos de
Santos, onde está localizado o Porto, que possui uma
estudo da geografia urbana, a qual não se limita em
função específica na rede urbana no estado de São
somente compreender, entender e analisar os pro-
Paulo. Há, portanto, uma interação entre as atividades
cessos de urbanização em todo o mundo. Ocorre uma
realizadas no interior do estado e a cidade de Santos,
correlação com outras áreas, como a história das
em decorrência da dinâmica do seu porto.
cidades, as suas principais características, os modos
Existem, assim, cidades com outras funções cen-
de produção que foram e são estabelecidos ali e com
trais. Vejamos:
todo o processo de relação que existe no meio urbano.
Os outros assuntos que são desenvolvidos e estu-
z Função religiosa: Juazeiro do Norte (CE) e Apareci-
dados pela geografia urbana são:
da do Norte (SP);
z Função histórica e cultural: Ouro Preto (MG), Cida-
z o processo de urbanização que ocorre em uma
de de Goiás (GO), Paraty (RJ);
cidade;
z Função turística: Campos do Jordão (SP), Porto
z os problemas que são gerados pelo fato de as cida-
Seguro (BA), Bonito (MS);
des crescerem de forma não organizada e não z Função industrial: Contagem (MG), Cubatão (SP),
estruturada e quais são as consequências geradas Volta Redonda (RJ), Camaçari (BA), Suape (PE).
por esses processos;
z a questão da dinâmica de circulação de pessoas, os
De acordo com o nível de importância histórica,
desafios da implantação e da solução para os pro- algumas cidades podem exercer várias funções den-
blemas de mobilidade urbana, o fluxo e a logística tro de uma rede urbana, como é o caso da cidade de
no setor de transportes; São Paulo. Com o passar do tempo, as cidades podem
z os modelos e modos de produção que são repro- desenvolver outras funções, aumentando assim os
duzidos nas cidades, bem como quais os tipos de seus contatos com um número cada vez maior de
trabalho que são oferecidos naquela localidade lugares. Dessa forma, as cidades assumem o papel
específica; de dar dinâmica aos fluxos nos territórios, a fim de
z como a população residente naquele fragmento comandar as políticas comerciais regionais, nacionais
do espaço geográfico se relaciona com os espaços e, em alguns casos, internacionais.
públicos e privados e quais são os modos de vida O acúmulo de funções por uma determinada cidade
estabelecidos ali; permite que ela possua um maior poder territorial. Essas
z como as cidades são caracterizadas e de que forma funções são determinadas pela presença de grandes
seus bairros e /ou distritos são distribuídos; empresas, bancos nacionais e internacionais, as quais
z os problemas sociais enfrentados pelos habitantes, também servirão para atrair populações das mais diver-
em especial, a questão da desigualdade social, a sas localidades em busca de melhores condições de vida.
concentração de renda; As cidades, quando crescem, não permitem só o
z como a dinâmica do êxodo rural contribuiu para surgimento e o crescimento de redes urbanas, mas
o processo de surgimento e formação das favelas; também contribuem para o surgimento de redes ter-
z como ocorreu o processo de industrialização e o ritoriais (transportes, telecomunicações, eletricidade).
estabelecimento de centros industriais;
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Pode-se concluir, com isso, que quanto maior for o Em relação às migrações externas, o Brasil, ao lon-
crescimento de uma cidade, maior será a dinâmica de go dos séculos, caracterizou-se por ser um país de imi-
produção e distribuição de alimentos, assim como o grantes. Apesar dos fluxos migratórios intensos entre
deslocamento de cargas, mercadorias e pessoas por os séculos XVI e XX, na segunda metade do século XX,
várias regiões do território. em especial nos anos 80 e 90, passou a ser um país de
A densidade e o tamanho das redes urbanas, assim emigrantes, já que muitos brasileiros estavam deixan-
como os difusores dos fluxos de informações, merca- do o país. Os principais destinos eram os EUA, a Euro-
dorias, bens, serviços e capitais, fazem da rede urbana pa Ocidental, o Japão, regiões com moedas fortes e
um fator importante na organização do território. indicadores sociais elevados, além do Paraguai, como
Do final do século XIX até por volta da década de um desdobramento da expansão da fronteira agrícola
1970, as cidades eram classificadas através de um sis- (os produtores brasileiros que migraram para o país
tema de pirâmide. Ocorria entre as cidades um pro- vizinho eram denominados brasiguaios).
cesso de dependência da cidade A com as cidades Nos anos 2000, com a ascensão econômica que o
vizinhas que, posteriormente, poderia se relacionar país teve e com as crises econômicas nas áreas que
com a cidade mais importante nessa hierarquia. eram os principais destinos dos brasileiros, esses
Cada cidade ocupava um papel dentro dessa hie- deram início ao movimento de volta para o país.
rarquia e, para ocorrer uma mudança no papel e na
importância de cada cidade, deveriam passar por um Regiões Integradas de Desenvolvimento (RIDE’s),
processo com vários degraus e etapas, mudando assim Espaço Urbano e Problemas Urbanos
suas classificações de acordo com a sua importância na
rede urbana. Subir esses degraus e passar por várias
As RIDE’s foram criadas com o intuito de pro-
etapas significava ascender na hierarquia urbana.
porcionar o desenvolvimento econômico e social. A
Com o desenvolvimento dos sistemas de transpor-
ideia é promover investimentos em áreas de extre-
tes e telecomunicações ocorreram alterações e surgiu
ma importância para o cidadão, como: saneamento
uma nova hierarquia urbana. O desenvolvimento das
ambiental, educação, turismo, segurança pública,
redes permitiu a integração de localidades mais dis-
saúde, habitação, geração de empregos, proteção ao
tantes aos grandes centros, através do deslocamento
dos fluxos globais de informação, mercadorias e capi- meio ambiente, serviços de telecomunicação, infraes-
tal de forma cada vez mais intensa. trutura, entre outros fatores.
No ano de 2000, de acordo com dados do IBGE, Vale destacar que as RIDE’s da região do Entorno
existiam na rede urbana brasileira nove metrópoles, de Brasília atendem à demanda das cidades satélites,
duas possuíam alcance nacional (São Paulo e Rio de sendo que algumas funcionam como cidades-dor-
Janeiro, sendo que São Paulo era considerada como mitórios, na qual o cidadão só vai para dormir, pois
uma cidade global) e sete metrópoles regionais – Por- trabalha em outro município; a RIDE de Juazeiro e
to Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Petrolina e, por último, a RIDE localizada na região da
Fortaleza e Belém. Grande Teresina no Piauí.
Era uma característica associar o termo metrópo-
le ao processo de conturbação de uma cidade central,
com população superior a 1 milhão de habitantes
ou mais, que polarizava as demais cidades de seu FORMAÇÃO TERRITORIAL E DIVISÃO
entorno.
Atualmente, o IBGE considera a existência de quin-
POLÍTICO-ADMINISTRATIVA
ze metrópoles brasileiras. Foram agregadas ao grupo
anterior Manaus, Brasília, Goiânia, Vitória, Florianó- ORGANIZAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO
polis e Campinas (a única cidade que não é capital
considerada como metrópole nacional), vale destacar Extensão Territorial e Limites
que essas três últimas foram inseridas no seleto grupo
de metrópoles nacionais em junho de 2020. O Brasil está localizado na porção centro-oriental na
A reclassificação do termo metrópole nacional América do Sul e é o maior país em extensão territorial
vem ocorrendo desde o ano 2000. O IBGE e o IPEA do subcontinente. O território é cortado pela Linha do
(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) desen- Equador e pelo Trópico de Capricórnio, totalizando uma
volveram novos critérios e, de acordo com os estudos área de 8.515.767 km2, sendo classificado como um país
realizados, as regiões metropolitanas sofreram alte- de dimensões continentais. Dentre os países com maiores
rações, que compreendem às áreas conturbadas nas extensões territoriais do mundo, está em quinto lugar,
grandes metrópoles. Esse estudo considerava a exis- tratando-se de terras descontínuas, e quarto lugar, consi-
tência de vinte e três regiões metropolitanas e, hoje, já derando terras contínuas.
são trinta e seis. Os aspectos levados em consideração O país possui 23.086 km de fronteiras. Destes,
são os seguintes: 15.719 km são fronteiras terrestres, sendo que somen-
te dois países da América do Sul (Chile e Equador) não
z nível de atração de investimentos e migração; fazem fronteira com nosso país. A costa brasileira é
z a dinâmica econômica; banhada pelo Oceano Atlântico e constitui um total de
z a capacidade de atrair setores de tecnologia de ponta. 7.367 km, indo do Cabo Orange ao Arroio Chuí.

Nas regiões metropolitanas mais populosas, con-


centra-se cerca de 37,26% da população do país. Vale
ressaltar que, de acordo com esses novos critérios,
nem toda RM (Região Metropolitana) tem, especifica-
mente, uma metrópole.

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Créditos da imagem: Deyvid Aleksandr Raffo Setti / Wikimedia Commons.

Formação Territorial do Brasil

Para compreendermos como se estruturou e se organizou a formação e consolidação do território brasileiro,


é necessário compreender e analisar os principais acordos e tratados internacionais que foram firmados com o
objetivo de definir bases do nosso território.
A base da fronteira política de uma nação ou país se estrutura em três importantes fases: a definição (por meio
de acordos), a delimitação (em que se tem o reforço cartográfico das linhas de limites definidas em um mapa) e a
demarcação (quando são definidos os marcos fronteiriços por meio de acidentes geográficos — rios, montanhas,
serras etc.).
Veremos agora os principais tratados que contribuíram para a formação e a construção territorial do Brasil:

z Tratado de Tordesilhas (1494)

No decorrer do século XV, o processo conhecido como Expansão Marítima Comercial Europeia, ou Grandes
Navegações, conduziu duas nações da Europa — Portugal e Espanha — a uma série de disputas por territórios na
América, que havia sido descoberta por Cristóvão Colombo em 1492.
Dessa forma, a partir de 1494, foi assinado o Tratado de Tordesilhas, que estabelecia uma divisão das terras
entre as duas potências: foi traçada uma linha imaginária meridional, com o tamanho total distante 370 léguas de
Cabo Verde (arquipélago localizado no continente africano). Dessa forma, as terras localizadas a oeste dessa linha
pertenceriam a Espanha e as terras localizadas a leste pertenceriam a Portugal.
Porém, o avanço das atividades conhecidas como Entradas, assim como também o avanço das Bandeiras,
foram eventos importantes para a ocupação do interior do território por conta das atividades econômicas que
vinham se desenvolvendo e pelo fluxo de pessoas que se deslocavam para essas áreas ocupadas por Portugal.
Esses eventos provocaram o processo conhecido como interiorização, e assim os portugueses violaram os
termos presentes no acordo, facilitando por exemplo a construção de vilas, que no futuro serviriam para o deslo-
camento da fronteira das terras portuguesas para a direção oeste.
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Veja, na tabela a seguir, informações sobre as Entradas e as Bandeiras:

ENTRADAS BANDEIRAS

As Bandeiras foram expedições realizadas entre os séculos


Expedições organizadas pela Coroa Portuguesa, que antecede-
XVI e XVII, financiadas por particulares, com os objetivos de
ram as Bandeiras e possuíam os objetivos de explorar o territó-
também realizar o processo de ocupação do interior do país
rio, auxiliar no mapeamento do território brasileiro, estabelecer
e capturar escravos que haviam fugido. Ainda, o principal ob-
novas áreas de currais para a criação de gado e novas terras
jetivo era buscar áreas que possuíam reservas de ouro, tendo
para a prática da agricultura. Posteriormente, essas atividades
em vista que as primeiras expedições com esse objetivo foram
passaram a ter objetivos variados, como, por exemplo: con-
realizadas logo após a descoberta das primeiras minas de ouro
quistar territórios ocupados por índios, capturar índios para
em MG. Posteriormente, os bandeirantes foram ocupando ter-
o trabalho em lavouras, na mineração, a captura de escravos
ritórios no interior do país, para buscar novas reservas desse
refugiados, dentre outros
mineral

No mapa abaixo, pode-se observar os limites territoriais definidos através da assinatura do Tratado de
Tordesilhas.

Espanha Portugal
LINHA DE TORDESILHAS

LINHA
DIVISÓRIA
SEGUNDO O
TRATADO DE
TORDESILHAS

Fonte: Google Imagens.

z Tratado de Madrid (1750)

Visando definir novas fronteiras, portugueses e espanhóis realizaram um novo acordo. Entraria em vigor,
nesse acordo, o princípio do uti possidetis (a posse da terra era garantida para aquele que a ocupasse), critério
adotado para estabelecer novos limites territoriais.
Nesse novo acordo, os portugueses acabaram garantindo a posse das terras ocupadas além da linha de Torde-
silhas. Ocorreu também a troca dos territórios de Sacramento pelos territórios de Sete Povos das Missões (territó-
rios localizados na região Sul do país), conforme pode ser observado no mapa a seguir:

Cuiabá

Rio de Janeiro

Assunção
Sete Povos das Missões Laguna
Porto Alegre

Colônia de Sacramento
Buenos Aires Montevidéu

Fonte: Google Imagens.

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z Tratado de Petrópolis (1903)

Durante o século XIX, ocorreram várias mudanças políticas em âmbito nacional, em especial a partir de 1822,
quando o Brasil se torna independente de Portugal. Após esse evento houve a consolidação do Império, período
em que ocorreu uma forte centralização política, evitando assim a fragmentação do território nacional.
No fim do século XIX, um importante ciclo econômico desenvolveu-se na região Amazônica (o Ciclo da Bor-
racha), que motivou a migração de milhares de pessoas para a região, indivíduos que vislumbravam através da
exploração do látex uma forma de fazer fortuna e ter uma vida melhor.
Ao navegar pela margem direita do Rio Amazonas, diversos grupos de seringueiros chegaram ao território
boliviano e ocuparam a região. O processo de ocupação foi conflituoso e após diversos entraves, o governo bra-
sileiro, na figura do Barão de Rio Branco, negociou a compra das terras que hoje correspondem ao território do
Estado do Acre.
Foi decidido o pagamento de uma indenização de dois milhões de libras esterlinas, e a construção de uma saí-
da para o Oceano Atlântico — a Ferrovia Madeira-Mamoré —, pois o país vizinho (Bolívia) havia perdido para os
chilenos sua única saída para o mar.
A nova faixa pertencente ao território brasileiro encontrava-se — e ainda está assim — distante dos principais
centros econômicos e políticos do país. Logo após a assinatura do acordo entre brasileiros e bolivianos, a região
passou a ser considerada um território federal, subordinado à administração localizada no Rio de Janeiro.
No ano de 1962, o presidente João Goulart homologou a lei que colocava o território do Acre na condição de
Estado da federação, passando assim a possuir administração própria e seus respectivos poderes (Executivo,
Judiciário e Legislativo).

QUESTÃO DO ACRE

AMAZONAS

PERU
Ipixuna Purus

Gregório
Cruzeiro do Sul
Juruá Tarauacá
Purus
ACRE
Sena Madureira Acre Madeira
Chandless Porto Acre
RIO BRANCO
(Seringa da Empresa) Abunã
STA. ROSA laco Xapuri
Ucayale
Santa Rosa Guajará Mirim
Beni
RONDÔNIA
PORTO RICO Mamoré

PERU Guaporé
POVOAÇÕES
BATALHAS BOLÍVIA
FRONTEIRA FIXADA
COM O PERU EM 1909 0 130
TERRITÓRIO CEDIDO À
BOLÍVIA Km

Fonte: Google Imagens.

DIVISÃO POLÍTICO ADMINISTRATIVA E ORGANIZAÇÃO FEDERATIVA

O Brasil atualmente está organizado em 27 unidades federativas, sendo que possui:

z 26 Estados;
z um Distrito Federal.

As Unidades Federativas (Estados) estão organizadas em Municípios, e estes, em Distritos.

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Os Estados e o Distrito Federal são chefiados por um governador e possuem uma capital, onde estão localiza-
das as sedes de cada governo; já os Municípios são governados pelo prefeito.
De acordo com a Constituição Federal (CF, de 1988), o Distrito Federal não pode ser dividido ou regionalizado
em Municípios, mas possui uma divisão administrativa e é organizado em regiões administrativas.
Portanto, o Brasil é um Estado Federal, no qual União, Estados, Distrito Federal e Municípios possuem auto-
nomia homogênea e ocupam, do ponto de vista jurídico, o mesmo plano hierárquico, e devem receber tratamento
jurídico-formal isonômico.
Mas você sabe o que é uma federação?
De acordo com o que dispõe a CF, de 1988, o conceito de federação é:

[...] a forma de organização do Estado adotada pelo Brasil que se caracteriza pela coexistência de um poder sobera-
no e diversas forças políticas autônomas, unidas por uma Constituição. Os entes que compõem a federação são: a
União, os Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios. A CF fala também em Territórios, divisões político-
-administrativa que, atualmente, não existem.1

Podemos representar da seguinte maneira:

República Federativa do Brasil Estados Municípios Distritos*

* O Distrito Federal é uma unidade da federação e não é subdivisão de qualquer município.

A Indissolubilidade do Pacto Federativo

De acordo com a Constituição Federal de 1988, as entidades que formam a nossa Federação (União, Estados,
Distrito Federal e Municípios) não possuem o direito de gozar de soberania, mas de autonomia.
Ainda de acordo com a Constituição Federal (art. 1º), a federação é indissolúvel, não possibilitando a nenhum
dos entes políticos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) romper com o pacto federativo. Esta determina-
ção é conhecida como indissolubilidade do pacto federativo, sendo que é uma cláusula pétrea expressa (§ 4º,
art. 6º, CF), não sendo permitido modificações por meio de Emenda Constitucional.
O objetivo de manter a unidade nacional e a necessidade de uma administração descentralizadora são os
motivos para impedir que a federação seja dissolvida e o pacto federativo seja mantido e defendido (finalidades
do princípio da indissolubilidade do vínculo federativo).
Por isso, o direito de secessão é vedado aos Estados e Municípios, justamente por não poderem quebrar o vín-
culo federativo.
Caso ocorra uma tentativa de separação que vise ao rompimento da unidade da federação brasileira, a Cons-
tituição (inciso I, art. 34, CF) permite que ocorra a intervenção federal com o objetivo maior de manter a integri-
dade e a unidade nacionais.

Art. 34 A União não intervirá nos Estados, nem no Distrito Federal, exceto para:
I - manter a integridade nacional;

A Constituição Federal e a Organização Político-Administrativa

A Constituição Federal de 1988 possui um artigo específico para tratar a respeito da organização política
administrativo do nosso país. Vamos fazer uma leitura do artigo 18, como forma de reforçar o que foi dito até o
momento.

TÍTULO III
DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
Capítulo I
Da Organização Político-Administrativa
Art. 18 A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados,
o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
§ 1º Brasília é a Capital Federal.
§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Esta-
do de origem serão reguladas em lei complementar.
§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou forma-
rem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de
plebiscito e do Congresso Nacional por lei complementar.
§ 4º A criação, a incorporação e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período
determinado por lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos
Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma
da lei (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 15, de 1996).

1 FEDERAÇÃO. DireitoNet, 2014. Disponível em: https://www.direitonet.com.br/dicionario/exibir/1376/Federacao. Acesso em: 18 out. 2022.

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Abaixo, temos o mapa político do Brasil, com todas as suas Unidades Federativas e suas respectivas capitais
listadas em seguida.

Fonte: IBGE.

Os 26 Estados do Brasil e suas respectivas capitais são:

z Distrito Federal — Brasília (DF);


z Acre — Rio Branco (AC);
z Alagoas — Maceió (AL);
z Amapá — Macapá (AP);
z Amazonas — Manaus (AM);
z Bahia — Salvador (BA);
z Ceará — Fortaleza (CE);
z Espírito Santo — Vitória (ES);
z Goiás — Goiânia (GO);
z Maranhão — São Luís (MA);
z Mato Grosso — Cuiabá (MT);
z Mato Grosso do Sul — Campo Grande (MS);
z Minas Gerais — Belo Horizonte (MG);
z Pará — Belém (PA);
z Paraíba — João Pessoa (PB);
z Paraná — Curitiba (PR);
z Pernambuco — Recife (PE);
z Piauí — Teresina (PI);
z Rio de Janeiro — Rio de Janeiro (RJ);
z Rio Grande do Norte — Natal (RN);
z Rondônia — Porto Velho (RO);
z Roraima — Boa Vista (RR);
z Santa Catarina — Florianópolis (SC);
z São Paulo — São Paulo (SP);
z Sergipe — Aracaju (SE);
z Tocantins — Palmas (TO).

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Histórico Sobre a Divisão Político-Administrativa do Brasil

A República Federativa do Brasil é formada por vinte e seis Estados e o Distrito Federal, que possuem suas
competências legislativas, políticas e administrativas próprias, porém nem sempre o nosso país apresentou esta
divisão político-administrativa.
No ano de 1889, com a Proclamação da República, surgem os Estados. No Brasil Império (período anterior à Repú-
blica) tínhamos a organização do território através de províncias. Mesmo com a criação de Estados, não existia a figura
do governador, a função do executivo estadual era exercida pelo “presidente do estado”.
Veja a seguir um breve histórico sobre a organização político-administrativa do Brasil no decorrer do século XX:

z 1903: o Acre foi incorporado ao Brasil após acordos com a Bolívia (acontecimento visto ao estudar o Tratado
de Petrópolis);
z 1942: criação do Território de Fernando de Noronha;
z 1943: criação de cinco territórios federais:

„ Guaporé (Região Norte);


„ Rio Branco (Região Norte);
„ Amapá (Região Norte);
„ Ponta Porã (Região Centro-Oeste);
„ Iguaçu (Região Sul).

O Governo Federal utilizou como critério e lógica para a criação destes territórios a presença do governo cen-
tral em áreas que eram pouco povoadas e que estavam em condições de vulnerabilidade às ameaças externas. O
mapa abaixo mostra a localização destes territórios:

Estados
Território federais

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z 1946: os territórios de Ponta Porã e Iguaçu foram extintos;
z 1956: o território federal de Guaporé passou a ser chamado de território federal de Rondônia, como forma de
homenagear o Marechal Cândido Rondon, um grande sertanista do Brasil, defensor dos indígenas, desbravador
da floresta Amazônica. Rondon foi o responsável por encontrar as ruínas do Real Forte Príncipe da Beira, consi-
derada a maior relíquia histórica de Rondônia. No entanto, a homenagem foi recusada pelo Marechal quando o
território foi criado e também não foi uma homenagem póstuma, já que o Marechal só faleceria em 1958;
z 1960: transferência da capital do Rio de Janeiro para Brasília e fundação do Distrito Federal. Onde o antigo Distri-
to Federal estava localizado foi criado um estado, que foi chamado de Guanabara, porém, entre os anos de 1974
e 1975, ocorreu a junção dos territórios da Guanabara e do Rio de Janeiro, formando assim um único estado.
Para critério de curiosidade, o Estado da Guanabara estava localizado onde hoje está a cidade do Rio de Janeiro;
z 1977: o Estado do Mato Grosso foi dividido em duas unidades federativas, sendo que a porção sul passou a se
chamar Mato Grosso do Sul. A lei que sancionou essa divisão foi assinada no dia 11 de outubro de 1977 pelo
presidente Ernesto Geisel;
z 1981: o território de Rondônia foi elevado à condição de Estado da Federação, através da lei Complementar
nº 41, de 22 de dezembro de 1981, porém o aniversário de instalação do Estado só ocorre em 1982, no dia 04
de janeiro, quando aconteceu a posse do governador o Coronel Jorge Teixeira de Oliveira. O aniversário de
Rondônia é celebrado no dia 04 der janeiro (data da instalação);

Dica
Você sabe a diferença entre criação e instalação de um estado? De acordo com o historiador Anísio Gorayeb,
“A criação de um estado depende da aprovação no plenário da Câmara Federal. E a instalação é quando o
estado passa a funcionar administrativamente como Estado. É quando o governador assume e assina os
primeiros atos”2. Como curiosidade, o Estado de Rondônia foi instalado apenas com dois poderes constituí-
dos. Com a criação do Estado, foi extinto o território, quando o então presidente da República João Baptista
Figueiredo indicou o Coronel Jorge Teixeira, que já ocupava o cargo de governador, para continuar no cargo
de maior importância no Estado, em 29 de dezembro de 1981.

z 1988: criação do Estado do Tocantins, a partir da divisão do Estado de Goiás. O território de Fernando de Noro-
nha foi extinto e passou a pertencer ao Estado de Pernambuco, na condição de Distrito, sendo Fernando de
Noronha o único Distrito Estadual presente no território brasileiro.

Importante! Alterações político-administrativas estabelecidas pela Constituição Federal de 1988:

z o Estado do Tocantins foi criado após o desmembramento do norte de Goiás;


z o Estado de Goiás permaneceu na região Centro-Oeste, já o Estado do Tocantins está na região Norte;
z os territórios de Roraima e Amapá, que estavam sob a administração do Governo Federal, passaram a ser
Estados autônomos;
z o território federal de Fernando de Noronha foi incorporado à administração estadual de Pernambuco.

Regionalização do Território Brasileiro: as Primeiras Propostas

O termo região, do latim regere (derivação de rex, que era a autoridade que determinava o limite das frontei-
ras), e diz respeito a uma parte do território que possui uma unidade que a diferencia em relação a outras áreas.
O processo de regionalização pode ser baseado em aspectos naturais (clima e vegetação), assim como em critérios
políticos, econômicos, sociais, culturais, históricos e administrativos.
Por conta das dimensões territoriais do nosso país, existe a necessidade de regionalizá-lo para realizar estudos
sobre as diversas localidades existentes. O conceito de regionalização pode ser compreendido como uma divisão
do espaço, com critérios estabelecidos de maneira prévia, e essas divisões em áreas ou porções menores são cha-
madas de regiões, com características distintas entre si.
Regionalizar contribui para que os poderes políticos e administrativos possam ter mais dados e informações
coletadas para auxiliar no desenvolvimento de projetos econômicos e sociais.
As regionalizações existentes no território brasileiro até por volta de 1939 eram pautadas no estudo de carac-
terísticas naturais do nosso país, em que o elemento principal era o fator condicionante que pautava o desenvol-
vimento do restante da área.
No ano de 1889, o engenheiro André Rebouças dividiu o país em dez regiões agrícolas para regionalizar o
país. Veja no mapa a seguir:

2 RONDÔNIA completa 38 anos de criação no domingo. Portal da Cidade Porto Velho, 2019. Disponível em: https://portovelho.portaldacidade.
com/noticias/cidade/estado-de-rondonia-completa-38-anos-de-criacao-neste-domingo-0524. Acesso em: 18 out. 2022.

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DIVISÃO REGIONAL Zona da Parnaíba (Maranhão e Piauí)


DO BRASIL - 1889
LEGENDA

Zona amazônica (Pará e Amazonas)

Zona da Parnaíba (Maranhão e Piauí)

Zona do Ceará (Ceará)

Zona da Paraíba (RN, Paraíba,


Pernambuco e Alagoas)
Zona do São Francisco (Sergipe e Bahia)
Zona do Paraíba do Sul (Espírito Santo,
RJ e SP)
Zona do Paraná (Paraná e Santa
Catarina)

Zona do Uruguai (Rio Grande do Sul)

Zona Auro-Ferrífera (Minas Gerais)

Zona Central (Mato Grosso e Goiás)

ANDRÉ REBOUÇAS

Fonte: http://geografiaxou.blogspot.com/2016/10/divisao-regional-do-brasil-mapas-e.html. Acesso em: 18 out. 2022.

No ano de 1893, o francês Élisée Reclus, geógrafo, fez uma divisão do país utilizando como critério as regiões
naturais. Sendo assim, o país, seguindo esse critério, passou a ter oito regiões, de acordo com o mapa a seguir:

DIVISÃO REGIONAL
DO BRASIL - 1893 LEGENDA

Amazônia (Amazônia e Pará)

Vertente de Tocantins (Goiás)

Costa Equatorial (MA, PI, CE, RN,


PBA, PE e AL)
Bacia de São Francisco e Vertente
Oriental dos Planaltos (SE, BA, ES
e MG)
Bacia do Paraíba (Rio de Janeiro e
DF)
Vertente do Paraná e
Contravertente Oceânica (SP, PR e SC)

Vertente do Uruguai e Litoral


Adjacente (Rio Grande do Sul)

Mato Grosso

ÉLISÉE RECLUS

Fonte: http://geografiaxou.blogspot.com/2016/10/divisao-regional-do-brasil-mapas-e.html. Acesso em: 18 out. 2022.

No ano de 1913, Delgado de Carvalho elaborou uma proposta de regionalização baseada em elementos natu-
rais e humanos, e o país passou a ter cinco regiões. Os estudos de Carvalho tiveram como base a topografia e o cli-
ma, que, de acordo com seus estudos, sofriam a influência de grupos humanos ao mesmo tempo que influenciava
esses grupos, proporcionando, dessa forma, uma interação dos seres humanos com o meio ambiente, de acordo
com as necessidades locais. Observe a mapa a seguir:

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DIVISÃO REGIONAL
DO BRASIL - 1913

LEGENDA

Brasil Setentrional ou Amazônico


(AM, PA e AC)

Brasil Norte Oriental (MA, PI, CE, RN,


PB, PE e AL)

Brasil Oriental (SE, BA, ES, RJ, DF e


MG)

Brasil Meridional (SP, PR, SC e RS)

Brasil Central ou Ocidental (MT E GO)

DELGADO DE CARVALHO

Fonte: http://geografiaxou.blogspot.com/2016/10/divisao-regional-do-brasil-mapas-e.html. Acesso em: 18 out. 2022.

No ano de 1871 foi criada a Diretoria Geral de Estatísticas, que possuía a finalidade de desenvolver e catalogar os
dados estatísticos do Brasil. Posteriormente o órgão passou a se chamar Departamento Nacional de Estatística (DNE).
No governo de Getúlio Vargas houve uma reestruturação do departamento, e ele passou a se chamar Instituto
Nacional de Estatística (INE), sendo incorporado ao Conselho Nacional de Geografia em 1938 e dando origem ao Insti-
tuto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A partir da criação do IBGE, foram introduzidos elementos da Escola
Quantitativa, que utilizava a matemática e a estatística como suporte para análises, referências e tabulação de dados.
No ano de 1941, com a coordenação do engenheiro Fábio Macedo Soares Guimarães, teve início um projeto de
regionalização do território brasileiro, baseado em aspectos físicos e naturais (relevo, clima, vegetação) e o Brasil
foi dividido em 5 regiões: Norte, Sul, Leste, Nordeste e Centro-Oeste.
O critério de Fábio Macedo sofreu adaptações ao longo do tempo e serviu de base para a atual divisão territo-
rial que o Brasil possui. Observe o mapa a seguir, com a atual regionalização do território brasileiro, que, além de
levar em conta aspectos físicos e naturais, também tem como critério aspectos políticos-administrativos.

BRASIL: POLÍTICO-ADMINISTRATIVO

Fonte: http://geografiaxou.blogspot.com/2016/10/divisao-regional-do-brasil-mapas-e.html. Acesso em: 18 out. 2022.

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Outras Formas de Regionalização

Em 1967, o geógrafo Pedro Pinchas Geiger fez uma proposta de regionalização baseada em indicadores
socioeconômicos que foi chamada de divisão geoeconômica e dividiu o país em três complexos regionais: Amazô-
nia, Centro-Sul e Nordeste.
Nesta forma de regionalização, as fronteiras regionais não coincidem com as fronteiras estaduais. Desta manei-
ra, por exemplo, o norte de Minas Gerais (região do Vale do Jequitinhonha — que possui indicadores socioeconô-
micos semelhantes ao Nordeste) encontra-se na região Nordeste. De maneira semelhante acontece com o Estado
do Maranhão, em que a porção leste do Estado se encontra no Complexo do Nordeste e a porção oeste do Estado
se encontra no Complexo da Amazônia, e com o sul do Estado do Mato Grosso, que se encontra no Complexo Cen-
tro-Sul (região com maiores níveis de desenvolvimento do país).
Atualmente, muitos geógrafos e cientistas sociais preferem esta proposta. Veja a regionalização de Pedro Pin-
chas no mapa a seguir:

Divisão geoeconômica

Amazônica

Centro-Sul

Nordeste

Fonte: http://geografiaxou.blogspot.com/2016/10/divisao-regional-do-brasil-mapas-e.html. Acesso em: 18 out. 2022.

No final dos anos 90 e início dos anos 2000, os geógrafos Milton Santos e Maria Laura Silveira utilizaram
como critérios para elaborar uma nova proposta de regionalização o nível de desenvolvimento do “meio técni-
co-científico-informacional”. Isto é, a informação e as finanças estão irradiadas de maneiras desiguais e distintas
pelo território brasileiro, dividindo assim o país em quatro complexos regionais que foram denominados como
“quatro brasis”:
Os complexos nesta forma de regionalização são os seguintes:

z Região Amazônica: inclui os Estados do Amapá, Pará, Roraima, Amazonas, Acre e Rondônia. Baixas densida-
des técnicas e demográficas;
z Região Nordeste: inclui os Estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco,
Alagoas, Sergipe e Bahia. Primeira região a ser povoada, apresenta uma agricultura pouco mecanizada se
comparada à região Centro-Oeste e à região Concentrada;
z Região Centro-Oeste: inclui Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do sul e Tocantins. Apresenta uma agricultura
globalizada, isto é, moderna, mecanizada e produtiva;
z Região Concentrada: inclui Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e
Rio Grande do Sul. É a região que concentra a maior população, as maiores indústrias, os principais portos,
aeroportos, shopping centers, supermercados, as principais rodovias e infovias, as maiores cidades e universi-
dades. Portanto, é a região que reúne os principais meios técnico-científicos e as finanças do país.

Portanto, para critérios de aprendizagem e fixação, estude o quadro resumo com as três principais formas de
regionalização cobradas em concursos, porém não deixe de fazer uma leitura sobre as outras divisões regionais.

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ANO DE
NOME DAS
Nº DE REGIÕES CRITÉRIOS AUTORES ELABORAÇÃO DA
REGIÕES
PROPOSTA

Características
Nordeste, Amazônia Pedro Pinchas
3 Históricas e 1967
e Centro-Sul Geiger
Econômicas

Nordeste, Centro-
Meio técnico-científi- Milton Santos e Ma-
4 -Oeste, Concentrada Início dos anos 2000
co informacional ria Laura Silveira
e Amazônia

Anos 40, com refor-


Norte
Aspectos naturais, mulação nos anos
Nordeste
elementos sociais, 70 e com atualiza-
5 Centro-Oeste IBGE
econômicos, políti- ção em 1988, atra-
Sudeste
cos e administrativos vés de promulgação
Sul
da CF

DINÂMICA DA POPULAÇÃO BRASILEIRA


FLUXOS MIGRATÓRIOS, ÁREAS DE CRESCIMENTO E DE PERDA POPULACIONAL

O Brasil é o sexto país mais populoso do mundo. A população brasileira foi estimada em 211.755.692 habitantes,
separados em 5.570 municípios, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2020). De acordo com essa
pesquisa, a população cresceu 0,77% em relação a 2019.
Ainda com relação ao ano de 2020, o estado de São Paulo seguia na liderança, com 46.289 milhões de pessoas.
Do Brasil, quase 84% viviam nas cidades e pouco menos de 16% viviam no campo. Esse contingente populacional
sobre uma área de 8.515.692 km² resultou em uma densidade demográfica de aproximadamente 23,8 habitantes
por km².
A heterogeneidade da população brasileira é um marco em sua história, pois os indivíduos se distribuem de
forma irregular pelo território nacional desde o período colonial. Ainda hoje, a maior concentração populacional
dá-se na porção oriental do país, em uma faixa cuja extensão aproximada é de 200 quilômetros entre o litoral e o
interior. No mapa abaixo, podemos ver como está distribuída a população pelo território brasileiro.

Habitantes por km2


menos de 1,0
1,1 a 10,0
10,1 a 25,0
25,1 a 100
mais de 100

26
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Lembre-se: as razões para a maior concentração populacional nas porções centro-sul e litorânea do país
devem-se, sobretudo, aos ciclos econômicos realizados ao longo da nossa história.
O Brasil possui uma ocupação territorial diversificada, demonstrando, assim, a grande heterogeneidade
estatístico-demográfica de sua população. A título de exemplo, possuímos unidades da federação densamente
povoadas, tais como Brasília (444 hab./km²), distante do litoral, ou Rio de Janeiro (365 hab./km²), área litorânea.
Além disso, possuímos, também, áreas com reduzidas densidades demográficas, tais como Roraima ou Amazonas,
ambas em torno de 2 hab./km².
A concentração populacional na vertente (termo frequentemente utilizado na geografia como sinônimo de
“lado”, “flanco”) resultante do processo histórico de ocupação, dá-se da faixa litorânea para o interior do país de
forma gradual: nas áreas litorâneas das regiões Sudeste, Nordeste, e Sul, ocorrem elevadas taxas de densidade
demográfica, sendo que algumas chegam a ultrapassar a marca de 10 mil hab./km². Em contrapartida, as taxas
mais baixas estão nos estados da região amazônica (norte do país) e na região Centro-Oeste.
Atenção: a cidade de Brasília é uma exceção, pois seu processo de construção deu-se em um momento especí-
fico da história do país, fruto de políticas criadas pelo Governo Federal para ocupar diversas áreas do território
nacional.
A tabela a seguir mostra dados sobre nosso país e sobre as regiões administrativas.

POPULAÇÃO TO-
DENSIDADE POPULAÇÃO UR- POPULAÇÃO RU-
BRASIL/ REGIÃO TAL (ABSOLUTA)
(HAB. / KM²) BANA (%) RAL (%)
EM MILHÕES
Brasil 211.755.692 23,8 84,4 15,6

Sudeste 89.012.240 87 92,9 7,1

Nordeste 57.374.243 36,06 73,1 26,9

Sul 30.192.315 42,5 84,9 15,1

Norte 18.672.591 4,12 73,5 26,5

Centro-Oeste 16.504.303 8,7 88,8 11,2

Fonte: IBGE, Anuário da população Brasileira, julho, 2020.

Apesar de serem menos populosas, as regiões Norte e Centro-Oeste apresentam um constante aumento da
representatividade populacional brasileira, enquanto as demais regiões apresentam uma leve tendência de declí-
nio (este fato ocorre por conta da saturação das regiões que polarizavam as atividades econômicas associada ao
processo de desenvolvimento das regiões Centro-Oeste e Norte).

Importante!
z O termo populoso, também conhecido como população absoluta, refere-se à quantidade total de pessoas em
um país, estado, município, isto é, ao número total de habitantes de uma região;
z O termo povoado refere-se à forma como a população se distribui pelo território. Esse conceito também
pode ser explicado a partir dos termos população relativa ou densidade demográfica (número de habitantes por
km² em uma determinada área).

CARACTERÍSTICAS GERAIS DA POPULAÇÃO BRASILEIRA

Para compreendermos melhor a questão demográfica brasileira, é importante tomarmos conhecimento dos
dados divulgados recentemente pelo IBGE, pois estes traçam um panorama geral de nossa população:
Segundo o IBGE (2020), a expectativa de vida do brasileiro é de 76,6 anos:

z a expectativa de vida dos homens é de 73,1 anos; e


z a expectativa de vida das mulheres de 80,1.

Esses indicadores vêm aumentando desde a década de 40, período no qual a expectativa de vida do brasileiro
era de 45,5 anos3.
No que diz respeito à situação dos recém-nascidos, este fenômeno se repete. A mortalidade infantil (quando a crian-
ça vem a óbito antes de completar 1 ano de vida para cada grupo de mil nascimentos) é maior entre os meninos:

z entre os nascidos do sexo masculino, no ano de 2018, cerca de 13,8 não chegaram ao primeiro ano de vida;
z entre as meninas, por sua vez, o número foi de 11,8 mortes a cada mil nascimentos4.

3 Sem considerar pandemia, IBGE calcula a expectativa de vida do brasileiro em 76,8 anos em 2020. G1, 2021. Disponível em: https://g1.globo.
com/saude/noticia/2021/11/25/expectativa-de-vida-do-brasileiro-ao-nascer-foi-de-768-anos-em-2020-diz-ibge.ghtml. Acesso em: 17 out. 2022.
4 dados do IBGE (G1, 2018).

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Esse padrão se repete ao longo da vida: quando as mulheres completam 20 anos de idade, elas têm cerca de 4,5
mais chances de chegar aos 25 anos que um homem da mesma idade5.
Essa diferença, de acordo com o IBGE, se explica pela alta taxa de homicídios, suicídios, acidentes de trânsito e
outras mortes não naturais entre os indivíduos do sexo masculino. Ainda segundo o mesmo Instituto, as causas de
mortes masculinas, a partir dos anos 80, começaram a ter um papel significativo na sociedade brasileira. Isso pode
ser explicado pelo aumento populacional, agravamento da desigualdade social, aumento da criminalidade etc.
A mortalidade infantil, entretanto, também é um fator que tem consequência direta nas questões demográfi-
cas. Essas taxas apresentaram queda ao longo dos anos:

z em 2019 esse número era de 14,4 contra 14,9, em 2017, e 15,5, em 2015.

Observação: entre os números registrados em 2020, cerca de 85% representam crianças que morreram com
menos de 1 ano. No ano passado, foram registradas 14 mortes a cada grupo de mil nascimentos, contra 17,2, em
2010, de acordo com o IBGE.
No Brasil, a redução total de mortalidade infantil e morte na infância deu-se da seguinte maneira: nos últimos
19 anos, os índices registraram queda de 56,11% nas mortes de recém-nascidos e 59,8% nas de crianças de até
cinco anos – dados do relatório da Unicef em 2020.
Com relação à expectativa de vida, o estado de Santa Catarina tem os maiores índices: 79,9 anos (3,3 anos
acima da média nacional). O estado do Maranhão, por sua vez, apresenta a pior expectativa de vida, registrando
71,4, seguido do Piauí, com 71,6, e Rondônia, com 71,9. Isso significa que, para cada criança nascida no Maranhão,
estima-se que ela viva em média 8,5 anos a menos do que uma criança nascida em Santa Catarina6.
Ademais, sabe-se que todos os estados da região Nordeste têm dados abaixo da média nacional, ao contrário
do que ocorre em todos os estados das regiões Sul e Sudeste, que registram expectativa de vida para populações
acima da média nacional.
O envelhecimento da população nacional e, consequentemente, o aumento da expectativa de vida, pode ser
explicado com o fenômeno da transição demográfica, responsável por registrar um aumento da expectativa de
vida e uma queda nas taxas de natalidade.
O gráfico abaixo representa o aumento da expectativa de vida do brasileiro desde os anos 40:

Expectativa de vida do brasileiro ao


nascer (1940 — 2019)

Brasileiros nascidos em 2019, viverão, em média, 31 anos a


mais do que os de 1940

100

80 76,3 76,6
73,9
69,8
66,9
62,5
60 57,6
52,5
48
45,5

40

20

0
0
40

80

00

10

19
5

1
19
19

19

19

19

19

20

20

20

20

Fonte: G1, 2020. Disponível em: https://g1.globo.com/saude/noticia/2021/11/25/expectativa-de-vida-do-brasileiro-ao-nascer-foi-de-768-anos-


em-2020-diz-ibge.ghtml. Acesso em: 17 out. 2022.

5 Expectativa de vida do brasileiro ao nascer é de 76,3 anos em 2018, diz IBGE. G1, 2019. Disponível em: https://g1.globo.com/bemestar/noti-
cia/2019/11/28/expectativa-de-vida-do-brasileiro-ao-nascer-foi-de-763-anos-em-2018-diz-ibge.ghtml. Acesso em: 17 out. 2022.
6 Menor do país, expectativa de vida do maranhense é de 71,4 anos. G1, 2020. Disponível em: https://g1.globo.com/ma/maranhao/noti-
cia/2020/11/26/menor-do-pais-expectativa-de-vida-do-maranhense-e-de-714-anos.ghtml. Acesso em: 17 out. 2022.

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MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS NO BRASIL Os fatores que contribuíram para a expansão da
fronteira agrícola do Sudeste para o Centro-Oeste e,
Os movimentos migratórios (também conhecidos logo depois, para a região da Amazônia foram:
como migração), ocorrem, em nosso país, desde o
período colonial. Porém, estes movimentos se inten- z a construção de uma malha rodoviária que promo-
sificaram a partir do século XX, em especial após a 1ª veu a integração das regiões do país;
Guerra Mundial (1914 — 1918). z o desenvolvimento de técnicas de correção dos
Na história do Brasil, a economia foi caracteriza- solos do Cerrado;
da pelos ciclos ou fases, isto é, períodos nos quais um z a assistência realizada pelos engenheiros agrôno-
determinado produto surgia e consolidava-se como mos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agrope-
o mais importante. Historicamente, há registro dos cuária (Embrapa);
seguintes ciclos econômicos: z os financiamentos por parte dos governos esta-
duais e federal.
z ciclo da cana-de-açúcar (séculos XVI e XVII);
z ciclo da mineração ou do ouro (século XVIII); A inserção das regiões Norte e Centro-Oeste no
z ciclo da borracha (entre 1870 e 1910); processo produtivo do país fazia parte de um conjun-
z ciclo do café (final do século XIX e início do século XX). to de ações governamentais que tinham, como objeti-
vo principal, promover a ocupação do interior do país
Cada ciclo no qual o produto ficava em evidência e buscar a redução das desigualdades existentes entre
dependia das condições do mercado externo (visto que as regiões. Como proposta para auxiliar nesse proces-
os produtos eram voltados para exportação). Além dis- so, foram criados órgãos de planejamento e desenvol-
so, a produção necessitava de uma grande quantidade vimento regionais, especificamente para as regiões
de mão de obra, fato este que, dentre outros, foi res- mais estagnadas do país. São exemplos:
ponsável pela ocorrência de grandes deslocamentos
populacionais de diversas regiões do país para as áreas z a SUDAM (Superintendência de Desenvolvimento
produtoras. Após a assinatura da Lei Áurea, que, teorica- da Amazônia);
mente, colocou um ponto final na escravatura, os fluxos z a SUDENE (Superintendência de Desenvolvimento do
e os deslocamentos populacionais aumentaram (o ex-es- Nordeste).
cravo podia deslocar-se livremente pelo território, fato
que, antes, não era possível). Além disso, a construção de grandes rodovias,
Entretanto, o maior volume de migrações inter-re- como a Belém-Brasília, a Transamazônica e a Cuiabá-
gionais deu-se a partir da segunda metade do século -Santarém, associada à criação de projetos agropecuá-
XX. Dentre estas, as mais perceptíveis foram realizadas rios e voltados à extração de recursos minerais, como,
por nordestinos para os grandes centros econômicos da por exemplo, o Projeto Carajás (no Pará), foram algu-
Região Sudeste. Essas migrações tiveram início ainda no mas das medidas adotas para inserir a região Amazô-
século XIX, ocorreram em maior quantidade durante nica no contexto de desenvolvimento nacional.
o século XX e persistem até os dias atuais, mesmo que Alguns fatores, tais como a instabilidade política
em um ritmo menos acelerado. Veremos os motivos que e econômica, principalmente nos anos 80, foram res-
contribuem para esse fenômeno mais adiante. ponsáveis por uma mudança de comportamento nos
Esses movimentos migratórios deram-se, em espe- processos migratórios inter-regionais do país. Dentre
cial, por conta do crescimento e desenvolvimento eco- estes, sabe-se que a crise econômica proporcionou a
nômico alcançado pela Região Sudeste – a princípio com desconcentração produtiva, isto é, o deslocamento de
a lavoura de café, depois com os surtos industriais. Toda- indústrias e suas estruturas para o interior do país,
via, também contribuíram para com o deslocamento de por diversos motivos, tais como:
nordestinos em massa para o sudeste alguns fatores
repulsivos (que expulsam ou forçam a população a sair z busca de medidas para deslocar-se através da polí-
de uma determinada região), tais como: tica de incentivos fiscais (redução de impostos)
concedidos pelos governos municipais e estaduais;
z o declínio que a economia do Nordeste vinha z uso de mão de obra barata, encontrada na porção
interior do país.
sofrendo há várias décadas;
z fatores naturais, tais como a falta de chuvas e, con-
sequentemente, a ocorrência de secas. Porém, nas últimas décadas, foi possível perceber
uma redução do deslocamento de nordestinos para São
Paulo. Na década de 1980, pela primeira vez na história,
Ademais, no fim dos anos 50, a construção de Brasília
o município registrou um saldo migratório negativo:
serviu como um estímulo para a população nordestina a diferença entre o número de pessoas que saíram e o
migrar para a porção central do país (havia uma deman- número de pessoas que chegaram, entre 1980 e 1991,
da de mão de obra elevada). Este fator fez com que, nos foi em torno de 750 mil. A maioria das pessoas que dei-
anos 60, a região Centro-Oeste fosse palco de uma das xaram a metrópole do Sudeste foram para cidades do
maiores correntes migratórias da nossa história. interior do próprio estado, como Ribeirão Preto e Campi-
No sul do país, por sua vez, o processo de moderni- nas. Além disso, muitas realizaram o fenômeno que, no
zação da agricultura (provocado pela mecanização do estudo da demografia, ficou conhecido como migração
campo, utilização de máquinas no processo de produ- de retorno (volta para as cidades de origem). Entre 1999
ção agrícola, e a Revolução Verde), num espaço de con- e 2004, cerca de 714 mil nordestinos deixaram o Sudeste
centração fundiária (onde as terras pertencem a uma e retornaram para a sua região natal (isso se deve ao fato
pessoa ou a um grupo econômico), impulsionaram o de um maior desenvolvimento estar ocorrendo no Nor-
deslocamento de pessoas para a região central do país. deste brasileiro).

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Onde Estão os Imigrantes?

Observe o mapa a seguir:

Saldos migratórios, por Unidade da Federação 2005/2010

< - 50 mil
- 50 mil l --0
OI -- 20 mil
20 mil l -- 100 mil
100 mil ou mais

Fonte: IBGE,2010.

Mesmo com as mudanças no quadro de desenvolvimento regional, a região Sudeste ainda continua sendo o princi-
pal destino das migrações internas, seguido pelo Nordeste e pelo Centro-Oeste. O Sudeste também é a região que possui
a maior parcela de habitantes oriundos de outras regiões, sendo que a maioria desses migrantes vem do Nordeste.
O Centro-Oeste é a região que apresenta o maior percentual de imigrantes nascidos em outras regiões (cerca
de 34,1% de acordo com dados do IBGE em 2012). A criação do órgão de desenvolvimento regional nos anos 60, o
SUDECO (Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste) e as políticas de subsídios ofertadas para ativi-
dades agropecuárias, que impulsionaram o agronegócio, serviram como fatores de atração populacional para a
região Centro-Oeste.

Por Que as Pessoas Migram?

A migração pode ocorrer de maneira espontânea ou forçada. Nos casos em que o migrante não se desloca por
vontade própria, existem fatores naturais ou conjunturais que impulsionam a sua saída. São exemplos:

z Êxodo Rural: movimento de deslocamentos de pessoas das áreas rurais para as áreas urbanas por conta do
desemprego no campo, falta de moradia, dentre outros fatores;
z Transumância: tipo de movimento migratório temporário, pode ser reversível e é determinado pelas condi-
ções climáticas (sazonalidade), como mudanças das estações ou secas temporárias;
z Movimento Pendular: é um movimento migratório diário, comum em grandes centros urbanos-industriais,
onde os trabalhadores residem em uma cidade e deslocam-se para trabalhar em outra. Nesse caso, a cidade
onde o cidadão mora passa a ser chamada de cidade-dormitório.

No mapa abaixo, temos os principais fluxos migratórios do Brasil e o respectivos períodos da história em que
ocorreram:

30
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Décadas de Décadas de
1950 e de 1960 1960 e de 1970

Décadas de
1970 e de 1980

0 1153
km

Disponível em: SANTOS, R. B. Migração no Brasil. São Paulo: Scipione, 1994.

No próximo mapa, temos a caracterização e ocorrência dos fluxos migratórios conhecidos como migração de
retorno (volta dos migrantes para suas localidades natais).

Fluxos SM (1986 / 1991) Fluxos SM (1995 / 2000)


10.000 - 30.000 10.000 - 30.000
30.001 - 70.000 30.001 - 70.000
70.001 - 190.055 70.001 - 171.615
Saldo Migratório Saldo Migratório
-282.477 -- 100.001 -267.466 -- 100.001
- 100.000 - 0 -100.00 - 0
- 100.000 -100.00
100.001 - 744.798 100.001 - 339.925

30.001 - 70.000
Fluxos SM (1995 / 2000)
10.00 - 30.000
30.001 - 70.000
70.001 - 134.542
Saldo Migratório
-237.134 -- 100.001
-100.000 - 0
-100.000
100.001 - 255.796

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TESTES
1. (FGV — 2023) “A mudança do padrão demográfico brasileiro tem implicações profundas em diversas políticas públi-
cas, como aquelas relacionadas à saúde, à educação, ao emprego e à previdência social.”

(LACERDA, Antônio Corrêa de; et al. (Org..). Economia brasileira. São Paulo: Saraiva. 6ª Ed., 2018)

Com relação aos impactos da nova estrutura etária sobre o sistema educacional, analise as afirmativas a seguir.

I. Ao contrário da década de 1970, atualmente, ocorre a diminuição da demanda de crescimento para o Ensino Funda-
mental e Médio.
II. Com o fim do bônus demográfico, ocorrido na primeira década do século XX, foi reduzida a necessidade de expansão
do Ensino Técnico.
III. Com a redução da demanda por cursos de graduação, aumentou a presença de vagas ociosas no Ensino Superior.

Está correto o que se afirma em

a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e II, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, II e III.

2. (FGV — 2022) O gráfico a seguir mostra as pirâmides demográficas do Brasil, em 1960 e 2010.

Brasil
105
100
95 Homens Mulheres
90
85
80
75
70
65
60
55
50
45
40
35
30
25
20
15
10
5 %
0
2,0 1,5 1,0 0,5 0 0,5 1,0 1,5 2,0
1960 2010

(Fonte: IBGE, Censo Demográfico 1960/2010. Adaptado)

Sobre a evolução da população brasileira, no período 1960/2010, assinale a afirmativa correta.

a) O estreitamento da base da pirâmide, em 2010, indica um ligeiro aumento da taxa de natalidade.


b) O alargamento do ápice da pirâmide, em 2010, mostra um leve decréscimo do contingente de idosos.
c) O maior contingente de adultos, em 2010, indica um aumento da população economicamente ativa.
d) A base da pirâmide mais larga, em 1960, mostra um pequeno aumento do contingente de jovens.
e) O alargamento da pirâmide, no período, atesta um acréscimo significativo da taxa de mortalidade.

3. (FGV — 2022) Entre os anos de 2000 e 2010, houve um aumento da participação das mulheres no mercado de trabalho
brasileiro. Entretanto, observam-se diferenças significativas em relação aos homens, mas também entre alguns seg-
mentos específicos das mulheres.

Sobre a participação das mulheres no mercado de trabalho brasileiro, em 2010, assinale V para a afirmativa verdadeira
e F para a falsa.

( ) A taxa de atividade das mulheres de mais de 60 anos era maior do que a dos homens no mesmo grupo de idade.
( ) A taxa de atividade das mulheres era maior em áreas urbanas do que em áreas rurais.
( ) A taxa de atividade das mulheres na região Nordeste era a mais alta entre as grandes regiões do país.

As afirmativas são, respectivamente,

a) F, V e F.
b) V, V e V.
c) V, F e V.
d) V, V e F.
e) F, F e V.

32
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4. (FGV — 2022) Em 2022, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realiza um novo censo demográfico, para
atualizar o retrato do Brasil e embasar novas políticas públicas.

Assinale a afirmativa que caracteriza corretamente o censo demográfico brasileiro.

a) Informar os dados solicitados na pesquisa é facultativo e pode ser por internet.


b) As informações colhidas são abertas e podem ser objeto de certidão.
c) O recenseado pode optar em responder o questionário básico ou o ampliado.
d) Foram incluídas perguntas sobre orientação sexual e a identidade de gênero
e) O recenseador pode perguntar sobre identificação étnico-racial, educação e rendimento do responsável pelo domicílio,
entre outros.

5. (FGV — 2022) Analise as pirâmides demográficas a seguir.

Mudança no perfil da população (1980-2040)

1980 HOMENS MULHERES IDADE

118.995.270 65+

POPULAÇÃO
30 A 64

15 A 29

0 A 14

20 15 10 5 0 5 10 15 20
MILHÕES
HOMENS MULHERES IDADE
2000
169.799.170 65+

POPULAÇÃO
30 A 64

15 A 29

0 A 14

20 15 10 5 0 5 10 15 20
MILHÕES

2020 HOMENS MULHERES IDADE

204.689.622 65+

POPULAÇÃO
30 A 64

15 A 29

0 A 14
20 15 10 5 0 5 10 15 20
MILHÕES
HOMENS MULHERES IDADE
2040
198.587.929 65+

POPULAÇÃO
30 A 64

15 A 29

0 A 14
20 15 10 5 0 5 10 15 20
MILHÕES

A partir da análise das pirâmides demográficas, assinale a afirmativa incorreta.

a) A população brasileira envelheceu muito rapidamente e vai começar a encolher.


b) O Brasil realizou a transição demográfica e caminha para ser um país de velhos.
c) A população brasileira adotou uma política natalista e mantém a taxa de fecundidade estabilizada.
d) O Brasil diminuiu a natalidade para 1,7 filhos/mulher e não consegue atender à reposição da população.
e) O Brasil aumentou o contingente de adultos e equilibrou a relação entre ativos e dependentes.

33
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6. (FGV — 2021) A migração de trabalhadores oriundos ordem continuaram a circular, graças às redes inter-
de países ou regiões mais pobres sempre foi funcio- nacionais. A globalização, que se encontrava em sua
nal para as economias desenvolvidas. A demanda fase mais avançada, ficou parcialmente ameaçada.
por trabalhadores migrantes vem aumentando cons-
tantemente, não somente nas atividades altamente Sobre a crise gerada pela pandemia, assinale a afirma-
qualificadas, mas também para trabalhos de baixa tiva correta.
qualificação e salários inferiores, especialmente na
agricultura, limpeza e manutenção, construção civil, a) Atingiu a soberania dos Estados Nacionais, porque
serviço doméstico e a indústria do sexo. Os imigran- estes tiveram que ceder parte do seu poder a um
tes não somente preenchem os vazios deixados pelos comando político-econômico centralizado.
trabalhadores nacionais como também trazem vários b) Estimulou as decisões individuais, porque os cidadãos
outros benefícios. ganharam autonomia devido às medidas de isolamen-
to social que cerceavam a liberdade de ir e vir.
MARTINE, George. A globalização inacabada: migrações c) Desacelerou o desenvolvimento das tecnologias de
internacionais e pobreza no século 21. SciELO - Scientific Electronic
Library Online. 2007. (Adaptado). ponta, porque as inovações ficaram bloqueadas devi-
do ao risco de contágio e de contaminação.
Para os países receptores, os fluxos migratórios inter- d) Desestabilizou as cadeias de produção, porque a eco-
nacionais oferecem os benefícios listadas a seguir, à nomia industrial organizada em circuitos globais foi
exceção de um. Assinale-o. afetada pela diminuição dos fluxos de circulação.
e) Valorizou os projetos de integração entre Estados, por-
a) Expandem a base de consumidores e contribuintes, que os mercados não podiam agir segundo a lei da
condição essencial para manter o equilíbrio fiscal, o oferta e procura e da livre circulação de mercadorias.
contrato social e o crescimento econômico.
b) Fornecem uma grande quantidade de recursos huma- 9. (FGV — 2022) Durante a Guerra Fria, golpes de Esta-
nos qualificados, cujos custos de educação e capaci- do foram responsáveis por quase três em cada quatro
tação já foram internalizados por outros países. colapsos democráticos. Porém, há outra maneira de
c) Geram uma série de efeitos econômicos positivos e arruinar uma democracia. É menos dramática, mas
aliviam a escassez de mão de obra em setores essen- igualmente destrutiva. Democracias podem morrer
ciais, nos quais os nativos não querem trabalhar. não nas mãos de generais, mas de líderes eleitos –
d) Respondem às condições do mercado ao aceitar presidentes ou primeiros- ministros que subvertem o
empregos abaixo de sua qualificação, o que diminui o próprio processo que os levou ao poder. O retrocesso
desemprego e enfraquece os movimentos xenófobos. democrático hoje começa nas urnas.
e) Oferecem uma fonte de dinamismo demográfico e
Adaptado de LEVITSKY e ZIBLATT. Como as democracias morrem.
econômico para os países que estão envelhecendo,
Rio de Janeiro: Zahar, p. 14-17.
recarregando seus estoques de jovens para o merca-
do de trabalho.
Assinale a afirmativa que descreve corretamente os
mecanismos responsáveis pela subversão da ordem
7. (FGV — 2023) “A globalização é, de certa forma, o
democrática nos casos considerados.
ápice do processo de internacionalização do mundo
capitalista. Para entendê-la, como, de resto, a qual-
a) Na Venezuela, Chávez e Maduro centralizaram o apa-
quer fase da história, há dois elementos fundamentais
a levar em conta: o estado das técnicas e o estado da rato militar e as instituições de controle fiscal, como
política.” os Tribunais de Contas, sem precisar, contudo, interfe-
rir no judiciário.
SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único b) No Chile, a subversão da democracia resultou na
à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2001, p. 22 derrubada do presidente Allende pela oposição, que
apoiou um golpe para deslegitimar o processo eleito-
As opções a seguir apresentam os sentidos e as ral que o elegeu.
características da globalização, à exceção de uma. c) Na Hungria, Viktor Orbán ampliou a Corte Constitucio-
Assinale-a. nal e modificou as normas de nomeação dos juízes,
de modo a controlar o sistema judiciário e favorecer o
a) Um mundo homogêneo, integrado e unido em torno próprio partido.
de uma aldeia global representa a globalização como d) Na Rússia, Putin aproveitou a crise da invasão da Ucrâ-
fábula. nia para remover sistematicamente lideranças de opo-
b) O aumento da pobreza e da desigualdade são mazelas sição e transferir o controle da mídia televisiva para a
que indicam a perversidade do processo de globalização. holding estatal Gazprom.
c) A unicidade técnica e a convergência dos momentos e) Tunísia, Arábia Saudita e Egito apresentam um cenário
são fatores que ajudam a explicar a globalização. de degeneração democrática, com restrições à liber-
d) As técnicas se apresentam de forma isolada, pois dade civis de oponentes, mesmo tendo passado pela
cada instrumento atua independentemente para a Primavera Árabe.
consolidação da globalização.
e) A concentração da sociodiversidade em alguns 10. (FGV — 2022) No processo permanente de criação,
lugares do mundo serve como base para uma outra quando uma empresa cria um novo produto ou uma
globalização. tecnologia mais eficiente, inicia-se o processo de des-
truição da que está sendo usada. Assim, a economia
8. (FGV — 2021) Durante a pandemia da Covid-19, frontei- industrial evolui por meio da “destruição criadora”:
ras foram fechadas, fluxos de produtos e de pessoas quando um conjunto de novas tecnologias encontra
foram limitados, enquanto ideias e decisões de toda aplicação produtiva, as tradicionais deixam de criar
34
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produtos capazes de competir no mercado e acabam 12. (FGV — 2022) Em um período de vinte anos, entre
sendo abandonadas. Com base nesse conceito, é 1996 e 2016, observou-se um quadro de estagnação
possível identificar, ao longo do tempo, os chamados e baixo crescimento da Produtividade Média do Traba-
ciclos da economia mundial, isto é, períodos domina- lho (PMeT) da indústria brasileira. O indicador corres-
dos por determinada tecnologia. ponde à divisão do valor da transformação industrial
(VTI) pela população ocupada (PO).
MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o Ensino Médio. Ed. Atual. São
Paulo. 2012. (Adaptado)
Considerando a variação da PMeT da atividade indus-
trial, segundo as grandes regiões brasileiras entre
Sobre os ciclos da economia capitalista, assinale a
1996 e 2016, e o agrupamento das indústrias segundo
afirmativa incorreta.
o fator competitivo predominante, a saber, indústrias
a) baseadas em recursos naturais, b) intensivas em
a) O primeiro ciclo (1780-1870) é caracterizado pelas
trabalho, c) intensivas em escala, d) baseadas em pro-
inovações na indústria têxtil, pela metalurgia do ferro
dutos diferenciados e, e) baseadas em ciência, analise
e pelo uso do vapor enquanto força motriz das máqui-
as afirmativas a seguir.
nas. É a era das ferrovias.
b) O segundo ciclo (1870-1945) é caracterizado pela ascen-
I. Na região Sudeste houve uma queda da produtividade
são do aço, da eletricidade e da indústria química. O surgi-
no grupo de indústrias intensivas em trabalho.
mento de novas potências industriais acirra a competição
II. Na região Norte, houve uma expansão da produtivi-
e estimula a corrida armamentista. É a era dos impérios.
dade no grupo de indústrias baseadas em recursos
c) O terceiro ciclo (1945-1980) é caracterizado pela difu-
naturais.
são da produção flexível, pela expansão da planifi-
cação econômica e pelo crescimento das empresas III. Na região Centro-Oeste, houve um aumento da produ-
estatais. É a era da produção e do consumo de massa. tividade no grupo de indústria baseadas em produtos
d) O quarto ciclo (1980-2020) é caracterizado pela difu- diferenciados.
são das tecnologias da informação e comunicação
(TICs), pelo uso dos computadores pessoais e pela Está correto o que se afirma em
formação de redes globais. É a era informacional.
e) O quinto ciclo (2020- ??) é caracterizado pelo aperfei- a) I, apenas.
çoamento das tecnologias da informação e comunica- b) II, apenas.
ções (TICs), pelo uso da nanotecnologia, pelo avanço c) III, apenas.
da biotecnologia e por novos paradigmas e trajetórias d) II e III, apenas.
energéticas. É a era do conhecimento. e) I, II e III.

11. (FGV — 2021) Avaliando o comércio internacional dos 13. (FGV — 2022) “Os empreendimentos hidrelétricos
grandes blocos econômicos, observa-se que a maioria podem ser criticados a partir dos problemas decorren-
deles possui uma forte integração intrarregional, o que tes da implantação da barragem e da sua interação
funciona como protecionismo regional. No caso da com as características ambientais do seu local de
União Europeia, em 2010, 71% do comércio internacio- construção.”
nal dos países que a compõem ocorreu intrabloco. No
caso da América Latina, apenas 26% do seu comércio (BERMANN, Célio. Impasses e controvérsias da hidroeletricidade.
Estudos Avançados: Energia. São Paulo. 2007.)
internacional se faz dentro do próprio bloco.

Sobre os elementos que explicam a frágil integração As afirmativas a seguir apresentam problemas
regional da América Latina, analise as afirmativas a ambientais em usinas hidrelétricas, à exceção de uma.
seguir. Assinale-a.

I. O sistema acadêmico universitário foi orientado para ser- a) A alteração do regime hidrológico comprometendo as
vir de suporte à formação de recursos humanos e à pes- atividades a jusante do reservatório.
quisa, visando atender ao sistema produtivo, com vistas b) O assoreamento dos reservatórios em virtude do pro-
ao ganho de competitividade nos mercados globais. cesso de desmatamento e da retirada da mata ciliar.
II. O processo de industrialização se fez com forte pre- c) O comprometimento da qualidade da água a montante
sença de empresas nacionais, em que o principal ativo da barragem em razão do aumento da velocidade de
era o conhecimento, o que internalizou os esforços de escoamento.
pesquisa e inovação, dificultando a integração produ- d) A emissão de gases de efeito estufa, particularmente
tiva entre elas. o metano, devido à decomposição da cobertura vege-
III. A deficiência do sistema de transportes, a pequena com- tal submersa nos reservatórios.
plementaridade das economias regionais e a estrutura e) Os problemas de saúde pública, pela formação de
social interna com grandes desigualdades de renda são remansos nos reservatórios e a decorrente prolifera-
determinantes para a frágil integração regional. ção de vetores transmissores de doenças endêmicas.

Está correto o que se afirme em 14. (FGV — 2022) A Política Nacional de Desenvolvimento
Regional, instituída em 2007 e atualizada em 2019, tem
a) I, apenas. como finalidade reduzir as desigualdades econômicas
b) II, apenas. e sociais, intra e inter-regionais, por meio da criação de
c) III, apenas. oportunidades de desenvolvimento que resultem em
d) I e II, apenas. crescimento econômico, geração de renda e melhoria
e) II e III, apenas. da qualidade de vida da população.
35
EDITORA DIDATICON GEOGRAFIA
Para estabelecer as regiões prioritárias para a atuação III. A universalização dos serviços de tratamento do lixo
da PNDR, o Decreto nº 6.047/2007 propôs a elabo- sólido recuperou a qualidade das redes hídricas do
ração de uma tipologia das microrregiões brasileiras espaço urbano.
com base no cruzamento de duas variáveis: a Taxa
Geométrica de Variação do Produto Interno Bruto Está correto o que se afirma em
Municipal por habitante e
a) I, apenas.
a) a Produtividade Média do Trabalho. b) I e II, apenas.
b) o Índice de Desenvolvimento Humano. c) I e III, apenas.
c) o Rendimento Médio Mensal por Habitante. d) II e III, apenas.
d) o Grau de Escolaridade da População Adulta. e) I, II e III.
e) a Taxa de Crescimento da População Urbana.
17. (FGV — 2022) Leia o trecho a seguir
15. (FGV — 2022) A partir da década de 1930, houve uma
aceleração do processo de urbanização do território bra- O crescimento do tecido urbano da Região Metropo-
sileiro. De acordo com os dados do Censo Demográfico, litana de São Paulo, sobretudo a partir de meados do
em 1970 a população urbana já era maior do que a popu- século XX, se caracteriza pela periferização da popula-
lação rural. Já no ano de 2000, cerca de 80% da popu- ção. Sejam as classes de baixa renda, sejam as de alta
lação brasileira habitava o meio urbano. Entretanto, esse renda (atraídas por promessas de maior segurança),
processo ocorreu de forma desigual no país. as famílias moradoras das zonas geograficamente
periféricas tendem a despender maior tempo em seus
Considerando o processo de urbanização nas grandes deslocamentos pendulares (casa-trabalho) e a ter
regiões brasileiras, ao longo do século XX, assinale V menos acesso à infraestrutura urbana.
para a afirmativa verdadeira e F para a falsa.
(Adaptado de Nadalin, V. e Igliori, D., 2015)

( ) Na região Norte, a população permaneceu predomi-


nantemente rural até o final do século XX. O tipo crescimento urbano desconcentrado, não den-
( ) Na região Centro-Oeste, houve uma involução urbana so e que deixa vazios urbanos dentro da mancha urba-
com o avanço da moderna agricultura comercial, que na é denominado
impulsionou a migração para as áreas rurais.
( ) Na região Sudeste, a urbanização impulsionou o flu- a) metropolização.
xo migratório proveniente do Nordeste, acelerando o b) involução urbana.
c) segregação urbana.
crescimento dos grandes centro urbanos.
d) desterritorialização.
e) espraiamento urbano.
As afirmativas são, respectivamente,
18. (FGV — 2021) A agricultura de corte e queima é o sis-
a) F, V e F.
tema agrícola contínuo no qual clareiras são abertas
b) V, V e V.
para serem cultivadas por períodos mais curtos de
c) V, F e V.
tempo do que aqueles destinados ao pousio. Uma
d) V, V e F.
estratégia de manejo de recursos, onde os campos
e) F, F e V.
são rotados de forma a explorar o capital energéti-
co e nutritivo do complexo natural solo- vegetação
16. (FGV — 2021)
da floresta, muitas vezes constituindo a única fonte
de nutrientes para as roças. A agricultura de corte e
A ECOLOGIA DA DESIGUALDADE queima é uma adaptação altamente eficiente às con-
dições onde o trabalho, e não a terra, é o fator limitante
A dinâmica de urbanização exigiu uma gigantesca mais significativo na produção agrícola.
construção de cidades, parte dela feita fora da lei,
sem a participação dos governos, sem recursos técni- PEDROSO JÚNIOR, Nelson, Adaptado de, Rui S., ADAMS, Cristina.
cos e financeiros significativos. Ou seja, é um imenso A agricultura de corte e queima: um sistema em transformação.
empreendimento, bastante descapitalizado e construí- Museu Paraense Emilio Goeldi - Ciências Humanas. Belém. 2008.
do com técnicas arcaicas, fora do mercado formal. A
cidade legal, cuja produção é capitalista, caminha para Sobre os impactos negativos da agricultura de corte e
ser, cada vez mais, espaço da minoria. queima, analise as afirmativas a seguir.

MARICATO, Ermínia. Metrópole, legislação e desigualdade. USP. I. O corte e a queima da vegetação seguidos do cultivo
Estudos Avançados, nº 17. (Adaptado) acabam por desestabilizar a dinâmica da ciclagem de
nutrientes pelo sistema solo-vegetação.
Sobre as consequências da ilegal ocupação do solo II. O corte e a queima da vegetação seguidos do cultivo
urbano, analise as afirmativas a seguir. podem resultar em processos erosivos e na degrada-
ção do solo, dependendo do tamanho da área aberta.
I. As políticas de expansão do acesso à rede de água III. A agricultura de corte e queima é tida como a prin-
tratada explicam a evolução positiva do índice de mor- cipal causa do desmatamento nas regiões tropicais,
talidade infantil. embora subjacente a ela existam causas políticas e
II. No universo urbano, apenas 20% do esgoto produzi- socioeconômicas.
do nos domicílios tem uma destinação final sanitaria-
mente adequada. Está correto o que se afirma em
36
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a) I, apenas. a) I, apenas.
b) I e II, apenas. b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas. c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas. d) II e III, apenas.
e) I, II e III. e) I, II e III.

19. (FGV — 2022) Como parte do ciclo global de carbono,


a cobertura florestal é um valioso indicador da saúde 9 GABARITO
climática. De acordo com a Organização das Nações
Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a 1 A
cobertura florestal mundial abrange mais de quatro
milhões de hectares, cerca de 30% da superfície total 2 C
das terras emersas.
3 A
Considerando a distribuição atual da cobertura flores- 4 E
tal e suas alterações em escala mundial nas primeiras
décadas do século XX, assinale V para a afirmativa 5 C
verdadeira e F para a falsa. 6 D

( ) O Brasil está entre os cinco países com maior superfí- 7 D


cie florestal do mundo.
8 D
( ) Nas duas primeiras décadas do século XX houve um
aumento da superfície florestal em escala mundial. 9 C
( ) Entre as zonas climáticas, a zona temperada é a que
possui o maior percentual da cobertura florestal do 10 C
planeta.
11 C
As afirmativas são, respectivamente, 12 E

a) F, V e F. 13 C
b) V, V e V. 14 C
c) V, F e V.
d) V, F e F. 15 E
e) F, F e V.
16 B
20. (FGV — 2023) “A cartografia social tem se configura- 17 E
do como uma importante metodologia participativa
para o engajamento político e social de comunida- 18 E
des tradicionais e grupos sociais fragilizados social e
19 D
economicamente.”
20 C
GOMES, M. de F. V. B. Cartografia social e Geografia escolar:
aproximações e possibilidades. Revista Brasileira de Educação em
Geografia, 2017.

Sobre o tema geográfico apresentado, analise as afir-


mativas a seguir.

I. Enquanto a cartografia convencional privilegia o espa-


ço euclidiano, o território enquanto estado-nação, a
precisão e a pretensa neutralidade, a cartografia social
prioriza o espaço vivido, o território e as questões de
territorialidade das comunidades e dos grupos sociais
envolvidos no mapeamento.
II. É na troca horizontal de saberes entre pesquisado-
res, técnicos e sujeitos sociais, que se alicerça a pro-
dução e o conhecimento sobre o território. Por isso,
utilizam-se metodologias qualitativas em detrimen-
to das quantitativas. Neste aspecto, quanto mais as
comunidades se apropriam das tecnologias e metodo-
logias do mapeamento, menor será sua autonomia e
fortalecimento.
III. Na Cartografia Social, produzir o mapa é reconhecer-
-se como sujeito de direito ao território e uma maneira
de apropriá-lo.

Está correto o que se afirma em


37
ÍNDICE
MATEMÁTICA

1 Números reais. 1.1 Operações e problemas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .01


2 Porcentagens. 2.1 Problemas que envolvem cálculo de percentuais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .10
3 Função do 1º grau. 3.1 Representações algébrica e gráfica. 4 Grandezas diretamente proporcionais e
grandezas inversamente proporcionais. 5 Resolução de equações do 2º grau. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .12
6 Unidades de medida (de comprimento, volume, capacidade, tempo, massa, temperatura e área) e
resolução de problemas envolvendo grandezas (comprimento, volume, capacidade, tempo, massa,
temperatura e área). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .26
7 Problemas envolvendo o cálculo de área e perímetro de figuras planas e volume. 8 Leitura de mapas e plantas
baixas. 9 Localização e movimentação utilizando mapas e plantas baixas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .30
10 Leitura e interpretação de tabelas e gráficos.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .44
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Exemplo 3
1 NÚMEROS REAIS. 1.1 OPERAÇÕES E PRO-
BLEMAS. 25-(50-30)+4x5
25-20+20=25
Números Naturais
Os números naturais são o modelo matemático neces- Números Inteiros
sário para efetuar uma contagem. Podemos dizer que este conjunto é composto pelos
Começando por zero e acrescentando sempre uma números naturais, o conjunto dos opostos dos números
unidade, obtemos o conjunto infinito dos números naturais naturais e o zero. Este conjunto pode ser representado
por:
Z={...-3, -2, -1, 0, 1, 2,...}

- Todo número natural dado tem um sucessor Subconjuntos do conjunto :


a) O sucessor de 0 é 1.
b) O sucessor de 1000 é 1001. 1)Conjunto dos números inteiros excluindo o zero
c) O sucessor de 19 é 20. Z*={...-2, -1, 1, 2, ...}

Usamos o * para indicar o conjunto sem o zero. 2) Conjuntos dos números inteiros não negativos
Z+={0, 1, 2, ...}

3) Conjunto dos números inteiros não positivos


- Todo número natural dado N, exceto o zero, tem um Z-={...-3, -2, -1}
antecessor (número que vem antes do número dado).
Exemplos: Se m é um número natural finito diferente Números Racionais
de zero. Chama-se de número racional a todo número que
a) O antecessor do número m é m-1. pode ser expresso na forma , onde a e b são inteiros
b) O antecessor de 2 é 1. quaisquer, com b≠0
c) O antecessor de 56 é 55. São exemplos de números racionais:
d) O antecessor de 10 é 9. -12/51
-3
Expressões Numéricas -(-3)
-2,333...
Nas expressões numéricas aparecem adições, subtra-
ções, multiplicações e divisões. Todas as operações po- As dízimas periódicas podem ser representadas por
dem acontecer em uma única expressão. Para resolver as
fração, portanto são consideradas números racionais.
expressões numéricas utilizamos alguns procedimentos:
Como representar esses números?
Se em uma expressão numérica aparecer as quatro
Representação Decimal das Frações
operações, devemos resolver a multiplicação ou a divisão
primeiramente, na ordem em que elas aparecerem e so-
Temos 2 possíveis casos para transformar frações em
mente depois a adição e a subtração, também na ordem
decimais
em que aparecerem e os parênteses são resolvidos pri-
meiro.
1º) Decimais exatos: quando dividirmos a fração, o nú-
Exemplo 1 mero decimal terá um número finito de algarismos após a
vírgula.
10 + 12 – 6 + 7
22 – 6 + 7
16 + 7
23

Exemplo 2

40 – 9 x 4 + 23
40 – 36 + 23
4 + 23
27 2º) Terá um número infinito de algarismos após a vír-
gula, mas lembrando que a dízima deve ser periódica para
ser número racional

Matemática 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

OBS: período da dízima são os números que se repe- Agora, vamos fazer um exemplo com 2 algarismos de
tem, se não repetir não é dízima periódica e assim núme- período.
ros irracionais, que trataremos mais a frente.
Exemplo 2

Seja a dízima 1,1212...

Façamos x = 1,1212...
100x = 112,1212... .
Subtraindo:
100x-x=112,1212...-1,1212...
99x=111
X=111/99
Representação Fracionária dos Números Decimais
Números Irracionais
1ºcaso) Se for exato, conseguimos sempre transfor- Identificação de números irracionais
mar com o denominador seguido de zeros.
O número de zeros depende da casa decimal. Para - Todas as dízimas periódicas são números racionais.
uma casa, um zero (10) para duas casas, dois zeros(100) - Todos os números inteiros são racionais.
e assim por diante. - Todas as frações ordinárias são números racionais.
- Todas as dízimas não periódicas são números irra-
cionais.
- Todas as raízes inexatas são números irracionais.
- A soma de um número racional com um número irra-
cional é sempre um número irracional.
- A diferença de dois números irracionais, pode ser um
número racional.
-Os números irracionais não podem ser expressos na
forma , com a e b inteiros e b≠0.

Exemplo: - = 0 e 0 é um número racional.

- O quociente de dois números irracionais, pode ser


2ºcaso) Se dízima periódica é um número racional, en- um número racional.
tão como podemos transformar em fração?
Exemplo: : = = 2 e 2 é um número racional.
Exemplo 1
- O produto de dois números irracionais, pode ser um
Transforme a dízima 0, 333... .em fração número racional.
Sempre que precisar transformar, vamos chamar a dí-
zima dada de x, ou seja Exemplo: . = = 7 é um número racional.
X=0,333...
Se o período da dízima é de um algarismo, multiplica- Exemplo:radicais( a raiz quadrada de um nú-
mos por 10. mero natural, se não inteira, é irracional.

10x=3,333... Números Reais

E então subtraímos:

10x-x=3,333...-0,333...
9x=3
X=3/9
X=1/3

Fonte: www.estudokids.com.br

Matemática 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Representação na reta Semirreta direita, fechada de origem a – números reais


maiores ou iguais a a.

Intervalo:[a,+ ∞[
Conjunto:{x ∈R|x≥a}

Semirreta direita, aberta, de origem a – números reais


INTERVALOS LIMITADOS maiores que a.
Intervalo fechado – Números reais maiores do que a
ou iguais a e menores do que b ou iguais a b.

Intervalo:]a,+ ∞[
Intervalo:[a,b] Conjunto:{x ∈R|x>a}
Conjunto: {x ∈R|a≤x≤b}
Potenciação
Intervalo aberto – números reais maiores que a e me- Multiplicação de fatores iguais
nores que b.
2³=2.2.2=8

Intervalo:]a,b[ Casos
Conjunto:{x ∈R|a<x<b}
1) Todo número elevado ao expoente 0 resulta em 1.
Intervalo fechado à esquerda – números reais maiores
que a ou iguais a a e menores do que b.

2) Todo número elevado ao expoente 1 é o próprio nú-


mero.
Intervalo:{a,b[
Conjunto {x ∈R|a≤x<b}
Intervalo fechado à direita – números reais maiores
que a e menores ou iguais a b.
3) Todo número negativo, elevado ao expoente par, re-
sulta em um número positivo.
Intervalo:]a,b]
Conjunto:{x ∈R|a<x≤b}

INTERVALOS ILIMITADOS 4) Todo número negativo, elevado ao expoente ímpar,


resulta em um número negativo.
Semirreta esquerda, fechada de origem b- números
reais menores ou iguais a b.

5) Se o sinal do expoente for negativo, devemos pas-


Intervalo:]-∞,b] sar o sinal para positivo e inverter o número que está na
Conjunto:{x ∈R|x≤b} base.

Semirreta esquerda, aberta de origem b – números re-


ais menores que b.

Intervalo:]-∞,b[ 6) Toda vez que a base for igual a zero, não importa o
Conjunto:{x ∈R|x<b} valor do expoente, o resultado será igual a zero.

Matemática 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Propriedades

1) (am . an = am+n) Em uma multiplicação de potências


de mesma base, repete-se a base e soma os expoentes.

Exemplos:
24 . 23 = 24+3= 27
(2.2.2.2) .( 2.2.2)= 2.2.2. 2.2.2.2= 27

2) (am: an = am-n). Em uma divisão de potência de mes-


ma base. Conserva-se a base e subtraem os expoentes. 64=2.2.2.2.2.2=26
Exemplos: Como é raiz quadrada a cada dois números iguais “ti-
96 : 92 = 96-2 = 94 ra-se” um e multiplica.

3) (am)n Potência de potência. Repete-se a base e Observe:


multiplica-se os expoentes.
Exemplos:
(52)3 = 52.3 = 56 1 1 1
3.5 = (3.5) = 3 .5 = 3. 5
2 2 2

De modo geral, se

4) E uma multiplicação de dois ou mais fatores ele- a ∈ R+ , b ∈ R+ , n ∈ N * ,


vados a um expoente, podemos elevar cada um a esse
mesmo expoente. então:
(4.3)²=4².3²

5) Na divisão de dois fatores elevados a um expoente, n


a.b = n a .n b
podemos elevar separados.
O radical de índice inteiro e positivo de um produto
indicado é igual ao produto dos radicais de mesmo índice
dos fatores do radicando.
Radiciação Raiz quadrada de frações ordinárias
Radiciação é a operação inversa a potenciação

1 1
2 2 2 2 2
2
=  = 1 =
3 3 3
Observe: 32

De modo geral,

se
a ∈ R+ , b ∈ R *+ , n ∈ N * ,
Técnica de Cálculo
A determinação da raiz quadrada de um número torna-
-se mais fácil quando o algarismo se encontra fatorado em
números primos. Veja:

Matemática 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


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então:

a na Caso tenha:
n =
b nb

O radical de índice inteiro e positivo de um quociente Não dá para somar, as raízes devem ficar desse modo.
indicado é igual ao quociente dos radicais de mesmo índi-
ce dos termos do radicando. Racionalização de Denominadores

Raiz quadrada números decimais Normalmente não se apresentam números irracionais


com radicais no denominador. Ao processo que leva à eli-
minação dos radicais do denominador chama-se racionali-
zação do denominador.

1º Caso:Denominador composto por uma só parcela

Operações

Operações 2º Caso: Denominador composto por duas parcelas.

Multiplicação

Exemplo Devemos multiplicar de forma que obtenha uma dife-


rença de quadrados no denominador:

Divisão
QUESTÕES

01. (Prefeitura de Salvador /BA - Técnico de Nível


Exemplo Superior II - Direito – FGV/2017) Em um concurso, há
150 candidatos em apenas duas categorias: nível superior
e nível médio.
Sabe-se que:

• dentre os candidatos, 82 são homens;


Adição e subtração • o número de candidatos homens de nível superior é
igual ao de mulheres de nível médio;
• dentre os candidatos de nível superior, 31 são mu-
lheres.
Para fazer esse cálculo, devemos fatorar o 8 e o 20.
O número de candidatos homens de nível médio é

(A) 42.
(B) 45.
(C) 48.
(D) 50.
(E) 52.

Matemática 5 A Opção Certa Para a Sua Realização


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02. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária − 1/5 deveu-se a pontas de cigarro descartadas ina-
- MSCONCURSOS/2017) Raoni, Ingrid, Maria Eduarda, dequadamente;
Isabella e José foram a uma prova de hipismo, na qual − 1/4 deveu-se a instalações elétricas inadequadas;
ganharia o competidor que obtivesse o menor tempo final. − 1/3 deveu-se a vazamentos de gás e
A cada 1 falta seriam incrementados 6 segundos em seu − as demais foram geradas por descuidos ao cozinhar.
tempo final. Ingrid fez 1’10” com 1 falta, Maria Eduarda fez
1’12” sem faltas, Isabella fez 1’07” com 2 faltas, Raoni fez De acordo com esses dados, ao longo da existência
1’10” sem faltas e José fez 1’05” com 1 falta. Verificando a desse prédio comercial, a fração do total de situações de
colocação, é correto afirmar que o vencedor foi: risco de incêndio geradas por descuidos ao cozinhar cor-
(A) José responde à
(B) Isabella (A) 3/20.
(C) Maria Eduarda (B) 1/4.
(D) Raoni (C) 13/60.
(D) 1/5.
03. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária - (E) 1/60.
MSCONCURSOS/2017) O valor de √0,444... é:
(A) 0,2222... 07. (ITAIPU BINACIONAL - Profissional Nível Téc-
(B) 0,6666... nico I - Técnico em Eletrônica – NCUFPR/2017) Assina-
(C) 0,1616... le a alternativa que apresenta o valor da expressão
(D) 0,8888...

04. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-


NESP/2017) Se, numa divisão, o divisor e o quociente são
iguais, e o resto é 10, sendo esse resto o maior possível, (A) 1.
então o dividendo é
(B) 2.
(A) 131.
(C) 4.
(B) 121.
(D) 8.
(C) 120.
(E) 16.
(D) 110.
(E) 101.
08. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIRV-
GO/2017)
05. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) As ex-
pressões numéricas abaixo apresentam resultados que
seguem um padrão específico: Qual o resultado de ?

1ª expressão: 1 x 9 + 2 (A) 3
2ª expressão: 12 x 9 + 3 (B) 3/2
3ª expressão: 123 x 9 + 4 (C) 5
... (D) 5/2
7ª expressão: █ x 9 + ▲
09. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Super-
Seguindo esse padrão e colocando os números ade- visor – FGV/2017) Suponha que a # b signifique a - 2b .
quados no lugar dos símbolos █ e ▲, o resultado da 7ª
expressão será Se 2#(1#N)=12 , então N é igual a:
(A) 1;
(A) 1 111 111. (B) 2;
(B) 11 111. (C) 3;
(C) 1 111. (D) 4;
(D) 111 111. (E) 6.
(E) 11 111 111.
10. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Super-
06. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) Duran- visor – FGV/2017) Uma equipe de trabalhadores de de-
te um treinamento, o chefe da brigada de incêndio de um terminada empresa tem o mesmo número de mulheres e
prédio comercial informou que, nos cinquenta anos de de homens. Certa manhã, 3/4 das mulheres e 2/3 dos ho-
existência do prédio, nunca houve um incêndio, mas exis- mens dessa equipe saíram para um atendimento externo.
tiram muitas situações de risco, felizmente controladas a
tempo. Segundo ele, 1/13 dessas situações deveu-se a Desses que foram para o atendimento externo, a fra-
ações criminosas, enquanto as demais situações haviam ção de mulheres é
sido geradas por diferentes tipos de displicência. Dentre as (A) 3/4;
situações de risco geradas por displicência, (B) 8/9;

Matemática 6 A Opção Certa Para a Sua Realização


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(C) 5/7;
(D) 8/13;
(E) 9/17.
08. Resposta: D.
RESPOSTAS

01.Resposta: B.
150-82=68 mulheres
Como 31 mulheres são candidatas de nível superior,
37 são de nível médio. 09. Resposta: C.
Portanto, há 37 homens de nível superior. 2-2(1-2N)=12
82-37=45 homens de nível médio. 2-2+4N=12
4N=12
02. Resposta: D. N=3
Como o tempo de Raoni foi 1´10” sem faltas, ele foi o
vencedor. 10. Resposta: E.
Como tem o mesmo número de homens e mulheres:
03. Resposta: B.
Primeiramente, vamos transformar a dízima em fração
X=0,4444....
10x=4,444...
9x=4 Dos homens que saíram:

Saíram no total

04. Resposta: A.
Como o maior resto possível é 10, o divisor é o número
11 que é igual o quociente.
11x11=121+10=131

05. Resposta: E. Números complexos


A 7ª expressão será: 1234567x9+8=11111111
Algumas equações não tem solução no conjunto dos
06. Resposta: D. números reais.
Exemplo

Gerado por descuidos ao cozinhar:

Mas, que foram gerados por displicência é 12/13(1- Mas, se tivermos um conjunto para o qual admita a
1/13) existência de, a equação passará a ter solução não-
-vazia.
Esse conjunto é o dos números complexos e conven-
ciona-se que .

07.Resposta: C. Solucionando então, o exemplo acima:

Matemática 7 A Opção Certa Para a Sua Realização


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O número , foi denominado unidade imaginá- Operações com números complexos


ria, devido à desconfiança que os matemáticos tinham
dessa nova criação. 1. Adição
Para somarmos dois números complexos basta so-
Para simplificar a notação: marmos, separadamente, as partes reais e imaginárias
desses números. Assim, se z=a+bi e z2=c+di, temos que:
z1+z2=(a+c) + (b+d)i

Assim, no conjunto dos números complexos, as equa- 2. Subtração


ções do 2º grau com possuem solução não-vazia. Para subtrairmos dois números complexos basta sub-
trairmos, separadamente, as partes reais e imaginárias
Conjunto dos números complexos desses números. Assim, se z=a+bi e z2=c+di, temos que:
z1-z2=(a-c) + (b-d)i
O conjunto C dos números complexos é aquele for-
mado pelos números que podem ser expressos na forma: 3. Multiplicação
Para multiplicarmos dois números complexos basta
efetuarmos a multiplicação de dois binômios, observando
os valores das potências de i. Assim, se z1=a+bi e z2=c+di,
temos que:
z1.z2 = a.c + adi + bci + bdi2
z1.z2= a.c + bdi2 = adi + bci
A forma z=a+ bi é denominada forma algébrica de z1.z2= (ac - bd) + (ad + bc)i
um número complexo em que a é a parte real e b a parte Observar que: i2= -1
imaginária.
Se a parte imaginária do número complexo é nula, en- 4. Divisão
tão o número é real. Para dividirmos dois números complexos basta multi-
plicarmos o numerador e o denominador pelo conjugado
do denominador. Assim, se z1= a + bi e z2= c + di, temos
que:

Se a parte real do número complexo é nula e a parte


imaginária é diferente de zero, então o número é imaginá-
rio puro.

Igualdade de números complexos

Dois números complexos são iguais se, e somente


se, suas partes reais e imaginárias forem respectivamente
iguais.

5. Potenciação
Efetuando algumas potências de in, com n∈N, pode-
mos obter um critério para determinar uma potência gené-
rica de i:
Conjugado de um número complexo
i0 = 1
Sendo z=a+ bi, chama-se conjugado de z o número i1 = i
complexo que se obtém trocando o sinal da parte imagi- i2 = -1
nária de z. i3 = i2.i = -1.i = -i
i4 = i2.i2=-1.-1=1
i5 = i4. 1=1.i= i
i6 = i5. i =i.i=i2=-1
i7 = i6. i =(-1).i=-i ......
Exemplo Assim, para obter a potência in, basta calcular ir em
que r é o resto da divisão de n por 4.

Matemática 8 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Exemplo

i 23⇒23/4=5 e resto 3 então:i23=i3=-i

Módulo e Argumento de um Número Complexo

Módulo e Argumento de um Número Complexo


Substituindo, temos:

z=a+bi

Operações com Complexos na Forma Trigonomé-


trica

Dados os complexos:

Do triângulo retângulo, temos: Multiplicação

A distância de ρ de P até a origem O é denominada Divisão


módulo de z, e indicamos:

Denomina-se argumento do complexo z não-nulo, a Potenciação


medida do ângulo formado por com o semi-eixo real
Ox. Sendo:z=ρ(cos θ+i∙sen θ) e n um número inteiro maior
O argumento que pertence ao intervalo [0,2π[ é deno- que 1, temos:
minado argumento principal e é representado por : z^n=ρ^n (cos nθ+i∙sen nθ)

Observe que:
Radiciação

Denomina-se raiz enésima do número complexo z=ρ(-


cosθ+i∙senθ) a todo número complexo w, tal que wn=z,
para n=1, 2, 3,...
Os números ρ e θ são as coordenadas polares do pon-
to P(a,b). Para k=0,1, 2, 3,...temos:

Forma Trigonométrica ! !
θ + 2kπ θ + 2kπ
w! = z= p(cos + i ∙ sen )
n n
Todo número complexo z=a+bi, não0nulo, pode sr ex-
presso em função do módulo, do seno e do cosseno do
argumento z:

Matemática 9 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Podemos expressar o lucro na forma de porcentagem


2 PORCENTAGENS. 2.1 PROBLEMAS QUE EN- de duas formas:
VOLVEM CÁLCULO DE PERCENTUAIS.

Porcentagem é uma fração cujo denominador é 100,


seu símbolo é (%). Sua utilização está tão disseminada
que a encontramos nos meios de comunicação, nas esta-
tísticas, em máquinas de calcular, etc.

Os acréscimos e os descontos é importante saber por- (DPE/RR – Analista de Sistemas – FCC/2015) Em


que ajuda muito na resolução do exercício. sala de aula com 25 alunos e 20 alunas, 60% desse total
está com gripe. Se x% das meninas dessa sala estão com
Acréscimo gripe, o menor valor possível para x é igual a
Se, por exemplo, há um acréscimo de 10% a um de- (A) 8.
terminado valor, podemos calcular o novo valor apenas (B) 15.
multiplicando esse valor por 1,10, que é o fator de multipli- (C) 10.
cação. Se o acréscimo for de 20%, multiplicamos por 1,20, (D) 6.
e assim por diante. Veja a tabela abaixo: (E) 12.

Acréscimo ou Lucro Fator de Multiplicação Resolução


45------100%
10% 1,10 X-------60%
15% 1,15 X=27
O menor número de meninas possíveis para ter gripe
20% 1,20 é se todos os meninos estiverem gripados, assim apenas
47% 1,47 2 meninas estão.
67% 1,67

Exemplo: Aumentando 10% no valor de R$10,00 te-


Resposta: C.
mos:
QUESTÕES

01. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária


Desconto
No caso de haver um decréscimo, o fator de multipli- - MSCONCURSOS/2017) Um aparelho de televisão que
cação será: custa R$1600,00 estava sendo vendido, numa liquidação,
Fator de Multiplicação =  1 - taxa de desconto (na for- com um desconto de 40%. Marta queria comprar essa te-
ma decimal) levisão, porém não tinha condições de pagar à vista, e o
    Veja a tabela abaixo: vendedor propôs que ela desse um cheque para 15 dias,
pagando 10% de juros sobre o valor da venda na liquida-
ção. Ela aceitou e pagou pela televisão o valor de:
Desconto Fator de Multiplicação (A) R$1120,00
10% 0,90 (B) R$1056,00
(C) R$960,00
25% 0,75 (D) R$864,00
34% 0,66
02. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) A equipe
60% 0,40
de segurança de um Tribunal conseguia resolver mensal-
90% 0,10 mente cerca de 35% das ocorrências de dano ao patrimô-
nio nas cercanias desse prédio, identificando os crimino-
    Exemplo: Descontando 10% no valor de R$10,00 sos e os encaminhando às autoridades competentes. Após
temos: uma reestruturação dos procedimentos de segurança, a
mesma equipe conseguiu aumentar o percentual de re-
solução mensal de ocorrências desse tipo de crime para
cerca de 63%. De acordo com esses dados, com tal rees-
Chamamos de lucro em uma transação comercial de truturação, a equipe de segurança aumentou sua eficácia
compra e venda a diferença entre o preço de venda e o no combate ao dano ao patrimônio em
preço de custo. (A) 35%.
Lucro=preço de venda -preço de custo (B) 28%.

Matemática 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

(C) 63%. 05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-


(D) 41%. GO/2017) Paulo, dono de uma livraria, adquiriu em uma
(E) 80%. editora um lote de apostilas para concursos, cujo valor uni-
tário original é de R$ 60,00. Por ter cadastro no referido
03. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) Três ir- estabelecimento, ele recebeu 30% de desconto na com-
mãos, André, Beatriz e Clarice, receberam de uma tia he- pra. Para revender os materiais, Paulo decidiu acrescentar
rança constituída pelas seguintes joias: um bracelete de 30% sobre o valor que pagou por cada apostila. Nestas
ouro, um colar de pérolas e um par de brincos de diaman- condições, qual será o lucro obtido por unidade?
te. A tia especificou em testamento que as joias não deve- (A) R$ 4,20.
riam ser vendidas antes da partilha e que cada um deveria (B) R$ 5,46.
ficar com uma delas, mas não especificou qual deveria (C) R$ 10,70.
ser dada a quem. O justo, pensaram os irmãos, seria que (D) R$ 12,60.
cada um recebesse cerca de 33,3% da herança, mas eles (E) R$ 18,00.
achavam que as joias tinham valores diferentes entre si e,
além disso, tinham diferentes opiniões sobre seus valores. 06. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-
Então, decidiram fazer a partilha do seguinte modo: GO/2017) Joana foi fazer compras. Encontrou um vestido
− Inicialmente, sem que os demais vissem, cada um de R$ 150,00 reais. Descobriu que se pagasse à vista teria
deveria escrever em um papel três porcentagens, indican- um desconto de 35%. Depois de muito pensar, Joana pa-
do sua avaliação sobre o valor de cada joia com relação ao gou à vista o tal vestido. Quanto ela pagou?
valor total da herança. (A) R$ 120,00 reais
− A seguir, todos deveriam mostrar aos demais suas (B) R$ 112,50 reais
avaliações. (C) R$ 127,50 reais
− Uma partilha seria considerada boa se cada um de- (D) R$ 97,50 reais
les recebesse uma joia que avaliou como valendo 33,3% (E) R$ 90 reais
da herança toda ou mais.
As avaliações de cada um dos irmãos a respeito das 07. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU-
joias foi a seguinte: NESP/2017) A empresa Alfa Sigma elaborou uma previsão
de receitas trimestrais para 2018. A receita prevista para o
primeiro trimestre é de 180 milhões de reais, valor que é
10% inferior ao da receita prevista para o trimestre seguin-
te. A receita prevista para o primeiro semestre é 5% inferior
à prevista para o segundo semestre. Nessas condições, é
correto afirmar que a receita média trimestral prevista para
Assim, uma partilha boa seria se André, Beatriz e Cla- 2018 é, em milhões de reais, igual a
rice recebessem, respectivamente, (A) 200.
(A) o bracelete, os brincos e o colar. (B) 203.
(B) os brincos, o colar e o bracelete. (C) 195.
(C) o colar, o bracelete e os brincos. (D) 190.
(D) o bracelete, o colar e os brincos. (E) 198.
(E) o colar, os brincos e o bracelete.
08. (CRM/MG – Técnico em Informática- FUN-
04. (UTFPR – Técnico de Tecnologia da Informação DEP/2017) Veja, a seguir, a oferta da loja Magazine Bom
– UTFPR/2017) Um retângulo de medidas desconhecidas Preço:
foi alterado. Seu comprimento foi reduzido e passou a ser
2/ 3 do comprimento original e sua largura foi reduzida e Aproveite a Promoção!
passou a ser 3/ 4 da largura original. Forno Micro-ondas
Pode-se afirmar que, em relação à área do retângulo De R$ 720,00
original, a área do novo retângulo: Por apenas R$ 504,00
(A) foi aumentada em 50%.
(B) foi reduzida em 50%. Nessa oferta, o desconto é de:
(C) aumentou em 25%. (A) 70%.
(D) diminuiu 25%. (B) 50%.
(E) foi reduzida a 15%. (C) 30%.
(D) 10%.

09 (CODAR – Recepcionista – EXATUS/2016) Con-


sidere que uma caixa de bombom custava, em novembro,
R$ 8,60 e passou a custar, em dezembro, R$ 10,75. O
aumento no preço dessa caixa de bombom foi de:

Matemática 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

(A) 30%. 07. Resposta: C.


(B) 25%. Como a previsão para o primeiro trimestre é de 180
(C) 20%. milhões e é 10% inferior, no segundo trimestre temos uma
(D) 15% previsão de
180-----90%
10. (ANP – Técnico em Regulação de Petróleo e De- x---------100
rivados – CESGRANRIO/2016) Um grande tanque estava x=200
vazio e foi cheio de óleo após receber todo o conteúdo de
12 tanques menores, idênticos e cheios. 200+180=380 milhões para o primeiro semestre
Se a capacidade de cada tanque menor fosse 50% 380----95
maior do que a sua capacidade original, o grande tanque x----100
seria cheio, sem excessos, após receber todo o conteúdo x=400 milhões
de
(A) 4 tanques menores Somando os dois semestres: 380+400=780 milhões
(B) 6 tanques menores 780/4trimestres=195 milhões
(C) 7 tanques menores
(D) 8 tanques menores 08. Resposta: C.
(E) 10 tanques menores

RESPOSTAS
Ou seja, ele pagou 70% do produto, o desconto foi de
01. Resposta:B. 30%.
Como teve um desconto de 40%, pagou 60% do pro- OBS: muito cuidado nesse tipo de questão, para não
duto. errar conforme a pergunta feita.

09. Resposta: B.
1600⋅0,6=960
8,6(1+x)=10,75
Como vai pagar 10% a mais:
8,6+8,6x=10,75
960⋅1,1=1056
8,6x=10,75-8,6
8,6x=2,15
02. Resposta: E.
X=0,25=25%
63/35=1,80
Portanto teve um aumento de 80%. 10. Resposta: D.
50% maior quer dizer que ficou 1,5
03. Resposta: D. Quantidade de tanque: x
Clarice obviamente recebeu o brinco. A quantidade que aumentaria deve ficar igual a 12 tan-
Beatriz recebeu o colar porque foi o único que ficou ques
acima de 30% e André recebeu o bracelete. 1,5x=12
X=8
04. Resposta: B.
A=b⋅h

3 FUNÇÃO DO 1º GRAU. 3.1 REPRESENTA-


Portanto foi reduzida em 50% ÇÕES ALGÉBRICA E GRÁFICA. 4 GRANDEZAS
DIRETAMENTE PROPORCIONAIS E GRANDE-
05. Resposta: D. ZAS INVERSAMENTE PROPORCIONAIS. 5 RE-
Como ele obteve um desconto de 30%, pagou 70% SOLUÇÃO DE EQUAÇÕES DO 2º GRAU.
do valor:
60⋅0,7=42 Equação 1º grau
Ele revendeu por: Equação é toda sentença matemática aberta repre-
42⋅1,3=54,60 sentada por uma igualdade, em que exista uma ou mais
Teve um lucro de: 54,60-42=12,60 letras que representam números desconhecidos.
Equação do 1º grau, na incógnita x, é toda equação
06. Resposta: D. redutível à forma ax+b=0, em que a e b são números reais,
Como teve um desconto de 35%. Pagou 65%do ves- chamados coeficientes, com a≠0.
tido
150⋅0,65=97,50 Uma raiz da equação ax+b =0(a≠0) é um valor numé-
rico de x que, substituindo no 1º membro da equação, tor-
na-se igual ao 2º membro.

Matemática 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Nada mais é que pensarmos em uma balança. Substituindo em Pe


Pe=2(Pa+3)+2Pa
Pe=2Pa+6+2Pa
Pe=4Pa+6

Pa+3+10=2Pa+3
Pa=10
Pi=Pa+3
Pi=10+3=13
A balança deixa os dois lados iguais para equilibrar, a Pe=40+6=46
equação também. Soma das idades: 10+13+46=69
No exemplo temos:
3x+300 Resposta: B.
Outro lado: x+1000+500
E o equilíbrio? Equação 2º grau
3x+300=x+1500
A equação do segundo grau é representada pela fór-
Quando passamos de um lado para o outro invertemos mula geral:
o sinal
3x-x=1500-300
2x=1200 Onde a, b e c são números reais,
X=600
Discussão das Raízes
Exemplo
(PREF. DE NITERÓI/RJ – Fiscal de Posturas –
FGV/2015) A idade de Pedro hoje, em anos, é igual ao
dobro da soma das idades de seus dois filhos, Paulo e
Pierre. Pierre é três anos mais velho do que Paulo. Daqui
a dez anos, a idade de Pierre será a metade da idade que
Pedro tem hoje. Se for negativo, não há solução no conjunto dos
números reais.
A soma das idades que Pedro, Paulo e Pierre têm hoje
é: Se for positivo, a equação tem duas soluções:
(A) 72;
(B) 69;
(C) 66;
(D) 63;
(E) 60. Exemplo
Resolução
A ideia de resolver as equações é literalmente colocar
na linguagem matemática o que está no texto.
“Pierre é três anos mais velho do que Paulo”
Pi=Pa+3

“Daqui a dez anos, a idade de Pierre será a metade da


idade que Pedro tem hoje.”
, portanto não há solução real.

A idade de Pedro hoje, em anos, é igual ao dobro da


soma das idades de seus dois filhos,
Pe=2(Pi+Pa)
Pe=2Pi+2Pa

Lembrando que:
Pi=Pa+3

Matemática 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Exemplo
(IMA – Analista Administrativo Jr – SHDIAS/2015)
A soma das idades de Ana e Júlia é igual a 44 anos, e,
quando somamos os quadrados dessas idades, obtemos
1000. A mais velha das duas tem:
(A) 24 anos
(B) 26 anos
(C) 31 anos
(D) 33 anos

Resolução
A+J=44
Se não há solução, pois não existe raiz quadrada A²+J²=1000
real de um número negativo. A=44-J
(44-J)²+J²=1000
Se , há duas soluções iguais: 1936-88J+J²+J²=1000
2J²-88J+936=0

Dividindo por2:
J²-44J+468=0
Se , há soluções reais diferentes: ∆=(-44)²-4.1.468
∆=1936-1872=64

Relações entre Coeficientes e Raízes

Dada as duas raízes:

Substituindo em A
A=44-26=18
Ou A=44-18=26
Soma das Raízes
Resposta: B.

Inequação
Uma inequação é uma sentença matemática expressa
Produto das Raízes por uma ou mais incógnitas, que ao contrário da equação
que utiliza um sinal de igualdade, apresenta sinais de de-
sigualdade. Veja os sinais de desigualdade:
>: maior
<: menor
Composição de uma equação do 2ºgrau, conheci- ≥: maior ou igual
das as raízes ≤: menor ou igual

Podemos escrever a equação da seguinte maneira: O princípio resolutivo de uma inequação é o mesmo da
equação, onde temos que organizar os termos semelhan-
x²-Sx+P=0 tes em cada membro, realizando as operações indicadas.
No caso das inequações, ao realizarmos uma multiplica-
Exemplo ção de seus elementos por –1 com o intuito de deixar a
parte da incógnita positiva, invertemos o sinal representa-
tivo da desigualdade.
Dada as raízes -2 e 7. Componha a equação do 2º
grau.
Exemplo 1
4x + 12 > 2x – 2
Solução 4x – 2x > – 2 – 12
S=x1+x2=-2+7=5 2x > – 14
P=x1.x2=-2.7=-14 x > –14/2
Então a equação é: x²-5x-14=0 x>–7

Matemática 14 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Inequação-Produto Sistema de Inequação do 1º Grau


Um sistema de inequação do 1º grau é formado por
Quando se trata de inequações-produto, teremos uma duas ou mais inequações, cada uma delas tem apenas
desigualdade que envolve o produto de duas ou mais fun- uma variável sendo que essa deve ser a mesma em todas
ções. Portanto, surge a necessidade de realizar o estudo as outras inequações envolvidas.
da desigualdade em cada função e obter a resposta final Veja alguns exemplos de sistema de inequação do 1º
realizando a intersecção do conjunto resposta das fun- grau:
ções.

Exemplo

a)(-x+2)(2x-3)<0

Vamos achar a solução de cada inequação.

4x + 4 ≤ 0
4x ≤ - 4
x≤-4:4
x≤-1

Inequação-Quociente S1 = {x R | x ≤ - 1}
Na inequação-quociente, tem-se uma desigualdade de
funções fracionárias, ou ainda, de duas funções na qual Fazendo o cálculo da segunda inequação temos:
uma está dividindo a outra. Diante disso, deveremos nos x+1≤0
atentar ao domínio da função que se encontra no denomi- x≤-1
nador, pois não existe divisão por zero. Com isso, a função
que estiver no denominador da inequação deverá ser dife-
rente de zero.
O método de resolução se assemelha muito à reso-
lução de uma inequação-produto, de modo que devemos
analisar o sinal das funções e realizar a intersecção do A “bolinha” é fechada, pois o sinal da inequação é
sinal dessas funções. igual.

Exemplo S2 = { x R | x ≤ - 1}
Resolva a inequação a seguir: Calculando agora o CONJUNTO SOLUÇÃO da ine-
quação
temos:
S = S1 ∩ S2
x-2≠0
x≠2

Portanto:
S = { x R | x ≤ - 1} ou S = ] - ∞ ; -1]

Matemática 15 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Inequação 2º grau distâncias percorridas por ambos os carros até os pontos


Chama-se inequação do 2º grau, toda inequação que em que pararam é igual a 28 km, então a distância entre os
pode ser escrita numa das seguintes formas: pontos P e Q, por essa rodovia, é, em quilômetros, igual a
ax²+bx+c>0 (A) 26.
ax²+bx+c≥0 (B) 24.
ax²+bx+c<0 (C) 20.
ax²+bx+c<0 (D) 18.
ax²+bx+c≤0 (E) 16.
ax²+bx+c≠0
03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-
Exemplo NESP/2017) Nelson e Oto foram juntos a uma loja de ma-
Vamos resolver a inequação 3x² + 10x + 7 < 0. teriais para construção. Nelson comprou somente 10 uni-
dades iguais do produto P, todas de mesmo preço. Já Oto
comprou 7 unidades iguais do mesmo produto P, e gastou
Resolvendo Inequações
mais R$ 600,00 na compra de outros materiais. Se os valo-
Resolver uma inequação significa determinar os valo-
res totais das compras de ambos foram exatamente iguais,
res reais de x que satisfazem a inequação dada.
então o preço unitário do produto P foi igual a
Assim, no exemplo, devemos obter os valores reais de
(A) R$ 225,00.
x que tornem a expressão 3x² + 10x +7 negativa. (B) R$ 200,00.
(C) R$ 175,00.
(D) R$ 150,00.
(E) R$ 125,00.

04. (ITAIPU BINACIONAL - Profissional Nível Téc-


nico I - Técnico em Eletrônica – NCUFPR/2017) Con-
sidere a equação dada por 2x² + 12x + 3 = -7. Assinale a
alternativa que apresenta a soma das duas soluções des-
sa equação.
(A) 0.
(B) 1.
(C) -1.
(D) 6.
(E) -6.

05. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIRV-


GO/2017) Num estacionamento encontram-se 18 motos,
15 triciclos e alguns carros. Se Pedrinho contou um total
de 269 rodas, quantos carros tem no estacionamento?
(A) 45
S = {x ∈ R / –7/3 < x < –1} (B) 47
(C) 50
QUESTÕES (D) 52

06. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIRV-


01. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária
GO/2017) O valor de m para que a equação (2m -1) x² - 6x
- MSCONCURSOS/2017) O dobro do quadrado de um
+ 3 = 0 tenha duas raízes reais iguais é
número natural aumentado de 3 unidades é igual a sete
(A) 3
vezes esse número. Qual é esse número? (B) 2
(A) 2 (C) −1
(B) 3 (D) −6
(C) 4
(D) 5 07. (IPRESB - Agente Previdenciário – VUNESP/2017)
Em setembro, o salário líquido de Juliano correspondeu a
02. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU- 4/5 do seu salário bruto. Sabe-se que ele destinou 2/5 do
NESP/2017) Um carro parte da cidade A em direção à ci- salário líquido recebido nesse mês para pagamento do alu-
dade B pela rodovia que liga as duas cidades, percorre 1/3 guel, e que poupou 2/5 do que restou. Se Juliano ficou, ain-
do percurso total e para no ponto P. Outro carro parte da ci- da, com R$ 1.620,00 para outros gastos, então o seu salário
dade B em direção à cidade A pela mesma rodovia, percor- bruto do mês de setembro foi igual a:
re 1/4 do percurso total e para no ponto Q. Se a soma das (A) R$ 6.330,00.

Matemática 16 A Opção Certa Para a Sua Realização


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(B) R$ 5.625,00. 4x+3x=336


(C) R$ 5.550,00. 7x=336
(D) R$ 5.125,00. X=48
(E) R$ 4.500,00. A distância entre A e B é 48km
Como já percorreu 28km
8. (SESAU/RO – Técnico em Informática – FUN- 48-28=20 km entre P e Q.
RIO/2017) Daqui a 24 anos, Jovelino terá o triplo de sua
idade atual. Daqui a cinco anos, Jovelino terá a seguinte 03. Resposta:B.
idade: Sendo x o valor do material P
(A) 12. 10x=7x+600
(B) 14. 3x=600
(C) 16. X=200
(D) 17.
(E) 18. 04. Resposta: E.
2x²+12x+10=0
09. (PREF. DE FAZENDA RIO GRANDE/PR – Pro- ∆=12²-4⋅2⋅10
fessor – PUC/2017) A equação 8x² – 28x + 12 = 0 possui ∆=144-80=64
raízes iguais a x1 e x2. Qual o valor do produto x1 . x2?
(A) 1/2 .
(B) 3.
(C) 3/2 .
(D) 12.
(E) 28.

10 (PREF.DO RIO DE JANEIRO – Agente de Admi- A soma das duas é -1-5=-6


nistração – PREF. DO RIO DE JANEIRO/2016) Ao per-
guntar para João qual era a sua idade atual, recebi a se- 05. Resposta:B.
guinte resposta: Vamos fazer a conta de rodas:
- O quíntuplo da minha idade daqui a oito anos, di- Motos tem 2 rodas, triciclos 3 e carros 4
minuída do quíntuplo da minha idade há três anos atrás 18⋅2+15⋅3+x⋅4=269
representa a minha idade atual. 4x=269-36-45
A soma dos algarismos do número que representa, em 4x=188
anos, a idade atual de João, corresponde a: X=47
(A) 6
(B) 7 06. Resposta: B
(C) 10 ∆=-(-6)²-4⋅(2m-1) ⋅3=0
(D) 14 36-24m+12=0
-24m=-48
RESPOSTAS M=2

01. Resposta: B. 07. Resposta: B.


2x²+3=7x Salário liquido: x
2x²-7x+3=0
∆=49-24=25

10x+6x+40500=25x
9x=40500
Como tem que ser natural, apenas o número 3 con- X=4500
vém.
Salario fração
02. Resposta: C. y---------------1
4500---------4/5

Mmc(3,4)=12

Matemática 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Muitas vezes nos deparamos com situações que en-


volvem uma relação entre grandezas. Assim, o valor a ser
pago na conta de luz depende do consumo medido no pe-
ríodo; o tempo de uma viagem de automóvel depende da
08. Resposta: D. velocidade no trajeto.
Como, em geral, trabalhamos com funções numéricas,
Idade atual: x o domínio e a imagem são conjuntos numéricos, e pode-
X+24=3x mos definir com mais rigor o que é uma função matemática
2x=24 utilizando a linguagem da teoria dos conjuntos.
X=12
Ele tem agora 12 anos, daqui a 5 anos: 17. Definição: Sejam A e B dois conjuntos não vazios e f
uma relação de A em B.
09. Resposta: C. Essa relação f é uma função de A em B quando a cada
∆=(-28)²-4.8.12 elemento x do conjunto A está associado um e apenas um
∆=784-384 elemento y do conjunto B.
∆=400
Notação: f:A→B (lê-se função f de A em B)

Domínio, contradomínio, imagem


O domínio é constituído por todos os valores que po-
dem ser atribuídos à variável independente. Já a imagem
da função é formada por todos os valores correspondentes
da variável dependente.

O conjunto A é denominado domínio da função, indi-


cada por D. O domínio serve para definir em que conjunto
10. Resposta: C. estamos trabalhando, isto é, os valores possíveis para a
Atual:x variável x.
5(x+8)-5(x-3)=x
5x+40-5x+15=x O conjunto B é denominado contradomínio, CD.
X=55 Cada elemento x do domínio tem um correspondente
Soma: 5+5=10 y no contradomínio. A esse valor de y damos o nome de
imagem de x pela função f. O conjunto de todos os valores
Diagrama de Flechas de y que são imagens de valores de x forma o conjunto
imagem da função, que indicaremos por Im.

Exemplo
Com os conjuntos A={1, 4, 7} e B={1, 4, 6, 7, 8, 9, 12}
criamos a função f: A→B.definida por f(x) = x + 5 que tam-
bém pode ser representada por y = x + 5. A representação,
utilizando conjuntos, desta função, é:

Gráfico Cartesiano

No nosso exemplo, o domínio é D = {1, 4, 7}, o contra-


domínio é = {1, 4, 6, 7, 8, 9, 12} e o conjunto imagem é Im
= {6, 9, 12}

Matemática 18 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Classificação das funções Função Crescente: a > 0


De uma maneira bem simples, podemos olhar no grá-
Injetora: Quando para ela elementos distintos do do- fico que os valores de y vão crescendo.
mínio apresentam imagens também distintas no contrado-
mínio.

Sobrejetora: Quando todos os elementos do contra-


domínio forem imagens de pelo menos um elemento do
domínio. Função Decrescente: a < 0
Nesse caso, os valores de y, caem.

Bijetora: Quando apresentar as características de fun-


ção injetora e ao mesmo tempo, de sobrejetora, ou seja,
elementos distintos têm sempre imagens distintas e todos
os elementos do contradomínio são imagens de pelo me-
nos um elemento do domínio.
Raiz da função
Calcular o valor da raiz da função é determinar o valor
em que a reta cruza o eixo x, para isso consideremos o
valor de y igual a zero, pois no momento em que a reta
intersecta o eixo x, y = 0. Observe a representação gráfica
a seguir:

Função 1 grau
A função do 1° grau relacionará os valores numéricos
obtidos de expressões algébricas do tipo (ax + b), consti-
tuindo, assim, a função f(x) = ax + b.

Estudo dos Sinais


Definimos função como relação entre duas grandezas
representadas por x e y. No caso de uma função do 1º Podemos estabelecer uma formação geral para o cál-
grau, sua lei de formação possui a seguinte característi- culo da raiz de uma função do 1º grau, basta criar uma
ca: y = ax + b ou f(x) = ax + b, onde os coeficientes a e generalização com base na própria lei de formação da fun-
b pertencem aos reais e diferem de zero. Esse modelo de ção, considerando y = 0 e isolando o valor de x (raiz da
função possui como representação gráfica a figura de uma função).
reta, portanto, as relações entre os valores do domínio e X=-b/a
da imagem crescem ou decrescem de acordo com o valor
do coeficiente a. Se o coeficiente possui sinal positivo, a Dependendo do caso, teremos que fazer um sistema
função é crescente, e caso ele tenha sinal negativo, a fun- com duas equações para acharmos o valor de a e b.
ção é decrescente.

Matemática 19 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Exemplo: Quando , a parábola y=ax²+bx+c é tangente ao


Dado que f(x)=ax+b e f(1)=3 e f(3)=5, ache a função. eixo x, no ponto
F(1)=1a+b Repare que, quando tivermos o discriminante , as
3=a+b duas raízes da equação ax²+bx+c=0 são iguais
F(3)=3a+b ∆<0
5=3a+b A função não tem raízes reais

Isolando a em I
a=3-b
Substituindo em II

3(3-b)+b=5
9-3b+b=5
-2b=-4 Raízes
b=2

Portanto,
a=3-b
a=3-2=1

Assim, f(x)=x+2

Função Quadrática ou Função do 2º grau


Em geral, uma função quadrática ou polinomial do se-
gundo grau tem a seguinte forma: Vértices e Estudo do Sinal
f(x)=ax²+bx+c, onde a≠0 Quando a > 0, a parábola tem concavidade voltada
f(x)=a(x-x1)(x-x2) para cima e um ponto de mínimo V; quando a < 0, a pa-
É essencial que apareça ax² para ser uma função qua- rábola tem concavidade voltada para baixo e um ponto de
drática e deve ser o maior termo. máximo V.
Considerações Em qualquer caso, as coordenadas de V são
Concavidade
A concavidade da parábola é para cima se a>0 e para
baixo se a<0 .

Veja os gráficos:

Discriminante(∆)

∆=b²-4ac

∆>0
A parábola y=ax²+bx+c intercepta o eixo x em dois
pontos distintos, (x1,0) e (x2,0), onde x1 e x2 são raízes da
equação ax²+bx+c=0

∆=0

Matemática 20 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Função decrescente
Se temos uma função exponencial de-
crescente em todo o domínio da função.
Neste outro gráfico podemos observar que à medida
que x aumenta, y diminui. Graficamente observamos que a
curva da função é decrescente.

Equação Exponencial
É toda equação cuja incógnita se apresenta no expoen-
te de uma ou mais potências de bases positivas e diferentes
de 1.

Exemplo
Resolva a equação no universo dos números reais.

A Constante de Euler
Solução É definida por :
e = exp(1)
O número e é um número irracional e positivo e em fun-
ção da definição da função exponencial, temos que:
Ln(e) = 1
Este número é denotado por e em homenagem ao ma-
temático suíço Leonhard Euler (1707-1783), um dos primei-
ros a estudar as propriedades desse número.
O valor deste número expresso com 10 dígitos deci-
mais, é:
e = 2,7182818284
Função exponencial Se x é um número real, a função exponencial exp(.)
pode ser escrita como a potência de base e com expoente
A expressão matemática que define a função exponen- x, isto é:
cial é uma potência. Nesta potência, a base é um número ex = exp(x)
real positivo e diferente de 1 e o expoente é uma variável.
Propriedades dos expoentes
Função crescente Se a, x e y são dois números reais quaisquer e k é um
Se temos uma função exponencial crescente, número racional, então:
qualquer que seja o valor real de x. - ax ay= ax + y
No gráfico da função ao lado podemos observar que à - ax / ay= ax - y
medida que x aumenta, também aumenta f(x) ou y. Grafica- - (ax) y= ax.y
mente vemos que a curva da função é crescente. - (a b)x = ax bx
- (a / b)x = ax / bx
- a-x = 1 / ax  

Matemática 21 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Logaritmo Solução
Considerando-se dois números N e a reais e positivos,
com a ≠1, existe um número c tal que: Log 6=log 2⋅3=log2+log3=0,3010+0,4771=0,7781
A esse expoente c damos o nome de logaritmo de N
na base a

Ainda com base na definição podemos estabelecer


condições de existência: Função Logarítmica
Uma função dada por , em que
a constante a é positiva e diferente de 1, denomina-se fun-
ção logarítmica.
Exemplo

Consequências da Definição

QUESTÕES

01. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017)


Uma locadora de automóveis oferece dois planos de alu-
Propriedades guel de carros a seus clientes:

Plano A: diária a R$ 120,00, com quilometragem


livre.
Plano B: diária a R$ 90,00, mais R$ 0,40 por quilô-
metro rodado.

Alugando um automóvel, nesta locadora, quantos qui-


lômetros precisam ser rodados para que o valor do aluguel
pelo Plano A seja igual ao valor do aluguel pelo Plano B?
(A) 30.
(B) 36.
Mudança de Base (C) 48.
(D) 75.
(E) 84.

02. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Um


Exemplo vendedor recebe um salário mensal composto de um valor
Dados log 2=0,3010 e log 3=0,4771, calcule: fixo de R$ 1.300,00 e de uma parte variável. A parte vari-
a)log 6 ável corresponde a uma comissão de 6% do valor total de
b) log1,5 vendas que ele fez durante o mês. O salário mensal desse
c) log 16 vendedor pode ser descrito por uma expressão algébrica
f(x), em função do valor total de vendas mensal, represen-
tado por x.
A expressão algébrica f(x) que pode representar o salá-
rio mensal desse vendedor é

Matemática 22 A Opção Certa Para a Sua Realização


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(A) f(x) = 0,06x + 1.300.


(B) f(x) = 0,6x + 1.300.
(C) f(x) = 0,78x + 1.300.
(D) f(x) = 6x + 1.300.
(E) f(x) = 7,8x + 1.300.

03. (CONSANPA – Técnico Industrial – FA-


DESP/2017) Um reservatório em formato de cilindro é
abastecido por uma fonte a vazão constante e tem a altura
de sua coluna d’água (em metros), em função do tempo
(em dias), descrita pelo seguinte gráfico:

Os valores de x, soluções da equação f(x)=g(x), são


(A) -0,5 e 2,5.
(B) -0,5 e 3.
(C) -1 e 2.
(D) -1 e 2,5.
(E) -1 e 3.

06. (EMBASA – Agente Administrativo – IBFC/2017)


Sabendo que a altura do reservatório mede 12 metros, A soma das coordenadas do vértice da parábola da função
o número de dias necessários para que a fonte encha o f(x) = – x² + 8x – 12 é igual a:
reservatório inicialmente vazio é (A) 4
(A) 18 (B) 6
(B) 12 (C) 8
(C) 8 (D) 10
(D) 6
07. (EMBASA – Assistente de Laboratório –
04. (TRT – 14ªREGIÃO -Técnico Judiciário –
FCC/2016) Carlos presta serviço de assistência técnica IBFC/2017) Substituindo o valor da raiz da função
de computadores em empresas. Ele cobra R$ 12,00 para ir
até o local, mais R$ 25,00 por hora de trabalho até resolver
o problema (também são cobradas as frações de horas , na função g(x) = x2 - 4x + 5, encon-
trabalhadas). Em um desses serviços, Carlos resolveu o tramos como resultado:
problema e cobrou do cliente R$ 168,25, o que permite (A) 12
concluir que ele trabalhou nesse serviço (B) 15
(A) 5 horas e 45 minutos. (C) 16
(B) 6 horas e 15 minutos. (D) 17
(C) 6 horas e 25 minutos.
(D) 5 horas e 25 minutos. 08. (PETROBRAS - Técnico de Enfermagem do Tra-
(E) 5 horas e 15 minutos. balho Júnior -CESGRANRIO/2017) Quantos valores re-
ais de x fazem com que a expressão
05. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) No assuma valor numérico igual a 1?
sistema de coordenadas cartesianas da figura abaixo, en- (A) 2
contram-se representados o gráfico da função de segundo (B) 3
grau f, definida por f(x), e o gráfico da função de primeiro (C) 4
grau g, definida por g(x). (D) 5
(E) 6

Matemática 23 A Opção Certa Para a Sua Realização


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09. (IF/ES – Administrador – IFES/2017) O gráfico 11. (ITAIPU BINACIONAL - Profissional Nível Téc-
que melhor representa a função y = 2x , para o domínio nico I - Técnico em Eletrônica – NCUFPR/2017) Consi-
em R+ é: derando que log105 = 0,7, assinale a alternativa que apre-
senta o valor de log5100.
(A) 0,35.
(A) (B) 0,50.
(C) 2,85.
(D) 7,00.
(E) 70,00.

RESPOSTAS

01. Resposta: D.
(B)
90+0,4x=120
0,4x=30
X=75km

02. Resposta: A.

6%=0,06
(C) Como valor total é x, então 0,06x
E mais a parte fixa de 1300
0,06x+1300

03. Resposta: A.

2x=36
(D) X=18

04.Resposta: B.
F(x)=12+25x
X=hora de trabalho

168,25=12+25x
25x=156,25
(E) X=6,25 horas
1hora---60 minutos
0,25-----x
X=15 minutos

Então ele trabalhou 6 horas e 15 minutos

05. Resposta: E.
Como a função do segundo grau, tem raízes -2 e 2:
(x-2)(x+2)=x²-4
10. (PETROBRAS - Técnico de Enfermagem do Tra- A função do primeiro grau, tem o ponto (0, -1) e (2,3)
balho Júnior -CESGRANRIO/2017) Qual o maior valor de Y=ax+b
k na equação log(kx) = 2log(x+3) para que ela tenha exa- -1=b
tamente uma raiz? 3=2a-1
(A) 0 2a=4
(B) 3 A=2
(C) 6 Y=2x-1
(D) 9
(E) 12 Igualando a função do primeiro grau e a função do se-
gundo grau:
X²-4=2x-1

Matemática 24 A Opção Certa Para a Sua Realização


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X²-2x-3=0
∆=4+12=16

A base for -1 desde que o expoente seja par:


X²-5x+5=-1
X²-5x+6=0

∆=25-24=1
06. Resposta:C.

Vamos substituir esses dois valores no expoente


X=2:
A soma das coordenadas é igual a 8 X²+4x-60
2²+8-60==48
07. Resposta: D. X=3
3²+12-60=-39
Portanto, serão 5 valores.

09. Resposta: A.
Um gráfico de função exponencial não começa do
zero, é é uma curva.

10. Resposta: E.
Kx=(x+3)²
Kx=x²+6x+9
-2x=-12 X²+(6-k)x+9=0
X=6 Para ter uma raiz, ∆=0
Substituindo em g(x) ∆=b²-4ac
G(6)=6²-4(6)+5=36-24+5=17 , ∆=(6-k)²-36=0
36-12k+k²-36=0
08. Resposta: D. k²-12k=0
Para assumir valor 1, o expoente deve ser igual a zero. k=0 ou k=12
X²+4x-60=0
∆=4²-4.1.(-60) 11. Resposta:C.
∆=16+240
∆=256

A base pode ser igual a 1:


X²-5x+5=1
X²-5x+4=0
∆=25-16=9

Matemática 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


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6 UNIDADES DE MEDIDA (DE COMPRIMENTO, VOLUME, CAPACIDADE, TEMPO, MASSA, TEMPERATU-


RA E ÁREA) E RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS ENVOLVENDO GRANDEZAS
(COMPRIMENTO, VOLUME, CAPACIDADE, TEMPO, MASSA, TEMPERATURA E ÁREA).

Unidades de Comprimento
km hm dam m dm cm mm
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m

Os múltiplos do metro são utilizados para medir grandes distâncias, enquanto os submúltiplos, para pequenas distân-
cias. Para medidas milimétricas, em que se exige precisão, utilizamos:

mícron (µ) = 10-6 m angströn (Å) = 10-10 m

Para distâncias astronômicas utilizamos o Ano-luz (distância percorrida pela luz em um ano):
Ano-luz = 9,5 · 1012 km

Exemplos de Transformação

1m=10dm=100cm=1000mm=0,1dam=0,01hm=0,001km
1km=10hm=100dam=1000m

Ou seja, para transformar as unidades, quando “ andamos” para direita multiplica por 10 e para a esquerda divide por
10.

Superfície
A medida de superfície é sua área e a unidade fundamental é o metro quadrado(m²).

Para transformar de uma unidade para outra inferior, devemos observar que cada unidade é cem vezes maior que a
unidade imediatamente inferior. Assim, multiplicamos por cem para cada deslocamento de uma unidade até a desejada.

Unidades de Área
km 2
hm 2
dam 2
m2 dm2 cm2 mm2
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado
1000000m2 10000m2 100m2 1m2 0,01m2 0,0001m2 0,000001m2

Exemplos de Transformação

1m²=100dm²=10000cm²=1000000mm²
1km²=100hm²=10000dam²=1000000m²

Ou seja, para transformar as unidades, quando “ andamos” para direita multiplica por 100 e para a esquerda divide
por 100.

Volume

Os sólidos geométricos são objetos tridimensionais que ocupam lugar no espaço. Por isso, eles possuem volume.
Podemos encontrar sólidos de inúmeras formas, retangulares, circulares, quadrangulares, entre outras, mas todos irão
possuir volume e capacidade.

Matemática 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Unidades de Volume
km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico
1000000000m3 1000000m3 1000m3 1m3 0,001m3 0,000001m3 0,000000001m3

Capacidade
Para medirmos a quantidade de leite, sucos, água, óleo, gasolina, álcool entre outros utilizamos o litro e seus múltiplos
e submúltiplos, unidade de medidas de produtos líquidos.
Se um recipiente tem 1L de capacidade, então seu volume interno é de 1dm³

1L=1dm³

Unidades de Capacidade
kl hl dal l dl cl ml
Quilolitro Hectolitro Decalitro Litro Decilitro Centilitro Mililitro
1000l 100l 10l 1l 0,1l 0,01l 0,001l

Massa

Toda vez que andar 1 casa para direita, multiplica por 10 e quando anda para esquerda divide por 10.
E uma outra unidade de massa muito importante é a tonelada
1 tonelada=1000kg

Tempo

A unidade fundamental do tempo é o segundo(s).


É usual a medição do tempo em várias unidades, por exemplo: dias, horas, minutos

Transformação de unidades

Deve-se saber:
1 dia=24horas
1hora=60minutos
1 minuto=60segundos
1hora=3600s

Adição de tempo

Exemplo: Estela chegou ao 15h 35minutos. Lá, bateu seu recorde de nado livre e fez 1 minuto e 25 segundos. Demo-
rou 30 minutos para chegar em casa. Que horas ela chegou?

Matemática 27 A Opção Certa Para a Sua Realização


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1h 20 minutos, transformamos para minutos


:60+20=80minutos

QUESTÕES

01. (IPRESB/SP - Analista de Processos Previden-


ciários- VUNESP/2017) Uma gráfica precisa imprimir um
Não podemos ter 66 minutos, então temos que trans- lote de 100000 folhetos e, para isso, utiliza a máquina A,
ferir para as horas, sempre que passamos de um para o que imprime 5000 folhetos em 40 minutos. Após 3 horas
outro tem que ser na mesma unidade, temos que passar 1 e 20 minutos de funcionamento, a máquina A quebra e o
hora=60 minutos serviço restante passa a ser feito pela máquina B, que im-
Então fica: 16h 6 minutos 25segundos prime 4500 folhetos em 48 minutos. O tempo que a máqui-
na B levará para imprimir o restante do lote de folhetos é
Vamos utilizar o mesmo exemplo para fazer a opera- (A) 14 horas e 10 minutos.
ção inversa. (B) 14 horas e 05 minutos.
(C) 13 horas e 45 minutos.
Subtração (D) 13 horas e 30 minutos.
Vamos dizer que sabemos que ela chegou em casa (E) 13 horas e 20 minutos.
as 16h 6 minutos 25 segundos e saiu de casa às 15h 35
minutos. Quanto tempo ficou fora? 02. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-
NESP/2017) Renata foi realizar exames médicos em uma
clínica. Ela saiu de sua casa às 14h 45 min e voltou às 17h
15 min. Se ela ficou durante uma hora e meia na clínica,
então o tempo gasto no trânsito, no trajeto de ida e volta,
foi igual a
(A) 1/2h.
(B) 3/4h.
Não podemos tirar 6 de 35, então emprestamos, da (C) 1h.
mesma forma que conta de subtração. (D) 1h 15min.
1hora=60 minutos (E) 1 1/2h.

03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-


NESP/2017) Uma indústria produz regularmente 4500 li-
tros de suco por dia. Sabe-se que a terça parte da produ-
ção diária é distribuída em caixinhas P, que recebem 300
mililitros de suco cada uma. Nessas condições, é correto
Multiplicação
afirmar que a cada cinco dias a indústria utiliza uma quan-
tidade de caixinhas P igual a
Pedro pensou em estudar durante 2h 40 minutos, mas
(A) 25000.
demorou o dobro disso. Quanto tempo durou o estudo?
(B) 24500.
(C) 23000.
(D) 22000.
(E) 20500.

04. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIRV-


GO/2017) Uma empresa farmacêutica distribuiu 14400 li-
tros de uma substância líquida em recipientes de 72 cm3
Divisão cada um. Sabe-se que cada recipiente, depois de cheio,
tem 80 gramas. A quantidade de toneladas que representa
5h 20 minutos :2 todos os recipientes cheios com essa substância é de
(A) 16
(B) 160
(C) 1600
(D) 16000

05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-


GO/2017) João estuda à noite e sua aula começa às
18h40min. Cada aula tem duração de 45 minutos, e o in-

Matemática 28 A Opção Certa Para a Sua Realização


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tervalo dura 15 minutos. Sabendo-se que nessa escola há 10. (DPE/RR – Auxiliar Administrativo – FCC/2015)
5 aulas e 1 intervalo diariamente, pode-se afirmar que o Raimundo tinha duas cordas, uma de 1,7 m e outra de 1,45
término das aulas de João se dá às: m. Ele precisava de pedaços, dessas cordas, que medis-
(A) 22h30min sem 40 cm de comprimento cada um. Ele cortou as duas
(B) 22h40min cordas em pedaços de 40 cm de comprimento e assim
(C) 22h50min conseguiu obter
(D) 23h (A) 6 pedaços.
(E) Nenhuma das anteriores (B) 8 pedaços.
(C) 9 pedaços.
06. (IBGE – Agente Censitário Administrativo- (D) 5 pedaços.
FGV/2017) Quando era jovem, Arquimedes corria 15km (E) 7 pedaços.
em 1h45min. Agora que é idoso, ele caminha 8km em
1h20min. RESPOSTAS
Para percorrer 1km agora que é idoso, comparado
com a época em que era jovem, Arquimedes precisa de 01. Resposta: E.
mais: 3h 20 minutos-200 minutos
(A) 10 minutos;
(B) 7 minutos; 5000-----40
(C) 5 minutos; x----------200
(D) 3 minutos; x=1000000/40=25000
(E) 2 minutos.
Já foram impressos 25000, portanto faltam ainda
07. (IBGE – Agente Censitário Administrativo- 75000
FGV/2017) Lucas foi de carro para o trabalho em um horá- 4500-------48
rio de trânsito intenso e gastou 1h20min. Em um dia sem 75000------x
trânsito intenso, Lucas foi de carro para o trabalho a uma X=3600000/4500=800 minutos
velocidade média 20km/h maior do que no dia de trânsito 800/60=13,33h
intenso e gastou 48min. 13 horas e 1/3 hora
13h e 20 minutos
A distância, em km, da casa de Lucas até o trabalho é:
(A) 36;
(B) 40;
(C) 48;
(D) 50;
(E) 60.

08. (EMDEC - Assistente Administrativo Jr – 02. Resposta: C.


IBFC/2016) Carlos almoçou em certo dia no horário das Como ela ficou 1hora e meia na clínica o trajeto de ida
12:45 às 13:12. O total de segundos que representa o tem- e volta demorou 1 hora.
po que Carlos almoçou nesse dia é:
(A) 1840 03. Resposta:A.
(B) 1620 4500/3=1500 litros para as caixinhas
(C) 1780 1500litros=1500000ml
(D) 2120 1500000/300=5000 caixinhas por dia
5000.5=25000 caixinhas em 5 dias
09. (ANP – Técnico Administrativo – CESGRAN-
RIO/2016) Um caminhão-tanque chega a um posto de 04. Resposta:A.
abastecimento com 36.000 litros de gasolina em seu re- 14400litros=14400000 ml
servatório. Parte dessa gasolina é transferida para dois
tanques de armazenamento, enchendo-os completamen-
te. Um desses tanques tem 12,5 m3, e o outro, 15,3 m3, e
estavam, inicialmente, vazios.
Após a transferência, quantos litros de gasolina resta- 200000⋅80=16000000 gramas=16 toneladas
ram no caminhão-tanque?
(A) 35.722,00 05. Resposta: B.
(B) 8.200,00 5⋅45=225 minutos de aula
(C) 3.577,20 225/60=3 horas 45 minutos nas aulas mais 15 minutos
(D) 357,72 de intervalo=4horas
(E) 332,20 18:40+4h=22h:40

Matemática 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


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06. Resposta: D.
1h45min=60+45=105 minutos 7 PROBLEMAS ENVOLVENDO O CÁLCULO DE
ÁREA E PERÍMETRO DE FIGURAS PLANAS E
15km-------105 VOLUME. 8 LEITURA DE MAPAS E PLANTAS
1--------------x BAIXAS. 9 LOCALIZAÇÃO E MOVIMENTAÇÃO
X=7 minutos UTILIZANDO MAPAS E PLANTAS BAIXAS.

1h20min=60+20=80min Ângulos
8km----80 Denominamos ângulo a região do plano limitada por
1-------x duas semirretas de mesma origem. As semirretas recebem
X=10minutos o nome de lados do ângulo e a origem delas, de vértice do
ângulo.
A diferença é de 3 minutos

07. Resposta: B.
V------80min
V+20----48
Quanto maior a velocidade, menor o tempo(inversa-
mente)

80v=48V+960
32V=960 Ângulo Agudo: É o ângulo, cuja medida é menor do
V=30km/h que 90º.
30km----60 min
x-----------80

60x=2400
X=40km

08 Resposta: B.
12:45 até 13:12 são 27 minutos
27x60=1620 segundos
Ângulo Obtuso: É o ângulo cuja medida é maior do
09. Resposta: B. que 90º.
1m³=1000litros
36000/1000=36 m³
36-12,5-15,3=8,2 m³x1000=8200 litros
10.Resposta: E.
1,7m=170cm
1,45m=145 cm
170/40=4 resta 10
145/40=3 resta 25
4+3=7
Ângulo Raso:

- É o ângulo cuja medida é 180º;


- É aquele, cujos lados são semi-retas opostas.

Matemática 30 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Altura de um triângulo é o segmento que liga um vér-


tice a um ponto da reta suporte do lado oposto e é perpen-
dicular a esse lado.

Na figura, é uma altura do .

Ângulo Reto: Um triângulo tem três alturas.

- É o ângulo cuja medida é 90º;


- É aquele cujos lados se apoiam em retas perpendi-
culares.

Mediatriz de um segmento de reta é a reta perpen-


dicular a esse segmento pelo seu ponto médio.

Na figura, a reta m é a mediatriz de .

Triângulo

Elementos

Mediana
Mediana de um triângulo é um segmento de reta que
liga um vértice ao ponto médio do lado oposto.
Na figura, é uma mediana do ABC.
Um triângulo tem três medianas.

Mediatriz de um triângulo é uma reta do plano do tri-


ângulo que é mediatriz de um dos lados desse triângulo.
Na figura, a reta m é a mediatriz do lado do .
Um triângulo tem três mediatrizes.
A bissetriz de um ângulo interno de um triângulo in-
tercepta o lado oposto

Bissetriz interna de um triângulo é o segmento da


bissetriz de um ângulo do triângulo que liga um vértice a
um ponto do lado oposto.
Na figura, é uma bissetriz interna do .
Um triângulo tem três bissetrizes internas.

Matemática 31 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Classificação Triângulo retângulo:tem um ângulo reto

Quanto aos lados

Triângulo escaleno: três lados desiguais.

Triângulo obtusângulo: tem um ângulo obtuso

Triângulo isósceles: Pelo menos dois lados iguais.

Desigualdade entre Lados e ângulos dos triângu-


los
Num triângulo o comprimento de qualquer lado é me-
nor que a soma dos outros dois. Em qualquer triângulo, ao
Triângulo equilátero: três lados iguais. maior ângulo opõe-se o maior lado, e vice-versa.

QUADRILÁTEROS
Quadrilátero é todo polígono com as seguintes pro-
priedades:
- Tem 4 lados.
- Tem 2 diagonais.
- A soma dos ângulos internos Si = 360º
- A soma dos ângulos externos Se = 360º
Quanto aos ângulos
Trapézio: É todo quadrilátero tem dois paralelos.
Triângulo acutângulo:tem os três ângulos agudos

- é paralelo a
- Losango: 4 lados congruentes
- Retângulo: 4 ângulos retos (90 graus)
- Quadrado: 4 lados congruentes e 4 ângulos retos.

Matemática 32 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

- Observações: Número de Diagonais

- No retângulo e no quadrado as diagonais são con-


gruentes (iguais)
- No losango e no quadrado as diagonais são perpen-
diculares entre si (formam ângulo de 90°) e são bissetrizes
dos ângulos internos (dividem os ângulos ao meio).

Áreas

1- Trapézio: , onde B é a medida da base


maior, b é a medida da base menor e h é medida da altura.
2 - Paralelogramo: A = b.h, onde b é a medida da base
e h é a medida da altura.
3 - Retângulo: A = b.h
Ângulos Internos
4 - Losango: , onde D é a medida da diagonal A soma das medidas dos ângulos internos de um po-
maior e d é a medida da diagonal menor. lígono convexo de n lados é (n-2).180
5 - Quadrado: A = l2, onde l é a medida do lado. Unindo um dos vértices aos outros n-3, conveniente-
mente escolhidos, obteremos n-2 triângulos. A soma das
Polígono medidas dos ângulos internos do polígono é igual à soma
Chama-se polígono a união de segmentos que são das medidas dos ângulos internos dos n-2 triângulos.
chamados lados do polígono, enquanto os pontos são cha-
mados vértices do polígono.

Ângulos Externos

Diagonal de um polígono é um segmento cujas extre-


midades são vértices não-consecutivos desse polígono.

A soma dos ângulos externos=360°

Teorema de Tales
Se um feixe de retas paralelas tem duas transversais,
então a razão de dois segmentos quaisquer de uma trans-
versal é igual à razão dos segmentos correspondentes da
outra.
Dada a figura anterior, O Teorema de Tales afirma que
são válidas as seguintes proporções:

Matemática 33 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Exemplo

Razões Trigonométricas no Triângulo Retângulo

Considerando o triângulo retângulo ABC.

Semelhança de Triângulos
Dois triângulos são semelhantes se, e somente se, os
seus ângulos internos tiverem, respectivamente, as mes-
mas medidas, e os lados correspondentes forem propor-
cionais.

Casos de Semelhança
1º Caso:AA(ângulo-ângulo)
Se dois triângulos têm dois ângulos congruentes de
vértices correspondentes, então esses triângulos são con-
gruentes.

Temos:

2º Caso: LAL(lado-ângulo-lado)
Se dois triângulos têm dois lados correspondentes
proporcionais e os ângulos compreendidos entre eles con-
gruentes, então esses dois triângulos são semelhantes.

3º Caso: LLL(lado-lado-lado)
Se dois triângulos têm os três lado correspondentes
proporcionais, então esses dois triângulos são semelhan-
tes.

Matemática 34 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Fórmulas Trigonométricas 1. O quadrado de um cateto é igual ao produto da hi-


potenusa pela projeção desse cateto sobre a hipotenusa.
Relação Fundamental
Existe uma outra importante relação entre seno e cos-
seno de um ângulo. Considere o triângulo retângulo ABC.

2. O produto dos catetos é igual ao produto da hipote-


nusa pela altura relativa à hipotenusa.

3. O quadrado da altura é igual ao produto das proje-


ções dos catetos sobre a hipotenusa.

Neste triângulo, temos que: c²=a²+b² 4. O quadrado da hipotenusa é igual à soma dos qua-
Dividindo os membros por c² drados dos catetos (Teorema de Pitágoras).

Posições Relativas de Duas Retas


Duas retas no espaço podem pertencer a um mesmo
plano. Nesse caso são chamadas retas coplanares. Po-
dem também não estar no mesmo plano. Nesse caso, são
Como denominadas retas reversas.

Retas Coplanares

a) Concorrentes: r e s têm um único ponto comum

Todo triângulo que tem um ângulo reto é denominado


triangulo retângulo.
O triângulo ABC é retângulo em A e seus elementos
são:

-Duas retas concorrentes podem ser:

1. Perpendiculares: r e s formam ângulo reto.


2. Oblíquas:r e s não são perpendiculares.

a: hipotenusa
b e c: catetos
h:altura relativa à hipotenusa
m e n: projeções ortogonais dos catetos sobre a hipo-
tenusa

Relações Métricas no Triângulo Retângulo


Chamamos relações métricas as relações existentes
entre os diversos segmentos desse triângulo. Assim:

Matemática 35 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

b) Paralelas: r e s não têm ponto comum ou r e s são (D) 5 e 6.


coincidentes. (E) 6 e 10.

03. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Na


figura abaixo, encontra-se representada uma cinta esticada
passando em torno de três discos de mesmo diâmetro e
tangentes entre si.

Considerando que o diâmetro de cada disco é 8, o com-


QUESTÕES primento da cinta acima representada é
(A) 8/3 π + 8 .
01. (IPRESB/SP - Analista de Processos Previden- (B) 8/3 π + 24.
ciários- VUNESP/2017) Um terreno retangular ABCD, com (C) 8π + 8 .
40 m de largura por 60 m de comprimento, foi dividido em (D) 8π + 24.
três lotes, conforme mostra a figura. (E) 16π + 24.

04. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Na


figura abaixo, ABCD é um quadrado de lado 10; E, F, G e H
são pontos médios dos lados do quadrado ABCD e são os
centros de quatro círculos tangentes entre si.

Sabendo-se que EF = 36 m e que a área do lote 1 é


864 m², o perímetro do lote 2 é

(A) 100 m.
(B) 108 m. A área da região sombreada, da figura acima apresen-
(C) 112 m. tada, é
(D) 116 m. (A) 100 - 5π .
(E) 120 m. (B) 100 - 10π .
(C) 100 - 15π .
02. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) (D) 100 - 20π .
Considere um triângulo retângulo de catetos medindo 3m (E) 100 - 25π .
e 5m. Um segundo triângulo retângulo, semelhante ao pri-
meiro, cuja área é o dobro da área do primeiro, terá como 05. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) No
medidas dos catetos, em metros: cubo de aresta 10, da figura abaixo, encontra-se represen-
(A) 3 e 10. tado um plano passando pelos vértices B e C e pelos pon-
(B) 3√2 e 5√2 . tos P e Q, pontos médios, respectivamente, das arestas EF
(C) 3√2 e 10√2 . e HG, gerando o quadrilátero BCQP.

Matemática 36 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

(A) 80 e 64.
(B) 80 e 62.
(C) 62 e 80.
(D) 60 e 80.
(E) 60 e 78.

08. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-


NESP/2017) O piso de um salão retangular, de 6 m de com-
primento, foi totalmente coberto por 108 placas quadradas
de porcelanato, todas inteiras. Sabe-se que quatro placas
desse porcelanato cobrem exatamente 1 m2 de piso. Nes-
A área do quadrilátero BCQP, da figura acima, é sas condições, é correto afirmar que o perímetro desse piso
é, em metros, igual a
(A) 25√5. (A) 20.
(B) 50√2. (B) 21.
(C) 50√5. (C) 24.
(D) 100√2 . (D) 27.
(E) 100√5. (E) 30.
06. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária - 09. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi-
MSCONCURSOS/2017) O triângulo retângulo em B, a se- sor – FGV/2017) O proprietário de um terreno retangular
guir, de vértices A, B e C, representa uma praça de uma resolveu cercá-lo e, para isso, comprou 26 estacas de ma-
cidade. Qual é a área dessa praça? deira. Colocou uma estaca em cada um dos quatro cantos
do terreno e as demais igualmente espaçadas, de 3 em 3
metros, ao longo dos quatro lados do terreno.
O número de estacas em cada um dos lados maiores
do terreno, incluindo os dois dos cantos, é o dobro do nú-
mero de estacas em cada um dos lados menores, também
incluindo os dois dos cantos.
A área do terreno em metros quadrados é:
(A) 240;
(A) 120 m² (B) 256;
(B) 90 m² (C) 324;
(C) 60 m² (D) 330;
(D) 30 m² (E) 372.

07. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU- 10. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário- VU-
NESP/2017) A figura, com dimensões indicadas em cen- NESP/2017) A figura seguinte, cujas dimensões estão indi-
tímetros, mostra um painel informativo ABCD, de formato cadas em metros, mostra as regiões R1 e R2 , ambas com
retangular, no qual se destaca a região retangular R, onde formato de triângulos retângulos, situadas em uma praça
x > y. e destinadas a atividades de recreação infantil para faixas
etárias distintas.

Se a área de R1 é 54 m², então o perímetro de R2 é,


em metros, igual a
Sabendo-se que a razão entre as medidas dos lados (A) 54.
correspondentes do retângulo ABCD e da região R é igual (B) 48.
a 5/2 , é correto afirmar que as medidas, em centímetros, (C) 36.
dos lados da região R, indicadas por x e y na figura, são, (D) 40.
respectivamente, (E) 42.

Matemática 37 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

11. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária – Como I é um triângulo:


MSCONCURSOS/2017) 60-36=24
X²=24²+18²
X²=576+324
Seja a expressão definida em X²=900
0< x < π/2 . Ao simplificá-la, obteremos: X=30
Como h=18 e AD é 40, EG=22
(A) 1
(B) sen²x Perímetro lote 2: 40+22+24+30=116
(C) cos²x
(D) 0 02. Resposta: B.

12. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária –


MSCONCURSOS/2017) Fábio precisa comprar arame para
cercar um terreno no formato a seguir, retângulo em B e C.
Considerando que ele dará duas voltas com o arame no ter-
reno e que não terá perdas, quantos metros ele irá gastar?
(considere √3 =1,7; sen30º=0,5; cos30º=0,85; tg30º=0,57).

Lado=3√2
(A) 64,2 m Outro lado =5√2
(B) 46,2 m
(C) 92,4 m 03. Resposta: D.
(D) 128,4 m
Observe o triângulo do meio, cada lado é exatamente a
mesma medida da parte reta da cinta.
Respostas Que é igual a 2 raios, ou um diâmetro, portanto o lado
esticado tem 8x3=24 m
01. Resposta: D. A parte do círculo é igual a 120°, pois é 1/3 do círculo,
como são três partes, é a mesma medida de um círculo.
O comprimento do círculo é dado por: 2πr=8π
Portanto, a cinta tem 8π+24

04. Resposta: E.

Como o quadrado tem lado 10,a área é 100.

96h=1728 O ladao AF e AE medem 5, cada um, pois F e E é o


H=18 ponto Médio
X²=5²+5²

Matemática 38 A Opção Certa Para a Sua Realização


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X²=25+25 09. Resposta: C.


X²=50 Número de estacas: x
X=5√2 X+x+2x+2x-4=26 obs: -4 é porque estamos contando
X é o diâmetro do círculo, como temos 4 semi círculos, duas vezes o canto
temos 2 círculos inteiros. 6x=30
X=5
A área de um círculo é Temos 5 estacas no lado menor, como são espaçadas
a cada 3m
4 espaços de 3m=12m
Lado maior 10 estacas
9 espaços de 3 metros=27m
A=12⋅27=324 m²

A sombreada=100-25π 10. Resposta: B.

05. Resposta: C.
CQ é hipotenusa do triângulo GQC.
01. CQ²=10²+5²
CQ²=100+25
CQ²=125
CQ=5√5 9x=108
A área do quadrilátero seria CQ⋅BC X=12
A=5√5 ⋅ 10=50√5
Para encontrar o perímetro do triângulo R2:
06. Resposta: C
Para saber a área, primeiro precisamos descobrir o x.

17²=x²+8²
289=x²+64
X²=225
X=15

07. Resposta: A.

5y=320 Y²=16²+12²
Y=64 Y²=256+144=400
Y=20

Perímetro: 16+12+20=48
5x=400
X=80 11. Resposta: C.

08. Resposta: B. 1-cos²x=sen²x


108/4=27m²
6x=27
X=27/6

O perímetro seria 12. Resposta: D.

Matemática 39 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

X=6

- Área do quadrado MNPQ = área do quadrado RSVT +


Y=10,2
(área do triângulo RNS) . 4
2 voltas=2(12+18+10,2+6+18)=128,4m
- Área do quadrado DEFG = área do quadrado IELJ +
TEOREMA DE PITÁGORAS
área do quadrado GHJK + (área do retângulo DIJH).2
Em todo triângulo retângulo, o quadrado da medida da
- Área do quadrado RSVT = a2
hipotenusa é igual à soma dos quadrados da medida dos
catetos. b.c
- Área do triângulo RNS =
2
- Área do quadrado IELJ = c2

- Área do quadrado GHJK = b2

- Área do retângulo DIJK = b.c

Como os quadrados MNPQ e DEFG têm áreas iguais,


podemos escrever:
Demonstrando o teorema de Pitágoras

Existem inúmeras maneiras de demonstrar o teorema  bc  2 2 2


de Pitágoras. Veremos uma delas, baseada no cálculo de
a 2+  .4 =c +b + (bc) . 2
 2/ 
áreas de figuras geométricas planas.
Consideremos o triângulo retângulo da figura.
a2 + 2bc = c2 + b2 + 2bc

Cancelando 2bc, temos:

a2=b2+c2

A demonstração algébrica do teorema de Pitágoras


será feita mais adiante.

Pense & Descubra


a = medida da hipotenusa
b = medida de um cateto
Um terreno tem a forma de um triângulo retângulo e tem
c = medida do outro cateto
rente para três ruas: Rua 1, Rua 2 e Rua 3, conforme nos
mostra a figura. Calcule, em metros, o comprimento a da
Observe, agora, os quadrados MNPQ e DEFG, que
frente do terreno voltada para a rua 1.
têm a mesma área, pois o lado de cada quadrado mede
(b+c).

Matemática 40 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

De acordo com os dados do problema, temos b = 96 m e c = 180 m.

Aplicando o teorema de Pitágoras:

a2 = b2 + c2 a2 = 41616

a2 = (96)2 + (180)2 a= 41616

a2 = 9216 + 32400 a = 204

Então, a frente do terreno para a rua 1 tem 204 m de comprimento.

Teorema de Pitágoras no quadrado

Aplicando o teorema de Pitágoras, podemos estabelecer uma relação importante entre a medida d da diagonal e a
medida l do lado de um quadrado.

d= medida da diagonal
l= medida do lado

Aplicando o teorema de Pitágoras no triângulo retângulo ABC, temos:

d2=l2+l2 d= 2l 2

d2=2 l2 d=l 2

Teorema de Pitágoras no triângulo equilátero

Aplicando o teorema de Pitágoras, podemos estabelecer uma relação importante entre a medida h da altura e a me-
dida l do lado de um triângulo equilátero.

Matemática 41 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

l= medida do lado
h= medida da altura

No triângulo equilátero, a altura e a mediana coincidem. Logo, H é ponto médio do lado BC .


^
No triângulo retângulo AHC, H é ângulo reto. De acordo com o teorema de Pitágoras, podemos escrever:

Exercícios resolvidos

1. O valor de x, em cm, no triângulo retângulo abaixo é:

a) 10
b) 11
c) 12
d) 13
e) 14

2. Uma empresa de iluminação necessita esticar um cabo de energia provisório do topo de um edifício, cujo formato é
um retângulo, a um determinado ponto do solo distante a 6 m, como ilustra a figura a seguir. O comprimento desse cabo
de energia, em metros, será de:
a) 28
b) 14
c) 12
d) 10
e) 8

Matemática 42 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

3. (Fuvest) Um trapézio retângulo tem bases medindo 5 6. O valor do segmento desconhecido x no triângulo
e 2 e altura 4. O perímetro desse trapézio é: retângulo a seguir, é:
a) 17
b) 16
c) 15
d) 14
e) 13

4. (UERJ) Millôr Fernandes, em uma bela homenagem


à Matemática, escreveu um poema do qual extraímos o
fragmento abaixo:

Às folhas tantas de um livro de Matemática, um a) 15


Quociente apaixonou-se um dia doidamente por uma b) 14
incógnita. c) 12
d) 10
Olhou-a com seu olhar inumerável e viu-a do ápice à e) 6]
base: uma figura ímpar; olhos romboides, boca trapezoide, Resoluções
corpo retangular, seios esferoides.
Fez da sua uma vida paralela à dela, até que se encon- 1) Alternativa d
traram no infinito. Solução: x é hipotenusa, 12 e 5 são os catetos, então:
“Quem és tu” – indagou ele em ânsia radical. x2 = 122 + 52
“Sou a soma dos quadrados dos catetos. x2 = 144 + 25
Mas pode me chamar de Hipotenusa.” x2 = 169
(Millôr Fernandes – Trinta Anos de Mim x=
Mesmo) x = 13 cm

A Incógnita se enganou ao dizer quem era. Para aten- 2) Alternativa d


der ao Teorema de Pitágoras, deveria dar a seguinte res- Solução: como podemos observar na figura, temos um
posta: triângulo retângulo cujos catetos medem 8 m e 6 m, cha-
a) “Sou a soma dos catetos. Mas pode me chamar de mando o cabo de energia de x, pelo Teorema de Pitágoras:
Hipotenusa.”
b) “Sou o quadrado da soma dos catetos. Mas pode me x2 = 62 + 82
chamar de Hipotenusa.” x2 = 36 + 64
c) “Sou o quadrado da soma dos catetos. Mas pode me x2 = 100
chamar de quadrado da Hipotenusa.” x=
d) “Sou a soma dos quadrados dos catetos. Mas pode x = 10 m
me chamar de quadrado da Hipotenusa.”
3) Alterntiva b
5. (Fatec) O valor do raio da circunferência da figura é: Solução: temos que fazer uma figura, um trapézio re-
tângulo é aquele que tem dois ângulos de 90°.

a) 7,5
b) 14,4
c) 12,5
d) 9,5
e) 10,0

Matemática 43 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Perímetro é a soma dos quatro lados. Como podemos


observar na figura acima, temos um triângulo retângulo 10 LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TABELAS
cujos catetos medem 3 e 4 e x é a hipotenusa: E GRÁFICOS.
x2 = 32 + 44
x2 = 9 + 16 Os gráficos e tabelas apresentam o cruzamento entre
x2 = 25 dois dados relacionados entre si.
x= A escolha do tipo e a forma de apresentação sempre
x= 5 vão depender do contexto, mas de uma maneira geral um
bom gráfico deve:
Perímetro = 5 + 4 + 2 + 5 = 16 -Mostrar a informação de modo tão acurado quanto
possível.
4) Alternativa d -Utilizar títulos, rótulos, legendas, etc. para tornar claro
Solução: de acordo com o Teorema de Pitágoras: “O o contexto, o conteúdo e a mensagem.
quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos -Complementar ou melhorar a visualização sobre as-
catetos.” pectos descritos ou mostrados numericamente através de
tabelas.
5) Alternativa c -Utilizar escalas adequadas.
Solução: na figura dada podemos observar dois triân- -Mostrar claramente as tendências existentes nos dados.
gulos retângulos iguais e com lados medindo: Tipos de gráficos

Barras- utilizam retângulos para mostrar a quantidade.


Sendo r a hipotenusa, 10 e r – 5 são catetos:
r2 = 102 + (r – 5)2 Barra vertical
r2 = 100 + r2 – 2.5.r + 52
r2 = 100 + r2 – 10r + 25
r2 – r2 + 10r = 125 Fonte: tecnologia.umcomo.com.br
10r = 125
r = 125 : 10 Barra horizontal
r = 12,5

6) Alternativa a
Solução: aplicação direta do Teorema de Pitágoras:
x2 = 122 + 92
x2 = 144 + 81
x2 = 225
x=
x = 15

Fonte: mundoeducacao.bol.uol.com.br

Matemática 44 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

Histogramas

São gráfico de barra que mostram a frequência de


uma variável específica e um detalhe importante que são
faixas de valores em x.

Pictogramas – são imagens ilustrativas para tornar


mais fácil a compreensão de todos sobre um tema.

Setor ou pizza- Muito útil quando temos um total e Da mesma forma, as tabelas ajudam na melhor visua-
queremos demonstrar cada parte, separando cada pedaço lização de dados e muitas vezes é através dela que vamos
como numa pizza. fazer os tipos de gráficos vistos anteriormente.

Podem ser tabelas simples:

Quantos aparelhos tecnológicos você tem na sua


casa?

aparelho quan�dade
televisão 3
celular 4
Geladeira 1

Até as tabelas que vimos nos exercícios de raciocínio


lógico

Fonte: educador.brasilescola.uol.com.br

Linhas- É um gráfico de grande utilidade e muito co-


mum na representação de tendências e relacionamentos
de variáveis

Matemática 45 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

QUESTÕES 03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário -VU-


NESP/2017) O gráfico mostra o número de carros vendi-
01. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Na dos por uma concessionária nos cinco dias subsequentes
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, à veiculação de um anúncio promocional.
realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísti-
ca (IBGE), foram obtidos os dados da taxa de desocupa-
ção da população em idade para trabalhar. Esses dados,
em porcentagem, encontram-se indicados na apresenta-
ção gráfica abaixo, ao longo de trimestres de 2014 a 2017.

O número médio de carros vendidos por dia nesse pe-


ríodo foi igual a
(A) 10.
Dentre as alternativas abaixo, assinale a que apresen- (B) 9.
ta a melhor aproximação para o aumento percentual da (C) 8.
taxa de desocupação do primeiro trimestre de 2017 em (D) 7.
relação à taxa de desocupação do primeiro trimestre de (E) 6.
2014.
04. (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VUNESP/2017)
(A) 15%. Uma professora elaborou um gráfico de setores para re-
(B) 25%. presentar a distribuição, em porcentagem, dos cinco con-
(C) 50%. ceitos nos quais foram agrupadas as notas obtidas pelos
(D) 75%. alunos de uma determinada classe em uma prova de ma-
(E) 90%. temática. Observe que, nesse gráfico, as porcentagens
referentes a cada conceito foram substituídas por x ou por
02. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário -VU- múltiplos e submúltiplos de x.
NESP/2017) A tabela seguinte, incompleta, mostra a distri-
buição, percentual e quantitativa, da frota de uma empresa
de ônibus urbanos, de acordo com o tempo de uso destes.

Tempo de uso Quantidade de ônibus % do total


Até 5 anos ----- 35%
6 a 10 anos 81 -----
11 a 15 anos 27 -----
Mais de 15 anos ----- 5%

O número total de ônibus dessa empresa é


Analisando o gráfico, é correto afirmar que a medida
(A) 270. do ângulo interno correspondente ao setor circular que re-
(B) 250. presenta o conceito BOM é igual a
(C) 220
(D) 180. (A) 144º.
(E) 120. (B) 135º.
(C) 126º
(D) 117º
(E) 108º.

Matemática 46 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

05. (TCE/PR – Conhecimentos Básicos – CES- 06. (BRDE – Assistente Administrativo – FUNDA-
PE/2016) TEC/2015) Assinale a alternativa que representa a nomen-
clatura dos três gráficos abaixo, respectivamente.

Tendo como referência o gráfico precedente, que mos-


tra os valores, em bilhões de reais, relativos à arrecadação
de receitas e aos gastos com despesas do estado do Pa-
raná nos doze meses do ano de 2015, assinale a opção
correta.
(A) No ano considerado, o segundo trimestre caracte-
rizou-se por uma queda contínua na arrecadação de recei-
tas, situação que se repetiu no trimestre seguinte.
(B) No primeiro quadrimestre de 2015, houve um pe-
ríodo de queda simultânea dos gastos com despesas e
da arrecadação de receitas e dois períodos de aumento
simultâneo de gastos e de arrecadação.
(C) No último bimestre do ano de 2015, foram regis-
trados tanto o maior gasto com despesas quanto a maior
arrecadação de receitas.
(D) No ano em questão, janeiro e dezembro foram os
únicos meses em que a arrecadação de receitas foi ultra-
passada por gastos com despesas.
(E) A menor arrecadação mensal de receitas e o me-
nor gasto mensal com despesas foram verificados, respec-
tivamente, no primeiro e no segundo semestre do ano de
2015.

(A) Gráfico de Setores – Gráfico de Barras – Gráfico


de Linha.
(B) Gráfico de Pareto – Gráfico de Pizza – Gráfico de
Tendência.
(C) Gráfico de Barras – Gráfico de Setores – Gráfico
de Linha.
(D) Gráfico de Linhas – Gráfico de Pizza – Gráfico de
Barras.
(E) Gráfico de Tendência – Gráfico de Setores – Grá-
fico de Linha.

Matemática 47 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

07. (TJ/SP – Estatístico Judiciário – VUNESP/2015) A


distribuição de salários de uma empresa com 30 funcioná-
rios é dada na tabela seguinte.

Salário (em salários mínimos) Funcionários


(C)
1,8 10
2,5 8
3,0 5
5,0 4
8,0 2 (D)
15,0 1

Pode-se concluir que


(A) o total da folha de pagamentos é de 35,3 salários.
(B) 60% dos trabalhadores ganham mais ou igual a 3
salários.
(C) 10% dos trabalhadores ganham mais de 10 salá-
rios. (E)
(D) 20% dos trabalhadores detêm mais de 40% da ren-
da total. 09. (DEPEN – Agente Penitenciário Federal – CES-
(E) 60% dos trabalhadores detêm menos de 30% da PE/2015)
renda total.

08. (TJ/SP – Estatístico Judiciário – VUNESP/2015)


Considere a tabela de distribuição de frequência seguinte,
em que xi é a variável estudada e fi é a frequência absoluta
dos dados.

xi fi
30-35 4
35-40 12
40-45 10
45-50 8
50-55 6
TOTAL 40

Assinale a alternativa em que o histograma é o que Ministério da Justiça — Departamento Penitenciário


melhor representa a distribuição de frequência da tabela. Nacional — Sistema Integrado de Informações Penitenci-
árias – InfoPen, Relatório Estatístico Sintético do Sistema
Prisional Brasileiro, dez./2013 Internet:<www.justica.gov.
br>(com adaptações)

A tabela mostrada apresenta a quantidade de deten-


tos no sistema penitenciário brasileiro por região em 2013.
(A) Nesse ano, o déficit relativo de vagas — que se define pela
razão entre o déficit de vagas no sistema penitenciário e
a quantidade de detentos no sistema penitenciário — re-
gistrado em todo o Brasil foi superior a 38,7%, e, na média
nacional, havia 277,5 detentos por 100 mil habitantes.
Com base nessas informações e na tabela apresenta-
(B) da, julgue o item a seguir.
Em 2013, mais de 55% da população carcerária no
Brasil se encontrava na região Sudeste.
( )CERTO ( ) ERRADO

Matemática 48 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

10. (DEPEN – Agente Penitenciário Federal – CES- 03. Resposta: C.


PE/2015)

04. Resposta: A.
X+0,5x+4x+3x+1,5x=360
10x=360
X=36
Como o conceito bom corresponde a 4x: 4x36=144°

05. Resposta: B.
Analisando o primeiro quadrimestre, observamos que
os dois primeiros meses de receita diminuem e os dois
meses seguintes aumentam, o mesmo acontece com a
despesa.

A partir das informações e do gráfico apresentados,


julgue o item que se segue.
Se os percentuais forem representados por barras ver-
ticais, conforme o gráfico a seguir, então o resultado será
denominado histograma.

06. Resposta: C.
Como foi visto na teoria, gráfico de barras, de setores
ou pizza e de linha

07. Resposta: D.
(A) 1,8x10+2,5x8+3,0x5+5,0x4+8,0x2+15,0x1=104
salários
(B) 60% de 30=18 funcionários e se juntarmos quem
ganha mais de 3 salários (5+4+2+1=12)
(C)10% de 30=0,1x30=3 funcionários
E apenas 1 pessoa ganha
( ) Certo( ) Errado (D) 40% de 104=0,4x104= 41,6
20% de 30=0,2x30=6
RESPOSTAS 5x3+8x2+15x1=46, que já é maior.
(E) 60% de 30=0,6x30=18
01. Resposta: E. 30% de 104=0,3x104=31,20da renda: 31,20
13,7/7,2=1,90
Houve um aumento de 90%. 08. Resposta: A.
Colocando em ordem crescente: 30-35, 50-55, 45-50,
02. Resposta: D 40-45, 35-40,
81+27=108
108 ônibus somam 60%(100-35-5) 09. Resposta: CERTA.
108-----60 555----100%
x--------100 x----55%
x=10800/60=180 x=305,25
Está correta, pois a região sudeste tem 306 pessoas.

Matemática 49 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

10. Resposta: ERRADO.


Como foi visto na teoria, há uma faixa de valores no
eixo x e não simplesmente um dado.
Referências
http://www.galileu.esalq.usp.br

Matemática 50 A Opção Certa Para a Sua Realização


ÍNDICE
CONHECIMENTOS SOBRE O IBGE

INFORMAÇÕES SOBRE A INSTITUIÇÃO

CONCEITOS BÁSICOS PARA O DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO NA AGÊNCIA E DA ATIVIDADE


DO TÉCNICO DE COLETA
EDITORA DIDATICON CONHECIMENTOS SOBRE O IBGE
z identifica, mapeia e analisa o território;
z realiza a contagem da população;
z informa como a população vive;
z apresenta a evolução da economia a partir de esta-
tísticas do trabalho e da produção.

Tais informações, relevantes e confiáveis, são


essenciais para a consolidação de uma sociedade
democrática e para o planejamento de políticas públi-
cas. Políticas públicas são ações e programas que são
INFORMAÇÕES SOBRE A INSTITUIÇÃO desenvolvidos pelo Estado para garantir e colocar
em prática direitos que são previstos na Constituição
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Federal e em outras leis. São medidas e programas
(IBGE) é o órgão coordenador e produtor de infor- criados pelos governos dedicados a garantir o bem-es-
mações estatísticas e geográficas do país. Para que tar da população. O planejamento, a criação e a execu-
suas atividades possam cobrir todo o território nacio- ção dessas políticas são feitos em conjunto pelos três
nal, a instituição conta com uma rede nacional de pes- Poderes que formam o Estado: Legislativo, Executivo
quisa e disseminação, composta por: e Judiciário.

z 27 Unidades Estaduais (26 nas capitais dos estados Censo Demográfico


e 1 no Distrito Federal);
z 570 Agências de Coleta de Dados nos principais Entre as mais importantes pesquisas feitas pelo
municípios. IBGE, encontra-se o Censo Demográfico, que é a opera-
ção realizada a cada dez anos para contar a população
O IBGE é um instituto público da administração fede- e obter informações sobre as principais característi-
ral brasileira criado em 1934 e instalado em 1936 com o cas dos habitantes e de seus domicílios.
nome de Instituto Nacional de Estatística; seu fundador O censo, ou recenseamento demográfico, é um
e grande incentivador foi o estatístico Mário Augusto Tei- estudo estatístico referente a uma população que
xeira de Freitas. O nome atual data de 1938. A sede do possibilita o recolhimento de várias informações, tais
IBGE está localizada na cidade do Rio de Janeiro. como o número de homens, mulheres, crianças e ido-
O IBGE tem atribuições ligadas às geociências e esta- sos, onde e como vivem as pessoas etc. Esse estudo é
tísticas sociais, demográficas e econômicas, o que inclui realizado, normalmente, de dez em dez anos, na maio-
realizar censos e organizar as informações obtidas nesses ria dos países. Por meio do Censo Demográfico, veri-
censos para suprir órgãos das esferas governamentais fica-se a distribuição territorial no país e a evolução
federal, estadual e municipal, e para outras instituições e quantitativa da população ao longo do tempo.
o público em geral. Também realiza vários tipos de censos, O Censo é a principal fonte de dados sobre a situa-
embora o mais conhecido seja o censo demográfico, que é ção de vida da população nos municípios e localida-
o conjunto de dados estatísticos sobre a população de um des. Esses dados podem ser utilizados para a definição
país. No Brasil, os censos demográficos são realizados a de políticas públicas em nível nacional, estadual e
municipal, e também podem ser usados como auxílio
cada dez anos, em média.
para a tomada de decisões na área de investimentos,
O censo demográfico é uma pesquisa sobre a popula-
especialmente em relação ao setor privado.
ção que possibilita a recolha de várias informações, tais
Os dados coletados no Censo Demográfico são rela-
como o número de habitantes, número de homens, mulhe-
tivos ao estado de coisas em uma data específica, isto
res, crianças e idosos, onde e como vivem as pessoas (se
é, a um retrato da situação naquele momento. O con-
vivem de aluguel, se estão pagando o imóvel ou se é casa
junto de dados coletados apresentará resultados rela-
própria) e o trabalho que realizam (qual o salário, qual o
cionados a questões fundamentais, como:
trabalho, se é formado etc.), entre outras coisas.
A missão do IBGE é mostrar o Brasil com informações
z o total da população do país por sexo e faixa etária
necessárias ao conhecimento de sua realidade e ao exercí-
e como está distribuída no Território Nacional;
cio da cidadania. Segundo conceito amplo, a cidadania é o
z a expectativa de vida da população do país;
agrupamento de direitos e deveres exercidos por um indi-
z a estimativa de brasileiros que vivem fora do país;
víduo que vive em sociedade, no que se concerne ao seu
z o número médio de filhos que uma mulher teria ao
poder e grau de intervenção no usufruto de seus espaços
final do seu período fértil;
e na sua posição em poder nele intervir e transformá-lo.
z o tipo de habitação em que vive a população do
O IBGE oferece um panorama objetivo e atual do
país;
país, com a produção e a disseminação de informa-
z a proporção da população que tem acesso ao
ções de natureza estatística, geográfica e ambiental.
saneamento básico;
Essa missão se concretiza quando o IBGE:
z o nível de instrução da população;
z as condições de trabalho e o rendimento da
população;
z um panorama da diversidade étnico-racial da
população brasileira, com sua distribuição por cor
ou raça;
z a caracterização dos povos indígenas por etnia e
línguas indígenas faladas ou utilizadas nos seus
domicílios, além de dados sobre a população
quilombola.
1
EDITORA DIDATICON CONHECIMENTOS SOBRE O IBGE
CONCEITOS BÁSICOS PARA O DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO NA AGÊNCIA E DA ATIVIDADE DO TÉCNICO
DE COLETA

Divisão Político-Administrativa do Brasil

Para nos ajudar a entender o que é o setor censitário, devemos compreender, em primeiro lugar, o que é a divi-
são político-administrativa brasileira. Na atualidade, a divisão político-administrativa do Brasil está configurada
em unidades de federação, nas quais se encontram os Estados e o Distrito Federal, e Municípios. Suas principais
diferenças são suas dimensões hierárquicas. A extensão, o conteúdo territorial, o número de domicílios e estabe-
lecimentos presentes no Setor Censitário influenciam a carga de trabalho do Recenseador.
Por isso, os setores censitários são planejados para que possuam dimensões adequadas ao trabalho das pes-
quisas do IBGE. Além disso, os setores censitários respeitam a divisão político-administrativa do país e outros
recortes geográficos. O Brasil está dividido, em seu aspecto político-administrativo, nas seguintes unidades terri-
toriais: Unidades Federativas, Municípios, Distritos e Subdistritos.

Setor Censitário

Para estudos estatísticos e geográficos, o IBGE subdivide as unidades territoriais da divisão político-adminis-
trativa brasileira em áreas ainda menores. Cada uma dessas áreas é denominada Setor Censitário.
O Setor Censitário é uma unidade territorial de coleta e de divulgação de dados estatísticos do IBGE. É, na prá-
tica, a área de trabalho na qual se localizam os domicílios e os estabelecimentos que serão visitados pelo Recen-
seador. O Setor Censitário pode ser urbano ou rural, e é representado graficamente por um mapa.
A imagem a seguir exemplifica um Setor Censitário, com seus limites assinalados em cor preta. Isso significa
que a área de trabalho abrange os domicílios e estabelecimentos situados em seu interior.

Situações dos Setores Censitários: Áreas Urbanas e Rurais

Fazer a coleta do Censo em áreas urbanas envolve estratégias distintas das utilizadas em áreas rurais. Por isso,
cada Setor Censitário recebe uma classificação de acordo com suas características geográficas. Importante: cada
um desses tipos requer uma abordagem específica do Recenseador.
As tabelas a seguir apresentam resumidamente as situações dos Setores Censitários em áreas urbanas e rurais:

CATEGORIA SITUAÇÃO DEFINIÇÃO

Área urbana de alta densidade


Área urbana com alta densidade de edificações
de edificações

Área urbana de baixa densida- Área urbana com baixa densidade de edificações, processos de
ÁREA
de de edificações expansão urbana, áreas verdes desabitadas, entre outras
URBANA
Aglomerações urbanas separadas das cidades e vilas em menos de
Núcleo urbano 1km ou que, superando essa distância, apresentem características
urbanas (loteamento, conjuntos habitacionais e condomínios)

CATEGORIA SITUAÇÃO DEFINIÇÃO

Caracteriza-se pelo caráter aglomerado de domicílios, normalmente distantes


Aglomerado rural entre si não mais que 50m, e separados da franja das cidades e vilas em mais
ÁREA de 1km, com a exceção aplicada aos núcleos urbanos
RURAL Área rural
Áreas de uso rural caracterizadas pela dispersão de domicílios e pela presença
(exclusive
usual de estabelecimentos agropecuários
aglomerado)

2
EDITORA DIDATICON CONHECIMENTOS SOBRE O IBGE
TIPOS DE SETORES
DEFINIÇÃO
CENSITÁRIOS

Não especial Setor censitário comum que não se enquadra em nenhum outro tipo

Forma de ocupação irregular de terrenos de propriedade alheia (públicos ou privados) para


Aglomerado fins de habitação em áreas urbanas e, em geral, caracterizados por um padrão urbanístico
subnormal irregular, por carência de serviços públicos essenciais e pela localização em áreas restritas
à ocupação

Setor censitário de instalação administrada por um comando das forças armadas, assim
Quartel e base militar considerado caso a instalação possua pelo menos 50 habitantes permanentes residindo
há mais de um ano no local

O alojamento é um domicílio coletivo geralmente vinculado a alguma instituição, como univer-


sidade ou empresas, destinado a oferecer moradia por período temporário.
Alojamento /
O acampamento é entendido como instalação improvisada composta normalmente por bar-
Acampamento
racas, tendas ou outras estruturas rústicas. Ambas devem possuir no mínimo 50 habitantes
residindo há mais de um ano

Setor com baixo pata- Setor censitário que abrange baixa quantidade de domicílios, ou onde não foi identificada a
mar domiciliar presença de domicílios

Setor censitário em que existam 15 ou mais indivíduos indígenas residentes em uma ou


Agrupamento indígena mais moradias contíguas espacialmente. Esses indivíduos devem se relacionar por víncu-
los familiares ou comunitários

Setor censitário relacionado às unidades prisionais que abrigam mais de 50 presos


Unidade prisional
permanentes

É o setor censitário dos domicílios coletivos relacionados ao acolhimento de crianças ou


Convento / hospital /
idosos, aos conventos e aos hospitais que contenham, cada um, mais de 50 habitantes
ILPI / IACA
permanentes residindo há mais de um ano no local

Setor censitário com mais de 50 domicílios que se encontram associados a Projetos de


Agrovila do PA (Projeto Assentamento. São localidades de habitação e produção agrícola, caracterizadas pelo
de Assentamento) adensamento e pela concentração de domicílios de famílias de determinado assentamento
rural

Setor censitário em que existem 15 ou mais indivíduos autodeclarados quilombolas residentes


Agrupamento
em uma ou mais moradias contíguas espacialmente. Esses indivíduos devem se relacionar por
quilombola
vínculos familiares ou comunitários

Setores Censitários de Povos e Comunidades Tradicionais

É significativo destacar que o IBGE realiza o Censo em terras indígenas, territórios quilombolas e outras áreas
habitadas por povos e comunidades tradicionais. Esses são grupos culturalmente diferenciados e que se reconhe-
cem como tal, por isso, possuem formas próprias de organização social, ocupam e usam territórios e recursos
naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, além de utilizarem
conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição.
Nessas áreas, as condições de acesso e percurso são tratadas com as lideranças comunitárias, e também com
os órgãos que atuam em parceria com o IBGE na realização do Censo. A necessidade dessa ação é assegurada pelo
direito internacional previsto na Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
A Convenção 169 da OIT foi ratificada pelo Brasil em junho de 2002, pelo Poder Legislativo, e promulgada pelo
Decreto 5.051/2004, do Poder Executivo, com aplicação imediata no Brasil desde sua promulgação.
Com base nessa convenção, cabe ao Estado brasileiro garantir a consulta a esses povos mediante procedi-
mentos apropriados e, especialmente, através de suas instituições representativas, cada vez que se percebam
procedimentos suscetíveis a afetá-los diretamente, tais como as pesquisas do IBGE. Em muitas áreas indígenas, o
Recenseador precisará ser acompanhado por um guia e/ou um intérprete.
De acordo com o Censo Demográfico 2010, 28,8% dos indígenas residentes em terras indígenas não falavam
português no domicílio. A indicação do guia e/ou intérprete é feita com apoio da Fundação Nacional do Índio
(FUNAI), da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) como também através de consulta às lideranças, que
têm peso decisivo nessas indicações. Em algumas áreas quilombolas, o Recenseador também precisará ser acom-
panhado por um guia comunitário.

3
EDITORA DIDATICON CONHECIMENTOS SOBRE O IBGE
Quadra e Face conhecimento geral. Um logradouro pode ser uma ave-
nida, uma viela, uma praça, uma estrada, um acesso ou
As imagens a seguir indicam quadra padrão com- até mesmo um rio. O uso mais comum de logradouro
posta de 4 faces: hoje em dia é para nomear um endereço ou “lugar livre
destinado à circulação pública de pedestres e veículos, tal
como ruas, avenidas, praças, viadutos etc.”, conforme a
definição do dicionário Michaelis.
Ao se registrar um logradouro, deve-se denominá-
-lo preferencialmente segundo a forma oficial, sem
omissão de termos e sem abreviações. Exemplos: Rua
Joaquim Oliveira, Avenida das Nações, Estrada BR
116, Rio São Francisco etc.

Número

É o valor numérico propriamente dito que indica a


posição da edificação no logradouro.

Complemento

Frequentemente, ao chegar a um número de um


Face logradouro, observa-se a existência de várias uni-
dades, cujo acesso se dá pelo mesmo número (pela
Filho mesma posição no logradouro). O complemento é
Rua Sen. Salgado
utilizado para identificar cada unidade nesse núme-
rneiro

1 ro. Essa situação é muito comum em edificações com


ar

múltiplas unidades, tais como prédios ou condomí-


mes Ca
rício Pil

Face nios residenciais. São exemplos de complemento: blo-


4 Quadra 2 co, apartamento, casa 1, casa 2, fundos, sobrado etc.
Rua Go
Rua Fab

3 Coordenadas Geográficas

lis As coordenadas geográficas consistem em um dos


Rua São Fidé
métodos mais eficientes de localização, pois permitem
identificar qualquer ponto na superfície da Terra por
meio de dois valores: latitude e longitude. As coorde-
nadas geográficas são como “linhas imaginárias” que
Quadra, portanto, é um trecho, geralmente retan- nos ajudam a encontrar nossa localização na super-
gular, de uma área urbana ou aglomerado rural, deli- fície terrestre. Essas coordenadas são um importante
mitado por elementos como: ruas, estradas, estradas recurso para o trabalho nos Setores Censitários.
de ferro, cursos d’água ou encostas. Contudo, pode ter Os valores de latitude e longitude podem ser obti-
forma irregular. Em alguns locais, a quadra é chama- dos através de um receptor de sinais de satélites, que
da de quarteirão. se encontra integrado ao DMC. Latitude é o afasta-
A face se trata de cada um dos lados da quadra, mento, medido em graus, da linha do Equador até um
contendo ou não endereços. ponto qualquer da superfície terrestre. Ela vai de 0° a
90° e pode ser Norte ou Sul. Longitude é o afastamen-
Endereço to, medido em graus, do meridiano de Greenwich até
um ponto qualquer da superfície terrestre. Ela vai de
O endereço concentra informações que permi- 0° a 180° e pode ser Leste ou Oeste.
tem identificar unidades construídas ou em constru- Essas coordenadas são um importante recurso
ção dentro de um município, tal como casas, prédios, para o trabalho no Setor Censitário, tendo em vista
apartamentos, estabelecimentos etc. Por município, que as Coordenadas Geográficas constituem um com-
entende-se o espaço territorial político dentro de um ponente do endereço no IBGE.
estado ou unidade federativa; é o espaço administra-
do por uma prefeitura. O município possui a sua zona Pesquisa Urbanística do Entorno dos Domicílios
rural e a zona urbanizada.
O IBGE adota um Padrão de Registro de Endereços A Pesquisa Urbanística do Entorno dos Domicí-
bastante detalhado, que será objeto do treinamento pre- lios (Pesquisa do Entorno ou Entorno) é um levanta-
sencial. Consideram-se como componentes do endereço: mento de informações realizado por observação em
momento anterior ao da coleta do Censo Demográfico,
ou seja, antes da aplicação do questionário aos infor-
z logradouro;
mantes. Essa pesquisa é feita pelo Agente Censitário
z número; Supervisor (ACS), que preenche o questionário refe-
z complemento; rente às características urbanísticas do entorno dos
z coordenadas geográficas. domicílios.
Os objetivos da Pesquisa do Entorno 2020 são:
Logradouro
z coletar dados de infraestrutura urbanística rela-
O logradouro é uma área ou via pública, reconhecida tiva à acessibilidade universal, como circulação
pela comunidade, em que circulam pessoas, veículos e de pessoas e veículos, drenagem pluvial e equipa-
mercadorias. Na maioria das vezes, recebe um nome de mentos no espaço urbano;
4
EDITORA DIDATICON CONHECIMENTOS SOBRE O IBGE
z fornecer insumos para melhorar a qualidade da extrai-se duas orientações: não recensear as pessoas que
cobertura da coleta do Censo 2020. nasceram após a data estabelecida para a realização do
censo e recensear as pessoas que faleceram após essa
As questões são respondidas a partir da observa- data, pois faziam parte do domicílio na data de referência.
ção direta, ou seja, sem entrevistar ou colocar per-
guntas a moradores ou transeuntes, em todas as faces Morador com Mais de uma Residência
de quadras urbanas, que são unidades de coleta do
levantamento. A área de análise de alguns quesitos No caso de pessoas que ocupam duas ou mais
levantados será apenas a face, enquanto de outros residências, será necessário averiguar com a pessoa
serão a face e a face confrontante. O percurso desta entrevistada qual era sua residência principal na
coleta de informações será o mesmo aplicado ao ques- data de referência, pois ela não pode ser considerada
tionário, e o supervisor deverá percorrê-lo a pé. moradora de duas residências ao mesmo tempo.
Para determinar qual é a residência principal do
Morador morador, deve-se obedecer ao seguinte procedimento:
solicitar ao entrevistado que indique qual a sua resi-
dência habitual (residência principal). Caso o entre-
Morador é quem ou mora ou habita determinado
vistado não possa indicá-la, considere como principal
local; habitante, residente. Para o IBGE, o morador é a residência em que passa a maior parte do ano. Caso
a pessoa que “tem o domicílio como local habitual de a pessoa ocupe duas residências em períodos iguais
residência na data de referência”. durante o ano, considere residência principal a que o
A presença ou ausência da pessoa no domicílio na indivíduo possui há mais tempo.
data de referência não define se ela é ou não morado-
ra do domicílio. Espécie de Unidade Visitada
A pessoa pode estar presente e não ser morado-
ra, mas também pode estar ausente e ser moradora. No dia a dia do trabalho de coleta de dados, pode-
Resumindo, morador é a pessoa que: rão ser encontrados três tipos de edificações nos
endereços observados em campo. São eles:
z tem o domicílio como local habitual de residência
e nele se encontrava na data de referência; z Domicílios: edificações exclusivamente consti-
z embora ausente na data de referência, tem o domi- tuídas de unidades residenciais, que são as casas,
cílio como local habitual de residência, desde que a apartamentos etc.;
ausência não seja superior a 12 meses pelos motivos: z Estabelecimentos: edificações exclusivamente
z viagem a passeio, a serviço, a negócios, de estudos constituídas de unidades não residenciais, que são
etc.; escolas, postos de saúde e lojas;
z afastamento de sua comunidade tradicional por z Edificações mistas: podem conter domicílios e
motivo de caça, pesca, extração vegetal, trabalho estabelecimentos.
na roça, participação em festas ou rituais;
z internação em estabelecimento de ensino ou hos- As espécies de unidades visitadas se classificam de
pedagem em outro domicílio, pensionato, repúbli- forma geral em:
ca de estudantes, visando facilitar a frequência à
escola durante o ano letivo;
z Domicílio: edificação construída ou utilizada com
z detenção sem sentença definitiva declarada;
a finalidade de servir de moradia;
z internação temporária em hospital ou estabeleci-
z Estabelecimento: edificação não destinada à
mento similar;
moradia.
z embarque a serviço (militares, petroleiros).
Nesta ocasião, é essencial conhecer o que são as
É importante ter atenção a alguns casos especiais,
espécies de estabelecimento e domicílio, bem como
a fim de evitar que uma mesma pessoa seja conta-
duas classificações mais específicas de domicílio
da em dois domicílios ou que não seja contada em
(domicílio particular e domicílio coletivo). No Censo,
nenhum dos dois.
deve-se considerar a data de referência para classifi-
Por isso, se, na data de referência, a pessoa se
car a espécie da unidade visitada encontrada no ende-
encontrar afastada do domicílio de origem, ela não
reço. Após a confirmação do endereço, o Recenseador
será considerada moradora no domicílio de origem,
identificará a unidade visitada conforme a finalidade
mas sim no local onde se encontrar, ainda que a
de seu uso na data de referência do Censo.
ausência seja inferior a 12 meses. Eis as situações:

z estar internada permanentemente em sanatórios,


Importante!
asilos, conventos ou estabelecimentos similares;
z estar morando em pensionatos sem ter outro local A finalidade de uso que se faz da edificação,
habitual de residência; na data de referência, associada a um endere-ço,
z ter sido condenada com sentença definitiva declarada; caracteriza a espécie da unidade visitada –
z ter migrado para outras regiões em busca de traba- domicílio ou estabelecimento.
lho e lá fixou residência.

Recenseados Estabelecimento

Devem ser recenseadas todas as pessoas (inclusive Toda edificação utilizada para fins não domicilia-
crianças e idosos) que moravam no domicílio na data de res encontrada nos setores censitários é classificada
referência do Censo. Logo, de acordo com esse critério, como estabelecimento. Exemplos de estabelecimentos
5
EDITORA DIDATICON CONHECIMENTOS SOBRE O IBGE
encontrados no trabalho de campo: escolas, prédios e z Domicílio particular: é aquele construído para
lojas comerciais, postos de saúde, templos religiosos, habitação ou que é utilizado para esta finalidade,
plantações etc. servindo de moradia a uma ou mais pessoas. Nele,
o relacionamento entre seus ocupantes é ditado
Domicílio por laços de parentesco, de dependência domésti-
ca ou por normas de convivência.
Local construído ou utilizado com a finalidade de
servir como residência ou moradia. Em geral, não há Exemplos: casas, apartamentos em edifícios ou
dificuldade para identificar um domicílio, já que a maior apart-hotéis, habitações em cortiço, casas de cômodos,
parte das pessoas reside em apartamento ou casa. habitação indígena sem paredes ou malocas e habita-
Pode-se encontrar um domicílio em um lugar ines- ções em espaços improvisados (dentro de estabeleci-
perado ou fora do comum, como, por exemplo: um mentos sem instalações destinadas à moradia, grutas,
cômodo que serve de moradia em um prédio exclusiva- ruínas, tendas improvisadas etc.).
mente comercial ou nos fundos de uma olaria ou, ain-
da, encontrar domicílios em tendas, barracas, trailers ou z Domicílio coletivo: instituição ou estabelecimen-
residências flutuantes. A identificação de um domicílio to no qual a relação entre as pessoas que nele se
dependerá da aplicação correta do seu conceito. encontravam, na data de referência, restringia-se
Domicílio é o local, estruturalmente separado e a normas de subordinação administrativa. Note
independente, que se destina a servir de habitação a que as pessoas que ali se encontravam podiam
uma ou mais pessoas. É também domicílio o local que ser residentes ou não. Por isso, o domicílio pode
não era destinado originalmente a ser utilizado como ser caracterizado como coletivo pela presença de
tal, mas que passou a sê-lo em momento posterior. moradores ou não na data de referência.
Logo, o Recenseador deve estar sempre atento. Em
um primeiro olhar, nem sempre é possível identificar Exemplos: abrigos, orfanatos, hotéis, quartéis,
se existe mais de um domicílio em um mesmo terreno; penitenciárias etc.
ou se, além das aparências, existe um domicílio em
local inesperado (ou não facilmente identificável).
Características do Domicílio
Observe os exemplos dos grupos a seguir:
O escopo de se levantar as características do domi-
z Primeiro grupo: fundos de terrenos; andares
cílio é conhecer as condições de moradia da popula-
superiores, inferiores, subsolos e residências de
ção e os níveis de qualidade de vida através do acesso
porteiro ou zelador em edifícios residenciais, e
a serviços básicos e quantidade de cômodos.
habitações de caseiros em casas de veraneio;
z Segundo grupo: edificações aparentemente não
residenciais, como edifícios comerciais, estabeleci- z Cômodo: para o IBGE, o conceito de cômodo é todo
mentos de prestação de serviços, indústrias, esta- compartimento coberto por um teto, limitado por
belecimentos agropecuários etc. paredes e que seja parte integrante do domicílio,
inclusive banheiro e cozinha. Por “parede” enten-
Critérios de Separação e Independência de-se aqui a construção vertical que permite limi-
tar, dividir ou vedar espaços. Note-se que o cômodo
Esses critérios são essenciais para definir e carac- pode existir tanto na parte interna, quanto na par-
terizar corretamente a existência de um domicílio ou te externa da edificação principal do domicílio,
mais de um em uma mesma propriedade ou terreno. ainda sendo considerada como parte integrante do
Esses critérios devem ser atendidos simultaneamen- domicílio (por exemplo, um banheiro construído
te. Um domicílio só será caracterizado corretamente separadamente da construção principal dentro do
quando forem atendidas, simultaneamente, as condi- mesmo terreno).
ções de separação e independência:
Banheiro é o cômodo de uso exclusivo dos mora-
z Separação: este critério é atendido quando o local dores do domicílio, destinado a banho, que possua
de habitação é limitado por paredes, muros ou cer- chuveiro ou banheira, vaso sanitário ou privada, pia
cas e coberto por um teto, permitindo que as pessoas e, às vezes, bidê.
que nele habitam se isolem das demais para dormir, Não são considerados cômodos: corredores de liga-
preparar e/ou consumir seus alimentos e proteger-se ção entre cômodos, varandas abertas, garagem, com-
do ambiente exterior, arcando total ou parcialmente partimentos não residenciais, cozinha americana ou
com suas despesas de alimentação ou moradia; mezanino.
z Independência: este critério é atendido quando o
local de habitação tem acesso direto, que permite CARACTERÍSTICAS DOS MORADORES
aos seus moradores entrar e sair sem necessidade
de passar por locais de moradia de outras pessoas. Para tornar possível o planejamento econômico e
social da população, é preciso conhecer as caracterís-
Classificação dos Domicílios ticas dos moradores e da população. Para constituir a
relação entre os moradores de um domicílio, é impor-
Os domicílios são classificados em dois grupos: tante que os próprios moradores definam uma pessoa
domicílios particulares e domicílios coletivos. Existem responsável pelo local. Ela será usada como referên-
ainda, dentro desses dois grupos, outras classificações cia para registrar os demais moradores. Dessa forma,
derivadas. Por ora, veremos apenas as que caracteri- é considerada pessoa responsável homem ou mulher
zam esses dois grupos: domicílio particular e domicí- com, no mínimo, dez anos de idade, reconhecida como
lio coletivo. tal pelos demais moradores do domicílio.
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EDITORA DIDATICON CONHECIMENTOS SOBRE O IBGE
Etnias e Migração Para o levantamento das informações sobre traba-
lho, as definições utilizadas pelo IBGE serão esclareci-
No levantamento das informações sobre os mora- das no treinamento presencial. Uma dessas definições
dores, são investigados os seguintes temas: perten- é sobre deslocamento para o trabalho.
cimento étnico-racial, imigração internacional e
migração interna. Veremos, a seguir, como eles são
definidos pelo IBGE: Importante!
z Pertencimento étnico-racial: pertencimento
O deslocamento para o trabalho é aquele feito
declarado da pessoa a um grupo étnico – indígena pela pessoa entre o seu domicílio e o local de
ou quilombola – ou a sua classificação declarada trabalho informado, considerando o tempo, a fre-
em relação às categorias de cor ou raça do IBGE; quência e os meios de transporte utilizados.
z Imigração internacional: ato de ingressar no Bra-
sil para aqui residir;
z Migração interna: ato de deixar um município CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIDOR
para morar em outro município dentro do Terri- PÚBLICO DO IBGE
tório Nacional.
Deontologia, teoria a qual faz parte da filosofia
Educação moral contemporânea, significa ciência do dever e da
obrigação. Ela é um tratado dos deveres e da moral o
O objetivo do levantamento de informações sobre qual estabelece normas sobre as escolhas dos indiví-
esse tema é caracterizar a educação da população duos, ditando o que é moralmente necessário, a fim de
residente no Brasil, investigando o analfabetismo, a nortear o que realmente deve ser feito. Para os pro-
frequência escolar, o nível de instrução e a área de fissionais, deontologia são normas estabelecidas não
formação no ensino superior. pela moral, mas, sim, para a correção de suas inten-
No grupo de quesitos de educação, questiona-se, ções, ações, direitos, deveres e princípios.
por exemplo, sobre a alfabetização do morador, com No Capítulo I, seção I, do Código de Ética Profissio-
a seguinte pergunta: sabe ler ou escrever? Com isso, nal do Servidor Público do IBGE, encontramos que:
busca-se captar se a pessoa sabe ler e escrever pelo
menos um bilhete simples, no idioma que conhece, I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia, a efi-
independentemente do fato de estar ou não frequen- ciência e a consciência dos princípios morais
tando escola e já ter concluído períodos letivos. Essa são primados maiores que devem nortear o
servidor público do IBGE, seja no exercício do
informação pode ser dividida de duas maneiras:
cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o
exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus
z Pessoa alfabetizada: a pessoa alfabetizada que se atos, comportamentos e atitudes serão direciona-
tornou física ou mentalmente incapacitada de ler dos para a preservação da honra e da tradição do
ou de escrever, por motivo de acidente ou doença, serviço público, como um todo, e, em especial, das
deve ser considerada como sabendo ler e escrever; pesquisas estatísticas e geocientíficas oficiais, cujas
z Pessoa não alfabetizada: a pessoa que aprendeu fontes de dados escolhidas devem contemplar a
a ler e a escrever, mas que se esqueceu de como qualidade, a oportunidade, os custos e o ônus para
fazê-lo devido a processo de alfabetização precário os cidadãos.
que não se consolidou, assim como aquela pessoa II - O servidor público não poderá jamais des-
que nunca aprendeu a ler e a escrever, não devem prezar o elemento ético de sua conduta. Assim,
ser consideradas como sabendo ler e escrever. não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal,
o justo e o injusto, o conveniente e o inconvenien-
Questões Relativas à Educação te, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente
entre o honesto e o desonesto, consoante as regras
Para investigar as demais questões relativas à edu- contidas no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição
cação, o IBGE considera as seguintes definições: Federal. Por se integrar à condição de servidor do
IBGE, o elemento ético da conduta abrange, além
dos primados maiores, a adoção dos melhores
z Município ou país estrangeiro em que a pessoa
princípios, métodos e práticas, de acordo com con-
estuda;
siderações estritamente profissionais, incluídos os
z Deslocamento para estudo: deslocamento fei-
princípios técnicos, científicos e a ética profissional.
to pela pessoa entre o seu domicílio e o local de
estudo;
Atenção: não é suficiente que o servidor se paute
z Local de estudo: colégio, escola, creche, universi-
somente pela observância das leis e regras, devendo
dade, instituto técnico etc.
jamais desprezar o elemento ético de sua conduta.
Para Ensino à Distância (EAD), deve-se considerar
III - A moralidade da Administração Pública
como local de estudo o polo físico.
não se limita à distinção entre o bem e o mal,
devendo ser acrescida da ideia de que o fim é
Trabalho sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legali-
dade e a finalidade, na conduta do servidor público,
O propósito de se investigar as questões relaciona- é que poderá consolidar a moralidade do ato admi-
das ao trabalho é conhecer a composição da força de nistrativo. Para melhor exercício de sua função
trabalho no país e identificar as principais caracterís- pública no IBGE, o servidor deve ter consciência da
ticas do trabalho da população, como ocupação, ativi- relevância das informações estatísticas e geocien-
dade e rendimento. tíficas, a fim de atender ao direito à informação
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EDITORA DIDATICON CONHECIMENTOS SOBRE O IBGE
pública de modo imparcial e com igualdade de o descaso e o acúmulo de desvios tornam-se, às
acesso. É imprescindível que o servidor do IBGE vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mes-
zele pela qualidade dos processos de produção das mo imprudência no desempenho da função pública.
informações oficiais, adotando critérios de boas XII - Toda ausência injustificada do servidor
práticas tanto nas atividades finalísticas quanto de seu local de trabalho é fator de desmoraliza-
nas atividades de apoio. ção do serviço público, o que quase sempre conduz
IV - A remuneração do servidor público é cus- à desordem nas relações humanas.
teada pelos tributos pagos direta ou indireta- XIII - O servidor que trabalha em harmonia
mente por todos, até por ele próprio, e por isso com a estrutura organizacional, respeitando
se exige, como contrapartida, que a moralidade seus colegas e cada concidadão, colabora e de
administrativa se integre no Direito, como elemen- todos pode receber colaboração, pois sua ativi-
to indissociável de sua aplicação e de sua finalida- dade pública é a grande oportunidade para o cres-
de, erigindo-se, como consequência, em fator de cimento e o engrandecimento da Nação. O caráter
legalidade. colaborativo e participativo deve estar presente
V - O trabalho desenvolvido pelo servidor nas atividades estatísticas e cartográficas, privile-
público perante a comunidade deve ser enten- giando-se, assim, um contato estreito e harmonioso
dido como acréscimo ao seu próprio bem-es- entre ambas as atividades – contato essencial para
tar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, melhorar a qualidade, comparabilidade e coerência
o êxito desse trabalho pode ser considerado como dos dados produzidos. Esse espírito colaborativo e
seu maior patrimônio. participativo deve estender-se à coordenação dos
VI - A função pública deve ser tida como exer- sistemas estatísticos e cartográficos nacionais de
cício profissional e, portanto, se integra na vida responsabilidade do IBGE. Portanto, compete ao
particular de cada servidor público. Assim, os fatos Instituto propor, discutir e estabelecer, em conjun-
e atos verificados na conduta do dia a dia em sua to com as demais instituições nacionais, diretrizes,
vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu planos e programas para a produção estatística
bom conceito na vida funcional. e cartográfica – processo que deve irradiar-se à
VII - Salvo os casos de segurança nacional, esfera internacional, especialmente na coopera-
investigações policiais ou interesse superior ção bilateral e multilateral, a fim de melhorar as
do Estado e da Administração Pública, a serem informações estatísticas e geocientíficas oficiais
preservados em processo previamente declara- em todos os países, por meio da utilização de con-
do sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de ceitos, classificações e métodos que promovam a
qualquer ato administrativo constitui requisito coerência e a eficiência entre os diversos sistemas
de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão estatísticos e cartográficos.
comprometimento ético contra o bem comum,
imputável a quem a negar. Entretanto, os dados Principais Deveres do Servidor do IBGE
individuais de pessoas físicas ou jurídicas coletados
pelo IBGE são estritamente confidenciais e exclusi- A seção II do Código de Ética Profissional do Ser-
vamente utilizados para fins estatísticos. Ademais, vidor Público do IBGE dispõe os principais deveres
leis, regulamentos e medidas que regem a operação
desses servidores.
dos sistemas estatístico e cartográfico no Instituto
Os “deveres funcionais” são as obrigações e respon-
devem ser de conhecimento público.
VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O ser-
sabilidades a que o trabalhador se encontra vinculado e
vidor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que con- que são estabelecidas através dos seguintes meios:
trária aos interesses da própria pessoa interessada
ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode z Normas legais e regulamentares: regras definidas
crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo por lei e dirigidas aos agentes dos vários ramos
do hábito do erro, da opressão ou da mentira, que profissionais, que devem ser cumpridas no exer-
sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana cício das suas atividades; obrigações gerais con-
quanto mais a de uma Nação. sagradas na legislação vigente, que devem ser
IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo cumpridas por parte do agente público;
dedicados ao serviço público caracterizam o esforço z Normas voluntárias: as normas livremente acor-
pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus dadas entre as partes interessadas (por exemplo,
tributos direta ou indiretamente significa causar-lhe entre o empregador e o empregado, entre o man-
dano moral. Da mesma forma, causar dano a qual- dante e o mandatário, etc.).
quer bem pertencente ao patrimônio público, deterio-
rando-o, por descuido ou má vontade, não constitui
Veremos, a seguir, os deveres fundamentais ao ser-
apenas uma ofensa ao equipamento e às instalações
ou ao Estado, mas a todos os homens de boa vontade
vidor do IBGE:
que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas espe-
ranças e seus esforços para construí-los. a) desempenhar, a tempo, as atribuições do car-
X - Deixar o servidor público qualquer pessoa go, função ou emprego público de que seja titular;
à espera de solução que compete ao setor em que b) exercer suas atribuições com rapidez, per-
exerça suas funções, permitindo a formação de lon- feição e rendimento, pondo fim ou procurando
gas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na prioritariamente resolver situações procrastinató-
prestação do serviço, não caracteriza apenas ati- rias, principalmente diante de filas ou de qualquer
tude contra a ética ou ato de desumanidade, mas outra espécie de atraso na prestação dos serviços
principalmente grave dano moral aos usuários dos pelo setor em que exerça suas atribuições, com o
serviços públicos. fim de evitar dano moral ao usuário;
XI - O servidor deve prestar toda a sua aten- c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando
ção às ordens legais de seus superiores, velan- toda a integridade do seu caráter, escolhendo sem-
do atentamente por seu cumprimento, e, assim, pre, quando estiver diante de duas opções, a melhor
evitando a conduta negligente. Os repetidos erros, e a mais vantajosa para o bem comum;

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d) jamais retardar qualquer prestação de con- z) divulgar e informar a todos os integrantes da sua
tas, condição essencial da gestão dos bens, direitos e classe sobre a existência deste Código de Ética, esti-
serviços da coletividade a seu cargo; mulando o seu integral cumprimento.
e) tratar cuidadosamente os usuários dos ser-
viços aperfeiçoando o processo de comunicação e Vedações ao Servidor Público do IBGE
contato com o público;
f) ter consciência de que seu trabalho é regido
Na seção III, o Código em estudo traz as vedações
por princípios éticos que se materializam na ade-
quada prestação dos serviços públicos;
importas ao servidor público do IBGE. Vedar é o ato de
g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e proibir determinada ação ou comportamento. Vejamos,
atenção, respeitando a capacidade e as limitações a seguir, as condutas que são vedadas a esses servidores:
individuais de todos os usuários do serviço público,
sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades,
raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho tempo, posição e influências, para obter qualquer
político e posição social, abstendo-se, dessa forma, favorecimento, para si ou para outrem;
de causar-lhes dano moral; b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros
h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum servidores ou de cidadãos que deles dependam;
temor de representar contra qualquer comprome- c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, coni-
timento indevido da estrutura em que se funda o vente com erro ou infração a este Código de Ética ou
Poder Estatal; ao Código de Ética de sua profissão;
i) resistir a todas as pressões de superiores hierár- d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o
quicos, de contratantes, interessados e outros que exercício regular de direito por qualquer pessoa, cau-
visem obter quaisquer favores, benesses ou vanta- sando-lhe dano moral ou material;
gens indevidas em decorrência de ações imorais, e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos
ilegais ou aéticas e denunciá-las; ao seu alcance ou do seu conhecimento para atendi-
j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas mento do seu mister;
exigências específicas da defesa da vida e da f) permitir que perseguições, simpatias, antipa-
segurança coletiva; tias, caprichos, paixões ou interesses de ordem
l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza pessoal interfiram no trato com o público, com os
de que sua ausência provoca danos ao trabalho orde- jurisdicionados administrativos ou com colegas hie-
nado, refletindo negativamente em todo o sistema; rarquicamente superiores ou inferiores;
m) comunicar imediatamente a seus superiores g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber
todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação,
público, exigindo as providências cabíveis; prêmio, comissão, doação ou vantagem de qual-
n) manter limpo e em perfeita ordem o local de quer espécie, para si, familiares ou qualquer
trabalho, seguindo os métodos mais adequados à pessoa, para o cumprimento da sua missão ou para
sua organização e distribuição; influenciar outro servidor para o mesmo fim;
o) participar dos movimentos e estudos que h) alterar ou deturpar o teor de documentos que
se relacionem com a melhoria do exercício de deva encaminhar para providências;
suas funções, tendo por escopo a realização do i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite
bem comum;
do atendimento em serviços públicos;
p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas
j) desviar servidor público para atendimento a interes-
adequadas ao exercício da função;
se particular;
q) manter-se atualizado com as instruções, as
l) retirar da Instituição, sem estar legalmente
normas de serviço e a legislação pertinentes ao
autorizado, qualquer documento, livro ou bem
órgão onde exerce suas funções;
pertencente ao patrimônio público;
r) cumprir, de acordo com as normas do servi-
m) fazer uso de informações privilegiadas obti-
ço e as instruções superiores, as tarefas de seu
cargo ou função, tanto quanto possível, com crité- das no âmbito interno de seu serviço, em benefício
rio, segurança e rapidez, mantendo tudo sempre em próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros;
boa ordem; n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora
s) facilitar a fiscalização de todos atos ou servi- dele habitualmente;
ços por quem de direito; o) dar o seu concurso a qualquer instituição que aten-
t) exercer com estrita moderação as prerro- te contra a moral, a honestidade ou a dignidade da
gativas funcionais que lhe sejam atribuídas, abs- pessoa humana;
tendo-se de fazê-lo contrariamente aos legítimos p) exercer atividade profissional aética ou ligar o
interesses dos usuários do serviço público e dos seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso.
jurisdicionados administrativos; q) disponibilizar informações de caráter sigiloso e
u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua confidencial sobre pessoas físicas ou jurídicas, bem
função, poder ou autoridade com finalidade estra- como antecipar resultados de pesquisas à sua divul-
nha ao interesse público, mesmo que observando gação oficial, exceto quando autorizado.
as formalidades legais e não cometendo qualquer
violação expressa à lei; Comissão de Ética do IBGE
v) apresentar, nas análises estatísticas e geo-
gráficas, informações que estejam de acordo com Ética é o nome dado ao ramo da filosofia consagra-
as normas científicas sobre fontes, métodos e pro- do aos assuntos morais. A palavra ética é derivada do
cedimentos, bem como comentar as interpretações grego e significa modo de ser.
errôneas e o uso indevido de informações estatísti-
Na prática, pode-se depreender um pouco melhor
cas e geocientíficas;
x) zelar pela qualidade dos processos de produção esse conceito, examinando certas condutas do nosso dia
das informações estatísticas e geocientíficas oficiais, a dia. Um exemplo é quando nos referimos ao comporta-
adotando critérios de boas práticas tanto nas ativi- mento de alguns profissionais. Para esses casos, é bastan-
dades finalísticas quanto nas atividades de apoio; te comum ouvir expressões, como “ética médica”, “ética
jornalística”, “ética empresarial” e “ética pública”.
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EDITORA DIDATICON CONHECIMENTOS SOBRE O IBGE
A ética abrange uma ampla área, sendo capaz de Assinale-o.
ser aplicada ao âmbito profissional. Existem vários
códigos de ética profissionais, os quais indicam como a) A dignidade.
um indivíduo deve se comportar no âmbito da sua b) O zelo.
profissão. c) O indecoro.
A ética e a cidadania são dois dos conceitos que d) A eficiência.
compõem a base de uma sociedade próspera. Vale fri- e) A consciência dos princípios morais.
sar que, apesar de as leis serem criadas com base em
princípios éticos, não se pode confundi-las com a éti- 2. (FGV — 2022) As afirmativas a seguir estão corretas,
ca, enquanto filosofia. Diferentemente de como ocorre de acordo com o Código de Ética do IBGE, à exceção
com as leis, nenhum indivíduo pode ser punido, pelo de uma.
Estado ou por outros indivíduos, pelo descumprimen-
to de normas éticas, nem sofrer qualquer sanção pela Assinale-a.
desobediência a estas.
Ética e moral são temas conexos, mas são diferen- a) Os dados individuais de pessoas físicas ou jurídicas
tes. Isso, porque a moral se fundamenta na obediência coletados pelo IBGE são estritamente confidenciais e
a normas, costumes ou mandamentos culturais, hie- exclusivamente utilizados para fins estatísticos.
rárquicos ou religiosos e a ética busca fundamentar b) Leis, regulamentos e medidas que regem a operação
o modo de viver pelo pensamento humano. A ética dos sistemas estatístico e cartográfico no IBGE não
não se resume à moral, que, geralmente, é entendida devem ser de conhecimento público.
como costume ou hábito, mas busca a fundamentação c) Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não
teórica nesta para encontrar o melhor modo de viver. pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos inte-
Por sua vez, Comissão é um grupo de pessoas resses da própria pessoa interessada ou da Adminis-
designadas em caráter temporário, lideradas e super- tração Pública.
visionadas pelo investigador-encarregado e com qua- d) A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedi-
lificações técnico-profissionais específicas à função. cados ao serviço público caracterizam o esforço pela
Cumprem tarefas técnicas de interesse exclusivo da disciplina.
investigação, para fins de prevenção, e adequadas às e) O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens
características do fato ocorrido. legais de seus superiores, velando atentamente por seu
Vejamos, a seguir, as características da Comissão cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente.
de Ética do IBGE dispostas no Código em estudo:
3. (FGV — 2022) Avalie se são deveres fundamentais do
XVI - A Comissão de Ética do IBGE está encarrega- servidor do IBGE, entre outros:
da de orientar e aconselhar sobre a ética profissio-
nal dos servidores da Casa, no tratamento com as I. ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a inte-
pessoas e com o patrimônio público, competindo- gridade do seu caráter, escolhendo sempre, quando
-lhe conhecer concretamente de imputação ou de estiver diante de duas opções, a melhor e a mais van-
procedimento susceptível de censura. tajosa para o bem comum.
XVII - À Comissão de Ética do IBGE incumbe forne- II. retardar prestação de contas que, a seu juízo, não seja
cer, quando necessário e a quem de direito, os regis-
condição essencial da gestão dos bens, direitos e ser-
tros sobre a conduta ética dos servidores da Casa,
viços da coletividade a seu cargo.
para o efeito de instruir e fundamentar promoções
e para todos os demais procedimentos próprios da
III. tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aper-
carreira de servidor público no âmbito do IBGE. feiçoando o processo de comunicação e contato com
XVIII - A pena aplicável ao servidor público pela o público.
Comissão de Ética do IBGE é a de censura e sua
fundamentação constará do respectivo parecer, Está correto o que se afirma em
assinado por todos os seus integrantes, com ciência
do faltoso. a) I, apenas.
XIX - Para fins d e apuração d o comprometimento b) I e II, apenas.
ético, entende-se por servidor público todo aquele c) I e III, apenas.
que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato d) II e III, apenas.
jurídico, preste serviços de natureza permanente, e) I, II e III.
temporária ou excepcional, ainda que sem retribui-
ção financeira, d esde q ue l igado direta o u indire-
4. (FGV — 2022) Avalie se, de acordo com o Código de
tamente a qualquer órgão do poder estatal, como
Ética do IBGE, as seguintes afirmativas estão corretas.
as autarquias, as fundações públicas, as entidades
paraestatais, as empresas públicas e as sociedades
de economia mista, ou em qualquer setor onde pre- I. Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não
valeça o interesse do Estado. pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos inte-
resses da própria pessoa interessada ou da Adminis-
tração Pública.
II. A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedi-
TESTES cados ao serviço público caracterizam o esforço pela
disciplina.
1. (FGV — 2022) De acordo com o Código de Ética do III. A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia, a eficiência e a
IBGE, os primados maiores que devem nortear o ser- consciência dos princípios morais são primados maio-
vidor público do IBGE incluem os a seguir listados, à res que devem nortear o servidor público do IBGE.
exceção de um.
Está correto o que se afirma em
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EDITORA DIDATICON CONHECIMENTOS SOBRE O IBGE
a) I, apenas. a) Mapa do Setor Censitário (digital).
b) I e II, apenas. b) Lista de Endereços.
c) I e III, apenas. c) Tutorial de Questões.
d) II e III, apenas. d) Questionários Básico e da Amostra.
e) I, II e II e) Manual do Recenseador e de Entrevista.

5. (FGV — 2022) As seguintes ações são vedadas ao ser- 8. (FGV — 2022) Avalie se são falsas (F) ou verdadeiras
vidor público do IBGE, à exceção de uma. (V) as três afirmativas a seguir sobre a conduta do
recenseador.
Assinale-a.
( ) Recomenda-se sempre o uso de palavras e frases bem
educadas na abordagem ao informante.
a) O uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tem-
( ) No trato com o informante, o recenseador deve abor-
po, posição e influências, para obter qualquer favoreci-
dar temas delicados, como política ou religião, e sem-
mento, para si ou para outrem.
pre emitir opiniões, de modo a “quebrar o gelo”.
b) Prejudicar deliberadamente a reputação de outros ser- ( ) O recenseador deve vestir-se de forma adequada e
vidores ou de cidadãos que deles dependam. discreta e sempre portar o crachá de identificação.
c) Usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exer-
cício regular de direito por qualquer pessoa, causando- As afirmativas são respectivamente, de cima para
-lhe dano moral ou material. baixo,
d) Utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcan-
ce ou do seu conhecimento para atendimento do seu a) F, F e F.
mister. b) F, V e F.
e) Desviar servidor público para atendimento a interesse c) V, F e V.
particular. d) V, V e V.
e) F, F e V.
6. (FGV — 2022)
9. (FGV — 2022) A abordagem aos moradores é um
momento crítico da coleta, em que o informante faz
um primeiro “julgamento” do Recenseador. Assim, ava-
lie se as seguintes recomendações estão corretas.

I. Demonstre profissionalismo e credibilidade.


II. Cumprimente o informante e identifique-se, demons-
trando que você é uma pessoa credenciada e treinada
para realizar a coleta pelo IBGE.
III. Seja objetivo, fale brevemente o que deseja.
IV. Lembre-se: você está representando o IBGE!

Estão corretas as recomendações

a) I e II, apenas.
b) III e IV, apenas.
A sigla DMC significa c) I, II e III, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
a) Dispositivo Mapeador de Casos. e) I, II, III e IV.
b) Delimitador de Medidas de Coleta.
c) Dosador Móvel de Casos. 10. (FGV — 2022) É preciso garantir, aos informantes, que
d) Dispositivo Móvel de Coleta. as informações obtidas pelo Censo Demográfico 2022
e) Dimensionador de Mapas de Casos. só serão usadas para fins estatísticos.

7. (FGV — 2022) Isso significa que o seguinte aspecto das informações


prestadas será sempre preservado:

a) sigilo estatístico.
b) tratamento estatístico.
c) validação técnica.
d) amostragem padrão.
e) veracidade da informação.

11. (FGV — 2022) Durante o seu trabalho em campo, as


seguintes orientações estão corretas, exceto uma.

Assinale-a.

a) Não permita que pessoas não autorizadas pelo IBGE o


acompanhem em seu trabalho.
b) Não permita que pessoas estranhas ao serviço manu-
No DMC, o Recenseador pode acessar os seguintes seiem os equipamentos de coleta.
itens, exceto um. Assinale-o.
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EDITORA DIDATICON CONHECIMENTOS SOBRE O IBGE
c) Permita que informações contidas no dispositivo de a) estabelecimento.
coleta sejam vistas apenas por seus conhecidos. b) comércio.
d) Não faça comentários sobre qualquer informação c) serviço.
obtida durante seu trabalho. d) loja.
e) Não revele fatos ou informações sigilosas sobre os infor- e) edifício.
mantes, domicílios e estabelecimentos pesquisados.
17. (FGV — 2022) Para o IBGE, o conceito de cômodo é
12. (FGV — 2022) Avalie se o Brasil está dividido, em seu todo compartimento coberto por um teto, limitado por
aspecto político-administrativo, nas seguintes unida- paredes e que seja parte integrante do domicílio.
des territoriais:
Assinale a opção a seguir que não apresenta um
I. Estados exemplo de cômodo.
II. Municípios
III. Distritos a) banheiro.
IV. Subdistritos b) cozinha.
c) sala.
Está corretos os itens: d) quarto.
e) garagem.
a) I e II, apenas.
b) III e IV, apenas. 18. (FGV — 2022) Avalie se, para atualizar a lista de ende-
c) I, II e III, apenas. reços (prévia) do DMC, o Recenseador deverá seguir
d) II, III e IV, apenas. as seguintes orientações:
e) I, II, III e IV.
I. Confirmar os endereços que continuam presentes em
13. (FGV — 2022) Para estudos estatísticos e geográfi- campo, após verificação.
cos, o IBGE subdivide as unidades territoriais da divi- II. Incluir os novos endereços que forem encontrados.
são político administrativa brasileira em áreas ainda III. Manter os endereços que não forem encontrados em
menores. campo.

Cada uma dessas áreas é denominada Está correto o que se afirma em

a) Subdistrito. a) I, apenas.
b) Setor Censitário. b) I e II, apenas.
c) Bairro. c) I e III, apenas.
d) Região Administrativa. d) II e III, apenas.
e) Subprefeitura. e) I, II e III.

14. (FGV — 2022) É um trecho, geralmente retangular, de uma 19. (FGV — 2022) A missão do IBGE é “retratar o Brasil
área urbana ou aglomerado rural, delimitado por elemen- com informações necessárias ao conhecimento de
tos como: ruas, estradas, estradas de ferro, cursos d’água sua realidade e ao exercício da cidadania”.
ou encostas. Contudo, pode ter forma irregular.
As opções a seguir descrevem como essa missão
O texto define se concretiza, à exceção de uma, que está errada.
Assinale-a.
a) Quadra.
b) Local. a) Quando o IBGE identifica, mapeia e analisa o território.
c) Endereço. b) Quando o IBGE realiza a contagem da população.
d) Subcidade. c) Quando o IBGE formula, executa e fiscaliza políticas
e) Bairro. públicas.
d) Quando o IBGE informa como a população vive.
15. (FGV — 2022) As coordenadas geográficas consistem e) Quando o IBGE apresenta a evolução da economia a
em um dos métodos mais eficientes de localização, partir de estatísticas do trabalho e da produção.
pois permitem identificar qualquer ponto na superfície
da Terra por meio de dois valores. 20. (FGV — 2022) O local de trabalho criado temporaria-
mente pelo IBGE para dar suporte à operação censitá-
São eles: ria é denominado

a) perímetro e circunferência. a) Posto de Coleta.


b) órbita e altitude. b) Centro Avançado.
c) latitude e longitude. c) Ponto de Apoio.
d) abscissa e ordenada. d) Centro Coletor.
e) distância e altitude. e) Posto Móvel.

16. (FGV — 2022) Toda edificação utilizada para fins não 21. (FGV — 2022) Agentes Censitários Municipais (ACM),
domiciliares encontrada nos setores censitários é Agentes Censitários Supervisores (ACS) e Recensea-
classificada como dores têm como local de trabalho, respectivamente,
12
EDITORA DIDATICON CONHECIMENTOS SOBRE O IBGE
a) postos de coleta (estado), postos de coleta (municí- 25. (FGV — 2022) Observe as definições a seguir:
pio) e setores censitários.
b) postos de coleta (estado), setores censitários e seto- I. É um trecho, geralmente retangular, de uma área urba-
res censitários. na ou aglomerado rural, delimitado por elementos
c) postos de coleta (município), postos de coleta (muni- como: ruas, estradas, estradas de ferro, cursos d’água
cípio) e setores censitários. ou encostas. Contudo, pode ter forma irregular.
d) postos de coleta (município), setores censitários e II. É cada um dos lados da área definida em I, contendo
setores censitários. ou não endereços.
e) Agências do IBGE, postos de coleta (município), pos-
tos de e setores censitários. As definições I e II são denominadas, respectivamente, de

22. (FGV — 2022) Avalie se as descrições a seguir, a res- a) quarteirão e rua.


peito dos recursos do DMC, estão corretas. b) bairro e logradouro.
c) logradouro e via.
I. Mapa do Setor Censitário: é a representação gráfica d) quarteirão e quadra.
do setor censitário. Por fins práticos, costuma retra- e) quadra e face.
tar alguns outros elementos adicionais para facilitar o
reconhecimento do setor em campo.
9 GABARITO
II. Questionário da Amostra: é o questionário com menor
número de quesitos, em que serão registradas as
características do domicílio e de seus moradores na 1 C
data de referência. Os quesitos desse questionário
serão aplicados a todos os domicílios. 2 B
III. Questionário Básico: é o questionário com maior 3 C
número de quesitos, onde serão registradas as carac-
terísticas do domicílio e de seus moradores, na data 4 E
de referência e de forma mais detalhada.
IV. Lista de Endereços: é composta por endereços traba- 5 D
lhados no setor censitário em pesquisas anteriores.
6 D
Por isso, é também chamada de “lista prévia”.
7 C
Estão corretas
8 C
a) I e II, apenas. 9 E
b) III e IV, apenas.
c) I e IV, apenas. 10 A
d) I, II e III, apenas.
e) I, II, III e IV. 11 C

12 E
23. (FGV — 2022) Em relação ao Agente Censitária Muni-
cipal (ACM), avalie se as afirmativas a seguir são fal- 13 B
sas (F) ou verdadeiras (V).
14 A
I. Desempenha a função de gerente do Posto de Coleta 15 C
II. Gerencia um grupo de supervisores (ACS), distribui
tarefas, zela pelos equipamentos de coleta. 16 A
III. Acompanha o desenvolvimento dos trabalhos e deve,
portanto, garantir que os seus supervisionados cum- 17 E
pram as normas estabelecidas pelo IBGE. 18 B
As afirmativas são respectivamente 19 C

a) V, V e V. 20 A
b) V, F e V. 21 C
c) F, V e F.
d) F, V e V. 22 C
e) F, F e F.
23 A
24. (FGV — 2022) As siglas dos estados da Paraíba, do 24 B
Pará, de Pernambuco e do Piauí são, respectivamente,
25 E
a) PA, PB, PE e PI.
b) PB, PA, PE e PI.
c) PR, PA, PE e PU.
d) PB, PR, PN e PI.
e) PA, PR, PE e PI.

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